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STILLE

Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro DSG1042 / Projeto Final Mídia Digital 2014.1

José Felipe Gasparian Gueventer

Orientadora: Roberta Portas Co-Orientador: João Bonelli Tutora: Claudia Bolshaw


ÍNDICE


Introdução / 7 Levantamento de Dados / 9 Infográfico / 13 Pesquisa Teórica / 15 Partido Adotado / 33 Pesquisa de Campo / 35 Público Alvo / 39 Metodologia / 41 Pesquisa de Similares / 43 Pesquisa Estética / 53 Pesquisa Técnica / 62 Definição / 69 Desenvolvimento / 71 Zerfall / 76 Komposit / 86 Stille / 98 A Kalimba / 120 A Instalação / 122 Documentação do Produto / 124 Conclusão / 131 Agradecimentos / 133 Bibliografia / 134


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INTRODUÇÃO

O

projeto Stille surge por uma observação própria dos fios elétricos do Rio de Janeiro. Como ponto de partida, resolvi reti-

rar destes, as linhas que eles fazem por toda a cidade. A linha como forma crua trouxe muitos caminhos e questionamentos ao longo do meu processo de pesquisa. Ao ponto dessa linha se tornar a linha do som desse espaço urbano que ela se insere. Entretanto a ausência de som fez tornar esse projeto mais rico já que em uma cidade altamente caótica, o silêncio se torna algo quase tão valioso quanto qualquer outro aspecto.

Meu projeto tem o âmbito de trazer essa nova percepção dentro do espaço urbano através de uma instalação interativa. Realizei um primeiro experimento para a formação de um dos conceitos estipulados: a decomposição do som e notei a necessidade de criação de um novo conceito a partir dos testes do primeiro. O 2º experimento já se aproxima da experiência final, entretanto, foi falho em sua interação. Por fim, determinei o uso de um sensor específico e consegui criar o instrumento final: a kalimba-silêncio. que se permaneceu dentro da instalação como a forma de interação das pessoas.

I N T R O D U Ç Ã O

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L E VA N TA M E n t O de dados

E

m Julho de 2013, saindo do Jardim Botânico (parque cituado no Rio de Janeiro), me deparei com esses fios elétricos que compõe a cida-

de. Percebi alí que haveria algo tão instigante e relevante para a realização de um projeto. “Stille” nasce em sua forma mais bruta perante essa investigação. Através de questionamentos próprios e audácia pela busca de um ponto de partida, resolvi catalogar primeiramente o que esses fios representavam na cidade.

Através de perguntas e mais observações, esses fios carregam muito mais do que imaginava. Começando pela sua própria função de levar energia para quase todos os lugares da cidade, esses fios se tornam ícone do Rio de Janeiro e características como a confusão, o emaranhado e o caos da cidade estão explícitos neles mesmos. Outra funcionalidade destes é servir de caminho ou repouso dos animais. Muitas vezes me peguei olhando esses vultos rápidos passando pelos fios. Micos e gambás utilizando os fios no meio da cidade para se locomover. Enquanto as aves usam mais para um descanso do caos urbano. A ligação que esses fios fazem por todo o Rio de Janeiro é uma maneira de conectar bairros e por consequência fazê -los se comunicarem entre si.

L E VA N T A M E N T O

D E

D A D O S

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Apesar dos desenhos que esses fios fazem no ceu quando olhado de baixo pra cima, o visual traçado acaba se tornando um plano de fundo, um invisível. Está tão presente que ele se torna imperceptível. Em outras cidades mais desenvolvidas, a fibra ótica passa por baixo da terra e o efeito acaba sendo o mesmo: a inexistência dos fios. Trouxe essa reflexão como forma de valorização dessas linhas que dominam os bairros e a paisagem quando olhada para cima.

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minha visĂŁo dos fios elĂŠtricos na cidade.

L e va n t a m e n t o

d e

d a d o s

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Realizando uma pesquisa prévia, listei algumas propriedades da linha:

grande expressividade gráfica e muita energia;

expressa dinamismo, movimento e direção;

cria tensão no espaço que se encontra;

cria separação de espaços no grafismo;

a repetição de linhas próximas gera planos e texturas.

Em seu raciocínio mais básico, a linha reta é o caminho mais curto entre dois pontos, enquanto que a linha curva é a linha mais livre e dinâmica, sugerindo desde um movimento perfeitamente definido até um movimento caótico, sem regras.

Ainda com conceitos muito limitados, precisava de um aprofundamento maior para as subjetividades dessa linha pois queria dar uma certa expressividade à ela.

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INFOGRÁFICO L E v. d e d a d o s fios elétricos, linha, som, espaço urbano, silêncio. PESQUISA

PESQUISA

DE CAMPO

TéCNICA

o que é o silêncio para

Arduino,

você? natureza, a mú-

After Effects, Final Cut

sica, a cidade, paz,

Pro, caixas de som.

harmonia,

EnergyPods, Kinect.

qualidade

de vida, algo valioso.

Processing,

STILLE

PESQUISA

PEsquisa

estética

teórica a experiência do Wassily

Kandinsky,

John Cage, João do Rio, Gabriela Gusmão.

silêncio dentro do

a

cidade,

minimalismo

espaço urbano.

ponto e linha, ondulações, conceitos de cor e temperatura Kandinsky.

