opinião
Quinze anos da lei do Petróleo: avanços e perspectivas,
Petróleo I Gás I BiocomBustíveis
de Maria D’Assunção Costa, advogada, doutora em Energia pelo IEE/USP
Noruega: uma travessia tecnológica rio, capital da energia Firjan: lançamento do estudo Decisão rio
Ano XIV • jul/ago 2012 • Nº 84 • www.tnpetroleo.com.br
esPeciAl: PN 2012-2016
Petrobras investirá
us$ 236,5 Bilhões até 2016
A importância de se comprometer com a sustentabilidade, por Claudia Martins o “pacote ambiental”, a rio+20 e o desenvolvimento sustentável, por Renata Franco de Paula Gonçalves Moreno sustentabilidade sem fronteiras, por Regina Pimentel A nova lei Antitruste e as operações no setor de petróleo e gás, por Gustavo Flausino Coelho e Ricardo Mafra A Deepwater horizon e o mercado brasileiro, por Alex Sanson
cobertura especial rio+20
em busca do diálogo para o desenvolvimento sustentável Entrevista exclusiva
Guillermo Quintero, presidente da BP Brasil
o DNA falou mais alto
sumário entrevista exclusiva
Entrevista exclusiva
Guillermo Quintero, presidente da BP Brasil
Fotos: Ricardo Almeida
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edição nº 84 jul/ago 2012
O DNA fAlOu MAis AlTO
com Guillermo Quintero, presidente da BP Brasil
por Beatriz Cardoso e Rodrigo Miguez
Uma das primeiras companhias internacionais a atuar no Brasil na prospecção de petróleo – nas bacias de Santos, Paraná e Amazonas, na época dos contratos de riscos, nas décadas de 1970/80 – o grupo BP, antes conhecido como British Petroleum, volta a apostar firme na exploração e produção de petróleo no país, onde investiu, somente no ano passado, cerca de US$ 5 bilhões.
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A eSTrATéGiA GLoBAL A mAior PArTe nas atividades que estão no DNA da companhia britânica, e&P – e US$ 1,6 bilhão, no segmento de biocombustíveis –, principalmente na aquisição de ativos da Devon, por meio de farm in, para recompor uma carteira própria, que já soma 14 ativos, nove dos quais em parceria com a Petrobras. Uma verdadeira guinada para retomar as atividades exploratórias no país, depois de ter devolvido, em 2005, os dois blocos exploratórios na bacia da Foz do Amazonas, adquiridos após a quebra do monopólio no Brasil, com a Lei do Petróleo, de 1997. A BP chegou a perfurar três poços na Amazônia sem obter os resultados esperados. “Nunca paramos completamente nossas atividades nesse segmento no país. mesmo sem ativos continuamos a prospectar informações para avaliar novas oportunidades e potenciais ativos”, afirma o engenheiro químico venezuelano Guillermo Quintero, presidente da BP energy do Brasil. “maior prova disso é que agimos rapidamente quando surgiu a oportunidade”, complementa o executivo, que durante a entrevista à TN Petróleo manteve a discrição em relação às perspectivas da empresa em relação aos diversos ativos – inclusive ao potencial do pré-sal em alguns deles. Com 32 anos no setor de petróleo e gás natural, tendo trabalhado antes na venezuelana PDVSA e na norte-americana Arco oil & Gas, Quintero frisa que a BP atua no mundo inteiro do poço ao posto, sendo e&P uma vocação da companhia. “está no nosso DNA”.
DA BP é A exPLorAção,
o CASo Do irAQUe), reFiNo e ComerCiALizAção, e A CADeiA De GáS NATUrAL.
Dos 14 ativos que a BP tem hoje no país, nove são em associação com a Petrobras. Em março desse ano, vocês adquiriram participação de 40% em quatro blocos operados pela Petrobras (dois na bacia do Ceará e outros dois na de Barreirinhas, na margem equatorial brasileira). Vocês consideram essa parceria com a Petrobras estratégica para a companhia atuar no país? A Petrobras é uma empresa sólida, reconhecida no mercado internacional por sua expertise. e estamos orgulhosos dessa parceria com uma companhia forte, que tem muitas sinergias com a BP: as
TN Petróleo − Em menos de um ano a BP saiu do zero em ativos no Brasil para um portfólio de porte, com produção, depois de seis anos sem fazer qualquer movimento nessa área. Por que essa guinada? Guillermo Quintero – A estratégia global da BP, na área de petróleo e gás natural, aponta cinco cenários prioritários para os próximos anos: exploração, águas profundas, desenvolvimento de campos gigantes (como é o caso do iraque), refino e comercialização, e a cadeia de gás natural. ou seja, praticamente do poço ao posto, como dizem. ora, temos dois destes cenários muito fortes no Brasil: o de exploração, pelo grande potencial das bacias brasileiras, e o de águas profundas. o fato é que a BP gosta de explorar, prospectar novas fronteiras: foi assim que ela começou, há mais de cem anos, prospectando petróleo na antiga Pérsia. Temos também uma sólida expertise em águas profundas, com operações em diversas regiões. ora, o Brasil é o lugar certo para se realizar essas duas atividades que fazem parte da vocação da companhia. A exploração está no nosso DNA.
duas empresas gostam de águas profundas, de prospectar novas fronteiras exploratórias. São áreas de forte expertise para ambas. Portanto, é natural essa associação, que não se restringe somente ao Brasil. Por que essa aposta na margem equatorial brasileira? O que atraiu a BP para esses ativos, enquanto todo mundo foca o pré-sal? A exploração é a nossa vocação natural. Portanto é importante olhar para todas as oportunidades, inclusive em novas fronteiras exploratórias.
Vocês estão avaliando parcerias com outras empresas? Demos a partida no ano passado em uma estratégia de expansão, que começou pela aquisição de ativos da Devon e, depois, de parcerias com a Petrobras. isso não quer dizer que não estejamos atentos a todas as oportunidades que surgirem e que podem implicar em estabelecer novas parcerias, como as que já temos no Brasil (veja quadro de ativos da BP). e é claro que, como qualquer companhia de petróleo, vai prospectar e avaliar todas as possibilidades de participar no desenvolvimento do pré-sal.
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O DNA falou mais alto
áGUAS ProFUNDAS, DeSeNVoLVimeNTo De CAmPoS GiGANTeS (Como é
especial: especial: PN sísmica 2012-2016
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Foto: Banco de imagens stock.xcng / TN Petróleo
sísmica: no rastro do petróleo
PETROBRAs iNVEsTiRá
us$ 236,5 BilhõEs
ATé 2016 por Maria fernanda Romero
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Aprovado no final de junho, o Plano de Negócios da estatal para o período
o Plano de Negócios 2012-2016, que prevê investimentos de US$ 236,5 bilhões, a Petrobras decidiu reduzir a meta de crescimento da produção de petróleo em relação ao plano do ano passado. E anunciou uma redução de suas projeções de produção para 2020 de 4,91 milhões de barris de petróleo diários para 4,2 milhões. Para a presidente da estatal, Graça Foster, a meta de produção da empresa não era realista e os números estavam ousados demais. “Verificamos exatamente que nesses oito planos de negó-
2012-2016 prevê 5,25% a mais que o anterior (o de 2011-2015 era de US$ 224,7 bilhões). os investimentos aumentaram, mas a Petrobras decidiu rever suas metas de produção, agora reduzidas. “São metas historicamente não cumpridas”, pontuou Graça Foster, presidente da Petrobras, observando que isso se deve ao fato de não serem realistas. Segundo a estatal, o plano enfatiza a recuperação da curva de produção de óleo e gás natural; a exploração e produção de óleo e gás no Brasil; o alinhamento de metas físicas e financeiras de cada projeto; e o desenvolvimento dos negócios da empresa com indicadores financeiros sólidos. 22
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cios não temos cumprido nossa meta de produção. Temos, como uma das conclusões, que nosso plano esteja sendo trabalhado sobre metas ousadas, que se mostraram ano a ano não realistas”, disse a executiva na apresentação do plano a analistas, investidores e imprensa. A nova projeção aponta uma produção de 2,5 milhões de barris diários para 2016, enquanto o plano anterior previa que a Petrobras alcançaria 3,07 milhões de barris de petróleo em 2015. Somando óleo, LGN (líquido de gás natural) e gás natural, no Brasil e no exterior, a meta de 2016 é de 3,3 milhões boe/dia, sendo 3,0 milhões boe/
dia no país. O maior crescimento da produção (5% a 6%) é esperado ocorrer a partir de 2014, enquanto que a expectativa é de manutenção da produção em linha com o nível de 2011 (cerca de 2%). “Foi preciso rever a curva de produção de óleo, com orientação para metas absolutamente realistas, e visão pragmática em projetos reais. Não é possível considerar milagres quanto se tem demanda forte mundial e no Brasil”, ressaltou Graça Foster. A nova curva de produção tem como base a revisão da eficiência operacional dos sistemas em operação na Bacia de Campos e no cronograma de entrada de no-
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Foto: Divulgação
NORuEGA:
uma travessia tecnológica
Capital: oslo área: 385 155 km² População: 5 milhões Densidade: 12 hab./km² PiB: US$ 280 bilhões Renda Per capita: US$ 59,3 mil iDh (2011): 0,943 Alfabetização: 99,0% Moeda: Coroa norueguesa site oficial: www.regjeringen.no
Principais indústrias: petróleo e gás natural, processamento de alimentos, construção naval, produtos de madeira e polpa, metais, produtos químicos, madeira, mineração, têxteis, pesca.
Do pescado ao petróleo, a Noruega tem aumentado de forma incisiva sua presença no mercado brasileiro, sempre com os olhos voltados para o mar. No mais autêntico estilo viking, a indústria norueguesa iniciou uma travessia sem precedentes na sua história, das águas geladas do Mar da Noruega até a costa tropical do Brasil, trazendo a bordo investimentos e soluções tecnológicas para superar um novo desafio: a conquista do offshore brasileiro. por Beatriz Cardoso
anúncio feito pela Aker Solutions, no final de junho, de investir US$ 100 milhões em uma nova unidade brasileira de serviços, voltada exclusivamente para o negócio de equipamentos de perfuração, não é uma ação isolada da indústria norueguesa no território
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Petrobras investirá US$ 236,5 bilhões até 2016 33 Ações desvalorizadas e reajuste de gasolina 36 Sondas contratadas no exterior para LDA acima de 2.000 m Especial: noruega
especial: noruega
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Especial: pn 2012-2016
brasileiro – hoje, em torno de 150 empresas originárias daquele país têm plantas fabris ou escritórios aqui, e outras 50 atuam através de agentes ou parceiros. Dentre elas estão companhias do porte da petroleira Statoil e da classificadora mundial DNV (Det Norske Veritas), assim como empresas globais como Aker, Acergy, Deep Ocean, BW Offsho-
Europa, que se estende acima do círculo polar ártico, e o Brasil. Uma rota movida a muita energia – fóssil (petróleo e gás) e renovável. E que não se restringe apenas aos negócios – que vão de investimentos em aquisições e instalação ou expansão de fábricas à comercialização de bens e serviços. Passa também pela formação de
re, NorSkan/DOF, SeaBrokers, e estaleiros e empresas de design naval, como Havila, Havyard, Ulstein, entre outras, que são players reconhecidos no mercado naval e offshore internacional. O fato é que, nos últimos cinco anos, uma verdadeira rota aérea e marítima vem sendo consolidada entre o longínquo país do extremo norte da
recursos humanos, parcerias na área de pesquisa, desenvolvimento e inovação, e geração e transferência tecnológica para o Brasil. Estima-se que em torno de US$ 30 bilhões foram investidos no Brasil por empresas norueguesas, sendo a maior parte desse volume efetivada nessa última década, em setores-chaves como petróleo e gás, indústria naval, mineração, entre outros. Os investimentos e interesses vão mais além, principalmente para segmentos que demandam tecnologia de ponta, como o de energias renováveis, monitoramento ambiental, tecnologia de informação, entre outros – e, é claro, o de alimentos, com o saboroso bacalhau da Noruega chegando cada vez mais rápido e em maior quantidade às mesas do brasileiro. No caso do pescado de águas frias, o acesso se dá tanto em função do crescente comércio entre os dois países como também do crescimento econômico vivido
pelo Brasil nessa última década, crescimento esse que possibilitou ao brasileiro desfrutar de bens e serviços antes restritos a uma elite (enquanto que na Noruega, o bacalhau atende a todos os gostos e classes sociais). Mas é a forte expansão da indústria de petróleo e gás, por conta sobretudo das descobertas gigantes realizadas no pré-sal (e também no pós-sal) offshore brasileiro, que impulsionou essa ‘indústria viking petroleira’, acostumada a enfrentar desafios em regiões inóspitas como a do Mar da Noruega, a singrar os mares em busca de ‘portos’ hospitaleiros na costa do Brasil.
Apoio estratégico Capitaneando a ‘esquadra’ norueguesa está o governo federal, que por meio de seus braços institucionais abre caminhos para as empresas daquele país. Um desses braços é justamente o Innovation Norway (IN), agência de promoção do governo da Noruega, criada em 2003 com o objetivo de divulgar
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Noruega:
uma travessia tecnológica 44 Tecnologia de ponta
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48 De ‘capital do petróleo’ à referência mundial em energia verde de R$ 211,5 bi até 2014
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que para os investimentos na indústria de transformação e em infraestrutura, além do interesse cada vez maior das empresas estrangeiras em investir no Rio”, disse o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio
de Janeiro (Firjan), Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira. Para o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico do Rio, Julio Bueno, os dados mostram que “tem um círculo virtuoso acontecendo no Rio de Janeiro. O petróleo atrai a indústria naval, que atrai a navipeças, que atrai a área metal mecânica, que aumenta a renda, que faz com que as pessoas consumam mais”. Do valor total previsto para a construção naval (R$ 15,4 bilhões), R$ 6 bilhões irão para os novos estaleiros e construção de embarcações, e R$ 10,1 bilhões na siderurgia, com a implantação de siderúrgicas como a Ternium, em São João da Barra. “O estado terá, até 2014, o maior número de instalações portuárias do Brasil. Esse será
Museu do Amanhã na região do Porto Maravilha Complexo do Açu Foto: Divulgação GE
luciana de sá, diretora de Desenvolvimento econômico do Sistema Firjan; Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, presidente da Firjan; e Cristiano Prado, gerente de Competitividade industrial e investimentos da Firjan
Foto: Divulgação OGX
Rio de Janeiro terá investimentos públicos e privados recordes para o triênio 2012-2014, com destaque para os setores de logística e transporte. A nova edição do estudo Decisão Rio, que é realizado ano a ano, mostra que o estado receberá R$ 211,5 bilhões no período, valor 67,5% maior do que o previsto para 2010-2012. A Petrobras lidera os investimentos por setor, com R$ 107,7 bilhões (50,9%). Do valor total, R$ 40,5 bilhões irão para o setor industrial, sendo que R$ 6,1 bilhões (15,1%) irão para o setor petroquímico, R$ 10,1 bilhões (24,8%) para siderurgia e R$ 15,4 bilhões (38%) para construção naval. No setor petroquímico, serão investidos R$ 6,1 bilhões, com destaque para o Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro), em Itaboraí. A chegada de fábricas de automóveis, entre elas a Renault-Nissan, em Resende, e a ampliação da PSA Peugeot Citroen, em Porto Real, movimentará R$ 6,1 bilhões da área automotiva. “Nosso estudo apresenta um volume recorde de investimentos que vão muito além do setor de petróleo e gás, com desta-
um grande e importante diferencial do Rio de Janeiro”, comentou Cristiano Prado, gerente de Competitividade Industrial e investimentos da Firjan. O setor de infraestrutura terá investimentos de R$ 51 bilhões, sendo R$ 14,8 bilhões em energia (28,9%). No documento constam 234 empreendimentos previstos para o período 20122014, sendo 61,5% deles já em andamento, ou seja, com obras
Foto: Agência Petrobras
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Foto: Divulgação Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro
O valor é 67,5% maior do que o previsto para 2010-2012. Do total, R$ 40,5 bilhões irão para o setor industrial, sendo que R$ 6,1 bilhões (15,1%) irão para o setor petroquímico, R$ 10,1 bilhões (24,8%) para siderurgia e R$ 15,4 por Maria fernanda Romero bilhões (38%) para construção naval. Foto: Antônio Batalha, fiRJAN
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Firjan: Decisão Rio
decisão rio
Rio de Janeiro terá investimentos
lançamento no Estaleiro Mauá
já iniciadas e licenças ambientais adquiridas. Ainda segundo o documento, o volume dos investimentos estrangeiros na indústria de transformação mais do que triplicou: de R$ 5,8 bilhões para R$ 17,8 bilhões. Além disso, o número de empreendimentos dobrou de 14 para 28. O Decisão Rio é um estudo, realizado desde 1995, sobre as intenções de investimentos no
Centro de Pesquisa da GE no Parque Tecnológico na ilha do fundão estado do Rio de Janeiro, junto aos investidores, para um período prospectivo de três anos. O seu objetivo é mostrar as tendências de investimentos e apresentar oportunidades de negócios aos tomadores de decisão do setor público e da iniciativa privada, além de divulgar nacional e internacionalmente as oportunidades existentes no Rio de Janeiro, atuando como instrumento de atração de novos investidores para o estado. TN Petróleo 84
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Rio de Janeiro terá investimentos de R$ 211,5 bi até 2014
AVANçOs E DEsAfiOs do mercado
A 9ª edição do Gas Summit Latin America, promovido pela IBC nos dias 14 a 16 de maio, discutiu as estratégias que os países da América Latina estão adotando para otimizar a exploração e produção de gás natural, obter um fornecimento constante e de longo prazo e potencializar as oportunidades da chamada era de ouro do gás natural na América Latina. por Maria fernanda Romero e Rodrigo Miguez
Desafios da América latina e Caribe A inserção do GNL na América Latina e Caribe foi o primeiro tema, apresentado por Luis J. Bertenasco, líder de Projeto da Regaseificadora Punta Alta, Enarsa PDV; Marcelo Colomer Ferraro, professor de economia da UFF (Universidade Federal 52
Fotos: Divulgação iBC
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tradicional congresso contou com o patrocínio da CEG-Rio, GE, Compagás, Linde, Gasmig, Testo, Cogeração Energia e o apoio da TN Petróleo. O crescimento da participação dos hidrocarbonetos não convencionais e a consolidação do GNL (Gás Natural Liquefeito) como alternativa ao abastecimento energético da América Latina são dois temas que vêm ganhando relevância no setor. Perante os impactos que ambos os fenômenos estão causando na indústria galífera, seu estudo e acompanhamento se tornam indispensáveis no momento de avaliar a viabilidade e desempenho de qualquer projeto relacionado com a indústria do gás na região. Assim, foram incluídos dois seminários especiais na programação desta edição do Gas Summit Latin America, para aprofundar e atualizar os conhecimentos dos participantes nestas áreas-chave. Eles foram realizados no primeiro dia do evento.
Eventos
Gas summit 2012
eventos
um ponto de conexão e distribuição de energia muito importante na região, tendo cerca de 50% de seu território (549,290 km²) com grande potencial de hidrocarbonetos também. Ortiz informou que em 2011 os investimentos de empresas estrangeiras no país no setor de upstream responderam por 40% do total de investimentos (US$ 514 milhões), e a YPFB e suas subsidiárias investiram US$ 766 milhões (60% do total). “Além disso, em 2011 alcançamos o pico de produção de gás natural e hidrocarbonetos líquidos de 48 milhões de m³/dia”, acrescentou. Segundo o executivo, a Bolívia possui grande potencial em hidrocarbonetos, ainda pouco explorado; preços excelentes no mercado de exportação com contratos de longo prazo com o Brasil e Argentina; e possui poucas empresas de E&P para realizar atividades de exploração no país.
tes Fernando Meiter, diretor da TNS Latam; e Renato M. Darros de Matos, diretor de E&P da Imetame Energia. Iniciando os debates da conferência do Gas Summit 2012, Jorge Ortiz, presidente executivo da YPFB Andina, subsidiária de E&P da YPFB da Bolívia, falou sobre as oportunidades de exploração de gás na Bolívia, país com a terceira maior reserva de gás na América do Sul. Mais de 20 anos como fornecedora de gás natural do Brasil e da Argentina, a Bolívia tornou-se
Consumidores: 2 milhões Crescimento: 15,17% (1Tri 2010/1Tri 2011) investimento: r$ 6 bilhões (2007-2010) Rede de distribuição: 20,9 mil km
Consumidores: 3,2 milhões (aumento de 67%) Rede de distribuição: 37,4 mil km (crescimento de 84,1%) investimento: r$ 18 bilhões (média de r$ 2 bilhões/ano)
Antonio Eduardo Monteiro de Castro, gerente executivo de marketing e comercialização de gás e energia da Petrobras, fez um panorama geral do suprimento de gás e do plano de investimento da estatal para alavancar a indústria brasileira de gás natural. Castro apresentou a operação do Gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol) que foi iniciada em 1999. Ele lembrou que foi concluído em 2011 o ciclo de investimentos de US$ 15 bilhões (2007-2011) da estatal para a integração das malhas de gás. O executivo citou os terminais de regaseificação da companhia em operação, em Pecém e na Baía de Guanabara, com capacidade de regaseificação de 21 MM m³/dia. “Em 2014, aumentaremos essa capacidade para 41 MM m³/dia, com a ampliação da Baía de Guanabara (mais 6 MM m³/dia) que já estará operacional em janeiro de 2013; e com o terceiro terminal de regaseificação de GNL na Bahia, que estará operacional em janeiro de 2014,
zação dos atributos da geração termelétrica a GN como, por exemplo, ‘despachabilidade’, proximidade dos centros de carga e atendimento da demanda de ponta”, finaliza Castro
Competitividade
Previsão para 2020
fonte: Abegás
Clientes de gás por segmento* industrial ................................................ 2.773 Automolivo (Postos) ............................. 1.696 Residencial ......................................... 2.061.659 Comercial .............................................. 25.252 Geração elétrica .......................................... 24 Cogeração ................................................... 50 Matéria Prima ............................................... 2 Outros (inclui GNC) ...................................... 21 COMPANhiAs - TOTAl .................. 2.091.477 fonte: Abegás
logística e comercialização
Fluminense) e pesquisador associado do GEE/IE-UFRJ (Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro); e Jordi Solé Gomà, gerente chileno da ROS Roca Indox Cryo Energy. Os impactos do gás não convencional nos países produtores e grandes consumidores de gás foi o segundo tema, com os palestran-
O gás natural no Brasil
*Brasil, março 2012
adicionando mais 14 MM m³/dia”, afirmou Castro. Para 2013, o gerente da Petrobras informou que haverá mudanças na logística do gás natural devido ao aumento da produção nacional, a malha integrada de gasodutos, as referências internacionais de preços, a necessidade de flexibilidade, assim como a demanda por contratos de longo prazo, leilões eletrônicos de curto prazo e o aumento do mercado termelétrico. Segundo ele, até 2020 o Brasil aumentará sua participação na produção de gás natural, consequentemente reduzindo sua importação de 48% para 41%. Isso acontecerá devido a outros agentes que atuam em E&P no Brasil aumentando a participação na produção de gás natural, a maior segurança no suprimento de gás natural com a consolidação da malha nacional integrada de gasodutos, a expansão da capacidade de oferta e a ampliação do suprimento de gás ao mercado. “Em relação à contratação de energia nova, é necessária a valori-
Maurício Tolmasquim, presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) comentou sobre o Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE 2020), que prevê uma forte ampliação da oferta nacional de gás natural, saindo de um patamar de 50 milhões de m³/dia em 2011 para 142 milhões de m³/dia em 2020. “Essa oferta interna, acrescida das importações − 30 milhões de m³/ dia de gás boliviano e 21 milhões de m³/dia de GNL − irá ampliar a oferta total de cerca de 109 milhões de m³/dia em 2011 para 193 milhões de m³/dia em 2020”, afirmou Tolmasquim. O executivo disse que a EPE defende a comercialização do gás natural nos próximos leilões. Segundo ele, não há empecilho contra a fonte, que continua tendo projetos inscritos. Tolmasquim informou que a instituição precisa ainda aprofundar a análise de competitividade de gás para submeter à apreciação do Ministério de Minas de Energia (MME). Assim, o MME selecionará as oportunidades e opções que serão objeto de estudo mais detalhado, por parte da EPE, de modo a definir o gasoduto de referência para fins de promoção de chamada pública e posterior licitação das concessões. De acordo com ele, assim como o PDE 2012-2022, a definição das informações básicas para o gasoduto de referência e o banco de dados de custos em infraestrutura de gasodutos ainda estão em elaboração.
Mercado gigante Ubirajara S. de Campos, assistente executivo da subsecretaria de petróleo e gás de São Paulo, tratou
TN Petróleo 84
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CONSELHO EDITORIAL
Gas Summit 2012 – Avanços e desafios do mercado 58
HUG Americas 2012 – Foco em inovação
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Accelerate Oil & Gas – Pé no acelerador
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Affonso Vianna Junior Alexandre Castanhola Gurgel André Gustavo Garcia Goulart Antonio Ricardo Pimentel de Oliveira Bruno Musso Colin Foster David Zylbersztajn Eduardo Mezzalira Eraldo Montenegro Flávio Franceschetti Francisco Sedeño Gary A. Logsdon Geor Thomas Erhart Gilberto Israel Ivan Leão Jean-Paul Terra Prates João Carlos S. Pacheco João Luiz de Deus Fernandes José Fantine Josué Rocha Luiz B. Rêgo Luiz Eduardo Braga Xavier Marcelo Costa Márcio Giannini Márcio Rocha Melo Marcius Ferrari Marco Aurélio Latgé Maria das Graças Silva Mário Jorge C. dos Santos Maurício B. Figueiredo Nathan Medeiros Paulo Buarque Guimarães Roberto Alfradique V. de Macedo Roberto Fainstein Ronaldo J. Alves Ronaldo Schubert Sampaio Rubens Langer Samuel Barbosa
Especial Rio+20
cobertura especial rio+20
Rio+20 em números COMPROMissOs: mais de 513 bilhões de dólares mobilizados em compromissos para o desenvolvimento sustentável, inclusive nas áreas de energia, transportes, economia verde, redução de desastres, desertificação, água, florestas e agricultura. os 692 acordos voluntários para o desenvolvimento sustentável registrados por governos, empresas, grupos da sociedade civil, universidades, e outros. RiOCENTRO: público de 45.381 pessoas; delegações de 188 países e três observadores; mais de 100 chefes de estado e de Governo; delegados: aproximadamente 12.000; oNGs e grupos principais: 9.856; mídia: 4.075; Diálogo passa para a sociedade civil: 1.781 participantes; pessoal da segurança: 4.363; cerca de 5.000 pessoas trabalharam no riocentro diariamente. VOluNTáRiOs: 1.500 pessoas se ofereceram, incluindo jovens, selecionados a partir de escolas técnicas, estudantes de escolas públicas do rio de Janeiro, estudantes universitários e profissionais de todo o Brasil; cerca de 700 jovens de comunidades vulneráveis foram selecionados; 5% dos voluntários eram pessoas com deficiência. EsPAçO PARA EVENTOs RiOCENTRO: área ocupada 571.000 m², dos quais 100.000
Em busca do
DiálOGO
para o desenvolvimento sustentável por Karolyna Gomes, Maria fernanda Romero, Mehane Albuquerque e Rodrigo Miguez
A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável confirmou, em seu documento final, o que se especulava há meses: ainda não seria agora que haveria consenso em torno de metas concretas a serem perseguidas pelos países de todo o mundo – ou, pelo menos, pelos que ali estavam representados. O texto apenas define que as metas devem ser criadas até 2015, mas estabelece alguns compromissos, entre os quais o fortalecimento do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e a criação de um Fórum Político de Alto Nível Internacional. A crise econômica foi um dos entraves das negociações durante o encontro, que se destacou pela grande mobilização e participação da população e propôs o desenvolvimento sustentável com erradicação da pobreza.
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Foto: Agência Brasil
m² foram construídos para a rio+20; 205 km em cabos de rede de fibra óptica; acesso à
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om a Europa e os Estados Unidos ainda sob os efeitos da turbulência gerada pela crise econômica (de origem financeira) que eclodiu em 2008, e os países do Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) ocupando um espaço cada vez maior no cenário mundial, a Rio+20 sinalizou uma mudança de comportamento. Vinte anos depois da ECO 92, a primeira iniciativa que colocou a sustentabilidade na pauta do Dia das Nações, a Rio+20 sagrou-se como a maior conferência da ONU já realizada, com ampla participação de líderes de empresas, governos e sociedade civil, assim como oficiais da ONU, acadêmicos, jornalistas e o público em geral. Mais ainda: mostrou que, a despeito de impasses em torno de metas concretas para assegurar o desenvolvimento sustentável com a erradicação da pobreza, e da
internet sem fio para até 32.000 usuários simultâneos; 8 km de cabos telefônicos; mais de 5.000 bens de TiC (computadores, equipamentos de rede); capacidade de rede equivalente a uma cidade com 120.000 habitantes; infraestrutura compartilhada de 600 estações de trabalho; 17 restaurantes na praça de alimentação; 36 portais de raios-x.
resistência de países em desenvolvimento que são responsáveis por grande parte dos impactos ambientais, há uma mobilização maior em torno do desenvolvimento sustentável. Durante nove dias (13 a 22 de junho), antes e durante o período da Rio+20, milhares de atividades foram realizados em todo a cidade do Rio de Janeiro, entre as quais mais de 500 eventos oficiais e paralelos no Riocentro/Centro de Convenções Rio. Ainda que sem resultar em metas definidas, o evento centralizou as discussões em torno de ações concretas de desenvolvimento sustentável e serviu para mostrar o que vem sendo feito de efetivo para minimizar questões como o aquecimento global e o uso indiscriminado dos recursos naturais. Dois dos países mais importantes no cenário global, Estados Unidos e Alemanha, tiveram participação tímida na
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conferência, devido à ausência do presidente norte-americano, Barack Obama, representado pela secretária de Estado, Hilary Clinton, e da primeira-ministra alemã, Angela Merkel. O que, sobretudo no caso dos Estados Unidos, já era de se esperar, uma vez que na Rio+10, ou Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável (em inglês, Earth Summit 2002), realizada em 2002, na África do Sul, o governo norte-americano se posicionou firmemente contra o acordo que previa o estabelecimento de 10% de energias renováveis na matriz energética dos países signatários, entre outros compromissos. Durante a Rio+20, os líderes mundiais presentes pouco apresentaram de efetivo em termos de soluções para um desenvolvimento mais sustentável e a consolidação de uma economia mais verde. A grande protagonista do evento das Nações Unidas foi a socieTN Petróleo 84
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Em busca do diálogo para o desenvolvimento sustentável
76 Rio+20 e Você 78 Projeto Humanidade 82 Futuro eficiente em novos modelos de negócios
artigos 100 A importância de se comprometer com a Sustentabilidade, por Claudia Martins 102 O “pacote ambiental”, a Rio+20 e o desenvolvimento sustentável, por Renata Franco de Paula Gonçalves Moreno 105 Sustentabilidade sem fronteiras, por Regina Pimentel
132 A Deepwater Horizon e o mercado brasileiro, por Alex Sanson
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Quinze anos da lei do Petróleo: avanços e perspectivas,
Petróleo I Gás I BiocomBustíveis
de Maria D’Assunção Costa, advogada, doutora em Energia pelo IEE/USP
Noruega: uma travessia tecnológica rio, capital da energia Firjan: lançamento do estudo Decisão rio
Ano XIV • jul/ago 2012 • Nº 84 • www.tnpetroleo.com.br
esPeciAl: PN 2012-2016
Petrobras investirá
us$ 236,5 Bilhões até 2016
A importância de se comprometer com a sustentabilidade, por Claudia Martins o “pacote ambiental”, a rio+20 e o desenvolvimento sustentável, por Renata Franco de Paula Gonçalves Moreno sustentabilidade sem fronteiras, por Regina Pimentel A nova lei Antitruste e as operações no setor de petróleo e gás, por Gustavo Flausino Coelho e Ricardo Mafra A Deepwater horizon e o mercado brasileiro, por Alex Sanson
cobertura especial rio+20
em busca do diálogo para o desenvolvimento sustentável Entrevista exclusiva
Guillermo Quintero, presidente da BP Brasil
nº 84
111 perfil empresa 113 produtos e serviços 134 fino gosto 136 coffee break 138 feiras e congressos 139 opinião
esPeciAl: PN 2012-2016 – PetroBrAs iNvestirá us$ 236,5 Bi Até 2016
seções 5 editorial 6 hot news 10 indicadores tn 62 perfil profissional 65 caderno de sustentabilidade 107 pessoas
Ano XIII • Número 84 • jul/ago 2012 Fotos: TN Petróleo e Ricardo Almeida tN Petróleo
129 A nova Lei Antitruste e as operações no setor de petróleo e gás, por Gustavo Flausino Coelho e Ricardo Mafra
o DNA falou mais alto
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Tempos de reflexão Rua do Rosário, 99/7º andar Centro – CEP 20041-004 Rio de Janeiro – RJ – Brasil Tel/fax: 55 21 3221-7500 www.tnpetroleo.com.br tnpetroleo@tnpetroleo.com.br DIRETOR EXECUTIVO Benício Biz beniciobiz@tnpetroleo.com.br DIRETORA DE NOVOS NEGÓCIOS Lia Medeiros (21 8241-1133) liamedeiros@tnpetroleo.com.br EDITORA Beatriz Cardoso (21 9617-2360) beatrizcardoso@tnpetroleo.com.br EDITOR DE ARTE, CULTURA E VARIEDADES Orlando Santos (21 9491-5468) REPÓRTERES Maria Fernanda Romero (21 8867-0837) fernanda@tnpetroleo.com.br Rodrigo Miguez (21 9389-9059) rodrigo@tnpetroleo.com.br Karolyna Gomes (55 21 7589-7689) karolyna@tnpetroleo.com.br RELAÇÕES INTERNACIONAIS Dagmar Brasilio (21 9361-2876) dagmar.brasilio@tnpetroleo.com.br DESIGN GRÁFICO Benício Biz (21 3221-7500) beniciobiz@tnpetroleo.com.br PRODUÇÃO GRÁFICA E WEBMASTER Fabiano Reis (21 3221-7506) webmaster-tn@tnpetroleo.com.br Laércio Lourenço (21 3221 7510) laercio@tnpetroleo.com.br REVISÃO Sonia Cardoso (21 3502-5659) Marco Antonio Coelho (21 2568-3451) DEPARTAMENTO COMERCIAL José Arteiro (21 9163-4344) josearteiro@tnpetroleo.com.br
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O
segundo semestre começou, deixando-nos conscientes de que lá se foi metade de 2012 e ainda não temos algumas definições importantes para a indústria brasileira de óleo e gás. Entre elas a já tão desgastada discussão em torno da distribuição dos royalties do petróleo e das licitações de blocos exploratórios pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) – tanto no que diz respeito às áreas consideradas estratégicas, por causa do potencial de reservas no pré-sal, como também para as demais bacias. É bem verdade que algumas ações foram antecipadas, como a revisão do Plano de Negócios da Petrobras para o quadriênio 20122016, com um aumento de 5% em relação ao anterior: a estatal pretende investir US$ 236,5 bilhões (R$ 416,5 bilhões), uma média de US$ 47,3 bilhões por ano. O foco principal e a maior parte dos recursos continuam sendo direcionados para a exploração e produção, como o leitor poderá aferir em matéria dessa edição. Não somente a antecipação pegou a todos de surpresa (era esperada apenas para agosto ou setembro, como em outros anos), como a revisão de metas da produção até 2020 – com um decréscimo de 700 mil barris em relação ao volume previsto antes até o final desta década. A alegação de que as metas anteriores não eram realistas produziu forte impacto nas bolsas e no valor de mercado da companhia. E já começou a agitação em torno das refinarias Premium, adiadas para data indefinida, assim como do segundo trem do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), apontado como o maior empreendimento da história da Petrobras. O anúncio da aprovação do Plano de Negócios foi feito uma semana antes da abertura oficial da Conferência das
Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, mas já sob o clima desse evento, antecedido, por sua vez, por centenas de outras atividades e manifestações realizadas em diferentes pontos da cidade do Rio de Janeiro. Mas apenas após o término desse megaevento – também coberto pela equipe de reportagem da TN Petróleo –, é que a diretoria da Petrobras decidiu detalhar, ainda que com muitas lacunas, o PN 2012-2016. Depois do anúncio Plano, já tivemos aumento de combustíveis, novas descobertas de petróleo, conclusão de algumas etapas de grandes empreendimentos da indústria offshore – como a operação inédita de deck mating da P-55, a primeira desse porte realizada no país (ainda que com meses de atraso) –, a entrada em atividade do navio Sérgio Buarque de Holanda, o terceiro do Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef) e a assinatura de contrato de novas sondas que serão aqui construídas. Ainda assim, iniciamos o segundo semestre com a sensação de que o ano começou lento demais e ainda ‘não pegou’. É como se o motor dessa indústria, que hoje alavanca nossa economia e atrai os interesses de petrolíferas e investidores do mundo inteiro, estivesse com ‘problemas de combustível’ ou ‘sujeira no carburador’. O que nos leva a refletir se não teria chegado o tempo de revisarmos também o real comprometimento de todos – governo, cadeia produtiva, sociedade e também a imprensa (da qual fazemos parte) –, em torno da concretização de uma meta maior, que é o crescimento no longo prazo, com desenvolvimento sustentável e erradicação da pobreza que ainda impacta boa parte da população brasileira! Ou vamos ficar apenas na intenção, pensando no Brasil+10. Ou pior: +20?
Benício Biz Diretor executivo da TN Petróleo
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Deck mating da P-55 concluído
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Graça também destacou o ineditismo da operação e o potencial do polo naval. “É a primeira vez que um deck mating – integração de módulos e casco – é feito desta maneira. O deckbox, que pesa 17 mil toneladas, foi elevado a mais de 40 m e colocado sobre o casco. Usualmente, o que se faz é abaixar o casco. A P-55 e os oito FPSOs replicantes, a serem construídos aqui, serão obras de referência nacional e internacional.” Os FPSOs replicantes são uma nova geração de plataformas, concebidas segundo parâmetros de simplificação de projetos e padronização de equipamentos. A produção, em série, de cascos idênticos permitirá maior rapidez no processo de construção, ganho de escala e a consequente otimização de custos. O projeto do casco da P-55 foi desenvolvido pelo Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes), fruto de vários anos de pesquisa e de desenvolvimentos de engenharia em parceria com universidades brasileiras, com tecnologia 100% nacional. É mais um marco para a indústria do petróleo no Brasil. Foto: Agência Petrobras
Foi concluído no dia 7 de julho, o deck mating da plataforma semissubmersível P-55, no Polo Naval do Rio Grande (RS). A operação consistiu no acoplamento entre o deckbox da plataforma, parte superior, com o casco, parte inferior, também chamada de lower hull. O deck mating foi realizado por meio do içamento do deckbox, técnica inédita no Brasil, e que pode ser considerado o maior realizado em todo o mundo até hoje, devido ao peso da estrutura e a altura a que foi erguida. Para o içamento do deckbox, que pesa cerca de 17 mil toneladas, foi montado um sistema com 12 torres, ligadas a 24 macacos hidráulicos, cada um com capacidade de erguer até 900 toneladas, para elevar o equipamento até a altura de 47,2 m em relação ao fundo do dique seco do estaleiro. Para erguer a estrutura foram utilizados 24 conjuntos de 54 cabos de aço cada. Cada cabo possui 18 mm de diâmetro e 60 m de comprimento, totalizando cerca de 77 km. Nos próximos meses serão realizadas a instalação dos módulos e a integração dos sistemas. Com a conclusão desta etapa, a P-55 será transportada para o campo de Roncador, na Bacia de Campos, litoral do Rio de Janeiro, para início de operação em setembro de 2013. Em pleno funcionamento, a P-55 terá capacidade de produzir até 180 mil barris de petróleo e seis milhões de m3 de gás natural por dia. A presidente da empresa, Graça Foster, esteve no Polo Naval do Rio Grande durante o deck mating, acompanhada dos diretores da companhia. “Essa operação é motivo de orgulho para o povo gaúcho e para todos os brasileiros. Qualquer um ficaria encantado com a magnitude dessa obra, a primeira plataforma do Polo Naval do Rio Grande e a maior semissubmersível construída no país”, afirmou.
A operação – O deck mating teve início no dia 25 de junho, quando o deckbox foi elevado pela primeira vez até a altura de 20 cm para realização de testes e pesagem final. Em 27 de junho, o processo de içamento do deckbox prosseguiu e, no dia seguinte, atingiu o nível de 15,4 m de altura em relação ao fundo do dique. Em paralelo, foi realizado o rearranjo dos apoios do casco (picadeiros) e montagem das defensas dentro do dique, trabalho concluído em 30 de junho. No mesmo dia foi iniciado o processo de alagamento do dique, com a abertura das válvulas dos
dutos de captação. Cerca de 642 milhões de litros de água foram necessários para encher o dique até uma profundidade de 13,8 m. Concluído o alagamento, a porta batel foi retirada (em 2 de julho) para a manobra de entrada do casco da P-55 no dique, e em seguida reinstalada para vedação do dique. O esvaziamento do dique, ao nível 7,2 m, aconteceu no dia seguinte. Nos dias 5 e 6 de julho, o deckbox foi erguido até a altura máxima, de 47,2 m, e o casco foi alinhado. Em 7 de junho, o casco assumiu sua posição final, embaixo do deckbox, e a estrutura suspensa foi assentada sobre ele, concluindo assim a operação de deck mating da P-55. A próxima etapa será o esvaziamento do dique até que o casco, já acoplado ao deckbox, fique totalmente apoiado nos picadeiros (grandes blocos de concreto) no fundo da estrutura.
Erramos: Na matéria “Especial: Sísmica – No Rastro do Petróleo”, edição 83, nas páginas 36 e 39, erramos ao citar a presidente da Sociedade Brasileira de Geofísica (SBGf), Ana Cristina Chaves, como autora das respostas, que devem ser atribuídas à entidade e não à sua dirigente.
Foto: Agência Petrobras
Navio Sérgio Buarque de Holanda inicia operações Sérgio Buarque O navio de produtos Sérgio Buarque de Holanda foi entregue à Transpetro no dia 9 de julho. Terceira embarcação do Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef) a iniciar as operações, a embarcação tem 183 m de comprimento e capacidade para transportar 56 milhões de litros de combustíveis. “Depois de 14 anos sem construir petroleiro algum, a indústria naval brasileira começa a atingir um novo ritmo. No prazo de um ano, teremos quatro navios entregues. Vamos agora focar na busca de maior produtividade, para que o setor alcance competitividade internacional”, diz o presidente da Transpetro, Sergio Machado. Com investimento de R$ 10,8 bilhões na encomenda de 49 embarcações, o Promef garantiu as bases para
de Holanda
Tipo: transporte de produtos claros derivados de petróleo Comprimento: 182,88 m Boca moldada: 32,20 m Pontal: 18,5 m Calado: 12,8 m Altura: 43,8 m TPB: 47.901 ton Velocidade: 14,6 nós Autonomia: 12.000 milhas náuticas
o ressurgimento da indústria naval brasileira, permitindo a abertura de novos estaleiros e a modernização dos existentes. O Brasil já tem a quarta maior carteira de encomendas de navios do mundo. O setor, que chegou a ter menos de dois mil trabalhadores na virada do século, emprega hoje mais de 60 mil pessoas.
Seis sondas para o Brasfels A Petrobras aprovou a assinatura dos contratos para a construção de seis plataformas flutuantes de perfuração a serem construídas no Estaleiro Brasfels, em Angra dos Reis (RJ) com percentuais de conteúdo local entre 55 e 65%. As sondas, do tipo semissubmersível, fazem parte do pacote de 21 equipamentos negociados com a Sete Brasil, conforme divulgado em 9 de fevereiro de 2012, e serão entregues a partir de 2016. Os equipamentos se destinam
à perfuração de poços no pré-sal da Bacia de Santos e poderão operar em profundidade d’água de 3 mil m, com capacidade de perfurar poços de até 10 mil metros. Após a construção, elas serão afretadas à Petrobras por um período de 15 anos. Três sondas serão operadas pela empresa Petroserv S.A., duas pela empresa Queiroz Galvão Óleo e Gás S.A. e a outra pela empresa Odebrecht Óleo e Gás S.A.
Xerelete
Bacia de Campos
Total assume operação do campo de Xerelete A Petrobras transferiu a operação do bloco de Xerelete, na Bacia de Campos, para a petroleira Total. O objetivo, segundo a companhia francesa, é aumentar atividades de exploração e produção na região: “A transferência da operação da Petrobras para a Total segue uma decisão unânime entre os sócios no Xerelete e a aprovação das autoridades brasileiras.” Total e Petrobras têm, cada uma, 41,2% na concessão, enquanto a BP tem os 17,6% restantes. “Nossa decisão de assumir a operadora de Xerelete é parte da estratégia do grupo de reforçar sua exploração e produção no Brasil. Isso demonstra a vontade de expandir nossa presença no país”, disse Ladislau Paszkiewicz, vice-presidente sênior para Exploração e Produção Américas. O campo de Xerelete está localizado entre os blocos BM-C35 e BM-C-14, a cerca de 250 km da costa do Rio de Janeiro. Ele foi descoberto em 2001 a 2,4 mil m de profundidade e contém petróleo relativamente pesado. A Total planeja fazer perfurações em 2013. TN Petróleo 84
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Nova descoberta no pós-sal do Espírito Santo Espírito Santo
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BM-ES-24
Oceano Atlântico
Petrobras 70% IBV Brasil 30%
Bacia do Espírito Santo Argentina – No final de junho, a estatal anunciou a descoberta de indícios de petróleo e gás natural na área de concessão de exploração conhecida como Estancia Agua Fresca, localizada na província de Santa Cruz, na região da Patagônia. A descoberta ocorreu durante a perfuração do poço exploratório La Cancha Austral, localizado a cerca de 230 km a noroeste da capital da província Río Gallegos, a uma
Ilustração: Agência Petrobras
A Petrobras comunicou em julho a descoberta de uma nova acumulação de petróleo pesado (15°API) no pós-sal da Bacia do Espírito Santo, na concessão BM-ES-24 (Bloco ES-M-661), localizada a 58 km da cidade de Vitória. A descoberta ocorreu durante perfuração do poço informalmente denominado Grana Padano, a 64 km do campo de Golfinho, em profundidade de 1.208 m. As confirmações se deram a partir da resposta do detector de gás e da perfilagem realizada em reservatórios localizados em profundidade de 2.008 m. A estatal é a operadora do consórcio para a exploração da concessão (70%) em parceria com a empresa IBV Brasil (30%). Segundo o comunicado, o consórcio pretende submeter à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) uma proposta de Plano de Avaliação com a finalidade de delimitar a acumulação descoberta, bem como estimar volumes e produtividade.
profundidade de 3.020 m. O poço é a segunda descoberta da concessão, que tem uma jazida com produção de cerca de 3 mil barris de petróleo por dia e de 90 mil m3 de gás natural. A Petrobras Argentina é a operadora do consórcio exploratório e tem como parceira no empreendimento a General de Combustibles, ambas com 50% de participação no bloco.
A GE Energy amplia sua presença no país com a inauguração da usina eólica Alto Sertão I, localizada em Caetité (BA). De propriedade da Renova Energia, o maior complexo eólico da América Latina conta com 184 aerogeradores modelo GE Wind 1.6-82.5 MW. São 294 megawatts de potência instalada, equivalente à geração de energia necessária para abastecer uma cidade de três milhões de habitantes. Durante o período de construção, a GE Energy foi responsável pela geração de 400 empregos diretos e indiretos. “Essa inauguração comprova o comprometimento da GE com o desenvolvimento da indústria eólica no Brasil, bem como com o desenvolvimento de uma matriz energética cada vez mais limpa”, afirma Marcelo Soares, presidente e CEO da GE Energy para a América Latina. 8
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Foto: Divulgação
GE Energy instala o maior complexo eólico da América Latina
A partir do início de 2012 e até junho deste ano, 293 turbinas eólicas da GE Energy iniciaram geração no Brasil, mais especificamente no Nordeste do país. Nos próximos dois anos, a empresa terá mais 767 equipamentos instalados em solo brasileiro, totalizando 1.7 gigawatts de potência instalada. Ainda este ano, a GE deverá atingir a marca de 20 mil turbinas eólicas instaladas no mundo.
Novo estaleiro na Bahia Pedra fundamental do Estaleiro Enseada do Paraguaçu é lançada na Bahia Criado para construção e integração de unidades offshore, como plataformas, navios especializados e unidades de perfuração, o EEP representa o maior investimento privado – cerca de R$ 2 bilhões – feito A cerimônia de lançamento contou com a participação de várias autoridades, entre eles a
Divulgação
nos últimos dez anos na Bahia.
presidente Dilma Roussef; o vice-presidente da Kawasaki Heavy Industries, Nobumitsu Kambayashi; o presidente do EEP, Fernando Barbosa; o presidente da Sete Brasil, Foto: Almir Bindilatti
João Carlos Ferraz; o presidente da OAS, Leo Pinheiro; o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão; e a presidente da Petrobras, Graça Foster. Na ocasião, as autoridades também participaram do ritual japonês da boa sorte, o Kagami biraki, que consiste no ato de quebrar a tampa de um barril de saquê e brindar com a bebida para trazer bons resultados ao novo empreendimento.
Da esquerda para a direita, Dilma Rousseff, presidente da República; Jaques Wagner, governador da Bahia; Maria das Graças Foster, presidente da Petrobras; Nobumitsu Kambayashi, vice-presidente da Kawasaki Heavy Industries; Marcelo Odebrecht, presidente da Odebrecht; Léo Pinheiro, presidente da OAS; Ricardo Pessôa, presidente da UTC Engenharia, e Fernando Barbosa, presidente do EEP.
Área total do terreno: 1.000.000 m² sendo 750.000 m² área Industrial e 250.000 m² área verde (preservação ambiental da mata ciliar). Área total edificada: 90.000 m² (Coberta). Área de estocagem matérias primas: 120.000 m². Cais de acabamento: 750 m (calado de 12 metros). Vias internas, estacionamento e circulação: 120.000 m². Dique seco: 360 x 130 x 12 metros, com duas portas batel. Pórticos: 2 x 850 ton de capacidade. Diversos guindastes portuários de capacidade Variável (75 a 150 ton)
Keppel Fels Brasil construirá os módulos do FPSO Cidade de Mangaratiba A KeppelFels Brasil assinou contrato no valor de R$ 200 milhões com a joint venture Modec-Toyo Offshore Production Systems (MTOPS) para a construção e integração dos módulos produtores do FPSO Cidade de Mangaratiba MV24. Os módulos serão construídos no estaleiro BrasFels em Angra dos Reis (RJ).
O projeto deve começar a ser realizado no último trimestre de 2012, com previsão de entrega para o final de 2014. Além dos módulos, o contrato inclui a fabricação de heliporto, torres de flare, risers, manifolds, unidades de remoção de sulfato e de injeção de água. O FPSO será aportado por 20 anos para a Tupi, empresa holande-
sa na qual a Petrobras é sócia majoritária, com 65% de participação. O Cidade de Mangaratiba MV24 irá operar no campo de Lula-Iracema, que faz parte do pré-sal da Bacia de Campos. A embarcação possui capacidade de produzir 150.000 barris de óleo por dia e pode armazenar até 1,6 milhão de barris. TN Petróleo 84
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Segundo relatório divulgado pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a produção do Pré-sal teve crescimento de 4,8% em relação ao mês passado, chegando a 171,3 mil barris por dia de óleo equivalente (boe/d). A produção foi oriunda de dez poços nos campos de Jubarte (um), Lula (cinco), Caratinga e Barracuda (um) e Marlim Leste (um), Marlim Voador (um) e Barracuda (um). A produção total de petróleo no Brasil em maio foi de 2,048 milhões de barris/dia (bbl/d), apresentando redução de 1,2% em relação ao mesmo mês de 2011. Na comparação com abril de 2012, houve aumento de 1,3%. Já a produção de gás natural foi de cerca de 68 milhões de m3/dia, um aumento de 2,6% na comparação com o mesmo mês do ano passado e de 4,7% em relação ao mês anterior. Os campos marítimos foram responsáveis por 91,1% da produção de petróleo e 75,4% da produção de gás natural. O campo de Marlim Sul foi o maior produ-
Foto P-56: Agência Petrobras
Produção no Pré-sal cresce 4,8% em relação a abril
tor de petróleo e gás natural, com vazão média de 341,1 mil barris de óleo equivalente por dia (boe/d). Três campos terrestres integram a lista de maiores produtores de petróleo: Carmópolis (15º), Canto do Santo Amaro (17º) e Leste do Urucu (20º), com vazão média de 21,7 Mbbl/d, 20,5 Mbbl/d e 16,9 Mbbl/d, respectivamente. A queima de gás natural no Brasil continua em queda, segundo os dados obtidos pela ANP. Com queima de quase 3,6 milhões de
m3/dia, houve redução de 9,7% em relação ao mesmo mês em 2011 e de 0,6% na comparação com abril de 2012. Considerando apenas as Concessões na fase de produção, o aproveitamento de gás natural foi de 95,1% em maio. A produção oriunda das bacias maduras terrestres (campos/TLDs das bacias do Espírito Santo, Potiguar, Recôncavo, Sergipe e Alagoas) foi de 181,1 mil barris de óleo equivalente/dia (181,1 Mboe/d), sendo 149,1 mil barris de petróleo/dia (149,1 Mbbl/d) de petróleo e 5,1 milhões de m3/dia (5,1 MMm³/d) de gás natural. A plataforma P-56, localizada no campo de Marlim Sul, produziu, através de sete poços a ela interligados, cerca de 136,3 Mboe/d e foi a plataforma com maior produção. Dos 20 campos com maior produção de petróleo, os cinco que mais produziram foram Marlim Sul, Roncador, Marlim, Jubarte e Barracuda. Já os cinco maiores campos de produção de gás natural foram Manati, Marlim Sul, Rio Urucu, Leste Urucu e Roncador.
Governo gaúcho muda ICMS de bens para setor de óleo e gás O Rio Grande do Sul altera regra sobre isenção de Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) para bens e mercadorias utilizadas na exploração e produção de petróleo e gás sob amparo do regime de admissão. Por meio do Decreto n. 49.294, de 26/06/2012, o governo gaúcho alterou o inciso CLXXII, do 10
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art. 9º, do Regulamento do ICMS (RICMS), Decreto n. 37.699, de 26/08/1997. Dessa forma, a isenção do ICMS se aplica nas saídas destinadas a pessoa sediada no exterior, dos bens e mercadorias fabricados no país que venham a ser subsequentemente importados nos termos das cláusulas primeira e segunda do Convênio ICMS Confaz n. 130, de 27/11/2007, sob o amparo do Regime Aduaneiro de Admissão
Temporária, para utilização nas atividades de exploração e produção de petróleo e de gás natural, dentro ou fora do estado em que se localiza o fabricante, e a operação antecedente a essas saídas. Foi acrescentada ainda uma Nota de n. 6 ao inciso CLXXII, prevendo que esta isenção também se aplica na hipótese de a operação antecedente à saída destinada a pessoa sediada no exterior tratar-se de operação interestadual.
Opep: aumento da demanda de petróleo em 2013 A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) anunciou no seu relatório de junho que a demanda global por petróleo no próximo ano será de 800 mil barris diários, apenas 0,92% a mais do que o atual consumo, atingindo a marca de 89,500 milhões de barris diários. A demanda pelo petróleo da Opep deve ficar na média de 29,6 milhões de bpd em 2013, quase dois milhões abaixo dos níveis de produção de junho, de 31,36 milhões. De acordo com o documento, a organização mantém a preocupação com a dívida europeia, com a recuperação abaixo do esperado da economia norte-americana, e a desaceleração do crescimento em economias emergentes. A Opep, que produz um terço do petróleo global, disse que os saudáveis níveis de produção dos países de fora da organização para o próximo ano serão suficientes para cobrir o modesto crescimento da demanda, sem a necessidade de aumento da produção dentro do órgão. A instituição manteve sua previsão para o crescimento da demanda global em 2012 em 900 mil barris por dia (bpd) com um total de 88,69 milhões de barris diários. O preço de referência do barril de petróleo em junho manteve seu declínio pelo terceiro mês consecutivo, chegando a 93 dólares por barril. A redução de 13% foi a maior queda mês a mês desde os péssimos resultados registrados em dezembro de 2008. Os Estados Unidos, Canadá, Brasil, Cazaquistão e Colômbia deverão
Produção de países-membros da Opep e não membros – julho/10 a junho/12
ser os principais contribuintes para o crescimento da demanda de petróleo no mundo, enquanto Noruega, México e Reino Unido são vistos como os países que enfrentarão os maiores declínios. A entidade também citou fontes secundárias dizendo que a produção iraniana estava em queda, para 2,963 milhões de bpd em junho, menor volume em mais de 20 décadas, enquanto a Arábia Saudita elevou a produção para mais de 10,1 milhões de bpd. Segundo o relatório, a produção de petróleo do Brasil deve ficar em
Consumo de eletricidade aumentou 3,8% em maio O consumo de energia elétrica na rede aumentou 3,8% em maio, alcançando 36.912 gigawatts-hora (GWh) e acumulando crescimento de 4,2% no ano. A apuração, compilada pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), revela que se mantém o panorama dos primeiros meses do ano de expansão do
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consumo de energia apoiada na dinâmica das famílias e do setor de comércio e serviços. Embora esses segmentos representem, em seu conjunto, 42% da demanda final, respondem por mais de 60% do aumento absoluto do consumo total no mês. Já a indústria, que concentra mais de 40% da
uma média de 2,88 milhões de barris por dia (mb/d) em 2013, indicando crescimento de 0,14 mb/d em relação ao ano anterior. A hipótese de um retorno da produção do campo de Frade dá suporte a estas perspectivas, que também são apoiadas por uma longa lista de projetos start-ups e ramp-ups, como Aruana, Baleia Azul, Cachalote, Jubarte P-57, Peregrino, Roncador P-55, Tiro, Sídon, Waimea e Lula. A Opep também prevê aumento de oferta e demanda de biocombustíveis no Brasil em 2013. demanda, participou em maio em menos de 20% do aumento do consumo. Nas classes residencial e comercial, a expansão da demanda segue impulsionada pelo elevado nível de emprego e pelo aumento da renda. O segmento de comércio e serviços registrou aumento de 7,1% no consumo de energia em maio, taxa muito próxima à acumulada no ano (+7,0%) e em 12 meses (+6,8%).
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Petrobras aumenta preço do diesel em 6% A Petrobras aumentou em 6% o preço do óleo diesel comercializado em suas refinarias em todo o país. A estatal estima que o reajuste represente um aumento aproximado de 4% sobre o preço final do combustível vendido nas bombas, que inclui ainda o custo do biodiesel e margens de distribuição e revenda. “Esse reajuste foi definido levando em conta a política de preços da companhia, que busca alinhar o preço dos derivados aos valores praticados no mercado internacional em uma perspectiva de médio e longo prazo”, divulgou a companhia. Este é o segundo aumento anunciado pela Petrobras para o óleo die-
sel em menos de um mês. No último dia 25 de junho, o preço do produto já havia subido nas refinarias 3,9%, enquanto o valor da gasolina sofreu aumento de 7,8%. A autorização do reajuste foi dado pela presidente Dilma Rousseff, aproveitando o momento de menor pressão inflacionária. Esta é a primeira vez desde maio de 2008 que o aumento de preços do diesel nas refinarias será repassado para o consumidor final. Em junho de 2009, os preços da gasolina e do diesel foram reduzidos em 4,5% nas refinarias. No dia 1º de novembro do ano passado, a gasolina foi reajustada em 10% e o diesel em 2% nas refinarias, mas
Produção da Petrobras de óleo, lgn e gás natural Período de 11/2011 a 04/2012
dow jones (%) 18/maio
Produção de óleo e LGN (em mbpd) - Brasil Nov
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Bacia de Campos
1.698,6
1.713,6
1.753,1
1.758,7
1.641,2
1.612,1
Outras (offshore)
150,2
158,8
149,8
130,0
142,6
142,8
Total offshore
1.848,8
1.872,5
1.902,9
1.888,8
Total onshore
211,9
211,8
207,2
209,3
2.060,7 2.084,3
2.110,1
Total Brasil
1.783,8 1.754,9 209,4
206,2
2.098,1 1.993,2 1.961,0
Produção de GN sem liquefeito (em mm³/d)* - Brasil Nov
Dez
Jan
Bacia de Campos
22.779,0
23.275,7
24.553,8
23.946,8 22,784,8 22,753,8
Outras (offshore)
19.456,7
21.327,1
20.386,3
17.782,3
Total offshore
42.235,7 44.602,8
44.940,1
41.729,2 40.497,7 39.880,9
Total onshore
15.385,2
15.542,0
15.120,3 15.665,6 14.867,1
Total Brasil
57.620,9 60.863,8 Nov
16.060,8
Dez
Fev
Mar
Abril
17.712,9 17.127,2
60.482,1 56.849,5 56.163,3 54.748,1 Jan
Fev
Mar
Abril
145,2
151,1
149,9
Produção de óleo e LGN (em mbpd)** - Internacional Exterior
152,7
152,8
148,0
Produção de GN sem liquefeito (em mm³/d) - Internacional Exterior
17.188,7
16.502,7
15.735,3
16.983,1 17.400,3 16.430,8
Produção total de óleo, LGN e de gás natural (em mboe/d) Brasil+Exterior
2.684,2
2.715,8
2.731,1
2.700,8
2.599,9
(*) Inclui gás injetado. (**) Em 2003 inclui os dados da Petrobras Energia (ex-Pecom).
12
TN Petróleo 84
também naquele momento o governo usou a Cide para segurar o repasse. O aumento nos preços do diesel terá forte impacto nos custos dos transportes rodoviários, como em ônibus e em veículos de carga. Em 12 meses, o combustível acumula inflação de 1,48%, sendo que somente neste ano já está em 1,25%. A variação está abaixo dos 4,92% do IPCA do IBGE. Em junho, os preços recuaram 0,04%, após alta de 0,5% em maio. De acordo com cálculos do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), a gasolina brasileira está com 14% de defasagem em relação aos preços cobrados no mercado internacional. No diesel, a diferença é de 23%.
Fonte: Petrobras
2.551,9
17/julho
0,59 0,62 bovespa (%) 18/maio
17/julho
0,88 0,95 dólar comercial* 18/maio
17/julho
2,018 2,022 euro comercial * 18/maio
17/julho
2,588 2,484 *Valor de venda, em R$
Projeção de expansão do PIB em 2012 é de 1,9% A expectativa de analistas do mercado financeiro para o crescimento da economia este ano caiu pela décima semana seguida. A projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB), desta vez, passou de 2,01% para 1,9%. Há quatro semanas, a estimativa estava em 2,3%. Para 2013, houve redução de 4,2% para 4,1%. As informações constam do boletim Focus, pesquisa semanal do Banco Central (BC), divulgada toda segunda-feira. A redução na estimativa de crescimento econômico ocorre em momento em que o país enfrenta efeitos da crise econômica externa. Na última quinta-feira (12), o Índice de Atividade
Econômica do Banco Central (IBC-Br) mostrou que a economia ficou estagnada em maio (retração de 0,02%, na comparação com o mês anterior). Nos cinco meses do ano, ante igual período de 2011, houve expansão de apenas 0,85%. Neste ano, o BC espera que a economia cresça 2,5%, ante a estimativa anterior de 3,5%. Em 2011, a expansão do PIB foi de 2,7%. A expectativa dos analistas para o crescimento da produção industrial também caiu, pela sétima semana seguida, ao passar de 0,1% para 0,09%, em 2012. Para 2013, a expectativa é de recuperação, com crescimento de 4,3%, ante 4,25% previstos anteriormente.
ações ações ações ações ações ações ações ações ações
petrobras
ON
18/maio
17/julho
3,02
-0,30
R$ 19,78
PN
R$ 19,89
18/maio
17/julho
3,47
-0,52
18/maio
17/julho
2,65
-0,10
R$ 19,07
R$ 19,25
VALE
ON
18/maio
17/julho
2,37
-0,38 PNA
R$ 36,68
R$ 39,45
OGX
ON
R$ 35,70
R$ 38,74
BRASKEM
18/maio
17/julho
18/maio
5,10
2,38
PNA -0,37
R$ 11,53
R$ 5,59
R$ 10,91
17/julho
4,46
R$ 12,17
petróleo brent (US$) 18/maio
107.14
17/julho
103.58
petróleo WTI (US$) 18/maio
91.32
17/julho
89.34
FRASES
“Buscamos o equilíbrio no balanço entre oferta e demanda de derivados, e para isso é fundamental a construção da refinaria do Maranhão”.
Graça Foster, presidente da Petrobras, durante reunião com a governadora do Maranhão, Roseana Sarney, em São Luís, 10/07/2012.
“A demanda mundial se retrai. A reação à política econômica adotada em 2008 e 2009, com a reativação do consumo, está agora com resposta limitada. Vamos crescer, mas a um ritmo mais moderado. A saída é aumentar a competitividade por meio dos investimentos”. Flávio Castelo Branco, gerente executivo da CNI, sobre a redução da projeção de crescimento do PIB. 11/07/2012 - Agência Brasil
“Mas nós teimamos, primeiro porque somos capazes sim de construir plataformas, de ter achado o pré-sal e depois de 20 anos estar construindo a primeira sonda no país. Por que não seríamos capazes de construir uma plataforma?” Dilma Rousseff, presidente do Brasil, no dia 13 de julho durante o lançamento da plataforma P-59.
“Nós podemos, creio eu, imaginar que ainda este ano possa haver uma revisão desses preços de combustíveis já na bomba”. Edison Lobão, ministro de Minas e Energia. 14/07/2012 - O Estado de São Paulo
“A atividade econômica perdeu força em várias economias emergentes, notadamente Brasil, China e Índia. Em partes, isso reflete um ambiente externo mais fraco, mas a demanda doméstica também teve forte desaceleração”. Relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI), que reduziu previsão de crescimento para o Brasil, para 2,5%, este ano, mas prevê expansão de 4,6% na economia brasileira em 2013, divulgado em 16/7/2012.
TN Petróleo 84
13
indicadores tn
FMM: novos financiamentos O Conselho Diretor do Fundo da Marinha Mercante (CDFMM) concedeu prioridade de recursos a embarcações e estaleiros em sua 20ª Reunião Ordinária, realizada no dia 6 de julho em Brasília. O investimento confirmado é de R$ 1,4 bilhão, com medida publicada no Diário Oficial da União no dia 11 de julho, por meio da Resolução n. 117. A aprovação é referente a 28 projetos de 17 empresas. Eles abrangem 104 embarcações e cinco estaleiros. Até 90% do valor investido é passível de financiamento com recursos do Fundo da Marinha Mercante (FMM). A definição do percentual de financiamento depende do conteúdo nacional de cada projeto e do tipo da embarcação, nos termos das regras
previstas na Resolução n. 3.828/2009 do Conselho Monetário Nacional. O conselho deu destaque a 19 novas embarcações, sendo 18 para Navegação de Apoio Marítimo, US$ 397.511.223,57, e uma para Navegação de Apoio Portuário, US$ 3.009.453,83. Esses investimentos permitirão o atendimento do programa de exploração e abastecimento de petróleo no Brasil e o apoio ao transporte de mercadorias no interior e na costa do país. Quatro estaleiros também encabeçam a lista do conselho, sendo três localizados no Rio de Janeiro e um em São Paulo, totalizando US$ 50.926.980,08. Os empreendimentos do Rio têm foco na reparação e construção naval. Já os localizado no estado de São Paulo são para
Energia do contrato spot cai mais de 34% em junho O preço de energia elétrica de fonte convencional do contrato spot para entrega no mês de junho, variou de R$ 128,65 MWh a R$ 126,04 MWh na plataforma da Brix. Esses valores correspondem às negociações realizadas entre agentes do Ambiente de Contratação Livre (ACL), Participantes da Brix, no período de 14 de junho de 2012 a 11 de julho de 2012 – mês base da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). A baixa registrada no período foi de pouco mais de 2%, porém, se comparado ao valor de fechamento do mês anterior, a queda foi mais expressiva: 34%. “Os valores verificados nesse período reforçam a tendência de queda no preço da energia no mercado spot que prevaleceu até o início deste mês”, comenta Marcelo Mello, CEO da Brix. “A partir do início de julho, com um volume de chuvas no Sudeste/Centro Oeste e Sul significativamente menor que o verificado em junho, o PLD voltou a subir, mas ainda está em patamar inferior à média do mês de junho.”, destaca o executivo. 14
TN Petróleo 84
O PLD médio mensal publicado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) para o submercado Sudeste/Centro-Oeste, que em maio foi de R$ 180,94 MWh, recuou para R$ 118,49 MWh em junho, uma desvalorização de 34,51%. O índice Brix Convencional, que evidencia o prêmio sobre o PLD negociado na plataforma para energia de fonte convencional, encerrou o mesmo período a R$ 7,55 MWh, com desvalorização de 41,47% em relação ao verificado no mês anterior. O patamar máximo alcançado no período foi de R$ 10,16 MWh, no dia 14 de junho, e o mínimo de R$ 7,05 MWh, no dia 5 de julho. O índice Brix Incentivada 50%, que representa o preço de energia negociado na plataforma para contratos de fonte incentivada com 50% de desconto na Tarifa de Uso dos Sistemas Elétricos de Distribuição (TUSD), fechou o período (14 de junho de 2012 a 11 de julho de 2012) a R$ 193,38 MWh, redução de 7,91% ante o valor de fechamento do mês anterior. O preço mais alto negociado
construção de comboios fluviais e iniciarão suas atividades construindo os 20 comboios fluviais do Promef Hidrovias da Transpetro. Os maiores recursos serão aplicados nos segmentos de apoio marítimo e cabotagem, respectivamente R$ 716,462 milhões e R$ 161,099 milhões. Para estaleiros - ETP Engenharia, Estaleiro Rio Tietê, Dockshore Navegação e Serviços Ltda., e DSN Equipemar Engenharia e Construção Naval – o montante chega a R$ 93,565 milhões. Projetos de apoio portuário e navegação interior totalizam investimentos de R$ 46,911 milhões e R$ 4,700 milhões. As reuniões ordinárias do Conselho Diretor são trimestrais. A próxima será realizada no dia 5 de outubro. no mês foi R$ 193,38 MWh, no dia 11 de julho, e o mínimo de R$ 150,00 MWh, no dia 3 de julho. Índices Brix – A metodologia de cálculo dos Índices Brix consiste em uma média ponderada das operações negociadas na plataforma diariamente com vencimento no mês corrente, para o submercado Sudeste/Centro-Oeste, o qual apresenta maior liquidez entre as negociações efetuadas. Os índices Brix são divulgados diariamente em R$ por MWh (megawatts-hora) no site www.brix.com.br. O preço da energia elétrica convencional de curto prazo é determinado pela somatória dos valores do prêmio praticado no mercado, evidenciado pelo índice Brix Convencional, e do PLD (Preço de Liquidação das Diferenças), divulgado semanalmente pela CCEE. O índice Brix Incentivada 50% refere-se aos contratos de energia elétrica de fonte incentivada com 50% de desconto na Tarifa de Uso dos Sistemas Elétricos de Distribuição (TUSD), negociados a preço fixo para entrega no mês corrente no submercado Sudeste/ Centro-Oeste.
TN Petr贸leo 84
15
entrevista exclusiva
O DNA falou mais alto por Beatriz Cardoso
Uma das primeiras companhias internacionais a atuar no Brasil na prospecção de petróleo – nas bacias de Santos, Paraná e Amazonas, na época dos contratos de riscos, nas décadas de 1970/80 – o grupo BP, antes conhecido como British Petroleum, volta a apostar firme na exploração e produção de petróleo no país, onde investiu, somente no ano passado, cerca de US$ 5 bilhões.
16
TN Petróleo 84
A maior parte nas atividades que estão no DNA da companhia britânica, E&P – e US$ 1,6 bilhão, no segmento de biocombustíveis –, principalmente na aquisição de ativos da Devon, por meio de farm in, para recompor uma carteira própria, que já soma 14 ativos, nove dos quais em parceria com a Petrobras. Uma verdadeira guinada para retomar as atividades exploratórias no país, depois de ter devolvido, em 2005, os dois blocos exploratórios na bacia da Foz do Amazonas, adquiridos após a quebra do monopólio no Brasil, com a Lei do Petróleo, de 1997. A BP chegou a perfurar três poços na Amazônia sem obter os resultados esperados. “Nunca paramos completamente nossas atividades nesse segmento no país. Mesmo sem ativos continuamos a prospectar informações para avaliar novas oportunidades e potenciais ativos”, afirma o engenheiro químico venezuelano Guillermo Quintero, presidente da BP Energy do Brasil. “Maior prova disso é que agimos rapidamente quando surgiu a oportunidade”, complementa o executivo, que durante a entrevista à TN Petróleo manteve a discrição em relação às perspectivas da empresa em relação aos diversos ativos – inclusive ao potencial do pré-sal em alguns deles. Com 32 anos no setor de petróleo e gás natural, tendo trabalhado antes na venezuelana PDVSA e na norte-americana Arco Oil & Gas, Quintero frisa que a BP atua no mundo inteiro do poço ao posto, sendo E&P uma vocação da companhia. “Está no nosso DNA”. TN Petróleo − Em menos de um ano a BP saiu do zero em ativos no Brasil para um portfólio de porte, com produção, depois de seis anos sem fazer qualquer movimento nessa área. Por que essa guinada? Guillermo Quintero – A estratégia global da BP, na área de petróleo e gás natural, aponta cinco cenários prioritários para os próximos anos: exploração, águas profundas, desenvolvimento de campos gigantes (como é o caso do Iraque), refino e comercialização, e a cadeia de gás natural. Ou seja, praticamente do poço ao posto, como dizem. Ora, temos dois destes cenários muito fortes no Brasil: o de exploração, pelo grande potencial das bacias brasileiras, e o de águas profundas. O fato é que a BP gosta de explorar, prospectar novas fronteiras: foi assim que ela começou, há mais de cem anos, prospectando petróleo na antiga Pérsia. Temos também uma sólida expertise em águas profundas, com operações em diversas regiões. Ora, o Brasil é o lugar certo para se realizar essas duas atividades que fazem parte da vocação da companhia. A exploração está no nosso DNA.
Fotos: Ricardo Almeida
Guillermo Quintero, presidente da BP Brasil
A estratégia global da BP é a exploração, águas profundas, desenvolvimento de campos gigantes (como é o caso do Iraque), refino e comercialização, e a cadeia de gás natural.
Dos 14 ativos que a BP tem hoje no país, nove são em associação com a Petrobras. Em março desse ano, vocês adquiriram participação de 40% em quatro blocos operados pela Petrobras (dois na bacia do Ceará e outros dois na de Barreirinhas, na margem equatorial brasileira). Vocês consideram essa parceria com a Petrobras estratégica para a companhia atuar no país? A Petrobras é uma empresa sólida, reconhecida no mercado internacional por sua expertise. E estamos orgulhosos dessa parceria com uma companhia forte, que tem muitas sinergias com a BP: as
duas empresas gostam de águas profundas, de prospectar novas fronteiras exploratórias. São áreas de forte expertise para ambas. Portanto, é natural essa associação, que não se restringe somente ao Brasil. Por que essa aposta na margem equatorial brasileira? O que atraiu a BP para esses ativos, enquanto todo mundo foca o pré-sal? A exploração é a nossa vocação natural. Portanto é importante olhar para todas as oportunidades, inclusive em novas fronteiras exploratórias.
Vocês estão avaliando parcerias com outras empresas? Demos a partida no ano passado em uma estratégia de expansão, que começou pela aquisição de ativos da Devon e, depois, de parcerias com a Petrobras. Isso não quer dizer que não estejamos atentos a todas as oportunidades que surgirem e que podem implicar em estabelecer novas parcerias, como as que já temos no Brasil . E é claro que, como qualquer companhia de petróleo, vai prospectar e avaliar todas as possibilidades de participar no desenvolvimento do pré-sal. TN Petróleo 84
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entrevista exclusiva
A equipe de exploração sempre está vendo as oportunidades de aprofundar e buscar o présal. Ir mais Vocês pretendem incorporar novos ativos por meio de farm in ou também vão aos leilões da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP)? Estamos atentos a todas as oportunidades. Temos grande interesse nas próximas rodadas de licitações da ANP, tanto em novas fronteiras como no pré-sal, assim como em áreas tradicionais de produção. Mas também vamos avaliar outras oportunidades que surjam, inclusive de farm in de ati-
fundo em Polvo vai depender da reinterpretação dos dados sísmicos existentes.
vos. Tudo vai depender do potencial dessas oportunidades e dos parceiros que estiverem propondo a cessão de parte de seus ativos. Vamos falar do que já está em produção. De acordo com o boletim mensal da ANP, publicado em 10 de junho, referente a abril de 2012, a BP Energy é a quarta maior produtora de óleo e gás (barril equivalente), com 23,7 mil boe/dia. Em maio de 2011, esse volume era de 7,7 mil boe e a Devon, que detinha essa concessão, ocupava a sétima posição no ranking. Em um ano vocês avançaram posições e aumentaram a produção no Brasil, a partir do campo de Polvo. Quais as perspectivas em relação a esse ativo? É possível aumentar a produção? Qual o tempo de vida útil dele? Temos hoje uma produção em torno de 20 mil barris/dia em Polvo, na Bacia de Campos. Nos últimos meses tivemos alguns problemas que afetaram essa produção, mas ela já está normalizada. Estamos iniciando uma reinterpretação de dados sísmicos dessa área, para reavaliar-
Mais de meio século de Brasil Foi com a marca Castrol, de lubrificantes, que a BP se instalou no Brasil em 1957, no Rio de Janeiro. A companhia energética britânica iniciou aqui as atividades exploratórias nas décadas de 1970-80, quando o governo brasileiro abriu espaço para a entrada de oil companies estrangeiras. Por meio dos chamados ‘contratos de risco’ a BP realizou campanhas sísmicas nas bacias do Paraná, Amazonas e Santos, tendo perfurado quatro poços nessa última. O retorno ao E&P ocorreu com a abertura do mercado, quando se tornou operadora de dois blocos de águas profundas na foz do Amazonas, devolvidos em 2005. Com a aquisição de ativos da Devon Energy do Brasil, a empresa, sob o nome BP Energy, 18
TN Petróleo 84
passou a ser um importante player, somando hoje 14 ativos. Presente também na área de energias renováveis, a BP instalou 1.852 painéis solares em 11 estados brasileiros, entre 2000 e 2003, e tem hoje um portfólio de peso na área de biocombustíveis. Foi a primeira companhia petrolífera estrangeira a investir em projetos de etanol no Brasil, tendo investido, no ano passado, mais de U$ 1,6 bilhão em biocombustíveis no país, para comprar a Companhia Nacional de Açúcar e Álcool (CNAA) e os 50% restantes da Tropical Bioenergia (2011), da qual tinha 50% desde 2008. Na área de combustíveis de aviação, a Air BP hoje está presente em 18 aeroportos do país, tendo
participado, em 2010, do primeiro voo da América Latina abastecido com biocombustível (bioQAV) produzido a partir de pinhão-manso (bioQAV), em uma iniciativa pioneira com a TAM e Airbus. A empresa também participa com parceiros, de diversos estudos sobre biocombustíveis.
o dna falou mais alto
mos esse campo e as oportunidades que ele oferece. Mas é muito cedo ainda para falar no assunto. Qual a vida útil que a BP avalia para o campo de Polvo, descoberto em 2004 no antigo bloco BM-C8, obtido na Segunda Rodada dos leilões da ANP, em parceria com a Maersk (que detém 40%), com óleo pesado (19 graus API) e que está em produção há poucos anos (desde 2007)? Há planos de se aprofundar as operações até a camada do pré-sal, devido às expectativas em torno de reservas em potencial nesse cenário, como a operadora anterior havia sinalizado? Não podemos dizer qual a expectativa de vida útil de Polvo, pois essas informações são estratégicas para qualquer companhia. E até mesmo isso pode ser muda-
do, devido a novas reinterpretações e até descobertas em outras camadas. Mas quero lembrar que retomamos nossas atividades justamente comprando esses ativos da Devon. O que indica que as nossas expectativas não são pequenas. A equipe de exploração sempre está vendo as oportunidades de aprofundar e buscar o pré-sal. Ir mais fundo em Polvo vai depender da reinterpretação dos dados sísmicos existentes, sendo que não há planos de fazer novas aquisições nessa área, por enquanto. Qual a previsão de início da produção do campo de Xerelete, descoberto em 2007 em lâmina d’água de quase 2.500 m, no qual vocês têm pouco mais de 17%, sendo operados pela Petrobras (que divide com a francesa Total os mais de 82% restantes)?
Prefiro deixar que o operador se manifeste sobre isso. Mas o projeto continua em andamento. A BP tem, além de Polvo, quatro descobertas offshore na Bacia de Campos: duas em blocos operados pela companhia − Itaipu, no BM-C-32, e Fragata, no BMC-34, e duas descobertas em blocos operados por parceiros, Xerelete (Petrobras), no bloco BC-2, e Wahoo, no BM-C-30, operado pela Anadarko. Qual a expectativa de início de produção para cada um desses blocos? Em que etapa está cada um deles junto à ANP? Você conhece como funciona a E&P: temos que fazer avaliações, entender melhor o reservatório, seu potencial, para determinar qual o projeto de desenvolvimento de cada campo e do sistema que deverá ser implantado lá. É isso que estamos fazendo. Ainda é cedo
Nesta edição.
TN Petróleo 84
19
entrevista exclusiva
para falar em produção em qualquer um deles. Estamos avaliando os planos de sísmica nos campos operados pela BP, assim como analisando com os nossos parceiros os próximos passos nessas áreas. O que eu posso adiantar é que temos atividades programadas para atender a todos os requisitos da ANP em relação a cada um de nossos ativos, antes de expirar os prazos da concessão. Como está o projeto de Camamu Almada, único em que vocês estão sozinhos, com 100%? As perspectivas são boas? Esperamos que Camamu tenha um bom potencial. Estamos nos preparando para fazer aquisição sísmica 2D, conforme compromisso estabelecido com a ANP. Vamos buscar cumprir todos os compromissos exploratórios nessa área. Onde vocês pretendem realizar aquisição sísmica esse ano? Nas bacias de Campos, no Rio de Janeiro, e de Parnaíba, no Maranhão. Outras campanhas devem ser iniciadas apenas no próximo ano. Por que Parnaíba? O que levou a BP a apostar também nessa bacia: a descoberta da OGX pesou nessa decisão ou foi mais o reforço da parceria com a Petrobras, à qual vocês estão associados nos blocos BT-PN-2 e BT-N-3, sendo operador do primeiro? Parnaíba veio no ‘pacote’ da Devon. Por que já estamos começando a campanha nessa bacia? É um conjunto de fatores, que somam desde as descobertas ocorridas lá como também o espírito explorador, a parceria com a Petrobras, entre outros. Qual o programa da campanha exploratória da BP para os próximos anos? Quanto de sísmica (2D 20
TN Petróleo 84
e 3D), no total, a empresa pretende adquirir em terra firme e no offshore? E poços a perfurar? Todas as informações públicas referentes às nossas atividades podem ser acompanhadas por meio da ANP, inclusive as campanhas sísmicas acordadas com a ANP, dentro dos contratos de concessão. Reservamo-nos o direito de manter a discrição quanto à nossa estratégia, inclusive no que diz respeito à campanha exploratória que vamos implementar nos próximos anos. Quanto à sísmica, posso adiantar que a aquisição mais importante desse ano será, sem dúvida, na Bacia de Paranaíba. Como já disse, vamos reinterpretar dados sísmicos de nossas áreas na Bacia de Campos. É lá que está o navio-sonda Ensco-DS4? Sim. Ele chegou em meados do ano passado e está trabalhando na costa brasileira há quase um ano. É uma sonda nova, top de linha, de sexta geração, possui os mais modernos equipamentos, atendendo aos mais altos requisitos de segurança exigidos pelo mercado; essa sonda opera em lâminas d’água de 3.048 m, tendo perfurado até 12.192 m. Com um comprimento total de 228,6 m e capacidade para 200 pessoas, é uma sonda moderníssima, com três sistemas de posicionamento dinâmico, equipado para dual activity drilling (possui dois sistemas de perfuração, que permite que o processo de drilling seja conduzido simultaneamente, garantindo uma operação mais eficiente), dois sistemas de draw works (guinchos), duas mesas rotativas e dois top drives. Tem um BOP (blow out preventer) com seis gavetas e dois anulares e dispõe ainda de dois sistemas completos de ROV (veículo submersível
operado remotamente). Essa sonda permanecerá no Brasil pelo menos até 2015, com um plano de atividade que inclui exploração e avaliação de poços. Vamos focar na sísmica na Bacia de Campos nesse ano, para planejar perfurações no próximo. Temos ainda uma sonda fixa em Polvo. Vocês já foram duas vezes para a Amazônia sem grandes resultados. Essa bacia não está mais nos planos da BP? A Amazônia faz parte da história da BP. Tudo depende da abertura de oportunidades em outras áreas e do que for mais interessante para a companhia. Teremos que analisar a experiência passada na Amazônia e as novas informações sobre essa região antes de pensar em voltar para lá. O nosso principal foco está em águas profundas e novas fronteiras offshore. Mas nunca dizemos... pois aqui no Brasil há muitas áreas de bacias terrestres pouco exploradas − tirando aquelas em que já há uma atividade madura, como na Bahia, Espírito Santo, Sergipe, Alagoas, Potiguar. Se não acreditássemos no potencial terrestre, não estaríamos na Parnaíba. Esperamos que este casamento, com a Petrobras em terra, seja bem-sucedido. Tudo vai depender dos resultados das atividades exploratórias. Vocês continuam apostando em alcançar os 100 mil barris no Brasil até o final dessa década? Tudo depende do programa de avaliação para saber se chegaremos ou não a 100 mil barris até 2020. Temos um bom portfólio, assim como muito otimismo em relação ao Brasil. Como traduzir esse otimismo em números é outra coisa. É mais difícil. Depende dos resultados que obtivermos em nossas atividades nos próximos anos.
TN Petr贸leo 84
21
especial: especial: pn sísmica 2012-2016
Petrobras investirá
Aprovado no final de junho, o Plano de Negócios da estatal para o período 2012-2016 prevê 5,25% a mais que o anterior (o de 2011-2015 era de US$ 224,7 bilhões). Os investimentos aumentaram, mas a Petrobras decidiu rever suas metas de produção, agora reduzidas. “São metas historicamente não cumpridas”, pontuou Graça Foster, presidente da Petrobras, observando que isso se deve ao fato de não serem realistas. Segundo a estatal, o plano enfatiza a recuperação da curva de produção de óleo e gás natural; a exploração e produção de óleo e gás no Brasil; o alinhamento de metas físicas e financeiras de cada projeto; e o desenvolvimento dos negócios da empresa com indicadores financeiros sólidos. 22
TN Petróleo 84
Foto: Banco de Imagens Stock.xcng / TN Petróleo
sísmica: no rastro do petróleo
US$ 236,5 bilhões
até 2016 por Maria Fernanda Romero
N
o Plano de Negócios 2012-2016, que prevê investimentos de US$ 236,5 bilhões, a Petrobras decidiu reduzir a meta de crescimento da produção de petróleo em relação ao plano do ano passado. E anunciou uma redução de suas projeções de produção para 2020 de 4,91 milhões de barris de petróleo diários para 4,2 milhões. Para a presidente da estatal, Graça Foster, a meta de produção da empresa não era realista e os números estavam ousados demais. “Verificamos exatamente que nesses oito planos de negó-
cios não temos cumprido nossa meta de produção. Temos, como uma das conclusões, que nosso plano esteja sendo trabalhado sobre metas ousadas, que se mostraram ano a ano não realistas”, disse a executiva na apresentação do plano a analistas, investidores e imprensa. A nova projeção aponta uma produção de 2,5 milhões de barris diários para 2016, enquanto o plano anterior previa que a Petrobras alcançaria 3,07 milhões de barris de petróleo em 2015. Somando óleo, LGN (líquido de gás natural) e gás natural, no Brasil e no exterior, a meta de 2016 é de 3,3 milhões boe/dia, sendo 3,0 milhões boe/
dia no país. O maior crescimento da produção (5% a 6%) é esperado ocorrer a partir de 2014, enquanto que a expectativa é de manutenção da produção em linha com o nível de 2011 (cerca de 2%). “Foi preciso rever a curva de produção de óleo, com orientação para metas absolutamente realistas, e visão pragmática em projetos reais. Não é possível considerar milagres quanto se tem demanda forte mundial e no Brasil”, ressaltou Graça Foster. A nova curva de produção tem como base a revisão da eficiência operacional dos sistemas em operação na Bacia de Campos e no cronograma de entrada de noTN Petróleo 84
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vas unidades ao longo do período contemplado pelo Plano. Graça Foster ressaltou que dez sondas entregues em 2011, com conteúdo local zero, tiveram um somatório de atraso de 542 dias, comprometendo a produção. Este ano, das 12 sondas previstas, ainda faltam chegar três, todas com atraso.
Preço do combustível O diretor Financeiro e de Relações com Investidores da Petrobras, Almir Barbassa, disse ainda que manter a paridade do preço do combustível é um ponto fundamental no plano de negócios da estatal para o período de 2012 a 2015. “É preciso seguir o preço internacional fazendo ajustes a médio e longo prazo, como temos feito”, disse, referindo-se também ao recente aumento de combustíveis. “Nosso pressuposto é a paridade de preços internacionais. Se não foi atingida, continua sendo meta. O reajuste nos coloca no alvo”, observou Barbassa, sugerindo que novos reajustes podem ocorrer. De acordo com ele, o preço do petróleo do tipo Brent deve ficar em US$ 110,8 (bbl) diminuindo para US$ 90 ao longo do período. Barbassa explicou que o planejamento financeiro do Plano de Negócios 2012-2016 não prevê a emissão de novas ações e ressalta a necessidade de manter o grau de classificação de investimento robusto. Para alcançar os novos objetivos, a Petrobras tem três programas que considera estruturantes para a sustentabilidade do plano: um programa de 24
TN Petróleo 84
Foi preciso rever a curva de produção de óleo, com orientação para metas absolutamente realistas, e visão pragmática em projetos reais. Não é possível considerar milagres quanto se tem demanda forte mundial e no Brasil”
Graça Foster, presidente da Petrobras
aumento de eficiência operacional da Bacia de Campos; um programa de otimização de custos operacionais para identificar oportunidades de redução de custos; e um programa de gestão de conteúdo local, para aproveitar ao máximo a capacidade competitiva da indústria nacional de bens e serviços.
E&P é prioridade Do total de volume de investimentos previsto pelo plano,
US$ 141,8 bilhões (60%) serão destinados ao segmento de exploração e produção (no Brasil e no exterior). No Brasil, a área de E&P receberá um total de US$ 131,6 bilhões, que representa quase 95% do volume total, ficando cerca de 4,5% (US$ 10,7 bilhões) para projetos no exterior. Dos US$ 141,8 bilhões, 68% (US$ 89,9 bilhões) serão alocados no desenvolvimento da produção, 19% (US$ 25,4 bilhões) para exploração e 12% (US$ 16,3 bi) em infraestrutura e suporte. Os investimentos no pré-sal correspondem a 51% do valor total do E&P. A média de investimento anual será de US$ 47,3 bilhões. Os investimentos em exploração totalizam US$ 25,4 bilhões e têm ênfase em novas fronteiras, nas margens leste e equatorial do país. “Nossa relação reserva/ produção precisa se manter em nível seguro, acima de 15 anos. Isso nos obriga a investir muito em exploração e em agregação de reservas provadas que suportem o crescimento futuro de produção”, disse o diretor de Exploração e Produção, José Miranda Formigli, segundo o qual a relação reserva/produção da Petrobras hoje se mantém em 19 anos. Graça Foster esclarece que a Petrobras revisitou o cronograma dos seus projetos na área durante três meses. Além da contribuição dos novos sistemas, o incremento na produção de petróleo e gás no país virá, em parte, dos resultados a serem alcançados pelo Programa de Aumento de Eficiência Operacional da Bacia de Campos (Proef). “Esta unidade representa 25% do nosso potencial de
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Foto: Agência Petrobras
especial: pn 2012-2016
produção. Portanto, temos que trabalhar para que ela recupere sua produção, dentro de metas que possam ser atingidas, com todo o suporte da organização da Petrobras ao time da Bacia de Campos”, comentou Formigli. Na apresentação do PN, foi destacado que a eficiência operacional da companhia decaiu nos últimos anos, por conta da Unidade de Operação Bacia de Campos (UO-BC): o índice de eficiência operacional dessa bacia, no primeiro trimestre desse ano, foi de 72% (71% na média de 2011), enquanto que o da Petrobras, não computando os resultados da UO-BC, estaria em 93%. Nas média global, o índice final ficou em 86%.
Internacional segue a matriz Com recursos de US$ 6 bilhões para projetos em implantação, de um total de US$ 10,7 bilhões, a área Internacional da Petrobras manterá o foco em E&P, para o qual serão destinados 85% dos recursos. De acordo com a Petrobras, a área irá buscar projetos autofinanciáveis, que não onerem o caixa da companhia e que complementem os negócios no Brasil. US$ 4,7 bilhões serão destinados aos projetos em avaliação. 26
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“Estamos buscando parceiros e sócios que vislumbrem o valor de nossos ativos no exterior e estejam dispostos a aportar os recursos necessários para o pleno desenvolvimento dos nossos projetos”, explicou o diretor interino da área Internacional, José Carlos Vilar Amigo.
Refino: revisão do cronograma Na área de abastecimento, 45% dos US$ 55,8 bilhões destinados aos projetos em implantação serão investidos no aumento da capacidade de refino nacional e correspondem às obras da Refinaria Abreu e Lima (RNEST) e do primeiro trem do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). Juntas, as duas unidades aumentarão a capacidade de refino da Petrobras em 400 mil barris por dia, chegando a 2,4 milhões de barris por dia. Segundo o diretor de Abastecimento, José Carlos Cosenza, a RNEST será a unidade operacional da Petrobras com a maior
taxa de conversão de petróleo cru em diesel, de 70%. Com três anos de atraso e oito vezes mais cara, a refinaria pernambucana deverá dar a partida na primeira fase apenas no final de 2014, e, com um custo total final de US$ 20,1 bilhões (era de US$ 2,3 bilhões). Estão em fase de avaliação as refinarias Premium I e II e o segundo trem do Comperj. A estatal confirmou que estes projetos estão mantidos no plano, mas não serão concluídos antes de 2017. “Não houve corte nos investimentos nas novas refinarias. Estamos colocando recursos compatíveis com as fases em que os projetos se encontram, dentro de uma realidade de métricas internacionais, custos adequados e rentabilidade crescente”, afiançou o diretor. Para Graça Foster, as quatro refinarias em construção pela estatal atualmente são importantes para atender ao crescimento da demanda por derivados. “Nenhum projeto foi retirado. Quando falamos que estamos reavaliando, podemos dizer que estamos fazendo um trabalho para determinar objetivamente o cronograma e quanto será preciso para o projeto”, destacou.
Gás e energia: fertilizantes e geração termelétrica Na área de Gás e Energia foram priorizados os projetos de transformação química do gás natural para produção de fertilizantes. No total, a estatal investirá US$ 13,5 bilhões nesse segmento, sendo US$ 5,7 bilhões para projetos já em implantação, como a Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III (UFN III), em Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul. “Com esta unidade, a expectativa é dobrar a produção de
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especial: pn 2012-2016
Evolução dos planos de negócio da Petrobras (em US$ bi) 240
224,0
224,7
236,5
220 200
174,4
180 160 140 120
112,4
100 80 60 Ilustração: TN Petróleo
40 20 0
PN PN PN PN 2008-2012 2009-2013 2010-2014 2011-2015 TOTAL
E&P
RTC
G&E
ureia no país”, ressaltou o diretor da área, Alcides Santoro. Com conclusão prevista para setembro de 2014, a UFN III irá produzir 1,2 milhão de tonelada de ureia por ano, além de 70 mil toneladas de amônia. O restante dos investimentos da área de gás e energia será usado em movimentação do gás produzido (US$ 2,3 bilhões), em projetos de regaseificação (US$ 1,9 28
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Petroquímica
Distribuição
PN 2012-2016 Biocombustíveis
bilhão) e na geração de energia elétrica (US$ 1,6 bilhão), entre outros. Na expansão do parque de geração de energia termelétrica à base de gás, estão projetos como a Usina Baixada Fluminense, que entrará em operação em novembro de 2014, com uma capacidade instalada de 530 MW.
Biocombustíveis: mais de US$ 1 bi para o etanol O investimento total da Petrobras no segmento de biocombustível é da ordem de US$ 3,8
bilhões. Incluem além dos US$ 2,5 bilhões para a Petrobras Biocombustível, mais US$ 1 bilhão em aportes na área de logística (etanolduto e terminais) e US$ 300 milhões para pesquisa e desenvolvimento. No segmento de biocombustíveis, 72% do aporte de US$ 1,8 bilhão previsto para projetos em implantação irão para investimentos na expansão da produção de etanol. “Isso reflete a prioridade absoluta na ampliação da produção de etanol no país”, pontuou o diretor da área de gás e energia, Alcides Santoro. Desse total, um volume de US$ 1,05 bilhão será investido em projetos que já estão em andamento, ou seja, as expansões das plantas Nova Fronteira/Boa Vista, Guarani e Total. De acordo com a estatal, a expectativa é aumentar em 700 mil m³ por ano a produção atual de etanol, que é de um milhão de m³ por ano, considerando a capacidade instalada de usinas nas quais a Petrobras tem participação. Constam ainda do plano a implantação de usina de biodiesel no Pará, a operação de planta de etanol de segunda geração e outra de bioQAV (biocombustível de aviação).
Cadeia produtiva em expectativa O secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços, Julio Bueno, acredita que o caminho para o sucesso da Petrobras é o da racionalização econômica. “Se os ajustes apresentados no Plano de Negócios estão sendo feitos em prol dessa racionalização, então, o plano tem nosso total apoio”, pontuou ele, que é oriundo da estatal e já presidiu a BR Distribuidora.
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especial: pn 2012-2016
Plano de Negócios da Petrobras 2012-2016 1,4% (US$ 3,0 bi) 1,7% (US$ 3,5 bi) 0,9% (US$ 1,9 bi)
1,3% (US$ 3,0 bi) 1,5% (US$ 3,6 bi) 1,6% (US$ 3,8 bi) 2,1% (US$ 5,0 bi) 5,8% (US$ 5,0 bi)
1,8% (US$ 3,7 bi) 3,7% (US$ 7,8 bi)
65,8%
US$ 137,2 bi
Em implantação
24,8%
US$ 51,7 bi
Todos os projetos de E&P no Brasil e os projetos dos demais segmentos que se encontram em Fase IV*
US$ 208,7 bi 833 projetos
0% (US$ 0,1 bi) 7% (US$ 1,9 bi) 5% (US$ 1,3 bi)
50%
17%** US$ 4,6 bi
US$ 13,9 bi
21%
+
Em avaliação
RTC
G&E
27,7%
US$ 141,8 bi
US$ 65,5 bi
Projetos dos demais segmentos atualmente em Fase I, II e III
US$ 27,8 bi 147 projetos **E&P no exterior
US$ 6 bi
E&P
60%
Petroquímica
Biocombustíveis
= US$ 236,5 bi Distribuição
980 projetos
Corporativo
*Inclui as verbas já comprometidas dos projetos em avaliação de RTC, G&E, Petroquímica, Distribuição, Biocombustíveis e Corporativo
Para Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), o principal ponto positivo do plano da Petrobras para o período 20122016 é o fato de estar ancorado em metodologias de investimento, na busca de aumento de eficiência operacional e em metas de produção mais realistas. “Por outro lado, a frustração com a falta de ações de curto prazo, tais como o alinhamento dos preços de combustíveis domésticos aos preços internacionais e flexibilização da política de conteúdo, fez com que o plano tenha sido mal recebido pelo mercado”, reforça. Segundo Pires, o novo plano apresenta metas para 2016 mais 30
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realistas do que o anterior e tudo indica que o andamento dos projetos terá maior acompanhamento, mas nada garante que desta vez as metas serão cumpridas. Ainda assim, de acordo com ele, a priorização dos investimentos em E&P e o adiamento dos de refino demonstram que prevaleceu a racionalidade econômica e os interesses dos acionistas em detrimento dos políticos. “Será preciso superar uma série de obstáculos para que a gestão da Petrobras volte a ser mais empresarial, com menor interferência política. Os dois principais desafios seriam a empresa ter autonomia para propor e executar a sua política de preços de combustíveis e deixar de ser utilizada como instrumento de política industrial, no que se refere ao conteúdo local”, pontua. O diretor acredita que a nova
gestão tem condições de superar estes desafios, o que iniciaria um novo ciclo virtuoso, tanto para a estatal quanto para o setor de petróleo no Brasil.
Convergência de interesses Adriano Pires observou que o fato de o plano ter sido aprovado na primeira reunião do Conselho de Administração (ao contrário do anterior em que a estatal precisou de três reuniões para defini-lo), indica maior convergência de interesses entre a nova diretoria e o governo, diferenciando-se da administração anterior, cuja sequência de metas não alcançadas afetou a credibilidade da empresa. Em relação às perdas no segmento de Abastecimento devido aos preços atuais do combustível, Pires avaliou que a situação não vai melhorar antes do final de
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especial: PN 2012-2016
Investimentos no E&P - Período 2012-2016 US$ 131,6 bilhões* 8%
12%
US$ 16,3 bi
US$ 16,3 bi
Exploração
24%
69%
US$ 25,4 bi
US$ 89,9 bi
US$ 25,4 bi
19%
Pré-sal
US$ 25,4 bi
Pós-sal
68%
18%
US$ 16 bi
US$ 89,9 bi
49%
US$ 43,7 bi Desenvolvimento da Produção
Desenvolvimento da Produção 34%
*Não inclui investimentos em E&P da Área Internacional
Infraestrutura e suporte
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US$ 89,9 bi
US$ 30,2 bi
Exploração
2014, pois as próximas duas refinarias, primeiro trem do Comperj e Abreu e Lima (RNEST), serão focadas na produção de diesel. Ele opina que sem a introdução de refinarias de gasolina no curto prazo, a nova diretoria da Petrobras pretende resolver as perdas na importação com a paridade internacional de preços ou uma maior participação do etanol. O diretor do CBIE apontou ainda que mesmo com a possibilidade de redução de investimentos da Petrobras, permanecem dúvidas quanto à capacidade da estatal em se financiar sem ultrapassar seu limite de alavancagem, uma vez que há questões importantes prejudicando a capacidade de geração de caixa da empresa que não estão sendo resolvidas. Para o executivo, a principal é a política de preços de combus-
Cessão Onerosa
tíveis, que tem afetado negativamente os resultados da empresa há mais de um ano, ao manter uma grande defasagem do preço de gasolina e diesel em relação aos preços internacionais. Pires indicou que a queda do preço do petróleo desde abril foi compensada pela influência da desvalorização do real frente ao dólar, indicando que a Petrobras continuará a importar combustíveis com prejuízo e a perder receita com a venda dos derivados. “O reajuste de 7,8% na gasolina e de 3,9% no óleo diesel foi considerado frustrante, pois a Petrobras baseia o plano na paridade internacional de preços, o que implicaria um reajuste de pelo menos 15% nos preços dos dois combustíveis. Ademais, o reajuste foi totalmente compensado pela redução da Cide (Contribuições de Intervenção no Domínio
Econômico) para zero, o que significa que reajustes futuros afetarão o preço ao consumidor e terão custos políticos em termos de inflação”, disse. Paulo Valois, sócio fundador do escritório de advocacia Schmit, Valois, Miranda, Ferreira & Agel Laws, diz que, em essência, o novo plano estratégico da Petrobras reduz as contribuições de recursos da empresa no setor de refino, concentrando-os no setor de E&P, mais especificamente no pré-sal, apesar das incertezas do novo marco regulatório aprovado pelo Congresso. “O plano tem o mérito de rever alguns dos parâmetros econômicos de outros planeja-
Petrobras investirá US$ 236,5 bilhões até 2016
mentos estratégicos da estatal, mas, ainda assim, convive com incertezas em virtude da condução da política de preços dos derivados pelo governo federal”, argumenta. Para Valois, no primeiro momento, o novo plano estratégico não pareceu ser bem recebido por alguns setores do mercado financeiro e acionário, talvez em virtude da desconfiança em relação ao alcance de suas metas, tendo em vista planejamentos passados.
