Revista do Avaí #17

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ISSN:1984-736X

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#17 • aNO 4 SET/ OUT DE 2012 • R$

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revista oficial

festa avaiana Em grande programação, o Leão da Ilha comemorou os seus 89 anos de glórias, títulos e muitas conquistas. O ponto alto das atividades foi a ativa participação do torcedor avaiano, grande patrimônio conquistado pelo Clube nestas quase nove décadas.


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setembro–outubro DE 2012


Com a palavra...

A VIDA ENSINA:

A PERSISTÊNCIA É O CAMINHO DO SUCESSO T

emos nesta edição uma revista temática, porém com uma abordagem mais sutil e transcendente do que uma simples avaliação esportiva dos nossos feitos, que não são poucos nem desprezíveis. Esta nossa Revista Oficial do Avaí, de número 17, pede a atenção do torcedor avaiano para uma reflexão muito apropriada à situação do Avaí no Campeonato Brasileiro de 2012 como, também, à vida e às aspirações de cada um de nós, seres humanos dotados de esperanças, sonhos e ambições. Completamos 89 anos em 1º de setembro último. Já no dia seguinte, vivíamos o primeiro dia do 90º ano de existência do Avaí. Isto significa que temos uma longa história de lutas e de conquistas que exige ser honrada, respeitada e continuada. O Avaí é o maior campeão estadual de Santa Catarina; é o clube que mais vezes levantou a taça máxima do futebol catarinense, façanha que ninguém nos tira se formos competentes para vencer mais do que os nossos adversários. Não foram poucas as vezes em que alcançamos o feito glorioso contra todos os prognósticos, o que apenas demonstra que retrospectos, estatísticas e probabilidades falam somente do passado, tentando projetá-lo à frente, mas nada dizem do futuro – pois o futuro é nosso e somos nós que fazemos o futuro que quisermos. Apesar do aniversário, no entanto, o tema da nossa Revista, sempre ansiosamente aguardada pelo torcedor azul e branco, é o pavimento com o qual se constrói a estrada até o sucesso: um sonho ou um talento, um objetivo e uma luta obstinada e persistente em direção à meta, a despeito dos tombos, das faltas, dos desvios, dos obstáculos, das resistências, das barreiras, das dificuldades monumentais, dos erros – sim, dos erros! – que nos surgem pelo caminho. São os erros que nos ensinam que o caminho certo é outro. Apresentamos, nesta edição, uma grande personalidade avaiana: o escritor e dramaturgo Mario Prata. Há mais de onze anos na Ilha, o que o mineiro Mario faz na vida é escrever romances e outros textos de ficção, o que significa dizer que ele também é um enorme leitor (pois ninguém consegue escrever bem uma linha sem ser um grande leitor). Trocados em miúdos, são quase 80 trabalhos entre

livros, peças de teatro, telenovelas, mais de 2 mil crônicas e roteiros de cinema. E são 51 anos de carreira. Ele diz: “acho que estou perto do 20º livro”. Avaiano é assim: vai ganhando e se esquece de contabilizar as medalhas. Ainda temos aqui a Valeria Rosati, triatleta e tricampeã do Ironman Brasil nos anos de 2009, 2011 e 2012 em sua categoria: apoiada pelo Avaí, Valeria é avaiana, é avó (pasmem!) e tem 49 anos. Sua rotina? Muito simples: trabalha quatro vezes por semana em cada modalidade (natação, corrida e ciclismo), com uma média de 3 a 5 horas de treinos diários. Persistência é o nome da sua rotina, uma rotina de campeã. Mas temos também o professor Nereu do Vale Pereira, que acaba de completar 84 anos de idade (cinco, apenas, menos do que o Avaí). Nereu é professor, escritor, pesquisador, criador do Museu que dirige e, naturalmente, avaiano ferrenho. O seu nome batiza a biblioteca do Clube. Além disso, e além de ter sido presidente do Avaí, Nereu é o nosso conselheiro mais antigo, superando os 50 anos de presença permanente nas decisões que afetam a nossa vida. Hoje, é presidente do nosso Conselho Deliberativo, que teve o bom senso de outorgar-lhe, por relevantes e inestimáveis serviços prestados, a Medalha de Mérito Saul Oliveira, honraria máxima que o Avaí pode conceder a alguém. São, todos esses, exemplos de persistência, de dedicação e de luta, com muito talento e sabedoria, por um sonho, por um objetivo maior. São, todos esses, exemplos que mostram ao torcedor e ao sócio avaiano que a sua presença na Ressacada, que o seu apoio aos atletas, que a sua pontualidade, serão decisivos para atingirmos a nossa grande meta para 2012: o retorno à Série A, lugar que nos cabe por mérito e por vontade de lá estarmos.

João nilson zunino

Presidente do Avaí f.c.

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editorial

Que venham os 90!

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Continuamos, nesta edição, apresentando as novas modalidades esportivas apoiadas pelo Clube. Depois do MMA e do beach soccer, agora é a vez do futebol 7, que, em pouco tempo, já conquistou importantes títulos em nível estadual e nacional. As tradicionais colunas dos escritores Sérgio da Costa Ramos e Amilcar Neves também estão nesta edição. É sempre uma honra poder contar com dois imortais da Academia Catarinense de Letras em nossas páginas. Para finalizar, as já consagradas seções de fotos que possibilitam ao torcedor uma maior interação com a Revista e com o Clube. Destaque para “Avaianos de berço”, “Avaianos pelo Mundo” e “Leoa avaiana”. Torcedor avaiano, chamamos você, mais uma vez, para participar da Revista. Críticas, sugestões e fotos são sempre bem-vindas. O nosso endereço de e-mail é o canal mais rápido e eficiente para estabelecermos contato. Não deixe de participar. Afinal de contas, a Revista Oficial do Avaí F.C. é feita para você! Boa leitura e forte abraço! Os editores

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Avaí F.C. comemorou, no último dia 1º de setembro, em alto estilo, 89 anos de glórias e de muito sucesso. Para marcar a data, o Clube realizou uma série de atividades com foco principal no torcedor, maior patrimônio conquistado pelo Leão nestas quase nove décadas de existência. A Revista oficial do Avaí F.C. não poderia ficar de fora e destacou a fotógrafa JamiraFurlani para acompanhar a passagem do aniversário do Clube. Entre os dias 27 de agosto, quando teve início a agenda de festividades, e2 de setembro, Jamira registrou os principais momentos desta grande confraternização, digna dos maiores clubes de futebol do país, e nos brindou com um excelente material fotográfico que apresentamos nesta edição. Outro importante tema que abordamos na Revista é a luta avaiana para retornar à elite do futebol nacional. Nossa equipe avaliou os 19 jogos realizados pelo Clube no 1º turno e preparou uma grande reportagem sobre o desempenho do time, sempre com o apoio certeiro do historiador SpyrosDiamantaras. Também nesta edição, destacamos três personalidades que carregam, nos seus corações, o azul e branco do Avaí: Mário Prata, um dos principais e mais atuantes escritores e dramaturgos do país; Marcelo Vieira do Nascimento, orquidófilo e ex-presidente do Clube; e Valeria Rosati, triatleta tricampeã do Ironman Brasil. A Revista apresenta, ainda, reportagens com o eterno ídolo Evando, o “Iluminado”, que voltou ao Clube em 2012 para encerrar a carreira. Segundo ele, o encerramento será com chave de ouro, com o acesso à primeira divisão do futebol nacional.

festa avaiana Em grandE programação, o LEão da ILha comEmorou sEus 89 anos dE gLórIas, títuLos E muItas hIstórIas. ponto aLto das atIvIdadEs foI a atIva partIcIpação do torcEdor avaIano, grandE patrImônIo conquIstado pELo cLubE nEstas quasE novE décadas.

Capa: Nesta edição, o designer gráfico Isaias Pinto utilizou a logomarca comemorativa dos 89 anos do Clube para produzir uma bela composição para a capa.


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Avaí Futebol Clube

CONTEÚDO DA edição

o

Fundado em 1 de setembro de 1923 expediente Diretoria Executiva Presidente João Nilson Zunino

Gerência de Logística e Infraestrutura Gilson Luiz Rufino Coordenação de Infraestrutura Gilson Luiz Rufino (interino)

Vice-Presidente Nilton Macedo Machado

Coordenação de Suprimentos Carlos César Souza

Planejamento Enio Gomes

Coordenação de Serviços Gerais Adenir Pedro da Silva

Gestão e Finanças Nerto Laudelino Machado

Coord. de Log. de Jogos e de Eventos Luciano Corrêa (Interino)

Projetos de Engenharia e Arquitetura David Ferreira Lima

Coordenação da Qualidade Kelly Priscila Franzoni

Patrimônio e Manutenção Odilon Furtado

Assessoria Jurídica Dr. Bruno Camicholi

Ação Social, Comun. e de Filantropia Nesi Brina Furlani

Assessorias Especiais Procuradoria Jurídica Sandro Barreto

Superintendente de Esportes Enio Gomes

Projetos Especiais Amaro Lúcio da Silva

Gerente de Futebol Profissional Marcelinho Paulista

Relacionamento com Consulados Francisco José Battistotti

Coordenação de Futebol Profissional Julio Rondinelli

Qualidade Terezinha Gartner

Coordenação Operacional de Futebol Profissional Vinicius Peixoto de Almeida

Superintendências Superintendente Executivo Nerto Laudelino Machado Superintendente de Administração Luciano Corrêa

Técnico de Futebol Argel Fucks Secretaria do Futebol Lúcia Dziedicz Superintendente de Negócios Nerto Laudelino Machado ( interino)

Assistente Administrativo Sheina Alves Assessoria de Marketing Thiago Pravatto Assistentes de Marketing Guilherme Sauthier

Assessoria de Projetos David Ferreira Lima Secretaria Geral Papiola Cristina Gomes

Relações Internacionais Misaki Tsuruta

Assessoria de Imprensa Alceu Atherino Neves Gastão Dubois

Gerente de Futebol das Categorias de Base Diogo Fernandes da Rosa Otacílio Coordenação de Futebol das Categorias de Base Flávio Roberto

Gerência Financeira e Contábil Maria de Lourdes da Silva

Coordenação Operacional de Futebol das Categorias de Base Eduardo Gaspar

Coordenação de Contratos Ivone da Costa

Coordenação de Saúde Desportiva Dr. Luis Fernando Funchal

Gerência de Recursos Humanos Geracimo Joaquim Fortunato

Coordenação de Esportes Olímpicos Enio Gomes ( interino)

