Edição 06

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ANO 2 | EDIÇÃO 6

ANO INTERNACIONAL DO COOPERATIVISMO O QUE A HIDROPONIA TEM A VER?

INSUMO

PRODUTOR DESTAQUE

ESTRUTURA

Ozônio e suas múltiplas aplicações na indústria alimentícia

Viveiro Fragata se dedica exclusivamente ao cultivo de morangos

Perfis adequados otimizam desempenho da sua safra

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ESPECIAL

Especial

OS PIONEIROS

A COOPERAÇÃO

que alimenta o mundo

A

ONU escolheu 2012 como o Ano Internacional das Cooperativas não por caso. Já é passado o tempo em que governos, instituições, empresários e mesmo a população encaravam o cooperativismo como algo sem muita credibilidade e relevância social. Nas últimas décadas, essa forma de organização e trabalho tem sido responsável por parcela considerável da movimentação financeira, geração de emprego, impostos e, inclusive, produção de alimentos no mundo todo.

O QUE É

FOTOS REPRODUÇÃO

Conforme levantamentos, já há quase um bilhão de pessoas no planeta com alguma ocupação cooperativada. Apenas no Brasil, são mais de 30 milhões. Apesar de a agricultura responder por boa parte deste número, a Hidroponia, no entanto, ainda engatinha na implementação de cooperativas, apesar de uma ou outra iniciativa aqui e acolá, sem muita expressividade. Se o que falta é informação a respeito, nesta e nas próximas páginas damos nossa contribuição.

ORIGEM

NO BRASIL

É uma doutrina que prega a colaboração e a associação de pessoas ou grupos com os mesmos interesses, para obter vantagens comuns em suas atividades econômicas. Objetiva, pela soma de esforços, garantir a sobrevivência pessoal e coletiva, além de reduzir custos de produção, estabelecer melhores condições de estrutura, trabalho, prazo e preço.

Iniciou no bairro Rochdale, em Manchester, na Inglaterra, em 21 de dezembro de 1844, quando 28 tecelões fundaram a Sociedade dos Probos Pioneiros de Rochdale. Objetivava conseguir uma alternativa econômica para atuarem no mercado e driblar o capitalismo, que submetia preços abusivos, exploração da jornada de trabalho de mulheres e crianças e desemprego crescente.

Em 1847 ocorre no Brasil algo próximo do formato atual de movimento cooperativista. Na ocasião, o médico francês Jean Maurice Faivre, adepto das ideias de Charles Fourier, funda, com um grupo de europeus, a Colônia Tereza Cristina, nos sertões do Paraná. Forjada em bases cooperativas, essa organização, apesar de sua breve existência, contribuiu para influenciar iniciativas futuras no país.

PRINCÍPIOS

ENTIDADES

VANGUARDA

Estabelecidos pela Aliança Cooperativa Internacional (ACI), em 1995, são 7 os princípios cooperativistas:

Em nível mundial, tem a ACI como entidade máxima, com mais de 230 organizações afiliadas e presente em mais de 100 países. Criada em 1895, está sediada em Genebra, na Suíça. No Brasil, o órgão máximo é a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB). Criada em 1969, dispõe de 26 organizações estaduais e mais uma no Distrito Federal.

Fundada em 1902, a Cooperativa de Crédito de Livre Admissão de Associados Pioneira da Serra Gaúcha (Sicredi), foi a precursora moderna, não somente no Brasil, mas na América Latina, do cooperativismo nos moldes atuais. Em 2011, atingiu a marca de 2 milhões de associados e R$ 26 bilhões em ativos.

1 - Adesão livre e voluntária; 2 - Gestão democrática; 3 – Participação econômica; 4 – Autonomia política e religiosa; 5 – Educação e informação; 6 – Auxílio entre cooperativas; 7 – Envolvimento comunitário.

SÍMBOLO Ícones têm a capacidade de sintetizar conceitos através de imagems. Entenda o que diz a marca universal do cooperativsimo:

AMARELO - simboliza o sol, fonte de energia e calor, necessários para crescer; VERDE - a tonalidade das árvores remete ao princípio vital da Natureza; CÍRCULO - representa a vida eterno, o ciclo, a ausência de início ou final; PINHEIRO - lembra imortalidade e fecundidade, por sua fácil multiplicação.

As primeiras ideias cooperativistas surgiram na corrente liberal dos socialistas utópicos do século XIX. Havia, na época, grande entusiasmo pela tradição de liberdade, justiça e fraternidade, principalmente na França e Inglaterra. A seguir, alguns dos principais nomes daquele período embrionário do cooperativismo:

Robert Owen (1772-1858)

Inglês, é considerado o pai do cooperativismo. Investiu em inúmeras iniciativas de organização dos trabalhadores e fundou escolas para filhos de operários e camponeses.

Willian King (1786-1858)

Famoso médico britânico, dedicou-se ao cooperativismo de consumo e trabalhou para a criação de um sistema cooperativista internacional.

Charles Fourier (1772-1858)

Francês, foi idealizador das cooperativas integrais de produção, criando os falanstérios, comunidades onde os associados tinham tudo em comum.

Philippe Buchez (1792-1865)

Belga, buscava um cooperativismo independente do governo ou de ajuda externa. Na França, criou associações operárias, as | 23 cooperativas de produção atuais. >>


ESPECIAL

Tipos e modelos de cooperativismo Presente nos mais diversos segmentos, o cooperativismo é organizado com base na área de atuação da sociedade. Para isso, há uma gama variada de modelos cooperativos, que se adaptam de acordo com seus associados e as atividades que eles exercem. Dentre esses tipos, 13 se destacam e já se solidificam, tanto no Brasil quanto no resto do mundo.

Habitacional FOTOS REPRODUÇÃO

A primeira cooperativa surgiu em 1951, mas o ramo se organizou como tal em 1992. Tem como objetivo viabilizar moradia aos associados. Seu diferencial é a construção de habitações a preço justo, abaixo do de mercado, pois não visam ao lucro.

Especial   Se constitui de cooperativas formadas por pessoas em situação de desvantagem, que atuam visando à inserção no mercado de trabalho desses indivíduos, geração de renda e a conquista da sua cidadania.

Consumo

Crédito

Educacional

Inicialmente formada por grupos fechados de cooperativas, esta modalidade se popularizou em meados do sec. XX, quando se multiplicava às centenas. Atualmente, o ramo busca fortalecimento e competitividade, modernizando sua administração e investindo em capacitação e treinamento de funcionários.

Atua no crédito rural e urbano e foi um dos primeiros ramos a se organizar no país, mantendo-se consolidado e em franca expansão. Objetiva facilitar o acesso ao mercado financeiro, oferecendo melhores condições que as instituições bancárias tradicionais.

Em 1982, o primeiro grupo de pais se reuniu e decidiu formar uma escola. O objetivo principal é unir ensino de boa qualidade e preço justo, promovendo a educação com base na democracia e na cooperação, sem estimular a competição.

Transporte

O mais novo dos ramos, foi criado em 2002. Composto por cooperativas de transporte de carga e passageiros – inclusive táxis e vans. Nasceu forte e estruturado, com uma frota de cinco mil veículos.

Saúde

Produção   Formado por grupos de profissionais com perfil empreendedor e objetivos comuns para a exploração de atividades produtivas. A ênfase maior do ramo está nos setores agropecuário e 24 | industrial.

Infraestrutura

Reúne profissionais especializados na promoção da saúde humana, como médicos, dentistas, psicólogos e outros profissionais. Um dos maiores convênios de saúde do país é um Sistema Cooperativo (Unimed).

Agropecuário   Por muitas décadas, foi o sinônimo de cooperativismo no país, por sua importância e força na economia. Hoje, se mantém como o ramo de maior expressão econômica cooperativa.

Existe desde 1941. Atualmente, é formado por cooperativas de eletrificação rural, focadas nas pequenas e médias propriedades. São responsáveis pela construção de redes, produção, geração, manutenção, operação e distribuição da energia elétrica.

Turismo

Trabalho

Mineral

Associação de profissionais de atividades afins para a prestação de serviços. Tem muito espaço para se fortalecer no atual cenário, de enxugamento de vagas no mercado formal de trabalho. Ainda carece de legislação regulamentadora.

Previsto na Constituição Federal de 1988, atua na pesquisa, extração, industrialização, comércio, importação e exportação de produtos minerais. Comum nas pequenas e médias jazidas, que não despertam interesse das grandes mineradoras. >>

Em estrtuturação desde 2000, se respalda no enorme potencial turístico brasileiro. Visa a prestação de serviços turísticos, artísticos, de entretenimento, esportes e hotelaria por profissionais aptos.


