Visões Macroeconomicas da Crise 2008

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Seminário GVcev Supermercados: “Desafios e Perspectivas” Visão Macroeconômica da Crise Paulo Sandroni São Paulo, Dezembro 2008


1) Em 1994, o Plano Real foi lançado com o objetivo central de eliminar a inflação.


2) A taxa de cambio valorizou-se durante 1995 o que provocou dÊficits comerciais e em conta corrente no Balanço de pagamentos.


Transações Correntes

Transações Correntes Em Milhões de Dolares

0 -5000

-1689

Do la re s

-10000

Transações Correntes

-15000 -17972

-20000

-23136

-25000 -30000

-32425

-35000 -40000

1994

1995

1996 Anos

1997

-33611

1998


5) A elevação dos juros para combater os ataques especulativos de 1995 e 1997 resultou num crescimento do déficit público, tornando-se seu principal causador, e num aumento contínuo da dívida interna.


Déficit Público

Contas do Governo Superávit / Déficit em Bilhões de Dolares

15

5,1

D ola r e s

5 -5 -15 -25

-23,2

-21,0

-21,9 -33,1

-35 -45

1994

1995

1996 Anos

1997

1998


Evolução da DLSP 91-07

Expectativa de Evolução da DLSP % PIB, 1991 - 2007 70

64

60

54 49

50 40

44 38

37 34

33

30

29

57

55 51

48

46 43

35

31

20 10 0 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007


7 ) Os déficits públicos, as taxas de juros elevadas e o cambio valorizado, desestimularam os investimentos e o crescimento econômico sofreu desaceleração a partir de 1997.


Crescimento do PIB

Taxa de Crescimento do PIB, Anos 1950 - 2007 8 7 6 5

6,5

7,2 5,1

4,3

4

3,2

3

2,7

2,2

2 1

5,4

5,7

1,3

1,3

3,8

1,1

0 Anos Anos Anos Anos Anos 50 60 70 80 90

Ano 00

Ano 01

Ano 02

Ano 03

Ano 04

Ano 05

Ano 06

Ano 07


8) A crise na RĂşssia em 1998 encontrou a economia brasileira debilitada e vulnerĂĄvel e sofremos novo ataque especulativo.


9) O Real sofreu forte desvalorização passando rapidamente de 1,22 para mais de 2,00 reais por dólar, e o governo abandonou a âncora cambial, adotando o cambio flutuante. A inflação ameaçou chegar a dois dígitos.


11) A partir de 1999 os superรกvits primรกrios tornaram-se superiores a 3,0% nas contas do governo


Superávit Primário

%

Superavit / Déficit Primário do Setor Público Federal em % PIB, 1995-2007 5

3,92

4

3,55 3,2 3,25 3,33

4,18 4,36

3,88 3,98

3 2 1

0,4

-0,1

0,2

0 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 -1 -2

-0,9


12) A desvalorização cambial estimulou as exportações e inibiu as importações e, depois de cinco anos de déficits comerciais, a balança comercial começou a registrar superávits crescentes.


Balanรงa Comercial

50,0

Saldos da Balanรงa Comercial Brasileira, 19942007 44,3

40,0

47,8 40,1

34,8

30,0

25,4

20,0 10,0

10,4 -6,5 -8,1 -5,6 -3,4

11,2 -1,2 -0,5

0,7

19 94 19 95 19 96 19 97 19 98 19 99 20 00 20 01 20 02 20 03 20 04 20 05 20 06 20 07

0,0 -10,0 -20,0


13) Em 2001 três acontecimentos prejudicaram o crescimento do Pib no Brasil: a crise energética, a desvalorização do peso argentino e os atentados terroristas nos Estados Unidos.


14) Em 2002 as eleições presidenciais abriram um novo período de incertezas e um ataque especulativo provocou grandes aumentos na taxa de juros e fortes desvalorizações cambiais.


15) As incertezas com o novo governo começaram a desaparecer no segundo trimestre de 2003 diante da política de austeridade seguida pelo MinistÊrio da Fazenda e o Banco Central.


16) Uma política fiscal bastante cautelosa e austera resultou na obtenção de um superávit primário de 4,35% do Pib, superior ao ajustado com o FMI de 4,25%.


17) Os superávits na Balança Comercial entre 25 e 40 bilhões de dólares entre 2003 e 2006 viabilizaram a obtenção de um superávit em conta corrente do Balanço de Pagamentos que tranqüilizou os credores e investidores internacionais.


18) O Brasil pagou sua dívida com o FMI e o aumento intenso de suas reservas permitiu tornar a dívida externa pública negativa.


Pagamento de Juros

Gastos do Setor Público com Juros Em Bilhões de Reais

180,0

160,2

160,0

146,5

140,0 114,7

Reais

120,0 100,0

87,4

159,5

129,3

88,3

72,6

80,0 60,0

158,4

79,2

48,7 45,0

40,0

44,9

20,0 0,0 1994

1996

1998

2000

2002 Anos

2004

2006

2008


21) As despesas com juros, especialmente da dĂ­vida interna, e o dĂŠficit da previdĂŞncia, impediram que o governo aumentasse o investimento e reduzisse mais rapidamente a taxa de juros.


22) O aumento dos preços das commodities induzido pela demanda da China e da Índia permitiu um expressivo superávit comercial a pesar da valorização do Real entre 2006 e 2008.


23) Em meados de 2008 o cenário externo sofreu intensa deterioração. A crise das hipotecas subprime nos Estados Unidos se espalhou para o resto do mundo.


24) As ameaças de quebra no setor financeiro reduziram dramaticamente o crédito e a retração do consumo nos paises mais desenvolvidos já provoca crescimento de estoques e demissões. No Brasil, embora em menor escala o mesmo acontece apesar da tentativa do governo de aumentar a liquidez do setor financeiro.


Apesar da intervenção dos governos dos Estados Unidos e da União Européia injetando mais de 3 trilhões de dólares em auxílio dos bancos e empresas do setor produtivo a crise de confiança se alastra.


A grande incógnita é saber se a posse do novo presidente dos Estados Unidos e sua equipe poderão impedir que a recessão se transforme e depressão.


Contas Públicas -- Resultado Primário 120 101,606

100

93,505

Bilhões de Reais

90,144 81,112

80 66,173

60 52,390 43,655

40 38,157 20

0 1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008


Contas Públicas--Resultado Nominal (Déficit) 90

Bilhões de Reais

80

78,9

70

69,3 64,1

62,1

60

57,9

50

47,4 43,2

40

39,8

30 1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008


Dívida Líquida do Setor Público 1200

1150,3 1100

1005,3 Bilhões de Reais

1000

910,7

900

1078,4

965,2

892,3

800 700

655,2 600

560,4 500 1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008


Saldo em Transações Correntes 20

14,6

10

11,1

12,4

Bilhões de Dolares

4,1

3,5

0

-7,8

-10

-20

-30

-22,1 -26,9

-30,1

-24,5

-33,2

-40 1996

1998

2000

2002

2004

2006

2008


Investimentos Estrangeiros Diretos 40 35

28,4

Bilh玫es de D贸lares

30

34,6

32,7 27,1

25

22,6 20

19,2

18,1

16,5

15

10,3

10

17,9 15,6

5 0 1996

1998

2000

2002

2004

2006

2008


Saldo das Viagens Internacionais 1

0,2

Bilh玫es de D贸lares

0

0,3

-0,3 -0,9

-1

-1,5 -2

-1,2

-1,6 -2,1

-3

-3,3

-4

-4,4

-4,1

-5 1996

1998

2000

2002

2004

2006

2008


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