Indústria naval otimista O presidente do Sindicato Nacional da Indústria da Construção, Reparação Naval e Offshore (Sinaval), Ariovaldo Rocha, comentou que a indústria brasileira de
construção e reparação naval e offshore mantém sua expansão e que o anúncio do PN da Petrobras aumento em mais de 11% os investimentos em E&P que passaram de US$ 127,5 bilhões, para US$ 141,8 bilhões para o período 2012-2016. De acordo com Rocha, o aumento dos investimentos previstos em E&P sinaliza que as encomendas para a construção naval brasileira serão mantidas. “O segmento offshore, plataformas e sondas de perfuração representa cerca de 60% da carteira de encomendas dos estaleiros e com os contratos para a construção de 35 sondas de perfuração esta participação irá aumentar ”, disse. O presidente da Associação Brasileira das Empresas de Construção Naval e Offshore (Abenav), Augusto Mendonça, comentou que o novo plano implantado pela Petrobras é mais
realista e tangível, corrigindo algumas considerações otimistas do passado e objetivando o cumprimento de metas. Mendonça salientou que o PN também faz uma clara defesa da política de conteúdo local ao reafirmar o fato de que é possível produzir com altos índices de conteúdo nacional, e mesmo havendo uma redução na produção, não impactou no quadro de encomendas do setor naval e offshore, que não se alterou. “O maior destaque nesse plano é a forma realista e objetiva com que a Petrobras o apresentou, juntamente à garantia de que ela vai continuar focando no conteúdo local e dando continuidade aos altos investimentos do setor”, afirmou. Quanto ao item ‘conteúdo local’ para a indústria se
Ações desvalorizadas e reajuste de gasolina Logo após o anúncio do Plano de Negócios para o período 2012-2016, a Petrobras tornou-se a petroleira mais desvalorizada do mundo na Bolsa, sendo a quarta empresa mais “descontada” entre as cem maiores do mundo, segundo a Bloomberg. Ficou atrás das japonesas NTT e Japan Tobacco e da russa Gazprom, companhias com sérias dificuldades em seus negócios. Por ‘desvalorizada’ entenda-se o ‘desconto’ que o investidor pede no preço das ações em relação àquilo que a companhia declara valer pelo seu conjunto de ativos-caixa, prédios, plataformas, reserva de petróleo, contratos, contas a receber, etc. No caso da Petrobras, esse ‘desconto’ é de 30% – é negociada na Bolsa a 70% do seu valor patrimonial. A presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, disse que não há otimismo exagerado em relação ao pré-sal. “Não
há excesso de otimismo em relação ao pré-sal. As ações da Petrobras estão muito desvalorizadas por uma série de razões, você faz muito bem em comprar (ações). A produção desse petróleo é uma questão de tempo. O pré-sal é uma realidade”, frisou. De acordo com a executiva, os preços dos combustíveis precisam de novos reajustes ao longo dos próximos anos para que a Petrobras consiga realizar os investimentos previstos no plano. “O reajuste dos combustíveis
que entrou em vigor nas refinarias em junho – a gasolina foi reajustada em 7,83% e o óleo diesel aumentou em 3,94%, sem efeito nos postos – não elimina de todo a defasagem dos preços praticados no Brasil em relação ao mercado internacional, mas ajudará a companhia a seguir com seu programa de investimentos. Graça Foster pontua que os investimentos do PN 2012-2016 serão realizados contando com a redução de custos em sua realização, o preço do petróleo, os atrasos nas obras, além dos preços dos combustíveis. Ela comentou ainda que o reajuste seria importante para corrigir a defasagem do preço dos combustíveis em relação ao mercado internacional. Embora seja necessário o reajuste, não há ainda a definição de uma data para que isso aconteça, nem sobre o percentual do aumento. TN Petróleo 84
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especial: pn 2012-2016
Curva de produção no Pós-Sal, Pré-Sal e Cessão Onerosa Produção de óleo e LGN Pós-Sal
Piloto Sapinhoá
Cidade de São Paulo Piloto Lula NORDESTE
Cidade de Paraty Papa-Terra
Cidade de Anchieta
Cidade de Itajaí
Norte Parque Baleias
Franco 4 Lula ExtERNO Sul
P-58 Roncador IV
Lula Alto Lula Central Lula Sul
Sapinhoá Norte
P-61 (TLWP)
Baúna e Piracaba
Total de 19 plataformas instaladas até 2016 e mais 38 até 2020
P-62 P-63
Roncador III
Franco 1 Carioca 1
Cidade de Ilhabela IracemA SUL
IracemA Norte
Lula Norte
Sul de Guará Júpiter
Maromba
Iara Horst
Carcará
Bonito
NE Tupi
Sul Parque Entorno das Baleias de Iara
Carimbé Aruanã Iara NW
Espadarte III Florim
4.200 mbpd
Franco 5 Espadarte I
Franco 3
Franco 2
Cidade de Mangaratiba
P-55
2.022 mbpd
2011
Cessão Onerosa
Ilustração: TN Petróleo
Baleia Azul
Pré-Sal
2.500 mbpd
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019
2020
Pós-sal, Pré-sal, Cessão Onerosa e novas descobertas Participação na curva de produção 5%
1%
Pré-sal (concessão)
30%
Pré-sal (concessão)
95%
69%
2011
2016
Pós-sal
2.022 mbpd
12%
Cessão Onerosa
Pós-sal
2.500 mbpd
Novas descobertas*
42% Pós-sal
19% Cessão Onerosa
28%
Pré-sal (concessão)
2020
4.200 mbpd
*Inclui novas oportunidades em blocos onde já existem descobertas
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TN Petróleo 84
Petrobras investirá US$ 236,5 bilhões até 2016
Foto P-55: Agência Petrobras / João Paulo Ceglinski
para a criação de uma indústria competitiva, como são os casos da Coreia e Cingapura”, frisou. Para ele, o maior entrave para o melhor desenvolvimento dos negócios/ projetos da Petrobras ainda é a formação de mão de obra especializada, sobretudo do nível técnico. “A curva de aprendizado para formar o necessário conteúdo local com competitividade internacional, deve ser um desafio a ser perseguido permanentemente por toda a cadeia produtiva do nosso setor”, finaliza.
tornar competitiva, Mendonça considera que essa política de governo deve vir acompanhada de uma série de ações, devido à magnitude dos investimentos previstos. “Devemos conside-
rar casos de sucesso de países que aproveitaram suas reservas para desenvolver uma indústria própria, como Reino Unido e Noruega, e exemplos nos quais o apoio do governo foi decisivo
Setor de máquinas e equipamentos mais confiante Segundo Alberto Machado Neto, diretor executivo de petróleo e gás da
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WLAN
Sistema de telefonia
VSAT
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especial: pn 2012-2016
Pacific Mistral – Coreia do Sul; Schain Amazônia – China; Ocean Rig Mykonos – Coreia do Sul; Schahin Cerrado – China; Etesco Takatsugu J – Coreia do Sul; Deepsea Metro II – Coreia do Sul; Ocean Rig Corcovado – Coreia do Sul; ODN Delba III – Emirados Árabes; Schahin Sertão – Coreia do Sul; ODN Tay IV - Coreia do Sul; Sevan Brasil – China; ODN I – Coreia do Sul; ODN II – Coreia do Sul; Amaralina Star – Coreia do Sul
Etesco Takatsugu
Fotos: Divulgação
Sondas contratadas no exterior para LDA acima de 2.000 m
Sevan Brasil
Pacific Mistral
Deepsea Metro
Sondas contratadas no Brasil* Sete Brasil (Estaleiro EAS): 7 Status: contratos assinados; em negociação com o parceiro tecnológico IHI Marine United Inc.(IHIMU) da IshikawajimaHarima Heavy Industries Sete Brasil: 21 Status: licitação concluída; realizando auditoria nos estaleiros para assinatura dos contratos; previsão de aprovação dos contratos: julho/12, agosto/12 e setembro/12 Ocean Rig: 5 *Serão 33 novas sondas entregues a partir de 2016 com conteúdo local entre 55% e 65%
Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), o plano atual da Petrobras transmite mais segurança quanto à sua aplicação, principalmente quando prevê o acompanhamento rigoroso e contínuo das curvas de execução dos empreendimentos, as chamadas curvas “s” físicas e financeiras. “O plano contém alguns avanços importantes, como, por 36
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exemplo, o fato, já demonstrado para alguns empreendimentos, de o acompanhamento do conteúdo local separar bens de serviços, reduzindo boa parte das distorções verificadas antes. Vale destacar também a preocupação com as operações, as quais, por decisão do Conselho de Administração, passaram a ser incluídas nos requisitos de conteúdo local, antes só aplicadas aos investi-
mentos em novos empreendimentos”, salienta. Para Machado, o maior destaque deste plano é o modo como está sendo conduzido e o comprometimento de toda a Diretoria Executiva, pela primeira vez presente em sua totalidade no lançamento. “Isso preconiza uma gestão integrada do portfólio da companhia, seguindo rígidos critérios de desempenho e de disciplina de capital, com prazos mais realistas, com prioridades bem estabelecidas e que tem como um dos pilares principais o Programa de Conteúdo Local, fundamental para que os benefícios da indústria do petróleo possam de fato reverter em prol da sociedade brasileira no que se refere a geração de empregos e renda locais”, complementa. Na opinião do executivo, a atual gestão da estatal está adotando algumas diretrizes que tendem a melhorar a viabilidade de execução dos projetos da companhia. “Os planos anteriores continham uma visão muito mais financeira do que técnica. Certa vez, o então presidente Lula falou que o desenvolvimento do pré-sal seria feito na velocidade que a indústria pudesse acompanhar. Alguns pontos do plano atual vêm ao encontro desse objetivo e devemos apostar nessa possibilidade”, disse. De acordo com ele, para que a indústria de bens de capital possa melhorar suas condições de competitividade, além dos fatores sistêmicos (juros, impostos, câmbio, etc.), a informação da demanda futura, com um nível de detalhe que possa dar maior visibilidade das oportunidades para a indústria, é um fator da maior importância para que os benefícios dos investimentos e operações do setor retornem para a sociedade.
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especial: noruega
noruega:
uma travessia tecnológica
Do pescado ao petróleo, a Noruega tem aumentado de forma incisiva sua presença no mercado brasileiro, sempre com os olhos voltados para o mar. No mais autêntico estilo viking, a indústria norueguesa iniciou uma travessia sem precedentes na sua história, das águas geladas do Mar da Noruega até a costa tropical do Brasil, trazendo a bordo investimentos e soluções tecnológicas para superar um novo desafio: a conquista do offshore brasileiro. por Beatriz Cardoso
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anúncio feito pela Aker Solutions, no final de junho, de investir US$ 100 milhões em uma nova unidade brasileira de serviços, voltada exclusivamente para o negócio de equipamentos de perfuração, não é uma ação isolada da indústria norueguesa no território
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brasileiro – hoje, em torno de 150 empresas originárias daquele país têm plantas fabris ou escritórios aqui, e outras 50 atuam através de agentes ou parceiros. Dentre elas estão companhias do porte da petroleira Statoil e da classificadora mundial DNV (Det Norske Veritas), assim como empresas globais como Aker, Acergy, Deep Ocean, BW Offsho-
re, NorSkan/DOF, SeaBrokers, e estaleiros e empresas de design naval, como Havila, Havyard, Ulstein, entre outras, que são players reconhecidos no mercado naval e offshore internacional. O fato é que, nos últimos cinco anos, uma verdadeira rota aérea e marítima vem sendo consolidada entre o longínquo país do extremo norte da
Foto: Divulgação
Capital: Oslo Área: 385 155 km² População: 5 milhões Densidade: 12 hab./km² PIB: US$ 280 bilhões Renda Per capita: US$ 59,3 mil IDH (2011): 0,943 Alfabetização: 99,0% Moeda: Coroa norueguesa Site oficial: www.regjeringen.no
Principais indústrias: petróleo e gás natural, processamento de alimentos, construção naval, produtos de madeira e polpa, metais, produtos químicos, madeira, mineração, têxteis, pesca.
Europa, que se estende acima do círculo polar ártico, e o Brasil. Uma rota movida a muita energia – fóssil (petróleo e gás) e renovável. E que não se restringe apenas aos negócios – que vão de investimentos em aquisições e instalação ou expansão de fábricas à comercialização de bens e serviços. Passa também pela formação de
recursos humanos, parcerias na área de pesquisa, desenvolvimento e inovação, e geração e transferência tecnológica para o Brasil. Estima-se que em torno de US$ 30 bilhões foram investidos no Brasil por empresas norueguesas, sendo a maior parte desse volume efetivada nessa última década, em setores-chaves como petróleo e gás, indústria naval, mineração, entre outros. Os investimentos e interesses vão mais além, principalmente para segmentos que demandam tecnologia de ponta, como o de energias renováveis, monitoramento ambiental, tecnologia de informação, entre outros – e, é claro, o de alimentos, com o saboroso bacalhau da Noruega chegando cada vez mais rápido e em maior quantidade às mesas do brasileiro. No caso do pescado de águas frias, o acesso se dá tanto em função do crescente comércio entre os dois países como também do crescimento econômico vivido
pelo Brasil nessa última década, crescimento esse que possibilitou ao brasileiro desfrutar de bens e serviços antes restritos a uma elite (enquanto que na Noruega, o bacalhau atende a todos os gostos e classes sociais). Mas é a forte expansão da indústria de petróleo e gás, por conta sobretudo das descobertas gigantes realizadas no pré-sal (e também no pós-sal) offshore brasileiro, que impulsionou essa ‘indústria viking petroleira’, acostumada a enfrentar desafios em regiões inóspitas como a do Mar da Noruega, a singrar os mares em busca de ‘portos’ hospitaleiros na costa do Brasil.
Apoio estratégico Capitaneando a ‘esquadra’ norueguesa está o governo federal, que por meio de seus braços institucionais abre caminhos para as empresas daquele país. Um desses braços é justamente o Innovation Norway (IN), agência de promoção do governo da Noruega, criada em 2003 com o objetivo de divulgar TN Petróleo 84
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Instalações da Aker Solutions em Rio das Ostras, norte fluminense
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a expertise de sua indústria em diversos segmentos, mais ainda no naval e no offshore, nos quais são reconhecidos internacionalmente. Em quase uma década, a agência implementou uma ousada estratégia de internacionalização que vai desde a promoção de missões econômicas e comerciais a países-chaves para a indústria norueguesa, até a articulação de convênios e acordos de cooperação técnica, pesquisa e desenvolvimento. Essas missões incluem visitas anuais de jornalistas a empresas da Noruega, que querem mostrar as soluções que têm a oferecer ao mercado brasileiro e das quais a TN Petróleo tem participado desde 2010. Esse conjunto de ações vem sendo continuamente reforçado no Brasil, considerado estratégico para o governo daquele país. O escritório brasileiro (que responde pela América Latina) tem sido um dos mais ativos do mundo nos últimos anos, por conta do interesse crescente nas atividades de exploração e produção de petróleo e na indústria naval como um todo. Maior prova disso é o crescente número de empresas que começaram a desenvolver atividades locais desde a criação do Innovation Norway. Manter essa via de mão dupla – uma vez que, além de jornalistas, cresce a procura de jovens profissionais por estágios em empresas na Noruega – e estreitar os laços entre os dois mercados, de forma a estabelecer uma rota segura para as empresas norueguesas se aventurarem no hemisfério Sul, é um dos desafios da nova diretora da Innovation Norway Brasil, Helle Moen.
Desafio que ela vê de forma prazerosa. “Estou encantada e honrada em assumir esse cargo. Encantada pelo fato de o Brasil ter se tornado um dos mercados mais interessantes no mundo, devido ao forte crescimento que vem apresentando. E honrada, tanto pela experiência e competência que vejo no segmento de petróleo e gás em geral, como pela excelente equipe com a qual vou trabalhar nos próximos anos”, explica a dirigente. Moen se respalda na experiência adquirida no mercado brasileiro: em 2007, ela fez parte do grupo que instalou no Brasil (e depois foi chairman) do braço local da Marintek, empresa norueguesa especializada em pesquisa, desenvolvimento e consultoria técnica avançada em engenharia naval, oceânica e de materiais, que integra o poderoso Sintef, um dos maiores grupos de pesquisa dos países nórdicos, com atuação em diversos segmentos. A nova diretora da agência está convicta de que a coopera-
ção entre Brasil e Noruega vai prosseguir de forma positiva, tanto nos negócios como no desenvolvimento de tecnologias. “Desde que essa cooperação venha a beneficiar as empresas de ambos os países”, frisa Helle. “Espero que a parceria tecnológica (Memorando de Entendimento) com a Petrobras produza resultados interessantes. Mas gostaria de ver mais empresas norueguesas participando de iniciativas locais de P&D, em cooperação tanto com universidades como com instituições de pesquisas brasileiras e internacionais. Há múltiplas oportunidades de aprendizagem no Brasil, assim como financiamento disponível”, pontua. Quanto à instalação de novas unidades fabris no país, em função das exigências de conteúdo nacional, Helle Moen lembra que a maioria das grandes companhias norueguesas do setor de óleo e gás já está instalada no Brasil, gerando um volume substancial de negócios. É o caso da Aker e inúmeras outras, inclusive de grupos internacionais com unidades de negócios sediadas na Noruega, como é o caso da britânica Rolls-Royce, e da norte-
Noruega: uma travessia tecnológica
Expansão ultramarina Presente no Brasil há mais de quatro décadas, a Aker Solutions é um exemplo de como as empresas norueguesas sabem aproveitar as oportunidades para, respaldadas na expertise consolidada no país de origem, ganhar uma posição de destaque no cenário petrolífero brasileiro. Foi há apenas 17 anos (em 1995) que a Aker começou a produzir, no parque fabril de Curitiba (PR), equipamentos submarinos para a indústria de óleo e gás, tendo entregue a primeira árvore de natal molhada (ANM) em 1997. Desde então não parou mais de crescer, tendo dobrado seu volume de negócios em 2008. De lá para cá, aumentou a capacidade produtiva local, criou uma unidade no Rio de Janeiro e outra em Rio das Ostras (Norte Fluminense), onde funcionam dois simuladores de perfuração, que vêm propiciando treinamento especializado para as tripulações das sondas, de forma a reforçar a segurança e eficiência das operações offshore. Agora, a empresa anuncia a instalação de nova unidade, na cidade vizinha de Macaé: com 335.000 m² é quase oito vezes maior que a de Rio das Ostras e terá uma área coberta de 20.000 m², que vai facilitar tanto a fabricação e montagem de equipamentos como o armazenamento, movimentação de cargas pesadas e testes e pré-comissionamento. Além de produção, montagem e testes de equipamentos de perfuração, também serão fabricados risers de perfuração na nova instalação, que disponibili-
Bombas subsea da Frank Mohn
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-americana FMC, e outras, que atuam em fina sintonia com as subsidiárias brasileiras.
zará ainda os serviços de inspeção e manutenção dos mesmos. Quando a nova unidade estiver pronta, a de Rio das Ostras passará a ser integralmente dedicada à divisão Subsea. Com isso, a Aker dá um passo decisivo para não apenas atender aos requisitos de conteúdo local do programa de construção de sondas de perfuração no país, como também se antecipa à concorrência, para fazer frente à demanda por serviços especializados que esses equipamentos irão suscitar quando estiverem em operação. “Os investimentos no Brasil demonstram nossas ambições de crescimento em um dos mercados offshore mais estimulantes do mundo e nosso compromisso de contribuir e desenvolver a indústria de óleo e gás. O comprometimento da Aker Solutions com o conteúdo local do Brasil é total”, afiança Luis Araujo, presidente da Aker Solutions no Brasil. A nova unidade vai abrigar ainda um centro de treinamento avançado, com capacidade para até quatro simuladores de perfuração de última geração da Aker Solutions. Alinhada com a expectativa da Innovation Norway, a Aker Solutions também reforça suas
atividades na área de pesquisa e desenvolvimento no setor de óleo e gás, ao firmar uma parceria com a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). Essa colaboração entre a iniciativa privada e a universidade pública está focada em três frentes: desenvolvimento tecnológico, treinamentos específicos para a trilha de carreira técnica da Aker Solutions e a parceria nos programas de iniciação científica, mestrado e doutorado. “A interação entre a empresa e o setor acadêmico promove um ambiente de produção de conhecimento e desenvolvimento tanto para a região quanto para o país, gera empregos e renda e qualifica a mão de obra local”, observa Luis Araujo. “Além disso, somos uma empresa inovadora e desejamos nos antecipar às necessidades dos clientes.” A UTFPR é a primeira universidade do Paraná a fazer parceria com uma empresa do mercado de óleo e gás, tendo certificação da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis.
Equipamentos submarinos É no segmento de equipamentos e serviços submarinos que diversas empresas norueguesas vêm incrementando seus negócios no Brasil, como é o caso do grupo Framo (Frank Mohn). No leito da costa brasileira há inúmeros equipamentos submarinos dessa empresa norueguesa, fabricante de sistemas de bombas subsea, que no final do ano passado foi reconhecida pelo Petrobras como uma das melhores fornecedoras de bens e serviços da companhia. A Frank Mohn do Brasil, subsidiária local, tem sob sua carteira de serviço cerca de 700 bombas na área marítima e offshore, TN Petróleo 84
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Skandi Iguaçu, construído no STX OSV em Niterói para a DOF
CBO Pacífico, construído no Estaleiro Aliança em Niterói
além de cerca 34 equipamentos de recuperação de óleo do mar “Framo TransRec System”. Também é responsável pelo atendimento dos equipamentos de bombeamento (utilizadas em injeção de água, separação de óleo e água e outras atividades) da Framo no Brasil e na América do Sul. Em fevereiro desse ano, a empresa anunciou ter a escritura definitiva de uma área de 21,7 mil m² situada em Guaxindiba, São Gonçalo, junto à estrada que ligará o futuro porto da cidade às instalações do Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj), em Itaboraí. 42
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O local abrigará uma moderna unidade de serviço, com oficinas para manutenção e assistência técnica de equipamentos, e um centro de treinamento operacional, além de almoxarifado de peças sobressalentes, para assegurar a manutenção dos equipamentos da Framo em operação na região latina. Submersas na Bacia de Campos, há numerosos sistemas de bombas da Framo, em ativos gigantes, como Barracuda e Marlim, entre outros. É da Framo o sistema de bombeio multifásico do SSAO, um equipamento submarino de separação de petróleo, água e gás desenvolvido pela FMC e a
Petrobras, que vai aumentar a produtividade de Marlim. “Isso marca uma nova era. Estamos confiantes no sucesso dessa nova tecnologia”, afirma Jon Arve Svaeren, diretor comercial da Framo. Outra que busca maior inserção no mercado brasileiro é a Argus Remote System, que quer trazer para as águas brasileiras seus Remotely Operated Vehicles (ROV / veículos operados remotamente), que terão papel crucial tanto no controle como na manutenção de equipamentos subsea em águas profundas, nos projetos de desenvolvimento do pré e do pós-sal brasileiro. “Acreditamos que nossas máquinas, que vêm sendo aprimoradas em parcerias até com instituições de pesquisa na Noruega, têm muitas oportunidades de aplicações no offshore brasileiro”, afirma o entusiasmado Jan Bryn, gerente de projetos da Argus.
Águas promissoras Dona da quinta maior frota de navegação marítima do mundo e com forte atuação no setor de apoio marítimo, a Noruega também vem avançando em águas brasileiras, onde empresas norueguesas detêm 25% das embarcações que fornecem serviço às plataformas de petróleo e gás, tendo como principal cliente a Petrobras. As companhias norueguesas atuam desde o design e projeto de embarcações à operação de uma frota.
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É o caso da norueguesa Ulstein, que tem ampliado suas ações no Brasil, através da Ulstein Marine Services (UMS), que oferece a armadores brasileiros softwares de gestão de frotas e controla o gerenciamento de energia, segurança e risco, reduzindo gasto de combustível, melhorando o controle de custos e a redução do tempo em que a embarcação fica fora de operação. Mas é na área de projetos para a indústria naval que ela vem obtendo maior visibilidade por ser reconhecida internacionalmente por suas inovações em design, principalmente no desenvolvimento de um novo tipo de proa. Denominado X-BOW, este projeto tem uma proa em formado invertido, capaz de fazer o navio ter mais estabilidade em mar pesado, cortando melhor as ondas e perdendo menos velocidade. O casco estende-se até o passadiço, formando um gigantesco castelo de proa: com a melhor hidrodinâmica proporcionada pelo casco, o consumo de energia é bem menor. O design norueguês foi escolhido pela Companhia Brasileira de Offshore (CBO) – e aprovadíssimo pela Petrobras – para nada menos que seis navios de apoio marítimo do tipo PSV (Platform Supply Vessel), para suprimento a plataformas de produção de petróleo em alto-mar. Os contratos com a Ulstein incluem as entregas do projeto, engenharia de equipamento e comissionamento.
Até agora, já foram entregues pelo Estaleiro Aliança à CBO dois dos seis navios encomendados: o CBO Atlântico e o CBO Pacífico, que têm contrato de oito anos com a petroleira brasileira. Os outros quatro, com o mesmo período contratado, são embarcações X-Bow um pouco maiores. “O acabamento e a qualidade destes navios são impecáveis. E a cooperação que temos tido ao longo destes projetos com o CBO armador e o Estaleiro Aliança tem sido excelente”, afirmou Ingar Kaldhol, da Ulstein Design & Solutions. Essas embarcações estão saindo da ‘linha de produção’ a toque de caixa: o primeiro, o CBO Atlântico, foi entregue no final de novembro do ano passado. O segundo o será em maio desse ano. Encomendados entre 2010 e 2011, as seis embarcações, previstas para entrega até o final de 2013, atendem às demandas da CBO, para atuar nas mais severas condições offshore: os navios adaptam-se à operações cada vez mais complexas e trazem novas tecnologias que possibilitam maior qualidade, eficiência e segurança operacionais, auxiliando também na preservação dos ambientes marinhos. Projetados para o transporte eficiente e flexível de carga a granel e em geral para instalações offshore, essa frota de design norueguês tem um sistema híbrido, que permite o escoamento de drill cuttings, material retirado durante operações de perfuração
no solo submarino. Os navios também serão dotados de sistema de propulsão diesel-elétrico, proporcionando maior flexibilidade no uso do conjunto de motores, sobretudo nas aplicações que exigem muitas manobras. Também é nas águas promissoras da indústria de óleo e gás que ‘navegam’ os planos do grupo DOF ASA, controlador da Norskan Offshore e da DOF Subsea, que vem reforçando sua posição no mercado brasileiro. Em abril, ela batizou o maior rebocador já construído no Brasil, o Skandi Iguaçu, com mais de 32.000 BHP instalados e bollard pull de mais de 300 toneladas. Construído no estaleiro STX OSV, em Niterói (RJ), com financiamento do Fundo da Marinha Mercante (FMM) por meio do BNDES, a embarcação foi entregue à Petrobras cinco meses antes do prazo contratual – uma situação bem diferente de outros empreendimentos da estatal brasileira, que teve suas operações e metas impactadas por atrasos tanto de fornecedores internos como externos (como é o caso das sondas). “Dos 64 navios da companhia em operação no mundo inteiro, 24 estão na costa do Brasil e mais da metade da frota carrega a bandeira deste país”, declarou Eirik Torressen, country manager local do Grupo DOF, que está no Brasil desde 2001 e tem entre seus principais clientes Petrobras, Statoil, Shell, Chevron e OGX.
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Tecnologia de ponta A indústria offshore é o foco não somente de empresas do setor naval norueguês como também empresas de tecnologia e de serviços, que vão desde monitoramento ambiental a treinamento e qualificação profissional para atividades offshore.
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a área de tecnologia, a Marine Cybernetics, empresa criada em 2002 e que nasceu como incubada da Norwegian University of Science and Technology (NTNU/Universidade de Ciência e Tecnologia da Noruega), está disponibilizando para o mercado brasileiro o teste HIL (Hardware-In-the-Loop) de sistemas de controle por empresa independente. A solução desenvolvida pela Marine Cybernetics, possibilita a realização do teste a partir da conexão do sistema de controle a um simulador HIL. “O objetivo do teste HIL é verificar o sistema de controle com foco nas funcionalidades do software e na capacidade de tratamento de falhas. Os critérios
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de aceitação são definidos pelas normas e regras governamentais e das classes reguladoras, especificações do cliente e do fornecedor, assim como pelos objetivos de uso da embarcação”, explica Stein Eggan, CEO da Marine Cybernetics. Ou seja: testa o funcionamento dos softwares integrados do sistema de automação e controle de embarcações que hoje desenvolvem operações cada vez mais complexas. Afinal, o software é um elemento fundamental de sistemas automatizados que controlam funções críticas e de segurança em uma embarcação. Ocorre que, muitas vezes, tais sistemas combinam hardware e software de diferentes fornecedores, os quais devem
funcionar como um sistema integrado para garantir excelência em segurança, confiabilidade e desempenho. Para se ter uma ideia dessa complexidade, basta lembrar que um sistema DP de última geração inclui sensores e sistemas de referência de posicionamento, sistema computacional DP, sistema de gerenciamento de energia (SGE), sistemas de propulsão por controle remoto e manual, bem como todos os sistemas auxiliares necessários à energia elétrica, mecânica e hidráulica – lubrificação, refrigeração, ventilação e combustível. “Daí a importância de que o teste de HIL seja realizado
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por empresa independente em termos de tecnologia, organização, gerenciamento e posse com respeito ao estaleiro, dono da embarcação e fornecedor do sistema de controle. Cabe a ela desenvolver e preparar o simulador HIL, escrever o programa de teste, realizar o teste e documentar os resultados”, pontua Jan Lomholdt, gerente geral da Marine Cybernetics no Brasil. “Embora a realização de testes, verificação e classificação de estruturas e sistemas mecânicos por empresas terceirizadas seja uma prática consagrada na indústria naval e offshore, isto não ocorre em mesma escala para sistemas de controle computadorizados”, destaca. “É um paradoxo que sistemas de embarcações sejam colocados em funcionamento sem testes independentes, ainda que tenham funcionalidades relacionadas à detecção de falhas críticas de segurança – e que podem ser difíceis ou perigosas de se testar a bordo da embarcação e, portanto, não são adequadamente testadas até que sejam acionadas em uma situação de emergência”, conclui Lomholdt.
Treinamento contínuo Com a meta de acidentes zero, maior eficiência operacional e menor impacto ambiental, a indústria naval e offshore tem de investir pesado em qualificação e treinamento contínuo de recursos humanos que estão se tornando cada vez mais raros – em função da demanda maior que a oferta de profissionais em diversos segmentos. E isso se aplica a qualquer mercado
offshore do mundo: do Mar do Norte à costa brasileira, do Golfo do México à costa oeste africana... e por aí vai. A consolidação de uma indústria forte como a de petróleo na Noruega está respaldada também em altos investimentos em qualificação profissional, com uso intensivo de tecnologias de informação. Foi assim que um pool de empresas – entre as quais Det Norske Veritas (DNV), Teekay Norway, Statoil e Kongsberg Maritime –, associadas a entidades profissionais das áreas marítima e naval e órgãos do governo estruturaram o Ship Modelling & Simulation Centre (SMSC), um mega Centro de Modelagem Naval e Simulação, apto a desenvolver as mais modernas ferramentas de treinamento offshore. Criado em 1980, em mais de três décadas o SMSC desenvolveu expertise na geração de modelos matemáticos realistas que possibilitam a simulação detalhada de operações marítimas do mais alto risco: operações de navios de apoio a plataformas de petróleo, navios aliviadores de posicionamento dinâmico, manobras de guindastes em unidades offshore, tanto para movimentação de carga como de transporte de passageiros nos mais severos cenários, incluindo ambientes árticos com águas recobertas por gelo. “Temos uma equipe permanente de engenheiros, oficiais de Marinha, operadores de DP (Dynamic Position) e de guindastes, que proporcionam uma experiência única por reunir teoria e prática em ambiente virtual”, destaca Stig-Einar Wiggen, diretor do SMSC. Segundo ele, o sucesso do modelo do SMSC é comprovado pelos incontáveis centros de treinamento que vêm TN Petróleo 84
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Simulador Offshore da Aker Solutions sendo criados na Noruega e em outros países (inclusive por empresas norueguesas no Brasil, como é o caso da Aker), que seguem o mesmo conceito. Uma das ferramentas de maior impacto desenvolvida pelo SMSC é o Dynamic Positioning Competence Assurance and Practice (DP CAP™), um programa que possibilita a operadores de sistemas de posicionamen-
to dinâmicos de embarcações (navios e plataformas flutuantes) treinar em condições reais no próprio local de trabalho – ou seja, onde estiverem. Essa solução está instalada em diversas embarcações do setor de óleo e gás, inclusive na costa brasileira. Com foco em segurança, em outubro do ano passado a Southern Marine inaugurou um escritório no Brasil, país em que
já atua há pelo menos dez anos. A empresa criada em 1979, agora tem uma base brasileira para disponibilizar sua expertise onshore e marítima, que inclui, dentre outros produtos e serviços, o fornecimento de sistemas de ancoragem, inspeção de navios e plataformas e o planejamento de operações heavy-lift. “O foco principal da Southern Marine é a segurança em alto-mar. Há mais de dez anos apoiamos os armadores brasileiros com nossa experiência”, observa Kjetil Hansen, diretor-geral da Southern Marine. “Temos todo interesse em expandir ainda mais nossos negócios no Brasil. Estamos finalizando as negociações com importantes players internacionais para sermos seus representantes no país. A abertura do escritório nos deixa mais próximos de nossos clientes”, conclui.
Não é só na área de petróleo que a indústria norueguesa busca firmar posição no Brasil. No primeiro trimestre desse ano, a SN Power adquiriu 40,65% das ações da Desenvix Renováveis S/A, empresa do Grupo Engevix com foco na geração de energia por fontes renováveis. Joint venture entre Statkraft (maior geradora de energia elétrica da Noruega e a maior da Europa em fontes renováveis), e o Norfund (fundo de capital controlado pelo governo norueguês), a nova sócia aportou R$ 725,1 milhões na brasileira, que continua sob controle da Jackson Empreendimentos Ltda, empresa holding do Grupo Engevix, com 40,65% do capital, e tem ainda a participação da Fundação dos Economiários Federais (Funcef), com 18,70%. 46
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“Com a participação da SN Power, a Desenvix pretende atingir, até 2018, cerca de 1.000 MW de capacidade instalada em fontes renováveis no Brasil”, diz José Antunes Sobrinho, CEO da Desenvix, que possui em operação e construção 342 MW de geração de energia elétrica por meio de fontes renováveis, como eólica, biomassa, PCHs e hidrelétricas. Já a sócia norueguesa tem nada menos que 15.478 MW de capacidade instalada, com usinas na Suécia, Inglaterra, Alemanha e na própria Noruega, e está presente em países da América do Sul e Ásia. A diretora da Innovation Norway Brasil, Helle Moen, vê com naturalidade esse ingresso de empresas em outros segmentos do setor de energia. “Naturalmente,
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Energia renovável
o foco principal de cooperação tem sido na indústria de petróleo e gás e naval. No entanto, o setor de energia renovável e tecnologia limpa vem se desenvolvendo e tomando um rumo interessante, criando oportunidades que devem ser exploradas com mais profundidade”, destacou. “Nos últimos anos, trabalhei com empresas de tecnologia limpa e energia renovável e espero poder contribuir para reforçar os laços nestes setores também”, concluiu a dirigente.
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Foto: Banco de Imagens TN Petróleo
rio capital da energia
De ‘capital do petróleo’ à referência mundial em energia verde
Responsável por 80% da produção nacional de petróleo, 42% de gás natural, detentor das usinas nucleares do país, da maior concentração das térmicas a gás, e com investimentos recordes para o triênio 20122014 (R$ 15,4 bilhões), o Rio de Janeiro dá o primeiro passo para se tornar centro de referência mundial em energia sustentável ao lançar o programa Rio Capital da Energia. por Karolyna Gomes
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o dia 11 de junho, os 35 primeiros projetos que serão desenvolvidos para promover eficiência energética, inovação tecnológica e energia verde no estado foram apresentados pelo comitê estratégico do programa”Rio Capital da Energia” – formado por empresas e instituições – durante o lançamento dessa iniciativa pioneira. O detalhamento e cronograma foram apresentados pelo secretário de Desenvolvimento Econômico do Rio de Janeiro, Júlio Bueno, em evento que reuniu o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão; o empresário Eike 48
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Batista; a diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Magda Chambriard; o governador Sergio Cabral; o presidente da Empresa de Pesquisa Energética, Maurício Tolmasquim, entre outros empresários, no Palácio Guanabara. Os projetos, com investimentos assegurados em cerca de R$ 500 milhões, foram escolhidos entre uma lista de propostas apresentadas ao longo dos últimos nove meses pelas empresas, universidades, associações e entidades de classe ligadas ao setor de energia, com sede no estado e que são parceiras do governo no programa. Um comitê executivo ficou responsável por elaborar propostas que viabilizassem recursos. “Queremos usar a energia do século XX para alavancar a energia do século XXI”, afirmou Júlio
Bueno. Segundo ele, a carteira de projetos aumentará nos próximos meses, e o programa agregará investidores internacionais. As empresas alemãs MAN e Bosch, por exemplo, viabilizaram a tecnologia para o ônibus que usa como combustível o diesel-GNV, desenvolvido pela Petrobras, CEG e três secretarias de estado (Desenvolvimento, Transporte e Ambiente). A utilização do gás natural veicular permite reduzir em 20% as emissões de gás carbônico e em 80% a emissão de material particulado. Parcerias com a China estão incluídas no programa. Será criado o Centro Coppe-Guodian de Tecnologia em Energia Eólica, conjuntamente com a universidade chinesa, e que terá sede própria no campus da Universidade Fe-
Foto: Governo do Estado do Rio de Janeiro
deral do Rio de Janeiro (UFRJ). A Universidade de Tsinghua atuará na obtenção de biodiesel a partir da tecnologia enzimática. O Maracanã não poderia ficar de fora. Palco da final da Copa do Mundo de 2014, no estádio serão instalados painéis fotovoltaicos. A energia solar também irá iluminar o Centro de Tecnologia da UFRJ, que será contemplado com essa tecnologia. O Grupo Canabrava, atuante em Campos dos Goytacazes, será responsável por um sistema ecoeficiente de saneamento ambiental e bioenergização,
que consiste no tratamento da vinhaça, efluente do processo de produção de etanol, para recuperação energética, produção de biogás para geração de energia elétrica e crédito de carbono. Em novembro, o gover no pretende realizar uma feira de tecnologia na área de energia. Previsto para acontecer no Píer Mauá, o evento visa divulgar os atuais e novos projetos do programa anunciado. As iniciativas podem ser acompanhadas pela sociedade no portal de notícias: www.riocapitaldaenergia.rj.gov.br.
Empresas parceiras: Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ); Ampla; Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP); CEG; EDF-UTE Norte Fluminense; Eletrobrás Eletronuclear; Empresa de Pesquisa Energética (EPE); Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ); Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan); Furnas; Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP); Light; MPX; Neoenergia; OGX; Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip); ONS; Petrobras; Petrobras Distribuidora; Pontifícia Universidade Católica do Rio (PUC-Rio); Rio Negócios; Secretaria Estadual de Ambiente; Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia; Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços; Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj); Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)/Coppe
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decisão rio
Rio de Janeiro terá investimentos
de R$ 211,5 bi até 2014
O valor é 67,5% maior do que o previsto para 2010-2012. Do total, R$ 40,5 bilhões irão para o setor industrial, sendo que R$ 6,1 bilhões (15,1%) irão para o setor petroquímico, R$ 10,1 bilhões (24,8%) para siderurgia e R$ 15,4 por Maria Fernanda Romero bilhões (38%) para construção naval.
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Foto: Antônio Batalha, FIRJAN
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Rio de Janeiro terá investimentos públicos e privados recordes para o triênio 2012-2014, com destaque para os setores de logística e transporte. A nova edição do estudo Decisão Rio, que é realizado ano a ano, mostra que o estado receberá R$ 211,5 bilhões no período, valor 67,5% maior do que o previsto para 2010-2012. A Petrobras lidera os investimentos por setor, com R$ 107,7 bilhões (50,9%). Do valor total, R$ 40,5 bilhões irão para o setor industrial, sendo que R$ 6,1 bilhões (15,1%) irão para o setor petroquímico, R$ 10,1 bilhões (24,8%) para siderurgia e R$ 15,4 bilhões (38%) para construção naval. No setor petroquímico, serão investidos R$ 6,1 bilhões, com destaque para o Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro), em Itaboraí. A chegada de fábricas de automóveis, entre elas a Renault-Nissan, em Resende, e a ampliação da PSA Peugeot Citroen, em Porto Real, movimentará R$ 6,1 bilhões da área automotiva. “Nosso estudo apresenta um volume recorde de investimentos que vão muito além do setor de petróleo e gás, com desta-
Luciana de Sá, diretora de Desenvolvimento Econômico do Sistema Firjan; Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, presidente da Firjan; e Cristiano Prado, gerente de Competitividade Industrial e investimentos da Firjan
que para os investimentos na indústria de transformação e em infraestrutura, além do interesse cada vez maior das empresas estrangeiras em investir no Rio”, disse o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio
de Janeiro (Firjan), Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira. Para o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico do Rio, Julio Bueno, os dados mostram que “tem um círculo virtuoso acontecendo no Rio de Janeiro. O petróleo atrai a indústria naval, que atrai a navipeças, que atrai a área metal mecânica, que aumenta a renda, que faz com que as pessoas consumam mais”. Do valor total previsto para a construção naval (R$ 15,4 bilhões), R$ 6 bilhões irão para os novos estaleiros e construção de embarcações, e R$ 10,1 bilhões na siderurgia, com a implantação de siderúrgicas como a Ternium, em São João da Barra. “O estado terá, até 2014, o maior número de instalações portuárias do Brasil. Esse será
um grande e importante diferencial do Rio de Janeiro”, comentou Cristiano Prado, gerente de Competitividade Industrial e investimentos da Firjan. O setor de infraestrutura terá investimentos de R$ 51 bilhões, sendo R$ 14,8 bilhões em energia (28,9%). No documento constam 234 empreendimentos previstos para o período 20122014, sendo 61,5% deles já em andamento, ou seja, com obras
Foto: Agência Petrobras
Foto: Divulgação GE
Complexo do Açu, em São João da Barra
Foto: Divulgação OGX
Foto: Divulgação Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro
Museu do Amanhã na região do Porto Maravilha
Lançamento no Estaleiro Mauá, em Niterói
já iniciadas e licenças ambientais adquiridas. Ainda segundo o documento, o volume dos investimentos estrangeiros na indústria de transformação mais do que triplicou: de R$ 5,8 bilhões para R$ 17,8 bilhões. Além disso, o número de empreendimentos dobrou de 14 para 28. O Decisão Rio é um estudo, realizado desde 1995, sobre as intenções de investimentos no
Centro de Pesquisa da GE no Parque Tecnológico na Ilha do Fundão estado do Rio de Janeiro, junto aos investidores, para um período prospectivo de três anos. O seu objetivo é mostrar as tendências de investimentos e apresentar oportunidades de negócios aos tomadores de decisão do setor público e da iniciativa privada, além de divulgar nacional e internacionalmente as oportunidades existentes no Rio de Janeiro, atuando como instrumento de atração de novos investidores para o estado. TN Petróleo 84
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Gas Summit 2012
eventos
Avanços e desafios do mercado
A 9ª edição do Gas Summit Latin America, promovido pela IBC nos dias 14 a 16 de maio, discutiu as estratégias que os países da América Latina estão adotando para otimizar a exploração e produção de gás natural, obter um fornecimento constante e de longo prazo e potencializar as oportunidades da chamada era de ouro do gás natural na América Latina. por Maria Fernanda Romero e Rodrigo Miguez
Desafios da América Latina e Caribe A inserção do GNL na América Latina e Caribe foi o primeiro tema, apresentado por Luis J. Bertenasco, líder de Projeto da Regaseificadora Punta Alta, Enarsa PDV; Marcelo Colomer Ferraro, professor de economia da UFF (Universidade Federal 52
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Fotos: Divulgação IBC
O
tradicional congresso contou com o patrocínio da CEG-Rio, GE, Compagás, Linde, Gasmig, Testo, Cogeração Energia e o apoio da TN Petróleo. O crescimento da participação dos hidrocarbonetos não convencionais e a consolidação do GNL (Gás Natural Liquefeito) como alternativa ao abastecimento energético da América Latina são dois temas que vêm ganhando relevância no setor. Perante os impactos que ambos os fenômenos estão causando na indústria galífera, seu estudo e acompanhamento se tornam indispensáveis no momento de avaliar a viabilidade e desempenho de qualquer projeto relacionado com a indústria do gás na região. Assim, foram incluídos dois seminários especiais na programação desta edição do Gas Summit Latin America, para aprofundar e atualizar os conhecimentos dos participantes nestas áreas-chave. Eles foram realizados no primeiro dia do evento.
Fluminense) e pesquisador associado do GEE/IE-UFRJ (Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro); e Jordi Solé Gomà, gerente chileno da ROS Roca Indox Cryo Energy. Os impactos do gás não convencional nos países produtores e grandes consumidores de gás foi o segundo tema, com os palestran-
tes Fernando Meiter, diretor da TNS Latam; e Renato M. Darros de Matos, diretor de E&P da Imetame Energia. Iniciando os debates da conferência do Gas Summit 2012, Jorge Ortiz, presidente executivo da YPFB Andina, subsidiária de E&P da YPFB da Bolívia, falou sobre as oportunidades de exploração de gás na Bolívia, país com a terceira maior reserva de gás na América do Sul. Mais de 20 anos como fornecedora de gás natural do Brasil e da Argentina, a Bolívia tornou-se
um ponto de conexão e distribuição de energia muito importante na região, tendo cerca de 50% de seu território (549,290 km²) com grande potencial de hidrocarbonetos também. Ortiz informou que em 2011 os investimentos de empresas estrangeiras no país no setor de upstream responderam por 40% do total de investimentos (US$ 514 milhões), e a YPFB e suas subsidiárias investiram US$ 766 milhões (60% do total). “Além disso, em 2011 alcançamos o pico de produção de gás natural e hidrocarbonetos líquidos de 48 milhões de m³/dia”, acrescentou. Segundo o executivo, a Bolívia possui grande potencial em hidrocarbonetos, ainda pouco explorado; preços excelentes no mercado de exportação com contratos de longo prazo com o Brasil e Argentina; e possui poucas empresas de E&P para realizar atividades de exploração no país.
Logística e comercialização Antonio Eduardo Monteiro de Castro, gerente executivo de marketing e comercialização de gás e energia da Petrobras, fez um panorama geral do suprimento de gás e do plano de investimento da estatal para alavancar a indústria brasileira de gás natural. Castro apresentou a operação do Gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol) que foi iniciada em 1999. Ele lembrou que foi concluído em 2011 o ciclo de investimentos de US$ 15 bilhões (2007-2011) da estatal para a integração das malhas de gás. O executivo citou os terminais de regaseificação da companhia em operação, em Pecém e na Baía de Guanabara, com capacidade de regaseificação de 21 MM m³/dia. “Em 2014, aumentaremos essa capacidade para 41 MM m³/dia, com a ampliação da Baía de Guanabara (mais 6 MM m³/dia) que já estará operacional em janeiro de 2013; e com o terceiro terminal de regaseificação de GNL na Bahia, que estará operacional em janeiro de 2014,
O gás natural no Brasil Consumidores: 2 milhões Crescimento: 15,17% (1TRI 2010/1TRI 2011) Investimento: R$ 6 bilhões (2007-2010) Rede de distribuição: 20,9 mil km
Competitividade
Previsão para 2020 Consumidores: 3,2 milhões (aumento de 67%) Rede de distribuição: 37,4 mil km (crescimento de 84,1%) Investimento: R$ 18 bilhões (média de R$ 2 bilhões/ano)
Fonte: Abegás
Clientes de gás por segmento*
Industrial ................................................ 2.773 Automolivo (Postos) ............................. 1.696 Residencial ......................................... 2.061.659 Comercial .............................................. 25.252 Geração elétrica .......................................... 24 Cogeração ................................................... 50 Matéria Prima ............................................... 2 Outros (inclui GNC) ...................................... 21 COMPANHIAS - TOTAL .................. 2.091.477 Fonte: Abegás
zação dos atributos da geração termelétrica a GN como, por exemplo, ‘despachabilidade’, proximidade dos centros de carga e atendimento da demanda de ponta”, finaliza Castro
*Brasil, março 2012
adicionando mais 14 MM m³/dia”, afirmou Castro. Para 2013, o gerente da Petrobras informou que haverá mudanças na logística do gás natural devido ao aumento da produção nacional, a malha integrada de gasodutos, as referências internacionais de preços, a necessidade de flexibilidade, assim como a demanda por contratos de longo prazo, leilões eletrônicos de curto prazo e o aumento do mercado termelétrico. Segundo ele, até 2020 o Brasil aumentará sua participação na produção de gás natural, consequentemente reduzindo sua importação de 48% para 41%. Isso acontecerá devido a outros agentes que atuam em E&P no Brasil aumentando a participação na produção de gás natural, a maior segurança no suprimento de gás natural com a consolidação da malha nacional integrada de gasodutos, a expansão da capacidade de oferta e a ampliação do suprimento de gás ao mercado. “Em relação à contratação de energia nova, é necessária a valori-
Maurício Tolmasquim, presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) comentou sobre o Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE 2020), que prevê uma forte ampliação da oferta nacional de gás natural, saindo de um patamar de 50 milhões de m³/dia em 2011 para 142 milhões de m³/dia em 2020. “Essa oferta interna, acrescida das importações − 30 milhões de m³/ dia de gás boliviano e 21 milhões de m³/dia de GNL − irá ampliar a oferta total de cerca de 109 milhões de m³/dia em 2011 para 193 milhões de m³/dia em 2020”, afirmou Tolmasquim. O executivo disse que a EPE defende a comercialização do gás natural nos próximos leilões. Segundo ele, não há empecilho contra a fonte, que continua tendo projetos inscritos. Tolmasquim informou que a instituição precisa ainda aprofundar a análise de competitividade de gás para submeter à apreciação do Ministério de Minas de Energia (MME). Assim, o MME selecionará as oportunidades e opções que serão objeto de estudo mais detalhado, por parte da EPE, de modo a definir o gasoduto de referência para fins de promoção de chamada pública e posterior licitação das concessões. De acordo com ele, assim como o PDE 2012-2022, a definição das informações básicas para o gasoduto de referência e o banco de dados de custos em infraestrutura de gasodutos ainda estão em elaboração.
Mercado gigante Ubirajara S. de Campos, assistente executivo da subsecretaria de petróleo e gás de São Paulo, tratou TN Petróleo 84
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eventos
Gás onshore Já Kjetil Solbraekke, CEO da Panoro Energy, comentou sobre a produção onshore no Brasil e o papel dos produtores independentes de gás que, segundo ele, encontram grandes 54
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da Norton Rose, fez um levantamento sobre o ambiente de investimentos na região, no qual destacou que Colômbia e Brasil são os países com menos obstáculos para se investir no setor de gás natural; quatro das cinco regiões com potencial para gás natural na Argentina têm uma atmosfera semelhante às do Brasil e Peru, sendo Neuquén a região menos atraente para investimentos; e Venezuela, Bolívia e Equador são os países menos atraentes para investimentos, tanto na América Latina quanto no mundo.
Foto: Agência Perobras
do mercado paulista de gás natural, que reúne 41% dos consumidores do Brasil. São Paulo é o centro da malha de transporte de gás natural da região Sudeste, interligada à malha nacional, através da qual é transportado todo o gás produzido e importado pelo Brasil. De acordo com Ubirajara, os atuais desafios dessa área são expandir a oferta doméstica, otimizar o atendimento das usinas térmicas, dar mais eficiência à política de preços e aperfeiçoar o ambiente institucional. Na indústria paulista, a participação do gás natural é superior à dos derivados de petróleo e a estimativa é que até 2020 aumente ainda mais com a expansão da oferta de gás na Bacia de Santos com a produção do pré-sal. “Com a Unidade de Tratamento de Gás Monteiro Lobato (UTGCA) e a Refinaria Presidente Bernardes / Cubatão (RPBC) teremos capacidade de processamento de 22,5MM m³/dia de gás natural em 2020, dos quais 20 MM m³/dia internalizados no próprio estado. Ubirajara disse que atualmente a secretaria de energia de São Paulo quer aumentar a participação do gás natural na matriz energética paulista de 7% para 10,5% até 2020, por meio da utilização de tecnologias mais eficientes e de maior agregação de valor no consumo de gás natural. “Queremos induzir o desenvolvimento da cadeia, atraindo empresas, fornecedores, tecnologia, pesquisa e inovação e consequentemente criarmos mais empregos e renda. Além disso, buscamos a competitividade das cadeias produtivas, a expansão das redes de distribuição de gás e queremos adicionar 1.000 MW de capacidade instalada de cogeração a gás natural no estado de São Paulo até 2020”, ressaltou.
