Retratos de Santa Catarina

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Carlos Müller

R•E•T•R•A•T•O•S

Santa Catarina

Formação Étnica e Cultural de um Povo Fundação Biblioteca Nacional 200 Anos – Edição Comemorativa




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O

apoiador cultural é a alma de uma obra, que se cristaliza e se aprimora graças ao incentivo oficial ou extra oficial recebido; seja mediante a Lei do Mecenato, ou de incentivo à cultura! Porém, verdadeiros Mecenas altruístas e grandiosos na sua generosidade são os cidadãos ou empresas que espontaneamente analisam, acreditam e reconhecem a alma do povo, paternalizando para este o acesso à cultura. Aqui o nosso reconhecimento aos que apoiaram esta obra, facilitando ao leitor o acesso a detalhes preciosos deste estado, privilegiado por Deus e bonito por natureza, para que seja mais conhecido e admirado! Entretanto, são poucos os que somaram para esta realidade que está à sua mão! Um esforço da nossa parte para mostrar aos que veem que tudo é possível quando se quer, sem macular a sagrada imagem da imprensa!

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SANTA LUZIA

LABORATÓRIO MÉDICO Em 2009, o Santa Luzia Laboratório Médico completa 35 anos de fundação. Das empresas catarinenses que atingiram o mesmo marco, sem dúvida o laboratório está entre aquelas que são as maiores colecionadoras de conquistas. Assim, tanto sua histórica vocação para o pioneirismo e o rápido desenvolvimento, quanto o cenário atual favorecem para que o Santa Luzia alcance sua meta e se transforme no maior laboratório de análises clínicas da região sul do país, até o ano de 2010. Atualmente, dezenas de unidades localizadas na Grande Florianópolis e Itajaí são geridas pela marca Santa Luzia. Com este amplo atendimento e uma equipe de especialistas, em constante atualização de conhecimentos científico e administrativo, o Laboratório tem superado a média mensal dos 350 mil exames realizados desde o início de 2008. Ao mesmo tempo em que manteve um crescimento contínuo, o Laboratório nunca deixou de acompanhar os avanços científicos e as demandas por exames mais precisos e complexos. Dessa maneira, a aquisição dos equipamentos mais avançados do mundo, em realização de exames, é o outro indicador de excelência da marca. O Santa Luzia é o primeiro laboratório da América Latina a instalar o Ola 2500. Trata-se de um sistema que permite total rastreabilidade, segurança e resgate imediato de amostras arquivadas. Além disso, contribui para reduzir os riscos laborais de seus colaboradores por intermédio da destampagem automatizada dos milhares de tubos que chegam ao laboratório. Foi também a vocação para assimilar e captar facilmente recursos tecnológicos de ponta que consolidou o crescimento da empresa. Prova disso é que o Santa Luzia foi o primeiro laboratório do estado a disponibilizar

resultados de exames via internet. Desde 2008, mais da metade dos resultados são entregues por este meio. A popularização desse acesso somado aos custos decrescentes de conectividade devem elevar muito esse volume nos próximos anos. O avanço da automação em equipamentos para exames é o fator que mais influencia a precisão e a agilidade do diagnóstico clínico. O Santa Luzia também investe nesse indicador de qualidade e conta com o interfaceamento. Ou seja, garante que a capacidade de troca de dados, de maneira eletrônica, entre os equipamentos de automação e o sistema do Laboratório seja utilizada, o que conferiu um elevado grau de segurança e de agilidade, sem precedentes.

O Início O Santa Luzia nasceu em 1974 com o objetivo de superar as expectativas de seus clientes. Há quatro décadas, quando começou a trabalhar em um laboratório, com apenas 13 anos de idade, João Nilson Zunino deu os primeiros passos no sentido de criar uma empresa com excelência reconhecida no mercado. Após concluir a Faculdade de Medicina da UFSC Universidade Federal de Santa Catarina e obter experiência na área, adquiriu a Clínica Santa Luzia e a transformou no Laboratório Médico Santa Luzia. E foi assim que o médico demonstrou, com muita capacidade, o seu lado empreendendor. Graças a este perfil, João Nilson Zunino motivou sua equipe de colaboradores a buscar o árduo aperfeiçoamento para que em 1999 pudesse celebrar conquistas inéditas para um laboratório brasileiro. Com as acreditações pelo LAP (Laboratory Accreditation Program) e pelo PALC (Programa de Acreditação de Laboratórios Clínicos), além da certificação ISO 9001:2000, o Santa Luzia foi o primeiro do país a deter, simultaneamente, os maiores títulos em qualidade laboratorial. Dr. João Nilson Zunino

www.sluzia.com.br

48 3952.4200


O sabor que a vida tem.

www.seara.com.br

0800 47 2425


www.cargill.com.br

0800 648 0808


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© 2009 Carlos Müller – Todos os direitos reservados

M647R

Müller, Carlos João, 1967, Retratos de Santa Catarina: Formação Étnica e Cultural de um Povo, de Carlos João Müller, 2009 / p. 340 : il. color – 28x30cm – (Série Retratos)

ISBN: 978-85-7682-387-2

1. Santa Catarina – Estado, Armas e Símbolos / 2. Santa Catarina – História / 3. Santa Catarina – Municípios / 4. Santa Catarina – Cultura / 5. Santa Catarina – Economia / 6. Santa Catarina – Geografia / 7. Santa Catarina – Turismo / 8. Santa Catarina – Três Poderes / 9. Santa Catarina – Poder Executivo / 10. Santa Catarina – Poder Legislativo / 11. Santa Catarina – Poder Judiciário I. Título.

Retratos é um projeto gráfico da Editora Presença Brasil, cuja obra I está depositada na Fundação Biblioteca Nacional do Ministério da Cultura. Bibliotecário: Jonathas Troglio

CRB-SC 14/1093


Carlos Müller

3ª edição

Fundação Biblioteca Nacional 200 Anos – Edição Comemorativa


Sumário I II III IV V VI VII VIII IX X XI XII XIII XIV XV XVI

Série Retratos

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Destaques Culturais

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Geografia

28

Símbolos de SC

34

Retalhos da História

40

Grande Florianópolis

56

Mesorregião Norte 124 Planalto Serrano 156 Vale do Itajaí 180 Oeste de Santa Catarina 218 Regional Campos Novos 296 Regional Joaçaba 304 Regional Maravilha 310

Três Poderes 314 Homenagem Benemérita 328 Fechamento 330

µµ A ordem cronológica desta obra obedece os critérios estabelecidos pelo seu próprio editorial, fazendo com que o leitor possa, de acordo com conceito, acompanhar uma sequência lógica. Os municípios aqui elencados são apresentados por ordem alfabética dentro da região em que se localizam no estado.

.I

Prefácio – Onofre Santo Agostini Apresentação – Carlos Müller

19 20

.II

Dom João VI FBN 200 Anos – Muniz Sodré FBN – História FBN – Acervo

23 24 25 26

.III

O Sul do Brasil Regiões Turísticas de Santa Catarina O Paraná O Rio Grande do Sul Mapa Rodoviário de Santa Catarina Mesorregiões Lista dos Municípios de SC

28 28 29 29 30 32 32

.IV

Laelia Purpurata Brasão de Armas do Estado de SC Bandeira do Estado de SC Hino do Estado de SC-– Letra Hino do Estado de SC-– Partitura

34 36 37 38 39

.V

Origem de Santa Catarina

40

Novas Terras e Início das Disputas Descoberta do Litoral Catarinense Povoamento Açoriano Criação da Capitania de Santa Catarina Caminhos do Sul Invasão Espanhola Colonização Colonização Alemã Colonização Italiana Colonização Eslava Os Farroupilhas República Juliana Anita Garibaldi Período Republicano Santa Catarina e o Movimento Republicano A Proclamação da República e o Primeiro Governo Republicano em Santa Catarina O Contestado Fundação dos Municípios Catarinenses

41 41 42 43 44 44 45 46 47 47 48 49 50 51 51 52 52 55

.VI

Economia sólida Angelina Antônio Carlos Biguaçu Canelinha Florianópolis Governador Celso Ramos Palhoça São José São Pedro de Alcântara Tijucas

57 58 60 64 68 70 76 80 84 88 92

.VII

Polo de indústrias 125


Barra Velha Jaraguá do Sul Joinville Mafra Papanduva Porto União São Bento do Sul

126 130 134 140 144 148 152

.VIII Serra acolhedora Frei Rogério Lages São Joaquim Urupema Urubici

157 158 162 166 172 176

.IX

Vale europeu no Brasil Balneário Camboriú Blumenau Bombinhas Brusque Itajaí Itapema Pomerode Rio dos Cedros Timbó

181 182 186 190 194 198 202 206 210 214

.X

O celeiro catarinense 157 Campos Novos 220 Curitibanos 224

Caçador Chapecó Concórdia Dionísio Cerqueira Fraiburgo Irani Itá Joaçaba Mondaí Peritiba Pinheiro Preto Piratuba Ponte Serrada São Miguel do Oeste Seara Tangará Treze Tílias Vargeão Xaxim

228 232 238 242 244 248 252 254 258 262 264 266 270 274 278 282 286 290 292

.XI

Abdon Batista Brunópolis Celso Ramos Ibiam Monte Carlo Vargem Zortéa

297 298 299 300 301 302 303

.XII

Catanduvas Herval d’Oeste Ibicaré Lacerdópolis Luzerna

305 306 307 308 309

.XIII

Bom Jesus do Oeste 311 Modelo 312 Tigrinhos 313

.XIV

O sistema governamentista 314 Poder Executivo Estadual 315 Colegiado catarinense 316 Secretaria de Desenvolvimento Regional 318 Secretarias e seus secretários 319 Descentralização 320 Os governadores de Santa Catarina 321 O Legislativo catarinense 322 Trajetória do Legislativo 323 Presidentes da Alesc 324 O Poder Judiciário 325 Composição do Tribunal de Justiça 326 Presidentes do TJSC 327

.XV

HIJG - 30 Anos de Fundação 328 Um breve histórico 328 Hospital de ensino 313

.XVI

O Autor Legendas e créditos das fotos Onde se hospedar em Santa Catarina Referências bibliográficas Créditos

331 332 334 337 338


Série Retratos

`` Praia, campo e arquitetura são destaques no “Retratos de Santa Catarina”, obra que reúne a trajetória e a potencialidade de importantes municípios

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Prefácio Onofre Santo Agostini

A

história e a cultura de um povo ordeiro e trabalhador fazem do estado de Santa Catarina uma referência dentro da Federação. Os recursos naturais, uma geografia privilegiada, somados à diversificação de oportunidades e ao pioneirismo em tecnologia de ponta, abrem nichos voltados ao trabalho, gerador de riqueza e mão-de-obra! Seu desenvolvimento sustentável é resultado da sua preocupação com o social, que desenha a assertiva do empresariado e da comunidade em geral numa conscientização de que é imprescindível o apoio incondicional ao meio ambiente. Os variados setores produtivos catarinenses herdaram, dos múltiplos povos que para cá vieram, a vontade de lutar sempre em prol de uma Santa Catarina forte economicamente. Essa mistura de culturas é fator imprescindível do seu desenvolvimento que, juntamente com a benção do Criador, faz do estado “Barriga – Verde” um gigante da economia brasileira.

`` Onofre Santo Agostini – Deputado Estadual, Secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável de Santa Catarina e Chefe do Gabinete dos Deputados

Temos, na Região Sul os italianos, afros, poloneses e silvícolas que com o carvão, cerâmica, agricultura e vestuário ergueram essa região. Nosso litoral é inigualável, com praias e setor pesqueiro muito produtivo, com a herança açoriana. Nos vales, uma indústria têxtil e culturas alemã, italiana, ucraniana, entre outras nações europeias conhecidas e reconhecidas em todo o exterior. No Norte, o destaque é a indústria metal-mecânica, juntamente com os alemães, italianos, austríacos e húngaros. No Planalto Serrano: tropeiros, caboclos, japoneses e italianos desenvolveram a agricultura e pecuária muito diversificada, além do turismo rural em expansão. No Oeste, os índios, italianos, caboclos e tropeiros com as indústrias alimentícias, com destaque para a suína e a avícola, e também a pecuária e agricultura. E, como um coroamento, nosso estado é possuidor de uma boa parte da mata atlântica, exuberante e preservada que contorna todas as regiões. Enfim, um estado multifacetado, completo, rico e de um povo ordeiro e trabalhador. Foi a multiplicidade e o potencial imensurável, desconhecidos pela maioria dos catarinenses, que nos motivou a realizar e concretizar o projeto “Retratos de Santa Catarina”, que apresentou aos catarinenses o potencial produtivo nos setores histórico, artístico-cultural e econômico durante os anos de 2001 e 2002. Hoje, o Livro Retratos de Santa Catarina, organizado e editado com todo o carinho do Jornalista Carlos Müller e sua equipe, dá continuidade a este projeto, com a divulgação de nosso potencial a todos os brasileiros.

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Apresentação Carlos Müller

D

ando continuidade ao projeto de mostrar o estado catarinense com base no potencial turístico e cultural de cada município e seus desdobramentos, agregando um pouco da história e empreendorismo destes, o “Retratos de Santa Catarina”, assim como uma escultura de um artista, aprimora-se quanto mais dedicado o artista é à sua obra! Chegamos desta forma ao “Retratos de Santa Catarina III”, com a sensação de que os 73 municípios que nesta obra estão, representam o estado Barriga Verde de maneira esplendorosa! A saga do homem catarinense traz exemplos de tenacidade e brilho invulgares pelo estoicismo acentuado, grande apego ao valor moral e o amor ao trabalho – o que lhe acarreta uma luta quase insana de produzir sempre em busca do melhor. Um estado, construído por homens desta têmpera, tende a ser um estado privilegiado – torna-se um estado referencial.

`` Carlos João Müller – Jornalista e Diretor do Grupo Presença Brasil, autor de várias obras, dentre elas, a série Retratos

Santa Catarina, com suas múltiplas etnias. Herança fantástica dos imigrantes é um estado de variada cultura, desenhada e revisitada em inúmeras e diferentes regiões! Geograficamente é obra-prima do Criador e se faz painel de beleza multifacetada de encantos, qual brilhante caprichosamente lapidado! O litoral é serpenteado por belas praias, ecléticas, pois agradam todos os tipos de gostos, desde o mar agitado ao mar manso, a balneários lotados ou quase desertos e, para os mais “despojados”, duas praias naturistas, como a Praia do Pinho, em Balneário Camboriú e Pedras Altas, em Palhoça! A praia mais extensa é a praia de Itapoá, no extremo norte, divisa com o Paraná, com 32 km de extensão. São Francisco do Sul, com recantos de miraculosas areias monazíticas. Além de outras belezas do norte, qual Barra Velha e seus encantos – ressaltamos o burburinho luxuriante de Balneário Camboriú – com seus milhares de turistas e sua beleza ímpar – dita Copacabana do sul. Itapema, Porto Belo e Bombinhas com seus golfinhos. Inúmeras praias de declamadas belezas ao longo do litoral catarinense, passando pela capital – Florianópolis e suas cem praias; mais ao sul, Garopaba, Imbituba das baleias franca, até chegar a Passos de Torres, passando antes por Jaguaruna e Araranguá com sua falésia! Pela Serra do Rio do Rastro, chega-se ao planalto serrano Bom Jardim da Serra, Urupema e Urubici, destacando os campos de Lages, a coxilha Rica, seus hotéis fazendas e seus encantos hibernais, com as cavalgadas e os fandangos. Cidades com águas termais não faltam em terras Barriga Verde. Piratuba, Águas Mornas, Gravatal e Águas de Chapecó esquentam o clima, além de serem famosas por suas qualidades medicinais. Pontos para a prática de esportes radicais são vários – as corredeiras do Itajaí – na altura de Ibirama são propícios para a canoagem. A prática do parapente em Praia Grande – Morro do Careca em Balneário Camboriú – Morro da Guarita, em Itapema. No vale do Itajaí, próximo a Brusque, em Botuverá, existem várias cavernas milenares e gigantescas. Na economia, o estado se destaca em diversas áreas: o litoral é ainda destaque nacional na produção de frutos do mar. Fazendas de camarão, peixes como tainhas e a cultura da ostra, em que o estado é líder nacional na produção. São Joaquim, a produção pioneira de maçãs e

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agora berço de alta qualidade vinícola! Entre as regiões norte e o Vale do Itajaí, há um aglomerado de empresas têxteis, que com qualidade em seus produtos elevam o nome do estado catarinense. A produção de erva-mate para o consumo interno ou exportação no norte do estado, com destaque especial para Canoinhas, principal produtor. A saga do oeste, desbravador, de potencialidade soberba coloca nosso estado como primeiro do ranking do agro-negócio, com destaque especial para Concórdia, Videira, Seara, Capinzal, Chapecó, entre outras belas cidades da região! O turismo de eventos é hoje fonte bastante movimentada, que se desdobra durante o ano todo. Festa Pomerana, em janeiro. Festilha em São Francisco do Sul, em abril. Festa do Pinhão, em Lages, no mês de junho e a Festa do Vinho de Urussanga, em agosto. Em outubro, a apoteose das festas: Ocktoberfest – Blumenau; Marejada – Itajaí; Fenarreco – Brusque; Schützenfest – Jaraguá do Sul; Tirolerfest – Treze Tílias; Oktoberfest – Itapiranga; Musikfest – São Bento do Sul; Festa do Imigrante – Timbó; Açorfesta – São José; Festa das Tradições – Joinville; Fenaostra – Florianópolis e Festa das Etnias – Criciúma. Esses eventos, além de manterem tradições vivas, geram divisas aos municípios! Nas artes, Norte e Sul estão representados, Joinville coloca Santa Catarina no pódio mundial, com a primeira Escola de Balé Bolshói fora da Rússia e, o festival internacional de dança! Agora as tratativas do governo trazem a dança, o canto e a música da Polônia para o estado, sediando a escola em Criciúma! Abre-se neste momento a perspectiva do aprofundamento histórico-cultural que, nesta edição, projeta o desdobramento, que interligará as regiões – desde a formação e o povoamento açoriano às tropeadas, fazendo nascer vilas ao longo do caminho dos tropeiros entre as estâncias no Rio Grande do Sul e o interior de São Paulo. A República Juliana, na bela Laguna, emite seus reflexos histórico-sociais não só para o estado catarinense, mas todo o país – e para todo o orbe com Anita, a Heroína dos dois mundos. A densidade da Guerra do Contestado e sua grande visão místico-social – o fanatismo de João Maria, inspirado em Carlos Magno, cria inclusive os “Dozes Pares da França” em pleno sertão, na sua apologia aos desfavorecidos caboclos. Na cidade de Governador Celso Ramos, na Ilha de Anhatomirim, existe a fortaleza de Santa Cruz de Anhatomirim, onde 184 cidadãos catarinenses, em abril de 1894, foram fuzilados ou enforcados, acusados de conspirar contra o presidente Floriano Peixoto durante a Revolução Federalista! Os dados colhidos e pesquisados para esta obra, sem querer chegar ao professoral, fazem parte de uma coletânea, servindo de referencial e abrindo os espaços para uma sequência completa que levaremos ao público. O afã de produzí-la e publicá-la foi para prestar, com justiça, um reconhecimento ao idealizador e concretizador do programa “Retratos de Santa Catarina”, Onofre Santo Agostini, que, quando presidente da Assembléia Legislativa, na 14ª legislatura, hoje atual Secretário do Estado de Desenvolvimento Econômico Sustentável, interpretou o desejo de mostrar o estado, cada vez mais belo e mais importante, como exemplo de cultura, raça, integração, modernidade, trabalho e beleza! Aqui, para os olhos dos leitores e para perpetuar um momento, a câmera do pensamento registrou os belos instantes flagrados por inteligentes profissionais da fotografia que fazem desta ocasião momentânea na vida, a certeza de que a eternidade vale o sonho de ser feliz por estar neste chão que é nosso e que é amado por todos os brasileiros!

CARLOS JOÃO MÜLLER Jornalista

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Destaque cultural da edição

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Fundação Biblioteca Nacional


Dom João VI

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om João VI (1767/1826) foi batizado João Maria José Francisco Xavier de Paula Luís António Domingos Rafael de Bragança, cognominado “O Clemente”. Foi Rei de Portugal desde 1816 até sua morte. Segundo dos filhos de D. Maria I, de Portugal, herdeiro da coroa como Príncipe do Brasil e 21º Duque de Bragança. Após a morte do irmão mais velho, José, tornouse Duque de Bragança, em 11 de setembro de 1788. Morreu vitimado pela varíola. Foi sucessivamente Senhor do Infantado e Duque de Beja, Príncipe do Brasil e Duque de Bragança, Príncipe Regente de Portugal, Príncipe Real do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, Rei do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, Rei de Portugal e Imperador Titular do Brasil. `` Ao lado, a chegada da Família Real ao Brasil; acima, retrato de Dom João VI, em 1808, então Príncipe Regente de Portugal, Brasil e Algarves

200 Anos – Edição Comemorativa

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FBN – 200 anos Muniz Sodré

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á equipamentos culturais que, na síntese histórica por eles eventualmente realizada, do estado Nacional de um país dito “em desenvolvimento”, podem ser descritos como táticas, isto é, como um conjunto instrumental de recursos destinado a uma finalidade ou a um destino. A Biblioteca Nacional, muito mais do que mera guardiã da memória simbólica da Nação brasileira, representa uma dessas táticas pelas quais a cultura se amplia e se difunde, confrontando-se com os outros e consigo mesma. Isso parecia claro para o estado quando manteve e depois compensou financeiramente Portugal pelo acervo aqui deixado por D. João VI.

`` Muniz Sodré de Araújo Cabral – Jornalista, sociólogo e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, presidente da Biblioteca Nacional

Ao longo dos dois últimos séculos, a Biblioteca Nacional (BN) – de fato, a oitava do mundo em acervo – tem servido à formação de elites culturais, e não apenas àquelas oriundas das classes dirigentes. Antes da popularização de editoras e da maior democratização dos meios de acesso ao patrimônio das letras, membros dos estratos economicamente menos favorecidos do país encontraram na BN os livros e os materiais que lhes seriam formativamente essenciais. Hoje, a Fundação Biblioteca Nacional, vinculada ao Ministério da Cultura, dá continuidade ao que sempre se afigurou como seu destino: preservação da memória e criação de uma ecologia cognitiva em escala nacional por meio da implantação de bibliotecas públicas em municípios carentes. E agora, com os aparatos tecnológicos do tempo, permitem a virtualização e, claro, a democratização progressiva de seu acervo. A cada brasileiro, não há como deixar de orgulhar-se da Biblioteca Nacional.

Presidente da Fundação Biblioteca Nacional

Fundação Biblioteca Nacional

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Fundação Biblioteca Nacional


História A

celebração dos 200 anos da criação da Biblioteca Nacional pelo Rei Dom João VI, ao aportar com a família Real no Brasil, dá-nos a dimensão da importância da visão aquilar do Príncipe Regente. Concedeu a abertura dos Portos às nações amigas, criou o Banco do Brasil, fundou o Jardim Botânico, entre tantas benesses que fizeram com que a Colônia passasse à qualidade de Capital do Reino. A origem do acervo da Biblioteca Nacional do Brasil – hoje considerada a maior Biblioteca da América Latina e uma das 10 maiores bibliotecas nacionais do mundo – é portuguesa. Em 1755, depois de um incêndio na capital Lisboa em consequência de um terremoto que assolou parte da cidade, a Biblioteca Real acabou destruída. Uma antiga livraria de D. José foi organizada pelo Abade de Santo Adrião de Sever, Diego Barbosa Machado, para substituir a Biblioteca Real. Com a invasão napoleônica a Portugal e a fuga da família real e parte da corte portuguesa para o Brasil em 1808, Portugal deixou de ser conhecido como Colônia e Vice-Reino (1500-1808), para virar Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves (1808-1822). Muitas transformações ocorrem nesse momento da história, em que o Banco do Brasil foi criado, os portos abertos para as nações amigas e criada uma biblioteca, com o acervo vindo de Portugal com mais de 60 mil peças, entre livros, documentos, mapas, moedas e manuscritos. A primeira acomodação na colônia do Brasil para a biblioteca foi uma sala do Hospital do Convento da Ordem Terceira do Carmo. Apesar de ter sido aberta ao público somente em 1814, a data de fundação é de 29 de outubro de 1810, quando o Príncipe Regente, D. João VI, determinou que o lugar, que servia de catacumba aos religiosos do Carmo, passasse a acomodar a Biblioteca e seus instrumentos de Física e Matemática. Determinou também que a Fazenda Real custeasse todas as despesas para que a manutenção desta fosse a melhor possível. Quando D. João VI, em 1821, regressou a Portugal juntamente com a família Real e parte da corte, levou consigo boa parte dos manuscritos do acervo. Em 1825, três anos depois da proclamação da independência, um tratado de paz e amizade foi assinado entre as duas nações e, o acervo de livros que havia ficado no Brasil passou a pertencer à nova nação. Nesse momento, foi criada, por D. Pedro I, a Biblioteca Nacional, subordinada, inicialmente, ao ministério do Interior e Justiça, passando ainda sobre a responsabilidade do ministério da Educação e Saúde e, finalmente, depois da criação do ministério da Saúde, aos cuidados exclusivos do ministério da Educação e Cultura. No ano de 1859, a biblioteca passou a funcionar em um prédio na Rua do Passeio – local onde hoje funciona a Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro –, onde ainda faltava espaço para o bom funcionamento da instituição. Em 1902, durante o governo Rodrigo Alves, já no período republicano, o então diretor da Biblioteca Nacional, Manuel Cícero Peregrino da

Silva, em seu relatório anual (número 24 dos anais da Biblioteca Nacional), relata aos seus superiores a necessidade de se construir uma sede nova, com boas condições de acolher o crescente acervo da instituição. A pedra fundamental da nova sede é lançada em 15 de agosto de 1905. A obra demorou cinco anos para ficar pronta e teve como projetista o General Francisco Marcelino de Sousa Aguiar, com a supervisão dos engenheiros Alberto de Faria e Napoleão Muriz Freire. Localizado na recém-construída Avenida Central (hoje Avenida Rio Branco), em 29 de outubro de 1910, o prédio com o nome de Palácio Tiradentes é inaugurado pelo presidente Hermes da Fonseca, com capacidade de abrigar 400 mil exemplares em seu acervo. As instalações cumpriam as exigências técnicas da época: estantes e armações de aço, piso de vidro nos armazéns, amplos salões e tubos pneumáticos para o transporte dos livros no trajeto dos armazéns para os salões de leitura. A arquitetura do prédio é de estilo eclético com elementos neoclássicos. No ano de 1981, a instituição passa e ser administrada indiretamente pela Fundação Nacional de Pró–Leitura. Em 1984, juntamente com o Instituto Nacional do Livro, passa a constituir a Fundação Nacional Pró–Leitura e, em 1990, é criada a Fundação da Biblioteca Nacional (FBN), que englobou, do Rio de Janeiro, a Biblioteca Nacional (subordinada ao instituto Euclides da Cunha) e de Brasília, o Instituto Nacional do Livro. O Decreto Nº 5.083, de 7 de abril de 2004, assinado pelo Presidente da República, determina que a FBN fosse composta por um Presidente (nomeado pelo próprio Presidente da República); um Diretor-Executivo e seis diretores, comandando os dois centros: Centro de Processos Técnicos e Centro de Referência e Difusão. A FBN teria, ainda, quatro Coordenadorias gerais: de Planejamento e Administração, Pesquisa e Editoração, Livro e Leitura e Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas; além de um escritório de Direitos Autorais para o registro e averbação de direitos do autor. A Agência abrigaria também a Nacional de ISBN (International Standard Book Number), responsável pelo incentivo ao uso do código internacional de numeração de livros pelas editoras e às publicações nacionais, com o intuito de comercializar e divulgar as obras. A Lei de Depósito Legal, criada pela Lei Nº 10.994, de 14 de dezembro de 2004, faz da Biblioteca Nacional o depositário legal de toda a produção literária publicada no Brasil, pois, por intermédio dessa Lei, toda obra publicada (tanto para comercialização como para distribuição gratuita) no país deve ter uma cópia enviada para a instituição. Com isso, além de preservar a memória gráfica do Brasil, cria um acervo riquíssimo, nas mais diversas áreas do conhecimento. A FBN conta com um mecanismo estruturado para a compra de material bibliográfico no exterior com o propósito de obter coleções internacionais, ou livros relativos ao Brasil ou de interesse do país. Funciona também como centro nacional de permuta de livros, tanto com bibliotecas nacionais e inter-

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Acervo nacionais. É responsável por elaborar um catálogo com a produção brasileira, que pode ser acessado pelo portal eletrônico www.bn.br. Um laboratório de restauração e conservação do papel também faz parte da estrutura da FBN, que possui profissionais treinados e capacitados para restaurar qualquer tipo de papel, utilizando as mais modernas técnicas; uma oficina de encadernação e um centro de microfilmagem, fotografia e digitalização. Este último, envolvido em um grande projeto, com núcleos estaduais que faz a microfilmagem dos periódicos brasileiros, responsável então pela preservação da memória jornalística do país. Ainda sob a responsabilidade deste centro está o Plano Nacional de Restauração de Obras Raras, com uma equipe responsável em identificar e recuperar obras raras em todas as bibliotecas e acervos bibliográficos do país. O acesso ao acervo via site www.bn.br foi o primeiro passo para a entrada da instituição na era digital, facilitando as consultas e minimizando o tempo na instituição para se procurar uma obra. Já no século XXI, a Biblioteca Nacional moderniza-se para melhor atender a seus usuários. Em 2006, por meio do mesmo portal eletrônico, são disponibilizadas aos usuários da Biblioteca Nacional Digital coleções inteiras totalmente digitalizadas, a primeira da América Latina a dispor desses serviços, colocando-a ao lado das maiores instituições da área no mundo em relação à digitalização de seu acervo.

Acervo

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imenso acervo da Biblioteca Nacional é composto por muitas coleções históricas e raras, que foram sendo doadas à instituição, desde quando esta ainda era conhecida como Biblioteca Real, em Portugal. Dentre as peças raras, é possível encontrar, além de livros, coleções de mapas, pinturas, documentos, moedas e fotografias antigas. Essas antigas coleções receberam geralmente o nome de quem as colecionava antes de chegarem definitivamente à Biblioteca. Entre as coleções que servem hoje de alicerce para pesquisadores e curiosos da cultura do Brasil e do mundo estão:

`` Coleção Barbosa Machado: doada à Real Biblioteca da Ajuda, ainda em Portugal, pelo próprio Barbosa, reúne um acervo de 4.300 obras, além de uma coleção de folhetos, em 85 volumes que contam a história do Brasil e Portugal, e também estampas e mapas. `` Coleção Conde da Barca: comprada em 1819, em um leilão, dois anos depois da morte do dono do acervo, Antônio de Araújo de Azevedo. É composta por 2.365 livros, dispostos em 6.329 volumes, a maioria deles dos séculos XVII e XVIII. `` Coleção de Angelis: conta com 1.717 obras, em 2.747 volumes e 1.295 manuscritos sobre a região do Rio da Prata. `` Coleção Salvador de Mendonça: o domínio holandês no Brasil pode ser pesquisado no acervo pessoal de 122 obras, em 215 volumes.

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`` Coleção José Antônio Marques: manuscritos sobre o Brasil Colônia, podem ser pesquisados em 3.920 obras, divididas em 6.309 volumes, além de uma coleção de 322 volumes de edições camonianas, incluindo Os Lusíadas, de 1584 – uma obra raríssima. `` Coleção Thereza Christina Maria: a maior doação à instituição, foi feita pelo ex-Imperador do Brasil, D. Pedro II. Com o desejo de preservar o nome da Imperatriz, fez uma doação de 48.236 volumes encadernados e incontáveis brochuras. Revistas científicas e literárias, partituras musicais, fotografias, estampas, além de milhares de mapas, inclusive com alguns manuscritos. `` Coleção Wallenstein: encontram-se importantes documentos sobre a história da política social e econômica do Brasil no século XIX. `` Coleção do Arquivo das Casas dos Contos: possui cerca de 50 mil documentos da época da exploração do ouro em Minas Gerais. `` Coleção Alexandre Rodrigues Ferreira: é possível ver desenhos aquarelados de Joaquim José Codina e José Joaquim Freire, que retrataram a viagem de D. Maria I às capitanias do Grão Pará, Rio Negro, Mato Grosso e Cuiabá.

Há ainda no acervo da BN partituras raras do século XVII e XVIII que, primeiramente, pertenciam a Abraão de Carvalho. Dentre outros itens, podem-se destacar Os Lusíadas, de Luis de Camões, com a data de 1572, considerada a primeira edição do livro; Acervo do Correio Brasiliense, o primeiro jornal brasileiro que retrata toda a agitação da vida da corte no Brasil e a independência do país.

Fundação Biblioteca Nacional


`` O edifício da Biblioteca Nacional, cujo projeto é assinado pelo engenheiro Sousa Aguiar, tem um estilo eclético, no qual se misturam elementos neoclássicos e art nouveau, e contém ornamentos de artistas como Eliseu Visconti, Henrique e Rodolfo Bernardelli, Modesto Brocos e Rodolfo Amoedo. Fica situado na Avenida Rio Branco, número 219, Praça da Cinelândia, no centro do Rio de Janeiro. Compõe com o Museu Nacional de Belas Artes e o Teatro Municipal um conjunto arquitetônico e cultural de grande valor

200 Anos – Edição Comemorativa

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Geografia O Sul do Brasil

A

Região Sul é uma das cinco grandes regiões em que o Brasil é dividido. Compreende os estados do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, que juntos totalizam uma superfície de 576.300,8 quilômetros quadrados. A Região Sul é a menor das regiões brasileiras e faz parte da região geoeconômica Centro-Sul. É um grande polo turístico, econômico e cultural, abrangendo grande influência europeia, principalmente de origem italiana e germânica. A Região Sul apresenta altos índices sociais em vários aspectos: possui o maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil, 0,860, e a segunda maior renda per capita do país, R$ 13.208,00, atrás apenas da Região Sudeste. A região é também a mais alfabetizada, 93,7% da população tem acesso ao ensino. Faz fronteiras com o Uruguai ao sul, com a Argentina e com o Paraguai ao oeste, com a Região Centro-Oeste e com a Região Sudeste do Brasil ao norte e, com o Oceano Atlântico ao leste.

Regiões Turísticas de Santa Catarina

S

anta Catarina possui nove regiões turísticas. A Grande Florianópolis combina conforto e agitação de centro urbano desenvolvido, com mar, morros, dunas e bosques de Mata Atlântica em cenário deslumbrante. A Rota do Sol é um mostruário completo de suas belezas mais expressivas: praias de areias brancas e águas azuis transparentes. O Vale do Contestado envolve uma vasta região de múltilas paisagens, gentes e culturas. Já o Grande Oeste possui belas paisagens naturais e é caracterizado pela diversidade étnica. A Serra Catarinense, com altitudes próximas aos 2 mil metros, registra as temperaturas mais baixas do Brasil. No Encantos do Sul, o litoral catarinense reúne cidades históricas e vilas de pescadores dividem a paisagem com belas praias. Seguindo pelo Caminho dos Cânions, no extremo Sul, balneários agitados contrastam com cidades de vida simples e povo hospitaleiro. A beleza natural é exuberante. No Vale Europeu, o Vale do Rio Itajaí preserva os costumes dos antepassados europeus na culinária, na arquitetura, no folclore, nas danças e nas festas. Por fim, no Caminho dos Príncipes, as tradições cultivadas pelos descendentes dos imigrantes europeus também são uma característica marcante.

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AS Regiões turísticas: `` 1. Grande Florianópolis `` 2. encantos do sul `` 3. caminho dos canions `` 4. serra catarinense `` 5. vale do contestado `` 6. grande oeste catarinense `` 7. vale europeu `` 8. caminho dos príncipes `` 9. rota do sol

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O Paraná

A

briga o que restou da mata de araucárias, uma das mais importantes florestas subtropicais do mundo. Na fronteira com a Argentina fica o Parque Nacional do Iguaçu, declarado Patrimônio da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). A 40 quilômetros dali, na fronteira com o Paraguai, está a Usina Hidrelétrica de Itaipu, a maior do planeta. O estado possui forte colonização polonesa, ucraniana, alemã, italiana e neerlandesa. O barreado é o prato caboclo típico do litoral, preparado com carne bovina, toucinho e temperos. A iguaria é colocada em uma panela de barro, que é enterrada e sobre a qual se acende uma fogueira. O prato é assim lentamente cozido por 12 horas, até que a carne se desfaça. Muitos restaurantes de Morretes oferecem esse delicioso prato gastronômico.

O Rio Grande do Sul

N

o maior e mais populoso estado da região, fica um ponto extremo do país, o Arroio Chuí. O clima do Rio Grande do Sul é temperado. O relevo apresenta planícies litorâneas, planaltos a oeste e nordeste e depressões no centro. A vegetação é variada, com campos (os pampas gaúchos), mata de araucárias e restingas. Os principais colonizadores foram os italianos, que se fixaram principalmente na região serrana, no nordeste do estado, os alemães, que ocuparam a região do vale do rio dos Sinos, ao norte de Porto Alegre e, os portugueses, entre eles, os açorianos, que permaneceram no litoral. Além da influência europeia, o gaúcho cultiva as tradições dos pampas, na fronteira com o Uruguai e a Argentina. Entre essas tradições, destacam-se o chimarrão, o churrasco e o uso de trajes típicos, compostos de bombacha (calças folgadas, de origem turca, presas ao tornozelo), poncho e lenço no pescoço.

`` A beleza da Serra do Rio do Rastro, em São Joaquim, na divisa entre Santa Catarina e Rio Grande do Sul

Geografia

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Mesorregiões M

esorregiões são subdivisões dos estados brasileiros que congregam diversos municípios de uma área geográfica com similaridades econômicas e sociais. Criadas pelo IBGE, são ainda subdivididas em microrregiões. O estado de Santa Catarina é dividido geograficamente em seis mesorregiões (mapa). A seguir, a lista dos municípios separados por microrregiões: `` `` `` `` `` ``

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1. Grande Florianópolis 2. Norte Catarinense 3. Oeste Catarinense 4. PLANALTO SerranO 5. Sul Catarinense 6. Vale do Itajaí

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Lista de municípios de SC Mesorregião Grande Florianópolis Microrregião de Florianópolis: `` Antônio Carlos `` Biguaçu `` Florianópolis, capital `` Governador Celso Ramos `` Palhoça `` Paulo Lopes `` Santo Amaro da Imperatriz `` São João Batista `` São José `` São Pedro de Alcântara Microrregião do Tabuleiro `` Águas Mornas `` Alfredo Wagner `` Anitápolis `` Rancho Queimado `` São Bonifácio Microrregião de Tijucas `` Angelina `` Canelinha `` Leoberto Leal `` Major Gercino `` Nova Trento `` São João Batista `` Tijucas

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Mesorregião Norte Catarinense Microrregião de Canoinhas `` Bela Vista do Toldo `` Canoinhas `` Irineópolis `` Itaiópolis `` Mafra `` Major Vieira `` Monte Castelo `` Papanduva `` Porto União `` Santa Terezinha `` Timbó Grande `` Três Barras Microrregião de Joinville `` Araquari `` Balneário Barra do Sul `` Corupá `` Garuva `` Guaramirim `` Itapoá `` Jaraguá do Sul `` Joinville `` Massaranduba `` São Francisco do Sul `` Schroeder

Geografia

Microrregião de São Bento do Sul `` Campo Alegre `` Rio Negrinho `` São Bento do Sul Mesorregião do Oeste Catarinense Microrregião de Chapecó `` Águas de Chapecó `` Águas Frias `` Bom Jesus do Oeste `` Caibi `` Campo Erê `` Caxambu do Sul `` Chapecó `` Cordilheira Alta `` Coronel Freitas `` Cunha Porã `` Cunhataí `` Flor do Sertão `` Formosa do Sul `` Guatambu `` Iraceminha `` Irati `` Jardinópolis `` Maravilha `` Modelo `` Nova Erechim `` Nova Itaberaba `` Novo Horizonte `` Palmitos `` Pinhalzinho `` Planalto Alegre `` Quilombo `` Saltinho `` Santa Terezinha do Progresso `` Santiago do Sul `` São Bernardino `` São Carlos `` São Lourenço do Oeste `` São Miguel da Boa Vista `` Saudades

`` Serra Alta `` Sul Brasil `` Tigrinhos `` União do Oeste Microrregião de Concórdia `` Alto Bela Vista `` Arabutã `` Arvoredo `` Concórdia `` Ipira `` Ipumirim `` Irani `` Itá `` Lindóia do Sul `` Paial `` Peritiba `` Piratuba `` Presidente Castelo Branco `` Seara `` Xavantina Microrregião de Joaçaba `` Água Doce `` Arroio Trinta `` Caçador `` Calmon `` Capinzal `` Catanduvas `` Erval Velho `` Fraiburgo `` Herval d’Oeste `` Ibiam `` Ibicaré `` Iomerê `` Jaborá `` Joaçaba `` Lacerdópolis `` Lebon Régis `` Luzerna `` Macieira `` Matos Costa `` Ouro


`` Pinheiro Preto `` Rio das Antas `` Salto Veloso `` Tangará `` Treze Tílias `` Vargem Bonita `` Videira Microrregião de São Miguel do Oeste `` Anchieta `` Bandeirante `` Barra Bonita `` Belmonte `` Descanso `` Dionísio Cerqueira `` Guaraciaba `` Guarujá do Sul `` Iporã do Oeste `` Itapiranga `` Mondaí `` Palma Sola `` Paraíso `` Princesa `` Riqueza `` Romelândia `` Santa Helena `` São João do Oeste `` São José do Cedro `` São Miguel do Oeste `` Tunápolis Microrregião de Xanxerê `` Abelardo Luz `` Bom Jesus `` Coronel Martins `` Entre Rios `` Faxinal dos Guedes `` Galvão `` Ipuaçu `` Jupiá `` Lajeado Grande `` Marema `` Ouro Verde `` Passos Maia `` Ponte Serrada `` São Domingos `` Vargeão `` Xanxerê `` Xaxim

Mesorregião dO PLANALTO SerranO Microrregião de Campos de Lages `` Anita Garibaldi `` Bocaina do Sul `` Bom Jardim da Serra `` Bom Retiro `` Campo Belo do Sul `` Capão Alto `` Celso Ramos `` Cerro Negro `` Correia Pinto `` Lages `` Otacílio Costa `` Painel `` Palmeira `` Rio Rufino `` São Joaquim `` São José do Cerrito `` Urubici `` Urupema Microrregião de Curitibanos `` Abdon Batista `` Brunópolis `` Campos Novos `` Curitibanos `` Frei Rogério `` Monte Carlo `` Ponte Alta `` Ponte Alta do Norte `` Santa Cecília `` São Cristóvão do Sul `` Vargem `` Zortéa Mesorregião do Sul Catarinense Microrregião de Araranguá `` Araranguá `` Balneário Arroio do Silva `` Balneário Gaivota `` Ermo `` Jacinto Machado `` Maracajá `` Meleiro `` Morro Grande `` Passo de Torres `` Praia Grande `` Santa Rosa do Sul

`` São João do Sul `` Sombrio `` Timbé do Sul `` Turvo Microrregião de Criciúma `` Cocal do Sul `` Criciúma `` Forquilhinha `` Içara `` Lauro Müller `` Morro da Fumaça `` Nova Veneza `` Siderópolis `` Treviso `` Urussanga Microrregião de Tubarão `` Armazém `` Braço do Norte `` Capivari de Baixo `` Garopaba `` Grão Pará `` Gravatal `` Imaruí `` Imbituba `` Jaguaruna `` Laguna `` Orleans `` Pedras Grandes `` Rio Fortuna `` Sangão `` Santa Rosa de Lima `` São Ludgero `` São Martinho `` Tubarão `` Treze de Maio Mesorregião do Vale do Itajaí Microrregião de Blumenau `` Apiúna `` Ascurra `` Benedito Novo `` Blumenau `` Botuverá `` Brusque `` Doutor Pedrinho `` Gaspar `` Guabiruba

`` Indaial `` Luiz Alves `` Pomerode `` Rio dos Cedros `` Rodeio `` Timbó Microrregião de Itajaí `` Balneário Camboriú `` Barra Velha `` Bombinhas `` Camboriú `` Ilhota `` Itajaí `` Itapema `` Navegantes `` Penha `` Piçarras `` Porto Belo `` São João do Itaperiú Microrregião de Ituporanga `` Agrolândia `` Atalanta `` Chapadão do Lageado `` Imbuia `` Ituporanga `` Petrolândia `` Vidal Ramos Microrregião de Rio do Sul `` Agronômica `` Aurora `` Braço do Trombudo `` Dona Emma `` Ibirama `` José Boiteux `` Laurentino `` Lontras `` Mirim Doce `` Pouso Redondo `` Presidente Getúlio `` Presidente Nereu `` Rio do Campo `` Rio do Oeste `` Rio do Sul `` Salete `` Taió `` Trombudo Central `` Vitor Meireles `` Witmarsum

Mesorregiões

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Símbolos de SC Flor símbolo do estado de Santa Catarina

A

laelia purpurata foi descoberta por François Devos, em 1847, tendo-a encontrado em abundante quantidade no litoral da então Província de Santa Catarina. Exportada em larga escala durante as décadas de 2 a 40 do século XX para países europeus, a também conhecida como “A rainha das orquídeas” levou o estado catarinense à posição de destaque entre os maiores exportadores de orquídeas do Brasil. Em 13 de dezembro de 1983, o governo estadual assinou o Decreto Nº 20.829 que identifica o taxon Laelia Purpurata Lidley, variedade purpurata, como Flor Símbolo do Estado de Santa Catarina.

Laelia Purpurata 34


Laelia Purpurata

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Brasão de Armas

Brasão de Armas do estado de Santa Catarina

O

brasão de armas do estado de Santa Catarina foi estabelecido pela Lei Nº 126, de 15 de agosto de 1895, com base no desenho de Henrique Boiteux. A mesma Lei estabeleceu também a Bandeira do estado. O Artigo 2º daquela Lei diz que as armas consistirão em uma estrela branca, anteposta à qual uma águia vista de frente, de asas estendidas, segurará com a garra direita uma chave e com a esquerda uma âncora, encruzadas, ornando-lhe o peito um escudo com o dístico “17 de novembro de 1889” escrito horizontalmente. Um ramo de trigo ao lado esquerdo e um de café ao lado direito ligados na parte inferior por um laço com as pontas flutuantes, de cor encarnada, que terá o dístico: – Estado de Sta. Catarina – escrito em letras brancas circundarão a mesma águia sobre o qual se formará o barrete frígio. `` `` `` `` `` ``

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O barrete frígio simboliza as forças republicanas que nos regem. O ramo de café simboliza a lavoura do litoral. A chave lembra que Santa Catarina é ponto estratégico de Primeira Ordem. A águia representa as forças produtoras. O escudo contém a data da implantação da República em Santa Catarina em 17 de novembro de 1889. O ramo de trigo simboliza as lavouras do interior.

Símbolos de SC


Bandeira

Bandeira do estado de Santa Catarina

A

Lei Nº 126, de 15 de agosto de 1895, estabeleceu a Bandeira do Estado de Santa Catarina. Pelo artigo 3º dessa Lei, a Bandeira de Santa Catarina era composta de faixas brancas e encarnadas dispostas horizontalmente em número igual ao das comarcas do estado e de um losango de cor verde colocado no centro da bandeira, tendo impressas tantas estrelas, de cor amarela, quantos fossem os municípios do estado. A antiga bandeira catarinense foi desativada pela Constituição Federal de 10 de novembro de 1937 e pelo Decreto-Lei Nº 1202, de 8 de setembro de 1939, sendo revitalizada somente a partir da Lei Estadual Nº 275, de 29 de outubro de 1953, sancionada pelo governador Irineu Bornhausen, que foi regulamentada em 19 de fevereiro de 1954 pelo Decreto Nº 605. A partir dessa Lei, o desenho da bandeira foi alterado. A Bandeira de Santa Catarina passou a ser composta de três faixas horizontais de igual largura, sendo as das extremidades vermelhas e a do centro branca; sobre as faixas, um losango verde-claro representando a vegetação e, no centro deste, as Armas do Estado.

Armas e Bandeira

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Hino

Letra / Horácio Nunes Pires

O

Hino do estado de Santa Catarina foi introduzido em 1892 e finalmente sancionado por Lei Estadual em 6 de setembro de 1895, durante o governo de Hercílio Luz. Tem letra de Horácio Nunes Pires e música de José Brazilício de Sousa. A letra, pelo aspecto geral abolicionista, tem sido às vezes considerada pouco representativa do estado. Sagremos num hino de estrelas e flores Num canto sublime de glórias e luz, As festas que os livres frementes de ardores, Celebram nas terras gigantes da cruz. Quebram-se férreas cadeias, Rojam algemas no chão; Do povo nas epopéias Fulge a luz da redenção. No céu peregrino da Pátria gigante Que é berço de glórias e berço de heróis Levanta-se em ondas de luz deslumbrante, O sol, Liberdade cercada de sóis. Pela força do Direito Pela força da razão, Cai por terra o preconceito Levanta-se uma Nação. Não mais diferenças de sangues e raças Não mais regalias sem termos fatais, A força está toda do povo nas massas, Irmãos somos todos e todos iguais. Da liberdade adorada. No deslumbrante clarão Banha o povo a fronte ousada E avigora o coração. O povo que é grande mas não vingativo Que nunca a justiça e o Direito calcou, Com flores e festas deu vida ao cativo, Com festas e flores o trono esmagou. Quebrou-se a algema do escravo E nesta grande Nação É cada homem um bravo Cada bravo um cidadão.

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Símbolos de SC


Partitura

Música de José Brazilício de Souza

A

poesia do Hino do estado de Santa Catarina foi musicalizada pelo maestro José Brazilício de Souza. Nesta versão, o arranjo é de Willian Fernandes de Souza, para violino (1). Arranjo: Willian Fernandes de Souza

Hino / Partitura

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Retalhos da história Origem de Santa Catarina

A

história catarinense remonta ao início das aventuras dos primeiros navegadores nas eras pré-colombianas com as incursões a caminho das Índias, com grandes navegadores, alguns, diríamos, aventureiros incautos, bafejados pela sorte! Há, nestas controvérsias, pesquisas que nos mostram que estudiosos da astronomia, estimulados pelos reis de Portugal e Espanha, criaram instrumentos para nortear os viajantes que nos habilitem a afirmar que os visionários navegadores já eram estudiosos do mar e do firmamento, abrindo os espaços e desbravando mares com suas viagens, aportaram aqui e acolá! No estado catarinense, alguns episódios comprovados bibliograficamente nos interligam a esses primórdios da pré-descoberta da Terra Santa Cruz. Com a avidez da igreja, acentua-se esse lado da possibilidade de alimentar seus domínios, haja vista a Bula Papal editada pelo pontífice Alexandre VI – dita Bula Inter-Coetera –, de 1493, que demarcava limites ultramarinos jamais imaginados, ficando sempre metade para a Igreja. Para ilustrar o livro Retratos desta edição damos, em textos sem rebuscamentos, alguns esclarecimentos que dizem da origem da fundação do povoamento da demarcação. Enfim, um ponto de referência da historicidade e cultura catarinense e suas repercussões. Dos municípios, os dados principais, que resgatam cultura, tradição e rememoram a história.

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Novas terras e início das disputas

T

udo começou no ano de 1492. Após o anúncio de Cristóvão Colombo da descoberta de terras a oeste do continente europeu, posteriormente conhecida por América, os países da Península Ibérica (Portugal e Espanha) começam a travar disputas para manterem suas colônias na África e ter o monopólio de exploração das recém-descobertas terras a oeste. Para evitar um conflito armado, o Papa Alexandre VI foi chamado para fazer um tratado que agradasse as duas potências europeias. No ano de 1493, o papa então anunciou a assinatura da Bula Inter Coetera, que fixava uma linha imaginária a cem léguas da Ilha de Açores. No entanto, no ano seguinte, o rei português Dom João II exigiu a revisão desse primeiro acordo, que não satisfazia os interesses lusitanos. Segundo alguns historiadores, essa mudança de ideia era um forte indício de que os portugueses tinham conhecimento de outras terras localizadas na porção sul do novo continente descoberto pelos espanhóis, pois séculos mais tarde, documentos explicariam essa “repentina” mudança de ideia dos lusitanos. Tentando evitar um conflito de maiores proporções, inclusive militar, Espanha aceita o novo acordo, o Tratado de Tordesilhas foi assinado em junho de 1494. Nesse novo acerto, ficava estabelecida a demarcação de um

novo meridiano localizado a 370 léguas a oeste da ilha de Cabo Verde. Os territórios a oeste seriam explorados pelos espanhóis e, as terras a leste deveriam ser controladas pelos lusitanos. Dessa forma, o novo acordo assegurou a exploração lusitana em parte dos territórios que hoje compõem o Brasil. Esse meridiano passava exatamente sobre o território ao sul de terras catarinenses onde hoje está localizada a cidade de Laguna. O Tratado de Tordesilhas dura pouco tempo, pois outras nações europeias questionaram perante o Papa a legitimidade do acordo. Ações de países como a França, que organizavam expedições ao continente americano em forma de não reconhecimento do acordo fizeram com que o tratado fosse extinto.

Descoberta do litoral catarinense

P

ouco tempo depois de Pedro Álvares Cabral descobrir terras ao sul do Caribe, ocorre uma intensa corrida marítima entre os países da península Ibérica, com o intuito de encontrarem mais terras desbravadas, de preferência com riquezas naturais (metais preciosos) para sustentarem suas coroas no continente europeu. Posteriormente a Cabral, muitas frotas formadas por

`` Mapa da Ilha de Santa Catarina, 1776, de Manuel Christov del Canto

Retallhos da História

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naus e caravelas passaram por todo o novo continente. À medida que os navegadores avançavam, um novo mapa era formado com novas terras e ilhas cada vez mais ao sul. No ano de 1504, aporta em uma ilha ao sul do território português uma nau francesa. Essa embarcação era patrocinada por comerciantes da Normandia e tinha como objetivo principal chegar às Índias em busca de riquezas. Chefiada por Binot Paulmier de Gonneville, perde a rota e aporta na ilha que hoje tem o nome de São Francisco do Sul. Ao chegar a essa ilha, Gonneville teve contato com uma tribo de Carijós liderada pelo cacique Arosca, que os recepcionou de forma muito amistosa. Quando Gonneville retorna à França levou entre seus tripulantes o índio Içá Mirim, filho do cacique, com promessa de devolvê-lo vinte luas após este aprender sobre artilharia. O índio foi batizado em alto mar com o nome de Capitão Binot e com esse nome permaneceu na França, onde se casou com uma parente de Gonneville. Sant’Ana é o nome que leva parte da costa catarinense em sua primeira aparição das cartas geográficas dos navegadores que por aqui passaram. Em 1526, uma frota espanhola chefiada por um italiano chamado Sebastião Caboto, aporta em uma ilha que mais tarde seria um ponto estratégico para os navios que vinham do rio da Prata, e recebe o nome de Ilha de Santa Catarina, que no ano de 1529, aparece com este nome pela primeira vez em um mapamundi, elaborado por Diego Ribeiro. Os primeiros habitantes “brancos” do litoral catarinense eram, em sua maioria, viajantes (náufragos e desertores) e padres que se juntaram com índios que viviam às margens do oceano, basicamente à base da pesca e da caça. Já no ano de 1546, por decreto do rei da Espanha, a Ilha de Santa Catarina recebe seu primeiro “governador”. D. Álvar Nunes Cabeza de Vaca chega à ilha para tomar posse das terras da coroa espanhola.

Povoamento açoriano

N

ão contente em perder territórios no além-mar para sua rival Espanha, Portugal entra com o pedido jurídico de “uti possidetis”, pois alegava ser o primeiro a chegar a essas terras. Com isso, a nação lusa recuperou não só terras do litoral catarinense, mas toda a costa sul do novo continente, incluindo o território da colônia do Sacramento. Após esse incidente, era necessário povoar os territórios para que não houvesse nenhuma invasão de outros países. Junto a isso, a coroa portuguesa enfrentava problemas também com uma onda de miséria em uma de suas colônias, o arquipélago dos Açores. Com uma população muito acima do que poderia suportar o arquipélago, precisava urgentemente de uma saída para o caos. Com a ajuda dos bandeirantes Vicentistas (originários da capitania de São Vicente), que abriram terras para caçar índios no interior do Brasil, mora-

`` Obras de Louis Choris – artista plástico francês que chegou à Ilha de Santa Catarina em 1815

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Retalhos da História


dores do arquipélago dos Açores foram convidados a tentar melhores condições de vida nas terras ao sul da colônia portuguesa na América. Os primeiros imigrantes vindos dos Açores fundaram vilas que pouco tempo depois seriam elevadas a cidades. Nossa Senhora das Graças do Rio São Francisco do Sul, que teve como fundador Manoel Lourenço de Andrade, no ano de 1658; Nossa Senhora do Desterro (atual Florianópolis), que teve, em 1672, o bandeirante Francisco Dias Velho como seu fundador, que trouxe, além de seus familiares, alguns índios domesticados, Após a morte do patriarca, seus familiares vão embora e, com medo de perder a ilha para forasteiros, a Coroa portuguesa concede as Cesmarias a portugueses, que aportam na ilha para continuar a povoação. Entre eles, encontrava-se Manoel Manso de Avelar, isso em 1715. Já o terceiro povoado foi instalado mais ao sul do litoral, Santo Antônio dos Anjos de Laguna, fundada em 1684, por Domingos de Britto Peixoto. Esse povoamento tinha, entre outras funções, dar apoio à colônia de Sacramento e fazer um elo entre as estâncias do interior e o litoral. Essas três primeiras vilas em Santa Catarina têm em comum o fato de servirem apenas para o povoamento, diferentemente da maioria das outras colônias, criadas para a produção de bens para a metrópole. Embora, muitas vezes, a Coroa tenha ajudado com verbas essas três vilas, o litoral catarinense pouco se desenvolveu economicamente. Culturalmente, o povo do arquipélago dos Açores sempre foi riquíssimo em diversas áreas. Bastante fiel às tradições católicas, esses costumes fizeram parte do dia-a-dia açoriano em solos catarinenses. Havia muitas manifestações como, por exemplo, as festividades do Divino Espírito Santo e a Páscoa. A tradição pesqueira, as baleeiras, o desenvolvimento das armações de baleias, Boi-demamão, terno de reis e pão-por-deus são algumas das manifestações culturais, sem contar o linguajar típico que até hoje persiste entre seus descendentes.

Criação da capitania de Santa Catarina

A

pós a fundação da colônia de Sacramento, ao sul da colônia brasileira, vê-se a necessidade de proteger o território das investidas espanholas. Como o comando da província localizava-se em São Paulo, faz-se necessária a criação de uma nova província que estivesse diretamente subordinada ao vice-rei, agilizando dessa forma as decisões a serem tomadas, caso houvesse necessidade. A capitania de Santa Catarina foi criada pela Coroa Portuguesa por meio da Provisão Régia, de 11 de agosto de 1738, eliminando assim a burocracia das decisões terem de passar primeiro para São Paulo e depois para o vice-rei. Com isso, Santa Catarina torna-se um posto avançado para a manutenção do território colonial no sul. `` Araucária, símbolo do Planalto Serrano

Retallhos da História

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Caminhos do Sul

A

pós a fundação de Laguna, a ocupação do litoral estava praticamente terminada, era necessário então partir para direção oeste e desbravar o planalto em busca de novas divisas. Em 1720, por sugestão do sertanista Bartolomeu Paes de Abreu, a coroa portuguesa tem a iniciativa de abrir uma estrada que ligasse a capitania de São Vicente à colônia de Sacramento. Os moradores das três cidades litorâneas não apoiaram a idéia, pois todas elas contavam com portos que movimentavam parte da economia local. Mesmo assim o governo seguiu o projeto. A partir desta iniciativa, ao mesmo tempo em que colocavam pessoas em territórios conquistados, desenvolvia a pecuária nos campos dos pampas. Os primeiros vaqueiros foram índios catequizados nas missões jesuíticas, posteriormente pessoas do litoral foram convidadas a irem para a região. Com as minas de ouro no centro do Brasil funcionando sem parar, e como o nordeste do Brasil era agrícola, coube a Região Sul cuidar da pecuária e, depois, levar a produção para Minas comercializar a carne. No caminho daquela estrada muitos postos de repouso foram criados para abrigar os tropeiros, desta forma, uma quarta cidade surgiu em Santa Catarina. Inicialmente com o nome de Nossa Senhora dos Prazeres dos Campos de Lages de Pedra – Lages –, tem como fundador Antônio Correia Pinto de Macedo, isso em 1766. Lages surgiu com o intuito não só de servir de posto de repouso, mas sim para se desenvolver na agricultura e na pecuária. Outra iniciativa do governo português foi de criar outra estrada que costeasse o rio Tubarão, ligando Lages a Laguna.

`` Janela Furada, uma formação rochosa de rara beleza, no Caminho das Nuvens – Urubici, entre as montanhas e encostas da Serra Geral

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Retalhos da História

`` Conflitos são marcantes na vitoriosa história catarinense

Invasão espanhola

C

om as relações estremecidas entre Portugal e Espanha, o século XVIII traz muitos embates entre essas duas nações. Tudo começou com a anulação do tratado de Madri. Durante o embate no continente europeu, a Espanha aproveita a distração portuguesa e, em 1762, a partir de Buenos Aires, invadiu a Colônia de Sacramento e parte do Rio Grande do Sul. Com o fim da guerra e o tratado de Paris, a Espanha devolve a Colônia de Sacramento, mas não devolve o Rio Grande do Sul, fato este que fez com que o governo português, na pessoa de Marquês de Pombal, em 1774 migrasse parte do exército lusitano para a Ilha de Santa Catarina, esperando mais uma guerra, agora no sul da América. Contando, nesse momento, além de homens, com os fortes da ilha e seus 143 canhões, Portugal acreditava que a vitória era certa. A Espanha também se preparou para o conflito, reuniu um grande exército. Contando, também, com conhecimentos que tinham das fortificações portuguesas, traçou um ousado plano para a invasão. Em fevereiro de 1777, caravelas espanholas cruzaram o horizonte aos olhares atentos dos guardas portugueses nos fortes. Como passaram muito longe do campo de visão dos soldados, pensaram estes que os espanhóis rumavam em direção ao Rio da Prata. Só que, no cair da noite, os barcos espanhóis voltaram pela baía de Canasvieiras e pegaram todos de surpresa, fazendo os poucos soldados que faziam a vigia do forte de Santo Antônio renderem-se facilmente. Junto com o plano audacioso espanhol, a falta de entendimento entre os comandantes portugueses contribuiu para a fácil invasão e assim a retirada dos soldados lusos para o lado do continente. A vinda de sacerdotes junto com militares espanhóis evidenciava que a invasão não seria apenas um ato provisório, e sim de que eles invadiriam a ilha para ficar e tomá-la como sua. Dias depois, é entregue ao chefe da expedição espanhola, D. Pedro Cevalles, o comando da ilha. Ainda em 1777, após a morte de D. José I e a ascensão de D. Maria I, um novo tratado é assinado, devolvendo terras que hoje abrangeriam Santa Catarina e parte do estado do Rio Grande do Sul. Em troca, Portugal comprometia-se a não utilizar a Ilha de Santa Catarina para abastecer navios estrangeiros e nem como base naval ou como auxílio de navios de guerra.


Colonização

A

colonização do continente americano, tanto das Américas inglesa, espanhola, francesa e portuguesa, foi impulsionada pela revolução industrial que ocorre no velho continente. Com os avanços tecnológicos ocorridos primeiramente na Inglaterra e posteriormente na parte continental da Europa, ocorre uma dispensa de parte da mão de obra, que já era abundante, gerando um exército de desempregados. A solução então foi enviar este excesso de contingente para as colônias americanas. Com a promessa de que não passariam mais fome, pois terra para a lavoura havia em abundância, não foi difícil convencer estes migrantes de atravessar o atlântico e tentar a sorte no novo mundo. Com o intuito inicial de fazer um branqueamento do povo brasileiro, pois o número de escravos africanos no período do Brasil colonial era enorme, e a idéia de se ter um país moderno na época, deveria de se fazer com homens brancos e livres. Desta forma, o rei de Portugal D. João VI, e posteriormente seu filho, o Imperador do Brasil D. Pedro I, já no século XIX, decidem trazer mão de obra européia para colonizar o Brasil. O clima mais ameno da região sul do Brasil favoreceu a vinda em grande escala de europeus para essa região.

`` Tradição açoriana: pesca artesanal é herança da colonização açoriana em Santa Catarina

Retallhos da História

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Colonização alemã

O

s primeiros imigrantes a chegarem ao estado catarinense foram trazidos de Bremem, na Alemanha. Foram exatamente 523 colonos que, segundo estudos recentes, não eram todos católicos, havia neste grupo famílias luteranas. Juntamente com 112 ex-soldados estrangeiros, que receberam em 1829, terras localizadas ao sul do rio Tijucas diretamente do governo Português, fundaram a colônia de São Pedro de Alcântara (nome em homenagem ao imperador do Brasil). Mesmo assim, a primeira tentativa de se trazer imigrantes para a região não prosperou como o esperado. A péssima condição do solo e o relevo acidentado fizeram com que a primeira colônia alemã passasse por inúmeras dificuldades. Ainda no ano de 1829, a sociedade colonizadora de Hamburgo, adquire oito léguas de terras, que faziam parte do dote da princesa Dona Francisca, e fundou, na região norte do estado a colônia Dona Francisca. Essa colônia, apesar das adversidades que encontra, prospera e se espalha pelos vales e planaltos da região, fundando, em 1870, a colônia de São Bento do Sul. A partir desse núcleo alemão de povoamento, surgiram mais tarde muitas cidades localizadas ao norte do estado, entre elas a de Joinville. No vale do rio Itajaí, outras colônias de origem germânica foram fundadas. A primeira delas foi em 1850, por iniciativa de um jovem farmacêutico, Dr. Hermann Blumenau, que trouxe à região dezessete alemães para trabalharem. Da experiência do Dr. Blumenau, mas já em 1860, surgem outras colônias na região do vale do Itajaí, entre elas Ibirama, Itajaí e Brusque. Na bacia do rio Tijucas, novamente são trazidos alemães para trabalhar na lavoura, só que agora os erros não são repetidos, e os novos imigrantes instalam-se em terras boas para a lavoura e fundam cidades como Angelina.

`` Herança da cultura alemã: arquitetura enxaimel, muito presente na região Norte e Vale do Itajaí, a preservação da memória na homenagem aos primeiros colonizadores alemães e em festas como Oktoberfest

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Retalhos da História


Colonização italiana

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m 1836, no vale do Rio Tijucas, é fundada a primeira colônia italiana de Santa Catarina. Trazidos da ilha de Sardenha, os italianos fundam a colônia de São João Batista. Já em 1874, após um acordo firmado entre o governo Imperial e Joaquim Caetano Pinto Júnior, são levados ao vale do Itajaí vários imigrantes italianos, colonizando de vez a região, agora com alemães e italianos. A partir de 1875, cidades como Rio dos Cedros, Rodeio, Ascurra e Apiúna são fundadas ao redor da colônia de Blumenau, desenvolvendo a região. Cidades como Nova Trento e Botuverá são criadas ao redor de Brusque. No sul do estado, o número de colônias italianas crescia a cada ano que passava. A partir da efetivação do contrato da Companhia Fiorita com o governo brasileiro em 1891, ocorre a fundação, em 1893, da colônia Nova Veneza (atuais Nova Veneza e Siderópolis), estendendo-se do vale do rio Mãe Luzia até o vale do rio Araranguá. No vale do rio Tubarão, núcleos de Azambuja, Pedras Grandes e Treze de Maio. Mais ao sul, no vale do rio Urussanga, cidades como Criciúma e Urussanga são exemplos de cidades com esse tipo de colonização. Cabe destacar neste momento que cidades no vale do rio do Peixe e do Uruguai, no extremo oeste catarinense, também foram inicialmente colonizados por italianos, só que estes já haviam chegado primeiramente ao estado do Rio Grande do Sul.

Colonização eslava

A

colonização do interior catarinense não foi feita apenas por alemães e italianos. Apesar do número bem inferior de indivíduos vindos para o estado, os eslavos participaram ativamente para o desenvolvimento de muitas cidades. A primeira leva de poloneses chega a Brusque em 1871, só que pouco tempo depois se deslocam para o Paraná. Um contrato com o governo imperial trouxe muitos eslavos a partir 1882. No ano de 1889, cidades localizadas nos vales dos principais rios catarinenses (Urussanga, Tubarão, Mãe Luzia, Araranguá, Itajaí e Itapocu) recebem imigrantes eslavos. A chegada de imigrantes dessa região da Europa continua grande, inclusive durante a segunda guerra mundial, isso já na segunda metade do século XX. Cidades localizadas no meio oeste e no vale dos rios do Peixe e Uruguai geralmente eram os destinos desses imigrantes.

Retallhos da História

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Os farroupilhas e a propagação dos ideais liberais

A

inda no período imperial do Brasil, durante o período regencial, muitas revoltas ocorreram em todo o território nacional, colocando em risco a unidade da federação. Vários fatores influenciavam para isso. A crise econômica que assolava boa parte do país, o descontentamento político, pois o imperador havia voltado para Portugal e deixado seu filho ainda criança para governar o país com auxílio de tutores, os ideais liberais vindos da Europa que espalhavam ares de um mundo mais justo e igualitário. Uma dessas revoltas ocorreu no sul do país iniciada por ricos fazendeiros descontentes com a política de importação da carne de países vizinhos, como Argentina e Uruguai, que concorriam diretamente com as carnes gaúchas que vendiam. Para piorar a situação, altos impostos eram cobrados dos produtores brasileiros, já dos países vizinhos, pouco era tarifado e, com isso, entravam com um preço bem mais em conta no mercado brasileiro. Em 1836, foi proclamada a república de Piratini, com a intenção de estender o movimento para outras províncias do império. Os ideais liberais proclamados pelos gaúchos chegaram a Santa Catarina e contagiaram parte da popu-

lação. Em Desterro e na cidade de Lages, publicações de Jerônimo Francisco Coelho e das atividades da “Sociedade Patriótica”, encontra outro grande defensor da causa farroupilha, na pessoa do pároco de Lages, o Padre João Vicente Fernandes, que usava expressões liberais em seus sermões. Esses fatos são vistos por muitos historiadores como reflexos dos ideais liberais almejados pelos revolucionários. A agitação que esta revolução trouxe para Santa Catarina fez com que constantemente fosse trocado o presidente da província. Entre eles o Coronel José Joaquim Machado de Oliveira, que realizou uma política de conciliação, pois, não lhe era estranha a adesão dos catarinenses aos ideais farroupilhas. Isso provocou sua substituição, em outubro de 1837, pelo português Brigadeiro João Carlos Pardal. O Brigadeiro exerceu o poder com mãos de ferro na província, causando ainda mais descontentamento na região. E foi justamente durante seu governo que se deu a tomada de Laguna pelos farroupilhas. Em Desterro, os principais defensores da tomada de Laguna são: João Antônio Rodrigues Pereira, Francisco Duarte Silva, João Francisco de Souza Coutinho, Joaquim Cardoso e João José de Castro.

`` Tecnologia: força da água na geração de energia, muito utilizada na fabricação da farinha de mandioca

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Retalhos da História


`` Casario típico açoriano característico no Litoral Catarinense

República juliana

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or ser um ponto estratégico no Sul do país, com seu porto de águas tranquilas e em contato direto com o oceano, invadir Laguna fazia parte da estratégia dos revolucionários farroupilhas, pois funcionaria como um importante ponto de abastecimento de armas e alimentos. Junta-se a isso a receptividade dos ideais liberais na região e, dessa forma, mais pessoas aptas para o exército. A tomada de Laguna se deu por dois blocos, um por terra, chefiado pelo general Davi Canabarro e outro pelo mar, chefiada pelo italiano solidário ao ideal liberal Giuseppe Garibaldi. Dessa forma, em 22 de julho de 1839, estava Laguna em poder dos farroupilhas. Deram-lhe o nome de “Cidade Juliana de Laguna” e instalaram o Governo Provisório da “República Catarinense”, sob a presidência de Davi Canabarro. Este, de imediato, propôs que se organizasse de forma democrática, a nova república e, para

tal, ordenou que a Câmara Municipal procedesse à eleição provisória do Presidente da República Catarinense Após a conquista de Laguna, o próximo objetivo era atingir Desterro. Só que o governo imperial já esperava por essa investida, por isso, mais uma vez havia trocado de presidente da província, colocando no cargo um habilidoso militar experiente de outros conflitos pela soberania do império, Marechal Francisco José de Souza Soares Andréa, que imediatamente preparou um contra-ataque e surpreendeu os farroupilhas na foz do rio Maciambú (hoje no município de Palhoça), com uma frota superior e mais bem preparada tanto por terra como no mar. Na batalha, o marechal saiu mais uma vez vitorioso. Com a derrota para o império, os farroupilhas deixam a cidade de Laguna após quatro meses de ocupação, exatamente no dia 15 de novembro de 1839, fazendo com que a revolução farroupilha se restringisse apenas ao estado do Rio Grande do Sul, onde os revoltosos sofreram várias derrotas e, por fim, renderam-se, assinando um acordo com o governo imperial.

Retallhos da História

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`` Heroína dos Dois Mundos, Anita Garibaldi é lembrada em homenagem na cidade de Laguna

Anita Garibaldi

A

na Maria de Jesus Ribeiro, natural de Santa Catarina, é sem dúvida a primeira grande heroína de Santa Catarina. Tanto que sua naturalidade é disputada por algumas cidades como Tubarão, Laguna, Imbituba e Lages. Aninha, como era conhecida, casou-se primeiramente no ano de 1835, com o sapateiro Manuel Duarte Aguiar. Quando eclodiu a revolta de Laguna, Ana conheceu Giuseppe Garibaldi com quem se uniu durante a instalação da República Juliana. Como seus pais não aceitaram sua nova união, fugiu com o italiano e só se casou com ele no Uruguai, em 26 de março de 1842. Giuseppe

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Retalhos da História

encontrou em Laguna muito mais do que uma esposa dedicada, ganhou uma companheira que participava com ele das batalhas e com muito mais coragem do que muitos soldados que os acompanhavam. Com o fim da revolução farroupilha, o casal parte, em 1841, para o Uruguai, onde lutam em favor da preservação da república uruguaia, com a “Legião Italiana de Montevidéo”. Em 1847, Ana seguiu para a Itália, onde se torna Anita. Levando seus três filhos, reuniu-se a Garibaldi pouco depois em Nice. Tomou parte dos combates de Roma; os amotinadores foram obrigados a se retirarem em barcos de pesca, dos quais a maior parte caiu em poder dos Austríacos. Porém, o barco que conduzia o casal encalhou em uma praia. Anita e


Giuseppe, com alguns companheiros, abrigaram-se numa propriedade rural, nas proximidades de Ravena. Anita teve o seu estado sensivelmente agravado pela febre tifoide, durante os combates em Roma, vindo a falecer antes de completar trinta anos de idade. Agora conhecida como Anita Garibaldi, recebeu homenagens póstumas na Itália, Uruguai e Brasil por seus feitos heróicos em prol dos ideais liberais nesses países.

Desterro surge a Voz do Povo, que se considerava como órgão do partido Republicano. Em 1886, surge O Independente e, logo em seguida, A Evolução, em Tijucas. A Folha Livre, foi o jornal republicano de Joinville e, Blumenauer-Zeitung, em Blumenau. Estes periódicos lançavam além de críticas ao sistema de governo monárquico idéias para melhorarem o sistema político e comercial.

Período republicano

C

om a transição do período de monarquia para o republicano o país enfrentava muitas dificuldades com a modernização das relações econômicas, em que uma nova ordem comercial era exigida para o crescimento real. No Brasil do século XVIII, a pressão pelo fim do trabalho escravo e para a contratação de mão-de-obra assalariada, a expansão cafeeira, o crescimento desordenado das cidades, o aumento da classe média do Brasil e a exigência da população por um melhor ensino nas escolas, fazem com que, em 1870, essa classe média emergente formada por militares, profissionais liberais, produtores de café e funcionários públicos, lançasse, inspirada nos países europeus, o manifesto republicano. Esse manifesto fazia duras críticas ao sistema imperialista vigente no país, além de questionar os dois partidos existentes na época (liberal e conservador), devido ao estagnamento nas decisões do país, já que o poder era centralizado. Logo em seguida, funda-se o Partido Republicano, ato este desaprovado pelo império.

Santa Catarina e o movimento republicano

A

pesar da província catarinense não ter participado do manifesto republicano, as bandeiras levantadas em prol deste movimento foram apoiadas por muitos cidadãos catarinenses. Temas como a abolição do trabalho escravo e a ideia de um poder descentralizado fizeram com que o partido republicano logo ganhasse adeptos e admiradores por todo o estado. A criação de clubes e jornais para a propagação dos ideais republicanos era enorme: o Clube de Camboriú, em 1887, sob a presidência de Manoel Antônio Pereira; o Clube Republicano Federalista de Joinville; e o Clube Republicano Esteves Jr, em Desterro, sob a presidência do farmacêutico Raulino Júlio Adolfo Oto Horn, no mesmo ano tendo como vice-presidente Gustavo Richard. Jornais eram vários. Em `` Monumento em Irani deixa viva e memória da Guerra do Contestado

Retallhos da História

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A proclamação da república e o primeiro governo republicano em Santa Catarina

A

pós a instalação da república no Brasil, em 15 de novembro de 1889, pelo Marechal Deodoro da Fonseca, foram escolhidos nomes de novos governantes provisórios (até que uma eleição fosse feita), para as unidades da federação. Na administração do governo nacional, foi escolhido o próprio Marechal Deodoro da Fonseca. Em Santa Catarina, a notícia da proclamação foi recebida com entusiasmo e festa por parte dos catarinenses. Os militares catarinenses, juntamente com os membros do Clube Republicano de Desterro, criam um governo provisório em forma de triunvirato. Os nomes dos três homens responsáveis pelo governo republicano no estado eram: Raulino Horn, Coronel João Batista do Rego Barros, comandante da guarnição militar e, Dr. Alexandre Marcelino Bayma, médico da referida guarnição. A maioria dos deputados monarquistas adere, nesse momento, à causa republicana. De modo que a transição de governo foi tranquila, sem nenhum incidente grave. O então presidente da província, Dr. Luís Alves Leite de Oliveira Bello, pacificamente deixa o cargo e entrega para os três representantes republicanos o poder do estado. Nesses primeiros anos da república no Brasil, um nome deixou marcas profundas na história catarinense. Figura marcante, Floriano Peixoto, que, na época da Primeira República, tinha um cargo inferior no exército brasileiro, mas devido à sua atuação enérgica ao debelar sucessivas insurreições contra o governo instaurado, chegou a patente de marechal. Em 1839, quando o então presidente Deo­doro da Fonseca deixou o cargo, Marechal Floriano Peixoto passou a presidente da República, reforçado por sua atuação na Revolução Federalista, no Rio Grande do Sul. A vitória de Floriano sobre essa revolta motivou a ainda controversa mudança de nome da cidade de Nossa Senhora de Desterro, para Florianópolis (“Cidade Floriana”), em nosso estado. Ainda no governo provisório, o primeiro governador do estado foi o Tenente Lauro Severiano Müller, que chegou à capital Desterro em 1889, entre seus feitos pelo estado: viajou para vários municípios, fazendo o congraçamento da república aos cidadãos catarinenses e dissolveu as câmaras municipais criando em seu lugar as intendências municipais. `` Marechal Deodoro da Fonseca promoveu a proclamação da república em 1889, pondo fim a 67 anos de monarquia no Brasil

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Retalhos da História

Lauro Müller convocou de imediato também uma assembléia constituinte e, já no ano seguinte, em 1890, as eleições foram realizadas. Após esses fatos, o Tenente se retirou do governo provisório, ficando em seu lugar o segundo vice-governador, Gustavo Richard, que ficou no comando até o resultado do pleito de 1890. Em 24 de fevereiro de 1891, no Rio de Janeiro, foi promulgada a nova constituição federal, que trazia muitas novidades, entres as principais, a criação da República Federativa do Brasil que, na teoria, correspondia à união dos estados autônomos. Essas mudanças já alteravam bastante a organização do estado, tanto que, a partir dessa constituição seriam eleitos pelo voto direto do povo: Presidente da República, Senadores e Deputados, cujo direito de voto caberia aos cidadãos homens, maiores de 21 anos e alfabetizados; as províncias passariam a ser estados, com maior autonomia política e administrativa, etc. A assembleia constituinte de Santa Catarina, em 28 de abril de 1891, escolheu os novos governantes do estado. Para governador, o eleito foi Lauro Müller, tendo como primeiro vice-governador Raulino Horn e, Gustavo Richard como segundo vice-governador. Em junho desse mesmo ano era criada a primeira constituição do estado catarinense.

O Contestado

D

esde 1853, o território localizado no planalto meridional, entre os rios do Peixe e Peperiguaçu, estendendo-se aos territórios de Curitibanos e Campos Novos, é alvo de disputa dos estados do Paraná e Santa Catarina. Esses dois estados travaram muitas batalhas judiciais por essas faixas de terras. Sendo o estado catarinense vencedor dessas batalhas em 1904, embora o Paraná se recusasse a cumprir a sentença. Houve novo recurso e, em 1909, nova decisão favorável a Santa Catarina, quando, mais uma vez, o Paraná contesta. Em 1910, o Supremo Tribunal dá ganho de causa a Santa Catarina. Essa região era povoada por posseiros, extremamente religiosos e com pouca instrução escolar que, sem perspectivas de ascensão social nos trabalhos em fazendas, preferiam tentar a sorte na agricultura de subsistência. Homens da terra, miseráveis, estavam perdendo o único bem que ainda lhes restava, o pedaço de chão para o cultivo de subsistência. A construção da ferrovia São Paulo – Rio Grande, passando justamente nessas terras, levou um simples monge da


região – João Maria –, a pregar palavras de fé para unir os caboclos e formar um exército capaz de evitar o pior: a retirada deles da região. O Governo Federal apoiava a empresa Southern Brazil Lumber & Colonization Co. Inc., do empresário Percival Farqhuar, na construção da ferrovia e, mandou o Exército brasileiro para a região com o intuito de por fim ao conflito. Uma importância sociocultural de alta magnitude foi vivenciada nos municípios de Irani, Calmon, Curitibanos, Lebon Régis, Campos Novos, Canoinhas, Porto União, Itaiópolis, Timbó, Três Barras, Catanduvas, Capinzal, Matos Costa, Caçador, Mafra e Joaçaba. No lendário e no real do imaginário caboclo, três personagens místicos se revezam e se revelam: `` Monge João Maria D’Agostini: de origem italiana não participa diretamente do movimento, mas sua importância se dá pelo fato de ter sido o primeiro monge curandeiro a arrebanhar seguidores na região e ter sido a inspiração para o monge João Maria de Jesus. `` Monge João Maria de Jesus: seu verdadeiro nome era Anastás Marcaf, de origem francesa, aparece publicamente com a Revolução Federalista, de 1893, mostrando uma postura firme e uma posição messiânica, fazia previsões sobre o fim do mundo. Defensor dos ideais federalistas ele dizia: “estou do lado dos que sofrem” e defendia uma distribuição de terra mais justa. Com seu desaparecimento da região, em 1908, muito se falou sobre sua possível ressureição. `` Monge José Maria: Miguel Lucena de Boaventura era seu verdadeiro nome. De cabelos compridos e barbas longas, com jeito simples de viver, conhecedor de ervas

`` Monge João Maria D’Agostini*

`` Monge João Maria De Jesus*

curandeiras da região, logo se tornou bastante conhecido. Na verdade, o ex-soldado das forças militares do Paraná ganhou mais fama que seus antecessores, pois cativara simpatia de coronéis da região também. Com o início dos conflitos nomeou a comunidade de “Quadro Santo” e criou uma guarda de honra constituída por 24 cavaleiros que intitulou de “Doze Pares de França”, numa alusão à cavalaria de Carlos Magno na Idade Média. Os camponeses uniram-se a José Maria, fundando alguns povoados, cada qual com seu santo.

