Contos Cinema Fotografia Música Notícia Poesia Muro
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O Beijo ficcionado......................................................................................................... 7 Atelier, Filosofia para crianças....................................................................... 8 Entrevista: João Henrique.............................................................10 Quando eu partir...........................................................12 Portfólio: Ana Rita.....................................................................14 TWITTMEDULA......................................................................................18 CINEMA: Noite dos Mortos-vivos...............................................................20 Para onde vai a lua durante o dia?........................................................................25
Murenses: João Diogo, Miguel Simões, Mara Mota, Joana Sousa, Rúben Branco, André Consciência 3
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o d a n o i c c fi o j O bei De pés descalços, Lentamente, deito
deslizo pela supe rfície -me sobre ele.
preta do piano.
As costas nuas toca m o frio e eu leva nto-as abrindo os lembrança. lábios Sinto um quente súbi Sei que a tua mão
to na minha mão
puxa por mim e eu
num murmúrio da
tua
dos braços estend
deixo-me ir.
idos.
Toco as teclas bran cas e pretas com os dedos dos meu nas minhas pernas s pés en
quanto tu tocas no tas
Puxas-me mais e
sento-me em ti. Juntos, começamos a tocar. O meu coração se gue o som das te clas. Não te oiço. Oiço a música que
desejas que eu oi ça. Começo a tocar na s teclas brancas en quanto tu tocas na quando te sinto ai s pretas e... desafin nda mais. amos Voltamos à melod ia e retomamos o ritmo. As teclas tocam-s e num beijo ficcio nado... inventado... dissimulado... fingido... breve... Elevamos as mão s quase sem deixa r de tocar no tecla respirar. do e escu Preciosos momen to
tamos o piano a
s em que nos unim os ainda mais. De repente, os no ssos dedos recom eçam a mexer e to notas que termina cam uma frenétic com o silêncio na a mistura de agonia do arrebata mento do espírito. Beijámo-nos com as mãos num beijo ficcionado.
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ATELIER FILOSOFIA PARA CRIANÇAS A Filosofia para Crianças tem conhecido um caminho de acentuada divulgação nos últimos anos, em Portugal. Cada vez mais é comum encontrarmos referências a projectos nesta área, a acções de formação ou a oficinas / ateliers para as crianças. Com frequência tento passar aos mais pequenos que o «segredo» e a «magia» da Filosofia reside na pergunta. «O porquê é uma palavra mágica», que nos abre portas para iniciarmos a caminhada pela pesquisa e investigação. E se a Filosofia para Crianças defende a pergunta, também ela não pode fugir às perguntas. Uma das perguntas mais frequentes é: mas que garantias? Que resultados? O que podemos garantir aos pais que optam por inscrever os filhos em ateliers de Filosofia para Crianças? Tratar-se-á de uma moda ou de uma forma dos licenciados em Filosofia trabalharem na sua área? Quem pode, quem se encontra habilitado para levar a cabo oficinas / ateliers com as crianças? Poderá a Filosofia para Crianças constituir-se como uma disciplina? Estas e outras questões merecem reflexão e resposta no seio de uma comunidade de investigação, constituída por quem está no terreno a dar formação e a ministrar ateliers com as crianças e jovens. A FpC mantém-se hoje no leque de ofertas respeitante aos ATL e AEC, bem como em centros de formação ou de actividades pedagógicas.