O fator econômico   Decorridos 164 anos desde a criação da primeira cooperativa, hoje os cooperativados ultrapassam 800 milhões de pessoas em todo o mundo. Se consideradas as famílias dos membros de cooperativas, aproximadamente 40% da população do planeta está, direta ou indiretamente, ligada ao cooperativismo. Mais do que apenas uma nova forma de produzir riqueza e bens produtivos, este mo-

DIVULGAÇÃO BANCO CENTRAL

ESPECIAL

vimento representa um avanço na mutação da organização socioeconômica mundial e das relações sociais. Somente no Brasil, entre 1954 e 2010, o crescimento foi de 56% no número de empreendimentos. Eles integram 9.016.527 de associados, geram 298,1 mil empregos diretos e, no ano passado, movimentaram uma cifra superior a US$ 6,17 bilhões apenas em exportações. Tombini: presidente anunciou FGCoop

REPRODUÇÃO OCB

TRÊS TIPOS DE SOCIEDADES COOPERATIVAS Além dos 13 modelos de cooperativismo apresentados anteriormente, existem também três modalidades ou níveis de sociedades cooperativas, conforme a natureza de suas atividades ou serviços.

MAIORIA FEMININA   Conforme levantamenteo da OCB, no Brasil, 52% dos cooperados são mulheres. Na Região Norte, essa proporção é ainda maior, com 59% da presença feminina nas cooperativas. Isso demonstra a importância do modelo para um gênero que ainda é discriminado e recebe menores salários no mercado de trabalho convencional. Segundo a análise, as mulheres se concentram, na maioria, em cooperativas de crédito, agrícolas e têxteis. Um dos motivos seria que as atividades em grupos de cooperação se ajustam melhor à rotina, por facilitar o contato com os filhos e a vida doméstica. Para incentivar ainda mais a participação, o Ministério da Agricultura (Mapa), desde 2003 mantém o Programa Coopergênero: Integrando a Família Cooperativista., que já capacitou 40 mil mulheres.

Singular ou de 1º grau Presta serviços direto ao associado. Constituída por, no mínimo, 20 pessoas físicas. Não admite pessoas jurídicas com atividades econômicas similares. Central e federação ou de 2º grau Organiza os serviços das filiadas, facilitando a utilização recíproca. Constituída por, no mínimo, três cooperativas singulares, admite também pessoas físicas. Confederação ou de 3º grau Organiza os serviços das filiadas. Constituída por, no mínimo, três cooperativas centrais ou federações de qualquer ramo.

E-CREDRURAL   Desde 1º de janeiro de 2012, está em vigor, no estado de São Paulo, o e-CredRural. Um sistema informatizado para apropriação de créditos de ICMS de produtores rurais e cooperativas, ele já beneficiou cerca de 400 mil pessoas, que puderam solicitar seus créditos de forma simplificada, dinamizando o resgate.

FUNDO GARANTIDOR   Após 3 anos de negociação, no dia 29 de outubro, o movimento cooperativista brasileiro finalmente pôde comemorar a criação, pelo Banco Central (BC), do Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito (FGCoop). A medida foi anunciada pelo presidente Alexandre Tombini, em evento da instituição em Porto Alegre (RS). Conforme ele, o Conselho Monetário Nacional (CMN) havia aprovado o mecanismo uma semana antes.   O valor ainda não foi informado, mas cada instituição deverá depositar sua contribuição. “Esse fundo será de abrangência nacional, independente e participarão todas as cooperativas de crédito, além dos bancos cooperativos. É um passo fundamental rumo à construção do Sistema Nacional de Crédito Cooperativo”, projetou Tombini.

LÍDERES NACIONAIS   Conforme levantamento da OCB, os três estados brasileiros com o maior número de cooperativados são, pela ordem: São Paulo, que reúne 3,4 milhões de pessoas; Rio Grande do Sul, com 1,9 milhões de associados; e Santa Catarina, que totaliza 1,2 milhões de participantes. >> | 25


Industrialização

ESPECIAL

Cooperar, aprender, multiplicar, modernizar FOTOS DIVULGAÇÃO CENTRO PAULA SOUZA

Desde a gênese do cooperativismo, há mais de 150 anos, a educação, qualificação e o envolvimento comunitário sempre foram prioridade para seus membros. Os probos pioneiros costumavam reunir-se à noite, após o trabalho, para trocar ideias sobre a sociedade e comunicar as noviProtagonismo: uma das turmas dos ECETs dades. Em 1849, resolveram organizar a seção de Educação, com uma junta diretora encarregada de recolher doações de livros junto aos cooperados. Pouco tempo depois, aprovaram a dotação de cinco libras esterlinas para fomento da biblioteca. No Brasil ainda há muito o que se evoluir na Educação como um todo, mas as cooperativas fazem sua parte, atuando não apenas como força produtiva, mas também de fomento aos outros itens necessários ao desenvolvimento global do ser humano.