Coordenação de Comunicação Vandrei Bion Coordenação de Licenciamento Otília Pagani Licenciamento Jorge Daux Coordenação de Relac. com Sócios Juliana Fialho Matiello

Conselho Deliberativo Presidente Nereu do Valle Pereira

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Vice-presidente Alessandro Abreu Primeiro secretário Edmundo Simone Neto Segundo-secretário Flávio da Cruz

Conselho Fiscal Presidente Claudio da Silva Membros Valdir João Marques Glauco Augusto Vieira Rafael Sardá

FINALISTA

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#17 — Ano 4 — setembro–outubro de 2012

revistadoavai@avai.com.br Jornalistas responsáveis Nikolas Stefanovich

Editor de fotografia Rubens Flôres

SC/JP 2122

Alceu Atherino Neves SC/JP 3245

Editor-chefe Nikolas Stefanovich Editores executivos Alceu Atherino Neves Luciana Pons Editor de arte Isaias Pinto

Repórteres Camila Spolti Pereira Carla Cavalheiro Celso Martins Felipe Coelho Marcelo Tolentino Róbinson Gambôa Foto da capa Rubens Flôres

Colaboradores Alceu Atherino Neves Amilcar Neves Frederico Tadeu Jamira Furlani Luciana Pons Manoel Bento Sérgio da Costa Ramos Colaboraram com fotos Avaí Futebol Clube Geremia Photography

Revisão Papyrus Textos Projeto gráfico e execução Isaias Pinto

Impressão Coan Indústria Gráfica

A Revista do Avaí é uma edição bimestral. Todos os direitos são reservados. É proibida a reprodução total ou parcial de qualquer artigo ou imagem desta obra sem a autorização por escrito dos editores. A Revista do Avaí não se responsabiliza pelo conteúdo das colunas assinadas e dos anúncios publicitários. Todo conteúdo voltado a publicação na revista do avaí deve ser enviado devidamente identificado.

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Destaques 16 Futebol Profissional Avaí segue escalando o retorno à Série A

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89 anos do clube Grande programação marcou o aniversário do Clube. Especial Mário prata Escritor e dramaturgo revela a torcida pelo Leão da Ilha Evando, o iluminado Atacante das jogadas impossíveis retorna ao clube e projeta Série A

e mais...

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O orquidófilo que tirou o Avaí da segunda divisão Valéria Rosati, mulher de aço e Avaí de coração Futebol Sete, a nova aposta do Leão da Ilha Instituto Avaí: revela talentos e forma cidadãos Caixa E.F. agora é o novo patrocinador do clube

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Seções

e colunas Cartas....................................... 8 Flagrante Eternizado.............. 10 Sérgio da Costa Ramos.......... 12 Leoa Avaiana........................... 52 Avaianos de Berço................... 56 Avaianos Pelo Mundo............. 57 Shopping Avaiano.................... 66 Crônica Amilcar Neves........... 68

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Fotos: Divulgação/Avaí F.C.

Seção cartas

Olá, pessoal Como curiosidade, encaminho foto da praça ao lado do estádio Jalisco, Guadalajara – México, onde a seleção brasileira conquistou o Tri em 1970. A praça foi batizada de “Praça Brasil” em homenagem à nossa conquista. Lá, há um monumento (foto) e uma placa com a inscrição: “Plaza Brasil – Homenaje de la ciudad al pueblo hermano con motivo del IX Campeonato Mundial de Futbol – Guadalajara noviembre 3 de 1970”. Não perdi a oportunidade e bati uma foto com a camisa do Leão neste local tão importante para o futebol brasileiro. Rodrigo Barreto Por e-mail Nota do editor: Prezado Rodrigo! Agradecemos a colaboração do amigo. Para nós da Revista do Avaí é sempre um orgulho e uma satisfação muito grande ver nosso manto sagrado viajando pelo mundo, ainda mais num local tão especial para a história do futebol brasileiro. Parabéns pela iniciativa!

Amigos da Revista do Avaí! Encaminho foto da bandeira do Leão em sacada de apartamento na fronteira do Brasil com a Argentina (Dionísio Cerqueira e Bernardo de Yrigogen). É o Leão da Ilha nos quatro cantos do mundo. Conselheiro Renato Teive Por e-mail Nota do editor: Conselheiro Renato, sua participação na produção da Revista do Avaí é sempre bem-vinda. Agradecemos por mais este flagrante, comprovando que o Leão da Ilha caiu definitivamente no gosto dos catarinenses e, porque não, dos hermanos da Argentina.

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Parabéns aos avaianos pelos 89 anos do clube mais amado de Santa Catarina!

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setembro–outubro DE 2012 us ou sE das Emor to


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flagrante eternizado

Emoção à flor da pele

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oucas imagens já publicadas na Revista do Avaí refletem tão bem a emoção de um atleta na comemoração de um gol como esta do atacante Laércio. O flagrante, eternizado pelas lentes de nosso editor de fotografia Rubens Flôres, aconteceu na partida contra o Grêmio Barueri, na Ressacada. Autor do gol de empate nos acréscimos do 1º tempo – o Avaí venceu a partida de virada por 2 x 1, Laércio, formado nas categorias de base do Leão, explodiu em emoção e foi para os braços da torcida, com lágrimas nos olhos e transbordando garra e comprometimento com seu Clube de coração.

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Rubens Flôres/Avaí F.C.

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coluna

sérgio da costa ramos

89 anos de glórias e lutas

Paixão em ondas azuis 12

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uatro letras. Uma paixão. Um sonho. Uma torcida derramada em ondas azuis, bandeiras ao vento, estandartes imunes ao tempo – chova ou faça sol, eles se erguem na dança do “azul” para levar os seus guerreiros à vitória. Avaí, nome de batalha. Três sílabas, o coração forte como um acento tônico. Uma torcida campeã, que cultiva um profundo apego à Ilha formosa, cheia de graça, que exerce o ofício de torcer com certo inconformismo matizado de humor, e que vive banhada por duas baías e duas lagoas, recheadas de camarões e de camaradagem. Um dia, escrevi sobre esta paixão: “Avaí, sinônimo de beleza. A Ilha mais bela, o hino mais belo, a mais bela camisa – um manto inconsútil, que cresce junto com as crianças, veste o peito dos adultos e, paixão invencível, atravessa uma vida – rumo ao azul infinito, que é a cor da eternidade”. Habituado às batalhas, terrestres ou navais - como a que lhe empresta o nome - o Avaí está diante de um desafio: encostar no G-4, a elite da elite. Ocupar, mais uma vez, um lugar de honra entre os vinte clubes mais poderosos do Campeonato mais competitivo do Mundo. De onde virá este sexto sentido vital, que faz do Avaí um competidor ao mesmo tempo pitoresco e glorioso? Que mística é essa que, como um dogma, mantém as esperanças acesas até mesmo quando as últimas forças esportivas parecem faltar? De que reserva moral vem o orgulho de jamais ter subido a um pódio que não fosse por mérito próprio e por uma conquista no campo de luta? O que é este “fazer coisa”, que nem sempre é a coisa certa, mas é, sempre, feita com a paixão da torcida e com a veia do bom humor? Para o Avaí, nada se conquista sem luta. Nada parece simples ou cartesiano. Pode-se chegar à glória pelo método mais difícil e complicado; pode-se chegar ao Paraíso com uma escala no Purgatório; por que optar pela “janela” quebrada, se não há porta que o Avaí não abra? Se o Avaí pode chegar ao centro de uma conquista por linhas sinuosas, desenhadas com suspense e paixão, então ele despreza todas as retas. Foi na luta da torcida, ao longo de 89 anos, irmanado pela dor e pelo bom humor, vencendo em campo os jogos e os campeonatos, que o “azurra” chegou ao título de “o mais laureado do século XX”; e, hoje, ao título de “O Mais Vezes Campeão do Estado”. www.avai.com.br

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coluna

sérgio da costa ramos

Coisas feitas M

esmo nos longínquos anos 50, o Avaí já fazia “coisas” – como encher o Campo da Liga, Estádio Adolfo Konder, em uma quarta-feira à tarde, com a ajuda dos funcionários públicos, que deixavam o paletó nas costas da cadeira e “fugiam” até o “Pasto do Bode”... E o que dizer daquela terça-feira cor de chumbo, tempo instável, 9 de novembro de 2008, o dia em que o Leão da Ilha Formosa subiu aos céus da Primeira Divisão do futebol brasileiro? O mar azul e branco transformou a Ressacada e a torcida no irresistível “tsunami” que levaria o time ao altar da Série A. A multidão compacta pulsava em um só coração.

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As ondas subiam e desciam em “olas” de estrondosa arrebentação – deixando no ar o rugido do Leão azul... A torcida estava, mais uma vez, diante do seu próprio destino. Será que “a coisa” vai acontecer, mesmo diante dos perigos de um “adiamento”, que remeteria a decisão para os jogos incertos das últimas rodadas? Uma vitória simples, um frugal 1 a 0 nos levaria ao Nirvana... Hoje o Avaí luta outra vez na divisão de acesso à Série A. E, com um time “na conta do chá”, sem um verdadeiro elenco de reposição, o azurra luta para se manter na briga. Garra não vai faltar. Torcida, também não.


Hora de crer C

onvém não duvidar do “ente” Avaí, “aquele que faz coisa”. Os desafios serão maiores, mas nunca invencíveis para a grandeza de uma cor que se destaca no Universo, realçando o planeta Terra – “azul”, como descreveu o cosmonauta Havaiano Yuri Gagárin. Esta tradição de 89 anos não é apenas um clube. É um estado da alma catarinense, uma ilha de paixão cercada de azul por todos os lados. Um “caso” de saborosa esquizofrenia esportiva. “De onde menos se espera – diz a Lei de Murphy, o conhecido código do fracasso universal – é daí mesmo que nada acontece”. Pois o Avaí é o seu oposto: “de onde e quando

menos se espera, aí mesmo é que o Avaí triunfa”... Esse Avaí faz coisa, sim. Tem feito coisas belas e sublimes nesses últimos 89 anos – e continuará a fazer história no belo horizonte azul da sua própria eternidade.

Sérgio da Costa Ramos

Jornalista, torcedor do Avaí e colunista do Diário Catarinense/RBS

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reportagem: carla cavalheiro Fotos: rubens Flôres estatísticas: spyros diamantaras

Escalando o retorno à primeira divisão 16

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Diogo acosta arrisca de fora da área contra o Ceará, na Ressacada: vitória difícil contra um adversário direto

Time conquistou o Catarinense e conseguiu, após alguns tropeços, regularidade para ficar próximo ao G4. A meta agora é somar pontos suficientes para retornar à elite. Fator casa será fundamental e a torcida fará a diferença!

