COM INOVAÇÃO, SUSTENTABILIDADE, SOLUÇÕES INTEGRADAS E DIVERSIDADE, NÓS CONSTRUÍMOS O FUTURO.
USIMINAS 60 ANOS.
O aço é o ponto de partida para produzirmos algo além: desenvolvimento, cidadania e uma vida melhor para as próximas gerações. Com processos mais sustentáveis, tecnologia, respeito pelas pessoas e compromisso com a sociedade.
Ao comemorarmos 60 anos de operações, consolidamos nosso protagonismo em um mundo que não para de evoluir. E com o olhar da experiência, enxergamos novas oportunidades a cada dia, criando aço para uma vida em movimento.
Usiminas. Aço em dia com o futuro. usiminas.com
MOMENTO DE DEFINIÇÕES
Adespeito de o Brasil estar pas sando por um momento de transição, uma vez que um novo governo está sendo formado e não existe claramente uma linha que possa definir o que vem pela frente, a verdade é que o país precisa trilhar o cami nho do desenvolvimento econômico.
E, ao que parece, alguns passos já foram dados nessa direção, uma vez que, pelas informações que temos acompanhado, há uma expectativa muito forte de que fecha remos o ano com superavit primário nas contas públicas. Ou seja, arrecadamos mais do que gastamos. Com isso, é possível a pro jeção de mais investimentos nas áreas de infraestrutura, por exemplo, que movimen tam a economia de qualquer nação, o que fará um bem imenso para o Brasil.
Há indícios de que a inflação vem recuan do, mas já se tem notícias de que a primei ra preocupação do governo que está por se instalar será furar o teto dos gastos, o que, em estrito senso, significa que voltaremos a gastar mais do que arrecadamos. Mas isso são somente conjecturas que iremos confe rir nos próximos meses e anos.
No tocante à siderurgia, a Alacero acaba de fazer um grande encontro no México,
reunindo os principais players do setor na América Latina, além de participantes de to das as partes do mundo, no qual se discutiu intensamente o futuro das nossas atividades. A indústria siderúrgica precisa rapidamente voltar ao centro das atenções no continen te latino-americano, pois, apesar do impor tante papel que vem desempenhando, lite ralmente, na construção das economias da região, ainda apresenta níveis de produção abaixo do que ela pode oferecer, como, par ticularmente, comprova o atual e aquém do ideal consumo aparente de aço no Brasil, este um grande desafio a ser vencido.
Neste mês também comemoramos os 60 anos de entrada em operação de uma das gi gantes nacionais na produção de aço: a Usimi nas. Além de construirmos uma linha do tempo na qual destacamos os principais momentos da empresa, apresentamos uma entrevista ex clusiva com o novo presidente da companhia, Alberto Ono, que substituiu recentemente Ser gio Leite no cargo, que há muitos anos vinha ocupando o principal posto executivo da Usi minas. Veja quais são seus planos para o futuro.
Nesta edição, damos especial destaque à distribuição do aço, uma atividade funda mental para a cadeia do setor, uma vez que ela funciona como um bolsão facilitador
DEFINIÇÕES
HENRIQUE ISLIKER PATRIA EDITOR RESPONSÁVELque une suas duas pontas, a produção e o consumo final. E, para ilustrar a importância operacional dela, fomos conversar com um dos executivos-chave da rede de distribui ção da ArcelorMittal, ainda trazemos tam bém uma entrevista com Carlos Loureiro, presidente do INDA.
Complementarmente, não deixe de confe rir na seção de “Estatísticas”, bem como os re gistros esclarecedores que trazemos em nos sas páginas nos quais abordamos questões cruciais relacionadas à crescente preocupa ção com o meio ambiente, e às estratégias necessárias que precisam ser adotadas urgentemente para o Brasil se tornar mais competitivo no cenário mundial. Tudo em matérias especificas, especialmente selecio nadas com exclusividade para você.
Agradecemos mais uma vez a sua presen ça e participação em nossas publicações, e permanecemos ao seu inteiro dispor para continuarmos recebendo suas sugestões, críticas, comentários e tudo mais que possa nos aproximar e gerar níveis ainda maiores de interação entre nós.
Boa Leitura!
Henrique Patria henrique@grips.com.br
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UM BOM MOMENTO DISTRIBUIÇÃO
O setor da distribuição independente de aço no Brasil está bem “redondo” quando se fala de estrutura. Em termos de processamento, recebe contínuos investimentos. Com isso, prevê chegar ao final do ano com cifra de crescimento, na contramão da tendência de queda do consumo aparente.
MARCUS FREDIANINão se pode dizer que 2022 venha sendo um ano fácil para os ope radores da distribuição indepen dente de aço no Brasil. Mesmo as sim, mês a mês, a compra de aços planos segue em ritmo de recuperação, na con tramão da previsão anunciada pelas usinas de que o consumo aparente da liga no país deve apresentar uma significativa queda este ano.
MOMENTO PARA A
Para falar deste e de outros importantes as suntos ligados ao setor que representa, a revista Siderurgia Brasil foi conversar com o presidente do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (INDA), Carlos Jorge Loureiro. Confira!
flitos de interesses, ou que abarque e/ou faça com que a distribuição independente de aço acabe.
Siderurgia Brasil: Loureiro, como você tem analisado o movimento de avanço das usinas no sentido de montar distribuidoras próprias de aço? Esse movimento é algo que preocupa ou tem potencial para prejudicar as opera ções dos distribuidores independentes?
Carlos Jorge Loureiro: A primeira observação é que isso não é nada novo. Estamos há mais de 30 anos nesse convívio, desde que as usinas pas saram a atuar na distribuição a partir da privatiza ção da Usiminas, em 1991, com movimento pos terior quando a ArcelorMittal passou a controlar a antiga Companhia Siderúrgica Belgo-Mineira, que já tinha a Distribuição Belgo em sua estrutu ra. Então, isso, na verdade, não é bom, nem ruim. É o que, vamos dizer, “acontece” aqui no Brasil, se guindo mais ou menos uma dinâmica que tam bém aconteceu em outros países. Assim, é uma situação normal. É lógico que o ideal para nós se ria ter a distribuição como foi no passado, quando as usinas não participavam, basicamente porque eram usinas do governo, e não havia esse tipo de concorrência. Mas não é nada que gere sérios con
OK! Mas, concorrência é concorrência. E as usinas têm suas metas de compliance. Então, vocês estão percebendo algum tipo de que da nas vendas a partir do adensamento da citada tendência?
Em termos de resultados, a distribuição inde pendente vem caminhando de maneira bastante satisfatória. Os balanços que ela apresentou no ano passado são robustos, com a grande maioria dos distribuidores obtendo muitos bons resulta dos. Assim, o problema da rentabilidade da dis tribuição não está muito ligado à concorrência e, sim, à oferta e procura. Quando você tem muita oferta, de certa maneira todo mundo tenta bai xar seus preços para conseguir vender. E, aí, pode ser que quem tiver o melhor preço acabe levando os pedidos. Então, eu diria para você que, hoje, a distribuição independente de aço está e vai cami nhando muito bem, obrigado!
De qualquer forma, você acredita que toda essa movimentação pode levar ou vir a incen tivar as distribuidoras independentes a aderirem mais à operação de prestação de serviços?
R. – Sem dúvida. Eu diria para você que essa é a grande tendência. Hoje você ser um simples distri
buidor – ou seja, por só comprar uma bobina, por exemplo, colocar no chão e vender – é uma ativi dade muito difícil, porque você precisa realmente agregar valor ou algum serviço. Você agregar sim plesmente o serviço financeiro – comprar e depois revender pelo prazo –, isso hoje praticamente é algo que não tem muito sentido, a não ser no caso das empresas que atuam na distribuição de mate rial importado, que fazem muito isso: compram e revendem o material pronto, do jeito que chega. Então, eu diria para você que, hoje, os distribuido res que estão em melhor situação normalmente agregam algum serviço, como rolo, blank. Em ou tras palavras, você vender um material como rece beu é muito difícil hoje. Assim, eu diria que a agre gação de serviços é uma tendência interessante para a distribuição independente de aço, e é uma boa solução para as empresas desse setor conse guirem uma melhor rentabilidade.
os investimentos no setor: para onde estão sendo principalmente endereçados?
Como se diz por aí, “a união faz a força”. E essa máxima tem um sentido todo especial para uma associação. O INDA tem realizado ações para atrair novos associados?
Esse é, definitivamente, um “trabalho de formi guinha”, de convencimento, que realizamos todos os dias, de maneira constante. Hoje, do total de players da distribuição independente de aço no Brasil, provavelmente 70% deles são associados ao INDA. E os 30% restantes, são compostos prin cipalmente por importadoras, que, sem dúvida, também representam um segmento muito im portante, dada a quantidade bem grande de aço que tem entrado de fora do Brasil ultimamente.
O que você pode dizer da atual estrutura da distribuição independente de aço? E
O setor está bem “redondo” quando se fala de estrutura. E, em termos de processamento, temos notado um contínuo investimento. Hoje em dia, grande parte desses recursos tem como destino ações de renovação tecnológica dos equipamen tos das empresas. O empresário compra uma te soura melhor, desenvolve algum programa de computação, e por aí vai fazer um upgrade nas suas atuais operações. E, apesar de esse ser um processo constante, não existe nenhum grande investimento a caminho.
Finalmente, em termos de resultados, qual a previsão do INDA para o fechamento de 2022 para o setor da distribuição independente de aço? Haverá crescimento? E para 2023: alguma previsão?
Eu diria que 2022 vai ser um ano com resultados menores do que aqueles registrados no ano pas sado. Dois mil e vinte e um foi espetacular, acredito que foi o melhor ano da distribuição. Agora, 2022 vai ser um ano mais dentro da normalidade, no qual, apesar de tudo, deveremos crescer algo em torno de 4,5% em relação ao ano passado, uma cifra, felizmente, bem diferente das projeções de consumo aparente das usinas, que deverá apre sentar uma queda entre 12% e 13%.
ATENDIMENTO PERSONALIZADO
Por meio de sua rede de distribuição própria super azeitada, a ArcelorMittal Brasil oferece soluções de altíssima qualidade para todo e quaisquer tipos de clientes, dos pequenos até os gigantes.
MARCUS FREDIANIEm seu modelo de operação, a Arce lorMittal Brasil considera toda a ca deia de valor, do fornecimento de insumos à entrega do aço ao cliente final, seja no ambiente B2B – que en volve grande parte das operações da empresa por meio da rede de distribuição –, seja no B2C, com rede de lojas próprias, e no e-commerce, plataforma inaugurada em 2015. Além de as segurar ampla presença do aço da companhia no país, esse padrão lhe garante custos compe titivos, oferta de produtos com valor agregado e alta performance na entrega dos resultados, sempre integrado à gestão de pessoas aos mé todos avançados de governança.
PERSONALIZADO
Com operações industriais em sete estados brasileiros – Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Santa Catarina, Rio de Ja neiro e São Paulo –, a empresa oferece ao mer cado produtos e soluções para os mais diver sos clientes, produzindo aços longos e planos de alta qualidade para as indústrias automobi lística, de eletrodomésticos, embalagens, cons trução civil e naval. Além disso, também atua em mineração, geração de energia, produção de biorredutor renovável e tecnologia da infor mação. Complementarmente, sua ampla rede de distribuição e serviços atende às demandas dos mercados doméstico e internacional.
Acerca da dinâmica dessa última área da companhia em terras brasileiras, o Portal e a revista Siderurgia Brasil foram conversar com um do profissionais que mais entendem do negócio na multinacional: René Kahler, diretor de Vendas Regionais ArcelorMittal Aços Longos LATAM. Veja o que ele nos contou nesta entre vista exclusiva!
está organizada essa divisão da empre sa, e qual é sua cobertura atual no Brasil?
René Kahler: Em dimensão equivalente. Hoje temos a maior rede de distribuição e servi ços, do segmento no país. A nossa cobertura é de 95% do território nacional, ou seja, em todo lugar onde há consumo de aço. E essa nossa presença se dá tanto no atendimento do ataca do quanto do varejo.
Vocês mantém associações com outras distribuidoras já tradicionais e mais antigas?
Portal e revista Siderurgia Brasil: René, sa bemos que a ArcelorMittal está posicionada como uma das produtoras mundiais de aços planos, longos e especiais. E com relação à distribuição e processamento, como
Temos um bom relacionamento com os distribuidores. Nosso objetivo é agregar valor ao mercado de distribuição, compartilhan do melhores práticas, respeitando sempre as práticas de compliance em parceria com nos sa área Jurídica. Participamos ativamente do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço
(INDA), fazemos parte da Associação do Aço do Rio Grande do Sul (AARS), e colaboramos com o desenvolvimento do setor no Brasil.
No Brasil, a ArcelorMittal opera no e-com merce pelo sistema omnichanel. Como ele funciona exatamente?
Sim. Fomos pioneiros no Brasil, sendo a primei ra produtora de aço a ter um canal de e-commer ce e também somos os vanguardistas ao lançá-lo no Grupo ArcelorMittal. No início, nós tínhamos muitas dúvidas se teríamos procura por produ
tos siderúrgicos nesse canal, mas temos vencido todos os desafios logísticos. Como você men cionou, na ArcelorMittal Brasil temos o conceito do omnichannel, pois acreditamos que o cliente tem o direito de escolher a maneira como quer se relacionar conosco. Nosso objetivo é melho rar a experiência do cliente durante a sua jorna da de compras. Quem optar por esse canal pode acessar direto nossa loja.arcelormittal.com.br, e escolher os produtos. E, após adicionar o CEP de sua localização, o pedido será direcionado para a unidade mais próxima do cliente.
Hoje em dia, dentro da proposta de agre gação de valor, a prestação de serviços se tornou necessidade básica para as empre sas do setor, incluindo a distribuição de seus produtos. Que tipo de beneficiamen to vocês agregam ao produtos que a ArcelorMittal Brasil comercializa atualmente?
Verdade. Na ArcelorMittal, temos a opção de fornecer nossos produtos no padrão ou custo
mizados. Exemplo disso é fornecer todo o aço para uma obra já cortado, dobrado e até mon tado. Outro caso é oferecer as telhas na quanti dade e comprimentos variados de acordo com o projeto. E diversos outros tipos de serviço podem ser agregados sob consulta. Possuímos ainda uma Central de Serviços dedicada à linha da indústria, por meio da qual podemos custo mizar nossos produtos conforme a necessidade de cada cliente. E, para isso, sempre podemos contar com o apoio de nossa força de vendas e de nossos técnicos.
Mas as vendas dos produtos de vocês realizadas pelos canais de distribuição são para todos os tipos de aços que a
São mais de 20 anos, levando notícias de quali dade e anúncios publicitários de mais de 2.500 empresas de todos os tamanhos e de todos os cantos do Brasil e do Exterior.
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empresa produz atualmente, tais como planos, longos e especiais?
Sim. E outro conceito importante que adotamos desde o início de nossa rede foi o “ One Stop Shop ”, ou seja, poder ofe recer todos os produtos desenvolvidos pela ArcelorMittal em um mesmo local.
E por meio desses canais são feitas vendas fracionadas para os pequenos consumidores como, por exemplo uma pequena construtora, ou até mesmo um serralheiro?
Sim. A estratégia da companhia é estar mais próxima do consumidor final, seja ele um pe dreiro, um serralheiro, um arquiteto ou quais quer pessoas que utilizam o aço para constru ção ou reforma de suas casas. E é importante frisar que entendemos as necessidades de cada um deles sem filtro. Atualmente, esta mos preparados para atender a todos os per fis de clientes, dos pequenos e médios até os grandes, sendo que estes últimos, muitas ve zes precisam de uma reposição rápida, ou de um serviço adicional. Seja como for, basta que eles definam o produto, o nível de serviço e o volume que precisam, que nós os atendemos dentro de suas necessidades.
A partir de que quantidade vocês entendem que é uma venda para ser efe tuada diretamente pela usina. Acreditamos que não deve haver “concorrência” entre a distribuição da ArcelorMittal Brasil e a usina, até porque vocês são um braço comercial dela, Mas existe alguma regra definida para isso?
É muito importante entender o papel de cada canal, e ter regras para diferenciar quan do um cliente será atendido diretamente por nossas plantas, ou por uma de nossas unidades de distribuição. Assim, além do vo lume, o que conta também para determinar o tipo de atendimento adequado do cliente é a urgência com que um cliente precisa e o nível de serviços esperados em um deter minado tipo de produto. Em certos momen tos, o volume pode até atender ao mínimo de vendas diretas. Porém, se o cliente estiver precisando de um nível de serviços que só podemos fazer pela nossa rede de distribui ção, nós o direcionamos a ela, colocando sempre as opções e custos de forma trans parente para os nossos clientes.
Como é a logística desse processo. Se as vendas forem via e-commerce, há
centros de distribuição específicos para atender às demandas locais? Onde eles estão instalados?
Contamos com uma área logística robus ta, e que está se aprimorando ano a ano. Em relação ao e-commerce, estamos muito bem posicionados com unidades distribuídas pelo território nacional. E sempre que identificamos oportunidades, fazemos nossa expansão para estarmos cada vez mais próximos dos clientes.
E os preços: como são definidos? Em caso das vendas fracionadas, como eles são calculados?
Nossos preços são definidos conforme o mercado, observando, entre outras variáveis, o nível de serviços agregados. Como é essen cial mantermos a nossa competitividade, tra balhamos fortemente a questão dos custos, a fim de garantir aos nossos clientes qualidade de produtos e serviços com preços justos.
As suas distribuidoras, só vendem aços produzidos por vocês, ou vocês comercializam os de outras bandeiras também? E os aços importados: tam bém podem entrar no negócio?
Como eu disse aí atrás, nosso objetivo é o “ One Stop Shop ”. Quando é necessário, ad
quirimos soluções de outros produtores vi sando a atender às necessidades de nossos clientes, sejam estas quais forem.
Como foi a receptividade inicial do mercado à proposta de vocês mante rem a operação de distribuição própria, principalmente ante ao fato de que, há cerca de 15 anos, a distribuição inde pendente predominava?
A rede de distribuição iniciou as operações no Brasil, em dezembro de 2000. Tivemos como desafio inicial mostrar que todas as nossas iniciativas eram endereçadas ao for talecimento do canal, manifestando nosso interesse de aprender com eles e gerar mais competição e benefícios aos consumidores. E, com o passar do tempo, os próprios dis tribuidores independentes compreenderam que o sistema de distribuição do passado –ou seja, o modelo que não agregavam ser viços – não poderia ser mais o futuro. Com isso, atualmente, a maioria dos distribuido res agregaram outros serviços aos clientes, promovendo ainda mais a competição sau dável pelo mercado.
apresenta resultados independentes, ou eles entram integralmente, digamos, em um “pacote único da empresa”? Há metas a serem cumpridas?
É importante que a avaliação seja inde pendente em cada fase. Por isso, acompa nhamos os resultados de forma a garantir que sempre estamos agregando valor ao nosso negócio. Sim, possuímos metas a se rem atingidas, sempre com intuito de bus car o desenvolvimento contínuo de cada unidade.
Por fim, já que estamos falando em metas, quais são os objetivos, planos e prazos de expansão da área de dis tribuição da companhia para os próximos anos?
A área de distribuição da ArceloMittal
Nossas metas estão sempre atreladas ao aumento do consumo aparente por região. Dessa forma, em determinados momentos temos que acelerar e, em outros, as dinâmi cas de expansão ganham ritmo mais lento. Nosso objetivo é estarmos presentes em todas as regiões, para podermos oferecer a melhor experiência aos nossos clientes e, ainda, contribuir com o desenvolvimento do seu entorno.
USIMINAS 60 ANOS: HISTÓRIA, UMA EPOPEIA
ANOS: MAIS DO QUE EPOPEIA DE SUCESSO
Líder no mercado brasileiro de aços planos, companhia dona de um passado de vitórias, projeta um futuro ainda mais promissor.
MARCUS FREDIANI
Festa na siderurgia brasileira: no último dia 26 de outubro, a Usi minas comemorou 60 Anos de operações, uma linda história marcada pela superação, suces so empresarial, trabalho contínuo e de com promisso com o futuro. E a Usiminas atinge esse marco emblemático com razões de so bra para festejar. Líder no mercado brasileiro de aços planos e um dos maiores comple xos siderúrgicos da América Latina, ela hoje está presente em toda a cadeia siderúrgi ca, da extração do minério, passando pela produção de aço até sua transformação em produtos e bens de capital customizados.
Com unidades industriais e logísticas lo calizadas em seis estados brasileiros, possui ainda o maior e mais inovador Centro de Pes quisa e Desenvolvimento em siderurgia da AL. O avanço registrado pela siderúrgica nos últimos anos garante inovação, tecnologia e qualidade em todas as linhas de produção, e permite à empresa oferecer ao mercado um portfólio diversificado, com destaque para produtos e serviços de alto valor agregado.
FOCO NOS CLIENTES
Ano a ano apresentando resultados ro bustos, a Usiminas é uma empresa total mente preparada para o futuro. “Ao longo dessas seis décadas, ficamos honrados e orgulhosos em afirmar que sempre manti vemos foco constante nos clientes, moldan do nossa trajetória com o compromisso de, dia após dia, nos tornarmos uma empresa cada vez mais inovadora, diversa, inclusiva, sustentável e socialmente responsável em cada ação que tomamos”, comemora Alber to Ono, novo presidente da companhia.
E, agora, é bola – ainda mais – para fren te! Entre os grandes desafios da empresa no momento está a reforma do Alto-Forno 3 da Usina de Ipatinga. Um investimento da ordem de R$ 2,7 bilhões que, no pico das
obras, deve gerar cerca de 8.000 vagas de trabalho. “É um investimento de extrema importância que vai exigir muita competên cia e disciplina das equipes envolvidas e que vai deixar a empresa ainda mais fortalecida e preparada para atender as demandas dos nossos clientes. Um projeto de muita rele vância também para a região do Vale do Aço
pelo que representará de fomento à econo mia local”, destaca Alberto.
No âmbito da preservação ambiental, ou tro eixo de atuação prioritário para a Usimi nas, a comemoração dos 60 anos de ope rações da empresa está sendo marcada, também, por iniciativas na pauta de ESG. Nos primeiros meses do ano, em um novo passo de sua agenda estratégica, a compa nhia assinou a nova Carta de Sustentabilida de da World Steel Association, se compro metendo com uma série de princípios que devem orientar suas ações e posicionamen tos relacionados às questões de sustentabi lidade na indústria do aço.
“Nossa meta é avançar com os objetivos da Agenda ESG e reforçar a atuação da Usi minas como agente de desenvolvimento nas comunidades. Os focos de atuação são cultura e o patrimônio, esporte e saúde e comunidades sustentáveis. Já são mais de dois mil projetos apoiados pela companhia ao longo de quase 30 anos, direcionando re cursos para diversas ações locais”, sublinha Alberto Ono.
RESPONSABILIDADE SOCIAL
Sem esquecer a responsabilidade socio cultural, a Usiminas marcou a celebração
de suas seis décadas de atividades com o lançamento do livro “Centro de Memória Usiminas – 60 Anos”. Por meio do acervo do equipamento – entregue à comunida de em outubro do ano passado, abrindo as comemorações pelo aniversário, a obra re úne, em imagens e textos, a história não só da empresa e da indústria brasileira, mas, também do Vale do Aço e de Ipatinga. A publicação integra o Projeto Implantação do Centro de Memória Usiminas, que tem o patrocínio da empresa por meio da Lei Fe deral de Incentivo à Cultura. Ato contínuo, a Usiminas promoveu ainda a abertura do “Centro de Memória” no prédio do Grande Hotel Ipatinga, um patrimônio histórico da quele município, com importantes iniciati vas em áreas como a cultura, o esporte e o voluntariado.
E como forma de presentear todos aqueles que fazem parte da trajetória da Usiminas, e de reforçar o compromisso com a democra tização da cultura, a Usiminas preparou uma programação completa com vários projetos que ocorrem por meio de Leis de Incentivo à Cultura entre os dias 7 de outubro e 14 de dezembro. Entre eles, exposições, shows musicais, sessões de cinema, e espetáculos de luzes de Natal.
LINHA DO TEMPO – USIMINAS 60 ANOS
A Usiminas está em festa! E nessa histó ria, escrita ano após ano, no último dia 26 de outubro, a companhia escreveu o 60º ca pítulo dessa história. Relembre alguns fatos que marcaram essa trajetória!
DÉCADA DE 1960
1962 Início das operações da Usiminas, em 26 de outubro de 1962, na Usina de Ipa tinga, com o acendimento do Alto-Forno 1.
1974 Mais uma inauguração. Dessa vez foi o Alto-Forno 3, proporcionando a Usimi nas capacidade de produção de 3,5 milhões de toneladas de aço por ano.
DÉCADA DE 1980
1980 A década de 80 começa com a inauguração da nova Sede da Usiminas, em Belo Horizonte.
1965 A usina passa a ter uma produção integrada, com a inauguração da Lamina ção de Tiras a Quente, da segunda bateria da Coqueria, da Linha de Acabamento de Tiras a Quente, do segundo Alto-Forno e da Laminação de Tiras a Frio.
DÉCADA DE 1990 1991 No início desta década acontece a abertura da economia brasileira e a Usi minas é a primeira empresa escolhida a ser privatizada no país por ser considerada efi ciente e melhor preparada.
1969 A Usiminas já atendia a 50% da de manda nacional por chapas grossas. Criação também da Fundação São Francisco Xavier (FSFX), para gerir empreendimentos sociais junto às comunidades.
DÉCADA DE 1970
1971 É inaugurado o Centro de Pesqui sa da Usiminas, o maior em siderurgia da América Latina, consolidando seu diferen cial tecnológico e de qualidade.
1993 A Usiminas adquire parte do controle acionário da Companhia Siderúr gica Paulista (Cosipa), instalada em Cuba tão (SP). No mesmo ano é criado também o Instituto Usiminas, responsável pela gestão de projetos patrocinados e desenvolvimen to de programas educacionais.
1996 O cuidado da Usiminas com a pre servação do meio ambiente é reconhecido com o certificado ISO 14001. A empresa é a primeira siderúrgica do Brasil e a segun
da no mundo a conquistar a certificação.
1999 Inauguração da mais moderna li nha de laminação a frio do país – a Lamina ção a Frio 2, com capacidade para produzir 1 milhão de toneladas de aços laminados por ano.
NOVO MILÊNIO
2000 É inaugurada em Ipatinga a Uni gal, joint venture entre Usiminas e Nippon Steel Corporation. A parceria é responsável pela primeira linha de galvanização a quen te (HDG), produto bastante demandado pe las montadoras.
2007 A qualidade dos produtos Usimi nas é mais uma vez reforçada com a certifi cação pelas normas europeias ELV e RoHS, de produção ecologicamente correta.
2009 – Nasce a Soluções Usiminas, refor çando a atuação em serviços, transformação e distribuição de aço.
DÉCADA DE 2010
2010 É criada a Mineração Usiminas, em Itatiaiuçu (MG), joint venture entre Usi minas e Sumitomo Corporation. No mesmo
ano é implantada a tecnologia CLC na Usi na de Ipatinga, permitindo a fabricação de chapas grossas com características espe ciais para o mercado naval e de óleo e gás, entre outros.