Um exemplo a ser seguido O Estado de São Paulo, através do Cooperativa-Escola do Centro Paula Souza, dá um bom exemplo para o país no quesito educação para a cooperação. O projeto foi idealizado pela Profa. Eva Chow Belezia (entrevista abaixo) e está instalado em mais de 30 escolas agrícolas da rede paulista. Forma anualmente cerca de 4 mil jovens, a partir de 14 anos de idade. Você foi a idealizadora do projeto. De onde tirou inspiração ou referências para implementá-lo? Já conhecia outras iniciativas similares?   As cooperativas-escola existiram na década de 1970 nas escolas agrícolas de SP, tendo encerrado em 1976. É uma longa história, que está em minha dissertação de mestrado, se houver interesse de aprofundamento (disponível em http://virou.gr/RAqUKq). Elas continuaram existindo nas agrotécnicas federais. Portanto, não foi nenhuma invenção, mas uma adaptação ao modelo Paula Souza, com foco educacional e de gestão. Há casos de alunos que passaram pelo Centro e hoje são empreendedores, estão envolvidos em iniciativas no mercado formal?   As próprias ETECs podem dar estas informações, pois não temos aqui na administração central. O que acontece é que, de vez em quando, recebo e-mails de ex-alunos que relatam suas trajetórias profissionais ou estudantis. Então sei que alguns estão trabalhando na organização de cooperativas rurais (e mesmo urbanas), 26 |

No Paraná, as cooperativas da Região dos Campos Gerais e do Norte Pioneiro, criadas por descendentes de holandeses, aceleram investimentos em indústrias para agregar valor a seus produtos. Nos últimos quatro anos, duas usinas de leite avaliadas em R$ 155 milhões foram abertas pela Castrolanda e Batavo. Agora, as duas se unem à cooperativa Capal e confirmam novos investimentos: um moinho de trigo de R$ 30 milhões e um frigorífico de suínos orçado em R$ 100 milhões. Juntos, os quatro empreendimentos somam R$ 285 milhões e prometem reforçar o faturamento das três empresas, que em 2011 chegou a R$ 2,6 bilhões.

Informatização Seguindo a tendência mundial das grandes empresas, de atuação intensa na internet, as cooperativas catarinenses estão aderindo com cada vez mais força às ferramentas digitais. Um reforço para a qualificação desse trabalho foi o 8º Encontro de Assessores de Comunicação das Cooperativas de Santa Catarina, no mês de março, em Florianópolis. O assunto já havia sido abordado em encontros anteriores, desde 2007, mas nesta ocasião ocupou tema central, com conteúdos ministrados pela jornalista e doutora em comunicação Pollyana Ferrari, pesquisadora e autora de diversos livros da área.

Vivência: alunos praticam toda a teoria

outros se destacaram nas faculdades como lideranças estudantis e dizem que a experiência da cooperativa ajudou; e ainda temos alguns que estão ativamente nos movimentos sociais, como o MST. Mas não tenho informações sistematizadas. Há também atividades com Hidroponia nesse sistema?   Algumas ETECs desenvolvem projetos de Hidroponia, a maior parte didaticamente, ou seja, para fins de aprendizagem, com a venda dos excedentes na própria comunidade escolar. Não sei informar de pronto quais ou quantas desenvolvem estes projetos.

Profissionalização O Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop) é integrante do Sistema Cooperativista Nacional. Foi criado em setembro de 1998 e sua missão é “promover o desenvolvimento do cooperativismo de forma integrada e sustentável, por meio da formação profissional, da promoção social e do monitoramento das cooperativas”. Somente na sua primeira década de atuação, a entidade formou cerca de 1 milhão de trabalhadores aptos a integrar e gerir cooperativas. >>


ESPECIAL

Fomento estatal FEIRAS / EVENTOS A fim de fomentar e fortalecer a organização produtiva dos trabalhadores rurais familiares e das cooperativas, o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) tem viabilizado sua participação em feiras e eventos, tanto locais como nacionais. Um exemplo foi a Feira da Economia Solidária de

Santa Maria (RS). CRÉDITO

O MDA também apoia com crédito, garantia de comercialização e assistência técnica diferenciada aproximadamente 4 mil cooperativas e associações de agricultores familiares. Destas, 1.570 estão aptas ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), que dá acesso a políticas públicas como o PAA e o PNAE, de compra da produção.

