O Livro dos Louvores

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Estudos Bíblicos - SALMOS

O Livro dos Louvores

ÍNDICE 01 Salmos: O Hinário do Povo de Deus (Salmo 1)............................ 3 02 O Senhor Reina! (Salmo 2)........................................................ 7 03 Oração Matutina: Sofrimento Familiar (Salmo 3)....................... 12 04 Oração Noturna: Durma Bem (Salmo 4).................................... 17 05 Superando o Sentimento de Abandono (Salmo 13)................... 22 06 O Bom Pastor e Suas Ovelhas (Salmo 23).................................. 26 07 Três Privilégios que Deus Dá ao Seu Povo (Salmo 24)................ 31 08 Deus é o Nosso Refúgio (Salmo 27).......................................... 35 09 A Felicidade de ser Perdoado (Salmo 32).................................. 40 10 Vencendo a Depressão Espiritual (Salmos 42 e 43)................... 45 11 Sob a Proteção de Deus (Salmo 91).......................................... 50 12 Adoração no Templo (Salmo 100)............................................. 55 13 Deus me Conhece (Salmo 139)................................................ 60

Autor das lições: Arival Dias Casimiro Aluno Professor

Classe


Estudos Bíblicos

Apresentação

SALMOS

Iniciamos o estudo do livro dos Salmos. Os judeus o chamam de “Sefer Tehillim” ou “Livro dos Louvores”. O nome em português, Salmos, vem da tradução grega, Septuaginta (150 a.C.) “Psalmoi” que significa “cânticos”. Esse livro tem sido fonte de encorajamento e consolo para o povo de Deus na história. O seu tema principal é louvor e adoração a Deus. Lutero o chamava de “uma Bíblia em miniatura”. João Calvino, que se identificava com Davi em seus sofrimentos, disse que o livro é “uma anatomia de todas as partes da alma humana”, pois não há emoção que não é representada nele como em um espelho. De fato o livro é o coração da Bíblia, onde Deus fala e deixa o homem falar.

Os Editores

O LIVRO DOS LOUVORES Estudos Expositivos em Salmos

EDITOR RESPONSÁVEL: Alberto José Bellan AUTOR DAS LIÇÕES: Arival Dias Casimiro REVISÃO GRÁFICA: Rachel Negrão Fernandes Rocha Juana del Carmen Cornejo Campos

Copyright © 2018 - Z3 Editora Ltda. 1ª Edição - Outubro/2018

ISBN: 978-85-8283-118-2

Fica explicitamente proibida qualquer forma de reprodução total ou parcial desta revista, sem o expresso consentimento da editora.

PRODUÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Ideias Transformando Vidas

PUBLICAÇÃO: Z3 EDITORA LTDA. Rua Floriano Peixoto, 103 - Tel/Fax: 19 - 3454.4798 CEP 13450-022 - Santa Bárbara d’Oeste - SP E-mail: vendas@z3ideias.com.br Site: www.z3ideias.com.br


T EXTO B ÁSICO Salmo 1

1ª Lição::

Salmos: O Hinário do Povo de Deus :: OBJETIVO :: Perceber a diferença entre o crente e o incrédulo

ESSE SALMO NOS

PROPORCIONA A DEFINIÇÃO DE VIDA BEM-SUCEDIDA SEGUNDO DEUS

:: LEITURA DIÁRIA :: Segunda-Feira Jeremias 17. 1-11 Terça-Feira Salmo 128 Quarta-Feira Mateus 5.3-11 Quinta-Feira Salmo 119. 105-117 Sexta-Feira Provérbios 3 Sábado 2 Timóteo 3 Domingo Salmo 112

