1 minute read

“Ainda estamos aqui”

Wade aconselha outras crianças a serem sempre elas mesmas, e não se importar com pessoas que tentam rebaixar os outros.

– Estou contente por termos uma boa escola onde moramos, diz Wade, 14. Em muitas outras reservas, eles precisam viajar muito para chegar a uma loja ou para poder cursar a escola secundária.

Um dia, quando Wade chegou à escola, disseram-lhe que os alunos deveriam ficar em casa. Vários ursos haviam sido vistos nas proximidades.

– Um urso sentou-se em uma árvore perto de nossos vizinhos, diz o amigo Odeshkan, 13. Foi assustador, eu fiquei preocupado com meus cães.

Apesar dos ursos selvagens, Wade e Odeshkan gostam de viver perto da natureza e poder pescar e caçar.

– Quando o lago congela no inverno, patinamos e jogamos hóquei no gelo, conta Wade.

Ele e Odeskhan adoram hóquei no gelo, o esporte nacional do Canadá. Wade quer ser jogador profissional de hóquei ou personal trainer. Odeshkan, que representou vários personagens no cinema, pretende ser actor ou político.

Tomam as próprias decisões

Os meninos pertencem ao povo Kitigan Zibi Anishinabeg, que governa sua reserva. Em vez de vereadores, eles têm um chefe e um conselho que decide.

– Na nossa escola, temos disciplinas regulares, mas também aprendemos sobre nossa cultura e nosso idioma, diz Wade.

Muitas ervas e árvores curativas crescem nos terrenos ao redor da escola. Wade aprendeu isso com sua bisavó, Barbara, e seu bisavô, Morris.

– Eles me ensinam a falar o idioma algonquin e sobre nossas cerimónias. Alguns idosos queimam cedro, sálvia ou tabaco todos os dias para se purificar com a fumaça.

Quando a família de Odeshkan vai caçar, eles sempre colocam um pouco de tabaco no chão e fazem uma oração, se atiram num animal.

– Segundo nossa tradição, tudo e todos devem ser tratados com amor e respeito.

– Agradecemos à natureza e ao animal que nos deu comida, conta Wade.

Conhecimento perdido Muitos dos parentes mais velhos dos meninos foram enviados a internatos quando eram jovens.

Líderes mais velhos ensinam as crianças sobre medicina natural.

– As escolas deviam “matar o índio na criança”, explica Wade. Quando meus parentes voltaram para casa, eles não conseguiam nem conversar com os pais. Eu me sentiria completamente perdido. Alguns dizem: “Esqueça isso, foi há muito tempo. Mas eu nunca vou esquecer. Sou grato por eles terem sobrevivido. Caso contrário, eu não existiria”. – Não entendo como puderam fazer isso com crianças, diz Odeshkan. Em Canadá, todos precisam de aprender sobre os povos indígenas e a nossa história. Se trabalharmos juntos, o futuro será melhor. Ainda me orgulho de nosso povo ter conseguido preservar nossa cultura e língua. Ainda estamos aqui! c

Dança e batuca!

– Gosto de dançar e tocar percussão, e aproveito todas as oportunidades para mostrar nossa cultura, diz Odeshkan.

This article is from: