Jornal Dicas da Diplomata - Agosto 2017

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AGOSTO DE 2017

ANO I - NÚMERO 8 Por Claudia Assaf

AGOSTO MÊS DO DESGOSTO? NÃO!

MÊS DO TPS-2017! PROVA OBJETIVA

DO CESPE, DE C OU E:

CHUTAR x ARRISCAR p.2

O jornal de agosto do Dicas da Diplomata é inteiramente dedicado à prova objetiva, de primeira fase, do Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata (CACD), o que, no passado, era a etapa conhecida pelo nome de Teste de Pré-Seleção, a amada ou a odiada sigla TPS. A fase é amada pelos que vêm tentando o CACD e nela logram êxito, sem qualquer problema, e avançam às fases subsequentes do concurso, mas até o momento não foram aprovados por alguma fragilidade ainda não superada nas discursivas; é odiada pelos que, mesmo já muito bem preparados em termos de conteúdo programático, não conseguiram, ainda, passar por essa primeira barreira, já há anos tentando, e, por isso, nunca tiveram a oportunidade de ter seus brilhantes textos das fases discursivas avaliados pela banca examinadora.

A TÉCNICA QUE USEI PARA O TPS DO ANO EM QUE FUI APROVADA NO CACD. p.3

CARTAS AO CEACEDIsTA artigo exclusivo aos leitores do dicas da diplomata

Fato é que as três letrinhas – TPS –, mesmo sem mais intitular oficialmente a primeira fase do CACD, são o pesadelo ou o sonho de cada candidato nestes dias que precedem a edição do TPS de 2017. Na edição do jornal mensal do Dicas da Diplomata de agosto, vamos tentar desmistificar o TPS e fazer que todos os candidatos o veem, não como um desgosto, e, sim, como uma oportunidade, seja para amadurecer perante o desafio, seja para carimbar de vez seu passaporte para o ingresso na carreira diplomática. Em ambos os casos, para treinamento ou para valer, o jornal tentará fazer que os candidatos vejam o TPS como um sonho bom de ser sonhado e realizado.

p.7

DICA DO mÊs

Boa leitura a todos! Claudia Assaf.

PENSAMENTO

DO mÊs p.6

PRESENTE DO mÊs p.6

p.6 www.dicasdadiplomata.com.br

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ANO I - NÚMERO 8

PROVA OBJETIVA DO CESPE, DE C OU E: CHUTAR x ARRISCAR Chutar, jamais; arriscar, sempre, mas nem todos poderão se dar ao luxo de arriscar. Qual a diferença entre chutar e arriscar a marcação de um item na prova estilo Cespe? Quem leu o livro de minha autoria Diário de Bordo – um voo com destino à carreira diplomatica conhece bem minha luta para passar no TPS. Logo no primeiro ano, tendo estudado ainda muito pouco, passei no TPS, livre, leve e solta que estava, sem qualquer compromisso com a aprovação no concurso. Teria sido sorte de principiante? Não acredito em sorte.Teria sido absoluta ausência de ansiedade. Muito provavelmente sim. Por óbvio, não consegui passar nas fases subsequentes, discursivas, porque ainda não havia estudado o mínimo necessário. À medida que avançava nos estudos e ia me sentindo cada vez mais confiante na aprovação, lá veio o TPS a se colocar na minha frente, uma barreira quase intransponível, pensava. Houve um ano em que por poucos décimos, não consegui atingir a nota de corte. Sentenciei: não adianta continuar estudando, nunca conseguirei mosytrar ao examinador meu conhecimento por escrito, porque não creio que conseguirei ser aprovada no TPS. Assim, o TPS tornou-se meu pesadelo, um monstro. A rigidez com que eu lia os itens, fazia que eu discordasse de tudo. Era bastante conservadora, deixava muitos itens em branco, para que o erro não descontasse um item respondido corretamente, como é a regra da prova Cespe. Ao ver o TPS como um monstro, tinha medo e desacreditei. Foi quando descobri a diferença entre chutar e arriscar, que minha relação com o TPS se transformou: aprendi que chuta quem nada sabe a respeito do tema suscitado pelo item; arrisca quem já estudou o tema, mas, por algum motivo, não tem certeza absoluta da resposta, por algum golpe malicioso do texto apresentado pela banca, a famosa pegadinha. Achamos que a todo tempo a banca Cespe está nos trazendo pegadinhas. Sim, elas existem, mas se confiar em sua intuição, arrisque. Se , por um lado, chutar é como marcar números na loteria, é tentar a sorte, por outro lado, arriscar é marcar conscientemente, com uma margem de dúvida, é estar quase certo(a) da resposta por causa de seus árduos estudos de anos a fio, e é aqui que devemos dar crédito a nossa intuição. Fuincionou comigo, poderá funcionar com você. Quer saber mais detalhes de como usar exatamente sua intuição? Leia a matéria, neste jornal, intitulada “A técnica que usei para o TPS do ano em que fui aprovada no CACD”, em que transcrevo o trecho do meu livro “Diário de Bordo” explicando exatamente a técnica que usei, a qual aprendi com um cunhado concurseiro.