Integração energética
Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE 2020) Oferta nacional de gás natural: 50 milhões de m³/dia em 2011 atingindo 142 milhões de m³/dia em 2020. Importações: 30 milhões de m³/ dia de gás boliviano e 21 milhões de m³/dia de GNL Oferta total: 109 milhões de m³/dia em 2011 para 193 milhões de m³/dia em 2020 Fonte: EPE (Empresa de Pesquisa Energética)
dificuldades no sistema de compras de gás com a Petrobras. Para ele, falta cogeração no setor e equipamento para a produção independente. O executivo sugeriu que os governos estaduais estimulem a compra do gás nos países para que haja maior flexibilização do mercado. Luciano Gremone, diretor da Standard & Poor ’s Ratings Services, analisou o ambiente de financiamento dos projetos de E&P na América Latina, onde destacou que os principais desafios da área são o aumento da complexidade tecnológica, os requisitos ambientais, a volatilidade dos preços das commodities e ainda o vencimento dos mercados de capitais domésticos. No mesmo painel, Leopoldo Olavarria, sócio
Finalizando o primeiro dia do evento, Carlos Bellomo, gerente geral da Petrobras Uruguai fez uma breve análise do papel da integração energética no desenvolvimento do Uruguai. Lembrou que a energia hidrelétrica é a maior fonte de energia do país; que o gás natural, em sua maioria, é importado da Argentina por dois gasodutos e as energias renováveis estão sendo estimuladas pelo governo uruguaio. O executivo disse que o Uruguai tem um grande desafio pela frente no campo da energia e que a integração dos sistemas é extremamente importante para o país. Bellomo propôs um terminal de regaseificação de GNL no país. “O GNL é uma alternativa viável a outros projetos no Uruguai como gasodutos de grande porte para suprir parte da demanda reprimida; e a exportação é essencial para a viabilidade do projeto”, afirmou. No segundo dia do Gas Summit 2012, os desafios do setor de gás natural no continente latino-americano foram alvo de debate entre os membros das principais empresas da região. Hoje, o gás natural corresponde a 21% da matriz energética mundial, já na América Latina esse número sobe para 28%. Os países com maiores reservas provadas de gás na região são Venezuela, Brasil e Peru, que tiveram aumento nos últimos anos. Já os maiores produtores de gás natural são Venezuela, México, Argentina, Trinidad e Tobago e Brasil.
Fonte: Abegás
Lennys Rivera, coordenadora de Hidrocarbonetos da Organização Latinoamericana de Energia (Olade), destacou que 62% das exportações da Bolívia são via gasoduto, já Trinidad e Tobago tem como foco o GNL. Segundo ela, o mercado de gás do Peru está em pleno desenvolvimento e deve ser visto com atenção. Para 2032, a perspectiva de demanda é de crescimento de 2% ao ano na Argentina, México e Colômbia. No Brasil, Peru e Venezuela há uma significativa produção doméstica com relação ao consumo, por isso, as estimativas são de que a demanda deve crescer cerca de 5% ao ano. Na opinião de Lennys Rivera, os principais desafios para consolidação do GNL estão nos altos custos do transporte do combustível, além da necessidade de investimentos em desenvolvimento tecnológico voltado para este tipo de produto.
Estratégia de expansão A expansão das concessionárias brasileiras de gás natural foi outro tema de debate durante o Gas Summit 2012. Luciano Pizzatto, presidente da Companhia Paranaense de Gás (Compagas) afirmou que nos próximos cinco anos serão investidos R$ 800 milhões em dutos de distribuição. Apesar dos esforços das empresas distribuidoras de gás natural, o executivo alertou para a necessidade de vencer os gargalos existentes no setor, principalmente na região Sul do país. “O Paraná é uma região deserta de gasodutos, por isso, há um gargalo importante para ser suprido ainda”, afirmou o presidente da Compagas. Ele opina que a projeção de demanda nos próximos três anos é de 6,6 milhões de m3/dia para atender ao mercado somente da região metropolitana de Curitiba, que compreende 13 municípios, e a partir de 2019 essa demanda chegará a 11 milhões de metros cúbicos.
Consumo Industrial por Energético Energético
(unidade: 10³ toe) - 2010
São Paulo
Brasil
SP/BR (%)
Derivados de Petróleo (*)
3.215
12.840
25,0%
Gás Natural
3.619
9.239
39,2%
7
3.634
0,2%
681
11.209
6,1%
Eletricidade
5.706
17.307
33,0%
Bagaço de Cana de Açúcar
13.199
17.821
74,1%
Outros
2.415
13.628
17,7%
Total
28.842
85.678
33,7%
Carvão Mineral Lenha e Carvão Vegetal
Para suprir essa demanda, há propostas como um gasoduto de Curitiba a Foz do Iguaçu, que ajudaria na integração da região, já que estaria próximo ao Paraguai e à Argentina, um terminal de regaseificação de GNL em Paranaguá, com capacidade de sete milhões de m3 de gás/dia, e também um gasoduto para atender a indústria de papel e celulose que vai se instalar na região em janeiro de 2015, e que levaria pelo menos dois anos e meio para ser construído. Já a paulista Comgás (Companhia de Gás de São Paulo) afirmou que o investimento previsto para este ano é de R$ 600 milhões e que desde 1999 mais de R$ 4 bilhões foram investidos no país pelos controladores, BG e Shell. Com distribuição de 13 milhões de m3/dia em uma rede de 8.000 km, atendendo a 70 cidades, a indústria corresponde a 75% do mercado da empresa, que atende a duas termelétricas. Conforme dados da Companhia de Gás de Santa Catarina (SC Gás), o mercado de GNV da empresa deve saltar dos atuais 390 para 550.000 m3 por dia até 2030. Com relação à demanda de gás no estado para os próximos anos, a projeção é de 50% de aumento em 2020, para três milhões de m³ de gás.
Biogás O uso do biogás foi apresentado pelo presidente da SC Gás, Cosme Polese, como uma das soluções para a crescente necessidade de gás no país. De acordo com o executivo, o biogás em Santa Ca-
tarina tem potencial de um milhão de m³/dia. Já estão em estudo várias alternativas, entre elas a construção da Usina de Biogás São Maurício e uma usina de biogás em Faxinal dos Guedes e Concórdia, da empresa BRF. “Os três estados da região Sul têm que se unir para resolver os problemas de abastecimento de gás”, afirmou Polese. Na Bahia e no Rio de Janeiro, as concessionárias têm planos de altos investimentos na expansão da sua malha. A Bahia Gás está focando na interiorização do seu portfólio, aproveitando as cadeias produtivas da Bahia, além dos eixos do Gasene e da Ferrovia Oeste-Leste. Esse trabalho faz parte do plano de investimento 2012-2015 da companhia, que este ano tem previsão de investimento de R$52 milhões. Já a Gas Natural Fenosa (CEG), que tem a concessão da distribuição de gás no Rio de Janeiro, vai investir este ano na renovação de redes antigas e na ampliação do atendimento, em especial o residencial e comercial na cidade de Teresópolis. A empresa vai investir mais de R$1 bilhão até 2014 em diversas iniciativas, que abrangem a construção de 900 km de novas redes, com o objetivo de chegar a 7,2 mil km. Também com projetos de expansão para o interior do estado, a Companhia de Gás de Minas Gerais (Gasmig) tem a meta de levar gás natural TN Petróleo 84
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eventos
Concessionárias de gás natural por região
a todas as indústrias do estado que usem óleo ou GLP. A empresa está com projetos pilotos em Governador Valadares e Itabira e Pouso Alegre. Com início do fornecimento previsto para iniciar em janeiro do ano que vem, o projeto de Governador Valadares / Itabira terá vazão inicial de 216 mil m³/mês com intenção de chegar a 933 mil em 2015.
Política setorial
Norte Cigás – Companhia de Gás do Amazonas Gás do Pará – Companhia de Gás do Pará GASAP – Companhia de Gás do Amapá Rongás – Companhia Rondoniense de Gás
Centro-Oeste CEBGAS – Companhia Brasiliense de Gás Goiasgás – Agência Goiana de Gás Canalizado S/A MSGÁS – Companhia de Gás do Estado de Mato Grosso do Sul MTGÁS – Companhia Mato-grossense de Gás
Nordeste ALGÁS – Gás de Alagoas S/A BAHIAGÁS – Companhia de Gás da Bahia CEGÁS – Companhia de Gás do Ceará COPERGÁS – Companhia Pernambucana de Gás GASMAR – Companhia Maranhense do Gás GASPISA – Companhia de Gás do Piauí PBGÁS – Companhia Paraibana de Gás POTIGÁS – Companhia Potiguar de Gás SERGÁS – Sergipe Gás S/A
Sudeste BR-ES – Petrobras Distribuidora CEG e CEG RIO Comgás – Companhia de Gás de São Paulo Gás Natural São Paulo Sul S.A. Gás Brasiliano Ltda.
Sul Compagas – Companhia Paranaense de Gás SCGÁS – Companhia de Gás de Santa Catarina Sulgás – Companhia de Gás do Estado do Rio Grande do Sul
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Fonte: Abegás
Para Roberto Garcia, diretor comercial da Gasmig, a equiparação de preços do óleo combustível com o gás natural é um dos empecilhos aos projetos de expansão da rede da companhia, assim como a constante alta do preço do gás natural. Para Edmilson Moutinho, professor do Instituto de Eletrotécnica e Energia da Universidade de São Paulo (IEE/USP), o problema do gás do Brasil está no mercado interno e não com a Bolívia ou a Argentina. “Falta uma política interna para o setor de gás natural, que está esquecido”, afirmou. Moutinho acredita que o investimento em P&D é uma das chaves para a civilização do gás, que é o uso do combustível para benefício da população. Jorge Loureiro, superintendente de Gás da Secretaria de Estado, Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços do Rio de Janeiro (Sedeis) afirmou que uma das maiores políticas voltadas para o setor de gás está perdendo importância ano após ano. O incentivo ao GNV em veículos leves no início dos anos 2000 levou muitos motoristas a colocar o kit gás nos automóveis, em especial os taxistas. Desde 2003, mais de 800 mil veículos já foram convertidos para GNV, porém, a partir de 2008, devido ao estímulo aos veículos flex, esse número vem caindo. Hoje, há 1,736 milhão de veículos convertidos para GNV no país. No Rio de Janeiro, há projeto em fase de testes do ônibus flex diesel-
-GNV, utilizando tecnologia Bosch, que tem previsão de substituição de diesel por GNV de 75%. O veículo pode rodar com 100% diesel ou com diesel junto com gás. De acordo com Jorge, a implantação de ônibus com essa tecnologia acarretaria uma redução de 25 toneladas de CO2 por veículo por ano, o que significa que uma frota de 10 mil ônibus reduziria em 250 mil toneladas por ano as emissões de gases do efeito estufa.
Incentivos são necessários Na visão de Marcelo Prado, diretor de Marketing da GE Energy, o governo tem que voltar os olhos novamente para o gás natural e realizar políticas de incentivo ao setor. Para ele, o gás vai ter um papel extremamente importante na geração de energia nos próximos dez anos para a América Latina. No Brasil, o setor químico é o que tem maior potencial de utilização de energia através de cogeração a gás natural. Para os especialistas do setor, os principais entraves para a ampliação da malha de transporte de gás são uma demanda baixa e pulverizada, um regime de concessões incompatível com o mercado, além de concessões de transporte complexas e burocráticas. Os especialistas disseram ainda que é preciso haver uma harmonização de competências nos governos estaduais, com a criação de um conselho nacional de distribuidores de gás natural para que haja critérios mais transparentes na regulação do setor, como por exemplo, com relação aos preços do gás natural. Uma das críticas dos executivos é que o ambiente atual não é propício para a competitividade do mercado. Durante o encerramento do Gas Summit 2012, quando foi feito um balanço do setor, o diretor da empresa PSR afirmou que as perspectivas para o futuro do mercado de gás natural no país é altamente positivo, apesar dos gargalos a serem combatidos. Segundo ele, as projeções são de que o Brasil passará de importador a produtor de alta capacidade.
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HUG Americas 2012
Fotos: Divulgação Honeywell
eventos
Foco em inovação
Com a presença em mais de cem países, a Honeywell apresentou no evento HUG Americas 2012 diversas novidades do seu portfólio de produtos para por Rodrigo Miguez, enviado especial indústrias como a petroquímica e de óleo e gás.
N
a abertura de mais uma edição do Honeywell Users Group Americas (HUG), o presidente da Honeywell Process Solutions (HPS), Darius Adamczyk, afirmou que o principal foco da empresa está na inovação e no desenvolvimento de produtos que gerem soluções para os clientes da empresa. “O investimento em pesquisa e desenvolvimento (P&D) é a única maneira de uma companhia se manter de forma sustentável em um mercado competitivo como o que temos hoje no mundo”, afirmou Darius. Realizado em três continentes todos os anos, o HUG trouxe para a cidade de Phoenix, no estado norte-americano do Arizona, perto de 1.100 participantes, de 280 empresas de mais de 15 países do mundo. Durante o evento, a empresa apresentou algumas
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novidades que entraram no seu portfólio este ano, como a Experion PKS Orion, nova tecnologia da HPS para o monitoramento e controle de sistemas de todos os tipos de indústria, inclusive de petróleo e gás natural. Também nessa área, a HPS exibiu o Experion Mobile Solutions, que permite que os operadores saibam exatamente como está o funcionamento do sistema e possam consertar algum erro, usando um aplicativo no iPhone e no iPad. Tecnologias para óleo e gás Especificamente falando do setor de petróleo e gás natural, a Honeywell apresentou o RMG530, usado para regular a
pressão de um duto de gás. A empresa desenvolveu em parceria com a FMC, o FMC Subsea Controller Integration, voltado para garantir a integridade dos dutos. Outra tecnologia para o setor de petróleo mostrado pela empresa foi o Field Operator Training, uma sala de treinamento virtual, todo em 3D, para dar uma maior realidade na especialização da equipe. Um dos destaques do HUG 2012 também foi o Universal I/O, que permite a integração de dispositivos com mais segurança, de forma mais simplificada na instalação e facilita a manutenção. O produto da Honeywell Process Solutions é ideal para instalações localizadas a grandes distâncias geográficas, como as plataformas de petróleo atuantes na área do pré-sal, que ficam baseadas a 300 km da costa.
Ademais, o equipamento tem o objetivo de reduzir custos e de ter a mesma eficiência na operação, mas com menos pessoas trabalhando nas plataformas. “Durante anos, o foco da Honeywell foi desenvolver produtos eficientes e que gerem menos custos para os nossos clientes e essa ainda é a nossa visão”, afirmou Tracy Haslam, vice-presidente para as Américas da Honeywell. No segundo dia de evento foi apresentado o Remote Operations and Collaboration (ROC), uma central de controle destinada aos mercados de óleo e gás, e mineração. A tecnologia tem o objetivo de garantir segurança ao sistema, melhorar a produção e a produtividade e servir de suporte no gerenciamento da planta. O equipamento já está sendo utilizado inclusive pela Shell, que monitora de Louisiana, nos Estados Unidos, duas plataformas do campo de Perdido, no Golfo do México. Segundo Christophe Romatier, gerente de Marketing Estratégico da Honeywell Process Solutions, os produtos desenvolvidos pela empresa devem servir para integrar e melhorar a performance da companhia. “O nosso sistema tem que ser agregador e trabalhar com as outras tecnologias já existentes nas plantas dos nossos clientes”, afirmou. Automação Principal fonte de receita da Honeywell e de foco da compa-
nhia no desenvolvimento de produtos e tecnologias, a automação foi tema da palestra ‘Key Role of Automation in Offshore Projects’, do brasileiro Carlos Henrique Moura, consultor da área de exploração e produção (E&P) da Petrobras. Com as recentes descobertas de petróleo no país e uma expectativa de produção da Petrobras em 2020 de 5,4 milhões de barris por dia, o avanço da tecnologia da área de automação é fundamental para garantir uma produção sem problemas e com máxima segurança. Porém, o executivo da estatal criticou a política de conteúdo local de 60% vigente no país, o que tem criado dificuldades para a empresa, que tem as suas opções reduzidas, já que muitas empresas do segmento não têm fábricas no Brasil. “A Petrobras precisa aumentar o número de fornecedores de sistemas de automação e controle”, afirmou Carlos. A Petrobras tem resolvido as dificuldades nos projetos topsides com a modularização e o Contrato Global de Automação (CGA), que envolve por exemplo controle de corrosão e detectores de flame e gás. Brasil em pauta O Brasil está nos planos da Honeywell para os próximos anos, segundo informou o presidente da HPS, Darius Adamcyzk. De acordo com o executivo, o país está no top 3 de uma lista para receber investimentos. “Temos o desejo de aumentar nossa participação no mercado brasileiro, e isso está em nossos planos”, afirmou. Em 2011, a companhia teve faturamento de 1 bilhão de dólares no Brasil, somando os ganhos de todas as empresas do grupo atuantes no país, no qual
o seu principal negócio está na área de automação, controle e sistemas (ACS). Além do setor de óleo e gás, a HPS está presente também nas áreas de energia e etanol. No Brasil, a Honeywell tem escritórios em Salvador, Curitiba, Belo Horizonte, Vitória e mais recentemente no Rio de Janeiro – aberto para atender exclusivamente às questões ligadas à Petrobras. No segundo semestre, a Honeywell irá inaugurar uma fábrica em Barueri, na Grande São Paulo. Com clientes como Petrobras, Braskem, Ipiranga e Cosan, o Brasil é visto como prioridade pela companhia. “Queremos que a atuação da Honeywell no Brasil seja igual ou maior do que em países como Índia e China”, disse Jodir Marprates, gerente geral da Honeywell do Brasil. Ele lembrou ainda que a empresa, por meio da Honeywell UOP, está implementando o Separex (voltado para o processamento de gás offshore) para os oito novos FPSO da Petrobras, além da instalação de equipamentos na segunda fase do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). No encerramento do evento, um painel formado por engenheiros e professores da área de engenharia discutiram formas de estimular os jovens a ingressar na carreira nos Estados Unidos, que, assim como no Brasil, sofre com a falta de novos profissionais no setor. O próximo HUG Americas será realizado em 2013, de novo na cidade de Phoenix. TN Petróleo 84
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Accelerate Oil & Gas
eventos
Pé no acelerador Com a necessidade de avançar em diversos setores para acompanhar o forte crescimento do mercado de óleo e gás, executivos reuniram-se no Accelerate Oil & Gas para discutir soluções adequadas aos desafios que se apresentam para um por Karolyna Gomes e Rodrigo Miguez mercado que exige agilidade e segurança.
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Fotos: Divulgação
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a abertura do evento, o presidente da HRT, Márcio Mello, afirmou que há necessidade de aumentar o número de empresas do setor de petróleo no país, para reforçar a cadeia produtiva de óleo e gás. Ele ressaltou ainda a urgência de novas rodadas de licitação pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Em sua apresentação, o executivo adiantou que a HRT vai furar no final desse ano quatro poços em águas profundas na Namíbia, onde a empresa atua nas bacias do Orange e Walvis. Além disso, três poços estão sendo perfurados na Bacia do Solimões. Para o chairman da área de energia da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), Armando Guedes, a busca pela automação deve ser cada vez maior em uma indústria como a do petróleo, que precisa também de mais investimentos em logística e tecnologia para o desenvolvimento do setor, principalmente na área de exploração do pré-sal. Segundo Sérgio Henrique Almeida, representante da ANP, um dos entraves para a não realização das rodadas de licitação da ANP é a discussão sobre a distribuição dos royalties do petróleo no Congresso Nacional. Mesmo assim, ele se mostra otimista com relação ao futuro da indústria brasileira de óleo e gás, que pode chegar em 2020 como um dos grandes exportadores de petróleo do mundo. “Existem oportunidades além do pré-sal. O país é uma das fronteiras
petrolíferas do mundo”, afirmou. Prazo, preço e qualidade foram tidos como itens essenciais para qualquer empresa que queira ser competitiva no mercado de óleo e gás. Segundo ele, a demanda por bens e serviços no setor até 2020 é da ordem de US$ 400 bilhões, por isso, destacar-se, para as principais empresas como Petrobras e Shell, é fundamental. Incentivo à cadeia produtiva Com orçamento de R$ 4 bilhões e vigência até 31 de dezembro de 2015, o programa BNDES P&G tem como objetivo buscar soluções para alguns dos entraves à competitividade e ao desenvolvimento do setor, entre eles a dificuldade de acesso ao crédito, o elevado custo de capital e o acesso à tecnologia de ponta. Criado há menos de um ano, o programa já reúne uma carteira com 19 operações, no valor de R$ 1,48 bilhão em financiamento.
Outro programa importante criado para o incentivo de pequenas e médias empresas é o Progredir, lançado em junho pela Petrobras, em uma parceria com os seis maiores bancos do país. Até agora 459 empresas foram beneficiadas com uma concessão de R$ 2,1 bilhões. A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) também dá suporte de financiamento, voltado para o setor de inovação tecnológica, fator importante para aumentar a velocidade da indústria que precisa fazer frente aos concorrentes no exterior. Durante o painel ’Financiamentos e investimentos em óleo e gás’, Maurício Alves Syrio, chefe do departamento de Petróleo, Gás e Indústria Naval da Finep, ressaltou que, este ano, estarão disponíveis R$ 6 bilhões para crédito (financiamentos reembolsáveis), o maior volume da história da instituição para esta modalidade.
Pré-sal: um desafio ambiental O segundo dia de evento teve entre seus principais temas a questão ambiental offshore brasileira, que foi apresentada pelo diretor-geral do Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia (Cerne), Jean-Paul Prates. O executivo mediou o debate ‘Meeting the Environmental Challenge’, e expôs três impasses atuais: o risco operacional e técnico do pré-sal, as possibilidades dessa descoberta ameaçar o desenvolvimento de matrizes energéticas que não utilizam fontes fósseis e o risco do capital gerado e distribuído com a regulamentação do pré-sal gerar tolerância na utilização de tecnologias que podem não ser de fato eficientes. “Para expor os riscos e fragilidades atuais da exploração, podemos lembrar o recente caso Chevron, que acabou virando um acidente regulatório institucional, e não um incidente técnico e operacional. Como mitigar, prevenir, remediar e indenizar? As respostas a essas quatro perguntas em relação ao ambiente offshore brasileiro não estão de todo claras e muito menos ao alcance dos manuais de empresas”, afirmou Prates, lembrando que mesmo assim houve evolução tanto por parte da ANP e do Ibama, que elevaram seus aprendizados sobre o universo do petróleo e atuam hoje com maior competência do que há dez anos. Alimentando o debate com a experiência internacional, Tommy Bjornsen, da Statoil, apresentou o nível de eficiência alcançado na Noruega. O executivo abordou o Centro de Resposta a Emergências da companhia, que dá treinamento e apoio às unidades offshore, monitorando a prontidão de plataformas, helicópteros e embarcações, conjuntamente
que entender que o ciclo de vida concreto do produto, desde sua extração, transporte, refino e destinação para diferentes atividades devem ser considerados no modelo sustentável de desenvolvimento.” Badra chamou a atenção para os resíduos gerados em todo o ciclo do petróleo, que devem não somente ter destinação correta, mas agregar alternativas tecnológicas para que sejam reaproveitados e transformados em insumo, dando novo valor para o material.
com o Centro de Coordenação da Marinha. Bjornsen chamou a atenção para a relação de cooperação entre as empresas petrolíferas que atuam com um processo padronizado nas respostas emergenciais de vazamentos. “Temos um processo padronizado simples e eficaz para todo o país. A Statoil, como as outras 40 empresas, é membro da Northon, uma sociedade sem fins lucrativos que opera todas as instalações offshore e desenvolve tecnologias de recuperação pós-vazamento e dispersão de óleo, além de organizar respostas onshore.” Para Marcos Alejandro Badra, do Grupo Ambipar, o desafio no Brasil será vincular sustentabilidade com crescimento, já que a exploração dos recursos é algo inevitável e faz parte do planejamento futuro e estratégico do país. “Não se pode considerar somente a exploração de petróleo e gás como o foco do processo. Temos
Infraestrutura para a distribuição interna No painel ‘Supporting Infrastructure’, o diretor de óleo e gás da Abimaq, Alberto Machado, abordou o desafio logístico da produção, já que o pré-sal irá incrementar expressivamente a quantidade de barris diários que serão produzidos nos próximos anos. Segundo informações da ANP, hoje o Brasil tem, além da Petrobras, 77 outras empresas atuando em petróleo e gás no Brasil. Machado chamou a atenção para a logística dessa produção. “Como você vai transitar com todo esse material no país? Como está nossa malha de gasodutos? Nosso país ainda é muito focado na malha rodoviária, o que pode ser considerado ineficiente se trabalharmos com longas distâncias e alto volume”, disse. O executivo lembrou também das bases de apoio marítimas, que ainda hoje são adaptadas – com exceção da base de Imbetiba, da Petrobras. “Tirando Imbetiba, todas as outras bases que operam são adaptadas de outras instalações. Existem algumas em projeto, como é o caso do Porto de Açu, entre outras, mas o assunto requer cuidado especial, já que o continente agrega grandes distâncias.”
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perfil profissional
Realização é
satisfação pessoal Influenciado pelo pai ao optar pela engenharia como profissão, o paulistano Paulo Balochini, gerente geral da UTC Engineering Services, baseada em Houston, Texas, cresceu alimentando sua paixão por navios e sonhando em um dia seguir carreira na Marinha brasileira – muito valorizada pela sociedade da época. Com a experiência de ter atuado em projetos de plataformas de petróleo no Brasil, África e Golfo do México, e trabalhando fora do Brasil há mais de 15 anos, ele destaca em seu percurso o aprendizado com novos desafios, compromisso e a busca por resultados. por Karolyna Gomes
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fato de meu pai ser engenheiro e eu conviver em seu escritório e nas obras me deu a determinação de que era essa a profissão que eu queria seguir”, afirma Balochini, de 52 anos, 30 de carreira. “Creio que a realização profissional não está diretamente relacionada à questão do sucesso, mas também ao desempenhar certo trabalho ou atividade com motivação e tentando superar-se em cada oportunidade possível.” Um rico currículo mostra que seu primeiro emprego foi na Setal Instalações Industriais, em 1982. “Na época eu estava de férias da Faculdade de Engenharia de Araraquara (Feca), onde me formei engenheiro civil. A empresa tinha um canteiro de fabricação de módulos em Ponta D’Areia, em Niterói”, lembra. Lá, Balochini começou sua experiência no mercado, preparando shop drawings (desenho de estruturas) dos módulos na Oficina de Estruturas. “A Setal tinha um contrato para fabricação de 14 módulos das plataformas de Cherne 1 e 2 da Petrobras.” A companhia lhe possibilitaria muito mais do que experiências profissionais. Balochini teve a oportunidade de trabalhar com aquela que viria a ser o grande o amor de sua vida. “Sou casado com Debora, também engenheira. Trabalhamos juntos em alguns projetos pela Setal.” O casal tem dois filhos, Gianluca e Gabriel, hoje com 21 e 19 anos, respectivamente. O engenheiro reconhece que o final dos anos 1970 e os anos 80 foram muito importantes para o desenvolvimento e capacitação da indústria e serviços do segmento. “Considero que o programa que a Petrobras implementou junto a empresas brasileiras e estrangeiras foi uma escola de formação de profissionais para o setor de petróleo no Brasil”, diz. “Quase todos os profissionais que começaram a atuar na época, e conseguiram dar continuidade às atividades nos períodos de baixo investimento da estatal, puderam adquirir e expandir a experiência, e hoje quase todos
são os líderes de várias empresas que se destacam no setor.” Paulo reconhece a mudança na indústria quando da transição da exploração de águas rasas para profundas e, segundo ele, este foi um dos fatores da entrada de projetos de petróleo e gás nos estaleiros, na sua total capacitação. “Seja uma FPSO, TLP, semissubmersível ou SPAR, o casco exige capacitações, instalações e experiência compatíveis com a indústria naval. Considero muito relevante a experiência adquirida desde quando a Bacia de Campos estava em pleno desenvolvimento, nas plataformas-satélites do Nordeste, além de participar da concorrência e alguns projetos das primeiras FPSOs operando para a Petrobras no Brasil, no início dos anos 90”, conta. Ao falar sobre os cargos já ocupados, Balochini destaca as diversas fases de sua carreira, como superintendente de Construção da Setal, aos 24 anos de idade, como diretor de Construção da ABB Lummus Upstream, gerente Construção da Rio Polímeros, até a posição atual na UTC. “Na verdade considero que os projetos às vezes são mais relevantes que os cargos. Além dos projetos da Petrobras, destaco as plataformas da Elf Aquitaine/ Sonagol, para Angola, executada em tempo recorde, e da Chevron-Sonangol, em Cabinda, também naquele país; a TLP da BP para o prospecto de Marlim e TLP da ConocoPhillips, para o de Magnólia, ambas no Golfo do México; e, sem dúvida, a Rio Polímeros.” Desde janeiro de 2007, atua como gerente geral da UTC Engineering Services, em Houston (EUA), organizando a empresa para projetos locais e estrangeiros, desenvolvendo novos negócios, além de dar suporte aos projetos no Brasil, com estratégias e tecnologias para dowstream e upstream.
Idade: 52 anos Principal cargo: diretor geral da UTC Engenharia em Houston, Texas
Hobby: Velejar, jogar tênis, andar de motocicleta e ouvir música
Um bom lugar para descansar: No Brasil, Búzios. Na América, tive uma boa experiência na Costa Esmeralda, na Flórida
Livro: Atualmente estou lendo Boca do Inferno, de Ana Miranda
Música preferida: Gosto de música clássica, jazz, samba, bossa nova e rock and roll
Filme: Gosto dos filmes do Clint Eastwood, Scorcese, Spilberg, Ridley Scott e do Kubrick. Dos brasileiros, Tropa de elite 1 e 2, e Bye bye, Brasil
“Sem dúvida, nosso grande desafio em Houston é estabelecer operações nos moldes das que temos no Brasil, em um mercado totalmente diferente.” Mas nem só de trabalho vive o homem. Balochini reserva o tempo livre para as atividades que ama. “Tenho vários hobbies: velejar, jogar tênis, ouvir música e andar de motocicleta são alguns”, conta ele, dizendo que após um tombo – nada muito sério – diminuiu a
frequência das saídas de moto. “Já minha preferência musical muda com o dia e a hora. Gosto de música clássica, jazz, samba, bossa nova e rock and roll. No meu carro só escuto notícias e música clássica.” Balochini diz não ter um livro preferido. “Atualmente, tenho lido publicações de história do Brasil, universal, etc... Agora estou lendo Boca do Inferno, de Ana Miranda, sobre a Bahia no século XVII.” Ao analisar o mercado brasileiro, Paulo Balochini diz se preocupar com a crescente falta de profissionais qualificados, e aponta a vinda de estrangeiros como uma solução para atender a demanda do mercado e reduzir a vulnerabilidade dos projetos. “Acredito que há carência de profissionais qualificados e com experiência na indústria do petróleo, e a situação crítica tende a aumentar com a implementação dos projetos do programa da Petrobras e outros das demais operadoras.” Ele destaca a carência de pessoal para gestão de projetos, engenheiros, projetistas, pessoal de suprimento, e para gerenciamento de construção, além da carência de mão de obra qualificada: soldadores, encanadores, montadores, eletricistas, etc. “Não vejo outra alternativa senão a implantação de uma política nacional para permitir a vinda de profissionais estrangeiros com qualificação e experiência requeridas pelo mercado para atendimento da demanda dos próximos cinco anos. O alto nível de desemprego na Europa poderá ser um fator facilitador.” Já sobre a qualificação de mão de obra direta, Paulo Balochini entende que o Prominp (Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural) está no caminho certo, mas os desequilíbrios das demandas regionais devem ser mais bem analisados e considerados. TN Petróleo 84
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Ano 3 • nº 22 • julho de 2012 • www.tnsustentavel.com.br
Eficiência Energética • Comercialização de Energia • Legislação Ambiental • Reciclagem Editorial
Precisamos ser mais com menos Nesta edição em que trazemos a cobertura da Rio+20, um dado chama a atenção: os números! A começar pelos mais de 513 bilhões de dólares mobilizados em compromissos para o desenvolvimento sustentável, em distintas áreas, como energia, transportes, economia verde, redução de desastres, desertificação, água, florestas e agricultura – como consta do documento oficial da Conferência; um público de 45.381 pessoas; mais de cem chefes de Estado e de governo; 9.856 ONGs e grupos principais; 4.075 mídias e 1.500 pessoas que se ofereceram como voluntários! A despeito desses montantes, o que se espera mesmo são resultados. Então, como avaliar? Quais parâmetros considerar para saber se avançamos ou não quanto à agenda da Rio 92? Os numéricos? Ou valores de compromissos selados? Difícil dizer. E por que será tão complexo encontrar estas respostas? Mais do que isso:
soluções práticas para os diversos dilemas que “afligem hoje a humanidade”? No que concerne às empresas, repito aqui e convido o leitor a refletir sobre o que disse nosso entrevistado, Ken O’Donnell, diretor para a América do Sul da Organização Brahma Kumaris e presidente da ONG Instituto Vivendo Valores (IVV): “Temos muito mais boas intenções que ações. Vejo que há um grande contingente de pessoas que falam e dão ideias, outro contingente menor que se junta para fazer os planos, e um contingente bem menor que coloca efetivamente na prática. Acredito que falta propósito por parte das empresas para realizar de fato as mudanças e transformações.” Boa leitura! Lia Medeiros Diretora do Núcleo de Sustentabilidade da TN Petróleo
Sumário
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Cobertura especial Rio+20
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Cobertura especial Rio+20
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Em busca do diálogo para o desenvolvimento sustentável
Movidos a bioenergia
Conservação da biodiversidade
Grupo EBX
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suplemento especial
Entrevista especial com Ken O’Donnell
Lideranças
O executivo, que trabalha na área de desenvolvimento do ser humano e difusão de valores, conversa com a TN Petróleo sobre como o desenvolvimento pessoal e de organizações pode reforçar liderança, construir força e produtividade nos negócios e gerar qualidade de vida para toda a sociedade. TN Petróleo – Assim como em outros campos industriais, o setor de petróleo, gás e biocombustíveis está precisando criar novos paradigmas no que se refere a lideranças. Como o senhor acredita que isso poderia ser implementado? Ken O’Donnell – Primeiramente, temos que entender que a natureza interna e a natureza externa do ser humano são espelhos uma da outra. O novo paradigma de liderança estaria baseado na capacidade de entender isso e aprendermos mais sobre a cooperação e a relação de causa e efeito entre as duas. Precisamos entender que a natureza não 66
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é um paciente em uma mesa de operação necessitando ser consertado. Parecem dois mundos diferentes, mas não são. Somos parte de uma coisa só. Precisamos sair dessa forma linear de pensar que de um lado temos uma montanha de recursos naturais de onde extraímos, fabricamos e consumimos. No final do processo, criamos uma montanha de lixo! Vejo que a indústria petrolífera já está contribuindo para a mudança desta mentalidade ao criar lideranças mais colaborativas que cuidam do sistema da organização e desperdiçam menos talentos e energia. Com a crise financeira mundial, vemos os antigos padrões de remuneração serem questionados. O senhor acha que isso pode ser o começo da proposta de novos padrões de motivação, para além das recompensas financeiras, abrindo espaço para um novo tipo de relacionamento entre colaboradores e empresas?
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Desenvolver bem as relações interpessoais em nível global em prol de uma perspectiva mais humana na sociedade para conseguir reter uma sensação de tranquilidade e sensitividade em relação aos assuntos que o desenvolvimento sustentável traz para todos, é uma das metas de Ken O’Donnell, diretor para a América do Sul da Organização Brahma Kumaris e presidente da ONG Instituto Vivendo por Maria Fernanda Romero Valores (IVV).
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com perspectivas mais humanas
Sim, as recompensas não são apenas financeiras. Pesquisas mostram que os incentivos monetários são suficientes para as pessoas que fazem trabalhos manuais, mas para as que fazem trabalho mais intelectual, a recompensa tem que ir além do salário, como, por exemplo, ter melhor ambiente de trabalho. Estas pessoas se sentem úteis e motivadas de dentro para fora e não somente de fora para dentro. Além disso, a credibilidade dos chefes – ou seja, ver que eles fazem o que falam, sua imparcialidade –, o anticorporativismo, o respeito, o orgulho – ter orgulho do que faz – e o fato de os funcionários serem reconhecidos pelo mérito, não pelo relacionamento com seus colegas de trabalho e superiores, são outros fatores que compõem esse novo padrão de motivação. Tudo isso transforma o ambiente organizacional em um lugar muito bom para trabalhar e traz be-
nefícios para as empresas, refletindo no resultado dos negócios.
buscando soluções e não só discutir os problemas específicos de cada um.
Todos os momentos de crise geram grandes oportunidades. Para o senhor, de que forma a atual crise mundial pode contribuir para novas percepções de valores e crenças da sociedade? A crise está estimulando arranjos de produções locais, mais cooperativismo e colaboração. É uma boa oportunidade de revermos como funcionamos em comunidades e não mais com um megassistema.
Até que ponto o senhor acha importante a criação de ‘missão’, ‘visão’ e ‘valores’ pelas empresas, visto que hoje, em sua maioria, estes são usados como estratégias de marketing? Acredito que mais importante que levantar a visão, missão e valores, as empresas devem ter uma visão macro e questionar para que estão fazendo o que fazem. Assim, devem identificar o propósito do seu negócio. Se a ‘missão’ se tornar o grande ‘para que’ ou propósito da empresa, aí sim a ‘visão’ e os ‘valores’ teriam mais sentido... seria mais interessante. Para tornar isso mais real, a ‘visão’ tem que estar ligada ao propósito, validado pelo cliente e/ou consumidor, e por fim os ‘valores’ devem existir para viver o propósito.
Em sua opinião, qual a postura ideal de um líder empresarial em um cenário tão competitivo e um mundo com padrões de consumo insustentáveis? Hoje em dia, o líder tem que saber lidar com o caos e a complexidade. Ele deve ir além de uma postura de resolução dos problemas; deve saber extrair sentido de uma série de fatores acontecendo ao mesmo tempo. O líder deve ter capacidade de observação, ser mais centrado e possuir um senso próprio de identidade, propósito e direção. Deve também saber comunicar sentido a seus liderados. Para mim, a principal característica de um líder é a capacidade de entender e compartilhar sentidos aos seus colaboradores. E mais: o líder deve ter a capacidade de inspirar as pessoas a fazerem mais do que elas imaginam ser capazes de fazer e entenderem mais do que elas imaginam ser capazes de entender. Um líder deve ser um leitor de complexidades e transmissor de sentidos. Quais são as principais falhas dos modelos vigentes de organização da sociedade? A principal falha é a falta de diálogo entre academia, sociedade civil, governo, ONGs e as empresas. Eles não conversam com facilidade entre si. Muitos são vistos como inimigos uns dos outros, mas não existe um diálogo fluido sobre os fatores que afligem a humanidade. Seria do interesse de todos. Temos de dialogar de uma forma muito aberta,
Que trabalhos o senhor desenvolve no Instituto Vivendo Valores e quais seus objetivos? O Vivendo Valores é um braço social da ONG Brahma Kumaris. Nosso objetivo é resgatar os valores humanos através de uma série de programas e projetos, por meio de parcerias com organizações nacionais e internacionais. Buscamos contribuir para o desenvolvimento de relacionamentos éticos, baseados em valores, e para ambientes mais harmoniosos em várias áreas de atividades. Um dos projetos que temos é o Vive (Vivendo Valores na Escola), em parceria com a Unicef, que é trabalhado mundialmente. No Brasil já preparamos mais de 35 mil professores e isso tem impactado 1 milhão e 500 mil pessoas. Trabalhar com valores em dias turbulentos como são os atuais nos faz refletir sobre o compromisso com a nossa vida e a do outro e o que estamos fazendo dela. O instituto está desde 2005 no Brasil. A comunicação vem assumindo cada dia mais importância no mundo organizacional. O senhor acha que é um primeiro passo para chegarmos à
aplicação da comunicação pacífica pelas empresas? Certamente, a comunicação não significa reuniões intermináveis. Tem a ver com comunicar aquilo que precisa ser comunicado e assegurar a efetividade da transmissão. Mesmo assim, não podemos esquecer que temos que aprimorar a comunicação formal das empresas e eliminar as anomalias da comunicação digital. Precisamos ter uma comunicação com qualidade, conteúdo, mais verdadeira e menos especulativa. A inovação tecnológica é uma constante em nossos setores de atuação. Como o senhor acha que ela pode ajudar no crescimento da responsabilidade social corporativa e da sustentabilidade nas empresas de petróleo? Inovar significa fazer funcionar uma coisa que não existia antes, logo, a sustentabilidade é impossível sem a inovação. Entretanto, inserir tal princípio numa organização requer um solo adequado para que ele cresça. É necessário ter mais liberdade de expressão na organização, na qual os colaboradores não tenham medo de opinar. A companhia deve ter um espírito e uma estrutura abertos, um ambiente de confiança, um local onde as pessoas possam criar e trazer novas ideias. Senão, a inovação e, consequentemente, a responsabilidade sustentável, não nascem. Como o senhor avalia o Brasil nesta direção? Como as empresas que estão no país estão lidando com a inovação em seus negócios? Quais os principais desafios encontrados pelas empresas? Temos muito mais boas intenções que ações. Vejo que há um grande contingente de pessoas que falam e dão ideias, outro contingente menor que se junta para fazer os planos e um contingente bem menor que coloca efetivamente na prática. Acredito que falta propósito por parte das empresas daqui para realizar de fato as mudanças e transformações. TN Petróleo 84
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cobertura especial rio+20
Em busca do
diálogo
para o desenvolvimento sustentável por Karolyna Gomes, Maria Fernanda Romero, Mehane Albuquerque e Rodrigo Miguez
A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável confirmou, em seu documento final, o que se especulava há meses: ainda não seria agora que haveria consenso em torno de metas concretas a serem perseguidas pelos países de todo o mundo – ou, pelo menos, pelos que ali estavam representados. O texto apenas define que as metas devem ser criadas até 2015, mas estabelece alguns compromissos, entre os quais o fortalecimento do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e a criação de um Fórum Político de Alto Nível Internacional. A crise econômica foi um dos entraves das negociações durante o encontro, que se destacou pela grande mobilização e participação da população e propôs o desenvolvimento sustentável com erradicação da pobreza. 68
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Rio+20 em números Compromissos: mais de 513 bilhões de dólares mobilizados em compromissos para o desenvolvimento sustentável, inclusive nas áreas de energia, transportes, economia verde, redução de desastres, desertificação, água, florestas e agricultura. Os 692 acordos voluntários para o desenvolvimento sustentável registrados por governos, empresas, grupos da sociedade civil, universidades, e outros. Riocentro: público de 45.381 pessoas; delegações de 188 países e três observadores; mais de 100 chefes de Estado e de Governo; delegados: aproximadamente 12.000; ONGs e grupos principais: 9.856; mídia: 4.075; Diálogo passa para a sociedade civil: 1.781 participantes; pessoal da segurança: 4.363; cerca de 5.000 pessoas trabalharam no Riocentro diariamente. Voluntários: 1.500 pessoas se ofereceram, incluindo jovens, selecionados a partir de escolas técnicas, estudantes de escolas públicas do Rio de Janeiro, estudantes universitários e profissionais de todo o Brasil; cerca de 700 jovens de comunidades vulneráveis foram selecionados; 5% dos voluntários eram pessoas com deficiência. Espaço para eventos Riocentro: área ocupada 571.000 m², dos quais 100.000
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Foto: Agência Brasil
m² foram construídos para a Rio+20; 205 km em cabos de rede de fibra óptica; acesso à
om a Europa e os Estados Unidos ainda sob os efeitos da turbulência gerada pela crise econômica (de origem financeira) que eclodiu em 2008, e os países do Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) ocupando um espaço cada vez maior no cenário mundial, a Rio+20 sinalizou uma mudança de comportamento. Vinte anos depois da ECO 92, a primeira iniciativa que colocou a sustentabilidade na pauta do Dia das Nações, a Rio+20 sagrou-se como a maior conferência da ONU já realizada, com ampla participação de líderes de empresas, governos e sociedade civil, assim como oficiais da ONU, acadêmicos, jornalistas e o público em geral. Mais ainda: mostrou que, a despeito de impasses em torno de metas concretas para assegurar o desenvolvimento sustentável com a erradicação da pobreza, e da
internet sem fio para até 32.000 usuários simultâneos; 8 km de cabos telefônicos; mais de 5.000 bens de TIC (computadores, equipamentos de rede); capacidade de rede equivalente a uma cidade com 120.000 habitantes; infraestrutura compartilhada de 600 estações de trabalho; 17 restaurantes na praça de alimentação; 36 portais de raios-X.
resistência de países em desenvolvimento que são responsáveis por grande parte dos impactos ambientais, há uma mobilização maior em torno do desenvolvimento sustentável. Durante nove dias (13 a 22 de junho), antes e durante o período da Rio+20, milhares de atividades foram realizados em todo a cidade do Rio de Janeiro, entre as quais mais de 500 eventos oficiais e paralelos no Riocentro/Centro de Convenções Rio. Ainda que sem resultar em metas definidas, o evento centralizou as discussões em torno de ações concretas de desenvolvimento sustentável e serviu para mostrar o que vem sendo feito de efetivo para minimizar questões como o aquecimento global e o uso indiscriminado dos recursos naturais. Dois dos países mais importantes no cenário global, Estados Unidos e Alemanha, tiveram participação tímida na
conferência, devido à ausência do presidente norte-americano, Barack Obama, representado pela secretária de Estado, Hilary Clinton, e da primeira-ministra alemã, Angela Merkel. O que, sobretudo no caso dos Estados Unidos, já era de se esperar, uma vez que na Rio+10, ou Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável (em inglês, Earth Summit 2002), realizada em 2002, na África do Sul, o governo norte-americano se posicionou firmemente contra o acordo que previa o estabelecimento de 10% de energias renováveis na matriz energética dos países signatários, entre outros compromissos. Durante a Rio+20, os líderes mundiais presentes pouco apresentaram de efetivo em termos de soluções para um desenvolvimento mais sustentável e a consolidação de uma economia mais verde. A grande protagonista do evento das Nações Unidas foi a socieTN Petróleo 84
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cobertura especial rio+20
dade civil – ela tomou para si a função de participar, discutindo e reivindicando ações mais efetivas. Ou seja, durante todos os dias do evento da ONU, diversas manifestações foram realizadas nas ruas do Rio de Janeiro com o intuito de pressionar governantes a assumirem compromissos de adotar medidas mais contundentes para evitar o colapso do planeta. “O futuro que queremos”, documento final da Rio+20, decepcionou. Havia a expectativa de definições de metas importantes para os próximos anos em temas fundamentais para o futuro do planeta, como a preservação dos oceanos, e que foram deixados de lado, ainda mais pelos países mais desenvolvidos. O resultado foi um texto amplo e generalista que, apesar das críticas, tem aspectos positivos, como parcerias para a erradicação da pobreza, a melhoria na qualidade de vida nos assentamentos, transportes e educação, além do combate à discriminação de gênero. Uma das questões rejeitadas no documento foi a criação, a partir de 2013, de um fundo anual de US$ 30 bilhões, que alcançaria US$ 100 bilhões em 2018. Apesar disso, países de economias em desenvolvimento, como o Brasil, defenderam a proposta e assumiram compromisso de criar um fórum para tratar do assunto. Em suma, o documento final foi considerado fraco, genérico e pouco ousado pela maioria e até o secretário geral da ONU, Ban Ki-Moon, que declarou esperar um conteúdo mais ambicioso, mas admitiu que as negociações foram difíceis e lentas devido às ideias conflitantes, anseios e interesses de cada país. Apesar disso, a visão de Ban Ki-Moon foi de que a Rio+20 foi um sucesso, com a evolução de um movimento global inegável para a mudança. Segundo ele, a participação de mais de cem chefes de Estado e o envolvimento da 70
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A Rio+20 renovou e reforçou o compromisso político para o desenvolvimento sustentável, equilibrou as visões de 193 Estados-Membros das Nações Unidas e reconheceu a pobreza como o maior desafio para o bem-estar econômico, social e ambiental” Ban Ki-Moon, secretário geral da ONU sociedade civil e do setor privado tiveram um papel sem precedentes para a realização do evento. “A Rio+20 renovou e reforçou o compromisso político para o desenvolvimento sustentável, equilibrou as visões de 193 Estados-membros das Nações Unidas e reconheceu a pobreza como o maior desafio para o bem-estar econômico, social e ambiental”, afirmou. Para o governo brasileiro, que esteve à frente das negociações e
assumiu a tarefa de ‘costurar’ em tempo mínimo um acordo entre países que não chegavam a um consenso, o saldo foi positivo. O chefe da delegação do Brasil, embaixador André Corrêa do Lago, saiu satisfeito das negociações. “A principal conquista foi transformar o desenvolvimento sustentável em paradigma, em todos os seus aspectos – social, ambiental e econômico”, garantiu. A presidente Dilma Rousseff afirmou em seu discurso de encerramento da Conferência que o documento final é um “ponto de partida”, para que cada país avance no sentido de alcançar o desenvolvimento sustentável. “O Brasil ficou responsável por construir um consenso possível. Isso não significa que a partir daí os países não possam ter suas próprias políticas”, afirmou. A presidente destacou que é preciso agora exigir que a partir desse documento, as nações avancem. “O que não podemos conceber é que alguém fique aquém dessa posição”, declarou. Dilma ressaltou também que a Rio+20 é uma conferência ‘multilateral’ e que, portanto, precisa considerar as posições e o nível de comprometimento de todas as nações participantes. “O documento que aprovamos hoje não retrocede em relação às conquistas de 92. Não retrocede em relação à Cúpula de Johanesburgo, ao contrário, o documento avança e muito,” disse. “Trouxemos a erradicação da pobreza para o centro do debate do futuro que queremos”, completou. A presidente lamentou ainda o fato de não haver compromissos concretos de financiamento das ações voltadas para o desenvolvimento sustentável. Ela explicou que os países desenvolvidos não
Energia renovável
quiseram incluir a questão no texto final da conferência.
Conquistas Apesar de tudo, a Rio+20 teve diversos pontos positivos, como o fortalecimento do Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) e a criação dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) – a exemplo dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM). Para a cidade anfitriã, a conferência deixou um legado: o Centro Rio+, organismo mundial para o desenvolvimento sustentável, que dará continuidade às discussões iniciadas pelos Diálogos para o Desenvolvimento Sustentável. O Centro Rio+ é uma parceria entre o governo brasileiro, o governo do estado do Rio, o município do Rio, o Pnud e outras agências da ONU. A instituição reúne ainda representantes nacionais e internacionais de universidades, empresas e sociedade civil. A sede será na área do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ), na Ilha do Fundão, e tem previsão de começar suas atividades em outubro. “Para nós, é muito importante ter um legado na cidade do Rio de Janeiro depois da Rio+20. Nossas universidades, diversos setores da sociedade, a comunidade empresarial e todos aqui querem trabalhar duro para este legado”, afirmou a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. O Centro Rio+ vai facilitar a pesquisa e o intercâmbio de conhecimentos, além de promover o debate internacional sobre desenvolvimento sustentável. “Queremos que ele seja uma referência”, afirmou. De acordo com Izabella Teixeira, o Centro Rio+
O documento que aprovamos não retrocede em relação às conquistas de 92. Não retrocede em relação à Cúpula de Johanesburgo, ao contrário, o documento avança e muito.” Dilma Rousseff, presidente do Brasil terá um fundo de doações entre US$ 3 milhões e US$ 5 milhões. “Espero que o governo brasileiro faça o primeiro depósito e consiga contribuir com pelo menos 10% desse valor”, informou. Dentre as principais conquistas da Rio+20, podemos citar a ampla disseminação de conceitos ligados às questões do desenvolvimento sustentável, o anúncio de centenas de novos projetos e pesquisas na área, o engajamento de empresas, governos e diferentes setores da sociedade, as propostas de fortalecimento de iniciativas locais e, sobretudo, a participação popular.
