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Ameaça de armas e da água

– Continuarei a frequentar a escola. Mate-me se quiser, disse Rizwan ao homem que apontava uma espingarda para sua cabeça. O homem queria obrigá-lo a abandonar a escola e, em vez de estudar, trabalhar nas machambas do proprietário das terras, junto com as crianças escravizadas por causa de dívidas. A história da coragem de Rizwan se espalhou e encorajou outras famílias a mandar seus �ilhos à escola.

Quatro anos depois, Rizwan foi resgatado durante a grande inundação, causada pelas mudanças climáticas, que destruiu a casa da família e matou seus animais.

Meu avô paterno, Shamla, nasceu escravo por dívida, porque meu bisavô fez um empréstimo ao proprietário da terra. É assim que alguém se torna escravo por dívida e, neste caso, o proprietário de terras pode obrigar toda a família a trabalhar nas suas machambas. Porém, quando cresceu, meu avô conseguiu livrar nossa família das dívidas. O proprietário da terra não permitia que nenhuma criança da aldeia frequentasse a escola, por isso meu pai teve que começar a estudar na aldeia da minha avó paterna. Meu avô também ajudou outro menino da aldeia, Naveed, a ingressar na mesma escola. Depois, Naveed voltou para a aldeia e fundou uma escola. Quando soube disso, o proprietário da terra veio aqui em seu Jeep com homens armados e disse:

Os irmãos foram ameaçados

Dois homens com espingardas ameaçaram Rizwan e seu irmão mais velho, Sami Ullah, quando estavam a caminho da escola. Desde a inundação, eles vivem nas tendas atrás dos irmãos.

– Fechem a escola!

Naveed teve apoio dos aldeões, e o proprietário da terra estava muito zangado ao partir.

Após um ano, um homem matou

Paredes desabaram

Quando o sol nasceu, Rizwan viu a primeira parede sendo demolida pelas massas d’água.

Naveed a tiros, bem na frente dos alunos. Muitos aldeões ficaram com medo e não permitiram mais que seus filhos fossem à escola. Mas meu irmão e eu começamos a estudar em uma escola a cinco quilômetros de distância.

Vá trabalhar!

Foi no ano seguinte ao assassinato do professor, e eu tinha dez anos. Havíamos acordado às quatro horas e caminhamos para buscar água, antes de irmos à mesquita rezar. Após o café da manhã, com pão e batatas, partíamos para a escola.

De repente, dois homens com espingardas nos pararam. Meu irmão mais velho não esperou um segundo antes de sair correndo, mas eu quis saber o que eles

Limpa

Rizwan limpa o terreno depois que a casa da família desabou.

Aqui, ele está carregando uma das portas.

queriam. Um dos homens agarrou meu braço e o outro colocou a espingarda na minha cabeça e disse:

– Se você não for trabalhar na machamba, vou fazer um buraco na sua cabeça. Você está arruinando outras crianças para nós.

– Eu apenas frequento a escola, e continuarei a fazê-lo. Mate-me se quiser, eu disse. Várias pessoas se juntaram ao nosso redor, então os homens foram embora e eu segui para a escola. Quando cheguei à casa, meu irmão perguntou:

– Por que você não fugiu? Achei que eles o matariam.

Meu pai e outros homens da aldeia foram juntos falar com o proprietário da terra, mas ele fingiu não conhecer quem nos ameaçou.

Nunca será livre

Todas as outras famílias da nossa aldeia, incluindo a do meu tio, são escravas por dívida ao proprietário da terra. A ideia

Não é escravo

A maioria das crianças da aldeia tem de trabalhar nas machambas dos proprietários, e não pode ir à escola. Rizwan só trabalha na pequena roça da família, antes das aulas do dia.

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