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AGOSTO DE 2017

A TÉCNICA QUE USEI PARA O TPS DO ANO EM QUE FUI APROVADA NO CACD: “A essência da técnica baseia-se na premissa de que o candidato que realmente estudou, feita a primeiríssima leitura do item, ele certamente terá uma opinião, ainda que intuitiva, se o item será C ou E. Essa primeiríssima opinião a respeito do item, mesmo que intuitiva, que o candidato que estudou teve, muito provavelmente estará de acordo com o gabarito. A intuição inicial precisava ser anotada! Deveria guardar, com muito carinho, qual havia sido a minha primeira reação ao ler o item antes de ler qualquer outra coisa – esse era o segredo que eu tanto procurava. Meu cunhado recomendou colocar ao lado do item um sinal, assim: “mC” ou “mE”, ou seja, “marcaria C” ou “marcaria E”. Dessa forma, a intuição estava registrada. Uma vez anotada a primeira intuição, era momento de ler novamente o item, dessa vez articulando as ideias, com mais atenção. Ao ler com mais atenção, uma das duas situações ocorreria: (a) eu teria certeza da resposta, vendo algum erro claro, ou concordando plenamente com o item; ou (b) algum grau de dúvida surgiria. É essa dúvida que consumia tempo precioso de prova, porque o candidato que houvera estudado tenderia a ler inúmeras vezes o mesmo item, sem necessariamente chegar a alguma conclusão. No caso “a”, não perca tempo: era para marcar logo no meu cartão-resposta – extremamente atenta para marcar no local correto, repito, extremamente atenta para marcar no local correto – e partir para o item seguinte, fim de papo. No caso de “b”, quando se mantivesse a dúvida, não perder muito tempo pensando. Manteria, ao lado do item, qual havia sido a minha intuição primeira, mC ou mE, e continuaria fazendo a prova porque o relógio não para. Ao chegar ao final do caderno de prova, eu teria o seguinte cenário: cartão-resposta já marcado nas questões que eu não mais voltaria a ler; e itens em branco, marcados no caderno de prova apenas com meus mC ou mE, aguardando a minha decisão. Como ainda havia tempo significativo de prova, era momento de retornar com mais calma aos itens deixados ainda em branco para, já tendo garantido no cartãoresposta definitivo as questões para as quais não mais retornaria, decidir de uma vez por todas se marcaria C ou E, ou deixaria em branco mesmo. A Claudia do TPS de 2004 e 2005 deixaria a maioria em branco mesmo. Agora era momento de arriscar, segundo a técnica que me era apresentada. Não era chutar, ao que sempre