I n f o g r á f i c o

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PESQUISA TEÓRICA

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KANDINSKY Ponto e Linha sobre Plano

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P

ara me aprofundar na questão das linhas que os fios elétricos formam, escolhi ninguém melhor que Wassily Kandinsky para tratar dessa ques-

tão. Kandinsky, nascido em Moscou, Rússia, foi artista e professor da Bauhaus. Concebido pela arte abstrata, das obras escritas pelo artista escolhi “Ponto e linha sobre plano”. Primeiramente, digo que o artista em seu livro, me trouxe um significado da linha muito mais abrangente do que apenas sendo a menor distância entre um ponto e outro.

Logo de início, Kandinsky traz uma observação sobre a rua sendo vista através de uma janela. Para ele, a rua através da janela é um ser isolado palpitando num “além” com barulhos atenuados e movimentos fantasmagóricos. E quando saímos do isolamento e participamos desse ser, a alternância do timbre e da cadência dos sons nos envolve do mesmo jeito que o jogo de linhas e de traços verticais e horizontais nos envolvem com os seus movimentos. Aqui, digo que foi a primeira aparição do som no projeto. Até então, tinha ficado muito preso à análise gráfica e esquecido de outros sentidos sem ser a nor way visão. Desde então, comecei a observar (e escutar) o som que esse espaço n o r way

what e ve r fuck rua vista de dentro da rua fuck fuck

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LALALAL

rua vista da janela

n o r way LALA LA L LAL LA LA

w h aw te hv ae tr ever

urbano emitia no dia-a-dia.


Antes de introduzir as linhas, o artista define o ponto. “O ponto geométrico é a derradeira e única união da palavra e do silêncio.” Novamente, ele traz a questão do som, só que na forma de “não-som”. Aqui o som começa a tomar um conceito maior para o projeto. O silêncio é alcançado dentro do espaço urbano movimentado e caótico? Entrarei nessa questão mais a seguir.

Em seu capítulo sobre a linha, o artista exmplifica as espécies de linha, seus comportamentos, expressões, temperaturas, luminosidade, ressonâncias, repetições, durações, combinações e aplicações. De todos esses conceitos, destaco os principais e que me fizeram pensar em uma linha como algo muito maior. Kandinsky embarca em questões do cotidiano, humaniza essas linhas e interioriza essas linhas.

A linha é um ser invisível e nasceu do movimento pela aniquilação da imobilidade suprema do ponto. A forma mais concisa das infinitas possibilidades de movimento.

E S TÁT I C O

DINÂMICA

ponto

linha

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As diferenças de inclinação das linhas (horizontal, vertical e diagonal) definem sua sonoridade interna e sua temperatura. Retiro daqui a expressividade que a linha toma para Kandinsky e uma nova maneira de se trabalhar nessas linhas. Fugindo do conceito tradicional, consigo desconstruir essa dinâmica proposta por ele de tal maneira que as cores podem vir a tomar forma no projeto mais tarde. Veja a tabela:

LINHA

COR

TEMPERATURA

LUZ

horizontal

preto

fria

azul

vertical

branco

quente

amarelo

diagonal

cinza/verde

quente/fria

vermelho

A movimentação das linhas dão o poder à elas de criar superfícies. As linhas retas livres tem dois aspectos: com centro comum e sem centro comum. E cada um representa uma escala de cores:

com centro comum

sem centro comum

preto e branco

cores vivas

O preto e o branco são cores silenciosas. Aqui a sonoridade é reduzida ao mínimo: silêncio ou, antes, sussurros apenas perceptíveis e calmos. Para o artista: “Hoje o homem é dominado pelo mundo exterior, e o interior morreu para ele. O homem moderno procura a calma interior pois já está aturdido pelo exterior e acredita alcançar essa calma no silêncio interior.” O desenvolvimento dessa perspectiva se concentra muito no meu objetivo. (ver pág 31)

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A repetição foi um outro fator importante que eu retirei do livro. Existem três tipos de repetição: intervalos idênticos, intervalos crescentes e intervalos irregulares.

intervalos idênticos

intervalos crescentes

intervalos irregulares

Os intervalos estão presente nas composições musicais e logo, no som que a rua emite. Os intervalos irregulares são os mais constantes dentro da cidade, apesar de que as linhas dos fios apresentam muitos intervalos idênticos. A pausa desses intervalos irregulares é o silêncio? De acordo com o artista, sim. Eu diria que são os pontos.

Kandinsky aborda muito a questão do som. Essa relação som e linha se tornou base do projeto e consequentemente a linha que o som faz está presente no espaço urbano. Realizei um primeiro experimento. Gravei por 20 segundos a rua e obtive esse resultado. Pude notar pela primeira vez no projeto, a tenuidade entre a questão gráfica e o som, relação som x imagem.

análise som x imagem (retirado do site Soundcloud)

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O tempo para ele é o comprimento de linha. Tanto a linha reta quanto a linha curva tem durações diferentes. Por fim, Kandinsky conclui que a linha é esse aglomerado de ações. É uma tensão internamente ativa nascida do movimento. Enquanto que o ponto é a calma.

Concluo que Kandinsky foi o precursor de todo o projeto. Um autor que me fez abrir os olhos para esse mundo enigmático das linhas e pontos e que introduziu o som para o meu projeto. Para analisar melhor a questão sonora, dentre as minhas pesquisas escolhi John Cage como a segunda base do meu projeto.

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JOHN CAGE Silence

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John Cage, americano, nascido em Nova York é compositor, teórico musical, escritor e artista. De suas obras mais famosas, a música 4’33’’ composta em 1952, trouxe muitas percepções novas do que realmente é a música. São 4 minutos e 33 segundos de puro silêncio. Só que esse silêncio é o barulho da plateia, da orquestra se mexendo, da virada de página do maestro ou do pianista. É importante citar que em plenos anos 50, a visão de John Cage já estava muito a frente.