C

om 30 pontos somados e muito próximo do G4, o Avaí encerrou o turno da Série B de olho e focado no acesso. O time tem 10 jogos em casa em 19 partidas para reconquistar o seu lugar na primeira divisão do futebol nacional. A pressão como sempre será grande, tendo em vista que as outras duas equipes catarinenses – Criciúma e JEC – também brigam por uma das quatro vagas na elite do futebol nacional, em 2013. Os entendidos de futebol lembram que o returno da competição é um novo campeonato. Que ainda não há nada ganho e que times que se mantiveram no G4 durante todo o turno em competições passadas sequer ficaram entre os 10 colocados ao final da competição. O goleiro Diego mantém os pés no chão e afirma que foi um equívoco ter estabelecido 30 pontos como meta para o primeiro turno. “Essa era uma meta mínima. Projetamos uma pontuação maior para o segundo turno, em torno de 36 pontos. A margem de pontuação para subir é mais do que 60 pontos. Nós temos 10 jogos em casa e nove jogos fora; temos que fazer uma média de 36 pontos para subir com tranquilidade”, diz. www.avai.com.br

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futebol profissional

E para atingir o objetivo, o comandante quer do time, além da dedicação técnica e tática, mais atenção principalmente nos momentos finais das partidas. “O primeiro turno nos reforçou o ensinamento de que a partida tem 90 minutos. Perdemos algumas partidas por falta de atenção ou por erros individuais. Porém, a arrancada no final do turno mostrou que temos uma equipe com muita capacidade”, aposta.

Jogo a jogo A

pós a conquista do título do Campeonato Catarinense 2012, o Avaí iniciou a disputa da Série B fora de casa. Em Varginha, a “temida” terra dos extraterrestres no interior das Minas Gerais, jogou contra o Boa Esporte. Para os que pensavam que o desconhecido time seria um adversário de fácil transposição, eis que o Avaí se pega arrancando o empate no último minuto. A partida realizada no estádio Dilzon Melo encerrou em 2 a 2. Cléber Santana e Pirão foram os autores do gol que garantiu o primeiro ponto do Avaí na Segundona. Na segunda rodada, foi a vez de reencontrar a torcida na Ressacada. E da maneira que a torcida azurra gosta: com vitória. A vitória colocou o Leão provisoriamente na liderança da competição e afundou o adversário, o São Caetano. O gol saiu após o zagueiro Gabriel derrubar Ronaldo Capixaba na área. Na cobrança da penalidade, Cléber Santana marcou o seu segundo gol na competição. Como não é possível ganhar todas, na terceira rodada, o Avaí foi ao Rio Grande do Norte e, no estádio Nazarenão, em Goianinha, perdeu de 1 a 0 para o América-RN. Na Ressacada, na quarta rodada, o primeiro clássico regional da Série B para o Avaí. A partida manteve a tradicional rivalidade contra o JEC e quebrou o jejum da equipe joinvillense que há 10 anos não vencia na ilha da magia. O placar foi de 2 a 1 para os visitantes. Felipe Alves marcou para o Leão. A segunda derrota seguida jogou o Avaí para o 12º lugar na tabela de classificação e começou a deixar o torcedor preocupado. A situação amenizou quando, no interior de Minas Gerais, o Avaí se recuperou e venceu de virada por 2 a 1 o Ipatinga e subiu para a oitava colocação. O Leão empatou a partida aos 40 minutos do primeiro tempo. Mika recebeu passe de fora da área, ajeitou, bateu e, em uma falha do goleiro adversário, a bola foi ao encontro da rede. A virada aconteceu aos 15 minutos quando Patric cruzou da direita para Julinho, que dominou e bateu cruzado sem chance de defesa para o goleiro Gilvan. Na sétima rodada, empate em 1 a 1 contra o Guaratinguetá, partida realizada no estádio Dário Leite Rodrigues, no interior de São Paulo. O Leão, que saiu atrás, buscou o empate e conseguiu aos 17 minutos do segundo 18

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O Atacante Nunes e o polivalente Pirão disputam jogada contra os defensores do Atlético-PR, na Ressacada: derrota fora de hora

tempo, quando Diogo Acosta ganhou disputa de bola e estufou a rede. O estádio Barradão fez jus ao nome e ao favoritismo dos donos da casa. Em Salvador, o Avaí foi barrado na oitava rodada e perdeu por 2 a 0 para o Vitória. Com golaço de falta de Leandro Silva, a nona rodada foi gloriosa na Ressacada, quando o Avaí venceu por 2 a 0 o ASA e voltou a se aproximar do G4. O segundo gol do Avaí aconteceu no segundo tempo, quando Evando recebeu na entrada da área, ajeitou para Cléber Santana que bateu de primeira e ajudou a somar mais três na conta azurra. Na partida contra o desesperado CRB, o Avaí perdeu por 2 a 0 na 10ª rodada da Segundona. Não foi na 11ª rodada que o Leão reencontrou a vitória. Na Ressacada e com muita desconfiança do torcedor, o Avaí perdeu por 2 a 1 para o Atlético-PR. Na partida seguinte, a terceira derrota: 2 a 0 para o Goiás.


Ascendência e foco na elite Q

uando o torcedor avaiano pensava que estava tudo perdido, eis que o Leão ruge. Foi contra o Bragantino, partida válida pela 13ª rodada da Segundona, na Ressacada. Felipe Alves marcou o gol aos 49 minutos do segundo tempo e o Avaí venceu o Bragantino enchendo o coração do torcedor de esperança. Fora de casa, contra o Paraná, o Avaí empatou em 1 a 1, com gol de Diogo Acosta, aos 15 minutos do segundo tempo. O resultado garantiu ao time chegar aos 18 pontos. Uma virada aos 26 minutos do segundo tempo garantiu ao Avaí permanecer na briga pelo acesso. O feito foi contra o Ceará, um dos candidatos diretos na briga pelo

acesso. A partida na Ressacada válida pela 15ª rodada foi disputada com chances de gols para as duas equipes. O gol do empate avaiano saiu de uma cobrança de pênalti. Apodi derrubou Laércio dentro da área. Na conversão, Cléber Santana deixou tudo igual. A festa avaiana foi completada com Diogo Acosta, que aproveitou bola cruzada dentro da área e, de cabeça, garantiu a vitória. Na abertura da 16ª sexta rodada, o Avaí conseguiu a segunda vitória seguida na Ressacada, quando bateu o ABC por 3 a 1. O resultado alçou o time aos 24 pontos e o posicionou cada vez mais perto do G4. Os gols da partida foram anotados por Rodrigo Thiesen e Felipe Alves (duas vezes), todos no segundo tempo. www.avai.com.br

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futebol profissional

Embalado O

Avaí “colocou água no chopp” do Guarani na noite em que o time celebrava a conquista do título Brasileiro de 1978. Sem dar chance para os donos da casa, o Leão venceu por 2 a 0 o Bugre no Brinco de Ouro da Princesa. A partida da 17ª rodada garantiu ao Avaí 27 pontos, a oitava colocação. Os gols foram anotados por Felipe Alves e Cléber Santana, que converteu pênalti anotado em cima de Laércio. “Fomos merecedores do resultado. Poderíamos ter ampliado o marcador no primeiro tempo. Foram, até aqui, cinco jogos sem derrotas e vitórias importantes. Estamos mantendo o equilíbrio”, comemorou ao final da partida o atacante Felipe Alves. O volante Diogo Orlando também comemorou o feito fora de casa. “Os treinos têm sido fortes para conseguirmos pontos também fora de casa. O time está jogando conforme o que o técnico pede e o mais importante é que as coisas estão acontecendo. As vitórias estão acontecendo e estamos chegando no G-4”, declarou. Antes do jogo em Barueri, baixa no elenco azurra. O técnico Hemerson Maria teve que cumprir suspensão pela expulsão na partida contra o Goiás. Émerson Nunes foi escalado para comandar o time. Apesar da experiência do ex-jogador avaiano no comando, a vitória não foi fácil. Após um susto no primeiro tempo, o Avaí conseguiu se recuperar e venceu por 2 a 1 o Grêmio Barueri no estádio da Ressacada. Laércio e Pirão anotaram para o Avaí na partida da 18ª rodada da Série B. Após o jogo, os jogadores do Avaí afirmaram que o time precisava de mais atenção na defesa. Nenê Bonilha destacou a falta de atenção do time como o fator negativo da partida. De acordo com o meia, os jogadores entraram em campo cientes de que o confronto seria difícil. “Demos mole, mas depois o time acordou e começou a tocar a bola”, recorda. O jogo de encerramento do turno da segunda divisão confirmou o favoritismo do Criciúma. No estádio Heriberto Hülse, um dos maiores clássicos de Santa Catarina terminou em 2 a 0 para o Tigre.

estatísticas dos jogos do avaí

Fora de casa

Jogos

20

Em casa

10

GOLS POR JOGADOR Total

9 19

Vitórias

2 7 9

Empates

3 0 3

Derrotas

5 2 7

Gols Pró

8 16 23

Gols Contra

14

Saldo de Gols

-6 9 2

7 21

Pontos

9 21 30

Aproveitamento

30,00 77,78 52,63

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Nome CLEBER SANTANA FELIPE ALVES DIOGO ACOSTA JULINHO PIRÃO LAÉRCIO LEANDRO SILVA MIKA NUNES RODRIGO THIESEN DIEGO

Jogos

Gols

19 5 15 5 13 4 1 2 16 2 14 1 19 1 11 1 7 1 9 1 19 -21


O fator casa pode ser a diferença no returno C

om o resultado, o Avaí encerrou a participação em sétimo lugar na tabela de classificação com 30 pontos, 21 deles conquistados no estádio da Ressacada. Perdeu somente dois jogos em casa, contra o Joinville e o Atlético-PR. “Não fomos excelentes no quesito regularidade. Tivemos altos e baixos e deixamos a desejar em alguns jogos, como foi o caso da partida contra o JEC. Ganhávamos de 1 a 0 e deixamos o adversário virar. Agora vemos que aqueles dois pontos fazem falta”, lembra o zagueiro Cássio. O jogador lembra também de outro momento ruim do time na primeira etapa da competição. “Chegaram a dizer que não valíamos nada, que ninguém prestava e todo mundo andava de cabeça baixa pelos cantos. Não podemos nos esquecer disso para que esse momento ruim, que ficou para trás, não volte mais”, pede. No returno da competição, o Avaí terá 10 jogos no seu domínio, o que para o zagueiro significa um grande aliado. “Em alguns jogos, deixamos de pontuar dentro de casa. Se em casa conseguirmos os 30 pontos que vamos disputar, somando com o que já temos, somaremos 60. Então, pelos cálculos, com 64 ou 65, creio eu que vamos chegar à Série A. Por isso, a importância de fazer a diferença em casa”, projeta. “Vamos jogo a jogo e, quando a gente der conta, vamos estar lá em cima”, encerra.

