opinião
Repensando o Repetro, de Alberto Machado Neto, diretor executivo da Abimaq e professor e coordenador acadêmico do MBA Gestão em Petróleo e Gás da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Polônia quer ampliar negócios com o Brasil Cobertura Rio Oil & Gas: A feira das expectativas Pré-sal abre caminho para soluções cada vez mais inovadoras
NA BOMBA
Planejamento integrado: a chave para a excelência operacional, por José Sá Desenvolvimento Humano e Sustentabilidade: a força da equipe, por Wanderley Passarella Gestão jurídica de contratos na área de óleo e gás, por Alexandre Sion e Giovanni Peluci Uso temporário de áreas do porto organizado: uma alternativa para a indústria offshore, por Patricia Sampaio Fiad Impactos socioeconômicos de atividades de exploração e produção em bacias maduras e campos marginais terrestres, por Grupo de pesquisa CNPq
Entrevista exclusiva
Marcos Panassol, sócio e líder de petróleo & gás da PwC Brasil
É necessário rever o conteúdo nacional e o ritmo dos leilões
00098 9 771415 889009
TEM TECNOLOGIA
ISSN
ESPECIAL: COMBUSTÍVEIS
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Ano XVI • novembro/dezembro 2014 • Nº 98 • www.tnpetroleo.com.br
sumário
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edição nº 98 nov/dez 2014
Entrevista exclusiva
Marcos Panassol, sócio e líder de petróleo & gás da PwC Brasil
entrevista exclusiva
É necessário rever o conteúdo nacional
E O RITMO DOS LEILÕES
NÃO ACHO QUE A QUESTÃO SEJA PARTILHA OU CONCESSÃO, MAS SIM A ELABORAÇÃO DE UMA POLÍTICA DEFINIDA DE INCENTIVO À ENTRADA DESTES PLAYERS MENORES E DE ACESSO A ESTAS ÁREAS ESPECÍFICAS, INCLUSIVE CAMPOS PRODUTORES MADUROS, TALVEZ COM POLÍTICAS DE CONTEÚDO LOCAL E FINANCIAMENTO PRÓPRIOS.
TN Petróleo – A autossuficiência em gás natural dos Estados Unidos, as reservas gigantescas de petróleo e gás da Venezuela, a reforma no setor energético no México e o pré-sal estão mudando mesmo a geopolítica do petróleo no mundo? Ou a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) continua com o mesmo poder? Marcos Panassol – Ao final de 2013, os países da Opep eram responsáveis por cerca de 70% das reservas provadas de petróleo no mundo (lembrando que a Venezuela é parte da organização). Não há como desprezar a importância da Opep na geopolítica do setor. Entretanto, os eventos do shale gas nos EUA, do pré-sal no Brasil e a abertura do setor energético do México trazem uma alternativa muito bem-vinda para o setor, ainda mais para os países do continente americano como um todo – em especial em momentos de acentuada crise política na região da Opep. O recente ajuste nos preços do barril do petróleo já pode ser um reflexo deste equilíbrio. 22
Qual a expectativa para a próxima década? A Opep continuará a exercer o papel de maior influenciador do mercado global de petróleo, graças à sua produção em larga escala, facilidade logística e baixo custo. Em sua opinião, como o Brasil se situa nesse atual contexto geopolítico da indústria de petróleo e gás? O Brasil decerto se situa muito bem. Mesmo com diferentes cenários de oportunidades e desafios para o negócio, não considero que tenhamos um nível relevante de incertezas quanto ao papel do setor de petróleo na política energética nacional. As reservas potenciais do pré-sal são, sem dúvida, um atrativo importante e certamente trazem oportunidades para todos os participantes do setor. Entretanto, é necessário avaliar de perto o foco na concentração da exploração por apenas algumas empresas. Cessão onerosa e sistema de partilha: de que forma essas mudanças no marco regulatório impactam positiva
e negativamente a indústria brasileira de óleo e gás? A cessão onerosa é o que se pode chamar de one off, ou seja, evento único e que, por si, não vejo que tenha trazido algum impacto negativo ao setor. Por meio dela, a Petrobras teve acesso a 5 bilhões de barris – e os está explorando – e irá desenvolver a sua produção, gerando atividade econômica e movimentando o setor. A partilha, por sua vez, teve como objetivo manter a exploração e produção das principais áreas do pré-sal sob o controle da União. É certo que havia outras formas de se maximizar a participação governamental nas receitas do pré-sal, como o aumento dos royalties, conforme preconizado à época por representantes do setor. Mesmo sendo um tema muito importante, fica a questão do ritmo dos leilões de novas áreas dentro do modelo de concessão. Qual a avaliação que a PwC faz do cenário de partilha? O regime de partilha é adotado com sucesso por vários países no mundo. No
Foto: Divulgação
Para Marcos Panassol, sócio da PwC Brasil (PricewaterhouseCoopers), uma das maiores empresas de auditoria e consultoria do mundo, está na hora de se fazer uma avaliação acurada do que funcionou e do que precisa ser melhorado no conteúdo nacional. “Certamente, os investimentos em pesquisa e desenvolvimento devem ser trazidos para a discussão e empresas que investem devem se beneficiar”, adverte o líder de Petróleo & Gás da PwC. Segundo ele, o Brasil não conseguirá ser competitivo em todas as áreas da indústria. “A vocação regional deve ser observada e o foco definido”, pondera o especialista, em entrevista exclusiva à TN Petróleo, destacando que outro fator crucial é a constância dos leilões de áreas para exploração. por Beatriz Cardoso
Brasil, ele visa incentivar a exploração de novos campos, além de gerar riquezas e desenvolvimento, porém é impactado pela ausência de múltiplos operadores. A questão principal, agora, na partilha também é o ritmo de novos leilões e seu ajuste à capacidade da indústria nacional de atender aos índices de conteúdo local. Outros países têm sistema misto – partilha e concessão. O senhor considera que com um modelo mais flexível a indústria tem mais condições de crescer, abrigando players de diferentes portes? Devemos nos lembrar de que existe apenas em torno de uma dúzia de grandes empresas de exploração e produção de petróleo. A partir daí são centenas
de empresas especializadas em determinados tipos de produção, operando com custos reduzidos para serem mais competitivas. Não acho que a questão seja partilha ou concessão, mas sim a elaboração de uma política definida de incentivo à entrada destes players menores e de acesso a estas áreas específicas, inclusive campos produtores maduros, talvez com politicas de conteúdo local e financiamento próprios. As pequenas e médias empresas ainda têm participação inexpressiva na indústria brasileira de óleo e gás. O que é necessário para mudar esse cenário? De fato, o faturamento médio de empresas fornecedoras do setor é algo
É necessário rever o conteúdo nacional e o ritmo dos leilões
em torno de R$ 80 milhões/ano. Hoje, o mercado enxerga o Brasil como um país que tenta se especializar em todos os segmentos ao mesmo tempo. Entendemos que é preciso focar em determinadas atividades, especialmente naquelas em que tenhamos vocação ou vantagens competitivas estabelecidas, para que possamos obter êxito na inserção das pequenas e médias empresas na cadeia de suprimentos, e até mesmo disputar de igual para igual com as empresas estrangeiras. As medidas iniciais já foram tomadas com a política de conteúdo local e a transferência de tecnologia. No entanto, ainda estamos no início do aprimoramento e foco em áreas que tenhamos diferencial. Os desafios do pré-sal, mantra dessa indústria, demanda tanto tecnologia e inovação em processos como também
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com Marcos Panassol, sócio e líder de petróleo & gás da PwC Brasil
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especial: combustíveis
Especial combustíveis
TEM TECNOLOGIA Tem tecnologia NA BOMBA na bomba 32 O desafio da distribuição em um país continental 35 Revolução de segunda geração 26
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Parceria internacional parceria
Polônia
quer amPliar negócios com o Brasil O setor naval e offshore pode ser o grande canal de negócios para reforçar o comércio entre o Brasil e a Polônia, país que em 2013 vendeu mais de US$ 800 milhões para o mercado local, importando cerca de US$ 400 milhões em itens diversos brasileiros. Ainda assim, o Brasil representa menos de 1% no comércio exterior da Polônia. por Beatriz cardoso, enviada especial a Gdansk
A
lém de equipamentos e componentes para a indústria de petróleo e gás, a indústria polonesa aposta em sua expertise na área naval e offshore para diversificar essa relação comercial. Tradicionais construtores navais e prestadores de serviço nesse segmento, eles estão atentos às oportunidades de negócios fora da comunidade econômica europeia, sua principal parceira comercial. A Polônia é uma economia que sofre menos o impacto da crise na região, em função também da manutenção da moeda local, o Zloty, que vem se valorizando perante o Euro desde o início desta década. Com o objetivo de estabelecer essa nova rota de comércio, já foram realizadas duas missões de empresários àquele país, a última delas reunindo também alguns jornalistas. A iniciativa é de dois empresários, o polonês Andrzej Kawczynski, da DrillShip Solutions, e o brasileiro Nelson Aquino, da Trade Óleo & Gás, e tem o apoio do governo polonês.
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Nelson Aquino (quem é???) lembra que desde 2011 eles vêm apresentando o potencial dos estaleiros poloneses às empresas brasileiras. “Na missão anterior, executivos de estaleiros e armadores puderem ver in loco as soluções que aquela indústria oferece para o setor, com vantagens competitivas que vão desde a qualidade dos produtos e serviços ao excelente custo/benefício”, afirma. Ele lembra ainda que, no passado, grande parte dos navios da antiga Companhia de Navegação Lloyd Brasileiro foi produzida na Polônia, servindo de referência para a construção naval no Brasil. “Muitos materiais, componentes e partes de embarcações, que não possuem conteúdo nacional podem ser construídos na Polônia com velocidade e custos excelentes. E os estaleiros brasileiros podem se beneficiar de parcerias tecnológicas para otimizar ainda mais seus processos”, conclui Nelson Aquino.
sinaval apoia esforço O secretário executivo do Sindicato Nacional da Indústria
Os resultados dessa parceria empreendedora já começam a aparecer: na missão realizada em outubro às cidades de Gdansk e Gdynia, principais polos navais do país na costa do mar Báltico, foram fechados dois contratos de representação. Os estaleiros Crist, que possui o maior dique seco do norte da Europa (350 x 70 m), além de vários diques flutuantes, e o Vistal, um dos grandes grupos do setor e que tem diferenciais tecnológicos essenciais para a indústria naval e offshore, ambos sediados em Gdynia, agora são representados pelas duas empresas brasileiras. “Ambas,
que têm tradição no setor naval e expertise na área offshore, querem prospectar parcerias com grupos brasileiros. O que pode implicar até mesmo a vinda e instalação desses estaleiros para ao Brasil, no futuro”, pontua Andrzej. Segundo ele, é enorme o potencial de negócios do Crist e do Vistal, que detêm tecnologia, mão de obra altamente especializada e capacidade de inovação. “Isso é tudo o que as empresas brasileiras desejam em seus parceiros para aumentar a produtividade e ganhar competitividade”, complementa o empresário polonês radicado no Brasil.
da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval), Sérgio Leal, que participou das duas missões e foi testemunha dos dois contratos firmados em outubro, vê um avanço nessa relação entre os dois países. “Os acordos firmados nessa segunda missão refletem o esforço das duas partes, mas são apenas o início de uma parceria que pode se consolidar no futuro. A expectativa do Sinaval é de que haja negócios concretos entre as indústrias dos dois países”, pondera Leal. Ele lembra que antes dessa segunda missão, houve uma apresentação da indústria polonesa no Sinaval, com a coordenação de Nelson e Andrzej, que contou com a presença de diretores de muitos estaleiros associados. “Esperamos
que sejam gerados alguns negócios importantes, como o fornecimento de equipamentos não produzidos no Brasil e que possam ser competitivos com os similares de outros países europeus”, avalia Sérgio Leal. “Os poloneses já provaram que são competitivos e estão construindo navios de apoio marítimo para a Edison Chouest utilizar no Golfo do México”, lembra. Leal afirma que há expectativa de que haja parcerias entre empresas dos dois países e brasileiras para nacionalização de alguns equipamentos que têm possibilidade de fabricação no Brasil, com tecnologia polonesa, além de fornecimento de partes estruturais de cascos de navios e plataformas aos estaleiros brasileiros e outros. E lembra ainda que o Centro Tecnológico da Polônia (Ship Design and Research Centre/CTO), visitado durante essa segunda missão, pode fornecer soluções de projeto para os estaleiros brasileiros. “Há diversos campos a serem explorados, esperamos que com sucesso”, complementa o secretário executivo do Sinaval.
ÚNico execuTivo do setor naval brasileiro presente nessa segunda missão à Polônia, Laudezir carvalho de Azevedo, diretor de Desenvolvimento de Novos Negócios da iesa Óleo e Gás S/A, afirma que há interesse real em parcerias com os poloneses. “Queremos trazer empresas já consolidadas. No ano passado, vi o potencial dos estaleiros. Quando voltei ao Brasil, fiz diversos contatos com empresas locais. e, juntamente
com o Andrzej e o Nelson promovemos uma aproximação entre o estaleiro brasileiro Forty com o vistal, que pretende fazer uma joint venture ainda este ano”, explica o executivo. ele destaca ainda a importância de uma aproximação com o cTo, o centro de Tecnologia Marítima da Polônia, que é um dos principais institutos de alta tecnologia da europa. com um corpo de 160 funcionários, entre os doutores e doutorandos na área naval, o cTo já realizou, nos últimos sete anos, mais de 20 testes de embarcações para o Brasil, entre plataformas e navios FPSo, e
até mesmo um navio de guerra para a Marinha. “os poloneses foram os primeiros a transferir tecnologia para o setor naval brasileiro. eles possuem hoje um sistema consolidado de processo fabril, que pode alavancar nossos estaleiros. como eles não têm muitas encomendas, a expansão se faz necessária”, frisa Laudezir. “com o boom que teremos nos próximos anos, com uma grande quantidade de encomendas, o potencial brasileiro é, sem dúvida, extremamente atrativo para eles”, conclui o executivo da iesa.
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Rio Oil & Gas expo and conference 2014
A feira das
eXpectAtivAs
Fotos: tN petróleo
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Rio Oil & Gas 2014
eventos - rio oil & gas 2014 eventos
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Polônia quer ampliar negócios com o Brasil
iesa vê possibilidade de parceria
O anúncio da realização da 13ª rodada de licitações de blocos exploratórios em 2015 anima a cadeia produtiva que participou da Rio Oil & Gas 2014, a qual registrou um volume recorde de R$ 164 milhões em expectativa de negócios nas rodadas realizadas durante o evento. por Felipe salgado
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A feira das expectativas 48 Estrangeiros sinalizam que o Brasil continua atrativo 54 Pré-sal abre caminho para soluções cada vez mais inovadoras
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fino gosto
AL KHAYAM
O BOM GOSTO ÁRABE NA PRAÇA XV Quando a sociedade que mantinha no Leblon se desfez, o sírio Moufid Hassan não pensou duas vezes e resolveu encarar sozinho o desafio de se estabelecer no Centro da cidade, no entorno da Praça XV. O Al Khayam saía da Zona Sul e se mudava de mala e cuia para a rua do Ouvidor, onde permanece até hoje, pouco mais de uma década após sua chegada.
F
“FOI UMA ÉPOCA difícil, o Centro estava todo degradado, e ainda precisando de muita coisa do poder público, mas creio que bons tempos virão daqui a dois anos, com o término das obras da perimetral e a revitalização de toda a área portuária, começando aqui pela Praça XV, como consta do planejamento da Prefeitura” diz Moufid. O Al Khayam está localizado na mesma rua onde funciona até hoje o mais longevo restaurante da cidade, o Rio Minho, que acaba de completar 134 anos e, assim como Moufid, o espanhol Ramón também aguarda bons tempos pela frente. O nome do restaurante é homenagem ao poeta persa Omar Al Khayam, que se tornou famoso por tratar de temas como o amor, a paixão, a vida e a morte. Ele é o autor dos versos de sua maior obra o Rubaiyat. À frente do Al Khayam, Moufid perpetua a tradição familiar deixada pelo seu pai no restaurante Rio-Safita, bem defronte à Praça Paris, na Glória, e que após 30 anos oferecendo uma comida árabe de boa qualidade a preços populares, fechou as portas. Só ali, Moufid passou dez anos ajudando seu pai a manter
por Orlando Santos
AL KAHYAM
Rua do Ouvidor, 16 – Centro (21) 2252-6261 e 2507-6042 Aberto das 11h às 22h (segunda até as 17h; quinta e sexta até a meia noite).
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por Orlando Santos
Fino Gosto
Al Khayam
viva a culinária árabe na cidade. A etapa seguinte foi no Leblon. No Centro do Rio, instalou-se perto dos centros culturais mais importantes da cidade, como o do Banco do Brasil, Correios, Casa França-Brasil e Paço Imperial. O Al Khayam oferece um cardápio extenso com vários combinados. Os pratos especiais só são servidos quando o cliente faz a encomenda. Neste caso está o cuscuz marroquino com legumes cozidos no vapor e fatias de cordeiro, acompanhando de salada síria, com molho de romã, semmac e zathar, e bolinhos de falafel ao molho taratour. A casa tem um happy hour com apresentações de dança do ventre, na segunda e na última sexta do mês, a partir das 20 horas, quando o Al Kahyam “fica encantado”, no dizer de Moufid. No mezanino podem ser degustados arguilles (fumo árabe importado) de diversos sabores. Tudo isso combinado transforma o Al Kahayam num lugar muito acolhedor, mágico e encantador. Para a alegria de Moufid e dos seus fiéis clientes, executivos, secretárias, parlamentares ( a ALERJ fica próxima), e pessoas comuns atraídas pelo lugar. Assim como Omar fazia com seus amigos, embaixo das tendas celebrando a vida com boas bebidas e comida, Moufid é também só generosidade neste ato.
CONSELHO EDITORIAL Affonso Vianna Junior Alexandre Castanhola Gurgel Antonio Ricardo Pimentel de Oliveira
O Bom Gosto Árabe na Praça XV
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Bruno Musso Colin Foster David Zylbersztajn Eduardo Mezzalira
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Eraldo Montenegro coffee break
Humor e Musas
Mas seu traço e texto inconfundíveis não se limitaram ao humor político: com sua impactante mistura de nonsense e aguda observação, os trabalhos de Fortuna estiveram presentes nas capas de diversos livros e revistas, nas tiradas irônicas sobre os logotipos, e na criação das histórias da ‘Madame e seu Bicho Muito Louco’. No prefácio do livro, Ferreira Gullar, poeta e crítico de arte recém-empossado na Academia Brasileira de Letras, ao salientar a expressividade e a contundência do trabalho de Fortuna, observa que sua obra trata “também de outra maneira de contar a nossa história, diferentemente de como a contam cronistas e historiadores. Esta é também uma reflexão crítica sobre a vida nacional.” Quase sempre acompanhada do riso do leitor.
Fortuna em livro precioso. Ziraldo em exposição de mulheres exuberantes
Personagens decisivos para o sucesso de O Pasquim durante o regime militar, Fortuna (1931-1994) e Ziraldo (nascido em 1932) fazem parte da vida cultural do carioca, que tem a oportunidade de rever os traços destes artistas em dois contextos. Ziraldo expõe telas em acrílico no Centro do Rio, com inspiração em mulheres, algumas famosas. Fortuna está presente em um livro que revisita os 50 anos de sua carreira. por Orlando Santos
FORTUNA, o cartunista dos cartunistas
Referência dos melhores cartunistas do país, Fortuna tem sua trajetória documentada num livro publicado recentemente organizado por um mestre da caricatura, Cassio Loredano. Com muita propriedade, o título faz alusão ao fato de que nove entre dez pessoas o tinham na conta de um artista admirado por todos os demais.
Fortuna, o cartunista dos cartunistas pode ser encontrado na Livraria Folha Seca, na rua do Ouvidor, 37, Centro, Rio de Janeiro/RJ. Tel.: (21) 2224-4159 116
FORTUNA, O CARTUNISTA dos cartunistas reúne quase 50 anos de atividade do humorista brasileiro nas suas diversas fases. Sua trajetória profissional começa com a colaboração na revista A Cigarra e vai até as charges na Gazeta Mercantil, com passagens marcantes pela revista Veja e pelo jornal Folha de S. Paulo. A maior parte do material estava inédita em livro e contou com a colaboração do filho do cartunista, Felipe Fortuna. O leitor pode agora entrar em contato com o trabalho desse artista que foi considerado um dos cem melhores cartunistas do mundo pela Casa do Humor e Sátira de Gebrovo, da Bulgária, em 1977. E que 20 anos antes já havia conquistado o primeiro lugar em desenho humorístico no Salão Internacional de Humor Bordighera, em San Remo, na Itália. Humor em tempos duros – Fortuna deixou seu nome na história do humorismo brasileiro como um dos maiores cartunistas da sua geração. Foi um crítico severo e irônico do golpe militar de 1964, quando publicava charges nas páginas do jornal Correio da Manhã, além de ser um dos fundadores de O Pasquim – semanário alternativo editado entre 1969 e 1991, reconhecido pelo diálogo entre o cenário da contracultura da década de 1960 e por seu papel de oposição ao regime militar.
Inspirado ora em imagens de celebridades, ora não, o cartunista e escritor Ziraldo produziu 16 quadros de quase 2 m de altura com figuras de mulheres ‘exuberantes’. Pintados em acrílico, os quadros, que levaram quase seis anos para serem concluídos, estão sendo expostos na Galeria Scenarium, com o título de Mulheres de Ziraldo.
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Gary A. Logsdon Geor Thomas Erhart Gilberto Israel
Coffee Break
Ivan Leão Jean-Paul Terra Prates
Humor e Musas
ZIRALDO e suas musas SOBRE SUA INSPIRAÇÃO para criar os quadros, Ziraldo confessa: “Sempre fui muito apaixonado por mulheres bonitas! Aliás, também por suas bundas.” O artista se considera, inclusive, especialista no assunto... Entre os quadros, o preferido de Ziraldo é o de Marilyn Monroe em um plano de fundo vermelho. “Na foto original, ela ainda estava em início de carreira. O que me inspirou foi o olhar dela, de quem não sabia direito o que estava fazendo ali.” Com numerosos dons, o pintor, escritor, chargista e cartunista celebrou seus 82 anos no dia 24 de outubro, durante a exposição, e afirma que não pretende parar de encantar o público. “Enquanto você está trabalhando e produzindo, não fica velho. Eu não tenho tempo para envelhecer”, brinca. O histórico casarão do Centro Antigo do Rio foi o local escolhido pelo artista para expor suas obras. Totalmente restaurada, a Galeria Scenarium está localizada num sobrado no coração da Lapa.
Flávio Franceschetti
João Carlos S. Pacheco João Luiz de Deus Fernandes José Fantine Josué Rocha Luiz B. Rêgo Luiz Eduardo Braga Xavier
Mulheres de Ziraldo Exposição: de 14/10 a 29/11 De terça a sábado, das 13h às 19h Galeria Scenarium Rua do Lavradio, 15 Centro, Rio de Janeiro, RJ Entrada franca www.galeriascenarium.com.br
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Marcelo Costa Márcio Giannini
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Márcio Rocha Melo
artigos
Marcius Ferrari Marco Aurélio Latgé Maria das Graças Silva
20 Planejamento integrado: a chave para a excelência operacional,
Mário Jorge C. dos Santos
por José Sá
Maurício B. Figueiredo
80 Desenvolvimento Humano e Sustentabilidade: a força da equipe,
Nathan Medeiros Paulo Buarque Guimarães
por Wanderley Passarella
Roberto Alfradique V. de Macedo
94 Gestão jurídica de contratos na área de óleo e gás,
Roberto Fainstein
por Alexandre Sion e Giovanni Peluci
Ronaldo J. Alves Ronaldo Schubert Sampaio
98 Uso temporário de áreas do porto organizado: uma alternativa para a indústria offshore, por Patricia Sampaio Fiad 101 Contribuição da construtibilidade para redução de custos e tempo nos projetos, por Claudio Antonio Brito Freitas 102 Inovação como legado do pré-sal,
Rubens Langer Samuel Barbosa
Ano XVI • Número 98 • nov/dez 2014 Foto: Depositphotos opinião
por Orlando Lima
Repensando o Repetro, de Alberto Machado Neto, diretor executivo da Abimaq e professor e coordenador acadêmico do MBA Gestão em petróleo e Gás da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
104 Impactos socioeconômicos de atividades de exploração e produção em bacias maduras e campos marginais terrestres,
Polônia quer ampliar negócios com o Brasil Cobertura Rio Oil & Gas: A feira das espectativas Pré-sal abre caminho para soluções cada vez mais inovadoras
Ano XVI • novembro/dezembro 2014 • Nº 98 • www.tnpetroleo.com.br
por Grupo de pesquisa CNPq ESPECIAL: COMBUSTÍVEIS
Planejamento integrado: a chave para a excelência operacional, por José Sá Desenvolvimento Humano e Sustentabilidade: a força da equipe, por Wanderley Passarella Gestão jurídica de contratos na área de óleo e gás, por Alexandre Sion e Giovanni Peluci Uso temporário de áreas do porto organizado: uma alternativa para a indústria offshore, por Patricia Sampaio Fiad Impactos socioeconômicos de atividades de exploração e produção em bacias maduras e campos marginais terrestres, por Grupo de pesquisa CNPq
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82 pessoas 86 produtos e serviços 114 fino gosto 116 coffee break 118 feiras e congressos 119 opinião
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4 editorial 6 hot news 12 indicadores tn 40 eventos 62 perfil profissional 67 caderno de sustentabilidade
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editorial
Vamos sair do marasmo?
E
nfim acabou o ano eleitoral, em que o vale tudo na disputa pelo cargo e as denúncias de corrupção de todos os lados deixaram o setor de óleo e gás no marasmo (tanto no significado poético de ‘mar a esmo’, quanto no sentido mais amplo, de paralisia, prostração, ou até no sentido patológico de atrofia). Temos de nos recuperar dessa ‘quase doença’, que fez deste ano um dos mais irregulares em décadas – nem mesmo a crise financeira mundial de 2008 teve tal impacto na ‘saúde’ do setor. O ano que se encerra, a despeito de tudo, teve alguns avanços, como a sinalização de que finalmente foi retomada a curva ascendente da produção de petróleo e gás, como comprovam os recordes registrados pela ANP durante o período. Superamos 2,9 milhões de barris de óleo equivalente (boe), ou seja, a soma da produção de óleo e gás natural. E destes, 2,36 milhões foram de barris de petróleo/dia (bpd) – um aumento aguardado e já esperado em função das mais de dez unidades offshore que entraram em operação desde o início de 2013. Durante a Rio Oil & Gas 2014, realizada às vésperas das eleições, o governo reafirmou que haverá nova rodada de licitações em 2015. Isso gerou a expectativa de que haja agenda periódica de leilões, como ocorreu na primeira década deste século. A periodicidade das licitações é fundamental para atrair novos investidores internacionais, que têm outros mercados atrativos, como Colômbia e México, em franca expansão na área offshore. Internamente, é fundamental que a indústria local tenha demanda em escala que possibilite o investimento firme na modernização do parque fabril. E não somente em equipamentos e novas tecnologias, como também em processos e, sobretudo, em gestão. Um tripé fundamental para assegurar maior produtividade e competitividade ao setor. O que só será possível na área naval e offshore se os recursos oriundos do Fundo de Marinha Mercante, e outras fontes financeiras, atingirem todos os elos desta cadeia produtiva e não apenas os estaleiros. Como mostra a reportagem de capa desta edição, há competitividade garantida na produção de combustíveis no Brasil, pois hoje temos tecnologia na bomba em condições similares ou até mesmo superiores à de outros países do mundo. Os maiores impasses, nesse segmento, não estão na tecnologia e sim na política interna de preços e impostos e nos valores do petróleo no mercado global. Nessa edição trazemos ainda a segunda parte da série “Impactos socioeconômicos da exploração e produção em bacias maduras e campos marginais terrestres”, produzida pelo grupo multidisciplinar de pesquisa aplicada e desenvolvimento tecnológico do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Afinal, disseminar conhecimento tem sido um dos principais objetivos da TN Petróleo, que espera encontrar todos os parceiros e leitores no próximo ano com ânimo renovado. Até 2015! Benício Biz Diretor da Benício Biz Editores
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Campo de Lula, no pré-sal, terá levantamento em Sísmica 4D Considerada uma das tecnologias mais avançadas no monitoramento de campos de petróleo, a sísmica 4D (que engloba, além das 3 dimensões do espaço, o tempo) será utilizada para a realização de um levantamento no campo de Lula, no pré-sal da Bacia de Santos. O campo tem cerca de 1.500 quilômetros quadrados (maior do que a área de 1.200 km² do município do Rio de Janeiro), localizado a 250 quilômetros do litoral e em águas com 2.200 metros de profundidade. Comparando os dados sísmicos registrados em momentos diferentes – sísmica 4D – será possível aprofundar os conhecimentos da distribuição espacial das características dos reservatórios, permitindo definir as melhores condições e possibilidades de produção, fornecendo informações sobre a variação de saturação de fluidos e pressão no decorrer do tempo de produção do campo. Para realizar esse tipo de levantamento serão instalados sensores sísmicos, denominados Nodes, no solo marinho. O processo compreende a emissão de sinais sísmicos por um navio sísmico com fonte de energia acústica que após sua propagação em direção às camadas geológicas profundas, refletem e voltam às estações sísmicas no assoalho oceânico onde são registrados. Estes registros são enviados aos centros de processamento sísmico e após processamento especializado permitem a radiografia do subsolo, revelando informações sobre os reservatórios. A comparação entre os dados adquiridos 6
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ilustração: Agência Petrobras
Tecnologia inovadora auxiliará na definição de melhores possibilidades de produção na área do pré-sal.
em momentos distintos possibilita reconhecer as propriedades dinâmicas dos reservatórios como saturações de fluidos e pressões distribuídas espacialmente ao longo do campo. Com estas informações são definidas as melhores localizações para perfuração de poços produtores e injetores (nos quais é injetada água para facilitar a extração do petróleo), a quantidade de água necessária para injetar num poço, assim como o volume de petróleo que pode ser extraído. A sísmica 4D será aplicada em caráter pioneiro nos reservatórios carbonáticos do pré-sal brasileiro e servirá como referência tecnológica para toda a indústria petrolífera em escala mundial. A Petrobras aguarda liberação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para iniciar o levantamento em Lula.
Tecnologia utilizada em monitoramento sísmico permanente – A tecnologia da sísmica 4D também está sendo utilizada para o monitoramento sísmico contínuo dos reservatórios de petróleo. Um projeto pioneiro de monitoramento permanente com 4D é desenvolvido pela Petrobras no campo de Jubarte, no Parque das Baleias, área da Bacia de Campos com reservatórios tanto no pós-sal como no pré-sal na costa do Espírito Santo. A Petrobras já utiliza a tecnologia no campo de Marlim desde 2005 e, também, em outras áreas da Bacia de Campos – como Roncador, Albacora Leste, Barracuda e Caratinga. Em reservatórios turbidíticos como os de Marlim, a tecnologia sísmica 4D permite um gerenciamento otimizado e, assim, o adensamento da malha de poços de produção, de modo que esse tipo de reservatório possa atingir fatores de recuperação superiores a 50%.
Radix desenvolve projeto conceitual para Nalcon Champion da Radix, Flávio Guimarães. Segundo ele, o plano diretor que está sendo desenvolvido pela Radix busca aplicar as tecnologias de ponta disponíveis no mercado para elevar ainda mais o nível de serviços prestados pela Nalco Champion e “ficamos muito orgulhosos por termos sido escolhidos para esta missão. Além de estabelecer as bases para o desenvolvimento tecnológico da Nalco Champion na prestação de serviços, a Radix passa a ter uma maior exposição no mercado internacional de óleo & gás por todas as interfaces desenvolvidas ao longo do projeto com seus principais clientes”, conclui o executivo. O projeto será concluído ainda este ano e segue para as primeiras implantações já no início de 2015.
Leilão de Fontes Alternativas de 2015 O Ministério de Minas e Energia (MME) publicou, no Diário Oficial da União (D.O.U.) no dia 20 de outubro, a Portaria MME nº 563, que estabelece as diretrizes para a realização no dia 10 de abril de 2015, do Leilão de Fontes Alternativas, de 2015. No leilão serão negociados Contratos de Comercialização de Energia no Ambiente Regulado (CCEAR)na modalidade por disponibilidade de energia elétrica para empreendimentos termelétricos a biomassa, novos ou existentes, e para novos empreendimentos eólicos, todos com prazo de suprimento de 20 anos. O início de suprimento dos CCEAR ocorrerá em 1° de janeiro de 2016 para os empreendimentos a biomassa, novos ou existentes, ou em 1° de julho de 2017, para novos empreendimentos eólicos ou a biomassa.
No resultado final do certame será utilizado como critério de classificação o preço do lance, considerando-se a capacidade de escoamento da Rede Básica para os dois produtos com entrega em 1º de julho de 2017. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) deverão publicar notas técnicas para a definição da capacidade de escoamento da rede de transmissão, e posterior utilização para classificação dos lances no leilão. Os empreendedores interessados em participar do Leilão de Fontes Alternativas, de 2015, deverão requerer o cadastramento dos respectivos projetos junto à EPE protocolando os documentos necessários até as 12h do dia 14 de novembro de 2014, nos termos das diretrizes publicadas.
Produção eólica cresce 112% em agosto Foto: Divulgação
A Nalco Champion, líder mundial no mercado de químicos para a indústria de óleo e gás, contratou o escritório de Houston da Radix para desenvolver um projeto conceitual de tecnologias industriais. Tais tecnologias serão aplicadas aos produtos a fim de otimizar seu uso nas diversas unidades produtivas no segmento de upstream. Com estas tecnologias, a Nalco Champion espera gerar maior eficiência no consumo de seus produtos, garantindo um suporte de seus especialistas em tempo real para todos os seus clientes, em qualquer lugar do planeta. “Ter a Nalco Champion como o primeiro cliente da Radix nos Estados Unidos é um privilégio. Ela é uma das principais empresas mundiais no fornecimento de produtos e serviços para o mercado offshore tendo como clientes as maiores empresas de óleo & gás do planeta, como a ExxonMobil, Chevron, Shell, BP, Statoil e Petrobras”, salienta o diretor
As usinas eólicas em atividade no Brasil produziram em agosto 1.864 MW médios, o que representa um fator de capacidade de 47,9% em 2014. Em comparação com ao mesmo mês de 2013, houve incremento de 986 MW médios na produção de energia elétrica por essa fonte, ou 112%. Os dados constam no Boletim Mensal de Monitoramento do Sistema Elétrico Brasileiro – Setembro 2014, divulgado pela Secretaria de Energia Elétrica (SEE) do Ministério de Minas e Energia (MME). De acordo com a publicação, a participação da geração eólica na Matriz de Produção de Energia Elétrica no Sistema Elétrico Brasileiro novamente avançou, de 2,6% em julho para 3,1%, em agosto. Essa é a terceira vez que se verifica recorde na produção de energia eólica no país. O fator de capacidade médio da geração eólica da região nordeste no mês de agosto de 2014 aumentou 9,8% frente ao mês anterior, atingindo 52,4%. Por sua vez, o fator de capacidade das usinas do Sul diminuiu 2,1% em relação a julho de 2014, e alcançou 31,8%. No acumulado dos últimos 12 meses, com relação ao mesmo período anterior, houve avanço de 3,6 % no fator de capacidade no Nordeste e de 1,4% na região Sul. TN Petróleo 98
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No dia 25 de outubro, o Porto do Açu concluiu com sucesso sua primeira operação. O navio Key Light foi carregado com 80 mil toneladas de minério de ferro no píer dedicado do T1. O carregamento marcou o início de operação do empreendimento. A embarcação, que chegou ao porto no dia 22, está atualmente a caminho da China. Um dos marcos conquistados na última semana foi a conclusão da instalação de 28 boias de sinalização, que auxiliam os navios no trajeto de entrada dos canais. Foram colocadas 18 unidades no T1, e outras dez no T2. As boias, que são do tipo articuladas submersíveis, ficam abaixo da linha d’água, apenas com uma haste com a lanterna de fora. Este tipo de boia oferece maior segurança à navegação por ser fixa e não se deslocar da posição original, como geralmente acontece com a boia flutuante. Com uma espécie de âncora em sua base, chamada de poita, que fica presa no fundo do canal, além de uma lanterna na superfície que permite melhor visualização do navegador, este tipo de boia dispensa o uso de faróis de alinhamento. O trabalho de instalação levou cerca de dois meses e foi realizado com o apoio de embarcações, que lançaram as boias que possuem de 12 m a 14 m de comprimento e pesam cerca de 28 toneladas cada. Outra tecnologia em funcio namento no Porto do Açu, e que garante o aumento da segurança da navegação no canal do T2, é o radar VTS. Instalado no Centro de
Foto: Divulgação
Prumo inicia operação do Porto do Açu
Controle Operacional do Tráfego Marítimo (CCOTM), o equipamento funciona como um scanner 360º e detecta, em tempo real, embarcações de pequeno porte dos mais diversos tipos, como barcos de apoio e de pesca, além de surfistas. O radar tem alcance de cerca de 25 milhas náuticas de distância, equivalente a 50 km. O Porto do Açu é o primeiro porto brasileiro a contar com o sistema, que fornece uma série de informações como localização, velocidade, porte, calado, tipo de carga e bandeira das embarcações. O monitoramento é realizado por meio de câmeras de vigilância e sensores, que recebem dados que permitem monitorar e controlar o tráfego marítimo. Cais – A Prumo também concluiu em setembro a construção do cais do Terminal Multicargas (TMULT), terminal próprio, que possui 500 m de extensão e 14,5 m de profundidade. O terminal, que irá movimentar carga geral de empresas instaladas no porto e outros clientes, aguarda as autorizações para início de operação, previsto para o primeiro semestre de 2015. A capacidade de movimentação do TMULT, na
primeira fase, é de aproximadamente 4 milhões de toneladas de granéis sólidos e carga geral. Sobre o Porto do Açu – Com 17 km de píeres, que poderão receber até 47 embarcações simultaneamente, o Porto do Açu está localizado em São João da Barra, no norte fluminense. Com área de 90 km², o empreendimento é formado pelo Terminal 1 (T1 - offshore) e pelo Terminal 2 (T2 - onshore). O T1 é composto por uma ponte de acesso com 3 km de extensão, píer de rebocadores, nove píeres para movimentação de minério de ferro e petróleo, canal de acesso e bacia de evolução. O terminal contará na sua totalidade com 4 km de cais. O T2 está instalado no entorno de um canal para navegação, que conta com 6,5 km de extensão, 300 m de largura e profundidade de até 14,5 m. No local estão em andamento as obras para construção do canal de acesso, bacia de evolução e a implantação da linha de transmissão. Com mais de 13 km de cais, o T2 movimentará carga de projetos, coque, bauxita, veículos, granéis sólidos, carga geral e petróleo.
Transamérica Prime celebra Dia das Secretárias com presença de profissionais do setor O Transamérica Prime Barra e o Restaurante Galli promoveram, no mês de outubro, com o apoio da TN Petróleo, um encontro para comemorar o Dia das Secretárias. O jantar foi especialmente produzido pelo restaurante Galli e teve também como patrocinador o Werner Coiffeur, que 8
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ofereceu um espaço de beleza para os convidados. O evento contou com a presença de 100 profissionais, dentre eles várias executivas do setor de óleo e gás, como Total, BHP Billing, Modec, Raísen (Shell). Ao final do evento os parceiros distribuíram prêmios e as empresas aéreas
Avianca, Air France-KLM e Delta sortearam passagens. Investimentos Futuros – Para atender a demanda do setor de óleo e gás o Transamérica Hospitality Group vai lançar novos empreendimentos previstos para o final de 2016 em Rio das Ostras e Campos.
No 39º Leilão de Biodiesel – Complementar (L39C) da ANP foram arrematados 56,1 milhões de litros de biodiesel oriundos integralmente de produtores detentores do selo Combustível Social. O preço médio foi de R$ 2,051/L, sem considerar a margem Petrobras, e o valor total negociado atingiu o patamar de R$ 116,4 milhões refletindo um deságio médio de 1,37% quando comparado com o preço máximo de referência médio (R$ 2,080/L). A apresentação das ofertas de biodiesel ocorreu em um único dia (24/10), com 20 produtores disponibilizando um volume total de 76 milhões de litros. No primeiro dia de seleção das ofertas (29/10), foram arrematados 54,3 milhões de litros de biodiesel exclusivamente de produtores detentores de selo Combustível Social, em torno de 71,4% do total ofertado para todo o Leilão. Após a seleção das ofertas, ocorreu a etapa de reapresentação de preços por parte dos produtores, na qual se observou um deságio de aproximadamente 0,05%. No segundo dia de seleção das ofertas (30/10), foram arrematados 1,8 milhão de litros de biodiesel, 2,4% do total ofertado no Leilão. O 39º Leilão de Biodiesel – Complementar (L39C) foi criado para complementar o volume arrematado no 39º Leilão de Biodiesel (L39). No L39, com
Foto: Agência Petrobras
56,1 milhões de litros de biodiesel arrematados no 39° leilão complementar
entrega para novembro e dezembro de 2014, a oferta de biodiesel pelos produtores foi de apenas 62% da capacidade das usinas habilitadas. Em virtude do baixo volume ofertado, o Ministério de Minas e Energia (MME) e a ANP optaram por realizar um leilão complementar, para garantir o abastecimento de biodiesel em dezembro de 2014. Os leilões de biodiesel destinam-se a atender o disposto na Lei n. 13.033, publicada no DOU em 24/09/14, que estabelece em 7% o percentual mínimo obrigatório de adição de biodiesel ao óleo diesel vendido ao
consumidor final (B7), a partir de 01/11/14. O 39º Leilão de Biodiesel Complementar (L39C) visa garantir o abastecimento de biodiesel no mercado nacional durante o mês de dezembro de 2014, conforme diretrizes da Portaria n. 476, de 15/08/12, do Ministério de Minas e Energia, e critérios estabelecidos no Edital de Leilão Público n. 048/14-ANP. Os volumes comercializados somente serão validados após homologação pela diretoria da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
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Estão prontos e embarcados na balsa São Tomé os primeiros módulos da P-66, que foram construídos na Fábrica de Módulos do Consórcio Tomé Ferrostaal, localizada no Porto de Maceió, em Alagoas. No dia 30 de outubro, os módulos de processamento de óleo (M08) e de processamento de óleo e tratamento de água produzida (M10) seguiram viagem até o Estaleiro Brasfels, em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. A previsão de chegada da balsa São Tomé ao seu destino é 12 de novembro. A balsa São Luís transportará os módulos de lançadores, recebedores e manifolds (M09A e M09B) até o final de novembro. O Estaleiro Brasfels, localizado em Angra dos Reis (RJ), foi contratado para realização da integração da P-66 e da P-69. A integração inclui a operação de içamento e montagem dos módulos sobre o casco
Foto: Divulgação
Módulos da plataforma P-66 são entregues ao estaleiro integrador
e as interligações e testes dos módulos entre si e com os sistemas do casco. O casco da P-66 encontra-se em fase de testes finais no Estaleiro Rio Grande 1 (ERG-1), localizado em Rio Grande (RS), e seguirá ainda em novembro também para Angra dos Reis. Foi realizada a cerimônia de entrega dos módulos e batismo das balsas de transporte São Tomé e São Luís, ambas construídas espe-
cialmente para atender ao projeto Replicantes. As duas balsas pertencem ao Consórcio Tomé Ferrostaal e sua construção ocorreu em Manaus (AM), no Estaleiro Juruá. A P-66 é a primeira plataforma da série de seis FPSO Replicantes, que estão em construção para atendimento às demandas de produção de petróleo do pré-sal da Bacia de Santos. A prontificação e o transporte dos módulos fabricados em Maceió marcam o início da fase de integração dos FPSOs Replicantes, responsáveis por contribuir para a disponibilização da capacidade de produção para a meta da Petrobras de produzir 4,2 milhões de barris por dia em 2020. FPSO (Floating Production Storage Offloading Unit) é a sigla em inglês que identifica uma unidade flutuante de produção, armazenamento e transferência de óleo.
