webzine Muro 01

Page 1

Muro

MURO 1


Muro

2


Muro

Bullying..................... 6 Porquê a droga?....... 8 P............................... 12 Simbolismos............ 16 Panarquia................ 18 Fallout 3................... 24

Capa http://www.flickr.com/photos/txzeiss/ página 3 http://www.flickr.com/photos/teotwawki/2603165449/sizes/l/ página 9 http://www.flickr.com/photos/movimente/

página 10 http://www.flickr.com/photos/wheatfields/ página11 http://www.flickr.com/photos/chaibrother/ Página16, 17 http://www.flickr.com/photos/face_it/

3


Muro

4


Muro

Bem vindos à primeira edição da webzine MURO, espero que seja de vosso agrado, ficou decidido criar uma revista que abrangesse vários temas da actualidade e porque não também do passado? Queremos, mostrar opiniões, dizer o que se passa lá fora, o que se passa cá dentro, falar sobre festas, falar sobre acontecimentos graves, contar anedotas, contar contos, falar de tristezas, falar de verdades. Também servirá de plataforma para a arte, para a fotografia, para o cinema, queremos que seja um local forte para inspiração, para nos rirmos e para nos apercebermos das coisas que nos rodeiam. Nesta edição podem contar com um artigo sobre o Bullying e o que podem fazer para detectar, e para evitar que aconteça.

Falamos também de um caso que abalou a sociedade na Grã-Bretanha sobre uma criança, conhecida apenas por baby P que foi maltratada pelos próprios pais sem ninguém se aperceber da triste verdade, até à sua morte. Depois falaremos da Panarquia, um conceito para vos fazer parar para pensar e talvez abrir os olhos para reflectir. Fala-se também nesta edição do novo jogo Fallout, para vocês aficionados do virtual Por fim, temos o nosso cantinho da Poesia contemporânea Mais uma vez, esperamos que vos agrade, e já sabem que podem mandar um mail dando sugestões, críticas, textos ou fotos que queiram ver publicados e nós de bom-grado as iremos meter.

Temos também um texto sobre os malefícios da droga, porque é que as pessoas as tomam, de quem será a culpa?

5


Muro

Bullyi O termo Bullying abrange todas

Os rapazes são os principais as formas de atitudes agressivas, intenpraticantes do bullying directo, cionais e assumidas por um ou mais ameaçando fisicamente, empurrando jovens contra outro(s), causando dor e ou batendo em colegas mais fracos. angústia, e executadas dentro de uma relação desigual de poder, em que preA vítima apresenta: valece a intimidação da vítima. Falta de vontade de ir à escola; Pede para trocar de escola; As raparigas são as principais autoras Apresenta baixo rendimento escolar; do bullying social, caracterizado pelas Regressa da escola, com roupa ou ofensas, pela humilhação, disseminação material estragado; de boatos maldosos e exclusão do grupo Chega muitas vezes a casa com nódoas de amigos. negras, ou sinais de agressão física;

6


Muro

ing Parece angustiado, deprimido e ansioso; Tem pesadelos constantes com pedidos de ajuda; Perde muitas vezes, dinheiro e pertences. O agressor apresenta: Baixa auto-estima, Reduzida capacidade de empatia, Não têm acompanhamento e apoio famíliar,

Desconhecem outro modelo de resolução de conflitos, que não seja a agressividade, Decidem perseguir a vítima e tornar a sua vida escolar numa tortura constante. Manter postura firme e olhar directamente o agressor. Ser educado, mas firme. Dizer “Pára” ou “Deixa-me em paz”. Não chorar ou mostrar-se preocupado. Recorrer a alguém de confiança, que possa ajudar