Nós fazemos música em tudo.

Em um discurso sobre o silêncio, John Cage deixa implícito na capacidade que o som tem de ser apenas som e não ser feito a partir de algo. “Quando eu escuto o trânsito, o som do trânsito, (…) eu não tenho a sensação de alguém falando. Eu tenho a sensação de que o som está a atuar e eu amo atividade do som. Mas o que acontece é que ele fica ora mais baixo, ora mais alto, mais agudo, mais grave, longo, curto… O som faz tudo isso, por isso me dou por satisfeito. Eu não preciso de um som que ‘fale’ comigo.”

Para ele, o silêncio hoje em dia está no trânsito. “A experiência do som que eu prefiro, é a experiência do silêncio e o silêncio hoje em dia, em quase todos os cantos, é o som do trânsito. Quando você escuta um Bethoven ou Mozart, você percebe que terminam quase iguais, mas quando você escuta o trânsito, ele é sempre diferente.” O trânsito se torna parte do nosso cotidiano, um plano de fundo distante em que ruídos pontuais são mais destacados por nós. O barulho dos carros, as buzinas, as motos, as pessoas, os ônibus, as construções, tudo faz parte de um ambiente que trabalha totalmente em conjunto. É uma orquestra ao vivo em constante mudança.

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silêncio é o som do trânsito.

Em seu livro “Silence”, John Cage questiona bastante sobre a possibilidade inconstante de som. “Aonde quer que esteja, o que nós escutamos é basicamente barulho. Quando ignoramos, isso nos perturba. Quando escutamos, nós achamos fascinante. (…) Nós queremos capturar e controlar esses sons [da rua] para usá-los não como efeitos de som mas como instrumentos de música.”

Analisando “Silence”, retiro para o meu projeto o conceito de silêncio. Silêncio não é apenas estar sem som. E o som não é uma arte do tempo, mas sim uma arte do espaço.

som é espaço

Para um terceiro olhar, já que havia me embasado em linhas e som, li “A alma encantadora das ruas” do João do Rio, para ter mais uma visão das ruas, um lado mais subjetivo do espaço urbano. Jornalista e cronista, percorre as ruas do Rio de Janeiro para reter a “cosmópolis num caleidoscópio”. A cidade vivia um processo de transformação acelerada, passando de corte modorrenta a ambiciosa capital federal.

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JOテグ DO RIO A alma encantadora das ruas

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t e テウ r i c a

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Para João do Rio, “a rua define a abertura, não só simbólica mas física, em perspectiva, de corredores flaqueados por edifícios laterais, cujas fachadas, a rigor, não mais delimitam volumes fechados e particulares, mas superfícies que, aos poucos, circunscrevem espaços vazios e abertos.” A rua carioca é uma rua janeleira, as pessoas ficam a observar a rua pela janela. Gostam de olhar e ser olhados.

Sou a rua, mulher eternamente viva, e nunca tive outra alternativa a não ser a rua e desde todo o sempre, desde que este penoso mundo é mundo, sou…

cançonetista de Monmartre

O olhar apaixonado da rua de João do Rio me trouxe questões mais expressivas da rua. A rua é um ser vivo, ela tem autonomia, ela olha outras ruas, ela canta de manhã e descansa à noite, é a eterna imagem da ingenuidade… O autor considera-se flâneur. “Flanar é ser vagabundo e refletir, é ser basbaque e comentar, ter o vírus da observação ligado ao da vadiagem.” Uma crescente vontade de observar esse ser, me fez investigar ainda mais o que eu posso retirar dessa paisagem pulsante. A busca por respostas, é um processo de observação e levantamento de questões ao longo do projeto que é necessário.

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Nós precisamos formular um problema para o mundo se energizar para a resposta.

Charles Watson Professor da Escola de Artes Visuais do Parque Lage.

A rua é personagem das crônicas de João do Rio. Enquanto que a cidade é corpo por onde ela passa. O livro me fez criar uma nova percepção desse corpo que nos envolve todos os dias. Me ajudou a me estabelecer como cidadão dentro de um mundo de muitas possibilidades.

Com base nessas pesquisas, Stille se concretiza e é definido por três pilares:

LINHAS

SOM

ESPAÇO URBANO

Os três autores comentaram da cidade de acordo com suas perspectivas e acabaram se conectando e fazendo ligações dentro do meu projeto. Começando a tomar forma e a metodologia sendo implementada, foram definidos o partido adotado e o objetivo para a continuação do desenvolvimento do projeto.

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pa r t i d o ad otad o

Uma nova percepção estética do espaço urbano através das linhas do som.

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tille se identifica por trazer esse novo olhar e audição do espaço urbano. Meu objetivo é trazer a experiência do si-

lêncio para o indivíduo dentro da cidade. A relevância do projeto vem dessa busca pelo silêncio em um lugar onde esse momento é conquistado por poucos. Se tornou instigante a procura por essa necessidade que avistei. As pessoas tentam conquistar seus próprios silêncios hoje em dia. O projeto envolve todo o conceito projetual dialogado por todo o curso de Design. As estratégias à campo, a experimentação, a necessidade identificada e o processo de projeto. Stille se diferencia por sua existência significativa de trazer essa nova observação do espaço urbano e na tentativa de alcançar esse silêncio interior.

