PoR que MoniRa é noMeada?
TEXTo: MoNICA Z AK FoTos: KIM NAYLoR
Monira Rahman é nomeada ao Prêmio das Crianças do Mundo 2011 por sua corajosa luta para colocar um fim na violência com ácido e gasolina em Bangladesh. A maioria das vítimas são garotas. Mas mulheres, garotos e homens também são atacados. O motivo dos ataques geralmente é ciúme, e, contra os homens, a razão mais comum é a disputa por terra. Os ataques com ácido eram comuns durante um período, entretanto, ninguém sabia disso antes, a imprensa não mostrava. Monira mudou tudo isso. Ela fundou a ASF (Acid Survivors Foundation – Fundação dos Sobreviventes do Ácido) para todos os sobreviventes de ataques com ácido e gasolina. A organização começou a funcionar em 1999. No início, havia mais de um ataque com ácido por dia em Bangladesh. Hoje, esse número caiu pela metade. Mas o objetivo é zerar isso, para que ninguém, nem crianças, garotas, mulheres e homens sejam atacados até 2015. ASF ajuda os sobreviventes a terem uma vida ativa, com dignidade. Eles geralmente oferecem cirurgia plástica. Os próprios sobreviventes se tornam os maiores ativistas da causa contra esse tipo de violência.
NOME ADA • Páginas 88–105
Monira Rahman Na primeira vez que viu o rosto de uma garota deformado porque um homem jogou ácido, Monira Rahman ficou chocada. Ela não fazia a menor ideia de que homens em seu país, Bangladesh, faziam isso para destruir a beleza das garotas pelo resto de suas vidas. Geralmente, a causa era o ciúme. Da segunda vez, Monira desmaiou. Desde então, ela e sua organização, ASF, têm lutado incansavelmente para salvar meninas e meninos vítimas de ataques com ácido e gasolina. Monira e a ASF reduziram pela metade o número de ataques com ácido em Bangladesh.
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onira Rahman é uma mulher feliz e dinâmica. Ela sempre foi
assim. “Quando nasci, meu país pertencia ao Paquistão e era chamado de Paquistão Leste”, explica Monira. “Quando eu tinha seis anos, uma guerra civil começou. Nossa casa foi queimada, tivemos que fugir, meu pai morreu de cólera e nós éramos extremamente pobres. Mas nosso país conquistou a independência e, a
partir daquele momento, passou a se chamar Bangladesh. Quando eu estava com sete anos, minha mãe se mudou para a capital, Daca, comigo e mais seis filhos. “Meu irmão mais velho
ficou responsável pela família. Ele entrou no mundo dos negócios e foi bem-sucedido. Portanto, nós conseguimos melhorar nosso padrão de vida. Eu fui para a escola, mas sempre que se aproximava a
Monira protesta com sobreviventes de ataques com ácido e gasolina. Milhares de homens também protestam.
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