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Ano 16 - n.º 190- abril 2022
Preço 0,01€ Mensal
Diretor: Miguel Almeida - Dir. Adjunto: Carlos Almeida
GONDOMAR
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QUANDO A DEMOCRACIA
VENCEU A DITADURA
> Págs.20/21
SOCIEDADE
Bombeiros da Areosa comemoram 100 anos
POLÍTICA
Nuno Fonseca > Pág. 16
“As minhas equipas é que permitiram que o meu trabalho fosse reconhecido" > Pág. 26
DESPORTO
Noite emotiva no adeus de Ricardinho à seleção > Pág. 32 PUB
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VIVACIDADE | ABRIL 2022
EDITORIAL José Ângelo Pinto Economista e Prof. Adjunto da ESTG.IPP.PT
Caros leitores,
SUMÁRIO: Breves Página 4 Sociedade Páginas 6 a 19 Destaque Páginas 20 e 21 Cultura Página 23
A discussão à volta do uso ou do não uso de máscaras nas salas de aula e de uma forma genérica em espaços fechados é mesmo muito à Portuguesa e muito representativo das dores que tivemos para ter uma democracia. Os portugueses gostam de ser comandados (ou será liderados?) e gostam que a responsabilidade das decisões não lhes sejam atribuídas.
Política Páginas 24 e 26
Por toda a Europa as pessoas já deixaram de utilizar a máscara a não ser em situações de grande risco, como contacto com grupos mais vulneráveis ou nos estabelecimentos de saúde. Mas em Portugal não. Porque em Portugal as pessoas podem estar num restaurante com centenas de pessoas a jantar sem máscara, mas não podem estar sem ela se estiverem a ler numa biblioteca. Podem ir para a discoteca ou assistir a espetáculos ao vivo e cantar com o uso de plenos pulmões; mas não podem deslocar-se no escritório sem a colocar.
Opiniões Páginas 38 e 39
A avaliar por uma recente visita que fiz à Alemanha, assim que as máscaras deixarem de ser obrigatórias, imediatamente quase todos as abandonarão. Os Portugueses (e a maior parte dos Europeus) não têm o sentido de responsabilidade individual e coletiva que têm outros povos, particularmente os Asiáticos e, consequentemente, só usam se forem obrigados. Por outro lado, a gestão razoável que foi feita da pandemia do ponto de vista da saúde pública (não nas questões económicas, como vimos nos dados recentes em comparação com outros países; mas isso é outro assunto) leva os portugueses a terem boas doses de confiança nas vacinas e na proteção que estas transmitem. Ora isto leva a desleixo e deixar a coisa andar sem problemas porque estamos todos vacinados. E o governo bem sabe disto. Aliás ganhou eleições com maioria absoluta por causa da inconsistência que outros partidos demonstraram que teriam para gerir a pandemia. Porque nós queremos que os outros usem a máscara para protegermos o coletivo. Mas nós não a queremos usar porque a nós incomoda. E se ninguém nos obrigar dificilmente iremos usar. Já os outros o devem fazer, que é obrigação cívica. E é assim que rapidamente passamos de toda a gente a usar para ninguém a usar.
Por isso é tão difícil ter opinião sobre este assunto!
PRÓXIMA EDIÇÃO 19 MAIO
Desporto Páginas 27 a 34 Entrevista Páginas 28 e 29
Alerte para o que está bem e denuncie o que está mal. Envie-nos as suas fotos para geral@vivacidade.org POSITIVO GNR de Fânzeres recupera material e identifica autores do roubo ao Parque Urbano de Fânzeres/ São Cosme. As forças de segurança já devolveram o material à Câmara Municipal de Gondomar.
NEGATIVO Agentes da PSP cercados e agredidos por um grupo de pessoas em São Cosme, Gondomar. A situação ocorreu após o corpo policial ter abordado um motociclista que conduzia sem capacete.
Viva Saúde Paulo Amado*
Médico Especialista de Ortopedia e Traumatologia Mestre em Medicina Desportiva Doutorado em Medicina Coordenador da Unidade de Ortopedia e Traumatologia do Hospital Lusíadas Porto Director Clinico da Clinica Medica da Foz - Porto Director Clinico da Desporfisio - Rio Tinto Presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina e Cirurgia do Pé
HOSPITAL EM RIO TINTO, PARA QUANDO?
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Estimados leitores, este é um tema que se coloca desde 2007, quando se começou a projetar o Hospital Escola de Gondomar, excelente obra que nasceu em Gondomar, em S.Cosme, obra essa que poucos saberão chegou a ser idealizada em Rio Tinto, num terreno junto a Quinta das Freiras, mas por provável influencia do poder autárquico na altura no poder, sob orientação da equipa anterior, com outra conotação politica, a obra vem a nascer na sua atual localização. Ligado que estive no inicio deste projecto, sempre fui de opinião que um Hospital deveria ser construído junto da maior concentração de população existente no concelho e onde realmente não existia nenhum serviço privado de saúde da dimensão de um hospital, logo, na minha opinião, deveria ser em Rio Tinto. Quis o destino e não só... que a obra nascesse no atual local, com uma dimensão significativa para o Concelho, ficando uma vez mais Rio Tinto, onde realmente se concentra a maioria da população de Gondomar, uma vez mais esquecida. Não podemos ignorar, que ainda hoje não existe nenhuma Unidade Hospitalar em Rio Tinto, nem tão pouco uma Clínica com internamento e Bloco cirúrgico. Em Gondomar centro, já na altura existia a Clínica de Gondomar com uma dimensão importante e até com Bloco cirúrgico de ambulatório, que entretanto foi desativado... Como saberão, os que habitam a Cidade de Rio Tinto, a maioria das pessoas continuam a deslocar-se para o Porto
ou mesmo para o Hospital de Alfena (em especial os residente de Baguim do Monte) mostrando a necessidade da criação de Unidade Hospitalar que não podendo ser Publica (por suposta falta de verbas da saúde) poderia ser pelo menos Privada, não existindo nenhuma Unidade de Saúde Hospitalar geral na Cidade de Rio Tinto. Lembro os amigos leitores, que para se deslocarem a um Hospital Geral do SNS, os cidadãos de Rio Tinto, tem de se deslocar para o Hospital Geral de Sto António, uma Unidade de excelente qualidade, mas que não deixa de estar num local central da Cidade do Porto, por vezes de difícil acesso para alguns, residentes em Rio Tinto. Como cidadão da Cidade de Rio Tinto, acreditem que muito fiz para que um dia nascesse na terra natal do meu Pai e onde fui registado, uma Unidade Hospitalar de excelência, mas quis o destino ou algo mais, que esse sonho até hoje não se realizasse. Estive perto de o realizar por duas vezes, a última das quais num sonho partilhado com a Equipe da Cruz Vermelha de Gondomar, que tem vindo a realizar um trabalho de mérito, dirigida por uma das personalidades mais marcantes da terra o Arquiteto Nuno Coelho, mas a vinda do Covid, entre muitas coisas tem inviabilizado este projecto. Pode ser que um dia, Vos escreva aqui um artigo partilhando com Todos Vós a construção de uma Unidade Hospitalar de Saúde na nossa CIDADE DE RIO TINTO... Até breve, estimados leitores
FICHA TÉCNICA Registo no ICS/ERC 124.920 | Depósito Legal: 250931/06 | Diretor: Augusto Miguel Silva Almeida (TE-241A) | Diretor Adjunto: Carlos Almeida Redação: Carlos Almeida e Gabriela Monroy | Departamento comercial: Pedro Barbosa Tel.: 910 600 079 | Paginação: José Gonçalves | Administração e Propriedade do título: Vivacidade, Sociedade de Comunicação Social, S.A. Rua Poeta Adriano Correia de Oliveira, 197 4435-778 Baguim do Monte | Administrador: José Ângelo da Costa Pinto | Estatuto editorial: www.public.vivacidade.org/ vivacidade | NIF: 507632923 | Detentores com mais de 5% do capital social: Lógica & Ética, Lda., Augusto Miguel Silva Almeida e Maria Alzira Rocha | Sede de Redação: Rua Poeta Adriano Correia de Oliveira, 197 4435- 778 Baguim do Monte Tel.: 919 275 934 | Sede do Editor: Travessa do Veloso, no 87 4200-518 Porto | Sede do Impressor: LUSO IBÉRIA – Av. da República, n.o 6, 1.o Esq. 1050191 Lisboa | Colaboradores: André Rubim Rangel, Andreia Sousa, António Costa, António Valpaços, Beatriz Oliveira, Bruno Oliveira, Carlos Almeida, Diana Alves, Diana Ferreira, Domingos Gomes, Frederico Amaral, Gabriela Monroy, Germana Rocha, Guilhermina Ferreira, Henrique de Villalva, Isabel Santos, Joana Resende, Joana Simões, João Paulo Rodrigues, José António Ferreira, José Luís Ferreira, Luís Alves, Luís Monteiro, Luís Pinho Costa, Manuel de Matos, Manuel Teixeira, Marta Sousa, Paulo Amado, Pedro Oliveira, Rita Ferraz, Rita Lopes, Rui Nóvoa, Rui Oliveira, Sandra Neves e Sofia Pinto. | Impressão: Lusoiberia | Tiragem: 10 mil exemplares | Sítio: www.vivacidade.org | Facebook: facebook.com/vivacidadegondomar | E-mail: geral@vivacidade.org
VIVACIDADE | ABRIL 2022
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VIVACIDADE | ABRIL 2022
TRAIL SERRA DAS FLORES
Decorre na Serra das Flores e montes adjacentes, no próximo dia 22 de Maio, o evento de trail-running Trail Serra das Flores, organizado pelo Medense Futebol Clube e pela Sports 4 Life. Este evento conta com um percurso e integra 3 provas, todas elas de formato circular, non-stop. As inscrições terminarão a 15 de Maio. ■
BREVES PAULO FERREIRA APRESENTA NOVO PROJETO
APRESENTAÇÃO DO LIVRO “AS LUZES DO MONTE” No dia 23 de Abril, pelas 15h, no auditório da Universidade Sénior de Gondomar, irá decorrer a apresentação do livro “As luzes do monte” de Etelvina Sousa Ferreira. O evento conta com a participação do Diretor Adjunto da RTP, Hugo Gilberto Sousa e de Fernando Ferreira da Costa. ■
DIA DO FUTEBOL FEMININO A iniciativa do dia do Futebol feminino realiza-se no próximo dia 25 de abril, pelas 9h, no complexo desportivo do Sport Clube Rio Tinto. O evento tem como objetivo fomentar a prática do futebol feminino e nesta edição além da abertura de inscrições às captações de novas atletas para a faixa etária dos 4 aos 13, conta também com um convívio entre as equipas femininas do SC Rio Tinto, Valadares Gaia Fc, Escola de Futebol Hernâni Gonçalves, FC Paços de Ferreira e Ermesinde SC. As inscrições para o evento podem ser efetuadas pelo e-mail ou presencialmente no dia. ■
TARDE DE FADOS DE EXCELÊNCIA NA LOMBA No passado dia 3 de abril, realizou-se, no largo da Aldeia, Zona de Labercos, uma tarde de fados. Este evento contou com atuações dos fadistas José Fernandes Castro, Elisabete Teques, Humberto Capelo, Afra Sousa, José Gameleiro, Lurdes Ribeiro, Dino Salgado, Madalena Gameleiro e Carlos Rocha. A guitarra portuguesa esteve a cargo de Carlos Reis e a viola de fado com Tony Guimarães. ■
3ª EDIÇÃO DO PROGRAMA DE APOIO AO ARRENDAMENTO Como resposta alternativa à atual conjuntura do mercado privado de arrendamento, o Município de Gondomar promove a 3a edição do Programa de Apoio ao Arrendamento. Este programa visa sortear para arrendamento quatro habitações em Rio Tinto, com rendas 30% inferiores às praticadas no mercado. O sorteio é destinado a agregados familiares com dificuldades de acesso ao mercado privado e tem início a 18 de abril, e decorre até 30 de maio. ■
CANOAGEM NA PRAIA DE MELRES Realizou-se no início do mês de abril, a Taça de Portugal de Tripulações de Fundo, em Melres. A Prova organizada pela Federação Portuguesa de Canoagem teve como grande vencedor o Clube Náutico de Ponte de Lima. ■
MARIA JOSÉ GUIMARÃES APRESENTA LIVRO EM FÂNZERES No passado dia 2 de Abril, dia Internacional do Livro Infantil, Maria José Guimarães, apresentou o seu Livro “Teresa, a espanta vírus” na Biblioteca de Fânzeres. ■
FESTAS A SANTA HELENA REGRESSAM A FERREIRINHA De 4 a 9 de Maio, as Festas a Santa Helena estão de regresso à Aldeia de Ferreirinha, freguesia de Foz do Sousa. Num Cartaz repleto de actividades e atuações, destaca-se no dia 6 de Maio a actuação do Humorista Francisco Menezes, no dia 8 o Grupo Gaitas Galegas e finalmente no dia 9 de Maio a atuação do conceituado Zé Amaro. ■
Paulo Ferreira apresenta, no próximo dia 14 de Maio, pelas 21h no Auditório Municipal de Gondomar, o seu novo documentário: “Açores- Um Novo Desígnio’’. O filme conta com 41 minutos, cujas imagens das Ilhas Terceira, Pico, Flores e São Miguel, ilustram a vontade do arquipélago em querer um novo desígnio. A convite da Câmara Municipal de Lajes das Flores, irá decorrer, ainda antes, dia 22 de Abril, dia da Terra, uma estreia oficial no Museu Municipal de Lajes das Flores. ■
DEPUTADOS DE GONDOMAR TOMAM POSSE NA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA Resultante destas eleições legislativas, foram eleitos, a representar o PS, o deputado Carlos Brás e, a representar o PSD, a deputada Germana Rocha. No passado dia 13 de Abril, Carlos Brás tomou posse como efetivo na Comissão de Assuntos Europeus e na Comissão de Orçamento e Finanças e assumiu, como suplente, posse na Comissão de Administração Pública, Ordenamento do Território e Poder Local. No mesmo dia, Germana Rocha assumiu a função de vice-Presidente da Comissão de Educação e Ciência e tomou posse enquanto membro efetivo da Comissão de Administração Pública, Ordenamento do Território e Poder Local e suplente na Comissão de Agricultura e Pescas. ■
CARVÃO, PÓ E DOENÇA
Realizou-se no início deste mês de abril, no Auditório da Junta de Freguesia, em São Pedro da Cova, a conferência “Carvão, Pó e Doença”, com objetivo de relembrar a doença respiratória que afetou uma grande parte dos trabalhadores da exploração de carvão, em São Pedro da Cova. Uma conferência que teve como oradores convidados o Dr. Luís Rocha, em representação da Fundação Portuguesa do Pulmão, que abordou o tema “Exposição à sílica e suas consequências para a saúde” e o Dr. Rui Ponce Leão, com o tema “Diagnóstico e condutas em trabalhadores expostos à sílica e portadores de silicose”. A conferência foi moderada pelo Professor Doutor Romero Bandeira. ■
RESTAURANTE CLUBE DOS CAÇADORES NA PRAÇA DA ALEGRIA
DOE SANGUE, DOE VIDA! Até à próxima edição, a população interessada pode realizar a sua dádiva de sangue nos próximos dias 23 e 24 de abril, na Escola Secundária de S. Cosme (Gondomar) e no dia 11 de maio, entre as 9h e as 12h 30, será no Multiusos de Gondomar.■
A LOJA DE ARTES PALETA 31 RECEBE EXPOSIÇÃO DE PINTURA A loja de artes Paleta 31, em Rio Tinto, convida-o a visitar a exposição de pintura Demiurgo, com início a 21 de Maio e fim a 21 de Junho. ■
No âmbito da promoção do Festival do Sável e da Lampreia, o Restaurante Clube dos Caçadores esteve presente no Programa matinal da RTP1, “Praça da Alegria”, com Jorge Gabriel e Sónia Araújo. O Gerente do Restaurante Natalino Sousa e o Chef António Silva, fizeram uma demonstração de como preparar um prato de Lampreia à Bordalesa, explicando também um pouco desta tradição de Gondomar. Após esta demonstração gastronómica houve a atuação do Rancho Folclórico de Zebreiros. ■
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T2 desde 164.000€
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SOCIEDADE
“No final do 9.º ano, visitei as oficinas da ESG e adorei!! No 10.º, decidi inscrever-me no Curso Profissional de Técnico de Frio e Climatização.” Alunos da ESG de Ciências e Tecnologias
Tiago Moreira
que era a altura certa de começar a trabalhar por minha conta. As coisas estão a correr bem, embora tenha muito trabalho e muitas responsabilidades! Mas vale bem a pena! A m i n h a e m p r e s a
Venha estudar no Agrupamento de Escolas n.º 1 de Gondomar!
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Calendário de Matrículas 2022/2023
no Centre Européen de
Recherche Nucléaire (CERN)
Nível de ensino Educação pré-escolar e 1ºano do 1º ciclo 2.º ao 7.º ano do Ensino Básico 8º e 9ºs anos do Ensino Básico Ensino Secundário
Um grupo de alunos do 12.º ano, acompanhados por alguns professores, vivenciaram experiências únicas em Genebra. Participaram em workshops orientados por cientistas do CERN, o que lhes permitiu aplicar, em situação real, muitos dos conhecimentos desenvolvidos nas disciplinas de opção do 12.º ano que frequentam: Química, Biologia, Geologia e Física. Este contacto com metodologias de trabalho utilizadas por cientistas destas áreas despertou, claramente, a curiosidade científica destes alunos. Para além do CERN, o Museu de História Natural e o Palácio das Nações (Sede da ONU) foram dois dos locais mais emblemáticos também visitados. A preparação destas visitas e a posterior exploração que os professores farão tornarão ainda mais efetivo e rico o trabalho interdisciplinar que tem vindo a ser feito.