PA r t i d o

a d o t a d o

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PESQUISA de campo

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enti a necessidade de após a minha pesquisa teórica, ter o 4º olhar do espaço urbano. E esse olhar que estava faltando era

o meu olhar, mas que foi só possível ser preciso por causa da pesquisa prévia realizada. Resolvi voltar ao local de origem do projeto: o Jardim Botânico. Com um novo olhar mais direcionado, pude registrar e captar momentos únicos de reflexão. Percebi o movimento das linhas que o cercam. E essas linhas só se movimentam por que nós damos movimentos a ela.

Enquanto estava parado, as linhas (os fios) estavam lá em total plenitude. O vento talvez chegava a mexê-las, mas toda aquela energia passando, a confusão e o emaranhado de fios parecia estar em perfeita harmonia e calmaria. Essa quantidade de pulsações por segundo, não chega nem aos pés do estado natural que as florestas de postes estavam presentes. Elas pareciam estar em total silêncio. As plantas presas em alguns indicavam o ponto, a pausa nessa partitura criada pelos postes.

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Após o registro e a retirada das minhas próprias visões do silêncio e da linha, decidi perguntar para as pessoas o que seria o silêncio para elas na cidade. A necessidade de envolvimento das pessoas para o meu projeto veio de um similar pesquisado chamado “Rua dos Inventos” da Gabriela Gusmão (ver pág 43). A designer descobre o que mais comove na rua: as pessoas. Possíveis designers, os moradores de rua criam e inventam produtos de necessidade própria.

Então captar esse fervor de pensamentos e opiniões diferentes fez com que eu tornasse esse projeto intimamente pessoal, no sentido das pessoas participarem do projeto. Entrevistei 26 pessoas, dentre elas 14 homens e 12 mulheres:

Josefina (70) - Moradora da Gávea diz que o barulho é estressante e não consegue dormir. Para ela o silêncio é vida, é qualidade de vida, um alimento para uma vida melhor. Astrogildo (62) - O silêncio é paz, saúde e harmonia. Antônio (69) - Silêncio é tudo, é maravilhoso. Se já reduzissem o barulho em 50% já estava ótimo. É barulho pra acordar, pra dormir, pra sair pro mercado, pro shopping, pra tudo. Betânea (35) - Silêncio é o sono. Vanessa (24) - É a música que eu escuto. Paulo (45) - Silêncio é o anonimato, a introspecção, se esconder dentro da cidade, olhar pra dentro de si. Bruno (29) - Não existe! Impossível! O silêncio é para poucos, pra quem tem dinheiro, pra quem mora longe. Carmem (56) - Professora de yoga. O silêncio está dentro da gente. Gostaria de ter mais silêncio. É você poder estar sem ruído. É conseguir escutar a música sem escutar os barulhinhos que o vinil faz. A gente perde energia quando presta atenção no ruído.

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Roberta (46) - Existe? Tem, mas acabou o silêncio. Silêncio representa isso aqui [Jardim Botânico]. Se incomoda com a falta de silêncio. Lembra que existe. O RJ cada vez mais barulhento. Maria Clara (18) - É o barulho da natureza. Valderez (24) - Não existe! O silêncio é o barulho do cotidiano. Enquanto que aqui [Jardim Botânico] esse barulho é somado com o barulho dos animais, da natureza. Larissa (27) - O silêncio pra mim é quando eu boto meu fone de ouvido dentro do ônibus. Karen (19) - É a greve! Pedro (21) - O silêncio é o iPod. Porque só consigo me concentrar e excluir os barulhos da cidade quando os abafo com música. Ton (26) - Silêncio é quando é feriado no RJ! Meu quarto também. Fermínio (20) - Quando eu ligo o som do carro no máximo! Caroline (36) - O Jardim Botânico é o silêncio. Gustavo (36) - É paz e espírito. Martha (62) - É paz, entretenimento. Silêncio é valioso. Silêncio da natureza. Sai do barulho. Maria (66) - É a hora de ficar sozinho. É apreciativo. João (22) - É o caos. O silêncio mede a “urbanicidade” da cidade. Quanto menos trabalho, quanto menos movimento, mais silêncio. Paulo (24) - O silêncio é o barulho do meu carro. Rafael (29) - É a natureza, o Jardim Botânico. Denise (35) - É a leitura, a biblioteca.

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Lopez (55) - México. É estar com a mente clara, em paz e sobre controle, mesmo tendo ruídos a volta é facil achar paz na floresta. Thales (27) - Não existe! Depois das 10 da noite é o silêncio, mas antes das 10, só barulho. Escuto música é o silêncio.

Cinco pessoas citaram a natureza ou o Jardim Botânico como fonte de silêncio. Quatro comentaram num sentido muito maior, ditando a paz, a harmonia como o silêncio. Deu a perceber que o público dos jovens adultos (20 - 35) se preocupou muito mais no “meu” silêncio do que num sentido amplo da palavra. Um isolamento visto como necessário por parte da sociedade, é visto aqui. Enquanto que os mais velhos, olham para o silêncio como algo belo, vivo. Um olhou para o silêncio como o medidor de caos da cidade. Enquanto o outro como sendo o próprio barulho da cidade. A problematização do projeto veio através da pesquisa de campo, que muitas pessoas avistam o silêncio como algo impossível. Trazer essa reflexão para o indivíduo é o que dá movimento ao projeto. E a constante poluição sonora gera a necessidade dessa pessoa ir a algum lugar de descanso.

