História da Estética

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2014 Curso de Esteticista Cosmetologista Joana Fernandes Iryna Monina Miriam Custódio Teresa Caetano

[A HISTÓRIA DA ESTÉTICA]


A Estética na Pré-História A principal característica dos desenhos da Idade da Pedra foi o naturalismo. O artista pintava os seres, um animal, por exemplo, do modo como o via a partir de uma determinada perspectiva, reproduzindo a natureza tal qual a sua vista captava. Desta forma, surgiram os primeiros trabalhos em escultura que foram as estatuetas femininas como por exemplo a Vénus de Laussel e a Vénus de Willendorf. Estas vénus apresentavam uma deformação adiposa conhecida por “esteatopigia”, ou seja, as partes do corpo

relacionadas

com

a

fecundidade

estavam

exageradamente

desenvolvidas. Estas vénus paleolíticas acentuavam os sinais de gravidez. Desta forma, o artesão pretendia assegurar não só a fertilidade da sua companheira como também demonstrava uma preocupação com a continuidade da espécie. O homem desta época demonstrou dedicar-se à contemplação da beleza e da estética e, como prova evidente temos as pinturas rupestres e as esculturas. Foi também nesta época que se iniciou o uso de pinturas e de enfeites corporais, podendo afirmar tratar-se da primeira manifestação do gosto pela maquilhagem, pela estética e pela beleza. As técnicas de desenho e pintura mudaram, passando a haver uma maior preocupação com a distribuição dos elementos no painel, a sensação de movimento e a perspectiva. Além de desenhos e pinturas, o artista começou a ter uma preocupação estética na criação de objectos produzidos em cerâmica que revelaram uma aposta na beleza e não apenas na utilidade do objecto.

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VĂŠnus de Laussel

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A Estética na Idade M édia

De acordo com o ideal Cristão era preciso «matar» tudo o que era sensível e sensual no Homem. Os líderes religiosos manifestavam a sua indignação contra o uso de adornos ou maquilhagem, que era encarada como uma força maléfica e sinal de impureza. Desta forma, as mulheres foram completamente apagadas enquanto seres sensuais. Contudo, no final da idade Média, homens e mulheres lavavam-se com mais frequência que os seus antepassados. Assim, no século XIV já se dava grande ênfase à lavagem das mãos antes e depois das refeições, à lavagem diária da cara e boca. No Império Russo, nos séculos IX e X, a maquilhagem não começava pela aplicação das mais diversas tintas no rosto, mas sim pela limpeza do rosto e do corpo. Desta forma, a maioria das manipulações cosmetológicas decorriam no banho. As mulheres usavam cosméticos naturais tais como sumo de uva, framboesa ou nabo, para se servirem dos mesmos como batom ou blush. O cuidado da pele do rosto era feito através da lavagem do rosto com leite.

No século XII o exemplo de beleza das mulheres Russas era o rosto branco, com sobrancelhas carregadas (para dar cor às mesmas usava-se carvão) e muito blush. No século XV a utilização dos cosméticos era muito mal vista pela Igreja. As mulheres embelezadas eram proibidas de entrar nos locais de culto.

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A Estética no Renascimento A partir do século XV ser bela torna-se uma obrigação, já que a fealdade é associada à inferioridade social e ao vicio. A beleza é considerada um atributo necessario de caracter moral e posição social. O modelo de beleza feminina caracteriza-se pelas ancas largas e seios generosos. Este modelo que irá manter-se até aos finais do seculo XVIII. A Europa do século XVI viria a caracterizar-se tanto por uma vaga de puritanismo e de vergonha em relação ao corpo, à sua aparência e à sexualidade, como viria a celebrar o culto da beleza e pela redescoberta do nu. Nesta época, a mulher decidiu sair da obscuridade e revelar-se mais. Visto que na Idade Média a mulher muito pouco podia fazer, decidiu agora vir com novas exigências, principalmente a nível do seu aspecto. É também neste século que a preocupação com a higiene pessoal é posta de lado o que contribui para o crescente uso de perfumes e cosméticos. O uso do pó de arroz torna-se condição necessária de limpeza e proclama o estatuto social, tal como os pós coloridos e perfumados. Nesta época usavam-se inclusive luvas perfumadas, contudo, esse luxo pertencia apenas as nobres da Corte Europeia. Esta excessiva forma do uso das frangrâncias proporcionou a profissionalização da actividade do perfumista. A base da higiene era o uso da roupa lavada até que esta ficasse suja, uma vez que vigorava a ideia de que a roupa absorvia a sujidade. Os dentes eram lavados com produtos 100% naturais, tais como urina, cinzas ou saliva. A roupa, por sua vez, não era lavada mas sim sacudida e carregada de perfume. As mãos eram lavadas apenas de 3 em 3 dias, o que pode parecer uma barbaridade face aos habitos de higiente contemporâneos. A face era limpa com clara de ovo ou vinagre para aclarar e amaciar a pele.

