Comunicação externa
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Além do público interno, ambientado e conhecedor do funcionamento da igreja, a igreja
local precisa se relacionar com outro público: o externo.
Comunidade, governo, sociedade civil, entidades públicas e filantrópicas, imprensa, au-
toridades militares, são todos públicos que de alguma forma se relacionam vez por outra com a igreja, quer seja como curiosos ou solicitantes de informações, quer seja como alvos da mensagem de esperança que a Igreja Adventista do Sétimo Dia carrega.
Precisamos lembrar que essas pessoas não têm familiaridade com o funcionamento da
igreja, seus termos, seus costumes. Algumas vezes até compreendem mal alguns dos comportamentos da Igreja. Assim, é uma preocupação grande em como devemos mostrar a igreja, e não como devemos escondê-la.
Esse capítulo tem por objetivo tratar do conteúdo correto e da forma correta de expor-
mos a igreja e sua programação, tornando-a compreensível e atrativa para todos os públicos que se relacionem com ela.
“Temos que fazer uso de todos os meios lícitos para apresentar a verdade ao povo.
Lancemos mão da imprensa e ponhamos em ação toda propaganda que sirva para atrair a atenção do povo. Isto não deve ser considerado como sendo coisa de pouca importância. Em cada esquina de rua podeis ver placas e anúncios, chamando a atenção para várias coisas que ocorrem, algumas delas das mais condenáveis. E será que os que possuem a luz da vida se satisfarão com débeis esforços para atrair a atenção das multidões para a verdade?” Ellen G. White, Evangelismo, pág. 130.
Assessoria de Imprensa: O que é?
É um departamento de uma empresa ou instituição que se utiliza da mídia para divul-
gar informações e atividades. O assessor de imprensa é responsável pela organização, planejamento, estratégia e divulgação de tudo o que a igreja for realizar, trazendo assim, credibilidade à instituição. Na igreja, a Assessoria de Imprensa é de responsabilidade do Departamento de Comunicação.
As atividades não devem ser realizadas com base no improviso, e sim ter como norma a
organização e a constante avaliação dos resultados.
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O planejamento assume desta forma uma importância fundamental. Juntamente com os
dirigentes da Igreja e com o calendário de atividades da igreja em mãos definir metas e objetivos e definir as estratégias de ações.
Os planos serão desenvolvidos com vistas à divulgação das atividades da Igreja. Desta
forma todas as atividades que a igreja realizar, serão reconhecidas tanto pelo público interno (os irmãos da igreja), quanto pelo o público externo (pessoas que não pertencem ao rol de membros da igreja que serão atingidos pelos meios de comunicação).
Funções básicas
Relacionamento com os meios de comunicação
Fornecer informações sobre a igreja para jornais, rádios, revistas e TVs, através de release
e sugestões de pautas (temas) para matérias.
Organizar uma lista de contatos (mailing-list)
Ordem alfabética, com nome, telefones, e-mails, endereços de meios de comunicação e
também de membros da igreja. Esta lista de contato é chamada de mailing-list. O ideal é que ela também seja organizada por funções (editor-chefe, editor, repórter, etc.) e por editorias (cultura, esporte, política, etc.). Assim, o seu release vai chegar às mãos certas. Nunca dispare um e-mail com o release para todo o mailing-list e, sim, apenas para os que tratam do assunto em questão na sua mensagem, sempre com cópia oculta para que ninguém tenha acesso a todo mailing-list.
Atento às notícias na mídia com “viés” adventista
Ficar atento ao que está sendo falado na mídia ajuda na criação de pautas. Muitas vezes,
uma informação dita em um veículo de comunicação pode contribuir para que no futuro você consiga colocar a instituição nas linhas de alguma matéria do mesmo veículo de comunicação. Por exemplo, se você ler ou ouvir uma matéria que fale sobre a importância do vegetarianismo para a saúde humana, você pode escrever um release sobre um membro da igreja que é super saudável, apesar da idade, devido a ter optado por um regime alimentar vegetariano.
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Lembre-se sempre do cuidado necessário com a linguagem, para que não aparente uma
forma institucionalizada (“igrejeira”).
Que tipo de programa desperta interesse da imprensa
O jornalista, na maioria das vezes, não está interessado em saber que sua igreja está com-
pletando cinco anos de existência e nem com a quantidade de pessoas. O que é muita gente para a igreja, não é para a imprensa.
Na realidade, é o “fato”, o “acontecimento”, a “ação” que deve despertar o interesse e a
curiosidade do jornalista e do público. A imprensa está interessada em conhecer os projetos de assistência à sociedade que estão sendo promovidos. Por isso, toda vez que mandar alguma notícia para os veículos de comunicação, lembre-se de que nem sempre o que é importante para você será importante para o veículo de comunicação.
Atividades normalmente desenvolvidas pela Igreja que chamam a atenção:
1.
Campanhas de doação de sangue, órgãos ou medula;
2.
Campanhas contra violência doméstica: “Quebrando o Silêncio”;
3.
Cursos ou seminários sobre saúde, vida saudável ou de orientação para se
libertar dos produtos que causam dependência;
Cursos de empreendedorismo (eventos que ensinam os participantes a
4.
conseguirem uma melhora na vida financeira através de trabalho);
5.
Orientação familiar ou cursos para noivos;
6.
Mutirão de natal (campanha de arrecadação e doação de alimentos);
7.
Programa musical (cantada de natal, páscoa, uma apresentação especial de
algum grupo musical, etc.);
8.
Escola Cristã de Férias;
9.
Atividades desenvolvidas pela escola ou colégio adventista;
10. Clube de Desbravadores e suas atividades;
11.
12. Participação nas campanhas governamentais.
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Clube de Jovens e seus programas especiais;
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Certamente você já percebeu que trata se de programas que visam o crescimento do in-
divíduo, e que são bem aceitos pela comunidade.
Dia a dia da imprensa
É muito importante que o assessor entenda qual é a forma de trabalho utilizada pela
imprensa. E para que isso ocorra é preciso entender como é o dia a dia de uma redação de jornalismo. Uma vez que se entenda os métodos de trabalho de um jornalista, ficará mais fácil saber como agir, falar e até mesmo como escrever para esse comunicador. Com isso, as portas da mídia poderão se abrir com maior facilidade. Entretanto, todo cuidado é pouco quando se está lidando com algo com o que não se tem familiaridade.
Visão do que acontece numa redação
O dia do jornalista começa cedo. Geralmente, a primeira coisa que ele faz ao entrar na
redação é checar os e-mails e ir para a reunião de pauta, onde os temas que devem se transformar em reportagens são definidos.
Nessa reunião são divididas as tarefas do jornalista, inclusive quais serão as reportagens
direcionadas a cada um. A rotina numa redação é muito intensa, e por isso, o assessor, ao entrar em contato com o jornalista, deve ser direto e objetivo, evitando abordagens longas e apelativas.
A redação sempre recebe muitos e-mails com sugestões de matérias. Por isso, é importan-
te usar a criatividade. Evite mandar e-mail no final de semana. As redações funcionam com escalas de trabalho de forma reduzida nesses dias e sua mensagem corre o risco de ser misturada com as outras acumuladas para a segunda-feira.
O jornalista está interessado em buscar notícias atuais, sejam elas “boas” ou “ruins”.
Logo, tome cuidado com o que você irá escrever ou falar para o jornalista. Ele não é seu amigo confidente.
Como se portar diante da imprensa
Saber como falar e como se comportar diante da mídia é algo extremamente importante
para a assessoria de imprensa. Por isso, saber como agir em uma entrevista, ou até mesmo em
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78 | Pontes de Esperança uma conversa por telefone é fundamental para um bom desenvolvimento do departamento de comunicação.
A forma de se comportar em uma entrevista pode parecer uma tarefa fácil, quando na
verdade, não é. Alguns cuidados importantes devem ser tomados ao se relacionar com a mídia. 1.
Quando um repórter procurar algum membro da igreja para realizar uma repor-
tagem, o assessor deverá recepcionar o jornalista de forma amigável, fornecendo todos os dados possíveis para o correspondente. Caso o assessor ou até mesmo o membro da instituição trate o repórter de forma grosseira, a imagem da igreja estará prejudicada. 2.