fui refratária. Era arriscar. A diferença entre arriscar e chutar é muito grande – aqui estava o segredo da técnica: arrisca quem estudou; chuta quem não estudou. O candidato que não estudou não faz qualquer ideia se o item é C ou E. Ao chutar, ele tem cinquenta por cento de chances de acertar e é com esta probabilidade que ele joga. Como não tem nada a perder, o candidato que ainda não estudou, a Claudia de 1996, apenas chutaria. O candidato que passou meses ou anos estudando, dia e noite, noite e dia, conhece o tema abordado pelo item. Consegue articular causas, consequências, motivações em torno do que a banca afirmou no item. As chances de sua intuição estar de acordo com o gabarito são superiores aos 50% do candidato que chuta. E aqui está o pulo do gato: se a dúvida permanecer, eu não poderia deixar em branco, e, sim, marcar de acordo com aquela intuição inicial, porque o resultado líquido de todas os itens em que você estava com dúvida será positivo. Repito: o resultado líquido de todos os itens em que você que estudou estava com dúvida será positivo. Em outros termos, mesmo que minha intuição estivesse errada, no geral, entre todos os itens mC e mE, o resultado líquido seria positivo, o que implicaria pontos adicionais na minha nota final do TPS e isso aumentaria sobremaneira as chances de pontuar acima da nota de corte. Por exemplo, vamos supor que haja trinta itens cuja resposta você, que vem estudando focado, não tenha muita certeza, mas, após a primeira leitura, anotou ao lado mC ou mE. Feito isso, é momento de analisar um pouco mais o item. Pode ser que você perceba a pegadinha, um erro óbvio qualquer, e passe a ter certeza da resposta. Excelente. Vá para o cartão-resposta definitivo e marque cuidadosamente no local correto. Se, após a análise mais detida, mesmo após várias leituras, você não conseguir de jeito nenhum decidir se o item é C ou E, prossiga na leitura da prova porque o tempo não para. Isso tudo não deve levar mais que um minuto por item. Ao terminar o caderno de prova, retorne aos itens em dúvida e decida. Se a dúvida permanecer, arrisque marcar o que sua intuição lhe mostrou na primeira leitura: se tiver marcado

mC, marque C no cartão resposta; se tiver marcado mE, marque E no cartão resposta. Nesse esquema, das trinta você terá errado no máximo umas dez e acertado vinte, o que significa uma pontuação líquida positiva de dez pontos. Na pior das hipóteses, mesmo que você erre catorze e acerte dezesseis, você terá o resultado líquido positivo no valor de dois itens. Fato é que, para o candidato que vem realmente estudando focado, das trinta questões, ele não deverá errar mais que quinze se seguir sua intuição inicial. Essa pontuação líquida positiva somar-se-á à pontuação líquida obtida da marcação das demais questões que você havia respondido com certeza total ou quase isso, o que lhe dará grande chance de obter uma nota acima do corte. Lembre-se de que, mesmo as questões em que você pensava ter certeza, haverá entre elas algumas contrárias ao gabarito. É por isso que esse saldo positivo de suas questões em que havia dúvida será decisivo! Meu problema era precisamente este: deixava muitos itens em branco, e, entre os que eu marcava, achando que estavam todos certos, necessariamente havia itens errados, como foi o caso do “posto que”. Minimizar os itens deixados em branco apenas para as questões cujo tema realmente era de meu total desconhecimento e aplicar a todos os demais a dica do mC e mE seria um dos fatores que contribuíram para a minha aprovação no CACD do ano seguinte. No CACD 2006, ano de minha aprovação e primeira vez em que adotei a técnica descrita acima, minha nota do TPS foi quatro pontos acima da nota de corte, o que é muito na minha opinião. Quem está na luta para passar no TPS sabe bem que quatro pontos acima do corte é uma boa nota. Quando saiu o gabarito, fiz um levantamento de todos os meus itens que marquei com “m” (mC ou mE) e, de fato, tive um resultado líquido positivo de incríveis doze pontos. O problema da prova do tipo Cespe é que, para o candidato que já estudou muito, ele se torna uma pessoa crítica demais, e tende a discordar com quase todas as afirmativas. Não podemos ser tão rígidos e conservadores, como eu havia sido em 2004 e 2005! Arriscar mais, seguindo a intuição no caso da dúvida funcionou bem para mim”. ASSAF, Claudia. Diário de Bordo - um voo com destino à carreira diplomatica. Rio de Janeiro. Folio Digital. Ed. 2. 2013.

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ANO I - NÚMERO 8

PERGUNTA QUE VOCÊ PODE ESTAR SE FAZENDO: Por que eu nunca consigo passar no TPS?

RESPOSTA QUE VOCÊ TANTO PROCURA: Porque, para passar no TPS, saber a matéria não basta.

Se você estiver no grupo de candidatos que já estudou a fundo cada disciplina do edital, sente-se pronto(a) para ser aprovado(a), mas vive parodiando o poema No meio do caminho, de Carlos Drumont de Andrade – “No meio do caminho havia um TPS, havia um TPS no meio do caminho” –, aqui está a boa notícia: é que não basta saber a matéria, é preciso ter certa malícia e ser menos rígido(a) ao ler as afirmativas quando for julgá-las. Não precisa duvidar de seu conhecimento, porque o problema não está na eventual lacuna em seus conhecimentos, e, sim, no seu desconhecimento da existência de técnica para fazer o TPS. O rigor no julgamento das afirmativas por parte do candidato que já estudou bastante, por vezes leva esse tipo de candidato a marcar a resposta equivocadamente, o que implicará a anulação de item marcado corretamente. Veja este exemplo: na prova de 2003, em que eu passei no TPS, havia o seguinte item: No Cone Sul, o processo de integração que levaria ao Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) teve sua origem na aproximação argentino-brasileira, em meados da década de 80 do século XX, conduzida pelos presidentes Raúl

