O Valor Econômico da Aviação Geral no Brasil
SUMÁRIO O Valor Econômico da Aviação Geral no Brasil ................................ 02 Produção de Aeronaves e Partes ............................................................ 02 Operação de Aeronaves .......................................................................... 03 Fatores Produtivos Fixos ......................................................................... 03 Fatores Produtivos Variáveis ................................................................... 04
Balança Comercial ............................................................................... 06 Importação e Exportação de Aeronaves ................................................. 06 Importação e Exportação de Componentes e Serviços .......................... 07
Valor Econômico Indireto Induzido .................................................... 07
O Valor Econômico da Aviação Geral no Brasil A Aviação Geral tem uma contribuição significativa para a economia brasileira como resultado do porte e quantidade de empresas que estão diretamente ligadas à fabricação, operação e manutenção de aeronaves para transporte em todo território brasileiro. Conforme demonstrado abaixo, o resultado final da atividade produtiva em 2013 no setor da Aviação Geral demonstra um Valor Adicionado Bruto (VAB) direto de R$ 12,5 bilhões. Este nível de operação está associado ao trabalho de 24.238 colaboradores que, no total, geram salários e vencimentos de cerca de R$ 4,2 bilhões. Indicadores da Aviação Geral 2013 Indicador
Produção de Aeronaves e Componentes
Operação da Frota
Manutenção da Frota
Total
(Bilhões de R$)
VAB
4,20
6,07
2,25
12,52
Salários
0,95
2,17
1,12
4,24
Empregos
6.191
10.568
7.480
24.238
(Bilhões de R$) (número)
Produção de Aeronaves e Partes
Em 2013 as fabricantes nacionais entregaram 208 aeronaves para o mercado nacional e internacional da Aviação Geral, gerando uma receita de R$ 3,6 bilhões. Este valor corresponde a 29% do VAB direto da AG.
1.800 1.600 1.400 1.200 1.000 800 600 400 200 0
Valor
(Milhões de R$)
R$ 1.546,60
Unidades
140 120
119
100 80
60
60 40 R$ 85,73
L2J
H1T
R$ 24,32
H2T
R$ 15,00
L1P
26
20 0
3
L2J
H1T
H2T
L1P
A indústria de aeronaves da Aviação Geral encerrou 2013 com 5.447 pessoas empregadas, totalizando R$ 841 milhões gastos em salários, benefícios e encargos.
2
O Valor Econômico da Aviação Geral no Brasil Já a indústria de peças para a Aviação Geral exportou excedentes de produção não consumidos pelo mercado interno no montante de R$ 600 milhões, o que representa uma participação adicional de 744 colaboradores dedicados aos produtos exportados com uma massa salarial de R$ 109 milhões. Participação da Produção de Aeronaves e Partes no VAB Produção de Aeronaves e Partes
Total AG
(Bilhões de R$)
VAB
4,20
12,52
34%
Salários
0,95
4,24
22%
Empregos
6.191
24.238
26%
Indicador
(Bilhões de R$) (número)
Participação no VAB (%)
Operação de Aeronaves
A operação de aeronaves da Aviação Geral tem 2 grandes grupos de fatores produtivos. Os fatores produtivos fixos e os fatores produtivos variáveis. Participação da Operação de Aeronaves no VAB Indicador
Fator Produtivo Fixo
Fator Produtivo Variável
Total AG
Participação no VAB (%) Operação da Frota
Participação no VAB (%) Manutenção da Frota
(Bilhões de R$)
VAB
2,96
5,37
12,52
24%
43%
Salários
2,17
1,12
4,24
51%
26%
10.568
7.480
24.238
44%
31%
(Bilhões de R$)
Empregos
(número)
Fatores produtivos xos
3. produtivos PREFÁCIO Os fatores fixos para a operação das aeronaves da frota brasileira totalizaram R$ 2,96 bilhões. Representando 24% do total do VAB da AG. Constatou-se que o item mais representativo é o gasto com a tripulação, totalizando 79% dos fatores produtivos fixos das aeronaves da frota, sendo que os dispêndios foram de R$ 2,17 bilhões com salários, benefícios e encargos e R$ 166,5 milhões com treinamentos.
