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Escola para todas as meninas
– Quero ver mudanças para que todas as meninas possam ir à escola, diz Grâce. Ela própria foi forçada a deixar a escola para trabalhar como escrava doméstica e balconista de loja por sete anos.
‘‘Eu tinha oito anos quando, de repente, meu pai disse que eu seria enviada para uma mulher em Cotonou. Minha mãe queria que eu ficasse na aldeia, mas ela não tinha poder de decisão. Eu queria continuar na escola, e chorei.
– Para onde vamos e o que vou fazer lá, perguntei ao meu pai no ônibus. Quando ele me deixou com a mulher para quem eu trabalharia, chorei durante dias, e queria voltar para minha família.
Levantava-me às seis, para limpar a casa e lavar a louça. Eu não ia à escola. Em vez disso, trabalhava o resto do dia na loja da mulher.
Sonhos destruídos
Após alguns meses, a mulher me levou para sua irmã, em Gana, onde eu cuidaria das crianças e dos afazeres domésticos. Como cumpria bem minhas tarefas, eles queriam que eu começasse a estudar. Porém, quando meu pai ouviu isso, ele recusou e disse que eu devia voltar para casa. Então meu sonho de ir à escola foi destruído.
Depois, meu pai me mandou para outra mulher, com quem morei por vários anos. Meu pai sempre recebeu todo o meu salário, de 15.000 CFA mensais (cerca de 25 dólares americanos). Ele usava todo o dinheiro para comprar bebida. Quando meu pai soube que a mulher queria me deixar ser aprendiz de costureira, ele protestou e me levou para casa, na aldeia. Pela segunda vez, meu sonho de ter uma educação foi destruído. Meu pai se recusou a me deixar ser aprendiz porque, segundo o acordo feito com a mulher, ela não teria que enviar dinheiro para ele se eu pudesse ir à escola ou praticar como aprendiz. Meu pai só pensa em dinheiro.
Quer ver a mudança
Minha mãe ficou feliz em voltar a me ver, mas ela não podia fazer nada por mim nem pela minha irmã, que compartilha meu destino. Contudo, minha irmã fugiu da mulher para quem trabalharia. Hoje estou de volta à cidade, ajudando uma nova mulher com sua loja.
Eu nunca pude dizer uma palavra nas decisões sobre a minha vida. Quando penso nos meus irmãos, que puderam ir à escola, fico triste e choro. Não sei ler nem escrever, mas desejo poder saber um dia. Quero que tudo mude, e que todas as raparigas possam ir à escola.»
Grâce, 15, Benin
Luta pelos direitos das meninas
«Onde eu moro, há meninas que são escravas domésticas como empregadas domésticas, outras são submetidas ao casamento forçado e à violência. Minha amiga Prisca teve que se casar, contra a vontade, com um velho rico que prometia coisas boas aos seus pais. Foi por isso que decidi lutar contra esses hábitos, para que as meninas passem a ser tratadas da mesma forma que os meninos.»
Carlo, 16, Bénin