Produção compartilhada de Tartaruga Mestiça na Bacia de Campos A Petrobras e a PPSA (Pré-Sal Petróleo S.A.) assinaram no dia 31/10 o Acordo de Individualização da Produção (AIP) da jazida compartilhada de Tartaruga Mestiça, localizada na porção sul da Bacia de Campos. O acordo estabelece as regras da execução conjunta das operações de desenvolvimento e produção de petróleo e gás natural da área, bem como as participações de cada uma das partes. A PPSA assina o acordo na qualidade de representante da União Federal conforme previsto na Lei 12.351/10, pois a área não contratada da jazida compartilhada localiza-se no Polígono do Pré-sal. A jazida compartilhada de Tartaruga Mestiça encontra-se parcialmente na área sob o contrato de concessão BM-C-36 (operado pela Petrobras, com 100% de participação) e parcialmente em uma área 10
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não contratada no Polígono do Pré-sal. Localiza-se a aproximadamente 125 km de Macaé (RJ), em lâmina d’água entre 650 m e 1.200 m, e produzirá óleo e gás em reservatórios carbonáticos de Idade Albiana (pós-sal). O desenvolvimento de Tartaruga Mestiça se dará em conjunto com o campo de Tartaruga Verde (100% Petrobras) e prevê a instalação de uma Unidade Estacionária de Produção do tipo FPSO (sigla em Inglês que significa unidade de produção, armazenamento e transferência de petróleo), além da perfuração de poços produtores e injetores. O início da produção comercial do FPSO de Tartaruga Verde e Tartaruga Mestiça, por meio de poço localizado no campo de Tartaruga Verde, está programado para 2017, conforme previsto pelo Plano de Negócios e Gestão para
o período de 2014 a 2018. Já o início da produção comercial do campo de Tartaruga Mestiça está programado para o primeiro semestre de 2018. O acordo define a Petrobras como operadora da jazida compartilhada, bem como prevê mecanismos de redeterminação das participações originalmente estabelecidas à medida que novas informações técnicas forem obtidas. O AIP e o Plano de Desenvolvimento de Tartaruga Mestiça serão submetidos, em conjunto, à aprovação da ANP. As empresas formarão um consórcio e acordarão suas regras de gestão e governança. Com a aprovação da ANP e o posterior início da produção, será garantida à União, por meio da PPSA, uma parcela do volume produzido de petróleo e gás natural.
Forship vai integrar o APL Rio Grande e o Parque Tecnológico Oceantec O Grupo Forship reforça sua estratégia de expansão com a assinatura de um protocolo de intenções com a Universidade Federal do Rio Grande (Furg) e adesão ao Polo Naval e Offshore de Rio Grande e Entorno (APL), no Rio Grande do Sul. O protocolo de intenções amplia a parceria com a Furg e marca o ingresso do Grupo Forship no Parque Científico e Tecnológico do Mar (Oceantec), em instalação no campus universitário gaúcho, previsto para ser concluído em 2015. A dupla parceria visa o desenvolvimento de pesquisas e inovação em tecnologias, na área da engenharia e gestão de comissionamento. O documento foi firmado no dia 20 de outubro, em evento realiza-
do na Câmara de Comércio de Rio Grande (RS), no qual o Grupo Forship, atendendo ao convite da indústria gaúcha, formalizou seu ingresso no APL. “O Rio Grande concentra, atualmente, uma das maiores carteiras de projetos na área naval e offshore do Brasil. As empresas que atuam na região têm o apoio da Furg na busca da melhoria de seus processos e, consequentemente, da produtividade de toda a cadeia. Entendemos que esse é o ambiente ideal para inovar e desenvolver novos produtos”, des-
taca o CEO e presidente do Grupo Forship, Fábio Fares. Inicialmente, a Forship vai ocupar um espaço no prédio da reitoria da Furg, para dar a partida em pesquisa e desenvolvimento de softwares de gestão integrada de comissionamento para a indústria naval e offshore, nos padrões do HMSWeb, tecnologia da informação desenvolvida pelo grupo e que deu origem à empresa de mesmo nome. A Forship também terá a oportunidade de instalar uma base fixa na Oceantec, após sua inauguração. Com o sucesso da parceria, poderá ser criado, ainda, um Programa de Ciência, Inovação e Desenvolvimento Tecnológico.
Status Offshore fornecerá serviços de inspeção ao Estaleiro Aliança A Status Offshore, empresa brasileira especializada em gestão empresarial na área de suprimentos para a indústria naval (compras técnicas, inspeções, diligenciamento e acompanhamento de testes), foi contratada pelo Estaleiro Aliança para fornecer serviços de inspeção na Noruega. A inspeção destina-se ao pacote de portas externas para o casco AL-020, um navio do tipo OSRV (Oil Spill Recovery Vessel), embarcação utilizada para combate a derramamento de óleo. Ao todo, são 31 portas de especificações variadas (grau de estanqueidade, dimensões, lado de abertura,
tipo de fechamento, material). Algumas com classificação DNV. “Por se tratar de um pacote com diversas especificações de portas, é comum encontrar-se erros no fornecimento, que são identificados apenas na inspeção de recebimento no Estaleiro” afirma Gustavo Pedreira, diretor-executivo da Status Offshore. Diligenciamento e inspeções são serviços essenciais para o fornecimento de acordo com a especificação
técnica de encomenda. “Desvios geram custos extras de mão de obra, desperdício de materiais (bases e tubulações pré-fabricadas), fretes aéreos e custos financeiros, em caso de atraso de eventos financeiros como lançamento, comissionamento e entrega da embarcação” conclui. A Status Offshore tem equipes de inspetores especializados na indústria naval e offshore que estão espalhados pela Noruega, Finlândia, EUA, China e Europa continental. A empresa tem planos ambiciosos de expansão no mercado internacional.
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Petrobras atinge recordes históricos
A produção de petróleo da Petrobras no Brasil atingiu em setembro a média de 2 milhões 118 mil barris/dia (bpd). Esse volume foi 0,6% maior que o produzido em agosto, que alcançou 2 milhões 105 mil bpd. A produção total de petróleo operada pela Petrobras no Brasil, que inclui a parcela operada pela companhia para seus parceiros, atingiu em setembro seu terceiro recorde consecutivo, de 2 milhões 239 mil bpd – volume 0,3% superior aos 2 milhões 232 mil bpd alcançados no mês de agosto. A produção total de petróleo e gás da Petrobras no Brasil foi de 2 milhões 565 mil boed, indicando um aumento de 0,5% em relação a agosto (2 milhões 551 mil boed) e também um novo recorde histórico. A produção total de óleo e gás natural operada pela Petrobras no Brasil, que inclui a parcela operada para seus parceiros, por sua vez, foi de 2 milhões 743 mil boed no mês de setembro, 0,3% acima do volume obtido em agosto (2 milhões 736 mil boed). Esta também é a maior produção total operada já atingida pela Companhia. Crescimento da produção – O crescimento da produção decorreu, principalmente, do ramp up da produção das plataformas P-55 e P-62, em Roncador (Bacia de Campos), e do FPSO Cidade de Paraty, em Lula Nordeste (Bacia de Santos). No mês de setembro, seis novos poços offshore iniciaram operação nas bacias de Santos e Campos, sendo cinco poços produtores e um injetor. Com eles, um 12
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Fotos: Agência Petrobras
A Petrobras informa que a produção consolidada de petróleo e gás, no Brasil e no exterior, alcançou 2 milhões 781 mil barris de óleo equivalente por dia (boed) em setembro. Esse volume foi 0,8% superior ao registrado em agosto – que foi de 2 milhões 759 mil boed.
total de 53 novos poços já entrou em operação no ano de 2014. Com a chegada das três embarcações do tipo PLSV (Pipe Laying Support Vessel) Sapura Topázio, Coral Atlântico e NO 102, no mês de setembro, a frota da companhia atingiu 18 embarcações, do total de 19 previstos para operarem até o final deste ano. A produção da camada pré-sal teve em setembro o volume de 532 mil bpd, e no dia 18 de setembro foi registrada a maior produção no pré-sal das bacias de Santos e Campos, de 618 mil bpd, constituindo-se em novo recorde diário de produção naquela camada. Essas vazões também incluem a parte operada pela Petrobras para seus parceiros. Vale destacar que, após a entrada em produção do poço RJS-674, em 10 de setembro, o FPSO Cidade de Paraty atingiu sua capacidade máxima de produção, de 120 mil bpd, com apenas quatro
poços produtores, assim como já havia ocorrido com o FPSO Cidade de São Paulo, no campo de Sapinhoá (Bacia de Santos). Eficiência Operacional – Cumprindo o planejamento da companhia foram executadas paradas para manutenção em algumas plataformas. No mês de setembro houve uma interrupção temporária de 44 mil bpd na produção média do mês. Já o Programa de aumento da Eficiência Operacional (Proef), iniciado em 2012, continua mostrando excelentes resultados: no mês de setembro, por exemplo, a Unidade de Operação da Bacia de Campos atingiu sua maior eficiência dos últimos 50 meses, 82,9%, e sua maior produção dos últimos 20 meses, 420 mil bpd. Novas plataformas em 2014 – Novos sistemas de produção entrarão em operação até o final deste ano para garantir o crescimento sustentado da
curva de produção prevista no Plano de Negócios e Gestão da Petrobras 2014-2018. O FPSO Cidade de Mangaratiba iniciou sua produção no dia 14 de outubro na área de Iracema Sul, localizada no campo de Lula no pré-sal da Bacia de Santos. Ainda neste trimestre entrarão em operação o FPSO Cidade de Ilhabela, que está em processo de ancoragem na área norte do campo de Sapinhoá, e a plataforma P-61, no campo de Papa-Terra (no pós-sal da Bacia de Campos), ancorada na locação, com a montagem da sonda da unidade de apoio tipo Tender Assisted Drilling (TAD) em andamento. Produção de gás natural – A produção de gás natural no Brasil em setembro também foi a maior já registrada, atingindo 71 milhões 137 mil m³/d e superando em 0,2% a produção do mês anterior, que foi de 71 milhões 22 mil m³/d. A produ-
ção de gás operada pela Petrobras, que inclui a parcela operada para as empresas parceiras, alcançou 80 milhões 132 mil m³/d. No exterior foram produzidos, no mês de setembro, 215,6 mil barris de óleo equivalente por dia (boed), representando um aumento de 3,2% em relação aos 208,9 mil boed produzidos no mês anterior. A produção média de gás natural no exterior foi de 16 milhões, 293 mil m³/d, 3,1% acima do volume produzido no mês de agosto, que foi de 15
milhões 807 mil m³/d. Este aumento é devido a uma maior produção no Lote 57, Campo de Kinteroni, no Peru, causada pela maior demanda por exportação de GNL a partir desse país. A produção média de óleo em setembro, de 119,7 mil barris de óleo por dia (bpd), ficou 3,3% acima dos 115,9 mil bpd produzidos no mês anterior em função, sobretudo, da maior produção de LGN e condensados no Lote 57 do Campo de Kinteroni, no Peru e de uma maior eficiência operacional em ativos na Nigéria e Argentina. A produção total informada à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) foi de 10.207.003 m³ de óleo e 2.524.741 mil m³ de gás em setembro de 2014. Esse volume corresponde à produção total das concessões em que a Petrobras atua como operadora. Não estão incluídos os volumes do xisto, LGN e produção de parceiros onde a Petrobras não é operadora.
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Instituto Aço Brasil divulga indicadores da produção siderúrgica brasileira A produção de aço é um forte indicador do estágio de desenvolvimento econômico de um país. Seu consumo cresce proporcionalmente à construção de edifícios, execução de obras públicas, instalação de meios de comunicação e produção de equipamentos. A produção brasileira de aço bruto em setembro de 2014 foi de 2,9 milhões de toneladas, queda de 3,8% quando comparada com o mesmo mês em 2013. Em relação aos laminados, a produção de setembro, de 2,1 milhões de toneladas, apresentou redução de 2,4% quando comparada com setembro do ano anterior. Com esses resultados, a produção acumulada em 2014 totalizou 25,5 milhões de toneladas de aço bruto e 18,7 milhões de toneladas de laminados, quedas de 1,3% e 5,0%, respectivamente, sobre o mesmo período de 2013. Quanto às vendas internas, o resultado de setembro de 2014 foi de 1,8 milhão de toneladas de produtos, queda de 10,7% em relação a setembro de 2013. As vendas acumuladas em 2014, de 15,9 milhões de toneladas, mostraram queda de 8,5% com relação ao mesmo período do ano anterior. As exportações de produtos siderúrgicos em setembro atingi-
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Produção siderúrgica brasileira – unidade 10³t Produtos Aço bruto Laminados Planos Longos Semi-acabados p/vendas Placas Lingotes, blocos e tarugos Ferro-gusa (usinas integradas)
Janeiro/Setembro 2014*
2013
Julho 2014
25.485,6 18.745,7 10.622,9 8.122,8 4.860,9 4.513,9 347,0 19.830,9
25.829,1 19.730,8 11.189,8 8.541,0 4.217,4 3.422,9 794,5 19.703,7
2.929,3 2.028,8 1.184,6 844,2 599,9 574,2 25,7 2.314,1
Setembro
Agosto 2014
2014*
2013
2.946,2 2.077,8 1.184,2 893,6 683,5 647,1 36,4 2.396,5
2.861,3 2.130,4 1.232,1 898,3 669,1 636,9 32,2 2.383,4
2.974,8 2.183,7 1.231,7 952,0 514,0 423,6 90,4 2.244,1
Fonte: Aço Brasil | *Dados Preliminares
ram 1.157 mil toneladas no valor de 714 milhões de dólares. Com esse resultado, as exportações até setembro de 2014 totalizaram 6,8 milhões de toneladas e 4,9 bilhões de dólares, representando um crescimento de 10,4% em volume e um aumento de 16,1% em valor, quando comparados ao mesmo período do ano anterior. No que se refere às importações, registrou-se em setembro o volume de 376 mil toneladas (US$ 370 milhões) totalizando, desse
modo, 3,1 milhões de toneladas de produtos siderúrgicos importados no ano, alta de 13,6% em relação ao mesmo período de 2013. O consumo aparente nacional de produtos siderúrgicos em setembro foi de 2,1 milhões de toneladas, totalizando 18,9 milhões de toneladas no período de janeiro a setembro de 2014. Esses valores representaram quedas de 8,5% e 5,5%, respectivamente, em relação aos mesmos períodos do ano anterior.
Downhole Tools
Masts & Derricks for Offshore and Onshore
Rig AC/DC Power & Automation
High Pressure Valves & Systems for Oil & Gas
• Ferramentas de Pescaria, de Intervenção e de Remediação
• Desenho, Fabricação, Modificações e Upgrades de Sondas
• Automated Drilling Systems
• Sup-R-Jar Drilling Jar • Wireline Equipment & Jars
• Rig Moving & BOP Handling Systems
• Válvulas Reguladoras de Pressão até 10,000 PSI para Unidades de Controle de Lastro, de BOP, de Wellhead, e outras HPUs
• Power Swivels
• Casing Stabbing Plataform
• VFD, SCR and Top Drive Line-Up
• Serviços de Inspeção e Re-certificação API RP4g
• OEM & Aftermarket Parts
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Só em 2013, 1,6 bilhão de toneladas de aço foram produzidas no mundo. As estimativas apontam que até 2050 o uso de aço deverá aumentar em uma vez e meia mais do que os níveis atuais, para atender as necessidades da nossa população crescente. Basicamente, o aço é uma liga de ferro e carbono. O ferro é encontrado em toda crosta terrestre, fortemente associado ao oxigênio e à sílica. O minério de ferro é um óxido de ferro, misturado com areia fina. O carbono é também relativamente abundante na natureza e pode ser encontrado sob diversas formas. Na siderurgia, usa-se carvão mineral e, em alguns casos, o carvão vegetal. O carvão exerce duplo papel na fabricação do aço. Como combustível, permite alcançar altas temperaturas (cerca de 1.500º Celsius) necessárias à fusão do minério. Como redutor, associa-se ao oxigênio que se desprende do minério com a alta temperatura, deixando livre o ferro. O processo de remoção do oxigênio do ferro para ligar-se ao carbono chama-se ‘redução’ e ocorre dentro de um equipamento chamado ‘alto-forno’. Antes de serem levados ao alto-forno, o minério e o carvão são previamente preparados para melhoria do rendimento e economia do processo. O minério é transformado em pelotas e o carvão é destilado, para obtenção do coque, dele se obtendo ainda subprodutos carboquímicos.
Foto: Divulgação
Consumo de aço no mundo
No processo de redução, o ferro se liquefaz e é chamado de ferro-gusa ou ferro de primeira fusão. Impurezas como calcário, sílica, e outros, formam a escória, que é matéria-prima para a fabricação de cimento. A etapa seguinte do processo é o refino. O ferro-gusa é levado para a aciaria, ainda em estado líquido, para ser transformado em aço, mediante queima de impurezas e adições. O refino do aço se faz em fornos a oxigênio ou elétricos. Finalmente, a terceira fase clássica do processo de fabricação do aço é a laminação. O aço, em processo de solidificação, é deformado mecanicamente e transformado em produtos siderúrgicos utilizados pela indústria de transformação, como chapas grossas e finas, bobinas, vergalhões, arames, perfilados, barras etc. Com a evolução da tecnologia, as fases de redução, refino e laminação estão sendo reduzidas no tempo, assegurando maior velocidade na produção.
Produção mundial de aço bruto – unidade 10³t Produtos China U.E. (28) Japão C.E.I. E.U.A. Outros Total
Janeiro/Agosto 2014*
2013
550.100 113.478 73.880 72.018 58.984 227.296 1.095.756
536.160 109.765 73.167 72.695 58.008 220.175 1.069.970
Julho 2014 68.324 13.833 9.292 9.239 7.691 28.697 137.076
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Agosto 2014* 68.910 12.070 9.349 8.546 7.682 28.404 134.961
2013 68.228 12.020 9.150 9.136 7.466 27.092 133.092
Fonte: Worldsteel | Obs.: dados correspondentes à produção de aço bruto dos países associados ao Worldsteel.
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Moody’s revê classificação de risco da Petrobras A Petrobras comunica que a agência de classificação de risco Moody’s anunciou a revisão do nível de risco (rating) da dívida em moeda estrangeira e local da Petrobras de Baa1 para Baa2 com perspectiva negativa, mantendo o Grau de Investimento. Esta revisão, segundo a Moody’s, reflete a alta alavancagem financeira e a expectativa da agência de que um declínio significativo da mesma somente ocorra após 2016, contrariando as expectativas originais da agência. Na visão da Moody’s, ainda que a Petrobras tenha sido relativamente bem-sucedida na execução de seu programa de investimentos e em suas metas de produção, são fatores que pesam na avaliação o aumento do endividamento como consequência da desvalorização
Foto: TN Petróleo
Grau de Investimento foi mantido do real, perdas no segmento de downstream (Abastecimento) relacionadas com a defasagem entre os preços internacionais e domésticos e o aumento da necessidade de financiamento. Ainda, segundo a agência, os menores preços internacionais de petróleo se mantidos em longo prazo, poderão ser benéficos para o segmento de downstream, mas afetarão negativamente as operações de upstream (Exploração e Produção). Em relação aos investimentos da companhia, a Moody’s acredita que, ainda que haja uma redução em 2015, ela não deverá ser suficiente para uma redução acelerada do endividamento, em um ambiente de depreciação do real. Neste ambiente, segundo a agência, a desalavancagem ocorreria em um
ritmo mais lento do que o inicialmente antecipado. De acordo com a Moody’s, o rating de Baa2 da Petrobras é embasado por sua larga base de reservas e dominância na indústria do petróleo no Brasil, com uma posição de liderança, descobertas significativas no pré-sal, produção crescente e expertise tecnológico. O rating da Petrobras considera também o suporte extraordinário do Governo Federal num cenário de estresse.
Arábia Saudita elevou produção apesar de preços em queda
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Produção de países-membros da Opep e não membros – out/2012 a set/2014 Produção de países-membros da Opep
mb/d (Opep) 32
Outros países produtores
mb/d (total) 92
Set 14
Jul 14
Ago 14
Jun 14
Maio 14
Abril 14
Fev 14
Mar 14
Jan 14
Dez 13
Nov 13
Set 13
O petróleo Brent caiu em setembro abaixo de 100 dólares o barril, piso endossado pela Arábia Saudita, pela primeira vez em 14 meses. A organização afirmou que uma queda de mais de 20 dólares por barril desde o final de junho reflete uma fraca demanda e uma ampla oferta, mas ecoou avaliação de alguns membros do Golfo Pérsico dizendo que
Out 13
Jul 13
Ago 13
Jun 13
87 Maio 13
88
27 Abril 13
28 Fev 13
89
Mar 13
90
29
Jan 13
30
Dez 12
91
Out 12
31
Nov 12
A Arábia Saudita, o maior exportador de petróleo do mundo, revelou à Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) que aumentou em 100 mil barris por dia (bpd) a produção de petróleo em setembro, acrescentando sinais que sugerem que ainda deve responder a uma queda de preços bem abaixo de 100 dólares por barril reduzindo o bombeamento. Em um relatório mensal divulgado no final de outubro, a Opep disse que a Arábia Saudita relatou em setembro produção de 9,704 milhões de barris por dia, em comparação com 9,597 milhões em agosto. A situação poderia indicar que o reino saudita está olhando para defender sua participação de mercado, em vez de preços.
um inverno no hemisfério Norte poderia reaquecer o mercado. No relatório, a Opep manteve inalterada sua previsão para o crescimento da demanda mundial de petróleo e ainda espera uma aceleração no consumo em 2015. A Opep se reúne em 27 de novembro, em Viena, para determinar a política de produção para o início de 2015.
PELO MUNDO Estados Unidos: De acordo com o último relatório da U.S Bureau of the Census, os Estados Unidos exportaram 401 mil barris por dia (bpd) de petróleo bruto em julho de 2014, o mais alto nível de exportações em 57 anos e o segundo maior volume mensal de exportação desde 1920, quando os dados da Agência Internacional de Energia começaram a ser publicados. Rússia: A maior empresa de gás natural da Rússia, a Gazprom, fechou um acordo com a chinesa National Petroleum Corporation (CNPC) em maio de 2014. No âmbito da primeira fase do novo contrato de 30 anos, a Rússia vai fornecer à China 38 bilhões de metros cúbicos (bcm), ou 1,3 trilhões de pés cúbicos (Tcf), por ano de início de gás natural em 2018. Canadá: O Canadá é um dos cinco maiores produtores de energia do mundo e é a principal fonte de importações de energia dos EUA. As suas reservas de areias betuminosas terão um papel significativo para o crescimento no fornecimento de combustível líquido do mundo, e elas compreendem as maiores reservas provadas de petróleo do país, que ocupa o terceiro lugar em nível mundial. Panamá: O Canal do Panamá está passando por uma expansão que permitirá a passagem de navios maiores, com capacidade de aproximadamente 400 a 680 mil de barris de petróleo bruto. Estes navios maiores têm o potencial de aumentar o transporte de óleo e derivados através do canal. A expansão do Canal do Panamá, agora prevista para o final de 2015,
será capaz de fornecer a passagem de até 80% do transporte mundial de gás natural liquefeito (GNL) Iêmen: Embora o Iêmen não seja um grande produtor de hidrocarbonetos em relação a vários outros países do Oriente Médio, o país tem recursos de petróleo e gás natural suficientes para atender a demanda interna e das exportações. No entanto, difíceis condições de segurança do Iêmen prejudica a produção e transporte desses recursos. A produção de petróleo do Iêmen diminuiu significativamente desde o pico em 2001 por causa de declínio natural dos campos em envelhecimento do país e ataques frequentes sobre sua infraestrutura de petróleo. Austrália: Rica em hidrocarbonetos, a Austrália foi o segundo maior exportador de carvão do mundo em 2012 e o terceiro maior de gás natural liquefeito (GNL) exportador em 2013. A sua dependência sobre as importações de petróleo aumentaram para preencher o fosso crescente entre consumo e produção. Colômbia: A Colômbia, detentora de reservas de petróleo que garantem um abastecimento para menos de sete anos, está planejando um leilão em 2014 para concessão de blocos exploratórios que permitam a exploração e o aproveitamento de regiões montanhosas e de selva. A produção de petróleo da Colômbia aumentou em 3,16 % no ano passado para 944 mil barris por dia, uma taxa de crescimento que ficou inferior da expansão das reservas. (Fonte: U.S Energy Information Administration)
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Queda do mercado e fator câmbio influenciam resultados da Usiminas no 3T14 Com a demanda interna menor, companhia aumentou em 53% as vendas para o mercado externo no período; controle dos custos é foco. A queda do consumo de aços planos no Brasil – estimada em 5% no 3T14 em relação ao trimestre anterior – e os efeitos cambiais causados pela desvalorização do dólar impactaram os resultados da Usiminas. A Companhia registrou um prejuízo líquido de R$ 24 milhões no 3T14, contra um lucro líquido de R$ 129 milhões no 2T14. Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) alcan-
çou R$ 357 milhões, queda de 35% em relação ao período anterior. No 3T14, o volume total de vendas de aço, de 1,4 milhão de t, apresentou queda de 4% se comparado ao 2T14. O volume comercializado no mercado interno teve queda de 14%, motivado principalmente pela desaceleração de vários setores industriais. Em função desta menor demanda no mercado interno, a Usiminas direcionou
Produção da Petrobras de óleo, lgn e gás natural
DJ Oil & Gas (%)
Período de 02/2014 a 07/2014
28.08.2014
Produção de óleo e LGN (em mbpd) - Brasil Abril
Maio
Junho
Julho
Bacia de Campos
1.474,0
1.492,2
1.505,0
1.547,9
1.579,9
1.600,1
Outras (offshore)
260,7
283,9
304,9
303,6
328,8
321,3
Total offshore
1.734,6
1.776,1
1.809,9
1.851,4
1.908,8
1.921,4
Total onshore
197,9
199,3
198,2
198,0
195,9
196,3
1.932,5
1.975,3
2.008,0
2.049,5
2.104,6
2.117,6
Total Brasil
Agosto Setembro
Produção de GN sem liquefeito (em mm³/d)* - Brasil Abril
Maio
Bacia de Campos 23.519,8 23.843,9
Junho
Julho
Agosto Setembro
23.971,7 25.934,6 26.712,6 26.520,2
Outras (offshore) 24.025,7 24.917,6 26.030,9 25.772,4 27.518,7 27.422,1 Total offshore
47.545,5 48.761,5 50.002,6 51.707,0 54.231,3 53.942,3
Total onshore
16.457,9 16.669,9 16.408,2 16.584,4 16.790,2
17.194,7
Total Brasil
64.003,4 65.431,5 66.410,8 68.291,4 71.021,5
71.137,0
Abril
Maio
Junho
Julho
Agosto Setembro
128,9
121,0
113,8
121,0
115,0
119,7
15.807,0
16.292,7
2.759,3
2.780,6
Produção de GN sem liquefeito (em mm³/d) - Internacional Exterior
16.395,1 16.546,7
15.828,3
16.921,5
Produção total de óleo, LGN e de gás natural (em mboe/d) Brasil+Exterior
2.560,5 2.605,3
2.632,7
2.698,7
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-0.02 -0.38 Variação no período: -12.56%
bovespa (%) 28.08.2014
30.10.2014
-1.08 2.52 Variação no período: -14.13%
dólar comercial* 28.08.2014
30.10.2014
2,241 2,403 euro comercial* 28.08.2014
30.10.2014
2,95 3,03 Variação no período: 2.26%
(*) Inclui gás injetado. (**) Em 2003 inclui os dados da Petrobras Energia (ex-Pecom).
30.10.2014
Variação no período: 6.96%
Produção de óleo e LGN (em mbpd)** - Internacional Exterior
ao mercado externo 337 mil t, um incremento de 53% na comparação com o trimestre anterior. A produção de aço bruto das usinas de Ipatinga e de Cubatão foi de 1,4 milhão de t, menos 12% em relação à do 2T14. Já os investimentos no 3T14 cresceram 3% e totalizaram R$ 268 milhões, focados em melhorias operacionais na sinterização (Usina de Cubatão) e no alto-forno 3 (Usina de Ipatinga),
Fonte: Petrobras
*Valor de venda, em R$
Foto: Usiminas
FRASES
além da modernização da Coqueria II (Usina de Ipatinga), entre outros projetos. A reforma da Coqueria aumentará a produção própria de coque e tem previsão de entrada em operação no 1º semestre de 2015. Mineração – Na Mineração Usiminas, o volume de vendas no 3T14
foi de 1,2 milhão de toneladas, 15% inferior ao do 2T14, em função da fraca demanda do mercado e dos baixos patamares de preço. Já a produção foi de 1,4 milhão de t, 8% abaixo do volume de 2T14, em linha com a estratégia da Companhia de equilibrar produção e vendas.
Período: 28.08.2014 a 30.10.2014 | ações ações ações ações
petrobras R$
R$
ON 21,45
13,78
R$
R$
PN 22,80 14,32
Variação no período: -36.26%
Variação no período: -37.30%
VALE R$
R$
R$
R$
ON 29,33 23,70 PNA 26,13 20,50 Variação no período: -22.75%
Variação no período: -24.77%
CPFL
ON
BRASKEM
R$
R$
R$
R$
Variação no período: 12.62%
petróleo brent (US$) 28.08.2014
102.46
30.10.2014
86.24
Variação no período: -16.04%
petróleo WTI (US$) 28.08.2014
94.55
30.10.2014
81.12
Variação no período: -13.59%
Claudio Pinho, advogado, 16/10/2014 – O Globo
“A reeleição funciona como a mãe de todas as corrupções.” Joaquim Barbosa, ex-ministro do STF, 16/09/2014 – Folha de São Paulo
“Está cada vez mais evidente que o modelo atual se esgotou. O Brasil precisa urgentemente de uma nova política econômica, baseada no controle do gasto público, para que possamos obter baixa inflação e alto crescimento econômico.” Paulo Skaf, presidente da Fiesp, 29/10/2014 – Fiesp
“Onde tem floresta não tem
13,79 13,04 PNA 15,35 17,40 Variação no período: -6.52%
“Uma cotação do petróleo abaixo de US$ 80 significa investir com prejuízo. Dependendo da intensidade do recuo e da duração da cotação do Brent, podem ocorrer atrasos e inviabilizar alguns projetos, principalmente os do pré-sal, que contam com elevado custo de extração e uma logística cheia de desafios.”
furacão nem tornado. Ela tem um papel de regularização do clima. É um seguro.” Antonio Donato Nobre, cientista, 31/10/2014 – Valor Econômico
“Focar apenas no controle fronteiriço não é a resposta adequada. O mundo precisa apagar o fogo porque caso não o faça, o ebola pode propagar-se a qualquer outro país, incluindo a Ásia.” Jim Yong Kim, presidente do Banco Mundial, 04/11/2014 - Agência Brasil
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Planejamento a chave para a excelência integrado: operacional Imagine uma sexta-feira à noite em uma cidade petroleira. Perfuradores e engenheiros de manutenção relembram as pequenas vitórias da semana – muitas das quais comentadas com orgulho pelos esforços heroicos de longas horas extras para corrigir problemas inesperados, ou gastos elevados para agilizar que peças e pessoas estivessem onde elas eram indispensáveis – tudo parte do espírito de “fazer acontecer” pelo qual a indústria de petróleo e gás é famosa.
I
José de Sá é sócio da Bain & Company.
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sso funciona para boas histórias, mas não para comandar um negócio. Mais do que nunca, empresas de petróleo e gás estão sob muita pressão para melhorar o desempenho. E o planejamento integrado – o cronograma detalhado que casa uma região ou ativo com os objetivos estratégicos mais amplos da organização – se torna um elemento vital para melhorar a eficiência das operações. Isso requer profunda experiência com os equipamentos, forte coordenação entre as funções da empresa e disciplina para entregar o planejado. Mas a recompensa é enorme: locais de trabalho mais seguros e que fazem melhor uso de pessoas e recursos. Quem não vive a rotina da indústria pode se surpreender com a frequência com que os operadores ignoram um planejamento detalhado das atividades, em geral porque problemas que precisam ser resolvidos com urgência passam na frente. Às vezes, planos são elaborados, mas não colocados em prática porque não estão alinhados com as maiores prioridades da empresa. Em outros casos, a tarefa é negligenciada por ser de difícil conclusão ou delegada para funcionários sem tanta experiência que podem ter uma visão exageradamente otimista a respeito do timing, custos e recursos. Empresas líderes têm uma abordagem mais disciplinada, reconhecendo que melhorar o planejamento operacional e a manutenção é um passo crítico em direção à excelência operacional. Elas entendem que a falta de planejamento é caro, uma vez que leva a excessos de trabalho, horas extras, prazos não cumpridos e pedidos urgentes com custos mais elevados. Trabalho planejado é mais seguro, mais rentável e mais eficiente. Operações e atividades apressadas podem criar situações de risco. Removendo as ineficiências e o tempo ocioso de operações contribui para operações seguras, confiáveis e de baixo custo. Planejadores bem-sucedidos mantêm as prioridades do negócio em mente, certificando-se de que os investimentos em pessoas, processos e equipamentos suportam objetivos maiores. Isso significa a integração do planejamento de negócios realizado no nível corporativo com o das atividades das unidades de negócios e da programação do que acontece no local. Pode ser uma longa distância a ser percorrida em algumas empresas, mas o esforço compensa.
Às vezes certa experiência é necessária para atingir o equilíbrio. Nas unidades de uma grande empresa integrada, cada unidade regional tinha historicamente uma operação independente, decidindo por si só as atividades a executar, quando e como fazê-las. Quando a empresa se reorganizou com linhas funcionais, desenvolveu novos modelos centralizados, mas se esforçou para encontrar um equilíbrio entre a autonomia regional e a padronização central. Eventualmente, os executivos se comprometeram com prioridades globais e permitiram que as regiões fizessem seus próprios planos de atividade, desde que estes apoiassem as metas globais. As regiões também têm de orçar tempo e recursos para lidar com o trabalho emergente inevitável, sem ter que passar por um processo de revisão e aprovação central. Trazendo todos para um sistema de planejamento comum é mais um passo importante no sentido de um planejamento integrado, em especial quando o sistema conecta os planos de rotina com o planejamento de longo prazo. Quando uma grande empresa petrolífera integrada pa-
dronizou o sistema abrangente, enfrentou a resistência de unidades que dependiam do padrão anterior durante anos. Mas a unificação trouxe benefícios, como uma coordenação mais estreita e maior produtividade. Um bom planejamento integrado também constrói formas para que as empresas reajam a eventos externos. Um operador de gás de xisto norte-americano redesenhando seus processos de desenvolvimento de campo para tirar o máximo de seus ativos de xisto, descobriu a forma de contabilizar os preços atuais de energia em seu planejamento de atividades. O feedback ajudou a empresa a entender e reagir ao preço do petróleo e de gás e ajustar seus horários de perfuração em conformidade, sem causar perturbações significativas para as operações de campo. Um bom planejamento pode melhorar as operações nos locais de produção quase imediatamente (incluindo o pessoal no local ou o uso de barcos e helicópteros). No geral, o planejamento integrado cria operações mais eficientes e eficazes, reduzindo os riscos de segurança, maximizando o tempo de atividade e uma melhor utilização dos recursos.
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entrevista exclusiva
É necessário rever o conteúdo nacional
e o ritmo dos leilões
Para Marcos Panassol, sócio da PwC Brasil (PricewaterhouseCoopers), uma das maiores empresas de auditoria e consultoria do mundo, está na hora de se fazer uma avaliação acurada do que funcionou e do que precisa ser melhorado no conteúdo nacional. “Certamente, os investimentos em pesquisa e desenvolvimento devem ser trazidos para a discussão e empresas que investem devem se beneficiar”, adverte o líder de Petróleo & Gás da PwC. Segundo ele, o Brasil não conseguirá ser competitivo em todas as áreas da indústria. “A vocação regional deve ser observada e o foco definido”, pondera o especialista, em entrevista exclusiva à TN Petróleo, destacando que outro fator crucial é a constância dos leilões de áreas para exploração. por Beatriz Cardoso TN Petróleo – A autossuficiência em gás natural dos Estados Unidos, as reservas gigantescas de petróleo e gás da Venezuela, a reforma no setor energético no México e o pré-sal estão mudando mesmo a geopolítica do petróleo no mundo? Ou a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) continua com o mesmo poder? Marcos Panassol – Ao final de 2013, os países da Opep eram responsáveis por cerca de 70% das reservas provadas de petróleo no mundo (lembrando que a Venezuela é parte da organização). Não há como desprezar a importância da Opep na geopolítica do setor. Entretanto, os eventos do shale gas nos EUA, do pré-sal no Brasil e a abertura do setor energético do México trazem uma alternativa muito bem-vinda para o setor, ainda mais para os países do continente americano como um todo – em especial em momentos de acentuada crise política na região da Opep. O recente ajuste nos preços do barril do petróleo já pode ser um reflexo deste equilíbrio. 22
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Qual a expectativa para a próxima década? A Opep continuará a exercer o papel de maior influenciador do mercado global de petróleo, graças à sua produção em larga escala, facilidade logística e baixo custo. Em sua opinião, como o Brasil se situa nesse atual contexto geopolítico da indústria de petróleo e gás? O Brasil decerto se situa muito bem. Mesmo com diferentes cenários de oportunidades e desafios para o negócio, não considero que tenhamos um nível relevante de incertezas quanto ao papel do setor de petróleo na política energética nacional. As reservas potenciais do pré-sal são, sem dúvida, um atrativo importante e certamente trazem oportunidades para todos os participantes do setor. Entretanto, é necessário avaliar de perto o foco na concentração da exploração por apenas algumas empresas. Cessão onerosa e sistema de partilha: de que forma essas mudanças no marco regulatório impactam positiva
e negativamente a indústria brasileira de óleo e gás? A cessão onerosa é o que se pode chamar de one off, ou seja, evento único e que, por si, não vejo que tenha trazido algum impacto negativo ao setor. Por meio dela, a Petrobras teve acesso a 5 bilhões de barris – e os está explorando – e irá desenvolver a sua produção, gerando atividade econômica e movimentando o setor. A partilha, por sua vez, teve como objetivo manter a exploração e produção das principais áreas do pré-sal sob o controle da União. É certo que havia outras formas de se maximizar a participação governamental nas receitas do pré-sal, como o aumento dos royalties, conforme preconizado à época por representantes do setor. Mesmo sendo um tema muito importante, fica a questão do ritmo dos leilões de novas áreas dentro do modelo de concessão. Qual a avaliação que a PwC faz do cenário de partilha? O regime de partilha é adotado com sucesso por vários países no mundo. No
Marcos Panassol, sócio e líder de petróleo & gás da PwC Brasil
Foto: Divulgação
Não acho que a questão seja partilha ou concessão, mas sim a elaboração de uma política definida de incentivo à entrada destes players menores e de acesso a estas áreas específicas, inclusive campos produtores maduros, talvez com polÍticas de conteúdo local e financiamento próprios.
Brasil, ele visa incentivar a exploração de novos campos, além de gerar riquezas e desenvolvimento, porém é impactado pela ausência de múltiplos operadores. A questão principal, agora, na partilha também é o ritmo de novos leilões e seu ajuste à capacidade da indústria nacional de atender aos índices de conteúdo local. Outros países têm sistema misto – partilha e concessão. O senhor considera que com um modelo mais flexível a indústria tem mais condições de crescer, abrigando players de diferentes portes? Devemos nos lembrar de que existe apenas em torno de uma dúzia de grandes empresas de exploração e produção de petróleo. A partir daí são centenas
de empresas especializadas em determinados tipos de produção, operando com custos reduzidos para serem mais competitivas. Não acho que a questão seja partilha ou concessão, mas sim a elaboração de uma política definida de incentivo à entrada destes players menores e de acesso a estas áreas específicas, inclusive campos produtores maduros, talvez com politicas de conteúdo local e financiamento próprios. As pequenas e médias empresas ainda têm participação inexpressiva na indústria brasileira de óleo e gás. O que é necessário para mudar esse cenário? De fato, o faturamento médio de empresas fornecedoras do setor é algo
em torno de R$ 80 milhões/ano. Hoje, o mercado enxerga o Brasil como um país que tenta se especializar em todos os segmentos ao mesmo tempo. Entendemos que é preciso focar em determinadas atividades, especialmente naquelas em que tenhamos vocação ou vantagens competitivas estabelecidas, para que possamos obter êxito na inserção das pequenas e médias empresas na cadeia de suprimentos, e até mesmo disputar de igual para igual com as empresas estrangeiras. As medidas iniciais já foram tomadas com a política de conteúdo local e a transferência de tecnologia. No entanto, ainda estamos no início do aprimoramento e foco em áreas que tenhamos diferencial. Os desafios do pré-sal, mantra dessa indústria, demanda tanto tecnologia e inovação em processos como também TN Petróleo 98
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entrevista exclusiva maior eficiência em gestão, expansão da infraestrutura logística e, principalmente, entregas no tempo e na qualidade exigidas de todos os bens e serviços que o desenvolvimento deste cenário demandam. Isso significa que é necessário rever alguns pontos do conteúdo local. Afinal, o que vale a pena manter e o que devemos reformular nessa legislação, para assegurar o desenvolvimento da cadeia produtiva sem onerar as oil companies, que têm como core business produzir no menor espaço de tempo (time is money)? Conteúdo local tem sido um dos principais temas das agendas das oil companies. Existem várias sugestões de aprimoramento, desde a criação de um tipo de sistema de crédito para repasse de uma atividade a outra, até a conversão de investimentos em P&D em créditos para o conteúdo local, todas válidas e interessantes. No meu entendimento já está na hora de se efetuar uma ampla avaliação do que funcionou e do que precisa ser melhorado, sem nacionalismos exagerados ou perda de conquistas relevantes. Certamente, os investimentos em pesquisa e desenvolvimento devem ser trazidos para a discussão e empresas que investem devem se beneficiar. Outro aspecto importante que devemos considerar é a utilização dos recursos oriundos das penalidades aplicadas pelo não cumprimento do percentual de conteúdo local. Estes valores deveriam ser revertidos em ações em prol da indústria como, por exemplo, formação de mão de obra especializada e incentivos à inovação. O conteúdo local tem alavancado muitas empresas. Como assegurar a longevidade destes elos da cadeia sem impactar a indústria petrolífera? Parece-me que o tema principal aqui é a previsibilidade de demanda. É muito importante que os fornecedores possam planejar seus investimentos vis-à-vis a demanda das empresas de E&P. A constância dos leilões poderá garantir a regularidade de fornecimento e o correto planejamento da demanda. O que é preciso fazer para melhorar a aferição e avaliação deste conteúdo 24
TN Petróleo 98
As reservas do pré-sal são, sem dúvida alguma, a principal oportunidade de desenvolvimento de riquezas naturais a ser explorada no país ao longo dos próximos anos. Em decorrência das demandas do setor na economia nacional serem difusas, os projetos no setor de petróleo demandam praticamente todas as especializações de engenharia e provocam impactos logísticos.
local, para que não sejamos produtores de cascos e importadores de tecnologia? O país não conseguirá ser competitivo em todas as áreas da indústria. A vocação regional deve ser observada e o foco definido. Estamos chegando a uma fase mais madura do processo de transferência de tecnologias e obtenção do know-how necessário para estabelecer a nossa indústria de base tecnológica. Nossas empresas estão em busca do salto qualitativo para que possam ser capazes de atender as demandas e competir com os fornecedores internacionais. A indústria naval recebeu mais de 20 bilhões em recursos do Fundo da Marinha Mercante nos últimos 14 anos. E continuará a receber novos recursos em função da carteira de encomendas da indústria petrolífera. No entanto, questiona-se que esses subsídios param nos estaleiros, não beneficiando a cadeia produtiva (navipeças, equipamentos, e outras) e impactando a produtividade e competitividade do setor. Como fazer para que estes recursos cheguem em todos os elos da cadeia?
Estes recursos chegarão através de encomendas do setor. Não existe outra maneira viável no momento. É necessário que haja competitividade em nossa indústria, em todos os níveis da cadeia, para que estes recursos sejam aplicados em empresas brasileiras. Ao que tudo indica, o Brasil irá dobrar a produção de petróleo em 2020, superando os 4 milhões de barris/dia. O que pode ainda impactar e o que vem garantindo essa meta? Possuímos a capacidade de acessar o capital necessário, tecnologia e vontade política de expandir nossa produção, no entanto, em nosso ponto de vista, é necessário aprimorar a capacidade de entrega de grandes projetos, essenciais para a que a meta seja alcançada e até suplantada. Os principais projetos do Brasil são impactados em custo e prazo, por não haver um favorecimento ao ambiente de negócios. O pré-sal é, afinal, a redenção do Brasil? Ou ele tem um peso importante, mas o país possui uma produção considerável, ainda por muitos anos, em outros cenários, incluindo novas fronteiras? As reservas do pré-sal são, sem dúvida alguma, a principal oportunidade de desenvolvimento de riquezas naturais a ser explorada no país ao longo dos próximos anos. Em decorrência das demandas do setor na economia nacional serem difusas, os projetos no setor de petróleo demandam praticamente todas as especializações de engenharia e provocam impactos logísticos, bem como movimentos migratórios populacionais, dentre outros. Por outro lado, geram demandas por infraestrutura, saúde, habitação, mobilidade urbana, etc. Desta forma, é de vital importância para o país que este tema esteja sempre em pauta no executivo e no legislativo das diversas esferas de governo. O Brasil está diante de um imenso desafio: continuará como um exportador de commodities ou conseguirá finalmente figurar entre o grupo de países que são exportadores de produtos e tecnologia com valor agregado.