Todas as entrevistas, mesmo as que parecem não ter importância para a igreja,
precisam ser realizadas e tratadas da mesma forma. O entrevistado deve tratar da mesma forma o jornalista da revista nacional e o repórter do jornal local. Isso faz com que a igreja ganhe respeito e credibilidade por parte dos jornalistas. 3.
O entrevistado deve sempre chegar no horário marcado. Atraso é sinal de irres-
ponsabilidade. É natural que imprevistos aconteçam, mas tomar cuidado com o horário é fundamental. Afinal, o jornalista não tem tempo para ficar esperando durante horas. 4.
O entrevistado não deve levar para a entrevista um discurso decorado. É impor-
tante que a entrevista seja uma conversa. O que se pode fazer é levar anotações dos temas que serão abordados em forma de tópicos. 5.
Sempre que possível, as respostas devem ser objetivas e curtas. Mas isso não
significa que o entrevistado deve responder com palavras como “sim”, “talvez” ou “não”. Evite utilizar palavras muito técnicas ou mesmo siglas que dificultem o entendimento. 6.
Não se deve solicitar ao repórter que ele repita a resposta que acabou de ser
fornecida. Por mais que se queira saber se não haverá distorções, agir dessa forma pode soar como uma posição de descrédito em relação ao trabalho do jornalista. 7.
Ao dar entrevistas a veículos de comuicação o entrevistado deverá, sempre que
possível, olhar para o jornalista, buscando se mostrar interessado no assunto. 8. Conversas em veículos como rádio e televisão geralmente são rápidas. Por isso, responda às perguntas de forma clara e objetiva. 9. Gesticulações exageradas devem ser evitadas, assim como interjeições do tipo “né”,
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Comunicação externa | 79 “hamn”, entre outras. Roupas brilhantes ou que chamem muito a atenção são abomináveis. 10. O entrevistado não pode segurar o microfone da entrevista na mão (a menos que a conversa aconteça no estúdio e lhe seja fornecido um). Esse é o trabalho do repórter. Apenas responda de forma simples e objetiva o que está sendo perguntado. 11. Às vezes é necessário fornecer ao jornalista algumas anotações para ajudá-lo a se lembrar durante a entrevista, evitando assim informações incorretas.
Planejamento e check-list
Um bom planejamento de assessoria de imprensa se divide em vários tópicos entre ou-
tros: apresentação, objetivos, atividades e custos.
Apresentação: É preciso apresentar um breve resumo das tarefas a serem realizadas.
Objetivos: Definir as metas a serem alcançadas com o trabalho proposto. Atividades: Descrever quais são as atividades que se pretende realizar durante todo o ano, como reformulação do boletim da igreja, eventos, etc.
Custos: Quanto a igreja irá gastar com as atividades propostas.
Verificar: ■ Relações de imprensa (mailing, lista de contatos atualizada); ■ Calendário de eventos e datas comemorativas para a Igreja Adventista do Sétimo Dia de cada mês; ■ Se as atividades realizadas durante o mês atingiram os objetivos propostos; ■ A imagem da igreja perante os veículos de comunicação.
Definir: ■ Objetivos para o mês seguinte; ■ Cronograma básico mensal. Consiste em listar todos os eventos e atividades que serão
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realizadas no mês seguinte, com data, hora e local. Além disso, planejar como efetuar
todas essas atividades, verificando vários fatores, inclusive os custos.
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Dicas de como trabalhar com a imprensa local ■ Um repórter interessa-se por uma só coisa: “Ele deseja fatos, uma reportagem, nada mais”. ■ Se não estiver seguro de um fato, diga ao reporter ou redator: “Não sei”, . Mas seja tão útil quanto puder para seguir fatos. ■ Não escreva fantasias. ■ Não seja prolixo. Resuma sua reportagem. ■ Não escreva opiniões ou assuntos não fundamentados. Restrinja-se aos fatos. ■
Não se surpreenda se o redator recompuser sua reportagem. Este é o seu trabalho.