Cada povoado seria como uma “Monarquia Celeste”, com ordem própria”, numa alusão à cavalaria de Carlos Magno, na Idade Média. Esses grupos contavam com caboclos armados preparados para reagir aos ataques dos governos estaduais (catarinense e paranaense) e Federal. Em 1912, já no primeiro conflito armado ocorrido na região de Irani, apesar da vitória ter sido dos caboclos frente as tropas estaduais, a grande baixa do conflito foi a morte do monge João Maria. Sendo este o principal alvo dos soldados do governo estadual, pois, acabando com líder, acreditava-se que a rendição dos caboclos seria questão de tempo. Só que ocorreu justamente o oposto. O misticismo existente na região por parte dos caboclos, de que o monge voltaria à vida, faz com que estes, juntamente com os coronéis descontentes com as ações do governo Federal, no final de 1913, se reorganizassem. O Quadro Santo e a Monarquia Celestial unem-se para vencer novos embates contra as forças Federais que foram deslocadas para a região, durante os meses de março a maio de

`` Monge José Maria* –– (*) imagens supostas

Retallhos da História

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1914. Também, no ano de 1914, os caboclos ganham um novo líder, na verdade era uma jovem de apenas 15 anos, Maria Rosa, que dizia receber ordens de José Maria. Com seus 15 anos, a jovem Maria Rosa, tal qual uma Joana D’Arc do sertão, já combatia montada em um cavalo branco com arreios forrados de veludo, vestida de branco, com flores nos cabelos e no fuzil. Após a morte de José Maria, Maria Rosa afirmava receber, espiritualmente, ordens dele próprio, o que fez com que ela assumisse a liderança espiritual e militar de todos os revoltosos, então cerca de 6.000 homens. Mas, o exército nacional com um número infinitamente maior, tanto de armas como de soldados, conseguiu após quatro anos de conflito acabar com a resistência local. Hoje, à beira do caminho, marcando a passagem da história, os braços erguidos em forma de cruz do monumento, avisam que a guerra continua.

`` Caboclos preparados para a Guerra do Contestado

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Retalhos da História

`` Gurpo de cavalaria durante a Guerra do Contestado


Fundação dos municípios catarinenses

S

anta Catarina tem hoje 293 municípios, que foram sendo criados conforme as necessidades das regiões. O estado catarinense recebeu vários tipos de imigrantes, que trouxeram ao estado, além da força de trabalho, uma vasta cultura que se espalhou pelos seus quatros cantos. Os europeus – portugueses, italianos, alemães e polacos – são os que vieram em maior quantidade. Não podemos deixar de mencionar, no entanto, os espanhóis, japoneses e os africanos, estes trazidos contra sua vontade, para servirem de escravos. Os comerciantes turcos e libaneses, além é claro dos índios, que já habitavam esta terra antes dos europeus chegarem. Essas diferentes culturas, juntamente com as condições climáticas, fizeram do estado uma grande potência econômica nacional, tanto na indústria, pecuária, agricultura e na pesca, mesmo com seu pequeno espaço territorial. O primeiro município a ser criado, logo com a chegada dos primeiros açorianos, em 1658, foi Nossa Senhora da Graça do Rio São Francisco do Sul, hoje São Francisco do Sul, localizada no litoral norte do estado. Ainda com a chegada dos açorianos, foi fundado, em 1714, o município de Santo Antônio dos Anjos da Laguna, atual Laguna, no litoral sul do estado. Em 1726, Nossa Senhora do Desterro, atual Florianópolis, é desmembrada de Laguna. Ainda no século XVIII, no planalto catarinense, vários povoados foram se formando devido aos caminhos que iam sendo abertos pelos tropeiros gaúchos. Em 1770, Lages foi emancipada da capitania de São Paulo e anexada à capitania de Santa Catarina. Em 1832, municípios como São Miguel, hoje Biguaçu, junto a Porto Belo e São José são desmembrados de Desterro. Em 1859, São Sebastião da Foz do Rio Tijucas, atual Tijucas, também é separada de Desterro. Com o início da colonização europeia no século XIX, muitas cidades do interior do estado são fundadas, São Pedro de Alcântara em 1829 foi a primeira. Entre 1850 e 1930, o estado cria mais algumas cidades, chegando ao número de 34 municípios. A maioria de colonização alemã, italiana ou eslava. Entre elas,

depois vieram Blumenau, Joinville, Brusque, Criciúma, Urussanga, Nova Trento e Joaçaba. Com o acordo de limites, assinado em 1917, faz a fronteira entre Santa Catarina e Paraná ter seus limites definidos. Porto União e Mafra são definitivamente incorporados ao território catarinense. E, em 1930, a fronteira catarinense é delimitada com o estado do Rio Grande do Sul, sendo anexado ao território catarinense o trecho da nascente do rio Mampituba, entre o arroio Josafá e a encosta da Serra Geral. Em 1934, Timbó, Indaial, Ibirama e Gaspar são desmembrados da cidade de Blumenau; ainda nesse ano, Concórdia, Campos Novos e Caçador emancipam-se de Joaçaba, e Jaraguá do Sul, de Joinville. No ano de 1953, o oeste do estado ganha mais oito municípios. Chapecó pela primeira vez é desmembrada, formando os municípios de Dionísio Cerqueira, Itapiranga, Mondaí, Palmitos, São Carlos, São Miguel do Oeste, Xanxerê e Xaxim. Mais de trinta municípios foram criados no ano de 1958. E, de 1961 a 1967, foram criadas mais noventa e uma cidades. Após um intervalo de quinze anos, em 1982, emanciparam-se de Lages, os municípios de Otacílio Costa e Correia Pinto. O maior número de desmembramento ocorreu nas zonas coloniais de maior densidade populacional, como nos vales dos rios Itajaí, do Peixe, Tubarão e Chapecó. Chegando ao século XXI, como já dito, com 293 municípios, que não param de crescer, tanto economica como populacionalmente, já que o estado catarinense recebe todos os dias vários imigrantes. Além de cidadãos de países vizinhos como Argentina e Uruguai, há um crescente número de pessoas oriundas de outros estados brasileiros, atraído não só pelas oportunidades de empregos, em diversos setores da economia que se oferecem no estado de Santa Catarina, mas também pelas belezas naturais ímpares deste maravilhoso estado.

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MesorregiĂŁo da Grande FlorianĂłpolis

`` Governador Celso Ramos estĂĄ entre as cidades mais procuradas durante a temporada, com suas belas praias e tranquilidade

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Economia sólida Destaque para o Setor Mobiliário 1.961 indústrias (2006) 28,4 mil trabalhadores (2006) 2,1% do Valor da Transformação Industrial de SC-(2006)

5,1% das exportações de SC US$ 378 milhões (2007) 0,32% do ICMS estadual (2007)

Cidades Que Constam Nesta Edição: Mesorregião da Grande Florianópolis

A

Grande Florianópolis é constituída por vários municípios e tem uma população superior a 600 mil habitantes. Possui comércio bastante desenvolvido e é onde se concentra boa parte da atividade industrial do estado. Estações termais e lindas praias – como a Guarda do Embaú –, também fazem parte desta região. A cultura açoriana é predominante, destacando-se na arquitetura e na culinária típica à base de frutos do mar. A maior cidade da região é a capital Florianópolis, com mais de 100 praias, natureza exuberante e um rico patrimônio histórico – destaque para as fortalezas. Os outros 12 municípios têm características semelhantes, com atrativos diferenciados, como as estâncias termominerais e o charme de cidades simples e pacatas.

Angelina

Antônio Carlos

Biguaçu

Canelinha

Florianópolis

Governador Celso Ramos Palhoça

São José

São Pedro de Alcântara

Tijucas

Mesorregião da Grande Florianópolis

58 60 64 68 70 76 80 84 88 92

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Angelina Dados Históricos `` Lei e Data de Criação: Lei nº 781, de 7/12/1961 `` Desmembramento: São José `` Gentílico: Angelinense `` Colonização: Alemã `` Outro: Capital Catarinense das Graças, Lei Nº 13.211, de 20/12/2004 `` Aniversário: 7 de dezembro

A

cidade tem uma gruta dedicada à Imaculada Conceição que foi criada em 1899 em cumprimento a uma promessa do Frei Zeno Wallbroehl. É a Capital Catarinense da Graça – tantas alcançadas e atestadas pelas doações dos peregrinos! A sua Via Sacra, com artísticas 14 estações, é um destaque, bem como o promontório onde está instalada a imagem da Virgem Maria, trazida da Alemanha. Angelina é um bucólico retrato de religiosidade e fé, destacado neste “Retratos de Santa Catarina”.

Dados Geográficos `` `` `` `` ``

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Latitude: 27º34’07” Longitude: 48º59’07” Área: 502,7km² Altitude: 450m Cidades Próximas: Rancho Queimado, Santo Amaro da Imperatriz, São Pedro de Alcântara Distrito: Barra Clara e Garcia Rodovias: SC-407 / BR-282 / SC-481 Rios: Garcia, Engano, São João e da Congonha Região: Grande Florianópolis População: 5.322 habitantes Eleitores: 4.458 Divisas: Com Major Gercino, Antônio Carlos, São Pedro de Alcântara, Águas Mornas, Rancho Queimado e Leoberto Leal Distância da Capital: 64km Clima: Mesotérmico úmido, sem estação seca, com verões quentes, apresentando temperatura média anual de 16,3ºC e precipitação total anual de aproximadamente 1.700mm Bacia Hidrográfica: Rio Tijucas Mesorregião: Grande Florianópolis Microrregião: Tijucas Associação dos Municípios: Associação dos Municípios da Grande Florianópolis (GRANFPOLIS) Economia: Baseada na agropecuária, com destaque, ainda, para o turismo religioso `` O angelinense é bastante envolvido com assuntos religiosos

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Mesorregião da Grande Florianópolis


Capital das graças

O

município da fé, que detém o título de Capital Catarinense das Graças, começou a ser colonizado em 1858, com a chegada dos primeiros imigrantes alemães, provenientes das colônias de Sacramento e de São Pedro de Alcântara. Por ordem do Ministério do Império, em 1859 foi fundada a Colônia Nacional de Angelina. O lugar, que até então era conhecido como Vila Mundéus – armadilha rudimentar de caça usada na época –, tornou-se distrito de São José em 1891 e, mais tarde, recebeu o nome de Angelina – uma homenagem ao então presidente do Conselho de Ministros em exercício, Ângelo Muniz da Silva Ferraz. Somente em 1961, Angelina foi elevada à categoria de município. Cidade típica do interior, Angelina tem como base de sua economia a agropecuária. Na agricultura, onde predomina a familiar, o destaque fica por conta da olericultura – cultivo de hortaliças, raízes, bulbos, tubérculos e frutos diversos. Privilegiada por sua exuberante beleza natural, Angelina atrai pessoas que apreciam o contato com a natureza e integra, ainda, o importante circuito de turismo religioso de Santa Catarina. O município, que respira religiosidade e fé, é bastante visitado, pela presença do Santuário Mariano ou Santuário Nossa Senhora de Angelina, formado pela Gruta Imaculada Conceição e pelas 14 estações da Via Sacra. Localizada no centro da cidade, a gruta foi criada em 1899 pelo frei Zeno Wallbroehl, em cumprimento a uma promessa. O local abriga uma imagem vinda da Alemanha, encomendada pelo frei, que morreu antes da chegada dela, em 1902. Em meio a quedas d’água e plantas nativas, o caminho até a gruta possui passagens da Via-Sacra produzidas em gesso por um artesão na Alemanha, em 1900. Outros locais bastante procurados no município são a Colina da Louvação e o Convento das Irmãs Franciscanas de São José – um dos mais belos cartões-postais do município. A Igreja Nossa Senhora da Imaculada Conceição, a Gruta Nossa Senhora Aparecida, a Cachoeira São Sebastião e o Lago Ribeirão Garcia completam o circuito turístico local. Os ares do interior proporcionam uma boa qualidade de vida à população angelinense, que vive aproximadamente 75 anos. O índice de mortalidade infantil no município, que é de 12,98, está abaixo da média registrada em Santa Catarina, que é de 16 a cada mil nascimentos. Já a taxa de analfabetismo, 13,2%, está acima da média estadual, que é de 5,3%. A energia elétrica chega a praticamente todos os moradores, a água encanada é disponibilizada a pouco mais de 93% da população e a coleta de lixo, a 90% dos moradores. O IDH em Angelina é de 0,766. Entre os eventos realizados na cidade, o mais popular é a Festa do Queijo e do Mel, realizada anualmente no mês de abril, que atrai muitos moradores e turistas. `` Igreja Matriz Nossa Senhora Imaculada Conceição

Angelina

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Antônio Carlos Dados Históricos `` Lei e Data de Criação: Lei nº 928, de 06/11/1963 `` Desmembramento: Biguaçu `` Gentílico: Antoniocarlense Colonização: Alemã `` Data de Aniversário: 6 de novembro

Dados Geográficos `` `` `` `` `` `` `` `` `` `` ``

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Latitude: 27º31’01” Longitude: 48º46’03” Área: 228,6 km² Altitude: 30 m Cidades Próximas: Biguaçu, São Pedro de Alcântara, Angelina Rodovias: BR-101 / SC-408 Rios: Biguaçu, Louro, Rachadel, Farias, Braço do Norte, Rancho do Miguel Região: Grande Florianópolis População: 7.087 habitantes Eleitores: 5.805 Divisas: Com os municípios de São João Batista, Biguaçu, São José, São Pedro de Alcântara, Angelina e Major Gercino Distância da Capital: 32 km Clima: Mesotérmico úmido, sem estação seca, com verões quentes, apresentando temperatura média anual de 19,9ºC e precipitação total anual entre 1.700 a 1.799mm Bacias Hidrográficas: Rio Biguaçu Mesorregião: Grande Florianópolis Microrregião: Florianópolis Associação dos Municípios: Associação dos Municípios da Grande Florianópolis (GRANFPOLIS) Economia: Baseada na agricultura, com destaque para o cultivo de hortifrutigranjeiros

Mesorregião da Grande Florianópolis


C

om seus gramados imensos matizando de verde desde a planície até o pé das montanhas, Antônio Carlos é uma das belas oportunidades da Grande Florianópolis! Tem solo extremamente rico e uma gente laboriosa que, na madrugada fria, desce com seus caminhões carregados de rica variedade de verduras e legumes frescos para abastecer o Ceasa. Um polo da urbanidade da descendência germânica é uma evocação à natureza verdejante e preservada a evocar a memória do filho ilustre Raulino Reitz – grande cientista e descobridor das bromélias e orquídeas de Santa Catarina. Sua imponente igreja dedicada ao Sagrado Coração de Jesus é mais uma obra de Simão Gramlich no estado. Município produtor de boa cachaça, Antônio Carlos é, hoje, uma excelente opção para o turismo rural e ecológico e um belo “Retrato de Santa Catarina”!

`` Moinho, cultivo de hortaliças e fabricação artesanal de cachaça

Antônio Carlos

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Homenagem ao estadista

A

ntônio Carlos, antigo distrito de Biguaçu, começou ser colonizado em 1830, quando João Henrique Schoeting, com outras dez famílias e alguns homens solteiros, assentou-se às margens do Rio do Louro. Os descendentes de imigrantes alemães que se estabeleceram no Alto-Biguaçu construíram, ao longo do século XX, um patrimônio cultural bastante expressivo. Apesar do contato antigo e contínuo com Florianópolis e região, Antônio Carlos ainda mantém características marcantes da colonização do imigrante alemão, principalmente na zona rural. Município criado em 6 de novembro de 1963, o nome da cidade foi uma homenagem ao estadista brasileiro Antônio Carlos Ribeiro de Andrade, político mineiro com grande atuação na Revolução de 30. Os colonos alemães e seus descendentes foram gradativamente se estabelecendo às margens do Rio Biguaçu e seus afluentes. Constituem, hoje, cerca de 80% da população do município e, juntamente com outras etnias, fazem a grandeza de Antônio Carlos, que detém uma das melhores qualidades de vida de nosso estado. A principal atividade econômica do município é a agricultura. A cidade destaca-se na produção de hortifrutigranjeiros, sendo a maior fornecedora desses produtos na região da Grande Florianópolis e, um dos maiores produtores do estado. No setor secundário, a indústria de bebidas evidencia-se, com a produção de refrigerantes e a tradicional produção de cachaça. Ainda nesse setor despontam inúmeras pequenas indústrias na área moveleira, na agroindústria e na produção de alimentos.

`` Hotéis do município atraem muitos turistas durante a temporada

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`` Parques aquáticos são mais uma opção turística em Antônio Carlos

Natureza verdejante

O

utra atividade econômica importante no município é o turismo. Os visitantes são atraídos pela tranquilidade, a qualidade de vida e a natureza da cidade, e também pelos diversos parques aquáticos existentes na região. O município possui características de uma pequena cidade do interior, com ar bucólico, típico da colonização germânica, tornando a cidade um excelente lugar para viver. Sossego, paz, desenvolvimento social e natureza são atrativos peculiares ao município, que oferece belas paisagens, cortadas por rios e cachoeiras ímpares. Antônio Carlos, com estes vários rios e riachos de águas límpidas e cristalinas atravessando seus vales, emoldurando um espetáculo natural, apresenta, também, imponentes quedas d’água. As cachoeiras ficam em propriedades particulares, protegidas permanentemente do contato humano. Pela janela do carro, o visitante poderá contemplar várias paisagens verdes deslumbrantes. Na propriedade dos Kremer, em Santa Maria, há poços e cascatas; do mesmo modo, na propriedade dos Manes, em Rio Farias. A população antoniocarlense vive aproximadamente 78 anos, e a mortalidade infantil no município é 8,10 a cada mil nascimentos. Já a taxa de analfabetismo é de 6,5%. Serviços básicos como água encanada, energia elétrica e coleta de lixo chegam a praticamente 99% dos moradores. O IDH em Antônio Carlos é considerado alto, atingindo 0,827. Os traços da colonização alemã em Antônio Carlos ainda estão erguidos em casarões construídos em estilo germânico no centro e no interior do município. Um exemplo é a Igreja de Santa Maria, em estilo gótico, construída no início do século XIX. Já a igreja matriz de Antônio Carlos é um dos maiores templos católicos do estado. Foi construída em sete anos, sendo inaugurada

Mesorregião da Grande Florianópolis


`` Memória colonial: além de belezas naturais, Antônio Carlos mantém uma política de preservação histórica

em 1967. Destaque, ainda, para as grutas de Nossa Senhora de Lourdes e de Nossa Senhora da Glória. Para os amantes de esportes de natureza, o salto do Rio Farias oferece uma queda de 35 metros de altura e, o salto Orcar Mannes, apresenta uma série de belas cascatas.

Traços germânicos talhados

N

o Memorial de Santa Maria é possível encontrar placas de madeira talhadas à mão, que revelam a história e os costumes da comunidade, em especial os traços germânicos. Há peças de trabalho do cotidiano dos colonos do início do século passado, fotografias e livros em alemão. Já o Museu Municipal guarda o acervo histórico-cultural do município, em especial,

pertences do Cônego Dr. Raulino Reitz, expoente da pesquisa botânica em Santa Catarina e no Brasil. O município ainda é conhecido regionalmente pela qualidade na produção de aguardente, passada por várias gerações. Em Santa Maria, há três alambiques em funcionamento, que atendem a visitantes e vendem a cachaça. Na Adega Scherer, é produzida a cachaça envelhecida, de padrões internacionais. O visitante pode adquirir o produto e conhecer a fabricação dessa bebida. Entre as festas realizadas em Antônio Carlos, destacam-se: a Festa da Cachaça – realizada no mês de maio; a Festa da Hortaliça – que acontece em junho; e a Festa do Colono – realizada todos os anos no mês de julho. O ponto alto dos eventos são os desfiles de máquinas agrícolas, que retratam a vida dos colonos em um grande espetáculo. A gastronomia típica também está presente e diversão não falta.

Antônio Carlos

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Biguaçu Dados Históricos `` `` `` `` ``

Data de Criação: 01/03/1883 Desmembramento: Florianópolis Gentílico: Biguaçuense Colonização: Açoriana Data de Aniversário: 17 de maio

Dados Geográficos `` `` `` `` `` `` `` `` `` `` `` ``

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Latitude: 27º49’17” Longitude: 48º65’55” Área: 326 km² Altitude: 3m Cidades Próximas: Antônio Carlos, Tijucas, São José, Florianópolis Distrito: Guaraponga e Sorocaba do Sul Rodovias: BR-101 / SC-408 Rios: Biguaçu, Cachoeira, Três Riachos, Felício e Inferninho Região: Litoral População: 53.444 habitantes Eleitores: 36.948 Divisas: Com os municípios de Tijucas, Governador Celso Ramos, São José, Antônio Carlos, São João Batista e Canelinha Distância da Capital: 28 km Clima: Subtropical. Mesotérmico úmido, sem estação seca, com verões predominantemente quentes apresentando temperatura média anual de 19,9ºC e precipitação total anual entre 1.600 a l.700mm Bacias Hidrográficas: Rio Biguaçu Mesorregião: Grande Florianópolis Microrregião: Florianópolis Associação dos Municípios: Associação dos Municípios da Grande Florianópolis (GRANFPOLIS) Economia: Baseada na agricultura, turismo e comércio

`` Igreja São João Evangelista, a matriz de Biguaçu

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Mesorregião da Grande Florianópolis


P

`` Casa dos Açores, onde funciona o Museu Etnográfico. No local, é possível conhecer o artesanato, os costumes e o folclore dos portugueses que habitavam a localidade

Diversidade turística

A

té 1970, a economia de Biguaçu dependia, principalmente, da agricultura, pecuária e pesca. Hoje, a indústria é responsável pela maior parte dos empregos gerados no município, juntamente com um comércio em expansão. Os principais produtos industriais de Biguaçu derivam da indústria de plástico e da alimentícia. A cidade dispõe de boas áreas para instalação de plantas industriais, além de possuir acesso ao gás natural, com uma distribuidora da Petrobras. A agricultura, embora tímida, ainda possui significativa importância para a economia local, principalmente na produção de plantas para jardinagem, com destaque para a produção de gramas e palmeiras, além da produção de verduras para o comércio regional. A pesca, por sua vez, é praticada de forma artesanal. Em Biguaçu, a expectativa de vida ultrapassa os 76 anos. A mortalidade infantil é de 12,92 a cada mil nascimentos. O índice de analfabetismo é de 7,5%. Os serviços básicos de energia elétrica, água encanada e coleta de lixo atendem a praticamente todos os moradores locais. O IDH em Biguaçu é de 0,818. Os principais pontos turísticos do município estão localizados no Balneário de São Miguel, que oferece, além de belíssima paisagem, uma excelente estrutura gastronômica, rica em frutos do mar. Berço da colonização de Biguaçu,

rimeira capital da então capitania de Santa Catarina, fez de São Miguel da Terra Firme um referencial histórico para Biguaçu. Com início em 1748, quando açorianos e madeirenses ali se assentaram, deu-se a colonização do município. O seu aqueduto, cujas ruínas ainda se observam; o grande Casarão; a Igreja de São Miguel, com seu campanário; a praia; as cachoeiras e as belas fazendas no interior, contam a histórica Biguaçu. Um dos seus encantos, o Casarão Born – onde funcionava o Clube XVII de Maio –, agora restaurado, era local de encontro das famílias locais. A Igreja de São João Evangelista e sua praça encantadora descrevem esta cidade, hoje em grande expansão, como um feliz “Retrato de Santa Catarina”!

São Miguel sofreu com a abertura e pavimentação da BR-101, perdendo grande parte de suas construções históricas, que foram demolidas ou removidas em decorrência da obra. Das que restaram, são evidências: a Igreja de São Miguel – belíssimo exemplar da arquitetura açoriana, possui os sinos doados por Dom Pedro II, em 1845; o Museu Etnográfico Casa dos Açores – construção datada do final do século XIX, abriga o museu e diversas exposições de cunho cultural e também uma área livre com árvores frutíferas. Completando o cenário formado pelo complexo arquitetônico local, existe uma cachoeira acessível em São Miguel, próxima ao aqueduto – utilizado para abastecimento de água potável dos barcos e navios da região –, muito utilizada para atividades de lazer. Já no centro de Biguaçu, o destaque turístico fica por conta do Casarão Born, construído em 1891, que pertenceu ao primeiro prefeito de Biguaçu, João Nicolau Born. O Casarão Born está localizado na Praça Nereu Ramos, no centro de Biguaçu. Possui um estilo misto, teuto-açoriano, representando a diversidade cultural local. Ao longo das vias públicas, na sede do município e no interior, encontram-se várias construções que guardam a arquitetura dos tempos coloniais. No interior também há várias cachoeiras de águas limpas, próprias para o banho. O Rio Biguaçu, principal responsável pelo desenvolvimento do muni-

Biguaçu

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cípio, quando da colonização de seu interior, além de um atrativo, é uma via de deslocamento potencial. A Reserva Indígena do município é outro destaque da cultura local e retrata um pouco da tradição Guarani. As festas realizadas no município são outro atrativo: a Festa do Divino Espírito Santo, instituída pela Rainha Santa Isabel em 1926, é comemorada sempre no mês de julho; a Festa de Nossa Senhora dos Navegantes é realizada sempre no último final de semana de janeiro; já a Bigfest é o evento anual, em comemoração ao aniversário do município – 17 de maio. Outras festas também movimentam o calendário de Biguaçu, como, a Festa de Nossa Senhora, a Festa do Agricultor e a Festa do Colono.

Trajetória

A

história do município de Biguaçu teve início em 1748, quando imigrantes portugueses vindos do arquipélago dos Açores e da Ilha da Madeira foram assentados no lugarejo denominado São Miguel da Terra Firme. O início da colonização do município contou, ainda, com outras duas correntes de migração: negros, vindos da África, e alemães, vindos de Bremen. A freguesia de São Miguel foi a capital da capitania de Santa Catarina, no período entre 10 de outubro de 1777 e 2 de agosto de 1778, ocasião em que os espanhóis ainda ocupavam a Ilha de Santa Catarina. Em março de 1833, a freguesia de São Miguel foi elevada à vila, e criado o município de Desterro – atual

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Florianópolis. No entanto, devido à decadência econômica, aos frequentes surtos de malária e ao desmembramento de novas freguesias, São Miguel passou a perder sua importância e seu prestígio. Foi então que surgiu, na segunda metade do século XIX, um povoado – atual cidade de Biguaçu –, na margem direita do Rio Biguaçu, que foi crescendo, aos poucos, graças às terras férteis e ao trabalho dos colonos, emancipando-se em 17 de maio de 1833. Mais tarde, por volta de 1874, surgiram a primeira igreja e um cemitério, resultando na criação de uma freguesia, em 19 de dezembro de 1882. Em 1886, lideranças políticas conseguem transferir a sede do município para Biguaçu, que fica elevada à categoria de vila. Em 1888, por decisão do governo da província, a sede municipal volta para São Miguel, vindo a acontecer quase no final de 1889, devido à oposição dos vereadores. Em 22 de abril de 1894, acontece a mudança definitiva da sede municipal de São Miguel para Biguaçu. Pelo menos três versões circundam a origem do nome Biguaçu. Uma delas afirma ser de origem indígena, que significa “Biguá Grande” – uma alusão a Biguá, um pássaro aquático ainda hoje encontrado no Rio Biguaçu. Outra versão assegura que o nome se deve a uma árvore semelhante ao jambolão, chamada popularmente de “baguaçu”. Já a terceira hipótese sustenta que o nome se origina da palavra “Guambyoasu” – vocábulo da língua usada pelos antigos índios carijós , cujo significado é “grande cerca de paus” ou “cerca grande”.

Mesorregião da Grande Florianópolis


`` Cidade banhada pelo mar: corredeira em Biguaçu e a baía

Biguaçu

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Canelinha Dados Históricos `` Lei e Data de Criação: Lei nº 855, de 03/12/1962 `` Desmembramento: Tijucas `` Gentílico: Canelense `` Colonização: Italiana e açoriana `` Data de Aniversário: 23 de dezembro

Dados Geográficos `` `` `` `` `` `` `` `` `` `` ``

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Latitude: 27º15’54” Longitude: 48º46’04” Área: 151km² Altitude: 17m Cidades Próximas: Brusque, Nova Trento, São João Batista, Tijucas Rodovias: BR-101 / SC-409 / SC-411 Rios: Tijucas, Oliveira, Campo Novo, Itinga, Morretes e da Dona Região: Grande Florianópolis População: 9.696 habitantes Eleitores: 7.759 Divisas: Com os municípios de Brusque, Camboriú, Tijucas, Biguaçu, São João Batista e Nova Trento Distância da Capital: 65 km Clima: Mesotérmico úmido, sem estação seca, com verões quentes, apresentando temperatura média anual de 20ºC e precipitação total anual de aproximadamente 1.700mm Bacias Hidrográficas: Rio Tijucas Mesorregião: Grande Florianópolis Microrregião: Tijucas Associação dos Municípios: Associação dos Municípios da Grande Florianópolis (GRANFPOLIS). Economia: baseada na indústria cerâmica, de confecção em malhas e de calçados

`` Campeonatos nacionais e internacionais de Motocross costumam agitar a cidade

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Mesorregião da Grande Florianópolis


O

portal de boas-vindas dá ao visitante uma noção clara de que está num centro de produção cerâmica do estado, com suas múltiplas chaminés de olarias, algumas já sofisticadas, dentro dos padrões da modernidade. Terra de gente laboriosa que tem, entretanto, tempo para a diversão e o lazer. O Rodeio Nacional, realizado sempre no mês de setembro, no CTG Fazenda Silva Neto, traz todos os anos à cidade mais de 30 mil pessoas, além das festas do Colono e de Sant’Ana, padroeira do município. Em Canelinha, acontecem anualmente torneios nacionais e internacionais de Motocross, cabendo-lhe o destaque pela simpatia e pelo bem receber, colocando a cidade em evidência neste “Retratos de Santa Catarina”.

“Cuidado com a canelinha”

A

Terra da Cerâmica, como é conhecida a cidade de Canelinha, iniciou sua história no final do século XVIII, quando a Coroa Portuguesa decidiu expandir a distribuição de sesmarias do litoral para o interior. Foi criado um porto onde fica hoje o município de São João Batista. A preocupação do governo em desbravar e colonizar as terras até então inabitadas gerou grande fluxo de aventureiros na região, transformando o Vale do Itajaí num reduto de imigrantes portugueses, que passaram a habitar as novas terras. Ali, colonos açorianos cultivavam a terra e extraíam madeira. Somente em 1875 chegaram os primeiros imigrantes italianos, completando a característica étnica da população local. O município de Canelinha foi fundado em 23 de dezembro de 1962. A origem do seu nome é bastante curiosa. Segundo conta a história, existia uma árvore caída no Rio Tijucas, que dificultava a passagem das embarcações que navegavam pelo rio. Para prevenir os desavisados da árvore no caminho, os navegadores gritavam: “Cuidado com a Canelinha” – assim acabou se originando o nome do município. A pacata cidade tem como base econômica a indústria cerâmica – atualmente, há mais de uma centena de olarias na localidade. O município fabrica pisos de alta resistência, capazes de suportar o peso do maquinário das grandes indústrias, além de fachadas para prédios residenciais e comerciais, produzindo, inclusive, para os estados do Rio Grande do Sul, São Paulo, Goiás, Minas Gerais e Espírito Santo. A economia local é sustentada, ainda, por pequenas propriedades agrícolas e pela confecção de malhas e calçados. A tranquilidade local pode ser observada na qualidade de vida da população canelense que vive, aproximadamente, 76 anos. O índice de mortalidade infantil no município é de 11,49 a cada mil nascimentos. Já a taxa

de analfabetismo é de 11,8%. Serviços básicos como água encanada, energia elétrica e coleta de lixo chegam praticamente a todos os moradores. O IDH em Canelinha é de 0,795.

Veia esportiva

F

amosa por sediar campeonatos nacionais e internacionais de motocross, Canelinha possui a maior pista deste esporte da América Latina, que está sendo reformulada para ser também uma pista de automobilismo. Na localidade do Morro da Pipa, acontecem torneios de voo livre que, juntamente com os campeonatos de motocross, projetam o município em todo o Brasil. Canelinha também é destaque nacional na produção de mudas e matériaprima de bioativas, sendo um grande polo de visitação de técnicos, produtores, estudantes e profissionais das áreas da saúde. Entre os pontos turísticos de Canelinha, o Motódromo Arthur Jachovicz é o grande destaque, já que o município é hoje referência no país, em termos de motociclismo. O Morro do Rolador, também conhecido como Morro da Pipa, possui uma das melhores rampas para a prática de voo livre, sediando eventos deste esporte que vem popularizando-se no Brasil e no mundo. O CTG Fazenda Silva Neto sedia todos os anos o Rodeio Nacional e possui infraestrutura completa para atender um grande público. Entre os eventos realizados no município, evidenciam-se as festas do Colono e de Sant’Ana – padroeira da cidade –, além do Rodeio Nacional, realizado no CTG Fazenda Silva Neto, que atrai turistas de toda a região.

`` Casa dos Santana é um dos patrimônios históricos de Canelinha

Canelinha

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Florianópolis Dados Históricos `` `` `` `` ``

Data de Criação: 26/03/1726 Desmembramento: Laguna Gentílico: Florianopolitano Colonização: Açoriana Outros: Capital Catarinense do Sandboard, Lei 13.169, de 29/11/2004 `` Aniversário: 23 de março

Dados Geográficos `` `` `` `` ``

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Latitude: 27º35’48” Longitude: 48º32’57” Área: 439,0 km² Altitude: 25m Cidades Próximas: São José, Biguaçu, Palhoça, Balneário Camboriú, Governador Celso Ramos, Garopaba Rodovias: SC-400 / SC-401 / SC-402 / SC-403 / SC-404 / SC-405 / SC-406 Rios: Ratones, Tavares, Vermelho, Itacorubi, Pau de Barro, da Tapera e Cachoeira Grande Região: Litoral População: 396.723 habitantes Eleitores: 288.746 Divisas: Com o Oceano Atlântico e com os municípios de Palhoça, São José, Biguaçu e Governador Celso Ramos Clima: Mesotérmico úmido, sem estação seca, com verões quentes, apresentando temperatura média anual de 19,9ºC e precipitação total anual entre 1.300 e 1.400 mm Bacias Hidrográficas: Rio Biguaçu Mesorregião: Grande Florianópolis Microrregião: Florianópolis Associação dos Municípios: Associação dos Municípios da Grande Florianópolis (GRANFPOLIS). Economia: Além do turismo, a economia local é baseada nas atividades de comércio e serviços `` Forte Santana, construído a partir de 1761, segundo projeto do engenheiro Militar José Custódio de Sá e Faria. Ao fundo, a Ponte Hercílio Luz

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Mesorregião da Grande Florianópolis


...Vozes de violões, aveludadas vozes, a repassar com o vento entre ladeiras e ruelas. “...Um pedacinho de terra, perdido no mar... Num pedacinho de terra, beleza sem par...”

C

antada em verso e prosa pelo saudoso poeta Zininho, Florianópolis é um dos recantos paradisíacos do Brasil, abençoada por uma natureza exuberante. Também chamada de Floripa, a capital catarinense é moderna e cosmopolita, onde o novo e o antigo convivem harmoniosamente. A cidade possui 100 praias, inúmeros parques, reservas naturais, praças, lagoas, dunas e muita história. Fundada por bandeirantes paulistas no final do século XVII, com o nome de Nossa Senhora do Desterro, Florianópolis não passava de uma modesta vila de pescadores. Entre 1748 e 1756, chegaram à região expressivas levas de colonizadores açorianos e madeirenses. Com a independência do Brasil, Desterro torna-se capital da província de Santa Catarina. No século XX, é rebatizada com o nome de Florianópolis – uma homenagem canhestra a Floriano Peixoto, algoz durante a Revolução Federalista.

`` Pesca da tainha faz a festa dos pescadores nos meses frios e aquece a economia no litoral catarinense

Florianópolis

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Capital desejada por todos

O

destino turístico mais procurado, a qualidade de vida mais decantada, fazem de Florianópolis um canto e encanto na vida do catarinense e do brasileiro em si! Baseado no “Rancho de Amor à Ilha”, legado do poeta Zininho, ilustramos alegres trechos deste livro parodiando algumas partes desse hinário, ou, declaração de amor – “um pedacinho de terra perdido no mar... Um pedacinho...”. Ou, ainda, repassamos as frases dolentes de Cruz e Souza, o poeta mor dessa Ilha da Magia, onde violões ainda se fazem ouvir em coros jovens em noites de enluaradas lagoas ou de remansadas praias. Atualmente, o turismo é a principal atividade econômica da cidade. Além do turismo, a economia local reside nas atividades de comércio e serviços, que juntos tem uma fatia de 83%, restando 12% às indústrias de transformação e apenas 5% à agropecuária e à pesca. Nos últimos anos, dois ramos do setor industrial têm se destacado em Florianópolis: informática e vestuário. A produção de moluscos também aparece como uma atividade altamente lucrativa. A Festa Nacional da Ostra e da Cultura Açoriana é prova disso. Durante o evento, os visitantes podem deliciar-se com os mais variados pratos produzidos à base de ostras e de outros frutos do mar, além de conhecer mais da cultura e do folclore local. Nos últimos anos, o setor turístico viveu uma grande transformação em

Florianópolis. A busca por maior organização e crescimento planejado na área levou a cidade a se tornar, segundo pesquisas recentes da Embratur, o segundo destino turístico de estrangeiros em todo o Brasil, atrás apenas do Rio de Janeiro, e o terceiro em número absoluto de visitantes. Além disso, a capital catarinense foi considerada, pela revista Exame (2001), a segunda melhor cidade brasileira para se fazer negócios. Um fator que fez a economia adequar-se a novos tempos e alternativas foi a crise econômica da vizinha Argentina. Acostumado a explorar os “hermanos” e desprezar o turista brasileiro, o trade turístico precisou buscar no mercado nacional sua fonte de sustento. Embora ainda com muitos investimentos no setor, a cada temporada, é comum encontrar turistas descontentes, principalmente, com a falta de infraestrutura das praias, com o trânsito caótico e com os valores cobrados pela prestação de serviços.

Harmonia e sustentabilidade

N

a Ilha de Santa Catarina, o contemporâneo e o histórico convivem em perfeita harmonia. As riquezas naturais, praias, lagoas, morros, mangues, dunas, ilhas e paisagens ainda bastante preservadas, incorporadas à modernidade de uma cidade urbana, tornam Florianópolis a capital com melhor qualidade de vida do Brasil. Em Florianópolis, onde a qualidade de vida é considerada uma das me-

`` A cada ano, o Carnaval de Florianópolis mostra-se mais organizado e atrai as atenções de turistas que passam a temporada no estado. Ao lado, a Catedral Metropolitana reformada

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Mesorregião da Grande Florianópolis


lhores do país – e a melhor dentre as capitais –, a expectativa de vida gira em torno dos 73 anos. A mortalidade infantil está na média estadual, que é de 16,6 a cada mil nascimentos. Já o índice de analfabetismo, 3,6%, encontra-se abaixo da média registrada no estado, que é de 6,62%. Mais de 99% dos moradores têm acesso a serviços básicos de energia elétrica, água encanada e coleta de lixo. O IDH atinge a pontuação de 0,875. Muitas comunidades ainda preservam as marcas da colonização açoriana. Dois bons exemplos são as comunidades do Ribeirão da Ilha e Santo Antônio de Lisboa. Já, no centro da cidade, os sinais da herança açoriana estão preservados nas casas à beira das calçadas, nas igrejas, nos museus e nas ruelas estreitas.

Rota turística

E

ntre os pontos turísticos, destaque para a Ponte Hercílio Luz, uma das maiores pontes pênseis do mundo; o mirante do Morro da Cruz, no centro, de onde se pode ver grande parte da ilha e do continente; e o mirante da Lagoa, que permite uma visão panorâmica da Lagoa da Conceição – cantada em prosa e verso –, de algumas praias e das dunas da Joaquina. Vale ainda um passeio de escuna pela Beira-Mar Norte ou em Canasvieiras. Passar o dia no mar, conhecendo as ilhas que rodeiam a cidade, as fortalezas históricas e observando os

golfinhos e as belas paisagens, é apenas mais uma das tantas opções na “ilha da magia”. Ao norte, ficam os balneários mais sofisticados, com excelente infraestrutura turística e de lazer. A praia de Canasvieiras é o local preferido dos estrangeiros; Jurerê é o balneário mais sofisticado e conta com ótima infraestrutura de hotéis, restaurantes e uma vida noturna bastante movimentada. Ao norte, encontram-se ainda as Praias de Ponta das Canas; Brava; Ingleses; Lagoinha; Cachoeira do Bom Jesus; Daniela; Sambaqui, Cacupé e Santo Antônio de Lisboa. A leste, concentram-se as maiores atrações litorâneas, como a Lagoa da Conceição, famosa por suas rendeiras, restaurantes e bares, e pela vida noturna agitada. A Praia da Joaquina é templo brasileiro do surfe. As imensas dunas da Joaquina são outra atração. A Praia Mole, outro paraíso dos surfistas, é reduto da juventude sarada da ilha. A Praia da Galheta é bastante utilizada para a prática do nudismo e a Praia da Barra da Lagoa concentra a maior colônia de pescadores da Ilha de Santa Catarina. A Praia do Moçambique é muito procurada para a prática do surfe, assim como a Praia do Santinho, a maior de todas. Ao sul da ilha, encontram-se as praias mais rústicas, onde se conservam quase intactas a fauna e a flora. São exemplos a Praia do Campeche, opção para o surfe; o Morro das Pedras, de mar agitado; a Armação, conhecida pela quantidade de restaurantes típicos e pelos pescadores que alugam baleeiras para passeios até a Ilha do Campeche. Separada por um pequeno rio e acessível somente a pé, está a Praia do Matadeiro, excelente local para a prática do surfe.

`` Canasvieiras é uma das praias mais visitadas pelos turistas, principalmente os argentinos, que movimentam a economia durante a temporada

Florianópolis

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No extremo sul, a Praia do Pântano do Sul abriga uma das mais autênticas colônias de pescadores da ilha; a Praia da Solidão; a Caieira da Barra do Sul; a Tapera e o Ribeirão da Ilha, mais antigo distrito da capital e um dos lugares típicos de Florianópolis. Para quem gosta de aventura, vale a caminhada de aproximadamente três horas até a Praia da Lagoinha do Leste, um santuário de natureza preservada; ou até Naufragados, no extremo sul da ilha, com seu mar selvagem e águas frias – uma boa opção para a pesca submarina. A cidade tem igrejas centenárias, como a Catedral Metropolitana, que abriga em seu interior uma escultura de José e Maria em fuga para o Egito, entalhada pelo artista tirolês Demetz, e a Igreja de Nossa Senhora da Lagoa da Conceição, exemplo da arquitetura trazida pelos portugueses, cujo sino foi doado pelo imperador Dom Pedro II. É roteiro turístico também a Igreja da Ordem Terceira de São Francisco da Penitência, no centro da cidade; a de Nossa Senhora do Rosário; a de São Francisco de Paula, construída em 1830, em estilo açoriano, e a de Nossa Senhora das Necessidades, em Santo Antônio de Lisboa, monumentos históricos e testemunhos da fé e religiosidade do ilhéu. As fortalezas, igualmente, resgatam a história de Florianópolis: Santa Cruz, São José da Ponta Grossa, Santana, Fortaleza de Nossa Senhora da Conceição, Santo Antônio e Anhatomirim.

Diversão e arte

C

om os seus museus, Florianópolis resgata a história local e traduz o dia-a-dia dos povos que habitaram esta ilha ao longo dos tempos. No centro da cidade, estão o Museu Cruz e Souza, o Largo da Alfândega e a Praça XV de Novembro, onde, conta a lenda, aquele que der quatro voltas na figueira centenária do centro da praça encontrará seu grande amor. Vale ainda um passeio pelo calçadão da Felipe Schmidt, um café no Senadinho e uma visita à Casa Vítor Meirelles, que abriga obras do pintor catarinense. O Centro Integrado de Cultura (CIC) reúne espaços e equipamentos para teatro, vernissages e cinema. Dentre as grandes atrações da cidade, estão o artesanato, com a renda-de-bilro, a redede-pesca e as esculturas em formato de bruxas. Nos bairros mais antigos, encontram-se verdadeiros ícones do folclore açoriano, como boi-de-mamão, Pau-de-Fita, Cacumbi ou Ticumbi, Ratoeira, Terno de Reis e Pão-por-Deus. Também são comuns as benzeduras, crendices e superstições. No imaginário ilhéu, bruxas, fadas, gnomos e duendes misturam o sobrenatural às coisas da terra. A ilha, porém, apresenta uma modernidade digna dos maiores centros do planeta, com hotéis luxuosos e restaurantes dirigidos por grandes chefs. São essas as principais qualidades deste paraíso de múltiplas opções.

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`` Ilha do Campeche é mais um recanto localizado no sul de Florianópolis

Mesorregião da Grande Florianópolis


Florian贸polis

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Governador Celso Ramos Dados Históricos `` Lei e Data de Criação: Lei nº 929 de 06/11/1963. `` Desmembramento: Biguaçu. `` Gentílico: Gancheiro. `` Colonização: Açoriana. `` Data de Aniversário: 6 de novembro

Dados Geográficos `` `` `` `` ``

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Latitude: 27º18’53” Longitude: 48º33’33” Área: 93,1km² Altitude: 40m Cidades Próximas: Porto Belo, Bombinhas, Florianópolis, Tijucas, Biguaçu Rodovias: BR-101 / SC-410 Rios: Inferninho, Pequeno, Antônio Mafra, Jordão e Camarão Região: Litoral População: 13.053 habitantes Eleitores: 12.175 Divisas: Com o Oceano Atlântico e os municípios de Tijucas, Florianópolis e Biguaçu Distância da Capital: 50km Clima: Mesotérmico úmido, sem estação seca, com verões quentes, apresentando temperatura média anual de 20ºC e precipitação total anual de aproximadamente 1.600mm Bacias Hidrográficas: Rio Tijucas Mesorregião: Grande Florianópolis Microrregião: Florianópolis Associação dos Municípios: Associação dos Municípios da Grande Florianópolis (GRANFPOLIS) Economia: Baseada na pesca com destaque para a extração de moluscos e no desenvolvimento turístico com a expansão de empreendimentos hoteleiros e imobiliários

`` Paisagem ímpar em Ganchos do Meio

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Mesorregião da Grande Florianópolis


`` Ganchos de Fora, onde o barcos de pesca completam o cenário

É

um encanto açoriano, de inusitada beleza que, com mais de dois séculos, é tabernáculo do histórico povoamento de nosso litoral pelos imigrantes de Açores. Atraídos pelas baleias, cuja pesca abundante era praticada no lugar, eles deram origem à romântica Armação da Piedade, onde a igrejinha secular é uma das mais antigas do estado e remonta à época. Contudo, o lugar não oferecia as condições necessárias, o que os fez transferirem-se para Ganchos, hoje sede do município de Governador Celso Ramos! Da beleza das baías, a semelhança com Portugal, suas canoas e barcos coloridos, encantando a paisagem praieira de crepúsculos inusitados! A modernidade veste-se da beleza de Palmas, com suas construções dentro dos padrões da modernidade – é um dos pedaços mais valorizados do litoral de Santa Catarina, daí o assédio de investidores do Brasil inteiro. Centro pesqueiro, é hoje um dos maiores produtores de moluscos do país. A hotelaria e o turismo estão guindados à sua beleza – pousadas e hotéis de primeira linha afirmam sua qualidade. A histórica ilha de Anhatomirim faz parte do roteiro turístico da cidade, e a Reserva da Ilha do Arvoredo é uma demonstração da consciência ecológica do município. Um destaque cultural dentro do “Retratos de Santa Catarina”!

Governador Celso Ramos

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`` Casa da “Dona Pininha”, em estilo açoriano, um dos lugares mais tradicionais da cidade

Investidores de olho

A

colonização de Governador Celso Ramos começou há mais de 200 anos, com a chegada de imigrantes açorianos atraídos pela pesca da baleia, os quais deram origem à Armação da Piedade. Como a localidade não oferecia condições para o desenvolvimento do lugar, seus fundadores transferiramse para o lugarejo de Ganchos, onde hoje está a sede do município. Estava criado o município de Ganchos, que foi desmembrado de Biguaçu, em 6 de novembro de 1963. A partir de 12 de maio de 1967, passou a ser denominado Governador Celso Ramos, em homenagem a Celso Ramos, ex-governador do estado de Santa Catarina. Especializada em extração de moluscos, a cidade é considerada uma das maiores produtoras de marisco de cultivo do estado e um importante centro pesqueiro. Com uma população voltada para a pesca, poucas famílias ainda preservam a agricultura de subsistência. O grande salto na atualidade dentro da produção agrícola no município é a produção de iogurte e de outros derivados de leite. As empresas de distribuição de flores e plantas também têm seu comércio garantido. Há alguns anos o município vem recebendo muitos turistas que têm a curiosidade de conhecer as paradisíacas e limpas praias de Governador Celso

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Ramos. Dessa forma, muitos visitantes compram terrenos ou apartamentos com o objetivo de passar seus fins de semana ou as suas férias na cidade. Hoje, o município conta com luxuosos hotéis, resorts e infraestrutura sendo preparada. Mais de 30 belas praias, muitas delas ainda não habitadas, diversas enseadas, baías, a Ilha de Anhatomirim, dentre outros locais, que despertam o interesse de novos empreendedores. Um empreendimento de grande porte que merece ser citado é o Quinta dos Ganchos, em fase de licença ambiental. “Este é o tipo de investimento que buscamos para nosso município, um empreendimento que gere emprego e renda para nossa população. Serão mais de 10 mil empregos para toda a região e, especificamente para Governador Celso Ramos, pesquisamos em torno de 2 mil empregos. Logo no início da execução do projeto haverá novas vagas de emprego e, num médio e longo prazo, não haverá mais desemprego em nossa cidade” (Prefeito Anísio Soares, 2008). Os gancheiros vivem, em média, 75 anos e a taxa de mortalidade infantil no município é de 8 a cada mil nascimentos. E a taxa de analfabetismo é de 10%. Os serviços básicos de água encanada, coleta de lixo e energia elétrica chegam a mais de 99% da população. O IDH de Governador Celso Ramos está na média estadual, atingindo o índice de 0,790.

Mesorregião da Grande Florianópolis


`` Igreja da Armação da Piedade, uma das mais antigas do estado. Ao lado, vista aérea da cidade

`` Fortaleza Santa Cruz de Anhatomirim e, na foto ao lado, o cenário da pesca em Governador Celso Ramos

Governador Celso Ramos

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Palhoça Dados Históricos `` Data de Criação: Lei nº 184, de 24/04/1894 `` Desmembramento: São José `` Gentílico: Palhocense `` Colonização: Açoriana `` Data de Aniversário: 24 de abril

Dados Geográficos `` `` `` `` ``

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Latitude: 27º38’43” Longitude: 48º40’04” Área: 326,9 km² Altitude: 3 m Cidades Próximas: Florianópolis, Tijucas, Antônio Carlos, São José, Biguaçu, Santo Amaro da Imperatriz, Águas Mornas, Rancho Queimado, Angelina Rodovias: BR-101 Rios: Massiambu, Cubatão, Passa Vinte, Aririú e da Madre Região: Litoral População: 122.471 habitantes Eleitores: 73.836 Divisas: Com o Oceano Atlântico e os municípios de São José, Florianópolis, Paulo Lopes e Santo Amaro da Imperatriz Distância da Capital: 15 km Clima: Mesotérmico úmido, com verões quentes, apresentando temperatura média anual de 19,8ºC e precipitação total anual entre 1.300 a 1.500mm Mesorregião: Grande Florianópolis Microrregião: Florianópolis Associação dos Municípios: Associação dos Municípios da Grande Florianópolis (GRANFPOLIS). Economia: Baseada no comércio, na indústria e no turismo

`` Maricultura, importante segmento da economia do município

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Mesorregião da Grande Florianópolis


C

om sua conceituada universidade (Unisul), Palhoça transformou-se, nos últimos quatro anos, no cenário mais importante da Grande Florianópolis. Um município tradicional, com praias belíssimas – inclusive uma para prática do naturismo –, Palhoça é um destaque social pelo cuidado e empreendedorismo da administração pública que trabalha por fazê-la a mais importante dentre as cidades da Grande Florianópolis.

Polo comercial e industrial

A

história do município de Palhoça está diretamente ligada à história da colonização do estado de Santa Catarina. Nascida com o objetivo de dar guarita aos desterrenses e de servir de escudo militar à ilha no caso de invasões espanholas, surgiu o povoado de Palhoça, em 1793. Elevada a município em abril de 1894, foi colonizada inicialmente por portugueses, que se fixaram na Enseada do Brito. Mais tarde, vieram os imigrantes alemães, africanos e italianos. A partir dos anos 1970, a cidade passou a se desenvolver e transformou-se num importante polo comercial e industrial. Mas ainda preserva suas tradições e folclore, em manifestações como o Boi-de-Mamão, a dança do Pau-de-Fitas, o Terno de Reis e o Pão-por-Deus. O nome do município originou-se de casas construídas de pau-a-pique, com cobertura de palha, denominadas palhoça, na localidade da atual região sul do bairro da Ponte do Imaruim. Até o começo dos anos 1970, aproximadamente 69% dos habitantes moravam no campo; nos dias atuais, apenas 4% da população vive na área rural. Poucos habitantes dedicam-se à pesca do camarão, do peixe, do berbigão e do siri. Já a prática da agricultura e da pecuária praticamente não existe mais na cidade.

Franco desenvolvimento

A

tualmente Palhoça é o município que mais cresce na Grande Florianópolis. A cidade é um importante polo comercial e industrial da região. No setor de comércio, possui cerca de 1,5 mil estabelecimentos. No setor industrial, destacam-se principalmente as indústrias de móveis, de produtos alimentícios e de bebidas, metal, máquinas e equipamentos, produtos minerais e não-metálicos e vestuário. O município possui aproximadamente 500 indústrias. A cidade apresenta expectativa de vida em torno de 75 anos. A taxa de analfabetismo é de 6,5%. A mortalidade infantil é de 14,4 a cada mil nascimentos. Mais de 99% da população têm acesso à energia elétrica e mais de 98% recebem água encanada. E o IDH é considerado alto, atingindo 0,816. Parques ecológicos, praias, pousadas, morros e restaurantes fazem par-

`` Vista aérea da cidade e a cultura indígena preservada

Palhoça

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`` Portal da cidade recebe os turistas

te das maravilhas de Palhoça. Os primeiros colonizadores da região, portugueses, açorianos, italianos e alemães, deixaram marcas fortes nas tradições, nos costumes e na arquitetura da cidade. Palhoça é destaque na produção de mariscos, ostras e camarões, além de ser um dos maiores polos de criação de escargot do Brasil. O artesanato é bem diversificado, evidenciam-se a cultura indígena e os engenhos e alambiques, que ainda produzem farinha e cachaça de modo artesanal. Trabalhos em conchas, pinturas diversas, peças em barro e madeira são facilmente encontrados na região. As festas comemorativas aos santos são bastante cultuadas pelo povo palhocense, entre elas: a Festa dos Navegantes – em fevereiro; as festas do Senhor Bom Jesus de Nazaré e do Divino Espírito Santo – em junho. Do mesmo modo, acontece o folclore, que aborda as danças do Boi-de-Mamão, Terno de Reis e cantorias do divino, preservando a base da colonização açoriana. Palhoça possui um dos maiores mangues de toda a América do Sul, e quase 70% de sua área é composta pela Mata Atlântica. Rico em fauna e flora, o Parque Florestal da Serra do Tabuleiro é parte do território de Palhoça. Dentro do parque, há um zoológico com espécies raras e uma exposição da flora da região. Uma trilha ecológica leva até o topo do Morro da Pedra Branca, com 500 metros de altitude de onde a vista é belíssima. O Morro do Cambirela, a 1043 metros de altura, também proporciona uma paisagem de encher os olhos. No Morro dos Cavalos, encontra-se a Comunidade Indígena Guarani, que se fixou na região no final da década de 1960. Casas de pau-a-pique, características das antigas construções indígenas, ainda podem ser encontradas na comunidade. A geração de renda

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dos índios guaranis desta região é feita pela venda de artesanato, produzido principalmente pelas mulheres da comunidade.

Bela por natureza

E

ntre suas belas praias, está a Enseada de Brito, tombada pelo patrimônio histórico por seus casarios coloniais. É um lugar calmo, que abriga uma comunidade com mais de 250 anos e ainda conserva os traços açorianos. A Guarda do Embaú é um dos pontos mais badalados da cidade, sendo a preferida pelos jovens, principalmente os amantes do surfe. Considerada uma das mais belas do Brasil, é a praia que oferece a melhor infraestrutura para os turistas. Já, a Pinheira é um verdadeiro paraíso cercado por águas limpas e tranquilas, com muita mata verde. A Praia do Sonho também oferece, além da tranquilidade, águas perfeitas para pescaria, ideal para quem procura paz e sossego. Na Praia de Pedras Altas, a segunda praia naturista mais frequentada de Santa Catarina, o mar é seguro e proporciona bons passeios de barco. Entre as seis ilhas que fazem parte do município, a Ilha dos Papagaios é a que mais se destaca. A qualidade de seus empreendimentos, a criação de ostras e mariscos e a tranquilidade e beleza do local atraem turistas do Brasil e do mundo. Uma ótima infraestrutura hoteleira, turística, gastronômica e de serviços é encontrada nas praias de Palhoça. O município é reconhecido pelo Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur) como polo turístico. É uma das cidades que mais oferece opções de lazer em suas praias e ilhas para os visitantes que lá passeiam.

Mesorregião da Grande Florianópolis


`` Aldeia indígena, a maricultura e a Ilha do Papagaio, um dos recantos mais procurados de Palhoça

Palhoça

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São José Dados Históricos `` Lei e Data de Criação: Lei nº 415, de 01/03/1833 `` Desmembramento: Florianópolis `` Gentílico: Josefense `` Colonização: Açoriana `` Outros: Capital Catarinense da Tradição Açoriana, Lei 12.916, de 23/01/2004 `` Data de Aniversário: 19 de março

Dados Geográficos `` `` `` `` ``

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Latitude: 27º36’55” Longitude: 48º37’39” Área: 113,6 km² Altitude: 8 m Cidades Próximas: Florianópolis, Biguaçu, Palhoça, São Pedro de Alcântara, Santo Amaro da Imperatriz, Antônio Carlos Rodovias: BR-101 / SC-407 Rios: Maruim, Forquilhinhas também conhecido como Potecas, Três Henriques, Serraria ou Carolina, Beicheler e Araújo Região: Grande Florianópolis População: 196.887 habitantes Eleitores: 129.549 Divisas: Com os municípios de Biguaçu, Florianópolis, Palhoça, Santo Amaro da Imperatriz, São Pedro de Alcântara e Antônio Carlos Distância da Capital: 10km Bacias Hidrográficas: Rio Cubatão do Sul Mesorregião: Grande Florianópolis Microrregião: Florianópolis Associação dos Municípios: Associação dos Municípios da Grande Florianópolis (GRANFPOLIS). Economia: Baseada principalmente na indústria, no comércio e na prestação de serviços

`` Vista noturna da orla marítima de São José

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Mesorregião da Grande Florianópolis


T

erra do saudoso Cardeal Dom Jaime de Barros Câmara, São José é exemplo de educação e fonte inesgotável de tradição. Tornou-se importante centro de empresas pela proximidade com Florianópolis, sua vizinha mais importante. Pioneira em educação municipal, a cidade tornou-se referência nacional ao criar a única universidade municipal gratuita do país. Seu empresariado pujante torna-o um especial município dentro da série “Retratos de Santa Catarina”. Um centro histórico charmoso, igrejas centenárias com imagens barrocas e a modernidade contrastante da Avenida Beira Mar, obra arrojada dos últimos administradores.

Memória açoriana conservada

Q

uarta localidade fundada em Santa Catarina, São José foi colonizada por 180 casais de açorianos, que chegaram em 19 de março de 1750, oriundos das ilhas de São Miguel e de São Jorge, nos Açores. Graças a seu rápido desenvolvimento, em 1756 foi elevada à categoria de freguesia. Importante centro de comércio, a localidade foi emancipada em 4 de maio de 1833. No ano de 1845, quando recebeu a visita do Imperador Dom Pedro II e de Dona Thereza Cristina – que estavam a caminho de Caldas do Cubatão, hoje Caldas da Imperatriz –, São José já possuía 21 mil habitantes. O desenvolvimento do município foi incrementado a partir da década de 1970, com a instalação de conjuntos habitacionais e com a expansão da indústria e do comércio. Enquanto o centro da cidade preserva as características arquitetônicas do passado e oferece a calma de uma cidade do interior, Kobrasol surge como o bairro de maior movimento, onde se concentram um terço da população e inúmeras empresas comerciais e de serviço. A base de sustentação da economia josefense está fundamentada no comércio, indústria, atividade de prestação de serviços, pesca artesanal, maricultura e produção de cerâmica utilitária. São José apresenta ainda um enorme potencial turístico, histórico, cultural e arquitetônico. Reúne casarios de origem luso-açoriana, em construções dos séculos XVIII, XIX e XX. Evidenciam-se o Centro Histórico, que inclui o Teatro Adolpho Mello, a Biblioteca Municipal, o Museu Histórico, a Casa da Cultura, o Largo da Carioca e a Igreja Matriz. Às margens da BR-101, destacam-se fábricas e indústrias das mais variadas, que produzem desde móveis a artigos de matéria plástica. São José apresenta expectativa de vida em torno de 75 anos. A mortalidade infantil é de 12,92 a cada mil nascimentos. Já a taxa de analfabetismo é de 4,5%. O município oferece serviços básicos (água encanada, energia elétrica e coleta de lixo) a mais de 98% dos moradores e o IDH é de 0,849. As

praias locais, ainda que impróprias para banho, contam com inúmeros bares e restaurantes, que oferecem os melhores frutos do mar da região.

Badalação e natureza

D

estaca-se, no gênero, a Ponta de Baixo, muito procurada por quem gosta de curtir a noite. Na estrada geral para a Colônia Santana, a Pedra Branca atinge 460 metros de altura e descortina um panorama de rara beleza, sendo utilizada também para a prática do voo livre. No Balneário de Guararema, é possível ter uma maravilhosa vista para o mar e também da Ilha de Santa Catarina. Choperias, bares e restaurantes com comidas típicas, principalmente frutos do mar, são outros aspectos importantes do balneário. O município abriga a Usina Sertão do Imaruim, construída em 1907 e, na época, fundamental para a geração de energia elétrica em Santa Catarina. Em 1972, a usina foi definitivamente desativada, tendo operado ininterruptamente durante 65 anos, com suas máquinas originais. Outra atração do município é o Lago da Pedreira, um paraíso esculpido pelo homem e pela natureza que se transformou em local de lazer. Aproximadamente há vinte anos, uma empresa adquiriu um terreno no bairro Bela Vista para a extração de minérios. Os trabalhos resultaram num buraco próximo a um imenso paredão formado por rochas. Com o passar dos anos, o local acabou sendo tomado pelas águas da chuva e de uma nascente, formando o popular Lago da Pedreira.

`` Beira Mar de São José

São José

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Entre os atrativos culturais, destaque para a Casa da Câmara e cadeia. Construída em 1854, é um dos poucos exemplares desse tipo de edificação encontrado no sul do Brasil. O andar térreo era destinado aos presos e o superior, à câmara municipal, júri e audiência. Hoje, restaurado, abriga a Secretaria de Finanças do município. O Solar da Guarda Nacional é um marco histórico e arquitetônico. Construído em 1722, é o único prédio intacto em sua construção original – o colonial rústico português de grandes dimensões. O prédio serviu de residência, escola Militar, Quartel da Guarda Nacional e chegou a cortiço. Atualmente, reformado, abriga no andar superior o Museu Histórico e, no inferior, a Biblioteca Pública Municipal. Rica em história, a cidade abriga também o Jardim Carlos Napoleão Poeta – antigo posto do século passado –, por onde cruzaram D. Pedro II e D. Tereza Cristina. O jardim encontra-se totalmente recuperado, revestido em Petit Pavê. Foi urbanizado em 1920, com palmeiras de 1903. No Bico da Carioca, o visitante retorna a 1843, ao local onde os escravos lavavam as roupas de seus senhores. O prédio do Teatro Adolfho Mello foi construído em 21 de junho de 1856 e, durante muitos anos, serviu de palco e cinema a muitas gerações.

Religiosidade

N

as construções religiosas, destaque para a Igreja Matriz de São José, construída no mesmo local em que os colonizadores ergueram a primeira ca-

`` Igreja Matriz de São José

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`` Centro Multiuso, que estimula o turismo de eventos na cidade

Mesorregião da Grande Florianópolis


pela, uma das mais antigas do município, com valioso acervo de obras sacras, representadas por diversas imagens, destacando-se a do Padroeiro São José. Já a Igreja Matriz de Barreiros, uma construção moderna, apresenta no teto uma faixa aberta nos lados, possibilitando a penetração solar. No interior do templo, cultiva-se um gramado, com roseiras e arbustos de pequeno porte. Uma das mais recentes construções do município é o Centro Multiuso de São José, um empreendimento versátil, com uma área de mais de onze mil metros quadrados. Localizado na Avenida Beira-Mar de São José, o local tem como objetivo centralizar a cultura, o turismo, o esporte e o lazer no município.

Olaria

E

ntre as tradições mantidas ao longo do tempo, está a arte de confeccionar artesanatos de barro. As peças são muito apreciadas pelos turistas, que as procuram nas próprias olarias. São José abriga a única escola de oleiros do país. Criada em 1992, pela Secretaria da Educação e Cultura, a Escola de Oleiros Joaquim Antônio Medeiros tem como objetivo impedir a extinção desse ofício secular, que já sustentou muita gente no município há poucas décadas. Em 1940, havia mais de cinquenta olarias em São José. Hoje, são poucos os que conseguem viver da arte de produzir figuras e potes de argila. Seja por sua importância histórico-cultural, seja por seu destaque na educação, São José é referência de progresso e de um empresariado pujante, cauteloso às transformações da sociedade contemporânea.

`` Kobrasol, o primeiro bairro da cidade hoje conhecido pelo perfil boêmio

São José

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São Pedro de Alcântara Dados Históricos `` Lei e Data de Criação: Lei nº 9.534 de 16/04/1994, alterada para 9.943/95 `` Desmembramento: São José `` Gentílico: Alcantarense `` Colonização: Germânica e lusoaçoriana `` Outros: Capital Catarinense da Colonização Alemã, Lei 13.173 de 29/11/2004 `` Data de Aniversário: 16 de abril

Dados Geográficos `` `` `` `` ``

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Latitude: 27º33’58” Longitude: 48º48’91” Altitude: 230 m Área: 140,0 km² Cidades Próximas: Antônio Carlos, Angelina, Florianópolis, São José, Palhoça, Santo Amaro da Imperatriz, Águas Mornas Rodovias: SC-407 / BR-101 Rios: Maruim, Forquilhinhas também conhecido como Potecas, Três Henriques, Serraria ou Carolina, Beicheler e Araújo Região: Grande Florianópolis População: 4.765 habitantes Eleitores: 3.789 Divisas: Com os municípios de Antônio Carlos, São José, Santo Amaro da Imperatriz, Águas Mornas e Angelina Distância da Capital: 32km Bacia Hidrográfica: Rio Cubatão do Sul Mesorregião: Grande Florianópolis Microrregião: Florianópolis Associação dos Municípios: Associação dos Municípios da Grande Florianópolis (GRANFPOLIS) Economia: Baseada na agricultura, com destaque na produção de hortigranjeiros e na produção de derivados de cana `` Vista aérea de uma das cidades mais alemãs do estado

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Mesorregião da Grande Florianópolis


`` Ponto turístico: corredeira

C

om a debandada europeia, fruto do pós-guerra da velha Europa, onde a escassez de terra fez com que muita gente migrasse para outros países, a Alemanha está entre as principais correntes migratórias com vistas ao Brasil. Nos idos de 1828, famílias inteiras, casais ou solteiros casadouros vieram para o Brasil, escolhendo Santa Catarina para morar. Deixando o velho continente, partindo das regiões de Hunsrüch e Eifel, sudeste da Alemanha, chegaram à terra barriga verde, fazendo hoje a cultura e o progresso de grande parte dos municípios de Santa Catarina. Sua culinária, seus costumes, sua música animada e suas danças, combinadas aos coloridos trajes, deram a São Pedro de Alcântara o título de “berço da colonização alemã em Santa Catarina”, de onde emanaram, par e passo, com o Vale de Itajaí, recursos que hoje fizeram importantes famílias! Dali surgiu, filho de imigrantes da região, Lauro Severiano Müller, primeiro governador da província e, posteriormente, Ministro das Relações Exteriores. Esta é São Pedro de Alcântara, capital catarinense da colonização alemã, mais um precioso “Retrato de Santa Catarina”!

São Pedro de Alcântara

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Sotaque alemão

A

história de São Pedro de Alcântara confunde-se com a própria história da colonização de Santa Catarina. Tudo começou em novembro de 1828, quando chegaram a Desterro, hoje Florianópolis, veleiros com 635 imigrantes vindos da região do Rio Mosela, Hunsrüch e Eifel, atual estado da Renânia-Palatinado, na Alemanha. Entre eles, vieram agricultores, soldados e artesãos. Por determinação do presidente da província, Francisco de Albuquerque Mello, Silvestre José dos Passos funda, em 1º de março de 1829, a Colônia dos Alemães que, posteriormente, foi denominada São Pedro de Alcântara, em homenagem à família imperial. A fundação ocorreu às margens do caminho de tropas, com cerca de sessenta imigrantes. A partir de 1829, a Colônia de São Pedro de Alcântara recebeu sucessivas levas destes. Depois de desbravarem a mata e construírem suas casas, os colonos edificaram a capela de Santa Bárbara e, em seguida, mais ao sul, às margens do Rio Maruim, organizaram um pequeno núcleo colonial, de onde se originou a cidade de São Pedro de Alcântara. Com o consequente desenvolvimento do núcleo colonial, a colônia foi elevada à freguesia e à paróquia, em 13 de abril de 1844. A autonomia político-administrativa de São Pedro de Alcântara foi obtida em 16 de abril de 1994, colocando a primeira colônia alemã fundada em Santa Catarina na categoria de município. Contudo, o município só veio a ser instalado, de fato, dois anos mais tarde, em 1º de janeiro de 1997. A Igreja Matriz é uma das atrações do lugar. Construída em 1929, no primeiro centenário de imigração alemã, a obra, de grande beleza, possui altar esculpido em madeira. Abriga várias imagens sacras bem trabalhadas. Sua cúpula, de grande altura, remete à basílica de São Pedro, no Vaticano. Fica numa elevação de onde se tem excelente vista de todo o centro da cidade. No pátio da igreja, estão sepultados os párocos. Os alcantarenses vivem, aproximadamente, 76 anos e a mortalidade infantil no município é de 12,92 a cada mil nascimentos. A taxa de analfabetismo é de 9,6%. Os serviços básicos de energia elétrica, água encanada e coleta de lixo atendem a, aproximadamente, 99% da população. O IDH é de 0,795.

Festas

S

`` Igreja Matriz de São Pedro de Alcântara

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ão Pedro de Alcântara é conhecida pelo grande número de festas religiosas. As maiores são realizadas na Igreja Matriz nos meses de julho e outubro: a Festa do Colono e do Motorista, e a Festa do Recheio. Outro evento de importância cultural e histórica é o Oktobertanz, realizado no final do mês de setembro. O evento, tipicamente germânico, abre as Festas de Outubro no estado de Santa Catarina. O município, ainda, mantém atrativos turísticos ligados à natureza, além dos produtos artesanais, como a saborosa aguardente elaborada em centenários engenhos movidos à água. São Pedro de Alcântara é um convite

Mesorregião da Grande Florianópolis


a retomar antigos hábitos. Conserva as características de pequena cidade do interior e tem seu desenvolvimento estruturado no turismo rural, ecoturismo, turismo histórico-cultural, na produção de hortigranjeiros e derivados de cana (cachaça artesanal de alambique, principalmente). A cidade possui engenhos que fazem o melado, a cachaça e a guarapa; possui também os movidos à roda d’água que produzem farinha de mandioca. Na Vila Hoffmann, comunidade rural, próxima à sede municipal, são produzidas cachaça e farinha de mandioca que são revendidas diretamente ao consumidor. Os casarões antigos são outra atração do município e remetem à época colonial, como o templo de Santa Bárbara. São Pedro de Alcântara tem na exuberância da sua vegetação, nas colinas, cachoeiras e cascatas seus maiores atrativos turísticos. O rio Maruim forma belas paisagens com cascatas e piscinas naturais, das quais merecem destaque as cachoeiras da Invernada, Altona, Varginha e do Salto.

`` São Pedro de Alcântara é perfeita para quem procura tranquilidade aliada à natureza exuberante

São Pedro de Alcântara

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Tijucas Dados Históricos `` Lei e Data de Criação: Lei nº 464 de 04/04/1859, Lei atual l.123 de 23/09/1916 `` Desmembramento: Porto Belo `` Gentílico: Tijuquense `` Colonização: Açoriana

Dados Geográficos `` `` `` `` `` `` `` `` `` `` ``

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Latitude: 27º14’29” Longitude: 48º38’01” Área: 280,3km² Altitude: 2m Cidades Próximas: Biguaçu, Itajaí, Florianópolis e Nova Trento Rodovias: BR-101 / SC-411 Rios: Tijucas, Oliveira, Campo Novo, Itinga, Morretes e Dora Região: Litoral População: 27.804 habitantes Eleitores: 21.878 Divisas: Com o Oceano Atlântico e os municípios de Camboriú, Porto Belo, Governador Celso Ramos, Biguaçu e Canelinha Distância da Capital: 50 km Clima: Mesotérmico úmido, com verões quentes, apresentando temperatura média anual de 20ºC e precipitação total anual de aproximadamente 1.700mm Bacias Hidrográficas: Rio Tijucas Mesorregião: Grande Florianópolis Microrregião: Tijucas Associação dos Municípios: Associação dos Municípios da Grande Florianópolis (GRANFPOLIS) Economia: Tijucas tem hoje como principal fonte geradora de trabalho e renda o parque industrial da empresa de cerâmicas Portobello. Mas a economia local é baseada ainda na pesca e na agricultura

`` Ponte férrea Bulcão Viana, em paisagem bucólica

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Mesorregião da Grande Florianópolis


`` Atividades comuns em Tijucas, motocross e a pesca no Rio Tijucas

T

radicional berço de políticos e da memória dos Gallotti, dos Bayer e dos Chaves, entre tantos outros renomes que fazem de Tijucas uma referência! Na educação, sempre brilhou. O Grande Colégio dirigido pelas irmãs – onde havia internato para as filhas de famílias abastadas que ali recebiam esmerada e polida educação. Hoje, com o Rio Tijucas a raspar-lhe as encostas, é uma das antigas cidades do estado que poderia ter recebido maior atenção do patrimônio histórico. Belos casarios se deterioram ao tempo... Sua Festa do Divino e o trabalho do Padre Dan fazem de Tijucas um gracioso capítulo no “Retratos de Santa Catarina”!

Tijucas

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Passado histórico

A

rica e bela história de Tijucas teve início em 1530, com a passagem do navegador europeu Sebastião Caboto pela costa de Santa Catarina, a serviço da Espanha. Mas o povoamento da região só inicia, de fato, a partir de 1788, quando um grupo de colonizadores decidiu subir o Rio Tijucas à procura de pinheiros. Em 1848, surge a freguesia com denominação de São Sebastião da Foz do Rio Tijucas, transformado em município de São Sebastião de Tijucas em 1859. Um ano mais tarde, passa a fazer parte das freguesias de São João do Alto Tijucas e de Porto Belo. Desde então, as mais diferentes culturas, entre italianos, açorianos e negros, começaram a povoar a região. Em 1916, passou a denominar-se Tijucas. Localizado próximo a grandes centros urbanos, tem boa infraestrutura turística e de lazer, com restaurantes e hotéis. O maior atrativo turístico do município é o passado histórico local. A cidade apresenta grande diversidade cultural e geográfica, com bairros de açorianos, negros, italianos. A preservação de casarios antigos e os diversos ambientes naturais atraem turistas durante todo o ano. São muitas as atrações naturais, como cachoeiras, grutas, praias e a própria foz do rio, onde colônias de pescadores dominam o visual. Quem visita Tijucas não pode deixar de conhecer o Centro Cultural Harry Laus, o casario antigo e as oficinas onde eram fabricados os barcos. No turismo de natureza, destaque para o Salto do Rio Tijucas, uma queda d’água com 80 metros de altura; o Salto Encanto, com seus 30 metros; a Gruta da Pedra do Xandoca, com 15 metros de comprimento, que esconde um pequeno córrego bem no centro.

Pesca, agricultura e cerâmica

V

`` Igreja Nossa Senhora dos Navegantes

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oltada inicialmente para a pesca artesanal e a agricultura de subsistência, a economia de Tijucas tem hoje como principal fonte geradora de trabalho e renda o parque industrial da empresa de cerâmicas Portobello. Com o passar do tempo, foi observada, na foz do Rio Tijucas e nos arredores, uma lama escura que, na língua dos indígenas, quer dizer “Tiyuco”. As pessoas influentes da época acharam ser um bom motivo para se trocar o nome para Tijuco. Isso gerou polêmica, uns eram favoráveis, outros não. Estudando, discutindo, aprimoraram o nome para Tijucas. Os tijuquenses vivem, em média, 76 anos e a mortalidade infantil no município é de 12,10 a cada mil nascimentos. A taxa de analfabetismo é de 8%. Em Tijucas, a energia elétrica chega a mais de 99% e o serviço de coleta de lixo atende a, aproximadamente, 97% da população. Já o serviço básico de água encanada atende a pouco mais de 85% dos moradores. O IDH no município é de 0,835. Tendo como padroeiro São Sebastião, o município realiza todos os anos a festa do Divino Espírito Santo – evento de maior destaque e que atrai pessoas de toda a região.

Mesorregião da Grande Florianópolis


`` Cine-theatro, Campo do Tiradentes e Rio Tijucas

Tijucas

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Mesorregi達o Sul

`` Praia de Laguna, Litoral Sul catarinense, conhecida pelas belezas naturais e o Carnaval de rua

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Reduto de maravilhas Destaque para o Setor Plástico 879 indústrias (2006) 31 mil trabalhadores (2006) 4,7% do Valor da Transformação Industrial de SC-(2006)

0,8% das exportações de SC US$ 60 milhões (2007) 1,5% do ICMS estadual (2007)

Destaque para o Setor Cerâmico 739 indústrias (2006) 17 mil trabalhadores (2006) 2,4% do Valor da Transformação Industrial de SC-(2006)

2,7% das exportações de SC US$ 203 milhões (2007) 1,2% do ICMS estadual (2007)

Região Sul de Santa Catarina

A

região sul do estado, além de possuir algumas das praias mais bonitas do Brasil, com sua natureza preservada, destaca-se como forte polo industrial, turístico e cultural. A marca do sul de Santa Catarina é a diversidade. O extrativismo mineral e a indústria cerâmica são as principais atividades econômicas da região, que ainda possui estações hidrominerais e cânions ricos em biodiversidade. Quem a visita pode conhecer de perto as vinícolas e apreciar a cultura italiana em festas típicas. O litoral é conhecido pelas belas praias, como Imbituba e Garopaba – locais ideais para a observação das baleias franca – e da cidade histórica de Laguna. Criciúma e Tubarão são polos econômicos. Tubarão e Gravatal têm estâncias termominerais de alta qualidade. Em Urussanga, Nova Veneza e Orleans, os italianos prevalecem: vinhos coloniais, alegria e hospitalidade. Na divisa com o Rio Grande do Sul, ficam os cânions dos Aparatos da Serra.

Cidades Que Constam Nesta Edição:

Araranguá

Criciúma

Garopaba

Imbituba

laguna

Urussanga

Mesorregião Sul

98 102 106 110 116 120

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Araranguá Dados Históricos `` Lei e Data de Criação: Lei nº 901 de 03/04/1880 `` Desmembramento: Tubarão `` Gentílico: Araranguaense `` Colonização: Açoriana e italiana `` Data de Aniversário: 3 de abril

Dados Geográficos `` `` `` `` `` `` `` `` `` `` ``

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Latitude: 28º56’05” Longitude: 49º29’09” Área: 305,5km² Altitude: 13m Cidades Próximas: Criciúma, Içara, Balneário Arroio do Silva, Forquilhinha Rodovias: BR-101 e SC-449 Rios: Itoupava, Sangrador e Mãe Luzia Região: Extremo Sul População: 57.119 habitantes Eleitores: 41.609 Divisas: Com o Oceano Atlântico e os municípios de Maracajá, Criciúma, Içara, Sombrio, Ermo, Turvo e Meleiro Distância da Capital: 220km Clima: Mesotérmico úmido, sem estação seca, com verões quentes, apresentando temperatura média anual de 19,2ºC e precipitação total anual de aproximadamente 1.200mm Bacia Hidrográfica: Rio Araranguá Mesorregião: Sul Catarinense Microrregião: Araranguá Associação dos Municípios: Associação dos Municípios do Extremo Sul Catarinense (AMESC) Economia: Baseada principalmente na agricultura com destaque ainda para o turismo

`` Vista aérea de Araranguá

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Mesorregião Sul


A

s falésias e as brancas areias despontam no litoral de Araranguá qual moldura para tão importante endereço no sul do estado. O Morro dos Conventos é o seu cartão principal no promontório mais belo de visão paradisíaca que, ao longe, lembra um gótico convento! Cidade das avenidas, postada aos pés da Serra do Mar. As festas, como o Quilômetro de Arrancada de Caminhões – que atrai milhares de pessoas –, criação do ex-prefeito Manoel Motta, assim como a Festa de Nossa Senhora Mãe dos Homens, padroeira da cidade, fazem mais um admirável “Retratos de Santa Catarina”! `` Acima, Barra do Rio Araranguá, ao lado, Pedreira de Araranguá

Araranguá

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Convento gótico

L

ocalizada ao sul de Santa Catarina, a cidade de Araranguá é marcada pelos traços de uma colonização caracterizada pela influência de diferentes povos. Inicialmente, a região servia de passagem a viajantes, como tropeiros, missionários, emissários da corte e militares, que vinham de localidades, como Viamão e Lages. No início do século XIX, chegaram os primeiros colonizadores efetivos, provenientes de Laguna. Eram os portugueses que se estabeleceram, primeiramente, em uma estrada que ligava o sul ao centro do país, na região do Morro dos Conventos. Mais tarde, os imigrantes italianos, alemães, poloneses e espanhóis também vieram colonizar o local. O processo de povoamento da região de Araranguá acarretou a destruição das comunidades indígenas que viviam no local. Apesar de terem sido expulsos de suas terras, os indígenas colaboraram com a história e a cultura do lugar. Uma das contribuições é o próprio nome Araranguá. A cidade, que já se chamou Capão da Espera e Campinas, possui algumas teorias a respeito de sua nomenclatura. Uns acreditam que o nome tem origem na língua indígena e provém do rio que corta a região, o Rio Araranguá. Para outros, o nome é uma junção das palavras arara e anguá que, juntos, significariam o rumor dos papagaios, que voavam aos bandos pelos céus da região. A versão mais popular, porém, é a de que a palavra é uma fusão de arara e guá, e significa Vale das Araras. Sua emancipação aconteceu em dezembro de 1883, quando foi desmembrada do município de Tubarão. A cidade, que fica aos pés da Serra do Mar, foi colonizada principalmente pelos imigrantes de origem açoriana. No entanto, a colonização é realmente marcada, hoje, pela influência dos povos que vieram participar, mais tarde, dessa colonização, em conjunto com os descendentes de açorianos.

Geografia peculiar

C

onhecida como Cidade das Avenidas, Araranguá caracteriza-se, nos dias atuais, por suas amplas ruas e avenidas construídas no século XIX, que foram reurbanizadas em virtude da modernização da cidade. A paisagem é composta, em conjunto com as largas e amplas avenidas, por belíssimos morros, dunas e rios. Localizada a 210km da capital do estado de Santa Catarina, Araranguá tem no turismo uma de suas características econômicas mais importantes. A base da economia local é a agricultura. Destaca-se o cultivo de mandioca, milho, arroz e feijão. Outros aspectos econômicos são também muito importantes para a vida financeira da cidade. O comércio e a prestação de serviços são bastante expressivos e outras atividades importantes são as relacionadas à indústria – metalúrgica, cerâmica, moveleira e de confecções. A cidade apresenta, ainda hoje, 16% de sua população vivendo em área rural. A taxa de mortalidade infantil é de 14,17 a cada mil nascimentos, e a esperança de vida atinge os 74 anos, em média. A taxa de analfabetismo de 7% e quase toda a população tem acesso aos serviços básicos de água encanada, coleta de lixo e energia elétrica. O IDH municipal é de 0,814. O cartão-postal da cidade é o Morro dos Conventos, uma formação rochosa que, vista de alto mar, lembra um imenso paredão semelhante à construção arquitetônica dos antigos conventos. O local, de ímpar beleza, apresenta formações cal-

`` Farol do Morro dos Conventos

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Mesorregião Sul


cárias em forma de gruta e atrai muitos turistas de todo o país. A estação do verão é a principal época em que os turistas procuram a região. O movimento na cidade, durante essa estação, aumenta consideravelmente, e muitas são as atrações apreciadas pelos turistas. O Rio Araranguá é de planície, ideal para a prática de esportes aquáticos. Em um ponto específico, chamado Barra do Rio Araranguá, o rio se une, em perfeita harmonia, com a terra e o mar. É um ponto de rara beleza, onde se convive em paz com a natureza. Nas águas do

rio, ora verdes, ora azuis, os golfinhos vêm brincar e proporcionam um contato ainda maior com a natureza. A prática da pesca por lazer também é outro dos muitos atrativos proporcionados pelo Rio Araranguá. As lagoas formadas na região são procuradas por turistas que curtem a vida em meio às belezas naturais. A mais famosa é a Lagoa Azul. Outras belas lagoas são a Lagoa Dourada, ideal para a prática de esportes náuticos, e a Lagoa do Cortado, admirável em meio à natureza totalmente preservada.

`` Rio Araranguá

Araranguá

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Criciúma Dados Históricos `` Lei e Data de Criação: Lei nº 1.516 de 4/11/1925 `` Desmembramento: Araranguá `` Gentílico: Criciumense `` Colonização: Italiana, alemã, polonesa, portuguesa e africana `` outros: Capital Catarinense do Carvão e das Cerâmicas, Lei 12.349, de 9/07/2002. `` Data de Aniversário: 6 de janeiro

Dados Geográficos `` `` `` `` ``

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Latitude: 28º40’39” Longitude: 49º22’11” Área: 236,6km² Altitude: 46m Cidades Próximas: Araranguá, Içara, Morro da Fumaça, Urussanga, Siderópolis e Nova Veneza Rodovias: BR-101 / SC-443 / SC-444 / SC-445 / SC-446 / SC-447 / SC-448 Rios: Ronco d’Água, Sangão e Medeiros Região: Sul População: 185.506 habitantes Eleitores: 128.692 Divisas: Com os municípios de Siderópolis, Cocal do Sul, Morro da Fumaça, Içara, Araranguá, Maracajá, Forquilhinha e Nova Veneza Distância da Capital: 192km Clima: Mesotérmico úmido, com verões quentes, apresentando temperatura média anual de 19,2ºC e precipitação total anual entre 1.200 e 1.300mm Bacia Hidrográfica: Rio Urussanga Mesorregião: Sul Catarinense Microrregião: Criciúma Associação dos Municípios: Associação dos Municípios da Região Carbonífera (AMREC) Economia: Principalmente indústria, com destaque para a indústria cerâmica

`` Praça do Congresso erm Criciúma

P

ovoada principalmente por italianos de importantes regiões como Veneza e Treviso que em 1880 chegaram ao estado, Criciúma é herdeira de tradições culturais e de potencialidades que a destacam como um dos mais ricos e importantes municípios de Santa Catarina. Com o passar do tempo, muitas etnias passaram a trazer para esta Princesa Carbonífera do Sul o seu legado e suas tradições. A Festa das Etnias reúne a cultura, celebra a herança dos povos e dá a Criciúma um destaque especial, bem como o Festival Internacional de Coros e a Feira do Livro, que movimentam a agenda cultural do sul. As minas de carvão, riqueza negra, são, em Criciúma, um dos destaques neste “Retratos de Santa Catarina”.

Mesorregião Sul


`` Vista aérea da cidade

Em busca do minério

C

riciúma é uma cidade de tradições e de muitas riquezas. Há aproximadamente 130 anos, mais precisamente em 6 de janeiro de 1880, chegaram ao local da atual cidade de Criciúma os primeiros colonizadores, provenientes em sua maioria das regiões de Veneza e Treviso, na Itália. Em meio à mata ainda virgem, os bravos colonizadores armaram um barracão, que deu origem à cidade, alguns anos mais tarde. A primeira construção do local foi arquitetada para abrigar os trabalhadores, que vieram em um número exato de 139 pessoas e que, aos poucos, começaram a criar, nas

desbravadas terras, novas oportunidades de trabalho e de desenvolvimento. Mais tarde, vindos de Laguna e de outras já existentes colônias da região sul catarinense, os imigrantes açorianos e alemães também passaram a habitar a região e a transformá-la em seu novo lar. Já no início do século XX, o carvão mineral passou a ser a principal fonte econômica da colônia, antes baseada na agricultura. O carvão foi descoberto no sul do estado por volta de 1830, por acaso. Tropeiros que passavam pela região, sem o objetivo de colonizá-la, tomaram conhecimento de uma pedra que queimava e se transformava em cinzas em poucos minutos, ao prepararem o jantar em uma fogueira. Logo a notícia se espalhou e chegou a Laguna,

Criciúma

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a maior colônia da região, na época. Alguns anos mais tarde, em 1870, foram realizados pelo presidente da província alguns testes que visavam confirmar a qualidade do mineral. Os resultados foram controversos, uns atestavam sua qualidade, outros depreciavam o mineral. No entanto, percebeu-se claramente a utilidade do carvão mineral nas indústrias, em ampla ascensão após a Revolução Industrial, que eclodiu na Inglaterra e influenciou o curso econômico de quase todos os países do ocidente.

Expansão econômica

C

om a descoberta do útil mineral, a colônia de Cresciuma – como era chamada na época – e todas as outras cidades do sul do estado que fazem parte da região, rica nesse minério, viram na sua utilização uma boa chance de expansão econômica. Por esse motivo, resolveram construir a Ferrovia Tereza Cristina, que escoava o mineral extraído ao porto de Imbituba. Com a eclosão da Primeira Guerra Mundial, em 1914, o carvão mineral passou a ter ainda mais valor no cenário nacional e mundial. O desenvolvimento da região foi inevitável e, em 1925, a colônia de Cresciuma se tornou município, no dia 4 de novembro. A grafia do nome da agora cidade, Cresciuma, que significa planta pequena e úmida, foi mudada para Criciúma em 1943. Nesse mesmo ano, a cidade ganhou o título de Capital Brasileira do Carvão, já que esta era a base da economia, na épo-

`` Praça Nereu Ramos, Museu Augusto Casagrande, Centro Cultural Jorge Zanatta e festa das etnias

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Mesorregião Sul


ca. Criciúma, hoje, é uma cidade de amplas opções econômicas. É a maior cidade do sul do estado e tem na indústria cerâmica e na extração mineral suas principais fontes de economia. A atividade cerâmica é a mais importante na cidade. Criciúma é o maior polo nacional e um dos maiores polos mundiais de fabricação de pisos e revestimentos cerâmicos.

Perfil industrial

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material produzido na cidade tem capacidade qualitativa de competição com países de referência no ramo, como a Itália e a Espanha. Além dessa atividade, Criciúma se destaca nas indústrias de vestuário, de copos e outros utensílios plásticos, de vernizes, calçados e gêneros alimentícios. As indústrias químicas, metal-mecânicas e de tintas são, do mesmo modo, importantes no cenário econômico do município. A cidade conta com um movimentado centro comercial, e o comércio é também um dos responsáveis pela bem desenvolvida economia local. A cidade é sede matriz de grandes redes de supermercado e é uma das preferidas pelas grandes empresas para ser cidade teste de novos empreendimentos, graças ao alto poder aquisitivo e à ampla cultura de sua população. O modo de vida nesta cidade de heranças multiculturais mostra-se nos seguintes números: a taxa de mortalidade infantil é de 22,67 crianças a cada mil, e a esperança de vida da população chega aos 71,2 anos. O analfabetismo é realidade de 4,7% dos criciumenses e os serviços básicos como energia elétrica, água encanada e coleta de lixo são oferecidos a quase toda a população, mais de 99%. O IDH municipal é de 0,822.

Cidade hospitaleira

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cultura da movimentada cidade de Criciúma ainda reflete sua multicultural colonização. Na arquitetura, nos sobrenomes, nos costumes e na fisionomia dos criciumenses, percebem-se traços da colonização de italianos, alemães, poloneses, portugueses e árabes. É essa herança multifacetada a principal responsável pela atual estrutura turística da cidade. Criciúma, ao contrário de quase todas as outras cidades do sul catarinense, não é pródiga em belezas naturais. Seus principais atrativos são relacionados à história, à formação arquitetônica do centro urbano, à economia desenvolvida, à cultura e ao povo criciumense, muito hospitaleiro e trabalhador. A Mina Modelo Caetano Sonego é um dos exemplos de atrações turísticas da Capital Brasileira do Carvão. É a única mina de carvão aberta à visitação do país. No passeio pela subterrânea mina, vislumbra-se a evolução histórica da riqueza extrativa da cidade. Dentro dela, disponíveis aos visitantes encontram-se a capela de Santa Bárbara – padroeira dos mineiros – e um pequeno museu com utensílios antigos dos mineiros. Relacionados à cultura local, encontram-se em Criciúma o Teatro Municipal Elias Angeloni, a Academia Criciumense de Letras, a Casa da Cultura

Neusa Nunes Vieira e o Centro Cultural Jorge Zanatta. O Teatro Municipal é a única sala de espetáculos da região sul de Santa Catarina. Capaz de expor peças de teatro, apresentações musicais, palestras, seminários e encontros, o local tem importante colocação na história cultural criciumense. A Academia Criciumense de Letras, fundada em 14 de novembro de 1997, conta com ilustres acadêmicos e representa a criatividade literária da cidade. A Casa da Cultura, situada na Praça Nereu Ramos, coração de Criciúma, abriga o Patrimônio Histórico, o Arquivo Histórico e uma galeria de arte. O Centro Cultural Jorge Zanatta, construído em 1945 para abrigar o Departamento Nacional de Produção Mineral, foi, durante a ditadura militar, uma pequena prisão para os desafiadores do governo que residiam na cidade. Hoje, acolhe uma galeria de artes, oferece oficinas culturais à população e é tombado pelo Patrimônio Histórico de Criciúma.

Arquitetura

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lgumas construções são relacionadas à colonização e ao passado da cidade, como o Museu Municipal Histórico e Geográfico Augusto Casagrande, em cujo acervo há fotografias, móveis, peças de arte sacra e de indígenas, ferramentas e utensílios domésticos dos antigos colonizadores. As peças são datadas dos séculos XIX e XX, e o prédio onde funciona o museu é uma construção da década de 1920, erguida por Augusto Casagrande. Em 1980, a casa foi transformada em museu pela prefeitura municipal que recebeu o imóvel em doação pela família Casagrande em homenagem ao centenário do início da colonização da cidade. A Catedral São José também relembra a colonização por ter sido inaugurada em 1917, época em que Criciúma era ainda uma colônia. A catedral é um grandioso templo católico em estilo gótico, muito apreciado por turistas e pelos próprios criciumenses, que têm na religião outra herança da antiga colonização. Além da Catedral São José, outras duas igrejas são importantes para a cidade, a de Nossa Senhora da Salete e a de São Paulo Apóstolo. O Festival Internacional de Coros também relembra os antepassados. A cidade de Criciúma é cortada pela malha ferroviária da estrada de ferro Tereza Cristina. Passeios turísticos são agendados pela ferrovia, mas ela é de maior importância econômica que turística para os criciumenses. É a responsável pelo escoamento dos materiais produzidos pela indústria cerâmica. Devido à grande importância da ferrovia, o poder público e a iniciativa privada criciumense estão, atualmente, trabalhando em prol da melhoria das condições do transporte ferroviário na região e pensando em novas maneiras de aproveitamento do setor. Projetos de ligação da Ferrovia Tereza Cristina com a Rede Ferroviária Nacional e de criação de uma nova logística de utilização da rede ferroviária estão sendo desenvolvidos, a fim de aperfeiçoar o aproveitamento desse tão importante recurso. A história da ferrovia está registrada no Memorial Casa do Agente Ferroviário Mario Ghisi, localizado no centro da cidade.

Criciúma

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Garopaba Dados Históricos `` Lei e Data de Criação: Lei nº 795, de 19/12/1961 - Diário Oficial - D.A. 735, de 22/12/1961 `` Desmembramento: Palhoça `` Gentílico: Garopabense `` Colonização: Açoriana `` Outros: Capital Catarinense do Surfe, Lei 12.875, de 22/01/2004 `` Data de Aniversário: 19 de dezembro

Dados Geográficos `` `` `` `` `` `` `` `` `` `` `` `` ``

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Latitude: 28º01’24” Longitude: 48º36’48” Área: 114,9km² Altitude: 18m Cidades Próximas: Imbituba, Laguna, Tubarão, Paulo Lopes Rodovias: BR-101 / SC-434 Rios: Linhares, Siriú, Araçatuba e da Palhocinha Região: Grande Florianópolis População: 16.399 habitantes Eleitores: 11.900 Divisas: Com o Oceano Atlântico e os municípios de Imbituba e Paulo Lopes Distância da Capital: 96km Clima: Mesotérmico úmido, sem estação seca, com verões quentes, apresentando temperatura média anual de 19,7ºC e precipitação total anual entre 1.200 e 1.300mm Bacias Hidrográficas: Rio da Madre Mesorregião: Mesorregião Sul Catarinense Microrregião: Microrregião Tubarão Associação dos Municípios: Associação dos Municípios da Grande Florianópolis (GRANFPOLIS) Economia: Baseada principalmente no turismo

`` Vista aérea Praia de Garopaba, conhecida pelo comércio e indústria voltado ao surf

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Mesorregião Sul


`` Irgreja Matriz de SĂŁo Joaquim, a primeira do municĂ­pio

Garopaba

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C

antada em prosa e verso, Garopaba é um destino turístico de grande e rara beleza. Colonizada por açorianos, cresceu na base da caça à baleia e, até hoje, recebe o grande mamífero, que chega às suas águas para se reproduzir. Um paraíso para os surfistas – que a fazem reconhecida nacionalmente. Um deleite aos apreciadores da gastronomia litorânea. Além das praias, Garopaba oferece ainda recantos de mata nativa e uma rica e preservada fauna. O município está circunscrito na região da Área de Proteção Ambiental (APA) da Baleia Franca. Em conjunto com outras cidades do sul do estado, é um dos melhores lugares do mundo para a observação de cetáceos. As baleias, originárias do polo sul, vêm às águas das praias para reprodução e amamentação dos filhotes.

História

C

om suas belíssimas praias, seus recantos intocados de natureza e seu gentilíssimo povo, Garopaba é um lugar de retratos sem igual. A história da cidade remonta ao século XV, quando os primeiros portugueses chegaram à recém-descoberta região e utilizaram sua baía como abrigo de uma tempestade, precisamente em 1925. A colonização do local, porém, só teve início em 1666, com a chegada dos primeiros imigrantes açorianos com a intenção de colonização. Anteriormente habitada apenas pelos índios carijós, na região, agora, residiam imigrantes por-

`` Garopaba costuma sediar campeonatos de surf

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Mesorregião Sul

tugueses, que começaram a se instalar na atual cidade e a explorar suas riquezas. Em 1793, foi criada, pelos imigrantes vindos principalmente da Ilha dos Açores, a Armação de São Joaquim de Garopaba. A instalação oficial da Armação se deu apenas em 1846, data que coincide com a construção da igreja matriz, da casa paroquial e do cemitério, por Manoel Marques Guimarães. Em 1890, por decreto do então governador do estado, Lauro Severiano Müller, Armação passa a ser município. Mais tarde, em 1923, a cidade de Garopaba perde o título de município e passa a fazer parte da cidade de Imbituba. Em 30 de dezembro de 1961, volta a ser município com o nome de Garopaba, como até hoje é conhecido.


`` Ondas perfeitas transformaram a cidade em um dos lugares preferidos pelos surfistas

A economia da Garopaba antiga era baseada na caça da baleia, que até hoje vem às frias águas do litoral garopabense para se reproduzir. Com a proibição da pesca do exuberante mamífero, a economia da antiga localidade passou a se basear, quase que exclusivamente, na pesca e na agricultura. Atualmente, com a redescoberta do local pelos turistas, pelos surfistas e pelos amantes da natureza, a principal forma de arrecadação econômica está no turismo. Em Garopaba, há um ótimo modo de vida, ligado à natureza e à vida em pequenas cidades. Durante o inverno, o movimento na cidade é baixo, o que a torna um recanto de tranquilidade. A esperança de vida é de 75 anos, em média; a mortalidade infantil é de 13,54 crianças a cada mil nascimentos e a taxa de analfabetismo é de 14%. Os serviços básicos de água encanada, energia elétrica e coleta de lixo são disponibilizados a, aproximadamente, 96% de seus moradores. O IDH é de 0,785.

Lugar abençoado O nome Garopaba vem da língua tupi-guarani e possui algumas interpretações de significado. Uma delas diz que o nome significa “enseada dos barcos”. Outra, que Garopaba quer dizer “lugar abençoado” e outra, ainda, que significa “enseada do descanso”. Seja qual for a verdadeira significação do nome Garopaba,

as três atribuições muito se relacionam às belezas locais e às sossegadas paisagens encontradas em todos os cantos da aconchegante cidade. O turismo é muito bem estruturado. Com uma ampla quantidade de pequenos hotéis, pousadas e casas que são alugadas no verão, a cidade apresenta uma boa infraestrutura turística, principalmente para os amantes da natureza. Na gastronomia, os pratos à base de frutos do mar são os mais oferecidos pela rede de restaurantes locais. Há uma grande variedade de bares e clubes noturnos que agitam a noite das mais variadas maneiras. As atrações turísticas estão intimamente ligadas à beleza de suas enseadas. As praias da cidade, todos os anos, recebem milhares de turistas vindos de todas as partes do mundo. A Praia de Garopaba é o mais conhecido cartão-postal da cidade. No coração do município, o local oferece atividades para todos os gostos. Águas propícias para esportes aquáticos, barracões de pesca e coloridos barcos que se mesclam com o verde e com a exuberante paisagem natural são imagens dessa importante praia. Outras famosas praias da cidade chamam a atenção de muitos turistas. A da Ferrugem é famosa por ser a mais procurada por jovens em busca de badalação. A Praia do Silveira é procurada pelos adeptos do mergulho, da pesca e do surfe. As Praias da Gamboa, da Barra e do Ouvidor são cenários rústicos de rara beleza.

Garopaba

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Imbituba Dados Históricos `` Lei e Data de Criação: Lei nº 348 de 21/06/1958 (alterada para 446 em 06/10/59) `` Desmembramento: Laguna `` Gentílico: Imbitubense `` Colonização: Açoriana `` Outros: Capital Catarinense da Baleia Franca, Lei 12.790, de 16/12/2003 do Windsurf e Kitesurf, Lei 13.888, de 11/12/06 `` Data de Aniversário: 21 de junho

Dados Geográficos `` `` `` `` `` `` `` `` `` `` ``

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Latitude: 28º14’24” Longitude: 48º40’13” Área: 185,9km² Altitude: 30m Cidades Próximas: Garopaba, Laguna, Gravatal, Imaruí e Florianópolis Rodovias: BR-101 / SC-435 / SC-437 Rios: D’Una, Araçatuba e Mirim Região: Sul População: 36.321 habitantes Eleitores: 28.109 Divisas: com o Oceano Atlântico e os municípios de Paulo Lopes, Garopaba, Laguna e Imaruí Distância da Capital: 92km Clima: Mesotérmico úmido, com estação seca, com verões quentes, apresentando temperatura média anual de 19,6ºC e precipitação total anual de aproximadamente 1.200mm Bacia Hidrográfica: Rio D’Una Mesorregião: Sul Catarinense Microrregião: Tubarão Associação dos Municípios: Associação dos Municípios da Região de Laguna (AMUREL) Economia: Baseada na pesca, no turismo e no setor portuário

`` Igreja de Sant’Ana, no bairro Vila Nova

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Mesorregião Sul


`` Turismo de observação de baleias movimenta a cidade a partir de julho

Imbituba

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`` Último mundial de surfe (2009) lotou a Praia da Vila

A

pontada pelo Clube das Baías mais Belas do Mundo como uma das praias mais bonitas do planeta, a praia do Rosa é o cartão postal da paradisíaca Imbituba. A cidade, que por longos anos hospedou a família Catão e outros nomes catalogados, como os Lage, os Rimsa e os Pittigliani, hoje, está na mira do progresso e tem na atividade pesqueira, no turismo e em seu porto a principal fonte de riqueza. Ecológica, recebe visitantes do Brasil e do mundo que chegam à cidade atrás do espetáculo da observação de baleias. O Museu da Baleia e a Festa da Baleia Franca são exemplos de homenagem ao rico ecossistema e à preservação desse mamífero gigante. Santuário do surf mundial, Imbituba compõe um cenário de irretocável beleza, um singular representante do nosso “Retratos de Santa Catarina”!

Paraíso natural

A

natureza pintada como em uma obra de arte. Lindas praias, intocados e selvagens recantos naturais e paisagens de beleza sem igual são as imagens da pequena e peculiar Imbituba. Localizada no sul do estado de Santa Catarina, a cidade teve seu início com a colonização açoriana, por volta de 1715. Desde 1620, as terras começaram a ser exploradas pelos jesuítas que vieram ao sul do Brasil com o objetivo de catequizar os índios carijós e outras tribos que viviam na região. Entretanto, foi só em 1715 que chegou à cidade da atual Imbituba, a mando do governador do Rio de Janeiro, o Capitão Manoel Gonçalves de Aguiar. O capitão chegou às terras para fiscalizar os processos

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Mesorregião Sul

de colonização do sul do Brasil e acabou montando acampamento na região de Imbituba. Foram os açorianos, porém, vindos de Laguna e de outras cidades da região que se instalaram efetivamente nas terras de Imbituba. Chegaram ao fértil local à procura de novas águas para a pesca da baleia – permitida na época – e de novas terras para a agricultura. Foi só no século XX que a cidade começou a se desenvolver efetivamente. A partir de 1912, as águas da cidade passaram a servir de escala para uma linha específica de navios que vinha do Rio de Janeiro com destino a Porto Alegre, transportando carga e passageiros. A partir dessa data, o sul do estado catarinense começou a se desenvolver devido à exploração mineral.


`` Praia do Rosa, que faz parte do Clube das Mais Belas Baías do Mundo

O material precisava ser escoado para o resto do país e, graças a isso, o Porto de Imbituba se desenvolveu muito, transformando-se em um dos principais portos do sul do país. Por ter sido fator importante para o desenvolvimento do comércio do carvão, principal atividade econômica da região, a cidade de Imbituba acabou ganhando sua independência em 1958. O nome Imbituba tem algumas origens prováveis; contudo, a origem mais utilizada para explicar o nome vem do “imbé”, uma espécie de cipó escuro, de cor roxa, bastante utilizada para a fabricação de cordas e muito abundante na região.

Economia

L

ogo, para os adeptos dessa teoria, Imbituba significa “lugar onde há cipó em abundância”. Além do Porto, Imbituba também conta com uma linha ferroviária para a distribuição do carvão retirado em toda a região. A Ferrovia Tereza Cristina (FTC) foi inaugurada em 1º de setembro de 1884, é a menor do Brasil e liga alguns municípios da região. A sede oficial da Ferrovia, que ficava em Imbituba, foi transferida para a cidade de Tubarão em 1906. Após a grande cheia de 1974, os quilômetros iniciais da ferrovia foram desativados e, atualmente, os comboios da FTC são vistos em apenas treze cidades catarinenses, que escoam, através da ferrovia, os produtos produzidos e extraídos para o porto de Imbituba que, por sua vez, os envia aos portos próximos, maiores. Todas as semanas, são disponibilizados passeios turísticos pela ferrovia. A economia de Imbituba, a princípio, baseava-se na pesca. A captura da ba-

leia e a utilização de seus derivados foram os principais propulsores econômicos da cidade na época de sua colonização. A pesca continuou sendo uma das mais importantes atividades econômicas da cidade, em conjunto com a exploração mineral e com a indústria cerâmica. A tainha e o camarão, hoje, são os principais produtos pescados nas águas de Imbituba e comercializados em todo o país. Com a lei de proibição da pesca de baleias, Imbituba passou a ser, ao contrário do que antigamente era, berço natural de várias espécies de baleia que vêm ao litoral nos meses de inverno para procriar. As baleias são fator decisivo para a atual situação da cidade, que tem no turismo importante forma de arrecadação econômica. A observação de baleias, seja da costa, seja de barcos – que levam o turista a poucos metros do gigantesco mamífero –, é uma das mais famosas facetas da cidade. Todos os anos, o Whale Watching – como é conhecida a atividade de observação de baleias – atrai milhares de pessoas às costas da cidade. O Projeto Baleia Franca e o Instituto Baleia Franca, em parceria com autoridades e empresários locais, monitoram os passeios e garantem a preservação das espécies, para que elas continuem a se reproduzir nas frias águas locais.

Beleza reconhecida mundialmente

A

intensa natureza é responsável pela ótima qualidade de vida da população. A taxa de mortalidade infantil do município é de 14,42 a cada mil nascimentos e a taxa de analfabetismo é de 8,6%. A esperança de vida chega aos 75 anos, e a grande maioria da população tem acesso aos serviços básicos como água encanada,

Imbituba

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coleta de lixo e energia elétrica. O IDH é de 0,805. Imbituba possui uma das praias incluídas no seleto Clube das Baías Mais Belas do Mundo, a Praia do Rosa. Seu charme e modo de vida sossegado atraem turistas de todos os cantos do mundo. Há nove praias em Imbituba, todas elas famosas por sua inenarrável beleza. A Praia da Vila, ideal para a prática do surfe, forma ondas de até 12 pés de altura. Nos últimos anos, a cidade transformou-se na sede do mundialmente famoso torneio de surfe: o WCT, realizado na Praia da Vila. A Lagoa da Ibiraquera é reduto dos fãs de esportes de águas calmas, como o Kite Surf e o Wind Surf. Além das paisagens de brancas areias, do profundo oceano ladeado por morros de mata nativa e da brisa que atinge a orla das selvagens praias, Imbituba possui outras belíssimas imagens que, de todos os lados, atraem a atenção. A Igreja de Nossa Senhora da Conceição, no centro, é uma construção famosa por sua beleza arquitetônica.

`` Barra da Ibiraquera, opção para praticantes de esportes como windsurf

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Mesorregião Sul

A pequena Maria Fumaça faz uma homenagem à ferrovia que, durante muito tempo, foi praticamente a única fonte econômica da cidade. O Museu da Baleia abriga em seu interior informações de todos os tipos relacionadas à vida desse animal que, durante anos, foi caçado em litoral brasileiro. A luta pela preservação da baleia tem em Imbituba um forte aliado. A cidade situa-se no coração da Área de Preservação Ambiental (APA) da Baleia Franca e, desde 2000, comprometeu-se a preservar e a permitir a continuidade desses animais em nosso fértil litoral. Todos os anos em Imbituba, acontecem a Festa da Baleia Franca e a Festa do Camarão, que homenageiam o rico ecossistema imbitubense. A magia desta cidade é realmente extraordinária. Em 1966, um grande acontecimento marcou a população do município. A imbitubense Eluíza Rosa de Souza recebeu o milagre da primeira santa do Brasil – Madre Paulina –, conferindo à cidade mais um adjetivo: a religiosidade.


`` Esportes radicais jรก fazem parte da paisagem das praias imbitubenses

Imbituba

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Laguna Dados Históricos `` `` `` `` ``

Lei e Data de Criação: 21/01/1676 Desmembramento: Carta Régia Gentílico: Lagunense Colonização: Açoriana Outros: Capital Catarinense do Camarão, Lei 12.233, de 3/05/2002 `` Data de Aniversário: 29 de julho

Dados Geográficos `` `` `` `` ``

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Latitude: 28º28’57” Longitude: 48º46’51” Área: 438,8km² Altitude: 2m Cidades Próximas: Garopaba, Imbituba, Tubarão, Gravatal, Capivari de Baixo e Jaguaruna Rodovias: BR-101 / SC-436 Rios: Tubarão Região: Sul População: 50.179 habitantes Eleitores: 37.275 Divisas: Com o Oceano Atlântico e os municípios de Imaruí, Imbituba, Jaguaruna, Tubarão, Capivari de Baixo e Gravatal Distância da Capital: 105km Clima: Mesotérmico úmido, sem estação seca, com verões quentes, apresentando temperatura média anual de 19,4ºC e uma precipitação total anual de, aproximadamente, 1.200mm Bacia Hidrográfica: Rio Tubarão Mesorregião: Sul Catarinense Microrregião: Tubarão Associação dos Municípios: Associação dos Municípios da Região de Laguna (AMUREL) Economia: Baseada na pesca. Destaque também para o turismo e para o comércio

L

aguna, berço da história e da cultura catarinense! É o divisor de águas entre Espanha e Portugal – que resultou no Tratado de Tordesilhas – portanto, nasceu histórica. Sede da República Juliana – proclamada por Canabarro e Garibaldi –, fez sobressair sua filha – revelada guerreira imbatível –, Anita Garibaldi (Ana Maria de Jesus Ribeiro), que enfrentou os preconceitos de uma época ao fugir com Garibaldi. Sede da barroca e bela Igreja Matriz de Santo Antônio dos Anjos de Laguna, possui um belíssimo coral. Dela surgiu Jerônimo Coelho, pai da imprensa catarinense e nela se instalou historicamente a primeira loja maçônica de Santa Catarina. Hoje faz parte do Patrimônio Histórico Nacional e é um dos mais belos “Retratos de Santa Catarina”.

`` Barco pesqueiro

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Mesorregião Sul


História

T

erceira cidade mais antiga do estado, Laguna guarda registros de importantes acontecimentos da história do Brasil. Considerada o berço da cultura catarinense, teve sua história traçada entre os séculos XVII e XVIII, durante as disputas de terras entre as metrópoles portuguesa e espanhola, que resultaram no Tratado de Tordesilhas em 1494. Há 511 anos, em 7 de junho de 1494, Portugal e Espanha foram incluídos na primeira grande decisão colonial do mundo. Fariam parte do Tratado de Tordesilhas. O documento assinado entrou para a história, evitando a guerra entre os dois países. Foi traçada uma linha imaginária de 1,5 milhão de quilômetros de extensão que, no Brasil, cortava a Ilha de Marajó (PA), ao norte e Laguna, ao sul; as terras encontradas ou a descobrir, a leste do meridiano seriam dos portugueses e os territórios a oeste pertenceriam aos espanhóis. Fundada em 1676, por Domingos de Brito Peixoto, Laguna começou a receber as primeiras famílias açorianas em meados de 1749. Até então, a cidade serviu como posto avançado da coroa portuguesa, utilizada como ponto estratégico de apoio para o desbravamento da região sul, como local de resistência nos conflitos existentes entre Portugal e Espanha, pela posse do território não explorado. Junto com os primeiros colonizadores, vieram os costumes que, aos poucos, foram incorporando-se nas novas terras. Foram esses colonizadores que trouxeram para cá o trigo, o açúcar, o feijão, o linho e o cânhamo; criaram também os engenhos de cana e farinha movidos por animais. Esses engenhos ainda podem ser encontrados no interior da cidade. Outros segmentos trazidos pelos colonizadores foram o comércio de peixe seco, a agricultura, a navegação e a pesca. As mulheres trouxeram com elas a tradição da Renda de Bilro e as festas religiosas, como a Festa do Divino Espírito Santo, que iniciava na Páscoa e terminava em Pentecostes. Esses e outros mais são alguns costumes que o povo lagunense herdou dos seus antepassados açorianos. A riqueza histórica de Laguna é seu maior legado e sua maior atração. Tendo alcançado projeção na Guerra dos Farrapos, na qual abraçou o ideal republicano, foi em Laguna que se instituiu pela segunda vez, em território brasileiro, uma república, a chamada República Juliana. A República Juliana, proclamada por Davi Canabarro e Giuseppe Garibaldi, em 24 de julho de 1839 e que perdurou até 15 de novembro de 1839, foi uma extensão da Revolução Farroupilha e formou com a República Riograndense uma confederação.

`` Igreja Matriz Santo António dos Anjos

Laguna

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República juliana Mas, a nova república durou apenas quatro meses: sem condições de se expandir pela então província de Santa Catarina e sem conquistar Nossa Senhora do Desterro (atual Florianópolis), sede provincial do governo imperial, em novembro do mesmo ano, propiciaram-se condições para que as forças do Império retomassem Laguna, cidade sede do governo republicano. Embora de curta duração, pois logo as forças imperiais retomaram o território, a República Juliana permanece no decorrer dos anos, como exemplo da cultura, do ideal e da coragem do povo lagunense, na defesa dos seus ideais de justiça e igualdade. No entanto, Laguna também participou da Guerra do Paraguai, destacando-se mais uma vez a coragem e a bravura de seus filhos. Hoje suas ruas estreitas, seu casario, bem como sua história, estão protegidos, tombados pelo Patrimônio Histórico Nacional. Esse patrimônio, aliado a belezas naturais como praias e lagoas, enche os olhos dos visitantes,

`` Farol de Santa Marte e Centro histórico de Laguna

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Mesorregião Sul


que encontram na cidade as mais variadas formas de lazer. O turismo é uma importante faceta econômica de Laguna. Por seu passado histórico e seu patrimônio preservado, e também por suas belíssimas praias, o turismo, o comércio e as pequenas empresas são, igualmente, fatores que contribuem fortemente para o incremento da economia do município. Mas a base da economia de Laguna, nos dias de hoje, é a pesca, com alta produção de camarão e siri em suas lagoas, e a exploração de pescados na costa do Atlântico Sul. A pecuária e a agricultura são desenvolvidas principalmente no interior. A expectativa de vida do município é de 73 anos, a taxa de mortalidade infantil é de 17,51 a cada mil nascimentos, e o analfabetismo atinge 8,5% dos lagunenses. Já o IDH é de 0,805.

A Heroína dos dois mundos

A

na Maria de Jesus Ribeiro, mais conhecida como Anita Garibaldi, nasceu em 30 de agosto de 1821, em Morrinhos do Mirim, então município de Laguna. De família humilde, Anita casouse pela primeira vez, em 1835, com o sapateiro Manoel Duarte de Aguiar. Com o surgimento, no Rio Grande do Sul, do movimento dos farrapos contra a monarquia, Manoel aliou-se às forças imperiais e seguiu com o exército, abandonando sua esposa. No dia 22 de julho de 1839, as forças farroupilhas, com a ajuda de Giuseppe Garibaldi (1807–1882), político e militar revolucionário italiano, tomaram a vila e proclamaram a República Juliana. Aos 18 anos, Anita conhece o italiano Giuseppe e, naquele momento, nasce a heroína ítalo-brasileira que, ao lado do italiano, começa a guerrear. Já no combate de Curitibanos, em 15 de novembro de 1839, precisa fugir, atravessando a nado o Rio Canoas. Em 16 de setembro de 1940, Anita tem seu primeiro filho com Garibaldi, regularizando sua situação apenas em 26 de março de 1842, quando casaram no Uruguai. Posteriormente, Anita, já com três filhos, vai para a Itália onde luta destemidamente ao lado do marido pela Unificação e Libertação da Itália, diante dos seus inimigos austríacos. Com a derrota, foram obrigados a se retirar em barcos de pesca. Alguns caíram em poder dos austríacos; a embarcação, porém, que conduzia o casal Garibaldi encalhou numa praia. Anita e Giuseppe, com alguns companheiros, abrigaram-se numa propriedade rural nas proximidades de Ravenna. Anita, grávida, com seu estado de saúde precário, faleceu em 4 de agosto de 1849. Em sua memória, foram erguidos monumentos em Roma, Ravenna, Porto Alegre, Belo Horizonte, Florianópolis, Laguna e Tubarão.

`` Monumento de homenagem à Anita Garibaldi, assinado por Antônio Caringi

Laguna

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Urussanga Dados Históricos `` Lei e Data de Criação: Lei nº 474 de 06/10/1900 `` Desmembramento: Tubarão `` Gentílico: Urussanguense `` Colonização: Italiana `` Outros: Capital Catarinense do Bom Vinho, Lei 12.398, de 22/10/2002 `` Data de Aniversário: 26 de maio

Dados Geográficos `` `` `` `` ``

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Latitude: 28º31’04” Longitude: 49º19’15” Altitude: 49m Área: 241,3km² Cidades Próximas: Criciúma, Cocal do Sul, Morro da Fumaça, Lauro Muller, Orleans. Rodovias: SC-446 Rios: Urussanga, Palmeira, Coral, Armazém, Barbosa, Galos, Maior, Lageado, do Carvão, Molha e Caeti Região: Sul População: 18.588 habitantes Eleitores: 15.253 Divisas: Com os municípios de: Orleans, Pedras Grandes, Cocal do Sul, Siderópolis, Treviso e Lauro Müller Distância da Capital: 216km Clima: Mesotérmico úmido, com verões quentes, apresentando temperatura média anual de 19,2ºC e precipitação total anual entre 1.300 a 1.400mm Bacias Hidrográficas: Rio Urussanga Mesorregião: Mesorregião Sul Catarinense Microrregião: Microrregião Criciúma Associação dos Municípios: AMREC - Associação dos Municípios da Região Carbonífera Economia: Com expressiva base na agropecuária, com destaque para a vitivinicultura `` Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição

120

Mesorregião Sul


Saga italiana

A

sulista e tradicional Urussanga, tida como a primeira capital do vinho de Santa Catarina, é um baluarte de tradição, onde a etnia italiana faz-se gravar. “...Urussanga, és um par de mãos dadas na bandeira, na fé, no brasão, que entrelaçam Brasil e Itália na nobreza do seu coração...”, onde Monsenhor Agenor Marques colocou toda a poesia para completar a música de Giuseppe Scappini. Urussanga cheia de lendas, carisma e carinho! Dos seus vetustos casarões, a história repassa contos que enfeitam este “Retratos de Santa Catarina”.

R

etrato este que resgata a história do principal núcleo de colonização italiana do sul do estado de Santa Catarina. Antes da chegada dos colonizadores, em 1878, a região da chamada Colônia Azambuja era ocupada pelos índios botocudos. Durante os primeiros anos de sua colonização, a colônia recebeu imigrantes de várias partes da Itália, dentre elas da Lombardia, Longarone, Friuli e Trentino Alto Adige. A colônia Azambuja – localizada onde hoje está o município de Pedras Grandes – foi fundada pelo maranhense Joaquim Vieira Ferreira, um engenheiro agrimensor do império. Teve sua emancipação em 6 de outubro de 1900 e foi elevada à categoria de município em 22 de janeiro de 1901. Urussanga, que em tupi-guarani significa rio de águas frias, tem, até hoje, traços da expressiva colonização italiana do local. A economia na cidade foi introduzida, no princípio da colonização, pela exploração da madeira e da cultura agropecuária. Os primeiros colonizadores começaram com uma pequena produção e, em pouco tempo, já exportavam os produtos para outras colônias de descendentes de italianos da região. Nos dias atuais, a cidade nutre-se economicamente de várias atividades. Na indústria, destaca-se pela produção de artigos plásticos e cerâmicos, pela fabricação de móveis e pela indústria metal-mecânica voltada à produção de máquinas agrícolas. Outro importante campo econômico de Urussanga é a extração e o transporte do carvão mineral, que regem a economia de grande parte da região sul do estado e foram os principais responsáveis pelo desenvolvimento da cidade. As mais expressivas das atividades, porém, são as relacionadas à agricultura e à pecuária. A criação de aves e suínos e o cultivo de milho, feijão, arroz e fumo são importantes para a região. Contudo, a mais tradicional e significativa atividade econômica de Urussanga é a vitivinicultura, que a fez ser batizada como “a capital catarinense dos bons vinhos” e centro dos “Vales da Uva Goethe”. Outra importante atividade é a indústria do leite.

Urussanga

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Qualidade de vida

A

cidade de Urussanga é uma das que possuem a mais alta qualidade de vida no estado. O índice de mortalidade infantil é de 9,81 a cada mil nascimentos; a esperança de vida é de 77 anos, uma das maiores do estado. Mais de 99% da população têm acesso aos serviços básicos de água encanada, energia elétrica e coleta de lixo, e o índice de analfabetismo, 5,1%, está abaixo da média registrada em Santa Catarina, que é de 6,62%. O IDH municipal é de 0,845. Urussanga é uma cidade pequena, sossegada e muito bonita. O turismo local é principalmente alicerçado na exploração das belezas históricas e culturais e do que estas têm a oferecer. Os calmos passeios pelo interior do município, o contato com a natureza e a renovação que o ar puro da cidade traz são aspectos muito procurados pelos turistas que visitam a região. A história da cidade é bastante preservada por meio de construções e memoriais que relembram a antiga colonização. A Praça Anita Garibaldi e a residência da família Nichele são exemplos de atrações turísticas que preservam o passado da cidade. A propriedade rural da família Galdino Benz Fontana é o maior e mais importante conjunto de edificações em madeira da cidade e representa a herança da extração e da exportação de madeira da época da colonização. Outras marcantes atrações da cidade são o Museu Histórico Municipal, as igrejas de Nossa Senhora da Conceição, São Gervásio e Protázio e de São Donato, e a Praça Anita Garibaldi e as vitivinícolas. O turismo de festas movimenta a cidade durante alguns meses do ano. As mais famosas festas são a “Rittorno Alle Origine”, que celebra os costumes da colonização italiana e a famosa Festa do Vinho, que acontece em todos os anos pares e traz visitantes de todo o país. Na festa, servem-se vinho e comida típica italiana. A gastronomia é outro atrativo da cidade. Os restaurantes são muito procurados e as vinícolas também fazem parte do turismo gastronômico local. Nelas, os visitantes podem conhecer o processo de industrialização do vinho em todas as suas etapas, além de consumir o produto. Perto das vinícolas, sempre se encontram lojinhas que vendem produtos caseiros e artesanais.

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Mesorregião Sul

`` O velho e o novo se misturam na arquitetura de Urusanga


`` Cachoeira no Vale dos Figos

Urussanga

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Mesorregi達o Norte

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Polo de indústrias Setor Mobiliário 1.961 indústrias (2006) 28,4 mil trabalhadores (2006) 2,1% do Valor da Transformação

Mesorregião Norte

R

egião expressiva pela industrialização e atividade comercial. Algumas das mais importantes cidades do estado estão aqui localizadas. Joinville, a maior cidade de Santa Catarina, é o terceiro polo industrial do sul do Brasil, e São Bento do Sul é um dos mais importantes centros moveleiros do país. Colonizado principalmente por alemães, poloneses e italianos, o norte catarinense possui uma atividade cultural bastante intensa e mantém vivas as tradições de seus colonizadores. Sua população detém um padrão socioeconômico bastante alto quando comparado à média brasileira. É um povo alegre, cuja razão principal de sua prosperidade está no trabalho. Devido ao grande número de empresas, o turismo de negócios é muito forte na região. Inúmeras festas, feiras e eventos são realizados ao longo de todo o ano. O turismo rural e o ecoturismo também se destacam na região, rica em atrativos naturais, que podem ser encontrados em todos os lugares, como lagos, rios, cachoeiras e montanhas.

Industrial de SC-(2006)

5,1% das exportações de SC US$ 378 milhões (2007) 0,32% do ICMS estadual (2007)

Cidades Nesta Edição:

Barra Velha

Jaraguá do Sul

Joinville

Mafra

Papanduva Porto União `` Porto de São Francisco, no Norte do Estado

Mesorregião Norte

São Bento do Sul

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Barra Velha Dados Históricos `` Lei e Data de Criação: Lei nº 778 de 07/12/1961 `` Desmembramento: Araquari `` Gentílico: Barravelhense `` Colonização: Açoriana `` Data de Aniversário: 7 de dezembro

Dados Geográficos `` `` `` `` ``

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Latitude: 26º37’56” Longitude: 48º41’05” Área: 140,2km² Altitude: 35m Cidades Próximas: Balneário Barra do Sul, Piçarras, Penha, São João do Itaperiú e Navegantes Rodovias: BR-101 / SC-474 Rios: Itapocu, Pirai, Parati, ParanaguáMirim e Areias Grandes ou Conquista Região: Vale do Itajaí População: 18.575 habitante Eleitores: 12.280 Divisas: Com o Oceano Atlântico e os municípios de Araquari, Piçarras, Luís Alves e São João do Itaperiú Distância da Capital: 137km Clima: Mesotérmico úmido, sem estação seca, com verões quentes, apresentando temperatura média anual de 20,3ºC e precipitação total anual entre 1.600 a 1.800mm Bacias Hidrográficas: Rio Itapocu Mesorregião: Vale do Itajaí Microrregião: Itajaí Associação dos Municípios: Associação dos Municípios do Vale do Itapocu (AMVALI) Economia: Baseada no turismo e na pesca. Na agricultura, destaque para o cultivo de banana, arroz, mandioca, milho e fumo

`` Praia central de Barra Velha

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Mesorregião Norte


U

m mar bravo, às vezes indomável, faz desta paradisíaca praia do litoral norte catarinense um dos destinos mais procurados no verão. É para onde grande parte dos paranaenses vêm. Suas areias, seus rochedos e sua gastronomia açoriana! Barra Velha, cujo crescimento faz-se notável, tem na vocação lusitana a Festa do Pirão, única no estado. Dentre seus pontos turísticos, o Monte, no centro da cidade, com uma grande imagem de Cristo, comanda a fé. Barra Velha, que em seus primórdios foi o mais importante reduto de pesca da baleia do litoral catarinense, é, hoje, conhecida por suas belezas naturais, conservadas nas características de uma típica vila de pescadores e faz-se presente nesta edição do “Retratos de Santa Catarina”!

Pesca da baleia

O

município de Barra Velha começou a ser colonizado a partir de 1812, graças à pesca da baleia e à vinda dos primeiros imigrantes açorianos. Mais importante reduto de pesca da baleia do litoral catarinense, a cidade já pertenceu a São Francisco do Sul, sendo elevada a distrito em 1861. Sua emancipação política aconteceu em dezembro de 1961. Município de origem açoriana que ainda conserva as características típicas de uma verdadeira vila de pescadores, Barra Velha é um dos balneários mais procurados do litoral norte. Praias de visual deslumbrante, algumas até medicinais, e uma bela lagoa de água doce que convida para a prática de esportes náuticos são os atrativos do município. A economia local é baseada no turismo e na pesca. É uma cidade que apresenta vocação natural para o turismo. Todos os anos na temporada de verão, a cidade e suas praias se agitam com o grande fluxo de visitantes. Acordar cedo para ver o raiar do sol na Praia Central, onde os barcos formam um bonito e

Barra Velha

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colorido visual ao retornarem do mar, carregados de peixes e camarões frescos, é programa comum na região. Das nove praias do município, a Praia Central é a principal e uma das mais frequentadas. No entanto, a praia mais badalada e que oferece melhor infraestrutura é a Praia de Itajuba, de ondas fortes, próprias para a prática de surf. Outras praias concorridas são: a Praia da Península, paralela à lagoa e palco de movimentadas gincanas de pesca; a Praia do Tabuleiro, preferida dos surfistas; as praias das Pedras Negras e das Pedras Brancas, localizadas num escarpado com divisão natural de cores, fenômeno raro no litoral brasileiro, e a Praia do Grant, antigo refúgio de corsários e piratas.

Lagoa

O

utro belo cartão-postal da cidade é a Lagoa de Barra Velha. Paralela ao mar, com 6km de extensão, a lagoa forma uma península de 200 metros de largura e é o paraíso dos pescadores pela fartura de peixe. Trata-se de um belo recanto ao ar livre, com águas calmas e boas para esportes aquáticos. A Barra da Lagoa, encontro das águas do rio Itapocu com o mar, é um local de exuberante natureza, também ideal para pesca. Os barravelhenses vivem, em média, 73 anos e a mortalidade infantil no município é de 19,30 a cada mil nascimentos. A taxa de analfabetismo é de 9%. A energia elétrica chega a mais de 99% da população, enquanto água encanada e coleta de lixo são disponibilizadas a, aproximadamente, 95% dos moradores. Seu IDH é de 0,792.

Pontos turísticos

V

isitar os pontos turísticos da cidade faz parte do roteiro dos passeios de Barra Velha. Entre eles, está o Cristo Redentor, a Sereia do Costão, o Cruzeiro dos Náufragos – onde houve um naufrágio de combatentes da Guerra do Paraguai, em 1865 –, o Monumento do Pescador, a Estátua de Iemanjá e a da Índia Mani, uma homenagem aos índios carijós, esculpidas pelo artista José Cristóvão Batista, e a Barra da Lagoa, um lugar de onde se pode admirar o encontro das águas da lagoa com o mar. Milhares de turistas visitam a cidade graças a festas, como; a de Nossa Senhora dos Navegantes, com procissão marítima – em fevereiro; a do Divino Espírito Santo, maior evento da cidade – entre maio e junho; e a Festa Nacional do Pirão (FENAPIR), criada para enaltecer um dos pratos típicos da região e que acontece sempre no feriado de Sete de Setembro – uma forte opção na baixa temporada.

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Mesorregião Norte


`` Praia das Pedras Brancas e Negras, Praia de ItajubĂĄ, Lagoa de Barra Velha e ponte pĂŞnsil

Barra Velha

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Jaraguá do Sul Dados Históricos `` Lei e Data de Criação: Lei nº 565 de 26/03/1934 `` Desmembramento: Joinville `` Gentílico: Jaraguaense `` Colonização: Alemã, italiana, húngara e polonesa `` Outros: Capital Catarinense do Struedel, Lei 13.933 de 12/01/07; da Inovação Tecnológica, Lei 14.072 de 31/07/07 `` Data de Aniversário: 25 de julho

Dados Geográficos `` `` `` `` ``

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Latitude: 26º29’10” Longitude: 49º04’00” Área: 531,1km² Altitude: 29m Cidades Próximas: Joinville, Blumenau, São Bendo do Sul, Rio Negrinho, Pomerode, Corupá Rodovias: BR-280 / SC-416 Rios: Itapocu, Jaraguá, Itapocuzinho, da Luz, Jaraguazinho, Manso e do Cedro Região: Norte População: 129.973 habitantes Eleitores: 88.457 Divisas: Com Joinville, Schroeder, Guaramirim, Massaranduba, Blumenau, Pomerode, Rio dos Cedros, Corupá, São Bento do Sul e Campo Alegre Distância da Capital: 209km Clima: Mesotérmico úmido, sem estação seca, com verões quentes, apresentando temperatura média anual de 20,1ºC e uma precipitação total anual entre 1.500 a 1.800mm Bacias Hidrográficas: Rio Itapocu Mesorregião: Norte Catarinense Microrregião: Microrregião Joinville Associação dos Municípios: Ass. dos Municípios do Vale do Itapocu (AMVALI) Economia: Baseada nas indústrias têxteis, metal-mecânica e de alimentação `` Centro Histórico e Estação Ferroviária

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Mesorregião Norte


O

período de três décadas fez a diferença para Jaraguá do Sul, no centro-norte do estado. De acanhado e calmo, transformouse num movimentado e progressivo centro. Uma população de descendência nórdica e itálica deu a este polo, o berço para o trabalho. Na década de 1961, graças à determinação de três trabalhadores, nascia uma das maiores empresas do mundo, a WEG – nome originado das três iniciais dos seus fundadores. Hoje Jaraguá do Sul, com seu centro cultural de grande beleza – numa iniciativa do seu laborioso povo e do empresariado –, é uma referência nacional. Sua festa típica, a famosa Schützenfest, realizada desde 1989 é um convite à música, ao chopp, à dança, tudo somado à gastronomia típica. Um polo ecológico que forma este “Retratos de Santa Catarina”!

Herança dos príncipes

J

araguá do Sul oferece paisagens de encher os olhos. As cachoeiras, riachos e trilhas vêm acompanhadas de uma população hospitaleira e receptiva, aliando o turismo ecológico ao cultural. A história recente de Jaraguá do Sul teve início em 1864, com o casamento da Princesa Isabel, herdeira do trono do Império do Brasil, com o Conde D’Eu. Parte de sua área integrava as terras dotais da princesa, que foram demarcadas, em 1876, pelo Coronel Emílio Carlos Jourdan. A primeira tentativa de colonização também foi dele, quando, naquele ano, arrendando 430 hectares de terra, estabeleceu-se com engenho de açúcar, serraria e olaria. A colonização efetiva aconteceu a partir de 1890, quando colonizadores alemães, italianos, húngaros e outros começaram a colonizar as diversas regiões do município. A área central foi colonizada a partir de 1895, com o retorno de Emílio Carlos Jourdan, fundando a Colônia Jaraguá. O município foi emancipado em 1934.

`` Igreja São Sebastião

Jaraguá do Sul

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Jaraguá do Sul é um município em que predomina a indústria. Um dos principais parques fabris de Santa Catarina. Grande produtor de malhas e sede de importantes indústrias metal-mecânicas, Jaraguá do Sul também é rica em cultura e belezas naturais. É sede de uma das únicas fábricas de parapente do mundo. O município destaca-se, principalmente, por seu diversificado polo industrial e pela herança cultural deixada pelos colonizadores, sobretudo, os alemães. É um dos maiores produtores de malhas do país. Situado numa região de rara beleza, nas encostas da Serra do Mar, com muito verde e ar puro, oferece roteiros de ecoturismo e turismo cultural rural. A herança germânica pode ser percebida na arquitetura das casas, na alimentação, no modo de viver, nas festas e celebrações. Jaraguá do Sul oferece aos seus visitantes diversos locais para a prática de esportes alternativos, passando de trilha de arvorismo a voos duplos de parapente.

Colonizadores

I

mportante polo industrial de Santa Catarina, Jaraguá do Sul tem a história econômica intimamente ligada às raízes de seus colonizadores. Os primeiros imigrantes que chegaram à cidade no final do século XIX eram, na maioria, camponeses europeus sem dinheiro ou terra. Ao encontrarem solo fértil, construíram uma comunidade baseada no extrativismo e na agricultura. O excedente da produção propiciou o desenvolvimento do comércio na região por meio da troca. Como produtos beneficiados valiam mais que os brutos, surgiram aos poucos os alambiques, as queijarias, as olarias e as fábricas de banha e salames. Com um maior valor agregado, foi possível a troca por dinheiro e o posterior investimento em fábricas familiares. Com a chegada da

`` Turismo ecológico é uma das opções oferecidas por Jaraguá do Sul

ferrovia no início do século XX, Jaraguá do Sul passou a ter ligação direta ao porto de São Francisco do Sul e à cidade paranaense de Rio Negro. A possibilidade de escoamento de produtos foi fundamental para o desenvolvimento da cidade. Na década de 1930, surgiu a primeira fábrica têxtil da cidade, hoje considerada a Capital Nacional da Malha. A expectativa de vida em Jaraguá do Sul ultrapassa os 74 anos e a mortalidade infantil é de 15,46 a cada mil nascimentos. A taxa de analfabetismo é de 2,6%; aproximadamente 99% dos jaraguaenses têm acesso a serviços básicos como energia elétrica, água encanada e coleta de lixo. Jaraguá do Sul ocupa a 9ª colocação no IDH, alcançando a marca de 0,850.

Atrações

E

ntre os pontos turísticos do município, destaca-se a Casa do Colonizador – construção em estilo enxaimel datada do início do século que abriga peças do Museu Municipal Emílio da Silva, desativado desde 1994. No local, também funciona o Posto de Informações Turísticas da cidade. O Parque Malwee é outra atração da cidade, com 1,5 mil metros quadrados de área verde, possui ao todo dezessete lagos, dois museus, uma casa de cultura, praças esportivas e dois restaurantes, um deles de comida típica. O museu WEG, localizado no prédio que abrigou a primeira fábrica da WEG, conta com mais de trinta atrações em um espaço interativo. O objetivo é relembrar a cultura da cidade, a história e a filosofia da empresa e ensinar os fundamentos da energia elétrica. Já no Museu Di Ferramenta D’Affari Dei Nonni, encontra-se um acervo voltado exclusivamente à colonização italiana de Jaraguá do Sul. No Centro de Memória da Marisol, máquinas, documentos, cartazes, catálogos, troféus, brindes, recortes de jornais e revistas, fotografias e filmes comerciais e institucionais

`` Parque da Malwee

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Mesorregião Norte


relembram a história da malharia. Na Casa Rux, construída em 1915, em estilo enxaimel, é possível observar os traços da colonização alemã. Já na Casa Eurides Silveira, datada de 1912, o visitante encontra um moinho movido à roda d’água. Na Casa Vitório Schiochet, de descendentes italianos, um porão e uma adega ainda relembram o passado. Ao lado da casa, funciona uma fábrica de doces de banana, datada do início do século. A cidade abriga, nos chamados setores históricos: o edifício da estação ferroviária – arquitetado em 1946, em estilo futurista; o edifício dos correios – construído a partir da década de 1950, em estilo Bauhaus; e a rodoviária antiga – edificada na década de 1940, também em estilo Bauhaus. A antiga Prefeitura, construída no ano de 1940, igualmente em estilo futurista, é um importante ponto de encontro local, com palco coberto, quadra esportiva, salão para exposições e restaurante. Construído na década de 1950, em substituição à Capela de Santa Emília, o prédio da Igreja Matriz é outra atração de Jaraguá e chama a atenção por seus vitrais. Ao lado da Matriz, estão os colégios São Luís, levantado em várias etapas a partir de 1919, e o Divina Providência, construção da década de 1940.

`` Portal da cidade

Morro da Boa Vista

A

Ponte Pênsil J. Alfredo Emendoerfer, construída na década de 1970, possui um vão de trinta metros e é outro atrativo da cidade. Durante muito tempo, serviu de ligação entre as comunidades separadas pelos rios Jaraguá e Itapocu. Entre os atrativos naturais, o Morro da Boa Vista é um dos pontos mais conhecidos da cidade. A 865 metros de altitude, é possível avistar o litoral norte catarinense. O local é ideal para os amantes de esportes de aventura, com rampa de voo-livre e paredes para escalada. Já o Pico do Jaraguá, com 925 metros de altitude, é o preferido para a prática do trekking, rapel e escalada. Em Jaraguá do Sul, acontece a famosa Schützenfest, realizada desde 1989. A festa está no roteiro das festas de outubro de Santa Catarina. O evento reúne, no Parque Municipal de Eventos, as várias sociedades de atiradores do Vale do Itapocu em torno de competições de tiro. A festa conta também com muita gastronomia típica germânica, shows e dança.

`` Museu municipal

Jaraguá do Sul

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Joinville Dados Históricos `` Data de Criação: Lei nº 566, de 10/03/1866 `` Desmembramento: São Francisco do Sul `` Gentílico: Joinvilense `` Colonização: Alemã, suíça e norueguesa `` Outros: Capital Catarinense do Bombeiro Voluntário, Lei 12.474, de 11/12/02 do Voluntariado, Lei 13.210 de 20/12/2004 da Dança, Lei 14.057, de 18/07/07 `` Data de Aniversário: 9 de março

Dados Geográficos `` `` `` `` ``

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Latitude: 26º18’16” Longitude: 48º50’44” Área: 1.133,7km² Altitude: 3m Cidades Próximas: Guaruva, Balneário Barra do Sul, Jaraguá do Sul, São Bento do Sul e São Francisco do Sul Rodovias: BR-101 / SC-301 / SC-413 Rios: Cubatão, Pirabeiraba, Zoada, Itapocuzinho, Bracinho, do Júlio, Piral, Jacu e Cachoeira do Itaum-Açú Região: Nordeste População: 487.003 habitantes Eleitores: 321.131 Divisas: Garuva, São Francisco do Sul, Araquari, Guaramirim, Schroeder, Jaraguá do Sul e Campo Alegre Distância da Capital: 185km Clima: Mesotérmico úmido, sem estação seca, com verões quentes, apresentando temperatura média anual de 20,4ºC e precipitação total anual entre 1.500 e 1.900mm Bacias Hidrográficas: Rio Cubatão Mesorregião: Norte Catarinense Microrregião: Joinville Associação dos Municípios: Ass. dos Mun. do Nordeste Cat. (AMUNESC) Economia: Baseada na indústria e, com menor destaque, no turismo `` Estação Ferroviária de Joinville

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Mesorregião Norte


`` Vista aérea: cidade cortada pelo Rio Cachoeira

J

oinville, principesca, és o centro empresarial do estado catarinense! Das terras ícones dos laudêmios reais, dote do casamento da Princesa Dona Francisca com o Príncipe Ferdinand de Joinville. É hoje a mais importante das cidades catarinenses. Dona de uma modernidade e administração que a destacam, sobremaneira, no plano nacional, pelas peculiaridades que a valorizam, quer na indústria metal-mecânica, quer na cultura em que, nos dias atuais, internacionalmente – com o Teatro Ballet Bolshoi –, se notabiliza na arte de Terpsícore! Capital das bicicletas, Joinville é a cidade que mais atrai pela harmonia entre o moderno e o convencional.

Arte e vocação empresarial

J

oinville, centro empresarial do estado catarinense, é a maior cidade de Santa Catarina. Possui, em seus limites, as sedes de gigantes da economia nacional que garantem força industrial, além de atrair mão-de-obra qualificada. A sua história começou com o casamento que celebrou a união da família imperial brasileira e a realeza francesa. A terra onde hoje está a cidade foi doada ao Príncipe de Joinville, em 1843, como dote da princesa Carolina, irmã do imperador Dom Pedro II. O casal não chegou a conhecer as terras. Parte delas foi negociada com a Sociedade Colonizadora Hamburguesa. Em março de 1851, começaram a chegar os primeiros imigrantes alemães e suíços, seguidos de um grupo de noruegueses. Do ano de fundação até 1897, foram trazidos 28 mil imigrantes germânicos – operários, intelectuais, agricultores e profissionais liberais –, que fugiam da Europa em busca de oportunidades no Brasil. Assim nasceu a Colônia Dona Francisca, que passou a se chamar Joinville em homenagem ao Príncipe de Joinville. Os imigrantes trouxeram na bagagem o espírito de luta

e de trabalho e, embora enfrentando toda sorte de dificuldades, conseguiram transformar uma terra inóspita e selvagem na maior cidade do estado e num dos mais sólidos parques industriais do país. Desde então, Joinville não parou de atrair gente de todos os lugares do mundo – apenas um terço de seus quase quinhentos mil habitantes é natural do município. Atualmente, Joinville é responsável por quase um quinto de tudo o que o estado exporta. É sede de gigantes da indústria nacional, como Tigre, Whirpoll (Embraco e Cônsul), Döhler e Busscar, dentre outras. O desenvolvimento econômico foi favorecido por sua privilegiada localização, no norte de Santa Catarina, próximo do litoral, da Serra do Mar e de importantes rodovias que a interligam com outras cidades e estados. Além do aspecto econômico, duas características chamam a atenção dos visitantes e moradores: a harmoniosa convivência entre o moderno e o tradicional, e o elevado índice de preservação dos recursos naturais, especialmente dos mananciais de água e da Mata Atlântica. A cidade possui um dos mais altos IDH entre os municípios brasilei-

Joinville

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ros (0,857), ocupando a décima terceira posição. A expectativa de vida em Joinville alcança 76 anos e a mortalidade infantil, 10,49, está abaixo da média estadual, que é de 16,6 a cada mil nascimentos. A taxa de analfabetismo, 3,4%, também está abaixo da média registrada no estado, que é de 6,62%. Serviços básicos de energia elétrica, água encanada e coleta de lixo chegam

a praticamente 100% da população joinvilense. A preservação de diferentes culturas, principalmente a germânica, é outro motivo da fama internacional do município. Os diversos eventos realizados ao longo do ano trazem milhares de visitantes à cidade. O mais importante deles é o Festival de Dança, o maior da América Latina e o quarto do mundo. O evento

`` Casa Krüger, que abrigou por mais de 100 anos a família de Robert Krüger, é o portal do turismo ecorrural de Joinville

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Mesorregião Norte


é palco para mais de quatro mil bailarinos. A Festa das Flores, em novembro, a Tirovillefest e a Vinvenetto também já fazem parte do calendário nacional de eventos. Joinville conta com espaço para a realização de feiras, congressos e eventos, nos diversos segmentos econômicos que têm desenvolvidos a vocação para o turismo de negócios. O megacentro Expoville é um centro de eventos, compras e lazer, situado próximo ao pórtico da cidade, às margens da BR-101. Inaugurado em 1998, o Centreventos Cau Hansen é pioneiro na América Latina no conceito de arena multiuso. São 25 mil metros quadrados de área com infraestrutura para atender a eventos esportivos, apresentações teatrais, shows, feiras, exposições e congressos.

Manchester catarinense

C

om o fim do conflito mundial, entre as décadas de 1950 e 1980, o Brasil deixou de receber produtos industrializados da Europa, fazendo com que Joinville se transformasse em pouco tempo em um dos principais polos industriais do país, recebendo a denominação de Manchester Catarinense, em referência à cidade inglesa de mesmo nome. O perfil da população mudou consideravelmente com a chegada de migrantes vindos de várias partes do país, em busca de melhores condições de vida. Os descendentes de imigrantes que colonizaram a cidade, hoje, são minoria e perderam espaço para pessoas das mais diferentes origens étnicas, formando uma população de cerca de quinhentos mil habitantes. Entre os pontos turísticos, destaque para o Mirante, na torre do Morro da Boa Vista, a 250 metros de altura, que oferece vista panorâmica de 360º da cidade e da região. Vale também uma visita à Praça da Bandeira e à Praça Dario Salles. A Alameda Brüstlein, conhecida também como Rua das Palmeiras, abre alas ao Palácio dos Príncipes, com palmeiras plantadas em 1873, e resgata a história imperial. Cercada de história, Joinville convida ainda a um passeio pela Catedral Diocesana; o Mercado Municipal e a Estação Ferroviária – construção em estilo germânico, de 1910. A cidade tem inúmeros museus e casas de memória, como a Casa Fritz Alt, a Casa da Memória do Imigrante, o Museu Nacional de Imigração e Colonização, o Museu de Arte de Joinville, o Arquivo Histórico, a Casa da Cultura, o Museu Arqueológico do Sambaqui, o Museu de Fundição, o Museu Nacional do Bombeiro (primeiro do gênero no país e em

`` Ponte sobre o Rio Piraí

Joinville

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`` Arquitetura enxaimel do moinho na principal entrada de Joinville e o moderno prédio da Câmara de Vereadores

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Mesorregião Norte


toda a América Latina) e o Museu da Indústria.

Capital da dança

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ara quem gosta de programas junto à natureza, uma boa opção é o Recanto Jativoca, área de lazer com cavalos para montaria, passeios de trole, pescaria, pedalinhos e restaurante; também há o Recanto Davet, semi-selvagem, numa área de 825 mil metros quadrados. Há também o Orquidário Agrícola Boa Vista – um parque de cultivo de orquídeas, flores e plantas exóticas que se encontra aberto à visitação e comercializa espécimes da flora. Outro destaque é a Estrada Bonita, conjunto de casas em estilo enxaimel, com varandas de onde pendem samambaias, e com floridos jardins ao longo da estrada. Pequenas propriedades vendem produtos caseiros como pães, geleias, licores, biscoitos, melados e queijos, dentre outros. Se a opção é por programas mais glamourosos, vale um passeio no Barco Príncipe de Joinville III, que navega pela Baía da Babitonga e vai até a cidade histórica de São Francisco do Sul. Ainda dentro do turismo ecológico, está o Parque Ecológico Morro do Finder, com aproximadamente 500 mil metros quadrados de área de preservação de espécies ameaçadas de extinção. Vale uma visita também ao Parque Zoobotânico, que ocupa uma área gigante de vegetação típica da Mata Atlântica e tem um belíssimo lago natural, e ao Castelo dos Bugres, formação rochosa na Serra do Mar em forma de castelo – o acesso é feito por trilha ecológica, cortada por inúmeros riachos, em surpreendente incursão pela floresta. Joinville foi a primeira cidade do mundo, fora da Rússia, a receber a escola do tradicional Teatro Ballet Bolshoi. Atualmente a escola atende a 296 alunos – a maioria, bolsistas. Todos recebem estudo, alimentação, uniformes, figurino, material didático, transporte, orientação pedagógica, assistência médica emergencial, odontológica, nutricional e de fisioterapia, além de receberem exames laboratoriais e oftalmológicos. Desde a chegada dos primeiros imigrantes a Joinville, o cultivo de flores sempre foi um costume adotado pelos habitantes da mais simpática e acolhedora cidade catarinense. No início do século passado, em 1906, o município recebeu, por parte do então presidente da república, Afonso Pena, o título de Cidade Jardim do Brasil. Atualmente é conhecida como Cidade das Flores, realizando anualmente a tradicional Festa das Flores. São belíssimas raridades, principalmente as orquídeas, como a laelia purpurata – a mais nobre e perfumada das orquídeas brasileiras –, que encontra na cidade o clima ideal para florescer.

`` Apresentação do Ballet Bolshoi, o a única escola da companhia fora da Rússia

Joinville

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Mafra Dados Históricos `` Lei e Data de Criação: Lei nº 1.147, de 25/08/1917 `` Desmembramento: Rio Negro Paraná `` Gentílico: Mafrense `` Colonização: Alemã, polonesa, bucovina (tcheca) e ucraniana `` Data de Aniversário: 8 de setembro

Dados Geográficos `` `` `` `` ``

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Latitude: 26º06’41” Longitude: 49º48’19” Área: 1.406km² Altitude: 793m Cidades Próximas: Três Barras, Porto União, Major Vieira, Bela Vista do Toldo, Papanduva, Monte Castelo, Itaiópolis Rodovias: BR-116 / SC-280 Rios: Negro, Preto, São João, Butiá, São Lourenço, Negrinho, Lança, Areia e Butiva. Região: Planalto Norte População: 51.014 habitantes Eleitores: 38.650 Divisas: Com o Estado do Paraná e com os municípios de Rio Negrinho, Itaiópolis, Papanduva e Três Barras Distância da Capital: 316km Clima: Mesotérmico úmido, sem estação seca e com verões frescos, apresentando temperatura média anual de 16,7ºC e precipitação total anual entre 1.300 a 1.500mm Bacias Hidrográficas: Rio Negro Mesorregião: Norte Catarinense Microrregião: Canoinhas Associação dos Municípios: Associação dos Municípios do Planalto Norte Catarinense (AMPLANORTE) Economia: Multi-segmentada, com destaque para a produção de mel

`` Linha férrea que liga Mafra à Porto União

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Mesorregião Norte


M

afra, produto cultural de muitas etnias, conserva, principalmente, a herdada dos seus primeiros imigrantes – os alemães, vindos de Trier. Seu nome é uma homenagem ao advogado Manuel da Silva Mafra, que defendeu as questões catarinenses no episódio do Contestado. Mafra, doce como o mel, que lhe é pródigo na sua produção, e famosa por suas réplicas de navios históricos, é mais um destino deste “Retratos de Santa Catarina”.

Origem indígena

C

onsiderada cidade-polo do planalto norte catarinense, o município de Mafra tem suas raízes ligadas aos povos indígenas Kaingang e Xokleng, primeiros habitantes de muitas regiões de Santa Catarina. No período de inverno, essas tribos nômades deslocavam-se do litoral rumo ao planalto, onde sobreviviam da caça, pesca, pinhão e mel. Por volta do século XVIII, tropeiros que passavam pela região começaram a formar um pequeno povoado. Com a abertura da Estrada da Mata e a chegada dos primeiros imigrantes europeus, vindos da cidade de Trier, da Alemanha, em

`` Centro: Mafra é considerada cidade polo do Planalto Norte Catarinense

Mafra

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1829, começou efetivamente o processo de colonização do município. Mais tarde, chegaram imigrantes de outras regiões: poloneses, ucranianos, bucovinos, italianos, entre outros. Até 1916, Mafra pertencia ao município paranaense de Rio Negro. Com o fim da Guerra do Contestado (1916), ficou determinado que parte do município de Rio Negro seria desmembrada e passaria a pertencer a Santa Catarina. Em 1917, é criado então o município de Mafra, nome escolhido em homenagem ao advogado Manuel da Silva Mafra, que defendeu a questão para o estado catarinense. A cidade de Mafra é, nos dias atuais, destaque mundial pela produção de mel. O mel produzido no município é de altíssima qualidade, garantido por uma mistura genética entre abelhas alemãs e africanas, conferindo-lhe qualidade e sabor inigualáveis, sendo apreciado no Brasil e no mundo. Esse produto mafrense já venceu concursos internacionais e trouxe ao município o status de Capital Catarinense do Mel. Na Casa do Mel Lauro Sauer, o visitante pode conhecer o mini-museu da apicultura, com roteiros para conhecer colmeias, área para camping e venda de produtos ligados às abelhas.

Economia dinâmica

A

`` Usina hidrelétrica São Lourenço e Ponte Metálica sobre o Rio Negro, um dos cartões postais da cidade

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Mesorregião Norte

estrutura econômica de Mafra apresenta-se bastante heterogênea: a madeira predomina no setor industrial e o comércio e a prestação de serviços são fortes e diversificados, dando destaque ao município como polo comercial da região. No setor agrícola, o município de Mafra concentra-se na produção de grãos, com destaque para o milho e a soja, seguidos do fumo e feijão. Os segmentos madeireiro e moveleiro são responsáveis por mais da metade dos empregos no setor industrial. Na geração de empregos, o setor de serviços também exerce forte influência. A cidade tipicamente interiorana apresenta expectativa de vida em torno dos 72 anos. A mortalidade infantil é de 21,08 a cada mil nascimentos. A taxa de analfabetismo é de 4,7%. A energia elétrica chega a mais de 98% da população, a água encanada é oferecida a mais de 93% dos moradores, e o serviço de coleta de lixo chega a aproximadamente 95% dos domicílios mafrenses. O IDH no município está na média estadual, atingindo o índice de 0,788. O município mantém as tradições de cada uma de suas etnias em centros culturais e em grupos folclóricos. A cultura local está expressa nas peças de artesanato confeccionadas em madeira e palha de milho. As réplicas de navios his-


tóricos, perfeitas obras de arte, são, em sua maioria, exportadas, concorrendo com as mais sofisticadas maquetes produzidas no exterior. Entre as atrações turísticas do município estão a Igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, templo de fé dos ucranianos que vivem na cidade e, a Ponte Metálica sobre o Rio Negro – inaugurada em 1896, que é o maior monumento histórico da região. A ponte, feita na Inglaterra, possui 110 metros de extensão e serve de ligação entre Santa Catarina e Paraná.

Atrações

V

ale conhecer ainda algumas peculiaridades da cidade, como as canforeiras – planta de origem asiática da qual é extraída a cânfora –, da praça Hercílio Luz. Esta possui inclusive um relógio de sol, um coreto e uma cruz, em homenagem ao monge eremita João Maria, que ajudou a cuidar dos doentes

da Guerra dos Farrapos, no ano de 1851. Muitas lendas cercam essa cruz que, em 1926, ganhou uma capelinha para a sua proteção. O calçamento de pedra basáltica e os fósseis de peixes e plantas marinhas, que provam que há 250 milhões de anos a região esteve sob o mar, são visitas obrigatórias. A quase centenária Usina de São Lourenço, hoje uma atração turística, foi inaugurada em 15 de março de 1914 e forneceu luz e força para o município, aproveitando o salto do Rio São Lourenço. O município realiza diversos eventos ao longo do ano. Em março, acontece a Festa de São José e, também, a Heimfest, festa típica alemã, que resgata as tradições dos colonizadores. Em junho, a Festa de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro é uma tradicional celebração da comunidade ucraniana em homenagem à padroeira. A Festa Bucovina, tradicional comemoração dos bucovinos, apresenta atividades culturais e folclóricas, comidas típicas e muita animação no mês de julho. A Festa de Nossa Senhora Aparecida acontece em outubro.

`` A região onde se desenvolveu a comunidade de Mafra é altamente rica em reservas florestais, principalmente de pinheiro-araucária, erva-mate e outras espécies

Mafra

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Papanduva Dados Históricos `` `` `` `` ``

Data de Criação: 26/03/1726 Desmembramento: Laguna Gentílico: Florianopolitano Colonização: Açoriana Outros: Capital Catarinense do Sandboard, Lei 13.169 de 29/11/2004 `` Aniversário: 23 de março

Dados Geográficos `` `` `` `` ``

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Latitude: 27º35’48” Longitude: 48º32’57” Área: 439,0 km² Altitude: 25m Cidades Próximas: São José, Biguaçu, Palhoça, Balneário Camboriú, Governador Celso Ramos, Garopaba Rodovias: SC-400 / SC-401 / SC-402 / SC-403 / SC-404 / SC-405 / SC-406 Rios: Ratones, Tavares, Vermelho, Itacorubi, Pau de Barro, da Tapera e Cachoeira Grande Região: Litoral População: 17.056 habitantes Eleitores: 12.236 Divisas: Com o Oceano Atlântico e com os municípios de Palhoça, São José, Biguaçu e Governador Celso Ramos Clima: Mesotérmico úmido, sem estação seca, com verões quentes, apresentando temperatura média anual de 19,9ºC e precipitação total anual entre 1.300 e 1.400 mm Bacias Hidrográficas: Rio Biguaçu Mesorregião: Grande Florianópolis Microrregião: Florianópolis Associação dos Municípios: Associação dos Municípios da Grande Florianópolis (GRANFPOLIS). Economia: Além do turismo, a economia local é baseada nas atividades de comércio e serviços `` Visão parcial da cidade

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Mesorregião Norte


O

caminho das tropas – que se fazia entre os estados do Rio Grande do Sul e São Paulo – deixou muitas sementes pela passagem dos tropeiros, que procuravam, ao longo das estradas e trilhas, um lugar para descanso com a alimária. A região, onde o capim papuã era abundante, transformou-se numa parada procurada e esperada – daí se derivou o nome de Papanduva. Já em 1880, os europeus chegaram à região, formando o povoado e abrindo as estalagens para os tropeiros – até então, a localidade pertencia ao município paranaense de Rio Negro. Resolvida a questão do Contestado, a próspera região passou a pertencer a Santa Catarina e, em 1953, tornou-se município. É um pedaço de infinita beleza intocada, com suas belas cachoeiras e seu cativante jeito de receber!

`` Cachoeira do Rio Pratinha e, ao lado, a Ponte Coberta, sobre o Rio Iraputã

Papanduva

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`` Aventura: muitos procuram Papanduva para percorrer trilhas de jipe

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Mesorregi達o Norte


`` Pedreira Papanduva

Na rota do gado

A

história de Papanduva se confunde com a história da Estrada da Mata ou Estrada das Tropas, hoje BR-116, utilizada pelos tropeiros para conduzir o gado de Viamão-RS a Sorocaba-SP. Em meados do século XVIII, os tropeiros que passavam pela região encontraram no local um ótimo pasto e fizeram do lugar um ponto de parada para alimentação dos animais e repouso dos viajantes. A abundância do pasto, conhecido como capim papuã, acabou originando o nome da cidade, que passou a ser chamada de Papanduva pelos tropeiros viajantes. O início da colonização aconteceu, efetivamente, a partir de 1828, por colonos provenientes do Paraná, que chegaram à região para cuidar da estalagem dos tropeiros e desenvolver a pecuária. Com o passar do tempo, a lavoura de subsistência e, com mais importância, a extração da erva-mate tornaram-se a base da economia local. A partir de 1880, com o surgimento do povoado, começam a chegar à região os colonizadores europeus, principalmente poloneses e ucranianos. Por volta de 1900, os colonos de Papanduva sofreram as consequências da Questão do Contestado e, em 1909, o povoado de Papanduva, que pertencia ao município de Rio Negro, do Paraná, foi elevado à categoria de distrito e, sua sede,

vila de Papanduva. Com a resolução da questão de limites entre Paraná e Santa Catarina, Papanduva passou a pertencer a Santa Catarina. Em 30 de dezembro de 1953, Papanduva tornou-se município, desmembrando-se de Canoinhas. A economia desta região é sustentada na agricultura, pelo cultivo de milho, soja, fumo, feijão e mandioca – atualmente, mais de 55% da população vivem na zona rural. Na indústria, destacam-se os ramos madeireiro, de móveis e estofados, colchões, mangueiras plásticas, confecções e farinha de trigo. Os papanduvenses vivem aproximadamente 70 anos. A mortalidade infantil no município é de 27,67 a cada mil nascimentos. A taxa de analfabetismo é de 10,6%. Serviços básicos como energia elétrica e coleta de lixo chegam a mais de 93% da população, enquanto pouco mais de 78% dos moradores têm serviços de saneamento e coleta de lixo. Papanduva possui um IDH de 0,737. Entre as atrações do município, estão as mais de trinta cachoeiras, diversas cavernas e grutas, sítios paleontológicos, serras com mata virgem e construções típicas de várias etnias. Ecoturismo, história e diversidade são a marca registrada de Papanduva. A Igreja Ucraniana Santo Antônio em estilo bizantino, com cúpulas metálicas, é outro destaque de Papanduva. Em Rodeiozinho, um antigo cemitério ucraniano, há cruzes ortodoxas, que atraem vários turistas à região.

