Edição 22 Junho/2019
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INSUMO A importância do substrato
AQUAPONIA Vitrine tecnológica de Aquaponia é instalada em escola inclusiva de Sergipe
ENTREVISTA
MERCADO
Engenheiro agrônomo Luiz Geraldo, da Ensistec Academia
Minimamente processado agrega valor ao produto hidropônico
ÍNDICE 4
EDITORIAL
As novidades de 2019
13 HIDROPONIA PELO MUNDO Argentina e Peru
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HIDRONOTAS
Em poucas linhas, muitos fatos
16 CONSULTOR HIDROPÔNICO
Em poucas linhas, muitos fatos
CORREIO HIDROPONICO
17 CONSULTA TÉCNICA
ENTREVISTA
19 EVENTO
9
Dúvida de um, resposta para todos
Hidroponia orgânica
26ª Hortitec traz tecnologia e inovação ao setor de HF
12 PLANETA ÁGUA
20 REDAÇÃO EM PAUTA
Curso de Hidroponia qualifica novos produtores
3º Prêmio Brasil de Hidroponia
24 TEORIA
Cultivo em calhas com substrato e recirculação do drenado
26 GESTÃO 4º Balanço Rama
28 ESTRUTURA As vantagens do sistema de perfil móvel
30 ESPECIAL INSUMO A importância do substrato
32 TECNOLOGIA
Pesquisa avalia produção semi-hidropônica de melão cantaloupe no DF
34 LEGISLAÇÃO
Comissão de Meio Ambiente aprova proibição ao uso de sacolas plásticas e canudos
36 PRODUTOR DESTAQUE
T É C N I C O
8
R N O
Sua linha direta com a redação
C A D E
8
Aposta na diversificação de culturas
38 MANEJO Hidroponia ecológica e financeiramente sustentável
40 MERCADO
Diretoria da ABH admite mudanças na entidade
44 AQUAPONIA
Vitrine tecnológica de Aquaponia é instalada em escola inclusiva de Sergipe
46 RECEITA HIDROPÔNICA 3º Prêmio Brasil de Hidroponia
47 PRODUTO E SERVIÇO Startup lança telha hidropônica cultivável
48 MIX
Instituição, Inovação, Click, Personagem...
53 OPINIÃO
Hortitec mostra avanço tecnológico na horticultura
54 GLOSSÁRIO
Facilitar o entendimento e promover conhecimento
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ENTREVISTA
Especialista em semi-hidropônico orgânico Luiz Geraldo Carvalho Santos, sócio-gerente da Ensistec Academia
O
engenheiro agrônomo Luiz Geraldo Carvalho Santos é sócio-gerente da Ensistec Academia, de São Roque (SP), uma empresa voltada para formação avançada em cultivo protegido, principalmente para produção de tomates de alta qualidade em sistema sustentável, com controle biológico, com uso de alta tecnologia, que oferece capacitação técnica na produção de hortaliças orgânicas e sustentáveis, planejamento, manejo
fitossanitário, nutrição e irrigação. Formado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), em 1988, com formação em entomologia, inseticidas naturais e nutrição de plantas, Santos é especialista em produção de hortaliças orgânicas, principalmente tomates, desde 1989 e também presta consultoria à Fazenda Malunga, em Brasília (D F), que é referência em produção de hortaliças orgânicas no País, e já atendeu clientes como Sakata Seed Sudamerica no
Quando foi criada a Ensistec? Eu trabalho desde 1989 com agricultura orgânica. Me formei em Agronomia na Universidade Estadual de Londrina (UEL) em 1988 para trabalhar em empresas orgânicas. A Ensistec Consultoria foi criada em 2002 para prestar serviços de consultoria técnica na produção de hortaliças orgânicas, convencionais e semi-hidropônicas. A Ensistec já prestou serviços para padronização de manejo de irrigação e nutrição na produção de flores, uva de mesa para exportação e para produção de tomates e batata em larga escala, tendo, entre seus clientes, empresas como Sakata Seed Sudamerica , Trebeschi Tomates, Fazendas Labrunier. A empresa oferece capacitação
desenvolvimento do cultivo orgânico do tomate sweet grape. Em seus cursos, que atraem alunos de todo o Brasil e até do exterior, o engenheiro agrônomo ensina desde como elaborar o projeto e construir a estufa, o manejo da produção de hortaliças orgânicas e convencionais até o planejamento, a viabilidade e a gestão do negócio. “O investimento em estrutura não é pequeno e o agricultor precisa ser um empresário”, salienta Santos.
