Port rosi gollman

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Nomeada Heroína dos Direitos da Criança • Páginas 50–70

POR QUE ROSI É NOMEADA?

Rosi Gollmann

Rosi Gollmann é nomeada ao Prêmio das Crianças do Mundo por seus mais de 50 anos de luta pelas crianças mais pobres e vulneráveis na Índia e em Bangladesh. Rosi cresceu na Alemanha nazista durante a Segunda Guerra Mundial e teve uma experiência direta da guerra, terrorismo, discriminação e supressão da democracia. Aos 18 anos de idade, ela decidiu dedicar sua vida a apoiar os pobres através de auxílio. Rosi fundou a organização AndheriHilfe, que, em 50 anos, já completou mais de 3.000 projetos com parceiros locais, contribuindo para que dez milhões de pessoas tivessem um futuro melhor. Com o auxílio de Rosi, 50.000 crianças trabalhadoras foram libertadas e puderam frequentar a escola. Dezenas de milhares de crianças com deficiência também receberam apoio e educação. Rosi e a Andheri-Hilfe apoiam famílias que vivem com HIV/AIDS, e lutam contra a tradição antiga de que meninas sejam usadas como escravas sexuais em alguns templos. Em Bangladesh, mais de um milhão de pessoas tiveram a visão restaurada graças a Rosi e seus parceiros locais. Através da campanha “Nenhuma garota é indesejada”, as vidas de 12.000 meninas indianas que teriam sido mortas ao nascer foram salvas. Ao mesmo tempo, os direitos das meninas foram reforçados, e casamentos infantis foram impedidos.

É noite quando Rosi, 17, vem ao hospital para visitar seu pai, que está doente do pulmão. Muitos dos outros pacientes têm queimaduras graves. A guerra já se arrasta há quatro anos e agora as bombas caem quase todas as noites.

D

e repente, o alarme soa e Rosi ouve o ronco dos bombardeiros. Um golpe terrível sacode o edifício e todas as janelas se quebram. Enfermeiros vêm correndo para ajudar os pacientes que gritam, subindo e descendo as escadas para o porão. Rosi e seu pai são deixados sozinhos. Ela grita por socorro quando um estrondo ensurdecedor faz o teto rachar e desmoronar. Rosi consegue tirar o pai da cama e arrastá-lo para as escadas. Pelas janelas, ela vê as bombas caindo do céu. Está claro como o dia devido às explosões e incêndios. Todos se refugiam no porão, mas o hospital começa a pegar fogo, e eles fogem

para o quintal. Do lado de fora, todos que conseguem ficar de pé formam uma corrente para tentar apagar o fogo. Durante horas, Rosi corre carregando baldes cheios d’água e, de manhã, o fogo se extingue. Ela e seu pai sobreviveram, mas grande parte do hospital foi destruída. Mais tarde, quando Rosi atravessa a cidade rumo ao pequeno centro de saúde onde trabalha, ainda há incêndios pelas ruas. Casas em ruínas soltam fumaça e há corpos queimados por toda parte, dos quais ninguém teve tempo de cuidar. Rosi foge Pouco tempo depois, o local de trabalho de Rosi também

A órfã Hasna, (à esquerda), pode finalmente ter esperança no futuro. Ela e Mohammed passaram por cirurgias que lhes devolveram a visão, graças à longa luta de Rosi pelos cegos em Bangladesh.

é destruído por uma bomba. Ela e seu pai agora fogem da cidade com milhares de outras pessoas. É uma viagem perigosa, pois os bombardeiros estão atacando até mesmo vias férreas e estradas. Uma noite, o pai não tem mais energia para caminhar. Então, Rosi rouba um carrinho de mão onde carrega o pai e suas malas. Assim, eles chegam à próxima estação de trem e, finalmente, à segurança junto da mãe, que já fugira para o campo. Apenas algumas semanas depois, em abril de 1945, a guerra termina. Rosi está contente porque Hitler e os nazistas se foram, mas lamenta os milhões de pessoas inocentes que foram afetadas.

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