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Indústria de óleo e gás no Brasil, hoje:
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Informação de valor para os negócios é o que a Benício Biz produz em todas as suas publicações. Mantendo uma estreita relação com importantes centros de pesquisa, instituições brasileiras, internacionais e consultores da indústria de petróleo e gás, a Benício Biz gera conteúdos de ponta que servem de fonte de consulta permanente para quem faz negócios nesse importante e complexo mercado.
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GRANDES E NOVOS DESAFIOS À FRENTE Coordenação editorial: Benício Biz Pesquisa e texto: Cesar Faccioli Fontes da pesquisa: Revista TN Petróleo, T&B Petroleum Magazine, Agência Petrobras, Agência Brasil, Sinaval, ANP, Onip, Abimaq, IBP, Agência Estado, Ministério dos Transportes, Ministério de Ciência e Tecnologia, Unicamp, Coppe-UFRJ, Unica, Cosan, Transpetro, BNDES, Jornal do Commercio-RJ e Gazeta Mercantil. Diagramação: Laércio Lourenço Fotos: Keystone, Agência Petrobras, ASCOM – Unicamp, CTC – Centro de Tecnologia Canavieira, Banco de Imagens Stock.xcng, Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar) Copyright, janeiro 2013: Benício Biz Editores Associados 2
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SOBRE O AUTOR – Cezar Faccioli começou a trabalhar em cobertura econômica na época do Plano Cruzado, primeira tentativa de domar a hiperinflação nos anos 1980. Desde então, entre planos de estabilização, moratórias e breves períodos de crescimento, o Brasil busca seu caminho para o crescimento sustentável. Faccioli acompanhou esse processo no último quarto de século, em periódicos como O Globo, Jornal do Brasil, Gazeta Mercantil e Jornal do Commercio. Escreveu sobre macroeconomia, petróleo, infraestrutura, fusões e aquisições, privatização, em colunas como “Inside” (Jornal do Commercio), “Panorama Econômico” (O Globo) e “Informe Econômico” (Jornal do Brasil). E leva dessa experiência a crença renovada de que o Brasil, mesmo que não pareça, pode dar certo. Com a ambientalmente arriscada e nem sempre transparente indústria do petróleo como parte do problema, mas chave da solução. SOBRE A BENÍCIO BIZ EDITORES ASSOCIADOS – A empresa publica, há 15 anos, as revistas TN Petróleo, T&B Petroleum (versão em inglês e espanhol), e os websites TN Petróleo, T&B petroleum, TN Projetos Sociais, TN Sustentável e Portal Naval. Possui uma equipe com larga experiência na área de jornalismo, produção e criação gráfica. Os serviços oferecidos pela Editora são: publicação de revistas, livros de arte e técnicos, catálogos, fôlderes, anúncios, identidade visual, relatórios, banners, sites e apresentações multimídia. SOBRE A TN PETRÓLEO – Com sede no Rio de Janeiro, a revista está há 15 anos no mercado. Sua linha editorial abrange matérias, reportagens e artigos técnicos assinados por profissionais do setor. Tem tiragem de 15 mil exemplares. Perfil dos leitores: empresários, engenheiros, executivos, diretores, geólogos, técnicos, pesquisadores, fornecedores e compradores no setor de óleo, gás e biocombustíveis. Periodicidade: bimestral. Nosso site, com mais de 130 mil acessos por mês, traz uma seleção das notícias mais importantes do setor. Visite-nos em www.tnpetroleo.com.br. SOBRE OS RELATÓRIOS TN – Atualizados constantemente, os Relatórios TN Petróleo trazem informações sobre os principais setores da economia no Brasil, sintetizadas a partir do trabalho diário dos diversos colaboradores da revista TN Petróleo, uma fonte de informação especializada, reconhecida e abalizada após quase 15 anos acumulando conhecimentos e informação. As análises de dados, o conteúdo dos Relatórios de Negócios, seguramente, são uma valiosa fonte de informação que pode ajudar a planejar, implementar planos, descobrir oportunidades de negócios, e auxiliar a tomar decisões de forma crítica. RELATÓRIOS JÁ PUBLICADOS Petróleo no Brasil – Investimentos, Desafios e Oportunidades (PN Petrobras 2006-2010 – português e inglês) Petróleo no Brasil – Investimentos, Desafios e Oportunidades (PN Petrobras 2007-2011 – português e inglês) Nova Matriz Energética no Brasil: Fontes Alternativas de Energia, Combustíveis Renováveis e GN (português e inglês) Novas Perspectivas para a Indústria Naval Brasileira, edição 2005 (português e inglês) A Nova Indústria Naval e os Portos Brasileiros, edição 2008 Etanol no Brasil – A Tecnologia e os Novos Negócios do Combustível Verde, edição 2008 Rodadas de Licitações de Blocos da ANP e Refinarias no Brasil IMPORTANTE – O conteúdo deste relatório tem caráter informativo, sendo divulgado como uma ferramenta auxiliar do processo de tomada de decisão, portanto, não deve ou pode desencadear, justificar ou sustentar qualquer operação, ou ainda substituir o julgamento dos seus destinatários, sendo estes, por isso, inteiramente responsáveis pelos atos que pratiquem. Assim e apesar de considerar que o conjunto de informações contidas na publicação foi obtido junto de fontes consideradas fiáveis, qualquer alteração nas condições de mercado poderá implicar alterações de seu conteúdo neste relatório. As opiniões aqui expressas são resultado da análise de formadores de opinião, consultores e especialistas, sistematizados pelos autores. A reprodução total ou parcial deste documento não é permitida sem autorização prévia da Benício Biz Editores Associados.