e orientação técnica na produção de hortaliças orgânicas e convencionais, planejamento, manejo fitossanitário, nutrição e irrigação. Sou especialista em produção de tomate orgânico e trabalho como consultor da Fazenda Malunga e outros projetos orgânicos destinado ao grande varejo. O que o levou a apostar na produção orgânica? Na faculdade, eu estudei a relação da nutriçãosanidade. Eu comprovei a teoria do idealizador da Teoria da Trofobiose, na qual é determinado que uma planta nutricionalmente equilibrada (sadia) está menos suscetível às pragas e doenças do que uma planta desequilibrada nutricionalmente.
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HIDROPONIA PELO MUNDO
Argentina Cultivo hidropônico na Patagônia
A
Patagônia argentina caracterizase por ser um território amplo e deserto, onde crescem arbustos de baixa altura, e as inclemências do clima, ventoso e frio, não permitem, entre outras coisas, o cultivo de abundantes verduras e frutas. Mas nos últimos anos, o cultivo hidropônico, desenvolvido em estufas, tem sido a solução. A Hidroponia é uma tecnologia que permite o cultivo de plantas sem o uso do solo, garantindo alta produção por metro quadrado, com grande eficiência no uso dos recursos, principalmente da água. Hidroponia vem do grego hydro (água) e ponos (trabalho ou trabalho), que significa “trabalho na água”. Isto é devido à técnica inovadora que permite cultivar plantas usando soluções de água e minerais em vez de solo. Estas características posicionam-no como uma boa oportunidade para o desenvolvimento de jardins urbanos e periurbanos, especialmente em regiões áridas ou semi-áridas.
Por essa razão, técnicos do Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (INTA) avaliam sua adoção na Patagônia argentina para garantir a produção de hortaliças frescas ao longo do ano. “Devido às características do nosso clima - baixas temperaturas e ventos intensos a produção de vegetais frescos ao ar livre é limitada aos meses mais amenos - de setembro a março -, portanto não podemos acessar vegetais frescos durante parte do ano”, lamenta o engenheiro Jorge Alberto Birgi, especialista em produção hidropônica do INTA Santa Cruz. A horta hidropônica na estufa representa uma alternativa de produção muito boa para os agricultores familiares na região, conforme Birgi. “Uma vez que não só atenua os efeitos do clima, mas, também, minimiza os fatores de risco e facilita o trabalho necessário para produzir”, salienta.
Engenheiro Jorge Alberto Birgi, do INTA Santa Cruz.
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TEORIA
Cultivo em calhas com substrato e recirculação do drenado
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cultivo hidropônico em substrato que, no Brasil, também é chamado de semi-hidropônico, é muito usado pelos produtores de hortaliças de fruto, como tomate, pepino e pimentão, e de frutas, como o morango. Em Bom Princípio, município situado na Região Metropolitana de Porto Alegre, a cultura ganhou tal importância na atividade econômica que o pórtico na entrada da cidade chama-se Morangão. Os produtores gaúchos utilizam vasos ou slabs (sacolas plásticas) com substrato, suspensos em bancadas. Alguns produtores chegam a cultivar até 15 mil pés de tomate em vasos,
o que representa uma área de meio hectare. Outros cultivam flores como gérbera em vasos suspensos em bancadas. E alguns utilizam slabs para cultivar cerca de 450 mil plantas de morangueiro. No entanto, estes materiais não são baratos e representam um custo adicional na produção. Como alternativa, muitos agricultores estão recorrendo ao uso de calhas de PVC flexível, do tipo cochinho. Nos sistemas abertos, em que a solução nutritiva é descartada após o uso, de 15% a 40% de drenagem é perdida, conforme a professora Roberta Marins Nogueira Peil, do Departamento de Fitotecnia da Faculdade de Agronomia Eliseu
Alternativa é econômica e de baixo impacto ambiental Maciel/Universidade Federal de Pelotas (UFPel), No cultivo de tomateiro em vasos, o consumo é de 1,5 litro de água por planta/ dia. Considerando a fração de drenagem em 15%, o lixiviado é 0,225 litro/planta/dia. Em três estufas de 800 metros quadrados (2,4 mil metros quadrados) com 7,2 mil plantas, 1,6 mil litros seriam descartados a cada dia. Em 300 dias, o lixiviado seria de 480 metros cúbicos. “Seria necessário utilizar 2 milhões de litros por hectare, 67 litros por planta”, ressalta Roberta, que, em setembro, foi palestrante do 12º Encontro Brasileiro de Hidroponia, em Florianópolis (SC).