2011 A Unigal inaugura uma nova linha de galvanização por imersão a quente. O in vestimento duplica a capacidade de produ ção de aços galvanizados da companhia.
2012 A Usiminas chega aos 50 anos de operações inaugurando uma nova Linha de Tiras a Quente na Usina de Cubatão, uma das mais modernas em operação no mundo.
2015 A Usiminas é escolhida como principal fornecedora de aço para a fábrica da Jeep no Brasil, localizada em Goiana (PE). No mesmo ano, iniciamos o Mobiliza pelos Caminhos do Vale, responsável pela recu peração de mais de 2.600 quilômetros de estradas rurais a partir do uso de agregado siderúrgico.
2017 Projeto Mãos Seguras é reconheci do internacionalmente pela World Steel As sociation na categoria Saúde e Segurança. Mobiliza pelos Caminhos do Vale também é
LINHA DO TEMPO – USIMINAS 60 ANOS
premiado pela instituição na categoria Ex celência em Sustentabilidade.
2018 Desenvolvimento do Usi Solar, aço exclusivo para o mercado de plataformas fo tovoltaicas. Projeto Superar torna a Usiminas bicampeã em Saúde e Segurança no Steelie Awards , promovido pela World Steel Asso ciation.
Usiminas foi reconhecida no TOP 100 Open Corps , como uma das empresas que mais fa zem inovação aberta com startups no país. Também tivemos o lançamento oficial da loja on-line da Soluções Usiminas.
2019 Lançamento do InovaAí, plata forma para reunir as iniciativas, estratégias e ações da Usiminas com foco na inovação. Mais um prêmio em Saúde e Segurança da World Steel Association, dessa vez pelo Sis tema Integrado de Saúde Usiminas (SISU). Somos tricampeões!
DÉCADA DE
2020
2020 Pelo segundo ano consecutivo a
2021 – Usiminas fecha o ano com recor de histórico nos resultados, cerca de 300% superiores ao contabilizado no ano anterior, com margem de Ebitda Ajustado de 38%, contra 20% de 2020, e lucro líquido de R$ 10,1 bilhões, 679% superior ao lucro líquido apresentado no ano anterior.
2022 Anúncio da reforma do Alto-For no 3 da Usina de Ipatinga, um investimento da ordem de R$ 2,7 bilhões que, no pico das obras, deve gerar cerca de 8.000 vagas de trabalho. Comemoração dos 60 Anos da Usiminas.
SESSENTA ANOS DE COMPETÊNCIA E
DE PIONEIRISMO PRODUTIVIDADE
Alberto Ono, o novo presidente da gigante Usiminas, fala do passado, do presente e do futuro da empresa, que acaba de completar 60 anos de atividades.
Foto: Elvira NascimentoAo longo de sua trajetória de 60 anos, completada agora no dia 26 de outubro de 2022, o foco e a meta da Usiminas sempre foi avançar na entrega de bons resultados e gerar cada vez mais valor para todos os seus clientes, colaboradores, co munidades e para o país. E não há dúvida alguma que ela tem se mantido no caminho certo, como comprovam os últimos resulta dos divulgados pela empresa ao mercado.
Nesse processo, ousadia, administração competente, inovação tecnológica, respeito ao meio ambiente, trabalho social impecá vel realizado interna e externamente, além de investimentos contínuos no aperfeiçoa mento de seus parques industriais alinham -se entre a constelação de fatores que leva ram a Usiminas à sua posição de liderança não só em números de patentes registradas na siderurgia brasileira, como também no mercado brasileiro de aços planos, entre vá rias outras conquistas.
Nesta entrevista exclusiva ao Portal e re vista Siderurgia Brasil , o engenheiro meta lúrgico Alberto Ono, o novo presidente da Usiminas, que está na empresa desde 2009 conta alguns bons momentos dessa história e revela também algumas excelentes notí cias sobre o futuro da empresa. Confira!
Portal e revista Siderurgia Brasil: Em outubro, a Usiminas comemorou 60 anos de atividades. Quais os pontos que você destacaria ao longo dessa produtiva trajetória?
São seis décadas de compromisso com o futuro, com as pessoas, com a segurança e com as comunidades. E, ao longo delas, em
cada ação que realizamos, sempre mantive mos o foco constante nos clientes, na ino vação, no desenvolvimento sustentável e na responsabilidade social. A Usiminas se or gulha de ter um histórico de contribuições para o Brasil, e continuará trabalhando for temente para seguir nessa jornada.
Foto: DivulgaçãoQuais os fatores que ajudaram a operação da empresa a conquistar tanto sucesso, e ganhar tamanha notoriedade e re conhecimento ao longo desse período?
Bem, foram muitos. Uma das pedras an gulares é o fato que a companhia sempre contou com uma equipe de profissionais altamente qualificados, que sempre buscou aprimorar produtos e processos, investindo em tecnologias e gerando soluções inova doras, eficientes e sustentáveis nesse seg mento. Temos exemplos práticos, como na construção civil, no qual o aço é amplamen te utilizado por conta de sua durabilidade e flexibilidade, proporcionando ótimo apro veitamento dos materiais e menor prazo para conclusão das obras.
Sem dúvida, a indústria automotiva também sempre mereceu a atenção de vocês nesse processo, não é mesmo?
Sim. A indústria automobilística é a segun da que mais consome aço no Brasil, atrás ape nas da construção civil. Assim, nossa preocu pação foi sempre atendê-la à altura, e até em nível superlativo, realizando, por exemplo, a customização dos produtos e a transforma ção do aço sob medida para as montadoras.
Você poderia fazer uma síntese de como a Usiminas aplica a inovação para esse mercado específico em termos de produtos e serviços?
Seja para montadoras seja para o setor de autopeças e estamparia, a Usiminas busca desenvolver as soluções ideais e que se ade quem às diferentes necessidades que o mer cado automotivo exige. A companhia realiza a customização dos produtos e a transfor mação do aço sob medida para montadoras. Um exemplo disso é o processamento de chapas, em que a Soluções Usiminas corta o aço na forma de blanks regulares, angulares e figurados. Para atender às necessidades de redução do peso dos veículos e o aumen to da segurança dos passageiros, a empre sa desenvolve também novos tipos de aço, criados com o objetivo de obter materiais de resistência mecânica elevada, excelente ductilidade e resistência à corrosão.
E nos outros setores atendidos por vocês, quais são os destaques?
Tomando como base o fato de que a em presa é pioneira na indústria de aço no Bra sil, um deles é o fornecimento de aço feito pela companhia para a estruturada cadeia
de produção e comercialização da linha branca, oferecendo soluções que atendem aos principais requisitos desse segmento, como resistência mecânica, limpeza super ficial e planicidade. E destaque também é uma solução exclusiva da Usiminas para as estruturas metálicas de placas de energia fotovoltaica.
Como a Usiminas está estruturada hoje para oferecer essas soluções com alto grau de inovação?
De saída, contamos com o maior Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em siderur gia da América Latina. Nesse sentido, vale ressaltar ainda que a companhia é líder em números de patentes registradas na siderur gia brasileira, com mais de 500 delas conce didas ao longo desses anos. Nos últimos três anos, a Usiminas ficou entre as empresas mais inovadoras do país, de acordo com o ranking
Foto: Divulgação“TOP 100 Open Corps”. Ao completar 60 anos de operações, a companhia, está presente em diversos lugares com seu aço, buscando sem pre desenvolver soluções ideais que se ade quem às diferentes necessidades do mercado. Além disso, vale destacar outro diferencial da companhia, que é o seu Centro de Pesquisa de Desenvolvimento Usiminas, localizado na Usina de Ipatinga, e considerado o maior do gênero na indústria do aço da América Latina. Com 50 anos de atividades, o espaço conta com uma equipe de profissionais altamente qualificados que tem sido responsável pelo desenvolvimento de aços de alto valor agre gado para automóveis mais seguros e com menos impacto ambiental.
Como você situa o posicionamento em presarial da Usiminas no mercado nacional e internacional no momento atual?
A Usiminas atua como uma empresa ân cora que estimula toda a cadeia de aço, com o desenvolvimento de novos projetos e tec nologias. A inovação e a sustentabilidade são essenciais para garantir a competitivida de e a perenidade dos negócios. Por meio de um diálogo franco e aberto, característi cas que prezo e valorizo muito, avançamos
nos nossos temas prioritários, que vão des de a Agenda ESG à excelência operacional e de gestão, passando, naturalmente, por pes soas e inovação. E vamos seguir firmes no propósito e no compromisso de, cada vez mais, gerar valor para nossos colaborado res, clientes, acionistas, comunidades e para toda a sociedade.
No Congresso do Aço 2022, promovido em agosto pelo Instituto Aço Brasil, foi muito discutida a questão da descarbonização. Como a empresa está tratando esse assunto internamente, e quais são as metas que ela tem nessa direção?
