yoJaguar

Page 1




SofĂĄ (para Alberto Sesmero) Asier Beramendi Aranzadi Donostia_EspaĂąa


Sofá, sofá, sofá, sofá, sofá, sofá, sofá, sofá, sofá, sofá, sofá, sofá, sofá. Sofá en Haití de suelo arenoso, sofá en Gaza desvirgada sofá en el temible Fukushima, sofá en la Acrópolis. Sofá en Siria devorando a Siria, sofá el clítoris de mujeres africanas que nacen mujeres y viven muñecas, sofá los homosexuales de Uganda, Rusia e Irán. Sofá la bahía de Pasaia, sofá Gasteiz del 76. Sofá aceite de ricino, sofá en patera, sofá la constitución de la obsolescencia. Sofá Yoyes, sofá entre rejas, sofá de usar y tirar grabado en tablas. Sofá a sonrisas protocolarias de poliespán, móviles inmóviles,


sueños precocinados. Sofá políticos meándose en política, sofá expendedoras de hambre y guerra, el pack ahorro. Sofá el Club Bilderberg jugando al Risk, sofá en palabras descritas de tribus americanas. Sofá el hombre blanco. Sofá Europa, ilusión falaz. Sofá Telecinco y mujeres de porcelana, sofá en shore, flamantes ruedas de campana y aros fosforitos desmesurados. Sofá el glamour de la ignorancia, sofá rojo en mis manos. Sofá el cuerno de África. Sofá textil Asia maltratada, olvidada, sofá en miradas huidizas, sofá en pantallas y microondas, sofá en tinieblas, aguas empaladas devastadas. Sofá en Ikatz invadido por la coca.


Sofá el Papa, sofá Dow Jones, sofá Bruselas, Londres, Paris y Madrid, sofá la decadencia sonrojada en Amsterdam no holandesa. Sofá en containers, congeladores, chuches y zumos. Sofá en la tierra, sofá en las nubes, sofá en chivatos, en sobres de 8, 25 y 50 gramos. Sofá en cucharas y biberones. Y mientras tanto nosotros aquí sentados, desparramados carne tumbada en butacones dorados, robados, podridos, tendidos reyes y reinas y reinas y reyes, tranquilos, dormidos, perdidos aquí, en nuestra muerte.




No bairro industrial Heyk Pimenta Rio de Janeiro_Brasil


Me preocupa que haja um jaguar solto diz Lizalde sem me olhar digo o nome e meneia uma das mãos vira-se à janela mas olha baixo abaixo do para-peito não quer

ou dói

sua esquiva

o nome

Está aqui e está bem mais diz levantando-se espera à porta que eu diga algo de costas voltasse o rosto Ele já desfez a casa e agora em seus vidros diz coisas ao pasto ao arame aos pelos na cerca


Eduardo parte na calçada está mais em mim e espera termos um mesmo pulso os flamboyants os pés de manga queimados rompemos o asfalto chegamos ao pomar Já não há laranjas digo eu sei e ele, que a culpa é do jaguar deve ter dito a elas sobre as caixas os tratores o pouco preço e se foram sim e digo que, mas não digo ele aponta e seguimos para sairmos da cidade e se levaremos o jaguar tão moço o bairro é tão o mesmo mas tudo nos diz chega tudo nos diz volta tudo está já dentro do diabo pintado o jaguar nos engoliu o mapa


e nem sabemos se resistimos certamente seguimos seus passos o amamos em segredo


Impresiones I. Juan Prado Sendagorta Bilbao_Espa単a


Ahora pareces una de ellas; cara descolorida y dientes mentirosos . Te veo camuflada entre mujeres, seguramente niñas de la televisión; fulanas o embusteras. Y no pienso que lo seas, pero has dejado de lucir, como un maniquí suicida. Y no me importa mirar y no ver más que un ritmo gris y unos ojos apagados.


El columpio Juan Prado Sendagorta Bilbao_Espa単a


Tú sabes que la infancia nos engañaba. El parque se ha afincado en aquel terreno, cerca de mi casa, donde jugábamos hipnóticos a capturar el olor de las margaritas. Pero siempre susurraban y se jactaban de nosotros, sabían que la infancia nos engañaba. Donde estaba el columpio ahora lloran los amantes, perdidos en el eterno balanceo de sus besos; mientras lágrimas de otoño caen sobre las cabezas impermeables de los niños.