O livro dos Salmos está dividido em cinco partes: (1) Salmos 1-41. (2) Salmos 42-72. (3) Salmos 73-89. (4) Salmos 90-106. (5) 107-150. A autoria dos Salmos identificados: Davi, 73; Asafe, 12; os filhos de Coré, 11; Salomão, 2 (72 e 127); Moisés, 1 (90) e Etã, 1 (89). Todos os 41 Salmos do Livro 1 são atribuídos a Davi, exceto aqueles que estão sem títulos (1, 2, 10 e 33). Não há uma organização ou uma ordem específica dos Salmos, nem de temas e nem de cronologia. Há Salmos de sabedoria, didáticos, messiânicos, lamentação, penitência, adoração e louvor, ações de graças, imprecatórios e litúrgicos. Não há registro histórico de quem organizou o livro, mas provavelmente foi no período de Esdras. Para interpretarmos melhor cada salmo, precisamos levar em consideração alguns princípios: (1) Olhe para os Salmos como poesias musicais. Eles foram escritos para serem cantados. (2) Cada salmo é uma unidade literária: começo, meio e fim. (3) Cada salmo possui um contexto de produção. (4) Cada salmo pode ser classificado por categoria (Lamento, ações de graças, louvor, ensino etc). (5) Cada salmo é caracterizado pela sua forma e função (para uma dedicação – Sl 30; para um tipo de instrumento – Sl 12). Vamos estudar hoje o Salmo 1. Ele é considerado um salmo de sabedoria ou sapiencial. Ele é a porta de entrada do livro, onde o justo e o ímpio são contrastados. Jerônimo, na Vulgata, chamou o Salmo 1 de “O prefácio do Espírito Santo”. A estrutura do Salmo é simples: A Felicidade dos Justos (vv. 1-3) e a Infelicidade dos Ímpios (vv. 4-6). Este é um salmo sobre como prosperar na vida. Todo mundo deseja ter sucesso. Somos uma nação de adoradores de sucesso. No entanto, a prosperidade deve ser definida por Deus e não pelo mundo. Esse salmo nos proporciona a definição de vida bem-sucedida 3


O Livro dos Louvores

segundo Deus.

1. A FELICIDADE DOS JUSTOS (vv. 1-3) • “Ouvir a Palavra é

como a ingestão, e quando meditamos sobre a Palavra que é digestão; e esta digestão da Palavra por meio da meditação produz afetos candentes, resoluções zelosas e ações santas”. (William Bates) • Você consegue

diferenciar claramente o justo e o ímpio? Qual é o comportamento deles que mais chama a sua atenção? • O justo não se deixa influenciar por conselhos que vão contra a vontade de Deus.

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O salmo começa dizendo: Bem-aventurado ou “feliz” ou “abençoado” no hebraico. A palavra traz a ideia de magnitude e denota intensidade. Na versão grega da Septuaginta, “bem-aventurado” significa “felicidade suprema” e é a mesma usada por Jesus nas bem-aventuranças (Mt 5.3-11). Bem-aventurado o homem. Observe o artigo “o homem”. Ele é enfático e pessoal. “Esse homem (pessoa)!” É aquele que é abençoado. A “pessoa” singular é contrastada com a classe dos “ímpios” (plural - v. 4). Não importa o sexo, a idade, o grau de instrução ou a condição financeira.

APLICAÇÕES

! PRÁTICAS O justo é feliz naquilo que ele não faz Não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores (vv. 1,2). Três coisas são afirmadas sobre essa pessoa “abençoada”: (1) Não “anda” ou vive de acordo com os “princípios” mundanos dos “ímpios”. A palavra para “ímpios” significa “perversos”. Descreve pessoas que estão perturbadas ou agitadas pelo fato de estarem desligadas de Deus (Jó 3.17; Is 57.20,21). (2) Não está ou se detém no caminho dos pecadores. Ele não “está” no “caminho” em que os “pecadores” participam. A palavra hebraica “pecadores” é enfática e expõe a condição que causa a conduta. O “pecador” é aquele que é e vive com valores e objetivos errados. O salmista tinha em mente, transgressores habituais e determinados. São pecadores da pior espécie. (3) Não se assenta na roda dos escarnecedores. Observe que há um progresso: “anda” significa uma associação casual com os perversos; “detém” indica uma comunhão continua com os pecadores; e “assenta” implica em “participar das deliberações”, “agir como professor” e “estar a vontade com aqueles”. A palavra para “escarnecedores” são os zombadores que ridicularizam da Bíblia e daqueles que a obedecem. Cada um desses verbos está no tempo perfeito em hebraico, expressando uma atitude mental fixa e descrevendo


1ª Lição:: Salmos: O Hinário do Povo de Deus

aquele cujo curso da vida está definido. Alguns veem nas imagens de “andar”, “deter-se” e “assentar” três graus de partida de Deus e conformidade com o mundo: Aceitar seu conselho; Participar de seus caminhos; Adotar sua atitude.