Papanduva

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Porto União Dados Históricos `` Lei e Data de Criação: Lei nº 1.147 de 25/08/1917 `` Desmembramento: União da Vitória `` Gentílico: Portounionense `` Colonização: Alemã, italiana e polonesa `` Outros: Capital Catarinense do Steinhaeger, Lei 12.915, de 23/01/2004 `` Data de Aniversário: 05 de setembro

Dados Geográficos `` `` `` `` `` `` `` `` `` `` ``

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Latitude: 26º14’17” Longitude: 51º04’42” Área: 850,3km² Altitude: 795m Cidades Próximas: Irineópolis, Camon, Matos Costa Rodovias: SC-280 / SC-302 Rios: Iguaçu, Jangada, Timbó, Pintado, dos Pardos, Bonito e Tamanduá Região: Planalto Norte População: 32.256 habitantes Eleitores: 23.384 Divisas: Com o Estado do Paraná e os municípios de Irineópolis, Timbó Grande, Calmon e Matos Costa Distância da Capital: 445km Clima: Mesotérmico úmido, com verões frescos, apresentando temperatura média anual de 17,2ºC e precipitação total anual de aproximadamente 1.400mm Bacias Hidrográficas: Rio Iguaçu Mesorregião: Norte Catarinense Microrregião: Canoinhas Associação dos Municípios: Associação dos Municípios do Planalto Norte Catarinense (AMPLANORTE) Economia: Baseada nas indústrias de derivados de madeira e de alimentos, agricultura, pscicultura e pecuária leiteira. Destaque, ainda, para o cultivo de milho e soja

`` Visão panorâmica da cidade

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Mesorregião Norte


`` Portal turístico

F

ruto da Guerra do Contestado, a divisão de Porto União e União da Vitória produziu duas cidades gêmeas, acolhedoras e referenciais. Porto União é a parte catarinense que já tinha, a partir de 1886, grupos de imigrantes de várias etnias que trouxeram experiência e inovação no trabalho, destacando culturalmente a região. Primeiro chegaram os alemães, mais tarde os poloneses, seguidos pelos ucranianos, os austríacos, os russos e os libaneses. Assim, essa miscigenação deu a Porto União uma performance cultural e folclórica, rara e perfeita. Voltada à agroindústria, possui em seu território grande número delas. No setor turístico, há muita diversidade e cultura, além de suas cachoeiras e corredeiras, que a fazem cenário único! No turismo histórico, temos ali construções do início do século XX, também três museus, o Portal Turístico, o Monumento aos que morreram na Guerra do Contestado, o pocinho do Monge João Maria, local de peregrinação. Na Praça Hercílio Luz, o chafariz luminoso faz do local um belo ponto de destaque. A grande festa de São Pedro e São Paulo, com sua enorme fogueira e suas quermesses fazem deste município outro magnífico destino neste “Retratos de Santa Catarina”!

Porto União

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História

O

município de Porto União foi criado em 1917, como consequência do acordo de limites entre Paraná e Santa Catarina. Porém, sua história começou muito antes, em 1842, com a descoberta, no Rio Iguaçu, do Vau – lugar no rio de baixa profundidade que facilitou as passagens das tropas que vinham dos campos de Palmas. Esse lugar era também o ponto de embarque e desembarque para quem se valia do Iguaçu como meio de transporte. Daí o primeiro nome: Porto da União. Em 1855, tem seu nome mudado para Porto União da Vitória. Em 1880, chega de Palmas, para se estabelecer no comércio, com a compra e venda de sal, o Coronel Amazonas Marcondes. No ano seguinte, tem início a navegação a vapor no Rio Iguaçu, transportando passageiros e mercadorias. A partir de 1886, começaram a chegar à região os primeiros colonos de origem europeia, na maioria, alemães. Mais tarde, vieram os poloneses, ucranianos, austríacos e russos. No início do século XX, chegam os libaneses. A cidade desenvolveu-se e, em 1901, é criado o município de União da Vitória. Em 1912, têm início conflitos do Contestado, que se prolongam até 1916. Em 5 de setembro de 1917, é criado o município de Porto União que, desde então, passa a conviver, em todos os aspectos, com a parte da cidade que ficou do lado paranaense. A mesma linha que divide os municípios une as comunidades.

Agroindústria

A

s agroindústrias de Porto União significam hoje 25% da economia do município. São 26 agroindústrias espalhadas por todo o interior, envolvendo mais de 250 famílias. Uma das consequências mais positivas dessas indústrias é a redução do êxodo rural e a geração de renda para os agricultores. A cidade possui quatro delas que produzem embutidos, todas com inspeção municipal e federal. Já o parque industrial do município é constituído por 112 empresas de micro, pequeno e médio porte. O principal segmento é a indústria madeireira, com 48% dos estabelecimentos oferecendo produtos de maior valor agregado como esquadrias, compensados, móveis e casas pré-fabricadas. Há também indústrias de bebidas e água mineral. Os portounionenses vivem, em média, 72

`` Monumento aos que não voltaram

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Mesorregião Norte


`` Castelinho da rua XV de Novembro

anos e a taxa de mortalidade infantil no município é de 21,08 a cada mil nascimentos. A taxa de analfabetismo é de 5,1%. Serviços básicos como água encanada, energia elétrica e coleta de lixo atendem a mais de 98% da população. O IDH de Porto União é de 0,806. O setor turístico do município possui muita diversidade e estrutura para seus visitantes. No total, são 150 cachoeiras e corredeiras que compõem o cenário natural de Porto União. Um dos destaques é o Salto do Pintado, com trinta metros de altura e que fornece energia para a fábrica de bancos de igreja de São Miguel da Serra – um dos mais importantes distritos do município. Também merece destaque o salto do Rio dos Pardos, com 74 metros de altura, um dos maiores da América do Sul. Além dessas, muitas outras cachoeiras possuem estilos mais selvagens, algumas são de difícil acesso e acabam atraindo turistas para aventuras radicais, como rappel, treeking ou canoagem. No turismo histórico, Porto União abriga construções do início do século XX, no entorno da antiga Estação Ferroviária, hoje transformada em um espaço cultural. O prédio da estação ferroviária é considerado um dos mais bonitos do Brasil e ainda mantém na sua parte central os trilhos da divisa de Porto União e União da Vitória. Na Praça Hercílio Luz, há um chafariz luminoso conhecido como Fonte Luminosa. Na Rota dos Imigrantes, várias imbuias foram plantadas como homenagem aos imigrantes que somam as etnias de Porto União. O Monumento ao Tropeiro e o Monumento Elos de Nossa História ficam logo na entrada da cidade, em frente ao Portal Turístico. O Monumento aos que não voltaram homenageia os lutadores do Contestado, na Praça 1º de Maio. Em Santa Cruz do Timbó, percebe-se claramente a herança da colonização do Brasil, já que, ao lado da reserva indígena Quati – onde vivem descendentes de índios xocklengs –, residem em harmonia os descendentes dos imigrantes poloneses e ucranianos que desbravaram a região. Todas as comunidades mantêm vivas suas tradições e culturas por meio do artesanato e de grupos folclóricos. A herança cultural da cidade também está preservada nos museus da cidade. Entre eles, podemos citar: o Museu Municipal Prefeito Salustiano Costa Junior; Museu Rural Antônio Dykel; e o Museu Rural Leovegildo Dalmas. O Morro da Cruz, que oferece uma vista panorâmica da cidade, e o Pocinho São João Maria, local onde o Monge João Maria teria passado e que se tornou local de peregrinação, também são atrações do município. Entre os eventos realizados, a Festa de São Pedro e São Paulo, que acontece em julho, é famosa por sua fogueira, considerada a maior do Brasil. A Bergbauernfest, festa dos colonos da montanha, acontece no mês de novembro e resgata os costumes e tradições germânicas.

Porto União

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São Bento do Sul Dados Históricos `` Lei e Data de Criação: Lei nº 1.030 de 21/05/1883 `` Desmembramento: Joinville `` Gentílico: São-bentense `` Colonização: Alemã e polonesa `` Outros: Capital Catarinense dos Móveis, Lei 12.351, de 09/06/2002 `` Data de Aniversário: 23 de setembro

Dados Geográficos `` `` `` `` ``

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Latitude: 26º14’49” Longitude: 49º22’18” Área: 487km² Altitude: 838m Cidades Próximas: Joinville, Jaraguá do Sul, Rio Negrinho, Corupá, Mafra e Campo Alegre Rodovias: SC-301 / BR-208 Rios: Negro, Negrinho, São Bento, Banhados, Campininhas, Represo, Vermelho, Humboldt, Natal, Ano Bom e Rio dos Bugres Região: Planalto Norte População: 72.548 habitantes Eleitores: 51.449 Divisas: Com o Estado do Paraná e os municípios de Campo Alegre, Jaraguá do Sul, Corupá e Rio Negrinho Distância da Capital: 259km Clima: Clima temperado. Temperatura média anual de 16,4ºC Mesorregião: Planalto Norte Catarinense Microrregião: Alto Vale do Rio Negro Associação dos Municípios: Associação dos Municípios do Nordeste Catarinense (AMUNESC) Economia: Baseada na fabricação de móveis, com destaque, ainda, para a indústria de higiene e limpeza, metalúrgica, fiação e tecelagem, cerâmica e plástico `` Secretaria de Cultura e Igreja Matriz Puríssimo Coração de Maria

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Mesorregião Norte


S

ão Bento do Sul, vertente de coragem e preparo de sua gente. São Bento do Sul, com a sobranceira Igreja a velar do alto do pináculo pelos amados filhos. Um dos destaques turísticos entre os quinze melhores de Santa Catarina. São Bento do Sul, das construções em estilo alpino, que convivem em harmonia com a modernidade de seus prédios, das indústrias moveleiras, que têm na madeira sua vocação, fazendo-se presente neste belo “Retratos de Santa Catarina”!

Saga

A

história de São Bento do Sul, esta célebre cidade do norte catarinense, liga-se intimamente à história de Joinville e à construção da Estrada Dona Francisca. Depois do início das obras da estrada, os imigrantes, que não paravam de chegar da Europa, começaram a subir a serra, por volta de 1873, montados em lombos de burros. Aproximadamente setenta homens, uma tropa de mulas e dois tropeiros brasileiros foram os responsáveis pelo descobrimento da cidade de São Bento do Sul. Os homens deixaram esposas, filhos e demais familiares, com a função de desbravarem a Serra Dona Francisca. Trazendo facas e foices, esses homens foram abrindo caminhos que beirava o riacho São Bento. Bavária, Prússia, Polônia, Saxônia, Tchecoslováquia eram os países de origem dos primeiros habitantes, que também chegaram de outras partes do Brasil. Apesar das dificuldades encontradas, os imigrantes trouxeram sua história, lembranças, crenças, valores, língua e saudade. Cultivaram os campos e a cultura. Em 1876, a colônia recebeu a visita de Alfredo Taunay, na época, presidente da província de Santa Catarina. Nesse mesmo ano, em 6 de abril, foi criado o distrito de São Bento do Sul. Alguns anos depois, em 21 de maio de 1883, foi criado o município de São Bento do Sul, instalado em 30 de janeiro de 1884. Localizada num dos pontos mais elevados do planalto, a 838 metros de altitude, São Bento do Sul tem temperaturas amenas no verão e muito baixas no inverno, sendo comum a ocorrência de geadas. As construções em estilo alpino, verdadeiros símbolos da colonização, convivem em harmonia com os prédios modernos e as grandes fábricas de móveis. São Bento do Sul tem mais de vinte grupos folclóricos, que preservam em suas danças e canções a tradição das várias etnias formadoras do município, em especial alemães e poloneses. O Calçadão da cidade é excelente opção para quem vai às compras ou procura um momento de descontração. A Casa do Artista também é visita obrigatória, onde os artesãos locais expõem e comercializam seus trabalhos. Vale conhecer a Praça Getúlio Vargas e a Câmara de Vereadores, construída em 1903 e sede da Prefeitura até 1977. A Igreja Matriz Puríssimo Coração de Maria, construída entre 1955 e 1960, na Colina dos Três Templos, é famosa pelo conjunto da Via Sacra e seus painéis cerâmicos. `` Na Serra do Mar, passeios com a saudosa “Maria Fumaça”

São Bento do Sul

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Memória

N

o Museu Municipal Dr. Felippe Maria Wolff, está guardada a história da cidade e da região, em raras peças como armas de guerra, ferramentas e instrumentos usados pelos imigrantes, artigos religiosos e maquinários, entre outros. Localizado no centro de São Bento do Sul, o museu ocupa a casa que pertenceu ao Dr. Felippe Maria Wolff, importante personagem da Revolução Federalista. A casa foi ainda sede do governo do estado de Santa Catarina, durante curto período da década de 1940. Para quem gosta de aventura, vale a pena conhecer o Morro da Igreja,

`` A Igreja Matriz do Puríssimo Coração de Maria foi erguida entre 1955 e 1960 no Centro da cidade. Com uma bela arquitetura, a edificação destaca-se por conta de seu conjunto de painéis cerâmicos, que retrata a Via Sacra, e do vitral do altar-mor

154

Mesorregião Norte

muito utilizado para a prática de montanhismo, com seus 845 metros de altura. O Braço Esquerdo também deve ser visitado – ao longo da caminhada, há uma bela cachoeira, além de piscinas naturais com água cristalina e uma caverna com cascata em seu interior. Outra opção de lazer é o passeio de Maria Fumaça. Durante o trajeto, o turista pode observar belíssimas paisagens, exuberante vegetação, túneis e pontes sobre os vales. Entre as festas realizadas no município, destaque para a Festa da Colônia – realizada em maio; a Schlachtfest – realizada em setembro; a Musikfest – em outobro; no mês de novembro, acontece a Expoama. São Bento do Sul descobriu na transformação da madeira sua vocação. Antes das indústrias, vie-


`` Centro da cidade

ram as serrarias, carpintarias, barricarias, tamancarias e marcenarias. Da imbuia, do pinheiro e da canela eram produzidos móveis, cabos de ferramentas, equipamentos para agricultura e carroças. Da iniciativa do pequeno agricultor em montar sua fábrica artesanal, São Bento do Sul começou a delinear seu futuro. É hoje a Capital Nacional dos Móveis, além de se destacar nos setores cerâmico, plástico, metalúrgico, de fiação e tecelagem. Dentre as cerca de duzentas empresas de móveis, que participam com 41% de toda a movimentação econômica do município, está a maior exportadora e a maior indústria de móveis do estado, sendo a maioria das empresas moveleiras com mais de meio século de tradição. A interação da cultura, das tradições e do espírito empreendedor do povo são-bentense, fez de São Bento do Sul a Capital Nacional dos Móveis, Cidade da Música e do Folclore.

A cidade possui um alto IDH, que é de 0,838, ocupando a 22ª posição entre os municípios brasileiros. A expectativa de vida chega a 76 anos, enquanto a mortalidade infantil é de 11,76 a cada mil nascimentos. São Bento do Sul é considerada livre do analfabetismo, segundo o Ministério da Educação, e os serviços básicos de energia elétrica, água encanada e coleta de lixo são oferecidos a mais de 99% dos moradores. São Bento do Sul tem boa infraestrutura turística, com operadoras que levam os aventureiros para roteiros ecológicos e de aventura. Bem no centro da cidade, está localizado o Parque 23 de Setembro, com uma área de 22 mil metros quadrados com muito verde e ar puro. Ali fica a Casa do Imigrante, réplica da primeira casa construída em São Bento do Sul. Araucárias e cedros centenários compõem o cenário do parque.

São Bento do Sul

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Planalto Serrano

`` Planalto Serrano Catarinense ĂŠ a regiĂŁo mais fria do Brasil

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Serra acolhedora Destaque para o Setor Madeireiro 2.900 indústrias (2006) 44,7 mil trabalhadores (2006) 4,7% do Valor da Transformação Industrial de SC-(2006)

8,4% das exportações de SC US$ 620 milhões (2007) 0,5% do ICMS estadual (2007)

Planalto Serrano

Setor de Celulose e Papel

O

Planalto Serrano catarinense é a região mais fria do Brasil. E é o único lugar no país onde a precipitação de neve é certa – todos os anos a paisagem verde-amarelada de araucárias, coxilhas (campos ondulados) e taipas (muros de pedra) torna-se branca, fazendo congelar até as águas das cachoeiras da região. A neve é um dos principais atrativos da Serra Catarinense. A paisagem é composta de florestas de araucárias, cânions, cachoeiras e campos ideais para caminhadas e atividades de aventura. É uma região de campos de altitude, florestas e grandes cânions. Nos campos, ficam as fazendas, algumas com serviços de hospedagem. A região é ideal para o turismo rural. Lages, maior cidade do Planalto Serrano, há dois séculos era entreposto comercial no Caminho dos Tropeiros, no qual era feito o transporte de gado entre Rio Grande do Sul e São Paulo. Hoje, a cultura campeira, cujos ícones são o homem do campo, as fazendas e o cavalo, é predominante na Serra Catarinense. Algumas das fazendas que oferecem turismo rural são centenárias. O frio, as histórias de tropeiros contadas ao pé do fogo de chão, o pinhão, o chimarrão, o camargo – café misturado com o leite saído na hora, bebido ao pé da vaca –, criam uma atmosfera especial, repleta de calor humano e hospitalidade.

394 indústrias (2006) 16,5 mil trabalhadores (2006) 5,57% do Valor da Transformação Industrial de SC-(2006)

2,7% das exportações de SC US$ 202 milhões (2007) 1,3% do ICMS estadual (2007)

Cidades Que Constam Nesta Edição:

Frei Rogério

Lages

São Joaquim

Urupema Urubici

Planalto Serrano

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Frei Rogério Dados Históricos `` Lei e Data de Criação: Lei nº 9.896 de 20/07/1995 `` Desmembramento: Curitibanos `` Gentílico: Freirogeriense `` Colonização: Japonesa, italiana, alemã e cabocla. `` Outros: Capital Catarinense da Pêra, Lei 13.170 de 29/11/2004 `` Data de Aniversário: 20 de julho

Dados Geográficos `` `` `` `` `` `` `` `` `` `` ``

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Latitude: 27º10’29” Longitude: 50º48’17” Altitude: 950m Área: 158,5km² Cidades Próximas: Curitibanos, Fraiburgo, Brunópolis e Monte Carlo Rodovias: SC-451 / SC-457 Rios: Marombas dos Cachorros, Taquaruçu e das Pedras Região: Planalto População: 2.655 habitantes Eleitores: 2.078 Divisas: Com os municípios de Fraiburgo, Curitibanos, Brunópolis, Campos Novos e Monte Carlo Distância da Capital: 324km Clima: Mesotérmico úmido, sem estação seca, com verões frescos, apresentando temperatura média anual de 15,5ºC e precipitação total anual entre 1.400 a 1.800mm Bacias Hidrográficas: Rio Canoas Mesorregião: Serrana Microrregião: Curitibanos Associação dos Municípios: Associação dos Municípios do Alto Vale de Rio do Peixe (AMARP) Economia: Baseada na agricultura, com destaque para o cultivo de alho, tomate e cebola

`` Cachoeira Salto Correntes

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Planalto Serrano


F

rei Rogério, que encanto – o planalto se enfeita de graciosas gueixas, como se estivéssemos no Japão! As floradas demonstram que nossos irmãos japoneses vieram para encantar e, com o seu trabalho, colaborar para o engrandecimento de Santa Catarina. O Parque Sino da Luz, o telhado do mundo, cujo toque do sino evoca Hiroshima e Nagasaki. Terra de hortigranjeiros, é exemplo de progresso e referência sem igual, nesses cem anos de imigração, marca como cerejeiras em flor, o encanto da paisagem nipo-brasileira, neste “Retratos de Santa Catarina”.

`` Monumento Parque Sino da Paz

Frei Rogério

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Um pedaço do Japão

N

o coração de Santa Catarina, Frei Rogério é uma das maiores colônias japonesas do sul do Brasil. O município foi distrito de Curitibanos até 1995, quando se tornou independente. O nome Frei Rogério surgiu em homenagem a um padre que viveu pela região por muitos anos, fazendo suas peregrinações e auxiliando todo o povo que sofreu com a Guerra do Contestado. O padre alemão Rogério Nenhaus veio para atender ao povo da região por volta de 1904 e ficou conhecido como Apóstolo de Curitibanos, porque era muito caridoso, bastante dedicado para com todas as pessoas. O padre serviu de intermediário entre o governo, suas forças, suas autoridades e os fanáticos da Guerra do Contestado. O município foi colonizado por imigrantes italianos, alemães, japoneses e poloneses, que se dedicavam exclusivamente à agricultura. Na cidade, existia muita madeira, principalmente a de pinho. Madeireiros vindos de várias regiões começaram a montar barracas no local para derrubar as árvores e construir serrarias. Em 1951, começaram a chegar ao município os descendentes de italianos vindos de Orleans, no sul do estado. As famílias que ao município chegaram adquiriram terras e iniciaram o cultivo do milho, feijão, trigo e também uma pequena criação de gado. Outros construíram moinhos à água para obter as farinhas para consumo próprio. Surgiram também gaúchos, que fundaram casas de comércio para atender à população. A cultura japonesa pode ser notada em toda a cidade – no artesanato, na dança, nas vestimentas, na delicadeza das flores de cerejeira.

Fruta move economia

F

`` Kendo: arte marcial japonesa moderna e a jovem praticando a dança tradicional do país

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Planalto Serrano

rei Rogério é um município rural, e grande parte de suas propriedades rurais possui açudes para criação de peixe e irrigação das lavouras de alho, tomate, pimentão, fumo e outros produtos. A vinda de imigrantes japoneses para o município fez com que estes buscassem novas fontes de geração de renda. Foi na fruticultura que encontraram sucesso. Com a parceria de agrônomos japoneses, foi desenvolvida a matriz da pera Nashi, considerada a pera mais suculenta do mundo. Desenvolveram, ainda, a matriz da maçã Fuji, hoje com decréscimo na sua produção. Atualmente, produz-se caqui, maçã, pera, nectarina e pêssego, e a agricultura representa 90% da economia municipal, com destaque ainda para empresas de papel e celulose, e


`` Cerejeira compõe o cenário

de madeira. O inverno é rigoroso, com temperaturas sempre abaixo de dez graus, e as chuvas de granizo, a geada e a neve são frequentes na região. A geada, que muitas vezes cai fora de época, prejudica vários pomares e plantações. As chuvas são mais frequentes na primavera, dificultando muitas vezes o plantio de feijão e de milho e a colheita de alho. A vegetação natural da cidade quase desapareceu, existindo, atualmente, apenas algumas matas com araucárias, imbuias e outras espécies de árvores. A área de domínio são campos limpos, onde se desenvolvem a agricultura e uma pequena pecuária. Há, em grande escala, o reflorestamento de áreas que se encontram devastadas, com o plantio de pinus. Em Frei Rogério, a expectativa de vida é em média de 68 anos e a mortalidade infantil é de 14,30 a cada mil nascimentos. A taxa de analfabetismo é de 9,1%. A energia elétrica chega a mais de 95% dos moradores; a água encanada atende, aproximadamente, a 90% da população, e a coleta de lixo chega a pouco mais de 76% dos freirogerienses. O IDH do município está na média nacional: 0,740. Entre os pontos turísticos, o Parque Sino da Paz homenageia os sobreviventes japoneses da Segunda Guerra Mundial. O local relembra o acontecimento da bomba atômica lançada sobre as cidades de Hiroshima e Nagazaki. O parque localiza-se no terreno de um dos sobreviventes desse holocausto, que acabou com os sonhos e com a vida de mais de 230 mil japoneses, na maioria deles mulheres e crianças.

Japão reproduzido

N

o parque, foi construído um monumento de 28 metros de altura, cujas linhas de estrutura foram baseadas no pássaro Tsuru, que simboliza a paz, para os japoneses. O monumento abriga um sino de bronze com cerca de quarenta quilos e mais de quatrocentos anos – um presente do governo do Japão para o Brasil. Todos os anos em ocasiões especiais, como nos dias 6 e 9 de agosto – datas que marcaram o lançamento das bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki –, é realizada a cerimônia da badalada do sino, e a emoção toma conta de todos os que presenciam o evento. Em todo o mundo, só existem três sinos iguais a esse – um está na sede da ONU, outro na cidade de Hiroshima e um em Frei Rogério. Em breve, o parque contará também com um museu, que terá acervos históricos da Segunda Guerra Mundial, todos cedidos pelo governo japonês. Outro destaque da cidade é o Parque Sakura, arborizado com espécies trazidas do Japão, dentre elas as castanheiras utilizadas para a produção de cogumelos e as cerejeiras. A melhor época para visita é depois da passagem do inverno, quando acontece a floração das cerejeiras. No local, encontra-se também a sede social da Associação Cultural Brasil-Japão, inaugurada em 12 de setembro de 1970, em estilo e caráter oriental. A cidade também realiza várias festas ao longo do ano, como a Undokai – entre abril e maio; a Enguei-Kai – entre julho e agosto; e a Sakura Matsuri, ou Florada da Cerejeira – em setembro.

Frei Rogério

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Lages Dados Históricos `` Lei e Data de Criação: Alvará de 04/09/1770 elevado à categoria de cidade em 09/09/1820 `` Desmemb.: Capitania de São Paulo `` Gentílico: Lageano `` Colonização: Italiana, portuguesa, espanhola e alemã `` Outros: Capital Catarinense do Turismo Rural, Lei 12.593, de 03/07/2003 `` Data de Aniversário: 22 de novembro

Dados Geográficos `` `` `` `` `` ``

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Latitude: 27º48’58” Longitude: 50º19’34” Área: 2.648,9km² Altitude: 884m Rodovias: BR-116 / BR-282 / SC-425 / SC-430 Rios: Pelotas, Canoas, Lava-tudo, da Divisa, Vacas Gordas, Pelotinhas, dos Macacos, do Pessegueiro, das Caveiras, Piurras, Dois irmãos e Limitão Região: Planalto Serrano População: 161.583 habitantes Eleitores: 110.699 Divisas: São José do Cerrito, Correia Pinto, Palmeira, Otacílio Costa, Bocaína do Sul, Painel, São Joaquim, Capão Alto e Campo Belo do Sul Distância da Capital: 224km Clima: Mesotérmico úmido, sem estação seca, temperatura média anual de 15,6ºC e uma precipitação total anual entre 1.300 a 1.400mm Bacias Hidrográficas: Rio Canoas Mesorregião: Serrana Microrregião: Campos de Lages Associação dos Municípios: Associação dos Municípios da Região Serrana (AMURES) Economia: Baseada na agropecuária com destaque para a extração do pinhão

`` Sinônimo de fé e cartão-postal de Lages, a Catedral Nossa Senhora dos Prazeres é um marco da cultura lageana. Suas obras começaram em 1912, sob o comando do pároco Frei Gabriel Zimmer, e a igreja foi inaugurada dez anos depois

Planalto Serrano


`` Centro da cidade durante a noite

L

ages, dos caminhos das tropas, das gaúchas e encantadoras danças. Herança paulistana advinda de bandeirantes. Pilchada ou elegante com suas vestes de beleza e graça, de prendas bonitas e guapos cavaleiros! Rincão de beleza singular, com sua “Coxia Rica”. Lages da Sapecada Nativa, revelando artes na Festa do Pinhão; Lages, coração serrano de sol, renascer, geadas, berço bonito do turismo rural! Nela, grandes e acolhedoras fazendas fazem-se, com o bom gosto e acolhida dos patrões, um inesquecível refúgio de paz para as famílias. Brilham cada qual a seu modo – Pedras Brancas, Boqueirão, a linda Coxilha Rica – com tio Lelo Bianchini e suas antigas casas de fazenda –, um grande estimulador do Turismo Rural, a contar casos e ocasos, fazem-na bela neste “Retratos de Santa Catarina”.

Lages

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História

O

peculiar modo de vida dos bravos lageanos, que, em sua “Coxia Rica” firmaram sua história, é o principal formador da identidade desta pródiga cidade. A história da capital do turismo rural teve início com a fundação do povoado de Nossa Senhora dos Prazeres dos Campos das Lajes, em 22 de dezembro de 1766. O povoado surgiu como defesa contra a invasão dos castelhanos que cobiçavam as terras, ao mesmo tempo em que oferecia proteção aos tropeiros viajantes que cruzavam o Planalto Serrano levando gado do Rio Grande do Sul para São Paulo. Em maio de 1771, a povoação foi elevada à categoria de vila, permanecendo assim até 1820, quando foi desanexada de São Paulo e passou a fazer parte de Santa Catarina. Lages passou à condição de município em 9 de setembro de 1860, sendo o quarto município a ser criado no estado. O nome Lages surgiu pela abundância de pedra de laje (arenito) encontrada na região. Os valores do homem serrano manifestam-se nas festas, no artesanato, no folclore regionalista, nas músicas e na comida típica campeira lageana. Com 241 anos de história, Lages preserva o sentimento de amor pela terra e o legado intocável dos campos nativos formados por coxilhas, com taipas centenárias e rios de águas puras e límpidas. A cidade é detentora de excelentes índices de qualidade de vida e de um diversificado parque industrial, comercial e de serviços. A população em Lages vive aproximadamente 72 anos e a mortalidade é de 10,71 a cada mil nascimentos. Serviços básicos como energia elétrica, água encanada e coleta de lixo atendem a aproximadamente 96% dos moradores. A taxa de analfabetismo é de 7,2%. Já o IDH do município é de 0,813. No inverno, fortes geadas e nevascas criam cenários inesquecíveis. Os campos cobertos pelas geadas são um espetáculo à parte da exuberante paisagem bucólica. A cidade oferece boa infraestrutura hoteleira e turística, ótimos serviços e gastronomia variada. Em Lages, é possível apreciar a saborosa comida campeira, o camargo, o fogo de chão, o chimarrão, a música e a dança tradicionalista. Conhecer as trilhas ecológicas, as cavalgadas, os passeios de trenzinho, as pescarias e o calor deste povo hospitaleiro é viver um pouco da tradição serrana e do encanto das belezas desta terra. Considerada a Capital Catarinense do Turismo Rural, sempre foi conhecida por suas tradições na pecuária. Durante muito tempo, contudo, o que apoiava o desenvolvimento da cidade era a extração de madeira. Como o corte era desordenado e não existia o replantio, as fontes foram esgotando-se. O parque industrial está lentamente aumentando. A cidade já produz celulose, papel, embalagens, laminados e madeiras em geral para construções, esquadrias, laticínios, carne, etc. Na área agrícola, destaque para a produção de milho, maçã, feijão, soja e batata, e para a extração do pinhão – semente da árvore araucária. O município conta com inúmeras fazendas abertas para o Turismo Rural que, diferentemente dos hotéis-fazenda, oferecem aos seus

`` Campos de Lages

164

Planalto Serrano


visitantes hospedagem de forma rústica, com vivência próximo à natureza. Lida campeira, domas, manejo de animais, ordenhas, cavalgadas, passeios ecológicos, pesca, sapecada de pinhão – na época da colheita da semente que vai de maio a agosto –, estão incluídos no turismo rural. O ambiente é sempre familiar e acolhedor, principalmente no inverno com todos reunidos em volta do fogo de chão, onde se contam os “causos”, regados a chimarrão e pinhão cozido. O sossego, o conforto, as belezas naturais, a gastronomia regional e o cotidiano típico de uma fazenda traduzem um pouco do clima e da tradição hospitaleira da serra catarinense.

sões. Foi então que o fundador da cidade, Corrêa Pinto, ordenou que seus escravos represassem várias fontes existentes, construindo um muro de pedras, onde hoje se localiza a Biblioteca Municipal. Dessa represa surgiu um tanque, onde hoje é o Parque Jonas Ramos. O parque, construído por volta de 1870, é uma das obras mais antigas da cidade. Existem ainda, espalhados pela cidade, vários monumentos, como: Os Imigrantes, Boi de Botas, O Tropeiro, O Trançador e Correia Pinto que homenageiam, em suas estruturas, a rica cultura e a pujante história do povo de Lages.

Viagem no tempo

E

m Lages, é possível passear no tempo pelo Caminho dos Tropeiros. O trajeto aberto no Império para a circulação de gado serve agora como roteiro turístico do planalto serrano. No trecho, conhecido também como Coxilha Rica, entre Lages e Viamão, transpõem-se belezas naturais, como cachoeiras e rios, além de uma exuberante vista do muro de taipas. Rica em cultura e história, a Catedral Diocesana Nossa Senhora dos Prazeres é um marco da fé do povo serrano, bem como um cartão-postal da cidade. As obras da Catedral foram iniciadas em julho de 1912 e finalizadas em 25 de dezembro de 1921.

Rota turística

A

ExpoLages, realizada em outubro, também é um grande evento regional – a maior feira agropecuária do planalto catarinense –, com exposição de animais, produtos e implementos agrícolas, enriquecida com manifestações culturais e folclóricas. No Parque Ecológico, é possível encontrar mais de 8 mil araucárias em 2 mil metros quadrados de área preservada. O Salto do rio Caveiras é formado por um grande lago, barragem, cascata e área verde. Trata-se de um local aprazível para pesca e descanso, localizado a 20 quilômetros do centro, em direção a São José do Cerrito, próximo à antiga Usina Hidrelétrica do Caveiras. A Prefeitura de Lages é outro destaque da cidade, com a grandiosa obra do “Palácio Municipal”, de 1902, construída com o mesmo material da Catedral, uma pedra abundante na região, a gres carbonífero. A Escadaria do Morro Grande é a mais recente obra do roteiro turístico de Lages. O Morro Grande foi durante muito tempo local da peregrinação dos fiéis. Uma escadaria de quinhentos degraus foi adaptada para facilitar a vida dos fiéis. Lá de cima, é possível avistar toda a área urbana da cidade. É também ponto de partida dos amantes de parapente. O Parque Jonas Ramos resgata um pouco da história de Lages. Logo no início da colonização, os índios que habitavam a região costumavam atacar mulheres lavadeiras que usavam o rio Carahá para lavar roupas. Elas eram atacadas ainda por animais ferozes e chegavam a morrer em função das agres-

`` Gralha azul, pássaro símbolo da cidade e, abaixo, homenagem ao imigrante italiano

Lages

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São Joaquim Dados Históricos `` Lei e Data de Criação: Lei nº 1.108 de 28/08/1886 `` Desmembramento: Lages `` Gentílico: Joaquinense `` Colonização: Portuguesa e nipônica `` Data de Aniversário: 7 de maio

Dados Geográficos `` `` `` `` ``

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Latitude: 28º17’38” Longitude: 49º55’54” Área: 1.885,8km² Altitude: 1.353m Cidades Próximas: Lages, Painel, Urubici, Urupema, Orleans, Lauro Müller e Bom Retiro Rodovias: SC-430 / SC-438 Rios: Pelotas, Lava-Tudo, Mantiqueira, Mateus, Sumidoro, Antoninha e Invernadinha Região: Planalto Serrano População: 24.058 habitantes Eleitores: 18.756 Divisas: Com o Estado do Rio Grande do Sul e os municípios de: Urupema, Urubici, Bom Jardim da Serra, Lages e Painel Distância da Capital: 292km Clima: Mesotérmico úmido - com verões frescos, apresentando temperatura média anual de 13,1ºC e precipitação total anual entre 1.300 a 1.900mm Bacias Hidrográficas: Rio Pelotas Mesorregião: Serrana Microrregião: Campos de Lages Associação dos Municípios: Associação dos Municípios da Região Serrana (AMURES) Economia: Baseada na fruticultura, com destaque para o cultivo da maçã, e no turismo

`` As baixas temperaturas costumam oferecer verdadeiros espetáculos em São Joaquim

166

Planalto Serrano


E

la foi o primeiro cartão-postal de Santa Catarina, publicado pelo seu filho Rogério Martorano, na então revista Cruzeiro, do Rio. Cheia de graça, atrações e produções, com hotelaria preparada e deliciosos hotéis-fazenda, em São Joaquim se destaca a Floresta dos Xaxins, no belíssimo Snow Valley. A Cascata do Pirata, a Festa da Neve, as macieiras e, agora, as mais finas uvas do estado, fazem de São Joaquim uma cidade da serra com turismo diferenciado. Assim, São Joaquim é cidade peculiar neste “Retratos de Santa Catarina”.

Gelado

E

m meio aos verdejantes campos, a fria atmosfera joaquinense encanta por suas belezas. Considerada a cidade mais fria do Brasil, São Joaquim é roteiro de muitos que procuram por turismo de aventura, contato com a natureza e baixas temperaturas. A sua história teve início em 1728, quando Francisco de Souza Faria abriu o primeiro caminho que ligava o litoral ao planalto, passando pelas terras da atual cidade de São Joaquim. A rudimentar estrada, aberta em íngremes morros, ficou conhecida como “estrada dos conventos”, ou “estrada de Araranguá”. Muitos desbravadores, vindos principalmente de São Paulo e do Rio Grande do Sul, chegaram à região e ali se instalaram, fundando fazendas de gado, que serviam como pouso aos tropeiros que estavam apenas de passagem pelo local. Os primeiros colonizadores que chegaram ao local com suas famílias eram, em sua maioria, descendentes de portugueses e espanhóis. Em 1766, foi fundada a cidade de Lages, o que trouxe maiores oportunidades de desenvolvimento para a região. Em 1873, o bandeirante Manoel Joaquim Pinto fundou, nas terras da atual cidade de São Joaquim, a freguesia de São Joaquim de Cruzeiros. Foi a partir daí que efetivamente se consolidou o processo de colonização. Aos poucos, chegaram à fértil

`` Tirolesa no Snow Valley

São Joaquim

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e fria região os descendentes de italianos e alemães. Em agosto de 1886, a pequena freguesia é elevada à categoria de vila, com o nome de São Joaquim. Em 7 de maio desse mesmo ano, torna-se município. A economia da São Joaquim colônia era, principalmente, baseada na pecuária e na extração da madeira, e a fruticultura começou a ganhar espaço e desenvolvimento com a chegada dos primeiros moradores japoneses. Atualmente, a economia joaquinense é baseada na agricultura, principalmente, na fruticultura. A maçã começou a ser produzida em escala comercial no município por volta de 1975 e, hoje, é o carro chefe da economia local, movimentando mais de R$ 60 milhões a cada safra. Além disso, São Joaquim detém o título internacional de melhor produtor de mel, sendo a terceira produtora em nível estadual. É destaque também na produção de geleia real e própolis. A pera e a uva também são bastante cultivadas na cidade e, juntamente com a pecuária e a extração de madeira, movimentam a economia local.

Turismo rural

N

a cooperativa Sanjo – formada por vários dos fruticultores da região –, podese agendar uma visita às famosas câmaras frias e às estações de abastecimento, para conhecer todo o processo de comercialização da maçã. A cooperativa produz cerca de 34 mil toneladas de maçã todos os anos. Estudos recentes comprovaram que o solo joaquinense é de excelente qualidade para o cultivo da uva cabernet sauvignon, utilizada na fabricação de vinhos finos. A Villa Francione, construída nos mais altos padrões de qualidade e conforto, é responsável pela fabricação do considerado melhor vinho da cidade. Em passeios agendados, os visitantes têm a oportunidade de participar de todo o processo de fabricação do vinho, que já recebeu vários prêmios no disputado cenário enólogo nacional e internacional. Devido às baixas temperaturas, o turismo rural é bastante explorado na cidade. As frias temperaturas que, a partir de abril, despencam, passando a registrar zero grau frequentemente, são seu maior atrativo turístico. Em conjunto com as bucólicas paisagens naturais, a neve e as geadas, comuns no inverno joaquinense, chamam a atenção de todo o país. A 360 metros de altitude, a cidade apresenta temperaturas de até 15 graus negativos no auge do rigoroso inverno. Nos meses mais frios do ano, as paisagens, com cachoeiras, campos de araucária e verdes vales congelam, transformando-as em brancos retratos da natureza. Já no verão, o clima é agradável, com variações médias de 18 a 20 graus. A cidade conta com uma boa infraestrutura hoteleira, com vários hotéis e pousadas que satisfazem os mais diversos gostos. Em São Joaquim, há inúmeras propriedades rurais que servem como hotéis-fazenda, onde se pode desfrutar boa comida, ar puro do campo e a vida em contato com a natureza. São Joaquim tem, em sua intocada natureza e no ar puro de suas matas, dois aliados ao bem-estar da população. No município, a taxa de mortalidade infantil é de 24,83 a cada mil nascimentos e a esperança de vida chega aos 71 anos, em média. O analfabetismo atinge 9,8% da população e, aproximada-

168

Planalto Serrano

`` Igreja da cidade


mente, 97% dos moradores têm acesso aos serviços básicos de água encanada e energia elétrica. O serviço de coleta de lixo é mais precário, sendo oferecido a pouco mais de 92% da população. O IDH da cidade é de 0,766.

Cascata do pirata

A

s principais atrações turísticas são intimamente ligadas ao gelado clima e às exuberantes belezas naturais. A Cascata do Pirata, localizada em um lugarejo afastado da cidade, é de beleza sem igual. Em meio a uma verdejante mata nativa, a cascata, que tem quinze metros de queda livre, pode ser vista de cima, como se o turista fizesse parte da paisagem. No Mirante das Araucárias, na entrada da cidade, tem-se um magnífico vislumbre da mata nativa de araucárias, típica da região. O Snow Valley possui uma rica trilha ecológica de 1,8 quilômetros, em meio à mata nativa de araucárias e xaxins centenários. Na trilha, encontram-se, ainda, cachoeiras e uma tirolesa, muito apreciada pelos amantes dos esportes de aventura.

`` Cachoeira do Rio Pratinha e, ao lado, a vista parcial do município de São Joaquim

São Joaquim

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Primeiro pé de maça

N

o centro da cidade, o Belvedere chama a atenção. Com uma alta escadaria, o mirante torna possível a visão de toda a cidade. Um pouco afastada do centro, a Estação Experimental da Epagri reserva um pouco da história da economia e da colonização. No local, construído nos anos 1960, encontra-se o primeiro pé de maçã Fuji plantado no Brasil, trazido pelos japoneses, em 1968. Primeiramente plantado em Curitibanos, o pé foi transplantado para São Joaquim como lembrança concreta do início da fruticultura no local e ainda hoje dá frutos. O Monumento Manoel Joaquim Pinto, esculpido em madeira maciça pelo famoso escultor Élson Otuki, retrata várias das etapas do desenvolvimento da cidade, desde o início de sua colonização. No Museu de Artes de São Joaquim, outros artistas locais expõem suas obras, muitas delas conhecidas em cenário nacional. Já o Museu Histórico Municipal expõe temas que relembram o passado da região, como o tropeirismo – que deu origem ao desenvolvimento das terras –, a presença dos antigos colonizadores e o ciclo de extração da madeira, base econômica da São Joaquim

`` Visão parcial da cidade

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`` Em busca de gelo: turistas lotam a rede hoteleira da região para conferir as paisagens peculiares

Planalto Serrano


colônia. Outro retrato da São Joaquim de antigamente é a Igreja Matriz. Toda construída em pedras de basalto, sua árdua construção teve início em 1918 e sua inauguração foi em meados de 1935. A igreja foi erguida com o paciente trabalho dos que transportaram as pesadas pedras em rudimentares carros de bois. São Joaquim é uma mistura de povos, como: alemães, italianos, japoneses, portugueses, gaúchos e bugres. E é no Festival da Neve, outro importante evento, que as tradições e as culturas se encontram. Realizado sempre no auge do inverno, tem como atração principal a gastronomia, que é dividida em noites temáticas. Durante a festa, há também shows musicais na praça central, competição de esculturas no gelo e exposição das famosas árvores congeladas. Em permanente exposição, a Exponeve, no Parque Nacional da Maçã, mostra e comercializa artesanato e produtos típicos da região, como os derivados de maçã e as roupas feitas com lã de ovelha. No Parque Nacional da Maçã, a cada dois anos, é realizada a Festa Nacional da Maçã, que agita a cidade nos meses de abril e maio, com shows, exposições e feiras. A festa é uma espécie de homenagem à fruta símbolo da cidade, fortalece a economia e populariza ainda mais a cidade da neve para todo o Brasil.

`` Além do turismo, São Joaquim destaca-se na produção de maçã

`` Fábrica de acondicionamento de maçãs

São Joaquim

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Urubici Dados Históricos `` Lei e Data de Criação: Lei nº 274 de 06/12/1956 `` Desmembramento: São Joaquim `` Gentílico: Urubiciense `` Colonização: Luso-brasileira, alemã, italiana, letos e africanos `` Outros: Capital dos Tesouros Naturais, Lei 12.475, de 11/12/2002 `` Data de Aniversário: 3 de fevereiro

Dados Geográficos `` `` `` `` ``

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Latitude: 28º00’54” Longitude: 49º35’30” Área: 1.017,7km² Altitude: 915m Cidades Próximas: Urupema, São Joaquim, Bom Jardim da Serra, Lages, Bom Retiro e Grão-Pará Rodovias: SC-430 / SC-439 Rios: Canoas, Urubici, Rufino, Lava-Tudo, Pericó, Tapera, Pessegueiro e Vacariano Região: Planalto Serrano População: 10.439 habitantes Eleitores: 7.482 Divisas: Com Bom Retiro, Anitápolis, Santa Rosa de Lima, Rio Fortuna, GrãoPará, Orleans, Bom Jardim da Serra, São Joaquim, Urupema e Rio Rufino Distância da Capital: 170km Clima: Mesotérmico úmido, com verões frescos, apresentando temperatura média anual de 10,9ºC e precipitação total anual entre 1.300 a 1.700mm Bacias Hidrográficas: Rio Canoas e Rio Pelotas Mesorregião: Serra Catarinense Microrregião: Campos de Lages Associação dos Municípios: Associação dos Municípios da Região Serrana (AMURES) Economia: Baseada na agricultura, com destaque para o cultivo de hortaliças `` A Pedra Furada é uma das principais atrações turísticas do Parque da Serra Furada

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Planalto Serrano


U

m dos pontos mais altos do estado está aqui. Urubici, um pedaço de paraíso, onde uma administração profícua dá a este ponto turístico da serra catarinense um destaque sem parâmetros. Urubici, da Serra do Corvo Branco, guardiã do céu aeronáutico desta terra de noites azul-marinho, em um vale de sonhos risonhos. Grandes cânions, cascatas e um cenário europeu, fazem da cidade das hortaliças um lugar sem igual no “Retratos de Santa Catarina”!

Terra das hortaliças

E

sta abençoada terra do planalto catarinense é conhecida como a Terra das Hortaliças. Urubici possui paisagens deslumbrantes, reservas ecológicas e um excelente potencial turístico. Explorada inicialmente pelos irmãos Manoel e Inácio Saturnino de Souza Oliveira, a cidade recebeu influência de portugueses, italianos, alemães, africanos e letões. A primeira vila de Urubici, que pertencia a São Joaquim, foi instalada em 1915. Porém, somente em 1957 o município tornou-se independente. Urubici preserva até hoje a passagem de seus primeiros habitantes nos sinais registrados em pedras, há pelo menos 40 séculos. Essas inscrições rupestres podem ser encontradas na SC-439, a apenas 2,5 quilômetros do centro da cidade. O município conta, além disso, com mais 39 sítios registrados no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A economia do município, desde o princípio de sua colonização, foi baseada na pecuária e na agricultura. Atualmente, o maior destaque é a produção de hortaliças, com vinte variedades e uma produção de 74 mil toneladas anuais, o que torna Urubici a maior produtora de hortaliças do estado. Localizado no fértil Vale do Rio Canoas, o município é destaque também no cultivo de maçã, especialmente com a variedade Gala, considerada a melhor de toda a região serrana. A erva-mate, produto básico do tradicional chimarrão brasileiro, também é cultivada em

`` Cachoeira Véu da Noiva

Urubici

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Urubici e bastante apreciada nos países do Mercosul. A expectativa de vida ultrapassa os 74 anos e a mortalidade infantil é de 14,38 a cada mil nascimentos. A energia elétrica chega a 97% dos moradores e serviços como coleta de lixo e água encanada atendem a aproximadamente 94% da população. Em Urubici, a taxa de analfabetismo é de 10,5%, e o IDH é de 0,785. Situada no ponto mais elevado de Santa Catarina, é privilegiada por suas paisagens, muitas vezes, comparadas às da Europa. Em todos os caminhos, o visitante encontra surpresas indescritíveis e de rara beleza. As cascatas, todas extremamente conservadas pela população, são verdadeiras obras de arte da natureza urubiciense. No ponto mais alto do sul do Brasil, está localizado o Morro da Igreja, com 1.822 metros, permitindo uma vista de todo o litoral sul catarinense. O destaque do local é a Pedra Furada, uma verdadeira escultura natural em forma de janela, ligando formações rochosas a exuberantes e preservadas matas nativas.

Turismo para todos os gostos

A

Cascata do Avencal e a Cascata do Rio dos Bugres, ambas com 100 metros de queda livre, são um verdadeiro espetáculo da natureza. Outro ponto turístico que não pode fugir ao roteiro é a Igreja Nossa Senhora Mãe dos Homens, construção em estilo moderno e uma das maiores do estado. Vale igualmente conferir o Parque de Exposições Manoel Pra, com infraestrutura para camping. O município possui ainda a segunda maior estação de trutas do país. O frio, a paisagem de pinheiros, vastos campos com gado e grandes cânions formam o cenário típico da região. Mesmo no verão, é possível respirar o revigorante ar de montanha. Cavalgar em meio às belas paisagens e depois se deliciar com a saborosa comida campeira são programas típicos da serra catarinense. As montanhas da serra, região com altitudes próximas a 2 mil metros, registram as temperaturas mais baixas do Brasil. Os serranos encantam os visitantes com a hospitalidade, a comida farta e deliciosa, e a oferta de atividades ao ar livre. A diversidade do relevo de Urubici faz da cidade um dos paraísos do turismo de aventura do país. No município, é comum a prática do rapel e da tirolesa nas cachoeiras e paredões. A canoagem também é outro atrativo da região, assim como as cavalgadas que levam os visitantes a lugares deslumbrantes. Locais para salto de parapente e asa-delta também atraem muitos turistas durante o ano todo. A cidade realiza, em vários meses do ano, diversos eventos. Dentre eles, destacam-se: a Fenahort, Festa Nacional das Hortaliças – em março; os torneios de laço – de outubro a março; o Baile da Prenda Jovem – no último sábado de outubro; os encontros estaduais de Motocross e Jeep Cross; além das feiras de gado.

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Planalto Serrano

`` Vista área da cidade em foto antiga


Urubici

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Urupema Dados Históricos `` Lei e Data de Criação: Lei nº 1.105 de 04/01/1988 `` Desmembramento: São Joaquim `` Gentílico: Urupemense `` Colonização: Açoriana e Italiana `` Outros: Capital Catarinense da Truta, Lei 11.921 de 28/09/2001 `` Data de Aniversário: 4 de janeiro

Dados Geográficos `` `` `` `` `` `` `` `` `` `` `` `` ``

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Latitude: 27º57’10” Longitude: 49º52’23” Área: 351,6km² Altitude: 1.350m Cidades Próximas: Lages, Painel, São Joaquim, Urubici, Rio Rufino Rodovias: SC-439 Rios: Lava-Tudo, da Divisa, Caronas e Tapera Região: Planalto Serrano População: 2.501 habitantes Eleitores: 1.967 Divisas: Com os municípios de Rio Rufino, Urubici, São Joaquim e Painel Distância da Capital: 207km Clima: Mesotérmico úmido, com verões frescos, apresentando temperatura média anual de 13,1ºC e precipitação total anual entre 1.300 a 1.900mm Bacias Hidrográficas: Rio Canoas Mesorregião: Serrana Microrregião: Campos de Lages Associação dos Municípios: Associação dos Municípios da Região Serrana (AMURES) Economia: Baseada na agricultura, no cultivo de rosas e na criação de trutas

`` Cavalgada na Rota Santana

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Planalto Serrano


C

om altitude média de 1.425 metros, a mais alta do estado, Urupema é considerada uma das cidades mais frias do país. Desde 1918 a região é habitada. Os primeiros moradores de Urupema, antigamente chamada Sant’Ana, foram os membros da família Pereira de Medeiros. Desmembrada de São Joaquim, em 4 de janeiro de 1989, Urupema é hoje um município completo. A cidade carrega em seu nome as raízes indígenas: Urupema – uma espécie de peneira feita de fibras, usada, também, como instrumento de pesca pelos índios. O frio é a maior atração do município. Entre os meses de abril e setembro, muitos turistas sobem à cidade para apreciar as cascatas. Urupema é a cidade onde os visitantes podem contemplar as cachoeiras congeladas e a neve nos campos. Além disso, os rios ficam repletos de trutas arco-íris. A cidade é um bom lugar para quem curte montanhismo e turismo de aventura. No interior de Urupema, existem diversos lugares excelentes para camping.

Rota das taipas

A

cidade, que faz parte da nova rota do turismo da serra catarinense, tem como principais atrativos os rios claros, campos verdes e pinheiros. Por toda a cidade, é comum encontrar os chamados muros de taipas – feitos com basalto. Cuidadosamente encaixadas umas às outras para resistir ao tempo, são encontrados por toda a serra catarinense, entretanto, na região de Urupema a concentração delas é maior, especialmente no caminho de chegada à cidade. É uma tradição centenária que revela a engenhosidade do serrano de aproveitar o material encontrado fartamente na região. As taipas ge-

Urupema

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`` Praรงa municipal e campo coberto de gelo

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Planalto Serrano


`` Cascata congelada, num dos momentos únicos do inverno em Urupema

ralmente são utilizadas para dividir propriedades, limitar a área do gado ou simplesmente indicar o caminho, e não ultrapassam um metro de altura. No inverno, com a ocorrência de neve e fortes geadas, as pequenas cachoeiras e vegetação rasteira transformam-se em cristais de gelo, trazendo à cidade um clima de paz e sossego pelo branco que a cobre. O cultivo de rosas, além de embelezar, é a mais nova fonte de economia do município.

Truta arco-íris

P

ossuidora de importantes nascentes e águas límpidas, Urupema é uma das poucas cidades do mundo a criar no riacho, no centro da cidade, a sensível truta arco-íris. Amante das águas geladas do hemisfério norte, o peixe da família do salmão, não poderia encontrar melhor endereço no Brasil. A rica gastronomia típica da região é complementada, ainda, com os mais variados pratos de truta. O Parque João Pinto de Arruda é local de encontro para aqueles que gostam de festejar e saborear esse delicioso peixe. O tradicionalismo é mantido pela lida campeira, os torneios de laço, festivais e bailes gauchescos. Os urupemenses vivem em média 75 anos e a taxa de mortalidade

infantil é de 15,08 a cada mil nascimentos. O índice de analfabetismo em Urupema está em 9,4%. Aproximadamente 96% da população têm acesso à energia elétrica e à coleta de lixo; a água encanada é oferecida a pouco mais de 90% dos moradores. O IDH registrado no município é de 0,784. Uma das atrações turísticas é o Morro das Torres, um dos pontos mais altos do estado, com 1.750 metros. Nesse local, é frequente a ocorrência de neve e de temperaturas muito baixas durante o inverno. O nome do morro é devido à existência de antenas de telefonia e de televisão. No local, encontrase a famosa Cachoeira que congela – nos dias mais frios do inverno, as águas da cachoeira congelam transformando o local num magnífico cartão-postal. A cascata é uma suave queda d’água de 12 metros que, nos dias mais frios, deixa de correr e se transforma em gelo. A Festa da Padroeira Santana, anualmente na semana do dia 26 de julho, é outro destaque de Urupema. Durante a semana, a comunidade reúne-se para encontros religiosos e muita gastronomia típica. Outro evento de destaque do município é a Festa da Truta, realizada em junho. Durante os dias da festa, acontecem torneios de laço, gineteadas e bailes típicos. No artesanato local, peças de lã feitas à mão e também tecidas no tear podem ser encontradas por toda a cidade.

Urupema

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Vale do Itajaí

`` As belezas naturais da região se soman à cultura européia para promover uma verdadeira invasão de turistas todos os anos

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Vale europeu no Brasil Destaque para o Setor Naval 47 indústrias (2006) 2 mil trabalhadores (2006) 0,44% do Valor da Transformação Industrial de SC-(2006)

0,08% das exportações de SC US$ 6 milhões (2007)

Setor Têxtil e Vestuário 7.266 indústrias (2006) 139,7 mil trabalhadores (2006) 15,2% do Valor da Transformação Industrial de SC-(2006)

4,2% das exportações de SC US$ 314 milhões (2007)

Cidades Nesta Edição:

Mesorregião do Vale do Itajaí

O

Vale do Rio Itajaí é também conhecido por Vale Europeu. Colonizado por povos germânicos, o vale guarda na gastronomia, na arquitetura, no folclore, nas danças e festas, os hábitos dos seus ancestrais. Em Pomerode, cidade mais alemã do Brasil, 95% dos habitantes falam alemão. A arquitetura predominante e os costumes do povo fazem o visitante se sentir em outro país. Uma faceta importante deste local é a da preservação ecológica. São, pelo menos, três parques que protegem a Mata Atlântica da região, abertos para passeios. Os caminhos do vale levam também a Timbó, Indaial, Gaspar, Rio do Sul, Apiúna, Rio dos Cedros, com seus lagos em meio às montanhas, à caverna de Botuverá e Ibirama, cenário perfeito para esportes radicais. Lagos e montanhas, em abundância na região, e cavernas propiciam a prática de esportes ligados à natureza.

Balneário Camboriú

Blumenau

Bombinhas

Brusque

Itajaí

Itapema

Pomerode Rio dos Cedros Timbó

Vale do Itajaí

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Balneário Camboriú Dados Históricos `` Lei e Data de Criação: Lei nº 960 de 08/04/1964 `` Desmembramento: Camboriú `` Gentílico: Praiano `` Colonização: Açoriana `` Outros: Capital Catarinense do Turismo, Lei 13.039 de 02/07/2004 `` Data de Aniversário: 20 de julho

Dados Geográficos `` `` `` `` ``

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Latitude: 26º59’26” Longitude: 48º38’05” Área: 46,6km² Altitude: 18m Cidades Próximas: Itajaí, Itapema, Camboriú, Florianópolis, Navegantes, Porto Belo, Bombinhas, Brusque e Nova Trento Rodovias: BR-101 / SC-100 Rios: Camboriú, Mulata e Peroba Região: Litoral População: 94.344 habitantes Eleitores: 71.442 Divisas: Com o Oceano Atlântico e os municípios de: Itajaí, Itapema e Camboriú Distância da Capital: 82km Clima: Mesotérmico úmido, sem estação seca, com verões predominantemente quentes, apresentando temperatura média anual de 20,1ºC e precipitação total anual de aproximadamente 1.500mm Bacias Hidrográficas: Rio Itajaí Mesorregião: Vale do Itajaí Microrregião: Itajaí Associação dos Municípios: Associação dos Municípios da Foz do Rio Itajaí (AMFRI) Economia: Baseada principalmente no turismo e no comércio

`` Marina de Balneário Camboriú

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Vale do Itajaí


C

apital turística do estado, Balneário Camboriú, hoje, é uma fantástica fonte de renda e um dos destinos turísticos de Santa Catarina mais procurados. Encantadora, rodeada de sol, de mar e de matas verdes. Do verde, surgem, como encanto, os teleféricos, trazendo seus turistas extasiados de tanta beleza. A obra majestosa é a Avenida Rodosindo Pavan, a descortinar, em cada curva, a cada declive, pedaços do paraíso, com suas praias paradisíacas. As noites buliçosas e álacres fazem deste paraíso uma opção geral para os mais jovens e também para os mais velhos, que convivem felizes sob as bênçãos do Cristo Luz.

Principal destino turístico

É

abençoada e turística esta Balneário Camboriú. Em meio à Mata Atlântica e à imensidão azul do mar, encontra-se esta cidade que atrai pessoas de todo o mundo por sua beleza inenarrável. Suas primeiras tentativas de colonização foram realizadas por volta de 1758. Porém, começou a ser realmente colonizada a partir de 1826. No ano marco da colonização da região de Balneário Camboriú, o açoriano Baltasar Pinto Corrêa, seguido dos alemães, chegou às terras, atraído pelas belas paisagens do local e pelo aconchegante clima. Os novos moradores formaram na região o chamado Arraial do Bom Sucesso, que abrangia vários dos atuais municípios do Vale do Itajaí. Em 1884, o lugarejo de Arraial do Bom Sucesso desmembrou-se de Itajaí e originou o município de Camboriú. O município passou a ser ocupado por inúmeras famílias vindas de lugarejos vizinhos e, a partir de 1926, algumas famílias teuto-brasileiras – provenientes da antiga Teutônia, atual Alemanha –, moradoras do Vale do Itajaí, passaram a visitar o local em época de férias. Desde essa época, o potencial da atual Capital Catarinense do Turismo já era explorado, algo raro na época dentro do estado. Em 1964, mais precisamente no dia 20 de julho, a região da atual Balneário Camboriú desmembra-se de Camboriú, tornando-se um município. A emancipação política e a criação do novo município, separado de Camboriú, colaboraram muito para a atual situação econômica da cidade, uma das mais movimentadas de todo o estado.

Qualidade de vida

D

e acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), Balneário Camboriú possui o segundo maior IDH do estado, com uma pontuação de 0,867. A taxa de analfabetismo é de 3%. A esperança de vida ultrapassa os 73 anos e a taxa de mortalidade infantil é de 17,63 a cada mil nascimentos. Na cidade, são disponibilizados os serviços de água encanada, energia elétrica e coleta de lixo a mais de 99% da população. Em Balneário Camboriú, cerca de 15 mil habitantes são estudantes universitários, pertencentes às várias redes universitárias da cidade. O turismo é a faceta mais explorada economicamente na cidade. O lucro relacionado ao setor representa quase toda a arrecadação econômica da

localidade, mesmo sendo um turismo sazonal, com maior ênfase no verão. Há, no entanto, alternativas econômicas exploradas com o intuito de crescimento econômico de Balneário Camboriú. O comércio, por exemplo, é largamente desenvolvido pelos praianos. Balneário Camboriú é sede de muitas das filiais de grandes empresas de varejo do país. A indústria não é muito forte na efervescente cidade, havendo apenas alguns poucos exemplos de pequenas fábricas. A cidade de 97 mil habitantes, na época de alta temporada, chega a acumular uma população de quase um milhão de pessoas. Na orla, muitos prédios com apartamentos são ocupados apenas no verão e os diversos hotéis lotam com turistas de todas as partes do Brasil e do mundo, principalmente vindos da América Latina. Em Balneário Camboriú, várias são as atrações turísticas apreciadas durante todo o ano. Dentre as principais, algumas se destacam. Na chamada “Maravilha do Atlântico Sul” – bem colocado apelido da cidade –, há verdadeiros paraísos naturais. Locais de rara beleza, com águas calmas e cristalinas, compõem cenários paradisíacos, visitados por muitos turistas. Nas praias, diversos atrativos são responsáveis pela intensa movimentação de pessoas. Os esportes náuticos são muito praticados por quem frequenta as famosas praias de Laranjeiras e do Estaleirinho. Na Praia de Laranjeiras, distante 6 quilômetros do centro da cidade, foram encontrados fósseis de índios e alguns antigos utensílios utilizados por eles, o que prova a existência de tribos vivendo na região há mais de 4 mil anos. A Praia do Estaleirinho e a do Estaleiro são recantos de muitos europeus abastados, que optaram por viver em meio à tranquilidade local. A Praia de Taquaras é de águas profundas e calmas, ótimas para a pesca artesanal. A de Taquarinhas é de águas agitadas, procuradas para a pesca de arremesso. Outro famosíssimo local de Balneário Camboriú é a Praia do Pinho, a mais conhecida praia de nudismo de Santa Catarina. Nela, políticas de boa convivência entre os frequentadores são adotadas para haver respeito na vivência do naturismo. A Ilha das Cabras é famosa por seus passeios de escuna e pela possibilidade de realização de esportes na água e na areia. A Praia do Buraco possui um complexo hoteleiro que viabilizou a construção de decks que transformam a praia em uma extensão do confortável hotel. A Praia Central é o local de concentração de todas as atividades da cidade. Na praia, margeada por arranha-céus, pode-se viver o cotidiano da cidade de Balneário Camboriú. Hotéis, festas, restaurantes e intensa vida noturna são as principais

Balneário Camboriú

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`` A charmosa e turística cidade de Balneário Camboriú, em um belo início de noite

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Vale do Itajaí


`` Cristo Luz, teleférico do Interpraias, Praia Central e a iluminada orla marítima da cidade

características dessa agitada praia. O calor do sol, aliado ao calor humano de Balneário Camboriú, atrai turistas de todo o país. O sol no verão aquece a cidade a até 40ºC, e o que aquece a noite são as muitas e badaladas casas noturnas. Espalhados pela cidade, inúmeros clubes noturnos de todas as naturezas, bares e festas esquentam o ânimo de quem busca por diversão.

Faceta histórica

A

s atrações históricas também são muito procuradas. Uma das mais famosas é a Igreja Santo Amaro, construída em 1810, em estilo português. Outro importante atrativo histórico é o museu Arqueológico, que relembra, na exposição de mais de três mil peças, a fauna marinha, as moedas de comercialização antigas, a geologia e a arqueologia, que retoma o passado da colonização local e dos antepassados que viviam na região. O Cristo Luz é outro marcante ponto turístico da cidade de Balneário Camboriú. Construído em 1997, o Cristo homenageia a religiosidade da cidade. Com apenas cinco metros a menos que o mundialmente famoso Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, o Cristo Luz segura, em sua mão esquerda, um potente canhão de luz que ilumina a paisagem em seu entorno através de feixes de luz que simbolizam a luminosidade do sol. O Memorial Balneário Camboriú e o Memorial de Artes Sacras são outros exemplos que exaltam a religiosidade dos praianos. A dinamicidade de Balneário Camboriú foi, em 1999, presenteada com o Parque Unipraias. O importante complexo turístico tem mais de 85 mil metros

quadrados e liga, com seus famosos bondinhos, três estações que vão da Barra Sul à Praia de Laranjeiras, passando pela Estação Mata Atlântica, o ponto mais elevado do trajeto, no alto do Morro da Aguada. O projeto é o único do mundo a ligar praias. Ao todo, são 47 bondinhos que podem transportar até oitocentas pessoas por hora. Anualmente, mais de meio milhão de pessoas visita o parque, que é sinônimo de organização e de diversão em família. Além dos passeios no Bondinho, pode-se passear de Bondindinho. O veículo, batizado em homenagem aos famosos Bondinhos do Parque Unipraias, possui um design diferenciado, com amplas janelas que amplificam o ângulo de visão das paisagens durante o passeio. O trajeto passa por ruas como a Avenida Brasil, a Rua Dom Afonso – onde fica a Ponte Pênsil, que é uma miniatura transitável da Ponte Hercílio Luz –, e a Avenida Barra Sul. O Molhe da Barra Sul é uma homenagem ao mar. O chão, pavimentado em madeira e petit pavê, forma desenhos de animais marinhos como o robalo, o siri e o cavalo-marinho. No cais, adornado com bancos e iluminação especial, há um playground infantil em forma de embarcação naufragada, outra homenagem ao grande oceano que banha as terras locais. A cultura de Balneário Camboriú está intimamente ligada à influência açoriana. Redes tecidas à mão, cestas, peças em cerâmica e outros produtos são vendidos em feiras e pequenos quiosques à beira-mar. A Feira Brasileira de Artesanato acontece na cidade, no mês de outubro, além das festas do Natal Tropical, o Reveillon-Luz, o Verão Saudável e os Meses da Felicidade, com programações destinadas às pessoas da chamada Melhor Idade, entre março e maio. Já o Arraial do Bom Sucesso, que acontece na Barra, é uma homenagem ao antigo nome da cidade.

Balneário Camboriú

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Blumenau Dados Históricos `` Lei e Data de Criação: Lei nº 860, de 4/02/1880 `` Desmembramento: Itajaí `` Gentílico: Blumenauense `` Colonização: Alemã `` Data de Aniversário: 2 de setembro

Dados Geográficos `` `` `` `` `` `` `` `` `` `` ``

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Latitude: 26º55’10” Longitude: 49º03’58” Área: 520,9km² Altitude: 21m Cidades Próximas: Brusque, Indaial, Pomerode, Ilhota, Gaspar, Apiúna e Timbó Rodovias: BR-470 / SC-418 / SC-420 / SC-470 / SC-474 Rios: Itajaí-Açu, Garcia, Jordão, Itoupava, Massaranduba e Itoupava Rega Região: Médio Vale do Itajaí População: 292.972 habitantes Eleitores: 202.657 Divisas: Com os municípios de Jaraguá do Sul, Massaranduba, Luiz Alves, Gaspar, Guabiruba, Botuverá, Indaial e Pomerode Distância da Capital: 143km Clima: Mesotérmico úmido, sem estação seca, com verões quentes, apresentando temperatura média anual de 20,1ºC e precipitação total anual entre 1.500 e 1.700mm Bacias Hidrográficas: Rio Itajaí Mesorregião: Vale do Itajaí Microrregião: Blumenau Associação dos Municípios: Associação dos Municípios do Médio Vale do Itajaí (AMMVI) Economia: Baseada no turismo e na indústria. Destaque para as indústrias têxteis

`` Castelo da Havan e o rio Itajaí-Açu

186

Vale do Itajaí


B

lumenau, sonho de um visionário, cristalizado na realidade de olhos azuis e loiros cabelos miscigenados em outros tons de brasilidade. Neste cadinho encantador do cosmopolitano das variadas faces de Brasil, Blumenau, das mais belas etiquetas da internacional Haco, das macias toalhas felpudas, da pureza e beleza do cristal lapidado, das cervejarias e confeitarias, imitando a materna Alemanha. O parque industrial de Blumenau é orgulho brasileiro pela sua produtividade e qualidade, onde se destacam as confecções Dudalina – com sua camisaria de primeiro mundo. Blumenau luterana e católica, margeando o imaginário, fazendo-nos pensar em Vianna Moog, quando descreve “...um rio imita o remo...” És tu, doce Blumenau! Das construções enxaimel, do frohsin, do tradicional tabajara, das festivas reuniões. Blumenau fantástica, capital da Oktoberfest, segunda maior festa do chopp do mundo. Rica e encantadora, simpática e acolhedora! Blumenau é como diz o hino: “nunca mais vou te esquecer”. Blumenau, da grande Catedral de róseas pedras e da colonial Igreja Luterana... Blumenau... sonho que é prazeroso reviver e registrar neste “Retratos de Santa Catarina”.

História

A

sedutora cidade de Blumenau encanta seus moradores e visitantes por todos os lados. É conhecida em todo o Brasil por ser uma das cidades com maior influência germânica em sua cultura. A história do município começa a se concretizar em 1850. Nessa data, o médico, farmacêutico e filósofo Dr. Hermann Bruno Otto Blumenau obteve, do governo da província, um pedaço de terra para nela estabelecer uma colônia agrícola. Chegou à região com mais dezessete imigrantes alemães, precisamente no dia 2 de setembro de 1850 – data de comemoração do aniversário do município até hoje. Antes da chegada dos primeiros imigrantes, a região do médio vale do Itajaí era habitada por índios. Nos primeiros anos de existência da colônia, as terras eram de propriedade de Dr. Blumenau. Alguns anos mais tarde, o fundador da cidade vendeu-as aos outros imigrantes que viviam na região e, a partir desse momento, as terras passaram a se desenvolver ainda mais. Com o auxílio de outros imigrantes que também vieram habitar no local – os alemães principalmente, seguidos dos italianos e poloneses –, a cidade de Blumenau, apenas vinte anos após o início da colonização, já possuía 239 pequenas fábricas e era um pequeno polo industrial. Foi elevada à categoria de município em 1880 e, durante ainda alguns anos, foi liderada pelo próprio Dr. Blumenau. Apesar da tentativa inicial do estabelecimento de uma colônia agrícola na região, Blumenau vê na indústria `` O chope é um dos símbolos da cidade, conhecida pela Oktoberfest

Blumenau

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sua principal fonte econômica. Hoje, é o maior polo industrial do Vale do Itajaí e possui mais de três mil indústrias e mais de seis mil estabelecimentos comerciais. A principal atividade industrial é a produção têxtil. Nela, encontram-se as sedes de algumas das maiores indústrias de confecções do Brasil. Dentre elas, a Altenburg, a Hering, a Teka e a Karsten são as de maior alcance. Além dos artigos de cama, mesa, banho e confecções, a cidade é famosa pela produção de belíssimas porcelanas e cristais, muito apreciados em todo o país. Diversas características influenciam a boa economia blumenauense. Por ser próxima a muitas das mais importantes cidades do Mercosul e ao complexo portuário do estado, e por apresentar mão-de-obra altamente qualificada, a região consegue atingir um alto nível em relação à prosperidade econômica. Blumenau é a cidade mais populosa da região do Vale do Itajaí e, também, uma das mais ricas. Sua renda per capita ultrapassa os 7 mil dólares. Está situada no círculo das cidades mais desenvolvidas do país, com uma taxa de mortalidade infantil muitíssimo abaixo da média estadual, que é de 16,6 a cada mil nascimentos, e com uma esperança de vida de 72 anos. Em Blumenau, quase toda a população tem acesso aos serviços básicos – energia elétrica, água encanada e coleta de lixo.

Sustentabilidade

A

comunidade blumenauense conta com uma universidade, quarenta escolas municipais, 32 estaduais e oito particulares. A taxa de analfabetismo é de 2,8%, o que faz a cidade uma das integrantes do programa Cidade Livre do Analfabetismo, do Governo Federal. A taxa de mortalidade é de 14,78 a cada mil nascimentos. O IDH no município de Blumenau é de 0,855. A preservação do meio ambiente é hábito muito respeitado. Conhecida também por suas belezas naturais, Blumenau possui inúmeros parques ecológicos, com Mata Atlântica nativa, cachoeiras, piscinas naturais e muito verde. Dentre os vários parques da cidade, os principais são o Parque Ecoló-

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Vale do Itajaí

`` Rua das Palmeiras


gico Spitzkopf e o Parque Ecológico Artex. O turismo é outra faceta econômica importantíssima da cidade. Além das belezas naturais, a história, a cultura, a arquitetura, os costumes, a gastronomia, tudo é muito característico em Blumenau.

Alemanha é aqui

A

`` Desfile típico durante a Oktoberfest

arquitetura típica alemã, em estilo enxaimel, permeia toda a cidade e traz um charme especial, podendo ser vista em diversas construções. A principal parte da cidade caracterizada por essas construções é o bairro de Itoupava, todo em estilo enxaimel e bastante visitado pelos turistas. Outras edificações que relembram a herança alemã são a Casa Husadel, o Museu da Família Colonial e o Mausoléu do Fundador. O Museu da Ecologia contém o maior acervo a respeito da história da colonização alemã no país e é, também, a antiga casa de Fritz Müller, um famoso biólogo considerado, por muitos, um “herói da ciência”. Os restaurantes servem comida típica alemã e, até hoje, vários costumes dos colonizadores – como a música e a dança – são ainda preservados pela maioria dos moradores. As imagens alemãs, em conjunto com a atmosfera brasileira, transformam a cidade em um lugar único e especial. A tradicional festa de outubro – a Oktoberfest – atrai turistas de todo o país e até de outros países todos os anos. Com tempero alemão e presença brasileira, a festa é regada a muito chope, música típica alemã e alegria. É considerada a maior festa da cerveja fora da Alemanha. Criada em 1984, após uma das maiores enchentes que assolaram a cidade, a festa reúne quase um milhão de pessoas em dezessete dias de muito chope. A tradição desta bebida na cidade pode, também, ser apreciada na Cervejaria Continental. A Festitália homenageia os descendentes de italianos que, em menor número, também foram responsáveis pela colonização da cidade. Há ainda a Feninfo – uma feira de informática – e as festas universitárias, que agitam a cidade durante o ano inteiro.

Blumenau

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Bombinhas Dados Históricos `` Lei e Data de Criação: Lei nº 8.558, de 30/03/1992 (alterada para Lei 9.423, em 07/01/1994) `` Desmembramento: Porto Belo `` Gentílico: Bombinense `` Colonização: Açoriana `` Outros: Capital Catarinense dos Esportes Sub-Aquáticos: Lei 12.323, de 03/07/2002 `` Data de Aniversário: 15 de março

Dados Geográficos `` `` `` `` ``

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Latitude: 27º07’54” Longitude: 48º31’40” Área: 35,7km² Altitude: 32m Cidades Próximas: Porto Belo, Itapema, Tijucas, Balneário Camboriú, Governador Celso Ramos e Florianópolis Rodovias: BR-101 / SC-412 Rios: Passa-Vinte, Pardo, José Estevão, Bombinhas e da Barra Região: Litoral População: 12.456 habitantes Eleitores: 8.998 Divisas: Com o Oceano Atlântico e o município de Porto Belo Distância da Capital: 77km Clima: Mesotérmico úmido, sem estação seca, com verões quentes, apresentando temperatura média anual de 20ºC e precipitação total anual de aproximadamente 1.700 mm Bacias Hidrográficas: Rio Tijucas Mesorregião: Vale do Itajaí Microrregião: Itajaí Associação dos Municípios: Associação dos Municípios da Foz do Rio Itajaí (AMFRI) Economia: Baseada no turismo

`` Praia de Canto Grande

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Vale do Itajaí


`` Praia do Ribeiro e, ao fundo, Praia de Bombinhas

E

la é uma referência ecológica de primeira grandeza e o paraíso mais procurado pelos preservacionistas – apesar de ser um dos pontos turísticos mais valiosos em metro quadrado na exploração imobiliária. Bombinhas, com suas praias perfeitas, de areias brancas e da Mata Atlântica preservada. Sede da Reserva Biológica Marinha do Arvoredo, é politicamente correta no social. Mergulhar em suas águas é chegar ao paraíso. Patrimônio ecológico, a cidade é um retrato de grande porte da Santa Catarina turística e ambientalista e mais um belo cartão-postal neste “Retratos de Santa Catarina”.

Paraíso ecológico

A

cidade de Bombinhas, localizada no Vale do Itajaí, é um paraíso ecológico no sul do Brasil. Acredita-se que os primeiros moradores deste paraíso foram os índios Carijós, devido a alguns sítios arqueológicos encontrados na cidade. A efetiva colonização do local foi feita a partir do início do século XVIII, com a chegada dos açorianos ao litoral do estado. Os portugueses, nessa época, fundaram o povoado de Vila Nova Ericeira, hoje conhecido como Porto Belo. Algum tempo mais tarde, em 1817, os imigrantes estabeleceramse na região de Bombinhas com a consolidação de pequenas comunidades pesqueiras, principalmente nas enseadas de Garoupa e de Zimbros. A partir de 1970, a região começou a prosperar, transformando-se em

um complexo habitacional significativo. Foi apenas em 1992 que a cidade se emancipou de Porto Belo e foi nomeada Bombinhas, em decorrência do barulho das ondas que estouravam na areia. A base econômica do município é o turismo e tudo o que está relacionado a ele. O comércio, a indústria imobiliária, os hotéis e os restaurantes são as principais atividades da cidade. Na alta temporada, o número de turistas faz aumentar em até dez vezes a população da cidade. Além disso, Bombinhas está localizada perto de grandes centros comerciais, o que influencia, também, em sua economia. A cidade apresenta uma completa infraestrutura hoteleira, com campings, hotéis, pousadas, apart-hotéis. Além disso, nutre-se da pesca artesanal e do comércio relacionado a essa atividade. Bombinhas é um ótimo lugar para se viver. A natureza é a principal atra-

Bombinhas

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ção da cidade e traz aos habitantes tranquilidade e consciência social. A taxa de mortalidade infantil é de 16,93 a cada mil nascimentos, e a esperança de vida chega, em média, aos 73 anos. O analfabetismo atinge 6% da população e quase todos têm acesso aos serviços básicos de água encanada, energia elétrica e coleta de lixo. O IDH do município é de 0,809.

Berço

O

s turistas procuram, acima de tudo, a natureza local. Considerada um patrimônio ecológico, a cidade de Bombinhas é sede da Reserva Biológica Marinha do Arvoredo. Essa reserva, a única do gênero no sul do Brasil, é berço de muitas espécies marinhas vegetais e animais, e é considerada uma das mais belas do planeta. A reserva é formada pelas Ilhas da Galé, Macuco, Deserta e Arvoredo. A Ilha Deserta é refúgio, entre os meses de maio e junho, de várias espécies de aves que ali se reúnem para procriar. A Ilha do Arvoredo é a maior e a mais famosa do local, por apresentar uma vastíssima variedade de fauna e de flora. O mergulho ecológico é forte destaque no município. Os turistas e amantes do esporte podem ter cursos de mergulho nas cristalinas águas das praias locais. Além do mar, a cidade também conta com os belos atrativos da Mata Atlântica preservada. Aos pés da Serra do Mar, Bombinhas oferece várias opções de lazer em contato com a natureza. Trilhas ecológicas e passeios de barco são as atividades mais procuradas. O município é perfeitamente rodeado por vinte belíssimas praias. Dentre elas, a Praia de Bombinhas é largamente conhecida por suas águas calmas e cristalinas, perfeitas para a prática do mergulho submarino. A visibilidade no mergulho chega a 40 metros, e uma grandiosa e colorida variedade de espécies enfeita e torna o passeio inesquecível. A Praia de Bombas, um pouco maior, de mar agitado, é procurada por muitos surfistas. Os adeptos do esporte frequentam também a selvagem Praia do Mariscal, bastante famosa por sua beleza intocada. A Praia do Zimbro, ideal para a prática de esportes náuticos, ainda preserva a convivência com pescadores locais. A dos Ingleses, também conhecida como Retiro dos Padres, é muito famosa por sua pitoresca beleza. Em relação à proteção socioambiental deste paraíso, a Praia da Tainha é reconhecida pela pre-

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Vale do Itajaí

`` Vista aérea da Praia de Mariscal


`` Cenário paradisíaco é a Praia de Bombinhas

servação das espécies nativas do lugar e pela grande variedade animal e vegetal resguardada no local.