Sín título Nicolás Todo Rosario_Argentina


De tu dulce mano o mirada toda, absolutamente la caricia acostumbrada aunque viva, siempre tan viva como un ave en la palma o música de plantas. Ensueño entonces o ni decir, no la palabra ni pronunciación que no sea el acto mismo, tu delicada potencia imborrable, signo único del sentido satisfecho en sí mismo. /Todo lo que digo un juego para prolongar o traerte de vuelta./ Lumina, decidida por la naturaleza y el diamante, hecha en el músculo animal suave y su temperatura de sangre corriendo. El pulso del grado fuerte hinchando pecho y labios al tiempo que, serena, la mirada perdida en abstracción por la ventana vuelve a mí, me encuentra, da en y a mi existencia una expansión, paz y abrazo, visión plena. Mis venas son casi cascadas. Soy sonido en un cuerpo hecho para recibirte.


Sem TĂ­tulo 1 Filipe Marinheiro Aveiro_Portugal


Livram-se de súbito árvores dormidas no barlavento de mágoas íngremes frente aos cotovelos que te desprendem ao sorriso desses rios passageiros. Mais à noitinha a sua curva de ervas doiradas desvairam-se longamente cheias de cheiros graves e furtivos. Ganham voo esquecido mesmo que emparelhados atrás do cesto de frutas a escorregar contra a espiga do peito férreo apodrecidas. Ervas roucas urgentes de um verde prata inimaginável.


Cheias de ervas a sede. Sede gémea às luzes arrastadas pela pele curável da tua sombra, só tua até doer. Húmida essa ferida noite sem permanecer sobre nada e soltas uma sílaba de paixão falando-te puro aos ricos pastos dentro do raso silêncio. Vai doer-me ver-te porque sou assim virado para ti ó natureza comovente...


E quando pouso toda a alma no que é teu e meu ouvimos essa brisa melancólica só nossa só nossa. Escuto a aflição da dor anoitecida. Alegre dor da noite navegada em redor do lume da foice perdemo-nos nas ondas feitas de vento a entrar e sair soletrado. Ingenuamente as colinas limpas sem orientação e preconceito invisíveis no amor de ti encostado contra as faces virado de costas. Deves tudo isso aos nossos lábios úteis.


Corremos novos na roupa das estepes paradas por cima do estremecimento da palavra doutras searas então vigilantes. Fossem ignorantes nossas também. Nunca poderão partir os lamentos dessa pouca exaltação. Mas relembro-te para fechares extenso alguns cristais abandonados das tuas veias galácticas e a tremer como uma sonâmbula alvorada nua. Sais pela raiz da lua fora porque a sua amável cara de criança vem-te beber da terra flutuante


num encontro interdito a essas belĂ­ssimas mĂŁos tĂŁo fielmente compostas.


Sarauvaia 2 Tiago Fabris Rendelli Braganรงa Paulista_Brasil


Vislumbrar humanidades es entrenamiento diario de contemplación. Alguien recita una poesía bellísima e inaudible, encubiertapor las voces que intentan ser la voz. No acepto nuestro intento de gloria, ni la ausencia de azufre en los santos, no para la frenética carrera del mundo, al amor sin suciedad. No acepto el intento de transformar la vida en un lugar aséptico. Tiren piedras, quiebren vitrinas, admiren las higuera bailando de sus fuerzas inmóviles sobre los hombres. Toquen y toquen todo, rompiendo ventanas, hiriendo la palma de la mano con las astillas afiladas de lo que queremos ser.


TOMES COCA-COLA HASTA LA MUERTE. Discursa la voz eterna, la falacia de la nueva era, anunciando buenos tiempos, buenas nuevas, mar remoto. Y los ejercitantes sucumben, como toros inmolados. Y los hambrientos comen migajas de nuestros dientes. Y las bombas llueven sobre ni単os lejanos. Esperemos la libertad con oraciones a este Dios que destroza sus reto単os.