7


ê u q r ? Po a g o r d a Muro

Digamos que existe uma ditadura na nossa sociedade e ela toma a forma da necessidade de depender… De pertença… Seja a uma empresa, a uma facção partidária, a um grupo de amigos, a uma família. Venha o diabo e escolha. O ser não o é, sem o ser em sociedade. Estar em sociedade, é pertencer. “A dependência é a busca pela independência absoluta.” O que nos põe em cheque é o facto de ao pertencermos, estamos em relação. E é facto que estar em relação tanto pode levar ao céu como ao inferno. As primeiras relações provam isso. É com os nossos pais que aprendemos como podem ser essas relações, no carinho de um lar. Aqui todo o caos vem ao de cima, e coloca-se uma questão; e quando essas primeiras relações nos “imprimem” na insegurança, nos reprimem a uma extensão de alguém diferente do que gostaríamos de ser? E quando o estar em relação dói mais? E quando aprendemos em casa o pior caos que existe? E quando dói fisicamente, a não pertença a essa primeira relação? Cada personalidade aprende a lidar com essas frustações do “ninho”, gera rotinas de abrigo, encontra grupos de suporte fora da família, ocupa-se com todo e mais algum trabalho que permita a alienação 8

do que o espera em casa. E quando não se encontra mais nada? E quando a única coisa que se têm são os amigos de escola, que oferecem saídas ilusórias da realidade? E quando o que se aprende a fazer é fugir? Cá dentro, o que se passa? “Assim é tão fácil.” Segundo Sylvie Wieviorka a dependência que advém da adicção é mais uma busca pela independência absoluta, em relação ao outro e independência tmabém em relação às solicitações do mundo. (Sequeira, 1996) A busca de prazer é a caracterização mais fiel da toxicodependência, sendo esta por definição um estado psíquico e por vezes também físico que resulta de uma interacção entre um organismo vivo e um medicamento, caracteriza-se por modificações do comportamento e outras reacções que compreendem sempre um impulso que leva a tomar um medicamento de um modo contínuo ou periódico, para provocar efeitos psíquicos e às vezes evitar o mal-estar da sua privação. “Evitar o mal-estar…” É denominado de “impulsão para a fuga”, cuja incapacidade de pôr em palavras as necessidades interiores, de comunicar o que dói, coloca em ênfase a importância da fuga. “Não consigo passar sem isto” é apenas uma maneira de dizer não consigo lidar com isto. E é isto o que de


Muro

“A dependência é a busca pela independência absoluta.” 9


Muro

bom tenho na minha vida. “Já estou julgado e arrumado.” “A única forma encontrada de fugir ao tédio é o acto , e neste sentido acting out, pois trata-se de uma actuação cuja principal função é o alívio da tensão.” (Sequeira, 1996). Só queria deixar esta idéia de não virar a cara, não julgar quem não têm um substi-

tuto na realidade para o sentimento de extâse que advém da um medicamento. Visto que nós (não consumidores) devería­ mos saber que todas as sensações de uma substância psicoactiva, podem ser experienciadas num estado sóbrio. Existe quem não têm essa oportunidade… Ana Ferreira

Para consulta: Sequeira, J. P. (1996). As Origens Psicológicas da Toxicomania. Lisboa: Climepsi Editores. 10


Muro

11


Muro

“P” - Apenas se sabe a primeira letra do seu nome, mas essa letra corre por todas as bocas no Reino Unido. Quando essa criança, conhecida por “Baby P” nos tribunais, foi trazida para casa depois do seu nascimento em Março de 2006, era um bébé de olhos azuis e cabelo loiro aos caracóis, com um brilho nos olhos, mas ao final de 17 meses de uma crueldade terrível e inimaginável, “P” estava coberto de nódoas negras, crostas de feridas, o cabelo rapado até ao couro, infecções, e o brilho nos olhos perdido. 12

Alguns dos ferimentos incluíam, 8 costelas partidas, coluna partida e uma cabeca do dedo cortado, sem contar com os ferimentos psicológicos, mas apesar de tudo isto as pessoas referiam que ainda tentava esgaçar um sorriso ténue. O júri, não estava preparado para ouvir os detalhes mais macabros sobre as condições em que esta criança foi tratada, sendo este um dos casos mais brutais de


Muro

negligência e mau trato em crianças no Reino Unido e talvez no mundo Esta criança, que vivia em casa de seus pais em Haringey (Norte de Londres), começou desde cedo a ser vítima de negligência pela parte da mãe, que o deixava por horas esquecido no seu berço, chorando com fome e falta de atenção. A mãe estava mais interessada em procurar porno­grafia na internet e parceiros ­sexuais. O pai de “P” abandonou a mãe passado 3 meses de ele ter nascido, precisamente devido a estes acontecimentos, tendo a mãe levado um parceiro para viver com ela na mesma casa. Quando este se mudou, o sofrimento de P aumentou drasti­camente. Em testemunhos dados em tribunal, enquanto a mãe se “divertia” em chats online o seu companheiro batia em “P”, rodando-o no ar pelo