Concluí o ensino básico na Escola Básica de Jovim e Foz do Sousa. Já na altura, ansiava pela minha independência financeira aos 18 anos e gostava muito de resolver problemas práticos. Gostava de saber o funcionamento de muitas coisas e, quando estavam estragadas, eu tentava arranjá-las. O que eu mais queria era aprender uma profissão que me proporcionasse muito trabalho, uma carreira e a possibilidade de começar a trabalhar por conta própria. Ao longo do curso, a única dificuldade que senti foi tirar notas de topo, sobretudo nas disciplinas técnicas, mas, com estudo, consegui obter os resultados que pretendia. O meu percurso no secundário fez-me querer, ainda mais, trabalhar por minha conta, porque os professores das disciplinas técnicas nos expunham à realidade do mercado de trabalho. Para isso, é preciso ir à procura do conhecimento através de todos os meios à nossa volta: opiniões e conselhos de professores, de pessoas com experiência na área pela qual se pretende enveredar, assim como procurar conhecimento através de formações, de informações online e, acima de tudo, ter muita vontade de fazer o melhor. Ao longo do curso, estagiei nas empresas “I2m”, em Gondomar, e New Clima”, em Vila Nova da Telha. Em 2017, acabei o curso e fiquei a trabalhar na empresa em que estagiei, durante um ano e meio; depois, abracei outro emprego, na empresa “Pro avac”, durante quase dois anos. Em novembro de 2020, achei
Datas de matrículas 19 de abril a 16 de maio 9 de julho a 19 de julho
17 de junho a 1 de julho
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SOCIEDADE
PROJETO ERASMUS + KA1: ICT – NEW SCENARIOS
Erasmus + KA1 é um programa da União Europeia na área da educação e da formação que providência fundos para uma série de ações que incluem oportunidades únicas para professores realizarem formações internacionais em diferentes países europeus. O AERT3 conseguiu que em 2019 a sua candidatura a este programa fosse aprovado com o projeto ICT – New Scenarios (2019-1-PT01-KA101-060427). Desde então, foram já realizadas vinte e seis mobilidades nas mais variadas áreas, nomeadamente: -Enhancing Motivation Strategies in the Contemporary Classroom; -Innovative Approaches to Teaching; -CLIL – Content and Language Integrated Learning; -Structured Educational Visit to Schools & Training Seminars in Iceland; -STEM; -ICT in Education; -Going Digital in an Innovative Classroom; -Inclusive Education. Há ainda mais três mobilidades para serem realizadas no âmbito do curso: -Structured Educational Visit to Schools & Training Seminars in Finland. Com o desenvolvimento deste projeto Erasmus + KA1 pretende-se aumentar as competências linguísticas e digitais dos docentes e, consequentemente dos discentes; fomentar o ensino experimental das ciências, despertando a curiosidade científica e o aumento do interesse pela escola, através da aplicação do conhecimento à prática; promover o desenvolvimento de um ensino centrado nas aprendizagens tendo em vista as competências previstas no perfil do aluno à saída da escolaridade obrigatória, numa escola inclusiva de todos e para todos. Este projeto Erasmus + KA1 tem aumentado não só o trabalho colaborativo e interdisciplinar entre professores, professores e alunos, alunos e restante comunidade educativa, mas também o desenvolvimento de vários projetos locais, nacionais e internacionais, graças às diferentes parcerias que se vão estabele-
cendo nas diferentes mobilidades. Por este motivo, nos diferentes cursos de formação participam professores dos mais variados grupos disciplinares e de todos os níveis de ensino desde o pré-escolar ao en-
sino secundário. No fim de cada mobilidade, com o intuito de partilhar com a comunidade escolar as aprendizagens realizadas, são publicadas newsletters no site do projeto: https://sites.
google.com/view/aert3-erasmuska1. Além destas newsletters, no mesmo site podem encontrar-se vídeos das diferentes palestras realizadas pelos professores, no sentido de partilharem as suas boas práticas. ■
TESTEMUNHOS
principalmente, saber como construir «a good CLIL lesson»”. Marina Hussein
mos têm no aperfeiçoamento do desempenho docente e nas aprendizagens significativas dos alunos. Deste modo, o desenvolvimento das qualidades pessoais e profissionais numa cultura colaborativa foi gerador de novos conhecimentos e de uma postura profissional que necessariamente irá contribuir para a qualidade do ensino que se pretende.” Isabel Lourenço
“A frequência do curso Abordagens Inovadoras ao Ensino permitiu-me desenvolver competências que irão contribuir para alargar o meu potencial de ensino e motivar os meus alunos em sala de aula de modo que as suas aprendizagens sejam mais significativas.” Maria José Pereira “5000 Km de distância, uma centena de professores representando duas dezenas de países europeus, um sistema de ensino como catalisador de experiências e partilhas profissionais múltiplas enquadradas por uma ambiência social e cultural única… Poderá resumir-se assim, em poucas palavras, a mobilidade Erasmus+ passada na Islândia”. Fernando Pinto “A frequência do curso sobre a abordagem CLIL foi fundamental para perceber as suas origens no contexto educacional (Finlândia, 1994), as diferenças entre hard e soft CLIL, os vários graus de profundidade que a sua implementação pode ter (sendo o mais ambicioso o ensino bilíngue) mas,
“A participação no curso «STEM on Education» foi uma experiência enriquecedora e uma mais-valia para a minha prática docente. (…) Os recursos abordados potenciam ambientes inovadores de aprendizagem que apelam, de forma lúdica, à resolução de problemas, desenvolvem o raciocínio lógico e a criatividade, além de contribuírem para a persistência e resiliência, estimulando a confiança dos alunos.” Ida Gonçalves “Esta formação, assente no trabalho colaborativo, promoveu o desenvolvimento de competências científicas e tecnológicas e, por outro lado, o conhecimento adquirido propiciou a criatividade e o espírito crítico, assim como o relacionamento interpessoal e a comunicação entre colegas de outros países Europeus.” Miguel Viveiros “A minha participação permitiu criar momentos de aprendizagem e reflexão conjunta, num contexto de apoio e interajuda, discutindo, por exemplo, os processos e o impacto que os mes-
“A frequência do curso «ICT in Education» permitiu-me desenvolver mais competências na área das ferramentas digitais que irão contribuir para a criação de cenários de aprendizagem inovadores centrados no aluno”. Odete Silva “Todo o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido, graças à implementação deste projeto, tem em vista a formação de alunos abertos à mudança, multiculturais, digitais, autónomos, que trabalham colaborativamente e em rede, desenvolvendo um trabalho envolto em inovação, responsabilidade, cidadania, desenvolvimento das diferentes literacias e promotor da igualdade de oportunidades”. Emília Pereira (Coordenadora do Projeto) ■
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SOCIEDADE
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MANUEL MARQUES: “Ser escuteiro é ser livre. A natureza
dá liberdade e os mais novos gostam dessa liberdade” “Procurai deixar o mundo um pouco melhor do que o encontrastes”, esta é uma das frases mais características de Robert Baden-Powell (BP), fundador de um dos maiores movimentos juvenis do mundo, o escutismo. Hoje, este movimento conta com 161 Organizações Escutistas Nacionais (OEN), presentes em 216 países e territórios, é constituído por mais de 35 milhões de rapazes e raparigas, homens e mulheres em todo o mundo. Fundado em 1907, a primeira atividade escutista realizada por BP foi um acampamento com 20 rapazes dos 12 aos 16 anos, onde transmitiu conhecimentos técnicos essenciais para a vida na sociedade e na natureza. Devido aos bons resultados deste acampamento, Baden-Powell escreveu o livro Escutismo para Rapazes. Rapidamente, o livro originou na fundação do Movimento Escutista. Foi tendo como base a exploração e a vivência na mesma, bem como os seus recursos que o fundador deu os seus primeiros passos no desenvolvimento do escutismo. “O escutismo é um modo de vida”, explica-nos Manuel Marques, dirigente do Agrupamento 229 de Rio Tinto, onde “Passamos conhecimentos aos nossos elementos, de maneira a que eles possam aprender a ser pessoas melhores na sociedade, bem como ter um futuro melhor”. Hoje, este movimento associativo tem o propósito de preparar para a vida em sociedade, complementando o aprendizado que os mais novos recebem na escola e da família, tendo como base a construção de um mundo melhor. Apoiado na natureza, pretende despertar em cada pessoa que o compõe os valores da fraternidade, do serviço e de fomentar o espírito livre. É nessa linha que para um escuteiro, a natureza é muito importante. A Vida na Natureza é, desde a sua génese, um dos elementos mais identificadores do método escutista enquanto proposta pedagógica. Tanto que, a sexta lei escutista concerne à conservação dos animais e das plantas (“O Escuta protege as plantas e os animais”). ‘’No que diz respeito à natureza, BP defende que se somos escuteiros temos que ter essa responsabilidade de deixar o mundo um pouco melhor. Por exemplo, se formos acampar para um local a primeira coisa que fazemos é uma limpeza do mesmo e antes de sairmos do espaço, temos que o deixar melhor do que o encontramos’’, acrescenta o dirigente. Conforme os elementos, podemos dizer
DR
que o escutismo têm várias vertentes, como a terrestre, a marítima e ainda o escutismo Aéreo. Sendo que, a nível nacional, a maioria dos Agrupamentos concentram-se no terrestre. Dividido por secções, o escutismo serve e educa todas as idades. A primeira secção (os Lobitos), tem como base o Livro da Selva escrito por Rudyard Kipling e simboliza o ambiente onde o Lobito vive as suas atividades. Quanto à segunda secção, os Exploradores, o imaginário desenvolve-se em torno da figura do próprio Explorador – aquele que vai mais longe, aquele que descobre. No que concerne à terceira secção, o Pioneiro, o imaginário desenvolve-se em torno da figura do próprio Pioneiro – aquele que desbrava, que se instala, que constrói, que desenvolve. A quarta secção (Caminheiros), não possui imaginário formal permanente, pois os Caminheiros, como jovens adultos, já perspetivam as suas ações em prática no terreno real, na vida do dia-a-dia. Cada secção rege-se por um programa adequado à sua idade que permite aos vários escalões etários desenvolver competências a nível fisico, intelectual, social e espiritual. Por fim, temos os dirigentes. “Enquanto dirigente, tentamos sempre deixar uma sementinha aos nossos elementos, principalmente aos mais novos. E isso, é importante, para construirmos uma sociedade melhor, porque cada vez mais, vemos as gerações mais novas a se desinteressarem-se com a natureza e com o próximo, assim, enquanto eles estão connosco, tentamos ensiná-los”. Ainda sobre o escutismo explica o seguinte: “Todos nós criamos uma ligação com a
natureza. Cada escuteiro, tem um “Totten”, que é o animal com quem se identifica. A única exceção são os Lobitos, porque eles não são considerados escuteiros, mas sim aprendizes, no entanto todos eles são lobos, com a diferença do adjetivo que os caracteriza (ex. Lobo Alegre). Cada um escolhe o seu Totten. A partir dos exploradores adotamos um animal com quem nos identificamos e acrescentamos um adjetivo que nos caracteriza, por exemplo o meu é Urso Construtor. Nós sempre incutimos neles a importância de preservar a natureza, tanto a fauna como a flora. Eles sabem que temos que ter cuidado com os seres vivos. Para além disso, nós temos insígnias, sendo uma delas da natureza. Nós temos objetivos
que precisamos de cumprir, para que cada elemento receba essa insígnia. Na minha opinião é uma mais valia ser escuteiro. Ser escuteiro é ser livre. A natureza dá liberdade e os mais novos gostam dessa liberdade. Eles acabam por ver e aprender coisas diferentes se andarem em contacto com ela no seu dia a dia. Para nós, o campo é o nosso espaço de excelência para poder trabalhar. O escutismo passa outros valores, sendo o contacto com a natureza, um deles”. Em Portugal existe a AEP (Associação de Escoteiros de Portugal- mais antiga do que o CNE e não ligado à religião católica), o CNE (Corpo Nacional de Escutas- vertente católica do escutismo) e as Guias de Portugal, composta apenas por raparigas. ■
Esta página é oferecida pelo Grupo TrustEnergy - Energia para o Futuro
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SOCIEDADE
QUINTA DO PASSAL inaugura espaço de lazer para os mais novos Já foram inaugurados os novos equipamentos lúdicos da Quinta do Passal, em Gramido, são eles: o Farm Golf, uma parede de escalada, o Slide e o Circuito de Arborismo autónomo. A inauguração contou com a alegria contagiante dos 50 alunos das duas turmas dos 3º e 4º anos da Escola Básica de Montezelo, que aprovaram estes novos espaços. “Estávamos à espera que viesse o bom tempo e que a situação do Covid melhorasse, para que pudéssemos inaugurar este novo espaço que agora os meninos poderão usufruir”, explica a vereadora do Ambiente, Ana Luísa Gomes. Segundo a mesma, a inauguração veio a coincidir com a época das Férias da Páscoa, onde a “Quinta do Passal recebe alguns alunos que irão usufruir destes equipamentos”. Sobre o resultado final do projeto, Ana Luísa refere estar satisfeita com o resultado, “Estou muito contente de ver os meninos felizes”. O acesso é livre e gratuito para às famílias que queiram ter um momento de lazer ao ar-livre. No entanto, para utilizar o FarmGolf, os equipamentos têm que ser solicitados na
Na foto, Ana Luísa Gomes, Marco Martins e António Braz receção da Quinta. Para usufruir não é necessário marcação prévia. “Para nós Município é importante proporcionar espaços ao ar-livre para os mais novos. Principalmente, com a pandemia, em que os horários escolares foram prolongados e os intervalos foram encurtados, bem como a liberdade lhes foi condicionada. É importante este tipo de equipamentos para que eles possam gastar as suas energias em contacto com a natureza, assim eles não estão tanto no telemóvel e nos computadores”, acrescenta a responsável. “Este era um objetivo muito desejado e hoje, vê-lo a ser concretizado é uma enorme satisfação, porque a Quinta do Passal já têm
oito anos de existência e faltava-nos, efetivamente, estes equipamentos de fruição autónoma para as famílias que nos visitam, bem como as escolas que frequentam o nosso plano de educação ambiental, tenham estas dinâmicas lúdicas”. Iva Ferreira, responsável pela Quinta do Passal, explica ainda que, “Estes são equipamentos muito interessantes para as faixas etárias dos 6 anos, até aos 14\15 anos. Portanto é um leque muito vasto que, com certeza, vai arrancar muitos sorrisos de quem nos visita” e acrescenta o seguinte “A Quinta do Passal sempre foi reconhecida pelos seus belos espaços verdes, mas faltava este pormenor que era cativar as pessoas por ter outras
dinâmicas em termos lúdicos para as famílias poderem usufruir”. Sobre o futuro, apesar de não poder levantar ainda o pano, Ana Luísa garante que já estão a ser delineados alguns projetos tanto para os mais novos, como para as famílias, “O intuito é dinamizar cada vez mais a Quinta do Passal, para que mais pessoas nos visitem”. A Quinta do Passal era uma antiga Quinta Agrícola, requalificada no âmbito do programa Polis, com potencialidades pedagógicas e de lazer que proporciona aos visitantes, jardins temáticos, um parque de merendas, hortas biológicas e passeios de bicicleta gratuitos. Os novos equipamentos somam-se aos já existentes: o Circuito Permanente de Orientação, o Circuito de Arborismo e a parede de escalada, o Centro de Aprendizagem e Reabilitação do Comportamento Animal (CARCAG) e aos parques caninos e infantil, ambos de fruição livre. A inauguração contou com a presença de Marco Martins, Presidente da Câmara Municipal, a vereadora da Ação Climática, Ambiente e Qualidade de Vida, Ana Luísa Gomes e o Presidente da União de Freguesias de Gondomar (São Cosme), Valbom e Jovim, António Braz. ■
INAUGURADO 1º TROÇO do Parque Urbano da Archeira No dia 8 de abril, a 1ª Fase do Parque Urbano da Ribeira da Archeira foi inaugurado pelo Presidente da Câmara Municipal de Gondomar, Marco Martins, que se fez acompanhar por elementos do seu executivo, e pelo Presidente da União das Freguesias de Gondomar (São Cosme), Valbom e Jovim, António Braz. O troço inaugurado corresponde a 1,2 km. O trajeto deste percurso tem o intuito de ligar a Escola Básica 2/3 Marques Leitão à Quinta do Passal, onde, por sua vez se inicia um percurso pedonal e clicável com ligação à marginal do rio Douro – o Passadiço do Polis. O projeto final pretende criar um percurso de 2,9 quilómetros ao longo da ribeira da Archeira. O Parque Urbano da Ribeira da Archeira ligará o centro de Gondomar (junto do Multiusos de Gondomar e das Piscinas Municipais) ao rio Douro. “É com muita alegria que procedemos à inauguração desta obra que vem valorizar ainda mais Valbom. É uma obra que os valboenses se orgulham e que vem melhorar ainda mais a nossa qualidade de vida”, refere António Braz. Marco Martins, reconheceu e congratulou todo o trabalho desenvolvido pelas equipas envolvidas no projeto. O responsável aproveitou o momento para reforçar o projeto da rede dos Parques Urbanos planeado para Gondomar e deixou explicita a vontade de ver os gondomarenses a usufruir deste novo percurso. Para o
Marco Martins e António Braz
edil, “este foi uma obra de aproveitamento dos cursos naturais. No decorrer do seu percurso, temos uma margem muito mais natural. É um percurso diferente dos outros, que vale a pensa visitar”. Este é um percurso de pura contemplação pela natureza, perfeito para os amantes de atividades ao ar-livre e para toda a família. Para além disso, em frente à Escola encontrará quatro equipamentos de manutenção. É adiante, em direção à rua da Extrema, que decorre já a empreitada da segunda fase do projeto, o qual representa um investimento global de cerca de 2 milhões e meio de euros. ■
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PRIMEIRO BALCÃO
SNS24 do distrito abre em Jovim
MÁRIO SOARES
PRÉMIO
A União de Freguesia de São Cosme, Valbom e Jovim passou a ter disponível, nos serviços prestados pelo Espaço Cidadão de Jovim, o primeiro Balcão SNS24, através do qual é permitido o acesso a serviços hospitalares, nomeadamente a teleconsultas. Para António Braz, o Balcão do SNS24 “é uma grande conquista, pois permitirá que consigamos, nesta área específica da saúde, dar uma melhor resposta às necessidades da população”. De acordo com o presidente da União das Freguesias, “desde que nos deparamos com a pandemia da COVID-19, a comunicação com os serviços de saúde tornou-se mais complicada, principalmente, para quem tem poucos conhecimentos digitais ou não tem como aceder a equipamentos tecnológicos e à internet”, concluíndo que “este balcão será
uma mais-valia não só para a população do território desta União, mas para todas as pessoas que já recorrem aos serviços do Espaço Cidadão de Jovim e que não são apenas residentes do concelho de Gondomar”. Segundo o comunicado emitido pela Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-N), “este é o primeiro balcão do distrito do Porto a disponibilizar a comunicação com os serviços de cuidados de saúde hospitalares, permitindo realizar teleconsultas com o Centro Hospitalar Universitário do Porto (CHUP)”, sublinhando que este serviço pode ser prestado de duas formas: “através do acesso facilitado e do acesso mediado, nomeadamente para marcar consultas, renovar medicação crónica e realizar uma teleconsulta, com o apoio de mediadores digitais e de forma segura, eficiente e mais próxima”. De referir que o Balcão SNS 24 é uma iniciativa que resulta da parceria entre a ARS-N, os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS, EPE), municípios, juntas de freguesia e os ACES e “desempenham um serviço público fundamental ao facilitar o acesso remoto aos serviços digitais do SNS e na promoção da inclusão digital e social das pessoas”. ■
CIDADANIA E DESENVOLVIMENTO A Delegação Socialista no Parlamento Europeu, Grupo S&D, atribui o Prémio Mário Soares a estudantes do 3° ciclo do Ensino Básico e Secundário que se distingam em trabalhos que valorizem a Cidadania Europeia. PRÉMIO Visita ao Parlamento Europeu
Candidaturas de 2 a 31 de maio de 2022 Para mais informações visite premiomariosoares.eu
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SOCIEDADE
BRUNO MONTEIRO: “Não vale a pena chegar aqui e dizer que "apoia"
e que “faz", porque para nós, o que realmente conta, são as atitudes”
colocarmos a segurança, é ela por ela.
Bruno Monteiro é atualmente o Presidente do Grupo Desportivo do Covelo. Uma Associação que, por sensivelmente, 18 anos esteve inativa. Há quatro anos, Bruno e um grupo de amigos, que agora integram a direção, decidiram dar uma nova vida a esta casa que reúne a identidade desta freguesia do Alto Concelho e desde então têm vindo a lutar pelo seu reerguer. Este ano, a vossa associação comemora 50 anos desde a sua fundação, contem-nos um pouco da vossa história. Sobre o clube, posso dizer que foi fundado por mineiros. O nosso campo, por exemplo, localiza-se nas Minas de Midões. Tanto que, o que nos destaca são os princípios que estas gentes tinham, como a humildade e o espírito de entre-ajuda, dado que o estrato social, vinha de outras bases. Este clube estava encerrado há mais ou menos, 18 anos. O futebol de 11, que era o foco principal, estava inativo, mas para nós, este é um projeto daqui da Terra e nesse sentido, começamos a juntar-nos e a vontade de reabri-lo começou cada vez mais a crescer. Assim, juntamo-nos e começamos a colocar a mão na massa e hoje, estamos aqui. Começamos em 2018 a reerguer este clube que , até então, não tinha nada, por exemplo, o campo estava todo destruído, nem dava para treinar. Esta vossa trajetória tem sido fácil? Não! Eu falo por mim e eles estão aqui como testemunhas. No início houve uma promessa política clara que nos iam ajudar. Depois, quando começamos, todas as promessas desapareceram. Posso dizer que, por três ou quatros vezes deitei-me com lágrimas nos olhos, porque chegar aqui, olhar para o monte de erva de cima e olhar para o campo, era igual. Isto não é fácil e digo-o honestamente, estou aqui pela minha equipa, porque foram eles que me trouxeram para cá. Eles é que puxam muito por mim. Mas é como o nosso lema o diz: “Que tenhamos força para renascer, mesmo quando o chão nos faltar”. Vocês neste momento, são dos únicos clubes em Gondomar que ainda tem um campo pelado, certo? Quando o Sport Clube do Montezelo passar a ter o sintético, apesar do mesmo já o estar atribuído, vamos ser a única associação ativa de Gondomar a ter um campo pelado. Queremos colocar aqui jovens a treinar de forma gratuita, pretendemos realizar um projeto semelhante ao do SPG. C. da Cruz, que está localizado no Porto. O estatuto já está definido, tanto que os nossos jogadores não pagam nada, enquanto que há jo-
gadores na nossa Liga que pagam. Para além de não pagar, eles têm uma série de condições que já conseguimos proporcionar. Hoje, vocês que estão aqui, conseguem ver as dificuldades que temos, principalmente por causa da chuva, para podermos marcar um campo. Todos os fins de semana, quando temos jogos em casa, marcamos o campo, com o objetivo de conseguirmos dar o mínimo de condições nos jogos, porque como ele está, não dá. E isto, dá um trabalho enorme e muitas despesas. Quando o vereador veio cá falar connosco, disse-nos que o apoio deveria ser per capita. Calculei esse valor e é verdade, por per capita, temos a freguesia de Covelo inteira, se formos comparar com o lugar de Gens ou de Jancido, explique-me como é que lá investimos 400 mil euros… Estas coisas têm que ser bem debatidas! Porque cada um, tem que ter em função daquilo que pode ter. Se não, o que acontece, é que há uns clubes que são apoiados, porque dá mais jeito, e outros não interessam. Qual é a importância que o vosso clube traz para esta freguesia? Uma das primeiras coisas que vi nos jogos foi a moldura humana que aqui se mobiliza. É impressionante. Para terem noção, no jogo de Vila Cova, os nossos adeptos trouxeram um autocarro e enchemos as bancadas, no total foram 200 pessoas. Mas a nossa média por jogo é de 100 adeptos. Por isso, para a nossa freguesia, ter este clube ativo é muito positivo. Aliás, que fique bem claro, quem sustenta isto, são os nossos sócios e são as pessoas da freguesia. Neste momento, temos 300 sócios. Esta associação dá outra vida a esta comunidade, porque para além do campo, nós é que limpamos toda esta zona que está ao redor das nossas instalações, porque antes era só lixo e garanto-lhe que se nós não tivermos aqui, isto volta tudo ao mesmo.