Na apresentação do documento Energia Sustentável para Todos, do secretário geral Ban Ki-moon, lançado em setembro de 2011, foi reforçada a necessidade da união de governantes, de empresários e da sociedade civil em um esforço para transformar os sistemas de geração de energia do mundo até 2030. Para Ban Ki-moon, os três objetivos complementares para a iniciativa, todos a serem alcançados até 2030, são: garantir o acesso universal a serviços modernos de energia, dobrar a taxa global de melhoria da eficiência energética e duplicar a participação das energias renováveis na matriz energética global. O acesso universal à energia foi considerado o maior desafio no mundo de hoje. Além da acessibilidade, os participantes destacaram a importância de investimentos em eficiência energética, assim como em energia renovável. “A indústria da energia renovável movimenta por ano US$ 257 bilhões e gera cinco milhões de empregos. Hoje, 17% da energia consumida no mundo é renovável”, destacou a secretária-executiva da empresa austríaca REN21, Christine Lins. Defensor da energia eficiente, o fundador do Ecofys Group, Kornelis Blok, disse que o mundo pode depender apenas de energia sustentável até 2050. “Há uma lacuna no futuro, quando irá faltar óleo fácil e barato.” O presidente da Raízen, Vasco Dias, concorda. “Hoje são consumidos 80 milhões de barris de petróleo/dia. Até 2050, seremos nove bilhões de pessoas no planeta, consumindo 180 milhões barris/dia. Combustíveis fósseis não darão conta, o CO2 não seria absorvido e o custo seria inviável”, previu. TN Petróleo 84
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A representante do Comitê-Diretor da Plataforma Europeia de Tecnologias da Biocombustíveis, Sandrine Dixson-Declève, lembrou que já existe tecnologia para a eficiência energética e que o Brasil, por exemplo, já avançou muito nesta área. “O que precisamos agora é de longevidade das políti-
cas, mapas e diretrizes sobre como vamos nos afastar dos combustíveis fósseis. Precisamos de mecanismos claros para o mercado e metas para os investimentos”, pontuou. A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, participou do último dia da conferência, quando mostrou que os
Estados Unidos estão dispostos a investir nos instrumentos que viabilizam o desenvolvimento sustentável. Mas as iniciativas ainda são tímidas se comparadas com o que o mundo espera dos americanos. Hillary anunciou a criação de um fundo de US$ 20 milhões para projetos de energia limpa na África e este ficará aberto à contribuição de empresas privadas. O fundo, proposto para beneficiar, sobretudo, pequenas e médias empresas, é um mecanismo financeiro no
Monitoramento oceânico da Bacia de Santos Durante a Rio+20, a petroleira BG Brasil anunciou no Parque dos Atletas, com a Coppe/UFRJ, o projeto Azul, um sistema inédito de monitoramento oceânico da Bacia de Santos. As informações obtidas contribuirão para a segurança e eficiência de operação da empresa e para o melhor conhecimento e preservação do meio ambiente pelo país. O programa, com duração de três anos, prevê investimento de R$ 20 milhões da BG Brasil. O projeto Azul vai coletar informações sobre a dinâmica das correntes oceânicas, temperatura, salinidade, PH, oxigênio dissolvido, clorofila, cor e matéria orgânica, entre outros parâmetros, posteriormente reunidos e analisados pelo Laboratório de Métodos Computacionais em Engenharia (Lamce/Coppe). Segundo o diretor de Tecnologia e Inovação da Coppe, Segen Estefen, o monitoramento será feito com ajuda de robôs mergulhadores (seaglider), derivadores (boias acopladas com medidores), perfiladores (capazes de obter, dentre outros parâmetros, o perfil das correntes principalmente em águas profundas) e imagens de satélite. “Esta é a primeira vez que as correntes oceânicas e os parâmetros da oceanografia química da região serão estudados até a profundidade de dois mil metros”, afirmou. A iniciativa poderá ser integrada a outros 72
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sistemas já existentes na Europa e nos Estados Unidos. Estefen destacou ainda a importância do projeto em relação à proteção dos oceanos. “Apesar das dificuldades de se chegar a um acordo sobre o tema no documento desta conferência, os oceanos necessitam de todo o suporte, especialmente dos cientistas, das empresas e dos governos. A saúde dos oceanos vai refletir na saúde do planeta”, enfatizou. Na opinião do presidente da BG Brasil, Nelson Silva, o projeto Azul é o maior investimento em pesquisa da companhia no país, que pretende aplicar cada vez mais nos próximos anos na área de petróleo e gás, tornando-se a segunda maior operadora de petróleo do país até 2020. “O conhecimento das características marítimas da Bacia de Santos é de extrema importância para as atividades do setor de óleo e gás. O projeto Azul também irá contribuir para a capacitação de profissionais de Oceanografia Operacional, colaborando para o desenvolvimento da ciência e da inovação no Brasil”, destacou. Segundo o professor e coordenador do projeto, Luiz Landau, do Lamce/Coppe, a proposta é montar um grande organizador de informações, utilizando o supercomputador da universidade, cujos dados serão enviados para o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). “Teremos,
no final, um modelo vivo da região. Com todas as informações, vamos conhecer melhor o oceano, podendo estar na água sem se molhar”, comentou Landau. A iniciativa também inova ao disponibilizar as informações em tempo real para universidades e centros de pesquisa. O Projeto Azul será útil no gerenciamento de vazamentos de óleo, pois ao se conhecer previamente o padrão das correntes é possível rastrear manchas de óleo no mar, apontando a direção do deslocamento, para que se atue de forma rápida e eficaz na sua contenção e dispersão. Por meio do Centro Global de Tecnologia do BG Group, a BG Brasil irá monitorar o desenvolvimento do sistema junto à Coppe. Os robôs mergulhadores e demais equipamentos estão sendo importados dos Estados Unidos e serão lançados ao mar no segundo semestre pela empresa de oceanografia Prooceano – ela atuará no manejo dos equipamentos e na coleta de dados. Também presente no evento, o secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério de Ciência Tecnologia e Inovação, Carlos Nobre, anunciou que em breve será criado o Instituto Nacional de Oceanografia e Ciências do Mar, apto a trabalhar em conjunto com iniciativas como a do Projeto Azul.
A força das ações paralelas Além das palestras dos chefes de Estado nos pavilhões do Riocentro, diversos eventos paralelos aconteceram pela cidade, atraindo milhares de pessoas. Um dos principais locais de concentração de participantes foi o Aterro do Flamengo, ocupado por movimen-
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qual participam o Departamento de Estado, a Agência de Comércio e Desenvolvimento (Ustda) e a companhia de investimento privado no estrangeiro (Opic). “Todos dizem que são a favor da energia limpa, mas chegou a hora de agir. A África é abençoada com recursos naturais abundantes, no entanto, apenas um em cada quatro domicílios africanos tem energia”, disse Clinton. “A energia limpa gera novos trabalhos e apoia a educação. Muitas pessoas de diversos lugares da África não têm acesso à eletricidade tradicional”, lembrou ela, convidando o setor privado a contribuir para este fundo, que pretende fornecer segurança energética às famílias e negócios em todo o continente africano. Como exemplo de uso sustentável de combustíveis no Brasil, os assessores norte-americanos mencionaram o Programa Nacional do Álcool (Pro-Álcool), criado em 1975, que substituiu os combustíveis fósseis. Eles também acompanharam nossas pesquisas e os avanços da introdução do etanol obtido da cana-de-açúcar para mover automóveis. Nos Estados Unidos, a produção de etanol foi incrementada e hoje há pesquisas com a utilização de resíduos de cultivos agrícolas. Nos últimos meses, foram intensificadas as negociações para uma parceria entre os dois países. Os pesquisadores brasileiros testam a produção de etanol a partir de resíduos na planta norte-americana. As pesquisas são conduzidas, no Brasil, pela Petrobras, que lançou recentemente esse produto denominado ‘etanol de segunda geração’.
tos sociais, ONGs e a sociedade civil durante a Cúpula dos Povos, evento destinado à diversidade cultural e de ideias, com debates, shows e manifestações para as mais diferentes causas. Os povos indígenas tiveram participação marcante, não apenas nos movimentos contra a usina de Belo Monte, mas também em encontros, nos quais mostraram a precaríssima situação em que vivem hoje. Um dos encontros mais aguardados na Cúpula dos Povos foi com o diretor-executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), Achim Steiner. Ele travou um áspero debate sobre economia verde com os participantes – em sua maioria ativistas sociais e ecologistas. A economia verde é proposta como uma grande transformação dos modelos de produção e consumo para deter a contaminação e o esgotamento dos recursos naturais. Especialista em políticas ambientais, Steiner citou as energias limpas e renováveis, que além de beneficiar o meio ambiente, geram empregos e mão de obra qualificada. Também integrando a programação paralela da Rio+20, o Píer
Mauá abrigou palestras, estandes, exposições interativas e jogos com temas da conferência. Um dos destaques foi o Armazém 4, que ficou conhecido como o Armazém da Popularidade. O local abriu um novo mundo de ciência e sustentabilidade ao grande público, abordando itens como a produção de energia limpa, meio ambiente, a diminuição da pobreza e direitos civis, tudo isso visto em jogos e exposições interativas.
Parque dos Atletas O Parque dos Atletas foi o espaço destinado aos países e empresas que quisessem mostrar seus trabalhos e novas tecnologias voltadas para a sustentabilidade e a melhoria na qualidade de vida nas cidades. A Braskem trouxe uma usina de reciclagem e nela transformou resíduos plásticos em peças de mobília de madeira plástica, como bancos, floreiras e lixeiras. O público conheceu todo o processo de confecção dos móveis que têm o mesmo aspecto de madeira rústica. O projeto foi uma parceria da Braskem e da empresa de engenharia ambiental Cetrel, com o objetivo de mostrar novas possibilidades de aproveitamento do plástico, criando um novo ciclo após o seu consumo. A empresa foi a fornecedora oficial de produtos feitos com plástico verde (50 mil TN Petróleo 84
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squeezes, 50 mil sacolas, além de centenas de contêineres). Já a Coppe/UFRJ chamou a atenção dos visitantes que chegavam ao Parque dos Atletas. Moderno e cheio de curvas, o estande da instituição foi um dos destaques da Rio+20, onde foram realizados mais de 22 painéis com os temas como Clima, Energia, Oceanos e Cidades Sustentáveis. O grande destaque do espaço foi a exposição multimídia de 14 projetos voltados para tecnologias sustentáveis, como a usina de ondas do mar para a produção de energia elétrica, pioneira na América Latina, já instalada no Porto do Pecém, no Ceará. Sem falar no Maglev, o primeiro trem de levitação magnética desenvolvido no Brasil e que terá uma linha regular de 200 m, entre
os prédios do Centro de Tecnologia da Coppe/UFRJ. A construção da linha foi anunciada durante a Rio+20 na assinatura de um convênio entre a universidade e o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). No seu estande no Parque dos Atletas, a Petrobras apresentou o etanol produzido com bagaço de cana. O biocombustível abasteceu 40 minivans para o transporte de participantes da conferência. A tecnologia aproveita o bagaço de cana como matéria-prima e permite ampliar a produção de etanol em 40%, sem utilizar recursos adicionais da natureza. O projeto com microalgas para produção de óleo para biodiesel e o bioquerosene de aviação são algumas das rotas em desenvolvi-
Pnuma lança Iniciativa Global para Cidades Eficientes no Uso de Recursos O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) lançou a iniciativa global para cidades eficientes no uso de recursos, que tem o objetivo de reduzir os níveis de poluição, melhorar a eficiência de recursos e reduzir os custos de infraestrutura em cidades do mundo todo. A iniciativa destina-se para cidades com mais de 500 mil habitantes e segundo os membros do Pnuma, a expectativa é atrair 200 membros até 2015. Dentre os focos do projeto estão a construção de prédios eficientes no uso da energia, da água e a gestão sustentável de resíduos. 74
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Hoje, as áreas urbanas respondem por 50% de todo o lixo gerado no mundo, além de emitirem de 60% a 80% dos gases de efeito estufa e consumirem 75% dos recursos naturais disponíveis. A iniciativa global para cidades eficientes no uso de recursos apoiará esforços de sustentabilidade em cidades que realizarem a promoção de pesquisa sobre eficiência de recursos, consumo e promoção sustentáveis, criação de uma rede para cidades e organizações para a troca de experiências. Cidades como São Paulo, Copenhague, Malmo e Gwangju já aderiram ao projeto, que também teve interesse dos Estados Unidos e do Japão
mento pela companhia, por meio do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes) e redes de pesquisas nesta direção. O diretor de Suprimento Agrícola da Petrobras Biocombustível, João Augusto Araújo Paiva, afirmou que um mercado importante de biodiesel vem se desenvolvendo desde 2004, com o programa criado pelo governo federal. Acrescentou, ainda, que as usinas de biodiesel instaladas no país atendem a demanda atual que é da ordem de 2,6 bilhões de litros. Segundo o diretor, por meio da legislação do Selo Combustível Social, o programa brasileiro de biodiesel incluiu milhares de agricultores familiares. “Atuamos em linha com as diretrizes do programa nacional, que tem como foco a produção de energia renovável com inclusão social”, comentou. E informou ainda que a empresa tem contribuído com o desenvolvimento dessas regiões que possuem baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). “Entretanto, enfrentamos a necessidade de organização da produção e o baixo nível tecnológico desta atividade agrícola”, ressaltou Paiva. Paralelamente à Rio+20, a Petrobras também participou do painel The Oil and Gas Industry and Sustainable Development, no seminário ‘Business Day Rio+20’. Na ocasião, a estatal comentou que tem apostado na tecnologia de etanol de segunda geração desde 2004 e tem como meta o início da produção comercial em 2015. “Avançamos muito nesse desenvolvimento e os resultados apontam para o aumento da produção de etanol em 40% a partir do aproveitamento do bagaço”, informou o diretor de Etanol da Petrobras Biocombustível, Ricardo Castello Branco. Parte dos
80 mil litros já produzidos com a tecnologia em planta de demonstração abasteceu uma frota de veículos durante a Rio+20. O diretor destacou ainda o potencial do país para avançar na primeira geração. “São diversos os fatores favoráveis: expertise, tecnologia e clima, que tornam o Brasil capaz de atender à demanda por biocombustíveis sem comprometer a conservação dos ecossistemas e a produção de alimentos”, afirmou. Castello Branco abordou ainda a implementação dos projetos de biodiesel, a partir de palma (dendê), no Pará, que prevê o plantio apenas em áreas degradadas, e a inclusão da agricultura familiar na cadeia produtiva. “Os nossos projetos no Pará serão referência mundial em termos de produção sustentável de palma”, garantiu. Para o executivo, o biocombustível produzido de forma sustentável veio para ficar. “Temos metas de crescimento da produção e trabalhamos para que seja feita de forma sustentável: com governança, gestão e de forma transparente com as partes interessadas”, ressaltou.
Transporte sustentável Outro projeto apresentado no Parque dos Atletas foi o ônibus híbrido a hidrogênio, com tração elétrica e tecnologia brasileira desenvolvida no Laboratório de Hidrogênio da Coppe/UFRJ. Além de utilizar fontes renováveis de energia, o veículo foi pensado para garantir o máximo de eficiência e o mínimo, ou nada, de poluição. Essa é a segunda geração do ônibus: uma versão, lançada em 2010, demonstrou ser mais eficientes que os veículos a diesel. Uma das novidades é que o veículo aproveita a energia cinética (ela vai para uma bateria) gerada nas desacelerações e frenagens. A Prefeitura de Curitiba lançou durante o evento o Hibribus, ônibus com motores elétrico e a biodiesel (soja) que fará parte da frota do transporte coletivo da cidade de Curitiba. Assim como o veículo da Coppe, ele usa a energia gerada nas frenagens para carregar as baterias. “O Hibribus é mais um avanço no sistema curitibano, que busca sempre estimular o uso
do transporte coletivo aliado à sustentabilidade. Desenvolvemos um sistema de ônibus que é referência mundial, investimos agora no biocombustível e nos motores menos poluentes e estamos iniciando a implantação do metrô”, disse Luciano Ducci, prefeito de Curitiba. O Hibribus começou a ser produzido pela Volvo neste ano, com investimento de US$ 20 milhões. Até então, era produzido apenas na Suécia. O sistema de transporte da capital paranaense vai investir R$ 26 milhões para adquirir os primeiros 60 veículos híbridos para a frota. E mais: o novo ônibus é o mais silencioso e o que oferece o maior ganho ambiental do mercado. A nova tecnologia permite economia de combustível de até 35% e reduz em 90% as emissões de gases poluentes, em relação aos que utilizam tecnologia Euro 3, além de não emitir ruído em cerca de 30% a 40% do tempo de operação.
Programa de gestão de resíduos portuários Criado pela Secretaria de Portos (SEP) da Presidência da República, o Programa de Conformidade Gerencial de Resíduos Sólidos e Efluentes dos Portos, está identificando resíduos, efluentes e fauna sinantrópica nociva em 22 portos brasileiros. Durante a Rio+20, o ministro dos Portos, Leônidas Cristino, participou de reunião no estande da Coppe/ UFRJ com o reitor Carlos Antônio Levi, e o diretor do instituto, Luiz Pinguelli, para fazer um balanço do programa. Contemplado nas ações do PAC 2, com recursos de R$16 milhões, o programa tem como objetivo dar condições aos portos brasileiros de se adequarem às exigências ambientais relacionadas
ao gerenciamento de resíduos sólidos e efluentes. Segundo Marcos Aurélio Freitas, coordenador do Programa de Planejamento Energético (PPE) e professor adjunto da Coppe/UFRJ, 21 portos já estão sendo monitorados e em processo de quantificação. Essa primeira fase de diagnóstico foi iniciada no final de 2011. Para isso, os pesquisadores contam com a parceria de uma rede formada por universidades federais e estaduais, institutos de pesquisa, perfazendo 18 instituições. De acordo com Freitas, quatro contratos já foram assinados e as propostas já enviadas. “Depois da Lei de Resíduos Sólidos de 2010, os portos brasileiros precisam se enquadrar na
lei e melhorar sua relação com o meio ambiente”, explica Freitas. Inicialmente, o projeto visa fazer o aproveitamento dos resíduos (das embarcações, contêineres, mercadorias e das partes administrativas dos portos) para geração de energia e reciclagem, mas futuramente esse aproveitamento poderá ser feito também para a produção de biodiesel e com a coleta de água das chuvas dos telhados dos portos. Para o ministro dos Portos, o trabalho traz ganhos diversos para o país, que passa a tratar seus resíduos adequadamente e oferece às universidades e centros de pesquisa a possibilidade de aplicar e desenvolver novos conhecimentos, com desdobramentos científicos relevantes.
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Rio+20 e Você Com o tema ‘O Futuro que Queremos no Universo do Desenvolvimento Sustentável’, a Rio+20 e Você, realizada no Planetário da Gávea, marcou uma série de atividades em torno dos temas da conferência. Ao todo, foram 58 atividades envolvendo diferentes públicos, participação de mais de cem especialistas mundiais em oficinas interativas e educativas e eventos socioculturais. Os assuntos abordados foram os eixos temáticos da Rio+20, como economia verde, desenvolvimento sustentável e a erradicação da pobreza.
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om o objetivo de discutir a diversificação da matriz energética nacional, apresentar as ações da atual política voltada para o setor no Brasil, e lançar publicação homônima, o simpósio ‘Setor elétrico brasileiro e sustentabilidade no século 21: Oportunidades e desafios’, reuniu representantes da sociedade civil, especialistas e governo em um debate acalorado. Na pauta, questionamentos sobre a viabilidade social, econômica e ambiental de barragens que geram controvérsias, como o Complexo Hidrelétrico Belo Monte. O primeiro painel, ‘Planejamento de demanda e eficiência energética’, mediado pela secretária executiva adjunta do Instituto Socioambiental (ISA), Adriana Ramos, reuniu o secretário de Planejamento e Desenvolvimento do Ministério de Minas e Energia (MME), Altino Ventura Filho; o professor da Universidade de São Paulo (USP), Célio Berman; o procurador federal do Pará, Felício Pontes; e o diretor executivo do Greenpeace Brasil, Marcelo Furtado. Sozinho, Ventura Filho teve que enfrentar críticas aos posicionamentos e ações do governo, tendo que defender e explicar os
grandes projetos hidrelétricos da Amazônia. Como argumento, o secretário insistiu na afirmação de que investimentos em energias alternativas e na eficiência energética não serão suficientes para atender toda a demanda do Brasil. Segundo ele, a economia brasileira precisaria de mais 70 mil megawatts nos próximos dez anos para continuar crescendo a uma taxa média em torno de 4,5% ao ano. Nos cálculos do governo, as hidrelétricas responderão por 50% desse total. Hoje, o Brasil tem 120 mil MW instalados. Para o acadêmico Berman, a avaliação é precipitada, e em sua opinião, não há planejamento energético. “O que há é um balcão de negócios... Estamos vivendo uma ditadura e uma autocracia do setor elétrico”, apontou. Para ele, a atual demanda de energia pode
ser resolvida de várias maneiras, como, por exemplo, com fontes descentralizadas, mas o governo privilegia o atendimento de empresas eletrointensivas voltadas para a exportação. “As obras das hidrelétricas atendem a essa demanda e não à sociedade brasileira. As usinas de Belo Monte, Jirau e Santo Antônio (RO) representam a irresponsabilidade desse governo de resolver as necessidades energéticas dos setores de alumínios, siderurgias, ferro ligas e papel e celulose”, protestou. Para o procurador federal, Felício Pontes, a hidreletricidade é hoje uma fonte “suja e cara”, por não incorporar os custos socioambientais dos empreendimentos. “Temos de parar de trabalhar como se esses custos não fossem nada”, defendeu. “O setor de energia é a caixa-preta do governo federal.
Soluções propostas O segundo painel do dia, ‘Alternativas para a geração de ener-
gia elétrica no Brasil: políticas públicas, investimentos e estudos de caso internacionais’, contou com a participação de representantes de empresas ligadas à produção de energias renováveis, entre eles a presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeolica), Elbia Melo. A executiva criticou os valores cobrados pela energia. “O Brasil tem a energia mais barata do mundo e paga pela mais cara”, criticou. E lembrou que cerca de 50% da taxa de energia no Brasil é composta de impostos e encargos e criticou os subsídios às energias convencionais. Ela disse ainda que a diversificação da matriz energética poderia baratear ainda mais a conta de luz, e que a questão do acesso a energia não é problema no Brasil. A energia solar também foi tema de debates no evento. Dany Kennedy, fundador e presidente da empresa Sungevity, dos EUA,
Visão Brasil 2050 O Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) lançou, durante a Rio+20, a publicação Visão Brasil 2050. O documento é uma adaptação para a realidade brasileira do relatório Vision 2050, produzido pelo World Business Council for Sustainable Development (WBCSD). O objetivo é apoiar as empresas e o país rumo ao desenvolvimento sustentável. Para o CEBDS, o grande trunfo do documento é nortear a discussão de uma agenda comum que congregue desenvolvimento e sustentabilidade no Brasil, tornando possível o diálogo entre esses segmentos e evitando que as decisões sejam tomadas de forma unilateral e com visão de curto prazo.
“O Visão Brasil 2050 é a nova agenda para os negócios e se baseia na realidade nacional a fim de apontar as metas necessárias para que o Brasil seja líder na economia verde e no desenvolvimento sustentável”, explicou Marina Grossi, presidente do CEBDS. De acordo com a executiva, o relatório foi montado a partir de nove pilares fundamentais: Valores das pessoas; Desenvolvimento humano; Economia; Agricultura; Florestas; Energia; Edifícios; Recursos & Insumos e Mobilidade. O documento aponta a necessidade de incentivar atividades de baixo
Foto: Ricardo Almeida
Abram a caixa-preta do setor elétrico e dividam a responsabilidade conosco para que possamos saber para onde e para quem vai a energia”, pediu, lembrando que o Conselho Nacional de Política Energética tem duas vagas destinadas à sociedade civil e à academia ainda não ocupadas. O diretor executivo do Greenpeace Brasil, Marcelo Furtado, defendeu maiores investimentos no desenvolvimento de tecnologias renováveis e insistiu na necessidade de se investir em eficiência energética para atender à demanda de energia nacional. Ele apontou que o crescimento econômico não significa necessariamente o crescimento da demanda energética, e pediu para que o governo amplie o debate sobre energia
afirmou que há muitas concepções equivocadas sobre o preço da energia solar. Ele falou sobre a ampliação crescente do mercado de energia solar norte-americano, que teve no acesso a financiamento o fator fundamental para esse crescimento, e sugeriu que um processo semelhante seria possível no Brasil. carbono, instituir o pagamento por serviços ambientais e estimular iniciativas sustentáveis para as áreas de habitação, saneamento, mobilidade, resíduos sólidos e formação profissional. A presidente do CEBDS assegura que a intenção do relatório é contribuir para que empresas, governos e sociedade possam estar juntos no planejamento do futuro do Brasil. Marina Grossi comenta ainda que o lançamento deste documento na Rio+20 é emblemático e representa a importância deste momento, em que precisamos decidir se queremos viver em um país melhor ou se preferimos seguir rumo ao cenário de mudanças climáticas graves, crises financeiras profundas, crescimento desordenado nas cidades e perdas irrecuperáveis em todos os biomas. TN Petróleo 84
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Realizado no Forte de Copacabana, o espaço ofereceu encontros, seminários e oficinas sobre o desenvolvimento sustentável, paralelamente à Rio+20. Com um público de mais de 200 mil pessoas nos nove dias de duração, a iniciativa foi da Fundação Roberto Marinho, das Federações das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) e de São Paulo (Fiesp) e da Prefeitura do Rio.
Projeto Humanidade A pesar do foco na indústria, o Humanidade 2012 foi aberto a toda a sociedade, e se propôs a promover reflexão, além de aprofundar a compreensão acerca de um modelo possível de progresso – considerando os impactos passados, presentes e futuros – para garantir melhores condições de vida, com crescimento econômico, inclusão social e respeito ao meio ambiente. Com uma exposição rica e cheia de detalhes tecnológicos, o projeto foi uma grande exposição aberta ao público para mostrar, de maneira lúdica, interativa e participativa, como esses conceitos têm se traduzido em iniciativas e ações importantes no país. De acordo com o vice-presidente da República, Michel Temer, o Humanidade 2012 pretendeu
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recolocar o homem no centro do universo. Para isso, sublinhou a necessidade de que sejam feitas ações em conjunto, como a que abriu o evento, “reunindo todas as nacionalidades, tendências, concepções filosóficas, políticas, religiosas em um único centro”. Temer ressaltou que isso ocorreu na Rio+20, onde há a preocupação em dar ao homem o melhor das condições materiais, ou seja, o desenvolvimento. E deixou claro, entretanto, que essa preocupação se refere à preservação do homem para o futuro, e isso pressupõe a manutenção do meio
ambiente. “É preciso preservar o meio ambiente. Mais uma vez, o homem está no centro dessas preocupações”, disse. A Firjan e a Fiesp encaminharam ao governo federal, antes do começo da Rio+20, um documento defendendo ações contra a desigualdade de direitos e a favor de oportunidades para todos, para chegar ao desenvolvimento sustentável. Firmado no espaço Humanidade 2012, o texto serviu de subsídio às negociações para elaboração do documento apresentado no evento. Segundo o presidente da Fiesp, Paulo Skaff, o objetivo é mostrar
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que “a sustentabilidade verdadeira é baseada no tripé econômico-social-ambiental”. De acordo com o diretor de Infraestrutura da Fiesp, Carlos Cavalcanti, o desenvolvimento sustentável precisa de instrumentos de mensuração e monitoramento, além das ações que já vêm sendo tomadas pelos países, principalmente nas áreas social e ambiental. O setor industrial ratificou o princípio de responsabilidades comuns, porém diferenciadas, definido na Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, mas destacou que todos os países têm de estabelecer metas. Para o setor, os países desenvolvidos, principais responsáveis pelos danos ambientais causados ao planeta, devem rever padrões de produção e de consumo e assumir seus custos e responsabilidades em relação ao futuro da Terra. Na área da energia, responsáveis por 66% das emissões de gases causadores de efeito estufa no mundo, as entidades representativas da indústria consideram necessário aumentar o uso de fontes de baixa emissão, como as usinas hidrelétricas. Para as duas federações, os grandes potenciais hídricos existentes na América do Sul, África e Ásia devem ser aproveitados, priorizando a fonte de menor emissão. O documento dos industriais destaca ainda a necessidade de aprofundamento da questão tecnológica, com a substituição de combustíveis com base no petróleo por biocombustíveis, setor em que “o Brasil é exemplo para o mundo”. Para Cavalcanti, é preciso dar preferência aos modais de transporte com alta quantidade de carga e menor emissão de gás carbônico (CO 2). No transporte de passageiros,
a prioridade tem de ser para o transporte coletivo. A Fiesp e a Firjan abordaram também as questões da segurança alimentar e a necessidade de preservação das florestas e da biodiversidade. Neste último item, o principal vulnerabilidade do Brasil, as entidades destacam que o país já teve sucesso, ao reduzir em mais de 75% o desmatamento, no período 2004 a 2010. Quanto à meta estabelecida pela ONU de 75% de cobertura de esgotamento sanitário em 2015, o documento estima que não seja alcançada. As duas entidades manifestaram-se contra a adoção de barreiras comerciais, diante de questões ambientais, salvo nas exceções permitidas pelos acordos da Organização Mundial do Comércio, “para não agravar as desigualdades socioeconômicas entre os países desenvolvidos e em desenvolvimento”. Informam ainda que o conteúdo do desenvolvimento sustentável será introduzido nos currículos do Serviço Social da Indústria (Sesi) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). Durante o evento, prefeitos das 59 cidades integrantes do C40 firmaram o compromisso de redu-
zir mais de uma gigatonelada de GEEs até 2030. O C40 é um grupo que reúne as maiores cidades do mundo na busca por soluções urbanas sustentáveis. Os prefeitos se comprometeram a diminuir cerca de 250 megatoneladas de gases do efeito estufa (GEEs) de suas cidades até 2020, e 1,3 gigatonelada até 2030. O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, declarou que as lideranças municipais não devem esperar pelas ações dos governos centrais para resolverem questões de ordem prática nas cidades. Já Michael Bloomberg, prefeito de Nova York, ressaltou a importância dos prefeitos de agirem no combate às mudanças climáticas, principalmente porque as cidades que pertencem ao C40 são responsáveis por 14% da emissão global de carbono. O seminário ‘Lideranças empresariais’ também fez parte da agenda do Humanidade 2012. TN Petróleo 84
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Seis painéis integraram o evento que discutiu os caminhos da nova economia, energias para um novo mundo, tecnologias para a sustentabilidade, entre outros temas. A falta de política pública para incentivar o aumento da oferta de energia e ampliar o uso de fontes renováveis no Brasil foi uma das bandeiras levantadas por Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) no debate de energia. Segundo Adriano Pires, o Brasil não aproveita sua regionalidade e sua vantagem comparativa aos demais países emergentes, ainda mais no que se refere a energia elétrica. Pires salientou que nesse item o país resolveu atender às pressões ambientalistas, em particular, as ONGs estrangeiras, abrir mão do nosso potencial hídrico e passar a construir somente usinas a fio d’água. O executivo criticou a controvérsia nacional quanto a possuir uma das energias mais caras do mundo. “É curioso que um país como o nosso, rico em fontes de energia primária, tenha uma das energias mais caras do mundo. A razão principal para isso é que o governo não acredita na famosa lei da oferta e da demanda e na concorrência. As políticas públicas para o setor de energia têm se caracterizado por não incentivar o aumento da oferta, incentivar práticas monopolistas e encarar 80
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o setor como um grande coletor de impostos”, explicou. De acordo com ele, além da falta de políticas públicas comprometer as gerações futuras, cria-se uma metodologia de leilões de energia elétrica que não levam em conta as características de cada fonte, nem sua localização. “Temos que estimular a
diversidade de fontes, porque quanto mais diversidade tivermos, menos estaremos sujeitos a crises de oferta”, complementa o diretor do CBIE. Pires pontuou, ainda, que a nossa matriz elétrica é 90% limpa, entretanto, nossa matriz de combustíveis é 80% fóssil. “Nos últimos anos, o governo tem estimulado muito isso, ele não parece nada verde quando se trata de combustíveis; não demonstra a menor preocupação com o meio ambiente”, finaliza. Ainda no mesmo debate, o diretor de Relações Governamentais da GE Energy para a América Latina, Fabio Rua, informou que o governo federal está acenando a possibilidade de fazer um leilão específico por fonte para incentivar o desenvolvimento da indústria de energia solar no Brasil, e reduzir o custo do megawatt-hora dessa fonte. Também presente no evento, o presidente da GE Energy para a América Latina, Marcelo Soares, disse que ainda vai levar um tempo para que a fonte solar seja economicamente viável.
EBX apresenta ações socioambientais No encerramento do seminário ‘Sustentabilidade empresarial e governança’, realizado no dia 21 de junho, Eike Batista, presidente do Grupo EBX, falou de algumas das 170 iniciativas que suas companhias desenvolvem para o desenvolvimento socioambiental. Entre elas está o programa Gestão Integrada de Território, que tem o compromisso de colaborar com o entorno de suas unidades em operação. Eike detalhou ainda os resultados da limpeza, realizada pelo grupo, da Lagoa Rodrigo de Freitas no Rio de Janeiro – o nível
de coliformes fecais de suas águas apresentou queda de 90%. Apesar do resultado positivo, o empresário lamentou os 500 quilos de lixo retirados por dia da lagoa – metade orgânico, metade descartado pela comunidade. “As pessoas têm que entender que a Lagoa Rodrigo de Freitas não é minha, é de todos. É preciso uma contrapartida, uma conscientização das pessoas do entorno e de localidades mais distantes.” Ao falar sobre emissões, Eike foi ousado ao afirmar que novas tecnologias reduzirão as emissões de CO2. “Acredito que em cinco anos as usinas movidas a carvão não poluirão mais porque teremos captura de CO2 para fazer biocombustíveis”, comentou.
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cobertura especial rio+20
Futuro eficiente em novos modelos de negócios Com uma participação ativa no evento, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) mostrou que 20 anos depois da II Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Humano (a Rio 92) o conceito de sustentabilidade incorporou os aspectos econômicos. Com o slogan Um planeta de oportunidades, a instituição de fomento ao empreendedorismo levou para a Rio+20 exemplos práticos que elevam a competitividade de micro e pequenas empresas ao agregar práticas sustentáveis.
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o Aterro do Flamengo, local onde foi realizada a Cúpula dos Povos, o Sebrae montou três espaços complementares: a Mostra Sebraetech, reunindo grandes consultorias de tecnologia limpa; o Espaço Sebrae de Educação, no qual foram realizados cursos, workshops e palestras para capacitação e adoção de técnicas sustentáveis; e a Feira do Empre-
endedor, que deu oportunidade para empresários apresentarem negócios sustentáveis, além de promover rodadas de negócios. Com base em um levantamento no qual se aponta que o segmento de pequenos negócios no Brasil reúne 99% dos CNPJs, sendo assim o maior gerador de empregos (53%), mas que 81% dos empreendedores desconhe-
cem os objetivos da Rio+20, a instituição assumiu o compromisso de esclarecer e sensibilizar o público sobre as oportunidades dos chamados ‘negócios verdes’. “Está muito claro para o Sebrae que estimular a pequena empresa a ter práticas sustentáveis repercute em todo o mercado. Se um empreendedor adota essas práticas, o resultado, a princípio, pode
Norma de gestão ambiental para MPE Para facilitar a certificação dos Sistemas de Gestão Ambiental (SGA) das micro e pequenas empresas (MPE), o Sebrae e a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) lançaram no Espaço Sebrae de Educação, no Aterro do Flamengo, a ABNT NBR ISO 14005. “Não se trata de uma norma certificável, mas um guia para as empresas de como implementar um sistema de gestão ambiental para obter a certificação 14001 pela A B N T ” , ex p l i c a Luiz Barretto, presidente do Sebrae. Segundo o executivo, a meta do Sebrae é introduzir no dia a dia das MPE uma agenda conectada com as atuais exigências do mercado, principalmente no que diz respeito à certificação e mudanças tecnológicas. “Quem é sustentável se destaca nos negócios. 82
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Essa norma é um atalho necessário para que as MPEs não fiquem de fora da agenda da sustentabilidade”, complementa Barreto. Apesar de não ser obrigatória, a adesão às normas técnicas traz para as empresas vantagens competitivas no mercado, em função da preferência dos compradores por fornecedores que adotam práticas de gestão ambiental. “Assim como muitas grandes empresas e governos já exigem dos fornecedores a certificação dos sistemas de gestão da qualidade, com base na ABNT NBR ISO 9001, prevê-se que também será exigida a certificação de sistemas de gestão ambiental com base na ABNT NBR ISO 14001”, ressalta Carlos Santos Amorim Júnior, diretor de Relações Externas da ABNT. Na ocasião, Haroldo Mattos de Lemos, presidente do Conselho Técnico da ABNT, vice-presidente do Comitê
Técnico de Gestão Ambiental da ISO e presidente do Instituto Brasil Pnuma, palestrou sobre a Certificação ambiental e sustentabilidade nas MPEs, e indicou os três grandes desafios para o desenvolvimento sustentável: garantir a disponibilidade de recursos naturais para produzir bens e serviços que a humanidade necessita, não ultrapassar os limites da biosfera para assimilar resíduos e poluição, e reduzir a pobreza no mundo. “Estamos vivendo a Era da escassez e não mais a Era da abundância!”, advertiu. Haroldo Lemos lembrou, ainda, que em função do comércio internacional e da responsabilidade pela cadeia produtiva, as normas da ISO estão se tornando cada vez mais exigidas no mercado competitivo. “Normas como a ISO 14005 estimulam as empresas a estarem sempre melhorando seu desempenho ambiental”, pontuou.
parecer pequeno. Mas se pensarmos que existem seis milhões de empreendedores no país, e que podemos multiplicar modelos, a pequena empresa se transforma no player decisivo para que essa proposta de desenvolvimento aconteça”, afirma Ênio Pinto, gerente nacional de Inovação e Tecnologia do Sebrae. Com atividades que incluíram palestras de nomes como o jornalista Ricardo Voltolini e o economista Sérgio Besserman, a instituição deixou claro que preservação ambiental não é o único propósito dos empresários que agregam a chamada economia verde em seus negócios. Desempenho econômico e financeiro ainda são os objetivos. E se é para possibilitar desenvolvimento, a sustentabi-
lidade será capaz de fazer toda a diferença. Ao ministrar a palestra ’Liderança para a sustentabilidade’, que apresentou a experiência de líderes de grandes empresas, como Fábio Barbosa (Grupo Abril e ex-Santander), Guilherme Leal (Natura), Franklin Feder (Alcoa) e José Luciano Penido (Fibria), Voltolini chamou a atenção para a importância de se disseminar a sustentabilidade na gestão de negócios. “O desafio é coletivo. Mas se a necessidade é produzir e consumir de forma mais sustentável, as empresas têm grande parte dessa responsabilidade. É fundamental a mudança de parâmetros de produção com a adoção de energia mais limpa, processos mais limpos, materiais mais sustentáveis. Esse será, com certeza, um grande diferencial para o mercado, que atualmente ainda vive na velha economia”, afirma o diretor da consultoria Ideia Sustentável. Os números são claros. As grandes empresas correspondem a 0,9% dos empreendimentos do país. Então, ou a pequena empresa
se encaixa na sustentabilidade, ou não teremos, pelo menos no Brasil, a eficiência desse novo modelo. “No momento em que o empreendedor adota práticas sustentáveis, ele passa a atender públicos diferenciados, que, por exemplo, praticam consumo consciente. Ele também tem condições de entrar em uma cadeia produtiva e ser fornecedor de grandes empresas que exigem certificação verde... As possibilidades crescem e são concretas para ampliar o volume de vendas”, diz o gerente do Sebrae. “Por outro lado, ele consegue reduzir custos e desperdícios em função dessas práticas. Então, além de preservar o meio ambiente ele dá sustentabilidade econômica e financeira para o empreendimento. Esse êxito financeiro se desdobra em aspectos sociais, já que a possibilidade de geração de emprego é concreta”, conclui. No site do Sebrae, encontra-se disponível o documento ‘Termo de Referência em Sustentabilidade’, que orienta a atuação da instituição no desenvolvimento sustentável das empresas.
Movimento União Global pela Sustentabilidade Para mostrar que a responsabilidade de mudar o modelo econômico não é tarefa exclusiva dos chefes de Estado, o Instituto Ethos lançou, no último dia de agenda do Riocentro, o movimento União Global pela Sustentabilidade (UGS). Segundo o presidente da instituição, Jorge Abrahão, a intenção é colocar na prática o que foi discutido durante a Rio+20, antes mesmo dos compromissos firmados na conferência começarem a ser viabilizados. “Queremos dar escala aos compromissos assumidos por organizações e pessoas, buscando a convergência a partir do que fazemos. Esse movimento é ao mesmo tempo um complemento ao que está sendo discutido no evento e um contrapon-
to ao que sabemos que acontecerá a partir da conferência. Queremos colocar em prática as discussões. Nossa proposta é agir agora e não esperar pelos resultados deste processo”, afirmou. Segundo ele, cerca de 300 organizações de diversos países se engajaram na realização do documento final, chamado de ‘carta de ações’. Aron Belinky, do Instituto Vitae Civilis, ressaltou que o foco da União Global é evitar o voluntarismo superficial. “Queremos garantir o comprometimento de cada ator com a capacidade transformadora que temos em nossas mãos.” “Estamos vivendo um momento especial no que diz respeito ao futuro do planeta. Iniciativas como
essa fazem com que tenhamos esperança num mundo melhor e mais limpo”, disse a ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Durante o debate, diversas empresas e organizações assumiram compromissos com metas claras, dentre elas o Instituto Ethos, Alcoa do Brasil, Grupo Libra, Greenpeace, Rede Nossa São Paulo, Instituto Democracia e Sustentabilidade, World Forum (Lille, França), Terre Policy Centre (Índia), Fundación Conama (Espanha) e Ecodes/Ecología y Desarollo (Espanha). TN Petróleo 84
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suplemento especial
Conferência Ethos: uma contribuição para a Rio+20
por Maria Fernanda Romero
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evento apresentou uma lista de nove ações que as empresas signatárias se comprometeram a tomar para ajudar na transição da economia brasileira para o que o instituto chama de economia verde, inclusiva e responsável (que não envolva corrupção). Entre os compromissos, o primeiro foi “operar dentro dos limites dos sistemas naturais, aumentar a ecoeficiência e buscar a ecoefetividade, por meio da redução do consumo total e da intensidade de insumos (como água e energia) e materiais.” Em seguida, os empresários se propuseram a ir além da inovação incremental – que apenas aperfeiçoa um produto, serviço ou
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processo – para fazer a chamada inovação disruptiva (que quebra de paradigmas). Uma das críticas comuns que especialistas em economia verde, como o indiano Pavan Sukhdev e o brasileiro Ricardo Abramovay, vêm fazendo ao processo de negociação da economia verde é que muitos países estão tratando o tema como uma mera questão de ter tecnologias verdes. E grupos da sociedade civil que participaram da Cúpula dos Povos alegaram que a economia verde é mais uma tentativa dos países ricos se imporem às nações em desenvolvimento. Para cada tema discutido durante a conferência, foram elaboradas três propostas visando a construção de um novo modelo econômico sustentável. Tais propostas foram encaminhadas
ao governo brasileiro e levadas à Rio+20 e à ONU (Organização das Nações Unidas) pelo Instituto Ethos e entidades parceiras. Destacaram-se os seguintes temas: segurança alimentar, água, energia, inclusão social, desastres naturais e mudança climática. De acordo com Jorge Abrahão, presidente do Instituto Ethos, a realização da conferência foi importante para tornar tangíveis os esforços coletivos em favor do meio ambiente. O presidente reforçou ainda que o debate gerado pela conferência pode mostrar ao governo, sociedade civil e chefes de Estado, de forma positiva e sintética, que
Fotos: Divulgação Ethos
Em junho, São Paulo sediou por mais um ano a Conferência Ethos Internacional. Com o tema ‘A Empresa e a Nova Economia - o que muda com a Rio+20?’, o evento abrigou discussões mediadas por especialistas do setor e contou com oficinas sobre os principais assuntos e decisões que iriam ser tomadas durante a realização da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. o desenvolvimento sustentável é a melhor saída para melhorar a economia mundial. “A aproximação da Rio+20 favoreceu as discussões sobre este tema tão importante para a comunidade mundial e a realização da nossa Conferência neste período foi estratégica. Levaremos nossas propostas e ficaremos na torcida para conseguirmos influenciar positivamente a elaboração final dos ODSs (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável)”, afirmou. Segundo ele, os governos têm um grande papel no que se refere ao debate da sustentabilidade, mas as empresas também devem liderar os processos, pois é preciso ter condições de criar lideranças. Durante o evento foram realizadas duas plenárias, um seminário, cinco mesas-redondas, 14 painéis e cinco oficinas de gestão com as
presenças de convidados nacionais e internacionais, e cerca de 1.100 pessoas participaram da programação durante os três dias de evento. Entre os participantes estavam representantes de ONGs, palestrantes e moderadores de debates, além de empresários de diversos setores. Paulo Itacarambi, vice-presidente do Instituto Ethos e coordenador-geral do evento, valorizou a forte presença de empresas. “Este ano tivemos forte presença de companhias do Sudeste. Cerca de 66% dos que passaram pela Conferência eram da região. O fato nos alegra e reforça a ideia de que cada vez mais a iniciativa privada está
procurando se comprometer com o tema do desenvolvimento sustentável”, reforçou.
Liderança brasileira O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Luciano Coutinho, abriu os trabalhos da conferência com uma advertência: o eixo dos debates em torno de uma sociedade sustentável foi deslocado, nos últimos anos, dos países desenvolvidos para os países emergentes, por causa da crise financeira internacional. Com isso, o Brasil pode assumir um papel de destaque nas discussões. “Temos um momento muito difícil pela frente, num contexto não muito favorável da conjuntura global. Estamos num período delicado de crise financeira internacional, em que as economias dos países desenvolvidos estão em um processo de agravamento, o que reduz as ações no campo fiscal por parte dos países, que acabam restringindo as possibilidades de contribuição para superar os desafios da sustentabilidade global”, afirmou Coutinho. Por conta da crise financeira, o papel de destaque em ações sustentáveis tem sido assumido, nos últimos seis ou sete anos, por economias em desenvolvimento, que têm conquistado taxas muito superiores às dos países desenvolvidos. “A África, por exemplo, alcançou crescimento médio anual de 5% ao ano, com uma população de 1 bilhão de pessoas. Isso ocorre também com a Ásia. A China, por exemplo, mudou o eixo da preocupação com a sustentabilidade em relação à Eco 92. Hoje temos uma perspectiva diferente”, afirmou Coutinho. Diante desses dois fatos, o desafio dos emergentes, incluindo o Brasil, é assumir um papel de liderança TN Petróleo 84
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suplemento especial na agenda de debates em torno de uma sociedade sustentável. O presidente do BNDES elegeu o tema energia como um dos principais vetores de discussão quando se fala em gases de efeito estufa e emissão de carbono. “Devemos pensar em metas de uso, nos processos industriais, nas residências, nos sistemas públicos de iluminação e no transporte de pessoas”, disse Coutinho. “Essa é uma agenda complexa, que requer o desenvolvimento de padrões tecnológicos ambiciosos para reduzir os usos futuros e elevar a eficiência.” Outra iniciativa, para Coutinho, deve ser a promoção e o barateamento de energias renováveis. “Creio que houve um avanço recente no mundo, e no Brasil em particular, em parques de energia eólica. Mas uma vez mais é preciso intensificar esforços. Estamos longe de viabilizar a opção competitiva pela energia solar. Quando ela for viável, se tornará um caminho para estabelecermos premissas para a sustentabilidade”, disse. Além disso, é preciso também investir na universalização das fontes renováveis de energia. O Brasil tem o programa federal Luz para Todos. Segundo o presidente do BNDES, programas como esse devem ser implantados pelas eco-
nomias “muito pobres”, que hoje ainda usam o carvão vegetal como alternativa de geração de energia.
Geração de valor Mark Kramer, diretor-executivo da consultoria FSG e coautor do conceito de criação de valor compartilhado, participou do evento e indicou que as empresas e a sociedade não são opostas, mas entremeadas. “As empresas têm um papel na resolução dos problemas sociais, o que representa uma oportunidade para elas. É só por meio das empresas que se cria riqueza. Elas dão suporte às ONGs e às ações sociais governamentais. As empresas trazem recursos para a mesa de negociação, que muitas ONGs não têm”, disse. Criar valor compartilhado, de acordo com o coautor do conceito, consiste num conjunto de políticas e práticas que elevam a competitividade das empresas, enquanto elas avançam simultaneamente em questões econômicas e sociais nas comunidades em que operam.
“Durante os últimos anos nós criamos a conscientização sobre o conceito de sustentabilidade, estabelecemos metas, conversamos com governos, mas ainda não fizemos o suficiente. Temos de adicionar uma nova dimensão à nossa agenda. A competitividade das empresas tem de fazer parte dessa plataforma”, afirmou. Para Kramer, as empresas não são obrigadas a ter soluções para todos os problemas sociais. “Há problemas que não podem ser resolvidos pela atividade lucrativa, mas, quanto mais pudermos resolver, melhor. Não quero dizer que as empresas não cometem erros. Para ter valor compartilhado, é preciso que elas atuem de forma diferente. É uma oportunidade para crescer no futuro, a que tem maior potencial nas próximas décadas”, indicou.
Indicadores Os indicadores empresariais usados para aprimorar o processo de gestão, levando em conta questões financeiras e sustentáveis, ganharam destaque no último dia da conferência, durante o debate “Novas Gerações das Ferramentas de Gestão para a Sustentabilidade”. Essas ferramentas são baseadas nos Indicadores Ethos e nas dire-
Estado do Mundo 2012 Durante a Conferência Ethos Internacional 2012, foi lançada a versão brasileira da publicação O Estado do Mundo 2012 - Rumo à Prosperidade Sustentável: Rio+20 que faz o balanço anual da sustentabilidade no planeta, de acordo com pesquisas e levantamentos feitos pelo Worldwatch Institute (WWI), publicado pela UMA Editora no Brasil, com o apoio do Instituto Ethos. Este ano, a publicação trata da prosperidade sustentável. Logo no primeiro capítulo, alerta para o fato de que hoje no mundo um terço da humanidade vive em situação de pobreza e dois bilhões de novos 86
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seres humanos se juntarão a nós, sete bilhões, nos próximos 40 anos. Pobreza e aumento da população colocam sobre a geração atual o desafio de proporcionar melhores condições de vida aos desprovidos de hoje bem como às gerações que virão, num planeta cujos recursos naturais são finitos e à beira do esgotamento. Com artigos assinados por especialistas mundiais, destacando projetos inovadores e políticas criativas, o material traz ainda novos enfoques sobre o desenvolvimento sustentável no século XXI. A publicação é tida como a fonte de maior reconheci-
mento e autoridade no que se refere a soluções para questões globais de sustentabilidade.
trizes da Global Reporting Initiative (GRI). Participaram do debate Solange Rubio, gerente-executiva de Gestão de Sustentabilidade do Instituto Ethos, Maria Helena Meinert, sócia da BSD Consultoria, Leny Iara Vasem Medeiros, consultora da Abradee, e Gláucia Térreo, gerente das atividades da GRI no Brasil. A mediação foi feita pela jornalista Célia Rosemblum, do jornal Valor Econômico. Solange expôs o conceito dos Indicadores Ethos que, segundo ela, permitem um sistema de diagnóstico para incrementar o programa de gestão sustentável das empresas. “Queremos que os indicadores sirvam para a gestão e o negócio da empresa e que elas usem a ferramenta na sua cadeia de valor, no planejamento e gestão de metas e resultados.” A terceira geração dos indicadores está sendo elaborada, com uma revisão do questionário, atualizando a ferramenta de forma participativa e que gere impactos positivos. O objetivo da nova edição é incorporar as práticas da ISO 26000, uma norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), e integrar os indicadores com o GRI. Segundo Solange, o questionário tende a ser curto, fácil e simples de forma a) garantir que as empresas olhem para a gestão de forma efetiva. “Empresas relatam para mostrar como estão atuando, porque podem servir de exemplo. É importante medir para poder avançar.” Gláucia Térreo falou sobre os conceitos da Global Reporting Initiative, que estipula normas para um relatório de sustentabilidade de qualidade para as corporações
num âmbito multistakeholder, ou seja, nenhuma mudança é feita sozinha, mas após um consenso de todos os atores envolvidos em escala global. “Para fazer o relatório, é preciso criar um processo de conhecimento dentro da empresa.” “Para fazer o relatório, é preciso criar um processo de conhecimento dentro da empresa.” Segundo ela, está sendo criada a nova geração dos relatórios de sustentabilidade, o GRI G4, com o intuito de se tornar mais fácil, com informações mais precisas, que alinhe as diretrizes de sustentabilidade com outros relatórios. A expectativa é de que o modelo seja liberado no final deste ano e que seu uso se torne uma prática comum nos negócios até 2020. Para ela, os vários formatos existentes de relatórios acabam dificultando a comparação entre as empresas. “O ideal seria termos relatórios integrados, que aliam o setor financeiro à susten-
tabilidade, mas os dados precisam estar diluídos, ou seja, não há como apresentar os dados separadamente”, explicou. Elisabeth Laville, fundadora da organização francesa Utopies, apresentou um estudo sobre comunicação, o Sustainability Reporting at Crossroads, produzido por sua organização e lançado no Brasil com apoio do Uniethos e da Rever. O trabalho traz um panorama de como devem ser elaborados os relatórios de empresas e entidades nos próximos anos e mostra que os objetivos iniciais dos relatórios de sustentabilidade geralmente são a mensuração de dados e a transparência, para mudar práticas e influenciar nas decisões futuras. Segundo Laville, “os relatórios existem, mas não são realmente lidos. Eles precisam ser reinventados e a pesquisa visa captar quais as tendências para tornar isso possível nos próximos anos”. A adoção de modelos integrados de diferentes setores favorece o cruzamento de dados que podem complementar as informações. A fusão de relatórios financeiros e de sustentabilidade está na agenda das empresas há anos, mas de maneira pouco abrangente. Essa união não precisa originar apenas um relatório, mas vários, para diferentes leitores. É preciso usar as ferramentas da tecnologia da informação para disseminar os relatórios.