3
O Valor Econômico da Aviação Geral no Brasil Já a operação de aeronaves é responsável por 44% dos empregos da Aviação Geral, gerando cerca de 10,6 mil postos de trabalho. Por sua vez, o segundo item mais representativo é a Hangaragem, com um dispêndio de R$ 373,4 milhões, representando 13% dos fatores produtivos fixos. Outro dado, o item “seguros” representa 7%, totalizando R$ 204,5 milhões. Verificou-se que esse mercado é influenciado principalmente pelos helicópteros a turbina e jatos, que são aeronaves de maior valor de mercado e que possuem um grande percentual de contratação de seguro de casco. O restante do valor é composto pelas receitas geradas com serviços de navegação aérea e previsão do tempo, um segmento de aproximadamente R$ 43 milhões anuais. Composição do VAB no fator produtivo fixo Fatores Produtivos Fixos Aviões Convencionais (Em milhões de R$) L1P L2P
Jatos L2J
L3J
H1T
Helicópteros H1P H2T
Turboélices L2T L1T
Total
Participação (%)
Tripulação - Salários, Benefícios e Encargos
560,6
232,1
379,4
11,4
273,6
119,7
393,4
67,1
131,8
2.169,1
73%
Hangaragem
125,0
48,6
94,8
3,2
27,0
10,4
21,0
12,6
30,8
373,4
13%
4,0
2,2
34,9
3,4
46,3
1,3
107,2
1,8
3,3
204,5
7%
37,3
15,7
63,6
3,7
12,0
1,5
13,0
5,9
13,8
166,5
6%
19,0
5,4
7,6
0,2
2,1
1,5
1,4
2,2
3,5
43,0
1%
746,0
304,1
580,5
21,9
361,0
134,4
536,0
89,5
183,2
2.956,5
100%
Seguros Treinamento de Tripulação Serviços de Navegação Aérea Total
Fatores produtivos variáveis
Em 2012 as operações de Aviação Geral no Brasil totalizaram cerca de 1,88 milhão de horas de voo em quase 814 mil voos, sendo que essa movimentação gerada por fatores de produção variáveis de R$ 5,4 bilhões representa a maior parcela individual do VAB da Aviação Geral. O principal fator produtivo variável na operação das aeronaves, com 51% do total, trata-se dos combustíveis, com um dispêndio de R$ 2,7 bilhões. No total foram consumidos 565,6 milhões de litros de combustível, e este consumo representa 99% do mercado brasileiro de Gasolina de Aviação (AVGAS) e 7% do mercado nacional de Querosene para Aviação (QAV).
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O Valor Econômico da Aviação Geral no Brasil Mercado de Combustíveis de Aviação em 2013 AVGAS
QAV
76,9
Consumo AG 99%
7.225
Consumo AG 7%
milhões de litros consumidos pela aviação
milhões de litros consumidos pela aviação
Ao compor 41,9% do fator produtivo variável das operações, a manutenção totalizou um gasto de R$ 2,2 bilhões, sendo que os principais custos nessa categoria estão ligados aos de restauração de motor (36%), horas trabalhadas e troca de partes (34%). Essa composição se deve ao fato de mais da metade da frota ser composta por aviões convencionais e por esse tipo de aeronave possuir uma alta idade média, que atualmente é de 30 anos, 5 anos a mais que a média da frota total. Por sua vez, o setor de manutenção é o segundo responsável pela geração de empregos na Aviação Geral, pois, em 2013, 7,5 mil pessoas foram empregadas nesse segmento. Já o volume de salários, benefícios e encargos foi de R$ 1,1 bilhão. A Idade Média da Frota de Aviação Geral em 2013¹ 35 30
31
Idade Média da Frota AG: 25,5 anos
29 25
25 20 15
14
13
13
10
12
12
H2T 525
H1P 691
8
5 0
L1P* 8.333
L2P* 2.315
L2T 769
L3J 20
L2J 756
H1T 844
L1T* 393
* Foram acrescentados a esses tipos de Aeronaves os tipos A1P, S1P, A1T e A2P.
