Atividade após leitura de Elmer e os hipopótamos
Primeiro encontro:
Debate sobre o dilema da distribuição territorial de recursos limitados Antes do encontro: Anote em pedaços grandes de cartolina ou papelão cada uma das palavras abaixo: Água Ar limpo Eletricidade Petróleo Recursos médicos Espalhe os pedaços de cartolina/papelão pela classe, colocando-os do lado direito ou esquerdo da sala. Crie uma linha divisória entre os dois lados da sala, usando cadeiras, bancos ou fita-crepe. À medida que as crianças forem entrando na sala, atribua a cada uma a letra A ou B, alternadamente. Depois que todas tiverem recebido sua letra, peça às crianças que ficaram com a letra A para se dirigirem para um lado da sala. E para as que ficaram com a B para o outro. Explique que você vai compartilhar com elas uma série de dilemas, que elas devem discutir em seus grupos e, depois, formular propostas de solução que serão examinadas e debatidas com o outro grupo. Estimule-as a anotar suas posições e argumentos principais para se preparar para as discussões com toda a classe. Primeiro dilema A. Um membro do seu grupo está doente e precisa ser medicado, mas você mora no lado do território que não tem acesso aos recursos médicos. B. Grande parte do seu grupo necessita de medicação em seu território. A produção dos remédios é muito cara. Um indivíduo do grupo A também precisa dessa medicação. O que você faz? Segundo dilema A. Vocês não têm acesso à água potável nem dispõem mais de recursos para comprar água para o seu território. Como vocês convenceriam o grupo B a ajudar? B. Como as bombas que extraem água do solo estão começando a enferrujar, elas terão de ser trocadas, o que vai exigir um grande investimento de tempo, dinheiro e trabalho. O grupo A não tem acesso à água. Você acha que tem o dever de ajudar?
Terceiro dilema A. Vocês não conseguem aquecer e iluminar suas casas e não têm acesso a postes de eletricidade ou oleodutos. É justo reservar o acesso a esses recursos ao território do grupo B? B. As pessoas que moram no território A não dispõem de eletricidade. Você deveria investir recursos na expansão da rede de postes de eletricidade para o território deles ou esses recursos deveriam ser gastos para deixar aqueles que vivem e trabalham no seu território mais seguros à noite por meio do aumento da iluminação noturna?
Segundo encontro: Repasse detalhadamente os dilemas explorados no encontro anterior e reflita sobre eles. Discuta que argumentos e propostas repercutiram mais no grupo e por quê. Isso vai ajudá-lo a deliberar com o grupo quais componentes permitem formular uma argumentação convincente. Chegue a um acordo sobre esses componentes chave e anote-os para referência futura. Leia o início de Elmer e os hipopótamos, parando em: “Mas isso dá muito trabalho” (p. 14). Peça às crianças que discutam as opções/soluções disponíveis e os possíveis obstáculos. Anote as respostas. Continue lendo até: “Preciso da sua ajuda”(p. 17). Compartilhe a página seguinte em que aparece a ilustração de Elmer e Wilbur diante dos outros elefantes sem mostrar o texto. Peça às crianças que discutam e reajam à ilustração. Usando balões de pensamento, peça às crianças que anotem o que elas acham que alguns dos elefantes podem estar pensando. Disponha os balões numa cópia ampliada da ilustração. Leia a primeira parte do texto que acompanha essa ilustração e pare em: “Se nós ajudarmos, logo estará feito” (p. 19). Escolha duas crianças para assumir os papéis de Elmer e Wilbur, enquanto o resto da classe assume o papel da comunidade de elefantes. Peça às crianças que discutam os papéis e explorem os motivos que as levariam a ajudar os hipopótamos. Depois de terminar a discussão de papéis, faça uma votação secreta para determinar a proporção da classe que pensa que os elefantes devem ajudar os hipopótamos.
Terceiro encontro: Peça às crianças que assistam a uma seleção de discursos históricos famosos. Dê-lhes a oportunidade de reagir a cada discurso, discutir os aspectos que mais as atraíram e explicar o motivo. Distribua os discursos transcritos entre os grupos e peça às crianças que sublinhem o texto e identifiquem aspectos que tornam os discursos convincentes e eficazes. Podem ser destacadas características como repetição, aliteração, exposição de informações em conjuntos de três, emprego eficaz de pronomes para apelar diretamente ao ouvinte ou emprego de linguagem emocional. Com base na discussão e nas anotações do grupo, peça às crianças que digam o que, do ponto de vista delas, torna os discursos eficazes. Defina coletivamente os elementos comuns das reflexões delas para chegar a um consenso sobre os componentes de um discurso eficiente.
Quarto encontro: Peça às crianças que escrevam, em duplas, seus próprios discursos para convencer a comunidade dos elefantes, levando-a a agir e resolver a questão do modo que julgarem adequado, baseando-se nas discussões dos encontros anteriores. Dê-lhes tempo para fazer um rascunho e aperfeiçoar os discursos.
Quinto encontro: Assistam novamente à seleção de discursos históricos, concentrando a atenção dessa vez na linguagem corporal, na postura, na expressão facial e nos modos de impressionar o ouvinte. Deixe que as crianças tenham tempo de aperfeiçoar seus discursos e treinar a apresentação. Permita que todas as duplas apresentem seu discurso. Depois da apresentação dos discursos, organize outra votação secreta para determinar a proporção da classe que pensa que os elefantes devem ajudar os hipopótamos. Caso haja uma variação com relação à primeira votação, discuta com as crianças qual seria o motivo dessa mudança. Compartilhe o resto do livro. Incentive as crianças a falar sobre o livro, para explorar suas reações à história. Você pode começar fazendo-lhes as quatro perguntas básicas extraídas da abordagem “Diga-me” do livro Tell Me: Children, Reading & Talk with the Reading Environment (Thimble Press, 2011). Essas perguntas oferecem às crianças pontos de partida para discussão que são acessíveis: •
Você gostou de alguma coisa neste livro?
•
Não gostou de alguma coisa…?
•
Alguma coisa o deixou confuso?
•
Você percebeu a existência de algum padrão… ou de alguma sequência lógica…?
O fato de serem perguntas abertas, diferentemente da pergunta mais questionadora “Por quê?”, estimula cada criança a sentir que tem algo a dizer. Elas permitem que todos participem da elaboração de uma visão compartilhada sem ficar com medo de dar uma resposta “errada”.