pescoço ou pelas pernas ou forçava-o a seguir comandos como um cão. Este homem de 32 anos, coleccionador de items Nazis, pelas palavras do próprio “só queria fazer com que a criança fosse mais forte”, tinha ratos mortos e pintainhos no seu quarto, com os quais alimentava o seu animal de estimação, uma cobra. As autoridades desconfiaram pela primeira vez de abusos em Outubro de 2006, numa visita ao pediatra, foram notadas algumas nódoas negras em que a mãe prontamente rejeitou a acusação de abuso dizendo que P caía muito facilmente. Passados 2 meses a criança foi levada ao hospital com um ferimento na cabeca, em que mais uma vez a mãe negou qualquer acusação dizendo que ele tinha começado a andar e batia muito com a cabeça, e as marcas de dedos nos braços eram de ela o segurar e mandar ao ar alegremente. 13


Muro

Os servicos sociais não acreditaram nesta história e visitaram o apartamento depararando-se com cheiro de urina, lixo por toda a casa e 3 cães, incluindo um Rott­weiller, um Bull Terrier e um Pastor Alemão, mas sem conhecerem que o parceiro da mãe de “P” vivia na mesma casa.

notaram que todas as suas roupas tinham manchas ou vestígios de sangue.

A sua mãe tentava encobrir nódoas negras na cara, cobrindo-as de chocolate, mas as visitas ao hospital eram cada vez mais frequentes, envolvendo olhos negros, hematomas, descargas de pus nos P foi retirado da mãe e posto em cuida- ouvidos, neste último caso os ferimentos dos de uma amiga de família. em “P” eram tão graves que sua mãe foi detida novamente, Depois de todos tendo saído sobre os detalhes reunidos “só queria fazer com caução e porque “P” pelas investigações não tinha com quem da Polícia, P voltou a que a criança fosse ficar. casa sem qualquer acusação feita pela A assistente social mais forte” polícia a sua mãe. Maria Ward, visitou a casa de “P” quatro dias antes de sua P não era alimentado e vagueava pela morte, dizendo que mais uma vez ele casa comendo restos de comida pelo chão estava coberto de chocolate, notou uma e no jardim. Investigadores, mais tarde infecção nos ouvidos, mas não ficou 14


Muro

muito preocupada porque quando se dirigiu a “P” ele pareceu-lhe bem mostrando um sorriso. Dois dias depois a criança volta ao hospital, seguro no colo pela mãe, e a pediatra apesar do choro insistente e esgar de dor, falha em detectar a coluna partida e as 8 costelas partidas.

Mais 2 dias, em casa, “P” recebe o ferimento final, um soco em cheio na cara, fazendo-o engolir um dente e ferimentos na caixa craneana. Ao final de 17 meses de tortura, “P” finalmente sucumbe e morre em seu berço durante a noite... sozinho como tinha passado toda a sua vida. 15


Muro

Simbolismos Quero que sejas a minha capital Quero que sejas a minha rua Quero que sejas o meu mundo Quero que sejas a minha lua Quero que sejas o meu jardim Onde passeio dias a fio Quero que sejas o fogo ardente Que me protege de ter frio Quero que sejas um porto seguro Onde possa descansar Quero que sejas rainha a meu lado Para eu te poder amar Quero que sejas a minha muralha Quero que sejas a minha fortaleza Quero que sejas o meu mais valioso Quero que sejas a minha fraqueza Quero que sejas a minha estrada Quero que sejas o meu céu Que o nosso amor seja crime E de te amar eu seja o réu

Quero que sejas a espada Que este cavaleiro leva para a guerra Quero poder sentir-te no mar Quero poder abraçar-te na terra Quero que te abras para mim Me mostres o teu lado mais obscuro Quero a felicidade do nosso lado A tristeza do lado de fora do muro Quero que o amor Ao amanhecer sorria para nos Ser acordado pelo teu toque suave Pela calma da tua voz Quero que nunca me deixes Como so fosses parte de mim Quero que sejas sempre o que és Porque eu gosto de ti assim

