Edição 21

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Empresas que não cobram a alíquota de 15% estão sonegando impostos

Hidroponia pelo mundo Evolução de uma técnica recente no Paraguai

Rastreabilidade Nova norma para vegetais frescos entra em vigor

Setembro/2018

EDIÇÃO 21

IPI das Embalagens


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EDITORIAL

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REDAÇÃO EM PAUTA

Qualificar para retribuir

Conquistas e novidades

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ENTREVISTA 20 anos do LabHidro

HIDROPONIA PELO MUNDO Paraguai

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EVENTO 12º Encontro Brasileiro de Hidroponia

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C A D E R N O

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T É C N I C O

ÍNDICE

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TEORIA

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ESTRUTURA

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INSUMO

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ESPECIAL

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GESTÃO

Hidrogood desenvolve novo sistema de perfis móveis

O uso de substratos na Hidroponia

25ª Hortitec

Nova norma de rastreabilidade

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IPI das embalagens

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TECNOLOGIA Hidrosense aperfeiçoa controlador de irrigação

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PRODUTOR DESTAQUE

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AQUAPONIA

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RECEITA HIDROPÔNICA

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MIX

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CONSULTA TÉCNICA

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OPINIÃO

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Cultivo hidropônico de beterraba

Democratizando o conhecimento

Técnica ganha espaço nas áreas urbanas

Salada de alface com tomate ao molho de hortelã

Click, fato, personagem...

Forragem hidropônica

Carta aberta


ENTREVISTA

Os 20 anos do LabHidro

H

á 20 anos, o Professor Doutor Jorge Barcelos de Oliveira decidiu criar uma horta hidropônica no Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em Florianópolis (SC). A estrutura serviria para ele fazer pesquisas e ministrar aulas para graduação. E também para mostrar a seus alunos algo mais próximo do que eles encontrariam na vida real. Sem qualquer ajuda, montou o espaço sozinho e sem dinheiro. Ele percorria as obras na região e juntava pregos e parafusos usados no chão. E, muitas vezes, revirou papa-entulhos e “sequestrou” caminhões de entulho para aterrar o terreno. Mas o Laboratório de Hidroponia (LabHidro) superou todas as dificuldades e se transformou em referência para o setor. Muitos produtos disponíveis hoje no mercado têm alguma influência ou inspiração do LabHidro. Hoje, além do trabalho com folhosas e árvores frutíferas, Jorge Barcelos pesquisa um jeito de produzir morango hidropônico com estruturas mais leves e simplificadas. E promete uma solução para, no máximo, quatro anos. Ele aposta muito em técnicas como a Aquaponia e vislumbra que a produção agrícola da maioria dos hortifrútis tende a ser absorvida pela Hidroponia. “Trata-se de uma agricultura mais limpa, mais eficiente e mais econômica”, salienta Barcelos. “O cultivo hidropônico tem a cara dos novos tempos”, completa.

O que motivou a criação do LabHidro? Por volta de 1995, eu senti falta de um espaço para praticar os conhecimentos adquiridos no curso de doutorado em irrigação e drenagem. Aquele era um momento decisivo, pois ou eu me acomodava ou eu partia para a luta atrás de uma área para construir uma horta. Ali poderia fazer pesquisas, ministrar aulas para graduação aqui na Universidade Federal de Santa Catarina. Tive receio de me tornar um professor distante da vida real, do mercado de trabalho. Queria dar exemplo para os alunos que, um dia, estariam lá fora trabalhando. Então, cheguei à conclusão que eu mesmo teria que montar o espaço, pois a universidade não teria condições de me atender neste quesito. Quais os objetivos iniciais? Pretendia ministrar aulas teóricas e depois mostrar os equipamentos funcionando de

