revista em voga

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4 São João

del-Rei ao encontro do futuro

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A Igreja em São João del-Rei nos seus 300 anos: o pensamento católico nessa cidade

EDITORIAL

7 As Vocações

Econômicas de São João del-Rei

Uma edição histórica

EM VOGA

ÍNDICE

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APADEQ

A APADEQ é mantenedora de Vila Esperança – Centro para Tratamento de Dependência Química – fundado em 1998

12 Assistência

EXPEDIENTE

Social

DIRETOR Neudon Bosco Barbosa

Destaque na gestão do governo municipal, a secretária Municipal de Cidadania, Desenvolvimento e Assistência Social Merilane Cardoso fala à revista Em Voga sobre os novos rumos da Assistência Social no município de São João del-Rei

O LEITOR

EDITOR Cristiano R. Pereira Filho PRODUÇÃO Ana Maria Dourado Mello Barbosa COLABORADORES Adalberto Guimarães Menezes Eugênio Ferraz João Bosco da Silva José Antônio de Ávila Sacramento Silvio Firmo do Nascimento Francisco Braga

Mensagens recebidas por ocasião do lançamento da Revista EM VOGA

Caro Neudon Bosco Barbosa, Com a minha cordial visita, agradeço a gentileza de enviar o exemplar da revista “EM VOGA”, edição de Março de 2013 e também aproveito a oportunidade para enviar meus cumprimentos ao Francisco Braga pela matéria do nosso “Imortal Lincoln de Souza”. Atenciosamente, Senador Aécio Neves

Esta edição da revista EM VOGA traz matérias relacionadas à história de São João del-Rei, na oportunidade da comemoração dos 300 anos de elevação à Vila. São destaques de um passado glorioso, presente em constante transformação, projetando um futuro auspicioso e promissor. EM VOGA a partir desta edição passa a circular bimestralmente, inovando no conteúdo para melhor apreciação dos leitores. Instituímos assinaturas numa demonstração de respeito ao leitor e apreciador da cultura mineira. Colabore, solicitando informações pelos nossos telefones e e-mail sobre como proceder para tornar-se assinante.

Os meus melhores votos de que a EM VOGA tenha o apoio e uma continuidade, pois, sem dúvida, o primeiro exemplar está primoroso. Abraços extensivos à equipe da EM VOGA, com o meu aplauso caloroso. Aluízio Viegas

EM VOGA É UMA PUBLICAÇÃO DA EDITORA MINAS GERAIS LTDA. Rua Santo Elias l 106 l Centro 36300-104 l São João del-Rei l MG 32 3373-2552 l 9973-3272 l 8703-2986 jornaldeminas@city10.com.br PROJETO GRÁFICO / EDITORAÇÃO wa editoração ltda. FOTO DE CAPA Thiago Morandi ASSINATURAS 32 3373-2552 l 9973-3272 l 8703-2986 jornaldeminas@city10.com.br

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EM VOGA

São João del-Rei ao encontro do futuro NEUDON BOSCO BARBOSA Exaurida a extração do ouro, a Vila de São João del-Rei encontrou a subsistência no abastecimento à Corte recém chegada, com suínos, bovinos, aves, derivados do leite e produtos da agricultura, conforme acentuou o historiador Gaio Sobrinho em palestra no Instituto Histórico e Geográfico. Tornou-se um pólo mercantilista com o advento da ferrovia, instalação de casa bancária e a chegada de imigrantes de países vários: a indústria diversificou-se, em especial a têxtil. Na sessão solene da Academia de Letras, dia 2 no salão nobre da Prefeitura, oradores enfatizaram as comemorações pela passagem do dia de elevação a Vila e a Cidade, como em 1952 com a presença do presidente Getúlio Vargas e comitiva, incluído o ministro da Justiça Tancredo Neves, em 1938 com a construção do Pavilhão em Matosinhos ou 1963 quando Magalhães Pinto, governador, lançou a pedra fundamental do monumento ao Expedicionário. Havia um ar de frustração por não

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acontecer um evento que marcasse profundamente a data dos 300 anos de elevação a Vila. A resposta poderia estar na coletiva em que a reitora Valéria Kemp da Universidade Federal de São João del-Rei anunciou os investimentos para aquisição do terreno e construção do edifício que abrigará a Faculdade de Medicina, do imóvel rural para vincular ao curso de Zootecnia e a construção de um parque tecnológico. A faculdade de Medicina, sonho antigo dos são-joanenses, em 2014 será realidade. O autor destas linhas durante alguns meses em 1971, ao lado de amigos, manteve um programa na Rádio João del-Rei que transmitiu debates acalorados entre grupos a favor e contra a instalação do curso. Em reuniões realizadas no salão dos espelhos do Minas Futebol Clube formaram-se comitivas para promover gestões a diferentes setores solicitando a instalação da referida faculdade, chegou-se até a escolha de hipotética administração. Mas os esforços foram em vão, pois, os representantes de Barbacena, os Andradas, instalaram o curso

na vigência do regime militar. A própria Universidade criou um curso de medicina em Divinópolis, frustrando a comunidade são-joanense. Com o advento da nova unidade chegarão professores com bagagem científica para dar o respaldo necessário e, consequentemente, a área de saúde terá novos serviços a oferecer à população, seja através do Hospital Universitário, que a princípio utilizará a estrutura hospitalar existente ou de novas unidades ambulatoriais. Com a instalação do parque tecnológico, pesquisas já sendo feitas na área de biologia prosseguirão em conjunto com a medicina, sem se falar na vinda de pesquisadores em áreas diversas, aumentando o potencial local. Em tempos em que se torna difícil a instalação de grandes indústrias que utilizem farta mão de obra, universidade como centro de ensino e pesquisa e uma ampliação diversificada de serviços coligados pode significar a consolidação de São João del-Rei como pólo de excelência, gerando emprego e renda.

NEUDON BOSCO BARBOSA

Bacharel em Direito. Co-fundador do Jornal de Minas (1ª fase), que integrou de 1969 a l974. Dirigiu e editou o jornal A Vanguarda de Boa Esperança (MG). Fundou e dirige o Jornal de Minas, o jornal Edição da Bahia e a revista EM VOGA. Presidente licenciado da Academia de Letras de Irecê (BA), da qual é sócio fundador. Do IHG de São João del-Rei. Da Academia de Letras Jurídicas de São João del-Rei e Tiradentes, da qual é sócio fundador


SÍLVIO FIRMO DO NASCIMENTO Podemos refletir um pouco sobre a filosofia católica na cidade de São João del-Rei: o culturalismo. Mas, o que é cultura? Em nossos tempos, o homem tomou consciência profunda da cultura e da sua necessidade, pois toda pessoa é ser cultural como sujeito e, ao mesmo tempo, fruto dela. Sem cultura, nunca o homem poderá realizar-se, como ser espiritual que é e deve ser, inserido na sociedade em que atua influenciando e recebendo influência dela. Isso acontece, especialmente na Igreja católica da cidade de São João del-Rei. No ambiente sócio-religioso o homem realiza a plenitude do ser ser, psicossomaticamente. Assim, a cultura é a riqueza acumulada nessa cidade nos seus 300 anos, tornando-se um verdadeiro patrimônio desse povo católico que possui suas tradições, seus costumes, suas crenças, suas danças, suas canções, suas orquestras etc. Portanto, em São João del-Rei a pessoa humana se realiza culturalmente em duas dimensões: pessoal e coletiva. Na dimensão pessoal, a cultura é cultivo de todos os componentes pessoais: corpo, isto é, como corporeidade (equilíbrio físico, saúde, bem-estar, higiene, esforço e repouso) e espírito, isto é, como alma, substancialmente unido ao corpo, contendo suas potências ou faculdades (de inteligência ou razão e vontade, de memória e fantasia, de sensibilidade e afetividade). São dons que se transformam em habilidades, mediante o seu cultivo zeloso. Já no plano social, o sanjoanense vê a cultura como amoroso e incessante cultivo dos riquíssimos valores sociais (história e tradições, sentimentos religiosos e crenças, ritos e símbolos, senso de Deus ou do Sagrado, usos e costumes, foclores, expressões artísticas diversificadas, traços de caráter, mundividência, relacionamentos amorosos

ou odiosos, qualidades e defeitos de um povo ou nação). Precisamos preservar essa cultura social acumulda em São João del-Rei nos seus 300 anos, sobretudo no contexto da globalização que prevalece sobre as culturas nacionais e regionais. Para isso, devemos nos servir, sobretudo do evangelho e outros textos sagrados, como os rituais religiosos, e do progresso científico e tecnológico e outros valores culturais modernos. Diante do exposto, pensamos ser muito pobre a sociedade humana (povo, cidade, nação, civilização) que não cuida de dos elementos essenciais de sua cultura, levando em conta seu núcleo, a pessoa humana, valor fundante de todos os valores, como pensam Tancredo de Almeida Neves e dom Lucas Moreira Neves. Estamos falando de cultura democrática, em que a cultura e o humanismo se interligam ou, melhor, coimplicam-se. O humanismo é a filosofia do homem, afirmando que o conjunto dos fatores que permitem o homem viver e conviver segundo a plenitude de sua dignidade, como cidadão e cristão. A cultura é tão valiosa à medida em que contribui para a plenitude do ser humano enquanto pessoa, com o contributo da fé, exercitando sua filiação divina. Na promoção das dimensões vertical e horizontal, espiritual e humana, fé e razão, em harmonia a personalidade cristã vivida nessa cidade. Aqui. Temos uma cultura cristã contrareformista, que salvaguarda as tradições católicas das mediações concretas: sacramentos são vistos como meios eficazes de salvação, devoção a Maria e aos Santos, necessidade das boas obras e da fé para a obtenção da vida eterna. A cultura cristã vivida entre nós é a pautada nos valores da justiça , liberdade, da solidariedade, do respeito mútuo e amor. Nessa cultura, Cristo, perfectus Deus et perfectus homo, é o ápice, ideal e paradigma da realização humana: “O mistério do homem se esclarece no contacto com o mistério do Verbo Encarnado” (Gaudium et Spes). Nesse humanismo cristão as qua-