Não questione sua redação a não ser que ele tenha resultado numa falsa afirmação que exija correções absolutamente necessárias. ■ Não tente “plantar” sua reportagem pela seção de anúncios. Os redatores de todas as partes desaprovam essa falta de ética. ■ Não pergunte ao editor por que seu artigo não foi publicado. ■ Continue a escrever. Faça o seu próximo artigo melhor que o último.
Gerenciamento de crises
Em março de 2007, em uma de nossas igrejas, uma criança foi morta por um jovem que foi
preso nove dias depois, julgado e condenado. Ele não era membro da Igreja Adventista.
Entre o acontecimento e a prisão do rapaz, enquanto nada se sabia ainda sobre o que, de
fato, havia ocorrido, muitos depoimentos foram dados, muitas reportagens foram feitas e versões surgiam a todo instante, que iam desde um acidente no tanque batismal até rituais religiosos com sacrifício de crianças. Durante esse período, os membros da igreja local e toda a Igreja Adventista no Brasil e no mundo foram afetados pelas notícias. Informações e declarações precisaram ser dadas sobre o assunto para a imprensa e para a opinião pública. Esse foi um exemplo claro de uma situação de crise em que a comunicação precisou funcionar como a principal ferramenta.
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“O que se faz nas primeiras horas depois de um acidente marca para sempre a trajetória
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Comunicação externa | 81 da companhia”, afirmou David Barioni, vice-presidente da Gol à revista Exame, em sua primeira entrevista sobre a gestão do episódio queda do Boeing 737-800, que fazia o vôo 1907 (Manaus – Rio de Janeiro) e se chocou com um jato Legacy. O episódio marcou para sempre a história da companhia. (Revista Exame, 22/03/2007, “Os 18 dias que abalaram a Gol”).
Os exemplos acima mostram que nenhuma instituição está isenta de qualquer tipo de
incidente desagradável. Os riscos são os mesmos para todos. Dependendo da intensidade, os resultados podem ser devastadores.
Muitas acham que as crises “só acontecem com as outras” e acabam sendo pegas de sur-
presa por situações de extrema dificuldade.
Ter um plano de ação, que envolve desde os procedimentos a ser tomados e a for-
ma de lidar com a imprensa, é a melhor maneira de estar preparado para as complicações de uma crise.
O que fazer em uma crise
Em primeiro lugar, em qualquer situação, o pastor da igreja deve ser notificado imediata-
mente. Ele, por sua vez acionará a associação ou missão para que as providências sejam tomadas.
O pastor da igreja e o diretor de comunicação irão assessorar o diretor de comunicação da
associação/missão.
A associação ou missão formará uma Comissão de Gerenciamento de Crise, que, por sua
vez irá tomar todas as medidas cabíveis em cada situação.
A Comissão de Gerenciamento de Crise irá designar um PORTA VOZ, ele e somente ele
deverá atender a mídia e dar declarações. Ninguém mais. É importante, além da versão falada, fazer um texto por escrito para respaldar a posição oficial da igreja, autorizada pela Comissão de Gerenciamento de Crise.
Os principais passos:
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1. Sempre passar para associação/missão todas as informações de uma só vez e com
absoluta certeza, A fim de que não haja contradição.
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2. As informações dadas em partes podem causar desdobramentos, o que piora
a situação.
3. Estar atento para cada reportagem publicada ou divulgada sobre o assunto.
4. Armazenar todos os registros de cada ação realizada.
5. A mídia não é dona da verdade, e nem deve ser desprezada.
6. É preciso conhecer os pontos fortes e fracos da instituição e tentar encontrar formas
de melhorá-los.
O que não se deve fazer em uma crise
Duas reações podem surgir em um momento de crise. A primeira é a de entrar em pânico e
inventar ou imaginar táticas precipitadas para reverter o impacto que a notícia ruim poderá causar.
Nunca agrida o jornalista com palavras que visem a desqualificar o seu trabalho. Não saia
dando declarações; a Comissão de Gerenciamento de Crise terá um porta-voz que responderá as questões dos jornalistas.