É necessário rever o conteúdo nacional e o ritmo dos leilões O Brasil precisa do shale gas e oil gas? Ou, até mesmo pela nossa diversidade energética, ele ainda pode se manter em sua linha e ação, enquanto espera que haja uma avaliação mais crítica dos impactos ambientais da exploração não convencional? Sim, o Brasil precisa desenvolver qualquer recurso natural de que disponha. Entretanto, a exemplo de outros recursos não convencionais, tecnologias e infraestruturas exigidas, ainda não estão disponíveis para monetizá-los. É necessário incentivar o desenvolvimento de aspectos regulatórios e mercadológicos para que possamos contar com uma produção significativa em longo prazo. A grande preocupação em relação a estes recursos não convencionais é a ausência de uma regulamentação ambiental específica que dê segurança aos empreendedores. Como o setor de infraestrutura e logística vai dar conta desse desafio, uma vez que o pré-sal se estende do
Sudeste ao Sul do país, mas temos atividades offshore por mais de 80% da costa brasileira? Em sua opinião, quais são os pontos mais críticos dessa logística? De fato, a continuidade do desenvolvimento do setor depende fortemente da ampliação da infraestrutura (portos, aeroportos, heliportos, estradas, navegação de apoio, etc.). Como já dissemos, o Brasil possui acesso a grande parte dos recursos necessários e tem competência instalada para o desenvolvimento destes projetos, mas esbarra na dificuldade em finalizar os seus grandes projetos, seja pela questão da mão de obra, ou por questões ambientais e regulatórias. A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis ainda estuda os locais para a realização da 13ª Rodada prevista para 2015. O senhor acredita que este leilão será tão disputado como os anteriores? Ou todos esperam novos leilões do pré-sal?
A partir de Libra ficou evidente que os leilões da partilha são um jogo em que poucos podem participar, dado seu grande volume estimado de óleo e, consequentemente, de investimentos que cada participante terá que efetuar. Creio que os leilões de concessão serão sempre muito atraentes, inclusive, e talvez mais ainda, para as empresas de menor porte que trabalham com portfólios mais reduzidos e focados. Afinal, o Brasil continua sendo um cenário atraente para os investidores do setor de óleo e gás, e não somente no pré-sal, mas também em novas fronteiras, como Sergipe-Alagoas, margem equatorial brasileira? Correto, continuamos atraentes. Possuímos reservas significativas, tanto no pré-sal como nas novas fronteiras, oferecemos um cenário político estável com ausência de conflitos. Mesmo assim, temos que admitir que o mercado se adapta e muda com rapidez, e hoje existem concorrentes de peso que não existiam há algum tempo atrás.
Nesta edição.
TN Petróleo 98
25
especial: combust铆veis
Tem tec
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TN Petr贸leo 98
nologia
Foto: Ag锚ncia Petrobras
na bomba
TN Petr贸leo 98
27
especial: combustíveis
Produtor da melhor gasolina do mundo (a Podium), o Brasil está alinhado com uma nova era em combustíveis que deixaram de ser simples commodities para se tornar um produto com alta tecnologia. Para atender aos novos padrões e requisitos do mercado internacional, principalmente da indústria automotiva, foi dado um salto tecnológico na produção de combustíveis, visando também reduzir os
impactos ambientais e minimizar as mudanças climáticas. por Felipe Salgado e Karolyna Gomes
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TN Petróleo 98
Foto: Shell
Foto: Agência Petrobras
T
endo como campo de testes as pistas e os veículos mais velozes do mundo – os da Fórmula 1 – a Petrobras e outras companhias petrolíferas buscam inovar na produção de combustíveis e lubrificantes que assegurem o melhor desempenho e menor desgaste do motor. O que é testado nas pistas dos mais variados tipos de provas automobilísticas acabam chegando ao consumidor final, nas bombas dos postos de combustíveis. O que se comprova com a gasolina Podium, que tem a mesma tecnologia utilizada pela Petrobras no desenvolvimento da gasolina que abasteceu os veículos da escuderia BMW Williams F1, em parceria firmada em 1997 e que durou mais de uma década. Neste período, a empresa aprimorou a tecnologia, a logística e o desenvolvimento de combustíveis e lubrificantes atuando com cinco fornecedores distintos de motor para a equipe de Fórmula 1. O conhecimento adquirido por engenheiros e químicos no desenvolvimento de gasolinas de competição foi incorporado na formulação de gasolinas brasileiras. Lançada em 2002, a Podium foi o resultado de pesquisas e testes que permitiram à empresa identificar o comportamento da cada matéria-prima que compõe a gasolina no seu desempenho final. Entre os atributos
que fazem dela a melhor gasolina do mundo há dez anos, destacam-se a alta octanagem – 95 unidades de IAD (índice antidetonante), que significa a capacidade de a gasolina resistir à detonação que leva a perda de potên-
cia – e o baixo teor de enxofre, com 30 partes por milhão (PPM). Teor bem inferior aos 50 PPM que se tornaram obrigatórios desde 1º de janeiro deste ano, em toda a gasolina comercializada no Brasil, denominada
gasolina S-50. A exigência de redução do teor de enxofre no combustível é um dos fatores que vem revolucionando sua produção no país e no mundo na última década. No Brasil já é comercializado também o diesel S-10 (10 PPM), com ultrabaixo teor de enxofre, equiparando o nosso produto, ou até mesmo colocando à frente, dos grandes mercados mundiais como Estados Unidos, Canadá e Europa.
De volta ao pódio Em oito anos de investimentos, que só da Petrobras absorveram R$ 20,6 bilhões – aplicados no aperfeiçoamento tecnológico de suas refinarias –, o setor conseguiu reduzir em muito as emissões de gases de efeito estufa. E os avanços não param por aí. A partir de 2015, o país só comercializará gasolina aditivada (que possui detergentes e dispersantes) em território nacional, o que mostra que este mercado está preparado para atender a tecnologia dos novos veículos e seus motores alinhados com as normas internacionais. Antecipando-se a essa exigência, em junho deste ano a Petrobras lançou a nova gasolina aditivada Petrobras Grid. Com um investimento milionário, o Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes) testou o novo combustível por mais de 1.200 horas antes de o produto ser lançado no mercado, por meio da Petrobras Distribuidora, que fez a maior campanha de divulgação do ano. Substituindo a gasolina aditivada Supra, a Petrobras Grid apresenta aditivos dispersantes e detergentes que removem os resíduos de combustão
presentes no sistema de alimentação de combustível, prevenindo, assim, a formação de novos depósitos e mantendo limpos e funcionais as válvulas de admissão e bicos injetores. Possui ainda outro diferencial: um aditivo modificador de atrito, que diminui este fator entre as peças do motor, proporcionando melhor aproveitamento da energia gerada em sua queima. Na rota da inovação, a patrocinadora do Grande Prêmio Petrobras do Brasil de Fórmula 1, realizado em Interlagos (SP), volta a utilizar a maior categoria do automobilismo mundial como seu campo de testes. No início deste ano, a Petrobras retomou a parceria com a equipe Williams, ao assinar um contrato que possibilita às duas partes trabalhar em conjunto com a Mercedes, fornecedora de motores da escuderia inglesa, para desenvolver novos combustíveis e lubrificantes automobilísticos. Com a entrada da nova regulamentação da Federação Internacional do Automóvel (FIA) – que exige das equipes o uso de combustíveis mais eficientes – a Petrobras desenvolverá novos combustíveis e lubrificantes de motor e câmbio a partir da temporada 2015. No entanto, desde o Grande Prêmio de Monza, na Itália, a escuderia inglesa já vem utilizando um lubrificante de câmbio produzido pela Petrobras Distribuidora.
Expansão da tecnologia Investindo no aperfeiçoamento tecnológico de seus produtos, a Raízen, licenciada da marca Shell no Brasil, começou a distribuir em agosto de 2014 a gasolina aditivada Shell V-Power Nitro+, que também possui o composto
Foto: Agência Petrobras
Foto: Agência Petrobras
Foto: Depositphotos
Tem tecnologia na bomba
detergente/dispersante. O combustível contém um antioxidante que confere ao combustível maior resistência ao envelhecimento por reação natural com o oxigênio, além de um agente anticorrosivo que protege as partes metálicas do ataque químico do etanol anidro presente na gasolina brasileira. Completando o pacote de aditivos, a Shell desenvolveu uma formulação tecnológica em parceria com a Ferrari, o FMT (Friction Modification Technology), que diminui o atrito entre as partes internas do motor que entram em contato com o produto. No Brasil, a Shell V-Power Nitro+ é obtida pela aditivação da gasolina do tipo “C” que, conforme determinação da ANP, deve conter no máximo 50 ppm (mg/kg) de enxofre.
Inovação, de olho no meio ambiente Detentor da quarta maior frota automotiva do mundo, o Brasil enfrenta o desafio de combater a poluição do ar nos centros urbanos. Com o objetivo de exercer uma política de controle ambiental sobre os impactos da poluição, o Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) instituiu, em 1986, o Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve). Constituído por diversas etapas, o programa estabelece limites de emissões veiculares que devem ser cumpridas nas homologações pelos veículos automotores novos. Entretanto, só em 2008 a população brasileira começou a respirar mais aliviada. Por meio de uma ação civil pública proposta pelo estado de São Paulo para vigorar em todo o seu TN Petróleo 98
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Foto: Shell
Foto: Agência Petrobras
especial: combustíveis
território – e complementada pelo Ministério Público Federal para valer em todo o país – uma liminar federal obrigou a Petrobras a fornecer o diesel com 50 PPM de enxofre (S-50) para veículos que entrariam no mercado a partir do ano de 2009. A Justiça fez valer a determinação que o Conama já dispunha na Resolução 315/2002, ao instituir como norma a adequação dos combustíveis em níveis menos
poluentes e agressivos à saúde, com dez vezes menos teor de enxofre do que o diesel consumido até então. Antes da criação da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), pouco se conhecia em relação à qualidade dos combustíveis ofertados no mercado brasileiro ao consumidor final. Até então, a fiscalização era realizada pelo Conselho Nacional do Petróleo
(CNP) e o Departamento Nacional de Combustíveis (DNC). A partir de 1998, a ANP reforçou o apoio às fiscalizações. O órgão estabeleceu o Programa de Monitoramento da Qualidade dos Combustíveis Líquidos, que analisa mês a mês diversas amostras de gasolina distribuídas em todo o país; criou uma série de especificações para regular a qualidade dos combustíveis, desde aspectos de
Histórico de vendas – em bilhões de litros (GNV em bilhões de m³) 140 120 100 80 60 40 20 0
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
Óleo Diesel
39,2
39,2
39,0
41,6
44,8
44,3
49,2
52,3
55,9
58,5
Gasolina C
23,2
23,6
24,0
24,3
25,2
25,4
29,8
35,5
39,7
47,4
Etanol Hidratado
4,5
4,7
6,2
9,4
13,3
16,5
15,1
10,9
9,9
11,8
Aviação (QAV1 + GAV2)
4,3
4,5
4,5
4,9
5,3
5,5
6,3
7,0
7,4
7,3
Óleo Combustível
5,4
5,2
5,1
5,5
5,2
5,0
4,9
3,7
3,9
5,0
GNV
1,6
1,9
2,3
2,6
2,4
2,1
2,0
2,0
1,9
1,9
Total
78,3
79,1
81,2
88,3
96,1
98,8
107,4
111,3
118,8
125,8
Variação (%)
+6,3
+1,0
+2,6
+8,8
+8,9
+2,8
+8,7
+3,7
+6,7
+5,9
Fonte: Sindicom/ANP 30
TN Petróleo 98
Tem tecnologia na bomba Volume de vendas por região (%)
CentroNordeste -Oeste
Óleo Diesel Gasolina C
9,0
5,3
Norte 2,8
Sudeste 3,0
Sul 6,0
Total 4,6
3,5
7,4
6,4
3,0
4,1
4,3
Etanol Hidratado
27,6
8,4
12,7
16,4
30,9
18,7
GNV
-11,2
-1,9
33,6
-4,0
-6,1
-3,9
QAV
9,0
-4,6
-9,3
0,5
-1,7
-0,9
GAV
0,8
-8,9
2,5
-5,3
13,4
0,8
Óleo combustível
11,1
85,9
-11,2
22,4
8,3
26,9
Querosene iluminante
8,6
-14,8
-61,0
-13,8
-16,1
-18,6
Total
9,2
9,9
1,5
4,5
6,2
5,9
Foto: Agência Petrobras
Produto
Variação de volume – 2013 x 2012 (%)
Fonte: Sindicom/ANP/Abegas
produção e tecnologia, até econômicos, ambientais e de planejamento energético. No dia 1° de janeiro de 2009, as fases P-7 e L-6 do Proconve entraram em vigor, destinadas a veículos automotores pesados e leves, respectivamente. As etapas previam o cumprimento dos limites de emissões, produção, distribuição e consumo de diesel com teor reduzido de enxofre, modificações na tecnologia dos motores automotivos e novos sistemas de pós-tratamento dos gases de escapamento dos veículos pesados. Mas, devido à falta de acordo entre a Petrobras, a ANP e a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), o Ministério Público Federal estabeleceu um novo cronograma, no qual toda a frota de ônibus do país
pertencente à fase P-7 passaria a ser abastecida com o diesel S-50 somente a partir de 2012. No caso da fase L-6, o óleo diesel S500 substituiu pouco a pouco o óleo diesel S1800, excluído do segmento rodoviário em 1º de janeiro de 2014. O pacto cumpriu-se. Mais tarde, o diesel S-50 deu lugar ao S-10 em 2013, que além de reduzir a concentração de material particulado em suspensão nas grandes cidades também diminui o atraso da ignição e melhorou a qualidade da combustão. Com o novo limite máximo do teor de enxofre que passou a valer em 2014, a gasolina brasileira passou a ter qualidade semelhante à comercializada nos Estados Unidos e Canadá. Hoje, as especificações dos óleos diesel produzidos no Brasil são definidas na Resolução ANP n. 50/2013.
Aditivação de qualidade De acordo com a Resolução ANP n. 40/2013, a partir de 1° de julho de 2015 toda gasolina produzida, distribuída e comercializada em território nacional deverá ser aditivada com detergentes e dispersantes. Por serem importados, os aditivos nem sempre são adequados à realidade da gasolina brasileira, que contém etanol em sua mistura. Por isso, a Petrobras desenvolveu sua própria metodologia para avaliação nacional de aditivos. O método avalia a quantidade de resíduos de-
positados em válvulas de admissão e câmaras de combustão de motores de veículos movidos a gasolina aditivada, com o objetivo de determinar a qualidade do aditivo utilizado na mistura com a gasolina. O Cenpes oferece suporte técnico à Petrobras para testar e avaliar a qualidade dos aditivos, selecionando aqueles que melhor se encaixam na mistura brasileira. Um pouco de história – O uso de aditivos para combustíveis no Grupo Shell começou na década de 1920,
A saúde do ar nas grandes cidades O transtorno das grandes cidades acabou se tor nando um problema de saúde pública. Em 2013, a especialista em Patologia Clínica e Microbiologia e doutora em Patologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), Evangelina Araújo Vormittag, coordenou um estudo realizado pelo Instituto Saúde e Sustentabilidade na cidade de São Paulo – 5,4 milhões de carros rodavam ali, uma média de um carro a cada duas pessoas. O estudo concluiu que a poluição do ar matava mais do que acidente por trânsito na capital. Em 2011 a poluição foi responsável pela morte de 4.655 pessoas, enquanto os acidentes por trânsito ocasionaram 1.556 mortes. com aplicação de aumentadores de octanagem para gasolinas. Em 1954, a companhia lançou o produto ICA (Ignition Control Additive) que realizava a limpeza interna dos motores da época. As pesquisas evoluíram por conta dos desafios de redução de emissões ao meio ambiente, através do escapamento dos motores dos veículos e também pela própria evolução da tecnologia dos motores automotivos. Hoje, os aditivos presentes nos combustíveis da Shell são desenvolvidos pela Shell Global Solutions, a divisão de pesquisa e tecnologia do grupo. TN Petróleo 98
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especial: combustíveis
O desafio da distribuição em um país continental Maior distribuidora de derivados de petróleo do país, a Petrobras Distribuidora possui uma rede de mais de 81 instalações em 73 localidades diferentes para os combustíveis automotivos e industriais, em todos os estados. Dentre as 81 instalações de combustíveis, 75 instalações são de automotivos. No atendimento direto ao consumidor final, existem 7.500 postos com bandeira Petrobras espalhados pelo Brasil.
A
capacidade estática total dessas instalações é de cerca de 1,6 milhão de m³ (1,6 bilhão de litros). Entre as instalações, existem bases próprias, da Petrobras Distribuidora, de terceiros (outras distribuidoras), e aquelas em sociedade com outras distribuidoras e em operadores logísticos (prestadores de serviço). A logística de transporte de produtos e derivados inicia-se a partir das refinarias, onde os produtos são entregues pela Petrobras de três formas básicas: para as bases ao lado das refinarias, por cabotagem para bases – sobretudo para portos do Nordeste e Norte – e por um dos três polidutos existentes, o Centro-Oeste (Osbra), sul da Bahia (Orsub) e Santa Catarina (Opasc). No total são 35 pontos de entrega. A partir dessas instalações, a Petrobras Distribuidora entrega os combustíveis para sua rede de clientes (postos de serviço e clientes consumidores) e transfere os produtos para outras 38 instalações. Essas instalações recebem ainda das usinas produtoras os biocombustíveis (eta-
32
TN Petróleo 98
Nos próximos dez anos, a principal infraestrutura que atenderá a demanda do Brasil por combustíveis será a ferrovia Norte-Sul, que ligará o porto de Itaqui (MA) até a cidade de Estrela do Oeste (SP).” Marcus D’Elia, gerente sênior do Instituto de Logística e Supply Chain (llos)
nol anidro e biodiesel) que, misturados com os derivados de petróleo, vão compor os produtos comercializáveis – respectivamente, a gasolina C e o Diesel B7. A estatal possui, ainda, terminais aquaviários, sendo um dos maiores carregadores fluviais da região Norte do país. Ao todo, são 23 instalações aquaviárias nos principais portos do Nordeste e mais Vitória e Belém, sendo dez instalações fluviais, localizadas em Macapá (AP), Santarém, Itaituba, Oriximiná, Belo Monte e Juruti (municípios do Pará), Manaus (AM), Porto Velho (RO), Cruzeiro do Sul (AC) e Caracaraí (RR). Existem também 35 postos fluviais de bandeira Petrobras nos estados do Amazonas, Acre, Amapá, Pará, Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo. A companhia também se utiliza de balsas-tanque que fazem o transporte para as localidades ribeirinhas na região Norte, uma vez que não existem rodovias. Os combustíveis chegam aos postos de serviço através de caminhões-tanques, que são carregados nos Terminais e Bases da Petrobras Distribuidora e
Tem tecnologia na bomba
“Serão necessários investimentos da ordem de R$ 53 bilhões para suprir a infraestrutura demandante por combustíveis nos próximos dez anos”, afirma o gerente sênior do Instituto de Logística e Supply Chain (llos), Marcus D’Elia. Segundo pesquisas do llos, o crescimento da demanda prevista por combustíveis no Brasil dobrará no período, e o crescimento exercerá maior pressão sobre a infraestrutura de transportes do país.
Iniciativas
Investimento (R$ bilhões)
Ferrovias Hidrovias Portos Dutos Rodovias Multinacionais Centros coletores Tancagem
6 3 7 3 2 1 5 1
24,8 10,2 3,1 3,5 1,3 6,5 0,16 3,2
Total
28
52,7
Foto: Agência Petrobras
Frente de atuação
Composição de preços ao consumidor com base na média dos preços da gasolina ao consumidor das principais capitais. 19%
Distribuição e Revenda
12%
Custo Etanol Anidro
27%
ICMS
0,7%
CIDE e PIS/PASEP e COFINS
35%
Realização Petrobras
“Os maiores gargalos deverão ocorrer na infraestrutura portuária, em razão do aumento da importação de gasolina e da produção de petróleo”, diz D’Elia, que acrescenta que a pressão será exercida principalmente sobre portos do Sudeste que deverão absorver a entrada de produtos, além da movimentação adicional de petróleo da região.
Fonte: Petrobras
Mais investimentos em infraestrutura
Investimentos
Foto: All
distribuídos por todo o território nacional. Os clientes revendedores e grandes consumidores colocam seus pedidos na Central de Atendimento que, por sua vez, realiza a programação de entregas utilizando os caminhões-tanques contratados pela BR (CIF) ou pelo próprio cliente (FOB). Atualmente, a Petrobras Distribuidora promove em média em torno de oito mil embarques por dia para o modal rodoviário e o tamanho da frota de caminhões é variável. A garantia da disponibilidade da frota a qual demanda equipamentos com maior nível de segurança, além da otimização da frota existente, e do maior uso de modais mais eficientes com custos mais competitivos como o ferroviário, o fluvial e o marítimo (cabotagem) esbarram em desafios de infraestrutura. A adequação de instalações de biodiesel para distribuição do B7, cuja movimentação é 40% maior, e é quase exclusivamente realizado por rodovias, aumenta os desafios de transporte e movimentação.
Apesar dos investimentos previstos, os portos de Santos (SP), São Sebastião (SP) e Paranaguá (PR) não suportarão em médio prazo o aumento da oferta de combustíveis. A cadeia logística de São Paulo, a principal do país, enfrenta gargalos que vão desde os portos até a saída de produtos e derivados das refinarias. A região Sul também apresenta entraves que deverão ser resolviTN Petróleo 98
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especial: combustíveis
Fonte: Sindicom
Preço médio do óleo diesel ao consumidor em 2013 (R$/litro) Região Norte............................ 2,441 Rondônia.................................... 2,493 Acre........................................... 2,821 Amazonas................................... 2,373 Roraima......................................2,624 Pará........................................... 2,481 Amapá........................................ 2,341 Tocantins.................................... 2,271 Região Nordeste...................... 2,283 Maranhão....................................2,257 Piauí........................................... 2,301 Ceará..........................................2,368 Rio Grande do Norte................... 2,265 Paraíba...................................... 2,256 Pernambuco...............................2,267 Alagoas..................................... 2,280 Foto: Agência Petrobras
Sergipe..................................... 2,340
dos – no trajeto do porto de Paranaguá até o Mato Grosso do Sul. No Espírito Santo, há necessidade da ampliação da capacidade portuária. O interior do Paraná e Santa Catarina são regiões que precisarão de ligação por modais – que não o rodoviário – para seu abastecimento. Estados como Mato Grosso do Sul e Goiás, que apresentam crescente demanda por combustíveis, necessitam de maior integração de infraestrutura com os estados que os abastecem. “Nos próximos dez anos, a principal infraestrutura que atenderá a 34
TN Petróleo 98
demanda do Brasil por combustíveis será a ferrovia Norte-Sul, que ligará o porto de Itaqui (MA) até a cidade de Estrela do Oeste (SP)”, esclarece o gerente. Uma infraestrutura essencial para combustíveis que deverá trazer redução de custos para a região Centro-Oeste do país, que opera basicamente por meio do modal rodoviário. “A falta de infraestrutura alternativa de dutos, hidrovias e ferrovias, torna a utilização do modal rodoviário predominante no território brasileiro, onerando custos e entraves na capacidade logística do país”, conclui.
Bahia..........................................2,275 Região Sudeste........................ 2,290 Minas Gerais...............................2,338 Espírito Santo.............................2,326 Rio de Janeiro............................ 2,274 São Paulo...................................2,268 Região Sul................................ 2,294 Paraná....................................... 2,252 Santa Catarina........................... 2,322 Rio Grande do Sul.......................2,332 Região Centro-Oeste............... 2,433 Mato Grosso do Sul..................... 2,476 Mato Grosso...............................2,567 Goiás.......................................... 2,315 Distrito Federal........................... 2,391 Fonte: ANP/CDC
Da bomba ao bolso Ao abrir o mercado de combustíveis e flexibilizar o monopólio do setor de petróleo e gás
Tem tecnologia na bomba
no país, a Lei Federal 9.478/97 (Lei do Petróleo) impediu o governo de precificar e tabelar o preço dos combustíveis. A ANP passou a regulamentar o mercado de gasolina no Brasil. Legalmente, as distribuidoras são impedidas de operar postos de gasolina ou ter influência sobre eles. Os postos são administrados e operados por terceiros, pessoas jurídicas e/ou autônomas, que praticam o preço dos combustíveis de acordo
com os seus interesses comerciais num mercado de livre concorrência. A composição do preço da gasolina no país é composta por três fatores fundamentais: a relação entre produção e importação, os tributos e as margens de comercialização – estas últimas correspondendo à margem de lucro bruto das distribuidoras e dos postos revendedores. Contudo, existem fatores mercadológicos e legais que
exercem influência sobre o preço dos combustíveis praticado nas bombas. A carga tributária municipal, estadual e federal, os custos de operação dos postos de gasolina (frete, funcionários, encargos trabalhistas, margem de lucro etc.), a livre concorrência de mercado entre postos da mesma região. Vale lembrar que a gasolina comercializada no Brasil contém etanol anidro em sua composição regulamentada por lei pelo Conselho Intermi-
Revolução de segunda geração O Brasil é reconhecido internacionalmente como pioneiro na produção e consumo de etanol. Em 1975, numa resposta à crise mundial do petróleo, o país começava a fazer história no setor de combustíveis com o Programa Nacional do Álcool (Pró-Álcool), criado com o objetivo de estimular a produção de álcool para atender as necessidades do mercado interno e reduzir o volume de importação de petróleo. O domínio tecnológico semeou um terreno fértil para a inovação. Em setembro de 2014, foi inaugurada em Alagoas a primeira usina de etanol celulósico no país. O etanol de segunda geração é um biocombustível processado a partir do bagaço da cana e outras biomassas. A sustentabilidade da sua cadeia industrial não depende da expansão da área plantada de cana-de-açúcar, tampouco da produção de alimentos. O etanol celulósico difere do etanol comum em matéria e forma de processamento. A matéria-prima desse combustível é um resíduo vegetal que é reaproveitado e processado através da hidrólise, uma reação química em que ocorre a quebra da molécula por água.
A destinação final da biomassa acaba gerando energia limpa e renovável. O etanol celulósico pode ser utilizado puro ou adicionado à gasolina, desde que ocorra a adaptação do veículo. Combustível mais verde – A gasolina brasileira possui uma composição única em relação às demais gasolinas automotivas ofertadas no mercado internacional. Essa diferenciação decorre sobretudo da adição de etanol anidro, que atualmente pode variar entre o teor de 18% a 25%. O etanol utilizado como aumentador de octanagem da gasolina permitiu ao Brasil ser o primeiro país a eliminar o chumbo do combustível, além de alavancar a participação expressiva das fontes renováveis na matriz energética brasileira. O Brasil possui 65 usinas autorizadas a produzir biodiesel,
sendo que 24 delas são autorizadas para exportação. Em setembro de 2014, o Congresso Nacional aprovou o Projeto de Lei de Conversão (PLV) que prevê o aumento dos percentuais de etanol misturado e de biodiesel nas composições da gasolina e do óleo diesel, respectivamente. O PLV determina que a mistura obrigatória de etanol anidro na gasolina suba de 25% para 27,5%. De acordo com o projeto, o percentual mínimo do biodiesel no diesel também subiu de 5% para 6%, e a partir do dia 1º de novembro o percentual passou para 7%. O índice poderá ser reduzido pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), caso haja motivo justificado. Segundo a redação final do PLV, o biodiesel necessário à adição obrigatória ao óleo diesel deverá ser fabricado preferencialmente a partir de matérias-primas produzidas pela agricultura familiar, e caberá ao Poder Executivo Federal estabelecer mecanismos para assegurar sua participação prioritária na comercialização no mercado interno. Hoje, a qualidade do biodiesel comercializado no país é estabelecida pela Resolução ANP n. 14/2012. TN Petróleo 98
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especial: combustíveis
DIESEL
Brasil
Alemanha
Dinamarca
Espanha
EUA
França
Holanda
Japão
México
UK
Custo
57,68
65,56
80,56
81,33
73,46
82,55
85,27
105,60
66,75
75,92
Imposto
31,92
92,04
90,64
66,63
10,02
70,40
81,93
25,34
11,74
107,73
Total
89,60
157,60
171,20
147,96
83,48
146,16
167,00
130,94
77,49
183,65
GASOLINA
Brasil
Alemanha
Dinamarca
Espanha
EUA
França
Holanda
Japão
México
UK
Custo
47,75
66,41
85,34
76,13
65,39
67,11
75,20
124,69
66,68
72,60
Imposto
54,98
101,60
105,47
78,24
59,77
103,62
112,80
42,46
5,75
107,06
Total
102,73
168,21
190,81
154,37
75,16
170,73
188,00
167,15
72,43
179,66
GNV
Brasil
Alemanha
Dinamarca
Espanha
EUA
França
Holanda
Japão
México
UK
Custo
38,11
49,43
72,31
58,58
26,05
67,47
44,50
80,62
59,27
34,37
Imposto
14,27
24,70
90,64
14,92
0,00
8,13
23,97
6,96
9,48
52,30
Total
52,38
74,13
120,26
73,50
26,05
75,60
68,47
87,58
98,75
86,67
nisterial do Açúcar e do Álcool (Cima). Em virtude da produção do etanol pelas usinas de cana-de-açúcar, o período de entressafra influencia o preço final da gasolina. Apesar de não ditar o preço da gasolina praticado nas bombas, a Petrobras desenvolveu uma metodologia que lhe confere o poder de reajustar o preço do diesel e da gasolina numa periodicidade que deve ser definida anteriormente à sua implantação. A necessidade da empresa de ter maior previsibilidade sobre a geração de caixa ou redução de seus indicadores estimulou a criação de um planejamento de controle de reajuste com base em variá-
veis como o preço de referência desses derivados no mercado internacional, na flutuação do câmbio e na origem do produto, se refinado no país ou no exterior. Esse mecanismo também protege o consumidor ao blindá-lo do repasse da volatilidade dos preços exercidos lá fora.
Boas notícias ao consumidor brasileiro Uma pesquisa realizada pela UHY Moreira, representante no Brasil da rede internacional de contabilidade e auditoria da UHY, realizou um estudo comparativo acerca do preço de combustível praticado entre diversos países. O método de avaliação se valeu
da comparação do custo em dólar para encher o tanque de um furgão Ford Transit (80 litros), separando a proporção entre custo do combustível e impostos. Apesar da elevada carga tributária praticada em relação à Holanda, Dinamarca e Reino Unido, a pesquisa revelou que o Brasil tem um dos menores preços finais de combustível do mundo. Para encher o tanque do furgão no Brasil, o custo estimado é de US$ 89,60 (R$ 199,95), menos da metade dos US$ 183,65 (R$ 409,83), que é a média de custo no Reino Unido. Com a gasolina, os números também são favoráveis ao Brasil.
Importando ou Exportando? Regimes Especiais os Atípicos? A Costa Porto é um Centro de Gestão de Negócios Internacionais pioneiro na América Latina com expressiva atuação em matérias de comércio exterior, logística integrada e gestão aduaneira, há mais de 90 anos no mercado. 36
TN Petróleo 98
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Fonte: UHY Moreira
Quanto custa encher o tanque de uma van Ford Transit (US$)
TN Petr贸leo 98
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parceria
Polônia
quer ampliar negócios com o Brasil O setor naval e offshore pode ser o grande canal de negócios para reforçar o comércio entre o Brasil e a Polônia, país que em 2013 vendeu mais de US$ 800 milhões para o mercado local, importando cerca de US$ 400 milhões em itens diversos brasileiros. Ainda assim, o Brasil representa menos de 1% no comércio exterior da Polônia. por Beatriz Cardoso, enviada especial a Gdansk
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TN Petróleo 98
Fotos: Bia Cardoso
A
lém de equipamentos e componentes para a indústria de petróleo e gás, a indústria polonesa aposta em sua expertise na área naval e offshore para diversificar essa relação comercial. Tradicionais construtores navais e prestadores de serviço nesse segmento, eles estão atentos às oportunidades de negócios fora da comunidade econômica europeia, sua principal parceira comercial. A Polônia é uma economia que sofre menos o impacto da crise na região, em função também da manutenção da moeda local, o Zloty, que vem se valorizando perante o Euro desde o início desta década. Com o objetivo de estabelecer essa nova rota de comércio, já foram realizadas duas missões de empresários àquele país, a última delas reunindo também alguns jornalistas. A iniciativa é de dois empresários, o polonês Andrzej Kawczynski, da DrillShip Solutions, e o brasileiro Nelson Aquino, da Trade Óleo & Gás, e tem o apoio do governo polonês.
Sérgio Leal (Sinaval), Bogdan Malc (Vistal), Andrzej Kawczynski, da DrillShip Solutions, e Robert Ruszkowski (Vistal).
Os resultados dessa parceria empreendedora já começam a aparecer: na missão realizada em outubro às cidades de Gdansk e Gdynia, principais polos navais do país na costa do mar Báltico, foram fechados dois contratos de representação. Os estaleiros Crist, que possui o maior dique seco do norte da Europa (350 x 70 m), além de vários diques flutuantes, e o Vistal, um dos grandes grupos do setor e que tem diferenciais tecnológicos essenciais para a indústria naval e offshore, ambos sediados em Gdynia, agora são representados pelas duas empresas brasileiras. “Ambas,
que têm tradição no setor naval e expertise na área offshore, querem prospectar parcerias com grupos brasileiros. O que pode implicar até mesmo a vinda e instalação desses estaleiros para ao Brasil, no futuro”, pontua Andrzej. Segundo ele, é enorme o potencial de negócios do Crist e do Vistal, que detêm tecnologia, mão de obra altamente especializada e capacidade de inovação. “Isso é tudo o que as empresas brasileiras desejam em seus parceiros para aumentar a produtividade e ganhar competitividade”, complementa o empresário polonês radicado no Brasil.
Nelson Aquino lembra que desde 2011 eles vêm apresentando o potencial dos estaleiros poloneses às empresas brasileiras. “Na missão anterior, executivos de estaleiros e armadores puderem ver in loco as soluções que aquela indústria oferece para o setor, com vantagens competitivas que vão desde a qualidade dos produtos e serviços ao excelente custo/benefício”, afirma. Ele lembra ainda que, no passado, grande parte dos navios da antiga Companhia de Navegação Lloyd Brasileiro foi produzida na Polônia, servindo de referência para a construção naval no Brasil. “Muitos materiais, componentes e partes de embarcações, que não possuem conteúdo nacional podem ser construídos na Polônia com velocidade e custos excelentes. E os estaleiros brasileiros podem se beneficiar de parcerias tecnológicas para otimizar ainda mais seus processos”, conclui Nelson Aquino.
Sinaval apoia esforço O secretário executivo do Sindicato Nacional da Indústria
da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval), Sérgio Leal, que participou das duas missões e foi testemunha dos dois contratos firmados em outubro, vê um avanço nessa relação entre os dois países. “Os acordos firmados nessa segunda missão refletem o esforço das duas partes, mas são apenas o início de uma parceria que pode se consolidar no futuro. A expectativa do Sinaval é de que haja negócios concretos entre as indústrias dos dois países”, pondera Leal. Ele lembra que antes dessa segunda missão, houve uma apresentação da indústria polonesa no Sinaval, com a coordenação de Nelson e Andrzej, que contou com a presença de diretores de muitos estaleiros associados. “Esperamos
que sejam gerados alguns negócios importantes, como o fornecimento de equipamentos não produzidos no Brasil e que possam ser competitivos com os similares de outros países europeus”, avalia Sérgio Leal. “Os poloneses já provaram que são competitivos e estão construindo navios de apoio marítimo para a Edison Chouest utilizar no Golfo do México”, lembra. Leal afirma que há expectativa de que haja parcerias entre empresas dos dois países e brasileiras para nacionalização de alguns equipamentos que têm possibilidade de fabricação no Brasil, com tecnologia polonesa, além de fornecimento de partes estruturais de cascos de navios e plataformas aos estaleiros brasileiros e outros. E lembra ainda que o Centro Tecnológico da Polônia (Ship Design and Research Centre/CTO), visitado durante essa segunda missão, pode fornecer soluções de projeto para os estaleiros brasileiros. “Há diversos campos a serem explorados, esperamos que com sucesso”, complementa o secretário executivo do Sinaval.
IESA vê possibilidade de parceria Único executivo do setor naval brasileiro presente nessa segunda missão à Polônia, Laudezir Carvalho de Azevedo, diretor de Desenvolvimento de Novos Negócios da Iesa Óleo e Gás S/A, afirma que há interesse real em parcerias com os poloneses. “Queremos trazer empresas já consolidadas. No ano passado, vi o potencial dos estaleiros. Quando voltei ao Brasil, fiz diversos contatos com empresas locais. E, juntamente
com o Andrzej e o Nelson promovemos uma aproximação entre o estaleiro brasileiro Forty com o Vistal, que pretende fazer uma joint venture ainda este ano”, explica o executivo. Ele destaca ainda a importância de uma aproximação com o CTO, o Centro de Tecnologia Marítima da Polônia, que é um dos principais institutos de alta tecnologia da Europa. Com um corpo de 160 funcionários, entre os doutores e doutorandos na área naval, o CTO já realizou, nos últimos sete anos, mais de 20 testes de embarcações para o Brasil, entre plataformas e navios FPSO, e
até mesmo um navio de guerra para a Marinha. “Os poloneses foram os primeiros a transferir tecnologia para o setor naval brasileiro. Eles possuem hoje um sistema consolidado de processo fabril, que pode alavancar nossos estaleiros. Como eles não têm muitas encomendas, a expansão se faz necessária”, frisa Laudezir. “Com o boom que teremos nos próximos anos, com uma grande quantidade de encomendas, o potencial brasileiro é, sem dúvida, extremamente atrativo para eles”, conclui o executivo da Iesa. TN Petróleo 98
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Fotos: TN Petr贸leo
eventos - rio oil & gas 2014 eventos
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TN Petr贸leo 98
Rio Oil & Gas Expo and Conference 2014
A feira das
eXpectativas O anúncio da realização da 13ª rodada de licitações de blocos exploratórios em 2015 anima a cadeia produtiva que participou da Rio Oil & Gas 2014, a qual registrou um volume recorde de R$ 164 milhões em expectativa de negócios nas rodadas realizadas durante o evento. por Felipe Salgado
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eventos - rio oil & gas 2014
M
ais além dos R$ 164 milhões em potenciais negócios costurados nas rodadas, as expectativas das mais de 1.300 empresas expositoras e tantas outras que participaram, como visitantes, da 17ª edição da Rio Oil & Gas Expo And Conference estão na retomada de encomendas por produtos e serviços. Tanto por conta dos projetos previstos, mas ainda não licitados, como também pela demanda que deve surgir com novos leilões da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Realizado entre os dias 15 e 18 de setembro, no Centro de Convenções do Riocentro, o evento promovido pelo Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) este ano teve como tema o “Novo cenário geopolítico: superando os desafios”, no qual as Américas ganham uma nova dimensão no contexto energético mundial. A autossuficiência norte-americana, suportada pela expansão acelerada da exploração não convencional (shale gas), assim como a reforma do setor energético no México, estiveram na pauta do dia do segundo maior evento de óleo e gás do mundo, que perde apenas para a Offshore Technology Conference (OTC), realizada todos os anos nos Estados Unidos. Mas foram principalmente os desafios da indústria nacional o foco da maior parte dos debates, almoços-palestras e painéis do congresso. Novas tecnologias para exploração e produção em águas profundas, os desafios de logística offshore do pré-sal, a competitividade da indústria local, a consolidação do modelo de partilha no pré-sal, a importância do gás natural na matriz energética brasileira e as perspectivas de exploração e produção no país até 2035 estiverem no centro das discussões.
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TN Petróleo 98
rio oil & gas 2014
Expositores: 1300 empresas Pavilhões internacionais: 14 Público: 47 mil Congressistas: 4 mil Trabalhos técnicos: 652 Estudantes: 3000 E serviram de mote para a grande maioria dos expositores: a cadeia produtiva pontuou a questão da produtividade ao apresentar suas novidades ou destacar seus produtos e serviços. E afiançou que tem soluções para garantir a meta de produção da principal demandante deste mercado – a Petrobras. A petroleira brasileira, que teve participação discreta, foi aclamada pelo presidente do IBP, João Carlos de Luca, na solenidade de encerramento da ROG. Em sua única aparição no evento, a presidente da estatal, Graça Foster, se fez acompanhar pelos diretores e E&P, José Formigli, de Abastecimento, José Carlos Cosenza, e de Gás e Energia, Alcides Santoro, além do presidente da BR Distribuidora, José Lima Neto. Optando por não fazer discursos, Foster ouviu os elogios do dirigente do IBP, que afirmou: “A Petrobras é uma empresa que nos causa admiração e orgulho” e pediu uma salva de palmas para a empresa. De Luca destacou os principais acontecimentos que marcaram a ROG, como o anúncio do leilão em 2015, o lançamento da Agenda Prioritária da Indústria de Petróleo, Gás e Biocombustíveis, com a visão dos principais temas do setor, o acordo firmado entre o IBP e o IFP (Instituto Francês de Petróleo), de qualificação de profissionais, o crescimento do pro-
grama Profissional do Futuro e a Rodada de Negócios. O presidente do IBP encerrou a feira convidando as empresas a participarem da ROG 2016, reiterando que o prefeito do Rio, Eduardo Paes, assegurou que as Olimpíadas, que se realizam no período anterior ao evento, não impedirão sua realização no Riocentro. “Já podem reservar seus espaços para a próxima edição”, concluiu De Luca.
Novo alento na abertura O anúncio da 13ª rodada de licitações de blocos exploratórios ainda no primeiro semestre de 2015, feito pelo secretário de petróleo do Ministério de Minas e Energia, Marco Antonio Martins Almeida, foi o ponto alto da cerimônia de abertura da ROG. E criou a expectativa de que se estabeleça, daqui por diante, um calendário fixo de leilões para movimentar o mercado e a cadeia fornecedora de equipamentos e serviços. O secretário pontuou que a realização de uma rodada por ano não é, necessariamente, o ideal para o Brasil. Mas reanimou o mercado ao informar que em 2015 será realizado o primeiro leilão de gasodutos para a iniciativa privada. A diretora-geral da ANP, Magda Chambriard, frisou que o foco dos leilões privilegiará a margem leste do país, mas que podem surgir oportunidades em todo o offshore brasileiro, desde a Bacia de Sergipe-Alagoas até a de Pelotas, no sul da grande costa brasileira. Chambriard afirmou que deverá levar quatro meses até a conclusão dos últimos detalhes refe-
A feira das expectativas
rentes à licitação de blocos em 2015, previsto para ocorrer em junho. O presidente da Petróleo Pré-Sal SA (PPSA), Oswaldo Pedrosa, destacou a tarefa que a nova empresa tem pela frente, para a consolidação do novo regime de partilha. Frisando a complexidade da exploração e produção no pré-sal, ele afirmou que é preciso conciliar o desenvolvimento acelerado, com a geração de divisas e de suprimentos em bases competitivas. Também participaram da solenidade de abertura da conferência os presidentes da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), Eloi Fernandéz y Fernandéz, e da World
Petroleum Council (WPC), Jószef Toth, além do governador do estado do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, o qual lembrou que o estado abriga 18 dos 21 centros de pesquisa que estão sendo instalados no Brasil.
Cardápio tecnológico Logo após a cerimônia de abertura, Magda Chambriard ministrou a palestra de abertura do congresso sob o tema ‘Desafios do Brasil na próxima década’, destacando o compromisso do setor petrolífero brasileiro em contribuir para a aceleração do desenvolvimento industrial do país. De acordo com o estudo apresentado pelo Banco Na-
cional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), estão previstos investimentos na ordem de R$ 488 bilhões no setor de óleo e gás entre 2014 e 2017. A diretora da ANP se mostrou confiante quanto aos desafios tecnológicos e as oportunidades de negócios que surgirão para todas as empresas da cadeia produtiva do setor, desde fornecedores de bens e serviços até petroleiras. “Já estamos construindo equipamentos submarinos e perto de sermos exportadores de petróleo até 2018. Temos preço, prazo e eficiência”, disse. Em seguida, foi realizado o primeiro almoço-palestra do evento, preTN Petróleo 98
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eventos - rio oil & gas 2014
sidido pelo vice-presidente executivo do portfólio Upstream para as Américas da Shell, Jorge Santos Silva, e o vice-presidente de Exploração para as Américas, Mark Shuster, que falaram sobre a atual configuração da matriz energética mundial e as tendências do novo cenário geopolítico que deverá se desdobrar nos próximos anos.
A revolução do xisto, o pré-sal brasileiro e a abertura do mercado petrolífero mexicano apontam a possibilidade de deslocamento do centro da oferta global de energia. Ante a expectativa de conquistar a autossuficiência energética, os Estados Unidos planejam livrar-se da dependência do óleo do Oriente, uma região instável que está cada vez mais pressionada pela demanda interna de consumo criada pela necessidade de atender a crescente população no continente.