lidades personalistas sobrepujam as atitudes excludentes, opressivas do homem sobre o homem. Hoje, vivemos muitas vezes, numa cultura excludente do Absoluto e da Transcendência em nome da imanência sem grandeza, o que acaba por ser hostil ao homem, afirma Dom Lucas. Nesse raciocínio, ele coincide com Tancredo Neves, ao afirmar o primado do Absoluto na ontologia humana. Na acepção sanjoanense, temos duas classes de cultura: a clássica e a popular. Nesse modus vivendi, podemos dizer que a cultura não significa erudição ou elitismo. Pelo contrário, encontramos pessoas e sociedades privilegiadas pela educação intelectual, científica e clássica e carentes dos valores culturais humanistas. E, vice-versa, constatamos pessoas e comunidades privados da educação intelectual ou “cultas”, no sentido de erudição, mas que possuem valores humanos, morais, sociais e religiosos que formam a verdadeira cultura. Assim, admitimos a existência da verdadeira cultura popular que difere da clássica, mas nunca lhe é inferior. É o que acontece com nosso povo. No nosso contexto sócio-religioso, a cultura clássica e popular se dialetizam e se coimplicam, formando uma riqueza incalculável. O povo que amamos e admiramos, vive uma união impressionante. Como os brasileiros em geral, o povo sanjoanense vive a harmonia cultural da música clássica (barroca, litúrgica etc.) e popular (o reisado, a congada etc.). Noutras palavras, vemos na cultura sanjoanense, sobretudo na sua cultura religiosa, uma fonte de bênçãos e felicidade para todos os homens e as mulheres envolvidos na cultura de forma ativa e/ou passiva. De forma direta ou indireta formamos um mosaico harmonioso cultural que aproxima o céu e a terra um do outro: nela somos arrebatados ao céu e o céu desce benfazejo até nós.

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A Igreja em São João del-Rei nos seus 300 anos: o pensamento católico nessa cidade

SÍLVIO FIRMO DO NASCIMENTO

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EM VOGA

INFRAESTRUTURA

A APADEQ (Associação de Parentes e Amigos dos Dependentes Químicos) é uma sociedade civil, sem fins lucrativos e sem conotação religiosa, de caráter assistencial, educativo e científico, fundada em 9 de fevereiro de 1988, com duração indeterminada, a qual tem sede e fórum na cidade de São João Del Rei, Minas Gerais, sendo considerada entidade pública Municipal, Estadual e Federal. A APADEQ é mantenedora de Vila Esperança – Centro para Tratamento de Dependência Química – fundado em 1998 e que tem os seguintes propósitos: • Combater à doença da dependência química e propiciar caminhos para a recuperação, bem estar e reintegração social dos dependentes. • Empenhar-se na profilaxia e na prevenção da dependência química. Estimular estudos e pesquisas relacionadas com a recuperação do dependente químico. • Favorecer e ajudar a criação de APADEQs em outras cidades. MODALIDADES DE TRATAMENTO EM VILA ESPERANÇA Serviço de Assistência Terapêutica Ambulatorial • O Setor de Atendimento Ambulatorial iniciou seu funcionamento no ano de 2004, num trabalho de estágio em parceria com a UFSJ, onde se realizava tratamento em grupo. Posteriormente, com o aumento da demanda, os atendimentos passaram a ser diários, e também individuais. O Serviço Ambulatorial da Vila Esperança caracteriza-se por um serviço aberto à população, menos intensivo, distinto do modelo de internação, cuja atuação abrange o perfil dos pacientes nível leve a moderado de comprometimento com as substâncias psicoativas. A metodologia do trabalho busca a interação de dois modelos: o Minnesota, baseado no programa dos “12 passos” dos Grupos Anônimos de mútua-ajuda e Terapia cognitivo-comportamental. O público atendido é de Dependentes químicos (álcool e outras drogas) e familiares de dependentes químicos, com idade mínima de 12 anos e faz-se o atendimento psicoterápico individual ou em grupo, informações e orientações.

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Serviço de Assistência Terapêutica Resi-

dencial - Internação • A internação tem duração média de 60 dias, podendo ser ampliado de acordo com as necessidades do residente (designação da pessoa internada), após avaliação da Equipe Terapêutica, incluindo avaliação clínica e psiquiátrica, caso haja necessidade. Em seguida são formulados os planos terapêuticos individuais de cada residente e estes serão acompanhados pelos conselheiros em dependência química. Durante o período de internação, o dependente é inserido numa série de atividades diárias que vão desde a adequação às normas do Centro, que inclui a obediência a horários, responsabilidade e tarefas cotidianas, como arrumar o quarto, sua cama, seus pertences, acordar, dormir, tomar banho e fazer as refeições no horário certo, bem como, as atividades grupais efetivamente relacionadas ao tratamento (que incluem leitura de textos, realização e apresentação de tarefas orais e escritas, reflexões, palestras, dinâmicas de grupo, relato de história pessoal e dramatizações, reuniões diárias de grupos de mútua-ajuda, grupos de sexualidade, grupos de prevenção de recaída e grupos de sentimentos). As tarefas visam identificação e modificação de antigos padrões de comportamento típicos do dependente químico para uma nova forma de vida, mais consciente, adequada e responsável. Neste sentido, o foco do tratamento é a reformulação de vida e a base é a livre vontade de se recuperar. Os procedimentos acima relacionados fazem parte da metodologia baseada no Modelo Minnesota e utiliza técnicas da Psicologia. Programa familiar • É realizado aos sábados e tem como objetivo conscientizar a família acerca da doença e suas características e dos seus reflexos na família e na comunidade. Os familiares são motivados a participarem dos Grupos Anônimos (ALANON/NARANON). Pós-internação • O pós-tratamento tem como objetivo oferecer suporte terapêutico na ressocialização do paciente e continuar implementando mudanças de comportamentos e atitudes para manutenção da abstinência e do processo de sobriedade. Nesta fase do tratamento, após receber alta da internação, o paciente assume o compromisso de comparecer às sessões em grupo no Centro, nas datas pré-estabelecidas pelo período de 12 meses, assim subdivididos: -frequência semanal por 2 meses, quinzenal por 5 meses e mensal por mais 5 meses. Nesta perspectiva, espera-se que, ao saírem do centro, os dependentes também continuem participando dos grupos de Narcóticos Anônimos ou Alcoólicos Anônimos.

São 1270 metros quadrados de área construída e devidamente distribuída, onde se encontram instalados: - Recepção, sala e escritório de administração, pátio de recreação, refeitório, cozinha, despensa, lavanderia, auditório, consultório médico e sala de monitoria, salas para palestras ou reuniões de grupo, salas para terapias individuais ou para pequenos grupos,10 quartos e 10 banheiros para alojamentos de pacientes, totalizando 37 leitos (28 masculinos e 09 femininos), consultórios para atendimento no tratamento ambulatorial, anexo prédio do Tratamento Residencial e sala alugada em Barbacena para atendimento e tratamento ambulatorial.

EQUIPE MULTIDISCIPLINAR A Vila Esperança possui uma equipe multidisciplinar que consta de médicos (clínico e psiquiatra), psicólogos, nutricionista, conselheiros em dependência química, monitores ,e auxiliar de monitores, cozinheiros, assessor de diretoria, coordenador, recepcionista, as­sis­tente social, estagiários da UFSJ, auxiliar de serviços gerais e auxiliar de escritório.

