opinião Revista Brasileira de TECNOLOGIA e NEGÓCIOS de Petróleo, Gás, Petroquímica, Química Fina e Biocombustíveis
Petróleo e gás: sobram vagas, faltam profissionais capacitados, de Bernardo Moreira,
Ano XII • nov/dez 2011 • Número 80 • www.tnpetroleo.com.br
sócio de auditoria da área de Petróleo e Gás da KPMG no Brasil.
Alerta no setor de petróleo e gás HRT: um ano de IPO Coberturas: Rio Pipeline, OTC Brasil, Vitória Oil & Gas, Sustentável 2011
ESPECIAL: REVESTIMENTO DE DUTOS
Uma camada
de tecnologia pura Entrevista exclusiva
José Augusto Fernandes, CEO da Queiroz Galvão Exploração e Produção (QGEP) A nova cláusula arbitral proposta pela ANP, por André Osório Gondinho e Renata de Freitas Carvalho Montagem do Gasoduto Gastal no túnel da Serra do Mar, por Conrado Serodio, José Guido de Oliveira e Francisco Chagas de Medeiros O pré-sal e as novas perspectivas do licenciamento ambiental, por Fábio Medina Osório e José Mauro de Lima O’ de Almeida O petróleo e a ilusão do golpe de sorte, por Fabricio Dantas Leite Tributação pelo ISS nas atividades de E&P de hidrocarbonetos, por Maria de Fátima Caldas Guimarães O conteúdo local e a indústria nacional de bens e serviços, por Flavia Maya Geração Y: pense na carreira em longo prazo, por Jorge Martins Estratégias contratuais em operações de fusão e aquisição, por André de Almeida
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The 20th World Petroleum Congress 4-8 December 2011, Doha, Qatar www.20wpc.com
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VAMOS CONSTRUIR UM NOVO FUTURO ENERGÉTICO. VAMOS JUNTOS. Há 98 anos, a Shell investe no Brasil. E, cada vez mais, acredita em um novo consumidor mais consciente e responsável em relação à energia. A Shell foi a primeira empresa privada a produzir petróleo na Bacia de Campos. Desde 1998, investimos mais de 6 bilhões de Reais em projetos de Exploração e Produção no país, que se afirma como uma área estratégica para o Grupo Shell. Recentemente confirmamos os investimentos para a segunda fase de produção do Parque das Conchas e, nos próximos dois anos, a companhia prevê a perfuração de sete a dez poços no país. Além disso, este ano iniciaremos a fase de exploração nos cinco blocos em terra na Bacia de São Francisco. Nossa caminhada rumo a um novo futuro energético já começou. Vamos juntos. www.shell.com.br/vamosjuntos
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sumário
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edição nº 80 nov/dez 2011
Entrevista exclusiva
entrevista exclusiva
Negócios
José Augusto Fernandes, CEo da Queiroz Galvão Exploração e Produção (QGEP)
em alta
o NEGóCIo DE ExPLoração E ProDução vEIo ComPLEmENTar as aTIvIDaDEs Já DEsENvoLvIDas PELo GruPo Na árEa DE óLEo E Gás (CoNsTrução E sErvIços DE PErFuração) DaNDo maIor aBraNGêNCIa a EsTE sEGmENTo.
por Maria Fernanda Romero
Já em seu primeiro ano de existência, o braço de exploração e produção do Grupo Queiroz Galvão é considerado a quarta maior companhia, frente a todas as empresas do setor de E&P no Brasil em termos de produção diária em barris equivalentes de petróleo.
TN Petróleo – o Grupo Queiroz Galvão completa 58 anos este ano. Qual a importância do negócio que é o único de capital aberto do grupo? José Fernandes – o negócio de exploração e produção veio complementar as atividades já desenvolvidas pelo grupo na área de óleo e gás (construção e serviços de perfuração) dando maior abrangência a este segmento. a abertura de capital da QGEP foi uma consequência natural do seu crescimento e foi estratégica para a alavancagem de capital para o seu desenvolvimento. Em julho, a QGEP anunciou a compra da fatia da Shell na exploração do bloco BM-S-8, na Bacia de Santos. Qual a importância desse farm in para os negócios da empresa? 14
Há planos de novas aquisições por meio de farm in? a QGEP está sempre atenta às oportunidades do mercado. a aquisição da fatia da shell no bloco Bms-8 é importante porque reafirma o compromisso de ampliar e diversificar nosso portfólio, assumido com o mercado. Com esta aquisição, a QGEP passa a figurar no seleto grupo de empresas que possuem assets do pré-sal brasileiro. Em que pé estão as atividades no bloco BMS-12, também na Bacia de Santos, onde a empresa tem 30% e o bloco é operado pela Petrobras? Quantos poços já foram perfurados e quantos ainda serão, no total? Quantos prospectos serão testados? Quais as expectativas da empresa em relação a esse ativo? Quanto ainda falta para se atingir a profundidade final do poço, estimada em 6.400 metros? a atividade exploratória no Bloco Bm-s-12 continua como planejada. a perfuração neste bloco foi iniciada em julho de 2011 com a sonda Lone star. o poço Ilha do macuco (3-sCs-15) visa provar a extensão das descobertas realizadas pelo poço Ilha Bela (1-sCs13) em 2008 nos prospectos santos#1 (arenito do oligoceno) e santos#2
Negócios em alta
(arenito do cenomaniano / albiano), bem como testar os prospectos de santos#3 (carbonato do albiano) e santos#4 (carbonato do pré-sal). após a conclusão da primeira etapa da perfuração, quando a profundidade de 2.200 m foi atingida, a sonda Lone star foi substituída pela sonda ocean Baroness, que concluirá a perfuração como previsto inicialmente. a profundidade final de 6.400 m deverá ser atingida em três ou quatro meses. os testes de avaliação serão realizados ao final da perfuração, incluindo o prospecto santos#4, que apresenta um alto potencial em reservatórios do pré-sal. E no bloco BS-4, também na Bacia de Santos, onde a QGEP é operadora? O que pode ressaltar desta exploração e qual a importância deste bloco, onde a companhia já possui duas descobertas? a QGEP anunciou no dia 20 de setembro de 2011 que adquiriu 30% de participação no Bloco Bs-4 localizado na Bacia de santos, como já foi dito. a área engloba os campos de óleo de atlanta e oliva, que somam, de acordo com os Planos de Desenvolvimento aprovados pela agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (aNP), volumes superiores a 2,1 bi-
Foto: Divulgação
Em rEsPosTa ao incremento contínuo de suas atividades no setor, a empresa tem colhido bons resultados operacionais, tanto onshore quanto offshore. E pretende intensificar ainda mais sua atuação em E&P, aproveitando as oportunidades do mercado brasileiro de óleo e gás, extremamente aquecido. Quem garante isso é José augusto Fernandes, CEo da Queiroz Galvão Exploração e Produção (QGEP).
com José Augusto Fernandes, CEO da Queiroz Galvão Exploração e Produção (QGEP)
lhões de barris de óleo in situ. o Bloco está localizado a 185 km da costa em área de alta prospectividade do pré-sal da Bacia de santos, próximo ao Campo de Libra, potencialmente um dos maiores dessa região. a transferência dos direitos de participação no bloco está sujeita à aprovação da aNP. a QGEP será a operadora do Blo-
co Bs-4, exercendo deste modo sua qualificação de operadora de águas profundas. Em agosto deste ano houve o fechamento temporário para manutenção de poços de produção de gás no Campo de Manati, na Bacia de Camamu, onde a QGEP tem 45% de participação.
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Especial: revestimento de dutos Foto: Bia cardoso
especial: revestimento de dutos
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Foto: consórcio Quip, Roberto Rosa
Foto: Estaleiro mauá
por maria Fernanda Romero
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a inovação e a busca contínua de soluções que assegurem a integridade de dutos e tubulações – utilizados desde a perfuração de poços até o transporte de derivados de petróleo – vêm mobilizando as empresas fornecedoras de bens e serviços. E elas têm investido pesado não apenas em novos materiais e processos na confecção desses equipamentos, como também em revestimentos que garantam maior longevidade e segurança à cadeia produtiva de óleo e gás. Não somente para atender às demandas e exigências dos próprios operadores de dutos, mas também para garantir uma operação mais segura e de menor impacto socioambiental.
O
s investimentos em pesquisa e desenvolvimento na área de revestimento de dutos no setor de petróleo e gás, tanto onshore como offshore, vêm se mostrando tão essenciais para essa indústria quanto a própria atividade de exploração e produção de hidrocarbonetos. Isso porque tais tubulações ou dutos estão presentes em praticamente toda a cadeia produtiva da E&P, desde a perfuração de poços e o escoamento do óleo e gás produzidos no mar ou em terra firme ao transporte de derivados de petróleo que serão entregues ao consumidor final.
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Relatório Ernst & Young Foto: Banco de Imagens Keystone e Agência Petrobras
AlertA
Um latente descompasso entre o crescimento da demanda e a incorporação de novas reservas fará com que os preços do petróleo e do etanol no mundo subam, respectivamente, 43,1% e 125,9% até o final da década. No Brasil, no entanto, as altas médias serão menores, alcançando 18,7% e 7% até 2020.
M
esmo o país não sendo tão afetado por esse movimento, os preços em trajetória ascendente serão um fator limitante para o desenvolvimento de praticamente todas as economias, traduzindo-se em um hiato de 0,52 ponto percentual em relação ao crescimento potencial do PIB mundial a cada ano, até o final da década. Estas são algumas das conclusões do estudo inédito “Brasil Sustentável – Perspectivas dos mercados de petróleo, etanol e gás”, desenvolvido pela Ernst & Young Terco em parceria com a FGV Projetos, e que marca o lançamento do Centro de Inteligência de Petróleo e Gás da empresa no país e contará com mais de cem profissionais com foco nessa indústria. “Trata-se de um extenso estudo que projeta diversos cenários, no Brasil e no mundo, para a oferta, o preço e a demanda por petróleo, gás e etanol, até 2020, e as consequências advindas desse panorama para o desenvolvimento econômico. O setor de petróleo, etanol e gás é estratégico e essencial para o crescimento do país, por isso, entendê-lo melhor ajudará na própria formulação de políticas públicas”, afirma Elizabeth Ramos, sócia para o setor de petróleo e gás da Ernst & Young Terco. O estudo foi baseado em um modelo computacional dos mercados de energia e suas interações. Ele possibilita projetar os movimentos de preços no longo prazo a partir do comportamento de um conjunto de drivers ou condicionantes físicos, econômicos, tecnológicos e político-institucionais da oferta e da demanda. Com base nesse modelo, é possível ainda identificar os condicionantes mais relevantes para cada mercado.
A análise dos resultados desse modelo permite concluir que, durante a presente década, o cenário global será marcado por uma demanda crescente, movimentos incipientes e insuficientes de substituição e eficiência energética, um crescimento econômico ainda dependente do petróleo e uma expansão de oferta incerta e concentrada no período pós-2015. “Esses fatores farão com que o preço do petróleo passe a subir já a partir de 2011. De 2017 em diante, o movimento começa a arrefecer com a entrada gradativa em operação de novas reservas e com medidas de substituição e eficiência energética começando a surtir efeito”, analisa Fernando Blumenschein, coordenador da FGV Projetos. No Brasil, o reflexo dessa realidade de preços em alta dependerá da disposição política em transmiti-la ao consumidor final. Por aqui, antes de 2015, de acordo com o Brasil Sustentável, não deve haver aumentos sistemáticos de preço – inclusive, este pode não se alterar durante todo o período analisado. “O estudo mostra que o fato de a Petrobras exercer um controle sobre os preços da gasolina e do etanol praticados diretamente ao consumidor faz com que o Brasil usufrua de uma condição
privilegiada em relação ao resto do mundo, no que diz respeito ao impacto do setor de combustível sobre o desempenho do PIB nacional e no controle de preços”, avalia Elizabeth. No entanto, acredita-se que, mais cedo ou mais tarde, será necessária uma transição para um regime em que os preços no Brasil acompanhem mais de perto os do mercado internacional. Caso isso de fato aconteça, em 2020, o preço médio da gasolina no Brasil pode alcançar R$ 3,53/ litro, representando um acréscimo de até 41% em relação ao valor cobrado hoje. De acordo com o levantamento, a produção aumentará, principalmente, graças a novas fronteiras petrolíferas, como o pré-sal brasileiro, que deve representar, até 2020, uma expansão de 77% da oferta atual de petróleo do país. São essas novas reservas do Brasil – somadas àquelas que entrarão em operação em outras regiões do mundo – que ajudarão a compensar a exaustão de reservas de diversas áreas produtoras. Mas a crescente indisponibilidade de “oferta barata” de derivados de petróleo limitará o crescimento de alguns países – e de forma desigual. “Porém, no geral, todos serão afetados. Nos EUA, por exemplo, nosso estudo apontou que o crescimento econômico será limitado, na mediana, em 0,61 ponto percentual por ano. Já no Brasil, esse hiato deverá ser um pouco menor, de 0,42 ponto percentual ao ano”, comenta a sócia da Ernst & Young Terco. No quesito consumo, a expansão nesta década ocorrerá nos países emergentes. O Brasil terá um aumento de 29% em sua demanda, passando a representar 4% do consumo mundial ao final de 2020. Projeta-se que, até lá, o país será responsável por 5% da
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Fotos e ilustrações: divulgação HRT
uM anO dE IPO
Em outubro deste ano, a brasileira HRT comemorou um ano do seu IPO (Oferta Pública Inicial, do inglês Initial Public Offering) e anunciou que reduziu, por força da crise financeira global, de 31 para 19 o número de poços de petróleo a serem perfurados em 2012.
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panhia planeja fazer aportes da ordem de 750 milhões de dólares, o valor deve ser o mesmo para 2013. Segundo o executivo, os fornecedores da HRT preferem vender pouco, mas por muito tempo. A empresa completou no dia 25 de outubro um ano do IPO e, inovando, promoveu no dia anterior na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), um curso sobre geologia do petróleo para ana-
por Maria Fernanda Romero
listas e jornalistas. Na ocasião, a companhia também apresentou um overview, com seus principais resultados durante seu primeiro ano de operações. O CEO da HRT informou que a empresa quer participar do leilão A-5, em dezembro, como fornecedora de gás natural para uma termelétrica a ser instalada próximo à descoberta da Bacia do Solimões (AM).
Marcio explicou que o acordo com a TNK é importante no caso de atraso na produção de gás na Bacia do Solimões, para que a empresa não sofra punições pela falta do energético. “Esperamos apresentar no início do ano que vem o plano de avaliação e desenvolvimento da descoberta da Bacia do Solimões, mas adianto que em três anos, esperamos estar produzindo até 10 milhões de m3/ dia na região”, concluiu. Sobre o acordo de compra da participação da Petra nos campos da Bacia do Solimões pela TNK, ele disse que deve ser fechado em breve, viabilizando assim a garantia de fornecimento para a HRT. Marcio acrescentou que, no momento, a HRT está conversando com empresas interessadas em comprar o gás deles e que a ideia é construir uma planta de fertilizantes próximo à descoberta. “Os dutos para escoamento do gás seriam construídos pela própria dona da planta de
aquisição russa A venda de 45% dos direitos de concessão sobre 21 blocos localizados na Bacia do Solimões à companhia anglo-russa TNK-BP, foi acertada em outubro e envolve uma área de cerca de 48.500 km2, negociado a US$ 1 bilhão. Assim que a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) aprovar a cessão de direitos de concessão da Petra Energia para a HRT, a empresa efetuará a transferência e receberá o valor ao longo de dois anos. “Somaremos a experiência de ambas para melhor desenvolver nossas áreas”, disse o CEO da HRT, Marcio Mello. A brasileira permanecerá como operadora dos blocos e terá ainda direito a pagamentos adicionais pela
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HRT
HRT
“EsTaMOs aPEnas com um ‘pé no freio’ para proteger nossos negócios, mas conseguimos renegociar contratos com parceiros e fornecedores dispostos a não perder negócio e geramos assim uma economia de cerca de 250 milhões de dólares”, afirmou o CEO da petroleira, Márcio Rocha Mello. Os investimentos da HRT previstos para o ano, no entanto, não foram reduzidos e, em 2012, a com-
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estudo
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Em virtude do envelhecimento natural dos dutos e, principalmente, do desgaste e danos inerentes à própria atividade, esses equipamentos demandam, mais além do contínuo monitoramento e inspeção da malha, serviços permanentes de manutenção e reabilitação da malha. Assim, tubulações e malhas de dutos, feitos de aços especiais e materiais que tenham alta resistência e, portanto, mais seguros, ganham uma camada protetora de tecnologia pura, das mais simples aplicações aos mais sofisticados processo, tudo isso para garantir a integridade dos mesmos e a confiabilidades das operações.
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no setor de petróleo e gás
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Essa parada prejudicou a exploração na região baiana? Qual a perspectiva de vida útil de Manati? o atraso no retorno da capacidade total está relacionado à logística necessária para a manutenção e, de acordo com o cronograma mais atualizado da operadora, a Petrobras, o Campo de manati deverá retornar à
fertilizantes ou da termelétrica. Daí elas mesmas terão de buscar alternativas para escoar o gás produzido pela HRT”, comentou, não fornecendo o nome dos players interessados. Sobre a notícia de que a Petrobras não estaria interessada em compartilhar o gasoduto que possui na Bacia do Solimões com a HRT, Marcio esclareceu: “Não solicitamos à Petrobras a utilização do gasoduto Urucu-Manaus para escoamento do energético. Não temos nenhuma conversa com a Petrobras nesse sentido. Não entendo a declaração de executivo da empresa dizendo
que não podemos usar o duto deles. A interpretação que tenho disso é que o duto está saturado”, ressaltou. O plano da HRT inclui nove sondas em 2012, sendo uma de workover para intervenções nos poços e per furação de poços rasos e mais oito com capacidade de perfuração de 4.000 m. Além disso, para exploração na Bacia do Solimões, a empresa contratou quatro sondas com a ATI-HH, que serão construídas na China e chegarão a Manaus em maio de 2012. As sondas têm capacidade de perfuração de 4.000 m.
TNK-Brasil, que incluem o reembolso de custos passados e pagamentos futuros (earn-out), US$ 0,73/bbl para cada barril acima de 500 milhões de boe do total de reservas 2P, podendo atingir US$ 5 bilhões, por um período de dez anos a contar da aprovação da transferência pela ANP. Para o vice-presidente de upstream (exploração e transporte de petróleo) da TNK, Alexander Dodds, o acordo com HRT ajuda a expansão global da companhia, que tem produção de 17 mil barris no Vietnã e parceria com a estatal PDVSA na Venezuela para o desenvolvimento de diversos blocos. De acordo com Dodds, faz parte da meta da empresa continuar aumentando sua produção nos próximos anos, especialmente na área de gás. “Temos um parque na Rússia para produzir um milhão de barris em 2020, e estamos em busca de
tecnologias para desenvolver este parque”. O executivo afirmou que o objetivo é fazer com que o gás represente 20% do Ebitda da empresa em 2020. A TNK-Brasil terá a opção de adquirir 10% adicionais dos direitos de concessão da HRT nos blocos do Solimões (call), que será precificada com base nos valores de recursos e reservas. Não havendo o exercício da call, a HRT terá o direito de venda dos mesmos 10% para a TNK-Brasil, em termos similares. “Na falta de novos leilões de áreas de exploração de petróleo no Brasil, investidores interessados em atuar no país passaram a se associar a concessionárias que já possuem direitos exploratórios, a exemplo desta aquisição”, afirmou o diretor da ANP, Helder Queiroz, informando que a reguladora está analisando “muitas outras operações deste tipo”. TN Petróleo 80
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Fotos: ricardo almeida
Cobertura OTC Brasil 2011
Ela vEiO pra fiCar
OTC Brasil 2011
por Karolyna Gomes, Maria fernanda romero e rodrigo Miguez
Com um público especializado de mais de dez mil pessoas, a primeira edição brasileira da Offshore Technology Conference supera expectativas e leva organizadores a confirmarem novas edições a cada dois anos. Além do programa técnico, a OTC Brasil 2011 promoveu uma exposição de empresas da comunidade global offshore que apresentaram novidades e soluções tecnológicas para o setor. 54
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primeira edição da OTC Brasil superou a expectativa dos organizado res, recebendo mais de dez mil visitantes em três dias de evento. Entre os destaques da programação da OTC Brasil estiveram as sessões técnicas que abordaram questões relevantes da exploração offshore, como soluções inovadoras para acelerar o desenvolvimento de campos de petróleo, a questão da garantia de escoamento, os desafios da exploração de reservatórios car-
bonáticos, engenharia de poço, entre outros temas relevantes para essa indústria. A conferência contou com o apoio de três organizações nacionais: a Associação Brasileira de Engenharia Química (Abeq), a Associação Brasileira de Geólogos de Petróleo (ABGP) e a Sociedade Brasileira de Geofísicos (SBGF). O evento também recebeu o apoio da Rio Negócios, da Rio Business Agency, e contou com palestrantes da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e do escritório de Comercio Exterior do Ministério do
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Desenvolvimento, Indústria e o Departamento do Comércio dos Estados Unidos. Mais de 400 empresas, de 23 países, participaram do evento, distribuídas em estandes instalados em dois pavilhões do Riocentro, nos quais apresentaram as mais modernas soluções em produtos e serviços de explo ração e produção offshore. Do total de expositores, 90 eram empresas brasileiras, demonstrando a competitividade da indústria local em um mercado que atrai cada vez mais players de todo o mundo.
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59 Tecnologia em exposição 66 A sinergia do X 69 Universidades e indústria reforçam parcerias
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artigos 100 A nova cláusula arbitral proposta pela ANP, por
André Osório Gondinho
e Renata de Freitas Carvalho
102 Montagem do Gasoduto Gastal no túnel da Serra do Mar, por Conrado Serodio, José Guido de Oliveira e Francisco Chagas de Medeiros
110 O pré-sal e as novas perspectivas do licenciamento ambiental, por Fábio Medina Osório e José Mauro de Lima O’ de Almeida 114 O petróleo e a ilusão do golpe de sorte, por Fabricio Dantas Leite 118 Tributação pelo ISS nas atividades de E&P de hidrocarbonetos, por Maria de Fátima Caldas Guimarães
120 O conteúdo local e a indústria nacional de bens e serviços, por Flavia Maya
123 Geração Y: pense na carreira em longo prazo, por Jorge Martins 124 Estratégias contratuais em operações de fusão e aquisição, por André de Almeida
seções 5 editorial 6 hot news 10 indicadores 34 eventos 76 perfil profissional 79 caderno de sustentabilidade
92 pessoas 94 produtos e serviços 126 fino gosto 128 coffee break 130 feiras e congressos 131 opinião
CONSELHO EDITORIAL Affonso Vianna Junior Alexandre Castanhola Gurgel André Gustavo Garcia Goulart Antonio Ricardo Pimentel de Oliveira Bruno Musso Colin Foster David Zylbersztajn Eduardo Mezzalira Eraldo Montenegro Flávio Franceschetti Francisco Sedeño Gary A. Logsdon Geor Thomas Erhart Gilberto Israel Ivan Leão Jean-Paul Terra Prates João Carlos S. Pacheco João Luiz de Deus Fernandes José Fantine Josué Rocha Luiz B. Rêgo Luiz Eduardo Braga Xavier Marcelo Costa Márcio Giannini Márcio Rocha Melo Marcius Ferrari Marco Aurélio Latgé Maria das Graças Silva Mário Jorge C. dos Santos Maurício B. Figueiredo Nathan Medeiros Paulo Buarque Guimarães Roberto Alfradique V. de Macedo Roberto Fainstein Ronaldo J. Alves Ronaldo Schubert Sampaio Rubens Langer Samuel Barbosa
Ano XII • Número 80 • nov/dez 2011 Fotos: Agência Petrobras e Ricardo Almeida
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FUTURO
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TN Petr贸leo 80 Universidade Federal Fluminense
editorial
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setor de óleo e gás no país vive um paradoxo. Passa hoje pelo mais auspicioso período de sua história, com altos investimentos (inclusive de investidores externos), perspectivas de dobrar a produção e o volume de reservas nessa década, alto índice de inovação e incorporação de tecnologias, um parque de refino e petroquímico em expansão, além de ter alavancado a indústria nacional e contribuído, significativamente para o avanço da economia do país. Mas, ao mesmo tempo, vive o maior impasse desde a quebra do monopólio da exploração e produção de petróleo e gás no país, há pouco mais de uma década. A começar pela indefinição em torno da próxima rodada de licitação de áreas exploratórias, que não é realizada desde 2008 pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). A descoberta dos enormes reservatórios abaixo da camada do pré-sal, que acirrou o interesse de companhias do mundo inteiro por blocos localizados em uma faixa de 800 km da costa brasileira, fez o Governo e o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) adiarem novas licitações. Essa indefinição, que se arrastou por dois, enquanto o Congresso discutia a questão do regime de partilha e a cessão onerosa, dava sinais de que teria fim após a aprovação dessas novas regras. No entanto, uma vez aprovada a mudança na legislação, o potencial de reservas e de produção – que vai gerar um volume de royalties que o país jamais viu – acirrou novamente os interesses. Dessa vez de grande parte de estados brasileiros, pois eles não seriam beneficiados por tais riquezas, uma vez que a camada do pré-sal se estende do litoral norte de Santa Catarina até o sul capixaba,
abrangendo três bacias (Santos, Campos e Espírito Santo). Assim, a aprovação de novo Projeto de Lei que altera a distribuição dos royalties, reduzindo a participação da União nesse valioso bolo, que será ‘fatiado’ agora por todos os estados da federação, produtores e não produtores, cria novo impasse. O risco de que essa questão seja levada ao Supremo Tribunal Federal (STF), coloca por terra as expectativas de realização da 11ª rodada de licitação de blocos exploratórios, assim como o primeiro leilão do pré-sal. Autoridades do setor de energia já afirmaram que os dois serão realizados no próximo ano, de qualquer forma. Mas muitos acreditam que as áreas próximas ao do pré-sal continuarão seguras nas mãos da ANP enquanto não houver consenso em trono da distribuição dos royalties. E que as demais áreas não atrairão os recursos das companhias que vêm investindo no país, acreditando no marco regulatório brasileiro que vigora há mais de uma década. Enquanto legisladores e governantes, em todas as esferas, não encontram uma solução satisfatória para todos – o que parece cada vez mais difícil, pois ninguém quer abrir mão dos royalties – o país sai perdendo com as incertezas que marcam um dos mais importantes setores da economia brasileira. Todos podem sair perdendo. Alguns já sofreram o primeiro golpe: as instituições de pesquisa e universidades, sempre aquinhoadas com parte dessas riquezas para alavancar a P&D ficaram de lado no novo Projeto de Lei. E o que se teme é que a partilha de riquezas, em meio a tantos interesses, acabe atropelando o desenvolvimento sustentável do país... nosso sonho há décadas.
Benício Biz Diretor executivo da TN Petróleo
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hot news
Caterpillar inaugura unidade industrial no Paraná
A nova unidade começará suas operações recebendo as linhas de produção da retroescavadeira 416E e da carregadeira 924H, equipamentos até então fabricados em Piracicaba (SP) e que integram a família da Divisão de Produtos de Construção Leve da Caterpillar. Os investimentos na planta, que passou por reforma e ampliação, totalizam R$ 170 milhões e, o número de empregos diretos gerados, 260 atualmente, deve subir para mil até a fábrica atingir plena capacidade produtiva em 2013. Segundo o presidente da Caterpillar, Luiz Carlos Calil, a decisão da empresa em investir na implantação de uma nova unidade é resultado do plano de expansão dos negócios da fábrica, da economia estável do país e da perspectiva de continuidade da crescente demanda por obras de infraestrutura no país. Destaca ainda que a posição geográfica de Campo Largo, no corredor de exportação para o Mercosul, também foi importante no momento da escolha do local. “Esta nova fábrica produzirá retroescavadeiras e carregadeiras de rodas de pequeno porte para o mercado doméstico e também para exportação, com foco destacado na América Latina, um mercado que apresenta forte demanda para estes equipamentos. Somos hoje líder no mercado interno e a 19ª maior exportadora brasileira.
Foto: Divulgação
A Caterpillar Brasil inaugurou em outubro sua nova unidade industrial no país, em Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba (PR). O projeto para a instalação da Caterpillar na cidade teve início em setembro do ano passado com a aquisição de uma antiga fábrica desativada em 2001.
Mary Bell, vice-presidente da Caterpilllar; Luiz Carlos Calil, presidente da Caterpillar Brasil; Beto Richa, governador do Paraná; Chris Schena, vice-presidente da Caterpillar e o prefeito de Campo Largo, Edson Basso
Portanto, Campo Largo se configura, naturalmente, como um bom lugar para a Caterpillar reforçar esta posição e buscar objetivos mais ainda ousados” destaca Calil. Para o prefeito de Campo Largo, Edson Basso, a inauguração da Caterpillar representa o bom momento de crescimento e desenvolvimento do município. “É uma empresa sólida, que veio para ficar, agora queremos investir também em pequenas e médias empresas, que possam atender às demandas das grandes”, disse. Segundo ele, a cidade tem boa infraestrutura e investe na formação de mão de obra qualificada. “Campo Largo está atraindo várias empresas e nós estamos preparados para isso”, afirmou.
Basso lembra que nos últimos anos a ascensão de Campo Largo passou a ser destaque no cenário paranaense: “Recebemos grandes investimentos, grandes indústrias e realizamos muitas parcerias em diversas áreas. A Caterpillar faz parte dessas conquistas e, no próximo ano – quando a sua produção será plena –, vamos colher ótimos frutos, sem falar na grande quantidade de empregos gerados para os campo-larguenses”, ressaltou. Com 57 anos de atividades no país, a Caterpillar tem sede em Piracicaba, interior de São Paulo, e é considerada uma das mais importantes bases de exportação para mais de 120 países. Ademais, a empresa é a 20ª maior exportadora do país.
Programa Progredir: 148 empréstimos, totalizando R$ 719 milhões Desde o lançamento, em junho deste ano, o Programa Progredir já viabilizou a realização de 148 operações de financiamento, em todo o país, com volume de cerca de R$ 719 milhões. Desse total, R$ 136 milhões referem-se às 43 operações concretizadas com empresas paulistas. “Somente nos últimos 60 dias foram fechados 85 financiamentos em todo o território
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nacional”, ressaltou a consultora do Programa, Maria Gibbon, em seminário realizado em São Paulo. Em sua apresentação, Maria Gibbon explicou que o Progredir visa viabilizar, de forma ágil e padronizada, a oferta de crédito a custo reduzido para todas as empresas que integram a cadeia de fornecedores da Petrobras. O programa faz parte das ações estratégicas previs-
tas pelo Plano de Negócios 2011-2015 da estatal para o fortalecimento e ampliação de sua cadeia produtiva e foi desenvolvido em parceria com os seis maiores bancos de varejo do país (Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Itaú, HSBC e Santander) e com o Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp).
Veolia Water Brasil inaugura, em 2012, laboratório em Cotia (SP) Divisão de água da multinacional francesa Veolia Environnement, a Veolia Water Brasil está instalando em sua planta de Cotia (SP) um laboratório de apoio às suas operações e serviços. Com toda a estrutura física pronta, a unidade deverá estar em pleno funcionamento no início de 2012. O laboratório terá múltiplos usos, tanto no apoio aos contratos de operação e suporte às unidades móveis, como na análise de água e efluentes, testes de tratabilidade de efluentes (com pilotos de bancada de ultrafiltração) e osmose reversa. Será responsável também pelo controle de qualidade da planta de SDI (Serviço de Deionização Integral) da empresa, em Cotia. Também serão oferecidos serviços laboratoriais para autópsia de membranas de osmose reversa, com a determinação dos depósitos orgânicos e inorgânicos e análises BSW (Basic Sediments and Water) para determinação de teores de óleo, água e sólidos em amostras de borras oleosas. “Com a autópsia de membranas poderemos fazer as melhores recomendações de adequação do pré-
-tratamento, bem como a indicação dos melhores produtos químicos”, explica Francisco Faus, diretor de soluções da Veolia Water Brasil. “Todos os procedimentos desse serviço estão de acordo com os mesmos executados pelo centro de pesquisas da Veolia na França, onde nossos técnicos foram treinados.” “Já a análise BSW é importante para o serviço de recuperação de borras oleosas que estamos começando a oferecer para a indústria petroquímica”, explica Faus. O laboratório vai servir ainda de showroom dos purificadores de água da Veolia, marca Elga, que estarão em exposição no local, em funcionamento. “Também testaremos os equipamentos Elga antes de serem enviados ao cliente”, destaca o executivo, concluindo: “O novo laboratório está em sintonia com a nossa estratégia SVR de oferecer ao mercado, serviço, valor e responsabilidade.”
Prominp: indústria do petróleo vai precisar de 212 mil trabalhadores até 2014 A indústria do petróleo e gás deve contratar, pelo menos, 212 mil trabalhadores nos próximos três anos. A estimativa é do consultor da coordenação do Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp), Marco Antonio Ferreira. Ferreira participou no dia 1º de novembro de um debate sobre o pré-sal na sede da Federação das Indústria do Estado de São Paulo (Fiesp). Segundo ele, o Prominp fez no ano passado um estudo para saber qual a demanda de mão de obra da indústria do petróleo até 2014. O estudo apontou que pelo menos 212 mil vagas de emprego serão abertas no setor. “Essas são as lacunas que verificamos em nosso plano de negócios”, disse.
O Prominp é um programa do governo federal criado para treinar trabalhadores para atuarem no setor de petróleo e gás natural. Ferreira explicou que a coordenação do programa levanta os investimentos programados e estima quantos trabalhadores serão necessários para que os projetos sejam executados. Quando a demanda é detectada, o Prominp promove cursos de qualificação, que treinam os trabalhadores para que estejam aptos a trabalhar nos projetos programados. De acordo com Ferreira, 78 mil trabalhadores já foram qualificados desde 2006. Número que deve aumentar por causa do desenvolvimento da cadeia do petróleo.
Petrobras e UFMG inauguram laboratórios para desenvolvimento de combustíveis A Petrobras e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) inauguraram no dia 1º de novembro dois laboratórios que têm o objetivo de ampliar a infraestrutura do país para ensaios de desenvolvimento de combustíveis associados a análises de suas propriedades e combustão. Com investimentos de R$ 5 milhões, o Laboratório de Ensaio de Motores e Veículos para Desenvolvimento de Combustíveis e o Laboratório de Análise e Modelagem de Combustíveis e Combustão fazem parte da Rede de Desenvolvimento Veicular e da Rede de Fluidodinâmica Computacional em Processos de Refino, respectivamente. Essa infraestrutura permite integrar, de forma inédita no Brasil, estudos avançados para correlação de propriedades físico-químicas, levantamento de parâmetros de combustão e desempenho de combustíveis em motores e veículos. O principal benefício desses laboratórios é a viabilização em menor tempo do desenvolvimento de novas formulações de combustíveis, incluindo suas interações com os biocombustíveis, através da realização de estudos avançados para redução de consumo e das emissões de gases poluentes, bem como o aumento de desempenho em motores e veículos.
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A V&M do Brasil é a mais nova empresa que vai integrar o Parque Tecnológico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na Ilha do Fundão. O contrato entre a multinacional e a Universidade foi assinado no início de outubro no próprio Parque Tecnológico do Rio. Denominada Vallourec Research Rio de Janeiro (VRRJ), a empresa terá como foco principal a realização de pesquisas do pré-sal, além da criação de projetos voltados para o desenvolvimento do uso de tubos e produtos tubulares com fins estruturais, automobilísticos, de transportes e robótica. Também irá otimizar o modelo energético e tecnologia ambiental. O investimento na nova empresa pode atingir, anualmente, a casa de R$ 3 milhões. De acordo com Marcelo Ferreira, superintendente de Pesquisa e Desenvolvimento da V&M do Brasil, a presença da empresa será uma ótima oportunidade de cooperação científico-tecnológica junto a uma universidade de grande expressão nacional. “Vamos estreitar e dinamizar nossa interação com a comunidade científica nacio nal. Além disso, participaremos efetivamente do desenvolvimento tecnológico do país frente aos desafios do pré-sal e, sobretudo,
Foto: VMB Divulgação / Christian Rodrigues
V&M do Brasil chega ao Parque Tecnológico
Da esquerda para a direita, Carlos Tadeu Fraga, diretor executivo do Cenpes/Petrobras; Maurício Guedes, diretor do Parque Tecnológico da UFRJ; Philipe Crouzet, diretor–presidente da Vallourec; Antônio Ledo Alves da Cunha, vice-reitor da UFRJ; Alexandre Lyra, diretor geral da V&M do Brasil; Flávio de Azevedo, diretor de Tecnologia, Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação do Grupo Vallourec
contribuiremos para a formação de recursos humanos”, diz. Ele acrescenta que, no espaço, também serão realizadas outras atividades como capacitação profissional e treinamentos, por meio da interação de grupos de pesquisa da UFRJ, visando à inserção dos estudantes de pós-graduação no desenvolvimento de pesquisas de interesse mútuo. “Também consideramos o apoio a bolsas de mestrado e doutorado junto ao Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe) em temas específicos, bem como apoio às equipes envolvidas na participação em eventos nacionais e internacionais e publicações técnicas e científicas diversas”, explica.
Com previsão de iniciar as operações no segundo semestre de 2012, o prédio no qual a VRRJ se instalará já está em fase de construção. Serão três pavimentos com infraestrutura laboratorial desenvolvida para atender a pesquisadores, alunos e equipe de apoio. O Parque Tecnológico do Rio ocupa uma área de 350 mil m 2, e já conta com empresas instaladas no local. Além da VRRJ, também estarão no local a Petrobras, Baker Hughes, FMC Technolo gies, Halliburton, Tenaris Confab, Usiminas, Schlumberger, BG E&P Brasil Ltda, EMC Computer System Brasil Ltda, Siemens Ltda, entre outras. A ideia é que, até o final de 2014, o parque esteja em completo funcionamento.
Aker Solutions tem novo presidente no Brasil Luis Antônio Gomes Araujo foi contratado como novo presidente da Aker Solutions no Brasil. Formado em Engenharia Mecânica pela Universidade Gama Filho (UGF) e com MBA pela Universidade de Edimburgo, no Reino Unido, Luiz Araujo vai liderar a estruturação regional da companhia e dará suporte a todas as unidades de negócios estabelecidas no país, comandando estrategicamente os grandes projetos e reposicionar a empresa na Brasil. “Estou muito satisfeito que Luis Araujo tenha aceitado liderar nossa empresa no Brasil. Durante este tempo de reestruturação no Brasil, sua sólida experiência no mercado de óleo e gás e suas qualidades de liderança, serão muito importantes para a Aker Solutions. Estou ansioso para trabalhar com ele a
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fim de fortalecermos nossas operações no Brasil,” diz Oyvind Eriksen, CEO da Aker Solutions. Com mais de 28 anos de atuação na indústria de óleo e gás, Araujo já trabalhou como presidente da Wellstream, como gerente geral na ABB e como engenheiro, gerente de projetos e de vendas de empresas como Coflexip, Vetco e a FMC Technologies no Brasil e no exterior. “Estou ansioso para assumir este desafio, trabalhando para uma empresa com base sólida, e com produtos e serviços de alta
tecnologia no seu portfolio, além de possuir valores claros e ser um negócio que está bem posicionado e com foco no Brasil”, diz Araujo. Hoje, a Aker Solutions emprega cerca de 1.400 pessoas no Brasil e continua com planos e expansão na indústria brasileira de óleo e gás. Além dos investimentos significativos na unidade de produção subsea em Curitiba, também estão sendo considerados investimentos para a base de serviços de drilling e de subsea em Rio das Ostras. A Aker Solutions também tem planos de expandir sua engenharia e os negócios da divisão de “process systems” no Rio de Janeiro. Além disso, a companhia opera no Brasil, o Skandi Santos, navio especializado na instalação e recuperação de equipamentos subsea.
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Construção e montagem industrial: baixa produtividade no Brasil
O diagnóstico é do engenheiro Joaquim Maia, diretor da Abemi (Associação Brasileira de Engenharia Industrial). Para elevar o desempenho do setor, a associação está estruturando projeto de capacitação e certificação de mão de obra. A proposta, que deve ser colocada em prática já no primeiro trimestre de 2012, é realizar cursos nos próprios canteiros de obras, envolvendo cinco importantes categorias profissionais em diversas praças do país. As categorias de encanador, soldador, montador, caldeireiro e eletricista, que correspondem a 60% da mão de obra especializada utilizada na montagem industrial – excluindo-se aí a construção civil – serão os alvos de aprimoramento. “Precisamos capacitar o nosso pessoal no mesmo nível de competência do primeiro mundo. Teremos um crescimento no volume de obras de todos os setores, principalmente no segmento de petróleo e gás”, afirma o empresário Carlos Maurício Lima de Paula Barros, presidente da Abemi. De acordo com Joaquim Maia, a inspiração para o projeto vem da experiência da NCCER (National Center for Construction Education and Research), entidade de treinamento e certificação de mão de obra mantida por empresas norte-americanas e que há 15 anos atua para melhorar a eficiência nas atividades de construção e montagem. “Grandes contratantes daquele país exigem que os trabalhadores sejam certificados pela NCCER e alguns pedem que 75% da mão de obra seja certified plus, certificação que comprova a experiência prática”, explica o executivo. Para viabilizar o programa, foi firmado acordo entre a Abemi e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) – este
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Qualquer atividade de montagem industrial realizada no Brasil consome mais horas de trabalho que a mesma etapa realizada nos Estados Unidos. Essa diferença de produtividade é um dos fatores que impactam negativamente a competitividade da indústria de construção e montagem brasileira.
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último ministrará os cursos, enquanto a certificação ficará a cargo da Abemi. Os primeiros polos devem ser implantados no Rio de Janeiro (Comperj), São Paulo (onde está concentrada a maior parte da mão de obra das indústrias associadas da Abemi, incluindo as refinarias Revap, Replan e RPBC) e Pernambuco (Abreu Lima e Petroquímica da Odebrecht e Petrobras). Em uma segunda etapa, o projeto deve chegar ao Rio Grande do Sul, Ceará, Maranhão e Bahia, explica Barros. Embora não tenha uma estimativa de quantos profissionais serão beneficiados, o presidente da Abemi lembra que apenas no polo do Comperj há um efetivo total de mais de 20 mil trabalhadores. “Não temos um número de vagas a serem geradas, nem uma meta, pois por enquanto estamos em fase de planejamento, mas o universo é enorme”, avalia Carlos Maurício.
Mais de R$ 145 bilhões em Manutenção em 2011 A indústria da manutenção deverá movimentar mais de R$ 145 bilhões em 2011, segundo a pesquisa Mapa da Manutenção, realizada pela Associação Brasileira de Manutenção (Abraman). O investimento atual é 21% maior do que na última edição da enquete, quando as empresas revelaram um aporte de R$ 120 bilhões na área. O crescimento está diretamente ligado ao
aumento da produção e a investimentos para evitar paradas não programadas e acidentes ambientais. O levantamento foi realizado com as maiores empresas do país. Foram consultadas companhias dos setores de papel e celulose, petróleo e gás, siderúrgico, saneamento, metalúrgico, petroquímico, têxtil, energia, transporte e automotivo. A pesquisa completa será apresentada no 26º Congresso Brasileiro de Manutenção, que acontece entre os dias 19 e 23 de setembro em Curitiba, Paraná. Do total de investimentos, as empresas deverão gastar, de acordo com a composição histórica dos custos de manutenção, 33% com material, 31% com pessoal próprio e 27% com serviços contratados. Já o turnover de pessoal nas empresas se manteve no mesmo patamar da última enquete, que foi de 3,26%, embora nas últimas edições esse índice apresentasse uma curva ascendente. “O indicador ficou estável depois que o setor passou a contratar diversos profissionais de empresas de prestação de serviço. As companhias contrataram pessoas especializadas e que já conheciam a função antes que esse trabalhador fosse levado para outra empresa”, explica João Ricardo Lafraia, presidente da Abraman. Outro dado bastante impactado pelo aquecimento do mercado de trabalho foi a relação entre pessoal contratado e o total
Economia mundial faz Opep rebaixar previsão de consumo de petróleo A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) revisou para baixo, em seu relatório de outubro, sua previsão de crescimento do consumo mundial de petróleo este ano e em 2012, fixando-o agora em 1,01% e 1,36%, respectivamente, devido à incerteza com relação à conjuntura econômica mundial. Produção de países-membros da Opep e não membros – outubro/09 a setembro/11 De acordo com o relatório da Opep, a demanda de petróleo em 2011 será de 87,81 milhões de barris diários (mbd), 1,01% a mais do que no ano passado; já a demanda no próximo ano terá um acréscimo de 1,36%, com um volume de cerca de 89 milhões de barris por dia. A Opep considera que uma das maiores preocupações no momento são a zona do euro e a desaceleração nas economias emergentes, como o Brasil, que está com o cenário econômico desfavorável devido ao seu setor industrial menos competitivo. Além disso, a situação dos Estados Unidos e o acidente nuclear em Fukushima, no Japão, no início do ano, alteraram consideravelmente os rumos da indústria em 2011. Em meio às incertezas e temores, os preços do petróleo mostraram uma “crescente volatilidade desde maio, com padrão de constantes altas seguidas por abruptas quedas”, aponta o relatório. O valor do barril de referência da Opep oscilou em setembro entre US$ 102 e US$ 112, com média
mensal de US$ 107,61, 1,2% mais do que em agosto. A alta dos preços se deveu em grande parte ao crescimento da demanda pela falta de abastecimento da Líbia, em vista dos conflitos pela saída do ditador Kadafi da presidência do país. Em outubro, o petróleo foi fortemente pressionado para baixo e a cotação da Opep caiu a menos de US$ 100 no início do mês, da mesma forma que o barril do Brent, de referência na Europa, enquanto o petróleo do Texas (WTI) chegou aos US$ 76.
A Opep calcula que a demanda mundial dos membros totaliza os 29,9 mbd, tanto neste ano quanto no próximo, por isso não espera aumento na procura. Frente a tal quadro, a produção total do grupo de 12 países desceu em setembro para os 28,89 mbd, 77.400 bd menos do que em agosto. Parte das reduções foi compensada pelo aumento da produção de Angola, em 84.900 bd, e da Líbia, que subiu de 7.000 para 96.000 bd entre agosto e setembro, em direção à normalização de 1,6 mbd de antes do início dos conflitos.
de executantes da manutenção. Enquanto em 2009 a relação era de 40,15%, em 2011 caiu para 31,50%. Muitas empresas, principalmente do setor de petróleo e de energia, foram obrigadas por lei a contratar os profissionais das listas de reserva dos concursos públicos. Essa medida também causou impacto significativo no aumento do quadro de funcionários próprios. Quando o tema é ativo físico, a pesquisa revela que, para 39% das companhias
ouvidas, a idade média dos equipamentos e das instalações é de no máximo dez anos de utilização. Já 35,34% das empresas têm ativos entre 11 a 20 anos e apenas 25,56% das indústrias possuem máquinas e plantas com idade superior a 21 anos. “É importante destacar que as empresas declararam na pesquisa um aumento da manutenção preditiva, permanecendo o nível da preventiva. Por essa razão, verificou-se um aumento na disponibili-
dade operacional dos equipamentos, dado que mede o valor médio do tempo em que os ativos físicos estiveram aptos para produzir, que ficou em 91,30%. Esse número está dentro dos padrões internacionais”, explica Lafraia. A última edição também revela a tendência, que é percebida desde 2005, do crescimento do nível hierárquico da Gerência de Manutenção. Isso significa ênfase na gestão e, por consequência, necessidade,
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Frases “O Brasil vai conseguir uma gigantesca reserva de petróleo (...), tomara que continue conseguindo e certificando reservas”, disse o presidente, venezuelano, Hugo Chávez, quando propôs incluir o Brasil em uma reduzida lista de “gigantes petroleiros” que farão parte de uma Opep paralela, devido à discórdias com alguns dos parceiros do cartel que a Venezuela ajudou a fundar. AFP, 07/10/2011. “Em política, temos de jogar com a realidade. Esperança não existe. O passo agora é procurar corrigir o texto na Câmara. Se não der certo, temos o direito de reivindicar o veto presidencial. Em última instância, nos restará ir ao STF”, disse o senador Francisco Dornelles (PP-RJ), a respeito do projeto do senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), aprovado pelo Senado, que muda as regras referente à distribuição dos royalties. O Globo, 22/10/2011. “Seria mais sensato resolver o imbróglio e fazer a rodada depois”, afirmou o diretor da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Florival Rodrigues de Carvalho, diante do risco da questão dos royalties ir parar no Supremo Tribunal Federal (STF), o que adiará ainda mais a 11ª rodada de licitações (de blocos do pós-sal) e a primeira rodada do pré-sal. O Estado de S. Paulo, 21/10/2011. “Estamos prevendo que nos tornaremos um grande exportador líquido até 2020, não só de produtos derivados de petróleo mas de petróleo em si.”, disse o presidente executivo da estatal, José Sérgio Gabrielli, prevendo que as exportações, hoje em torno de 520 mil barris por dia de petróleo, alcancem entre 1,5 milhão e 1,6 milhão de barris por dia até 2020. Reuters News, 01/11/2011.
Produção da Petrobras de óleo, lgn e gás natural – 04/2011 a 09/2011 Produção de óleo e LGN (em mbpd) - Brasil Abr Maio Jun Jul Ago Set Bacia de Campos 1.670,6 1.650,3 1.694,9 1.612,3 1.615,5 1.654,1 Outras (offshore) 119,1 146,1 141,2 142,1 133,0 131,6 Total offshore 1.789,7 1.796,4 1.836,2 1.754,4 1.748,5 1.785,7 Total onshore 213,7 206,9 210,6 214,0 214,3 216,5 Total Brasil 2.003,4 2.003,2 2.046,8 1.968,4 1.962,8 2.002,2 Produção de GN sem liquefeito (em mm³/d)* - Brasil Bacia de Campos Outras (offshore) Total offshore Total onshore Total Brasil
Abr Maio Jun Jul Ago Set 23.728,3 22.885,5 22.687,9 21.382,5 21.653,0 21.842,4 14.820,7 17,878,9 18.388,3 19.295,9 19.486,7 17.876,6 38.549,0 40.764,5 41.076,3 40.678,4 41.140,1 39.718,9 15.915,2 16.134,4 16.240,6 16.034,2 15.946,5 16.057,1 54.464,2 56.898,8 57.316,9 56.712,6 57.086,6 55.776,0
Produção de óleo e LGN (em mbpd)** - Internacional Exterior
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Produção de GN sem liquefeito (em mm³/d) - Internacional Exterior
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Produção total de óleo, LGN e de gás natural (em mboe/d) Brasil+Exterior
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(*) Inclui gás injetado. (**) Em 2003 inclui os dados da Petrobras Energia (ex-Pecom).
