A REVISTA DE NEGÓCIOS DO AÇO
GRIPS EDITORA – ANO 23 – Nº 155 – ABRIL DE 2022
BRASIL EXPANDE FRONTEIRAS COMERCIAIS
CONSCIÊNCIA DA SIDERURGIA COM O MEIO AMBIENTE
DIA 9 DE ABRIL
O DIA NACIONAL DO AÇO
09 de abril, Dia do Aço. Ninguém melhor do que a líder em aços para reconhecer a importância desta data.
No dia 09 de Abril foi o Dia do Aço, produto que faz parte das grandes e pequenas histórias dos brasileiros. E a ArcelorMittal, líder em aços no Brasil e no mundo, se orgulha de levar qualidade, sustentabilidade e inovação aos seus clientes e parceiros. É assim que seguimos, criando aços inteligentes para as pessoas e o planeta.
ArcelorMittal. Aços inteligentes para as pessoas e o planeta. Bernardinho, ex-jogador, técnico de vôlei e embaixador da marca ArcelorMittal.
ÍNDICE
CAPA
O dia nacional do aço
DESCARBONIZAÇÃO
Atualizada no presente, e 100% preparada para o futuro
RELACOES HUMANAS
Atitudes têm mais poder que palavras
VITRINE
4 6 16 28 38 44 46 54 58
EDITORIAL
A consciência da siderurgia com o meio ambiente
SUSTENTABILIDADE
Sustentabilidade: a base de tudo
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Ampliando as fronteiras comerciais
ESTATÍSTICAS
ANUNCIANTES Siderurgia Brasil 155 - Abril - 2022
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EDITORIAL
A CONSCIÊNCIA DA SIDER COM O MEIO AMBIENTE
A
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cidade de Cubatão, localizada a cerca de 40Km da capital paulista, foi do Céu ao Inferno e, depois, percorreu a rota inversa do Inferno ao Céu em um período de menos do que 40 anos. Na década de 1950, tornou-se um dos principais polos industriais do estado de São Paulo, no qual, em curto espaço de tempo, se instalaram pelo menos 18 grandes indústrias altamente poluidoras, com nenhum, ou quase nenhum controle sobre suas atividades de produção. No final dos anos 70 e início dos 80, chegou-se a medir 30 mil toneladas de poluentes por mês lançados nos céus daquele município, com consequências inimagináveis ao meio ambiente e à saúde das pessoas. E entre as empresas poluidoras, havia uma grande siderúrgica: a Cosipa, que hoje se tornou a Usiminas Cubatão. O “Inferno” estava tão bem delimitado, que a ONU chegou a declarar Cubatão como a cidade mais poluída do mundo. Era, então, preciso fazer alguma coisa para mudar esse cenário caótico. E isso começou a acontecer em 1983, quando um rigoroso plano de recuperação ambiental foi implantado por meio da ação conjunta entre governo e empresários. E menos de uma década depois, durante a realização da ECO-92, Cubatão já Siderurgia Brasil 155 - Abril - 2022
era apontada como exemplo mundial de recuperação a ser seguido, com incríveis 98% de nível de poluentes controlados. A história acima, totalmente verdadeira, nos inspirou a produzir esta edição da revista Siderurgia Brasil, dedicada a homenagear o Dia Nacional do Aço, comemorado em 9 de abril, data em que, no ano de 1941, foi fundada a CSN, a primeira usina de aço brasileira. Com esse objetivo, nela apresentamos matérias exclusivas tendo como foco os esforços que duas das maiores siderúrgicas nacionais estão fazendo para que a produção de aço seja uma atividade totalmente isenta de poluição em prol da sustentabilidade. Ambas receberam importantes distinções internacionais pelos seus bem-sucedidos trabalhos no âmbito da governança ambiental, social e corporativa. E é com imensa satisfação que observamos que não apenas essas duas empresas estão dando o exemplo, mas, sim, todo o setor siderúrgico brasileiro, por meio de seus programas de descarbonização e produção ecossustentável. Mas não paramos por aí. Conheça também nesta edição dedicada ao aço, os comentários e as expectativas para o curto e médio prazo para o setor, tanto no Brasil
Foto: Divulgação
EXPEDIENTE
RURGIA
Ano 23 – nº 155 – Abril de 2022
HENRIQUE ISLIKER PATRIA EDITOR RESPONSÁVEL
quanto na América Latina, sob a análise de personagens de peso no setor. Confira ainda em nossas páginas, os esforços que o governo brasileiro está fazendo para ampliar as fronteiras comerciais de nossos produtos. E no assunto Recursos Humanos falamos que as atitudes são muito mais importantes do que as palavras. Veja também em nossa seção de “Estatísticas”, os indicadores que ilustram o espetacular desempenho da rede de distribuição de aço, a recuperação da nossa indústria automobilística, além do também excelente crescimento na produção de aço. E não deixe de conferir em nossa seção “Vitrine”, as últimas novidades e notícias que impactam o setor. Continuamos trabalhando duro para apresentar a vocês, nossos leitores – que representam a razão de nossa existência – o melhor nível de informação e análise de temas relacionados ao setor da siderurgia. Por isso, continue nos prestigiando com sua audiência e nos enviando suas impressões, comentários, críticas e sugestões, para enriquecermos ainda mais o nosso conteúdo. Boa leitura!
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Henrique Pátria henrique@grips.com.br Siderurgia Brasil 155 - Abril - 2022
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C A PA
O DIA NACIO
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ONAL DO AÇO No mês em que se comemora o Dia Nacional do Aço, crescem as preocupações e as incertezas plasmadas pela Guerra da Ucrânia quanto ao futuro da indústria siderúrgica mundial.
No atual estágio de desenvolvimento da sociedade, é impossível imaginar o mundo sem o uso do aço. Sua produção é um forte indicador do estágio de desenvolvimento econômico de um país. No Brasil, o Dia Nacional do Aço, comemorado no dia 9 de abril, é uma homenagem a esse material que está presente no dia a dia das pessoas. Comemorada desde 1941 para homenagear a criação da Companhia Siderúrgica Nacional, um passo importante para o processo de industrialização do Brasil, e que viabilizou a implantação das primeiras indústrias no país.
Foto: Montagem com fotos da Shutterstock e Divulgação
MARCUS FREDIANI
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C A PA
CRESCIMENTO DA ESG A história do aço no mundo começa em 1856. Aqui no Brasil, as primeiras indústrias surgiram no início do século e, depois de inúmeros desafios e algumas crises no caminho, o setor se tornou fonte de inovação, transformação e crescimento para o país. O engajamento dos times siderúrgicos permite buscar soluções para os mais diversos desafios da atividade, mantendo a contribuição para a sociedade, sempre encontrando no aço nosso caminho para um futuro mais inovador, ético, representativo e sustentável. Nesse último quesito, aliás, dentro da pro-
Foto: Petrobras
aço é protagonista da vida moderna. Desde o início de sua jornada no Brasil, ele faz parte do crescimento histórico e econômico do país. Com forte presença junto à sociedade brasileira, a indústria do aço gera milhares de empregos e crescimento pessoal e profissional para muitas comunidades. Hoje vemos que o aço é muito mais do que um produto: é fonte de crescimento. E seguimos crescendo juntos, gerando novas oportunidades e contribuindo com o desenvolvimento de soluções para os diversos desafios da indústria e da sociedade”, destaca o Instituto Aço Brasil em seu vídeo institucional deste ano para festejar a data.
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posta da governança ambiental, social e corporativa (ESG), hoje, em nosso país, existe um grau de maturidade e amadurecimento de todo o setor. “O Brasil está em uma situação infinitamente melhor que as siderúrgicas de outros países em função da nossa matriz energética, que é muito mais limpa e muito mais pura do que eles. Temos uma indústria muito moderna, além de uma associação bastante ativa – o Instituto Aço Brasil –, sempre nos trazendo boas práticas, benchmark, iniciativas e ideias de vanguarda. Com isso, o Brasil hoje, sem dúvida alguma, está na liderança da produção de um aço ecologicamente e socialmente sustentável, bem posicionado em relação aos outros países”, destaca Silvia Nascimento, presidente do Conselho Administrativo da Aço Verde do Brasil e conselheira do Instituto Aço Brasil.
é como o Dia dos Pais. A gente está com nossos pais todos os dias, mas, nessa data, temos que comemorar essa ‘paternidade’ de maneira especial. É um dia não só para lembrar, mas também para repensar nossa relação com o aço, e refletir sobre as perspectivas para o futuro”, enfatiza. Contudo, Alejandro não deixa de ponderar que a comemoração do 81º aniversário do Dia Nacional do Aço acontece em um momento em que o Brasil e o mundo estão seriamente preocupados com o desenrolar e os impactos da Guerra na Ucrânia. “É algo realmente desafiador, que está causando grande preocupação, como eu mesmo tive oportunidade de constatar em uma recente Foto: André Siqueira
Então, para Silvia, a comemoração do Dia Nacional do Aço é motivo de grande alegria: “Sei que é muito clichê falar isso, mas, para mim, o aço é tudo. Ele está no carro, no liquidificador, na colher que você usa para comer. Está no equipamento do dentista que você vai, está no equipamento de ultrassom que você usa no médico. Sem dúvida alguma, o aço é a matéria-prima mais importante e, ao mesmo tempo, o material mais reciclável e resistente que nós temos hoje. Não é à toa que o governo americano declarou o aço como um item de segurança nacional. E, embora eu seja suspeita para falar, acho que ele é um produto essencial na vida de qualquer pessoa, em qualquer lugar do mundo, porque ele está em todos os lugares, o tempo todo. Então, o Dia Nacional do Aço é uma data extremamente importante de a gente comemorar, em todos os lugares o tempo todo, uma data muito importante”, comenta, bastante animada.