APADEQ Associação de Parentes e Amigos dos Dependentes Químicos, mantenedora da VILA ESPRANÇA – Centro para Tratamento de Dependência Química Endereço: Rua Édipo Monteiro Castanheira, 675 - Bairro Pio XII São João del Rei - MG CEP.: 36.305-326 Telefax: (32)3371-6299 E-mail: apadeq@mgconecta.cim.br Presidente da APADEQ: Selmo José Carlos


As Vocações Econômicas de São João del-Rei ALUIZIO BARROS

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povoado que se criou nos primeiros anos de São João del-Rei tinha um único objetivo: encontrar o ouro. Acreditava-se que a riqueza das nações se media pela acumulação de metais preciosos. Afinal de contas, a proteção dos territórios herdados ou conquistados era feita por exércitos de homens que necessitavam ser armados, alimentados e adequadamente remunerados. Com o passar do tempo, essa noção mercantilista de prosperidade das nações veio prescindir de gastos militares para gerar saldos comerciais (exportações menos importações) que possibilitam a acumulação de reservas em moeda estrangeira. O ouro monetário é um ativo minoritário na composição dessas reservas. Na segunda metade do século passado, o Japão se definiu como uma nação mercantilista pelo sucesso na conquista pacífica de mercados através da produção e comercialização de produtos industriais inovadores e de baixo custo relativo. Neste século 21, a China protagoniza o novo mercantilismo em escala planetária ao registrar crescentes saldos comerciais com o resto do mundo. Mas hoje não se avalia a prosperidade de uma nação pelo seu estoque de reservas internacionais em moeda estrangeira ou ouro. O filósofo escocês, Adam Smith, escreveu um livro que é considerado o marco inicial da Ciência Econômica: Uma Investigação sobre a Natureza e as Causas da Riqueza das Nações. Isto aconteceu em 1776, incidentalmente no ano em que foi criada em São João del-Rei a Orquestra

Lira Sanjoanense, que continua esplendorosamente ativa até os dias atuais. Smith criticou o mercantilismo e argumentou que a prosperidade de um país vinha do crescimento econômico, que podemos expressar pelo PIB per capita, ou seja, a produção por habitante. Pode-se caracterizar os trezentos anos da economia são-joanense como composto de quatro períodos: a exploração do ouro, o agronegócio pastoril, a indústria têxtil, e o polo comercial e de prestação de serviços. A mineração do ouro proporcionou o surgimento de um núcleo urbano dotado de mão de obra e capitais. A elevação do arraial à condição de vila teve em 1713 a importância que hoje se dá à emancipação de um município. Passado o período de maior extração do ouro, a economia são-joanense tornou-se entreposto de comercialização da produção agropecuária regional, impulsionada pelo mercado consumidor da capital federal, a cidade do Rio de Janeiro, socialmente transformada pela vinda em 1808 da família real portuguesa e os milhares de abastados funcionários da côrte. No final do século 19, a industrialização chega a São João del-Rei com uma representante de peso – a Cia. Têxtil S. Joanense (1891) – e um ícone do progresso – a Estrada de Ferro Oeste de Minas (1881). A ferrovia não conseguiu competir com a opção governamental pelo transporte rodoviário e foi desativada na década de 1960. As fábricas têxteis sofreram os revezes da economia brasileira no século 20, bem como a evolução tecnológica que mecanizou a produção. A indústria têxtil local deixou de ser intensiva em mão de obra e hoje emprega um contingente de apenas 411 pessoas.

Neste século 21, São João del-Rei fortalece sua vocação de polo comercial e de prestação de serviços, sem negligenciar a indústria. O censo de 2010 mostra que existem 37.252 pessoas ocupadas na economia local, sendo 7.893 (21%) no comércio e oficinas mecânicas, 3.958 (10,6%) na indústria de transformação, 3.571 (9,6%) na construção e 3.046 (8%) na educação. Esses quatro setores da vida econômica respondem por 49 % da força de trabalho ocupada. A diversificação da economia fica ainda mais evidente quando se observa a ocupação nos setores seguintes: administração pública (2.454 pessoas), agropecuário (2.360) e saúde e serviços sociais (2.049). A grande vantagem de São João del-Rei ter uma economia diversificada é estar menos vulnerável às crises econômicas setoriais que acontecem nas economias capitalistas. Se um setor da economia entra em crise e gera desemprego, ele não tem peso para arrastar outros setores. A busca do ouro no sentido figurativo de prosperidade local encontra-se atualmente no comércio, na educação e na saúde. O desenvolvimento econômico nacional é criado e não herdado. Depende menos de recursos naturais e de mão de obra barata, e cada vez mais da capacidade empresarial de inovação. Todos sabemos que o fim colimado ainda está distante, mas sabemos também que ele será atingido, e nosso Herói Maior terá um local à sua altura onde sua memória será para sempre enaltecida

EM VOGA

EM BUSCA DO OURO

ALUIZIO BARROS

Professor de Economia e Administração com experiência em gestão de negócios públicos e privados. Conquistou o título de mestre na Universidade de Manchester, Inglaterra, e o doutorado na Universidade Federal do Rio de Janeiro, com pesquisa de tese na Universidade de Stanford, Califórnia. Trabalhou nas Nações Unidas, no IPEA, na Fundação Getúlio Vargas, no IBGE e na Universidade Federal de São João del-Rei

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EM VOGA

SÃO JOÃO DEL-REI

Um tricentenário para ficar na história

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Jairo Vieira

A

chuva veio forte no fim de semana anterior à celebração dos 300 anos de São João del-Rei. A tempestade tentou impedir a festa. Fez transbordar o córrego do Lenheiro, invadiu casas, arrastou carros, mas não tirou o desejo de celebrar esta data tão importante. A prefeitura e a Secretaria de Cultura, Turismo, Esporte e Lazer organizaram uma programação variada e intensa. Jair Rodrigues, o setentão enxuto e com uma disposição de fazer inveja a muitos jovens, iria abrir a festa no domingo dia primeiro de dezembro. Como a cidade estava um caos, o artista teve a humildade de subir ao palco e justificar a não realização da apresentação. Prometeu cantar no dia seguinte, sem falta. E assim o fez na praça do Sr. Bom Jesus de Matosinhos. Durante uma hora e vinte minutos interpretou grandes clássicos de seu repertório e de outros grandes nomes da música brasileira, seja no samba, marchinhas ou na música sertaneja. A semana seguiu com outras apresentações de dança, teatro, cinema, esporte, poesia... Enfim, os quatro cantos da cidade respiraram cultura e diversão durante uma semana com atividades gratuitas para a população. Salve terra de São João del-Rei! Personagens importantes que fizeram parte da história da cidade foram homenageados, como Agostinho França, na Estação do Samba, Bárbara

MARCELO ALVARENGA, SÁ E GARABIRA, MARA COSTA

Heliodora, na Estação Central, Otto Lara Resende, na Estação Cultural e Jota D’Ân­gelo, na Estação Teatral. Na quinta-feira, dia 05, o cantor Chico Lobo trouxe sua competente banda e se apresentou no Tijuco. Fez todo mundo brincar de roda e mostrou a versatilidade que o tornou mais um são-joanense conhecido pelo Brasil e pelo mundo. Ave Chico! A dupla Sá e Guarabyra reviveu os clássicos que embalaram gerações por este Brasil afora na sexta-feira, 06, no Largo São Francisco. Dona, Sobradinho, Espanhola, Roque Santeiro foram cantadas pelo público que lotou o local. No bate-papo no camarim, a dupla atendeu a

imprensa em tom descontraído revivendo outras visitas à cidade tricentenária. Outro nome da música popular brasileira marcou o último dia de grandes shows: Alceu Valença. O pernambucano agitou o público, conversou, dançou e ainda deixou um recado: “Temos que preservar o patrimônio, assim preservamos nossa história, cultura e São João del-Rei tem importância fundamental para história do Brasil”. A apresentação terminou já nos primeiros minutos da segunda-feira. Parabéns São João del-Rei pela história de lutas e glórias. Parabéns ao povo que participou ativamente das comemorações do tricentenário.


ADEMIR MENDES GUIMARÃES

EM VOGA

São João del-Rei na vanguarda do agronegócio PLANTAÇÃO DE TANGERINAS

Engenheiro Agrônomo • Coordenador Técnico Regional da Emater-MG de São João del -Rei

Divulgação

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a conjuntura atual do agronegócio brasileiro, frequentemente nos deparamos com notícias mostrando o sucesso da agricultura no Brasil, do quanto este setor vem contribuindo para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e no superávit da balança comercial. Podemos dizer que este sucesso se deve principalmente ao espírito empreendedor dos empresários do setor, à sofisticada tecnologia empregada no sistema produtivo, tanto no setor de máquinas, quanto no setor de pesquisas genéticas, e ainda, a assistência técnica e extensão rural disponibilizada a estes empresários. É comum imaginarmos que estes empreendimentos ficam distantes de nossa realidade, como por exemplo, localizados no Sul e Centro Oeste do país, onde tanto o clima quanto o relevo lhe são favoráveis. No entanto, podemos dizer que esta análise é enganosa, estes empreendimentos se espalham por todo o país em maior ou menor escala, um exemplo do sucesso destes empreendimentos é o município de São João del-Rei. Localizado em uma região privilegiada e possuindo relevo favorável ao desenvolvimento de uma gama extrema de variedades de culturas, São João del –Rei utiliza o que há de mais evoluído em termos de tecnologia, desde fruteiras temperadas como maçã, nectarina, pêssego, a grãos como trigo, milho e soja praticados em grande escala. Atualmente, o município cultiva 15 mil hectares de grãos, principalmente feijão, milho, soja e trigo, produzindo, com isso, 65 mil toneladas. Estes grãos são comercializados nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Em horticultura, com destaques para olericultura e fruticultura São João del –Rei cultiva 1250 hectares, com uma produção de 20 mil toneladas que abastecem as CEASAS do Rio de Janeiro e Minas Gerais, além do mercado regional. Os

produtos da área de horticultura são de excelente qualidade e grande parte deles é destinada a merenda escolar através do Programa PNAE, operacionalizado pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais – Emater-MG, junto as escolas municipais e estaduais. Este cenário nos leva a afirmar que

município se equipara aos maiores centros produtores do país em termos do uso de tecnologias disponíveis, acompanhando e utilizando o que é lançado anualmente pela pesquisa. Diante disto, o desenvolvimento tem sido crescente na proporção que as tecnologias lançadas avançam.

