Pelo direito de criançar! “A lição transmitida por Iqbal Masih e que muitas vezes negligenciamos é que as crianças não são criaturas inconscientes, a serem exploradas ou tratadas como objetos passivos. Iqbal nos lembra de que nas crianças vive um forte senso de justiça, a ser respeitado e valorizado”. Assim diz o prefácio da obra “A história de Iqbal”, de Francesco D’adamo, lida pelo 7º ano no primeiro trimestre de 2018. A triste e impressionante trajetória do menino paquistanês, vendido por 26 dólares à “máfia dos tapetes”, obrigado a trabalhar em uma tecelagem de tapetes do amanhecer ao anoitecer, em condições desumanas, provocou profunda reflexão – e incômodo – acerca dos milhões de “pequenos escravos” que padecem em países de todo o mundo. Após a leitura da obra, as inquietações deram origem à escrita de uma carta ao autor do livro e às atividades que se seguiram ao longo do ano. Nas aulas de Língua Portuguesa, as turmas refletiram sobre o fato de que os autores usam a língua com liberdade, servindo-se das palavras e da sonoridade delas, já que têm por finalidade despertar uma emoção estética no leitor. Seria possível criançar a infância? Pode parecer banal a tal frase, mas as palavras têm cadências, elas podem, dependendo do ritmo, trazer ideias que se complementam. Em um de seus famosos contos de memórias, Sylvia Orthof diz: “esbarro em vários lugares onde criancei a minha infância”. Iqbal, Fátima e Maria não puderam criançar, viram esse direito ser brutalmente tirado de suas vidas. Assim, as atividades desenvolvidas e aqui descritas manifestam o desejo de que nenhuma criança, algum dia, deixe de criançar essa fase tão especial e que lhes é direito .
2018
A história de Iqbal Francesco D’adamo Editora Martins Fontes O garoto Iqbal é obrigado a abandonar sua família e trabalhar para a máfia de tapetes no Paquistão. Na “oficina” do inescrupuloso Hussain Khan, ele conhece Fátima e outras crianças que são cruelmente exploradas. Após um longo período de insegurança, Iqbal e Fátima se tornam amigos e ela ajuda o garoto em seus planos que, frequentemente, são interrompidos por Karim, o “segurança” do local. A história conta também com Maria, personagem que mudará o rumo da trama. Até a liberdade, muita coisa vai acontecer. E depois? Será que ser livre tem um preço? Quais serão as consequências? Laura e Marjorie.