CENÁRIO DE DESAFIOS E o sentimento da conselheira do IABr, é compartilhado por Alejandro Wagner, diretor executivo da Associação Latinoamericana do Aço (Alacero). “Para mim, essa data Siderurgia Brasil 155 - Abril - 2022
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reunião do Comitê Econômico da Worldsteel, da qual participei em Abu Dhabi: todo mundo está se perguntando qual será o futuro da indústria do aço no planeta”, sublinha o presidente da Alacero. E essa preocupação se manifesta exatamente no contraponto da dinâmica de recuperação do setor na América Latina ao longo do 2021. No cômputo geral do ano passado, segundo dados da Alacero, a pro-
mento de 26,6% em relação ao ano anterior (59,1 Mt) e 15,4% em relação a 2019 (64,8 Mt). No período, as exportações atingiram 9 Mt, cravando uma cifra de 19,9% a mais que em 2020 (7,5 Mt). Ato contínuo, as importações acumuladas somaram 28,8 Mt, 46,7% acima do mesmo período de 2020 (19,6 Mt).
Foto: Divulgação
dução de aço bruto na América Latina aumentou 15,7% em relação a 2020, atingindo um total de 64,8 Mt, enquanto a produção de laminados aumentou 19,5% (55,7 Mt). O ano terminou com um consumo regional total de 74,8 Mt, o que representou um au-
Silvia Nascimento, conselheira do Instituto Aço Brasil
Alejandro Wagner, diretor executivo da Alacero
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EVOLUÇÃO CONTINGENCIADA Contudo, embora os números de 2021 demonstrem, mais uma vez, a forte resiliência da siderurgia latino-americana – notadamente impulsionada pelos setores de construção, agrícola e automotivo –, esses dados positivos não significam, ne-
INOVAÇÃO, CONSCIÊNCIA, SUSTENTABILIDADE. O QUE O FUTURO PEDE O AÇO ENTREGA. 9 de abril, Dia Nacional do Aço. O mundo precisa de aço. E o aço que produzimos hoje constrói mais do que veículos, estruturas, painéis solares, máquinas ou objetos. Constrói o futuro. Um mundo com mais inovação, desenvolvimento sustentável, crescimento das comunidades e bem-estar para as pessoas.
Usiminas. Aço em dia com o futuro #OCrescimentoTemAço #SouFãDeAço usiminas.com
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Foto: Divulgação Tesla
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mericana diminuiu 6,8% em relação ao mês anterior, atingindo 4,8 Mt, com o acumulado entre janeiro/fevereiro de 10 Mt, 2,2% inferior ao mesmo período de 2021. Enquanto isso, a produção de laminados foi 3,3% menor em relação a janeiro, totalizando 4,2 Mt. E, embora a produção acumulada de laminados nos dois meses tenha sido de 8,6 Mt, com 2,3% a mais que no ano anterior, em janeiro de 2022, o consumo aparente foi de 5,6 Mt, ou seja, -8% em relação a janeiro de 2021. “E, para o presente ano, espera-se uma leve queda de 2,1% no consumo aparente, principalmente devido a uma forte recomposição de estoque na cadeia. Mesmo asFoto: André Siqueira
cessariamente, um avanço, uma vez que se encontram fortemente relacionados a movimento de recomposição de estoques do mercado, notadamente a partir do 2º Semestre do ano passado, tendo como base de comparação o encolhimento dos negócios observada nos meses anteriores, determinado pela convivência com o período mais crítico da pandemia da COVID-19, a partir do final de 2020. Prova disso é que esse crescimento não conseguiu se sustentar já nos dois primeiros meses de 2022, portanto, antes mesmo da eclosão do conflito entre Rússia e Ucrânia. Tanto é assim que, já em fevereiro de 2022, a produção de aço bruto na região latino-a-
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BUSCA POR ALTERNATIVAS
sim, é um bom nível em relação aos anos pré-pandemia (2017-19 à média de 66,1 Mt/ ano)”, pontua Alejandro Wagner. Ao longo desse panorama, vale destacar que o déficit comercial acumulado em 2021 ainda é crítico, 63,5% superior ao ano anterior, com -19,8 Mt. “Ainda não saímos do período de incertezas, pelo contrário, começamos um ano com problemas domésticos como eleições, inflação e políticas monetárias rígidas que podem ter impacto sobre a atividade industrial. E a tudo isso se soma a incerteza de um conflito global, com o aumento das matérias-primas do aço, bem como o custo da energia global”, explica o executivo.
Nesse cenário de “tempestade perfeita”, instalado a partir da Invasão da Ucrânia pela Rússia, em 24 de fevereiro de 2022, outros fatores agravantes não podem deixar de ser mencionados. Por exemplo, a Ucrânia é o 14º maior produtor de aço bruto (21,4Mt em 2021) e o 8º maior exportador de aço do mundo (15Mt em 2021), segundo da-
Foto: André Siqueira
Foto: Shutterstock
dos da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Simultaneamente, um estudo da mesma organização aponta que a Rússia é o 9º maior exportador de minério de ferro do mundo, com produção de 25,7Mt em 2020, e o 3º
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Foto: André Siqueira
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maior exportador de carvão. Os dois países têm boa representação no cenário mundial. Assim, o mercado internacional passou a buscar alternativas devido à indisponibilidade de aço e matérias-primas desses dois países. E isso vem afetando principalmente os Estados Unidos e a Europa, embora os efeitos não sejam descartados em alguns países da América Latina. No mercado dominicano, por exemplo, a maior parte da matéria-prima utilizada para o acabamento dos produtos siderúrgicos vem da Ucrânia. Devido à guerra, o país teve que buscar novas fontes de produção para garantir o abastecimento daquela República.
AUMENTO DE PREÇOS DOS INSUMOS Ato contínuo, o conflito entre os países já está exercendo um impacto substancial nos preços dessas matérias-primas nos quatro cantos do planeta. “Devido à quebra de oferta devido à indisponibilidade de fornecimentos da Ucrânia ou da Rússia, a situação tem causado uma situação generalizada no mundo de aumentos de preços, quer porque esses novos fornecedores têm custos mais elevados, quer por simples excesso de procura de
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tais insumos que alguns desses fornecedores têm recebido”, enfatiza Alejandro Wagner. Enquanto isso, ainda segundo ele, a pergunta de que se a busca dessas alternativas de fornecimento poderia favorecer, e eventualmente gerar oportunidades de negócios para a indústria siderúrgica latino-americana, ainda continua difícil de responder, muito em função do perene e crescente excesso da oferta de aço no mercado internacional.
EM BUSCA DO EQUILÍBRIO Adicionalmente, outro fator que prejudica os países latino-americanos no que tange à oferta de aço é a taxa de inflação. Para contê-la, os governos da região continuam lançando mão de modelos ortodoxos, com o aumento das taxas de juros, o que, definitivamente, não tem se revelado a melhor solução. E com as eleições de 2022, como é o caso do Brasil, as mudanças nas linhas políticas também têm potencial de impactar a implementação das reformas econômicas favoráveis ao desenvolvimento da indústria latino-americana – em especial ao de indústria siderúrgica –, principalmente porque torna-se claro que os
governos atuais já demonstraram que não estão sabendo exatamente o que fazer. E a situação ainda pode se agravar no futuro, uma vez que o que será feito pelos próximos governos, a partir de 2023, ainda permanece uma incógnita. “Então, é importante buscar o equilíbrio entre demanda e produção e também a co-
operação dos países para continuar alcançando melhores resultados. Por exemplo, há uma oportunidade de modernizar e renovar a siderurgia com novos investimentos verdes no médio e longo prazos, pois a renovação em um momento de escassez de energia seguramente aumentaria os custos”, conclui o diretor executivo da Alacero.
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Foto: Divulgação ArcelorMittal
S U S T E N TA B I L I DA D E
SUSTENTABILIDA A BAS
Vista aérea- Tubarão
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Foto: Divulgação ArcelorMittal
ADE: SE DE TUDO Jorge Oliveira, CEO da ArcelorMittal Aços Planos América do Sul
Em entrevista exclusiva, Jorge Oliveira, CEO da ArcelorMittal Aços Planos América do Sul, fala sobre a recente conquista da certificação ResponsibleSteel – inédita nas Américas e fora da Europa – pela unidade de Tubarão da empresa, e ainda sobre a crescente importância da ESG na indústria siderúrgica. MARCUS FREDIANI
U
ma das questões que mais tem chamado atenção da siderurgia mundial é a da conquista de modelos de operação mais sustentáveis dentro da proposta da ESG, as três letrinhas mágicas que dispõe sobre tudo aquilo que, de maneira geral, poderia ser considerado o corolário do “politicamente correto” em termos da adequação à cultura industrial mirada na conquista de um futuro mais sustentável.