COntra o Grêmio Barueri, na penúltima rodada do turno, o Avaí venceu por 2 x 1. O meia Nenê Bonilha teve grande atuação

Classificação do avaí por rodada Rod. Class. PG

J

V

E

D GP GC SG %A

10ª 10º 14 10 4 2 4 11 11 0 46.7

8º 1 1 0 1 0 2 2 0 33.3

11ª 10º 14 11 4 2 5 12 13 -1 42.4

3º 4 2 1 1 0 3 2 1 66.7

12ª 12º 14 12 4 2 6 12 15 -3 38.9

7º 4 3 1 1 1 3 3 0 44.4

13ª 10º 17 13 5 2 6 13 15 -2 43.6

13º 4 4 1 1 2 4 5 -1 33.3

14ª 11º 18 14 5 3 6 14 16 -2 42.9

7º 7 5 2 1 2 6 6 0 46.7

15ª 10º 21 15 6 3 6 16 17 -1 46.7

6º 10 6 3 1 2 8 6 2 55.6

16ª

9º 24 16 7 3 6 19 18 1 50.0

6º 11 7 3 2 2 9 7 2 52.4

17ª

8º 27 17 8 3 6 21 18 3 52.9

10º 11 8 3 2 3 9 9 0 45.8

18ª

7º 30 18 9 3 6 23 19 4 55.6

8º 14 9 4 2 3 11 9 2 51.9

19ª

9º 30 19 9 3 7 23 21 2 52.6

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89 anos do clube

89 anos de glórias Grande programação marcou o aniversário do Clube

O

Avaí Futebol Clube completou, no dia 1º de setembro, 89 anos de glórias e títulos. E para festejar as conquistas ao longo da história, o clube mais vezes campeão de Santa Catarina, e de maior torcida no Estado, promoveu uma série de atividades alusivas a data especial. A comemoração começou no dia 27 de agosto com a 7ª Campanha Sangue Azul, no Hemosc. No dia 28 de agosto foi aberta a exposição, no Beiramar Shopping, das camisas dos municípios catarinenses homenageados pelo Avaí. No dia 31 de agosto, aconteceu a abertura da Copa WOA Avaí, além da tradicional Sessão Solene do Conselho Deliberativo, que contou com a apresentação dos cônsules do clube. Em seguida a programação contou com homenagem aos patrocinadores, lançamento da miniatura da Ressacada, lançamento do livro “O Football na Ilha e a Fundação do Avahy Football Club”, a apresentação do aplicativo do Avaí para iPhone e a entrega da Medalha Saul Oliveira para o presidente do Conselho Deliberativo Nereu do Vale Pereira. Para fechar o dia, duas homenagens a craques que marcaram na história do clube e que entraram para a Calçada da Fama. Os ex-atletas Belmonte e Jacaré foram os homenageados. No dia 1º de setembro, o grande dia. As festividades começaram com a alvorada de fogos, o momento de fé e o café

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da manhã entre os funcionários. Em seguida, a Ressacada se transformou em um palco de muitas atrações. Nos campos do Centro de Formação de Atletas (CFA), a Copa WOA Avaí reuniu jovens atletas que disputaram jogos em quatro categorias. No Complexo Fair Play, aconteceu o torneio “Paixão Pra Toda Vida”, que teve a participação de 12 equipes entre sócios e patrocinadores do clube. No estacionamento da Ressacada, paralelo as demais atividades, aconteceu o “Avaí Comunidade”, evento aberto para a torcida com muito serviço, entretenimento e ações comunitárias. A partir das 11 horas, os atletas profissionais participaram, no gramado da Ressacada, de um jogo diante de 89 sócios mirins. Para terminar, um telão foi disponibilizado, no estacionamento, para que todos pudessem assistir a partida São Caetano x Avaí. No domingo, dia 2, a programação continuou com jogos da 5ª Copa WOA Avaí. No dia 4, além do jogo Avaí x América-RN, o público teve como atração uma partida do máster do Avaí contra os times finalistas do torneio “Paixão Pra Toda Vida”. Confira, nas próximas páginas, na reportagem fotográfica de Jamira Furlani, os principais momentos desta grande comemoração.


1

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Exposição no beiramar shopping (1) Os goleiros Aleks e Vitor acompanharam de perto a exposição das camisas em homenagem as cidades catarinenses no Beiramar Shopping. (2) O meia Nenê Bonilha também marcou presença e recebeu o carinho dos torcedores. (3) O goleiro Diego prestigiou o evento. (4) Torcida confere a exposição avaiana que marcou o início da programação festiva dos 89 anos do Clube.

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copa woa contou com 32 equipes A fotógrafa Jamira Furlani registrou vários momentos da Copa WOA Avaí, que aconteceu nos campos do CFA. O evento, organizado pelo Instituto Avaí, em parceria com o Avaí Futebol Clube, fez parte das atividades comemorativas aos 89 anos de fundação do Clube e contou com a participação de 32 equipes, divididas em quatro categorias (Sub10, Sub-12, Sub-14 e Sub-16).

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semana agitada com agenda cheia (1) Jacaré e Belmonte colocam seus pés na Calçada da Fama avaiana. (2) O historiador André Luiz da Rosa autografa seu livro “O Football na Ilha e a Fundação do Avahy Football Club”. (3) Presidente Zunino e vice presidente do Conselho, Alessandro Abreu, entregam medalha Saul Oliveira ao grande avaiano Nereu do Vale Pereira. (4) Presidente Zunino e integrantes da escolinha do Avaí em Rondônia. (5) Lançamento das miniaturas da Ressacada.

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Gostaríamos de saber o que você acha da revista. Sua opinião é muito importante para nós. Contamos com sua sugestão, crítica e elogio para fazermos uma revista cada vez melhor, mais interessante, completa... revistadoavai@avai.com.br Este é o canal mais rápido para comunicação com toda a equipe da Revista Oficial do Avaí F.C.

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ISSN:1984-736X

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10 #17 • aNO 4 SET/ OUT DE 2012 • R$

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você nas nossas páginas

festa avaiana Em grandE programação, o LEão da ILha comEmorou sEus 89 anos dE gLórIas, títuLos E muItas hIstórIas. ponto aLto das atIvIdadEs foI a atIva partIcIpação do torcEdor avaIano, grandE patrImônIo conquIstado pELo cLubE nEstas quasE novE décadas.

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89 anos do clube

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setembro é o mês do avaí f.c. (1) O primeiro dia do mês de setembro iniciou com um belo café da manhã para os funcionários do Clube. (2) Corpo funcional do Clube confraterniza no café da manhã especial. (3) Vice presidente, Nilton Macedo Machado, e diretora social, Nesi Brina Furlani, apagam as velinhas dos 89 anos do Clube. (4) Momento de fé dos funcionários do Avaí Futebol Clube.

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torneio no clube aproxima torcida e patrocinadores Flagrantes do torneio “Paixão pra toda vida”, que aconteceu nos gramados sintéticos do Complexo Fair Play, localizado ao lado da Ressacada. A competição contou com 12 equipes compostas de sócios e patrocinadores do Clube.

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89 anos do clube

“Avaí Comunidade“ com muitos serviços e entretenimento No estacionamento da Ressacada, aconteceu o “Avaí comunidade”, evento aberto ao grande público com muito serviço, entretenimento e ações sociais. Fotos registram grande participação da torcida, especialmente crianças e jovens, que tiveram à disposição várias brincadeiras e jogos.

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festa no gramado para alegria da galerinha avaiana Ainda no dia do aniversário do Clube, 89 sócios mirins participaram de atividades com jogadores do elenco profissional. O gramado da Ressacada foi palco de uma grande festa azul e branca.

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personalidade avaiana 1

reportagem e fotos: marcelo tolentino

Prata ĂŠ da Casa 32

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Craque da literatura torce pelo Leão da Ilha A

em sua biblioteca particular, Mário Prata exibe o manto azurra: carinho pelo Leão da Ilha

paixonado por futebol, o escritor e dramaturgo Mário Prata, 66 anos, torcedor roxo do Clube Atlético Linense, time de Lins, interior de São Paulo, escolheu o Avaí Futebol Clube para torcer em Florianópolis, onde reside desde 2001. Ele, que assina todos os pacotes de futebol para a TV a cabo e assiste aos jogos da Série A, B e C, bem como campeonatos internacionais no seu apartamento no Norte da Ilha, costuma ir à Ressacada para torcer pelo Leão. Foi o primeiro time a tomar conhecimento ao chegar à Capital. “Adoro futebol e tenho grande simpatia pelo time como muitos amigos avaianos, a exemplo do Guga. Sinto-me muito bem naquele estádio”, disse Prata, que lembra o Campeonato Brasileiro de 2009, quando o Avaí terminou em sexto lugar. “Era o melhor time do Brasileirão. E a meta tinha de ser ganhar o Brasileiro. Tem de acreditar”, avalia Prata, que já indicou um jogador do Linense para o presidente do Avaí, João Nilson Zunino. “Foi o Fausto, artilheiro”, recorda. Na opinião de Mário Prata, é fundamental que os times tentem não desmontar as equipes, vendendo os jogadores que se destacam. “Sei que é difícil, mas é importante”, recomenda Prata, que admite: sempre foi “perna de pau”. “Nunca joguei bem. Sou péssimo”. “Joguei muito bem tênis uma época”, conta o escritor, que acabou tornando-se um craque da literatura. Prata começou a torcer pelo Linense na adolescência, quando morava em Lins. Em 2010, o time paulista subiu para a primeira divisão depois de 53 anos fora da elite. “O bom de torcer pelo Linense é que ninguém fica sabendo quando o time perde. É um alento”, brinca ele, que fez questão de criar uma comunidade de torcedores do Linense em Florianópolis. “Distribuí algumas camisas por aqui. Acho que já dá pra lotar uma Kombi”, diz ele, rindo.