Como organizar uma cooperativa Ainda hoje, muitas pessoas têm dificuldade em compreender a diferença entre uma cooperativa e uma empresa tradicional, de capital único, societário ou de investidores. Tributação, legislação e diversos outros fatores específicos a esta concepção de negócio ainda geram dúvidas mesmo entre cooperativados. Pensando nisso, em 1999, o grupo Cooperativas Populares do Rio de Janeiro elaborou um documento para orientar a formação de novos coletivos. Na cartilha são abordados valores, diretrizes e metodologias de gestão em um empreendimento dessa natureza. Ela está disponível em http://virou.gr/SQxLya. No quadro abaixo, alguns de seus principais itens: LEGISLAÇÃO

FINANÇAS

- O novo Código Civil facilitou a composição: antes eram necessárias 20 pessoas, agora 14 bastam para iniciar uma cooperativa; - Sem Estatuto Social não há como formalizar uma cooperativa; é necessário que ele seja aprovado em Assembleia, com a presença dos membros; - Também é importante a construção de um Regimento Interno, que servirá de manual para orientar todas as práticas; - É preciso, asim como no caso de uma empresa, formalizar registros nos órgãos locais , estaduais e junto à União.

- Toda cooperativa deve possuir fundos de investimento que garantam seu crescimento; também um fundo social que propicie seguridade, descanso remunerado e bônus natalino, entre outros; - A remuneração é proporcional ao trabalho realizado e não pode exceder a 3x o valor da menor retirada. O prolabore de todos, inclusive diretores, é aprovado em assembleia, com divisão equitativa das sobras; - Um percentual mínimo de 1% das sobras anuais é destinado ao Fundo Intercooperativo.

Incentivo estatal SELO Durante um painel sobre Cooperativismo e Sustentabilidade na Rio+20, os ministros da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, e da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto de Carvalho, lançaram um selo em homenagem ao cooperativismo. Ao todo, os Correios (ECT) produziram 40 mil selos. O embaixador da FAO para o cooperativismo, Roberto Rodriguez, acompanhou o evento.

SECRETARIA No dia 17 de outubro último, o ministro da Agricultura Mendes Ribeiro Filho empossou, como secretário de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo, o engenheiro agrônomo gaúcho Caio Rocha. A criação da SDC era uma das metas pessoais do ministro para 2012, e deve servir como um órgão de fortalecimento e expansão “desse importante setor da economia brasileira”.

COOPERAÇÃO CULTURAL E s t u d o s, registros, análises e reflexões sobre o cooperativismo já são comuns de se encontrar. O problema, segundo especialistas do tema, é achar obras preocupadas com a essência e os valores do movimento e que não os distorçam. A seguir, algumas das melhores opções disponíveis.

Livros

Cooperativismo: primeiras lições Gawlak Albino 2007, Ed. Sescoop Os sete princípios e outras histórias Eudes de Freitas Aquino 2003, Ed. Paulista Os 28 tecelões de Rochdale G.J. Holyoake 2000, Ed. WS Editor

Sites

Filmes

Páginas de organizações www.gestaocooperativa.com.br www.brasilcooperativo.coop.br www.ocb.org.br

Capitalismo: uma história de amor (Capitalism: A love story) Documentário, EUA, 2009, 127min Direção: Michael Moore

Página oficial do Ano Internacional das Cooperativas www.ica.coop/al-ica Centro de Estudos da UFRJ http://virou.gr/Z5sebd Portal nacional das cooperativas http://virou.gr/QqIUK5

Dá pra fazer! (Si, puo fare) Comédia, Itália, 2008, 110min Direção: Giulio Manfredonia Em Construção Documentário, Brasil, 2003, 37min Direção: ITCP-USP >>

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ESPECIAL

Mais do que

PALAVRAS ações de cooperação

N

o Ano Internacional das Cooperativas, diversos países, assim como o Brasil, realizaram (e ainda estão realizando) inúmeras ações de divulgação, comemoração e fomento aos empreendimentos alinhados com a lógica colaborativa. Oficialmente, o Ano alusivo se encerra em 19 de novembro, mas muitos eventos devem acontecer ou se estender até o final de dezembro. A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) propôs o tema para 2012 e, juntamente com organizações nacionais e internacionais ligadas ao tema, construiu um cronograma próprio e estimulou ações pontuais em cada local disposto a se engajar na causa. Mais uma vez, ficou comprovado que, com união e cooperação, as palavras saem do papel e se tornam ações, contribuindo para o bem-estar coletivo.

