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OS DESAFIOS E OS SONHOS CONTINUAM

Estava separando o material para escrever o editorial deste Anuário Brasileiro da Siderurgia 2023, quando vi em minhas anotações uma frase que eu havia guardado de uma viagem feita há alguns anos aos Estados Unidos. Em uma tradução livre, ela diz mais ou menos o seguinte: “Todos os seus sonhos ou seus desejos podem se tornar realidade se você tiver coragem para persegui-los”. Quem disse essa frase foi simplesmente Walt Disney, que para muitos – e eu me incluo neste grupo – é, sem dúvida, um dos maiores empreendedores que o mundo já conheceu, ou talvez o maior.

Há uma série de sonhos descritos nesta edição de nossa publicação. Cada um dos entrevistados nos contou um pouco de como encarou e venceu a dura batalha dos negócios em 2022, e o que espera para seu setor em 2023. Há muitas dúvidas, muitas interrogações. Mas, em todas as manifestações, há um pouco dos sonhos ou dos desejos de cada um. E nós cumprimos o papel de retratá-los da forma mais fiel possível, bem como os desafios de cada uma dessas pessoas para este ano.

Começamos com a siderurgia, setor no qual os líderes da entidade que coordena os destinos de toda a grande cadeia produtora, têm diante de si o grande desafio, já manifestado durante a realização do último Congresso do Aço, em meados de 2022 – e relembrado em todas as ocasiões em que eles têm oportunidade de se manifestar –, da necessidade de aumentarmos o consumo per capita do aço no Brasil nos próximos cinco anos para, no mínimo, o dobro do que temos hoje. Para quem vive e acompanha o setor como nós, já de algum tempo vem se observando que essa taxa entre nós gira há muitos anos em torno dos 100kg a 120/kg/ano. Em 2021 foram 122,3kg, e, em 2022, ele está estimado em 107,7kg, que é exatamente o mesmo consumo per capita de dez anos atrás. Enquanto o Chile que é um país muito menor que o nosso, fechou 2021 com 176,7kg/habitante, a Alemanha para termos uma referência europeia, ficou em 426,1kg/habitante, enquanto o mundo como um todo fechou com 232,8kg/habitante. Assim, o que fazer além de sonhar e desejar para dobrar o consumo brasileiro per capita em cinco anos?

O setor automotivo também está apreensivo, pois a despeito de ter um parque industrial com capacidade para produzir 5 milhões de unidades por ano, em 2022, a fabricação de veículos não passou de 2,37 milhões de unidades, o que representou um aumento de 5,4% sobre o ano anterior. É pouco! Mas nuvens escuras para o setor já começam a aparecer no horizonte, por conta de dificuldades como os juros para financiamento, e a ainda persistente falta de fornecimento dos microchips , além da própria economia nacional que ainda não decolou.

Na mesma toada estão os dirigentes das prin -

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