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Movidos a
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Foto: Divulgação
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Em terra ou nos céus, o Brasil mostrou na Rio+20 um portfólio de alternativas energéticas a partir de fontes renováveis, que movem desde veículos em terra firme a aviões de passageiros. por Rodrigo Miguez
A
Rio+20/Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, foi o sinal verde para a União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio) lançar a Plataforma Brasileira do Bioquerosene, com o objetivo de estimular a discussão e a definição de políticas públicas para a disseminação do uso desse biocombustível pelas empresas de aviação brasileiras. A campanha sugere que o Brasil dê um exemplo de sustentabilidade nos céus do país em grandes eventos internacionais, como a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016. Estudos feitos com base nos eventos realizados anteriormente indicam que as emissões das aeronaves podem chegar a 3,5 milhões de toneladas de CO 2 nas duas competições internacionais que vão acontecer no Brasil. Segundo Juan Diego Ferrés, presidente da Ubrabio, o uso do bioquerosene no transporte aéreo poderia reduzir as emissões em até 80%. 88
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Para ele, em cinco anos o mercado de aviação já poderá ter voos comerciais regulares usando biocombustíveis. “O Brasil tem um grande mercado em potencial para o bioquerosene: o consumo de QAV em 2011 foi de 7 bilhões de litros. A meta da entidade é que, nos próximos 20 anos, a utilização do bioquerosene alcance 25% do total de combustível usado nos voos nacionais”, afirmou. O dirigente acredita que, no futuro, o bioquerosene terá uma produção tão expressiva como o bioetanol, que representa 30 bilhões de litros por ano, e o biodiesel, com 3 bilhões de litros produzidos por ano. O lançamento do projeto finalizou um tour denominado Ro t a p a r a u m Futuro Sustentável, que começou no Canadá e terminou no Rio
de Janeiro, na qual as aeronaves das companhias Porter, Air Canada, AeroMéxico e Gol utilizaram combustíveis alternativos como óleo de cozinha reciclado e bioquerosene, entre outros. “O b i o q u e rosene será um divisor de águas no setor aéreo”, a f i r m o u Ad a l berto Bogsan, vice-presidente técnico da Gol, que fez o seu primeiro voo, na etapa final da rota sustentável (São Paulo-Rio de Janeiro) utilizando um biocombustível chamado Hefa SPK, produzido a partir da mistura de óleo de milho não comestível proveniente da produção de etanol de milho e de óleo e gorduras residuais. Pa r a o s e c r e t á r i o g e r a l d a Organização Inter nacional de Aviação Civil (Icao, em inglês), Raymond Benjamin, que fez a rota completa, ações como essa
mostram que o setor de aviação está trabalhando junto para avançar no uso de biocombustíveis. “Os combustíveis sustentáveis no nosso mercado já são uma realidade”, afirmou. “O lançamento desta platafor ma mostrou que é possível usar combustíveis renováveis nos aviões de modo seguro, confiável e com boa performance”, afir mou o ministro -chefe da Secretaria de Aviação Civil, Wagner Bittencourt, depois de fazer um voo nas referidas condições.
Aviação sustentável A in dú s t r i a a e r o n áu t i c a j á está buscando formas de reforçar essa alternativa. De acordo com Al Bryant, vice-presidente do Centro de Pesquisa e Tecnologia da Boeing no Brasil, o setor de aviação é responsável por 3% das emissões de CO2 no mundo. Daí a iniciativa da Boing de criar o centro brasileiro em abril desse ano, para alavancar parcerias nesse sentido, como a que foi fechada recentemente com a Embraer, para o desenvolvimento de biocombustíveis de aviação, a partir de jatrofa e pinhão-manso. A Boing também está promovendo pesquisas sobre as preferência e perspectivas do mercado brasileiro e latino-americano. Com esses projetos, a companhia e seus parceiros estão identificando as barreiras e oportunidades para a produção de biocombustíveis de aviação em grande escala. A Airbus e a Air Canada também integraram a Rota; realizaram o segundo de uma série de quatro voos utilizando uma mistura de
biocombustível sustentável (mistura de 50%) feita a partir de óleo de cozinha fornecido pela empresa SkyNRG. “O voo de hoje com a Air Canada prova que a indústria da aviação está em uma forte posição para reduzir as emissões de gases do efeito estufa e voar com combustíveis menos agressivos ao meio ambiente”, disse Fabrice Brégier, presidente e CEO da Airbus. Porém, Brégier afirmou que para tornar este voo uma realidade comercial diária é preciso vontade política dos governos e de todas as partes interessadas na aviação para promover incentivos para que o uso desses biocombustíveis seja feito em larga escala. Segundo
a companhia, mais de 90% dos seus investimentos em Pesquisa e Tecnologia são para setores em benefício do meio ambiente. No mesmo dia, a Azul Linhas Aéreas Brasileiras, em parceria com a Amyris, Embraer e GE, também realizou um voo experimental usando uma mistura equivalente de querosene de aviação comum com querosene renovável obtido a partir da fermentação da cana-de-açúcar (4,5 mil litros). Batizado de Azul+Verde, o projeto teve início em novembro de 2009, com o objetivo de testar um novo conceito de desenvolvimento de combustível renovável para jatos potencialmente capazes de reduzir as emissões de gases. “O
Biodiesel está em rota ascendente Quem aposta nessa ascendência é a Life Technologies, empresa global de soluções para biotecnologia, que prevê forte crescimento do mercado de biodiesel no Brasil nos próximos anos. Segundo seu diretor de Desenvolvimento de Negócios, Marcelo Bravo, as pesquisas realizadas hoje em laboratórios brasileiros pela Life, em especial no sequenciamento genético de última geração e biologia sintética, têm potencial para criar um novo mercado de biodiesel nos próximos cinco anos. “O principal desafio da ciência hoje é acelerar a identificação de genes responsáveis por características-chave como produção de frutos, resistência a pragas e ao estresse hídrico e adaptação ao solo; tudo isso em plantas com potencial para produzir biocombustíveis, aprimorando essas espécies com a utilização de métodos inovadores da biologia molecular”, afirma Bravo. Além do mapeamento genético, a empresa possui uma plataforma de ferramentas de biologia sintética, que inclui síntese de genes, softwares, novos métodos de clonagem desenhados para aplicações em engenharia metabólica, gerando maior eficácia na otimização de
organismos e métodos de bioprodução. “Sintetizar um gene junto com o vetor de expressão, após uma simulação computacional, evita perdas no processo científico e amplia em 50% a eficiência, com menor consumo de recursos financeiros e de tempo, se comparado com métodos de clonagem convencionais”, diz o executivo. Um dos desafios na produção de biocombustíveis é utilizar produtos que não irão competir com a produção de alimentos. No Brasil, o cultivo do pinhão-manso, por exemplo, além das mesmas vantagens de ter sua produção otimizada com melhoramento genético, também oferece alto potencial de desenvolvimento social e econômico. O vegetal também já foi usado como combustível para voos ‘sustentáveis’ de companhias áreas, tornando-se um dos principais candidatos a insumo alternativo para combustíveis na aviação. Outra vantagem do pinhão-manso para a cadeia produtiva é que ele não é comestível e, diferentemente do milho, muito usado nos EUA como biocombustível, não sofreria efeitos sazonais de aumento no consumo, o que poderia afetar sua produtividade para fins energéticos. Não apenas o pinhão-manso, mas também a soja e outros vegetais oleaginosos, assim como a palmeira da qual o azeite de dendê é extraído, possuem potencial de produção. TN Petróleo 84
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compromisso da Azul em reduzir a utilização de produtos petrolíferos voláteis vai além de diminuir nossos custos. O principal objetivo é inovar na prestação de serviços, empregando as melhores tecnologias para evitar a emissão excessiva de carbono e conscientizar nossos clientes de que eles estão optando por uma companhia aérea que está agindo para preservar o meio ambiente”, disse Flávio Costa, vice-presidente técnico -operacional da Azul. Segundo estudo realizado pelo Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais (Icone), o bioquerosene da Amyris pode reduzir em até 82% a emissão de dióxido de carbono, em comparação ao querosene de origem fóssil. “Nosso biocombustível foi desenvolvido para ser compatível com o querosene de aviação (A/A1) para jatos”, disse John Melo, presidente & CEO da Amyrs. Chamado de AMJ 700, a produção do biocombustível da
Amyris é feita com o uso de microrganismos modificados que trabalham como fábricas vivas, convertendo o açúcar em puro hidrocarboneto. Tal método resulta em um querosene renovável que, após certificado, atenderá aos padrões mais rigorosos da aviação e da ASTM (American Society for Testing and Materials). “O voo de demonstração é um marco importante no nosso programa de combustíveis para jatos e nos permitirá prosseguir nos objetivos de aprovação internacional e de comercialização”, conclui Melo.
B20 Metropolitano A Mercedes-Benz do Brasil anunciou na Rio+20 que seus caminhões e ônibus, independentemente do ano de fabricação, já estão aptos para o uso do biodiesel B20 (mistura de 20% de biodiesel e 80% de diesel). A iniciativa mostra a viabilidade da mudança do uso de combustíveis altamente poluentes, como o diesel comum,
Petrobras reforça biocombustíveis A maior companhia do país, que consolidou uma trajetória bem-sucedida respaldada na exploração e produção de energia fóssil – a dos hidrocarbonetos – também faz uma aposta firme na bioenergia. A Petrobras, que juntamente com a subsidiária BR Distribuidora participou dessa rota sustentável, destinou ao segmento de biocombustíveis 1,6% dos investimentos previstos em seu Plano de Negócios 2012-2016, anunciado logo depois da Rio+20. Esse percentual representa um desembolso de US$ 3,8 bilhões nos 90
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próximos quatro anos. Metade desses recursos já tem destino certo, pois são empreendimentos em implantação. Dentre as ações planejadas pela estatal nesse segmento, está a expansão da infraestrutura para aumentar a produção de etanol, a implantação de uma usina de biodiesel no Pará, a operação de planta de etanol 2G e de uma usina de BioQAV em 2015, além da construção de uma planta de greendiesel em Portugal. Os outros US$ 1,9 bilhão serão destinados a projetos ainda em avaliação, sendo a maior parte com foco no etanol.
por alternativos, sem a necessidade de fazer modificações no motor para receber o novo combustível. “Isso reforça a confiança da Mercedes-Benz no uso de combustíveis alternativos, que se mostram como opções interessantes, pois não requerem alteração na estrutura da frota atual”, afirmou Gilberto Leal, gerente de Desenvolvimento de Motores da Mercedes-Benz do Brasil. “Além disso, a eficiência e o excelente desempenho são mantidos, com menores emissões e reduzido consumo”, completou. De acordo com o executivo, outra grande vantagem dos veículos da marca é que eles podem ser abastecidos com biodiesel, diesel de cana (um desenvolvimento pioneiro da marca) e o diesel comercial. A empresa é pioneira na utilização de biodiesel para caminhões e ônibus no país, já tendo realizado mais de dois milhões de quilômetros de testes de operação com biodiesel B20 em ônibus urbanos. “Estamos mostrando ao mercado que o biodiesel e também o diesel de cana são as mais viáveis alternativas de combustível ‘limpo’ para o nosso país”, diz Gilberto Leal. Os prefeitos participantes do C-40 (Climate Leadership Group), que conta com o apoio de 58 metrópoles do mundo, assinaram um documento que pretende colocar o biodiesel como principal combustível dos sistemas de transportes coletivos das capitais brasileiras. A primeira experiência com o novo combustível em grandes metrópoles está sendo realizada pela empresa Viação Itaim Paulista (VIP). Ela colocou 1.900 ônibus nas ruas de São Paulo circulando com o B20, produzido e fornecido desde fevereiro de 2011 pela Camera Agroalimentos, através da marca Camera Q+, e distribuído pela BR Distribuidora. De acordo com a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), a frota bra-
Etanol Pioneira na tecnologia de motores a etanol, a Scania disponibilizou seis ônibus movidos pelo biocombustível para o transporte dos participantes da Rio+20. Entre os ônibus estão dois modelos K 270 6x2 de 15 m com piso baixo, disponibilizados pela Viação Tupi Transportes, e dois K 270 4x2, cedidos pela Viação Metropolitana, todos com motores de 9 litros e 270 cavalos de potência.
Foto: Agência Petrobras
sileira de ônibus urbanos gira em torno de 105 mil veículos, e, se aplicado o mesmo consumo da EcoFrota de São Paulo, chega-se a uma estimativa de consumo nacional de mais de 1,35 bilhão de litros anuais, caso estes utilizarem B20. Exemplo de sustentabilidade e com um sistema de transporte eficiente, Curitiba é a única cidade da América Latina a ter uma frota em operação regular com ônibus movidos exclusivamente a biodiesel, sem mistura de óleo mineral. São 32 ônibus utilizando o B 100 (100% biodiesel), entre eles 26 ônibus do sistema Expresso Ligeirão (biarticulados com 28 m de comprimento e capacidade para 250 passageiros). Até metade do ano que vem, mais 20 veículos como esse vão começar a circular, no Eixo Norte.
Essas companhias operam os 60 ônibus movidos a etanol que já circulam em São Paulo no Projeto Ecofrota. Os outros dois veículos foram disponibilizados pela própria Scania. Equipados com motores que atendem às nor mas europeias
de emissão de gases poluentes Euro 5 e à ainda mais rigorosa EEV (Enhanced Environmentally Friendly Vehicles), os veículos movidos a etanol são capazes de reduzir em até 90% a emissão de CO 2 na atmosfera, além de reduzir o material particulado, NOx (óxidos de nitrogênio) e hidrocarbonetos. Para Wilson Pereira, gerente executivo de Vendas de Ônibus da Scania Brasil, o etanol é um dos combustíveis renováveis mais econômicos disponíveis no momento para aplicação urbana. “O etanol oferece a melhor relação custo-eficiência, além de apresentar alta disponibilidade e reduzir significativamente as emissões de gases poluentes”, afir ma o executivo. Além da Viação Metropolitana e da Viação Tupi Transportes, a Clariant – empresa de especialidades químicas com atividade internacional – forneceu o aditivo Master Batch ED 95, produzido localmente e necessário para o funcionamento dos veículos que utilizam etanol. “Para a Clariant, a participação nesse projeto de transporte ecológico está totalmente alinhada à sua política de sustentabilidade”, explica Marcia Regina Rios, gerente da Clariant BU ICS/Industrial Application para América Latina.
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Brasil vai produzir biocombustível a partir de algas A See Algae Technology (SAT), especializada no fornecimento de infraestrutura para produção industrial de algas, anunciou no início de julho a assinatura de um acordo para fornecer e instalar a sua primeira planta comercial para produção de biodiesel e bioetanol de algas no Recife para o grupo brasileiro JB, um dos líderes na produção de etanol de cana no Nordeste do Brasil.
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Esse é o primeiro projeto comercial de produção de biocombustível a partir de algas no Brasil e no mundo. A tecnologia possui impacto ambiental menor do que outras fontes tradicionais de biocombustíveis, por alcançar grandes volumes de produção em uma área menor, sem ocupar terras férteis necessárias para o plantio da agricultura. Quando instalada, a fazenda será utilizada para produzir bioetanol a partir de algas geneticamente modificadas e biodiesel, bioquímicos e ração animal por meio de algas naturais. A unidade terá capacidade de produção de até 1,2 milhão de litros de biodiesel, ou até 2,2 milhões de litros de etanol por ano. A proteína das algas naturais será utilizada como substituição da soja na alimentação de rebanhos na pecuária e na criação de peixes. Para tanto, o projeto consumirá 5.000 toneladas de dióxido de carbono (CO 2) separadas da caldeira que queima bagaço de cana do Grupo JB, evitando que estas sejam lançadas na atmosfera. Este processo é conhecido como ‘captura e utilização de carbono’, uma das mais importantes
Karl Stagl, CTO (Chief Technology Officer) da See Algae Technology e Joachim Grill, CEO da empresa
estratégias para mitigação das mudanças climáticas atuais. Sob um contrato de 8 milhões de euros, a SAT vai projetar uma fazenda de algas e fornecer a tecnologia de produção ao Grupo JB, além de supervisionar a instalação e garantir sua produtividade inicial. Separadamente, a SAT também fechou joint venture com o Grupo JB para, em conjunto, comercializar a tecnologia de produção de alga da companhia no Brasil. A joint venture terá total acesso à extensa rede de contatos comerciais do Grupo JB para fortalecer os esforços de marketing da SAT. “Estamos muito orgulhosos de ter o Grupo JB não apenas como nosso primeiro cliente
de tecnologia de produção de algas, mas também como nosso parceiro estratégico de marketing”, afirmou o CEO da See Algae Technology, Joachim Grill. “Acreditamos que nossa parceria marca um significante passo na evolução de nossa companhia e valida tanto a nossa tecnologia exclusiva quanto a viabilidade comercial das algas, especialmente para uso como ração e biocombustível”, acrescentou.
Enzimas para biocombustíveis avançados Novozymes fornecerá tecnologia enzimática para primeira planta brasileira de etanol celulósico a partir do bagaço e da palha de cana-de-açúcar. A empresa GraalBio anunciou, no final de maio, seus planos para iniciar a produção em dezembro de 2013 de 82 milhões de litros de biocombustíveis avançados por ano em uma nova fábrica a ser construída no estado de Alagoas. A planta produzirá etanol celulósico a partir do bagaço e da palha de cana-de-açúcar e a Novozymes fornecerá a tecnologia enzimática necessária, enquanto a Beta Renewables e a Chemtex, ambas parte do grupo químico italiano Mossi & Ghisolfi (M&G), fornecerão outros processos tecnológicos e de engenharia. “Esta planta será um marco para o Brasil e a América Latina”, diz Bernardo Gradin, presidente da GraalBio. “Estamos falando de um projeto de classe mundial com soluções tecnológicas inovadoras que ajudem a construir um planeta melhor e mais seguro.” “O anúncio de hoje do GraalBio é uma notícia fantástica para a indústria de etanol e para o Brasil, que sinaliza claramente a continuidade do caminho verde que o país tomou em relação aos biocombustíveis”, diz Peder Holk Nielsen, vice-presidente executivo da Novozymes. “Estamos entusiasmados em fornecer as enzimas para a primeira fábrica de bio-
combustíveis avançados no Brasil e orgulhosos por ajudar a GraalBio a prosperar.”
Nova produção de enzimas Os biocombustíveis avançados na forma de etanol celulósico são produzidos a partir da biomassa, resíduos agrícolas, industriais e domésticos. As enzimas são um componente essencial do processo de produção, convertendo a biomassa em açúcar, que pode ser fermentado em etanol. À medida que a indústria de biocombustíveis avançados no Brasil progrida ao longo dos próximos anos, a demanda por enzimas também deve aumentar e a Novozymes, portanto, decidiu acompanhar esse processo e já começou a procura por locais para implantar novas unidades produtoras de enzimas industriais. “A indústria de biocombustíveis avançados está decolando no Brasil e estamos confiantes de que o etanol celulósico vai desempenhar papel significativo na futura matriz energética brasileira”, diz Nielsen. “Para apoiar tal projeto, procuramos estabelecer novas unidades de produção de enzimas no Brasil, dedicadas a fazê-las para a indústria de biocombustíveis. A localização das
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novas plantas, entre outras coisas, depende de onde a indústria deverá se intensificar, onde os parceiros da Novozymes estão situados, e onde existem as melhores condições estruturais”, acrescenta ele.
Preparando o caminho A demanda por etanol está crescendo no Brasil e no mundo. O Brasil espera dobrar sua produção de etanol até 2020 para atender à crescente demanda do mercado doméstico e externo. A produção mundial de biocombustíveis avançados deve chegar a 57 milhões de litros em 2012 e a 945 milhões de litros em 2014, segundo planos de construção. Um estudo recente da Bloomberg New Energy Finance estima que a indústria de biocombustíveis avançados tenha o potencial de criar empregos, crescimento econômico e segurança energética. Olhando apenas para o Brasil, o estudo mostra que mesmo utilizando menos de 20% dos resíduos agrícolas disponíveis (excluindo-se as culturas energéticas), o país poderia produzir 170 bilhões de litros de etanol por ano até 2030, substituindo 83% de seu consumo anual de gasolina. As empresas brasileiras seriam as principais beneficiárias de um mercado de US$ 94 bilhões em engenharia, construção e matéria-prima, além de fomentar a criação de 1,25 milhão de empregos.
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Primeira planta de produção de dendê no Pará A Biopalma da Amazônia S/A, empresa da Vale em sociedade com o Grupo MSP, inaugurou no final de junho sua primeira usina extratora de palma (dendê), localizada no município de Moju, a 150 km de Belém.
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usina é a primeira de duas unidades que serão construídas para extrair o óleo do fruto. Além disso, será construída uma planta industrial para transformar o óleo em biodiesel a partir de 2015. O investimento total é de US$ 500 milhões. O projeto tem como objetivo suprir a demanda de biodiesel para a utilização de B20 (20% de biodiesel e 80% de diesel comum) na frota de locomotivas, máquinas e equipamentos da Vale no Brasil. Hoje, a legislação brasileira estabelece o uso da mistura de, no mínimo, 5% de biodiesel (B5). Estima-se que a utilização do B20 reduzirá a emissão de gases do efeito estufa da empresa em cerca de 20 milhões de toneladas de CO2 em 25 anos. E mais: 2 milhões de CO2 poderão ser ‘sequestrados’ com a plantação da palma. A usina tem capacidade de extração de 120 toneladas/hora de cachos de fruto fresco (CFF), o que representa cerca de 25 toneladas/hora de óleo. A unidade já nasce com dois grandes diferenciais: é a primeira planta de extração de óleo concebida com nível inédito de automação em seus processos, e o maior complexo de geração de energia limpa já instalado em uma usina deste tipo no Brasil. Além disso, quase todos os resíduos formados
O vice-governador do Pará, Helenilson Pontes, e o diretor-presidente da Vale, Murilo Ferreira, durante o evento em Moju, Pará.
ao longo da cadeira produtiva serão reaproveitados pela própria indústria na geração de energia renovável e no processo de adubação do plantio da palma. A capacidade de geração de energia limpa é de 11 MW, dos quais 3,5 MW serão utilizados na usina e o excedente poderá ser disponibilizado à concessionária de energia do estado. Outro ganho ambiental gerado pela indústria é o reaproveitamento dos cachos vazios e das cinzas da caldeira, que retornarão à área agrícola para serem usados na adubação orgânica. Já o alto nível de automação da usina da Biopalma
permitirá um grau elevado de segurança aos profissionais da indústria, além de ganhos com otimização de processos industriais. Um exemplo dessa automação poderá ser visto no processo de esterilização e cozimento dos frutos. Nas usinas convencionais, esta etapa é feita por profissionais que precisam acompanhar todo o andamento do processo, submetidos a ambientes com temperaturas elevadas. Com a automação, os empregados acompanharão o processo a distância, de dentro da sala de controle, medindo a qualidade do produto final.
O uso da tecnologia estimulou a formação de profissionais especializados para atuarem nas funções novas. A Biopalma investiu na implantação de um centro de formação profissional em Moju, e já qualificou e treinou seus novos empregados que vão atuar na usina extratora. Os operadores treinados, oriundos da própria região, foram capacitados nos cursos de elétrica e mecânica, focados na manutenção industrial.
Recuperação ambiental A Biopalma já possui cerca de 50 mil hectares plantados com palma. Até 2013, serão 80 mil ha plantados e outros 90 mil ha destinados à reserva legal e à área de preservação permanente. Vale ressaltar que a implantação das áreas de cultivo foi realizada em locais antes cultivados por pastagem e áreas abandonadas. Portanto, é um projeto com 100% de recuperação de áreas degradadas. A Biopalma possui cinco polos agrícolas na região do Vale do Acará e Baixo Tocantins, no nordeste do Pará, e será responsável pela produção de 600 mil toneladas de biodiesel em
2019, quando a lavoura atingir sua maturidade.
Desenvolvimento socioeconômico Além do foco na recuperação e preservação ambiental, o projeto do biodiesel irá promover desenvolvimento na região, por meio da geração de emprego e renda. Em fevereiro de 2010, a empresa lançou o Programa de Agricultura Familiar, que tem como meta envolver duas mil famílias com o plantio de dendê até 2013. Atualmente, este programa já beneficia 124 famílias de agricultores e mais 500 estão em fase de cadastramento. Os agricultores são financiados com linhas de crédito do Pronaf-Eco Dendê – um programa do governo federal, por meio do Banco da Amazônia, para a aquisição de mudas, manutenção da plantação e necessidades de subsistência nos três primeiros anos do plantio até o início da colheita. Os agricultores interessados disponibilizam 10 hectares em sua propriedade familiar para o plantio de dendê e recebem da Biopalma assistência técnica
gratuita e garantia de compra da matéria-prima durante os próximos 30 anos de produção. Paralelamente, para fortalecer a agricultura familiar junto aos produtores atendidos pelo programa, a Biopalma faz o acompanhamento e fornece o suporte técnico necessário para o desenvolvimento da produção agrícola pelas famílias, uma vez que elas também cultivam outras culturas na mesma propriedade, como frutas, criam aves, etc.
Pará, o maior produtor O Pará é o maior produtor de óleo de palma do Brasil, com atividades que correspondem a 95% da produção nacional. Este óleo pode ser utilizado em diversos setores, como cosméticos, produtos farmacêuticos, lubrificantes e alimentos, sendo que, para o uso de biocombustível, está comprovado que a palma possui a melhor produtividade (tonelada por hectare) entre as oleaginosas. A soja, principal matéria-prima do biodiesel brasileiro, possui uma produtividade dez vezes menor que a palma e é mais intensiva no uso da terra.
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Conservação
da biodiversidade
A LLX, empresa de logística do Grupo EBX, de Eike Batista, lançou o Programa de Conservação da Biodiversidade, que tem como iniciativa central a criação da maior RPPN (Reserva Particular de Patrimônio Natural) de restinga do Brasil, a RPPN Caruara. Com cerca de quatro mil hectares, a RPPN fica em São João da Barra (RJ), onde a LLX está construindo o Superporto do Açu. Com o objetivo de transformar o local em um centro de conhecimento e pesquisa sobre espécies vegetais de restinga, na solenidade foram assinadas parcerias com o Instituto Jardim Botânico do Rio de Janeiro e com a Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf).
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Programa de Conservação da Biodiversidade inclui ainda um viveiro de mudas nativas, com capacidade para produzir 500 mil unidades por ano, e um Estudo de Ecologia da Paisagem, cujo objetivo é identificar características e histórico da região, e contribuir tanto para o planejamento territorial dos empreendimentos do Açu, quanto para a gestão pública na região. Com isso, o projeto, que faz parte da política da LLX e de todo o Grupo EBX de extrapolar obrigações legais associadas aos licenciamentos ambientais do Superporto, vai promover ações de preservação da biodiversidade da região e o desenvolvimento de pesquisas fundamentais aplicadas à utilização e à proteção da restinga. 96
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O evento contou com a participação do diretor de biodiversidade e áreas protegidas do Instituto Nacional do Ambiente (Inea), André Ilha, que afirma que a criação da maior RPPN de
restinga do Brasil em solo fluminense é motivo de orgulho para o estado. Ele também destacou a importância da iniciativa privada em programas de conservação ambiental e pesquisa científica. “A RPPN Caruara será um grande laboratório a céu aberto e proporcionará conhecimento científico para todo o país. Ao firmar parceria com centros de pesquisas criteriosos como Instituto Jardim Botânico e Uenf, o Grupo EBX mostra transparência e compromisso ambiental com a região”, elogiou. Após a assinatura do convênio com a LLX, Rogério Gribel, diretor do Instituto de Pesquisas do Jardim Botânico, explicou que a restinga é um bioma importante da Mata Atlântica, com peculiaridades interessantes do
Fotos: Divulgação LLX
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ponto de vista ecológico e evolutivo, mas relativamente pouco estudado em relação aos demais ecossistemas brasileiros. “O programa tem grandes perspectivas de sucesso. A parceria com a LLX está sendo muito significativa para nós, pois ainda não é comum no país o investimento privado em pesquisas científicas.”, declarou. O diretor de Sustentabilidade do Grupo EBX, Paulo Monteiro (foto), afirmou que o Programa de Conservação de Biodiversidade tem o mesmo objetivo de alcançar o estado da arte que move o grupo empresarial de Eike Batista. “Trabalhamos para ser referência em todos os nossos empreendimentos e fazemos o mesmo em relação aos nossos programas ambientais.”, afirmou Monteiro, acrescentando que a sustentabilidade é mais que uma meta, está no plano de negócios do Grupo EBX. “Trabalhamos com a Gestão Integrada do Território, que considera os pilares econômicos, ambientais e sociais, irradiados pelos aspectos culturais da localidade.” A prefeita de São João da Barra, Carla Machado, reafirmou a importância do investimento voluntário da LLX para a criação da RPPN Caruara: “Se a empresa não tivesse criado a reserva, certamente aquela área seria degradada, como já estava sendo, com a formação de pastos”, disse. Otávio Lazcano, presidente da LLX, completou: “O investimento na RPPN Caruara prova que os interesses econômicos podem estar 110% alinhados com as questões ambientais.”
Preservação da restinga A RPPN Caruara, a maior área de restinga em todo o país, tem perto de 4 mil hectares,
o que corresponde a cerca de quatro mil ‘maracanãs’. Este, no entanto, será o seu tamanho no papel, já que a sua área protegida ultrapassa 4 mil hectares, quando somada à faixa de praia. A extensão do terreno da Caruara é maior do que duas vezes a soma de todas as 47 RPPNs registradas pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea), e sua criação garante a proteção de todas as formações naturais da região, como lagoas, remanescentes de restinga em ótimo estado de conservação e o trecho mais preservado da praia. A área protegida engloba, portanto, um dos principais fragmentos de restinga preservados do norte do estado, além das Lagoas de Grussaí e Iquipari, esta última extremamente preservada, desde suas nascentes até sua foz, na Praia do Açu. Por lá, os trabalhos de recomposição vegetal e enriquecimento de espécies serão desenvolvidos dentro da RPPN, favorecendo, desta forma, a ligação da área reflorestada com a flora já existente. Até o momento, já foram plantadas cerca de 100 mil espécies. Após a assinatura da portaria do Inea que cria oficialmente a RPPN Caruara, a LLX se empenhará na elaboração do Plano de Manejo da unidade, fazendo com que se torne a maior referência para a conservação dos ambientes de restinga do país e um ambiente de uso sustentável para todos os trabalhadores e moradores da região.
Parceria com o Jardim Botânico Assim, as parcerias com universidades e instituições de pesquisa, como o Instituto Jardim Botânico e a Uenf (Universidade Estadual do Norte Fluminense) são uma grande oportunidade
para o estudo científico da restinga e para o desenvolvimento de pesquisas relacionadas aos ecossistemas costeiros. É por isso que, paralelamente à oficialização da reserva, a LLX lança o Programa de Manejo e Conservação da Biodiversidade Vegetal do Açu, dividido em duas frentes: o centro de estudos e pesquisas para a conservação da biodiversidade, em parceria com o Jardim Botânico do Rio de Janeiro e com a Uenf; e o núcleo de reprodução e manejo de 60 espécies em uma área de 2.000 m2, com capacidade de produção anual de meio milhão de mudas nativas para reflorestamento local. É por tudo isso que a unidade será um polo gerador de conhecimento e uma referência para produção científica sobre a restinga. A unidade vai proteger, em caráter perpétuo, esse ecossistema, o mais ameaçado do Brasil. Além da preservação, um viveiro instalado em São João da Barra produzirá 500 mil mudas por ano de espécies nativas para reflorestamento da restinga.
Viveiro Atualmente, o Grupo EBX está produzindo todas as mudas das espécies nativas que serão usadas para recompor as restingas da região que abrange o Complexo do Açu, no viveiro institucional. Hoje, o viveiro produz e maneja mais de 53 espécies de restingas. Entre elas estão quatro ameaçadas de extinção: a pimenta-da-praia (Jacquinia brasiliensis), almescla (Protium heptaphyllum), pau-ferro (Melanopsidium nigrum) e quixaba (Sideroxylon obtusifolium) – de acordo com lista oficial do Ibama, Instrução Normativa MMA n. 6, de 23 de setembro de 2008. TN Petróleo 84
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Outras importantes espécies também reproduzidas no viveiro são: a pitanga (Eugenia uniflora), aroeira (Schinus terebinthifolia), abaneiro (Clusia hilariana), bacupari (Garcinia brasiliensis), camboinha (Myrciaria tenella), calombo (Pera glabrata), fruto de guaxo (Cupania emarginata),
murici (Byrsonima sericea) e guanandi (Calophyllum brasiliensis), entre outras. O Viveiro Institucional, que ocupa uma área de 8.000 m2, é composto pela Casa de Germinação (onde as sementes coletadas são semeadas); a Casa de Sombra (onde as mudas recebem
um tratamento especial, com apenas 20% de luminosidade e fertirrigação para otimização do crescimento vegetal); a Casa de Crescimento (onde as mudas recebem 50% de luminosidade e são selecionadas as de melhor fitossanidade e mais desenvolvidas); e a Área de Pleno Sol (etapa final de produção das mudas, onde são expostas diretamente ao sol e ao vento, simulando o real cenário de campo). Outro importante produto que está sendo desenvolvido por lá é o Guia de Reprodução de Espécies de Restinga, que fornecerá os dados do manejo em viveiro das espécies produzidas, como época e modo de coleta dos frutos e sementes, beneficiamento, secagem, germinação, repicagem, características de crescimento, principais doenças e o modo de combate e rustificação da muda.
Com 209 do total de 554 no país, São Paulo lidera o ranking, seguido por Goiás e Minas Gerais, segundo e terceiro colocados, respectivamente. O Brasil ocupa um lugar privilegiado na busca por soluções para a crise ambiental do planeta. Pioneiro na substituição do combustível fóssil com a criação do Proálcool, na década de 1970, o país tem investido na instalação de novas usinas para atender a produção de etanol e açúcar dos mercados interno e externo. Apenas o estado de São Paulo concentra 209 das 554 usinas brasileiras, seguido por Goiás (73) e Minas Gerais (67). 98
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Fotos: Divulgação Unica
São Paulo é o estado brasileiro com o maior número de usinas
Para garantir a oferta de etanol até 2020, o Brasil precisa construir mais 120 usinas, com investimentos de R$ 156 bilhões, sendo R$ 110 bilhões de aportes na área industrial e R$ 46 bilhões na área agrícola. Com isso,
aumentaria a moagem de 555 milhões de toneladas de cana na safra atual (2011/12) para 1,2 bilhão de toneladas da matéria-prima em 2020. Os dados são da União da Indústria da Cana-de-açúcar (Unica).
O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) contará com o conhecimento e a experiência do Massachusetts Institute of Technology (MIT) na operação dos 23 Institutos de Inovação que instalará até 2014. A instituição norte-americana, considerada uma das melhores do mundo em tecnologia, dará apoio ao Senai com intercâmbio, seminários e pesquisas conjuntas na elaboração dos projetos de implantação das unidades. As duas entidades assinaram acordo de cooperação industrial no final de junho na Confederação Nacional da Indústria (CNI). Com este acordo, firmado pelo presidente da CNI, Robson Braga de Andrade (à direita), e pelo representante do MIT para o Brasil, Anthony Knopp. O Senai atuará como ponte na colaboração do MIT com a indústria brasileira. A instituição dos Estados Unidos dará suporte tanto na capacitação de professores e técnicos quanto no desenvolvimento de soluções para o setor produtivo nacional. “Esta é uma parceria muito importante, porque o MIT tem atuação muito forte no desenvolvimento de tecnologias para empresas. Contaremos com sua experiência para montar e qualificar os nossos projetos”, ressaltou o diretor de Tecnologia e Educação da CNI e diretor-geral do Senai, Rafael Lucchesi. O investimento na parceria será de US$ 180 mil anuais, recursos
Foto: Divulgação CNI
Inovação: MIT firma acordo com Senai
que serão utilizados, inclusive, no intercâmbio de profissionais. “Com essa aproximação, no futuro teremos um ambiente favorável para trabalhos conjuntos entre a nossa equipe e o MIT”, destacou Lucchesi. Pesquisa aplicada – Os 23 Institutos Senai de Inovação atuarão em pesquisas aplicadas com base nas necessidades da indústria em oito áreas estratégicas – produção, materiais e componentes, engenharia de superfícies, microeletrônica, tecnologia da comunicação e da informação, tecnologia da construção, energia e defesa. Com a criação dos institutos, o Senai atende à necessidade da indústria de ampliar a prática da inovação. A implantação dos Institutos de Inovação integra o Programa Senai de Apoio à Competitividade da Indústria Brasileira, que ampliará a Rede Senai. O objetivo é aumentar a oferta de formação profissional, de serviços técnicos e tecnológicos e
de pesquisas em inovação para a indústria. O programa tem financiamento de R$ 1,5 bilhão do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), ao qual se somarão R$ 400 milhões de recursos próprios na criação, também, de 38 Institutos Senai de Tecnologia, 53 Centros de Formação Profissional, e aquisição de 81 unidades móveis para atender à qualificação profissional nos locais em que ainda não há escolas do Senai. Além do apoio do MIT, o Senai fechou parceria, no dia 21 de junho passado, com objetivo semelhante, com a Sociedade Fraunhofer, da Alemanha. O Senai, maior rede privada de educação profissional e serviços tecnológicos da América Latina, opera 809 unidades em todo o país, tendo recebido, em 2011, 2,58 milhões de matrículas. Com a expansão da sua rede, pretende atingir 4 milhões de matrículas em 2014.
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A importância de se comprometer com a
Sustentabilidade
Em 1994, o fundador da Interface, Ray Anderson, definiu metas audaciosas para sua empresa, hoje uma das maiores fabricantes de carpetes modulares do mundo. O objetivo era, e continua sendo, não utilizar nenhum recurso natural que não possa ser reposto. Após 15 anos, a Interface diminuiu as emissões de gases em 82%, o consumo de combustível fóssil em 60%, o desperdício em 66%, o consumo de água em 90%, inventando e patenteando máquinas, materiais e processos de manufatura sustentáveis. Com isso, as vendas cresceram em 66%, dobrando os rendimentos e aumentando as margens de lucros.
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Claudia Martins é diretora da Interface, empresa líder no desenho, na produção e venda de carpetes modulares ambientalmente responsáveis, e uma das primeiras a se comprometer publicamente com a sustentabilidade, em 1990.
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a meta global continua ousada. Neste ano, por exemplo, a empresa pretende obter a certificação Declarações de Produtos Ambientais (EPD) para todos os seus produtos. A ideia é oferecer ao mercado somente produtos certificados com EPD, ou seja, que permitam uma avaliação real e transparente sobre sua composição, com base na análise feita por organismos independentes. E a nossa esperança é que estas informações comprovadas e garantidas pela certificação, sejam efetivamente utilizadas para auxiliar os consumidores a tomar decisões assertivas, comparando os produtos e escolhendo opções mais sustentáveis para os seus projetos. Com base em uma avaliação abrangente do ciclo de vida (LCA) do produto, apresentando sua composição e especificando a procedência de cada material, assim como seu impacto durante sua vida útil, será possível comparar seu impacto ambiental a partir da energia e da matéria-prima utilizadas. E mais: a geração de resíduos e emissões, entre outros pontos, que são mensurados durante toda a vida do produto. Ao adotar esta postura, nós da Interface estamos legitimando nosso compromisso com o mundo e criando novos padrões de responsabilidade. Ou seja, a escolha precisa refletir o modo como a empresa pensa e age. Mas não só isso, precisa ir além. É necessário conscientizar e engajar os funcionários a apoiarem projetos sustentáveis. O comprometimento verdadeiro entre a empresa e os seus colaboradores é fundamental para qualquer projeto dar certo. As pessoas precisam acreditar, entender e – de fato – apoiar as ações, levando a sustentabilidade para a sua vida, para o seu cotidiano. E como engajar também a equipe de vendas, o administrativo, a secretária do escritório? Sair da produção e se inserir no dia a
dia de todos os que vestem a camisa da companhia? Aqui no Brasil, não temos fábricas da Interface, mas usamos o nosso showroom como exemplo da importância do comprometimento equipe-empresa. É em nosso espaço de vendas que recebemos os clientes, para que possam conhecer e, claro, comprar nossos produtos. Como já disse, eles são sustentáveis, mas nosso espaço também precisava ser. E esse foi o nosso desafio aqui no Brasil: adequá-lo para que pudéssemos obter outra certificação, agora a Leed/Leadership in Energy and Environmental Design. Criado em 2000, pelo USGBC/Conselho de Construção Sustentável dos EUA, o Leed orienta e atesta o comprometimento de uma edificação com os princípios da sustentabilidade para a construção civil – antes, durante e depois das obras. Emitido em mais de 130 países de todo o mundo, o selo é considerado, hoje, a principal certificação de construção sustentável para os empreendimentos do Brasil. Sem dúvidas, conquistar a certificação Leed foi um grande reconhecimento do nosso esforço. As etapas do processo para a obtenção do selo são: planejamento, projeto, simulação, construção, comissionamento e documentação; e para que isso acontecesse, tínhamos dois grandes desafios: uma verba reduzida e a adequação das exigências aos produtos e processos disponíveis no mercado. Ou seja, sabíamos que não seria fácil. O prédio no qual temos o nosso showroom é novo, mas não possui a certificação. Algumas adequações em qualidade interna do ar, considerando o ar-condicionado existente, foram feitas com adaptações e contribuição de empresas parceiras. Outro grande desafio era a iluminação – afinal, tínhamos que atender ao consumo máximo no espaço de showroom, com lâmpadas de maior eficiência energética. Para isso, precisávamos de lâmpadas de LED com melhor resultado para nossa operação diária de apresentação de nossos carpetes, com cores e texturas, para uma boa avaliação e definição do cliente. E mais, o projeto precisava conciliar sustentabilidade com um local atrativo para as vendas, onde fosse possível destacar todas as características e qualidades dos nossos produtos. Buscamos as lâmpadas e luminárias que atendessem à nossa necessidade, mas precisamos gastar mais na implantação; no entanto, o consumo de energia é muito menor do que das lâmpadas normais.
Se utilizarmos materiais mais econômicos, sem a preocupação de durabilidade e eficiência, em pouco tempo gastaremos o dobro para substituir materiais que tenham sido comprados de forma equivocada com o foco em custo. Resumindo: a economia imediata não é garantia de bom negócio. A verdade é que o mercado ainda tem dificuldade de enxergar a sustentabilidade como um investimento que traz resultados no médio e longo prazo. Se a sua dúvida ainda está em o que muda para o negócio, digo que a consciência e a visão se transformam. Mesmo com uma imagem de comprometimento com a sustentabilidade, a visão da Interface e dos próprios associados e parceiros mudou, pois o comprometimento para que este espaço fosse feito de forma sustentável, fez com que todos andassem na mesma direção, aumentando a conscientização. Com a participação no processo, agora todos se sentem responsáveis pelas ações, compartilhando as práticas com clientes e também utilizando as mesmas práticas básicas em suas casas, como reciclagem, reduzir consumo de água e energia, etc. E a responsabilidade também se difundiu em outras empresas parceiras, como naquela que implementou o nosso projeto. Eles nunca haviam participado de um projeto Leed, e efetivamente foi interessante perceber a mudança cultural deles durante a obra. Segundo relato do engenheiro responsável, na obra seguinte, a primeira iniciativa do pessoal deles foi de organizar a separação do lixo, como haviam feito aqui com instrução de acordo com o Leed. Foi uma prática que, segundo eles, ajudou bastante na organização do espaço, descarte de material, e ter uma ‘obra limpa’, mesmo que o cliente não busque a certificação. Ou seja, bons exemplos são seguidos e difundidos. Por isso, nós da Interface acreditamos veementemente que a empresa como um todo precisa estar engajada e comprometida com a sustentabilidade, e que as empresas não devem buscar somente um selo para as suas fábricas, escritórios ou produtos, mas sim ter uma mudança de postura. Nestes anos todos, a Interface conseguiu provar e mostrar que sim, é possível obter lucro e ser sustentável. Ou seja, os negócios podem aplicar o Triple Bottom Line (a tríade: Social, Econômico e Ambiental) sem perder lucratividade. Por isso, invistam no agora olhando o futuro do nosso mundo: comprometam-se com a sustentabilidade e levem esta lição a parceiros, clientes e amigos. Vale a pena! TN Petróleo 84
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O “pacote ambiental”,
a Rio+20 e o desenvolvimento sustentável Em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente e objetivando ser indutora das ações da Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável – a Rio+20 –, a presidente Dilma Rousseff lançou, no início do mês de junho, um pacote de medidas de cunho ambiental.
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Renata Franco de Paula Gonçalves Moreno é sócia do escritório Emerenciano, Baggio e Associados. Graduada em Direito pela Universidade São Francisco, foi por dois anos consecutivos escolhida pelo Prêmio Análise Advocacia como uma das advogadas mais admiradas na área de meio ambiente no Brasil.
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entre as medidas anunciadas, foram indicadas a criação e ampliação de espaços territoriais protegidos, de acordo com o previsto na Política Nacional do Meio Ambiente (Lei n. 6.938/81) e no Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (Lei n. 9.985/2000). Na sequência, foi criada a Reserva Biológica Bom Jesus, no Paraná e o Parque Nacional Furna Feia, no Rio Grande do Norte. Outras três áreas protegidas foram ampliadas, dentre elas: o Parque Nacional Descobrimento, na Bahia; a Floresta Nacional Goytacazes, no Espírito Santo; e a Floresta Nacional de Araripe-Apodi, no Ceará. Além dessas áreas, também foi assinado o decreto de homologação de áreas indígenas, cinco delas situadas no estado do Amazonas, uma no Pará e uma no Acre, totalizando 948 mil hectares. Tal assinatura era bastante aguardada, tendo em vista tratar-se da primeira homologação realizada pela presidente Dilma desde que assumiu o governo, enquanto que os presidentes anteriores haviam tomado tal medida no primeiro ano de seus respectivos mandatos. E mais: foi instituída a Política Nacional de Gestão Ambiental em Terras Indígenas (PNGati), por meio do Decreto n. 7.747 de 05 de junho de 2012. A ideia é que a PNGati atue no fortalecimento das ações dos povos indígenas e na conservação da biodiversidade, por meio do manejo tradicional e comunitário dos recursos naturais, e que também promova o trabalho integrado das instituições governamentais e da sociedade civil na promoção da gestão ambiental e territorial nas terras indígenas. Neste mesmo diapasão, a presidente Dilma enviou mensagem ao Congresso para ratificação pelo Brasil do Protocolo de Nagoya, firmado na COP-10, em 2010 no Japão, que trata de acesso a recursos genéticos e repartição justa de benefícios derivados de sua utilização, estabelecendo o combate à biopirataria. Tais ações estavam sendo aguardadas desde o final de 2010, quando o acordo foi assinado durante a Conferência das Nações Unidas. Outra medida bastante aguardada eram ações para que o Brasil acabe com os lixões até 2014. Esta meta está prevista na Política Na-
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cional de Resíduos Sólidos (Lei n. 12.305) aprovada em 2010. No entanto, tivemos muito pouca ação objetivando o cumprimento desse prazo. Decerto, acabar com todos os lixões do país até 2014 é uma meta complexa, porém factível e urgente. Segundo dados do Ministério do Meio Ambiente (MMA), o Brasil gera 180 mil toneladas de resíduos sólidos por dia, provenientes de residências, indústrias, atividade agrícola, construção civil, dentre outros. Apenas 24% dos municípios brasileiros possuem aterro sanitário para disposição ambientalmente adequada destes resíduos. Na região Nordeste a situação é mais grave: 87% dos municípios não contam com aterros. Ou seja, o Brasil tem 2.906 lixões distribuídos por 2.810 municípios que precisam ser erradicados até 2014! Uma possibilidade seria criar consórcios intermunicipais para a instalação de aterros regionais visando atender um grupo de municípios, ao invés de se construir inúmeros aterros municipais. A criação desses consórcios favoreceria também o apoio do Governo para captação de recursos, mas seria necessário deixar as diferenças políticas de lado e trabalhar no objetivo maior que é a erradicação dos lixões. Mesmo tratando-se de um tema tão urgente
e importante – e que envolve não apenas o meio ambiente, como também saúde pública e qualidade de vida –, o governo optou por aguardar, ao invés de combater o problema. Na mesma direção, o anúncio da liberação de recursos para as obras do Anel Rodoviário de Belo Horizonte também foi adiado. De forma positiva, o governo assinou o Decreto n. 7.746 de 05 de junho de 2012, que modifica a Lei de Licitações para incluir critérios de sustentabilidade nas compras públicas. Desse modo, a administração pública federal direta, autárquica e fundacional, e as empresas estatais dependentes, poderão adquirir bens e contratar serviços e obras considerando critérios e práticas de sustentabilidade objetivamente definidos no instrumento convocatório. Para tanto, entende-se como diretrizes de sustentabilidade: 1) menor impacto sobre recursos naturais como flora, fauna, ar, solo e água; 2) preferência para materiais, tecnologias e matérias-primas de origem local; 3) maior eficiência na utilização de recursos naturais como água e energia; 4) maior geração de empregos, preferencialmente com mão de obra local; 5) maior vida útil e menor custo de manutenção do bem e da obra; 6) uso de TN Petróleo 84
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inovações que reduzam a pressão sobre recursos naturais; e 7) origem ambientalmente regular dos recursos naturais utilizados nos bens, serviços e obras, dentre outras práticas. O impacto das compras do Estado equivale a 16% do PIB, e com essas novas diretrizes espera-se que o Estado seja um indutor/fomentador de novas práticas em relação aos bens e serviços sustentáveis. Junto ao anúncio dessas medidas, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, também registrou que o Brasil alcançou uma redução de 8% em 2011, em relação ao período anterior, a menor taxa de desmatamento da Amazônia Legal desde 1988. Tais medidas tinham a intenção de ser um “pacote do bem”, antecipando o clima da Rio+20. Entretanto, foram entendidas por alguns como a junção de ações já existentes e esparsas, uma vez que nada foi de fato construído neste governo. Além disso, as ações protecionistas em relação aos povos indígenas objetivam, por um lado, sinalizar o compromisso prioritário do governo, que dá o tom da posição brasileira na Rio+20 de inclusão social e, por outro, suaviza a resistência dos índios ao PAC, que tem avançado e avançará cada vez mais sobre terras indígenas. No final de abril, algumas organizações ambientalistas brasileiras divulgaram um documento crítico sobre as políticas socioambientais do atual governo, apontando retrocessos e poucos avanços e realizações em comparação aos governos anteriores. Desse modo, as medidas anunciadas buscam responder de forma positiva às críticas. A questão central, no entanto, é a adoção de um modelo de desenvolvimento capaz de suprir as necessidades ambientais de forma economicamente sustentável. De fato, sempre houve uma contradição entre desenvolvimento e meio ambiente, pois como crescer economicamente sem afetar o estoque de riquezas naturais existentes no planeta e entendidos como mercadorias para os meios de produção? Como satisfazer as necessidades básicas dos homens nas sociedades contemporâneas? O que seriam essas necessidades básicas? Tais questões põem em xeque conceitos consolidados na sociedade capitalista. Desse modo, instaura-se a seguinte problemática: como impor restrições à utilização de recursos naturais sem colocar em risco o modelo econômico do capital? Sob essa perspectiva, a questão ambiental e sua preservação se colocam como insolúveis dentro 104
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do modo de produção capitalista, tanto que há um deslocamento do discurso para o consumo sustentável e para o consumidor responsável. No entanto, desde o surgimento do conceito de desenvolvimento sustentável, ficaram claras as cisões entre as abordagens “técnicas” e “normativas”, quando prevaleceram conceitos técnicos, enquanto que os pontos de vistas minoritários tiveram que avançar em uma mudança de consciência, de modo a modificar as regras do jogo já estabelecidas. O termo ‘sustentabilidade’ foi utilizado como mediador para se alcançar um equilíbrio entre desenvolvimentistas e ambientalistas. Isto porque se considera sua premissa extremamente vaga e inerentemente contraditória, no entanto, politicamente confortável a todas as correntes, sem que as causas reais sejam debatidas, permitindo que sobre este termo várias ações, propostas de leis sejam anunciadas, sem uma consciência mais aprofundada. Tanto que as ações para compatibilização da questão ambiental com o pensamento desenvolvimentista ocorreu no período de consolidação do pensamento neoliberal em escala global, propondo conciliar o crescimento econômico com a resolução dos problemas ambientais, dando ênfase na adaptação tecnológica e na confiança de uma economia de mercado. No entanto, para alguns autores, a modernização ecológica nada mais é do que estratégias neoliberais visando combater o “impasse” ecológico, sem, contudo, considerar sua articulação com as desigualdades sociais. Assim, a noção de justiça ambiental implica o direito a um meio ambiente seguro, sadio e produtivo para todos, incluindo nesta concepção suas dimensões ecológicas, físicas, sociais, políticas, estéticas e econômicas. Trata-se de pensar este direito como um direito coletivo, assim como o direito à cidade, à saúde, ao lazer e à comunicação. Decerto, uma das discussões recentes na área do Direito é exatamente esta: até onde vai o direito do indivíduo (ou da sociedade) em detrimento do interesse coletivo? Muito embora vários encontros e debates aconteçam na esfera mundial, com a propositura de agendas de discussões e originando tratados internacionais, como a Rio+20, como fazer para que essas orientações reflitam as necessidades humanas, bem como suas ações e aspirações? Mais que um desafio, é uma necessidade da sociedade complexa em que vivemos, pois o risco é a própria lógica deste modelo de sociedade, centrado no capitalismo pleno e no neoliberalismo.