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personalidade avaiana 1

“Neymar é burro taticamente” Q

uando Mário Prata não está escrevendo os seus livros, está vendo futebol na TV ou no estádio. É capaz de ficar horas a fio à frente da televisão. Não é de ficar xingando o juiz ou gritando, como um típico torcedor. Gosta de analisar as jogadas. Como de técnico e de louco todo mundo tem um pouco, ele é um dos milhões de brasileiros indignados com o futebol tupiniquim. Prata chega a ser ácido. Nostálgico, relembra o futebol do passado e não consegue apontar um único time realmente bom no Brasil, e chega a classificar o jogador Neymar como burro taticamente. “O garoto só quer driblar e cair. Lá fora ele não se cria. Vão quebrá-lo. E aqui no Brasil os jogadores não têm noção do que tem de fazer dentro do campo. Você vê os 22 correndo atrás da bola ao mesmo tempo”, dispara ele. “Na Europa, os jogadores sabem exatamente o que tem de fazer. O futebol hoje está muito científico e está feio”, analisa ele. Para ele, o futebol piorou quando inventaram a substituição. “Aí o técnico foi para a beira do campo. Já pararam para observar o que os técnicos falam? É só palavrão, enquanto o jogador precisa, muitas vezes, é de uma palavra de estímulo”.

mário é direto ao analisar o momento do futebol brasileiro: “não há time realmente bom no país”

Pelé é rei M

ário Prata, que viu Pelé jogar, diz que o atleta estava além do seu tempo. Lembra que o rei foi campeão mundial por três vezes pela seleção brasileira, sendo que o primeiro título conquistou aos 17 anos. Disputou quatro copas e marcou 1.282 gols. “Chutava com as duas pernas com a mesma potência e cabeceava como ninguém”, disse o escritor, que ressalta principalmente a perspicácia de Pelé. “Ele antecipava as jogadas, projetando-as. Hoje, o jogador pega a bola de cabeça baixa e passa para a primeira perna que aparecer”, comenta. “Pelé é de longe melhor que Maradona”, destaca.

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Prata lembra que um escritor descreveu bem a inteligência de Pelé. Aos 13 anos, ele não jogava com os meninos da mesma idade, “pois driblava todos facilmente. Então o colocavam para jogar com os garotos de 17 anos”, conta o escritor. Em um desses jogos, o garoto Pelé fez um gol de calcanhar no ângulo, para o desespero do técnico, que disse ao menino que ele poderia ter virado e chutado. “Você não viu onde estava o gol”, observou o técnico, que recebeu a resposta de Pelé: “Mas eu vi onde estava a trave do meu time”. Prata diz que o último “iluminado” foi Ronaldo Fenômeno.


Troca de passes Um time: Linense e Avaí Um drible: chapéu, como aquele que Zidane deu no Ronaldo Fenômeno, na Copa de 2006. Um jogador: Pelé Um técnico: não há técnico bom no Brasil. Um lance: quando Levinha, que era do Linense e naquela ocasião jogava pela Portuguesa, meteu por debaixo das canetas do Pelé. Depois, ele acabou levando uma cotovelada do atacante santista... Na verdade, só depois ele veio saber que era mesmo o craque. Um título: em 2010, quando o Linense foi campeão da Série A-2 do Paulista, subindo para a elite, 53 anos depois. Um gol: uma meia bicicleta do Nei Conceição, que jogou pelo Corinthians, pai do atacante Dinei; um golaço. Ele subiu alto. O outro foi uma patada do meio de campo do então jogador Dunga jogando também pelo Timão, contra o Cruzeiro. Uma frustração: a Copa do Mundo de 1982, que o Brasil perdeu, mesmo tendo um timaço.

Perfil

Em sua residência, o escritor mostra a vista de sua janela

Mário Alberto Campos de Morais Prata é natural de Uberaba (MG), onde nasceu no dia 11 de fevereiro de 1946. Foi criado em Lins, interior de São Paulo. Como jornalista, trabalhou em diversos jornais e revistas. Na literatura, não se restringiu a nenhuma faixa etária e lançou publicações para todas as idades. Escreveu também para cinema, teatro e televisão. Foi repórter, cronista, colaborador, resenhista de literatura, articulista e pôde desfrutar do reconhecimento do seu trabalho ao receber vários prêmios.

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personalidade avaiana 2

reportagem e Fotos: celso martins

Marcelo Vieira

Nascimento

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Paixão avaiana o levou a criar uma orquídea azul e branca, a Laelia Purpurata Avaí

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Em seu orquidário, um dos maiores da América Latina, Marcelo veste sua outra paixão

orria o ano de 2007. A paixão o levou a fecundar duas orquídeas de cores diferentes, visando obter uma terceira com o azul e o branco avaianos, façanha que chegou ao sucesso em dezembro de 2011. Foram cinco anos trabalhando com exemplares de Laelia Purpurata, flor símbolo de Santa Catarina e de Florianópolis – uma branca “alba” e a outra azul “coerulea”. O resultado se chama orquídea Laelia Purpurata Avaí. “Possivelmente, somos o único clube de Futebol do Mundo que possui uma Flor com o seu nome e com as suas cores”, destaca Marcelo. Geógrafo, orquidófilo presidente da Federação Catarinense de Orquidofilia, torcedor e ex-presidente do Avaí em um momento em que ninguém queria assumir o pepino, Marcelo Vieira Nascimento vive o time do coração 24 horas por dia. Pautado para um perfil do cultivador da orquídea azul-leão, fui encontrar o personagem na sua residência em um condomínio no bairro Carianos, refúgio de precioso orquidário. Saí convencido de que Marcelo é antes de qualquer coisa um orquidófilo; o restante é derivado, apoio ou consequência da atividade máster. Nasceu no dia 23 de outubro de 1959, à Rua Clemente Rovere, no Morro do Tico-Tico (Florianópolis-SC) e é filho do comerciário Joel Nascimento e Amélia Anatalia Nascimento. Tem no currículo mestrados em Engenharia Civil e em Botânica de Plantas Ornamentais, tendo reunido um raro acervo bibliográfico sobre orquídeas, entre os maiores da América do Sul.

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personalidade avaiana 2

Amor azul F

oi como gandula no Campo da Liga (Estádio Adolpho Konder) aos sete anos de idade que ele começou o namoro com o Avaí. Tem vivos na memória os lances e passagens envolvendo atletas como Lica, Lico e Albeneir; o mesmo Lica que, em um jogo contra o Santos de Pelé, fez um gol, momento inesquecível. “Eu não tinha nada para fazer e ia para as reuniões da Federação Catarinense de Futebol nos tempos do José Elias Giuliari na presidência”, recorda. No Avaí e no movimento de juventude da Catedral de Florianópolis, ligou-se aos filhos do professor Nereu do Vale Pereira, Francisco (Kico), Nereuzinho e Hipólito. “As relações estabelecidas naquele tempo perduram até hoje”, destaca Marcelo. Com Nereu, o orquidófilo também se tornou cartola, assumindo, ao convite daquele, o Conselho Deliberativo avaiano. Foram momentos de muita tensão, incertezas e dificuldades no universo azurra da Ressacada. É importante lembrar que Nereu assumiu a presidência do clube em meio à grande crise de 1993, do final da segunda gestão do então presidente Nilson Fidelis (Pico), no cargo entre 19881989 e 1992-1993. No meio do veranico de maio de 1993, a presidência foi ocupada provisoriamente por Nereu do Vale Pereira.

Bafo de Leão E

nquanto isso, o Conselho Deliberativo se reúne e elege Marcelo Vieira Nascimento para a sua presidência. O primeiro passo do já orquidófilo foi convocar eleições, mas o abacaxi era tão amargo que “ninguém se apresentou”, lembra. Na prática, ele passou a acumular as duas presidências – a do clube e a do conselho –, situação que perdurou cerca de meio ano. Marcelo, que já era presidente de fato, tornou-se presidente de direito do clube em dezembro de 1993, permanecendo na função até abril do ano seguinte. “O time estava na segunda divisão”, recorda o personagem. Com a posse do novo presidente, José Carlos Maria, reassumiu a presidência do Conselho Administrativo no qual, “com mão de ferro”, enfrentou “várias crises no ano de 1994”. O resultado disso tudo foi o título de campeão da segunda divisão de 1994, assegurando o retorno do Avaí à elite do futebol catarinense. “Foi um

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marcelo exibe placa que recebeu do Clube em reconhecimento a sua dedicação e comprometimento

legado muito especial para toda a nação azurra”, observa Marcelo, “fruto de uma gestão administrativa baseada em ação e resultados, cuja essência serviu de base para a retomada das conquistas e vitórias”.


Orquídeas

V

oltemos ao orquidófilo, também servidor público municipal lotado no Bosque Municipal Pedro Medeiros. Atualmente, ele exerce a presidência da Federação Catarinense de Orquidofilia, entidade existente há quase três décadas e que representa 23 agremiações orquidófilas em Santa Catarina, envolvendo mais de três mil sócios. Viaja pelo Brasil e outros países tratando do tema. Responsável pela criação e alimentação de um site sobre orquídeas (www.orquidarioilhadodesterro.com. br), um dos mais completos do mundo na língua portuguesa, ocupa tempo, gasta dinheiro e queima pestana desenvolvendo o gigantesco “Atlas das Orquídeas de Santa Catarina”. O projeto visa identificar e descrever mais de 700 orquídeas naturais do Estado, das quais 23 são endêmicas, ou seja, somente ocorrem aqui e em nenhum outro lugar do mundo. É casado com Alessandra Darius Staedele e pai de João Pedro, 19, e de Júlia, 16, com quem partilha as paixões pelas orquídeas e pelo Avaí.

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Superação avaiana

Valéria 40

Rosati

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valéria é homenageada no gramado da Ressacada, durante intervalo de um dos jogos do Avaí na Série B

Jamira Furlani/Avaí F.C.