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ao mundo real, plasmadas não só sob a
cessante por uma atitude ambiental, so-
forma de soluções estrategicamente en-
cial e corporativa que compõe o sentido
dereçadas não só à preservação ambiental
da sigla em inglês do Environmental, So-
do planeta e das pessoas que nele vivem,
cial and Corporate Governance já rompeu
como também à evolução inteligente dos
a barreira da dialética meramente filosófi-
modelos econômicos e empresariais vi-
ca, para se transformarem em iniciativas e
gentes. Em suma, trata-se de uma verda-
ações materiais cada vez mais integradas
deira revolução em curso, que vai além do Foto: Divulgação ArcelorMittal
Com efeito – e felizmente –, a busca in-
Vista aérea- Tubarão
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Foto: Shuttersctock
papel das corporações para maximizar os
los padrões da ResponsibleSteel, organi-
lucros em nome de seus acionistas, cujos
zação mundial referência para a produção
benefícios já se fazem sentir.
de aço de maneira responsável. Para falar
Nesse cenário, uma das empresas que
sobre ela, e ainda sobre outros temas liga-
mais tem sobressaído é a gigante Arcelor-
dos à proposta da ESG, a Revista Siderur-
Mittal, empresa líder mundial em produ-
gia Brasil foi conversar com Jorge Oliveira,
ção de aço e mineração. Tanto que, glo-
CEO ArcelorMittal Aços Planos América do
balmente, a empresa considera a questão
Sul. E dessa inspiradora interação, surgiu a
da sustentabilidade como a base de ges-
entrevista exclusiva que você vai ler a par-
tão de seus negócios. E isso vem se tradu-
tir de agora. Confira!
zindo cada vez mais em ações concretas explicitadas pela companhia no âmbito
Siderurgia Brasil: Jorge, como você
do respeito aos preceitos da integridade
avalia a importância da conquista da
e da boa governança, do uso racional dos
certificação ResponsibleSteel pela Ar-
recursos, do desenvolvimento de produ-
celorMittal Tubarão?
tos e serviços inovadores, do controle dos
Jorge Oliveira: A ArcelorMittal Tubarão
impactos ambientais e do relacionamen-
é a primeira planta industrial nas Améri-
to responsável com empregados, forne-
cas a obter a certificação de sustentabi-
cedores, comunidades, clientes e demais
lidade das suas operações pelos padrões
públicos.
da ResponsibleSteel, organização mundial
E, no Brasil, o mais recente reconheci-
referência para a produção de aço de ma-
mento a esse diligente esforço foi a con-
neira responsável. Essa conquista vem em
quista de uma relevante e inédita distin-
consonância com a nossa busca constan-
ção: a ArcelorMittal Tubarão passou a ser
te por processos mais sustentáveis desde
a primeira planta industrial nas Américas
o fornecimento de matérias-primas até a
e fora da Europa a obter a certificação de
venda das soluções para nossos clientes.
sustentabilidade das suas operações pe-
Com a certificação, queremos que nosSiderurgia Brasil 155 - Abril - 2022
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sos clientes da indústria e a sociedade te-
tas industriais do grupo na Bélgica (Gent,
nham certeza de que o nosso aço é pro-
Geel, Genk e Liége), três unidades de Lu-
duzido com responsabilidade em todas as
xemburgo (Esch-sur-Alzette, Differdange
suas etapas.
e Rodange) e duas na Alemanha (Bremen e Bottrop) também já a conseguiram em
Que outras unidades do grupo tam-
julho de 2021. E, atualmente, nossa planta
bém já receberam essa distinção?
localizada em São Francisco do Sul/SC –
As unidades da ArcelorMittal na Europa
processo de certificação. Foto: Divulgação ArcelorMittal
já possuem a certificação. Quatro plan-
a ArcelorMittal Veja –, está passando pelo
Unidade de Tubarao II
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Objetivamente, como se deu o pro-
sociais e de governança. Tais princípios
cesso de certificação da unidade de
estabelecem metas de sustentabilidade
Tubarão? Quais itens ou fatores fo-
com relação à disponibilidade de recursos
ram avaliados ao longo de seu de-
hídricos, saúde e segurança, demandas
senvolvimento?
de stakeholders, direitos humanos e trabalhistas e redução de emissões de gases
de aço das Américas, situada no município
de efeito estufa, possibilitando que altos
de Serra/ES, passou por um rigoroso pro-
padrões de sustentabilidade na produção
cedimento de auditoria. O ResponsibleS-
e consumo sejam atendidos. Realizado
teel criou um padrão de sustentabilidade
pela consultoria independente DNV Bra-
que conta com 12 princípios ambientais,
sil, o processo de auditoria consistiu no Foto: Divulgação
A unidade de Tubarão, maior produtora
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Foto: Shuttersctock
levantamento de informações aprofunda-
Atualmente, quais são os principais
das sobre as práticas sustentáveis e tra-
compromissos no âmbito da Agen-
balho de campo para recolher evidências
da ESG da ArcelorMittal mundo e no
com visita à planta industrial e entrevistas
Brasil?
com stakeholders. A consultoria conver-
O Grupo ArcelorMittal lançou metas de
sou com empregados e terceirizados, for-
reduzir suas emissões de CO₂ em 25% até
necedores, representantes de órgãos pú-
2030, e de se tornar carbono neutro até
blicos, sindicatos e moradores do entorno
2050. Globalmente, a companhia também
da planta industrial.
já se comprometeu com investimentos de cerca de R$ 1,9 bilhão para o desenvolvi-
E qual foi a abrangência desses levan-
mento de tecnologias de carbono neutro
tamentos?
pelos Centros de Pesquisa & Desenvolvi-
Foi bastante extensa. Apenas para dar
mento do Grupo ArcelorMittal. No Brasil,
um exemplo, 50 colaboradores da em-
no âmbito ambiental, além da planta de
presa e prestadores de serviço foram en-
dessalinização que entrou em operação
trevistados diretamente pelos auditores.
em setembro do ano passado na Arcelor-
Uma lista com mais de 5 mil nomes foi
Mittal Tubarão, a unidade firmou, no final
disponibilizada pela empresa ao auditor
de 2021, um convênio inédito no setor in-
responsável, que selecionou os emprega-
dustrial capixaba: um Termo de Compro-
dos aleatoriamente. As questões focaram
misso Ambiental ( TCA) pioneiro oficia-
no ambiente de trabalho e relacionamen-
lizado com a Cesan, concessionária dos
to com colegas e gestores, saúde e segu-
serviços públicos de saneamento básico
rança do trabalho, horário de trabalho e
do Espírito Santo. O acordo prevê a com-
pagamento de salários e benefícios, plano
pra mensal, pela produtora de aço, de 540
de desenvolvimento de carreira, liberda-
m³/h (150 l/s) e água de reúso de esgoto
de de filiação aos sindicatos, dentre ou-
sanitário para fins industriais. E, para ele-
tros assuntos.
var cada vez mais seu patamar de gestão Siderurgia Brasil 155 - Abril - 2022
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ambiental e ainda garantir a execução
diais em tecnologias disponíveis. Para dar
das metas e diretrizes previstas em ter-
transparência a esse conjunto de ações,
mo de compromisso ( TCA) firmado com
foi desenvolvido um aplicativo de celular,
o Poder Público, a unidade de Tubarão
o Evoluir ArcelorMittal, há dois anos, que
criou um programa, chamado “Evoluir”.
permite à sociedade conhecer, de forma
Ele consiste em um conjunto de iniciati-
ágil, interativa e transparente, as ações
vas próprias e que vão além do compro-
empreendidas pela empresa em sua ges-
misso assumido e totalizam um total de
tão ambiental e no cumprimento do TCA.
R$ 1,8 bilhão em investimentos até 2023. E de que forma essa dinâmica deverá Na prática, o que tais iniciativas e investimentos irão contemplar?