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A Estética no século XVIII Nesta época, a semelhança dos séculos anteriores empregava-se erradamente a cosmética de tratamento: ela adornava em vez de tratar e embelezar. O grotesco passou a ser considerado natural. A higiene corporal continuou esquecida, pelo que se continuavam a usar os perfumes em excesso. Foram vários os fatores que influenciaram o desenvolvimento da cosmética, tais como: a publicidade; a importância económica que o mercado da cosmética foi adquirindo; a fixação exagerada na maquilhagem e nos perfumes. Desta forma, o mercado da cosmética ganhou cada vez mais amplitude e importância económica. Existia uma grande variedade de produtos tais como: perfumes variados; pós de farinha e arroz; cremes, pomadas, leites, pastas, depilatórios, águas de beleza: de rosas, de lavanda, corantes à base de enxofre ou mercúrio, etc. Ainda assim, os cuidados de higiene limitavam-se ao rosto e ao cabelo, já que o banho só reapareceu no final do século. Continuava na moda a brancura exagerada da pele, pelo que diariamente as mulheres ingeriam grandes quantidades de vinagre. Também se utilizavam cremes, pomadas e máscaras, mas a sua grande obsessão era a maquilhagem e os perfumes. Esta época foi uma época de viragem e de rotura entre os cosméticos usados pelos pobres e pelos representantes das classes altas. Os aristocratas adotaram a moda da “palidez aristocrática”, usando pó branco para a cara, comendo giz ou mesmo pintando as veias dos braços de azul para parecerem mais pálidas. Até os homens voltaram a interessar-se pelos cuidados estéticos: maquilhavam-se tanto que chegavam a ter um aspeto feminino.

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Estética no século XIX Neste século os novos hábitos higiénicos foram fundamentais para o desenvolvimento da estética. Eles despertaram novos interesses nos cuidados do corpo e do rosto. A higiene era feita de maneira mais correta e sensata que no século anterior, dando-se grande ênfase para ao fabrico caseiro de cosméticos. A maquilhagem adquiriu uma maior naturalidade. Continuou a usar-se o pó e a colorir-se as maçãs do rosto. Os olhos pintavam-se suavemente e as sobrancelhas elevavam-se finas e arqueadas. Pintavam-se as pestanas de negro e para os lábios usava-se o carmim. As unhas eram polidas e untadas com óleo de amêndoas amargas.

Foi também no século XIX que na Russia apareceu o mais famoso produtor de perfumes, que veio quebrar o estereótipo de que os melhores perfumes eram franceses. Foi nessa época que surgiram diversas fábricas de produção de cosméticos, que vendiam no mercado base em pó, perfumes, sabonete e outros cosméticos requisitados.

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Estética no século XX No século XX, a mulher começou o caminho para a sua independência e tentou libertar-se, aos poucos, da sua marginalidade social. Ela assumiu um papel mais relevante dentro da sociedade o que lhe exigiu novas necessidades estéticas. Desta forma, nasceu uma nova mulher que usava saias mais curtas, praticava desporto e utilizava a cosmética como um desafio às antigas normas de conduta, ao mesmo tempo procurando um novo rumo de vida. A indústria cosmética respondeu às necessidades desta nova conjuntura e condição feminina. Desta forma, os produtos de beleza deixaram de ser privilégio de uma certa elite, para estarem ao alcance de todas as classes sociais. Um outro aspeto importante foi a incorporação da mulher no mercado de trabalho. O aumento da esperança de vida também despertou a necessidade de prolongar a aparência jovem por mais tempo. Apareceram produtos para o cabelo que revolucionaram a indústria e o mercado dos cabeleireiros: brilhantinas, lacas, tintas, produtos de tratamento, novas técnicas como a permanente, etc. Surgiram também os vernizes com cor para as unhas. Os primeiros corantes sintéticos foram lançados para o mercado pelos alemães. Surgiram as vitaminas sintéticas, as hormonas, as essências, etc. Os produtos de cosmética adquiriram um alto grau de sofisticação. Os cremes eram muito mais ligeiros, os pós mais finos graças à incorporação de seda pulverizada, e a maquilhagem mais consistente. Uma enorme quantidade e diversidade de produtos surgiram no mercado. A indústria cosmética afastou-se cada vez mais das substâncias químicas, para incorporar matérias-primas vegetais e animais, extratos de ervas.