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verdade. Para mim, era importante ter de fato os equipamentos que tinham nos livros. Depois, eu queria utilizar o espaço para fazer pesquisas, produzir conhecimentos e mostrar uma condição real de funcionamento dos equipamentos (no caso, de irrigação e de hidráulica). E finalmente, oferecer cursos para a comunidade externa, pois, assim, manteria contato com o mundo real. E eu sabia que isto seria o mais difícil, pois teria que interagir com o produtor, ensiná-lo e aprender com ele. Ter humildade e reconhecer que o produtor sabe muito mais que o professor em determinadas áreas. Mas, também, perceber que eu poderia ajudá-lo muito.Com esses objetivos claros tudo ocorreu naturalmente e o tempo foi passando e hoje estamos aí com o LabHidro. Na época, nem imaginava que esta ideia se transformaria em um laboratório. Muito menos que seria de Hidroponia e que seria mundialmente conhecido.


HIDROPONIA PELO MUNDO

PARAGUAI

Levantamento informal indica a existência de 1 mil produtores hidropônicos no país vizinho

A

Hi d ro p o ni a é u m a t é c n i c a r e c e n t e n o Pa r a gua i. El a c heg o u a o p a í s v i z i n h o n o c o m e ç o do s a n o s 20 00, l ev a d a p or p e sq u i sa d o r e s i n d e p e n d en te s. Em 200 9, f o ra m rea l i za d os os p r i m e i r o s e st u d o s de ba ta ta hi d rop ô ni c a no M i nist é r i o d e A gr i c u l t u r a y Ga n a de r ia ( MAG). E , o a no d e 2 0 1 2 m ar c o u o i n í c i o d o s cultivo s com erc i a i s e o s p ro d u t or e s p a r agu ai os op t a r a m pe lo si s tema N FT ( c o m s u b st r a t o ). A c asc a d e a r ro z fo i o sub s tr ato es c o l hi d o p e l o s p r od u t or e s p ar agu ai os. Três a no s ma i s ta r d e , f oi i n a u gu r ad a a H i dr o H o use - H i d ro p o ní a d el Pa r a gu ay, e m p r e sa e sp e c i aliza da n a ve nd a d e es tuf a s a g ríc ol as e e q u i p a m e n t os p ar a o cultivo se m s ol o . “Exi s te uma d e m a n d a c r e sc e n t e p or H idr o po n ia por par te d o s p ro d u tor e s e c o n su m i d or e s e a t e n dê n cia é de cr es c i mento d ev i d o à a c e i t a ç ão e b e n e f í c i o s o fe r e cido s pe l a te c no l o g i a”, d e st ac a o p r od u t or E m i l i o Iba r r o la Hagata, d a c a p i ta l par agu ai a A ssu n ç ão . “A H idr o po n ia rep res enta u ma exc ele n t e a l t e r n a t i v a p ar a o p r o duto r que quer ga ra nti r s u a p ro d u ç ã o , of e r e c e r q u a l i d a d e e o bte r mai s l uc ro s ”, d ec l a ra . Ta l q u a l no Br a si l , n ão e x i st e n e n h u m a estima tiva o fi ci al s o b re o núm e r o d os p r o d u t or e s h i d ro pô n ico s no Para g ua i . M a s I b ar r o l a e st i m a q u e , c o n side r a n do o s p eq ueno s e g ra nd e s p r od u t or e s e a l u n o s d e e scolas e universidades, há aproximadamente 1 mil pessoas produtores que se dedicam ao cultivo sem solo de forma direta e indireta no país. “O número é incerto porque a Hidroponia ainda é uma novidade no Paraguai”, explica. O Paraguai possui uma área de 406.752 quilômetros quadrados, um pouco maior que o Estado brasileiro de Mato Grosso do Sul. A população paraguaia foi estimada em cerca de 6,5 milhões de habitantes em 2009, a maioria dos quais estão concentrados na Região Sudeste do país.