Evidenciar o tema cooperativismo em um momento de crise mundial não parece coincidência, mas uma busca por alternativas a um sistema econômico que apresenta sinais de esgotamento. Um novo modelo de relações financeiras e sociais, ancorado em valores anteriormente subestimados, a cada dia parece se evidenciar mais necessário. Diversos exemplos de cooperativas bem sucedidas mundo a fora convenceram a ONU de mereciam atenção maior e investimentos mais sérios. Essa nova postura ficou transparente durante o lançamento do Ano Legislativo do Cooperativismo, no Congresso Nacional brasileiro, ocasião na qual o presidente da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), senador Wlademir Moka, descreveu o cooperativismo como “a atual onda de desenvolvimento do mundo”. Ele complementou assegurando que a ONU está convencida sobre a importância do cooperativismo para ajudar a nova sociedade global a superar as crises sucessivas que atingem a economia de países como Estados Unidos, Grécia, Espanha e Itália. Para Márcio de Freitas, da OCB, a meta no Ano Internacional das Cooperativas foi conquistar novos marcos regulatórios que serão determinantes para o desenvolvimento sustentável do setor. Certamente, a Hidroponia também pode se beneficiar deste novo momento para o cooperativismo nacional e mundial.

3 MOMENTOS SIMBÓLICOS

BRASIL APOSTOU NOS EVENTOS

Janeiro – Durante o Fórum Social Temático 2012 (FST), em Porto Alegre (RS), o diretor-geral da FAO, José Graziano da Silva, afirmou que as cooperativas e organizações serão cada vez mais importantes nos esforços para eliminar a fome e reduzir a pobreza no planeta.

9º CONCRED De 21 a 23 de agosto, aconteceu o 9º Congresso Brasileiro do Cooperativismo de Crédito (CONCRED), em Nova Petrópolis (RS). O evento, realizado pela OCB, é bianual e considerado o maior e mais importante do segmento. O tema desta edição foi As Cooperativas de Crédito Constroem um Mundo Melhor.

7 de julho – Nesta data foi comemorado no Brasil o Dia Internacional das Cooperativas. Na ocasião, o diretor-geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Juan Somavia, informou que o número de pessoas associadas a cooperativas em todo o mundo já se aproxima de um bilhão. 19 de novembro – Neste dia, durante a cerimônia de encerramento do Ano Internacional do Cooperativismo, serão apresentados os curtas-metragens selecionados para um festival sobre o tema. Até 30 de setembro, interessados na temática puderam inscrever suas produções. Conforme os organizadores, foram selecionadas obras que conscientizem sobre as coopera28 tivas| e que encorajem a ajuda e o desenvolvimento desses grupos.

2º EBPC O 2º Encontro Brasileiro de Pesquisadores em Cooperativismo aconteceu em Brasília (DF), nos dias 2 e 3 de julho e em Porto Alegre (RS), nos dias 30 e 31 de agosto. Com o tema Ano Internacional das Cooperativas: cooperativas constroem um mundo melhor, reuniu centenas de interessados nas palestras e debates. Prêmio Cooperativa do Ano No dia 20 de novembro, Brasília (DF) acolherá a solenidade de entrega do Prêmio Cooperativa do Ano 2012 para os vencedores nacionais. Em sua oitava edição, a premiação neste ano acolheu inscrições de 212 projetos, realizados por 138 cooperativas, de 20 estados. No total, receberão distinção concorrentes de 7 categorias, relacionadas a Inovação, Sustentabilidade, Cidadania e outros temas de igual importância.

A FAO E SUAS AÇÕES Criada em 16 de outubro de 1945, a FAO desempenha papel fundamental na erradicação da fome e da insegurança alimentar no globo. Atualmente, tem 191 países-membros, mais a Comunidade Europeia. Atua como fórum neutro, onde todos os países se reúnem em pé de igualdade para negociar acordos, debater políticas e impulsionar iniciativas estratégicas. Saiba mais: http://virou.gr/RJJn74


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