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Sumário Introdução – Com a graça de Dilma...................................................................................... 7 Capítulo 1 – Planos da Petrobras terão que sair do papel............................................... 11 Capítulo 2 – Ousadia é marca dos programas da Petrobras...........................................31 Capítulo 3 – Linha do tempo do petróleo no Brasil..........................................................49 Capítulo 4 – Glossário...........................................................................................................55 Capítulo 5 – Últimas notícias...............................................................................................111 Financiamentos do BNDES para projetos de infraestrutura no exterior foram destaque em 2012...... 113 Economista considera que 2012 foi ano negativo para o setor industrial................................................. 114 Atividade industrial no Brasil desacelera....................................................................................................... 115 Brasil puxará alta do PIB na América Latina.................................................................................................. 116 Poço Carcará confirma grande potencial do Bloco BM-S-8........................................................................ 117 Novo gerente-geral da UO-ES toma posse..................................................................................................... 118 China encerrou o ano como o maior parceiro comercial do Brasil............................................................ 118 Cidade de Itajaí chega à Bacia de Santos........................................................................................................ 119 Petrobras declara comercialidade de dois campos....................................................................................... 119 Produção da Petrobras no Brasil aumenta 1,5% em novembro de 2012................................................... 120 Governo quer fiscalização mais rígida nas elétricas.................................................................................... 121 Aveva amplia sua presença no Brasil, nas áreas offshore e naval............................................................. 121 Vendas da indústria fluminense têm aumento de 5,4% em novembro...................................................... 122 Produção no pré-sal bate novo recorde......................................................................................................... 122 Nova descoberta no pós-sal de Marlim Sul....................................................................................................123 OGX inicia produção do terceiro poço em Tubarão Azul..............................................................................124 Chuvas serão insuficientes para recuperar reservatórios de energia.......................................................124 Karoon inicia perfuração do primeiro poço de exploração no Brasil.........................................................124 ONS conta com termoelétricas para manter abastecimento de energia.................................................. 125 Produção industrial registra queda de 0,6% de outubro para novembro................................................. 125 Siderúrgicas reajustam preços em janeiro................................................................................................... 126 Estoques de petróleo dos EUA têm maior queda em 10 anos.....................................................................127 21% das empresas globais pretende investir no Brasil................................................................................127 Projeção para crescimento econômico em 2013 diminui............................................................................ 128 Plataforma ‘hi-tech’ expande alcance da Shell..............................................................................................129 4