Quais são os vossos objetivos futuros? Desde o início que a nossa direção estabeleceu algumas metas. Um dos primeiros objetivos era a sustentabilidade do clube. Mas a nível futuro, pretendemos continuar a melhorar as nossas instalações e colocar miúdos aqui a treinar. Para nós, é o que nos falta. Queremos que eles pratiquem desporto, como se fazia antigamente. Temos que perceber que há muitos meninos no Alto Concelho, que não praticam desporto, porque os pais não têm possibilidades de pagar todos os meses, nem pagar kits. Nós queremos dar uma oportunidade a estes meninos, não queremos saber se eles vão fazer carreira no futebol, porque o objetivo, em primeiro lugar, é fazer pessoas e ter um ambiente familiar. Para nós, o futebol de hoje e principalmente em Gondomar, concentrou-se muito na parte económica e deixou-se de lado a parte social. Nós aqui, somos mais pobres, mas também não temos problemas nenhuns com isso. Sei que não nos podemos comparar aos outros clubes que estão mais evoluídos, mas também, não podemos pegar no Covelo e colocar cá em baixo. Não. Temos é que agarrar no clube e atribuir aquilo que é justo. Nem falo tanto do dinheiro, mas sim do apoio em si. Nós preferimos que nos venham ajudar, porque se tivermos condições, as pessoas sentem-se bem em nos visitar. O que nós queremos é reabilitar esta estrutura, queremos que isto se mantenha vivo e ativo. E a nível desportivo? O nosso objetivo é claro, se tudo correr bem, este ano, pretendemos manter-nos no INATEL, mas para o próximo, queremos integrar os quadros da Associação, na segunda distrital, sempre nos mesmos moldes. Na associação o quadro competitivo é melhor e a Taxa de Jogo, comparado com o INATEL, se nós
E com esse objetivo alcançado acham que pode vir o sintético? Não! Porque na minha opinião isto são represálias políticas e digo-o abertamente. Digo isto porque a Liga INATEL é nacional, por isso, isto depende de como o Município vê a situação. Nós temos a consciência que se o Covelo for para a segunda Distrital, vai ter que se desenrascar. Não vale a pena chegar aqui e dizer que “apoia” e que “faz”, porque para nós, o que realmente conta, são as atitudes. Quando eu vou pedir, não é para a minha casa, mas sim, para uma associação que está ativa. Tudo o que vocês estão a ver, foi pago do nosso bolso e fruto do nosso trabalho. Este campo foi-nos dado pelo Sebastião Ferreira Mendes. Esta foi a nossa maior luta e agora, o campo é nosso. Uma das primeiras coisas que a nossa direção fez, foi legalizar e colocar tudo no nome do clube, tanto que já está registado e legalizado. Aqui, já gastamos mais de 50 mil euros em obras, porque nem luz tínhamos. Como vocês podem ver, os apoios vêm sempre todos para trás, enquanto que para os outros não é assim. Por mim, até podem pegar nos sintéticos usados que têm e colocar aqui. Nós ficamos todos contentes. Qual é a vossa particularidade? Há coisas que nós não abdicamos. Em primeiro, achamos que tanto as equipas que estão em campo, como a equipa de arbitragem, têm que ter segurança. Qualquer tipo de jogador nosso que tenha um comportamento menos ético, é logo convidado a sair. Tanto é, que aqui na Liga INATEL, somos a única equipa que pagamos segurança privada, ou polícia quando assim é necessário, porque somos completamente contra à violência. Esta é a nossa base. As equipas que cá vêm, sejam jovens ou seniores, já sabem que têm regras para cumprir. Nós não concordamos com o que têm acontecido em Gondomar e estamos à parte disso embora admito que comparado às outras Ligas, a nossa é mais violenta, mas isso também tem a ver com os dirigentes dos clubes. Nós aqui, até agora, não tivemos nenhum problema. O que é que espera para os próximos 50 anos? Desejo que não aconteça aquilo que já aconteceu que é perder atividade ou encerrar. Espero ainda que a amizade e o espírito de entre-ajuda, se mantenha. Desejo também que todos tenham oportunidades, independentemente do seu estado social. Porque este clube tem estes princípios como base. Para nós, daqui a 50 anos, ver isto fechado, seria acabar com a equipa que aqui está. Nem se trata do que investimos aqui, mas sim de desperdiçar um clube, uma identidade e todo o trabalho que aqui foi realizado. Espero que as gerações mais novas entrem neste espírito. ■
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SOCIEDADE
No dia 14 de maio, irá decorrer o maior concurso de música europeia, a Eurovisão, que já conta com 66 edições. Neste concurso, já participaram dois nomes gondomarenses. Em Oslo, a fanzerense Filipa Azevedo (à direita), brilhou a representar Portugal no ano de 2010, com a música "Há dias assim". Mais tarde, em 2018, em Lisboa e com a música "O Jardim", a sampedrense Cláudia Pascoal (à esquerda) representou com excêlencia a nossa nação.
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SOCIEDADE
João Nunes: “Durante estes 100 anos, esta casa foi composta por homens e mulheres que deram muito de si à sociedade” Há 34 anos decidiu dedicar a sua vida a esta associação centenária, mas só há cerca de dois anos, após o falecimento do seu melhor amigo e Comandante Gil, é que assumiu este posto. Hoje, ao VivaCidade, fala-nos sobre a Corporação que há um século prepara Homens e Mulheres que servem diariamente a nossa sociedade. Certo é que, uma Corporação centenária como esta, tem muita história, para as pessoas que não conhecem o seu legado, pode contar-nos? Inicialmente, a 12 de setembro de 1922, esta Corporação foi fundada com o nome Bombeiros Voluntários da Areosa. O seu primeiro quartel ficava localizado na Rua D. Afonso Henriques, no Chapeleiro. Pelo meu conhecimento, era o quarto quartel que existia. Durante estes 100 anos, esta casa foi composta por homens e mulheres que deram muito de si à sociedade. Aliás, os Bombeiros da Areosa, surgiram de uma secção dos Bombeiros Voluntários de Ermesinde, só depois, em 1922, como já referi é que foram constituídos como Corporação. Na altura, éramos conhecidos como os Repentinos. Ao fim de 100 anos ser o Comandante desta Corporação, o que significa para si? Em primeiro lugar, sou um Comandante muito orgulhoso dos homens e mulheres deste Corpo de Bombeiros. Atualmente, contando com uma escola de estagiários temos 87 pessoas- 10 estagiários e 77 bombeiros. No entanto, como sabem, porque esta dificuldade é transversal a todos os outros, estamos com uma crise de voluntariado. As entradas e saídas são constantes. Às vezes, por dificuldades profissionais, tenho elementos que forçosamente vão para o quadro de reserva, por não terem a disponibilidade que gostariam de ter. Nesta profissão é fácil distanciar o profissional, do ‘ser’ Humano? Em primeiro lugar, as pessoas não podem pensar que por sermos profissionais temos uma pedra no lugar do coração. Não é assim que funciona. Quando olho para trás, digo com toda a certeza que não sou o mesmo homem que era. Hoje, sou um homem mais frágil emocionalmente com tudo o que tem acontecido e está ainda a acontecer. Perante as atrocidades, não conseguimos ficar indiferentes. Isto acontece-nos no dia a dia. Todos os dias na rua, quando perdemos uma criança, ou um idoso... faz-nos mossa. Nós, que lideramos estas casas, temos que estar atentos aos sinais de alarme dos nossos elementos, porque podem estar a precisar de ajuda e não o reconhecem. Isto vai massacrando e minando, mas também vai-nos dando aprendizagens e transformado-nos em pessoas melhores. Mas falemos de vi-
tórias. Falemos de quando salvamos vidas! Por exemplo, há uns anos, fomos acionados para a rua Padre Joaquim das Neves, para uma vítima em paragem cardiorespiratória. Antes de chegarmos ao local, num primeiro momento, o Presidente Marco Martins ia a passar de carro com a sua filha, quando percebeu que o senhor estava indisposto e a ficar inconsciente. Começou a realizar manobras, até à chegada das equipas de socorro. Ele é, e muito me orgulha de o ser, meu bombeiro… Passado quatro anos, na semana passada, fui à Areosa, perto do mercado e estava a falar com um amigo quando entra um senhor no estabelecimento. Começamos a conversar e o senhor começa a contar-me de uma paragem cardiorespiratória que teve e quando percebi, estava a falar com o senhor que Marco Martins o salvou. Isto para dizer o quê? Que foi uma das nossas grandes vitórias. Nós não sabíamos o resultado do caso, mas encheu-me de alegria que ao fim de alguns anos descobri que estava a falar com uma pessoa, que nós salvamos a vida... quando digo nós, digo todas as equipas de salvamento que estiveram envolvidas... o hospital S. João, os bombeiros de Valongo... Porque nós trabalhamos sempre em equipa. Sentem a responsabilidade de ser os heróis da sociedade? Eu não sinto essa responsabilidade de ser herói. Acho que nós não pensamos dessa forma. O meu Comando vê isto de uma maneira diferente. Nós vemos como... nós estamos cá, nós fazemos parte de uma equipa, independentemente do momento em que estamos a viver… Você já viu a tarefa que os bombeiros ucranianos têm nas mãos? Eles sairam de onde estavam? Não abando-
naram, ficaram lá. Não é pelo mérito… Nós ficamos pela população, pela nossa nação. É isto que nós falamos. Herói? Só o Capitão América (risos). A verdade é esta, nós temos uma tarefa que vai muito para além daquilo que as pessoas imaginam. Eu não quero que fique perturbada com o que vou dizer, porque para mim estes são momentos de partilha, mas já imaginou como é perder uma criança nas suas mãos e os pais ao lado aos gritos? Como é que acha que conseguimos lidar com isto? Devem sentir a amarga sensação da impotência, não é? Completamente! Destrói... Estão a comemorar os vossos 100 anos com um conjunto de iniciativas, fale-nos um pouco sobre isso? No dia 26, realizamos o primeiro simulacro do plano de atividades do centenário desta Associação. Este foi um simulacro de incêndio estrutural que ocorreu na Junta de Baguim do Monte. Estas situações são muito importantes para nós, porque no final conseguimos perceber o que temos que melhorar quando estivermos numa situação real. Entretanto, no dia 23 de abril, vamos ter um segundo simulacro com um camião de matérias perigosas. Ao longo do ano, temos ainda planeado mais seis simulacros, em artérias principais das freguesias de Rio Tinto e Baguim do Monte. Todos eles terão uma vertente específica que compõe as várias valências desta Corporação. Para além dos simulacros, temos uma parceria com o Parque Nascente. Já temos planeado para maio dois exercícios, que representaram um teatro de operações. O primeiro simulacro será explicado e acontecerá no terceiro andar,
perto da fachada do ginásio, vamos realizar uma demonstração de desencarceramento. No dia 15 de outubro, assinala-se o dia da reanimação cardio pulmonar e temos planeado realizar atividades direcionado para este tema, porque é importante as pessoas saberem que, numa situação destas, a viabilidade do sucesso de uma operação depende do suporte básico de vida precoce, ou seja, de alguém que inicie manobras reanimação. Vamos ter ainda no Nascente um mês de exposição no segundo andar, onde vamos ter os nossos equipamentos expostos, para que as pessoas vejam o que são as nossas fardas e o seu valor. Como deixei o melhor para o fim, no dia 25 de maio, no estádio do SC de Rio Tinto, iremos receber o ‘’Bombeiro de Ouro’’. Este é um evento que reúne as escolas de Infantes e Cadetes do Distrito do Porto, que são compostas por meninos dos 6 aos 14 anos. Para além disso, neste mesmo dia, os meninos irão realizar um desfile por Rio Tinto. Iremos trazer cor às ruas desta freguesia. Este foi um projeto que se iniciou na nossa corporação pelo antigo comandante Gil, que faleceu há pouco mais de dois anos. Ele era o meu melhor amigo de infância e substituí-lo tem sido muito difícil, aliás, não há substituição possível (emocionado). Com isto pretendo dizer que estou a limitar-me a seguir o projeto que ele criou. É fantástico ter os meninos nas nossas instalações, traz outra alegria, outra vida, principalmente depois dos últimos três anos que têm sido muito duros para os bombeiros desta casa. Se pudesse descrever-nos esta casa numa frase, o que é que nos diria e o que é que espera para os próximos 100 anos? É muito difícil descrever esta casa numa frase, porque são muitos pontos fortes e muitas coisas boas. Mentiria se dissesse que estaríamos bem, no entanto esta é uma casa composta por pessoas humildes, genuínas, educadas, que estão sempre prontas para ajudar o próximo. Quem passa por uma Corporação de Bombeiros... muda. Nós preparámos homens e mulheres para o que acontece lá fora, porque na rua, muitas vezes, estamos desprotegidos e temos que lidar com situações adversas. Apesar das dificuldades, nós não viramos a cara à luta, porque o cidadão precisa de nós. Nós estamos sempre presentes…É isso que os bombeiros da Areosa têm feito durante o seu tempo de atividade... há 100 anos que estamos ao serviço da nossa população. Espero e desejo que para os próximos 100 esta casa continue a crescer. E não nos podemos esquecer que o mais importante que há nesta casa, são as pessoas, tanto as que por aqui já passaram, como as que hoje a compõem. Não podemos esquecer de dar o devido reconhecimento a estes homens e mulheres, porque o merecem. Não chega só vestir a farda de bombeiro, porque nós estamos aqui para fazer a diferença e nunca deixaremos ninguém para trás. ■
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MYAQUA®
Com novas funcionalidades A Águas de Gondomar disponibiliza no próximo mês de maio a app myAQUA®, com uma nova imagem e novas funcionalidades, de forma a otimizar a interação entre o cliente e a entidade gestora. A par da evolução tecnológica e funcional, a aplicação, gratuita para smartphones, apresentará uma imagem renovada que convida a gerir a informação do contrato de uma forma ainda mais simples e eficaz. Lançada em 2021, a nova myAQUA®, em termos de novidade, apresentará logo no menu de entrada a sistematização da informação do cliente, com um resumo da faturação, última fatura, próximas leituras e faltas de água. O cliente pode ainda, a partir do mesmo acesso, gerir vários contratos que lhe estejam associados e consultar as mais recentes notícias da entidade gestora. Através da app, o cliente poderá ainda enviar ou solicitar a leitura do contador à entidade gestora, podendo ainda consultar históricos de leitura e de consumos. A
app disponibilizará ainda a possibilidade de o cliente optar por receber notificações no telemóvel, recordando o período ideal para a comunicação da leitura do seu contador. No que se refere à fatura, as novas funcionalidades facilitarão a consulta do histórico, a visualização dos documentos em pdf e a obtenção de referências para pagamento Multibanco ou MBway. O cliente
poderá ainda, através da myAQUA®, aderir à fatura eletrónica e ao débito direto. A gestão da informação na área pessoal também foi melhorada, facilitando a alteração e atualização de dados e a consulta de históricos de pedidos. À distância da navegação no telemóvel, será possível efetuar pedidos de serviços de assistência domiciliária e comunicação
de roturas ou faltas de água e ainda verificar em tempo real os alertas na rede. Para aceder, basta utilizar o telemóvel e aceder à área das aplicações e instalar o myAQUA®. Para entrar na aplicação é necessário um registo com os seguintes dados: Código de Entidade; N.º de Contribuinte; e email - para o qual serão enviados os códigos de acesso. ■
MULTIUSOS DE GONDOMAR recebe evento de grande dimensão da U. Porto
Começou hoje, dia 21 de abril e decorre até ao dia 24, a “Mostra2022”, da Universidade do Porto. O evento irá decorrer no Multiusos de Gondomar e pretende dar a conhecer aos jovens o que se desenvolve em cada faculdade desta
academia. A entrada é livre. Apesar da iniciativa ser direcionada para os jovens que estão numa fase de escolher o seu curso universitário, este evento contará com experiências e demonstrações cientificas para toda a família.
Para ajudar com a locumução dos interessados, a Universidade do Porto disponibiliza quatro “shuttles” gratuitos, um deles será situado na estação de Campanhã (Rua da Estação), outro na estação de metro do Estádio do Dragão,
na Faculdade de Engenharia (Rua D. Frei Vicente da Soledade e Castro, à Asprela) e junto ao Planetário do Porto (Campo Alegre). Segundo os responsáveis do evento, nestes quatro dias, o público presente poderá desfrutar de aulas práticas de pintura e desenho, demonstrações de manobras de Suporte Básico de Vida, simulações de julgamentos, experiências de produção de medicamentos e cosméticos, e ainda de exibição de robôs ou submarinos. Para além disso, haverá ainda momentos musicais que ficaram à responsabilidade das Tunas académicas. No seu programa, a Mostra irá receber Álvaro Siza Vieira, o mais premiado arquiteto português. Para mais informações, e para visualizar o programa, pode consultar o site: https://mostra.up.pt ■
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GONDOMAR ASSINALA
Mês Internacional da Prevenção dos Maus-Tratos na Infância Em abril assinala-se o Mês Internacional da Prevenção dos Maus-Tratos na Infância. Em Portugal, a campanha, simbolizada pelo Laço Azul, é amplamente divulgada por todo o território, quer pela Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens, quer pelas CPCJ, que realizam numerosas ações de prevenção contra os maus-tratos. Foi com esse sentido que a CPCJ, em parceria com a Câmara Municipal de Gondomar e o CINDOR, assinalaram este mês de proteção com a construção de um laço colaborativo, na praça do cidadão. Seguindo a premissa, “Serei o que me deres... que seja amor”, várias entidades locais e regionais participaram na cerimónia, contribuindo para a construção de um Laço Azul Colaborativo (cor que simboliza o Movimento Internacional da Prevenção dos Maus-Tratos na Infância). Todos os presentes manifestaram grande alegria na construção do laço colaborativo. No seu discurso, Liliana Martins, responsável da CPCJ, frisou que é por “Amor à Causa de Proteger as Crianças” que toda a comunidade se uniu naquela tarde. Liliana agradeceu o apoio e a sensibilidade do município por esta causa e
estão protegidas nesta rede, que se une, que coopera e que minuciosamente trabalha para a garantia dos direitos das crianças”.
Simbologia do “Laço azul”
sublinhou que este é “Um Município que protege as suas crianças, implementa os seus direitos e semeia a esperança para um futuro melhor. Neste momento difícil que o mundo atravessa, nada melhor do que lembrar que as crianças são a nossa esperança. Sabemos e sentimos que em conjunto protegemos mais e melhor. Proteger compete a todos”, acrescentou Liliana. Marco Martins, aproveitou o momento do seu discurso para enaltecer todo o trabalho que tem sido desenvolvido pela causa da proteção de menores e elogiou o esforço da Comissão que tem vindo a realizar “Um excelente trabalho”.
Pela primeira vez, a CPCJ associou-se à CINDOR e juntos criaram o Laço Colaborativo. Sobre a parceria realizada, a responsável da CPCJ, explica o seguinte: “Para nós, a criança é a jóia mais valiosa e preciosa da coroa, as crianças são o nosso Ouro e o cuidar delas é Arte. Assim, tivemos a honra de associar esta campanha, à Ourivesaria, através do CINDOR, que há 40 anos passa esta herança -que representa a arte identitária do Território Gondomarense- a arte de trabalhar cuidadosamente e de forma muito delicada, através da filigrana, o nosso ouro. Unida compõe a mais linda obra de arte. O nosso sonho é ter nas mãos os instrumentos e saber que todas elas, as crianças,
Em 1989, uma mulher norte americana (Bonnie Finney) amarrou uma fita azul na antena do carro, em homenagem ao seu neto, vítima mortal de maus-tratos. Com esse gesto quis “fazer com que as pessoas se questionassem”. A repercussão desta iniciativa foi de tal ordem que abril passou a ser o Mês Internacional da Prevenção dos Maus-Tratos na Infância. A história que Bonnie Finney contou aos elementos da sua comunidade foi trágica: o seu neto já tinha morrido de forma brutal por ter sido espancado pela mãe e pelo namorado. A cor azul serve para não esquecer os corpos cheios de nódoas. O azul, que simboliza a cor das lesões, servir-lhe-ia por isso como uma imagem constante na sua luta na proteção das crianças contra os maus-tratos. Esta campanha, que começou como uma homenagem desta avó aos netos, expandiu-se e, atualmente, muitos países usam as fitas azuis, durante o mês de abril, em memória daqueles que morreram ou são vítimas de abuso infantil. O Slogan da Comissão Nacional é o “Serei o que me deres…que seja amor”.