Uma “mulher de aço” apaixonada pelo Avaí reportagem: marcelo tolentino Fotos: arquivo pessoal

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la tem 48 anos, dois filhos, um neto e é uma “mulher de aço”. Tricampeã do Ironman Brasil na sua categoria (45-49), Valéria Rosati está acostumada a superar limites na maior prova de triatlo da América Latina: são 3,8 km de natação, 180,2 km de ciclismo e 42,2 km de corrida. Ela, que pratica o esporte desde 2006 e parte para o décimo Ironman Havaí, foi considerada a melhor Master de 2011. Fôlego, força e garra são o que não falta nesta paulista radicada em Florianópolis desde 1993. Não foi à toa que ela se identificou com o Avaí assim que chegou à Ilha, tornando-se assim mais um dos ícones do esporte ligados ao Leão da Ilha, ao lado de outras personalidades como Guga Kuerten. Torcedora roxa, este ano ela foi homenageada pelo time depois de demonstrar a sua paixão para o mundo inteiro. Na última edição do Ironman do Havaí, ela usou a camisa do clube durante a premiação, e pediu que o hino do time fosse tocado. Pedido que foi atendido pela organização da prova. “Tive a oportunidade de levar os

meus filhos para acompanhar a competição. Nós estávamos vestidos com a camisa do Leão da Ilha em vários momentos. Nas minhas transições, via os meus filhos tremulando a camisa como se fosse a bandeira do Brasil, representando o Avaí e Santa Catarina. Na hora da premiação, eles atenderam ao pedido. Cantamos o hino e foi uma festa linda do Avaí no Havaí. É um orgulho poder competir sendo torcedora do Leão, time de garra.”, disse ela, em entrevista à imprensa do clube. A atleta, que já não pode ir aos jogos do Avaí com frequência, por causa da rotina de treinos, tem tudo para ter a parceria com o time ampliada. Isso garantiria a sua participação em eventos como o Ironman Kona no Havaí com um suporte maior. Ganhar a competição, que acontece em outubro, é meta para Valéria, que se classificou para três mundiais. Por falta de apoio, ela não pôde ir ao ITU Long Distance em julho, na Espanha, mas pretende representar Santa Catarina e o Brasil nos mundiais de Las Vegas, em setembro, e do Havaí. www.avai.com.br

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Superação avaiana

IronMan Havai 2011

Superando limites A

triatleta Valéria Rosati começou a praticar o triatlo atraída pelo desafio de testar os próprios limites físicos e mentais. Ela explica que já praticou outros esportes como vôlei e basquete, mas precisava de mais adrenalina, de algo mais desafiador. “Sempre observei com admiração o triatlo principalmente o Ironman, em que você pode estar muito bem preparado fisicamente, mas, se você não estiver equilibrado mentalmente, não termina a prova. Para mim, o Ironman é 80% mental”, ensina ela. “O treinamento físico nos leva a realizar feitos necessários, todavia a mente forte nos eleva a conquistar 42

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o extraordinário”, avalia Valéria. A sua rotina de treinos envolve quatro dias por semana em cada modalidade. Natação, corrida e ciclismo, com uma média de três a cinco horas de treino diário. “Treino, em média, 60 quilômetros de corrida, doze de natação e 300 quilômetros de ciclismo. Próximo da prova, há um aumento no volume dos treinos”, explicou ela, que adota uma alimentação saudável, rica em frutas e carboidratos, pois o gasto energético é alto. “Também bebo muito líquido”, disse.


Guerra ao sedentarismo F

A atleta na linha de chegada do Ironman disputado na Tailândia em 2011

Valéria no Ironman Brasil 2012, disputado em Florianópolis

ormada em Educação Física, Valéria Rosati é funcionária pública da Secretaria de Estado da Saúde e também trabalha como personal trainer. Hoje, ela está à disposição na Assembleia Legislativa, na qual desenvolve trabalho de prevenção e promoção de saúde por meio de ginástica laboral. Lá, no parlamento estadual, ela tenta tirar os funcionários da zona de conforto. Ela orienta que as pessoas devem adquirir o hábito da atividade física por pelo menos 30 minutos diários. “Precisamos movimentar o nosso corpo, fazer o nosso sangue circular, tirar as toxinas, aliviar o stress”, explicou ela, lembrando que atividades corriqueiras também podem servir como exercício físico. “O mínimo que for feito, como passear com o cachorro, evitar ir à padaria da esquina de carro, subir pequenos lances de escada em vez de esperar pelo elevador, tudo isso já ajuda a manter o corpo em movimento”, ensinou. Valéria alerta que o sedentarismo de hoje pode custar caro no futuro. “Precisamos ter um envelhecimento funcional. A vida vai cobrar mais adiante pelo sedentarismo, que é responsável por mais de cinco milhões de mortes no mundo”.

Principais títulos Tricampeã do Ironman Brasil categoria 45-49 anos, em 2011; Atual campeã brasileira de Longa Distância; Eleita pela imprensa especializada como a Melhor Master de 2011; Campeã da categoria do Ironman 70.3 – Penha 2011; 2º lugar no ranking geral da Federação de Triatlo de SC – 2010; Campeã Volta à Ilha equipe feminina – 2011; 2º lugar no ranking geral da Federação de Triatlo de SC – 2010; 5ª colocada geral Half Punta del Este – 2010; Campeã da categoria do Ironman 70.3 Pucon Chile – 2008; e Quatro vezes campeã brasileira de Longa distância.

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novos leões

reportagem: felipe coelho Fotos: joaquim azevedo / jornal f7

Futebol sete A nova aposta do Leão A

amizade sempre foi o combustível do futebol. Reunir os amigos, suar a camisa, discutir e, acima de tudo, comemorar, faz parte desse ritual que é a grande paixão dos brasileiros. Uma paixão compartilhada pelos amigos Alex Neves e Matheus Barretta, que há cinco anos criaram a Associação Recreativa e Cultural Buxa Futebol Sete, o embrião do atual time de society do Leão. O que começou como uma brincadeira entre amigos é hoje um dos destaques das novas modalidades apoiadas pelo clube. As peladas que Alex e os seus parceiros disputavam foram aos poucos se profissionalizando. Os atletas, que até então entravam no campo para se divertirem, começaram a enxergar o potencial da equipe para disputar campeonatos regionais. Foi o título de Campeão do Metropolitano, conquistado em 2010, que chamou a atenção do Avaí. Na época, o clube não tinha nenhum representante para competir no Campeonato Brasileiro, uma oportunidade perfeita para o Buxa Futebol Sete mostrar todo o seu talento. 44

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O convite foi feito e não demorou muito para os jogadores vestirem a camisa do Leão. “A experiência adquirida foi fundamental para o crescimento do Futebol Sete Catarinense dali para frente. Em 2011, a camisa do time ficou inativa até o segundo semestre, quando, em agosto, firmamos oficialmente parceria e nos tornamos o Avaí F7”, relembra o treinador Alex Neves. De lá para cá, o Avaí F7 vem colecionando uma enxurrada de títulos. É o atual bicampeão da Série A da Floripa Cup, campeão Sul Brasileiro, campeão da Sul da Ilha Cup e da Copa Master, além de ser, por duas vezes, o único time de Santa Catarina a ceder jogadores à Seleção Brasileira (os atletas Bruno Alexandre “Queixo”, em 2011, e Rodrigo Mafra, em 2012) para a disputa do Campeonato Mundial. O goleiro Rodrigo Mafra se tornou, em julho, o único catarinense campeão mundial de Futebol Sete. A agenda de 2012 do Avaí F7 reflete todo este sucesso. Os atletas ainda disputam, neste ano, o Campeonato Sul


Brasileiro (Copa Sul), o Campeonato Catarinense e, se forem classificados, o Campeonato Brasileiro no fim do ano. “Queremos muito ganhar o Campeonato Catarinense, já que Florianópolis ainda não foi campeã. Esperamos ser o primeiro time a conquistar o título”, diz o goleiro e revelação Rodrigo Mafra. Além de todos os campeonatos, o Avaí F7 disputa a XII Floripa Cup, que começa em setembro. Hoje, a Floripa Cup é o segundo maior Campeonato de Futebol Society do país, contando com mais de 1.500 atletas e 72 equipes amadoras divididas nas séries A, B, C e D. O time vencedor da disputa garante vaga no Campeonato Catarinense de Futebol Society. A Federação de Futebol Sete Society de Santa Catarina ainda é responsável pelas Joinville Cup, Chapecó Cup, São Miguel Cup, Maravilha Cup, BC Cup, Balneário Cup, Concórdia Cup e Blumenau Cup. Na Grande Florianópolis, são disputadas a Copa dos Campeões e a Copa Master. No mês de novembro, a entidade organizará o Campeonato Catarinense de Futebol Sete, com a participação de 16 equipes. Para o treinador Alex Neves, o horizonte é bem azul: “Eu vejo o futuro com muita expectativa. O apoio que o Avaí Futebol Clube vem dando ao Avaí F7 é muito importante. Recentemente, em parceria com a Diretoria do Avaí FC, fizemos um grande projeto para o Futebol Sete. Estamos constantemente batendo na trave, realizando jogos competitivos com grandes equipes, como aconteceu na Copa do Brasil de 2011, no Campeonato Brasileiro de 2011 e na Liga Nacional, em que fomos eliminados para o Corinthians nos últimos segundos de jogo. Se o planejamento der certo, dentro de um ano, espero buscar títulos em nível nacional, como já fizemos no Sul Brasileiro do ano passado, quando vencemos grandes equipes, como o Atlético Paranaense e o Grêmio”. De “buxa”, o time vem provando que só tem o nome.

Curiosidades do futebol sete

A

origem do futebol society é cercada de controvérsias. Ninguém pode afirmar com exatidão a data e o local que a modalidade foi criada. Alguns especialistas afirmam com convicção que o esporte teve o seu início na metade da década de 80, nos gramados das grandes mansões do Morumbi, bairro paulista, nos quais executivos se encontravam para bater uma bolinha nos momentos de folga. Outra corrente defende calorosamente a teoria de que o futebol society é bem mais antigo e teria nascido nos anos 50 nos fundos dos casarões da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. O sobrenome “society” também desperta dúvidas. A explicação mais usada é a de que o termo vem de café society, expressão usada para descrever a alta sociedade do Rio de Janeiro de antigamente. Futebol Society teria sido um nome criado pelo comentarista esportivo Ruy Porto, ao se referir a uma partida de futebol disputada pela grã-finagem da época.