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Petróleo recua com alívio pelo acordo sobre abismo fiscal....................................................................... 130 Conter queda da produção é o desafio da Petrobras em 2013.................................................................... 131 Baosteel aumentará preços de produtos de aço............................................................................................133 Argentina reduz carga tributária para estimular produção de petróleo....................................................133 Reservatórios do NE acumulam baixa de 1,2%..............................................................................................133 Petrobras vê ganho de US$ 3,3 bi com a recuperação de campos.............................................................134 Banco do Brasil destinou R$ 3,5 bi para projetos eólicos............................................................................134 Refinaria Abreu e Lima vai produzir diesel verde.........................................................................................135 Petrobras comunica indícios de hidrocarbonetos em Tupi Sul...................................................................136 Sapinhoá inicia produção comercial................................................................................................................136 Geração térmica custou R$ 929 milhões em dezembro...............................................................................137 Argentina tenta estimular produção de petróleo...........................................................................................137 Termelétrica de Uruguaiana volta a gerar energia........................................................................................138 AL compra 8% mais aço da China....................................................................................................................138 Com baixa nos reservatórios, quase 25% da energia vem de termelétricas............................................138 CSN planeja aumento de preços de produtos para a partir do dia 18........................................................139 Petrobras atinge recorde de processamento de petróleo........................................................................... 140 Grupo CPFL Energia não vê risco de racionamento no país...................................................................... 140 Bolívia aumenta em 38% venda de gás ao Brasil......................................................................................... 140 IBGE: produção industrial cresce em oito locais pesquisados................................................................... 141 HRT conclui testes de formação em poço no Amazonas............................................................................. 141 Pacific Rubiales prevê investir US$1,7 bi em 2013........................................................................................ 141 Geração térmica custou R$ 929 milhões em dezembro.............................................................................. 142 Petrobras deve ter ganhos com geração a gás............................................................................................. 142 Lobão nega risco de desabastecimento de gás para indústria...................................................................143 Graça Foster: não vai faltar gás para atender termelétricas.......................................................................143 Governo vai rever lógica do menor preço e usar mais térmicas no futuro.............................................. 144 Gasto com térmicas forneceria 60% a mais de energia solar................................................................... 145 Autorizada a realização da 11ª rodada............................................................................................................ 146 ANP aguarda publicação do CNPE sobre número de blocos...................................................................... 146 Presidente da Odebrecht cobra do governo mais fiscalização das licitações..........................................147 Reservas provadas da Petrobras apresentam leve aumento.......................................................................147 ANP ofertará 172 blocos de 17 setores........................................................................................................... 148 Relatórios TN Petróleo
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Introdução
Com a graça de Dilma Entrosamento com o Planalto e estilo gerencial semelhante ao da presidente credenciam a nova direção da Petrobras a buscar objetivos ambiciosos, revendo o Plano de Negócios 2012/2016.
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Foto: Roberto Stuckert Filho/Agência Brasil
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Dilma Rouseff cumprimenta Graça Foster, a primeira mulher a presidir a Petrobras.