16


Muro

Tenho uma mulher longe de mim, Vem à cidade quando quer, boa para mim

Tenho uma mulher, perto de mim, Veio à cidade porque queria, boa para mim

Ela diz que me ama, mas que mesmo assim se eu a quiser foder, tenho de lhe dar pilim

Ela disse que me ama, e eu disse logo assim, Vou-te foder, pago com incenso de jasmin

As desculpas da senhora já sao bem poucas, estão a chegar ao fim, Logo eu vou fodê-la o melhor que posso fiquem felizes por mim

Ela não achou piada, e bateu com a porta, Eu fui a janela gritar, “Anda cá minha porca”

Vai ser tão bom, mal posso esperar, Tenho os colhões pesados, tenho de os esvaziar Ela vem aí, ela está quase a chegar, Aquele cheiro a bacalhau, já o sinto no ar Oiço os seus passos, a pisar no chão molhado, Vou-lhe dar tão bem, que vai para casa a andar de lado,

Ela mandou-me à merda, e foi-se embora, e eu à janela, com o bacamarte de fora Já não tenho mulher, não quer saber de mim, mas aquele cheiro a bacalhau, é pior que o de jasmin Acho que lhe fazia bem, mas ela disse que não, penso na sua rata, daquela puta barata E na palma da minha mão... encontro a salvação.

Morte senta-te comigo, mete o braço por cima do meu ombro, esfrega a tua mão na minha perna, mete a tua língua na minha boca e leva-me contigo. Porque raio nós temos de te temer? Tu pareces ser simpática, pareces resolver os problemas, pareces ser o fechar do capítulo! Pareces ser aquela que está sempre lá, quer queiramos quer não, ela está lá à espreita a olhar para nós, a esperar, esperar, esperar até que a sua campainha toque, e o próximo “cliente” tenha de ser levado. Vendo bem, a morte é um táxi. Bem me vou...vou de fogareiro. 17


Muro

Panarquia “a realidade não existe. a fuga é para lado nenhum. tive uma idéia, tive uma idéia, vamos fugir! tive uma idéia, tive uma idéia, foge comigo!” 

“a realidade não existe. a fuga é para lado nenhum. tive uma idéia, tive uma idéia, vamos fugir! tive uma idéia, tive uma idéia, foge comigo!” 
“ninguém sabe quem dá as ordens. mas elas cumprem-se. A televisão transmite-nos a realidade, transmite-nos as ordens. eu cumpro. A única fuga é a loucura.” E se a cultura ocidental for um colosso que cresceu e se agigantou, para se atirar no abismo do seu próprio suicídio, à procura do novo homem que se ergue das ruínas, o super-homem, o alienisna dentro do seu ovo à prova de fogo? 
E nós que somos homens, escombro, e seguramos lampiões de sapiência para ilu18

minar as tábuas dos mortos e as pálpebras da sabedoria, seremos os porteiros do novo reino. 
Até lá ensinaremos aos estupidos a profissão dos sábios actuais, aquela de serem bobos e místicos e bobos místicos. 
Uma vez um iniciado bastardo, que acreditava ser a reencarnação do Crowley


Muro

19


Muro

e queria colocar o Governo Oculto no poder, perguntou-me: “Tu não queres salvar a nossa civilização? Se pudesses escolher salvavas ou destruias?” e eu respondi enquanto ouvia os uivos dos homens moribundos e dos homens de lascivia e dos homens sonhadores e dos homens sem esperança e dos homens que nunca aprenderam a largar a esperança e cuja esperança matará “quero salva-la destruindo-a” 
Sou só um anão com a voz de um ancião. Sou só um anão com a voz de um ancião. Sou só um anão com a voz de um ancião. Sou só um anão com a voz de um ancião. Sou só um anão com a voz de um ancião. Sou só um anão com a voz de um ancião. 
E no meio disto tudo onde é que fica a politica? No lixo! Vamos plantar rosas vermelhas no quintal e dedicarmo-nos a cul-

20

tivá-las, e nos crepúsculos vamos acender fogos junto aos rios e nas praias e nos miradouros e nos becos e vamos dançar e vamos todos cultuar o deus Pã, que todos os outros deuses estão e sempre estiveram mortos. E vamos tocar música e vamos entoar cânticos e pintar poesia e vamos trabalhar nas fábricas e escutar as máquinas, alimentar a electrcidade e enviar muitos soldados para os novos descobrimentos do mundo cibernético e depois vamos-nos despir e tomar banho no calor e na frescura uns dos outros e das águas melancólicas e das águas renovadoras e vamos dizer “Que se foda! Amo-te!” e vamos ficar escondidos e vamos ler muito de todas as coisas e beber vinhos e comer peixe que pescamos e inventar cartazes e novas manifestações de espada na mão só para escrever e bailar.