Cultivo No cultivo do morangueiro em slabs, com cinco gotejadores por slab, são utilizados 3,7 litros/slab. Calculando a fração de drenagem em 20%, o lixiviado é de 0,75 litro/slab/ dia. Em cinco abrigos, de 1.250 metros quadrados, 2 mil slabs permitem o cultivo de 10 mil a 14 mil plantas. São descartados 1,5 mil litros por dia, fazendo com que, em um ano, o lixiviado chegue a 550 metros cúbicos. “Neste sistema, são usados 4,4 milhões de litros por hectare a cada ano, 275 litros/slab/ano, de 40 a 55 litros/planta/ ano”, salienta a especialista, que possui graduação em Agronomia pela UFPel, mestrado em Agronomia/Produção Vegetal pela UFPel e doutorado em Agronomia/Agriculturas Intensivas y Cultivos Protegidos pela Universidade de Almería (UAL), na Espanha.
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INSUMO
A importância do substrato O consultor Adriano Delazeri avalia, de forma prática, as características que um substrato deve ter para o cultivo sem solo
A
ntes de iniciar um cultivo hidropônico é importante planejar todas as etapas. Não existe sistema que seja melhor ou pior, mas um que apresente melhor desempenho econômico para um determinado cultivar. Se o produtor cultivar plantas de ciclo curto, não usar substrato é uma grande vantagem, pois, ao final do ciclo, ele pode recomeçar sem a necessidade de adquirir substrato, se livrar ou ainda reciclar o material já utilizado. Portanto, alface, rúcula, temperos e folhosas em geral tem um desempenho melhor no sistema NFT. O ciclo é mais curto. Porém, a dependência de energia é grande e uma falta pode comprometer todo o cultivo. Já para a produção de morango, tomate, pimentão, melão e pepino, que também se beneficiariam do sistema NFT, o risco de cultivo é reduzido e é elevada a produtividade se for utilizado substrato. Além de uma constante disponibilidade de nutrientes para a planta, em uma falta de energia a carga de nutrientes e água no substrato pode mantê-la durante muitas horas e até dias em algumas condições. Mas, em sistemas hidropônicos em substrato, o
Adriano Delazeri item menos analisado é o substrato. O produtor compra pelo preço ou por indução do vendedor. No entanto, a escolha do substrato é fundamental e decisiva para o cultivo. “Segundo KAMPF (2008), as características físicas indispensáveis do material podem ser resumidas em: densidade volumétrica, porosidade e capacidade de retenção de água e ar”, aponta o consultor. Por se tratar de conteúdo extenso, as metodologias de avaliação e cálculo das características, estão descritas e exemplificadas no site da Revista Hidroponia. Acompanhe a matéria completa lá.
Ar e água armazenados Um substrato tem de ter algumas características definidas, como a proporção entre as partículas sólidas e espaços vazios, onde fica armazenado água e ar. “Um bom substrato tem uma proporção de 50% de sólidos e os outros 50% divididos entre água e ar”, ensina o consultor. No site, a metodologia para a estimativa do calculo.
Boa drenagem e capilaridade O substrato deve apresentar boa drenagem ao ser irrigado. “Uma baixa drenagem dificulta dosar o volume de rega, como também dificulta a oxigenação do sistema radicular”, destaca Delazeri. Já a capilaridade é a propriedade física que os fluidos têm de subir em tubos extremamente finos. Essa ação pode fazer com que líquidos fluam mesmo contra a força da gravidade.
