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subiu a segunda divisão nacional
Posto de Vigia
Manuel Teixeira Professor Universitário e investigador do
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CEPESE (UP)
TAP: TRITURADORA DE POLÍTICOS E A MASMORRA DO GOVERNO
49 Anos De Abril
E por mais um ano, chegamos ao mês das comemorações da Revolução de 25 de abril de 1974.
A equipa sénior de andebol feminina do Clube Escola de Andebol à Beira Douro, em Medas, criada há dois anos, subiu à segunda divisão do campeonato nacional. O Vivacidade esteve à conversa com André Freitas, diretor e treinador do clube.
Numa fase inicial gostaríamos de perceber como nasceu a ideia de criar um clube de andebol em Medas.
Este projeto nasce da ideia de um conjunto de pessoas que já teve ligada ao andebol de outras zonas do Porto. Os membros do corpo do clube são pessoas originárias doutras localidades, que não Gondomar, e decidimos criar o clube, em Medas, porque entendemos que era um bom sítio para criar um clube de andebol.
E, também, porque em Gondomar nunca tinha existido uma equipa de andebol feminino tanto na formação como na competição. Era uma lacuna no concelho. E, efetivamente, o clube tem vindo a crescer.
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O clube tem só equipa feminina?
Não, não é um clube vocacionado só para o feminino, mas também é para o masculino, temos uma equipa vocacionada tanto para os rapazes como para as raparigas, porque infelizmente as raparigas não têm tanta oferta no desporto como os rapazes. As nossas séniores femininas subiram agora à segunda divisão nacional.
Qual foi a sensação de terem subido à segunda divisão?
Foi fantástica. Para que perceba na nossa equipa de séniores femininas não há uma atleta do concelho de Gondomar, temos pessoas de Marco de Canaveses, de São Félix da Marinha, do centro do Porto, do Centro de Gaia, de Crestuma e de Penafiel. Elas estão lá pelo clube e pelo projeto. Vêm apenas pela expectativa de fazer o clube crescer e estão cá desde a sua génese, é uma felicidade poder contar com elas.
Quais são os objetivos do clube a curto, médio e longo prazo?
O foco maior do clube não é tanto a competição. A competição até foi uma surpresa que tivemos, porque o clube nasceu para a formação e não para a competição. Acabamos por criar por causa dos jogadores virem de fora. O objetivo é inverter a pirâmide, é aumentar o numero de atletas na formação e desejavelmente chegar aos 100, neste momento somos cerca de 40. Queremos ser o clube do município com mais atletas a jogar andebol. A longo prazo gostaríamos de passar fronteiras e ser uma referência no panorama nacional. Para já queremos manter-nos na segunda divisão, não temos condições para mais, mas se evoluirmos para isso conseguimos chegar à 1ª divisão nacional, sem problema nenhum.
A nível de apoios financeiros, têm o apoio do Município de Gondomar ou da União de Freguesia de Medas e Melres?
Nestes primeiros dois anos não tivemos apoio do Município. É uma regra que está nos procedimentos da Câmara, durante os primeiros dois anos não temos apoios financeiros, no entanto a Câmara já nos está a ceder o pavilhão e não podemos deixar isso em branco e têm-se mostrado disponíveis para outras situações. E só temos de agradecer. Mas, efetivamente, está aquém do que é necessário, porque uma equipa de competição fica muito cara. No próximo ano o orçamento vai ser, ainda, mais elevado, estamos a falar de cerca de 15 mil euros para as séniores femininas. A nossa Junta de Freguesia é que nos ajuda muito dentro da possibilidade deles, eles são fantásticos. Nós sentimos bastante o reconhecimento da União de Freguesias enorme.
O Presidente da União de Freguesias de Medas e Melres, José Paiva, mostrou-se orgulhoso por esta conquista da equipa feminina de andebol, de Medas, e felicitou “a subida de divisão da equipa de seniores femininos da EABD é sem dúvida um grande marco, por tudo o que representa para um clube que está apenas a competir há 2 anos. Mas é essencialmente um grande estímulo para todo o trabalho que está a ser feito ao nível da formação. Está de parabéns todo o staff da EABD, desde os dirigentes, aos técnicos atletas e pais, pela excelência do trabalho que estão a realizar e pela lacuna que estão a preencher na nossa comunidade, no que ao desporto diz respeito, mormente na vertente feminina. O caminho faz-se caminhando, mas tenho a certeza que a EABD, tem lançadas as bases para uma caminhada de sucesso. Parabéns”. ■
1 – A comissão parlamentar de inquérito à gestão da TAP ainda só ouviu meia dúzia de personalidades e já causou tantos estragos que, por este andar, vai tornar-se numa autêntica trituradora de políticos, e na masmorra do Governo. Com efeito, as primeiras audições permitem desde já concluir o que toda a gente sabia mas ninguém assumia: a gestão da companhia aérea era uma espécie de jardim infantil dotado de uma arena de box.