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o habitual jeito direto de quem aprendeu com a vida, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a brincar, depois de examinar o orçamento da estatal, que o Brasil devia ser gerido ao contrário: escolhia-se no voto direto o presidente da Petrobras, e este indicava o presidente da República. Exagero, claro, mas com um fundo de verdade, pois a estatal responde, direta ou indiretamente, por mais da metade dos investimentos previstos no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), a menina dos olhos do governo. A troca de José Sergio Gabrielli, economista de formação e militante do PT da Bahia, por Maria José das Graças Foster, funcionária de carreira da Petrobras e amiga da presidente Dilma Rousseff há mais de 40 anos, abre caminho para um inédito entrosamento entre o Planalto e a Petrobras. Analistas de bancos de investimento e dirigentes de empresas da cadeia produtiva de óleo e gás se dividem: parte saúda o maior acesso do comando da Petrobras ao centro de decisões do País, o que
de cara resultou em dois reajustes de preços de derivados, repassados há três anos. Outra fatia, igualmente ponderável, teme que a harmonia entre duas das maiores fontes de poder se dê à custa de espaços do setor privado, conforme sinalizado pela mudança nas regras para os leilões. O relatório desenvolvido pela TN Petróleo busca esclarecer os novos caminhos da empresa mais influente da economia brasileira, e os obstáculos no caminho da nova gestão. Não falta ambição nas metas do novo comando, nem disposição para acompanhar pari passu o cumprimento dos objetivos traçados. No documento, buscamos investigar as possibilidades maiores ou menores que essa combinação de ousadia nos horizontes e disciplina na condução é capaz de abrir para a estatal, além dos riscos dessa opção gerencial ser paralisada por conflitos com funcionários e parceiros em investimentos.
Foto: Agência Petrobras
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Capítulo 1
Planos da Petrobras terão que sair do papel Cobrança contínua e monitoramento passo a passo são as armas de Graça Foster.
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Foto: Estéfano Lessa/Agência Petrobras
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istoricamente, a Petrobras não cumpre suas metas de produção...” O slide de abertura da apresentação do Plano de Negócios 2012/2016 resume bem o espírito de profunda revisão imposto à companhia pela nova presidente, Maria das Graças Foster. A nova direção não mede palavras ao criticar a frustração de ‘metas ousadas’, mas pouco realistas, como a previsão no PN 2009-2013 de 2,430 milhões de barris diários para 2011, com a oferta efetiva não ultrapassando 2,022 milhões. A produção de 2011 não alcançou sequer a meta mais modesta de 2,1 milhões de barris, fixada no próprio ano e, portanto com a equipe de José Sergio Gabrielli, então presidente, já ciente dos problemas na entrega e operação de equipamentos de sondagem e perfuração. Não era a primeira, nem a maior frustração: em 2005, a produção realizada ficou em 1,684 milhão de barris diários, bem abaixo do patamar previsto quatro anos antes, de 1,900 milhão. Para reverter esse quadro, a receita prevista no Plano vai além da adoção de controles rígidos de gestão, prevista por consultores independentes como Adriano Pires e o ex-presidente da Petrobras Armando Guedes Coelho como a marca provável de Maria das Graças Foster à frente da estatal. Mais do que um freio de arrumação, uma sacudida para estabelecer métodos mais impositivos de gerência cotidiana, o que
a nova presidente promoveu foi um cavalo de pau, uma manobra em que a frenagem brusca é complementada por uma mudança de sentido. Projetos caros à direção anterior, como a compra de refinarias em Pasadena (EUA) e Okinawa (Japão), ou a construção de super-refinarias no Maranhão e no Ceará, foram revertidos ou, pelo menos, adiados por um bom período. Mesmo os projetos que sobreviveram aos cortes, como a Refinaria do Nordeste (RNEST, em Suape, Pernambuco) e o Comperj, terão que sofrer mudanças profundas. A começar pelos orçamentos. “A ideia é liberar recursos do Abastecimento (refino e transporte, principalmente) pelo aumento de eficiência, e reforçar o caixa para os investimentos em Exploração & Produção, de retorno mais elevado”, analisa