Sobre o Brasil, Jorge Santos Silva reforçou a principal reivindicação da Agenda Prioritária do IBP ao afirmar a necessidade da previsibilidade dos leilões para trazer investimentos e impulsionar a indústria. A Shell participa de seis concessões de exploração no país, sendo operadora em cinco delas, além de ter participação (20%) no consórcio do campo de Libra, localizado no pré-sal da Bacia de Santos. No dia 16, o vice-presidente sênior para Américas de Explora-
Rodada de Negócios Promovida pela Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) desde 2004, a Rodada de Negócios tem a missão de mobilizar empresas do setor para promover uma plataforma de negócios e tornar a cadeia produtiva de bens e serviços mais competitiva. Nesta edição, foram realizadas durante dois dias 828 reuniões com 176 fornecedores inscritos e 37 empresas âncora. O resultado consistiu na maior Rodada de Negócios já realizada na história da Rio Oil & Gas, com expectativas de negócios de R$ 164 milhões para os próximos 12 meses. Na edição passada, a Rodada de Negócios atingiu a marca de R$ 152,8 milhões. Empresas Âncora: Aker Solutions, Baker Hughes, BW Offshore, Chevron, Delp, Estaleiro Brasfels, EBR – Estaleiros do Brasil, Eisa Petro Um, Engeman, Engemetal, FMC Technologies, GE Oil & Gas, MRM Logístics, Nuclep, OneSubsea do Brasil Serviços Submarinos, 44
TN Petróleo 98
Oil States, Petrobras UO-BC, Petrobras BR Distribuidora, Pipeway Engenharia, Queiroz Galvão, Repsol, Rolls-Royce, Saipem do Brasil, Sotreq, Sub-
sea7, Technip, Techint, Teekay, Total E&P, Transpetro, Tecvix, UTC Engenharia, Vanasa Multigas, WEG, Shell, Petro Reconcavo, Petrosynergy.
ção e Produção da Total, Ladislas Paszkiewicz, reafirmou o papel da inovação como fundamental para enfrentar os altos custos das atividades de exploração e produção. A petroleira francesa faz parte do consórcio do campo de Libra, liderado pela Petrobras, que também é integrado pela Shell e as chinesas CNPC e Cnooc. O executivo falou sobre o papel de destaque que o gás natural deverá assumir nas próximas décadas como a segunda maior fonte de energia no cenário global, devido ao seu alto rendimento energético e o seu baixo nível de emissão de gases de efeito estufa. Sem explicação, o diretor de E&P da Petrobras, José Formigli, que conduziria o almoço-palestra ‘Pré-Sal Brasileiro – O papel da tecnologia no crescimento da produção’ –, não compareceu ao evento. A responsabilidade foi repassada a Carlos Tadeu Fraga, gerente-executivo do pré-sal na área de E&P da Petrobras. Ele destacou a curva de produção do pré-sal que tende a responder por metade da produção da Petrobras até 2018. Em agosto de 2014, a produção acumulada da estatal atingiu 580 mil bpd nos campos provenientes da camada pré-sal, o que corresponde a 20% do seu volume de produção total. Tadeu disse que a demanda pela perfuração de 200 poços até 2019 exigirá novas unidades de produção. De acordo com o executivo, cem poços já foram perfurados e 25 foram completados desde o início das operações do pré-sal. Essa experiTN Petróleo 98
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eventos - rio oil & gas 2014
ência que se acumula desde 2008 trouxe lições e aprendizados no que se refere à eficiência da produtividade: o tempo de perfuração e completação dos poços foi drasticamente reduzido através de processo, inovação e gestão. No último dia da conferência (18), o presidente da Petróleo Pré-Sal SA (PPSA), Oswaldo Pedrosa Junior, fechou o ciclo de debates dos almoços-palestras falando sobre ‘Novos contratos do pré-sal e a consolidação do regime de partilha’. Criada em 2010, a PPSA representa os interesses da União na gestão de contratos de partilha do pré-sal. Pedrosa falou dos três marcos regulatórios que coexistem no regime das atividades de E&P do petróleo e gás natural no Brasil. “Se nós olharmos o mapa do Brasil com as suas bacias sedimentares, veremos que, em termos de área, a maioria é coberta pelo regime de concessão, estabelecido em 1997”, pontuou Pedrosa. A partir de 2010, com a comprovação da descoberta do pré-sal brasileiro, foi aprovado no Congresso Nacional o regime de partilha para uma pequena área do pré-sal, com o ob46
TN Petróleo 98
jetivo de a União exercer maior controle sobre a produção, estocagem e comercialização dessa riqueza. “Também temos o regime da cessão onerosa, instituído pelo governo federal, que tem o objetivo de incentivar a Petrobras produzir até 5 bilhões de barris de petróleo em algumas áreas do pré-sal, sem a necessidade de licitação, mas mediante um pagamento”, destacou o presidente da PPSA..
Obstáculos e oportunidades No primeiro dia do congresso, Paulo Fleury, diretor executivo do Ilos (Instituto de Logística e Supply Chain), e Leocádio Antunes Filho, diretor-superintendente da Ipiranga Produtos de Petróleo, abriram o painel ‘Infraestrutura para transporte e distribuição de derivados no Brasil: Oportunidades para investimentos’, para falar sobre as oportunidades no setor diante dos gargalos que elevam o custo logístico no país e reduzem a sua competitividade no mercado internacional. Desde 1997, com a aprovação da Lei do Petróleo, o setor de abastecimento é aberto aos investi-
mentos privados no que concerne à produção e comercialização de derivados. Competindo entre os dez maiores mercados de combustíveis do mundo, a Petrobras – a única empresa que investiu em refino e produção de derivados – é praticamente a única companhia responsável pela segurança do abastecimento de combustíveis. Contudo, a segurança do abastecimento deteriorou no país devido ao déficit em investimentos em logística que atinge o valor de R$ 1 trilhão, segundo estimativas do Ilos. “O suprimento de derivados de petróleo no Brasil se dá predominantemente através de modais rodoviários. É muito pouco para um país que carece de infraestrutura logística principalmente nas regiões Norte e Centro-Oeste”, acrescenta Fleury. Em outro painel, Maurício Tolmasquim, presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), moderou o debate sobre a perspectiva de maior participação do gás natural na matriz energética brasileira no momento em que a estiagem castiga os reservatórios hidrelétricos e fazem com que as termelétricas movidas a gás ganhem posição de destaque na oferta de energia elétrica no país. O coordenador de estratégias de GNL e de comunicação da GDF Suez, Philippe Hochart, lembrou que atualmente a demanda por GNL está concentrada em países asiáticos, tendo o Qatar como uma dos principais exportadores e o Japão e a Coreia como principais consumidores. “São 18 países produtores e 23 países importadores. Em 2020, esse quadro vai mudar. O número de países produtores será de 24 e o de produtores chegará a 40” afirmou.
TN Petr贸leo 98
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eventos - rio oil & gas 2014
Estrangeiros sinalizam que
o Brasil continua atrativo Face os novos rumos da produção energética mundial, o evento teve participação recorde de estrangeiros, com a representação de 30 países, entre palestrantes, visitantes e expositores. Neste 17° evento, a exposição contou com a participação recorde de empresas estrangeiras. O evento abrigou 14 pavilhões internacionais, entre os quais o de Cingapura e da Polônia, que estrearam no evento. Cingapura – Presença certa entre os líderes mundiais em suprimentos para o segmento de petróleo, gás e offshore, Cingapura participou pela primeira vez da Rio Oil & Gas, através da International Enterprise (IE) Singapore, agência do governo para a promoção da economia externa do país, com o intuito de tornar-se o principal parceiro do Brasil no setor de óleo e gás. Internacionalmente reconhecidas pela confiabilidade, segurança e qualidade dos produtos, 12 empresas cingapurianas vieram ao Brasil para prospectar negócios e conhecer de perto o mercado nacional. Apostando em sua liderança global no fornecimento de produtos de qualidade, soluções inovadoras, tecnologia de ponta e na competitividade de seus serviços, a indústria cingapuriana conta com um amplo leque de empresas nas áreas de reparação, transformação e construção naval, construção de plataformas, equipamentos de engenharia offshore e indústrias de apoio offshore. Para mostrar a determinação de investir, a parceria entre Cin48
TN Petróleo 98
gapura e Brasil, que começou na década de 1990, gerou cerca de 4 mil empregos diretos durante a construção da plataforma semi-
-submersível P-51. No período de 2012 a 2013, fornecedores de Cingapura geraram mais de US$ 10 bilhões na construção de 13 sondas de perfuração para a Sete Brasil, que serão usadas nos campos do pré-sal. Já a instalação de Jurong Shipyard, que começará a operar em 2015, está gerando R$ 1 bilhão em investimentos e mais de cinco mil postos de trabalho. De acordo com a diretora de economia externa da IE Singapore na América do Sul, Valenrina Soo, a parceria entre Brasil e Cingapura requer análise, adequação e investimentos: “A parceria com o Brasil começou com a vinda de um estaleiro da Brasfels, em 2000, que consolidou o investimento de Cingapura no país. Levamos alguns anos para nos estabelecermos e criarmos uma rede de fornecedores, além da adaptação à cultura empresarial brasileira e os seus marcos regulatórios”, disse a diretora.
A feira das expectativas
E os investimentos não se restringem apenas ao setor de óleo e gás: “Existem três áreas que temos planos de execução no Brasil: na área de logística, fizemos uma parceria com a Odebrecht para investir no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro. A segunda área corresponde a investimentos em negócios de TI, com sistemas de automação para trânsito e gerenciamento de transportes. O terceiro setor é a área de planejamento urbano, em que realizamos projetos no entorno do Aeroporto Internacional de Confins – BH e Brasília”, completa. Polônia : ser viços navais e offshore – Outro país que busca maior inserção para suas empresas no mercado brasileiro de óleo e gás é a Polônia, que reuniu cinco empresas em seu estande na estreia na Rio Oil & Gas. Nos últimos anos, o Ministério da Economia da Polônia promoveu uma série de ações para mostrar o potencial das empresas polonesas. Neste ano, cinco missões econômicas estiveram no Brasil participando de conferências de vários setores da economia, entre as quais a Navalshore Marintec e ROG. O principal foco das empresas polonesas é o mercado óleo & gás e offshore”, afirma Andrzej Michal Kawczynski, da Drillship Solutions Ltda., sediada no Rio, que representa várias empresas daquele país no Brasil, juntamente com Nelson Aquino, de Trade Oil & Gas Ltda., com sede em Rio das Ostras. “A indústria naval da Polônia é uma das mais fortes da Europa e
Ragnar Strauch (VDMA), Viktoria Rohde (Câmara Brasil-Alemanha) e Thomas Olsinger (Câmara Brasil-Alemanha)
tem grande participação no mercado da Noruega e de países que atuam no Mar de Norte. Alguns dos equipamentos e embarcações fabricados na Polônia entram no mercado brasileiro por meio de terceiros, como, por exemplo, módulos de plataformas ou navios tipo PSV”, explica o polonês Andrzej, que fala fluentemente português. Entre as empresas que se apresentaram na ROG, havia dois estaleiros: o gigante Vistal, que exporta 80% de seus produtos no mercado internacional, tem um galpão que possibilita a construção de 100% de um navio tipo PSV em área coberta, e o Energomontaz, empresa de médio porte. Ambos produzem embarcações de apoio marítimo, módulos e estruturas metálicas de navios, além de construções metálicas de
grande porte, como pontes de aço, guindastes e outras estruturas. Também se apresentaram no estande polonês o Towimor, um dos principais fabricantes mundiais de guinchos, especializada em equipamentos para navios de grande porte, plataformas; a Andrex, que produz válvulas para o setor petroquímico, gasodutos, oleodutos e refinarias; e a Aplisens, especializada em aparelhos de medição utilizados em várias indústrias, incluindo naval e petroquímica. Com exceção desta última, todas as outras são representadas pelos dois parceiros “A participação nas feiras tem como objetivo o estudo de mercado e avaliação das possibilidades de entrada de produtos poloneses no mercado brasileiro. Existem também estudos de viabilidade de in-
jdr cable
Serviço de instalação e manutenção de cabos umbilicais e submarinos. A JDR fornece suporte desde o projeto inicial até o comissionamento final no local. Maximizando seus investimentos no projeto e reduzindo custos. Seu novo parceiro em Macaé
WWW.JDRGLOBAL.COM TN Petróleo 98 49
eventos - rio oil & gas 2014
vestimento direto no Brasil”, salienta Andrzej Michal Kawczynski. Durante o período da feira, o Departamento Econômico da Embaixada da Polônia promoveu uma conferência sobre a indústria polonesa e aspectos da economia daquele país, no dia 18 de setembro, no centro do Rio de Janeiro. França: polos industriais – Como preparação da vinda da delegação francesa ao Rio de Janeiro para a ROG, foi realizada uma visita institucional de uma delegação brasileira à França, nas regiões das empresas francesas que viriam ao Brasil para o evento. Esta visita brasileira teve como objetivo localizar as oportunidades de negócios entre franceses e brasileiros, lançando as bases para a inserção da experiência francesa no cluster subsea do Rio de Janeiro que está sendo montado e que pretende ser um modelo de cooperação entre empresas internacionais voltadas para um mesmo segmento para todo o país. A organização da viagem ficou a cargo da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços (Sedeis), do Rio de Janeiro, Sebrae, Onip e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), do lado brasileiro, e da Ubifrance 50
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Brasil, Polos de Competitividade e Neopolia, pela parte francesa. Ao todo, 37 empresas francesas estiveram presentes no pavilhão francês, com destaque para os dois novos braços do grupo Vince Energies que acabam de chegar ao Brasil para oferecer integração de shelters de análise aos módulos de laboratórios para refinarias e FPSO: a Actemium Oil & Gas Engineering e Actemium Oil & Gas Analysers. Os polos marítimos – Mediterrânea e Bretanha – foram acompanhados por 14 empresas à procura de parceiros brasileiros. Na França, são 71 polos de competitividade com capacidade de realizar grandes projetos. O diretor da área de petróleo e gás da Ubifrance, Hamza Belgourari, frisou as diferenças fundamentais entre os polos de competitividade e os clusters. “O polo de competitividade foi uma estrutura criada há cerca de 15 anos na França para tentar desenvolver a inovação e reaproximar as pesquisas científicas das universidades do mercado. A ideia consiste em criar uma inovação colaborativa, uma espécie de esfera de consenso entre centros de
pesquisa universitários, pequenas e grandes empresas”, explicou. O governo tem papel importante no financiamento e fomento aos projetos. Mas a gestão é feita pelas empresas. Por outro lado, o cluster é um reagrupamento de empresas que atuam no mesmo setor. “Quando colocadas lado a lado para colaborarem juntas, via de regra, tornam-se mais fortes e competitivas para atender as demandas do mercado. A diferença é que nessa formulação não há atuação de universidades ou centros de pesquisa”, pontua Belgourari. A participação dos polos de competitividade franceses no futuro cluster subsea no Rio de Janeiro foi iniciada há dois anos com a Onip, que está realizando um estudo comparativo entre os modelos de polos e clusters da França, Noruega e Reino Unido para avaliar as diferentes estruturas que já existem no mundo e como adaptá-las ao Brasil. A intenção da delegação francesa é estabelecer um canal de comunicação e, principalmente, intercâmbios tecnológicos para responder à demanda local. Alemanha: intercâmbio tecnológico – Atenta à perspectiva de crescimento da exploração e produção de petróleo e gás natural das reservas do pré-sal brasileiro, a Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha, referência na promoção da relação comercial bilateral nos setores de óleo e gás e construção naval, realizou na feira o lançamento oficial da quarta edição do guia ‘Petróleo e gás no Brasil: Oportunidades de negócio para companhia alemãs no setor petrolífero do Brasil’. Com a missão de promover uma plataforma de geração de negócios e intercâmbio tecnológico, o guia prático aponta as perspectivas promissoras da indústria de óleo e gás no Brasil e as oportunidades de negócios identificadas pela Alemanha no país, com as pequenas, médias e grandes
A feira das expectativas
empresas alemãs dotadas de expertise tecnológica que querem mostrar o seu potencial ao mercado onshore e offshore brasileiro. “A Petrobras atingiu a produção de 2,3 milhões bpd em junho, marca que a estatal levou 60 anos para atingir. Até 2020, o volume de produção duplicará. A Petrobras vai investir mais de US$ 220 bilhões de 201418. Isso significa um mercado em escala mundial muito grande para empresas alemãs. Nosso papel é mostrar a elas que vale a pena visitar, se informar, investir e instalar-
-se no Brasil”, declarou o gerente de Comércio Exterior & Feiras da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha, Thomas Olsinger.
O leitor também encontrará nas páginas da publicação as recomendações formuladas pelo representante da Wintershall no Brasil, Gerhard Haase, às empresas alemãs que desejam estabelecer-se no mercado brasileiro de óleo e gás. Com a experiência executiva de quem atua em uma das corporações que há mais tempo opera em E&P no mundo, Haase destaca os princípios que deverão nortear a presença e cooperação de empresas alemãs no Brasil. Dentre eles, a necessidade de estudar o mercado brasileiro e os seus players, a importância do desenvolvimento de soluções modernas e de longo prazo, o auxílio à Petrobras na redução de custos,
Prêmio Plínio Cantanhede
Os vencedores e trabalhos premiados Tecnologia & Inovação: SSAO – Concepção de Projeto e Qualificação das Tecnologias Adotadas Autores: Carlos Alberto Capela Moraes, Fabricio Soares da Silva, Andre Sampaio Monteiro, Luiz Philipe Martinez Marins, Dennis Azevedo
Apoio ao monitoramento de mamíferos marinhos: uma nova ferramenta para a gestão ambiental Autores: André Silva Barreto (à esquerda na foto, recebendo o prêmio do José Carlos de Luca), Rafael Medeiros Sperb – Univali; André Favaretto Barbosa – CGPEG/Ibama; José Martins da Silva Júnior – CMA/ICMBIO
Foto: IBP
Com o objetivo de premiar os autores dos melhores trabalhos técnicos apresentados no setor de petróleo e gás entre junho de 2012 e junho de 2014, a entrega do prêmio Plínio Cantanhede ocorre tradicionalmente na sessão de encerramento da conferência. Neste ano, foram criadas categorias para abranger um número maior de trabalhos premiados. Também foram entregues as menções honrosas da Rio Oil & Gas 2014 aos melhores trabalhos técnicos nas categorias Exploração e Produção, Gás Natural, Energia, Abastecimento e Petroquímica, Biocombustíveis, Segurança, Meio Ambiente, Saúde e Responsabilidade Social, Regulação, Direito e Economia.
de Oliveira, Rafael Merenda Pereira – Petrobras; Heloisa Folhadella, Ole Thomas Mcclimans, Rene Mikkelsen, Lachlan Mckenzie – FMC Technologies Processos: Análise do Impacto dos Veículos Flex-Fuel na Formação e Regulação de Preços de Combustíveis Veiculares no Brasil Autores: Rodolfo José Galvão Buscarini – IE/Unicamp; Igor Gimenes Cesca – DEP/Unicamp Responsabilidade Socioambiental Corporativa: SIMMAM / Sistema de
Economia e Regulação: A Convivência de Três Espécies de Contrato de Petróleo Internacional na área do Pré-Sal e as Implicações para o Processo de Individualização da Produção Autores: Luciana Palmeira Braga – PPE/Coppe; Alexandre Salem Szklo – Coppe/UFRJ Equipamentos e Produtos: Soldagem e Tratamento Térmico de Tubos API 5L X65 de Elevada Espessura para Serviço Ácido Autores: Gilmar Zacca Batista, Marcy Saturno de Menezes, Andrês Fabrício Fischdick Acuña, Edgar Schneider – Petrobras; Thiago Luiz da Silveira – SACS Construção e Montagem; Celso Ribeiro de Araújo – ACV Tecline TN Petróleo 98
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eventos - rio oil & gas 2014
a comunicação e troca de informações sobre projetos. No âmbito do setor naval, a Câmara articulou a organização de uma delegação brasileira – através do Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval) – para visitar a principal feira internacional da indústria marítima do mundo, a SSM, em Hamburgo, Alemanha, realizada na semana anterior à ROG 2014, entre os dias 9 e 12 de setembro. Diante do contato privilegiado com atores e instituições e da troca de impressões e encontros exclusivos, as estratégias comercias e tecnológicas entre estaleiros brasileiros e alemães vêm produzindo resultados satisfatórios: o estaleiro Flensburger Schiffbau-Gesellschaft FSG, localizado no norte da Alemanha, está construindo dois navios de intervenção de poços para o campo de Libra na costa brasileira a serem entregues para a Petrobras em 2016. Inglaterra: parceria subsea – A Missão Britânica participou do evento em colaboração com duas instituições: a primeira é uma parceria com a Subsea UK, que abrigou nove empresas especializadas na área de engenharia e construção submarina. A segunda é o Pavilhão Britânico, promovido pelo grupo Energy Industry Council/EIC, maior associação de empresas de energia do Reino Unido que realizam negócios internacionais. A missão britânica auxiliou, nos últimos dois anos, 500 empresas britânicas que fecharam negócios na
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ordem de mais de 1,5 bilhão de libras em volume de negócios de empresas fornecedoras de bens e serviços. Com uma rede de consultores profissionais no Reino Unido e em mais de 96 mercados internacionais, o UK Trade & Investment (UKTI) é o departamento do governo britânico que ajuda as empresas baseadas no país a terem sucesso na economia global e auxilia empresas estrangeiras a levar investimentos para o Reino Unido. Atualmente, o governo britânico conta com cerca de 120 empresas do setor de petróleo e gás bem posicionadas no mercado brasileiro. Buscan-
do tornar sua presença ainda mais significativa no país, 60 empresas britânicas visitaram a conferência, todas apoiadas pelo governo britânico. Já o Pavilhão Britânico conta com 35 empresas do Reino Unido. A parceria entre o Brasil e o Reino Unido no mercado de energia é um setor de grandes investimentos dos britânicos. Em fevereiro de 2014, o Reino Unido e o estado do Rio de Janeiro assinaram um memorando de entendimento para a cooperação no setor de Energia que prevê a troca de experiência para a exploração do pré-sal, por meio do compartilhamento de informações e estudos, treinamento operacional em exploração submarina, intensificação de missões comerciais, assim como um trabalho de gestão da cadeia logística de óleo e gás no Rio de Janeiro. “O Brasil tem um tamanho fora do normal, o que difere completamente do Reino Unido. Os desafios do Brasil no que se refere à cadeia logística e de infraestrutura quase ninguém tem em função do seu tamanho e da sua complexidade. A forma com que queremos lidar com o Brasil não é importar soluções prontas, mas trabalharmos com espírito de parceria. Primeiro, temos que estudar o contexto no qual se inserem os desafios do país e colaborar através de um esforço coordenado com o governo e as empresas a longo prazo”, declarou o cônsul adjunto e diretor da UK Trade And Investment, Matt Woods.
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eventos - rio oil & gas 2014
Empresas de produtos e serviços diversificados
Pré-sal abre caminho para soluções cada vez mais inovadoras por Mehane Albuquerque Ribeiro
Figurando em terceiro lugar entre os maiores eventos de petróleo do mundo, a Rio Oil & Gas se diferencia dos demais por ser o único deste porte a envolver toda a cadeia produtiva do setor. Na exposição deste ano, sob a forte expectativa de crescimento da indústria em função do pré-sal, empresas de produtos e serviços diversificados – fornecedores, petroleiras, distribuidoras, fabricantes de equipamentos, entre outros – encontraram o ambiente ideal para exibir produtos, lançar novidades, alavancar negócios e trocar informações sobre tecnologias e tendências.
“A Rio Oil & Gas causa um impacto extremamente positivo na cadeia produtiva. O desenvolvimento do pré-sal aumenta a relevância do evento como espaço de discussão, e demanda respostas para os problemas enfrentados pela indústria mundial. Espero continuar trazendo temas relevantes para o debate e que o mercado continue apresentando soluções inovadoras em nossa exposição”, diz João Carlos De Luca, presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), que realiza o evento há 32 anos. De Luca ressalta que a Rio Oil & Gas também traz benefícios para a cidade. Realizada a cada dois anos, atrai participantes de diferentes países e de outros estados brasileiros, fomentando o turismo de negócios e a economia local. Esse ano, 55 mil visitantes, além de expositores passaram pelo Riocentro durante os quatro dias de evento. De acordo com o Rio Convention Bureau, a ocupação nos hotéis da cidade saltou de 30% para 86% no período da Rio Oil & Gas, que gera receita de US$ 280 milhões para o município. 54
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Veteranas e calouras Nesta 17ª edição, 72 empresas participaram da exposição pela primeira vez, com forte presença de outros países. Dos 14 pavilhões internacionais da feira, dois deles eram estreantes: o de Cingapura e da Polônia. Entre as estrangeiras de grande porte, destacam-se a Petronas, petroleira da Malásia; a francesa GDF Suez, de eletricidade, que agora direciona o foco para o petróleo no Brasil; e a Saudi Aramco, maior petroleira do mundo – que pretende
investir, de acordo com o presidente-executivo Khalid Al-Falih, 40 bilhões de dólares por ano na próxima década para manter sua capacidade de produção estável e duplicar a de gás. Outra estreante na Rio Oil & Gas, a nacional Jetco do Brasil, trouxe para a feira um equipamento sem similar no país, de acordo com o diretor administrativo José Roberto Biazon. O Jet CO2 faz a retirada de graxa, óleo ou sujeira de máquinas com jatos de gelo seco. O sistema é usado hoje na limpeza do gerador
da plataforma P-14, da Petrobras e, segundo Biazon, o método é mais seguro, eficiente e ecológico do que os tradicionais. “O Jet CO2 funciona a ar comprimido, não gera resíduos secundários e opera com jatos de gelo seco a 78 graus centígrados negativos. A pressão é de 5 Bar a 20 Bar, com abrasividade zero”, explica ele, animado com a expectativa de novos contatos de negócios que a feira oferece. No pavilhão da China, a Shenzhen KHJ, também pela primeira vez na Rio Oil & Gas, trouxe soluções de iluminação industrial em luzes LED. Para o gerente regional de vendas Diego Huertas, apesar de a competitividade ser grande quando se trata desse tipo de produto, os diferenciais da KHJ são variedade e preço. A empresa pretende voltar em 2016. “Nossos produtos atendem a diferentes áreas da indústria, mas o mercado de óleo e gás atualmente é bastante promissor. Fizemos bons contatos e valeu a pena participar”, avalia Huertas. Entre as veteranas, a argentina Duralitte fabrica conexões em aço carbono para extração. O carro-chefe da empresa, conforme explica o diretor-geral, Fabio Alonso, são as luvas certificadas pelo API (American Petroleum Institute). Segundo Alonso, a Rio Oil & Gas é sempre uma ótima ocasião para mostrar os produtos, encontrar pessoas e travar contato com possíveis clientes. Ele conta que o resultado da participação no evento foi bom e espera fechar novos contratos a partir disso. O gerente Marcelo de Abreu, da Enerpac – empresa que está presente há quatro décadas no Brasil e que fabrica chaves de torque, cilindros hidráulicos, bombas hidráulicas e sistemas de levantamento sincronizado – também se mostrou satisfeito com os contatos travados durante o evento. “Fornecemos para diferentes segmentos, como a siderurgia e a
construção civil, mas enxergamos neste momento a possibilidade de ótimos negócios no setor de petróleo e gás, que sempre esteve em nosso foco, mas que agora está se expandindo e oferecendo novas oportunidades. E a Rio Oil é o melhor lugar para buscar novos contatos”, garante. Satisfeito com a atuação da empresa na Rodada de Negócios, evento paralelo coordenado pela Onip, com apoio do Sebrae, o gerente de marketing da Senior Flexonics Brasil, Augusto Dias, considerou a participação este ano extremamente positiva. “É sempre bom estar na feira. Nós nos aproximamos de clientes e prospectamos outros novos. Mas também é um termômetro do mercado, que nos dá o ‘feeling’ e nos permite observar a concorrência”, ressalta. Com sede em São Paulo, a Senior está no Brasil há mais de 40 anos e é uma das líderes mundiais em juntas de expansão que suportam até 250 kg de pressão. “Quanto maior o desafio, mais a Senior se enquadra. Quanto maior o problema, melhor para nós”, diz ele, acrescentando que a empresa atualmente é a principal fornecedora deste equipamento para a Petrobras. A Brasoil, empresa totalmente nacional que atua no desenvolvimento e na exploração de petróleo e gás, participa pela terceira vez do evento mostrando seu portfólio de negócios. Entre eles, os dois blocos offshore na foz do Amazonas, o FZA-M-539 e o FZA-M-254, adquiridos na 11ª rodada de licitações da ANP, em 2013. Segundo o diretor executivo, André Guimarães, a expectativa é começar as primeiras extrações de gás em 2019. “A produção será para o mercado industrial do Pará. Será o primeiro campo offshore a produzir na foz do Amazonas”, ressalta.
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eventos - rio oil & gas 2014
A Porta Cabos, representante no Brasil do grupo alemão Tsubaki-KabelSchlepp, que fabrica esteiras e porta-cabos metálicos em aço inoxidável e galvanizado, é uma das que lidera o mercado mundial destes equipamentos, e acaba de instalar esteiras metálicas nas plataformas P-59 e P-60. Segundo o diretor, Rubens Bayarri, a empresa tem atuado ativamente nos setores de siderurgia, mineração, metalmecânica, mas as descobertas de novos campos de exploração abriram caminho para esses equipamentos na área de
petróleo e gás. “Há quatro anos temos uma participação mais forte no setor, especialmente no segmento offshore, acompanhando o boom do pré-sal”, conta ele, acrescentando que um dos objetivos da Porta Cabos é encontrar um bom parceiro para expandir os negócios no Brasil. Outra veterana de Rio Oil & Gas, a Carbinox levou para feira conexões em materiais que não são encontrados no Brasil. Através de sua Divisão Trading, criou uma rede de fornecedores globais, ampliando sua linha de
comercialização de tubos, barras, chapas, placas, conexões e flanges nas mais diversas ligas e aços especiais, aços inoxidáveis, níquel, cuproníquel, aço carbono e baixa liga. A gerente comercial, Rosiane Soares, diz que durante o evento recebeu visitação de gerentes de compra, projetistas e engenheiros. “O c o n t a t o d i r e t o c o m a s pessoas é o que considero mais enriquecedor. Em termos de relacionamento com os diferentes públicos, a Rio Oil & Gas é imbatível”, afirma ela.
Petrobras recebe placa de agradecimento da AllMaritim AS na Rio Oil & Gas 2014 Durante a Rio Oil and Gas 2014, a empresa norueguesa AllMaritim AS entregou ao Departamento de Tecnologia e Suporte das Práticas Operacionais da Petrobras uma placa de agradecimento pela cooperação e incentivo no desenvolvimento do projeto do NOFI Current Buster with the NorMar Integrated Discharge System, criado para atender as necessidades e exigências da Petrobras para os Oil Spill Responde Vessels 66 (OSRV66), embarcações projetadas para dar suporte ao plano de emergência da Petrobras e que reduzem custos operacionais. Segundo Gisele Mendes, gerente Comercial da AllMaritim no Brasil, o NOFI Current Buster with the NorMar Integrated Discharge System traz um grande avanço para o mercado de oil spill em nível mundial. O projeto pode ser utilizado com sistema de bombeamento integrado, possibilitando que a contenção, a separação da água e do óleo e o recolhimento sejam realizados por um sistema único. Além disso, o sistema é operado por uma embarcação única e tem a vantagem de poder ser utilizado como reservatório temporário do óleo recolhido 56
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Michael Matos, engenheiro naval da Petrobras e Gisele L. Mendes, gerente comercial da AllMaritim AS
durante a operação. O protótipo já está pronto e foi testado com grande sucesso durante o Oil on Water Exercise realizado pela NOFO (The Norwegian Clean Seas Association for Operating Companies) e a Norwegian Coastal Administration em junho deste ano, quando bateu um recorde mundial não oficial, sendo operado em até 4,8 nós em ambiente offshore, sem que nenhum vestígio de perda de óleo fosse observado.
Com a visibilidade do exercício realizado na Noruega, o projeto da AllMaritim já desperta o interesse de empresas em nível nacional e internacional, tanto para a aquisição de equipamentos novos quanto para a utilização de sistemas já existentes, já que o NorMar Integrated Discharge System é uma tecnologia “plug and play”, que pode ser utilizada com todos os NOFI Current Buster 4 e 6 já adquiridos, sem que qualquer adaptação prévia seja necessária.
Design arrojado, bate-papo e bossa nova Quem pensa que a exposição é feita apenas de máquinas, equipamentos pesados e tecnologias ultramodernas, se engana. Sem perder o clima de negócios e, ao mesmo tempo, proporcionando conforto e descontração a visitantes e clientes, as empresas investiram no design dos estandes, promoveram happy-hours com música ao vivo e apresentaram seus produtos com bom gosto e criatividade. Para atrair a atenção do público, os estandes, mais do que nunca, lançaram mão dos recursos tecnológicos, eletrônicos e visuais: sessões de vídeo para a demonstração de produtos e serviços, telões imensos com imagens de trabalho em campo, painéis fotográficos gigantes, maquetes, peças em escala, simulações e modelos 3D, minicursos e palestras rápidas ministradas por professores a distância, e o robô-mídia, que interagiu com o público e tirou fotos ao lado dos visitantes. A Cetco Energy Services mostrou a tecnologia eelReel para o mercado latino-americano e destacou sua linha de equipamentos, bem como as tecnologias de tratamento de água, incluindo CrudeSep, Hydra e Hi-Flow. Mas a grande atração do estande foi, sem dúvida, o boneco do mascote-símbolo da empresa, o Muddog, que percorreu os corredores, dançou e também posou para fotos. Em comemoração aos 20 anos de atuação no Brasil – onde já investiu mais de US$ 8 billhões – a BG trouxe para o estande da Rio Oil & Gas uma linha do tempo contando toda essa trajetória de sucesso, além de duas ferramentas interatrivas. Primeiro, a máquina De olho no Petróleo, que mede a quantidade e identifica o tipo de derivado de petróleo presente em produtos que usamos no dia a dia, incluindo até alimentos que ingerimos. Cosméticos, produtos de limpeza, refrigerantes, tecidos sintéticos e
remédios são alguns deles. E segundo, o vídeo em 3D que mostrou aos visitantes como acontece o processo de formação dos hidrocarbonetos na natureza, sua extração e produção. A GE exibiu seu portfólio em um imenso painel com fotos da atuação da empresa no Brasil. A Andrade Gutierrez valorizou a estrutura vazada na lateral do estande com iluminação azul, criando um clima futurista. A petroleira estatal colombiana Ecopetrol trouxe a natureza no imenso painel vegetal, com imagens de aves da amazônia daquele país e destaque para a iguana, espécie animal nativa da América Latina que serve de logomarca para a empresa. A Napro Service, especializada em serviços navais e offshore, chamou a atenção para sua expertise em propulsão exibindo uma enorme hélice, emoldurada por um painel com motivo aquático, que fazia o visitante se sentir navegando em alto-mar. E a alemã Layher, especializada em andaimes, construiu seu estande com a própria estrutra tubular que utiliza em plataformas, usinas, fábricas e obras de grande porte.
Soluções inovadoras A Swire Oilfield Services, uma das líderes mundiais em contêineres offshore certificados, com 50 bases operacionais em 31 países e mais de 60 mil ativos, lançou o OverVu para o mercado brasileiro durante a Rio Oil & Gas. Trata-se de uma ferramenta de rastreamento de equipamentos e materiais que reduz os custos com atrasos na entrega e com extravios. “O OverVu é uma revolução na logística offshore, pois elimina a ineficiência na operação, que sempre resulta em perda financeira”, garante Chris Hook, gerente comercial.
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A Vicel mostrou sua linha de dessalinizadores Aqua-Chem, para gerar água potável por osmose reversa em navios e plataformas, sem consumo de energia e com economia logística. A Hydac alemã mostrou o BIS / Bladder Integrity System, um sistema de controle de lubrificação de equipamentos, que detecta e avisa quando há falta de óleo, evitando desgaste. A Altlus, empresa especializada em sistemas de automação, além de levar um time de especialistas para esclarecer detalhes sobre seus novos produtos, apresentou recursos dos controladores programáveis NX3030 da série Nexto, e a nova linha Safety de cabeças remotas para segurança funcional. Segundo Felipe Fernandes, gerente de marketing, “os equipamentos dessa linha foram desenvolvidos para minimizar a possibilidade de falhas randômicas e sistêmicas que
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impedem o correto funcionamento do sistema de automação”. A Kidde, do grupo norte-americano UTC (United Technologies), especializada em equipamentos de segurança, exibiu duas novidades na exposição. O extintor Mega Offshore, para operar em ambientes de alta corrosão, com três anos de garantia (os tradicionais têm apenas um ano de vida útil) e combate a três fases de incêndio: A (papel e madeira), B (líquidos inflamáveis) e C (equipamentos elétricos). Outro destaque no estande da Kidde foi o Detector Acústico Ultrassônico, inédito no Brasil, que percebe o vazamento de gases pelo som, com 100% de segurança, e opera em conjunto com detectores tradicionais de chama e gás. A Rexnord, empresa com mais de 130 anos de mercado e uma das líderes em transmissão de potência, mostrou duas novidades:
o redutor V-Class, da Falk, com mais de 20% de performance e sistema de resfriamento do óleo que, de acordo com o engenheiro Jo aquim Victor Melo, é fruto de um aperfeiçoamento da capacidade térmica desenvolvida pelo fabricante e representa um grande diferencial em relação a outros redutores. A segunda novidade da Rexnord foi o acoplamento de disco Thomas, mais compacto, com mais torque, componentes modulares e conjunto de lâminas pré-montadas. Um dos equipamentos que mais chamou a atenção no evento foi o robô apresentado pela Lemasa. O Lizard Jet, como o nome em inglês sugere, lembra o movimento de um lagarto quando desliza na vertical ou de ponta cabeça por superfícies, retirando crostas, cracas, camadas de tinta e preparando cascos de navios, plataformas ou tanques de armazenamento para receber nova pintura. O holandês Frank Veen, fundador da Lemasa há 25 anos, conta que o robô é 100% nacional, elimina o uso de andaimes, reduz os riscos da operação e efetua o serviço em menos tempo. “O Lizard Jet é um investimento que vale a pena em termos de custo-benefício. Levamos o produto com preço um pouco mais baixo para a exposição e isso ajudou bastante nas vendas. Fizemos vários contatos e estamos satisfeitos com os resultados”, assegura Veen.
Arena de Responsabilidade Social e Fórum de Sustentabilidade:
O legado tecnológico do petróleo & gás
para as futuras gerações por Mehane Albuquerque Ribeiro
A Arena de Responsabilidade Social reuniu, em um espaço de circulação externa dos pavilhões do Riocentro, estandes com iniciativas nas áreas ambiental, social e cultural apoiadas por empresas do setor. A exposição com reproduções da obra de Candido Portinari – trazidas pelo Projeto que também tem o nome do pintor brasileiro e que é apoiada pela Queiroz Galvão – atraiu enorme gama de público, entre estudantes, executivos e visitantes.
O
projeto Violões Encantados foi responsável por levar música ao evento, com apresentação de violão, flauta e canto de crianças da comunidade Phideas Távora, da Pavuna (RJ). A iniciativa é apoiada pela FMC Technologies e oferece cursos de música, ensino fundamental e médio, aulas de reforço e oficinas de arte. Ao todo, 14 instituições mostraram seus projetos. Participam da Arena de Responsabilidade Social o Instituto Abramundo, Cieds Brasil, AFS Intercultural Brasil, Solidariedade França Brasil, Dream Learn Work, Instituto Rogerio Steinberg, Instituto Empreender, Instituto Procidadania, Seed, Fundação Gol de Letra, Prosa da Minha Terra, Instituto Mar Adentro, Guitarra Violão e Flauta, Associação Cultural Candido Portinari. As instituições são apoiadas pelas empresas: BG, Shell, BP, Tecnip, Statoil, Chevron, Petrobras, Schlumberger, QGOG, Grantierra, FMC e QGEP.
Fórum de Responsabilidade Social Representantes do IBP, da ANP e do Parque Tecnológico da UFRJ participaram, no terceiro dia da Rio Oil & Gas (17/9), do Fórum de Sustentabilidade, evento paralelo que discutiu os legados tecnológico e profissional do setor de petróleo e
gás para as próximas gerações de um Brasil que ainda tem muito a se desenvolver. O coordenador da Comissão do IBP, Edson Cunha, destacou questões socioambientais. “A responsabilidade de reduzir riscos e danos causados pelas atividades do setor é do governo, das empresas e da comunidade acadêmica. Empresas e universidades devem fomentar o desenvolvimento de tecnologias para reduzir esses impactos”, disse ele. André Cordeiro, do Cenpes, falou sobre o quanto a tecnologia e a inovação são importantes diante dos desafios que o petróleo traz, especialmente após a descoberta do pré-sal e também para garantir a segurança energética. Ele reforçou a necessidade de empresas e academia trabalharem juntas na busca de soluções. Maurício Guedes, diretor do Parque Tecnológico da UFRJ, ressaltou o quanto a pesquisa é importante nesse contexto e citou a cláusula de
P&D criada pela ANP, que torna as empresas apoiadoras das pesquisas tecnológicas. “Através de parcerias com universidades e centros de pesquisa foram desenvolvidos projetos que apresentam novas formas de criação de materiais, como polímeros plásticos, antes oriundos de recursos fósseis. Esse é o legado que queremos criar”, afirmou. No segundo bloco de discussões do Fórum, o tema foi o legado profissional do petróleo. A superintendente-adjunta de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico da ANP, Thatiany Moreira, apresentou o Programa de Recursos Humanos (PRH) da Agência. “Desde sua criação, em 1999, já foram investidos cerca de R$ 377 milhões. Concedemos 8.290 bolsas e fechamos parceria com 32 instituições em 16 estados”, contou. Em 2013, cerca de 89% dos bolsistas foram absorvidos pelo mercado”, disse ela. Também nesse segundo bloco, Claudia Morgado, da Escola Politécnica da UFRJ, falou sobre educação profissional para a sustentabilidade e Prescila Castro, da PUC, sobre empreendedorismo. TN Petróleo 98
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eventos
Fotos: Divulgação
Energy Summit
Falta planejamento no setor elétrico
A 15ª edição do Energy Summit promoveu debates e reflexões acerca do desenvolvimento sustentável do setor elétrico no Brasil, com atenção especial à diversificação da matriz energética e ao fortalecimento das fontes renováveis.
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ealizou-se, entre os dias 15 e 17 de setembro, no Caesar Park Faria Lima (SP), a 15ª edição do Energy Summit, um dos mais importantes fóruns de debates voltados para o setor de energia elétrica nacional, o qual reuniu empresários das principais companhias de energia, consumidores, fornecedores de soluções e instituições financeiras, além de órgãos do governo, para discutir temas pertinentes ao setor, tais como as dificuldades da geração, transmissão e comercialização do insumo, e as possíveis soluções para o ganho de eficiência e ajustamento entre oferta e demanda. Com programação dividida em blocos temáticos, o primeiro dia de seminário teve como foco as perspectivas de investimento no setor elétrico e finanças; no dia 16, os seminários foram direcionados para a análise e expansão de oferta e demanda, bem
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como para a diversificação da matriz elétrica nacional e custos de energia. Encerrando os debates e palestras, no último dia de Energy Summit, os temas propostos foram voltados para a regulação: desafios do setor, políticas energéticas e expansão do sistema. Durante o Seminário de Gestão e Eficiência Energética, aberto pelo diretor-presidente da Associação Nacional dos Consumidores de Energia (Anace), Carlos Augusto Jorge de Faria, no primeiro dia do evento, representantes do setor privado e especialistas enfatizaram a falta de planejamento e gestão da eficiência energética para minimizar os impactos do aumento do custo da energia. Planejar com antecedência a demanda da energia elétrica é fator indispensável para a equalização de demanda e riscos para grandes consumidores e consumidores especiais. Afinal, o aumento da geração térmica
de energia deve elevar o preço do mw/h para R$ 400 em 2015. De acordo com dados apresentados pelo sócio-gerente da Replace Consultoria, Carlos Schoeps, durante a palestra ‘Gestão de energia: Estruture um planejamento de curto, médio e longo prazo a partir de uma análise do mercado e de projeções sobre a variação do preço e das tarifas de energia’, a participação da energia térmica na matriz nacional saiu de 5% em 2011 para 17% em 2013 e deve fechar este ano representando uma parcela de 22%, para compensar a geração hidráulica, prejudicada pela escassez de chuvas. Esse perfil gera impactos no preço. Demanda para investimentos – Mesmo com a atual insegurança no setor elétrico, investidores e empresas estão otimistas quanto ao mercado. Pedro Pilleggi, CFO da Renova Energia, abriu o ciclo de palestras do
Seminário ‘Finanças e financiamentos no setor elétrico’, e defendeu a viabilização de novos investimentos. Segundo ele, o cenário dos próximos cinco anos terá oportunidades. “Temos que viabilizar novos investimentos em energia renovável e linhas de transmissão, para ter geração distribuída em volta do país”, disse o CFO. Ele complementou dizendo que “quem conseguir um projeto térmico que fique de pé... deve ter sucesso porque o Governo quer investir e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) precisa que o mercado de capitais atue junto à demanda de infraestrutura.” Eficiência energética – As empresas consumidoras estão investindo em automação e gestão para atingir melhores níveis de eficiência energética. É o caso da Renault, uma das maiores fabricantes de veículos instaladas no país, que implantou em 2012 um Plano Estratégico de Economia de Energia, com duração de quatro anos, e objetivo de atingir o menor consumo de energia por carro produzido. “Essa é nossa medida para comparar fábricas e melhorar planos”, disse o gerente de manutenção, Alessandro Speranzetta, que também apresentou projetos voltados para a geração, incluindo a energia fotovoltaica, pois ela “serve para carregarmos nossos carros elétricos, uma das prioridades da Renault”, completou Alessandro. No segundo dia do evento, o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia (MME), Márcio Zimmerman, descartou o racionamento de energia, dizendo que o planejamento brasileiro segue o mercado e as necessidades de consumo, e que o setor precisa de investidores para atender a crescente demanda. Para ele, o esgotamento pelo que
o país está passando já era previsto pelo Plano Nacional de Energia 2030, lançado em 2007 pelo MME. “A prioridade do setor é a geração de energia por hidreletricidade. É claro que há espaço para todas as fontes. Além de retomar planejamento e ter visão de médio e longo prazo, estamos lançando a base do PNE 2050, que visa traçar um plano de como atender essa futura demanda. Esse planejamento deve ser muito claro para que o processo não tenha um desequilíbrio”, explicou. Abastecimento – Zimmerman falou sobre a problemática da falta de chuvas e descartou racionamentos. “Esse ano foi um ano bastante perigoso, principalmente em janeiro, fevereiro e março, período com a pior série de vazões, mas com a vantagem de estar equilibrado estruturalmente. Diferente de 2001 e 2002, que custaram caro à sociedade porque refletiu em PIB e investimentos.” Durante seu discurso, o executivo afirmou que o sistema está operando fora da margem de risco prevista no planejamento e divulgada pelo Operador Nacional do Sistema (ONS) recentemente, que é de cerca de 5%. “A sociedade cobra sempre as melhores alternativas e estamos atentos. Por outro lado, temos a questão de operação do sistema em diversas condições e que está equilibrada. Vamos fazer eficiência energética, mas temos certeza de que precisamos de mais energia, porque o Brasil é um mercado em expansão e possui uma sociedade que está pouco a pouco aumentando o consumo per capita de energia”, afirmou. Na sequência, Zimmermann participou, junto do presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, e do diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (NOS), Hermes Chipp, de um painel para discutir a estratégia de abastecimento do setor.