Smile AndrĂŠ Nogueira Campinas_Brasil


Um gu-gu dadá em defesa do uso de tremas. Me gustam os pequenos lábios da divisão silábica. Só entra pelo portal da Esfinge do Esfíncter (1) quem a chamada oral responder em tempo hábil. Do aerodinâmico elmo à antitetânica última prega aperto-me no deserto entre cones medroso de canhões napoleônicos e faço contas que nem Grigori Perelman nem sonega Al Capone ou pegam grampos telefônicos. Entre as listradas pirâmides o cordão de isolamento


protege o cerne da minha pupila mecânica pelo sensível nervo adentro da minha consciência de circuito interno. Não pode, por este buraco de agulha passar um só fio óxido de cabelo ruivo mas talvez passe, sob a coluna papiriforme do cóxis, pela oxítona letra ó do fiofó, um pompoarístico camelo com seus calombos curvos. Fazendo contas nos dedos de pente fino de um canivete suíço, eu os convido a entrar na fila e aponto para a prancha com a mão de gancho do Capitão-Cedilha.


E te decifro com as linhas das minhas garras carimbadas na farinha de trigo! Eu te passo pelo crivo e com um bip, bip, bip festivo de código de barras por um caminho gramíneo até o oásis de meu umbigo onde amarra o seu camelo o beduíno e tira do saco um saque de indefinidos artigos. __________________________________________ (1) Bom que o cú esteja lá embaixo. Imagina: se tão perto (neste verso?) estivesse!


Acentuar ou não acentuar, falsa questão: desvia o foco da curva adentro do “u”. ü



Self Ana JĂşlia Carvalheiro Campinas_Brasil


Self Selves Selvas Preciso levantar, mas as palavras continuam na horizontal os peitos apontam o sul do norte o cú os pés o oeste, o leste ou lês-te rosa dos ventos de ponta cabeça. Estou começando a compor estão começando a me recompor saiu cabisbaixo da inebriante experiência de se tornar aos poucos um lance de luz E agora não sabe pra onde ir são fatais os perigos de se deixar cair debaixo da árvore que compõem sete sílabas do canto desbravado por folhas que abastecem o solo


por elas é em cada troca de estação enterro solar quero me liquid(ific)ar pela gruta descascando a fruta pela serra dos Dentes sabe aquela que atravessa as Depressões do Seu céu da boca formando um festival de cordilheiras Tortas Mi está sentada, arqueada, sustentada por um solo barro-oco Si levanta para acompanhar os passos cambaleantes tanto sóbrios quanto harmônicos de Ré que se desfaz num eletrônico zunido bestial indo em frente, mas com passos de curupira retoma em cada passo futuro seu mito preservado entre os capítulos 20 e 5 E assim torna-se sempre atrasado em relação


ao desenvolvimento orgânico dos outros Esse negócio de andar um passo adiante sempre voltando outro pra conferir o résultado deixa o bicho encurvado, igual c mas aos poucos aprende Si a tornar-se- Ré velho e antiquado como Mi. E por fim, nesse flautear, trepa-se na grade a trepadeira da moça. como se em cada furo aberto nascesse uma daninha. Tá vendo, nem foi preciso muita rima.




La Piedad Roberto Piva S達o Paulo_Brasil trad. Tiago Fabris Rendelli


Yo rugía en los poliedros de la Justicia mi momento abatido en la extrema palizada los profesores hablaban del afán de dominar y de la lucha por la vida las señoras católicas son piadosas los comunistas son piadosos los comerciantes son piadosos sólo yo no soy piadoso si yo fuera piadoso mi sexo sería dócil y sólo se erguiría los sábados de noche yo sería un buen hijo mis colegas me llamarían matadito y me harían preguntas ¿por qué el navío boya? ¿por qué el clavo se hunde? yo dejaría proliferar una úlcera y admiraría las estatuas de fuertes dentaduras iría a bailes donde no podría llevar a mis amigos pederastas o barbudos yo me universalizaría en el sentido común y ellos dirían que tengo todas las virtudes yo no soy piadoso nunca podré ser piadoso


mis ojos retiñen y se colorean de verde Los rascacielos de carroña se descomponen en los pavimentos los adolescentes en las escuelas bufan como perras asxiadas arcángeles de azufre bombardean el horizonte a través de mis sueños



