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ADN da tua escola
Agrupamento de Escolas Templários
A Mais Educativa desafiou o Agrupamento de Escolas Templários a falar sobre as suas dinâmicas e características. O que distingue este Agrupamento dos restantes? Sabendo que cada lugar tem a sua própria cultura e que são as pessoas que dão vida aos lugares, desafiámos o Diretor do Agrupamento, Dr. Paulo Macedo a falar sobre a sua escola.
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Texto: Rita Coelho Fotos: Cedidas pela Escola
Esta rubrica intitula-se “ADN da tua Escola” precisamente porque cada escola tem a sua cultura e as suas características que distinguem cada escola. Que características únicas tem a sua escola que a distingue de qualquer outra?
O Agrupamento de Escolas dos Templários foi criado em 2012 e integra o ex-Agrupamento de Escolas Gualdim Pais, o ex-Agrupamento de Escolas Santa Iria e a Escola Secundária Jácome Ratton. A população escolar vai desde a Educação PréEscolar ao 12.º ano de escolaridade. Este é um agrupamento do concelho de Tomar de grandes dimensões, com perto de 2100 alunos e que abrange oito freguesias das 11 do nosso concelho, e que possui escolas do 1.º ciclo que distam mais de 18 quilómetros umas das outras. Este fator de enorme dispersão e diversidade da população escolar constitui uma dificuldade na caracterização e união do nosso agrupamento. As escolas e ex-Agrupamentos que integraram o Agrupamento de Escolas Templários tinham as suas características e o seu ADN. Foi complicado “retirar” a importância de cada Agrupamento, de forma a unir os exAgrupamentos num só, o Agrupamento de Escolas Templários.
O seu agrupamento tem uma página de Instagram e tem um website bastante funcional e completo, porque consideraram importante fazer este investimento no digital?
O Agrupamento tem uma constituição recente, e para começar este processo de união, o primeiro passo foi alterar o logótipo, o passo seguinte foi a alteração do site e atualização do novo logótipo. Adicionalmente, precisávamos de comunicar todas as nossas iniciativas através de vídeos e imagens, em particular as iniciativas relacionadas com o Plano Nacional das Artes, isso criou a necessidade de ter um site funcional, moderno, e com capacidade para comunicar todas as nossas atividades à nossa comunidade. Assim, esta foi uma aposta extremamente necessária para comunicar devidamente a nova imagem do Agrupamento e todas as nossas iniciativas.
Os projetos escolares e educativos são uma forma de envolver os alunos em atividades de enriquecimento pessoal e curricular extra-aulas. Quais são os projetos que estão a decorrer atualmente?
Nos últimos quatro anos, temos dinamizado inúmeros projetos das mais diversas áreas. Começo por destacar o programa “Escolhas” da 8.ª Geração e o Centro Qualifica Templários, projetos que procuram reduzir o número de alunos que não concluí o 12º ano de escolaridade, ou que ainda estão a concluí-lo, mas com muitas dificuldades. Assim, a Escola une esforços para combater o abandono escolar. Devido ao sucesso destes programas, decidimos candidatar-nos a ter dentro do nosso Agrupamento, uma escola designada por “Segunda Oportunidade”. Este é o primeiro ano em que este projeto que se destina a alunos que não concluíram a escolaridade obrigatória, está em vigor no nosso Agrupamento. Estamos ainda integrados na Rede de Escolas para a Educação Intercultural, promovido pela Direção-Geral de Educação, que tem como objetivo promover o acolhimento, a integração e o sucesso educativo de todos os jovens da educação pré-escolar ao ensino secundário, e desenvolver o respeito pelas diferenças e o estabelecimento de relações entre alunos/as e outros membros da comunidade educativa de diferentes culturas. Fomos Escola Piloto do Projeto para as Escolas, no âmbito do Plano Nacional das Artes, que abrange atividades na área da rádio, música, dança, arte e teatro. E ainda, o Plano Nacional do Cinema que se integra dentro do Plano das Artes, e que já habituou toda a nossa comunidade a ter filmes disponíveis para visualizar aos fins de semana e feriados. Há um projeto muito importante e único que não poderia deixar
de destacar, o Plano de Inovação, que se iniciou com os alunos do 1º ciclo, e se irá alargar ao 2º ciclo e Ensino Secundário e que, para os alunos mais novos, consiste na criação de duas novas disciplinas. Uma delas é “História de Tomar e Tradições”, para a qual, temos, inclusive, um manual próprio. Na área das ciências, fazemos parte do Clube de Ciência Viva com o “Clube Ambiente e Património”, que se insere na rede de Ciência Viva nas Escolas, através do qual recebemos recentemente um prémio. Numa dimensão social, temos um Plano de Desenvolvimento Pessoal, Social e Comunitário, sendo este o primeiro ano em que está a decorrer, onde foram elaboradas três medidas, uma delas já está em desenvolvimento e que visa trabalhar com alunos de diferentes etnias. A segunda medida é Mindfulness para as crianças e a terceira relaciona-se com o Plano Nacional das Artes. Toda a informação sobre os nossos projetos e iniciativas está disponível no site do nosso Agrupamento.
