Do Meio-Dia em Nossas Vidas

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Do Meio-Dia em nossas vidas ou Do Agora ou Do Sempre Ante o Agora ou De Todos Nós Wellington V. FOCHETTO Junior

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I. PRELÚDIO NIETZSCHEANO

O Hoje – esse momentum – não pertence a nós, mas à Eternidade, ela, a serviço do Eterno Retorno. Ocorre é que o Hoje, em pequenas doses denominadas “o Agora”, é-nos emprestado a cada dia. Se cada dia for mesmo o último, isso deveria ser o pensamentocombustível a dar-nos a real sensação de que nossos atos devem saltar de nossos corações como relâmpagos do céu. Como se caminhássemos ao Meio-dia de nossas vidas. Nietzschefiquemos para não precisarmos retificar mais tarde nossas impressões acerca de nossos atos. Pensemos – para não pesarmos. A nossa balança contém elementos de vida e morte; a nossa balança é um pouco um pedaço de nossos pensamentos tornados realidade. Não nos enganemos nem nos deixemos enganar: somos os responsáveis pela nossa felicidade e pelas nossas dores, compartilhemo-las com os outros ou não; e nada – NADA em absoluto! – nos pertence mais que cada segundo que deixamos escorregar de nossas mãos vazias quando, na oportunidade de produzirmos atos que atestem o peso de nossa efêmera existência, os instantes que a Eternidade nos confiou. Se pudéssemos nos agarrar aos pés do Nós de amanhã, ou ele nos afugentaria a pontapés ou carregar-nos-ia junto aos seus 1

Publicitário, professor da rede estadual (SP) e estudante de pós-graduação (latu sensu) em Saberes e Práticas da Língua Portuguesa, pela AVM Faculdade Integrada (Brasília, Brasil).


ombros, para, como quisera Newton, podermos enxergarmos mais sobre os ombros de gigantes. Se, com efeito, queremos para nós a condição de gigantes, devemos sê-lo em termos de grandes obras, invariavelmente em prol da vida na Terra. Pois só ela merece ser celebrada. Em nome de Deus, da ciência, do ser humano, do Universo. Independente de (des)crenças. Os ateus e os crentes entre Vós bem poderão concordar comigo, Senhoras e Senhores, ainda que em grande silêncio. Não importa, desde que saibam onde pisam e como pisam. (Entre uma viagem e outra convém parar e tocar os Céus; pouco importa se com os olhos, com os dedos, com a língua ou o nariz; ao tentar fazê-lo, permitam-me aconselhar-vos, todos: uma ponte entre os Céus e a tua alma deve ser erigida. Não chega ao Sol quem não ousa sequer perguntar o que pode fazer por um ser mais necessitado que ele mesmo; não atinge nunca seu objetivo quem teme pensar, preferindo viver enclausurado em abismos da psique e do espírito [ou pior: da ausência deste], servindo aos teus próprios demônios ou senhores escravizadores da alma. A melhor colheita ainda é aquela em que plantaste com tua alma e regaste com tuas lágrimas. As outras, apenas geram grama para os ruminantes bípedes que limitam-se a viver de tua sombra.)

II. COMEÇANDO A ANDAR

Que os melhores ventos possam servir-te de meio de locomoção, ó Vencedores!


Que o Bem e o Mal possam respeitar tua passagem por este mundo, ó audazes buscadores do espírito e celebradores da Vida na Terra!

Que possa Deus – na esperança de que Ele realmente exista – brindar-te com a Paz Eterna das Mães, dos Salvadores e dos Médicos da Alma.

Que possam as etnias reconhecer-se numa única raça – a Humana – e prosperar em comunhão de pensamentos e ações.

Que possa Deus dançar entre nós – na dança pode-se celebrar a vida, não?

Que assim seja, Senhoras e Senhores!

Paz aos que buscam libertar os que sofrem engaiolados, aos que

apodrecem

em

prisões

sem

muro,

aos

condenados

injustamente, aos que não foram convidados ao ver a Luz nascer.

Paz no Universo – a começar na Terra e sem terminar jamais.

Paz aos que semeiam a Paz Eterna!


A Paz das Mães de Deus a Todos Vós!

A Paz do Lar Feliz aos que choram por paz!

A Paz dos Intelectuais aos que anseiam por estudar cada vez mais, em nome da Santa Educação em nome da Servidão do Espírito!

A Santíssima Paz de Coração e Alma aos que choram sem esperança, nos hospitais, nas cadeias, nas ruas, nos becos sem saída das atitudes impensadas que, revistas, conduziram ao arrependimento.

Irmãos, Irmãs, não há caminho fora da Caridade, é um consenso entre ateus e crentes, penso eu.

Não há Deus fora da bondade sem interesse algum.

Logo, não há salvação fora da salvação da Vida – a de um animal, a de uma criança, a de um doente, a de um delinquente.


Não há, Amigos e Inimigos, salvação fora da Salvação. Redenção esta que consiste em estender a mão aos que se julgam no fim do poço.

Amigos, não há mais o que se fazer a não ser levantar-se daí da frente do computador e caminhar rumo à solução para os problemas do mundo.

Mas quem se habilita a tanto?

Poá, final de abril de 2013


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