A batalha campal Nicanor Parra Las Cruces_Chile trad. Tatiane Marchi


a coisa toda começa com um DESFILE NOTURNO DE ENERGÚMENOS pelo centro da cidade: morte sim! funerais não! morte sim! funerais não! morte sim! funerais não! OS ROBBOTS OBSERVAM O DESFILE DE DENTRO DE SEUS CARROS DE COMBATE e continua no dia seguinte NA HORA DE MAIOR TRÁFEGO -entre 1 e 2 da tardeDEBAIXO DO SOL EM BRASA


com uma MANIFESTAÇÃO PACÍFICA DE ENERGÚMENOS envoltos em cobertas, tochas e tocas FRENTE A UMA TENDA DE POMPAS FÚNEBRES na teoria não molestam nada e, por certo, não fazem outra coisa além de cantar e dançar em tempo de cúmbia DUAS FRASES QUE SE REPETEM AO INFINITO morte sim! funerais não! morte sim! funerais não! morte sim! funerais não! MAS, OS ROBBOTS CONTINUAM OBSERVANDO ATENTAMENTE


OS ACONTECIMIENTOSDE DENTRO DE SEUS CARROS DE COMBATE no terceiro dia OS ENERGÚMENOS SE DIRIGEM TRANQUILAMENTE AS SUAS CASAS depois de várias horas de balada FRENTE À MOEDA quando os robbots aparecem em cena e a batalha campal começa E COMEÇA A BATALHA CAMPAL !E C O M E Ç A A B A T A L H A C A M P A L!


Sin título Paco Moral Madrid_España


una poeta

Un poeta Deberían

morir Cantándose en la miseria Cecilia Quílez He venido con todas las palabras. Dijiste habla de amor y lo hice. Y dije te amo te amo te amo muchas veces, era un amor tan blanco que dañaba los ojos al mirarlo.


Eh, poeta! habla de pájaros. y sumiso alcé vuelos, cantos, plumas, inventé trinos y dije colibrí, gorjeo, alondra. Pero no hablé de jaula, fragilidad, barrotes, del ala rota por el cable. Me faltaron las onomatopeyas, el duro crack del hueso roto bajo mi puño. Me pediste colores y pinté de arcoíris los infiernos. Dijiste: habla de flores, bufón, y se me fue llenando la boca de amapolas en cada espiración, con cada verso.


Y de repente un día, confiado quise hablarte del hombre, del hermano… Ssssssssssh no es esa tu función, la tuya es venir gratis a mis fiestas, frecuentar mis prostíbulos solo cuando te invite, bufón pobre de corte. Y me quedé callado sin palabras. Pero ya no. Hoy traigo en mi maleta de sueños todas las que no quieres. Hoy que miro las piernas agitadas del que pende de la soga meto mi mano dentro, en el justo lugar donde la cuerda


triza la piel más fina. Meto mis dedos fuertes y estiro estiro estiro hasta que vuelven los ojos a sus órbitas. Ves? Ya. Ya sé. No es esto lo que esperas. Tú me quieres amor y pájaro, me adoras en colores brillantes, en flores. Me quieres manantial. Bufón. Tú quieres mis palabras llenas de ángeles para hacerte con ellas una capa que tape tu miseria.


Pero no puedo dártelas, forman parte de un todo. Van junto a las demás. Las digo… Digo amor herido, pájaro asesinado, color negro tu espíritu, amapolas y napalm… Digo dignidad, dolor. Digo ego, sí, el mío, pero también miseria. Digo desposeído y hablo de mi y de todos. Digo limo. Pero también estiércol. Hablo del vientre fértil y también del cuchillo que lo raja. Digo boca. Y escupo. Hablo de beso, sí, y de labio roto. Digo hombre, humanidad, humano, hueso,


tan solo con la hache salen cuatro seguidas, sin apenas pensarlas. Caricia, tortura, vida, agonía, digo uña arrancada, orgasmo, Insurrección, susurro, grito, digo todas las palabras que me caben en las fauces Porque son mías, son mi patria. Sin ellas no soy más que el sonido sordo de una piedra golpeándome en la nuca.