Sustentabilidade sem fronteiras A reflexão sobre o impacto das corporações na sociedade não é um assunto novo e vem sendo conduzida há várias décadas por pesquisadores e lideranças sociais.
Suplemento especial • Ano 3 • nº 22 • julho de 2012 • www.tnsustentavel.com.br
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s discussões sobre o tema motivaram alguns líderes empresariais a buscarem abordagens mais sustentáveis para seus negócios nos diversos segmentos, como indústria, tecnologia e serviços. Hoje, podemos considerar que a relevância de uma empresa está cada vez mais representada pelo seu papel de agente de transformação social. Para isso, ela precisa oferecer o seu melhor, o conhecimento de sua força de trabalho que a cada dia é mais global e sem fronteiras. O maior avanço conquistado nas últimas décadas foi a inclusão da discussão sobre sustentabilidade em níveis estratégicos das empresas, garantindo a inserção do tema na cultura corporativa. Se o princípio do processo é a decisão estratégica, o impacto é proveniente de iniciativas que reúnem diferentes públicos, seja governo, sociedade civil organizada ou clientes. Quanto mais desafiadora é a demanda, mais necessária é a habilidade de atuar coletivamente e estabelecer diálogos. Um exemplo é a crise econômica vivida por vários países, a qual provoca uma constante pressão de governos e do mercado para gerar crescimento econômico. Assim, as empresas precisam tomar decisões com base em cenários globais, ser assertivas de modo a diminuir seus riscos e conquistar um impacto social positivo. Por isso, a sustentabilidade deixou de ser entendida apenas sob o ponto de vista da conservação ambiental, mas sim dentro de um contexto mais amplo. É preciso deixar de olhar a questão do meio ambiente como fator isolado, e sim enxergá-la como uma consequência do novo cenário mundial – um mundo menor, mais plano e mais instrumentado. Quando a empresa tem atuação global, esses desafios são ainda maiores. Sabendo que as lideranças empresariais têm papel fundamental nesse processo e que os jovens precisam estar preparados para novos desafios, a IBM criou programas de voluntariado internacional, como o Corporate Services Corps. O programa foi idealizado em 2007, como parte do projeto mundial chamado de IBM Global Citizen’s Portfolio, um conjunto de investimentos e programas desenvolvidos para aperfeiçoar conhecimentos e expertise dos funcionários da empresa para que se tornem líderes globais, cidadãos ativos e profissionais integrados em um mundo de economia global. No Corporate Services Corps, a empresa escolhe jovens talentos, entre os funcionários de alto desempenho, para atuarem durante quatro semanas como voluntários em diferentes partes do mundo, com equipes multiculturais, junto a organizações da sociedade civil em países em desenvolvimento. O objetivo é melhorar seus processos para que acelerem seu desenvolvimento em gestão. Os voluntários contribuem com suas competências e habilidades para fornecer serviços em áreas como marketing, finanças, TI, gerência de projetos e planejamento estratégico, entre outros. O CSC fortalece a formação de cidadãos globais capazes de entender as diferenças culturais, em novos contextos organizacionais e mercados, gerando valor para a empresa, para os participantes e para as comunidades. Os objetivos da IBM em contribuir, por meio da experiência de voluntariado, para a formação de líderes globais estão sendo alcançados. Só no Brasil, o projeto já contou com a participação de mais 160 funcionários estrangeiros, de 30 diferentes países. Em dois anos, mais de 50 Organizações Não Governamentais de diversas capitais foram beneficiadas. No mês de junho, foi concluída mais uma etapa em Recife, com a capacitação e implementação de melhorias para cinco instituições da região. A formação de líderes com visão global contribui para gestões mais eficientes e transparentes. Ao final do processo, a sustentabilidade das instituições, sejam elas privadas, públicas ou não governamentais, é fator determinante para a sustentabilidade do planeta.
Regina Pimentel é diretora executiva de cidadania da IBM Brasil, responsável pelo relacionamento com instituições do terceiro setor, com departamentos de sustentabilidade nos clientes da IBM e pela gerência dos programas sociais da empresa no Brasil. Tem MBA em Empreendedorismo Social pela FIA (Fundação Instituto de Administração). Alcely é PhD e é mestre em Ciências Bioquimicas pela Universidade de São Paulo (USP).
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OGX anuncia novo presidente Um dia após forte desvalorização das ações da OGX, a empresa anunciou em comunicado ao mercado que o executivo Paulo Manuel Mendes de Mendonça apresentou sua renúncia ao cargo de diretor presidente. A companhia de Eike Batista anunciou também que foi nomeado para o comando da OGX Luiz Eduardo Guimarães Carneiro, atual diretor presidente da OSX. O novo presidente da OGX tem experiência de mais de 30 anos na indústria de petróleo, tendo ocupado diversas posições na Petrobras. Carneiro estava no comando da OSX desde 2009. O executivo é formado em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal Fluminense e Engenharia de Petróleo pela Petrobras, e possui MBA pela Columbia University em Nova York. A OSX também anunciou seu novo presidente, Carlos Eduardo Sardenberg Bellot, atual diretor de Operações, Engenharia, Afretamento e Desenvolvimento. Segundo o comunicado, até posterior deliberação, ele acumulará os dois cargos na OSX. Bellot trabalhou por mais de 30 anos na Petrobras, onde ocupou diversas posições gerenciais, como a gerência geral da Unidade de Negócios da Bacia de Campos. Engenheiro químico, trabalhou também em subsidiárias internacionais da Petrobras e foi membro do Conselho de Administração de companhias do Sistema Petrobras e de companhias privadas.
Mudanças na Basf Marcos Allemann foi nomeado para a vice-presidência de Dispersões e Pigmentos para a América do Sul. Ele era o diretor de Químicos para Papel para a América do Sul. Formado em engenharia Agronômica pela Universidade de São Paulo (USP), e com especialização em Operações Industriais pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). 106
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No dia 27 de junho, os papéis da OGX caíram mais de 25%. A queda da petroleira foi de 25,33%, a R$ 6,25, movimentando R$ 1,16 bilhão, quase 20% de todo o giro financeiro do pregão na Bovespa, que foi de R$ 6,08 bilhões. Na noite da véspera, a OGX divulgou que a vazão de óleo nos primeiros poços perfurados pela empresa em um campo na Bacia de Campos é de 5 mil barris de óleo equivalente (boe) por dia, apenas um terço do que o mercado esperava. A notícia também arrastou outros papéis do grupo de Eike Batista: a OSX recuou 12,5%, a LLX caiu 7,47%, a MMX registrou queda de 6,94%, a MPX perdeu 7,69% e a PortX caiu 6,77%. O levantamento da consultoria Economatica mostra que a companhia perdeu R$ 10,74 bilhões em valor de mercado em dois dias! Já Fernando França Correia Barbosa, atual responsável pelo departamento de Marketing, Vendas e Desenvolvimento de Calçados, TPU e Cellasto, assumirá a partir de agosto o lugar de Marcos Allemann. Graduado em Engenharia Química pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) e pós-graduado em Gestão Empresarial com especialização em Finanças pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Brasil recebe visita do novo CEO da AkzoNobel Empossado no dia 23 de abril de 2012, o holandês Ton Büchner assumiu o comando da AkzoNobel, líder global no mercado de tintas e revestimentos e uma das principais fabricantes de especialidades químicas no mundo, e escolheu o Brasil para sua primeira visita oficial, de 1º a 4 de maio. O executivo visitou alguns dos endereços da companhia no Brasil, localizados em São Paulo, nas cidades de São Bernardo (repintura automotiva e revestimentos aeroespaciais), Jundiaí (papel e celulose), Mauá (tintas decorativas), Itupeva (especialidades químicas para indústrias de higiene, limpeza, cosméticos, agricultura, mineração e asfalto), e Rio de Janeiro, na cidade de São Gonçalo (revestimentos para os segmentos marítimo, de óleo & gás e de proteção industrial). O objetivo de sua viagem foi conhecer de perto como funcionam os negócios da subsidiária brasileira, quarto maior mercado para a multinacional. Ton Büchner assume o lugar de Hans Wijers, cuja aposentadoria foi anunciada ainda no ano passado. Ele é engenheiro de formação, com mestrado em Engenharia Civil na Universidade Tecnológica de Delft, na Holanda. Também possui mestrado em Administração de Empresas pela IMD de Lausanne e participou do Stanford Executive Program, em Palo Alto, Califórnia (EUA). Sua carreira começou em corporações do setor de petróleo e gás. O executivo viveu e trabalhou na Holanda, Cingapura, Malásia, China, Suíça e Estados Unidos.
Carlos Tadeu Fraga recebe prêmio pela Itron tem novo liderança na indústria de petróleo gerente geral O gerente executivo do pré-sal, Carlos Tadeu Fraga, recebeu o prêmio Omae Conference Industry Achievement Award pelo trabalho de liderança no período em que foi gerente executivo do Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes). A homenagem foi concedida durante a Conferência Internacional ‘Ocean, Offshore and Arctic Engeneering’, realizada no Rio de Janeiro, com presença de mais de 900 participantes de 41 países. “Esse prêmio é um reconhecimento à Petrobras, em especial ao Carlos Tadeu Fraga, pela articu-
lação fantástica entre a estatal e as universidades”, afirmou o diretor de tecnologia e inovação da Coppe-UFRJ, Segen Farid Estefen. O evento é organizado pela Coppe em parceria com a American Society of Mechanical Engeneers (Omae). A Conferência aconteceu de 1º a 6 de julho no Windsor Barra, na Barra da Tijuca.
para a América Latina
Jamil Abid assume diretoria de Operações da Bioenergy A Bioenergy, uma das empresas pioneiras em energia eólica no Brasil, anunciou em junho que Jamil Abid, ex-superintendente da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), é o novo diretor de Operações da companhia. O executivo chega com a responsabilidade de supervisionar os parques em funcionamento da empresa no Rio Grande do Norte – Miassaba 2 e Aratuá 1 –, bem como os projetos a serem desenvolvidos no Maranhão. Embora a denominação do cargo possa sinalizar uma atribuição restrita à operação dos dois parques eólicos já implantados, o grande desafio a ser enfrentado será bem mais abrangente. “Vou atuar em diversos outros processos que foram mapeados e que compõem a cadeia de viabilização de um projeto”, explica Abid. “São atividades fundamentais para possibilitar a maturação de projetos que hoje já representam um portfólio de mais de mil megawatts a serem implantados em um curto espaço de tempo”, completa.
Abid é engenheiro eletricista formado pela Universidade de Brasília, com pós-graduação em Sistemas Elétricos de Potência, pela Universidade Federal de Itajubá. Possui MBA em Avaliação das Oportunidades de Negócios de Geração Hidrelétrica: Desafios para Otimização dos Potenciais Hídricos, ministrado pela Fipe e mestrado em Direito Regulatório em Energia Elétrica pela Universidade de Brasília. Trabalhou nas Centrais Elétricas do Norte do Brasil (Eletronorte) na área de Planejamento da Expansão de Sistemas Elétricos e na diretoria de Suprimentos, de 1977 a 1983. Posteriormente, trabalhou na Aneel, de 1998 a 2010 – começou como técnico na superintendência de Potenciais Hidrelétricos e depois como responsável pela superintendência de Fiscalização dos Serviços de Geração e, também, na superintendência de Gestão e Estudos Hidroenergéticos.
A Itron, fornecedora de soluções para energia e água, anunciou que Gadner Vieira ingressou na empresa como gerente geral para a América Latina/Energia. Com sede no município de Sumaré (SP), Vieira assumirá a responsabilidade de todos os aspetos de vendas, marketing e soluções da Itron, com um forte foco em smart grid. O executivo possui mais de 20 anos de experiência em indústrias de TI, Telecomunicações e Serviços Públicos. Antes de ingressar na Itron, ocupou posições executivas em empresas, como IBM, Embratel (Grupo Telmex) e Oi; em fornecedores de tecnologia de redes como a SR Telecom e Silver Spring Networks. Recentemente, foi o gerente geral e vice-presidente de vendas para a Silver Spring Networks no Brasil. Gadner Vieira é graduado em Ciência da Computação pela PUC-PR, possui MBA Executivo Internacional pela USP e é mestre em Administração de Empresas pela FGV-SP. TN Petróleo 84
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KSB Válvulas tem novo diretor executivo Com a missão de diversificar as áreas de atuação e de gerenciar a fase de transição da unidade fabril de Barueri para a nova planta em Jundiaí, o engenheiro metalurgista Igor Norris Nelsen assume a diretoria executiva da KSB Válvulas, empresa coligada, no Brasil, à KSB Bombas Hidráulicas. Nelsen, 49 anos, já trabalhou na área comercial da KSB Bombas Hidráulicas, em Várzea Paulista, entre 2004 e 2009, atendendo ao setor de óleo e gás. Depois assumiu a gerência geral da Tigre-ADS Brasil, onde ficou por três anos. “Hoje, 80% de nossas vendas são representadas por válvulas engenheiradas, para o setor de óleo e gás. Outros 20% são válvulas industriais, standard e ser-
viços. Pretendemos estabelecer maior equilíbrio de fornecimento. Vamos diversificar e revigorar nosso atendimentos aos setores de açúcar e álcool, papel e celulose, mineração e indústria em geral”, afirma Nelsen. “A partir de setembro, quando já estare-
mos na nova fábrica de Jundiaí, com processos produtivos mais automatizados e conceitos mais modernos de produção, certamente conseguiremos ampliar nossas áreas de atuação”, avalia o novo diretor executivo. A nova fábrica da KSB Válvulas terá 11.250 m2 de área construída, em um terreno de 103 mil m2, que, futuramente, poderá abrigar outra unidade de negócio da KSB Bombas Hidráulicas. A KSB Válvulas faturou no ano passado cerca de R$ 40 milhões. A previsão para este ano é superar os R$ 50 milhões. De acordo com o planejamento estratégico do Grupo KSB, o negócio de válvulas terá um crescimento significativo nos próximos cinco anos.
Executivo da Chemtech no Conselho Diretor do Parque Tecnológico do Fundão O diretor de P&D da Chemtech, Roberto Leite, foi eleito o novo representante das empresas que compõem o Conselho Diretor do Parque Tecnológico, na Ilha do Fundão, na Cidade Universitária, no Rio de Janeiro. O conselho foi criado para ser o porta-voz das empresas instaladas no Parque Tecnológico junto à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Segundo Roberto Leite, os representantes de cada companhia ou entidades instaladas no local se reunirão periodicamente
para tratar de temas relativos à governança das relações com a universidade. Na pauta estão assuntos como segurança, incentivos fiscais e infraestrutura. Para fortalecer a capacidade de inovação, criação de riqueza e bem-estar da sociedade a partir de uma cooperação mais estreita com a comunidade acadêmica, o grupo pretende incentivar a criação de novas empresas de base tecnológica, pedir a instalação de laboratórios especiais da UFRJ e fomentar oportunidades para projetos de pesquisa.
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perfil empresa – victoria
Confiança se conquista com o tempo A experiência de 15 anos de mercado aliada a constantes investimentos destacaram a Victoria Qualidade como um parceiro de altíssima confiabilidade para as grandes empresas do setor industrial e petrolífero brasileiro.
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Rua Carlos Alberto Santos 227, Portão CEP 42700-000 Lauro de Freitas-BA +55 (71) 3287.0024
www.victoriaqualidade.com.br 110
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m uma trajetória que começou em 1995, quando ainda se chamava Tecem, a Victoria Qualidade, rebatizada assim em 1997, vem atuando no setor de engenharia, inspeção e manutenção industrial, prestando suporte a grandes obras e paradas de manutenção junto a empresas como a Petrobras, Transpetro, Samarco Mineração, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão, GDK e Techint Engenharia. Presente nos principais empreendimentos do setor petrolífero nacional, a Victoria, ano a ano, obra a obra, conseguiu a confiança e o reconhecimento de um mercado exigente por natureza, que não admite erros pelos altos valores demandados. Segundo José Alves Ribeiro Neto (à esquerda na foto), Diretor Administrativo Financeiro da Victoria Qualidade, a empresa ganha competitividade através de investimentos em tecnologia, capacitação de recursos humanos e desenvolvimento de técnicas e formas de trabalho que geram economia e agilidade para seus clientes. “O negócio exige uma constante busca pela qualidade, e o dinamismo com que as tecnologias são aprimoradas requer investimentos frequentes”, ressalta Ribeiro. Ele ainda destaca o sólido aporte financeiro como mais um diferencial a favor da Victoria na participação em obras de grande porte e complexidade. Nas palavras do Diretor Executivo Alberto Souza Castro (à direita na foto), “o alto nível de confiabilidade atribuído ao nosso trabalho deve-se muito à larga experiência do corpo operacional, que sabe o que faz e faz bem feito”. Outro fator que o diretor reconhece como preponderante para a boa imagem aos olhos do mercado é a presença em empreendimentos de ampla relevância comercial e até histórica para a economia brasileira, como foi a obra do Gasoduto Bolívia/Brasil, na qual a Victoria garantiu a integridade estrutural e de procedimentos através de técnicas de ensaios não destrutivos (ENDs), como ultrassons em soldas e testes hidrostáticos. Confirmando uma gestão da qualidade eficiente, a Victoria conquistou a certificação NBR ISO 9001:2008, como frisou Alberto Castro. “A empresa tem uma variada cartela de serviços, o que facilita o atendimento das diferentes necessidades de seus clientes, seja ele uma refinaria, uma construtora ou um edifício residencial”, observou Leonardo Ribeiro Castro, Engenheiro de Operações da Victoria. Um dos serviços que Leonardo cita é o alpinismo industrial e predial. A técnica dispensa o uso de andaimes e grandes estruturas, simplificando o acesso a localidades de
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Refinaria RPBC
Alpinismo industrial
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difícil alcance. “Nossos profissionais de alpinismo são qualificados pelo Irata e Abendi, especializando-se em grandes alturas e espaços confinados”, lembrou Leonardo. Outro serviço é a identificação positiva de materiais (PMI), usada para confirmar a composição química de elementos utilizados em obras, maquinário industrial, tubulações e estruturas diversas. Os equipamentos usados aliam portabilidade e precisão laboratorial, o que rende alta produtividade e resultados extremamente confiáveis, segundo Leonardo Castro. As atividades em PMI são autorizadas pela CNEN. Sobre a atuação da Victoria em grandes empreendimentos, esta iniciou-se já em 1997, quando foi contratada pela Techint como fornecedora dos serviços de US das soldas e ENDs para o Gasoduto Bolívia/ Brasil, quando também foi a responsável pelos testes hidrostáticos. Ainda em 1998, ampliou suas atividades, realizando as inspeções de ENDs nas unidades 32 e 9 da Petrobras, na RLAM, Bahia. Iniciava-se aí uma parceria que se estende até hoje. Ainda nos anos 1990, operou com o Consórcio ICA-CPC-ETESCO no Gasbol, agora no trecho X. Com pouco mais de três anos de mercado, a Victoria ganhava destaque trabalhando para a Conduto Bolívia SRL e atuando para a Petrobras, em adequações à NR-13 e na garantia à integridade de tubovias, linhas e dutos da estatal. Em 2001, na Base de Urucu/AM, a empresa executou US para monitoramento de erosão nas válvulas Choke e realizou importantes trabalhos de inspeção e controle da qualidade. Na última década, a Victoria Qualidade tem sido uma constante colaboradora nas principais obras de infraestrutura do país. Há pouco finalizou, com a Techint, o grande projeto que envolveu a PRA-1. Na RPBC, em Cubatão, realizou os ENDs na ampliação da planta de gasolina, concluindo também o Mineroduto II para a Samarco. Participou ainda da grande obra do Gasoduto Urucu/Manaus com o CONSAG, formado pelas Construtoras Andrade Gutierrez S/A e Carioca Engenharia, vencendo enormes desafios construtivos pela complexidade ambiental e logística. Em 2012, a empresa iniciou um projeto que engloba três refinarias – a RPBC, a Recap e a Reman. Também estão em andamento os trabalhos no Mineroduto III, em parceria com o consórcio GDK-Sinopec. Em julho deste ano, a construção de duas plataformas fixas (WHPs) pela Techint para a OSX também terão suporte da Victoria, atuando como fornecedora de mão de obra especializada para o controle de qualidade de materiais. Valendo-se de uma gestão diretiva que pensa à frente, de um respeitável portfólio de trabalhos, e sem economizar em investimentos, a Victoria Qualidade vem ganhando força no mercado e hoje é vista como referência nacional no nicho em que atua; uma confiança que, além de muito esforço e seriedade, exigiu 15 anos de bons serviços prestados.
Jaqueta para a PRA-1 - Petrobras
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produtos e serviços
Combustol
O Grupo Combustol & Metalpó, um dos principais grupos industriais do país nos segmentos de fornos industriais, refratários, tratamento térmico e metalurgia do pó, concluiu projeto de migração de matriz energética de fornos da Aperam South America. Além do projeto de migração, o Grupo implantou uma linha piloto de fornos de recozimento, descarbonetação e nitretação no Centro de Pesquisas da empresa para o desenvolvimento de novos processos de produção de aço elétrico de grão orientado – material que possui excelentes propriedades magnéticas, capazes de garantir maior eficiência dos equipamentos elétricos e economia de energia. A linha piloto, que já está em funcionamento, tem como principal objetivo eliminar algumas etapas existentes no modelo atual de produção, tornando o processo mais simples e competitivo e gerar uma grande economia nos custos da em-
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Combustol e Aperam realizam conversão de fornos para gás natural
presa. Além disso, o equipamento deve impulsionar a pesquisa e os testes com aço elétrico. No projeto de migração energética, a empresa readequou 12 fornos para operar com gás natural (GN) como combustível, mas sem deixar de lado a capacidade de operar, também, com gás liquefeito de petróleo (GLP). O processo de produção das peças e readaptação destes equipamentos durou mais de 11 meses. Dentre os equipamentos estão os fornos Walking Beam, Steckel, Pusher, Werner, RB2, RB1, RC3, RB3, RB4, Aciaria, FTT e Cowper.
Com capacidade para operar com temperaturas de 1.000ºC-75kW, os fornos são utilizados para tratamento térmico de tiras de aço silício. Com a conversão da matriz energética, a produção torna-se mais simples e mais competitiva. “O gás natural é 34% mais barato que o GLP, o que proporciona uma economia anual de cerca de US$ 20 milhões. Os ganhos ambientais também são grandes, pois há uma diminuição da emissão de CO2 em 37 mil toneladas por ano”, comenta o diretor da Aperam, Marcos Antonio Araújo. Outro ponto positivo é a maior segurança dos funcionários que operam os equipamentos, segundo o gestor. “Em caso de vazamentos, como o gás natural é menos denso que o ar, sua tendência é subir e se dispersar rapidamente, enquanto o GLP se mantém próximo ao chão, aumentando as chances de incêndio”, conclui.
KTY
KTY Engenharia inaugura escritório no Rio A KTY Engenharia, especializada no gerenciamento de projetos e engenharia multidisciplinares, inaugurou em maio um escritório no Rio de Janeiro. Com 26 anos no mercado, a empresa que atua na área de petróleo e gás, petroquímica, química, siderurgia, termelétrica, papel e celulose, meio ambiente, agroindústria, mineração e fertilizantes só tinha escritório em São Paulo. O principal objetivo da filial é atender as demandas da área de óleo e gás, bem como concentrar os projetos offshore da companhia. “O Rio de Janeiro é um polo importante na área de óleo e gás e existem certos projetos em que estar junto ao cliente torna as co112
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municações mais ágeis. O escritório foi inaugurado, mas já estávamos trabalhando em um escritório do cliente executando o projeto da unidade de hidrocraqueamento (HCC) do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) para a Alusa”, comentou Antonio Carlos Viotti, diretor comercial da KTY Engenharia. De acordo com Viotti, o escritório da empresa no Rio possui dois andares, cerca de 200 funcionários e no momento está executando o projeto das interligações do Comperj com o
cliente Jaraguá. Segundo ele, a empresa estuda ainda a possibilidade de instalar um escritório em Macaé, mas a médio prazo. O mercado de óleo e gás é importantíssimo para a KTY Engenharia. O setor é o atual foco do negócio da companhia, ele corresponde a cerca de 90% do faturamento da empresa, que hoje se concentra em química e petroquímica. Atualmente, a empresa tem em carteira o projeto da unidade de recuperação de enxofre (URE) e off-site da Refinaria de Paulínia (Replan), a carteira de enxofre da Refinaria Abreu e Lima (RNEST), que estão em fase de término, e a Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III (UFN-3) e interligação do Comperj, da Petrobras.
CTDUT
O Centro de Tecnologia em Dutos (CTDUT) inaugurou, no fim de maio, sua Unidade Piloto de Proteção Catódica e Revestimentos, que vai se juntar aos seus demais laboratórios em escala real. O novo laboratório foi concebido pela Petrobras, dentro do Programa Tecnológico de Transporte (Protran) e da porcentagem obrigatória de investimento em pesquisa e desenvolvimento (P&D) das empresas exploradoras de petróleo no Brasil. Com o objetivo de atender às necessidades de testes e pesquisas da Transpetro e do Centro de Pesquisas da estatal (Cenpes), o local poderá realizar simulações de situações de campo, permitindo o desenvolvimento de novas práticas e tecnologias para o setor. “O principal objetivo do laboratório é apoiar os projetos de P&D de empresas, universidades e centros de tecnologia de todo o país”, afirmou Raimar van der Bylaardt, presidente do Conselho Executivo do CTDUT. Ele afirmou que o centro de tecnologia firmou parceria com a Associação Brasileira de Corrosão (Abraco) na parte de treinamento e certificação de profissionais. O laboratório de proteção catódica do CTDUT estará disponível não apenas para a Petrobras, mas
Ilustração: Divulgação
CTDUT inaugura laboratório de proteção catódica
também para todas as empresas transportadoras, distribuidoras, fornecedoras de serviços e equipamentos na área de proteção catódica, além de companhias que possuam dutos enterrados e no mar, e também universidades. “A integridade dos dutos é nossa prioridade, e a proteção catódica é o que nos faz operar com a máxima segurança”, afirmou Marcelo Rennó, diretor de Gás Natural da Transpetro. Construído e instalado em uma área de cerca de 1.400 m2, a unidade conta com um tanque de testes com 2 m de diâmetro, dois conjuntos de isolamento elétrico de tubulações dos tipos convencional e monobloco, 24 caixas para avaliação do efeito de proteção catódica
sobre revestimentos anticorrosivos, um trilho de trem para simular interferência de ferrovias, entre outros equipamentos. “A inauguração desse laboratório é muito importante para o setor de engenharia da Petrobras, pois vai permitir uma qualificação e aprimoramento cada vez melhor na construção e montagem de equipamentos”, afirmou Paulo Montes, da Petrobras. De acordo com Raimar, o Centro de Tecnologia em Dutos tem projetos de construção de um laboratório de metrologia de líquidos e um laboratório de testes de válvulas. Há também a intenção de instalar um parque de testes para dutos offshore, com foco em pigs multisize. Atualmente está em construção no CTDUT, o oleoduto de testes de 12 polegadas, que deve entrar em operação no início de 2013.
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produtos e serviços
Siemens
A Siemens anunciou a alteração do seu plano de investimentos para o Brasil até 2017 de US$ 600 milhões para US$ 1 bilhão. O objetivo é fortalecer e expandir seus negócios no país nos próximos cinco anos, com foco no fornecimento local de produtos e serviços, e também em pesquisa e desenvolvimento. Segundo o CEO e presidente da Siemens no Brasil, Paulo Stark, a mudança na política de juros no país foi o que possibilitou que a empresa ampliasse o valor de seus investimentos, que irão abranger os setores de energia, indústria, infraestrutura e saúde. De acordo com Peter Solmssen, membro do Conselho Administrativo da Siemens AG, a empresa está confiante com os rumos da economia brasileira e o futuro do país, por isso o alto volume de investimento. Grande parte desse investimento está voltado para o mercado de
Ilustraçã0o: Divulgação
Siemens amplia investimentos para US$1 bilhão no Brasil
energia e petróleo e gás. No final deste ano, a empresa vai inaugurar o seu centro de pesquisa e desenvolvimento, localizado na Ilha do Fundão, dentro do campus da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Para esta nova planta, a Siemens pretende contratar pelo menos 200 pesquisadores e engenheiros para trabalhar em soluções que aumentem a eficiência e a confiabilidade da cadeia de óleo e gás no Brasil. Dentro do plano de US$ 1 bilhão, a companhia vai investir US$ 60 milhões na construção de uma nova fábrica, sem local definido,
para a produção de motores e geradores de alta e baixa tensão para o mercado interno e também para exportação. E mais: a empresa anunciou que está negociando a compra de uma empresa brasileira de redes elétricas inteligentes (smart grid), e tem como objetivo melhorar a oferta no país de softwares e serviços destinados a evitar perdas não técnicas de energia na distribuição. Nos últimos dez anos, a Siemens investiu cerca de US$ 700 milhões no Brasil, em despesas de capital, P&D, e com a abertura de oito novas fábricas.
Abinee
Primeiro Laboratório de Segurança Funcional Foi inaugurado no dia 4 de julho o primeiro laboratório de Ensaios e Segurança Funcional do Brasil, localizado na Unisinos, em São Leopoldo, RS. O ITT Fuse/Instituto Tecnológico em Ensaios e Segurança Funcional é uma iniciativa da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), e foi constituído com investimento de mais de R$ 4 milhões do Fundo CT-Petro, via edital da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). De acordo com o diretor regional da Abinee no Rio Grande do Sul, Luiz Francisco Gerbase, a necessi114
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dade desse instituto surgiu a partir da demanda da Petrobras para aumentar a competitividade e adensar a cadeia de fornecedores do segmento de P&G, e outros, através da qualificação dessas empresas para obtenção de certificação SIS-SIL. O laboratório irá atender às demandas de ensaios, análises e suporte técnico das empresas que necessitam obter classificação de segurança SIL para seus produtos. Seu objetivo é compor o Sibratec (Sistema Brasileiro de Tecnologia) nos componentes de Rede de Serviços Tecnológicos e Ex-
tensão Tecnológica. O projeto conta com assessoria da certificadora TUV, que estará treinando profissionais para a certificação tanto de produtos quanto de sistemas. Segundo Paulo Sérgio Galvão, gerente regional da Abinee no RJ/ ES, coordenador das indústrias de P&G e Naval na entidade e seu representante no Conselho Executivo do Prominp, com o apoio deste, participou diretamente das negociações com a Finep que permitiram a extensão da Rede Temática de Automação a todos o país.
Techint
No dia 22 de junho, a Techint Engenharia e Construção inaugura unidade offshore em Pontal do Paraná (PR), em área que recebeu R$ 300 milhões de investimentos na adequação para projetos de grande porte. Na ocasião, realizou-se a primeira solda, para simbolizar o início da construção de duas plataformas do tipo Wellhead Plataform – a WHP1 e a WHP-2 –, para a empresa OSX, pertencente ao grupo EBX. O evento contou a presença do governador do Paraná, Beto Richa, do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, de vários prefeitos da região e representantes de empresas e órgãos públicos. O presidente da Techint no Brasil, Roberto Caiuby Vidigal, ressaltou o potencial de crescimento da região. “O litoral paranaense é muito promissor, pois está crescendo e gerando muitas oportunidades para a população. Em nosso projeto, teremos um número estimado de 2.500 empregos diretos e 7.500 indiretos, provendo assim o crescimento sustentável da população local”, ressaltou. Já o ministro Paulo Bernardo parabenizou o incentivo à região e lembrou o investimento gerado pela construção das plataformas. “Esses empreendimentos vão
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Techint inicia construção de plataformas da OSX
Da esquerda para a direita: o governador do Estado do Paraná, Beto Richa; o diretor-geral da Techint Engenharia e Construção no Brasil, Ricardo Ourique; o secretário de Estado de Indústria Comércio e Assuntos do Mercosul, Ricardo Barros; e o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo.
levantar centenas de bilhões de dólares. A descoberta do pré-sal traz um potencial imenso de desenvolvimento.” Beto Richa parabenizou a Techint e ressaltou a satisfação com o momento vivido pelo estado. “O Grupo Techint é tradicional e conceituado e tem participado de milhares de projetos em todo o mundo. Parabenizo a empresa por mais este empreendimento e agradeço a confiança depositada no estado do Paraná e no Brasil.” Projetos – As plataformas WHP-1 e WHP-2, que entrarão em operação na Bacia de Campos (RJ), pesam quase 23 mil toneladas cada e têm capacidade para 30 poços. A
WHP-1 será acoplada a um FPSO (floating production, storage and offloading) no campo de Waimea, em lâmina d’água de 130 m, e a WHP-2 será acoplada a um FPSO no campo de Waikiki, em lâmina d’água de 105 m. O trabalho da Techint Engenharia e Construção consiste na elaboração da engenharia básica e de detalhamento; suprimentos de materiais e equipamentos; fabricação, construção e montagem; embarques das jaquetas; estacas e topsides; “seafastening” (amarração das estruturas às balsas); assistência à instalação das jaquetas e topsides; comissionamento e operação assistida.
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produtos e serviços
Renner Protective Coatings
A Renner Protective Coatings, uma as principais indústrias de tintas da América Latina e líder em diversos segmentos, ampliou sua área de atuação com a divisão Performance Coatings. A partir de uma linha de produtos desenvolvidos com tecnologias inovadoras, tem como preceitos a busca por agilidade e antecipação de soluções. Alta retenção de cor e brilho, proteção anticorrosiva e cores feitas sob medida são algumas características de suas linhas de produtos, destinadas aos mais variados segmentos, como aviação, motos, frotas de ônibus e carrocerias, máquinas de construção, máquinas agrícolas, caminhões, implementos rodoviários e indústria em geral. A divisão Protective Coatings mantém sua atuação pioneira, com seu vasto portfólio de produtos acrílicos, alquídicos, epoxídicos, vinílicos, poliuretanos alilfáticos, para demarcações viárias, anti-incrustantes, tintas para pisos, ricos em zinco, silicone e ecologicamente corretos. Desenvolve e produz revestimentos anticorrosivos de alto desempe-
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Alta tecnologia em tintas industriais
nho, adequados às necessidades de seus clientes. Atua em conformidade com os mais respeitados órgãos certificados de qualidade. A unidade possui certificações ISO 9001 e ISO 14.001, assim como está de acordo com a legislação ambiental mundial, possuindo a homologação IMO/ PSPC (International Maritime Organization/ Performance Standard for Protective Coatings), norma exigida
para o fornecimento de tintas para construção de navios com peso bruto acima de 500 toneladas e regulamentadora da proteção anticorrosiva de tanques de lastro. “Consolidada há mais de 85 anos no mercado, o objetivo da Renner é oferecer as melhores soluções em proteção anticorrosiva. A nova divisão pretende tornar mais abrangente esta atuação, mantendo o comprometimento com a qualidade e compromisso com seus clientes”, afirma Luiz André Ortiz, diretor-geral da Renner Protective Coatings & Renner Perfomance Coatings.
Carboflex
Carboflex inaugura CPA em Macaé O novo Centro de Pesquisa e Aplicação para óleo e gás é dedicado a fluidos de perfuração. A Carboflex começou a operar em junho seu novo Centro de Pesquisa e Aplicação (CPA) que vai funcionar em Macaé (RJ). No empreendimento serão desenvolvidos sistemas de fluidos de perfuração de alta performance, fluidos de completação e aditivos para produção. O centro de pesquisa reunirá mão de obra altamente especializada, formada por doutores, mestres, engenheiros, químicos e técnicos, que terão como principal objetivo desenvolver produtos e soluções inte116
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ligentes para o competitivo mercado de petróleo e gás. “O mundo inteiro está pensando e desenvolvendo novas tecnologias para o segmento de petróleo e gás. Com a inauguração do CPA, estamos dando a nossa contribuição para fortalecer a presença brasileira nesse movimento, já que somos uma empresa com capital 100% nacional”, afirma Sérgio Moreira, diretor da Carboflex. Destacam-se entre as pesquisas realizadas aquelas voltadas para fluidos HPHT (alta pressão e alta temperatura) e produtos multifuncionais focados no pré-sal. O CPA
vai desenvolver soluções para todas as unidades industriais da Carboflex no país, localizadas nos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Sergipe e Rio Grande do Norte, além da unidade operacional em atividade no Amazonas, possibilitando a logística eficiente. “Este CPA representa um grande passo para a empresa, pois é o único de uma companhia brasileira destinado à pesquisa e aplicação na área de fluido de perfuração e produção, sendo dotado de equipamentos que somente a Carboflex possui no Brasil”, finaliza Moreira.
Clariant
A suíça Clariant Oil Services, multinacional de especialidades químicas e serviços customizados para a indústria mundial de petróleo e gás, anunciou no final de maio que vai inaugurar o primeiro centro tecnológico da empresa na América Latina para atender o setor. O centro será instalado na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, nas próximas semanas. “ To d o s o s equipamentos já estão lá, estamos nos ajustes finais, na fase de testes – principalmente no que se refere à sustentabilidade e segurança, mas em algumas semanas, no máximo daqui a um mês, estará operando”, afirma Carlos Tooge, vice-presidente da Clariant Oil & Mining Services para a América Latina. A unidade brasileira, que terá cerca de 600 m², estará interligada aos quatro Centros Globais de Tecnologia da Clariant Oil Services, instalados nos Estados Unidos (Houston, Texas), Reino Unido (Aberdeen, Escócia), Alemanha (Frankfurt) e Malásia, além do laboratório de testes da empresa na Noruega. Também dará suporte aos TECs (Technical Excellence Centers) da Clariant Oil Services
Fotos: Divulgação Clariant
Brasil recebe primeiro centro tecnológico de óleo e gás da Clariant na América Latina
na Argentina, Colômbia e Venezuela, assim como aos laboratórios de aplicação instalados em vários países da América Latina. Segundo o executivo, o centro tecnológico da Clariant servirá a todas as atividades do setor de óleo e gás, principalmente nas operações em águas profundas e no pré-sal, desde a etapa exploratória (perfuração e completação de poços) até a produção, inclusive na recuperação avançada de óleo (enhanced/ improved oil recovery). O centro terá como foco principal o desenvolvimento de produtos multifuncionais, de forma a otimizar a logística de suprimento às áreas mais distantes de exploração e produção. Além de abrigar
laboratórios de P&D, o empreendimento contará com um centro de treinamento para todos os colaboradores latino-americanos, incrementando e fomentando o crescimento sustentável através do desenvolvimento humano e tecnológico. “Os dois grandes desafios deste centro são o pré-sal e a recuperação de campos maduros”, indica Tooge. De acordo com ele, as obras foram iniciadas em julho do ano passado.
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produtos e serviços
GE
A General Eletric (GE) anunciou no final de maio investimento de R$ 500 milhões em um centro de pesquisa global que será construído na Ilha do Fundão, Zona Norte do Rio de Janeiro. O empreendimento, que terá 24.000 m² de área, é o quinto centro global da GE e o primeiro da empresa na América Latina, e terá foco em biocombustíveis, sistemas inteligentes e integração de sistemas. O investimento em pesquisa e desenvolvimento inclui os US$ 100 milhões para a construção do empreendimento, anunciado em 2010 e previsto para ficar pronto no segundo semestre de 2013. “O centro de pesquisa irá gerar 200 empregos iniciais e terá capacidade total para 400 pesquisadores. Até o espaço ficar pronto, a GE continuará atuando no Parque Tecnológico da UFRJ, onde está desde o primeiro semestre de 2011 e já conta com mais de 50 profissionais”, afirma Ken Herd, líder global de centros de pesquisas da GE. Segundo o executivo, o centro terá clientes como Petrobras, Vale, Embraer e o grupo EBX, a partir do ano que vem. De acordo com ele, o modelo de funcionamento do Centro de Pesquisas Global da GE no Brasil diferencia-se de todos os outros por contar com uma particularidade. No país, a equipe possui profissionais dedicados a atuar próximo dos clientes para descobrir quais são as necessidades locais, transformando as demandas em pesquisas e, futuramente, em soluções. 118
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Investimento de R$ 500 milhões em centro de pesquisa global em Macaé, no Rio
“Graças a este modelo pioneiro para o Brasil, nosso Centro de Pesquisas Global já terá mais um Centro de Excelência, focado no desenvolvimento de inovações para subsea, que atenderá às particularidades relacionadas ao pré-sal e outras oportunidades”, revela Herd. “Nosso centro de pesquisas trabalhará para ajudar o Brasil a acabar com esses gargalos, pois oferecerá soluções customizadas e feitas especialmente para a demanda brasileira”, disse ainda o presidente e CEO da GE para América Latina, Reinaldo Garcia. Investimento de US$ 32 milhões – E no início de junho, a empresa informou a conclusão das obras de ampliação de sua unidade em Macaé (RJ). No total, foram investidos US$ 32 milhões, triplicando o tamanho das instalações. A unidade será a mais moderna da companhia destinada à produção submarina (subsea) em todo o mundo. Com a
expansão, o quadro de funcionários aumentou em 150%. Segundo João Geraldo Ferreira, presidente da GE Oil & Gas para a América, a unidade de Macaé, que atenderá a América Latina, será dedicada aos mercados de perfuração e subsea e vai oferecer serviços de instalação, inspeção, manutenção e operação de equipamentos no campo. Ferreira afirmou que apesar da crise financeira mundial estar atingindo a dinâmica do mercado global, a GE não modificará seus planos de investimentos para regiões com potencial, como a América Latina e a Austrália. No Brasil, a companhia mantém a estratégia de crescimento. “O investimento em Macaé faz parte dessa estratégia. O pré-sal trouxe para o Brasil um potencial expressivo de negócios na cadeia produtiva de petróleo e gás. A GE, em resposta às demandas do mercado, amplia sua atuação para atender à clientela de forma ainda
mais ágil e completa”, disse o presidente da GE. GE em Macaé – A unidade foi fundada em julho de 2001 e possui tecnologia para inspeção, conserto, manutenção, peças sobressalentes, ferramentas para aluguel, serviços de campo e fabricação de tubulares para revestimentos de poços. Também é responsável pelo reparo geral de bens de equipamento de perfuração, sistemas de produção submarina e de cabeça de poço submarino, aluguel de ferramentas para sistemas de cabeça de poço, módulo de controle submarino e BOP (Blowout Preventer), equipamento utilizado para vedar, controlar e monitorar os poços de petróleo e gás. Com a expansão, novos equipamentos e tecnologias foram trazidos para a unidade, que tem área total de 91.000 m². Em Macaé, a GE Oil & Gas construiu quatro bunkers para testes em alta pressão. Nesse
local são executados testes em equipamentos utilizando pressão de até 5.000 Psi. Além disso, foi construído um poço de medição a gás para a realização de testes hidrostáticos para garantir que o equipamento não possui nenhum vazamento. Essas avaliações são realizadas com gás nitrogênio em pressões de até 22.000 Psi, aplicando os mais rigorosos padrões de segurança durante os testes. Todo o monitoramento é feito utilizando um Veículo de Operação Remota (ROV, Remotely Operated Vehicle), um veículo subaquático, controlado remotamente, que permite a observação e a execução de tarefas sem a presença do operador no poço, fazendo com precisão a inspeção de equipamentos submarinos (subsea), como as árvores de natal. Outras soluções também estão presentes, como máquinas de comando numérico, com capaci-
dade de usinar de modo automático peças que pesam até seis toneladas, proporcionando ainda mais exatidão na execução dos serviços, e a Sala Limpa, estrutura que permitirá fazer montagens de alta precisão em Macaé, evitando assim o deslocamento para outros estados. “Com todos esses recursos, nossa unidade está preparada para atender a todos os tipos de serviços para sistemas de perfuração e produção submarina”, comenta Newton Greco, líder regional de serviços para subsea da GE Oil & Gas e responsável pelo projeto de expansão da unidade de Macaé – agora com capacidade anual para realizar mais de cem mil horas de trabalho e reparar cerca de mil ferramentas de árvores de natal e cabeças de poço, reduzindo o tempo empregado no ciclo de reparo.
WEG
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A WEG forneceu motores para a Refinaria Abreu e Lima, em Ipojuca (PE), da Petrobras. A venda foi realizada por intermédio da KSB Bombas Hidráulicas, que irá fornecer 11 bombas centrífugas de grande porte com acionamento elétrico e turbina a vapor da refinaria. As bombas destinam-se ao segmento de refino e serão utilizadas para alimentação das torres de resfriamento por meio de motores elétricos WEG e turbinas a vapor com potências que variam entre 1.530 cv a 2.550 cv. As bombas têm a função de fornecer água para circulação e refrigeração de equipamentos de extrema importância dentro do processo da refinaria, de acordo com Edison Borges, gerente setorial de Vendas da Divisão de Óleo e Gás da KSB. O fornecimento representa o fortalecimento da marca junto à KSB e à Petrobras, dois dos maiores clientes da WEG. “Estes equipamentos da KSB necessitam
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Motores WEG acionarão bombas centrífugas na RNEST
de motores especiais, com alto grau de confiabilidade”, explica o engenheiro da WEG, Marcelo Vedana. Especificações do fornecimento: Motores de indução trifásicos, aptos para operação em atmosfera explosiva 3 x MGF630 – 1530 cv – 4000V – 12 polos (595 rpm); 4 x
MGF710 – 2550 cv – 13200V – 10 polos (711 rpm) A Rnest será a primeira refinaria de petróleo inteiramente construída com tecnologia nacional. A Petrobras considera que essa unidade será a mais moderna já construída aqui, pois será a primeira adaptada a processar 100% de petróleo pesado com o mínimo de impactos ambientais e produzir combustíveis com teor de enxofre menor do que o exigido pelos padrões internacionais mais rígidos, de 10 ppm de enxofre. TN Petróleo 84
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produtos e serviços
DuPont
Empresa cria tecnologia inédita para testar resistência de EPIs ao fogo e mostra que fibra de alta desenvolvida há meio século é a solução de ponta para a indústria de óleo e gás. Basta apenas um segundo a mais do que o que é exigido pelas normas internacionais em testes de resistência ao fogo para que a roupa tratada quimicamente se converta quase em cinzas quando exposta a chamas e altas temperaturas. O que significa morte quase certa de quem está no combate ao fogo, em decorrência de queimaduras generalizadas pelo corpo (de primeiro, segundo e terceiro graus). Essa é a cena vista, no telão, pela pequena plateia reunida na sala central do Centro de Inovação Brasil, espaço interativo de pesquisa e desenvolvimento da empresa norte-americana no Brasil, instalado no parque produtivo de Paulínia (SP). Logo em seguida, o mesmo teste é realizado com macacões feitos de fibras aramidas Nomex® e Kevlar®, da DuPont. O resultado é visível: não somente o macacão continua inteiro, como foi reduzida drasticamente o índice de queimaduras a que sofreria uma pessoa utilizando esse EPI. O teste mostrado em tempo real, online, é realizado no laboratório da fábrica da empresa, em Richmond, estado da Virginia, Estados Unidos, onde está o ThermoMan, marca registrada de equipamento (manequim) que testa roupas e adereços (luvas) de segurança para usos diferenciados, resistente a fogo, hoje ainda não disponível no Brasil. Desenvolvido pela DuPont em parceria com o exército norte-americano na década de 1970, este equipamento possibilita testes de exposição de EPIs a jatos de fogo em condições controladas (intensidade e duração). Por meio de um software próprio, os pesquisadores da DuPont fazem 120
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a leitura de 120 sensores que estão instalados no corpo do manequim, para indicar o índice e graus de queimadura que o corpo humano sofreria utilizando aquele EPI. As duas fibras também não são novidades, pois foram desenvolvidas na década de 1960 pela DuPont. No entanto, as três tecnologias (ThermoMan, Nomex e Kevlar), criadas no século passado, vêm sendo aprimoradas continuamente para as mais diversas aplicações. Principalmente em indústrias como a de petróleo e gás, nas quais as metas de segurança são cada vez mais rígidas. “A meta de acidentes zero está no DNA da empresa, que iniciou suas atividades com a produção de pólvora negra, em 1802, nos Estados Unidos”, destaca Guadalupe Franzosi, gerente de negócios da DuPont Protection Tecnologies – Industrial Personal Protection (DPT-IPP), que acompanha a apresentação exclusiva à TN Petróleo e clientes da empresa. Além das instalações na sede, há mais três equipamentos completos (um deles móvel, para instalação em feiras e eventos. Na Suíça, os testes são realizados em um contêiner preparado especialmente para esse fim, uma vez que não basta ter apenas o manequim: é necessário um ambiente seguro, uma vez que são utilizados nada menos que 12 lança-chamas, com jatos de fogo com queimação total. Ou seja: são 12 queimadores com gás propano, fluxo de aquecimento de 2 calorias por centímetro quadrado por segundo (transferência de calor) 84kW/m2). “Já testamos mais de dez mil amostras, mais de dez mil testes, adequando e melhorando o equipamento de acordo com as normas que vêm sendo implementadas”, destaca Rita de Cássia Siloto, coordenadora técnica da DPT-IPP. “A diferença das nossas soluções em relação a roupas
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Segurança é o nome do jogo
quimicamente tratadas é que essas fibras já nascem com esse atributo (resistência a chamas e perfuração, como é o caso do Kevlar). São fibras desenvolvidas pela DuPont, as quais têm uma estrutura molecular que não promove a combustão e não requer tratamentos químicos.” Ele explica que os testes são realizados por 4 segundos, de acordo com as normas europeias, para mostrar a resistência maior das fibras DuPont, lembrando que nos Estados Unidos, onde a exigência é de 3 segundos, essa regra foi estabelecida pensando nos pilotos de avião que tinham até 3 segundos antes de serem ejetados de um avião de combate em chamas. “Ou seja, se aplicariam no caso de uma roupa para tempo de fuga rápido e não para proteção efetiva em caso de exposição prolongada, como em plataformas, refinarias, sites industriais etc.” A roupa de algodão tratado foi totalmente destruída, com índice de 76% de queimadura total. Já a de Nomex, que tem até 5% de Kevlar (para manter a estrutura da mesma), a queima do corpo foi 49%. O mais importante é a diferença da queima de segundo e terceiro graus: a pessoa vestida com EPI de algodão tratado teria 61% do corpo atingido enquanto que com o macacão de Nomex + Kevlar, esse índice seria de 16%. Ou seja: a diferença entre a vida e a morte.
