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ENCARTE ESPECIAL DESTA EDIÇÃO: MAPA RODADAS DE LICITAÇÕES DA ANP
sumário
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edição nº 95 maio/jun 2014
UMA ENSEADA
A PARCERIA COM A KASISTÊNCIA TÉCNICA PARA IMPLANTAÇÃO DO ESTALEI-
por Beatriz Cardoso
Na reta final da implantação da Unidade Paraguaçu, em Maragogipe (BA), e pronta para dar a partida na conversão inédita no país dos cascos de quatro navios VLCCs (very large crude carrier) em plataformas FPSO (Floating Production, Storage and Offloading), a Enseada Indústria Naval (EIN), já se posiciona como uma dos mais novos e modernos estaleiros do país. E em plenas condições de atender os índices de competitividade e de conteúdo local que requerem o superaquecido mercado brasileiro.
RO DA ENSEADA NA BAHIA, O DESENVOLVIMENTO DA
OU SEJA: já ‘surfou’ a terceira onda deste setor, que enfrenta no Brasil agora o problema de competitividade e falta de mão de obra qualificada. “O diferencial competitivo da Enseada consiste na combinação da experiência de três grandes e tradicionais acionistas, a Odebrecht, a OAS e a UTC, e da tecnologia de ponta da KHI, o quarto acionista da Enseada e referência mundial no setor”, destaca João Candido Gonçalves da Silva, diretor de Competitividade Naval da Enseada Indústria Naval.
ENGENHARIA DESTE PROJETO E A CONSTRUÇÃO DO CASCO DAS SONDAS.
TN Petróleo – Qual a carteira total hoje da Enseada? Tem algo mais além dos seis navios sonda para a Sete Brasil e, no Rio de Janeiro, a conversão dos cascos de quatro navios VLCCs em FPSOs para a Petrobras? João Candido Gonçalves da Silva – A Enseada tem como cliente a Sete Brasil para a construção de seis sondas de perfuração do pré-sal em um contrato de US 4,8 bilhões. Adicionalmente, no Rio de Janeiro a Enseada opera no Estaleiro Inhaúma, arrendado pela Petrobras. Além de ter concluído a revitalização de suas instalações, realiza para a Petrobras a conversão de quatro navios petroleiros nos cascos das futuras plataformas P-74, P-75, P-76 e P-77 em um contrato de U$ 1,7 bilhão.
Uma enseada de grandes projetos
percepção que vocês tiveram desse parceiro: eles estão confiantes com essa empreitada? Foi muito positivo o retorno que tivemos da KHI após a visita aos seus estaleiros em Kobe e Sakaide. Eles demonstraram satisfação com o andamento das obras do estaleiro na Bahia. Tem sido um aprendizado em via de mão dupla.
Foto: Divulgação
Quais destes projetos vocês consideram mais desafiador ou emblemático? Por quê? O projeto Sondas, por sua grandiosidade e complexidade, representa um desafio constante para as equipes. É a primeira vez que são feitas no Brasil e, no caso da Enseada, inclui transferência de tecnologia tanto para o Brasil (no caso dos cascos) quanto para nosso acionista do Japão (no caso do topside). Como está a construção final do estaleiro? Quanto falta e o que falta? Quando o estaleiro ficará 100% pronto? A Unidade Paraguaçu está com mais de 60% de suas obras concluídas e a previsão de conclusão é março de 2015. A construção das sondas acontece simultaneamente ao processo de construção do estaleiro.
O diferencial competitivo da Enseada consiste na combinação da experiência de três grandes e tradicionais acionistas, a Odebrecht, a OAS e a UTC, e da tecnologia de ponta da KHI, o quarto acionista da Enseada e referência mundial no setor.
Quais os principais desafios que vocês tiveram na instalação do estaleiro em simultâneo com a construção de embarcações? O principal desafio do projeto é o prazo. O projeto de alta complexidade demanda o comprometimento de toda a equipe, possibilitando atingir a meta de iniciar a produção de chapas ainda em 2014, enquanto ainda são realizadas as obras de construção do estaleiro.
A experiência da Odebrecht, OAS e UTC em grandes obras e projetos o setor de O&G também foi decisiva para o sucesso da empreitada? Sim, o know how dos acionistas brasileiros que formam a Enseada (OAS, Odebrecht e
Qual o grande diferencial da Enseada em relação a outros estaleiros que foram implantados em simultâneo: a parceria e a tecnologia Kawasaki Heavy Industries (KHI)?
UTC) é um dos fatores decisivos para que a empresa se torne um dos principais players do setor. A KHI, que além de sócia é parceira tecnológica, tem também um histórico de transferências de tecnologias bem-sucedidas para estaleiros na China, e os seus estaleiros em Kobe e Sakaide, ambos no Japão, são referência mundial. Em janeiro deste ano, vocês foram conhecer o estaleiro da Kawasaki Heavy Industries (KHI) em Sakaide. Qual a
O que vai resultar efetivamente de transferência tecnológica para a Enseada? Quais os pontos que eles podem agregar mais tecnologia e expertise a Enseada? Projetos? Planejamento? Processos? Gestão? A parceria com a Kawasaki envolve a assistência técnica para implantação do estaleiro da Enseada na Bahia, o desenvolvimento da Engenharia deste projeto e a construção do casco das sondas. Em contrapartida, a KHI irá absorver tecnologia na construção dos topsides das sondas. O investimento no processo de transferência tecnológica é de US$ 85 milhões, que está sendo realizado em quatro frentes: treinamento de pessoal; forneci-
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com João Candido Gonçalves da Silva, diretor de Competitividade Naval da Enseada Indústria Naval
WASAKI ENVOLVE A AS-
DE GRANDES PROJETOS
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Entrevista exclusiva
João Candido Gonçalves da Silva, diretor de Competitividade Naval da Enseada Indústria Naval
entrevista exclusiva
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especial: aço
Especial Aço
UMA INDÚSTRIA DE AÇO
Uma indústria de aço que produz óleo e gás
QUE PRODUZ ÓLEO E GÁS por Rodrigo Miguez
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Cobertura OTC 2014
eventos
Offshore Technology Conference 2014
Indústria mundial de petróleo marca ponto na
Indústria mundial de petróleo marca ponto na OTC 2014
OTC 2014
A cada ano, a Offshore Technology Conference (OTC) regista um novo recorde de público: 108.300 pessoas participaram da 45ª edição do maior evento de petróleo do mundo, realizada entre os dias 5 a 8 de maio, no Reliant Park, em Houston (EUA). A exposição também ganhou mais espaço: 63.176m² contra 60.590m² em 2013. O evento desse ano contou com a participação de 2.568 empresas, representando 43 países, incluindo 163 novos expositores. Empresas internacionais representaram 44% dos expositores.
A Area total: 63.176m² Visitantes: 108.300 Empresas: 2.568 Países: 43
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s novas tecnolo gias de exploração e produção, e os avanços em segurança ainda continuam na pauta de discussões da conferência da OTC 2014, mas a reforma na política energética no México e o crescimento da participação feminina no mercado de energia foram alguns dos tópicos enfatizados nesta edição do evento, que teve nove painéis, 308 trabalhos técnicos e 29 apresentações de executivos em almoços e cafés da manhã. A importância da arqueologia marinha e de estudos ambientais na indústria de óleo e gás e o impacto da revolução da exploração
de fontes não convencionais em terra no setor offshore foram alguns dos destaques da conferência. As oportunidades de negócios no México nortearam diversos painéis de debates. Mais de 150 professores da região de Houston e 200 estudantes participaram do Instituto de Educação Energia, ação que mostrou, de forma descontraída, alguns conceitos científicos de energia e sua importância no mundo moderno. Estudantes universitários de diversos países também se envolveram, participando da conferência ‘University R&D Showcase’, um programa dedicado aos jovens profissionais para apresentação de seus projetos de pesquisa.
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eventos
tante e nossas expectativas para a edição de 2016 são enormes. Mais de 40% das empresas expositoras já renovaram seus espaços para a próxima edição. Isso mostra, sem dúvida, o tamanho do sucesso da Santos Offshore 2014”, concluiu Tavares.
cresce e pode gerar R$ 114,5 milhões em negócios
Rodada de negócios
As principais empresas do setor offshore destacaram produtos, novas tecnologias e novos investimentos na sétima edição do evento criado em função da Bacia de Santos, que espera ter um número maior de fornecedores da região. por Rodrigo Miguez
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Fotos: tn Petróleo
O
Para Alfredo Renault, superintendente da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), o grande destaque da Rodada de Negócios, organizada pela entidade em conjunto com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-SP) foi o fato de as empresas participantes terem apresentado para as companhias âncoras soluções realmente atrativas e que supriam a necessidade das grandes empresas do setor. “A avaliação que estas empresas fizeram em relação às que apresentaram seus produtos e serviços foi excelente. Mais de 90% avaliaram como sendo ótimas ou boas as soluções expostas. Isso faz com que seja grande o número de negócios a serem concretizados a partir das expectativas geradas na Rodada”, completa Renault. Já Paulo Sérgio Brito Franzosi, gerente do Sebrae-SP de Santos, acredita que as empresas paulistas do setor estão aprendendo mais sobre o mercado como um todo e cada vez mais maduras e preparadas, assim como as empresas da Bahia e do Rio de Janeiro.
O futuro da Bacia de Santos
Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), o nível técnico dos visitantes surpreendeu as empresas participantes.
“Atraímos 180 marcas expositoras, entre elas grandes âncoras do mercado, como a Petrobras e a Saipem. A evolução tem sido cons-
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40 Indústria brasileira enfatiza oportunidades 44 Pavilhão renovado 50 De olho no Brasil Cobertura Santos Offshore
Santos Offshore 2014
SantOS OffShORe
pré-sal alavancou definitivamente a Santos Offshore para uma posição de destaque na agenda de eventos o setor de óleo e gás no Brasil. Transformado no principal encontro de negócios da cadeia de fornecedores da Bacia de Santos, o evento encerrou a sua 7ª edição com um crescimento de 20% em seus números – se comparados com feira anterior, em 2012. O evento realizado entre os dias 8 a 11 de abril, no Mendes Convention Center, em Santos (SP), recebeu 18.618 visitantes. Número mais expressivo é o da expectativa de negócios das rodadas realizadas durante a feira: R$ 114,5 milhões, dois terços do volume apurado pelo segundo maior evento do setor no mundo, a Rio Oil & Gas (que foi de R$ 152 milhões na última edição, em 2012). Para os organizadores da feira, a qualidade do público presente foi um dos grandes diferenciais desta edição. Segundo Igor Tavares, diretor de Energia da Reed Exhibitions Alcântara Machado, que realizou o evento em parceria como Instituto
28 Desafio Brasil x China 32 Sucata gera aço
Outro grande destaque da edição de 2014 da Santos Offshore foram as conferências organizadas pelo IBP. Com o objetivo de fomentar debates de grandes temas do setor, conferências foram divididas em três grades centrais: executiva, técnica e comercial. Segundo
núMeROS Visitantes:
18.618 visitantes Rodada de negócios:
R$ 114,5 milhões Marcas expositoras:
180 marcas
Ana Guedes, gerente de Eventos do IBP, o número de pessoas que assistiram às palestras superou as expectativas. “Havia pessoas em pé em todas as sessões. Para o IBP foi uma experiência muito boa ter participado deste evento. Ficamos muito satisfeitos”, conclui Guedes. A palestra mais disputada foi a do gerente geral da Unidade de Operações de Exploração e Produção da Bacia de Santos da Petrobras (UO-BS), Oswaldo Kawakami, que teve como tema ‘Petrobras – Construindo o Futuro da Bacia de Santos’. O executivo observou que a companhia gastou apenas R$ 17 milhões com fornecedores de equipamentos e serviços da re-
gião da Baixada Santista nos últimos 15 meses. “É muito pouco! O objetivo é que 250 novas empresas sejam atendidas pelos nossos técnicos nessa feira, para credencia-los como fornecedores”, completou. Com oito plataformas em operação na Bacia de Santos, a região já é uma realidade para a empresa. Por isso, a Petrobras aposta que, em seis anos, metade do volume de petróleo produzido no Brasil virá das águas profundas santistas. Outra apresentação que teve um grande público, incluindo estudantes, foi a do diretor de Engenharia da Saipem do Brasil, Alexandre Mitchell, que abordou o tema ‘Engenharia submarina no pré-sal’. A apresentação lotou a Sala Terra, que ficou tomada de estudantes de cursos técnicos e universitários. Mitchell abordou a situação atual da tecnologia TN Petróleo 95
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Santos Offshore cresce e pode gerar R$ 114,5 milhões em negócios
eventos
Setor de gás quer mais
Planejamento e incentivoS
O Brasil tem um mercado amplo de gás natural, porém o setor deve ter mais planejamento, previsibilidade e incentivos adequados para evoluir e ser competitivo. Essa foi a principal conclusão do 5º Rio Gas & Power Forum, promovido pelo CWC Group. por maria Fernanda Romero
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ais de 200 participantes estiveram reunidos no Copacabana Palace nos dias 9 a 11 abril, no Rio de Janeiro, para compartilhar seus pensamentos sobre a combinação e diversificação ideal de fontes de energias para
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Rio Gas & Power Forum 2014
o Brasil em 2020, a possibilidade de integração do gás na infraestrutura de energia e as oportunidades para os investidores nesse mercado. O 5º Rio Gas & Power Forum começou otimista, a consultoria Wood Mackenzie iniciou os
debates desta edição do fórum com um estudo sobre o mercado brasileiro de gás onde foi observada a necessidade de novos fornecedores no país até 2020. Segundo Eric Eyberg, consultor da área de gás e energia da Wood Mackenzie, o resultado
se dá principalmente devido ao crescimento da demanda nacional, acoplado com o declínio da oferta boliviana e parcialmente compensado pelo gás do pré-sal. O executivo recomendou a abertura gradual do mercado de gás brasileiro para estimular o crescimento, entretanto destacou
que os riscos e desafios a serem superados devem ser compartilhados entre todos os agentes da cadeia de gás. De acordo com a consultoria, o Gás Natural Liquefeito (GNL) tem papel essencial na matriz de transportes e deve aumentar sua participação de 1% para 10% até 2030. A previsão é que o consumo no setor cresça de 5 bilhões de m³ para 80 bilhões de m³ nesse período. Quanto ao mercado de Gás Natural Veicular (GNV) no país, as projeções ainda são tímidas. Em 2013, o consumo no segmento caiu 3,67%. Carlos Augusto Arentz Pereira (foto), gerente de marketing de GNL da Petrobras, apresentou previsões da estatal, onde indicou que a geração termelétrica a partir do gás natural vai atingir 5,4GW em 2025 e 9GW em 2030. “Com base no nosso plano estratégico, serão 916 MW da Petrobras a partir de 2017 e 8.100 MW, de terceiros ou Petrobras, entre 2021 e de 2030. Além disso, a demanda nacional por gás, em grande parte industrial, continuará a aumentar até 2030, embora com taxas mais baixas”, afirmou.
Políticas públicas A Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Natural (Abegás), representada no evento por Marcelo Mendonça, gerente de planejamento estratégico e competitividade, indicou os desafios do setor e comentou sobre a necessidade de políticas públicas e desoneração do gás natural como incentivo ao mercado. A Abegás vê o parque de cogeração como uma grande oportunidade para se ampliar o potencial de gás natural no país. O gerente comentou sobre um estudo do Departamento de Energia dos Estados Unidos que informa que até 2020 o país aumentará a capacidade do seu parque de cogeração em 40 MW. De acordo com esse estudo, nos próximos 6 anos a demanda por equipamentos para cogeração aumentará exponencialmente. “Sem planejamento e incentivos adequados o Brasil não conseguirá competir com a demanda americana por equipamentos e perderemos uma grande oportunidade de expandir nosso parque de cogeração”, afirma.
Rio Gas & Power Forum 2014
Setor de gás quer mais planejamento e incentivos
abraget: Brasil dependerá cada vez mais das termelétricas O Brasil dependerá cada vez mais das termelétricas para complementação da oferta de energia firme do Sistema Interligado Nacional (SIN). A afirmação foi feita durante o Rio Gas & Power Forum 2014 por Edmundo Alfredo da Silva, consultor da Associação Brasileira de Geradoras Termelétricas (Abraget). Segundo ele, somente estes insumos serão capazes de gerar oferta complementar (e necessária) para a expansão do parque de geração brasileiro. “Uma matriz elétrica mais equilibrada terá maior segurança à geração de energia elétrica, possibilitando mais desenvolvimento para o Brasil.
As termelétricas a gás, carvão e urânio não competem com as hidrelétricas, eólicas e biomassa. São fontes complementares que possibilitarão que o país não se torne dependente das condições climáticas”, disse. O executivo explicou que a despachabilidade das termelétricas é um atributo fundamental em sistema hidrotérmico, o que as diferencia das demais fontes. Assim, o Operador Nacional do Sistema (ONS) pode dispor das usinas termelétricas a qualquer momento, adicionando-as, todas as vezes que ocorrem eventos inesperados. Sobre a questão de infraestrutura de transporte de gás natural, a
Abraget acredita que é necessário expandir a rede de gasodutos para o interior do país e criar polos industriais bem como a geração termelétrica. Dentre os desafios dessa geração termelétrica, está a necessidade de comprovação de garantia do combustível por 20 anos e a penalização por falta de combustível. “O fato de ter que comprovar reservas de gás para atender aos projetos termelétricos, independente da plausibilidade da contratação dos candidatos no leilão, torna praticamente impossível que se assegure gás por 20 anos para todos os projetos candidatos”, comentou.
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coffee break
Principal mostra do ano da Copa, a exposição sobre o artista Salvador Dalí, no Centro Cultural Banco do Brasil, vai permanecer na cidade de maio a setembro, quando seguirá para o Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo. No Rio, o CCBB expõe telas, obras gráficas e uma instalação do mais excêntrico artista de seu tempo e o que melhor soube expressar o movimento surrealista, que se estruturou ao redor de André Breton, autor do celebre Manifesto Surrealista, em 1924.
O Rio é mais surreal com
DALÍ por Orlando Santos
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C
Com custo de R$ 9 milhões e negociada durante cinco ano, Salvador Dalí abriga 30 pinturas a óleo, mais de uma centena de trabalhos gráficos e uma instalação. Reunidas, as obras têm valor estimado em US$ 170 milhões, o equivalente a quase R$ 400 milhões. No Brasil, a exposição tem um perfil diferenciado daquele apresentado em sua última grande retrospectiva internacional em Paris, em 2012, mostra visitada por 790 mil pessoas. Aqui, a curadoria se concentrou na parte surrealista da obra do artista, reunindo trabalhos feitos desde os anos 1920 até 1982. As peças exibidas pertencem aos três maiores acervos do artista no mundo: a Fundação Gala-Salvador Dalí, em Figueiras (Espanha), o Salvador Dalí Museum, na Flórida (EUA), e o Museu Reina Sofia, em Madri (também na Espanha). Organizada pelo Instituto Tomie Ohtake, a exposição proporciona ao visitante uma clara percepção da evolução da obra de Dalí, não só técnica, mas de suas influências, recursos temáticos, referências ideológicas e simbolismos. Para o gerente geral do CCBB-RJ, Marcelo Mendonça, não haveria maneira melhor de comemorar o aniversário da instituição. “Em 2001, exibimos uma das maiores mostras sobre o Surrealismo já realizadas no país. Foi um marco na história do CCBB, tanto pelo acervo apresentado quanto pelo interesse do público. Em 2014, ano em que celebramos 25 anos de existência, trazer para o Brasil o ícone do movimento surrealista é uma oportunidade para festejarmos o quanto o público das artes plásticas cresceu nos últimos tempos e como o Rio de Janeiro adquiriu uma nova imagem ao ser reconhecido como mais uma das grandes cidades do mundo a bater recordes de visitação em exposições de arte”, exulta. A mostra ocupa cerca de 1.000 m² do primeiro andar do CCBB e traça a trajetória do artista passando pelas diversas fases de sua produção. Será possível ver as telas do período de sua formação como pintor Retrato del padre y casa de Es Llaner , de 1920, e o Autorretrato cubista, de 1923. A fase surrealista, que deu fama mundial ao catalão, será retratada em telas que apresentam seu método ‘paranoico-crítico’ de interpretação da realidade, com obras muito significativas como El sentimiento de velocidad (1931), Monumento imperial a La mujer-niña (1929), Figura y drapeado en un paisaje (1935) e Paisaje pagano médio (1937). O acervo também conta com documentos e livros da biblioteca particular do artista, provenientes do arquivo do Centro de Estudos Daililianos, os quais dialogam com as
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CONSELHO EDITORIAL
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Coffee Break
pinturas, proporcionando ao visitante uma viagem biográfica e artística pela carreira do pintor. É o caso dos títulos Imaculada Conceição (1930), de André Breton e Paul Eluard, e Onan (1934), de Georges Hugnet. As raridades tiveram seus frontispícios assinados por Salvador Dalí e retratam as bases do surrealismo na literatura. O conjunto mostra os desenhos criados para ilustrar o livro Cantos de Maldoror (escrito em 1869 e ilustrados por Dalí em 1934), que inspirou muitos artistas do período, tanto pelo tema quanto pela descrição de um mundo onírico, tornando seu autor Isidore Lucien Ducasse – conhecido como Conde de Lautréamont – um dos precursores do movimento surrealista. As ilustrações feitas para os clássicos da literatura mundial Dom Quixote de la Mancha, de Miguel de Cervantes, e Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carrol, completam a mostra. “Queremos mostrar Dalí surrealista, mas também aquele que se antecipa ao seu tempo, que é audacioso, que defende a liberdade de imaginação do artista em sua própria criação. Ao mesmo tempo, a mostra passeia pela trajetória artística e pessoal de Salvador Dalí”, explica Montse Aguer, curadora da exposição e diretora do Centro de Estudos Dalinianos da Fundação Gala-Salvador Dalí. “Após a visita, todos entenderão sua importância como artista, não só no surrealismo, mas na história da arte. Isso significa uma importante ligação com a arte contemporânea, enquanto Dalí parte de uma compreensão e respeito pela tradição”, conclui Aguer.
SALVADOR DALÍ
Exposição: de 30 de maio a 22 de setembro De quarta a segunda, das 9 h às 21 h CCBB-RJ - Rua Primeiro de Março, 66 – Centro – Rio de Janeiro/RJ Tel.: (21) 3808-2020 / E-mail: ccbbrio@bb.com.br TN Petróleo 95
O Rio é mais surreal com Dalí
Affonso Vianna Junior Alexandre Castanhola Gurgel Antonio Ricardo Pimentel de Oliveira Bruno Musso Colin Foster David Zylbersztajn Eduardo Mezzalira Eraldo Montenegro Flávio Franceschetti Gary A. Logsdon Geor Thomas Erhart Gilberto Israel Ivan Leão Jean-Paul Terra Prates João Carlos S. Pacheco João Luiz de Deus Fernandes José Fantine Josué Rocha Luiz B. Rêgo Luiz Eduardo Braga Xavier
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artigos 78 Regulação do setor de óleo & gás em Moçambique, por Henrique Rojas e Paulo Ragee 82 Maré de incertezas exige executivos preparados, por Marcelo Lavall
Ano XIV • Número 95 • maio/jun 2014 Foto: Instituto Aço Brasil
84 Indústria naval e conteúdo local: muda a regra?, TN PETRÓLEO
por Júlia Motta
Marcelo Costa Márcio Giannini Márcio Rocha Melo Marcius Ferrari Marco Aurélio Latgé Maria das Graças Silva Mário Jorge C. dos Santos Maurício B. Figueiredo Nathan Medeiros Paulo Buarque Guimarães Roberto Alfradique V. de Macedo Roberto Fainstein Ronaldo J. Alves Ronaldo Schubert Sampaio Rubens Langer Samuel Barbosa
opinião
Nova instrução normativa sobre o Repetro, de Paulo Cesar Rocha, diretor Executivo da LDC Comex
Fornecedores do Vale do Aço avançam no mercado de óleo e gás Desafio Brasil x China Sucata gera aço
70 pessoas 72 produtos e serviços 87 feiras e congressos 88 fino gosto 90 coffee break 92 opinião
ESPECIAL: AÇO
UMA INDÚSTRIA produz DE AÇO que óleo e gás Indústria naval e conteúdo local: muda a regra?, por Júlia Motta
Cobertura especial:
Regulação do setor de óleo & gás em Moçambique, por Henrique Rojas e Paulo Ragee Maré de incertezas exige executivos preparados, por Marcelo Lavall
Entrevista exclusiva
Nº 95
4 editorial 6 hot news 10 indicadores tn 36 eventos 60 perfil profissional 63 caderno de sustentabilidade
ESPECIAL AÇO: UMA INDÚSTRIA DE AÇO QUE PRODUZ ÓLEO E GÁS
seções
Ano XV • maio/junho 2014 • Nº 95 • www.tnpetroleo.com.br
João Candido Gonçalves da Silva, diretor de Competitividade Naval da Enseada Indústria Naval
Uma enseada de grandes projetos
editorial
Bola na área! E
m tempos de Copa do Mundo, o setor de óleo e gás no Brasil tem que driblar alguns desafios para avançar e marcar um ‘gol’ no cenário mundial do petróleo, no momento passando por grandes mudanças nas Américas, regiões que concentram as atenções da indústria mundial. Prova disso é a OTC 2014, que reuniu quase 110 mil pessoas em Houston (EUA) em sua 45ª edição – a maior de todos os tempos – na qual se apresentaram em torno de 2.600 empresas de 43 países. No centro das atenções, o Golfo do México e o próprio México, país que vive uma fase de flexibilização do setor petrolífero, atraindo investidores do mundo inteiro. O pré-sal brasileiro também continuou na vitrine dessa feira – o Pavilhão Brasil sempre é um dos grandes destaques, reunindo empresas brasileiras e players internacionais que atuam no país, incluindo a TN Petróleo e T&B Petroleum, sempre presentes nos últimos 15 anos. Com a bola rolando e a disputa acirrada por investimentos, o Brasil vai ter de manter o foco e acertar o meio de campo para não perder sua posição. Em meio às denúncias envolvendo a Petrobras, acirradas pela campanha eleitoral que vai definir a manutenção ou não da presidente da República Dilma Rousseff no poder, o país registra alguns avanços. A produção de petróleo e gás natural alcançou uma média de 2,643 milhões de barris equivalentes por dia – 2,119 milhões de barris diários de petróleo e 83,4 milhões de m³ por dia de gás natural. E a produção no pré-sal chegou a 483,4 mil barris de óleo equivalente por dia, sendo 395,9 mil barris diários de petróleo e 13,9 milhões de m³ por dia de gás natural. Esses são dados consolidados no mês de março, de acordo com o último boletim veiculado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), de maio, antes do fechamento desta edição. Ou seja, a linha ascendente vem sendo mantida, graças aos esforços da Petrobras para dar a partida em novas unidades de produção e elevar a eficiência operacional de seus ativos nas principais bacias produtoras. Tanto que a agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P) manteve o Grau de Investimento da companhia, com nota de crédito ‘BBB-’ com perspectiva estável: a agência considera que as atividades de E&P são ‘fortes’, distinguem-se em termos de escala, qualidade, reposição e acesso a reservas, além de posição dominante da petroleira em toda a cadeia da indústria de petróleo (refino, transporte e distribuição) no Brasil. Isto, sem dúvida, eleva os ânimos da cadeia de fornecedores que apostam em uma demanda crescente por bens e serviços. É o que você encontra na matéria de capa desta edição, que mostra como o setor de aço vem se preparando para atender à demanda por produtos cada vez mais sofisticados. O que todos esperam é que a indústria brasileira de óleo e gás tenha a ‘têmpera do aço’, para manter-se em campo e marcar o gol dos cinco milhões de barris/dia até o final da década! Benício Biz Diretor da Benício Biz Editores
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editorial
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hot news
Com 13 concessões marítimas e sete unidades de produção offshore, a Unidade de Operações de Exploração e Produção do Espírito Santo (UO-ES) ganhou sua vez no Programa de Aumento da Eficiência Operacional (Proef) da Petrobras. Lançado no dia 5 de maio, na capital capixaba, o programa ganha uma abordagem diferente de sua meta inicial, voltada para a recuperação da eficiência operacional de sistemas de produção que apresentavam resultados decrescentes. Na UO-ES, o objetivo é manter a eficiência elevada, através de ações estruturantes específicas e metas a serem definidas para cada sistema de produção. A versão revisitada do Proef foi lançada na sede da Petrobras, em Vitória, pela presidente da Petrobras, Graça Foster, em cerimônia que reuniu ainda o diretor de Exploração e Produção, José Formigli, o gerente geral da Unidade de Operações de E&P do Espírito Santo (UO-ES), José Luiz Marcusso. Também participaram as gerentes executivas de Engenharia de Produção, Solange Guedes, e de Serviços, Cristina Pinho, ambas da diretoria de E&P da petroleira. De acordo com o último Boletim Mensal de Produção, divulgado pela petroleira no dia 3 de maio, a produção diária de petróleo – condensado e líquido de gás natural (LGN) – da companhia no estado em março alcançou o volume recorde de 348,4 mil barris. O salto na produção se deve à entrada em operação da plataforma P-58, no dia 17 de março, e que já produzia, no início e maio, cerca de 50 mil barris
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Na busca da eficiência, UO-ES ganha Proef
por dia de petróleo no pré-sal do Parque das Baleias. Também contribuíram para o recorde a entrada em produção dos poços terrestres de Inhambu-37 e Inhambu-41, que levaram a produção terrestre do estado a cerca de 16 mil barris por dia, e os bons resultados de eficiência operacional obtidos por todos os sistemas de produção da UO-ES. Ao todo, a unidade opera seis navios-plataforma, uma plataforma fixa, oito estações terrestres de tratamento de óleo e duas unidades de tratamento de gás. O programa estruturante apoia o Plano de Negócios e Gestão da companhia e foi elaborado inicialmente para alinhar ações voltadas para a recuperação da eficiência operacional dos sistemas de produção da Unidade de Operações da Bacia de Campos (UO-BC). Resultados – Graça Foster lembrou os resultados já obtidos nas unidades em que o programa é desenvolvido desde 2012. Na UO-BC, por exemplo, a companhia obteve um ganho de 25 mil barris por dia (bpd) em 2012 e de 21 mil bpd em 2013.
“A eficiência operacional naquela unidade subiu de 71,7% em 2012 para 75,4% em 2013. E agora em 2014 acabamos de fechar o mês de abril com uma eficiência operacional no patamar de 80%”, destacou a executiva. Outro resultado positivo pode ser observado na Unidade de Operações do Rio de Janeiro (UO-Rio), onde o programa viabilizou o acréscimo de 42 mil barris à produção diária do ano passado, com elevação da eficiência operacional daquela unidade para 92,4% em 2013, tendo atingido 96% em abril deste ano. José Formigli ressaltou que a área do Espírito Santo é extremamente importante para elevação da curva de produção da Petrobras: “Neste terceiro momento do Proef, é hora de olhar para a UO-ES, preservando a sua eficiência.” Antes da cerimônia, os executivos da Petrobras estiveram no navio PLSV (Pipe laying support vessel) Seven Phoenix, que realiza a instalação do gasoduto da P-58. Esse tipo de embarcação é responsável pelo lançamento e recolhimento de linhas ao mar e conecta as plataformas aos sistemas de produção.
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P-62 entra em operação no campo de Roncador
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Parceria entre Deloitte e Nasa tem foco no setor de E&P
A unidade de produção P-62 entrou em operação no campo de Roncador, na Bacia de Campos, no dia 12 de maio. Do tipo FPSO (unidade que produz, armazena e transfere petróleo, na sigla em inglês), a plataforma tem capacidade para processar diariamente até 180 mil barris de petróleo e 6 milhões de m 3 de gás natural. Segundo a Petrobras, a P-62 está instalada em profundidade de água de 1.600 m, é parte integrante do projeto Módulo 4 do campo de Roncador. Nela serão interligados 22 poços, sendo 14 produtores de óleo e gás e oito injetores de água. A exportação de óleo da plataforma será realizada por meio de navios aliviadores e o escoamento de gás natural por gasoduto conectado da plataforma até a rede de escoamento de gás da Bacia de Campos. Conteúdo nacional – A obra, que gerou cerca de cinco mil empregos diretos e 15 mil indiretos, alcançou 63% de índice de conteúdo nacional. A construção dos módulos de processamento de óleo e compressão de gás da plataforma foi feita
Dados da P-62 Capacidade de processamento de óleo: 180 mil barris/dia Capacidade de tratamento e compressão de gás: 6 milhões m³/dia Conteúdo local: 63% Capacidade de tratamento de água de injeção: 42 mil m³/dia Capacidade de geração elétrica: 100 MW Profundidade de água: 1.600 m Peso total da plataforma: 60.500 toneladas no Rio de Janeiro. Estes módulos foram transportados para o estaleiro Atlântico Sul (EAS), em Ipojuca (PE), onde ocorreu a construção dos módulos de painéis elétricos e de geração principal de energia, bem como a integração de todos os módulos no casco da plataforma. A P-62 trabalhará em conjunto com as plataformas de produção P-52, P-54 e P-55, já instaladas no campo de Roncador.
A indústria de petróleo e gás ganhou uma parceria de peso para a área de Exploração e Produção (E&P) em águas profundas. A Deloitte, organização especializada em consultoria e auditoria, fechou aliança com a Nasa (National Aeronautics and Space Administration) para auxiliar o setor no aperfeiçoamento das ferramentas de gestão de riscos que englobam essas atividades. As soluções oferecidas utilizam técnicas operacionais empregadas no espaço sideral. A aliança foi anunciada no dia 20 de junho por representates da Deloitte, juntamente com o astronauta William Bill Mc Arthur Jr., que trouxe exemplos reais de como lidar com riscos e implementar uma gestão prévia de projetos de alta complexidade. Eles anunciaram que uma equipe formada por especialistas irá apoiar empresas no diagnóstico de possíveis riscos nos negócios, além de recomendar as mais modernas tecnologias a serem aplicadas quando forem detectadas não conformidades. “Os desafios enfrentados nesses dois segmentos são muito parecidos. Os profissionais dessas áreas lidam com equipamentos complexos e com grande potencial para catástrofes”, afirmou o sócio da Deloitte, Carlos Vivas. Para ele, a indústria de óleo e gás tem procurado se aperfeiçoar cada vez mais e agora será possível aplicar novas técnicas na exploração e produção de petróleo. TN Petróleo 95
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hot news
O Grupo CBO – formado pela Cia. Brasileira de Offshore, Estaleiro Aliança, Estaleiro Oceana e Aliança Offshore – batizou e entregou o 21º navio da frota da empresa no dia 8 de maio: o CBO Ipanema. Foi o primeiro barco de apoio marítimo entregue à Petrobras desde que o controle do grupo foi assumido pela Vinci Partners, P2Brasil e BNDESPar. A embarcação, do tipo PSV 4.500 (Platform Supply Vessel), que vai atuar no suprimento de plataformas de produção de petróleo offshore, já iniciou suas operações para a petroleira. A principal característica desta unidade é a capacidade de transportar fluidos utilizados nas operações de perfuração de poços de petróleo. A propulsão do CBO Ipanema é diesel-elétrico, uma solução aprovada no mercado mundial que dá maior flexibilidade no uso do conjunto de motores, principalmente nas aplicações que exigem muitas manobras – como é o caso do suprimento a plataformas de petróleo e sondas de perfuração. Além de sistema de posicionamento dinâmico, esse PSV possui sistema de comunicação de dados e de voz de última geração, via satélite, que permite a troca de dados em tempo real. Construída no Estaleiro Aliança, em Niterói, a unidade teve financiamento do Fundo da Marinha Mercante (FMM), do Ministério dos Transportes, por meio do agente financeiro Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES), e incentivos dos governos federal e estadual. 8
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PSV CBO Ipanema é batizado no Rio
CBO Ipanema Tipo: PSV Comprimento total: 88,8 m Comprimento LPP: 82 m Boca: 19 m Pontal: 8 m Calado máximo: 6,5 m Porte bruto: 4.500 toneladas Propulsão: diesel-elétrica Geração de energia: 1 x 360 / 4 x 1.710 kW Propulsores laterais: 2 x 800 kW Velocidade: 14 nós A cerimônia de entrega aconteceu no Píer Mauá, no Centro do Rio de Janeiro, e teve como madrinha Elza da Conceição Coelho Fortes, esposa do primeiro funcionário da CBO, Abelardo Fortes, atual coordenador de manutenção dos motores dos navios de propulsão diesel-elétricos, os mais modernos da frota da empresa. “As pessoas são o verdadeiro fator de produtividade. Através de Dona Elza demonstramos a trajetória vencedora do Abelardo
Fortes, que ingressou na companhia em 1978 e, atualmente, é o coordenador de manutenção certificado pelo fornecedor dos motores”, afirmou o presidente do Grupo, Luiz Maurício Portela. Frota em expansão – A CBO venceu a licitação da Petrobras para operação de mais dois navios de apoio marítimo tipo PSV, e de quatro navios de reboque, suprimento e manuseio de âncoras (AHTS). Estas novas encomendas se somam à construção de dois navios tipo OSRV (Oil Spill Response Vessel) encomendados pela Asgaard Navegação. Todos serão construídos no Brasil, nos estaleiros do Grupo: Aliança, Oceana e Aliança Offshore. “Com os novos acionistas, a empresa está confiante no seu posicionamento dentro do mercado de serviços offshore e de construção naval. Esta é uma nova fase dentro da bem-sucedida existência da companhia”, finalizou Portela.
O grupo Kongsberg está celebrando neste ano de 2014 seu aniversário de 200 anos. Dois séculos de conquistas, inovações e transformações. Uma jornada que começou na Noruega, com o pioneirismo na área de tecnologia global. Estamos orgulhosos e com certeza prontos para mais 200 anos. Junto com os nossos funcionários e clientes, sempre prontos para o próximo desafio.
kongsberg.com
KM.KONGSBERG.COM
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indicadores tn
Brasil é penúltimo no ranking de patentes válidas
O
último relatório anual da Organização Mundial de Propriedade Intelectual (Wipo), vinculada à Organização das Nações Unidas (ONU), mostra que o número de patentes válidas no Brasil está muito atrás de países considerados referência em inovação. O levantamento, feito entre os 20 maiores escritórios de concessão de patentes no mundo, traz dados de
2012 e aponta os Estados Unidos em primeiro lugar, com 2,2 milhões de patentes, seguido do Japão, que tem 1,6 milhão. Depois estão China (875 mil), Coreia do Sul (738 mil), Alemanha (549 mil), França (490 mil), Reino Unido (459 mil) e até o Principado de Mônaco (42.838). O Brasil está na 19ª posição, com 41.453 patentes válidas. São 211 a mais que o último lugar, ocupado pela Polônia. No bloco
dos Brics, todos estão na frente: seguidos pela China aparecem Rússia (181 mil), África do Sul (112 mil) e Índia (42.991). “Uma patente é requerida e concedida para tecnologia, seja de produto inédito ou para aprimorar alguma invenção. O número de patentes é um dos fatores que refletem o grau de inovação de um país. O Brasil precisa estar mais bem equipado para
Opep eleva previsão de demanda por petróleo em 2014
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TN Petróleo 95
Produção de países-membros da Opep e não membros – maio/2012 a abril/2014 Produção de países-membros da Opep
mb/d (Opep) 32
Outros países produtores
mb/d (total) 92
se manter no mesmo nível este ano, segundo a entidade, devido ao mercado estável, com o preço do Brent rondando o valor de US$ 100. Há a expectativa de um pico de demanda por petróleo no Brasil no segundo semestre graças à realização da Copa do Mundo, em junho, quando é esperado um uso maior de combustíveis nos setor de transportes tanto o rodoviário, como o mercado de aviação, avalia a entidade. Sobre a demanda de um modo geral para este ano, a Opep espera um ligeiro crescimento, acompanhando as expectativas de crescimento da economia em torno de 2%; assim, nada
Abril 14
Fev 14
Mar 14
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Dez 13
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31
Maio 12
O relatório da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) apontou que a demanda por petróleo este ano deve crescer 1,14 milhão de barris em 2014 em relação ao registrado no final do último ano. De acordo com o documento, esta previsão deve se manter até pelo menos a reunião do dia 11 de junho. “Juntamente com o aumento em curso da oferta de fora da Opep, a atual produção da entidade contribuirá para satisfazer plenamente a demanda esperada, resultando em um mercado razoavelmente equilibrado este ano”, lê-se em seu relatório. A produção de petróleo da Opep subiu em abril com relação a março, mas se manteve abaixo da meta de fornecimento estabelecido pela entidade, de 30 milhões de barris diários; e isso aconteceu em grande parte devido à escassez do produto na Líbia. De acordo com fontes secundárias citadas pelo relatório, a produção da Opep aumentou em 131 mil barris por dia (bpd), para 29,59 milhões de bpd, em grande parte em função do aumento da oferta do Iraque e Arábia Saudita. A produção de petróleo deve
muda com relação à opinião apresentada no relatório do último mês. Com relação à produção brasileira, incluindo a de biocombustíveis, a Opep espera uma revisão para cima das suas expectativas esse ano com volume total chegando a 2,7 milhões de barris por dia, 2,74 mb/d, 2,84 mb/d e 2,9 mb/d, respectivamente em cada trimestre. Já a Agência Internacional de Energia divulgou em seu relatório mensal sobre o mercado petrolífero que o consumo mundial de petróleo este ano será em média de 92,8 milhões de barris por dia, um volume 65 mil barris superior ao estimado em abril.
dar agilidade ao exame desses pedidos”, alerta o gerente executivo de Política Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), João Emílio Padovani Gonçalves. De acordo com a Wipo, o número de pedidos de patentes cresceu 9,2% em 2012 – um recorde nos últimos 18 anos. Dos 20 países pesquisados, 16 registraram crescimento. Os maiores foram na China (24%), Nova Zelândia (14,3%), México (9%), Estados Unidos (7,8%) e Rússia (6,8%). No Brasil, também houve aumento de 5,1%. Longa espera – No Brasil, o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) é responsável por receber os pedidos, examinar e conceder, ou não, o direito de patente. Entre 2003 e 2013, foram concedidas 34.189 patentes. Em média, 3.108 por ano. Além de o volume ser baixo em relação a outros países, o tempo médio de espera por uma resposta do Inpi quase dobrou no mesmo período. Em 2003, no caso de invenção, a demora era de pouco mais de seis anos. Em 2008, passou a ser de nove anos. Em 2013, chegou a 11 anos. Dependendo da área em que o direito de patente é requerido, a demora pode ser maior. No ano passado, os registros que mais esperaram pela concessão foram os de Telecomunicações (14,2 anos). Em seguida, vieram Alimentos e Plantas (13,6 anos); Biologia Molecular (13,4 anos); Física e Eletricidade (13 anos); Bioquímica (12,9 anos); Computação e Eletrônica (12,6 anos); Farmácia (12,3 anos); Agroquímicos (12,2 anos). Uma das causas dessa longa espera aparece quando analisada a relação entre o número de examinadores do Inpi e a quantidade de pedidos que estão na fila – o chamado backlog. Em 2012, havia 225 profissionais para avaliar 166.181 pedidos de patentes. Eram 738 pedidos por examinador. No ano passado, caiu o número de examinadores e aumentaram os pedidos: eram 192 para 184.224. A relação passou para 980 pedidos de patente por examinador. Na Europa, em 2012, eram 363.521 pedidos para 3.987 exami-
nadores. Cada um com 91,2 pedidos para analisar. Enquanto isso, nos Estados Unidos, no mesmo ano, a situação era bem mais confortável: 603.898 pedidos para 7.831 examinadores, ou 77 pedidos por examinador. De acordo com a Lei de Propriedade Industrial (n. 9.279/1996), a partir da data de depósito no Inpi, a patente de invenção tem prazo de validade de 20 anos e a de modelo de utilidade, 15 anos. Essa última se refere a um objeto, ou parte dele, com nova forma que resulte em melhoria funcional ou de sua fabricação. A demora é compensada pela mesma lei que assegura que o prazo de vigência não seja inferior a dez anos para a patente de invenção e a sete anos para a patente de modelo de utilidade, a contar da data de concessão. Assim, uma patente de invenção de Telecomunicações, por exemplo, depositada em 1999 e concedida em 2013, terá prazo de validade até 2023. Mas, por se tratar de tecnologia, a longa espera prejudica. Agenda de recomendações – A Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), liderada pela CNI, construiu uma agenda de recomendações para aprimorar o ambiente de negócios em propriedade intelectual. Entre elas, a redução do tempo de exame de patentes no Inpi para, no máximo, quatro anos; e a ampliação do quadro de examinadores e investimentos em informatização, além de estabelecer acordos de cooperação técnica com outras instituições internacionais de concessão de patentes de referência. A ideia é acelerar a análise de patentes sem a perda da autonomia do Inpi. “Quando o empresário pede o direito de patente, ele tem o objetivo de proteger sua invenção e também a expectativa de negócio. Essa demora fragiliza tanto a invenção quanto possíveis negócios. Depois de tanto tempo, a tecnologia certamente estará ultrapassada e o produto obsoleto”, alerta a coordenadora do Programa de Propriedade Intelectual da CNI, Diana Jungmann. TN Petróleo 95
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Fusões e aquisições no setor de O&G aumentaram 125% em 2014 O número de fusões e aquisições no setor de óleo e gás neste primeiro trimestre registrou um aumento de 125% se comparado ao mesmo período do ano passado. Durante os três primeiros meses de 2014, foram concretizadas nove operações contra quatro em 2013. Esses dados constam em uma pesquisa realizada trimestralmente pela KPMG com 43 setores da economia brasileira. Do total de negociações deste primeiro trimestre, três fusões foram domésticas (entre empresas locais). Organizações de capital majoritário estrangeiro adquiriram duas empresas brasileiras estabelecida no país (CB1) e duas sediadas no exterior (CB5). Uma organização de capital majoritário brasileiro adquiriu, de estrangeiros, empresa estabelecida no Brasil (CB3) e uma estrangeira adquiriu multinacional estabelecida no Brasil. “A realização dos leilões no ano passado e a superação dos atrasos que minavam as expectativas no
1o trimestre
ÓLEO E GÁS
MINERAÇÃO
ENERGIA
2011
4
4
5
2012
6
3
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2013
4
6
5
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1
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Brasil exigiram que a indústria de óleo e gás ficasse mais organizada, gerando assim o aquecimento do setor. Além disso, o investimento de empresas privadas no Porto de Açu e em outras iniciativas promete fomentar ainda mais essa indústria nos próximos anos”, analisa o sócio da KPMG, Paulo Guilherme Coimbra. A KPMG é uma rede global de firmas independentes que prestam serviços profissionais de Audit, Tax e Advisory, presentes em 155 países, com mais de 155.000 profissionais atuando em firmas-
-membro em todo o mundo. As firmas-membro da rede KPMG são independentes entre si e afiliadas à KPMG International Cooperative (“KPMG International”), uma entidade suíça. Cada firma-membro é uma entidade legal independente e separada e descreve-se como tal. No Brasil, a organização conta com 4.000 profissionais distribuídos em 13 Estados e Distrito Federal, 22 cidades e escritórios situados em São Paulo (sede), Belém, Belo Horizonte, Brasília, Campinas, Cuiabá, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, Joinville, Londrina, Manaus, Osasco, Porto Alegre, Recife, Ribeirão Preto, Rio de Janeiro, Salvador, São Carlos, São José dos Campos e Uberlândia.
Petrobras tem lucro menor e produção recorde no pré-sal O lucro líquido da Petrobras no primeiro trimestre de 2014 foi de R$ 5.393 bilhões, resultado 14% inferior ao 4º trimestre de 2013 e 30% menor do que o resultado do primeiro trimestre do ano passado. O lucro operacional foi de R$ 7,6 bilhões, 8% superior ao do último trimestre de 2013, principalmente pelos maiores preços de derivados e pela menor participação de derivados importados nas vendas. Segundo a companhia, o resultado operacional cresceu principalmente em função dos aumentos de diesel e gasolina ocorridos em novembro de 2013; a menor participação de derivados importados nas vendas 12
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do mercado interno; e o menor custo total com a produção de óleo e derivados; que compensaram o provisionamento de R$ 2 bilhões 396 milhões com o Plano de Incentivo ao Desligamento Voluntário (PIDV). O PIDV obteve 8.298 inscrições validadas, o que representa 12,4% do efetivo total da Companhia. A estimativa é que 55% dos desligamentos ocorram ainda em 2014 e que a redução de custos alcance R$ 13 bilhões no horizonte 2014-2018. O resultado financeiro líquido ocorrido no 1º trimestre foi negativo em R$ 174 milhões, porém, comparando com o 4º trimestre
de 2013, foi R$ 2 bilhões 847 milhões mais favorável devido à apreciação cambial (3,4%). O pré-sal alcançou novo recorde de produção mensal, chegando a 395 mil barris de petróleo por dia (bpd), em março. O resultado é 2,4% acima do recorde anterior, registrado em fevereiro (385 mil bpd). Contribuiu para esse recorde a produção do primeiro poço interligado a uma Boia de Sustentação de Riser (BSR), no campo de Sapinhoá, iniciada em fevereiro. Esse poço vem apresentando desempenho acima da média e mantém-se como o melhor poço produtor do país, com aproximadamente 36 mil bpd.
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O indicador de produção da indústria brasileira fechou o mês de abril com 47,3 pontos, queda de 1,5 ponto percentual na comparação com o mês de março (48,8). O dado, que consta na Sondagem Industrial feita entre os dias 5 e 14 de maio, foi divulgado no dia 21 de maio, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). De acordo com a entidade, esse é o sexto mês consecutivo em que o índice fica abaixo dos 50 pontos. Foram ouvidas 2.045 empresas, sendo 800 pequenas, 751 médias e 494 grandes. A CNI usa a escala de 0 a 100, o valor indica queda quando fica abaixo de 50.
Foto: Stock.xcng
Produção industrial mostra tendência de queda
Outro indicador importante é o da utilização da capacidade instalada, que ficou em 71%, dois pontos percentuais abaixo do
Produção da Petrobras de óleo, lgn e gás natural
DJ Oil & Gas (%)
Período de 10/2013 a 03/2014
17.03.2014
Produção de óleo e LGN (em mbpd) - Brasil Outubro Novembro Dezembro
Janeiro Fevereiro
Bacia de Campos
1.555,9
1.505,1
1.497,6
1.449,5
1.426,3
1.442,8
Outras (offshore)
203,7
250,1
266,4
271,0
295,9
284,0
Total offshore
1.759,5
1.755,2
1.764,0
1.720,4
1.722,2
1.726,8
Total onshore
200,0
201,5
199,9
196,2
201,3
199,1
1.956,7
1.959,5
1.963,9
1.916,6
1.923,5
1.925,9
Fevereiro
Março
Total Brasil
Março
Produção de GN sem liquefeito (em mm³/d)* - Brasil Outubro Novembro Dezembro
Janeiro
Bacia de Campos
23.619,1
22.930,4 22.980,1 22.606,3 22.199,8 23.041,0
Outras (offshore)
17.233,0
22.656,4 24.378,4 23.302,8 25.238,9 24.939,4
Total offshore
40.852,1
45.586,8 47.358,5 45.909,1 47.438,8 47.980,4
Total onshore
15.729,2
15.709,3 15.949,9 16.607,9 16.646,0 16.379,8
Total Brasil
56.581,3
61.296,1 63.308,4 62.516,9 64.084,8 64.360,2
Outubro Novembro Dezembro
Janeiro
Fevereiro
Março
108,9
106,1
100,6
112,5
115,3
126,9
15.534,5
15.743,7
2.533,2
2.550,3
Produção de GN sem liquefeito (em mm³/d) - Internacional Exterior
15.439,2
14.943,7
14.861,4
15.153,6
Produção total de óleo, LGN e de gás natural (em mboe/d) Brasil+Exterior
2.515,1
2.536,3
2.550,1
2.511,5
14
TN Petróleo 95
0.63 0.32 Variação no período: 8.29%
bovespa (%) 17.03.2014
19.05.2014
0.34 -1.15 Variação no período: 18.65%
dólar comercial* 17.03.2014
19.05.2014
2.349 2.205 euro comercial* 17.03.2014
19.05.2014
3.27 3.02 Variação no período: -7.79%
(*) Inclui gás injetado. (**) Em 2003 inclui os dados da Petrobras Energia (ex-Pecom).
19.05.2014
Variação no período: -5.96%
Produção de óleo e LGN (em mbpd)** - Internacional Exterior
registrado no mesmo mês de 2013 (73%). A utilização da capacidade instalada em relação ao usual caiu para 42 pontos, abaixo do que é esperado para o mês. Os números mostram que a estocagem da indústria voltou a subir, com o indicador de evolução de estoques em 51,4 pontos em abril. As grandes empresas, em destaque, registraram 53,3 pontos na mesma comparação. O nível de estoques efetivo em relação ao planejado para a indústria subiu para 50,4 pontos, informou a CNI. Nas grandes indústrias aumentou para 52,9 pontos, mostrando que há excesso de estoques no segmento.
Fonte: Petrobras
*Valor de venda, em R$
A agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P) reafirmou sexta-feira, 16/5, a nota de crédito da Petrobras em ‘BBB-‘ com perspectiva estável, mantendo o Grau de Investimento da companhia. A reafirmação do rating foi baseada na combinação entre as avaliações do perfil de risco de negócio, do perfil de risco financeiro, assim como da liquidez. A avaliação do perfil de risco do negócio considerou que as atividades de E&P são
Foto: Divulgação
Standard & Poor’s reafirma classificação de risco da Petrobras
“fortes” e se distinguem em termos de escala, qualidade, reposição e acesso a reservas, além de posição dominante não somente em exploração e produção, mas em toda cadeia da indústria de petróleo, como refino, transporte e distribuição no Brasil.
Período: 17.03.2014 a 19.05.2014 | ações ações ações ações
petrobras R$
R$
ON 12,02 16,83
R$
PN 12,57
Variação no período: 39.09%
R$
17,94
Variação no período: 40.38%
VALE R$
R$
R$
R$
ON 29,31 29,47 PNA 26,00 26,64 Variação no período: 0.72%
Variação no período: 2.07%
CPFL
BRASKEM
R$
R$
R$
ON 12,38 12,88 PNA 14,78 Variação no período: 3.12%
R$
14,79
Variação no período: 2.00%
petróleo brent (US$) 17.03.2014
106.39
19.05.2014
109.44
Variação no período: 1.01%
petróleo WTI (US$) 17.03.2014
98.08
19.05.2014
102.32
Variação no período: 3.47%
FRASES
“Se excluirmos o provisionamento de R$ 2,4 bilhões em relação ao Plano de Incentivo à Demissão Voluntária (PIDV), o lucro operacional deste primeiro trimestre teria sido praticamente igual ao lucro do primeiro trimestre do último ano.” Graça Foster, presidente da Petrobras, na teleconferência sobre os resultados do primeiro trimestre – 12/05/2014
“A nossa recomendação é para isso. Fazer no ano que vem fora do pré-sal e outra de pré-sal só no fim de 2016. Essa é a nossa posição, mas não significa que o CNPE não possa ter outra opinião. Já será difícil atender essa demanda toda e imagina se colocamos mais um leilão de pré-sal na praça?” Magda Chambriard, diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). 02/05/2014 – Agência Estado
“Localizar petróleo nas profundezas do oceano é uma coisa, trazê-lo para a superfície e levá-lo até uma refinaria é outra. O otimismo permanente da Petrobras, de que todos esses problemas vão ser resolvidos, não ajuda muito - nem a falta de transparência sobre os custos do petróleo produzido.” José Goldemberg, ex-secretário de Ciência e Tecnologia da Presidência da República, no artigo “As perspectivas do pré-sal”, publicado no jornal O Estado de S.Paulo – 19/05/2014
“Queremos tecnologias geradas por empresas nacionais no país, queremos laboratórios de P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) instalados no Brasil. Essa possibilidade começa a ser vislumbrada.” Luciano Coutinho, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) - Agência Brasil - 15/05/2014
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entrevista exclusiva
Uma enseada
de grandes projetos por Beatriz Cardoso
Na reta final da implantação da Unidade Paraguaçu, em Maragogipe (BA), e pronta para dar a partida na conversão inédita no país dos cascos de quatro navios VLCCs (very large crude carrier) em plataformas FPSO (Floating Production, Storage and Offloading), a Enseada Indústria Naval (EIN), já se posiciona como um dos mais novos e modernos estaleiros do país. E em plenas condições de atender os índices de competitividade e de conteúdo local que requerem o superaquecido mercado brasileiro.
Ou seja: já ‘surfou’ a terceira onda deste setor, que enfrenta no Brasil agora o problema de competitividade e falta de mão de obra qualificada. “O diferencial competitivo da Enseada consiste na combinação da experiência de três grandes e tradicionais acionistas, a Odebrecht, a OAS e a UTC, e da tecnologia de ponta da KHI, o quarto acionista da Enseada e referência mundial no setor”, destaca João Candido Gonçalves da Silva, diretor de Competitividade Naval da Enseada Indústria Naval. TN Petróleo – Qual a carteira total hoje da Enseada? Tem algo mais além dos seis navios-sonda para a Sete Brasil e, no Rio de Janeiro, a conversão dos cascos de quatro navios VLCCs em FPSOs para a Petrobras? João Candido Gonçalves da Silva – A Enseada tem como cliente a Sete Brasil para a construção de seis sondas de perfuração do pré-sal em um contrato de US 4,8 bilhões. Adicionalmente, no Rio de Janeiro a Enseada opera no Estaleiro Inhaúma, arrendado pela Petrobras. Além de ter concluído a revitalização de suas instalações, realiza para a Petrobras a conversão de quatro navios petroleiros nos cascos das futuras plataformas P-74, P-75, P-76 e P-77 em um contrato de U$ 1,7 bilhão. Quais destes projetos vocês consideram mais desafiador ou emblemático? Por quê? O projeto Sondas, por sua grandiosidade e complexidade, representa um desafio constante para as equipes. É a primeira vez que são feitas no Brasil e, no caso da Enseada, inclui transferência de tecnologia tanto para o Brasil (no caso dos cascos) quanto para nosso acionista do Japão (no caso do topside). Como está a construção final do estaleiro? Quanto falta e o que falta? Quando o estaleiro ficará 100% pronto? A Unidade Paraguaçu está com mais de 60% de suas obras concluídas e a previsão de conclusão é março de 2015. A construção das sondas acontece simultaneamente ao processo de construção do estaleiro. Quais os principais desafios que vocês tiveram na instalação do estaleiro em simultâneo com a construção de embarcações? O principal desafio do projeto é o prazo. O projeto de alta complexidade demanda o comprometimento de toda a equipe, possibilitando atingir a meta de iniciar a produção de chapas ainda em 2014, enquanto ainda são realizadas as obras de construção do estaleiro.
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João Candido Gonçalves da Silva, diretor de Competitividade Naval da Enseada Indústria Naval
A parceria com a Kawasaki envolve a assistência técnica para implantação do estaleiro da Enseada na Bahia, o desenvolvimento da Engenharia deste projeto e a construção do casco das sondas.
Foto: Divulgação
bem-sucedidas para estaleiros na China, e os seus estaleiros em Kobe e Sakaide, ambos no Japão, são referência mundial.
Qual o grande diferencial da Enseada em relação a outros estaleiros que foram implantados em simultâneo: a parceria e a tecnologia Kawasaki Heavy Industries (KHI)? O diferencial competitivo da Enseada consiste na combinação da experiência de três grandes e tradicionais acionistas, a Odebrecht, a OAS e a UTC, e da tecnologia de ponta da KHI, o quarto acionista da Enseada e referência mundial no setor.
A experiência da Odebrecht, OAS e UTC em grandes obras e projetos no setor de O&G também foi decisiva para o sucesso da empreitada? Sim, o know-how dos acionistas brasileiros que formam a Enseada (OAS, Odebrecht e UTC) é um dos fatores decisivos para que a empresa se torne um dos principais players do setor. A KHI, que além de sócia é parceira tecnológica, tem também um histórico de transferências de tecnologias
Em janeiro deste ano, vocês foram conhecer o estaleiro da Kawasaki Heavy Industries (KHI) em Sakaide. Qual a percepção que vocês tiveram desse parceiro: eles estão confiantes com essa empreitada? Foi muito positivo o retorno que tivemos da KHI após a visita aos seus estaleiros em Kobe e Sakaide. Eles demonstraram satisfação com o andamento das obras do estaleiro na Bahia. Tem sido um aprendizado em via de mão dupla. O que vai resultar efetivamente de transferência tecnológica para a Enseada? Quais os pontos aos quais eles podem agregar mais tecnologia e expertise à Enseada? Projetos? Planejamento? Processos? Gestão? A parceria com a Kawasaki envolve a assistência técnica para implantação do estaleiro da Enseada na Bahia, o desenvolvimento da Engenharia deste projeto e a construção do casco das sondas. Em contraTN Petróleo 95
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entrevista exclusiva partida, a KHI irá absorver tecnologia na construção dos topsides das sondas. O investimento no processo de transferência tecnológica é de US$ 85 milhões, que está sendo realizado em quatro frentes: treinamento de pessoal; fornecimento do acervo técnico (procedimentos, manuais, instruções e toda a documentação necessária para a operação do estaleiro); softwares de gestão e todas as melhorias desenvolvidas ao longo dos últimos 20 anos pela KHI nos softwares de Engenharia; e assistência técnica com a disponibilização de profissionais especializados que virão ao Brasil. A indústria naval é apontada como um setor que ainda opera com um pé na modernidade, fazendo uso de alta tecnologia, e outro pé na idade média, com mão de obra massiva em canteiro de obra. O que ainda precisa ser mudado para essa indústria ganhar mais competitividade? O desafio começa na definição do objetivo e um acompanhamento contínuo para aperfeiçoamento dos sistemas, de forma a atender a produtividade planejada e a curva de aprendizado, buscando sempre a diminuição de custos e aumentando a qualidade. O atendimento das produtividades por disciplinas, com o uso de equipamentos com a mais alta tecnologia – inseridos pela metodologia da Kawasaki – e a parceria com as melhores instituições de ensino são iniciativas que farão da Unidade Paraguaçu um estaleiro de referência em qualidade e produtividade. Por que há resistência à incorporação de novas tecnologias, que, no médio prazo, vão cobrir os custos de sua implantação? Muito ao contrário, a Enseada está focada na absorção de novas tecnologias, por entender que é a principal questão para obter competitividade. Por que ainda há tantos atrasos nas encomendas junto à indústria naval? Além de mudança de 18
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100% das aquisições estratégicas já foram realizadas para as seis sondas contatadas pela Sete Brasil, assim como a grande maioria dos bulk materials e dos sistemas e equipamentos navais para a primeira sonda.
escopo de projeto, que já é fato conhecido, o que ainda emperra a chamada curva da eficiência dessa indústria? A estratégia da Enseada é cumprir os seus compromissos e os seus contratos nos prazos estabelecidos. Como aconteceu essa parceria com a empresa holandesa Gusto no projeto das sondas? Ela poderá ser repetida mais adiante? O que ela agregou ao estaleiro em termos de aprendizagem? A nossa fornecedora GustoMSC possui know-how e experiência em sondas de perfuração e trabalhou ao lado de nossa equipe durante todo o processo de transferência dos modelos 3D básicos, além de auxiliar para obter as aprovações da sociedade de classificação. Também vale ressaltar a flexibilidade para escolher o equipamento de fornecedores, o que permitiu começar a construção antes do previsto, e o design compacto exigente do Qdrill com menos aço a ser processado, o que impacta positivamente o cronograma de construção em geral e os custos.
A primeira das seis sondas da Sete Brasil está sendo finalizada pela Kawasaki (KHI), sócia da Enseada, em seus estaleiros localizados em Sakaide e Kobe, no Japão. Por que fizeram essa unidade lá? Para agilizar o pedido? Quando ela chega ao Brasil? A sonda Ondina não será integralmente construída no Japão; o topside está sendo construído no Brasil. Seu casco, que está sendo feito no estaleiro da KHI, é parte do processo de transferência tecnológica. Ele está sendo produzido por profissionais brasileiros, treinados para aplicar o conhecimento adquirido na produção das demais sondas, na Bahia, multiplicando o conhecimento. O processo de TTA foi elaborado dessa forma para que o estaleiro baiano tenha tecnologia de ponta e capacidade competitiva frente aos demais estaleiros brasileiros e também de outros países. O que falta ainda adquirir para a construção das sondas? As aquisições serão feitas no mercado local ou internacional? 100% das aquisições estratégicas já foram realizadas para as seis sondas contatadas pela Sete Brasil, assim como a grande maioria dos bulk materials e dos sistemas e equipamentos navais para a primeira sonda. As compras estão sendo realizadas nos mercados doméstico e internacional, de acordo com a estratégia de aquisição do setor de Suprimento da empresa. Essa estratégia abrange o incentivo ao desenvolvimento da cadeia local de fornecedores, inclusive por meio de uma parceria com a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb) e a formação de parcerias com empresas que tenham a capacidade de transferir tecnologia para o Brasil. Quais foram os principais itens a importar devido à indisponibilidade local? Essa indisponibilidade se deve à não fabricação
Uma enseada de grandes projetos
no país ou falta de capacidade de atendimento no prazo? Para dar um exemplo, o transporte do superguindaste Goliath, com 150 m de altura e 7 mil toneladas, capaz de içar até 1.800 toneladas, está sendo feito em diversos embarques convencionais em navios de contêineres para o porto de Salvador. Nosso foco é agregar alta tecnologia para fazer o melhor estaleiro do Brasil. Por que vocês contrataram a consultoria técnica da Forship, empresa líder em comissionamento, para acompanhar as obras dos seis navios-sonda de perfuração? Qual o escopo do trabalho da Forship? Vocês já tinham parceria com eles? A Unidade de Negócios de Consultoria Técnica da Forship foi contratada pela Enseada para prestar informações às entidades financiadoras da construção da planta indus-
trial do estaleiro em Maragogipe, que recebe financiamento do Fundo de Marinha Mercante (FMM). O contrato terá como objetivo o monitoramento da construção dos seis navios-sonda de perfuração da Sete Brasil, que serão entregues entre julho de 2016 e janeiro de 2020. Que outros parceiros locais vocês estão contratando? Faz parte da estratégia da Enseada não revelar os seus fornecedores. Como anda o processo de qualificação de capital humano da Enseada no Japão? Quantas pessoas, no total, deverão participar desse processo? Ao longo do último ano, 40 profissionais passaram aproximadamente quatro meses no Japão, no estaleiro de Sakaide. Em janeiro de 2014, outros 24 profissionais passaram pela experiência,
Nesta edição.
dos quais 20 são oriundos da Bahia, principalmente do Recôncavo Baiano, região onde está localizado o estaleiro. É uma preocupação da empresa contribuir para o desenvolvimento da região em que está localizada e deixar o conhecimento e a capacitação como legado. Em maio, outros 38 integrantes passarão por treinamentos em Sakaide. No Japão, os trabalhadores passam por treinamentos práticos e teóricos e têm a missão de multiplicar o conhecimento adquirido ao retornarem ao Brasil. O aprendizado será fundamental para a eficiência e qualidade do estaleiro. Serão treinados dois integrantes de cada área, totalizando 102 pessoas que voltarão ao Brasil para irradiar este conhecimento para outros três mil profissionais que vão atuar na operação do estaleiro.
aerodinamica
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Bons projetos e parceiros O Estaleiro Enseada Indústria Naval (EIN) planejou cuidadosamente sua implantação para ‘não ficar à deriva’ na maré da demanda aquecida.
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Foto: Divulgação
C
om uma carteira de encomendas de US$ 6,5 bilhões e investimentos na ordem de R$ 2,6 bilhões, o estaleiro que apostou na tecnologia para assegurar sua competitividade tem parceiros qualificados para gerenciar um portfólio de peso. E quer atender os clientes no prazo e com a eficiência desejada por um mercado cada vez mais exigente, assim como concluir as obras do estaleiro até março do próximo ano. Em construção em Maragogipe (BA), as seis sondas encomendadas pela Sete Brasil para operar em lâminas d’água de 3.000 m, tiveram o projeto desenvolvido em parceria com a holandesa Gusto e serão construídas a partir da transferência de tecnologia resultante da associação com a Kawasaki Heavy Industries. Todas as atividades de engenharia dos equipamentos encomendados junto a empresas locais e também dos Estados Unidos, Reino Unido, China e Noruega são acompanhadas por profissionais do estaleiro. O mesmo ocorreu com o primeiro casco, construído no Japão, por equipes integradas por profissionais brasileiros. Ou seja: a transferência de tecnologia e conhecimento vem sendo construída desde o projeto. Nas seis sondas, o estaleiro tem financiamento do Fundo de Marinha Mercante (FMM), por meio dos agentes financeiros Banco do Brasil e Caixa. Quatro sondas, a serem entregues até 2018, serão operadas pela Odebrecht Óleo e Gás, e as outras duas, com entrega
prevista para 2020, em associação com a Etesco/OAS. Sem medo de ousar – O segundo contrato também reflete o espírito inovador do EIN. Trata-se da conversão dos cascos de quatro navios tipo Very Large Crude Carrier (VLCC) em plataformas do tipo FPSO (Floating Production, Storage and Offloading), que será realizada no Estaleiro Inhaúma (RJ), arrendado pela Petrobras. As quatro unidades flutuantes de produção, armazenamento e descarga de petróleo e gás natural – P-74, P-75, P-76 e P-77– vão operar no pré-sal da Bacia de Santos em áreas de Cessão Onerosa – campos cedidos pelo Governo à Petrobras. A conversão dos cascos, que antes era realizada apenas fora do país, terá alto índice de conteúdo nacional. Cais concluído – No primeiro trimestre deste ano, a Enseada Indústria Naval mostrou que não brinca em serviço: após um ano
e nove meses, concluiu as obras civis do Cais 1, na sede de Maragogipe, que tem uma área total de 1,6 milhão de m2. O Cais, com uma área total de 5,2 mil m2, tem capacidade para atracar embarcações com até 210 m de comprimento. Está apto a receber navios com equipamentos para descarga, diminuindo assim os custos e tempo de transporte. De acordo com a empresa, a obra foi concluída 20 dias antes do prazo previsto. O estaleiro aposta que vai ter o mesmo sucesso nos cais II e III, previstos para serem finalizados em outubro e novembro deste ano, respectivamente. Quando estiver operando a plena capacidade, o estaleiro EIN poderá processar até 36 mil toneladas de aço por ano, trabalhando em regime de turno único, o que permite ampla margem de produção, construindo navios de altíssima especialização, que poderão ser fabricados simultaneamente.
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especial: aço
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Fotos: Instituto Aço Brasil
por Rodrigo Miguez
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especial: aço
Presente em toda a cadeia produtiva da indústria petrolífera, desde a broca de perfuração, chapas de navios petroleiros e plataformas offshore, até malha de dutos, refinarias e tanques de combustíveis no posto de gasolina, o aço é uma matéria-prima estratégica para este setor. Não apenas em função da demanda aquecida no país – principalmente em função da indústria naval e offshore –, como também pela necessidade de aços especiais para a confecção de equipamentos que vão operar nas mais severas condições, em terra e no fundo do mar.
O
índice de tecnologia e de investimentos em pesquisa e desenvolvimento de uma chapa de aço começou a entrar na ‘pauta do dia’ devido à exigência de conteúdo nacional para os grandes projetos do setor de óleo e gás, nos quais o aço é matéria-prima crucial e em grandes volumes. Somente no último petroleiro entregue à Transpetro, o Dragão do Mar, foram utilizadas mais de 21 mil toneladas de aço na estrutura. Mas ainda é invisível para a grande maioria das pessoas, pois elas não sabem mensurar o quanto há de investimentos no desenvolvimento de novas tecnologias na produção de aço, algo que vai além dos volumosos recursos alocados na implantação ou ampliação de uma planta siderúrgica. A modernização necessária para produzir os aços que vêm sendo demandados pelo setor petrolífero demanda investimentos em adequação da planta, nos equipamentos e processos e até mesmo em qualificação de recursos humanos. A Usiminas, uma das maiores siderúrgicas do Brasil, há 52 anos em operação, investiu nada menos que R$ 539 milhões para implantar a tecnologia CLC (Continous on Line Control). Tornou-se assim a
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números do aço Parque produtor: 29 usinas Capacidade instalada: 48,4 milhões de toneladas por ano Produção total: 34,5 milhões de toneladas Produtos siderúrgicos: 33,2 milhões de toneladas Consumo per capita: 142 kg por habitante Principais setores atendidos: construção civil, automotivo, máquinas e equipamentos, petróleo e gás, utilidades domésticas. primeira do país a ter essa tecnologia que possibilita a fabricação de aço com alta resistência mecânica, elevada tenacidade e melhor desempenho de soldagem. A tecnologia foi aplicada no final de 2012 na maior coluna de revestimento de superfície (surface casing) da história da exploração petrolífera no Brasil, em um poço com 1.650 m de profundidade, dos quais 50 m estão na camada do pré-sal. No ano passado, a Usiminas comercializou as primeiras chapas grossas produzidas pela tecnologia CLC, e que serão usadas na
conversão do casco de um VLCC (Very Large Crude Carrier, grandes navios cargueiros) em uma plataforma FPSO (Floating Production, Storage and Offloading) no Brasil. Trata-se da P-74, primeira de quatro unidades que serão convertidas no país para atender demandas da Petrobras, que vai utilizar esses FPSOs no desenvolvimento da produção do campo de Búzios (antigo Franco), área de cessão onerosa, que já teve comercialidade declarada no final de 2013. As obras terão alto índice de conteúdo nacional, incluindo o aço utilizado, uma vez que a Usiminas foi a primeira siderúrgica a receber o Certificado de Conteúdo Local para fornecimento a projetos de exploração, desenvolvimento e produção de óleo e gás. Até agora, a siderúrgica soma mais de 100 mil toneladas de chapas grossas CLC, comercializadas desde 2011.
Investimento contínuo De acordo com o vice-presidente de Tecnologia e Qualidade da empresa, Rômel Erwin de Souza, a companhia vem investindo fortemente na linha de laminação de chapas grossas da Usina de
Uma indústria de aço que produz óleo e gás PRODUÇÃO SIDERÚRGICA BRASILEIRA 14/13 Jan (%) 2014
Produtos
Jan/Mar 2013 2014(*)
AÇO BRUTO
8.323,4
8.202,8
LAMINADOS
6.307,3
6.188,7
PLANOS
3.521,7
3.608,2
(2,4)
LONGOS
2.785,6
2.580,5
SEMI-ACABADOS P/ VENDAS
1.295,4
PLACAS
1.187,9
LINGOTES, BLOCOS E TARUGOS
107,5
FERRO-GUSA (Usinas Integradas)
6.250,3
(*) dados preliminares
2.738,0 2.609,0
Março 2014(*) 2013
14/13 (%)
Últimos 12 meses
2.976,4
2.848,1
4,5
34.283,1
1.985,5
2.266,8
2.200,1
3,0
26.381,7
1.170,6
1.085,0
1.266,1
1.267,4
(0,1)
14.927,0
7,9
884,4
900,5
1.000,7
932,7
7,3
11.454,7
1.496,6 (13,4)
382,1
460,0
453,3
546,9
(17,1)
5.420,7
1.242,4
(4,4)
359,6
401,6
426,7
431,6
(1,1)
4.548,6
254,2 (57,7)
22,5
58,4
26,6
115,3
(76,9)
872,1
2.084,3
1.936,5
2.229,5
2.157,5
3,3
26.115,4
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(1,3)
Fonte: Aço Brasil
Ipatinga (MG), em especial com a instalação da tecnologia de resfriamento acelerado, e em uma nova linha de tiras a quente, na Usina de Cubatão (SP). “Esses investimentos colocaram a empresa no estado da arte para a fabricação de aços de alto conteúdo tecnológico, que atendam exigências de soldabilidade, tenacidade e resistência ao serviço ácido (sour service), características cada vez mais requeridas em aplicações para atendimento à cadeia do óleo e gás”, disse. O aço mais resistente às condições extremas nas profundidades de mais de 5.000 m de profundi-
dade, nos campos do pré-sal, são fundamentais para a segurança das operações, além da garantia da vida útil dos equipamentos, tendo em vista a presença do contaminante H2S (sulfeto de hidrogênio) no gás das bacias do Espírito Santo, de Campos e de Santos. Recentemente, a Usiminas foi homologada pela Petrobras para fornecimento do aço APIX65 Sour Service, fruto de uma parceria com a estatal e a Tenaris, para a fabricação de tubos de elevada espessura. Com isso, a siderúrgica é uma das poucas no mundo capacitada para esse tipo de atendimento.
“Desenvolvemos com a Usiminas o aço sour service (grau X65 sour), hoje o mais aplicado para projetos de linepipe em ambientes ácidos. Uma solução ideal para transportar o petróleo e o gás produzidos no campo do pré-sal – tanto que já qualificamos esse aço com a Petrobras”, pontua Márcio Marques, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Tenaris no Brasil. “Até há pouco tempo não tínhamos um fornecedor brasileiro de aço para essa aplicação. É de projetos como este que o Brasil precisa: desenvolvido com base em uma necessidade do mercado, con-
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especial: aço duzido em conjunto por grandes players”, conclui o executivo. De acordo com a companhia, este aço deve ser usado na fabricação de gasodutos do Polo Pré-sal da Bacia de Santos, do projeto Rotas 3 da Petrobras, gasoduto de 307 km que interligará o campo de Búzios, na Cessão Onerosa, a Maricá (RJ), garantindo o envio de gás etano ao Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), em Itaboraí. O próximo passo da companhia é o desenvolvimento do aço de grau X70, de maior resistência mecânica. Outro exemplo de inovação da empresa são os aços para o setor naval, produzidos por meio da tecnologia de Resfriamen-
to Acelerado, adequados à soldagem com alto aporte de calor, que garantem elevada produtividade aos estaleiros. De acordo com a Usiminas, as principais demandas do setor offshore são por aços de alta resistência mecânica para a fabricação de tubos de grande diâmetro, estruturas de plataformas marítimas, de navios e de equipamentos de refinarias.
O aço do petróleo Outra importante empresa do ramo siderúrgico que vem ampliando sua presença no setor de petróleo e gás é a Villares Metals. Sua planta lo-
calizada na cidade paulista de Sumaré produziu no ano passado 87 mil toneladas de aço e a venda do produto para o setor de petróleo já representa 20% do faturamento da companhia. O aço produzido pela Villares é aplicado em itens essenciais à extração de petróleo e gás natural, como anéis, buchas, tubos mecânicos, além de barras maciças e/ou furadas em aços ligados, presentes em plataformas, árvores de natal molhada (ANM), manifolds, cabeças de poço e risers. “O segmento de óleo e gás é um mercado no qual a Villares Metals investe constantemente com o objetivo de expandir sua atuação.
No início deste ano, a Petrobras apresentou um projeto para a criação de um polo de desenvolvimento de fornecedores da indústria de petróleo e gás, na cidade mineira de Ipatinga, na região do Vale do Aço, berço das atividades da Usiminas. Segundo a empresa, a escolha do município se deu devido à vocação metalúrgica da região. Com duração de 18 meses, o projeto-piloto para a criação dos chamados arranjos produtivos locais (APLs) – que reúnem empresas do mesmo ramo, em sistema de interação e cooperação – prevê a oferta de programas de qualificação dos fornecedores e de linhas de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Participam do projeto, como parceiros, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (Abdi) e o Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sebrae). O projeto abre novas perspectivas para as empresas da região, que têm como fortes concorrentes os fornecedores do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Bahia e São Paulo. 26
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Fornecedores do Vale do Aço avançam no mercado de óleo e gás
O trabalho e os investimentos para atender a indústria naval começaram há quatro anos, resultando num grupo de dez empresas da cidade que passaram a abastecer os estaleiros de portas, calhas de amarras, mastros e balaustradas, entre outras peças. Agora, essas companhias têm a intenção de ir além da cadeia naval, participando do fornecimento de equipamentos submarinos, exigindo a
qualificação dessas empresas para vencer a concorrência das empresas dos outros estados. Com investimentos no setor de petróleo e gás no Brasil estimados em mais de US$ 200 bilhões até 2016, as empresas da região têm muitos motivos para acreditar que há espaço para entrar nesse mercado, e esse projeto é o pontapé inicial dessa nova fase para as fornecedoras do Vale do Aço.
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especial: aço Hoje, nossos investimentos estão voltados para o nosso Centro de Usinagem para oferecer acabamento na condição Pre Clad para peças de aplicação em óleo e gás. Isso permitirá que as peças cheguem ao cliente já usinadas, faltando somente a soldagem, acabamento final e montagem”, disse Thais Carneiro Kohn, analista de Inteligência de Mercado da companhia. Com os olhos voltados também para o setor onshore, a Villares Metals vem atuando no setor químico e petroquímico, que colocará em funcionamento nos próximos anos o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e as refinarias Abreu e Lima (RNEST), em Pernambuco, Premium I e II, no Ceará e no Maranhão, respectivamente. Pensando nesse mercado, a empresa produz atualmente aços especiais destinados à fabricação de tubos, válvulas, compressores, bombas, trocadores de calor e flanges. Produtos que utilizam, em geral, barras de aços inoxidáveis e peças forjadas em aços diferenciados, que combinam alta resistência à corrosão com boa processabilidade. A Carbinox também atua em duas frentes, fornecendo equipamentos de aço para grandes refi-
Principais usinas de aço do Brasil Arcelor Mittal Usinas: 27 unidades Produção: 8 milhões de toneladas Gerdau Usinas: 14 unidades Produção: 18 milhões de toneladas Usiminas Usinas: 5 unidades Produção: 6,9 milhões de toneladas Villares Metals Usinas: 1 unidade Produção: 86 mil toneladas Vallourec Usinas: 2 unidades Produção: 460 mil toneladas narias da Petrobras e também para plataformas da companhia. Hoje, 25% dos negócios da empresa envolvem o setor de petróleo. Ao todo, a empresa já forneceu conexões e tubos de aço em liga
Desafio Brasil x China Um dos principais desafios do mercado siderúrgico nacional, hoje, é a competição, tida como desleal, com o mercado de aço chinês, que possui muitas fábricas, produzindo mais aço, e vendendo a preços muito mais baixos que os de outros países do mundo, incluindo o Brasil. O problema não é só esse. Especialistas opinam que a quantidade de aço colocada no mercado não se reflete em qualidade do produto. “A China compete em desigualdade de condições em qualquer segmento porque seu compromisso não é com o resultado ou com a economia de mercado. Pelo regime 28
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político chinês, o compromisso é com o emprego. A economia chinesa é movida basicamente por empresas estatais. Assim sendo, as condições de competição são desiguais com aquelas companhias que têm compromisso com a rentabilidade”, consideram os estudos do Instituto Aço Brasil. Segundo a instituição, as usinas siderúrgicas brasileiras estão em estágios de desenvolvimento tecnológico bem mais avançados do que as chinesas e, além disso, o IABr garante que o setor do aço no Brasil tem plenas condições de atender o mercado oferecendo maior qualidade.
e inoxidável para as plataformas P-55 e P-63, além de eletrodutos e conexões das refinarias Replan, RPBC, Regap, Refap, e para as mais recentes e mais importantes obras em andamento no setor de refino nacional, o Comperj e a RNEST. Já a Vallourec vem investindo pesado na modernização do seu parque industrial para oferecer os tubos de aço com maior qualidade para as mais diversas aplicações. No caso do setor de óleo e gás, a empresa fabrica tubos condutores largamente empregados para a condução de fluidos, sobretudo em refinarias e petroquímicas. Além disso, a empresa possui uma linha de tubos para gasodutos e os tubos OCTG (Oil Country Tubular Goods), para revestimento de poços – são tubos especiais para extração de hidrocarbonetos em ambientes críticos como os existentes na camada pré-sal.
Logística é estratégica Para melhorar a eficiência das suas operações e também de olho nos projetos do setor de petróleo e gás, a ArcelorMittal inaugurou em março, um novo Centro de Distribuição e Logística, no município de Xerém, no Rio de Janeiro. Com investimento de R$ 25 milhões, o Já na opinião do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Produtos Siderúrgicos (Sindisider), a China se coloca como uma economia de mercado, porém seu sistema político é centralizador como a maioria das indústrias estatais, ou sobre interferência do estado. O que complica a competição em igualdade de mercado. No entanto, assim como o Instituto Aço Brasil, o Sindisider reafirma a disparidade para o lado brasileiro no quesito ‘qualidade do aço produzido’. “Nossos produtos são tão bons ou melhores que os chineses, lembrando que na China existem quase 300 indústrias siderúrgicas, o que acarreta um desnível muito grande na qualidade de produção”, afirma o Sindicato.
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Bueno, o investimento se enquadra nos esforços que vêm sendo feitos com foco no mercado subsea. “A instalação de uma forjaria adensa ainda mais a cadeia produtiva disponível para a indústria de óleo e gás”, assegura ele. Estimativas dão conta que, até 2020, serão investidos US$ 100 bilhões em equipamentos submarinos. Por isso, o governo do Rio está desenvolvendo um Polo Subsea, para incentivar a vinda das empresas desse setor para o estado, o que irá manter a demanda por aços especializados de empresas como a ArcelorMittal e a Marcora.
novo Centro Logístico é visto pela empresa como estratégico. O objetivo é distribuir todo o seu mix de produtos em aços longos, planos, inox e arames para as principais obras do Rio de Janeiro, mas também oferecer seus produtos e serviços para todos os segmentos da economia como: indústria naval, automobilística, petrolífera, estruturista, entre outras. “Com as obras relacionadas aos Jogos Olímpicos 2016 e a expansão da indústria de petróleo e gás, estamos confiantes no aumento da demanda por aço”, completa o vice-presidente Comercial e Marketing da ArcelorMittal Aços Longos Brasil, Henrique Morais.
Novo player O Rio de Janeiro vai receber também uma fábrica de aços especiais na cidade de Seropédica. O projeto é uma parceria entre as empresas italianas Forgiatura Mar-
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cora e Fomec com a brasileira Gaia Partners, e prevê um investimento de R$ 120 milhões. A Codin (Companhia de Desenvolvimento Industrial do Estado do Rio de Janeiro) negociou a vinda da forjaria para o Rio e anunciou também que já há tratativas para a instalação de uma unidade de outro grupo estrangeiro do setor. “O interesse no setor de forjaria está diretamente ligado com a cadeia de petróleo e gás, que continuará crescendo muito. São empresas que atraem fabricantes de peças e outros componentes. Com isso, aumenta a oferta de conteúdo nacional nos projetos”, disse a presidente da Codin, Conceição Ribeiro. A forjaria entrará em operação em 2015 e vai disponibilizar até 40 mil toneladas por ano em aços especiais para utilização em equipamentos de exploração em águas profundas. Para o secretário de Desenvolvimento Econômico, Julio
Boas expectativas De acordo com os números anunciados pelo Instituto Aço Brasil (IABr), as vendas de produtos siderúrgicos no Brasil deverão atingir 23,7 milhões de toneladas em 2014 e o consumo aparente será de 27,2 milhões de toneladas. Todos esses números indicam uma previsão de crescimento do produto, que vem se recuperando de perdas nos últimos anos, principalmente devido à concorrência do mercado chinês e também dos altos tributos, o que, segundo a entidade, fazem o aço brasileiro ser menos competitivo em nível mundial. E a indústria de óleo e gás será uma importante mola propulsora desse segmento nos próximos anos. Para Murilo Furtado, gerente de Mercado do IABr, até 2020 devem ser utilizados cerca de quatro milhões de toneladas de aço na construção de dutos e peças usadas nos projetos, especialmente envolvendo a exploração do pré-sal.
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Ranking Financial Times 2014
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especial: aço
Sucata
gera aço
Processo sustentável garante economia de água e energia para as usinas siderúrgicas, comprovando a máxima de Lavoisier e benefícios para o meio ambiente.
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A
utilização da sucata ferrosa na produção de aço pelas siderúrgicas brasileiras vem crescendo ano a ano, gerando benefícios tanto para as indústrias como – sobretudo – para o meio ambiente. O processo de reciclagem da sucata, insumo que responde por quase 30% da produção de aço no país, reduz o consumo de energia pelas usinas em cerca de 64% em comparação ao uso de outras matérias-primas, como o minério de ferro, por exemplo. Cada tonelada de material reciclado poupa 1.140 quilos de minério de ferro e 154 quilos de carvão. “Boa parte dos metais contidos na sucata já se encontra em forma metálica, requerendo pequena quantidade de energia para a fabricação de aço, ao contrário da produção primária, muito mais intensiva”, afirma Marcos Fonseca, presidente do Instituto Nacional das Empresas de Sucata Ferro e Aço (Inesfa), que representa as empresas responsáveis por 47% de toda a sucata preparada no Brasil. Já com a água, a redução do consumo usado para a fabricação de aço, utilizando a sucata chega a 70%. Essa vantagem competitiva é uma das razões que têm levado o setor a defender junto ao governo incentivos à reciclagem do insumo. “O estímulo às empresas que comercializam e processam a sucata de ferro é benéfico à indústria de
aço e a toda a sociedade”, afirma Fonseca. O Inesfa defende que as empresas tenham acesso a linhas de créditos mais baratas para a aquisição de novas máquinas e equipamentos, com recursos do BNDES, e que sejam desenvolvidas políticas públicas que auxiliem o desenvolvimento da atividade do comércio atacadista de sucata, como depreciações aceleradas de equipamentos e isenções de tributos.
Aproveitamento poderia ser maior As empresas de comércio de sucata ferrosa no Brasil vendem mensalmente cerca de 300 mil toneladas do produto adquirido junto às indústrias, ferros-velhos e cooperativas de catadores. Esse volume é negociado quase totalmente no mercado interno. Cerca de 57% das empresas comercializam apenas no mercado nacional e 43% delas tanto internamente como no exterior. Os dados fazem parte do estudo inédito ‘Painel de indicadores setoriais para o comércio atacadista de sucata ferrosa’, elaborado pelo Grupo de Economia da Infraestrutura e Soluções Ambientais da Fundação Getúlio Vargas (FGV), a pedido do Inesfa. Segundo o economista Gesner Oliveira, ex-presidente do Conselho Administrativo e Defesa Econômica (Cade), professor da FGV e um dos autores do levantamento, ainda existe “muito desco nhecimento sobre a importância do segmento de sucata para a economia do país”. Gesner afirma que os associados do Inesfa, a maior parte concentrada no Centro-Sul do país, principalmente em São Paulo, são responsáveis por 47% de toda a sucata preparada no Brasil. Desse total, perto de 10% das empresas TN Petróleo 95
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especial: aço Principais países exportadores de sucata de ferro e de aço, em 2012 (%) Outros
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França
Alemanha
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Japão Holanda
Fonte: Trademap (ITC). Elaboração GO Associados.
analisadas respondem por cerca de 65% do total das receitas do setor. Em valores brutos, essa receita é de R$ 1,34 bilhão por ano. Hoje, a participação da sucata na produção de aço bruto no Brasil oscila hoje entre 26% e 28%, bem abaixo da média mundial, de cerca de 45%. No exterior, a sucata é tratada como commodity, com cotação internacional, e é negociada com valores de 30% a 40% mais altos do que no Brasil. O Inesfa registra que o país exporta atualmente apenas 3,5% do volume da sucata consumida no mercado interno. As exportações brasileiras representam menos de 0,01% do total mundial. O Brasil é considerado um país pequeno no comércio mundial de sucata, já que sua demanda e oferta não são capazes de influenciar em seu preço internacional. Os principais países exportadores de sucata são, respectivamente, Estados Unidos (22,1%), Alemanha (8,9%), Holanda (5,2%), Reino Uni-
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Coreia do Sul
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Canadá
Outros
EUA
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Principais países importadores de sucata ferro e de aço em 2012 (%)
Bégica
Índia China
Alemanha
Fonte: Trademap (ITC). Elaboração GO Associados.
do (7,0%) e Japão (4,9%). Juntos, os cinco países respondem por quase 50% das exportações mundiais de sucata. Os principais compradores de sucata brasileira são os países asiáticos, entre os quais Índia, China e Indonésia.
Ganhos no setor ambiental O uso da sucata apresenta inequívocas vantagens ambientais. Sua utilização nos fornos da siderurgia acarreta menor consumo de energia e combustível; gera menores emissões de gás carbônico, óxidos de enxofre e nitrogênio, monóxido de carbono e material particulado e diminui a geração de resíduos, como escória e refratário, devido ao menor desgaste de refratário. A reciclagem de sucata ferrosa gera ainda economia do espaço em aterros, o que aumenta sua vida útil, em linha com a Política Nacional de Resíduos Sólidos. “Quando se fala no uso da sucata, estamos falando do futuro, de um processo de produção mais
sustentável e racional”, afirma Oliveira. O estudo mostra que as empresas de reciclagem de sucata ferrosa contribuem também para o reaproveitamento de outros materiais, metálicos e não metálicos, que vêm misturados ao ferro e ao aço na sucata. Neste caso, ocorre maior aproveitamento do conteúdo de energia, água e matérias-primas necessárias à fabricação do bem do que se convertê-lo novamente em aço, atendendo ao princípio dos 3Rs (redução, reutilização e reciclagem). Para Gesner Oliveira, o setor vem se modernizando, ainda mais em termos de gestão e processos, o que enseja a oportunidade de ingresso na vanguarda da chamada economia verde. “As empresas devem considerar diversas oportunidades para crescerem, como o advento do Plano Nacional de Resíduos Sólidos, o maior nível de conscientização ambiental da população e a pressão para redução das emissões de gases de efeito estufa”, afirma.
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eventos
Offshore Technology Conference 2014
Indústria mundial de petróleo marca ponto na
OTC 2014
A cada ano, a Offshore Technology Conference (OTC) regista um novo recorde de público: 108.300 pessoas participaram da 45ª edição do maior evento de petróleo do mundo, realizado entre os dias 5 a 8 de maio, no Reliant Park, em Houston (EUA). A exposição também ganhou mais espaço: 63.176 m² contra 60.590 m² em 2013. O evento deste ano contou com a participação de 2.568 empresas, representando 43 países, incluindo 163 novos expositores. Empresas internacionais representaram 44% dos expositores.
Fotos: TN Petróleo e Barchfeld Photography
A Área total: 63.176m² Visitantes: 108.300 Empresas: 2.568 Países: 43
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s novas tecnolo gias de exploração e produção, e os avanços em segurança ainda continuam na pauta de discussões da conferência da OTC 2014, mas a reforma na política energética no México e o crescimento da participação feminina no mercado de energia foram alguns dos tópicos enfatizados nesta edição do evento, que teve nove painéis, 308 trabalhos técnicos e 29 apresentações de executivos em almoços e cafés da manhã. A importância da arqueologia marinha e de estudos ambientais na indústria de óleo e gás e o impacto da revolução da exploração
por Maria Fernanda Romero
de fontes não convencionais em terra no setor offshore foram alguns dos destaques da conferência. As oportunidades de negócios no México nortearam diversos painéis de debates. Mais de 150 professores da região de Houston e 200 estudantes participaram do Instituto de Educação Energia, ação que mostrou, de forma descontraída, alguns conceitos científicos de energia e sua importância no mundo moderno. Estudantes universitários de diversos países também se envolveram, participando da conferência ‘University R&D Showcase’, um programa dedicado aos jovens profissionais para apresentação de seus projetos de pesquisa.
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eventos
Texas A&M TEES, University of Texas at Austin, University of Michigan, University of Connecticut, Houston Community College foram algumas das instituições americanas presentes ao evento – com a participação de pesquisadores da University of Cambridge, do Reino Unido.
Bom-dia, Brasil Apesar de o México ter sido o destaque desta edição da OTC, o pré-sal brasileiro, que responderá por 28% da produção de petróleo no país em 2020, foi o tema do primeiro café da manhã, moderado pelo presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), João Carlos França de Luca, componente do Conselho da diretoria da OTC. Oswaldo Pedrosa, presidente da Pré-Sal Petróleo S/A (PPSA), apresentou os principais pontos da mudança da legislação na área de exploração no Brasil, com destaque para o regime de partilha exclusivo para essa região. Elencou os principais dados de Libra, pontuando aspectos relacionados à cadeia de suprimento e os respectivos desafios tecnológicos e operacionais.
Pedrosa avaliou o evento como altamente positivo, pois foi uma oportunidade para esclarecer dúvidas quanto à atuação e função da PPSA e a influência governamental na exploração do pré-sal. “Enfatizei que somos o parceiro do consórcio que vai desenvolver o projeto e que temos interesses potencialmente convergentes com todos os operadores”, observou. “A PPSA tem uma tarefa crucial que é verificar custos e aprová-los para que os investimentos feitos sejam recuperados em volume de óleo produzido, ao mesmo tempo
Tecnologias mais inovadoras Doze tecnologias foram distinguidas este ano pela OTC com o Spotlight on New Technology Award 2014, programa criado para mostrar as tecnologias mais recentes e avançadas da indústria offshore: 1. Baker Hughes (LaunchPRO™ Wireless Top Drive Cement Head) 2. FMC Technologies (ISOL-8 Pump/ Offshore Loading Arm Footless) 3. GE Oil & Gas (SeaLytics™/ Zenith GFI™ Ground Fault Immune ESP Monitoring System) 4. Geoservices (FLAG Fluid Loss and Gain Detection Service) 5. Halliburton Drill Bits and Services (TDReam™ Tool)
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6. SBM Offshore (Very High Pressure Fluid Swivel) 7. Schlumberger (Seismic Guided Drilling Pore-Pressure Prediction Ahead of the Bit) 8. Weatherford (CasingLink™) 9. West Production Technology AS (SwarfPak Technology) 10. WesternGeco (IsoMetrix Marine Isometric Seismic Technology) O objetivo da premiação, realizada a cada edição do evento, é reconhecer soluções inovadoras que impactam de modo significativo a exploração e produção offshore mundial. Também foram distinguidos Carl Arne Carlsen, da DNV, por sua contribuição à indústria quanto às questões de segurança e confiabilida-
que deve acompanhar todos os planos e programas para garantir que a maximização dos resultados seja obtida”, frisou o executivo. E mais: afirmou que o mercado brasileiro já está ciente do papel e das funções da PPSA, e que os players internacionais já começam a compreender que esse ente representativo do governo é fundamental quando se tem um contrato de partilha da produção. “O governo entra levando sua parte em óleo e ainda permite que haja recuperação de custos operacional e de capital”, explica. de de estruturas offshore móveis e as aplicações práticas da gestão de riscos (OTC Distinguished Achievement Award for Individuals); e a empresa BP (OTC Distinguished Achievement Award for Companies, Organizations or Institutions) pela tecnologia Losal ® EOR. O Heritage Awards, que distingue uma pessoa pela liderança e pioneirismo, foi entregue a Susan Cunningham, por sua contribuição técnica no Golfo do México, África Ocidental, e as regiões do Mediterrâneo Oriental. Cunningham é atualmente vice-presidente sênior da Noble Energy para o Golfo do México, África, novos mercados e negócios inovadores.
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eventos
Indústria brasileira enfatiza
oportunidades Com a ida de empresas e instituições brasileiras da indústria do petróleo, reunidas por conta da OTC, eventos paralelos apresentaram ao mercado internacional os potenciais negócios do setor no Brasil para o intercâmbio de negócios com empresas estrangeiras.
P
or ocasião da feira, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) promoveu mais uma edição do seminário ‘Invest in Brasil’ em Houston. De acordo com Sérgio Ferreira, da gerência executiva de investimentos da Apex-Brasil, o evento teve como foco a atração de investimento estrangeiro direto para o setor de petróleo e gás e reuniu 110 participantes, entre representantes de empresas estrangeiras e parceiros brasileiros interessados em investir no Brasil. A programação incluiu palestras de representantes da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Petrobras, Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp), Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (Abdi) e Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip). Ao final do evento, os representantes estados do Rio Grande do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro falaram sobre as oportunidades de investimentos em suas regiões. O evento teve o apoio do Ministério
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do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Alguns dos destaques do encontro foram as palestras da Petrobras. Na ocasião, o assessor da Presidência da Petrobras para Conteúdo Local e coordenador executivo do Prominp, Paulo Sergio Rodrigues Alonso, anunciou que 17 mil pessoas serão capacitadas para trabalhar na indústria de petróleo e gás natural até 2016. Para chegar a esse número, o executivo informou que foram levadas em consideração as demandas para os 45 projetos mais importantes da Petrobras e dos principais estaleiros brasileiros. O Prominp foi criado em 2003 com o objetivo de aumentar a participação dos fornecedores brasileiros de bens e serviços em projetos de petróleo e gás no Brasil e no exterior. “Uma das maiores áreas de atuação do Prominp é a qualificação profissional. Em 2003, nós estávamos realmente com falta de muitos profissionais para trabalhar na indústria do petróleo.
De 2006 até 2013, capacitamos 97 mil pessoas, entre técnicos, engenheiros e outros profissionais para trabalhar para esse segmento no Brasil”, informou Paulo Alonso. O executivo ressaltou a parceria com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) para desenvolvimento desse campo no país. “Desde 2004, a Petrobras e o Sebrae investiram US$ 41 milhões num acordo e mais de 13 mil micro e pequenas empresas no Brasil foram beneficiadas por ele.” Como resultado, o número de micro e pequenas empresas nos cadastros locais de fornecedores da Petrobras subiu de 14 mil em 2004 para 19 mil – números atuais. No mesmo evento, o engenheiro Ronaldo Martins, gerente de Desenvolvimento de Mercado da área de Materiais, abordou o suprimento de itens críticos e requisitos de cadastramento para fornecedores da Petrobras. Para dimensionar a demanda da companhia para os próximos anos, ainda mais em virtude do pré-sal, o engenheiro lembrou que até 2020 serão necessárias 24 novas unidades de produção para o pré-sal brasileiro, tanto na Bacia
de Santos quanto na de Campos. Destas, oito serão destinadas aos campos de Lula e Iracema e cinco ao campo de Búzios. “Estes projetos e as respectivas demandas não incluem o campo de Libra”, lembrou Martins. De acordo com o Plano de Negócios e Gestão 2014-2018, a companhia demandará, entre outros itens, 873 mil toneladas de tubos. Quantidades de bombas e árvores de natal molhada (conjunto de válvulas instalado em poços marítimos) também foram citadas, entre outras demandas para os próximos anos, que compreendem o PNG 2014-18, destacou o executivo. “São números muito expressivos”, qualificou Martins. Ele também falou sobre a importância de desenvolver tecnologia de ponta junto com os fornecedores. “Hoje temos tec-
nologia de risers (tubos) flexíveis para até 2.200 m e queremos ir mais fundo. Estamos sempre trabalhando em conjunto com os fabricantes de risers flexíveis, há três no mundo e todos estão no Brasil”, informou. O engenheiro mostrou o caminho para se tornar fornecedor da Petrobras, e enfatizou: “Devido à escala proporcionada pelo portfólio de nossos projetos,
há enormes oportunidades para as empresas estrangeiras no mercado brasileiro de fornecedores de bens e serviços e de engenharia.” O campo gigante de Libra, no pré-sal brasileiro da Bacia de Campos, também foi dos temas fortemente abordados no tradicional café da manhã promovido pela Câmara de Comércio BrasilTexas (Bratecc), que reuniu cerca de 400 empresários. Oswaldo
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eventos
Pedrosa, presidente da Pré-Sal Petróleo S/A (PPSA), também deu palestra, tratando do consórcio de Libra. Ele indicou as novas regras de exploração aplicadas ao regime de partilha e o papel da PPSA no pré-sal. Para ele, o principal desafio do pré-sal são as altas exigências de conteúdo local frente à necessidade de rápido desenvolvimento da área. Anelise Lara, gerente executiva da Petrobras para a área de Libra, apresentou o cronograma do
campo, que tem seu primeiro Teste de Longa Duração (TLD) previsto para o final de 2016. Enfatizou que serão necessários 11 sistemas de produção submarinos entre 2020 e 2030. “A quantidade de conteúdo local exigido para cada etapa de desenvolvimento de Libra varia de acordo com o calendário,
RJ e RS fecham acordo de cooperação com a Bratecc A Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços do Estado do Rio de Janeiro (Sedeis) e a Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (Agdi), firmaram em Houston um acordo de cooperação com a Câmara de Comércio Brasil-Texas (Bratecc), durante o evento da associação. O Governo do Estado do Rio de Janeiro, representado pela Sedeis, assinou também com a Bratecc um memorando de cooperação técnica para desenvolvimento de negócios entre o Rio e o Texas. O convênio destina-se à área da cadeia de suprimento de óleo e gás, especificamente para o setor subsea, foco do cluster do Rio de Janeiro – o cluster já tem acordos assinados com o governo irlandês e norueguês. “Esse acordo com a Bratecc vai identificar e mobilizar empresas americanas locais com o perfil técnico que nós precisamos para levar parcerias ou investimentos para o Rio de Janeiro. Vamos desenvolver trabalhos conjuntos de desenvolvimento de fornecedores da cadeia de suprimento de óleo, gás e subsea”, explica o subsecretário estadual de Energia, Logística e Desenvolvimento Industrial, Marcelo Vertis. Na ocasião, a Agdi assinou um memorando de entendimento com a câmara para maximizar esforços a fim de estimular e implementar ações conjuntas e coordenadas de desenvolvimento de negócios na cadeia
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de fornecedores de equipamentos e serviços. “Precisamos dar visibilidade para o Rio Grande do Sul e a Bratecc tem uma excelente influência em Houston. Temos um excelente parque de manufatura e ótimas condições para montarmos uma cadeia de fornecimento
processos e volume de produção, mas independentemente disso já sabemos que o conteúdo local exigido para os bens e serviços ao longo de todo esse processo de exploração e produção será um desafio”, comentou. O bloco de Libra está localizado em águas ultraprofundas no pré-sal da Bacia de Santos. A área possui 1.547,76 km2 e foi descoberta com a perfuração do poço 2-ANP-0002ARJS, em 2010.
para óleo e gás no estado. Queremos atraí-las para se instalarem na região ou fazer negócios com as empresas locais”, disse Aloísio Nóbrega, vice-presidente da Agdi. O Rio Grande do Sul concentra cerca de 120 empresas da cadeia de fornecimento de óleo e gás. A região está concentrada com a área marítima e possui uma carteira de projetos de cerca de R$ 9 bilhões nos estaleiros. Rio Grande conta com três estaleiros e a AGDI quer atrair mais um quarto, mas com foco em reparo naval.
Acordo de cooperação com a Câmara de Comércio Brasil-Texas (Bratecc) e a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços do Estado do Rio de Janeiro (Sedeis) e a Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (Agdi), durante o evento da associação.
Memorando de cooperação técnica para desenvolvimento de negócios entre o governo do Estado do Rio de Janeiro (Sedeis) e a Bratecc.
O presidente da Investe São Paulo (Agência Paulista de Promoção de Investimentos e Competitividade), Luciano Almeida, comentou brevemente o projeto do novo polo industrial de petróleo e gás do estado de São Paulo, que prevê investimentos de R$ 750 milhões na Baixada Santista. O Polo vai gerar outros ganhos para a região como a Logística integrada de produção, além do Programa de Inovação Tecnológica e Competitividade Empresarial. A preocupação de conteúdo local foi reforçada por Paulo Alonso, ao falar sobre a política de conteúdo local da Petrobras e ressaltou a importância da indústria brasileira em oferecer seus produtos em bases competitivas e sustentáveis, bem como manter o foco na “inovação contínua”. “Temos de trabalhar em conjunto com fornecedores, universidades brasileiras e estrangeiras. Assim, a inovação é um aspecto fundamental da nossa política”, destacou.
Por fim, reafirmou a política da Petrobras de incentivo a fornecedores estrangeiros a se instalarem no Brasil e fez um convite aos representantes das empresas presentes à palestra. “Muitas empresas estrangeiras estão vindo para o Brasil com sua própria marca e elas estão tendo muito sucesso. Não é uma decisão fácil, muitas variáveis devem ser avaliadas, mas não demorem muito a tomar suas decisões, porque o trem está andando muito rápido.” Magda Chambriard, diretora-geral da ANP, fechou o encontro da Bratecc indicando
que os projetos brasileiros representaram grandes investimentos por muitos anos e as diversas áreas onshore e offshore, contratadas em 2013, deverão resultar ainda mais investimentos exploratórios. “No Brasil, as oportunidades exploratórias vão muito além do pré-sal. Este ano, por exemplo, a ANP está focando seus estudos na área da margem leste brasileira”, finalizou a diretora.
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eventos
Pavilhão
renovado
Com novo layout, o Pavilhão Brasil, organizado pelo Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), na OTC, completou este ano sua 16ª edição. A tradicional participação brasileira na feira tem por objetivo, desde o seu início em 1999, promover a indústria brasileira internacionalmente e o sucesso dessa iniciativa pode ser medido pela crescente participação das empresas.
Q
uando começou, eram apenas seis empresas participantes em um espaço de menos de 100 m². Quinze anos depois, o Pavilhão levou 45 empresas brasileiras para Houston e uma demanda contínua para aumentar ainda mais o espaço – atualmente com 830 m². A OTC também é sempre uma oportunidade para que estas empresas conheçam novas tecnologias e serviços e ampliem seu networking. Assim, neste ano foi agregado um mezanino ao Pavilhão com o objetivo de ampliar a área de convivência dos expositores e, dessa forma, proporcionar mais conforto para a participação das empresas. O Pavilhão Brasil foi integrado em sua maioria por empresas de pequeno e médio porte com foco no fornecimento de bens e ser-
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viços para o setor. São empresas fabricantes de equipamentos como válvulas, compressores, sistemas de automação para plataformas, material anticorrosivo, laboratório de pesquisa e empresas de engenharia. Além dos fornecedores, contam também com presença de importantes organizações brasileiras ligadas à indústria. Na busca por maior competitividade do setor no país e atração de novos investimentos, empresas brasileiras marcam presença na feira, apesar de indicarem algumas dificuldades de mercado, como ausência de previsibilidade do setor e falta de incentivos governamentais.
Engenharia inteligente Participante pelo quarto ano consecutivo, a brasileira Radix destacou em seu estande o Sistema de Gestão de Interfaces, desenvolvido pela própria empresa.
O sistema parte da criação de uma metodologia baseada em processos e sistemas que visam garantir que todos os contratados de um empreendimento trabalhem com as informações corretas, evitando problemas de comunicação e atrasos, não onerando o projeto. “No caso das oito plataformas replicantes do pré-sal, o número de interfaces entre a Petrobras e seus contratados é enorme e, justamente para lidar com esse desafio, o sistema foi desenvolvido. Ele permite que a Petrobras possa garantir que todos trabalhem com a informação correta e atualizada, evitando inconsistências nas interfaces entre um contrato e outro”, observa Flávio Guimarães, sócio e diretor de Novos Negócios da Radix. Há dez meses a Radix conta com uma subsidiária americana e, para Guimarães, essa realidade é um diferencial comercial, pois a empre-
sa atenderá com mais eficiência os clientes dos EUA. “Além de possuirmos um escritório em Houston, também estamos certos que o nosso portfólio integrado é vantajoso, pois oferecemos ao mercado uma combinação de serviços que abrange consultoria, engenharia, automação e desenvolvimento de software. Esse fra-
mework dificilmente é encontrado em uma única empresa, tanto nos EUA como no Brasil. O Sistema de Interfaces de Gestão que vamos apresentar é um exemplo da nossa capacidade”, comentou Guimarães. De acordo com o diretor da Radix, o mercado americano é importante para qualquer economia do mundo e para qualquer
empresa que quer crescer. “No setor de óleo e gás, Houston é a capital mundial, onde as principais empresas do mundo estão presentes. Como sofremos uma estagnação nos últimos dois anos nesse setor no Brasil, a saída para continuar crescendo foi vir para o mercado americano, onde tivemos uma experiência muito positiva no TN Petróleo 95
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passado. E o crescimento esperado não se restringe a volume de negócios, mas visa o desenvolvimento de novas tecnologias em parceria com as empresas daqui”, concluiu. O presidente da Radix, Luiz Eduardo Rubião, o vice-presidente João Chachamovitz, e o gerente de Desenvolvimento de Negócios do escritório de Houston da Radix, Kyle Frogge, também estiveram presentes no evento.
Tecnologia oceânica Referência mundial em pesquisa e desenvolvimento, o Laboratório de Tecnologia Oceânica (LabOceano) esteve com um estande no Pavilhão Brasil, pois aposta no networking com o mercado mundial durante o evento. Com equipamentos de última geração e uma infraestrutura somente encontrada em poucos laboratórios no mundo, o LabOceano está capacitado para prestar serviços em hidrodinâmica experimental, hidrodinâmica computacional e em modelagem numérica de sistemas navais e oceânicos, além do desenvolvimento de projetos de pesquisa e de treinamento de pessoal. Joel Sena Sales, gerente de engenharia naval do LabOceano, conta que mais de cem projetos, dentre eles acadêmicos e de empresas como a Petrobras, já foram realizados no laboratório. “Atualmente estão realizando um ensaio para a Petrobras no tanque e também um projeto de análise de hidrodinâmica computacional (CFD / Computacional Fluid Dynamics). A maior parte (60% dos projetos do laboratório) são da Petrobras. Os demais englobam projetos para instituições de fomento como a 46
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Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj). Trabalham no laboratório funcionários da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e seus professores e alunos, e também cerca de 50 pessoas contratadas pela Fundação Coppetec.
engenharia em projetos de óleo e gás, energia, mineração e tecnologia da informação, considerou a movimentação na feira muito boa nesta edição. A companhia foi para a feira com várias reuniões pré-agendadas com potenciais clientes, fornecedores e parceiros. Apesar de ter nascido na área de óleo e gás, a Forship observou um crescimento de mais de 35% no ano passado na área de mineração, cujo maior cliente é a Vale. No setor sucroenergético, a companhia trabalha com projetos para a BP em usinas de biocombustíveis em Goiás e Minas Gerais. A HMSWeb, um spin-off da Forship Engenharia, especializada no desenvolvimento de soluções de TI para o gerenciamento e controle de projetos de engenharia, também marcou presença no evento, destacando seu produto principal, e também inspiração para o nome da empresa, o software HMSWeb©, Handover Management System, uma solução completa para gestão da completação mecânica e do comissionamento. Luciano Gaete, gerente de TI da Forship, responsável pela HMSWeb, indicou que a empresa em parceria com a Forship, possui um plano de investimento para abertura de um escritório nos Estados Unidos, provavelmente em Houston, em até dois anos. “Na OTC também conversamos com órgãos do governo americano, que promovem a instalação de empresas e investimentos estrangeiros no país, sobre esse escritório”, contou.
Escritório nos EUA
Novos mercados
A Forship Engenharia, que atua na área de comissionamento, soluções e outros serviços de
A Oceânica, especializada em projetos de engenharia naval e oceânica, participou mais uma
pavilhão brasil Estande 1117 Área: 530 m2 Empresas: 36 Entidades: Abenav e Agdi Empresas participantes: Açoforja, Adelco, Altona, Altus, Chemtech, EBR, Emdoc, Fechometal, Ferral, Flexomarine, Forship, Gascat, Grupogp/Swanson, LFM, Keppel Fels Brasil, Laboceano, MFX do Brasil, MRM, Navium, Netzsch, Nuclep, Oceanica, Orteng, Poland, Radiomar, Radix, Rio Engenharia, Rockwell Automation, Roxtec, Sandech, STX Engemar, Superquip, T&B Petroleum Magazine, Vanasa, Vulkan do Brasil e Weg. Estande 1241 Área: 300 m2 Entidades: ANP, Firjan, Onip e OTC Brasil 2015 Empresas: CSL e Oxifree
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Da esquerda para a direita, Antonio Claudio Pereira da Silva, diretor da PPSA; Milton Costa Filho, secretário-geral do IBP; Marcelo Vertis, subsecretário de Energia, Logística e Desenvolvimento Industrial do Estado do Rio de Janeiro; Antônio Guimarães, secretário executivo de E&P do IBP; João Carlos de Luca, presidente do IBP; Oswaldo Pedrosa, presidente da PPSA; e Nelson Delduque, da Abimaq/Vanasa Multigás.
vez da OTC, mas a comitiva deste ano contou com uma equipe de seis engenheiros da Oceânica e HBR Holding Brasil, que reúne as empresas HBR, Oceânica, Tegris e Ener. De acordo com Daniel Cueva, diretor da Oceânica, a companhia foi para a OTC, principalmente com o objetivo de prospecção de outros mercados como América Latina, Colômbia, México e Angola. A empresa já fornece serviços de engenharia para essas regiões, mas a ideia é ampliar esse escopo de atendimento e fornecer outros serviços e pacotes. “Estamos começando a estabelecer representações e missões de prospecção para tentar levantar oportunidades para esses mercados”, explica. Atualmente, a Oceânica está envolvida em projetos de topsides e casco para a maior parte dos FPSOs (Floating Production Storage and Offloading) em cons-
trução, dos THDs (Total Head Dynamic) dos replicantes – até os da cessão onerosa –, e na parte dos equipamentos a empresa tem fornecido para todas as unidades, desde a P-66 até a P-77. A Vanasa Multigás, fabricante de equipamentos para o mercado de gás natural, também está mirando novos mercados. Segundo Rogério Reis dos Santos, gerente comercial da Vanasa Multigás, a empresa tem apostado no mercado do Oriente Médio, principalmente Arábia Saudita e no Norte da África, em especial Nigéria e Angola. “A OTC é estratégica para a companhia nesta direção. O mercado americano ainda é fechado para essa área de equipamentos para gás natural, mas na feira fizemos contato com esses países”, explicou. A empresa brasileira assinou recentemente um contrato de três anos para recertificar os sistemas de medição das 16 plataformas da
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A Mecan é a única empresa no Brasil a oferecer o QuikDeck®, uma plataforma de trabalho suspensa desenvolvida especialmente para o uso em locais restritos. Fácil de montar e adaptável aos mais diversos tamanhos e formatos, a plataforma foi projetada para otimizar os seus custos de mão de obra. Entre em contato com a Mecan e saiba mais.
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eventos
Unidade de Operações da Petrobras no Rio de Janeiro (UO-Rio). No país, a Vanasa Multigás possui fábrica em São Paulo e escritórios no Rio de Janeiro, Bahia, Recife e Rio Grande do Sul.
Vedação A Roxtec Latin America, especializada no desenvolvimento, fabricação e vendas de soluções de vedação completas para penetrações de cabos e tubos, levou uma equipe maior para o evento deste ano. O objetivo foi aumentar a rede de contatos com clientes brasileiros e buscar maior proximidade com investidores estrangeiros interessados no mercado de óleo e gás do Brasil. Com sede no Rio de Janeiro, a empresa sueca conta com especialistas baseados em Porto Alegre e São Paulo. Marcelo Campos, gerente geral da Roxtec no Brasil, contou que no momento a empresa está mais focada nos contratos de barcos de apoio. A companhia fornece soluções modulares para vedação de cabos e dutos, que têm a função de aumentar a taxa de disponibilidade dessas unidades, de modo a permitir uma substituição ou adição de cabos de maneira fácil e rápida, oferecendo maior confiabilidade e menor tempo de parada. Gerenciamento de poços A britânica Expro demonstrou na OTC suas novidades em serviços e equipamentos, além de toda sua linha de produtos. Segundo Jean Moritz, diretor-presidente da empresa para América Latina, a participação da equipe brasileira na OTC é extremamente importante para a equipe conhe48
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Dagmar Brasílio, TN Petróleo, João Carlos Pacheco, ABS Consulting, Lia Medeiros e Benício Biz, ambos da TN Petróleo, durante evento do ABS Group no Royal Sonesta Hotel.
cer as demandas e tendências mundiais, além de prospecção de negócios e fortalecimento de relacionamento com clientes e fornecedores. Os equipamentos da Expro Meters, nova tecnologia que atende principalmente a gama de operações de FPSO (navio-plataforma flutuante de produção, processamento, estocagem e distribuição) foi um dos destaques no estande da empresa. Recentemente essa tecnologia – que atua na medição de dados de fluxo de óleo e gás – chegou ao Brasil e demais países da América Latina onde a Expro possui operações. A Expro atua desde a delimitação e a exploração até a otimização e o desenvolvimento de campos maduros. Na feira, a empresa expôs diversas tecnologias, como o CaTS, um sistema de telemetria sem cabo, considerado um dos carros-chefes da empresa; a câmera HawkEye V, com tecnologia de
ponta; a ExACT, uma ferramenta multifuncional de fechamento de fundo e circulação para operações de drill stem testing (DST) ou tubing conveyed perforating (TCP), entre outros. A Expro opera nas principais áreas produtoras de óleo e gás, empregando mais de cinco mil pessoas no mundo. A empresa oferece serviços de exploração e avaliação, sistemas de segurança submarinos, perfuração e completação, fluxo de limpeza, produção e intervenção e integridade do poço. Com mais de 400 funcionários, a Expro Brasil possui bases operacionais em Macaé (RJ), São Mateus (ES), Mossoró (RN) e Catu (BA); e escritórios em Salvador (BA), Natal (RN) e Manaus (AM). O Rio de Janeiro abriga a sede da empresa para a América Latina. Entre seus principais clientes estão Petrobras, BP, Petra Energia, Total e Queiroz Galvão Exploração e Produção (QGEP).
T&B Petroleum and TN Petróleo magazines
Rio Oil & Gas 2014 special issues opinião
Nova lei anticorrupção: qual será o impacto na esfera
trabalhista?, de Mariana Schmidt, especialista em Direito do Trabalho do escritório Ferreira & Schmidt Consultoria Jurídica.
Combustíveis em alta Mais aço para a indústria Capital de energia: São Paulo não quer parar Ano XV • mar/abr 2014 • Nº 94 • www.tnpetroleo.com.br
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O QUE FOI PERDIDO A complexidade dos riscos marítimos, por Antonio Lleyda Dispute boards: a redução do risco de judicialização de conflitos com subcontratados, por Alexandre Sion, Giovanni Peluci Paiva e Mariana de Souza Galan Campos maduros, um ativo estratégico: análise do processo produtivo para campos de petróleo em reativação, por Eduardo Oliveira Telese, Ednildo Andrade Torres e Francisco Gaudêncio M. Freires Como as petroquímicas podem prosperar com o boom do LGN, por José de Sá
Entrevista exclusiva
Luiz Germano Bodanese, presidente da Gaia
A reinvenção da Gaia
opinion
Fifteen years of the Petroleum Law: progress and outlook,
OIL I GAS I BIOFUELS
by Maria D’Assunção Costa, lawyer, Ph.D. in Energy from IEE/USP
Seismic surveys: tracking down the oil Norway: a technological ocean crossing Rio Oil & Gas 2012 Preview: Three decades of international recognition
Year XIII • September 2012 • Issue 33 • www.tbpetroleum.com.br
Special: Petrobras Business Plan
PETROBRAS wILL INvEST
US$ 236.5 BILLION By THE yEAR 2016
The current context of the Brazilian oil and gas industry, by Claudia Rabello
Special issue
Concession and sharing beyond semantics, by Antonio Bastos A. Sarmento
Leads industry agenda for flare gas recovery, by Bjørn Eiken Hartveit
Special interview:
Francisco Itzaina, president of Rolls-Royce for South America
Full-speed ahead for offshore energy
Contact us: dagmar.brasilio@tnpetroleo.com.br Phone: +55 21 3221 7521 TN Petróleo 95
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eventos
De olho no Brasil Atentas às demandas do pré-sal e do crescimento offshore brasileiro, companhias estrangeiras de equipamentos e serviços anunciaram investimentos no Brasil durante esta 45ª edição da OTC.
A
irlandesa JDR Cable Systems
unidade foi de cerca de R$ 20 milhões.
de mais de US$ 100 milhões. A com-
anunciou durante a OTC um
Com capacidade de produção de 400
panhia tem projeto e fabricação na Ir-
centro de serviços em Macaé,
toneladas por mês de produtos certifi-
landa, Reino Unido, Holanda, Polônia,
que estará totalmente operacional em
cados, a unidade vai fabricar contêine-
Tailândia, China e Brasil, bem como
agosto deste ano. A empresa é espe-
res, cestas, tanques e demais estruturas
escritórios de vendas nos EUA, Norue-
cializada na concepção e produção de
metálicas certificadas para aplicação em
ga, Reino Unido, Austrália e Nigéria.
umbilicais, cabos de aço, termoplásti-
exploração e produção (E&P) offshore. A
O anúncio nacional do investimento
cos submarinos de energia, workover e
nova fábrica deve gerar 300 empregos
no Brasil aconteceu no dia 29 de abril
Sistemas de Controle (IWOCS).
diretos e 600 indiretos.
em Porto Alegre e, um dia antes, em
Segundo Pat Herbert, chairman da
De acordo com Marco Pfeifer, CEO
companhia, a unidade brasileira faz
da Suretank Latin America, atualmen-
parte da estratégia
te a unidade inicia
Ferramentas estratégicas – A norte-
da JDR de cresci-
suas atividades
-americana Logan Oil Tools informou
mento e desenvol-
com 70 funcioná-
que está otimista com as oportunidades
vimento global. A
rios e já possui pe-
do pré-sal brasileiro e já cogita em, no
escolha do Brasil
didos em carteira
futuro, iniciar parte de suas fabricações
se deu pelo fato de
para os próximos
no país. A empresa fabrica e comercia-
o país representar
seis meses. “Nos-
liza ferramentas de pescaria aplicáveis
um grande e po-
sa expectativa é de
à indústria de petróleo.
tencial mercado em águas profundas
que o faturamento da empresa fique
Os produtos da companhia são
no mundo, o que é fundamental para
em torno de R$ 90 milhões no prazo
vendidos há mais de 30 anos no
a experiência da empresa. O centro
de cinco anos”, indicou.
mercado mundial e há três anos ao
Caxias do Sul.
contará com 300 funcionários e servirá
Segundo John Fitzgerald, CEO
Brasil através da Mac Log Solutions,
de apoio técnico aos clientes e manu-
mundial da empresa, que também par-
criada com o objetivo de representar
tenção dos produtos da JDR.
ticipou do anúncio na OTC, a fábrica de
empresas estrangeiras especializa-
“Nossas tecnologias estão presentes
Caxias do Sul abrigará vendas, projeto,
das no mercado de óleo e gás, para o
em diversos e significativos projetos
engenharia, fabricação e marketing, e
fornecimento de produtos e serviços
submarinos em nível mundial e acre-
terá capacidade de produção e entrega
sobretudo para o segmento de Explo-
ditamos que a nossa experiência irá
imediatas, dentro dos mesmos padrões
ração e Produção (E&P).
contribuir muito para o desenvolvimento
de qualidade e nível de serviço ao clien-
do pré-sal no Brasil”, afirma. De acordo
te que mantém no resto do mundo.
De acordo com Thomas Crisp, gerente regional da Logan Oil Tools na
com o executivo, muitos dos desafios
No Brasil, a Suretank possui um
América Latina, tanto na perfuração
enfrentados pelo Brasil são semelhantes
escritório de vendas e marketing no
de um poço onshore como offshore,
aos que a companhia tem superado com
Rio de Janeiro, onde tem trabalhado
quando ocorrem problemas com os
clientes em outras partes do mundo.
fortemente nos últimos 24 meses, forne-
dutos, as ferramentas da Logan ‘pes-
Já o Suretank Group, líder mundial
cendo equipamentos para as principais
cam’ (resgatam) o equipamento, que
de soluções de engenharia para a in-
empresas internacionais de serviços de
pode ser enviado então para reparo ou
dústria de petróleo e gás, fez o anúncio
petróleo e de aluguel de equipamentos,
substituição. Com isso evitam perdas
internacional do lançamento da Sure-
por meio de um acordo de licença com
e custos adicionais para a companhia,
tank América Latina S/A, com base na
um experiente parceiro brasileiro.
que teria de interditar ou fechar o poço,
instalação de uma fábrica na cidade de
Atualmente, a Suretank emprega
Caxias do Sul (RS). O investimento da
cerca de 770 pessoas e tem faturamento
50
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interrompendo a operação, caso o equipamento não fosse resgatado.
Grupo ITW fecha parceria estratégica com Senai O Grupo ITW, que possui um portfólio de marcas que oferecem soluções integradas de soldagem, corte, acessórios, automação, entre outros, fechou parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) no valor de quase meio milhão de dólares. A empresa, que está presente em mais de 60 países e gerencia uma carteira de mais de 19 mil patentes em diversas áreas, se compromete a doar equipamentos de soldagem e corte de última geração. A parceria foi oficializada durante a OTC 2014, coroando um contato que teve início na edição 2013 do evento. Em Houston, a ITW possui um Centro de Tecnologia com 2.000 m2, no qual o Senai e seus especialistas terão um espaço para o desenvolvimento colaborativo de tecnologias associadas ao processo de soldagem e para novas pesquisas conjuntas. “A ITW tem clientes no Brasil que demandam modernos equipamentos e
profissionais que dominem essas tecnologias”, afirmou o gerente Executivo do Senai, Maurício Ogawa. Segundo ele, a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) também vai colaborar no desenvolvimento dos processos associados à utilização de novas tecnologias, no âmbito de formação ou de métodos no ambiente de soldagem. A formação de mão de obra também fará parte da parceria entre ITW e Ser-
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viço Social da Indústria (Sesi). O Grupo possui um instituto sem fins lucrativos com foco em formação para o mercado de trabalho, chamado Hobart Institute of Welding Technology (Instituto Hobart de Tecnologias de Soldagem). A intenção é agregar aos projetos do instituto o Sesi Cidadania, que promove educação profissional, melhora na qualidade de vida e acesso à cultura em comunidades com UPP instaladas, promovendo, entre outras coisas, a empregabilidade dos jovens cariocas. “Essa parceria facilita muito a execução da missão da companhia, que é assegurar o sucesso dos nossos clientes no segmento de metal e mecânica. Também vai beneficiar nossos clientes finais por meio de todo esse investimento tecnológico realizado junto com uma instituição de alta credibilidade”, afirmou o gerente de Unidade de Negócios da ITW Welding do Brasil, Amauri Simões.
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eventos
Santos Offshore 2014
Santos Offshore cresce e pode gerar R$ 114,5 milhões em negócios
As principais empresas do setor offshore destacaram produtos, novas tecnologias e novos investimentos na sétima edição do evento criado em função da Bacia de Santos, que espera ter um número maior de fornecedores da região. por Rodrigo Miguez
52
TN Petróleo 95
Fotos: TN Petróleo
O
pré-sal alavancou definitivamente a Santos Offshore para uma posição de destaque na agenda de eventos o setor de óleo e gás no Brasil. Transformado no principal encontro de negócios da cadeia de fornecedores da Bacia de Santos, o evento encerrou a sua 7ª edição com um crescimento de 20% em seus números – se comparados com feira anterior, em 2012. O evento realizado entre os dias 8 a 11 de abril, no Mendes Convention Center, em Santos (SP), recebeu 18.618 visitantes. Número mais expressivo é o da expectativa de negócios das rodadas realizadas durante a feira: R$ 114,5 milhões, dois terços do volume apurado pelo segundo maior evento do setor no mundo, a Rio Oil & Gas (que foi de R$ 152 milhões na última edição, em 2012). Para os organizadores da feira, a qualidade do público presente foi um dos grandes diferenciais desta edição. Segundo Igor Tavares, diretor de Energia da Reed Exhibitions Alcântara Machado, que realizou o evento em parceria como Instituto
Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), o nível técnico dos visitantes surpreendeu as empresas participantes.
“Atraímos 180 marcas expositoras, entre elas grandes âncoras do mercado, como a Petrobras e a Saipem. A evolução tem sido cons-
tante e nossas expectativas para a edição de 2016 são enormes. Mais de 40% das empresas expositoras já renovaram seus espaços para a próxima edição. Isso mostra, sem dúvida, o tamanho do sucesso da Santos Offshore 2014”, concluiu Tavares.
Rodada de negócios Para Alfredo Renault, superintendente da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), o grande destaque da Rodada de Negócios, organizada pela entidade em conjunto com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-SP) foi o fato de as empresas participantes terem apresentado para as companhias âncoras soluções realmente atrativas e que supriam a necessidade das grandes empresas do setor. “A avaliação que estas empresas fizeram em relação às que apresentaram seus produtos e serviços foi excelente. Mais de 90% avaliaram como sendo ótimas ou boas as soluções expostas. Isso faz com que seja grande o número de negócios a serem concretizados a partir das expectativas geradas na Rodada”, completa Renault. Já Paulo Sérgio Brito Franzosi, gerente do Sebrae-SP de Santos, acredita que as empresas paulistas do setor estão aprendendo mais sobre o mercado como um todo e cada vez mais maduras e preparadas, assim como as empresas da Bahia e do Rio de Janeiro.
O futuro da Bacia de Santos Outro grande destaque da edição de 2014 da Santos Offshore foram as conferências organizadas pelo IBP. Com o objetivo de fomentar debates de grandes temas do setor, conferências foram divididas em três grades centrais: executiva, técnica e comercial. Segundo
números Visitantes:
18.618 visitantes Rodada de negócios:
R$ 114,5 milhões Marcas expositoras:
180 marcas
Ana Guedes, gerente de Eventos do IBP, o número de pessoas que assistiram às palestras superou as expectativas. “Havia pessoas em pé em todas as sessões. Para o IBP foi uma experiência muito boa ter participado deste evento. Ficamos muito satisfeitos”, conclui Guedes. A palestra mais disputada foi a do gerente geral da Unidade de Operações de Exploração e Produção da Bacia de Santos da Petrobras (UO-BS), Oswaldo Kawakami, que teve como tema ‘Petrobras – Construindo o Futuro da Bacia de Santos’. O executivo observou que a companhia gastou apenas R$ 17 milhões com fornecedores de equipamentos e serviços da re-
gião da Baixada Santista nos últimos 15 meses. “É muito pouco! O objetivo é que 250 novas empresas sejam atendidas pelos nossos técnicos nessa feira, para credenciá-los como fornecedores”, completou. Com oito plataformas em operação na Bacia de Santos, a região já é uma realidade para a empresa. Por isso, a Petrobras aposta que, em seis anos, metade do volume de petróleo produzido no Brasil virá das águas profundas santistas. Outra apresentação que teve um grande público, incluindo estudantes, foi a do diretor de Engenharia da Saipem do Brasil, Alexandre Mitchell, que abordou o tema ‘Engenharia submarina no pré-sal’. A apresentação lotou a Sala Terra, que ficou tomada de estudantes de cursos técnicos e universitários. Mitchell abordou a situação atual da tecnologia TN Petróleo 95
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Fotos: TN Petróleo
eventos
submarina e as perspectivas para o futuro do setor.
Empresas anunciam investimentos em Santos O superintendente da Saipem do Brasil, Luca Cattedri, enfatizou a importância de um evento desse porte para a Baixada Santista. Para ele, a Santos Offshore é a oportunidade que a região precisava para se projetar ainda mais no mercado. A empresa italiana já investiu US$ 500 milhões no projeto brasileiro, sediado no Guarujá (SP) e ele afirmou que a empresa deve seguir nesse caminho. “Vamos continuar investindo na Baixada Santista. Temos um centro de tecnologia local, o qual considerou ser o diferencial na nossa empresa. Estamos fazendo treinamentos e cursos
para os nossos funcionários brasileiros”, disse. A expectativa da empresa é de que nos próximos anos o projeto da empresa na Baixada Santista se alinhe com o desenvolvimento do pré-sal. “Apostamos nessa região, porque achamos que geograficamente e, com as parcerias que encontramos, seria a condição melhor para permanecer num cenário competitivo”, aposta Luca Cattedri. O representante da Saipem elogiou a estrutura do evento e anunciou ainda que espera poder marcar presença nos próximos anos nos Santos Offshore. “Com o desenvolvimento da região haverá grandes oportunidades no mercado, para todos. Precisamos de parceiros, pessoas comprometidas e que
confiem no potencial da região. Acredito que todos juntos conseguiremos o sucesso. Por isso, espero estar aqui nas próximas edições.”, finalizou. Atenta aos investimentos planejados pela Petrobras na região, as empresas fornecedoras de produtos e serviços apostam todas as fichas para reforçar contatos no evento, que tem um papel importante para o incremento dos negócios. De acordo com Anderson Palacio, diretor de Operações da Usinagem São Paulo, a feira é uma oportunidade excepcional para conversar com clientes em potencial e fechar novos contratos. “Nossa expectativa é de que dentro de 90 dias já poderemos colher os frutos do evento”, conclui.
Destaque em medição e detecção de gases tóxicos
Entre os lançamentos, a empresa destaca: Optima 7 (foto) – Multianalisador de gases de combustão, um analisador multigás portátil para processos industriais de aquecimento, emissões e monitoramento; Novaplus – Multifuncional com analisador portátil Wireless, especialmente desenvolvido para realizar mais medições em análises de combustão; SWG 200 – Analisador contínuo para a qualidade do biogás em processos industriais. A atuação da Confor se estende a todo o território nacional também para os segmentos de mineração, alimentos, papel, farmacêutica, açúcar e álcool, automobilística, fundição, siderurgia, entre outros. Seu atendimento é diferenciado indicando aos clientes a aplicação de engenharia do produto, o que faz com que cada cliente alcance o máximo da excelência em suas operações. 54
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Foto: Divulgação Confor
Com 40 anos de experiência no mercado, a Confor Instrumentos de Medição levou para a feira suas tecnologias para o setor naval e de óleo e gás. A empresa atua na área de análise de gases de combustão e detecção de gases tóxicos ou inflamáveis. A companhia é uma das três únicas empresas no mundo a fabricar Analisadores de Gases de Combustão por absorção química para análise de Oxigênio e Dióxido de Carbono, bem como Amostradores de partículas.
Petro Brasil 2014
Petro Brasil 2014: pequenas e médias querem uma fatia maior no setor de óleo e gás A indústria de bens e serviços da cadeia de óleo e gás foi exaltada durante a edição deste ano do Petro Brasil, realizado entre os dias 8 e 10 de abril pela agência de Comunicação Zoom Out, em Niterói, no Rio de Janeiro. por Maria Fernanda Romero
A
importância da participação das micro e pequenas empresas nos projetos do setor, a ampliação do índice de conteúdo nacional e a estratégia de aquisições do EPC (Engenharia, Procurement e Construção) foram alguns dos assuntos debatidos no evento que reuniu representantes de 18 redes com cerca de 1500 empresas, grandes players, entidades de fomento e de regulamentação do setor, que integram a Rede PetroBrasil. A formação do parque tecnológico de Niterói e do cluster de subsea no estado do Rio de Janeiro, o cadastro na Transpetro também estão entre os temas estratégicos para o desenvolvimento da cadeia de petróleo, óleo e gás abordados pelos participantes. “Para a Petrobras é absolutamente estratégico ter a indústria nacional desenvolvida”, disse Paulo Alonso, assessor da presidente da Petrobras, Graça Foster, sobre a importância do conteúdo local nos projetos atuais e futuros da companhia. Segundo ele, a empresa contratou mais de 11 mil pequenas empresas, gerando um volume de negócio superior a R$ 5 bilhões, de 2005 a 2011. Outro ponto de preocupação das principais empresas e entidades do mercado, a qualificação profissional foi tema de palestra durante a Petro Brasil 2014, realizada pelo gerente de Cursos e Recursos Educacionais do Senai Rio, Allain Fonseca. Responsável pela geração de 80 mil empregos em 2013 o setor naval vive especial expansão, em
razão do pré-sal e do aumento da demanda por novas plataformas, barcos de apoio e FPSOs. Por isso, a previsão é de que nos próximos seis anos serão criados 120 mil postos de trabalho. “Existem 97 obras navais em andamento e a tecnologia brasileira não deixa a desejar para país nenhum”, comentou Sérgio Leal, secretário executivo do Sinaval, numa clara sinalização de oportunidade para empresas nacionais. “A troca de experiências entre os interlocutores promove o desenvolvimento de negócios, viabiliza novos projetos e incentiva novas ideias. Esse tipo de encontro sempre é muito bem-vindo, principalmente quando oferece um elevado nível de debates, com participantes altamente qualificados”, avalia Julio Bueno, secretário de Desenvolvimento do Estado do Rio de Janeiro.
Rodada de negócios O Petro Brasil 2014 também contou com espaço para exposição, que foi ocupado por estandes das principais empresas do setor, que também participaram da Rodada de Negócios realizada pelo Serviço Brasileiro
de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Mais de 60 empresas tiveram a oportunidade de negociar com os grandes players da indústria do petróleo, gerando uma expectativa de negócios da ordem de R$ 35 milhões. A rodada teve dez empresas âncoras: Brasco Logística, Estaleiro Brasa, Eslaleiro Eisa Petro Um, Estaleiro TCE, Heinen & Hopman, IESA, Nov, Nuclep, Oceaneering e Transpetro. Com um sistema de registro automatizado na Transpetro, através de um software, as empresas que participaram da Rodada citaram esse recurso como muito favorável para uma participação ágil nas licitações do setor que são finalizadas dentro de no máximo 20 dias com o uso da tecnologia. “Todas as empresas registradas como potenciais fornecedoras da Transpetro tem possibilidades idênticas, já que o sistema as seleciona randomicamente”, explicou o coordenador de aquisições da Transpetro, Armando Félix, destacando que pequenas e médias empresas são fundamentais para as operações da companhia. O “Petro Brasil 2014” também deixará legado ambiental e cultural, por meio da medição de créditos de carbono, doação de lonas para confecção de material promocional, confeccionado por presidiárias engajadas com a Ong Tem Quem Queira e doação de mudas de árvores para as prefeituras de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí. TN Petróleo 95
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eventos
Rio Gas & Power Forum 2014
Setor de gás quer mais
planejamento e incentivos
O Brasil tem um mercado amplo de gás natural, porém o setor deve ter mais planejamento, previsibilidade e incentivos adequados para evoluir e ser competitivo. Essa foi a principal conclusão do 5º Rio Gas & Power Forum, promovido pelo CWC Group. por Maria Fernanda Romero
M
ais de 200 participantes estiveram reunidos no Copacabana Palace nos dias 9 a 11 de abril, no Rio de Janeiro, para compartilhar seus pensamentos sobre a combinação e diversificação ideal de fontes de energias
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para o Brasil em 2020, a possibilidade de integração do gás na infraestrutura de energia e as oportunidades para os investidores nesse mercado. O 5º Rio Gas & Power Forum começou otimista; a consultoria Wood Mackenzie iniciou os
debates desta edição com um estudo sobre o mercado brasileiro de gás, no qual se observava a necessidade de novos fornecedores no país até 2020. Segundo Eric Eyberg, consultor da área de gás e energia da Wood Mackenzie, o resultado
Fotos: Divulgação
se dá principalmente devido ao crescimento da demanda nacional, acoplado com o declínio da oferta boliviana e parcialmente compensado pelo gás do pré-sal. O executivo recomendou a abertura gradual do mercado de gás brasileiro para estimular o crescimento, entretanto destacou
que os riscos e desafios a serem superados devem ser compartilhados entre todos os agentes da cadeia de gás. De acordo com a consultoria, o Gás Natural Liquefeito (GNL) tem papel essencial na matriz de transportes e deve aumentar sua participação de 1% para 10% até 2030. A previsão é de que o consumo no setor cresça de 5 bilhões de m³ para 80 bilhões de m³ nesse período. Quanto ao mercado de Gás Natural Veicular (GNV) no país, as projeções ainda são tímidas – em 2013, o consumo no segmento caiu 3,67%. Carlos Augusto Arentz Pereira, gerente de Marketing de GNL da Petrobras, apresentou previsões da estatal e indicou que a geração termelétrica a partir do gás natural vai atingir 5,4 GW em 2025 e 9 GW em 2030. “Com base em nosso plano estratégico, serão 916 MW da Petrobras a partir de 2017 e 8.100 MW, de terceiros ou Petrobras, entre 2021 e de 2030. Além disso, a demanda nacional por gás, em grande parte industrial, continuará a aumentar até 2030, embora
com taxas mais baixas”, afirmou Pereira.
Políticas públicas A Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Natural (Abegás), representada no evento por Marcelo Mendonça, gerente de Planejamento Estratégico e Competitividade, indicou os desafios do setor e comentou sobre a necessidade de políticas públicas e desoneração do gás natural como incentivo ao mercado. A Abegás vê o parque de cogeração como uma grande oportunidade para se ampliar o potencial de gás natural no país. O gerente comentou um estudo do Departamento de Energia dos Estados Unidos, o qual informa que até 2020 o país aumentará a capacidade do seu parque de cogeração em 40 MW. De acordo com esse estudo, nos próximos seis anos a demanda por equipamentos para cogeração aumentará exponencialmente. “Sem planejamento e incentivos adequados, o Brasil não conseguirá competir com a demanda americana por equipamentos e perderemos a grande oportuni-
Abraget: Brasil dependerá cada vez mais das termelétricas O Brasil dependerá cada vez mais das termelétricas para complementação da oferta de energia firme do Sistema Interligado Nacional (SIN). A afirmação foi feita durante o Rio Gas & Power Forum 2014 por Edmundo Alfredo da Silva, consultor da Associação Brasileira de Geradoras Termelétricas (Abraget). Segundo ele, somente estes insumos serão capazes de gerar oferta complementar (e necessária) para a expansão do parque de geração brasileiro. “Uma matriz elétrica mais equilibrada terá maior segurança à geração de energia elétrica, possibilitando mais desenvolvimento para o Brasil.
As termelétricas a gás, carvão e urânio não competem com as hidrelétricas, eólicas e biomassa. São fontes complementares que possibilitarão que o país não se torne dependente das condições climáticas”, disse. O executivo explicou que a despachabilidade das termelétricas é um atributo fundamental em sistema hidrotérmico, o que as diferencia das demais fontes. Assim, o Operador Nacional do Sistema (ONS) pode dispor das usinas termelétricas a qualquer momento, adicionando-as, todas as vezes que ocorrem eventos inesperados. Sobre a questão de infraestrutura de transporte de gás natural, a
Abraget acredita que é necessário expandir a rede de gasodutos para o interior do país e criar polos industriais bem como a geração termelétrica. Dentre os desafios dessa geração termelétrica, está a necessidade de comprovação de garantia do combustível por 20 anos e a penalização por falta de combustível. “O fato de ter que comprovar reservas de gás para atender aos projetos termelétricos, independente da plausibilidade da contratação dos candidatos no leilão, torna praticamente impossível que se assegure gás por 20 anos para todos os projetos candidatos”, comentou. TN Petróleo 95
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eventos
dade de expandir nosso parque de cogeração”, afirmou.
GNL Claudio Steur, diretor da SyEnergy, tratou do papel do GNL como alternativa para a complementação do suprimento energético nacional. Para ele, a produção interna reduziria o custo total e ainda seria economicamente atraente para os fornecedores e produtores de GNL no país. “O GNL onshore pode expandir a demanda de gás à frente do desenvolvimento de gasodutos”, assegurou. O executivo sugeriu a utilização de Floating Liquefied Natural Gas (FLNG), navio-plataforma de produção de gás liquefeito, no pré-sal, como solução eficaz em pequena escala, para reduzir custos e facilitar a integração com outros Floating Production Storage and Offloading (FPSOs), unidade flutuante de produção, armazenamento e transferência; e os Floating Regasification and Storage Units (FSRUs), unidades flutuantes de regaseificação e armazenamento, para fornecer flexibilidade logística ao longo da costa brasileira do pré-sal. 58
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Na ocasião, Renato Pereira, vice-presidente da Cheniere, apresentou detalhes do projeto da primeira usina de liquefação de gás dedicada à exportação em Sabine Pass, Lousiana (EUA).
Previsibilidade jurídica A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e a Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp) defenderam durante o evento, a importância da Lei do Gás e da previsibilidade jurídica do setor para seu melhor desenvolvimento no país. De acordo com Heloise Costa, assessora da diretoria da ANP, a agência continua trabalhando no processo de regulamentação da Lei do Gás para permitir a redução progressiva da concentração industrial, com o aumento da participação de novos operadores e garantir a previsibilidade legal para os stakeholders. “Precisamos incentivar mudanças na estrutura da indústria para reduzir as barreiras de entrada de novos agentes, através de uma maior transparência na formação dos preços, tornando assim o setor potencialmente mais competitivo”, comentou.
Carina Lopes Couto, superintendente de Regulação Técnica de gás canalizado da Arsesp, salientou os desafios do desenvolvimento do mercado livre de gás natural no estado de São Paulo, que hoje possui sete comercializadores e 251 potenciais usuários livres. O estado consome hoje 30% do total de gás do Brasil e possui três companhias distribuidoras de gás: Comgás, Gás Natural Fenosa e Gás Brasiliano.
Atratividade baixa O mercado de gás no Brasil concentra-se hoje em apenas duas empresas – Petrobras e OGX, no Nordeste – e elas suprem a demanda. Entretanto, há outros produtores, mas estes são obrigados a vender para a petrolífera, o que dificulta o desenvolvimento do segmento. Segundo Ieda Gomes, diretora-geral da Energix Strategy, o país precisa abrir o mercado para a competitividade, como a Europa fez. “Seria interessante que houvesse maior preocupação dos responsáveis/governo para que esses produtores também passassem a distribuir. Isso incentivaria a competição no segmento e consequentemente a redução do valor do gás no Brasil”, pontuou.
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Para Ronaldo Reimer, presidente da Exterran Energy Solutions para a América Latina, uma alternativa para essa atração de investimentos seria um modelo semelhante ao do MLP (do inglês “master limited partnership”), que combina a liquidez de uma empresa de capital aberto com benefícios fiscais de uma parceria – ou seja, o dinheiro é tributado somente quando ocorre a distribuição. Ricardo Pinto, coordenador de Energia Térmica da Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace), afirmou que o mercado de gás no Brasil só vai conseguir ajudar o país a se manter atraente quanto resolver a questão da falta de competitividade. De acordo com ele, a disponibilidade é crescente e com enorme potencial para desenvolvimento, mas falta transparência nos processos e uma política específica para a indústria, que dê um novo contexto institucional ao gás, aumente a participação dos consumidores livres e, sobretudo, promova maior entendimento entre a indústria de gás e o setor elétrico.
Mix energético De acordo com o relatório da Agência Internacional de
Energia (AIE), a geração de energia por hidrelétricas, vento, sol e outras fontes renováveis crescerá 40% até 2016 e ultrapassará a energia gerada por gás no mix energético global. Durante o evento, Sylvie DApote, sócia-diretora da Prysma E&T, comentou que o papel da geração de energia térmica na ampliação do mix de energia no Brasil será muito maior do que o previsto pelo Governo. A executiva acredita que esse cenário é uma grande oportunidade para os novos produtores onshore de gás. No entanto, para que isso aconteça, o Brasil precisa de uma política integrada de energia e gás, que leve em conta as especificidades das duas indústrias e as alterações de regulamentação, por exemplo. “As alterações de regras de leilões de energia e uma melhor regulamentação para o acesso aos gasodutos iriam contribuir muito para isso”, finalizou. Com relação ao escopo da integração da infraestrutura de gás e energia, Carlos Augusto Arentz Pereira, gerente de marketing de Gás Natural Liquefeito (GNL) da Petrobras, pontuou que a geração termelétrica, apesar de depender cada vez mais
da afluência das chuvas, chegará a 5,4 GW em 2025. E afirmou que é muito importante observar que a oferta é ainda maior que a demanda. “O grande mercado de gás no Brasil é o industrial, cerca de 78% da demanda”, comentou o gerente-geral. Segundo outro estudo da consultoria Wood Mackenzie, as importações de GNL na América Latina surpreenderam globalmente em 2013, mas ainda há incertezas quanto aos abastecimentos regionais. Na visão de Carlos Augusto Arentz Pereira, da Petrobras, esse tipo de gás continuará sendo o último recurso para os países da América do Sul, porque ainda tem preço elevado e não é competitivo. John White, sócio da Baker Botts LLP, considerou crescente a importância do GNL para o Brasil e o Cone Sul. O executivo afirmou que observa um robusto crescimento econômico através do gás liquefeito nas economias em desenvolvimento, acompanhado pelo aumento da demanda por energia. Ele enfatizou o papel das FSRUs, que agilizam a logística dessa fonte de combustível econômica, rápida, eficiente e flexível. TN Petróleo 95
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perfil profissional
O viking brasileiro da engenharia naval
Os mais de 15 anos de vivência no exterior trabalhando em países como Cingapura, Japão, Coreia do Sul e Noruega deram a Eduardo Gomes Câmara, engenheiro de aprovação da Det Norske Veritas (DNV), um know-how único em projetos navais. Há 27 anos na classificadora norueguesa, o engenheiro naval carioca aproveitou as oportunidades que surgiram na carreira e se tornou um verdadeiro cidadão do mundo. por Rodrigo Miguez
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e não fosse uma boa olhada no mural da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), talvez o hoje Eduardo Câmara estivesse trabalhando no ramo automobilístico como engenheiro mecânico. Foi assim, no momento da inscrição para o curso de engenharia mecânica, que começou a carreira do engenheiro de aprovação da DNV, que sempre sonhou em fazer carreira na Marinha. Como não conseguiu passar nos exames de admissão da Marinha, decidiu seguir outro rumo na carreira. “Quis o destino que no momento da inscrição eu visse o curso de engenharia naval. Então me inscrevi na área que eu realmente queria”, lembra Eduardo. Vindo de uma família com raízes do interior de Pernambuco, “onde nem água tem”, e filho de juiz, ele nunca pensou em seguir a profissão do pai, sempre de olho na Marinha. Já na UFRJ, o destino acabou levando-o à Marinha por outros caminhos: no terceiro ano da faculdade, surgiu a oportunidade de um estágio, sem remuneração, no Arsenal de Marinha, entre 1970 e 1971. Foi lá que ele teve o primeiro contato com a DNV, quando foi apresentado a alguns diretores que visitavam as instalações da Marinha. E começou trabalhando no departamento de novas obras, acompanhando construções. “Muito do que aprendi nesse período eu devo ao comandante Veiga, que além de passar tarefas, também gostava de ensinar e mostrar como as atividades deveriam ser feitas”, lembra o engenheiro. “Se eu sou um bom profissional, devo muito a ele. Aprendi coisas que levo até hoje na minha carreira”, complementa.
Estágio em estaleiro Depois do Arsenal de Guerra, Eduardo estagiou no departamento de engenharia naval da Planave – Estudos e Projetos de Engenharia, uma empresa brasileira criada por engenheiros e oficiais da Marinha, na década de 1960 (então como Planave - Escritório Técnico de Planejamento. Logo depois, recebeu convite para estagiar na Econav, um estaleiro pequeno, na Ilha da Conceição, em Niterói. Ele lembra as dificuldades para chegar ao local de trabalho, que era de difícil acesso na época, 60
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com rua de terra, sem asfalto, e que em dias de chuva enchia de lama. A despeito dessas dificuldades, ele garante que foi uma experiência extremamente positiva. Quando saiu da Econav, Câmara decidiu que devia se dedicar totalmente aos estudos, deixando de estagiar para se formar. Ele lembra que na época em que terminou a faculdade, todos os formando saíram da UFRJ praticamente com emprego garantido. “Faltava profissional no mercado. Tinha empresa caçando gente pra trabalhar. E se pagava bem. Para se ter uma ideia, em seis meses comprei meu primeiro carro zero, um Ford Corcel”, afirmou. A grande procura por profissionais do setor naval se devia ao mercado aquecido da época. Além disso, o engenheiro naval formado principalmente no Rio de Janeiro, o grande polo da indústria naval brasileira, tinha muito mais experiência prática do que em outros estados, como São Paulo, onde também havia o curso. Isso era um grande diferencial e beneficiou toda uma leva de formandos. Eduardo Câmara é prova viva disso. Logo que se formou foi chamado para trabalhar no estaleiro Ebin, em Niterói (atual Aliança). Lá trabalhou na área de tubulação, algo que ele não conhecia muito bem, mas, como sempre, interessado em aprender coisas novas e disposto a realizar um bom trabalho, comprou livros sobre o assunto e deu conta do recado.
Treinamento no exterior Mesmo feliz no estaleiro, o inquieto engenheiro sentia falta de algo a mais na carreira. Ele queria se aprimorar. Começou então a pesquisar oportunidades de trabalhos fora do Brasil, bolsas de estudos, até que um dia um ex-professor da UFRJ, Celso Parisi, falou sobre uma oportunidade na Noruega.
Idade: 65 Cargo: engenheiro de aprovação Hobby: trem elétrico em miniatura e montar navios em miniatura Livro favorito: Não tenho um favorito, mas gosto muito de livros de História, como os da Segunda Guerra Mundial. Musica: Gosto muito de frevo, como bom filho de nordestinos (a mãe é da Paraíba). Lugar para descansar: João Pessoa (PB) No escritório do professor, no Centro do Rio, Eduardo Câmara foi apresentado a um norueguês, que vinha a ser o primeiro vistoriador da DNV no Brasil. O engenheiro preencheu os papéis para disputar uma vaga e foi pra casa, sem acreditar muito na história. Um mês depois recebeu a ligação que o levou para uma temporada de dois anos de treinamento na sede da certificadora, em Oslo. Na Noruega, recebeu um exaustivo treinamento, trabalhando em um departamento diferente a cada seis meses. As atividades que exerceu no treinamento iam desde a verificação de avarias de casco de navios, avaliação de estruturas de embarcações pequenas até chegar à seção de máquinas, onde aprendeu a aprovar componentes de uma embarcação, como motor, caldeiras, entre outros. Durante esse período de treinamento, Eduardo morou por três meses em Ulsteinvik, uma cidade com muitos estaleiros, distante da capital. A vivência na Noruega
também teve momentos inusitados no início. Com a ditadura militar no Brasil, o engenheiro conta que havia gente no consulado para vigiar os poucos brasileiros que moravam no país. Ninguém nunca chegou a abordar Câmara, mas a situação o levou a procurar saber mais de tudo que acontecia no Brasil, como a guerrilha do Araguaia, por exemplo. “Essa experiência na Noruega mudou a minha vida profissional e pessoal. Muito do que eu sou hoje eu devo a essa oportunidade e a tudo que eu aprendi por lá”, diz ele, afirmando que desse período ficou um laço muito forte com o país onde tem amigos até hoje.
De volta ao Brasil Assim que o período de treinamento na Noruega terminou, Eduardo Câmara voltou ao Brasil, retornando para o estaleiro Ebin. Mas as coisas não eram mais como antes, devido à redução de encomendas. Aceitou convite de um amigo para trabalhar no estaleiro MacLaren, em 1980. Porém, o modelo administrativo da empresa, que é familiar, não o agradou, pois, segundo ele, era preciso “agradar muita gente”. A DNV surgiu novamente no caminho profissional do engenheiro naval. E dessa vez, foi definitivo. Eduardo Câmara até hoje lembra o dia em que foi contratado pela certificadora: 28 de agosto de 1982. “Na DNV eu acreditava que poderia realizar um bom trabalho e que seria respeitado”, afirma. Desde então são mais de 27 anos de trajetória ininterrupta na empresa, que faz parte da história de vida do engenheiro. Falando sobre suas preferências na profissão, Eduardo diz que, apesar de ser um segmento em alta, não gosta de trabalhar no setor offshore, aferindo plataformas. “Eu gosto mesmo e de trabalhar com projeto”, afirma. TN Petróleo 95
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perfil profissional Novos mares Em 1990, com a crise do setor naval no Brasil, a DNV começou a enviar colaboradores para trabalhar em outros países. Em 1991 surgiu a chance de Eduardo trabalhar no Japão, onde ficou por dois anos. Mas a crise atingiu o mercado naval mundial, chegando à Ásia. O retorno ao Brasil foi inevitável. Porém, para surpresa dele, alguns meses depois recebeu proposta para trabalhar na Coreia do Sul.
Uma segunda casa Depois de trabalhar também na China e em Cingapura, sempre na DNV, eis que a Noruega surge mais uma vez na vida de Eduardo: foi para lá por três anos, mas acabou ficando oito, atuando em projetos de barcos e na área de aprovação de cascos. Segundo ele, havia muito que fazer e aprender na área naval, além de o ambiente de trabalho ser muito bom. A única reclamação que Câmara tem de sua temporada norueguesa é o longo inverno. “Você tem que ter muita força de vontade para não ficar deprimido, porque não é fácil ficar sem ver o sol por meses”, lembra. Fora isso, a adaptação foi tranquila, sempre com apoio de amigos que o ajudaram. Tanto que a história com a Noruega foi mais longe do que ele imaginava: os filhos criaram laços no país, obtiveram cidadania norueguesa e formaram família. Até hoje um dos filhos mora lá, o que já é um bom motivo para o engenheiro naval carioca voltar ao país com frequência. “A Noruega passou a ser o meu segundo país”, afirma. Com forte tradição como construtor naval, devido ao elevado
nível educacional, o país acabou se tornando um provedor de profissionais altamente qualificados, que atuam principalmente na finalização de projetos. Com isso, muitos navios encomendados são construídos em países onde os custos são menores, como Romênia e Ucrânia, e são finalizados e equipados na Noruega, onde a mão de obra é mais sofisticada.
Brasil round 2 Em 2006, chegou o momento de se despedir dos ares nórdicos e retornar ao Brasil, que vivia o início da retomada do setor naval, com diversas encomendas para a indústria de óleo e gás. Eduardo Câmara diz que chegou extremamente motivado e considera positivo o momento atual da indústria naval. Mas tem algumas ressalvas. “Tudo que está acontecendo aqui é ótimo, mas eu fico muito preocupado, pois alguns vícios do passado estão se repetindo. Outra preocupação é a qualidade da mão de obra, que ainda está muito fraca”, alerta. Segundo ele, os engenheiros estão menos qualificados e o nível superior está mais acadêmico e menos prático. Para Eduardo Câmara, sem uma parceria entre academia e indústria, o mercado perde e, principalmente, os futuros engenheiros, que saem da faculdade sem ter muita experiência prática. Outro problema na visão dele é a dependência, direta ou indireta, do setor naval em relação à Petrobras.
Profissional realizado O engenheiro já trabalhou em todo tipo de embarcações,
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de catamarãs para o transporte de passageiros na Amazônia até os sofisticados barcos de aquisição sísmica. Ainda que não goste do segmento offshore, um dos projetos que mais o empolgou foi aquele que acabou não acontecendo: o de embarcações para remoção de plataformas, na China. O projeto baseava-se em dois barcos simétricos, com garras para levantar a plataforma e levar para terra afim de ser desmontada. “Quando eu olho pra trás, percebo que já fiz bastante coisa”, diz Eduardo Câmara, que hoje trabalha em uma área mais técnica, atuando na aprovação de plantas de construções novas, elaboração de novas regras de classificação, além de participar de programas de treinamento de pessoal interno e externo. Além dos muitos projetos envolvidos e inúmeras viagens ao exterior, Eduardo Câmara teve tempo ainda para escrever um livro: A Construção Naval Militar Brasileira no Século XX, obra que é uma junção de documentos, arquivos pessoais e escrituras do engenheiro naval sobre o tema. Com o incentivo de amigos, entre idas e vindas, decidiu levar o projeto à frente, com recursos próprios. “Vi quanto custava e fiz uma produção barata”, afirma. Pelo menos por enquanto, Eduardo Câmara não vai mais se aventurar pelo mundo da literatura. Ele pretende continuar envolvido com plantas de navios e viagens de volta às suas duas terras, Pernambuco e Noruega.
Ano 4 • nº 33 • maio de 2014 • www.tnsustentavel.com.br
Eficiência Energética • Comercialização de Energia • Legislação Ambiental • Reciclagem Editorial
Ganha-ganha. Sempre! Na correria do mundo os valores humanos estão realmente em baixa. Como entender quem pensa diferente, age diferente, mas também tem resultado diferente: o sucesso? O nosso entrevistado da vez fala sobre liderança participativa e comércio justo. Ele é Alex Pryor, argentino, 43 anos, engenheiro de alimentos e empreendedor. Seu êxito, porém, não pode ser mensurado em lucros financeiros, mas sim em dividendos socioambientais gerados pela empresa de agroecologia Guayaki Yerba Mate, da qual ele é um dos 55 sócios. Além de mostrar que é possível transformar o modelo econômico atual por meio de práticas sustentáveis defende o ganha-ganha nos negócios e serve de inspiração e modelo até para grandes empresas. Ninguém precisa perder para o outro ganhar! Essa frase simples precisa definitivamente fazer parte das relações de negócios que muitas vezes começam de forma distorcida sem espaço para o respeito, a ética e a justiça colocando no ganha-perde o verdadeiro lucro de um negócio. Boa leitura, bom aprendizado e bons negócios! Lia Medeiros, diretora do Núcleo de Sustentabilidade da TN Petróleo
Sumário
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Liderança participativa e comércio justo são o segredo do sucesso da Guayaki
Patrocínio a projetos sociais de dez cidades do Rio de Janeiro
Geração eólica cresce 7,8% no Brasil em fevereiro
Entrevista especial com Alex Pryor, sócio da Guayaki Yerba Mate
Petrobras
Energia Eólica
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Entrevista especial com Alex Pryor, sócio da Guayaki Yerba Mate
suplemento especial
Liderança participativa e comércio justo
são o segredo do sucesso da Guayaki
Fundada por Alex Pryor há 16 anos, na Califórnia (onde ele estudava na época), a Guayaki trabalha com comunidades indígenas e pequenos agricultores na Argentina, Paraguai e Brasil, cultivando erva-mate, nativa em regiões de Mata Atlântica. O engenheiro esteve no Rio em abril, participando da conferência internacional Sustainable Brands, que reuniu no Centro de Convenções SulAmérica pessoas e empresas com o mesmo propósito: compartilhar experiências, discutir os desafios da economia circular e do comércio justo, além de mostrar que é possível transformar o modelo econômico atual por meio de práticas sustentáveis. Batizada em homenagem à tribo indígena do leste do Paraguai – a cujos descendentes a Guayaki oferece empregos no plantio, colheita e processamento do mate – a empresa também paga royalties aos índios pelo uso do nome. Em entrevista ao Caderno de Sustentabilidade, Alex Pryor cita o matemático John Nash, que defendia regras de mercado baseadas na “relação ganha-ganha”, em lugar do “ganha-perde” da economia tradicional, e conta por que a empresa tem servido de exemplo a outras – inclusive de grande porte – que 64
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O engenheiro de alimentos Alex Pryor, argentino, 43 anos, é um empreendedor de sucesso. Seu êxito, porém, não pode ser mensurado em lucros financeiros, mas sim em dividendos socioambientais gerados pela empresa de agroecologia Guayaki Yerba Mate, da qual ele é um dos 55 sócios. por Mehane Albuquerque
estão em busca do mesmo propósito: existir, antes de mais nada, pelo bem social e ambiental. TN Petróleo – Como surgiu a ideia de criar a Guayaki? Alex Pryor – Sou argentino, mas cresci no Paraguai. Vivi as consequências diretas do desmatamento. Os modelos produtivos que eu conhecia eram os mesmos que estavam desmatando a floresta. Havia muita pobreza na cultura agrícola, nas comunidades indígenas e na vida dos atores sociais que habitavam aquela região. Os modelos clássicos de conservação, as formas de se preservar as espécies animais e vegetais, assim como os mananciais de água, não estavam funcionando bem, pois
não levavam em conta os povos da floresta. Ninguém estava pensando na sobrevivência das pessoas que moram nessas áreas remanescentes da Mata Atlântica. Ninguém estava incluindo estes atores sociais no processo produtivo. Então, eu comecei a pensar em alguma forma de trabalhar com essas pessoas, gerando renda justa para todos os envolvidos no processo e, ao mesmo tempo, preservando a natureza e a cultura local. Descobri que a erva-mate, planta nativa na Mata Atlântica e parte da cultura indígena há muitos séculos, poderia ser uma solução para gerar renda para essas comunidades, conservando a floresta, e reforçando os laços culturais
destas comunidades. Assim, há 16 anos surgiu a Guayaki. Qual a filosofia da empresa? A Guayaki tem 55 donos espalhados em três países. Não sou o único dono. Não acredito em líder permanente. Sou fundador, mas não líder permanente. Trabalhamos com liderança participativa, dividimos o peso das decisões. Baseamos nossas relações em vínculos horizontais, na troca dinâmica entre todos, assim como ocorre nos ecossistemas da floresta. Como isso se estabelece na prática? Construímos esses vínculos horizontais utilizando o “paradigma do cuidado”, de Leonardo Boff: devemos cuidar de nós mesmos, do outro e do ecossistema. Trabalhamos com os índios e com os pequenos agricultores da mesma forma que trabalhamos com outros tipos de pessoas. E eles têm muita riqueza no sentido da produção. Têm muita sabedoria. Nosso trabalho também envolve contato com governo, prefeituras, indústria, comércio, empresários, lideranças locais, sem-terra, sindicatos... Então, fazemos workshops regulares reunindo todos para conversar, fazer diagnósticos e tentar envolvê-los. Para mostrar que os benefícios econômicos acontecem como consequência, e que essa não deve ser a finalidade principal de um negócio sustentável. Como a Guayaki funciona? Nosso propósito é recuperar áreas degradadas de Mata Atlântica com o plantio de erva-mate, e vender a produção com valor agregado, com internalização dos custos sociais e ambientais. Fazemos isso hoje na Argentina, no Paraguai e no Brasil, junto aos índios Caingangue e Guarani, e também junto a comunidades que sobrevivem da agricultura familiar. No Brasil, produzimos erva-mate no oeste do Paraná. Toda
a produção é exportada e certificada como produto justo, aquele que não é geneticamente modificado, que é totalmente orgânico, produzido por uma empresa B, sem objetivos econômicos. Nosso lucro não é pessoal, é socioambiental. Nossa rentabilidade é em capital social e natural, e não em capital financeiro. Quanto a empresa produz e quem consome a erva-mate? Hoje produzimos 600 toneladas de erva-mate por ano, 400 toneladas só no Brasil. Exportamos tudo para os Estados Unidos, mas queremos expandir para outros países. No Brasil, a produção é maior. As condições aqui são mais propícias? Isso acontece em função do contexto social, e não por clima, solo ou outra condição. No Brasil existem mais comunidades envolvidas, mais engajamento. E há também aí uma repercussão enorme nas redes sociais, mais do que no Paraguai. Isso ajuda muito a divulgar nossos objetivos e a conquistar simpatizantes e colaboradores. Existe demanda para a erva-mate nos Estados Unidos? Quem consome o produto por lá? Não existe demanda. Estamos criando um mercado, construindo pouco a pouco uma relação com o nosso público. Lá, o mercado da erva-mate não é significativo. O americano não conhece. Então, o que a gente faz? Tentamos mostrar os benefícios para a saúde e também os aspectos culturais, mais do que qualquer outra coisa. Aí também entra o paradigma de Boff: cuido de mim, do meu semelhante e da natureza. Nosso público é diversificado, mas é basicamente formado por jovens e estudantes universitários que estão questionando os hábitos de consumo. São eles, em especial, que estão perguntando se
o que consomem é de fato bom, e se, ao consumirem, estão contribuindo de alguma forma para o bem social e para o meio ambiente. Você mencionou que a Guayaki é uma empresa B. O que é uma empresa B e o que a difere das demais? O Sistema B é uma certificação de produto ou de empresa que leva em conta indicadores de transparência, gênero, impacto social e ambiental. Uma empresa B é aquela que possui essa certificação. O objetivo é criar uma rede de organizações que tenham a missão ambiental e social como principal objetivo. O sistema foi criado por Jay Cohen, Bart Mulligan e Andrew Casoy, nos Estados Unidos, e é concedido a empresas de vários países. A Guayaki foi a primeira entre as 25 empresas do mundo a receber a certificação. Um ponto importante é o marco legal das empresas B, que já foi aprovado em 27 estados. Pelo marco legal, o objetivo da empresa fica acima do direito do acionista. O sistema é revolucionário. A maioria das pessoas não sabe, mas atualmente um número cada vez maior de distribuidores, acionistas, bancos, investidores e retailers [varejistas] já percebem os ganhos socioambientais e estão se integrando à rede. Qual a importância da erva-mate para a Mata Atlântica? A erva-mate aumenta a fertilidade do solo, combate a erosão, ajuda a reter a umidade do terreno, fornece abrigo e alimento para os pássaros e amplia a captura do CO2. E para a saúde humana? A erva-mate tem 197 ingredientes ativos e suas muitas propriedades foram pouco estudadas e aplicadas. É uma planta-mãe nas culturas pré-colombianas, foi usada na cultura Guarani como veículo para o medicamento da floresta. Quando eles preTN Petróleo 95
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suplemento especial
paravam alguma medicina em um pilão, após triturar as folhas, deixavam em infusão junto com a erva-mate. Como tem propriedades energéticas, atua como catalisador de processos dos medicamentos naturais. A erva-mate tem mais potássio, ferro, magnésio e antioxidantes que o chá verde e o chá branco. É muito interessante para nós explorar mercados nos quais o produto ainda é praticamente desconhecido. Os energéticos mais consumidos hoje no mercado são a cola, o café, o chá, o guaraná e o cacau. A erva-mate também é um poderoso energético. Por que até hoje nunca foi utilizada na fabricação de bebidas? Pode ser misturada ao café, ao leite, ao mel. Pode ser consumida gelada, como um refresco, nas refeições, no café da manhã... O mais importante, porém, é que tem um valor cultural importante para os povos da floresta. É, antes de tudo, um símbolo de hospitalidade e de diálogo, pois de acordo com os costumes, nunca se bebe o chá-mate sozinho. É uma bebida que tem séculos de história.
Como o lucro financeiro da empresa se transforma em ganho social? O que melhorou na vida dessas pessoas? O maior ganho é na integração das comunidades locais a uma estrutura produtiva que não interfere no seu modo de vida. Colocamos a agricultura familiar no centro do desenvolvimento do negócio. Não se trata de caridade: é uma maneira de construir uma rede de stakeholders mais transparente e ligada ao processo, incluindo a produção, a comercialização e o marketing. A maior parte do lucro – 95% – retorna em investimentos para a recuperação de novas áreas degradadas, através do plantio da erva-mate. Investimos os 5% restantes em propaganda. O mais importante, porém, é a mudança na vida dessas pessoas em termos de fortalecimento dos valores culturais. Eles se sentem mais felizes, empoderados e valorizados. Isso é que o torna alto o valor da empresa. Quais as metas de crescimento? Queremos restaurar 60 mil hectares de Mata Atlântica até 2020, criando mais de mil postos de tra-
balho. Queremos gerar lucro econômico, porém sem perder o sentido comunitário, o valor do espírito humano, a celebração da diversidade. Já atingimos 40% desta meta, mas nossa maior preocupação hoje é dar respostas rápidas, provocar transformações sociais em lugares onde elas são urgentes. Vivemos o tempo todo nos perguntando: por que existe fome no mundo se existe tanto alimento? A fome continuará aumentando se os meios de produção permanecerem nas mãos de grupos gananciosos, que só pensam no lucro. O matemático John Nash já havia alertado sobre os riscos do modelo de economia baseada no ‘ganha-perde’. O que estamos propondo é o ganha-ganha, quando todos se beneficiam. Imagine cem empresas como a Guayaki e o quanto elas poderiam gerar de lucros sociais e ambientais, em um curto período de tempo. E o mais interessante é que o modelo pode ser utilizado em outros cultivos, como o açaí, a andiroba, e outras plantas da floresta.
INFORMAÇÃO DE QUALIDADE. A tecnologia da informação se aperfeiçoa em ritmo acelerado. Não basta ser rápido na transmissão dos fatos; é preciso ser eficaz, saber onde prospectar a informação e ser ágil ao transformá-la em notícia.
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Petrobras: patrocínio a projetos sociais de dez cidades do Rio de Janeiro
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Petrobras assinou no final de abril contratos para patrocínio de projetos sociais de dez municípios do Rio de Janeiro contemplados pela seleção pública ‘Integração Petrobras Comunidades 2013’. O evento ocorreu no Centro de Integração do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), em São Gonçalo (RJ). Serão destinados R$ 6,6 milhões, no período de dois anos, a 23 iniciativas de Itaboraí, Guapimirim, Maricá, Cachoeiras de Macacu, São Gonçalo, Magé, Rio Bonito, Angra dos Reis, Duque de Caxias e Rio de Janeiro. Cada instituição receberá até R$ 300 mil. Esses projetos atuam com foco em educação para qualificação profissional, geração de renda e oportunidade de trabalho ou garantia dos direitos da criança e do adolescente. Segundo o gerente de Relacionamento Comunitário de Responsabilidade Social da Petrobras, José Barbosa, o IPC 2013 vai possibilitar o desenvolvimento social das instituições e o fortalecimento do relacionamento entre os envolvidos. “A Petrobras possui uma relação muito forte com a sociedade brasileira e a assinatura destes contratos de patrocínio representa a reafirmação do compromisso da companhia com a responsabilidade social. A seleção pública tem como característica a democratização do processo, pois
todos os projetos concorrem de igual para igual”, disse. A partir das assinaturas dos contratos, as instituições são capacitadas para apresentar relatórios e prestar contas de suas atividades. Além disso, as equipes fazem visitas periódicas para verificar o desenvolvimento dos projetos nas comunidades. A cerimônia contou com a participação de gerentes e representantes de unidades da Petrobras da área de abrangência de cidades dos projetos contemplados, representantes dos projetos sociais patrocinados e autoridades locais. A seleção pública foi destinada exclusivamente a iniciativas realizadas no entorno das unidades da companhia. Os projetos recebidos passaram por triagem administrativa, avaliação técnica, até se chegar à escolha final dos selecionados. Petrobras Integração Comunidades – Criada em 2008, a ‘Integração Petrobras Comunidades’ é uma seleção pública
voltada para o desenvolvimento de iniciativas em comunidades do entorno das unidades da companhia. Por meio do IPC, a empresa reforça o compromisso de contribuir para o desenvolvimento das regiões onde atua, além de garantir a democratização do acesso aos pedidos de patrocínios e a transparência na escolha dos projetos selecionados. Em 2013, a Petrobras realizou o IPC Suape 2013, com destinação de R$ 3 milhões em iniciativas no entorno da Petroquímica Suape e da Refinaria Abreu e Lima e o IPC 2013, que destinará R$ 48 milhões para projetos do entorno de unidades da companhia nas regiões Nordeste, Norte, Centro-Oeste, além dos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Atualmente, há projetos em vigência contratados no IPC 2011 nos estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
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suplemento especial
C
om 91 usinas em operação comercial no Brasil em, a geração de energia eólica alcançou 734 MW médios em fevereiro – 7,8% acima do computado no mesmo mês do ano passado, quando havia 79 usinas instaladas. De acordo com a última edição do Boletim das Usinas Eólicas, divulgado mensalmente pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), a capacidade total instalada no país cresceu 17,3%, chegando a 2.250 MW. Os números de fevereiro projetam um fator de capacidade média de 33% para as eólicas nacionais, o que coloca o Brasil à frente de outros países: está acima da média registrada na China (18%), Alemanha (19%) e Espanha (24%), e equiparada à dos EUA (33%). O Nordeste concentrou a maior geração eólica no período avaliado, respondendo por 71% da produção dessa energia entregue ao Sistema Interligado Nacional (SIN) em fevereiro (521 MW médios). Em seguida, vem a região Sul, com 28% de participação na geração (203 MW médios).
Foto: Divulgação
Geração eólica cresce 7,8% no Brasil em fevereiro
Os estados com maior participação na geração média são: Ceará (243 MW), Rio Grande do Sul (150 MW), Rio Grande do Norte (143 MW), Bahia (105 MW) e Santa Catarina (50 MW), que totalizam mais de 90% do total gerado. Em relação ao crescimento anual da capacidade instalada houve concentração principalmente no Nordeste, que atingiu a marca de 1.461 MW em usinas da fonte, um salto de 20,2% em comparação a fevereiro de 2013.
No período coberto pelo informativo, a capacidade instalada das usinas eólicas, associada à energia comercializada no Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa), de 965 MW, correspondeu a 43% do total. Já os montantes associados à energia comercializada nos leilões do Ambiente de Contratação Regulada (ACR), de 856 MW, e no Ambiente de Contratação Livre (ACL), de 430MW, representaram 38% e 19%, respectivamente.
Novos polos de melhoramento genético
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CTC (Centro de Tecnologia Canavieira) e a Odebrecht Agroindustrial, empresa que atua na produção de etanol, açúcar e energia elétrica a partir da biomassa de cana-de-açúcar, celebraram em abril um acordo inédito para a implantação de polos de melhoramento genético da cana-de-açúcar em duas unidades da empresa: Rio Claro e Morro Vermelho, ambas no estado de Goiás. A parceria prevê a implantação de campos experimentais com 25 hectares cada, dentro das duas unidades. Cada um deles receberá um conjunto de variedades não comerciais (clones) já pré-selecionadas para as condições regionais. A Unidade Morro Vermelho receberá ainda outro campo para organismos geneticamente modificados para a realização de estudos agronômicos de cana transgênica, um importante
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diferencial em termos de evolução em pesquisa de cana-de-açúcar visando ganhos de produtividade e sustentabilidade. A Odebrecht Agroindustrial cultiva atualmente mais de 80 variedades da matéria-prima, sendo que na safra 2013/2014 apenas seis delas representaram 83% dos canaviais, condição explicada pelo desafio de rápida expansão de canavial para suprimento de matéria-prima para as Unidades da Odebrecht Agroindustrial. “A expectativa do trabalho com o CTC é a de que se tenha o censo varietal das unidades mais equilibrado, o que maximiza as toneladas de açúcares produzidos por hectare, diversifica o nosso portfólio e garante maior produtividade à empresa”, afirma Américo Ferraz, responsável por Tecnologia Agrícola da Odebrecht Agroindustrial.
As duas unidades fazem parte do novo modelo de polos regionais para desenvolvimento de variedades do CTC, que foi duplicado, passando de 12 para 24 unidades. Os polos estão estrategicamente distribuídos em diferentes usinas de forma a abranger praticamente a totalidade dos ambientes onde se cultiva cana-de-açúcar no país. “O novo modelo de polos do CTC tem como foco o desenvolvimento de variedades adaptadas às condições de solo e clima específicos de cada região produtora e que atendam às necessidades e expectativas dos produtores”, explica William Lee Burnquist, diretor de Melhoramento Genético do CTC. “Outro diferencial é o fato de que os polos já estão sendo preparados e certificados para os estudos de cana-de-açúcar transgênica”, complementou Burnquist.
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pessoas
Luis Araujo assume o cargo de CEO mundial da Aker Solutions leo, denominada Akastor. A nova divisão será listada na Bolsa de Oslo em setembro deste ano. Além de reduzir custos, a companhia pretende ser mais competitiva. De acordo com o presidente executivo da Aker Solutions, Øyvind Eriksen, a empresa está dando um grande passo para uma transformação que começou há 12 anos, com a fusão da Kvaerner e a Aker Maritime. “Após esta operação teremos criado três empresas distintas para atender a indústria de energia global, fornecendo construção offshore, tecnologia submarina e serviços exclusivos para campos petrolíferos”, diz Eriksen. Frank Ove Reite, atualmente sócio-gerente da Aker ASA’s, Foto: Divulgação
O brasileiro Luis Araujo assumiu, no final do mês de abril, o cargo de CEO da Aker Solutions. Antes presidente regional da empresa no Brasil, Araujo, de 55 anos, possui mais de 28 anos de experiência na indústria de óleo e gás, onde já atuou como presidente para a Wellstream, como gerente geral na ABB e como engenheiro, gerente de projetos e de vendas para empresas como Coflexip, Vetco e a FMC Technologies no Brasil e no exterior. O executivo é formado em Engenharia Mecânica pela Universidade Gama Filho e tem MBA pela Universidade de Edimburgo, no Reino Unido. Nova estruturação – A empresa norueguesa terá duas divisões para acelerar um processo de racionalização que irá reduzir custos e melhorar a posição de todas as partes do grupo para atender as necessidades dos clientes. As unidades subsea, umbilicais, engenharia e manutenção, modificações e operações formarão a Aker Solutions. As demais, incluindo as de tecnologias e sistemas de perfuração, serão incorporadas em uma sociedade em investimento de serviços de petró-
da empresa de consultoria Converto, será o CEO da Akastor. Øyvind Eriksen permanecerá como presidente do conselho da Aker Solutions. Leif Borge, CFO atual da Aker Solutions, passará a ser o CFO da Akastor. Svein Oskar Stoknes, que coordenava a área de finanças subsea vai assumir como CFO da Aker Solutions.