O justo é feliz por aquilo que faz Depois de identificar aquilo que o justo não faz, o salmista descreve o que ele faz. (1) Um sentimento: prazer. A palavra indica um sentimento que brota do coração, tal como o amor. (2) Uma fonte: a lei do Senhor. “Torah” é instrução que vem de Deus. O significado básico é instrução, não regras legais. Ela representa todo o caminho revelado de vida contido nos ensinos de Moisés e também de toda a Escritura (2Tm 3.14-17). Da Bíblia escrita por Deus vem sabedoria para a vida diária. (3) Uma atividade: medita. A palavra “meditar” significa “pensar sobre” ou “refletir”. A palavra hebraica “meditar” (suah) indica “meditar pensativamente” ou “ponderar”. A ideia é a de “ruminar ou mastigar” a Palavra de Deus. A meditação é uma ordem de Deus. Ele nos manda meditar na sua Palavra (Dt 32.46; Js 1.8). A meditação envolve “mente” e “coração”. Não é um ato apenas intelectual ou da compreensão, mas afetivo e volitivo. Meditar é refletir com o coração (Dt 4.39; Lc 2.19). (4) Uma agenda: de dia e de noite. A agenda do crente com Deus envolve 24 horas por dia. “Dia e noite”, independentemente do contexto, a pessoa piedosa enfrenta as batalha da vida com a arma da Palavra de Deus.

O justo é feliz por aquilo que é Ele é como uma “árvore” (Jr 17.5-8). Quais as características dessa árvore? (1) Sua Permanência: Ele é como uma árvore “firmemente plantada” e “bem enraizada”. O segredo de cada árvore são suas raízes. Não importa onde nossa vida é plantada, vivida, ou em que estação de tempo passamos. Se as nossas raízes estiverem firmes, nada nos abalará. (2) Sua Posição: “por correntes de água”, provavelmente uma referência a canais artificiais para irrigação. Todo crente está “em Cristo”, é uma nova criatura (2Co 5.17), sem nenhuma condenação (Rm 8.1) e numa vida vitoriosa pelo Espírito Santo (Rm 8.2-11). (3) Sua produtividade: “produz frutos”. Todo crente existe para ser produtivo ou gerar muitos frutos (Jo 15.5,8, 16). Os frutos são resultados da comunhão e do trabalho de cada um que está em comunhão com Deus. E todo fruto tem um processo de maturação: flor, fruto verde e maduro para 5


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ser colhido. (4) Sua Perpetuidade: “a folha não murcha”. Aqui, a pessoa piedosa é descrita como sendo uma árvore de folhas perenes e frutíferas! (5) Sua Prosperidade: “em tudo o que ele faz, ele prospera”. A ideia hebraica aqui é “sair-se bem” por causa das bênçãos de Deus.

2. A INFELICIDADE DOS ÍMPIOS (vv. 4-6)

• Aprendemos que os ímpios não têm valor nenhum. O destino deles é sofrer as penas eternas. • Aprendemos que

obedecer a lei de Deus é a marca que distingue o justo de ímpio. Aprendemos que o • relacionamento com Deus traz felicidade para o nosso coração. 6

Os ímpios estão em completo contraste com os justos (v.4). Os “ímpios” ou “perversos” (v.1) não são como uma árvore produtiva e viçosa. Eles são, porém, como a palha que o vento dispersa. A imagem remete ao local de debulha de trigo. Geralmente ficava num local mais alto, onde o agricultor jogava para cima o trigo colhido, para que o vento levasse a palha e o trigo caísse ao solo. Essa metáfora nos ensina algumas lições acerca dos ímpios: Ele não têm valor nenhum; Eles são inúteis; Eles são inconsistentes; Eles são disfarçados. O destino dos ímpios: (1) Eles não conseguirão suportar o julgamento de Deus: Por isso, os perversos não prevalecerão no juízo (v.5). (2) Eles serão desmascarados (v.5). Deus separará o trigo do joio, em sua segunda vinda (Mt 13.24-30, 36-43). O verso 6 resume o salmo. Pois o SENHOR conhece o caminho dos justos. O verbo “conhecer” significa “se importar” e “cuidar” de forma pessoal e intencional. Trata-se de um discernimento cheio de discriminação e apreciação (Sl 31.7; 144.3; Jo 10.14). Mas o caminho dos ímpios perecerá. A ideia de “perecer” é a de sofrer as penas eternas. No dia do julgamento final, Jesus dirá aos perversos: Nunca vos conheci. Apartai-vos de mim os que praticais a iniquidade (Mt 7.23). O Salmo 1 fala sobre pessoas, seus caminhos e seus destinos finais. Ele estabelece a diferença entre o crente e o incrédulo, o que são e o que fazem. Obedecer a lei de Deus era a marca que distinguia o povo de Israel das outras nações. A lei de Deus era a vida (Dt 6.1,2). Em se tratando do Saltério, o tema do livro é louvor e adoração a Deus. As figuras do justo e do ímpio distinguem aquele que adora a Deus daquele que não O adora. Aleluia! Louvai, servos do Senhor, louvai o nome do Senhor (Sl 113.1). O primeiro salmo do saltério é a porta de entrada da adoração. Ele identifica os verdadeiros adoradores do Rei da Glória.

APLICAÇÕES

! PRÁTICAS




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