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Alfonsín e José Sarney. Naquela conjuntura de crise econômica, ambos os Estados viviam os primeiros passos da experiência de recomposição da democracia após cerca de duas décadas de regime autoritário, sob o comando de militares. Disponível em http://www.cespe.unb.br/concursos/_ antigos/2003/DIPLOMACIA2003/arquivos/OBJ_PRI_FAS_PRE_SEL.PDF. O que você teria marcado? C ou E? Bem, eu, por sorte, já havia estudado a matéria. O item estava lindo, todo certinho, mas, ao final, bateu uma dúvida se eu deveria ir adiante e marcar C, ou, se aquela palavrinha “ambos” era a pegadinha que faria o item ser E? A dúvida surgiu por causa da frase no finalzinho: (…) após cerca de duas décadas de regime autoritário, sob o comando de militares. Ora, isso era verdadeiro para o Brasil, mas, no caso argentino, houve alternâncias de períodos democráricos com regime militar. E agora? O ambos iria tornar o gabarito E de um item todo certinho, redondinho? Não aceitei, intuitivamente não aceitei. Marquei C. Naquele dia, após o exame, fomos, os amigos e eu, para uma pizzaria. O debate a respeito do referido item foi inevitável. Só eu havia marcado C. Todos os demais haviam marcado E, precisamente por causa da palavra “ambos”. Ao sair o gabarito, dois dias depois, a resposta oficial foi C, e eu havia acertado o item. Este exemplo demonstra, de forma inequívoca, que a precisão em termos de datas e de espectros temporais não é tão rígida, sendo mais valorizado o conteúdo temático. Fica a dica para os que estão sacando bastante os temas a serem cobrados. Não sejam tão rígidos no julgamento do item!


AGOSTO DE 2017

SOLIDARIEDADE

QUEM JÁ PASSOU NO CACD AJUDANDO A QUEM ESTÁ TENTANDO PASSAR Uma diplomata aprovada no CACD de 2016 fez uma postagem no Facebook com observações interessantíssimas para eventual cobrança no TPS 2017. Gentilmente permitiu que eu publicasse aqui, a meu pedido. É a solidariedade fazendo a diferença na humanidade. Segue o texto: ABRE ASPAS “Pessoal que está estudando para o concurso, reuni algumas informações que me chamaram a atenção nos últimos meses. Se eu for lembrando de mais coisa, vou adicionando aqui. Fui colocando as informações que têm “cara de TPS”, por assim dizer (leia-se, detalhe inútil para derrubar candidato preparado, mas que não se atenta a banalidades). Espero que seja útil: RETROCESSO NA DÉTÈNTE EUA-CUBA Atenção para eventuais pegadinhas. Trump NÃO rompeu as relações diplomáticas re-estabelecidas no governo Obama. A embaixada dos EUA em Havana continuará aberta e os EUA continuarão a ter apenas um encarregado de negócios na ilha, em vez de um embaixador. O presidente americano apenas baixou restrições a viagens de cidadãos americanos à ilha e proibiu transações comerciais entre empresas americanas e empresas parcialmente controladas/com participação da Gaesa, que pertence às Forças Armadas cubanas. A maior parte do acordo firmado por Obama e Castro foi preservada. ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS NA FRANÇA A vitória de Emmanuel Macron assinala uma vitória europeia, por assim dizer. Tanto a candidata de extrema direita, Marie le Pen, quanto o de extrema esquerda, JeanLuc Mélenchon, tinham discursos anti-UE. Vale observar que Putin teria “apoiado” a candidatura de Le Pen. Eleito, Macron já se reuniu, no final de maio, com Putin, para discutir sobre as crises na Síria e na Ucrânia, sobre o terrorismo e sobre as sanções econômicas contra a Rússia.