RuhrPumpen
A multinacional alemã RuhrPumpen, fabricante de bombas centrífugas para os mercados de petróleo e gás, anunciou a construção de sua nova fábrica, que ficará em Duque de Caxias (RJ). Dentro de quatro meses a empresa estará fabricando bombas hidráulicas de alta tecnologia em sua nova unidade industrial no estado. Carlos Alberto Falconiery, diretor-geral da RuhrPumpen no Brasil, explica que de início a construção da nova fábrica seria no interior do estado de São Paulo, entretanto, depois de consultas com a Petrobras, maior cliente potencial da empresa, sinalizou-se a carência de fábricas de bombas hidráulicas e serviços de reparo de alta tecnologia de engenharia hidráulica, junto a Refinaria de Duque de Caxias (Reduc), futuro Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), e o complexo de Macaé; assim, foi escolhido o bairro de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro. “Meticulosamente, escolhemos a Rodovia Washington Luís como alvo, e conseguimos adquirir um terreno de 16.000 m² de frente para a rodovia, distante apenas 2 km da Reduc e no acesso ao anel rodovi-
Modelo 1
Modelo 2
Foto: Divulgação
RuhrPumpen: presença em Duque de Caxias
ário que unirá a refinaria, o Comperj e o Porto de Sepetiba, além do acesso rápido a Macaé através do novo anel rodoviário em construção no local”, conta Falconiery. Segundo o diretor, a Petrobras considerou o projeto da nova fábrica como de grande interesse para o desenvolvimento, crescimento e suporte de suas operações em refinarias e o pré-sal. “A fábrica brasileira da RuhrPumpen será equipada com máquinas operatrizes de comando numérico computadorizado (CNC) e laboratório de testes de última geração, além de funcionários altamente treinados, que em conjunto possibilitarão a fabricação e suprimento de bombas hidráulicas de alta tecnologia para o mercado brasileiro e de exportação em uma segunda fase”, diz o diretor da companhia. Fa l c o n i e r y ex p l i c a q u e a RuhrPumpen é o único fabricante
etal
ênix
mundial com tecnologia para fornecer o importante e fundamental sistema de decoqueamento usado em refinarias, com troca automática de ferramentas o que possibilita um funcionamento altamente seguro para os operadores. No mercado de petróleo e gás, a companhia tem experiência tanto em aplicações marítimas offshore como onshore, fornecendo soluções de engenharia de bombas centrífugas que atendem a demanda mesmo de ambientes com condições extremas de aplicação. Quanto ao setor de energia, a RuhrPumpen oferece bombas hidráulicas verticais e horizontais de condensado, circulação de água, alimentação da caldeira, entre outras. A empresa possui fábricas na Alemanha, Estados Unidos, México, Índia, Egito, Argentina e Colômbia.
Metal Fênix TN Petróleo 84
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produtos e serviços
Wärtsilä
A Wärtsilä, líder global no fornecimento de motores e prestação de serviços para navios e termelétricas, fornecerá soluções integradas de energia para seis navios lançadores de linha (PLV/Pipe Laying Vessel) que estão sendo construídos para operação em águas brasileiras. Os PLVs irão operar para a Petrobras, construindo oleodutos submarinos entre as unidades de produção e o litoral brasileiro, e deverão estar prontos até 2015. As embarcações serão construídas por três armadores diferentes, em estaleiros na Holanda, Coreia do Sul e no Brasil. “Fomos selecionados para fornecer para todos os seis navios do edital, para os quais os armadores, estaleiros e até o projeto naval serão diferentes”, diz Magnus Miemois, vice-presidente offshore de Ship Power. “Esta é uma realização notável por diversas razões. Em primeiro lugar, é o reconhecimento da expe-
riência da Wärtsilä no fornecimento de soluções integradas confiáveis, eficientes e de alta qualidade. Esses contratos também fortalecem a base instalada da Wärtsilä no Brasil, que é totalmente apoiada pela nossa área de serviços local.” Escopo de fornecimento – Para a joint-venture formada pela Technip e a Odebrecth Oil & Gas, serão construídos dois PLVs de 550 toneladas de tração, no estaleiro sul-coreano Daewoo. O projeto é da Wärtsilä Ship Design e, para cada uma das embarcações a empresa fornecerá três thrusters modulares (LMT), dois thrusters retráteis e dois tunnel thrusters (TT). Já para o PLV de 550 toneladas de tração encomendado pela Subsea 7 ao estaleiro holandês IHC Merwede, a Wärtsilä irá fornecer seis grupos geradores W32, três thrusters modulares, dois thrusters retráteis e dois tunnel thrusters.
Foto: Divulgação
Garantia de energia em seis PLVs da Petrobras
Outros dois PLVs de 550 toneladas de tração, encomendados pela Sapura Crest Petroleum da Malásia, também serão construídos pelo IHC Merwede. Para este projeto, a Wärtsilä irá fornecer seis grupos geradores W32, três thrusters modulares, dois thrusters retráteis e dois tunnel thrusters. Por fim, para o PLV de 300 toneladas de tração que a Sapura Crest encomendou ao estaleiro brasileiro OSX Construção Naval, a Wärtsilä irá fornecer quatro grupos geradores W32, três thrusters compactos (LCT), um thruster retrátil, e dois tunnel thrusters.
Aspen Technology
Novo aplicativo de gestão de ensaio de petróleo bruto A Aspen Technology, Inc., fornecedora de software e serviços para as indústrias de processos contínuos, colocou no mercado a nova versão do software aspenONE® Petroleum Supply Chain, que introduz a gestão de ensaio de petróleo bruto para o Aspen PIMS, solução de planejamento de refinaria. A nova funcionalidade no Aspen PIMS possibilita que os planejadores de refinaria apresentem planos mais precisos e tomem melhores decisões de compra de petróleo bruto. O software ajuda as empresas petrolíferas e petroquímicas a otimizar a escolha da matéria-prima, a execução operacional e a configuração do produto. O produto também promove inovação na gestão de ensaios, tornando mais fácil para os planejadores adicionar, modificar e refazê-los. O 122
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resultado é a capacidade de dinamizar o fluxo de trabalho, agilizar a atualização de ensaios e reduzir erros manuais. Entre as funcionalidades adicionais da nova versão do Aspen PIMS está a análise paramétrica avançada. Ela permite que os planejadores executem mais casos para analisar de forma mais rápida os cenários de petróleo bruto, aprimorando a tomada de decisões e desempenhos.
“Três quartos da matéria-prima de refinarias de todo o mundo são planejados com o Aspen PIMS. Durante anos os clientes confiaram no PIMS para obter altos níveis de valor por meio da otimização da cadeia de fornecimento integrada. O lançamento eleva o PIMS a um novo patamar, com gestão de ensaios e funcionalidade de análise paramétrica que irão habilitar os clientes a oferecer planos capazes de gerar níveis de lucratividade ainda mais altos”, disse Manolis Kotzabasakis, vice-presidente executivo de Produtos da AspenTech.
V&M
Com investimentos de R$ 22 milhões, a V&M do Brasil (VMB) inaugurou no início de julho a sua nova fábrica de acessórios, instalada na base de serviços em Rio das Ostras (RJ), em uma área de 2000 m2. O objetivo da empresa é aumentar a gama de produtos e alcançar a excelência no atendimento aos clientes. Com a inauguração, a Base de Rio das Ostras passará a produzir acessórios Premium para completação de poços petrolíferos utilizando a tecnologia V&M Tube Alloy. A experiência de mercado aliada à tecnologia dos acessórios do grupo Vallourec aumenta a competitividade da VMB, que irá fornecer um pacote completo de soluções para a indústria de óleo e gás, como tubos de aço sem costura, acessórios e gerenciamento de poços. “No setor de óleo e gás, boa parte dos acessórios são importados e feitos a partir de tubos de aço. Como este é o negócio da V&M do Brasil, vamos agora agregar valor e ampliar a gama dos produtos locais, por meio da tecnologia da Tube Alloy, uma das subsidiárias do Grupo Vallourec. Os acessórios permitem, por exemplo, fazer a ligação entre tubos de 10 e 8 polegadas”, explica Alexandre Lyra, diretor-geral da V&M do Brasil. A escolha da planta de Rio das Ostras para a construção da nova fábrica deve-se à sua loca-
Foto: Divulgação
Nova fábrica em Rio das Ostras
Da esquerda para direita: Carlos Afonso Fernandes, presidente da Zona Especial de Negócios (ZEN) e presidente da Câmara de Vereadores de Rio das Ostras; Carlos Augusto Carvalho Balthazar, prefeito de Rio das Ostras; Alexandre de Campos Lyra, diretor Geral da V&M do Brasil; Philippe Crouzet, presidente Mundial do Grupo Vallourec; Gredy Harrison, presidente da V&M Tube Alloy; João Perez Junior, superintendente de Tubos Petrolíferos da V&M do Brasil; Luiz Fernando Neves Manhães, gerente de Serviços de Completação e Avaliação de Poços da Petrobras
lização estratégica, já que está a 30 km de Macaé, cidade que tem a maior produção de petróleo do país. Dentre os clientes que irão se beneficiar da nova unidade da companhia estão a Petrobras, Shell, BP, OGX, Repsol, e outros. Na unidade fluminense, serão executadas atividades de inspeção, fabricação e reparo de tubos e acessórios para a exploração de petróleo. Lá, serão fabricados e reparados os diversos tipos de produtos da linha Premium VAM. Estas conexões especiais permitem que tubos e acessórios sejam acoplados uns aos outros por um sistema integrado de roscas, selos e ombros de torque, que garantem melhor desempenho durante a aplicação.
Os equipamentos instalados em Rio das Ostras têm a capacidade de executar a usinagem externa e interna nos tubos e acessórios, permitindo mais flexibilidade para o atendimento às mais complexas necessidades dos clientes. Outros equipamentos, como o teste hidrostático, a serra para corte de segmentos de tubos, a calibradora de pontas e a máquina de aperto computadorizada, integram o conjunto de produtos da planta.
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produtos e serviços
Baritech
Baritech aumenta operações no Brasil Graças à grande demanda de negócios e acompanhando os novos investimentos em tecnologia, a Baritech, especializada em montagem, gerenciamento e controle da qualidade para aplicação de revestimentos refratários e isolamentos térmicos, está expandindo suas operações com a implementação de filiais em Ipojuca (PE), Rio de Janeiro (RJ) e Porto Alegre (RS). Para o setor de petróleo e gás, a Baritech fornece serviços de montagem de revestimentos refratários, isolamentos térmicos, fire-proofing e solda de ancoragem por stud Weld, adotando novas tecnologias em materiais e aplicações. De acordo com Devanir Barioni, diretor presidente da Baritech Brasil, o setor de óleo e gás é primordial para a empresa, correspondendo a 70% de seu faturamento. Com a modernização do parque de refino brasileiro, no qual a Petrobras está implementando obras
de expansão e construindo novas refinarias, aumentando de modo substancial a demanda de serviços, a Baritech Brasil, ciente dessa necessidade, investe ostensivamente em novos equipamentos, modernização dos métodos de aplicação, formação e qualificação de mão de obra especializada (refrataristas, isoladores e funileiros industriais). E destina parte das horas trabalhadas em treinamento e conscientização ambiental, contratando profissionais especializados, garantindo desta forma o crescimento da empresa para 2012 e anos seguintes. Segundo Barioni, com a aquisição de dois novos laboratórios móveis para testes de materiais e a importação de novas máquinas para aplicação de concreto refratário por projeção
pneumática (Allentown Pneumatic Gun), a empresa viabiliza a realização de diversos projetos ao mesmo tempo. “Planejamos também a compra de máquinas de bombeamento e shot crete (Allentownn Powercreter® 10 Pump), que além dos materiais convencionais, têm capacidade de aplicar concreto refratário de alta tecnologia, como concreto baixo cimento, que utiliza sílica coloidal para sua fluidez”, complementa. O maquinário possibilitará dinamização da capacidade operacional, atualmente estimada em 20.000 toneladas ano. O executivo comenta que a nova tecnologia para aplicação de concreto refratário trará mais versatilidade para os setores de óleo e gás, vidro, cimento e siderurgia, com equipamentos capazes de bombear até dez toneladas de material/hora. Atualmente, a empresa está envolvida no desenvolvimento de novas tecnologias em refratários.
Oceaneering
Oceaneering expande fábrica em Niterói A empresa norte-americana Oceaneering, maior prestadora mundial de operações de ROVs (Remote Operated Vehicles), que recentemente ganhou dois contratos com a Petrobras para fornecimento de umbilicais, informou que está investindo fortemente na expansão de sua fábrica em Niterói, no Rio de Janeiro. De acordo com Nuno Sousa, gerente geral de soluções em umbilicais da Oceaneering, o objetivo da expansão é duplicar a atual capacidade fabril, assim como tornar a empresa totalmente autônoma em termos de qualificação de umbilicais. Sousa explica que o mercado brasileiro tem suma importância 124
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para a Oceaneering, dado que representa uma significativa parcela do faturamento mundial da companhia; e as perspectivas de crescimento são bastante animadoras. No momento, a empresa trabalha fortemente no contrato com a Petrobras em Lula & Sapinhoá e na P-58, para o fornecimento de umbilicais, com entregas prevista para até 2015. Os projetos estão em fase de qualificação – programados para o início da produção em setembro deste ano. “Estes projetos somam mais de 350 km de umbilicais
que serão instalados em lâminas d’água de até 2.500 m, sendo as primeiras entregas para ambos os projetos efetuadas ainda em 2012”, conta. Além destes projetos, informa o executivo, a companhia está trabalhando ainda em outros projetos menores para a Petrobras e em contratos para fornecimento de umbilicais para a OGX com entregas programadas até 2013. A Oceaneering irá entregar este ano 170 km de umbilicais, sendo o plano para 2013 de 300 km. Este aumento de produção será possível em função dos investimentos deste ano na fábrica de Niterói, assim como dos contratos recentemente ganhos.
Sotreq
Nova unidade em Macaé A Sotreq, maior revendedora brasileira de máquinas, motores e equipamentos Caterpillar, abrirá nova filial em Macaé, no litoral do Rio de Janeiro. Programada para operar a partir de junho de 2013, a unidade será instalada em um terreno de 25 mil m² localizado nas proximidades do Terminal de Cabiúnas da Petrobras (Tecab), e terá como foco principal o suporte às operações offshore de petróleo e marítimo na região. A iniciativa exigirá investimentos da ordem de R$ 20 milhões. Para o setor, a empresa oferece soluções de geração de energia e acionamento mecânico para plataformas de produção, sondas de perfuração, refinarias e estações de compressão, além de barcos de apoio offshore e diversas outras aplicações marítimas. Presente no município de Macaé (RJ) desde 2002, a Sotreq atualmente opera uma filial com cerca de cem profissionais, dedicados principalmente ao suporte ao produto dos motores e grupos geradores Caterpillar. Como diferenciais da nova filial, destacam-se: um centro de
treinamento especializado, de padrão mundial, para o segmento offshore, para formação de mão de obra especializada na operação e manutenção de motores e grupos geradores; oficina para reparo de componentes e um almoxarifado de peças de reposição com capacidade triplicada. O novo empreendimento pretende aumentar em 50% o número de profissionais após o início de suas operações, e já contemplou no seu planejamento espaço para futuras expansões. “O segmento offshore de petróleo e marítimo na Sotreq tem crescido na ordem de 40% ao ano. Nosso objetivo é investir antecipadamente a fim de estarmos sempre capacitados para atender à demanda crescente desses mercados”, afirma Gustavo Sepúlveda, diretor da unidade de petróleo e marítimo. Sepúlveda destaca ainda que a perspectiva também é de grande crescimento para os próximos anos. Além das embarcações e plataformas construídas no exterior e que chegam ao Brasil equipadas com produtos Caterpillar, a Sotreq espera um incremento significativo de suas vendas, alavancado pela
revitalização da indústria naval e offshore do Brasil. “Com a revitalização da nossa indústria, orientada por política governamental com exigência de índices crescentes de conteúdo local, a tendência é de que as novas construções ocorram no Brasil, trazendo benefícios e desenvolvimento a toda cadeia de fornecimento local.” Com relação ao tema, segundo George Beckwith, COO da empresa, a Sotreq e a Caterpillar estão totalmente comprometidas com a ampliação do conteúdo nacional em seu escopo de fornecimento. A Caterpillar, por exemplo, investiu na linha de montagem de grupos geradores da família 3500, em Piracicaba (SP), para equipar sistemas de propulsão diesel-elétrico em embarcações e geração principal e de emergência para plataformas de petróleo. Desde o primeiro trimestre deste ano produz estes equipamentos no Brasil com índices de nacionalização de até 65%.
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produtos e serviços
Marko
Se de um lado especialistas apontam para a estagnação da indústria nacional, por outro o que se constata é que certos setores estão crescendo a passos largos no Brasil. Este é o caso das indústrias de óleo e gás, automobilísticas, de mineração, entre outras. Com isso, o surgimento de novas unidades fabris fomenta a área da construção civil, e produtos diferenciados que agregam tecnologia acabam sendo determinantes na otimização de obras. A empresa Marko Sistemas Metálicos forneceu, no último ano, mais de 150.000 m² do seu exclusivo Sistema Integrado de Cobertura Metálica Roll-on, para obras em indústrias dos mais variados setores, em todo o país. Segundo a gerente de marketing da companhia, Fer nanda Borges, esses empreendimentos têm em comum a busca da excelência e a velocidade na execução da obra. “A necessidade de agilizar a inauguração e o retorno de capital investido em geral faz com que os empreendimentos industriais busquem no mercado produtos e serviços que garantam eficiência”, diz a executiva, acrescentando que nesse caso o Roll-on se torna uma opção muito atraente, pois possui estoque para pronta-entrega, garantindo o atendimento dos cronogramas mais apertados. De acordo com ela, trata-se de um produto industrial totalmente aparafusado e montado em linha de produção de forma simples e rápida, conferindo agilidade ao canteiro de obras, comprovada na execução de até 3.000 m² de área coberta por dia. A indústria de óleo e gás é uma das que mais movimenta a produção de estruturas e coberturas metálicas, 126
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Fotos: Divulgação
Indústria de óleo e gás movimenta setor de construção civil
já que necessita de segurança e proteção contra as intempéries. A construção da fábrica da Wellstream, no Rio de Janeiro, por exemplo, contou com mais de 12.000 m² da cobertura. Fernanda explica que as indústrias necessitam de estanqueidade absoluta, garantindo a fluência de suas atividades, mesmo com intensa chuva e vento forte. “Além disso, é preciso uma estrutura que possibilite a introdução de sobrecargas maiores no futuro, de modo a permitir pendurar equipamentos ou Pie Rack sem a necessidade de reforço em toda a cobertura. No caso do Roll-on, podemos dar um reforço pontual através da utilização eventual do modelo heavy duth”, completa. A inauguração rápida, com breve início das atividades fins, é primordial para os empreendimentos e tem como objetivo a saúde financeira da empresa. Outra vantagem do sistema é garantir o funcionamento pleno da indústria, pois permite expansões com facilidade sem prejudicar as operações. “O sistema flexibiliza diferen-
tes leiautes, com a possibilidade de introduzir fechamentos internos ou paredes corta fogo, além da facilidade na fixação de rede de sprinkles e ancorar utilidades em geral.” De acordo com a gerente, outra preocupação atual na construção de unidades fabris é a economia de energia e sustentabilidade. “O Roll-on é um sistema integrado que facilita a captação de águas pluviais para reuso, eliminando toda a rede de drenagem interna e otimizando projetos com previsão de armazenagem de água. E possibilita a economia de energia através do isolamento termoacústico, o uso de iluminação e ventilação naturais”, explica. Como exemplo, Fernanda Borges cita a ampliação da indústria Oilequip, localizada no Rio de Janeiro, que atua no mercado há 23 anos, fabricando, recuperando e adaptando equipamentos para cabeça de poço de petróleo. A área total construída foi de mais de 8.000 m², e prezou pela alta durabilidade, devido ao tipo de galvanização do aço, matéria-prima 100% reciclável, e acabamento mais resistente a ambientes agressivos. Ela explica que, por ter a versatilidade como característica, o Roll-on pode ser aplicado nos mais variados empreendimentos e nas mais variadas exigências de vão e carga. “Esse foi um dos diferenciais em várias obras, como a das indústrias da Hyndai, em Piracicaba (SP), da Liebherr, em Guaratinguetá (SP), da Goodyear, em São Paulo (SP), dentre outras.” Borges destaca que o produto é adequado para galpões e centros de distribuição, que podem utilizar a telha autoportante para fechamento. “A telha MK120 é uma opção para fechamentos laterais internos, por exemplo, em galpões modulares. Sua característica autoportante permite reduzir a necessidade de estruturação, resultando em visual interno mais limpo e agradável.”
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legislação
A nova
Lei Antitruste
e as operações no setor de petróleo e gás
A Lei n. 12.529/2011 (Nova Lei Antitruste) entrou em vigor em 29 de maio de 2012, promovendo profundas mudanças no direito concorrencial brasileiro. Dentre as alterações mais relevantes, destaca-se a análise prévia de operações societárias.
D
e acordo com a Nova Lei Antitruste, as operações que se enquadrarem nos critérios de notificação obrigatória não podem ser implementadas até a decisão final do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Assim, a aprovação do Cade será condição precedente para a realização (closing) das operações sujeitas à notificação. Além dos critérios definidos pela Nova Lei Antitruste e regulamentações infralegais para obrigatoriedade de notificação, há isenção para determinados casos, nos quais a notificação não será necessária, ainda que os critérios legais sejam atendidos. Tais isenções são aplicáveis para algumas das operações comumente realizadas por sociedades da indústria do petróleo e gás, principalmente no setor upstream. Logo, cabe analisar brevemente as regras estabelecidas pela nova legislação, a fim de verificar quais operações devem ser notificadas e quais estão isentas dessa obrigação.
Análise de operações
Gustavo Flausino Coelho é associado das práticas de Antitruste, Societário e Fusões e Aquisições do Tauil & Chequer Advogados no escritório do Rio de Janeiro.
Ricardo Mafra é associado das práticas de Antitruste, Societário e Fusões e Aquisições do Tauil & Chequer Advogados, no escritório do Rio de Janeiro.
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A defesa da concorrência no Brasil é tutelada pelo Cade, autarquia vinculada ao Ministério da Justiça, por meio da atuação preventiva – referente à análise de operações que podem afetar mercados – e repressiva – relativa ao combate a práticas anticompetitivas. A Nova Lei Antitruste determina que devem ser notificados ao Cade todos os atos de concentração nos quais pelo menos um dos grupos econômicos envolvidos tenha registrado, no ano anterior à operação, faturamento bruto equivalente ou superior a R$ 750 milhões, e outro grupo econômico tenha registrado, no ano anterior à operação, faturamento bruto equivalente ou superior a R$ 75 milhões. São considerados atos de concentração, por sua vez, operações nas quais: 1) duas ou mais empresas anteriormente independentes se fundem; 2) uma ou mais empresas adquirem, direta ou indiretamente, por compra ou permuta de ações, quotas, títulos ou valores mobiliários conversíveis em ações, ou ativos, tangíveis ou intangíveis, por via contratual ou por qualquer outro meio ou forma, o controle ou
partes de uma ou outras empresas; 3) uma ou mais empresas incorporam outra ou outras empresas; ou 4) duas ou mais empresas celebram contrato associativo, consórcio ou joint venture. Portanto, caso uma operação atenda aos critérios acima definidos, as partes devem notificá-la ao Cade e aguardar a sua decisão final para que possam implementá-la. A implementação precoce da operação (gun jumping), i.e., anterior à decisão final do Cade, está sujeita a multas que variam entre R$ 60 mil e R$ 60 milhões.
Isenção para contratos de licitações públicas Segundo preceitua a Nova Lei Antitruste, os contratos associativos, consórcios e joint ventures destinados às licitações promovidas pela administração pública direta e indireta e os contratos delas decorrentes não precisam ser notificados ao Cade. Desse modo, agentes do mercado upstream da indústria de petróleo e gás não precisarão notificar seus contratos firmados com o intuito de participar em licitação pública para a concessão de blocos de petróleo e gás. Ademais, considerando que a Nova Lei Antitruste também isenta de notificação os contratos decorrentes das licitações públicas, contratos de farm-in e farm-out também estão isentos de notificação. Essa isenção desonera os agentes atuantes no setor de exploração e produção de petróleo e gás relevante, já que a notificação prévia implica custos substanciais para as partes decorrentes da standstill obligation. Ao isentar expressamente as partes dessa obrigação, a Nova Lei Antitruste encerra qualquer controvérsia sobre a necessidade de notificação de contratos decorrentes de licitação pública.
Operações de aquisição: quando notificar? Os atos de concentração não relacionados com licitações públicas continuam sendo de notificação obrigatória. Assim, operações relacionadas a fusões, aquisições, incorporações ou celebração de contratos associativos, consórcios ou joint ventures, devem ser notificadas quando atendidos os critérios de faturamento. Entretanto, a Nova Lei Antitruste, ao mencionar a aquisição do “controle ou partes de uma ou outras empresas”, criou insegurança quanto ao significado do termo “partes de empresas”. Buscando clarificar a questão, o Cade emitiu a Resolução n. 2/2012, que delimitou a obrigação de notificação nos casos de operações de aquisição de participação societária.
Quando a operação desse tipo envolver uma empresa investida que não seja concorrente do grupo econômico investidor, nem atue em mercado verticalmente relacionado, tal ato deverá ser notificado ao Cade caso: 1) confira ao adquirente titularidade direta ou indireta de 20% ou mais do capital social ou votante da empresa investida; e 2) realizado por titular de 20% ou mais do capital social ou votante da sociedade investida, quando a participação direta ou indiretamente adquirida, de pelo menos um vendedor considerado individualmente, chegue a ser igual ou superior a 20% do capital social ou votante da empresa investida. Quando a operação de aquisição de participação societária envolver uma empresa investida que seja concorrente do grupo econômico investidor ou atue em mercado verticalmente relacionado, tal ato deverá ser notificado ao Cade caso: 1) confira ao adquirente titularidade direta ou indireta de 5% ou mais do capital social ou votante da empresa investida; e 2) realizado por titular de 5% ou mais do capital social ou votante da sociedade investida, resulte na aquisição, direta ou indiretamente, de pelo menos 5% do capital social ou votante da empresa investida. Também serão de notificação obrigatória as operações que 1) resultem em controle; 2) tornem o adquirente o maior acionista/sócio individual da sociedade investida; e 3) sejam realizadas pelo controlador quando a participação direta ou indiretamente adquirida, de pelo menos um vendedor TN Petróleo 84
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legislação considerado individualmente, chegue a ser igual ou superior a 20% do capital social ou votante da empresa investida. Pode-se observar, portanto, que o Cade preocupou-se em estabelecer critérios claros para a aferição da obrigatoriedade de notificar, de modo a eliminar a incerteza jurídica criada pela redação da Nova Lei Antitruste. Desse modo, as operações envolvendo as hipóteses acima mencionadas, realizadas por agentes dos mercados upstream, midstream e downstream da indústria de petróleo e gás, deverão ser notificadas ao Cade, estando as partes obrigadas a aguardar a decisão do referido órgão para implementação da operação.
Regras mais ágeis A Nova Lei Antitruste estabeleceu a notificação prévia de atos de concentração, sujeitando a implementação de operações com potenciais efeitos adversos à concorrência à autorização do Cade. Não obstante a notificação prévia represente um relevante ônus aos agentes econômicos, tanto a Nova Lei Antitruste, quanto o Cade – por meio de
regulamentação infralegal – procuraram reduzir ao máximo o número de hipóteses nas quais a notificação é obrigatória. Desse modo, o Cade analisará somente casos mais relevantes, que envolvam agentes de maior porte econômico. Buscou-se, também, definir com a maior precisão possível os casos nos quais a notificação é exigida, de modo a evitar qualquer situação de incerteza jurídica que motive notificações de operações ad cautelam. Adicionalmente, a Nova Lei Antitruste isentou de notificação os contratos associativos, consórcios e joint ventures celebrados com o intuito de participar em licitações públicas, assim como todos os contratos decorrentes. Tal isenção será de grande valia, por exemplo, para os players do setor upstream da indústria de petróleo e gás, que não precisarão notificar os contratos relacionados com licitações para concessão de blocos. Nas demais operações, entretanto – i.e., aquelas não relacionadas a licitações públicas – deve-se atentar para os critérios de notificação obrigatória, estabelecidos pela Nova Lei Antitruste e pelas regulamentações infralegais emitidas pelo Cade.
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macondo
A Deepwater Horizon
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Alex Sanson é consultor da Swett & Crawford Consultoria em Seguros, responsável pela sucursal da empresa em Macaé (RJ), e vem acompanhando o mercado de O&G há 25 anos.
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e acordo com levantamento de peritos e reguladores, o acidente ocorreu por uma série de falhas humanas e de material, num conjunto de decisões mal formuladas entre os três responsáveis pela operação no poço. Foram 89 dias para estancar o vazamento. A semissubmersível Deepwater Horizon envolta em chamas teve perda total, e o poço, mal cimentado, a princípio, evoluiu para uma explosão e vazou cerca de 200 milhões de galões de óleo, poluindo as praias da costa americana próximas a Louisiana, prejudicando comunidades de pescadores, sujando corais de áreas protegidas, enfim, atingindo a fauna marinha num raio ainda não totalmente mapeado. De acordo com os últimos informes recebidos pela imprensa especializada, já foram pagos mais de US$ 22 bilhões em indenizações a cidadãos e entidades governamentais americanas prejudicadas pelo acidente. A operadora do Campo, BP Slc provisionou em seu balanço financeiro cerca de US$ 37 bilhões para reclamações presentes e futuras. Por outro lado, as consequências do grave acidente atingiram duramente a indústria americana de petróleo. Além da moratória que se seguiu, o governo ianque anunciou a imposição de novos regulamentos (SEMS-2), mais restritivos, e o endurecimento nas políticas de perfuração e de serviços de campo offshore. Boa parte das empresas envolvidas no Golfo do México – operadoras multinacionais como se sabe – aditarão seus contratos de modo a atender às novas imposições, redefinindo responsabilidades aos contratados e, principalmente, reforçando o gerenciamento de riscos como adotado recentemente pela BP Slc naquela área. Vai se tornar uma tendência mundial. E, como isso nos afeta? Sobremaneira, pois as mudanças no setor chegarão... mais cedo ou mais tarde. Vejamos bem: estamos às vésperas do desenvolvimento de importantes áreas offshore como o pré-sal, no Brasil, a milhas e milhas da costa, onde o nível de gerenciamento de riscos deverá ser mais rigoroso do que na área do Golfo. Diante deste cenário, os corretores do ramo terão seu lugar de destaque. A venda de seguros tornar-se-á extremamente especializada e será acompanhada por uma prévia e ampla pesquisa de
Fotos: Divulgação BP
avaliação de necessidades que poderão desembocar numa transferência de riscos pertinente ou, apenas, num aconselhamento para incremento de uma área de gerenciamento de riscos mais efetiva na empresa, de acordo com seu porte e sua operação, como o recentemente adotado pela BP Slc para conquistar a confiança dos reguladores e do mercado de seguros nos EUA. Tradicionalmente, os operadores (consórcios, quase sempre) acatam as responsabilidades sobre acidentes e riscos financeiros pelos danos e prejuízos ao campo – exceto quando em casos de negligência – porque são os maiores beneficiários desta operação. Esse modelo mudou desde o incidente de Macondo com alguns operadores passando a responsabilidade por riscos catastróficos aos contratados (mais informações no site www. gl-nobledenton.com). O que for que nos aconteça por influência externa, o mercado brasileiro de seguros de petróleo e gás está maduro e tem desenvolvido coberturas afins tentando cobrir as principais áreas de operações onshore e offshore. Nos últimos 40 anos foram indenizados perto de US$ 1,4 bilhão em sinistros no Brasil. Afora as coberturas para grandes riscos internacionais, as
perdas e danos a equipamentos embarcados e a responsabilidade civil de operações e obras civis offshore com clausulado desenvolvido por técnicos brasileiros em parceria com Seguradora de primeira linha, oferecem o que há de mais exclusivo em termos, condições e prêmios, bem como na abrangência de riscos e limites e sub-limites para valores segurados. E&O (Riscos profissionais), D&O (Riscos de Diretores e representantes) e RC poluição (súbita) são coberturas disponíveis para este mercado. Estamos devidamente prontos em termos de cobertura de seguros em E&P para todos os segmentos da cadeia de prestadores. As empresas brasileiras do ramo já contam com clausulado específico, inspirado nos internacionais e homologados pela Superintendência de Seguros Privados (Susep). A ver! TN Petróleo 84
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fino gosto
Sabor Centenário
C o n f e i ta r i a C o lo m b o
Um dos mais tradicionais ambientes em estilo art noveau do Rio de Janeiro, a Confeitaria Colombo, no coração do Centro da cidade, prepara-se para comemorar, agora em setembro, 118 anos, mantendo-se fiel à filosofia de aliar o melhor serviço às mais saborosas guloseimas.
a
por Orlando Santos
Fotos: Divulgação Colombo
A Colombo continua apostando na gestão empresarial ágil e na tradição da Casa para manter uma clientela fiel, que, em muitos casos, já está na quinta ou sexta geração. Sem se deixar seduzir pela modernidade, a mais famosa confeitaria do país, que já foi citada em prosa e verso, preserva sua primorosa decoração art noveau – espelhos de cristal belga, vitrais franceses, móveis de jacarandá e bancadas de mármore italiano. Some-se a tudo isso um exército de mais de 70 pessoas, criando e produzindo os mais diversos salgados e doces que ajudaram a consolidar esse sucesso centenário. À frente desse time está o mineiro Renato Freire, engenheiro químico que há 12 anos é diretor executivo da Colombo, mostrando que até na gastronomia é necessário ter a química certa. Uma saborosa aula de História – A Colombo, símbolo máximo da belle époque da cidade, faz parte do Patrimônio Histórico e Artístico do Rio de Janeiro. E faz jus ao título: tem um acervo que vai mais além dos grandes salões, com seus espelhos de cristal e vitrais, e que foram palco de recepções a visitantes
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ilustres como o Rei Alberto da Bélgica, em 1920, a rainha Elizabeth da Inglaterra, em 1968, ou mesmo políticos, escritores e artistas. Baixelas de prata portuguesa, louças da Cia. Vista Alegre, mais de 500 cardápios antigos, fotos e embalagens de produtos comercializados pela Confeitaria no século passado fazem parte do belíssimo acervo, exposto no Espaço Memória. Criado em 2002, o Espaço pode ser reservado para eventos com até 30 pessoas. 60 anos de serviços – A fidelidade não se restringe ao cliente: em julho, o garçom Orlando Almeida Duque (o último à direita na foto) completou 60 anos de dedicação exclusiva à Confeitaria Colombo, sempre na Rua Gonçalves Dias, no Centro. Aos 74 anos, Duque é o mais antigo funcionário da Colombo. Ali, ele serviu à nata política e intelectual da época em que o Rio era a capital federal, como Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek e até a rainha da Inglaterra. Vascaíno doente, Duque não se incomoda nem um pouco em arrumar o espaço para que os flamenguistas ilustres se reúnam na Colombo: toda terça-feira, por volta do meio-dia, ele faz um ritual de trabalho: retira do armário uma flâmula do Flamengo e a coloca sobre a mesa próxima ao elevador no 2° andar, onde se reúnem, há pelo menos 70 anos, membros da mais alta cúpula do time rubro-negro. Um pesquisador de sabores – Renato Freire poderia ter seguido outros caminhos, respaldado na formação em engenharia química e em economia. Poderia ser até um maestro, uma vez que rege, como a uma orquestra, uma equipe impecável, que nunca erra a nota. Ou ainda um escritor, uma vez que tem dois livros publicados. Mas foi na cozinha, misturando um pouco de todos esses ingredientes, que ele encontrou a verdadeira vocação. Mineiro de Boa Esperança, filho de uma família de longa tradição culinária, criado em uma fazenda quase autossuficiente em produtos básicos, Renato Freire passou por Belo Horizonte, São Paulo e Holanda até chegar à centenária Confeitaria Colombo, há 12 anos. Com faro de pesquisador, o chef percorreu antigos arquivos da Confeitaria e com a ajuda de antigos funcionários e confeiteiros, trouxe de volta ao cardápio verdadeiras delícias dos áureos tempos: o petit four à base de castanha de caju (que não leva farinha de trigo), os sanduichinhos de pão de miga servidos para a Rainha Elizabeth em sua visita ao Brasil, o ice cream soda, o Rivadávia (discos de pão de ló recheados com doce de leite, cobertura de fondant) e ainda os famosos biscoitos Leque, os gaufrettes (biscoito artesanal fabricado desde 1920 pela Colombo, com receita própria). Renato também imprimiu sua marca, criando saborosas novidades para tornar ainda mais variado o cardápio
da Colombo. Do forno do chef saíram o quindim de camisola, pastel de avelã com feijão branco, pastel de chocolate com pimenta, entre outras delícias. Sua mais recente criação para a Colombo é o pastel de caipirinha. Tudo isso tendo três cozinhas para comandar e assegurar uma produção diária, totalmente artesanal, de mais de mil doces e igual número de salgados. Faz isso sem susto, com o apoio de um time de 72 pessoas, responsável por manter viva a história centenária de um dos endereços mais tradicionais da gastronomia da cidade. Em 1988, o chef publicou seu primeiro livro, A mágica da cozinha, que teve nada menos que cinco edições. Em 2008, juntamente com a sommelière Deise Novakoski, lançou Enogastronomia, sobre a arte de combinar cardápios e vinhos. No comando da Colombo ainda encontrou tempo para revisar os livros: Técnicas de confeitaria profissional e Técnicas de cozinha profissional. Em 2010, traduziu Técnicas de padaria profissional. E tem prontinho, para sair do forno (ou melhor, da gráfica) uma verdadeira enciclopédia da gastronomia do faz de conta. Mas o grande sonho deste químico chef e escritor é um livro de histórias e receitas da Colombo... mas isso é apenas uma questão de tempo. Confeitaria Colombo Rua Gonçalves Dias, 32 – Centro/RJ; Tel.: (21) 2505 1500 Capacidade: 350 lugares; de segunda a sábado (fecha aos domingos) Café do Forte (a Colombo em Copa) Praça Coronel Eugênio Franco, 1 – Posto 6 – Copacabana/RJ Tel.: (21) 3201-4049 / 2247-6168 Serviço disponível para até 50 convidados, de terça à sexta.
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coffee break
Art noveau e art déco
joias raras de dois tempos
Diante da belíssima exposição da joias e objetos da colecionadora Bertha Broche art nouveau
Krasilchik, montada no 4° andar do Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), no Centro do Rio de Janeiro, a visitante, entusiasmada e um pouco perplexa, arrisca um pergunta, no mínimo inusitada, à funcionária: “As joias são verdadeiras?” Ante a resposta afirmativa, a moça foca novamente as peças em exposição, com o olhar maravilhado.
Fotos: Divulgação CCBB
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Do Art-Noveau ao Art-Déco Joias da coleção Bertha Krasilchik Curadoria: Denise Mattar Exposição: 17 de abril a 30 de setembro de 2012 Terça a domingo: 9h às 21h Entrada franca, livre para todos os públicos. Centro Cultural Banco do Brasil-RJ Galeria de Valores / 4° andar Rua Primeiro de Março, 66 Centro - Rio de Janeiro
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por Orlando Santos
ara o crítico de arte Waldemar Padovani, o brilho das 250 peças da exposição Do Art-Nouveau ao Art-Déco reflete os olhos da colecionadora, a marchand Bertha Krasilchik, que foi adquirindo cada item nas incontáveis viagens pelo Brasil e pelo mundo. Ela lançou o seu olhar mais apurado para cada peça que escolheu para montar o admirável acervo dessa exposição, que deixa os visitantes extasiados diante de verdadeiras obras de arte. Com a curadoria de Denise Mattar, a mostra divide-se em 150 peças de joalheria e cem objetos, como cigarreiras e estojos de maquiagem, feitas de materiais que vão desde esmalte e prata a brilhantes e platina. Todas as peças refletem, em suas linhas, o charme de cada movimento artístico: a art noveau, que surgiu na última década do século XIX, tendo como cenário a Belle Époque, a chamada Era do Ouro das artes na Europa, e da art déco, que despontou no final da década de 1920. A colecionadora iniciou sua coleção com aquisições em leilões, feiras especializadas e joalherias de Buenos Aires, notadamente em San Telmo, bairro famoso pelos antiquários, eventos artísticos e restaurantes argentinos. Depois, rodou o mundo em busca de joias e objetos de relevância que se enquadrassem naqueles estilos, participando de eventos em Londres e Nova York. Algumas de suas peças foram arrematadas ao bater do martelo dos clássicos leilões da Christie’s e da Sotheby’s; outras foram garimpadas em suas viagens pelo Brasil, quando entrou em contato com famílias que guardavam em redomas peças que agora, graças a Bertha, se revelam para o público.
Broche Art-Déco
A exposição apresenta brincos, broches, pulseiras, relógios e colares em ouro e platina com brilhantes, safiras, rubis, pérolas e ônix, pedras bem ao gosto dos seguidores da art déco. Os motivos são geométricos: círculos, arcos, quadrados, retângulos e triângulos. São formas elegantes, aerodinâmicas e sofisticadas. Era a época das melindrosas, do jazz e da velocidade, quando Coco Chanel e Elsa Schiaparelli desenhavam roupas fluidas, acetinadas, adornadas com muitos broches e colares. O conjunto dos objetos reúne cigarreiras, pequenas bolsas e caixas de várias utilidades feitos em tartaruga, baquelita, prata e metal, quase sempre esmaltados. Há também caixas para pó de arroz, rouge e batom, finamente trabalhados, criados na esteira do apogeu do cinema: influenciadas por Hollywood e suas atrizes, as mulheres queriam, mais além da beleza física, ostentar objetos exclusivos que atendessem sua vaidade. Essa época em que a indústria dos cosméticos desenvolveu-se enormemente está refletida nos estojos dos mais famosos fabricantes: Richard Hudnut, Volupté, Houbigant, Lenthéric, Silvaray, Elgin e Milrone. Em paralelo, a exposição traça um panorama dos movimentos da art nouveau e art déco no Brasil, com destaque especial para os prédios desse estilo existentes na cidade do Rio de Janeiro (Confeitaria Colombo, Confeitaria Cavé, Cristo Redentor, Prédio da Central do
Broche Art Nouveau
Pulseira Art-Déco
Brasil, Edifício Itahy, Cine Roxy, Edifício Itaoca, entre outros). Uma exposição que faz o visitante viajar no tempo, encantado e deslumbrado com as belíssimas criações desses dois períodos tão fecundos para as artes. TN Petróleo 84
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indicadores tn feiras e congressos
Agosto
1 a 3 - Brasil Navalshore Local: Rio de Janeiro Tel.: +55 11 4689-1935 navalshore@ubmbrazil.com.br www.navalshore.com.br
29 a 31 - Brasil RH: gestão transformadora Local: São Paulo Tel: +55 11 3132-7250 infinityce@infinityce.com.br www.infinityce.com.br
Novembro 24 a 28 - Canadá IPC 2012 - International Pipeline Conference Local: Calgary, Alberta Tel.: 403 228-6374 laandmrb@shaw.ca www.shaw.ca
Outubro
08 a 11 - Inglaterra Gastech Conference & Exhibition Local: Londres Tel: +44 0 203 180 6550 johnbates@dmgevents.com www.gastech.co.uk
Setembro
17 e 18 - Brasil Desenvolvimento Humano Rio Local: Rio de Janeiro Tel: +55 11 3132-7250 infinityce@infinityce.com.br www.infinityce.com.br/rhrio
17 a 20 - Brasil Rio Oil & Gas 2012 Local: Rio de Janeiro Tel.: +55 21 2112-9000 eventos@ibp.org.br www.ibp.com.br
24 a 26 - Arábia Saudita The 4th Saudi Arabia International Oil & Gas Exhibition Local: Dammam exhibition@saoge.org www.saoge.org
16 a 19 - Brasil Santos Offshore Local: Santos, SP Tel.: +55 11 3060-5000 fernanda.sanz@reedalcantara.com.br www.santosoffshore.com.br
15 a 19 - Brasil ExpoNaval 2012 Local: Rio de janeiro Tel.: +55 21 2283-2482 sobena@sobena.org.br www.sobena2012.org.br
23 a 24 - Holanda Offshore Energy 2012 Local: Amsterdan Tel.: +31 0 10 2092606 ao@navingo.com www.offshore-energy.biz
06 a 08 - EUA Deepwater Operations Local: Galveston, TX Tel.: +1 713 963 6256 sneighbors@pennwell.com www.pennwell.com
07 a 09 - México NGV Global 2012 Local: Cidade do México Tel.: +39 335 1893249 info@ngv2012mexico.com www.ngv2012.com
14 a 16 - China CIPTC 2012 Local: Pequim allen.wang@bmc-china.cn www.ciotc-top.com
28 a 30 - Argentina World Shale Series - Latin America Summit Local: Buenos Aires +44 20 79780752 mrambridge@thecwcgroup.com www.latam.world-shale.com
27 a 29 - Austrália Deep Offshore Technology Local: Perth, Austrália Nicole Faeth Tel.: +1 918 832 9347 annicolef@pennwell.com
Para divulgação de cursos e/ou eventos, entre em contato com a redação. Tel.: 21 3221-7500 ou webmaster-tn@tnpetroleo.com.br
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de Maria D’Assunção Costa, advogada, doutora em Energia pelo IEE/USP; autora de Comentários à Lei do Petróleo (Atlas); sócia da Assunção Consultoria.
opinião
Quinze anos da Lei do Petróleo:
avanços e perspectivas Marco regulatório que marcou o fim do monopólio na indústria de óleo e gás completa 15 anos de publicação com importantes conquistas e inúmeras expectativas quanto aos próximos leilões de blocos exploratórios.
C
elebram-se os 15 anos da Lei do Petróleo, Lei Federal n. 9.478, publicada no dia 7 de agosto de 1997, com um cenário que evidencia acertos e desacertos em sua implementação. Ao longo desses anos presenciou-se uma mudança significativa na indústria, na regulação, nos contratos e no comportamento dos agentes econômicos. A Exposição de Motivos dessa lei, traduzida no Projeto de Lei n. 2.142/1996, justificou essa proposta legislativa como “um importante marco: demonstra que, no Brasil, a indústria do petróleo atingiu a maturidade e está sendo aberta para possibilitar novos investimentos e permitir uma interação equilibrada entre o Estado e a iniciativa privada”. Com isso se preservou o monopólio da União, já assegurado pela promulgação da Emenda Constitucional n. 9/1995, para as atividades de exploração, produção, refino, transporte marítimo, importação e exportação, além de manter o controle federal sobre a Petrobras, mas permitindo a entrada de empresas da iniciativa privada de modo a criar competitividade em todas as etapas da indústria do petróleo e do gás natural. A Lei do Petróleo também institui o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), que fixou os princípios e os objetivos da política energética. Embora esse conselho ainda não tenha desempenhado, adequadamente, as atribuições que lhe foram outorgadas pela Lei é um marco importante sob a ótica institucional. E, mais, se o CNPE cumprir as suas competências em conformidade com a Lei, poderá contribuir muito mais para o atendimento do mercado brasileiro
no que se refere à segurança energética (combustíveis e energia elétrica). Outro marco relevante e inovador dessa Lei foi a criação da Agência Nacional do Petróleo (ANP) como órgão regulador e fiscalizador da indústria. A instituição dessa agência e a realização por ela das rodadas de licitações para a outorga dos contratos de concessões, para a exploração e produção de petróleo e gás natural mudaram completamente o cenário brasileiro desse setor da economia brasileira. Há que registrar também a asfixia que as agências reguladoras, e, especialmente a ANP, sofreram ao longo desses anos, seja pelo contingenciamento ilegal das suas receitas ou pela ausência de concursos públicos e de indicação de técnicos renomados para a sua diretoria. Mas, ao final, o saldo é positivo para o Brasil, para os brasileiros e para a indústria. Neste período de 15 anos, a Lei do Petróleo foi alterada 12 vezes, como segue: a primeira, pela Lei n. 9.986/2000 sobre a gestão de recursos humanos; a segunda, Lei n. 9.990/2000 para prorrogar o período de liberação dos preços dos derivados básicos de petróleo; a terceira, Lei n. 10.202/2001 para indicar a necessidade de a ANP comunicar ao dar Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) as infrações à ordem econômica; a quarta, Lei n. 10.848/2004, para alterar as atribuições do CNPE; a quinta, Lei n. 10.871/2004, que dispôs sobre as carreiras e a organização de cargos; a sexta, Lei n. 11.907/2005 que introduziu o biodiesel na matriz energética; a sétima, Lei n. 11.540/2007 que dispôs sobre o Fundo Nacional de DesenvolvimenTN Petróleo 84
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opinião to Científico e Tecnológico (FNDCT); a oitava, Lei n. 11.909/2009, que regulamentou a indústria do gás natural; a nona, Lei n. 11.921/2009 que incluiu novas definições; a décima, Lei n. 12.114/2009 que criou o Fundo Nacional sobre Mudanças do Clima; a décima primeira, Lei n. 12.351/2010, que criou o regime de partilha de produção na indústria do petróleo; e a décima segunda, Lei n. 12.490/2011 que incluiu o Capítulo IX-A que disciplinou a indústria dos biocombustíveis (etanol e biodiesel). Com esse quadro legislativo se constata o enorme desafio com que se defronta a ANP para o cumprimento de suas competências. Adite-se a isso a ausência imotivada da parte do poder concedente de aprovar novas rodadas de licitação para admitir novos agentes na produção de petróleo e gás natural, embora o CNPE já tenha se manifestado favoravelmente. A justificativa da aprovação da nova legislação dos royalties pelo Poder Legislativo para a realização das novas rodadas não encontra guarida no marco legal em vigor, uma vez que as áreas propostas para a 11ª rodada pelo CNPE não se localizam nas áreas do pré-sal.
A realização dessa rodada permitiria a entrada de numerosos novos agentes. Com isso a indústria nacional se reforçaria uma vez que as demandas já estão se esgotando (como tem sido amplamente divulgado) devido ao lapso de tempo ocorrido desde a última rodada em 2008. Consequentemente, adiar sine die a 11ª rodada de forma imotivada em nada contribui para a expansão da produção e, consequentemente, da maior oferta de petróleo e gás natural. Em resumo, a celebração dos 15 anos da Lei do Petróleo é necessária porque silenciosamente a aplicação dessa Lei com a realização das dez rodadas de licitação promoveu uma revolução e uma evolução singular na indústria nacional do petróleo e do gás natural e permitiu atingir a autossuficiência e o descobrimento da camada pré-sal, fatos estes que mudaram para sempre o cenário nacional. Por isso, parabéns e a essa jovem de 15 anos, mas com maturidade de adulta, e a todos os brasileiros que contribuíram com o seu êxito, apesar de todos os tsunamis que teve de suportar.
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Com um mar de oportunidades em sua proa e após anos de estagnação, o mercado naval brasileiro volta a ser uma realidade. De 2000 para cá, com os programas de Renovação da Frota de Apoio Marítimo (Prorefam) e o de Modernização e Expansão da Frota (Promef) da Transpetro, a indústria da construção naval brasileira saltou de dois mil para 80 mil empregos diretos e indiretos, serão 146 embarcações de apoio marítimo e 49 navios, com um índice de 65% de conteúdo nacional no setor de navipeças. Participe! Copyright 2010, Benício Biz Editores Associados | 55 21 3221-7500 140
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