Armando Guedes Coelho, presidente do Conselho de Energia da Firjan. A renegociação de contratos e o acompanhamento estrito dos cronogramas são os principais instrumentos para a obtenção de economias, mas a atração de investidores externos, que tragam pacotes de financiamento em condições vantajosas, está em pauta. Os recentes reajustes de preços da gasolina e do óleo diesel na refinaria vinculam-se a essa estratégia. A direção anterior já havia apontado uma defasagem com relação às cotações internacionais, reservadamente, mas evitava queixas públicas. Além disso, as divergências acumuladas entre Gabrielli e Dilma Rousseff, que não escondia de ninguém no Governo o plano de substi-
tuir o economista baiano pela engenheira química Graça Foster, dificultavam um acerto entre a estatal e o Planalto. Feita a mudança desejada por Dilma no comando da Petrobras, ficou mais fácil explorar o espaço aberto pela queda da inflação e a retração no nível de atividade da economia. “Isso reduziu o potencial multiplicador do reajuste, o temido ‘efeito gasolina’. Ainda mais que o Governo cortou a zero a alíquota da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico). A medida foi questionável pelos efeitos sobre o programa do álcool e o estímulo ao uso da gasolina, mais poluente do que o etanol e na qual o Brasil voltou a ser importador líquido, mas funcionou para conter o impacto inflacionário, ao menos até agora”, argumenta Adriano Pires. Pouco mais de uma semana depois do reajuste na gasolina, o Governo anunciou o mesmo para o óleo diesel. A cautela que cercava o anúncio é explicável pela estrutura logística do país, fortemente dependente (64%) do transporte rodoviário de cargas. O diesel, por isso, tem um forte impacto sobre os custos de movimentação de mercadorias, tanto nos alimentos quanto nos bens de consumo em geral. O percentual anunciado (6%) soa insuficiente para o apetite de potenciais investidores, mas sugere que o Governo voltou a se preocupar pelo menos com a situação de caixa da sua maior companhia. “No quadro atual, de virtual monopólio da Petrobras e uso do controle de preços para
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Capítulo 2
Ousadia é marca dos programas da Petrobras Desafio é cumprir cronograma, dadas as dimensões inéditas das iniciativas.
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obrar a oferta doméstica de óleo e gás natural em menos de dez anos, retomando investimentos em novas unidades de refino interrompidos há três décadas, são desafios para qualquer empresa no mundo. No caso da Petrobras, o componente adicional é a necessidade de equilibras os imperativos de lucro comuns às companhias abertas com o estímulo à produção local e ao surgimento de fornecedores brasileiros de padrão internacional, inerentes ao controle estatal. Esse desafio não chega a ser inédito para a Petrobras e a cadeira produtiva do setor, que com o auxílio de pesquisas acadêmicas de ponta conduziu o país à liderança na descoberta de petróleo em águas profundas e à autossuficiência volumétrica em petróleo bruto. A urgência imposta pelo governo federal, a cobrança de resultados pelos acionistas depois da maior capitalização da História (R$ 167 bilhões) e as dificuldades técnicas inerentes à exploração do pré-sal, contudo, elevam o desafio a níveis nunca antes experimentados. O recurso da estatal para superar esses obstáculos – mantido e submetido a controles mais rígidos pela gestão de Maria das Graças Foster – é o lançamento de programas focados nas principais necessidades da empresa. Os principais são: Prominp (Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural), que abriga o Plano
Nacional de Qualificação Profissional (PNQP); Progredir – programa de financiamento de fornecedores; Prorefam (Programa de Reforma e Modernização da Frota de Apoio Marítimo); EBN – programa de estímulo à criação de empresas brasileiras de navegação; Promef (Programa de Modernização e Expansão da Frota, gerido pela subsidiária Transpetro); Proef (Programa de Aumento da Eficiência Operacional da Bacia de Campos). Até o anúncio em novembro do Infralog, para melhorar a infraestrutura logística, e do Programa de Otimização de Custos, cujas metas virão a público em dezembro – mas já nos estudos preliminares identificou um potencial de economia de R$ 15 bilhões, o caçula da turma é o Proef, depois