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DESTAQUE
25 DE ABRIL “O POVO É QUEM MAIS O Povo unido jamais será vencido. Esta é uma das frases que caracteriza e que mais ecoava nas ruas portuguesas em plena revolução de abril de 1974. Um momento importante na história da política portuguesa. Um marco que, após 48 anos comemoramos com a intenção de lembrar a importância de um poder democrático. Nesse dia caracterizado pela revolução dos cravos, as cidades enchiam-se de gentes que outrora enfrentavam o poder de uma ditadura. O poder do Estado Novo que coartava a liberdade de expressão. Anos de medo e ditadura, iniciados com um golpe militar que culminou na eleição presidencial de António Óscar Carmona, em 1928. Foi durante o seu mandato, apelidado de “Ditadura Nacional”, que foi escrita a Constituição de 1933, que instituía um novo regime autoritário-ditatorial de inspiração fascista -“o Estado Novo». Mais tarde, António Salazar assume o poder e controla a nação apenas com um único partido chamado “União Nacional”. Salazar manteve-se na cadeira presidencial até 1968, data em que lhe foi retirado o poder por incapacidade. No seguimento do seu afastamento, assume a posição Marcello Caetano, que foi quem dirigiu o país até à Revolução dos Cravos. No dia anterior à Revolução dos Cravos, um grupo de militares comandados por Otelo Saraiva de Carvalho instala um posto de comando do movimento no quartel da Pontinha, em Lisboa. O primeiro sinal da revolução é dado com a ajuda da música E depois do Adeus, de Paulo de Carvalho. Após este sinal prévio, foi durante a madrugada de 1974 que, ao som da voz de Zeca Afonso, com Grândola, Vila Morena, transmitida na Rádio Renascença, o país acordara com a certeza que a Revolução de Abril, estava a acontecer. Uma ação encabeçada por lideres de um movimento militar, o Movimento das Forças Armadas (MFA). Um movimento que revolucionou todo o espectro nacional do país e instaurou a democracia. Há 48 anos que vivemos com a liberdade de votar, de falar, de pensar e de sonhar. Há 48 anos que foi devolvido o verdadeiro poder de cada cidadão- a liberdade de expressão. ■
Serafim Gesta ‘’Mazola’'
Pelas ruas da capital, mais precisamente no Terreiro do Paço, em 1974, estava José Ricardo, que com 23 anos, presenciou o momento em que, Marcello Caetano rendeu-se às forças armadas portuguesas.
O que é que se lembra daquela época? Daquela época, do 25 de abril tenho na minha memórias duas partes, a parte emocional e a parte, digamos assim, mais racional, de pensar quais foram os acontecimentos anteriores que levaram à revolução de 1974. Na altura, era militar, mas estava colocado num quartel em Lisboa, no Campo Grande, que tinha pouca ação militar. Apesar de fazer parte do segundo grupo de companhias da administração militar, saiu de lá uma companhia que ocupou a televisão, comandado pelo capitão Bento que eu conhecia, porque ele passava na minha repartição, que era a direção de serviço de intendência. Como estava numa estrutura de administração nem arma tinha, portanto não poderia participar no 25 de abril. Agora, eu sabia que se estava a preparar esse momento. Qual era o sentimento que se vivia entre os militares? Naquela altura com a PIDE, tinham que ter mais cuidado com a informação. Como é que ela era passada? As pessoas que tinham informação, eram as que estavam organizadas. Eu estava or-
ganizado num movimento católico, era a juventude operária católica, que também tinha militares e portanto, a informação circulava. Por exemplo, quem é que sabia que havia censura? Eram os jornalistas e no movimento tínhamos um jornal e os textos tinham que passar por um exame prévio, porque na altura não se chamava censura. Lembro-me que eram depois cortadas a azul, nem sequer era vermelho, era a lápis azul. Eu conhecia a censura, porque levava as provas do nosso jornal aos coronéis para esse exame. Depois, tínhamos que ajustar os textos. Mesmo sendo uma organização católica, também nos cortavam temas que apresentávamos nos jornais. Sobretudo aquelas notícias que falavam das fábrica e dos problemas de trabalhadores. Tínhamos que ter muito cuidado da forma como eram escritos e mesmo assim havia muitos lápis azuis em cima. Tínhamos de conseguir consertar isso, para que o jornal pudesse ser impresso. Assim, sabia perfeitamente o que era o exame prévio e como é evidente, tinha acesso a informação que a maioria dos portugueses não tinha, porque não vinha na imprensa. Por exemplo, greves. Em Portugal pouco se sabia que havia greves, mas como tínhamos militantes operários em todo o país, nós sabíamos onde elas aconteciam, e fazíamos a informação para todos os militantes daquilo que acontecia. Informação que não era pública. Só tinha acesso à informação quem estava organizado, porque como é evidente, nós não tínhamos autorização de tornar pública essa informação. Isto para dizer que, havia muitos milhares de portugueses que tinham informação do que acontecia realmente no nosso país. Isso acabou por originar o 25 de abril. Não havia o medo pela PIDE? Eles não se metiam com a tropa. Aliás, estou convencido que o 25 de abril aconteceu por causa de uma mudança cultural que hou-
ve, desencadeado pelas lutas académicas. Todos aqueles jovens que foram apanhados como responsáveis pelos movimentos, foi-lhes cortada a possibilidade de continuar a estudar e foram recrutados, porque quando se estava a fazer um curso superior, podíamos pedir o atraso para a entrada no serviço militar. Foi a pior coisa que o regime podia ter feito. Porque, essas pessoas que tinham consciência, contaminaram as ideias dos próprios oficiais, que eram formados na academia militar. Portanto, isso teve muita influência no 25 de Abril, não tenho dúvida nenhuma. Dá-se ali um caldo de revolta, que leva a uma mudança de atitude. Sentia-se o medo entre os militares, por fazer frente a um poder político? Não... Medo era da PIDE, de ser descoberto, isso é evidente. Mas medo não, eu pessoalmente não. No sítio onde trabalhava, na direção do serviço de intendência, os meus colegas telefonaram a seguir ao 25 de Abril, os que estavam de folga, a dar os parabéns e a dizer que devia estar muito feliz. Eu que nunca fiz grande propaganda, nada. Quando muito procurava pôr as pessoas a refletir sobre os seus problemas, não dava receitas. Na altura, chamavam-me Zeca Afonso, porque quando estava a trabalhar, na minha secretária, cantava as músicas do Zeca Afonso. Estavam à espera de uma revolução pacífica? Quando se parte para uma guerra não se sabe o que vai acontecer. Na altura, participei como observador no 25 de Abril. Estive no Largo do Carmo, estive no Terreiro do Paço, estive em cima do carro de combate do meu amigo que estava com o Salgueiro Maia. Mas eu não estava dentro do carro de combate, portanto se houvesse algum problema quem ia ser preso era ele, não eu. Eu era igual a qualquer um dos populares que ali estava. Se
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ORDENA” aquilo tivesse corrido mal e se tivesse dado para um confronto militar, centenas de pessoas que ali estavam poderiam morrer. A praça estava à pinha. As árvores estavam repletas de pessoas. Como é que é para si olhar para trás, principalmente quando fala com as gerações mais novas que não presenciaram e saber que esteve presente num dos maiores atos históricos que Portugal tem na sua história recente? É daqueles momentos que lhe marcou para a vida? Não tenho dúvida, todos os que viveram o 25 de Abril, principalmente para os que tiveram naquele espaço onde tudo aconteceu. Eu assisti a saída do Marcello Caetano. Mas a maioria não assistiu. Isso é uma coisa que é marcante.
Serafim Gesta ‘’Mazola’’, é um nítido apaixonado pela história da sua terra, São Pedro da Cova. Nasceu em 1936 e aos 38 anos, declamava em pleno dia de Revolução poemas, pelas ruas da sua freguesia alusivos à revolução. Historiador e jornalista, descreve-se como um seguidor fiel à democracia, e conta-nos o testemunho que ficou na sua memória daquela época vivida.
Como é que era a freguesia de São Pedro da Cova antes da revolução? Eu nasci em 1936, num período agitado da vida portuguesa, neste caso em São Pedro da Cova. Nessa altura, todo o domínio social, económico, politico e até a Igreja, tudo, era ligado ao Estado Novo. Assim todos os indivíduos que tivessem uma inclinação ideológica que não fossem de acordo com estes parâmetros, era considerado comunista e perseguido. São Pedro da Cova, era uma Terra toda ela entranhada nas minas, sendo que apenas uma pequena parte trabalhava nos campos agrícolas e em pequenos ofícios. Politicamente falando, todos podiam votar? Não havia eleições. As pessoas eram colocadas no poder administrativo e judicial sob a orientação das minas, onde todo o fascismo se concentrava. Todo o panorama politico antes do 25 de abril, era dominado pelas minas. Até que chegamos a 1968 e em vez da União Nacional, foi instituído Ação Nacional Popular, que era a mesma coisa. Assim, re-
solveram realizar os cadernos eleitorais para dar um aspeto mais moderno, no entanto, nesses cadernos, que continha o registo de todos os eleitores, apenas uma certa camada da população podia votar. As mulheres não tinha acesso ao voto. Nesses eleições de 68, o voto era entregue à entrada da urna, por isso era uma fantochada. Mas tinham que ir votar, porque se não eles viam no caderno eleitoral que o indivíduo faltou ao voto. Mas ainda sobre a noite de 24 de abril, o Mazola lembra-se do momento em que houve na rádio que estava a acontecer uma Revolução? Lembro-me! Estava precisamente a fazer a barba (risos), era por volta das 7h, porque estava a preparar-me para ir para o Porto, e ouço aquilo... O que é que pensou? Qual foi a primeira coisa que lhe veio à cabeça? Eu era do MDP / CDE (Movimento Democrático Português / Comissão Democrática Eleitoral), era um homem fiel à democracia. Sempre fui. Era até um indivíduo muito olhado de lado e perdia por falar de mais. Tive muitos problemas. Alguma vez teve problemas com a PIDE? Com a PIDE não, mas sim com as forças da Câmara. Eles chegaram a chamar-me e insultavam-me. Às vezes por crónicas que fazíamos. Eles insultavam. Lembro-me de descer as escadas da Câmara revoltado, a chorar, porque eles diziam-me coisas que não se dizia a ninguém. Mas nunca fui preso. Antes de haver a revolução e ouvir na rádio que Portugal estava livre da ditadura, alguma vez pensou que isto poderia acontecer? Não, nunca pensei. Porque aqui, as pessoas iam para missa, para serem abençoados e quem não ia, lia livros. O que aqui nós sabíamos era que o estado prendiam as pessoas, como aconteceu aqui nas Minas. Mas uma coisa tão assombrosa, expansiva e gigante como o 25 de abril, nós não tínhamos a ideia de que isto poderia acontecer. De maneira que, todos esses indivíduos intelectuais que eram do MDP/CDE, arrastaram-me
para isso, quando visitava o Hospital Militar e o Quartel General, e quando dá-se o 25 de abril, eles sondam-me para eu organizar aqui em S.P.C. um movimento que canalizasse mais jovens com o intuito de formar uma Comissão de Dinamização Cultural, integrada na quinta divisão das forças armadas. Assim o fiz e criamos o Movimento Democrático de São Pedro da Cova. O seu objetivo passava por promover a união das forças de base que eram os moradores, isto através da formação de comissões e associações de moradores- Silveirinhhos, Beloi, Tardariz, Belo Horizonte, entre outras. Esse povo era o condutor direto e sem protocolos da revolução. Eles tinham que saber os seus problemas (água, luz...) e levá-los às autoridades. Assim foi. São Pedro da Cova era uma lição a nível do poder popular. Paralelamente a isto, vocês tinham o problema do poder da Junta... Independentemente desse poder popular, há que sanear todo o aparelho gestor, quer a nível de Juntas, de regedores e de indivíduos que ainda estivessem agregados a associações. Assim o fizemos, mas foi um trabalho muito difícil, porque muitas pessoas não entendiam que antes do 25 dia abril, não havia nenhuma nomeação que fosse democrática, era lógico... mas como explicar isso ao povo? Foi muito difícil. Eles não sairam facilmente? Não. Eles não queriam sair. Tivemos que tocar o sino a rebate e eles tiveram que se render. Mas isto já foi muito depois do 25 de abril. Deram-nos muitas dores de cabeça. O Mazola estava presente no momento em que eles saíram? Sim. Mas estava todo borrado de medo. Porquê? Porque foi ali na sede da Junta e eu estava para ver o momento em que eles iam deitar-me da janela a baixo, principalmente por causa do Partido que representava. Comigo estavam 12 ou 14 pessoas a fazer-lhes frente, mas para mim íamos levar todos. Era a minha mulher a chorar na rua, a ver quando é que me atiravam da janela... olha, não queiras saber!
O Mazola é um homem que gosta muito de estudar política e como presenciou todos estes momentos, pergunto-lhe o seguinte: Hoje, completamos mais dias em democracia, do que tivemos em ditadura, questiono-o assim, se na sua perspetiva, o que é que sente que mudou ao longo destes anos? Mudou a liberdade. Hoje temos liberdade de associação, temos liberdade de nos comunicar, de nos expressar! Apesar de que às vezes nem sempre é boa, por causa do ‘linguajar’ que ouço dos mais novos ao sair da escola... isto é uma negação da liberdade de expressão que nasce do 25 de abril, eu repudio isso! Para mim aquilo nem é brincadeira. Mas para além disso, como poeta, aproveitava as festas de SPC e nas marchas que escrevia, fazia sempre alusão ao 25 de abril e ao ambiente próprio de uma democracia. Ainda hoje o faço, que é para ver se isto não adormece. Como estava a dizer-me, antes do 25 de abril, votar não era um direito que todos podiam usufruir, com a revolução conquistamos este direito, só que hoje, vemos as taxas de abstenção que são muito altas, o que é que pensa disso? Eu só votei porque era chefe de família. Mas nem todos o podiam, principalmente, aqueles que eram considerados as “ovelhas ranhosas”. Os jovens de hoje, ideologicamente, não ligam. E, em relação aos grandes problemas que estamos a viver na Europa, estão-se nas tintas. O que eles querem é uma boa vida. É por isto que é preciso comemorar o 25 de abril, focando naquilo que eles nos deu, que é o mais grandioso, a liberdade de expressão, de associação e a liberdade de sonhar, porque muitas vezes, quando ouço os discursos de vários quadrantes políticos, cada um defende a sua ideologia. Devíamos falar apenas do aspeto da liberdade, porque, sei muito bem o que é ter um vizinho a ouvir e a ver o que faço, ou falo, se ouço a rádio, ou até que livro leio, para depois ir dizer à outra parte que eu era um indivíduo perigoso - apesar de não ser perigoso, mas era como as coisas funcionavam. Recordo-me de uma vez, ao falar com um indivíduo de um quadro de autoridade da Câmara de Gondomar este confessou-me o seguinte: “Mazola, vou ser franco contigo, eu era da Policia Municipal e um dia recebi ordem para te ir buscar a SPC. Mas eu não fui”. Isso não evitou que eu tivesse sido chamado duas vezes à Câmara... ouvi coisas na minha cara, que nem me apetece falar. Tudo porque eu denunciava aspetos maus da vida em SPC. Antes de terminar, trouxe aqui um símbolo que foi o resultado da Liberdade de Expressão. Após o 25 de abril, criamos o jornal “Movimento Democrático”, na capa podemos até ver um cravo, que é o sinal da vitória e o jornal “O Diálogo” que é meu. Tinha a vertente de difundir os problemas e reclamar outros. Aqui no “Diálogo” tem a fotografia de um anti-fascista que foi um homem que passou várias vezes pela prisão por denúncia dos bufos das Minas de São Pedro da Cova. Ele sofreu muito. Estas são edições únicas, porque como as pessoas não sabiam ler, não tínhamos dinheiro para fazer mais edições. ■
CULTURA
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MULTIUSOS DE GONDOMAR recebe “Game Day” O mundo dos videojogos esteve de regresso ao Multiusos de Gondomar, no fim de semana de 2 e 3 abril, com o “Game Day”, um Festival de jogos, consolas e simuladores. Este é um evento que reúne em Gondomar, os jogos da última geração (mais recentes do mercado), até aos mais clássicos que estavam em alta nos anos 90. A iniciativa permite aos presentes, de forma gratuita, partilhar conhecimento intergeracional, bem como recordar os tempos passados. Nesse sentido, o “Game Day” é mais uma aposta de entretenimento e diversão, não só para as crianças e jovens,
mas para toda a família. Além de permitir a ocupação dos tempos livres, pretende promover a competitividade saudável, o espírito de equipa e o convívio intergeracional. As novidades este ano foram reservadas aos projetos eletrónicos, mas também à realidade virtual, que ganhou um espaço dedicado. Para os organizadores, apesar da interrupção por conta da pandemia, fui visível nesta edição o aumento da procura por parte dos amantes e curiosos, deste mundo tecnológico. ■
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Gonçalo Lixa Médico Veterinário Clínica Veterinária do Taralhão
POLÍTICA
JUNTAS E AUTARQUIA comemoram 25 de abril
POSSO DEIXAR O MEU CÃO CONTACTAR COM OUTROS ANIMAIS? Com a vinda do calor, aumenta a vontade de intensificar e diversificar os passeios com os nossos animais, o que é extremamente positivo! Não nos podemos esquecer, contudo, que as interações que acontecem no exterior devem ser geridas com cuidado, de forma a salvaguardar a saúde e segurança do seu animal. De uma forma geral, socializar e brincar são atividades extremamente positivas para o nosso cão! Quanto maior o número de experiências diferentes vividas, maior a probabilidade de se tornar um animal calmo, confiante, saudável e feliz. Devemos, contudo, adotar uma atitude defensiva (e calma) sempre que o ambiente não seja o habitual, com outros animais presentes, pois nunca sabemos como o animal que estamos a encontrar se vai portar com o nosso. Devemos inclusive evitar o contacto se o animal demonstrar sinais de agressividade (rosnar, ladrar excessivo para nós, etc) ou medo (orelhas para trás, cauda por baixo das pernas, posição retraída, etc). Caso o animal seja selvagem (como um porco espinho, répteis no geral, ovelhas/ cabras, entre outros) devemos sempre evitar o contacto, pois o stress que o nosso cão causa nesses animais pode levar a que se tornem perigosos. Como garantir que o meu cão não apanha doenças de outros animais? Mesmo contactando com animais simpáticos e sociáveis, estes animais podem ser transmissores de algumas doenças importantes. Deve ter um contacto limitado se o seu animal não tiver o plano vacinal completo ou tiver alguma imunodeficiência (seja por doença, ou por estar em idade pediátrica/ geriátrica). Para salvaguardar a proteção contra a maior parte dos vírus/ parasitas encontrados no ambiente, é aconselhável que o seu cão seja desparasitado internamente a cada 3 meses e externamente de forma mensal. Um plano vacinal completo implica (pelo menos) a vacina da raiva a cada 3 anos e a vacina tetravalente (ou apenas da Leptospirose) anualmente. A vacina da tosse do canil e da leishmaniose poderão também ser recomendadas, caso a caso. Deve ter ainda em atenção que nem todos os desparasitantes são iguais, sendo importante que o produto que está a aplicar tenha qualidade e eficácia comprovadas. Saliento, finalmente, que este contacto com o ambiente externo tem sempre mais vantagens do que desvantagens. Não existem garantias de doença zero, e o risco existe, mas pode ser controlado. Um cão feliz deve sempre passear e socializar! ■
Como todos sabemos, o 25 de abril é uma das datas comemorativas mais importantes para o povo português. É nesse sentido, que Gondomar não deixará passar este dia em branco. A Câmara Municipal, bem como as Juntas de Freguesia delinearam um conjunto de iniciativas para assinalar este dia. O Município de Gondomar realizou um plano de atividades que se iniciou no dia 19 de abril e irá decorrer até ao dia 30 de abril. No dia 21, pelas 17h 30m, será inaugurada a exposição ‘’25 de abril em Cartaz’’, na Biblioteca Municipal de Gondomar Camilo de Oliveira. No dia 23 de abril, pelas 21h 30m, no Auditório Municipal de Gondomar, decorrerá um ciclo de conversas-concerto, no ‘’Conta-me Histórias com Luís Represas’’. No dia 24 de abril, pelas 21h 30m, a Casa Branca de Gramido será palco do evento ‘’Canções para a Liberdade’’. Para o dia 25 de abril, às 10h, a autarquia planeou a realização de uma Sessão Solene, onde presenciaremos o hastear da bandeira, nos Paços do Concelho. Nesse mesmo dia, pelas 16h, o Auditório Municipal de Gondomar irá receber a Banda Musical de Gondomar, para um momento musical. No dia 30 de abril, pelas 21h 30, as comemorações terminarão com um concerto acústico, pela voz de Paulo de Carvalho, no
Auditório Municipal de Gondomar. O artista far-se-á acompanhar pelo pianista cubano Victor Zamora. Quanto a Rio Tinto, as comemorações iniciam no dia 20 e irão decorrer até ao dia 30 de abril. No dia 20 será inaugurado uma exposição de cartazes do 25 de abril, no Logradouro da Junta de Freguesia. No dia 23, pelas 21h 30m, o auditório do Centro Cultural de Rio Tinto, receberá o evento Conversas Culturais “Cumprir abril no Poder Local”. No dia 24 de abril, à mesma hora e no mesmo local, decorrerá a Sessão Solene das comemorações do 25 de abril. Nesta Junta, o dia 25 iniciará pelas 10h, com o hastear da Bandeira e às 10h 30, decorrerá o Concerto da Liberdade, com a Banda de S. Cristovão de Rio Tinto. No dia 26, pelas 10h, no Salão Nobre da Junta de Freguesia, irá decorrer a Assembleia Especial- Escolas. No dia 30, as comemorações terminam pelas 16h, com uma Tertúlia Poética ‘’Declamando abril, rimando maio’’, na Junta de Freguesia. Em Baguim do Monte, destacamos do seu programa a Sessão Solene que, marca o arranque das comemorações no dia 24 de abril, pelas 21h 30. No dia 25, pelas 9h, presenciaremos o hastear da Bandeira e um torneio da liberdade, no Pavilhão Municipal de Baguim do Monte. A União de Freguesias de Melres e Medas também programou várias atividades para comemorar esta data. No dia 24 de abril,
pelas 10h, decorrerá uma Caminha da Liberdade, em Melres. No dia 25 de abril, irá decorrer em Medas, uma caminhada da Liberdade e pela Paz. Ainda em Medas, destacamos o Hastear de Bandeiras na sede do Rancho. Haverá ainda ao longo do dia várias atuações. Pode consultar o programa na página 23. As atuações terminaram com a atuação do Grupo de Guitarras e Vozes da Banda Musical de Melres. Em Fânzeres e São Pedro da Cova, as comemorações iniciam no dia 22 de abril, pelas 21h 30, com Cantares Populares do Orfeão de São Pedro da Cova e com uma atuação do Grupo de Cavaquinhos do Movimento Sénior Saúde e Bem-Estar. No dia 24 de abril, pelas 21h 30, na Junta de Freguesia de São Pedro da Cova, irá decorrer o evento Grupo Sons de Abril. Nesta União de Freguesia, o dia 25 de abril começará pelas 9h, com um desfile do Grupo de Motards, os Mineiros e um passeio de cicloturismo. Depois, às 9h 30m, decorrerá o hastear das Bandeiras, na Junta de Freguesia de SPC, nesse mesmo dia às 11h, o hastear das Bandeiras será em Fânzeres, assim como a Sessão Solene. Ainda no dia 25 de abril, iniciará às 15 h, uma tarde de Folclore, no Largo Júlios Dinis, em Fânzeres. O programa da União de Freguesias, termina no dia 1 de Maio, com um Concerto da Banda Musical de São Pedro da Cova, no Coreto do Bairro Mineiro. Pode consultar o programa completo na página 11 do nosso jornal. ■
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RUA 25 DE ABRIL, 364 (S. COSME) ENTRE A CLÍNICA DE GONDOMAR E O EDIFÍCIO MAFAVIS
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POLÍTICA
NUNO FONSECA eleito para o Conselho Diretivo da ANAFRE Para quem não está ligado a estas questões políticas, explique-nos o que é a ANAFRE? A ANAFRE é a entidade que representa a maioria das freguesias de Portugal. Considerando que, na mesma ótica que temos a Associação Nacional de Municípios, que representa a totalidade dos municípios, onde penso que apenas um não é associado... A ANAFRE representa mais de 2 mil, das 3 100 freguesias existentes.