Mais que dinheiro, poder e até felicidade, silêncio se tornou uma das mais preciosas - e raras - comodities do mundo moderno.

George Prochnik do livro “In Pursuit of Silence: Listening for Meaning in a World of Noise”

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PÚBLICO A LVo

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definição do meu público-alvo se dá então pela conquista desse silêncio pessoal em que preve-

jo a necessidade de um suporte de imersão. O meu público são jovens de 20 a 30 anos que tentam e desejam experimentar o silêncio pessoal dentro do espaço urbano. Porém, essa definição não é restrita a esses jovens determinados. Foi apenas um recorte necessário para a concretização do caminho metodológico a ser seguido.

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METODOLOGIA

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a metodologia aplicada em Stille, dei muita importância na pesquisa teórica para a construção de bases sólidas com conceitos pertinen-

tes ao andamento do projeto. Após a solidificação desses pilares é necessário saber voltar para esses conceitos para serem introduzidos na prática enquanto ando pelo projeto e pelas pesquisas que se seguem.

A partir disso, o processo projetual irá implicar na linha divisória entre a conceituação e a experimentação. Com o desenvolvimento da conceituação, irei definir o local de aplicação do projeto e por consequência os testes de viabilização. Como todo projeto de design, a experimentação é essencial para saber atender as necessidades das pessoas.

Com esses relatos das pessoas, o projeto toma mais forma, até chegar em um produto final. O produto final é concluído quando o objetivo é alcançado. Não posso deixar de levantar que as questões propostas pelo projeto ao longo do seu desenvolvimento são de cunho total para a sua realização.

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pesquisa de similares

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A

busca por similares é cativante. É necessário ver o que já foi realizado para poder entender diferentes pontos de vista mas

que ao mesmo tempo fazem parte da proposta que eu quero realizar. Analisá-los é um exercício e tanto para a formulação de novas ideias e questionamentos. Os similares serviram para me guiar nas possibilidaes existentes de projeto. Veja alguns exemplos a seguir:

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CHRISTINA KUBISH Electrical Walks

A alemã desenvolveu um fone de ouvido que capta ondas eletromagnéticas de aparelhos elétricos e do exterior e os converte em sons. Ela mapeou alguns lugares que os sons são mais precisos e interessantes como caixas eletrônicos, caixas de banco, aparelhos de segurança de lojas, celulares e até elevadores. Ela ainda explicita que cada cidade tem o seu som próprio e que cidade é o seu local de atuação. Os sons emitidos criam um novo mundo por trás do mundo do cotidiano.

MAXIME LEFIN Refléxions sur Montréal

É um livro com fotografias da cidade de Montreal vista através dos reflexos feitos pelos vidros e espelhos dos prédios. Com participação especial da água que também é um elemento que reflete a cidade. Maxime Lefin gera uma nova percepção da cidade, por isso vejo como um similar ao meu projeto.

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JARDIM BOTÂNICO

Trago o Jardim Botânico aqui como local de completo isolamento dentro do espaço urbano carioca. As pessoas vem aqui para alcançar o silêncio, entrar em contato com um novo que não é atingido pelo caos da cidade. É um local de imersão na natureza.

GABRIELA GUSMÃO Rua dos Inventos

A Rua dos Inventos é um ensaio sobre a rua. É incrível como a forma que os moradores de rua criam seus próprios produtos dando riqueza a esse lugar que a gente passa todos os dias. Desse ensaio retiro o que estava faltando no meu projeto: as pessoas. São elas as criadoras, as inventoras, as construtoras que irão trazer suas experiências para o projeto. A nova percepção dos moradores de rua juntamente com a visão da designer, me fez conseguir entrar nesse espaço que ela criou. Achei significativo para o meu projeto.

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JANET CARDIFF The Forty Part Motet Forest (for a thousand years....)

O primeiro é uma instalação sonora em uma sala com 40 caixas de som e em cada uma delas contem uma pessoa cantando. O conjunto dessas vozes é uma música. Ela traz a experiência de estar na visão dos cantores para a platéia fazendo que o expectador conecte com cada voz. Janet Cardiff também quis trazer a visão de que o som constroi o espaço, fazendo com que as pessoas vão circulando pela sala oval escolhendo seu próprio caminho.

O segundo é uma instalação sonora no meio da floresta. A artista utiliza 30 caixas de som, as pessoas sentam em troncos no meio das caixas e escuta os próprios barulhos da natureza (o vento, os pássaros, tempestade vindo...), só que muito mais alto. Você não sabe distinguir entre o que é real e o que não é. Seus olhos não veem o que você escuta.

Para o projeto escolhi essas instalações como forma de imersão de um espaço construído pelo próprio som.

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A M I TAY T W E E TO The quiet place

Nesse mundo de hoje totalmente intenso, Amitay Tweeto cria esse aplicativo no intuito de fazer as pessoas darem uma pausa em seus dias. Esquecer as redes sociais, o stress e escutar uma música e relaxar, nem que sejam apaenas 90 segundos. É interessante notar que a veracidade que o aplicativo atingiu traz uma necessidade que as pessoas.

CHELPA FERRO Acqua Falsa

O Chelpa Ferro, grupo de arte sonora, dentre muitos os seus trabalhos vistos, retiro Acqua Falsa por trazer a ligação som - fios - imagem. O som emitido da caixa passa pelos fios que estão submersos na água e as luzes de led tocam de acordo com a música.

