Zine [quadro] 2 (dez 2002)

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[quadro]

obra totalmente composta, editada e diagramada por vinnícius jr. (de “pedaço de papel”)

“Os que não sabem chorar de coração tão pouco sabem rir.” Golda Meir

capa: “desgraçados”

e-mail: cartasdedomingo@yahoo.com.br

“ sobre o homem contra si mesmo e vida envolvida nisso tudo...


Condenados a marcar uma ĂŠpoca


“... com exceção dessas modas da vida, tipo Triton, essas campanhas que ‘gostam’ de mostrar modelos com olheira, como fazem algumas grifes, com modelos que parecem umas caveiras...” Paulo de Tarso, fotógrafo

Burzum... o fim. talvez o fim. talvez o fim de tudo. de tudo, o fim. pedras de gelo não conseguem me refrescar a memória, meu amor. a música da floresta, as lágrimas douradas da musa da floresta, ah... a coisinha, as coisinhas, sabe? não, vc não sabe. ninguém sabe...

“tudo em seu mundo está se perdendo a cada novo dia... mais e mais... eis que este é um processo lento mas preciso..”.

a inocência dos pequenos, dos pequeninos... os sonhos que se foram sem nascer, os que nunca nascerão porque o homem é fraco achando que é forte, ao destruí-los... meu amor, ouça isto... ouça... que gostoso! é o som das chuvas que nossos olhos libertam... LIBERTEM-NAS! a coisinha, as coisinhas, sabe? não, vc não sabe. ninguém sabe... ninguém sabe ao certo ou por quê...

“...nenhum anjo irá me acolher somos só eu e você, meu amigo minhas roupas não me servem mais andei mil milhas só para dividir esta dor...” B. Springsteen, “Streets of Philadelphia”

"passou sombra porrr mim..." sim, mein Freund! passou (passaram) porrr mim pedrrra(s) de gelo, isto! esta. aquela. aqueles. aqueles que se enganam, que se enganaram e (se) enganarão... conecte-se. contenha-se. mas se for me dizer de coração o que sente, não se contenha, diga. diga o que precisa dizer, ou o que acha que precisa dizer, embora não precise mesmo dizer. sonho, sonho sim, sonho mesmo. sonho louco. sou louco. por que nós dois parecemos tanto nessas nossas palavras escritas, por que?


“AIDS. Coca-cola. McDonald´s. Capitalismo. sobre uma lágrima derramada em silêncio às tuas primitivas origem e espécie Abatedouros. Fome. Governo. Drogaslegalizadas. Drogas semlegalização. Avançoda igreja. Cobaias daCiência. Ignorância humana. Guerra. Crimes doséculo. Dor. Desumanidade. Desmatamento. Morte.” Sobre todas as coisas lá fora a chuva cai. Ela cai

calmamente sobre o mundo lá fora, tratando de molhar tudo, lentamente. Ela trará vida nova às mais puras formas de vida - os vegetais - e

cuidará de amenizar o calor excessivo que o estrago humano na camada de ozônio tem impiedosamente prolongado.

Animais irracionais, criaturas sensacionais. Vivem a

nos dar exemplos vivos e lições de vida a cada novo dia, sem cobrar nada de nós, seres “contemplados” com a quimérica 'Graça de Deus', seja na suposta (re)encarnação, (f)ato celebrado no momento único do parto ou nas

misteriosas “missões” que cada um de nós “carrega” pela vida. Vida. Ida. Um eco já perplexo por uma ação da morte. Se viva, vida. Se ida, morte. Morta a morte, viva a vida. É-lhes possível entender esta frase de sentido dobrado? Complexa, não?

Talvez mais perceptível que os pingos da chuva - e então repugnante

pela sua origem e razão em ser, se há, deveras, alguma razão - é, agora, o ruído dos alto-falantes em comemoração à mais primitiva das tradições religiosas: o Natal. Alheia a isto, líquida, formosa, natural o que já lhe confere um aspecto honesto e limpo, a tão fina chuva continua caindo.

-Vinnicius Junior.


[Quadro] # 2: Edição do Natal de 2002

BG Art: Disponível em: <http://www.psdgraphics.com/file/black-grunge-background.jpg>. Acesso em 08 ago. 2015


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