Sinais do passado

O

turismo é também conhecido pela exploração da história do local. Os sambaquis – reservas arqueológicas que indicam a anterior vida indígena na região – são a concreta lembrança desse passado reerguido pelos objetos lá encontrados, como conchas, ossos de animais e de peixes e sepultamentos. As canoas, feitas de um único tronco de árvore, muito

utilizadas pelos pescadores locais, são imagens, também, da herança indígena. Em relação à colonização açoriana, muitas características ainda perduram e são revividas nos ranchos dos pescadores, nas festividades, nos folguedos, no artesanato, na gastronomia e no cotidiano dos habitantes da cidade. As festas populares realizadas na cidade estão, em grande parte, relacionadas à religião local. Descendentes em sua maioria de açorianos, os moradores são, principalmente, católicos; e as festas, de celebração religiosa. As mais famosas são a Festa do Sagrado Coração de Jesus e a de Nossa Senhora dos Navegantes, protetora dos pescadores.

Bombinhas

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Brusque Dados Históricos `` Lei e Data de Criação: Lei nº 1.123, de 23/09/1916 `` Desmembramento: Itajaí `` Gentílico: Brusquense `` Outros: Colonização: Alemã. Capital Catarinense dos Tecidos e da Pronta Entrega: Lei 13.407, de 15/07/2005 `` Data de Aniversário: 4 de agosto

Dados Geográficos `` `` `` `` ``

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Latitude: 27º05’53” Longitude: 48º55’03” Área: 283,5km² Altitude: 36m Cidades Próximas: Blumenau, Nova Trento, Botuverá, Itajaí, Camboriú, Gaspar, Balneário Camboriú e Guabiruba Rodovias: BR-101 / SC-411 / SC-420 / SC-486 Rios: Itajaí-Mirim, Bateia, Águas Claras e Limeira Região: Vale do Itajaí-Mirim População: 94.962 habitantes Eleitores: 63.577 Divisas: Com os municípios de Itajaí, Camboriú, Canelinha, Nova Trento, Botuverá, Guabiruba e Gaspar Distância da Capital: 126km Clima: Mesotérmico úmido, sem estação seca, com verões quentes, apresentando temperatura média anual de 19,9ºC e precipitação total anual entre 1.600 e 1.700mm Bacias Hidrográficas: Rio Itajaí Mesorregião: Vale do Itajaí Microrregião: Blumenau Associação dos Municípios: Associação dos Municípios do Médio Vale do Itajaí (AMMVI) Economia: Baseada nas indústrias têxteis e no turismo de compras

`` A ponte estaiada, um dos cartões-postais de Brusque

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Vale do Itajaí


B

rusque viril e gigante, posição de relevo, altaneira! E teu nome entre mil é citado... como exemplo à nação brasileira! Brusque dos teares, das modernas fiações, da tradição dos tecidos, das malhas transformadas em múltiplas peças de vestuário e do movimentadíssimo comércio! Terra de luz, onde os internacionais mestres da escultura têm plantado suas magníficas obras, que a fazem única! Brusque da ponte estaiada, da tradição dos krentzen, de saborosas tortas! Berço do príncipe da Igreja Murilo, dos Jogos Abertos de Arthur Schlösser. Brusque da musicalidade do grande Maestro Edino Krieger, das criativas produções dos Irmãos Fischer – de sofisticados fogões às modernas bicicletas – o mais ecológico dos veículos. És tu Brusque, da religiosidade de Azambuja, das rainhas da Fenarreco e das alegrias tantas.

`` Sede da Secretaria Municipal de Cultura e Esporte

História

A

cidade de Brusque é famosa por sua arquitetura e por suas belezas naturais. Começou a ser colonizada em 1860 por um grupo de 55 alemães que, liderados pelo barão Maximilian Von Schnéeburg, fundaram a colônia de Itajahy. Nos anos seguintes, foram chegando à região vários outros colonizadores, também alemães. Oriundos, principalmente, do Grão Ducado de Baden, no sul da Alemanha, os colonizadores passaram a realmente povoar o local em 1881, quando a colônia torna-se um município com o nome de São Luiz Gonzaga. Em 1890, a cidade recebe o nome utilizado até hoje: Brusque. Este nome foi dado à cidade em homenagem a Francisco Carlos de Araújo Brusque, presidente da província de Santa Catarina na época da fundação da colônia. Os fundadores da cidade foram os alemães. Mais tarde, porém, a cidade recebeu vários outros moradores provenientes de outras regiões da Europa, como os poloneses e os italianos. Em 1867, Brusque foi sede da única colônia de língua inglesa de Santa Catarina, formada pela presença de imigrantes, principalmente, ingleses e irlandeses, que vieram ao Brasil fugindo da Guerra de Secessão. Essa guerra, também chamada Guerra Civil dos Estados Unidos da América, aconteceu nos Estados Unidos entre

os anos 1861 e 1865 e caracterizou-se como uma das piores já travadas em solo americano. Foi uma luta de onze estados do sul escravocrata contra alguns estados do norte estadunidense, mais desenvolvido e liberal. A guerra afetou muitos imigrantes que, fugindo dos conflitos, vieram se instalar em vários países da América Latina, inclusive no Brasil. Com os imigrantes poloneses que se fixaram em Brusque, veio a tradição dos teares manuais que originaram o maior potencial econômico da região: as indústrias de produção têxtil. Brusque é a primeira cidade do Brasil colonizada por habitantes oriundos da Polônia. A economia da região baseia-se nas indústrias têxteis e no comércio. Brusque é considerada a oitava economia de Santa Catarina, e as indústrias têxteis e metal-mecânicas são responsáveis pelo alto consumo de energia elétrica na cidade, considerada a quinta maior consumidora de energia do estado. O turismo em Brusque é também baseado nessas atividades comerciais e industriais. Todos os anos, milhares de compradores dirigem-se à Capital Catarinense do Turismo de Compras para adquirir produtos a preços quase de custo. No principal polo de compras de pronta-entrega do estado, os principais produtos comercializados são as confecções e os artigos de cama, mesa e banho. O turismo de compras é agregado a características arquitetônicas típicas germânicas e à natureza exuberante que embeleza ainda mais o local.

Brusque

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`` Prefeitura Municipal

Beleza e religiosidade

A

s características herdadas dos colonizadores são vistas tanto na arquitetura como nos próprios costumes dos moradores da região. Outra faceta procurada por turistas na cidade, além do comércio, é o turismo religioso. O Santuário de Nossa Senhora de Azambuja, construído em 1956, traz muitos turistas católicos a Brusque todos os anos. No Vale do Azambuja, também podem ser visitados o Morro do Rosário e o Museu Arquidiocesano. O primeiro é uma belíssima paisagem; o segundo, um importante complexo histórico, social, religioso e cultural. A colonização multicultural traz à cidade características únicas. Além da arquitetura e da gastronomia típicas, o povo brusquense é muito acolhedor e comunicativo. A cidade oferece uma boa qualidade de vida a seus habitantes. A taxa de mortalidade infantil está em 13,67 a cada mil nascimentos, e a esperança de vida ultrapassa os 75 anos. Já a taxa de analfabetismo é de 3,9%. A cidade faz parte das “64 cidades livres do analfabetismo”, selo distribuído pelo Palácio do Planalto. Em Brusque, há uma universidade, duas faculdades e vários cursos de especialização e pós-graduação. Quase todos os habitantes (mais de 98%) têm acesso aos serviços básicos como energia elétrica, água encanada e coleta de lixo; o IDH é de 0,842. A cidade oferece uma razoável infraestrutura de lazer aos moradores e turistas. Há um bom número de hotéis, um Shopping Center e um movimentado comércio. Para visitação, a cidade oferece vários pontos turísticos, `` Igreja Evangélica de Confissão Luterana

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Vale do Itajaí


`` Santuário Nossa Senhora de Azambuja

como a Prefeitura – construída em estilo germânico –, o Fórum e a Praça Barão Von Schnéeburg, homenagem ao responsável pela colonização da cidade. Na praça, encontra-se uma choperia típica alemã. Outra praça famosa é a Gilberto Colzani, com seus chafarizes e seu espetáculo de luzes e cores noturno.

Parque

O

utro ponto turístico brusquense é o Parque Zoobotânico. Nesse parque, vivem mais de 650 animais de até 135 espécies diferentes; nele, o habitat dos animais é preservado (ou simulado). Muito visitado é, igualmente, o teleférico que liga o Parque Zoobotânico à Minifazenda Colcci. O trajeto é de 578 metros e proporciona aos passageiros uma bela vista da Mata Atlântica ainda preservada. O Orquidário e o Bromelário são outras atrações para quem quer curtir a natureza do local.

Brusque também é conhecida por realizar diversas festas ao longo do ano. Dentre elas, há a Feira Industrial de Brusque – relacionada às compras – a Fenajeep, a Expoflorart, conhecida por seus belos artigos natalinos e a Fenarreco – a mais famosa da cidade. Na Fenarreco, alguns costumes dos colonizadores alemães são cultivados, dentre eles a dança, a música, a gastronomia, o chope e outras manifestações folclóricas. No circuito de festas religiosas, Brusque destaca-se pela romaria ao Santuário Nossa Senhora de Caravaggio, que atrai mais de quarenta mil fiéis todos os anos, no mês de agosto. Alguns aspectos interessantes caracterizam a cidade. Nela, nasceu o primeiro Clube de Futebol de Santa Catarina – o Sport Club Brusquense. Fica em Brusque o berço dos Jogos Abertos de Santa Catarina, o JASC. No município, está o Clube de Caça e Tiro Araújo Brusque, o mais antigo da América Latina e o mais antigo clube do gênero ainda em funcionamento no Brasil.

Brusque

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Itajaí Dados Históricos `` Lei e Data de Criação: Lei nº 464, de 04/04/1859 `` Desmembramento: São Francisco do Sul e Porto Belo `` Gentílico: Itajaiense `` Colonização: Alemã e açoriana `` Outros: Capital Catarinense da Construção Naval, Lei nº 12.324, de 03/07/2002 `` Data de Aniversário: 15 de junho

Dados Geográficos `` `` `` `` ``

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Latitude: 26º54’28” Longitude: 48º39’43” Área: 289,2km² Altitude: 1m Cidades Próximas: Balneário Camboriú, Navegantes, Porto Belo, Itapema e Barra Velha Rodovias: BR-101 / SC-470 Rios: Itajaí-Mirim, Ribeirões Brilhante, Cachoeira, Bateias e Negro Região: Vale do Itajaí População: 163.218 habitantes Eleitores: 113.062 Divisas: Oceano Atlântico e os municípios de Navegantes, Balneário Camboriú, Camboriú, Brusque, Gaspar e Ilhota Distância da Capital: 94km Clima: Mesotérmico úmido, sem estação seca, com verões quentes, apresentando temperatura média anual de 21ºC e precipitação total anual entre 1.400 e 1.700mm Bacias Hidrográficas: Rio Itajaí Mesorregião: Vale do Itajaí Microrregião: Itajaí Associação dos Municípios: Associação dos Municípios da Foz do Rio Itajaí (AMFRI) Economia: Baseada na pesca e na importação e exportação pelo Porto de Itajaí `` Vista aérea da cidade portenha

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Vale do Itajaí


C

idade berço de Lauro Müller, terra do sol e do mar, das praias bonitas, da brava dengosa, da portuguesa Marejada e das ruas floridas. Itajaí, da arte de Locatelli e da majestosa Igreja do Santíssimo Sacramento. Itajaí da Univali, do porto pujante, de gente culta e acolhedora. Itajaí, moderna e cheia de graça, cheia de encantos, cheia de árvores tantas que as paredes de folhas testemunharam, ao ver florir palmeiras, de carnavais e de verão permanente.

`` Itajaí tem o maior porto pesqueiro do país

História

I

tajaí é cidade de múltiplos encantos. Sede do maior porto pesqueiro do país, Itajaí tem belas praias, muita natureza e encantos de um lugarejo tranquilo do interior. A cidade teve início com a chegada dos imigrantes portugueses a Santa Catarina, por volta de 1750. Retornando um pouco na história, resgatamse dados de que a região de Itajaí já foi área de disputa de terras entre as metrópoles portuguesa e espanhola, nos séculos XVII e XVIII. O Tratado de Tordesilhas, traçado em 1494, dividia as terras do que viria, então, a ser o Brasil colônia em duas partes: uma pertencente a Portugal, outra à Espanha. Nesses séculos, mais de cem mil portugueses vieram ao Brasil e deram início à sua colonização. O sul do Brasil começou a ser efetivamente colonizado somente no século XIX, e o litoral do estado de Santa Catarina era peça importante dessa colonização, por abastecer com água e alimentos as embarcações que por ele passavam. Em 1750, desembarcaram no litoral de Santa Catarina vários imigrantes provenientes, em sua maioria, da Ilha da Madeira e da dos Açores. Esses imigrantes se instalaram ao longo de todo o litoral do estado, de Laguna a São Francisco do Sul. A região de Itajaí também foi povoada pelos imigrantes que, nessa época, desceram no ensolarado litoral catarinense. O primeiro a tentar povoar a região foi João Dias d’Arzão. Mesmo antes da chegada dos imigrantes, o desbravador fez uma tentativa de desenvolver o local; contudo, não encontrou meios para a colonização. Foi apenas em 1820 que a região começou a ser efetivamente colonizada. Antonio Menezes de Vasconcelos Drummond e Agostinho Alves Ramos são considerados pelos historiadores os responsáveis pela fundação do primeiro núcleo de moradores.

`` Vista da entrada da Barra

Itajaí

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`` Igreja Matriz do Santíssimo Sacramento, Museu Histórico do município e a Casa da Cultura, um prédio datado de 1913

200

Vale do Itajaí


`` Porto de barcos pesqueiros e Praia do Morcego

O município de Itajaí – como é chamado, hoje – tem o mar como base de sua economia. A cidade litorânea vê na pesca um de seus alicerces econômicos. Foi a pioneira na pesca industrial e é um dos mais importantes comércios de frutos do mar do estado de Santa Catarina. Até 1950, quando se iniciou em Itajaí a pesca industrial, a atividade era feita apenas de modo artesanal e para subsistência. Hoje, é um importantíssimo polo pesqueiro que se destina à captura, ao desembarque, ao processamento e ao enlatamento de peixes como o atum e a sardinha. Outras atividades importantes vindas do mar são as relacionadas ao porto.

Vocação portenha

O

Porto de Itajaí é o maior de Santa Catarina e o segundo maior do país em movimentação de contêineres. É responsável por boa parte da exportação dos produtos produzidos no estado. Dentre os principais produtos exportados, encontram-se madeira, pisos cerâmicos, máquinas, papel, fumo e açúcar. É responsável também pela importação de vários produtos para o estado. Além de possuir toda a infraestrutura necessária para a exportação e importação de produtos, o porto conta com o auxílio de serviços como despachantes marítimos, de transporte terrestre e de inspeção estadual e federal. Além do porto e da pesca, a economia itajaiense nutre-se também da comercialização de gêneros alimentícios, da produção industrial e do comércio atacadista de combustíveis. Em Itajaí a taxa de mortalidade infantil é de 17,63 a cada mil nascimentos, e a expectativa de vida é de 73 anos. O analfabetismo é de 5%, e quase todos os moradores têm acesso aos serviços básicos como água encanada, coleta de lixo e energia elétrica. O IDH municipal é de 0,825. Com suas belas paisagens, atrai turistas o ano todo, interessados no

contato com a natureza e na exploração das belezas naturais. Algumas das mais sofisticadas praias do Brasil são encontradas em Itajaí. A praia de Cabeçudas, por exemplo, é destino de ricos e famosos. É totalmente urbanizada e tem completa infraestrutura para receber visitantes durante o ano inteiro. Da praia, pode-se avistar o Farol de Cabeçudas e na orla acontecem competições de voo livre e iatismo. Outras praias muito procuradas são as do Atalaia, muito apreciada pelos surfistas, e da Brava, pelo público jovem. Além dessas, há outras, igualmente famosas. A Praia dos Amores, a do Morcego e a do Jeremias são exemplos delas. Em Itajaí, existe o único píer exclusivamente turístico do país. No porto, um canto reservado com exclusividade às embarcações turísticas é uma atração muito procurada. A arquitetura de Itajaí é outra das belas facetas do município. Colonizada por açorianos, a cidade ainda preserva em suas construções muitas das características da arquitetura dos colonizadores. A Igreja Imaculada Conceição, construída em 1824, é um marco arquitetônico que herda aspectos dos antigos desbravadores e abriga várias obras de arte. Outros elementos que retomam a colonização são o Museu Histórico e o Mercado Público Municipal, erigido em 1917. Os produtos vendidos no mercado valorizam a cultura local com cestas de vime, cerâmica, bijuterias e vários tipos de artesanato. Outras atrações, não ligadas à arquitetura histórica, são o Herbário Barbosa Rodrigues, uma instituição cultural e o Saco da Fazenda, criadouro natural de várias espécies de peixes. Relativamente ao turismo de eventos, Itajaí ocupa lugar de destaque. A Marejada, festa que celebra a colonização açoriana, é realizada todos os anos e atrai turistas de várias partes, que vêm em busca de frutos do mar, música típica e muita alegria. Além da Marejada, as festas de música eletrônica realizadas nos badalados clubes da cidade também atraem diversas pessoas do país inteiro e de países estrangeiros.

Itajaí

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Itapema Dados Históricos `` Lei e Data de Criação: Lei nº 814, de 28/02/1962 `` Desmembramento: Porto Belo `` Gentílico: Itapemense `` Colonização: Açoriana `` Data de Aniversário: 21 de abril

Dados Geográficos `` `` `` `` ``

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Latitude: 27º05’25” Longitude: 48º36’41” Área: 59,0km² Altitude: 15m Cidades Próximas: Itajaí, Florianópolis, Balneário Camboriú e Porto Belo Rodovias: BR-101 Rios: Perequê, do Areal, Itapema ou São Paulo, Fabrício e da Mata de Camboriú Região: Litoral Centro População: 33.766 habitantes Eleitores: 23.789 Divisas: Com o Oceano Atlântico e os municípios de Balneário Camboriú, Porto Belo e Camboriú Distância da Capital: 68km Clima: Mesotérmico úmido, sem estação seca, com verões quentes, apresentando temperatura média anual de 20,1ºC e uma precipitação total anual de aproximadamente 1.700mm Bacias Hidrográficas: Rio Tijucas Mesorregião: Vale do Itajaí Microrregião: Itajaí Associação dos Municípios: Associação dos Municípios da Foz do Rio Itajaí (AMFRI) Economia: Baseada no turismo. Destaque ainda para a indústria da construção civil

`` Itapema conta com uma das maiores praias de Santa Catarina, cultivo de moluscos e forte atividade pesqueira

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Vale do Itajaí


`` Meia Praia durante a temporada, um dos destinos mais procurados pelos turistas

Itapema

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Ataque de piratas

A

história do município de Itapema remonta ao ano de 1670, quando o município tinha como moradores pescadores e colonos açorianos. Segundo conta a história, em 1800, os moradores abandonaram a cidade em consequência de um ataque de piratas. Em 1850, a cidade se reorganizou, sendo denominada como vila, anexada ao município de Porto Belo. Recebeu o nome de Itapema no ano de 1924, passando a ser um distrito de Camboriú. Porto Belo perdeu o status de município, sendo anexada a Tijucas. Em 1926, Porto Belo volta a ser emancipada, anexando novamente Itapema ao seu município. Em fevereiro de 1962, Itapema é elevada à condição de cidade. O nome Itapema vem do tupiguarani: ita (pedra) e pema (gavião ou ave). A união destas duas palavras significa gavião ou ave na pedra. A economia da cidade é baseada no turismo, que teve avanço a partir da década de 1970. Nos anos 1980, a cidade virou polo turístico, impulsionando a indústria da construção civil. Atualmente a cidade, com pouco mais de 35 mil habitantes, recebe em torno de 300 mil turistas durante verão. A cidade mantém em sua estrutura excelentes bares e restaurantes durante o ano inteiro; porém, no verão, o comércio é ampliado para reforçar o atendimento em função do grande fluxo de turistas. A infraestrutura hoteleira de Itapema é de excelente padrão, com ofertas de hotéis, pousadas e áreas de campings. Há intenso comércio, com destaque para os quatro centros comerciais e shoppings, grande número de bares e restaurantes, além de várias casas noturnas, que funcionam principalmente no verão. A proximidade com outras cidades turísticas, como Balneário Piçarra, onde se localiza o parque Beto Carreiro World, Balneário Camboriú, Nova Trento, Bombinhas, Porto Belo, etc. faz também de Itapema uma excelente opção de lazer e turismo.

O

s últimos dez anos deram a Itapema uma mágica e incrível tomada de trabalho e progresso, modificando-lhe as estruturas, alargando e engordando as belas praias, de grande extensão e rebordando sua orla de belos edifícios, cujo bom gosto e criatividade dizem muito da competitividade de bons arquitetos! Itapema, gastronomicamente é um marco, notadamente durante os verões agitados e coloridos, com danceterias e bares, coloridos de juventude e perpetuando a alegria. É berço de um dos excelentes resort do Estado, o Plaza Itapema Resort e Spa e, dentre seus moradores sazonais, está o popular apresentador de TV, Ratinho, que escolheu Itapema para construir uma de suas belas casas. É um dos pontos mais promissores do sul do Brasil para viver e investir. Itapema é mais um magnífico “Retratos de Santa Catarina”!

Colonização

E

m Itapema, há diversas construções da época da colonização açoriana, com peças amplas, paredes de pedra, portas em madeira maciça e janelas retangulares ou ovaladas no andar superior. A cultura açoriana está presente também no modo de vida dos moradores, como, por exemplo, na pesca de arrastão, meio de

204

Vale do Itajaí

`` Praça e Ponte dos Suspiros


subsistência de grande parte da população. A atividade pesqueira concentrase, principalmente, na Colônia de Pescadores Z-19, localizada no Canto da Praia, onde os turistas podem observar o espetáculo das redes sendo retiradas do mar, carregadas de peixes. Os itapemenses vivem em média 73 anos e a mortalidade infantil no município é de 18,86 a cada mil nascimentos. A taxa de analfabetismo é de 4,9%. Aproximadamente 99% da população têm acesso aos serviços básicos de energia elétrica, água encanada e coleta de lixo. O IDH é de 0,835. As seis praias de Itapema podem ser consideradas as maiores belezas do lugar. Praias de águas calmas para as crianças ou de ondas fortes para os surfistas são encontradas facilmente ao longo da orla. A mais famosa delas, Meia Praia, possui excelente infraestrutura turística, com bares, restaurantes, casas noturnas, hotéis, pousadas e comércios. Para os amantes do surfe, a melhor opção é a praia da Ilhota, com águas cristalinas e boas ondas vindas de mar aberto. A praia é considerada um recanto dos surfistas, que também costumam frequentar o local ao longo do Plaza Itapema Resort, paradisíaco hotel que tem inclusive campo de golfe.

A indescritível beleza natural das cachoeiras em meio ao verde das montanhas que circundam a cidade faz dela mais uma opção de turismo ecológico. A Cachoeira do Sertão, localizada no Morro Feijó; Cachoeira de São Paulinho, no bairro Várzea são alguns exemplos. No bairro Alto Areal, localizado na Serra dos Macacos, nasce o Rio Itapema onde se encontram as mais belas cachoeiras da cidade. Entre outras, a mais conhecida é a Cachoeira Manarick. Outra opção de lazer são as trilhas que cortam as montanhas que compõem a Serra do Mar e podem ser desfrutadas para caminhadas, passeios de motocicletas e Jeep. Já o costão, considerado um dos pontos mais bonitos de Itapema, é um lugar onde se pode caminhar sobre as rochas, admirando a orla marítima da cidade. Outro ponto turístico da cidade é a pedra que bole, que se move com o bater da água do mar, abrigando a lenda de um estrangeiro que se apaixonou pela menina mais bonita do povoado e que foi ferido e atirado ao mar pelo pai da moça. Ela, desesperada, atirouse ao mar para junto do namorado. Posteriormente, os corpos abraçados, foram retirados do mar.

`` Canto da Praia, nesse local pode-se contemplar o vai e vem dos barcos que trabalham na pesca artesanal, além da paisagem típica açoriana

Itapema

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Pomerode Dados Históricos `` Lei e Data de Criação: Lei nº 380, de 19/12/1958 `` Desmembramento: Blumenau `` Gentílico: Pomerodense `` Colonização: Alemã `` Data de Aniversário: 21 de janeiro

Dados Geográficos `` `` `` `` `` `` `` `` `` `` ``

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Latitude: 26º44’26” Longitude: 49º10’37” Área: 215,6km² Altitude: 85m Cidades Próximas: Blumenau, Rio dos Cedros, Indaial, Jaraguá do Sul e Timbó Rodovias: SC-416 / SC-418 Rio: Testo Rega Região: Médio Vale do Itajaí População: 25.261 habitantes Eleitores: 18.611 Divisas: Com os municípios de Jaraguá do Sul, Blumenau, Indaial, Timbó e Rio dos Cedros Distância da Capital: 172km Clima: Mesotérmico úmido, sem estação seca, com verões quentes, apresentando temperatura média anual de 19,9ºC e precipitação total anual entre 1.400 e l.600mm Bacias Hidrográficas: Rio Itajaí Mesorregião: Vale do Itajaí Microrregião: Blumenau Associação dos Municípios: Associação dos Municípios do Médio Vale do Itajaí (AMMVI) Economia: Baseada na indústria têxtil e metal-mecânica com destaque, ainda, para a produção de porcelanas, plásticos, brinquedos e alimentos

`` Centro da cidade

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Vale do Itajaí


O

encanto dos pomeranos, com suas canções e danças, faz deste pedaço de Brasil, a parte mais bela e graciosa neste Vale do Itajaí. Pomerode, onde se pratica a língua alemã, onde se mantém a tradição dos Clubes de Caça e Tiro, com seus reis e rainhas e seu ritual encantador. Pomerode da abertura colorida do Calendário das Festas, com a Festa Pomerana, álacre e tradicional. Ponto de encontro dos turistas no verão movimentado que, em grande estilo, vêm para desfrutar uma culinária rica e saborosa!

A mais alemã do Brasil

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ocalizada no Médio Vale do Rio Itajaí-Açú, Pomerode começou a ser colonizada em 1861, quando os primeiros imigrantes, liderados pelo colonizador Hackbarth, decidiram subir um afluente desse rio. Foram abertas picadas ao longo do curso do rio, que foi chamado Rio do Testo. A colonização da área foi uma estratégia para fortalecer o comércio entre a Colônia de Dona Francisca – atual região de Joinville –, e a Colônia de Blumenau, lote ao qual as terras de Pomerode eram integradas. As divisões das colônias eram definidas pela Campanha Colonizadora do Dr. Hermann Otto Blumenau, fundador da cidade de Blumenau. Os primeiros imigrantes de Pomerode se estabeleceram ao longo do Rio do Testo e viviam da agricultura e da criação de gado leiteiro e suíno. O nome Pomerode está ligado à origem de seus fundadores, imigrantes vindos da Pomerânia, norte da Alemanha. O nome da cidade surgiu da junção de Pommern e do verbo rodern, verbo alemão que significa tirar os tocos, tornar a terra apta para o cultivo. Até a virada do século XX, Pomerode era uma colônia voltada apenas para a agricultura e a pecuária de subsistência, com pequenos pontos comerciais nas áreas centrais da localidade. Com a mudança de século, pequenas empresas familiares de laticínios, frios, móveis e cerâmica deram início à industrialização do município. Anos mais tarde, a indústria de porcelana tornou-se uma das mais importantes para a economia local. Hoje, a cidade é considerada um forte polo têxtil e metal-mecânico. Pomerode também marca forte participação econômica em Santa Catarina, estando entre as vinte melhores cidades em arrecadação de impostos do estado. A diversificação da indústria garante empregos e qualidade de vida aos cidadãos do município. Os parques têxteis e metal-mecânico, assim como a produção de porcelanas, plásticos, brinquedos e alimentos são os destaques de sua economia. Desmembrado de Blumenau em janeiro de 1959, o município mantém até hoje o fascínio de uma pequena comunidade com a forte influência alemã. A peculiar Pomerode é reconhecida por suas tradições alemãs, belezas naturais e ótima qualidade de vida. A maneira

intensa com que é preservada a identidade étnica e cultural herdada dos imigrantes dá ao município o título de “A Cidade mais Alemã do Brasil”. Pomerode integra o circuito Vale Europeu, primeiro roteiro brasileiro planejado para o cicloturismo. São trezentos quilômetros de estradas de terra sossegadas e agradáveis, um roteiro rico em natureza e cultura, que oferece infraestrutura necessária para a tranquilidade do passeio. Pelo caminho, o cicloturista pode observar a arquitetura enxaimel, provar vinhos e queijos produzidos com tradição italiana e entrar em contato com o modo simples e sossegado das pessoas da região.

Exemplo em alfabetizaçao

A

educação é destaque no município. Segundo o Censo do IBGE de 2000, Pomerode desfruta do índice invejável de alfabetização de 98,2% dos munícipes. A expectativa de vida ultrapassa os 74 anos e a mortalidade infantil é de 14,43 a cada mil nascimentos. Os serviços básicos de água encanada, energia elétrica e coleta de lixo chegam a praticamente todos os moradores. O município sustenta também um alto IDH: 0,849. A cidade é famosa por seus Clubes de Caça e Tiro, que continuam obedecendo às normas da tradição germânica. A Schutzenverein Gute Kameradschaft (Sociedade de Atiradores Boa Camaradagem), criada em 1892, é a mais antiga em atuação no município, atendendo hoje pelo nome de Clube Pomerode Cultural, Recreativo e Esportivo. Entre as atrações do município está a Casa do Escultor Ervin Curt Teichmann, que abriga inúmeras obras da carreira do escultor homônimo. São diversas peças talhadas em madeira, cujo principal motivo são figuras do cotidiano, como lavradores, pescadores, operários, peões e cavalos. Também se encontram em exposição pinturas a óleo, aquarelas e moldes em barro e porcelana feitos pelo artista A Casa do Imigrante é parte do patrimônio deixado pelo imigrante pomerano Carl Weege, que se fixou em Pomerode na região onde hoje se localiza o bairro Pomerode Fundos. Reconstruído com autêntica construção enxaimel e decoração típica da colonização alemã, o local conta com a exposição de móveis antigos, roda d’água,

Pomerode

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`` Arquitetura que imita o enxaimel do p贸rtico de entrada da cidade, jardim zool贸gico e o seu lago

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Vale do Itaja铆


rancho com moenda de cana-de-açúcar, prédio da atafona (moinho de fubá de milho) e a Praça Lauro Guenther. Já o Museu do Marceneiro conta a história dos Móveis Behling, empresa familiar que atua em Pomerode desde a década de 1950. O museu contrasta passado e presente, com a exibição de uma roda d’água e equipamentos utilizados desde a época em que a indústria era apenas uma marcenaria. Ele se encontra anexo à Loja da Fábrica. Das praças da cidade, destaque para a Praça Jorge Lacerda, uma homenagem ao falecido governador do estado. O Portal Turístico Jorge Lacerda – Portal Sul –, símbolo da cidade, é outra atração e foi construído para dar boas-vindas aos visitantes da cidade. Em suas instalações, funcionam a base administrativa da Secretaria de Turismo e o Centro de Informações Turísticas. Além de conhecer mais sobre o município, no Portal Sul é possível tirar fotos usando trajes típicos alemães, comprar artesanato local ou ainda alugar uma bicicleta para passear pelas ruas da cidade.

Riqueza enxaimel

E

m comemoração aos 41 anos de emancipação política de Pomerode e aos 25 anos das Malhas Malwee, foi inaugurado em 2000 o Pórtico do Imigrante Wolfgang Weege. Atualmente, o Pórtico funciona como posto de informações turísticas. A construção é uma réplica em tamanho natural do Portal de Stettin, cidade que foi capital da Pomerânia entre 1720 e 1945. Após a Segunda Guerra Mundial, Stettin foi integrada à Alemanha Oriental e atualmente faz parte da Polônia. Pomerode possui o maior acervo de casas em estilo enxaimel do Brasil. Na Rota do Enxaimel, localiza-se a área de maior concentração de edificações em estilo enxaimel existente fora da Alemanha. O estilo enxaimel é uma técnica de construção na qual a madeira assume função estrutural, sendo a alvenaria

`` Pórtico Imigrante Wolfgang lembrando a arquitetura do porto alemão, de onde vieram os primeiros imigrantes de Pomerode

empregada apenas para o fechamento dos vãos. São cerca de setenta casas espalhadas ao longo do trecho, cercadas pela paisagem bucólica da localidade de Testo Alto. Mas a forte influência germânica vai muito além da arquitetura encontrada nas ruas da cidade. O idioma alemão e dialetos germânicos ainda hoje são falados com frequência pela maioria dos pomerodenses. Em Pomerode funciona desde 1945, a Behling Estilo Fazenda, que no início era focada na indústria moveleira, diversificando sua gama de produtos, passando a fabricar utilidades domésticas, artigos para presentes e móveis em série para exportação. Entre as indústrias têxteis que movimentam a economia local, a Kyly Malhas é uma das maiores empresas de confecções infantil de todo o país. A Cativa Têxtil possui produtos divididos em coleções adulto e infantil, que se encontram em evidência em todos os estados brasileiros e também no exterior. Na área de laticínios, a Laticínios Pomerode resgata em seus produtos a originalidade das receitas de queijos finos. Fundada em Pomerode no ano de 1945, a Porcelana Schmidt foi a primeira grande indústria do município, gerando empregos e aquecendo a economia local. Hoje, a Porcelana Schmidt é a maior fabricante da América Latina e uma das maiores do mundo. Detém aproximadamente 50% do mercado brasileiro de porcelana fina de mesa. Em funcionamento desde 1932, o Zoológico de Pomerode é o mais antigo de Santa Catarina e o terceiro do Brasil. Mantido pela Fundação Hermann Weege, possui 21 mil metros quadrados de área e abriga cerca de 250 espécies, totalizando 1,3 mil animais. Suas principais atrações são o casal de leões, os tigres, os chimpanzés e o urso, que, por muitos anos, foi o símbolo do Zoo Pomerode. Atualmente, o local mantém dezenove espécies ameaçadas de extinção e tem uma militância voltada para a educação ambiental. A gastronomia germânica é uma herança que atravessa gerações em Pomerode. Conhecido como polo gastronômico do Vale Europeu, o município possui restaurantes e confeitarias de alto nível, onde são servidos desde pratos tradicionais até os mais exóticos da cozinha alemã. Na culinária típica, impossível resistir ao Apfelstrudel, um doce semelhante à massa folheada, à base de maçã, assado no forno. O Bockwurst, o famoso salsichão é servido frito ou cozido, como prato principal ou acompanhamento. O conhecido chucrute mistura repolho fermentado naturalmente com condimentos e é ideal para acompanhamento de pratos como joelho de porco, salsichão e Kassler. A tradicional cuca, o Eisbein (joelho de porco temperado); o Hackepeter (espécie de “quibe cru” alemão, similar ao steak tartar); a Kassler (bisteca de porco levemente defumada e grelhada); o famoso marreco recheado, servido com repolho roxo, chucrute, purê de batata ou maçã. Enfim, são inúmeras as opções da gastronomia alemã, fortemente introduzidas no cotidiano dos pomerodenses. No mês de janeiro, acontece a Festa Pomerana, a festa mais alemã do Brasil. O evento celebra o aniversário de Pomerode e também as origens de seu povo. São dez dias recheados de muito chope, música, dança e comida típica, que transmitem ao visitante toda a riqueza da cultura alemã.

Pomerode

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Rio dos Cedros Dados Históricos `` Lei e Data de Criação: Lei nº 793, de 19/12/1961 `` Desmembramento: Timbó `` Gentílico: Riocedrense `` Colonização: Italiana e austríaca `` Data de Aniversário: 19 de dezembro

Dados Geográficos `` `` `` `` `` `` ``

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Latitude: 26º44’18” Longitude: 49º16’27” Área: 555,5km² Altitude: 85m Cidades Próximas: Pomerode, Benedito Novo, Doutor Pedrinho, Timbó Rodovias: SC-416 / SC-417 Rios: dos Cedros, do Norte, Putinga, Bonito, Palmeiras, Ada, Herta, das Pacas e Pomeranos Região: Médio Vale do Itajaí População: 9.685 habitantes Eleitores: 6.827 Divisas: Com os municípios de Corupá, Jaraguá do Sul, Pomerode, Timbó, Benedito Novo, Doutor Pedrinho e Rio Negrinho Distância da Capital: 185km Clima: Mesotérmico úmido, com verões quentes, apresentando temperatura média anual de 19,9ºC e precipitação total anual de aproximadamente 1.600mm Bacias: Hidrográficas do Rio Itajaí Mesorregião: Mesorregião Vale do Itajaí Microrregião: Microrregião Blumenau Associação dos Municípios: Associação dos Municípios do Médio Vale do Itajaí (AMMVI) Economia: Baseada nas indústrias de transformação. Entre os produtos agrícolas cultivados, destaque para o milho, arroz, banana, mandioca e fumo `` Tranquilidade das comunidades do interior é comum em Rio dos Cedros

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Vale do Itajaí


U

m forte traço da colonização italiana no Vale do Itajaí faz de Rio dos Cedros, sua gente e sua cultura, uma referência para a etnia catarinense! Graciosa, de ruas limpas, com sua bela igreja no estilo italiano, é uma atração no cenário de desenvolvimento e capacidade. Rio dos Cedros, um lugar agradável, bom para se morar, habitado por gente ordeira e progressiva, que faz desta cidade um lindo “Retrato de Santa Catarina”!

Natureza virgem

A

história do município de Rio dos Cedros teve início antes mesmo da chegada dos primeiros colonizadores italianos, em 1875. A vasta floresta inexplorada, recortada por um grande número de córregos, foi descoberta por um grupo de desbravadores dos sertões de Blumenau, chefiados por August Wunderwald, em 1963. Eles subiram pelo Rio Itajaí-Açu, de canoa, entrando em seguida pelos rios Cedro e Benedito. Devido à grande quantidade de cedros, madeira preciosa de lei, existente na barra dos dois rios, deu-se a um deles esse nome; o outro recebeu o nome de Benedito, provavelmente por existir um morador, chamado Benedito que teria chegado antes da imigração. Após quinze quilômetros de trajeto, os exploradores recuaram, na impossibilidade de avançar, por causa de se tornar impraticável a viagem de canoa e pela escassez de alimentos. O grupo descobriu, entretanto, que a região, vista do alto de um morro, era muito extensa e fértil. Percebeu ainda que, para além das montanhas que circundavam o vale, poderia existir um grande planalto, o que realmente se verificou mais tarde. A partir de 1875, começaram a chegar à região os primeiros italianos, provenientes, em sua maioria, da pequena vila Mattarello, da região trentina, no norte da Itália. Esses imigrantes deixaram sua comunidade e embarcaram rumo ao porto de Itajaí, de onde seguiram até os lotes de terra prometidos por agentes colonizadores. O início foi bastante árduo para todos, uma vez que os lotes se encontravam cobertos pelo mato, e a maioria `` Natureza exuberante no Alto Rio dos Cedros

Rio dos Cedros

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das promessas feitas pelos agentes da colonização não foram cumpridas. Para agravar ainda mais a situação, o clima e a floresta eram muito diferentes daqueles que eles conheciam na Europa. Os pioneiros enfrentaram todas as adversidades e, mediante um trabalho incansável, fizeram surgir esta bela cidade chamada Rio dos Cedros. Rio dos Cedros tornou-se distrito de Timbó em 1938 e emancipou-se em 1961, mantendo o nome que homenageia o cedro, denominação que foi dada pelo desbravador August Wunderwald. O nome surgiu devido à grande quantidade da árvore de madeira de cedro existente à margem do rio na época.

Paisagens

L

ocalizado na região do Vale Europeu, o município, de origem italiana, possui uma arquitetura típica preservada e com um grande potencial turístico em todas as estações do ano. Os lagos, vales, montanhas, cachoeiras, grutas, pássaros e animais silvestres estão presentes em toda a deslumbrante paisagem da região. A região dos lagos, nas margens de duas represas formadas para a geração de energia, ganha a cada dia mais notoriedade. É um roteiro de trilhas, camping, mas também um paraíso procurado para a construção de casas de veraneio. Oferece o contato com belíssimas paisagens, além da prática de esportes náuticos e pelo balneário. As pousadas nas montanhas próximas aos Lagos Rio Bonito e Pinhal são uma ótima opção de descanso. Os restaurantes típicos servem a deliciosa comida italiana preparada ainda de forma tradicional. Além disso, o município tem grande destaque por ter preservado sua cultura, por intermédio do dialeto tão falado na cidade, da culinária, dos casarões coloniais e das festas. Além dos encantos naturais, Rio dos Cedros também oferece muitos atrativos históricos. Diversas casas em estilo colonial ainda podem ser encontradas pela cidade, em especial no Caminho dos Pomeranos – pommernstrasse. O dialeto trentino, com suas pequenas variações, ainda é muito falado nas ruas, casas e comércio. Hoje Rio dos Cedros é um lugar agradável, bom para se morar, habitado por gente ordeira e progressiva. Suas colônias praticamente são as mesmas traçadas nos tempos da imigração. Rio dos Cedros tem sua economia voltada para a agricultura, pecuária e turismo ecológico e rural. O artesanato em vime é, seguramente, uma das atividades econô-

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Vale do Itajaí

`` Turismo rural: Casa de Amélia Beber


micas mais importantes do município e uma tradição de mais de 120 anos. No município, existem aproximadamente duzentos artesãos, a maioria localizados na comunidade de Rio Milanês, principal polo produtor da cidade e marco do artesanato em vime trazido pelos imigrantes europeus. O artesanato em vime, em cana-da-índia e os produtos coloniais estão à disposição dos turistas que podem levar consigo um pouco da cultura e da culinária italiana. Os riocedrenses vivem, em média, 76 anos e a mortalidade infantil no município é de 12,19 a cada mil nascimentos. A taxa de analfabetismo é de 3,9%. Serviços básicos como energia elétrica e coleta de lixo atendem a, apro-

ximadamente, 99% da população. O serviço de água encanada, entretanto, ainda é um pouco precário, atendendo a pouco mais de 91% dos moradores. O IDH em Rio dos Cedros é de 0,817. Entre os eventos realizados na cidade, o destaque fica por conta da Festa Trentina, tradicional evento da cidade. Criada em 1989, a festa tem como objetivo mostrar aos visitantes a alegria e as tradições do povo riocedrense. A festa é realizada anualmente na primeira quinzena de setembro e oferece outros atrativos, como a Feira Industrial e a Feira Agroindustrial, que ocorrem alternadamente todos os anos.

`` Vale dos Ventos, um paredão de pedras em meio ao verde exuberante da Mata Atlântica, na Barragem do Rio Bonito, 26Km do centro de Rio dos Cedros

Rio dos Cedros

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Timbó Dados Históricos `` Lei e Data de Criação: Lei nº 527, de 28/02/1934 `` Desmembramento: Blumenau `` Gentílico: Timboense `` Colonização: Alemã `` Data de Aniversário: 12 de outubro

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Latitude: 26º49’24” Longitude: 49º16’18” Área: 127,6km² Altitude: 68m Cidades Próximas: Indaial, Blumenau, Rio dos Cedros, Pomerode, Benedito Novo e Rodeio Rodovias: BR-470 / SC-416 / SC-417 / SC-477 Rios: Benedito e Rio dos Cedros Região: Médio Vale do Itajaí População: 33.326 habitantes Eleitores: 24.707 Divisas: Com os municípios de Rio dos Cedros, Pomedore, Indaial, Rodeio e Benedito Novo Distância da Capital: 172km Clima: Mesotérmico úmido, sem estação seca, com verões frescos, apresentando temperatura média anual de 19,9ºC e precipitação total anual de aproximadamente 1.700mm Bacias Hidrográficas: Rio Itajaí Mesorregião: Vale do Itajaí Microrregião: Blumenau Associação dos Municípios: Associação dos Municípios do Médio Vale do Itajaí (AMMVI) Economia: Baseada na agricultura, com destaque para o cultivo do arroz irrigado, e na indústria

`` O ipê amarelo emoldura a paisagem timboense e enche os olhos de seus visitantes e moradores

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Vale do Itajaí


`` Timbó é uma das cidades catarinenses onde mais se encontra exemplos da arquitetura enxaimel

V

erde vale cercado de montes... é Timbó, explosão de beleza. Berço dos grandes e renomados nomes, desde a culta e histórica vida do poeta Lindolf Bell, o formador da catequese poética! Timbó de grandes empresas, de excelente e de maravilhosa qualidade de vida, de preservação ambiental consciente. Cidade mágica, onde Ingo Germer, o príncipe da porcelana, é um marco da tradição e do bem receber.

Vocação econômica

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érola do Vale. Esta jóia da região do Vale do Itajaí é largamente conhecida por suas belas paisagens e pela ampla utilização do turismo como recurso econômico. A história de Timbó começou em conjunto com a criação de todos os outros municípios do Vale do Itajaí. Colonizada por alemães, teve seu início com a chegada de Frederico Donner, em 1869. O imigrante, com sua família, foi o principal responsável pela consolidação da colônia que, anos mais tarde, originou a cidade. Após a criação da colônia às margens do Rio Benedito, chegaram também os imigrantes italianos que têm importante participação na colonização de toda a região. Na colônia, os moradores viviam da agricultura e de um pequeno comércio relacionado à atividade. Em

28 de fevereiro de 1934, Timbó emancipa-se de Blumenau e, em 25 de março do mesmo ano, é elevada à categoria de município. A economia da colônia de Timbó era baseada na agricultura de cunho familiar para subsistência. Nos dias atuais, a cidade vê na agricultura, ainda, uma de suas fontes de sustento. Dos principais produtos agrícolas cultivados, o arroz irrigado é o que mais se sobressai na economia timboense. Outros importantes produtos são o milho, a banana, a mandioca, a batata-doce, as hortaliças e a cana-de-açúcar. Outra categoria econômica importante para os moradores de Timbó é a indústria. Os setores que mais se destacam e que são os principais pela movimentação de capital e pela maior oferta de emprego são o têxtil, o metal-mecânico, o eletroeletrônico, o moveleiro e o frigorífico. Também são importantes as indústrias de extração mineral e de manufatura de plásticos e de papelão. Na pecuária, Timbó destaca-

Timbó

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se na bovinocultura de leite, e a pesca para fins esportivos tem também larga participação na economia local. Timbó oferece aos moradores um ótimo estilo de vida. Considerada pela ONU como a décima melhor cidade do país para se morar, o município possui analfabetismo quase nulo – 1,9% – o que dá a ela a terceira posição em qualidade de ensino no estado de Santa Catarina. Com ruas muito limpas e com uma organização impecável, é considerada a “pérola do vale”.

Qualidade de vida

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ma das mais belas cidades do Médio Vale do Itajaí, é muito conhecida por suas belezas naturais e tem no turismo outra grande arrecadação econômica. No município, a esperança de vida ultrapassa os 73 anos, e a taxa de mortalidade infantil é de 17,19 a cada mil nascimentos. Já o analfabetismo afeta 1,9% dos habitantes. Em Timbó, quase todos os moradores têm acesso aos serviços básicos de água encanada, energia elétrica e coleta de lixo. O IDH municipal é de 0,843. Criado em 1997, o departamento de turismo de Timbó vem aprimorando o setor por meio de subsídios junto aos órgãos estaduais e federais e mediante parcerias com iniciativas privadas. O Plano Municipal de Turismo da cidade, em 2002, recebeu, da Embratur, o “Selo Ouro” de turismo, e a cidade é a segunda em todo o Brasil a desenvolver um planejamento turístico dentro do Plano Nacional de Municipalização do Turismo. As centenárias casas em estilo enxaimel, as belíssimas paisagens naturais, as intocadas matas com inúmeros exemplares de timbós – cipó que deu origem ao nome do município –, a pesca esportiva em lagos privativos são os atrativos que fazem do município a Pérola do Vale. A colonização germânica e italiana ainda pode ser vista em muitos dos costumes timboenses. Assim como em vários outros municípios do Médio Vale do Itajaí, a herança dos colonizadores ainda vive na arquitetura, na gastronomia e nos costumes dos moradores da cidade. As tradicionais sociedades de caça e tiro, muito famosas na Alemanha e em várias das cidades colonizadas por esse povo ainda se fazem presentes em Timbó e atraem diversos praticantes. Algumas construções alemãs são famosas, como a Escola Alemã e a Casa do Professor, ambas em estilo enxaimel e muito antigas.

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Vale do Itajaí

`` Avenida Getúlio Vargas


`` Bairro Mulde, em cenário bucólico

Opções para todos os gostos

O

utras atrações do roteiro turístico de Timbó são a Represa do Rio Benedito, construída em 1880 pelos imigrantes alemães; o Jardim Botânico, que possui uma ampla e confortável área verde para lazer e o Morro Arapongas, um mirante que permite a seus frequentadores um vislumbre de toda a cidade a partir de um ponto mais do que privilegiado. Além disso, há também o Morro Azul, com 758 metros de altura, e o Museu de Música Salão Ham. Uma das mais visitadas atrações turísticas da cidade de Timbó: a “Casa do Poeta”. O local foi residência de Lindolf Bell, famoso poeta nascido em Timbó. Bell é, hoje, referência da poesia catarinense em todo o mundo. O escritor é o maior representante da chamada Catequese Poética, que levava às ruas, por meio de métodos não convencionais, a poesia, transformando-a em conhecimento de todos. Na casa dele, inaugurada em 11 de dezembro de 2003, ficam o Museu, o Centro de Cultura, a Biblioteca e uma belíssima praça, tudo enaltecendo o brilhantismo desse poeta timboense que, com palavras, celebra a vida e as belezas do mundo. Além de Lindolf Bell, outros artistas timboenses são famosos em vários ramos. A cidade é berço de muitos escultores, principalmente os escultores em madeira e de diversos artistas plásticos. Vários eventos são realizados na cidade ao longo do ano. Alguns são mais famosos, como a Noite da Bavária, o Rodeio Crioulo e a Festa do Imigrante. A maior Igreja Evangélica de Confissão Luterana da América Latina fica em Timbó. Outra conhecida igreja é a Matriz Santa Terezinha, muito visitada por turistas e frequentada por moradores.

`` Prefeitura Municipal de Timbó

Timbó

217


Mesorregião Oeste

`` Torres da antiga Igreja Matriz de Itá, submersa nas águas da represa da usina hidroelétrica e que virou ponto turístico

218


O celeiro catarinense Destaque para o Setor Alimentar 1.961 indústrias (2006) 28,4 mil trabalhadores (2006) 2,1% do Valor da Transformação Industrial de SC-(2006)

5,1% das exportações de SC US$ 378 milhões (2007)

Cidades Nesta Edição:

Campos Novos

Curitibanos

Caçador

Chapecó

Mesorregião Oeste de Santa Catarina

Concórdia

S

Dionísio Cerqueira

Fraiburgo

Irani

Itá

Joaçaba

Mondaí

ituado entre a BR-116 e a fronteira com a Argentina, o oeste catarinense é uma região marcada pela diversidade cultural. As tradições gaúchas estão presentes nos costumes do dia-a-dia, com o tradicional churrasco, o chimarrão e as vestimentas típicas. Os italianos são em maior número, responsáveis pelo surgimento das maiores cidades. Sede de algumas das maiores empresas brasileiras de industrialização de alimentos, o oeste catarinense é considerado o “celeiro” de Santa Catarina. Desta região sai boa parte da produção brasileira de grãos, aves e suínos. Inúmeras estações de águas termais e grandes fazendas em campos abertos com casas em estilo colonial dão o toque turístico à região. É uma região cujo apelo histórico é muito forte. No centro deste território, ficam Irani e outras cidades que foram palco da Guerra do Contestado, episódio militar que marcou o lugar e cuja história permanece viva nos museus, monumentos e memória das novas gerações. A Guerra do Contestado definiu os atuais limites de Santa Catarina e foi uma das mais sangrentas revoltas populares ocorridas no Brasil com um saldo de mais de 25 mil mortos. As marcas dessa revolução ainda estão presentes em cidades como Irani, Caçador e Curitibanos.

Peritiba Pinheiro Preto Piratuba Ponte Serrada

São Miguel do Oeste

Seara

Tangará

Treze Tílias

Vargeão

Mesorregião Oeste

Xaxim

220 224 228 232 238 242 244 248 252 254 258 262 264 266 270 274 278 282 286 290 292

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Campos Novos Dados Históricos `` Lei e Data de Criação: Lei nº 923, de 30/03/1881 `` Desmembramento: Curitibanos `` Gentílico: Camponovense `` Colonização: Italiana, paulista e paranaense de origem portuguesa `` Data de Aniversário: 30 de março

Dados Geográficos `` `` `` `` `` `` ``

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Latitude: 27º24’06” Longitude: 51º13’30” Área: 1.658,4km Altitude: 934m Cidades Próximas: Lages, Joaçaba, Santa Cecília, Videira Rodovias: BR-282 / SC-470 / SC-455 Rios: Canoas, do Peixe, Leão, Marombas, Butiazinho, Taquaraçu e Ibicuí Região: Planalto Serrano População: 28.447 habitantes Eleitores: 23.148 Divisas: Com o Rio Grande do Sul e os municípios de Frei Rogério, Brunópolis, Vargem, Abdon Batista, Anita Garibaldi, Celso Ramos, Zortéa, Capinzal, Ouro, Lacerdópolis, Erval Velho, Herval d’Oeste, Ibiam, Tangará e Monte Carlo Distância da Capital: 369km Clima: Mesotérmico úmido, sem estação seca, com verões quentes, temperatura média anual de 16,1ºC e precipitação total anual entre 1.600 e 1.900mm Bacias Hidrográficas: Rio Canoas Mesorregião: Serrana Microrregião: Curitibanos Associação dos Municípios: Associação dos Municípios do Planalto Sul Catarinense (AMPLAST) Economia: A base da economia é a agropecuária, com destaque para o cultivo de grãos `` Igreja Matriz São João Batista, na praça Lauro Müller, no centro da cidade

220

Mesorregião Oeste


`` Prefeitura municipal

S

ede de uma das importantes Secretarias Regionais, Campos Novos é um marco no progresso neste início de século XXI! A riqueza da soja e do gado em planícies majestosas faz de Campos Novos uma das belezas do planalto catarinense. Chamada de Celeiro de Santa Catarina, a cidade é referência graneleira com a poderosa Copercampos, a ressaltar seu progresso. Maior produtor de grãos do estado, Campos Novos, matizada de muitos tons de verde, é um talento catarinense a mostrar o estado e sua pujança. Campos Novos das águas termais, do turismo religioso e da grandeza de seu povo que ajuda a formar este “Retratos de Santa Catarina“!

Raíz indígena

E

ste fértil celeiro de Santa Catarina foi primeiramente habitado pelos índios Kaigangs. Os silvícolas viviam da pesca, da caça e da coleta de raízes e frutos das matas. Mas, foi a partir de 1825 que teve início a colonização da cidade de Campos Novos, quando se estabeleceu na região o fazendeiro João Gonçalves de Araújo, natural da cidade de Curitibanos. Muitos gaúchos que fugiam da Guerra dos Farrapos começaram

a migrar para a região. Fazendeiros vindos da vizinha Lages também se instalaram na localidade, incentivados pela grande oferta de terras e de pastagens. Em seguida, vieram os paranaenses e os paulistas, em busca de terras ideais para a criação de gado. Em 1854, Campos Novos foi elevada à categoria de distrito do então município de Nossa Senhora dos Prazeres de Lages e já demonstrava um promissor desenvolvimento. Em 30 de março de 1881, o então distrito de Campos Novos foi elevado à categoria de município.

Campos Novos

221


`` Casa da Cultura Cel. Gasparino Zorzi, no centro da cidade e que é datada de 1983

Considerado o “Celeiro do Estado”, o município apresenta uma grande diversidade cultural e é o maior produtor de grãos de Santa Catarina. Eminentemente agrícola desde a sua fundação, possui grandes latifúndios – apenas 20% das propriedades rurais são de pequeno porte. Em Campos Novos, há uma comunidade negra formada por descendentes de escravos africanos. Dos colonizadores, Campos Novos herdou os costumes tradicionalistas, misturados, posteriormente, com a cultura e a tradição dos gaúchos e imigrantes europeus. O tropeirismo, do mesmo modo, está em evidência no contexto camponovense. Durante muito tempo, os tropeiros traziam notícias e novidades, e foram eles que introduziram o chimarrão, o churrasco e o vestuário gaúcho no local. No setor agropecuário, o município é responsável por uma das maiores arrecadações de ICMS, em grande parte oriunda das grandes propriedades produtoras de grãos. Há mais de trinta anos, Campos Novos fundou uma das maiores cooperativas do país, a Coopercampos que, no início, era voltada apenas para a produção e comercialização de trigo e soja. Atualmente, existem mais de cem associados, 90% deles, pequenos produtores. A diversi-

222

Mesorregião Oeste

dade de produtos comprova a evolução do projeto. Além de milho, soja, trigo, feijão, cevada, triticale (cereal obtido pelo cruzamento artificial de trigo com centeio) e forrageiras, a Coopercampos especializou-se, ainda, nas áreas de rações, suinocultura e leite. Campos Novos também é pioneira no Brasil na produção de pólen e é a maior produtora de aveia de Santa Catarina. Também investe em gado de corte e na avicultura. Outro destaque econômico é a Usina Hidrelétrica de Campos Novos.

Matéria-prima para o Estado

C

om uma economia baseada essencialmente na agropecuária, o município é um dos maiores produtores de matéria-prima de Santa Catarina, tendo grande potencial para a industrialização. Atualmente, conta com mais de setecentas empresas industriais, comerciais e de prestação de serviço, investindo, gerando emprego e movimentando a economia local. Indústrias de transformação, metalurgia, madeireira, confecções e papel estão em pleno funcionamento e, juntamente com a agropecuária, movimentam


`` Ponte sobre o Rio Uruguai, que liga Santa Catarina ao Rio Grande do Sul

a economia, destacando-se não somente em nível nacional, mas também internacionalmente devido à qualidade de seus produtos.

Variedade e qualidade

O

comércio camponovense destaca-se por sua variedade, pela qualidade dos produtos e pelo bom atendimento, o que dá ao município o título de principal centro comercial da região da Associação de Municípios do Planalto Sul de Santa Catarina (AMPLASC). Entidades locais, como o Centro de Dirigentes Lojistas (CDL) e a Associação Comercial Industrial e Rural de Campos Novos (Acircan) contribuem decisivamente para o fortalecimento da área comercial e industrial por meio de eventos, promoções e cursos de aperfeiçoamento comercial. A Expocampos, feira realizada no mês de maio de dois em dois anos, é a vitrine da qualidade do trabalho do povo de Campos Novos, de seus produtos no setor da indústria, comércio, agroindústria e artesanato. Os camponovenses vivem em média 74 anos e a mortalidade infantil é de 15,88 a cada mil nascimentos. A taxa de analfabetismo é de 10,4%. Os

serviços básicos atendem a boa parte da população: a energia elétrica chega a mais de 97% dos moradores, a água encanada e a coleta de lixo atendem a pouco mais de 94% da população. O IDH na cidade está na média estadual, atingindo 0,794. O turismo é intimamente ligado às belezas naturais do local. Lagos e lagoas, recantos de beleza ainda intocada, e muito contato com a natureza são garantidos aos visitantes e moradores da bela cidade. Também são bastante procuradas pelos turistas as águas termais; ricas em componentes minerais, essas águas quentes são uma opção de tratamento para diversas enfermidades ou simplesmente para o lazer. O turismo religioso também é outra faceta explorada pela cidade. Todos os anos, no dia da Padroeira Nossa Senhora Aparecida, há uma romaria em homenagem à santa. A festa de São João Batista homenageia o padroeiro da cidade. Outra festa famosa, essa não ligada à religião local, é o Rodeio Nacional do CTG Velha Espora, que atrai muitos visitantes no segundo fim de semana de fevereiro todos os anos. Outras celebrações são a Festa de Melancia e a Festa do Frango Caipira.

Campos Novos

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Curitibanos Dados Históricos `` Lei e Data de Criação: Lei nº 626, de 11/06/1869 `` Desmembramento: Lages `` Gentílico: Curitibanense `` Colonização: Italiana, alemã, japonesa e cabocla `` Outros: Capital Catarinense do Alho: Lei 13.040, de 02/07/2004 `` Data de Aniversário: 11 de junho

Dados Geográficos `` `` `` `` `` `` `` `` `` `` ``

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Latitude: 27º16’58” Longitude: 50º35’04” Área: 954,0km² Altitude: 987m Cidades Próximas: Frei Rogério, São Cristóvão do Sul, Ponte Alta, Campos Novos Rodovias: BR-470 / SC-451 SC-457 Rios: Canoas, Marombas, dos Cachorros, Taguaraçu e das Pedras Região: Planalto População: 37.493 habitantes Eleitores 28.338 Divisas: Com Lebon Régis, Santa Cecília, Ponte Alta do Norte, São Cristovão do Sul, Ponte Alta, Correia Pinto, São José do Cerrito, Brunópolis, Frei Rogério e Fraiburgo Distância da Capital: 303km Clima: Mesotérmico úmido, sem estação seca, com verões frescos, apresentando temperatura média anual de 15,5ºC e precipitação total anual entre 1.400 e 1.800mm Bacias Hidrográficas: Rio Canoas Mesorregião: Serrana Microrregião: Curitibanos Associação dos Municípios: Associação dos Municípios do Alto Vale do Rio do Peixe (AMARP) Economia: Nutrida pela atividade madeireira e pela agropecuária, com destaque para o cultivo de alho `` Foto aérea parcial da cidade, com população estimada em quase 40 mil habitantes

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Mesorregião Oeste


H

eróica de tropeiros e de brava tradição, Curitibanos evoca o passado, com o seu miraculoso Frei Rogério, cuja batina franciscana atravessou campinas e colinas espalhando o bem e a palavra de Deus. É terra de ilustres políticos como o insigne deputado Onofre Santo Agostini, idealizador do projeto “Retratos de Santa Catarina”. É a formosa “Capital do Alho” e sua Expocentro é uma das maiores feiras do estado. Sua importância histórica, aliada às belezas naturais, forma um cenário singular deste belo “Retratos de Santa Catarina”.

`` Curitibanos tem a Expocentro, uma das maiores feiras agroindustriais do Brasil

Hospitalidade

N

o coração de Santa Catarina, esta cidade de rica tradição e brava gente oferece como atrativos sua história e as belezas da serra, tendo como vocação acolher bem os visitantes. Localizada no Planalto Serrano, Curitibanos foi colonizada por imigrantes italianos, alemães, japoneses e caboclos. O nome da cidade vem de Curitiba, a capital do Paraná, que, em língua indígena, significa “muitos pinhais”. A princípio, o município era chamado “Campos dos Curitibanos” e, mais tarde, passou a ser denominado “Pouso dos Curitibanos”, local de descanso dos tropeiros que levavam o gado do sul para as capitanias do centro do país Palco das revoluções Farroupilha e Federalista e da Guerra do Contestado, Curitibanos foi parcialmente destruída pelo fogo em 1914, incendiada por centenas de fiéis em protesto contra a ofensiva militar nas cidades santas, contra a República e contra a propriedade privada de terras. Suas terras foram desmembradas de Lages em 1996. Além de sua importância histórica, Curitibanos tem excelente localização e muitas belezas naturais. Campos verdes, araucárias seculares, degraus de rocha basáltica formando saltos e cachoeiras nos rios da região, além de fazendas centenárias formam o cenário desta cidade cheia de história. Os muitos saltos e cachoeiras existentes no município são um espetáculo da natureza, destacando-se as dos rios Marombas, das Pedras, Canoas, Correntes, dos Cachorros e Raso

ou dos Pocinhos. A cidade, que oferece o charme do campo, é um convite ao bem-estar. Nas fazendas históricas, os visitantes podem conhecer marcos da história da Guerra do Contestado e das revoluções Farroupilha e Federalista. Como os primeiros colonizadores de Curitibanos foram os tropeiros vindos do sul, as tradições gaúchas estão presentes no modo de vestir, no linguajar, nas cantigas e na alimentação do povo. Entretanto, a vinda dos imigrantes italianos, alemães e japoneses alterou os costumes e a economia, transformando a cidade em polo multicultural. Hoje, a atividade madeireira responde por quase metade da economia do município, seguida pela agropecuária, em que o destaque é a produção de alho, sendo Curitibanos um dos maiores produtores brasileiros. A cidade é ainda a Capital Nacional do Cavalo da raça campeira e abriga a sede da Associação Brasileira dos Criadores de Cavalo Campeiro. Em Curitibanos, a expectativa de vida chega aos 70 anos de idade, e a mortalidade infantil é de 26,16 a cada mil nascimentos. A taxa de analfabetismo é de 10,01%. A energia elétrica atende a mais de 98% dos moradores e o serviço de água encanada chega a pouco mais de 92%. Quando a questão é a coleta de lixo, o serviço é mais precário, atendendo a, aproximadamente, 90% dos moradores. O IDH de Curitibanos é de 0,769. Em relação à cultura local, todas as etnias formadoras são celebradas durante a Semana Cultural e em outros eventos do calendário

Curitibanos

225


do município. No início de setembro, a Semana Farroupilha revive as tradições gaúchas com desfiles, manifestações culturais e folclóricas. Em maio, a Expocentro realiza exposição agropecuária, industrial, comercial e de artesanato, com shows, bailes e folclore. A antiga Prefeitura transformada, em 1972, no Museu Antônio Granemann guarda armas, espadas, canhões e outras peças usadas pelos rebeldes da Guerra do Contestado e da Revolução Farroupilha, além de objetos utilizados pelos antigos tropeiros. Um monumento construído em homenagem ao Monge João Maria, no local onde o líder espiritual da Guerra do Contestado parava para descansar, guarda também parte da história catarinense. O Capão da Mortandade é outro ponto turístico-cultural da cidade, local em que ocorreu uma das mais sangrentas batalhas da Revolução Farroupilha e onde morreram mais de 400 farrapos, em 12 de janeiro de 1840. Na Fazenda Forquilha, onde aconteceu uma das batalhas lideradas por Giuseppe e Anita Garibaldi, é possível viajar pela Revolução Farroupilha.

Revolução Federalista

A

Revolução Federalista teve início no Rio Grande do Sul em 1893, tendo como motivo principal a demora do Presidente da República Marechal Floriano Peixoto em convocar eleições. O movimento encontrou muitos simpatizantes em Santa Catarina. Em Curitibanos, o líder federalista era o Cel. Marcos Gonçalves de Farias. Em 1894, os federalistas comandados pelos irmãos Aparício e Gumercindo Saraiva invadiram Lages, provocando o descontentamento de todo o planalto catarinense. De Lages vieram a Curitibanos, onde pensavam contar com o apoio de um contingente de 200 homens comandados pelo Cel. Marcos Farias que, em repúdio à invasão de Lages, os havia dispensado. Gumercindo, revoltado, determinou a degola do Cel. Marcos, que teve de fugir. Os federalistas seguiram para Blumenau e depois para Lapa, no Paraná, e de lá retornaram para o Rio Grande do Sul. Convocadas as eleições, foi eleito presidente o paulista Prudente de Moraes. Com a morte de Gumercindo, a revolução chegou ao fim.

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Mesorregião Oeste

`` Aeroporto municipal e vista da cidade


`` Praça da República, com Museu Antônio Granemann de Souza (esquerda) e Igreja Matriz da Imaculada Conceição

`` Recanto Dona Elvira

Curitibanos

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Caçador Dados Históricos `` Lei e Data de Criação: Lei nº 508, de 22/02/1934 `` Desmembramento: Porto União `` Gentílico: Caçadorense `` Colonização: Italiana `` Data de Aniversário: 25 de março

Dados Geográficos `` `` `` `` ``

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Latitude: 26º46’31” Longitude: 51º00’54” Área: 987,0km² Altitude: 920m Cidades Próximas: Rio das Antas, Lebon Régins, Fraiburgo, Iomerê, Arroio Trinta, Matos Costa Rodovias: SC-302 / SC-303 / SC-451 Rios: Jangada, Timbó, Pintado, dos Pardos, Bonito, Tamanduá, Caçador e do Peixe Região: Alto Vale do Rio do Peixe População: 67.556 habitantes Eleitores: 45.778 Divisas: Com o estado do Paraná e os municípios de Calmon, Lebon Régis, Rio das Antas, Videira e Macieira Distância da Capital: 401km Clima: Mesotérmico úmido, com verões frescos, apresentando temperatura média anual de 17,2ºC e precipitação total anual de aproximadamente 1.400mm Bacias Hidrográficas: Rio do Peixe Mesorregião: Oeste Catarinense Microrregião: Joaçaba Associação dos Municípios: Associação dos Municípios do Alto Vale do Rio do Peixe (AMARP) Economia: Baseada principalmente na extração da madeira

`` Centro da cidade que é uma das mais importantes da região do contestado

228

Mesorregião Oeste


M

aior polo industrial do meio-oeste, Caçador carrega em sua história a Guerra do Contestado. O Museu do Contestado, a Locomotiva a Vapor e os vários monumentos espalhados pela cidade relembram esse importante capítulo da história brasileira. Caçador, com seu traçado, sua bela praça e seu pujante parque industrial e comercial é um belo “Retrato de Santa Catarina”!

Referência de guerra

N

ascida da Guerra do Contestado, a cidade de Caçador é um importante polo cultural do meiooeste catarinense. Impulsionada pela construção da estrada de ferro que liga o estado de São Paulo ao do Rio Grande do Sul, a cidade é um referencial da guerra. Foi na estação Ferroviária Caçador que desembarcaram as primeiras tropas federais vindas para combater os sertanejos na Guerra do Contestado – conflito de posse de terras entre Santa Catarina e Paraná ocorrido entre 1913 e 1916. Antes mesmo da chegada dos desbravadores, que começaram a se instalar na região por volta de 1881, grupos primitivos, os Kaingang e os Xokleng, viviam às margens do Rio do Peixe. Devido à abundância de caça existente próximo ao rio naquela época, surgiu a ideia de se chamar a região de Caçador. Após o término da guerra, vieram habitar na região muitos outros imigrantes: primeiro os italianos, seguidos dos japoneses, árabes, alemães e poloneses. Em 25 de março de 1934, Caçador tornou-se independente, emancipando-se política e administrativamente de Porto União. Hoje, é considerada a maior cidade do meio-oeste catarinense e um importante polo cultural, econômico e político. O espaço ao qual pertence a cidade foi caracterizado pelos desbravadores, desde os primórdios da colonização, como uma esplendorosa região de

`` Ponte ferroviária sobre o Rio do Peixe e Catedral São Francisco de Assis

Caçador

229


floresta nativa de araucária. Pouco tempo depois, na década de 1940, Caçador já conquistava a fama de capital da madeira e era o município que mais produzia o pinho serrado no Brasil. Hoje, Caçador é o maior polo industrial do meio-oeste catarinense. Atualmente, a cidade destaca-se, principalmente, pelas atividades de agropecuária, indústria, comércio e serviços. A economia desenvolveu-se muito devido à extração e à industrialização da madeira, e essas atividades são ainda a maior fonte econômica da cidade.

Industrialização

A

s árvores extraídas são replantadas em uma extensa região de reflorestamento. A agricultura emerge como uma nova opção de geração de divisas, com destaque para os hortifrutigranjeiros. Caçador é considerado o maior produtor de tomates do sul do Brasil. O povo caçadorense vive em média 72 anos e a mortalidade infantil no município é de 20,17 a cada mil nascimentos. A taxa de analfabetismo é de 8,2%. O IDH na cidade está na média estadual, atingindo 0,793, e a maioria da população tem acesso aos serviços básicos de água encanada, energia elétrica e coleta de lixo. O forte da economia é a industrialização, mas o turismo também se faz presente na cidade. Por ser um dos mais importantes marcos da história da Guerra do Contestado em Santa Catarina, Caçador possui muitas atrações turísticas voltadas à famosa guerra. O Museu Histórico e Antropológico da Região do Contestado é o principal acervo da Guerra do Contestado no estado. O museu, construído nos padrões da antiga estação ferroviária Rio Caçador (destruída pelo fogo em 1930), é administrado pela Universidade do Contestado, que fica no município. No museu, pode-se ver a Locomotiva a Vapor “Mogul”, que relembra a antiga estrada de ferro que cortava a região. Além disso, na cidade, há vários monumentos e lugares históricos alusivos à Guerra do Contestado. Como exemplo da grande indústria de comercialização da madeira, em Caçador, há uma ponte construída inteiramente com esse material, a Ponte de Madeira Antonio Bortolon, um importante marco do urbanismo na cidade. A Catedral Diocesana São Francisco de Assis é outra bela atração da cidade. É grandiosa, em estilo neoclássico e possui o único órgão de tubos da região, com cerca de 40 metros de comprimento e 1.486 tubos. Caçador realiza diversos eventos ao longo do ano. Os principais são a Festa do Município, em março, e a Festa da Fogueira e do Quentão, em junho, na qual é acesa uma fogueira com mais de 30 metros de altura. Há também a Festa Italiana, em julho; a Holzfest, ou Festa da Madeira, em outubro; e a Expofeira Agropecuária, em maio e em outubro.

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Mesorregião Oeste

`` Floresta nacional de Caçador


Caรงador

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Chapecó Dados Históricos `` Lei e Data de Criação: Lei nº 1.147, de 25/08/1917 `` Desmembramento: Paraná `` Gentílico: Chapecoense `` Colonização: Italiana, alemã, polonesa `` Outros: Capital Catarinense dos Eventos de Negócios, Lei nº 14.071, de 31/07/07 `` Data de Aniversário: 25 de agosto

Dados Geográficos `` `` `` `` ``

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Latitude: 27º05’47” Longitude: 52º37’06” Área: 625,40km² Altitude: 679m Cidades Próximas: Coronel Freitas, Nova Itaberaba, Cordilheira Alta, Itá, Seara, Arvoredo, Xaxim, Guatambu, Planalto Alegre Rodovias: BR-282 / SC-283 / SC-468 / SC-480 Rios: Uruguai e Irani Região: Oeste População: 164.803 habitantes Eleitores: 117.080 Divisas: Rio Grande do Sul e os municípios de Coronel Freitas, Cordilheira Alta, Xaxim, Arvoredo, Seara, Paial, Itá, Guatambu, Planalto Alegre e Nova Itaberaba Distância da Capital: 630km Clima: Mesotérmico super-úmido, com verões quentes, apresentando temperatura média anual de 19,6ºC e precipitação total anual entre 1.670 e 2.610mm Bacias Hidrográficas: Rio Irani Mesorregião: Oeste Catarinense Microrregião: Chapecó Associação dos Municípios: Associação dos Municípios do Oeste de Santa Catarina (AMOSC) Economia: Baseada na agroindústria com destaque para as indústrias do ramo metal-mecânico e eventos de negócios `` Catedral Santo Antônio, sede do bispado e um dos mais importantes templos católicos de Santa Catarina

232

Mesorregião Oeste


I

mponente, bela e atraente, assim é Chapecó, que se avista ao longe e encanta os nossos olhos – na sua demonstração de progresso e vida! A cidade, que resgata a cultura com muita propriedade, obra de quem entende da matéria, não descura da educação e da saúde e deixa entrever o progresso de sua administração pelas largas avenidas, entre um e outro edifício, uma construção histórica, um monumento, uma rua, resgatando valores regionais. Chapecó lendária por suas estradas sofríveis que guardam importantes fatos da história do oeste catarinense. Uma população acolhedora que relembra com trajes e danças típicas suas origens. Cercada de verde, de grutas e de mirantes, Chapecó é decididamente a Capital Catarinense do Oeste. Referência na educação, em que os projetos especiais são aplicados dentro das mais exigentes temáticas pedagógicas, tem na sua universidade um exemplo de qualidade. A saúde, uma das prioridades e exigências da administração pública, é referencial para Santa Catarina e outros estados próximos. Sua vida noturna, o bulício universitário, sua cultura ressaltada dizem do nosso orgulho deste retrato em “close up” de Santa Catarina. `` Centro da cidade, com suas avenidas bem projetadas e arborizadas

Chapecó

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Prestígio internacional

A

cidade de Chapecó é o maior polo agroindustrial da região oeste de Santa Catarina. Centro político, econômico e cultural, Chapecó tem prestígio internacional pela exportação de produtos alimentícios industrializados de natureza animal. Polo de uma região com cerca de duzentos municípios e com mais de dois milhões de habitantes, o município abriga sedes das principais empresas processadoras e exportadoras de carnes de suínos, aves e derivados do Brasil. A região, rica em aspectos naturais, começou a ser povoada pelos colonizadores por volta de 1900 e, alguns anos mais tarde, mais precisamente em 1917, foi fundada a colônia “Xapeco”. Chapecó é palavra de origem Kaigang com várias interpretações: “chapadão alto”, “chapéu feito de cipó” e “põe no chapéu”, para nativos da língua. O desenvolvimento da região foi impulsionado principalmente pela exploração de seus recursos naturais. Os primeiros colonizadores foram os imigrantes oriundos do Rio Grande do Sul, sobretudo descendentes de alemães e italianos. Esses desbravadores vieram à região em busca de novas oportunidades e expectativas de vida. No início da colonização, a principal atividade realizada era a extração da madeira de araucária que, depois de extraída, era exportada para a Argentina, em balsas pelo Rio Uruguai. Alguns anos mais tarde, o desenvolvimento da região tornou-se mais efetivo. Em 1940, o fluxo de imigração aumentou muito e os novos habitantes, também oriundos do Rio Grande do Sul, em sua maioria, e descendentes de italianos, alemães e poloneses passaram a contribuir para o crescimento e o desenvolvimento da cidade de Chapecó. Foi com a chegada dos novos imigrantes que a principal faceta econômica começou a ser desenvolvida: a agroindústria. Seu rápido crescimento transformou a cidade em uma feira de oportunidades. As ofertas de trabalho eram elevadas, e muitos passaram a ocupar a região à procura de emprego. Hoje, a cidade possui cerca de 170 mil habitantes e é o maior polo agroindustrial da região oeste catarinense. A agricultura e a pecuária representam a maior fatia das arrecadações econômicas da cidade. A ‘capital nacional da agroindústria’ – como foi apelidado o município –, vê nessa atividade uma capacidade relevante de expressão econômica em âmbito internacional. Chapecó é sede das maiores e mais importantes indústrias processadoras e exportadoras de carnes de aves e suínos da América Latina e é referência em todo o mundo em relação ao ramo. Na agricultura, a cidade é famosa pelo cultivo de grãos relacionados à pecuária – como o milho utilizado na fabricação de rações –, e pelo amplo, porém menos expressivo, cultivo de mandioca, feijão, soja e trigo. Além dessas atividades, a cidade nutre-se das indústrias moveleiras, metal-mecânica, de plásticos, embalagens e confecções e da prestação de serviços. A indústria metal-mecânica desenvolveu-se

234

Mesorregião Oeste

`` Monumento ao desbravador, construído pelo artista plástico Paulo de Siqueira


`` Efapi - Exposição-Feira Agropecuária, Industrial e Comercial de Chapecó e, abaixo, Galeria de Artes Dalme Rauen

Chapecó

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`` Vocação agroindustrial: exportação de produtos alimentícios industrializados confere à Chapecó um prestígio internacional

na região por decorrência da expressiva utilização de equipamentos frigoríficos e é uma nova alternativa de desenvolvimento industrial da cidade. O parque industrial do município, baseado historicamente na agroindústria, encontra-se em amplo processo de diversificação. Para suprir a demanda dos frigoríficos locais e regionais, as indústrias do ramo metal-mecânico crescem e se modernizam, produzindo equipamentos para os mercados nacional e internacional. Estão também presentes os ramos de plásticos e embalagens, transportes, móveis, bebidas, biotecnologia na industrialização de carnes, software, confecções e outros. Dentre as políticas de desenvolvimento econômico, destaca-se o Distrito Industrial Flávio Baldissera, com área de 484 mil metros quadrados, que absorveu dezesseis unidades industriais. O Distrito comporta diversos ramos industriais e de prestação de serviço, visando gerar atividades orientadas à promoção do desenvolvimento social e econômico, tanto local quanto regional.

Destaque nacional

C

hapecó é considerada o centro polarizador de serviços do oeste catarinense e possui significativo destaque no panorama industrial nacional. Em Chapecó, tem-se um bom estilo de vida, compatível ao de muitas outras cidades do estado. A taxa de mortalidade infantil é de 11,01 para cada mil nascimentos, e a esperança de vida atinge a média de 76 anos. O analfabetismo atinge 7,1% da população e mais de 95% dos chapecoenses possuem acesso aos serviços básicos de água en-

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Mesorregião Oeste

canada, coleta de lixo e energia elétrica. O IDH municipal é de 0,848. O significativo investimento municipal na área social – educação, saúde, habitação, alimentos – tem igualmente imensas repercussões de ordem econômica, preparando as pessoas para um mercado de trabalho crescentemente exigente e competitivo. Na área do ensino fundamental e médio, Chapecó conta com mais de 180 estabelecimentos e cerca de 2.200 profissionais. O município abriga mais de dez instituições de ensino superior, entre as quais, três universidades. São aproximadamente quatorze mil estudantes distribuídos em quarenta cursos de graduação. Outra importante característica econômica da região é o turismo. A cidade é largamente conhecida por suas belezas naturais, e a exploração desses recursos é uma das principais formas de turismo. Entretanto, a mais expressiva delas é o turismo de negócios. O município é considerado a Capital Catarinense dos Eventos de Negócios, e o setor é o responsável pela maior movimentação de turistas na cidade durante todo o ano. Os principais eventos realizados são os relacionados ao agronegócio e às atividades atinentes a ele. Destaca-se a implantação do Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo De Nes, com infraestrutura para receber eventos de grande porte, teatro moderno, salão amplo, salas de apoio, incentivando a cultura. Em Chapecó, localiza-se o Parque de Exposições Tancredo de Almeida Neves, conhecido por ser um dos melhores parques de exposições do sul do país. Dentre as várias feiras realizadas ao longo do ano, algumas são as principais. A Efapi é uma feira agropecuária, industrial e comercial de Chapecó,


considerada uma das maiores feiras multisetoriais do país. A Mecroagro é a Feira Internacional de Processamento e Industrialização de Carne, considerada a segunda maior do mundo no gênero. Há também a Mercomóveis, feira Mercosul da industrialização de móveis e a terceira maior do país. A Mercomóveis reúne fabricantes de móveis de todo o país e da América Latina. Já a Metalplast é um evento anual organizado para atrair empresas representativas dos segmentos de metalmecânica e de plásticos. A Projetec é uma feira dedicada à construção civil e habitação: a Mercoláctea reúne empresas fornecedoras da cadeia produtiva e de processamento com produtos e serviços para o setor leiteiro, que vem desenvolvendo-se no município. Outros eventos realizados são as festas gastronômicas. A de maior destaque são a Novemberfest e a Festa do Imigrante, que celebram a cultura alemã, italiana, polonesa e japonesa da cidade, presente na arquitetura e nos costumes de muitos dos cidadãos. Outra característica cultural é a preservação de costumes gaúchos. A colonização dos antigos moradores do Rio Grande do Sul trouxe à cidade um ar gauchesco, muito percebido no sotaque, nos costumes e na gastronomia de muitas mesas chapecoenses. Os costumes gaúchos são celebrados, igualmente, nos vários centros de tradições gaúchas da cidade, os famosos CTGs.