Qual é o feedback dos alunos que participam nestas experiências?
Temos por tradição, há quatro anos, reunir uma vez por período, ou seja, três vezes ao ano, com os delegados e subdelegados das turmas desde o 2º ciclo até ao Ensino Secundário, para que eles deem o seu parecer sobre as atividades nas quais estiveram envolvidos. Agora devido à pandemia e porque passamos para semestres, modificámos os parâmetros dessa atividade e reunimos apenas duas vezes por ano. O facto de termos entrado no Plano Nacional das Artes, e termos criado o nosso projeto cultural, em que os alunos de todas as idades estão totalmente envolvidos, trouxe uma enorme dinâmica ao nosso Agrupamento. Levou-nos a dinamizar um programa que é um enorme sucesso, a semana cultural, que se realiza, normalmente, no período do carnaval. Este ano, a 2.ª semana cultural foi exclusivamente online, mas foi dinamizada em grande medida pelos alunos a partir das suas casas, com o apoio da nossa coordenadora cultural e dos nossos parceiros culturais do concelho de Tomar. Este projeto é verdadeiramente especial, porque tem a capacidade de mobilizar toda a comunidade, inclusive externos ao nosso Agrupamento.
Como estão a gerir as emoções e inseguranças da comunidade educativa face ao regresso ao ensino presencial e como fizeram a gestão contrária, ou seja, do regresso ao ensino à distância?
A retoma às aulas presenciais foi gradual, tendo começado pelos alunos mais novos, tal como aconteceu a nível nacional. Quando a nossa Escola percebeu que íamos retomar, através de mediadores no âmbito do Plano de Desenvolvimento Social e Comunitário, considerámos que, para toda a comunidade, era importante fazer algo novo e que marcasse este regresso. Com o apoio e a iniciativa de duas psicólogas dos Serviços de Psicologia e Orientação, fomos dar as boas-vindas e dizer algumas palavras a todos os alunos e professores no dia em que regressaram ao regime presencial. Consideramos importante transmitir que a escola é um lugar muito estranho sem a presença de alunos, aliás, chamar “escola” a um lugar sem alunos, professores e funcionários é realmente estranho, por isso demos uma palavra de carinho, acolhimento e de boas vindas a todos.
Saúde Mental
A importância de cuidar da nossa saúde mental
Texto: Joana Alves Fotos: Adobe Stock
Ao longo da vida, qualquer pessoa pode ser afetada por problemas de saúde mental, mais ou menos graves.
Há algumas fases que podem levar a algum tipo de perturbação mental, seja a entrada na escola, a adolescência, a menopausa e o envelhecimento, ou acontecimentos tristes e inesperados, tais como a perda de um familiar próximo, o divórcio, o desemprego, a falta de dinheiro.
Para além disso, os fatores genéticos, infeciosos ou traumáticos podem também estar na origem de doenças mentais graves.
Segundo a OMS, não existe uma definição oficial para o termo saúde mental. Contudo, a organização refere-se a um “estado de bem-estar no qual o indivíduo tem consciência das suas capacidades, pode lidar com o stress habitual do dia-a-dia, trabalhar de forma produtiva e frutífera, e é capaz de contribuir para a comunidade em que se insere”.