Decisões de gestão de altíssima responsabilidade eram tomadas com tanta leviandade e informalidade que mais pareciam um jogo de crianças no WhatsApp, entre membros do Governo e os gestores de topo da companhia. As revelações feitas até ao momento em sede de inquérito, e a divulgação de mensagens por smartphone vão para além do imaginável, envergonhando as elites dirigentes e qualquer responsável político que se preze.
2 – Se levarmos em conta que estão arrolados para serem inquiridos mais de meia centena de intervenientes diretos e indiretos na vida da companhia, é fácil imaginar que o relatório final de conclusões só deverá ser conhecido na próxima sessão legislativa, lá para o outono. Neste espaço de tempo, o que não estará para vir, e é claro que o Governo vai ser mantido de baixo de alta pressão e escrutínio mediático.
Dada a amplitude temporal do objeto das inquirições – praticamente desde o início da geringonça até à atualidade – as malfeitorias infligidas à companhia terão tendência a deixar no campo de batalha muitas outras vítimas de diferentes quadrantes políticos. Os efeitos colaterais deste inquérito acabarão, necessariamente, por se alargarem para além do perímetro do atual Governo, incluindo decisões da governação social democrata.
3 – Paralelamente aos trabalhos da comissão parlamentar de inquérito, a nova equipa de gestão da companhia terá de enfrentar o pico alto da atividade aérea do verão, a falta de aviões e de pessoal de voo para responder ao mercado, e a turbulência laboral e reivindicativa interna. Neste quadro, a regra do passa culpas será o princípio dominante, pelo que é de esperar que os escândalos da TAP se mantenham no espaço nobre dos media.
A assistir, mas não indiferentes, a todos estes tristes episódios estarão certamente os potenciais interessados na privatização da companhia. Processo que também não promete ser pacífico, considerando os valores em presença e os interesses da indústria. Ou seja, no fim do dia, que será daqui a largos meses, ninguém imagina qual será o saldo final deste regabofe, e quem irá mesmo entregar a cabeça ao pelourinho da forca… ■
Falta um ano para se comemorar o meio século da revolução dos cravos e da implementação, em Portugal, de um regime democrático e baseado nos princípios da igualdade e da solidariedade.
E identifiquei estes dois valores, entre todos aqueles que conquistamos com o 25 de Abril, precisamente para os salientar nestes tempos que atravessamos.
Uma sociedade democrática, seja ela qual for, tem sempre as suas especificidades e os seus problemas, que, muitas das vezes, para os seus cidadãos, enormes e alvo de críticas ao próprio regime democrático.
Esquecemo-nos é que a Democracia não é um fim em si mesmo, não é algo que se implemente e que por isso mesmo seja isento de imperfeições. A Democracia é, sem qualquer dúvida, o melhor de todos os regimes e é-o, precisamente, porque promove e assenta sobre um conjunto de princípios tais como a Igualdade e a Solidariedade, que estão fortemente ligados entre si.
Olharmos para a nossa sociedade e para os nossos concidadãos e percebermos que os defeitos fazem parte da construção do mundo que queremos. Percebermos o que está menos mal e corrigirmos é o trabalho constante que a Democracia nos impele e nos obriga, sem nunca perdermos o foco no importante: sabermos que todos contamos e que ninguém pode ficar para trás e ser descartado.
Os discursos de que os problemas são responsabilidade apenas de alguns, que o grupo a ou b é que são os responsáveis e que terminando com isso resolvemos todos os problemas, são além de discursos falaciosos, são discursos que provocam ainda outros males à Democracia: a desunião, a responsabilização, a acusação e acima de tudo a desagregação da sociedade e do coletivo.
A nossa Democracia precisa de atenção e, acima de tudo, de muito empenho da nossa parte, dos cidadãos democráticos e que querem um país melhor e mais desenvolvido, um país onde todos tenham o seu lugar e o seu espaço, sejam eles quem forem e sejam eles oriundos de onde forem.
Um país com regras, com leis fortes, com autoridade que a todos responsabilize e obrigue, mas acima de tudo um país com valores, da liberdade, da solidariedade, da igualdade e não dar espaço aos defeitos da democracia que a todos prejudicará, tais como a xenofobia, o racismo e a homofobia.
A Democracia não é um estado completo, mas sim um processo que todos os dias precisa de ser trabalhado para ser melhorado e protegido daqueles para que não acreditam que todos juntos somos melhores e fazemos um país melhor. ■