A Usiminas está comprometida com a Agenda ESG. A empresa tem investido for temente na redução das emissões e segue engajada em uma série de metas de sus tentabilidade. Entre as diversas iniciativas recentes, destaco a parceria anunciada pela Usiminas neste ano para a geração própria de energia renovável com a Canadian So lar, uma das maiores empresas do setor no mundo. Com a parceria, haverá a autopro dução de 30 megawatts médios de energia renovável por 15 anos a partir de 2025, o
que representa cerca de 12% do volume de energia consumida pela companhia. Ainda nesse sentido, como destaque complemen tar, vale ainda mencionar a adesão da Usi minas, anunciada em 2021, ao Pacto Global da ONU, mais um passo importante na con solidação da estratégia de sustentabilidade. Ao completar seis décadas de operações, a Usiminas, a exemplo de toda a indústria do aço, está mobilizada na intensa inclusão desse importante tema de suas operações, realizando expressivos investimentos, a fim de tornar a empresa ainda mais preparada
e fortalecida para se antecipar às deman das dos clientes e da sociedade.
Além da questão da busca de índices superlativos relacionados à sustentabi lidade e à preservação ambiental, escopo no qual o tema da descarbonização está inserido, a dinâmica da ESG tem mudado o comportamento de grande parte das empresas no mundo todo no que tange aos aspectos sociais e de governança corporativa. Como você anali sa essa proposta, e de que forma a mo -
bilização da Usiminas está dando nesse sentido?
O ano de 2020 foi importante para o apro fundamento da Agenda ESG na Usiminas, que prevê compromisso com os temas ambiental, social e governança. A empresa busca levar segurança aos investidores e acionistas, com uma gestão clara e transparente, por meio do cumprimento das exigências governamentais, bem como estabelece o comprometimento de toda a equipe Usiminas com o cumpri mento da legislação vigente, assim como as normas internas e, ainda, os requisitos impos tos pelo mercado. O Programa de Integrida de, desenvolvido pela companhia, é uma for ma de identificar e encontrar soluções para condutas que não estejam de acordo com os valores e regras. Os colaboradores e colabo radoras são encorajados a seguirem as regras estabelecidas, bem como a manter uma pos tura ética e respeitosa dentro da empresa. Ou tro ponto importante da Agenda ESG é sobre a diversidade e inclusão. A Usiminas tem tra balhado para se tornar uma companhia cada vez mais diversa e inclusiva. No Programa de Diversidade e Inclusão, um dos principais pi lares é a equidade de gênero, que promove o empoderamento econômico e liderança das
mulheres como base para um crescimento sustentável, inclusivo e equitativo. A meta ESG para esse tema é aumentar o percentual de mulheres na área industrial da empresa.
No âmbito da indústria siderúrgica, ainda no evento do Aço Brasil, foram também muito discutidas estratégias e soluções para questão do aumento o consumo de aço no Brasil. Como você analisa essa possibilidade? E o que a Usiminas está fazendo para colaborar com o atingimento dessa meta? A empresa já tem um programa especial em andamento nessa direção?
O Brasil tem enormes potencialidades, e nossa indústria siderúrgica está apta a aten der às demandas que vão garantir o desen volvimento econômico e social. O cresci mento da indústria do aço está atrelado ao crescimento do país, e a Usiminas segue confiando em uma retomada econômica mais robusta. A empresa está investindo em uma grande reforma do Alto-Forno 3, com recursos estimados em R$ 2,7 bilhões, que vão gerar mais de 8 mil novas vagas de traba lho, e garantir uma empresa ainda mais forte e competitiva. Nesse cenário, o mercado in
terno segue como nossa prioridade, e temos uma capacidade produtiva capaz de atender com qualidade à demanda do mercado.
E quais são os planos da Usiminas no campo do aperfeiçoamento tecnológico industrial e expansão de atividades? Há programações de expansões previstas? Qual o posicionamento da empresa nesse sentido?
A Usiminas é líder no mercado brasileiro de aços planos e um dos maiores complexos si
derúrgicos da América Latina. A companhia conta com unidades industriais e logísticas localizadas em seis estados e está presente em toda a cadeia siderúrgica – da extração do minério, passando pela produção de aço até sua transformação em produtos e bens de capital customizados –, além de possuir o maior e mais inovador Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em siderurgia da Améri ca Latina. O avanço registrado pela empresa nos últimos anos reflete os investimentos em inovação, tecnologia e qualidade em todas
as linhas de produção, e permite oferecer ao mercado um portfólio diversificado, com des taque para produtos e serviços de alto valor agregado. Por sua gestão ambiental, a Usimi nas foi a segunda siderúrgica do mundo cer tificada com a ISO14001. Outro ponto é que a Usiminas possui um dos equipamentos mais modernos do mundo, quando se fala em la minação a quente, o Laminador de Tiras a Quente 2 (LTQ2), como é chamado. Um dos diferenciais do LTQ2 para o negócio da Usi minas é a possibilidade de diversificar a pro dução de bobinas, com características bem específicas. No ano de 2021, o LTQ2 atingiu 2 milhões de toneladas em sua produção.
E nesse âmbito, qual vem sendo o foco da operação da unidade de Cubatão da Usiminas?
Ao longo dos dez anos de operação des se equipamento, o foco sempre foi o cliente. Tudo isso fez com que novos mercados fos sem alcançados. Inclusive, alguns tipos de aço que, antes, precisavam ser importados do exterior, passaram a ser produzidos em Cubatão.
Temos acompanhado os últimos re
sultados divulgados pela Usiminas no Mercado de Capitais, e notamos que a empresa vem batendo vários recordes de vendas, produtividade e faturamento. Como a empresa enxerga os atuais cenários nacional e internacional para o mercado do aço? Novos recordes serão batidos?
Apesar do cenário desafiador tanto exter na quanto internamente, a Usiminas cami nha com boas perspectivas e há uma visão positiva do futuro. A empresa acredita em uma retomada mais consistente do cresci mento econômico, e segue investindo na capacidade de produzir cada vez com mais excelência para atender às atuais e futuras demandas dos clientes e da sociedade. Nos sa meta é seguir avançando e entregando bons resultados e gerando cada vez mais valor para todos os nossos clientes, colabo radores, comunidades e para o país.
Finalmente, Alberto, o que representa para você chegar à Presidência da em presa nesse momento emblemático de sua história?
A minha jornada na Usiminas começou há 13 anos e, agora, ganhou um novo e im
portante capítulo. Certamente será a mais desafiadora e estimulante experiência den tre todas as outras que vivenciei ao longo da minha trajetória como engenheiro me talúrgico, e nas áreas de finanças e plane jamento estratégico. Tive a honra de assu mir a Presidência dessa companhia da qual
são de elevar ainda mais o protagonismo da Usiminas no cenário nacional. E, como eu já citei, para conduzir todo esse traba lho, a empresa conta com uma equipe de profissionais de ponta, que se dedica dia riamente a entregar – além de aço e servi ços de alta qualidade –, o desenvolvimento econômico, social e ambiental.
O “SUSTO BRASIL”
Em análise criteriosa feita junto a 15 países com os quais disputamos o mercado internacional, o Brasil tem carga tributária maior do que 12 deles. Pagamos ao Estado 33,4% do PIB no período, ante 26,4%, em média, nas nações incluídas no estudo.
Seria fundamental que os candi datos à Presidência da Repúbli ca, governos estaduais, Senado, Câmara dos Deputados e assem bleias legislativas dessem espe cial atenção ao crônico problema do “Cus to Brasil”. Este problema, há tanto tempo apontado, está encarecendo nossos produ tos manufaturados, em média, em 25,4%.
O preocupante dado acaba de ser revelado em estudo do Centro das Indústrias do Es tado de São Paulo (CIESP) e Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP).
O trabalho das duas entidades mensurou o impacto do “Custo Brasil” nos preços, com parativamente a 15 dos principais parcei ros comerciais (e concorrentes!) do nosso
país, de 2008 a 2019: China, Estados Unidos, Alemanha, Argentina, Coreia do Sul, Japão, Itália, França, México, Índia, Espanha, Reino Unido, Suíça, Chile e Canadá. Este grupo res ponde por 75,7% da pauta de importados de bens industriais brasileiros e por 72% do PIB mundial.
Os impostos são o item com maior impac to, responsáveis por 13% do preço dos bens industriais que fabricamos. Seguem-se os ju ros (6,1%), matérias-primas e energia (3,7%), logística (1,5%), carga extra com benefí cios (0,8%) e serviços non tradables (0,4%). Dentre os 15 países analisados, o Brasil tem carga tributária maior do que 12 deles. Pa gamos ao Estado 33,4% do PIB no período, ante 26,4%, em média, nas nações incluídas
BRASIL”
no estudo. Aqui, a tributação dos lucros das empresas foi sete pontos percentuais maior e sobre salários, 15 pontos percentuais.
Quanto aos juros, já descontada a infla ção, nossa taxa básica média, no período focado, foi de 4,2%, contra 0,2% das demais nações. Ah, e os spreads bancários com os quais arcamos, pasmem, são dez vezes maiores, considerando o total de crédito li vre e direcionado para pessoas físicas e jurí dicas. Ainda temos deficiências de infraes trutura logística, como rodovias, ferrovias e portos, custo da energia e carga extra com benefícios para os trabalhadores, já que muitas empresas têm de suprir o que seria responsabilidade do Estado em termos de educação e saúde. Há, também, o desali nhamento cambial.
Tudo isso explica a perda de competitivi dade da economia brasileira e está no cer ne do processo de desindustrialização que temos sofrido nas últimas décadas. Quando insistimos numa reforma tributária eficaz e modernizadora, política de juros e câmbio mais equilibrada, segurança jurídica, menos burocracia e infraestrutura adequada, não se trata de retórica vazia. Não temos tempo para proselitismo, nem queremos benesses.