O Dia Mundial da Saúde Mental celebra-se a 10 de outubro, mas é importante mantermo-nos alerta para estes problemas diariamente, uma vez que os efeitos da pandemia, do ponto de vista da saúde mental e do bem-estar, são realmente preocupantes.
Os populares costumam dizer que “mente sã, corpo são”, o que significa que a nossa saúde mental e saúde física são duas vertentes indissociáveis e devem ser cuidadas com a mesma importância.
Quando temos acne consultamos um dermatologista, quando temos uma dor de dentes recorremos a um dentista e, por isso, quando temos um problema do foro psicológico, o que deve ser feito é consultar um especialista da área, seja psicólogo ou psiquiatra, consoante as situações.
No entanto, para muitos, continua a ser tabu tratar estas doenças e admitir que estão doentes, seja por vergonha, seja por preconceito.
Estima-se que em cada 100 pessoas, 30
sofram, ou venham a sofrer de problemas de saúde mental.
Problemas de saúde mental mais frequentes
• Ansiedade • Mal-estar psicológico ou stress continuado • Depressão • Dependência de álcool e outras drogas • Perturbações psicóticas, como a esquizofrenia • Atraso mental • Demências • Transtorno obsessivo-compulsivo • Bipolaridade • Hiperatividade e défice de atenção
Mas afinal o que é ter saúde mental?
É sentirmo-nos bem connosco próprios e reconhecer limites e sinais de alerta. É estabelecer boas relações com os outros.
É sermos capazes de superação aquando de perdas afetivas e conflitos emocionais.
É estabelecermos uma missão de vida e termos confiança no futuro.
É termos capacidade de adaptação a novas realidades/adversidades que possam surgir. • Reforçar os laços familiares e de amizade • Fazer caminhadas ao ar livre • Manter uma alimentação saudável • Ler ou cultivar o intelecto de alguma forma • Consultar um médico, perante sinais ou sintomas de perturbação emocional • Descanso e sono reparador • Pratica exercício físico com frequência • Cerca-te de pessoas positivas e que despertam o melhor de ti • Mantém hábitos e rotinas que te fazem bem
Saúde Mental em números
• 12% das doenças em todo o mundo são do foro mental, valor que sobe para os
23% nos países desenvolvidos
• 165 milhões de pessoas na Europa são afetadas por uma doença ou perturbação mental anualmente
• as perturbações por depressão são a
terceira causa de carga global de doença
(primeira nos países desenvolvidos), estando previsto que passem a ser a primeira causa a nível mundial em 2030, com agravamento provável de suicídio e para-suicídio
• Portugal é o segundo país com a mais elevada prevalência de doenças psiquiátricas da Europa, sendo apenas ultrapassado pela Irlanda do Norte (23,1%).
• As perturbações mentais e do comportamento representam 11,8% da carga global das doenças em Portugal, mais do que as doenças oncológicas (10,4%) e apenas ultrapassadas pelas doenças cérebro-cardiovasculares (13,7%).
Onde pedir ajuda:
• Ordem dos Psicólogos
• SPPSM - Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental
• ASPESM - A Sociedade Portuguesa de Enfermagem de Saúde Mental
• Colégio da Especialidade de Psiquiatria da Ordem dos Médicos
• SPS - Sociedade Portuguesa de Suicidologia
• ADEB - Associação de Apoio aos Doentes Depressivos e Bipolares
• AFARAM - Associação de Familiares e Amigos do Doente Mental
• A FARPA - Associação de Familiares e Amigos do Doente Psicótico
• DOMUS MATER - Associação de Apoio ao Familiar e Doente com Perturbação Obsessivo-Compulsiva
• ENCONTRAR+SE - Associação para a Promoção da Saúde Mental
• FAMILIARMENTE - Federação Portuguesa das Associações das Famílias de Pessoas Com Experiência de Doença Mental
• FNERDM - Federação Nacional de Entidades de Reabilitação de Doentes Mentais