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Fonte: Petrobras
cada vez maior, de pessoal especializado (conhecimento, capacidade e competência) na condução da gestão da manutenção nas companhias. A pesquisa mostra que 49,65% das empresas demandam por mão de obra com maior grau de especialização, além de exigir cada vez mais a capacitação do profissional de manutenção em mais de uma especialidade. “Esse dado cresceu 7% nos últimos dez anos, o que mostra a atenção e a relevância que as organizações estão atribuindo à manutenção”, conclui Lafraia.
Desembolsos do BNDES somam R$ 91,8 bilhões até setembro O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) informou no final de outubro que os desembolsos da instituição entre janeiro e setembro deste ano somaram R$ 91,8 bilhões. O resultado é 28% inferior ao valor liberado no mesmo período do ano passado, R$ 128 bilhões. Segundo relatório divulgado pelo presidente da instituição, Luciano Coutinho, no Rio de Janeiro, o banco “calibrou algumas linhas” e reduziu sua participação máxima nos financiamentos, para acompanhar o comportamento dos indicadores da economia brasileira. Em relação aos desembolsos no acumulado deste ano até setembro, o setor de infraestrutura, puxado pelas obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), recebeu o maior montante de dinheiro, 41%, o equivalente a R$ 38 bilhões. O de transporte rodoviário ficou com R$ 19,7 bilhões e o de energia elétrica, com R$ 9,7 bilhões. Para as micro, pequenas e médias empresas, o banco liberou volume recorde de R$ 36,2 bilhões, até setembro. O indicador é 8% maior do que o do mesmo período de 2010. O documento destaca que os desembolsos em 2010 nos nove primeiros meses do ano foram influenciados pela operação de capitalização da Petrobras, de R$ 24,7 bilhões, em setembro, e pelos investimentos no setor elétrico. Tirando a operação da Petrobras, a queda dos desembolsos é 11%. Neste ano, o BNDES aumentou juros do Programa de Sustentação do Investimento (BNDES PSI), criado para ajudar a enfrentar a crise, o que de acordo com o banco, refletiu-se na redução de desembolsos, consultas e aprovações de financiamentos.
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Negócios
José Augusto Fernandes, CEO da Queiroz Galvão Exploração e Produção (QGEP)
em alta por Maria Fernanda Romero
Já em seu primeiro ano de existência, o braço de exploração e produção do Grupo Queiroz Galvão é considerado a quarta maior companhia, frente a todas as empresas do setor de E&P no Brasil, em termos de produção diária em barris equivalentes de petróleo. Em resposta ao incremento contínuo de suas atividades no setor, a empresa tem colhido bons resultados operacionais, tanto onshore quanto offshore. E pretende intensificar ainda mais sua atuação em E&P, aproveitando as oportunidades do mercado brasileiro de óleo e gás, extremamente aquecido. Quem garante isso é José Augusto Fernandes, CEO da Queiroz Galvão Exploração e Produção (QGEP). TN Petróleo – O Grupo Queiroz Galvão completa 58 anos este ano. Qual a importância do negócio que é o único de capital aberto do grupo? José Fernandes – O negócio de exploração e produção veio complementar as atividades já desenvolvidas pelo grupo na área de óleo e gás (construção e serviços de perfuração) dando maior abrangência a este segmento. A abertura de capital da QGEP foi uma consequência natural do seu crescimento e foi estratégica para a alavancagem de capital para o seu desenvolvimento. Em julho, a QGEP anunciou a compra da fatia da Shell na exploração do bloco BM-S-8, na Bacia de Santos. Qual a importância desse farm in para os negócios da empresa? 14
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Há planos de novas aquisições por meio de farm in? A QGEP está sempre atenta às oportunidades do mercado. A aquisição da fatia da Shell no bloco BMS-8 é importante porque reafirma o compromisso de ampliar e diversificar nosso portfólio, assumido com o mercado. Com esta aquisição, a QGEP passa a figurar no seleto grupo de empresas que possuem assets do pré-sal brasileiro. Em que pé estão as atividades no bloco BMS-12, também na Bacia de Santos, onde a empresa tem 30% e o bloco é operado pela Petrobras? Quantos poços já foram perfurados e quantos ainda serão, no total? Quantos prospectos serão testados? Quais as expectativas da empresa em relação a esse ativo? Quanto ainda falta para se atingir a profundidade final do poço, estimada em 6.400 metros? A atividade exploratória no Bloco BM-S-12 continua como planejada. A perfuração neste bloco foi iniciada em julho de 2011 com a Sonda Lone Star. O poço Ilha do Macuco (3-SCS-15) visa provar a extensão das descobertas realizadas pelo poço Ilha Bela (1-SCS-13) em 2008 nos prospectos Santos#1 (arenito do
oligoceno) e Santos#2 (arenito do cenomaniano / albiano), bem como testar os prospectos de Santos#3 (carbonato do albiano) e Santos#4 (carbonato do pré-sal). Após a conclusão da primeira etapa da perfuração, quando a profundidade de 2.200 m foi atingida, a Sonda Lone Star foi substituída pela Sonda Ocean Baroness, que concluirá a perfuração como previsto inicialmente. A profundidade final de 6.400 m deverá ser atingida em três ou quatro meses. Os testes de avaliação serão realizados ao final da perfuração, incluindo o prospecto Santos#4, que apresenta um alto potencial em reservatórios do pré-sal. E no bloco BS-4, também na Bacia de Santos, onde a QGEP é operadora? O que pode ressaltar desta exploração e qual a importância deste bloco, no qual a companhia já possui duas descobertas? A QGEP anunciou no dia 20 de setembro de 2011 que adquiriu 30% de participação no Bloco BS-4 localizado na Bacia de Santos, como já foi dito. A área engloba os campos de óleo de Atlanta e Oliva, que somam, de acordo com os Planos de Desenvolvimento aprovados pela Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), volumes superiores a 2,1 bi-
Fotos: Ricardo Almeida
O negócio de exploração e produção veio complementar as atividades já desenvolvidas pelo grupo na área de óleo e gás (construção e serviços de perfuração) dando maior abrangência a este segmento.
lhões de barris de óleo in situ. O Bloco está localizado a 185 km da costa em área de alta prospectividade do pré-sal da Bacia de Santos, próximo ao Campo de Libra, potencialmente um dos maiores dessa região. A transferência dos direitos de participação no bloco está sujeita à aprovação da ANP. A QGEP será a operadora do Blo-
co BS-4, exercendo deste modo sua qualificação de operadora de águas profundas. Em agosto deste ano houve o fechamento temporário para manutenção de poços de produção de gás no Campo de Manati, na Bacia de Camamu, onde a QGEP tem 45% de participação.
Essa parada prejudicou a exploração na região baiana? Qual a perspectiva de vida útil de Manati? O atraso no retorno da capacidade total está relacionado à logística necessária para a manutenção e, de acordo com o cronograma mais atualizado da operadora, a Petrobras, o Campo de Manati deverá retornar à sua capaTN Petróleo 80
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cidade total durante o quarto trimestre de 2011. O Campo de Manati permanece gerando fluxo de caixa positivo, mesmo considerando a restrição de sua capacidade de produção. De acordo com a ANP, no final de 2010, o Campo de Manati era o maior produtor de gás natural do Brasil, posição hoje ocupada por Urucu. Mas, de acordo com boletim da mesma agência, de junho de 2011, Manati figura como o sexto maior produtor de gás (e a concessionária está em oitavo lugar na produção nacional de óleo e gás equivalente). Atualmente, qual o estágio da produção no campo? Quais as tecnologias utilizadas? O Campo de Manati está produzindo através de três poços, de um total de seis, o que representa uma capacidade diária de produção de 4,1 MMm³. O atraso no retorno da capacidade total está relacionado à logística necessária para a manutenção e, de acordo com o cronograma mais atualizado do operador, a Petrobras, o Campo de Manati deverá retornar à sua capacidade total durante o quarto trimestre de 2011. O Campo de Manati permanece gerando fluxo de caixa positivo, mesmo considerando a restrição de sua capacidade de produção. Por que a exploração no BM-J-2, na Bacia do Jequitinhonha, é estratégica para a empresa? Como está a exploração na região? 16
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Em fevereiro deste ano, realizamos nossa IPO, com a captação líquida total de mais de R$ 1,5 bilhão. Com esta capitalização, a empresa abre um leque de oportunidades para investimento em farm in
Todos os nossos blocos exploratórios são estratégicos. Temos uma posição privilegiada na exploração do BM-J-2, na Bacia de Jequitinhonha, pois além de sermos os operadores, possuímos 100% deste bloco. Em junho de 2011, foi iniciada a perfuração do prospecto Alto de Canavieiras (Jeq#1) visando atingir os reservatórios na seção pré-sal e a profundidade final do poço está estimada em 4.700 m. A perfuração deste poço foi interrompida temporariamente a 2.540 m em função da condicionante da licença ambiental (LO 1029) emitida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que restringe atividades de perfuração entre os meses de outubro e fevereiro. A licença ambiental é válida até junho de 2013, portanto o reinício da perfuração deve ocorrer no segundo trimestre de 2012. Qual o peso hoje do negócio petróleo no faturamento do grupo? O grupo Queiroz Galvão atua há mais de 30 anos no setor de óleo e gás, sendo o mais longevo player privado brasileiro em atuação inin-
terrupta nessa área. Começamos em 1980, atuando somente onshore. Em 1994, passamos a atuar offshore e, há dois anos, iniciamos a experiência em águas profundas. Em 2010, concentramos a prestação de serviços no setor de óleo e gás na QGOG e criamos a QGEP, uma concessionária e operadora de exploração e perfuração de petróleo e gás, cujo capital foi aberto neste ano. Já investimos mais de US$ 900 milhões, nas atividades de exploração e produção de petróleo. A QGEP pretende ainda explorar mais blocos no pré-sal? Vocês têm interesse também na Bacia de Campos? Naturalmente, o pré-sal é um de nossos objetivos. Queremos participar de modo ativo tanto no pré-sal quanto no pós-sal. A empresa pretende participar dos próximos leilões em parceria ou pretende fazer algum lance sozinha? Estamos procurando conversar com outras companhias. Ir sozinho é possível também, mas seria uma exceção e não a regra. Com outras companhias podemos diluir os riscos, trocar ideias, catalisar novos conhecimentos. O que mudou para a empresa depois da oferta pública inicial de ações (IPO) feita em 2010? Em fevereiro deste ano, realizamos nossa IPO, com a captação líquida total de mais de R$ 1,5 bilhão. Com esta capitalização, a empresa abre um leque de oportunidades para investimento em farm in e aumenta seu poder de fogo para os próximos leilões da ANP. Quanto a QGEP ainda prevê investir até o final deste ano? E para 2012? Investirá US$ 150 milhões este ano e pretende manter um volume de investimentos de US$ 150 milhões/ano, considerando o atual portfólio. Este número poderá crescer, de acordo com os resultados das perfurações em andamento, bem como através da aquisição de novos ativos.
negócios em alta
Que negócios refletiram no lucro de R$ 58,4 milhões que a QGEP teve no segundo trimestre deste ano? O lucro líquido de R$ 58,4 milhões no 2T11 foi decorrente da combinação dos lucros operacional (proveniente do campo de Manati) e financeiro. O aumento de 73,1% em relação aos níveis registrados no 2T10 é resultado do crescimento significativo da receita financeira. Qual a expectativa e/ou metas da empresa para os próximos anos? Para os próximos anos, seguimos a estratégia de expandir e diversificar nosso portfólio com ativos de alta qualidade. Concluímos com sucesso duas aquisições-chave na área de exclusão do pré-sal este ano, incorporando ao nosso portfólio ativos localizados em áreas de alto potencial petrolífero da Bacia de Santos.
Portifólio da Queiroz Galvão Óleo e Gás PRODUÇÃO – Em produção, há o Campo de Manati, o maior campo de gás natural não associado em produção do Brasil, onde a QGEP é majoritária com 45% de participação. Este campo é operado pela Petrobras. Em 2010, este bloco apresentou produção recorde, com média de produção de 6,2 MMm³/dia durante o ano. Esta produção poderá ser elevada de acordo com a demanda do Nordeste, podendo chegar até 8 MMm³/dia de gás. Participação no Campo de Manati: QGEP (45%); Petrobras (35% operadora); Brasoil (10%); Panoro (10%) O campo de Camarão Norte, na Bacia de Camamu, teve declarada a sua comercialidade, e tem a mesma estrutura acionária de Manati.
EXPLORAÇÃO – A empresa possui 6 (seis) blocos em fase de exploração: - BM-J-2, na Bacia de Jequitinhonha, onde a GQEP tem 100% de participação, sendo a operadora; BM-CAL-5, na Bacia de Camamu, onde foram feitas duas descobertas: a) Copaíba – Petrobras (59,21%) sendo operadora, QGEP (22,46%) e El Paso (18,33%), b) Jequitibá – Petrobras (72,5%) sendo operadora, QGEP (27,5%), - BM-S-12, na Bacia de Santos – Petrobras (70%) sendo operadora, QGEP (30%),- BMCAL-12 (incluindo dois Blocos: CAL-M-312 e CAL-M-372), na Bacia de Camamu – Petrobras (60%), QGEP (20%), El Paso (20%), - BM-S-8, na Bacia de Santos – Petrobras (66%), Petrogal (14%), QGEP (10%), Barra (10%).
especial: revestimento de dutos
Uma camada
de tecnologia pura
Foto: Cons贸rcio Quip, Roberto Rosa
por Maria Fernanda Romero
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Foto: Bia Cardoso Foto: Estaleiro Mauá
A inovação e a busca contínua de soluções que assegurem a integridade de dutos e tubulações – utilizados desde a perfuração de poços até o transporte de derivados de petróleo – vêm mobilizando as empresas fornecedoras de bens e serviços. E elas têm investido pesado não apenas em novos materiais e processos na confecção desses equipamentos, como também em revestimentos que garantam maior longevidade e segurança à cadeia produtiva de óleo e gás. Não somente para atender às demandas e exigências dos próprios operadores de dutos, mas também para garantir uma operação mais segura e de menor impacto socioambiental.
O
s investimentos em pesquisa e desenvolvimento na área de revestimento de dutos no setor de petróleo e gás, tanto onshore como offshore, vêm se mostrando tão essenciais para essa indústria quanto a própria atividade de exploração e produção de hidrocarbonetos. Isso porque tais tubulações ou dutos estão presentes em praticamente toda a cadeia produtiva da E&P, desde a perfuração de poços e o escoamento do óleo e gás produzidos no mar ou em terra firme ao transporte de derivados de petróleo que serão entregues ao consumidor final.
Em virtude do envelhecimento natural dos dutos e, principalmente, do desgaste e danos inerentes à própria atividade, esses equipamentos demandam, mais além do contínuo monitoramento e inspeção da malha, serviços permanentes de manutenção e reabilitação da malha. Assim, tubulações e malhas de dutos, feitos de aços especiais e materiais que tenham alta resistência e, portanto, mais seguros, ganham uma camada protetora de tecnologia pura, das mais simples aplicações aos mais sofisticados processo, tudo isso para garantir a integridade dos mesmos e a confiabilidades das operações. TN Petróleo 80
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Foto: Consórcio Quip, Roberto Rosa
natureza, mas também da intervenção humana. Essa preocupação ganha nova dimensão com a expansão da malha terrestre de dutos nos últimos dez anos, que mais do que dobrou, e a projeção de incremento desse modal para escoamento da produção da camada do pré-sal, nas bacias de Santos, Campos e Espírito Santo. Com mais e mais dutos em terra e no mar, o setor tem pela frente um enorme desafio: o de prover soluções eficazes e que garantam maior eficiência e segurança a essa indústria, que vem crescendo de forma acelerada e atraindo novos players para o país, inclusive no segmento de revestimento destes dutos.
Polímeros de alta performance
Cientes das demandas das operadoras de dutos e da própria sociedade, no que diz respeito aos impactos que os acidentes podem provocar no meio ambiente – e, por tabela, nas comunidades –, as fornecedoras de bens e serviços buscam desenvolver as melhores soluções e tecnologias para serem aplicadas nessas tubulações. O intuito supera o aumento da longevidade desses equipamentos e prevê tornar cada vez mais seguro esse modal de transporte (dutoviário), utilizado cada vez mais por diversos segmentos (setores sucroalcoleiro, minerador, produtor de biocombustíveis, etc.). 20
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Afinal, a malha de dutos tem, quase sempre, grande extensão, sendo implantada tanto no fundo do mar (para escoar a produção offshore) como em terra firme, em regiões de diferentes níveis de acesso – dos mais fáceis aos mais complexos, como no leito marinho, a 3.000 m de profundidade, ou atravessando montanhas e áreas de preservação. E com a expansão contínua das cidades, muitas malhas terrestres estão hoje próximas e até mesmo em áreas de grande densidade humana. Ou seja, além de durar muito, os dutos têm que ser seguros e protegidos não somente das intempéries da
“O setor de petróleo e gás está na pauta de prioridades do país e, portanto, da própria Evonik, que oferece uma série de soluções específicas para este mercado”, destaca Haroldo Paganini Rodrigues, chefe de produto da América do Sul da Evonik, uma das líderes mundiais em especialidades químicas. Ele reforça que a Evonik considera o mercado dutoviário brasileiro muito importante para os negócios da companhia, pois está em franca expansão e tem ainda grande potencial de desenvolvimento. No entanto, o executivo pondera que a introdução de novas tecnologias no setor de dutos ainda é um problema no Brasil. “É difícil convencer as empresas que operam dutos a testar novas tecnologias. Porém, com o desenvolvimento de produtos, soluções e tecnologias cada vez mais eficientes, aos poucos, as resistências vão sendo superadas”, diz.
uma camada de tecnologia pura
A empresa, que oferece vasta linha de produtos e soluções para todos os mercados, tem um foco especial no setor de petróleo e gás. Embora sejam inúmeras as aplicações disponibilizadas pela Evonik para esse segmento, Haroldo Rodrigues aponta quatro soluções desenvolvidas pela empresa que representam grande diferencial competitivo: o revestimento de tripla camada em Poliamida 12, o liner para dutos onshore, o liner como revestimento interno de dutos offshore e o PA12 para dutos flexíveis offshore. O primeiro, um polímero de alta performance para aplicação em dutos metálicos, é um composto de primer epóxi, adesivo e camada externa em poliamida 12, para garatir maior resistência a impacto e à propagação rápida e lenta de trincas, à abrasão e dureza. “Essa solução proporciona maior inte-
gridade ao revestimento externo durante as instalações, manuseio e transporte dos tubos, conferindo ainda mais segurança e aumento da vida útil dos dutos durante as operações”, observa Rodrigues. O poliamida 12, que é comercializado com o nome Vestamid, como material de engenharia, e com o nome Vestosint, em forma de pó, tem tido uma demanda crescente nos últimos cinco anos. Mas não se trata de uma solução recente: criado há quase 50 anos, o produto vem sendo desenvolvido e atualizado continuamente, para atender às novas exigências, assim como sua produção vem aumentando a cada ano. O Vestamid foi a primeira poliamida 12 a ter a aprovação da Lloyd’s Register para produzir tubulações flexíveis usadas no transporte da produção offshore e ainda na injeção de fluidos (de
forma a aumentar a produtividade nos reservatórios).
Reabilitação de dutos A outra solução é o liner para dutos onshore. Rodrigues explica que a Evonik, em parceria com a britânica Swagelining, oferece instalação de liners de poliamida 12 em dutos metálicos onshore e offshore. No cenário onshore, eles são utilizados na reabilitação de dutos enterrados mais antigos. “Em geral, estes dutos apresentam problemas de corrosão e sua remoção, seguida de instalações de novos dutos, é um processo muito caro, que exige parada da produção”, observa. Sem contar que algumas vezes essa operação é até mesmo impossível de ser realizada por questões ambientais. A instalação de liners (tubo plástico) nos tubos metálicos permite a reabilitação do sistema
Foto: Banco de Imagens Stock.xcng
Nesta edição.
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e estende a vida destes dutos por mais de 50 anos sem a necessidade de troca. Rodrigues lembra que os dutos metálicos utilizados em aplicações offshore são extremamente suscetíveis à corrosão, uma vez que os fluidos injetados na extração do petróleo, bem como o próprio petróleo com água e outros gases, aceleram muito o processo de corrosão. Para evitar o desgaste destes dutos, são utilizadas ligas metálicas nobres resistentes a corrosão (CRA) e liners metálicos cladeados (o cladeamento consiste no revestimento interno de tubos de aço com ligas metálicas anticorrosivas). Segundo ele, os dutos de CRA são extremamente caros e de baixa disponibilidade no mundo inteiro. Os dutos cladeados, também de alto custo, são de difícil produção quando comparados aos dutos normais de aço carbono. Rodrigues salienta que o polietileno é o polímero mais utilizado na confecção dos liners (tubos), porém apresenta algumas limitações, como, por exemplo, a temperatura. Ele explica que os liners de polietileno são utilizados para temperaturas de no máximo 60°C e, quando utilizado em contato com fluidos com altos teores de H2S e CO2, perde muito de suas propriedades. “Já os liners de PA12 podem ser utilizados em temperaturas de até 100°C, dependendo da composição do fluido, em altos índices de CO2 e H2S, e possuem melhor resistência química e à abrasão. Assim, são utilizados em situações em que os liners de PE não atendem aos requisitos necessários”, destaca. Haroldo Rodrigues pontua que além de ser uma alternativa mais barata, em comparação às já citadas, podem ser instalados em dutos novos de aço carbono, fazendo um revestimento interno para 22
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protegê-los contra a corrosão. E mais ainda: o PA12 pode ser aplicado em dutos flexíveis offshore. “A poliamida 12 é, regularmente, utilizada como camada de barreira para proteção das partes metálicas e para evitar a corrosão dos mesmos, ou como camada externa dos mesmos tubos flexíveis offshore. Desde sua aprovação em 2006, mais 800 km de tubos já foram utilizados por mais 15 diferentes empresas do setor.” De acordo com Rodrigues, no Brasil, a poliamida 12 vem sendo utilizada com regularidade e está cada vez mais presente nas operações onshore e offshore no país. “A solução PA12 prolonga o tempo de vida útil destas tubulações e garante maior segurança e confiabilidade nas operações offshore.”
Tecnologia química Visando complementar de forma integrada seus produtos e serviços, o grupo suíço de soluções químicas Clariant, também dispõe de soluções para revestimento de dutos utilizados na indústria de óleo e gás. Apesar do mercado dutoviário brasileiro ainda ser um nicho relativamente novo, a companhia está investindo para ampliar sua oferta de valor no mercado de óleo e gás. Eduardo Castilho, gerente do segmento de Óleo e Gás da Clariant no Brasil, observa que o grande diferencial da empresa é a nanotecnologia, que permite o desenho de soluções que atendam a diferentes necessidades em uma única tecnologia com produtos multifuncionais. E destaca que a multinacional investe de forma contínua em suas opera-
ções locais para garantir que 95% de seu portfólio tenham conteúdo nacional. O gerente pontua que o principal desafio é garantir a integridade dos dutos que têm quilômetros de distância e, muitas vezes, em regiões inóspitas. “Portanto, a tecnologia aplicada deve proteger os dutos internamente, com inibidores de corrosão de alta persistência de filme, e ao mesmo tempo não interferir na especificação do produto transportado. A Clariant com seu portfólio diferenciado pode apresentar excelentes soluções para este mercado”, complementa Castilho. Assim, a empresa vem desenvolvendo tecnologias químicas de última geração para garantir a integridade dos dutos em diferentes condições de produtos transportados e ambientes altamente corrosivos. Um exemplo é a solução contra a corrosão microbiana, para garantir o controle de bactérias encontradas em ambientes corrosivos, e sulfato de bactérias redutoras que geram o sulfeto de hidrogênio corrosivo a gás. O executivo salientou ainda que a empresa está na liderança no aspecto de inovação, particularmente no que diz respeito à integridade de dutos e equipamentos, citando a tecnologia Scavtreat 7107C, que elimina a corrosividade do H2S (gás sulfídrico), contribuindo para o desenvolvimento sustentável e destacando-se no quesito segurança e meio ambiente. Castilho observou que a Clariant desenvolveu essas tecnologias de controle/abatimento de H2S na produção de óleo para atender especificamente ao mercado brasileiro, mas que acabou se tornando um produto global. “Desenvolvemos no Brasil, mas elas já estão sendo utilizadas em outros continentes”, pontuou.
Tendo em vista as perspectivas de crescimento e as novas demandas do mercado, ele revelou que a Clariant está investindo em novos centros tecnológicos e na capacitação de sua equipe com o objetivo de manter sua posição de liderança em especialidades químicas para o setor de óleo e gás na América Latina. O novo laboratório global para desenvolvimento de tecnologias, a ser instalado no Brasil, tem como foco a exploração e produção de óleo em águas ultraprofundas (sobretudo no pré-sal).
Desafios industriais Segundo Fernando Cruz, engenheiro de aplicação da Braskem, maior produtora de resinas termoplásticas das Américas e maior conglomerado do setor petroquímico do país, os requisitos técnicos dos revestimentos são elevados. E o desenvolvimento de soluções que atendam às necessidades do revestidor, lançador/instalador e usuário final são desafiadores para os fabricantes de resinas. Hoje, a Braskem dispõe das tecnologias de resinas em polietileno (PE) para 3LPE e polipropileno (PP) para 3LPP e 5LPP, para atender a demanda de revestimento de dutos de óleo e gás – todas inteiramente desenvolvidas e produzidas no Brasil, salienta o executivo. “Para a companhia, o mercado dutoviário brasileiro é importantíssimo. Com os investimentos em exploração de óleo, gás e o pré-sal, as perspectivas de crescimento e necessidade de infraestrutura para transporte dos fluidos são muito altas. Queremos participar deste momento e aproveitar a oportunidade”, afirma Cruz. E a empresa não tem deixado escapar nenhuma oportunidade, como o próprio engenheiro destaca, citando alguns projetos importantes
Foto: Divulgação Braskem
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para os quais forneceu soluções: os risers da P-55, fornecimento de polipropileno para os campos de Lula e Guará. Sem falar no projeto de etanolduto da Logum Logística, uma parceria da Petrobras com a Copersucar, Cosan, OTP (Odebrecht), Uniduto e Camargo Corrêa. Criada no início desse ano, a nova empresa vai atuar na logística do etanol, e cuidará não somente da implantação de um duto para o transporte de etanol como também da instalação de centros coletores do produto. Fernando Cruz destaca como solução de ponta para tubos rígidos offshore, muito usados no pré-sal, as resinas de PP PCD 0140BR, que atendem a elevados requisitos de instalação como resistência a abrasão sob altas pressões. “Esta solução é protegida contra radiação UV e permite manutenção de propriedades durante o transporte até a instalação. A baixa condutibilidade térmica das camadas internas (under coating) é promovida pela resina de PP PCD0140”, explica. “Estamos também com perspectivas de participação do polipropileno sintético, que é uma mistura de polipropileno com microesferas ocas de vidro, para os próximos projetos”.
De acordo com Fer nando Cruz, a meta dos próximos anos da Braskem é aumentar o portfólio de grades de PP e PE para revestimento de tubos de transporte de óleo e gás, principalmente os adesivos. Além disso, a empresa quer se tornar referência internacional como provedor de soluções para este segmento. Para o engenheiro, segurança e funcionalidade são os principais desafios desta área cuja aplicação deve durar décadas.
Tintas protetoras Apesar de hoje disputar o lugar a um concorrente de peso, as tintas anticorrosivas ainda são um método eficaz e muito utilizado para revestimentos em dutos. É nesse cenário que se destacam algumas grandes empresas de atuação global, que veem o Brasil como um mercado estratégico. É o caso da Sherwin-Williams, especializada em revestimentos e proteção marítima para aplicação em navios, plataformas offshore, tanques de armazenamento, aço, concreto e pavimentação. Além de uma gama de tintas para o setor de engenharia e construção, a empresa oferece revestimentos com baixo VOC (do inglês Volatile organic compounds, ou seja, compostos orgânicos voláteis), tecnologia em TN Petróleo 80
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Foto: Divulgação Weg Tintas
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tintas epóxis, poliuretanos e base de zinco, entre outros. “Participamos ativamente da expansão do mercado dutoviário no Brasil fornecendo tinta para revestimento de dutos e gasodutos da Petrobras”, afiança Durival Te i xe i r a P i t t a , diretor comercial da unidade da Sherwin-Williams em Sumaré (SP). A empresa participou ainda de projetos das novas refinarias da Petrobras. Ele observa que grande parte dos projetos de expansão da malha dutoviária já foi concluída. Mas a empresa já se envolveu em novos empreendimentos. “Hoje participamos do projeto de revestimento de aquadutos e desenvolvemos alta tecnologia em revestimento de tubulações para óleo e gás”, detalha, acrescentando que “os investimentos ligados à infraestrutura do país são de grande relevância para nossa empresa”. 24
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Ele observa que, em função da demanda cada vez maior por soluções que garantam a integridade de dutos e, consequentemente, maior segurança nas operações, é constante a busca por novos materiais visando estender os períodos de manutenção das redes dutoviárias. Apontando entre as principais soluções da empresa para o setor, as resinas à base de epóxi novolac e poliamina – aplicadas em alta espessura, com alta resistência a impacto, abrasão e flexibilidade – ele frisa que os produtos são produzidos na unidade de Sumaré, em São Paulo, atingido plenamente as exigências de conteúdo local.
Anticorrosão Também nesta área de tintas para revestimento anticorrosivos, a WEG Tintas busca desenvolver tecnologias sustentáveis para o setor de petróleo e gás, no segmento de pintura de oleodutos, gasodutos e saneamento, com tintas de alto sólidos, baixo VOC e livres de alcatrão. Reinaldo Richter, di-
retor superintendente da empresa, afirma que a meta da empresa é continuar crescendo acima dos dois dígitos/ano e com produtos que sigam as novas tendências de sustentabilidade. “As novas tecnologias, fruto de nossas pesquisas, estão afinadas com o mercado no que tange a tintas com baixo VOC e tintas à base de água. Outro aspecto importante é que esta nova tendência de produtos foca no aumento da produtividade do processo de pintura sem perder as características de proteção”, pontua. O diretor comenta que para pintura interna de oleodutos, a empresa disponibiliza a linha Weg Tar Free 712 N 2851, que é uma tinta epóxi livre de alcatrão de secagem rápida, com a vantagem da versatilidade na aplicação. “Já para pintura externa disponibilizamos a linha Weg Tar Free WT, que consiste numa tinta epóxi de alto sólidos livre de alcatrão. Seu grande diferencial é a aplicação de altas espessuras até 720 microns em uma única demão”, complementa. Para pintura interna de gasoduto, a WEG Tintas oferece as linhas de produto Wegpóxi Gasoduto e Wegpoxi Block N 2912 Tipo I, tintas epóxi novolac de alta espessura, com excelente resistência química em temperaturas de até 150°C, incluindo vários solventes orgânicos, possuindo excelente resistência anticorrosiva e à abrasão. Reinaldo Richter revela que alguns produtos desenvolvidos pela companhia são comercializados em outros países do Mercosul, como as tintas surface tolerants, usadas principalmente na pintura de grandes embar-
Foto: Divulgação Weg Tintas
cações e plataformas. “Do ponto de vista da tecnologia, no que se refere a produtos, a WEG Tintas atende às demandas do Brasil, mas deve-se destacar como desafio a qualificação da mão de obra para assegurar o correto manuseio, aplicação e instalação dos dutos”, afirma. O executivo indica que o segmento dutoviário dá suporte aos diversos investimentos que estão sendo feitos no Brasil como os segmentos petroquímico, químico, offshore e de óleo e gás, mas aponta também como área estratégica para a empresa os investimentos nas áreas de saneamento e etanol. “Neste mercado competitivo, um dos diferenciais da WEG Tintas é ser uma empresa 100% brasileira. Todo o desenvolvimento tecnológico já acontece no Brasil. As matérias-primas tendem a atender às exigências de conteúdo local”, assegura Richter. Dentre os projetos mais importantes dos quais a empresa participou estão as plataformas P-16, P-52, P-54, P-59, P-60, Mexilhão, além de obras de manutenção das atuais unidades em operação no Brasil. Diversas embarcações de grande porte e de apoio da indústria de óleo e gás também fazem parte do portfólio de projetos da WEG, assim como embarcações da Marinha. Richter acrescenta que a WEG Tintas também tem ampla atuação na área de refino, tendo fornecido soluções para as refinarias Alberto Pasqualini (Refap), de Paulínia (Replan), de Duque de Caxias (Reduc)
Foto: Divulgação Weg Tintas
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e Henrique Lage (Revap). Mais recentemente, a empresa fechou contrato com a Refinaria Abreu e Lima (RNEST), para fornecer soluções de pintura interna e externa dos tanques de armazenamento de petróleo e derivados da refinaria. Ela contará com produtos das linhas Lackpoxi N 2630, N 2629 e
N 2288 e Lackthane N 2677. No total, serão 72 tanques – quase 1 milhão de m² de área pintada – que consumirão quase 1 milhão de litros de tinta. Estes produtos foram fornecidos por meio dos consórcios TAG e Techint/Confab/Usiminas, que são os responsáveis pela construção dos tanques.
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Alerta
Foto: Banco de Imagens Keystone e Agência Petrobras
estudo ernst & young terco
no setor de petróleo e gás
Um latente descompasso entre o crescimento da demanda e a incorporação de novas reservas fará com que os preços do petróleo e do etanol no mundo subam, respectivamente, 43,1% e 125,9% até o final da década. No Brasil, no entanto, as altas médias serão menores, alcançando 18,7% e 7% até 2020. 26
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esmo o país não sendo tão afetado por esse movimento, os preços em trajetória ascendente serão um fator limitante para o desenvolvimento de praticamente todas as economias, traduzindo-se em um hiato de 0,52 ponto percentual em relação ao crescimento potencial do PIB mundial a cada ano, até o final da década. Estas são algumas das conclusões do estudo inédito “Brasil Sustentável – Perspectivas dos mercados de petróleo, etanol e gás”, desenvolvido pela Ernst & Young Terco em parceria com a FGV Projetos, e que marca o lançamento do Centro de Inteligência de Petróleo e Gás da empresa no país e contará com mais de cem profissionais com foco nessa indústria. “Trata-se de um extenso estudo que projeta diversos cenários, no Brasil e no mundo, para a oferta, o preço e a demanda por petróleo, gás e etanol, até 2020, e as consequências advindas desse panorama para o desenvolvimento econômico. O setor de petróleo, etanol e gás é estratégico e essencial para o crescimento do país, por isso, entendê-lo melhor ajudará na própria formulação de políticas públicas”, afirma Elizabeth Ramos, sócia para o setor de petróleo e gás da Ernst & Young Terco. O estudo foi baseado em um modelo computacional dos mercados de energia e suas interações. Ele possibilita projetar os movimentos de preços no longo prazo a partir do comportamento de um conjunto de drivers ou condicionantes físicos, econômicos, tecnológicos e político-institucionais da oferta e da demanda. Com base nesse modelo, é possível ainda identificar os condicionantes mais relevantes para cada mercado.
A análise dos resultados desse modelo permite concluir que, durante a presente década, o cenário global será marcado por uma demanda crescente, movimentos incipientes e insuficientes de substituição e eficiência energética, um crescimento econômico ainda dependente do petróleo e uma expansão de oferta incerta e concentrada no período pós-2015. “Esses fatores farão com que o preço do petróleo passe a subir já a partir de 2011. De 2017 em diante, o movimento começa a arrefecer com a entrada gradativa em operação de novas reservas e com medidas de substituição e eficiência energética começando a surtir efeito”, analisa Fernando Blumenschein, coordenador da FGV Projetos. No Brasil, o reflexo dessa realidade de preços em alta dependerá da disposição política em transmiti-la ao consumidor final. Por aqui, antes de 2015, de acordo com o Brasil Sustentável, não deve haver aumentos sistemáticos de preço – inclusive, este pode não se alterar durante todo o período analisado. “O estudo mostra que o fato de a Petrobras exercer um controle sobre os preços da gasolina e do etanol praticados diretamente ao consumidor faz com que o Brasil usufrua de uma condição
privilegiada em relação ao resto do mundo, no que diz respeito ao impacto do setor de combustível sobre o desempenho do PIB nacional e no controle de preços”, avalia Elizabeth. No entanto, acredita-se que, mais cedo ou mais tarde, será necessária uma transição para um regime em que os preços no Brasil acompanhem mais de perto os do mercado internacional. Caso isso de fato aconteça, em 2020, o preço médio da gasolina no Brasil pode alcançar R$ 3,53/ litro, representando um acréscimo de até 41% em relação ao valor cobrado hoje. De acordo com o levantamento, a produção aumentará, principalmente, graças a novas fronteiras petrolíferas, como o pré-sal brasileiro, que deve representar, até 2020, uma expansão de 77% da oferta atual de petróleo do país. São essas novas reservas do Brasil – somadas àquelas que entrarão em operação em outras regiões do mundo – que ajudarão a compensar a exaustão de reservas de diversas áreas produtoras. Mas a crescente indisponibilidade de “oferta barata” de derivados de petróleo limitará o crescimento de alguns países – e de forma desigual. “Porém, no geral, todos serão afetados. Nos EUA, por exemplo, nosso estudo apontou que o crescimento econômico será limitado, na mediana, em 0,61 ponto percentual por ano. Já no Brasil, esse hiato deverá ser um pouco menor, de 0,42 ponto percentual ao ano”, comenta a sócia da Ernst & Young Terco. No quesito consumo, a expansão nesta década ocorrerá nos países emergentes. O Brasil terá um aumento de 29% em sua demanda, passando a representar 4% do consumo mundial ao final de 2020. Projeta-se que, até lá, o país será responsável por 5% da TN Petróleo 80
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Gráficos: Ernst & Young
estudo ernst & young terco
produção mundial, o que fará do Brasil um exportador de petróleo. Já os EUA, mesmo continuando na liderança global – 18% do consumo total –, verão seu consumo interno retrair em 15% no período.
Etanol Cada vez mais o petróleo deve ser substituído por combustíveis alternativos, como o etanol. No entanto, a estrutura produtiva mundial ainda não está preparada para atender a esse crescimento da
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demanda. O impacto da introdução do chamado etanol de segunda geração só passará a ser sentido no final da década. Por isso, até lá, o cenário é de demanda em crescimento e oferta que não segue o mesmo ritmo, fazendo com que os preços subam: o preço médio real do boe (barril equivalente), no mundo, deve subir, no período, entre 99% e 154%, alcançando de US$ 292 a US$ 374. Os dois principais players neste mercado – Brasil e EUA – de-
terão, até 2020, 90% da produção mundial do combustível. O consumo mundial crescerá 148%, alcançando 177,7 bilhões de litros/ano. Nesse período, o resto do mundo (excluindo Brasil e EUA) passará a consumir 50% do etanol produzido, motivando uma expansão na capacidade de produção ao redor do mundo. No Brasil, o custo do etanol ao consumidor é mais impactado pelas variações de preços da gasolina do que o contrário. A capacidade dos fornecedores de etanol de ditar preços se torna bastante limitada, tornando a trajetória relativamente estável. Isso porque, apesar de a produção de etanol ser sazonal e sujeita a eventos agrícolas e à sua própria interação com o açúcar, as oscilações de preço tendem a ser temporárias, revertendo para a trajetória de equalização de preços relativos. Por isso, em 2020, o etanol poderá alcançar no país um preço médio que, nas projeções, vai de R$ 1,37 a R$ 2,03 o litro, representando desde uma queda de 13% a um aumento de 29% em relação ao seu valor atual. “Esse cenário de deslocamento entre as cotações nacional e internacional tornará cada vez mais o mercado consumidor brasileiro desinteressante para o produtor local, vis-à-vis as exportações”, analisa Elizabeth.
Pré-sal A descoberta de jazidas de petróleo em águas ultraprofundas nas bacias de Campos, Santos e Rio de Janeiro deu ao Brasil uma nova condição no cenário global como um player importante no mercado de petróleo e gás natural. “Estimamos que as atividades de exploração e produção devam atrair investimentos de US$ 250 bilhões em dez anos. As dificuldades para extrair o petróleo nessas condições
alerta no setor de petróleo e gás
obrigarão a extensos investimentos em pesquisa e desenvolvimento”, explica Elizabeth. Porém, a expansão da produção do pré-sal será apenas parcialmente revertida em exportações, alcançando até 2020 cerca de 600 mil barris/dia. Esse volume representará receitas de US$ 27,9 bilhões ao ano, 73% a mais do que em relação a 2010 (US$ 16,1 bilhões). Levando-se em conta o crescimento do PIB do país ao longo da década passada, as exportações geradas pelo pré-sal terão um impacto positivo de apenas 0,4 ponto percentual para o PIB brasileiro em 2020 – ressaltando a necessidade de uma ênfase não só na produção e na exportação de petróleo bruto, mas também em investimentos no refino, para agregar mais valor. Outros dez desafios a serem superados pelo país e pelos players desse mercado são analisados no estudo Brasil Sustentável. Diante da promessa que o pré-sal representa para o Brasil, a Ernst & Young Terco desenvolveu um radar com os pontos mais relevantes. São questões de sustentabilidade, legais e financeiras, de gestão e operacionais e de tecnologia, tais como: o avanço da pesquisa científica e tecnológica para desenvolver os equipamentos necessários para se chegar ao petróleo existente em águas ultraprofundas; as dificuldades logísticas e de infraestrutura geradas pela localização distante dos blocos de exploração; a busca por financiamento por parte das empresas que já fazem ou que pretendem fazer parte da rede de fornecedores; a ausência de uma regra tributária específica para o setor; conteúdo local; preocupações socioambientais. Um dos grandes gargalos é a falta de mão de obra qualificada.
“O número de técnicos e engenheiros que o país já possui ou que serão formados nos próximos anos não será suficiente para suprir a demanda gerada pela exploração do pré-sal”, diz Elizabeth. “Mesmo as empresas que estão trazendo mão de obra de fora têm enfrentado dificuldades no que diz respeito à concessão de autorização de visto de trabalho.”
Gás Entre 2011 e 2020, a conversão de gás natural em combustíveis líquidos (GLT) deve ter maior aplicação com a
ampliação de sua oferta no mercado internacional por conta da exploração de gás de xisto nos EUA. O aumento do preço do petróleo ajuda a completar esse cenário. No Brasil, a entrada em operação dos campos do pré-sal e a extensão das redes de distribuição do produto farão com que o gás natural ganhe peso e relevância na oferta de energia ao longo das próximas décadas. Além do pré-sal brasileiro, devem entrar em operação o campo de Mexilhão, na Bacia de Santos, e o de Camarupim, na Bacia de Espírito Santo. TN Petróleo 80
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estudo ernst & young terco
A exploração futura do petróleo da camada do pré-sal, que elevou o Brasil à condição de importante player do mercado internacional da commodity, colocou em evidência os desafios que o Brasil terá de enfrentar no que diz respeito à vinda de estrangeiros que atuarão nas plataformas marítimas. Segundo o estudo da Ernst & Young Terco em parceria com a FGV Projetos, o país precisará gerir a concessão de vistos, a questão de bitributação e incentivar a formação de profissionais brasileiros para ajudar a transformar em realidade a promessa que o pré-sal representa. “Nossa análise conclui que a exploração das camadas do pré-sal já está gerando uma série de desafios para o governo e para as empresas brasileiras. Agilizar a entrada de estrangeiros, que ajudarão a trazer a expertise para a extração desse petróleo é uma das mais importantes e urgentes iniciativas a serem observadas. Há grandes riscos de apagão de mão de obra”, afirma Carlos Martins, sócio da área de Capital Humano da Ernst & Young Terco. O volume de investimentos que devem ser atraídos para o Brasil são superiores a US$ 250 bilhões em dez anos, podendo atingir US$ 1 trilhão. Essas cifras ajudam a explicar a primeira consequência que a descoberta das jazidas em águas ultraprofundas gerou: a vinda em massa para o Brasil de profissionais estrangeiros. Em 2010, foram 56.006 autorizações de trabalho concedidas a não brasileiros, contra 42.914 no ano anterior, segundo o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O setor de petróleo e gás é o principal demandante dessas autorizações. Carlos Martins ressalta: “Os estrangeiros não vêm para o Brasil para substituir a mão de obra local e sim, para fazer transferência de tecnologia e preparar os profissionais brasileiros para assumir estas posições quando os estrangeiros retornarem para os países de origem.” Os profissionais que aqui chegam são especializados na supervisão de montagem de equipamentos e têm a missão de comandar o trabalho, por exemplo, em navios-sonda, usados para perfuração de poços em alto-mar. E a tendência é que esse número dobre em uma década, introduzindo um novo perfil de imigrante no país:
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Foto: Agência Petrobras
Concessão de visto e bitributação de estrangeiros são entraves para o pré-sal
o do profissional altamente qualificado e originário de diversos países. “As empresas precisam de muito planejamento para lidar com essas questões. A autorização de trabalho do profissional tem um prazo de validade e quando expira ele não pode continuar atuando. Um novo visto pode levar meses para ser conseguido, gerando riscos até de paralisação de produção. As empresas também precisam se certificar de que estão pedindo o visto adequado para seus funcionários”, explica Martins. Outro entrave é o problema da bitributação dos expatriados – como são chamados os estrangeiros que vão trabalhar em outros países. O Brasil possui 29 tratados para evitar que dois ou mais países tributem um mesmo rendimento. No entanto, muitos estrangeiros são de países com os quais não há esses acordos, o que encarece os processos de transferência desses profissionais. Além do Imposto de Renda, é comum o pagamento de contribuições sociais em duplicidade. “As empresas podem e devem procurar mecanismos para remediar ou evitar o excesso de pagamento de impostos”, diz o sócio da Ernst & Young Terco. “Por exemplo, o planejamento tributário das transferências internacionais deve antever as necessidades do negócio. Neste sentido, há duas políticas muito praticadas: tax equalization e tax protec-
tion. Esses mecanismos podem evitar que o excesso de tributos prejudique e/ou beneficie o expatriado. Mas o ônus acaba recaindo sobre as empresas, cujos custos da transferência podem aumentar.” Adicionalmente, o Brasil possui acordos previdenciários que permitem o pagamento dessas contribuições em apenas um dos países, sem prejuízo dos benefícios garantidos ao segurado. Em um processo de transferência de trabalho, tudo isso deve ser avaliado e planejado. Carlos Martins, no entanto, afirma que o principal desafio – e também oportunidade – para o Brasil, no que diz respeito à gestão de capital humano para a exploração do pré-sal, é a urgente formação de novos profissionais brasileiros. Atualmente, muitas companhias já sofrem com a falta de pessoal técnico qualificado. “Já que o principal objetivo com a exploração do pré-sal é o desenvolvimento socioeconômico do país, o mais urgente é que, nos próximos anos, as universidades formem mais engenheiros de petróleo, navais, de perfuração, de meio ambiente, geólogos e profissionais de TI, assim como devemos formar técnicos para estas áreas. Mesmo sendo profissionais jovens, trabalharão com estrangeiros superqualificados, que poderão transferir conhecimento. E isso apenas beneficiará o Brasil. Esse talvez seja um dos mais importantes legados que o pré-sal pode nos deixar”, conclui Martins.
Foto: TN Petróleo
alerta no setor de petróleo e gás
Sobre o Centro de Petróleo e Gás da Ernst & Young Terco O Centro de Petróleo e Gás já inicia sua atuação no Brasil com mais de cem profissionais, com foco no acompanhamento das mudanças relacionadas às questões que representam desafios significativos para empresas do setor, tais como: políticas energéticas, complexidades geopolíticas, gestão de custos e alterações climáticas. O Centro Global conta com uma rede de mais de oito mil profissionais no mundo, com atuação na área de Auditoria, Consultoria, Impostos e Transações Corporativas nos subsetores de extração, processamento, logística
Modelo 1
de vendas de derivados e serviços
etal
no campo petrolífero. O Centro é o primeiro no Brasil e na América do Sul. Outras unidades estão localizadas nos Estados Unidos, Índia, Inglaterra, Austrália e Oriente Médio – 12 escritórios regionais de vendas e serviços.
Modelo 2
ênix
Com isso, os números do consumo de gás no país serão maiores. Atualmente são absorvidos 50 milhões de m³/dia; em 2019, serão 169 milhões de m³/dia. Agregada à recente implantação da infraestrutura
de transporte que integra as regiões Sudeste e Nordeste, a nova oferta deve aumentar a gaseificação do consumo energético, atendendo a novas indústrias e garantindo a geração de termelétricas a gás natural.
Metal Fênix TN Petróleo 80
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HRT
Fotos e ilustrações: Divulgação HRT
um ano de ipo
Em outubro deste ano, a brasileira HRT comemorou um ano do seu IPO (Oferta Pública Inicial, do inglês Initial Public Offering) e anunciou que reduziu, em função da crise financeira global, de 31 para 19 o número de poços de petróleo a serem perfurados em 2012. “Estamos apenas com um ‘pé no freio’ para proteger nossos negócios, mas conseguimos renegociar contratos com parceiros e fornecedores dispostos a não perder negócio e geramos assim uma economia de cerca de 250 milhões de dólares”, afirmou o CEO da petroleira, Márcio Rocha Mello. Os investimentos da HRT previstos para o ano, no entanto, não foram reduzidos e, em 2012, a com32
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panhia planeja fazer aportes na ordem de 750 milhões de dólares, o valor deve ser o mesmo para 2013. Segundo o executivo, os fornecedores da HRT preferem vender pouco, mas por muito tempo. A empresa completou no dia 25 de outubro um ano do IPO e, inovando, promoveu no dia anterior na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), um curso sobre geologia do petróleo para ana-
por Maria Fernanda Romero
listas e jornalistas. Na ocasião, a companhia também apresentou um overview, com seus principais resultados durante seu primeiro ano de operações. O CEO da HRT informou que a empresa quer participar do leilão A-5, em dezembro, como fornecedora de gás natural para uma termelétrica a ser instalada próximo à descoberta da Bacia do Solimões (AM).