RubrĂŠlios Thiago Leonello Andreuzzi Campinas_Brasil


Rubrélios quentes que mo torrais nesse sedenzerto consumado de sangue e calcário sede amônia mo sufoc’ar e de espessispinhos mo cutucais ao menos de meu sangue borbulhamante mo poupais ardei! Rubrélios quentes que mo torrais sobre esses finigrãos areoides de secura e ventiçoites sede em meus beiços rachuras carnais de impetuosidolor e canibal calor afoguentai! Rubrélios quentes que mo torrais já é noite friardente que mo cobre a pele carnejante transforma mea carne


sede em meus pulmões de alvéolos deseslastizados de prazeridor bem açoitados renascei! Rubrélios de outrora pois de ossos só o calcário sobra de meu sangue, só o vapor desloca



CĂŠlulas fotosensibles Mariana Campos Rosario_Argentina


tus ojos de arándanos de cosecha tardía de niño escalando las máquinas del enorme río que abraza y prostituye la ciudad ojos de publicidad que invitan a los buzos de la noche al caos a las madrigueras de los gatos gravadas entre piedras y mujeres fantasmagóricas ojos que no bailan mientras vos bailás que comen de boca cerrada que presienten la atmósfera propricia a los murciélagos y escuchan las estátuas de hollín expulsadas por los navios ojos de clases de dictado del segundo año de la secundária


de decifrar las rutas del cielo  : estos ojos que encienden mi piel fotosensible mis poros de cåmara oscura por los cuales registro cada cÊlula de amor que existe en vos



Interior Vermelho Pedro Spigolon Araras/Campinas_Brasil


Sempre abri essa porta amarela mas nunca pensei que veria seu perfil estampado na parede como um cotidiano que insiste em fugir da paisagem. Lembro de quando você fugia como o jornal foge do vento isso era quando as maçãs enchiam nossa mesa azul como um estúpido enfeite que insiste em apodrecer. Era engraçado, mas reparei ali o princípio de nosso amor: era repleto de vermelho crescia para decorar uma mesa onde ninguém jamais se sentou depois decompunha como as coisas sem importância alguma. Vez ou outra nossos ouvidos eram dois barulhos sem dúvida os relâmpagos mordiam nossas bocas


e não havia um interior mais vermelho que a tempestade do rancor essa que inundava de riscos nossa contínua descrença no amor.



Gezurtea Asier Beramendi Aranzadi Donostia_Espa単a


lun da nire gela, kanpoan argia bada ere. Amodioak dituen mugetan pentsatzean, zure adiskidearen itzala azaltzen da paretetatik irristaka. Atzetik dator, egunero, erreinutzat genuen hutsune hura. Zentzugabekeri basatia. Ezezagun horrek, mirestu nahi nuen printze arraroak, gauero irduikatzen dizkit zurekin bizi nituen gezurrak. Nahi, baina ezin. Eta nik, ene burua heriotzeraino isiltzeko prest nengoela, akatu nuen gazte alaia.


Zertarako bilatu erruaren leku aproposa, maitaletzat hartzea hobe dirudi, madarikazioan eroso omen nabil aspaldi, zuri galarazitako balioa kopetean idatziz, inoiz ahaztuko ez dudalakoan. Gezurtean ito nintzen zure adiskide bikaina bilakatu nahian. Zugan pentsatzen dudan bakoitzean datozen laztan eta musu, sexu eta zin guztiak usteldu ditu printze arraroak. Zuk ez, ezta nik ere, itzaletan izkutatzen den horrek baizik pozoindu ditu oroipenak. Penak dira, batez ere, jada.


Argirik ez dago nire gelan. Ilun dira ene begiak.




Hoy quiero Ana Casado Mérida_España


(parte del poemario “El alma sobre la mesa”)

Hoy quiero que me regales tu noche, que me dejes pasear a oscuras entre tus piernas. Luego quiero dormir acurrucada en el espacio que separa a tu piel de tu alma. Allí donde viví una vez antes de ser, Ahí..., hazme un hueco pequeño donde no pueda moverme, donde escuche tus susurros y tus gritos, tu respiración, tus latidos... hazme un hueco... Hoy quiero sentir como sientes, sodomizarte como tantas otras veces, pero conmigo... Quiero entrar en tu cuerpo y buscar mi espacio, dormir tranquila mientras recitas, soñar despierta mientras te tocas, beber de ti si el alcohol te ahoga. Quiero ser ese bárbaro tan niño, sentirme tuya, que me des cobijo en el espacio que separa a tu piel de tu alma.