ELEIÇÕES “INSTANTÂNEAS” NO REINO UNIDO EM JUNHO Essas “eleições instantâneas” (snap elections) estavam previstas, originalmente, para maio de 2020, mas a primeiraministra e líder do Partido Conservador, Theresa May, estava confiante de que uma eleição antecipada fortaleceria sua posição no Parlamento (nas pesquisas de opinião, os Conservadores contavam com vantagem significativa sobre os Trabalhistas), o que fortaleceria sua posição nas negociações do Brexit. Foi um fiasco: o Partido Conservador, que controlava a maioria do parlamento desde as eleições de 2015, perdeu a maioria absoluta, embora continue como maior partido em número de votos. O Partido Trabalhista viu sua posição se fortalecer. Agora, nenhum partido, sozinho, é capaz de formar um governo de maioria. Em resumo: deu ruim.

ACORDO DE PARIS Ao tempo em que o presidente americano retirou o país do acordo mais importante sobre o clima alcançado até hoje, China, União Europeia e Rússia reforçaram seu compromisso (China e UE por meio de declaração conjunta, a Rússia por meio de seu porta-voz).

NEGOCIAÇÕES DO TPP (PARCERIA TRANSPACÍFICO) Durante uma reunião da APEC realizada em maio, em Hanói (Vietnã), os ministros de comércio exterior dos outros 11 países que integravam a parceria concordaram em explorar formas de retomar as negociações mesmo sem os Estados Unidos, embora afirmem que os EUA ainda podem reintegrar o pacto. Lembrando: a APEC foi criada em 1989 e reúne 21 países localizados no Círculo do Pacífico (Rússia, Estados Unidos, Austrália, Canadá, Chile, México, Peru, China, Hong Kong, Taiwan, Brunei, Indonésia, Japão, Coreia do Sul, Malásia, Nova Zelândia, Papua-Nova Guiné, Filipinas, Cingapura, Tailândia e Vietnã). Surgiu em resposta à crescente interdependência das economias da região Ásia-Pacífico. Não confundir com a ASEAN!

CONSELHO DE SEGURANÇA: NOVOS MEMBROS. Atenção para os países recém-eleitos para integrar o Conselho de Segurança como membros não permanentes: Guiné Equatorial, Costa do Marfim, Kuwait, Peru e Polônia (biênio 2018-2019). TENTATIVA DE PROSCRIÇÃO DO USO DE ARMAS NUCLEARES Alguns aspectos que podem ser cobrados em questões de TPS, que adoram umas minúcias. - No final de março, teve início uma rodada de negociações visando produzir um acordo vinculante proibindo as armas nucleares. So far, elas são as únicas armas de destruição em massa que ainda não foram proibidas de uma maneira abrangente e universal sob o Direito Internacional. Armas químicas (CPAQ, em vigor desde 1997), armas biológicas (CPAB, em vigor desde 1975), minas antipessoais, entre outras, já foram amplamente proibidas pelo DI. - O Brasil foi um dos patrocinadores da resolução que levou à realização dessa rodada de negociações (L41). Junto com Áustria, Irlanda, México, África do Sul e Suécia, é um dos países à frente desse processo. (Muito cara de TPS) - Atenção para o voto dos Estados nucleares (declarados ou não declarados, como é o caso de Israel): votaram contra a realização dessas negociações Estados Unidos, Rússia, Grã-Bretanha, França, Israel; abstiveramse China, Índia e Paquistão. Atenção para pegadinhas bobocas do tipo “votaram contra a resolução todos os P5”, pois a China se absteve. - O voto de alguns países em especial chamou a atenção: único país a ter sofrido, até hoje, um ataque nuclear, o Japão votou contra as negociações. A Coreia do Norte, pária internacional, votou a favor. FECHA ASPAS À querida diplomata, meu “muito obrigada” por permitir que eu publicasse aqui seu texto acima.

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ANO I - NÚMERO 8

DICA (QUENTÍSSIMA) DO MÊS

Inscrito Grego no Templo de Apolo: “Conhece a ti mesmo”.

Deem uma olhada boa no relatório produzido pelo governo brasileiro para a revisão periódica da Organização Mundial do Comércio, disponível na internet em https://www.wto.org/english/ tratop_e/tpr_e/g358_e.pdf - boa fonte para perguntas no TPS!

PRESENTE DO mÊs O presente do mês de agosto repetirá o do mês de julho: será a correção rigorosa de uma redação de dois ceacedistas que forem aprovados na primeira fase do CACD 2017. Envie já seu email para ser contemplado(a). Apenas os dois primeiros emails serão atendidos

O documento, juntamente com o do secretariado da OMC, foram objeto de análise do sétimo mecanismo de revisão das políticas brasileiras para o comércio.