Marcio explicou que o acordo com a TNK é importante no caso de atraso na produção de gás na Bacia do Solimões, para que a empresa não sofra punições pela falta do energético. “Esperamos apresentar no início do ano que vem o plano de avaliação e desenvolvimento da descoberta da Bacia do Solimões, mas adianto que em três anos, esperamos estar produzindo até 10 milhões de m3/ dia na região”, concluiu. Sobre o acordo de compra da participação da Petra nos campos da Bacia do Solimões pela TNK, ele disse que deve ser fechado em breve, viabilizando assim a garantia de fornecimento para a HRT. Marcio acrescentou que, no momento, a HRT está conversando com empresas interessadas em comprar o gás deles e que a ideia é construir uma planta de fertilizantes próximo à descoberta. “Os dutos para escoamento do gás seriam construídos pela própria dona da planta de fertilizantes ou da
Aquisição russa A venda de 45% dos direitos de concessão sobre 21 blocos localizados na Bacia do Solimões à companhia anglo-russa TNK-BP, foi acertada em outubro e envolve uma área de cerca de 48.500 km2, negociado a US$ 1 bilhão. Assim que a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) aprovar a cessão de direitos de concessão da Petra Energia para a HRT, a empresa efetuará a transferência e receberá o valor ao longo de dois anos. “Somaremos a experiência de ambas para melhor desenvolver nossas áreas”, disse o CEO da HRT, Marcio Mello. A brasileira permanecerá como operadora dos blocos e terá ainda direito a pagamentos adicionais pela
termelétrica. Daí elas mesmas terão de buscar alter nativas para escoar o gás produzido pela HRT”, comentou, não fornecendo o nome dos players interessados. Sobre a notícia de que a Petrobras não estaria interessada em compartilhar o gasoduto que possui na Bacia do Solimões com a HRT, Marcio esclareceu: “Não solicitamos à Petrobras a utilização do gasoduto Urucu-Manaus para escoamento do energético. Não temos nenhuma conversa com a Petrobras nesse sentido. Não entendo a declaração de executivo da empresa
dizendo que não podemos usar o duto deles. A interpretação que tenho disso é que o duto está saturado”, ressaltou. O plano da HRT inclui nove sondas em 2012, sendo uma de w o r ko v e r p a r a i n t e r v e n ç õ e s nos poços e perfuração de po ços rasos e mais oito com capacidade de perfuração de 4.000 m. Além disso, para exploração na Bacia do Solimões, a empresa contratou quatro sondas com a ATI-HH, que serão constr uídas na China e chegarão a Manaus em maio de 2012. As sondas têm capacidade de perfuração de 4.000 m.
TNK-Brasil, que incluem o reembolso de custos passados e pagamentos futuros (earn-out), US$ 0,73/bbl para cada barril acima de 500 milhões de boe do total de reservas 2P, podendo atingir US$ 5 bilhões, por um período de dez anos a contar da aprovação da transferência pela ANP. Para o vice-presidente de upstream (exploração e transporte de petróleo) da TNK, Alexander Dodds, o acordo com HRT ajuda a expansão global da companhia, que tem produção de 17 mil barris no Vietnã e parceria com a estatal PDVSA na Venezuela para o desenvolvimento de diversos blocos. De acordo com Dodds, faz parte da meta da empresa continuar aumentando sua produção nos próximos anos, especialmente na área de gás. “Temos um parque na Rússia para produzir um milhão de barris em 2020, e estamos em busca de
tecnologias para desenvolver este parque”. O executivo afirmou que o objetivo é fazer com que o gás represente 20% do Ebitda da empresa em 2020. A TNK-Brasil terá a opção de adquirir 10% adicionais dos direitos de concessão da HRT nos blocos do Solimões (call), que será precificada com base nos valores de recursos e reservas. Não havendo o exercício da call, a HRT terá o direito de venda dos mesmos 10% para a TNK-Brasil, em termos similares. “Na falta de novos leilões de áreas de exploração de petróleo no Brasil, investidores interessados em atuar no país passaram a se associar a concessionárias que já possuem direitos exploratórios, a exemplo desta aquisição”, afirmou o diretor da ANP, Helder Queiroz, informando que a reguladora está analisando “muitas outras operações deste tipo”. TN Petróleo 80
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eventos
Fotos: Ricardo Almeida
Cobertura Rio Pipeline 2011
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A oitava e maior edição do encontro promovido pelo Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), com a participação da American Society of Mechanical Engenieers (Asme), consagrou o Rio Pipeline como um dos mais importantes eventos da indústria dutoviária mundial. Tanto na conferência como na exposição, o pré-sal foi apontado como o grande motivador do desenvolvimento de novas tecnologias do setor e um dos maiores desafios a serem enfrentados nos próximos anos. por Karolyna Gomes, Maria Fernanda Romero e Rodrigo Miguez
C
om mais de dois mil visitantes e 1.300 especialistas de 27 países, a Rio Pipeline 2012, em sua oitava edição, consagrou-se como um dos maiores eventos do setor dutoviário, no qual foram apresentados 342 trabalhos técnicos. A feira, realizada em simultâneo, também superou as expectativas, com cerca de 150 expositores (10% a mais que a última edição) com apresentação de portfólios de produtos e serviços O escoamento da produção do pré-sal, tendências e desafios tecnológicos na área de dutos foram os grandes temas desta edição, na qual os grandes destaques ficaram por conta da expansão da malha dutoviária submarina e dos minerodutos.
Na abertura da Rio Pipeline, o secretário-executivo do IBP, Álvaro Teixeira, falou sobre o crescimento do evento, que hoje faz parte do calendário internacional: “Isso se deve à importância que o setor teve no país, assim como no resto do mundo, nos últimos anos. Observamos um interesse da comunidade internacional muito grande no que está sendo feito em nosso país. Maior prova disso é que tivemos profissionais de 27 países reunidos aqui”, disse. Pa r a M a r c Goldsmit, presidente da Asme, debater sobre novas tecnologias na malha dutoviária e participar
da Rio Pipeline é motivo de orgulho. “É um prazer estar no Brasil, um país que tem expertise nesta área. Os engenheiros brasileiros sempre têm muito a ensinar ”, comentou. Abrindo o evento, Maurício Tolmasquim, presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), traçou um panorama da situação energética brasileira até 2020, indicando o estágio dos investimentos e desenvolvimentos deste setor. Sobre o cenário dutoviário no Brasil, Tolmasquim afirmou que o governo brasileiro se prepara para iniciar o plano de expansão da malha de gasodutos do país. “A EPE, que responde pelo planejamento do setor de energia, está começando a desenvolver um estudo que servirá de base para a licitação de novos gasodutos. Já foi concluída a primeira etapa deste processo”, disse. TN Petróleo 80
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eventos
O documento, que de acordo com Tolmasquim deverá ser entregue ao Ministério de Minas e Energia (MME) no primeiro trimestre de 2012, apontará onde os dutos deverão ser construídos para consolidar a malha brasileira. Posteriormente, o documento será encaminhado à Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). “Depois disso, de forma interativa e com a assessoria da EPE, o MME vai redimensionar o gasoduto de referência, elaborar as tarifas e fazer o edital da chamada pública, tanto para a construção de gasodutos como também para seu uso. Após a chamada pública, são assinados os termos de compromissos”, explicou. Ele lembrou que atualmente apenas a Petrobras possui uma malha de gasodutos, mas a partir da promulgação da Lei do Gás, em março de 2009, a regulamentação abre caminho para que outras empresas também participem desse processo, construindo, operando e utilizando essa infraestrutura dutoviária. Na cerimônia de encerramento, Ernani Filgueiras, gerente de abastecimento e petroquímica do IBP, enalteceu a importância da Rio Pipeline, que, segundo ele, já está consolidada como um dos mais importantes eventos especializados do mundo. O presidente do Comitê Organizador, Marcelo Rennó, destacou os desafios que o setor dutoviário vai enfrentar daqui para a frente. Rennó lembrou que a segurança do meio ambiente e a economicidade são os segmentos que precisam ser trabalhados e discutidos pelos profissionais para que haja um avanço na área. 36
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Rio Pipeline 2011 Feira Área de exposição: 2.300 m² Expositores: 150 Países: 15 Visitantes: 2.000 Conferência Congressistas: 1.300 Trabalhos: 342 Países: 27
Personalidades Durante a cerimônia foi entregue aos autores Cesar Buque, Xavier Deleye e Niels Portzgen, da Applus RTD Group, vencedores do Calgary Awards, o prêmio de maior contribuição técnica do evento, com o estudo “3D Ultrasound Tomography: Eliminating TOFD and Phased Arrays”. Também foram anunciados os agraciados com as menções honrosas em 16 categorias. Representada por César Buque, a Applus recebeu o Calgary Award e terá sua ida ao IPC (International Pipeline Conference), que acontece no ano que vem, no Canadá, custeada pelo IBP. “Fico muito orgulhoso de receber esse prêmio na Cidade Maravilhosa”, comemorou ele, ao receber a premiação das mãos de Ernani Filgueiras. Presidente do Comitê Técnico em 2007 e 2009, Lino Moreira foi
homenageado pelo IBP em reconhecimento ao trabalho na área de transporte dutoviário. Os premiados com a Menção Honrosa podem ser encontrados no site da Rio Pipeline, cuja próxima edição será realizada em setembro de 2013. Outro prêmio concedido durante a Rio Pipeline foi o Global Pipeline Award, promovido pela Asme, e que teve a Liderroll como grande vencedora. A contribuição tecnológica para a indústria, a eficácia na resolução de problemas, assim como o impacto na segurança e meio ambiente, são alguns dos critérios de seleção dessa premiação. A companhia conquistou o prêmio com a tecnologia para instalação de dutos em ambientes confinados e de difícil acesso. “Estou muito orgulhoso com este prêmio, pois essa empresa nasceu há apenas quatro anos”, disse o presidente da Liderroll, Paulo Fernandes.
Acordo estratégico No último dia da Rio Pipeline, a Asme e a Associação Brasileira de Ciências Mecânicas (ABCM) assinaram acordo de parceria no Brasil, pelo qual a entidade brasileira torna-se o braço local da instituição internacional. O Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) foi o anfitrião do encontro que reuniu, além das duas entidades, representantes da Petrobras, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), Eletronuclear e TSSC. Na ocasião, os representantes do setor pediram que o acordo dê prioridade à formação e ao treinamento de engenheiros, maior suporte em tecnologia e aumento da participação de brasileiros na Asme. Para o diretor-presidente da
expansão futura mobiliza setor dutoviário
Refinaria Abreu e Lima (RNEST) da Petrobras, Marcelino Gomes, o acordo fará com que a entidade internacional comece a olhar para o Brasil com mais atenção. “Desejamos e precisamos ter a Asme mais presente no país. Conseguir mais engenheiros para o Brasil será um fantástico desafio para as duas parceiras”, destacou. Durante o encontro, o presidente da Asme, Marc Goldsmith, fez um apelo à comunidade de dutos. Ele disse que pretende ampliar a participação de membros da associação em todo o mundo com a finalidade de responder melhor às demandas do setor. “Quero homens ativos. Pessoas que estejam envolvidas de fato na proposta de avançarmos. Queremos mais estudantes, mais engenharia, mais gente adquirindo tecnologias”, concluiu.
Marivaldo Scafom, diretor executivo e Paulo Fernandes, presidente da Liderrol
Terminais exigem mais segurança A segurança nos terminais marítimos que recebem embarcações com petróleo e outros produtos derivados foi tema de discussão na Rio Pipeline. Membros de associações ligadas ao setor e também empresas mostraram ações que estão sendo realizadas para a melhoria na gestão das operações. Luciano Maldonado, líder da equipe de projetos de terminais do Comitê de Dutos e Terminais da Associação Regional de Empresas do Setor de Petróleo, Gás e Biocombustíveis na América Latina e Caribe (Arpel), afirmou que os acidentes vêm diminuindo muito no setor nos últimos 20 anos. De acordo com ele, 35% do transporte marítimo têm ligação com o mercado petrolífero. “Hoje, o cenário do transporte marítimo de petróleo e derivados está muito menos turbulento”, afirmou. Durante as palestras, a gestão dos portos foi tida como fundamen-
Cesar Buque, da Applus RTD Group, e Ernani Filgueiras, do IBP
tal e necessária para garantir uma melhor operacionalização e controle das normas de segurança. Com medidas eficientes nos terminais em que atua, a Pemex Refining viu os incidentes caírem de 237 em 1993, para apenas sete este ano. O diretor adjunto da Oil Companies International Marine Forum (Ocimf), Garry Hallett, apresentou um sistema para reduzir acidentes nos terminais. O sistema gerencia o risco de transportes em mar, melhorando a comunicação dos navios com os terminais. “Queremos fazer com que esse procedimento seja mais seguro em pelo menos dez mil terminais no mundo”, destacou Garry.
Já Kurt Hallier, diretor de Terminais Marítimos da ConocoPhillips, afirmou que é muito importante implantar normas cada vez mais rígidas para garantir a segurança nas operações nos terminais, principalmente em função do aumento na produção de óleo e gás no Brasil. “O Brasil tem que aproveitar esse momento para otimizar as operações nos terminais e garantir cada vez mais a segurança”, disse. De acordo com os palestrantes, o grande desafio do setor é a TN Petróleo 80
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eventos
conscientização da necessidade do treinamento dos profissionais que atuam nos terminais marítimos.
Prevenção e segurança O monitoramento e controle para prevenção de ação de terceiros em dutos se destacaram entre os temas discutidos no terceiro dia da Rio Pipeline. Robert Kipp, representante da ONG Common Ground Alliance, abriu o painel de ações preventivas falando sobre o que há relacionado à extensa rede norte-americana de dutos, que é prejudicada principalmente por escavações e obras próximas à malha. Para mitigar estes danos, foi criada a ONG, que conta com o
apoio de empresas como Shell, BP America, El Paso, entre outras empresas com malha de dutos no país. Com abrangência em todo o país, a entidade tem foco na prevenção e prestação de serviços em caso de acidentes, divulgando informações sobre obras e escavações que podem impactar a malha dutoviária. De acordo com Kipp, esse sistema foi bem sucedido graças a um grande trabalho de marketing e esclarecimento sobre a importância da prevenção de acidentes. O Brasil ainda busca o melhor formato para lidar com a questão. Representantes das empresas TBG, Comgás e Petrobras Transporte,
que também participaram de palestras, apontaram o crescimento urbano e a desinformação como os principais entraves atuais. O gerente de Manutenção de Oleodutos da Petrobras Transporte (Transpetro), Edgar de Castro Souza, destacou os grandes avanços do setor, exemplificando o histórico da malha paulista de dutos, que começou em áreas pouco povoadas, mas ao longo do tempo teve que se adaptar ao crescimento desordenado da cidade. De acordo com ele, a partir de 2000, os programas, como inspeção por pig instr umentado, melhoria do sistema de produção catódica e inspeção
Sebrae promove pavilhão tecnológico O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) montou um pavilhão para as pequenas empresas de tecnologia que atuam na região de Duque de Caxias e no Rio de Janeiro. A grande maioria das empresas presentes no espaço está em incubadoras de empresas como o Instituto Gênesis, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). A ideia do espaço foi apresentar algumas empresas com potencial tecnológico para a indústria de petróleo e gás, na área de dutos. “Começamos com esse espaço menor para ter uma ideia da resposta do mercado à iniciativa, mas nossa intenção é ter um pavilhão tecnológico bem maior na Rio Oil & Gas, com mais empresas. A Rio Pipeline foi um ensaio para a Rio Oil & Gas”, afirmou Denise Chalom, analista do Sebrae e gestora do projeto do convênio entre a instituição e a Petrobras. No Rio de Janeiro, por conta do Cenpes, o comitê gestor viu a necessidade de colocar para o mercado as
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patentes do Centro de Pesquisa, assim, o Sebrae fez um levantamento e selecionou 18 empresas para atender a oito patentes. Além desse trabalho, também ajuda as empresas que querem entrar no cadastro da Petrobras, tirando todas as dúvidas dos empresários. O Convênio entre o Sebrae Nacional e a Petrobras Corporativa envolve 14 estados, sendo que o Rio de Janeiro é o único com quatro convênios específicos: Reduc, Bacia de Campos, Comperj e Cenpes. Em Duque de Caxias, o projeto foi criado com o intuito de dar um suporte técnico para as diversas empresas que atuam no entorno da Refinaria de Duque de Caxias (Reduc). A função do Sebrae é de aproximação das pequenas e médias empresas com as grandes, e de capacitação para que elas atendam às exigências técnicas necessárias. “Muitas empresas aqui presentes, estão na fase de prática de gestão. Nós diagnosticamos o nível que cada uma delas está e, em cima disso, a gente dá a capacitação para que alcance a
maturidade de gestão, com foco na excelência”, disse Ueliton Macedo, analista do Sebrae e gestor do projeto em Caxias, onde atuam mais de mil empresas ligadas ao setor. A I-Dutto trabalha com tecnologia de localização e identificação eletrônica sem fio, através do RFID (Radio-Frequency Identification), também conhecida como ‘etiqueta inteligente’, munida de um chip que pode guardar informações a serem lidas digitalmente através de um equipamento. “A grande vantagem dessa tecnologia é que no momento de inspeção ou de vazamento, a localização do duto é muito mais rápida, além de se poder saber todas as informações sobre o duto”, disse Alexandre Forno, gerente da I-Dutto. Outro produto da empresa é um tubo de perfuração, que guarda tecnologias de monitoramento capazes de identificar, por exemplo, durante a perfuração, quantos metros o tubo já perfurou. A tecnologia foi desenvolvida para utilização tanto para onshore quanto offshore. A I-Dutto já está trabalhando com a Petrobras, mas ainda em fase de protótipo e com a Schlumberger, em um trabalho de desenvolvimento conjunto há mais de um ano.
expansão futura mobiliza setor dutoviário
de revestimento, reduziram quase totalmente a questão de corrosão externa, fazendo da ação de terceiros o maior obstáculo a ser vencido. Castro Souza enumerou importantes ações tomadas para evitar acidentes. Em 2001, Petrobras e Transpetro elaboraram o Programa de Integridade de Dutos (PID), e em 2002, a ANP estabeleceu a portaria 125, que regula os processos de interferência junto à faixa de dutos. Mas foi o Plano Diretor de Dutos (PDD), iniciado em 2003, que marcou a mudança de ação da empresa. Focado em grandes centros, como Rio de Janeiro e São Paulo, o PDD tem por objetivo retirar dutos de áreas com extrema urbanização. Entre as práticas contínuas de prevenção, Edgar citou a inspeção aérea e por terra, o uso de sinalização, barreiras de concreto –
em especial o muro palito –, e o programa de conscientização do público, que engloba um plano de comunicação junto aos órgãos públicos, escavadores, comunidades e proprietários (donos de terrenos).
Dutos submarinos A malha dutoviária para o escoamento do óleo no pré-sal terá grande avanço nos próximos três anos. A previsão foi feita pelo engenheiro da DNV, Hélio Alves, em sessão dedicada aos dutos submarinos. Ele pontuou que o setor de petróleo e gás sabe das limitações existentes na região, mas, ao mesmo tempo, a experiência do país em águas profundas permite que os desafios sejam vencidos com mais rapidez. Para Alves, a falta de navios é um dos principais entraves para o escoamento no pré-sal. Ele re-
força que o país precisa ampliar a malha dutoviária na região para o transporte do gás, cuja produção irá aumentar. “O ideal é ter alternativas e não apostar tudo em um único modal.” O engenheiro acrescenta que é preciso desenvolver novos materiais, como aço resistente à corrosão – mais alta no pré-sal. “Estas tecnologias são caras e temos como desafio buscar soluções mais viáveis e que atendam a condições severas.” Na sessão, o engenheiro da Subsea 7, Danilo Fernandes, apresentou um trabalho pioneiro no Brasil para cruzamento de tubulações submarinas por meio de estruturas de concreto, o que hoje é feito com aço. O projeto foi implantado na plataforma P-56, na Bacia de Campos, inspirado em trabalhos feitos em outros países. O modelo foi uma solução encon-
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trada pela empresa para se tornar mais competitiva, já que esta estrutura reduz custos. “A manutenção pode ser feita a cada 30 anos e a mão de obra é mais barata.”
Certificações para dutos Os órgãos reguladores precisam criar normas certificadoras
Regulamentação de minerodutos Em sessão técnica, no último dia da Rio Pipeline, a Samarco Mineradora apresentou proposta para regulamentação do segmento de minerodutos. Com base no RTDT (Regulamento Técnico de Dutos Terrestres para Movimentação de Petróleo, Derivados e Gás Natural), da ANP, a proposta da Samarco tem como alvo principal o controle da corrosão e da erosão, problemas que afetam os dutos de minério em maior intensidade que os de óleo e gás. “Nosso objetivo não é determinar como deve ser esse regulamento, e sim trazer tal discussão de responsabilidade até o fórum”, explicou Vinícius Fileto Mansur, da Samarco, e idealizador do trabalho. O executivo ressaltou que ainda não se sabe qual órgão poderia criar o regulamento, que também trata do plano de emergência, do plano de integridade, do manual de manutenção e do plano de inspeção, entre outros.
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para projetos e fabricação de dutos terrestres. Esta é a conclusão do estudo apresentado na Rio Pipeline. Na opinião de Bruno Pitella, gerente do Bureau Veritas e um dos autores do estudo, a ANP poderia promover a discussão junto aos órgãos certificadores e toda a indústria para diminuir os riscos de acidentes com dutos terrestres. “Há inúmeros projetos de dutos no país. O tema precisa ser discutido, pois a nossa grande preocupação é evitar problemas de impactos ambientais”, defende. Pitella lembra ainda que o processo de certificação já é prática comum no caso dos projetos e fabricação dos dutos submarinos. Ele observou que os custos são maiores e as atividades envolvem grandes riscos, por isso, as empresas construtoras e projetistas já utilizam o critério. “Vale ressaltar que a Petrobras exige um nível mínimo de certificação, mas para dutos terrestres isso ainda não é praticado”, critica.
Transporte de biocombustíveis Os desafios na área de lo gística para fazer frente ao crescimento da produção de biodiesel no Brasil foi outro tema em debate. O gerente geral de produção, da diretoria de Biodiesel da Pe-
trobras, João Augusto Araújo Paiva, informou que o país saltou de zero produção para 2,4 bilhões de litros em cinco anos, e diante deste cenário a Petrobras Biocombustível atua de forma crescente no setor nos últimos três anos. Paiva disse que a empresa opera atualmente três usinas próprias e duas em sociedade e conta com capacidade de produção de cerca de 700 milhões de litros/ano. “Atuamos no Nordeste, Minas Gerais e Sul do Brasil na produção de biodiesel. Desenvolvemos um projeto de parceria tecnológica com o Cenpes, em unidade no Polo de Guamaré, e dois importantes e pioneiros projetos no estado do Pará, que utilizarão a palma como matéria-prima”, apontou. O gerente destacou a tecnologia avançada das unidades industriais e a flexibilidade no uso da matéria-prima. “O Brasil tem diversidade de oleaginosas e nossas usinas estão aptas a rodar com diferentes matérias-primas, o que permite o desenvolvimento de uma cadeia de suprimento que inclui a agricultura familiar.” Nesta linha de diversificação da matriz de suprimentos para biodiesel, Paiva citou o uso de Óleos e Gorduras Residuais (OGR) nas usinas da empresa. “A unidade de Quix a d á ( C E ) , p o r exe m p l o , j á processou mais de 100 toneladas de óleo adquirido de cooperativas de catadores. Dessa forma, a atividade também gera renda no meio urbano e contribui com a preser vação do meio ambiente.”
expansão futura mobiliza setor dutoviário
O Brasil produz atualmente cerca de 2,4 milhões de m 3 de biodiesel. Na opinião do executivo, o país tem a vantagem de apresentar diversas fontes em diferentes regiões. Fato este que aumenta a complexidade logística. Novas alternativas estão começando a surgir, como o sistema da Lógum, apresentado por Luiz Augusto Fonseca, diretor comercial da empresa. A Lógum, recém-formada pela fusão dos projetos de logística do etanol, iniciou em setembro deste ano as obras do primeiro sistema de logística de etanol do país. Com investimento de R$ 6,5 bilhões, já estão sendo construídos 1.300 km de dutos, que se juntarão aos 500 km já existentes da Petrobras, entre outras construções, como terminais. Com 80% do investimento, financiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
Clariant apresenta tecnologia para inibição da biocorrosão Gessie Andrade, engenheira química da Clariant Oil Services, responsável por Desenvolvimento de Aplicações, apresentou durante o evento o trabalho técnico ‘New Technologies for Biocidal Treatments’, com o qual mostrou a nova tecnologia à base de biocidas empregada na indústria, em especial em empresas produtoras e operadoras de petróleo. O produto pode ser aplicado no tratamento de tanques e linhas de produção e transporte, nos quais incidem bactérias BRS, decorrentes do processo de produção de petróleo.
“A solução contribui para a redução da biocorrosão das linhas de transportes de óleo, já que o produto tem uma versão menos ácida, com pH neutro, que permite maior integridade dos equipamentos das plataformas de petróleo, evitando paradas não programadas”, explica Gessie. O produto foi lançado pela primeira vez na Rio Pipeline, mas já está em fase de aprovação pela Petrobras. O novo biocida foi desenvolvido nos laboratórios de biocidas, em São Paulo, e de desenvolvimento de aplicação, em Macaé.
(BNDES), o novo sistema logístico de etanol promete ser econômico e eficiente. “Esperamos reduzir custos e tempo. Cerca e 20% a menos de gastos do que outros modais. O tempo será bastante reduzido e com isso o impacto
ambiental e nas estradas, com redução de caminhões”, explica Fonseca.
Conteúdo local Encerrando o evento, durante o painel ‘Tendências tecnológicas
eventos
O
presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, afirmou que os 46.122 MW dos 61.560 MW de energia previstos no Plano Decenal de Energia 2020 (PDE 2020), para os próximos dez anos, já estão contratados. “Isso traz uma tranquilidade grande para o Brasil que pretende crescer 5% ao ano. Com a expansão, o total do Sistema Interligado Nacional (SIN) passará dos atuais 109.578 MW para 171.138 MW em 2020”, complementou. Ele afirmou que o Brasil tem uma situação ímpar no mundo. “Apesar de termos a perspectiva de nos tornarmos um grande produtor e exportador de petróleo, nossa matriz energética não deve se alterar significativamente nesse período, permanecendo focada em energias renováveis.” Isso é muito importante em tempos de mudanças climáticas, avaliou, lembrando que o Brasil utiliza apenas um terço do seu potencial hidrelétrico, enquanto países como Estados Unidos usam 60% do seu potencial. “Temos uma fonte que pode atender grande parte da nossa demanda. O problema é que a maior parte desse potencial está no bioma Amazônia e é preciso ter cuidado em sua exploração, mas acredito que podemos explorar parte desse potencial em harmonia”, lembrou. Sobre o leilão de energia A-5, previsto para dezembro deste ano, Tolmasquim informou que nove hidrelétricas já estão confirmadas: “Tem uma que ainda está em dúvida, mas nove estão certas e estamos encaminhando para o Tribunal de Contas da União (TCU) e recebendo as inscrições dos outros empreendedores de outras fontes”, pontuou. Entre as usinas confirmadas no leilão, que licitará empreendimentos que deverão gerar energia a partir de 2016, Tolmasquim ressaltou a participação das unidades de São Manuel (700 MW) e Sinop (400 MW), no rio Teles Pires, no Mato Grosso; São Roque (214 MW), no rio Canoas, em Santa Catarina; Cachoeira do Caldeirão 42
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Foto: Agência Petrobras
Matriz energética acelerada
(134 MW), no rio Araguaí, no Amapá; e outras quatro localizadas na bacia do Parnaíba, no Piauí: Cachoeira (63 MW), Estreito (56 MW), Castelhano (64 MW) e Ribeiro Gonçalves (113 MW). A décima usina, a de Riacho Seco (276 MW), ainda é dúvida e aguarda licença ambiental. Na ocasião, Tolmasquim comentou também que o aumento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis importados deve elevar a proporção de veículos flex no país, com a produção nacional de carros adaptados ao etanol. Para ele, o Brasil deverá chegar a 2020 com 80% de carros flex, contra 49% de hoje: “Nossa projeção de que haverá 50,3 milhões de automóveis em circulação no país em 2020 é conservadora. Até lá, acredito que a frota chegará a 53 milhões de veículos, contra 27,9 milhões de hoje.” Ainda de acordo com a EPE, a oferta de energia interna no Brasil vai crescer dos atuais 271 milhões de tep (tonelada equivalente de petróleo) para 440 milhões de tep entre 2010 e 2020, uma elevação de 62%. No período, a participação das energias renováveis na matriz energética brasileira sobe de 45,5% para 51,7%, principalmente pelo aumento da contratação de energia eólica, gás e biomassa. A transformação da matriz ocorre porque o governo quer reduzir a contratação de energia de térmicas a óleo combustível e estimular a oferta em leilão de energias alternativas, como eólica, cujo potencial é hoje
de 143.000 MW, o que representa a capacidade de dez usinas de Itaipu. Tolmasquim considera que este potencial poderá dobrar nos próximos anos. O projeto brasileiro é crescer ainda seu potencial hidrelétrico, já que só utiliza um terço. O presidente da EPE apresentou um cenário otimista em relação à previsão de crescimento de oferta de energia para sustentar o desenvolvimento brasileiro. Ele prevê que o país crescerá a uma taxa de 5% ao ano, enquanto a oferta de energia será de 5,3%. Além disso, o executivo também mostrou que, dos 61.000 MW previstos para a década, 46.000 MW já foram contratados. “Isso dá uma tranquilidade muito grande para o Brasil crescer 5% ao ano”, afirmou. O Brasil também possui uma participação relativamente pequena em uso de petróleo e gás, com 48% da matriz, em relação aos 54% mundiais. No mundo, a participação do carvão é grande, com 41% para a geração de energia elétrica, enquanto aqui é de apenas 6%. Quase 90% da geração de energia elétrica no Brasil são provenientes de fontes renováveis. As previsões de oferta da produção de petróleo são bastante otimistas. Atualmente, são produzidos 2,3 milhões de barris por dia, mas a estimativa com os investimentos da Petrobras e das empresas privadas é aumentar para 6 milhões de barris por dia. Haverá uma sobra de 3 milhões de barris por dia, já que o consumo de petróleo não acompanha a produção.
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na atividade dutoviária’, o presidente do Centro de Tecnologia em Dutos (CTDUT), Raimar van der Bylaardt, disse que o Brasil está preparado para auxiliar as empresas estrangeiras a atingirem o percentual de conteúdo local exigido pela ANP e, para isso, o país tem hoje laboratórios suficientes e qualificados para realizar os testes de que as companhias necessitam, contribuindo, inclusive, para a redução dos custos desses experimentos. “O Brasil precisa de uma indústria forte e estamos aptos a auxiliar a indústria estrangeira a encontrar aqui esse apoio, contribuindo para desenvolver o conteúdo local”, declarou o executivo. Na opinião de Bylaardt, o desafio tecnológico para alcançar o conteúdo local deve receber a mesma atenção que os desafios tecnológicos exigidos na exploração e produção do pré-sal. No momento, o Centro está concluindo um pedido da ANP para desenvolver propostas de regulação de dutos submarinos e outros terminais. O executivo informou, ainda, que o centro tecnológico está cons-
truindo um Loop 12 polegadas, que é um pipeline multifásico para trabalhar com óleo cru, gás, água e diversos outros líquidos que possam ser de interesse para testes em pigs de uma forma geral ou testes de vazamento nestas instalações. “Além disso, estamos concluindo no final de outubro, um laboratório de proteção catódica que será utilizado para diversos tipos de testes e treinamentos e um laboratório para testes de válvulas e acessórios de tubulações em condições operacionais e extremas, de forma a atender aos requisitos previstos na Norma ABNT NBR 15827. Esta norma atenderá também a ampliação da infraestrutura para modelagem computacional
de válvulas no Lamcem / Coppe / UFRJ”, assegura Bylaardt. O presidente do CTDUT finalizou sua apresentação afirmando que hoje o Brasil tem um conjunto de centros de pesquisa e de serviços tecnológicos absolutamente preparados para atender esta produção local. E convidou os empreendedores nacionais e internacionais a participarem da nossa indústria: “Podem vir produzir no Brasil porque os setores de tecnologia de laboratórios e os outros que trabalham com testes estão aptos para dar suporte e ajudar vocês nas produções locais. O Brasil precisa de uma indústria forte e vocês encontrarão o que precisam aqui para se desenvolver”, apostou.
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Tecnologias para o pré-sal são os destaques na
exposição
Os 150 expositores, 10% a mais que a última edição, apostaram em novas tecnologias para o pré-sal na exposição deste ano da Rio Pipeline. Palestras para estudantes e robôs inspetores foram algumas das novidades apresentadas pelos expositores para atrair a atenção dos visitantes. GDK – Com o tema ‘Construção e montagem do gasoduto Caraguatatuba-Taubaté (Gastau, no Túnel da Serra do Mar)’, a empresa participou do evento este ano como expositora, mas principalmente apresentando um trabalho técnico sobre o assunto. Com 96 km de extensão, o gasoduto transpõe a Serra do Mar por um túnel de 5 km de extensão. Além de outros trechos, a montagem no interior do túnel foi realizada pela GDK e entregue em março deste ano – cinco dias antes do prazo previsto, teve que contar com soluções inovadoras diante dos enormes desafios, dentre eles o logístico. De acordo com o vice-presidente de Operações da companhia, Conrado Serodio, a GDK aplicou técnicas diferenciadas desenvolvidas exclusivamente pela própria empresa, trabalhou com desafios técnicos e logísticos e teve de construir equipamentos especiais. O exe44
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cutivo foi o autor do trabalho apresentado, em parceria com os engenheiros Guido Viana e Francisco Medeiros. “Pelo quarto ano consecutivo, a GDK teve um trabalho técnico aprovado para apresentação na Rio Pipeline”, festejou. A construção do Gastau destaca-se pela aplicação de metodologia construtiva e procedimentos de engenharia diferenciados. “Foi um projeto bem específico: montagem dentro do túnel do Gastau, que na verdade é um túnel sem saída”, pontuou.
Serodio esclareceu que a transposição da Serra do Mar através de um túnel interligado a um shaft vertical com 500 m de altura foi um dos desafios mais marcantes do projeto. “As condições de montagem no túnel demandaram estudos aprofundados e o desenvolvimento de novos métodos para enfrentar situações adversas presentes na obra, como a complexa geometria da tubulação, a simultaneidade das atividades de montagem do duto e o cronograma desafiador ”, completou.
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O vice-presidente da GDK lembrou ainda que a companhia recebeu recentemente, ainda na obra do Gastau, pelo trabalho executado no Trecho II (São José dos Campos-Caçapava-Taubaté), o Prêmio Petrobras/Engenharia de Qualidade, Segurança, Meio Ambiente e Saúde (QSMS), edição 2010, no segmento Construção de Dutos. A GDK atua no segmento da construção, montagem e manutenção de gasodutos, oleo dutos e polidutos, além de serviços em plataformas offshore. Também atua na montagem e manutenção de instalações de produção de petróleo e gás, além de instalações industriais no segmento petroquímico e de refinarias. Serodio informou que além do projeto do Gastau, na área de dutos, a empresa está trabalhando em consórcio com a Sinopec, na construção dos 400 km de tubulação do mineroduto Samarco, que irá transportar minério de fer ro. “Já iniciamos a construção, que levará 22 meses. No pico da obra 2.500 pessoas estarão trabalhando. E mais: esta constr ução tem características diferenciadas como espessura da tubulação e condição de implantanção, então para nós este projeto é mais um desafio técnico e de logística”, indicou. A GDK também está trabalhando na Bahia e no Nordeste como um todo em linhas de produção para poços de petróleo, linhas de injeção de água, e serviços de reabilitação de dutos. Na área industrial, a empresa participa de obras importantes como na Unidade de Sulfato de Amônia, da Fábrica de Fertilizantes Nitogenados (Fafen) e na UFN-3 (Unidade de Ferti-
lizantes Nitrogenados) de Três Lagoas (MS) – ambas da Petrobras e ainda na Usina Termelétrica de Canoas (RS). “Embora nossa origem tenha sido na área de dutos terrestres e marítimos, hoje temos experiência e uma carteira bastante diversificada, incluindo a área de montagem industrial”, conclui o vice-presidente da GDK. V&M – A fornecedora de tubos de aço, V&M do Brasil, apresentou na Rio Pipeline seus produtos e serviços direcionados ao mercado de petróleo e gás. Segundo o gerente de projetos linepipe da empresa, Marco Paulo Cola, os destaques foram as inovações implementadas como melhoria de tolerância dimensionais, logística, condições de soldagem de produtos, entre outros. De acordo com ele, a empresa também levou ao evento os serviços oferecidos aos clientes do setor petrolífero, quando são realizados por equipe técnica. “Temos uma gerência de projetos que realiza atendimento personalizado, visando a melhor servir às empresas do ramo que atuam no país”, disse, acrescentando que a participação da empresa no evento se baseia na tendência de aumento da demanda por bens e serviços da indústria de dutos e o crescimento sustentável do ramo esperado pelo Brasil para os próximos anos. Os produtos da V&M Brasil estão presentes em todos os processos de perfuração e completação de poços onshore e offshore: perfuração, produção e transpor-
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te de petróleo/gás até a refinaria. E para a perfuração de poços, segundo ele, é necessário o Drill Pipe (tubo de perfuração). Em seguida, outros dois produtos são utilizados: o Casing (tudo de revestimento, utilizado para contenção da parede do poço) e o Tubing (tubo de completação, utilizado para a condução do fluido, desde o reservatório até o leito marinho).
Além disso, o executivo acrescenta que existem os tubos de condução, chamados de linepipe, que podem estar instalados em campos offshore e onshore, conduzindo os fluidos. E o Riser é um tubo de elevação que atua no setor offshore e interliga a plataforma dos equipamentos instalados no leito marinho. “Impede que qualquer fluido entre em contato com a água do mar
quando conduzido até a superfície”, finaliza. Tenaris Confab – Este ano, a fabricante de tubos de aço Tenaris Confab levou à feira soluções que atendem aos desafios da exploração offshore, sobretudo na era do pré-sal. Além disso, durante a conferência os profissionais da empresa apresentaram cinco trabalhos técnicos
Pré-sal acelera expansão de malha submarina Estiveram na pauta do evento, entre outros temas, o crescimento das malhas de mineroduto e alcoolduto no país – que se tornam cada vez mais estratégicas para o desenvolvimento dos setores de minério e biocombustíveis –, a necessidade de qualificação de mão de obra, a prevenção contra ação de terceiros - que abordou o gerenciamento das faixas de servidão, e a sustentabilidade na indústria. O tema do primeiro painel da Rio Pipeline 2011 foi o escoamento dutoviário do pré-sal e a grande notícia dada na ocasião foi o anúncio da produção de 29 mil barris no campo de Lula, no pré-sal da Bacia de Santos, por Mauro Yuji Hayashi, gerente de Planejamento do Pré-sal da Petrobras. O executivo indicou que o campo de Lula já está produzindo 29 mil barris de óleo por dia com apenas um poço. Hayashi apresentou o estágio de desenvolvimento e estratégia do pré-sal durante o painel, quando comemorou os resultados obtidos pela Petrobras com o pré-sal, em especial o início da operação do gasoduto Lula-Mexilhão (que liga o campo de Lula à plataforma de Mexilhão, na Bacia de Santos) anunciado um dia antes do início do evento. A capacidade de escoamento do gasoduto é de até 10 milhões de m3 por dia. “Pela primeira vez a molécula [de gás] do pré-sal está abastecendo o mercado brasileiro”, frisou. O executivo comentou que é na Bacia de Santos que estão sendo encontradas as maiores acumulações: “Os três poços produzem mais de 59 46
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mil barris de óleo por dia, enquanto na Bacia de Campos o pré-sal contribui com outros 42 mil barris de óleo por dia.” O gerente da Petrobras afirmou ainda que o índice de sucesso exploratório da Petrobras no pré-sal tem se mantido acima de 80% e observou que, no pós-sal, a empresa tem áreas a serem exploradas. Dos mais de 40 poços perfurados pela Petrobras na região do pré-sal, 80% obtiveram resultados positivos. O dado foi apresentado pelo gerente geral do Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes), Ricardo Luiz Carneiro Beltrão. Atualmente, o pré-sal é responsável pela produção de 130 mil barris de petróleo por dia, em apenas sete poços. Apesar dos desafios encontrados na área exploratória do pré-sal, as perfurações são consideradas um sucesso. “A Bacia de Campos, comparada ao pré-sal, é um paraíso”, disse Beltrão, sobre as dificuldades logísticas da nova fronteira. Carlos Tadeu Fraga, gerente executivo do Cenpes, também participou do painel e afirmou: “O sucesso das descobertas é muito significativo. Na década de 1980, éramos importadores, em 2020 passaremos a exportadores”, assegurou. De acordo com a diretora comercial da BG, Valéria Lima, que também estava no debate, o pré-sal traz grandes benefícios para a indústria brasileira. “Há aumento da transparência da indústria, possibilidade de conexão de infraestrutura de terceiros, agilidade nas negociações de acordos, otimização do uso de gasodutos e alinhamento do Brasil a bacias sedimentares maduras”, citou.
A camada pré-sal enfrenta desafios de logística, metalúrgica e de custos. A situação é bem distinta se comparada às explorações do Mar do Golfo e Mar do Norte. Para conseguir resultados, a Petrobras investiu US$ 200 milhões durante cinco anos para o desenvolvimento de uma série de tecnologias nas quais o país não tinha expertise. “Conseguimos trazer grandes empresas para o Brasil, e elas trouxeram seus centros de estudo. A Ilha do Fundão se transformou no Vale do Silício do petróleo. Isso certamente beneficiará todo o país”, ressaltou Beltrão. “O pré-sal tem uma pujança muito grande em oportunidades de inovação, construção de empregos, e uma capacidade de engenharia brasileira bem maior do que a atual. Além disso, ele traz grandes oportunidades de retorno para as organizações que nós representamos, e tanto aqueles que operam nos campos, como para os sócios e os fornecedores”, afirmou Carlos Tadeu Fraga, gerente executivo do Cenpes. A garantia de escoamento dutoviário e o desenvolvimento de novas tecnologias foram apontados pelos palestrantes do painel como os principais desafios dos oleodutos, mas, de acordo com Mauro Yuji Hayashi, a capacidade da indústria e da engenharia nacional é ainda um gargalo importante. “A indústria e a engenharia brasileira tem que se capacitar de forma competitiva para oferecer seus serviços e equipamentos. Eles têm também de fazer um aporte em preparo de recursos humanos para atender as demandas do pré-sal”, apontou.
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divididos pelas áreas de dutos submarinos, integridade estrutural e projeto, construção, montagem e materiais. A Tenaris Confab destacou um trabalho técnico feito em conjunto com a Petrobras, que trata do desenvolvimento de tubos API 5L X70MS sour service com alta tenacidade para aplicações em águas profundas e ultraprofundas. Os demais trabalhos apresentaram soluções como: tubos alto colapso para aplicação linepipe offshore, ECA de tubos de alta tenacidade, tubos X100 para linepipe de alta resistência e mecânica da fratura para linepipe. Diante dos novos desafios tecnológicos e o aquecimento da demanda por bens e serviços da indústria de pipeline, a participação na feira tem um significado especial para a Tenaris Confab. “O Rio de Janeiro é hoje o polo de pesquisa e desenvolvimento do pré-sal, um momento extraordinário pelo qual o Brasil está passando e temos o orgulho de participar ”, afirma Luis Chad, gerente de engenharia do produto da empresa. Por meio de uma rede integrada de produção, de serviços
ao cliente e de centros de pesquisa e desenvolvimento, a Tenaris Confab trabalha junto aos clientes para responder às suas necessidades na entrega pontual de produtos de alto rendimento, em ambientes operativos cada vez mais complexos. Para fazer frente aos novos desafios, a empresa está instalando um Centro de Pesquisa e Desenvolvimento na Ilha do Fundão, no Rio de Janeiro. O novo centro focará no desenvolvimento de produtos e de tecnologias para OCTG (tubos para revestimento de poços), linepipe e outros mercados – como automotivo, nuclear, de mineração, etc. Receberão atenção temas como aperfeiçoamento de diversas técnicas, como tecnologias de soldagem (longitudinal e circunferencial), revestimentos diferenciados (por exemplo, clad, poliméricos e orgânicos), conexões premium e pesquisa e desenvolvimento de produtos de alta resistência ao colapso e à corrosão. A companhia possui também uma base em Rio das Ostras, que funciona como um estoque para os clientes, com entrega just in time.
Merax – A piracicabana importadora e distribuidora de equipamentos industriais, apresentou na Rio Pipeline 2011, dentre outros produtos, sua linha completa de biseladoras de tubos (máquinas que fazem o biselamento e o faceamento de tubos com fixação na parede interna ou externa da tubulação). “A participação da Merax na Rio Pipeline é sempre uma vitrine importante para a divulgação da empresa e da marca. Este ano, a empresa elegeu quatro eventos do gênero para expor seus produtos”, afirmou o gerente de vendas da Merax, José Antonio Ruiz. Tecnofink – O objetivo da empresa, especializada em manutenção industrial, foi apresentar ao mercado na Rio Pipeline a TapeGlass, solução para reparos de corrosões, furos ou trincas em tubulações de qualquer diâmetro, com até 500 psi. A Tapeglass é uma bandagem industrial composta por fibra de vidro impregnada com resina hidrativa e evita grandes períodos de paralisação da produção. “Vazamentos em tubulações quase sempre geram altos prejuízos
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para as empresas devido ao tempo perdido até que os tubos sejam trocados, o que favorece a aplicação do TapeGlass”, afirma Thomas Georg Fink, diretor da TecnoFink. Dentre as vantagens do TapeGlass, destacam-se sua aplicação, feita em menos de cinco minutos, e a cura funcional do sistema – menos de 30 minutos. O custo da manutenção é bastante inferior aos métodos convencionais e a área aplicada pode se tornar mais resistente que a tubulação original. Produto seguro, não tóxico, não combustível e inodoro, com ótima aderência em metais, aço, aço inox, PVC, FRP, cerâmica, concreto e borracha, a TapeGlass pode ser aplicada em superfícies
irregulares, molhadas ou submersas, e é resistente a temperaturas constantes de até 148°C, ou 260°C intermitentes. Liderrol – Nesta edição, a companhia que trabalha com soluções de engenharia para os setores energéticos de petróleo, gás e mineração, destacou na feira uma nova tecnologia para instalação de dutos em ambientes confinados e de difícil acesso, desde o projeto, fabricação e instalação de dutos. A solução nunca foi utilizada no mundo. A Liderrol também aproveitou a Rio Pipeline para expor com exclusividade a solução por roletes bidirecionais que resolveram os problemas estruturais da ponte do Taic, píer da Petro-
bras na Baía de Guanabara, bem como os revolucionários roletes guias que anularam a instabilidade funcional da tubulação do loop do Gastau (solução e Patente Liderroll). A tecnologia apresentada pela empresa tem vantagens, como mais segurança na operação e para os funcionários, menor impacto ambiental e mais rapidez na execução do serviço. No Gastau, por exemplo, a montagem dos dutos foi feita em apenas 19 dias, quando em geral leva sete meses. IEC – Apresentou diversas soluções nas áreas de corrosão, proteção catódica e integridade de dutos. Conectada com as inovações do mercado, a empresa
Forte presença canadense Com cerca de 20 empresas representadas na Rio Pipeline 2011, o Canadá foi o país que mais trouxe participantes para a feira, sendo o único a ter um pavilhão exclusivo com as cinco empresas que vieram na missão canadense ao Rio de Janeiro. No pavilhão, também estavam representados o Consulado Geral do Canadá e o Governo de Alberta, estado que recebe a cada dois anos o IPC (International Pipeline Conference), na cidade de Calgary. A participação canadense na Rio Pipeline é uma tradição, já que o país é referência mundial no setor de dutos. “Existe uma parceria institucional e técnica na área de dutos, entre o Canadá e o Brasil, principalmente com as duas feiras, IPC e Rio Pipeline, acontecendo em anos simultâneos”, afirmou Nadine Lopes, gerente de Desenvolvimento de Negócios em Óleo e Gás do Consulado Geral do Canadá. As empresas que estavam no pavilhão do Canadá eram Absolute NDE, Broadsword Corrosion, Civis Canadá, Global Thermoeletric e a Pure Technologies. Atuando há 13 anos no mercado de dutos, a Pure Technologies é líder 48
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Nadine Lopes, gerente de Desenvolvimento de Negócios em Óleo e Gás do Consulado Geral do Canadá, Muthu Chandrasekaran, vice-presidente da Pure Technologies e Beatriz Peixoto, assistente de Desenvolvimento de Negócios do Consulado Geral do Canadá.
mundial no desenvolvimento e aplicação de tecnologias para inspeção, monitoramento e manutenção da infraestrutura física dos equipamentos. A empresa apresentou na Rio Pipeline, a Smart Ball (Bola Inteligente), uma novidade na indústria, e que foi projetada para fazer a detecção de vazamento em dutos de óleo e gás e o seu monitoramento.