¹ N= 14.646, 2 aeronaves não possuem indicação de tipo.
5
O Valor Econômico da Aviação Geral no Brasil Conforme a tabela a seguir, o terceiro fator de produção variável mais relevante são as tarifas aeroportuárias e de navegação aérea, que somaram R$ 206,5 milhões, e os demais custos de handling, lubrificantes, aditivos, despesas com tripulação longe da base, “small supplies” e “catering” totalizaram R$ 186 milhões. Composição do VAB no valor produtivo variável Fatores Produtivos Variáveis Aviões Convencionais (Em milhões de R$) L1P L2P
Jatos L2J
L3J
H1T
Helicópteros H1P H2T
Turboélices L2T L1T
Total
Participação (%)
Combustível
264,82
124,69
1.271,85
53,54
128,24
29,54
121,94
267,89
461,94
2.724,46
50,8%
Manutenção
612,13
178,33
462,36
16,55
211,83
71,65
181,47
163,23
351,43
2.248,98
41,9%
Tarifas Aeroportuárias e de Navegação Aérea Total Gasto com Tripulação Longe da Base
21,64
16,93
65,52
6,88
12,12
17,15
32,77
8,23
25,29
206,53
3,8%
13,39
7,27
86,79
2,58
1,50
2,44
1,68
3,53
6,47
125,65
2,3%
Small Supplies e Catering
2,31
0,79
10,16
1,91
0,68
0,32
1,48
5,02
7,04
29,72
0,6%
Óleo Lubrificante e Aditivos
5,19
2,49
0,02
-
3,74
0,85
3,66
0,02
-
15,98
0,3%
Handling
1,04
1,05
5,81
0,41
0,81
0,67
2,25
0,75
1,88
14,66
0,3%
920,5
331,6
1.902,5
81,9
358,9
122,6
345,3
448,7
854,0
5.366,0
100%
Total
Balança Comercial
O déficit da balança comercial em 2013 sobre aeronaves e partes, de R$ 1,6 bilhão indica o tamanho da oportunidade de se criarem mecanismos que incentivem o investimento na produção de aeronaves, peças e partes no Brasil. Importação e exportação de Aeronaves
Em 2013 as receitas com exportações de aeronaves totalizaram R$ 3,8 bilhões e correspondem a 158 unidades sendo 48 usadas e as demais, novas. O principal tipo de aeronave exportada foi o bijato, com 128 unidades entre novas e usadas. Já as importações totalizaram R$ 2,99 bilhões, sendo que as aeronaves usadas representaram 58% desse valor, com 473 unidades importadas. Das 188 aeronaves novas importadas, 75 são helicópteros à turbina e 5, jatos. Juntos, esses modelos representaram 82% do valor das importações de aeronaves novas.
6
O Valor Econômico da Aviação Geral no Brasil Importação de Aeronaves por Tipo em 2013² Jatos
Aviões Convencionais L1P L2P
Helicópteros H1P H2T
Turboélices L2T L1T
Total
L2J
L3J
H1T
2
26
28
18
28
26
473
Unidades de Aeronaves Usadas
227
64
54
Importação de Aeronaves Usadas (Em milhões de R$)
63,55
67,10
991,28
97,06
67,87
13,56
248,80
52,98
118,25
1.720,46
Unidades de Aeronaves Novas
37
15
3
2
54
11
21
38
7
188
Importação de Aeronaves novas (Em milhões de R$)
44,88
35,64
168,88
225,61 102,80
7,61
545,69
83,58
50,04
1.264,74
Total de Unidades de Aeronaves
264
79
57
80
39
39
66
33
661
322,67 170,67
21,18
794,50
136,56
168,29
2.985,19
Valor Total Importação de Aeronaves (Em milhões de R$)
108,44
102,74 1.160,17
4
Importação e exportação de componentes e serviços
A exportação de componentes e serviços totalizou R$ 600 milhões, por outro lado as importações desses itens totalizaram R$ 3 bilhões em 2013. A fabricação de aeronaves é responsável por 51% do volume importado, e isso se deve ao fato de a cadeia de fornecedores não suprir completamente as necessidades de matéria prima para os componentes e sistemas avançados, como por exemplo motores e turbinas. Atualmente 72% da frota é composta de aeronaves que não possuem fabricantes e, em alguns casos, nem oficinas autorizadas para todos os serviços no Brasil, o que demanda um volume alto de peças e serviços importados para manutenção da frota existente. Valor Econômico Indireto Induzido
O Valor Adicionado Bruto (VAB) Indireto da Aviação Geral permite verificar o acionamento econômico do setor nos demais setores da cadeia produtiva para traz, ao retratar as relações intersetoriais. Já o Valor Adicionado Bruto (VAB) Induzido verifica o efeito da geração de renda do setor sobre os bens produzidos nos demais setores.