Allí donde nacen tus lágrimas, tu rabia, ahí... Alquílame ese espacio esta noche. A cambio te daré lo que pidas, placer, dinero, caricias..., lo que pidas. Hoy no quiero verte a través de un agujero, hoy ni quiero imaginarte, hoy quiero ser tú y ver el mundo desde dentro. Asomarme desde algún orificio secreto y ver la vida, tu vida... Ser tus ojos y leer tu pensamiento, todo esto es lo que hoy quiero, sólo hoy, porque mañana estaré lejos, lo sé... Estare gozando con otros, como te gusta, sin haber superado mi reto. Pero algún día, cuando te creas a salvo de este infierno, te sorprenderás abriéndote a mí por entero, invitándome a entrar mientras lames mis dedos. Y entonces inconsciente, habré cumplido mi sueño en sueños.



Pureza del Sentimiento Ana Casado MĂŠrida_EspaĂąa


No existe la palabra que dé nombre a lo que siento, cómo explicarte que me pierde tu pasión, que amo tu alma, pero nos quiero libres. Que la única puerta que no cerraría sería la tuya. Naufrago entre palabras, versos y emociones, y me sigo sintiendo perdida. No reconozco el sentimiento que me invade, solo sé que paro el mundo si lo pides, y que no me tienes si no suplicas. Contradictorio, tan cerca y tan antagónico, como el amor y el odio, como la flor y la espina. Como el rayo de luz que te alumbra y puede matarte. Así es el sentimiento que por ser puro es peligroso.


Sin título Isabel García Mellado Madrid_España


la chica del pelo verde se ha recogido un moño bajo ha subido a un barco con cara de saber muy bien lo que hacía sus pies la delatan sus pies son dos signos de interrogación pero ya nadie mira a los pies hoy en día ella se ha puesto de pie en medio del salón- comedor ha dicho en voz muy alta “Pere Gimferrer” y ha observado atentamente las reacciones de todos los comensales nadie ha reaccionado de un modo adecuado sólo la han mirado con signos de interrogación en los ojos los signos de interrogación no se llevan en los ojos, se llevan en los pies, pero la gente tiene demasiado miedo a equivocarse un niño está mirándose fijamente los zapatos, ella le ve perfectamente en la nuca que tiene ganas de quitárselos: “vamos, hazlo” susurra pero su madre le dice no-sé-qué y al niño le crece una duda en forma de pompa que le sale por la oreja y hace ¡plop! y le aleja del animal que es realmente una capa de gris cae como un telón sobre el salón-comedor sobre el barco entero a la mujer del pelo verde se le suelta el cabello y le da un dolor de cabeza muy rojo


empiezan a salirle gotas de leche de los senos, como lĂĄgrimas blanquĂ­simas y perfectas asĂ­ que tiene que desabotonarse la camisa, pedirle al camarero un par de vasos, poner remedio a todo lo que ocurre



Poemas basados en hechos reales Alberto Sesmero Madrid_Espa単a


Los poemas están basados en hechos reales Lo real es, de hecho, poema O es un poema real y después hecho O lo hecho poema es también lo real Quizás solo lo real del hecho será alguna vez poema O puede que poema puede que real pero no hecho De lo hecho, pecho, y de real, poema O hecho poema y ya nunca real De vaga inspiración real, de hecho ya nunca más poema Y satírico poema, el hecho real Real hecho el del poema Y poema y real y sobre todo hecho No muy hecho Los hechos están basados en poemas reales.