A empresa já realizou inspeções para a Transpetro e está fazendo trabalhos de inspeção e monitoramento de dutos para a Petrobras utilizando a tecnologia da bola inteligente. “Estamos entrando no mercado de detecção de gás, que está em expansão e há grandes possibilidades de negócios”, afirmou Muthu Chandrasekaran, vice-presidente da Pure Technologies.
expansão futura mobiliza setor dutoviário
expôs a seus clientes o sistema de ancoragem de dutos Pipesak, um sistema de controle de flutuabilidade de dutos para áreas alagadas. “Tivemos um retorno muito positivo neste lançamento devido à praticidade de instalação. O Pipesak substitui o concreto, não agride o meio ambiente e representa um impacto considerável na diminuição dos custos de logística das obras”, informou Mauro Barreto, diretor da IEC. Além disso, a IEC divulgou os tubos compósitos de Pead reforçados com fibra de vidro ou aço galvanizado para condições de corrosão agressiva e elevada pressão interna de fluido, que foram desenvolvidos pela Flexpipe, empresa do grupo ShawCor, especializada na fabricação de tubos flexíveis compósitos. “São aplicáveis para projetos de escoamento de fluidos em geral, como linhas de coleta de poços de produção onshore, linhas de injeção de água, dutos de distribuição e transporte de gás natural e de transporte de petróleo e derivados, entre outros”, explica Barreto. Nesta edição da Rio Pipeline, a empresa também participou da conferência com a apresentação de um trabalho técnico sobre vantagens do revestimento de base polipropileno para dutos em ambiente agressivo, enterrados ou submersos. O mercado dutoviário responde pela maior parte do faturamento da IEC, mas a empresa também tem sinergia com os mercados de tanques de armazenamento, tubulações industriais, estruturas portuárias e plataformas. “Nosso maior desafio é acompanhar a evolução tecnológica muito rápida em um
setor cuja demanda oscila muito. A Rio Pipeline tem sido essencial para enfrentar este desafio”, indicou. Barreto disse que hoje a empresa está atuando no Gasoduto Rio-São Paulo (Gaspal II), Gasoduto Caraguatatuba-Taubaté (Gastau), Etanolduto Paulínia Riberão Preto, III Mineroduto da Samarco e no Mineroduto Rio-Minas, da Anglo American. De acordo com o executivo, as principais soluções fornecidas pela IEC para o setor dutoviário e de petróleo e gás é a proteção catódica, desde o projeto até o comissionamento, passando pelo fornecimento de todos os materiais e a montagem dos sistemas; o monitoramento e o controle da corrosão interna de dutos; o for necimento, instalação e operação de equipamentos de diversas técnicas intrusivas e não intrusivas para medição de taxas de corrosão; além disso, a empresa representa, também, a norte-americana CRTS, especializada em revestimento interno robótico de juntas de campo de dutos de aço; e na área de inspeção de dutos e tanques, a IEC representa a Rosen, líder no mercado brasileiro de pigs instrumentados.
A IEC é distribuidora de vários produtos para a área dutoviária, dentre eles mantas termocontráteis Canusa, tubos de plástico reforçado com fibra de vidro Flexpipe e juntas isolantes Projoint. “Fornecemos, também, com pessoal e tecnologia próprios, levantamentos de dutos sobre a faixa, como passo a passo, DCVG, atenuação de corrente e geoposicionamento e recentemente, introduzimos no mercado brasileiro a técnica de ‘Direct Assessment’ (ECDA e ICDA), um método de análise de integridade de dutos apoiado nas técnicas de levantamento mencionadas antes”, lembra Barreto. O diretor da IEC comentou que recentemente a IEC lançou o PipePillo, que serve como suporte para a tubulação, levantando os tubos ao lado da vala a uma altura ideal para o trabalho de solda, preparação de superfície e aplicação de mantas. Ele destacou ainda no portfólio da empresa os tubos termoplásticos compósitos reforçados da Flexpipe, uma solução econômica e competitiva, reduzindo os custos de instalação de dutos e proporcionando menor prazo de conclusão das linhas. TN Petróleo 80
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de empresas também não estão descartadas”, disse.
Trade Locações – Para a empresa o mercado dutoviário é estratégico, pois a companhia é especializada em solda para dutos, mantendo mais de mil equipamentos do modelo mo tossoldadora (equipamentos de solda a diesel) em seu parque. “O mercado dutoviário representa uma fatia considerável dos nossos negócios, no entanto, com a acelerada expansão das obras em refinarias começamos a dedicar também atenção especial a estes projetos. Nosso principal desafio é manter a qualidade e agilidade dos nossos atendimentos a todos os projetos demandados”, aponta o diretor comercial da empresa, Bruno Alves Pereira. A empresa participou desta edição da Rio Pipeline, para onde levou sua linha completa de solda para venda e locação, tendo como principal foco as motossoldadoras, além de uma torre de iluminação Allmand e um Grupo Gerador da marca Cummins. As soluções da Trade Locações atendem os mercados de equipamentos para pipe shop, offshore, onshore, montagem industrial e terraplanagem. De acordo com o diretor da Trade Locações, atualmente a 50
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companhia atende aos três maiores projetos de pipe em execução no país: um mineroduto da Anglo, sendo executado em MG de 500 km, uma obra de dutos em São Paulo, de 1.200 km e uma obra em Minas Gerais/Espírito Santo de 400 km de duto. “Somos também um dos maiores locadores dentro do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj)”, completa. O executivo comenta ainda que a grande novidade da empresa no segundo semestre deste ano é que o Grupo Trade é agora Dealer da Wacker Neuson, uma linha de minicarregadeiras, miniescavadeiras e skid steer. Sobre expectativas da empresa para os próximos anos, Pe r e i r a d i z que apesar da turbulência na Europa e Estados Unidos no câmbio, a expectativa no Brasil para o final de 2011 e para o ano de 2012 é positiva. “Dentre as nossas metas estão o aumento de produtos em nosso portfólio, expansão de novas bases, aperfeiçoamento técnico e expansão da equipe, aquisições
Vanasa Multigas – Participou do evento com um estande e apresentou sua linha de produtos para pipeline, frutos da parceria com a GE (General Electric), Sypris Technology, Alfa Engineering e Taylor Valves. Esta foi a terceira participação da empresa no evento. O mercado dutoviário representa hoje 13% do faturamento global da Vanasa Multigas, sendo o segundo mais importante segmento que a empresa atua. “O grande desafio é manter o ritmo de crescimento dos negócios nesta linha de produtos, uma vez que as incertezas sobre as futuras ampliações da malha dutovária estão parcialmente indefinidas até o presente momento”, indica Walter Lapietra, presidente da Vanasa Multigas. Para o mercado de petróleo e gás e dutos, a companhia oferece as seguintes soluções: lançadores e recebedores de PIG; tampas de abertura Rápida (QOC); acessórios para reparo de dutos; acessórios para furo em carga (Trepanação); juntas de isolamento elétrico; pontos de entrega (City Gates); estações de medição para óleo e gás (com e sem provador); estações de redução de pressão; filtros separadores, scrubbers e ciclones; aquecedores indiretos; medidores tipo turbina e rotativos; válvulas reguladoras de pressão, controle e bloqueio automático (Shut-off); válvulas de alívio e segurança (PSV); e indicadores e transmissores de nível – dentre essas, Walter La-
expansão futura mobiliza setor dutoviário
pietra destaca a nova linha de lançadores e recebedores de PIG compactos em Skids e a nova linha de estações de medição para transferência de custódia com provadores compactos. Para o executivo, no mo mento a empresa está envolvida no projeto da fábrica de fertilizantes nitogenados (Fafen) e na UFN-3 (Unidade de Fertilizantes Nitrogenados), em Três Lagoas; e estão fornecendo lançadores de PIG para as plataformas WHP1, WHP2, FPSOs para o pré-sal, Canto do Amaro e Guamaré. Além de pontos de entrega de gás natural de Japeri II, Cidade do Aço, Resende, Duque de Caxias, Caçapava, Três Lagoas, UTE João Neiva, UTE Cacimbas; e estações de redução de pressão e medição para Córdoba. Ainda de acordo com L apietra, a expectativa da Vanasa Multigas para os próximos anos é manter o crescimento médio de 20%, agregando novas soluções para as áreas de produção (E&P) e ampliando o atual portfólio de produtos para gás natural e pipeline (oleoduto e gasodutos). TDW – Participando outra vez da Rio Pipeline, a TDW apresentou seu mais novo produto, o Spiral Magnetic Flux Leakage (SMFL). A nova tecnolo gia permite identificar onde a corrosão está através do envio de um sinal com as informações coletadas na inspeção do duto, dizendo onde estão os problemas de corrosão. Além disso, o equipamento também detecta defeitos na estrutura dos tubos. “O SMFL é uma inovação para a indústria e vai mudar a maneira de se fazer inspeções
em dutos”, afirmou Richard Williamson, chairman da TDW. “Estamos preparados para ajudar a Petrobras a vencer os desafios que vêm pela frente quanto à exploração offshore no Brasil”, completou. A TDW produz equipamentos para operações tanto onshore quanto offshore, e tem entre seus clientes, no Brasil, a Petrobras e a Comgás (Companhia de Gás de São Paulo). Instor – A empresa 100% brasileira, especializada em sistemas de inspeção robótica, situada no Parque Tecnológico da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, trouxe para a feira Rio Pipeline 2011 um scanner para inspeção interna de tubulações. A ferramenta, chamada de ‘inspetor de dutos’, utiliza sistema ultrassônico multiplexado que aumenta a velocidade de mapeamento e transforma as informações em gráficos precisos sobre local e grau de profundidade de corrosão, o que difere a tecnologia dos pigs já conhecidos. “Ele é basicamente um robozinho que consiste em um anel bipartido que se abre em duas partes, e, com movimentação automática, consegue escanear longitudinalmente e transversalmente a tubulação mapeando a superfície do duto e medindo sua espessura”, afirmou Miguel Serrano, sócio diretor da empresa. A tecnologia está preparada para atuar em dutos rígidos, com chuva ou em regiões alagadas.
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CM do Brasil – A empresa trouxe para a edição 2011 da Pipeline sua linha de equipamentos e produtos para movimentação, elevação e transporte de cargas. O destaque da empresa é a capacidade de desenvolver produtos especiais de acordo com a necessidade do cliente. “A CM é líder mundial no mercado, nosso diferencial é oferecer produtos para as diversas aplicações. Quando os produtos convencionais não resolvem, nós desenvolvemos a solução”, afirma Jefferson de Oliveira, coordenador de marketing da CM do Brasil. Fluxo – Especializada em equipamentos e serviços para automação de sistemas, a Fluxo Soluções Integradas levou algumas soluções para o setor que foram representadas por quatro parceiros na feira. A companhia apresentou uma microturbina para produção de energia da Capstone Turbine Corporation, um gerador baseado em uma pequena turbina que queima gás gerando energia limpa e de qualidade. A tecnologia é
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ultrassom de vazão de gás, que dimensiona o equipamento para ter o tamanho adequado ao volume de gás que passa na tubulação, da Daniel Measurement & Control, uma das divisões da Emerson Electric CO. O produto dá condições para o operador obter diagnósticos de correções no sistema. Completando as soluções representadas pela Fluxo, as empresas Automind Automação Industrial Ltda. e Emerson VA/ Bettis & Shafer apresentaram seus serviços de consultoria e implantação de sistema de automação industrial e de automação de válvulas, respectivamente.
ideal para lugares isolados, como plataformas offshore ou gasodutos, que necessitem de fonte de energia confiável. “Ela usa um pouco do gás produzido em uma plataforma ou gasoduto, por exemplo, e gera energia elétrica, sem precisar de água ou óleo lubrificante, somente ar. Pode alimentar lâmpadas, bombas, sistemas de compressão, de medição, áreas de controle. O lugar fica independente de rede elétrica”, afirma o gerente da Capstone Turbine Corporation para na América do Sul, Edgardo Oscar Vescovo. A Fluxo apresentou também em seu estande um medidor por
Vermeer – Neste ano, a empresa apresentou na feira suas soluções para o mercado offshore, que são as valetadeiras e as perfuratrizes horizontais direcionais, máquinas para aberturas de valas e travessias pelo método não destrutivo para a instalação de dutos. “Levamos para a Rio Pipeline 2011 nossas valetadeiras de diversos tamanhos, sobre pneus ou esteiras para abertura de valas exatas em diversos tipos de solos com alta produtividade, e as perfuratrizes horizontais direcionais também em diversos tamanhos com forças de puxada das tubulações de 6.000 libras a 1.300.000 libras para travessias de ruas, rodo vias, córregos, rios, etc.”, explica o gerente geral da Vermeer, Flávio Leite. De acordo com ele, o mercado dutoviário brasileiro é de grande importância para a empresa, pois ela tem forte presença neste segmento ao redor do mundo e pretende tam-
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bém ter no mercado brasileiro. “Possuímos uma gama grande e completa de equipamentos para a instalação de dutos”, complementa. “A distribuição dos nossos produtos aqui no Brasil é de nossa responsabilidade e feita diretamente pela fábrica. Estamos fazendo um forte investimento aqui no Brasil desde que assumimos a distribuição em 2008, com forte crescimento nas vendas e consequentemente em nossa estrutura”, explica Leite. Segundo o executivo, a Vermeer pretende continuar com o crescimento no país e na América Latina, oferecendo as melhores soluções para seus clientes. Atualmente a empresa fornece máquinas para diversas empresas prestadoras de serviços nos mercados de saneamento, gás, telecomunicações e energia. Salzgitter Mannesmann International – A empresa apresentou a fábrica Salzgitter Mannesmann Line Pipe, de tubos soldados e disponilizou seu processo contínuo de fabricação de tubos de aço. “Fabricamos tubos com solda por indução de alta frequência para dutos onsho -
re ou offshore, com qualidade 5 LX 70, diâmetro externo até 24 polegadas e espessura de parede até 1 polegada, com revestimento 3-capa MAPEC ou FBE”, indicou Carlos Zemella, diretor da Salzgitter Mannesmann International. De acordo com ele o mercado dutoviário brasileiro é estratégico para a companhia que oferece soluções de engenharia para dutovias com diâmetro externo de 16” (406 mm) a 24” (609 mm) e com espessura de parede até 1” (25,4 mm). Dentre as principais soluções que a empresa disponibiliza para o mercado de pe-
tróleo e gás e dutos, Zemella destacou: “um tubo API produzindo com tecnologia própria, com gerenciamento do sistema produtivo certificado pela TUV NORD com os critério da DIN EN I S S O 9 0 0 1 : 2 0 0 0 , DIN EM 14001: 2005 e BS OHSAS 18001:2007, e com notável histórico de fornecimentos para indústria petrolífera em várias regiões do mundo”. Ainda no portfólio da Salzgitter Mannesmann, o executivo destacou o sistema produtivo de garantia de qualidade e infalível sistema de verificação do produto final (tubo e revestimento), como uma solução de ponta que a empresa oferece ao mercado. “Esperamos poder fornecer 100 km de tubos 24” x 1” API 5LX 70 para os próximos anos”, complementou.
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eventos Cobertura OTC Brasil 2011
Ela veio pra ficar
por Karolyna Gomes, Maria Fernanda Romero e Rodrigo Miguez
Com um público especializado de mais de dez mil pessoas, a primeira edição brasileira da Offshore Technology Conference supera expectativas e leva organizadores a confirmarem novas edições a cada dois anos. Além do programa técnico, a OTC Brasil 2011 promoveu uma exposição de empresas da comunidade global offshore que apresentaram novidades e soluções tecnológicas para o setor. 54
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Fotos: Ricardo Almeida
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primeira edição da OTC Brasil superou a expectativa dos organizado res, recebendo mais de dez mil visitantes em três dias de evento. Entre os destaques da programação da OTC Brasil estiveram as sessões técnicas que abordaram questões relevantes da exploração offshore, como soluções inovadoras para acelerar o desenvolvimento de campos de petróleo, a questão da garantia de escoamento, os desafios da exploração de reservatórios car-
bonáticos, engenharia de poço, entre outros temas relevantes para essa indústria. A conferência contou com o apoio de três organizações nacionais: a Associação Brasileira de Engenharia Química (Abeq), a Associação Brasileira de Geólogos de Petróleo (ABGP) e a Sociedade Brasileira de Geofísicos (SBGF). O evento também recebeu o apoio da Rio Negócios, da Rio Business Agency, e contou com palestrantes da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e do escritório de Comercio Exterior do Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e o Departamento do Comércio dos Estados Unidos. Mais de 400 empresas, de 23 países, participaram do evento, distribuídas em estandes instalados em dois pavilhões do Riocentro, nos quais apresentaram as mais modernas soluções em produtos e serviços de explo ração e produção offshore. Do total de expositores, 90 eram empresas brasileiras, demonstrando a competitividade da indústria local em um mercado que atrai cada vez mais players de todo o mundo.
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A OTC é um evento consagrado no setor de petróleo mundial e nós da ANP entendemos que a vinda da OTC para o Brasil é um atestado da nossa competência, do nosso sucesso exploratório e também a demonstração de que a indústria internacional quer participar do sucesso Magda Chambriard, diretora da ANP
“Esse foi o momento certo de trazer a OTC para o Brasil. O país está se preparando para ser um dos maiores produtores de petróleo do mundo e reúne, cada vez mais, as mais influentes associações e players da indústria”, comentou Ricardo Juiniti, copresidente do Programa Técnico da OTC Brasil. “Estamos extremamente satisfeitos com a participação e o sucesso do evento”, assegurou. “O grande número de empresas brasileiras que expôs na OTC Brasil – associado ao grande interesse do mundo –, garante que este evento foi uma mostra verdadeiramente global e de grande representatividade”, avaliou Stephen Balint, presidente do Conselho de Administração da OTC. Ao todo, a OTC Brasil 2011 contou com 24 sessões técnicas, dez sessões especiais e duas plenárias. Além disso, foram realizados seis almoços/palestras por dia com alguns dos principais participantes do evento, que 56
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dos nossos negócios em petróleo. discorreram sobre os desafios do financiamento em tempos de crise, e experiências no mercado brasileiro como operadores. O modelo regulatório brasileiro e a questão da segurança operacional do setor de petróleo e gás foram os temas abordados na cerimônia de abertura pelas representantes da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP): a diretora Magda Chambriard – que convidou os estrangeiros a investirem no país, mas solicitou o cumprimento das regras e objetivos nacionais –, e a técnica Caroline Morais, da área de segurança operacional da Agência. “A OTC é um evento consagrado no setor de petróleo mundial e nós da ANP entendemos que a vinda da OTC para o Brasil é um atestado da nossa competência, do nosso sucesso exploratório e também a demonstração de que a indústria internacional quer participar do sucesso dos nossos negócios em petróleo”, comentou Magda Chambriard.
A diretora da ANP forneceu um panorama completo do cenário de petróleo e gás do país, assim como o sistema regulatório brasileiro vigente. “Temos mais de US$ 350 bilhões de reservas internacionais; encerramos 2010 com 14 milhões de barris de petróleo e 420 milhões de m³ de gás de reservas provadas; temos 74 empresas operando como concessionárias (nacionais e internacionais); produzimos 2,2 milhões de barris de petróleo no ano passado; além disso, no ano passado, exportamos cerca de 300 mil barris de petróleo por dia e 35 milhões de m³/dia de gás”, lembrou. Magda indicou ainda que o Brasil é a sétima maior economia do mundo, com estabilidade política, econômica e regulatória. Segundo Chambriard, o objetivo da ANP hoje é alavancar o desenvolvimento nacional e da indústria e diminuir a desigualdade social do país. Magda informou ainda que serão realizadas mais duas rodadas de licitação para a área do pré-sal até 2015. Carolina Moraes, da área de segurança operacional da ANP, falou sobre as ações da Agência com relação à segurança operacional nas plataformas de petróleo no país. Para ela, esse é o principal foco da entidade, que tem um calendário de auditorias previamente agendadas com as empresas concessionárias. Na fiscalização das plataformas, a ANP tem uma parceria com a Marinha do Brasil, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recurso Naturais Renováveis(Ibama) e o Ministério do Trabalho, para garantir a segurança das opera-
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ções, dos equipamentos e também dos trabalhadores. O regulamento de segurança da ANP é formado por 17 resoluções, com regras para cada situação específica a ser avaliada. Para Carolina Moraes, os grandes acidentes só ocorrem quando há falhas nas auditorias e nas práticas de segurança das empresas. “A presença a bordo de técnicos da ANP tem sido um fator positivo para a manutenção da segurança nas plataformas”, afirmou. Em 12 meses, a ANP aplicou multas que alcançaram a soma de US$ 20 milhões, interditou a operação de 11 plataformas e identificou 600 não conformidades durante as suas vistorias. Sobre o futuro, a representante da Agência disse que a entidade seguirá atualizando suas normas, mantendo o foco na segurança operacional. Ela acrescentou que a ANP precisa também aumentar as atenções para a segurança dos projetos.
Programação diferenciada Os topical luncheons (almoços/palestras) foram uma atividade diferenciada na programação da primeira OTC Brasil, nos quais foram apresentadas as experiências brasileira e mundial nas operações offshore da indústria de óleo e gás. Os convidados tiveram a oportunidade de ouvir alguns dos principais expositores discorrerem sobre temas relevantes como os desafios do financiamento em tempos de crise e experiências de várias operadoras no mercado brasileiro. No primeiro dia do evento, Maria Pena, gerente de produção do BC-10 da Shell, falou sobre o Parque das Conchas, um projeto da Shell em águas profundas no Brasil, com uma produção atual de 70 mil b/d,
otc brasil em números Público de mais de dez mil pessoas 420 empresas expositoras 23 países representados 90 empresas brasileiras 4 pavilhões internacionais – Canadá, Finlândia, Noruega e Estados Unidos Área: 14.450 m²
e com um sistema pioneiro de separação submarina. A executiva lembrou que a produção no Parque das Conchas conta com duas fases e a produção inicial foi traçada a partir de três campos: Abalone, Ostra e Argonauta B-West. “A primeira etapa, operada em 2009, envolveu nove poços produtores e um poço injetor de gás e a segunda fase, iniciada em 2010, tem como foco o campo Argonauta O-North”, indicou. Ainda no primeiro dia, Felipe Bayon, chefe de projetos especiais para a BP America, fez palestra sobre os impactos, as lições aprendidas e aplicadas após o acidente da Deepwater Horizon no Golfo do México, para evitar ocorrências similares em suas operações no mundo, incluindo no Brasil, onde tem hoje dez blocos exploratórios, adquiridos em maio da Devon. Bayon informou que os atuais investimentos e ações da empresa estão focados em melhores práticas, e citou: prevenção e segurança de perfuração, controle, contenção para minimizar vazão, poços de alívio para interromper
o fluxo e gerenciamento de crise. “O atual desafio da indústria é criar equipamentos móveis de resposta para poços profundos”, ressaltou. No segundo dia, Denis Palluat de Besset, da Total E&P do Brasil, destacou as novas tecnologias, pesquisa e desenvolvimento e as soluções que a companhia vem desenvolvendo para o Brasil. O executivo falou sobre o início da operação em Pazflor, campo operado pela companhia francesa em Angola, cuja capacidade de produção é de 220 mil barris de petróleo/dia. Ele destacou o uso das tecnologias inovadoras de separação plena subsea e a instalação do maior FPSO do mundo (FPSO Pazflor), com 325 m de cumprimento, 62 m de largura e 120 mil toneladas de peso, com capacidade para armazenar até 1,9 milhão de barris. No último dia foi a vez de João Clark, da colombiana Ecopetrol, falar sobre a experiência no Mar das Caraíbas, na Colômbia, na costa do Peru e no Golfo do México, além das expectativas da empresa na costa do Brasil nas bacias de Santos, Campos, Pará-Maranhão e Espírito Santo. O executivo apresentou os números da companhia, há 60 anos atuando no mercado de petróleo e líder em exploração na Colômbia. No Brasil, a Ecopetrol comparece em oito blocos: dois na Bacia de Campos, dois na Bacia de Santos e quatro na Bacia de Pará-Maranhão. De acordo com o plano de negócios para 2020, os investimentos em exploração e produção serão de US$ 80 bilhões. Além TN Petróleo 80
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disso, a produção de petróleo chegará a 1,3 milhão de barris de óleo por dia em nove anos. Em 2020, 60% das reservas exploratórias da empresa serão em campos offshore. Quem fechou a sessão de topical luncheons foi Paulo Mendonça, diretor geral e de exploração e produção da brasileira OGX. Ele compartilhou a experiência da empresa em quatro anos de operação e a produção do primeiro óleo ainda esse ano, na Bacia de Campos. Mendonça comemorou a chegada do FPSO OSX-1 na Baía de Guanabara que aconteceu no dia do almoço, e encerrou dizendo que está ansioso para a Décima Primeira Rodada de Licitação da ANP.
P&D são cruciais para a indústria O debate sobre pesquisa e desenvolvimento e suas repercussões nas empresas e universidades marcou o segundo dia da OTC Brasil. Um entendimento que permeou todo o debate é de que tanto a indústria quanto a universidade devem entender o perfil uma da outra. “Estamos investindo no aprimoramento das potencialidades locais. Sabemos que o retorno pode levar alguns anos e, à medida que o mercado brasileiro for amadurecendo, iremos expandir os investimentos”, afirmou o representante da Schlumberger, Ram Shernoy. Já o representante da Cameron, John Bartos, destacou a importância do planejamento e do compromisso com as metas das pesquisas para o sucesso das parcerias. “Quando financiamos 58
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uma pesquisa estabelecemos marcos junto aos pesquisadores. Dessa maneira, cada etapa acontece dentro de um planejamento e quando o marco é alcançado nós iniciamos uma nova fase de pesquisas, o que é motivador para os pesquisadores e para nossos negócios”, ressaltou. Giorgio de Tomi, professor associado do Departamento de Engenharia de Minas e de Petróleo da USP (Universidade de São Paulo) e moderador do painel, também enfatizou o trabalho em equipe. “Não devemos simplesmente enfatizar as diferenças entre universidade e empresas, mas entender que são pessoas que fazem as pesquisas e que o principal é buscar a viabilidade das ações conjuntas”, concluiu. O último dia da conferência teve palestra sobre os desafios e oportunidades do setor de óleo e gás no Brasil, com representantes das principais empresas do setor que atuam no país. Harold Mesa, da Halliburton, afirmou que os principais desafios no pré-sal estão no escoamento do petróleo e do gás, a corrosão dos dutos e equipamentos e o CO2, que terá que ser reinjetado. Outro ponto ditopor Mesa foi a alta demanda por profissionais no mercado. Segundo ele, o setor precisa de 50
mil pessoas. A Halliburton vem contratando muitos profissionais no Brasil, sendo de brasileiros o maior número de funcionários da empresa, que tem no recrutamento e na retenção de talentos sua fórmula para chegar a soluções cada vez melhores. A inovação foi indicada como uma das soluções para os desafios da indústria. Para isso, a Halliburton já investiu no seu Centro de Tecnologia, no Parque Tecnológico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que já está em funcionamento. “Enxergamos que desafios geram oportunidades”, assinalou. Já Ana Zambelli, presidente da Schlumberger no Brasil, disse que a excelência na execução dos projetos é um foco da empresa que preza pelo mínimo de erros. “Nessa indústria é preciso acertar na primeira tentativa sempre”, afirmou. Para Maurício Figueiredo, vice-presidente da Baker Hughes, o Brasil é o país mais forte no mundo em oportunidades nesse setor. De acordo com ele, os principais desafios do Brasil são o conteúdo local, a carga tributária e o processo de licenciamento ambiental. Ele adiantou que a companhia pretende ter 80 sondas offshore atuando no país até o fim do ano que vem. Esse número vai pular para 120 sondas em 2015. Além disso, dos últimos 20 poços perfurados no pré-sal, em 16 a Baker teve participação.
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Tecnologia
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Complementando os debates da conferência, as 420 empresas participantes da exposição, dentre elas 90 empresas brasileiras, apresentaram as principais tecnologias para exploração e produção offshore com foco na segurança, saúde e meio ambiente. A feira reuniu os principais fornecedores da cadeia petrolífera, além dos ‘gigantes’ operadores do setor em nível mundial.
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isposta a mostrar que o mercado de óleo e gás tornou-se alvo prioritário da sua estratégia de negócios, a Lord, tradicional fornecedora de adesivos, revestimentos e sistemas de controle de ruído e vibração para os mercados industrial, automotivo, aeroespacial e de defesa, divulgou na OTC Brasil que o setor de exploração de petróleo pode se beneficiar de toda essa expertise. “Mostramos na OTC Brasil que a Lord tem totais condições de corresponder aos anseios do mercado brasileiro de óleo e gás, pois combina vasta experiência com fornecimento local”, disse Bruno Fragoso, gerente de Desenvolvimento de Novos Negócios da Lord, que está atenta ao mercado brasileiro A empresa apresentou sete produtos na feira, um eles já utilizado pela Petrobras: o revestimento de alta performance HPC-5C. “Ele protege os artefatos de borracha contra o ataque do ozônio, evitando o esfarelamen-
to ou cracking dos elastômeros”, explica Fragoso. Outra tecnologia que chamou a atenção dos visitantes foi a MR, composta por fluidos e dispositivos magnetorreológicos. Usados há anos em diversos sistemas de controle de movimento e vibração, podem ser empregados em várias situações na exploração de
petróleo. “Nas plataformas, muitos equipamentos exigem controle de movimento, principalmente devido ao efeito das ondas do mar ”, complementa. Ainda para auxiliar no aspecto de controle de vibração, a Lord fabrica coxins para equipamentos de superfície empregados na separação de fluidos – feitos de TN Petróleo 80
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borracha, já podem ser fornecidos revestidos com o HPC-5C. Produz também um equipamento denominado Tuned Vibration Absorber (TVA), que controla a vibração das tubulações ocasionada pela passagem de fluidos. Segundo Eduardo Terciotti, executivo de contas para o mercado de óleo e gás da Lord, milhares desses equipamentos operam há mais de 20 anos no gigantesco gasoduto aéreo que atravessa o estado do Alasca (EUA). “Sua função é compensar a vibração interna, gerada pelos fluidos, e a externa, causada pelas rajadas de vento típicas da região.” Os adesivos da Lord também encontram espaço na exploração de petróleo. A família Chemlok®, por exemplo, segundo o executivo, pode ser usada na adesão do tipo metal/borracha, bastante comum na fabricação de mangotes – dutos que transportam o óleo entre as plataformas e os navios. Já os ade60
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sivos estruturais são adotados tanto na fabricação quanto nos reparos de diversos tipos de peças, sobretudo nas de compósitos e metal. Por último, Terciotti destacou os elementos flexíveis e as resinas encapsulantes. Os primeiros são responsáveis por proporcionar os movimentos de torção e flexão nas juntas flexíveis, enquanto as resinas – à base de silicone, poliuretano e epóxi – servem para encapsular circuitos elétricos diversos. “Além de diminuir a vibração, protegem as peças contra o ataque químico do meio, bem como reduzem a temperatura e a condutividade elétrica”, conclui. Tecnologia em lubrificantes – A Cosan Lubrificantes e Especialidades, detentora do direito de uso da marca Mobil no Brasil, além de ter apresentado o que tem de mais sofisticado em se tratando de lubrificantes para a cadeia de óleo e gás, a empresa levou palestran-
tes ao evento. Dois engenheiros da companhia falaram sobre soluções de lubrificação para aumentar a produtividade e reduzir os impactos ambientais na indústria offshore. O público pôde, ainda, conhecer a linha de lubrificantes minerais, sintéticos e biodegradáveis, que atendem às mais rigorosas exigências deste segmento, além de outros tipos de óleos e graxas atestados e reconhecidos por inúmeros fabricantes de equipamentos. “A presença da marca Mobil visou reforçar a alta tecnologia encontrada em seus produtos e as diversas possibilidades de serviços voltados par as mais variadas formas de aplicação”, ressaltou Sidnei Bincoletto, coordenador de marketing da Cosan Lubrificantes e Especialidades. Exemplo forte dos investimentos da Cosan nessa tendência, o sistema OilXplorer Analysis é um dos principais serviços oferecidos. “Nosso sistema de análises de óleo foi desenhado cuidadosamente para garantir total conveniência e máxima proteção dos equipamentos. A equipe técnica possui alto padrão de treinamento e está apta a dar assistência técnica e treinamento ao pessoal de bordo, checando o resultado da aplicação e assegurando que os clientes recebem todos os benefícios do nosso programa de lubrificação”, observa ele. Para o mercado de marinha offshore, a marca Mobil destacou sua linha de produtos sintéticos, que favorecem o desempenho e proporcionam vantagens econômicas na administração dos equipamentos que operam em variadas temperaturas.
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Energia offshore – A Schneider Electric, especialista global na gestão de energia, apresentou na OTC Brasil o projeto da empresa desenvolvido para a exploração sustentável de petróleo. A solução, chamada de subsea, promove a distribuição elétrica de média tensão sob condições extremas. “Temos tecnologia desenvolvida para soluções de distribuição elétrica até 3.000 m de profundidade, proporcionando aumento da vida útil e eficiência na produção”, disse o VP da unidade de negócios Energy da Schneider Electric, Luis Felipe Kessler. Os visitantes puderam conferir ainda o Shore Connection (tomada de terra) para portos, solução inovadora em tecnologia. O recurso tem como objetivo garantir a estabilidade energética nos portos, sendo o único no mercado a utilizar a plataforma de um UPS (Unidades de Alimentação Ininterrupta). Destaque também para o lançamento da linha de quadros elétricos (QEP e QEE),
além das soluções MAS e PMS para embarcações, que promovem uma economia de até 20% da energia com o PMS a bordo. Além disso, a Schneider Electric apresentou as soluções em parceria com a Telvent, a sua mais nova aquisição. “A Telvent complementa a arquitetura integrada EcoStruxureTM da Schneider Electric, proporcionando uma solução de gestão de informações para controlar, monitorar e otimizar redes”, indicou o executivo. Centro de pesquisa – Atenta ao crescimento do potencial do setor de óleo e gás no Brasil, a multinacional alemã Siemens apresentou ao mercado na feira suas principais soluções para o segmento. Entre eles, o sistema de distribuição elétrica submarina para 3.000 m de lâmina d’água e a engenharia multidisciplinar da Siemens, aplicada nos setores de automação, geração, transmissão e distribuição de energia, compressão, tratamento de água, além de aplicações para a tecnologia marítima. “O momento é de extrema importância para a economia brasileira. A Siemens é líder global no
setor offshore e, mundialmente, temos feito investimentos que contribuíram para a liderança também em setores como energia eólica e solar ”, afir ma Welter Benício, diretor da divisão de Óleo e Gás da Siemens no Brasil. Segundo Benício, a estratégia da Siemens com o setor de óleo e gás é respaldada pelo novo centro de P&D da companhia, a ser instalado no Parque Tecnológico da Ilha do Fundão (RJ), com previsão de ser inaugurado até o final de 2012. “A iniciativa eleva o país a centro de excelência mundial em engenharia avançada, pesquisa e desenvolvimento em óleo e gás e tecnologias submarinas no Grupo Siemens”, comenta o diretor. Durante a OTC Brasil, a companhia também apresentou o Subsea Powergrid, rede elétrica submarina que permite a produção e processamento de óleo e gás a partir de módulos instalados a até 3.000 m de profundidade. Além de destacar seu portfólio completo de soluções, a companhia
Caterpillar adquire Grupo Pyroban A Caterpillar, fabricante americana de maquinário agrícola e de construção, anunciou durante a OTC Brasil que adquiriu, no dia 31 de agosto de 2011, 100% do controle da Pyroban Group Ltd. O Grupo Pyroban é líder no oferecimento de soluções de segurança em áreas perigosas para os mercados de petróleo e gás, manuseio de materiais industriais, mineração e também para o setor marítimo. Com escritório central em Shoreham, no Reino Unido, o Grupo Pyroban tem ainda instalações na Europa, em Cingapura e na China. A aquisição permite que a Caterpillar Global Petroleum ofereça aos clientes um alcance mais abrangente de soluções de energia totalmente integradas da marca
Cat e aumente sua presença no setor de proteção de áreas perigosas, em âmbito mundial. O Grupo Pyroban é reconhecido como fornecedor de soluções de segurança e proteção em áreas sujeitas a explosões, inclusive de kits e componentes específicos projetados para modificar motores, sistemas de motores, empilhadeiras, manipuladores telescópicos de materiais e equi-
pamentos de mineração para adequar-se às certificações de segurança. No mercado atual, os motores da Cat Petroleum são frequentemente modificados e equipados com soluções da Pyroban para operar em áreas perigosas e ajudar a preservar a segurança dos canteiros de obras de nossos clientes. “Esta aquisição vai nos permitir oferecer uma gama completa de soluções de segurança para nossos clientes no mundo todo”, declarou o vice-presidente da Caterpillar, Richard Case. “A segurança é primordial para a Caterpillar, por isso estamos satisfeitos por sermos capazes de oferecer produtos adicionais para aumentar a segurança dos locais de trabalho de nossos clientes.” TN Petróleo 80
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também conduziu palestras durante a conferência sobre competências e recursos do setor de petróleo e gás, soluções submarinas inovadoras, serviços para turbomáquina e inovações no tratamento de água produzida. Segurança e eficiência – A Honeywell, provedora de so luções de ponta e tecnologias integradas, esteve presente na feira e na conferência da OTC Brasil. Na ocasião, a americana teve representantes das áreas de Process Solution, Scanning & Mobility, Marine Solution e Safety Products em seu lounge, onde destacou sua tecnologia para melhorar segurança e eficiência. “Segurança, eficiência, confiabilidade e sustentabilidade são alguns dos elementos que os operadores de offshore precisam para ter sucesso nesta área. Ficamos felizes em mostrar aos participantes da OTC como eles podem atingir esse sucesso, reunindo a tecnologia de nossos muitos negócios”, afirmou Jodir Marprates,
presidente da Honeywell Process Solution no Brasil. As quatro divisões da empresa oferecem ampla gama de tecnologia para instalações industriais, como instrumentação de campo, sistemas de controle de processo avançado, computadores móveis e leitores de código de barras, medição do tanque automático e sistemas de segurança da carga, além de uma linha completa de equipamentos de proteção individual. Marprates contou ainda que três executivos da Honeywell participaram como palestrantes na conferência da OTC Brasil. Segundo ele, os temas abordados foram: soluções de automação da empresa para o mercado offshore, sistemas de proteção de infraestrutura offshore e soluções para gerenciamento de carga e segurança no mar e em petroleiros.
Flexlife assina memorando de entendimentos com a Petrobras Internacional A Flexlife, especialista em projetos de gestão e integridade de submarinos para a área de petróleo e gás, assinou um memorando de entendimento com a Petrobras para desenvolver e fornecer um novo sistema de gestão da integridade e serviços de engenharia especializada para seus projetos internacionais de petróleo e gás offshore. O acordo, assinado durante a OTC Brasil, inclui o fornecimento de produtos e serviços inovadores da Flexlife para prolongar a vida útil dos ativos. Na opinião do presidente executivo da empresa, Stuart Mitchell, o acordo é o resultado do desenvolvimento da forte presença da Flexlife no Brasil. “Além de estarmos investindo na instalação de
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novos escritórios no Rio de Janeiro, na rua Assembleia, a Flexlife está fabricando produtos de gerenciamento de integridade local e oferecendo um serviço de implantação, montagem e manutenção integral de pessoal com base na região”, informou. Mitchell acrescentou ainda: “Nós construímos uma alta expertise no mercado de águas profundas e a comprovação desse sucesso é o fornecimento de serviços que ajudam as operadoras a reduzir o risco de uma forma custo-benefício. Tudo isso nos ajudou a chegar a este acordo com a Petrobras”.
Fornecedor global – A Expro, empresa internacional prestadora de serviços para o setor petrolífero, apresentou suas mais recentes tecnologias, as quais oferecem um pacote com soluções para exploração em águas profundas, dentre eles, sistemas de segurança subsea, conectores de fluxos e o AX-S, um sistema de intervenção submarina. O AX-S aumenta a produção de hidrocarbonetos através do aumento do ciclo de vida deles, proporcionando a intervenção de menos risers nas explorações de até 10 mil pés de água. Um modelo do produto foi exposto no estande da empresa na OTC Brasil. “Vemos o Brasil como uma área chave para a nossa nova tecnologia, particularmente em águas profundas. Temos investido nosso tempo e dedicação no AX-S para oferecer uma solução completamente nova quanto a questão da intervenção em águas profundas”, afirmou o executivo da Expro, Charles Woodburn. Além disso, a Expro também exibiu sua linha de cordas e sistemas submarinos que minimizam riscos da completação subsea e assegura as operações de intervenção em caso de emergência. Os serviços de inspeção de risers, os sistemas de conexão da representante Tronic, os recém-lançados conectores e medidores de fluxos e os intervençores de telefonia fixa (câmeras, pinças e ferramentas de registro) da Expro também fizeram parte do portfólio apresentado pela companhia na feira. “A presença da Expro no evento foi para demonstrar o nosso investimento contínuo no desenvolvimento de novas tecnologias para
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satisfazer os nossos clientes e as necessidades da indústria. Com o foco de segurança e qualidade, a OTC Brasil nos ofereceu uma oportunidade fantástica de mostrar como continuamos a aumentar nosso portfólio e nosso posicionamento como um fornecedor global”, complementou Woodburn. Negócios em alta – A americana Halliburton, prestadora de serviços para exploração e produção de petróleo, anunciou projetos em qual está envolvida. A companhia apresentou em seu estande as tecnologias Optimized Drilling Performance (ODP), Digital Asset e Project Management, todas, soluções de óleo e gás adaptáveis à exigência dos clientes. No primeiro dia, a empresa informou que fabricou um equipamento para o projeto de exploração de petróleo da HRT na Amazônia. O equipamento “Heli Lift Sust Package” é um separador de óleo, gás, água e outros sólidos, fabricado pela Halliburton nos Estados Unidos e trazido para o Brasil para a HRT. Serão fornecidos quatro equipamentos desses, sendo que dois já estão no Brasil, prontos para ser usados e dois que ainda vão chegar ao país. Segundo Daniel Torres, gerente de desenvolvimento de negócios da Halliburton no Brasil, a parceria com a HRT engloba a gerência do projeto e todos os serviços associados a ele. A americana está adaptando sua estrutura para trabalhar com a brasileira na região amazônica, através de serviços de logística e fabricação de equipamentos necessários. O contrato foi assinado por dois
Sustentabilidade é o destaque da HRT A HRT foi um dos destaques da edição brasileira da OTC, participando de importantes palestras e apresentando seus projetos no Brasil e na África. A empresa chamou a atenção de todos que passavam pelo pavilhão 3 do Riocentro, com o seu estande. Fugindo do comum, a empresa construiu um espaço feito com pedaços de árvores e muita vegetação, para fazer referência à exploração de petróleo e gás da empresa na bacia do Solimões, na Amazônia. O presidente da HRT, Marcio Mello, afirmou durante o primeiro dia da OTC Brasil, que a assinatura do contrato de venda da participação de 45% nos blocos de exploração de petróleo na Bacia do Solimões, na Amazônia, para a TNK-BP será feita em breve. Segundo Mello, a concretização do negócio depende apenas de alguns papéis. “Escolhemos a TNK-BP porque ela é uma empresa de excelência em produção e desenvolvimento de campo. Queremos toda a experiência e conhecimento da TNK-BP dentro da HRT”, disse o executivo. “Essa parceria vai colocar a HRT em outro patamar no Brasil”, completou. O acordo terá transferência de tecnologia, e em cada área de especialização da HRT terá um profissional de excelência da TNK-BP
para agregar conhecimento aos funcionários brasileiros. De acordo com Márcio Mello, a companhia irá participar dos próximos leilões da ANP, que irão acontecer no ano que vem, em conjunto com a TNK-BP. Sobre as sondas que serão utilizadas na exploração de petróleo na Bacia do Solimões, o CEO da HRT afirmou que quatro já estão assinadas e pagas, mas que a companhia tem interesse em outras quatro, porém, essas aquisições serão pensadas com mais cautela, em função da crise econômica mundial. Várias companhias irão operar essas sondas, entre elas a Queiroz Galvão. Outro local que converge as atenções da empresa é a Namíbia, onde a HRT opera em 12 blocos, nas bacias de Namibe, Walvis e Orange. Segundo a empresa, o estágio em quatro poços está bastante avançado, para que seja iniciado em junho do ano que vem a perfuração do primeiro poço. A confiança da HRT na região se deve a um fator histórico e geográfico, já que na época do deslocamento dos continentes, a área onde hoje é a Namíbia ficava junto da Bacia de Santos. Durante palestra concedida durante a OTC, Márcio Mello afirmou acreditar que a Namíbia é a “nova Bacia de Santos”. Além da Namíbia, a HRT está em conversas com o governo de Gana para explorar petróleo no país.
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anos, podendo ser estendido por mais dois. “Operar na Amazônia é mais complicado do que operar em offshore e apesar de já haver explorações ali, ainda é uma nova fronteira, pois você tem toda a questão logística e as limitações de peso e transporte. Por isso produzimos tecnologias e equipamentos que atendam a esta demanda tão especial”, observou Torres salientando a cautela que é explorar na Amazônia e indicando que a empresa está planejando produzir outros equipamentos para atender as demandas da HRT na região. De acordo com o gerente da Halliburton a companhia recentemente ampliou sua base em Manaus (AM) e pretende ainda ou ampliar mais um pouco a base ou instalar novas outras nas proximidades, o que facilita o negócio com a HRT. “Temos planejado também uma grande expansão no país para os próximos cinco anos, mas não posso dar maiores detalhes. Temos uma questão forte de conteúdo local, principalmente com foco nas pessoas na nossa atuação aqui e com isso já posso adiantar que vamos investir na contratação e no desenvolvimento da mão de obra local”, informou. No segundo dia, a Halliburton anunciou que está adaptando o seu sistema de Liner Conveyed Gravel Pack para operações multilaterais em conjunto com o sistema de multilateral Nível 5 FlexRite® para melhorar a produtividade no Campo de Peregrino, localizado na Bacia de Campos, atualmente operado pela Statoil. A solução desenvolvida pela empresa ajudará a mitigar os riscos do controle de areia por gravel packing, tanto no poço principal como no lateral, e otimizará o processo de completação. 64
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E no último dia da OTC Brasil, a Halliburton anunciou que fechou contrato com a OGX para fornecer um sistema de acompanhamento da produção em tempo real no campo de Waimea, na Bacia de Campos. “O sistema chamado de Landmark Software and Services irá controlar a pressão, a temperatura e diversas outras variáveis que permitirão o cálculo das variáveis de produção do campo para serem gerados mais tarde pelos indicadores de desempenho da área”, afirmou Marcelo Batocchio, gerente da Halliburton, destacando que um dos principais componentes do sistema é a parte de automação do relatório de produção. Segundo Batocchio, o sistema já foi entregue à OGX e será utilizado no campo de Waimea. O executivo lembrou que o software já foi customizado para atender a algumas demandas da Petrobras. Grandes investimentos – A GE Oil & Gas focou sua participação na OTC Brasil em tecnologia de exploração offshore e em águas profundas internacionais e ressaltou que nos últimos 30 anos produziu e instalou mais de 1,2 mil sistemas de cabeças de poços e 180 árvores de natal submarinas no Brasil. Com a recente aquisição no valor de US$ 1,3 bilhão da Wellstream – fabricante líder de tubos e risers flexíveis submarinos – a GE
aumentou sua presença no mercado, e agregou em seu portfólio uma fábrica em Niterói, além de 500 funcionários. Como já anunciado, a empresa planeja investir US$ 200 milhões para ampliação desta unidade. A GE irá dedicar, ainda, US$ 20 milhões adicionais para criar um laboratório focado no setor petrolífero, que fará parte do Centro de Pesquisa Global da GE, o primeiro no país. No total, a companhia irá investir US$ 170 milhões no novo Centro de Pesquisa Global. Na ocasião, o presidente da Wellstream, Luis Araújo, informou que a empresa vai investir R$ 100 milhões para ampliar e modernizar sua planta industrial em Niterói (RJ), que foi criada para atender as demandas de tubos flexíveis e equipamentos submarinos da Petrobras no pré-sal. Segundo ele, a Wellstream irá dobrar a capacidade de produção da unidade, que hoje tem 270 km de linhas flexíveis por ano. “Essa será a maior fábrica de linhas flexíveis do mundo. No momento estamos estruturando o projeto básico da nova fábrica, que deve estar operacional no final de 2013. A unidade terá capacidade para produzir linhas mais robustas, resistentes ao CO2 e que poderão ser aquecidas para evitar que o óleo parafine”, explicou Araújo. O contrato com a Petrobras prevê a guarda, manuseio e manutenção das linhas por cinco anos, prorrogáveis por mais cinco. As obras da ampliação da base da Wellstream devem iniciar em novembro. A instalação que contava com cerca de 35 mil m², terá com a obra 110 mil m² no total. O executivo salientou que
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a base contará com o maior guindaste do Brasil e será construído ainda um píer, que começará a ser feito também em novembro deste ano. Na opinião de Fernando Martins, vice-presidente da GE Oil&Gas da América Latina, investimentos em ampliações também estão presentes nas outras unidades da empresa para este mercado.“Em Macaé, no Rio de Janeiro, estão sendo aplicados US$ 32 milhões e isso praticamente triplicará o tamanho das instalações atuais, com o objetivo de atender as necessidades do mercado de petróleo”, disse. A previsão é que as obras sejam concluídas até abril de 2012. Já em Jandira (SP), outra fábrica da GE Oil&Gas, US$ 30 milhões são investidos em uma ampliação de capacidade e modernização, que atenderá a demanda do mercado. “As unidades da empresa são responsáveis pela manutenção de equipamentos utilizados na perfuração e produção de petróleo, como cabeças de poço, e árvores de natal e ferramentas associadas”, explica. O executivo também comentou sobre outra aquisição da Vetco Gray e Hydril, que adicionou produtos, sistemas e serviços para perfuração onshore e offshore, ampliando sua gama de ofertas. E informou, ainda, que empresa fechou em outubro contrato de longo prazo com a OGX para fornecimento de equipamentos de perfuração e produção para três plataformas fixas offshore, a serem implantadas nos campos de óleo e gás de Waimea e Waikiki na Bacia de Campos. Também no segundo semestre, Martins disse que a companhia conquistou contrato com a Shell Brasil para a exploração offshore e projetos de desenvolvimento, no
valor de US$ 30 milhões, estimado para 26 sistemas de cabeças de poço submarinas para serem instalados em águas profundas. “Outro projeto recentemente anunciado foi com a Petrobras. Fechamos por quatro anos serviços para entrega dos reparos, manutenção e modernizações da frota de equipamentos submarinos instalada na Bacia de Campos”, finalizou. O valor do acordo é de cerca de US$ 120 milhões. Águas profundas – A Trelleborg Offshore, líder mundial na fabricação de soluções à base de polímeros e espuma sintática para a indústria offshore anunciou um novo sistema de módulo de flutuação para perfuração em águas profundas. Batizado de ‘Landing String Solutions’, o novo sistema irá proporcionar mais segurança e economia às operações. O sistema foi projetado para compensar em até 80% o peso da coluna de assentamento dos tubos de perfuração, com isso, é mais segura a utilização de colunas com revestimentos pesados a partir de navios-sonda em águas profundas. Ademais, a empresa informou que as instalações da sua nova fábrica, em Macaé, serão inauguradas em janeiro do próximo ano. De acordo com o presidente da empresa, Alan Wilson, as obras já estão bastante adiantadas. “As descobertas de petróleo e gás natural feitas nos últimos anos fez com que assumíssemos o compromisso de fortalecer a nossa presença e a assistência ao cliente nessa região tão importante”, afirmou. A nova fábrica produzirá todo o portfólio de produtos da Trelleborg, incluindo grande variedade de soluções à base de polímeros para a exploração offshore de óleo e gás, ambiente de superfície ou submarinos. TN Petróleo 80
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A sinergia do X Para o Grupo EBX, a semana da OTC Brasil teve um gostinho mais que especial. No último dia da feira, a unidade flutuante de produção, armazenamento e transferência de óleo e gás, o FPSO OSX-1, da OSX, braço de construção naval e serviços offshore do grupo, chegou à Baía da Guanabara, no Rio de Janeiro.