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GOOGLE áreas de relaxamento no local de trabalho

O Google é conhecido pela sua filosofia de criar “o mais feliz e divertido ambiente de trabalho do mundo”. Esses similares são imersões em horas que é necessária dar a pausa no trabalho. Na foto acima, a pessoa está utilizando tanto para trabalhar quanto para relaxar, já na segunda, a pessoa está em uma espécie de banheira com um áquario a sua frente, já havendo uma interação com a ïmagem, mas apenas de visão.

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ELECTROPLANKTON jogo de Nintendo DS

O Electroplankton é um jogo musical para o console da Nintendo: o Nintendo DS. Utilizando a tela de toque do portátil, o jogador pode criar música a partir dos chamados “planctons”. O criador Toshio Iwai fez questão de não criar “save files” para que o jogo não se tornasse uma ferramenta e sim um momento de criação contínua e experiências diversas. Há 2 tipos de jogar: Audiência ou Performance. Na audiência o que vale é a experiência que o próprio jogo te proporciona, continua havendo interação mas é pouca comparada com a Performance em que você mesmo cria os sons. Dentre esses dois estilos, há 9 modos para escolha do jogador. Achei bem interessante a forma de interação homem - som - imagem como relaxamento e institivo.

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TAME IMPALA show

O guitarrista fazia o som com a guitarra e no fundo as linhas da projeção acompanhavam esse som. Basicamente o que quero trazer para o projeto: essa interação de linhas com som.

CARDIFF & MILLER The Murder of Crows

Instalação da Janet Cardiff e George Bures Miller com o propósito de trazer uma narrativa de um sonho. É composta de 98 caixas de som e as cadeiras convidam os espectadores a permanecerem dentro da obra. Interessante os questionamentos de estar dentro de um “funeral” que é o propósito do título, junto com uma outra ideia central que é uma peça de Goya. Tudo sendo composto por sons e a pessoa imerge nesse sonho + funeral + peça.

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JULIO LE PARC Le Parc Lumiere

Instalação de Julio Le Parc com jogos de luzes. Caminhei pelas salas escuras e pude perceber a atmosfera que o artista pode criar. Pude trazer para o meu projeto a reflexão que as instalações traziam para o espectador. O que nunca pensamos em fazer com as luzes. A luz é o personagem principal das instalações e tinha as mais diversas formas, todas completamente mutáveis, mas que eram produzidas da mesma linguagem.

R udoph S tefanich Sono

Um conceito de produto que cancela o som exterior, como o alarme do carro tocando do lado de fora e troca por um som de sua preferência. O cancelamento de ruído é uma das maneiras de chegar ao silêncio que eu posso trazer pra dentro do projeto.

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pesquisa EStéTICA

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atmosfera urbana não deixaria de entrar no meu projeto. Tentarei trazer essa estética

industrial, incluindo os fios elétricos que foi o ponto de partida de Stille (ver foto ao lado).

Por outro lado, minha pesquisa estética vem muito da minha pesquisa teórica que envolve Kandinsky. As cores por ele determinadas serão levantadas e questionadas no meu projeto. O seu uso das linhas e pontos serão de extrema influência para o projeto. As cores serão utilizadas de acordo com o que foi estudado. Entretanto, suas obras de arte são de natureza única, mas não será delas que virá a influência estética, e sim dos conceitos trazidos por ele (como visto nas páginas 18 à 21).

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APPLE Designed by Apple

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A estética apresentada pela Apple neste video excepcional é uma das minhas maiores referências para a parte gráfica do projeto. A interação com a pessoa poderá ser trazida através dessa estética de linhas e pontos.

OSCILATE Daniel Serra

Oscilate é uma espécie de animação sonora. As linhas do som se movimentam de forma exuberante de acordo com a música. As cores e as ondulações geram uma experiência enigmática de como esse ambiente fictício é gerado. Para o meu projeto, Oscilate entra como um guia de performance das linhas do som, além da estética ambiental. No processo de desenvolvimento foi utilizado os softwares: Houdini (animação), Reason (a música), Nuke (composição), After Effects (render final) e Processing (pré vizualização).

p e s q u i s a

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VA L E S K A S OA R E S Foly

Instalação com projeção refletida infinitamente no interior. Nota-se na construção do exterior como se visto de longe parece um corte na natureza com a base e o telhado sobrevoando. Para o projeto, retiro de “Foly” sua estrutura espelhada que traz um ar de expansão e ao mesmo tempo invisibilidade: está ou não está alí? E a projeção interior no escuro, só que no meu projeto a pessoa interage com a projeção. Interessante notar também a sensação de dois infinitos: o espelho no esterior e o espelho no interior.

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H arumi Y ukutake Restructure

A instalação “Restructure” é uma casa revestida de espelhos circulares. Bonita por fora, ela não é feita de apenas um grande espelho e sim de vários. Cada espelho foi recortado pelo próprio artista. A casa se torna parte do ambiente e vice-versa. Por dentro é a mesma coisa, repleta de espelhos. Neste caso não há interação nenhuma, é apenas um local de reflexão. Para o projeto, essa instalação é vista como um monumento de puro ilusionismo, sobre o que é real e o que é reflexo. Interessante trazer esses questionamentos.

p e s q u i s a

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A utumn de W ilde Lighting Layers and Reflections

É interessante notar nessa instalação o quão limpa é a reflexão sobre o ambiente. Essas casas conseguem se perder no deserto, sem nenhuma interferência. O “tornar parte” do ambiente é um dos conceitos que eu quero trazer para a minha instalação. O usuário não saber se aquilo existe ou se é complemento da sua volta.