Muro

21


Muro

Vamos pegar em todo o dinheiro e vamos fazer uma enorme pilha com ele e vamos queimar essa pilha e os deuses todos, os que conhecemos e os que não conhecemos, vão ver esse fogo e vão passar a adorar-nos. Vamos observar o sangue e vamos morrer. Vamos escutar os buracos e vamos tapá-los com carícias, e vamos dizer: “este é o único défice do pais”. Vamos passear os fantasmas, vamos chorar, vamos dormir em tudo o que está partido e destroçado e que já não é uma prisão. Vamos plantar ruínas, e nas ruínas cultivar rosas, e nas ruínas cultivar rosas vermelhas. Vamos destruir os prédios e viver nos prédios destruídos e prosperar campos nas estradas e plantar cromeleques no centro das cidades e queimar perfumes. Vamos cuspir fogos e montar circos. Vamos observar as donzelas de vestido branco e ser anjos. Vamo-nos lembrar. Vamos ser crianças e água e inundação e lavar tudo o que já foi e guardar tudo o que já foi e vamos ser 22

fogo que alimenta a treva e abre o caminho do paraíso e vamos ser o brilho no OLHO e vamos uivar e rebolar na terra e contorncermo-nos como vultos no céu e vamos suspirar pela nossa AMADA no OLHO DE PRATA. Xiu. Vamos chamar o bicho mau que abre todas as ranhuras e despejar um fluído quente e roxo que apaziguará todas as coisas. Vamos ver um Rei de vez em quando e fazer uma vénia e vamos sentir o palpitar da terra e que a nação é uma alma e uma divindade e vamos rir no seu seio de luz. Vamos nos esquecer que existe essa merda a que chamamos divisão e que pensamos que a carne seriam dois e que a conduta não era nossa mas de um sobre o outro e vamos amar e vamos-nos esquecer “politica”. 
Vamos apagar a Lua, e vamos apagar o Sol, que são astros ditadores, entrar no twilight conduzindo os nossos cavalos do apocalipse.


Muro

23


Muro

24


Muro

E

Pedro Miranda Nov/2008

xistem muitos jogos impressionantes hoje em dia mas que não passam de uma demonstração de músculo gráfico, mas com o Fallout 3 isso não acontece. Este RPG é o descendente espiritual da série Fallout desenvolvida nos anos 90 pela Black Isle Studios, que infelizmente (para eles) faliu e felizmente (para nós) que a Bethesda Softworks pegou na série e desenvolveu uma bomba... literalmente. O jogo começa exactamente com o nascimento e o crescimento do jogador onde podemos atribuir as características que queremos. Além das características básicas como força, agilidade, etc. existem um monte de habilidades em que nos podemos especializar durante o jogo. A única coisa que sabemos no início é que vivemos num bunker em Washington DC especialmente cons­ truído para sobreviver à guerra termonuclear global de 2077 e entretanto passaram-se 200 anos e a superfície é habitável embora bastante perigosa por causa da constante luta entre os sobreviventes e mutantes. 25


Muro

A primeira vez que saímos do bunker e vemos a paisagem cá fora é verdadeiramente impressionante e a área de jogo é gigantesca. Já joguei muitos jogos e vi muita coisa, mas os cenários e a direcção artística do Fallout 3 é possivelmente o que me deixou com os queixos mais caídos. Para ser fiel aos títulos anteriores existem no jogo muitos elementos de retrofuturismo, isto é, elementos de ficção científica que se existiam nos anos 50, mas não se deixem enganar, pois a mistura desta velha e obsoleta ficção-científica está tão bem misturada no jogo que se 26

torna totalmente credível. A liberdade é total, podemos ir a qualquer lado a pé e explorar variadas localidades como pequenas cidades feitas de destroços ou comunidades de pessoas que se instalaram em casas ou prédios velhos, existem locais cheios de Raiders que são pessoas que têm o mau hábito de torturar e desmembrar as pessoas. Também existem os Super-Mutantes que têm os mesmos maus hábitos, mas devido a experiências têm o dobro do tamanho e da força das pessoas normais. É possível visitar o Capitólio, museus e outras localidades que existem