Futuro energético brasileiro – O secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do MME, Altino Ventura Filho, abriu o último dia de discussões apontando os desafios do planejamento energético brasileiro que, segundo ele, incluem desenvolvimento tecnológico, formação de profissionais, migração de hidro para termelétricas e envolvimento com países vizinhos. O complexo de Tapajós integra a lista, pois reforça a vocação do país de geração hidrelétrica, mas o leilão deve acontecer somente em 2015. “Ficamos no limite de tempo. A intenção do MME é realizar leilões no início do ano, para que os agentes possam se programar, mas nem sempre conseguimos antecipar. Quando postergamos, temos condição de ter mais empreendimentos presentes no leilão porque há mais tempo para termos licença prévia – como foi o caso do A-5 desse ano – e os resultados ficam mais satisfatórios”, explicou, acrescentando a prioridade para Tapajós porque o complexo integra o planejamento da matriz. Depois de instalado, o complexo deve atingir a capacidade de geração de 10 mil MW. Ventura também ressaltou que o Brasil viverá, nos próximos dez anos, uma migração para a geração termelétrica, devido à escassez de recursos hídricos, complementada por outras fontes geradoras, como a nuclear, mineral, e gás natural. Sobre o shale gás, alternativa levantada em determinados momentos, o secretário diz que ainda “é um fenômeno americano, que tem uma malha de gás natural muito potente. Estamos estudando a possibilidade, mas no longo prazo. Pode ser que aconteça no PNE 2050, mas nosso carro-chefe é hidrelétrica”, concluiu. TN Petróleo 98
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perfil profissional
o céu é o LIMITE A trajetória da engenheira química Mônica Abreu Louback, 40 anos, sinaliza que, mais além da formação, é a vontade de aprender e inovar que conduz um profissional empreendedor em sua trajetória. Formada pela Universidade Federal Fluminense (UFF), a irrequieta carioca soma, em menos de 18 anos de atividades no mercado, experiências em distintos segmentos da engenharia, parte dos quais fora da área em que se especializou. por Beatriz Cardoso
Fotos: TN Petróleo
“Na universidade, imaginava várias áreas em que eu poderia trabalhar devido ao leque de oportunidades da engenharia química”, lembra Mônica Louback, hoje à frente da Gerência de Engenharia de uma das mais atuantes empresas do ramo, a UTC Engenharia. Com sólida experiência na gestão de projetos em empresas epecistas (Engenharia, Procurement e Construção), em consultoria em projetos petroquímicos e de infraestrutura, e atuação em empresas do setor de óleo e gás, a engenheira química mostra que está sempre pronta para enfrentar novos desafios. A opção pela engenharia química, influenciada por professores do ensino fundamental e médio, norteou a entrada na universidade. Mas o primeiro estágio já foi em outra área: na de propriedade intelectual no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi). Não imaginava que o mundo do petróleo iria se tornar o seu; nem mesmo quando fez um segundo estágio, de um ano (de 1997 a 1998), no Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes), da Petrobras. “Como todo bom estudante em início de faculdade, eu imaginava várias áreas em que poderia trabalhar devido ao grande espectro de oportunidades da engenharia química. Mas nunca imaginei que seria na área de óleo e gás”, lembra. Grandes lições foram aprendidas no período de estágio em um dos maiores centros de P&D de óleo e gás do mundo, segundo Mônica. “Foi a descoberta de um novo mundo de possibilidades trabalhar em simuladores de processo, na implantação do centro de imagens de realidade virtual 3D, no Programa de Capacitação Tecnológica / Procap 2000”, afirma. “Tive a oportunidade de atuar ao lado de profissionais que detinham amplo conhecimento de águas profundas, sendo a Petrobras uma referência mundial em exploração e produção neste cenário”, complementa. Primeiro emprego – Do Cenpes, saiu direto para um grande estaleiro, o Iesa, onde obteve o primeiro emprego na área de engenharia química. “Foi uma inversão dos papéis, uma mudança da posição de cliente para ‘prestador de serviços’. No Cenpes, o profissional elabora a concepção, o melhor conceito para uma unidade de produção. O estaleiro ‘executa’ a ideia, ’constrói’ o conceito”, esclarece ela. Essa passagem da pesquisa para o campo não foi impactante graças à forma como Mônica foi recebida na Iesa. “Tive profissionais muito competentes na orientação dos meus trabalhos na empresa, além do convívio muito bom
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de equipes. E era a primeira vez que estava na minha área de formação”, complementa. A inserção em um universo majoritariamente masculino e, ainda mais, tendo de assumir, como engenheira de processos, a ‘ponte de comando de uma nau’ onde a maioria absoluta é composta por homens, não foi fácil. “É realmente um universo masculino. Entrar num ambiente assim tem suas nuances. Mas, antes de mais nada, quando estamos trabalhando numa área técnica, a competência e a dedicação ao trabalho tem um valor muito importante”, salienta Louback. Para ela, quando os desafios do dia a dia são difíceis – ‘e você está ali para contribuir, trabalhar junto, ajudar no que for capaz, onde for necessário’ – o que vale é o trabalho em equipe, não importando se você é homem ou mulher. “O que é crucial no ambiente de trabalho é o espírito agregador, ter uma equipe em busca de um objetivo comum, com uma meta. Nestas condições é possível superar qualquer tipo de preconceito”, afiança a engenheira. Nos três anos de Iesa (1998 a 2001) ela avalia que a grande aprendizagem foi o trabalho de campo, a aplicação prática do que estudou, das normas. “Sem falar no contato com o cliente, na cobrança direta das empresas que haviam contratado cada projeto. A Iesa foi uma verdadeira escola”, assegura. A começar pelos projetos nos quais esteve envolvida, como os das plataformas FPSOs P-43 e P-48, encomendadas pela Petrobras para o campo de Barracuda e Caratinga,
Idade: 40 Onde nasceu: Rio de Janeiro Qual o seu hobby ou o que gosta de fazer na hora de folga: Ler, encontrar os amigos, estar com a família, ir ao cinema, praia, viajar. Aproveitar os dias ao ar livre. respectivamente, na Bacia de Campos, entre outros. As duas plataformas do tipo Floating Production Storage and Offloading (unidade flutuante de produção, armazenamento e exportação) foram encomendadas à KBR, subsidiária da norte-americana Halliburton. “Esse projeto representou um marco. Os FPSOs P-43 e P-48 possibilitaram a internalização da filosofia de trabalho dos norte-americanos da Halliburton”, observa Mônica. Também na Iesa, ela participou do projeto do gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol), prestando serviços de adequação à NR-13, verificação dos dados de processo dos city-gates e estações de compressão. “Essa experiência me proporcionou um aprendizado diferente de materiais, além de propiciar o conhecimento de algumas regiões do Brasil que eu
nunca havia imaginado conhecer ”, diz a engenheira. O que chamou de “impulso da juventude” e a necessidade de conhecer outra área, trabalhar em outra atividade, levaram-na, em meados de 2001, a assumir a coordenação de produto de petróleo no Sistema Firjan/Senai /Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro/Serviço Nacional da Indústria. Durante um ano, atuou na elaboração dos projetos de produtos e propostas comerciais, atualização do quadro técnico do Senai-RJ em petróleo, realização de eventos técnicos e feiras. Projetos emblemáticos – Foi quando um gerente com quem trabalhou na Iesa indicou-a para uma entrevista com o superintendente do estaleiro Mauá, o mais antigo do país. Ela assumiu a função de coordenadora e líder de processos de projetos do estaleiro que, naquele momento, já possuía uma carteira de peso no setor de óleo e gás. “Foi um grande desafio e mais responsabilidades. Depois de dois grandes projetos, assumir a gerência de Engenharia foi gratificante e ao mesmo tempo desafiador. Mas sempre trabalhei com equipes e profissionais competentes e dedicados, o que tornou todo desafio possível e bem-sucedido”, enfatiza Mônica. Nos oito anos de Mauá, ela fez uma verdadeira ‘pós-graduação’ em óleo e gás, participando de alguns dos projetos mais emblemáticos do setor que começou a crescer de forma acelerada. Entre eles, a plataforma PMXL-1, do campo de Mexilhão, instalada hoje na Bacia de Santos,
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perfil profissional
e dos FPSO P-54, em Roncador, e a FPSO P-50, em Albacora Leste. “Trabalhei no projeto de integração da P-50, com um gerente, que foi e é, um grande mentor, uma referência na área de óleo e gás. No Estaleiro Mauá Jurong, tínhamos que interagir com fornecedores de módulos de várias partes do mundo e com os fabricados no Brasil. Era enorme a pressão para que fosse cumprido o prazo de entrega da P-50, que possibilitou ao Brasil atingir, pela primeira vez, a autossuficiência em petróleo (até 2010)”, lembra a engenheira. Nesse empreendimento, ela atuou também na análise e aprovação dos documentos dos módulos (planta de processo) fornecidos por terceiros, na coordenação da classificação do projeto P-50 junto à ABS, com reuniões técnicas para fechamento de comentários, emissões mensais de relatórios de acompanhamento e aprovação dos eventos financeiros da certificadora. “Foi um grande aprendizado”, afirma. No projeto da plataforma fixa de Mexilhão, que teve a maior estrutura metálica offshore já construída no Brasil até então, ela atuou desde a elaboração de propostas comercias em licitações e detalhamento do projeto ao suporte ao comissionamento e partida da planta de produção. A estrutura de 227 m de altura (incluindo jaqueta e convés), que corresponde a um edifício de 75 andares, foi instalada em uma profundidade média de 172 m no campo de Mexilhão (PMXL-1), no litoral norte do estado de São Paulo, a 225 km da cidade de Santos. “Nos oito anos de Mauá, aprendi que a engenharia tem que atentar mais para as etapas de fabricação e de construção. Não adianta termos um projeto perfeito, mas inexequível”, adverte.
na coordenação de contrato dos módulos de utilidades da FPSO P-63. Instalada em profundidade de 1.200 m, foi a primeira unidade sistema de produção do campo de Papa-Terra, na Bacia de Campos. Na visão da Petrobras, a combinação de reservatórios com petróleo de grau API variando entre 14 e 17, e em águas profundas, torna o desenvolvimento do campo de Papa-Terra um dos projetos mais complexos já concebidos. A P-63 foi convertida em FPSO a partir do navio-tanque BW Nisa, no Estaleiro Cosco, na China, e as últimas etapas de construção foram realizadas no Canteiro da Quip/ Honório Bicalho, localizado em Rio Grande (RS). Os serviços foram executados pelo consórcio formado pela Quip (Queiroz Galvão, UTC, Iesa e Camargo Correa) e a BW Offshore. Na coordenação do contrato, a engenheira cuidou de várias atividades, até o pré-comissionamento e entrega dos módulos: acompanhamento e fiscalização do detalhamento do proje to, suporte ao suprimento para aquisição de equipamentos e materiais pelo contratado, supervisão do cronograma contratual do empreendimento. E também participou de todo o processo de aprovação e liberação dos financiamentos, do controle de alterações de escopo e gerenciamento, junto à certificadora ABS, para a obtenção dos certificados finais, tanto dos equipamentos como dos módulos. “Foi uma experiência única. A P-63 proporcionou o conhecimento de metodologia de trabalho em outros países, outras culturas, novas soluções tecnológicas. Tivemos troca de experiências com operadores de plataformas instaladas no mar do Norte e na África e incorporamos conhecimento de novas soluções de projeto e operação”, avalia.
Aprendizado contínuo – Da Iesa, Mônica Louback foi para a Quip, onde, entre meados de 2010 e 2012 , atuou
Novos desafios – Em 2012, Mônica acabou indo para a CMO Construções e Montagens Offshore, na qual,
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como gerente de Engenharia, deu suporte técnico ao projeto de execução do próprio Estaleiro CMO. Também foi responsável pela elaboração de propostas técnicas e comercias de FPSOs da Petrobras para os blocos da área do pré-sal (Cessão Onerosa), entre outros. “Foi um novo aprendizado, reconheci que sempre estamos aprendendo cada vez mais. Trabalhar em um estaleiro no qual você é o usuário das instalações é uma coisa, mas projetar um estaleiro no qual você também é o usuário final, o cliente, é bem diferente. É uma inversão dos papéis”, afirma. Conduzir a implantação de um estaleiro depois de participar de tantos projetos de construção de plataformas foi, na opinião dela, “um dos maiores desafios já encontrados por mim, pois além de todas as dificuldades técnicas, temos as questões da legislação ambiental, órgãos regulatórios e leis governamentais”. Em março de 2014, sempre em busca de novos desafios, Mônica Louback, foi para a UTC Engenharia S/A, uma das principais empresas brasileiras na área de serviços em engenharia industrial. “Trata-se de uma empresa consolidada e de renome no mercado. Tenho as melhores expectativas de contribuir com todo o meu potencial para o contínuo crescimento da UTC, fazendo parte de seu corpo de colaboradores, com todo o meu profissionalismo, responsabilidade e comprometimento com a empresa e com as equipes”, orgulha-se. Em um balanço de sua trajetória, Mônica afirma que o sentimento que tem é “de pura felicidade” na vida profissional. “Como engenheira química, só tenho a agradecer a Deus e a todos os que trabalharam comigo e os que hoje estão ao meu lado, pelas oportunidades que a vida continua a me oferecer ”, conclui.
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Ano 4 • nº 36 • novembro de 2014 • www.tnsustentavel.com.br
Eficiência Energética • Comercialização de Energia • Legislação Ambiental • Reciclagem Editorial
Tecnologia e negócios para o bem das pessoas Chegamos à última edição do ano do nosso caderno. E esse foi, com certeza, um ano de intensas mudanças para a TN Petróleo, para o país e, penso, para o mundo inteiro. Assistimos a desafios de todas as ordens: políticos, sociais e econômicos. Mas, apesar disso, chegamos aqui com um gostinho de vitória. Entendemos que praticar sustentabilidade e responsabilidade social, principalmente para as organizações, passa pela maior atenção ao entorno e, mais ainda, às informações que suportam a tomada de decisões. As fontes precisam ser confiáveis e minimizar riscos. Assim é a informação que entregamos aos nossos leitores há 16 anos. A TN Petróleo foi pioneira em muitas iniciativas nesse mercado e a principal delas é ser uma revista técnica com foco no ser humano. A tecnologia sobre a qual versamos tem o toque da excelência, da qualidade e a preocupação com o bem-estar das pessoas que atuam no setor, ajudando em sua formação, na troca de conhecimen-
to, no desenvolvimento e crescimento das empresas, auxiliando a tornar os processos mais seguros, mais eficientes e lucrativos. Nosso entrevistado da edição reflete bem esse pensamento. Ele é o engenheiro naval paranaense Lorenzo de Souza, fundador da Holos – empresa incubada da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Criada em 1998 para a fabricação de barcos a vela de pequeno porte, a empresa se especializou em engenharia de compósitos, ampliando o leque de atuação para a construção de veículos movidos a energia limpa, passando pela confecção de peças de baixo peso e altíssima resistência, até a aplicação destes materiais na recuperação de estruturas metálicas danificadas em plataformas de petróleo e navios. Segundo ele, é cada vez maior a aplicação de compósitos em projetos de alta tecnologia e isso traz um benefício enorme para o meio ambiente. Imperdível também o artigo Desenvolvimento Humano e Sustentabilidade, “A força da equipe”, de Wanderlei Passarella.
Ele aponta a importância de as empresas formarem um time forte e coeso, baseado em três elementos fundamentais (que não se esgotam em si): confiança, cooperação e tomada de decisão. Reportamos, ainda, sobre uma empresa que converte resíduos da colheita de arroz em banda de rodagem de pneus, economizando combustíveis. Assim, mais do que bem representados por esses exemplos de profissionais e empresas que verdadeiramente se ocupam com o bem das pessoas – quer fomentando a união saudável das equipes ou o desenvolvimento dos negócios, através de novas tecnologias sustentáveis – desejamos a vocês, leitores, um Feliz Natal e um 2015 inteirinho de oportunidades para vivê-lo com sabedoria e grande espírito de colaboração. Boa leitura e até 2015!
Lia Medeiros, diretora do Núcleo de Sustentabilidade da TN Petróleo liamedeiros@tnpetroleo.com.br
Sumário
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Materiais compósitos permitem avanços tecnológicos sem precedentes
Alstom amplia produção
Solvay fornece soluções para o Solar Impulse 2
Entrevista com Lorenzo de Souza
Eólica
Energia solar
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suplemento especial
Materiais compósitos permitem
avanços tecnológicos sem precedentes
e podem revolucionar a indústria nos próximos anos por Mehane Albuquerque Ribeiro
Foto: Divulgação
“A fibra de vidro e a fibra de carbono – os chamados compósitos – são os materiais do século. Eles têm permitido grandes avanços na indústria de veículos automotivos, na aviação, e estão se popularizando cada vez mais – especialmente a fibra de carbono, que possibilita a construção de estruturas bem mais leves, melhorando o desempenho.” Quem afirma isso é o engenheiro naval paranaense Lorenzo de Souza, fundador da Holos. A empresa incubada da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), criada em 1998 para a fabricação de barcos a vela de pequeno porte, hoje se especializou em engenharia de compósitos, ampliando o leque de atuação: da construção de veículos movidos a energia limpa, passando pela confecção de peças de baixo peso e altíssima resistência, até a aplicação destes materiais na recuperação de estruturas metálicas danificadas em plataformas de petróleo e navios.
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xemplos de busca por inovação, os projetos desenvolvidos pela Holos – quase sempre em parceria com universidades, e tendo como desafio viabilizar o uso de tecnologias de ponta – trazem a marca do alcance de visão e do empreendedorismo de Lorenzo, sem os quais a empresa não teria sobrevivido em um mercado tão competitivo. Em entrevista para o Caderno de Sustentabilidade, ele conta um pouco dessa história, fala sobre projetos em andamento e planos para um futuro próximo. TN Petróleo – Como surgiu a Holos? Lorenzo de Souza – Cheguei ao Rio em 1992 para cursar engenharia 68
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naval na UFRJ e ali encontrei um ambiente maravilhoso. Pude ter na pessoa do professor Fernando Amorim, meu orientador de projeto de fim de curso, um grande parceiro no início da minha carreira. Ele também foi meu orientador em uma bolsa de apoio à pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que na época nos deu oportunidade de construir um barco de madeira da Classe Snipe na carpintaria da própria UFRJ, que ficava na Oficina da Prefeitura da universidade. Imediatamente depois disso, surgiu a chance de voltar a fabricar o veleiro Dingue, cuja produção havia sido interrompida. Quando comentei com o professor Fernando, ele me convidou
para trazer a fabricação para dentro da UFRJ. Firmamos um convênio com a escola de engenharia, tivemos grande apoio da incubadora de empresas do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe), que nos ofereceu um curso de empreendedorismo e nos orientou. Assim, criamos a Holos. No início, nosso objetivo não era só construir, mas também projetar barcos, o que acabou acontecendo. Algum tempo depois, desenvolvemos o projeto e fabricamos um barco a vela chamado Emy, que nos trouxe mais experiência ainda. O começo foi difícil, pois nunca tivemos aporte financeiro. Construímos os primeiros barcos com o dinheiro de parcelas
atrasadas de bolsas e, aos poucos, fomos vendendo as primeiras unidades. O que aconteceu depois disso? Passamos a investir mais em fibra de carbono. As primeiras peças que produzimos foram também para atender ao mercado náutico, mas no segmento de competição. A transição da fibra de vidro para a fibra de carbono se deu naturalmente, por demanda do nosso próprio mercado, mas também porque estamos sempre buscando o que há de mais arrojado em termos de tecnologia. Ter uma empresa incubada dentro da UFRJ significa não parar de pesquisar o que há sempre de mais avançado, de mais novo. Isso acabou se tornando praticamente um compromisso nosso. O ingresso no segmento de barcos de competição nos abriu caminho e nos deu experiência para diversificar a produção. Como se deu a mudança no perfil da empresa: da fabricação de barcos a vela para o desenvolvimento de outros produtos? Com o passar dos anos, a Holos adotou um perfil de empresa de engenharia em compósitos, pois nos capacitamos para fazer projetos e análises estruturais destes materiais. Esse foi um fator determinante para a empresa, pois é cada vez maior a aplicação de compósitos em projetos de alta tecnologia. Os carros elétricos mais sofisticados estão sendo construídos em fibra de carbono, assim como os aviões comerciais de última geração. Isso traz um benefício enorme para o meio ambiente, pois o ganho que se tem com a troca do aço, ou mesmo do alumínio, para a fibra de carbono ou de vidro, representa uma economia de peso que se transforma diretamente em economia de combustível. Depois do mercado náutico, demos um grande salto com o desenvolvimento de uma cadeira de rodas em fibra de carbono, a Supera, que é hoje a segunda mais leve do mundo. O projeto teve financiamento da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), dentro de um edital de subvenção, e isso nos permitiu
trenó habitável
supera 1
investir mais na parte de cálculo e de análise estrutural. Também nos permitiu aumentar os quadros da empresa com novos engenheiros e pudemos nos dedicar mais à pesquisa. A Supera tem tecnologia 100% nacional e foi totalmente desenvolvida pela Holos, do design até o projeto de engenharia. Ainda não está disponível no mercado, só no ano que vem, mas já temos muitas encomendas. Quais projetos em fibra de carbono a Holos desenvolveu em seguida? Passamos a nos dedicar mais à engenharia. Construímos o trenó do Júlio Fiadi para uma travessia do litoral da Antártica até o Polo Sul, e depois fizemos a adaptação do barco do Beto Pandiani, um catamarã, para a travessia do Pacífico. O trenó foi totalmente construído em fibra de carbono, adaptado sobre uma estrutura metálica, deixando de ser apenas um transporte de carga para se
tornar habitável, dispensando o uso de barraca. Foi o primeiro trenó habitável do mundo. Já o barco do Beto foi construído fora do Brasil e a Holos adaptou a estrutura para a travessia, criando compartimentos estanques, tornando o catamarã mais seguro. Também fabricamos as ‘asas’ onde ficam as duas camas do barco. Na verdade, estruturas externas para a montagem das barracas onde os velejadores descansavam. Quando criamos o trenó, passamos a construir também barcos da Classe Finn. E para desenvolver esses dois projetos, tivemos que visitar, em primeiro lugar, a fábrica da base do trenó, na Noruega, e o estaleiro do Finn, na Hungria. Essa troca de experiência no exterior foi muito importante para a Holos conquistar a excelência em materiais compósitos e suas aplicações. Qual a participação da empresa no setor de petróleo e gás? A partir do momento em que a Holos começou a fabricar peças em fibra de carbono, fomos convidados pela Petrobras para participar de um processo de qualificação para reparos em plataformas de petróleo, usando esse material para recompor a característica mecânica de estruturas danificadas por corrosão ou trinca. Foi um processo interessante, no qual a Holos se destacou entre as empresas que participaram da licitação, obtendo os melhores resultados. A tecnologia já existia, mas a estudamos e desenvolvemos junto com a Petrobras. Também para a Petrobras desenvolvemos um soquete – peça que faz a ligação entre as correntes (ou amarras) – e o cabo de fundeio das plataformas. Desenvolvemos uma versão em materiais compósitos dessa peça, que sempre foi feita em aço. Foi uma primeira experiência e o projeto, por enquanto, está parado, mas nos trouxe a certeza de que podemos prestar mais serviços para o setor. Outro projeto da Holos com a Petrobras foi o das boias meteoceanográficas, que foram desenvolvidas dentro de um plano que o Centro de Pesquisas e Desenvolvimento da Petrobras (Cenpes) TN Petróleo 98
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suplemento especial
barco solar
mag-lev cobra criou de nacionalização dos serviços de aquisição de dados ambientais. Nesse projeto nos coube a responsabilidade de projetar e construir o casco. Este é o primeiro projeto nacional de boias meteoceanográficas e já estamos na fabricação da décima. Elas são feitas em fibra de carbono e dotadas de placas solares para autonomia de energia. Como surgiu o barco movido a energia solar para transporte escolar na Amazônia? Tudo começou quando nos envolvemos na construção de um barco solar para participar de uma competição trazida para o Brasil pelo professor Fernando Amorim, através do Polo Náutico da UFRJ: o Desafio Solar, que já teve edições em Paraty e Búzios. A Holos participou da primeira edição, na categoria de projeto monocasco livre, fabricando o barco em parceria com o laboratório da Coppe. Dessa primeira participação surgiu uma equipe formada por alunos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), com participação da Holos e de alunos da UFRJ, para representar o Brasil no campeonato mundial de barcos movidos a energia solar, na Holanda, em 2010. A partir do desenvolvimento desse barco, a Holos e os alunos da UFSC tiveram a ideia de uma embarcação para o 70
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transporte de alunos na Amazônia. O local escolhido para o barco operar fica longe dos centros urbanos, não tem energia elétrica nem postos de abastecimento, e o armazenamento de combustível, nesse caso, é extremamente perigoso. O casco foi construído pela Holos, dentro de um projeto da UFSC, que instalou as placas solares a bordo e doou o barco à Universidade Federal do Pará (Ufpa), que por sua vez irá administrar a utilização em parceria com a comunidade da Ilha das Onças, na região de Furo do Nazário (PA). O catamarã solar que irá transportar alunos da rede pública de ensino tem 10 m, com 3 m 20 cm de boca e capacidade para 22 pessoas – 20 alunos e dois tripulantes. Possui 16 painéis solares, mas a escola tem também uma bancada com placas fotovoltaicas maiores que abastecem de energia não apenas a própria escola, mas uma pequena estação de tratamento de água, e ainda pode carregar as baterias do barco de forma mais rápida. Esse trabalho em conjunto com o laboratório de energia solar da UFSC para desenvolvimento de embarcações nos deu experiência para melhorar a fixação das placas fotovoltaicas que hoje são utilizadas nas boias meteoceanográficas da Petrobras.
A carroçaria do trem por levitação magnética – o MagLev Cobra – testado recentemente com sucesso pela Coppe, teve a participação da Holos? Sim. A Holos é responsável por todo o levantamento de carga, análise estrutural do trem, e pela construção do veículo. É importante frisar que o trem por levitação só é viável por causa do peso, e a fibra de carbono é o que o torna muito mais leve que os trens tradicionais. Sem os equipamentos, a carroçaria pesa em torno de uma tonelada. Mais ou menos metade do peso de outros trens hoje considerados leves e que já estão em circulação – existe um no Rio Grande do Sul – mas que ainda são construídos com materiais mistos. O MagLev é 100% fibra de carbono e o fato de pesar bem menos possibilita maior capacidade de carga de passageiros. Há outros projetos com uso de tecnologia de ponta em que a empresa está envolvida? Estamos em conversação com o Laboratório de Hidrogênio da UFRJ para a aplicação da tecnologia de motores híbridos hidrogênio+elétrico para embarcações de passageiros. A ideia é fabricar duas embarcações: uma lancha de apoio com sistema híbrido etanol+elétrico e um barco para cerca de 20 passageiros, com sistema híbrido hidrogênio+elétrico. Também estamos em fase final de desenvolvimento de um barco solar autônomo não tripulado. Ele tem cerca de 5 m de comprimento e vai conseguir se manter por tempo indefinido no mar; poderá ser usado como plataforma para equipamentos científicos de observação ambiental e permanecer por longuíssimos períodos em locais distantes e inóspitos. A grande vantagem é o baixo custo operacional, pois não tem tripulação. Já fizemos testes com o equipamento de navegação autônoma em um protótipo em escala. O próximo passo será construir um casco em tamanho real e fazer a apresentação do modelo, ainda sem data marcada.
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Alstom amplia produção para sustentar seu crescimento eólico
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crescimento da produção levará a uma atualização das linhas existentes e gerará perto de 50 postos de trabalho. Esta extensão suporta o mercado de energia local e o aumento da demanda por soluções de energia eólica, que está crescendo rapidamente nos últimos anos, em especial no Brasil. “Esta expansão demonstra o compromisso da Alstom em construir um cluster eólico na Bahia e em ajudar o mercado brasileiro a ter uma matriz energética sustentável e ecologicamente correta. Demonstra também nosso desejo de ser um grande protagonista econômico nacional e de criar postos locais de trabalho qualificado”, informa Pierre-François Chenevier, vice-presidente Wind da Alstom na América Latina. Em Camaçari, a Alstom produz naceles e hub, utilizando a tecnologia dos aerogeradores da plataforma ECO 100, que apresenta know-how de última geração no conceito de produção de energia eólica. Com diâmetros de rotores entre 100 m e 122 m (faixa de alcance do aerogerador), a ECO 100 oferece alto rendimento e maior eficiência em todas as classes de vento. Está particularmente bem adequada ao mercado da América Latina, já que é apropriada para ventos médios e fortes. Já a ECO 122 se encaixa perfeitamente aos ventos regulares médios e baixos do Brasil. 72
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Foto: Divulgação Alstom
A Alstom anuncia o terceiro turno de sua fábrica eólica localizada em Camaçari (BA), que agora atingirá a capacidade de fabricação e montagem de até 900 MW por ano. Quando a fábrica foi inaugurada, em 2011, a capacidade total de produção era de 300 MW. Essa capacidade foi incrementada em 2012 para 600 MW. Três anos após sua inauguração, a fábrica já triplicou a capacidade. Como consequência, o investimento adicional na planta de Camaçari será no valor de €3 milhões nos próximos quatro meses.
Uma única turbina ECO 122 ou ECO 110 pode evitar a produção de até sete mil toneladas de CO2 por ano. Com o volume total de energia eólica contratada em 2013 no Brasil, essa fonte contribuirá para a geração de mais de 70 mil postos de trabalho, R$ 21,2 bilhões em investimentos, 8,5 milhões de casas abastecidas e 4 milhões de toneladas de CO2 evitados, segundo dados da Abeeólica (Associação Brasileira de Energia Eólica). O potencial eólico brasileiro é estimado em 300 GW, e a expectativa do setor energético brasileiro é de contratação de pelo menos 2 GW por ano até 2020, acrescentando, a partir de 2012, mais de 20 GW de energia eólica ao sistema e movimentando em torno de US$ 50 bilhões.
Focada neste mercado em expansão, a Alstom realizou vários investimentos no Brasil – abriu sua primeira planta em Camaçari em 2011 e sua primeira fábrica de torres eólicas na América Latina em 2013, na cidade de Canoas (RS). Os projetos receberam, juntos, R$ 80 milhões em investimentos iniciais. A Alstom constrói e opera parques eólicos em todo o mundo – mais de 2.600 turbinas estão atualmente instaladas ou em construção em mais de 200 parques eólicos, fornecendo quase 5.000 MW. A Alstom projeta e fabrica aerogeradores onshore na faixa de 1,67 MW a 3 MW, fornecendo soluções para todas as condições geográficas e climáticas.
Braskem reforça seu engajamento na economia de baixo carbono Durante a Cúpula do Clima na ONU, Braskem adere a duas novas iniciativas para fortalecer políticas globais para precificação de carbono
Foto: Divulgação
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Braskem, maior produtora de resinas termoplásticas das Américas e líder mundial na produção de biopolímeros, aderiu a duas iniciativas voltadas para a economia de baixo carbono durante a Cúpula do Clima na Organização das Nações Unidas (ONU), realizada em setembro, em Nova York. Denominados Precificação de Carbono e Liderança Empresarial para Precificação do Carbono, os programas reforçam a importância da definição de valores para as emissões de gases de efeito estufa. O objetivo de ambas as ações é estimular os investimentos e a fabricação de produtos com menor pegada de carbono. Liderada pelo Banco Mundial, a iniciativa Precificação de Carbono prevê a criação de um sistema que permita a definição de custos para as emissões de gases de efeito estufa de forma a limitar o aumento da temperatura global para, no máximo, 2ºC em relação à Era pré-industrial. A ação Liderança Empresarial para Precificação do Carbono é promovida em conjunto pelo Pacto Global, Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável, Carbon Disclosure Project e The Climate Group e tem por objetivo reunir companhias dispostas a defender políticas públicas que favoreçam o estabelecimento de critérios para precificação de produtos de baixa emissão de carbono. As adesões reforçam o compromisso da Braskem com o desenvolvimento sustentável. “Atuamos na melhoria dos nossos processos e no desenvolvimento de produtos para
que a sociedade possa alcançar patamares cada vez menores de emissões dos gases que estão provocando as mudanças climáticas”, afirma Jorge Soto, diretor de Desenvolvimento Sustentável da Braskem. A Companhia produz o polietileno verde, feito a partir de matéria-prima de origem renovável, o etanol de cana-de-açúcar – para cada quilo produzido, a resina certificada com o selo I’m Green™ captura 2,15 kg de CO2. O encontro em Nova York, organizado pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, antecede a Conferência de Mudanças Climáticas, de Lima, Peru, em dezembro, e a reunião de Paris, em 2015, que discutirá um acordo válido a partir de 2020 para a solução do aquecimento global. “A precificação do
carbono tem o objetivo de influenciar o preço dos diversos produtos, beneficiando aqueles de menor intensidade carbônica. Com isso, o consumidor poderá exercer seu papel de decisão a favor de produtos mais sustentáveis”, explica Soto. A presença da Braskem visa fortalecer o papel do Brasil como líder no processo de negociação global para a solução do problema. “O Brasil tem potencial para defender esta bandeira”, aponta Jorge Soto, sobre o papel do país no controle do desmatamento de florestas, na gestão de uma matriz energética com forte participação de energias renováveis e na adoção de uma cultura empresarial em geral aderente aos princípios do desenvolvimento sustentável. “Nesse novo mercado, o Brasil e as empresas podem ocupar lugar de destaque na economia de baixo carbono tornando-se importante player mundial”, conclui Soto. TN Petróleo 98
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Lubrificante de alto desempenho gera economia de energia elétrica Em mais de cem projetos concluídos, especialistas da Klüber Lubrication mensuram com precisão a economia média de 5% nos custos operacionais
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Klüber Lubrication anuncia a superação de um dos grandes desafios das indústrias quando se fala em sustentabilidade. Além da redução dos custos em razão do melhor desempenho operacional dos equipamentos e máquinas, os especialistas da empresa, por meio de metodologias certificadas internacionalmente e uso de tecnologias avançadas, conseguem mensurar de forma fidedigna a eficiência energética gerada pelos lubrificantes de alto desempenho que desenvolve e fornece para as indústrias. “Em mais de cem projetos concluídos e em outros 80 em andamento, registramos uma economia média de 5% no consumo de energia elétrica dos equipamentos apenas com a substituição dos lubrificantes convencionais pelos nossos produtos de alto desempenho”, informa o engenheiro Irajá Ribeiro Jr., gerente de Mercado de Sustentabilidade e Eficiência Energética da Klüber Lubrication na América do Sul e um dos poucos profissionais do país certificados para validar, assinar projetos de medição e verificação do desempenho e consumo de energia. Segundo Ribeiro, embora pareça pequena, a economia de 5% do gasto com energia elétrica é significativa para várias indústrias, como, por exemplo, mineração, papel e celulose, cimento e siderurgia. Para estas empresas, o especialista explica que a simples troca de mil litros de lubrificantes convencionais pelos lubrificantes de alto desempenho da empresa
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gera redução anual de mil MWh, o que equivale a aproximadamente R$ 250 mil (ao custo referencial de R$ 250,00 por MWh), além dos benefícios para a sociedade e para o planeta à medida que esta ação atende às crescentes demandas de sustentabilidade ambiental. “Cedo ou tarde, as organizações terão de submeter seus padrões de produção ao ponto de vista do uso sustentável dos recursos naturais. Por outro lado, compreendemos os desafios econômicos atuais e, por isso, desenvolvemos métodos e tecnologias que comprovam a eficiência energética gerada pelos nossos produtos, viabilizando, assim, a implementação de projetos de sustentabilidade para nossos clientes”, completa. Ribeiro informa que estudos internacionais divulgados este ano registram um consumo anual de energia de 40 milhões de GWh no mundo. Deste total, a indústria utiliza 24 milhões de GWh, dos quais 3,5 milhões de GWh correspondem à energia elétrica. Diante disso, a redução de 5% do consumo de energia elétrica equivale a 800 mil GWh e representa uma receita de R$ 12 bilhões. Lubrificante de alto desempenho e vantagens para a indústria – Quando se fala em eficiência energética, a troca do lubrificante convencional pelo produto de alto desempenho da Klüber Lubrication é, geralmente, uma alternativa econômica mais vantajosa
que a substituição de equipamentos motrizes, como, por exemplo, motores elétricos, redutores, bombas e compressores. Segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), estes equipamentos são responsáveis pelo consumo médio de 50% da energia elétrica da atividade industrial e representam alto custo para as empresas. Em um período de dez anos, a opção pela compra de equipamentos motrizes novos traz a seguinte composição de custos: 2,5% referentes ao preço de aquisição; 1,5% de manutenção; e 96% de energia elétrica. “Neste cenário, a troca do lubrificante convencional por um de alto desempenho é mais vantajosa à medida que, em dez anos, a economia média de 5% do gasto com energia elétrica representa quase duas vezes o valor de aquisição de um equipamento novo”, contabiliza Ribeiro. O uso de lubrificantes especiais também oferece mais benefícios que a adoção de painéis solares – outra prática bastante adotada em indústrias para reduzir o consumo de energia elétrica. “Projetos de painéis solares que custam R$ 300 mil geram uma economia anual de R$ 35 mil, com o retorno do investimento previsto para ocorrer em 8,3 anos. No caso da troca dos lubrificantes convencionais pelos especiais, o investimento de R$ 150 mil gera uma economia anual de R$ 90 mil, com retorno previsto para ocorrer em apenas 1,7 ano”, conta Ribeiro.
Eficiência energética e operacional com redução de custos O consumo anual de lubrificantes das máquinas e equipamentos utilizados nas grandes companhias da indústria siderúrgica chega a 9 milhões de litros, enquanto que no segmento de mineração e cimento alcança a 8 milhões de litros, e no de papel e celulose, a 2,6 milhões de litros. As empresas inseridas nestes mercados têm uma
economia média de 5% do gasto anual com energia elétrica gerada pela troca dos lubrificantes convencionais por lubrificantes especiais de alto desempenho – implicando uma diminuição do consumo de 9 milhões de MWh (siderúrgica), 8 milhões de MWh (mineração) e 2,6 milhões de MWh (papel e celulose).
Agências da ONU criam programa de alimentação sustentável Pnuma e FAO fazem parceria para conservação de ecossistemas essenciais para a segurança alimentar Foto: Divulgação
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Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e a Organização da ONU para a Alimentação e Agricultura (FAO) firmaram em setembro memorando de entendimento para garantir maior apoio aos serviços ecossistêmicos essenciais para a segurança alimentar no mundo. A conservação dos ecossistemas é fundamental para garantir as condições ideais para a produção de alimentos e o fornecimento de água, entre outros serviços. “Ecossistemas saudáveis s ão a alma da segurança alimentar, especialmente nos países em desenvolvimento, onde muitas pessoas têm seu sustento ligado diretamente à terra, aos mares e aos oceanos”, disse Achim Steiner, diretor-executivo do Pnuma e subsecretário-geral da ONU. “Os dois órgãos trazem competências diferentes e complementares para uma parceria que tornará mais eficiente o nosso trabalho na restauração e na gestão sustentável de ecossistemas”, acrescentou. O acordo formaliza a cooperação entre as duas agências, no contexto da Agenda de Desenvolvimento Pós-2015 e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). “Congratulo o excelente trabalho e a colaboração entre as equipes da FAO e do Pnuma, que mostram alto grau
Achim Steiner, diretor-executivo do Pnuma e José graziano da Silva, diretor-geral da FAO
de profissionalismo e entusiasmo em expandir nossa parceria”, afirmou o diretor-geral da FAO, o brasileiro José Graziano da Silva. O plano de parceria entre as organizações define quatro prioridades específicas: • A implementação de um Programa de Alimentação Sustentável como parte do Programa-Quadro de dez anos para Consumo e Produção Sustentáveis (10YFP), adotado pelos governos na Rio+20, por meio do Desafio Fome Zero do secretário-geral das Nações Unidas e de outras iniciativas. • Colocar em práticas iniciativas para manter e melhorar a sustentabilidade
e a produtividade dos ecossistemas terrestres, aquáticos e marinhos, e garantir a sobrevivência das funções ecossistêmicas críticas. • Melhorar e garantir o acesso a dados, estatísticas e indicadores para monitorar o uso de recursos naturais e progressos para alcançar os ODS. Disponibilizar informações e estudos que fortalecem a interface entre ciência e política. • Oferecer suporte comum para o desenvolvimento e implementação de instrumentos legais, especialmente aqueles que promovem mecanismos de governança que apoiem a dimensão social dos sistemas de alimentação sustentável e gestão de ecossistemas.
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Solvay fornece soluções para o Solar Impulse 2 Anúncio de Abu Dhabi como cidade-sede da primeira volta ao mundo da aeronave movida exclusivamente a energia solar foi feito durante a Assembleia Geral da ONU
Foto: Jean Revillard
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Grupo Solvay, primeiro e principal parceiro do projeto do avião movido a energia solar Solar Impulse, comunica que a segunda versão da aeronave – denominada (Si2) – iniciará a volta ao mundo sem usar combustível fóssil em março de 2015 partindo de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos. O anúncio da cidade-sede da First Round-The-World Solar Flight do Si2 foi feito em Nova York, durante a Assembleia Geral das Nações Unidas. Os plásticos e polímeros ultraleves e ultrarresistentes, filmes, fibras, lubrificantes e coatings criados e produzidos pela Solvay ajudarão o Si2 a alcançar novas metas de eficiência energética na área de ciência dos materiais. A nova versão do Solar Impulse tem 14 produtos da Solvay em um total de seis mil componentes, que melhoram o desempenho e contribuem para a redução do peso da aeronave. Embora sejam produtos novos, já estão sendo comercializados pela Solvay para numerosas
aplicações industriais, comerciais e em produtos destinados ao consumo. Além desses produtos aplicados em componentes do avião, uma inovação desenvolvida no Brasil – o fio têxtil inteligente Emana, que possui propriedades de ajudar no retardamento da fadiga muscular – será utilizada na confecção de vestimenta tipo segunda pele a ser usada sob os uniformes pelos dois pilotos da aeronave.
Voando dia e noite movido apenas a energia solar, o Si2 fará escalas na Ásia, Estados Unidos, no sul da Europa e no norte da África, antes de retornar a Abu Dhabi em julho de 2015. A missão deverá totalizar 25 dias e noites de voo, em um total de quatro a cinco meses, dependendo das condições climáticas. O grupo Solvay tornou-se o primeiro parceiro do projeto Solar Impulse em 2004 e, desde então, as inovações, tecnologias e produtos e o conhecimento científico ajudaram a primeira versão do avião a realizar suas missões inicialmente na Europa, no norte da África e, em 2013, nos Estados Unidos, sem a utilização de uma gota sequer de combustível fóssil. O Si2, uma versão atualizada da aeronave, além de expandir os limites da inovação, conhecimento técnico e empreendedorismo, agora está se preparando para o primeiro voo ao redor do mundo, mostrando às pessoas em todos os lugares o potencial das tecnologias limpas.