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INSUMO

O uso de substratos na Hidroponia

A

Hidroponia é uma técnica alternativa de cultivo protegido, na qual o solo é substituído por uma solução aquosa contendo os elementos minerais indispensáveis aos vegetais. O cultivo em Hidroponia depende, porém, de um meio para sustentação das plantas e de suas raízes e um meio para transferência dos nutrientes da solução até as raízes. Para isso são utilizados alguns materiais inertes, que não fornecem nenhum nutriente à planta, apenas servem como substrato para o crescimento das raízes. Os substratos podem ser de origem natural ou mineral. Para ser considerado ideal, o substrato deve apresentar características como boa capacidade de retenção de água, boa disponibilidade de nutrientes e estar livre de agentes patogênicos. Outras qualidades exigidas pelos produtores hidropônicos é que ele seja neutro e não influencie no pH da solução nutritiva, seja fácil de limpar e remover. O uso de substrato tem vantagens, principalmente em plantas de média/longa duração como os tomateiros, as beringelas, as cebolas ou as couves, pois oferece mais estabilidade às raízes da planta. O substrato ainda permite uma maior proteção do calor, de doenças e de possíveis falhas de sistema. E muitos deles podem ser reutilizados duas, três vezes, conferindo mais sustentabilidade aos sistemas.

Alface, rúcula, temperos e folhosas em geral têm apresentado melhor desempenho no sistema NFT (somente em água), que é adotado por quase 90% dos produtores brasileiros. Mas hortaliças frutíferas, flores e outras culturas com sistemas radiculares e parte aérea maiores, exigem o uso de substrato, para sua sustentação. Os substratos podem ser colocados em canaletas, vasos, sacolas ou slabs. A solução nutritiva é percolada por

esses meios, drenada na parte inferior dos substratos e retorna ao tanque de solução (sistema fechado) ou ser drenada ao meio ambiente (sistema aberto). Existem diversos substratos, mas os mais usados em Hidroponia são a espuma fenólica, fibra de coco, perlita, lã de rocha e a vermiculita. Também é comum a utilização de argila expandida, pumerita, casca de pinus e de eucalipto, turfas e casca de arroz carbonizada.

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GESTÃO

Nova norma de rastreabilidade para vegetais frescos entrou em vigor Primeira fase do processo atinge citros, maçã, uva, alface, repolho, batata, tomate e pepino

U

ma nova Instrução Normativa para sistema de rastreabilidade de alimentos frescos entrou em vigor no Brasil no dia 8 de agosto. Conforme o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o novo sistema de rastreabilidade estabelece no país a obrigatoriedade de que todas as frutas e hortaliças deverão conter informações padronizadas capazes de identificar o produtor ou responsável no próprio produto ou nos envoltórios, caixas, sacarias e outras embalagens. O produtor rural deve informar o endereço completo, nome, variedade ou cultivar, quantidade, lote, data de produção, fornecedor e identificação (CPF, CNPJ ou Inscrição Estadual). A identificação pode ser realizada por meio de etiquetas impressas com caracteres alfanuméricos, código de barras, QR Code, ou qualquer outro sistema que permita identificar os produtos vegetais frescos de forma única e inequívoca, destaca o Mapa. Conforme o ministério, o sistema foi instituído em 8 de fevereiro de 2018, a partir da publicação no Diário Oficial da União (DOU) da Instrução Normativa Conjunta nº 2 (INC2) do Ministério da Agricultura e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), do Ministério da Saúde. Um dos principais objetivos da norma é assegurar ao consumidor produtos vegetais sem irregularidades no uso de agrotóxicos e contaminantes. As atividades de fiscalização do novo sistema são complementares entre o Mapa e a Vigilância Sanitária. Do produtor até o entreposto, a responsabilidade será da pasta da Agricultura, por meio do Programa Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes em Produtos de Origem Vegetal. Do entreposto ao consumidor, a fiscalização será feita pelos Serviços de Vigilância Sanitária Estadual e Municipal no âmbito do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (Para). Na primeira fase, a rastreabilidade se aplicará às culturas do grupo 1, os citros, maçã, uva, alface, repolho, batata, tomate e pepino. Os prazos para implementação da INC 02 e adequação da rastreabilidade em diferentes culturas será de 360 e 720 dias, a contar da data de publicação.