Muro

mesmo na verdadeira Washington DC de hoje. A imersão do jogo também é um ponto muito positivo, pois por exemplo, todo o interface do jogo está num aparelho que temos no braço, o Pipboy 3000, onde podemos escolher armas, roupas, comida e saúde e objectos variados, ver a nossa condição de saúde em cada parte do corpo (sim, podem ficar com um braço ou uma perna partida), ver a radiação que temos no corpo, os trabalhos e missões e até ligar o rádio. A música é exclusivamente anos 40, 50. A princípio alguns

podem torcer o nariz, mas a certa altura vão perceber que se vão sentir demasiado solitários sem ela, e quando numa noite escura estiverem a viajar pelas ruínas e ligam o rádio para ouvir um boogie dos The Ink Spots, vão ver que mais cedo ou mais tarde vão ficar viciados no estilo e matar Super-Mutantes com esta banda sonora então ainda se torna mais engraçado. Entre as nossas capacidades de sobrevivência estão usar stimpaks para restaurar energia, ou comer qualquer tipo de carne (inclusive a de suculentas baratas gigan27


Muro

28


Muro

29


Muro

tes) e muitas outras coisas que andam perdidas nos destroços e casas. Também vão poder dormir em camas para restaurar energia. Existem ciclos de dia e noite mas se tiverem sempre acordados não influencia a performance do jogador, apenas é mais difícil os inimigos nos verem à noite. Também existe uma panóplia de objectos e lixo que são quase sempre inúteis, mas que adicionam bastante ambiente ao jogo. Existem também esquemas para se fabricarem armas, que são feitas em mesas para o efeito a partir de objectos corriquei30

ros. Por exemplo uma muleta, uma bateria de fissão, uma panela de pressão e um tubo de ferro fazem um Railway Rifle que dispara pregos dos caminhos-de-ferro e que ao apontar bem para a cabeça de algum desgraçado pode mesmo pregarlhe a cabeça na parede. Se tiverem a habilidade de Sneak bem desenvolvida vão poder passar pelos inimigos mais ou menos despercebidos ou se tiverem a habilidade de Melee bem desenvolvida podem ser mestres no soco ou espada. Também podemos contrair vícios a deter-


Muro

minadas drogas e medicamentos, ou bebidas, tal como whisky e se se quiserem ver livres dos vícios vão ter de ir a um médico. É importante salientar também que o Fallout 3 não é um FPS real (First Person Shooter), embora se possa disparar normalmente como num FPS, vão descobrir

que muitas vezes não conseguem acertar e que o dano é diminuído. Por isso devem fazer uso do VATS que é uma pausa táctica onde podem escolher o alvo e a parte do corpo em que querem disparar e em que ordem. Como não podem usar sempre o VATS porque têm pontos de uso limitados, 31


Muro

também vão fazer uso da mira normal e em armas como a espingarda sniper nem vão usar o VATS porque não vão conseguir acertar. De pontos negativos, acho que se pode salientar que a história principal é muito pequena mas como a podem adiar e não estão num contra-relógio, podem simplesmente não querer saber e sair, explorar e fazer as histórias secundárias. Também a Inteligência Artificial às vezes pode exibir alguns erros grosseiros, mas está ao nível dos outros jogos da actualidade. Em resumo, considero o Fallout 3 um dos melhores jogos da actualidade e apesar de ser uma aventura completamente offline (e ainda bem), tem material suficiente para ser jogado por cerca de 80 horas (o que é imenso nos tempos que correm) e quando dispararem o Fat Man (um lança mini-nukes) pela primeira vez não vão querer outra coisa.

32

Requerimentos Mínimos: Processador: Pentium 4 2.4Ghz RAM: 1Gb S. O.: Windows XP / Vista Gráfica: com suporte para DirectX 9.0c e com 256Mb de RAM (nVidia Geforce 6800 / ATI x850 ou melhores)


Muro

Contactos para Festas e Eventos AQUI

33


Muro

webzine Muro 2008 Š 34


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.