Brasil sobe em ranking e é o 9º país mais atraente em energia renovável, mostra EY
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Brasil é o nono país mais atrativo para investimentos em energia renovável, é o que indica a nova edição do Renewable Energy Country Attractiveness Index, ranking da EY (nova marca da Ernst & Young) que analisa o mercado de fontes limpas em 40 países. Depois de subir ao top 10 pela primeira vez na última edição do levantamento trimestral, o Brasil conquista mais uma colocação e se consolida como um dos principais destinos de investimentos do mundo. China é a primeira colocada do ranking, seguida por Esta76
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dos Unidos, Alemanha e Japão. Atualmente, o Brasil é o segundo colocado em atratividade hidrelétrica (principal matriz energética nacional), quarto em potencial para biomassa, sexto para energia eólica em terra e nono para energia solar. Em junho, o Brasil foi o primeiro país a sediar um jogo de Copa do Mundo alimentado exclusivamente por energia solar, no Mineirão. A expectativa, segundo análise da EY, é que o potencial da energia solar no Brasil, somado aos incentivos governamentais, atraia incentivos para o setor. Em outubro
será realizado o primeiro leilão exclusivo de energia solar, com expectativa de viabilizar até 10 GW de energia. A exigência elevada em porcentagem de conteúdo local para a concessão de financiamentos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) é um grande obstáculo para o desenvolvimento da energia eólica. Esse e outros gargalos logísticos terão que ser resolvidos para acomodar a geração de 22.4GW esperadas até 2023, visto que atualmente o país dispõe de apenas 3.5GW de capacidade instalada.
Goodyear faz sílica para pneu de cinza de arroz Empresa converte resíduos da colheita de arroz em banda de rodagem de pneus que economizam combustível
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toneladas de arroz são colhidas em todo o mundo, e o descarte da casca de arroz é um desafio ambiental. Como resultado, muitas vezes, as cascas são queimadas para gerar eletricidade e reduzir a quantidade de resíduos enviados para aterros. A sílica é misturada com borracha nas bandas de rodagem dos pneus para aumentar a resistência da borracha e ajudar a reduzir a resistência à rolagem, melhorando assim a economia de combustível. Ela também pode ter um impacto positivo na tração de um pneu em superfícies molhadas. “Os esforços de inovação da Goodyear estão focados em tornar os pneus mais ecológicos – em seus materiais, no seu desempenho e no processo de fabricação”, disse Zekoski. “Por exemplo, continuamos a explorar formas de aumentar a eficiência de combustível dos pneus. Nós nos esforçamos para ajudar os consumidores a manter seus pneus operando de forma otimizada, por meio de inovações, como a Tecnologia de Manutenção de Ar (AMT, sigla em inglês). E analisamos os recursos renováveis, incluindo óleo de soja, para substituir os materiais à base de petróleo nos pneus.” Foto: Divulgação
s resíduos de casca de arroz que antes eram enviados para aterros estão agora ajudando a Goodyear Tire & Rubber Company a produzir pneus energeticamente eficientes. A Goodyear anuncia que vai utilizar as cinzas que sobram da queima da casca de arroz para produzir eletricidade, como fonte ecológica de sílica para uso em seus pneus. A empresa testou a sílica derivada da cinza de casca de arroz nos últimos dois anos, em seu Centro de Inovação em Akron, e descobriu que seu impacto sobre o desempenho dos pneus é igual ao das fontes tradicionais. Atualmente, a Goodyear está em processo de negociação com fornecedores para comprar a cinza de arroz para uso em seus pneus. “O uso da cinza de arroz dará à Goodyear uma fonte alternativa de sílica com custo menor, ajudando também a reduzir a quantidade de resíduos de arroz que é enviada para os aterros “, disse Joseph Zekoski, diretor técnico interino. “Esta é uma vitória para a Goodyear, para nossos clientes e para o meio ambiente”, exultou. De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura, todos os anos, mais de 700 milhões de
700 milhões de toneladas energia pela queima de arroz colhidas de cascas descartadas
sílica de cinza usado em pneus
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Acesso à água e energia preocupa mineradoras Estudo da EY mostra que, diante do cenário de risco, empresas consideram cada vez mais as energias renováveis como alternativa
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s desafios para as mineradoras agora incluem também questões de custo e acesso à água e energia. Estudo da EY (nova marca da Ernst & Young) mostra que o acesso a esses recursos entra pela primeira vez no ranking das top 10 preocupações das mineradoras – no ano passado, ele ocupava a 12ª posição. Em 2013, as mineradoras gastaram US$ 11,9 bilhões em infraestrutura para água no mundo todo, aumento de 250% em relação a 2009, quando foram gastos US$ 3,4 bilhões. Da mesma forma, os preços globais de energia saltaram 260% desde 2000. Diante desse cenário, muitas das maiores empresas de mineração estão avaliando uma maior utilização de usinas de energia renovável. “A tendência deve se intensificar, como parte de uma estratégia para, dentre outros pontos, garantir o acesso a esses recursos e minimizar a exposição a mudanças regulatórias e preços de mercado”, afirma Daniel Peixoto, diretor de Auditoria do Centro de Energia e Recursos Naturais da EY.
Os dez riscos para as mineradoras levantados pela EY
1. Aumento de produtividade 2. Alocação e acesso a capital 3. Licença de operação 4. Nacionalização dos recursos 5. Projetos de investimento 6. Preços e volatilidade das moedas 7. Infraestrutura 8. Partilha de benefícios 9. Gestão de talentos 10. Acesso à água e energia De acordo com o estudo, o entendimento crescente das mineradoras é o de que a energia renovável deve se tornar centro das operações. Em 2018, o investimento das mineradoras da América Latina em energia renovável deve ficar em torno de US$ 532 milhões – em 2013, o total foi de US$ 37 milhões. No Brasil, a Vale investiu mais de US$ 120 milhões em recursos hídricos em 2013, e cerca de US$ 200 milhões em projetos de
fontes renováveis, de acordo com o relatório de sustentabilidade de 2013 da empresa. O principal desafio identificado pela EY é como retomar o aumento de produtividade. “Por cerca de uma década o foco das mineradoras foi crescimento, em um cenário de preço e demanda altos e foco no volume de produção. Hoje, com o fim desse ‘superciclo’, a atenção se volta para a produtividade”, destaca Peixoto. Segundo o especialista, a queda da produtividade nos últimos anos envolve uma combinação de fatores, como dificuldade de acesso a mão de obra especializada, baixo investimento em inovação e exploração de áreas menos rentáveis. Em segundo lugar no ranking está a alocação e acesso a capital. Investimentos, licenças de operação e infraestrutura são também alguns dos riscos elencados pela EY. O estudo destaca ainda outros riscos que estão no radar das empresas, mas não figuram os dez principais, como segurança da informação, fraude e corrupção, mudanças climáticas e novas tecnologias.
Dortmund é a primeira microcervejaria sustentável do Brasil Empresa utiliza caldeira à lenha e madeira de reflorestamento, trata a água utilizada na produção e tem reserva de Mata Atlântica no terreno da fábrica. A Cervejaria Dortmund, localizada em Serra Negra (SP), tem o comprometimento com os consumidores de fabricar cervejas utilizando apenas o que há de melhor em matérias-primas. Maltes, lúpulos e insumos importados e uso de água de ótima qualidade são provas do engajamento em manter um padrão de altíssimo nível nos produtos. No entanto, não basta somente oferecer ótimas cervejas e se esquecer de que a empresa também tem papel social e ecológico. Por isso, a Cervejaria 78
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Dortmund é comprometida com práticas sustentáveis para minimizar os impactos no meio ambiente. A empresa é a única microcervejaria do Brasil a utilizar caldeira à lenha proveniente de madeiras de reflorestamento e sobras das indústrias moveleiras da região, portanto, a produção é totalmente livre de gás natural. Além disso, a Cervejaria Dortmund possui uma reserva de Mata Atlântica de 40 alqueires na área da fábrica, que neutraliza total-
mente as emissões de CO 2 oriundas da produção. Outro fator que mostra tal compromisso é que após a produção das cervejas, toda a sobra de água é devolvida à natureza totalmente tratada. São centenas de litros mensais que retornam ao meio ambiente sem qualquer impacto ambiental. Em breve serão instalados mecanismos de energias solar e eólica. O objetivo da empresa é ser a primeira e única microcervejaria do Brasil 100% sustentável.
OTC BRASIL 2015 E VENT O ORG ANIZ ADO POR IBP E OT C
THE ATLANTIC: FROM EAST TO WEST—AN OCEAN OF INNOVATION
O ATLÂNTICO: DE LESTE A OESTE— UM OCEANO DE INOVAÇÕES
Rio de Janeiro | 27–29 Oc tober– Outubro 2015 | otcbrasil@ibp.org.br
Exhibit and Sponsorship Opportunities Still Available!
Ainda temos oportunidades de Patrocínio e Espaços para a Exposição.
International Sales Contact Email: otcbrasil@ibp.org.br
Contato de Vendas América do Sul Email: otcbrasil@ibp.org.br
otcbrasil@ibp.org.br
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Desenvolvimento Humano e Sustentabilidade
A Força da Equipe
Há uma espécie de consenso entre executivos, empresários, gerentes e administradores sobre o papel importante que pode ser exercido em uma organização por uma boa equipe. Creio que poucos líderes (ou nenhum) ousariam dizer que podem trabalhar bem sem um time azeitado.
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Wanderlei Passarella é mestre em Administração de Empresas e bacharel em Economia pela FEA-USP, e também Engenheiro Mecânico pela Escola Politécnica da USP. Pós-graduado na Abordagem Transdisciplinar Holística, pela Unipaz/FSJT. Atualmente dirige a Synchron Participações e é coach de executivos. Foi diretor presidente da GPC Química S/A e da Petroflex S/A. Também foi diretor geral da Menasha Materials Handling South America e exerceu cargos gerenciais na Nitroquímica (Grupo Votorantim) e Ipiranga Química.
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ntretanto, esse consenso me parece um tanto velado ou superficial, dado que os principais elementos que formam a força de uma equipe são, consciente ou inconscientemente, deixados de lado pelos que deveriam liderar grupos. Vamos ver como isso acontece. Parece-me que a ideia de formar uma equipe, para muitos gerentes e chefes, é mais pelo lado de obter uma divisão do trabalho. Essa é a falácia principal. Pois embora seja necessária a partilha das tarefas, essa não é a vantagem principal de um grupo. É claro que ninguém consegue fazer mais do que a limitação de tempo lhe impõe. E aí estaria a justificativa de uma equipe. Seria suprir a carência de tempo que um chefe teria para se dedicar a um determinado projeto ele sozinho, se pudesse. Assim, a equipe agiria como um prolongamento artificial das mãos desse chefe. As consequências de tal postura e ideologia são várias: • Procura por pessoas “iguais” ao chefe, já que seria muito bom se estas executassem o trabalho da forma que este o faria, e do jeito que ele gosta e preconiza. • Um alto grau de controle sobre as tarefas das pessoas, para que seja checado constantemente se estão se saindo como o esperado. • Baixo grau de autonomia e tomada de decisão pelos participantes do grupo, já que são mantidos dependentes de um elemento central. • A cooperação não é valorizada e não é incomum observarmos, nesse tipo de grupo, uma alta competição interna. Já que são colocadas para trabalharem juntas pessoas bem qualificadas tecnicamente, então cada uma vai buscar a maneira própria de se firmar, uma vez que não encontram um ambiente propício às trocas. • Por fim, tal postura engendra uma baixa confiança. Os controles excessivos, a dependência das determinações superiores, as poucas demandas por decisões conjuntas e a competição entre membros solapam a possibilidade de cooperação e o clima se torna de baixa confiança mútua Qualquer semelhança entre o quadro descrito acima e o que você leitor alguma vez já observou ao seu redor não é mera coincidência! ...Dessa forma, o time que deveria exercer um papel de maximização de resultados (com satisfação social por uma interação produtiva) acaba executando uma função pequena e subotimizada. E com trocas constantes de profissionais, o que é pior. Dizem que as pessoas não trocam de empresa, mas de chefes!
O que se deveria ter em mente, a meu ver, quando se fala de uma equipe forte são três elementos fundamentais (que não se esgotam em si): confiança, cooperação e tomada de decisão. A confiança é o elemento central. Ela se estabelece num grupo a partir das posturas e atitudes de seu líder. Não adiantam discursos e palavras vazias. Apenas o exemplo é forte o suficiente para gerar um clima de confiança. E a firmeza do exemplo vem com o tempo, após episódios onde todos observam a clareza das ideias, a constância de propósitos e a justiça nas deliberações. Enfim, não há confiança num grupo se não for observada a transparência e a honestidade. Se houverem agendas escondidas, ou intenções encobertas, não poderá haver um clima de confiança e, portanto, não haverá um grupo coeso. Esse ponto é o que mais observamos como crítico para o processo de fortalecer uma equipe. A cooperação, que pode ocorrer após a obtenção de um ambiente de confiança, faz com que o resultado final seja maior do que a soma das partes. Se, por um lado, não é possível que exista apenas cooperação, dado que algum grau de competição sempre existirá (sendo saudável, dentro de limites), por outro lado o ganho obtido pelo desenvolvimento do espírito cooperativo é concreto. Em experiência com alunos, os colocamos para assistir um filme e depois para responderem a um questionário sobre o mesmo, primeiro individualmente e depois em grupo. Os acertos obtidos, quando das respostas individuais ou em grupo não foram muito diferentes, em diferentes experimentos realizados. Mas, após a revisão de aprendizagem sobre como colaborar, ouvir-se de fato, respeitar-se, participar ativamente do debate em torno das respostas certas e, enfim, de não deixarem de defender suas opiniões, repetimos o exercício novamente com outro filme. E, invariavelmente, a média de acertos dos grupos nesse caso foi significativamente maior do que a média de acertos individuais! Ficou demonstrada a força da equipe que tem a confiança e a cooperação como seu valor aprendido e vivenciado. Para uma equipe que chegou nesse ponto de colaboração é um desperdício que as decisões importantes não sejam tomadas pelo próprio grupo. Enquanto existir um clima de baixa confiança e baixa cooperação é preciso que um chefe decida, pois a autonomia e capacidade decisória do grupo estarão embotadas. Chefes inseguros, ou mal preparados, enxergam essa assertiva, mesmo que apenas intuitivamente, e agem para que o grupo permaneça infantilizado. Mas, após o estabelecimento de um ambiente favorável, é preferível que as decisões sobre as questões mais importantes fluam através do grupo porque, como demonstramos, várias cabeças pensam melhor do que apenas uma. Cada pessoa
vê um ângulo diferente da questão, enxerga um fato que o outro não viu, e assim sucessivamente. Mas, só vão funcionar melhor, as diversas cabeças, se estiverem preparadas para tal, com o ambiente favorável à confiança e cooperação! É uma pena que ainda observemos muitas equipes que só trabalham juntas por conta da famigerada divisão do trabalho. Como procuramos argumentar, durante este artigo, isto é uma subotimização de suas capacidades e um impeditivo para resultados melhores para todos. Mas, continuo otimista e achando que estamos caminhando, paulatinamente, na direção correta. Em futuro breve, aprenderemos a trabalhar em equipe da forma mais profunda e construtiva para o benefício individual, dos negócios e de nossa coletividade. É a mesma lógica que se observa na natureza. Hoje os cientistas de ponta sabem que Darwin estava parcialmente correto. A competição desempenhou um papel importante na evolução contínua das espécies, mas foi a cooperação que consolidou os saltos evolutivos mais importantes. Há inúmeras demonstrações dessa verdade. Para os que se interessam pelo tema indico o livro Maré da Vida, do Dr. Lyall Watson. Assim, está em nossa natureza nos prepararmos para um salto evolutivo através da confiança, da cooperação e das decisões debatidas conjuntamente. Uma dica é começarmos a verificar em nós mesmos se não estamos boicotando o todo em troca de interesses egoístas (que nem sempre identificamos claramente em nosso íntimo). É preciso maturidade para superar as zonas cinzentas de nossas personalidades em busca de uma evolução pessoal que pode facilitar os resultados e permitir o compartilhamento dos méritos. É lei da natureza: quanto mais nos livramos do imediatismo e individualismo, mais conseguimos ganhar e permitir que outros ganhem. Enquanto nos prendermos à ideia de que apenas o mais forte sobrevive, não conseguiremos sair do círculo vicioso da selva primitiva e a levaremos para nossas vidas pessoais, profissionais e para nossas empresas, em última instância. Por isso vejo com muita expectativa construtiva os movimentos atuais das empresas que emergiram das tecnologias de ponta nas áreas de informação, entretenimento, comunicação, etc. Elas já nasceram incorporando o novo paradigma da atividade colaborativa e criativa. Certamente, essa influência positiva chegará a nossas empresas de capital intensivo, em alguns casos ainda presas ao velho paradigma. Enquanto isso ocorre aos poucos, proponho que procuremos olhar, insistentemente, para nós mesmos e para nossas equipes, enxergando o que fazer para nos superarmos e alcançarmos resultados melhores para todos. TN Petróleo 98
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A executiva será responsável por expandir a presença da companhia na região, acelerando o desenvolvimento de tecnologias e soluções que contribuirão em eficiência e confiabilidade para enfrentar os crescentes desafios e complexidades na indústria e maximizar a geração de valor para o cliente. Patricia tem 20 anos de experiência na indústria de petróleo, na qual já trabalhou em posições técnicas, de operação e de liderança nos Estados Unidos, México, Colômbia e Brasil. Com base no Rio de Janeiro, a executiva liderará os 5.400 empregados da GE Oil & Gas na América Latina e será responsável por desenvolver capacidades regionais. “O grande desafio está em aumentar a nossa presença na região. Hoje, a empresa é líder no fornecimento de soluções para a indústria de óleo e gás e o objetivo é expandir as fortes relações de parceria que temos com nossos clientes, além de desenvolver tecnologias que complementem o nosso portfólio e atendam o mercado com soluções cada vez mais completas”, afirma ela.
Previamente, Patricia ocupou diferentes cargos de liderança em empresas do setor de petróleo e gás, incluindo a vice-presidência de operações e diretoria de Recursos Humanos para a América Latina. É graduada em Engenharia de Petróleo, na Universidade de Santander, Espanha, possui um Master Degree em Technology Development & Engineering Management na Oklahoma State University e um MBA na Thunderbird School of Global Management (ambos nos EUA). Com base no Rio de Janeiro e uma equipe de 5.400 funcionários na região, ela tem a responsabilidade de dar continuidade ao fortalecimento das capacidades regionais da GE Oil & Gas na América Latina. A GE Oil & Gas é líder mundial em equipamentos e serviços
Foto: Divulgação
Patricia Vega é a nova presidente e CEo da GE Oil & Gas para a América Latina
de tecnologia avançada para todos os segmentos da indústria de petróleo e gás. A divisão de energia tem como foco a inovação tecnológica e, por meio de aquisições estratégicas, fortalecer sua presença local para melhorar continuamente o desempenho do setor petrolífero e sua produtividade.
Denise Porcelli é a nova presidente do Grupo Solvay na América Latina
Foto: Divulgação
A executiva brasileira Denise Porcelli assumiu a partir do dia 1º de outubro a presidência do grupo Solvay na América Latina, em substituição a Osni de Lima. Formada em Direito, pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Denise Porcelli também fez MBA Executivo Internacional pela FIA/USP e completou programas de administração no Institute of Management Development (IMD) em Lausane, na Suíça; na Universidade de Navarra, campus de Barcelona, na Espanha; na Bocconi School of Management, em Milão, na Itália; na École de Management, em Lyon, na França; e no Judge Institute of Management, da Universidade de Cambridge, Inglaterra. Tem ampla experiência na área Jurídica Corporativa, tendo ocupado postos de responsabilidade em organizações globais, mais recentemente na Elevadores Atlas Schindler e na Pirelli S/A. Entrou na Rhodia em 2008, assumindo a posição de General Counsel da empresa na região. Em 2012, p assou a integrar o grupo Solvay, que havia adquirido a Rhodia no ano anterior. Além de G eneral Counsel do grupo Solvay, função que acumulará com a presidência, Denise Porcelli integra os conselhos de administração de algumas das joint ventures da Solvay na região.
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Alexandre Imperial iniciou sua carreira na DNV GL como estagiário, há 23 anos, e, desde então obteve vasta experiência em várias funções no Brasil e na Ásia no setor marítimo, e em petróleo e gás, como técnico e líder. Iniciou sua carreira de gestor como gerente de Estação em Macaé, além de ser coordenador de plataforma para a Petrobras. Também atuou como gerente global de Contas Principais da Petrobras, e como condutor de desenvolvimento de negócios na América do Sul e do sudeste da Ásia/Pacífico. Engenheiro mecânico formado pela Universidade Gama Filho (RJ), Alex Imperial é pós-graduado em Engenharia de Segurança pela Pontifí-
Klüber Lubrication tem novo gerente industrial
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Alexandre Imperial assume como gerente regional da divisão de Oil & Gas da DNV GL para a América do Sul, seguindo os planos da companhia de criar uma unidade específica de P&D no Brasil. Imperial retornou recentemente de Cingapura, onde ocupava o cargo de diretor do Centro de Tecnologia em águas profundas da DNV GL, para assumir a divisão de Petróleo e Gás na América do Sul. A nova unidade de Pesquisa & Desenvolvimento será um dos focos da DNV GL no Brasil. “Com os movimentos tecnológicos em andamento para operar o pré-sal offshore e os planos futuros no Brasil, além de outras oportunidades na América do Sul, estou entusiasmado por ter assumido este papel em momento tão importante, tanto para a região quanto para a DNV GL. Trabalhamos com 130 técnicos locais, e contamos com a expertise ampla e profunda dos nossos 5.500 funcionários em todo o mundo”, afirma Imperial. Foto: Divulgação
DNV GL apresenta novo gerente regional na América do Sul
cia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e em Engenharia Ambiental pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
A Klüber Lubrication, empresa global especializada no desenvolvimento, produção e fornecimento de lubrificantes especiais, tem um novo gerente industrial na unidade fabril do Brasil, instalada em Barueri (SP). Trata-se do engenheiro mecânico Nilton Tavares, que chega à empresa para reforçar a estratégia de desenvolvimento no mercado sul-americano nos próximos anos. Nilton Tavares atua há quase 20 anos no Grupo Freudenberg, do qual a Klüber Lubrication faz parte. Durante este período atuou como gerente industrial das fábricas da Freudenberg Não Tecidos e Freudenberg Filtration Technologies (Jacareí, SP). Passou três anos expatriado na planta da Freudenberg Não Tecidos na Cidade do Cabo, África do Sul, onde contribuiu para a empresa superar o desafio de elevar a rentabilidade da fábrica de 2% para 5%. A transferência profissional entre estas empresas foi facilitada pelo processo de Gestão de Talentos do Grupo Freudenberg, o qual favorece a retenção de talentos por ampliar as possibilidades de carreiras internamente. “Atuar no grupo é motivador, e fazer parte do time da Klüber Lubrication é uma excelente oportunidade de desenvolvimento e conhecimento de novos mercados”, comenta Tavares. TN Petróleo 98
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Paolo Rocca na lista dos melhores CEOs do mundo O CEO da Tenaris, líder na produção e fornecimento de tubos de aço, ocupa o 21º lugar
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A Harvard Business Review, da universidade norte-americana Harvard, divulgou um ranking dos 25 melhores CEOs do mundo – Chief Executive Officers. Paolo Rocca, CEO da Tenaris e presidente do Grupo Techint, figura no 21º lugar. O ranking, liderado por Jeffrey Bezos, da Amazon, considerou 832 CEOs de 827 companhias de todo o mundo. A avaliação levou em consideração o desempenho das companhias nos países e nos setores que atuam desde o dia que os executivos tomaram posse até abril de 2014, entre outros fatores. A Tenaris, líder global no fornecimento de tubos de aço e serviços relacionados para a indústria energética mundial, ocupa o primeiro lugar em produção e fornecimento de tubos de aço soldados para a indústria brasileira. Com fábrica em Pindamonhangaba, a Tenaris também é a primeira na exportação desses produtos para o
Mercosul e América Latina. A empresa opera uma rede integrada de produção de tubos de aço, de pesquisa, de terminação e de bases de serviços, com operações industriais nas Américas, Europa, Oriente Médio, Ásia e África. Em abril de 2014, o Brasil foi escolhido para receber seu quinto centro de P&D no mundo, com um investimento de US$ 39 milhões. O empreendimento foi instalado no Parque Tecnológico da UFRJ, no Rio de Janeiro – capital nacional do petróleo. O italiano Paolo Rocca, nascido em Milão em 1952, estudou Ciências Políticas na Universidade de Milão. Em 1985 obteve a certificação de PMD (Program for Management Development) na Universidade de Harvard. Além de CEO da Tenaris e presidente do Grupo Techint, Paolo Rocca é membro do Comitê Executivo de Worldsteel e membro do International Advisory Committee da bolsa de Nova York.
Murilo Brotherhood é o atual executivo responsável pela estratégia regional Latam da Henkel, empresa líder global em marcas e tecnologias nas áreas de Laundry & Home Care, Beauty Care e Adhesive Technologies. O executivo ocupa uma nova posição na empresa, assumindo as equipes de Estratégia, Desenvolvimento de Novos Negócios e Marketing Industrial. Dentre suas atribuições estão dar suporte ao crescimento do negócio por meio da identificação de novos mercados no Brasil e América Latina; identificar e desenvolver novos negócios; prospectar oportunidades de fusões e aquisições; potencializar ainda mais o Marketing de Adesivos Industriais como fomentador de novos negócios; reduzir a complexidade do portfólio de produtos; gerenciar o ciclo de vida dos produtos; atuar 84
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na simplificação de processos; focar em oportunidades de otimização de despesas; além de atrair e desenvolver talentos para a região. “É motivo de grande orgulho integrar a equipe da Henkel na América Latina. Atuarei com persistência para atingir os objetivos da organização e manter a região em destaque”, afirma o executivo. Antes de trabalhar na Henkel, Murilo Brotherhood atuou em grandes empresas como Walmart, Bain & Co., Unibanco, General Electric, entre outras. Possui MBA pela Cornell University – NY (Johnson Graduate School of Management), especialização pelo Japan Productivity Center – Tokyo, pós-graduação em Gestão Industrial pela FAE e graduação em Engenharia Mecânica pela PUC do Rio de Janeiro.
Foto: Comunicação Institucional Henkel
Novo executivo responsável pela estratégia regional Latam
Carlos Pastoriza assume a presidência da Abimaq “Durante estes sete anos de mandato, o Luiz Aubert promoveu uma mudança nesta casa, transformou a entidade em uma fraternidade de irmãs e irmãos, sem hierarquias. A Abimaq tornou-se uma casa de todos nós.” Essas foram as palavras de abertura do discurso de Carlos Pastoriza, ao assumir oficialmente a presidência da Abimaq para o período de 2014 a 2018. Em seu discurso, Pastoriza enalteceu o trabalho do seu antecessor, Luiz Aubert Neto, e disse que vai continuar a luta em prol da indústria nacional. Aubert abriu o seu pronunciamento relembrando o dia da sua posse. “Lembro quando eu tomei posse: este espaço estava cheio de pessoas, eu sem experiência nenhuma, ‘o que estou fazendo aqui?’. Um dos maiores traumas que eu tinha era falar ~åìåÅáç|çáäÖ~ë|OMNQ~K~á===N===ULOVLNQ===PWOQ=mj em público. Boa parte desses cabelos
Foto: Divulgação
Luiz Aubert Neto recebeu a estatueta O Vencedor pelo trabalho realizado nos últimos sete anos.
brancos eu adquiri nos primeiros três anos de mandado.” O ex-presidente e atual vice também falou sobre a maior conquista que obteve durante seu mandato. “Minha grande conquista pessoal foi fazer muitos amigos que lutam pelos mesmos ideais. Eu mesmo não fiz nada, todos me falam que eu fui aberto, mas eu fui aberto por medo... tive que dividir a responsabilidade... eu não ia as-
sumir sozinho e aprendi que isso é o certo”, afirmou. “O poder transforma as pessoas. Você começa a aparecer na tevê, em jornais, isso é bom, mas é preciso saber lidar com a situação. Não pode deixar o poder subir à cabeça, senão, depois, está perdido... você vai subindo e, quanto mais alto, maior a queda. Respeito tudo e todos, pois é isso que vale na vida. Não fiz nada sozinho, nós fizemos, desde os funcionários da Abimaq, todos”, enfatizou Aubert. E finalizou dizendo que tem certeza que Carlos Pastoriza fará um excelente trabalho. “Se tem alguém que merece estar aqui é o Pastoriza. Não tenho dúvidas de que ele fará um excelente mandado, pela inteligência que tem. Muito obrigado por tudo. Agradeço muito a todos vocês. Pastoriza, parabéns, estamos juntos, e bom trabalho!”
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produtos e serviços
CTS Solda
Centro de Tecnologia Senai Solda ganha laboratório de ponta
A diretora-geral da ANP, Magda Chambriard, ressaltou a importância da iniciativa de estimular as empresas a investirem em pesquisas visando ao desenvolvimento da indústria do Brasil. “Nos últimos 15 anos, o país dobrou a produção de petróleo. Na próxima década, vamos dobrar de novo. Essa é uma escalada impressionante e que garantiu um investimento em pesquisa de cerca de R$ 10 bilhões. Inaugurar esse laboratório é o coroamento dessa política. Estamos vendo o resultado palpável de tal iniciativa do Brasil de investir no desenvolvimento da indústria”, disse Magda. O presidente do Sistema Firjan, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, destacou o importante papel da pesquisa para a formação de uma indústria competitiva e inovadora. “Esse laboratório é a demonstração do alcance que o desenvolvimento da atividade de petróleo e gás pode trazer como alavanca ao desenvolvimento nacional. O trabalho de ampliação e modernização feito aqui representa investimento de cerca de R$ 24 milhões. O que estamos oferecendo neste laboratório está em linha com o que há de mais avançado e reforça a condição de polo tecnológico que o Senai Rio representa para a indústria”, afirmou. O Laboratório de Excelência em Tecnologia da Soldagem terá o único sistema a laser de soldagem híbrida, com características de construção e tecnologias embar86
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Fotos: Antonio Batalha
O Centro de Tecnologia Senai Solda (CTS Solda) inaugurou, dia 30 de setembro, o mais moderno e completo Laboratório de Excelência em Tecnologia de Soldagem da América Latina. O espaço é resultado de uma parceria entre Senai, Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e Petrobras.
cadas, do mundo. O equipamento permite a combinação de dois processos de soldagem em uma única aplicação, o que permite a aceleração da velocidade do trabalho. Por englobar todas as modernas tecnologias de soldagem em um único lugar, o laboratório vai ser utilizado para o desenvolvimento de forma integrada de pesquisas nas áreas de união de materiais, de integridade e de caracterização dos materiais. Os
estudos para o desenvolvimento de tecnologias ligadas aos novos materiais são importantes, principalmente com o avanço da exploração em águas profundas, na camada pré-sal. De acordo com o gerente executivo do Centro de Pesquisas da Petrobras, André Cordeiro, a indústria de petróleo está passando por uma transformação com a exploração na camada pré-sal, o que demanda, cada vez mais, um número maior de profissionais de soldagem muito qualificados. “Na área do pré-sal, estamos trabalhando com novos elementos contaminantes e com novos materiais, que exigem uma soldagem de mais qualidade. O laboratório veio cumprir o papel importantíssimo de permitir que tenhamos melhor mão de obra e assim podermos aumentar a produtividade”, disse.
Brasil Supply
Sétima embarcação para serviços de apoio
O BS Itamaracá foi lançado ao mar no dia 7 de outubro, no Estaleiro Eisa, onde foi construído, na Ilha do Governador (RJ). A embarcação terá papel de destaque na distribuição de fluidos e granéis líquidos e contribuirá para o desenvolvimento da exploração e produção petrolífera na Bacia de Santos. Com tripulação de 16 marinheiros e capacidade para seis passageiros, dará apoio direto às plataformas de produção e perfuração, transportando suprimentos e materiais. Considerado o estado da arte no que se refere à tecnologia e sistemas de navegação e comunicação, o barco tem capacidade de transportar grandes volumes de carga líquida, com quatro tipos de segregação: lama sintética; lama à base de óleo; lama à base de água; e salmoura. O BS Itamaracá é o primeiro barco do tipo PSV (Platform Supply Vessel) da Brasil Supply. Foi concebido com 4.500 DWT (deadweight tonnage), o que signi-
Foto: Armindo Moura
Sétima embarcação que a companhia Brasil Supply coloca a serviço da Petrobras, o BS Itamaracá operará na Bacia de Santos, em atendimento a plataformas petrolíferas da região de Macaé (RJ).
fica que poderá transportar até 4,5 mil toneladas entre cargas, combustível, água potável, provisionamentos e tripulação. Sua principal utilização será no transporte de fluidos de completação e perfuração para poços de petróleo, atividades nas quais a companhia já possui expertise. Mais dez embarcações e oportunidades de negócios – A Brasil Supply entregará à Petrobras mais dez embarcações para apoio, sendo três PSV, seis UT 4000 e uma de passageiros (crew boat), a ser entregue provavelmente ainda em 2014 e cujo escopo é apoiar a logística offshore na Bacia do Espírito Santo. No próximo ano, será colocada
em operação mais uma embarcação similar à BS Itamaracá. O presidente da empresa, José Ricardo Roriz, acentua que o cenário de petróleo e gás no Brasil sinaliza novas oportunidades de crescimento nos próximos anos, sobretudo devido a novas descobertas dos reservatórios do pré-sal. “Sem dúvida, esse incremento esperado trará oportunidades aos demais setores da cadeia produtiva, como o de apoio marítimo e logística offshore. Pensando nisso, a Brasil Supply, líder na produção de fluidos de perfuração e completação, vem investindo continuamente na expansão de sua frota, pois vislumbra uma grande oportunidade de aumentar seus negócios no ramo, não só com a Petrobras, mas também com outras operadoras do setor ”, ressalta Roriz.
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produtos e serviços
Honda
Honda inicia operações com gás natural Motivada pelo desafio contínuo de manter o equilíbrio com o meio ambiente em todo o ciclo de vida de seus produtos, a Honda implementou, neste mês de setembro, o uso de gás natural no processo produtivo de motocicletas da fábrica de Manaus (AM). A iniciativa, que contou com investimentos na ordem de R$ 2,5 milhões, permitirá que a empresa deixe de emitir mais de 1.500 toneladas de CO2 por ano. Para viabilizar o recurso, a Honda instalou uma estação de medição e redução de pressão com capacidade para fornecer, por hora, 4.000 m³ de gás natural proveniente do gasoduto local de Urucu. Trata-se de um combustível limpo, que emite quase a metade de CO2 gerado pelo carvão e petróleo. A medida foi adotada, em substituição ao GLP (Gás Liquefeito de Petróleo), nas etapas de geração de vapor, derretimento do alumínio e secagem da pintura das motocicletas produzidas na capital manauara. Compromisso ambiental – O investimento constante em ações que reduzam os impactos ambientais
Foto: Divulgação Honda
Empresa aposta em soluções para reduzir as emissões de CO2 de suas atividades.
de suas atividades e produtos é premissa da Honda. Assim, a empresa tem como meta global a redução de 30% das emissões de CO2 geradas em suas atividades até 2020. No Brasil, em 2009, a Moto Honda foi pioneira ao lançar a primeira motocicleta flex do mundo. Hoje, já são seis os modelos flex produzidos no país: CG 150 Titan Mix, NXR 150 Bros, CG 150 Fan,
Biz 125, CB 300R e XRE 300, que representam juntos mais de 60% das vendas da marca. Somando-se às operações de motocicletas, produtos de força e automóveis, o que inclui a construção do primeiro parque eólico da empresa no mundo, a Honda investiu, de julho de 2011 a julho de 2014, cerca de R$ 120 milhões em gestão ambiental no Brasil.
Marksell
Portas seccionais e abrigos de docas em catálogo de produtos Linha My Door atende a todas as normas de segurança no trabalho e traz facilidade ao oferecer solução completa para modernização de docas. Com o objetivo de oferecer uma solução completa a seu público, a Marksell, empresa pioneira na fabricação de plataformas para movimentação de cargas no Brasil, apresenta a linha My Door, de portas seccionais e abrigos para docas. “Para a Marksell, é fundamental entender as necessidades do mercado e oferecer eficiência. A partir de agora, nossos clientes encontram em um único lugar a porta, 88
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o abrigo e a niveladora para doca”, explica o diretor de Novos Negócios da Marksell, Jorge Franchi. As portas seccionais possuem isolamento térmico e podem ser verticais, anguladas ou curvadas. O acionamento pode ser manual ou automático, com a opção de porta para pedestres. Já as janelas estão disponíveis em três formatos: oval, circular ou retangular.
Os abrigos de docas possuem lateral em PVC macio, moldura simples ou dupla em alumínio, cortina removível e perfil de escoamento para drenagem, além de oferecer maior resistência a rasgos, uma vez que o perfil de alumínio tem as bordas arredondadas. Todos os produtos da linha My Door cumprem as normas de segurança no trabalho.
Henkel
Henkel adquire a The Bergquist Company A Henkel, líder global em marcas e tecnologias nas áreas de Adhesive Technologies, Beauty Care e Laundry & Home Care, assinou contrato para adquirir a The Bergquist Company, fornecedora privada líder em soluções termomagnéticas para a indústria de eletrônicos mundial. Com base em Chanhassen (EUA), a Bergquist fornece soluções termomagnéticas para aplicações eletrônicas, atendendo a uma variedade de indústrias que vão desde a automotiva com foco no consumidor e eletrônicos industriais, bem como iluminação de LED na América do Norte, Ásia/Pacífico e Europa. No ano fiscal de 2013, a empresa gerou vendas em torno de 130 milhões de euros. Tem cerca de mil colaboradores em seis unidades de produção – cinco nos EUA e uma na China. “Com esta aquisição – que está de acordo com nossa estratégia global de investir em tecnologias líderes complementares – estamos fortalecendo nossa posição como um mercado global e líder em tecnologia”, afirma Jan-Dirk Auris, vice-presidente executivo de Adhesive Technologies. “A trajetória da Bergquist em desenvolver soluções termomagnéticas únicas ajusta-se ao nosso compromisso de fornecer
Foto: Divulgação
Aquisição faz parte da estratégia de crescimento para 2016 da empresa, que fortalece seu portfólio.
soluções personalizadas best in class.” No ano fiscal de 2013, a unidade comercial Adhesive Technologies da Henkel gerou vendas de mais de 8 bilhões de euros, tornando a companhia a fornecedora líder em soluções para adesivos, selantes e revestimentos funcionais. As partes concordaram em não divulgar quaisquer detalhes financeiros sobre a transação, que será contabilizada como lucro após o fechamento. A aquisi-
ção está sujeita à aprovação das autoridades antitruste. Aquisições no ano fiscal de 2014 Fevereiro: Fechamento da aquisição do negócio de produtos de Laundry & Home Care da polonesa PZ Cussons por 53 milhões de euros. Maio: Fechamento da aquisição da marca latino-americana de cosmética capilar Pert por 24 milhões de euros. Junho: Assinatura da aquisição da French Spotless Group por 940 milhões de euros. Junho: Fechamento da aquisição das empresas americanas de produtos profissionais para cabelo SexyHair, Alterna e Kenra por 274 milhões de euros.
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produtos e serviços
Comerc Gas
Comerc e Gas Energy formam empresa de gestão de gás natural Recém-criada, a Comerc Gás aposta no desenvolvimento do mercado livre de gás natural no Brasil e espera sobreoferta do combustível a partir de 2017, motivada pela exploração do pré-sal. A Comerc, maior gestora independente de energia elétrica do país, e a Gas Energy, maior consultoria brasileira na área de gás natural, anunciam a criação da empresa Comerc Gás. O objetivo inicial é oferecer serviços de gestão do consumo de gás natural para a indústria. No longo prazo, a meta é comercializar o insumo no mercado livre de gás natural a partir da oferta oriunda da expansão da produção do gás no pré-sal e da exploração onshore. “Estamos apostando no desenvolvimento deste mercado livre nos próximos três anos, e nossa missão é preparar o futuro consumidor livre de gás natural e contribuir com a regulação deste mercado”, destaca Pedro Franklin, diretor da nova empresa. A Comerc Gas estima um crescimento de 40% para o mercado industrial de gás natural nos próximos cinco anos, com a comercialização de mais de 40 milhões de m3 por dia. Atualmente, o consumo gira em torno de 29 milhões de m3 por dia. Hoje não há consumidores livres de gás natural no país, embora existam leis estaduais que permitem o desenvolvimento desse mercado – São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, 90
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Espírito Santo, Amazonas e Maranhão. A expectativa é que, com o pré-sal, se origine uma sobreoferta de gás natural e, por consequência, o surgimento de novos gasodutos de transporte que levem o insumo até as distribuidoras estaduais. A maior disponibilidade do gás natural, em condições comerciais mais favoráveis, permitirá o aumento do consumo industrial e, por extensão, a maior adesão dos grandes consumidores ao mercado livre. “Até lá, será fundamental o surgimento de novos gasodutos de transporte e Unidades de Processamento de Gás para permitir o escoamento da produção de gás natural do pré-sal, caso contrário o gás pode acabar se tornando, no limite, um gargalo para a extração do petróleo”, explica o executivo. Expertise reunida – A Comerc Gás nasce sob a união da expertise comercial da Comerc e da inteligência na cadeia de valor do gás natural da Gas Energy, com capital técnico e de gestão para auxiliar os futuros consumidores livres deste combustível quanto ao momento certo de migrar para o mercado livre e na gestão mensal dos contratos. Como já acontece no mercado livre de energia elétrica, há um limite mínimo de consumo de gás natural para que a empresa entre no mercado livre. No estado de
São Paulo, por exemplo, o consumo mínimo é de 300 mil m3 por mês, o equivalente a uma conta mensal de mais de R$ 350 mil. “Com montantes tão altos, é crucial ter uma visão de mercado para a implementação adequada da melhor estratégia de migração”, pontua Pedro. A nova empresa já está em contato com os grandes consumidores de gás natural do país, incluindo os que já são clientes da Comerc. O gás natural extraído a partir da exploração do pré-sal tem algumas características: ele não serve para suprir as termelétricas, pois não pode ser interrompido; quase toda a produção do gás estará associada ao petróleo, ou seja, seu fluxo é contínuo. No Brasil, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) limitou a queima do gás natural. Por isso, a Comerc Gás acredita que, a partir de 2017, o Brasil terá uma sobreoferta desse insumo, uma vez que ele não poderá ser queimado em grandes quantidades nem utilizado em termelétricas no modelo atual. “Neste momento, teremos a oportunidade de desenvolver o mercado livre de gás, pois haverá maior oferta no Brasil, ao mesmo tempo em que os Estados Unidos devem aumentar suas exportações de gás e, em consequência, poderá ocorrer um recuo nos preços internacionais”, conclui Pedro Franklin.
Petrodidática
Máquina de análise de ponto de inflamação de fluidos
Maior fabricante nacional de equipamentos para laboratórios da área petroquímica, a Petrodidática lança a máquina de análise de inflamação de fluidos ponto de fulgor Cleveland automático com vaso aberto. Projetada para indústrias dos segmentos de óleos, produtos químicos e combustíveis, a novidade confirma através de análise digital e automatizada se a produção destas companhias atende às normas vigentes. Para a análise, o equipamento conta com bico de gás que aciona uma chama para induzir o fluido ao ponto de fulgor. Sensores digitais computam todas as variáveis do processo e o painel digital expõe os indicadores de reação do produto, como o aumento de temperatura. Com o teste, os fabricantes da área de fluidos conquistam mais agilidade e precisão para assegurar que seus produtos atendem às normas de
Foto: Divulgação
Equipamento digital e automático permite que fabricantes de óleos, produtos químicos e combustíveis confirmem a adequação de seus produtos às normas vigentes.
segurança. Capaz de trabalhar em temperatura ambiente até 400ºC, o ponto de fulgor Cleveland automático da Petrodidática possui gabinete em aço-carbono com pintura eletrostática e tratamento anticorrosivo, resistência caracol blindada de 400 watts e termômetro ASTM 11C. A fonte de alimentação é 220 VAC. Os equipamentos para laboratórios que a empresa produz no Brasil chegam a custar até 70% menos que similares importados. “Além
do preço, os principais atrativos de nossas máquinas são a qualidade equivalente à dos melhores modelos importados, e a ampla e rápida disponibilidade de peças no caso de manutenção preventiva ou corretiva”, ressalta Danilo Grazziotin, gerente Comercial da empresa. Fundada em 1986, a empresa produz mais de 50 tipos de máquinas diferentes para análises químicas, petroquímicas, físicas e biológicas na sede de Guarulhos (SP). Recentemente, a empresa foi certificada com a ISO-9001: 2008 – é a primeira fabricante nacional de equipamentos para laboratórios da área petroquímica a contar com esta certificação. Os principais setores atendidos pela companhia são áreas de lubrificante, concreto, solo, betume, tintas e vernizes, além de laboratórios de escolas e universidades.
Petrodidática conquista ISO9001:2008 Durante os meses em que foi avaliada para a certificação, a Petrodidática fez uma série de melhorias em seus procedimentos e adequou todos os departamentos para o aumento de eficiência. Foram implementados conceitos de produção com base em filosofias de gestão 5S, Just in Time, ciclo PDCA e eliminação de estoques Lean Manufacturing. “A ISO9001 é resultado de nosso compromisso de oferecer o melhor em equipamentos para laboratórios”, enfatiza Danilo Grazziotin, gerente Comercial da Petrodidática. “Por serem fabricados no país, nossos equipamen-
tos chegam a custar até 70% menos que os importados e oferecem qualidade equivalente”. Hoje, o setor de lubrificantes é responsável por 50% da clientela da Petrodidática, que atende também indústrias das áreas de concreto, solo, betume, tintas, vernizes, além de fornecer equipamentos de laboratório para escolas e universidades. Ao todo, o portfólio da empresa é composto por mais de 50 tipos diferentes de equipamentos de medição, que efetuam análises químicas, petroquímicas, físicas e biológicas.