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FPSO vai ser instalado na acumulação de Waimea, na Bacia de Campos, onde a unidade dará início ao processo de produção do primeiro óleo de seu cliente âncora, a OGX, braço de óleo e gás do grupo. Na OTC Brasil, as empresas do grupo que ocuparam o maior estande do evento, apresentaram seus principais projetos, tecnologias e toda sua expertise no setor de petróleo e gás brasileiro. Com 300 m² de área, o espaço do grupo na feira contou com atrações inovadoras e tecnológicas, como uma tela semiesférica multimídia exibindo imagens da atuação da OGX e maquetes do Superporto do Açu e da UCN Açu, empreendimentos que estão em construção em São João da Barra (RJ). A OSX apresentou ainda uma maquete do FPSO OSX-1, com holografia interativa, timeline apresentando o histórico, como funciona o processamento de óleo, dados técnicos e demais informações sobre a unidade. Já a LLX, braço logístico do grupo, que faz o maior investimento em infraestrutura portuária das Américas, também teve no local uma mesa interativa de projeção com informações detalhadas sobre o Superporto do Açu, incluindo sua localização estratégica para a produção de petróleo e gás.
Primeiro óleo O FPSO OSX-1, que será responsável pelo TLD do prospecto 66
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de Waimea, no bloco exploratório BM-C-41, em águas rasas da Bacia de Campos, foi o grande destaque do Grupo EBX na OTC Brasil. Construído no estaleiro da Samsung na Coreia e customizado no estaleiro da Keppel, em Cingapura, o FPSO chegou na Baía de Guanabara no dia 6 de
outubro, depois de uma viagem de 45 dias. A unidade, que deverá entrar em produção até o final do ano, está atracada no Porto do Rio e conta com suporte logístico da G-Comex na gestão de materiais, infraestrutura, movimentação de carga e logística de pessoal.
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O comissionamento do FPSO está sendo concluído pela também brasileira Forship, que manteve uma equipe a bordo durante toda a viagem. Nesse período, a unidade deverá passar pela inspeção das autoridades portuárias e ambientais, além da própria ANP. A meta de produção da OGX em Waimea é de 15 a 20 mil barris/ dia nos primeiros cinco meses, de acordo com o diretor geral e de exploração e produção da empresa, Paulo Mendonça durante coletiva a jornalistas na OTC Brasil. Segundo o executivo, a partir de abril ou maio do próximo ano, a produção será ampliada para 45 a 50 mil barris por dia. Mendonça disse que a produção do primeiro óleo do FPSO OSX-1 está prevista para este ano, entre novembro e dezembro. “Se o mar virar uma lagoa começamos em novembro, se não virar, começamos em dezembro”, brincou Reinaldo Belotti, diretor de Produção da OGX, que também participou da coletiva. “Já temos todos os equipamentos necessários, mas ainda aguardamos algumas licenças. Só para vocês terem noção um FPSO precisa de pelo menos 135 diferentes licenças e nós temos algumas licenças ainda a serem tiradas, pois só estas podem ser tiradas aqui no país e o FPSO chegou hoje na Baía de Guanabara, mas tudo esta dentro do nosso cronograma”, informou Belotti. Em relação à Waimea, o diretor da OGX comentou ainda: “Temos um poço perfurado lá, já estamos equipados, e no momento estamos cravando as estacas que vão segurar a bóia e depois colocamos a bóia e depois encaixamos o FPSO”. Sobre o FPSO OSX-3, que será dedicado ao prospecto de Waikiki, operado pela OGX no bloco BM-
lização com a Shell contempla as duas primeiras cargas produzidas, com um volume total de 1,2 milhão de barris, que será embarcado em dois lotes de 600 mil barris cada. A Shell tem intenção de processar esse petróleo em uma de suas refinarias. Adicionalmente, Shell e OGX assinaram uma carta de intenções para buscar oportunidades em logística, compra e venda de petróleo, gás natural e desenvolvimento de novos negócios.
C-39, em águas rasas da Bacia de Campos, a empresa informou que o mesmo será convertido no Estaleiro Jurong, em Cingapura.
Novas descobertas Mendonça não descartou a possibilidade do anúncio de novas declarações de comercialidade ainda para este ano, e ressaltou que a empresa está trabalhando plenamente na sua campanha exploratória. “Não paramos nossa campanha exploratória, vamos continuar e novas descobertas certamente serão anunciadas. Estamos na metade do caminho em Santos, não começamos nem Pará-Maranhão e Espírito Santo ainda, e no Parnaíba só exploramos 10%. Sem dúvida novas descobertas com números ainda maiores virão”, disse. O executivo lembrou que a OGX quer fechar 2012 com 50 mil barris por dia e que o pico de produção chegará a 150 mil barris dia em 2013. Ademais, nossa meta de produção é de 1,380 milhão de barris/dia em 2019. “Devemos encerrar 2013 com uma posição final de caixa de US$ 1,5 bilhão e ainda neste período teremos a entrada em produção de Waikiki e vamos completar Waimea”, salientou. No mesmo dia, a OGX comunicou ao mercado que a anglo-holandesa Shell será a compradora do primeiro óleo de Waimea. O contrato de comercia-
Complexo do Açu A Unidade de Construção Naval (UCN) do Açu, também foi tema das discussões do Grupo no evento. O diretor de engenharia, afretamento e desenvolvimento da OSX, Eduardo Musa, informou que as obras do estaleiro estão em pleno andamento, quase tudo concluído. “A supressão da vegetação está quase concluída; a preparação do terreno já está mobilizada também, estamos colocando máquinas na área para começar a terraplanagem; o cais e o dique estão em andamento, recebemos as propostas até dia 10 de outubro; os contratos para a construção dos edifícios industriais já estão assinados; o de fornecimento de equipamentos também grande parte assinado; licitações dos prédios empresariais em andamento. Enfim, o cronograma está dentro do previsto”, disse. Foram investidos nas obras da UCN R$ 3 bilhões. O complexo entrará em plena operação no primeiro trimestre de 2014. “No final de 2012 já teremos áreas prontas e no início de 2013 a oficina de cortes de chapas já estarão funcionando e o cais já estará pronto para receber cascos de FPSOs convertidos”, pontuou Carlos Bellot, diretor de Afretamento e Serviços Operacionais da OSX, que também participou da coletiva. TN Petróleo 80
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Pavilhões estrangeiros Com mais de 300 empresas de 23 países, os espaços reservados para exposição nos dois pavilhões do Riocentro foram dominados pelos estrangeiros. De olho no potencial de oportunidades desse mercado em expansão, alguns países optaram pela apresentação em pavilhões, como o Canadá, Finlândia, Noruega e Estados Unidos. A participação norueguesa na feira contou com 35 empresas expositoras que vieram ao evento para apresentar soluções para o mercado brasileiro de óleo e gás, além de realizar negócios e parcerias. A presença do vice-ministro norueguês de Petróleo e Energia, Per Rune Henriksen, que comandou a cerimônia de abertura do Pavilhão da Noruega, indica o quanto esse mercado é estratégico para as empresas do Mar do Norte. Segundo a diretora da agência governamental Innovation Norway, Reidun Beate Olsen, os dois países estão cada dia mais conectados, com empresas norueguesas buscando maior inserção no mercado brasileiro. A agência tem a função de abrir as portas para as empresas norueguesas, além de prestar serviços de consultoria para diversas ações, como a assinatura de acordos comerciais. “Os dois países têm semelhanças e facilidade de se comunicar quando o tema é tecnologia. Por isso, é melhor vir para o Brasil do que para a Índia e a China, por exemplo”, informa. Ela enfatiza que Brasil e Noruega, assim como empresas como a Statoil e Petrobras, estão sempre abertos a testar e desenvolver novas tecnologias, nos mais diversos segmentos. Reidun Beate Olsen disse que o Brasil é fundamental para o mercado norueguês. “Com o crescente aquecimento e volume de investimentos da indústria de óleo e gás no Brasil, o país 68
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é um mercado prioritário para nosso governo”, destacou. Uma das empresas que está entrando no mercado brasileiro é a Nature Oil & Gas, criada em 1999, e que está no país em busca de parcerias. A companhia atua na área de tratamento de resíduos de perfuração de poços e de água produzida no processo de exploração e produção, além de prestar serviços técnicos. A Nature desenvolveu um sistema de tratamento de água para plataformas, composto por um coletor de processo, planta de tratamento químico e de monitoramento, que propiciam o reuso de água, reduzindo o volume de efluentes. “O sistema gera uma economia para o cliente e permite uma redução de até 95% no transporte de resíduos perigosos para a costa”, afirma Stig Keller, chairman e diretor da Nature Oil & Gas. Outra empresa norueguesa presente na OTC foi a Apply Nemo, especializada em produtos para equipamentos subsea. A companhia, que está no mercado há 22 anos, tem entre seus principais clientes a Statoil, Technip e FMC, e faturou no ano passado em torno de US$ 50 milhões. Segundo Per Arild Nesje, diretor de negócios da empresa, a companhia está aumentando suas atenções para
o mercado brasileiro, por isso a vinda à OTC Brasil. De acordo com o executivo, a Apply Nemo pretende ainda no próximo ano contratar uma empresa no Brasil para a fabricação de seus equipamentos em território nacional. Outro pavilhão que também se destacou na edição brasileira da OTC foi o dos Estados Unidos. O pavilhão americano contava com cerca de 80 expositores, entre pequenas e médias empresas, que vieram ao Brasil para apresentar seus produtos para os profissionais e empresas do setor de óleo e gás brasileiro que não estiveram em Houston.
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Universidades e indústria
reforçam parcerias O bom momento vivido pelo mercado de óleo e gás é acompanhado pela urgência de capacitação de mão de obra especializada, o que torna o setor cada vez mais atraente do ponto de vista profissional, mas deixa um enorme gargalo a ser equacionado nos próximos anos.
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Plano de Negócios 20112015 da Petrobras foca 57% de seus investimentos na exploração e produção do pré-sal, exigindo não só o desenvolvimento de tecnologias que garantam segurança e pouco impacto ambiental, mas também conteúdo nacional qualificado. De acordo com o Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp), coordenado pelo Ministério de Minas e Energia, há uma projeção oficial que apresenta a necessidade de capacitação de 212.638 pessoas até 2014. Este desafio pertence à indústria e ao governo, que encontram nas universidades uma parceria promissora. A primeira OTC realizada no Brasil confirmou a importância da participação acadêmica no desenvolvimento do mercado, que abrigou, no pavilhão 1 do Riocentro, diversas instituições, como a Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Além de cursos e orientação para estudantes do setor, as instituições fizeram debates e palestras nos quais representantes de empresas apresentaram programas realizados junto às universidades brasileiras na área de óleo e gás.
Moderada pelo Engenheiro e professor da USP, Giorgio de Tomi, a sessão do painel que abordou tecnologia, desenvolvimento de capacidades, indústria e universidades, reuniu representantes de empresas de grande porte, como a Schlumberger, Cameron e GE, além da Associação Brasileira de P&D em Petróleo e Gás (ABPG). Ram Shenoy, vice-presidente de pesquisas da
Schlumberger em Boston, falou sobre o aprimoramento das potencialidades locais para manter os avanços da companhia, que tem cerca de 70 centros de pesquisa distribuídos pelo mundo, e promove uma filosofia de engajamento que une profissionais e academia. “Queremos a presença de professores na indústria e vice-versa. Isso requer algum tipo de investimento por parte da empresa”. “No lado da academia, as instituições querem ser mais relevantes para as necessidades da indústria e também participar dos avanços e desafios tecnológicos”, completou disse Shenoy, que apresentou ações desenvolvidas pela companhia. Entre elas o Programa Embaixador, que reforça a presença da Schlumberger em algumas
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universidades. Estas dialogam com profissionais de todos os níveis e cargos, mantendo a troca de conhecimento e necessidades. No Brasil, as universidades embaixadoras são a UFRJ e a Unicamp. “A meta é sempre fazer o recrutamento de profissionais para a Schlumberger”, afirmou. A empresa também promove um programa para escolas, que no Brasil atende a 14 instituições. Chamado de Excelência em Educação, a iniciativa melhora a capacitação tecnológica de escolas que não desfrutam de novas tecnologias, levando profissionais até elas, com computadores e re-
des, mostrando o valor da ciência na educação. John C. Bartos, vice-presidente para desenvolvimento de tecnologias da Cameron, enfatizou os desafios de investimentos. Empresas como a Cameron, que possuem várias divisões, têm que contar com decisões que podem significar maior investimento em mão de obra ou em tecnologia. Bartos citou riscos assumidos e necessidade de retorno financeiro
como fatores de extrema importância no mercado. Definindo a postura do setor de petróleo e gás como “bastante conservadora” e por isso sem muita disposição para assumir novos desafios, Bartos enfatizou a troca entre profissionais e professores que atuam no mercado, pois isso agiliza processos de investimento. “Estar presente em universidades também abre a possibilidade de dividir parcerias em investimentos. O governo não pode investir em empresas, mas as universidades têm grandes possibilidades de obter financiamentos para pesquisa, e isso gera possibilidade de conseguirmos financiamento de fontes que não receberíamos normalmente” afirmou o executivo. Sergio Bordalo, da ABPG mostrou a integração que a instituição privada sem fins lucrativos promove entre profissionais e acadêmicos. Além de organizar seminários e publicações, a ABPG também tem grupos de pesquisas nas áreas de exploração, transporte, petroquímica, gás natural, biocombustíveis, SMS, economia e comércio, regulamentação, qualidade e gestão e recursos humanos. Essa rede engloba as principais universidades do país.
Chemtech realiza as finais da Maratona Nacional de Engenharia Em sua 7ª edição, a Maratona Nacional Chemtech de Engenharia teve suas finais realizadas durante a primeira OTC brasileira. O desafio era projetar uma plataforma de exploração de pré-sal e, para isso, estudantes das universidades federais do Rio de Janeiro (UFRJ), Fluminense (UFF), Campina Grande (UFCG), Uberlândia (UFU), Santa Catarina (UFSCAR),
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Espírito Santo (Ufes), Paraná (UFPR), Minas Gerais (UFMG), de Brasília (UnB), e estadual de Campinas (Unicamp), puderam utilizar uma ferramenta profissional criada pela Siemens Consulting. Quem venceu a edição 2011 foi uma dupla de instituição estreante nessa competição: os alunos de engenharia mecânica da UnB, Rafael Simões e Paulo
Marçal. Em segundo lugar ficou a dupla da UFF, formada por Rafael Pereira e Felipe Chicralla. A instituição, que já é veterana na Maratona, repetiu o feito de 2008, conquistou novamente uma posição entre os melhores colocados da competição. A dupla Renan Ranelli e Paulo Roberto Polasti, da Unicamp, ficou com o terceiro lugar.
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Espírito Santo
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Com previsão de investimentos de quase R$ 50 bilhões até 2015 no setor de petróleo e de chegar a uma produção de 500 mil barris por dia, o Espírito Santo discutiu os rumos de sua indústria petrolífera para os próximos anos, na Vitória Oil & Gas 2011. por Rodrigo Miguez
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ealizada em uma área de 1.500 m2, a quarta edição do evento contou com exposição de 50 empresas, entre elas, Petrobras, Shell, BP e Technip, e com palestras para debater temas como a produção de petróleo e gás no Espírito Santo, demandas de bens e serviços offshore, competitividade da indústria de bens e serviços, perspectivas exploratórias, desafios tecnológicos e gestão
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ambiental da indústria do petróleo. O evento recebeu, durante três dias, mais de quatro mil visitantes, entre estudantes e profissionais do setor de petróleo e gás. Durante a abertura, o presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (IBP), João Carlos de Luca,
afirmou que as perspectivas para o Espírito Santo são muito positivas, já que a produção do estado irá chegar a 400 mil barris por dia até o final deste ano, e a 500 mil barris nos próximos anos. Alfredo Renault, da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), considerou o
Fotos: Governo do Estado do Espírito Santo
Cobertura Vitória Oil & Gas
espírito santo em debate
evento uma grande oportunidade para as empresas capixabas se inserirem no mercado de petróleo e gás e fecharem negócios com as grandes empresas do setor. Luiz Robério Ramos, gerente geral da unidade Espírito Santo da Petrobras, também ressaltou a importância do evento e lembrou que com o crescimento de petróleo e gás da indústria capixaba, e também nacional, haverá nos próximos anos uma demanda – somente em exploração e produção – de seis mil novos empregos. Para isso, a Petrobras está mobilizando jovens universitários a ingressarem no setor, a fim de absorver essas vagas. O governador do estado, Renato Casagrande, afirmou que o Espírito Santo tem se articulado com outros estados na questão dos royalties, inclusive São Paulo. De acordo com ele, a presidente Dilma Rousseff tem um compromisso, tanto com o Espírito Santo quanto com os outros estados produtores, como o Rio de Janeiro, de que irá vetar qualquer proposta que os prejudique.
Empregabilidade
A empregabilidade na indústria de óleo e gás foi um dos destaques da edição deste ano da Vitória Oil & Gas, que reservou o espaço Profissionais do Futuro especialmente para essas discussões, com foco nos jovens estudantes. O professor da Universidade de São Paulo (USP), José Pastore, doutor Honoris Causa em Ciência, disse durante sua apresentação que o país precisa preparar melhor seus profissionais para continuar com o nível de crescimento para os próximos anos. Segundo Pastore, sempre que há um fenômeno de elevação no ritmo da
economia do país, no caso 4,5% ao ano, existe a falta de mão de obra qualificada. “Muitas empresas querem expandir e contratar, mas não estão conseguindo preencher as vagas pela falta de profissionais qualificados no mercado para atender à demanda”, afirmou. De acordo com o professor, apenas 20% dos 60 mil estudantes que se formam anualmente em engenharia têm conhecimento das novas tecnologias das indústrias de ponta como petróleo e gás. Em função dessa escassez, muitas empresas estão chamando ex-funcionários já aposentados de volta ao serviço para dar conta da demanda. Na palestra, o especialista afirmou que para aumentar o nível de empregabilidade dos jovens profissionais é necessário que a base, no Ensino Médio, seja melhorada, e que o incentivo ao desenvolvimento de conhecimento nas universidades seja maior. Até 2013, a Petrobras, por exemplo, vai necessitar de 200 mil novos profissionais. Uma das ideias do professor da USP é a redução de 50% dos encargos para a contratação de estagiários por um período de 12 meses para que as empresas sejam estimuladas a empregar esses futuros profissionais e gerar um merca-
do cada vez mais competitivo e qualificado. Já as empresas Queiroz Galvão Exploração e Produção (QGEP) e Shell apresentaram sua visão sobre o mercado de trabalho no setor de óleo e gás e mostraram também como é o processo de contratação de profissionais nas respectivas empresas. Com 16,8% de participação no mercado nacional de combustíveis, a Shell tem previsão para este ano de contratar 18 recém-formados e 30 profissionais experientes, que já atuam a no mínimo dez anos no setor de petróleo. Segundo Raquel Nascimento, coordenadora de recrutamento da Shell, a companhia busca profissionais com capacidade de criar soluções inovadoras para os desafios da empresa e também que estejam empenhados em aprender. Um dos principais programas de recrutamento da empresa é o Novos Talentos, que seleciona jovens profissionais no último ano de faculdade ou são recém-formados. Para se ter uma ideia da extensão do programa, este ano foram dez mil inscritos –32 pessoas aprovadas em todo o país. Além de desenvolverem suas habilidades, os novos funcionários têm a possibilidade de trabalhar fora do Brasil. TN Petróleo 80
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eventos
O Novos Talentos também está aberto, agora, para estudantes brasileiros que vivem nos Estados Unidos e que desejam retornar ao Brasil. Ainda segundo Raquel, a Shell vai oferecer pela primeira vez, este ano, um programa de estágio de verão, com duração de seis semanas, entre os meses de janeiro e fevereiro, no Rio de Janeiro. Já Simone Rocha, gerente de RH da QGEP, lembrou que a empresa, um braço da Queiroz Galvão Óleo e Gás, ainda tem uma estrutura pequena, mas que pretende contratar cerca de 50 profissionais, entre engenheiros e geólogos até 2014.
Bens e serviços A demanda de bens e serviços offshore e o desenvolvimento da exploração e produção no Espírito Santo também foi tema de debates na Vitória Oil & Gas. O estado é hoje o terceiro maior fornecedor nacional de materiais e serviços da indústria de óleo e gás, atrás apenas de São Paulo e do Rio de Janeiro. As empresas capixabas tiveram um incremento de 40% na sua participação no cadastro da Petrobras, enquanto as fornecedoras que estavam na categoria ‘qualificadas’ (de acordo com as normas, mas com algum detalhe em falta para aprovação), houve redução de 21% de agosto para outubro deste ano. Segundo Cristiano Levone, gerente de contratações de bens e serviços da Unidade de Operações do Espírito Santo (UO-ES) da Petrobras, o equipamento de maior demanda no mercado no estado é de tubos de produção. Além desses dados, Levone informou que no próximo ano, na área de pré-sal do campo de Baleia Azul, a FPSO Cidade de Anchieta irá começar a operar, e a plataforma P-58, que está em construção, vai iniciar operação em 2013. Rodrigo Fahham, gerente de suprimentos da BW Offshore,
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falou sobre os projetos da empresa, que construiu o FPSO Cidade de São Vicente responsável pela extração do primeiro óleo do pré-sal. Segundo Fahham, uma das principais dificuldades é o alto preço dos produtos no Brasil. Esse ano, a BW Offshore comprou mais de R$ 51 milhões em bens e serviços, sendo que R$ 45 milhões apenas em bens. “Comprar no Brasil é um desafio que temos hoje, pois os preços praticados aqui são muito maiores se compararmos com os internacionais”, afirmou Rodrigo Fahham. “Apesar disso, estamos fazendo todos os esforços para adquirir o máximo de conteúdo local”, completou. Segundo ele, as principais demandas do setor estão no treinamento, manutenção e reparo, peças e partes e na certificação. A Rodada de Negócios, promovida pelo Sebrae e a Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), gerou uma expectativa de negócios na ordem de R$ 323 milhões para os próximos 12 meses. Nos três dias de Rodada, foram 410 reuniões com 11 empresas âncoras, entre elas a Petrobras, Shell, Saipem, Technip, Transocean, UTC e El Paso.
Desenvolvimento exploratório Uma das principais palestras do evento versou sobre as perspec-
tivas exploratórias no Espírito Santo para os próximos anos. Jonilton Pessoa, gerente geral de Interpretação e Avaliação das bacias da costa Sudeste da Petrobras falou sobre as descobertas da Petrobras este ano, na Bacia do Espírito Santo, nos Parques dos Doces, dos Deuses e dos Cachorros, que podem ter um volume aproximado de um bilhão de barris. Segundo Fernando Taboada, gerente de exploração da unidade operacional da Petrobras no Espírito Santo, com os três parques de óleo leve o estado terá uma nova campanha exploratória nos próximos anos. Com 3.000 km² de área e 2.000 m de lâmina d’água, a região tem uma quantidade de petróleo estimada que equivale a dois campos de Golfinho, mas esse volume pode ser duas vezes maior. A Petrobras fará o teste de longa duração (TLD) entre 2013 e 2015. Jonilton Pessoa afirmou que este ano a empresa realizou a perfuração de 147 poços, e que até 2015, somente no Espírito Santo, serão perfurados 25 poços exploratórios. “A perspectiva para o estado nos próximos anos é muito positiva”, afirmou. Ricardo Beltrão, gerente geral de Pesquisa e Desenvolvimento em Engenharia de Produção do Centro de Pesquisa da Petrobras (Cenpes), afirmou durante sua apresentação sobre desafios tecnológicos na indústria de óleo e gás, que o separador de óleo trifásico da empresa vai chegar ao campo de Marlim em novembro. O sistema faz parte do Visão Futuro, novo programa de inovação tecnológica da Petrobras. Dentre as inovações que a Petrobras pretende implantar nos próximos anos está a perfuração sem riser, desenvolvida em conjunto com a BG, e a perfuração a laser, que chega a triplicar a utilização de uma broca, auxiliando no processo de perfuração. Esta tecnologia está sendo testada em laboratório e deve ir para teste de campo em 2014.
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perfil profissional
William Zattar
Pioneiro
na ativa
Com 61 anos de serviços prestados ao setor petrolífero, o carioca William Zattar, que foi um dos fundadores do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), do qual é membro do conselho há 54 anos, declara sua paixão pela indústria que ajudou a criar no país. por Rodrigo Miguez
Formado em química industrial, em 1949, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), William Zattar, 84 anos, tem uma trajetória de vida que se mescla com a própria história da indústria petrolífera brasileira. Carioca da gema, criado no bairro da Tijuca, ela garante que desde o início tinha a intenção de trabalhar no setor de petróleo. Sonho que realizaria três anos depois de formado, ao conseguir um estágio na filial da Exxom Mobil (Esso), na França, onde trabalhou como técnico e também em terminais de carga e descarga de lubrificantes. Foi assim que deu a partida em uma vitoriosa trajetória de mais de 30 anos na gigante norte-americana, na qual exerceu inúmeras funções, no exterior e no Brasil. Ele foi diretor de uma sucursal regional que abrangia Minas Gerais, Brasília e Rio de Janeiro à chefe da divisão de Trading (venda de petróleo bruto) e coordenador de estratégia de mercado, em Nova York. Enquanto trabalhava na Esso do Brasil, também prestava serviços para a Exxon Internacional, vendendo petróleo para a Petrobras. Por tudo isso, ele considera a centenária companhia petrolífera como sua grande escola. “Sempre gostei da indústria do petróleo. Para mim, o petróleo é um desafio permanente”, afirmou. Com uma atuação cada vez mais forte no cenário brasileiro de petróleo, Zattar se tornou um homem influente na indústria, sendo 76
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solicitado sempre que alguma empresa queria fazer negócios no país. E teve papel importante na criação e fundação do IBP, quando a entidade nem imaginava que um dia agregaria biocombustíveis ao seu nome. Há 54 anos como membro do conselho de administração do IBP, Zattar é o único representante vivo da época em que a entidade foi fundada. Idealizado por Hélio Beltrão, o IBP foi criado para promover o desenvolvimento do setor nacional de petróleo e gás – com a melhoria do ambiente regulatório – e ser um representante da indústria, disseminando informações relevantes e a promoção desenvolvimento técnico do setor. Lembrando dos primeiros atos do IBP, William Zattar disse que a primeira comissão do instituto foi sobre laboratório de asfalto, da qual ele participou. Segundo ele, a dedicação dos primeiros funcionários era total, já que na época ninguém recebia salário. “Muitos deixavam o que estavam fazendo para vir para o IBP. Era um trabalho voluntário”, lembra o pioneiro, que hoje, mesmo aposentado, é um dos diretores mais presentes do Instituto. A sua participação na indústria do petróleo vai mais além do IBP e da Esso. Após sair da companhia norte-americana, em 1984, assumiu o cargo de secretário-geral do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes (Sindicom), onde ficou até 1999. Mesmo fora dos quadros do Sindicom, ele ainda atua como consultor da entidade. Conhecedor do setor de petróleo como poucos, Zattar
acha que o perfil das empresas mudou muito em relação à época que entrou na indústria. Para ele, no início, havia respeito mútuo entre as empresas, com uma disputa sadia entre as bandeiras de combustíveis que estavam no mercado, como Esso, Shell, Atlantic, Texaco e Ipiranga e, mais tarde, a Petrobras Distribuidora. Sinais dos tempos? Professor entusiasmado – Além de engenheiro químico, William Zattar também teve uma longa trajetória como professor, profissão que começou a exercer ainda durante o período em que cursava Química Industrial na UFRJ. Para ganhar dinheiro e se manter, deu aulas em cursinhos pré-vestibulares e nos colégios Andrews, Santo Inácio e São José, três das
Idade: 84 Principais cargos: professor, diretor e presidente Hobby: assistir ao turfe com os amigos. Uma paixão: Mangueira Livro: todos do Ian Fleming, criador do 007, James Bond Um filme: O poderoso chefão
mais tradicionais instituições cariocas de ensino. Os dois primeiros por pouco tempo, mas o último ficou marcado na memória. Aos 21 anos, ele ingressou como professor de Química Orgânica, no Colégio Marista São José, onde lecionou por oito anos. “Tenho grandes recordações da época do Marista. Lá foi o meu berço”, lembra Zattar, com um sorriso estampado no rosto. A profissão surgiu em sua vida por puro acaso. “Virei professor por prazer e necessidade”, completa o filho de libaneses que ajudou a escrever uma parte importante da história industrial do país. Hoje, além do tempo dedicado ao IBP, William Zattar é diretor da Bergesen Afretamentos, empresa que importa e transporta automóveis pelo país em grandes caminhões cegonha. Mesmo com tantas atividades, ele nunca deixou de lado outras paixões (além do petróleo). Como um bom carioca, ele é apaixonado por samba e, principalmente, pela Estação Primeira de Mangueira, sua escola do coração, que frequenta até hoje, todos os sábados. Nos seus ‘bons tempos’, fazia sucesso mostrando seu talento na cuíca. Ele também continua a ser um frequentador assíduo da Lapa, reduto da boemia carioca. “Gosto muito de ir ao Carioca da Gema e ao Rio Scenarium. Sou um homem da noite”, afirma. Para ele, o seu maior orgulho é ver o IBP com o respeito e a credibilidade de toda uma indústria, inclusive internacional, graças ao trabalho dele e de muitos outros que acreditaram na instituição, há 54 anos. TN Petróleo 80
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Ano 3 • nº 18 • novembro de 2011 • www.tnsustentavel.com.br
Eficiência Energética • Comercialização de Energia • Legislação Ambiental • Reciclagem Editorial
Somos sete bilhões. E agora José? A ONU pede que as pessoas reflitam sobre as implicações da marca de sete bilhões de habitantes no planeta. Nesta edição do caderno trouxemos a cobertura do Sustentável 2011 - 4º Congresso Internacional sobre Desenvolvimento Sustentável. O encontro, organizado pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), representante no país do World Business Council for Sustainable Development (WSBCD), foi o palco inicial para as discussões da Conferência das Nações Unidas sobre Sustentabilidade (Rio+20), que será realizada em junho de 2012 no Rio de Janeiro. Os desafios do futuro da economia verde no Brasil e no mundo e a participação do empresariado brasileiro na área da sustentabilidade foram os assuntos em destaque do Sustentável 2011, que construiu uma agenda brasileira para a sustentabilidade (Visão 2050 Brasil) a ser levada à presidenta Dilma Rousseff. E segundo a presidente do CEBDS, Marina Grossi, os principais desafios a serem vencidos incluem a redução da pobreza, a provisão de alimentos para todos, a inclusão sustentável das pessoas que ainda não participam
dos bens de consumo no Brasil, de forma que os que já consomem o façam de maneira mais inteligente. Pensar nos diversos problemas que podem nos aguardar num futuro bem próximo, por conta desta marca, é muito natural nesse momento e, caso não fique claro para todos que o problema é, antes de tudo, de convivência, não sairemos literalmente do lugar. Estamos nos aglomerando como mariposas em volta da luz, em espaços cada vez menores, para garantir acesso fácil a água, alimento, saneamento, entre outras coisas que nos ajudam a viver com segurança e conforto. E na verdade todos desejam isto. Antes de falarmos em sustentabilidade, responsabilidade social e outros termos que a um clique na busca da internet nos aparecem como fáceis e aplicáveis, precisamos sim e urgentemente aprender a praticar a boa convivência, a generosidade e o respeito pelo outro, pois tudo isso são valores e são eles os alicerces para garantir a cada um de nós dentre os sete bilhões o espaço necessário para viver com os mesmos direitos. E agora, você? Boa reflexão e boa leitura! Lia Medeiros Diretora do Núcleo de Sustentabilidade da TN Petróleo
Sumário
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Sustentável 2011
88 Antártica
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Perspectivas para a Rio+20
Energia limpa na estação
Primeiro parque eólico da Petrobras
Energia eólica
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suplemento especial Entrevista especial Cristina Yuan, diretora de assuntos institucionais e sustentabilidade do Instituto Aço Brasil
O aço
e a sustentabilidade
Muitos não sabem, mas o aço é normalmente identificado como um material “amigo do ambiente” devido essencialmente ao seu potencial de reciclagem. No entanto, a percentagem de material reciclado utilizado na produção de aço depende do respectivo processo de produção. Diante disso, Cristina Yuan, diretora de assuntos institucionais e sustentabilidade do Instituto Aço Brasil, esclarece um pouco mais sobre o cenário no Brasil apontando, dentre outras questões, as formas
TN Petróleo - Por que o aço é considerado um material sustentável? Cristina Yuan - O aço é 100% reciclável e é o material mais reciclado no mundo. Aliado à durabilidade e à resistência, a possibilidade de reciclá-lo permanentemente, sem perda de qualidade, é uma de suas mais importantes características. O ciclo de vida do aço pode ser resumidamente sistematizado em cinco grandes processos: a indústria extrativista; a metalurgia – da qual faz parte a siderurgia; a produção de bens intensivos em aço; a utilização até o descarte desses bens e produtos; e a coleta, comércio e reciclagem do aço contido nos produtos colocados em desuso. A indústria extrativista é responsável por prover grande parte das matérias-primas e insumos necessários à produção de aço. Abrange, principalmente, as mineradoras que fornecem minérios de ferro e manganês, carvão mineral e calcário que formam a base dos insumos primários usados na siderurgia. A siderurgia faz parte da metalurgia, termo usado para classificar todas as indústrias de transformação que 80
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Foto: Divulgação
de contribuição que o aço pode trazer a toda indústria em que é aplicado.
convertem minérios ferrosos e não ferrosos em produtos metalúrgicos, entre eles o aço. Representa, portanto, o principal negócio das empresas associadas ao Aço Brasil. Nas empresas siderúrgicas são produzidos diferentes tipos de aço que visam atender a uma ampla gama de setores, como por exemplo, o automotivo, o naval, o de bens de capital e a construção civil, entre outros. Os produtos feitos a partir do aço, depois de utilizados e terem sua vida útil finda, são coletados e o aço neles contido volta às usinas para ser reprocessado e realimentar essa ex-
por Maria Fernanda Romero
tensa cadeia. A sucata de ferro e aço proveniente do pós-consumo, também chamada de sucata de obsolescência, é um importante insumo para o processo siderúrgico. Junto à sucata gerada internamente nas usinas ou oriunda de outras indústrias, alimenta novamente o processo das usinas siderúrgicas, proporcionando nova produção de aço a partir da reciclagem de materiais já utilizados, reduzindo o consumo de matérias-primas como minério de ferro e carvão mineral. De que forma ele contribui para o desenvolvimento sustentável? A indústria do aço no Brasil contribui significativamente para o crescimento econômico do país, gerando empregos e divisas não só devido às atividades intrínsecas ao setor, mas também devido ao seu efeito multiplicador na cadeia, tanto a montante (fornecedores) como a jusante (consumidores). Do ponto de vista ambiental, o setor busca permanentemente maximizar a ecoeficiência dos processos, por meio da redução e/ou recirculação das águas, recuperação dos gases de processo e cogeração de ener-
gia e reciclagem de resíduos. O aço é usado em praticamente todas as atividades econômicas e no dia a dia das pessoas, nas suas residências, nos meios de transporte, na produção agrícola, na geração de energia. O aço está relacionado ao Produto Interno Bruto (PIB) e ao Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de um país. Quanto melhor for o padrão de vida da sociedade de um país, maior será o consumo de aço. Além disso, todas as empresas do setor desenvolvem programas sociais junto às comunidades, abrangendo projetos culturais, esportivos, saúde e educação ambiental. Alguns projetos de responsabilidade socioambiental de empresas do setor já receberam premiação e reconhecimento das respectivas comunidades. Em decorrência de suas características, o processo de produção do aço gera emissões, efluentes e resíduos. Como a indústria do aço tem tentado combater esses impactos ambientais? A indústria do aço brasileira tem investido continuamente no desenvolvimento de práticas de gestão e operação que possibilitem o aprimoramento do desempenho ambiental de suas atividades. A difusão de tecnologias limpas de produção, um dos reflexos do compromisso do setor com o desenvolvimento sustentável, traz resultados que transcendem a exigências legais e cumprem rigorosos padrões certificadores. Esse empenho faz da gestão do impacto socioambiental um dos diferenciais do aço produzido no país. Em 2009, das 27 usinas produtoras de aço das empresas associadas, 23 já tinham obtido a certificação de seus sistemas de gestão ambiental pela norma ISO14001 e outras duas estavam em processo de certificação. Essas usinas foram responsáveis por mais de 99% da produção de aço bruto do setor no período.
O setor siderúrgico brasileiro desenvolve pesquisas para aumentar a eficiência energética dos processos de produção e a reciclagem do aço e dos coprodutos, com vistas, entre outros benefícios ambientais, a reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Tanto é assim, que já obteve créditos de carbono, por meio da aprovação de projetos MDL (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo). O aço demanda uma enorme quantidade de energia, principalmente na forma de carvão mineral ou carvão vegetal. Como trabalhar para uma melhor economia de energia neste processo? Cabe ressaltar que o carvão mineral / coque é utilizado para geração de energia e como agente redutor do minério de ferro nas usinas integradas. Algumas usinas usam o carvão vegetal como redutor, em substituição ao carvão mineral. No entanto, em altos-fornos de grande porte, não há ainda viabilidade técnica de emprego do carvão vegetal, devido às características desse material, mais friável que o coque. Em média, 15% da energia utilizada no setor é gerada a partir de fontes renováveis, como carvão vegetal e energia elétrica gerada majoritariamente por hidrelétricas. As empresas realizaram estudos para aumentar a eficiência energética no processo de produção do aço. Há recuperação do poder calorífico dos gases de coqueria, dos altos-fornos e da aciaria. Cerca de 32,7% da demanda de energia são obtidos por auto-geração. O impacto da produção de aço através de um alto-forno (a partir de matérias-primas como minério de ferro, calcário e coque) é maior do que a de um forno arco-elétrico (a partir de sucata)? Qual a que menos impacta o ambiente e por quê? A produção de aço em fornos elétricos a arco, a partir da suca-
ta, prescinde da etapa de redução, ou seja, dos altos-fornos. Dessa forma, é uma rota bem menos intensiva em termos de demanda de matérias-primas e insumos e, consequentemente, gera menos emissões e efluentes. No entanto, não há como deixar de produzir aço a partir do minério de ferro, em função da economia de escala e demanda do mercado. Atualmente, cerca de 70% da produção brasileira de aço utiliza a rota integrada a coque, situação similar à da maior parte dos países onde a produção de aço é significativa. De que forma o Instituto Aço Brasil estimula ações mais sustentáveis do setor e uma melhor utilização do aço para a preservação do meio ambiente? O Instituto Aço Brasil publica, há seis anos consecutivos, seu Relatório de Sustentabilidade, seguindo as Diretrizes do Global Reporting Initiative (GRI). A iniciativa reflete o empenho em conferir mais transparência às práticas do setor, buscando ampliar a qualidade e a consistência das informações disponibilizadas sobre as práticas das empresas produtoras de aço do Brasil. Também criou o Centro Brasileiro da Construção em Aço, por meio do qual estimula o uso desse material em sistemas construtivos mais sustentáveis e a sua reciclagem após o fim da vida útil. Recentemente instituiu o Centro de Coprodutos Aço Brasil, cuja missão é agregar valor aos coprodutos do processo, anteriormente classificados como resíduos. Por meio de parcerias com instituições de pesquisa, setores consumidores e órgãos governamentais, o CCA Brasil pretende desenvolver normas que estabeleçam requisitos que assegurem a qualidade dos coprodutos para diversas aplicações. TN Petróleo 80
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suplemento especial Sustentável 2011
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Perspectivas para a e definição da agenda brasileira Rio+20 para a sustentabilidade
O encontro, organizado pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), representante no país do World Business Council for Sustainable Development (WSBCD), foi o palco inicial para as discussões da Conferência das Nações Unidas sobre Sustentabilidade (Rio+20), que será realizada em junho de 2012 no Rio de Janeiro. Os desafios do futuro da economia verde no Brasil e no mundo e a participação do empresariado brasileiro na área da sustentabilidade foram os assuntos em destaque do Sustentável 2011, que construiu uma agenda brasileira para a sustentabilidade (Visão 2050 Brasil) a ser levada à presidenta Dilma Rousseff. por Maria Fernanda Romero e Rodrigo Miguez
O
Sustentável 2011 (4º Congresso Internacional sobre Desenvolvimento Sustentável) reforçou ainda mais a expectativa brasileira em sediar a Rio+20. Com a presença de 900 participantes e mais de 50 palestrantes
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nacionais e internacionais reunidos em plenárias e oficinas, o evento proporcionou o debate e a indicação das principais discussões a serem feitas no encontro do próximo ano. Durante o evento foram realizadas 13 oficinas que contaram
com a participação de mais de 450 pesquisadores e especialistas da iniciativa privada, do governo e da sociedade civil em áreas como energia, desenvolvimento humano, consumo e insumos, economia, biodiversidade e agricultura, entre outros segmentos prioritários
elencados no Visão 2050 para os próximos 40 anos. A questão educacional foi um tema abordado em todas as oficinas e considerado prioritário para se avançar no desenvolvimento sustentável, assim como a necessidade de se consolidar uma regulamentação que incentive a economia verde. Preparou-se a versão brasileira do Visão 2050, documento do WBSCD que será apresentado à presidente Dilma Roussef, no próximo ano, com as principais propostas das empresas para a conferência da ONU. “Tenho a certeza de que este pequeno ciclo – entre o Sustentável 2011 e a Rio+20 – deixará um legado bastante relevante para a agenda do desenvolvimento sustentável brasileiro e mundial nos próximos anos. Mas para o Brasil ser campeão nessa corrida que ele está liderando é preciso que haja uma coordenação, uma parceria público/privada mais efetiva, envolvendo a sociedade também”, avaliou a presidente do CEBDS, Marina Grossi, durante a cerimônia de abertura do evento. De acordo com ela, o evento foi um importante passo para promover as discussões em torno da sustentabilidade, iniciando a construção brasileira do Visão 2050. “Conseguimos reunir em torno do tema as maiores empresas do país, bem como a sociedade civil, em uma reflexão ampliada que subsidiará a posição do Brasil para a Rio+20”, avaliou. A executiva disse ainda que o Brasil, desde a ECO 92, melhorou muito nessa área, mas lamentou, apenas, que o país não esteja sabendo aproveitar as melhorias registradas em várias áreas desde aquela data. “A gente melhorou socialmente, tem uma matriz mais limpa do que a do resto do mun-
Os principais desafios a serem vencidos incluem a redução da pobreza, a provisão de alimentos para todos, a inclusão sustentável das pessoas que ainda não participam dos bens de consumo no Brasil, de forma que os que já consomem consumam de forma mais inteligente. Marina Grossi, presidente do CEBDS
do. E hoje, mais do que em 1992, você fala de economia verde com mais propriedade. O Brasil está melhor do que os outros países nessa questão.” Marina Grossi recomendou, porém, a necessidade de organização das várias iniciativas que hoje são pequenos projetos e pequenos incentivos, mas que não fazem parte de uma gestão mais estruturada. “Os principais desafios a serem vencidos
incluem a redução da pobreza, a provisão de alimentos para todos, a inclusão sustentável das pessoas que ainda não participam dos bens de consumo no Brasil, de forma que os que já consomem consumam de forma mais inteligente.” A questão da eficiência energética no país foi o assunto que abriu a conferência com a apresentação do presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli de Azevedo. Segundo ele, a estatal, que é uma empresa integrada de energia e atua em diversas áreas, acredita fortemente na ideia de que pode trabalhar para uma maior eficiência energética. Sobre as fontes de energia alternativas, o presidente da Petrobras lembrou que todas são necessárias. Mas alertou que “o tamanho do desafio é muito grande para que pensemos que a saída é uma só”. Segundo Gabrielli, se for somada hoje toda a geração de energia por fontes alternativas chega-se a 0,9% da matriz energética mundial, enquanto a energia gerada por carvão, petróleo e gás natural representa dois terços. “Se as fontes de energia alternativas, como eólica e de ondas, crescerem dez vezes mais rápido do que estão crescendo, nos próximos anos chegarão a apenas 10% do total gerado”, disse. Além disso, o presidente da Petrobras citou, durante a abertura, que uma das soluções mais práticas para diminuir o uso da energia comum é utilizar cada vez mais os meios de transportes públicos. “Acredito que dessa forma é possível reduzir a utilização de energia fóssil”, opinou. TN Petróleo 80
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suplemento especial
Na ocasião, a secretária da Articulação Institucional e Cidadania Ambiental, Samyra Crespo, destacou o processo brasileiro de engajamento na Rio+20. Para ela, existem três desafios a serem enfrentados no evento: honrar o legado da ECO 92, superar o pessimismo sobre o contexto internacional e mobilizar o Brasil em torno do tema. Sobre a esfera internacional, Crespo disse que acredita que as barreiras a serem superadas são a segurança climática, energética, alimentar, hídrica e paz. Durante a cerimônia, a secretária falou sobre o grande otimismo quanto à vinda da conferência ao Brasil. “Temos boas experiências em projetos sustentáveis, agora é a nossa vez de ganhar escala.” Além de falar sobre o desejo do Brasil em mostrar sua agenda, Samyra enfatiza a importância de acolher as ideias de outros países. “Agora é a hora e a vez do nosso desenvolvimento, e que ele seja sustentável”, comentou. A primeira plenária do encontro tratou das principais mudanças que ocorreram no período da Conferência de Estocolmo, primeiro encontro mundial sobre o homem e o meio ambiente, ocorrida em 1972, até agora, oito meses antes da realização da Rio+20. Moderado pelo CEO da Philips Brasil e chairman do CEBDS, o debate contou com a participação do ministro do Superior Tribunal de Justiça do Brasil, Antonio Herman Benjamin; o presidente da Fundação Pró-Natura (Funatura), Hen84
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rique B. Cavalcanti; e o secretário geral assistente da Organização das Nações Unidas (ONU) e coordenador executivo para a Rio+20, Brice Lalonde. Os palestrantes fizeram um pequeno levantamento dos principais acontecimentos e marcos no período de realização dessas conferências. Na ocasião, o ministro Herman Benjamin indicou que o papel do direito é fundamental para o desenvolvimento da economia verde. Relembrou o motor ético da Conferência Eco 92, uma vez que não existiam leis que protegessem o meio ambiente e encerrou afirmando que é necessário amarrar os debates às ferramentas legais, pois é fundamental deixar um marco legal que incorpore as diversas visões. “Não vai adiantar parte das pessoas se engajar e outra parte não. O direito tem um papel importante neste sentido, precisamos implementar uma norma ambiental. Temos que ter uma política justa e transparente de proteção ambiental”, explicou. Devemos utilizar a Rio+20 para mostrar que tudo que alcançamos não pode retroceder. Não podemos permitir que os outros países imponham retrocessos”, indicou Benjamin. Para o representante da ONU, Brice Lalonde, toda a sociedade deve se envolver na questão da sustentabilidade: “O assunto não diz respeito apenas ao go verno federal.” De acordo com o executivo, as discussões so bre o homem e o meio ambiente começaram na verdade em 1969 quando o homem pisou na Lua e observou a situação do planeta. Brice salientou que na ECO 92 foram levantados os principais
pontos entre o planeta e seu desenvolvimento. Hoje, com isso já identificado, buscamos saber gerenciar isso para solucionar a escassez dos recursos. “Temos que criar uma nova justiça social para saber administrar e gerenciar o nosso planeta. Também temos que aprender a viver sem consumir, a viver com limitações. Precisamos mudar nossa cultura, acho que os diretores de cinema têm que se engajar em trabalhar com o tema, pois os filmes inspiram as pessoas”, informou. Durante a discussão, o presidente da Funatura lembrou também do dilema da biodiversidade brasileira e fez um apelo: “O Brasil é campeão em biodiversidade e diversificação de espécies, mas também é campeão na extinção delas. Temos que levar este assunto à Rio+20”. Cavalcanti disse ainda que o Brasil precisa definir um papel de atuação maior ao lado dos outros países da América Latina. O executivo acredita que o país deve desenvolver uma estratégia e ter um compromisso com os vizinhos também. Foram levantados pelos palestrantes, como pontos importantes para o processo de implantação da economia verde e do desenvolvimento sustentável como um todo: a necessidade de uma governança mais participativa na qual sociedade, governo e empresários trabalhem juntos apontando suas posições e atuações para o melhor e mais rápido desenvolvimento dos países; as parcerias internacionais estratégicas entre os países para que todos possam falar da mesma forma e ter objetivos e metas similares e complementares; justiça social em todos os âmbitos do desenvolvimento das nações; e as questões da água e dos alimentos, para controlar seus recursos.