Um ponto importante é: NÃO TENTE RESOLVER O ASSUNTO SOZINHO. A Igreja Adventista
do Sétimo Dia possui em seu quadro obreiros com experiência, que irão tomar as medidas cabíveis em cada caso.
Pontos fortes e fracos
Quão bem você conhece e compreende a organização? Sua estrutura, declaração de mis-
são, história, desafios passados, presentes e futuros?
Embora essas questões pareçam óbvias, as respostas nem sempre são tão óbvias assim.
A menos que você verdadeiramente compreenda sua organização, não saberá como
responder aos desafios em uma crise, quem de fato é sua audiência, ou o impacto potencial sobre sua organização.
Ainda que seja muito importante conhecer seus pontos fortes é ainda mais cru-
cial conhecer sua estrutura e áreas de vulnerabilidade. Conheça essas estruturas e trabalhe para corrigi-las.
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Além de compreender os pontos fortes e débeis, é imperativo saber o que está acontecen-
do no mundo religioso. Quais os desafios que outras denominações estão enfrentando? Provavelmente não estaremos imunes a esses mesmos desafios por muito tempo. O que está acontecendo em nossa comunidade? No mundo dos negócios e da política onde trabalhamos? É importante ter uma visão geral do mundo que nos cerca, pôr em perspectiva nossos pontos fortes e fracos.
Assim podemos avaliar nossa vulnerabilidade para uma crise. Há duas categorias de
crises – a primeira pode ser prevenida, a segunda não. Atente para as áreas vulneráveis em sua igreja, cuja crise pode ser prevenida, e passe imediatamente a corrigir o problema com a Comissão da Igreja.
Mídia impressa
O termo mídia quer dizer “meios”, com uma ligação direta aos meios de comunicação.
Também é empregado para designar a função do profissional de mídia, cujo trabalho é planejar, desenvolver e praticar a mídia nas agências de publicidade.
Então podemos dizer que a mídia pode ser:
■ Meios de comunicação;
■ Veículos de comunicação;
■ Comunicação de massa;
■ Profissional que planeja a mídia.
Direcionando o olhar especificamente para o tema “mídia impressa”, ainda assim tem-
se um leque de opções onde a comunicação pode atuar, desenvolver seus trabalhos e conseguir bons resultados. Pode-se chamar essas opções de veículos de comunicação, que são os seguintes: jornais, revistas, panfletos, folders, cartazes, outdoors, banners, faixas e qualquer outro meio impresso que se use para comunicar algo a alguém. Apesar desta gama de opções, produzir material para mídia impressa, independente do veículo, segue geralmente um mesmo caminho.
Quando se pretende comunicar algo ou divulgar uma ação ou evento, o meio impresso é
uma ótima opção, pois garante que as pessoas tenham o seu anúncio literalmente nas mãos, e não apenas a ouçam no rádio ou assistindo na TV ou telão.
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Mas para conseguir que o material impresso não seja descartado ou deixado de lado por
outros assuntos mais interessantes, a criatividade é fundamental. As idéias mais criativas nem sempre são as mais mirabolantes e inovadoras, mas contém a informação bem trabalhada, arranjada de forma harmoniosa e esteticamente agradável. Para conseguir esses resultados, siga os passos descritos a seguir:
1. Pensar fora do Computador – Tendo em mãos a informação em mãos do que pre-
cisa ser anunciado, procure trabalhar a idéia antes de sentar-se à frente do computador. Hoje em dia, com a facilidade da informática, acaba-se refém da mesma, desenvolvendo o trabalho diretamente na tela do computador, limitando-se aos recursos dos programas, sem antes pensar no objetivo da sua comunicação e o resultado que se pretende obter.
2. Referências – As idéias não surgem do nada. Observe os impressos à sua volta. Revis-
tas e jornais, mesmo que velhos, podem servir como referência para o trabalho que se pretende desenvolver. Isso não quer dizer que se deve copiar algo que já existe, mas usar esse material para aprender sobre questões como a harmonia dos elementos (imagens, textos, tipos de letra etc.).
A maneira como esses elementos estão dispostos no espaço que ocupam; um determina-
do tipo de letra para certos assuntos, combinações das cores, o estilo da diagramação, tudo isso pode servir como referência para você começar a desenvolver o seu trabalho.