ampliado para gerir a Unidade de Operações-Rio (UO-Rio), passando a englobar 47% da oferta doméstica de petróleo. O foco do Proef é retomar os níveis históricos de produtividade e retorno, próximos a 90%, na Bacia de Campos, de onde saem 85% do petróleo no Brasil. No lançamento, a presidente da Petrobras reuniu o diretor de Exploração & Produção, os três gerentes executivos da área e 35 gerentes, para detalhar subprograma por subprograma. Na coletiva de anúncio do Proef, o novo diretor de Exploração da Petrobras, José Formigli, fez menção a um Programa de Gestão de Conteúdo Local, ainda sem data prevista, mas com a tarefa fundamental de pôr em dia o cronograma
de investimentos da estatal, ameaçado constantemente por atrasos no fornecimento. O investimento ultrapassa US$ 5,6 bilhões, para retomar os picos históricos de produtividade, da ordem de 90%. Durante a apresentação, na Base de Imbetiba, em Macaé, Graça Foster deixou claro o quanto à recuperação da produtividade é urgente para a nova direção: “Essa preocupação vem de muito tempo, quando eu ainda era diretora de Gás e Energia. Todos nós temos compromissos enormes. Todo o óleo produzido é um retorno aos nossos acionistas, aos investidores e a nossos controladores. Mas é, acima de tudo, um compromisso com o Brasil”. O Proef serviu para demonstrar que a presidente não teme o custo político e de imagem dos ajustes que considera necessários: parte do prejuízo do primeiro semestre, inédito desde 1999 na companhia, deveu-se ao impacto dos gastos com o fechamento de poços. No médio prazo, a expectativa da Petrobras e da maioria dos analistas de bancos de investimento, mesmo os mais críticos à companhia, é de que o abandono dos poços menos rentáveis e a abertura de novas frentes eleve o retorno médio, mas no curto prazo o efeito foi negativo.
Prominp Ao criar, em 2003, o Prominp (Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural), o governo federal teve a visão estratégica de começar a forRelatórios TN Petróleo
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Capítulo 3
Linha do tempo do petróleo no Brasil
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1932 – Monteiro Lobato e Edson Carvalho fundam a Companhia Petróleo Nacional. 1938 – Criação do Conselho Nacional do Petróleo. 1941 – Início da produção do primeiro campo comercial do Brasil, na cidade de Candeias (BA). 1950 – Os Estados Unidos produzem 51,9% do petróleo mundial. 1953 – Após 22 meses de debates na Câmara e no Senado, é criada a Petrobras. A Refinaria Landulpho Alves (Rlam) é incorporada ao patrimônio da Petrobras. 1957 – É criado o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás Natural (IBP). Descoberta de dois primeiros campos de petróleo pela Petrobras na Bacia de Sergipe/Alagoas – Tabuleiro dos Martins e Jequié. 1959 – Início da prospecção de petróleo em Sergipe. 1960 – Criação do Ministério de Minas e Energia e também da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). 1961 – Fundação da Refinaria de Duque de Caxias (Reduc), primeira a ser construída no Brasil. 1962 – A Petrobras dá início às atividades de distribuição de combustível. Governo institui o monopólio da importação de petróleo e derivados. Produção da Petrobras atinge 100 mil barris por dia. 1963 – Descoberta do campo de Carmópolis, com reserva de 324 milhões de barris, o maior campo terrestre no Brasil. 1965 – Criação do Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes), que iniciou as atividades no ano seguinte. Descoberta do Campo de Miranga (BA).
Foto: Agência Petrobras
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1966 – Inauguração da fábrica de Asfalto de Fortaleza, no Ceará, mais tarde denominada Lubrificantes e Derivados do Nordeste (Lubnor). 1967 – Criação da Petroquisa, para atuar na área de petroquímica. Petrobras prioriza a exploração na plataforma continental. 1968 – A primeira descoberta de petróleo no mar foi em Sergipe, no Campo de Guaricema, a 80 m de profundidade, o que confirmou a existência de petróleo na plataforma continental brasileira. Neste mesmo ano, entra em operação a primeira plataforma de perfuração de petróleo construída no Brasil, a P-1. Início dos levantamentos geofísicos na Bacia de Campos. 1969 – Descoberta de petróleo no Espírito Santo. 1971 – Aquisição da Refinaria Isaac Sabá (Reman), em Manaus. Criação da BR Distribuidora.