² N= 14.639, 9 aeronaves sem indicação de fabricante.
7
O Valor Econômico da Aviação Geral no Brasil Utiliza-se o modelo insumo produto, ou matriz de Leontief, para estimar o impacto das demandas e renda de uma indústria sobre as outras indústrias, a partir do Valor Adicionado Bruto Direto. O IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística calculou as matrizes de coeficientes técnicos em 2005 para 55 setores econômicos do mercado brasileiro. Para esta análise, o VAB direto da Aviação Geral foi categorizado nos seguintes setores econômicos apontados pelas informações obtidas: Atividades Econômicas e o VAB da Aviação Geral Código da Atividade Nível 55 1104 0901
Descrição da Atividade Nível 55 Aparelhos/instrumentos médico-hospitalar, medida e óptico Educação mercantil Intermediação financeira e seguros
0327
Máquinas, aparelhos e materiais elétricos
0333
Outros equipamentos de transporte
0309 1102
Refino de petróleo e coque Serviços de alojamento e alimentação
0701
Transporte, armazenagem e correio
0329
VAB Direto da Aviação Geral Manutenção e fabricação de instrumentos de navegação aérea Treinamentos Seguro obrigatório e de casco Manutenção e fabricação de componentes elétricos para aeronaves Fabricação e manutenção de aeronaves e componentes Combustíveis e lubrificantes Gastos com tripulação longe da base Tripulação, hangaragem, serviços de navegação aérea, handling, tarifas aeroportuárias e de navegação aérea, serviços aéreos, catering
Com base nos dados divulgados pelo IBGE (2005), foram calculados os multiplicadores que geram o VAB indireto e induzido da Aviação Geral, com a ressalva de que os multiplicadores obtidos são uma ponderação dos principais setores fornecedores e de que as transformações econômicas que estes setores passaram desde 2005 foram de relevante significância. A isto se soma o expressivo crescimento e a transformação da qual a indústria de Aviação Geral passou no mesmo período. As estimativas apontaram que, em 2013, o VAB Total da Aviação Geral é quase quatro vezes maior que o VAB direto, ou seja, para cada R$ 1 demandado pela Aviação Geral , R$ 3,71 são adicionados à economia brasileira. Com relação aos salários, verifica-se que, para cada R$ 1 obtido pelos salários diretos, R$ 2,45 são direcionados aos demais setores da economia. Levando em consideração os empregos gerados, para cada 1 de Aviação Geral, outros 8 são necessários nos demais setores para manutenção das atividades de AG, totalizando assim, em 2013, 201 mil postos de trabalho.
8
O Valor Econômico da Aviação Geral no Brasil Valor Adicionado Bruto da Aviação Geral em 2013
VAB
(Bilhões de R$)
Salários
(Bilhões de R$)
Empregos
(número)
Direto
Indireto
Induzido
12,52
10,25
23,74
46,52
4,24
5,05
1,12
10,41
24.238
99.480
77.284
201.002
Total
9
Análise e elaboração: Contato: (19) 3524-9218
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