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EM VOGA João Ramalho

HOMENAGEM

São João del-Rei

300 anos ALZIRA AGOSTINI HADDAD Infância compartilhada na história, confidente e revolucionária nas decisões político-culturais do país, museu vivo do XVIII e XIX. Orquestrada pela linguagem dos sinos e pela arte e música barroca, impecavelmente perpetuada por suas irmandades e corporações. Musa retratada por Rugendas em 1824, quando a Expedição Langsdorff passou pela Estrada Real pesquisando o Brasil - registros que integram uma das mais importantes coleções nos campos da arte e ciências.

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Estrada de ferro - Maria Fumaça que ecoa o passado em nossa alma, alinhando montanhas, cachoeiras, grutas, pinturas rupestres, betas de ouro, sítios ecológicos, fazendas antigas, pousadas aconchegantes, flora e fauna. Montanhismo, cavalgadas, esportes de aventura. Memória impressa na paisagem urbana rendilhada de becos e vielas, largos e praças floridas, coretos, pontes de pedra, escadarias e igrejas monumentais, chafarizes, museus e memoriais, Universidade Federal, bibliotecas com obras raras, sobrados e casarões. Todos sempre muito bem vindos, mimados pela hospitalidade e gastronomia típica: pão de queijo, bolinho de

feijão, goiabada, mel, cachaça das melhores, café, broa; quitandas e quitutes. Mestres nos ofícios tradicionais do ferro, da prata e do ouro, madeira, pedras, cerâmica e estanho. Santeiros, luthiers, bordadeiras, artistas que imprimem sabedoria e delicadeza nos detalhes, nobreza na arte e no artesanato. Serenatas, bandas de música, chorinho, orquestras que executam composições sacras em latim de autores locais oitocentistas. Semana Santa, procissões, tapetes de rua, festa junina, Folia de Reis, congado, teatro, carnaval de antigamente, grandes festivais de cultura erudita e popular, folclore, manifestações diversas, tradições.


Jairo Vieira

Esta cultura tem sido retratada pelo projeto Manifestações Culturais de São João del-Rei, da Atitude Cultural, que é desenvolvido por uma primorosa equipe, desde a década de 80, no “Espaço Cultural Ao Cachimbo Turco”, na Opção Saudável, por ocasião da Campanha e pesquisa “Como Valorizar o nosso patrimônio para melhorar o turismo” etc. Esta política cultural permanente realizada em nossa cidade, conta com o incentivo fiscal da Lei Rouanet e o patrocínio da Cemig e do Governo do Estado de Minas Gerais, com apoio de empresas locais e o empenho pessoal de Andrea Neves, que inclusive foi agraciada este ano na Câmara Municipal com o Diploma de Honra ao Mérito, uma merecida indicação do Vereador Igor Sandim, por tudo que ela sempre faz por nossa cidade. Tudo é detalhadamente registrado no Banco de Dados e Imagens que também é desenvolvido pela Atitude Cultural, o www.saojoaodelreitransparente. com.br, com fotos, dados e créditos de todos os eventos e projetos já realiza-

EM VOGA

Fusão étnico-histórico-cultural singular, patrimônio da humanidade

dos. Estas ações sócio-culturais relacionadas à história e aos personagens de São João del-Rei, envolve as principais instituições, entidades, Prefeitura Municipal, artistas e toda a comunidade, através de consistentes e preciosas parcerias. Este ano foi trabalhado nas exposições, shows, peças gráficas, citando algumas ações, o tema São João del-Rei 300 anos: no Carnaval de antigamente com os anjinhos barrocos; na Semana Santa, nos detalhes do Tapete de Rua

e no fim de ano, dando continuidade a esta homenagem, mais eventos, lançamento de cartazes, documentários e muitas iniciativas culturais. Também em instalações cenográficas e em iluminações natalinas; este ano, no Conservatório de Música, na Igreja do Rosário, na Matriz do Pilar e na Igreja do Carmo, além do Memorial Tancredo Neves. Em São João del-Rei a gente vive intensamente a nossa cultura e o nosso patrimônio, que são tantos e tão gerais.

Divulgação

ALZIRA AGOSTINI HADDAD

Coordenadora da Atitude Cultural e do portal saojoaodelreitransparente.com.br, que já representou o Brasil diversas vezes internacionalmente, vice presidente da Associação Amigos de SJDR. Graduou-se em Psicologia. Especializada em “Revitalização Urbana e Arquitetônica”, “Conservação, Gestão e Valorização de Bens Culturais”, “Desenvolvimento Local e Gestão Cultural com ênfase em Cooperação Internacional

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EM VOGA

ASSISTÊNCIA SOCIAL

Novas soluções para velhos problemas Destaque na gestão do governo municipal, a secretária Municipal de Cidadania, Desenvolvimento e Assistência Social Merilane Cardoso, confere à administração atual uma quebra de paradigmas no que tange à condução das políticas públicas sociais.

JOSÉ FERNANDES MACONDO

Já nos primeiros dias do governo, prioridades foram invertidas. A área rural e a população em situação de rua foram atendidas. Uma série de investimentos se iniciou, inaugurou-se o CRAS-Rural (Centro de referência em Assistência Social), situado no distrito de São Sebastião da Vitória, (totalizando quatro CRAS no município) este equipamento é composto por psicólogos, pedagogos, assistente social, advogados, oficineiros, dentre outros profissionais .

Juventude

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A atenção aos jovens em áreas de vulnerabilidade é prioridade da gestão. Através de oficinas, debates e campanhas a prefeitura tem aberto novos canais de diálogo com a juventude. O Galpão da cidadania é o carro chefe dos programas que

estão atendendo os jovens cidadãos.

Fim do Assistencialismo, começo das políticas públicas A velha política de ajudas pessoais, voluntárias e sem critérios veio a baixo para dar lugar ao inicio de uma gestão moderna, ampla e de atenção plena aos que mais precisam. Orientados pelo SUAS (Sistema Único da Assistência Social) a cidade inicia a construção de uma efetiva política pública que garante eficiência no tratamento dos problemas sociais. Como afirma a secretária Merilane Cardoso, “ Não entregamos somente um ticket de cesta básica ,ofertarmos sim, uma cesta de direitos”comemora.


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NÃO ENTREGAMOS SOMENTE UM TICKET DE CESTA BÁSICA, OFERTARMOS SIM, UMA CESTA DE DIREITOS

Merilane Cardoso Secretária Municipal de Cidadania, Desenvolvimento e Assistência Social de São João del-Rei

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Bolsa Família, para além do dinheiro As famílias assistidas pelo Bolsa Família estão encontrando apoio e incentivo para o seu desenvolvimento social e econômico. Somente no ano de 2013 mais de seis mil famílias foram atendidas, sendo três mil e setecentos novos cadastros. A melhoria do atendimento também foi encarada como prioridade. A descentralização para outros equipamentos sociais como os CRAS se mostrou uma acertada decisão, atendendo mais pessoas, em melhores condições. A transversalidade entre a assistência social, saúde e educação levou a cidade a bons índices. A freqüência escolar das crianças beneficiadas atingiu 92,5%, alcançando o terceiro lugar no estado de Minas Gerais.

Emancipação Social Um dos grandes desafios posto para a população vulnerável é promovê-la a fim de torná-la sujeito de sua própria historia. Nesta direção ações como projetos de inclusão produtiva, educação financeira e programas profissionalizantes tem tido a centralidade na gestão. Em 2013 formaram mais de mil pessoas no PRONATEC ( Programa Nacional de acesso ao Ensino Técnico e Emprego) em cursos diversos, bem como Saúde, idioma,meio ambiente e auxiliar administrativo são ofertados. “O importante é se desenvolver individualmente dentro dos projetos coletivos”, afirma Merilane Cardoso

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CIDADE E MEMÓRIA

Relatos da Imigração Italiana em São João del-Rei

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ão João del-Rei é uma cidade que se destaca por diversos fatores no campo da cultura. Em seus 300 anos é hoje referência na arquitetura, na música e na sua religiosidade, destaca-se ainda por suas diversas raízes, dentre elas a advinda da imigração italiana, que tem por data os anos de 1888 e 1889, quando da chegada dos primeiros italianos que, aqui se aportaram alimentados de sonhos e em busca de prosperidade. Sob o caráter extensionista, o Projeto Cidade e Memória é uma ação da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) que tem por finalidade a conscientização da comunidade sobre a importância de suas experiências individuais e coletivas com aplicações históricas, culturais e pedagógicas no processo de construção e reconstrução da história local, bem como a valorização da identidade de seu público envolvido, tendo com uma de suas vertentes histórias do processo de imigração e seus descendentes. O processo de cons-