3. Seja consciente – Se algo chamou a atenção em alguma referência apenas porque “é
legal” ou “bonito”, saiba que somente esse argumento não é suficiente. Tente descobrir o porquê: Quais são os pontos fortes? O que não agrada? O que agrada?
Aguçando esse senso crítico, poderá transferi-lo para os trabalhos que irá desenvolver, e
torná-los mais concisos e eficientes.
4. Papel e lápis – Apesar de o computador ser uma ótima ferramenta de trabalho e ter
se tornado indispensável hoje em dia, inicie seu trabalho numa folha de papel, fazendo esboços do que pretende produzir ou diagramar.
Começando dessa forma, suas idéias fluirão mais rapidamente, e não ficará preso à cha-
mada “primeira idéia” que, geralmente, não é a melhor. Quanto mais se pensar no papel, menos tempo será gasto na frente do computador e o trabalho sairá com melhores resultados.
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Após essa parte introdutória para desenvolver o trabalho, as idéias com certeza estarão
mais concretas e coerentes na mente. Seguir esses passos pode parecer, a princípio, uma etapa longa, mas, com a prática isso vai se tornar cada vez mais simples e natural, e o resultado obtido será sempre melhor. Agora, com a idéia pronta na mente, chegou a hora de transferi-la para a tela.
5. Organizando os elementos – Para se produzir um anúncio, alguns elementos im-
portantes a acompanham a idéia: textos, títulos, fotos, etc.
Para que esses elementos fiquem em destaque, é necessário distribuí-los de forma cons-
ciente no espaço da página. A diagramação pode e deve ser usada de tal forma a guiar o olhar do leitor. E para conseguir isso da melhor maneira, existem alguns pontos numa página que devem ser identificados:
1. Área principal ou primária 2. Área secundária 3 e 4. Áreas mortas 5. Centro óptico 6. Centro geométrico
Nossa leitura é feita da esquerda para a direita e de cima para baixo, por isso a área 1 é considerada a principal ou primária. A área 2 é considerada secundária, pois se trata de final de página, e é para lá que se dirige a visão num segundo momento. As áreas 3 e 4 são consideradas mortas, mas podem ser usadas para conter informações secundárias. A página possui dois centros: o centro geométrico, número 6 e o centro ótico, número 5. O centro óptico é a área para a qual a visão converge em primeiro lugar, e é indicado para posicionar fotos e títulos que mereçam destaque.
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86 | Pontes de Esperança 6. Imagens – Para valorizar o trabalho, recorre-se ao uso de imagens, sejam elas fotos, ilus-
trações ou mesmo cliparts. Produzir suas próprias fotos ou ilustrações seria o ideal, mas nem sempre isso é possível. Pode-se recorrer, nesse caso, aos bancos de imagens, tão comuns hoje em dia.
Entretanto, evite usar imagens ou cliparts muito comuns e que já foram muito usados an-
teriormente. Pesquise um pouco mais, procure mais a fundo até encontrar alguma coisa inédita, mesmo que precise ser editada para aplicação em seu trabalho. 7. Cores – Trabalhar com as cores certas ou conseguir uma boa harmonia delas às vezes
parece uma tarefa difícil ou mesmo impossível. Existem estudos específicos sobre cores e sua utilização, sendo um material bem extenso. Mas se você souber alguns pontos básicos sobre as cores, já pode conseguir ótimos resultados.
Para obtenção uma boa harmonia das cores (ou seja, qual cor “combina” melhor), pode-se
usar três técnicas: 1. Monocromática - É a harmonia resultante de uma cor da roda das cores.
As tonalidades podem mudar, mas todas ficam no mesmo matiz da roda das cores. 2. Análoga - É a harmonia formada por uma cor primária combinada com duas
cores vizinhas a ela na roda das cores. 3. Complementar - É a harmonia que ocorre quando combinamos cores opostas
na roda das cores.