Os industriais brasileiros desejam apenas o direito de trabalhar e produzir em condições de competitividade menos díspares em re lação ao mundo.
É fundamental, portanto, que os próximos governos federal, estaduais e os respectivos parlamentos entendam, de modo definitivo, que sem solucionar esse crônico e basilar problema, continuaremos patinando, cres cendo pouco e comendo poeira. Quem pro duz e trabalha não merece acordar todo dia sob o impacto do “Susto Brasil”, esse turbi lhão de ônus que nos rouba oportunidades de desenvolvimento e faz definhar nossa competitividade.
FENATRAN MOSTROU DA INDÚSTRIA
MOSTROU A FORÇA INDÚSTRIA AUTOMOTIVA
Com resultados que superaram R$ 9,5 bilhões em negócios fechados e realizada em área 20% maior do que a edição anterior, a feira alcançou grande sucesso na versão 2022.
HENRIQUE PATRIA
Realizada em São Paulo entre os dias 7 a 11 de novembro a 22ª Fenatran - Salão Internacional do Transporte Rodoviário de Cargas, recebeu a visita de 66 mil visitantes e mostrou o estágio avançado em que se encontra a indústria automotiva, na área de caminhões e transporte rodoviá rio de cargas e utilitários.
Foram reunidas mais de 500 marcas de produ tos e que segundo os organizadores geraram vo lume total de negócios acima de R$ 9,5 bilhões.
A Fenatran foi realizada nas dependências da São Paulo Expo Exhibition & Convention Center, atualmente o mais importante cen tro de eventos da capital, por iniciativa da Anfavea e NTC Logistica, com apoio da Anfir e organização e promoção da RX Brasil.
Também, a área de exposição deste ano foi ampliada em 20%, totalizando 100 mil m2, completamente ocupada pelos estan des dos expositores cinco meses antes da abertura dos portões, sinalizando a grande expectativa e interesse das empresas.
As empresas aproveitaram a Fenatran para o lançamento de várias novidades das mon tadoras de caminhões e das empresas do setor de logística e implementos.
Para a gerente da Fenatran, Ana Paula Pin to, “a feira vem se consolidando cada vez mais com o melhor palco para os lançamen tos e novidades da indústria, estreitando conexões e proporcionando oportunidades de negócios para toda a cadeia do setor, e o recorde que tivemos neste ano de marcas, público e volume gerado de negócios refor ça o otimismo do mercado de transporte ro doviário de cargas e logística”.
Já para Marcio da Lima Leite, presidente da Anfavea, que além de ser um dos patro
cinadores da feira, promoveu a tradicional reunião mensal com a imprensa nas depen dências do pavilhão “Os recordes desta edi ção da Fenatran refletem exatamente o que vem ocorrendo com o setor de caminhões nos últimos anos, com crescimento consis tente de produção, vendas e exportações, além de um salto tecnológico sem prece dentes em termos de descarbonização, se gurança, conforto, conectividade e redução de custos operacionais para o caminhoneiro e o frotista”.
“A Fenatran foi um sucesso, como já preví amos. A RX, bem como todos os expositores realizaram um grande evento e com certeza os números mostram isso. Nós da NTC&Lo gística, ficamos muito satisfeitos de ver esse projeto a cada edição mais forte e relevan te para o transporte rodoviário de cargas de todo o Brasil. Esperamos que em 2024 seja ainda maior e de outras grandes conquis tas”, avaliou Francisco Pelucio, Presidente da NTC&Logística - Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística.
Dentre os vários destaques da feira, cha maram a atenção as 480 rodadas de negó cios que promoveram a aproximação de empresários de vários países para negócios atuais e futuros. A Anfir divulgou que seus eventos realizados durante a feira deverão gerar exportações de US$ 18 milhões. Nos dois dias de encontros, 25 importadores de 10 países estiveram reunidos com represen tantes de 75 empresas do setor fabricante
de implementos rodoviários. Os países par ticipantes da Rodada de Negócios na Fena tran foram Angola, Argentina, Bolívia, Chi le, Colômbia, Costa Rica, Equador, Panamá, Peru e Uruguai.
Segundo José Carlos Spricigo, presidente da ANFIR-Associação Nacional dos Fabrican tes de Implementos Rodoviários, as empre
sas do setor de implementos rodoviários de verão faturar R$ 3,5 bilhões em vendas ao mercado interno, como resultado de suas ações durante a Fenatran.
O portal e revista Siderurgia Brasil , assim como o portal Agrimotor , visitaram o even to e puderam constatar um futuro brilhante para esta área de atividade no Brasil.
A INDÚSTRIA DO AÇO COMO
Apesar das previsões de desaceleração a curto prazo da indústria, o aço está forte e se mostra o protagonista dos desafios do futuro.
MARCUS FREDIANIDesafios não faltam. Mas tam bém não falta a garra e a vontade de vencê-los. Esta foi a mensagem deixada aos participantes do ALACERO SUMMIT 2022, evento promovido pela As sociação Latino-Americana do Aço (Ala cero), que este ano aconteceu nos dias 16 e 17 de novembro, em Monterrey, no Mé xico, com a participação de tomadores de decisão de empresas como ArcelorMittal, DeAcero, Gerdau, Ternium, Vale, Autlán, Primetals, Danieli, ENEL e Russula, entre outras.
AÇO COMO PROTAGONISTA
Alejandro Wagner, diretor executivo da Alacero, abrindo os trabalhos do SUMMIT 2022 da entidade
Fotos: DivulgaçãoA conferência representou uma oportu nidade ímpar de se estabelecer networking entre os principais nomes do setor, per sonificando intensos debates sobre ideias transformadoras que envolvem esses ato res – incluindo temas como megatendên cias, mercados e geopolítica e sustentabi lidade –, posicionando a indústria do aço como protagonista dos desafios do futuro.
Entretanto, estes não serão pequenos. Dados da entidade mostram que as pers pectivas de crescimento do setor na Amé rica Latina para o final de 2022 e início de 2023 são moderadas, em função do con texto de inflação global e da política mo netária contrastiva, com bancos na Améri ca Latina e nos Estados Unidos apertando suas políticas monetárias. “A previsão é impulsionada pela menor demanda exter na, enfraquecida por altas taxas de juros e queda do poder de compra. O mundo vive um processo inflacionário sem preceden tes, amplamente distribuído entre os paí ses”, analisou na ocasião Alejandro Wagner, diretor executivo da associação, que gera dados para o setor na região e atua como porta-voz da indústria.
Ainda segundo os dados apresentados por
Wagner durante o ALACERO SUMMIT 2022, a desaceleração deverá se espalhar pela Amé rica Latina, somada aos desafios externos da conjuntura global – como a crise energética na Europa e a guerra na Ucrânia – àqueles de natureza local, como a inflação. O acumulado dos primeiros nove meses do ano registrou expressiva redução de 4,1% na produção de aço bruto, em relação ao mesmo período do ano anterior, registrando 46.862,5 mil tone ladas. Os laminados apresentaram redução de 3,7% no mesmo período, com 41.033,8 mil toneladas.
ASPECTOS POSITIVOS
Contudo, ainda, segundo ele, alguns índi ces podem ser considerados inspiradores. Embora baixa, a previsão de crescimento para 2023 está acima do que é esperado na China e nos Estados Unidos, principais par ceiros comerciais da região. Some-se a isso o fato de que a produção segue relativa mente estável, impulsionada pelo expressi vo volume das exportações da AL.
Em relação ao desempenho do setor en tre janeiro e agosto de 2022, as exporta ções de aço no acumulado registraram alta de 47,3%, totalizando 7.740,7 mil toneladas.
Assim, as exportações aumentaram 10,7% em agosto em relação ao mês anterior. As importações, por sua vez, sofreram redução de 12,5% no acumulado de 8 meses de 2022, em relação ao mesmo período de 2021, to talizando 16.871,1 mil toneladas. Em agos to, o valor foi 25,4% superior ao de julho. “Apesar das previsões de desaceleração a curto prazo da indústria, o aço está forte e se mostra o protagonista dos desafios do futuro, não somente pela importância do material na transição energética, mas tam bém pelas condições vantajosas da região da América Latina”, resumiu o diretor exe cutivo da Alacero.
E QUAL O CENÁRIO NO BRASIL?
Durante o ALACERO SUMMIT 2022, da dos da Alacero mostraram uma tendência de sobe-e-desce no Brasil. Em 2021, o país cresceu 4,6%, sendo que a expectativa de avanço é de 2,7% para 2022 e a estimati va para 2023 é de 0,6%. Dos setores de mandantes de aço no Brasil, a construção retraiu 5,7% de junho a agosto de 2022, enquanto o setor automotivo cresceu 32% de junho a setembro do mesmo ano, má quinas mecânicas diminuíram 4% de ju
nho a agosto de 2022 e uso doméstico caiu 16,7% no mesmo período. Em relação aos insumos demandados na produção de aço, o petróleo diminuiu 1,2%, o gás -0,1% e a energia 2,8%, todos os dados de junho a agosto de 2022.