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CAPACITAÇÃO Os órgãos de extensão e assistência técnica vêm promovendo encontros com os produtores para detalhar a INC-2 “Trata-se de uma legislação que deve ser bem interpretada, de forma coletiva, para que nenhum agricultor seja excluído nesse processo”, avaliou o assistente técnico regional em Sistema de Produção Vegetal da Emater/RS-Ascar, Lauro Bernardi. Para Bernardi, as dúvidas serão naturais, cabendo o diálogo entre todas as instâncias (e entidades) para saná-las. “É algo que dará trabalho, mas que valorizará o produto oferecido ao mercado” comentou. O assistente técnico destacou a importância de que as informações sejam anotadas pelos agricultores em um caderno de campo que funcionará como o histórico da área de produção de cada cultivo. “Como a fiscalização recairá sobre os mercados, que poderão ser autuados caso haja alimentos não rastreáveis, a tendência é de que os compradores só adquiram produtos que estejam de acordo com a legislação”, completou.


LEGISLAÇÃO

Cobrança de IPI das embalagens

Empresas que não cobram a alíquota de 15% estão sonegando impostos e tendo uma vantagem desleal

A

Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados aprovou, em junho do ano passado, proposta que suspende a cobrança do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre embalagens ou acondicionamentos (para transporte) feitos por produtores rurais e silvicultores. O objetivo do projeto de lei (PL 4719/16) é reduzir o custo de embalagem dos produtores rurais. O texto foi apresentado pelo deputado Jerônimo Goergen (PP-RS) e recebeu parecer favorável do relator, deputado Luis Carlos Heinze (PP-RS). O PL 4719 muda a Lei 10.637/02. O regulamento da norma (Decreto 7.212/10) prevê a suspensão do IPI apenas para a “pessoa jurídica equiparada à industrial”, conceito que abrange,

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basicamente, alguns tipos de estabelecimentos comerciais e atacadistas, e cooperativas de produtores. “Hoje, esse benefício atinge apenas as pessoas equiparadas à industrial, conforme disposto no Regulamento do Imposto sobre Produtos Industrializados, aprovado pelo Decreto 7.212 de 2010”, diz Goergen. Os produtores rurais que realizam operações de embalagem e acondicionamento de produtos praticam atividades idênticas às realizadas por pessoas jurídicas consideradas industriais, mas, nem por isso, são consideradas equiparadas a estes, segundo o parlamentar progressista. “Essa situação acarreta um acréscimo de 15% no preço das embalagens e prejudica, de forma mais significativa, os produtores de alho, cebola e batata, cujas embalagens

são padronizadas em ato do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento”, disse o deputado gaúcho. A proposta tramita em caráter conclusivo e será analisada agora nas comissões de Finanças e Tributação (CFT), onde foi designado como relator o deputado Mário Negromonte (PP/BA), e Constituição e Justiça e de Cidadania (CJC). Se for aprovada, segue depois para apreciação no Senado Federal. Como estamos em um ano eleitoral, o projeto dificilmente avançará. E deve demorar ainda para ser avaliado, se tratando de matéria que reduz impostos no Brasil, País que ocupa a 14ª posição do ranking mundial de carga tributária. Conforme os indicadores divulgados em 2017, no Brasil a carga tributária equivale a 32% do Produto Interno Bruto (PIB).