Atrações turísticas

A

estrutura hoteleira é bastante desenvolvida, e algumas atrações turísticas são muito visitadas. O Monumento “O Desbravador” simboliza a força e o trabalho na imagem de um gaúcho empunhando um machado. Outro local muito visitado é a Praça Coronel Bertaso. Construída em homenagem a Ernesto Francisco Bertaso, um famoso desbravador da região, a praça oferece ótima infraestrutura para o lazer em família. A infraestrutura de Chapecó inclui ainda um setor hoteleiro bem desenvolvido com 47 empreendimentos, um aeroporto em vias de internacionalização, dois hospitais regionais, duas emissoras de televisão, quatro de rádio FM e duas de AM, três jornais locais diários e muitos outros itens que caracterizam a responsabilidade regional de Chapecó, também presente nos serviços especializados oferecidos a toda a região, nas mais diversas áreas. Relembrando a história, em 1950, a então pequena Chapecó foi palco de um curioso e ainda não desvendado fato. A cidade foi atingida, simultaneamente, por vários focos de incêndio. Por algum tempo, os culpados foram procurados, e a suspeita de incêndio criminoso recaiu sobre dois irmãos que, depois de serem interrogados, foram liberados. A impunidade dos supostos criminosos, aliada a outros fatores de descontentamento da população, levou um grupo de cerca de cinquenta pessoas a invadir a cadeia municipal. Armados e indignados, os homens contestavam a decisão dos responsáveis em relação ao fato. Essa confusão fez com que as autoridades resolvessem punir os dois irmãos, apesar de não haver a certeza de que eram, realmente, culpados

`` Museu Antônio Selistre de Campos

pelo incêndio. Ambos foram linchados em praça pública de forma brutal. O triste acidente ficou conhecido historicamente como “o linchamento de 1950” e marca, até hoje, a história da cidade. A Catedral Santo Antônio foi um dos pontos queimados no incêndio criminoso e a depredação da igreja foi um dos principais motivos de indignação da população. Reinaugurada após o incêndio, em 8 de dezembro de 1956, a igreja é, nos dias atuais, um dos pontos históricos mais visitados. Além desses pontos turísticos e históricos, Chapecó é muito visitada por turistas que procuram por momentos tranquilos e calmos em contato com a natureza. O Vale do Rio Uruguai oferece vários locais de vista deslumbrante e de esplendoroso contato com a natureza; o lugar mais visitado é a Trilha do Pitoco. No Mirante da Ferradura, por exemplo, tem-se uma ampla visão de todo o vale. No outro lado do município, na Rota Italiana, também há uma capela histórica, sendo um dos últimos modelos construídos na década de 1950, em estilo franciscano, edificada em madeira e telhas de zinco, considerado um ponto turístico: a capela São Carlos, na Colônia Bacia, uma pequena comunidade localizada nos arredores da cidade. A Gruta de Sede Figueira, na mesma rota, forma um complexo de três grutas ladeadas por uma belíssima cachoeira, que aumenta ainda mais a tão bela natureza local. Outro local a ser visitado é o Recanto dos Pinhais onde há uma típica casa italiana com cantina que oferece café colonial, tem campo de futebol com churrasqueiras, açudes para pescar calmamente, área de camping, caminhada pela Trilha dos Pinhais com mata nativa e vários pinheiros históricos.

Chapecó

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Concórdia Dados Históricos `` Lei e Data de Criação: Lei nº 635, de 12/07/1934 `` Desmembramento: Cruzeiro `` Gentílico: Concordiense `` Colonização: Italiana `` Data de Aniversário: 29 de julho

Dados Geográficos `` `` `` `` `` `` `` `` `` `` ``

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Latitude: 27º14’03” Longitude: 52º01’40” Área: 797,5km² Altitude: 569m Cidades Próximas: Chapecó, Seara, Arabutã e Piratuba Rodovias: BR-153 / SC-283 / SC-461 Rios: Uruguai, Jacutinga, Rancho Grande e Pinhal Região: Meio-Oeste População: 67.249 habitantes Eleitores: 49.991 Divisas: Com o estado do Rio Grande do Sul e os municípios de Irani, Jaborá, Presidente Castelo Branco, Ipira, Peritiba, Alto Bela Vista, Itá, Arabutã, Ipumirim e Lindóia do Sul Distância da Capital: 489km Clima: Mesotérmico úmido, sem estação seca, com verões quentes, apresentando temperatura média anual de 17,9ºC e precipitação total anual de 1.700 a 2.200mm Bacias Hidrográficas: Rio Jacutinga Mesorregião: Oeste Catarinense Microrregião: Concórdia Associação dos Municípios: Associação dos Municípios do Alto Uruguai Catarinense (AMAUC) Economia: Baseada nas agroindústrias

`` Vista aérea da cidade, que tem como base econômica a agroindústria

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Mesorregião Oeste


U

m exemplo de desenvolvimento do interior do estado. Concórdia, a cidade berço da Sadia, é a rainha da agroindústria em Santa Catarina. Berço de Attilio Fontana, um visionário colono que criou um dos maiores complexos agroindustriais do país e da América Latina, a Sadia. Concórdia de promontórios e ladeiras, de concordienses gentis e acolhedores. Concórdia de pujante e moderna administração que, neste século XXI, é o referencial em qualidade de vida e desenvolvimento sustentado – observado nos estudos sobre dejetos –, transformando a cidade em modelo nacional! A Festa Nacional do Leitão, realizada há cada dois anos, é uma referência na culinária suína no país. Fazendo parte da Rota das Águas do Alto Uruguai, é uma das bem preparadas e belas cidades do oeste no “Retratos de Santa Catarina”.

Em busca de terras

A

abertura da estrada de ferro que ligava São Paulo ao Rio Grande do Sul fez com que muitos imigrantes gaúchos viessem para o estado de Santa Catarina. Em busca de novas terras para a prática da agropecuária e de novas oportunidades de trabalho na companhia Brazil Railway Company – responsável pela construção da estrada –, eles subiam o caminho e se alojavam em seu entorno. Foi o que aconteceu com as terras hoje pertencentes ao município de Concórdia. Os imigrantes,

`` Ponte sobre o Rio Uruguai ligando Concórdia a Marcelino Ramos e, abaixo, vista aérea parcial

Concórdia

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oriundos do Rio Grande do Sul e descendentes de alemães e italianos, primeiramente se alojaram na região por volta de 1912. A cidade localiza-se no Vale do Contestado, região do meio-oeste catarinense. Essa região assim se caracteriza porque nela se passou a Guerra do Contestado – disputa de terras entre os estados de Santa Catarina e Paraná. Antes da guerra e da construção da ferrovia, a região era habitada por caboclos e índios. O nome Concórdia é proveniente de um acordo feito entre os jagunços, liderados por José Fabrício das Neves, e a companhia de colonização Brazil Development Colonization Company. Com o término da guerra, o governo federal incentivou a compra e a venda de terrenos na região. Isso serviu para intensificar a colonização do local e o seu posterior progresso.

Vocação econômica

N

`` Praça municipal Dogello Goss e salão paroquial da Igreja Matriz Nossa Senhora do Rosário

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Mesorregião Oeste

os anos 1920, a colonização passou a ficar mais intensa e, cada vez mais, imigrantes italianos e alemães vinham se instalar nas terras da futura cidade de Concórdia. Nessa época, os caboclos e indígenas que viviam desde os primórdios no local passaram a integrar os costumes dos descendentes de europeus que ali passaram a viver. A pequena vila fundada em 1912 tornou-se independente em 1934, com o desmembramento da cidade de Joaçaba. Em 29 de julho de 1934, Concórdia tornou-se município. Sua economia é baseada, principalmente, na agroindústria. A estrutura rural da cidade é formada fundamentalmente por minifúndios, e o que predomina são a suinocultura, a avicultura e a pecuária de leite. Igualmente são importantes as culturas agrícolas, principalmente a do milho. A principal característica econômica da cidade são, além da agropecuária, as indústrias alimentícias. Em Concórdia, está localizado um dos Centros Nacionais de Pesquisa de Suínos e Aves – com sede na Embrapa – e o maior frigorífico da América Latina, a empresa mundialmente conhecida Sadia. No município, há uma estratégia famosa em cidades que possuem grandes empresas relacionadas a gêneros alimentícios: um princípio deno-


minado “integração”. As pequenas fazendas produzem e vendem seus produtos para as grandes empresas que os industrializam e comercializam e, assim, a economia da cidade se nutre. A localidade é detentora da maior bacia leiteira do estado de Santa Catarina e é líder na produção nacional de suínos e aves. A economia urbana é basicamente caracterizada pela prestação de serviços – em particular o transporte, a educação superior e técnica e os serviços de saúde. Concórdia é hoje considerada uma das cidades com maior qualidade de vida de Santa Catarina. O índice de mortalidade infantil, 1,03, está abaixo da média do estado, que é de 16,6 a cada mil nascimentos. E a esperança de vida é de 76 anos, aproximadamente. A taxa de analfabetismo é de 5,9% e quase toda a população tem acesso aos serviços básicos, como água encanada, coleta de lixo e energia elétrica. O IDH é alto, atingindo 0,849.

Religiosidade

O

s colonizadores de Concórdia trouxeram, junto com seu trabalho, sua religiosidade. Prova disso são os pontos turísticos de cunho religioso, que prevalecem na cidade. Concórdia mantém algumas antigas raridades relacionadas à religiosidade da região. Como exemplo, há a Igreja do Pinheiro Preto, construída totalmente em madeira, onde se encontra boa parte da história da colonização local. Outra raridade é o Santuário Nossa Senhora da Salete, em meio a muito verde, distante três quilômetros da cidade, é um ponto de devoção de muitos religiosos da região. Como homenagem à principal atividade exercida na cidade, há o Memorial Attílio Fontana, na antiga casa do fundador da empresa Sadia. Há ainda o Museu do Colono – que relembra os tempos da colonização – e a Fundação Municipal de Cultura. Algumas atrações festivas movimentam Concórdia em alguns meses do ano. A Festa Nacional do Leitão – na qual acontece um concurso de culinária – a Kerbfest, a Festitália e a Procissão de Nossa Senhora da Salete, que movimenta a cidade, fortemente conhecida por sua tradição religiosa.

`` Sedes da Fabet - Fundação Adolpho Bósio de Educação no Transporte e, abaixo, Embrapa - Empresa Brasileira Pesquisa Agropecuária

Concórdia

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Dionísio Cerqueira Dados Históricos `` Lei e Data de Criação: Lei nº 133, de 30/12/1953 `` Desmembramento: Chapecó `` Gentílico: Cerqueirense `` Colonização: Italiana e alemã `` Data de Aniversário: 14 de março

Dados Geográficos `` `` `` `` ``

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Latitude: 26º15’18” Longitude: 53º38’23” Área: 379,3km² Altitude: 830m Cidades Próximas: São Miguel do Oeste, Guarujá do Sul, São José do Cedro, Bernardo de Irigoyen (Argentina) e Barracão (Paraná) Rodovias: BR-163 / SC-163 Rios: Peperi-Guaçu, União, Maria Preta, das Flores e Jacutinga Região: Extremo-Oeste População: 14.792 habitantes Eleitores: 9.570 Divisas: Com a República Argentina, o estado do Paraná e os municípios de Palma Sola, Guarujá do Sul e Princesa. Distância da Capital: 759km Clima: Mesotérmico úmido, sem estação seca, com verões quentes, apresentando temperatura média anual de 17,5ºC e precipitação total anual entre 2.000 e 2.200mm Bacias Hidrográficas: Rio PeperiGuaçu Mesorregião: Oeste Catarinense Microrregião: São Miguel do Oeste Associação dos Municípios: Associação dos Municípios do Extremo Oeste Catarinense (AMEOSC) Economia: Produtos agrícolas, como milho, soja, mandioca, fumo e arroz

`` Agricultura familiar é fonte de renda das famílias da cidade

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Mesorregião Oeste


E

la é a divisa entre a Argentina e o Paraná. Com sua simplicidade bem que poderia ser uma Zona Franca, uma vez que o turismo de compras e de divertimento tem passagem obrigatória por ali, pois está geminada com Bernardo de Irigoien e funciona 24 horas. Durante o dia, pode-se ir aos centros comerciais e supermercados colher uma ou outra pechincha internacional – perfumes e bebidas são os itens mais procurados – e, à noite, as roletas e a boa música estão presentes nos cassinos. Dionísio Cerqueira, município de tríplice fronteira é outro destaque neste “Retratos de Santa Catarina”!

Tríplice fronteira

L

ocalizada estrategicamente no limite entre Paraná e Santa Catarina e na fronteira do Brasil com a Argentina, Dionísio Cerqueira existe desde meados do século XIX. A cidade foi colonizada por italianos e alemães vindos das colônias gaúchas e pertenceu a Chapecó até 1953, quando se tornou município. Seu nome é uma homenagem ao general Dionísio Cerqueira, antigo ministro das Relações Exteriores e que demarcou a fronteira Brasil-Argentina. O que mais chama a atenção no município é a presença da tríplice fronteira. Dionísio Cerqueira possui a única passagem terrestre de Santa Catarina para o Mercosul e seu Porto Seco é a principal rota interoceânica entre as grandes metrópoles do Mercado Comum. É o ponto mais próximo entre Buenos Aires e São Paulo. A expectativa de vida dos cerqueirenses é de 70 anos. A mortalidade infantil é de 23,83 para cada mil nascimentos. A taxa de analfabetismo é de 12,8%. Os serviços básicos de energia elétrica e coleta de lixo atendem a pouco mais de 90% dos moradores. O IDH de Dionísio Cerqueira está na média estadual, atingindo um índice de 0,747.

Turismo de natureza

E

ntre os pontos turísticos da cidade está o Marco Grande – numa das faces, encontra-se o escudo brasileiro e, na outra, o escudo argentino e, na terceira face, está a data da construção, 1903. Outro destaque do município é o turismo de natureza, com suas belas cachoeiras e lugares propícios à prática do rapel, como o Cânion do Assentamento, que possui trilha ecológica com quatro cachoeiras. Dionísio Cerqueira realiza dois grandes eventos durante o ano, a Expo Fronteira e o Arraial da Fronteira. A Expo Fronteira é a festa da comemoração do aniversário do município, realizada no mês de março. Já o Arraial da Fronteira, evento realizado em julho, comemora o dia de São João.

`` O Marco Grande, obelisco da tríplice fronteira e, abaixo, uma das muitas cachoeiras que compõem o cenário da região

Dionísio Cerqueira

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Fraiburgo Dados Históricos `` Lei e Data de Criação: Lei nº 797, de 20/12/1961 `` Desmembramento: Curitibanos e Videira `` Gentílico: Fraiburguense `` Colonização: Alemã e italiana `` Outros: Capital Catarinense da Maçã: Lei nº 11.856, 25/07/2001 `` Data de Aniversário: 31 de dezembro

Dados Geográficos `` `` `` `` ``

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Latitude: 27º01’34” Longitude: 50º55’17” Área: 547,6km² Altitude: 1.048m Cidades Próximas: Videira, Pinheiro Preto, Tangará, Caçador, Treze Tílias, Curitibanos, Joaçaba e Campos Novos Rodovias: BR-470 / SC-451 / SC-453 / SC-456 Rios: Corrente, Taguaraçu, Mansinho, Roberto e Verde Região: Meio-Oeste População: 34.889 habitantes Eleitores: 24.573 Divisas: Com os municípios de Rio das Antas, Lebon Régis, Curitibanos, Frei Rogério, Monte Carlo, Tangará e Videira Distância da Capital: 381km Clima: Mesotérmico úmido, sem estação seca, com verões frescos, apresentando temperatura média anual de 15,2ºC e precipitação total anual entre 1.700 e 1.800mm Bacias Hidrográficas: Rio do Peixe Mesorregião: Oeste Catarinense Microrregião: Joaçaba Associação dos Municípios: Associação dos Municípios do Alto Vale do Rio do Peixe (AMARP) Economia: Baseada no cultivo da maçã, com destaque ainda para as atividades agrícolas e agropecuárias `` Baixas temperaturas fazem da cidade uma das grandes produtoras da maçãs

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Mesorregião Oeste


`` A cidade desenvolveu um turismo diferenciado, onde o ecoturismo de aventura é uma das opções mais praticada

C

riada pelo dinamismo da gente europeia de naipe e tradição como os Frey – que dão o nome tanto à cidade quanto a muitos logradouros –, Fraiburgo é obra de arte da natureza aprimorada pela mão do homem. Dividida pelo grande lago que alimenta a beleza do centro da cidade, é um ponto turístico com excelente hotelaria, onde, no promontório, o Renard brilha singularmente. Sua gente está preparada para o turismo e hotelaria, em que a competência de Edson Ziolkowski se destaca. São poderosos e conscientes produtores de bons vinhos e espumantes, fazendo desta cidade mais um importante destino turístico deste “Retratos de Santa Catarina”!

Campo da dúvida

H

abitada inicialmente por índios das tribos Kaigang e Xokleng, a região do planalto catarinense começou a ser povoada principalmente após a Revolução Farroupilha (1834-1845), a Guerra do Paraguai (1964-1870) e a Revolução Federalista (1893-1895). Os que fugiam dessas guerras e revoluções instalaram-se na região do planalto catarinense e ali formaram várias fazendas. Duas delas tiveram grande importância na posterior criação da cidade de Fraiburgo: as fazendas “Liberata” e “Butiá Verde”. As delimitações das fazendas foram motivo de briga durante muitos anos, e a região onde elas se encontravam ficou conhecida por “Campo da Dúvida”, uma vez que não se sabia, certamente, a quem pertenciam quais terras. Uma das famílias detentoras de terras no “Campo da Dúvida”

era a família Frey. Em 1919, chegou à região oriunda da Alsácia, antiga Alemanha, atual território francês. Foram eles os responsáveis pela fundação da cidade de Fraiburgo. Atraída pelo ciclo da madeira, a família instalou na região uma serraria. Os Frey foram responsáveis, ainda, pela abertura das primeiras ruas e pela construção de uma barragem, que originou um lago artificial – o Lago das Araucárias –, verdadeiro cartão-postal da cidade. Esse espírito desbravador trouxe rápido desenvolvimento à região, que se tornou distrito em 1949 e cidade em 1961, desmembrando-se de Videira e de Curitibanos. Com a diminuição das matas devido à exploração da madeira, os colonizadores começam a buscar alternativas econômicas. Além de plantar uva para fabricar vinho, os Frey passaram a produzir mudas de frutíferas europeias e deram início à transformação de Fraiburgo na Terra da Maçã.

Fraiburgo

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A capital catarinense da maçã teve na indústria extrativa da madeira o início de sua projeção econômica, porém, foi na fruticultura dessa fruta que se destacou no cenário nacional e internacional. O município tem como base principal da economia o setor primário, por meio da agricultura, principalmente macieiras. Fraiburgo é responsável por 60% da produção estadual de maçã e 40% da produção nacional. A cidade também é uma grande produtora de mel – são quinze mil colmeias, que polinizam mais de sete milhões de macieiras. A cidade se caracteriza também pelas atividades agrícolas e agropecuárias, obtendo destaque no cultivo de grãos, suinocultura, avicultura e bovinocultura. A produção de papel e de celulose, a indústria de móveis, a de máquinas agrícolas e a metal-mecânica também movimentam a economia da cidade.

Gastronomia e passeios

F

`` A região de Fraiburgo abriga araucárias gigantes, com mais de 500 anos e, abaixo, o pórtico na rodovia de acesso a cidade, que demonstra a arquitetura moderna da cidade

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Mesorregião Oeste

raiburgo possui uma ótima infraestrutura de turismo. Na gastronomia local, destacam-se os produtos derivados da maçã, o mel e os produtos coloniais. Artigos gauchescos também são comercializados pelas lojas da cidade. Os pontos turísticos são muitos. Os hotéis são vários e alguns apresentam alta qualidade. As belezas naturais são a principal faceta procurada por turistas. As florestas nativas e os parques ao ar livre proporcionam a prática de caminhadas e de passeios ecológicos. O município disponibiliza seus inúmeros pomares para a visitação de turistas em áreas determinadas. Na época da florada, os pomares se transformam em um raro espetáculo de beleza, e, quando das colheitas, os turistas podem colher as maçãs diretamente do pé. Os fraiburguenses vivem aproximadamente 70 anos, e a mortalidade infantil é de 26,99 a cada mil nascimentos. A taxa de analfabetismo é de 8,2%. Os serviços básicos de energia elétrica, água encanada e coleta de lixo atendem a, aproximadamente, 98% dos moradores. O IDH é de 0,779. Devido à sua localização, a região presenciou, de 1912 a 1916, a Guerra do Contestado,


uma das mais importantes guerras no estado de Santa Catarina. A Gruta Monge João Maria lembra o passado da cidade e presta homenagem ao curandeiro que liderou essa guerra – que teve como pano de fundo a região à qual pertence a cidade de Fraiburgo, no início do século XX. Segundo a lenda, João Maria sempre acampava perto de fontes, e a água destas foi abençoada por ele e tornou-se milagrosa. O Museu do Contestado, na região de Taquaruçu, também foi erguido em memória da guerra. Nesse museu, encontram-se objetos e lembranças da época em que o conflito assolou a região. Armas, acessórios e dados históricos documentados ficam expostos no museu.

Esportes radicais

O

Parque de Aventuras é um espaço onde se podem praticar vários esportes radicais como escalada, arvorismo, tirolesa e paint-ball. Os passeios de Jipe são, também, famosos e proporcionam um bom vislumbre dos parques municipais. Muitos outros atrativos turísticos são encontrados na cidade, além das belezas naturais. Dentre os principais, pode-se citar o Lago das Araucárias, um belíssimo local verde de mata nativa com uma ilha ainda inexplorada. Construída em 1939, a Praça da Chaminé é um ponto turístico histórico e conserva uma das chaminés da primeira empresa que se instalou no município. A empresa pertencia aos irmãos Frey, Arnoldo e René, fundadores da cidade. Outro ponto turístico que homenageia a família fundadora da cidade é a Praça Maria Frey. Inaugurada em 1994, foi criada em homenagem a Maria Frey, esposa do fundador da cidade, René Frey. No centro da praça, há um relógio em formato de maçã e um termômetro todo em coluna de vidro, considerado o maior da América Latina. A Casa de Cultura Lydia Frey lembra o passado da região e traz lembranças da colonização. Na antiga residência da família colonizadora de Fraiburgo, encontram-se fotos antigas da cidade e documentos históricos.

`` Praça Maria Frey e, abaixo, Hotel Renar, instalado num promotório, um dos vários de Fraiburgo

Fraiburgo

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Irani Dados Históricos `` Lei e Data de Criação: Lei nº 916, de 11/09/1963 `` Desmembramento: Joaçaba `` Gentílico: Iraniense `` Colonização: Italiana `` Data de Aniversário: 11 de setembro

Dados Geográficos `` `` `` `` ``

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Latitude: 27º01’29” Longitude: 51º54’06” Área: 323,7km² Altitude: 1.047m Cidades Próximas: Catanduvas, Vargem Bonita, Ponte Serrada, Lindóia do Sul, Concórdia e Jaborá Rodovias: BR-153 / BR-282 / SC-488 Rios: Jacutinga, Irani, Pingador, do Engano e Moinho Velho Região: Oeste População: 9.313 habitantes Eleitores: 6.267 Divisas: Com os municípios de Ponte Serrada, Vargem Bonita, Catanduvas, Jaborá, Concórdia e Lindóia do Sul Distância da Capital: 479km Clima: Mesotérmico úmido, sem estação seca, com verões quentes, apresentando temperatura média anual de 18,1ºC e uma precipitação total anual de aproximadamente 2.200mm Bacias Hidrográficas: Rio Jacutinga Mesorregião: Oeste Catarinense Microrregião: Concórdia Associação dos Municípios: Associação dos Municípios do Alto Uruguai Catarinense (AMAUC) Economia: Baseada na agropecuária

`` Cemitério do Contestado deixa viva a lembrança do conflito

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Mesorregião Oeste


`` Foto aérea com uma vista panorâmica do município de Irani

A

s mãos elevadas ao céu significam a prece de um povo que vive em paz, mas que teve antepassados que passaram pelos tiros e pingos da Guerra do Contestado. A paisagem da história que revelou heroicas passagens de um povo que se marca profundamente pela garra que, para defender as terras do seu estado, não mediu força nem teve temor! Dedicada ao turismo histórico e ecológico, Irani vive administração coerente e moderna dando o valor à consciência ecológica. O Vale da Morte, localizado no Sítio Histórico, é um dos pontos principais. Ali se evocam as figuras místicas dos três monges José Maria de Jesus, João Maria D’Agostini e José Maria Boaventura, e também de Maria Rosa, lendários e ainda vivos nas causas e casos que se narram da guerra do Contestado.

`` Monumento do Contestado: braços erguidos segurando uma cruz avisam que a guerra continua – obra de José Alvin

Irani

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`` Igreja Nossa Senhora de Lourdes, historicamente a primeira construção em alvenaria de Irani

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Vale do Itajaí


`` Complexo Turístico Ecológico Águas de Irani

Berço da cultura do Contestado

A

Guerra do Contestado é um conflito caracterizado pela disputa de terras. Travado, inicialmente, entre os estados do Paraná e de Santa Catarina e a Argentina, o combate teve seu início exatamente nas terras da atual cidade de Irani. A batalha, ocorrida entre 1912 e 1916, levou às armas mais de vinte mil sertanejos e é considerada a mais sangrenta guerra no Brasil, depois de Canudos. O berço da cultura do Contestado é a cidade de Irani, em Santa Catarina. Pertencente em seu começo à cidade de Palmas, no Paraná, a localidade onde hoje se encontra a cidade foi disputada pelos dois estados e, em seguida, teve início a guerra. Como muitas outras cidades do meio-oeste catarinense, a colonização deu-se por meio da migração de gaúchos, principalmente descendentes de alemães e italianos. A extensa área às margens do Rio do Peixe foi colonizada pelos imigrantes e ainda apresenta muitas características de seus costumes. O município, localizado no Vale do Contestado, tem como características principais de sua economia a exploração da agricultura – em primeiro plano –, a extração da madeira e a criação de animais. Dentre os principais produtos cultivados, destacam-se o milho, a soja, o arroz, o trigo, o feijão e o fumo. Na pecuária, o foco é principalmente voltado à criação de suínos, de aves e de bovinos. O modo de vida é relativamente bom. A cidade, típica do interior, não é muito desenvolvida em relação aos recursos de saúde e educação. A taxa de mortalidade infantil está em 18,97 a cada mil nascimentos e a esperança de vida chega aos 72 anos. O analfabetismo atinge 9,7% da cidade e, aproximadamente, 95% dos moradores têm acesso aos serviços de água encanada, energia elétrica e coleta de lixo. O IDH é de 0,798.

O turismo ecológico, cultural e histórico é, do mesmo modo, marca da economia iraniense. As suas mais importantes atrações turísticas são ligadas ao passado bélico da região. Dentre todas, algumas merecem atenção especial. O Sítio Histórico e Arqueológico do Contestado, por exemplo, é localizado no chamado Vale da Morte. O local apresenta fotos históricas e mantém viva a memória da guerra. Na entrada, há um pequeno museu que recebe os visitantes e que elucida muitas questões a respeito da guerra. Próximo ao sítio, fica outro importantíssimo ponto histórico da cidade, a tumba de João Maria, líder espiritual do chamado Exército Encantado e personagem de maior destaque dentre todos os participantes da famosa guerra. O Monumento ao Contestado é a mais imponente imagem relacionada à guerra. Em frente ao cemitério de Irani – onde estão enterrados os corpos de muitos que morreram durante a guerra –, foi erguida uma peça em concreto que representa duas mãos segurando uma cruz e um cartucho de bala. Essa peça resume todo o contexto da guerra, messiânica e violenta, e representa um marco histórico para toda a região. O turismo em Irani é igualmente representado pela exploração das belezas naturais do lugar. Localizada em um terreno acidentado, a cidade é de rara beleza. Repleta de rios, cachoeiras, parques e trilhas ecológicas, é muito procurada pelos amantes da natureza. O Hotel Fazenda Cocho Velho, dirigido pelo casal Orestes Vidal Guerreiro e Adelina Guerreiro, é dos destaques no ‘bem receber’ de Irani. No município, são realizadas várias festas que animam a região. A Festa Tradicional, de fevereiro; a Taça O Contestado de Jet-sky amador; a Feira do Gado Geral; o Festival de Interpretação da Música Popular e Sertaneja de Irani (Fimusi) e a Festa do Contestado, são alguns dos exemplos.

Irani

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Itá Dados Históricos `` Lei e Data de Criação: Lei nº 268, de 13/11/1956 `` Desmembramento: Seara `` Gentílico: Itaense `` Colonização: Italiana e alemã `` Data de Aniversário: 13 de dezembro

`` Patrimônio preservado: torres da antiga igreja submersa, sepultando sonhos sonhados, nas águas da grande represa do Rio Uruguai

Dados Geográficos `` `` `` `` `` `` `` `` `` `` ``

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Latitude: 27º17’26” Longitude: 52º19’23” Área: 166,2km² Altitude: 385m Cidades Próximas: Seara, Arabutã, Concórdia, Paial, Arvoredo e Chapecó Rodovias: SC-466 Rios: Uruguai, Jacutinga, Engano e Ariranha Região: Alto Uruguai População: 6.417 habitantes Eleitores: 5.240 Divisas: Com o estado do Rio Grande do Sul e os municípios de Seara, Arabutã, Concórdia e Paial Distância da Capital: 539km Clima: Mesotérmico úmido, com verões quentes, apresentando temperatura média anual de 18,5ºC e uma precipitação total anual de aproximadamente 1.700mm Bacias Hidrográficas: Rio Jacutinga Mesorregião: Oeste Catarinense Microrregião: Concórdia Associação dos Municípios: Associação dos Municípios do Alto Uruguai Catarinense (AMAUC) Economia: Baseada principalmente na agricultura e na economia movimentada pela usina hidrelétrica

E

la é uma atração inusitada, pelo seu singular passado e presente. Planejada dentro dos mais modernos conceitos e sob todos os aspectos, deixa submersa suas antigas construções. Com a decisão de se construir uma usina termoelétrica, Itá vê seus antigos sonhos – qual Atlântida do século XX – cobertos pelas águas programadas da represa. Todos os seus habitantes foram alocados na nova cidade. Como numa prece aos céus, porém, a torre da Igreja ficou à vista, fora d’água, a relembrar às novas gerações, a história dos casamentos, dos batizados e comunhões, das lágrimas pelos falecidos ali velados. Tudo mudou! Hoje, grandes campeonatos de jet ski acontecem no lago onde antes existia a igreja matriz. Itá do sofisticado Resort e Spa, um dos melhores do sul do país, traduz uma cidade moderna, progressiva, bem administrada e feliz. Uma imagem especial do “Retratos de Santa Catarina”!

Mesorregião Oeste


`` A beleza das ruas e avenidas se espalha por toda Itá

Planejamento

I

tá é uma das raras cidades brasileiras totalmente planejadas. Localizada no oeste catarinense, foi colonizada por descendentes de alemães e italianos vindos principalmente do Rio Grande do Sul e de São Paulo. Os pioneiros na colonização do local foram os paulistas. A família Scheuble, descendente de alemães, instalou-se na região em 1919, sendo considerada a primeira família a habitá-la. Do Rio Grande do Sul, vieram alguns descendentes de italianos. Os primeiros moradores chegaram à região e fundaram um pequeno vilarejo às margens do Rio Uruguai. Em 1924, o vilarejo foi elevado a distrito e, em 1954, tornou-se município com o nome Itá, que, na língua tupi-guarani, significa pedra. O Rio Uruguai, que corta a cidade, é de planalto, próprio para a construção de usinas hidrelétricas. A primeira usina foi construída, de 1947 a 1951, na antiga Itá. Em 1977, a empresa Eletrosul fechou contrato com o Conselho Nacional de Engenheiros S.A. (CNES) para a construção de uma nova usina. Esta deveria ser construída em uma região que acabaria inundando toda a cidade. A solução encontrada pelos engenheiros foi a construção de uma nova Itá, totalmente planejada e que servisse de nova moradia aos que residiam na cidade prestes a virar represa. Todos os moradores foram indenizados e reorganizados na nova cidade. Hoje, eles vivem na nova Itá. Nos tempos da colonização, a cidade possuía uma economia baseada na extração da madeira e na sua exportação para a Argentina – feita por meio de barcos pelo Rio Uruguai –, e igualmente em um pequeno comércio local que vendia produtos como a uva, a cachaça e derivados da cana. Nos dias atu-

`` Casa Alberton e, abaixo, a Usina Hidrelétrica Itá, no rio Uruguai

ais, a economia gira principalmente em torno da usina hidrelétrica da cidade, que produz 1.450MW de energia e abastece toda a região. A UHE ITÁ foi inaugurada em 19 de setembro de 1987 e inunda áreas de onze municípios catarinenses e de quatro cidades gaúchas. A economia local também se caracteriza pela agricultura de cunho familiar, sendo cultivados, principalmente, o fumo, a mandioca e o milho. Em Itá, a taxa de mortalidade infantil é de 18,97 a cada mil nascimentos e a esperança de vida na cidade ultrapassa os 72 anos. O índice de analfabetismo é de 7,7% e o IDH é considerado alto, atingindo 0,805. Praticamente todos os moradores têm acesso aos serviços básicos de água encanada, energia elétrica e coleta de lixo. As belezas naturais são características importantes no que diz respeito às atrações turísticas da cidade. O principal ponto turístico encontrado em Itá é um fato curioso. Após a inundação da antiga cidade, só ficaram visíveis as torres da Igreja Matriz da antiga Itá submersa. As torres são o ponto turístico visível, mas resta todo o vestígio da cidade que, submersa, serve como um nostálgico ponto turístico para os que gostam de recordar ou, até mesmo, de imaginar como era a vida naquela cidade que, agora, permanece submersa pelas águas do Rio Uruguai. Além disso, a cidade conta com um resort de descanso com águas termais, o que atrai muito a atenção dos turistas e também dos moradores da cidade. Da mesma forma, as características arquitetônicas da cidade nova também são atrativos do local. Município de colonização alemã, ainda apresenta em sua estrutura algumas características da arquitetura germânica e de seus costumes. O museu Casa da Memória Camarolli preserva lembranças dos primeiros moradores do lugar.

Itá

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Joaçaba Dados Históricos `` Lei e Data de Criação: Lei nº 1.147, de 25/08/1917 `` Desmembramento: Estado do Paraná `` Gentílico: Joaçabense `` Colonização: Ítalo-germânica `` Data de Aniversário: 25 de agosto

Dados Geográficos `` `` `` `` ``

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Latitude: 27º10’41” Longitude: 51º30’17” Área: 233,5km² Altitude: 522m Cidades Próximas: Água do Doce, Erval Velho, Lacerdópolis, Ouro, Herval D’Oeste, Luzerna, Catanduvas, Jaborá e Irani Rodovias: BR-282 / SC-303 Rios: do Peixe, do Tigre e Caraguatá Região: Meio-Oeste População: 24.435 habitantes Eleitores: 19.666 Divisas: Com os municípios de Luzerna, Herval d’Oeste, Lacerdópolis, Ouro, Jaborá e Catanduvas Distância da Capital: 414km Clima: Mesotérmico úmido, sem estação seca, com verões quentes, apresentando temperatura média anual de 18ºC e uma precipitação anual de aproximadamente 2.000mm Bacias Hidrográficas: Rio do Peixe Mesorregião: Oeste Catarinense Microrregião: Joaçaba Associação dos Municípios: Associação dos Municípios do Meio Oeste Catarinense (AMMOC) Economia: Principalmente baseada no comércio e na indústria

`` Catedral de Santa Terezinha em estilo neo-clássico, uma das mais belas da região Oeste

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Mesorregião Oeste


A

`` Luxo, enredo, harmonia, excelentes baterias, fazem do Carnaval de Joaçaba uma atração recente no turismo da região

té 1916, Cruzeiro, a Joaçaba de hoje, pertencia ao Paraná, por integrar o chamado Vale do Contestado. Em 1917, entretanto, aquela que seria a capital do meio-oeste, a princesa da margem direita do Rio do Peixe, dava os principais passos para a sedimentação da sua hegemonia. Ciclo da madeira e da erva-mate, Joaçaba, que em tupi guarani significa cruzeiro, surge como a grande inovadora do progresso catarinense, Rainha do Trigo! Explode como propulsora da indústria metal-mecânica e estabiliza-se no comércio e no turismo de eventos. Sua universidade, a Unoesc, é uma referência na educação. A administração atual promete fazê-la completa no setor turístico e de geração de empregos. Hoje seu carnaval é um dos melhores do sul do Brasil. Seu teatro, suas tradições dizem da moderna Joaçaba – devota de Frei Bruno –, que reverencia seu próprio “santo” em grande romaria. Ergueu-se em sua homenagem um magnífico monumento que enfeita a paisagem central. Das bênçãos do céu à alegria da tradição, Joaçaba é um magnífico “Retrato de Santa Catarina”.

Joaçaba

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História

A

construção da estrada de ferro que ligava os estados de São Paulo ao Rio Grande do Sul é a principal responsável pela colonização do meio-oeste de Santa Catarina. Com a cidade de Joaçaba não foi diferente. Principalmente oriundos do Rio Grande do Sul, mais especificamente de Caxias do Sul, os primeiros a chegar à região foram os descendentes de alemães e de italianos que vieram fixar-se nas áreas catarinenses próximas à ferrovia em busca de novas oportunidades. Pertencente ao Vale do Contestado, a cidade foi parte integrante do território paranaense até 1916. Após o término da batalha travada entre os estados do Paraná e Santa Catarina, o território que pertence, nos dias atuais, a Joaçaba passou a ser solo catarinense. Em 1917, foi criada uma lei que dividia a região, antigamente contestada, em quatro grandes municípios: Cruzeiro (atual Joaçaba), Mafra, Porto União e Chapecó. Esses territórios, mais tarde, desmembraram-se em vários outros, dando origem a algumas das cidades catarinenses. O território de Cruzeiro teve duas sedes provisórias: Limeira e Catanduva. Em 1938, o território transforma-se em vila, com o nome de Vila Cruzeiro do Sul. Mais tarde, em 1943, a vila é alçada à categoria de cidade, com o nome de Cruzeiro. Tendo em vista o nome Cruzeiro já ser um topônimo no Brasil, o nome da cidade passou a ser Joaçaba que, em tupi-guarani, significa a mesma coisa, “cruzeiro” ou “encruzilhada”.

Política, educação e economia

H

oje, a cidade de Joaçaba é considerada polo político, educacional e econômico do meio-oeste de Santa Catarina. A cidade teve como base de sua economia, no início, a extração da madeira e a comercialização da ervamate. Após a consolidação da colonização no local, os moradores, agora fixos, passaram a desenvolver, também, a agricultura. Mais tarde, começaram a surgir pequenas indústrias de equipamentos agrícolas. Atualmente, o município possui um diversificado parque industrial, e o comércio na cidade é outro importante fator econômico. O município desenvolveu-se muito no setor de produção metal-mecânica, de processamento da madeira e de industrialização de produtos alimentícios. Na última década, firmou-se como cidade universitária e polo regional em saúde, serviços e eventos. Joaçaba oferece a seus moradores um razoável nível de vida. A taxa de mortalidade infantil está em 10,90 a cada mil nascimentos, e a esperança de vida chega aos 76 anos. O analfabetismo afeta 4,9% da população, e quase 100% da população têm acesso aos serviços básicos como energia elétrica, água encanada e coleta de lixo. O IDH municipal é de 0,866. O turismo é fortemente marcado pela sua localização. As cidades em seu entorno possuem forte potencial turístico, e Joaçaba é sede das principais entidades turísticas da região, privilegiada por sua localização estratégica. A alta variedade do comércio local é uma das características exploradas pelo lugar

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Vale do Itajaí

`` Vista aérea da cidade e, abaixo, prédio da Prefeitura Municipal


`` Teatro Municipal Alfredo Sigwalt

para atrair os turistas que visitam as cidades vizinhas. Mas, acima de tudo, Joaçaba é conhecida pelo turismo de eventos e festas. A cidade é famosa por realizar um dos melhores carnavais de rua do sul do país. O município aposta na diversidade e riqueza do seu comércio e na realização de grandes eventos para atrair os turistas. Todos os anos, no mês de fevereiro, mais de vinte mil fiéis reúnem-se para a Romaria de Frei Bruno, que viveu na cidade onde, nos dias de hoje, é considerado santo – porém, seu processo de canonização ainda está em tramitação no Vaticano. Vários outros eventos e atrações trazem turistas ao município, como: o Campeonato Estadual de Automobilismo; a Festa do Colono; as atrações no Teatro; a visitação ao Monumento Frei Bruno e o Festival de Dança. Joaçaba preserva os costumes dos seus colonizadores com o incentivo a grupos culturais, escolas de samba, música, dança, teatro, artes plásticas, pintura em porcelana e artesanato. Exemplo disso são os renomados produtos “Tranças da Terra”, artesanato em palha de trigo, produzido em forma de cooperação, resgatando uma antiga tradição. Quem vai a Joaçaba pode viajar pelo mundo da arte visitando os ateliês de artistas locais.

`` Monumento em homenagem ao Frei Bruno, o terceiro maior das Américas

Joaçaba

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Mondai Dados Históricos `` Lei e Data de Criação: Lei nº 133, de 30/12/1953 `` Desmembramento: Chapecó `` Gentílico: Mondaiense `` Colonização: Alemã e italiana `` Data de Aniversário: 30 de dezembro

Dados Geográficos `` `` `` `` `` `` `` `` `` `` ``

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Latitude: 27º06’10” Longitude: 53º24’07” Área: 201,8km² Altitude: 235m Cidades Próximas: Riqueza, Caibi, Iporã do Oeste e São João do Oeste Rodovias: SC-283 / SC-386 / SC-472 Rios: Uruguai, das Antas e Iraceminha Região: Extremo-Oeste População: 9.126 habitantes Eleitores: 7.124 Divisas: Com o estado do Rio Grande do Sul e os municípios de Iporã do Oeste, Riqueza, Caibi, Itapiranga, São João do Oeste Distância da Capital: 693km Clima: Mesotérmico úmido, sem estação seca, com verões quentes, apresentando temperatura média anual de 19,4ºC e precipitação total anual entre 2.000 e 2.200mm Bacias Hidrográficas: Rio das Antas Mesorregião: Oeste Catarinense Microrregião: São Miguel do Oeste Associação dos Municípios: Associação dos Municípios do Extremo Oeste Catarinense (AMEOSC) Economia: Baseada na fruticultura, com destaque para as frutas cítricas

`` Prefeitura Municipal de Mondai

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Mesorregião Oeste


L

onge vai o tempo lendário de Zeca Vacariano, que remonta aos princípios da história de Mondaí e seu significado – Rio dos Ladrões, em tupi-guarani. Demarca-se em 1926 a chegada dos primeiros colonizadores, alemães e italianos, as duas principais vertentes étnicas do estado. Emancipado de Chapecó em 1953, Mondaí é hoje uma das deliciosas e pacatas cidades do interior catarinense. A capital das frutas, com suas seiscentas mil árvores plantadas, tem na fruticultura uma das suas principais bases econômicas. Seu verde parque com 200 mil metros quadrados é um ponto de destaque para o lazer. O Museu Pastor Karl Ramminger é fonte de documentação histórica. Motocross em meio à natureza, recitais de música clássica, pescarias e as invernadas artísticas do CTG Sentinelas do Uruguai, são algumas atrações. Contudo, é a Festa da Fruta quem celebra com fidelidade a alegria e o bem receber de Mondaí, digna do “Retratos de Santa Catarina”.

Rainha da fruticultura

A

cidade de Mondaí tem em seu início uma história bastante curiosa. O nome Mondaí, em tupi-guarani, significa “Rio dos Ladrões”. Antes do início da colonização, os ladrões que atacavam as colônias gaúchas se escondiam no lado catarinense da fronteira, mais precisamente na região onde hoje se encontra o município de Mondaí. O mais famoso relato de assaltos à região é relacionado à equipe de Zeca Vacariano. O personagem ficou famoso por realizar vários roubos nos arredores da cidade e por aterrorizar muitas famílias com sua quadrilha. Depois desse episódio, alguns moradores passaram a chamar a cidade de “Porto Feliz”, em uma tentativa de modificar sua imagem. O nome, anos mais tarde, voltou a ser Mondaí e é o que se mantém até hoje. Os primeiros colonizadores começaram a chegar à região

Mondai

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a partir de 1926. Eram imigrantes alemães trazidos, principalmente, pela Companhia Colonizadora Chapecó-Peperi, oriundos do Rio Grande do Sul. Algum tempo depois, vieram os descendentes de italianos, que também têm participação significativa na colonização da localidade. A cidade foi colônia e depois distrito de Chapecó e, em 30 de dezembro de 1953, emancipou-se. Mondaí, atualmente, é uma tranquila e típica cidade do interior. Sua economia é baseada, principalmente, na fruticultura. As principais frutas cultivadas são as cítricas. O lugar é considerado a capital da fruta e, nos campos do município, há cerca de seiscentas mil árvores plantadas. Dessas árvores, 70% são laranjeiras, e a comercialização da laranja é a maior base econômica do município. A produção de frutas em larga escala começou, no local, a partir dos anos 1970 e, nos anos 1990, recebeu expressivos investimentos na área tecnológica. Nos dias atuais, a produção chega a 105 mil toneladas de frutas por ano. Além das frutas cítricas, também são cultivados feijão, milho e fumo. A pecuária é pouco expressiva, mas há pequenas criações de suínos, aves e gado. Outras importantes atividades econômicas mondaienses são as indústrias têxteis e moveleiras, e o comércio local.

Beleza e cultura

O

nível de vida em Mondaí é razoável. No município, a taxa de mortalidade infantil está em 14,96 a cada mil nascimentos e a esperança de vida é de aproximadamente 74 anos. A taxa de analfabetismo é de 6,3%, e os serviços básicos de coleta de lixo e energia elétrica são disponíveis a quase toda a população – cerca de 94%. Já a água encanada é disponibilizada a mais de 87% da população. O IDH municipal é de 0,809. A cultura de Mondaí é largamente marcada pela herança dos colonizadores e pelo incentivo às atividades culturais. A cidade, colonizada por alemães, é muito bela e limpa. A avenida principal é adornada com árvores frutíferas, reunidas em um canteiro central. Outra peculiar característica são as muitas placas que indicam tudo a todos – informações turísticas, recados aos pedestres e aos motoristas. Na organizada cidade, há algumas atrações turísticas relacionadas à antiga colonização. Na Praça João Arno Koel, fica um famoso mural que conta, em imagens grafitadas pelo artista plástico argentino Antonio Kura, a história da cidade desde seus primórdios. Outro famoso ponto turís-

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Vale do Itajaí

`` Ponte sobre o Rio das Antas, ao fundo o grande Rio Uruguai


tico é a Casa da Cultura que abriga, além de documentos e fotos históricas da cidade, artigos indígenas que relembram seu passado mais remoto. O Museu Pastor Karl Ramminger, fundado em 1984, também protege fotos e documentos relacionados ao passado da colonização da cidade. A organização urbana é apenas uma das características marcantes da cidade. As belezas naturais e as atrações relacionadas a elas são bastante procuradas pelos turistas. Em Mondaí, há um parque de lazer localizado em uma área de 200 mil metros quadrados de muito verde e natureza. Nesse complexo, os visitantes podem realizar atividades como camping, passeios de barco, festas, churrascos, jogos de futebol e de vôlei. Há ainda, no parque, uma pista para a prática do Motocross e uma trilha em meio à mata nativa que emoldura em placas as características da fauna e da flora local. Além de proporcionar a aventura de se embrenhar na natureza praticamente intocada, a trilha indica informações científicas a respeito de suas espécies. As pequenas ilhas fluviais, imóveis em meio às correntes águas do Rio Uruguai e Rio das Antas, que banham a cidade, são atrativos de beleza ímpar também muito procurados pelos turistas que a visitam.

Turismo rural

O

`` Vista aérea parcial do município

s rios atraem muitos adeptos da pesca, seja ela profissional, seja amadora, e diversas são as variedades de peixes apanhados. Do mirante que fica no alto do Morro do Seu Schuttel, visitantes e moradores conseguem avistar as arborizadas ruas da cidade, o exuberante leito dos rios e a verde mata nativa que, em Mondaí, ainda se faz presente. A cultura é também fortemente marcada por meio de manifestações artísticas, como os corais, as apresentações de recitais de música clássica, os grupos de dança folclórica alemã, o teatro e o tradicionalismo. Colonizada por imigrantes gaúchos descendentes de alemães, Mondaí apresenta várias das características e dos costumes do povo gaúcho. No Centro de Tradições Gaúchas Sentinelas do Uruguai, todos os anos realiza-se o Baile da Semana Farroupilha, em comemoração ao dia do gaúcho. Outras festas são, igualmente, realizadas na cidade. A mais famosa delas é a Festa da Fruta. Celebrando o alicerce econômico da cidade – a fruticultura –, a festa movimenta o município durante cinco dias de exposições, gastronomia típica e muita música. Nos dias de sua realização, a população chega a quarenta mil pessoas.

Mondai

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Peritiba Dados Históricos `` Lei e Data de Criação: Lei nº 887, de 14/06/1963 `` Desmembramento: Piratuba `` Gentílico: Peritibense `` Colonização: Alemã `` Outros: Capital Catarinense do Frango Verde, Lei 12.397, de 22/10/2002 `` Data de Aniversário: 15 de agosto

Dados Geográficos `` `` `` `` `` `` `` `` `` `` `` `` ``

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Latitude: 27º22’23” Longitude: 51º54’14” Área: 96,6km² Altitude: 450m Cidades Próximas: Alto Bela Vista, Piratuba, Concórdia, Ipira Rodovias: BR-153 / SC-462 Rios: Rancho Grande, Lajeado Trinta, Sete Passos e Lajeado São Pedro Região: Alto Uruguai População: 2.944 habitantes Eleitores: 2.306 Divisas: Com os municípios de Concórdia, Ipira e Alto Bela Vista Distância da Capital: 490km Clima: Mesotérmico úmido, sem estação seca, com verões quentes, apresentando temperatura média anual de 18ºC e precipitação total anual entre 1.700 e 1.800mm Bacias Hidrográficas: Rio do Peixe Mesorregião: Oeste Catarinense Microrregião: Concórdia Associação dos Municípios: Associação dos Municípios do Alto Uruguai Catarinense (AMAUC) Economia: Baseada na agropecuária, tendo como destaque a suinocultura

`` A arquitetura moderna da Igreja Matriz Santo Isidoro de Peritiba

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Mesorregião Oeste


`` Prefeitura Municipal de Peritiba

`` Kerbfest, leva a Peritiba toda a alegria e gastronomia típica da cultura alemã

A

inda se ouve a música, os risos e a animação da Kerbfest, a mais tradicional da região! Peritiba fervilha de animação com as manifestações folclóricas das tradições alemães, rememorando os fundadores e colonizadores alemães e italianos, que fazem de Peritiba um encanto. A significação do nome em tupi-guarani Peritiba – terra das palmeiras – cabe-lhe muito bem, pois é cercada de verde, flores e muita beleza natural. Seu baixo índice de analfabetismo a coloca num plano superior dentro do “Retratos de Santa Catarina”!

Terra das palmeiras

P

eritiba teve sua origem nas terras adquiridas da Companhia Müller & Shen, que pertenciam ao município de Cruzeiro do Sul, hoje Joaçaba. Os primeiros imigrantes alemães chegaram em 1919, iniciando a colonização. Foram eles os irmãos Pedro José Frederico e Miguel Engel, oriundos da localidade de Poço das Antas – hoje Montenegro –, no Rio Grande do Sul. Mais tarde, chegaram os imigrantes italianos. Chamada inicialmente de Arroio dos Veados e, posteriormente, de Alto Veado, pela abundância desses animais na região à época, a localidade recebeu o nome de Peritiba em 1953. A emancipação político-administrativa, entretanto, aconteceu em 14 de junho de 1963, quando Peritiba finalmente foi elevada à condição de cidade. O nome Peritiba é de origem tupi-guarani e significa terra das palmeiras. Peritiba é cercada de muito verde, flores, ar puro e belezas naturais. O município oferece boa qualidade de vida, com baixos índices de analfabetismo, razoável renda per capita e índice de pobreza próximo a zero. A sua infraestrutura turística ainda é tímida, mas há formas alternativas de hospedagem

e uma boa rede de gastronomia e de serviços. O município tem como base principal da economia o setor primário, por meio da agropecuária, tendo como destaque a suinocultura, seguida pela produção de milho, bovinocultura de leite, avicultura e corte, feijão e apicultura. Com menor expressão, ocorrem ainda as culturas de soja, arroz, mandioca, fumo e trigo.

Qualidade de vida

O

s peritibenses vivem, em média, 73 anos e a taxa de mortalidade infantil no município está em 18,01 a cada mil nascimentos. A taxa de analfabetismo é de 4,7%. Os serviços básicos de energia elétrica, água encanada e coleta de lixo atendem a aproximadamente 99%. O IDH é de 0,810. Colonizada por alemães, cultiva suas tradições em festas, manifestações folclóricas, grupos de dança e de canto. No mês de maio, a Kerbfest leva muita gente à cidade. A festa, principal atração da cidade, acontece durante três dias consecutivos e é uma manifestação cultural trazida pelos colonizadores gaúchos de origem alemã.

Peritiba

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Pinheiro Preto Dados Históricos `` Lei e Data de Criação: Lei nº 817, de 04/04/1962 `` Desmembramento: Tangará e Videira `` Gentílico: Pinheiropretense `` Colonização: Italiana `` Outros: Capital Catarinense do Vinho, Lei nº12.145, de 05/04/2002 `` Data de Aniversário: 19 de maio

Dados Geográficos `` `` `` `` `` `` `` `` `` `` ``

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Latitude: 27º03’02” Longitude: 51º13’51” Área: 65,7km² Altitude: 696m Cidades Próximas: Tangará, Videira, Iomerê e Ibicaré Rodovias: SC-451 / SC-453 / SC-455 Rios: do Peixe, Lageado Lucas e Lageado Pinheiro Região: Meio-Oeste População: 2.912 habitantes Eleitores: 2.285 Divisas: Com o estado do Rio Grande do Sul e os municípios de Iomerê, Videira, Tangará, Ibicaré, Ipira, Capinzal e Alto Bela Vista Distância da Capital: 421km Clima: Mesotérmico úmido, com verões quentes, apresentando temperatura média anual de 17,4ºC e precipitação total anual entre 1.800 e 1.900mm Bacias Hidrográficas: Rio do Peixe Mesorregião: Oeste Catarinense Microrregião: Joaçaba Associação dos Municípios: Associação dos Municípios do Alto Vale de Rio do Peixe (AMARP) Economia: Baseada na pecuária, cultivo de hortigranjeiros e produção de grãos e de frutas, o destaque é a produção de vinho

`` As cores da natureza estão sempre presentes pelas ruas da cidade, como na frente do museu histórico

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Mesorregião Oeste


`` A uva move grande parte da economia do município e, com sua excelente produção, Pinheiro Preto abastece as melhores cantinas

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cidade fica romanticamente nas encostas do promontório, com um vale de beleza, onde o Rio do Peixe serpenteia lá embaixo. Suas parreiras, sua produção de ótimo vinho, a acolhida à moda europeia, herdade dos patriarcas italianos e alemães, encharcam de alegria com seus dez milhões de litros de vinho anuais. A cidade possui um museu e um arquivo histórico, que leva o nome de Pedro Lorenzzoni e remonta à vida dos colonizadores. Na cabeceira da ponte, o Paiol do Nono parece sentinela a olhar a passagem dos personagens da guerra do Contestado e, do outro lado da rua, a primeira pipa (tonel) utilizada para a fabricação de vinho no município. Pinheiro Preto e seus jardins floridos, um belo retrato barriga-verde neste “Retratos de Santa Catarina”!

Destaque na produção de vinho

N

o coração do Vale do Rio do Peixe, no meio-oeste catarinense, Pinheiro Preto é um dos maiores produtores de vinho do estado. Seus primeiros colonizadores, descendentes de italianos, vieram do Rio Grande do Sul, entre 1909 e 1910. Os primeiros agricultores instalaram-se a partir de 1917, entre eles grupos de alemães. Com o tempo, o pequeno povoado cresceu e se tornou distrito de Videira, emancipando-se em 19 de maio de 1962. A origem do nome Pinheiro Preto remonta à época da construção da estrada de ferro São Paulo-Rio Grande do Sul. Os operários que trabalhavam na obra descobriram, em meio à floresta, um pinheiro enegrecido pelo fogo e que permanecia forte e altaneiro apesar da ação do tempo. Foi aí que as pessoas passaram a identificar o local como “lugar do Pinheiro Preto”, que ficou sendo o nome da estação e, posteriormente, do município. A base econômica de Pinheiro Preto é a pecuária, o cultivo de hortigranjeiros e a produção de grãos e de frutas – principalmente pêssego, ameixa e uva, de que é o maior produtor do estado. Nos meses de agosto e setembro, o espetáculo da florada da ameixa, do pêssego e da nectarina deixa os visitantes deslumbrados. Mas o destaque maior é a produção de vinho: na cidade existem dezesseis indústrias vinícolas, que produzem dez milhões de litros

anuais – mais de 50% da produção estadual –, garantindo ao município uma grande fatia na arrecadação de impostos. Os pinheiropretenses gozam de uma boa qualidade de vida, o que faz com que a expectativa de vida da população chegue aos 74 anos. A mortalidade infantil está em 15,51 a cada mil nascimentos e a taxa de analfabetismo é de 5,3%. Os serviços básicos de energia elétrica, água encanada e coleta de lixo atendem a praticamente 100% dos moradores. O IDH é elevado, atingindo 0,818. Um dos grandes atrativos históricos da região é o túnel ferroviário com 100 metros de extensão, que guarda a história da Guerra do Contestado. Situado a dois quilômetros da cidade, sua construção está ligada à da estrada de ferro, de 1909. Com o apoio da prefeitura municipal e expressiva participação da comunidade, Pinheiro Preto é conhecido na região como “Cidade Jardim”. Flores são plantadas por toda parte: em canteiros ao longo das ruas e avenidas, nos trevos de acesso à cidade e nos jardins das residências. Já o Museu e Arquivo Histórico Pedro Lorenzzoni guarda acervo com documentos e objetos dos colonizadores. O Paiol do Nono, na cabeceira da ponte, reproduz a figura de um agricultor com os instrumentos de trabalho da época da colonização. Do outro lado da rua, está a primeira pipa utilizada para fabricação de vinho no município.

Pinheiro Preto

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Piratuba Dados Históricos `` Lei e Data de Criação: Lei nº 247, de 30/12/1948 `` Desmembramento: Campos Novos e Concórdia `` Gentílico: Piratubense `` Colonização: Alemã `` Data de Aniversário: 18 de fevereiro

Dados Geográficos `` `` `` `` `` `` ``

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Latitude: 27º25’11” Longitude: 51º46’19” Área: 145,1km² Altitude: 430m Cidades Próximas: Joaçaba, Concórdia, Erechim Rodovias: SC-303 / SC-462 Rios: Uruguai, do Peixe, Lajeado, São José, Lajeado Leãozinho, Lajeado Divisa e Arroio do Engano Região: Alto Uruguai População: 4.570 habitantes Eleitores: 3.898 Divisas: Com os municípios de Capinzal, Ipira, Concórdia e o estado do Rio Grande do Sul Distância da Capital: 469km Clima: Mesotérmico úmido, sem estação seca, com verões quentes, apresentando temperatura média anual de 18,4ºC e precipitação total anual entre 1.600 e 1.700mm Bacias Hidrográficas: Rio do Peixe Mesorregião: Oeste Catarinense Microrregião: Concórdia Associação dos Municípios: Associação dos Municípios do Alto Uruguai Catarinense (AMAUC) Economia: Baseada principalmente no turismo e no comércio

`` Piratuba é um dos maiores polos turísticos do Oeste catarinense, um dos motivos está em seu subsolo, por onde passa um lençol freático de águas termais

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Mesorregião Oeste


`` Casa colonial, um exemplo a mais do estilo enxaimel

A

cidade mais parece um presépio no período natalino. Seu Reveillon é um fenômeno – as ruas cheias, a alegria plena! A hotelaria, muito bem cuidada, é um exemplo de atuação, de variados cafés da manhã e de agradáveis hospedagens com refeições completas. Bufês de tirar o fôlego. A sua termal, de temperatura única no Brasil, tem a tepidez do útero materno. Seu comércio agradável, o passeio de Maria Fumaça, o bucólico dos hotéis-fazenda e as divertidas termas dão à Piratuba local de destaque no “Retratos de Santa Catarina”!

Origem de Piratuba

A

construção de uma estrada de ferro, no oeste de Santa Catarina, que ligava São Paulo ao Rio Grande do Sul, em 1910, foi o marco do surgimento do município de Piratuba. A empresa responsável pela obra, a Brazil Railway, recebeu como pagamento uma faixa de terra de cerca de 15 quilômetros ao longo da ferrovia e ali montou um acampamento para os operários, posteriormente denominado Vila do Rio do Peixe. O local atraiu muitos colonos, principalmente gaúchos, que vieram do Rio Grande do Sul em busca de novas oportunidades. Próximo à região da estrada de ferro, geralmente havia um representante da companhia americana responsável pelas obras. Na Estação Rio do Peixe, a companhia era representada pelo Sr. Otto Deiss, comerciante natural da Alemanha. A partir daí, mais precisamente em 1913, muitos outros descendentes de alemães que habitavam a chamada Colônia Velha Gaúcha, no Rio Gran-

de do Sul, passaram a ocupar e a explorar a região. A Estação Rio do Peixe transformou-se em uma vila que, inicialmente, pertencia à cidade de Campos Novos. Tornou-se um distrito em 1923 e passou à categoria de município em 1948. O nome Piratuba surgiu de uma peculiaridade local, a abundância de peixe. Em tupi-guarani, Piratuba significa “abundância de peixes” e, por essa razão, a cidade assim foi denominada em 1943. A estrada de ferro fez do local uma região mais próspera e com maiores chances de progredir economicamente. No início, mais precisamente no período entre 1930 e final de 1950, as atividades econômicas do local eram baseadas, principalmente, na extração e comercialização da madeira. Anos mais tarde, em 1964, durante as escavações da Petrobras em busca de petróleo, foi descoberto um lençol de águas termais de mais de 674 metros de profundidade. Essas águas, consideradas terapêuticas, que permanecem sempre à temperatura de 38,6° C, foram as responsá-

Piratuba

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veis pela consolidação da indústria do turismo no local. Além de representarem mais uma opção de lazer aos turistas e moradores, os banhos térmicos são terapêuticos, sendo recomendados inclusive por médicos. Com a descoberta desse lençol de águas termais sulfurosas, de ricas propriedades minerais e terapêuticas, logo se desenvolveu um balneário, com boa infraestrutura para o aproveitamento das águas e hospedagem, dirigido pela Companhia Hidromineral de Piratuba. O município revelou sua aptidão para o turismo e hoje é conhecido em todo o Brasil. Piscinas de águas termais para todos os gostos, além de tratamentos estéticos e de saúde, como a massoterapia e o procedimento estético à base de argila, são alguns dos atrativos de Piratuba. Um jato de água quente de 30 metros de altura é a maior atração da Estância Hidromineral de Piratuba, que conta com vários hotéis, infraestrutura de tratamento e de lazer. Localizada em cenário privilegiado, no Vale do Rio do Peixe, oferece ainda a prática de trekking e passeios de barco no lago da Usina Hidrelétrica de Machadinho. A Usina Hidrelétrica de Machadinho, além de ser um local de rara beleza, é propícia para a prática de esportes náuticos e para passeios de barco. A pesca também é um dos atrativos da Usina, que fica aberta à visitação pública o ano inteiro e dista 18 quilômetros do centro de Piratuba. Outra beleza natural visitada por turistas é a Cascata do Monge, batizada em homenagem ao célebre personagem da Guerra do Contestado, o monge João Maria. O acesso à cascata se dá por uma estrada de terra, o que aumenta a sensação bucólica do local.

Economia

A

tualmente, a economia do município está baseada principalmente no turismo, tendo as estações de águas termais como símbolo da cidade. Piratuba conta com uma ótima infraestrutura hoteleira, possuindo mais de quatorze hotéis e outros tipos de serviços voltados à hospedagem. A cidade possui a capacidade de receber até dois mil visitantes por mês. O Parque Termal fica em uma área de mata nativa de 105 mil metros quadrados e possui uma infraestrutura completa para receber visitantes durante todo o ano. Além do turismo, a cidade tem como base da economia a usina hidrelétrica. O comércio local e a agropecuária, apesar de menos significativos que os outros serviços, são também atividades expressivas para a economia da cidade. Muitos aspectos interessantes e diversas pessoas importantes marcam a história da cidade. O frigorífico da Industrial e Mercantil Ipira S.A. por muito tempo foi a principal atividade econômica da cidade, além da extração da madeira. Outras instituições e acontecimentos marcaram a sua história, como a banda e o coral do Prof. João Müller, o Grupo Escolar Carlos Chagas, o cinema, a Associação Atlética Riopeixense, o Coral Harmonia, o artista Bruno Müller. No final da década de 1990, a construção da hidrelétrica de Machadinho, a maior usina hidrelétrica de Santa Catarina, foi outro fato marcante para a economia da região. A usina fica entre os municípios de Piratuba e Maximiliano Almeida, no Rio Grande do Sul, possui um potencial energético de mais de 1.140MW e abrange uma área de mais de 79 quilômetros quadrados. O potencial atende a

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Mesorregião Oeste

`` Passeio de Maria Fumaça é uma atração turística bastante procurada em Piratuba


40% da demanda de energia elétrica de Santa Catarina, e 25% da do estado do Rio Grande do Sul. Piratuba é uma pequena cidade com ótima qualidade de vida. A mortalidade infantil está em 18,97 a cada mil nascimentos, e a esperança de vida ultrapassa os 72 anos, em média. A taxa de analfabetismo está em 5%, e quase toda a população tem acesso aos serviços básicos oferecidos pelo governo. Apesar de ser a cidade das águas, o serviço mais precariamente oferecido pelo governo da cidade é a água encanada. Apenas 78% da população têm acesso a esse serviço. O IDH municipal é de 0,806. O Parque Três Pinheiros é outra atração famosa pelas belezas naturais. O parque preserva uma área com vários animais silvestres e é uma ótima atração para crianças. O local é propício para a prática de acampamentos, de trilhas ecológicas e de trekking. Outra famosa atração turística de Piratuba é a Maria Fumaça. A antiga locomotiva foi construída na Bélgica, em 1906, e retoma o tempo em que a região foi um ponto de passagem da estrada de ferro construída pela companhia Brazil Railway. O passeio na histórica locomotiva é feito todas as sextas-feiras e todos os sábados, e o trajeto é de Piratuba a Marcelino Ramos, retornando a Piratuba. Outra rota muito procurada por turistas e que do mesmo modo traz à tona o passado ligado à ferrovia é a Rota do Engenho, famosa pela beleza das paisagens e pelo contato com os antigos colonizadores, que ainda vivem nas regiões mais afastadas da cidade. Além desses atrativos, diversas festas movimentam a cidade durante o ano inteiro. Como exemplo, a Kerbfest, que celebra costumes dos antigos colonizadores alemães, e a Noite do Hawaii. Outra atração interessante da cidade se relaciona com a mais característica faceta do local: as águas termais. Aos domingos e feriados, é feita uma demonstração de jato d’água que chega a atingir 30 metros de altura, com pressão natural.

`` Vista aérea de um dos parques aquáticos do município

Piratuba

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Ponte Serrada Dados Históricos `` Lei e Data de Criação: Lei nº 348, de 21/06/1958 `` Desmembramento: Joaçaba `` Gentílico: Ponteserradense `` Colonização: Italiana, alemã e cabocla `` Outros: Capital Catarinense da Erva Mate, Lei 11.834, de 10/06/2001 `` Data de Aniversário: 27 de julho

Dados Geográficos `` `` `` `` `` `` `` `` `` `` ``

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Latitude: 26º52’18” Longitude: 52º00’57” Área: 564,2 m² Altitude: 798m Cidades Próximas: Vargeão, Faxinal do Guedes, Irani, Vargem Bonita Rodovias: BR-282 / SC-465 Rios: Chapecó, Chapecozinho, do Mato, Taborda, Irani, Aguapel e Bahia Região: Oeste População: 11.212 habitantes Eleitores: 7.942 Divisas: Com os municípios de Passos Maia, Água Doce, Vargem Bonita, Irani, Lindóia do Sul, Ipumirim e Vargeão Distância da Capital: 493km Clima: Mesotérmico úmido, com verões brandos, apresentando temperatura média anual de 16ºC e precipitação total anual entre 1.600 e 2.200mm Bacias Hidrográficas: Rio Irani Mesorregião: Oeste Catarinense Microrregião: Xanxerê Associação dos Municípios: Associação dos Municípios do Alto Irani (AMAI) Economia: Baseada na agropecuária, com destaque para o cultivo de grãos e da erva-mate e para a criação de aves

`` Ponte de pedestres sobre as águas do Rio Irani

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Mesorregião Oeste


`` Paisagem típica da região mostra como ficam os campos, cobertos de geada, no inverno de Ponte Serrada

U

m riacho que sabe a erva-mate, verde ouro que produz riqueza para tão laboriosa gente, azul e branco da bandeira majestosa, como reza o hino oficial. Evoca o tropeirismo que cruzou suas terras, marco histórico de um povo heroico que fez brotar as raízes que dão a este recanto de Santa Catarina um bem traçado “retrato” de tão próspera região deste belo estado brasileiro!

Colonização

E

sta região, envolta por matas, araucárias e muita erva-mate, abriga a cidade de Ponte Serrada, que é considerada a Capital Catarinense da Erva-Mate. Localizada no oeste de Santa Catarina, a cidade começou a ser colonizada por volta de 1917, assim como a grande maioria dos municípios que compõem esta região. A localidade, habitada primeiramente por índios, foi colonizada por imigrantes vindos do Rio Grande do Sul, sobretudo descendentes de alemães. A principal característica buscada pelos imigrantes era a abundância de erva-mate, imbuia e araucária, o que representava uma boa oportunidade comercial. A economia local começou pelo desenvolvimento da extração de madeira e de sua comercialização com cidades, estados e até países vizinhos.

`` Cultivo da maçã é um forte segmento da economia local

Ponte Serrada

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A Argentina mantinha, na época, relações comerciais com várias outras colônias do oeste catarinense e adquiria, mediante a importação feita pelo Rio Uruguai, madeira, erva-mate, fumo e outros produtos naturais da região. Os tropeiros que vieram primeiramente ocupar o local resolveram ligá-lo com mais facilidade às outras cidades do oeste catarinense para, com isso, aumentar ainda mais as oportunidades de comércio e desenvolvimento. Sendo assim, construíram uma ponte diferente das convencionais construídas na época com tábuas e vigas lascadas. A ponte do então chamado Pouso dos Tropeiros foi erigida com a utilização de madeiras serradas e, dessa inovadora ponte, surgiu o atual nome da cidade: Ponte Serrada. Aos poucos, com a comercialização dos materiais extraídos da terra, Ponte Serrada foi se desenvolvendo. O município foi criado em 21 de junho de 1958 e instalado no dia 27 de julho do mesmo ano. Alguns anos depois, em 1967, tornou-se sede da comarca. A economia da colônia era baseada na extração dos recursos naturais. Com a criação do município, a economia obteve um significativo aumento e passou a se basear, também, na agricultura familiar. Hoje, a cidade é importante produtora de maçã, erva-mate, milho, soja, hortifrutigranjeiros e madeira de reflorestamento, principalmente, o pinus e o eucalipto. A produção de grãos é a mais enfática atividade comercial da cidade. A soja e o milho são os carros-chefe da economia – o milho é mais cultivado pelos pequenos produtores e a soja é a preferida das grandes empresas. Os grãos são, em sua maioria, comercializados a criadores de animais e a empresas de transformação, que fazem do milho e da soja produtos alimentícios industrializados. Há algumas cooperativas na região que comandam o mercado, mas a parcela de participação dos pequenos produtores é bastante perceptível e importante.

Capital da erva-mate

P

onte Serrada é considerada a capital catarinense da ervamate e é uma das maiores exportadoras desse produto no estado. No município, encontram-se três ervateiras que preparam o produto para a comercialização, além de haver, em cidades vizinhas, outras, que compram o produto natural para sua posterior preparação.

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Mesorregião Oeste

`` Araucárias se espalham pelos campos de Ponte Serrada


A bovinocultura de corte, a avicultura e a suinocultura são, igualmente, atividades econômicas realizadas pelo município. A região oeste de Santa Catarina é líder mundial nesse segmento e, de certa forma, a grande maioria das cidades da região relaciona-se a essa atividade, seja por meio de parcerias, seja por meio de cooperativas. Em Ponte Serrada, a comercialização desse tipo de produto é novidade, mas vem crescendo nitidamente nos últimos anos. A criação de suínos está em leve declínio; no entanto, a avicultura é bastante expressiva como nova alternativa econômica. Os animais são comercializados com cidades próximas que são polos agroindustriais da região. A bovinocultura de leite é também outra atividade da cidade, que possui algumas empresas de manufatura do produto. A vitivinicultura (criação de uvas e produção de vinhos) vem crescendo em ritmo acelerado no estado e é outra nova faceta econômica da cidade.

Caminho do Mercosul

A

`` A erva-mate, muito apreciada e, abaixo, o Rio Irani

qualidade de vida não é, ainda, muito desenvolvida. A taxa de mortalidade infantil é de 22,42 a cada mil nascimentos, mas a esperança de vida chega aos 71 anos. A taxa de analfabetismo está em 12,7%, e cerca de 90% da população têm acesso aos serviços básicos de água encanada, energia elétrica e coleta de lixo. O IDH é de 0,768. As belas paisagens de Ponte Serrada atraem muitos turistas de todo o Brasil e de países como a Argentina e o Paraguai. A cidade situa-se no chamado “Caminho do Mercosul”, permitindo ter ainda mais oportunidades de aproveitamento de seu potencial turístico. Com inúmeras e belíssimas matas nativas, pinheirais, trilhas ecológicas e cachoeiras, Ponte Serrada possui uma beleza inesgotável a ser vislumbrada por turistas e moradores. Na cidade, encontra-se a mais alta cachoeira da região, que atinge 74 metros de altura. Além dos inexplorados recantos de natureza, o município oferece aos turistas uma razoável estrutura turística, com alguns hotéis e pousadas, e a gastronomia é altamente elogiável. Ponte Serrada é conhecida também pelas festas realizadas como, por exemplo: a Festa Catarinense do Chimarrão – que celebra o título de ‘Capital Catarinense da Erva-mate’; a Festa de Santo Antônio e os vários jantares típicos feitos pelos moradores da cidade. Outra famosa festa, muito prestigiada pelos pontesserradenses e visitantes, é a Encenação da Paixão e Morte de Cristo. Esta é a maior encenação do estado, realizada em um cenário construído ao ar livre.

Ponte Serrada

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São Miguel do Oeste Dados Históricos `` Lei e Data de Criação: Lei nº 133, de 30/12/1953 `` Desmembramento: Chapecó `` Gentílico: Migueloestino `` Colonização: Italiana e alemã `` Data de Aniversário: 15 de fevereiro

Dados Geográficos `` `` `` `` `` `` ``

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Latitude: 26º43’31” Longitude: 53º31’05” Área: 71,7km² Altitude: 645m Cidades Próximas: Guaraciaba, Descanso, Iporã do Oeste Rodovias: BR-163 / BR-282 / SC-473 / SC-386 Rios: Peperi-Guaçu, das Antas, das Flores, do Índio, dos Porcos, Cambuí e Arroio Veado Região: Extremo-Oeste População: 33.807 habitantes Eleitores: 25.060 Divisas: Com os municípios de Guaraciaba, Barra Bonita, Romelândia, Flor do Sertão, Descanso, Bandeirante e Paraíso Distância da Capital: 688km Clima: Mesotérmico úmido, sem estação seca, com verões quentes, apresentando temperatura média anual de 17,8ºC e precipitação total anual de aproximadamente 2.200mm Bacias Hidrográficas: Rio das Antas Mesorregião: Oeste Catarinense Microrregião: São Miguel do Oeste Associação dos Municípios: Associação dos Municípios do Extremo Oeste Catarinense (AMEOSC) Economia: Baseada no comércio e na construção civil. Na agricultura, destaque para o cultivo de fumo

`` Uma das principais avenidas de São Miguel do Oeste

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Mesorregião Oeste


U

m dos principais frutos do desenvolvimento da região oeste de Santa Catarina, São Miguel do Oeste, é a concretização de um velho sonho de uma população trabalhadora, mas que não recebia a devida atenção do governo cultural. Sob a proteção do grande arcanjo Miguel, cuja igreja matriz é ponto de referência, realiza-se no dia 29 de setembro, data consagrada ao santo, uma grande festa religiosa. É importante abordar seu parque industrial altamente produtivo, destacando-se, principalmente, o setor metal-mecânico, que atende, com seus produtos, aos múltiplos frigoríficos do oeste. Pela sua proximidade com o Rio Grande do Sul, é o município que ostenta o mais antigo CTG do estado, o Porteira Aberta, criado em 1940, e que realiza com sucesso o rodeio São Miguel Tchê. Outro ponto de atração diferenciado é o encontro internacional de motociclistas, realizado todos os anos e que atrai motociclistas de todo o Brasil e inclusive do mundo. Sua hotelaria é boa e a gastronomia tem variedades, além do bom churrasco. Pontos a destacar: o sistema de saúde e a educação, brilho dentro do setor do estado, formando este belo “Retratos de Santa Catarina”!

Município é um sonho realizado

L

ocalizado no extremo oeste catarinense, o município de São Miguel do Oeste começou a ser colonizado por volta de 1940, quando chegaram à região as primeiras famílias de imigrantes. A criação de São Miguel do Oeste foi resultado do sonho de toda a população de Vila Oeste, distrito de Chapecó. Como a distância entre Vila Oeste e Chapecó era muito grande, e as estradas eram muito ruins, demorava-se cerca de dois dias para chegar até a então Vila Oeste. Diariamente chegavam caravanas com colonos provenientes do Rio Grande do Sul, mas a região não oferecia as condições básicas para uma vida confortável. Como não havia arrecadação de impostos, não era enviado nada de dinheiro para Chapecó; em contrapartida, Vila Oeste não recebia fundos do governo, ficando sempre sem evoluir. A cidade emancipou-se em 1953, passando a chamar-se São Miguel do Oeste – uma mistura do nome do padroeiro da cidade (São Miguel Arcanjo) – com o velho nome. A 660 quilômetros do litoral, São Miguel do Oeste pertence a uma região do estado onde existem cerca de duzentos municípios que, juntos, somam mais

São Miguel do Oeste

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`` Fonte da Praça Walmir Bottaro Daniel

`` Localização da Prefeitura Municipal de São Miguel do oeste

de dois milhões de habitantes. Centro do desenvolvimento do oeste catarinense, São Miguel do Oeste possui um parque industrial diversificado, e os setores que mais se destacam são o metal-mecânico – que vem especializando-se na produção de equipamentos para frigoríficos –, transportes, móveis e softwares. O município possui também muitos estabelecimentos industriais, a grande maioria de pequeno porte. A construção civil e o comércio igualmente constituem importantes fontes de renda, sendo esses os que mais movimentam a cidade.

totalmente diferenciado. Na Praça Walmir Botaro Daniel, outro ponto turístico de São Miguel do Oeste, encontra-se a Estátua do Desbravador – uma homenagem a todo o povo que desbravou a região, que na época era coberta de mata fechada. O CTG Porteira Aberta, com fundação em 1959, é o Centro de Tradições Gaúchas mais antigo do estado. Suas instalações ficam no centro da cidade; nelas são feitos trabalhos como dança e canto. O CTG realiza, há pelo menos três décadas, um evento tradicionalista, chamado Rodeio Inter-Estadual de SMO, hoje rebatizado como “São Miguel Tchê”. O CTG tem, além de sua sede social, uma sede campeira com um complexo pronto para rodeios, mas desativado.

Infraestrutura hoteleira

S

ão Miguel do Oeste também é uma cidade que se sobressai na agricultura e pecuária familiar. O plantio de fumo hoje é, sem sobra de dúvidas, o destaque da agricultura regional. A criação de gado leiteiro é outra faceta do município. A região é uma das melhores bacias leiteiras do estado, exportando leite para os três estados do sul do país. O município conta com a melhor infraestrutura hoteleira da região e é conhecido como ponto de parada para os turistas argentinos em viagem para o Brasil e vice-versa. Os migueloestinos vivem aproximadamente 77 anos e a mortalidade infantil no município está em 8,46 a cada mil nascimentos. Já o analfabetismo em São Miguel do Oeste está em 7,2%. A energia elétrica chega a mais de 99% da população, enquanto a água encanada atende aproximadamente a 97% dos moradores e o serviço de coleta de lixo chega a pouco mais de 94% da população. Entre as atrações turísticas do município está a Igreja Matriz São Miguel Arcanjo, principal ponto turístico da cidade, pelo seu tamanho e seu formato

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Mesorregião Oeste

Atrações

T

odos os anos, o município realiza o Motocão – Encontro Internacional de Motociclistas –, atraindo motociclistas do Brasil e do mundo. Já a Expo São Miguel – Exposição Agro-Industrial de São Miguel do Oeste – acontece a cada dois anos e é um dos acontecimentos que mais atrai turistas para o município. A Feira da Melancia, Feira da Terneira, Feira da Uva e o Festival Regional da Música Sertaneja (Fermuser) são eventos que acontecem geralmente no mês de março e são realizados no Parque de Exposições Rineu Gransotto. A Festa do Padroeiro, no dia 29 de Setembro, é feriado municipal. O padroeiro miguel-oestino é São Miguel Arcanjo e é organizada uma programação especial todos os anos pela Igreja Matriz em comemoração a ele. A festa geralmente conta com um almoço de confraternização no salão da igreja e missa especial.