Quanto às perspectivas de médio prazo, para a construção, o esperado é a recupe ração: o setor privado deverá aumentar o investimento no próximo ano, em um con texto de inflação mais estável. Enquanto isso, o automotivo registra possível desa celeração no ritmo de crescimento da pro dução, devido a menores vendas locais e queda nas exportações para Argentina e Colômbia, sendo que o setor poderá ter um superávit de unidades em estoque.
Quanto à maquinaria mecânica, o espe rado é o crescimento da demanda por má quinas agrícolas. Na mesma toada, o Brasil caminha para mais uma safra recorde de 200 MTn em 2023-2024, o que deverá con tinuar impulsionando a produção desse tipo de equipamentos. Já no uso domésti co, a expectativa é que o governo promo va uma política de redistribuição de renda, estimulando a demanda e impulsionando a produção.
A ADAPTAÇÃO DO ÀS MUDANÇAS
DO SER HUMANO MUDANÇAS DO CLIMA
As mudanças do clima com variações acima do previsto, irão acelerar as migrações de populações inteiras entre agora e 2050.
RICARDO ASSUMPÇÃO*Acapacidade de adaptação huma na às mudanças climáticas não é ilimitada. Esse limite, aliás, já está sendo testado em diferentes lo cais do planeta. Cerca de 1,6 bilhão de pessoas enfrentam adversidades nessas áreas, que têm maior probabilidade de sofrer os efeitos adversos causados pelas mudanças climáticas. Esse número de atin gidos deve dobrar até 2050. A mortalidade
nesses lugares mais sensíveis às alterações do clima é 15 vezes maior do que nos paí ses menos vulneráveis a esses efeitos. Caso o planeta aqueça além do limite de 1,5°C definido no Acordo de Paris, ainda mais dra mática ficará essa situação. Já existem previ sões que indicam aumento da temperatura superior a 2°C. Essas informações estão no relatório “ 10 New Insights in Climate Science 2022 ”, elaborado pelas organizações Future Earth, The Earth League e World Climate Re search Program (WCRP) e lançado na COP27, que reúne autoridades globais no Egito.
Esse ambiente inóspito para a vida fará com que aumentem os movimentos de mi gração. Ainda segundo o estudo, na ausên cia de ação efetiva em relação ao clima, as migrações vão acelerar entre agora e 2050 –populações inteiras saindo principalmente das áreas mais pobres e suscetíveis às mu danças climáticas, como é o caso da África Subsaariana. Essa onda de migração pode ser formada por algum número entre 78,4 milhões e 170,3 milhões de pessoas, o que exigirá política efetiva de acolhimento por parte de todos os países, especialmente dos mais ricos. Para o estudo, “deve haver uma política que promova a migração de forma
ordeira como uma estratégia de adaptação do mundo às pressões climáticas. Para isso, é preciso desde já que os países preparem áreas de recebimento desses refugiados, o que inclui a criação de condições de traba lho e de moradia, além de esforços de inte gração cultural”.
Esse contexto de insegurança provocado pela escassez de recursos e pela perda da produtividade agrícola nas regiões mais vul neráveis pode aumentar as tensões dentro e entre comunidades, contribuindo para o surgimento de conflitos violentos. O Progra ma das Nações Unidas para o Meio Ambien te disse recentemente que “desde meados do século 20, pelo menos 40% dos confli tos entre Estados estiveram ligados à explo ração de recursos naturais”. Por isso, para o estudo, é importante que a comunidade in ternacional reconheça que a segurança da humanidade requer segurança climática, e isso só será possível por meio de uma ação urgente da comunidade internacional e de uma abordagem voltada para o fortaleci mento da resiliência.
SETOR FINANCEIRO E DESCARBONIZAÇÃO
Na visão do estudo, os mercados finan ceiros são cruciais para a transição para uma economia de carbono zero. Isso por que, por meio da sua atuação, podem ele var o desempenho em sustentabilidade dos setores econômicos que produzem for tes impactos climáticos, permitindo assim uma adaptação eficaz a essa realidade de
carbono zero para toda a economia global.
Ainda de acordo a pesquisa, as práticas de financiamento sustentável do setor pri vado ainda não refletem as profundas e rápidas transformações necessárias para cumprir as metas climáticas. E, por isso, um caminho possível e desejável é que os le gisladores criem políticas nessa área volta das para o setor financeiro, com dois ob jetivos principais: melhorar a transparência das emissões de carbono incorporadas em investimentos e garantir que os fluxos de capital estejam plenamente alinhados com as metas do Acordo de Paris para criar im pactos reais nas emissões de carbono e na resiliência das economias.
OUTROS INSIGHTS CITADOS
Além dos insights já abordados, os seguin tes foram mencionados pelo estudo: novas ameaças no horizonte das interações entre clima e saúde; uso da terra de forma susten tável é essencial para cumprir as metas do clima; perdas e danos – o imperativo urgen te planetário; tomada de decisão inclusiva para o desenvolvimento da resiliência do clima; e quebrando as barreiras estruturais e os bloqueios insustentáveis.
*Ricardo Assumpção , é sócio-líder de ESG para a América Latina Sul e Chief Sustainabi lity Officer da EY Brasil.
Crédito: Artigo fornecido pela AGÊNCIA EYey@fsb.com.br
O DESAFIO DOS 456 MIL VEÍCULOS
A Anfavea, entidade que representa os mon tadores de veículos, realizou a sua coletiva de imprensa deste mês nas dependências do Centro de Convenções São Paulo Expo, palco da Fenatran, que foi objeto de reportagem em outro espaço da nossa revista.
O presidente Marcio de Lima Leite, iniciou a reunião explicando que mesmo com o bom desempenho do setor, os feriados do mês e as manifestações do dia 31 de outu bro tiveram papel decisivo nos números fi nais do período.
Ele classificou o mês como muito bom pois segundo ele todos os indicadores de produção, licenciamento e exportação cres ceram de forma consistente em outubro na comparação com o mesmo mês do ano passado. Já em relação a setembro, houve estabilidade nesses números, pelos motivos já expostos. A média diária das vendas fica ria em torno de 9,5 mil unidades, mas ficou em 9 mil, um pouco abaixo dos 9,2 mil de setembro.
Foram licenciados 180,9 mil autoveículos,
11,4% a mais que no mesmo mês do ano passado e 6,7% a menos que em setembro último uma vez que o último dia do mês é considerado o mais importante na sequên cia. No acumulado do ano, o mercado está 3,2% abaixo de 2021, mas com a expectati va de virar o placar no último bimestre, com crescimento estimado de 1% e vendas de 2,140 milhões. A produção acumulada de 1,962 milhão de autoveículos já supera em 7,1% o volume dos 10 primeiros meses de 2021. Em outubro foram produzidas 206 mil unidades, alta de 15,1% sobre outubro do ano passado e leve queda de 0,8% em rela ção a setembro. Em outubro houve algumas paralisações de fábrica por falta de compo nentes, além da já citada paralisação do dia 31 por conta de bloqueios em estradas. As exportações foram um capitulo a par te uma vez que depois da forte queda de setembro em função de entraves logísticos, os números de outubro voltaram a patama res normais com a regularização dos em
barques. No mês foram 42,8 mil unidades exportadas, volume quase 50% superior ao que saiu do país em setembro deste ano e em outubro do ano anterior. No acumulado dos 10 primeiros meses, as 406 mil unida des embarcadas representam alta de 32,4% sobre o mesmo período de 2021, com des taque para o forte crescimento de envios para Chile, Colômbia e México. Comple mentando ele citou que a Argentina que já foi o nosso melhor mercado na América do Sul, sofre com os problemas econômicos e com a dificuldades criadas com a liberação de importação de nossos produtos. Mas a entidade continua trabalhando no sentido de superar tais dificuldades pois este é um mercado muito importante para nós.
A questão do desafio é que faltam ser produzidos 456 mil veículos nos meses de novembro e dezembro para ser alcançada a meta proposta e que ele acredita ser total mente factível. É para conferir. Fonte: Anfavea
QUEDA NA VENDA DE AÇOS PLANOS
O mês de outubro foi marado por um recuo nas vendas de aços planos. Foram 310 mil toneladas contra 323,5 mil do mês passado, ou seja, uma que da de 4,2%. No entanto se considerarmos a relação com o ano passado, quando foram vendidas 293,4 mil toneladas a alta registrada foi de 5,7%.
Estes foram os dados divulgados pelo Inda, enti dade que representa os distribuidores de aços pla nos no Brasil.
Na ponta oposta, ou seja, as compras junto às usi nas produtoras, também houve queda de 4,8% em relação a setembro, com volume total de 316,5 mil toneladas contra 332,6 mil. E se considerarmos o mesmo mês do ano passado, quando foram com pradas 286,3 mil ton., houve uma alta de 10,6%.
No acumulado do ano, considerando o período de janeiro a outubro as vendas apresentam cresci mento de 4,5% com 3.183,3 mil ton. em 2022 contra 3.046,5 mil ton. do ano passado.
Com esta movimentação o estoque permaneceu praticamente na mesma posição que no mês pas sado, com uma pequena variação de alta de 0,8%, atingindo o montante de 837,9 mil toneladas contra 831,3 mil. O giro de estoque fechou em 2,7 meses.
As importações voltaram a registrar alta bem acentuada de 63,7% em relação ao mês anterior, com volume total de 177,9 mil toneladas contra 108,7 mil. Também comparando-se com o mesmo mês do ano anterior a alta foi expressiva de 55,2%, uma vez que naquele mês foi registrada a chegada de 114,7 mil ton.