Durante a plenária ‘Perspectivas para a Rio+20’, a diretora e representante do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) para a América Latina e Caribe, Margarita Astralága, destacou que as soluções sustentáveis foram encontradas e são conhecidas. A grande questão é como colocá-las em prática. “Os esforços não devem ser concentrados só no meio ambiente, mas em elementos-chave para o nosso futuro, para que o desenvolvimento seja sustentável com a participação de todos: governo, cidadãos, setores públicos e privados”, ressaltou. As ‘cidades sustentáveis’ também foram estudadas como importante por constituírem as principais discussões da Rio+20. O presidente da Câmara de Desenvolvimento Sustentável da Pr e f e i t u r a d o Rio de Janeiro, o economista Sergio Besserman, disse, durante painel no evento, que quer estimular a mobilização e participação da ci-
Foi unanimidade entre os palestrantes a indicação do Brasil como o país com papel de lide-
rança no cenário global da sustentabilidade. Segundo Brice Lalonde, secretário assistente e diretor executivo da ONU para Rio+20, o país deve aproveitar o fantástico momento que está vivendo e dar nova direção às questões sustentáveis. Entretanto, apesar do cenário brasileiro positivo, Aron Belinky, coordenador de processos internacionais do Instituto Vitae Civilis, enfatizou que as mudanças no código florestal e a manutenção de investimentos em grandes projetos na Amazônia são contrárias ao posicionamento que o Brasil pretende apresentar na Rio+20, de um país preocupado com o desenvolvimento sustentável e em busca por uma economia verde. “Há uma enorme contradição nisso. É uma loucura o Brasil sediar um evento como a Rio+20 e querer mostrar liderança para a economia verde e ter uma proposta para o código florestal deste tipo, que é um retrocesso na legislação ambiental”, avaliou o coordenador. De acordo com ele, o governo deve trabalhar proativamente nas ações da política nacional de re-
presidente da Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável, Israel Klabin; do surfista profissional Carlos Burle; e do líder
da Área Costeira e Oceanógrafa de Engenharia da Coppe/UFRJ, professor Paulo Cesar Rosman, entre outros.
dade, principalmente dos jovens, na Rio+20. Para ele, é importante que o Rio “não só acolha, como cidade anfitriã, mas participe com toda a sua vida política, cultural e social da discussão do tema do desenvolvimento sustentável”. Segundo Besserman, o cronograma da Prefeitura para a Rio+20 está de acordo com o que foi estabelecido de início. O Itamaraty e a Prefeitura do Rio estão trabalhando na organização do evento há mais de um ano e meio. Um dos comitês criados pelo governo federal para preparar a conferência da ONU trata do próprio evento, enquanto o outro se concentra na participação da cidade em termos de conteúdo. O Rio de Janeiro participará das discussões de conteúdo da Rio+20 por meio do debate sobre o tema das cidades. “Certamente, o projeto Cidades Sustentáveis, do Instituto Ethos, será um dos atores relevantes na discussão de como as cidades podem participar desse processo de grandes transformações em direção à sustentabilidade”, destacou Besserman.
Liderança brasileira
Open Space Nos três dias de evento, mais de 400 pessoas participaram do Open Space, um espaço para livre discussão de 30 temas propostos pelos participantes do evento. Entre os principais temas estavam: Mata Atlântica; Poluição dos Mares; Modelo de Negócios e Política; Brics e Sustentabilidade; o poder das redes sociais; entre outros assuntos. O Open Space contou com participações importantes como: a do
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síduos sólidos, no plano nacional sobre mudanças do clima e em outras legislações que possam avançar e mostrar um lado positivo, de coerência do governo com os objetivos da economia verde. Na opinião de Belinky, a sociedade ainda tem pouco conhecimento sobre desenvolvimento sustentável, economia verde e Rio+20. “As pessoas estão sabendo pouco, acreditamos que elas vão começar a acordar mais para o tema a partir do começo do ano que vem, quando estiver mais clara a programação e que tipo de evento será a conferência. A partir disso vai começar um crescimento do debate em massa”, disse. O executivo assegurou ainda que o mundo tem que aproveitar a atual capacidade de conexão rápida e eficiente da internet para disseminar e esclarecer o desenvolvimento sustentável. “A internet pode contribuir com um maior engajamento da sociedade para a Rio +20. Ela é uma importante ferramenta de comunicação da sustentabilidade e que está ganhando cada vez mais espaço neste cenário”, informou.
Mobilização empresarial A crescente participação do empresariado brasileiro na área da sustentabilidade também foi um dos assuntos mais debatidos no encontro. Marcos Bicudo, Chairman do CEBDS e CEO da Phillips Brasil, apontou que em 1972, apenas um empresário do setor privado esteve presente. No momento atual, temos uma maior participação no processo. Hoje, por exemplo, o CEBDS conta com 64 empresas associadas, destacou. A presidente do CEBDS, Marina Grossi, com-
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pletou que não só as empresas estão ganhando espaço na discussão, mas também todos os outros setores. É necessário organizar a participação de todos os atores para darmos concretude ao tema, avaliou. O executivo destacou ainda o fortalecimento da coalizão do empresariado nacional para promover mudanças práticas na maneira de gerar negócios. “Contamos com a participação de vários CEOs neste evento, o que demonstra o engajamento cada vez maior das lideranças acerca do assunto e influencia decisivamente o poder de transformação para uma realidade mais sustentável”, ressaltou. Marina Grossi disse que para aumentar a rapidez do processo de mudança em direção ao desenvolvimento sustentável é necessário mais ousadia e que o setor empresarial tem um papel essencial no processo de difusão do desenvolvimento sustentável. “Para mudarmos nosso modelo atual de economia, temos que implementar medidas econômicas, mas primeiramente mudar nossos valores. O empresariado alavanca mais rápido isso, mas também não muda sozinho; precisamos de mudanças no governo e na sociedade”, afirmou. O presidente executivo da Global Reporting Initiative (GRI), Ernst Ligteringen, também presente no encontro, destacou em um dos painéis de discussão do Sustentável 2011 a importância de as empresas se posicionarem como parte da solução das questões sustentáveis e não do problema. “As empresas brasileiras investem em questões sustentáveis, mas devemos mos-
trar o que está sendo feito. O Brasil tem que apresentar um relatório com dados reais, ou explicar por que não apresenta”, comentou.
Financiamento A secretária de Fazenda do Rio de Janeiro, Eduarda La Roque, afirmou ser necessário mudar a cultura nas empresas, nos governos e também na sociedade como um todo, para que as ações sustentáveis sejam disseminadas, e que é essencial o envolvimento de todos os setores em projetos de sustentabilidade. “O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) poderia, por exemplo, financiar a prazos maiores e juros diferenciados a projetos sustentáveis, como forma de incentivo a esses empreendimentos”, sugeriu a secretária. Segundo ela, a Prefeitura do Rio já vem trabalhando para incentivar negócios verdes, com a criação da agência Rio Negócios. Além disso, iniciativas como a chamada ‘sustentabilidade fiscal’, resultou na revisão de gastos do município e aumentou o nível de investimento na cidade de R$ 700 milhões para R$ 4 bilhões. Para Jorge Abrahão, presidente do Instituto Ethos, é importante a adoção, pelas empresas, de uma política sustentável voltada para projetos verdes, para a inclusão social e a responsabilidade corporativa, como forma de aumento do poder aquisitivo da população e da disseminação da sustentabilidade. “As empre-
sas e as entidades têm que atuar juntas em prol dessas mudanças, que têm resultados tanto na economia quanto na sociedade”, afirmou. “A Rio+20 será uma grande oportunidade para esses avanços”, concluiu. As tendências sustentáveis para os próximos 40 anos foram o tema central do encerramento do evento. Em 2050, o planeta terá nove bilhões de habitantes, necessitando de água, comida e qualidade de vida, daí as metas de reduzir as emissões de CO 2, acabar com desmatamento e au-
O próximo Sustentável acontecerá no dia 10 de maio de 2012, também no Rio de Janeiro, um mês antes da Rio+20. mentar cada vez mais a mobilidade nas cidades. Houve, também, destaque para a melhoria das condições de vida e trabalho para as mulheres. Para os especialistas, um dos grandes desafios em 2050 ainda será o clima e suas mudanças. Tais efeitos climáticos irão afetar diretamente a produtividade agrícola,
por essa razão urge desenvolver soluções para manter o abastecimento de alimentos! Segundo eles, a escassez de água será mais presente na África, países árabes e no sul da Ásia. Dentre as soluções para melhorar a qualidade de vida de todos e garantir um ambiente sustentável está a já citada mudança no pensamento das corporações, para um novo modelo de gestão, além da união para uma economia verde, com base na integração entre economia, ecologia e sociedade.
Petroleiras no índice de sustentabilidade Dow Jones Uma parceria envolvendo a Petrobras, Vale Soluções em Energia (VSE) e a Marinha do Brasil vai possibilitar a produção de energia a partir de motogeradores a etanol na Estação Antártica Comandante Ferraz. O Índice Dow Jones of Sustainability Index (DJSI World) divulgou em setembro sua carteira para 2011, com 342 empresas de 30 países. Com relação ao ano passado, 43 empresas foram acrescentadas e 21 foram cortadas do índice. Entre as que foram retiradas estão nove empresas americanas, entre elas a Coca-Cola Co., a Hewlett-Packard Co e a PG&E Corp., a francesa ArcelorMittal e a alemã Volkswagen AG Non-Vtg Pfd. A francesa Societe Generale S/A e a sul-coreana Hyundai Mobis Co. Ltd entraram na carteira. Nesta edição, as companhias participam do índice em 57 setores da indústria, sendo 23 empresas do setor de petróleo e gás. Atualmente, mais de US$ 8 bilhões estão investidos em fundos que se baseiam exclusivamente nas empresas pertencentes aos índices DJSI. O DJSI World seleciona empresas de todo o mundo que apresentam ações de gerenciamento de riscos e
aproveitamento de oportunidades relacionadas a fatores econômicos, ambientais e sociais. Ele é o índice econômico mundial mais importante; sendo assim, estar em sua publicação como ‘empresa sustentável’ faz valorizar as ações da empresa, uma forma de incentivá-la a dar continuidade às práticas sustentáveis e ainda incentivar outras empresas a adotá-las. A Repsol alcançou pontuação máxima no Índice Dow Jones entre as 12 petrolíferas incluídas no índice global, e situa-se como líder mundial do setor óleo e gás na edição 2011. A empresa também lidera o setor óleo e gás no índice europeu (DJSI Europe) que inclui três empresas europeias. A empresa foi qualificada com a máxima pontuação nos critérios de transparência, gestão de riscos e crises, sistema de gestão ambiental, biodiversidade, estratégia frente às mudanças climáticas, refinação e combustíveis limpos, desenvolvi-
mento de capital humano, impacto social na comunidade e envolvimento com as partes interessadas. Também obteve a máxima qualificação do seu setor em gestão da relação com o cliente, responsabilidade corporativa e filantropia, e em padrões para fornecedores e contratantes. E a Petrobras se manteve no índice pelo sexto ano consecutivo. De acordo com os critérios de avaliação do índice, a estatal obteve melhora na avaliação das dimensões econômica e social e manteve o desempenho na dimensão ambiental. Deve-se destacar ainda que, pela quinta vez, a companhia obteve a nota máxima no critério ‘transparência’. No setor de petróleo e gás, a Petrobras apresentou significativa melhora no indicador de refino/ combustíveis limpos, alcançando uma avaliação bem acima da média do setor, como resultado dos investimentos realizados no refino para melhoria da qualidade dos combustíveis produzidos.
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Energia limpa na estação científica na Antártica
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esenvolvido pela VSE S/A, uma sociedade entre a Vale e o BNDES, o motor possui uma tecnologia totalmente brasileira. Esta tecnologia permite que motores pesados possam gerar energia limpa, usando etanol sem qualquer tipo de aditivo. Esse sistema inclui um sofisticado equipamento de controle e comando via internet e será instalado na estação Antártica no início de novembro, logo após a chegada do navio Ary Rongel. O sistema passará ainda por um programa científico de avaliação, para assegurar que todos os requisitos de segurança operacional estejam adequados às rigorosas condições impostas pelo clima antártico. Esta operação colocará o Brasil como o primeiro país do mundo a utilizar biocombustível para a geração de energia elétrica naquele continente. A Petrobras fornecerá os 350 mil litros de etanol necessários para a operação de avaliação, que validará a eficiência energética do etanol em condições de baixa temperatura na Estação. Parceira da Marinha há quase 30 anos, a estatal participa ativamente das operações desenvolvidas pelo Brasil na Antártica. A estatal vem desenvolvendo acordo de cooperação com foco na
Fotos: Agência Petrobras
Uma parceria envolvendo a Petrobras, Vale Soluções em Energia (VSE) e a Marinha do Brasil vai possibilitar a produção de energia a partir de motogeradores a etanol na Estação Antártica Comandante Ferraz.
utilização de uma matriz energética mais limpa na Antártica. O Proantar, coordenado pela Secretaria da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (Secirm), tem dentre suas prioridades a qualidade ambiental das operações do Brasil na Antártica. O fato de o Brasil ser o primeiro e único país a usar biocombustíveis para gerar
energia limpa naquele continente, com tecnologia 100% nacional, reforça a qualidade da atuação brasileira na Comandante Ferraz, especialmente neste momento, em que se aproximam seus 30 anos de operação contínua. O projeto é beneficiado pela Lei da Inovação, por meio dos programas Finep Inova Brasil e Subvenção Econômica. A Estação Antártica Comandante Ferraz é operada pela Marinha do Brasil e pode acomodar até 58 pessoas. A estação possui 13 laboratórios destinados às ciências biológicas, atmosféricas e químicas.
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Veolia Water Brasil patrocina livro fotográfico com temática da água Da Antártica à Patagônia, dos mares gelados da Escandinávia até os extremos subterrâneos das cavernas brasileiras. Das plantações de arroz do Laos, passando pelas gigantescas dunas de Gobi à fartura tropical da Floresta Amazônica. Da realidade árida do sertão baiano aos seculares templos do Camboja, o livro Água: conservação e cultura é um mergulho profundo nesse líquido indispensável e nas raízes de cada um de nós.
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fotógrafo Adriano Gambarini – da National Geographic Brasil – e a jornalista Laís Duarte, há seis anos repórter da TV Cultura em São Paulo, lançaram, em novembro, em eventos no Rio de Janeiro e São Paulo, Água: conservação e cultura (Editora Cultura Sub). A edição bilíngue, com 200 páginas e mais de 130 fotos tiradas em 20 anos de viagens a 18 países, retrata o bem mais precioso do planeta: a água. E conta com o patrocínio integral – por meio da Lei Rouanet IR Cultura – da Veolia Water Brasil, divisão de água da multinacional francesa Veolia Environnement, líder mundial na prestação de serviços de tratamento de água e efluentes líquidos. “Simples e complexa, a água é um insumo indispensável para seres vivos e indústria, sendo essencial para a criação e manutenção da vida. O livro é mais um alerta, levando em consideração que este é um bem que não é um recurso infindável”, observa Giangiacomo Gallizioli, gerente geral da Veolia Water Brasil.
“Tendo a preocupação com o meio ambiente no centro de suas atividades, para a Veolia Water Brasil é sempre bem-vinda qualquer iniciativa que resulte numa reflexão sobre a importância da água em nossas vidas e que dê uma contribuição para que possamos ter mais pessoas conscientes sobre a questão do seu tratamento e reuso”, destaca o gerente. Especialista em imagens de natureza, no ano passado Adriano Gambarini ficou entre os finalistas Veolia Environnement Wildlife Photographer of the Year, um dos mais prestigiados prêmios internacionais da fotografia, realizado em
parceria com o Museu de História Natural de Londres e com a revista BBC Wildlife com o intuito de promover a conscientização da sociedade para a valorização e o respeito à natureza. O fotógrafo participa da edição deste ano. O resultado do concurso será divulgado ainda em outubro. Formada pela Faculdade de Comunicação da Universidade Federal de Juiz de Fora, com especialização em Jornalismo Econômico, e Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Laís Duarte participou de reportagens especiais para o Globo Rural, Globo Repórter, Globo Esporte e para o canal Globo News.
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Primeiro parque eólico da Petrobras As usinas Potiguar, Cabugi, Juriti e Mangue Seco, que compõem o Parque Eólico de Mangue Seco, da Petrobras, já estão operando comercialmente no Rio Grande do Norte. Com investimento de R$ 424 milhões, o primeiro parque eólico da estatal entrou em operação comercial oito meses antes do compromisso assumido com a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). Os contratos de venda de energia para as usinas foram ofertados no primeiro leilão de energia eólica, realizado em dezembro de 2009 e são válidos por 20 anos. O certame de 2009 previa que a energia gerada pelas usinas seria disponibilizada para o Sistema Interligado Nacional em 1º de julho de 2012, mas a Petrobras antecipou o cronograma e todo o parque eólico está em operação comercial desde 1º de novembro, com a entrada em operação da última
usina, a Juriti. A usina de Potiguar está em operação comercial desde 26 de agosto de 2011 e as usinas de Cabuji e Mangue Seco, desde 24 de setembro de 2011 e 6 de outubro de 2011, respectivamente. Localizadas no entorno da Refinaria Potiguar Clara Camarão, às margens da Rodovia RN 221, em Guamaré, as usinas são constituídas por 52 aerogeradores de 2 megawatts (MW) cada. Estas características fazem com que o Parque Eólico de
Mangue Seco possua a maior capacidade instalada no país com este tipo de aerogerador (104 MW), suficientes para suprir energia elétrica a uma população de 350 mil habitantes. Cada aerogerador, com um peso de cerca de 300 toneladas, é composto por uma torre de concreto e aço de 108 m de altura e um conjunto de três pás de fibra de vidro, com 42 m de comprimento. O sistema de transmissão de cada unidade é constituído de uma rede de distribuição interna de 34,5 quilovolts (kV), uma subestação elevadora de 34,5/138 kV e de uma linha de transmissão de 138 kV. A usina Cabugi foi construída em parceria com a Eletrobrás; a usina Mangue Seco, em parceria com a Alubar Energia; e as usinas Potiguar e Juriti, em parceria com a Wobben WindPower.
‘Inovações que nutrem o planeta’ é o tema de O Estado do Mundo 2011 O Relatório do Worldwatch Institute Brasil (WWI Brasil) trata do avanço rumo a uma sociedade sustentável e de questões estratégicas para acabar com a fome. Em 2050, nove bilhões de pessoas deverão ser alimentadas. O relatório O Estado do Mundo 2011, em sua recém-lançada edição em português, aborda questões estratégicas para acabar com a fome e nutrir a população do planeta de forma digna e segura. A tarefa não é simples e exige mais do que produção: é preciso governança, segurança alimentar e uma série de outros itens. O Instituto Akatu pelo Consumo Consciente e o WWI Brasil lançaram o relatório no dia 19 de outubro de 2011, em São Paulo, durante a Semana Nacional da Alimentação. Entre os temas do documento constam a construção de um novo caminho para acabar com a fome, a popularização da agroecologia, mais safra por gota d’água, como lidar com a mudança climática, perdas pós-colheita, como alimentar as cidades e como utilizar o conhecimento dos agricultores, além de um plano estratégico para nutrir o planeta e outros temas correlatos. Segundo Eduardo Athayde, presidente do WWI Brasil, “o consumo da humanidade aumentou muito e, com isso, a taxa de urbanização é crescente, o que implica muito mais violência, fome e pressão so-
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cial. Enfim, estamos presos nesse modelo do qual queremos nos libertar”. Athayde destacou algumas informações que constam no relatório, que este ano não foi impresso, seguindo os preceitos do consumo consciente e da sustentabilidade, mas pode ser acessado pela internet. “A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) mostra que uma em cada sete pessoas acorda sem saber o que vai comer e se vai comer. Isso não pode continuar assim”, afirmou. O presidente da WWI comentou ainda que o Brasil não é mais “a bola da vez, e sim o target da vez”, referindo-se à biocapacidade do país. Contudo, é preciso reduzir as perdas e o presidente do Akatu, Helio Mattar, complementou falando sobre a quantidade de desperdício observada no país. Apenas com a redução do desperdício de alimentos seria possível alimentar uma população de nove bilhões de habitantes projetada para 2050. “O Akatu vem trabalhando no sentido de minimizar o desperdício com campanhas e projetos de sensibilização, conscientização e mobilização do consumidor, para que ele compreenda os impactos do desperdício de alimentos e seja capaz de contribuir para mudar esse cenário”, afirmou Mattar. Para Athayde, não podemos mais continuar crescendo num planeta que é finito sem que haja readaptação dos diversos
setores, ou seja, sem um novo modelo de produção e consumo efetivamente mais sustentável. O documento destaca o problema das perdas pós-colheita. Entre 25% e 50% da colheita dos países mais pobres se estraga. Esse dado se revela ainda mais preocupante quando olhamos para o fato de que uma em cada quatro pessoas que sente fome no mundo vive na África, continente que tem perdido valor agregado na agropecuária nos últimos 40 anos, enquanto o planeta como um todo teve um ganho médio de 35%. Para acessar a íntegra do relatório O Estado do Mundo 2011, entre no site www.worldwatch.org.br.
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Björn Rosengren é nomeado presidente e CEO da Wärtsilä Corporation
Foto: Divulgação Foto: Divulgação
O Conselho de Administração da Wärtsilä nomeou Björn Rosengren o novo presidente e CEO da Wärtsilä Corporation. Ele assumiu o cargo no início de setembro, sucedendo a Ole Johansson, que se aposentou. Rosengren trabalhou como vice-presidente executivo da empresa sueca Atlas Copco AB e como presidente da área de negócios para a Atlas Copco Construção e Mineração Técnica, em Xangai, na China. Já tem visita programada para o Brasil, onde aterrissa na primeira semana de novembro. “Björn Rosengren possui uma experiência excepcionalmente boa para assumir a liderança da Wärtsilä. Tem uma longa carreira internacional, viveu em países como China, Suíça, Holanda e Estados Unidos, além da Suécia, sua terra natal. A educação técnica em conjunto com marketing, vendas e experiência de gestão no ambiente global industrial prepararam-no muito bem para assumir mais este desafio”, afirma Antti Lagerroos, presidente do Conselho de Administração. O novo CEO se diz animado e orgulhoso em fazer parte da Wärt-
Nova gerência Técnica e de Desenvolvimento da Gas Energy
silä, líder mundial em soluções de energia e serviços sustentáveis. “A empresa parece ter uma oferta incomparável para enfrentar os futuros regulamentos ambientais nos mercados marítimo e de geração de energia. As operações globais e uma equipe representando várias nacionalidades tornam o ambiente de trabalho da Wärtsilä único e emocionante, e estou ansioso para assumir novos desafios para desenvolver o negócio com a ajuda desta equipe”, diz Björn Rosengren.
Marcelo Lima de Mendonça acaba de assumir a gerência Técnica e de Desenvolvimento da Gas Energy. O engenheiro químico, especialista em Marketing pela FGV, tem experiência de 12 anos na CEG. Nos últimos nove anos na empresa, Marcelo foi chefe de vendas de grandes clientes, quando coordenou e administrou toda a carteira da companhia. Também trabalhou por três anos no Instituto Brasileiro de Petróleo. Aos 38 anos, o engenheiro será responsável pela carteira de clientes industriais da área de gás natural da Gas Energy.
Forship tem novo diretor executivo
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O engenheiro mecânico Roberto Gonçalves da Rocha é o novo diretor executivo da Forship Engenharia, cargo acumulado até então pelo presidente e fundador da empresa, Fábio Fares. Com ampla experiência em comissionamento e montagem onshore e offshore de plataformas, navios e indústria de óleo e gás, gerenciamento de projetos e contratos, partida de sistemas de subsistemas e gerenciamento de engenharia, Roberto Rocha acumula quase três décadas de experiência no setor naval e offshore. Na Forship desde 1999, com um intervalo de um ano fora da empresa (entre 2005 e 2006), é formado em Engenharia Mecânica pela Universidade Santa Úrsula (1982), com pós-graduação em Análise de Sistemas pelo Instituto Brasileiro de Pesquisa em Informática (1987) e em contratos navais, administração e gerenciamento pela Association for Overseas Technical Scholarship (AOTS), Japão (1990), e MBA em Gerenciamento de Projetos pela Fundação Getúlio Vargas e Ohio University, EUA (2006). A nomeação de Rocha ocorre como parte de um processo de reestruturação interna que vai dar suporte à expansão e internacionalização da Forship nos próximos cinco a sete anos.
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O presidente da Eletrobrás Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva, integrará o Conselho Diretor (triênio 2011-2014) do Clube de Engenharia. O vice-almirante Othon Luiz atuou como engenheiro naval do Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ), entre 1967 e 1974; foi diretor de Pesquisas de Reatores do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), entre 1982 e 1984; e fundador e responsável pelo Programa de Desenvolvimento do Ciclo do Combustível Nuclear e da Propulsão Nuclear para submarinos
entre 1979 e 1994. É o autor do projeto de concepção de ultracentrífugas para enriquecimento de urânio e da instalação de propulsão nuclear para submarinos. Desde outubro de 2005 ele é o diretor-presidente da Eletronuclear. Em junho deste ano, recebeu da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) o título de benemérito do estado do RJ.
TozziniFreire tem novo sócio de petróleo e gás Um dos coordenadores do grupo técnico que elaborou, na Casa Civil da Presidência da República, os projetos de lei do pré-sal, Pedro Dittrich, é o novo sócio responsável pela área de petróleo e gás de TozziniFreire Advogados e ficará baseado na unidade Rio de Janeiro. Além de sua atuação como advogado nos setores de energia, biocombustíveis, petróleo e gás, e da experiência de sete anos no governo federal, onde passou também pelo Ministério de Minas e Energia, Dittrich participou de conselhos de empresas do setor elétrico e
da elaboração e regulamentação da Lei do Gás. Formado em Direito e Engenharia Elétrica pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), ele tem especialização em Direito Internacional pela mesma instituição, é mestre em Direito Comercial pela PUC-SP e está completando seu mestrado em Direito do Petróleo na Universidade de Dundee, na Escócia.
Na área comercial desde dezembro de 2008, Marco Viotti Ceriello assume agora a gerência executiva de projetos da Locar, empresa líder no segmento de içamentos de cargas por guindastes. Formado em Engenharia Civil pela Escola de Engenharia Mauá, com pós-graduação em Gestão de Negócios, Ceriello está cursando agora o MBA Executivo pelo Insper Ibmec, em São Paulo. Antes de assumir o novo cargo, o executivo era responsável pela gerência comercial da área de projetos. Na nova função, ele vai continuar cuidando dos guindastes de grande porte, dos transportes especiais e das análises estratégicas do segmento. Aos 30
Foto: Divulgação
Marco Viotti Ceriello assume a gerência executiva de projetos da Locar
anos, Ceriello considera que o maior desafio será garantir o crescimento e a rentabilidade esperados pelo Conselho Administrativo da Locar, por meio de uma atuação forte sobre os principais clientes e obras.
Siemens nomeia novo presidente no Brasil Foto: Divulgação
Presidente da Eletronuclear assume cargo no Conselho Diretor do Clube de Engenharia
A Siemens nomeou Paulo Ricardo Stark como novo CEO no Brasil. A empresa se desligou, com efeito imediato, do CEO que a representava até o momento no Brasil, Adilson Antônio Primo. Por meio de uma investigação interna de compliance, foi descoberta uma grave contravenção das diretivas da Siemens na sede nacional, ocorrida antes de 2007. As investigações internas sobre o caso ainda estão em andamento. Brasileiro de nascimento, Paulo Ricardo Stark é engenheiro elétrico e tem extensa experiência de liderança internacional. Ele exerceu diversos cargos para a Siemens no México e em várias estações na Alemanha, onde mais recentemente ocupou a diretoria de uma Unidade de Negócios do setor Industry. No Brasil, Stark assume hoje uma organização de grande importância e crescimento acelerado. A Siemens está no Brasil há mais de 105 anos. No ano fiscal de 2010, a empresa alcançou um faturamento de cerca de 1,8 bilhão de euros e pedidos recebidos no total de 2,1 bilhões de euros. O Grupo Siemens no Brasil conta com mais de dez mil colaboradores, 13 unidades fabris e sete centros de pesquisa, desenvolvimento e engenharia. A Siemens quer continuar participando do crescimento dinâmico do país – por exemplo, com infraestrutura sustentável para cidades e grandes eventos, bem como para os setores de petróleo e gás e de energias renováveis. Aplica o princípio de tolerância zero para os casos de contravenção de compliance. A empresa defende com convicção os negócios honestos – sempre e sem exceções.
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produtos e serviços
Nova fábrica na Argentina
Evonik
Na cerimônia oficial, no dia 15 de setembro, com a presença de representantes da indústria e de políticos, o dr. Dahai Yu, integrante da diretoria executiva da Evonik, assentou a pedra fundamental do empreendimento: “Queremos fortalecer e ampliar a nossa posição de principal fornecedor de catalisadores para a produção de biodiesel”, declarou. “Este investimento é um sinal claro do nosso comprometimento na América do Sul, e também simboliza a nossa estratégia de participar do crescimento da região”, acrescentou. Representantes da direção da Evonik se reuniram com a ministra da Indústria e do Comércio da Argentina, Debora Giorgi, em Buenos Aires, em 16 de setembro, quando foram discutidos o planejamento do presente investimento e as etapas adicionais de uma cooperação econômica. A engenharia detalhada da planta já foi concluída. A fábrica, que deverá entrar em operação, no máximo, até o final de 2012, fornecerá alcoolatos prontos para serem usados como catalisadores na produção de biodiesel, a partir de recursos renováveis. A produção, que deverá superar 60 mil toneladas ao ano, basicamente atenderá os mercados argentino e brasileiro. A planta se localiza no centro da indústria de biodiesel argentina, em Puerto General San Martín, na região metropolitana da Grande Rosário. A Evonik integrará uma área na qual a
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A alemã Evonik Industries está construindo uma nova fábrica de catalisadores para a produção de biodiesel na Argentina.
empresa Terminal 6 S/A opera uma unidade de produção de biodiesel de grande porte. “Deveremos concluir a construção da fábrica dentro do cronograma. Queremos assegurar que nossos clientes da América do Sul em breve tenham acesso aos nossos catalisadores de alta qualidade produzidos localmente”, diz Jan Van den Bergh, presidente da Unidade de Negócios Advanced Intermediates da Evonik. A Evonik conta com ampla experiência e tecnologia comprovadas na fabricação de catalisadores para a produção de biodiesel. Em 2009, a empresa deu partida a uma fábrica em Mobile (Alabama, EUA), também com capacidade de 60 mil toneladas ao ano. Essa planta, que foi construída em apenas nove meses, atende à demanda do próspero mercado norte-americano de biodiesel. Em virtude do êxito da nova
tecnologia de produção nos EUA, a fábrica da Argentina seguirá o mesmo tipo de projeto. A tecnologia envolve a geração de alcoolatos numa reação direta entre álcool e a soda cáustica. A Evonik já detém posição de liderança global quando se trata de catalisadores para biodiesel, inclusive na América do Sul. “As novas instalações na Argentina fortalecem o nosso negócio mundial e regional”, observa Van den Bergh. “Isso nos permitirá participar do crescimento significativo do mercado do biodiesel, que deverá apresentar forte expansão no médio prazo”, acrescenta. Como líder mundial em catalisadores especiais para a produção do biodiesel, a Evonik também opera uma fábrica de catalisadores no site alemão de Niederkassel-Lülsdorf, próximo a Colônia.
Southern Marine
Southern Marine inaugura escritório no Brasil A norueguesa Southern Marine inaugurou no início de outubro escritório no Centro do Rio de Janeiro (RJ). Criada em Kristiansand, em 1979, a empresa passa a oferecer sua expertise onshore e marítima, que inclui, dentre outros produtos e serviços, o fornecimento de sistemas de ancoragem, inspeção de navios e plataformas e
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o planejamento de operações heavy-lift. “O foco principal da Southern Marine é a segurança em alto-mar. Há mais de dez anos apoiamos os armadores brasileiros
com nossa experiência”, observa Kjetil Hansen, diretor geral da Southern Marine. “Temos todo interesse em expandir ainda mais nossos negócios no Brasil. Estamos finalizando as negociações com importantes players internacionais para sermos seus representantes no país. A abertura do escritório nos deixa mais próximos de nossos clientes”, conclui.
Fluke
A Fluke, especializada em tecnologia portátil de teste e medição lançou em setembro o calibrador multifunção de processos Fluke 754, para realizar calibrações avançadas de instrumentos, principalmente em ambientes que necessitam de equipamentos robustos. A operação do Fluke 754 é tão parecida com a da série 743/744 que os usuários poderão começar a usá-lo imediatamente, sem necessidade de treinamento. Segundo a empresa, a ferramenta de campo calibra temperatura, pressão, tensão, corrente, resistência e frequência. Ela conta com três mo dos de operação (medida, fonte ou medida/fonte simultâneos), de modo a permitir que os técnicos solucio nem problemas, calibrem ou realizem manutenção dos instrumentos com apenas uma ferramenta. O Fluke 754 conta com um visor por menus de fácil utilização, que orienta os usuários ao longo das tarefas. Rotinas de calibração programáveis permitem criar e executar procedimentos da maneira como foram encontrados/deixados para assegurar calibrações rápidas e uniformes. “Os resultados registrados podem ser baixados com facilidade para um PC
por meio da porta USB, eliminando a necessidade de transcrição manual”, informa a companhia. Entre os aprimoramentos em relação ao modelo anterior está um visor gráfico brilhante o suficiente para permitir a visualização de leituras em qualquer condição de luminosidade. Outra melhoria é a nova bateria recarregável de íon de lítio, que fornece energia suficiente para um turno completo e pode ser carregada no calibrador. A nova bolsa flexível C799 está incluída na compra. Essa bolsa exclusiva conta com uma janela transparente, que protege o calibrador de elementos externos e permite que o operador tenha acesso total aos controles e ao teclado do calibrador. O design da bolsa inclui slot de entrada-saída para cabos de teste, bolsos laterais abertos para conexão com um módulo de pressão e amplo armazenamento para esse módulo, bombas manuais, cabos de teste e cabos de interconexão. Capacidade de comunicação Hart integrada – O modelo 754 é o primeiro calibrador de campo para os instrumentos Hart que é avançado e fácil de usar. O modelo 754 pro -
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Novo Calibrador Multifunção de Processos Fluke 754
porciona comunicação Hart rápida e n ã o n e c e s s i t a d e c a i x a ex t e r n a nem de ferramenta secundária para realizar as tarefas diárias de calibração e manutenção Hart. O 754 pode ser atualizado facilmente à medida que mais instrumentos são adicionados e novas versões Hart são lançadas. Além disso, ele conta com os serviços e o suporte da Fluke, um membro da Hart Communications Foundation.
Eisa
O estaleiro Eisa, no Rio de Janeiro, lançou ao mar no dia 11 de outubro, o casco do navio graneleiro Log-In Tambaqui que prosseguirá em obras de acabamento ao longo do cais do estaleiro. O navio com capacidade de carga de 80.100 toneladas será empregado no transporte de minério de bauxita para atender contrato da Log-In Logística Intermodal com a Alunorte, operando no rio Amazonas entre o Porto Trombetas e o Porto de Vila do Conde, no estado do Pará. O projeto de engenharia do navio foi inteiramente desenvolvido pela brasileira Projemar, que também é responsável pelos projetos dos navios porta-contêineres e do Log InTucanaré, outro graneleiro do mesmo porte, todos em construção no estaleiro Eisa para a Log-In Logística Intermodal. O presidente da Projemar e engenheiro naval Tomazo Garzia, afirma que o projeto
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Eisa lança ao mar o navio graneleiro Log-In Tambaqui
Características técnicas Capacidade: 80.100 TPB Comprimento: 240 m Largura: 40 m Chapas de aço: 13 mil toneladas Tripulantes: 40 pessoas
de engenharia do navio Log In Tambaqui, com capacidade de transporte de 80.100 toneladas de minério, tem o projeto totalmente brasileiro. “É maior navio já construído no estaleiro Eisa. E mais um exemplo bem-sucedido da engenharia naval brasileira.
Antes do final do ano, o estaleiro entregará o Log-In Jatobá, o segundo navio porta-contêiner com engenharia naval da Projemar, e o estaleiro Mauá entregará o Sergio Buarque de Holanda – navio para transporte de produtos de petróleo – a Transpetro, também totalmente construído com engenharia brasileira, atendendo a todas as especificações da Petrobras”, garantiu Garzia. De acordo com o engenheiro, a capacidade da engenharia naval brasileira alcançou repercussão internacional com a Projemar, responsável pelo projeto de engenharia básica do maior navio de transporte de minérios do mundo, o Vale Brasol, com 400 mil toneladas de capacidade de carga. A embarcação foi construída na China, e realizou seu primeiro carregamento de minério brasileiro em maio de 2011.
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produtos e serviços
Willis Corretores de Seguros
Seguro sob medida
Diante das características peculiares do setor de energia, compreender de forma estratégica as necessidades técnicas e operacionais de empresas desta cadeia produtiva torna-se fator decisivo para o sucesso das relações entre corretor e segurado. Atenta a esta premissa, a Willis Corretores de Seguros, companhia originalmente inglesa e que hoje opera em mais de 120 países, criou uma unidade global de serviços. Projetada para oferecer atendimento integrado e ininterrupto a todos os clientes, a plataforma reúne expertise mundialmente comprovada, adaptando-a às realidades locais. “Esta plataforma garante que operações diversas e a experiências vivenciadas por nossos profissionais em escritórios de todo o mundo possam ser compartilhadas e aplicadas de forma eficiente nos mais variados segmentos de negócios”, explica Eduardo Figueiredo, diretor de Property & Casualty da Willis no Brasil. Segundo o executivo, para definir detalhes dos seguros relacionados ao setor de óleo & gás no país, a Willis conta hoje com uma rede de quatro escritórios, dois locais e dois internacionais. As equipes de Londres e Houston são
responsáveis pela definição inicial de valores dos seguros, enquanto os times de Seguros e Resseguros brasileiros os traduzem para a realidade local. “Essa capacidade de trazer uma solução do Japão e adaptá-la para as exigências legais e operacionais do Brasil é o que chamamos de rede global: recursos integrada, pois os recursos globais são aplicados localmente, de forma a atender as demandas específicas de empresas da região”, complementa Figueiredo. Com o objetivo de tornar a execução deste processo ainda mais sinérgica, a Willis decidiu criar uma ação para envolver nesta cadeia um dos seus elos mais estratégicos: os clientes. Assim, a empresa desenvolveu um treinamento de capacitação técnica cujo objetivo é potencializar os investimentos realizados pelas companhias do setor energético. “Quanto mais o cliente entende de seu próprio negócio, melhor nós podemos executar o nosso”, avalia Eduardo Figueiredo. “O cliente é, sem dúvida, o maior especialista e a fonte estratégica
para entendermos suas necessidades”, declara. O treinamento, ministrado em Londres (Inglaterra) reúne tanto executivos da área de energia quanto funcionários da Willis no Brasil e no exterior. A proposta é compartilhar conhecimento, aproximando profissionais e oferecendo condições para que os decisores possam traçar estratégias cada vez mais assertivas e com menos riscos. Para Eduardo Figueiredo, a aliança que rompe fronteiras é um dos grandes diferenciais de atuação da Willis. Porém, uma característica especial eleva os bons resultados alcançados até então. Este ingrediente é a criatividade, tão conhecida dos brasileiros. “O Brasil está evoluindo cada vez mais no que se refere a serviços para o setor de óleo & gás. Há um grande potencial de mercado, porém, o maior deles é a criatividade. Com conhecimento, flexibilidade e criatividade, os brasileiros são capazes de criar as melhores e mais adequadas soluções do mundo ”, finalizada o executivo.
Estaleiro Aliança
Obras concluídas O Estaleiro Aliança, localizado em Guaxindiba, no município de São Gonçalo (RJ), foi concluído e está pronto para ocupação. Voltado para a construção de embarcações de apoio para exploração de petróleo em áreas operadas pela Companhia Brasileira de Offshore (CBO), o estaleiro teve investimentos de quase R$ 25 milhões e envolveu um contingente de cerca de 200 operários. No terreno de 50 mil m2, foram construídos três galpões e um edifício administrativo. Segundo o engenheiro Renato Moreira, da Lafem Engenharia, empresa responsável pela obra, o prédio administrativo possui três pa-
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vimentos com 3.200 m². Um galpão é destinado à produção, no qual a metalúrgica irá produzir blocos, chapas e peças para a construção naval. Com estrutura metálica, a cobertura é de telhas zipadas e fechamento em bloco de concreto. Outro galpão funcionará como almoxarifado e o terceiro como área de depósito e serviços. “A obra inclui também a construção de uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), uma guarita com controle de acesso de funcionários e uma balança eletrônica para caminhão e carreta, destinada à pesagem e controle de cargas. Para o reuso da água da chuva foi construída uma cisterna com capacidade de 200 mil litros que
capta a água oriunda do telhado do galpão de produção”, detalha Renato. No início de 2012, a Lafem irá participar de licitações deste setor nas cidades de Macaé, Itaguaí e Itaboraí. O diretor da Lafem Engenharia, Paulo Renato Paquet, destaca o crescimento da região leste fluminense e novas oportunidades para a o setor de construção. “A metalúrgica está localizada no Polo Industrial de São Gonçalo, área que está no auge do desenvolvimento.
Concert Technologies
Sistemas de automação são essenciais para indústria de óleo e gás Sistemas de automação e sistemas de informação passaram a fazer parte do dia a dia das empresas, ao lado de outros aplicativos como OMS (Operations Management Systems), organizados na forma dos chamados Centros de Operação, de onde as empresas coordenam suas atividades. Operadores de infraestruturas complexas como redes de energia, sistemas de telecomunicações, plantas industriais complexas, redes de pipelines e sistemas de logística, por exemplo, não podem mais prescindir de um Centro de Operações fortemente informatizado. O que era solução (sistemas informatizados) começa a se tornar um problema quando uma miríade de sistemas de informação começam a ser utilizados no Centro de Operação (incluindo sistemas de backoffice e de gestão corporativa que também são de uso rotineiro nesse ambiente), cada qual com sua própria interface humano/computador. “Aos operadores desses centros interessa informação de qualidade e capacidade de decisão rápida, independentemente de qual sistema seja a fonte de dados ou informações, configurando-se claramente um problema de integração de sistemas”, explica Ângelo Fares Menhem, dire-
tor de Tecnologia da Concert Technologies, empresa de soluções tecnológicas para Centros de Operação de Concessionárias, grandes consumidores de energia, água e gás e outras aplicações. Segundo o executivo, o xOMNI Mission Control Center, da Concert Technologies, teve sua inspiração na necessidade de prover um ambiente uniforme de interação com os operadores dos centros de controle, respeitando e mantendo os diversos sistemas existentes organizando-os na forma de um painel de visualizações. “Diferentemente de um dashboard convencional, quando os dados de cada aplicativo são organizados e exibidos através de um único apli-
cativo, o xOMNI MCC gerencia a apresentação das próprias interfaces de usuário dos diversos aplicativos”, comenta Menhem. Assim, de acordo com ele, cada interface de usuário, já familiar aos operadores, é preservada em sua totalidade, porém, sua disposição no dashboard e seu comportamento visual é controlado pelo xOMNI MCC de forma que cada usuário pode livremente organizar os aplicativos em uma disposição de sua preferência. “O xOMNI MCC é uma ferramenta revolucionária na racionalização do ambiente de centros de operação de infraestruturas complexas que utilizem simultaneamente vários sistemas de informação”, finaliza o executivo.
Triunfo e NYK
Triunfo Participações e o grupo NYK anunciam joint venture A Triunfo Participações e Investimentos S/A comunicou que fará joint venture com o grupo japonês NYK (Nippon Yussen Kaisha) na área de transporte marítimo. O objetivo é a prestação de serviços de cabotagem, além de soluções
logísticas e transporte terrestre para clientes. De acordo com o memorando de entendimentos, a NYK vai adquirir 10% do capital social total e votante da Maestra Navegação e Logística, que é controlada pelo grupo Triunfo,
com a possibilidade de elevar sua participação para até 20%. A NYK é uma das maiores empresas globais de logística e transportes integrados do mundo, tendo iniciado suas atividades em setembro de 1885 em Tóquio, no Japão.
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produtos e serviços
Sotreq
Sotreq completa 70 anos
Segundo Carl Alfred Orberg (foto), presidente do Grupo Sotreq, a celebração da jornada da empresa veio acompanhada de um importante reconhecimento: este ano a Sotreq foi a campeã na categoria comércio varejista da pesquisa Exame – Especial Melhores e Maiores. Ele afirma que essa premiação é resultado da busca contínua da excelência na área de suporte ao produto e inúmeros, por meio de investimentos, em especial na qualificação de profissionais. “Na área de suporte ao produto a estimativa é de dobrar o quantitativo de técnicos nos próximos quatro anos. São muitos os programas de qualificação profissional, abrangendo desde a escola de formação de mecânicos, certificações nacionais e internacionais em produtos, e mesmo o MBA Sotreq”, afirma. Ainda nesta linha, a companhia conta com o Instituto Social Sotreq (Isso), com programas de formação de jovens para o mercado de trabalho, totalizando 3.400 beneficiários desde sua fundação, há seis anos. Além disso, destaca-se a certificação ISO 9001 de seu Centro de Remanufatura de Componentes de Contagem, considerado referência mundial. Ainda segundo o presidente da Sotreq, outra importante prioridade de investimento é a tecnológica. Em 2010 foi constituída uma unidade, visando à representação de produtos de tecnologia de monitoramento de máquinas, Sitech. Para isso, a empresa conta hoje com duas Centrais de Monitoramento,
Foto: Divulgação
A Sotreq, comercializadora de máquinas e motores Caterpillar, referência no mercado nacional no fornecimento de bens de produção e soluções voltadas para o desenvolvimento da infraestrutura, com atuação nos segmentos de construção, mineração, industrial, agrícola, florestal, energia, petróleo e indústria marítima, completou 70 anos este ano.
uma em Contagem e outra em Sumaré, de onde 3.500 máquinas têm suas condições vitais acompanhadas em tempo real. Destaca-se ainda o Laboratório de Análise de Óleo SOS, que em 2010 bateu a marca histórica de mais de 34 mil amostras realizadas em único mês. “A empresa entende que este vai ser o próximo fator diferenciador em seu mercado. Monitorar equipamentos nos sites dos clientes, quanto à sua utilização e performance operacional. Trata-se aqui do monitoramento de condições dos equipamentos representados”, comenta Orberg. Recentemente, a Sotreq, através da UN de Petróleo e Marítimo,
assinou contrato com a Petrobras para fornecimento de peças e serviços de manutenção para motores Caterpillar que estão instalados em diversas plataformas de produção e perfuração da estatal na UO-BC, UOES, UO-BS e UO-Rio. O contrato no valor de R$ 20 milhões, com 22 mil peças cadastradas, terá vigência de três anos e contempla os motores diesel ou a gás natural Caterpillar das famílias 3600, 3500, 3400 e outros modelos – aplicados em grupos geradores principais, auxiliares e de emergência, bombas de incêndio, guindastes e compressão de gás. A gestão do contrato está sendo executada por meio da base de serviços da Sotreq em Macaé (RJ), com estrutura dedicada exclusivamente para atendimento aos clientes do mercado de óleo e gás.
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ABDI e Onip
Catálogo Navipeças entra em sua segunda fase
A iniciativa da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip) é inédita no Brasil e teve início em 2009. Nesta nova etapa, passa a contar com parceria do Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval). A proposta é ampliar o relacionamento dos fabricantes de navipeças com estaleiros, por meio de visitas, rodadas de negócios e comissões técnicas. “As áreas de energia e a cadeia de suprimentos de petróleo e gás estão entre as cinco macroprioridades do Plano Brasil Maior. Incentivar a competitividade dessas cadeias para enfrentar o desafio da exploração exige a construção de um regime especial para a cadeia de fornecedores e que está previsto na política industrial”, assinalou o presidente da ABDI, Mauro Borges Lemos, durante cerimônia na sede da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). O diretor-geral da Onip, Eloi Fernández y Fernández, reforçou que é necessária a ampliação do setor de navipeças, assim como de outros segmentos da cadeia. “Precisamos fortalecer a produção de navipeças no Brasil para aumentar o conteúdo nacional e gerar mais valor agregado às embarcações”, enfatizou. Segundo o vice-presidente do Sinaval, Franco Papini, atualmente os navios petroleiros apresentam cerca de 50% de conteúdo local, enquanto uma plataforma modelo PSO possui cerca de 63%.
Foto: Banco de Imagens Estaleiro Mauá
A construção de um regime tributário especial com objetivo de aumentar a competitividade da cadeia de fornecedores de petróleo e gás no Brasil ganhou destaque durante o lançamento da segunda fase do Catálogo Navipeças, ferramenta online que reúne um banco de dados de empresas brasileiras capacitadas para o fornecimento de bens e serviços utilizados da proa à popa dos navios.