A grande diferença que consiste numa «aula» de Filosofia para Crianças para todas as outras, é que na primeira o tema da aula poderá ser decidir se o grupo pretende ter a aula, ou não. Começar uma sessão ou atelier questionando as crianças e os jovens pela própria Filosofia e não sobre uma «matéria». Revela-se aqui o carácter de meta-ciência no qual a Filosofia está mergulhada. A Filosofia reflecte sobre o que nos rodeia, mas também se questiona a si mesma, mantendo vivo o «poder» da questão e a «magia» do porquê. Uma das maiores curiosidades de quem não conhece a Filosofia para Crianças é saber como é que a sessão acontece. O que se ensina? Há um programa? Os professores fazem planos de sessão? O que é a Filosofia para Crianças1? O programa surge nos EUA com Matthew Lipman no final dos anos sessenta. Lipman toma consciência de que os seus alunos apresentavam dificuldades manifestas em pensar por si mesmos, ao chegarem à Universidade. O que é possível fazer para tornar os alunos universitários capazes de pensar? Lipman coloca em campo um projecto pedagógico que visa proporcionar aos alunos, desde cedo, o contacto com uma comunidade de investigação na qual os alunos pratiquem competências de pensamento crítico, criativo e cuidativo2. À maneira de Sócrates,
1 De ora em diante designaremos Filosofia para Crianças pela sigla FpC. 2 Caring thinking, também traduzido por ético. 3 Aconselha-se a consulta desta obra, da autoria de Matthew Lipman, à qual tivemos acesso através da tradução brasileira. 8
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Ateliers de filosofia para crianças na Escola Taekwondo Casal novo – fotografia de Marco A. Pires
este programa devia permitir «parir ideias», a partir do diálogo com os outros, no seio de uma comunidade de investigação. O autor de «A filosofia vai à escola»3 cria o programa visando o desenvolvimento das habilidades cognitivas mediante discussões de temas filosóficos e visando com tais discussões, a iniciação filosófica de crianças e jovens. Em conjunto com Ann Margaret Sharp, Lipman escreve várias narrativas e manuais de apoio aos professores. Os livros contêm narrativas que envolvem crianças que vivem situações comuns, transversais aos mais diversos contextos culturais, nas quais qualquer criança se poderá rever. O que pode a Filosofia acrescentar ao processo educativo? A Filosofia prepara para o pensar, nas várias disciplinas, o que deduz a importância da sua incorporação no currículo de todos os graus de ensino, tendo uma abordagem cultural. Porque não proporcionar às crianças esta «educação para o pensar» desde cedo? Desde os 3 anos de idade?
Não falamos aqui de colocar as crianças de 3 e 4 anos perante textos de Kant ou Hume, ou aforismos de Heraclito, de forma crua, e pedir-lhes que pensem sobre isso! Que não se assustem com esta ideia, pois o que se pretende com a Filosofia para Crianças é que os mais pequenos exercitem o seu próprio pensamento, tendo como estímulo uma história (à boa maneira de Lipman), ou simplesmente uma pergunta (como sugere Óscar Brenifier). Para nós, é possível que esse trabalho de pensamento parta da leitura de um conto infantil, da reflexão sobre uma obra de arte, ou simplesmente da conversa que se inicia com os alunos. Para Lipman, a razão para a educação se encontrar em crise tem a ver com o facto das crianças não compreenderem o que se lhes está a ensinar, faltando-lhes um procedimento que permita atingir esse mesmo entendimento, para si mesmas. É isso que a Filosofia lhes oferece. A Filosofia reflecte sobre o que nos rodeia, mas também se questiona a si mesma, mantendo vivo o «poder» da questão e a «magia» do porquê.
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Entrevista
Era uma vez um menino que queria ser patrão
E esse menino chama-se João Miguel Mendes Henrique. Nasceu em Lisboa, no dia 12 de Maio de 1977. Signo Touro com ascendente em Virgem. Frequentou Informática e licenciou-se em História. Foi professor de História, formador de informática para crianças, músico, empresário, stand-up comedian com falhas de memória e moço de recados do pai. Conheci o João através de um encontro do #twittlis (encontros de twitters em Lisboa, nas primeiras quartas feiras do mês) e desde logo quis saber mais sobre a sua vida. É claro que isto é mentira e na verdade faltava material para encher este número da Webzine. Assim sendo, rabisquei uma meia dúzia de perguntas et voilà! O João é humorista guionista e colaborador das Produções Fictícias desde 2006. Redactor e gestor do projecto online do Inimigo Público. «Diz» que é adepto do FC Porto (pode até ser um boato!) mas nunca assaltou nenhuma estação de serviço (o que deixa a humanidade muito mais descansada). Guitarrista solista de Blues há 16 anos, gosta de queijo de Nisa, sushi e abraços, Gostava muito de adormecer a ouvir a avó a contar a história do Touro Azul e chumbou 3 vezes no exame de condução. 10
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WM: Quando surgiu o gosto pela escrita? Ou melhor, quando sentiste «o chamamento»? JH: Depois de ver o filme “Laranja Mecânica” do Kubrick. Tinha 16 anos. Comecei a escrevinhar contos, crónicas e romances inacabados. WM: Quando eras pequenino, o que sonhavas ser quando fosses grande? JH: Eu não sonhava com nenhuma profissão em especial. Dizia que queria ser patrão. WM: E agora que já és grande, sonhas ser pequenino de novo? JH: Nem por isso. Estou ainda a meio caminho entre pequenino e grande, espero eu. WM: Como sentes o humor dos portugueses nos últimos tempos? JH: Tem melhorado bastante pelas piores razões: Jorge Jesus.