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se manifestar no âmbito social? No que diz respeito às pessoas, a Ar-
Bem, no âmbito ambiental já estão em
celorMittal Brasil anunciou a meta de ter
execução projetos que incluem a instala-
ao menos 30% de mulheres entre seus
ção de wind fences (barreiras para con-
empregados até 2030. O desafio é para
trolar a velocidade do vento e a poeira
todas as unidades, incluindo Tubarão, e
industrial) nos pátios de Carvão, Minério
em todas as áreas, incluindo as ativida-
e Coprodutos, e o despoeiramento do Al-
des operacionais, administrativas e car-
to-Forno 1, Sinterização, Aciaria e pátio
gos de liderança. Atualmente, dos cerca
de Beneficiamento de Coprodutos. Tam-
de 16 mil empregados da ArcelorMittal
bém foi finalizada a instalação de uma
Brasil, 17% são mulheres. Na área opera-
quarta bateria na Coqueria. Além disso,
cional, 7% são mulheres, e em cargos de
uma série de ações e melhorias identifi-
liderança, 20%. Ainda em relação à ges-
cadas proativamente serão realizadas até
tão de pessoas, a ArcelorMittal adotou e
2023. Todos esses investimentos estão
mantém uma Política de Diversidade &
em aderência às melhores práticas mun-
Inclusão, que reforça o compromisso de
Siderurgia Brasil 155 - Abril - 2022
Foto: Shuttersctock
pavimentar um caminho de mais respeito
Algo como um “Programa de Su-
dentro da empresa. Dentre as ações pre-
gestões”?
vistas no Programa está o Comitê de D&I
Sim. Os grupos vêm se reunindo men-
que atua em quatro grupos de afinidades
salmente para trabalhar a partir de pilares
(equidade de gênero, diversidade racial,
estratégicos de atuação, e são responsá-
pessoas com deficiência e LGBTQIA+) e é
veis por sugerir iniciativas e projetos a
responsável pela definição da estratégia,
serem submetidos ao Comitê Nacional
métricas e indicadores, além da revisão
de Diversidade & Inclusão. Atualmente,
das políticas e planejamento de ações a
1,3 mil empregados atuam ativamente
serem implementadas em curto, médio e
como voluntários e aliados, que com os
longo prazos. Todo empregado pode se
líderes dos grupos de afinidade e pro-
inscrever em qualquer um desses quatro
movem iniciativas que contribuam para
grupos e contribuir para a construção de
a transformação cultural que a empresa
um ambiente mais diverso e inclusivo.
vem buscando.
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S U S T E N TA B I L I DA D E
Sem dúvida, um conjunto de ações
de melhores e mais consistentes resul-
bastante produtivo, que pode inspi-
tados no campo da governança am-
rar muita gente a seguir o exemplo da
biental, social e corporativa? Acredito que exista um consenso ge-
você avalia a qualidade, o nível de ade-
neralizado na indústria de aço brasileiro
são e de comprometimento da indús-
de que, se desejamos realmente contri-
tria siderúrgica no Brasil com relação
buir para atingir as metas ambientais es-
aos esforços endereçados à conquista
tabelecidas pelo Acordo de Paris, é preFoto: Divulgação
empresa. Mas, de maneira geral, como
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Foto: Shuttersctock
ciso mais do que avanços em termos de
Desenvolvimento Sustentável da Insti-
eficiência nos processos produtivos para
tuição e foi fundadora do grupo de tra-
se produzir um aço limpo. O setor já en-
balho em Sustentabilidade do WorldS-
tendeu que é necessário pensar proati-
teel em 2003. Além disso, a unidade de
vamente e buscar tecnologias e soluções
Tubarão sediou o encontro internacional
sustentáveis para isso. E não faltam bons
do grupo, em 2005, no qual foram dis-
exemplos de pesquisas e iniciativas nes-
cutidos os indicadores mundiais de sus-
se sentido por todo o país. Acho que isso
tentabilidade do setor de produção de
demonstra o nível de envolvimento e en-
aço. Entendo a nova carta da Worldsteel
gajamento das empresas nesse sentido
como atual e oportuna, especialmente
e, certamente, logo vamos ver os bons
nesse momento mundial, mais focado
resultados dessa mobilização.
na sustentabilidade. Seu conteúdo está totalmente alinhado ao que pensamos
Para finalizar, qual é a análise que
e desejamos para a nossa companhia. A
você faz do texto da nova Carta de
ArcelorMittal é uma empresa empenha-
Sustentabilidade,
pela
da no compromisso com o mundo em
Worldsteel no último dia 3 de mar-
que vivemos, com toda a nossa cadeia
ço, cujo conteúdo, revisado e amplia-
de valor. E isso inclui a segurança e o
do, está organizado em nove princí-
bem-estar dos empregados e das comu-
pios com 20 critérios associados, que
nidades as quais fazemos parte. Nosso
abrangem aspectos ambientais, so-
propósito é produzir aços inteligentes
ciais, de governança e econômicos da
para as pessoas e o planeta, uma abor-
sustentabilidade.?
dagem de longo prazo e que represen-
divulgada
Sem dúvida alguma, a Worldsteel As-
ta a filosofia do nosso negócio. Por isso,
sociation é uma das maiores e mais dinâ-
vemos como natural a inserção desses
micas associações industriais do mundo.
princípios e critérios na nova Carta da
A ArcelorMittal é signatária da Carta de
Worldsteel. Siderurgia Brasil 155 - Abril - 2022
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Foto: Divulgação
A SIDERUGIA E A DESCARBONIZAÇÃO
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ATUALIZADA NO PR PREPARADA
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RESENTE, E 100% A PARA O FUTURO Modelo de competência na correta e, às vezes, complicada tarefa de equacionar lucros e sustentabilidade, a Aço Verde Brasil caminha firme e forte rumo a um futuro cada vez mais promissor. MARCUS FREDIANI
A
Aço Verde do Brasil (AVB), empresa maranhense do Grupo Ferroeste, nasceu como um player competitivo de aço com a filosofia de sustentabilidade como carro-chefe de suas estratégias, sempre pautadas pela inovação e pela melhoria constante de produtos e processos, para assegurar operações livres de combustíveis fósseis (zero carbon footprint), graças à sua matriz energética 100% originada pelo uso do carvão vegetal, a partir de florestas plantadas e renováveis. E isso, entre outras distinções, lhe garantiu a expressiva conquista do título de primeira empresa do planeta a produzir aços sem a utilização das fontes energéticas convencionais, entre os quais aços longos, vergalhões, fio máquina, tarugo e ferro-gusa, perfazendo, em 2021, um total de 600 mil toneladas anuais. Siderurgia Brasil 155 - Abril - 2022
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muito grande: temos uma emissão de carbono mais do que 50 vezes menor do que qualquer indústria siderúrgica do mundo”, destaca Sandro Marques Raposo, diretor industrial da AVB. Só para se ter uma ideia, segundo o último Relatório de Sustentabilidade apresentado pela AVB, o valor de toneladas de CO 2 retiradas da atmosfera com o uso do carvão vegetal como matriz energética pela companhia equivale ao de uma frota de 100 mil carros por ano. Foto: Divulgação
“A sustentabilidade, realmente, está no DNA da Aço Verde do Brasil. É um compromisso que levamos muito a sério em todas as nossas operações. E temos orgulho de estar fazendo a nossa parte para a conquista da meta global do carbono neutro em 2050, um desafio que, sabemos, é muito grande para a indústria siderúrgica, atualmente responsável por 7% das emissões mundiais de carbono para a atmosfera. E nossa contribuição tem sido
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Foto: Shuttersctock
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Para conseguir esse resultado, além de constantes aperfeiçoamentos das instalações e equipamentos de seu parque industrial, a empresa implementou um robusto sistema de gestão ambiental, que teve como passo emblemático a conquista da certificação ISO 14001, normatização mundial que exige que qualquer atividade produtiva da companhia cumpra seus rígidos protocolos, e que ela apre-
sente regularmente provas da aplicação de controles ecossistêmicos, bem como de condutas de transparência e ética em suas operações. E, agora, a AVB está em processo de auditoria para a conquista de mais uma importante certificação de sustentabilidade no âmbito de suas operações: a da ResponsibleSteel, organização mundial referência para a produção de aço de maneira responsável.