1972 – Início das operações do Complexo Petroquímico de São Paulo, primeiro polo petroquímico do Brasil. Criação da Petroquímica do Nordeste (Copene). Início das atividades da Usina Protótipo do Irati, em São Mateus do Sul, no Paraná, realizando pela primeira vez a extração de óleo do xisto. Criação da Braspetro, subsidiária internacional da Petrobras. 1973 – Descoberta do campo de Ubarama, no mar do Rio Grande do Norte. Entra em produção o campo de Guaricema e a Bacia do Espírito Santo. Formada a Agência Internacional de Energia (IEA), na França. Começo da produção comercial no Mar do Norte. 1974 – É descoberta a Bacia de Campos, situada na costa norte do estado do Rio de Janeiro, estendendo-se até o sul do Espírito Santo, com cerca de 100.000 m2. A Relatórios TN Petróleo
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Capítulo 4
Glossário
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Ilustração: Cortesia FMC
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Foto: Marco Antônio Teixeira/Agência Petrobras
Foto: GeraldoFalcão/Agência Petrobras
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Abandono de Áreas – Processo constituído do abandono de poços e da desativação das instalações na Área de concessão. PORTARIA ANP Nº 114, DE 25/07/2001 Abandono de Campo – Processo que compreende abandono de poços, desativação e alienação ou reversão de todas as instalações de produção. RESOLUÇÃO ANP Nº 27, DE 18/10/2006 Abandono de Poço – Série de operações destinadas a restaurar o isolamento entre os diferentes intervalos permeáveis podendo ser permanente, quando não houver interesse de retorno ao poço; ou temporário, quando por qualquer razão houver interesse de retorno ao poço. RESOLUÇÃO ANP Nº 27, DE 18/10/2006 Abastecimento Nacional de Combustíveis – Considerado de utilidade pública, abrange as seguintes atividades: I – produção, importação, exportação, refino, beneficiamento, tratamento, processamento, transporte, transferência, armazenagem, estocagem, distribuição, revenda, comercialização, avaliação de conformidade e certificação do petróleo, gás natural e seus derivados; II – produção, importação, exportação, armazenagem, estocagem, distribuição, revenda, comercialização, avaliação de conformidade e certificação do biodiesel; III – comercialização, distribuição, revenda e controle de qualidade de álcool etílico combustível. LEI Nº 9.847, DE 26/10/1999
Foto: Agência Petrobras
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Abegás – Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado. Sociedade Civil sem fins lucrativos, reúne, como associadas, as empresas concessionárias dos serviços de distribuição de gás canalizado dos vários estados da federação, acionistas e empresas participantes da indústria do gás no Brasil. Abendi – Associação Brasileira de Ensaios Não Destrutivos e Inspeção. Ex-Abende. Entidade sem fins lucrativos que visa difundir as técnicas de END e Inspeção no mercado nacional e internacional. Abraco – Associação Brasileira de Corrosão. Entidade sem fins lucrativos, tem como objetivo congregar profissionais que estejam diretamente voltados para o conhecimento e solução dos problemas de corrosão, assim como promover intercâmbio com entidades nacionais e internacionais. ABS – American Bureau of Shipping. Sociedade classificadora que atua no setor naval e offshore, plantas industriais, oleodutos, linhas férreas, construção civil, etc. Acidente – Qualquer evento
inesperado que cause danos ao meio ambiente ou à saúde humana, prejuízos materiais ao patrimônio próprio ou de terceiros, ocorrência de fatalidades ou ferimentos graves para o pessoal próprio ou para terceiros ou a interrupção das operações da Instalação por mais de 24 (vinte e quatro) horas. RESOLUÇÃO ANP Nº 43, DE 06/12/2007 (vide Regulamento Técnico do SGSO) Adequação ao Uso – Condições necessárias para que uma Instalação (ou equipamento) seja projetada, mantida, inspecionada, testada e operada de maneira apropriada para o requerido uso, desempenho, disponibilidade e efetividade. RESOLUÇÃO ANP Nº 43, DE 06/12/2007 (vide Regulamento Técnico do SGSO) Administrador do Plano – Empregado designado pelo gerente da instalação para atualização e manutenção do Plano de Controle de Emergência (PR). Aframax – Navio petroleiro para transporte de óleo cru. A capacidade de carregamento está na faixa de 80 mil a 120 mil toneladas de porte bruto (TPB). O nome é baseado na