Destaques apontados por Alex Neves

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elenco do Avaí F7 é muito qualificado, porém não podemos deixar de destacar o goleiro Rodrigo Mafra, campeão mundial pela Seleção Brasileira, Júlio Cesar, Fábio Trajano, Marckus Augustus, recém-convocados para a Seleção Catarinense de Fut7, e o atacante Vagner Gonçalves, todos em grande fase”. www.avai.com.br

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Eternos Ídolos

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O iluminado reportagem: felipe coelho Fotos: rubens flôres

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o dia 12 de agosto de 2008, os avaianos presenciaram um dos gols mais bonitos já marcados na Ressacada e, talvez, um dos mais belos da história do Leão. A proeza aconteceu aos 38 minutos do segundo tempo em uma partida contra o Corinthians pela 18ª rodada do Campeonato Brasileiro da Série B. Em meio à chuva que caía naquela noite, o atacante Evando desafiou as leis da física e fez um incrível gol de bicicleta, deixando a torcida de queixo caído. “Eu tinha acabado de chegar de Minas Gerais, onde o meu filho tinha nascido. Queria homenagear o Samuel e, com a Ressacada lotada, marquei talvez um dos gols mais emocionantes da minha carreira”, relembra o jogador que, além de homenagear o filho, agraciou uma torcida hipnotizada com o seu talento. Esse é só mais um dos gols deste jogador que ado-

tou o Avaí como o seu time do coração. Evando Spinassé Camillato, mineiro de nascença, mas hoje um perfeito “manezinho” da praia do Campeche, local que escolheu para morar com a sua família, é também autor do consagrado gol do acesso do time à primeira divisão do Campeonato Brasileiro, marcado em uma inesquecível partida contra o Brasiliense em 2008. Evando começou a ensaiar as primeiras jogadas ainda garoto no ACESITA, time local de Timóteo, sua cidade natal. Com 16 anos, o atleta foi para a Bahia jogar na categoria de base do Vitória. Após um início promissor e com contrato assinado aos 18 anos, o mineiro foi convidado para ir à Espanha jogar no Villarreal. Retornou um ano depois para integrar o Goiás e, na sequência, o Santa Cruz, em Pernambuco.

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Eternos Ídolos

Avaí dentro do coração J

ovem e cheio de talento, o jogador voltou a aceitar uma proposta do futebol europeu, desta vez um convite do time português Estrela da Amadora, em 2002. A estadia em Portugal durou dois anos e terminou com a decisão de voltar à terra natal: “eu precisava voltar ao futebol brasileiro e o Avaí me abriu as portas. Cheguei com muita vontade de vencer e graças a Deus deu certo”, relembra o atleta. De lá para cá, Evando construiu uma apaixonada relação com o Avaí, que entre idas e vindas dura 8 anos. São cinco passagens no total pelo time (2004, 2007, 2008, 2011 e a atual fase de 2012) e uma trajetória que inclui mais de 40 gols e que ultrapassa a marca de 100 jogos. Uma história com um começo marcante, como relembra o atacante: “eu tenho o privilégio de ser um atleta que passou por várias etapas do clube. Quando entrei, em 2004, encontrei uma equipe se reestruturando, um time modesto com bons jogadores e que, na forma avaiana de ser, com muita raça, garra e determinação, deixou de ser modesto durante a competição e foi conquistando um espírito de vencedor. Por um detalhe, não chegamos à primeira divisão naquele ano”.

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Hoje, com 35 anos de idade, e 17 de uma carreira de muito sucesso, Evando divide o tempo entre o gramado e a escolinha Flair Play do Avaí, uma atividade a qual exerce com muito prazer: “Tenho orgulho de defender o Avaí em dois lugares: nos campos e na escolinha. Temos vários alunos com idade entre 5 e 17 anos e posso dizer que é um prazer trabalhar na formação de caráter e retribuir ao futebol e às pessoas as oportunidades que Deus me deu”, afirma o jogador. Com um desempenho marcante e impecável, Evando, hoje, ocupa um lugar de honra no coração e na história do clube azurra. Após dar tantas emoções aos avaianos, o “iluminado” compartilha um sentimento cada vez mais raro no futebol atual: o amor verdadeiro pelo seu time. “Visto a camisa do Avaí com muita honra. É um clube que eu aprendi a gostar, assim como da cidade e das pessoas. Houve uma ligação muito boa entre mim e a torcida e isso é motivo de muito orgulho. É por isso que eu fiz questão que este clube fosse o último que eu iria jogar. Espero terminar a minha carreira junto com esse grupo, com o Avaí na primeira divisão”, declara. Desta vez, o iluminado voltou para ficar.


momentos de uma carreira marcante no LeĂŁo da Ilha

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história

reportagem: camila spolti Fotos: rubens flôres

Livro resgata história do Avaí na década de 20 U

m historiador, manezinho, avaiano e curioso foi em busca de informações e documentos sobre o Avaí na década de 20. André Luiz da Rosa descobriu tantas histórias da época que a monografia de conclusão de curso de história virou um livro. A obra intitulada “O football na ilha e a fundação do Avahy Foot-ball Club” foi lançada em setembro de 2012 e reúne documentos inéditos e relatos de familiares de ex-jogadores e dirigentes do clube e de personalidades ilustres da época. Para chegar a esse resultado, o autor realizou incansá-

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veis pesquisas em jornais, cartórios e bibliotecas, somadas a três anos de estudo. Na viagem no tempo, o autor apresenta fatos curiosos como o início da rivalidade entre o Avahy e o Figueirense, os atletas que saíram do time alvinegro para jogar no Avahy e também o primeiro estatuto do clube. Os depoimentos de quem conviveu com pessoas da época enriquecem a obra. “Poder ouvir pessoas ligadas a personagens da época contribuiu muito porque eles repassaram detalhes que nenhum documento tinha; o que certamente deu mais valor ao livro”, conta.


Sobre o autor André Luiz da Rosa é graduado em história pela UDESC e é mestre pela UFSC. Manezinho da ilha, é avaiano por influência da família. Quando conheceu a esposa Andreza Machado Borges, com quem é casado há cinco anos, a primeira pergunta que fez a ela, antes mesmo do nome, foi para qual time ela torcia. Atualmente, André é responsável pelo site www.historiasdoavai.webnode.com, espaço em que trata sobre assuntos relacionados ao clube.

Como adquirir o livro Para adquirir o livro “O football na ilha e a fundação do Avahy Foot-ball Club”, basta acessar o site www.historiasdoavai.webnode.com. Valor da obra: R$ 40.00.

andré utilizou sua experiência como historiador e seu amor pelo Avaí para produzir uma bela obra literária

Segundo André, por meio do livro, o torcedor avaiano poderá sentir como era a paixão pelo clube na época. “O primeiro estatuto do Avaí diz que, para ser jogador, precisava ser sócio, ou seja, o atleta tinha que pagar para jogar no time azurra, fato que considero uma verdadeira demonstração de amor pelo clube”, afirma. Para André, o livro é muito mais que rememorar a história do Avaí, é a preservação da história do clube. “A entidade que não preserva a história não tem futuro”.

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ortodontista Kamila Socrepa Duarte, de 27 anos, é a Leoa avaiana desta edição. Natural de Lages, na serra Catarinense, Kamila, que também é professora, acompanha todos os jogos do Leão pela TV e pelo rádio e, quando pode, pega a BR-282 em direção a Florianópolis para acompanhar seu time de coração na Ressacada. Acompanhe o ensaio produzido pela fotógrafo Geremia.

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Fotos: Geremia Photography/Avaí F.C.

Troca de passes

Nome: Kamila Socrepa Duarte Apelido: KAMI Data nascimento: 04.03.1985 Local: Lages Altura: 1.70 Peso: 50 kg Cintura: 61 cm Signo: PEIXES Profissão: Ortodontista Música que gosta: Tocando em frente (Almir Sater) Filme: Pactch Adams, Amor é contagioso! Comida preferida: Saladas Sonho: Graças a Deus já realizei muitos deles. Como diria Eça de Queiroz “Um homem sem sonhos é um homem sem vida!” Jogador Preferido: Marquinhos Santos

Equipe técnica Fotos: Geremia–Photography & Diretor de Cena (twitter.com/fotogeremia) Produtora de moda: Marisa Remor (marisaremor.blogspot.com) Make up e Hair: Alex Noronha & Robson Leno (alexerob.blogspot.com) Assistente de fotografia e fotos making of: Saulo Rodrigues (saulorodrigues.foto@gmail.com)

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Fotos: Divulgação/Avaí F.C.

avaianos de berço

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1) Ana Clara; 2) Paola Secco Geremia, na montanha de Piedras Blancas - Bariloche, na Patagônia, com um São Bernardo; 3) Nascimento de Arthur Vieira; 4) Miguel Wielewicki Zimmermann; 5) Luis Filipe Salles Setubal; 6) Lívia Coelho do Nascimento; 7) Davi, filho do casal Carlos e Júlia Teive; 8) Daniel da Silva Peres, com seu pai; 9) Arthur Henrique; e, 10) Vicente Braz Martins. 56

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Fotos: Divulgação/Avaí F.C.

avaianos pelo mundo

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1) Marcelo Pacheco, em Milão, em frente a Catedral Duomo; 2) Marília, no Santiago Bernabeu, Estádio do Real Madrid; 3) Renato e Eliane Teive, no estádio El Campin, em Bogotá, Colômbia; 4) Roberta Maas dos Anjos, no Monumento La Carreta, em Montevidéu; 5) Marcelo Pacheco, em Mendrizzo, Suiça, em frente a loja da Ferrari; 6) Jamira Furlani, na Disney World, em Orlando; 7) Guto Atherino, na Time Square, Nova Iorque; 8) Denis Alcides dos Santos, num tango portenho, em Buenos Aires; 9) Alceu Neves, em Nova Iorque; e, 10) Maria Teresa Latour Nogueira, na Estátua da Liberdade, em Nova Iorque. www.avai.com.br

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Instituto Avaí

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Revelando talentos, formando cidadãos reportagem: camila spolti Fotos: alceu Atherino

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Luciano Corrêa, presidente do Instituto Avaí

os períodos em que não estão na escola, centenas de crianças e adolescentes de Florianópolis participam de projetos administrados pelo Instituto Avaí, uma OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) criada em 2006. A ONG é pioneira no Brasil e, durante os seis anos da sua existência, beneficiou 1.500 jovens. Entre os trabalhos do Instituto do Avaí está o projeto “Desenvolvendo para o Futebol”, em que os jovens de 10 a 18 anos são incluídos nas categorias de base do clube. Além de receberem o acompanhamento nos treinos, eles também participam de cursos de informática, de inglês, aulas de reforço escolar, tudo de graça. De acordo com o presidente do Instituto Avaí, Luciano Corrêa, o trabalho desenvolvido é uma oportunidade não só de formar grandes atletas, mas também grandes homens e mulheres. “O nosso lema é ‘revelar talentos, formando cidadãos’. Desde a fundação da entidade, buscamos uma forma de ajudar a nossa comunidade, acolhendo cada vez mais jovens e crianças, dando-lhes oportunidade de desenvolver as suas capacidades atléticas, através do futebol e, ao mesmo tempo, criando condições para que desenvolvam outras capacidades intelectuais. Com o apoio do governo do estado, estamos tornando este projeto uma realidade”, declara Luciano. O professor Davis da Silva Cabral, que coordena o projeto, concorda. Segundo ele, o projeto é mais de que oferecer oportunidades para os jovens. É uma responsabilidade social. “Enquanto estão praticando futebol ou futsal, estes jovens estão fazendo o que gostam, com prazer e satisfação. Isto é extremamente importante na formação individual. Estão convivendo e interagindo em grupo, aprendendo a conviver em sociedade”, afirma. Cabral explica que, como o clube realiza constantemente avaliações em busca de talentos, estes jovens que integram o projeto precisam adquirir condição de compewww.avai.com.br

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Instituto Avaí

jovens do projeto “Desenvolvendo para o Futebol“, no gramado da Ressacada

tir, de igual para igual, com outros que já estão na base e por isso todo o suporte é oferecido pelo projeto desde a alimentação, uniformes, materiais didáticos e transporte para as competições e jogos amistosos até o acompanhamento médico e odontológico, psicológico e realização de palestras com profissionais da área. “Em um processo natural de seleção, como é na vida real, damos o melhor suporte possível para que busquem a realização do seu sonho, de se tornarem jogadores de futebol e brilhar nos gramados pelo mundo afora; porém, o conjunto metodológico das ações visa, acima de qualquer outra pretensão, prepará-los como cidadãos, para que possam enfrentar a vida melhor preparados”, diz o professor.