INVESTIMENTOS NO SOCIAL Mantendo sua proposta de proatividade, a AVB também foi uma das primeiras empresas a antecipar a implantação das recomendações da nova e mais recente versão da Carta de Sustentabilidade da
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Foto: Divulgação
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estendendo-os tanto aos nossos fornece-
Sandro Raposo, diretor industrial da AVB
Worldsteel, que já foi destaque em nosso portal, divulgada em versão revisada e ampliada no último dia 3 de março, com foco na agenda da ESG. O documento está organizado em nove princípios com 20 critérios associados, que abrangem aspectos ambientais, sociais, de governança e econômicos da sustentabilidade. “Nossa filosofia de trabalho sempre incluiu as dinâmicas propostas que, agora, se encontram explicitadas na nova carta da Worldsteel, por meio da implantação, em amplo espectro, os conceitos da ESG, que além da responsabilidade ambiental, integram critérios superlativos de sustentabilidade social e de governança. Por exemplo, além de questões ligadas a uma política de segurança eficiente, entre outras coisas, a gente sempre se preocupou com o rastreamento e o cumprimento de tais compromissos ao longo de toda a cadeia de valor do aço que produzimos,
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dores quanto aos clientes finais dos itens que entregamos ao mercado. Ou seja, não é importante só a AVB ser sustentável: todos os envolvidos na cadeia têm que ser”, explica Sandro. “Nesse sentido, temos um trabalho muito forte de investimentos direcionados à questão da ESG, no amplo espectro da sustentabilidade. Por conta disso, sempre atualizamos e fazemos planejamentos antecipados contemplando a destinação desses recursos. Exemplo claro é que, agora em 2022, a gente já está mirando a conquista de objetivos nessa área para 2032, planilhando tudo que vamos investir em plantio de florestas, em preservação de reservas ambientais, quanto vamos investir na área social, contemplando desde o treinamento da nossa equipe de funcionários quanto ações endereçadas ao desenvolvimento das comunidades em torno da nossa usina”, destaca, por sua vez, Silvia Nascimento, presidente do Conselho da Aço Verde do Brasil. E atestando o ganho de musculatura dessa sua política voltada à integração, na segunda quinzena do mês de abril, a companhia anunciou a criação de um Comitê
Foto: Shuttersctock Foto: Divulgação
tras inciativas de sustentabilidade social, naturalmente somadas às de sustentabilidade florestal já mapeadas, reservadas e rubricadas, com direcionamento claro em nossos balanços”, complementa Silvia. Silvia Nascimento, diretora do Conselho de Administração da AVB
de Governança e Sustentabilidade, cujo objetivo é apoiar o Conselho de Administração da AVB no cumprimento de atribuições estratégicas relacionadas a ações de ESG. A proposta é que, em reuniões mensais, diretores e colaboradores internos e externos, juntamente com os conselheiros da empresa apresentem projetos e debatam práticas de governança ambiental, social e corporativa, indicar processos inovadores para os negócios e operações, sempre com foco na sustentabilidade, e ainda impulsionar e priorizar procedimentos de certificação importantes para a companhia. “Isso, sem falar do projeto de criação do Instituto AVB, já em fase de edificação, que, por meio da utilização de benefícios fiscais calculados sobre um percentual de nosso faturamento líquido anual, nos permitirá direcionar verbas para ações de educação, amparo à criança e Lei Rouanet, entre ou-
APERFEIÇOAMENTOS TECNOLÓGICOS Como já foi dito, com a sustentabilidade presente nas estratégias desde a sua concepção, a Aço Verde do Brasil está continuamente em busca da inovação e da melhoria de seus produtos e processos. Nesse sentido, os investimentos da empresa em tecnologias visando ao desenvolvimento sustentável não param. Prova disso são dois grandes projetos que já se encontram em fase final de implementação. O primeiro deles, dentro do programa “Zero Resíduo até 2025”, é o briquete verde, que vai permitir o aproveitamento total dos resíduos do carvão vegetal utilizado na produção do aço, reciclados internamente, na fase atual em uma planta-piloto de testes, cuja eficiência, caso comprovada, já passará a funcionar em plena carga ainda este ano. E o segundo, é o desenvolvimento de uma patente própria da Siderurgia Brasil 155 - Abril - 2022
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Wallas Silva, superintendente florestal da AVB
AVB destinada à construção de um forno de carbonização industrial, cujo objetivo é melhorar a queima (pirólise) da madeira utilizada para a produção do carvão vegetal, com o aproveitamento energético dos gases gerados no processo, embora estes não causem impacto ambiental. “Para se ter uma ideia, no processo atual de carbonização da madeira, apenas 20% do volume queimado se transforma em carvão, um índice muito baixo de aproveitamento. E, se conseguirmos aumentá-lo, nem que seja de 20% para 30%, o ganho de eficiência, não só do ponto de vista econômico, como também – e o que é super importante – do ponto de vista ambiental, uma vez que essa simples di-
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ferença de 10% representa muita madeira e, claro, contribuirá para a preservação, embora temporária, de muitas das nossa mais de 7,3 milhões de árvores de eucalipto plantadas em nossa área de 65 mil hectares no Maranhão – sem contar com nossa área de preservação natural, que tem tamanho ainda maior –, promovendo um uso muito mais racional desses recursos. E é importante frisar que a floresta plantada de eucalipto é muito mais eficiente em termos de sequestro de CO 2 da atmosfera do que uma floresta nativa”, explica Wallas Silva, superintendente florestal da AVB.
GOVERNANÇA CORPORATIVA Na trilha, rumo ao aprimoramento da aplicação dos conceitos da ESG na companhia, a governança corporativa também tem lugar de destaque na pauta da Aço Verde do Brasil. Afinal, dada à sua importância como elo de ligação entre os outros dois pilares da sigla, ela é fator indispensável para a garantia da continuidade sustentável, em latu sensu, da jornada da empresa no futuro. Por conta disso, a criação de um ecossistema corporativo cada vez mais robusto para o desenvolvimento de negócios pioneiros, integrados e responsáveis é
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tratado como prioridade absoluta na AVB. Assim, ela tem investido na implementação de um conjunto de mecanismos e processos transparentes, transformadores e seguros, capazes de garantir o equilíbrio entre os interesses da AVB e de todos os envolvidos nos ambientes em que ela opera, e que, certamente, irão ajudá-la no seu processo de cres-
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cimento ao longo dos próximos anos. Entre esses instrumentos de controle, além da contabilidade precisa e transparente, realizada por renomadas auditorias, e do sistema de Business Intelligence, capaz de acompanhar e proporcionar uma visão completa e confiável de resultados, outros destaques foram a estruturação do Conselho de Administração Consultivo,
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A SIDERUGIA E A DESCARBONIZAÇÃO
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formado por membros independentes e diversificados, incluindo a contratação de consultores externos e a participação de membros não acionistas, e, ainda, a obtenção concessão de registro junto à Comissão de Valores Imobiliários (CVM), na “Categoria B”, que autorizou a empresa a emitir títulos de dívidas mais amplos, com exceção de ações, que a irá aproximar cada vez mais do mercado de investidores.
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Mas, é claro, como a jornada da companhia no âmbito da governança corporativa ainda não está concluída, mantém-se viva a possibilidade de a AVB fazer uma oferta pública inicial (IPO), combinada a uma admissível internacionalização da empresa. E a empresa se diz plenamente preparada para isso quando e se esse momento chegar, seja no mercado brasileiro, seja no plano global.
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COMÉRCIO INTERNACIONAL
AMPLIANDO AS FRON Esforço brasileiro em aumentar o comércio internacional passa pela participação em eventos de grande porte como foi o 4º Global Business Fórum Latin-America (GBF), realizado em Dubai. HENRIQUE PATRIA*
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ob os auspícios da Câmara de Comércio de Dubai (Dubai Chambers), foi realizada nos dias 23 e 24 de março no Centro de Exposições de Dubai nos Emirados Árabes Unidos em parceria com a Expo 2020 Dubai o 4º Global Business Fórum Latin-America (GBF) que discutiu as principais oportunidades e desafios visando fortalecer as relações bilaterais entre as duas regiões do planeta. O evento reuniu chefes de estado, ministros dos Emirados Árabes Unidos e da América Latina, delegados e autoridades em um número superior a 2.000 delegados de 95 países diferentes.