Outro ponto interessante é que as cores transmitem determinadas sensações e impres-
sões, a chamada psicodinâmica das cores:
Branco: assepsia, pureza, limpeza, paz;
Preto: mal, morte, desconhecido, formalidade, elegância;
Vermelho: vitalidade, poder, positivismo, vigor;
Azul claro: frescor, leveza, repouso, espiritualidade;
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Comunicação externa | 87 Azul escuro: tristeza, melancolia, sonolência, profundidade; Verde claro: natureza, vegetação, calma, esperança; Verde escuro: veneno, umidade, decomposição, malignidade; Violeta: luto, martírio, nobreza, misticismo; Laranja: atenção, acidez, agressividade, perigo, alegria, vivacidade, agitação.
Preparando um impresso Ao desenvolver um impresso como um jornal mural, boletim ou um folder, os passos a seguir são extremamente importantes para se conseguir um bom resultado:
Vá direto ao assunto. Crie textos curtos e objetivos. Se a quantidade de texto não cabe no espaço do seu impresso, ao invés de reduzir o tamanho da letra, edite o texto. Leia o que está diagramando, muitas informações podem ser retiradas ou resumidas.
Crie um visual atraente. O aspecto visual deve chamar a atenção o suficiente para que as pessoas leiam o que foi produzido.
Use letras do tamanho certo. O tamanho da fonte, ou corpo, deve ser proporcional ao tamanho do seu impresso, permitindo uma boa leitura e visualização dos conteúdos.
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Use uma fonte de boa legibilidade. Evite usar fontes fantasia (aquelas todas desenhadas e ornamentadas) ou com desenho muito rebuscado. Isso só torna a leitura mais difícil. Letras retas (sem serifa) são as mais indicadas para títulos, e com serifas para o corpo do texto.
Use a cor certa. Evite cores muito suaves para títulos ou texto. Cores muito claras fazem seu texto desaparecer. Da mesma forma, evite cores berrantes em longos períodos de texto. Isso vai apenas afastar os leitores e causar grande desconforto visual.
Defina uma hierarquia visual. Deixe bem claro para o leitor em que ponto deve começar a leitura. Os olhos são atraídos primeiramente para grandes elementos e só depois “procuram” elementos secundários. Títulos devem ter peso maior que subtítulos. E subtítulos devem ser maiores que legendas e texto corrido. O mesmo critério deve ser empregado para fotos e ilustrações.
Dicas importantes ■
Não ocupe todos os espaços vazios. Só porque uma página tem algum espaço não preen-
chido, isso não quer dizer que deva ser ocupado por algum elemento. Se a página não ficar congestionadacom um número excessivo de elementos, a leitura da mesma será melhor e muito mais agradável. ■
Procure utilizar um número restrito de fontes para compor o trabalho. Dois tipos de fontes
diferentes é o ideal.
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■
Evite colocar textos sobre fotos ou ilustrações, principalmente se elas não apresentam
um bom contraste com a cor da fonte utilizada.
■ Evite o uso de degradês ou um “arco-íris” de cores. Um trabalho mais simples, de bom gosto, surte muito mais resultado que algo completamente carregado.
Lembre-se: o menos é mais.
Check list
■ Antes de começar o seu trabalho, pense no que pretende fazer e esboce num papel o material que será desenvolvido.
■ Busque referências em outros impressos, tais como revistas e jornais. Baseie-se nas boas idéias para gerar as suas.
■ Bom gosto e simplicidade são sempre a melhor forma de se conseguir um bom resultado.
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Mídia exterior, ao ar livre ou alternativa
Mídia exterior é a denominação genérica dos meios de comunicação que expõe propa-
ganda ao ar livre. Pode também ser chamada mídia extensiva, mídia ao ar livre ou mídia alternativa. Estão visíveis a todos que passarem por elas, como exemplo, os outdoors.
Além do outdoor, outros “canais” também são mídias exteriores, tais como: busdoor
(anúncios nas laterais ou na traseira dos ônibus), empenas de prédios (faixas gigantes nas paredes externas dos prédios), mobiliários urbanos (placas em pontos de ônibus), banners, faixas, taxidoor ou cardoor (anúncios no teto ou no vidro traseiro), envelopamento de veículo (veículo totalmente adesivado), etc.