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TECNOLOGIA
Pesquisa avalia produção semi-hidropônica de melão cantaloupe no DF
O
Distrito Federal não tem a tradição do cultivo de melão, mas dois pesquisadores da Embrapa Hortaliças decidiram que esse cenário poderia mudar, em proveito não apenas dos produtores como também dos consumidores. Os resultados obtidos nos experimentos conduzidos pelos pesquisadores Raphael Melo e Alexandre Morais comprovaram que, com o uso do cultivo protegido para a produção do melão cantaloupe em sistema semi-hidropônico, é possível apresentar essa alternativa aos produtores de tomate e pimentão, as principais culturas produzidas em cultivo protegido. “Para quem já produz essas duas hortaliças sob essa forma de cultivo, o sistema semi-hidropônico é uma opção interessante para o produtor pela perspectiva de maior controle de doenças e pragas nas plantas do tomate e do pimentão por meio da alternância com o melão na área ocupada com as duas hortaliças”, destaca Morais. O pesquisador explica que, por pertencerem à mesma família botânica das solanáceas, tanto o tomate quanto o pimentão tem em comum muitas doenças, e a entrada do melão, da família das cucurbitáceas, no ciclo de rotação de culturas provocaria uma quebra na etapa de
Estudo mostrou que fruta pode ser alternativa de cultivo aos produtores de tomate e pimentão
desenvolvimento de patógenos. Ele frisa ainda que o cultivo no sistema semi-hidropônico dificulta o surgimento de doenças que ocorrem com as solanáceas, mas não com o melão. O outro fator interessante diz respeito ao aspecto da lucratividade, em 90 dias o produtor já começa a colher um produto bastante consumido e c o m u m pre ço at r at ivo , q u e po d e c he g ar a R$ 9,00 o quilo, conferido nos pontos de venda. Todos esses componentes serviram de base ao projeto “Cultivo protegido de melões nobres em sistema semi-hidropônico: avaliação agronômica e caracterização de parâmetros fisiológicos e microclimáticos”, com atividades iniciadas em 2015.
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MANEJO
Hidroponia ecológica e financeiramente sustentável Criada em 2011, a Baby Greens Hidropônicos, de Holambra (SP), sempre apostou em uma Hidroponia ecológica e financeiramente sustentável. A empresa é tocada pelo produtor Fernando Almeida com a ajuda da mulher e dos dois filhos. Desde que começou a pensar em ingressar no cultivo sem solo, Almeida tinha a convicção de produzir alimentos saudáveis, sem o uso de pesticidas e fertilizantes químicos. “Para isso, era preciso uma estufa totalmente fechada e climatizada, para impedir a entrada de insetos que provocam doenças e pragas”, lembra. O empreendimento começou com uma estufa de apenas 50 metros quadrados, onde eram produzidas folhosas, principalmente alface, da variedade crespa, escolha de mais de 90% dos produtores hidropônicos. Em 2012, o agricultor também fez experiências com o sistema floating de produção (piscina) e túnel. Em 2013, ele deu sequência ao projeto de expansão da estrutura e conseguiu realizar o antigo sonho de ter uma estufa totalmente fechada e climatizada. E o melhor, equipada com o novíssimo sistema de perfis removíveis. “Sempre que fazemos a colheita, separamos os perfis hidropônicos e os higienizamos por dentro e por fora com uma lavadora de alta pressão e usando sabonete neutro”, revela Almeida, que participou dos disputados cursos básicos de Hidroponia ministrados pelo professor doutor Jorge Barcelos, coordenador do
Baby Greens Hidropônicos, de Holambra (SP), inova ao fazer tele-entrega com a solução de descarte em um saco plástico
Laboratório de Hidroponia (LabHidro) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em Florianópolis (SC). “Eu fiz o curso e aprendi muito com ele, que usa chás para combater as pragas e doenças da horta hidropônica”, destaca. Atualmente, a Baby Greens Hidropônicos tem uma área de produção de 300 metros quadrados. Além de alface, a empresa produz agrião e rúcula. Mas aposta sempre em novidades para surpreender os clientes, com o cultivo de couve, couvemanteiga, cenoura, rabanete, repolho, cebola e microgreens. “Não dá para ficar na zona de conforto, tem que ficar sempre bem ligado”, brincou. A empresa está fazendo experiências com
melancia e melão hidropônicos. “Por enquanto, o melão está apresentando os melhores resultados, com um bom brix, mas a gente segue trabalhando com a melancia”, explica Almeida.
Pulverização dos riscos
A produção gira em torno de 650 maços por semana. A Baby Greens Hidropônicos atende três restaurantes de Holambra e Jaguariúna (SP), mas a maior parte é comercializada diretamente com o comprador por meio de um sistema de teleentrega. O delivery funciona de segunda-feira a sexta-feira e já responde por 60% das vendas da empresa. “Não temos atravessadores no nosso negócio”, decreta.