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NTEIRAS COMERCIAIS
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COMÉRCIO INTERNACIONAL
Em seu discurso de boas-vindas, Abdul Aziz Al Ghurair, presidente do conselho da Câmara de Comércio de Dubai, revelou que as importações não petrolíferas de Dubai da América Latina ultrapassaram US$ 6 bilhões entre 2018 e 2020, enquanto os dados dos primeiros nove meses de 2021 mostraram que as importações atingiram US$ 4,8 bilhões. Ele observou que as importações de alimentos do mercado latino-americano ainda dominam o volume de comércio e que essa tendência continuará à medida que os Emirados Árabes Unidos e os países latino-americanos expandirem sua cooperação em segurança alimentar. As exportações de Dubai para a América Latina e Caribe atingiram US$ 687 milhões entre janeiro e setembro de 2021, revelou ele, com o status do emirado como parceiro comercial da região que é forte e crescente, acrescentando que isso é um sinal de que mais empresas do Emirados Árabes Unidos estão aproveitando as oportunidades comerciais em toda a América Latina, com a grande maioria visando Brasil, México, Colômbia e Chile. Por exemplo, o comércio de alimentos entre Dubai e Brasil continua sendo um fator importante na expansão dos laços das economias bilaterais. No primeiro semestre
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de 2021, apesar do impacto do bloqueio nas cadeias de suprimentos globais, ocasionado pela pandemia mundial, as importações de produtos brasileiros de alimentos e bebidas (A&B) por Dubai totalizaram mais de U$ 350 milhões. Um aumento de 48% se comparado com cerca de U$ 230 milhões registrados no primeiro semestre de 2020. “Além do nível certo de investimento necessário para apoiar o desenvolvimento sustentável das empresas e economias latino-americanas, o emirado oferece uma vasta vantagem competitiva, como 100% de propriedade, residência de longo prazo, infraestrutura de classe mundial, zonas francas atraentes, e uma variedade de novos incentivos que impulsionaram sua proposta de valor entre investidores estrangeiros e empresas em todo o mundo”, disse o presidente da Câmara de Comércio de Dubai. Durante o evento de dois dias, diversos porta-vozes do Brasil participaram de várias sessões, incluindo Jair Messias Bolsonaro, Presidente do Brasil, e vários empresários que fizeram parte da comitiva brasileira como Luiza Helena Trajano, presidente da Magazine Luiza, Marcos Troyjo, presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), Gustavo Montezano, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Fabricio Pezente, diretor executivo da TrAIve, Dyogo Oliveira, Ex-Presidente da Associação Nacional das Empresas Administradoras de Aeroportos (ANEAA), Lucas Fiuza, diretor de Negócios da
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timentos previstos até US$ 60 bilhões. “Estamos comprometidos com a abertura econômica do Brasil, que inclui uma inserção competitiva do nosso país no novo cenário que marcará o mundo pós-pandemia. Depois de todos os desafios dos últimos dois anos, que nos levaram a direcionar uma enorme quantidade de recursos para evitar uma recessão social e econômica mais severa, o Brasil voltou ao caminho do crescimento econômico. Após uma contração de 4,1% em 2020 – uma das menores entre todos os países afetados pela pandemia – nosso PIB cresceu 4,6% em 2021”, disse. Foto: Divulgação
Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e outros. O presidente Bolsonaro, em seu discurso virtual, convidou empresas dos Emirados Árabes Unidos a investir no Brasil e explorar as atraentes oportunidades de negócios que estão surgindo em diversos setores econômicos. Destacou que nos últimos três anos, o governo brasileiro transferiu 131 ativos para o setor privado, com potencial para gerar mais de US$ 150 bilhões em investimentos e cerca de US$ 25 bilhões em taxas de concessão. Disse que a carteira do programa para 2022 é composta por 153 ativos, com inves-
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COMÉRCIO INTERNACIONAL
Concluiu “A necessidade de manter a inflação sob controle vai dificultar que tenhamos o mesmo resultado este ano. Todos sabemos muito bem que não há crescimento sustentado sem um controle rigoroso da inflação. Temos trabalhado com a máxima cautela para garantir um crescimento contínuo ao longo dos próximos anos. Buscamos crescimento com oportunidades de curto, médio e longo prazo, não só para os empresários presentes neste fórum, mas também para toda a comunidade empresarial mundial. Estou aqui para tranquilizar a todos: não haverá formas perdulárias de irresponsabilidade fiscal”, afirmou. Lucas Fiuza, participou do painel “Grow – Attracting Foreign Direct Investment”, com a presença de autoridades e líderes empresariais, entre eles o CEO da Agência de Investimento e Desenvolvimento de Dubai. A temática focou no resgate das economias durante e no pós-pandemia, mas também abordou acordos bilaterais como o que o Brasil assinou em 2021 com os EAU para eliminar dupla tributação e esclarecer as regras para investimento direto. Em seu pronunciamento Fiuza falou um pouco sobre os esforços nacionais para atrair mais investimentos. Segundo ele, o Brasil tem feito um “dever de casa” nos últi-
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mos anos para transformar o mercado e por isso tem promovido diversas reformas estruturais, como as de infraestrutura. “Durante a pandemia, percebemos que as medidas que o Brasil vinha tomando tiveram um impacto positivo no mercado”, concluiu ele, reforçando que o país já retomou bons patamares de investimento direto e é um ambiente atrativo para negócios internacionais. Outro ponto positivo apresentado no encontro foi a criação de diversas e interessantes conexões diretas entre as empresas. Mais de 300 reuniões bilaterais de negócios aconteceram à margem do fórum abrindo inúmeras expectativas de novos negócios. As empresas brasileiras já representavam antes do encontro 36% das empresas associadas latino-americanas registradas na Câmara de Comércio de Dubai e esse número deve aumentar de forma constante à medida que a câmara venha expandir suas atividades no Brasil. “Construir fortes laços econômicos com a América Latina sempre esteve em nossa agenda. Ao longo de décadas, Dubai se posicionou com sucesso como um centro comercial global, permitindo que comerciantes e investidores latinos utilizem as instalações de alto nível que Dubai está
Foto: Depositphotos
ni Ahmad Al Zeyoudi, ministro de Estado do Comércio Exterior dos Emirados Árabes Unidos, Omar bin Sultan Al Olama, ministro de
Estado para Inteligência Artificial, Economia Digital e Aplicações de Trabalho Remoto e Presidente da Câmara de Economia Digital de Dubai, Abdul Aziz Al Ghurair, presidente do conselho da Câmara de Comércio de Dubai, Hamad Buamim, presidente e CEO da Câmara de Comércio de Dubai e vários outros ministros, delegados e altos funcionários do governo e líderes empresariais das regiões da América Latina e Caribe (ALC) e do Golfo Pérsico. Henrique Pátria Editor Chefe Portal e Revista Siderurgia Brasil Foto: Divulgação
oferecendo. Acreditamos que a integração regional entre os países pode trazer mais apetite por investimentos. Dubai pode conectar os mercados latino-americanos e vinculá-los aos mercados asiáticos”, disse Hamad Buamim, presidente e CEO Câmara de Comércio de Dubai. Dentre as autoridades convidadas e presentes ao Fórum destaque ainda para Iván Duque Márquez, Presidente da Colômbia, Ariel Henry, primeiro-ministro do Haiti, Tha-
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RELACOES HUMANAS
ATITUDES TÊM PODER QUE PALAVRAS Não existe o momento perfeito. Este momento é o agora. Devemos realizar agora, porque o depois, em geral, é similar ao nunca. J OSÉ PAULO PEREIR A SILVA*
F
alar até papagaio fala, já dizia o dito popular. Quem tem boca fala o que quer e pode persuadir, dizer o que achar que deve. Aqueles que buscam desenvolver hábitos de poder em busca de crescimento e desenvolvimento devem ter consciência de que só a fala não basta, é preciso ter atitude. A verdade é que o momento perfeito não existe, devemos fazer agora.
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É necessário esforço e ação, pois as atitudes têm mais poder do que as palavras. Isso é decorrente de uma passagem bíblica, que diz “Quem observa o vento, nunca semeará, e o que olha para as nuvens, nunca segará. Assim como tu não sabes qual o caminho do vento, nem como se formam os ossos no ventre da mulher grávida, assim também não sabes as obras de Deus, que faz todas as coisas” (Eclesiastes 11:4-5).
Foto: Divulgação
MAIS Ou seja, não devemos esperar o amanhã para colocar um projeto de pé ou para tomar uma decisão na nossa vida. Devemos seguir em frente, pois não existe o momento perfeito, o que existe é apenas o agora. Nós não temos garantia nenhuma do amanhã, por isso não devemos adiar aquilo que nós sabemos que deve ser feito. Não deve-
lam muito. Por exemplo, no mercado de trabalho, existem pessoas que falam bastante sobre si no currículo, prometem mundos e fundos, mas quando começam a trabalhar na empresa, não se desenvolvem. Ou seja, falam da boca para fora. Então, falar não faz sentido se não há entrega de resultados.
mos procrastinar para adiar aquele curso que queríamos fazer, aquela decisão na empresa que deveria ter sido tomada. Devemos realizar agora, porque o depois, em geral, é similar ao nunca. Nós só temos domínio sob o momento presente, o passado já se foi e virou história e o momento futuro não pode ser controlado. Devemos tomar as decisões e fazer acontecer imediatamente, sem deixar para amanhã. É como iniciar uma dieta, que sempre é deixado para a segunda-feira e acaba sempre sendo adiada. Sabemos que existem pessoas que fa-
O indivíduo mal-intencionado pode até conseguir enganar um pouco de gente durante um tempo sobre algumas coisas. Mas não consegue enganar todo mundo o tempo todo, e sobre tudo. Ou seja, uma hora a fala não vai convencer, a atitude não poderá mais ser procrastinada e a verdade aparecerá. *José Paulo Pereira Silva é administrador de empresas, PhD em Relações Internacionais, CEO do Grupo Ideal Trends e autor de 20 livros, incluindo o lançamento Segredos do Poder.