Como participar

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ara participar do projeto, basta procurar a secretaria do clube, com documentos de identidade, acompanhado do pai ou responsável. O período de avaliação é agendado e, após o exame clínico, obrigatório, o jovem inicia as atividades no contraturno escolar.

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Estrutura adequada A

tualmente, 200 crianças fazem parte do projeto “Desenvolvendo para o futebol 2012” e, como o interesse é cada vez maior, o clube precisou adequar as instalações para o desenvolvimento das atividades. No mês de maio, iniciou-se a ampliação do alojamento das categorias de base, dos vestiários, do refeitório e das salas que deverão ser utilizadas para as atividades extracampo. Em junho, a nova academia de ginástica, com mais espaço físico e equipamentos de última geração, foi cedida pelo clube. “Poder manter estes jovens em uma atividade saudável e promissora, oferecendo o melhor possível para a sua capacitação, cria um diferencial que não tínhamos. Hoje, com toda a certeza, podemos acolher um número maior de crianças e jovens, com o que existe de melhor em termos de equipamentos e estrutura”, conclui Luciano Côrrea.


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Intercâmbio

reportagem: camila spolti Fotos: alceu atherino

De Santa Catarina para o mundo Avaí busca parcerias com times do exterior

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ue o Brasil é o país do futebol e onde os maiores craques são revelados ninguém discute, porém é no exterior que muitos jogadores são consagrados, o que faz com que o sonho de muitos atletas seja jogar em um time da Europa, por exemplo. Há três anos, Misaki Tsuruta coordena o setor de relações internacionais do Avaí. Ele mantém contato com times de países como Suécia, Dinamarca, Portugal, Ucrânia, China e Japão para divulgar o time azurra e fornecer maior visibilidade aos jogadores do clube, principalmente os da categoria de base. Com o objetivo de alcançar futuras parcerias, frequentemente vídeos com o treinamento dos atletas são encaminhados para os clubes estrangeiros. Estatísticas que apontam a produtividade dos profissionais também são repassadas, tudo para mostrar as habilidades dos jogadores do Avaí. “Colocamos no relatório quanto tempo o atleta jogou em campo, quantos cartões levou durante a partida, por exemplo. Passamos o máximo de informações para

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despertar o interesse dos times”, explica o coordenador. Enquanto Tsuruta faz os seus contatos, na Ressacada, os jovens frequentam aulas de inglês, ampliam os conhecimentos sobre os países europeus e, logicamente, dão duro nos treinamentos. “Sabemos que a forma como os brasileiros jogam é diferente daqueles da Europa e por isso os jogadores recebem um treinamento diferenciado, espelhado nos times de fora do país. Trabalhamos a marcação, saída de bola, tudo adaptado para que eles tenham um bom desempenho”, afirma. O coordenador lembra que o mercado do futebol está cada vez mais competitivo e, para os jovens, a oportunidade de jogar em outros times é uma grande experiência que tem a remuneração como outro grande atrativo. “Este ano, os atletas estão tendo um ótimo desempenho, cada vez se aprimorando e isso vai chamando a atenção. Estamos colhendo os frutos daquilo que plantamos”, comemora.


Intercâmbio S

e por um lado há atletas saindo do Brasil, há outros que querem aprender a jogar em terras tupiniquins. Frequentemente, o Avaí realiza intercâmbios e jogadores estrangeiros de 15 a 19 anos passam até três meses treinando no clube, onde recebem apoio desde hospedagem até aulas de português. A visita mais recente foi dos jogadores japoneses Takao Suzuk e Daiki Kato da província de Fukushima, região que há pouco mais de um ano sofreu com o terremoto seguido por tsunami que resultou na morte de 15 mil pessoas. O americano Luiz Fieldman também passou uma temporada no clube. Ele veio ao Avaí por meio de um representante oficial do programa nos Estados Unidos, a ATI Soccer, uma empresa que organiza treinamentos para atletas não profissionais, principalmente norte-americanos.

Avaí na imprensa internacional O

utro trabalho importante do setor de relações internacionais do Avaí é a divulgação do clube na imprensa internacional. Segundo Tsurata, os programas de intercâmbio contribuem muito para o contato com a imprensa até mesmo por ser considerado de responsabilidade social. Recentemente, em uma coletiva de imprensa no Japão, Misaki Tsuruta explicou o projeto ao vivo, por telefone, aos jornalistas japoneses. Também foi exibida uma mensagem-vídeo enviada pelo presidente João Nilson Zunino e jogadores. “Estamos trabalhando para levar o nome do Avaí para o mundo. O nosso objetivo é posicionar o clube como uma marca de qualidade e aos poucos vamos conseguindo” afirma.

flâmulas e bandeiras de clubes internacionais contactados pelo Avaí para futuras parcerias: plantando para colher bons frutos no futuro

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patrocinador

CAIXA ECONÔMICA e Avaí F.C. uma parceria de sucesso E

m evento realizado na noite de 17 de julho, no terceiro piso do Setor C da Ressacada, o Avaí Futebol Clube anunciou o seu novo patrocinador para a temporada 2012. Trata-se da Caixa Econômica Federal, que teve a sua marca estampada na camisa no jogo contra o Atlético-PR, que também estreou o patrocínio na camisa. Além do anúncio do patrocínio, também foi feita a apresentação das novas camisetas. Os atletas Aleks, Rafael e Evando desfilaram com os uniformes com a marca da Caixa. O Avaí é o primeiro clube de Santa Catarina, e o segundo do Brasil, a formalizar parceria com a Caixa Econômica Federal. O presidente do clube, João Nilson Zunino, afirmou que é um orgulho ter um patrocinador do porte da Caixa Econômica Federal. “É com muito orgulho e satisfação que recebemos esse apoio da Caixa para estampar a nossa camisa. O Avaí é um clube grande e com certeza voltará à Série A com a ajuda deste novo parceiro”.

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O presidente nacional da Caixa Econômica Federal, Jorge Hereda, compareceu à Ressacada para a assinatura de contrato. Ele falou da importância do Avaí no processo de divulgação da marca da Caixa. “É uma honra e um prazer assinar com o Avaí. É o primeiro clube a ser patrocinado em Santa Catarina, pois sempre acreditou na Caixa. Então, nós que agradecemos e nos sentimos muito honrados. Estamos fechando um patrocínio com um grande clube brasileiro”, disse o presidente, que também explicou a estratégia da ação. “Faz parte de uma estratégia que estamos traçando para colocar a nossa marca nos clubes e criar um maior relacionamento. Vamos privilegiar aqueles com quem temos grandes contas. Será uma exposição fantástica para nós. Sabemos que o futebol dá grande retorno para quem patrocina e isso influenciou para entrarmos nesse meio”, revelou o presidente da Caixa Econômica Federal. Estiveram presentes, além do presidente João Nilson Zunino, o vice-presidente do clube, Dr. Nílton Macedo Machado, o presidente do Conselho Deliberativo, Nereu do Valle Pereira, diretores, conselheiros e representantes dos patrocinadores do Avaí.


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crônica

amilcar neves

FLUTUAÇÃO É O NOME DESTE CAMPEONATO U

ma coisa é a oscilação do tipo bolsa de valores, um serrilhado no estilo vaca braba, que sobe feito louca em um momento e despenca para as profundas logo depois; que vai do céu ao inferno de uma rodada para outra e nunca sai do lugar, sempre ali mais ou menos pelo meio da tabela. Existe também aquela circunstância em que não se registra qualquer oscilação, como se houvesse uma pedra amarrada no corpo: afunda de cara e não consegue subir, debatendo-se até morrer. A esta falta de oscilação costuma-se dar o nome de vacilação. Para ver o que está acontecendo, é preciso uma boa lanterna. E temos a flutuação, aquela situação em que se vai acompanhando a onda, sempre respirando, sempre pouco a pouco, avançando um pouco, voltando meio pouco, subindo pouco e meio, recuando meio pouco. Trata-se de um embalo contínuo sobre a maré crescente até chegar ao que interessa: ao ponto máximo, à crista da onda – no momento certo. Nada de morrer na praia. Já fizemos isso outro dia, todo mundo lembra muito bem: sem espalhafato, sem barulho, sem espalhar água para todos os lados, chegamos ao título estadual de 2012. Os que se espantaram – como esse Avaí chegou até aqui e ninguém percebeu? – não entenderam que o time vinha

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crescendo ao longo da competição e só poderia terminar como terminou: mais uma vez, como indiscutível campeão catarinense. Hemerson Maria é mestre nisso. Agora, por exemplo, nesta Série B, não faz muito tempo, os Américas, o de Minas e o do Rio Grande do Norte, lideravam a tabela e pareciam imbatíveis, dados já como virtuais classificados. Todos os demais lutariam por duas vagas de acesso, apenas. No entanto, de repente, vimos o Avaí à frente dos dois. Então subiu ao topo o Criciúma e lá ficou um tempo, soberano. Hoje, já começa a escorregar e o Vitória assumiu a ponta. Sabem vocês por quanto tempo o time baiano vai ficar por lá? Fiquem de olho e vocês verão. O que vale, repito, como no Estadual, é chegar à primeira colocação na derradeira rodada, flutuar na crista da onda no momento exato da preamar – nem antes, nem depois – e colocar no peito a faixa de Campeão. Vocês verão. Sendo da Ilha, de uma ilha, nosso Leão sabe tudo de marés. Amilcar Neves

Avaiano, autor de oito livros publicados e, agora, escritor empossado na Academia Catarinense de Letras


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