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Educa os amigos e os pais

– Eu sabia que as meninas têm direitos que não são respeitados. Embora não tivesse poder para fazer nada a respeito. Mas agora, depois deste curso, posso trabalhar por mudança, diz Syntiche, 16, em Zinvié, no Benin. Ela é uma das mais de mil crianças treinadas como embaixadoras dos direitos da criança e especialistas na igualdade de direitos das meninas durante os cursos de dois dias.

‘‘As crianças aqui vivem em condições miseráveis, e seus direitos são violados. Meninas, e às vezes meninos, são forçadas a abandonar a escola, e ninguém as protege.

As crianças que são aprendizes nas oficinas são maltratadas, assim como os fi lhos adotivos e as crianças órfãs.”

Dois irmãos perto da minha casa são maltratados pela madrasta, e podem passar um dia inteiro sem comer. Às vezes, quando a minha mãe permite, dou-lhes comida.

Meninas pequenas trabalham

Muitas circulam sobre montes de lixo. Elas procuram detritos para vender e comprar comida com o dinheiro. Uma menina de nove anos trabalha em um ateliê de costura. Os seus pais não podem mandá-la à escola e a enviaram para ser aprendiz. Ao mesmo tempo, ela trabalha como empregada doméstica na casa do patrão. As meninas muitas vezes são maltratadas nas oficinas onde são aprendizes, e são jovens demais para estar lá. A maioria dessas meninas são órfãs. Outras são

Syntiche exibe orgulhosa o diploma que mostra que ela é uma embaixadora dos direitos da criança formada.

Hora de lutar!

“Nesses dois dias de curso, aprendi mais sobre os direitos da criança do que na minha vida toda. Aprendi como podemos fazer com que os outros respeitem os direitos das meninas e de todas as crianças, e como podemos proteger o meio ambiente. Agora eu sei que as meninas devem ser tratadas da mesma forma que os meninos em todas as áreas, e que as meninas não devem precisar sofrer.

Comecei por percorrer todas as salas de aula, junto com os outros embaixadores dos direitos da criança, para obter o apoio dos outros alu- mandadas para trabalhar porque seus pais não têm dinheiro.

Ganimath fala com seus colegas de escola sobre meninos e meninas terem os mesmos direitos.

Quando o pai da minha amiga Aminata morreu, ela foi parar numa casa perto de mim, porque sua mãe não tinha dinheiro. Ela contou que fazia todo o trabalho doméstico no seu lar adotivo, e que trabalhava o resto do dia na loja da sua mãe adotiva. Aminata estava sempre triste, e não tinha nenhuma alegria na vida. Eu a consolava dizendo que, mais cedo ou mais tarde, a sua situação nos e envolvê-los no programa. Durante as reuniões com os responsáveis de todas as turmas, conversamos muito sobre a igualdade entre meninas e meninos, o assédio sexual a que as meninas são expostas, a gravidez precoce e também sobre as mudanças climáticas. Agora, estamos começando a ver mudanças positivas no comportamento dos nossos amigos e dos adultos, por exemplo, menos assédio sexual. mudaria. Mas, um dia, sua família adotiva mudou-se do meu bairro e nunca mais a vi.

Orgulho de ir à escola

O meu pai morreu quando eu tinha doze anos, então agora moro com a minha mãe e os meus três irmãos. Em casa, ajudo os meus irmãos nos trabalhos de casa, faço as tarefas domésticas e ajudo a minha mãe a cozinhar.

Eu percorro um longo caminho até a escola. Levo 45 minutos para chegar lá. Eu queria ter uma bicicleta ou condições para pagar um zem, que é um mototáxi. Nem sempre tenho os livros escolares necessários. Às vezes, desejo que a minha mãe tivesse dinheiro suficiente para comprar os livros e mais roupas e sapatos bonitos, como o meu pai fazia. Mas eu absolutamente não quero morar com mais ninguém. Prefiro sofrer junto com a minha mãe e os meus irmãos. Sinto-me feliz e orgulhosa de ir à escola. Como fi lha mais velha e única menina, tenho a obrigação de fazer o meu melhor. Quero deixar os meus pais orgulhosos, principalmente meu pai, mesmo que ele não esteja mais vivo. Ensino aos meus irmãos os valores que os meus pais me ensinaram. Eu quero que eles se tornem homens que defendem os direitos iguais das crianças.

O curso me capacitou Antes mesmo de fazer o curso Você Eu Direitos Iguais, eu sabia que Aminata tinha direitos que não eram respeitados. Embora não tivesse poder para fazer nada a respeito. Mas agora, depois deste curso, posso trabalhar por mudança. Mesmo que não saiba se os adultos que têm outras crianças trabalhando para eles querem me ouvir, eu digo a eles para tratar essas crianças da mesma forma que tratam seus próprios fi lhos. Essas crianças também têm o direito de ir à escola e de não apanhar.

Contei aos meus amigos do bairro sobre o que aprendi no curso. Decidimos educar nossos pais e outros pais sobre os direitos da criança, e que deve haver igualdade entre meninas e meninos.

Nós quatro da minha escola, treinados como embaixadores dos direitos da criança, selecionamos dois alunos em cada uma das 30 classes. Nós os treinamos para que possam nos ajudar a disseminar as informações na nossa escola.”

Sinto que agora tenho mais força e coragem para lutar para que os direitos da criança sejam respeitados, principalmente os direitos das meninas. Agora é a hora de lutar contra as violações dos direitos das meninas! As mudanças que eu exijo vão muito além da minha escola e da minha cidade. Quero que as meninas de todos os lugares sejam mais respeitadas e apreciadas.”

Ganimath Adame, 14, escola Akassato, Benin

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