`` Casario antigo em meio as cores da primavera na regi達o

`` Vista da Rua Central

`` Vista a辿rea de S達o Miguel do Oeste

S達o Miguel do Oeste

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Seara Dados Históricos `` Lei e Data de Criação: Lei nº 133, de 30/12/1953 `` Desmembramento: Concórdia `` Gentílico: Searense `` Colonização: Italiana e alemã `` Outros: Capital Catarinense da Borboleta, Lei nº 13.043, de 2/07/2004 `` Data de Aniversário: 3 de abril

Dados Geográficos `` `` `` `` `` `` `` `` `` `` `` `` ``

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Latitude: 27º08’58” Longitude: 52º18’38” Área: 316, 65km² Altitude: 600m Cidades Próximas: Xavantinha, Concórdia, Chapecó e Arabutã Rodovias: BR-282 / SC-466 / SC-459 / SC-283 Rios: Irani, do Engano, Ariranha e Caçador Região: Alto Irani População: 17.121 habitantes Eleitores: 13.045 Divisas: Com os municípios de Arvoredo, Xavantina, Ipumirim, Arabutã, Itá e Paial Distância da Capital: 532km Clima: Mesotérmico úmido, com verões frescos, apresentando temperatura média anual de 18,1ºC e precipitação total anual entre 1.800 e 2.000mm Bacias Hidrográficas: Rio Uruguai Mesorregião: Chapecó Microrregião: Alto Uruguai Catarinense Associação dos Municípios: Associação dos Municípios do Alto Uruguai Catarinense (AMAUC) Economia: Baseada principalmente na criação de animais para abate e na agricultura

`` A metamorfose, uma foto-montagem que mostra a lagarta trasnformando-se em borboleta, símbolo da cidade

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Mesorregião Oeste


P

araíso dos fiambres. Capital das borboletas. As lindas borboletas azuis, pintadas em postes e paradas, são o símbolo da cidade. Desde a memória de Fritz Plaumann – com o Museu Entomológico Dr. Fritz Plaumann, o maior da América Latina e um dos maiores do mundo –, à tradição alemã da “casa da viúva Nute” que guarda objetos e fotos que relembram a colonização alemã. O famoso Kerb alimenta a memória e a saudade da querida Alemanha. Agora voltada para o século XXI, é uma das maiores produtoras de suínos do mundo, aprimorada e modernizada! A cultura com “pés do Brasil” mostra no Festival da Dança de Joinville a qualidade e o preparo de um povo que vive o trabalho, a cultura e que sabe a hora certa de cantar e celebrar. Um “Retrato de Santa Catarina” mais feliz!

Os fundadores

L

ocalizado no oeste de estado de Santa Catarina, o município de Seara foi colonizado, basicamente, por descendentes de italianos e de alemães, no começo do século XX. Os colonizadores vieram ao local e adquiriram pequenas porções de terra para o cultivo de grãos e para a criação de animais. Seara significa terra de abundantes grãos cerealíferos. As empresas colonizadoras Rio Branco Ltda., colonizadora Luce & Rosa e Eberle e a colonizadora Mosele & Ahrons, passaram, a partir de 1924, a demarcar a região. Provenientes principalmente do Rio Grande do Sul, muitos agricultores vieram habitar a localidade e, ali, iniciaram um processo de agricultura familiar. Em Nova Milano – como era chamado o núcleo fundado pelas empresas colonizadoras –, criavam animais e cultivavam pequenas lavouras. O lugarejo pertencia a Itá que, por sua vez, fazia parte do município de Cruzeiro (atual Joaçaba). Em 1934, a Vila de Nova Milano passa a ser distrito de Concórdia e, dez anos depois, torna-se um município com o nome de Seara. A denominação de Seara é atribuída à existência de um acampamento de propriedade do agrimensor Carlos Otaviano Seára, que fazia as demarcações das terras da região e, pela quantidade de grãos produzidos nas terras do distrito. Seara obteve a sua emancipação político-administrativa em 3 de abril de 1954. A economia do município está alicerçada numa tecnificada produção de suínos, que o faz um dos maiores produtores suinícolas do estado e detentor da maior concentração de suínos por quilômetro quadrado do mundo. Destaca-se também a grande produção de aves. O município é berço dos produtos Seara, marca mundialmente conhecida. A indústria local

Seara

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`` Igreja Nossa Senhora do Rosário, com seus arcos góticos

abate suínos e aves, e é responsável pela expansão da economia local e pelo baixo índice de desemprego registrado no município. Seara possui um alto IDH, que é de 0,832, e uma razoável infraestrutura de ensino e de saúde. A taxa de mortalidade infantil está em 11,03 a cada mil nascimentos e a esperança de vida é de 76 anos, uma das maiores do estado. O índice de analfabetismo em Seara está em 7,4% e mais de 95% da população têm acesso aos serviços básicos de água encanada, energia elétrica e coleta de lixo. Em relação às atrações turísticas, esta cidade do Vale do Contestado conta com uma boa rede hoteleira e gastronômica, especializada em comida italiana. Dentre os principais pontos turísticos, além das belezas naturais,

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Mesorregião Oeste

destacam-se a Casa do Bugre e a Casa da Cultura Biagio Aurélio Paludo. Essa casa de cultura foi construída em homenagem a Aurélio Paludo, construtor do primeiro moinho da região, que mais tarde prosperou devido à comercialização dos grãos e à utilização deles na criação de animais. A Casa da Cultura destaca-se com a banda municipal, orquestra Seara, grupo de teatro Maria Eugênia e o grupo de danças Os pés do Brasil, premiado em vários festivais nacionais e internacionais, justificando a intensa preocupação do município com a cultura local. Em Seara, acontecem ao longo do ano festivais de música, de dança e de teatro. O Museu Entomológico Dr. Fritz Plaumann, considerado o maior da América Latina e um dos maiores do mundo, é outro importante ponto


turístico de Seara, terra adotiva do etmologista, referência mundial. O estudioso viveu na cidade e classificou cerca de dezessete mil espécies. O resultado dessas descobertas está no museu, que possui expostos oitenta mil exemplares de insetos; destes, 1.700 foram descobertos pelo próprio pesquisador. A maioria das visitas ao museu é feita por estudantes e cientistas, vindos inclusive do exterior, mas turistas também podem visitar o local, que é de uma variedade extraordinária. Seara – ou Capital Estadual das Borboletas – é famosa pela abundância desses insetos que se multiplicam pela cidade, tanto em vida, como em suas representações pictóricas nas vias que cruzam a cidade.

Memória

O

distrito de Nova Teutônia, onde se localiza o Museu, é também um núcleo de colonização alemã que ainda conserva muitas das casas dos antigos colonizadores – outra atração turística. Em Nova Teutônia, encontra-se o Centro de Memória Casa Viúva Nute, que guarda muitos objetos e fotos que relembram a colonização alemã. Alguns eventos são responsáveis, igualmente, pela atração de turistas para a cidade. Dentre os principais, alguns se destacam. A Oktoberfest e a Kerbfest, por exemplo, celebram a herança alemã na cultura da cidade. A Romaria de Nossa Senhora de Salete atrai fiéis de toda a região. Há também o Rodeio Interestadual de Laço, o Festival de Música Cabocla, a Festa de São Genaro, o Jantar Italiano e alguns shows musicais que acontecem todo o ano e movimentam a cidade.

`` Acima, Museu Fritz Plaumann no Centro de Seara, ao lado, festa típica, a casa do Centro da Memória Alemã, um dos campeonatos de motocross da cidade e os músicos da cultura alemã

Seara

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Tangará Dados Históricos `` Lei e Data de Criação: Lei nº 247, de 30/12/1948 `` Desmembramento: Videira `` Gentílico: Tangaraense `` Colonização: Italiana e alemã `` Data de Aniversário: 19 de fevereiro

Dados Geográficos `` `` `` `` `` `` `` `` `` `` ``

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Latitude: 27º06’17” Longitude: 51º14’50” Área: 417km² Altitude: 630m Cidades Próximas: Videira, Pinheiro Preto, Fraiburgo Rodovias: SC-303 / SC-455 / SC-453 / SC-451 Rios: Bonito, Cerro Azul, do Tigre e Leãozinho Região: Meio-Oeste População: 8.410 habitantes Eleitores: 7.029 Divisas: Com os municípios de Pinheiro Preto, Videira, Fraiburgo, Monte Carlo, Campos Novos, Ibiam e Ibicaré Distância da Capital: 431km Clima: Mesotérmico úmido, sem estação seca, com verões quentes, apresentando temperatura média anual de 17,5ºC e precipitação total anual de aproximadamente 1.900mm Bacias Hidrográficas: Rio do Peixe Mesorregião: Oeste Catarinense Microrregião: Joaçaba Associação dos Municípios: Associação dos Municípios do Meio Oeste Catarinense (AMMOC) Economia: Destaque para a plantação de uvas e para a fabricação do vinho, também para o cultivo do milho

`` Em Tangará está localizado o Morro do Agudo, de onde saltam as asas-delta, um esporte comum na cidade

Mesorregião Oeste


O

romântico e belo rio do Peixe beija-lhe as encostas, formando paisagens de grande beleza. Um dos orgulhos do Vale do Contestado, a graciosa Tangará, é um celeiro de nascedouro de importantes nomes dentro do comércio e indústria de Santa Catarina e do Brasil. Possui excelentes videiras, de onde saem deliciosos e bem preparados espumantes. Da pequena Tangará saíram grandiosos nomes de importantes famílias: Casagrande, Fuganti, Randon, Battistella, Panceri, Pizzani, Carvalho, entre outros. Sua ativa Secretaria de Turismo dá a Tangará um brilho, que tem na cultura espaço garantido neste “Retratos de Santa Catarina”!

Adrenalina e vinho

A

região de Tangará possui paisagens belíssimas formadas pela trajetória do rio que banha a região, o rio do Peixe. As encostas verdes, as belezas naturais e o ar puro são as principais características da cidade de Tangará. A instalação de uma parada de trens no quilômetro 742 da estrada de ferro que ligava o estado de São Paulo ao Rio Grande do Sul, na região, em 1919, foi a responsável pelo início da ocupação do local. Os primeiros moradores da região foram os imigrantes portugueses, mais precisamente José Antônio Leitão, que veio de Lisboa com a família. Mas, foi a partir de 1918 que o local começou a ser colonizado – principalmente por imigrantes italianos e alemães. O local, que na época se chamava Rio Bonito, emancipou-se em 30 de dezembro de 1948 e, em 1949, foi criada, efetivamente, a cidade de Tangará. O município se localiza no Vale do Contestado, região de Santa Catarina que tem em seu passado a participação nessa guerra que é considerada o maior conflito social ocorrido no Brasil. Tangará caracteriza-se pela riqueza histórica, que remonta aos antepassados e à guerra, e pelo potencial turístico. Maior produtora de uvas do estado de Santa Catarina, Tangará

`` Acima, vista aérea de Tangará, abaixo, uma foto panorâmica com parte do Rio do Peixe

Tangará

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`` Monumentos em homenagem às culturas do papel e do vinho no município

herdou de sua raiz italiana o costume de produzir seu próprio vinho. Desse costume, recebeu o apelido de “Terra dos Bons Vinhos”. A taxa de mortalidade infantil na cidade está em 15,51 a cada mil nascimentos e a esperança de vida é de 74 anos. O IDH da cidade é alto, atingindo 0,812,e a grande maioria da população tem acesso aos serviços básicos – mais de 95%. O analfabetismo está em 7,1%. Além do bom vinho e da comida típica italiana, as danças típicas e o voo livre aumentam a diversidade de opções para os visitantes. Tangará oferece boas opções para o turismo rural e para o enoturismo – turismo dos apaixonados por vinho. O turista pode participar da colheita da uva, acompanhar o processo de fabricação do vinho e, claro, degustar a bebida. Nesse passeio, grupos folclóricos de dança e canto acompanham os visitantes, resgatando a cultura dos imigrantes italianos, predominante no município. O modo bucólico de vida na roça, a boa comida, o excelente vinho e as belas paisagens fazem de Tangará um lugar muito aconchegante e hospitaleiro.

Colonizadores

O

`` De cima para baixo: grupo italiano, quedas do Rio do Peixe e a obra da Vinícola Monte Carvalho

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Mesorregião Oeste

s imigrantes italianos instalaram-se nas encostas do rio do Peixe por volta de 1920 e perceberam que a região apresentava condições climáticas e topográficas parecidas com as da região de Vêneto,


`` A tradição do vinho, herança dos colonizadores italianos que se intalaram na região

na Itália. O cultivo e a industrialização da uva em Tangará são a principal base da economia local. As uvas de alta qualidade e diversidade fazem de Tangará o maior produtor de uvas de Santa Catarina e um dos mais expressivos produtores de vinho do estado. Há cinco vinícolas na cidade, e a produção é de dois milhões de litros de vinho por ano. O modelo fundiário da região é o de pequenas propriedades e, na agricultura, além do cultivo de uvas, destaca-se a plantação de milho. O grão destina-se, principalmente, à criação de animais, sobretudo suínos e aves. O rebanho bovino é destinado à indústria leiteira. Houve, em Tangará, outras apostas de expansão econômica. A tentativa de achar petróleo na região em 1958 e a construção da estrada de ferro são alguns exemplos dessas investidas. O turismo é uma característica, do mesmo modo, bastante marcante da região. Os apaixonados pelo voo livre encantam-se com a cidade, famosa por ser um local propício para a prática do esporte. A descoberta do Morro Agudo, um dos pontos mais altos da cidade, considerado o melhor lugar do estado para a prática de esportes como o voo de asa-delta e de parapente, reforça ainda mais o encontro dos adeptos do esporte na região. A tradição dos bons vinhos, igualmente, traz muitos turistas à região. As diversas cantinas da cidade, normalmente escondidas em secretas estradinhas de terra, chamam a atenção de turistas de todas as regiões.

`` Esporte radical, o vôo de parapente também agita o Morro do Agudo

Tangará

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Treze Tílias Dados Históricos `` Lei e Data de Criação: Lei nº 882, de 29/04/1963 `` Desmembramento: Ibicaré `` Gentílico: Trezetiliense `` Colonização: Austríaca `` Outros: Capital Catarinense dos Escultores e das Esculturas em Madeira, Lei 12.144, de 5/04/2002 `` Data de Aniversário: 13 de outubro

Dados Geográficos `` `` `` `` `` `` `` `` `` `` ``

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Latitude: 27º00’06” Longitude: 51º24’23” Área: 177,8km² Altitude: 796m Cidades Próximas: Videira, Campos Novos, Tangará, Pinheiro Preto, Joaçaba Rodovias: SC-454 / SC-303 Rios: São Bento, Bom Retiro, Papuã e São Bentinho Região: Meio-Oeste População: 5.641 habitantes Eleitores: 4.497 Divisas: Com os municípios de Salto Veloso, Arroio Trinta, Iomerê, Ibicaré e Água Doce Distância da Capital: 448km Clima: Temperado, com estações do ano bem definidas Bacias Hidrográficas: Rio do Peixe Mesorregião: Oeste Catarinense Microrregião: Joaçaba Associação dos Municípios: Associação dos Municípios do Meio Oeste Catarinense (AMMOC) Economia: Baseada na indústria, agricultura, transporte e turismo

`` Vista aérea parcial do Centro do município de Treze Tílias

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Mesorregião Oeste


`` Escultura em madeira, Conrado Moser, é um dos mestres da arte

O

h, esse Tirol catarinense, essa oberammergau de “tirar o fôlego”, pela arte da escultura desta gente linda e ordeira! “Dreizehnlinden” – Treze Tílias, encantadora e florida, clássica como sua Cônsul, a elegante Dona Anna Lindner von Pichler. Treze Tílias dos belos bordados, da missa dominical em alemão. Treze Tílias dos alegres grupos folclóricos que dançam a festa de um povo de origens loiras, que fazem deste pedaço de Brasil um retrato catarinense de grande beleza! Treze Tílias de Thaler, de Conrado Moser – com suas inimitáveis esculturas, sua cítara e o carinho de bem receber nos prestigiam neste “Retratos de Santa Catarina”!

`` A prática do balonismo costuma colorir os céus de Treze Tílias

Treze Tílias

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Áustria no Brasil

U

`` Sede do Consulado da Áustria em Santa Catarina, com seu estilo típico de arquitetura

`` As cores da natureza e as formas arquitetônicas do Hotel Dreizehnlinden, lição do ‘bem receber’

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Mesorregião Oeste

m pedacinho da Áustria no Brasil, Treze Tílias é também o berço da escultura em Santa Catarina. A bela cidade possui arquitetura em estilo austríaco, o que traz um clima aconchegante ao município. A Capital Catarinense dos Escultores e Esculturas em Madeira herdou essa tradição dos colonizadores da cidade: os tiroleses. Treze Tílias foi fundada por imigrantes da região do Tirol uustríaco que fugiam da grave crise econômica que assolava a Europa no período entre-guerras. O então ministro da Agricultura da Áustria, Andreas Thaler, trouxe o primeiro grupo de 83 imigrantes, que chegou à região em 13 de outubro de 1933. A colônia recebeu o nome de “Dreizehnlinden” (Treze Tílias), em homenagem ao poeta Wilhelm Weber, que enaltecia a árvore em seu poema “Die Dreizehnlinden” – a tília é uma árvore de grande beleza, muito comum na Áustria e que se adaptou muito bem no município. Vários outros grupos de imigrantes, na maioria originários do Tirol Austríaco, juntaram-se depois aos pioneiros. Treze Tílias concentra a maior bacia leiteira catarinense e tem como suas principais atividades econômicas a indústria, agricultura, transporte e turismo. A cidade tem como quarta economia o turismo e recebe aproximadamente oitenta mil turistas por ano, sendo a quinta cidade que mais cresce no estado. A cidade é um pedacinho da Áustria em solo catarinense. Aproximadamente 35% da população descende dos imigrantes austríacos. Uma característica interessante é o intenso intercâmbio com a pátria-mãe. Em Treze Tílias está localizado o Consulado Honorário da Áustria, único de Santa Catarina. Sua função é fomentar a paz e promover o bom entendimento entre as nações. Sua principal atividade é orientar e auxiliar as pessoas na obtenção da cidadania austríaca (dupla cidadania) e passaportes. O índice de mortalidade infantil em Treze Tílias está em 16,20 a cada mil nascimentos, e a esperança de vida ultrapassa os 73 anos. A taxa de analfabetismo está em 6,8%. O padrão de vida é bastante superior à média nacional, devido ao alto IDH municipal, que é de 0,813. Quase toda a população tem acesso aos serviços básicos de coleta de lixo, água encanada e energia elétrica.


Tirol brasileiro

A

arquitetura em estilo austríaco de Treze Tílias é famosa. O portal de entrada, construído em estilo alpino, tem como objetivo dar as boas-vindas a quem chega ao município. Nele, temse um resumo das características da arquitetura tirolesa. Varandas com floreiras, beiral de telhado largo, além do campanário – no alto do telhado, com um sino (importante meio de comunicação entre os agricultores) e, no alto, um galo, símbolo da disposição ao trabalho. O povo tirolês, na sua maioria, lida com gado leiteiro, atividade que se inicia ao clarear do dia. Costuma-se dizer que “assim que o galo canta, o tirolês está pronto para o trabalho”. O Tirol Brasileiro, como é conhecido o município de Treze Tílias, mantém preservados os costumes, tradições, cultura e a arquitetura típica trazidos da pátria mãe. Também no município encontram-se os grandes escultores, muitos com especialização na Áustria, que, com suas esculturas em madeira, fazem o município conhecido como a Capital Catarinense dos Escultores e Esculturas em Madeira. Outra característica marcante de Treze Tílias é a preservação da cultura, que permanece viva pelos grupos folclóricos de danças, corais e bandas dos tiroleses, que costumam se apresentar em hotéis, festas e eventos pelo Brasil e até no exterior. Aproximadamente 8% da população faz parte de algum grupo folclórico cultural. O potencial turístico é bem visível. A infraestrutura hoteleira é de excelente qualidade, e várias atrações podem ser visitadas por turistas. O Castelinho, construído em 1936, pelo fundador do município, Andreas Thaler, abriga hoje o Museu Municipal mantendo suas características originais. A Igreja Matriz Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, localizada no centro da cidade, possui grande número de obras esculpidas como a Via-Sacra, o Cristo e os bancos. Inúmeros pontos turísticos como monumentos, parques, ateliês de esculturas, praças, águas termais, capelas e trilhas, além das colônias austríacas e italianas, fazem de Treze Tílias um pedacinho do Tirol em terras catarinenses. Entre as festas realizadas em Treze Tílias, destaque para a Tirolesfest, Festa da Imigração Austríaca, uma das mais famosas da cidade, que é realizada sempre em outubro, quando se comemora o aniversário da cidade e inclui desfiles históricos, apresentações típicas, noites culturais, romaria até a gruta de Nossa Senhora Aparecida, comida austríaca e distribuição de chope com o Bierwagen. Outros eventos também movimentam o município, como é o caso da Feira Agropecuária e Industrial, Semana da Escultura e Arte, o Natal na Praça e o Reveillon Especial.

`` Grupo folclórico de Treze Tílias em frente ao castelo do Museu Municipal Andréas Thaler

Treze Tílias

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Vargeão Dados Históricos `` Lei e Data de Criação: Lei nº 954, de 16/03/1964 `` Desmembramento: Faxinal dos Guedes `` Gentílico: Vargeonense `` Colonização: Italiana e cabocla `` Data de Aniversário: 21 de abril

Dados Geográficos `` `` `` ``

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Latitude: 26º51’49” Longitude: 52º079’42” Área: 166 km² Cidades Próximas: Xanxerê, Abelardo Luz, Passos Maia, Faxinal dos Guedes, Ipumirim, Ponte Serrada Rodovias: BR-282 Rios: Chapecozinho, Ressaca, Lajeado e Barra Grande Região: Oeste População: 3.560 habitantes Eleitores: 2.590 Divisas: Com os municípios de Abelardo Luz, Passos Maia, Ponte Serrada, Ipumirim e Faxinal dos Guedes Distância da Capital: 516km Clima: Mesotérmico úmido, sem estação seca, com verões frescos, apresentando temperatura média anual de 16,8ºC e precipitação total anual entre 1.900 e 2.200mm Bacias Hidrográficas: Rio Irani Mesorregião: Oeste Catarinense Microrregião: Xanxerê Associação dos Municípios: Associação dos Municípios do Alto Irani (AMAI) Economia: A base econômica do município é constituída pela agricultura, pecuária, comércio e indústria

`` Foto aérea parcial do município de Vargeão, que no passado remoto foi atingido por um grande meteorito

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Mesorregião Oeste


O

imaginário sobre o “big-bang” pode ser observado em Santa Catarina, na acolhedora Vargeão, que é conhecida por possuir uma das oito crateras abertas por meteoros no Brasil. São milhões de anos que nos situam na época jurássica dos dinossauros. O Domo de Vargeão, como é conhecido, possui uma grande extensão coberta pelo arenito, fruto da colisão. O local vem sendo procurado pelos efeitos medicinais, terapêuticos e estéticos – alguns, inclusive, considerados milagrosos para a beleza e algumas enfermidades. Vargeão tornou-se uma agradável cidade, com um observatório do Domo e sua cultura, herdada dos ancestrais de origem italiana. São operosos na sua economia, representada pela agricultura, com o cultivo da erva-mate, além de milho, soja e da criação de aves e suínos. Cascatas, trilhas ecológicas e muitas festas tradicionais deixam cada dia melhor este “Retrato de Santa Catarina”!

Domo de Vargeão

C

onhecida por possuir uma das oito crateras abertas por fragmentos de meteoro no Brasil, Vargeão começou a ser colonizada por volta de 1938, quando chegaram os primeiros imigrantes descendentes de italianos vindos do Rio Grande do Sul. O município de Vargeão foi fundado em 1964 e recebeu este nome em função de uma cratera encontrada no local, que teria sido formada por um meteoro que atingiu a Terra há milhões de anos. Segundo a história, o choque do meteoro com a Terra derreteu e pulverizou milhares de toneladas de rochas, transformando-as em arenito. A formação, denominada pelos geólogos de “Domo de Vargeão”, é constituída por uma depressão topográfica de cerca de 150 metros, sendo a parte central da estrutura um depósito de arenito, utilizado apenas na construção civil. Estudos recentes, no entanto, comprovam sua utilidade em tratamentos

`` Igreja São Pedro Apóstolo, ainda mais bela com a decoração natalina

estéticos, terapêuticos e medicinais. Os vargeonenses cultivam as tradições italianas em feiras e festas típicas, além de produtos como a erva-mate, queijos, conservas e pratos à base de carne suína. Vargeão ainda conta com inúmeras belezas naturais, como cachoeiras, cascatas e trilhas ecológicas. A economia é essencialmente agrícola, representada pela agricultura mecanizada de médio porte e de pequenas propriedades rurais. O destaque fica por conta do cultivo de erva-mate, milho e soja, além da criação de aves e suínos. Os moradores de Vargeão vivem aproximadamente 75 anos de idade, e a mortalidade infantil no município está em 14,30 a cada mil nascimentos. O analfabetismo está 10,7%. A energia elétrica atende a mais de 99% dos moradores, e a água encanada chega a 100% da população urbana e 35% da rural. A coleta de lixo atende a mais de 98% da população e o IDH no município é alto, atingindo 0,804.

Vargeão

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Xaxim Dados Históricos `` Lei e Data de Criação: Lei nº 133, de 30/12/1953 `` Desmembramento: Chapecó `` Gentílico: Xaxiense `` Colonização: Italiana, alemã e polonesa `` Data de Aniversário: 20 de fevereiro

Dados Geográficos `` `` `` `` `` `` `` `` `` `` ``

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Latitude: 26º57’42” Longitude: 52º32’05” Área: 294,6km² Altitude: 770m Cidades Próximas: Xanxerê, Cordilheira Alta, Coronel Freitas, Chapecó Rodovias: BR-282 / SC-459 Rios: Irani, Xaxim e Golfo Região: Alto Irani População: 24.318 habitantes Eleitores: 17.838 Divisas: Com os municípios de Lajeado Grande, Xanxerê, Chapecó, Cordilheira Alta, Coronel Freitas e Arvoredo Distância da Capital: 556km Clima: Mesotérmico úmido, com verões quentes, apresentando temperatura média anual de 17,2ºC e precipitação total anual entre 1.900 e 2.200mm Bacias Hidrográficas: Rio Irani Mesorregião: Oeste Catarinense Microrregião: Xanxerê Associação dos Municípios: Associação dos Municípios do Alto Irani (AMAI) Economia: Baseada na agropecuária e agroindústria. Na agricultura, destaque para a produção de milho, soja, ervamate, feijão e fumo

`` Vista noturna de um dos acessos à cidade de Xaxim

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Mesorregião Oeste


`` Igreja matriz São Luiz Gonzaga, no Centro de Xaxim, construção iniciada em 1947

A

tarantela álacre, os coloridos trajes, a nostalgia da saudade na década de 1920, acompanhava os colonos italianos que chegaram ao Distrito de Hercílio Luz, a antiga Fazenda Rodeio Bonito, adquirida pelos Lunardi, históricos fundadores da cidade de Xaxim. Avicultura, agronegócio e notadamente a bovinocultura, com um rebanho em torno de quinze mil cabeças, fazem-na destacarse nesta área. Seu cuidado com a preservação ambiental vale-lhe o título de “Coração Verde do Oeste”, destacandose ali o trabalho da ONG Semax. São Luiz, padroeiro da cidade, motiva uma das festas maiores, e os agricultores e motoristas comemoram em julho a colheita e a proteção de São Cristovão, fazendo deste município um importante “Retrato de Santa Catarina”!

Xaxim

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`` Além da agroindústria, Xaxim tem na bovinocultura uma importante fonte de renda para o município

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Mesorregião Oeste


`` Gruta Nossa Senhora de Lourdes, na Linha Colorado

`` Vista panorâmica da cidade de Xaxim

Imigrantes

A

ntes habitada por índios e caboclos, a região de Xaxim começou a ser colonizada em 1920, com a chegada de imigrantes italianos oriundos do Rio Grande do Sul. Atraídos pelas terras férteis e próprias para a agricultura, as famílias Lunardi e Camargo deram início ao povoado, com a construção de pequenas casas e de uma capela. Mais tarde, chegaram imigrantes alemães e alguns poloneses. Xaxim, na língua indígena, significa pequena queda d’água, e os imigrantes escolheram esse nome devido às pequenas cachoeiras do lugar. A colonização de Xaxim iniciou com a compra, pela Colonizadora Irmãos Lunardi, das mil colônias de terra denominadas Fazenda Rodeio Bonito, em 1920. Até então, essas terras pertenciam a Bertaso, Maia & Cia., que as adquiriram de uma concessão do governo do estado de Santa Catarina por terem construído a estrada de Passo Goyo-Em a Passo dos Índios. Nessa época, predominava o comércio de exploração de erva-mate e de madeira. Ainda hoje, essa forma de comércio é a grande responsável pela economia local. Em 1929, o distrito de Hercílio Luz passou a denominar-se Xaxim. Em 1938, Xaxim é elevada à categoria de vila e, em 1953, à categoria de município, desmembrando-se de Chapecó. O contexto político que possibilitou a emancipação de Xaxim esteve influenciado pelas forças econômicas locais representadas principalmente pela família Lunardi, detentora de alguns dos maiores grupos econômicos regionais do oeste catarinense: o Frigorífico Diadema e André Lunardi & Cia. A emancipação política de Xaxim foi decretada em 20/02/1954 e, em 1962, o município passa a categoria de comarca. Referência na exportação de aves, Xaxim é destaque, ainda, no cultivo de grãos, na agroindústria e na bovinocultura. Na avicultura, a capacidade de alojamento é de mais de 3 milhões de aves por mês e, na suinocultura, é de 33,6 mil cabeças por mês. Outro destaque é o leite, com uma produção de 320 mil litros por mês, sendo grande parte beneficiada por quarenta mini-indústrias que produzem 2,8 mil quilos por mês. O rebanho bovino é constituído por mais de quinze mil cabeças. A maioria da população de Xaxim reside na área urbana, prestando serviço às agroindústrias, principalmente à empresa Chapecó, sediada na cidade. É o sexto município no estado em produção agropecuária e o terceiro em exportação de aves do Brasil. Para evitar o êxodo rural, a Secretaria de Agricultura

de Xaxim desenvolve vários programas, entre eles, projetos de reflorestamento, piscicultura, produção leiteira e de correção de solo. A prefeitura também se responsabilizou pelo trabalho de terraplanagem para a construção de aviários e abertura de estradas, como forma de incentivar a atividade agropecuária. Conhecida como Coração Verde do Oeste, Xaxim preza pela preservação ambiental e a qualidade de vida. Ruas arborizadas, praças e áreas verdes dão o sustento à esperança, alicerçado na consciência de preservação propagada entre seus munícipes. Um dos orgulhos da cidade é a Sociedade Ecológica e do Meio Ambiente de Xaxim (Semax). A Semax é uma organização não-governamental ambientalista e sem fins lucrativos, fundada em maio de 1988, cujo objetivo é a defesa do meio ambiente. Promove atividades de preservação e recuperação de recursos naturais. Criada e administrada por moradores do município, a Semax tem se destacado como uma das entidades ecológicas mais atuantes do estado, integrando a rede de ONGs do Mercosul. Os xaxienses vivem aproximadamente 74 anos e têm uma mortalidade infantil de 16,16 a cada mil nascimentos. A taxa de analfabetismo é de 9,6%. Os serviços básicos chegam a mais de 98% da população. O IDH de Xaxim atinge 0,809.

Principais atrativos

E

ntre os atrativos do município, está a Igreja São Luiz Gonzaga, localizada na Praça Frei Bruno, no centro da cidade. Foi construída em 1947, em mutirões, pelos paroquianos. Toda em estilo gótico, é um dos cartões-postais do município e é considerada uma das mais bonitas igrejas de Santa Catarina. Destaque ainda para a Gruta Linha Colorado – Nossa Senhora da Salete –, e as cachoeiras de Linha Cachoeirinha e Linha Rodeio. Entre as festas realizadas no município estão a Festa de Santo Antônio, que acontece em junho e conta com procissão, jogos e almoço de confraternização. Já a Festa do Colono e do Motorista é realizada em julho e reúne, todos os anos, mais de quatro mil pessoas. A Festa Nossa Senhora da Salete atrai todos os anos centenas de fiéis e inclui procissão, na qual muitos chegam a andar os mais de oito quilômetros que separam a Vila Tigre, local da festa, ao centro da cidade. A Festa São Luiz, em homenagem ao padroeiro da cidade, acontece na Igreja Matriz, sempre no mês de julho.

Xaxim

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Regional Campos Novos

`` Rio Uruguai, um dos mais importantes da hidrografia do Sul do Brasil, na divisa entre os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul

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Regional Campos Novos


Abdon Batista Dados Históricos `` Lei e Data de Criação: Lei nº 7.584, de 26/04/1989 (alterada pela Lei nº 7.761, de 16/10/1989 - 7.925 de 09/05/1990) `` Desmembramento: Campos Novos `` Gentílico: Abdonense `` Colonização: Alemã e italiana `` Data de Aniversário: 26 de abril

Dados Geográficos `` `` `` `` `` `` `` `` Antiga Vila Nova, Abdon Batista ganhou estatus de distrito em 1934

Cidade típica do interior catarinense

A

história do município de Abdon Batista teve início em 1919, quando alguns colonos descendentes de italianos vindos do Rio Grande do Sul chegaram às margens do rio Canoas e avistaram terras férteis. Em seguida, vieram os alemães, que habitavam a região da Grande Florianópolis e a comunidade começou a crescer. Em 26 de abril de 1989, foi criado o município de Abdon Batista. Cidade típica do interior, os seus moradores vivem aproximadamente 75 anos e a mortalidade infantil está em 14,87 a cada mil nascimentos. A taxa de analfabetismo é de 10,9%. Já os serviços básicos de energia elétrica, água encanada e coleta de lixo atendem a mais de 95 % da população de Abdon Batista, que apresenta um IDH de 0,774. A economia é baseada na agricultura, principalmente no cultivo do milho e do feijão. Além disso, os produtores rurais apostam em alternativas como a apicultura e a fruticultura. A localidade é também grande produtora de fumo. O cavalo é ainda o meio de transporte mais comum na cidade. No dia 25 de novembro, Abdon Batista comemora a Festa da Padroeira da cidade. Outros festejos celebrados são a festa do Colono e a do Motorista, ambas no dia 24 de julho.

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Regional Campos Novos – Abdon Batista

Latitude: 27º36’40” Longitude: 51º01’21” Área: 188km² Altitude: 719m Cidades Próximas: Campos Novos, Vargem, Anita Garibaldi, Cerro Negro Rodovias: BR-282 / SC-456 / SC-458 Rios: Canoas, do Peixe, Leão, Marombas, Butiazinho, Taguaruçu e Ibicuí Região: Planalto Serrano População: 2.726 habitantes Eleitores: 2.065 Divisas: Com os municípios de Vargem, São José do Cerrito, Cerro Negro, Anita Garibaldi e Campos Novos Distância da Capital: 353km Clima: Mesotérmico úmido, sem estação seca, com verões quentes, temperatura média anual de 16,1ºC e precipitação total anual entre 1.600 e 1.900mm Bacias Hidrográficas: Rio Canoas Mesorregião: Serrana Microrregião: Curitibanos Associação dos Municípios: Associação dos Municípios do Planalto Sul Catarinense (AMPLASC) Economia: Baseada na agricultura, com destaque para o cultivo de milho e feijão

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Brunópolis Dados Históricos `` Lei e Data de Criação: Lei nº 10.053, de 29/12/1995 `` Desmembramento: Campos Novos `` Gentílico: Brunopolitano `` Colonização: Italiana, paulistas e paranaenses de origem portuguesa `` Data de Aniversário: 29 de dezembro

Dados Geográficos `` `` `` `` `` `` `` `` `` `` ``

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Latitude: 27º18’21” Longitude: 50º52’06” Área: 336km² Altitude: 840m Cidades Próximas: Curitibanos, Monte Carlo, Campos Novos Rodovias: BR-470 / SC-456 Rios: Canoas, do Peixe, Leão,??? Marombas, Butiazinho, Taguaraçu e Ibicuí Região: Meio-Oeste População: 2.934 habitantes Eleitores: 3.306 Divisas: Com os municípios de Frei Rogério, Curitibanos, São José do Cerrito, Vargem e Campos Novos Distância da Capital: 330km Clima: Mesotérmico úmido, sem estação seca, com verões quentes, apresentando temperatura média anual de 16,1ºC e precipitação total anual entre 1.600 e 1.900mm Bacias Hidrográficas: Rio Canoas Mesorregião: Serrana Microrregião: Curitibanos Associação dos Municípios: Associação dos Municípios do Planalto Sul Catarinense (AMPLASC) Economia: Baseada na agricultura

`` Despraiado e Cachoeira, no Rio Butiazinho, município de Brunópolis

Uma homenagem ao Frei Bruno

B

runópolis começou a ser colonizada na década de 1940, por descendentes de imigrantes italianos e lusobrasileiros vindos do Paraná e de São Paulo. O município passou a se denominar Brunópolis somente depois de se emancipar de Campos Novos, em dezembro de 1995. Brunópolis, hoje, colhe os frutos da emancipação. Agricultores com propriedades de até cinco hectares têm direito gratuito à terra lavrada e ao calcário, que corrige a acidez do solo. As principais culturas são o milho e o feijão. Também antes da emancipação, os estudantes precisavam percorrer mais de seis quilômetros de bicicleta para chegar até à escola. Atualmente, todos recebem transporte gratuito, oferecido pela prefeitura, que leva os alunos à cidade de Curitibanos, já que o município não dispõe de escolas de ensino médio. Em Brunópolis, a expectativa de vida gira em torno dos 75 anos, e a mortalidade infantil está em 14,87 a cada mil nascimentos. O analfabetismo afeta 16,01% da população e o IDH é de 0,774. Os serviços básicos, como água encanada, energia elétrica e coleta de lixo chegam a mais de 95% dos brunopolitanos.

Definiu-se o nome de Brunópolis, em homenagem ao Padre Bruno Paris, que por muitos anos foi o responsável espiritual pela região.

Regional Campos Novos – Brunópolis


Celso Ramos Dados Históricos `` Lei e Data de Criação: Lei nº 7.585, de 26/04/1989 (8.738, de 07/07/1992) `` Desmembramento: Anita Garibaldi `` Gentílico: Celso Ramense `` Colonização: Italiana `` Outros: Capital Catarinense de Cana de Açúcar, Lei 13.167, de 29/11/2004 `` Data de Aniversário: 26 de abril

Dados Geográficos `` `` `` `` ``

`` Usina Hidrelétrica de Campos Novos, em Celso Ramos

Cidade de forte turismo rural

A

história de Celso Ramos iniciou em 1934, com a chegada dos colonizadores do Rio Grande do Sul, que eram, em sua maioria, descendentes de italianos. O município de Celso Ramos foi criado em 26 de abril de 1989, quando se desmembrou de Anita Garibaldi. Atualmente, famosa por sua cachaça, a cidade é destaque na produção de cana-de-açúcar que, além de gerar divisas, também é uma das suas peculiaridades. O interior do município possui mais de setenta engenhos de cana, onde se pratica o turismo rural. A chegada à cidade é bem curiosa: levados por uma balsa, os turistas são sempre acompanhados por centenas de borboletas de todas as cores e tamanhos. A maior infraestrutura da cidade está no interior, bastante conhecido pelo turismo rural. As 63 cascatas e as famosas cavernas, que serviram de morada para os padres jesuítas, são atrações imperdíveis. Quem visita Celso Ramos não pode deixar de conhecer pelo menos um dos engenhos de cana-de-açúcar e apreciar a produção de açúcar mascavo, melado, cachaça, licor, dentre outras delícias típicas do município. Os ares calmos da cidade proporcionam aos celso ramenses vida longa. A expectativa de vida no município ultrapassa os 74 anos de idade. A mortalidade infantil está em 15,19 a cada mil nascimentos, e o analfabetismo encontra-se em 10,9%. O IDH é de 0,762 e os serviços básicos de energia elétrica, água encanada e coleta de lixo chegam a pouco mais de 92% da população.

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Regional Campos Novos – Celso Ramos

Latitude: 27º38’04” Longitude: 51º20’11” Área: 208,3 km Altitude: 778 m Cidades Próximas: Campos Novos, Abdon Batista, Anita Garibaldi, Piratuba Distrito: Santo Antônio Rodovias: SC-458 / SC-459 Rios: Canoas e Pelotas Região: Planalto Serrano População: 2.671 habitantes Eleitores: 2.404 Divisas: Com o estado do Rio Grande do Sul e os municípios de Campos Novos e Anita Garibaldi Distância da Capital: 405 km Clima: Mesotérmico úmido, sem estação seca, com verões frescos, apresentando temperatura média anual de 16,1ºC e precipitação total anual entre 1.500 e 1.600 mm Bacias Hidrográficas: Rio Canoas Mesorregião: Serrana Microrregião: Campos de Lages Associação dos Municípios: Associação dos Municípios do Planalto Sul Catarinense (AMPLASC) Economia: Baseada na agricultura, com destaque para a produção de cana-deaçúcar

299


Ibiam Dados Históricos `` Lei e Data de Criação: Lei nº 9.897, de 20/07/1995 `` Desmembramento: Tangará `` Gentílico: Ibianense `` Colonização: Italiana e alemã `` Data de Aniversário: 20 de julho

Dados Geográficos `` `` `` `` `` `` `` `` `` `` `` `` ``

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300

Latitude: 27º10’53” Longitude: 51º14’13” Área: 147,33km² Altitude: 724m Cidades Próximas: Tangará, Campos Novos, Videira, Ibicaré Rodovias: BR-470 / SC-455 Rios: Bonito, Cerro Azul, do Tigre e Leãozinho Região: Meio-Oeste População: 1.987habitantes Eleitores: 1.686 Divisas: Com os municípios de Tangará, Campos Novos e Ibicaré Distância da Capital: 442km Clima: Mesotérmico úmido, sem estação seca, com verões quentes, apresentando temperatura média anual de 17,5ºC e precipitação total anual de aproximadamente 1.900mm Bacias Hidrográficas: Rio do Peixe Mesorregião: Oeste Catarinense Microrregião: Joaçaba Associação dos Municípios: Associação dos Municípios do Alto Vale do Rio do Peixe (AMARP) Economia: Baseada na agricultura e pecuária

`` Ibiam tem sua economia baseada nas atividades agrícolas e pecuárias, com mais de 400 propriedades rurais

Parcerias na economia de Ibiam

A

colonização da região onde hoje se encontra o município de Ibiam começou em 1920, quando descendentes de imigrantes italianos e alemães, oriundos do Rio Grande do Sul, instalaram-se nas terras férteis e baratas. A emancipação político-administrativa do município aconteceu em 20 de julho de 1995, e sua instalação ocorreu em 1º de janeiro de 1997. A colonização das localidades próximas à estrada de ferro foi o grande impulso para o desenvolvimento dosnovospovoadose,apartirdessarealidade,começouverdadeiramenteahistóriadeprogressodaregiãooeste. O clima aconchegante e a tranquilidade local contribuem para a expectativa de vida da população, que chega a 76 anos. A mortalidade infantil no município está em 11,08 a cada mil nascimentos. Já o analfabetismo é de 9,6%. Em Ibiam o IDH atinge 0,809; os serviços básicos de energia elétrica e água encanada chegam a mais de 96% da população e a coleta de lixo é disponibilizada para pouco mais de 91% dos ibianenses. A base da economia está na agricultura, com destaque para o cultivo de milho, feijão, uva, mandioca e arroz. Também se planta fumo e criam-se suínos, aves e gado de leite. Os agricultores das quinhentas pequenas propriedades rurais da localidade trabalham em parceria com agroindústrias e cooperativas, o que lhes garante melhor resultado econômico.

Regional Campos Novos – Ibiam


Monte Carlo Dados Históricos `` Lei e Data de Criação: Lei nº 8.351, de 26/09/1991 `` Desmembramento: Campos Novos `` Gentílico: Montecarlense `` Colonização: Cabocla `` Outros: Capital Catarinense do Cabrito, Lei nº 12.873, de 22/01/2004 `` Data de Aniversário: 26 de setembro

Dados Geográficos `` `` `` `` ``

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`` Vista parcial do município de Monte Carlo

23 mil toneladas de maçã produzidas por ano

A

colonização do município de Monte Carlo teve início a partir de 1850, com a chegada da família Corrêa Mello, proveniente do Paraná. Em 26 de setembro de 1991, o município emancipou-se politicamente de Campos Novos, e sua instalação administrativa ocorreu em 1º de janeiro de 1993. As empresas madeireiras e reflorestadoras, que deram origem aos atuais contornos urbanos de Monte Carlo, ampliaram seu leque de atividades, apostando na industrialização da madeira, criação de suínos, pecuária de corte e de leite e iniciaram a cultura da maçã no município. O cultivo de milho, alho, feijão, cebola e soja também são praticados pelos montecarlenses. A caprinocultura é outro destaque de Monte Carlo, cujo foco é o fornecimento de carne e de leite. Atualmente, a produção agrícola representa metade da arrecadação do município, com destaque para a produção de maçã: são 23 mil toneladas ao ano. A outra metade vem da extração de madeira de reflorestamento. Localizado na região do Contestado, Monte Carlo serviu de base para concentração de forças militares em 1913, durante a Guerra do Contestado. O município abriga uma nascente de água, considerada benta e que, segundo a população, apresenta propriedades curativas por ter sido abençoada pelo monge João Maria, antecessor de José Maria. Em Monte Carlo, a expectativa de vida fica em torno dos 71 anos, e a mortalidade infantil está em 23,26 a cada mil nascimentos. A taxa de analfabetismo é de 13,7%, e o IDH é de 0,733. Mais de 95% da população é atendida pelos serviços de energia elétrica, água encanada e coleta de lixo.

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Regional Campos Novos – Monte Carlo

Latitude: 27º13’22” Longitude: 50º58’47” Área: 163,0km² Altitude: 942m Cidades Próximas: Curitibanos, Brunópolis, Fraiburgo, Videira, Campos Novos Rodovias: BR-470 / SC-456 Rios: Canoa, do Peixe, Leão, Marombas, Butiazinho, Taguaruçú e Ibicuí Região: Meio-Oeste População: 8.854 habitantes Eleitores: 6.867 Divisas: Com os municípios de Fraiburgo, Frei Rogério, Campos Novos e Tangará Distância da Capital: 353km Clima: Mesotérmico úmido, sem estação seca, com verões quentes, apresentando temperatura média anual de 16,1ºC e precipitação total anual entre 1.600 e 1.900mm Bacias Hidrográficas: Rio Canoas Mesorregião: Serrana Microrregião: Curitibanos Associação dos Municípios: Associação dos Municípios do Planalto Sul Catarinense (AMPLASC) Economia: Baseada na agricultura, com destaque para o cultivo de maçã e na extração de madeira de reflorestamento

301


Vargem Dados Históricos `` Lei e Data de Criação: Lei nº 8483 de 12/12/1991 / 8.737 de 07/07/1992 `` Desmembramento: Campos Novos `` Gentílico: Vargeanense `` Colonização: Miscigenação `` Data de Aniversário: 12 de dezembro

Dados Geográficos `` `` `` `` `` `` `` `` `` `` ``

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Latitude: 27º29’21” Longitude: 50º58’30” Área: 351,6km² Altitude: 768m Cidades Próximas: Abdon Batista, Brunópolis, Campos Novos. Rodovias: BR-282 / SC-456 Rios: Rios Canoas, do Peixe, Leão, Marombas, Butiazinho, Taquaruçu e Ibicuí Região: Meio-Oeste População: 3.110 habitantes Eleitores: 2.359 Divisas: Com os municípios de: Brunópolis, São José do Cerrito, Abdon Batista e Campos Novos Distância da Capital: 370Km Clima: Mesotérmico úmido, sem estação seca, com verões quentes, apresentando temperatura média anual de 16,1ºC e precipitação total anual entre 1.600 a 1.900mm Bacias Hidrográficas: Rio Canoas Mesorregião: Mesorregião Serrana Microrregião: Microrregião Curitibanos Associação dos Municípios: AMPLASC - Associação dos Municípios do Planalto Sul Catarinense Economia: Produtos Agrícolas Uva, feijão, soja, fumo e arroz

`` Igreja de Vargem, um patrimônio histórico de Santa Catarina

Antiga Vila do Rio da Vargem

O

povoamento da região começou em meados de 1940, por colonizadores de origem italiana, alemã, polonesa, portuguesa e cabocla, procedentes, principalmente, do litoral de Santa Catarina, do Paraná e de São Paulo. Em 1960, a então Vila do Rio da Vargem passou a distrito de Campos Novos e, em 12 de dezembro de 1991, emancipou-se politicamente, transformando-se no atual município de Vargem. Com o passar do tempo, desenvolveram-se atividades na agricultura, comércio e indústria. Inicialmente, a economia da cidade era baseada na extração de madeira das florestas de araucária que, devido ao corte intenso, deu espaço à agricultura, pecuária e reflorestamento comercial – atividades que hoje formam a base da economia local. A extração de araucária de reflorestamento é responsável por metade da arrecadação do município de Vargem. Já a agropecuária, com produção de milho, feijão, trigo, arroz, soja, fumo e leite, é responsável pela outra parcela. Em Vargem, 90% das famílias possuem seu pedaço de terra produtivo, tornando o êxodo rural praticamente inexistente. A expectativa de vida no município gira em torno dos 75 anos e a mortalidade infantil está em 14,87 a cada mil nascimentos. O analfabetismo atinge 11,6% da população. A energia elétrica é o serviço básico que atende a maior parte da população: pelo menos 94% dos vargeanenses têm acesso ao serviço. A água encanada atende a pouco mais de 90% da população, enquanto a coleta de lixo chega a apenas 88% dos cidadãos. Em Vargem, o IDH é de 0,768.

Regional Campos Novos – Vargem


Zortéa Dados Históricos `` Lei e Data de Criação: Lei nº 10.310, de 30/12/1996 `` Desmembramento: Campos Novos `` Gentílico: Zorteense `` Colonização: Ítalo-germânica `` Data de Aniversário: 29 de dezembro

Dados Geográficos `` `` `` `` `` `` ``

`` Município datado de 1930, fundado às margens do Rio Pelotas, na divisa entre Santa Catarina e Rio Grande do Sul

No início era apenas uma madeireira

A

história de Zortéa começou em 1930, com a chegada dos fazendeiros paulistas, Cipriano Rodrigues de Almeida e Felisberto dos Santos, que deram início à colonização da região. A partir de 1939, começaram a chegar os descendentes de italianos. Dentre eles, a família Dambros, que instalou uma serraria, iniciando o processo madeireiro no município. Passados alguns anos, outros dois italianos interessaram-se pelo negócio e transformaram a serraria na madeireira Zortéa S.A., existente até hoje no município. Assim, surgiu a primeira vila operária. Em 29 de dezembro de 1995, Zortéa obtém sua emancipação, tornando-se município. Essencialmente agrícola, Zortéa produz milho, soja, trigo, feijão e arroz. Além disso, participa do sistema integrado com a Perdigão, que inclui o trabalho de setecentas famílias. Cerca de 10% do ICMS do município vêm da madeireira Zortéa, com mais de cem empregados. Avicultura, gado leiteiro, matrizes de suínos e gado de corte também fazem parte da produção. Em Zortéa, a expectativa de vida passa dos 74 anos e a mortalidade infantil é de 14,87 a cada mil nascimentos. O analfabetismo está em 7,7%, e o IDH no município é de 0,798. Os serviços de energia elétrica, água encanada e coleta de lixo chegam a praticamente toda a população.

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Regional Campos Novos – Zortéa

Latitude: 27º27’05” Longitude: 51º33’19” Área: 189,7km² Altitude: 834m Cidades Próximas: Ouro, Capinzal, Lacerdópolis, Piratuba Rodovias: BR-470 / SC-458 Rios: Canoas, do Peixe, Leão, Marombas, Butiazinho e Taguaruçu Região: Meio-Oeste População: 2.868 habitantes Eleitores 2.136 Divisas: Com o estado do Rio Grande do Sul e os municípios de Campos Novos e Capinzal Distância da Capital: 454km Clima: Mesotérmico úmido, sem estação seca, com verões quentes, apresentando temperatura média anual de 16,1ºC e precipitação total anual entre 1.600 e 1.900mm Bacias Hidrográficas: Rio Canoas Mesorregião: Serrana Microrregião: Curitibanos Associação dos Municípios: Associação dos Municípios do Planalto Sul Catarinense (AMPLASC) Economia: Baseada na agropecuária e na agricultura, onde os principais cultivos são soja, milho e trigo

303


Regional Joaçaba

`` Região conta ainda hoje com diversos pontos de mata Atlântica preservada

304

Regional Joaçaba


Catanduvas Dados Históricos `` Lei e Data de Criação: Lei nº 869, 22/01/1963 `` Desmembramento: Joaçaba `` Gentílico: Catanduvense `` Colonização: Italiana, alemã e polonesa `` Outros: Capital Catarinense do Chimarrão, Lei nº 11.836, de 10/07/2001 `` Data de Aniversário: 16 de março

Dados Geográficos `` `` `` `` ``

`` Ervateira Catanduvas, uma das cinco instaladas na cidade, principal fonte de renda dos moradores

Paixão pelo chimarrão

O

município de Catanduvas, que também foi palco da Guerra do Contestado entre 1912 e 1916, começou a ser colonizado no início do século XX, por trabalhadores da estrada de ferro próxima ao rio do Peixe. Os trabalhadores, descendentes de imigrantes italianos, alemães e poloneses, desenvolveram a agricultura de subsistência e o cultivo dos ervais, que levaram o município a receber o título de Capital Catarinense do Chimarrão. As cinco ervatarias de Catanduvas contribuem para a geração de empregos e fazem da erva-mate produzida na cidade, há mais de cinquenta anos, um sinônimo de tradição. O desenvolvimento do município está ligado também a outras indústrias, como o Grupo Perdigão – com a maior fábrica de rações e a maior granja produtora de ovos da América Latina –, e a Sadia – com uma granja de matrizes de aves e um centro de estudos para desenvolvimento genético. Os setores madeireiro, de transporte de cargas, comercial, de prestação de serviços e de reflorestamento de pinus também contribuem para o crescimento econômico. O turismo rural, em expansão no município, é outra faceta de Catanduvas, atualmente pertencente à Rota do Chimarrão. A cultura da erva-mate e o hábito do chimarrão são o orgulho dos habitantes do município. Os catanduvenses vivem em média 72 anos, e a mortalidade infantil encontra-se em 21,48 a cada mil nascimentos. O analfabetismo é de 10,01%. Os serviços básicos de energia elétrica, água encanada e coleta de lixo chegam a mais de 98% dos moradores da cidade. O IDH de Catanduvas está na média estadual, atingindo 0,790.

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Regional Joaçaba – Catanduvas

Latitude: 27º04’14” Longitude: 51º39’42” Área: 198,4km² Altitude: 945m Cidades Próximas: Joaçaba, Jaborá, Irani, Vargem Bonita, Água Doce Rodovias: BR-282 / SC-454 / SC-463 Rios: Irani, Tunal e Jacutinga Região: Meio-Oeste População: 8.733 habitantes Eleitores: 6.635 Divisas: Com os municípios de Água Doce, Joaçaba, Jaborá, Irani e Vargem Bonita Distância da Capital: 480km Clima: Mesotérmico úmido, sem estação seca, com verões frescos, apresentando temperatura média anual de 16,9ºC e precipitação anual entre 1.900 e 2.200mm Bacias Hidrográficas: Rio Jacutinga Mesorregião: Oeste Catarinense Microrregião: Joaçaba Associação dos Municípios: Associação dos Municípios do Meio Oeste Catarinense (AMMOC) Economia: Produtos Agrícolas, como o milho, fumo, soja, feijão e o trigo

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Herval d’Oeste Dados Históricos `` Lei e Data de Criação: Lei nº 133, de 30/12/1953 `` Desmembramento: Joaçaba `` Gentílico: Hervalense `` Colonização: Italiana `` Outros: Capital Catarinense da Alfafa, Lei nº 12.594, de 04/07/2003 `` Data de Aniversário: 25 de agosto

Dados Geográficos `` `` `` `` ``

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Latitude: 27º10’18” Longitude: 51º29’48” Área: 222,405km² Altitude: 520m Cidades Próximas: Joaçaba, Campos Novos, Luzerna, Erval Velho, Lacerdópolis, Capinzal Rodovias: BR-282 / SC-303 Rios: Peixe e Barra Verde Região: Meio-Oeste População: 18.942 habitantes Eleitores: 14.243 Divisas: Com os municípios de Ibicaré, Campos Novos, Erval Velho, Lacerdópolis, Joaçaba e Luzerna Distância da Capital: 414km Clima: Mesotérmico úmido, sem estação seca, com verões quentes, apresentando temperatura média anual de 18ºC e precipitação anual de aproximadamente 1.900mm Bacias Hidrográficas: Rio do Peixe Mesorregião: Oeste Catarinense Microrregião: Joaçaba Associação dos Municípios: Associação dos Municípios do Meio Oeste Catarinense (AMMOC) Economia: Baseada na agroindústria e no comércio

`` Região antes habitada por índios Kaingang e Xokleng, hoje é uma das cidades mais importantes de Santa Catarina

Celeiro de grandes indústrias

O

município de Herval d’Oeste, localizado no meio oeste catarinense – Vale do rio do Peixe –, era um latifúndio pertencente a antigos tropeiros que conduziam tropas de gado para a região das antigas minas de ouro de Minas Gerais, no século XVIII. A colonização propriamente dita do atual município de Herval d’Oeste começou com a abertura da Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande, em 1908. Com o transcorrer dos anos, Herval – que significa antigo armazém de erva-mate – tornou-se conhecido, graças à afluência de seus colonizadores, em sua maioria, imigrantes de italianos ou seus descendentes. A emancipação de Herval d’Oeste aconteceu em 30 de dezembro de 1953. A economia do município de Herval d’Oeste está fundamentada na agroindústria e no comércio. O município abriga um incubatório da empresa Perdigão, considerado o maior da América Latina. Na agricultura, o destaque fica por conta da alfafa, principal produto cultivado no município, o qual deu a Herval d’Oeste o título de “Capital Catarinense da Alfafa”. A lavoura é sustentada, ainda, pela cultura do fumo, feijão e milho e é caracterizada na pequena propriedade rural, de mão-de-obra familiar e com pouca mecanização. A infraestrutura turística do município ainda é tímida, mas, por localizar-se próximo ao município de Joaçaba – que dispõe de ótimo comércio, serviços, rede hoteleira e restaurantes –, o turista pode facilmente aproveitar as belezas de Herval d’Oeste. Entre os pontos turísticos do município, o destaque fica por conta do prédio da Estação Ferroviária, que abriga os trens da rede ferroviária, hoje desativados, e que fazem parte da memória histórica de Herval d’Oeste. Os hervalenses vivem, aproximadamente, 72 anos e a mortalidade infantil no município está em 19,74 a cada mil nascimentos. Serviços básicos como energia elétrica, água encanada e coleta de lixo chegam a mais de 98% da população. A taxa de analfabetismo é de 7,5%. O IDH em Herval d’Oeste atinge 0,798.

Regional Joaçaba – Herval d’Oeste


Ibicaré Dados Históricos `` Lei e Data de Criação: Lei nº 815, de 30/03/1962 `` Desmembramento: Joaçaba, Herval D’Oeste e Tangará `` Gentílico: Ibicarense `` Colonização: Italiana e alemã `` OUtros: Capital Catarinense do Rodeio, Lei nº 12.075, de 27/12/2001 `` Data de Aniversário: 1º de maio

Dados Geográficos `` `` `` `` ``

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`` Monumento que homenageia a capital catarinense dos rodeios

Ibicaré incentiva empresas iniciantes

H

abitada por índios até 1900, a região onde hoje se encontra o município de Ibicaré passou a ser colonizada, a partir dessa data, por imigrantes luso-brasileiros e descendentes de italianos, vindos principalmente do Rio Grande do Sul e do litoral catarinense. O município foi fundado em 1º de maio de 1962. A principal atividade econômica de Ibicaré é a agricultura, com o cultivo de milho, soja e arroz. A suinocultura e a avicultura também merecem destaque. O sistema integrado com as agroindústrias proporciona parcerias dos criadores de gado leiteiro com a empresa Tirol. As propriedades rurais caracterizam-se pela agricultura de subsistência, com predominância de mãode-obra familiar. O projeto Incubadora, implantado pela prefeitura, em 1992, incentiva as miniempresas do setor terciário. Em uma casa antiga de dois andares, no centro, há fábricas de móveis artesanais, estofados, móveis convencionais, telas de arame, comida congelada, roupas e calçados. As empresas iniciantes estão isentas de aluguel e impostos enquanto crescem, investindo seus recursos em matéria-prima e equipamentos. O projeto é pioneiro no Brasil. Os ares do interior contribuem para a qualidade de vida dos ibicarenses, que vivem em média 74 anos. A mortalidade infantil está em 15,51 para cada mil nascimentos. O analfabetismo afeta 7,1% da população. Os serviços básicos de energia elétrica, água encanada e coleta de lixo atendem a praticamente 100% da população. O IDH é de 0,804, considerado alto relativamente aos demais municípios catarinenses.

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Regional Joaçaba – Ibicaré

Latitude: 27º05’31” Longitude: 51º21’54” Área: 163km² Altitude: 550m Cidades Próximas: Herval D’Oeste, Joaçaba, Luzerna, Pinheiro Preto, Tangará, Treze Tílias Rodovias: SC-303 / SC-545 Rios: do Peixe, São Bento e Estreito Região: Meio-Oeste População: 3.390 habitantes Eleitores: 2.652 Divisas: Com os municípios de Treze Tílias, Iomerê, Pinheiro Preto, Tangará, Ibiam, Herval D’Oeste, Luzerna e Água Doce Distância da Capital: 490km Clima: Mesotérmico úmido, sem estação seca, com verões quentes, apresentando temperatura média anual de 17,9ºC e precipitação total anual de aproximadamente 1.900mm Bacias Hidrográficas: Rio do Peixe Mesorregião: Oeste Catarinense Microrregião: Joaçaba Associação dos Municípios: Associação dos Municípios do Meio Oeste Catarinense (AMMOC) Economia: Baseada na agricultura e na suinocultura

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Lacerdópolis Dados Históricos `` Lei e Data de Criação: Lei nº 932, de 11/11/1963 `` Desmembramento: Ouro `` Gentílico: Lacerdopolitano `` Colonização: Italiana `` Data de Aniversário: 11 de novembro

Dados Geográficos `` `` `` `` `` `` `` `` `` `` ``

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Latitude: 27º26’0” Longitude: 51º55’6” Área: 62km² Altitude: 540m Cidades Próximas: Capinzal, Joaçaba, Herval do Oeste, Luzerna, Ouro Rodovias: BR-282 / SC-303 / SC-458 Rios: do Peixe, Lajeado, Pato, Arroio do Burro e Arroio dos Porcos Região: Meio-Oeste População: 2.190 habitantes Eleitores: 1.746 Divisas: Com os municípios de Joaçaba, Herval d’Oeste, Capinzal, Erval Velho e Ouro Distância da Capital: 426km Clima: Mesotérmico úmido, sem estação seca, com verões frescos, apresentando temperatura média anual de 18ºC e uma precipitação total anual de aproximadamente 2.000mm Bacias Hidrográficas: Rio do Peixe Mesorregião: Oeste Catarinense Microrregião: Joaçaba Associação dos Municípios: Associação dos Municípios do Meio Oeste Catarinense (AMMOC) Economia: Baseada na agricultura e suinocultura

`` Ponte sobre o Rio do Peixe, o mais importante da região

A antiga vila Barra Fria

L

ocalizado às margens do rio do Peixe, Lacerdópolis começou a ser colonizada no início do século XX, a partir da construção da estrada de ferro que ligaria o Rio Grande do Sul a São Paulo. Em novembro de 1963, a então vila de Barra Fria torna-se Lacerdópolis, uma homenagem ao governador Jorge Lacerda, morto num acidente aéreo. O pequeno município tem sua economia baseada na criação de suínos e no cultivo do milho, vendido para a indústria alimentícia. Mais da metade de sua população vive no campo, em minifúndios, sustentando-se principalmente da suinocultura e do cultivo de milho. São cerca de 225 sítios, trabalhando integrados com as indústrias alimentícias Sadia, Chapecó e Perdigão. A tradição de criar suínos foi trazida pelos imigrantes italianos – para sobreviver, eles precisavam de animais que, em pouco tempo, estivessem prontos para o abate (cinco meses, no caso dos suínos). Com menor expressão, destacam-se a avicultura, o cultivo de trigo, a criação de gado de corte e de leite e o plantio de feijão e de arroz. A vida calma do campo faz com que a expectativa de vida dos lacerdopolitanos atinja os 76 anos. A mortalidade infantil no município é de 10,90 para cada mil nascimentos. Já o analfabetismo atinge 9,7% dos moradores. Os serviços básicos de água encanada, energia elétrica e coleta de lixo chegam a praticamente 100% da população e o IDH é alto, atingindo 0,854.

Regional Joaçaba – Lacerdópolis


Luzerna Dados Históricos `` Lei e Data de Criação: Lei nº 10.050, 29/12/1995 `` Desmembramento: Joaçaba `` Gentílico: Luzernense `` Colonização: Ítalo-germânica `` Data de Aniversário: 25 de agosto

Dados Geográficos `` `` `` `` ``

`` Em 1915, o engenheiro Henrique Hacker decidiu iniciar uma colonização particular, dando início à grande Luzerna de hoje

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Qualidade de vida elevada

A

história do município de Luzerna teve início por volta de 1915, com a criação da então Sociedade Sul Brasileira Henrique Hacker & Cia. que, em 1916, começou a receber os primeiros colonizadores, vindos do Rio Grande do Sul. A maioria dos moradores da colônia era formada por alemães ou descendentes, além de italianos e austríacos. A cidade emancipou-se em 29 de dezembro de 1995. Luzerna é famosa também por ser a terra natal do Arcebispo do Rio de Janeiro, Euzébio Cardeal Scheid, amigo do Papa João Paulo II. Atualmente, o ramo metal-mecânico é a principal atividade econômica do município, mas, a agropecuária, com uma produção de quinze mil toneladas no ano, também merece destaque. As pequenas propriedades rurais são utilizadas para a criação de gado leiteiro e culturas de subsistência. Luzerna possui boa infraestrutura urbana, decorrente dos investimentos feitos pela prefeitura de Joaçaba ao longo dos anos. Típico município do interior, Luzerna oferece boa qualidade de vida aos moradores, que vivem em média 78 anos. A mortalidade infantil no município está em 8,40 para cada mil nascimentos. A taxa de analfabetismo é de 4%. Serviços como energia elétrica, água encanada e coleta de lixo chegam a praticamente todos os moradores. O IDH em Luzerna é considerado alto, atingindo 0,855.

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Regional Joaçaba – Luzerna

Latitude: 27º10’22” Longitude: 51º30’23” Área: 116,7km² Altitude: 511m Cidades Próximas: Herval d’Oeste, Ibicaré, Joaçaba, Água Doce Rodovias: BR-282 / SC-303 / SC-452 Rios: do Peixe, da Limeira e do Estreito Região: Meio-Oeste População: 5.391 habitantes Eleitores: 4.245 Divisas: Com os municípios de Água Doce, Ibicaré, Herval d’Oeste e Joaçaba Distância da Capital: 417km Clima: Mesotérmico úmido, sem estação seca, com verões quentes, apresentando temperatura média anual de 19,66ºC e uma precipitação entre 1600 mm e 2400mm Bacias Hidrográficas: Rio do Peixe Mesorregião: Oeste Catarinense Microrregião: Joaçaba Associação dos Municípios: Associação dos Municípios do Meio Oeste Catarinense (AMMOC) Economia: Baseada na agropecuária

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Regional Maravilha

`` Natureza exuberante da regi達o, com rios e cachoeiras entre matas nativas

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Regional Maravilha


Bom Jesus do Oeste Dados Históricos `` Lei e Data de Criação: Lei nº 9.893, de 19/07/1995 `` Desmembramento: Modelo `` Gentílico: Bonjesuense `` Colonização: Alemã e italiana `` Data de Aniversário: 19 de julho

Dados Geográficos `` `` `` `` `` `` ``

`` Um povoamento que surgiu nos moldes de outros da região, com seus migradores vindos em busca de solo fértil

Região com terra fértil

A

colonização de Bom Jesus do Oeste é semelhante ao povoamento dos municípios da região, que receberam, na década de 1940, grupos de descendentes de imigrantes alemães e italianos oriundos, principalmente, do Rio Grande do Sul. O município foi criado em 19 de julho de 1995, após seu desmembramento de Modelo. Com araucárias em abundância, a região despertou, na época, o interesse do fundador da vila, Sr. Gustavo Osvaldo Sehnem, que instalou uma serraria para a exploração da madeira. Com o passar do tempo, foram sucedendo-se processos migratórios, com predomínio de teuto-brasileiros, descendentes de italianos, alemães e poloneses. Atualmente, as terras férteis, os recursos naturais abundantes e as chuvas regulares favorecem a agricultura, principal fonte de renda do município. As principais culturas são o milho e o fumo, seguidos pelo feijão, soja, laranja e trigo. Destaque também para a pecuária de leite, a avicultura, a suinocultura e a piscicultura. A industrialização de produtos agropecuários nos grandes municípios da região surge como alternativa econômica. A população bonjesuense vive em média 75 anos e a mortalidade infantil no município está 14,06 a cada mil nascimentos. A taxa de analfabetismo em Bom Jesus do Oeste está 7,5%. A energia elétrica chega a mais de 97% dos cidadãos, a água encanada atende a mais de 92% dos bonjesuenses e a coleta de lixo chega a, pelo menos, 88% dos moradores. O IDH de Bom Jesus do Oeste é de 0,785.

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Regional Maravilha – Bom Jesus do Oeste

Latitude: 26º41’23” Longitude: 53º05’54” Área: 68km² Altitude: 700m Cidades Próximas: Saltinho, Tigrinhos, Serra Alta, Modelo, Sul Brasil, Pinhalzinho Rodovias: SC-469 Rios: Burro Branco, das Flores, Jundiá, Saudades e Três Voltas Região: Extremo-Oeste População: 2.026 habitantes Eleitores: 1.684 Divisas: Com os municípios de Saltinho, Serra Alta, Modelo, Maravilha, Trigrinhos e Santa Terezinha do Progresso Distância da Capital: 635km Clima: Subtropical a temperado, com quatro estações bem definidas, sem estação seca, sendo a precipitação pluviométrica de 1800mm. A temperatura média anual é de 20º C Bacias Hidrográficas: Rio Chapecó Mesorregião: Oeste Catarinense Microrregião: Chapecó Associação dos Municípios: Associação dos Municípios do Entre Rios (AMERIOS) Economia: Produtos Agrícolas como milho, soja, mandioca, fumo e feijão

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Modelo Dados Históricos `` Lei e Data de Criação: Lei nº 780, de 07/12/1961 `` Desmembramento: São Carlos `` Gentílico: Modelense `` Colonização: Alemã e italiana `` Data de Aniversário: 30 de dezembro

Dados Geográficos `` `` `` `` ``

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Latitude: 26º46’42” Longitude: 53º03’19” Área: 92,717km² Altitude: 700m Cidades Próximas: Serra Alta, Bom Jesus do Oeste, Pinhalzinho, Iraceminha, São Miguel do Oeste Rodovias: BR-282 / SC-469 / SC-479 Rios: Burro Branco, das Flores, Jundiá, Saudades e Três Voltas Região: Extremo-Oeste População: 3.772 habitantes Eleitores: 2.819 Divisas: Com os municípios de Bom Jesus do Oeste, Serra Alta, Sul Brasil, Pinhalzinho, Saudades, Cunha Porã e Maravilha Distância da Capital: 650km Clima: Mesotérmico úmido - Cfa, com verões quentes, apresentando temperatura média anual de 17,8ºC e precipitação total anual de aproximadamente 2.200mm Bacias Hidrográficas: Rio Chapecó Mesorregião: Oeste Catarinense Microrregião: Chapecó Associação dos Municípios: Associação dos Municípios do Entre Rios (AMERIOS) Economia: Baseada na agricultura, indústria e comércio

`` Economia modelense baiseia-se principalmente na agricultura, indústria e pecuária

Destaque para as indústrias moveleiras

O

município de Modelo foi colonizado por alemães e italianos, a partir de 1949, com a chegada dos primeiros moradores, vindos do Rio Grande do Sul. Dedicavam-se, principalmente, à agricultura. Modelo pertenceu aos municípios de Chapecó e de São Carlos, até 1961, quando se emancipou tornando-se o atual município. A economia modelense está alicerçada na agricultura, indústria e pecuária. Destacam-se, no município, a indústria moveleira e a de confecções, agroindústrias familiares, criação de aves e suínos, gado de corte e leiteiro. Os modelenses vivem aproximadamente 72 anos. A mortalidade infantil está em 19,55 para cada mil nascimentos. A taxa de analfabetismo é de 8,3%. A energia elétrica chega a mais de 97% da população; a água é um serviço que atende a 93% e a coleta de lixo, a 92% dos moradores.

Regional Maravilha – Modelo


Tigrinhos Dados Históricos `` Lei e Data de Criação: Lei nº 9.921, de 29/09/1995 `` Desmembramento: Maravilha `` Gentílico: Tigrinhense `` Colonização: Alemã e italiana `` Data de Aniversário: 29 de setembro

Dados Geográficos `` `` `` `` ``

`` `` `` Na década de 50 começaram a chegar os descendentes de imigrantes atraídos pelos imensos pinheirais de Tigrinhos

Antigos pinheirais

O

município de Tigrinhos começou a ser colonizado a partir de 1950, quando começaram a chegar à região os primeiros imigrantes descendentes de italianos e alemães, que, na época, era habitada unicamente por caboclos. Vindos principalmente do Rio Grande do Sul, os primeiros colonizadores chegaram atraídos pelos imensos pinheirais. Tigrinhos é uma cidade onde a maioria da população é adulta – a maior parte dos habitantes tem mais de 55 anos. Após o fim do ciclo da madeira, o município vive da agropecuária, com destaque para o fumo, seguido pelo feijão, milho e soja, além da criação de gado de leite. Os tigrinhenses vivem aproximadamente 72 anos e a mortalidade infantil no município está em 21,80 a cada mil nascimentos. O analfabetismo afeta 13,9% dos moradores. A energia elétrica chega a mais de 92% dos moradores, o serviço de água encanada atende a 83% e a coleta de lixo chega a apenas 20% da população. Já o IDH municipal está na média estadual, atingindo o índice de 0,741.

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Regional Maravilha – Tigrinhos

Latitude: 26º41’16” Longitude: 53º09’29” Área: 57km² Altitude: 732m Cidades Próximas: Santa Terezinha do Progresso, Bom Jesus do Oeste, Maravilha, São Miguel da Boa Vista Rodovias: SC-492 Rios: Traíras, das Flores, Iraceminha e Sargento Região: Extremo-Oeste População: 1.741 habitantes Eleitores: 1.550 Divisas: Com os municípios de Santa Terezinha do Progresso, Bom Jesus do Oeste, Maravilha e São Miguel da Boa Vista Distância da Capital: 700km Clima: Mesotérmico úmido - Cfa, com verões quentes, apresentando temperatura média anual de 18,3ºC e precipitação total anual de 2.200mm Bacias Hidrográficas: Rio das Antas Mesorregião: Oeste Catarinense Microrregião: Chapecó Associação dos Municípios: Associação dos Municípios do Entre Rios (AMERIOS) Economia: Baseada na agricultura

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Três Poderes O sistema governamentista

N

a ciência política atual, a teoria mais aceita como forma ideal de governo é conhecida como ”A Teoria da Separação dos Poderes”, ou “Tripartição dos Poderes de Estado”, que tem como mentor o filósofo iluminista francês Charles de Montesquieu, inspirado pelo inglês Jonh Locke e pelo grego Aristóteles, que ja haviam desenvolvidos teorias nesta área da ciência. Descontente com o abuso do poder real, Montesquieu conclui que “só o poder freia o poder”, no chamado “Sistema de Freios e Contrapesos” (Checks and balances). Em sua obra-prima, “O Espírito das Leis”, Montesquieu trabalha com as relações das leis de uma nação e defende a teoria do constitucionalismo, em que a autoridade do governo é repartida por meios legais, para evitar assim o acúmulo de poder e consequentemente o arbítrio deste. Para o filósofo, os poderes deveriam ser divididos em Executivo, Legislativo e Judiciário, cada qual com suas áreas diferentes para atuar, e totalmente soberanos, sem que nenhum se sobrepusesse ao outro. Essa nova forma de governo, com a quebra no monopólio de poder, influenciou novas nações que estavam surgindo como os Estados Unidos da América e o Brasil republicano. Os Estados da República Federativa do Brasil são regidos pela Carta Magna, que, no artigo 32, define o modelo de governo, inspirado na teoria de Montesquieu e da divisão dos três poderes harmônicos e independentes entre si: Executivo, Legislativo e Judiciário. O Poder Executivo nos 26 estados da União, incluindo Santa Catarina, mais o Distrito Federal, é exercido pelo governador e vice-governador, auxiliados pelos secretários estaduais, indicados diretamente pelo governador. O Artigo 64 da Constituição reza que qualquer cidadão brasileiro, filiado a um partido e maior de 30 anos, pode concorrer ao pleito, eleitos por voto direto, em que um candidato obtenha a maioria absoluta dos votos de todo eleitorado. A vigência do mandato é de quatro anos, com direito a uma reeleição para cada mandato. Cabe ao Poder Executivo executar as leis já existentes e de implementar novas leis, segundo a necessidade do Estado sempre visando ao bem-estar do povo. O Poder Legislativo é exercido pela Assembléia Legislativa do Estado que têm nos

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deputados estaduais as figuras representantes do povo que os elege. O mandato também tem duração de quatro anos e não há limites para a reeleição. São funções do Poder Legislativo elaborar normas de direito de abrangência geral ou individual, que são aplicadas a toda sociedade, objetivando a satisfação desta, fiscalizar o Poder Executivo e votar leis orçamentárias. Como regra geral, a Justiça Estadual compõe-se de duas instâncias, o Tribunal de Justiça (TJ) e os juízes estaduais. Os Tribunais de Justiça dos Estados possuem competências definidas na Constituição Federal, bem como na Lei de Organização Judiciária dos Estado. Basicamente, o TJ tem a competência de, em segundo grau, reformar as decisões dos juízes e, em primeiro grau, determinar ações em face de determinadas pessoas. Os integrantes dos TJs são chamados desembargadores. Os juízes estaduais são os chamados juízes de direito. O Tribunal do Júri, garantia constitucional, é o único órgão judicial com participação popular, quando a população representada pelos sete jurados julga os seus semelhantes nos crimes contra a vida (homicídio, infanticídio, aborto, instigação e auxílio ao suicídio). O julgamento compete aos jurados – juízes do fato –, e a sessão do Júri é comandada pelo juiz estadual, que aplica apenas a pena em caso de condenação ou declara a absolvição. A decisão sobre a absolvição ou condenação do réu é exclusiva dos jurados.

`` Montesquieu, filósofo autor da teoria dos três poderes, ao lado, a bandeira do Estado de Santa Catarina


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Poder Executivo Estadual Luis Henrique da Silveira / Governador – PMDB

N

ascido em 25/02/1940, natural de Blumenau, filho do jornalista Moacyr Iguatemy da Silveira e da costureira Delcides (Tide) Clímaco da Silveira, e casado com a brusquense Ivete Marli Appel da Silveira. Luiz Henrique é pai do administrador de empresas Cláudio e da cantora Márcia da Silveira – mais conhecida pelo nome artístico Márcia Mell. Tem dois netos: Artur e Henrique. `` `` `` `` `` ``

Deputado Estadual por um mandato Deputado Federal por cinco mandatos Ministro da Ciência e Tecnologia Presidente Nacional do PMDB Prefeito de Joinville, em Santa Catarina, por três mandatos (1977 a 1982; 1996 a 2000; 2001 a 2004) Eleito em 2002 e reeleito em 2006 pelo PMDB. Único governador reeleito em Santa Catarina

Leonel Pavan / Vice-Governador – PSDB

N

asceu em Sarandi (RS), em 07/09/1954. Filho de Rodesindo Pavan, já falecido, e de Rosina Pavan. Veio, ainda criança, residir em Santa Catarina, na cidade de Ponte Serrada, no oeste catarinense. Casado com Maria Bernardete Pavan, pai de Juliana Pavan e Leonel Pavan Junior. `` `` `` `` ``

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Três Poderes

Vereador de Balneário Camboriú (1983 a 1988) Prefeito de Balneário Camboriú por três vezes (1989 a 1992; 1997 a 2000; 2001 a 2002) Deputado Federal Senador da República Vice-Governador


`` Sede do Centro Administrativo do Governo, em reunião entre o governador e secretários

Colegiado catarinense ORGÃOS DE ASSESSORAMENTO IMEDIATO `` Secretaria Executiva da Casa Militar CEL. PM João Luis Botelho – Secretário `` Procuradoria Federal do Estado Sadi Lima – Procurador-Geral SECRETARIAS DO ESTADO `` Secretaria de Estado da Administração José Nei Alberton Ascari – Secretário de Estado `` Secretaria Executiva da Casa Militar Cel. PM João Luiz Botelho – Secretário Executivo `` Secretaria de Estado da Administração José Nei Alberton Ascari – Secretário de Estado `` Secretaria de Estado de Coordenação e Articulação Valdir Vital Cobalchini – Secretário de Estado

`` Secretaria de Estado de Comunicação Derly Massaud de Anunciação – Secretário de Estado

`` Secretaria Executiva do Projeto Microbacias 2 Athos de Almeida Lopes – Presidente

`` Secretaria de Estado da Fazenda Antonio Marcos Gavazzoni – Secretário de Estado

`` Secretaria de Estado da Assistência Social, Trabalho e Habitação Dalva de Luca Dias – Secretária de Estado

`` Secretaria Executiva de Gestão dos Fundos Estaduais Cleverson Siewert – Secretário `` Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa do Cidadão Ronaldo José Benedet – Secretário de Estado `` Secretaria Executiva da Justiça e Cidadania Justiniano de Almeida Pedroso – Secretário `` Comando Geral do Corpo de Bombeiros CEL BM Álvaro Maus – Comandante-Geral `` Departamento Estadual de Defesa Civil Major PMSC Márcio Luis Alves – Diretor-Estadual

`` Secretaria Executiva de Políticas Sociais de Combate à Fome João Fachini – Secretário `` Secretaria de Estado da Educação Paulo Roberto Bauer – Secretário de Estado `` Secretaria de Estado da Infraestrutura Romualdo Theophanes França Junior – Secretário de Estado `` Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e Esporte Gilmar Knaesel – Secretário

`` Secretaria de Estado da Articulação Estadual Lirio Rosso – Secretário Executivo

`` Polícia Civil Maurício José Eskudlark – Delegado-Geral

`` Sistema Estadual de Incentivo ao Turismo, Esporte e Cultura Gerson Ávila – Secretário

`` Secretaria Executiva de Assuntos Estratégicos Alexandre Fernandes – Secretário

`` Secretaria de Estado do Planejamento Altair Guidi – Secretário de Estado

`` Secretaria de Estado da Saúde Luiz Eduardo Cherem – Secretário de Estado

`` Secretaria Executiva de Articulação Nacional Geraldo Althoff – Secretário

`` Secretaria de Estado da Agricultura e Desenvolvimento Rural Antonio Ceron – Secretário

`` Secretaria Especial de Articulação Internacional Vinícius Lummertz - Secretário-Especial

Poder Executivo Estadual

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Secretaria de Desenvolvimento Regional A descentralização

E

m 2003, o governador do Estado de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira, por meio de Lei Complementar nº 243/2003, criou no estado catarinense Secretarias de Desenvolvimento Regional. Esse audacioso projeto ficou conhecido por descentralização. Essa reforma administrativa trouxe ao estado um modelo de gestão federativo-cooperativo que se opõe ao antigo federalismo centralizado. Esse novo modelo de governo tem como objetivo principal o fortalecimento da sociedade e o desenvolvimento regional equilibrado. São ao todo 36 Secretarias de Desenvolvimento Regional que trabalham como órgãos oficiais do governo, desenvolvendo, planejando, articulando, bem como operacionalizando as ações desejadas pela sociedade civil e governos locais. Foram criados também os Conselhos de Desenvolvimento Regional que atuam como fóruns permanentes das regionais, identificando as vocações e potencialidades, desenvolvendo projetos para apresentarem ao governo central e acompanhando a aplicação das verbas no orçamento. Assim é a descentralização no governo catarinense, um projeto audacioso e pioneiro no Brasil, que veio para fortalecer a democracia e dar realmente a chance aos catarinenses exporem suas reais necessidades. A brilhante ideia da descentralização do plano de governo 2003/2010 mostra a acertiva visão aquilar do governador que tem feito escola – tendo sido procurado por vários estados como modelo de gestão, haja vista que, recentemente, o Governo de Tocantins veio conhecer o inovador modelo.