PRODUTOR DESTAQUE

Democratizando o conhecimento Produtor criou canal no YouTube para dar dicas sobre Hidroponia

O

produtor Mauro Duarte Ramos, de 50 anos, atua na produção hidropônica há cerca de sete anos. Quando saiu do trabalho em uma indústria de cosméticos, a produção de folhosas foi uma aventura. Ramos tinha uma pequena propriedade, de 3,5 mil metros quadrados, nos fundos do Anhanguera Park Shopping, em Cajamar, na Região Metropolitana de São Paulo, e pensou em produzir alguma cultura viável para pequenos espaços. A ideia inicial

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era começar com o cultivo de cogumelos, mas a localização e a pouca distribuição no mercado da região inviabilizaram por completo o projeto. Foi fazendo buscas no YouTube que Ramos começou a conhecer a Hidroponia. Estudando e assistindo depoimentos de produtores mais experientes, ele foi montando o seu negócio. Na medida em que foi desenvolvendo a sua produção, o empreendedor

fotografou e registrou o processo passo a passo. Com a ajuda do filho Maurício, ele divulgou um vídeo na internet e passou a dar suporte a muitos produtores iniciantes na Hidroponia. Com a repercussão do vídeo, eles criaram um canal no YouTube.


AQUAPONIA

Aquaponia ganha espaço nas áreas urbanas

Vertente da Hidroponia, técnica de produção tem despertado a atenção dos produtores e educadores

A

Aquaponia é uma prática da aquacultura que une a criação de organismos aquáticos (caramujos, peixes, rãs, lagostas e camarões) e Hidroponia (cultivo de plantas em água) em um ambiente simbiótico. Nesses sistemas, a mesma água circula para a manutenção dos animais

Ferramenta Social – Uma das maiores vantagens do sistema é o aproveitamento dos nutrientes gerados pelos peixes para a produção de plantas. A atividade é considerada como de base agroecológica e mais sustentável. A partir da adaptação de um aquário ou tanque de peixes acoplado à sistemas hidropônicos, ou seja, sem uso de solo, a Aquaponia pode ser realizada nas pisciculturas e ainda em ambientes domésticos. Nesse sentido, a integração do cultivo com a criação de peixes fez com que os sócios Wagner Annunciato e Artur Araújo, da Aquaponia Equilibrium, difundissem técnicas da área para fazendas urbanas, entidades sociais, instituições de educação e produtores de escala comercial. “O nosso foco é urbano. Começamos com instituições que tinham espaço e queriam iniciar com educação ambiental e produção

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e para o crescimento dos vegetais. A técnica vem ganhando espaço nos últimos anos no Brasil. E, a partir desta edição, terá um espaço permanente na Revista Hidroponia. As instituições de pesquisa e os produtores podem contribuir com sugestões de pauta encaminhando as demandas para a nossa redação.

hidropônica, porém, optaram pela Aquaponia por ser mais sustentável, integrar mais ciclos biológicos e não gerar efluentes. Em 2014, nós fomos chamados na ONG Reciclazaro, em São Paulo, e, em parceria com eles, começamos as instalações de um sistema modelo, educacional e produtivo”, explica Wagner. Lá, junto às margens da Marginal Tietê na Zona Leste, a produção aquapônica de hortaliças alimenta cerca de 30 pessoas todos os dias. “São pessoas que trabalham na unidade do CEFOPEA da ONG, seja com projetos de educação ambiental ou nas cooperativas de jardinagem e de reciclagem, incubadas ali. Todo esse pessoal conta com a produção saudável local da fazenda aquapônica para sua alimentação básica diária”, completa. Além de ONG’S, alunos e grupos de terceira idade, também participam e, aos poucos,


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Produtores Hidropônicos

Anuário Brasil Hidroponia 1ª Edição O projeto editorial reune dados, acontecimentos, opniões, relatos históricos, eventos, descobertas, inovações, cenário, perspectivas e muitas outras informações relevantes para o setor. O Anuário Brasil Hidroponia, em suas 155 páginas, vem para acrescentar ainda mais conhecimento à bagagem de todo público envolvido na cadeia hidropônica. Já estamos construindo a próxima edição. Participe e contribua !