Segundo Carlos Jorge Loureiro, presidente exe cutivo do Inda, o produto do momento é a chapa grossa, uma vez que estão em curso no país inúme ras obras de infraestrutura e também o setor de má quinas, onde se inclui implementos agrícolas, está apresentando bom desempenho.
Ele ainda demonstrou pessimismo em relação aos números de novembro, (que está em curso) pois projetou uma nova queda desta vez de 8%, em função da sequ ência de feriados e do mo mento político. Ele crê que estas quedas podem perdu rar pelo final do ano acumu lado ao evento da copa do mundo.
Fonte: Inda
ESTÁVEL A PRODUÇÃO MUNDIAL DE AÇO
Acaba de chegar da World Steel Associa tion (worldsteel), associação mundial que representa os produtores de aço, as estatís ticas relativas ao mês de outubro 2022.
Em outubro a produção mundial de aço bruto nos 64 países filiados à World Steel As sociation (worldsteel) foi de 147,3 milhões de toneladas (Mt) com uma variação de 0,0% em relação a outubro de 2021 e com uma ligeira queda de pouco mais de 2% em rela ção a setembro que havia apresentada uma produção de 151,7 milhões de toneladas. Segundo a nota, estes foram os 10 princi pais produtores de aço do mundo em outu
bro: China produziu 79,8 Mt em outubro de 2022, alta de 11,0% em relação a outubro de 2021. A Índia produziu 10,5 Mt, alta de 2,7%. O Japão produziu 7,3 Mt, queda de 10,6%. Os Estados Unidos produziram 6,7 Mt, uma queda de 8,9%. Estima-se que a Rússia tenha produzido 5,8 Mt, queda de 11,5%. A Coreia do Sul produziu 5,1 Mt, queda de 12,1%. A Alemanha produziu 3,1 Mt, queda de 14,4%. Türkiye produziu 2,9 Mt, queda de 17,8%. Es tima-se que o Brasil tenha produzido 2,8 Mt, uma queda de 4,5%. O Irã produziu 2,9 Mt, alta de 3,5%.
Fonte: World Steel Association
GERDAU E O MÊS DA CONSCIÊNCIA NEGRA
No mês da consciência negra, uma inciati va inédita promovida pela Gerdau em parceria com o IBDM (Instituto Brasileiro de Direito Mi nerário) realiza a formatura de 29 advogados e advogadas negros em um curso de extensão 100% gratuito, exclusivamente voltado para esse público.
Nesse primeiro ciclo, o projeto ofereceu cur so de Direito Minerário, com o objetivo de for mar profissionais autodeclarados negros que estejam cursando ou tenham se formado em
Direito, considerando a necessidade e o inte resse de se viabilizar o aumento do número de profissionais negros no mercado jurídico da ca deia produtiva do aço.
O evento aconteceu no dia 22 de novembro no MM Gerdau - Museu das Minas e do Metal. atendimentogerdau.br@bcw-global.com
CAMINHÃO ELÉTRICO NA MINERAÇÃO
ção que participam do programa Early Learner da Caterpillar. Os participantes deste programa têm acordos estabelecidos de eletrificação com a companhia e incluem BHP, Freeport-McMoRan, Newmont Corporation, Rio Tinto e Teck Resour ces Limited.
A Caterpillar Inc. fez uma demonstração bem -sucedida de seu primeiro caminhão de mine ração Cat 793 elétrico a bateria de grande porte bem como um investimento significativo para transformar seu campo de provas no Arizona em um centro sustentável de teste e validação de fu turos produtos.
A Caterpillar concluiu o desenvolvimento de seu primeiro protótipo 793 elétrico a bateria com o apoio dos principais clientes de minera
“Nossa equipe global se uniu para desenvol ver este caminhão a bateria em um ritmo acele rado para ajudar nossos clientes a cumprir seus compromissos de sustentabilidade”, disse a pre sidente do grupo, responsável pelo segmento de Resource Industries, Denise Johnson. “Esta de monstração é um marco significativo e estamos entusiasmados por esses caminhões começarem a trabalhar nas minas dos clientes em todo o mundo em um futuro bem próximo”.
Fonte: Departamento de Assuntos Governamentais e Corporativos da Caterpillar Brasil
PROMOVENDO E VALORIZANDO A INDÚSTRIA BRASILEIRA DE ÔNIBUS
A Mercedes-Benz do Brasil sediou, entre os dias 17 e 18 de novembro, um evento espe cialmente concebido para clientes da América Latina e outros continentes, a fim de apresen tar a modernidade, a capacidade e o potencial da indústria brasileira de ônibus.
O Workshop intitulado “Mercedes -Benz Bus Product Experience” foi re alizado na fábrica de São Bernardo do Campo (SP), e promovido pelo
Regional Center Daimler Latina em conjunto com a Daimler Trucks & Buses Overseas, da Alemanha. Foram cerca de 100 clientes que vieram de diversas partes do mundo. Além da Visita à Linha de Produção 4.0 e apresen tações de encarroçadores, os participantes tiveram a oportunidade de circular no e O500U e no novo O 500 RSD 2448 num test-drive por dentro da própria fábrica.
Foto: Divulgação
PROGRAMAÇÃO PARA 2023
É hora de providenciar a programação para realizar uma eficiente divulgação de sua marca, seus produ tos e serviços, visando au mentar o número de clien tes em sua carteira.
Em fevereiro lançamos o Anuário Brasileiro da Side rurgia - Digital e a partir de março até dezembro, men salmente a tradicional revista
Foto: Divulgação
Siderurgia Brasil Digital.
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PRÊMIO INTERNACIONAL DO AÇO
Estão abertas as inscrições para o Swe dish Steel Prize 2023, prêmio internacio nal da indústria siderúrgica que celebrará, pela 21ª vez, as soluções inovadoras de aço e reconhecerá aqueles que utilizam plenamente o potencial do material para melhorar não apenas seus negócios ou indústria, mas também, a sociedade.
Ele é promovido pela SSAB, multinacional sueca líder mundial na fabricação de aços de alta resistência, está aberto a qualquer indi víduo, empresa ou instituição e é concedido ao método ou produto que melhor mostra como as propriedades do tipo de aço esco
lhido contribuíram para uma inovação signi ficativa. Todas as inscrições são avaliadas por um júri independente e estão abertas até o dia 18 de janeiro de 2023.
Maiores informações: www.steelprize. com/apply .
A MAGIA DO NATAL SOBRE RODAS
Já vem se tornando tradição na época do Natal vermos alguns caminhões e ônibus de regiões urbanas enfeitados com luzes e deco rados com enfeites natalinos.
Pois a Coca-Cola repetindo o sucesso de anos anteriores uniu-se à Mercedes Benz e produziu cinco caminhões que circularão pelo Brasil le vando a magia do Natal.
Segundo a nota: Este é o terceiro ano conse cutivo que a Mercedes-Benz se une à Coca-Cola FEMSA Brasil para proporcionar aos brasileiros um Natal repleto de magia. As cinco carretas da caravana são puxadas por cavalos mecânicos Actros, o caminhão mais inteligente, eficiente, conectado e seguro do Brasil. O comboio irá cir cular por 66 cidades de sete estados neste ano.
“O Natal Sempre Encontra o Caminho” é o
tema da campanha deste ano. “Para nós, é mo tivo de orgulho e satisfação participar dessa iniciativa e ver o Actros abrindo este caminho, realçando assim o espírito natalino pelo País afora”, afirma Roberto Leoncini, vice-presidente de Vendas e Marketing Caminhões e Ônibus da Mercedes-Benz do Brasil. Confira a programa ção completa da Caravana em https://www. coca-cola.com.br/natal.
AMPLIAÇÃO DA KROMINOX
A Krominox, tradicional produtora de tu bos de aço inox, anuncia a aquisição das duas unidades fabris da Partners Serviços e Industrialização de Tubos. Para isso contou com investimentos de R$ 6.250 milhões, que serão utilizados na compra e reestru turação do negócio visando aumento de produção, (previsto na casa dos 25%) para atender o segmento de linha branca.
Toda a estrutura e know-how da anti ga fabricante, situada em Porto Feliz, será
transferida para a planta de Itapevi, ambas no estado de São Paulo. www.krominox.com.br
ANUNCIANTES DESTA EDIÇÃO
Empresa Página
Anuário Brasileiro da Siderurgia 2023 65
Benafer S/A - Comércio e Indústria 57 Centrasa Centro de Serviços do Aço Ltda. 41 Divimec Tecnologia Industrial Ltda. 35 Grips Marketing e Negócios Ltda. 15
JLM Negócios e Soluções Ltda. Mercosistem 55 Larzinho Casa Jesus, Amor e Caridade 63 Metalurgia 2023 17
PCP Produtos Siderúrgicos Ltda. 27
Tec Tor Indústria e Comércio Ltda. 39
Tetraferro Ltda. 47
Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S.A. 02 White Martins Gases Industriais Ltda. 33
Foto: DivulgaçãoBrazilian Yearbook of Steel – 2023
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Edition closing: February 17, 2023 Publish in the Portal: February 27, 2023 Payment terms: By bank transfer