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Três Poderes

`` Descentralização é uma das principais bandeiras do Governo de LHS, na foto acima, reunião dos Secretários com o Governador LHS (dir.)


Secretarias regionais, seus secretários e os municípios de abrangência `` Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional de Araranguá: Heriberto Afonso Schmidt - Secretário ABRANGÊNCIA: Balneário Arroio do Silva, Balneário Gaivota, Ermo, Jacinto Machado, Maracajá, Meleiro, Morro Grande, Passo de Torres, Praia Grande, Santa Rosa do Sul, São João do Sul, Sombrio, Timbé do Sul e Turvo

`` Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional da Grande Florianópolis: Valter José Gallina - Secretário ABRANGÊNCIA: Águas Mornas, Angelina, Anitápolis, Antônio Carlos, Biguaçu, Florianópolis, Governador Celso Ramos, Palhoça, Rancho Queimado, Santo Amaro da Imperatriz, São Bonifácio, São Pedro de Alcântara e São José

`` Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional de Blumenau: Paulo Roberto Tesserolli França - Secretário ABRANGÊNCIA: Gaspar, Pomerode, Luiz Alves e Ilhota

`` Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional de Ibirama: Aldo Schneider - Secretário ABRANGÊNCIA: Apiúna, Dona Emma, José Boiteux, Lontras, Presidente Getúlio, Presidente Nereu, Vitor Meirelles e Witmarsum

`` Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional de Braço do Norte: Gelson Luiz Padilha - Secretário ABRANGÊNCIA: Armazém, Grão Pará, Rio Fortuna, Santa Rosa de Lima, São Ludgero e São Martinho `` Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional de Brusque: Sandra Regina Eccel - Secretária ABRANGÊNCIA: Botuverá, Canelinha, Guabiruba, Major Gercino, Nova Trento, São João Batista e Tijucas `` Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional de Caçador: Gilberto Amaro Comazzetto - Secretário ABRANGÊNCIA: Calmon, Lebon Régis, Macieira, Matos Costa, Rio das Antas e Timbó Grande `` Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional de Campos Novos: Alcides Mantovani - Secretário ABRANGÊNCIA: Abdon Batista, Brunópolis, Celso Ramos, Ibiam, Monte Carlo, Vargem e Zortéa `` Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional de Canoinhas: Edmilson Luiz Verka - Secretário ABRANGÊNCIA: Bela Vista do Toldo, Irineópolis, Major Vieira, Porto União e Três Barras `` Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional de Chapecó: Luciano Buligon - Secretário ABRANGÊNCIA: Águas Frias, Caxambu do Sul, Cordilheira Alta, Coronel Freitas, Guatambu, Nova Erechim, Nova Itaberaba, Planalto Alegre, Serra Alta e Sul Brasil `` Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional de Concórdia: Valmor Fiametti - Secretário ABRANGÊNCIA: Alto Bela Vista, Ipira, Irani, Peritiba, Piratuba e Presidente Castello Branco

`` Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional de Itajaí: Gilberto Antonio Gadotti - Secretário ABRANGÊNCIA: Balneário Camboriú, Bombinhas, Camboriú, Itapema, Navegantes, Penha, Balneário Piçarras e Porto Belo

Terezinha do Progresso, São Miguel da Boa Vista e Tigrinhos. `` Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional de Palmitos: Manfried Rutzen - Secretário ABRANGÊNCIA: Águas de Chapecó, Caibi, Cunha Porã, Cunhataí, Mondaí, Riqueza e São Carlos `` Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional de Quilombo: Dilmar Cozer - Secretário ABRANGÊNCIA: Formosa do Sul, Irati, Jardinópolis, Santiago do Sul e União do Oeste `` Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional da Microrregião de Rio do Sul: Germano Emílio Purnhagen Secretário ABRANGÊNCIA: Agrolândia, Agronômica, Braço do Trombudo, Laurentino, Rio do Oeste e Trombudo Central

`` Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional de Itapiranga: Jorge Welter - Secretário ABRANGÊNCIA: Iporã do Oeste, Santa Helena, São João do Oeste e Tunápolis

`` Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional de São Joaquim: Solange Pagani - Secretária ABRANGÊNCIA: Bom Jardim da Serra, Bom Retiro, Rio Rufino, Urubici e Urupema

`` Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional de Ituporanga: Elias Souza - Secretário ABRANGÊNCIA: Alfredo Wagner, Atalanta, Aurora, Chapadão do Lageado, Imbuia, Leoberto Leal, Petrolândia e Vidal Ramos

`` Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional de São Lourenço D’Oeste: Francisco Oreste Libardoni - Secretário ABRANGÊNCIA: Campo Erê, Coronel Martins, Galvão, Jupiá, Novo Horizonte e São Bernardino

`` Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional de Jaraguá do Sul: Lio Tironi - Secretário ABRANGÊNCIA: Corupá, Guaramirim, Massaranduba e Schroeder

`` Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional de São Miguel Do Oeste: João Carlos Grando - Secretário ABRANGÊNCIA: Bandeirante, Barra Bonita, Belmonte, Descanso, Guaraciaba e Paraíso

`` Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional de Joaçaba: Jair Antonio Lorenzetti - Secretário ABRANGÊNCIA: Água Doce, Capinzal, Catanduvas, Erval Velho, Herval d’Oeste, Ibicaré, Jaborá, Lacerdópolis, Luzerna, Ouro, Treze Tílias e Vargem Bonita

`` Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional de Seara: Jairo Sartoretto - Secretário ABRANGÊNCIA: Seara, Arabutã, Arvoredo, Ipumirim, Itá, Lindóia do Sul, Paial e Xavantina

`` Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional de Joinville: Manoel José Mendonça - Secretário ABRANGÊNCIA: Araquari, Barra Velha, Balneário Barra do Sul, Garuva, Itapoá, São Francisco do Sul e São João do Itaperiú `` Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional de Lages: Osvaldo Uncini - Secretário ABRANGÊNCIA: Anita Garibaldi, Bocaina do Sul, Campo Belo do Sul, Capão Alto, Cerro Negro, Correia Pinto, Otacílio Costa, Painel, Palmeira, Ponte Alta e São José do Cerrito

`` Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional de Criciúma: Luiz Fernando Cardoso - Secretário ABRANGÊNCIA: Cocal do Sul, Forquilhinha, Içara, Lauro Müller, Morro da Fumaça, Nova Veneza, Orleans, Siderópolis, Treviso e Urussanga

`` Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional de Laguna: Mauro Vargas Candemil - Secretário ABRANGÊNCIA: Garopaba, Imaruí, Imbituba e Paulo Lopes

`` Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional de Curitibanos: Nilso José Berlanda - Secretário ABRANGÊNCIA: Frei Rogério, Ponte Alta do Norte, Santa Cecília e São Cristóvão do Sul

`` Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional de Mafra: Abel Schroereder - Secretário ABRANGÊNCIA: Campo Alegre, Itaiópolis, Monte Castelo, Papanduva, Rio Negrinho e São Bento do Sul

`` Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional de Dionísio Cerqueira: Alcedir José Casagrande - Secretário ABRANGÊNCIA: Anchieta, Guarujá do Sul, Palma Sola, Princesa e São José do Cedro

`` Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional de Maravilha: Antonio Galina - Secretário ABRANGÊNCIA: Saudades, Bom Jesus do Oeste, Flor do Sertão, Iraceminha, Modelo, Pinhalzinho, Romelândia, Saltinho, Santa

`` Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional de Taió: Ido Mêes - Secretário ABRANGÊNCIA: Mirim Doce, Pouso Redondo, Rio do Campo, Salete e Santa Terezinha `` Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional de Timbó: Luiz Polidoro - Secretário ABRANGÊNCIA: Ascurra, Benedito Novo, Doutor Pedrinho, Indaial, Rio dos Cedros e Rodeio `` Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional de Tubarão: Jairo dos Passos Cascaes - Secretário ABRANGÊNCIA: Capivari de Baixo, Gravatal, Jaguaruna, Pedras Grandes, Sangão e Treze de Maio `` Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional de Videira: Natalino Lazare - Secretário ABRANGÊNCIA: Arroio Trinta, Fraiburgo, Iomerê, Pinheiro Preto, Salto Veloso e Tangará `` Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional de Xanxerê: Ademir José Gasparini - Secretário ABRANGÊNCIA: Abelardo Luz, Bom Jesus, Entre Rios, Faxinal dos Guedes, Ipuaçu, Lajeado Grande, Marema, Ouro Verde, Passos Maia, Ponte Serrada, São Domingos, Vargeão e Xaxim

Secretaria de Desenvolvimento Regional

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`` Uma das reuniões de líderes comunitários para apresentação de projetos das Secretarias Regionais

Descentralização Objetivos do modelo ``Melhoria da qualidade de vida atendimento das necessidades da população nas áreas de educação, saúde, segurança, habitação, saneamento e preservação ambiental será alcançado por meio da promoção do desenvolvimento sustentável e regionalizado, bem como da modernização da gestão pública estadual.

O

``Modernização da gestão pública reestruturação administrativa, baseada em um efetivo sistema de suporte a gestão governamental, com o apoio de ferramentas de planejamento, acompanhamento e avaliação de seus programas estratégicos, por meio de indicadores de resultado e impacto, garantirá maior efetividade das ações governamentais.

A

``Inclusão social priorização de soluções que incentivem as vocações locais e favoreçam o ingresso ou reingresso na vida econômica, pela criação de emprego e

A 320

Três Poderes

renda para as pessoas é um dos principais megaobjetivos perseguidos pela estrutura descentralizada de governo. ``Desenvolvimento ambiental concentração de esforços na recuperação e manutenção dos recursos naturais, bem como nas atividades de preservação e controle da poluição e acidentes ambientais, permite a melhora contínua nas condições de vida dos catarinense.

A

``Desenvolvimento econômico incentivo ao desenvolvimento dos sistemas produtivos locais, com a incorporação de novas tecnologias, fará a diferença no crescimento e desenvolvimento econômico de nosso estado.

O

``Regionalização do desenvolvimento bjetivo maior do estilo de governo descentralizado acontecerá pela consolidação de um nível intermediário de governo, que será responsável pelo planejamento regional, levando em conta as peculiaridades locais.

O


Os governadores de Santa Catarina Governador Vice-Governador

Governador Vice-Governador

Início Mandato

Junta Governativa Cat. de 1889

1º vice – Raulino Horn 17/11/1889 02/12/1889 2º vice – Gustavo Richard

Início Mandato

Fim Mandato

Hercílio Luz

28/09/1918 24/04/1920

Raulino Horn

24/04/1920 28/05/1920

Lauro Müller

Gustavo Richard 02/12/1889 24/08/1890 1º vice – Raulino Horn 2º vice – Gustavo Richard

Hercílio Luz

28/05/1920 30/08/1920

Raulino Horn

30/08/1920 27/09/1920

Raulino Horn

Gustavo Richard

Hercílio Luz

27/09/1920 31/10/1921

Raulino Horn

31/10/1921 12/08/1922

24/08/1890 24/08/1890

Lauro Müller

29/09/1890 05/10/1890

Raulino Horn

05/10/1890 08/10/1890

Gustavo Richard

Gustavo Richard

08/10/1890 12/06/1891

Lauro Müller

12/06/1891 29/06/1891

Gustavo Richard

Gustavo Richard

29/06/1890 10/11/1891

Lauro Müller

10/11/1891 28/12/1891

Firmino Lopes Rego

28/12/1891 29/12/1891

Junta Governativa Cat. de 1891

29/12/1891 01/03/1892

Eliseu Guilherme da Silva

Manuel Joaquim Machado (interv.)

01/03/1892 15/09/1892

Manuel Joaquim Machado

15/09/1892 13/10/1892

Eliseu Guilherme da Silva

Eliseu Guilherme da Silva

13/10/1892 28/10/1892

Manuel Joaquim Machado

28/10/1892 18/06/1893

Eliseu Guilherme da Silva

18/06/1893 24/09/1893

Cristóvão Nunes Pires

24/09/1893 08/10/1893

Francisco de Sales Brasil

08/10/1893 11/10/1893

Cristóvão Nunes Pires

11/10/1893 22/04/1894

Polidoro Olavo de São Tiago

Antônio Moreira César

22/04/1894 28/09/1894

Hercílio Luz

Polidoro Olavo de São Tiago

28/09/1894 07/12/1894

Polidoro Olavo de São Tiago

Firmino Lopes Rego

07/12/1894 06/01/1895

Hercílio Luz

Vidal Ramos

06/01/1895 28/09/1898

Hercílio Luz

Antônio Pereira da Silva e Oliveira 12/08/1922 16/08/1922

Raulino Horn Hercílio Luz

Fim Mandato

16/08/1922 28/09/1922

Antônio Pereira da Silva e Oliveira 28/09/1922 03/02/1923

Antônio Pereira da Silva e Oliveira

03/02/1923 12/06/1923

Hercílio Luz

12/06/1923 09/05/1924

Antônio Pereira da Silva e Oliveira Valmor Argemiro Ribeiro Branco 09/05/1924 20/11/1925 Antônio Vicente Bulcão Viana

20/11/1925 28/09/1926

Adolfo Konder

28/09/1926 05/12/1927

Valmor Argemiro Ribeiro Branco

01/02/1928 01/12/1928

Fúlvio Aducci

29/09/1930 24/10/1930

Junta Governativa Cat. de 1930

24/10/1930 25/10/1930

Ptolomeu de Assis Brasil (interv.)

25/10/1930 26/10/1932

Rui Zobaran (interv.)

26/10/1932 25/11/1932

Manuel Pedro da Silveira (interv.)

25/11/1932 19/04/1933

Aristiliano Ramos (interv.)

19/04/1933 29/04/1935

Nereu Ramos

1/05/1935 16/11/1937

Nereu Ramos (interv.)

16/11/1937 06/11/1945

Luís Gallotti (interv.)

José Boabaid (presidente da AL) 06/11/1945 08/02/1946

Udo Deeke (interv.)

Volney Collaço Oliveira (pres. da AL) 08/02/1946 26/03/1947

Aderbal Ramos da Silva

Protógenes Vieira (pres. da AL)

26/03/1947 31/01/1951

Filipe Schmidt

28/09/1898 28/09/1902

Lauro Müller

28/09/1902 10/11/1902

Antônio Pereira da Silva e Oliveira

10/11/1902 11/11/1902

Vidal Ramos

11/11/1902 22/11/1902

Heriberto Hülse

16/06/1958 31/01/1961

Antônio Pereira da Silva e Oliveira

22/11/1902 06/03/1905

Celso Ramos

Doutel de Andrade

31/01/1961 31/01/1966

Vidal Ramos

06/03/1905 30/10/1905

Ivo Silveira

Jorge Bornhausen

31/01/1966 15/03/1971

Antônio Pereira da Silva e Oliveira Abdon Batista

30/10/1905 28/09/1906

Colombo Machado Salles

Attilio Fontana

15/03/1971 15/03/1975

Abdon Baptista

Eugênio Luís Müller

José Boabaid

Volney Collaço Oliveira (pres. da AL) 20/01/1948

Irineu Bornhausen

Oswaldo R. Cabral (pres. da AL) 31/01/1951 31/01/1956

Jorge Lacerda

Heriberto Hülse

31/01/1956 16/06/1958

28/09/1906 21/11/1906

Antônio Carlos Konder Reis

Marcos Henrique Büechler

15/03/1975 15/03/1979

Gustavo Richard

28/09/1906 28/09/1910

Jorge Bornhausen

Henrique Córdova

15/03/1979 14/05/1982

Vidal Ramos

29/09/1910 19/09/1912

Henrique Córdova

14/05/1982 15/03/1983

Eugênio Luís Müller

19/09/1912 14/11/1912

Esperidião Amin

Victor Fontana

15/03/1983 15/03/1987

Vidal Ramos

14/11/1912 20/06/1914

Pedro Ivo Campos

Casildo João Maldaner

15/03/1987 27/02/1990

João Guimarães Pinho

20/06/1914 28/09/1914

Casildo Maldaner

27/02/1990 15/03/1991

Filipe Schmidt

28/10/1914 20/06/1915

Vilson Pedro Kleinübing

15/03/1991 06/04/1994

Antônio Wanderley N. Pereira Lins Lauro Müller

20/06/1915 23/06/1915

Antônio Carlos Konder Reis

06/04/1994 01/01/1995

João Guimarães Pinho

23/06/1915 11/08/1915

Paulo Afonso Evangelista Vieira

José Augusto Hülse

01/01/1995 01/01/1999

Filipe Schmidt

11/08/1915 08/10/1916

Esperidião Amin

Paulo Roberto Bauer

01/01/1999 01/01/2003

Antônio Pereira da Silva e Oliveira Hercílio Luz

08/10/1916 10/10/1916

Luiz Henrique da Silveira

Eduardo Pinho Moreira

01/01/2003 01/01/2007

Filipe Schmidt

10/10/1916 28/09/1918

Luiz Henrique da Silveira

Leonel Pavan

01/01/2007

Lauro Müller

Lauro Müller

Antônio Carlos Konder Reis

Governadores de Santa Catarina

atualidade

321


O Legislativo catarinense Um breve histórico

P

alco para o exercício da democracia, as Assembléias Legislativas surgiram como forma de enfrentar as dificuldades encontradas pela sociedade brasileira no período imperial, ocupando os espaços deixados pelo governo federal. O gênio impetuoso do fundador do Império, D. Pedro I, e a inexperiência do sistema por parte dos representantes do povo brasileiro, cada vez mais complicavam a situação interna. A partir de 1821, as capitanias passaram a denominar-se Províncias e a primeira constituição surgiu em 1824, trazendo, por fim, estabilidade nos preceitos constitucionais durante o Império. Somente com o “Ato Adicional” de 1834 é que vão ocorrer algumas alterações no documento para atender às exigências federalistas da época. A história do Legislativo Catarinense começa no longínquo dia 12 de agosto de 1834. O número de deputados era fixado de acordo com a densidade populacional. Como Santa Catarina figurava entre as províncias de pequeno porte, a representação ficou com apenas vinte legisladores. Esse número prevaleceu até 1881, quando a Lei nº 3.039 aumentou a representação para 22 deputados e, posteriormente, para quarenta deputados, em meados dos anos 1950. A eleição ocorreu pela primeira vez em 9 de novembro de 1834, para o mandato que terminaria em 1837. A instalação, como nas demais províncias, aconteceu em 1º de março de 1835. Em 5 de março, os deputados já estavam reunidos no executivo, pedindo lugar amplo e com cômodos suficientes para desenvolverem seus trabalhos. Era de competência dos deputados legislar sobre a divisão civil, ju-

322

Três Poderes

diciária e eclesiástica, sobre a instrução pública (exceto superior), a política, a economia municipal, a fixação do orçamento, dispor sobre impostos, criação de cargos públicos provinciais e municipais, obras públicas, estradas, navegação interior, construção de prisões, socorros públicos, fixação da força policial, sobre província e sua aplicação, bem como sobre a administração dos bens provinciais. Sua competência invadia as próprias Câmaras. Os deputados provinciais eram eleitos da mesma forma e pelo mesmo sistema e processo adotados para as eleições dos deputados à Assembléia Geral, isto é, em dois turnos. No primeiro, os votantes, em número variável conforme o de foros existentes nas paróquias, escolhiam os eleitores, também em número proporcional ao de votantes. No segundo turno, esses eleitores votavam nos candidatos de sua preferência para o mandato de deputado, sendo proclamados eleitos os mais votados, em escrutínio realizado nas Câmaras Municipais. Competia à Capital diplomar todos os eleitos, após o exame de uma Junta Eleitoral. Quanto ao local onde funcionou pela primeira vez o Legislativo Catarinense, os dados históricos são contraditórios. Inicialmente, o casarão da Praça do Palácio – hoje Praça XV de Novembro –, foi o que sempre reuniu as maiores probabilidades de tê-lo abrigado. A Assembléia Legislativa Provincial dividia espaço com a cadeia pública, que ficava no andar térreo, onde se localizavam as prisões. Após a instalação, o Legislativo Catarinense iniciou uma triste trajetória. Durante 75 anos, de prédio em prédio, peregrinou pela cidade, sem sede própria. O Executivo, por sua vez, além de nada fazer para amenizar as dificuldades do Legislativo, inúmeras vezes vetava as leis que o Poder aprovava visando à construção de um prédio ou mesmo à adequação de espaços essenciais ao seu pleno funcionamento.


`` Na página ao lado, obra retratando os primeiros presidentes da AL e, acima, a fachada da sede do Parlamento Estadual

Trajetória do Legislativo

A

`` Presidente da Assembléia Legislativa, deputado Jorginho Mello - PSDB

`` 1º Vice-Presidente da Assembléia Legislativa, dep. Gelson Merísio - DEM

primeira mesa diretora foi composta pelo Presidente do Poder Legislativo, Manoel Paranhos da Silva Veloso, Vice-Presidente, Antônio Francisco da Costa, Primeiro-Secretário Jerônimo Francisco Coelho e Segundo-Secretário, Severo Amorim do Valle. A primeira legislatura promulgou 22 leis, criando freguesias, escolas de primeiras letras, mandando criar colônias, criando a força policial de província, passando a freguesia de Lages à subordinação do arcebispo Boiteux, da cidade do Desterro. O primeiro Regimento Interno foi promulgado em 25 de julho de 1836 e durou 36 anos, pois somente em 1872 foi alterado, embora sem modificações substanciais nas primitivas disposições. Nesse espaço de tempo, o capitalista Ernesto da Silva Paranhos ofereceu ao Governo da Província um prédio de sua propriedade, situado na então rua da Paz (atual Jerônimo Coelho), esquina com a do Imperador (atual Tenente Silveira), na data de 21 de setembro de 1879. Na realidade, uma espécie de arrendamento, permanecendo o Legislativo ali até 1907. Naquela época, o edifício estava quase em ruínas. Sem condições de funcionamento, pondo em risco até a vida dos deputados, assim, voltou o Legislativo a tomar abrigo no prédio da Câmara Municipal. Finalmente, em 17 de setembro de 1910, o então Governador Gustavo Richard – nome da atual avenida que ladeia os fundos do atual prédio da Assembléia –, inaugurava a primeira sede do Legislativo Catarinense. Em 16 de setembro de 1956, faltando um dia para completar 46 anos de inauguração, o prédio foi devorado por um incêndio que não só o destruiu, como também a maior parte dos documentos, memórias de 125 anos da nossa história.

O Legislativo Catarinense

323


`` Hall de entrada do prédio da Assembléia Legislativa de Santa Catarina, no centro da capital

Presidentes da Alesc

D

epois da proclamação da República, foi promulgada, em 24 de fevereiro de 1891, a Constituinte Federal. A eleição dos Deputados aconteceu em 08 de março de 1891. A primeira Constituinte Republicana em Santa Catarina reuniu-se em 28 de abril 1891. Em 11 de junho era promulgada a Constituição do Estado. Abaixo, a lista dos deputados que presidiram a

`` Período Parlamentar 1891 Francisco Tolentino Vieira de Souza 1892 1893 Eliseu Guilherme da Silva 1894 1895 Joaquim Elói de Medeiros 1896 1897 Luiz Antônio Ferreira Gualberto 1898 1900 Antônio Pinto da Costa Cordeiro 1901 1904 Antônio Pereira da Silva e Oliveira 1905 A quinta Legislatura foi dirigida por uma só Mesa, reeleita nos anos de 1905 e 1906 1906 1911 Antônio Pereira da Silva e Oliveira 1912 Gustavo Lebon Régis 1913 João Guimarães Pinho A Mesa eleita para a Sessão de 1913 foi reeleita nos anos seguintes 1914 1917 João Guimarães Pinho 1918 Dorval Melquíades de Souza 1919 1924 Como em 1913 1925 1930 Antônio Vicente Bulcão Vianna 1930 1935 O Presidente da República Getúlio Vargas

324

Três Poderes

1935 1937 1938 1947 1947 1950 1951 1952 1953 1954 1955 1956 1957 1958 1959 1960 1961 1962 1963 1965 1966 1968 1969 1970 1971 1972

Casa desde o início da República, confira também o ano em que os respectivos presidentes assumiram. Essa relação de ex-presidentes está exposta no hall principal da Alesc, por meio de seus retratos e pinturas, uma forma de deixar viva a alma e os feitos realizados por cada um desses deputados. A partir do próximo ano (2010), a Casa terá um novo presidente, já que um acordo de base decidiu que o hoje primeiro vice-presidente, Gelson Merísio, deve assumir o posto de Jorginho Mello.

dissolve as Assembléias Legislativas Altamiro Lobo Guimarães As Assembléias Legislativas são dissolvidas José Boabaid Volney Collaço de Oliveira Protógenes Vieira Volney Collaço de Oliveira Oswaldo Rodrigues Cabral Braz Joaquim Alves Paulo Konder Bornhausen Ruy Hülse José Miranda Ramos Braz Joaquim Alves João Estivalet Pires Ivo Silveira Lecian Slovinski Elgydio Lunardi Pedro Paulo Colin Nelson Pedrini

1973 1975 1977 1979 1981 1983 1985 1987 1989 1991 1993 1994 1997 1998 1999 2001 2003 2005 2007

1974 1976 1978 1980 1983 1985 1987 1989 1991 1993 1994 1997 1998 1999 2000 2002 2004 2006 2008

Zany Gonzaga Epitácio Bittencourt Waldomiro Colautti Moacir Bértoli Epitácio Bittencourt Júlio Cesar Stélio Cascaes Boabaid Juarez Rogério Furtado Heitor Luiz Sché Otávio Gilson dos Santos Ivan Ranzolin Pedro Bittencourt Neto Francisco de Assis Küster Neodi Saretta Gilmar Knaesel Onofre Santo Agostini Volnei Morastoni Júlio Garcia Júlio Garcia


O Poder Judiciário Poder Judiciário Estadual

O

Judiciário Catarinense surgiu após a proclamação da república em 1889. Cada estado ou unidade da Federação teria que compor três poderes que fossem autônomos entre si, mas harmônicos em suas relações, baseados na filosofia de Rosseau. Em primeiro de maio de 1891, foi criado o Tribunal de Justiça de Santa Catarina. Nesse momento, ficou decidido que o Tribunal seria composto por cinco membros e estes seriam chamados de Desembargadores. Formação do Judiciário em 1891: `` Superior Tribunal de Justiça (sede na Capital) `` Juízes de Direito e Suplentes (nas respectivas Comarcas) `` Tribunais do Júri (nas sedes das Comarcas) `` Tribunais Correcionais `` Juízes de Paz (nos respectivos Distritos)

`` Sede do Tribunal de Justiça de Santa Catarina

Várias foram as sedes do Tribunal de Justiça até este se instalar no prédio onde hoje se situa. Casa da Câmara: desde a instalação, em outrubro de 1891, até 1908; Prédio da rua Jerônimo Coelho: de 1908 até 1929; Palácio da Justiça da Praça Pereira Oliveira: de 1929 até 1968; As instalações provisórias da antiga Agência Ford: de 1968 até 1975; e, finalmente, o Palácio da Justiça: que em 1990 recebeu denominação oficial de Palácio Luis Gallotti, hoje com modernas instalações, composto por quatro prédios que abrigam o Tribunal Pleno, a Capela Ecumênica Santa Catarina de Alexandria, a Torre I e a Torre II. A Torre II, do Tribunal de Justiça, foi inaugurada em 25 de julho de 2007. A obra tem quase 17 mil metros quadrados de área construída, distribuídos em onze andares. Possui quarenta gabinetes padronizados, com área de 97 metros quadrados cada um. O Judiciário Catarinense sempre se destacou nacionalmente por sua idoneidade em defesa dos direitos dos cidadãos. Ainda assim, esforços não faltam para que este Poder melhore ainda mais seus serviços, devido às carências encontradas nas diversas comarcas do estado. Consultas online facilitam o dia-a-dia dos interessados, e a grande meta para o século XXI é humanizar a Justiça, assegurando que todos tenham acesso a ela, garantindo a efetivação dos direitos e da cidadania, com eficiência na prestação jurisdicional.

O Poder Judiciário

325


`` Des. João Eduardo Souza Varella Presidente

`` Auditório do Pleno do Tribubal de Justiça

Composição do Tribunal de Justiça `` Des. Volnei Ivo Carlin Primeiro Vice-Presidente

`` Des. José Trindade dos Santos Corregedor-Geral da Justiça

326

`` Desembargadores: Des. João Eduardo Souza Varella – Presidente Des. Antônio Fernando do Amaral e Silva Des. Carlos Prudêncio Des. José Gaspar Rubik Des. Pedro Manoel Abreu Des. José Trindade dos Santos Des. Volnei Ivo Carlin Des. Cláudio Barreto Dutra Des. Newton Trisotto Des. Sérgio Torres Paladino Des. Solon D’Eça Neves Des. José Mazoni Ferreira Des. Irineu João da Silva Des. Luiz Cézar Medeiros Des. Vanderlei Romer Des. Eládio Torret Rocha

Des. Wilson Augusto do Nascimento Des. Nelson Juliano Schaefer Martins Des. José Volpato de Souza Des. Sérgio Roberto Baasch Luz Des. Antônio do Rêgo Monteiro Rocha Des. Fernando Carioni Des. José Antônio Torres Marques Des. Luiz Carlos Freyesleben Des. Rui Francisco Barreiros Fortes Des. Marco Aurélio Gastaldi Buzzi Des. Marcus Túlio Sartorato Des. César Mimoso Ruiz Abreu Desa. Salete Silva Sommariva Des. Ricardo Orofino da Luz Fontes Des. Salim Schead dos Santos Desa. Maria do Rocio Luz Santa Ritta Des. Edson Nelson Ubaldo

Des. Cid José Goulart Júnior Des. Hilton Cunha Júnior Des. Jaime Ramos Des. Alexandre d’Ivanenko Des. Newton Janke Des. Lédio Rosa de Andrade Des. Moacyr de Moraes Lima Filho Des. Jorge Henrique Schaefer Martins Desa. Marli Mosimann Vargas Des. Sérgio Izidoro Heil Des. José Carlos Carstens Köhler Des. João Henrique Blasi Des. Jorge Luiz de Borba Des. Victor José Sebem Ferreira Desa. Rejane Andersen Des. Joel Dias Figueira Júnior

`` Juízes de Direito de Segundo Grau: Juíza Sônia Maria Schmitz Juiz Túlio José Moura Pinheiro Juiz Ronaldo Moritz Martins da Silva Juiz Jânio de Souza Machado Juiz Jaime Luiz Vicari Juiz Paulo Roberto Camargo Costa Juiz Henry Goy Petry Júnior Juiz Roberto Lucas Pacheco

Juiz Rodrigo Antônio da Cunha Juiz José Inácio Schaefer Juiz Ricardo José Roesler Juiz Domingos Paludo Juiz Paulo Roberto Sartorato Juiz Robson Luz Varella Juiz Paulo Henrique Moritz Martins da Silva Juiz Cláudio Valdyr Helfenstein Juiz Carlos Alberto Civinski

Juiz Luiz Fernando Boller Juiz Rodrigo Tolentino de Carvalho Collaço Juíza Denise Volpato Juiz Carlos Adilson Silva Juiz Stanley da Silva Braga Juiz Newton Varella Júnior Juiz Altamiro de Oliveira

Três Poderes


`` Conjunto de prédios do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, na Praça Tancredo Neves, centralizado pelo Palácio Luís Gallotti, na capital

Presidentes do TJSC José Roberto Vianna Guilhon 01/10/1891 a 8/04/1893 José Ferreira de Mello 10/04/1893 a 22/04/1894 e 1/02/1894 a 1/02/1900 Antero Francisco de Assis 6/02/1900 a 20/10/1902 Domingos Pacheco d’Ávila 21/10/1902 a 4/01/1910 Felisberto Elysio Bezerra Montenegro 04/01/1910 a 11/02/1910 Vasco de Albuquerque Gama 20/05/1910 a 19/12/1913 e 18/12/1917 a 17/12/1920 Antônio Wanderley Navarro Pereira Lins 19/12/1913 a 18/12/1917 João da Silva Medeiros Filho 17/12/1920 a 18/12/1925 e 02/01/1942 a 18/01/1947 Francisco Tavares da Cunha Mello Sobrinho 18/12/1925 a 13/05/1931 Heráclito Carneiro Ribeiro 13/05/1931 a 08/03/1932 Gustavo de Toledo Piza 08/03/1932 a 01/01/1936 Érico Ennes Torres 01/01/1936 a 02/01/1942 Urbano Müller Salles 18/01/1947 a 16/02/1952 Guilherme Luiz Abry 01/03/1952 a 02/01/1956 José Rocha Ferreira Bastos 02/01/1956 a 02/01/1958 Osmundo Wanderley da Nóbrega 02/01/1958 a 02/01/1960 Severino Nicomedes Alves Pedrosa 02/01/1960 a 02/01/1962 Arno Pedro Hoeschl 02/01/1962 a 02/01/1964 Ivo Guilhon Pereira de Mello 02/01/1964 a 01/03/1966 Belisário Ramos da Costa 01/03/1966 a 01/03/1968 Adão Bernardes 01/03/1969 a 01/03/1970

Marcílio João da Silva Medeiros Norberto de Miranda Ramos Eugênio Trompowsky Taulois Filho Ary Pereira Oliveira João de Borba Euclydes de Cerqueira Cintra Ivo Sell Francisco May Filho Eduardo Pedro Carneiro da Cunha Luz Geraldo Gama Salles Nelson Konrad Thereza Grisólia Tang Ayres Gama Ferreira de Mello Aloysio de Almeida Gonçalves Tycho Brahe Fernandes Neto Napoleão Xavier do Amarante João Martins Francisco Medeiros Vieira João José Ramos Schaefer Antônio Fernando do Amaral e Silva Jorge Mussi Pedro Manoel Abreu Francisco José Rodrigues de Oliveira Filho

O Poder Judiciário

02/03/1970 a 01/03/1972 01/03/1972 a 01/03/1974 01/03/1974 a 01/03/1976 01/03/1976 a 01/03/1978 01/03/1978 a 03/03/1980 03/03/1980 a 13/08/1980 13/08/1980 a 11/02/1982 01/03/1982 a 01/03/1984 01/03/1984 a 03/03/1986 03/03/1986 a 01/03/1988 01/03/1988 a 13/12/1989 13/12/1989 a 05/03/1990 05/03/1990 a 06/03/1992 06/03/1992 a 01/03/1994 01/03/1994 a 01/03/1996 01/03/1996 a 02/02/1998 02/02/1998 a 01/02/2000 01/02/2000 a 26/11/2001 26/11/2001 a 01/02/2002 01/02/2002 a 02/02/2004 02/02/2004 a 31/01/2006 01/02/2006 a 2009 atual

327


30 Anos de Fundação

Hospital Infantil

Joana de Gusmão Um breve histórico

N

o período compreendido entre 1939 e 1962, chegaram a Santa Catarina vários pediatras com o objetivo de organizar e fundar a pediatria catarinense. Na evolução, um grupo de pediatras liderados pelo pernambucano Miguel Salles Cavalcanti fundou o Hospital Infantil Edith Gama Ramos, resultado da união e da vontade de profissionais e governantes. A contrução do hospital humaniza e dignifica o atendimento médico pediátrico. Em 25 de fevereiro de 1964, as crianças passaram a receber um atendimento diferente do que vinham recebendo, visto que eram atendidas e tratadas em leitos nos hospitais gerais, ou seja, hospitais de adultos. Após 16 anos de atividades, o Hospital Infantil Edith Gama Ramos fecha um ciclo importante na evolução da pediatria catarinense, e seus funcionários e equipamentos são transferidos, em dezembro de 1979, para o Hospital Infantil Joana de Gusmão, que abre um novo ciclo, também fundamental, no atendimento pediátrico das crianças catarinenses.

`` Visão: Permancer como centro de excelência e de referência para Santa Catarina.

`` Dr. Maurício Laerte Silva Diretor Geral do HIJG

`` Missão: Prestar, de acordo com os princípios éticos e humanizados, atendimento preventivo, curativo e social à crianças e adolescentes, bem como formar e capacitar recursos humanos e incentivar a pesquisa clínica.

Coordenação `` Direção Geral Dr. Maurício Laerte Silva `` Gerência Técnica Dra. Denise Bousfield da Silva `` Gerência Administrativa Carlos César Vieira - Duda `` Gerência de Enfermagem Leide Patrícia Fernandes de Souza `` Divisão de Assuntos Comunitários Preventivos Dr. Austregésilo da Silva

328

Homenagem Benemérita


`` Sede do hospital localizado no bairro Agronômica, em Florianópolis

Hospital de ensino

O

Hospital Infantil Joana de Gusmão (HIJG), situado em Florianópolis, Santa Catarina, é vinculado à Secretaria Estadual de Saúde e certificado pelos Ministérios da Saúde e da Educação como “Hospital de Ensino”. Possui uma área de 22 mil metros quadrados e é dividido nas seguintes unidades de internação: adolescentes e apartamentos, pediatria clínica, berçário, emergência interna, isolamento, setor de queimados, Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTIP) e UTI neonatal, cardiologia e cirurgia cardíaca, cirurgia pediátrica geral, nutrologia, gastroenterologia, nefrologia, endocrinologia, neurocirurgia e neurologia, oncohematologia, ortopedia e traumatologia. Em 2004, o Hospital Infantil Joana de Gusmão foi agraciado com o I Prêmio Fernandes Figueira de Humanização no Atendimento Hospitalar Pediátrico, outorgado pelo Ministério da Saúde, em reconhecimento às práticas humanizadas em todos os segmentos de serviços e pessoal (gestor, trabalhadores da saúde e usuários). Em 2009, o HIJG completará 30 anos de atividades. A responsabilidade de manter seu nível de qualidade é um desafio incessante para todos, tanto da esfera da Secretaria de Estado da Saúde, como para os gestores locais. O HIJG continua sendo referência estadual para várias especialidades pediátricas e, até outubro de 2008, apresentou os seguintes

resultados, entre atendimentos e indicadores hospitalares: ``Atendimentos Ambulatório........................................................................................53.515 Emergência..........................................................................................86.052 Internações.............................................................................................6.818 Cirurgias..................................................................................................4.241 ``Indicadores Média de permanência (dias).......................................................... 5,22 Taxa de mortalidade geral..............................................................1,63% Taxa de ocupação............................................................................76,94% Outra característica do HIJG é sua gestão “porta aberta”, ou seja, compartilhada; bem como as diversas parcerias com outros segmentos da sociedade, que colaboram de forma fundamental para seu desenvolvimento. Dentre eles, destacamos a Associação de Voluntários de Saúde do HIJG (AVOS), que há 31 anos dedica-se ao trabalho voluntário em prol das crianças, adolescentes, familiares e trabalhadores da saúde. A Sra. Maria Gertrudes da Luz Gomes, presidente da entidade ao longo deste tempo, personaliza as atividades de todos os seus membros, de forma incansável e incondicional.

Hospital Infantil Joana de Gusmão – 30 Anos de Fundação

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O autor Carlos Müller Jornalista

C

arlos Müller foi pioneiro no jornalismo social em televisão no país. Editou e apresentou um programa de sociedade desde 1969, na então TV Coligadas de Blumenau, afiliada da Rede Globo, permanecendo no ar por quase vinte anos. É jornalista profissional, conhecido praticamente em todo o território brasileiro e membro da Federação Nacional de Jornalismo (Fenaj), inscrito como jornalista editor. Abriu grandes espaços para Santa Catarina na imprensa nacional, assinando coluna no Correio Brasiliense, a convite do então diretor Edilson Varela.

`` Carlos João Müller – Jornalista e Diretor do Grupo Presença Brasil

Criador do troféu “O Barriga Verde”, em 1977, esta honra foi sancionada em ata pelo governador em exercício Marcos Henrique Buechler, substituindo o então governador Ivo Silveira. Materializando em bronze o epíteto dos catarinenses em uma estátua que foi inspirada na tela de Boiteux representando os soldados do batalhão de Anita Garibaldi, filhos de Santa Catarina, que fora do seu estado natal, prestaram serviços a pátria. Tendo vindo especialmente para receber a estátua, dentre outros: o Presidente Ministro do Supremo – Luis Gallotti, o Ministro das Comunicações – Euclides Quandt de Oliveira, o Ministro da Fazenda – Karlos Rischbieter, o então Presidente da Febraban – Roberto Konder Bornhausen, Presidente do Banco do Brasil – Oswaldo Colin, o então vinhetista da Rede Globo – Juarez Machado, o General Dêntice Linhares e recentemente o empresário Raul Randon, o todo poderoso da autopeças e carrocerias Randon, filho de Tangará. Na ecologia, em premiação recente, no Beto Carrero World, pelos 40 anos da Rede Globo, o troféu foi outorgado ao criador do Globo Ecologia – Claudio Savaget, que recebeu o prêmio em pessoa. Assinou reportagens na revista Cláudia, Manchete e O Cruzeiro. Possui crônicas editadas em livros de nominados escritores como Moacir Pereira. Foi editor dos jornais Universidéias – jornal das universidades, Jornal de Itajaí, o São Vicente e revista Presença Catarinense (esta última em parceria com o saudoso João Batista Sérgio Murad – o Beto Carrero). Bacharelando em Direito pela Universidade do Vale do Itajaí. Foi um dos primeiros jornalistas a formar o primeiro grupo sindicato da classe em Santa Catarina. Possui várias obras publicadas, entre elas: “A Fênix da Serra catarinense”, que focaliza o tropeirismo e as vilas implantadas ao longo do caminho das tropas.

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Legendas e créditos das fotos  DESTAQUES CULTURAIS: 22) Chegada da Família Real; 23) Dom João VI; 26) Teatro Municipal; Escadaria do Museu Nacional de Belas Artes; Créditos: Divulgação;  GEOGRAFIA: 29) Serra do Rio do Rastro; Crédito: Divulgação;  SÍMBOLOS DE SANTA CATARINA: 35) Laelia Purpurata; Crédito: Divulgação;  RETALHOS DA HISTÓRIA: 42) Obras de Louis Choris; 43) Araucária, símbolo do Planalto Catarinense; 44) Conflito armado; Janela Furada, Serra Geral; 45) Barcos de pesca; 46) Casario enxaimel; Monumento em memória aos colonizadores alemães; 47) Festa alemã; 48) Moinho; 49) Casario açoriano; 50) Monumento em homenagem a Anita Garibaldi; Monumento em homenagem aos mortos na guerra do Contestado; 52) Marechal Dedodoro da Fonseca; 53) Três monges; 54) Grupo de cavalaria; Exército caboclo; Créditos: Divulagação;  MESSORREGIÃO DA GRANDE FLORIANÓPOLIS: 56) Praia de Governador Celso Ramos; Crédito: Divulgação;  ANGELINA: 58) Bíblia sagrada; 59) Igreja Matriz Nossa Senhora da Imaculada Conceição; Crédito: Prefeitura Municipal de Angelina e Divulgação;  ANTÔNIO CARLOS: 60) Moinho; 61) Cultivo de ortaliças; Fabricação artesanal de cachaça; 62) Parques aquáticos; 63) Casario colonial; Crédito: Prefeitura Municipal de Antônio Carlos e Divulgação;  BIGUAÇU: 64) Igreja matriz São João Evangelista; 65) Casa dos açores; 66) Cidade banhada pelo mar; 67) Corredeiras; Crédito: Prefeitura Municipal de Biguaçu e Divulgação; CANELINHA: 68) Motocross; 69) Casa dos Santana; Crédito: Prefeitura Municipal de Canelinha; Florianópolis: 70) Forte Santana e Ponte Hercílio Luz; 71) Pesca da tainha; 72) Carnaval, Catedral Metropolitana; 73) Praia de Canasvieiras; 74) Ilha do Campeche; Crédito: Prefeitura Municipal de Florianópolis e Divulgação;  GOVERNADOR CELSO RAMOS: 76) Praia de Ganchos do Meio; 77) Praia de Ganchos de Fora; 78) Casario típico da “Dona Pininha”; Fortaleza de Santa Cruz de Anhatomirim; 79) Fortaleza de Santa Cruz de Anhatomirim; Praia de Palmas; Gancho do Meio; Créditos: Prefeitura Municipal de Governador Celso Ramos; Felipe da Silva; Cristiane Toschi; Luiz Pretes; Alexandre Milton Alves;  PALHOÇA: 80) Maricultura; 81) Vista aerea da cidade; Cultura Indígena; 82) Portal da cidade; 83) Cultivo de marisco e ostras; Ilha do Papagaio; Aldeia Indígena; Créditos: Marcelo Pinheiro;  SÃO JOSÉ: 84) Vista da orla; 85) Beira-mar de São José; 86) Centro Multiuso; Igreja matriz de São José; 87) Vista do bairro Kobrasol; Créditos: Marcelo Pinheiro;  SÃO PEDRO DE ALCÂNTARA: 88) Vista aérea; 89) Cachoeira; 90) Igreja da Matriz; 91) Centro da cidade; Área rural; Créditos: Pedro Clasen;  TIJUCAS: 92) Ponte Férrea sobre o rio Tijucas; 93) Trilhas de motocross; Pesca no Rio Tijucas; 94) Igreja Nossa Senhora de Navegantes; 95) Cine Teatro; Campo do Tiradentes; Rio Tijucas; Créditos: Prefeitura Municipal de Tijucas;  MESSORREGIÃO SUL: 96) Praia de Laguna; Crédito: Divulgação;  ARARANGUÁ: 98) Vista aérea da cidade; 99) Barra do Rio Araranguá; Pedreira de Araranguá; 100) Farol do Morro dos Conventos; 101) Rio Araranguá; Créditos: Prefeitura Municipal de Araranguá; Flávia de Sá; Tadeu Santos;  CRICIÚMA: 102) Praça do Congresso; 103) Vista aérea; 104) Praça Nereu Ramos; Museu Augusto Casagrande; Centro Cultural; Festa das Etnias; Créditos: Secretaria de Comunicação da Prefeitura Municipal de Criciúma;  GAROPABA: 106) Vista aérea praia de Garopaba; 107) Igreja Matriz; 108) Surf na Praia do Silveira; 109) Uma das praias de Garopaba; Créditos: Prefeitura Municipal de Garopaba; Alan Pedro;  IMBITUBA: 110) Igreja bairro Vila Nova; 111) Berçário da baleia-franca; 112) Praia do Porto; 113) Praia do Rosa; 114) Barra da Ibiraquera; 115) Kite surf; Surf na Praia da Vila; Créditos: Prefeitura Municipal de Imbituba; Leick;  LAGUNA: 116) Barco pesqueiro; 117) Igreja Matriz Santo António dos Anjos; 118) Farol de Santa Marta; Centro Histórico; 119) Estátua Anita Garibaldi; Créditos: Prefeitura Municipal de Laguna;  URUSSANGA: 120) Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição; 122) Casarão antigo; 123) Cachoeira; Créditos: Prefeitura Municipal de Urussanga; Luciana Cadorin; Valci Beninca;  MESSORREGIÃO NORTE: 124) Porto de São Francisco; Crédito: Divulgação GM;  BARRA VELHA: 126) Praia Central de Barra Velha; 128) Praia das Pedras Brancas e Pedras Negras; Lagoa de Barra Velha; 129) Praia de Itajubá; Ponte Pênsil; Créditos: Prefeitura Municipal de Barra Velha; Jackson Santos;  JARAGUÁ DO SUL: 130) Centro histórico e estação ferroviária; 131) Igreja de São Sebastião; 132) Zona Rural; Parque da Malwee;133) Portal da cidade; Museu Municipal; Créditos: Prefeitura Municipal Jaraguá do Sul;  JOINVILLE: 134) Estação Ferroviária de Joinville; 135) Cidade cortada pelo rio Cachoeira; 136) Casa Kriüger; 137) Ponte sobre o Rio Piraí; 138) Arquitetura enxaimel e Câmara dos Vereadores; 139) Festival de Dança de Joinville; Apresentação do Ballet Bolshoi; Créditos: Prefeitura Municipal de Joinville; Mauro Artur Schlieck; Divulgação;  MAFRA: 140) Linha Férrea; 141) Centro da cidade; 142) Usina Hidrelétrica São Lourenço; Ponte Férrea Dr. Diniz Assis Henning; 143) Reserva florestal; Créditos: J. C. Grein Xavier e Divulgação;  PAPANDUVA: 144) Vista parcial da cidade; 145) Cachoeira do Rio Pratinha; Ponte coberta Rio Iraputã; 146) Trilha de aventura; 147) Pedreira Papnduva; Créditos: Prefeitura Municipal de Papanduva;  PORTO UNIÃO: 148) Panorâmica da cidade; 149) Portal da cidade; 150) Monumento aos Expedicionários; 151) Castelinho da Rua XV de Novembro; Créditos: Prefeitura Municipal de Porto União;  SÃO BENTO DO SUL: 152) Secretaria da Cultura e Igreja Matriz; 153) Maria Fumaça; 154) Igreja Matriz; 155) Centro da Cidade; Créditos: Prefeitura Municipal de São Bento do Sul;  PLANALTO SERRANO: 156) O Planalto; Crédito: Divulgação; FREI ROGÉRIO: 158) Cachoeira Salto Correntes; 159) Monumento Parque Sino da Paz; 160) Kendo; Cultura Japonesa; 161) Cerejeira; Crédito: Prefeitura Municipal de Frei Rogério; Gabriel Novacoski;  LAGES: 162) Catedral Nossa Senhora dos Prazeres; 163) Vista noturna da cidade; 164) Taipas da cochilha rica; 165) Monumento em homenagem ao Imigrante Italiano; Gralha azul - Pássaro símbolo da cidade; Créditos: Prefeitura Municipal de Lages; Ricardo Bampi;  SÃO JOAQUIM: 166) Crianças observando planta congelada; 167) Tirolesa no Snow Valley; 168) Igreja da cidade; 169) Vegetação congelada; Vista da cidade; 170) Orvalho congelado; Vista da cidade; 171) Plantação de maçãs; Fábrica para acondicionamento de maçã; Créditos: Prefeitura Municipal de São Joaquim - SECOM; www.panoramio.com;  URUBICI: 172) Pedra Furada; 173) Cachoeira Véu de Noiva; 174) Foto histórica aérea do centro da cidade; Créditos: Prefeitura Municipal de Urubici; URUPEMA: 176) Cavalgada, Rota Santana; 178) Praça municipal; Campos coberto de neve; 179) Cascata congelada; Créditos: Prefeitura Municipal de Urupema; Taina Borges; SANTUR; Norberto Cidade;  VALE DO ITAJAÍ: 180) Queda d’água do Rio Itajaí; Crédito: Divulgação;  BALNEÁRIO CAMBORIÚ: 182) Marina de Balneário Camburiú; 184) Marina de Balneário Camburiú; 185) Cristo Luz; Teleférico; Vista aérea Praia Central; Foto noturna da Interpraias; Créditos: Prefeitura Municipal de Balneário Camboriú;  BLUMENAU: 186) Atual Castelinho da Havan e Rio Itajaí-Açu; 187) Copo de chopp; 188) Rua das Palmeiras; 189) Desfile Ocktoberfest; Créditos: Prefeitura Municipal de Blumenau; Mário Barbeta; Eraldo Schnaider, Marcelo Martins;  BOMBINHAS: 190) Praia de Canto Grande; 191) Praia de Ribeiro e, ao fundo, Praia de Bombinhas; 192) Vista aérea Praia de Mariscal; 193) Praia de Bombinhas; Créditos: Prefeitura Municipal de Bombinhas, Damascom;  BRUSQUE: 194) Ponte Estaiada; 195) Secretaria de Cultura e Esporte; 196) Igreja Evangélica; Prefeitura munici-

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pal; 197) Santuário no centro da cidade; Créditos: Prefeitura Municipal de Brusque; Joselito Tridapalli;  ITAJAÍ: 198) Vista aérea da cidade; 199) Porto de Itajaí; Cidade vista da entrada da Barra; 200) Igreja Matriz; Museu Histórico; Casa da Cultura; 201) Porto de barcos pesqueiros; Praia do Morcego; Créditos: Prefeitura Municipal de Itajaí;  ITAPEMA: 202) Fazenda de Ostras; 203) Vista aérea da Meia Praia; 204) Praça e Ponte dos Suspiros; 205) Canto da praia; Créditos: Prefeitura Municipal de Itapema;  POMERODE: 206) Centro da cidade; 208) Portal turístico Jorge Lacerda; Jardim Zoológico Pomerode; Lago da região; 209) Pórtico do Imigrante Wolfgang Weege; Créditos: Prefeitura Municipal de Pomerode; Secretaria Municipal de Turismo; Marion Rupp;  RIO DOS CEDROS: 210) Residência da região; 211) Campo; Alto Rio dos Cedros; 212) Pescador; Casa de Amélia Beber; 213) Vale dos Ventos; Créditos: Prefeitura Municipal de Rio dos Cedros; site www. baixaqui.com.br;  TIMBÓ: 214) Paisagem Ipê Amarelo; 215) Arquitetura Enxaimel; 216) Avenida Getúlio Vargas, centro da cidade; 217) Bairro Mulde; Prefeitura Municipal; Créditos: Prefeitura Municipal de Timbó;  MESORREGIÃO OESTE: 218) Torre da antiga igreja submersa; Crédito: Divulgação;  CAMPOS NOVOS: 220) Igreja Matriz; 221) Prefeitura Municipal; 222) Casa da Cultura; 223) Ponte sobre Rio Uruguai; Créditos: Prefeitura Municipal de Campos Novos;  CURITIBANOS: 224) Vista aérea do centro da cidade; 225) Plantação de trigo; 226) Aeroporto municipal e vista da cidade; 227) Praça da República; Museu Antônio Granemann de Souza e Igreja Matriz; Recanto Dona Elvira; Créditos: Prefeitura Municipal de Curitibanos;  CAÇADOR: 228) Centro da cidade; 229) Ponte Ferroviária sobre o Rio do Peixe; Catedral São Francisco de Assis; 230) Floresta nacional de Caçador; Créditos: Prefeitura Municipal de Caçador;  CHAPECÓ: 232) Catedral Santo Antônio; 233) Foto aérea da cidade; 234) Monumento ao Desbravador; 235) EFAPI; Galeria de Artes Dalme Rauen; 236) Vocação agroindustrial; 237) Museu Antônio Selistre de Campos; Créditos: Prefeitura Municipal de Chapecó;  CONCÓRDIA: 238) Vista aérea da cidade; 239) Ponte; Centro da cidade; 240) Praça; 240) Fabet; Embrapa; Créditos: Prefeitura Municipal de Concórdia;  DIONÍSIO CERQUEIRA: 242) Plantação de milho; 243) Tríplice fronteira; Cachoeira da região; Créditos: www.sc.gov.br/portalturismo; www.iapar.br; www.agronegocio.goias.gov.br;  FRAIBURGO: 244) Plantação de maçã; 245) Esporte de aventura; 246) Araucária; Portal da cidade; 247) Praça Maria Frey; Hotel Renar; Créditos: Rota da Amizade C.V.B; Hotel Renar; www.morguefile.com;  IRANI: 248) Cemitério do Contestado; 249) Vista aérea da cidade; Monumento do Contestado; 250) Igreja Nossa Senhora de Lurdes; 251) Rio Irani; Créditos: Prefeitura Municipal de Irani;  ITÁ: 252) Torres da antiga igreja submersa na represa do Rio Uruguai; 253) Casa Alberton; Usina hidrelétrica; Paisagem local; Créditos: Prefeitura Municipal de Itá; Jolvani Bueno;  JOAÇABA: 254) Catedral Santa Terezinha; 255) Carnaval de Joaçaba; 256) Vista noturna de Joaçaba; Prefeitura Municipal; 257) Teatro Alfredo Sigwalt; Monumento ao Frei Bruno; Créditos: Prefeitura Municipal de Joaçaba;  MONDAÍ: 258) Prefeitura Municipal; 260) Ponte sobre o Rio Uruguai; 261) Vista parcial da cidade; Créditos: Prefeitura Municipal de Mondaí; Thiago Manoel Sievers;  PERITIBA: 262) Igreja Matriz Santo Isidoro de Peritiba; 263) Prefeitura Municipal; Sünnros Volkstanzgruppe de Peritiba; Créditos: Prefeitura Municipal de Peritiba; LS Stúdio Fotográfico;  PINHEIRO PRETO: 264) Museu Histórico de Pinheiro Preto; 265) Parreiras de uva; Créditos: Prefeitura Municipal de Pinheiro Preto;  PIRATUBA: 266) Casa comercial no centro da cidade; 267) Casa colonial; 268) Maria umaça; 269) Rio do Peixe; Créditos: Prefeitura Municipal de Piratuba;  PONTE SERRADA: 270) Ponte sobre o Rio Irani; 271) Paisagem com geada; Cultivo de maçã; 272) Araucária; 273) Cultura da erva mate; Rio Irani; Créditos: Prefeitura Municipal de Ponte Serrada;  SÃO MIGUEL DO OESTE: 273) Centro da cidade; 276) Praça Walmir Bottaro Daniel; Vista aérea do município; 277) Vista da rua Central; Casa antiga da cidade; Vista aérea; Créditos: Prefeitura Municipal de São Miguel do Oeste;  SEARA: 278) Lagarta e Borboleta (composição), símbolo da cidade; 280) Igreja Nossa Senhora do Rosário; 281) Casa do Artesanato; Oktoberfest; Centro da Memória Alemã; Motocross; Grupo musical; Créditos: Prefeitura Municipal de Seara;  TANGARÁ: 282) Voo de asa-delta; 283) Vista aérea da cidade; Panorâmica; 284) Grupo cultural italiano; Queda d’água - Rio do Peixe; Vinícola Monte Carvalho; Monumentos de homenagem a cultura do papel e do vinho; 285) Tradição do vinho; Vôo de parapente; Créditos: Prefeitura Municipal de Tangará; Divulgação;  TREZE TÍLIAS: 286) Vista do centro da cidade; 287) Escultura em madeira; Balonismo sobre o Parque Lindendorf; 288) Sede do Consulado da Áustria em Santa Catarina; Hotel Dreizehnlinden; 289) Grupo folclórico municipal e Museu Municipal Andréas Thaler; Créditos: Prefeitura Municipal de Treze Tílias; Divulgação;  VARGEÃO: 290) Foto aérea da cidade; 291) Igreja Matriz São Pedro Apóstolo; Créditos: Prefeitura Municipal de Vargeão;  XAXIM: 292) Vista aérea noturna de Xaxim; 293) Igreja São Luiz Gonzaga; 294) Bovinocultura; 295) Gruta Nossa Senhora de Lurdes; Panorâmica parcial de Xaxim; Créditos: Prefeitura Municipal de Xaxim;  REGIONAL DE CAMPOS NOVOS: 296) Rio Uruguai; Crédito: Secretaria Regional de Campos Novos; 297) Vista parcial de Abdon Batista; Crédito: Divulgação; 298) Cachoeira sobre o Rio Butiazinho; Créditos: Divulgação; 299) Hidrelétrica de Campos Novos; divulgação; 300) Propriedade rural; Créditos: Divulgação; 301) Vista parcial de Monte Carlo; Créditos: www.mundi.com.br; Luciano R. Oliveira; 302) Igreja de Vargem; Créditos: Divulgação; 303) Vista aérea Zortea; Créditos: Divulgação;  REGIONAL JOAÇABA: 304) Mata de araucária; Créditos: Divulgação; 305) Ervateira Catanduvas; Créditos: www.mundi.com.br; 306) Vista aérea de Herval D’Oeste; Créditos: Site da Prefeitura Municipal de Herval d’Oeste; 307) Monumento em homenagem a Capital Catarinense de Rodeio - Ibicaré; Créditos: www.mundi. com.br; 308) Ponte sobre o Rio do Peixe; Créditos: Divulgação; 309) Vista aérea do município de Luzerna; Créditos: www.sc.gov.br;  REGIONAL DE MARAVILHA: 310) Cachoeira da região; Créditos: Zanotto; 311) Vista aérea do município Bom Jesus do Oeste; Créditos: Secretaria de Desenvolvimento Regional de Maravilha 312) Estrada da região do município de Modelo; Créditos: Secretaria de Desenvolvimento Regional de Maravilha; 313) Vista aérea do município de Tigrinhos; Créditos: Divulgação;  TRÊS PODERES: 314) Montesquieu; Bandeira de Santa Catarina; 316) Centro Administrativo de SC; Luiz Henrique da Silveira; Leonel Pavan; 317) Reunião entre secretários e governador; Crédito: Divulgação - Cecom; 318) Reunião de secretários e governador; Placa obra do governo do Estado; Créditos: Divulgação - Cecom; 320) Reunião de líderes comunitários; Crédito: Assessoria de Imprensa da AL; 322) Obra com os ex-presidentes da AL; 323) Fachada da Alesc; Deputado Jorginho Melo; Deputado Gelson Merísio; Créditos: Carlos Kilian, Divulgação AL; 324) Hall de entrada do prédio da Alesc; Crédito: Divulgação AL; 325) Sede do TJSC; 326) Auditório Pleno do TJ; Des. João Eduardo Souza Varella; Des. Volnei Ivo Carlin; Des. José Trindade dos Santos; 327) Conjunto de prédios do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, na Praça Tancredo Neves; Créditos: Divulgação Assessoria de Comunicação do TJ, Divulgação;  HOMENAGEM BENEMÉRITA HIJG: 328) Dr. Maurício Laerte Silva; 329) Sede do Hospital Infantil Joana de Gusmão; Créditos: Divulgação.

Legendas e créditos das fotos

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Onde se hospedar em Santa Catarina Por ordem alfabética de municípios, uma breve relação do ‘bem receber’, os melhores hotéis do estado: `` Abelardo Luz

Parador Estaleiro Hotel Bairro: Praia do Estaleirinho Telefone: 47 3261-6661 reservas@paradorestaleirohotel.com.br Site: www.paradorestaleirohotel.com.br

Quedas Park Hotel Bairro: Quedas do Rio Chapecó Telefone: 49 3445-4811 E-mail: contato@hotelquedas.com.br Site: www.hotelquedas.com.br

`` ÁGUAS MORNAS

Águas Mornas Palace Hotel Bairro: Centro Telefone: 0800 48 1309 E-mail: hotusc@terra.com.br Site: www.aguasmornaspalacehotel.com.br

`` BALNEÁRIO CAMBORIú Hotel Bhally Bairro: Centro Telefone: 47 3261-0500 E-mail: reservas@hotelbhally.com.br Site: www.hotelbhally.com.br

Marambaia Cassino Hotel Bairro: Pioneiros Telefone: 47 2103-4099 E-mail: reservas@marambaia.com.br Site: www.marambaia.com.br `` BARRA VELHA Flamboyant Hotel Bairro: Itajubá Telefone: 47 3456-0666 E-mail: flamboyanthotel@brturbo.com.br Site: www.flamboyanthotel.com.br

Anthurium Parque Hotel Bairro: Centro Telefone: 47 3433-6299 E-mail: anthurium@anthurium.com.br Site: www.anthurium.com.br

Telefone: 47 3036 5800 E-mail: gabriela@himmelblau.com.br Site: www.himmelblau.com.br Hotel Glória Bairro: Velha Telefone: 47 3326-1988 E-mail: hgloria.bnu@terra.com.br Site: www.hotelgloria.com.br

E-mail: reservas@riodorastro.com.br Site: www.riodorastro.com.br Pousada Fazenda Santa Rita Bairro: SC-438, Km 31 Telefone: 49 3232-0255 santarita@fazendasantaritatr.com.br Site: www.fazendasantaritatr.com.br

`` Caçador Hotéis Le Canard Bairro: Centro Telefone: 49 3563-1000 E-mail: cacador@lecanard.com.br Site: www.lecanard.com.br

Slaviero Suítes Joinville Bairro: Centro Telefone: 47 2101-8500 E-mail: contato@hotelslaviero.com.br Site: www.hotelslaviero.com.br

Hotel Rex Bairro: Centro Telefone: 47 3326-5877 E-mail: hotelrex@hotelrex.com.br Site: www.hotelrex.com.br

`` BOMBINHAS Pousada Villa Paradiso Bairro: Centro Telefone: 47 3369-0005 E-mail: reservas@villaparadiso.com.br Site: www.villaparadisoresidence.com.br

Hotel Esplanada Contestado Bairro: Centro Telefone: 49 3563-0999 reservas@esplanadadocontestado.com.br Site: www.esplanadadocontestado.com.br

Pousada Vila do Coral Bairro: Centro Telefone: 47 3393-9333 E-mail: reservas@viladofarol.com.br Site: www.viladocoral.com.br

`` Canoinhas Planalto Hotel Bairro: Centro Telefone: 47 3622-3433 E-mail: planaltohotel@newge.com.br Site: www.planaltohotel.com.br

`` Blumenau

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Himmelblau Palace Hotel Bairro: Centro

Itatiaia Business Hotel Bairro: Centro Telefone: 49 3323-6300 E-mail: crklaus@itatiaiahotel.com.br Site: www.itatiaiahotel.com.br

Rio do Rastro Eco Resort Bairro: Boca da Serra Telefone: 48 3491-2610

Asppen Hotel Bairro: Centro Telefone: 49 3323-8131 E-mail: asppen@asppen.com.br Site: www.asppen.com.br

`` Campos Novos

`` BOM JARDIM DA SERRA

Hotel Recanto das Águas Bairro: Praia dos Amores Telefone: 47 3261-0300 contato@hotelrecantodasaguas.com.br Site: www.hotelrecantodasaguas.com.br

`` CHAPECÓ Pousada das Orquideas Bairro: Centro Telefone: 49 3339 0233 E-mail: pousada.das.orquideas@bol.com.br Site: www.pousadadasorquideas.com

Hotel Plaza Blumenau Bairro: Centro Telefone: 47 3231-7000 E-mail: blumenau@plazahoteis.com.br Site: www.plazahoteis.com.br

Multy Bristol Bebber Hotel Bairro: Centro Telefone: 49 3551-0500 E-mail: financeiro@bebberhotel.com.br Site: www.bristolhoteis.com.br Hotel Plaza Camboriú Bairro: Centro Telefone: 0800 707 4746 E-mail: hotel@plazacamboriu.com.br Site: www.plazacamboriu.com.br

E-mail: reservas@scplazahotel.com.br Site: www.scplazahotel.com.br

Santa Catarina Plaza Hotel Bairro: CENTRO Telefone: 47 3622-8400

Center Hotel Bairro: Centro Telefone: 49 3433-0614 E-mail: hotelcenter@hotelcenter.com.br Site: www.hotelcenter.com.br `` CONCÓRDIA

Caita Hotéis Bairro: Centro Telefone: 49 3442-1588 E-mail: caita@netcon.com.br Site: www.caitahoteis.com.br Tortato Hotel Bairro: Centro Telefone: 49 3245-1522 E-mail: tortatohotel@baroni.com.br Site: www.tortatohotel.com.br


Onde se hospedar em Santa Catarina `` CRICIÚMA Merco Plaza Hotel Bairro: Centro Telefone: 48 3439-5151 E-mail: mercoplaza@mercoplaza.com.br Site: www.mercoplaza.com.br

Hotel Tortato Bairro: Centro Telefone: 49 3245-1522 E-mail: contato@tortatohotel.com.br Site: www.tortatohotel.com.br

Samuka Hotel Bairro: Lagoa da Conceição Telefone: 48 3232-5024 E-mail: samuka@samukahotel.com.br Site: www.samukahotel.com.br

Village Praia do Rosa Bairro: Praia do Rosa Telefone: 48 3355-7199 E-mail: contato@villagerosa.com.br Site: www.villagerosa.com.br

`` GOVernador CELSO RAMOS Ponta dos Ganchos Resort Bairro: Ganchos do Meio Telefone: 48 3262-5000 financeiro@pontadosganchos.com.br Site: www.pontadosganchos.com.br Jurere Beach Village Bairro: Jurerê Telefone: 48 3261-5100 E-mail: reservahoteis@jurere.com.br Site: www.jurere.com.br/jbv

Delupo Apart Hotel Bairro: Centro Telefone: 48 3461 5858 E-mail: contato@delupoaparthotel.com.br Site: www.delupoaparthotel.com.br

`` FRAIBURGO Royal Criciúma Hotel Bairro: Centro Telefone: 48 2101-2050 E-mail: gerencia@royalcriciumahotel.com.br Site: www.royalcriciumahotel.com.br

Bavaria Mar Hotel Bairro: Morro do Ferraz Telefone: 48 3254-3000 E-mail: bavarimar@terra.com.br Site: www.bavariamarhotel.com.br

Hotel Renar Bairro: Centro Telefone: 49 3246-9069 E-mail: administrativo@hotelrenar.com.br Site: www.hotelrenar.com.br

Grande Hotel Itajaí Bairro: Centro Telefone: 47 3348-2119 E-mail: ghitajai@grandehotelitajai.com.br Site: www.grandehotelitajai.com.br

`` IMBITUBA

Castelo Palace Hotel Bairro: Termas Telefone: 48 3648-2562 E-mail: contato@castelopalacehotel.com.br Site: www.castelopalacehotel.com.br

Ibiraquera Park Resort Bairro: Barra de Ibiraquera Telefone: 48 3355-0058 E-mail: ibiraquerapark@ibipark.com.br Site: www.ibipark.com.br

Hotel 10 - Itajaí Bairro: Salseiros Telefone: 47 3248-9785 E-mail: reservasitajai@hotel10.com.br Site: www.hotel10.com.br `` ITÁ

`` FLÓRIANOPOLIS

The Rosebud Bairro: Praia do Rosa Telefone: 48 3355-6101 E-mail: rosebud@terra.com.br Site: www.therosebud.com.br `` Curitibanos

Costão do Santinho Bairro: Ingleses Telefone: 48 3261-1000 E-mail: eventos@costao.com.br Site: www.costao.com.br

Pousada Vida Sol e Mar Bairro: Praia do Rosa Telefone: 48 3355-6111 E-mail: reservas@vidasolemar.com.br Site: www.vidasolemar.com.br

Praiatur Hotel Bairro: Ingleses Telefone: 48 3269-1292 E-mail: reserva@praiatur.com.br Site: www.praiatur.com.br

Pousada Barramar Bairro: Barra de Ibiraquera Telefone: 48 3355-0007 E-mail: pousadabarramar@uol.com.br Site: www.pousadabarramar.com.br

Hotel fazenda Cocho Velho Bairro: Linha Toldinho Fone: 49 3432-0212 Email: contato@cochovelho.com.br Site: www.cochovelho.com.br `` JOAÇABA

`` ITAJAÍ

Palmas Parque Hotel Bairro: Palmas Telefone: 48 3262-8044 E-mail: financeiro@hotelpalmas.com.br Site: www.hotelpalmas.com.br `` GRAVATAL Hotel Internacional do Gravatal Bairro: Termas Telefone: 48 3648-8100 E-mail: reservas@grupogravatal.com.br Site: www.grupogravatal.com.br

Pousada Porto dos Casais Bairro: Praia do Rosa Telefone: 48 3354-0147 reserve@pousadaportodoscasais.com.br Site: www.pousadaportodoscasais.com.br

Pousada Quinta do Bucanero Bairro: Praia do Rosa Telefone: 48 3355-6056 E-mail: bucanero@terra.com.br Site: www.bucanero.com.br

`` IRANI

Itá Thermas Resort e Spa Rodovia Pedro Paludo, SC-466, Km 72 Telefone: 49 3458-9200 E-mail: reservas@itathermas.com.br Site: www.itathermas.com.br `` ITAPEMA Hotel Plaza Itapema Bairro: Ilhota Telefone: 47 3261-7000 E-mail: itapema@plazahoteis.com.br Site: www.plazahoteis.com.br

Hotel Jaraguá Bairro: Centro Telefone: 49 3522-4255 E-mail: jaragua@hoteljaraguareal.com.br Site: www.hoteljaraguareal.com.br `` LAGUNA Laguna Tourist Hotel Bairro: Praia do Gi Telefone: 48 3647-0022 E-mail: reservas@lagunatourist.com.br Site: www.lagunatourist.com.br

Sandrini Termas da Guarda Bairro: Termas da Guarda Telefone: 48 3622-1717 E-mail: hotelsandrini@tro.matrix.com.br Site: www.hotelsandrini.com.br `` LAGES Map Hotel Bairro: Centro Telefone: 49 3221-5411 E-mail: maphotel@maphotel.com.br Site: www.maphotel.com.br

Hotel Fazenda Boqueirão Bairro: Centro Telefone: 49 3221-9900

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Onde se hospedar em Santa Catarina boqueirao@fazendaboqueirao.com.br Site: www.fazendaboqueirao.com.br

E-mail: reservas@hotelrouxinol.com.br Site: www.hotelrouxinol.com.br

Grande Hotel Lages Bairro: Centro Telefone: 49 3251-7000 E-mail: grandehotellages@brturbo.com.br Site: www.hotellages.com.br `` PALHOÇA

Caxias thermas hotel Bairro: Balneário Telefone: 49 3553-0272 E-mail: hotel@caxiasthermashotel.com.br Site: www.caxiasthermashotel.com.br

Pousada Pedra da Ilha Bairro: Praia Alegre Telefone: 47 3345-0542 E-mail: pousada@pedradailha.com.br Site: www.pedradailha.com.br `` PIRATUBA

Paraíso turist hotel Bairro: Balneário Telefone: 49 3553-0171 E-mail: reservas@hotelparaiso.com.br Site: www.hotelparaiso.com.br

Fazenda do Engenho Parque Hotel Bairro: Linha Serraria Telefone: 49 3553-0012 fazendadoengenho@fazendadoengenho.com.br Site: www.fazendadoengenho.com.br `` PORTO UNIÃO

São Joaquim Park Hotel Bairro: Centro Telefone: 49 3233-1444 reservas@saojoaquimparkhotel.com.br Site: www.saojoaquimparkhotel.com.br `` SÃO Miguel do Oeste

Pousada Ilha do Papagaio Bairro: Praia do Sonho Telefone: 48 3286-1242 E-mail: papagaio@papagaio.com.br Site: www.papagaio.com.br `` PENHA

Telefone: 49 3233-1140 reservas@pousadaaguasanta.com.br Site: www.pousadaaguasanta.com.br

Thermas de Piratuba Park Hotel Bairro: Balneário Telefone: 49 3553-0707 reservas@kleinvilletermashotel.com.br Site: www.thermaspiratubahotel.com.br

klein ville termas hotel Bairro: Centro Telefone: 49 3553-0220 E-mail: reservas@hotelschafer.com.br Site: www.kleinvilletermashotel.com.br Schafer Palace Hotel Bairro: Termas Telefone: 49 3553-0220 E-mail: reservas@hotelschafer.com.br Site: www.hotelschafer.com.br Tirolesa Hotel Bairro: Termas Telefone: 49 3553-0139 E-mail: hotel@tirolesa.com.br Site: www.tirolesa.com.br

Hotel San Rafael Bairro: Centro Telefone: 42 3522-4344 E-mail: hotelsanrafael@twin-net.com.br Site: www.twin-net.com.br/sanrafael `` SANTO AMARO DA IMPERATRIZ

Plaza Caldas da Imperatriz Bairro: Caldas da Imperatriz Telefone: 48 3281-9000 E-mail: lica.takahashi@plazahoteis.com.br Site: www.plazahoteis.com.br

Hotel San Willa’s Bairro: Centro Telefone: 49 3621-0352 E-mail: contato@sanwillashotel.com.br Site: www.sanwillashotel.com.br Zibamba Hotel Bairro: Centro Telefone: 47 3444-2020 E-mail: zibamba@hotelzibamba.com.br Site: www.hotelzibamba.com.br

hotel caminho das águas Bairro: Balneário Telefone: 49 3553-0155 Site: www.hotelcaminhodasaguas.com.br Hotel Rouxinol Bairro: Balneário Telefone: 49 3553-0138

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Hotel Kirst Bairro: Balneário Telefone: 49 3553-0323 E-mail: hotelkirst@piratuba.com.br Site: www.hotelkirst.com.br Pousada São Pedro Bairro: São Pedro do Timbó Telefone: 42 3526-1138 pousada@pousadasaopedrodotimbo.com.br Site: www.pousadasaopedrodotimbo.com.br

Hotel Porto de Paz Bairro: Ubatuba Telefone: 47 3442-5706 E-mail: hotelportodepaz@ilhanet.com.br Site: www.hotelportodepaz.com.br `` SÃO Joaquim Pousada Água Santa Bairro: Bom Jardim da Serra

Serra Panelão Fazenda Hotel Bairro: Serra do Panelão Telefone: 49 3292-1800 E-mail: serradopanelao@uol.com.br Site: www.serrradopanelao.com.br

Hotel Esplanada Contestado Bairro: SC-302/Km 2,08 Telefone: 49 3563-0999 reservas@esplanadadocontestado.com.br Site: www.esplanadadocontestado.com.br Santa Catarina Plaza Hotel Bairro: Centro Telefone: 47 3622-8400 E-mail: reservas@scplazahotel.com.br Site: www.scplazahotel.com.br `` Urupema Fazenda do Barreiro Bairro: Painel Telefone: 49 3222-3031 fazendadobarreiro@fazendadobarreiro.com.br Site: www.fazendadobarreiro.com.br

Hotel Timbó Park Bairro: Centro Telefone: 47 3281-0700 E-mail: timbopark@timbopark.com.br Site: www.timbopark.com.br

`` VIDEIRA

`` Treze Tílias Verde Vale Palace Hotel Bairro: Centro Telefone: 49 3566-1622 E-mail: reservas@hotelverdevale.com.br Site: www.hotelverdevale.com.br

`` SÃO FRANCISCO DO SUL Hotel Vila Germânica Bairro: Balneário Telefone: 49 3553-0404 E-mail: hotel@vilagermanica.com.br Site: www.vilagermanica.com.br

`` URUBICI Urubici Park Hotel Bairro: Santa Catarina Telefone: 49 3278-5300 E-mail: urubiciparkhotel@uol.com.br Site: www.urubici.com.br

`` Timbó

`` São Bento do Sul

Novotel Bairro: 23 de Setembro Telefone: 47 3634-1112 E-mail: novotelsbs@creativenet.com.br Site: www.novotel.com

Bairro: Centro Telefone: 49 3537-0297 E-mail: reservas@hotel13linden.com.br Site: www.hotel13linden.com.br

Treze Tílias Park Hotel Bairro: Centro Telefone: 49 3537-0277 E-mail: ttph@matrix.com.br Site: www.ttph.tur.br

Hotel Dreizehnlinden

Hotel das videiras Bairro: Pinheiros Telefone: 49 3531-3400 E-mail: contato@hoteldasvideiras.com.br Site: www.hoteldasvideiras.com.br `` Xanxerê Center Hotel Bairro: Centro Telefone: 49 3433-0614 E-mail: hotelcenter@hotelcenter.com.br Site: www.hotelcenter.com.br


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Bibliografia

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µµ Os dados referentes à densidade populacional são resultados da contagem populacional feita pelo IBGE em 2007, já, os número de eleitores dos municípios, bem como os índices de mortalidade infantil, analfabetismo, longevidade e IDH nesta obra, são do Censo de 2000. Sendo assim, estes dados podem ter variação quando comparados a números mais atualizados. µµ Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é uma medida comparativa que engloba três dimensões: riqueza, educação e esperança média de vida. É uma maneira padronizada de avaliação e medida do bem-estar de uma população. O índice foi desenvolvido em 1990 pelo economista paquistanês Mahbub ul Haq e vem sendo usado desde 1993 pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento no seu relatório anual. Todo ano, os países membros da ONU são classificados de acordo com essas medidas. Atualmente, a lista é encabeçada pela Islândia, seguida da Noruega.

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Autor

Carlos Müller Coordenadoria e Produção

Carlos J. Müller Produção Executiva e Co-editoria

Henrique C. Knippel Projeto Gráfico e Execução

Isaias Pinto GRUPO PRESENÇA EDITORA LDTA. Revisão: Rosângela Calza / pesquisa: Carlos Müller, Marcelo Tolentino e Paula G. Gabiatti / Editoração Eletrônica: Isaias Pinto e Pedro Vargas / Pesquisas Historiográficas: Arthur F. Silveira / Comercialização de Projetos Especiais: Presença Brasil Produções / Contatos de Comercialização: Henrique C. Knippel e Solonzinho

Schafer / Consultoria de Estratégia: Márcia Wilwert

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R•E•T•R•A•T•O•S

Santa Catarina Formação Étnica e Cultural de um Povo

Brasil Desconhecido A parte histórico-cultural de Santa Catarina tem nuances e variedades que nos remontam às diferenciadas etnias! O contestado, que aconteceu no início do século XIX, é um momento da história que grande parte do Brasil desconhece! Neste livro o autor busca apresentar esta e muitas outras nuances de forma ilustrada, como a tela abaixo, do artista catarinense Zumblick – Conselho de guerra do monge José Maria –, com suas túnicas surradas e barbas brancas, que se diziam enviados do céu. Naquela guerra santa surgiram muitos outros personagens, como Maria Rosa, uma espécie de “Joana d’Arc” cabloca, que dizia ouvir vozes de monges...

“Conselho de guerra do monge José Maria”, óleo sobre tela do grande artista catarinense Willy Zumblick (1913–2008), que retrata os conselheiros durante a guerra do Contestado


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