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trução da memória e do conhecimento realizado pelo projeto Cidade & Memória tem como eixo central a coleta de depoimentos, realizados em forma de entrevistas, para posterior transcrição e divulgação. Engloba ainda informações sobre costumes, leis, estruturas de trabalho e de produção, relações humanas e manifestações culturais de pessoas anônimas ou não, que participaram de momentos fundamentais do desenvolvimento da cidade e tendo por finalidade a conscientização desses narradores sobre a importância de suas experiências no processo de construção e reconstrução da história, destacando neste relato a importância da vida dos colonos da terra de Garibaldi que imprimiu aspectos novos e traços marcantes à vida de São João del-Rei, com efeitos que se integram naturalmente nos horizontes étnico, econômico e social. Em levantamentos recentes, constataram-se a existência de um número significativo de sobrenomes italianos na cidade de São João del-Rei e sua região entorno, alguns modificados

quanto a grafia, devido ao aportuguesamento, oriundo ora pela dificuldade da língua estrangeira ora por ocorrência de repressão durante a 2ª Guerra Mundial. Atualmente tais sobrenomes não pertencem mais só às Colônias e sim a todo território são-joanense. Estudos indicam que os imigrantes que aqui aportaram são oriundos da província do norte da Itália, em sua grande maioria bolonheses e ferrareses, que deixaram sua terra natal, confiantes no futuro pela certeza do valor de seu trabalho, acolhidos festivamente por nossa terra, ao som de banda de música e foguetes, durante seu desembarque na Estação Ferroviária Oeste de Minas (EFOM). Após sua chegada, os imigrantes alojaram-se na Hospedaria dos Imigrantes, um sobrado existente no Largo do Carmo, onde hoje funciona o Centro Cultural da UFSJ, até se instalarem no Núcleo Colonial de São João del-Rei, segundo o historiador Geraldo Guimarães, em seu mapa com data de 1988. Por motivo da chegada dos imigrantes italianos, Antônio Agostini, nascido


da Segunda Guerra Mundial, quando o Brasil declarou guerra aos países do Eixo: Alemanha, Japão e Itália. Dado o fim da guerra a vida voltou ao normal e Figli de Lavoro não mais abriu as suas portas. Em 2005, descendentes desses imigrantes italianos, deram início as atividades da construção e revitalização da Sociedade de Mútuo Socorro, tendo em vista finalidades mais sociais do que de amparo. A então CASA D’ITALIA de São João del-Rei se constitui com o objetivo de reunir brasileiros de origem italiana de ascendência patrilinear e/ ou matrilinear, italianos e demais pessoas, brasileiros não descendentes de italianos e estrangeiros, com o fim de promoção, cooperação e assistência moral, social e cultural a favor da maior interação Brasil/Itália; informação e formação da cultura italiana, em especial da divulgação de sua literatura e das suas artes, do estudo da sua língua e da sua sociedade, representações e apoio a programações e eventos; incentivo e fomento da pesquisa, organização e preservação da documentação sobre a imigração italiana ocorrida no Brasil, notadamente em Minas Gerais e particularmente na região das Vertentes; ocupar posições e desempenhar funções que levam-na a constituir-se em base de apoio e elo entre as duas nações irmãs. Atualmente a entidade encontra-se inativa, mas se destaca por grandes conquistas no que diz respeito ao resgate da memória dos filhos do Brasil, de origens italianas. Hoje, passado 125 anos da recepção festiva aos italianos pelos são-joanenses, podemos confirmar que sua chegada, assim como a de seus descendentes integra-se à paisagem mineira de São

João del-Rei. Não se é possível promover o resgate da história local, sem se referir aos descendentes da imigração italiana, que contribuíram e contribuem para o desenvolvimento da nossa cidade, com seus costumes e ponto de vista de âmbitos étnicos, sociais e econômicos, resgatando por meio de histórias pessoais e memórias coletivas a identidade de um povo que se integra a nossa história, ampliando e formando uma só história. A preservação da memória é a condição da identidade e da unidade de um grupo humano, uma sociedade que esquece seu passado, perde a sua identidade e é incapaz de encarar o futuro, podendo caminhar para a sua extinção.

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em 11 de fevereiro de 1912 e falecido no ano de 2008, descendente de Angelina Trere Agostini e Benedetto Agostini, relata que os italianos que vieram com seus pais deixaram aqui seus filhos , netos e bisnetos. Assim ele narra: O papai quando veio para cá, foi inicialmente para a Colônia do Bengo, depois foi para um local mais perto, onde hoje é o Albergue. Depois eles venderam e foram morar no Ribeirão. Quando meus pais chegaram aqui, acharam o Brasil um Paraíso. (...) Aqui tem tudo de bom: água com fartura, terra boa. O papai conta que, quando eles chegaram ao Brasil, foram muito bem recebidos por todos. Assim como relata Zulma Bassi, descendente de Julieta Sbampato e Giacomo Bassi, e também, das famílias Dinalli e Martielli, nascida em 27 de novembro de 1927 e viva até os dias de hoje, sobre a chegada de seus avós “eles ganharam terras e sementes para produzirem, ganharam também alimentos e local para morar. Tinha cama e tudo...”. Outro fato histórico, oriundo da imigração italiana, foi à formação de uma Sociedade Italiana de Mútuo Socorro, criada e aprovada com muito entusiasmo e expectativas em novembro de 1891, mediante estatuto, sob o nome de “Sociedade Italiana de Mútuo Socorro Figli de Lavoro” (filhos do trabalho). Tal Sociedade era uma associação benemérita com bases filantrópicas e tinha como finalidade servir de uma rede de amparo aos imigrantes e suas famílias, servia também como local de encontros sociais e entretenimento. Ao que tudo indica, a Figli de Lavoro distinguiu-se por consideráveis serviços de assistência prestados aos italianos aqui radicados tendo seu fim por ocasião

PROFª. MARIA LÚCIA MONTEIRO GUIMARÃES

Docente do Departamento das Ciências da Educação (DECED) da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) onde coordenadona diversas ações de extensão universátiria, entre elas o Programa de Educação e Desenvolvimento Social

JÚNIO ADÃO RIBEIRO LEITE Acadêmico do Curso de Engenharia Mecânica da UFSJ

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11º Batalhão de Infantaria de Montanha “Regimento Tiradentes” comemora 125 anos de muita história RHAFAELA RESENDE

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11º Batalhão de Infantaria de Montanha “Regimento Tiradentes” comemorou no dia 1º de dezembro (domingo) seus 125 anos em São João del-Rei que contou com uma vasta programação incluindo eventos sociais, esportivos, religiosos e muito mais durante toda a semana. Tenente Coronel de Infantaria Georges Peres Kanaan atualmente é o comandante do 11º Batalhão de Infantaria e nos contou um pouco sobre a origem do 11º BI, que na realidade se originou em 1888 com a criação do 28º BI – Batalhão de Infantaria em Rio Pardo, no Rio Grande do sul. “Nossa origem é nesse batalhão que se ramificou e foi criado o 51º Batalhão de Caçadores, e em 1909 veio para São João del Rei onde ocupou as instalações do Colégio Municipal “Maria Tereza”. Conta o tenente Coronel Kanaan, que completa.” Em 1920 chegou a São João del Rei o 54º BI que veio de Florianópolis – SC, e se juntou com o 51 BI e deram origem ao 11 RI – Regimento de Infantaria”. O 11º Batalhão participou de vários conflitos como, a Sabinada 1839, Revolução Farropilha1835 a 1845, Guerra do Paraguai de 1865 a 1870, a Campanha de Canudose até mesmo a Segunda Guerra Mundial que contou com grande participação dos militares, a FEB - Força especial brasileira era composta de aproximadamente 25 mil homens. “Na Segunda Guerra o 11º Batalhão participou das principais batalhas na Itália, e nesse contexto perdemos 132 homens na guerra. Em destaque dos demais

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integrantes temos o Frei Orlando e o Sargento Max Wolf Filho, ao qual o batalhão muito se orgulha de suas participações e empenho a frente do BI”, relata o Coronel Kanaan . Ainda em ano de Guerra, em 1945, o Batalhão foi homenageado ao receber a denominação histórica de “Regimento Tiradentes” em honra ao mártire da inconfidência mineira, Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes. O Batalhão dentre suas várias atuações, enviou tropas em missão de paz, para a Angola, para o Haiti, Missão Pacificadora no Rio de Janeiro, Jornada Mundial da Juventude e outros. “Já estamos prontos eescalados também para a participação da Copa do Mundo no Brasil e as Olimpíadas em 2016” lembra o TC Kanaan. A denominação de “Montanha” do Batalhão é devido a função que receberam de estudar e estruturar a prática do montanhismo no exército, como especialização. “Somos a única unidade com especialidade em combatente de montanha, mandamos pessoas pra outros países, e recebemos militares de vários outros também para vir fazer o curso dessa parte de montanhismo. Hoje somos pioneiros daescola de Montanha do Mundo”, se orgulha o TC Kanaan. Atualmente o batalhão tem 750 homens, dentro desse grupo apenas duas mulheres, uma sargento de saúde e uma da administração que atua nas relações públicas. Estando para receber mais três mulheres no Batalhão em 2014. Atualmente esse grupo faz parte dasduas Companhias de Fuzileiros de Montanha, uma Cia de Comado e apoio, e um Centro de instruções de operações em montanha, além de uma base administrativa.

Fotos / Arquivo 11BIMht


EM VOGA IHG RECEBE DOAÇÃO DE AUTOS DE DEVASSA DA INCONFIDÊNCIA MINEIRA Na reunião do dia 1° de dezembro o confrade Tiago Adão Lara, um dos fundadores da entidade, entregou ao presidente Artur Cláudio Moreira os volumes dos Autos de Devassa, primeira edição de 1938, importante doação que marca os 300 anos de elevação a Vila.