microscOPIO Alberto Sesmero Madrid_Espa単a



Mayoreo Menudeo María Salgado Madrid_España


ACAB Bail OUT Carne SALATA Polígono DONADA CONMAR De POVERTY RESCATE Supervivir OPACO Epic Supervertir PANÓPTICO COCAÍNICA SUBÓPTIMA ESPIZ CRASH blanda los bursátil tv el CAPITAL de conocer desconocer de conocer se conceder despedazar de dar se despedir de despedir a los de dar pedazos trozos zancos por sobre el fango FRÁGIL FUGADA TRAFIQUERIO Desarreglo Hormonal Histeria IRA Castigo humana-In-heredad de ahí AHÍ Jinete Último Reino Joyería Último Reino Watios de a kilo un ave Lucro LUMÍNICO nocturna a contra LLAMA del AMOR volatinea ROMA ORDEN ROMA ordena ROMA el ORDEN MAYOREO mucho trabajo poquito dinero


poquita de trabajo alto de desempleo negociado NECROFILIA TIEMPO Historia Operación SEGADO la química la plástica el petroleo la Verdad Prístina REDADA Porno Policial Psiquiátrica Rosada Esquizo Pura Oblivio Olvido EN LÍNEA EN VENTA Ultravioleta ENTERA VENTA las deja las ventanas abiertas tragedia videojuego watiaje minutaje segundaje marcaje mecenazgo oxímoron BLOQUEO la equis la y grie ga la z z n y n x n ww n v n u n t s n rr n r n q n p n o nnnn m z n y n x n ww n v n u n t s n rr n r n q n p n o nn n m z n y n x n ww n v n u n t s n rr n r n q n p o nn n m z n y n x n ww n v n u n t s n rr n r n q p o nn n m z n y n x n ww n v n u n t n s n rr r q p o nn n m z n y n x n ww n v n u n t n s rr r q p o nn n m z n y n x n ww n v n u n t s rr r q p o nn n m z n y n x n ww n v n u t s rr r q p o nn n m z n y n x n ww n v u t s rr r q p o nn n m


z n y n x n ww v u t s rr r q p o nn n m z n y n x ww v u t s rr r q p o nn n m z n y x ww v u t s rr r q p o nn n m z y x ww v u t s rr r q p o nn n m z y x ww v u t s rr r q p o nn n z y x ww v u t s rr r q p o nn z y x ww v u t s rr r q p o z y x ww v u t s rr r q p z y x ww v u t s rr r q z y x ww v u t s rr r z y x ww v u t s rr z y x ww v u t s z y x ww v u t z y x ww v u z y x ww v z y x ww zyxw zyx zy a ab


abc abcd abcde abcdef abcdefg abcdefgh abcdefghi abcdefghij abcdefghijk abcdefghijkl abcdefghijklm a anb anbnc anbncnd anbncndng anbncndngnh anbncndngnhni anbncndngnhninj anbncndngnhninjnk anbncndngnhninjnknl anbncndngnhninjnknlnm


la a la be abalorio rojo ojo o antelina verdiazul anillo ambulantaje guiño azul broche esmaltado cambio acrílicos negros en acrílicos blancos ajustables ovalados dos bocas cambio arete en cabo de asa brazalete barro abotonado invitación a cuentas corto collar cierres y terminal dijes colgante pasamanos rombo rosa descorchar corchetería diaporama del oro bisutería casual del Reina disuelta en el cristal esféricas de eme de eme a de eme de eme a de erre i de zeta i erre de a eme de a de existir de existir de fantasía garganta lentejuela nuez de adán mordida voz orgasmo gastamiento hilo rebobinado y rebobinamiento flor trufa flor platino de mentira flor retal retalle de ciudad retalle de mañana intimidad imitación de jaspe joyas de por traer de por decir un poco


menudeo diorama del amor de aquí aquí ciudad de pormenor mercadería nimiedad poca de miedo ovalado ajustable perdería pedrería por detrás perlas pulsera diamantes fake plata de ley la ley y el terciopel el redondel o un niñ o un a niñ a un niñ o un a niñ a un nid o de niñ o s de a nid o s l a s niñ a s un anidamient o en ondeamiento en oteamiento vidrio color vaso de vidrio líquido equis y griega y z



Fotografias | Andressa Tata Coutinho Campinas_ Brasil Natália Gregorini Porto _Portugal Pedro Spagnol

Campinas _ Brasil

Paloma Guerrero

Sevilla _ España

Rodrigo Delgado Lozano

Madrid _ España

Wladimir Vaz

Madrid _ España

Edición | Alberto Sesmero Wladimir Vaz Madrid_Julio_2014




Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.