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LUISA PEREIRA Strings

Esta instalação cria a experiência de estar dentro de um violino. A referência aqui é a própria interação com as linhas que Strings traz. A questão aqui é ver se o uso das cordas são uma maneira intuitiva de interação. O posicionamento e as cores das mesmas são outras características que eu busco para o meu projeto.

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pesquisa TéCNICA

N

a aula de Interfaces Físicas e Lógicas dada pelo professor João Bonelli realizei um exercício que reunia

um hardware Arduino, os softwares Arduino e Processing, leds, cabo auxiliar de som e um iPhone para enviar a música para o computador. A medida que a música tocava os leds piscavam de acordo com a música e na tela do computador fiz um esboço gráfico de uma linha sonora com círculos.

screenshot do Processing sendo utilizado

p e s q u i s a

T é c n i c a

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Arduino com ligações para os LEDs

Pesquisando e estudando estes softwares e dispositivos, poderei ter domínio da ferramenta que usarei no meu projeto. Neste experimento, a única interação com a pessoa é trocar a música. Foi uma maneira de visualizar a relação do som com a imagem e o quão isso pode ser institivo.

Da instalação vista no capítulo de similares, é necessário caixas de som pré programadas, ligadas aos computadores. Meu projeto terá envolvimento com programação.

instalação The Forty Part Motet da Janet Cardiff

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ENERGYPODS Google

Esses lugares de descanso são os chamados EnergyPods. O Google implementou em seu escritório (ou melhor Googleplex) onde as pessoas vão para tirar um cochilo e “recarregar” suas energias. Os EnergyPods são esses espaços que isolam qualquer impulso externo e reclina as pessoas a posição de relaxamento (como na figura acima), para que haja uma maior circulação de sangue pelo corpo. Ele vem com um sistema de som (da marca Bose) para escutar uma música ambiente enquanto a pessoa relaxa. Ainda conta com um timer interno para ligar luzes e vibrar pra pessoa acordar.

Interessante notar que a tecnologia existe e está sendo aplicada em ambientes de trabalho. Hoje em dia as empresas estão adotando muito a fórmula da responsabilidade + liberdade. A ambição dos chefões é trazer felicidade e motivação para os empregados.

Não deixa de ser um local para se permanecer em silêncio e relaxar. As interações existentes são: som ambiente e o wake-up timer. Aqui a pessoa não interefere na sonoridade. No meu projeto, desejo que essa interação seja maior. p e s q u i s a

T é c n i c a

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NOISE CANCELLING HEADPHONES

Fones com noise canceling tem um microfone na parte de fora que capta os sons ambientes e um amplificador interno que adiciona ao sinal que tá vindo da música uma versão “negativa”, ou seja, com fase invertida do som externo captado pelo microfone (veja no gráfico a seguir).

cancelamento

música

anti música

Um exemplo eficiente desse fone é em viagens de avião por que o grave é melhor captado. Trouxe como pesquisa para o projeto na ideia de tirar o som exterior e ficar em total silêncio. Entretanto, é uma tecnologia cara e sua funcionalidade não é 100%.

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KINECT Microsoft

O Kinect é uma câmera 3D que reconhece movimentos. Ele foi primeiramente desenvolvido para o videogame XBOX 360 mas programadores conseguiram desenvolver através do Processing maneiras de interação intuitivas. Continuando na aula de Interfaces Físicas e Lógicas, o segundo exercício da matéria era um experimento usando Kinect. Aproveitei para essa realização um experimento para o próprio projeto. A pessoa interage com o Kinect. (ver pág 70).

p e s q u i s a

T é c n i c a

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S T I L L E


DEFINIçÃO

P

elo nível de imersão que eu quero estabelecer, uma instalação é ideal no meu caso. Essa imersão é individual e

necessita da atividade da pessoa para exercer a sua função. Um video, por exemplo, não exerceria a mesma percepção que eu quero passar. Mas não deixarei de realizar um registro do projeto através de um video. Neste caso, a instalação será o projeto e o video o suporte.

Já uma CAVE é necessário um espaço maior e o nível imersivo é muito alto, que será de pouca utilidade além da implantação que exige uma infra estrutura alta que não cabe no projeto. Em contrapartida, dizer que não é necessário um espaço maior ilude o projeto. Por isso, o tamanho do espaço será investigado ainda, junto com o local onde será inserido.

Um aplicativo, apesar da portabilidade, não irá causar o nível de imersão que eu quero passar. Quero que as pessoas vão a algum lugar e lembrem dessa experiência e não passe de pequenos momentos do cotidiano.

D e f i n i ç ã o

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Para o local, estabeleci três caminhos: •

lugar de maior silêncio;

lugar com mais barulho;

ou como John Cage explicita que som é um aspecto espacial, o espaço aqui pode ser construído pelo som independente da onde esteja.

Dentre estes, o que mais torna o projeto mais flexível é o terceiro ponto em que posso criar um espaço ou espaços de interação sem a necessidade de um lugar específico, mas para isso vejo que é preciso uma avaliação do processo de investigação dentro do projeto para definir isso melhor. Por fim, o projeto se fixa em quatro pontos essenciais para o desenvolvimento.