EM SÃO JOÃO, VICE-GOVERNADOR ENTREGOU 114 VEÍCULOS E ANUNCIOU UM PROJETO QUE LEVARÁ TELEFONIA CELULAR AOS CERCA DE 700 DISTRITOS DE MINAS GERAIS

CRISTINA RESENDE, PREFEITA DE ENTRE RIOS DE MINAS ASSINA CONVÊNIO

O PREFEITO DE NAZARENO, JOÃO CAETANO LEITE, ACOMPANHADO DO PRESIDENTE DA CÂMARA JOVINO

PREFEITO DE RITAPÓLIS MARCUS GIMENEZ E A PREFEITA DE SANTA CRUZ DE MINAS E PRESIDENTE DA AMVER SINARA CAMPOS

Ao entregar 114 máquinas e assinar convênios com 88 prefeituras mineiras, totalizando investimentos de R$ 33,4 milhões, Alberto Pinto Coelho afirmou que o Governo de Minas criou um projeto para expandir a telefonia celular, alcançado também os cerca de 700 distritos mineiros. O prefeito de São João del-Rei, professor Helvécio (PT), que falou em nome dos munícipes, agradeceu a parceria com o Estado e ressaltou a importância do ProMunicípio. “Quero aqui agradecer o Governo de Minas pela atenção que tem com nós prefeitos, contemplando todas as prefeituras, de maneira igual, independentemente de partido, sempre tendo o povo em primeiro lugar. Nossas demandas têm sido atendidas e é uma alegria receber esse conjunto de equipamentos por meio do ProMunicípio. E é importante destacar que esse programa atende diretamente às necessidade específica das cidades”. O PREFEITODE JECEABA, FÁBIO VASCONCELOS, RECEBEU AS CHAVES DO VEÍCULO DAS MÃOS DO VICE-GOVERNADOR EM NOME DOS DEMAIS, AO LADO DE PIMENTA DA VEIGA E DOS SECRETÁRIOS DE GOVERNO DANILO DE CASTRO E DE TRANSPORTES E OBRAS PÚBLICAS CARLOS MELLES

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São João del–Rei,

300 anos!

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história de Minas está entranhada e espalhada em suas cidades históricas, berços de nossa nacionalidade, povoadas por lembranças e memórias. Assim se fez e constituiu o Estado, quando homens vinham para essas terras em busca de ouro, sem saber que deixavam, naquela busca quase insana por riquezas, as origens de nossa história. As cidades mineradoras são testemunhas vivas desse tempo, quando tudo estava por ser desbravado. O Arraial Novo de Nossa Senhora do Pilar, depois Arraial Novo do Rio das Mortes e por fim a próspera São João del-Rei de agora, é mais um capitulo de ouro e glórias nas paginas dessas Minas Gerais, quando bandeirantes paulistas transpuseram a serra da Mantiqueira, palmilharam o sul das Gerais até encontrarem o Vale do Rio das Mortes e lá fundaram uns dos primeiros povoados dessas terras cheias de índios e minérios. Não podemos dizer que o povoamento de São João del-Rei tenha apenas um ponto originário, mas vários pontos, sendo um deles a descoberta de ouro de aluvião pelo bandeirante Lourenço Costa, escrivão do Porto Real da Passagem, na travessia do Rio das Mortes. Parte dessa história contamos durante o lançamento - pela Casa da Moeda do Brasil - da Medalha em homenagem aos 300 anos de fundação de São João del-Rei, em 2005 – agora em 2013 comemora-se os 300 anos de elevação a Vila – quando vimos aprovada nossa proposta para a confecção e lançamento da Medalha, registrando e comemorando a efeméride, como destacamos no edital que elaboramos naquela ocasião:

“300 anos de São João del–Rei

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A próspera São João del-Rei, importante pólo comercial do Campo das Vertentes de Minas Gerais, originou-se, há 300 anos, do Arraial Novo do Rio das Mortes, antes Arraial Novo de Nossa Senhora do Pilar. A descoberta, e a seguir a consolidação, nos idos de 1704/5, de ouro de alu-

vião, pelo bandeirante Lourenço Costa, escrivão do Porto Real da Passagem, na travessia do Rio das Mortes e, depois, no Tejuco, também junto à Serra do Lenheiro, conduziu as ocupações de terras, a construções de taipa e a edificação de capelas, iniciando o crescimento urbano que, junto aos inevitáveis conflitos de posses, levaram à Guerra dos Emboabas. Em produções agrícolas e pecuárias, gerando grande comércio desde sua origem, permitiram que a cidade não sofresse tanto com o declínio da produção aurífera do século XVIII que levou, inclusive, fixar São João del-Rei como futura capital. Também em São João del-Rei iniciou-se, com o segundo jornal de Minas, a imprensa mineira. A Estrada de Ferro Oeste de Minas e a instalação da Cia. Industrial São Joanense de Fiação e Tecelagens impulsionaram a economia local no século seguinte, mesma época em que a Assembléia Constituinte Mineira indicou, pela segunda vez em sua história, a cidade para capital das Alterosas. Em votação posterior, a indicação recaiu sobre o Arraial de Curral del-Rei, depois denominado Belo Horizonte. Em 1943, seu acervo colonial, composto de importantíssimas obras arquitetônicas e de elevado nível artístico, foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN. A sua peculiaridade arquitetônica, destacando-a das demais cidades barrocas de Minas Gerais, em face de sua evolução de vila mineradora para centro comercial, criou singular entrelaçamento e continuidade entre o barroco, o eclético e o moderno. Na atualidade, sua presença histórica ainda mais se acentua pela grandiosidade de seu mais ilustre filho, Tancredo Neves, Presidente eleito do Brasil e principal condutor da redemocratização nacional, falecido em 21 de abril de 1985, mesmo dia e mês de morte de Tiradentes, o herói maior brasileiro. O túmulo de Tancredo, na monumental Igreja de São Francisco, tornou-se local de visitação por peregrinos que ali vão homenagear o grande político brasileiro”.

A cidade hoje Em São João del-Rei, ao longo da história, tivemos os sonhos de liberdade comungado por Tancredo Neves e Joaquim José da Silva Xavier, seus mais ilustres filhos. Agora temos a beata brasileira Nhá Chica, nascida e batizada no distrito do Rio das Mortes e que se projeta para o mundo, com sua beatificação confirmada pelo Vaticano no dia quatro de maio de 2013, em Baependi, na região vizinha do Sul de Minas, cidade onde Nhá Chica foi viver quando ainda era criança. Todos os anos, a partir de 2011, São João del-Rei participa da entrega da Comenda da Liberdade e Cidadania, que neste ano chegou à terceira edição. A Comenda tem o objetivo de resgatar a memória e as bases da cultura mineira, que tem na figura do Mártir da Pátria, Tiradentes, o seu maior referencial. As prefeituras de São João del-Rei, Ritápolis e Tiradentes, cidades intimamente ligadas à vida e história do herói nacional, instituíram, em 2011, a Comenda da Liberdade e Cidadania, que é entregue, anualmente, na Fazenda do Pombal, local de nascimento de Tiradentes. Como Chanceler da Comenda faço questão de destacar que ela foi criada sob a inspiração do historiador Wainer Ávila e do juiz Auro Aparecido Maia de Andrade, ambos vivendo em São João del-Rei, assim como José Egydio Carvalho, pessoa que em todos esses anos tem sido o pilar gerencial local e viabilizador dos eventos. A solenidade, realizada de forma irmanada entre as três cidades, representa os ideais de Tiradentes e da Inconfidência Mineira, juntando a visão de futuro das três municipalidades que tem na Fazenda do Pombal seu ponto histórico, centralizador e agregador. Foi ali que nasceu Tiradentes e o ideal de liberdade entre os mineiros e brasileiros. Sua realização indica o reconhecimento e resgate de valores defendidos pelo Herói, que tem na construção de um povo, na cidadania, seu referencial maior. É isso que a entrega da Comenda vem reavivar e representar, como bem destaca o Hino da Comenda, composição de Marcos Viana sobre texto de Ivanise


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Junqueira, que foi batizado de Coração do Herói. Neste ano, a entrega da Comenda ocorreu no dia 10 de novembro, às 11h, e agraciou pessoas que se destacaram por suas ações e atitudes, focadas na cidadania, na consciência ecológica, na liberdade de idéias e ideais, na preservação do meio ambiente e que, de uma certa forma, representam a construção de um mundo melhor. É importante destacar que São João del-Rei não ficou presa ao seu passado, mas se elevou junto com ele, e vai ao longo do tempo dando a Minas suas páginas de glórias, tendo o brilho do ouro e a nobreza da palavra liberdade, essa que nunca se cala.