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MERCADO
Minimamente processado agrega valor ao produto hidropônico
C
om uma experiência de mais de duas décadas trabalhando com o cultivo hidropônico, em 2011, o engenheiro agrônomo José Roberto Bergamo criou a Bom Verdi, empresa especializada na produção de vegetais hidropônicos e produtos minimamente processados. Instalada em Porangaba (SP), município localizado a 162 quilômetros da capital paulista, a Bom Verdi produz 25 itens e atende grandes redes de supermercado da região. A propriedade tem uma área de 60 hectares, mas a área de produção é de 10 mil metros quadrados. O produtor começou com um pequeno número de estufas, mas foi expandindo o projeto. Atualmente são 15 estufas e uma área de telado, de 250 metros quadrados. A área de minimamente processados começou com 50 metros quadrados e hoje ocupa um espaço oito vezes maior. O carro-chefe da Bom Verdi é a alface, que responde por 60% da produção, mas eles também cultivam
pelo sistema hidropônico agrião da água e do seco, almeirão, cebolinha, ervadoce, espinafre, hortelã e manjericão. No solo, plantam brócolis, couve-flor, couve-manteiga, repolho roxo e repolho verde. A produção é de 2,5 mil maços por dia. O setor de minimamente processados produz por dia de 2 mil a 3 mil bandejas de saladas diferenciadas, de 160 gramas. Bergamo, que presta consultoria em Hidroponia e processamento e é consultor da Agralia SA, do Paraguai, diz que decidiu investir na produção de minimamente processados para agregar valor ao produto hidropônico. Ele explica que o produto minimamente processado é uma forma de comercializar a produção de hortaliças, na qual o empresário agrega valor a seu produto em função dos serviços prestados na transformação do produto. Esse produto final apresenta, na forma intrínseca, o valor de todos os custos de produção e as margens da firma.
Valores A agregação do valor é facilmente compreendida quando se conhece a cadeia de produção do produto final, visto que a partir da ponta final, podem-se caracterizar todos os agentes que se interrelacionam e contribuem para agregar o valor no produto. Este valor será pago pelo consumidor conforme sua renda, satisfação e utilidade. “Os produtos minimamente processados conquistaram os consumidores pela facilidade de preparo, pelo aproveitamento de 100%, por serem mais saudáveis e frescos, pela eliminação de resíduos, pela economia de mão de obra no preparo”, destaca o consultor. Ele lembra ainda que o produto vem em porções individualizadas, ocupam
menor espaço no armazenamento e está pronto para ser consumido. Os minimamente processados surgiram nos Estados Unidos e na Europa. O início foi nos anos 30, em um movimento impulsionado pelas quitandas e pequenos supermercados. Teve um crescimento vertiginoso nos anos 50, com a popularização da fast food. Nos anos 70 foi marcado pela busca por tecnologia (pesquisas) e, na década seguinte, pela automação. Por lá, cada habitante consome, em média, 30 quilos de produtos minimamente processados por ano. A venda de hortaliças minimamente processadas no mercado de varejo e redes de alimentação rápida (fast food) é estimada em US$ 27 bilhões, No Brasil, o mercado de minimamente
processados surgiu para atender às redes de fast food, na década de 1990. O setor teve uma grande expansão e viu surgirem empresas de produção. “Esse setor cresce de 15% a 20% ao ano e as hortaliças minimamente processadas representam 5% do valor total de hortaliças comercializadas no Brasil, conforme números do Instituto Brasileiro de Horticultura, de 2013”, salientou. O mercado está em crescimento impulsionado pelas campanhas por alimentação mais saudável e também pela praticidade, higiene e economia. Mas há muito espaço para expansão. “A Organização Mundial da Saúde [OMS] aponta que somente 23% dos brasileiros consomem o recomendado, que é 400 gramas de hortaliças”, afirmou.
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AQUAPONIA
Vitrine tecnológica de Aquaponia é instalada em escola inclusiva de Sergipe
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ocalizada no entorno da comunidade quilombola da Maloca, em Aracaju (SE), a Escola Estadual 11 de Agosto, que atende alunos do ensino fundamental, entre os quais crianças e adolescentes com deficiências de alto grau e diferentes tipos de comprometimento, ganhou em maio uma vitrine tecnológica de Aquaponia – sistema de produção integrado de peixes e vegetais sem solo e com ciclagem de água e nutrientes, minimizando os resíduos no ambiente. A iniciativa é resultado da parceria entre a Embrapa Tabuleiros Costeiros e o Colégio e Faculdade Amadeus, e integra as ações dos programas Embrapa & Escola, de popularização da ciência entre crianças e adolescentes, e Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), que integram a Agenda 2030 da ONU.
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