Fundada em 1986 pelo executivo Lino Grazziotin, a Petrodidática conta com parque fabril com 3.000 m2 e 1.800 m2 de área construída na região de Nova Bonsucesso, em Guarulhos (SP). A companhia emprega 25 colaboradores e fornece seus equipamentos para clientes de todo o Brasil. De acordo com o gerente Comercial da empresa, além do preço, outra grande vantagem em adquirir equipamentos para laboratório fabricados no Brasil deve-se à facilidade para obter peças no caso de manutenção, bem como a rapidez no atendimento. TN Petróleo 98
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produtos e serviços
GeoRadar
GeoRadar inicia levantamento de registro sísmico na Bacia do Solimões O projeto consumiu apenas dez semanas. Resultados como integração, controle de processos e acesso às informações em tempo real já são perceptíveis. Já adquirimos quase 3.000 km2 de sísmica 3D na região.” A empresa vem trabalhando na região desde agosto, com frentes de topografia e sondagem. O projeto Solimões envolve uma equipe de 1.053 trabalhadores, além de três helicópteros, dois veículos e duas balsas. Foto: Divulgação Georadar
A GeoRadar iniciou em 23 de setembro a coleta dos primeiros registros sísmicos 3D do projeto Bacia do Solimões na região do Urucu (AM). A campanha de dados não exclusivos abrange uma área de 232 km², envolvendo as cidades de Coari e Tefé, com previsão estimada de 130 dias para conclusão do serviço. Uma vez finalizada a aquisição sísmica de propriedade da empresa, licenças de uso do volume sísmico 3D serão disponibilizadas à Petrobras, de acordo a negociação já concluída. “O primeiro registro sísmico aconteceu na data prevista e o projeto vem avançando bem em termos de produtividade, qualidade e segurança, que são marcas da GeoRadar ”, afirmou Antônio Rosemberg,
diretor de Operações Sísmicas do Grupo. Ele ressaltou o histórico da empresa na área: “Temos equipes sísmicas em selva amazônica desde 2007 e conhecemos bem as grandes dificuldades que o local apresenta.
Maranhão – Além do projeto na Bacia do Solimões, a GeoRadar possui, desde maio de 2014, equipe sísmica ativa nos blocos da PGN, nas cidades de Igarapé Grande, Pedreiras, Santo Antônio dos Lopes, Capinzal do Norte e demais cidades do entorno, no Maranhão. O projeto contempla aquisição de 2.000 km de sísmica 2D, com prazo estimado de 248 dias e uma equipe de 742 colaboradores.
Tuper
A Tuper consolidou uma importante fase comercial no segmento de óleo e gás com o fornecimento de tubos API 5CT para a perfuração de poços de petróleo onshore no Nordeste do Brasil. O contrato marca definitivamente sua participação no mercado de exploração e produção (E&P) de petróleo. Quinta maior processadora de aço do Brasil, a empresa forneceu tubos API 5CT J55 Casing 9 5/8” X 8,94 mm (36 lb/ft) para a perfuração de poços na região de Mossoró. Este fornecimento para o mercado OCTG confirma o potencial da Tuper para novos negócios com companhias exploradoras e produtoras de petróleo no país e a expertise da empresa na produção de tubos para projetos do segmento de óleo e gás. 92
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Foto: Divulgação Tuper
Tuper fornece tubos API para perfuração de poços
Para atender às demandas do mercado, a empresa inaugurou, há dois anos, uma nova unidade para a fabricação de tubos API. Altamente moderna, a Tuper Óleo e Gás já é considerada benchmarking mundial em tecnologia. Única empresa de capital 100% nacional entre as grandes fabrican-
tes instaladas no Brasil a produzir tubos de aço API reconhecidos pela indústria internacional de petróleo, a Tuper oferece em seu portfólio tubos soldados longitudinalmente pelo processo ERW-HFIW (High Frequency Induction Welding) para exploração e produção (API 5CT) e para condução/ transporte (Line Pipe API 5L). Utilizados em poços de petróleo ou gás, os tubos Casing (API 5CT) em aço carbono podem ser fornecidos de 5½” até 13 3/8” de diâmetro com solda longitudinal em variados graus e padrões de rosca e proteção. Já os tubos Line Pipe (API 5L) são usados na condução de óleo, gás, minerais e combustíveis diversos com range de diâmetros de 5 9/16” a 12¾”, podendo ser fornecidos com ou sem revestimento.
Honeywell
Gestão de alarme da Honeywell traz mais segurança e produtividade para plantas e dutos
A tecnologia de gestão de alarme DynAMo™ da Honeywell Process Solutions (NYSE: HON) está melhorando a segurança e a produtividade de mais de cem plantas de processo e de dutos em todo o mundo, ajudando os operadores a avaliarem situações de alarmes em salas de controle com maior precisão. As plantas e os oleodutos estão contando cada vez mais com inúmeros sistemas de automação, que podem gerar mais de mil alarmes por dia. Isso pode sobrecarregar operadores, um problema que leva à redução da produção e ao aumento de incidentes que custam bilhões de dólares para a indústria a cada ano, de acordo com a Abnormal Situation Management® (ASM) Consortium, um grupo da indústria dedicado ao avanço de tecnologia. “A solução DynAMo, lançada no final de 2013, permite que os operadores ajustem o ruído e se concentrem em situações críticas, por meio da gestão e avaliação de alarmes
Foto: Divulgação
Mais de cem instalações da tecnologia DynAMo™ Alarm Suite estão ajudando a detectar situações críticas em meio a uma série de alarmes diários em equipamentos de processos industriais e dutos.
mais eficientes”, comenta Ali Raza, vice-presidente e gerente geral da Honeywell Process Solutions. “Isso permite que os operadores detectem e evitem situações de risco mais facilmente, desenvolvendo e implementando estratégias de gestão de alarme eficazes alinhadas com as diretrizes e normas reconhecidas pela indústria”, completa o executivo.
O DynAMo foi desenvolvido graças aos mais de 20 anos de experiência da Honeywell em gerenciamento de alarme nas indústrias de processamento. O equipamento reduz alarmes da sala de controle em até 80%, permitindo que os operadores criem painéis de controle personalizados em computadores ou dispositivos móveis que lhes permitam ver o status do sistema de alarme. Isso possibilita aos operadores melhorarem o diagnóstico dos alarmes e as suas causas e consequências em um console. Como fornecedor de soluções de gestão de alarme global, a Honeywell reconheceu a gravidade dos problemas relacionados aos alarmes em instalações industriais e desenvolveu uma ferramenta eficaz para auxiliar na otimização de programas de gestão, para evitar uma série de alarmes e reduzir a carga do operador. Com o DynAMo Alarm Suite, os responsáveis podem monitorar questões de alarme com base em suas funções específicas e agir diante de situações anormais.
A SUA CONTRIBUIÇÃO
NOS AJUDA A
AJUDÁ-LOS.
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gestão
Gestão jurídica
de contratos na área de óleo e gás
O desenvolvimento de atividades econômicas pressupõe o estabelecimento de uma rede intrincada de relações contratuais cuja complexidade aumenta à medida que a complexidade da própria atividade é incrementada.
A
indústria de óleo e gás é exemplo característico de atividade econômica dotada de complexidade ímpar, sendo que os contratos firmados no âmbito da indústria de óleo e gás se apresentam igualmente complexos, demandando atenção e cuidado em sua estruturação. À vista das peculiaridades que cercam o setor, haverá a necessidade de se contratar fornecedores de produtos e prestadores de serviços dos mais variados campos, sendo que tais fornecimentos e prestações de serviços deverão se integrar, compondo uma rede de contratos, a fim de implementar um objetivo final único. E não bastasse essa rede de contratos formada, há que se lidar, ainda, com a ampliação proporcionada pelas subcontratações que podem ocorrer no âmbito desses contratos. O mero esboço da realidade acima descrita é suficiente para demonstrar o quão árdua pode ser a tarefa de gerenciar os cumprimentos, descumprimentos e conflitos nessa miríade de contratos. Nada obstante, é possível estabelecer elementos contratuais que confiram um mínimo de segurança e proteção aos contratantes, mitigando, de certa forma, os riscos inerentes à complexidade de tais acordos.
Alexandre Sion é sócio fundador e advogado do escritório Sion Advogados.
Giovanni Peluci é advogado do escritório Sion Advogados.
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Do sistema de garantias mínimo – A se considerar a complexidade da rede de interferências vislumbrada em contratos firmados no âmbito da indústria de óleo e gás, é imperativo que se estabeleça um sistema claro e efetivo de garantias nos contratos, de forma a assegurar: 1) que a execução do contrato se fará em conformidade com as especificações apresentadas e 2) que o produto da execução do contrato atenderá as necessidades do contratante. A garantia da execução do objeto contratado, por exemplo, será utilizada em caso de inadimplemento do Contratado ou de seus Subcontratados. Por sua vez, a garantia de performance do produto objeto do contrato há de assegurar que o bem fornecido e/ou o serviço prestado são adequados ao fim pretendido pelo contratante.
Foto: Depositphotos
Em qualquer dos casos, impõe-se a opção pela forma de garantia que assegure ao contratante a proteção mais efetiva. Neste ambiente, a Carta de Fiança se apresenta como o meio mais vantajoso, haja vista a possibilidade de execução direta pelo beneficiário, sem a necessidade do atendimento das formalidades exigidas no caso da opção pelo seguro-garantia. Por óbvio, as Cartas de Fiança são apresentadas em modelos-padrão, no entanto, nada impede que se negociem condições específicas a fim de atender os interesses do Contratante, condições essas que deverão ser previamente estabelecidas no Contrato, passando a constituir condição do próprio negócio jurídico. Dentre as condições que reputamos fundamentais, neste ponto, destaca-se a possibilidade da execução direta da garantia, mediante simples pedido expresso do contratante à instituição financeira que a tenha concedido, evitando-se, assim, as intermináveis discussões acerca da responsabilidade pelo descumprimento do contrato. Manutenção de locais de execução – Há que se ter em mente, também, que em virtude da complexidade que cerca as atividades no âmbito da indústria de óleo e gás, há aqueles que se estruturam vinculados a espaços determinados, externos à sede do contratado, tais quais estaleiros, para a redução dos custos contratuais.
É de ver que, se por um lado a redução dos custos buscada é desejável, por outro gera uma nova questão para o contratante, haja vista que o espaço utilizado para a execução (“site”), deve se manter disponível para tal execução, ainda que rescindido o contrato. Assim, dois caminhos se abrem ao contratante, com vistas a assegurar a manutenção de sites externos à sede dos contratados: o estabelecimento de uma obrigação específica no contrato firmado entre o contratante e o contratado, ou a celebração de um contrato de locação e/ou arrendamento com conteúdos específicos. Há que se destacar que, em qualquer dessas hipóteses, será fundamental o cuidado com a estruturação de regras que se apresentem suficientes e adequadas à tutela dos interesses do contratante relativamente ao site. É importante ressaltar que a preocupação com a garantia do site não é mera falácia, haja vista que, pela natureza das atividades no setor de óleo e gás, muitas vezes as dimensões do produto a ser fornecido não permitem sua fácil movimentação, ainda que não esteja completada sua produção. O cuidado na estruturação da relação do contratante com o próprio site implicaria em ganhos logísticos e operacionais e traria menos impactos ao cronograma do contrato, à manutenção do site TN Petróleo 98
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gestão e à continuidade da execução do objeto do contrato no mesmo local. Clara, portanto, a importância do cuidado com a tutela do local de execução. Importância da gestão durante a execução – Outro ponto que merece destaque se refere à gestão do contrato durante sua execução. É sabido que em todo contrato há um conjunto de obrigações mais ou menos extenso a ser cumprido pelo contratado e fiscalizado pelo contratante. Há que se controlar a regularidade trabalhista, fiscal, operacional e financeira do contratado, na medida em que qualquer evento afetando um destes elementos poderá impactar de forma extremamente negativa tanto a execução do contrato e o cumprimento do contrato, quanto a própria saúde financeira do contratante. Em contratos complexos, como são, em regra, os contratos firmados no âmbito da indústria de óleo e gás, mais complexo ainda é o controle, haja vista que, além do contratado, há que se fiscalizar e controlar a atuação também dos subcontratados. O que importa dizer que se faz necessário estabelecer regras claras para a apresentação de documentos que demonstrem não apenas a regularidade do contratado, mas também a regularidade dos subcontratados. Esse controle há de ser realizado por estrutura própria e dotada de recursos para empreendê-lo, devendo documentar corretamente todos os eventos de cumprimento e/ou descumprimento contratual, na medida em que esses registros funcionarão, também, como massa crítica suficiente e necessária para a defesa do contratante em eventuais pleitos e mesmo em eventuais ações judiciais. Por óbvio, o primeiro instrumento de controle, nesse último caso, será a restrição da subcontratação de parcelas do contrato, estabelecendo-se a necessidade de aprovação prévia pelo contratante. Nada obstante, as medidas de proteção não podem se limitar a tanto. É fundamental que se estabeleça a responsabilidade solidária do contratado pela regularidade trabalhista, fiscal, operacional e financeira do subcontratado, haja vista que, em última análise e ainda que aprovada pelo contratante a subcontratação, a responsabilidade pelo cumprimento do contrato será sempre do contratado. É essencial, assim, que o contratante disponha de uma estrutura interna hábil a promover a 96
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fiscalização, o recebimento dos documentos e a sua guarda; hábil, também, a exigir do contratado o cumprimento integral dos termos contratuais, sempre com uma interface robusta com o departamento jurídico, interno e/ou externo, da contratante. Padrões de moralidade – Por fim, mas não menos importante, torna-se fundamental criar e manter um sistema de tutela da moralidade durante a execução do contrato, por força do quanto estabelece a Lei n. 12.846/2013, que vem sendo chamada de Lei Anticorrupção (LAC). A LAC trata da responsabilização das pessoas jurídicas por atos lesivos à administração pública, nacional ou estrangeira, transferindo para a iniciativa privada o encargo da coibição de atos de corrupção de agentes públicos por entidades privadas. Um ponto que se destaca e impacta diretamente na concepção jurídica de contratos refere-se ao estabelecimento da responsabilidade objetiva das pessoas jurídicas por quaisquer atos lesivos previstos na LAC e praticados, direta ou indiretamente, em seu benefício ou interesse, exclusivo ou não. Significa dizer que, pela letra fria da lei, basta a comprovação da prática de ato de corrupção por qualquer pessoa que atue em seu nome e o benefício, ainda que indireto, tais quais o contratado e/ou seus subcontratados, para que o contratante seja responsabilizado. Assim, é absolutamente necessário estabelecer com os contratados e, eventualmente, com os subcontratados, um sistema de controle que seja suficientemente hábil a coibir e identificar práticas que denotem corrupção, de forma a afastar os riscos da aplicação das sanções legais. Regras claras são essenciais – Em conclusão, o que se pode afirmar no que se refere a contratos no âmbito da indústria de óleo e gás é que se mostra de fundamental importância o estabelecimento de regras claras e suficientes à tutela dos direitos e deveres das partes, bem assim ao cumprimento da legislação aplicável. Imprescindível, assim, que os contratos sejam firmados e geridos, pari passu com uma assessoria jurídica competente, que para além de estruturar o próprio instrumento fundante das relações contratuais, possa acompanhar a execução do contrato de forma a assegurar a tutela dos direitos nele reconhecidos.
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apoio marítimo
Uso temporário de áreas do
porto organizado: uma alternativa para a indústria offshore
O retorno das Rodadas da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), com especial destaque para a licitação do Campo de Libra, cria, para o mercado, a perspectiva de um grande volume de novos negócios. Nessa esteira, a indústria portuária tem buscado adaptar-se à demanda da indústria petrolífera a fim de superar os gargalos já conhecidos.
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Patricia Sampaio Fiad é advogada associada do Kincaid Mendes Vianna Advogados.
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ouco se sabe, porém, sobre as modalidades de ocupação das áreas operacionais dos portos organizados admitidas pela legislação. O contrato de arrendamento – que permite à empresa privada a exploração de área operacional dos portos organizados de modo amplo, por prazo que pode chegar a até 50 anos – é, sem dúvida, a variante contratual de maior utilização. Contudo, antes mesmo do advento da Medida Provisória n. 595, de 6/12/2012, convertida na Lei n. 12.815, de 05/06/2013 – atualmente conhecida como a nova Lei dos Portos –, a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) já permitia outras modalidades de uso das áreas operacionais em portos organizados. Dentre elas, destaca-se a modalidade contratual de uso temporário. Essa modalidade está prevista na Resolução n. 2.240, 04/10/2011, da Antaq; no entanto, tem sido pouco explorada pelo mercado. A título de referência, em 2012, foram autorizados ou validados seis contratos de uso temporário pela Antaq, enquanto em 2013 este número caiu para cinco e, em 2014, foram aprovados apenas três contratos de uso temporário pela Agência, até a data de conclusão do presente artigo. Por meio do contrato de uso temporário, a empresa interessada em determinada área poderá ocupá-la sem mesmo passar por processo licitatório. Como usuária da área, a empresa poderá, ainda, fazer os investimentos necessários para a atividade que pretende desenvolver, sem ter que, com isso, atender as exigências comumente exigidas em um contrato complexo e de longo prazo, como o contrato de arrendamento. De acordo com a mencionada Resolução – especificamente em seus artigos 36 em diante –, a administração do porto poderá celebrar o contrato de uso temporário em duas hipóteses: 1) com o interessado na movimentação de cargas não consolidadas no porto; ou 2) com o detentor de titularidade de contrato para atendimento de plataformas offshore. Observa-se, contudo, que esta modalidade não garante uso exclusivo da área contratada – assim, poderá a Administração do Porto reaver a área, designando espaço distinto ao interessado. Além das mencionadas distinções entre o contrato de uso temporário e o contrato de arrendamento, importa mencionar, ainda, que o primeiro distingue-se, como o próprio nome induz, por seu prazo de vigência:
Foto Porto do Rio: Daniel Basil
trata-se de um contrato de curto prazo. O contrato poderá, desse modo, ser firmado pelo período máximo de até 18 meses, sendo possível sua prorrogação apenas uma única vez, por igual período. Ou seja, o contrato de uso temporário poderá vigorar por até 36 meses. Esta regra, no entanto, comporta uma exceção. Diz a Resolução que, comprovada a celebração prévia de contrato de prestação de serviço que justifique a ocupação da área em prazo superior a 18 meses, a administração do porto poderá celebrar o contrato de uso temporário por prazo máximo de até 60 meses. Importa, ainda, mencionar que o contrato de uso temporário deverá contar com a indicação do operador portuário pré-qualificado junto à administração do respectivo porto. De acordo com o art. 46 da mencionada Resolução, dentre as obrigações do usuário, destacam-se as seguintes previsões: “responsabilidade por danos ambientais ou de outra ordem causados a terceiros em decorrência das atividades desenvolvidas” e a “contratação de seguro de responsabilidade civil compatível com suas responsabilidades perante a Administração do Porto e terceiros”. Por fim, esclarece-se que o usuário deverá, ainda, garantir os investimentos na área necessários à prática de suas atividades, sem direito à indenização, priorizando-se a utilização de equipamentos e instalações móveis e removíveis, a fim de preservar as condições iniciais do local, bem como a sua imediata remoção ao término do contrato. Não obstante, em caso de bens não removíveis, oriundos de investimentos realizados pelo usuário, estes deverão ser transferidos ao patrimônio da administração do porto, sem direito à indenização.
Dentre outras cláusulas essenciais ao contrato de uso temporário, destaca-se a necessidade de constar, em contrato, as tarifas aplicáveis ao empreendimento e, eventualmente, a previsão de Movimentação Mínima Contratual / MMC. Uma vez compreendido o funcionamento do contrato de uso temporário, é importante esclarecer o procedimento necessário para a sua devida celebração. A empresa interessada deverá solicitar a instauração de um processo administrativo perante a administração do porto em que se fará tal uso, observadas as áreas e as instalações portuárias disponibilizadas ou passíveis de disponibilização já designadas pela Administração do Porto. A Resolução n. 2.240/2011 enumera os documentos necessários para a sustentação do pedido. Dentre eles, menciona-se a minuta do contrato de uso temporário que deverá passar, impreterivelmente, pela análise e pela aprovação da Antaq, depois de uma primeira avaliação da própria Administração do Porto. A regulamentação, porém, não estabelece prazo para a decisão dos órgãos envolvidos, o que pode significar uma longa espera no processo de decisão e assinatura do contrato. Eventualmente, se houver mais de um interessado na utilização da mesma área e instalação portuária e inexistindo disponibilidade física para alocar todos os interessados ao mesmo tempo, a administração do porto deverá promover processo de seleção simplificada, assegurando aplicação dos princípios da isonomia e da impessoalidade, para a escolha do projeto que melhor atenda ao interesse público e do porto. TN Petróleo 98
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apoio marítimo Conforme já mencionado aqui, mesmo após a publicação da nova Lei dos Portos, a Antaq tem autorizado a celebração de contratos de uso temporário, sem qualquer alteração à prática que vem sendo realizada desde o advento da Resolução n. 2.240/2011. O que se nota, contudo, é uma diminuição no número de contratos de uso temporário, em muito devido ao desconhecimento do mercado sobre este instituto. O contrato de uso temporário na prática – Conforme mencionado antes, poucos são os contratos de uso temporário já celebrados. Em pesquisa feita através do website da Antaq é possível confirmar a autorização ou validação de 14 contratos temporários, desde a publicação da Resolução. Dentre esses casos, verifica-se uma concentração expressiva na região Nordeste, responsável pela celebração de oito dos contratos, enquanto a região Sudeste possui três contratos autorizados – sendo todos eles apenas com o Porto de São Sebastião, em São Paulo –, a região Sul, por sua vez, possui dois contratos e, por fim, a região Norte, até a presente data, tem apenas um contrato de uso temporário autorizado. Este ano, os três contratos autorizados até o momento (dois para o Porto de Maceió e um para o Porto de São Sebastião) permitirão a ocupação de áreas portuárias para a prestação de serviços offshore. Em São Paulo, a Sincrolog passará a fazer uso de área equivalente a 10.000 m², para movimentação de cargas em atendimento a plataformas offshore, abrangendo atividades de descarga, armazenagem e embarque de tubos para o Projeto Uote (Unidade Offshore de Transferência e Exportação) da Petrobras. O contrato foi autorizado com o prazo de 18 meses. Já em Maceió, as empresas Jaraguá Equipamentos Industriais Ltda. e Tomé Engenharia S/A ocuparam áreas de 26.500 m2 e 22.388 m2, respectivamente, ambas pelo prazo autorizado de 18 meses, para a instalação de apoio sistêmico aos serviços de fabricação, montagem e integração de módulos de plataformas de petróleo. Desafio: considerações sobre a legalidade do contrato de uso temporário – A ausência de licitação para a celebração do contrato de uso temporário, ao tempo de publicação da Resolução, gerou muito celeuma dentre os estudiosos do assunto. Alguns autores defendiam tratar-se de um instituto irregular, uma vez que a Lei n. 12.815/2013 exige o processo licitatório para a ocupação de áreas portuárias nas modalidades contratuais previstas na referida Lei. De fato, é consagrado no Judiciário o entendimento de que as agências reguladoras não podem exercer suas funções além do prescrito em norma superior. No caso da Antaq, seria dizer que a Agência não deveria inovar, criando instituto isento de processo licitatório, uma vez que a Lei n. 12.815/2013 estabelece esta obrigação. 100
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Deve-se observar, contudo, que, modernamente, a atuação das agências reguladoras não deve restringir-se à literalidade da lei, em detrimento do eficiente funcionamento das atividades econômicas envolvidas. Neste sentido, havendo respeito aos princípios constitucionais, como moralidade e legalidade, a Agência poderá tomar as medidas necessárias para garantir o cumprimento de meta geral estabelecida, inclusive, na Lei n. 12.815/2013, qual seja, a de assegurar “o amplo acesso aos portos organizados, instalações e atividades portuárias”. Desse modo, verificando ser mais eficiente a oferta de determinada área através do uso temporário, poderá a Antaq utilizar-se do instituto ora em análise para garantir o mais eficiente uso de determinada área portuária. Cabe, ainda, ressaltar que a licitação foi dispensada pela Resolução n. 2.240/2011, sem, contudo, deixar-se à discricionariedade do regulador a celebração dos contratos de uso temporário. A sua celebração, como já exposto, deverá seguir preceitos importantes, como a busca por outras empresas interessadas e possível procedimento de seleção simplificada. Perspectivas: o retorno das rodadas da ANP e o pré-sal – Se até o presente momento a modalidade contratual do uso temporário foi timidamente utilizada pela indústria – tendo em vista, inclusive, os questionamentos quanto à sua regularidade –, a perspectiva é que sua aplicação ganhe volume nos próximos anos. Isso se deve ao fato de que, após cinco anos sem licitação de novos blocos exploratórios, a ANP, desde 2013, venha retomando o bom ritmo de licitações. Foram mais de 500 blocos licitados desde então, além do bloco de Libra, licitado na modalidade de partilha. Considerando apenas Libra, a estimativa é de que haja movimentação de 1,4 milhão barris de petróleo por dia, o que implicará a necessidade de infraestrutura portuária altamente preparada para a demanda, bem como na geração de diversos serviços relacionados à indústria offshore. Justamente por reconhecer esta demanda, a Antaq estabeleceu a possibilidade de utilização do contrato de uso temporário para o atendimento de plataformas offshore, conforme esclarecido acima, caso a empresa comprove a existência de contrato para a prestação de serviço desta natureza. Frente aos grandes desafios que se colocam para o desenvolvimento das indústrias naval e petrolífera, acredita-se que o contrato de uso temporário, previsto na Resolução n. 2.240/2011, seja uma ferramenta de grande importância. Apesar de ainda haver um longo percurso para a sua aplicação em larga escala, pode-se esperar que assim o seja nos próximos anos, tendo em vista a perspectiva de crescimento da indústria brasileira do petróleo e gás.
construtibilidade
Contribuição da construtibilidade para redução de custos e tempo nos projetos Uma metodologia que pode otimizar os mais diversos projetos, incluindo os relacionados à área de manutenção.
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pesar de ter sido concebida para utilização em projetos de construção e montagem, essa metodologia pode também ser aplicada em projetos realizados durante paradas programadas ou outros associados à manutenção. A aplicação do conceito da construtibilidade e dos seus princípios às diferentes etapas do ciclo de vida de um projeto traduz-se no emprego de metodologias de análise, gestão e acompanhamento de projeto, resultando em diversos benefícios como redução de custos e redução da duração do projeto. A construtibilidade é definida também como, “uma ferramenta para a garantia de que a concepção do projeto facilitará a construção, procurando atingir os objetivos do projeto em segurança e em baixo custo”. De acordo com o Construction Industry Institute (CII), a construtibilidade pode ser definida como “a aplicação e utilização adequada dos conhecimentos e das experiências da construção, durante as várias fases do ciclo de vida de um projeto, como instrumento de garantia do cumprimento dos seus objetivos”. Os procedimentos relacionados com a aplicação desse conceito à gestão de um projeto são muitas vezes próximos de outros procedimentos de gestão, como custo, qualidade, execução, monitoramento e controle e risco, e muitas vezes seu conceito se confunde com estes. Importância da construtibilidade – A maioria dos grandes projetos sofre ao longo do seu ciclo de vida problemas de atrasos na sua conclusão e de aumentos de custos, ‘aparentemente’ imprevisíveis, além de várias deficiências relacionadas à qualidade, segurança, sustentabilidade ambiental, entre outras. É geralmente durante o período de execução que todas essas falhas se revelam e, mais especificamente nos grandes projetos, quando esses impactos são mais significativos. A evolução da construção ao longo dos séculos conduziu a uma nova definição do ciclo de vida do projeto. O projeto é hoje o resultado de um trabalho realizado por fases, ou momentos distintos. Em cada uma dessas fases, o trabalho da equipe é desenvolvido, na maioria dos casos, de forma fechada e individualizada, por vezes sem grandes preocupações de coordenação, coesão ou mesmo continuidade e harmonia da informação e das decisões. O projeto traduz-se, muitas vezes, num somatório de objetivos mais ou menos isolados, numa mistura de procedimentos de gestão de funções diversas, como a análise do valor, a segurança, a funcionalidade, a operacionalidade, entre outras, compactados por imposições legais e/ou financeiras, de planejamento temporal ou até mesmo políticas. Chegados à fase de execução, com este tipo de preparação, constata-se que só por ‘milagre’ a equipe de projetos poderá ter uma ‘vida fácil’, livre de conflitos, de dúvidas, de atrasos ou de custos acrescidos para o empreendimento. A avaliação e análise da construtibilidade podem ajudar a preparar e instruir o projeto para construção. As decisões ao longo do período destinado à concepção devem ser sempre tomadas com a certeza de que tudo o que se projeta ou define deve ser construído com recursos, tecnologias e processos de execução mais adequados e disponíveis, com respeito aos recursos financeiros previstos. Benefícios da construtibilidade – Segundo pesquisa realizada pelo CII, a empresa que aplicar corretamente a construtibilidade em seus diversos departamentos e áreas envolvidas nos projetos de construção poderá obter os seguintes benefícios: o custo do projeto pode ser reduzido em até 23%; e a duração do projeto pode ser reduzida em até 10%. Além disso, a construtibilidade é vista como um elemento essencial em qualquer programa de aperfeiçoamento contínuo, pois se encaixa bem no contexto das demais práticas de projeto: sustentabilidade, operabilidade e segurança.
A construtibilidade pode ser definida como a aplicação e utilização adequada dos conhecimentos e das experiências da execução, durante as várias fases do ciclo de vida de um projeto, como instrumento de garantia do cumprimento dos seus objetivos.
Claudio Antonio Brito Freitas é profissional de Gerenciamento de Projetos (PMP), engenheiro graduado em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal da Bahia (1986); Project Management Professional (2007), sócio-diretor da Qualidados Engenharia.
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legado
Inovação
como legado do pré-sal
As discussões sobre o legado da Copa de 2014 e sobre o provável legado das Olimpíadas de 2016 levantam também a importância do patrimônio a ser deixado por grandes projetos no país. Em especial, sobre o que nos legará o desenvolvimento de uma das principais fronteiras econômicas do país, o pré-sal.
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om investimentos de dezenas de bilhões de dólares, nas próximas décadas, na exploração de recursos naturais não renováveis, o pré-sal proporciona a oportunidade de geração de um legado permanente para futuras gerações de brasileiros, além do petróleo extraído, dos royalties, da atividade econômica e dos empregos temporariamente gerados em seu desenvolvimento. Junto com outros fatores, essa questão motivou a criação do Fundo Social, com receitas auferidas pelo Governo Federal em royalties e participações especiais, para investimentos em Educação e Saúde. Mas que tipos de transformações positivas o pré-sal poderá gerar que maximizem seu valor para o país? Visto que a produção do pré-sal supera a necessidade de petróleo para a autossuficiência do país, uma das principais transformações resultantes desse projeto estará no desenvolvimento econômico e social, objeto dos investimentos em P&D, conteúdo local e do próprio Fundo Social.
Orlando Lima é presidente da Janus Consultoria em Sustentabilidade. Foi diretor de Desenvolvimento Sustentável da Vale, vice-presidente de Sustentabilidade da BG Brasil e sócio da Andersen Consulting.
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Economia da inovação – A produção do pré-sal já alcança 500 mil barris de petróleo diários (bpd/dia), indicando que os desafios tecnológicos vêm sendo vencidos, apesar das fronteiras ainda existentes para o desenvolvimento pleno dessas reservas. A experiência norueguesa e estudos sobre a economia do conhecimento indicam que um dos produtos mais preciosos a ser colhido do pré-sal serão não apenas novas tecnologias de operação, mas uma “economia da inovação” de classe mundial, que continue a gerar riqueza no país após o declínio das reservas de petróleo. Como economia da inovação, refiro-me ao desenvolvimento de clusters regionais, com massa crítica de centros de pesquisa, empresas de alta tecnologia de petróleo, universidades, operadoras, fornecedores, incubadoras, aceleradoras e startups, suportados por fundos de capital de risco e serviços especializados, além de seus desdobramentos industriais.
O exemplo do Vale do Silício – O Vale do Silício, o maior cluster de inovação tecnológica do mundo, tem características que merecem reflexão. Com uma área equivalente a 1,2% da Califórnia, o Vale do Silício concentra cerca de 47% do registro de patentes e mais de 75% dos investimentos de capital de risco no estado – o que corresponde a mais ou menos 39% do total desses investimentos nos Estados Unidos. Por outro lado, 64% dos profissionais que trabalham em alta tecnologia no Vale do Silício não são nascidos nos EUA, contribuem com significativo número de patentes e atuam em cerca de 25% das novas empresas high tech naquele país. Acredita-se que a capacidade de absorver estrangeiros com alta formação científica é uma vantagem competitiva da indústria de inovação daquele país. Em se atendendo à cláusula obrigatória da legislação brasileira, o pré-sal gerará um volume colossal de recursos para investimentos em P&D, os quais representam oportunidade única para o desenvolvimento de uma nova economia da inovação. No entanto, essa economia não se estabelecerá de modo espontâneo; para se materializar deve ser construída como projeto estratégico do país. Startups – Como a maior empresa do país e operadora do pré-sal, a Petrobras, com apoio de seus parceiros, estaria no centro dessa iniciativa como fio condutor da economia da inovação. E como promotora de um ecossistema de inovação, suas atividades de P&D podem gerar grande número de startups de alta tecnologia, com baixa mortalidade, com soluções para os desafios tecnológicos do país e do mercado internacional. Expostos à competição internacional, tais startups poderão produzir com qualidade a custos competitivos, sem excessiva dependência da empresa, aumentando sua viabilidade. A obrigação
Foto: Agência Petrobras
Esses atores ficam concentrados geograficamente, atuam de forma interdependente, formando um “ecossistema de inovação”, fornecendo produtos e serviços para o mercado internacional, empregando grande número de cientistas, engenheiros, empreendedores e profissionais de nível técnico. Os clusters de inovação são uma das estratégias chave adotadas por países avançados para a competitividade internacional e desenvolvimento regional, quando cada emprego de alta tecnologia gera cerca de cinco outros adicionais na mesma região.
regulatória de investimentos em P&D na indústria de petróleo poderá ter papel fundamental nesse processo. O aprimoramento dos polos existentes e maior flexibilidade de intercâmbio internacional em P&D serão essenciais para a atração de pesquisadores e empreendedores, nacionais e estrangeiros. Tanto no que diz respeito a perspectiva do mercado brasileiro como também internacional, atraindo interesse de fundos de capital de risco. Parcerias em P&D entre a Petrobras e parceiros globais podem representar instrumento chave para facilitar o acesso de startups para exportação de tecnologias desenvolvidas no país. No âmbito desse esforço, será essencial o fortalecimento da educação científica desde o ensino básico do país, com investimentos na formação de capital humano na área científica e tecnológica, evitando-se a massificação do ensino e promovendo a elevação da posição do país no Pisa (Programme for International Student Assessment / Programa Internacional de Avaliação de Alunos). É importante lembrar que muitos dos engenheiros, cientistas e técnicos que o Brasil necessitará num horizonte de 30 anos, encontram-se hoje no ensino fundamental e precisam ter formação técnica competitiva com as melhores práticas internacionais. Se bem-sucedido nessa iniciativa, o Brasil terá alavancado o pré-sal e internalizado a cultura da inovação através de uma vibrante e competitiva economia de alta tecnologia para novas gerações de brasileiros, gerando prosperidade para o país e transformando um recurso não renovável em riqueza perene para toda a sociedade brasileira. TN Petróleo 98
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e&p
Série especial
Impactos socioeconômicos de atividades de exploração e produção
em bacias maduras
e campos marginais terrestres Parte 2 - o segmento onshore de e&p no brasil: visão crítica 2014 sobre as bases socioeconômicas e acadêmicas Nesta segunda parte de uma série exclusiva da revista TN Petróleo, os autores falam sobre o andamento da construção de um caminho para o segmento onshore de Exploração e Produção (E&P) no Brasil. Apresenta-se uma visão crítica de sustentabilidade das atividades de E&P em bacias sedimentares terrestres, após o estabelecimento do marco regulatório discutido no artigo anterior. A base legal é a Resolução CNPE n. 01/2013, de 07/02/2013, estabelecendo a política e medidas específicas para aumentar a participação de empresas de pequeno e médio porte nas atividades de exploração, desenvolvimento e produção de petróleo e gás natural em bacias sedimentares terrestres, principalmente em áreas de bacias maduras e de áreas inativas com acumulações marginais.
O Grupo de pesquisa Cnpq – grupo multidisciplinar de pesquisa aplicada e desenvolvimento tecnológico para produção de petróleo e gás em bacias maduras e campos marginais – Pcm2.
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aumento da participação de empresas de pequeno e médio porte nas atividades do segmento upstream nas áreas de Bacias Maduras ou de Pequenas Acumulações, além de completar a cadeia junto aos grandes grupos empresariais já instalados, propicia oportunidades de criação e desenvolvimento de arranjos produtivos locais com reconhecida importância econômica e social, sendo previstos impactos socioeconômicos significativos em regiões carentes. Verifica-se também importante a identificação das medidas estratégicas necessárias para o desenvolvimento regional sustentável de cidades em torno dos campos de petróleo e gás natural, no âmbito da implementação de políticas públicas e da consolidação do segmento de empresas atuantes em Bacias Maduras e em Áreas com Pequenas Acumulações. Nesta esteira é atribuído ao Ministério de Minas e Energia (MME), pela Resolução CNPE n. 01/2013, que realize, de fato, ações complementares àquelas iniciadas por força da promulgação da Lei n. 12.351/2010, no sentido de coordenar a elaboração de um conjunto de pacotes de incentivos ao surgimento contínuo de pequenos produtores (novos entrantes) e ao monitoramento dos efeitos da execução destas medidas estratégicas e estruturadas (abordagem econômica, social e ambiental) pelo Estado brasileiro nas bacias terrestres, com inclusão social e inovação tecnológica, incluindo aperfeiçoa-
mento da interação entre a academia e a indústria. Em dado momento, também será necessária a atuação da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para assegurar um ambiente de ainda mais competitividade (Figura 1), principalmente para as pequenas empresas, adensando a cadeia produtiva na área de fornecimento de bens e serviços. Impactos socioeconômicos – Ao longo dos últimos anos, vários estudos foram realizados (Reis, 2005; Santos Jr, 2009; Souza et al, 2014) indicando não haver correlação positiva Figura 1: Mapa das Contratações das Atividades de E&P no Brasil entre o desenvolvimento soFonte: ANP Outubro/2014: www.brasil-rounds.gov.br cioeconômico de municípios produtores de petróleo e gás e o repasse de royalties. Apesar da percepção qualitativa, não era possível identificar tais correlações nos modelos econométricos existentes. Por exemplo, a melhora do índice “Educação”, era atribuída ao reflexo da caminhada brasileira nas últimas décadas. Um breakthrough nessa área foi consolidado pela iniciativa de uma das startups de base tecnológica, a Geo Innova Ltda, nascidas dentro do Grupo Multidisciplinar de Pesquisa Aplicada e Desenvolvimento Tecnológico para Produção de Petróleo e Gás em Bacias Maduras e Áreas Marginais (PCM2), do Conselho Nacional de Figura 2: Software para identificar, monitorar e prever impactos socioeconômicos da atividade de E&P em municípios produtores (MFEET). Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). A Geo Innova, em um projeto que recebeu o Os trabalhos anteriores apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Esnegligenciavam alguns parâmetros importantes tado da Bahia (Fapesb), criou um modelo que foi no que diz respeito à caracterização dos tipos bem-sucedido em correlacionar positivamente os de royalties recebidos pelos municípios (os royalties recebidos por municípios produtores aos royalties podem ser repassados por várias caimportantes indicadores socioeconômicos locais: racterísticas da interação de um município com PIB municipal, impostos municipais, consumo de o processo exploratório, de produção, transporenergia (residencial e industrial), emplacamento de te, armazenamento e/ou refino). TN Petróleo 98
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e&p veículos, abertura de empresas, leitos hospitalares, matrículas escolares, etc. A partir da confirmação deste modelo, foi desenvolvida uma ferramenta computacional para identificação, monitoramento e simulação de impactos socioeconômicos da atividade de E&P em municípios produtores: a MFETT (Mature Field Economic Tracking Tool). A startup não comercializará o software, mas tornará o MFETT um serviço inovador para o setor, fornecendo avaliações quantitativas para suporte ao processo decisório de gestões municipais, instituições governamentais, concessionárias e organizações da área. Este é um clássico exemplo de Pesquisa Aplicada, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (quando o produto chega ao mercado). Uma das principais características de uma startup é justamente transformar resultados de P&D em produtos e/ou serviços comerciais. A partir da utilização do MFETT (Figura 2), várias discussões setoriais poderão contar com fundamentação quantitativa, fornecendo inteligência ao processo decisório, avaliação de custos regulatórios (nas perspectivas do regulador, da indústria e dos municípios), e avaliação da performance de políticas e instrumentos reguladores. Algumas considerações levaram a Geo Innova a insistir na reconsideração dos modelos anteriores que encontravam correlação negativa entre royalties e desenvolvimento socioeconômico desses municípios. Ou seja, segundo esses estudos, os municípios que recebiam royalties pioravam seus índices socioeconômicos. Por exemplo: a) O modelo de negócio de uma operadora de grande porte em municípios produtores pode não induzir necessariamente a uma efetiva movimentação da economia local. Por exemplo, em áreas do interior da Bahia, a Petrobras tem toda a infraestrutura de suporte dentro das bases, e os funcionários são transportados de Salvador diariamente. Assim, a comunidade local acaba não se beneficiando otimamente da circulação de moeda no dia a dia das operações. No entanto, existe o repasse dos royalties, e o ISS de empresas terceirizadas sempre presentes em áreas de produção. Quando a operação é grande o suficiente para patrocinar toda esta infraestrutura, os repasses e os impostos municipais são significativos, sendo difícil justificar modelos que não indicavam uma correlação. b) Onde existe a participação de empresas de pequeno e médio porte nas operações, como é o 106
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caso do município baiano de Mata de São João, o ISS gerado no processo teria o condão de incrementar exponencialmente as receitas municipais, adicionando-se aos royalties. c) Em municípios onde operadores de pequeno e médio porte atuam, independente do modelo de negócio (operadores terceirizados ou concessionários), a demanda por serviços diversos, ou que precisam ser estabelecidos no município, claramente movimenta a moeda. Nesses casos, é possível visualizar os impactos socioeconômicos na movimentação da economia local. Por exemplo, a formalização de negócios, a abertura de restaurantes, a dinâmica do transporte particular local, etc. O sistema de pagamento e distribuição de royalties nem sempre foi como o atual. De acordo com a Lei n. 9.478/97, os contratos de concessão preveem alíquotas de royalties que variam de 5% a 10%, sendo que os primeiros 5% são distribuídos conforme a Lei do Petróleo (mesmos critérios de distribuição previstos na Lei n. 7.990/1989), enquanto o percentual excedente aos 5% é distribuído conforme o artigo 49 desta lei. É razoável afirmar que os recursos raramente foram empregados em ações que resultassem em melhoria do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). É possível ver com otimismo (cauteloso) a possibilidade de que os recursos dos royalties sejam direcionados e monitorados com mais pragmatismo, contemplando destinações obrigatórias para as rubricas de infraestrutura, educação, saúde e empreendedorismo (como forma de incentivo ao desenvolvimento de Arranjos Produtivos Locais/ APLs). Este cenário futuro de oportunidades é visto como um resultado do desenvolvimento também da gestão pública, e não somente do incremento das atividades econômicas do setor do petróleo e gás no Brasil. As instituições governamentais vêm conseguindo se desenvolver nos últimos anos, promovendo reestruturações das organizações públicas e dando entrada a novos servidores, capacitando-os para realizar suas atribuições com efetividade e, assim, servir melhor ao cidadão. Esta melhora da gestão pública tem guarida na percepção atual de que existe no país um ambiente mais transparente e de mais consciência da população quanto ao que se recebe em serviços e aos resultados gerados. Os avanços são pequenos, mas podem ser vistos. É possível constatar isso em algumas áreas do Nordeste onde foram coletados dados para o desenvolvimento do MFETT.