Schneider Electric anuncia nova vice-presidente de Finanças para América do Sul A Schneider Electric, especialista global em gestão de energia, anuncia ao mercado brasileiro a chegada de Sonia Fanhani, nova vice-presidente de Finanças para América do Sul. A executiva ficará sediada na matriz da empresa em São Paulo e terá o desafio de promover a integração e o fortalecimento das áreas 70
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financeiras dos oito países da região, onde atua a multinacional. A profissional possui mais de 30 anos de experiência no mercado e tem em seu currículo passagens por
empresas como KPMG, Cummins e Motorola. Sonia é formada em Ciências Econômicas pela Universidade Santana e tem dois MBAs, um em Administração e Negócios pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), e outro em Gestão Tributária pela Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi).
A Wilson Sons Estaleiros, empresa de construção naval do Grupo Wilson Sons, tem novo diretor Comercial. O engenheiro Matheus Vilela assume o cargo com a missão de dar todo o apoio necessário para a companhia atrair novos clientes, e fechar contratos para a construção de embarcações de apoio offshore e de rebocadores. Vilela tem mais de dez anos de experiência no setor e o executivo passou por diversas empresas, como Edison Chouest Offshore, Deep Ocean/Trico Marine e Baru
Foto: Divulgação
Matheus Vilela é o novo diretor Comercial da Wilson Sons Estaleiros Offshore Navegação. É graduado em Engenharia de Telecomunicações e em Engenharia de Produção, além de possuir MBA em Negócios em Petróleo e Gás pela Fundação Getúlio Vargas. A Wilson Sons Estaleiros é especializada na construção de embarcações de pequeno e médio porte, em especial rebocadores e barcos de apoio offshore. A companhia possui duas unidades no município de Guarujá (SP) com capacidade total de processamento de aço de 10 mil toneladas por ano.
AmCham Rio apresenta nova diretoria A nova diretoria da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham Rio) tomou posse no dia 5 de maio, em cerimônia realizada no Windsor Atlântica, em Copacabana. Entre as prioridades do biênio 2014-2015 estão: promover ajustes na regulamentação de conteúdo local nos principais segmentos da indústria, como óleo e gás e mineração, além de avançar nas discussões para evitar a bitributação entre o Brasil e os Estados Unidos. Participaram da cerimônia o governador do estado, Luiz Fernando Pezão; a embaixadora dos Estados Unidos no Brasil, Liliana Ayalde; o vice-presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES), Wagner Bittencourt; o diretor-superintendente da AmCham, Rafael Lourenço; e o presidente da entidade, Roberto Ramos. “Os desafios que temos pela frente são muitos. O Brasil é hoje a 7ª economia do mundo e o 8º maior parceiro comercial dos Estados Unidos. Reconhecemos que existem muitas oportunidades pela frente”, afirmou Ramos. Segundo ele, a AmCham Rio está empenha-
da no fortalecimento de setores vistos hoje como estratégicos para o empresariado brasileiro, como energia, seguros e resseguros, infraestrutura, entretenimento, turismo e sustentabilidade. Para 2014, o comitê executivo fica assim organizado: Presidente: Roberto Prisco Paraíso Ramos – Odebrecht Óleo & Gás; 1º Vice: Rafael Sampaio da Motta – Grupo Case Benefícios e Seguros; 2º Vice: Antonio Carlos da Silva Dias – IBM Brasil; 3º Vice: Marcelo Mancini – Prudential do Brasil; Diretor Financeiro: André Luiz Castello Branco – PwC; Conselheiro Jurídico: Luiz Claudio Salles Cristofaro – Chediak Advogados; Diretor Secretário: Steven Bipes – Albright Stonebridge Group Diretores para 2013 e 2014: André Luiz Castello Branco – PwC; Antônio Carlos da Silva Dias – IBM Brasil; Carlos Henrique Moreira – Embratel; Cássio Zan doná – AMIL; Guillermo Quintero – BP Energy do Brasil; João Geraldo Ferreira – GE Óleo e Gás; Luiz Carlos Costamilan – Firjan;
Marco André Coelho de Almeida – KPMG; Maurício Felgueiras – MXM Sistemas; Mauro Moreira – EY; Osmond Coelho Junior – Petrobras; Raïssa Lumack – Coca-Cola Brasil; Patrícia Pradal – Chevron Brasil Petróleo; Rafael Sampaio da Motta – Grupo Case Benefícios e Seguros; Roberto Prisco Paraiso Ramos – Odebrecht Óleo e Gás; Steven Bipes – Albright Stonebridge Group Diretores para 2014 e 2015: Álvaro Cysneiros – TOTVS; Antônio Cláudio Buchaul – Banco Citibank; Carlos Alexandre Guimarães – Sul América Seguros; José Firmo – Schlumberger Serviços de Petróleo; Dilson Verçosa – American Airlines; Leandro Azevedo – Odebrecht Infraestrutura; Luiz Claudio Salles Cristófaro – Chediak Advogados; Marcelo Mancini – Prudential do Brasil; Marco Antônio Gonçalves – Bradesco Seguros; Manuel Domingues e Pinho – Domingues e Pinho Contadores; Rafael Benke; Roberto Braga Mendes – Thermo Fisher Scientific; Robson Campos – Wärtsilä Brasil TN Petróleo 95
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produtos e serviços
EY
A EY, antiga Ernst & Young, inaugurou no começo de abril o Centro de Energia e Recursos Naturais. O Centro possui receita de cerca de R$ 250 milhões por ano, o que equivale a quase 20% do total da EY no Brasil. São mais de 280 profissionais, sendo 30 em cargos executivos (gerentes, diretores e sócios) atuando em projetos de indústrias segmentadas como petróleo, gás, mineração, siderurgia, energia renovável e distribuição de energia. A inauguração contou com a presença de importantes executivos da área de petróleo e gás, muitos deles clientes da EY, como Arno Duarte, gerente da Petrobras – Unidade de Operação Rio; Marcelo Menicucci, diretor estratégico da BG Brasil; Gérard Pelé, diretor da Total Brasil; José Firmo, presidente da Schlumberger no Brasil; André Araújo, presidente da Shell no Brasil; Marcos Tavarez, presidente da Gas Energy; Marcelo Haddad, diretor executivo da Rio Negócios; e Oswaldo Pedrosa, presidente da Pré-Sal Petróleo (PPSA), empresa estatal criada para gerenciar e fiscalizar contratos de exploração de petróleo sob regime de partilha nos campos do pré-sal. “Essa iniciativa da EY no Brasil vem ao encontro do crescimento qualitativo do setor. O Centro terá papel fundamental nas discussões envolvendo o futuro da indústria de petróleo e gás no país, gerando estudos e análises e propondo soluções para o setor ”, afirma Carlos Assis, sócio e líder do Centro de Energia e Recursos Naturais da EY. “Nele, estarão reunidos os mais qualificados profissionais, aptos a oferecer serviços inovadores e customizados de auditoria, impostos, transações e consultoria”, completa Assis. Para o líder global de mercados emergentes da EY no setor de óleo & gás, Alexandre Oliveira, “a nova unidade da EY no Brasil será um ponto de referência na América Latina, estimulando a geração de conhecimento 72
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EY lança Centro de Energia e Recursos Naturais
que poderá ser compartilhado com os mercados internacionais”. O evento foi marcado por dois painéis de debates com especialistas e líderes de grandes companhias do setor. “O Brasil tem um ótimo histórico de respeito aos contratos e isso é fundamental para atrair investidores. Temos de manter essa postura de cumprimento das regras”, afirma Marcelo Menicucci, diretor estratégico da BG Brasil, que participou das discussões do primeiro painel ‘Atuais oportunidades e desafios na exploração de petróleo e gás no Brasil’. Além da importância da estabilidade regulatória, os executivos destacaram que é preciso melhorar alguns aspectos que hoje prejudicam o setor: gargalos logísticos e de infraestrutura e falta de mão de obra qualificada para a indústria óleo e gás. A falta de formação de profissionais foi destacada também por Marcelo Haddad, presidente da Rio Negócios. “Talento e mão de obra qualificada são pontos cruciais para o desenvolvimento da indústria de petróleo no Brasil e tanto o Governo quanto as empresas têm a obrigação de investir nisso e atrair para o país escolas internacionais de formação.” afirmou. Arno Duarte, gerente da unidade de operações Rio da Petrobras, concorda e diz que o momento é de união de esforços. “É hora de nos esforçamos para gerar benefício mútuo, criando um círculo virtuoso que gere aprendizado e novas
oportunidades para a indústria de petróleo no Brasil”, apregoa. Durante o segundo painel ‘Pré-sal: O futuro da indústria de petróleo e gás no Brasil’, especialistas comentaram a fundação da PPSA. Segundo os executivos da Shell, a primeira reação do mercado foi de insatisfação, pois as grandes empresas querem liberdade de atuação. Mas na medida em que a perspectiva de eficiência para o projeto de Libra cresceu, a indústria se sentiu mais confortável. Para o diretor da Total Brasil, Gérard Pelé, a escolha dos líderes da PPSA foi fundamental para a segurança do consórcio de Libra. “Incialmente levantamos muitas questões, mas um ponto importante foi a nomeação dos diretores da PPSA”, afirmou o executivo. O evento de lançamento do Centro de Energia e Recursos Naturais da EY foi realizado em conjunto com a TOGY / The Oil & Gas Year, guia anual lançado em 101 países sobre as mais de 30 nações produtoras de petróleo e gás. Durante a inauguração do Centro, a EY lançou o Glossário de conteúdo local de petróleo e gás, trabalho pioneiro que reúne de forma objetiva os termos, palavras e expressões sobre conteúdo local na indústria do petróleo. A ideia é auxiliar profissionais e executivos da indústria a analisar com rapidez o significado e a base legal de cada verbete.
Modec e GE
A divisão Distributed Power da GE fechou no fim do mês de abril mais um contrato no setor de óleo e gás com a venda de quatro turbinas aeroderivadas LM25000+G4 para o fornecimento de 85MW para o FPSO Cidade de Caraguatatuba, localizada na costa do Rio de Janeiro. As turbinas vão gerar energia para suportar o processo de exploração do petróleo em águas que atingem até 2.240 m de profundidade na área do pré-sal da costa carioca. As turbinas são para a Modec (Mitsui Ocean Development and Engineering Co. Ltda.), empresa especializada em engenharia, suprimento, construção e instalação de sistemas flutuantes de operação. Este é o segundo contrato da empresa com a GE que, em junho de 2013, adquiriu quatro turbinas
Foto: Divulgação
Modec e GE fecham segundo contrato para fornecimento de turbinas aeroderivadas
aeroderivadas do mesmo modelo para operar na costa brasileira. “O pedido reafirma a liderança da GE no fornecimento de soluções de geração de energia no ponto de uso para o setor de óleo e gás enquanto auxilia no desenvolvimento de fontes de energia alternativas para o país”, afirma Juan Galan, diretor-geral de Distributed Power no Brasil.
Os pacotes de turbinas LM2500+G4 – derivadas dos motores de aviação da GE – têm peso reduzido, são movidas a gás natural e operam com combustível líquido como backup. É uma opção desenvolvida especialmente para operação em plataformas offshore por ser compacta, segura e confiável. A potência de produção de energia de cada turbina é de 34MW, suficiente para abastecer uma cidade de 500 mil pessoas, como Sorocaba, no interior de São Paulo. “Ao mesmo tempo que a tecnologia ajuda o cliente na autossuficiência energética para operação e extração do petróleo em alto-mar, também reduz as emissões dos gases de efeito estufa com a utilização do gás natural para geração de energia”, finaliza Juan.
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produtos e serviços
Aker Solutions
Aker Solutions fechou um contrato com a Petrobras no valor de mais de US$ 300 milhões para o fornecimento de oito manifolds submarinos para o sistema de injeção de água e gás para a produção de petróleo de campos em águas profundas do Brasil. Os equipamentos, projetados para operar em lâmina d’água de 2.500 m, serão instalados pela Petrobras e seus parceiros no desenvolvimento de campos do pré-sal em águas profundas. As unidades têm uma vida útil de 30 anos, e o primeiro equipamento está programado para ser entregue em 2016. “Estamos satisfeitos por trabalhar com a Petrobras na desafiadora e importante área do pré-sal”, disse Øyvind Eriksen, presidente
Foto: Divulgação
Aker Solutions vai fornecer manifolds para a Petrobras
executivo da Aker Solutions. “O Brasil é um mercado-chave para a nossa área de tecnologia submarina, que vem crescendo muito
na indústria de petróleo e gás.”, completou. O pedido será executado pela divisão submarina brasileira da Aker Solutions. A divisão começou a trabalhar no ano passado para dobrar sua capacidade de produção de equipamentos submarinos na fábrica da companhia em Curitiba em 2015. De acordo com a empresa, cerca de 70% do pedido presente no contrato com a Petrobras serão fabricados no Brasil. “A Aker Solutions está empenhada em oferecer o maior percentual de conteúdo local no Brasil, onde a demanda por equipamentos de produção submarina está crescendo”, disse Luis Araujo, presidente da Aker Solutions no Brasil.
Cowan
Farm out de blocos na Namíbia e sísmica 3D A brasileira Cowan Petróleo e Gás, braço do Grupo Cowan, concluiu a mais importante operação em seus ativos no exterior: a venda de parte de dois blocos no pré-sal da Namíbia, na costa Oeste da África. Com o farm out, a empresa passa a compartilhar os direitos de exploração dos blocos 2613A e 2613B com a americana Murphy Oil e a austríaca OMV, ao lado da National Petroleum Corporation of Namibia (Namcor), que já era sócia na exploração dos blocos. Para o diretor da Cowan Petróleo e Gás, Guilherme Santana, o farm out foi mais
um sinal de confiança do mercado na região. “A entrada de novos players com experiência no setor fortalece a operação, reduz os riscos e contribui para o avanço no cumprimento do cronograma de exploração”, afirma Guilherme Santana, acrescentando que, atualmente, o consórcio já realiza um trabalho de sísmica em 3D numa área de 5 mil km². Pelo acordo, a Cowan – que detinha 85% do controle – manterá 20% de participação, passando 40% para a Murphy Oil e 25% para a OMV. A Namcor, estatal da Namíbia,
manterá 15% dos ativos, que somam uma área de 11.200 km². Adquiridos em 2011 pela empresa brasileira, os dois blocos ficam em águas ultraprofundas na bacia de Lüderitz. A chegada da Cowan na Namíbia marcou o início do processo de internacionalização da companhia, num momento em que o Brasil paralisou novas rodadas de licitação. Entre 2011 e 2013, a Cowan Petróleo e Gás expandiu, significativamente, sua presença em exploração de petróleo e gás no Brasil e hoje possui um portfólio de 18 blocos no país.
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Tenaris
Tenaris inaugura Centro Tecnológico no Rio de Janeiro A Tenaris, líder mundial de soluções tubulares para o mercado energético, inaugurou no dia 15 de abril, o seu Centro de Pesquisa e Desenvolvimento, no Parque Tecnológico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Esse é o quinto centro de P&D da empresa no mundo, que tem ainda plantas situadas na Argentina, México, Itália e Japão. O objetivo do novo espaço é oferecer recursos de excelência, alta tecnologia e inovação às operações do setor energético brasileiro. A nova unidade, que recebeu investimento de US$ 39 milhões e levou 17 meses para ficar pronto, está localizada em uma área total de 4.000 m², na qual 2,386 m² serão ocupados pelo Centro Tecnológico. Os recursos aplicados pela companhia no empreendimento fazem parte do plano de investimentos da Tenaris para o Brasil atualmente na ordem de US$ 370 milhões. A principal meta do centro será o desenvolvimento de produtos e tecnologias para OCTG, Linepipe e outros mercados – como automo-
tivo, nuclear, de mineração e de construção estrutural –, além do aperfeiçoamento dos produtos que são oferecidos hoje no Brasil. O Centro de P&D da Tenaris no Rio vai atuar na pesquisa nas áreas de Mecânica Aplicada, Metalurgia e Tecnologia de Soldagem e Revestimentos. “Essa inauguração é um marco importante para a Tenaris, e consolida nossa rede global de pesquisas”, disse o CEO da companhia, Paolo Rocca. Ele afirmou ainda que a rede global de P&D da em-
presa é um componente importante de diferenciação dos produtos e serviços da Tenaris. Quando estiver em operação, o Centro vai empregar de 25 a 40 profissionais de alto nível técnico e científico, com espaço para mestres e doutores. Este é o quinto centro de P&D da Tenaris no mundo, o que reafirma a posição da companhia como líder global em produtos tubulares de alta especificação e performance. Os demais Centros estão na Argentina, México, Itália e Japão.
Regap
Regap elevará produção em 10% A Refinaria Gabriel Passos (Regap), situada em Betim, na re g i ã o m e t ro p o l i t a n a d e B e l o Horizonte (MG), aumentará sua capacidade de refino em 10%. A unidade foi recertificada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), e passará a produzir 166.000 barris/dia de derivados. Além dos investimentos para aumento de capacidade, visando a atender as especificações de pro-
dutos em vigor a partir de 2014, entraram em operação, nos últimos meses, as novas unidades de tratamento de gasolina e diesel – com investimentos da ordem de US$ 1,7 bilhão – que agregam qualidade de classe mundial a esses produtos, com baixos teores de enxofre (gasolina S-50 e diesel S-10). A recertificação pela ANP foi a última etapa do projeto de elevação da capacidade da refinaria e da qualidade dos seus produtos. TN Petróleo 95
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produtos e serviços
Petrobras
Com a perspectiva de dobrar a produção de petróleo até 2020, a Petrobras investirá US$ 100 bilhões na indústria naval brasileira entre 2012 e 2020. O total de encomendas no período será de 28 sondas, 49 navios e 146 barcos de apoio, 61 destes já em construção e 26 entregues. A previsão é de contratação dos restantes 59 barcos de apoio até outubro, o que totalizará as 146 novas embarcações. Além dessas encomendas, serão contratadas também 38 plataformas de produção, que contribuirão para elevar a produção de petróleo da estatal para 4,2 milhões barris por dia em 2020. O reaquecimento da indústria naval alavanca também outros segmentos da indústria, como os de máquinas, equipamentos pesados, caldeiraria, elétrica e automação. O conteúdo nacional dessas
Foto: Divulgação Keppel Fels
Petrobras investe US$ 100 bilhões na indústria naval brasileira
obras varia de 55% a 75%, índice relevante para uma indústria que retomou sua capacidade de realização a partir de 2003. Desde a construção no país das plataformas P-51 e P-52, há dez anos, as demandas da Petrobras foram responsáveis pelo grande avanço da indústria naval nacional e pelo desenvolvimento econômico de diferentes regiões do país.
Em 2003, o setor empregava 7.465 pessoas no Brasil e hoje emprega mais de 75 mil, reflexo do aumento da produção de petróleo e investimento em logística e distribuição. Até 2017, serão gerados mais 25 mil novos empregos, segundo estimativa do Sindicato Nacional da Indústria de Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval).
A produção diária de petróleo, condensado e líquido de gás natural (LGN) da Petrobras no Espírito Santo bateu recorde em 23 de abril – alcançou o volume de 340,4 mil barris. Considerando-se a quantidade de gás natural, o volume total produzido no dia foi de 416,9 mil barris de óleo equivalente. O feito foi atingido a partir da entrada em operação da plataforma P-58 em 17 de março, hoje produzindo cerca de 50 mil barris 76
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Foto: Banco de Imagens TN Petróleo
Produção diária de petróleo da Petrobras no Espírito Santo ultrapassa 340 mil barris por dia pela primeira vez por dia de petróleo no pré-sal do Parque das Baleias. Também contribuíram decisivamente para esse recorde a entrada em produção dos poços terrestres de Inhambu-37 e Inhambu-41, que levaram a produção terrestre do Espírito Santo a 16 mil barris nesse dia, assim como os bons resultados de eficiência operacional obtidos por todos os sistemas de produção da Unidade de Exploração e Produção do Espírito Santo.
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regulação
Regulação do setor de óleo & gás
em moçambique
O país africano apresenta perspectivas bastante positivas em relação ao seu desempenho econômico nos próximos anos. Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), Moçambique deverá apresentar um crescimento médio do seu produto interno bruto (PIB) na ordem de 8% em 2014, bem acima da expectativa da média global, que será de cerca de 3% para o mesmo ano.
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Henrique Rojas é Associado do escritório Tauil & Chequer associado a Mayer Brown LLP nas práticas de Societário, Tributário Internacional e África no e foi consultor na Câmara de Comércio, Indústria e Agropecuária Brasil – Moçambique (CCIABM).
Paulo Ragee é Special Counsel do Tauil & Chequer Advogados associado a Mayer Brown LLP.
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s investimentos no setor dos recursos naturais, o aumento da capacidade logística, os projetos de infraestrutura em andamento e, principalmente, os investimentos na indústria de óleo & gás impulsionarão de modo significativo a economia do país. Estimam-se a geração de mais de 80 mil postos de trabalho e a duplicação do PIB atual nas próximas duas décadas. Nos últimos anos, Moçambique foi introduzido no mapa da indústria do gás natural, após a descoberta de mais de 100 bilhões de pés cúbicos, mais especificamente ao norte do rio Rovuma, próximo a Cabo Delgado, localizada no extremo nordeste do país. Com o início da produção de gás natural prevista para 2018, é fundamental que todos os envolvidos na operação, da pesquisa à distribuição, estejam atentos à legislação moçambicana e, também, à regulamentação específica do setor. Tendo como marco principal a Lei das Operações Petrolíferas, Moçambique desenvolve, pouco a pouco, um quadro regulamentar para gerir a exploração dos seus recursos naturais. No país, o setor de óleo & gás encontra-se sob a responsabilidade da esfera federal e se dá, principalmente, por meio da referida Lei das Operações Petrolíferas (Lei n. 3/2001); do Regulamento das Operações Petrolíferas (Decreto n. 24/2004) e do Regulamento do Imposto sobre Produção de Petróleo (Decreto n. 4/2008). Uma nova Lei está neste momento em processo de elaboração e, em breve, será o novo marco, substituindo a atual Lei n. 3/2001. Em linhas gerais, os direitos de reconhecimento, pesquisa e produção, e de oleoduto ou gasoduto são concedidos pelo Governo, através de um contrato de concessão com a empresa produtora, sendo que o Estado se reserva o direito de participar de qualquer uma das fases da operação. Embora empresas estrangeiras possam ser titulares do direito de realizar operações petrolíferas (desde que demonstrem a competência técnica e recursos financeiros necessários), as empresas moçambicanas têm um direito de preferência quando da atribui-
ção dos blocos. Ressalta-se que, o consórcio formado entre uma pessoa jurídica estrangeira e uma moçambicana também goza do direito de preferência no processo de atribuição. Independente da nacionalidade da empresa, moçambicana ou estrangeira, deve-se observar a necessidade de obtenção de uma licença específica para operar no setor, bem como de um parecer favorável do Ministério dos Recursos Minerais. Ainda em relação aos aspectos societários, destaca-se que o farm-in, aquisição dos direitos de concessão detidos por uma empresa petrolífera, e o farm-out, processo de venda parcial ou total desses direitos, são permitidos, desde que mediante autorização prévia do Ministério correspondente. Nos contratos de pesquisa e produção há um prazo de até oito anos para a pesquisa e exploração, que pode ser prorrogado, e pode chegar até 30 anos, conforme o plano de desenvolvimento adotado pelo Conselho de Ministros. Com esses contratos, são concedidos os direitos exclusivos de pesquisa e produção da área estabelecida, bem como o direito (não exclusivo) de construir e operar os respectivos sistemas de oleoduto e gasoduto, para fins de transporte de petróleo bruto ou gás natural produzido. Em relação aos aspectos tributários do setor, destaca-se a incidência de imposto específico sobre a produção de óleo & gás (royalty), sujeito a alíquotas que podem variar de 2% a 15%, dependendo da área a ser explorada. Igualmente, em relação à tributação, há incidência do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas (IRPC) à alíquota de 32% sobre o lucro e ganhos de capital, como regra geral. Quando do pagamento de
dividendos para o exterior, as empresas também estão sujeitas a uma retenção de 20% sobre os valores distribuídos. Importa também mencionar que, além das questões já apresentadas, outros aspectos legais devem ser observados pelos envolvidos no setor, como a Lei n. 10/2013, que regula as práticas anticompetitivas relacionadas às fusões e aquisições; a Lei n. 6/2004, que dispõe sobre as práticas anticorrupção; o Decreto n. 56/2010, sobre a legislação ambiental; o Decreto n. 63/2011, que regulamenta a contratação de mão de obra estrangeira para o setor; dentre outros instrumentos legais. O governo de Moçambique tem demonstrado grande empenho na melhoria do ambiente de negócios no setor de óleo & gás. Além da especialização dos órgãos reguladores, como o Instituto Nacional de Petróleo (INP) e a mencionada revisão do marco regulatório. A revisão visa adequá-la à nova realidade, integrando aspectos como liquefação e exportação de gás, transformação do carvão mineral, bem como mudanças regulamentares, como a possível exigência de uma filial ou sucursal registrada em Moçambique para a obtenção de uma licença de exploração, dentre outras modificações. O constante aperfeiçoamento e observância do arcabouço legal relacionado ao setor, aliado à boa vontade das iniciativas pública e privada para o desenvolvimento de um modelo seguro, eficiente e sustentável de parceria, têm o condão de impulsionar drasticamente a economia de Moçambique e consolidar as expectativas em torno das novas descobertas de recursos naturais no país.
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regulação
ção dos blocos. Ressalta-se que, o consórcio formado entre uma pessoa jurídica estrangeira e uma moçambicana também goza do direito de preferência no processo de atribuição. Independente da nacionalidade da empresa, moçambicana ou estrangeira, deve-se observar a necessidade de obtenção de uma licença específica para operar no setor, bem como de um parecer favorável do Ministério dos Recursos Minerais. Ainda em relação aos aspectos societários, destaca-se que o farm-in, aquisição dos direitos de concessão detidos por uma empresa petrolífera, e o farm-out, processo de venda parcial ou total desses direitos, são permitidos, desde que mediante autorização prévia do Ministério correspondente. Nos contratos de pesquisa e produção há um prazo de até oito anos para a pesquisa e exploração, que pode ser prorrogado, e pode chegar até 30 anos, conforme o plano de desenvolvimento adotado pelo Conselho de Ministros. Com esses contratos, são concedidos os direitos exclusivos de pesquisa e produção da área estabelecida, bem como o direito (não exclusivo) de construir e operar os respectivos sistemas de oleoduto e gasoduto, para fins de transporte de petróleo bruto ou gás natural produzido. Em relação aos aspectos tributários do setor, destaca-se a incidência de imposto específico sobre a produção de óleo & gás (royalty), sujeito a alíquotas que podem variar de 2% a 15%, dependendo da área a ser explorada. Igualmente, em relação à tributação, há incidência do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas (IRPC) à alíquota de 32% sobre o lucro e ganhos de capital, como regra geral. Quando do pagamento de
dividendos para o exterior, as empresas também estão sujeitas a uma retenção de 20% sobre os valores distribuídos. Importa também mencionar que, além das questões já apresentadas, outros aspectos legais devem ser observados pelos envolvidos no setor, como a Lei n. 10/2013, que regula as práticas anticompetitivas relacionadas às fusões e aquisições; a Lei n. 6/2004, que dispõe sobre as práticas anticorrupção; o Decreto n. 56/2010, sobre a legislação ambiental; o Decreto n. 63/2011, que regulamenta a contratação de mão de obra estrangeira para o setor; dentre outros instrumentos legais. O governo de Moçambique tem demonstrado grande empenho na melhoria do ambiente de negócios no setor de óleo & gás. Além da especialização dos órgãos reguladores, como o Instituto Nacional de Petróleo (INP) e a mencionada revisão do marco regulatório. A revisão visa adequá-la à nova realidade, integrando aspectos como liquefação e exportação de gás, transformação do carvão mineral, bem como mudanças regulamentares, como a possível exigência de uma filial ou sucursal registrada em Moçambique para a obtenção de uma licença de exploração, dentre outras modificações. O constante aperfeiçoamento e observância do arcabouço legal relacionado ao setor, aliado à boa vontade das iniciativas pública e privada para o desenvolvimento de um modelo seguro, eficiente e sustentável de parceria, têm o condão de impulsionar drasticamente a economia de Moçambique e consolidar as expectativas em torno das novas descobertas de recursos naturais no país.
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recursos humanos
Maré de incertezas exige
executivos preparados
O setor de petróleo e gás no Brasil, apesar de ser aberto para investimentos estrangeiros desde a primeira rodada de licitações em 1999, ainda é dependente majoritariamente da Petrobras, que responde por 92% da produção de petróleo nacional. Com isso, a estatal é a peça principal do tabuleiro, fazendo com que as empresas do setor sejam diretamente dependentes do seu cenário, seja ele positivo ou negativo.
N
os últimos anos, a empresa está em uma maré que não é das melhores. Com alto endividamento e arcando com um déficit corrente por conta da política de preços de combustíveis, somente no ano passado esta prática gerou um prejuízo de mais de R$ 7 bilhões aos cofres da estatal. Assim, toda a capacidade de investimento é impactada, bem como as empresas que dependem diretamente da estatal. Isso fez com que o mercado executivo do setor desacelerasse nos últimos tempos, principalmente em algumas áreas. Entre altos e baixos, a indústria brasileira de petróleo e gás caminha a passos desproporcionais. Explico: o segmento é tão abrangente que é preciso dividi-lo em subsetores para entender como cada um se comporta diante dos diferentes contextos mercadológicos.
Marcelo Lavall é CEO e Partner da Fesa Advisory, consultoria especializada em Capital Humano e Organização, com expertise no segmento de óleo e gás como consultor em busca e seleção de altos executivos.