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MIX

PERSONAGEM Família investe na produção de hortaliças hidropônicas Produtores tinham um tambo com 11 vacas da raça Jersey, mas trocaram de atividade em busca de maior rentabilidade

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H

á oito anos, a família do produtor rural Cleomar Ferreira Kuhn, da localidade de Linha Eva, em Francisco Beltrão (PR), possuía um tambo com 11 vacas da raça Jersey, conhecida pela qualidade de seu leite em termos de gordura e sólidos não gordurosos. Mas a atividade não apresentava a rentabilidade esperada. Sem falar que o negócio exigia bastante e o produtor, a esposa e os dois filhos tinham que trabalhar praticamente 24 horas por dia. E não tinham finais de semana ou feriados, já que é preciso lidar com os animais, faça chuva ou faça sol. “Num mês o negócio dava lucro, mas, no outro, os animais adoeciam e o lucro do mês anterior desaparecia”, lembra um dos filhos de Cleomar, DionatanTomczak Kuhn, de 24 anos. A situação exigia medidas drásticas e eles decidiram mudar completamente de negócio. Optaram por seguir trabalhando no campo, mas no cultivo sem solo de hortaliças. “Na época, ainda não havia outras hidroponias na nossa região, aqui no Sudoeste do Paraná, e foi a melhor alternativa que encontramos”, explica Dionatan, que está se formando em Agronomia na União de Ensino do Sudoeste do Paraná (Unisep) de Dois Vizinhos (PR) e trabalha como gerente da Tomczak Verduras Hidropônicas. Por conta de o investimento inicial ser alto, eles começaram com apenas duas pequenas estufas, onde cultivavam alface, rúcula e agrião. Inicialmente, a família enfrentou algumas dificuldades para se adequar a nova tecnologia de produção. Como não tinham conhecimento sobre a técnica, fizeram uma parceria com um engenheiro agrônomo e as empresas fornecedoras. Porém, a demanda por um produto de qualidade, com uma melhor apresentação, foi aumentando, o que obrigou os empreendedores a investir na ampliação do negócio. Era necessário aumentar a área de produção.


CONSULTA TÉCNICA

Gostaria de informações sobre assuntos relacionados a forragem hidroponica com milho,pois tentei de algumas formas,mas sem sucesso,gostaria de orientação. Edy Carlos Vieira de Oliveira, Campinas – (SP) O Edy está concluindo a formação de Médico Veterinário e deseja implantar um projeto de cultivo de forragem hidropônica para atender uma propriedade da família que dedicase a pecuária. Com a escassez de pasto natural, ele vê nesta alternativa uma forma de atender à demanda...

Produção de forragem hidropônica é a aposta para a alimentação animal

Por meio do sistema FVH, produtor consegue colher as plantas forrageiras em um prazo de dez dias após o plantio

A

limentar o gado em tempos de estiagens prolongadas ou durante o inverno é um desafio para os agropecuaristas. Ocapim não cresce com o mesmo vigor que apresenta em condições climáticas mais adequadas e tem seu valor nutricional bastante reduzido, prejudicando a quantidade e a qualidade da forragem das pastagens que servem de alimento para os animais. Se depender apenas do pasto durante o período seco, o gado terá perda de peso, queda na produção de leite e na taxa de fertilidade, além de maior

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predisposição a contrair doenças e correr risco de morte. Assim, em época de chuvas escassas, o uso de suplementação alimentar é essencial para manter os animais saudáveis. Para driblar as adversidades do clima, os produtores têm investido na produção de forragem verde hidropônica (FVH), um alimento natural para cavalos, gado bovino de leite e de corte, ovelhas, cabras, coelhos e porcos. Por meio do sistema de FVH, o produtor rural consegue colher as plantas forrageiras dez dias após o plantio. As plantas

são cultivadas em módulos com as calhas sobrepostas, sem nenhum substrato ou solo. Elas são colhidas quando medem, em média, de 23 a 24 centímetros de altura, dependendo da cultura. Com o uso desta técnica podem ser utilizadas plantas como o milho, o trigo, o girassol ou a linhaça, sozinhos ou em combinação. A FVH oferece ao produtor um “seguro alimentar”, pois proporciona um alimento constante e fiável durante todo o ano, independente das condições climáticas.



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