Começa agora este mandato, que marca é que quer deixar na própria instituição? Eu não quero deixar uma marca pessoal na Instituição, quero é contribuir com o meu trabalho e com a minha dedicação, com o meu empenho e com os meus conhecimentos, sempre em prol do trabalho geral das freguesias. E, nesta fase em que nós estamos a entrar, existem desafios muito grandes para as freguesias. Existe o processo da reorganização administrativa... a possibilidade das freguesias poderem ter uma opinião sobre o seu processo de fusão administrativa que aconteceu em 2013. A própria descentralização de competências, porque as freguesias vão assumir novas competências e é preciso capacitar os autarcas. E, todo o trabalho que é necessário desenvolver para que as freguesias tenham uma maior competência. Nós, agora, estamos numa fase, em que vamos colher alguns frutos do trabalho que foi feito pela ANAFRE nos últimos quatro anos, como por exemplo o facto das freguesias serem entidades elegíveis a fundos comunitários.
Qual é a sua principal função? A principal função é a representatividade institucional da Freguesia. A ANAFRE é um parceiro social, que tem representação em vários organismos. É ainda ouvida a nível de produção legislativa, na Assembleia da República, como parceiro social... faz uma ligação institucional aos Órgãos do Governo e também até à União Europeia, através do Comité das Regiões. A sua luta é em prol dos interesses das freguesias. Internamente, junto às freguesias, possui serviços que são de interesse e que são úteis para as mesmas, nomeadamente, o aconselhamento jurídico, porque nós sabemos que as freguesias não têm a capacidade que têm os municípios. Damos ainda formação quer aos autarcas, quer aos funcionários. Como é que surgiu esta proposta para que uma freguesia do concelho de Gondomar, como Rio Tinto, tenha o seu autarca numa posição tão relevante? A representatividade é institucional, dentro dos partidos. Tradicionalmente, os órgãos da ANAFRE são de listas únicas, com acordos partidários, ao mais alto nível - PS, PSD, PCP, CDS, Independentesque são as representatividades a nível de presidência de Juntas e Assembleias de Freguesia. O partido que detém o maior número de presidências de freguesia indica a figura que vai assumir a presidência da Associação Nacional de Freguesias, e os outros partidos indicam os restantes elementos. Na ANAFRE temos os seguintes órgãos: Conselho Diretivo; Conselho Geral (órgão que funciona entre congressos, e tem a função de aprovar contas, entre outras coisas); e depois temos as 20 delegações distritais, 18 do território nacional e mais duas das regiões autónomas. No meu primeiro mandato, fui convidado para ser membro do Conselho Geral e, no meu anterior mandato, a nível distrital, fui convidado para assumir a presidência da Delegação Distrital do Porto e agora, neste último mandato, subi ao Conselho Diretivo, como Coordenador do Pelouro das Delegações e a Formação. Teria essa função, se não fosse Presidente da Junta de Rio Tinto? Não. Se o Presidente da Junta de Rio Tinto é Vice-Presidente da ANAFRE, por ser de Rio Tinto, isso não é uma realidade
porque nunca aconteceu antes, sendo que esta instituição tem mais de 30 anos. Agora, as duas coisas estão ligadas, ou seja, o Nuno, que é presidente da Junta de Rio Tinto que também consegue, dessa forma ser dirigente nacional da Associação Nacional de Freguesias. As duas coisas não se distinguem uma da outra, por isso é que digo que temos que ter uma dose de realismo. Isto é, nem é o Nuno que vale só por si, nem é o presidente da Junta de Rio Tinto que vale só por si, são os dois em conjunto. Porque esta eleição vai também ao encontro de trabalho passado já realizado, tais como: as funções desenvolvidas a nível da Coordenação Distrital da ANAFRE, que ganha visibilidade no Distrito do Porto e politicamente dentro do PS; a nomeação para os órgãos nacionais acabam por também ter aqui, alguma leitura nacional e alguma representatividade distrital e eu, tenho a sorte de ser de um Distrito forte, que é o Porto... Tudo isto, em política conta, nada conta sozinho. No fundo é também um reconhecimento destes oito anos que teve, como autarca à frente da Junta de Rio Tinto... Eu acho que sim, porque se estes oito anos tivessem corrido mal, se não tivesse uma imagem positiva dentro do partido e se o trabalho desenvolvido mesmo dentro da ANAFRE, não fosse um trabalho positivo, não teria recebido a proposta, porque aqui o cargo é para o Nuno, não é para o presidente da Junta de Rio Tinto.
Falou sobre um ponto importante que é a possibilidade de recorrer a fundos comunitários. Acha que os seus colegas autarcas possuem essa consciência? É o trabalho que nós temos que fazer dentro da ANAFRE. Há pouco dizia que nós temos que capacitar os nossos autarcas para que eles comecem a assumir essas competências e a acederem a esses patamares que lhes vão dar capacitação e treino, e o processo vai começar a ser cada vez mais fácil. Promoção, defesa e diagnóstico do poder Local são as grandes premissas que vai defender? Sim. Claro. Esse é o principal trabalho da Associação. E o meu objetivo será contribuir para que as coisas funcionem de maneira diferente. Eu melhoro muito a minha maneira de estar com o facto de pertencer a esta associação, porque tenho informação em primeira mão, porque enquanto os meus colegas aguardavam a saída de uma lei, relativamente ao caso da desagregação das freguesias, nós já andávamos a discutir o assunto e opinamos relativamente à proposta de lei. Há até um artigo na proposta de lei que fui eu, dentro do PS, que fui um dos grandes impulsionadores desse artigo e ele está lá. Isso para mim é importante, porque dá-nos conhecimento, porque estamos no centro das decisões. Não somos a entidade que decide, mas somos a entidade que tem o poder de discutir com quem decide e isso, é fundamental. Sobre a desagregação pergunto-
-lhe se, o Nuno Fonseca, tem alguma opinião sobre o assunto? O Nuno Fonseca tem a opinião de que é necessário encerrar um assunto. Agora, se a opinião é para desagregar, ou para manter como está, não tenho opinião sobre isso. Porque essa opinião compete a cada um. Cada um nas diversas Uniões de Freguesias que existem. Eu acho que passado estes oito anos, já percebemos que há situações que nunca funcionaram, há situações que funcionaram mal e há situações que funcionaram bem e que estão estabilizadas. No caso concreto do nosso concelho, qual é a sua opinião? Não posso dar a minha opinião sobre esse assunto. Não é por não ter uma opinião, porque tenho, mas não a quero dar. Acho mesmo que não vale a pena fazer ruído nesta situação. Vamos ser claros, o que é que existe? Existe uma necessidade de encerrar um assunto que começou em 2013. Este assunto correu tão mal que há a necessidade de o encerrar. Quando digo encerrar o assunto, significa haver um período de tempo em que as freguesias que não foram ouvidas, onde a sua opinião não teve nenhum tipo de valor, agora tenham a oportunidade de tomar uma decisão que é, ou reverter, ou deixar como está. E, as duas decisões são iguais e têm o mesmo valor... ambas vão permitir encerrar um processo que parece que nunca mais tem fim. Para terminar, a quem é que deve um obrigado por ter chegado a onde chegou? Eu devo agradecer à equipa que trabalha comigo no seu coletivo, sejam eles os membros do executivo, da Assembleia e os funcionários da Junta. Estas três equipas que trabalharam comigo nos meus mandatos, é que permitiram que o meu trabalho fosse reconhecido. Devo um obrigado a toda a minha equipa, porque uma freguesia deste tamanho é assim que é gerida, porque eu, enquanto Presidente da Junta, sou o líder desta equipa que diariamente está comigo. Se tiver que dar um obrigado a alguém é a eles. É um leque muito grande de pessoas, diria até que ultrapassa a questão partidária, os autarcas da assembleia de freguesia, os meus colegas do executivo, todos os funcionários e até mesmo as pessoas mais anónimas. Nós vamos percorrendo a vida e vamos envelhecendo, e cada vez mais notamos que esse caminho é feito com bagagem, eu não sou o mesmo autarca de 2013, mas não sou o mesmo autarca porque sou melhor ou pior, é porque eu já não olho para o mesmo assunto da mesma forma que olhava. ■
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DESPORTO
Nuno Fonseca
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GAS ANUNCIA 16ª edição do Rali de Gondomar
Falemos de Centralismo ou… de descentralização Portugal é um país com uma estrutura muito centralista. Um pequeno país “à beira mar plantado”, mas com uma capital que consegue sugar toda a decisão política para o seu interior. Não nos faltam exemplos para ilustrar esta situação que, além da decisão política, arrasta também o poder financeiro, com um município cujo orçamento é de mil milhões, comparativamente com o de poucas centenas de milhões de euros, destinado à segunda maior cidade do país. Mas o problema é que esta centralidade ou, digamos, desigualdade é transversal a todo o território e pode ser verificada a diversos níveis. Cada vez mais, vemos o país a “inclinar-se para o mar”, com a desertificação do chamado interior e a deslocação das populações e dos recursos para os territórios do litoral. Podemos verificar este fenómeno, tão característico em Portugal, num país tão pequeno e que é atravessado de uma ponta à outra em poucas horas, em diversas escalas. Esta constatação torna-se evidente quando olhamos para a capital em comparação com o resto do país, quando vemos as áreas metropolitanas em comparação com as outras regiões do país. Verificamos o mesmo fenómeno quando comparamos a faixa litoral com o interior e, ainda, quando vemos os concelhos de maior densidade populacional em comparação com os restantes concelhos dentro de cada distrito. E se quisermos ir para uma escala ainda mais pequena, verificamos esta ação centralista quando olhamos para as competências e fundos de um Município, comparado com as competências e fundos de uma Freguesia. Está mais do que provado que centralismo não representa melhor gestão ou divisão de recursos, centralismo representa, sempre, em qualquer que seja a escala, maior desigualdade. E é exatamente por isso que a descentralização deverá ser um desígnio nacional, em que todos os órgãos políticos e administrativos se empenhem, para que o país seja mais homogéneo e gerido de uma forma mais equilibrada. E temos aqui vários patamares de resolução deste fenómeno. À cabeça está, obviamente, a criação de regiões administrativas, ou seja, a Regionalização. Gerir fundos e investimentos a uma escala mais pequena, onde a decisão e a comparação sejam adstritas a um espaço territorial mais pequeno. Nem sequer me parece que os custos da implementação de uma nova administração possam ser considerados despesa, pois certamente, os mesmos serão rapidamente compensados, com uma gestão de proximidade e onde serão eliminados vários patamares de decisão que hoje existem e que são fruto desta centralidade. Temos, ainda, a descentralização de diversas competências do Estado Central para as Áreas Metropolitanas ou para as Comunidades Intermunicipais e para os Municípios, da mesma forma que, estes últimos, podem e devem descentralizar para as Freguesias.E este último processo que referi e que, nos últimos tempos, tem trazido alguma polémica, com a acusação, por parte de alguns Autarcas de Municípios, de que este processo é apenas descentralizar tarefas sem capacidade de decisão e sem os meios adequados, não pode servir, por isso mesmo, para descredibilizar a necessidade de termos um país menos centralista, nem anular a necessidade da criação de regiões administrativas. A descentralização, que está em curso, em todos os seus patamares, ou seja, Estado – Municípios – Freguesias, deve ser um momento de total reforma administrativa do país, mas acima de tudo, um momento de mudança e de reforma do nosso território. Deve merecer o empenho de todos os responsáveis políticos na vontade de descentralizar, no reconhecimento da necessidade da transferência das verbas adequadas e, principalmente, na noção clara de que Portugal não pode perder mais esta oportunidade de ser um país com uma administração de proximidade, com uma excelente otimização na gestão de recursos e, prioritariamente, um país igual, onde todos os territórios são tratados de forma igualitária, onde todos os cidadãos tenham as mesmas oportunidades, independentemente do local onde habitam, e onde todo o país se desenvolva, ao mesmo ritmo. Não podemos perder mais esta oportunidade.
Na segunda semana de abril, o GAS (Gondomar Automóvel Sport) realizou a apresentação pública da 16ª edição do Rali de Gondomar, na Casa Branca de Gramido. Apontada como uma das maiores provas automobilísticas da região, a disputa está de volta à estrada no dia 24 de abril. Considerada uma das maiores manifestações automobilísticas da região, o Rali de Gondomar regressa às estradas gondomarenses e paredenses a 24 de abril. Promovida pelo Gondomar Automóvel Sport (GAS) a prova, a desenvolver domingo, reúne a
nata de pilotos e viaturas do Campeonato Start Norte de Ralis, Desafio Kumho e uma prova extra. A noite marcou o regresso às apresentações públicas a cargo do Gondomar Automóvel Sport. Depois de um período de afastamento devido à COVID 19, marcando presença para reafirmar aquela que é a prova que faz os corações dos Gondomarenses pulsar ao ritmo dos motores dos carros. O evento contou com a presença de algumas personalidades representantes de entidades do Município, do vereador do Desporto, José Fernando Moreira e de patrocinadores.
De seguida, poderá ler o Programa: Parque de Partida (Feira Gondomar): 14:30h; Assistência ENTRADA; Assistência A - (Feira Gondomar): 14:33h; Assistência SAÍDA: 14:48h; Reabastecimento; PE 1 - FPCAR (Covelo) 1: 15:26h; PE 2 - O Cabeças (Ag. Sousa) 1: 15:29h; PE 3 - FPCAR (Covelo) 2: 16:49h; PE 4 - O Cabeças (Ag. Sousa) 2: 17:22h; Assistência ENTRADA; Assistência B - (Feira Gondomar); Assistência Saída / Reagrupamento Entrada - (Feira Gondomar): 18:02h; PE 5 - Sucatas David (Covelo) 3: 18:50h; PE 6 - Sucatas David (Ag. Sousa) 3: 19:08h; PE 7A - Super Especial: 19:34h; PE 7B - Super Especial: 19:43h; Pódio IN Parque Fechado: 19:53h. ■
SELEÇÃO NACIONAL DE FUTDOWN destaca-se no Campeonato do Mundo A seleção nacional de Futsal Síndrome de Down, conquistou este mês o 4º lugar no Campeonato do Mundo, que decorreu no Perú. Com este resultado, Portugal melhora a sua classificação alcançado em 2019, que corresponde ao 5º lugar. O afastamento de Portugal da corrida ao
pódio foi no jogo frente à Turquia, onde a equipa perdeu por 5-1. Apesar do Brasil ter levado para casa o seu segundo troféu, Portugal recebeu a medalha de melhor jogador da prova, que foi atribuída ao guarda-redes da seleção nacional, Hugo Silva. Os gondomarenses Daniel Maia e César
Morais também brilharam na prova ao serem responsáveis pela grande parte dos golos marcados da nossa seleção. Estes atletas em novembro de 2021, já foram reconhecidos pelo Município do Porto pelas medalhas obtidas no EuroTriGames (Campeonato Europeu para Atletas com Trissomia 21).■
ACADEMIA DE GINÁSTICA PAULO VI
conquista quatro medalhas no Campeonato Distrital A Academia de Ginástica Paulo VI (AGPVI), clube de Ginástica Acrobática situado em Gondomar, esteve presente nos dias 2 e 3 de abril no Campeonato Distrital Base. Este campeonato teve como objetivo apurar os campeões distritais e territoriais e ainda apurar os atletas que irão competir no Campeonato Nacional do Escalão Base, da Federação de Ginástica de Portugal. A AGPVI marcou a sua presença com 47 atletas em prova. Desta competição, conseguiram arrecadar 4 medalhas de ouro e 3 medalhas de prata,
sendo que dos 47 atletas em prova, 14 conseguiram apuramento para o Campeonato Nacional a realizar em maio. Depois de duas épocas competitivas atípicas, devido à pandemia COVID-19, o Clube trabalhou para regressar ao praticável com toda a força e vontade de ganhar que ficou em suspenso, tendo batido o recorde interno de atletas apurados ao Campeonato Nacional do Escalão Base. A Academia de Ginástica Paulo VI é o único clube de Ginástica Acrobática do concelho de Gondomar. ■
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ENTREVISTA CULTURA
ANA GUIOMAR | Texto: André Rubim Rangel
Fotos: Ana Guiomar
Com 14 anos começaste a representar: foi por mera aventura ou já era com o intuito de quereres seguir esta carreira? Foi completamente inesperado. Fiz um casting para a antiga NBP, ainda no teatro Vasco Santana, e acabei por entrar nos «Morangos com Açúcar». De todo esse primeiro grupo de atores de «Morangos com Açúcar» és das únicas no ativo, continuando a representar? Isso faz-te pensar porquê tu? Sentes-te uma sortuda, com oportunidades? Acho que não estão a fazer muito bem as contas. A taxa de atores que continuou nesta área é grande, talvez até seja mais positiva que negativa, pelo menos das minhas séries. E, na realidade, nem toda a gente quer o mesmo, portanto é normal haver sempre quem desapareça ou mude de ares. Já com várias telenovelas, séries e peças teatrais em que participaste, és querida pelo público. Na tua autoanálise, qual a tua melhor qualidade e característica que faz conquistar quem te vê? Acho que tenho feito personagens bastante carismáticas e com o humor sempre presente. Esta minha personagem Aida, do «Festa é Festa», por exemplo, faz coisas completamente malucas e disparatadas. Numa altura em que todos queremos alguma leveza, acho que o público acaba por se aproximar e ter um carinho especial por isso. Segundo uma entrevista que deste, consideras-te uma pessoa ‘explosiva’: sentes que isso te traz mais sabores ou dissabores? Acho que a idade cada vez mais me tem feito menos explosiva. É curioso porque também o teatro nos trabalha isso. Quando há um erro em palco temos que nos perdoar a nós próprios e seguir. Sendo tu uma pessoa divertida e de gargalhada fácil faz com que sejas e te sintas sempre feliz? Como buscas normalmente a felicidade constante? A minha felicidade passa sempre pela normalidade. Gosto de ter rotinas, de me apoiar na minha família e nos meus amigos. Ter a oportunidades de fazer aquilo que gosto também ajuda bastante. Para ti, representar é sempre igual? É preciso sempre o mesmo, seja televisão ou teatro? Cada projeto é um desafio, cada encenador tem uma abordagem diferente, cada coordenador de projeto tem as suas ideias.