Se pararmos para enumerar todos, a lista se tornaria imensa. Mas o propósito dessa pe-
quena lista é apenas mostrar que muitas coisas que observamos no dia a dia e que fazem parte do cotidiano de muitos, são ótimos meios que podem ser usados e aplicados para os mais diversos propósitos da comunicação.
Alguns desses meios, ou mídias, fogem do convencional e, por causa disso podem ter um
impacto maior sobre o leitor justamente por se tratarem de algo inusitado, o qual as pessoas não estão acostumadas a ver. É a chamada mídia alternativa.
E o que é a mídia alternativa? É toda forma de comunicar ou veicular uma informação ou
mensagem fora das mídias convencionais.
Com a mídia alternativa, podem ser feitas campanhas com grande impacto, com baixo
custo de produção, em alguns casos.
Adesivos no chão, no teto e nas paredes. Móbiles pendurados, balões de ar ou gás, dirigíveis,
peças de roupas, lugares inusitados para fixação de anúncios. Tudo isso é considerado mídia alternativa.
Para trabalhar com mídia alternativa, basta apenas procurar a melhor forma de levar a sua
informação para as pessoas que precisam recebê-la, fora dos canais convencionais. Fazendo isso, o impacto e fixação da informação serão muito maiores que nos meios habitualmente usados.
Se a mídia alternativa é tão eficaz, porque não usar apenas ela? Não há nenhuma regra
que dite com quais mídias se deve comunicar ou veicular uma campanha.
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Para obter a resposta mais correta para isso, basta apenas planejar suas ações e pensar de
que maneira a informação que precisa ser passada alcançaria um maior impacto e ficaria gravada mais facilmente na mente do leitor.
Ao se fazer este planejamento, que é um planejamento de mídia, percebe-se que quanto
mais variadas forem as ações e diversificados os meios de comunicar ao seu público, maiores são as chances de se conseguir bons resultados e respostas à comunicação.
Seja trabalhando com mídia alternativa, mídia impressa ou mídia exterior (e até mesmo
com todas elas de forma integrada para a mesma campanha), o resultado final para ser positivo vai depender unicamente da forma como foram construídas essas informações, baseando-se na criatividade, bom gosto e senso crítico.
Os passos para essa construção baseiam-se naqueles descritos no na seção mídia impres-
sa. Mas pode-se fazer algo a mais para que o trabalho saia o mais perfeito possível.
Conhecimento
A primeira coisa a fazer para utilizar ou não determinadas mídias é saber o que se quer
comunicar, com quê e como quer transmitir essas informações. Fazendo esse planejamento, a decisão quanto a qual caminho seguir, ou que mídia usar, torna-se quase que natural.
Com essas informações em mãos, procure os fornecedores para a produção do material
necessário, estipulado no planejamento. Ao entrar em contato com esses fornecedores, pergunte a eles sobre possíveis alternativas para sua campanha. Converse sobre materiais, formatos, durabilidade, facilidade de aplicação e transporte do que se pretende fazer.
Os fornecedores sempre têm novidades de mercado para oferecer, com soluções diferen-
tes e inovadoras que podem agregar valor à sua campanha.
Arrojo
Não se limite a fazer o que todos já fazem. Um cartaz no mural, folhetos e boletins infor-
mativos já se tornaram tão corriqueiros que, muitas vezes, a informação contida nesses meios,
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92 | Pontes de Esperança acaba passando despercebida pela maioria das pessoas e esquecida pelo restante.
Inove! Pense em algo que possa até mesmo chocar (de uma forma positiva, claro), surpre-
ender. Sair do convencional, mesmo numa mídia exterior, é a melhor forma de se fazer presente com a informação que se pretende passar. Mas não esqueça: essa inormação estará representando a Igreja.
Check list
■ Planeje suas ações e pense quais serão os melhores caminhos para que se colham bons resultados.
■ Converse com os fornecedores e discuta suas idéias. Questione sobre formatos e tipos de arquivos para a produção.
■ Inove sempre.
■ O fazer diferente e o seguir por caminhos alternativos e inusitados, geralmente trazem bons resultados.
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