De acordo com o assessor da Petrobras, Ricardo Latgé, o compromisso em atingir conteúdo local é de chegar a 65% na cadeia de desenvolvimento e produção após 2019 e, na área de exploração, ter 37% até 2016. “O esforço do governo e da iniciativa privada é fundamental para ampliar o espaço de empresas e da tecnologia nacional”, apontou Latgé. “Temos absoluta certeza de que há condições para enfrentar o desafio da exploração de petróleo e gás, e do pré-sal. Esse desafio exige união para mudar o patamar da indústria brasileira e temos enorme preocupação e visão estratégica sobre o que está em jogo”, acrescentou o presidente da ABDI. O lançamento da nova etapa do Catálogo contou com cerca de 150 profissionais entre players do mercado, como empresários e donos de estaleiros, especialistas e governo. Na ocasião, o coordenador da área de Energia da ABDI e responsável pelo Catálogo pela Agência, Jorge Boeira, fez um balanço da iniciativa que registra um crescimento de 30 empresas por mês. “O Catálogo é uma vitrine para armadores, escritórios de projetos e
estaleiros identificarem fabricantes de bens e serviços. Além de ser uma importante ferramenta de promoção do desenvolvimento do setor, serve como instrumento de apoio à política industrial para as cadeias naval e de petróleo e gás”, afirmou Boeira. A nova fase, completou ele, inclui a expansão, qualificação e melhoria da base contínua de fornecedores, além de tradução do catálogo eletrônico para o inglês e espanhol.Catálogo em números – Até setembro último, o Catálogo Navipeças registrava 706 empresas. Dessas, 311 já foram aprovadas, 286 estão iniciando o processo de aprovação, 81 em fase de envio de documentos, entre outras. Além da média mensal de 30 pedidos de empresas para figurar no Catálogo, o projeto aprova 13 cadastros a cada mês. O funcionamento do Catálogo é simples e o acesso é gratuito. As empresas interessadas se cadastram diretamente no portal www.onip.org. br/navipecas e enviam a documentação comprobatória para a análise dos aspectos técnicos e jurídicos pela Comissão de Avaliação de Empresas (CAE). Em caso de aprovação, a empresa passará a figurar no Catálogo Navipeças, apresentando seus bens e serviços.
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arbritagem
A nova
cláusula arbitral proposta pela ANP A Lei 9.478/97, que instituiu a abertura do mercado de exploração de petróleo e gás no Brasil, estabeleceu uma série de princípios e regras para disciplina dos contratos de concessão a serem firmados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) com os concessionários.
O
André Osório Gondinho é sócio da Doria, Jacobina, Rosado e Gondinho Advogados Associados.
Renata de Freitas Carvalho é advogada da área de Contencioso e Arbitragem de Doria, Jacobina, Rosado e Gondinho Advogados Associados.
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contrato de concessão, como se sabe, instrumentaliza a relação jurídica entre Governo e empresas para a exploração de petróleo e gás no Brasil, com exceção das áreas do pré-sal, sendo, portanto, fundamental que sua estrutura básica seja regulada diretamente por lei. É exatamente o que faz o artigo 43 da Lei 9.478/97, ao estabelecer 12 cláusulas essenciais ao contrato de concessão, dentre as quais se encontra a previsão de cláusula que trate das “regras sobre solução de controvérsias, relacionadas com o contrato e sua execução, inclusive a conciliação e a arbitragem internacional”. Desse modo, observa-se que a inserção de regras sobre a utilização de arbitragem em todos os contratos de concessão para exploração de petróleo e gás, excluindo da apreciação do Poder Judiciário questões envolvendo a agência reguladora e o concessionário, é mandatória e foi estipulada em todas as rodadas de licitação existentes até a presente data. A discussão que pairou em várias rodadas de licitações, em razão da estrutura contratual apresentada, dizia respeito à dinâmica entre a cláusula de eleição de foro e o compromisso arbitral. Houve rodadas em que a primeira apareceu como regra e a arbitragem, a exceção, o que importou em severas críticas por parte dos agentes atuantes no setor. Mais tarde, contudo, a arbitragem acabou estabelecida como a regra, e o foro de eleição a exceção, já que outra dinâmica importaria em perda, quase que total, da eficácia do compromisso arbitral. A adoção da arbitragem ad hoc com base nas regras do regulamento da ICC (International Chamber of Commerce) – e não da arbitragem institucional perante uma instituição brasileira –, por outro lado, sempre esteve presente nas cláusulas de arbitragem, tendo ganhado destaque nas últimas rodadas, o que é consentâneo com a experiência de atuação multinacional de muitas das empresas atuantes no setor. Embora as normas sobre arbitragem da ICC sejam bastante extensas, as principais regras que podem influenciar um procedimento arbitral já têm estado presentes no próprio contrato de concessão. Neste sentido, ao se adotar as regras estabelecidas no regulamento da ICC, permite-se: 1) estabelecer o procedimento a ser seguido durante
Foto: Agência Petrobras
a arbitragem, previamente conhecido pelas partes contratantes, e 2) suprir lacunas na falta de algum indicativo não previsto nas cláusulas do contrato de concessão. Ademais, ao optar pelas regras de arbitragem da ICC, a ANP oferece segurança jurídica ao concessionário, pois se trata de regras internacionais amplamente conhecidas pela comunidade jurídica e comercial. No entanto, e apesar de toda a tradição das rodadas anteriores, a ANP introduziu na do contrato de concessão para a Décima Primeira Rodada significativa alteração na cláusula de arbitragem. Trata-se da alínea “f ”, que prevê, agora, que a ANP não adiantará qualquer valor referente à instauração e funcionamento do procedimento arbitral, até que seja proferida a sentença arbitral, ficando a cargo do concessionário adiantar todos os valores até a prolação da sentença arbitral. A mudança procedida pela ANP na redação da cláusula arbitral importa em inegável retrocesso à dinâmica contratual que se vinha estabelecendo ao longo dos anos, em prol da segurança de empresas atuantes no ramo do petróleo e gás que viessem a contratar com o Poder Público. Parte desse retrocesso pode ser atribuída, mas não justificada, à burocracia imposta aos entes da Administração Direta no manejo de suas verbas e orçamentos. A ANP, constituída sob a forma de autarquia, está sujeita a procedimentos e restrições legais que acabam por interferir, diretamente, na sua capacidade de disponibilizar verbas que não estejam previamente aprovadas em seu orçamento. Entretanto, em que pesem tais dificuldades, entendemos que as mesmas deveriam ser enfrentadas diretamente pela Agência, por meio dos competentes mecanismos legais orçamentários, e não mediante a simples imposição do ônus para o concessionário. Pois, para se subtrair do dever de arcar com as custas da arbitragem, a ANP resolveu criar norma contratual que faz recair tais ônus exclusivamente sobre o concessionário, o que importa em flagrante desequilíbrio contratual. Por outro lado, a nova postura da ANP é contraditória com o regulamento que escolheu para regular o procedimento arbitral, isto é, as normas da ICC. Observe-se, neste sentido, que o art. 5º da Lei de Arbitragem (Lei 9.307/96) determina que, se as partes elegerem as regras de alguma entidade especializada, então o procedimento arbitral deverá respeitar tais regras. Igualmente, o art. 21 da refe-
rida Lei prevê que a arbitragem “obedecerá ao procedimento estabelecido pelas partes na convenção de arbitragem”. Ora, se o contrato de concessão estipula, expressamente, a adoção do regulamento da ICC, deve o procedimento nele descrito ser integralmente respeitado. Ora, se o regulamento da ICC estipula, em seu art. 30, o pagamento das custas em parcelas iguais por ambas as partes, a disciplina proposta pela ANP acaba sendo contraditória e de legalidade duvidosa perante os artigos 5º e 21 da Lei de Arbitragem brasileira. A não adequação da nova cláusula arbitral proposta pela ANP torna-se ainda mais patente ao se considerar a possibilidade de, em alguns casos, a instauração do procedimento arbitral vir a ocorrer por iniciativa da própria autarquia, e não do concessionário. Nessas hipóteses, a ANP desencadearia o procedimento à sua conveniência, sem suportar qualquer custo, o que é totalmente inaceitável. Por essas razões, a sugestão de cláusula arbitral apresentada pela ANP para Décima Primeira Rodada representa, em nosso sentir, lamentável retrocesso e inegável ofensa ao interesse público. Não é demais relembrar que a cláusula de arbitragem está inserida em contrato sobre o qual não podem as partes transacionar, apenas aderir. Em muitas situações, a nova regra introduzida pela ANP pode vir a inviabilizar a própria eficácia da convenção de arbitragem, acarretando no sepultamento da norma que a própria Lei do Petróleo entendeu por definir como essencial ao contrato de concessão. TN Petróleo 80
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gasoduto
Montagem do
Gasoduto Gastau
no túnel da Serra do Mar
Desafios e soluções construtivas inovadoras
A
Conrado Serodio é engenheiro civil e vice-presidente de operações da GDK S.A.
José Guido de Oliveira é engenheiro civil e diretor de dutos da GDK S.A.
Francisco Chagas de Medeiros é engenheiro civil e gerente de contratos da GDK S.A. Este trabalho técnico foi apresentado na 5ª edição da Rio Pipeline Conference and Exposition 2011, realizada de 20 a 22 de setembro de 2011, no Centro de Convenções SulAmérica, RJ.
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construção do Gasoduto Gastau, Ø 28” – 96 km se destaca pelas soluções diferenciadas tanto de engenharia como de métodos construtivos aplicados. Uma das mais expressivas foi a transposição da Serra do Mar, por meio de um túnel de 5.000 m de extensão, conectado a um shaft vertical de 500 m de altura. Assim, o Projeto Gastau é único, em razão das condições inéditas de montagem, que requereram estudos aprofundados, soluções inovadoras e o desenvolvimento de novos métodos para enfrentar a restrita seção transversal do túnel, a complexa geometria da tubulação em seu interior, as atividades simultâneas de montagem do duto, escavação do túnel e shaft e um cronograma desafiador. O túnel tem uma configuração não usual, pois ele não atravessa toda a montanha, penetrando nela por cerca de 5 km e no meio do maciço conecta-se em um ângulo reverso com o shaft vertical, deslocado em 4 m do eixo do túnel, em direção ao topo da serra. O gasoduto foi planejado para ser executado somente após o término da execução do túnel e do shaft. Entretanto, em razão de intercorrências geológicas que impactaram os trabalhos do túnel e a necessidade de concluir o gasoduto dentro de um exíguo cronograma requerido pela Petrobras, a GDK, como empresa responsável pela construção do gasoduto teve que estudar e aplicar procedimentos inovadores para montar o duto simultaneamente às demais atividades executadas por outras empresas, nelas incluída a perfuração do túnel. O caminho para o sucesso foi então construído pela combinação de: a) Um planejamento de trabalho bem detalhado, considerando todas as microatividades da montagem, em estreita coordenação com as demais atividades; b) Uma equipe de engenheiros e supervisores de larga experiência, coordenando os trabalhos em regime de 24 horas/dia; c) A concepção, projeto e fabricação pela própria GDK de equipamentos especiais e customizados, em menos de três meses, que viabilizassem o trabalho de forma segura na estreita seção do túnel, tais como: plataformas retráteis de soldagem, para permitir os trabalhos de solda da tubulação sem interferência com a escavação do túnel; equipamento autopropelido especial capaz de transportar e posicionar as curvas reversas a quente de 90o e 45o para união dos tramos horizontal e vertical ao final do túnel; pórtico compacto com movimento triaxial; sistema de ventilação e exaustão dos fumos de solda. O escopo dos trabalhos também incluiu uma conexão primária do gasoduto 28” com duas linhas de 9.5/8” no interior dos shafts; a conexão definitiva com a linha de 28” em novo shaft; um loop aéreo de expansão com 10 m por 150 m junto ao portal do túnel em uma configuração em L reverso, blocos
de ancoragem no início do loop e interno ao túnel; testes hidrostáticos e inertização de todo o trecho. As soluções de engenharia construtiva aplicadas estabeleceram um novo paradigma na montagem de dutos complexos, combinando novas técnicas, experiência da equipe, equipamentos customizados e um planejamento e coordenação precisos.
Introdução A expansão da rede de gasodutos no Brasil, especialmente nos últimos três anos, além de demandar expressivos investimentos e a mobilização de recursos para sua construção, trouxe também novos desafios. Sua implantação não mais se limitou a projetar e construir dutos, mas também implicou em desenvolver soluções adequadas para assegurar o correto equilíbrio entre parâmetros críticos como: cronogramas desafiadores para conclusão de uma rede nacional e interligada de gasodutos; o atendimento a novas e rígidas restrições ambientais ao longo das faixas de dutos; a preservação das condições de produtividade e de segurança, segundo os melhores padrões desenvolvidos ao longo do tempo e, finalmente, soluções economicamente eficientes para os projetos. O gasoduto Caraguatatuba – Taubaté Ø 28” – Gastau se destaca com um verdadeiro projeto especial, em função das soluções definidas pelo projeto básico e definição de traçado, de forma a atender aos fatores acima mencionados e seus impactos na fase de implantação. O Gastau é claramente um projeto único de dutos que, além de várias outras soluções e técnicas inovadoras em
termos construtivos, no trecho que envolve a transposição da Serra do Mar através de um túnel ‘fechado’, trouxe um novo conceito de trabalho, em razão das condições inéditas para os trabalhos de construção e montagem da linha, sem precedentes em qualquer outro projeto já realizado no país. O projeto Gastau tem importância destacada no cenário brasileiro de gás natural. Sua entrada em operação significa um incremento de 20 milhões de m3/dia adicionais no volume fornecido aos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, que concentram mais de 1/3 de toda a atividade industrial do país e respondem por 39% do PIB brasileiro. Na mesma proporção, ele reduzirá a necessidade de importação do gás da Bolívia.
Conceito original e novas condições de instalação Um dos maiores obstáculos naturais a serem vencidos pelo Gastau era a Serra do Mar, que se eleva a 760 m entre o nível do mar e o planalto paulista, pontos inicial e final do duto. O Gastau se inicia na UTGCA (Estação de Tratamento de Gás Natural de Caraguatatuba), localizada na região da costa norte do estado de São Paulo, que recebe o gás natural produzido no campo offshore de Mexilhão. Apenas 1 km após a Estação, se iniciam as encostas íngremes da Serra do Mar, a serem transpostas pelo duto, para atingir o Vale do Rio Paraíba, no planalto, onde o gasoduto se desenvolve por 95 km em direção à Estação de Taubaté e à Refinaria do Vale do Paraíba (Revap). TN Petróleo 80
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gasoduto
Revestimento Pré-moldado
Conjunto Rolete, Mancal, Motor
Painel de acionamento dos grupos de motores
seção transversal da tuneladora
Figura 1 – Seção transversal do túnel.
Esta é uma região sob estrito controle ambiental, sendo uma APP (Área de Preservação Permanente), que contém uma das últimas partes da Mata Atlântica e, portanto sujeita a rígidas restrições ambientais. Após inúmeros estudos desenvolvidos pela Petrobras, chegou-se à conclusão de que a única solução aplicável para atender a estas restrições seria vencer a Serra do Mar com o auxílio de um túnel horizontal, até o núcleo do maciço e, a partir dele, um shaft vertical em direção ao topo da montanha. O projeto básico da Petrobras definiu, portanto, um túnel de cerca de 5.500 m, com um greide ascendente de 3o seguido por um shaft vertical de 500 m. A Petrobras contratou então, com empresas distintas, a execução do túnel, a perfuração do shaft, a instalação dos roletes de apoio para a tubulação e a construção e montagem do duto. O planejamento original previa iniciar a montagem do gasoduto, como uma sequência lógica, somente após a conclusão total do túnel, shaft e instalação de roletes. Entretanto, intercorrências geológicas, que não raro ocorrem na abertura de túneis em razão de variações inesperadas nas condições do solo, resultaram em um prazo mais dilatado para poder completar a perfuração do túnel. Para minimizar este impacto sobre a data final de conclusão do Gastau, e diante deste fato novo, a Petrobras concluiu ser necessário reavaliar o plano original e buscar soluções para executar a montagem do duto dentro do túnel simultaneamente à execução do túnel e de todas as demais atividades, o que era um desafio real. A meta era atingir a completação mecânica do gasoduto e entregá-lo pronto para a operação e transferência do gás poucos dias após a conclusão da escavação do túnel e shaft, em março de 2011. Além disso, o escopo dos trabalhos incluía a construção civil, fabricação e montagem de uma estrutura metálica de 150 x 10 m para suportar o loop de expansão do gasoduto projetado para absorver a dilatação dos mais de 5.000 m de tubulação exposta no interior do túnel. Os principais aspectos considerados foram: a. O regime de 24 horas/dia na produção da escavação do túnel não deveria ser afetado; 104
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b. Todos os trabalhos deveriam ser realizados sob as mais estritas condições de segurança; e c. Deveria ser desenvolvida uma solução de engenharia construtiva capaz de resolver itens críticos na montagem do duto, entre outras: a complexa interligação entre o trecho horizontal do gasoduto 5.000 m dentro do maciço e o trecho vertical e a superposição no mesmo espaço físico extremamente reduzido de diversas atividades simultâneas. Quando o túnel atingiu cerca de 3.000 m de escavação, este quadro desafiador foi apresentado pela Petrobras à GDK, que após inúmeros estudos de engenharia e levantamentos locais, concebeu a propôs as soluções técnicas para atender ao trabalho, dentro do exíguo cronograma de necessidade de conclusão do projeto.
Redefinindo o conceito para a montagem do gasoduto O cenário geral aqui mencionado mostrou desde o princípio que este seria um trabalho totalmente não convencional e que os métodos e equipamentos usualmente aplicados na construção de dutos não seriam capazes de enfrentá-lo com sucesso. Ademais, o planejamento deveria levar em conta, no maior nível de profundidade possível, todas as condições, tempos, prazos e planos de trabalho de todos os demais contratados, para permitir elaborar o verdadeiro ‘jogo de xadrez’ representando pelo cronograma, combinando cada microatividade e prazo, visando utilizar todo e qualquer espaço e tempo disponível para executar as atividades de montagem do duto dentro de um nível de produtividade que viabilizasse a meta de completação do gasoduto. Outros pontos críticos e restrições deveriam ser igualmente equacionados: a. A ausência de espaço de trabalho nas proximida des do portal do túnel, onde deveriam ser realizadas as principais atividades de movimentação, alinhamento, soldagem, inspeção e revestimento das juntas dos tubos 28”; b. A estreita seção do túnel, na qual além do espaço ocupado pelos roletes, suportes e estruturas auxiliares, havia o contínuo trânsito das locomotivas e vagões que transportavam o material oriundo da escavação pela tuneladora (TBM), aduelas de concreto para contenção das paredes, assim como transporte de pessoal e todo o material de apoio, alimentação, água, etc., conforme mostrado na Figura 1; c. A geometria da interseção entre o túnel e o shaft na extremidade fechada do túnel, resultando em uma complexa curva combinada; d. O incremento dos gases e fumos no interior do túnel, gerados pelas atividades de soldagem, no portal e no interior; e. A interferência do loop e dos trabalhos de construção da estrutura de suporte, incluindo fundações profundas, cujo eixo é praticamente coincidente com
a coluna do túnel e com os trilhos da seção ferroviária da escavação. Vale a pena ressaltar que todos estes aspectos foram estudados e suas soluções implementadas em curtíssimo espaço de tempo, de forma a iniciar imediatamente as atividades de campo.
Soluções de engenharia construtiva Simultaneamente à rápida mobilização das equipes, equipamentos e canteiro de apoio para o site, um minucioso planejamento das atividades e estudos de recursos especiais eram desenvolvidos, resultando nas soluções para equacionar as variáveis mencionadas no item 3, como segue: a. Canteiro de fabricação de double-joints: para minimizar a movimentação e soldagem na congestionada entrada do túnel, foi implantando um yard para montagem de seções de 24 m de 28” nas proximidades do túnel, trabalhando com processos semiautomáticos. O canteiro foi equipado com conjuntos de roletes especiais e equipamentos de carga, trabalhando em regime de 24 horas/dia. Apenas dez dias após a Ordem de Serviço da Petrobras para início dos trabalhos, o transporte da tubulação e soldagem já tinha sido iniciada; b. Para a movimentação e transporte dos double-joints foram projetados e fabricados em prazo recorde, dollies especiais, spread-bars (balancins) e faixas de içamento para manipulação e movimentação do yard até o túnel dos tubos com 8,5 ton; c. No emboque do túnel, onde não havia espaço físico para executar os trabalhos de montagem, em razão da existência de dois córregos transversais ao eixo e ainda o desvio ferroviário, foram construídas pontes metálicas reforçadas e com superestrutura também em aço, formando uma plataforma de trabalho segura e estável; d. Foram projetadas e construídas plataformas de soldagem retráteis, montadas ao lado esquerdo do emboque do túnel, para viabilizar ao mesmo tempo os trabalhos de alinhamento e soldagem dos tubos e manter o espaço livre necessário ao contínuo movimento das composições ferroviárias da escavação do túnel. Estas atividades simultâneas eram coordenadas através de radiocomunicação e sinalização luminosa e sonora, garantindo um modus operandi seguro e eficiente durante 24 horas/dia . As Figuras 2 e 3 mostram o acoplamento, soldagem, movimentação dos tubos para o interior do túnel e as plataformas retráteis. e. Como nenhum equipamento de elevação de carga convencional era capaz de entrar na restrita seção do túnel, um equipamento totalmente novo foi concebido, projetado e construído pela GDK, para realizar as tarefas de transporte e posicionamento das curvas de 90º e 45º (Figura 4). Mediante um estudo preciso de engenharia, foi desenvolvida esta solução para equacionar aspectos críticos como: estabilidade com carga, capacidade de alinhamento com o desvio ferroviário de bitola estreita e com
Figura 2 – Plataforma retrátil de soldagem.
Figura 3 – Posicionamento das double joints no emboque do túnel.
Figura 4 – Equipamento de transporte e posicionamento de curvas de 28”.
curvas horizontais, capacidade de posicionamento seguro para conexão do gasoduto entre o trecho horizontal e vertical. Menos de três meses foram utilizados, entre a fase de projeto conceitual, cuidadosa fabricação e testes TN Petróleo 80
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gasoduto
Figura 5 – Loop de expansão no emboque no túnel.
antes de sua utilização. O equipamento final dispõe de sistemas de posicionamento hidráulico, motorização, iluminação e sistemas de freio duplo; f. Uma vagoneta ferroviária equipada com dois guindastes hidráulicos compactos de 12 ton cada foi construída, para apoio à movimentação de material, equipamentos de soldagem e apoio ao acoplamento. Esta vagoneta era acionada através de um trator tipo agrícola especialmente adaptado para trafegar na linha ferroviária. Um minipórtico desmontável com guinchos que permitiam movimentação nos três eixos foi também fabricado para complementar os demais equipamentos durante a etapa de acoplamento dos tubos; g. O sistema de ventilação original foi projetado apenas para os trabalhos de escavação com a TBM e, portanto, não seria suficiente para a simultaneidade das atividades no novo programa. Desta forma, foi dimensionado e instalado um sistema constituído por unidades autônomas de exaustão dos fumos de solda, com uma unidade em cada estação de trabalho nos primeiros 100 m a partir do emboque do túnel. Para permitir o trabalho de soldagem já no interior do túnel, a 5.000 m do portal, equipamentos individuais de fornecimento de ar limpo foram disponibilizados aos funcionários envolvidos nestas atividades. Vale ressaltar que todos os equipamentos especiais e acessórios, exceto quanto ao sistema de ventilação, foram projetados e construídos pelas equipes técnicas da GDK.
Fases de construção e montagem e sua coordenação O prazo era uma questão vital neste trabalho, visando o atendimento a uma dos aspectos mais relevantes para o cliente, no sentido de entregar o gasoduto para a operação na desafiadora data planejada. Desta forma, o planejamento e a execução dos trabalhos de montagem deveriam focar toda e qualquer possibilidade de otimização e de redução de prazos das tarefas, não obstante todas as restrições físicas e técnicas inerentes a um trabalho nestas condições. 106
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Para atender a esta meta, sem comprometer as demais atividades (perfuração do túnel, shaft e instalação de roletes), a seguinte sequência foi estudada e implementada, mediante um plano de trabalho detalhado e encadeado até o menor nível de cada atividade de cada uma das empresas, em que cada tarefa específica era controlada no mínimo duas vezes por dia, pela manhã e pela noite, com a participação dos técnicos e gestores de todas as empresas contratadas. Fabricação de double-joints – No canteiro de soldagem, foi criada uma área para receber e armazenar a tubulação, sendo sua movimentação e alinhamento realizados por conjuntos móveis de roletes. Para assegurar o perfeito alinhamento já na fase de doublé-joints, foram utilizadas acopladeiras internas pneumáticas e para o procedimento de soldagem foi qualificado e aplicado processo semiautomático com eletrodo tubular, garantindo a produtividade e a qualidade requeridas. Estes cuidados especiais mostraram sua importância, considerando que a coluna a ser montada no interior do túnel, apoiada por roletes motorizados deveria estar totalmente alinhada, para minimizar eventuais forças não coaxiais que poderiam gerar desalinhamentos durante as operações de introdução da mesma no túnel. Graças a este procedimento, a seção final da linha constituiu-se de fato como uma peça única de 5.000 m de extensão, perfeitamente alinhada durante toda sua execução até a posição final. Preparação da área do emboque do túnel – A área junto ao portal do túnel estava totalmente congestionada pelos trilhos de desvio ferroviário no centro, pelos sistemas e equipamentos de ventilação e de energia para o túnel e pela existência de dois córregos transversais à faixa, em um espaço de menos de 100 m. Foi então criada uma área de trabalho construindo-se duas pontes metálicas sobre os córregos, unidas por chapas de aço, constituindo uma plataforma de trabalho segura e estável para todos os serviços de montagem da linha junto ao emboque, incluindo o armazenamento prévio de Double-joints, como ‘pulmão’ para garantir a montagem ininterrupta. Obras civis e estruturas metálicas do loop de expansão – A estrutura de apoio para o loop de expansão medindo 150 m por 10 m de altura requereu fundações com estacas profundas, blocos de coroamento e blocos de ancoragem de 400 ton na extremidade de saída do loop. Estas atividades foram planejadas e executadas em uma sequência de modo a não interferir nem com as próprias atividades de montagem da linha pela GDK assim como com as atividades das demais contratadas. A estrutura metálica foi construída de forma modular, simultaneamente às obras civis, nas quais foram usados cimentos e aditivos especiais para acelerar sua liberação, reduzindo em mais da metade o prazo para carregamento das mesmas. Ao mesmo tempo, nove curvas a quente eram fabricadas para serem montadas, formando o loop imediatamente após a montagem das estruturas de apoio.
Figura 6 – Túnel e nicho do primeiro shaft vertical.
No loop foi ainda instalado um sistema definitivo de proteção contra descargas atmosféricas. A Figura 5 fornece uma vista geral do loop durante sua execução. Todas as atividades descritas foram desenvolvidas por equipes específicas para todas as tarefas, trabalhando em regime de 24 horas/dia. Fabricação de equipamentos especiais – Os equipamentos especiais, tais como: de transporte e posicionamento de tubos, vagoneta ferroviária, dollies especiais para doublé-joints foram projetados e fabricados na Central de Equipamentos da GDK; o minipórtico e as plataformas de solda retráteis foram fabricados no canteiro de Obras. Todos os equipamentos e acessórios especiais foram executados em menos de três meses. Montagem do gasoduto no interior do túnel: uma complexa execução em etapas – Em razão das restrições das demais atividades dentro do túnel, a montagem do gasoduto teve que ser executada em três estágios: o primeiro, com 1.500 m, desde o emboque do túnel até a posição do desvio “californiana” instalado para agilizar a movimentação das composições ferroviárias da escavação (1); o segundo, entre este desvio e a posição próxima ao primeiro shaft vertical, a 4.800 m no interior do túnel (2) e o terceiro, cerca de 100 m após o segundo shaft vertical. (1) Este aparelho de mudança de direção ocupava inteiramente a seção do túnel, impedindo, portanto, a sequência de montagem da coluna. Este desvio, entretanto, deveria ser mantido em operação até que a escavação do túnel estive completa, para manter as produções necessárias para a tuneladora (TBM). (2) Somente após o tubo condução ter atingido o seu ponto mais baixo dentro do shaft, era possível abrir o nicho lateral no túnel até encontrar a tubulação vertical de 9.5/8”. A primeira etapa foi executada com todas as atividades sendo realizadas no limite do emboque do túnel, com duas estações para solda, inspeção e revestimento das juntas. O segundo e terceiro tramos foram executados a partir de cinco estações, sendo a primeira retrátil para manter o acesso livre às demais atividades. Dois guindastes hidráulicos de 50 ton e 110 ton, trabalhando de forma coordenada, eram responsáveis pela contínua alimentação da linha de montagem com os doublé-joints de 24 m preparados anteriormente. A coluna era posicionada sobre o sistema de roletes motorizados instalados ao longo do comprimento do túnel
e a cada nova solda concluída e aprovada por exame de ultrassom, os roletes movimentavam esta seção 24 m para frente e um novo tramo de 24 m era soldado ao adjacente, numa sequência continua. O trabalho sequencial de soldagem e avanço da coluna também foi realizado com acopladeiras internas pneumáticas e processos semiautomáticos de soldagem, assegurando a manutenção do perfeito alinhamento da coluna e um índice de reparos extremamente baixo (0,09% em todo o trabalho). O trecho final de 3.500 m foi executado por este método em apenas 5,5 dias. Conexão trecho vertical e horizontal: Uma união crítica – Uma das etapas mais críticas do trabalho foi a interconexão entre a coluna horizontal montada dentro do túnel e o trecho vertical do gasoduto. Esta conexão, no meio do maciço, teve que ser executada num espaço extremamente confinado e através de uma curva reversa e um spool que foi previamente preparado. Além disso, as duas primeiras conexões foram realizadas com um procedimento de soldagem dos mais complexos (5CT), estudados em conjunto pelas equipes especializadas em soldagem da Petrobras e da GDK. Os testes de soldagem, ensaios e qualificação demandaram mais de dois meses, pois implicavam em unir através de soldagem aços com características bastante distintas, um API X 70 (28”) e um aço equivalente a um API X 140. Simultaneamente, no topo do shaft já no Planalto, os spools de interconexão eram montados por outra equipe, completando o trecho para o comisisonamento. A terceira conexão será realizada unindo o mesmo trecho horizontal de 28” com uma nova descida, de 28”, implicando igualmente em uma geometria reversa e complexa, em local totalmente confinado. A Figura 6 mostra uma vista panorâmica na intersecção túnel x shaft. Testes finais e comissionamento – Em razão da sequência de montagem que teve que ser aplicada e pelos diferentes materiais, classes de pressão e gradientes hidráulicos, os testes hidrostáticos tiveram também que ser subdivididos em etapas, considerando as pressões específicas e por fim um teste geral de todo o trecho. Como a meta era operar o gasoduto como um todo imediatamente após a completação do trecho do túnel, foi incluído no escopo de trabalhos da GDK a inertização de um tramo de 53 km desde a UTGCA até a válvula de bloqueio SDV 4 no Planalto. Em razão do grande volume de nitrogênio requerido para atender
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gasoduto
aos parâmetros de inertização num curtíssimo espaço de tempo, foi desenvolvida uma solução técnica que permitiu atender a todos estes quesitos. Uma planta de geração de nitrogênio foi previamente instalada junto às conexões da parte superior do shaft e trabalhando de modo ininterrupto durante vários dias permitiu constituir um ‘pulmão’ de nitrogênio de mais de 54 kg/cm num volume de cerca de 50 km de tubo de 28”. Com a conclusão dos testes e desalagamento da linha, este pulmão foi liberado para o novo trecho, garantindo rapidamente as condições de inertização da linha toda e sua entrega para a operação.
Considerações finais e conclusões A conclusão deste complexo trabalho, cinco dias antes da data prevista e executado dentro dos melhores padrões de segurança, demonstra que a superação dos limites impostos por um projeto único e desafiador como o Gastau, somente pode ser conseguida através da correta combinação de vários fatores, entre eles: Criatividade na pesquisa e busca de soluções para condições inéditas de execução; Planejamento e replanejamento precisos de cada microatividade, controlados direta e diariamente, permitindo tomar medidas imediatas e efetivas
para gerenciar desvios e condições imprevistas, durante a execução; Capacidade de desenvolver de forma ágil equipamentos customizados e métodos únicos para atender requisitos especiais; Experiência efetiva e expertise das equipes de gerenciamento, de engenharia e supervisão; Efetivo envolvimento e comprometimento de todos os players – cliente e contratadas – voltados para um objetivo comum, numa postura de mútua colaboração, sem prejuízo de suas responsabilidades contratuais. A construção do Gastau no trecho do túnel estabeleceu de fato um novo paradigma – desenvolvendo técnicas inéditas para situações inéditas. Por outro lado, o sucesso em sua execução evidenciou o papel essencial da coordenação e mútuo entendimento sobre os fatores críticos relativos ao projeto básico – pelo lado do cliente e aqueles relacionados com a construtibilidade – pelo lado da montadora. Com um verdadeiro objetivo único e compartilhado, cliente e contratada mantiveram o foco em buscar soluções conjuntas para superar situações inesperadas, em cada dia do projeto, e que se tratadas com distanciamento certamente impediriam o cumprimento de uma meta tão arrojada.
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O pré-sal e as novas perspectivas
do licenciamento ambiental
Desde os primórdios da exploração do petróleo no Brasil, no início do século XX, não se viu uma descoberta que despertasse tantos interesses como a que ocorre com a chamada ‘camada de pré-sal’, gigantesco reservatório de petróleo e gás localizado a mais de 5.000 m de profundidade, entre o Espírito Santo e Santa Catarina, numa faixa ao longo de 800 km desses estados.
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Fábio Medina Osório é advogado, doutor em Direito Administrativo pela Universidade Complutense de Madri, mestre em Direito Público pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Ex-promotor de justiça no Rio Grande do Sul e ex-diretor da Associação Brasileira do Ministério Público do Meio Ambiente (Abrampa). José Mauro de Lima O’ de Almeida é advogado da União, mestre em Direito Público pela Universidade Federal do Pará e consultor jurídico do Ministério do Meio Ambiente. Ex-procurador-chefe da União no Pará e membro da Comissão Nacional da Advocacia Pública do Conselho Federal da OAB.
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or estarem abaixo de uma camada de sal, teriam qualidade e pureza especiais. A expectativa é de que o Brasil possa tornar-se não apenas um dos maiores produtores de petróleo do mundo, como venha a ter um produto que lhe permitirá alto grau de competitividade no mercado mundial. Os interesses referenciados são de três ordens, dois deles muito bem defendidos: comercial, dos que pretendem explorar e comercializar os produtos advindos da oportunidade que surge; o político-financeiro, que pretende distribuir benefícios dos royalties aos estados, ao Distrito Federal e municípios, em função da produção de petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos; e, finalmente, o interesse ambiental, com base no plano da sustentabilidade no longo prazo e no desenvolvimento da Nação e sua inserção no cenário mundial. É sobre este último que pretendemos discorrer, demonstrando que, em realidade, do ponto de vista do conceito de sustentabilidade ambiental, introduzido na Convenção de Estocolmo em 1972, não há, necessariamente incompatibilidade entre direitos fundamentais relacionados à ordem ambiental e à ordem econômica, à ordem social e mesmo à ordem tributária – também fonte de geração indireta de direitos fundamentais. O grande desafio, não só para este tema, o da exploração do petróleo, como também para outros direitos humanos e fundamentais, será estabelecer um liame firme entre o movimento de consolidação do saber ambiental, expressão cunhada por Enrique Left, com a racionalidade econômica, que conduziu ao processo tecnológico contemporâneo e que exige cada dia mais insumos para girar esse mundo atual. Afinal, a crise do modelo global capitalista, ou da economia mundial, certamente tem a ver com novos paradigmas de modelo energético ou de “energia limpa”, nos quais o Brasil deverá inserir-se. Nesses quase 40 anos de evolução do processo de interação entre meio ambiente e desenvolvimento, o capitalismo global parece ainda estar longe de encontrar uma harmonização sinérgica de um e de outro, ainda mais quando há envolvidos grandes interesses econômicos e demandas sociais. Sob o ponto de vista jurídico doutrinário, é até possível não mais separar a ideia de meio ambiente e economia. No entanto, no
Foto: Agência Petrobras
mundo real, muitas vezes um elemento, em geral o socioeconômico, aparece em primeiro plano, em detrimento do universo ambiental, sobretudo em áreas em que há os chamados desertos fiscalizatórios, nos quais a máquina pública não consegue entrar, em que as novas tecnologias não avançam, ou o Estado simplesmente não se faz presente. Também existem custos necessários a um desenvolvimento, custos intrínsecos, ou custos que já não se justificam do ponto de vista tecnológico. Para confirmar essa assertiva, basta olhar como foi o processo de desenvolvimento das grandes nações nas últimas décadas. Há que se diagnosticar todos os custos para geração de empregos, rendas, tributos e desenvolvimento, à luz da ponderação de direitos fundamentais. A exploração de petróleo é inegavelmente uma atividade de alto risco, em muitos sentidos, mas, sobretudo, atividade de riscos ambientais. Um dos maiores é o relacionado à segurança da perfuração de poços, que pode acarretar prejuízos ao meio ambiente ecologicamente equilibrado para as gerações presentes e futuras. Perfurar rochas em regiões profundas, enfrentar pressões altíssimas e manipular grandes volumes de material inflamável e explosivo são aspectos a serem acuradamente observados. Uma falha no processo pode acarretar imenso dano ambiental, como o de 2007, no Golfo do México, com violência a direitos fundamentais no longo prazo, comprometendo a vida de várias gerações, não apenas a vida em sentido estrito, mas a qualidade da mesma. Trata-se de danos irreversíveis, que podem comprometer a vida no planeta e afetar interesses difusos em alta escala.
Assim, o processo de licenciamento ambiental das camadas de pré-sal merece ter enfoque especial à luz da compatibilidade dos direitos fundamentais em potencial colisão, tendo em vista a importância do setor no desenvolvimento econômico do Estado brasileiro, em decorrência de sua ligação com políticas públicas e desenvolvimento sustentável, associando-se atividades econômicas e meio ambiente ao surgimento de direitos econômicos, direitos sociais e proteção dos interesses difusos relativos ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, nos termos dos artigos 225, 6º e 1º, inciso III e inciso IV c/c o art. 170 da Constituição Federal. A expansão destes direitos e benefícios sociais está intimamente ligada à infraestrutura e empreendimentos dependentes de sustentabilidade ambiental e custos ambientais que devem ser absorvidos e suportados pela sociedade sob riscos permanentes. Não há, por exemplo, razão para uma incompatibilidade absoluta entre interesses ambientais, econômicos e de fomento a direitos fundamentais como aqueles relacionados ao pleno emprego, erradicação da pobreza, miséria e geração de tributos, de forma a harmonizar e proporcionalizar os conceitos que, para o público em geral, parecem antagônicos, pois desconhecem o verdadeiro sentido da expressão “desenvolvimento sustentável” e sociedade de riscos e ambientes complexos. O licenciamento ambiental é um dos mais eficazes instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente, estabelecida pela Lei 6.938/81, e regulamentada as Resoluções do Conselho Nacional de Meio Ambiente. No caso das atividades envolvendo o petróleo e seus derivados, as Resoluções Conama 23/94, 237/97 e TN Petróleo 80
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350/04 estabelecem todos os critérios prévios, concomitantes e sucessivos de controle das situações que afetam ou têm potencial de afetar significativamente o meio ambiente. Por meio do licenciamento, a Administração Pública busca exercer o necessário controle sobre as atividades que interferem nas condições ambientais, de forma a compatibilizar o desenvolvimento sustentável com a preservação do meio ambiente, naquilo que se designa como ideário de desenvolvimento sustentável. Para efetivar esse controle, a licença ambiental, que em geral está subdividida em três fases (Licença Prévia/LP, Licença de Instalação/LI e Licença de Operação/LP), tem alterada a sua sistemática, para exigir dos empreendedores as seguintes medidas: Licença de Pesquisa Sísmica (LPS), Licença Prévia para Perfuração (LPper), Licença Prévia de Produção para Pesquisa (LPpro), além das já referidas LI e LO, o que reforça sobremaneira as pautas de preocupação ambiental na perspectiva de princípios do Direito Ambiental. O procedimento para a obtenção de licenciamento ambiental consiste em uma série de etapas a serem cumpridas, sendo que cabe a definição pelo órgão ambiental competente, juntamente com o empreendedor, dos documentos, projetos e estudos ambientais necessários ao início do processo de licenciamento. Superada essa questão, agregam-se todas as outras etapas: o efetivo requerimento da licença ambiental pelo empreendedor, acompanhado de todos os documentos, projetos e estudos definidos na primeira etapa; a análise pelo órgão ambiental competente dos documentos apresentados e a realização de vistorias técnicas quando necessário; solicitação de esclarecimentos e complementações pelo órgão ambiental competente; audiência pública, quando couber e a consequente solicitação de esclarecimentos e complementações em decorrência desta; emissão de parecer técnico conclusivo e, quando couber, parecer jurídico. Encerradas essas etapas, caberá ao órgão ambiental decidir sobre o deferimento ou indeferimento do pedido de licença, motivadamente, mas com espaços discricionários próprios, eis que trata de políticas públicas envolvendo temas atinentes ao desenvolvimento sustentável, circunstância nem sempre corretamente compreendida pelos órgãos de controle externo, como Tribunais de Contas e, sobretudo, Ministério Público. Ressalte-se, todavia, que o processo de licenciamento dos empreendimentos de petróleo e derivados nas localidades chamadas “pré-sal” terá, seguramente, peculiaridades. A exploração em águas profundas é um desafio novo para o Direito Ambiental brasileiro 112
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e mundial. Muito provavelmente crescerá de importância um estudo ambiental sísmico e um plano de controle para avaliação de impactos e medidas de controle da atividade de pesquisa sísmica marítima nos ecossistemas marinho e costeiro. Também deverão ficar mais acuradas as avaliações das tecnologias empregadas na exploração e na segurança que transmitirão nesses processos, amplificando-se o princípio da participação no debate entre os setores público e privado. Esse princípio – o da participação, corolário do princípio democrático – cresce ou deve crescer em importância em governos democráticos, que valorizem a densificação do princípio democrático em suas máximas vertentes normativas. Há um crescente questionamento político e econômico que tenta responsabilizar os gestores públicos pela lentidão do processo de licenciamento ambiental e pela não concretização de empreendimentos em solo nacional. Ainda que a legislação brasileira, no que tange à matéria ambiental, seja considerada uma das mais avançadas e especializadas do cenário mundial, é certo que não cabe eximir os gestores públicos de um debate sobre pautas de racionalidade, celeridade e eficiência administrativa em suas ações, diante da previsão do princípio da eficiência diretamente no art. 37, caput, na Carta Magna, o que envolve um aprofundamento das estatísticas no tocante aos vícios e problemas que têm havido nos processos de licenciamento ambiental em geral. Sabe-se, no entanto, que o conceito de sustentabilidade ambiental, por si só, já é uma espécie de obstáculo à perspectiva de uma abreviação desmedida de ritos procedimentais em processos burocráticos ambientais mais gravosos, tais como o licenciamento da exploração do pré-sal. Isso, porque, para a garantia da integridade ambiental de determinados processos, os estudos ambientais são, em geral, custosos e complexos. Assim, haveria um limite quase intransponível à tentativa de agilização de determinados processos pautados por essa complexidade inevitável, decorrente de seus potenciais impactos ambientais. De outro lado, novos paradigmas de gestão pública, com investimentos nas áreas técnicas, em busca da construção de uma burocracia ambiental estável e com independência técnica, traduzem os novos desafios contemporâneos globais nos quais se inserem os gestores públicos que se deparam com os complexos problemas atuais, tais como estes que contemplam licenciamentos altamente impactantes e de longo prazo, mas que, ao mesmo tempo, denotam benefícios imensos à sociedade no campo social, capazes
de alcançar saltos históricos no desenvolvimento econômico e na erradicação da pobreza. Deve-se enfatizar com intensidade a importância da continuidade das políticas públicas ambientais – e assim também da distinção entre governo e administração – e da consolidação de uma burocracia ambiental estável como meta de uma boa gestão pública, valorizando-se os quadros permanentes da administração pública e a especialização funcional. Isso porque, cada vez mais, o campo técnico de atuação exige conhecimentos científicos, o que caracteriza a chamada nueva gobernanza (nova governança). Assim como assinala Fernando Lópes Ramón, “nesse sentido convém lembrar que o estabelecimento de um adequado equilíbrio entre as análises de riscos, realizadas pelos cientistas, e a gestão de riscos, incumbência dos políticos, é a questão mais delicada que se coloca no planejamento de toda política ambiental”. Outra discussão que sempre norteará o problema do licenciamento ambiental na área de petróleo e gás, ainda que de forma transversa, é o da segurança energética versus mudanças climáticas e poluição ambiental. A exploração do petróleo é só o início da cadeia de uso de combustíveis que influenciam as mudanças climáticas. E a segurança energética ainda move muito mais as ações governamentais mundiais do que a preservação do meio ambiente. Há pressões científicas quanto ao modelo econômico-capitalista e a possibilidade de insustentabilidade da forma de consumo de bens e serviços. Há pressões também quanto ao aprofundamento do uso de combustíveis fósseis como matriz energética, ante a possibilidade de uso de fontes renováveis. Mas, convenhamos, tivesse a descoberta do pré-sal acontecido nos Estados Unidos, por exemplo (ainda a maior economia do mundo e um país muito dependente das reservas de petróleo do Oriente Médio), essa discussão se daria apenas no campo da retórica. Vale dizer que sobre a expectativa de uma nova onda de inovações tecnológicas que incluam o setor energético, seguramente nenhum país no mundo abdicaria de uma fonte valiosa, ainda que não renovável, de insumos que possibilitassem o seu desenvolvimento e melhoria da qualidade de vida de sua população. O Brasil, alçado à condição de nova força política e econômica junto com outros países como China e Índia, de crescimentos anuais médios acima do seu, precisa dessa energia e de seus benefícios econômicos, até para fazer frente às suas demandas urbanas, rurais, sociais, dentre outras.
Mas, frise-se, se confirmados os sutis movimentos dos países desenvolvidos rumo à mudança de suas matrizes energéticas dos combustíveis fósseis para outras fontes em escala industrial ou em percentuais significativos no sentido de diminuírem a dependência deles a esses combustíveis e imprimirem uma ‘marca suja’ àqueles que mantiverem as suas economias baseadas em ‘fontes sujas’, de duas, uma: o Brasil terá que reforçar o seu mercado interno e suas ligações econômicas com a América Latina a fim de vender os produtos industrializados no país, ou terá grandes dificuldades em vender produtos na zona de influência da Europa ou nos Estados Unidos, pois será considerado um país ambientalmente incorreto. Tudo isso deve estar contido no processo de licenciamento do pré-sal? Evidentemente que não. Mas este estará contido num processo teórico, jurídico, político, econômico e social que deve ser levado em conta. Este processo possivelmente já foi iniciado com a edição da Lei 12.351, de 22/12/2010, que instituiu um fundo de natureza financeira com o objetivo de ser fonte de recursos para o desenvolvimento social e regional, com foco no combate à pobreza e promoção do desenvolvimento, incluídos, neste último, o meio ambiente e a mitigação e adaptação às mudanças climáticas. Ademais, como o processo será conduzido pela União e sua empresa estatal Petrobras, o componente da sensibilidade ambiental deveria estar presente, em conjunto com o sentimento de que a janela de oportunidade de base para o desenvolvimento econômico e social aberto com a descoberta do pré-sal é única, não se replicará e que deve ser administrada com perspicácia e inteligência, com os olhos postos no elemento geopolítico, geoeconômico, e geoestratégico de tudo que foi tratado neste artigo. Com efeito, em síntese, deve-se observar o fluxo de regulação e de controles externos que culminam em excessiva insegurança jurídica para os empreendedores. A exploração do pré-sal suscitará novamente esse debate, diante de novos cenários jurídicos e ambientais. Porém, será importante não descurar da valorização dos processos administrativos internos e o fortalecimento das estruturas estatais da República, na medida em que políticas públicas estáveis, transparentes e reguladas delimitam normas jurídicas seguras para todos os atores dos cenários econômico-ambientais, reservando aos controladores externos as situações efetivamente patológicas extremas. TN Petróleo 80
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matriz energética
O petróleo e a ilusão
do golpe de sorte
O jornalista e escritor polaco Ryszard Kapuscinski dizia que o petróleo dá a ilusão de uma vida totalmente mudada, uma vida sem trabalho, uma vida sem graça, refletindo com perfeição o eterno sonho humano de riqueza conquistada com um golpe de sorte. E concluía que, neste sentido, o petróleo é um verdadeiro conto de fadas e, como todo conto de fadas, um pouco mentiroso.
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Fabricio Dantas Leite é sócio do escritório Vinhas & Redenschi, graduado em Direito pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), pós-graduado em Petróleo e Gás pela Coppe-UFRJ e membro efetivo das Comissões Permanentes de Direito Administrativo e de Direito Financeiro e Tributário do Instituto dos Advogados Brasileiros. Procurador do Estado do Rio de Janeiro; ex-subsecretário de Fazenda do Estado do Rio de Janeiro e ex-procurador da Fazenda Nacional.