“Se há coisa que me fa
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CULTURA ENTREVISTA
az gostar do meu trabalho é a sua diversidade” Se há coisa que me faz gostar do meu trabalho é a sua diversidade. Por exemplo, este espetáculo os «Perfeitos Desconhecidos» foi a primeira vez que trabalhei com o encenador Pedro Penim e com o restante elenco. Foi uma aprendizagem incrível. Estivemos muitos meses em cena e sempre a aprender com os colegas e com o público.
vista que “custou habituar-me à minha voz”. Mas não gostavas dela? Como foi adaptares-te e lidares com ela? Ver a nossa imagem e voz no início é sempre estranho. Temos uma perspetiva e imagem sempre muito diferentes daquilo que somos. Reparamos em coisas que só nós reparamos: normalmente, o sentido crítico é grande.
Neste momento, como referiste – e além das gravações de «Festa é Festa» –, estás aos fins de semana no Porto com a peça «Perfeitos Desconhecidos». Quem são esses desconhecidos e por que são perfeitos? Estamos em cena até dia 8 de maio, no Teatro Sá da Bandeira, às sextas e sábados às 21h e domingo às 16h. A peça fala de um grupo de amigos que jantam regularmente, onde todos acham que se conhecem de olhos fechados, até ao dia em que a personagem Júlia propõem um jogo bastante íntimo. É a partir desse momento que começamos a perceber que não sabemos nada sobre quem nos rodeia: aqui aparece o melhor e o pior do ser humano. O elenco é composto por mim, pela Sara Barradas, Cláudia Semedo, Jorge Mourato, Filipe Vargas, Samuel Alves e Martinho Silva.
Enquanto mulher e artista, notas que ainda há muita desigualdade salarial entre géneros e que, a que há, seja abismal? Acho que não posso responder a esta pergunta com leveza, nem dizer nada sem comparar dados, não me apetece abordar este tema aqui, de forma leve e passageira.
O que faz com que o teatro exija mais de ti, comparativamente com o “fazer” televisão? O teatro exige mais foco e mais concentração. Quando estamos em palco se nos enganarmos não podemos cortar e fazer de novo, é necessário falhar o menos possível. Para além do tempo que temos para trabalhar o texto, o que é maravilhoso em teatro. Ao lado do Porto temos Gondomar, área deste jornal. O que melhor conheces desta cidade? E/ou já fizeste algum trabalho na terra da filigrana? Sinceramente, não vou a Gondomar há algum tempo. Não me lembro de ter feito qualquer trabalho nessa zona. Mas conheço e gosto de Gondomar. Outra tua área de eleição têm sido as dobragens: isso implica teres de inventar e treinar vozes sempre diferentes? Tu é que escolhes o tipo de voz ou como se processa? Confesso que o trabalho de dobragens não é o meu preferido. Ao contrário do que se pensa é um trabalho muito exigente, que exige uma concentração enorme e acho que muito mal remunerado em Portugal. Não é qualquer pessoa que pode ou consegue fazer dobragens. Divirto-me quando são filmes de animação, que me dizem alguma coisa ou dos quais sou fã, como o «Hotel Transilvânia», por exemplo. Há uns anos, referiste noutra entre-
E sente-lo acontecer contigo? Achas que, um dia, essa situação se inverterá e de que modo? Mais uma vez não vou desenvolver este tema. Não tenho dados para isso. Passemos a um lado mais positivo: aos prazeres da vida que mais aprecias e buscas, além do gosto pela cozinha portuguesa. Um deles é viaja Qual a tua viagem / país de sonho, o que gostarias de fazer lá de diferente – se já não fizeste – e porquê? Neste momento, quando penso em viagens, só me apetece mesmo descansar. Portanto, qualquer destino de praia seria ótimo. A longo prazo tenho muita curiosidade em visitar a Costa Rica, a Austrália, tanta coisa. Outro prazer é a leitura. Consegues ter tempo para ler com regularidade, com gravações e atuações ao vivo? E qual o livro lido até hoje que mais te tem ensinado e acompanhado? Muitas das vezes não me é possível ler nada. A novela, realmente, ocupa-me muito tempo e é necessário ler os episódios para se estar a par da história. Posso dizer que neste momento estou a ler o «Misantropo», do Molière. Assim como em 2015/16 tiveste um projeto ligado à gastronomia (que deu em livro), contas realizar um novo projeto alusivo a um desses prazeres da tua vida? Gostava muito de fazer um programa de televisão ligado a viagens e gastronomia. Tal como a cultura, a gastronomia diz muito sobre o povo. Por último, que mensagem final e motivacional podes deixar aos nossos leitores nestes tempos difíceis, de guerra, de desalentos e de crises inerentes? Ter esperança, amor e união. ■
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Posto de Vigia
Manuel Teixeira Professor Universitário e investigador do CEPESE (UP)
ESTAMOS OU NÃO A APERTAR O CINTO DA AUSTERIDADE? 1 – É público e notório que todos os preços de serviços e bens de consumo, estão a subir. Em alguns casos de forma escandalosa. Uns por escacez de produção, outros por encarecimento das matérias primas, e ainda alguns por falta de mão de obra adequada. Finalmente, um quarto fator que, em alguns casos, tem até o maior peso nos custos finais: o descarado oportunismo de ocasião por parte de alguns agentes económicos. A verdade é que a escalada de preços nos entra pela porta dentro, e o consumidor fica indefeso perante estes fenómenos muito difíceis de controlar. Não são apenas os bens alimentares e de consumo permanente, sobretudo os correspondentes ao designado cabaz familiar, mas também todos os outros produtos que a dinâmica da vida a todos impõe: habitação, vestuário e calçado, equipamentos correntes, manutenção e conservação, etc. 2 – É por tudo isto que os políticos, governantes ou não, e os economistas lançam justificações e alertas, procurando cada um encontrar, segundo o seu “engagement” social, as suas explicações para estes fenómenos. É a dita inflação causada pelos efeitos da guerra; são as consequências de dois anos de pandemia; é a incapacidade dos governos para definirem políticas de contenção de abusos, etc, etc. Há argumentos para todos os gostos… Não há dúvida que esta assustadora onda de escalada do custo de vida não é só portuguesa. Estende-se a todos os países da europa, e, em bom rigor, vai muito para além das fronteiras do velho continente. Mas estes fenómenos não têm os mesmos efeitos em todos os países, nem em todos os setores de atividade. Depende muito das estruturas económicas de cada região, do seu grau de desenvolvimento, e das políticas dos respetivos governantes. 3 – No que a Portugal diz respeito, os efeitos são pesadíssimos para o cidadão comum. Uma inflação de cinco por cento no nosso país é muito mais dolorosa do que o dobro deste valor na Alemanha ou nos Estados Unidos. Pela simples razão de as famílias, nestes países, terem muito maior poder de compra. Logo, é exigível que as políticas defensivas entre nós tenham de ser também muito diferentes, e adaptadas ao nosso quadro económico. É por isso incompreensível que o Governo negue o óbvio, ao afirmar que os portugueses não estão nem vão entrar num novo período de austeridade. Porque para haver austeridade basta que os cidadãos percam poder de compra. Isso já todos sentimos nas nossas carteiras. E assim sendo somos obrigatoriamente forçados a apertar o cinto, porque ao pagar tudo mais caro ficamos com menos dinheiro disponível. Contra factos não há argumentos…
DESPORTO
EUROBOL 2022 esteve de volta a Gondomar O EUROBOL 2022 - Torneio Europeu de Voleibol Juvenil- reuniu em Gondomar vários jovens de várias idades e nacionalidades. Este é a oitava edição do evento que esteve parado por causa da pandemia. A organização do evento é da responsabilidade da Ala Nun’Álvares. O evento decorreu entre os dias 14 e 16 de abril. “Este é um sonho muito grande, que implica uma enorme logística”, começa por referir Jorge Silva, responsável da Associação. Sobre o evento refere que ao longo destas oito edições tem crescido: “Começamos com muito poucos. Um EUROBOL com cerca de 20 equipas e neste momento, estamos num torneio que temos perto de 100 equipas e recebemos cerca de mil atletas, onde ocupamos este ano oito pavilhões e 17 campos”. Para o responsável a realização deste evento simboliza o “Voltar à normalidade possível’’ no desporto e por esta mesma razão, por segurança, a organização decidiu arrancar com este “sonho” um pouco mais tarde do que é habitual. No entanto, apesar de tarde, logo nos primeiros dois dias, as inscrições foram esgotadas. “Estes eventos são muito importantes para a nossa juventude. Toda a gente estava com fome destes eventos. Dá pica e é satisfatório ver a rapaziada contente”, acrescenta o responsável. “É um orgulho para o Município ver a Ala organizar este evento. Agradeço a toda esta equipa de trabalho e a todos que estão aqui presentes por terem vindo. Foi muito bom depois de dois anos de pandemia poder ver nas ruas de Gondomar tantos jovens, tanto desporto e tanta pessoas. Espero que façam deste torneio uma grande festa”, disse Marco Martins, Presidente da Câmara Municipal de Gondomar, no seu discurso. “Em nome da União de Freguesias agradeço à ALA por este grande torneio que já é habitual organizar. A ALA é uma instituição quase centenária e tem feito muito por Gondomar no aspeto desportivo, cultural
e social. Espero que este Torneio seja mais uma grande realização, espero igaulmente que os jovens se sintam bem em Gondomar, uma terra hospitaleira e que gosta de receber bem as pessoas que a visitam”, referiu António Braz, Presidente da União de Freguesias de Gondomar (São Cosme), Valbom e Jovim. Sobre o evento, o vereador do Desporto José Fernando Moreira referiu que ficou muito ‘’orgulhoso’’ com o resultado do evento. Para o responsável do desporto foi uma enorme satisfação, sair do seu gabi-
nete e visitar os jovens. “Para além de orgulhosos, senti um verdadeiro arrepio na pele, porque parecia que este fim de semana em Gondomar estávamos a desenvolver uma cidade desportiva. Fiquei feliz por ter feito parte e estar ao lado da Ala, enquanto representante da Câmara de Gondomar. Este evento foi um sucesso!”, conclui o autarca. O EUROBOL conta com o apoio do Município de Gondomar e a parceria da Federação Portuguesa de Voleibol e da Associação de Voleibol do Porto. ■
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DESPORTO
RICARDINHO DIZ “adeus” à Seleção Portuguesa no Multiusos de Gondomar
A emoção da filha de Ricardinho, no "adeus" do pai à Seleção O menino de Ouro de Gondomar despediu-se da seleção, numa noite emotiva no concelho que o viu nascer, à frente de 2 759 adeptos presentes no Multiusos de Gondomar. Na véspera do craque entrar em campo pela última vez com a camisola da Seleção Nacional inaugurou, o Pavilhão Ricardinho em Valbom. Dois dias carregados de emoção para o jogador que, foi eleito o melhor jogador do mundo da modalidade em 2010, 2014, 2015, 2016, 2017, 2018 e em 2021. “É bonito voltar onde tudo começou”, explicou o atleta ao contemplar o pavilhão que agora foi batizado com o seu nome. Ainda sobre o mesmo, explica que vê esta homenagem como um reconhecimento por tudo o que conquistou na sua carreira, sendo que o seu maior desejo é ver este espaço como uma “porta aberta para a formação, para as crianças da cidade, para que tenham outras condições e vejam em mim um exemplo não só como cidadão, mas também como atleta, porque do zero também se pode chegar onde quisermos. Mais do que os holofotes, é esta a mensagem que eu quero passar, quero que eles vejam que um grande atleta começou aqui e que eles também podem lá chegar se assim o quiserem”. “Sempre fui uma pessoa que nunca esqueci as minhas origens. Nunca esqueci as pessoas que viveram comigo quando tinha pouco. Agora com o que tenho, acho que eles deviam viver e aproveitar um pouco isso. Eu tento dar esse reconhecimento e mostrar que lhes sou grato”, o atleta acrescentou ainda o seguinte “O maior troféu que posso ter é começar uma caminhada com 10 pessoas e terminar com 50, mas olhar para o lado e essas 10 ainda lá estarem. Essa é a maior demonstração de amizade e respeito que podes ter por essas pessoas, que realmente acreditaram em ti quando ainda não eras conhecido, ou quando muitos não acreditaram”, concluiu.
Para Pedro Dias, Diretor Executivo da F.P.F., é “Um orgulho ter o Ricardinho como embaixador do Futsal no Mundo. Enquanto Federação, é um orgulho ver tudo o que ele conquistou como atleta em termos desportivos, mas também temos orgulho pela pessoa que ele é. Ele é um exemplo de inspiração para os jovens do nosso país”. “O Ricardinho é aquilo que os nossos jovens devem ser no amanhã… humilde, resistente, persistente que, por onde passou deixou sempre uma imagem extremamente positiva, sendo que nunca esqueceu as suas origens e isso transforma-o no Homem que é hoje. O Ricardinho começou na Associação de Futebol do Porto e como Presidente da AFP para mim hoje, é um orgulho estar aqui a imortalizar a sua figura presente neste pavilhão. Desejo ao Ricardinho
toda a sorte do mundo e deixo apenas uma última frase: muito obrigado por teres servido Portugal”, disse José Neves. Sandra Almeida, ex vereadora do Desporto, não quis deixar de dar uma palavra sobre o atleta: "Foram muitos, mas mesmos muitos os títulos conquistados. Vibrei e festejei com emoção todos os momentos, por ser o melhor jogador de futsal de todos os tempos, por ser de Valbom, por ser Gondomarense, por ser Português, mas acima de tudo por ser uma pessoa genuína e humilde que tive o privilegio de conhecer há uma década e acompanhar a sua carreira desportiva. Homenagear, parabenizar, admirar, respeitar e o mais importante construir uma amizade... Ricardinho despede-se na sua Terra, com as suas gentes, de um percurso ímpar na Seleção Nacional de Futsal.
Sandra Almeida, Ricardinho e José Fernando, na inauguração do Pavilhão
José Fernando, Marco Martins e Ricardinho
Justa e merecida homenagem ao Melhor do Mundo. Que Orgulho! É o melhor do mundo, é a magia do futsal. Fez história e ficará na história de Portugal. É Português e Orgulhosamente Gondomarense! Obrigada Ricardinho!" Para o vereador do Desporto, José Fernando Moreira, “É um orgulho enorme para nós, ele ter nascido em Gondomar. Para nós é um privilégio ter o Ricardinho como nosso conterrâneo, um jogador que, por várias vezes, foi eleito o melhor jogador do mundo de futsal”, para o responsável, o legado do menino de ouro de Gondomar terá que continuar a ser relembrado pelo Município: “Este nome vai ficar sempre ligado a um passado e a um futuro muito risonho, não só ao futsal nacional, mas também ao desporto de Gondomar”. O vereador admite ainda que quando soube que o jogador ia despedir-se das quatro linhas solicitou à Associação de Futebol do Porto e à Federação Portuguesa de Futebol, com o intuito “que o jogo de homenagem e despedida, fosse realizado no nosso Multiusos de Gondomar”. “O Ricardinho é um cidadão que honra Gondomar”, começou por referir Marco Martins, Presidente da Câmara de Gondomar. Para o edil, foi com um enorme entusiasmo e gosto que, “Esta grande iniciativa” decorreu no Multiusos, “para complementar, conseguimos ainda coincidir as datas da inauguração do Pavilhão em Valbom, onde começou a jogar. Agora, o Pavilhão Ricardinho está ao serviço da comunidade para que treinem com melhores condições. Agora o Ricardinho, será sempre, uma das maiores referências de Gondomar, isso não tenho dúvidas. E é um orgulho para mim, enquanto autarca, poder viver este momento em que acontece quer a atribuição dos títulos que ele teve, enquanto melhor jogador do mundo, quer o campeonato mundial que ganhou pela nossa seleção, quer também o seu fim de carreira”, conclui Marco Martins. ■
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DESPORTO TABELA CLASSIFICATIVA Campeonato Portugal Manutenção Série 5 1ºValadares----------------------------------------- 3p 2ºGondomar----------------------------------------1p Gondomar - Alvarenga
2ºRoriz- --------------------------------------------60p 12º Ataense- -------------------------------------- 33p 14º Estrelas Fânzeres- ---------------------- 29p Estrelas Fânzeres-Valonguense Penamaior-Ataense
AF Porto Elite AP. Campeão 1º Alpendorada ------------------------------- 25p 2º Rebordosa ----------------------------------- 23p 8º Gondomar B – -------------------------------- 7p Gondomar B – Vilarinho
AF Porto 2ºDiv Serie 2 1ºCête- ---------------------------------------------64p 2ºBoim-----------------------------------------------61p 4ºMelres- ------------------------------------------ 58p Melres-Refojos
AF Porto Elite Manutenção Série 2 1º SC Rio Tinto- --------------------------------41p 2º Coimbrões- ----------------------------------40p Candal – Rio Tinto AF Porto Elite Manutenção Série 3 1º Ermesinde---------------------------------------32 4º S.Pedro da Cova- --------------------------- 29 7º Gens – --------------------------------------------- 24 S.Pedro da Cova – Gens AF Porto Elite Manutenção Série 4 1º Marco------------------------------------------- 35p 5º Sousense –----------------------------------- 32p Marco – Sousense AF Porto Honra Série 1 1º Dragões Sandinenses- ------------------ 56p 2º Arcozelo- ---------------------------------------51p 13º CA Rio Tinto- ------------------------------ 32p CA Rio Tinto – Castelo Maia AF Porto Honra Série 2 1º S.Lourenço Douro- ---------------------- 79p
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ECOTRAIL 2022: Gramido recebe prova internacional
Inatel Porto Série A Covelo 2-1 Galatic Juventude Portelinha – 5-4 Santa Catarina S.Romão 0-2 Alunos Meirim 1º Juv. Portelinha- ---------------------------- 45 P 2º Aguiar – ---------------------------------------- 35p 3º Vila Cova- ------------------------------------- 35p 4º Covelo- ----------------------------------------- 34p 8º Alunos Meirim- -----------------------------21p Alunos Meirim – Vila Cova Praça Alegria – Aguiar Inatel Porto Série B Gondomar Futsal – 3-2 Âncora Dragões Valboenses 2-2 Silva Escura Ermentão 2-1 Nogueira S.Luis 2-2 Soutelo Barca 3-0 Montezelo 1º Ermentão ------------------------------------- 45p 2º S.Luis 43p 5º Dragões Valboenses -------------------- 24p 5º Soutelo- -----------------------------------------31p 7º Gondomar Futsal ------------------------20p 11º Montezelo ------------------------------------- 7p Âncora – Dragões Valboenses Ermentão – S.Luis Soutelo- Barca Montezelo - Teibas
No início de mês de abril, Gondomar recebeu o EcoTrail2022, uma prova internacional composta por três percursos de 20, 42 e 80 km. Com partida e chegada em Gramido, a prova contou com a participação de 800 atletas, provenientes de países como Portugal, Alemanha, Bélgica, EUA, Espanha, Finlândia, França, Irlanda, Itália, Polónia, Suíça, Inglaterra e República Checa. A região do Porto foi o 12º local do mundo e o 1º em Portugal Continental a receber esta prova de “mix trail”, a qual explora
um conceito de corrida a pé pela natureza, num ambiente urbano, e levou os participantes ao centro do Porto com passagem por trilhos emblemáticos nos arredores, recorrendo a pisos mistos que incluem trilhos, terra batida e caminhos urbanos. O evento percorreu, assim, os municípios de Gondomar, Porto, Vila Nova de Gaia e Valongo. Em Gondomar, promoveu locais como os Moinhos de Jancido e o Parque das Serras do Porto, contribuindo para a divulgação do concelho no panorama desportivo internacional. ■
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DESPORTO
ANTÓNIO PEREIRA: “É uma responsabilidade porque uma coisa é representar um clube, outra coisa é representar um país” No último campeonato europeu que decorreu em Braga, Fernanda Pereira de 47 anos e António Pereira de 46 anos, trouxeram para casa três medalhas. Fernanda conquistou ouro no lançamento de peso e prata no disco, enquanto que António subiu ao primeiro lugar do pódio, em Marcha (3 km). O António e a Fernanda são um casal que recentemente sagraram-se Campeões Europeus em Braga... Como é que vocês entraram para o mundo do desporto, contem-nos um pouco da vossa história... Fernanda Pereira: Eu comecei a treinar aos 11 anos e sempre fui atleta de atletismo. Como sou apologista de que devemos passar por todas as etapas, pelas modalidades e só como sénior é que me especializei mais nos lançamentos. Como sénior, tive duas internacionalizações e agora no Masters é diferente. Fui experimentar os Campeonatos neste escalão, para ter uma perspetiva diferente, ainda por cima porque iria decorrer aqui no nosso país, o que é mais económico do que uma prova no exterior. Para além disso, nesta fase pós Covid é interessante voltarmos às competições. Sempre pratiquei desporto, com a exceção de quando fui mãe, em que tive que ficar dois ou três anos parada, mas o bichinho continuou e hoje, estou ligada ao atletismo como atleta, como treinadora e como juiz... Lá está é o ‘bicho’! (risos) Então quando conheceu o António, já praticava a modalidade… António Pereira: Foi o atletismo que nos uniu (risos) O António também esteve ligado ao atletismo desde muito jovem? AP: Também comecei a praticar a modalidade quando tinha 8\9 anos. Comecei no AC Alfenense, que é um clube situado em Alfena, local onde nasci. Este era um clube mais direcionado para a marcha atlética e foi ai que comecei a dar os meus primeiros passos. Quando era mais novo, cheguei ainda a praticar outras vertentes da modalidade, sem ser a marcha, mas a partir de uma certa idade, nos juvenis, foi quando direcionei mais para a marcha. E até hoje, nunca parei de treinar. A vossa dinâmica em casa deve ser totalmente diferente, por causa deste ‘bichinho’ pelo atletismo. Como é que conseguem organizar para que ambos consigam treinar, principalmente, com um filho? FP: A responsabilidade é ele ir connosco para os treinos. Mais ele nasceu num dia em que fui ver uma competição à noite. A mesma terminou por volta da meia noite e à 1h da manhã, estava a entrar no hospital. Ele também está a ir pelos mesmos caminhos que os pais. E também, como tenho a sorte de ter um horário privilegiado no trabalho, tenho a possibilidade de acompanhar o meu filho e fazer o meu treino. Assim, ele está a treinar e enquanto isso,
temos uma prova que irá decorrer daqui a duas ou três semanas na Itália, que será outro Campeonato da Europa de Veteranos e temos outra mais para o final do ano. Mas para mim está fora de hipótese, porque as viagens e os alojamentos são muito caros. FP: E não nos podemos esquecer que nós fomos a Braga, porque tive um donativo de um particular que conheci. Contactei a Câmara de Gondomar que nem resposta me deu e contactei a de Valongo, porque trabalho lá, mas como não era de lá, nem o meu clube, não tive apoio. Esta foi uma prova que decorreu de segunda a domingo.