çar o site e entrar nas redes sociais para divulgar a edição em papel. Eu já estava integrado no esquema e fui recrutado para fazer esse trabalho. WM: No âmbito da escrita humorística, consideras que as redes sociais revelam anónimos com talento? JH: As redes sociais são uma boa ferramenta de divulgação como já eram e são os blogues. As redes sociais colocam o teclado no palco como se fosse um microfone num espectáculo de stand-up. Isso pode ser giro, excitante e ser uma óptima experiência para aprender e evoluir. Havendo talento, este nunca será ignorado. Excepto se a pessoa apenas tiver perfil no Google Buzz. WM: Se eu te autografasse o braço, «lavas-se-li-o»? JH: Nunca Mais!
WM: De que forma as plataformas Twitter, Facebook e afins têm contribuído para divulgar o teu trabalho? JH: O Twitter e o Facebook criaram-me um “posto de trabalho”. O Inimigo Público ia lan-
Estão convidados a visitar o blog http://biscoitointerrompido.blogspot.com/ e a «fazer follow» http://twitter.com/joaomhenrique Joana Sousa (Webzine Muro)
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Quando eu partir 12
Texto: Tomeo Hideyoshi
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Quando eu partir vou levar a velha garrafa numa mão, um pedaço de algodão no bolso, o tabaco de enrolar numa mala, e o viagra dentro de uma meia. No meu caminho de partida partilharei a garrafa com o bêbado desgraçado que de fará sentir mal com a vida, afastar me do meu caminho, seguir uma outra rota. O algodão será para não me esquecer dos meus dias de felicidade, e entrega-lo a um jovem casal, esperando que possam ser tão felizes como eu fui, até ao meu derradeiro dia de partida. O tabaco de enrolar, é apenas para tentar não cair na tentação destes estúpidos químicos cigarros de hoje em dia, mas querendo mesmo acabar por ali, injectar-me de estupidez, vamos lá a um maço de cigarrets lights aqueles fininhos, pouca nicotina, muito químico, para terminar com um cancro alastrado. O viagra será para o pobre do ninfomaníaco que já auto-frustrado de compensar o sexo por toda falta de diálogo e atenção que não teve, assim, porei fim a sua dor, morrerá de ataque cardíaco, o pobre homem. Que parta em paz. Quando eu partir, levo comigo o orgasmo da minha vida. Não apertado entre as coxas. Nem sequer nada sexual. O orgasmo de viver, cada detalhe como se fosse o último. Porra que a vida é lixada, mas tenho pena minha cara amiga. Eu, sou mais. Derrubaste-me inúmeras vezes. enxovalhaste-me, entregaste-me ao vento, muitas vezes forte, que me torturou e deixou cicatrizes eternas. Mas eu apenas combati de volta, You see, you are evil, but I’m Devil.
Quando eu partir, levo um fardo e pêras. Levo todas as consequências dos meus actos insanos. Porque não percebem comuns dos mortais. Não entendem, algo tão simples ou complexo como a minha partida. Quando eu partir, deixarei o caos. A desordem, e a tristeza. Não me culpem, não me odeiem, não me martirizem. São apenas cegos mas mais a frente a visão há de voltar, apenas do grande Caos, verão a luz. 13
ortfólio ortfólio Portfólio Portfólio Portfólio Muro Portfólio Portfólio
Portefólio
Ana Costa http://rythagallery.blogspot.com/
Pintura a acrílico
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Pintura a óleo: Recriação de obra de Rembrandt
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Portefólio
Pintura a aguarela 16
Desenho a grafite
Desenho a grafite
Desenho a grafite
Desenho a grafite
Desenho a grafite
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#twittmedula: utilizar o Twitte r para as causas nobres
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O Twitter é uma plataf orma de comunicaç ão que, cada vez mais, se torna pa rte das nossas vidas. É uma rede social onde vontade de partilhar a hierarquia é esmag conhecimentos, ideias ada pela , de estabelecer conta bocado, cultivando cto s e de passar um bom a boa disposição. Ora se o Twitter cons egue mobilizar as pe ssoas para um encontr conhecer o rosto atr o informal para bebe ás do avatar… porqu r café e e não utilizar o Twitte para o registo na ba r pa ra sensibilizar os utiliza se de dados de poten dores cia is da do res de medula óssea E assim foi! A ideia su ? rgiu de pessoas como a @i ne sribeiro e a @paulap elas o @nunosarand ico, tendo-se