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Atualidade – saúde e auto estima Na atualidade a estética envolve mais do que a imagem e aparência do nosso corpo. Ela inclui o nosso bem-estar, autoestima, prazer e otimismo pela vida. Quem não gosta de se sentir bonito e saudável? Nos dias de hoje a aparência é o cartão-de-visita, por isso estar bem com a nossa aparência é fundamental para uma vida pessoal e social mais realizadora. Atualmente já foi pesquisada a relação da aparência com a saúde mental de indivíduos. A auto-estima é de grande importância para que o ser humano viva bem e existem comprovações fisiológicas e pesquisas já realizadas por médicos que comprovam a real ligação entre a aparência e o bem-estar psicológico, e a importância da contribuição de profissionais neste área. Os estudos demonstram que os indivíduos que não se encontram em harmonia com a própria aparência sofrem alterações na sua saúde mental, o que os leva muitas vezes a situações críticas e até mesmo a transtornos depressivos. A aparência, a beleza e o bem-estar podem afetar a qualidade de vida de cada pessoa e o que vem do exterior, afeta diretamente o interior. Sabendo que a aparência tem extrema importância na atualidade, o descuido com a mesma pode afetar o nível psicológico, o emocional e o social do indivíduo. Desta forma conclui-se que, é imprescindível cuidar da aparência, da saúde física e da beleza. Por conseguinte, a ação de profissionais da área da estética nos aspetos supra citados adquire grande relevância, para que assim se obtenha plena satisfação com o próprio corpo e se possa adquirir saúde mental, bem-estar físico e psicológico, evitando então diversos tipos de transtornos.

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Novas técnicas de Estética O século XX pode ser considerado como um período de viragem em toda a história com grandes avanços, mudanças e conquistas que marcaram e foram alcançados nesta época. Foi a primeira grande guerra que veio marcar a grande viragem nos padrões da estética. Os inovadores produtos de beleza, baseados em tecnologias de vanguarda, que hoje se encontram ao dispor de quase todos, são fruto de uma busca incessante da eterna juventude. E foi o século XX que trouxe a grande revolução da estética, ainda assim, foi apenas no século XXI que apareceram as técnicas verdadeiramente inovadoras, como depilação definitiva e o foto rejuvenescimento. A indústria de estética ganhou recursos a aparelhos como, por exemplo, os lasers que tem mostrado o quanto a tecnologia tem propiciado cada vez mais resultados efetivos e menos invasivos na busca da estética corporal. Aliado na procura pela aparência perfeita ainda existem os aparelhos de radiofrequência usados em tratamentos anti flacidez, gordura localizada e celulite. Segue-se abaixo uma comparação entre duas das novas técnicas utilizadas na estética: laser e luz pulsada. Ambas as técnicas dizem respeito à depilação e podem ser comparadas nos seus mais variados aspetos:

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Laser e Luz pulsada

Principais diferenças:

Laser

Luz Pulsada

Luz contínua

Luz pulsada

Monocromática

Policromática (permite tratar mais tipos de pelo) Dispersa/divergente (o efeito térmico dispersa-se sendo menos agressivo) Não trata pelos brancos

Unidirecional

Não trata pêlos brancos

Métodos Seguros Está comprovado que estes dois tipos de depilação definitiva são seguros e são métodos com eficácia comprovada. Para fazer este tipo de depilação deve recorrer a clínicas especializadas.

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Curiosidades sobre estética  Em 1372, os escravos pintavam os olhos. Em Roma, a alta sociedade tomava banhos de leite de jumenta para embelezar a pele.  A depilação com fins estéticos foi praticada por muitas civilizações. As mulheres gregas, por exemplo, levavam a vaidade ao ponto de arrancar os pêlos pubianos com a mão e queimá-los com uma chama ou com cinzas quentes. As mulheres árabes preparavam um xarope espesso, feito de partes iguais de açúcar e de sumo de limão com água, e espalhavam-no sobre a pele, deixando-o secar, para depois extrair os pêlos. A técnica é, no essencial, semelhante à da cera. A depilação com cera surgiu em 1742, na cidade de Paris.

 O açafrão servia para colorir os lábios; a sálvia, para embranquecer os dentes; a clara de ovo e o vinagre para aveludar a pele.  No século XIX as mulheres da aristocracia francesa pintavam os dentes de amarelo, para demonstrar o quanto branca era a sua pele.

 A Igreja Crista desde sempre negava qualquer tipo de manipulações com a beleza feminina. Desta forma, foi adoptada uma lei que considerava ilegais os casamentos em que a mulher usava maquilhagem. Estas mulheres eram consideradas heréges por esconderem a sua verdadeira cara dos seus maridos.

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Estética não é Futilidade, é SAÚDE

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