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Financiamentos do BNDES para projetos de infraestrutura no exterior foram destaque em 2012 O destaque, em 2012, tem sido o apoio às exportações vinculadas a projetos de infraestrutura no exterior. “Ao longo dos últimos anos, temos desenvolvido uma carteira de projetos e isso vai se refletindo em desembolsos bastante robustos. Devemos terminar o ano com mais ou menos US$ 1,5 bilhão, ou o correspondente a R$ 3 bilhões, nesse segmento. Talvez seja, individualmente, o que mais se destaca”, informou. As operações estão concentradas em projetos de infraestrutura na América Latina e na África, entre os quais obras de hidrelétricas, aquedutos, gasodutos, operações de transporte, metrôs, rodovias, ferrovias, parques eólicos. “É um conjunto bastante diversificado”. Nos últimos três ou quatro anos, a participação média anual do comércio exterior nos desembolsos totais do banco tem ficado entre 10% e 15% por ano, revelou Luciene Machado. Ela lembrou que há dez anos, quando o banco não tinha tantas atribuições como atualmente - quando participa, inclusive, da política industrial do governo federal - o apoio à exportação chegou a responder por 20% a 25% do total liberado. Para a superintendente, a participação da área de comércio exterior nos desembolsos do banco no próximo ano não deve aumentar. “É uma coisa que não deve acontecer, porque existem todas essas outras atividades a desempenhar”. Outro fator que deve contribuir para isso é a manutenção do cenário externo adverso, que mostra ainda elevadas oscilações e incertezas, disse.
Foto: Divulgação Radar
Agência Brasil – 02/01/2013
“É por isso que a gente, de alguma forma, comemora ter podido manter os desembolsos e, portanto, sustentado as exportações em níveis mais ou menos equivalentes aos do ano passado. Porque as incertezas são de fato maiores e isso faz, além de tudo, que a concorrência externa se acirre, que países desenvolvidos lancem outros mecanismos”. A expectativa, segundo ela, é de que em 2012 as liberações de recursos para apoio às exportações fiquem estáveis em comparação a 2011. Para 2013, a projeção ainda é de cenário difícil, com crescimento pequeno em relação a este ano ou estabilidade em termos de valores em dólar, para “expurgar o efeito da taxa de câmbio nos desembolsos”. Em termos de percentual nos desembolsos, Luciene trabalha com a perspectiva de manutenção do nível atual, entre 10% e 15%. O desembolso anual do banco está previsto em R$ 150 bilhões este ano. Exportações de projetos na área de infraestrutura e de bens de capital (equipamentos e máquinas para a indústria) devem concentrar boa parte da atenção
do BNDES no ano que vem, confirmou Luciene. “Há uma vertente muito forte, porque o conjunto de projetos que temos hoje no portfólio é bastante representativo. Vamos ver desembolsos de operações já contratadas, que são bastante expressivas”. A previsão é elevar, no próximo ano, a fatia de R$ 3 bilhões esperada para 2012, nesse segmento. Dentro da pauta de exportação brasileira financiada pelo banco, os projetos de infraestrutura e material de transporte são os setores de competitividade destacada, principalmente na América Latina e na África. Os principais produtos exportados com suporte financeiro do BNDES são ônibus, caminhões, aviões, máquinas rodoviárias, maquinário agrícola, equipamentos de geração e transmissão de eletricidade, carros de metrô. Luciene destacou também que as construtoras brasileiras têm alcançado sucesso com suas estratégias de internacionalização na América Latina principalmente, atuando não só como exportadoras mas como investidoras. “Isso estamos vendo pela capacidade delas de conseguir
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