EUGÊNIO FERRAZ

Engenheiro, jornalista e escritor, membro do IHGB, foi responsável por várias restaurações de monumentos nacionais; ex-diretor-geral do Centro de Estudos do Ciclo do Ouro/Casa dos Contos de Ouro Preto; fundou o Sistema de Museus de Ouro Preto e o Fórum de Dirigentes Federais em MG; foi superintendente do Ministério da Fazenda em Minas Gerais. Chanceler das Comendas Ambiental/São Lourenço e Liberdade e Cidadania. É o diretor-geral da Imprensa Oficial do Estado de Minas Gerais

CIDADES DAS VERTENTES GANHAM MÁQUINAS DO GOVERNO FEDERAL Os municípios do Campo das Vertentes que tem até 50 mil habitantes estão entre as cidades mineiras beneficiadas com os equipamentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) do Governo Federal. Eles foram contemplados com uma patrol, uma retroescavadeira e um caminhão caçamba, através da interveniência do deputado federal Reginaldo Lopes, que esteve, no dia 27 de dezembro último, viajando na região para fazer a entrega da patrulha mecanizada. A ação beneficia os agricultores visto que as máquinas se destinam, prioritariamente, à manutenção de estradas vicinais. Durante sua visita às cidades das Vertentes, Reginaldo Lopes aproveitou para avisar que aquelas que ainda não receberam as máquinas serão atendidas com o caminhão caçamba e a retroescavadeira até fevereiro e março de 2014, respectivamente. “Esse programa torna realidade o grande sonhos de todos os prefeitos, que é ter a própria pa-

trulha mecanizada”, comentou o parlamentar. Algumas cidades não tinham, até então, nenhuma máquina e outras adquiriram, através de financiamento por décadas, sua retroescavadeira há quase 30 anos. “Estas que estamos entregando, agora, são 100% gratuitas às Prefeituras”, contou. Receberam a patrulha mecanizada os seguintes municípios: Barroso, Conceição da Barra de Minas, Coronel Xavier Chaves, Dores de Campos, Ibituruna, Itumirim, Itutinga, Lagoa Dourada, Madre de Deus de Minas, Nazareno, Piedade do Rio Grande, Prados, Ritápolis, Santa Cruz de Minas, São Tiago, São Vicente de Minas e Tiradentes. O Governo Federal, com essas doações, fez um investimento de R$ 71,1 milhões, beneficiando mais de 180 mil famílias de agricultores mineiros. No total são 152 retroescavadeiras, 32 motoniveladoras, 26 caminhões-pipa e 125 caminhões-caçamba. São mais de um milhão de pessoas que vivem no meio rural sendo contempladas.

A MAIORIA DAS CIDADES RECEBEU, EM DEZEMBRO DE 2013, A PATROL E A RETROESCAVADEIRA, SENDO QUE O CAMINHÃO CAÇAMBA ESTÁ PREVISTO DE SER ENTREGUE EM FEVEREIRO DESTE ANO

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Eventos marcam o aniversário de batizado de Joaquim José da Silva Xavier LILIANE LUCHIN

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A Comenda da Liberdade e Cidadania foi entregue na Fazenda do Pombal dia 10 de novembro, domingo,, local de nascimento de Tiradentes, com o objetivo de resgatar a memória e as bases da cultura mineira. A Comenda tem como Chanceler o Diretor-Geral da Imprensa Oficial de Minas Gerais, Eugênio Ferraz que foi o inspirador da iniciativa ao lado do historiador Wainer Ávila e do Juiz Auro Aparecido Maia de Andrade.. O orador oficial foi o juiz Auro que prestou homenagens ao tenente-coronel Adalberto Guimarães Menezes, tetraneto de Tiradentes, que iniciou o movimento pela preservação da memória do Protomártir da Inconfidência Mineira na Fazenda do Pombal, juntamente com os historiadores José Antônio de Ávila Sacramento e Antônio Gaio Sobrinho do Instituto Histórico e Geográfico de São João el-Rei Este ano, Ritápolis foi a an-

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1 Hellen, Cristiano e Tarsila 2 Eugênio Ferraz e Neudon Barbosa 3 Secretário Eros Biondini e o diretor da EM VOGA Neudon Barbosa 4 José Antônio de Ávila Sacramento e os agraciados Vânia Villela Ávila e Silvério Parada 5 O prefeito Marcus Gimenez ladeado pelos prefeitos Ralph Justino, de Tiradentes e Helvécio Reis, de São João del-Rei e pelo Chanceler Eugênio Ferraz

fitriã, responsável por eventos cívico-culturais e pelo cerimonial. Esse último, feito em parceira com a equipe de São João del-Rei, foi muito bem organizado, chamando a atenção de todos que chegavam à Fazenda. Da recepção dos carros, passando pelo credenciamento, até a equipe de palco, só se ouvia elogios. “Fiquei muito orgulhosa com trabalho realizado e grata a todos que conosco contribuíram”, disse a chefe de gabinete de Ritápolis, Nelma Silva. Mais de 150 pessoas que se destacaram por suas ações e atitudes, focadas na cidadania, na consciência ecológica, na liberdade de ideias e ideais, na preservação do meio ambiente e que, de certa forma, representam a construção de um mundo melhor, receberam a medalha. Entre os agraciados o secretário de Esportes e Juventude deputado federal Eros Biondini, o procurador geral de Justiça do Estado Cláudio Mariani Bittencourt, os deputados estaduais Dalmo Ribeiro e Luiz Henrique, o secretário de Turismo Agostinho

Patrus Filho, Cristina Lopes, vice-prefeita de São João del-Rei, o ex-vice-prefeito de São João del-Rei Cristiano da Silveira, gerente regional da GEAP em Minas Gerais, entre outras personalidades. O Prefeito de Ritápolis, Marcus Gimenez, foi um dos agraciados com a Medalha. “Fiquei muito feliz em receber esse im­ portante reconhecimento e quero estendê-lo a todos os cidadãos de Ritápolis. Porque só juntos, podemos fazer mais pela cidade. Quero agradecer aos idealizadores da comenda, o historiador Wainer Ávila e o Juiz Auro Aparecido Maia de Andrade, ao Chanceler Eugênio Ferraz, à Banda da Polícia Militar de Barbacena, aos meus colegas prefeitos de São João del-Rei e Tiradentes e também toda a equipe que fez o trabalho brilhante antes, durante e depois do evento”, disse o prefeito. O evento contou ainda com a presença dos músicos Marcus Viana e Laiza Moraes, que cantaram o Hino Nacional e a Canção do Herói, uma homenagem feita por Marcus Viana ao Tiradentes.


JOÃO BOSCO DA SILVA

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DIA DA LIBERDADE EM SÃO JOÃO DEL-REI Fotos / Sargento Carvalho • Rel. públicas 11BIMht

Membro da Academia de Letras de São João del-Rei, IHG e diversas entidades

No dia 12 de novembro de 2013, sob os auspícios da Loja Maçônica Charitas nº 002, foi realizada, junto à Estátua do Tiradentes, na Avenida Presidente Tancredo Neves, em São João del-Rei, solenidade em homenagem ao Dia da Liberdade, que comemora o nascimento/batizado de Joaquim José da Silva Xavier, ocorrido a 12 de novembro de 1746. O orador oficial foi o tenente-coronel Kanaan, comandante do 11° Batalhão de Infantaria de Montanha. A cerimônia foi conduzida por Dr. José Egídio de Carvalho, tesoureiro da Academia de Letras e teve a presença do cel Adalberto Guimarães Menezes, descendente do Tiradentes e membro do IHG de Minas Gerais e de São João del-Rei, Dr. Wainer Ávila, presidente da Academia de Letras, vereador Cabo Zanola, juiz Dr. Auro Aparecido Maia de Andrade, diretor do Fórum, venerável Felipe Teixeira Néri Filho, secretário de Governo Leonardo Silveira, representando o prefeito Helvécio Reis, Aécio Lopes Pereira, venerável da Loja Maçônica Caminhos do Mestre, Geraldo Eustáquio Coelho de Freitas, Grande 1º Vigilante da Grande Loja Maçônica de Minas Gerais, coronel Carlos Élcio Silveira Franco, presidente do Grêmio de Oficiais das Forças Armadas, Aldo Batista da Silva, vice-prefeito de Santa Cruz de Minas, Alex Batista, vereador em Santa Cruz de Minas, Moacir Américo de Moura, vice-presidente da Câmara Municipal de Dores de Campos Essa solenidade, capitaneada pela Maçonaria de São João del-Rei e região, vem ocorrendo desde 2011 e surgiu como parte das comemorações do mesmo Dia da Liberdade, o qual foi criado, neste município, pela Lei Municipal nº 4.418 de 24 de março de 2010. Conforme assinala o Coronel Adalberto Guimarães Menezes, do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais, em seu livreto intitulado Comenda da Liberdade e Cidadania, no dia 12 novembro de 2011, “Por iniciativa dos caminhantes Murilo Cabral e Ana Cintra, assim como da Maçonaria de São João del-Rei e região, foi feito um conjunto de atividades cívicas junto à estátua do Tiradentes, na Avenida Presidente Tancredo Neves, em homenagem ao Dia da Liberdade, presididas por José Egídio de Carvalho, coordenador das atividades relacionadas ao Dia da Liberdade por parte da Prefeitura de São João del-Rei. O início fora marcado para as 8 horas e estavam presentes representantes e membros as diversas

Secretário de Governo Leonardo Silveira, representando o prefeito Helvécio, Wainer Ávila, pres. Academia de Letras, escritor João Bosco, da Academia e IHG, José Egídio de Carvalho, tesoureiro da Academia de Letras, ladeados por representantes da Maçonaria

Dr. Auro, juiz de Direito da 1ª Vara Cível, ten-cel Kanaan, João Bosco, Dr. Adalberto Guimarães e Neudon Barbosa diretor da revista EM VOGA

Tenentes-coroneis Kanaan e Adalberto e major Murilo Cabral

lojas maçônicas de São João del-Rei e adjacências, um grupo de caminhantes, a Banda de Música do 11° Batalhão de Infantaria de Montanha, autoridades civis e militares...”. Tendo as referidas atividades cívicas ocorrido também no ano de 2012, esta última solenidade, realizada a 12 de novembro de 2013, além de dar continuação a elas, constitui-se também na continuidade do propósito de exaltação do dia do nascimento de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, protomártir da independência do Brasil e Patrono Cívico da Nação Brasileira. A Banda do 11º BImht, sob a condução do mestre 1º ten Antenor Noé, abrilhantou a solenidade.