ele me obriga a treinar, porque em vez de estar dentro do carro, como outros pais estão à espera, eu aproveito e também faço exercício.
quando tínhamos 30 anos... agora, vamos fazendo e deu para sermos Campeões Europeus.
Atualmente, onde é que vocês treinam? FP: Neste momento, treino no INATEL, em Ramalde, no Porto. E, uma vez por semana, vou lançar em Braga. Este mês abriu um projeto onde vou treinar uma equipa a Matosinhos. Já treinei outra equipa em Gaia. O nosso Clube é o Atletico Clube da Póvoa de Varzim. AP: Para além de atleta, também sou treinador. Como preciso de estrada, porque treino marcha atlética, treino em Alfena.
Como é que surgiu a ideia de ir a esta competição em Braga e o que é que vocês tinham em mente quando entraram no estádio? Estavam à espera destes resultados? AP: Nós quando entramos em competição já temos a noção dos adversários, porque inicialmente é nos dada a starlist (lista de nomes), apesar de às vezes ser uma incógnita, porque as marcas que eles colocam, por vezes são verdadeiras, como também são falsas e nós, temos que estar preparados para o que vier. Mas tudo correu bem, porque também estávamos à altura e fomos Campeões.
Então vocês não treinam em Gondomar... AP: Infelizmente não… FP: A nossa vida é dividida em vários sítios (risos) Mas vocês vivem em Fânzeres, porque é que não optam por um clube gondomarense? AP: Porque em Gondomar, não há condições. É o seguinte, atualmente nós somos atletas que representa clubes que fazem apuramento para a terceira, a segunda, ou a primeira divisão, que é o topo nacional. Em Gondomar, temos vários clubes de atletismo, mas são clubes de formação, que não fazem esses apuramentos de clubes. E, como o nosso vício passa por querer mais, temos que, infelizmente, procurar fora do nosso concelho. Como é que é o dia a dia para um atleta que treina para este tipo de Campeonatos? FP: Isso é mais preocupante quando estamos na Elite, como o Toni já esteve nos Jogos Olímpicos, em que tinha que ter uma preparação totalmente diferente. Agora, o nosso objetivo passar por mantermos ativos e estar presentes nas competições e treinar. Claro que, não estamos a treinar o que treinávamos
O que é que sentiram quando subiram ao pódio e perceberam que as medalhas iam para a vossa casa? FP: Quando subimos ao mais alto e depois ter o privilégio de ouvir o hino, é gratificante, é emocionante, porque nós não ganhamos nada com isto. Nestas provas só temos prejuízo. (risos) O consolo é subir e ouvir o nosso hino e isso, deixa-nos satisfeitos e com o sentimento que valeu a pena. Isso leva-me a minha segunda questão, vocês em Portugal conseguem viver do atletismo? FP: Com este campeonato da Europa o que posso dizer é que ouvimos o hino, foi o reconhecimento da Junta e a vossa entrevista. Foi isso que nós ganhamos. Nós fomos condecorados pela Junta de Freguesia de Fânzeres. Quanto ao futuro, o que é que vocês têm em mente? AP: Para já, internacionalmente, não temos nada em mente, porque as próximas provas não serão cá (risos). Com muita pena nossa
Como é que vocês vêm esta modalidade em Gondomar? FP: Na minha opinião, o atletismo em Gondomar está parado. Acho que eles nem têm noção do que poderá ser o atletismo. Eu percebo que a Câmara para poder fazer alguma coisa crescer, tem que justificar, tem que ter atletas para poder investir neles. A nossa pista de Valbom não é central, nem tem Tartan. Aquilo é asfalto. E depois tivemos cá a Cidade Europeia do Desporto e em termos do atletismo, não foi muito divulgado. Uma prova ou outra, que ainda se continua a realizar que é a Meia Maratona D’Ouro e a S. Silvestre. Independentemente dos apoios que eles dão aos clubes, em Gondomar, estas associações não estão preparadas para a prática de todas as vertentes do atletismo. O atletismo é um parente pobre do desporto. Da vossa carreira, quais são os momentos mais recompensadores que tiveram? AP: Para mim, sem dúvida nenhuma que foi os Jogos Olímpicos, em Pequim. Também gostei muito de participar no Campeonato do Mundo, em 2007, em Osaka. Nessa competição fiquei em 15º lugar. FP: Eu não tenho estas memórias que ele têm. Houve uma fase em Portugal que se ligava muito a competição de clubes porque era como o futebol. E as minhas maiores memórias são dessa altura, quando era juvenil e ia participar no Campeonato de Seniores, porque fazia parte de uma equipa que estava a lutar por um lugar no pódio nacional. Em juvenil também fui campeã nacional de provas combinadas. Aos Jogos Olímpicos não consegui lá chegar, como ele (risos). E agora, estamos satisfeitos porque estamos a criar um filho que, se Deus quiser, poderá ter portas abertas... AP: Ele este fim de semana já foi vice Campeão Nacional, o que para nós já é um orgulho. A modalidade dele é lançamento de martelo e disco. Ele treina no INATEL porque aqui em Gondomar não há condições para treinar lançamentos. O que é que sentem quando partem para uma prova com esse símbolo que têm na camisola ao vosso peito? AP: É uma responsabilidade porque estamos a representar milhares de pessoas, porque uma coisa é representar um clube, outra coisa é representar um país. ■
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ALERGIAS OCULARES, O QUE SE PODE FAZER?
Em pleno mês de abril, com as suas chuvas e perto das flores de maio, começam a surgir os principais casos de alergias sazonais, que, para muitos, vêm com ardor, olho vermelho e comichão. Uma alergia nos olhos pode ser provocada por muitos elementos externos, sendo influenciada pelo sítio onde se encontra. Podemos encontrar dois tipos de alergias oculares: sazonais e perenes. As sazonais afetam a maior parte da população e manifestam-se, principalmente, na primavera (rebentar da folha) e no outono (cair da folha). Aparecem, sobretudo, por causa dos alergénios transportados pelo ar, tais como, pólen, erva, etc. As perenes acompanham-nos durante todo o ano e são provocadas desde o simples pelo
dos animais de estimação até aos ácaros. O tratamento passa pela medicação receitada por um profissional da visão, bem como por remédios caseiros naturais. As lágrimas artificiais, próprias para cada tipo de alergia, são uma boa forma para o alívio dos sintomas, particularmente em pessoas que sejam usuárias de lentes de contacto. Caso se tenha uma alergia sazonal e não se queira tomar anti-histamínico, uma boa forma de minimizar os sintomas é evitar atividades ao ar livre em dias de vento, na primavera e no verão, e também considerar deixar os sapatos fora de casa, para não trazer o pólen para o seu interior. Um erro que todos cometemos é coçar os olhos com as mãos. Este gesto pode agravar bastante as alergias oculares, por isso lavar a cara e salpicar com água os olhos pode ajudar a retirar os pólenes, poeiras ou outras substâncias irritantes. Os sintomas intensificam-se para quem usa lentes de contacto e sofre de alergias. Uma das dicas que se pode fazer é lavar as suas lentes, da maneira como o seu profissional ou fabricante lhe recomendou, e manter sempre as gotas humectantes ao seu lado. Em último caso, pode considerar-se mudar de lentes de contacto quinzenais ou mensais para diárias. Uma nota importante: caso sinta qualquer
sintoma de alergia, como os referidos anteriormente, é sempre essencial consultar o seu profissional da visão, pois pode tratar-se de outra coisa que tenha os sintomas parecidos, como treçolho ou conjuntivite num caso mais grave. As alergias oculares são para ser tratadas com seriedade, uma vez que podem provocar sin-
tomas bastante severos, nomeadamente em pessoas que não saibam como lidar com elas. Para isso, não há nada como se aconselhar com o seu médico oftalmologista, médico de família ou optometrista na sua consulta seguinte e ver quais são as medidas adequadas para si. ■
SUPER ANIVERSÁRIO TALHO DO POVO GONDOMAR | 30 DE ABRIL PORCO NO ESPETO, PIPOCAS, PINTURAS E MUITA ANIMAÇÃO
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OPINIÃO
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VivaCidade, 21 de abril de 2022
Prof. Doutora Daniela Mendes Médica Medicina Interna no Hospital Fernando Pessoa
ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA Convocatória
O QUE É A HOSPITALIZAÇÃO DOMICILIÁRIA DO HOSPITAL FERNANDO PESSOA?
A Hospitalização Domiciliária é um internamento em casa, com cuidados diferenciados sobreponíveis a um internamento hospitalar, num ambiente mais favorável ao utente, valorizando o papel da família e do cuidador. Esta assistência envolve uma maior humanização, mantendo a envolvência psico-social, com maior satisfação dos utentes e seus familiares. Com isso em mente, o Hospital Fernando Pessoa criou a Unidade de Hospitalização Domiciliária, composta por uma equipa hospitalar multidisciplinar de médicos, enfermeiros, farmacêuticos, nutricionistas, enfermeiros de reabilitação, fisioterapeutas, assistentes sociais e
técnicos de apoio que se comprometem a visitas diárias, assegurando o tratamento e alta clínica, disponibilizando também apoio telefónico, além do presencial, sempre que necessário. Além disso, somos a única entidade privada da região Norte com este tipo serviço, onde o utente, sendo o centro do nosso cuidado, tem acesso, no conforto do seu domicílio, a uma equipa multidisciplinar dotada de conhecimentos, meios técnicos e logísticos adequados às suas necessidades, 24 horas por dia. Resumindo, as características principais deste nosso serviço distinto e diferenciado são: Visita clínica diária; Prestação de cuidados hospitalares no domicílio; Apoio telefónico e presencial quando necessário; Avaliação nutricional e, se necessário, estabelecimento de plano alimentar; Aconselhamento, se necessário, relativo a apoios sociais; Humanização de serviços e valorização do papel da família.
Nos termos e para os efeitos previstos nas alíneas b) do nº1 do artigo 36º dos Estatutos da Associação de Socorros Mútuos de São Bento das Peras de Rio Tinto, convocam-se os Senhores Associados para reunirem em sessão ordinária de Assembleia Geral, no próximo dia 28 de abril de 2022 (5ªfeira), pelas 20.30 horas, na sede da Associação, sita na Rua da Boavista, nº394, na freguesia de Rio Tinto, concelho de Gondomar, distrito do Porto, com a seguinte
Ordem de Trabalhos
1. Apresentação, discussão e votação do Programa de Ação e Orçamento para o exercício de 2022 (dois mil e vinte e dois), devidamente acompanhado do respetivo Parecer do Conselho Fiscal. 2. Outros assuntos de interesse para a Associação. Rio Tinto, 04 de abril de 2022 O Presidente da Mesa da Assembleia Geral, Delfim Ferreira Rocha Azevedo Notas: A Assembleia Geral reúne à hora marcada na convocatória, se estiverem presentes mais de metade dos Associados, com direito de voto, ou trinta minutos depois, com qualquer número de Associados (nº1 do artº 40º dos Estatutos). Os documentos aludidos na presente convocatória estão, desde a data desta, disponíveis para consulta na sede da Associação e publicados no sítio da internet www.associacaosaobento.com (artº39 dos Estatutos). A Assembleia Geral é constituída por todos os Associados maiores que estejam no pleno gozo dos seus direitos associativos, tendo cada Associado direito a um voto (artº 34º dos Estatutos) Consideram-se no pleno gozo dos seus direitos os Associados admitidos há pelo menos 12 meses que tenham as suas quotas em dia e não se encontrem suspensos (nº3 do artº 12º dos Estatutos) Para usufruírem do direito de voto os Senhores Associados devem apresentar documento de identificação (B.I./CC) e recibo de quota de abril de 2022.