juntad es, no sentido de div oa ulgar massivamente (em Lisboa, Pulido Va o evento. Escolhida lente), bastou passa a data e o local r a me ns agem, esclarecer po condições para ser da ssíveis dúvidas (quais dor, por exº) e o prime as iro #twittmedula em A partir daí, a família Julho de 2009. #twittmedula abraçou a ca us a e no dia 03 de Março evento deste tipo. Sa de 2010 teve lugar o lientamos o especial IV de Natal, no dia 23 de em Lisboa e no Porto Dezembro, que juntou ! E o fantástico de tud tw itte rs o ist o, é que os twitters «arras família ultrapassa a tei tam» não-twitters e a da rede social. a O twittmedula també m foi notícia na TSF, qu e div ulg espírito desta família ou o evento. E a tim eline já conhece o e são inúmeras as pe ssoas que colaboram divulgando noutras fazendo RT dos even redes sociais (como tos e o Facebook, por exº.). Reconhecemos a ca pacidade rápida com que a mensagem pa utilizamos esta «vanta ssa no Twitter ou no gem» para passar um Facebook e a mensagem simple quantos mais poten s, mas muito importa ciais dadores de me nte: dula óssea constarem probabilidades exist nas bases de dados, em de quem está do ma is ente encontrar um da E o registo não custa dor compatível. nada! Basta uma pic ada et voilà!
Para seguir o movimento #twittmedula basta estar atento à timeline da @twitt_tribuh e ao blog http://twitt-tribuh.blogspot.com/ A «purzidenta» da triBUH é a @joanarssousa e os seus assessores «meduleiros» são a @ paulapico e o @rickbatista. Sim, se têm twitter devem seguir esta boa gente, que um dia decidiu que mudar o mundo era possível!
Condições para ser dador de medula óssea: - ter entre 18 e 45 anos - mais de 50 kgs - nunca ter levado uma transfusão sanguínea (outros casos de doença mais específicos deverão ser avaliados pelo CEDACE) Informações adicionais CEDACE (Centro de Histocompatibilidade do Sul)- http://www.chsul.pt/web/
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Cinema
Noite dos mortos-vivos Em 1968 George A. Romero realizou o filme que ficaria para sempre na história do cinema como o pioneiro do género “zombies”, e levaria Romero a ser considerado um génio. Há que realçar que “A Noite dos Mortos Vivos” é o primeiro de uma triologia, que, sem dúvida, influenciou por completo todos os filmes subsquentes. É um clássico que aterroriza os fãs de terror há mais de 40 anos (A imagem de George A. Romero com apenas 28 anos não se forma na minha cabeça... Parece que Romero sempre teve a mesma aparência!) e é o exemplo perfeito de que um filme pode ser um clássico, apenas com um simples argumento e sendo low-budget. É um filme que nos prende de início até ao fim (e o final é simplesmente indescritível). É claro que os longos anos passados, e o facto de termos hoje em dia diversos filmes de zombies em que o gore e sangue são as principais características, retiraram ao filme algum do seu impacto, mas se formos a contextualizar este filme, sem dúvida que revolucionou o cinema, sendo assim obrigatório para os fãs do género. Na altura o 20
filme foi banido em alguns países, foi bastante controverso devido ao seu conteúdo explícito. Provocou horrores nos cinemas, isto porque na época, o cinema era visto de outra maneira, havia uma maior ligação entre o herói e os espectadores, e se o herói morresse, era uma verdadeira tragédia para os espectadores. O filme começa com Johnny (Russell Streiner) e Barbara (Judith O’Dea) a visitarem o túmulo do seu pai, sendo derepente
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atacados por um morto-vivo. Barbara mal consegue escapar, mas corre com as suas máximas forças até uma casa, onde é salva por Ben (Duane Jones). No entanto, enquanto Ben encontra-se muito estável, Barbara encontra-se completamente em choque, perdendo a sua racionalidade. Ambos deparam-se com uma família e um jovem casal na cave. O grupo fica, assim, escondido na casa à espera de salvação, mas não será muito dificil para os zombies encontrarem maneira de entrarem dentro da casa. Para além das preocupações com o exterior, o grupo também começa a lidar com diferenças internas, e o verdadeiro teste começa, isto é, será que conseguem sobreviver se não resolverem os problemas entre si? A vertente humana do filme está muito bem conseguida, isto porque o problema