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E S TAT I S T I C A S
CRESCE A PRODUÇÃO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A indústria automobilística brasileira parece ter reencontrado seu caminho de crescimento e segundo os dados apresentados pela Anfavea entidade que representa as empresas montadoras no Brasil, no mês de março foram produzidas 184,8 mil unidades que é 11,4% superior à produção de fevereiro, mas ainda inferior a 7,8% à de março de 2021. No acumulado do trimestre, a queda foi de 17% na comparação com o volume produzido nos primeiros três meses do ano anterior. Segundo Luiz Carlos de Moraes, presidente da Anfavea, que aliás, fez a sua última reunião com a
LICENCIAMENTO POR PAÍS
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imprensa, uma vez que está completando o seu mandato: “Além da questão dos semicondutores, tivemos impactos negativos da nova onda ômicron nos primeiros dois meses do ano, com seu alto índice de contágio, e um volume de chuvas e alagamentos acima da média em várias cidades brasileiras, afetando o deslocamento dos clientes e o funcionamento de várias concessionárias”. Com relação aos licenciamentos foram contabilizadas 146,8 mil unidades de autoveículos em março com alta de 10,9% sobre fevereiro e baixa de 22,5% sobre o mesmo mês de 2021. Já o trimestre apresentou queda de 23,2% em re-
lação a 2021. Novamente o setor de caminhões foi exceção à regra com crescimento de 3% sobre o primeiro trimestre do ano passado. Moraes chamou a atenção para um gráfico mostrando que nas principais economias do mundo, onde o consumo de veículos automotores é muito forte, houve queda no licenciamento, causado por vários fatores entre os quais a principal foi a falta de semicondutores, agravada pela pandemia e consequente quebra no desenvolvimento econômico mundial A exportação continua indo muito bem pois mesmo com a queda de 6,2% no mês ainda sim
foram embarcadas 38,9 mil unidades e se considerarmos o trimestre foi melhor do que no ano passado, com 108,1 mil unidades embarcadas, com elevação de 12,8%. Também os estoques nas concessionárias estão melhorando, e o nível de empregos subiu em 430 postos de trabalho em março ou 710 em relação a dezembro. Já em valor as exportações apresentaram números altamente positivos, pois o crescimento em relação a fevereiro foi de 15,5% e em relação a março do ano passado com alta de 24,8%. (US$ 845,2 milhões em março contra US$731,9 em fevereiro). Fonte: Anfavea
PRODUÇÃO
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E S TAT I S T I C A S
OS BONS NÚMEROS DA PRODUÇÃO E VENDA DE AÇOS EM MARÇO de 2021, em relação ao mesmo período de 2022 Reforçando o conceito de que o aço “Não houve queda. No 1º trimestre de 2022, a produpode ser responsabilizado pela Inflação” Marcos ção brasileira de aço bruto foi de 8,5 Mt, 2,4% Faraco e Marco Polo de Mello Lopes, respectia menos do que no mesmo período de 2021. vamente presidente do Conselho e presidente As vendas internas foram de 4,8 Mt, queda de executivo do Instituto Aço Brasil, abriram a cole19,7% em relação ao mesmo trimestre do ano tiva de hoje (25/04) para apresentar o desempepassado. Já o consumo aparente de janeiro a nho do primeiro trimestre do ano. março de 2022 foi de 5,6 Mt (-17,7%). No mês de março houve crescimento de Aqui cabe lembrar que o primeiro trimestre 10,1%, na produção, em relação ao mês anterior, do ano passado foi marcado pela plena recupetotalizando a produção de aço bruto de 2,9 Mt. ração dos estoques que haviam se dilapidado As vendas internas também cresceram 20,2% com a epidemia da Covid 19. em comparação com fevereiro, chegando a 1,8 Mt Falando sobre a guerra na Ucrânia foi mose o consumo aparente cresceu 14,7% em março sotrado que ela vem causando uma escalada sem bre fevereiro de 2022, chegando a 2,1 Mt. Devemos precedentes nos preços das matérias-primas e considerar que como já haviam sido anunciados os insumos energéticos, pressionando os custos aumentos para abril evidentemente todos os conde produção nas empresas. Questionado se o sumidores e distribuidores que tiveram condições INVESTIMENTOS INDÚSTRIA DO de AÇO aumento preço de produtos siderúrgicos dereforçaram suas posições, antes doDA aumento. corrente da elevação dos custos de produção Falando sobre o desempenho do 1º trimestre
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ICIA
impactaria os consumidores finais, o presidente executivo do Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes, esclareceu que a contribuição do aço no Índice de Preço ao Atacado (IPA) da Fundação Getúlio Vargas é muito baixa. No acumulado em 12 meses, considerando o IPA total de 17,6%, a participação do vergalhão foi de apenas 0,013 ponto percentual e da bobina a quente de 0,103 p.p., produtos que representam os laminados longos e planos. Já Faraco destacou que os investimentos previstos para o setor de R$11,9 bilhões para o ano de 2022 e de R$ 40,6 bilhões previstos para o período de 2023 a 2026 estão totalmente mantidos o que demonstram a confiança que o setor deposita no crescimento da economia para os próximos anos. Falando em confiança na ocasião também foi apresentado a última apuração do ICIA – Índice de Confiança da Indústria do Aço que
atingiu agora em abril 59,5 pontos, ou seja 8,4 pontos superior à apuração do mês anterior que havia sido de 51,1 pontos. Este índice colhido junto aos CEOs e presidentes das Usinas Siderúrgicas demonstra o nível de confiança no crescimento e desenvolvimento da atividade. Abaixo da linha de 50 pontos demonstra a falta de confiança. Finalizando Marcos Faraco fez questão de citar que na visão do Instituto, entre vários pontos, não há falta de oferta, mas ainda falta demanda para o setor atingir sua plena capacidade; que o Brasil não pode ser destinatário do desvio do comércio mundial em função da Guerra e de que precisam melhorar as condições de competitividade para a indústria nacional como por exemplo: a redução do chamado Custo Brasil, a Reforma tributária e a revisão do Reintegra.
Fonte: Instituto Aço Brasil – IABR Siderurgia Brasil 155 - Abril - 2022
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E S TAT I S T I C A S
ÓTIMA PERFORMANCE DA REDE DE DISTRIBUIÇÃO EM MARÇO As empresas distribuidoras e processadoras de aços planos deram uma arrancada neste mês de março de 2022, que poucos poderiam prever. Mesmo que motivados pelo aumento anunciado dos preços das usinas que está ocorrendo ao longo deste mês de abril, juntada com ótimo desempenho de alguns grandes consumidores de aço como os integrantes da linha amarela onde estão os tratores, os implementos agrícolas e maioria dos equipamentos do setor agrícola, o das energias renováveis como a solar e a eólica, a construção civil e agora a retomada da indústria automobilística
com a implantação de um novo programas pelo governo como o Renova Frota (Veja em nosso portal) que vai incentivar a modernização da frota de veículos nacionais, ainda sim os números foram surpreendentes. As vendas cresceram 27,3% quando comparada a fevereiro, atingindo o montante de 382,9 mil toneladas contra 300,7 mil. E se considerarmos o mesmo mês do ano passado, quando foram vendidas 325,4 mil toneladas, a alta foi de 17,7%. O maior destaque apontado por Carlos Loureiro, presidente executivo do Inda, é que na apuração
EVOLUÇÃO DAS VENDAS DIÁRIAS
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das médias de vendas diárias, atingiu-se a marca de 17,4 mil toneladas por dia, marca que não era alcançada desde 2014, portanto um recorde dos últimos 8 anos. As compras junto às usinas tiveram crescimento de 17,7% em relação a fevereiro com volume total de 345,9 mil toneladas contra 293,8 mil. Se considerarmos em relação a março do ano passado (340,1 mil ton.), o crescimento foi de 1,7%. Isso mesmo, considerando que a base de comparação já era alta pois naquele momento as distribuidoras estavam recompondo seus estoques, após a pandemia do Coronavirus. Registrou-se queda nos estoques, pois o nível de estoque chegou a 2 meses de vendas, marca que não se via desde a criação deste acompanhamento estatístico mensal. Em números absolutos, o mês foi fechado com queda de 4,6% em relação ao mês anterior com o montante de 774,3 mil to-
neladas contra 811,3 mil. As importações mostraram uma queda de 17,3% em relação ao mês anterior, com volume total de 125,3 mil toneladas contra 151,5 mil de fevereiro. Comparando-se ao mesmo mês do ano anterior (140,4 mil ton.), as importações registraram queda de 10,8%. Complementando Loureiro disse que é difícil uma previsão, pois um dos acontecimentos que está por vir é a internação de todo o aço importado que está parado desde o ano passado em portos brasileiros, notadamente em São Francisco do Sul. Conforme informe anterior ele acredita que possa existir de 300 a 500 mil toneladas esperando o momento certo para entrar no mercado. A combinação de mercado comprador, com valorização do real perante o dólar e o aumento recente dos preços do aço no mercado interno pode ser o sinal para isso acontecer. Fonte: Inda
ESTOQUE DA REDE ASSOCIADA
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E S TAT I S T I C A S
OS NÚMEROS RECENTES DA SIDERURGIA NA AMÉRICA LATINA Alacero – Associacion Latino Americana
As exportações da região foram 9 Mt,
de Aceros, entidade que reúne as usinas
representando 19,9% a mais que em 2020
produtoras de aço na América latina, con-
que havia registrado embarques de 7,5 Mt.
firma que no ano passado – 2021 – a pro-
E as importações acumuladas somaram
dução de aço bruto na região cresceu em
28,8 Mt, o que mostra um crescimento de
15,7% em relação ao ano anterior, com um
46,7% acima do mesmo período de 2020
montante atingindo um total de 64,8 Mt,
quando tivemos 19,6 Mt.
sendo que a produção de laminados aumentou 19,5% totalizando 55,7 Mt. Outro destaque foi o consumo regional que cresceu 26,6% em relação ao ano anterior uma vez que foram 74,8 Mt, contra 59,1 Mt do ano anterior.