VivaCidade, 21 de abril de 2022
JUSTIFICAÇÃO Filipa Alexandra Maia Magalhães - Notária - Gondomar Cartório: Rua José Saramago, n.º 43, 4420-171 Gondomar (São Cosme) Certifica
------ Para fins de publicação, que nesta data e neste Cartório, lavrada a partir de folhas 97 do Livro de Notas 10, foi celebrada uma escritura de JUSTIFICAÇÃO, em que JOSÉ PAULO DE CASTRO NEVES (NIF 166 443 930), divorciado, residente na Rua Sousa Aroso, n.º 31, Edifício 2, sexto A, freguesia e concelho de Matosinhos, declarou que é dono e legítimo possuidor, com exclusão de outrem, do PRÉDIO URBANO, composto por casa de rés do chão e andar, destinada a habitação, com anexo, logradouro e quintal, com a área coberta de 126m2 e a área descoberta de 378m2, totalizando 504m2, sito na Avenida General Humberto Delgado (anteriormente denominada Avenida Marechal Carmona), n.os 160 e 166, ao Lugar de Bouça Cova, em Gondomar (São Cosme), na união das freguesias de Gondomar (São Cosme), Valbom e Jovim, concelho de Gondomar, inscrito na matriz predial urbana sob o artigo 11525 da dita união de freguesias, que teve origem no artigo urbano 1932 da extinta freguesia de Gondomar (São Cosme). Que o referido prédio se encontra descrito na Conservatória do Registo Predial de Gondomar sob o número sete mil quinhentos e dezoito – Gondomar (São Cosme), ainda como terreno para construção, cuja aquisição se encontra registada a favor de “MORADIA PORTUGUESA, SOCIEDADE COOPERATIVA DE RESPONSABILIDADE LIMITADA”, com sede na Rua Sá da Bandeira, n.º 245, segundo, no Porto, pela inscrição sob a apresentação vinte e nove, de dezoito de Dezembro de mil novecentos e oitenta e um. Que, por volta do mês de Março do ano de 1976, a mencionada “MORADIA PORTUGUESA, SOCIEDADE COOPERATIVA DE RESPONSABILIDADE LIMITADA” vendeu o prédio em causa, já com a construção que esta havia mandado edificar, a Celestino da Conceição da Rocha Magalhães e esposa, Maria Carolina Martins de Castro, casados sob o regime da comunhão geral de bens, residentes que foram na Rua Luís de Camões, n.º 61, em São Cosme, Gondomar, que o receberam por empossamento. Que aqueles Celestino da Conceição da Rocha Magalhães e esposa, Maria Carolina Martins de Castro adquiriram por cessão, por volta do ano de 1972, a posição dos primeiros associados/cooperadores interessados na construção do edifício, que lhes cederam as suas posições de cooperadores na citada cooperativa, relativas aos seus direitos sobre o indicado prédio. A venda ou entrega por empossamento da “MORADIA PORTUGUESA, SOCIEDADE COOPERATIVA DE RESPONSABILIDADE LIMITADA” a Celestino da Conceição da Rocha Magalhães e esposa, Maria Carolina Martins de Castro, foi realizada por escritura pública celebrada num Cartório Notarial do Porto, ou em concelho limítrofe, que não foi possível identificar, apesar das numerosas e apuradas buscas a que se procedeu, quer por contacto pessoal com o liquidatário Oltívio Ferreira, quer por diligências efetuadas no Arquivo Central do Porto, nos cartórios da cidade do Porto e dos concelhos limítrofes, bem como na Conservatória do Registo Predial de Gondomar e no Serviço de Finanças de Gondomar-1, não sendo, assim, possível obter o respetivo título para fins de registo predial. Que, por escritura pública de compra e venda outorgada em 17/05/1983, no extinto Cartório Notarial de Gondomar, lavrada a folhas 91 verso a folhas 93 do respetivo Livro número 40-D, os mencionados Celestino da Conceição da Rocha Magalhães e esposa, Maria Carolina Martins de Castro venderam o referido imóvel ao justificante, José Paulo de Castro Neves, na altura solteiro, maior. Que assim, e nos termos expostos, justificam a falta do título que formalizou o contrato de compra e venda entre a “MORADIA PORTUGUESA, SOCIEDADE COOPERATIVA DE RESPONSABILIDADE LIMITADA” e Celestino da Conceição da Rocha Magalhães e esposa, Maria Carolina Martins de Castro, para reatamento do trato sucessivo e registo em nome do Primeiro Outorgante, José Paulo de Castro Neves, na Conservatória do Registo Predial. ----------------------- Que foram promovidas as respetivas notificações nos termos da lei. --------------------------- Está conforme o original e na parte omitida, nada há em contrário que amplie, modifique, restrinja ou condicione a parte transcrita. ----------------------------------------------------- Gondomar, 20 de Abril de 2022. -------------------------------------------------------------------A Notária, Filipa Alexandra Maia Magalhães
38 VIVACIDADE | ABRIL 2022
Joana Resende PS No passado dia 13 de abril foi entregue no Parlamento, e já pelas mãos do novo Ministro das Finanças Fernando Medina, a proposta do orçamento de Estado para 2022, tendo sido aprovada por Conselho de Ministro no dia anterior. O documento tem a sua espinha dorsal no Orçamento elaborado em outubro, mas conta com novas medidas que vêm ao encontro da atualidade que se vive. Com efeito, dada a nova conjuntura internacional, o Governo foi forçado a acelerar medidas para mitigar o impacto da inflação, que nas palavras do Ministro das Finanças “é um Orçamento de urgência e ambição em dotar o país dos instrumentos para fazer face aos desafios exigentes que a conjuntura coloca, aos desafios da reforma estrutural e para prosseguir uma política de contas certas que é a
Maribel Fernandes PSD Em 2018, o PSD viabilizou o processo de descentralização de competências para as autarquias locais, por considerar que a proximidade dos serviços públicos às populações locais melhoraria a sua qualidade de vida, mas, infelizmente, volvidos 4 anos, verifica-se que, por incompetência da governação socialista, a tão esperada e necessária descentralização está cada vez
Pedro Carvalho CDS-PP O Congresso Nacional do CDS teve lugar nos passados dias 02 e 03 de Abril de 2022, na Cidade Berço, Guimarães, onde nasceu Portugal! Foi um Congresso extremamente participado, quer do ponto de vista do elevado número de Congressistas presentes, quer do ponto de vista do conteúdo político, com 10 Moções de Estratégia Global em discussão, cada uma delas com uma visão política concreta da Sociedade e do País. Teve ainda vários momentos marcantes como o discurso do antigo Presidente do Partido, Manuel Monteiro, ou ainda com a presença do também antigo Presidente do CDS, Paulo Portas, e ainda com a presença entre outras figuras do Partido e da política Portuguesa, como António Lobo Xavier, que se deslocaram a Guimarães para votar e declarar o seu apoio ao
Paulo Silva CDU No momento em que se assinala mais um Aniversário do 25 de Abril, que culminou a prolongada e determinada luta do povo português e dos valorosos militares que protagonizaram o levantamento militar que, levantando-se em massa o transformou em Revolução. É com confiança que esse acontecimento maior da história da luta libertadora do povo português, inseparável do papel e da luta dos comunistas,
OPINIÃO: VOZES DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL
ORÇAMENTO DE ESTADO 2022 que melhor protege os interesses dos portugueses”. Pela análise ao documento existem seis grandes prioridades neste Orçamento de Estado. A primeira será continuar o caminho de consolidação orçamental, sendo fundamental para o país ter um défice inferior a 3% do PIB, para enviar um claro sinal de confiança aos mercados de dívida, retomar aos saldos primários positivos (diferença entre o total das receitas e a despesa primária, sendo que a despesa primária corresponde à despesa excluindo as despesas com juros), baixando assim a dívida pública. A previsão é de um crescimento de 6% da receita, e de 4,1% da despesa. O segundo ponto fundamental deste Orçamento é a mitigação do choque geopolítico que a triste atualidade nos trouxe. As medidas propostas para mitigar os efeitos da guerra na Ucrânia custam ao Estado cerca de 1.335 milhões de euros, que são minimizados pelo acesso a 210 milhões de euros de fundos europeus. O mais impactante neste campo será a redução de impostos nos combustíveis, sendo que a redução do ISP equivalente à descida do IVA para 13% custará ao Estado 170 milhões de euros em 2022. Em conferên-
cia de imprensa, o ministro das Finanças, Fernando Medina, afirmou que a redução do ISP e a devolução via ISP da receita adicional de IVA nos combustíveis, são "temporárias". Prevê-se ainda uma despesa de 75 milhões de euros em apoios aos transportes de passageiros e mercadorias e outros 133 milhões no Autovoucher, que termina em maio, apoio de 160 milhões de euros para empresas pela subida dos custos do gás e 150 milhões para reduzir as tarifas de acesso à rede na eletricidade. Está ainda proposto apoio às famílias mais carenciadas, agricultura e pescas, bem como ajuda para os refugiados. O terceiro ponto basilar deste Orçamento conta com um reforço dos rendimentos das famílias, assente no desdobramento dos escalões de IRS (que passam de 7 para 9), o aumento extraordinário de todas as pensões até 1.108€ e a gratuitidade de creches, a ser aplicada progressivamente. Em quarto lugar o documento centra-se na recuperação das empresas, apoiando a recapitalização das que mais sentiram os efeitos da pandemia, ofere-
cendo apoios e subsídios à inovação, digitalização, qualificação e descarbonização, e o incentivo fiscal à recuperação através da dedução à coleta de 25% do investimento. O quinto ponto estratégico deste Orçamento foca-se no investimento na transição climática e digital, e visa compensar as entidades que façam investimentos do Plano de Recuperação e Resiliência (reformas e investimentos destinados a repor o crescimento económico sustentado) pelo montante do IVA. Por fim, o sexto ponto primordial do documento e que se centra na recuperação dos serviços públicos, com um aumento de 700 milhões de euros para o Serviço Nacional de Saúde, e o investimento de 900 milhões de euros na recuperação de aprendizagens escolares afetadas pela pandemia. É um Orçamento que claramente se preocupa em recuperar as famílias e as empresas, daqueles que foram os condicionalismos anormais da pandemia, e que poderiam agora ver-se agravados pela situação de guerra na Ucrânia. Um documento estratégico para o país e para os portugueses. ■
O FRACASSO DA DESCENTRALIZAÇÃO DO PS! mais longe de ser uma realidade, pois, apesar do processo estar em curso desde 2019, a aceitação voluntária nas áreas de maior relevância, tem sido reduzida, verificando-se a adesão de apenas 28% dos municípios na área da saúde e 42% na área da educação, uma fraca adesão justificada pela ausência da competente transferência para os municípios dos meios financeiros e informações necessárias por parte do governo para a concretização das inerentes responsabilidades. Situação esta que ainda se torna mais grave pelo facto da transferência de competências
se ter tornado definitiva e obrigatória, a partir do dia 1 de abril de 2022, após vários atrasos, designadamente na publicação dos diplomas sectoriais nas áreas mais relevantes, educação, saúde e ação social. Ou seja, o governo quer obrigar a esmagadora maioria dos municípios a assumirem responsabilidades da administração central, mesmo não transferindo os meios e os elementos necessários para a concretização dessas mesmas competências, correndo-se naturalmente o risco de serem os orçamentos das câmaras municipais, ou seja, os seus munícipes a suportar os respetivos encar-
gos, a que, em Gondomar, infelizmente, já temos assistido noutros processos. Descentralizar competências não é isto, respeitar a autonomia do poder local não é isto, respeitar as populações locais não é isto, mas é isto a que temos direito de um governo socialista com maioria absoluta e uma Associação Nacional de Municípios Portugueses complacente com um dos maiores fracassos da nossa democracia. E os autarcas do PS, apesar de discordarem, calam-se para proteger o partido e, assim, prejudicando os seus munícipes. ■
século XXI. O CDS é um Partido de ideias nítidas, bandeiras claras e quadros de primeira linha. É fundamental ter um CDS a tratar temas que estão no epicentro das decisões Europeias e que condicionam no essencial a atribuição de fundos comunitários, como o Ambiente ou a Economia Digital. É também fundamental para o CDS, afirmar a sua matriz Ideológica assente no Personalismo Humanista, que coloca a pessoa no centro da acção política. O CDS é por isso um Partido Liberal na Economia e Conservador nos Valores. Liberal na Economia, porque defendemos a propriedade privada, a livre iniciativa de mercado, e a velha máxima que Menos Estado significa melhor Estado, através da diminuição da carga fiscal, da Reforma do Estado, da Reforma da Justiça, de uma Revisão Constitucional que imponha um limite ao endividamento, permitindo salvaguarda o futuro das novas gerações, e também a Reforma da Lei Eleitoral, que apenas beneficia os interesses dos dois grandes Partidos do Bloco Central. Conservadores nos Valores, porque defendemos o direito inalienável à Vida, a Família como presa basilar da Sociedade, defendemos a liberdade de escolha para que
as Famílias possam escolher qual a Escola onde querem que os seus filhos estudem e de igual modo, sem rodeios e tibiezas, como a Direita Social, cooperante com o terceiro sector e atenta às necessidades dos que mais precisam, nomeadamente os mais Idosos e os mais desfavorecidos. Defensores do Mundo Rural, da Agricultura, das Pescas, da Soberania Nacional, da Autoridade das Forças de Segurança e das nossas Forças Armadas que são o garante da nossa Soberania enquanto Nação. Igualmente sem medos e sem tibiezas, sempre Defensores dos Ex Combatentes e de todos os Portugueses que em 1975 foram obrigados a fugir de África, das antigas ex-colónias Portuguesas para sobreviverem. Este será um novo CDS, sempre de Centro-Direita, moderno e virado para o Futuro com novas bandeiras ligadas aos temas dos dias de hoje, mas iremos continuar a ser sempre, o CDS dos mesmos Valores de sempre, e pelas mesmas razões de sempre! Somos por isso a sua Família de sempre, o CDS-PP. Pelas mesmas razões de sempre, o CDS precisa de si, e Portugal precisa de nós! Viva o CDS! Mas viva sempre, mas sempre Portugal!. ■
TEMPO DE CONSTRUIR EuroDeputado, Nuno Melo. O novo Presidente do CDS, Nuno Melo, foi eleito com 75% dos votos e tem agora a missão juntamente com a restante Comissão Política Nacional, de refundar Partido e transformar o CDS num Partido de Centro-Direita moderno e forte. O CDS não é um Partido qualquer, é um Partido fundacional do nosso Regime Democrático. O CDS-PP Governa sozinho seis Câmaras Municipais com expressão no Continente, nos Arquipélagos dos Açores e da Madeira, Governa ainda em Coligação com o PSD várias outras importantes Câmaras Municipais do País, como as Capitais de Distrito, Lisboa, Aveiro, Coimbra, Braga, e o Funchal e integra também a Governação da Câmara Municipal do Porto no Movimento Independente de Rui Moreira. O CDS conta também com a sua representação no Parlamento Europeu e integra ainda os Governos Regionais dos Açores e da Madeira. Importa agora, inverter o “ciclo negativo” saído das últimas Eleições Legislativas, saber ler os sinais, interpretar com coragem o que falhou, alterar e corrigir o que tem de ser mudado e transformar o CDS-PP num Partido político de Centro-Direita moderno, formatado para os desafios do
ABRIL E O PODER LOCAL DEMOCRÁTICO possível nos seus desenvolvimentos, por essa singular marca que foi a aliança POVO-MFA. Confiança que não ignora que sobre o nosso País pesam a influência negativa decorrente da natureza do capitalismo, de vários anos de políticas que interrompeu e inverteu o processo revolucionário – de recuperação monopolista e latifundista – deu corpo à contra-revolução que ganhou fôlego com a política de abdicação nacional realizada por sucessivos governos, em desrespeito da Constituição da República Portuguesa. Confiança na luta dos trabalhadores e do povo português, na capacidade e energia transformadora que uma vez mais demonstraram no seu ademocracia, de uma pátria soberana, livre e independente. O Povo português, após quase meio século de opres-
são fascista, pôs em marcha a Revolução, deu combate firme aos golpes e à sabotagem política e económica contra a jovem democracia, nacionalizou a banca e os grupos económicos, pôs fim ao capitalismo monopolista de Estado, realizou a reforma agrária entregando a terra a quem a trabalha, construiu o Poder Local democrático, conquistou direitos para os trabalhadores e para as populações, assumiu a liberdade em toda a sua plenitude. Uma Revolução inacabada, é certo, mas uma Revolução que alterou e melhorou profundamente as condições de vida do povo, valorizou o papel do trabalho e dos trabalhadores, reconheceu liberdades, direitos e garantias ao povo português, foi em si mesma uma afirmação de dignidade e soberania nacional.
Ao comemorar Abril devemos também afirmar o Poder Local democrático como uma das suas conquistas, embora esteja hoje ameaçado, pelo subfinanciamento, pela sua descaracterização por via da transferência de encargos, pela ingerência tutelar, pela instrumentalização que o reconduz, em parte, a mero executor técnico das opções de terceiros. Devolver ao povo as freguesias liquidadas contra a sua vontade, repondo a proximidade, participação e representatividade que elas materializam. O Poder Local Democrático continua vivo e com energia bastante para resistir e se regenerar se essa for a vontade dos que, nos seus órgãos, se dedicam à causa pública e se souberem juntar-lhe as mil vontades dos cidadãos que representam. ■
VIVACIDADE | ABRIL 2022
OPINIÃO: VOZES DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL
PELO 25 DE ABRIL Na altura em que passamos mais anos em liberdade do que em ditadura, está na hora de valorizar a democracia e não repetir os vários erros do passado. A importância do 25 de abril não se esgota apenas no feriado comemorativo, é um dia de lembrar todas as conquistas e marcos importantes para os direitos das pessoas em Portugal. Se há muito que foi conquistado, muito ficou também para conquistar desde o dia da liberdade em 1974. A importância de como nos vemos enquanto trabalha-
dores parece sofrer retrocessos com o avanço de uma sociedade cada vez mais neoliberal que nos atira para maior precariedade vivida em todos os anos que vivemos em democracia. A possibilidade de um jovem conseguir um trabalho estável e conseguir a sua independência é cada vez mais difícil, bem como a possibilidade de constituir família ou de conseguir comprar uma casa. É importante falar do avanço de forças de extrema direita nos últimos anos. A memória do tempo do fascismo e de todos os
chavões salazaristas devem ser lembrados para que o mesmo erro não seja cometido. Direitos individuais, importantes para a construção de uma sociedade, não são revogáveis ou negociáveis. Os mais novos que assim como eu sempre viveram em liberdade, devem fazer o seu trabalho de casa e ler e saber a história de um país marcado pela pobreza e pelo silêncio. Se hoje podemos falar à vontade e fazer ouvir a nossa voz, é à custa de bravos homens e mulheres que viveram em clandestinidade ou passaram por torturas
25 DE ABRIL SEMPRE, MAS OS CRAVOS MURCHARAM No mês que faremos 48 anos de um golpe militar, Portugal e os Portugueses foram passados para segundo plano. Infelizmente, quando muita da classe política deveria servir a nação e os Portugueses , acontece apenas que se servem dela e do seu suor. Que Abril é este, em que processos de corrupção se arrastam infinitamente, onde existe uma justiça forte com os fracos e uma justiça muito fraca com os fortes? Um país que vê as forças de segurança ser agredidas, e agentes a serem assassinados, es-
pera-se que um cidadão por ser de uma minoria étnica, se entregue ou que o patriarca dessa comunidade dê autorização e negoceie uma rendição. Os índices de corrupção deveriam nos envergonhar, pagamos subvenções vitalícias a quem foi preso por nos roubar, e deixamos cair no esquecimento os nossos idosos e os nossos ex-combatentes. Dá-se dinheiro a quem nada quer fazer, mas aqueles que trabalham , que cumprem, que se esforçam, esses veem o seu dinheiro esfumar-se em impostos, taxas e taxinhas.
Não admira que Portugal tenha recentemente sido ultrapassado por países que entraram em 2004 para a UE, enquanto nós apenas estamos lá desde 1986. Todos nós também sabemos que as autarquias são um foco de corrupção no nosso país, por isso uma das nossas bandeiras é exigir um gabinete de luta contra essa mesma corrupção. Não podemos ignorar os munícipes, ignorando moradores e comerciantes, colocando entraves aos seus negócios, reduzindo por exemplo ruas apenas a um sentido de tráfego , enquanto outras
VALORES DE ABRIL CADA VEZ MAIS AMEAÇADOS No mês em que se comemoram os 48 anos da revolução dos cravos, os valores de abril estão cada vez mais ameaçados neste mundo estranho que vivemos atualmente. Ao redor do planeta continuamos a assistir à ascensão de discursos autoritários e populistas, para não falar da verdadeira insanidade de, num mundo que deveria caminhar rumo a uma maior entreajuda dos povos, estarmos a assistir em plena terceira década do século XXI à invasão de um país por parte de outro, desrespeitando os mais elementares valores humanos assim como a liberdade de autonomia de um povo. Imagens como as que vimos este mês em Bucha, causam uma dor enorme e irão perdurar na nossa memória comum. Em Portugal, vieram a público as situações de assédio sexual na Faculdade de Direito de Lisboa.. Esta situação faz-nos corar de vergonha.
48 anos após o 25 de abril, nenhuma mulher deveria ver o seu reconhecimento, seja ele académico ou profissional, condicionado por práticas de assédio por superiores hierárquicos. É preocupante saber que nos últimos cinco anos o Ministério Público instaurou mais de quatro mil inquéritos por importunação sexual (que abrange casos de assédio e atos exibicionistas), mas mais preocupante ainda é saber que, destes, apenas 515 resultaram em acusações. O PAN deu entrada de uma iniciativa que propõe a autonomização e previsão do crime de assédio sexual, à semelhança do que acontece noutros países como França e Espanha, pretendendo também alargar e agravar o crime de assédio sexual quando o mesmo ocorra nas relações laborais, docentes ou de prestação de serviços, não se limitando, evidentemente, o assédio sexual no trabalho à existência ou não de um
contrato de trabalho ou de subordinação jurídica. Para além disso, o PAN propôs ao Governo que aposte seriamente na criação de canais abertos para a denúncia de comportamentos de assédio, discriminação e bullying em estabelecimentos de ensino e nos locais de trabalho e que seja obrigatória a implementação de códigos de conduta de prevenção e combate ao assédio sexual. Na causa animal, o PAN deu entrada no passado dia 13, através da sua deputada, de um conjunto de medidas para beneficiar economicamente os portugueses que possuam animais de estimação, como por exemplo que, no quadro da revisão da diretiva das taxas de IVA, se pugne pela aplicação da taxa reduzida aos atos médico-veterinários e às rações para animais de companhia e que se inclua no pacote de medidas, de natureza extraordinária e temporária, previsto para fazer face aos efeitos decorrentes do aumento dos preços
ONDE HÁ FUMO, HÁ FOGO Não é de estranhar que a classe política tradicional se apresente sempre com razão e com as respostas todas, mas às vezes é provado o seu contrário, para demérito dos que insistem numa forma absolutista de governar. Veja-se o caso do malfadado hotel em Ribeira de Abade. Exemplo perfeito de algo que nasce torto, tarde ou nunca se endireita. Um projecto que inicia em 2007 com 2 pareceres contraditórios por parte da CCDR-N mas à terceira vez dá o dito por não dito e torna-se favorável a uma obra que, anteriormente, não se podia realizar em zona inundável. Após a mudança do PDM de Gondomar em 2015, a licença de obra
é finalmente aprovada por despacho do presidente de câmara, decorria então o primeiro mandato do actual presidente Marco Martins. Enquanto os processos decorrem em gabinetes, e com algum obscurantismo, é difícil à população em geral acompanhar e perceber o que se está a passar no seu concelho. Tudo isso muda quando começam as obras. A população de Ribeira de Abade, escaldada pelo último hotel que apareceu ali perto, decidiu demonstrar o seu desagradado e investigar de que forma tinha sido aprovado o projecto e obra de um hotel que ninguém queria, a não ser os seus promotores e outros interessados.
De forma voluntária, investindo o seu tempo e dinheiro, o Movimento Cívico Contra o Hotel de Ribeira de Abade detectou inconsistências no projecto e na forma como tinha sido licenciado. Comunicou aos órgãos políticos as suas preocupações e conclusões, mas do outro lado só encontrou “razão e respostas”. Felizmente, as denúncias que fez a outras entidades surtiram efeito, e desde então vários são os organismos a confirmar que o projecto e obra nunca deveriam ter sido licenciados. Neste momento encontra-se a decorrer uma análise por parte da Procuradoria-Geral da República e o Ministério Público já propôs uma acção com vista a impugnar o licenciamento do
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Sara Santos BE bárbaras para que a nossa geração conseguisse ter uma vida melhor. Que o 25 de abril não seja esquecido e a sua memória perdure e nos ensine que a democracia é algo que nos pode ser tirada a qualquer momento e pela qual temos que lutar e preservar. ■
Nuno Pontes CHEGA abrem a dois sentidos, para beneficiar grandes grupos económicos ou empresariais. Como podemos celebrar Abril, quando alguns dos nossos munícipes, nem saneamento básico tem? Os cravos deveriam ser negros e não vermelhos. 25 de Abril Sempre, mas não este, precisamos de uma nova revolução em Portugal. ■
Ricardo Couto PAN dos combustíveis, a isenção do IVA para os produtos para a alimentação de animais de companhia. Esperemos que o governo de maioria perceba que as dificuldades económicas afetam os portugueses de todas as formas, e que para muitos um animal de companhia é mais um membro da família e que as celebrações do Dia da Liberdade voltem a trazer o que de melhor há nas pessoas para assim caminharmos juntos, rumo a uma sociedade mais justa e sustentável. ■
João Resende Figueiredo IL hotel. Pelos vistos, onde há fumo, há fogo. Quando a Iniciativa Liberal se formou em Gondomar, começamos a ouvir populações e organizações, o Movimento Cívico contra o Hotel em Ribeira de Abade, foi das primeiras. Não fomos com “razões e respostas” mas sim com perguntas, vontade de ouvir e aprender. Mesmo com maiorias absolutas os políticos têm muito a aprender. ■