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e fato, é um grande golpe de sorte, ainda mais quando se descobriu que a quantidade de energia contida em um barril de petróleo equivalia à de quase cinco quilos de carvão de qualidade superior, ou a mais de dez quilos de madeira. A descoberta desta equação no final do século XIX alterou definitivamente a matriz energética e a economia mundial, possibilitou o surgimento do primeiro milionário da história e transformou a geopolítica, com a divisão do mundo em países consumidores, países produtores e países estratégicos, em função do petróleo. Mais de cem anos depois, pouca coisa mudou neste cenário em termos absolutos. Talvez os métodos comparativos tenham evoluído, com a entrada em cena da energia elétrica e de outras fontes de energia. Certamente as formas de se aproveitar a energia dos hidrocarbonetos também se aprimoraram, com novos meios de transporte e novos usos industriais, como a petroquímica. Mas, com um sexto de toda a economia mundial atual dedicado às atividades de upstream, procurar e produzir petróleo ainda guardam a mesma importância econômica que possuíam há um século. A dependência do petróleo como o principal elo da matriz energética mundial em nada difere do que se verificava em 1860, com o uso abundante do querosene na iluminação pública, ou em 1910, quando os norte-americanos se deliciavam com as primeiras corridas de automóveis e compravam o popular Modelo T, criado por Henri Ford, gerando um amplo consumo de gasolina. A tríade quase lotérica de rocha geradora, rocha reservatório e rocha selante, vital para possibilitar a exploração e a explotação do petróleo, cuja existência simultânea é tão difícil quanto a possibilidade de se tirar um 7, jogando o dado por seis vezes consecutivas, convive com a velocidade voraz do uso do petróleo, ultrapassando em mais de cem mil vezes o tempo necessário para que ocorra a sua acumulação natural. Por estes fatores, a descoberta em solo brasileiro de reservas abaixo da camada de sal é motivo de comemoração para o país. Já para os estados e municípios produtores de petróleo poderá ser um enorme paradoxo. Se, por um lado, de seus territórios ou áreas litorâneas limítrofes, pode jorrar óleo suficiente para colocar o Brasil
Foto: Agência Petrobras
em posição de destaque diante de uma das mais importantes indústrias do mundo, por outro lado, a população destes entes pode vir a sofrer problemas imediatos e futuros, caso haja, em pleno jogo, mudança das regras estabelecidas desde a Constituição de 1988. Estas regras foram criadas justamente para reparar os danos regionais decorrentes, não só do claro impacto ambiental da exploração de petróleo e gás, mas também da alocação de recursos tendentes a prover somente a pesada e cara infraestrutura necessária às atividades petrolíferas. O foco exclusivo de investimentos em unidades de processamento, terminais, oleodutos e plataformas promove verdadeiras distorções na economia local que são sentidas a cada queda do preço do barril ou, de maneira mais profunda, quando as reservas começam a secar, e se percebe que atividades mais sustentáveis foram abandonadas totalmente ou deixadas de lado pela ilusão imediatista de se apostar apenas em uma indústria finita como única fonte de desenvolvimento regional. Para citar um exemplo concreto, quando o petróleo começou a jorrar no Gabão, sua pequena população urbana começou a usufruir os confortos da importação: dos artigos de luxo, aos alimentos de primeira necessidade. Um quarto de século mais tarde, depois de o pequeno país do centro-oeste da África ter chegado a se tornar o maior importador de champanhe per capta do mundo e a consumir produtos agrícolas europeus, quando os poços começaram a secar, a ressaca do petróleo trouxe desespero para a população que havia deixado de produzir seus próprios alimentos, em prol da dedicação exclusiva a investimentos na indústria do petróleo. É claro que não se pode desprezar o golpe de sorte de um país possuir jazidas de petróleo vultosas e muito menos o fato de ter desenvolvido tecnologia suficiente para tornar sua exploração economicamente viável, ainda que em condições hostis como as altas profundidades do pré-sal. Porém, não se pode perder de vista o custo que o desenvolvimento desta indústria e, por via de consequência, do país, irá exigir regionalmente, ou seja, daqueles que conviverão diretamente com esta produção. Neste caso, a necessidade imediata de desenvolvimento do país deve andar em paralelo com a preocupação mediata de desenvolvimento regional, preparando condições para que ao fim e ao cabo das atividades exploratórias, quando as reservas se tornarem economicamente inviáveis, as regiões
produtoras não dependam apenas da política e dos recursos federais, que claramente terão privilegiado por décadas uma indústria com data marcada. Por este motivo, a Constituição de 1988, no § 1º do artigo 20, garantiu de modo expresso aos estados e municípios, cuja exploração de petróleo ou gás natural ocorra no respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, o verdadeiro “direito subjetivo da unidade federada” de receber compensações financeiras por esta exploração ou participação direta no seu resultado, para suportar uma indústria economicamente predatória e com evidentes impactos ambientais. Atualmente, adota-se no Brasil um modelo que vem dando certo desde a edição da Lei 9.478/97, que se baseia na previsão constitucional da compensação financeira. Por este modelo, denominado ‘modelo de concessão’, a concessionária fica com todo o resultado da produção e o pagamento à União e aos Entes produtores ocorre por via de tributos e compensações financeiras, como, por exemplo, os royalties e as participações especiais. Trata-se do modelo conhecido internacionalmente como Royalty/Tax – R/T, que goza de ampla aceitação do mercado e vem retribuindo de forma justa, não só os estados e municípios produtores, como a própria União. TN Petróleo 80
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A mudança deste modelo para o de partilha da produção, que vem sendo aventada para as áreas de pré-sal, sofre fundada resistência técnica do próprio órgão regulador do setor, ou seja, da Agência Nacional de Petróleo, Gás natural e Biocombustíveis (ANP) e causará incerteza jurídica e econômica no mercado. Além disso, apresentará impacto negativo na arrecadação dos entes federativos, pois, no desenho que está sendo construído, a obrigação imposta à empresa contratante seria a de financiar por sua conta e risco o desenvolvimento da área contratada, bem como a de pagar remuneração governamental, através de uma parcela líquida da produção (profit oil), após a dedução dos custos da produção (cost oil), e esta parcela ficaria concentrada na União, retirando os demais entes federativos do regime de repasse direto de recursos. A necessidade de se distribuir os benefícios do petróleo com toda a população do país e não apenas regionalmente, e a alocação equivocada de recursos públicos decorrentes do petróleo, utilizados como principais argumentos para se desconsiderar o Texto Constitucional na futura regulamentação legal das reservas do pré-sal, são certamente duas falácias. Em primeiro lugar porque, hoje em dia, a maior parte do valor recolhido com as participações governamentais na indústria do petróleo já é destinada à União e, por via de consequência, passível de ser utilizada de forma nacional. Sem contar que o government take petrolífero no Brasil é um dos mais baixos do mundo, equiparando-se a países desenvolvidos como o Reino
Unido, mas bem abaixo de países subdesenvolvidos, como Angola. Caso sejam insuficientes os recursos, tendo em vista as enormes reservas do pré-sal e a dificuldade crescente de se descobrir novos campos economicamente viáveis no mundo, basta aumentar o valor devido pela contrapartida governamental às atividades da indústria do petróleo, com base, inclusive, na atual legislação vigente. E não mudar um regime que vem funcionando bem há mais de uma década, responsável inclusive pela autossuficiência da produção, atingida depois de menos de um década da implementação do modelo. Por outro lado, equívocos na utilização de recursos públicos são motivos para se utilizar de garantias que a própria Constituição assegurou à sociedade, com a atuação de órgãos independentes e mecanismos eficazes de controle dos gastos públicos, e não para se desconsiderar norma constitucional explícita. Retirar simplesmente os recursos da disposição dos estados e municípios produtores, além de solução que viola cláusula pétrea (princípio federativo) e o § 1º do artigo 20 da Constituição, causaria, em curto espaço de tempo, o direcionamento exclusivo de várias regiões do país a uma única atividade econômica de vida limitada, e, no médio e longo prazo, pobreza regional por falta de investimento e poder de estímulo dos governos locais a outras atividades econômicas com maior sustentabilidade temporal. Seria como viver na ilusão de um grande golpe de sorte e acordar na realidade de uma vida totalmente mudada e efetivamente sem graça e sem trabalho.
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tributação
Tributação pelo ISS nas atividades de E&P de hidrocarbonetos O estado do Rio de Janeiro tornou-se um polo de absorção das empresas de óleo & gás, não só pelas enormes quantidades dessas ricas substâncias contidas em seu mar territorial, mas, principalmente, por se localizar no território de sua capital a sede da Petrobras, a maior empresa da América Latina e uma das maiores do mundo no ramo, se constituindo na mais importante mola propulsora de seu desenvolvimento econômico, tecnológico e social.
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Maria de Fátima Caldas Guimarães é advogada e sócia do escritório Guimarães e Caldas Advogados Associados.
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atividade offshore desenvolvida pela Petrobras atrai ainda a cobiça internacional. A estatal detém a mais avançada tecnologia que se conhece, obtida através das constantes renovações das técnicas e dos métodos, sempre de acordo com as modernas políticas sociais e ambientais, ensinadas em centros de excelência mundiais especializados, de treinamentos e atualizações constantes de seu quadro. Tudo isso contando com a experiência acumulada de anos na exploração e explotação de petróleo e gás natural. No bojo da área de óleo & gás, flutuam diversas outras atividades, tais como desenvolvimento da indústria náutica, afretamento de embarcações e plataformas submarinas, transportes pesados, indústrias de equipamentos pesados, desenvolvimento de softwares, serviços de engenharia em geral, etc. Portanto, esta é uma atividade de vital importância para os municípios, pelas receitas tributárias e de royalties que geram. Com relação as estas últimas, nos ateremos ao ISS (Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza). Exporemos sucintamente as dificuldades enfrentadas pelos diversos prestadores de serviço para recolher corretamente o valor onerado por aquele tributo. Todas as atividades relacionadas com a exploração e explotação de petróleo e gás natural estão previstas no item 7.21, da Lista Anexa à Lei Complementar 116/2003, que rege: “ .... 7.21 – Pesquisa, perfuração, cimentação, mergulho, perfilagem, concretação, testemunhagem, pescaria, estimulação e outros serviços relacionados com a exploração e explotação de petróleo, gás natural e de outros recursos minerais. ....”. A partir daí, vieram as regulamentações municipais. No município do Rio de Janeiro temos o Código Tributário Municipal (CTM), editado pela Lei 691/84 e alterações posteriores, e o Regulamento do ISS (RISS), constituído pelo Decreto 10.514/1991, e alterações posteriores. O problema principal consiste em se determinar o domicílio tributário, ou seja, a correta determinação do sujeito ativo da obrigação. Haja vista que o item 7.21 da Lista Anexa à LC 116/2003 não prevê nas exceções contidas nos incisos de seu artigo 3º, o deslocamento do domicílio tributário para o local da prestação, mantendo-o como o previsto no caput do artigo, que impõe a regra
Foto: Banco de Imagens TN Petróleo
geral para tal atividade, como sendo o local onde se situa o estabelecimento prestador. Como a maioria das sedes das empresas de óleo & gás se situa no município do Rio de Janeiro, este com seu apetite voraz, não quer saber se a perfuração está sendo feita no norte, nordeste, ou até mesmo nos outros municípios do estado, exigindo que o recolhimento do ISS seja feito em seu favor. Ofende, pois, diversos princípios constitucionais, tais como o Princípio Federativo, da Territorialidade e da Isonomia. E deixa de reconhecer as caracterís-
ticas tributárias de construção civil contidas nesta atividade de óleo & gás, tais como a perfuração, a montagem das plataformas, etc. Podemos citar também a inconstitucionalidade contida neste item 7.21 da Lista Anexa à LC 116/2003, que se traduz pela parte de seu texto que diz: “outros serviços relacionados com a exploração e explotação de petróleo, gás natural e de outros recursos minerais”, trazendo à lista a característica da exemplificação, quando os tribunais já decidiram pela sua taxatividade.
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legislação
O conteúdo local
e a indústria nacional de bens e serviços
Conforme tem sido noticiado pela mídia especializada, a Petrobras, e outras empresas atuantes no setor de exploração e produção de petróleo, estão na mira da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) pelo não cumprimento dos percentuais exigidos de conteúdo local em contratos celebrados em 2003 e 2004, estando sujeitas ao pagamento de multas.
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e acordo com a Petrobras, a imposição destas multas pela ANP é descabida, uma vez que se referem a contratos celebrados em período em que o Conteúdo Local era apurado de forma diferente da atual, em que não havia necessidade de comprovação e certificação. De fato, o Conteúdo Local era tão somente declarado. Neste artigo, serão analisados brevemente alguns aspectos da exigência de Conteúdo Local: sua origem, características e consequências para as empresas atuantes no setor de petróleo.
Conteúdo local: o que é? O Conteúdo Local é a proporção de investimento nacional em determinado produto ou serviço. A exigência de níveis mínimos de conteúdo local em fornecimentos para o setor de petróleo e gás faz parte de uma política de incentivo ao desenvolvimento da indústria nacional no setor, bem como capacitação de mão de obra local. Essa medida não é exclusiva do governo brasileiro: países como Noruega, Inglaterra, Nigéria, Angola, Venezuela, entre outros, aplicam regras de Conteúdo Local, buscando proteger e incentivar a indústria local no setor de petróleo e gás.
Qual a origem das exigências de conteúdo local?
Flavia Maya é advogada do escritório Mota Advogados, cursa LL.M. em Direito Corporativo e é especializada em consultoria cível e societária.
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Até o momento, no Brasil, foi oferecido um total de 3.500 blocos para exploração e produção de petróleo, em dez rounds de licitação promovidos pela ANP e, desde o primeiro round, em 1999, o Conteúdo Local foi um fator presente nas licitações. No entanto, ao longo dos anos, as normas que regulam a comprovação de conteúdo local para fornecimento de bens e serviços foram modificadas, conforme será visto a seguir. Nas primeiras quatro rodadas de licitação (1999 a 2002) aplicou-se o sistema de livre oferta. Nesse período não havia um mínimo exigido para o Conteúdo Local, o qual era limitado a 50% na fase de exploração e a 70% na etapa de desenvolvimento da produção. Além disso, sua apuração era feita com base numa declaração de origem dos produtos e serviços, não havendo necessidade de comprovação.
Já as duas rodadas seguintes, a Quinta e a Sexta (2003-2004) foram marcadas pela busca da autossuficiência energética, com redução da dependência externa e estímulo à aquisição de bens e serviços nacionais, com a resolução CNPE n. 8 de 21 de julho 2003. Um Conteúdo Local mínimo passou então a ser exigido, com fixação de penalidades para o descumprimento da norma. Ainda nesse momento, a parcela adicional de Conteúdo Local proposta pela empresa passou a ser condição para classificação nas rodadas de licitação. Por fim, a partir da Sétima Rodada (2005-2008) foram criadas novas regras com o objetivo de elevar os níveis mínimos exigidos de Conteúdo Local. A apuração deste item passou a ser feita de acordo com uma cartilha elaborada pela ANP, devendo ser realizada por uma empresa certificadora, de acordo com a Resolução 36 da própria Agência. Uma das medidas adotadas foi a segmentação dos itens para apuração de conteúdo local, de forma a evitar que itens irrelevantes nas fases de exploração e desenvolvimento suprissem completamente as exigências dos níveis de Conteúdo Local. Essas regras continuam em vigor, e vêm sendo reforçadas pela ANP, por meio de medidas educativas, notificações e multas.
LIMITES DE CONTEÚDO LOCAL MÍNIMOS E MÁXIMOS
Localização
Etapa de Desenvolvimento
Mínimo (%)
Máximo (%)
Mínimo (%)
Máximo (%)
37
55
55
65
37
55
55
65
Águas Rasas <100 m
51
60
63
70
Terra
70
80
77
85
Águas Profundas >400 m
Regras atuais: como atender as exigências de conteúdo local? De acordo com as regras atuais, a única forma de comprovação de conteúdo local é por meio de uma empresa certificadora devidamente cadastrada junto à ANP. A certificação tem por base a cartilha de métodos de avaliação da ANP, e avalia os percentuais de Conteúdo Local de acordo com fórmulas preestabelecidas pela agência reguladora. Não há, portanto, atualmente, nenhuma forma alternativa de comprovação de níveis mínimos de Conteúdo Local no fornecimento de bens e serviços. É interessante observar que existem critérios e fórmulas diferentes para apuração de Conteúdo Local para bens, bens para uso temporário (bens utilizados mediante contratos de aluguel, afretamento, arrendamento, ou leasing operacional ou financeiro), subsistemas, sistemas, conjunto de sistemas e serviços. A ANP define cada um de tais grupos, como por exemplo, o ‘sistema’, como: “a reunião coordenada e lógica de um grupo de equipamentos, máquinas, materiais independentes e serviços associados que, juntos, constituem um conjunto intimamente relacionado e que funcionam como estrutura organizada destinada a realizar
Fase de Exploração
Águas Rasas 100 m < < 400 m
Rodadas 1 a 4 Livre Oferta de Conteúdo Local
1998 2011
Rodada Zero
1999
2000
2001
2002
Fonte: Coordenadoria de Conteúdo Local -ANP Rodadas 7 a 10 Limites Mínimos e Máximos para Oferta Certificação de Conteúdo Local Cartilha da ANP
2003
2004
2005
2006
Rodadas 5 e 6 Limites Mínimos para Oferta
2007
2008
2009
2010
Contrato de Cessão Onerosa – Petrobras Lei 12.276/2010
Fonte – Coordenadoria de Conteúdo Local - ANP
funções específicas. Corresponde, por exemplo, à Plataforma, Petroleiro ou Navio de Apoio Offshore como um todo. Fonte: Coordenadoria de Conteúdo Local -ANP
Problemas relacionados à exigência de Conteúdo Local Uma das questões mais evidentes que se apresentam nesta questão é o baixo desenvolvimento da indústria brasileira no setor de petróleo e gás. TN Petróleo 80
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legislação
Daí surge um paradoxo. Buscando fomentar o desenvolvimento tecnológico e industrial brasileiro no setor, o Governo torna obrigatória a contratação de bens e serviços made in Brazil, estabelecendo percentuais mínimos de conteúdo local. No entanto, tal obrigação antecede a efetiva industrialização do setor no Brasil, criando um vácuo que os fornecedores brasileiros precisarão se empenhar em suprir, de forma a atender as petroleiras, evitando atrasos e interrupção na produção. No entanto, sabemos que o desafio é de longo prazo. As causas do fraco desempenho da indústria local – infraestrutura deficiente, burocracia excessiva, alta carga tributária e legislação fiscal complexa e ineficiente, sistema trabalhista arcaico e a desenfreada corrupção administrativa – devem ser sanadas, pois constituem os verdadeiros entraves que encarecem o investimento no Brasil, comprometendo a competitividade e a eficiência da indústria nacional. Enquanto isso, soluções paliativas vêm sendo utilizadas, como a chamada cláusula de Waiver, que foi inserida no Contrato de Cessão Onerosa celebrado em 2010 entre a Petrobras e a União Federal. Esta cláusula estabelece exceções aos níveis exigidos de conteúdo local, diante de algumas hipóteses: a) preços locais excessivamente altos em relação a fornecedores externos; b) prazos de entrega excessivos em relação a fornecedores externos; c) disponibilidade de nova tecnologia no exterior, ainda não acessível por fornecedores locais; e d) necessidade, justificada, de ajuste nos níveis de conteúdo local. Em todas essas hipóteses, deverá ser apresentada uma solicitação prévia à ANP, a qual poderá autorizar tais ajustes e exceções em caráter excepcional. A expectativa atual do setor é que as próximas rodadas de licitação adotem termos semelhantes,
oferecendo uma ponderação às exigências atuais de Conteúdo Local.
O que se pode esperar do futuro? As empresas produtoras, e especialmente a Petrobras, estão na mira da ANP pelo não cumprimento dos níveis de Conteúdo Local exigidos nos anos de 2003 e 2004. De acordo com a Agência, essas empresas estão sujeitas ao pagamento de multas em função de haverem informado incorretamente os níveis de conteúdo local de bens e serviços fornecidos nas Quinta e Sexta Rodadas de Licitação para produção e exploração de petróleo. A Petrobras tem alertado seus fornecedores de que inevitavelmente tais multas deverão ser repassadas aos fornecedores de equipamentos e serviços. Uma das críticas em relação à política de multas adotada pela ANP é o caráter paralisante que uma multa de alto valor pode ter para empresas de menor porte, causando um indesejável desestímulo no setor. Uma das expectativas para futuras medidas, é que seja adotada uma política de reforço positivo, em detrimento da política de penalização atualmente em vigor, estabelecendo-se formas de bonificação para as empresas que atingirem e ultrapassarem os níveis mínimos exigidos de Conteúdo Local. Uma das opções seria a adoção de uma política de créditos com redução da aplicação de multas, atualmente aventada pela Coordenadoria de Conteúdo Local da ANP, que também estuda formas de simplificar e aperfeiçoar as regras de conteúdo local. Com a adoção de medidas dessa natureza, entendemos que seria possível avançar nos incentivos ao desenvolvimento da indústria brasileira no setor, sem prejuízo às empresas que buscam se estabelecer na exploração e produção de petróleo no Brasil, e em favor da economia local.
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qualificação
Geração Y:
pense na carreira em longo prazo
A discussão sobre o perfil dos jovens da Geração Y parece não ter fim. Se por um lado esse grupo ganhou notório reconhecimento por apresentar características positivas para o trabalho, como ambição, dinamismo, busca por resultados, vontade de crescer e proatividade, por outro, aspectos negativos também permeiam o perfil de jovens desse grupo.
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nsubordinação, impaciência, imaturidade, dificuldade em ouvir críticas estão entre fatores negativos atribuídos a jovens dessa geração, que podem até comprometer carreiras altamente promissoras. Independentemente dos prós e dos contras de qualquer geração, é importante observar um fenômeno recente em função do aquecimento da economia, que provoca o aumento da oferta de emprego para atender à necessidade cada vez maior das empresas por mão de obra. O fato é que muitos profissionais oriundos da Geração Y têm ‘atropelado’ a carreira com mudanças frequentes de emprego. E a motivação tem sido, muitas vezes, por promoções e salários mais altos. As movimentações constantes têm gerado efeitos negativos no mercado. Boa parte dos profissionais dessa geração, para usar uma expressão popular, aproveita para ‘jogar com a camisa’. Ou seja, acreditam que carregam todos os bônus por ser integrantes da Geração Y. Mas se esquecem de que os ônus caminham juntos. E ainda pior: o pouco tempo de permanência nos empregos não permite o amadurecimento suficiente nem a vivência por etapas naturais da carreira. Tampouco os jovens ficam tempo bastante para imprimir suas marcas, solidificar a imagem e demonstrar o próprio valor profissional nas empresas por onde passam. Uma questão a se refletir é quais as consequências futuras desse oportunismo para as carreiras desses jovens, muitos dos quais com grande potencial de sucesso. O mais prudente seria que, antes mesmo de ingressar no mercado de trabalho, pensassem na carreira como um todo. Ter um horizonte de longo prazo, e não apenas na primeira oportunidade que lhes bate à porta, pode fazer a diferença na formação e na consolidação da carreira. Este exercício é tão ou mais desafiador na medida que não se tem tanta bagagem profissional, como no caso de jovens da Geração Y. O primeiro passo é buscar informações a respeito dos segmentos em que se pretende atuar profissionalmente, antes mesmo da escolha da faculdade. Pesquisas, leituras, participação em feiras e eventos sobre as áreas das carreiras que se quer abraçar, além de contato com profissionais que atuam na área, ajudam a traçar metas reais de quais posições chegar e em qual período da carreira. Com isso definido, o próximo passo é pensar na formação, qual instituição mais apropriada e reconhecida na área, quais estágios podem fazer mais sentido dentro do que se almeja. Enfim, ir atrás do máximo de conhecimento possível sobre a carreira a ser seguida. Com esta linha mestra traçada, o profissional terá melhores parâmetros para avaliar transições na carreira. É justamente nesta fase inicial que é possível – e preciso – fazer investimentos importantes. Alguns passos, aparentemente para trás, serão valiosos para o crescimento e construção de uma carreira sólida no longo prazo. Um profissional empregado no segmento comercial no ramo de petróleo e gás e que deseja moldar sua carreira nesta área deve refletir se vale a pena partir para uma oportunidade de salário mais alto no ramo de construção civil, por exemplo, em vez de investir na experiência e formação de uma rede de contatos consistentes. Quando se pensa em carreira, é necessário evitar ser um corredor, sem antes ter cumprido todo o preparo essencial para chegar ao final da maratona, numa boa posição, sem perder o gás.
Jorge Martins é gerente da divisão de Vendas e Marketing da Robert Half.
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mercado
Estratégias contratuais em operações de
fusão e aquisição Nas operações de fusão e aquisição identificam-se duas principais etapas: a dos atos jurídicos que compreendem a aquisição patrimonial e as destinadas à garantia da segurança patrimonial das partes envolvidas em tais operações societárias.
N
André de Almeida é advogado atuante no setor de M&A e sócio fundador de Almeida Advogados. Formado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG), com extensão em Corporate Law na Georgetown University, Washington D.C., e na PUC-SP. Presidente eleito para o mandato 2011/2012 da Inter-American Bar Association (Iaba).
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a primeira etapa estarão englobadas, por exemplo, a venda e compra de ações; a subscrição de ações; a definição de cláusulas comuns aos contratos dessa natureza, como preço, garantias, confidencialidade, não competição, indenização, solução de conflitos; as declarações de garantias; dentre outras. Na segunda etapa, o Acordo de Acionistas é o principal instrumento para regulamentar a relação entre estes no exercício de seus direitos sociais. A venda e compra de ações é a forma mais simples de aquisição direta do controle de uma companhia. Por tal mecanismo, a parte compradora paga determinado preço por ação de emissão da companhia-alvo – em geral calculado pelo valor patrimonial acrescido de ágio. Trata-se, portanto, de uma aquisição patrimonial mediante compra de ações já existentes e em poder dos atuais acionistas daquela. A subscrição de ações, por sua vez, revela-se como modalidade de aquisição na qual o ofertante/ comprador subscreve aumento de capital na companhia-alvo, mediante a emissão de novas ações, no percentual acordado, para a aquisição ou não do controle acionário. Corresponde, assim, a uma aquisição patrimonial mediante a subscrição e integralização de ações recém-emitidas. Os negócios de fusão e aquisição têm rito próprio, mas os contratos que materializam cada transação devem levar em consideração o negócio que está sendo alienado. Assim, no setor de óleo & gás, tão cheio que detalhes de engenharia, geologia, mapeamentos, tecnologia e estratégica, algumas cláusulas contratuais ganham grande relevância. Dentre as cláusulas relevantes em tais negócios merecem destaque: a de não competição, em virtude da qual, na aquisição total das ações os vendedores ficam obrigados a não competir com os compradores no mercado da companhia-alvo por determinado prazo e em um determinado território, bem como a que estabelece a maneira como serão solucionados os conflitos porventura ocorridos após a conclusão da operação. A arbitragem, em regra, é o mecanismo mais utilizado por conferir maior celeridade na composição de conflitos. Na primeira etapa, destacam-se, ainda, as declarações e garantias – do inglês representations and warranties, que nada mais são do que afirmações inseridas nos contratos de venda e compra ou de subscrição de ações, feitas pelas partes e relativas a fatos e/ou questões passadas e presentes, referentes ao objeto do contrato, bem como para determinar aspectos importantes dela decorrentes, tais como preço e obrigações de parte a parte. As reps and warraties, como são conhecidas, têm por objetivo permitir aos envolvidos a análise das condições do negócio, além de obrigar a outra parte a garanti-las, sob pena de responder, geralmente sob a forma de
Foto: Agência Petrobras
indenização, pela quebra e/ou não veracidade dessas. Citam-se como exemplo, as que tratam da capitalização, litígios, bens, questões ambientais (tão próprias em negócios do setor de óleo & gás), dentre outros eventuais passivos encontrados. Já a segunda etapa de uma operação de fusão e aquisição tem por foco a criação de instrumentos que visem garantir segurança patrimonial às partes. O acordo de acionistas é o principal deles, estando previsto expressamente na Lei das Sociedades Anônimas.1 É utilizado pelos detentores de participações acionárias majoritárias ou minoritárias em companhias para regulamentar a relação entre eles nos exercícios dos respectivos direitos. Em linhas gerais, dispõe tanto sobre questões de ordem política, como direito a voto, quanto às questões de ordem patrimonial, como compromissos de venda de ações. Referido instrumento ainda é utilizado quando de uma operação societária resulta uma joint venture, assim como nas ocasiões em que os sócios majoritários e minoritários não pertencem a um mesmo grupo econômico. Questões de ordem política disciplinam, por exemplo: a forma como se dará o gerenciamento dos negócios da companhia-alvo, com delimitação dos poderes dos administradores, bem como restrições para a prática de atos específicos, como, por exemplo, prática de atos estranhos ao negócio social, como concessão de avais, fianças, dentre outros. Poderão estabelecer também, quais serão os critérios para a escolha e eleição dos membros da adminis-
tração da sociedade, para delimitação de suas respectivas atribuições; e, tratar, ainda, do direito de voto dos sócios na companhia-alvo em questões que envolvam a definição de rumos, negócios e/ou para a aprovação de quaisquer matérias relativas à mesma. As cláusulas de ordem patrimonial, por seu turno, definirão os critérios para a negociação ou alienação de quotas da companhia-alvo, tanto a qualquer de seus acionistas quanto a quaisquer terceiros. Aqui se destacam: a) o Direito de Preferência na aquisição de ações de emissão da companhia-alvo; b) o Tag-Along;2 c) o Drag-Along;3 d) as “Opções de compra e/ ou venda”.4 Do que foi exposto pode-se concluir que, tão importante quanto a decisão de realizar uma operação de fusão e aquisição com todos os consectários que decorrem dos atos jurídicos de aquisição patrimonial, também são de fundamental importância os atos jurídicos que terão por finalidade a garantia ou a segurança patrimonial das partes envolvidas. O sucesso de uma operação de fusão e aquisição está diretamente relacionado à qualidade da assessoria jurídica prestada, que demanda a atuação de profissionais, com criatividade e vasto conhecimento jurídico, capazes de traduzir os anseios das partes envolvidas. Assim, o advogado que conhece o setor de óleo & gás, que conhece os conflitos econômicos, ambientais, tecnológicos e de confidencialidade a que são sujeitos, são mais aptos para fazerem um melhor trabalho e bem proteger seu cliente.
1. Art. 118 e ss da Lei 6.404/76 (caput com redação determinada pela Lei 10.303/01). 2. Entendido como o direito de venda solidária, por determinado(s) acionista(s), de sua(s) participação(ões) no capital social da companhia-alvo, na hipótesede determinado(s) outro(s) sócios(s) decidir(em) alienar sua(s) participação(ões) para terceiros interessados. 3. Entendido como o direito de determinado(s) acionista(s) de impor a venda de quotas do capital social da companhia-alvo detidas pelo demais sócios para um terceiro ou grupo de terceiros compradores, o que será efetivado juntamente com a alienação das quotas detidas pelo(s) sócio(s) que o exercer(em). 4. É um direito de comprar ou vender um montante de um determinado ativo a um preço preestabelecido dentro de certo intervalo de tempo. São mecanismos de controle de participação societária, que permitem ao acionista aumentar e/ou reduzir drasticamente sua participação na companhia-alvo.
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fino gosto
Oui,
o bistrô é aqui, no Arco do Telles por Orlando Santos
A Os proprietários Yves e Madame Coccinelle
Coccinelle Bistrô Travessa do Comércio, 11 – Centro Telefone: (21) 2224-8602
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os poucos, o tradicional e charmoso Arco dos Telles, na Praça XV, Centro do Rio, vai incorporando novos e bons restaurantes. Isto significa afirmar, sem receio de se estar cometendo algum equívoco, que o Polo Gastronômico desta parte histórica da cidade, a cada dia dá sinais mais visíveis de uma ampla, sólida e generosa revitalização. É ponto obrigatório para quem trabalha nas proximidades, em especial pelas várias opções de escolha, sobretudo na hora do almoço. O mais novo integrante deste grupo é o Coccinelle, que está na área há dois meses, com proposta de pratos caseiros à francesa, e cujo cardápio é orientado pelos ingredientes mais frescos do dia. Tudo à imagem e semelhança de um bistrô parisiense. Os autores desta proposta carregam em suas bagagens algumas décadas de convívio com as panelas, em diferentes e variadas partes do mundo. São eles o francês Yves Roquemaurel, e sua esposa, a chef japonesa Maya, que alterna horas de trabalho pesado na cozinha com outras tantas de meditação e de relaxamento, no mesmo espaço de trabalho. Yves, nascido em Paris, já morou em Nova York, Tóquio, Bancoc e Hong Kong. Maya também já percorreu o mundo e passou por cozinhas de Paris, Vietnã, Filipinas e Índia. A proposta da casa é inovadora, ao aliar a chique cozinha francesa à praticidade japonesa. É o resultado de 20 anos de experiência de Yves
Fotos: Juliette Costes
Bentô Antoine, ao lado Bentô Colette, aqui Mousse au chocolat, abaixo
e reúne o melhor da França, Japão e Nova York. Da França, veio a essência dos bistrôs. Yves diz que quando viveu nos EUA, no início da década de 1990, os melhores bistrôs franceses estavam por ali. Do Japão, o casal buscou o perfeccionismo japonês. Segundo Yves, é impossível separar cozinha, iluminação, música, ambiente, atendimento. “O
Coccinelle é uma experiência global”, explica. Um dos destaques da casa é o serviço dos pratos em pontinhos, organizados em uma bandeja. A inspiração veio dos bentôs (um tipo de marmita japonesa, com uma refeição completa, cheia de cores). Madame Coccinelle faz uma verdadeira construção nas bandejas, com pontinhos, cores, texturas, formas... como se pintasse uma tela. São quatro fórmulas fixas, servidas de segunda a sábado nos almoços, todas com nomes de grandes artistas franceses. O bentô Antoine conta sempre com carne vermelha (R$ 32,00), já o Brigite (R$ 30,00) é a opção com frango, e o Colette (R$ 28,00), com peixe. O bentô Lily (R$ 18,00) é a alternativa mais leve, sem proteína animal. O Coccinelle Bistrô fica em um charmoso casario restaurado da década de 1920, na Travessa do Comércio, no Arco do Telles. As obras de restauração duraram mais de seis meses. O ambiente é rústico, minimalista, sem perder a sofisticação e o charme carioca. A mesa coletiva, com capacidade para 12 pessoas, fica em um simpático segundo andar e é feita com madeira de demolição, assim como as grades do mezanino. As garrafas de vinho que enfeitam as mesas do salão são reaproveitadas, do mesmo modo que a madeira da escada que leva ao segundo piso. Coccinelle Bistrô Para quem trabalha pelas proximidades, o Travessa do Comércio, 11 –vale Centro Telefone: (21) 2224-8602 almoço, e para os que não trabalham, vale um passeio multicultural gastronômico pelo Centro.
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coffee break
por Orlando Santos
Eu vi o mundo de Cícero Dias e Raymonde Dias Editora Cosac Naif Capa dura 256 páginas 33 ilustrações R$ 55,00
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idadão do mundo, mas que nunca abandonou suas origens e raízes, Cícero Dias (1907-2003) acompanhou praticamente todos os movimentos de arte moderna na Europa e conviveu com alguns dos maiores artistas do século XX. Porém, sempre soube guardar as prazerosas lembranças do seu Recife querido. Algumas dessas histórias estão contadas no livro Eu vi o mundo, lançado pela editora paulista Cosac Naify, com edição e notas de Augusto Massi e posfácio de Mario Helio Gomes. Pernambucano como Cícero, de quem se tornou amigo, o diretor da Benício Biz Editora ouviu do próprio artista algumas dessas recordações. Cícero estava em Paris, quando Benício lá esteve para presenteá-lo com um livro dedicado à sua arte – nesta época, ele editava e produzia livros sobre consagrados artistas brasileiros, e com o apoio do banco Icatu, Cícero Dias fora um dos agraciados. Nascido e criado nos engenhos da Zona da Mata pernambucana, logo cedo Cícero embrenhou-se pelo mundo afora. Primeiro em Recife, depois o Rio de Janeiro e, por fim, Paris, onde permaneceu até o fim da vida. Com profunda visão cosmopolita, Cícero Dias sempre esteve no centro de questões artísticas fundamentais para o Brasil e para a Europa, num movimento marcado pelo ‘regionalismo universal’ que tanto marcou sua obra. Por isso, é fácil perceber que nessa trajetória, além do valor literário, suas memórias podem ser lidas como um retrato sociológico e histórico, tanto do Brasil como das vanguardas europeias. Eu vi o mundo traz imagens raras e inéditas, como os desenhos do figurino para o balé Maracatu de Chico Rei, com argumento de Mario de Andrade, publicadas pela primeira vez em livro. São evocadas lembranças da infância na casa-grande, as velas e lamparinas eternamente acesas na capela, ladrões de cavalos, as botas duras e lustrosas na primeira comunhão, a biblioteca abarrotada de almanaques e o ateliê da tia Angelina, onde se iniciou na pintura.
Sobre o autor Cícero Dias (1907-2003) foi um dos mais destacados pintores brasileiros do século XX. Também desenhista, escultor, muralista, ilustrador e cenógrafo, ele despontou na década de 1920, com traços surrealistas desde suas primeiras obras. Estudou arquitetura na Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro e fez sua primeira exposição individual em 1928. Em contato com artistas modernistas, no Rio, levou o movimento para Recife, acompanhado de pesos-pesados, como Manuel Bandeira e Gilberto Freyre. Em 1932, a exposição do painel Eu vi o mundo... e ele começava no Recife provocou grande escândalo, resultando na depredação de parte da obra. Em 1937, perseguido pela ditadura de Getúlio Vargas, o artista partiu para a França. Um ano depois, realizou sua primeira exposição em Paris, na Galeria Jeanne Castell. No mesmo ano, foi detido e enviado a Baden pela polícia nazista, onde foi trocado por prisioneiros alemães. De 1942 a 1945, viveu um período em Portugal, como adido cultural da Embaixada do Brasil. De volta a Paris, depois da libertação, fez parte do grupo de artistas abstracionistas da Galeria Denise René. Sua obra atravessou diversas fases, sem abandonar o profundo vínculo com o Brasil.
No alto, Cícero e Raymonde Dias em Paris e acima, Cícero, sua filha Sylvia, com Picasso em Vallauris, 1951
O livro reconstitui, com humor e vivacidade, o clima de boemia do Rio de Janeiro, nos anos 1920, quando ele frequentava a Escola de Belas Artes e os bares famosos da época, como o Nacional, o bar do Palace Hotel e o restaurante Reis. São histórias saborosas, envolvendo amigos como Jayme Ovalle, Lucio Costa, Ismael Nery, Murilo Mendes e Graça Aranha – além de Gilberto Freyre, de quem era amigo desde o Recife, e o músico Villa-Lobos. Em 1931, o pintor finalizou o famoso painel Eu vi o mundo... ele começava no Recife, depois inaugurado em sua cidade natal. Nessa época, o pintor andava às voltas com o painel e costumava andar pra baixo e pra cima... de Santa Teresa para o bar Nacional! Tudo se mesclava na cabeça do artista: “Imagens do começo da minha vida. Tantas coisas: mulheres, histórias fantásticas, escada de Jacó, as onze mil virgens. Levaria todas essas imagens para dentro de um grande afresco? Executar um afresco era uma realização material impossível. Impraticável.
Em 1952, realizou uma mostra individual no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, realizando o que o crítico Mário Pedrosa chamou de “transição do figurativo ao abstracionismo”. Depois dos anos 1960, voltou à figuração, combinando elementos abstratos e outros de seu repertório imagístico anterior. Em 1965 foi homenageado com uma sala especial na Bienal Internacional de São Paulo. Em 1998 recebeu do governo francês a Ordem do Mérito da França.
Pensei então em executar uma grande tela”, confessa Dias. “Decidi colocar tudo num painel, onde o imaginário se espalhasse para todos os lados”, concluiu. O referido painel, de 1928 e a obra mais famosa do pintor modernista, foi criado no Rio de Janeiro e, segundo os críticos, representa a vinculação do artista ao Pernambuco natal. Aliás, assim que chegou à Europa, Cícero Dias foi saudado por surrealistas e cubistas, tendo se tornado grande amigo de Pablo Picasso. Eu vi o mundo, o livro, contém as memórias do grande pintor e, na parte intitulada “Nós vimos o mundo” registra lembranças de sua mulher, a francesa Raymonde Dias, com quem viveu seis das sete décadas passadas em Paris. É obra indispensável em qualquer biblioteca. TN Petróleo 80
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feiras e congressos
Novembro
01 a 04 – Brasil VI SPEtro - Semana de Petróleo da UFRJ Local: Rio de Janeiro www.ufrj.spe.org www.petroleo.ufrj.br/spetro 01 a 03 – USA 9º Deepwater Operations Local: Galveston, TX Tel.: +1 713 963 6251 gailk@pennwell.com www.deepwateroperations.com 03 a 04 – Colômbia 6ª Jornada Andina de Ductos Local: Bogotá www.aciem.org 7 a 8 – USA 3º New England MREC Technical Conference Local: Cambridge, Massachusetts www.mrec.umassd.edu 07 a 11 – Brasil Feira Brasil Petróleo, Gás & Biocombustível / Pré-Sal Local: Centro de Exposições Imigrantes, São Paulo www.feirabrasilpetroleogas.com.br 07 a 10 – Brasil NNO – Niterói Naval Offshore Local: Niterói, RJ Tel.: (55 21) 2215-3207 maria.jose@nno.com.br www.nno.com.br 08 a 09 – Brasil Seminário Gas Energy 2011 Local: Rio de Janeiro Tel.: (21) 3553 4373 seminario@gasenergy.com.br www.gasenergy.com.br 8 a 10 – USA Offshore Communications Local: Houston, TX Tel.: +1 301 354-1778 lfuller@accessintel.com www.offshorecomms.com 10 a 12 – Argentina V ExpoGNC 2011 Local: Buenos Aires Tel.: +54 11 4300 6137 info@expognc.com www.expognc.com
10 a 13 – Brasil Brasil Petróleo & Gás 2011FEIPPETRO 2011 Local: Salvador, Bahia. www.multifeirascongressos.com.br 16 a 17 - USA Automation Fair Local: Chicago Tel.: (11) 5189-9612 rabrmarketing@ra.rockwell.com www.rockwellautomation.com 20 a 25 – Brasil XVI Cila - Congresso Ibero LatinoAmericano do Asfalto Local: Centro de Convenções SulAmérica - Rio de Janeiro - RJ Tel: (+55 21) 2112-9080/9083 Email: eventos@ibp.org.br 22 a 24 – Brasil Fórum Nacional de Comercialização de Energia Local: São Paulo Tel.: (11) 3463 5000 marketing@iqpc.com www.iqpc.com 22 a 30 - Brasil Conferência sobre Comercialização de Energia Eólica no Mercado Livre Local: São Paulo Tel.: (11) 3017 6808 imprensa@informagroup.com.br www.informagroup.com.br/eolica 24 e 25 – Brasil 8º Seminário sobre Meio Ambiente Marinho Local: Rio de janeiro Tel.: (21) 2283 2482 www.sobena.org.br 28 a 30 - Brasil Portos & Terminais Brasil 2011 Local: Rio de Janeiro Tel.: (11) 3164-5600 atendimento@iqpc.com www.portoseterminais.com 28 a 30 – Brasil Brazil Onshore 2011 Local: Natal, RN Tel.: (21) 2112-9000 ibp@ibp.org.br - www.ibp.org.br
25 a 26 – Alemanha International Conference on Climate and Energy Local: Munique Fax: +49(0)30 6920 80039 info@berlinmanhattan.org
Dezembro
04 a 08 - Qatar 20th World Petroleum Congress Local: Doha Tel.: +44 20 7637 4995 info@world-petroleum.org www.20wpc.com 06 e 07 – Brasil Oil & Gas Supply Chain Management Local: Rio de Janeiro (11) 3017-6800 customer.service@ibcbrasil.com.br www.ibcbrasil.com.br 07 e 08 – Brasil Hydro Environment Forum Local: São Paulo Tel.: (11) 3164 5600 atendimento@iqpc.com www.iqpc.com 07 a 08 - Brasil Comercialização de Gás Local: São Paulo Tel.: (11) 3017-6800 customer.service@ibcbrasil.com.br www.ibcbrasil.com.br 08 - Brasil Novo Plano Nacional de Logística Portuária Local: São Paulo Tel.: (11) 2364-0007 contato@conceitoseminarios.com.br www.conceitoseminarios.com.br
Março - 2012
05 a 07 - África do Sul 6th Africa Economic Forum Local: Cape Town babette@glopac.com www.petro21.com/events 26 - 28 - Kenya 3rd Eastern Africa Local: Nairobi babette@glopac.com www.petro21.com/events
Para divulgação de cursos e/ou eventos, entre em contato com a redação. Tel.: 21 3221-7500 ou webmaster-tn@tnpetroleo.com.br
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opinião de Bernardo Moreira, sócio de auditoria da área de Petróleo e Gás da KPMG no Brasil.
Petróleo e gás: sobram vagas, faltam
profissionais capacitados
A
s recentes descobertas geram expectativas de o Brasil se tornar um dos principais produtores mundiais de petróleo no futuro. Como reflexo desse crescimento, o setor já enfrenta um aumento da demanda por mão de obra especializada e por profissões que até então não eram tão demandadas. Será preciso grande número de profissionais para suprir este segmento. A expectativa é de que deverão ser criados mais de 200 mil empregos diretos e indiretos relacionados ao petróleo nos próximos cinco anos, em todos os níveis – médio, técnico e superior –, de acordo com o Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp). O estado do Rio concentra 80% da produção de petróleo, e grande parte do mercado de trabalho para esta área está na Bacia de Campos, no litoral norte fluminense, onde fica a maior reserva de petróleo do país. Atualmente, estão em operação nesta bacia mais de 400 poços de óleo e gás, 30 plataformas de produção e existem 3.900 km de dutos submarinos. As principais ofertas de trabalho estão concentradas também na cidade de Santos, em São Paulo. Além disso, há procura por profissionais na Bahia, Rio Grande do Norte, Espírito Santo e Amazonas. É preciso ainda contar com profissionais suficientes e devidamente capacitados para serem empregados na construção de cinco refinarias até 2014, incluindo as do Comperj, e 28 plataformas até 2017.
Isso sem contar todos os equipamentos que serão necessários para as futuras operações. As possibilidades de trabalho na cadeia produtiva são muitas e dependem da formação do profissional. A Engenharia do Petróleo é uma das profissões mais requisitadas. Trata-se de uma área estratégica que tem poucos profissionais no Brasil e que está em expansão em todo o mundo. Esta cadeia vem preparando vários profissionais para atuarem no desenvolvimento de campos de prospecção, exploração e expansão de jazidas, transporte, refino, industrialização e atividades afins, como processamento de gás natural. E não para por aí. No momento se discutem novas matrizes energéticas e os engenheiros de petróleo começam a agregar conceitos de sustentabilidade e meio ambiente. Olhando para o futuro, o mercado já está buscando profissionais capacitados também na gestão ambiental da produção de petróleo e gás. Os postos de trabalho vão desde as empresas de engenharia, que perfuram os poços, até refinarias e petroquímicas. Além disso, o profissional pode trabalhar em setores relacionados à gestão do negócio e também na manutenção e no gerenciamento de equipamentos. TN Petróleo 80
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Foto: Divulgação
O cenário para o mercado de petróleo e gás nos próximos cinco anos é bastante positivo. O início das operações do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), previsto para ocorrer em 2012, e a descoberta da província do pré-sal, localizada em águas profundas (entre 5.000 m e 7.000 m abaixo do nível do mar), tornaram o setor um dos mais atraentes e promissores do país.
opinião
Do outro lado estão as instituições públicas e privadas que estão abrindo cursos técnicos e de graduação voltados especificamente para a área de petróleo e gás para atender à demanda. Atualmente, existem 87 cursos de graduação em petróleo reconhecidos pelo Ministério da Educação no país, sendo que muitos outros ainda não obtiveram reconhecimento por serem novos no mercado. Esse número de cursos, principalmente nos estados de São Paulo e Espírito Santo, pode ser pequeno em vista das expectativas. A alta empregabilidade e os bons salários, às vezes devidos aos riscos envolvidos no setor, são um fator de destaque e o que mais atrai candidatos aptos a atuarem na área. Mas não basta o profissional ter formação, ele precisa estar pronto para atender às necessidades do mercado. Por ter características de carreira internacional, e pela necessidade de lidar com profissionais de todo o mundo, é essencial fluência em inglês e um constante aprimoramento, já que a tecnologia e a aparelhagem do setor evoluem rapidamente. É preciso ainda ter desenvoltura em liderança.
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Na área de perfuração, por exemplo, já é bem difícil encontrar toolpushers, sondadores e assistentes de sondador com experiência, bom inglês e conhecimentos suficientes para operar uma sonda cyber. Uma das saídas para esse gargalo pode estar na criação de centros de pesquisa e o investimento em atividades de ensino, pesquisa e extensão, como já vem sendo feito por algumas grandes empresas do setor petrolífero. Outra saída é a realização de convênios de empresas com universidades. De acordo com levantamento do Prominp, implantado pelo governo federal em 2003 para capacitar mão de obra para implementação de empreendimentos no setor de petróleo e gás, a estimativa é de que será necessário capacitar 112 mil pessoas para o setor entre 2008 e 2012. Neste momento crucial para o país, é importante que haja o engajamento das autoridades públicas e privadas para garantir a adequada e efetiva colaboração de áreas como as de educação, treinamento e capacitação, visando valorizar e estimular nossos jovens a entrarem neste segmento tão promissor e carente de profissionais devidamente capacitados.
SISTEMA FIRJAN. INOVAÇÃO E TECNOLOGIA PARA SUA EMPRESA SUPERAR OS DESAFIOS DO MERCADO DE PETRÓLEO E GÁS.
O Sistema FIRJAN trabalha para o desenvolvimento do estado do Rio. Isso significa investir em tecnologia, capacitação profissional e consultorias para aumentar a competitividade de empresas em diversas áreas. Para o segmento de petróleo e gás, o Sistema FIRJAN, por meio do SESI e do SENAI, oferece uma diversidade de serviços e soluções tecnológicas inovadoras. Confira: SENAI Centros de Tecnologia SENAI: oferecem consultorias e soluções tecnológicas para atender à cadeia produtiva de petróleo e gás, por meio do CTS Solda, CTS Ambiental e CTS Automação e Simulação.
Informações: petroleo.gas@firjan.org.br
Núcleo de Simulação: além de simuladores únicos na América Latina com ambiente de plataforma, para treinamento offshore, oferece soluções integradas em realidade aumentada, realidade virtual e ambiente imersivo 3D. Formação profissional: cursos de qualificação, técnicos, pós-graduação e de extensão, que podem ser ministrados in company, a distância ou na rede de unidades do SENAI com portfólio exclusivo para o setor: Campos, Caxias, Cinelândia, Jacarepaguá, Laranjeiras, Macaé, Niterói, São Gonçalo e Tijuca. SESI Soluções integradas em SMS, além de programas para aumentar a qualidade de vida e a produtividade dos seus funcionários.