PRODUÇÃO
COMÉRCIO DE AÇO LAMINADO
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Já considerando o ano de 2022 e tomando por base o mês de fevereiro, temos que a produção de aço bruto diminuiu 6,8% em relação a janeiro atingindo 4,8 Mt. No acumulado janeiro + fevereiro foram 10 Mt, o que representa uma queda
íses já estamos sentindo um
2021. A produção de laminados em feve-
impacto substancial nos pre-
reiro foi 3,3% menor em relação a janei-
ços das matérias-primas.
ro, totalizando 4,2 Mt. E se considerarmos
Concluiu dizendo que “Para
a produção acumulada de laminados nos
2022, espera-se uma leve
dois meses foi de 8,6 Mt, com 2,3% a mais
queda de 2,1% no consumo
que no ano anterior.
aparente, principalmente de-
Considerando o consumo aparente tive-
vido a uma forte recompo-
mos em janeiro 5,6 MT com queda de 8%
sição de estoque na cadeia.
em relação a janeiro de 2021 e crescimen-
Mesmo assim, será um
to de 4,6% em relação ao mês anterior.
bom nível em relação
Alejandro Wagner, diretor executivo da
aos anos pré-pande-
Alacero, que assina a nota diz ainda que
mia (2017-19 que
outro ponto importante a ser observado
teve média de 66,1
pelo setor siderúrgico em 2022 é o im-
Mt/ano)”.
pacto do conflito entre Rússia e Ucrânia.
Foto: André Siqueira
de 2,2% em relação ao mesmo período de
Fonte: Alacero
Neste momento a Ucrânia é o 14º maior produtor de aço bruto (21,4Mt em 2021) e o 8º maior exportador de aço do mundo (15Mt em 2021), segundo dados da OCDE. Em outro estudo que tem origem na mesma organização, sabe-se que a Rússia é o nono maior exportador de minério de ferro do mundo, com produção de 25,7Mt em 2020, e o terceiro maior exportador de carvão. Portanto, deste conflito entre os paSiderurgia Brasil 155 - Abril - 2022
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A World Steel Association (Worldsteel), que reúne 64 países produtores de aço no mundo, divulgou no último dia 3 de março a Carta de Sustentabilidade Siderúrgica revisada e ampliada. O novo documento está organizado em 9 princípios com 20 critérios associados, que abrangem aspectos ambientais, sociais, de governança e econômicos da sustentabilidade. Segundo Edwin Basson, diretor geral da Worldsteel: “As empresas éticas e socialmente responsáveis precisam ser capazes de demonstrar aos seus stakeholders como elas atuam e para onde estão indo. A siderurgia reafirma seu compromisso com a sustentabilidade e demonstra os esforços aprimorados do setor e ações alinhadas em direção a uma sociedade sustentável.” Veja o vídeo da nova carta em https://worldsteel.org/media-centre/press-releases/2022/ worldsteel-releases-updated-sustainability-charter
Foto: André Siqueira
NOVA CARTA DE SUSTENTABILIDADE NA SIDERURGIA MUNDIAL
ENERGIA SOLAR NO BRASIL
Foto: Shuttersctock
Segundo dados divulgados pela Agência Internacional de Energias Renováveis (IRENA) e pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), o crescimento dos projetos de energia solar no Brasil, seja nos telhados ou nas usinas e empresas de grande porte, garantiu ao País a quarta colocação no ranking mundial das nações que mais acrescentaram a fonte fotovoltaica na matriz elétrica. O ranking do crescimento da energia solar no último ano é liderado pela China, que injetou 52,9 GW, seguida pelos Estados Unidos, com acréscimo de 19,9 GW e Índia, com 10,3 GW adicionados. No acumulado de energia solar dos países, o Brasil subiu uma posição no ranking mundial e assumiu a 13ª colocação entre as nações. De acordo com dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), o País encerrou o último ano com mais de 13,6 gigawatts (GW ) de potência operacional da fonte solar. Fonte: Portal Solar
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GOVERNO FLEXIBILIZA PAGAMENTO DE IMPOSTOS O Comitê Gestor do Simples Nacional (CGSN) decidiu prorrogar o prazo de adesão ao Programa de Reescalonamento do Pagamento de Débitos no Âmbito do Simples Nacional (Relp), para o último dia útil do mês de maio de 2022 e a declaração anual do MEI para o último dia de junho. Também ocorreram adiamentos nos prazos de entrega da declaração anual do MEI (DASN-Simei), antes prevista para o fim de maio, e que poderá ser realizada até o último dia útil do mês de junho. E, por fim, o prazo de ajuste para regular as dívidas impeditivas para adesão ou continuidade no Simples Nacional, que também passou para o último dia útil do mês de maio. O Relp abrange débitos de natureza tributária e não tributária, mas não podem ser parcelados débitos previdenciários, salvo os que estão incluídos no Simples Nacional. A adesão se dará por requerimento ao órgão responsável pela administração da dívida e a abrangência será indicada pelo solicitante inadimplente. Poderão aderir ao Relp as microempresas (ME), incluídos os microempreendedores individuais (MEI), e as empresas de pequeno porte (EPP), inclusive as que se encontrarem em recuperação judicial, optantes pelo Simples Nacional. O deferimento do pedido de adesão fica condicionado ao pagamento da primeira parcela, até 31.05.2022.
ESTÁ CHEGANDO A FEIMEC - 2022 Entre os próximos dias 3 a 7 de maio, no Pavilhão de Exposições São Paulo Expo será realizada a terceira edição da FEIMEC – Feira Internacional de Máquinas e Equipamentos que promete apresentar as novidades do setor Metal Mecânico que há dois anos não é realizada por conta da Pandemia que suspendeu todas as manifestações do gênero no Brasil e no mundo. A Feira é uma iniciativa da Abimaq e organizada pela Informa All Secure. Saiba mais detalhes e inscreva-se gratuitamente acessando o site: www.feimec.com.br
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INFRAESTRUTURA PARA CARROS ELÉTRICOS
ESFORÇOS PELA DESCARBONIZAÇÃO NA SIDERURGIA
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação P:etrobras
Os carros elétricos já são uma realidade no mundo todo e no Brasil que vem aumentando a sua frota gradativamente e com muita consistência. A Anfavea entidade que reúne as montadoras de veículos instaladas no Brasil constituiu um grupo de trabalho que será formado por representantes das montadoras, e poderá receber colaboração de outras empresas, incluindo importadores de veículos. Segundo o presidente da entidade Luiz Carlos de Moraes: “Hoje temos no Brasil cerca de 1 mil ponto de recarga para uma frota estimada em 10 mil veículos elétricos. De acordo com as projeções, teremos em 2035 algo em torno de 3,2 milhões de veículos elétricos rodando no país, o que demanda a instalação de mais de 150 mil pontos de recarga”. São objetivos deste grupo de trabalho: • Definir rotas prioritárias para estações de recarga rápida em rodovias • Buscar Parceiros para criação de rede de recargas (Postos de reabastecimento, concessionárias de rodovias, empresas de energia) • Identificar possíveis estímulos para o uso de veículos eletrificados (redução de impostos e taxas, isenção de rodízios). Fonte: Anfavea
A Vale e a Nippon Steel, a maior produtora integrada de aço do Japão, assinaram um Memorando de Entendimento (“MoU”) para estudar e explorar em conjunto soluções de uso de metálicos como direct reduced iron (DRI) e o ferro gusa produzido pela tecnologia Tecnored; além disso será aperfeiçoado o uso de briquetes verdes da Vale no processo de fabricação de ferro e outros produtos de menor pegada de carbono, como pelotas com vistas de cumprir o compromisso da Vale de reduzir em 15% as emissões liquidas de Carbono, no Escopo 3 até o ano de 2035. Fonte: imprensa@vale.com
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FORD TESTA TECNOLOGIA DE SEMÁFOROS INTELIGENTES Foto: Divulgação
Como parte de um projeto que estuda a comunicação de veículos automatizados e conectados com a infraestrutura de rodovias, áreas urbanas e rurais, para melhorar a segurança e a experiência de direção, a Ford está testando na Europa uma tecnologia de semáforos conectados que pode dar sinal verde, automaticamente, para a passagem de ambulâncias, veículos de bombeiros e da polícia. A primeira experiencia foi realizada em Aachen, na Alemanha, de janeiro a março de 2020. O veículo de teste, um Ford Kuga híbrido, equipado com sistema de comunicação com a infraestrutura e um software protótipo, atuando tanto como ambulância como veículo de passageiros, em diferentes cenários. Fonte: Imprensa Ford
ANUNCIANTES DESTA EDIÇÃO
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Alfa Metals Ltda.
31
Arcelormittal Brasil S.A.
02
Benafer S/A - Comércio e Indústria
45
Divimec Tecnologia Industrial Ltda.
15
Feimec 2022
21
JLM Negócios e Soluções Ltda. - Mercosistem
25
Larzinho Casa Jesus, Amor e Caridade
55
Revista Siderurgia Brasil
59
Tec Tor Indústria e Comércio Ltda.
37
Tetraferro Ltda.
35
Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S.A.
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CADEIA SIDERÚRGICA
Foto:Montagem com fotos da Photo Disc
É a maior cadeia industrial do Brasil
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