PENSAMENTO DO mÊs

Mais detalhes devem ser conferidos no link da OMC, em https://www.wto.org/ english/tratop_e/tpr_e/tp458_e.htm.

FAÇA pROVAs pAssADAs DO TPS, À EXAUsTÃO, pORQUE…

…CONHECIMENTO + PRÁTICA + REPETIÇÃo = HABILIDADE EM FAZER ALGO 06


AGOSTO DE 2017

ANO I - NÚMERO 8

CARTAS AO CEACEDIsTA arti g o ex c l usi vo aos leitor es d o d ica s da d iplomata

TPS – SUGESTÕES DE CURSO DE AÇÃO por Ricardo Morais Barros* Caros leitores, futuros diplomatas, Diplomatas comumente preparam subsídios para reuniões entre

final da minha preparação, estudava as matérias de acordo com a

autoridades. Quando há tomada de decisão concreta que se deseja

ordem personalizada dos itens do edital, priorizando os conteúdos

indicar às altas chefias, apresentamos “sugestões de curso de ação”.

identificados como frequentes nas provas. Desse modo, foi possível

Com base na minha experiência de preparação para o concurso,

atacar e vencer os temas que eu tinha resistência em estudar,

entre 2003 e 2005, elevo à consideração dos estimados ceacedistas

cobrindo meus pontos fracos do conteúdo recorrente da prova.

“sugestões de curso de ação” para entabular frutíferas negociações com o Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata (CACD).

Há também “sugestões de curso de ação” para o dia da prova. Durante a resolução do TPS, é importante identificar e separar, em

A preparação para o TPS necessariamente começa pela análise da

cada item, as assertivas, isto é, proposições que carregam conteúdo

matriz ou origem de tudo: o edital. Documento árduo e negligenciado,

de verdade. O candidato deverá afinar seu processo de tomada

o edital deve converter-se em amigo e guia. Sugiro que o candidato

de decisão, de modo a conhecer em detalhe suas virtudes e vícios

copie, em separado, o Conteúdo Programático (Anexo III), a fim de

de julgamento. Com o termômetro interno calibrado, será possível

proceder à dissecação do que definitivamente pode ser cobrado na

sentir-se em paz para deixar assertivas desconhecidas em branco,

prova. A análise deve ser minuciosa, de modo a que o ceacedista compreenda profundamente o que cai e o que não cai no CACD. Em seguida, recomendo que o futuro colega prepare um edital

não radicalizar nos julgamentos e não deixar-se

“O TPS exige do ceacedista tanto

personalizado do conteúdo da prova, listando

domínio de vasto

em ordem de dificuldade os itens, dos mais

conteúdo como

complexos para os mais simples. Por fim, no edital personalizado, o candidato pode alterar a ordem dos itens e esmiuçar os conteúdos à medida que

habilidade de processar e julgar assertivas

os estudos avançarem. A correta análise do conteúdo programático irá maximizar o tempo de estudo do ceacedista,

com bom senso, sem exageros”.

alocando tempo para leituras efetivas e

confundir por picuinhas ou paranoias. O TPS exige do ceacedista tanto domínio de vasto conteúdo como habilidade de processar e julgar assertivas com bom senso, sem exageros. Não há atalhos ou milagres: é preciso saber estudar e saber fazer a prova. Portanto, é importante estar em harmonia com a mente, os pensamentos e a memória no dia do exame, a fim de que a intencionalidade e a atenção do candidato estejam direcionados para a leitura e a identificação das assertivas. Assim, o processo de decisão do futuro colega será o mais

necessárias, em detrimento de capítulos de livros e manuais cujo

consciente possível. Portanto, meu caro ceacedista, ao escolher

conteúdo o candidato domina. Quando comecei meus estudos

entre certo, errado ou deixar em branco, vale a pena recordar o

preparatórios, perdia horas e horas lendo livros inteiros, do começo

simples e profundo aforismo grego inscrito no Templo de Apolo:

ao fim, geralmente das matérias de que eu mais gostava. Na fase

“conhece a ti mesmo”.

*Diplomata aprovado em primeiro lugar no CACD 2005.

Pontuou 46,03 no TPS, para uma nota de corte de 32,10 naquele ano. www.dicasdadiplomata.com.br

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