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Os subsetores e suas tendências – É preciso compreender a indústria de forma integral, enxergando todos os players desse mercado e entendendo a dependência de cada um quanto aos investimentos imediatos da Petrobras. Enquanto alguns subsetores sofrem com tal oscilação, outros continuam evoluindo. As operadoras, por exemplo, por conta da retomada das rodadas em 2013, apresentam a perspectiva de um maior dinamismo a partir deste ano. Esta tendência é reforçada pelo fato de nos últimos quatro anos não termos tido grande volume de contratações. Nesse subsetor também é importante ressaltar a presença dos new comers (novos players que querem ingressar no mercado local), que despontaram nas últimas rodadas com perspectivas de montar operação no Brasil, o que pode movimentar bastante o mercado neste e nos próximos anos. Tal retomada, porém, acontece inicialmente na exploração, portanto os impactos na maior parte da cadeia produtiva serão sentidos apenas no médio e longo prazo. Outro segmento que apresenta grande potencial, do ponto de vista de oportunidades, é o de Logística Offshore. Por ser um mercado muito pulverizado e com grande oportunidade de consolidação, tem atraído grandes investidores, sobretudo fundos de Private Equity. Hoje, há cerca de 50 players efetivamente operando no segmento, entre nacionais e estrangeiros. Há ainda uma forte demanda por novas embarcações até 2020, podendo superar mais de 200 unidades e investimentos de mais de R$ 10 bilhões. Ainda na linha dos subsetores demandantes, é necessário destacar a Construção Offshore. O mercado apresenta um grande pipeline de
projetos previstos para os próximos cinco anos, tanto em relação à construção de novas unidades quanto a serviços de manutenção e reparo. Portanto, acaba por sofrer um pouco menos com a volatilidade de curtíssimo prazo. O setor que já é uma realidade e emprega mais de 80 mil pessoas deverá continuar em ritmo de expansão. Como consequência da demanda por novas unidades de produção até 2020, o mercado de afretamento destas unidades (FPSO) também deverá continuar apresentando muitas oportunidades. Na contramão da tendência positiva do mercado no longo prazo, encontram-se os subsetores diretamente afetados pelo momento conturbado da Petrobras. Sem o aumento das atividades de perfuração, completação e produção nos últimos anos, particularmente as empresas de serviços especializados nesta área têm sofrido bastante. A forte pressão sobre as margens e a não renovação de alguns contratos fizeram, inclusive, com que algumas empresas globais detentoras de alta tecnologia tivessem que reduzir os seus quadros para se adaptar a este cenário mais difícil. Como exceção a essa regra, encontram-se as empresas de serviços de sísmica, as quais apresentam um potencial de expansão por conta da retomada das rodadas. Outro subsetor que sente forte impacto é a indústria de manufaturados. A postergação de projetos e o alongamento dos prazos de pagamentos inserem uma pressão sobre as empresas, que não apresentam neste momento perspectivas de expansão. Em um contexto diferente, aparecem as empresas fornecedoras de equipamentos de grande porte e alta complexidade. Por terem uma carteira robusta para os próximos anos, sofrem menos com a volatilidade atual e investem em novas fábricas e centros de pesquisa e desenvolvimento.
Portanto, no que se refere às tendências no curto prazo, apostamos que as principais oportunidades de carreira este ano aconteçam nas operadoras, empresas de construção offshore e logística. Como se adaptar a este novo cenário – Diante desse quadro desafiador, algumas competências-chave são cada vez mais demandadas dos executivos que atuam ou que pretendem atuar no setor. Estabelecer objetivos concretos e ambiciosos é fundamental, sempre mantendo um olhar atento às possibilidades de desvios. O mote da vez é “fazer mais com menos”. Os recursos financeiros são limitados, portanto os executivos devem ter como bandeira a disciplina de capital. Não há mais espaço para uma cultura perdulária, historicamente comum na indústria de petróleo e gás. Os investidores esperam que os gestores adotem e comuniquem estratégias claras e ofereçam garantia da correta aplicação dos recursos. Portanto, espera-se dos mesmos ‘sentimento de propriedade’. Não menos importante é a resiliência e capacidade para lidar com a frustração. Em cenários adversos, os líderes devem ser capazes de manter a eficiência e eficácia em situações de estresse e ainda motivar suas equipes. É necessário estar comprometido, alinhado culturalmente com a organização e ter paixão pelo que faz. Por fim, é estritamente necessário compreender que hoje vivemos em um ambiente em constante transformação. Estas ocorrem com cada vez mais rapidez e com maior intensidade. O executivo precisa ter a capacidade de se adaptar rapidamente às mudanças e tomar decisões sob pressão. Assim como os recursos financeiros, o tempo é um ativo extremamente escasso. Quem souber gerenciá-lo apropriadamente, terá uma enorme vantagem competitiva.
TN PETRÓLEO
Anunciantes da edição Rexnord – pág. 33 Rio Oil & Gás 2014 – pág. 29 Saoge 2014 – pág. 69 Sotreq – pág. 41 Tenaris – 2ªcapa, pág. 01 United – pág. 35 Vallourec – 4ªcapa Villares Metals – pág. 13 Vulkan – pág. 06
Ano XV • maio/junho 2014 • Nº 95 • www.tnpetroleo.com.br
ESPECIAL: AÇO
UMA INDÚSTRIA produz DE AÇO que óleo e gás Indústria naval e conteúdo local: muda a regra?, por Júlia Motta
Cobertura especial:
Regulação do setor de óleo & gás em Moçambique, por Henrique Rojas e Paulo Ragee Maré de incertezas exige executivos preparados, por Marcelo Lavall
Entrevista exclusiva
Nº 95
Icaterm – pág. 30 IGRC 2014 – 3ªcapa Intertek – pág. 25 Italbronze – pág. 21 Jereh – pág. 05 Kongsberg – pág. 09 Marintec 2014 – pág. 77 Mecan – pág. 47 Pig Espuma – pág. 62
Nova instrução normativa sobre o Repetro, de Paulo Cesar Rocha, diretor Executivo da LDC Comex
Fornecedores do Vale do Aço avançam no mercado de óleo e gás Desafio Brasil x China Sucata gera aço
ESPECIAL AÇO: UMA INDÚSTRIA DE AÇO QUE PRODUZ ÓLEO E GÁS
Aerodinâmica – pág. 19 Cashco – pág. 51 China Brasil – pág. 11 Drager – pág. 43 EIC América do Sul – pág. 73 Firjan – pág. 39 Fischer – pág. 34 FMC Technologies – pág. 27 Fundação Dom Cabral – pág. 31
opinião
João Candido Gonçalves da Silva, diretor de Competitividade Naval da Enseada Indústria Naval
Uma enseada de grandes projetos
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conteúdo local
Indústria naval e conteúdo local:
muda a regra?
No início do mês de março, durante evento realizado para empresários do setor naval no Rio de Janeiro, a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, fez declarações consideradas polêmicas sobre a necessidade de contratar embarcações estrangeiras de apoio.
N
o recado aos empresários, Graça Foster se referia às dificuldades da indústria nacional de atender a todas as encomendas previstas no Prorefam (Programa de Renovação da Frota de Apoio Marítimo), criado com o objetivo de aumentar o nível de conteúdo nacional da frota de embarcações de apoio, utilizadas para levar mantimentos às plataformas em alto-mar e prestar serviços como o de lançamento de âncoras e dutos submarinos. O programa prevê a construção no Brasil de 146 embarcações de apoio, inclusive as do pré-sal. Deste total, apenas 87 foram encomendadas até agora. Essas embarcações são construídas em estaleiros no Brasil por armadores nacionais que afretam (alugam) os equipamentos à estatal. Durante o evento, foi anunciada a nova contratação de somente oito embarcações de apoio. O conteúdo local é assunto controvertido e sempre gerou conflitos entre a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), responsável pela regulamentação do tema – e as operadoras. Sendo conceituado como a proporção de investimento nacional em determinado produto ou serviço, o conteúdo local demanda níveis mínimos de fornecimentos nacionais para o setor de petróleo e gás e faz parte de uma política de incentivo ao desenvolvimento da indústria nacional, bem como de capacitação de mão de obra local. Especialistas do setor de petróleo consideram que o programa de conteúdo local é uma das principais amarras que impedem a Petrobras de atingir as suas metas de expansão da produção de petróleo.
Júlia Motta é advogada, especialista em Direito Internacional e Transporte Aéreo pela Universidade de Marseille III, França. Atua no ramo de petróleo há 17 anos e é sócia do Mota Advogados, escritório boutique voltado para investimento estrangeiro, estruturação de negócios, contratos em geral, societário e imigração.
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Conteúdo local mínimo na oferta – Nas rodadas de licitação de blocos de petróleo e gás, as ofertas apresentadas pelas empresas são compostas por três itens: programa exploratório mínimo, bônus e compromisso de conteúdo local. Desde a primeira rodada, em 1999, a ANP estabelece requisitos mínimos de conteúdo local. Os Contratos de Concessão para exploração, desenvolvimento e produção de petróleo e gás firmados pela ANP com as operadoras incluem a Cláusula de Conteúdo Local, que incidem sobre as fases de exploração e desenvolvimento da produção. De acordo com esta cláusula, as concessionárias devem assegurar preferência à contratação de fornecedores brasileiros sempre que suas ofertas apresentem condições de preço, prazo e qualidade equivalentes às de outros fornecedores convidados a apresentar propostas.
Os contratos de concessão preveem um compromisso de Conteúdo Local baseado na oferta durante a licitação. É interessante observar os detalhes do modelo de oferta nos leilões para áreas offshore, como se verifica a seguir – na 11ª Rodada, que ocorreu em maio de 2013. 11ª Rodada – Verifica-se que o nível de exigência de conteúdo local é bastante baixo para alguns itens, como apoio logístico (marítimo/aéreo/base), que é de somente 15%. Evolução do mercado de apoio marítimo – Desde o lançamento pela Petrobras do Prorefram I, em 1999, até março de 2012, foram contratadas 105 embarcações de apoio marítimo dos seguintes tipos: AHTS (Anchor, Handling, Tug and Supply); PSV (Plataform Supply Vessel); PLSV (Pipe Laying Support Vessel); RSV-ROV (Remote Operated Vehicle Support Vessel); OSRV (Oil Spill Response Vessel); e MPSV (Multipurpose Support Vessel).1 Algumas dessas encomendas não foram contratadas no âmbito do Prorefam, especialmente as mais complexas, como os RSV-ROV e os PLSV. De qualquer forma, essas embarcações podem ser incorporadas pelo programa, já que o Prorefam III ainda tem diversas embarcações a serem contratadas. Adicionalmente, a Petrobras contratou embarcações do tipo LH (line handling), UT (utility boat) e P (passenger), que são de pequeno porte, também não contempladas no Prorefam. A intensificação da exploração do pré-sal gerou uma demanda crescente de navegação de apoio marítimo que fornece apoio logístico às unidades de exploração e produção de petróleo offshore, que teve crescimento de 147,5% em 2013 em comparação com 2012. A presidente da Petrobras afirmou que a estatal sabe que não é possível contratar tudo no Brasil e que não pode esperar. Afirmou: “não é prioridade para nós nenhuma contratação que coloque em risco nossa curva de produção”. Isso significa que, para o período 2014-2018, a empresa comprará no exterior quando não for razoável e possível comprar no mercado local. Ela foi enfática ao dizer que, apesar de todo apoio da estatal ao desenvolvimento da indústria naval nacional, não irá atrasar a produção. De fato, os resultados operacionais e financeiros da Petrobras têm pressionado sua presidente a recuperar a capacidade de produção, melhorar o desempenho das refinarias e obter receitas que possam sustentar os ambiciosos programas de investimentos dos próximos anos e aumentar sua rentabilida-
de. É óbvio que entre outras medidas é necessário encomendar equipamentos de que necessita junto a fornecedores que podem oferecer o melhor produto pelo menor preço e nas melhores condições de pagamento. Falta competitividade – O tema da contratação de embarcações nacionais versus embarcações estrangeira não é linear e não se limita ao debate relativo ao conteúdo local. Há diversos outros fatores que devem ser levados em conta e o principal deles é o custo que a Petrobras tem ao contratar uma embarcação estrangeira em comparação a uma embarcação nacional. Apesar de o Prorefam estabelecer condições especiais para a contratação de embarcações construídas no Brasil, as embarcações estrangeiras ainda representam a maioria na frota nacional devido, sobretudo, aos baixos custos relacionados à sua contratação, como as diárias de operação, a carga tributária e a falta de estaleiros de reparos no Brasil – o que, de acordo com especialistas, amplia o tempo que navios nacionais precisam parar para manutenção. A Petrobras já havia informado sobre ajustes nos contratos de forma a melhorar a competitividade da indústria local. Porém, com o resultado fraco da quinta etapa do Prorefam, a empresa sinaliza claramente não estar disposta a assumir maiores despesas enquanto o mercado internacional oferecer preços mais competitivos. Conclusão – Antes de qualquer precipitação quanto a possíveis alterações na regulamentação do conteúdo local, multas à Petrobras ou mesmo críticas ao setor naval brasileiro e sua capacidade de atender aos planos de incentivo, cabe destacar que a exigência de contratação de embarcações nacionais, para cumprimento de cláusula de conteúdo local, não impede a contratação de embarcações estrangeiras até determinado percentual, conforme demonstrado aqui. A presidente Dilma Rousseff, logo após o leilão do Campo de Libra, disse que não haveria alterações nas regras do setor, entre as quais as de conteúdo nacional. Evidente, contudo, que a declaração da presidente da Petrobras, Graça Foster, representa um sinal, digamos assim, amarelo para o setor naval e pode gerar desconforto político. Isso porque o propósito principal do conteúdo local é fomentar a indústria nacional e já há diversas políticas de incentivo na área marítima, conforme mencionado. A declaração da presidente de que a prioridade de sua gestão é o aumento da produção de petróleo e não a
1 AHTS – navio de suprimento, reboque e manejo de âncoras, dotado de guindastes com importante capacidade de tração. PSV – navio de suprimento com capacidade de carga tanto em seu convés principal e nas cabines quanto em tanques para transporte de produtos químicos, água, combustível e lama. PLSV – navio destinado à construção submarina que realiza o lançamento de dutos a serem instalados no fundo do mar. RSV–ROV realiza trabalhos de manutenção submarina, mapeamento do leito oceânico para a passagem de dutos, entre outros serviços de natureza submarina, por meio de robô controlado remotamente pela embarcação. OSRV – de combate ao derramamento de óleo. Já o Multipurpose Support Vessel combina capacitações de diversos tipos de embarcações de apoio.
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conteúdo local indicadores tn contratação de equipamentos produzidos pela indústria nacional vai de encontro à estratégia eleitoral do PT. A política de conteúdo local mínimo sempre foi defendida desde a campanha presidencial do então candidato petista Lula, com efeitos positivos para parte da indústria, mas com a imposição de dificuldades para a Petrobras e outras companhias do setor. Planilha 1 - Águas profundas > 400 metros Sistemas
cl sistema (%)
Exploração
Mínimo
37
Desenvolvimento
Setor:
Bloco:
Subsistemas
Item
CL Mínimo (%)
Geologia e Geofísica
Interpretação e Processamento
40
Aquisição
5
Perfuração, Avaliação e Completação
Afretamento Sonda
10
Perfuração + Completação (obs. 1)
30
Sistemas Auxiliares (obs. 2)
55
Apoio operacional
Apoio logístico (Marítimo/Aéreo/Base)
15
Perfuração, Avaliação e Completação
Afretamento Sonda
10
Perfuração + Completação (obs. 1)
30
Sistemas Auxiliares (obs. 2)
55
Apoio logístico
15
Árvore de natal
85
Umbilicais
40
Manifolds
80
Linhas de Produção/Injeção Flexíveis (Flowlines, Risers)
80
Linhas de Produção/Injeção Flexíveis
100
Dutos de Escoamento
100
Sistema de Controle Submarino
50
Engenharia básica
50
Engenharia de detalhamento
95
Gerenciamento, Construção e montagem
60
Engenharia básica
50
Engenharia de Detalhamento
95
Gerenciamento, Construção e montagem
60
Casco
80
Sistemas Navais
50
Sistema Múltiplo de Ancoragem
70
Sistema Simples de Ancoragem
30
Intalação e Integração dos Módulos
95
Pre-Instalação e Hook-up das Linhas de Ancoragem
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Plants
Engenharia básica
50
Engenharia de Detalhamento
95
Máximo
55
Sistema de coleta de produção
55
Obrigada a comprar no Brasil, a estatal muitas vezes paga mais caro do que pagaria no exterior e nem sempre obtém produtos com a tecnologia que poderia obter fora. Essa situação foi tolerada durante 12 anos. A recente declaração de Graça Foster indica que a situação pode estar mudando.
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UEP
Gerenciamento de Serviço 90
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Materiais (obs. 3)
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Construção & Montagem
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feiras e congressos
Junho
2 a 5 - EUA LNG Americas Summit Local: San Antonio, TX Tel: +44 20 7978 0018 Email: rjanmahomed@thecwcgroup.com
www.lngamericas.cwclng.com
15 a 19 - Rússia World Petroleum Congress Local: Moscou, Rússia Tel/fax.: +7 495 739 2854 Email: info@21wpc.com www.21wpc.com
25 a 28 - Noruega ONS 2014 Local: Stavanger, Noruega Tel.: +47 51 59 81 60 Email: service@ons.no www.ons.no
24 a 26 - Arábia Saudita Saoge 2014 Local: Dammam, Arábia Saudita +39 06 30883030 exhibition@saoge.org www.saoge.org
Setembro
Outubro
15 a 18 - Rio de Janeiro Rio Oil & Gas Local: Rio de Janeiro, RJ Tel.: + 55 21 2112-9000 Email: eventos@ibp.org.br www.ibp.org.br
14 a 16 - Escócia Deep Offshore Technology International Local: Aberdeen, Escócia Tel.: +1 918 831 9161 Email: registration@pennwell.com www.deepoffshoretechnology.com
Agosto
12 a 14 - Brasil 11ª Navalshore Local: Rio de Janeiro Tel.: +55 (11) 4878 5990 Email: info@marintecsa.com.br www.marintecsa.com.br
26 e 27 - Argentina Shale Gas World Local: Buenos Aires, Argentina Tel.: +44 (0)207 092 1231 Email: enquiry.uk@terrapinn.com www.terrapinn.com
17 a 19 - Dinamarca IGRC 2014 Local: Copenhague, Dinamarca Tel.: +45 20401405 E-mail: pih@igrc2014.com www.igrc2014.com
28 a 30 - EUA Oil & Gas Pipeline Local: Houston, TX Tel.: +1 918 831 9523 Email: registration@pennwell.com www.oilandgaspipelineevent.com
Novembro 30/09 a 02/10 - Canadá IPE/IPC – International Pipeline Conference Local: Calgary, Canadá Tel.: +1 (403) 209-3555 E-mail: info@dmginfo.com www.internationalpipelineconference.com
10 a 13 - Emirados Árabes Adipec 2014 Local: Abu Dhabi, Emirados Árabes Tel.: +971 2 6970 527 Email: jeanphilippe@dmgeventsme.com www.adipec.com
Para divulgação de cursos e/ou eventos, entre em contato com a redação. Tel.: 21 3221-7500 ou webmaster-tn@tnpetroleo.com.br TN Petróleo 95
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fino gosto
Mosteiro, a mais sagrada gastronomia do Rio
por Orlando Santos
E finalmente o bom e velho Mosteiro, no Centro do Rio, acaba de completar meio século de vida! Apesar de todos os problemas decorrentes das obras ligadas à revitalização da Zona Portuária, onde o restaurante está localizado, ele continua servindo uma comida de boa qualidade, num ambiente clássico e confortável e um serviço impecável. Atravessar 50 anos no mesmo endereço, resistindo ao tempo e tendo tido como clientes diversos figurões da República, incluindo presidentes, não é para qualquer um! 88
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P restaurante mosteiro
Rua São Bento, 13 Centro Rio de Janeiro Tels.: (21) 2233-6478
Plantado nas proximidades da Praça Mauá, defronte a outro mosteiro, o de São Bento e, agora, a prédios moderníssimos no seu entorno, a Casa é uma honrosa referência gastronômica da boa e tradicional culinária
lusitana, com pratos brasileiros mesclando-se em seu cardápio. Por isso continua sendo o preferido de empresários, executivos e personalidades que trabalham nas imediações, e novos fregueses que certamente ocuparão os recém-construídos prédios empresariais. De político conhecido, quem tem comparecido com certa assiduidade, quando está no Rio, é o deputado federal Miro Teixeira. Ele está sempre lá e é recebido na porta pelo dono da Casa, José Temporão, pai do ex-ministro da Saúde, José Gomes Temporão. Hoje, aos 91 anos, Temporão cumpre sua antiga rotina de 12 horas de trabalho, e é um dos primeiros a chegar ao Mosteiro para acompanhar de perto todas as providências relacionadas à atividade ali desenvolvida: contatos com fornecedores, parte administrativo-financeira... nisso, ele tem contado com o auxílio do neto Marcelo. O Mosteiro possui uma brigada de mais de 20 empregados, entre o pessoal da cozinha, mâitres e garçons, incluindo o chef Vanildo, prata da casa. Para Temporão, está muito difícil manter todo esse pessoal e uma comida de excelente qualidade, mas para isso tem lançado mão de pequenas reservas financeiras, já que com as obras do Porto Maravilha a quantidade de clientes diminuiu pela metade em função da dificuldade de acesso. Criado em 1964, o Mosteiro tem sido um lugar agradável, sempre com uma comida de qualidade. O bom gosto predomina em todo o ambiente, com as paredes tal qual uma galeria de arte, exibindo quadros de artistas contemporâneos. No item gastronômico, um dos pratos tem sido servido ao longo de todos esses anos, o lombo de bacalhau à moda do porto (grelhado, com brócolis, batatas cozidas, azeitonas, pimentões e cebolas grelhadas). Mas a lista de sugestões assinada pelo baiano Vanildo é bem ampla, e para agradar ao paladar de quem gosta da comida de sua terra, a moqueca de bacalhau à Mosteiro (com azeite de dendê, tomate, cebola, pimentão e leite de coco) não deixa a menor dúvida de que é um prato português com ingredientes da terra baiana. Figura ainda com destaque o prato com o nome da casa, o Mosteiro: bacalhau grelhado com brócolis, cebola, ovo e batatas cozidas. A lista de peixes e frutos do mar é enriquecida com as sugestões de arroz de pato à Mosteiro (com carne de ave desfiada com azeitona e paio). O espaçoso ambiente abriga confortavelmente 150 clientes. Mas hoje, diante de tantos problemas de acesso, seu patriarca Temporão chega a duvidar se irá poder se manter. Porém, alertado por nós de que o Mosteiro é um patrimônio da cidade, ele parece se animar, abrindo um sorriso de confiança e deixando escapar que vai aguardar dias melhores. É o que todos esperamos. Para o bem da cidade e da gastronomia.
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coffee break
O Rio é mais surreal com
Dalí por Orlando Santos
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Principal mostra do ano da Copa, a exposição sobre o artista Salvador Dalí, no Centro Cultural Banco do Brasil, vai permanecer na cidade de maio a setembro, quando seguirá para o Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo. No Rio, o CCBB expõe telas, obras gráficas e uma instalação do mais excêntrico artista de seu tempo e o que melhor soube expressar o movimento surrealista, que se estruturou ao redor de André Breton, autor do célebre Manifesto Surrealista, em 1924.
C
Com custo de R$ 9 milhões e negociada durante cinco anos, Salvador Dalí abriga 30 pinturas a óleo, mais de uma centena de trabalhos gráficos e uma instalação. Reunidas, as obras têm valor estimado em US$ 170 milhões, o equivalente a quase R$ 400 milhões. No Brasil, a exposição tem um perfil diferenciado daquele apresentado em sua última grande retrospectiva internacional em Paris, em 2012, mostra visitada por 790 mil pessoas. Aqui, a curadoria se concentrou na parte surrealista da obra do artista, reunindo trabalhos feitos desde os anos 1920 até 1982. As peças exibidas pertencem aos três maiores acervos do artista no mundo: a Fundação Gala-Salvador Dalí, em Figueiras (Espanha), o Salvador Dalí Museum, na Flórida (EUA), e o Museu Reina Sofía, em Madri (também na Espanha). Organizada pelo Instituto Tomie Ohtake, a exposição proporciona ao visitante uma clara percepção da evolução da obra de Dalí, não só técnica, mas de suas influências, recursos temáticos, referências ideológicas e simbolismos. Para o gerente geral do CCBB-RJ, Marcelo Mendonça, não haveria maneira melhor de comemorar o aniversário da instituição. “Em 2001, exibimos uma das maiores mostras sobre o Surrealismo já realizadas no país. Foi um marco na história do CCBB, tanto pelo acervo apresentado quanto pelo interesse do público. Em 2014, ano em que celebramos 25 anos de existência, trazer para o Brasil o ícone do movimento surrealista é uma oportunidade para festejarmos o quanto o público das artes plásticas cresceu nos últimos tempos e como o Rio de Janeiro adquiriu uma nova imagem ao ser reconhecido como mais uma das grandes cidades do mundo a bater recordes de visitação em exposições de arte”, exulta. A mostra ocupa cerca de 1.000 m² do primeiro andar do CCBB e traça a trajetória do artista passando pelas diversas fases de sua produção. Será possível ver as telas do período de sua formação como pintor: Retrato del padre y casa de Es Llaner, de 1920, e o Autorretrato cubista, de 1923. A fase surrealista, que deu fama mundial ao catalão, será retratada em telas que apresentam seu método ‘paranoico-crítico’ de interpretação da realidade, com obras muito significativas como El sentimiento de velocidad (1931), Monumento imperial a La mujer-niña (1929), Figura y drapeado en un paisaje (1935) e Paisaje pagano médio (1937). O acervo também conta com documentos e livros da biblioteca particular do artista, provenientes do arquivo do Centro de Estudos Daililianos, os quais dialogam com as pinturas, proporcionando ao visitante uma viagem biográfica
e artística pela carreira do pintor. É o caso dos títulos Imaculada Conceição (1930), de André Breton e Paul Eluard, e Onan (1934), de Georges Hugnet. As raridades tiveram seus frontispícios assinados por Salvador Dalí e retratam as bases do surrealismo na literatura. O conjunto mostra os desenhos criados para ilustrar o livro Cantos de Maldoror (escrito em 1869 e ilustrados por Dalí em 1934), que inspirou muitos artistas do período, tanto pelo tema quanto pela descrição de um mundo onírico, tornando seu autor Isidore Lucien Ducasse – conhecido como Conde de Lautréamont – um dos precursores do movimento surrealista. As ilustrações feitas para os clássicos da literatura mundial Dom Quixote de la Mancha, de Miguel de Cervantes, e Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carrol, completam a mostra. “Queremos mostrar Dalí surrealista, mas também aquele que se antecipa ao seu tempo, que é audacioso, que defende a liberdade de imaginação do artista em sua própria criação. Ao mesmo tempo, a mostra passeia pela trajetória artística e pessoal de Salvador Dalí”, explica Montse Aguer, curadora da exposição e diretora do Centro de Estudos Dalinianos da Fundação Gala-Salvador Dalí. “Após a visita, todos entenderão sua importância como artista, não só no surrealismo, mas na história da arte. Isso significa uma importante ligação com a arte contemporânea, pois Dalí parte de uma compreensão e respeito pela tradição”, conclui Aguer.
Salvador Dalí Exposição: de 30 de maio a 22 de setembro De quarta a segunda, das 9 h às 21 h CCBB-RJ - Rua Primeiro de Março, 66 – Centro – Rio de Janeiro/RJ Tel.: (21) 3808-2020 / E-mail: ccbbrio@bb.com.br TN Petróleo 95
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opinião
de Paulo Cesar Rocha, diretor executivo da LDC Comex
Nova instrução normativa
sobre o Repetro
Saiu a nova Instrução Normativa da Secretaria da Receita Federal, de número 1.415, tratando do Regime aduaneiro especial de exportação e importação de bens destinados às atividades de pesquisa e de lavra das jazidas de petróleo e de gás natural (Repetro).
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m artigo anterior sobre o Repetro, eu havia comentado sobre os três pontos que julgava necessário serem aperfeiçoados, um deles com ralação à simplificação da habilitação, principalmente sobre a apresentação de contratos, e outro sobre uma definição clara do que podia ser admitido no Regime ou não (o conceito de bem repetrável ou não repetrável). No segundo ponto eu explicava o que era necessário, porque, não existindo uma padronização clara e uniforme entre as diversas unidades da Receita Federal do Brasil, as empresas ficavam sem uma diretriz para formar seus custos e a divergência de opiniões levava por vezes à demora no desembaraço aduaneiro com o consequente aumento de custos diretos e indiretos (paralisação de equipamentos, por exemplo). A Nova Instrução Normativa revoga a anterior vigente, de número 844, de 09/05/ 2008, sendo que estes dois pontos foram aperfeiçoados junto com outros que descrevemos sucintamente a seguir: 1) Para a fase de pedido de habilitação foi reduzida a apresentação de documentos, sendo que certidões, por exemplo, passam a ser tiradas pelo Auditor Fiscal que examinar o processo. 2) A apresentação de contratos é suprimida e substituída pela previsão de que o contrato fique à disposição da fiscalização e fixa sua não obrigatoriedade de apresentação anexa ao pedido de habilitação. 3) Foi definido, de forma clara e objetiva, que bens para serem admitidos no Repetro e necessários para a operação dos equipamentos já admitidos no Repetro, têm que ter o valor superior a U$ 25.000,00 (vinte e cinco mil dólares americanos). Pode se discordar do valor, ter a opinião de que é um valor alto, mas na verdade agora se tem uma definição precisa do que pode ou não ser admitido no Repetro, agilizando o processo de 92
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admissão e seus custos diretos e indiretos, assim como a segurança de uma garantia de igualdade a todas as empresas, porque não se depende mais de interpretação do que pode ou não pode ser admitido. 4) A exigência de Termo de Responsabilidade passa a ser feita no corpo da DI ou DSI, o que na realidade acaba com a necessidade de abertura de um processo para cada DI ou DSI a ser admitida no Repetro. 5) A garantia foi mais flexibilizada: empresas que têm Linha Azul ou garantias inferiores a R$ 100.000,00 (cem mil reais) não necessitam dela e foram fixadas condições específicas – ela pode se dar por aval de outra empresa. Pelo valor mínimo para partes e equipamentos serem possíveis de admissão no Repetro, a existência de um bom e bem elaborado inventário em cada embarcação, plataforma ou equipamento passa a ser de alta relevância, porque a troca ou substituição de bens admitidos no Repetro ainda possíveis de serem feitas pelas normas gerais de regime de admissão temporária. É de suma importância a operação correta do Sistema de Controle Informatizado, que por normas da Receita Federal deve possibilitar a inserção de dados e as consultas em tempo real na Internet. Também é de se lembrar que as empresas que detiverem o Procedimento Especial de Linha Azul passam a não necessitar de garantia e, como o processo de Termo de Responsabilidade não existe mais, a parametrização de despacho passa aos termos e condições da Linha Azul. Resumindo, a nova Instrução Normativa sobre o Repetro traz boas novas, com a simplificação da habilitação, a definição do que pode ser admitido no regime e a facilitação do despacho aduaneiro.
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International Gas Union Research Conference
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New energy gases and their future role Gas and renewables in combination Utilisation of the gas infrastructure Gas-to-power and Power-to-gas The LNG revolution Shale gas
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