da humanidade acaba por ser o principal problema. George A. Romero não se cansa de utilizar os seus filmes para fazer as suas críticas sociais, já que são vistas igualmente em filmes posteriores. Como já referi, apesar da simplicidade do argumento, não deixa de ter uma história intrigante que nos propõe momentos de alta tensão. Os efeitos especiais do filme, agora completamente ultrapassados, na altura foram um verdadeiro choque. Na minha opinião, o filme está verdadeiramente realista e assustador tento em conta a época em que foi feito. Para além disso, os actores estão muito bem. Duane Jones apresenta-se firme como Ben, e na altura foi bastante controverso, pois foi a primeira vez que um actor afroamericano interpretava o papel principal 21
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num filme de terror. Devo dizer que fê-lo de uma maneira excepcional e credível. Talvez o único senão relativamente aos actores é mesmo a actriz principal, a Judith O’Dea. Não me cativou muito, nem penso que tenha interpretado o seu papel de maneira sensata. Ou secalhar o problema foi mesmo do argumento do filme, que tratou as mulheres um bocado mal, isto porque todas elas são completamente indefesas. Isto, aliás, levou a um protesto das críticas feministas. É complicado adorar-se este filme hoje em dia, quando muitos estão habitados a certo 22
tipo de terror. Mas há que não esquecer o que torna este filme espectacular: é o facto de não depender de litros de sangue e ter uma história bastante sólida que o fazem 5 estrelas. O que torna “Night Of the Living Dead” assustador, é a música ambiente, os planos de câmara e luz, e principalmente o grupo de actores que torna tão credível a história de um grupo de pessoas a lutar pela sobrevivência e ver o seu mundo a ser atacado por zombies. “Night of The Living Dead” é a verdadeira obra-prima de George A. Romero, e não há nenhum filme que o iguale, mesmo que esteja melhor em termos de efeitos
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especiais. Um clássico será sempre um clássico, e esse é um estatuto que ninguém pode retirar a este filme. EXAME Realização: 9/10 Actores: 8/10 Argumento/Enredo: 8/10 Duração/Conteúdo: 7/10 Transmissão da ideia principal do filme para o espectador: 8/10 Média Global: 8/10 Crítica feita por: Sara Queiroz
Informação Título em português: A Noite dos Mortos Vivos Título Original: Night of the Living Dead Ano: 1968 Realização: George A.Romero Actores: Judith O’Dea, Duane Jones
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a u L a i a v e d Para on ? a i d o e t n a r du Questionei, pensei e tinha de descobrir. Um dia, decidi segui-la. janela e... A Lua não me viu e sentou-se solitária junto a um canto, bem perto da ... chorou. Não queria crer no que via. Porque ficou assim, daquele modo? ‘Porquê?’, não parava de perguntar. Deixei-me ficar escondida e, então, percebi. A Lua, tinha saudades da sua Noite. Para si, nada mais importava a não ser a noite. Era à noite que se sentia útil e desejada. ente das Era à noite que se sentia parte de um universo, complexo sim, mas depend pequenas individualidades de cada peça viva. . À noite, ficava rodeada de estrelas, cometas, galáxias, suspiros e desejos amar. Queria a sua Noite para ajudar a encantar, a seduzir, a reconfortar e a O que seria dos enamorados sem a sua paixão? O que seria dos solitários sem a sua luz? O que seria dos sonhadores sem a sua inspiração? , os lamentos. A Lua necessita receber as juras, as promessas, os desejos... os sonhos Durante o dia, a sua magia perde-se para o potente e ditador Sol. . Durante o dia, lamenta a perda da escuridão que lhe dá alento e energia nocturno. Durante o dia, chora o desaparecimento do brilho e do fascínio do Céu Eu não supunha que a Lua fosse assim tão emocional. Mas agora percebo porque olhamos para ela. Cada cratera é um coração partido. Cada grão de areia é um beijo perdido. Cada silhueta no céu é uma letra de palavras marcantes: D e C. Cada aparição sua é uma saudação. a Lua Assim, com todo o peso das nossas emoções mais profundas, como pode aguentar ficar ausente da Noite durante tantas horas? Agora percebo porque a Lua tem um lado oculto. É onde guarda a sua reserva da Noite para aguentar o Dia.
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