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CIDADE E MEMÓRIA

309 ANOS DE ARRAIAL, 300 ANOS DE VILLA E 175 ANOS DE CIDADE JOSÉ ANTÔNIO DE ÁVILA SACRAMENTO

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ARRAIAL: Foi “no anno de 1704, com pouca differença, morando sobre o Rº. das mortes desta parte, aonde hoje he, e foy sempre o porto da passage, Ant. Garcia da Cunha Taubatiano, que por morte do d.º Thome Portos Portes, seo sogro, socedeo em Guarda mor para a repartição das terras mineraes, assistia na sua vesinhança um Lourenço da Costa, natural de S. Paulo, que servia ao d.º Antonio Garcia de seo escrivão das datas: este descobrio o Rib.º que corre por detraz dos morros desta V.ª de S. João para a parte do Noroeste, e foy repartido entre varias pessoas com o nome de S. Francisco Xavier, e tem dado e da ainda hoje ouro, e não so no principio do seu descobrimento mas em alguns annos despois se lhe acharão em alguãs parages pintas ricas.” Assim está escrito no manuscrito que o capitão José Matoll enviou ao padre Diogo Soares, cujo original está em Portugal, na Biblioteca Pública de Évora (códice CXVI, 1-15, fls. 147 a 152). Com o descobrimento do ouro estava iniciado o Arraial Novo de Nossa Senhora do Pilar, um núcleo populacional cujos 300 anos já celebramos no final do ano de 2004 até o ano de 2005 (vale dizer que arraial, embrião de uma vila, é um lugarejo de caráter provisório, temporário, lugar simples e que reúne poucas casas habitadas). A “VILLA”: No “Anno do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Christo de mil sete centos e treze annos, aos oito dias do mez de dezembro do dito anno neste Arraial do Rio das Mortes, onde veiu por ordem de Sua Majestade, que Deus Guarde, Dom Braz Balthazar da Silveira, Mestre de Campo General dos seus exércitos, Governador e Capitão Geral da Cidade de São Paulo, e Minas, para effeito de levantar Villa o dito Arraial; e logo em virtude da dita Ordem, que ao pé deste Auto vai registrada, o criou em Villa com todas as solenidades necessárias, levantando o Pelourinho no lugar, que escolheu para a dita Villa a contento, e com aprovação dos moradores della, a saber na xapada do morro que fica da outra parte do córrego para a parte da Nascente do dito Arraial, por ser o citio mais capaz e conveniente para se continuar a dita Villa, a qual elle dito Mestre de Campo General, e Governador e Capitão General appelidou com o nome São João del’Rey, e mandou , que com este título fosse de todo nomiado em memória de El Rey Nosso Senhor por ser a primeira Villa que nestas Minas elle dito Governador e Capitão General levanta assistindo a esta nova erécção o Dezembargador Gon-

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çalo de Freitas Baracho, como Menistro do dito Senhor que se acha Ouvidor Geral desta dita Villa, como tão bem assistido toda a nobreza, e Povo della, e se levantou com effeito o dito Pelourinho, e ouve elle dito Governador e Capitão General por erecta a dita Villa, creando nela os Officiaes necessários, assim os Milicias, como de Justiça conducentes ao bom regimen della, e mandou se procedesse a elleição dos pelouros para os Officiaes da Camara na forma da Ley, e de tudo mandou fazer este Auto que assignou com o dito Dezembargador, Ouvidor Geral, e eu Miguel Machado de Avelar Escrivão da Ouvidoria Geral que o escrevy Dom Braz Balthazar da Silveira - Gonçalo de Freitas Baracho.” Está aqui transcrito o Auto de Levantamento da Vila de São João del-Rei, do qual atualmente não se tem notícias a respeito do paradeiro. Interessante notar que já no ano seguinte, por carta de 06 de abril de 1714, a Vila de São João foi distinguida como sede da Comarca do Rio das Mortes. Completam-se então, neste dia 08 de dezembro de 2013, os 300 anos de Elevação de São João del-Rei a Vila (como sabemos, vila é uma povoação de categoria superior a arraial). A CIDADE: Em 06 de março de 1838, juntamente com a Vila Real de Nossa Senhora da Conceição do Sabará (atual Sabará), Diamantina e Vila do Príncipe (atual Serro), a então Villa de São João del-Rei adquiriu a categoria de cidade através da Lei nº 93, assinada pelo então presidente da província de Minas Gerais. Em 06 de março de 2014, comemoraremos os 176 anos de Elevação à Cidade (entende-se por cidade uma aglomeração humana complexa e importante, localizada numa área geográfica circunscrita e que tem numerosas casas próximas entre si, destinadas à moradia e/ou a atividades culturais, administrativas, mercantis, industriais, financeiras e a outras não relacionadas diretamente com a exploração do solo). Assim, para que não persistam dúvidas, estão aqui delineadas de forma simples e rápida as três datas mais importantes para o entendimento da gênese e da história administrativa da atual cidade de São João del-Rei!

JOSÉ ANTÔNIO DE ÁVILA SACRAMENTO Membro do Instituto Histórico e Geográfico, da Academia de Letras e do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural de São João del-Rei possuidor de várias medalhas e condecorações


O DAMAE – Departamento Autônomo Municipal de Água e Esgoto de São João del-Rei é uma autarquia, um órgão público ligado à Prefeitura e que cuida do saneamento básico da cidade, assim constituído desde 1967, por decreto do então prefeito Milton Viegas. Contudo, o serviço de água potável canalizada tem pelo menos 125 anos. Na Estação de Tratamento de Água, no bairro Bonfim, há uma placa em homenagem aos membros da Câmara Municipal de 1887. De acordo, com o relato do historiador Augusto Viegas, no livro ‘Notícias de São João del-Rei’, em 1888 (ano da abolição da escravidão em nosso país), figuras ilustres que hoje dão nomes a várias ruas no centro, foram os responsáveis pela instalação de adutoras de ferro fundido, que forneciam um milhão e meio de litros de água, para a população de menos de 20 mil habitantes. Os livros não relatam, mas a criação da rede em 1888 pode ter sido motivada, entre outras coisas, pela impossibilidade de continuar contando com o trabalho dos escravos para carregar latas de água na cabeça, prática que ainda prevaleceu por muitos anos na cidade, porém remunerada, após o fim da escravidão. Alguns destes centenários canos de ferro ainda estão em uso, até hoje. E são, pelo desgaste natural, um dos motivos do grande número de vazamentos e buracos, que tanto incomodam nossa população, motoristas e frota crescentes. Alguns canos estão tão

deteriorados, que o próprio procedimento de conserto e o reasfaltamento com máquinas pesadas, não raramente, provocam novos vazamentos e buracos. Esse quadro vai mudar em breve. O Governo Federal disponibilizou 400 mil Reais, para a elaboração de um projeto executivo para a captação de verbas que possam renovar a rede de água do município. Entre os ilustres, os engenheiros Francisco Bicalho (Rua Eng. Bicalho) e Hermilo Alves (Av. Eng. Hermilo Alves) e na Câmara, Severiano de Resende, que dá nome à praça também conhecida como Largo Tamandaré, que foi o local onde inicialmente esteve instalado o Chafariz da Legalidade, inaugurado em 1833, alimentado por aqueduto de madeira e pedras, que trazia água da Serra para o Centro. Hoje, o Chafariz da Legalidade está na Praça dos Expedicionários, antiga praça da República e dos Andradas, em frente à Escola Maria Teresa. O mais antigo Chafariz da cidade, data de 1822, portanto, há 191 anos, no largo São Francisco já havia água canalizada na cidade. Ambos estão inativos, assim como os elegantes chafarizes de ferro fundido, que estão instalados nas Praças Carlos Gomes (Largo do Carmo) e na de Matosinhos. Em seus mais de 300 anos de existência, como Arraial (Fim do século XVII), Vila

(1713) e Cidade (1838) São João del-Rei já consumiu bilhões de litros de água e também forneceu trilhões de litros para outras localidades e cidades deste imenso país, com os vários cursos d´água que nascem aqui. O Sistema de recolhimento de esgotos da cidade também vai mudar. Depois de 300 anos, São João vai ganhar sua primeira Estação de Tratamento, que vai diminuir o nível de contaminação no Rio das Mortes e nos Córregos da Cidade. Com 42 milhões de Reais do Programa de Aceleração do Crescimento, do Governo Federal, a Prefeitura vai renovar toda a rede da cidade, que ainda tem galerias feitas de tijolos de barro, há mais de um século.



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