Cuprum isso: o X da questão1
Li, num post de uma página (com algumas publicações interessantes) – peraê... eu não “li”, mas passei os olhos. Convenhamos que ler ultrapassa qualquer passada de olhos, não? E como! Voltando ao assunto, ao passar os olhos num certo post (“Sacolinhas, bicicletas e cachorros não fazem ninguém melhor”2), distraidamente percebo duas palavrinhas que se “completam” de forma mais ou menos “maudosa”: “com 'u' mesmo”. Desnecessário dizer que eu acreditei, por uns instantes meio maliciosos, que se tratava do livre trânsito do menor palavra conhecido em língua portuguesa – lugar famoso pelo período simples “onde nunca bate o sol”. (Fico imaginando se essas duas letrinhas, símbolo para o elemento químico cobre [do latim cuprum], não representariam, na vida de muita gente [ou mesmo 1
Por: Wellington Vinícius Fochetto Junior. Professor de Português, publicitário profissional (embora não atuante como tal). 2 Disponível em: <http://www.gazetadopovo.com.br/blogs/dia-declassico/sacolinhas-bicicletas-e-cachorros-nao-fazemninguem-melhor/>. Acesso em: 26 abr. 2014.
“gente”...], o próprio sol “na causa” [ou nas calças...] [E não é que me pergunto se a locução adjetiva “na causa” não resultaria em eventual causa de conflitos, haja vista que o emprego do termo “na causa” colocaria em causa a questão da causa em si. Aí, meus amigos, seria “causar” demais, não? E não é que entre o primeiro “a” da palavra “causa” e o “s” há o “u”? E não é – também! – que a palavra inicia-se com a letra “c”? Paro por aqui, porque poderei ser acusado [Xi! de novo as duas letrinhas aparecendo... juro que não é maldade minha, tá?] de estar “causando” ou “caosando” ou mesmo “causificando” muito por tão pouco...])
Então tá.
Então tá – e não tá. Então não tá. Tá e não tá. Tá, não tá, tá tá, té-té, ti-ti-ti, tô, tu – “até tu, Brutus, filho meu?”
Então... “Então”? Coisa mais feia, cara! Empregue o “logo”, a conjunção explicativa (nossa! A palavra “conjunção” esconde aquele palavrão! E ainda dá ideia de ser algo mau visto – embora deliciosamente praticado pelas pessoas, ao longo das eras –: a “conjunção carnal”. Aff...!
Atribuir tanto sentido, conferir o estatuto de “causa”, “causar”, provocaosar tudo e a todos (“todos” quem? os hipócritas ou os censores de plantão?): seria, então, culpa minha? Só por que sou “misterioso e estranho”? E, doravante, segundo alguns acéfalos, “boca suja”?
A coisa parece que virou caso. E o caso virou caos. E o caos virou causo. E na palavra “causo” oculta-se (e na palavra “oculta-se” oculta-se, igualmente, a palavrinha pequena, que tem persistido por muitos anos – substantivo este que, ao ser pronunciado, remete à palavra que nomeia o tal do palavrãozinho, discreto no tamanho e na quantidade de le-
tras, mas suspeito, talvez por ser palavra oxítona, acentuada e... perseguida. (“Perseguida”, particípio feminino do verbo “perseguir”, não deve ser confundido com o apelido da genitália feminina, ela também próxima daquela “região em que o sol nunca bate”).
Nossa! Evitei empregar meus (“meus” e “maus”, heh-heh) pitorescos piricotecos nas entranhas textuais. Mas tais entranhas – verdadeiras artimanhas par a par com meu estilo arquitextônico de escrever (modéstia à parte, é claro) – compõem o intestino, parte final de um sistema digestivo que recebe em grande parte as cricríticas alheias (as que não têm fundamento real, só aparecem pelo prazer de perseguir a um letrado, só isso. Inveja por parte dos menos preparados intelectualmente? Vai saber... De gente pequena a gente espera tudo...)
Fico com pena do símbolo do cobre – “elemento essencial à vida em geral” (como consta na – heh-
heh – Wikipedia, fonte inesgotável de informações não muito reconhecidas pela autenticidade das mesmas... Se bem que, quanto ao cuprum, podemos dizer, a posteriori, que é mesmo um importantíssimo elemento à vida –, esgotado a duas letrinhas suspeitíssimas, que remetem a um mau cheiro costumeiro. Lugar apertado que se contrai num abre/fecha/abre/fecha quando solicitado, desde que atendendo a questões de cunho (ai! De novo a palavrinha disfarçada...) biológico.
Mas é aconselhável que eu pare por aqui – porque o papo já tá cumeçando a ficar chato. E não quero dar aos excelentíssimos detratores de meus discursos a razão para que tenham-me como um “boca suja”. Haverá – e eu quase aposto nisso – quem diga que, além de “boca suja”, eu sou “cuprumphilo” (difícil, entretanto, esperar de aborrecentes mimados semelhante poder de discernimento: se muitos intelectualóides não entenderão nem mesmo parte desse meu texto, que diabos dizer das crian-
ças crescidinhas que têm tudo o que pedem a papai e mamãe?)
Mas fica a dica: eu não tenho culpa (ops!) de nada, viram? O ânus – ops! o ônus da prova – cabe a quem acusa (ai! “Saiu” de novo... Discurpem eu...) E se há algum do(c)ente vos protege(me)ndo, hábeis mentais ocultos (ai! de novo não...), um dia sua máscura (máscura + frescura) irá cair. Voltando àquela terra escura – onde o sol nunca houve de bater...
P.S. Se esse texto tiver valor taxativo ou laxativo, bem... Aí já dependerá, exclusivamente (← olhem a palavrinha disfarçada de novo aqui), de seus desleitores, tão desacostumados com uma linguagem criativa, que precisa de ótimos leitores para digerila. 26/04/2014