A sociedade já se deu conta de que é preciso garantir o desenvolvimento para as novas gerações, e exige tomada de atitudes dos gestores públicos. É notório o aprimoramento da legislação sobre a defesa da concorrência e a atuação de governantes, exigindo responsabilidade fiscal na prestação de contas e transparência. Portanto, com maior intensidade nas atividades econômicas, redução da burocracia na Administração Pública, e de maior fiscalização sobre os bens e serviços gerados pela indústria do petróleo, vislumbra-se um cenário futuro de oportunidades para empresas de pequeno e médio porte do setor. Para os municípios ainda não alinhados nesta nova cultura de gestão, saber quantos poços produtores (em produção e parados) existem dentro de seus limites é uma questão estratégica para uma administração municipal. A população, em sua representação municipal e estadual, deveria estar ciente do potencial do negócio do petróleo. Capital humano e arranjos produtivos locais – A consolidação desse nicho específico de mercado considera que o fomento de um mercado para pequenos e médios produtores de petróleo e gás natural passa obrigatoriamente pelo prolongamento da atividade produtiva e acesso a novas áreas. Assim, faz-se necessária a implementação de políticas públicas que possam fixar empresas independentes com raízes locais. Isso inclui a questão de comercialização de produtos, mas também de geração de empregos, capacitação desses funcionários, e incentivos a novos empreendimentos para a efetiva promoção e recomposição da cadeia produtiva na região, priorizando assim o estabelecimento de empresas que atuem como fornecedores de bens e serviços locais. O resultado desse processo é o surgimento dos conhecidos APLs, que funcionam como polos de investimentos e promoção da atividade econômica, aumentando o número de pessoas beneficiadas da região (contratação de mão de obra; capacitação de pessoal local e regional; aumento de arrecadação, investimentos públicos e privados na instalação e manutenção de infraestrutura e demais utilidades). Em uma bacia madura terrestre produtora, considerando-se um ambiente livre do monopólio, seria esperado encontrar: a) Um mercado pulverizado com a atuação de várias empresas produtoras. b) Cadeia produtiva local: a cadeia produtiva local tem características distintas das grandes fronteiras exploratórias onde predominam as majors. Os equipamentos necessários no cotidiano da operação são considerados commodities e podem ser encontrados para pronta entrega em mercados
Figura 3: Estabelecimento de venda de produtos, equipamentos e materiais do cotidiano do pequeno operador dos EUA, em Oklahoma City, OK (EUA).
já estabelecidos como no Canadá e EUA (Figura 3) e, até mesmo, a comercialização de equipamentos usados e restaurados. Existem prestadores de serviços especializados em adaptar equipamentos usados a configurações de novos campos, etc. A necessidade de novas perfurações para injeção e aumento de produção tornam o mercado de serviço muito atrativo para pequenas empresas. Novas perfurações trazem mais óleo, mais receitas e atratividade para novos investimentos. Atenção especial precisa ser dada pelos órgãos reguladores ao fomento e defesa de um mercado competitivo, incluindo novos entrantes, como startups e pequenos fornecedores (empresas de perfilagem, testes, avaliação de poços, perfuração, etc.). c) Conhecimento geológico da bacia: pelo fato de gerar receita e desenvolvimento, quando há diversidade de empresas atuando em determinada região, a busca pelo conhecimento geológico da bacia é fomentada levando mais empresas, universidades e governo à produção de conhecimento e estabelecimento de uma estrutura de gerenciamento dessas informações. No sentido totalmente oposto, hoje uma bacia como a do Recôncavo deveria ter uma universidade reconhecida pela sociedade como uma instituição especializada em áreas de aderência com o segmento upstream (formação, pesquisa e extensão). A Universidade Federal da Bahia (Ufba) tem vocação para ser este agente de excelência, propulsor da disseminação do conhecimento e da inovação tecnológica para o mercado de pequenas e médias empresas produtoras em áreas de bacias maduras, estando localizada próximo às bacias Potiguar, Sergipe-Alagoas e Espírito Santo, Tucano Sul, e “sentada” sobre a Bacia do Recôncavo. No entanto, isto tudo é embrionário na Universidade. d) Após décadas de atividades não regulamentadas, antes da Lei do Petróleo (Lei n. 9.478/97), as informações geradas nas diversas operações de E&P nunca foram entregues e devidamente armaTN Petróleo 98
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e&p zenadas pela União. O Banco de Dados de Exploração e Produção (BDEP) da ANP foi criado sem um centro de rochas e de fluidos. Muitos dados e informações de geologia e geofísica podem ter sido perdidos e, caso haja um interesse na reentrada em áreas de campos desativados, estudos precisariam ser refeitos e, muitas vezes, seus custos tirariam toda atratividade do negócio. e) Mão de obra especializada: quando muitas empresas participam das operações, incluindo grande diversidade de prestadores de serviços, os moradores locais são recrutados e a atividade passa a fazer parte da cultura local, atraindo as gerações seguintes para a mesma atividade. Isso não ocorreu nas bacias maduras brasileiras. f) Formação e capacitação: não há estruturas de formação e capacitação. No caso da Bahia, não se desenvolvem todas as potencialidades dos cursos de Engenharia ou de Geologia de Petróleo. Não existe também um bom curso técnico de produção. Há muito para ser feito nesse aspecto. A execução de atividades de E&P em bacias maduras e em áreas com acumulações marginais não visa o aumento substancial da produção brasileira em um único projeto, principalmente em bacias com o nível de maturidade, como as do Recôncavo, Sergipe-Alagoas, Potiguar e Espírito Santo. Se este é o caso, qual a razão para defender a sustentabilidade operacional (prolongamento da vida econômica dos campos)? Ações nesse sentido possibilitam a criação de um sistema estruturante com inserção de novos entrantes, de portes variados e independentes, como ocorre nos Estados Unidos, no Canadá, e também em outros países. Em especial, verifica-se a possibilidade de ganho substancial para os municípios do Nordeste brasileiro, com aprimoramentos nas dimensões sociais e econômicas da monta de uma revolução desenvolvimentista de áreas antes fadadas à miséria. A consolidação deste modelo, com a participação também dos pequenos e médios empresários significa ganhos socioeconômicos regionais expressivos em vários níveis, onde os aspectos de sustentabilidade dessa atividade devem estar garantidos pelo Estado brasileiro. O fomento à participação das empresas de pequeno e médio porte pode preparar o caminho para uma estratificação ainda mais elaborada do mercado, permitindo a entrada de “micro” empresas (empresas nanicas, constituídas apenas para manter pequenos poços com produção comercial de poucos barris por dia), tipicamente operando de um a cinco poços. Observando o modelo canadense e norte-americano, torna-se cristalina a necessidade 108
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Figura 4: Capa do manual do operador de produção de
petróleo e gás natural.
de investimentos estratégicos em educação, no aprimoramento do sistema regulatório, na elaboração de uma política nacional efetiva, e na contínua pesquisa e avanço em fomento ao desenvolvimento tecnológico como forma de tornar sustentável um mercado de petróleo e gás (P&G) com participação significativa de pequenas e médias empresas. Há cerca de dois anos, o grupo de pesquisa identificou esta necessidade e – por meio de uma parceria com a Oklahoma Marginal Well Comission, o Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustívies (IBP) e a ANP – adaptou e publicou um abrangente manual de operação de petróleo em português (Figura 4). Este manual foi distribuído gratuitamente para todas as instituições que contavam com cursos de engenharia de petróleo. Para o sucesso da iniciativa de aumento da participação de empresas de pequeno e médio porte nas atividades de exploração, desenvolvimento e produção de petróleo e gás natural, os investimentos em educação deveriam ser focados no avanço da capacitação e do empreendedorismo de nossos docentes e discentes, no âmbito da multidisciplinaridade, por meio de pesquisas aplicadas e voltadas para a criação de novas empresas (startups e spinoffs).
Outro fator indispensável para a atração de investimentos neste nicho é o patrocínio do Poder Executivo no que diz respeito a medidas de fomento ao crédito e fundos setoriais, e eliminação de barreiras para a consolidação desse nicho de mercado. Portanto, espera-se a criação de formas sustentáveis para garantir o financiamento de projetos de P&D e Inovação, por parte dos agentes públicos e privados, sendo decisivo para o mercado de pequenos e médios investidores as seguintes ações: a) Formação e capacitação – expertise e mão de obra técnica especializada. b) Empreendedorismo – os novos entrantes desse nicho (operadores e prestadores de serviços) serão empreendedores com conhecimento técnico em áreas específicas assumindo o risco em um território desconhecido. Esses atores precisam ser formados. A cultura que propicia esta formação está sendo fomentada pelo Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), mas ainda é tabu na maioria das universidades. c) Políticas específicas – compreensão do Governo da importância socioeconômica do nicho de mercado, fornecimento de ambiente atrativo (incentivos) e protegido das heranças do mercado monopolizado, e tratamento diferenciado para pequenos. d) Governança – conhecimento setorial, agilidade nas concessões de licenças e prontidão em ajustes que se mostrarem necessários. e) Conscientização – as regiões produtoras precisam tomar conhecimento do valor da atividade no desenvolvimento socioeconômico de seus municípios. Quando, e se, a população compreender que a atividade de produção de petróleo e gás natural executada por pequenos e médios operadores melhora sua vida, surgirá, naturalmente, a pressão política para o suporte à atividade. Essa compreensão levou o Grupo de Pesquisa a iniciar projetos de modelagem dos impactos socioeconômicos da atividade. Interação do segmento upstream com a comunidade acadêmica – Segundo Gomes (2014), atualmente temos cerca de 700 mil mestres e doutores, e formamos anualmente cerca de 45 mil mestres e 15 mil doutores. Somos a sétima economia mundial, mas precisamos de tudo quando o assunto é infraestrutura (ferrovias, hidrelétricas, embarcações, portos, aeroportos, hospitais, etc.). Mesmo diante deste evidente gargalo para o desenvolvimento, apenas 5% dos formandos nacionais são engenheiros. Dos doutores no Brasil, 95% estão nas universidades ensinando ou em projetos aguar-
Figura 5: Esquema de divisão da Participação Especial
dando a abertura de um concurso público. Apenas 2% estão nas indústrias envolvidos em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação. Quanto à interação da academia com a indústria, o Valor Presente Líquido (VPL) da proximidade e interação da academia com a indústria é significativamente superior ao Valor Futuro (VF) de qualquer possível benefício esperado pela Instituição Acadêmica; seja Propriedade Intelectual (PI), o Direito de Comercialização destas, ou Royalties. O ganho em capacidade de P&D, formação de profissionais, criação de um ambiente pragmático para preparação de alunos, etc., são resultados difíceis de quantificar, mas são, de fato, de grande valor. Reconhecendo o papel da inovação tecnológica na manutenção do crescimento econômico e como grande responsável por ganhos de produtividade, este Grupo de Pesquisa nasceu diante do desafio de fornecer soluções pragmáticas para o nascente segmento de produção em bacias maduras terrestres e áreas com acumulações marginais. Reconhecemos que a Universidade vem fazendo bem o seu papel de formar recursos humanos e desenvolver pesquisa. No entanto, de modo geral, não tem sido a vocação da academia desenvolver produtos e gerar inovação. Lembro que, por definição, um produto de desenvolvimento tecnológico (produto, serviço, metodologia, ferramenta computacional, algoritmo, etc.) só pode ser reconhecido como INOVAÇÃO se for colocado com sucesso no mercado. A universidade brasileira, de modo geral, não tem esta vocação. As regras para o processo de gestão da Propriedade Intelectual e Inovação na academia não são atrativas, resultando nos baixos indicadores que temos atualmente. Insistimos que a academia pode e deve fazer pesquisa básica. No entanto, vive-se um momento de grandes desafios, com gargalos críticos na TN Petróleo 98
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e&p indústria. Nessas áreas específicas, como engenharia, química, geologia, etc., é necessário que sejam intensificados os esforços acadêmicos em prol de pesquisas aplicadas, contribuindo com soluções (inovações, serviços inovadores por startups, empreendedorismo acadêmico, etc.) que resultem em mudanças significativas em nossa sociedade... além da formação de profissionais preparados para os desafios da indústria. Com relação aos recursos financeiros, segundo a Lei do Petróleo, caso as empresas operem campos de alta produtividade, estas devem aportar 1% da receita bruta da produção do campo para pesquisa e desenvolvimento na forma de Participação Especial. De maneira geral, esse percentual pode ser utilizado da seguinte maneira (Figura 5): 0,5% para Institutos de Ciência e Tecnologia (ICTs) – recursos em projetos externos – e 0,5% pelos centros de pesquisa das próprias companhias (recursos em projetos internos). Tal aporte financeiro criou um novo horizonte financeiro para a área de P&D no Brasil, mas os velhos problemas perduram. A Participação Especial é um excelente instrumento direcionador de recursos para ações de P&D e inovação. No entanto, ainda não há uma disposição em monitorar quantitativamente a performance do programa. Quanto foi investido? Quais os resultados? Quantos laboratórios criados? Quantos estão em funcionamento servindo as áreas de gargalos de serviços técnicos e laboratoriais? O aumento da capacidade de P&D atinge as áreas do setor que precisam crescer e se consolidar? Quais os impactos do direcionamento desses recursos no aumento da cadeia produtiva nacional? Quantas patentes foram geradas resultantes desses recursos? Quais inovações surgiram e beneficiaram o segmento ou a sociedade? Houve cumprimento de cronogramas e orçamentos? É também tempo oportuno para que o Programa de Recursos Humanos (PRH) da ANP seja ampliado e intensificado, abrindo mais espaços para áreas terrestres de acumulações marginais, o que ajudaria a implementação da política pública de fomento à participação de empresas de pequeno e médio porte no upstream brasileiro. Reconhecem-se os avanços do último Edital do PRH (05/2013), quando houve a linha de “Campos Maduros” como tema para a concorrência. A verdade é que, após mais de uma década de esforços, o Brasil continua com um déficit de engenheiros, geólogos, geofísicos, petrofísicos, estatísticos, etc. A superficialidade da relação academia-indústria continua resultando em bacharéis pouco preparados para os desafios extra-acadêmicos. Enquanto isso, a indústria segue com dificuldades 110
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na busca de talentos para atender às exigências da política de Conteúdo Local. O governo será obrigado a flexibilizar as regras de importação de mão de obra especializada e equipamentos, pois a indústria não pode esperar. Assim, vários cursos de Engenharia de Petróleo vêm surgindo para satisfazer essa demanda, mas o atendimento à quantidade demandada parece preceder o da qualidade. As universidades federais não encontram professores doutores em áreas específicas para os cursos de petróleo. Ademais, os salários pagos na indústria chegam a ser várias vezes superiores aos pagos a professores-especialistas concursados. A academia não deve ser formatada para atender exclusivamente as necessidades da indústria, mas o atual distanciamento entre a formação e a realidade do mercado de trabalho é muito grande e custa muito ao país. No Brasil, mestres e doutores optam em permanecer nas universidades, nutrindo a esperança de ingressarem na instituição via concurso público, enquanto isso, as empresas ainda buscam especialistas estrangeiros caríssimos para decifrar os desafios dos reservatórios carbonáticos do pré-sal. É possível notar uma melhoria do fluxo de doutores em direção à grande indústria e por isso é necessário uma nova metodologia de avaliação da performance de pesquisadores pelas instituições competentes – CNPq e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Atualmente, os produtos resultantes de uma vida de pesquisa e desenvolvimento na indústria valem muito pouco quando comparados a artigos em periódicos acadêmicos sem qualquer impacto na sociedade. Igualmente, escrever um livro técnico para capacitar recursos humanos ou desenvolver uma patente que revoluciona a forma com que poços são completados valem menos que um artigo sem nenhum impacto mensurável publicado em um periódico acadêmico. A expectativa de publicações da academia não pode ser aplicada para pesquisadores da indústria. Na indústria, muitas vezes existem restrições à publicação devido a questões de Propriedade Intelectual ou de informações consideradas estratégicas. Isso é comum até em projetos envolvendo uma parceria academia/Empresa. Assim, apesar de estarem produzindo ciência avançada e tecnologia de ponta, os indicadores de produção científica não são representativos. Enquanto isso, pesquisadores na academia não engajados em pesquisa aplicada transformam os resultados de um único trabalho em três publicações com pouco ou nenhum impacto na sociedade. O número
de publicações tem crescido no Brasil, mas houve queda no número de registros de Propriedade Intelectual (Global Innovation Index, 2012). Os pesquisadores da indústria passam grande parte do tempo desenvolvendo soluções para desafios tecnológicos, em sua grande maioria projetos com duração média de 12 a 24 meses. Antes que um projeto seja iniciado, o pesquisador precisa apresentar a viabilidade técnica, justificar os investimentos e apresentar um business case elaborado com seus parceiros da operação e do desenvolvimento de negócios. Uma proposta de projeto será aceita apenas caso seja possível demonstrar que o valor presente líquido (VPL) justifica o investimento de tempo e recursos (financeiros e humanos). Além disso, e muito importante, é necessária uma clara demonstração de que o produto final terá aplicação imediata. Algumas exceções podem ser feitas devido a estratégias para conquistar market share. Esses pesquisadores podem solicitar patentes e são incentivados financeiramente. Algumas empresas concedem um tempo livre (em geral 10% da carga horária semanal) para projetos “de alto risco” (sem garantia de retorno). Essas duas categorias de pesquisadores (na indústria e na academia) vêm crescendo em virtude das regras de obrigação de investimentos em pesquisa por parte das empresas produtoras e necessitam, com urgência, de uma metodologia apropriada do CNPq para acompanhá-las em suas carreiras. Quanto aos incentivos oriundos da Lei da Inovação e de outros instrumentos de incentivo fiscal (subvenções), estes não provocam o desejado impacto em grandes grupos internacionais. A tendência das empresas é de distanciamento dessas benesses para evitar um escrutínio maior em seus negócios, em especial na área de contratação recursos humanos estrangeiros, conteúdo local, indicadores de qualidade e performance. Inclusive, seria oportuna a indicação de Conteúdo Local para projetos de P&D, incentivando o fluxo de doutores das universidades para a indústria. Ademais, incentivos como financiamento pelo Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) e pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) não são aproveitados por grandes empresas globais atuando no Brasil pela existência de recursos próprios para desenvolvimento tecnológico e, caso necessitem de empréstimos, esses podem ser capitados a taxas significativamente menores no exterior. Logo, os produtos de financiamento de tecnologias poderiam ser direcionados para startups e spinoffs.
Uma das formas de ampliar os impactos positivos da interação da indústria com as universidades é a disponibilização de pesquisadores da empresa ou instituição (e.g. ANP, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis/Ibama, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística /IBGE, etc.) para programas de pós-graduação como professor colaborador, como ocorre no Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) Nessa condição, o pesquisador pode, por exemplo, ministrar um curso por ano (e.g. um curso de 32 horas realizado em uma semana) em uma área específica, oferecida aos alunos e professores. Atualmente existem várias áreas do conhecimento em que a inovação tem mudado a forma de atuação da indústria e que podem ser ensinadas por um pesquisador (fraturamento hidráulico, coleta de dados de poço e reservatórios, regulação). Outra forma é a orientação de alunos em projetos de interesse da empresa ou de uma agência reguladora por pesquisadores externos. O compartilhamento de pesquisadores entre pequenas empresas e as universidades também poderia ser fomentado. Doutores dessas empresas poderiam atuar sinergicamente com as universidades produzindo resultados de interesse comum. A interação com alunos e pesquisadores criaria oportunidades de contratação de jovens talentos. Os recursos serviriam para manter os laboratórios atualizados e para a contratação de técnicos para operacionalizar a estrutura. Com a ampliação do conhecimento e a disponibilização de estrutura, não demoraria muito para que pesquisadores começassem a produzir ferramentas, aplicativos, modelos, sistemas, etc. (Inovação). Com o tempo, o laboratório seria ampliado para abrigar e incubar spinoffs frutos de grupos de pesquisa. Segundo a Forbes (2013), uma startup é uma companhia trabalhando para resolver um desafio onde a solução não é óbvia e o sucesso não é garantido. A Finep (2000) define que “Empresas nascentes de base tecnológica” (startups), são empresas cuja estratégia empresarial e de negócios é sustentada pela inovação e cuja base técnica de produção está sujeita a mudanças frequentes, advindas da concorrência centrada em esforços continuados de pesquisa e desenvolvimento tecnológico. Principais características das empresas nascentes de base tecnológica: 1) em estruturação empresarial (‘quase-empresa’); 2) sem posição definida no mercado; 3) Inseridas ou não em incuTN Petróleo 98
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e&p badoras; 4) que buscam oportunidades em nichos de mercado com produtos/serviços inovadores e de alto valor agregado. Ainda é possível diferenciar entre startups e spinoffs segundo a definição de Callan (2001) que postula spinoff (de Pesquisa ou de Universidade) como sendo uma empresa fundada nas descobertas ou desenvolvimentos de um membro ou por membros de um Grupo de Pesquisa em uma universidade. O empreendedorismo acadêmico ainda é um tabu em muitas universidades. De um lado, é possível encontrar as universidades com grupos especializados, que, através de suas pesquisas e resultados poderiam direcionar esforços para solução de desafios do segmento onshore, de bacias maduras e do nicho de pequenas empresas de petróleo (pesquisa aplicada). No outro lado, pequenos produtores poderiam estabelecer uma linha de comunicação constante com a academia, trazendo seus desafios e provocando novas linhas de pesquisas para atuação colaborativa. Como demonstrado, tal sintonia ampliaria a capacidade de P&D da universidade e daria aos pequenos produtores um potencial de pesquisa impossível de ser criado com recursos próprios. Enfim, um modelo “win-win”. Por exemplo, para pequenas empresas operadoras, o desenvolvimento de projetos em petrofísica seria impossível. No entanto, um projeto poderia ser desenvolvido em colaboração com a universidade ou uma spinoff incubada na Universidade. As incubadoras, por exemplo, têm propiciado o surgimento de pequenas empresas de serviço puramente nacionais. No Brasil ainda há espaço para melhorias nas incubadoras. Muitas startups de base tecnológica acabam deixando prematuramente suas incubadoras por entenderem que o modelo não é feito para o segmento upstream. No entanto, existem vários casos de sucesso. Existe um novo padrão de comportamento empresarial com respeito à P&D. A indústria percebeu que é complexa a tarefa de P&D interna (burocracias, idiossincrasias e pressões orçamentárias) e até mesmo por meio dos grandes centros de pesquisa das operadoras de serviços (foco no lucro imediato, disputas por propriedade intelectual, e, até mesmo, conflitos de interesse no desenvolvimento de soluções que reduziriam o lucro na prestação de servi-
ços). Investimentos em startups (note que estas são as que não têm envolvimento com as universidades) engajadas na busca por soluções pragmáticas, e com compromisso de atendimento a qualidade, cronograma e orçamento, são muito interessantes para a indústria. Essa terceirização (outsourcing) da pesquisa tende a aumentar. Uma das formas de direcionar recursos de P&D para projetos onshore seria por meio da destinação de um percentual dos projetos com recursos da Participação Especial para projetos onshore envolvendo ICTs, permitindo o credenciamento de spinoffs e startups, com programas claramente aplicados às bacias maduras. Seriam necessárias regras claras com respeito à definição de startups de base tecnológica e de tempo de existência para que empresas de consultoria não se aproveitassem de brechas regulatórias. A obrigatoriedade de envolvimento com universidades restringe a participação de startups formadas por pesquisadores que optaram por uma carreira fora da academia... um desincentivo a mudança do cenário atual (poucos doutores na indústria). Conclusões – Por fim, é tempo de agir estrategicamente para consolidar um segmento onshore com diversidade. Precisamos de novos entrantes como concessionários. Precisamos melhorar a atratividade para que pequenas empresas estrangeiras experientes colaborem com este nicho de mercado. Precisamos reconhecer iniciativas empreendedoras de pesquisadores de dentro e de fora da academia (spinoffs e startups). A performance de programas de P, D&I precisa ser avaliada por resultados e qualidade. Se os objetivos não forem alcançados, mudanças precisam ser implementadas. O fortalecimento do segmento onshore de E&P no Brasil passa obrigatoriamente pela oferta regular de novas áreas, atratividade para novos entrantes (concessionários), oferta de contratos para pequenos fornecedores (bens e serviços), interação universidade-setor para formação e capacitação de Recursos Humanos, e políticas específicas de fomento, pelo menos neste importante processo de formação e consolidação. Ao final, o que permanecerão, por décadas à frente, serão os desafios de explotar as bacias maduras onshore, inclusive aquelas que ainda não foram totalmente identificadas.
Referências CALLAN B. (2001). “Generating Spin-offs:Evidence from Across the OECD”. STI Review (OECD Publishing) 2000 (26): 18. ISBN 92-64-17580-6. GOMES, P.A. (2014), http://noblat.oglobo.globo.com/artigos/noticia/2014/10/os-caminhos-da-modernidade-universidade-e-empresa-inovadora.html REIS, A.C; et al; 2005. http://www.portalabpg.org.br/PDPetro/3/trabalhos/IBP0561_05.pdf REVISTA FORBES, 2014. http://www.forbes.com/sites/natalierobehmed/2013/12/16/what-is-a-startup/ SANTOS JR., Anabal. http://tede.unifacs.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=125 112
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Revista TN Petróleo
Edições especiais Brasil Offshore e OTC Brasil 2015. Anuncie! opinião
Nova lei anticorrupção: qual será o impacto na esfera
trabalhista?, de Mariana Schmidt, especialista em Direito do Trabalho do escritório Ferreira & Schmidt Consultoria Jurídica.
Combustíveis em alta Mais aço para a indústria Capital de energia: São Paulo não quer parar
ESPECIAL: PNG 2014-2018
É HORA DE RECUPERAR
O QUE FOI PERDIDO A complexidade dos riscos marítimos, por Antonio Lleyda Dispute boards: a redução do risco de judicialização de conflitos com subcontratados, por Alexandre Sion, Giovanni Peluci Paiva e Mariana de Souza Galan Campos maduros, um ativo estratégico: análise do processo produtivo para campos de petróleo em reativação, por Eduardo Oliveira Telese, Ednildo Andrade Torres e Francisco Gaudêncio M. Freires Como as petroquímicas podem prosperar com o boom do LGN, por José de Sá
Entrevista exclusiva
Luiz Germano Bodanese, presidente da Gaia
A reinvenção da Gaia
opinião
Nova instrução normativa sobre o Repetro, de Paulo Cesar Rocha, diretor Executivo da LDC Comex
Fornecedores do Vale do Aço avançam no mercado de óleo e gás Desafio Brasil x China Sucata gera aço
ESPECIAL AÇO: UMA INDÚSTRIA DE AÇO QUE PRODUZ ÓLEO E GÁS
Ano XV • maio/junho 2014 • Nº 95 • www.tnpetroleo.com.br
ESPECIAL: AÇO
UMA INDÚSTRIA produz DE AÇO que óleo e gás Indústria naval e conteúdo local: muda a regra?, por Júlia Motta
Cobertura especial:
Regulação do setor de óleo & gás em Moçambique, por Henrique Rojas e Paulo Ragee Maré de incertezas exige executivos preparados, por Marcelo Lavall
Entrevista exclusiva
Nº 95
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Ano XV • mar/abr 2014 • Nº 94 • www.tnpetroleo.com.br
TN PETRÓLEO
Este é um ano muito especial para a TN Petróleo. Estamos entrando no 16º ano de experiência e conhecimento no mercado brasileiro de petróleo, gás e energias alternativas. A TN Petróleo é fonte indiscutível de informação para esse movimentado mercado. Mais do que apenas retratar os novos cenários da indústria, após a flexibilização do mercado, a TN Petróleo ajudou a mostrar a história de pioneirismo desse mercado e os novos desafios enfrentados pela indústria brasileira de petróleo. As páginas da revista sempre apresentam aos investidores estrangeiros e nacionais - as oportunidades e o imenso potencial de nosso país.
João Candido Gonçalves da Silva, diretor de Competitividade Naval da Enseada Indústria Naval
Uma enseada de grandes projetos
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fino gosto
Al Khayam
O Bom Gosto Árabe na Praça XV Quando a sociedade que mantinha no Leblon se desfez, o sírio Moufid Hassan não pensou duas vezes e resolveu encarar sozinho o desafio de se estabelecer no centro da cidade, no entorno da Praça XV. O Al Khayam saía da zona sul e se mudava de mala e cuia para a rua do Ouvidor, onde permanece até hoje, pouco mais de uma década após sua chegada.
por Orlando Santos
Al Kahyam
Rua do Ouvidor, 16 – Centro (21) 2252-6261 e 2507-6042 Aberto das 11h às 22h (segunda até as 17h; quinta e sexta até a meia noite).
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F
por Orlando Santos
“Foi uma época difícil, o centro estava todo degradado, e ainda precisando de muita coisa do poder público, mas creio que bons tempos virão daqui a dois anos, com o término das obras da perimetral e a revitalização de toda a área portuária, começando aqui pela Praça XV, como consta do planejamento da Prefeitura” diz Moufid. O Al Khayam está localizado na mesma rua onde funciona até hoje o mais longevo restaurante da cidade, o Rio Minho, que acaba de completar 134 anos e, assim como Moufid, o espanhol Ramón também aguarda bons tempos pela frente. O nome do restaurante é homenagem ao poeta persa Omar Al Khayam, que se tornou famoso por tratar de temas como o amor, a paixão, a vida e a morte. Ele é o autor dos versos de sua maior obra o Rubaiyat. À frente do Al Khayam, Moufid perpetua a tradição familiar deixada pelo seu pai no restaurante Rio-Safita, bem defronte à Praça Paris, na Glória, e que após 30 anos oferecendo uma comida árabe de boa qualidade a preços populares, fechou as portas. Só ali, Moufid passou dez anos ajudando seu pai a manter
viva a culinária árabe na cidade. A etapa seguinte foi no Leblon. No Centro do Rio, instalou-se perto dos centros culturais mais importantes da cidade, como o do Banco do Brasil, Correios, Casa França-Brasil e Paço Imperial. O Al Khayam oferece um cardápio extenso com vários combinados. Os pratos especiais só são servidos quando o cliente faz a encomenda. Neste caso está o cuscuz marroquino com legumes cozidos no vapor e fatias de cordeiro, acompanhando de salada síria, com molho de romã, semmac e zathar, e bolinhos de falafel ao molho taratour. A casa tem um happy hour com apresentações de dança do ventre, na segunda e na última sexta do mês, a partir das 20 horas, quando o Al Kahyam “fica encantado”, no dizer de Moufid. No mezanino podem ser degustados arguilles (fumo árabe importado) de diversos sabores. Tudo isso combinado transforma o Al Kahayam num lugar muito acolhedor, mágico e encantador. Para a alegria de Moufid e dos seus fiéis clientes, executivos, secretárias, parlamentares ( a ALERJ fica próxima), e pessoas comuns atraídas pelo lugar. Assim como Omar fazia com seus amigos, embaixo das tendas celebrando a vida com boas bebidas e comida, Moufid é também só generosidade neste ato. TN Petróleo 98
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coffee break
Humor e Musas
Fortuna em livro precioso. Ziraldo em exposição de mulheres exuberantes
Personagens decisivos para o sucesso de O Pasquim durante o regime militar, Fortuna (1931-1994) e Ziraldo (nascido em 1932) fazem parte da vida cultural do carioca, que tem a oportunidade de rever os traços destes artistas em dois contextos. Ziraldo expõe telas em acrílico no Centro do Rio, com inspiração em mulheres, algumas famosas. Fortuna está presente em um livro que revisita os 50 anos de sua carreira. por Orlando Santos
fortuna, o cartunista dos cartunistas
Referência dos melhores cartunistas do país, Fortuna tem sua trajetória documentada num livro publicado recentemente organizado por um mestre da caricatura, Cassio Loredano. Com muita propriedade, o título faz alusão ao fato de que nove entre dez pessoas o tinham na conta de um artista admirado por todos os demais.
Fortuna, o cartunista dos cartunistas pode ser encontrado na Livraria Folha Seca, na rua do Ouvidor, 37, Centro, Rio de Janeiro/RJ. Tel.: (21) 2224-4159 116
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Fortuna, o cartunista dos cartunistas reúne quase 50 anos de atividade do humorista brasileiro nas suas diversas fases. Sua trajetória profissional começa com a colaboração na revista A Cigarra e vai até as charges na Gazeta Mercantil, com passagens marcantes pela revista Veja e pelo jornal Folha de S. Paulo. A maior parte do material estava inédita em livro e contou com a colaboração do filho do cartunista, Felipe Fortuna. O leitor pode agora entrar em contato com o trabalho desse artista que foi considerado um dos cem melhores cartunistas do mundo pela Casa do Humor e Sátira de Gebrovo, da Bulgária, em 1977. E que 20 anos antes já havia conquistado o primeiro lugar em desenho humorístico no Salão Internacional de Humor Bordighera, em San Remo, na Itália. Humor em tempos duros – Fortuna deixou seu nome na história do humorismo brasileiro como um dos maiores cartunistas da sua geração. Foi um crítico severo e irônico do golpe militar de 1964, quando publicava charges nas páginas do jornal Correio da Manhã, além de ser um dos fundadores de O Pasquim – semanário alternativo editado entre 1969 e 1991, reconhecido pelo diálogo entre o cenário da contracultura da década de 1960 e por seu papel de oposição ao regime militar.
Mas seu traço e texto inconfundíveis não se limitaram ao humor político: com sua impactante mistura de nonsense e aguda observação, os trabalhos de Fortuna estiveram presentes nas capas de diversos livros e revistas, nas tiradas irônicas sobre os logotipos, e na criação das histórias da ‘Madame e seu Bicho Muito Louco’. No prefácio do livro, Ferreira Gullar, poeta e crítico de arte recém-empossado na Academia Brasileira de Letras, ao salientar a expressividade e a contundência do trabalho de Fortuna, observa que sua obra trata “também de outra maneira de contar a nossa história, diferentemente de como a contam cronistas e historiadores. Esta é também uma reflexão crítica sobre a vida nacional.” Quase sempre acompanhada do riso do leitor.
Ziraldo e suas musas Inspirado ora em imagens de celebridades, ora não, o cartunista e escritor Ziraldo produziu 16 quadros de quase 2 m de altura com figuras de mulheres ‘exuberantes’. Pintados em acrílico, os quadros, que levaram quase seis anos para serem concluídos, estão sendo expostos na Galeria Scenarium, com o título de Mulheres de Ziraldo. Sobre sua inspiração para criar os quadros, Ziraldo confessa: “Sempre fui muito apaixonado por mulheres bonitas! Aliás, também por suas bundas.” O artista se considera, inclusive, especialista no assunto... Entre os quadros, o preferido de Ziraldo é o de Marilyn Monroe em um plano de fundo vermelho. “Na foto original, ela ainda estava em início de carreira. O que me inspirou foi o olhar dela, de quem não sabia direito o que estava fazendo ali.” Com numerosos dons, o pintor, escritor, chargista e cartunista celebrou seus 82 anos no dia 24 de outubro, durante a exposição, e afirma que não pretende parar de encantar o público. “Enquanto você está trabalhando e produzindo, não fica velho. Eu não tenho tempo para envelhecer”, brinca. O histórico casarão do Centro Antigo do Rio foi o local escolhido pelo artista para expor suas obras. Totalmente restaurada, a Galeria Scenarium está localizada num sobrado no coração da Lapa.
Mulheres de Ziraldo Exposição: de 14/10 a 29/11 De terça a sábado, das 13h às 19h Galeria Scenarium Rua do Lavradio, 15 Centro, Rio de Janeiro, RJ Entrada franca www.galeriascenarium.com.br
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feiras e congressos
Novembro
10 a 12 - Rio de Janeiro Sobena 2014 Local: Rio de Janeiro, RJ Tel.: (21) 2263-9079 Email: sobena@sobena.org.br www.sobena.org.br
10 a 13 - Emirados Árabes Adipec 2014 Local: Abu Dhabi, Emirados Árabes Tel.: +971 2 6970 527 Email: jeanphilippe@dmgeventsme.com www.adipec.com
Junho 26 a 28 - China China Maritime Local: Pequim, China Tel.: +86-10-59273880 Email: cm@zhenweiexpo.com www.chinamaritime.com.cn
23 a 26 - Brasil Brasil Offshore Local: Macaé, RJ Tel.: (21) 2112-9080 Email: eventos@ibp.org.br www.ibp.org.br
Setembro 25 e 26 - EUA Lignofuels Americas Local: Milwaukee, EUA Tel.: +44 (0)20 7981 2503 Email: dpavlyk@acieu.net www.wplgroup.com
Maio
2015 - Fevereiro
22 a 24 - Brasil Rio Pipeline 2015 Local: Rio de Janeiro, RJ Tel.: (21) 2112-9080 Email: eventos@ibp.org.br www.ibp.org.br
Outubro
18 e 19 - Islândia Global Geothermal Energy Summit Local: Reykjavík, Islândia Tel.: +48 616 467 025 Email: marketing@acieu.co.uk www.wplgroup.com
4 a 7 - EUA OTC 2015 Local: Houston, TX Tel.: +1.972.952.9494 Email: meetings@otcnet.org 2015.otcnet.org
Março
18 e 19 - Emirados Árabes 6th Arctic Shipping Summit Local: Montreal, Canadá Tel.: +44 (0)207 981 2503 Email: mahsan@acieu.net www.wplgroup.com
27 a 29 - Brasil OTC Brasil 2015 Local: Rio de Janeiro, RJ Tel.: (21) 2112-9080 Email: otcbrasil@ibp.org.br www.ibp.org.br
Novembro 20 a 21 - Inglaterra 6th FPSO Vessel Summit Local: Londres, Inglaterra Tel.: + 44 (0)20 3141 0612 Email: jsmith@acieu.net www.wplgroup.com
17 a 20 - África do Sul NGV 2014 South Africa Local: Johannesburgo, África do Sul Tel.: +54-11-4300-6137 Email: info@ngv2014southafrica.com www.ngv2014southafrica
Para divulgação de cursos e/ou eventos, entre em contato com a redação. Tel.: 21 2224-1349 ou webmaster-tn@tnpetroleo.com.br 118
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de Alberto Machado Neto, diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) e professor e coordenador acadêmico do MBA Gestão em petróleo e Gás da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
opinião
Repensando o
Repetro
Os componentes básicos de custo de produtos industrializados no Brasil, tais como: tributos, taxa de juros, câmbio, legislação trabalhista e infraestrutura, entre outros, afetam de maneira decisiva a competitividade de nossa indústria de transformação.
D
e modo geral, as empresas brasileiras são competitivas dentro dos portões das fábricas, porém, devido aos fatores aqui citados ficam sem condições de competir de igual para igual quando expostas à concorrência internacional. Por esse motivo, sempre que algum setor se torna prioritário, o governo adota medidas pontuais para manter sua viabilidade, melhorar suas condições de competição ou ainda evitar desemprego em massa. Dentre as medidas para remediação habitualmente adotadas encontram-se os chamados Regimes Especiais. Como são medidas pontuais, em geral urgentes e sem uma visão de todos os segmentos envolvidos, tais regimes acabam exacerbando a falta de isonomia naqueles não atingidos por seus efeitos, pois desoneram totalmente produtos importados, mas só conseguem desonerar o custo Brasil apenas em uma parte na cadeia produtiva nacional, mesmo assim parcialmente. Quanto mais extensa é a cadeia de valor de um setor, mais prejudicados ficam seus integrantes. Não foi diferente com o Repetro, Regime Especial instituído no final da década de 1990, com o intuito de proporcionar atratividade aos investimentos externos no recém aberto mercado de exploração e produção de petróleo no Brasil. Naquela ocasião, quando a Lei do Petróleo (Lei 9478) foi promulgada, o petróleo estava cotado a cerca de US$ 16.00 o barril, cerca de US$ 22.00
em valores atuais, o potencial geológico do Brasil era desconhecido e havia, no mundo, alternativas mais interessantes para investir em blocos exploratórios. Para piorar a situação àquela época, se somados os valores específicos devidos ao governo quando da produção – royalties, participações especiais, bônus de assinatura, entre outros – à nossa pesada carga tributária, o Brasil se tornava pouco atrativo para investimentos no setor de óleo e gás. Era, portanto, mandatório melhorar as condições de competitividade para atrair investimentos das empresas de petróleo. Com esse objetivo foi então criado o Repetro, inicialmente para itens importados e mais tarde estendido aos produtos fabricados internamente através do artifício da exportação ficta. Com a aplicação daquele instrumento, foi possível desenvolver o novo Negócio Petróleo no país, num processo muito bem conduzido pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que conseguiu dar visibilidade e atrair para cá inúmeros investidores estrangeiros que somaram valores aos capitais nacionais. Decorridos 15 anos, o cenário é outro e completamente diferente: o Brasil se tornou uma excelente oportunidade para empresas de petróleo e o barril de petróleo está próximo aos US$ 100,00. Hoje o país oferece excelentes oportunidades de negócio, não só para as atividades diretas de exploração e produção de petróleo e gás natural, como também para toda a TN Petróleo 98
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opinião sua cadeia de valor. Pena que a indústria local não esteja conseguindo capturar essa oportunidade. Acresce-se o fato de que as alternativas de investimentos em outros países, que representavam oportunidades e que estavam visíveis no final da década de 1990, ou não se confirmaram ou estavam em áreas conturbadas onde os riscos políticos e sociais adjacentes aos geológicos eram muito grandes. Por outro lado, se o próprio governo considerou que o pré-sal é tão promissor a ponto de mudar a sistemática de concessão para o sistema de partilha porque o risco do investidor é menor, fica ainda mais claro ser necessário promover ajustes no que seria uma política industrial, na qual se inclui o Repetro, para adequá-la ao novo cenário. O acentuado processo de desindustrialização em que o Brasil se encontra e a não existência de uma política industrial que efetivamente desonere os investimentos, traga as taxas de juros a patamares internacionais, corrija o efeito do Real apreciado, desonere a folha de pagamentos e melhore nossa infraestrutura, tira de nossa indústria de transformação as mínimas condições de isonomia com as empresas estrangeiras. Pelos motivos expostos, urge repensar o Repetro, que, embora na falta de mecanismos mais competentes, seja fundamental para a viabilização das atividades diretas de exploração e produção no Brasil,
exacerba a não isonomia nas atividades subsidiárias e retira a oportunidade de usar as demandas do setor de petróleo e gás para minorar o processo de desindustrialização ora em curso em nosso país. Como a eliminação do custo Brasil não é uma tarefa simples, e olhando o problema unicamente sob o prisma da indústria fornecedora de materiais e equipamentos, vislumbramos duas alternativas para mitigar os efeitos do Repetro: ou conseguimos expandir seus benefícios a toda cadeia produtiva ou limitamos a sua aplicação. Mas e se, ao limitarmos sua aplicação, retornarmos à condição de 1999 quando o nosso mercado não se mostrava atrativo a novos investimentos em E&P? Poderíamos ter uma queda na geração de demanda de bens e serviços e todos perderíamos. Concluindo: neste momento, quando estamos prestes a iniciar um novo mandato presidencial e começamos a explorar as reservas do pré-sal, uma das mais promissoras descobertas dos últimos tempos no mundo, é oportuno repensar o Repetro, não com o objetivo de prejudicar os segmentos por ele alcançados onerando-os com mais impostos, mas para buscar uma política capaz de viabilizar a indústria local de bens e serviços para o setor de petróleo e gás natural, que seja moderna, diversificada e competitiva e, ao mesmo tempo, consiga eliminar as assimetrias ao longo de toda a cadeia de valor.
Anunciantes da edição ABS – pág. 03 Aerodinâmica – pág. 25 Banco do Brasil – pág. 05 Brasil Offshore – pág. 65 Brazil Local Content – pág. 53 Câmara Consultoria – pág. 55 Cimaf Bekaert – pág. 85 China Brasil – pág. 77 China Maritime 2015 – pág. 47 Condutec – pág. 52 Costa Porto – pág. 36
Dinatecnica – pág.13 Firjan – 4ª capa Globalstar – pág. 63 Great Ocean – pág. 17 IBP – 2ªcapa, pág. 01 Icaterm – pág. 09 Intertek – pág. 87 JDR – pág. 49 Logan Oil Tools – pág. 15 Mac Log – pág. 14 Mecan – pág. 57
Médicos sem Fronteiras – pág. 93 OTC Brasil – pág. 79 PhDsoft – pág. 07 Presserv – pág. 13 Rexnord – pág. 45 Rio Gas & Power Forum 2015 – pág. 71 Rio Pipeline – pág. 97 Ropan – pág. 11 Sosinil – pág. 58 Sotreq – pág. 21 WPC Leadership Conference – pág. 37 Vulkan – pág. 75 opinião
Repensando o Repetro, de Alberto Machado Neto, diretor executivo da Abimaq e professor e coordenador acadêmico do MBA Gestão em petróleo e Gás da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Polônia quer ampliar negócios com o Brasil Cobertura Rio Oil & Gas: A feira das espectativas Pré-sal abre caminho para soluções cada vez mais inovadoras
Ano XVI • novembro/dezembro 2014 • Nº 98 • www.tnpetroleo.com.br
ESPECIAL: COMBUSTÍVEIS
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Uso temporário de áreas do porto organizado: uma alternativa para a indústria offshore, por Patricia Sampaio Fiad Impactos socioeconômicos de atividades de exploração e produção em bacias maduras e campos marginais terrestres, por Grupo de pesquisa CNPq
Entrevista exclusiva
Marcos Panassol, sócio e líder de petróleo & gás da PwC Brasil
É necessário rever o conteúdo nacional e o ritmo dos leilões
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1 41 5 8 89 - 2
Desenvolvimento Humano e Sustentabilidade: a força da equipe, por Wanderley Passarella Gestão jurídica de contratos na área de óleo e gás, por Alexandre Sion e Giovanni Peluci
ISSN
21 2224-1349 • www.tnpetroleo.com.br
NA BOMBA
Planejamento integrado: a chave para a excelência operacional, por José Sá
9 771415 889009
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