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reitos das meninas

ataquem as meninas a caminho da escola e as machuquem. Alguns acham que a educação de uma fi lha é um desperdício, porque ela passa a pertencer a outra família quando se casa. Se a escola não tem toalete separado para meninas, muitas ficam em casa quando menstruam. Elas perdem aulas, e aquelas que não conseguem recuperar o atraso abandonam a escola. Outras meninas param porque um adulto na escola as maltrata. Há até mesmo professores e diretores que tentam forçar as alunas a fazer sexo, ameaçando-as com notas baixas e reprovação. Uma menina que recebe educação casa-se mais tarde e tem menos fi lhos, e mais saudáveis. Para cada ano a mais que uma menina vai à escola, sua renda futura aumenta em até um quinto! Isso é bom para ela e sua família, mas também para todo o país.

Artigo 32: Você tem direito à proteção contra o trabalho prejudicial e/ou perigoso

De acordo com a Convenção sobre os direitos da criança, ninguém pode trabalhar antes de completar doze anos de idade, e você não pode trabalhar dias longos com trabalho pesado ou perigoso antes dos 18 anos. No entanto, muitas crianças são forçadas a começar a trabalhar cedo e executar tarefas prejudiciais. Meninas frequentemente têm os empregos mais mal pagos e mais perigosos. Elas trabalham na agricultura, em fábricas, em canteiros de obras e como empregadas domésticas, ajudantes em casas particulares. Às vezes, sequer recebem um salário, mas apenas um pouco de comida.

Artigos 34–35: Você tem direito à proteção contra o abuso, e contra ser sequestrada e/ou vendida Você não pode ter que se casar enquanto é criança, ou seja, com menos de 18 anos de idade. Contudo, meninas, em particular, são forçadas ao casamento infantil. Doze milhões de meninas se casam todos os anos, são 23 meninas por minuto, quase uma menina a cada dois segundos. Às vezes, meninas são obriga- das a se casar porque a família precisa do dinheiro ou do gado que a família do homem dá em troca de uma esposa. Isso geralmente é descrito como comércio com crianças.

Meninas que são obrigadas a se casar têm muitos de seus direitos violados. Elas frequentemente são forçadas a abandonar a escola e estão expostas mais frequentemente à violência por seus maridos do que quando mulheres adultas se casam. Também pode ser fatal para uma menina dar à luz antes do seu corpo estar totalmente desenvolvido. Lesões ocorridas no parto hoje são a causa mais comum de morte de meninas pobres entre 15 e 19 anos no mundo.

Artigo 37: Ninguém deve submeter-lhe a tratamento cruel Ninguém tem o direito de prejudicar-lhe, mesmo que seja para seguir tradições antigas. Há muitas tradições que são boas para crianças e adultos, mas também existem algumas que são ruins. Muitas das tradições antigas que prejudicam as meninas estão associadas ao casamento. Por exemplo, alguns acreditam que uma menina não pode se casar antes de ser submetida à mutilação genital. A tradição de circuncidar os genitais das meninas é muito dolorosa e também pode causar infecções graves e lesões que afetam o resto da vida da menina.

Artigos 12–15: Você tem o direito de dizer o que pensa e ser ouvida

Meninas e meninos têm o mesmo direito de dizer o que pensam e de se envolver e decidir sobre as questões que as preocupam. Frequentemente, é mais difícil para as meninas que para os meninos fazerem ouvir a sua voz e serem ouvidas na família, na escola e na sociedade. Elas têm menos oportunidades de decidir sobre si mesmas e seus próprios corpos. Meninas na zona rural em países pobres geralmente têm oportunidades piores de ir à escola e ter uma vida digna do que meninas que moram em cidades. c

Que diferença isso faz?

Obviamente, direitos e oportunidades iguais para uma vida digna fazem diferença para toda criança, seja menina ou menino. Também é bom para toda a sociedade que meninas e mulheres tenham direitos iguais aos de meninos e homens. Se as meninas recebem educação e maior igualdade de gênero, isso leva a menos pobreza e uma vida melhor para todos.

Quero ver mudanças para que as meninas não sejam mais tratadas como escravas. Quero que nós, meninas, tenhamos os mesmos direitos que os meninos, e possamos estudar por mais tempo antes de casar. E é preciso ouvir a nós, meninas, pois temos ideias que podem resolver os problemas, afirma Anita, 14, no vilarejo de Nakamtenga, em Burkina Faso.

Anita ajuda em casa, mas os irmãos ajudam na mesma medida nas tarefas domésticas.

‘‘Quando estava na pré-escola, eu tive uma doença que afetou minha perna esquerda e a coxa direita. Após alguns meses em casa, tive uma ferida na perna esquerda. O médico disse que precisava operar. Quando comecei o primeiro ano, o médico fez uma radiografia da minha coxa direita e disse que precisava operar também. Sempre tive dificuldade para andar, mas tenho muito orgulho por meus pais me apoiarem e não me mandarem para outro lugar, embora sejamos agricultores pobres.

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