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SOM

LINHA

PESSOA

V I D EO

silêncio

elemento do som

ativa

suporte

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D ES E N VO LV I M E N T O

D

efinido o trajeto que eu iria percorrer para a investigação de conceitos da instalação, comecei a pensar no nome. Em sala foi desenvolvido

um brainstorming de nomes para os projetos. Segue a lista de sugestões (incluindo as minhas pesquisas para nome): Stille

Isolamento

Breath

Interlude

Quiet

Espaço

Stop

Muta

Intervalo

Respiro

O som do silêncio

Domingo

Mute

Pause

Vácuo

Echo

Vazio

Primeira dimensão

Acabei optando por Stille mesmo, que significa silêncio em alemão e a palavra still em inglês, como adjetivo significa imóvel, quieto, calmo. Para o logo, coloquei o nome no meio de duas linhas. Essas linhas significam a pausa sonora no meio de todo o espaço urbano e não deixa de ser dois postes que carregam o silêncio.

d e s e n v o lv i m e n t o

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Definidos esses quatro pontos projetuais, comecei a reavaliar a metodologia que eu iria prosseguir. Onde e como o silêncio ia ser representado? Analisei alguns caminhos para a instalação: Tela de toque com a pessoa no centro interagindo com as linhas nessa tela; Locais de silêncio espalhados pela cidade com uma possível implementação em locais de trabalho, shoppings, universidades… etc.; O som como arte do espaço, criaria um ambiente feito por sons. Ilusão de estar dentro de um lugar caótico da cidade; Um local com diferentes frequências de som, com interações sobre essas frequências; Local de geração de reflexões sobre a cidade, os fios elétricos que a compõe e o som em questão; Diferentes planos sonoros, divididos que no fim formam um só; Instalação sonora de decomposição/composição sonora.

Se queremos mais silêncio, nós temos que criar espaços que abrigam o silêncio, da mesma maneira que criamos estruturas para facilitar as nossas atividades. O silên-

George Prochnik

cio precisa de um lar no aqui e agora.

do livro “In Pursuit of Silence: Listening for Meaning in a World of Noise”

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Dentre essas possibilidades, a instalação se fixa na multiplicade de conceitos. Não vou escolher um apenas e nem eliminar todos, irei através do próprio processo projetual afunilando os conceitos. Trouxe alguns questionametos sobre o silêncio para a criação de uma narrativa dentro da reflexão do projeto.

O Q U E E S C U TA M O S ?

Nessa malha urbana, o som se torna uma aglomeração de sons, então tudo se transforma em um e seria isso basicamente o que nós escutamos: essa trilha sonora de fundo. Acabamos não conseguindo diferenciar esses sons e tudo se torna um só.

O Q U E N Ã O E S C U TA M O S ?

Dessa aglomeração sonora, o que não escutamos são os sons divididos por cada um. É a sirene, é o motor do carro, é uma pessoa falando, é o latido de um cachorro no 11º andar, são as crianças correndo, cada som vivenciando por si só. Isso por que nós já nos acostumamos a ter sempre esses barulhos constantes com a gente. Para um surdo por exemplo, a diferenciação de sons seria explícita e imediata, já que não é algo comum para ele.

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Q U E M E S C U TA ?

As pessoas escutam e as próprias pessoas emitem e criam sons. Às vezes andando pelas ruas, percebo que a quantidade de pessoas que estão convivendo comigo ou conosco é quase beirando o infinito. Nós vemos pessoas novas todos os dias. Nós escutamos pessoas novas todos os dias. E essas pessoas tabém veem e escutam pessoas novas todos os dias criando essa malha de sons novos do cotidiano. Nossa rotina pode ser a mesma, mas os sons que a compõem serão sempre diferentes.

O QUE É O SILÊNCIO?

Por fim, o próprio silêncio como a ausência de som, o impossível e o inexistente fechando a narrativa por trás da instalação. O silêncio podendo ser e não ser som. Já que é algo que não existe hoje em dia, o silêncio é visto de várias formas pelas pessoas. Cada uma tem o seu e tenta criar o seu. Essa pergunta será respondida pela própria pessoa ao terminar a experiência.

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Primeiramente, tinha escolhido a opção de dividir esses questionamentos em 4 partes da instalação, mas percebi que a experiência englobando todos, concretizaria melhor a reflexão. Aliás eles acabam se comunicando entre si. Não são completamente distintos. Todos poderiam estar dentro da instalação.

Resolvi catalogar alguns parâmetros que a minha instalação precisa ter ou apenas questões que levarei até o final do projeto:

frequências;

composição;

canais;

decomposição;

sons;

tempo;

linhas;

tamanho/espaço;

silêncio;

pessoa;

sobreposição;

interação;

Esses parâmetros não foram definidos aleatoriamente, foram escolhidos um a um de acordo com o desenvolvimento do projeto. Voltarei sempre a eles enquanto estiver realizando os experimentos e desenvolvendo os rascunhos da instalação. Decidi então escolher um desses parâmetros para dar início as experimentações.

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Z E R F A L L Experimento 1

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Para um primeiro experimento, desenvolvi um dos parâmetros listados: a decomposição. No projeto, decomposição significa a divisão dos sons que compõem a cidade. Nessa cidade caótica que vivemos, a nossa trilha sonora se torna aquele barulho que o próprio ouvido já se acostumou e não passa de uma música de fundo. Quando consigo extrair esses barulhos imperceptíveis eu alcanço o propósito desse primeiro experimento. Após essa decomposição e retirada desses sons, o som que estava escondido por trás, que é o barulho da floresta, aparece.

Zerfall, zer.fall, do alemão: 1. decomposição, 2.decadência, 3. desintegração.

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iMac rodando Processing + Kinect + duas caixas de som.

Para a criação do experimento programei no software de programação para designers Processing, utilizei duas caixas de som para diferentes canais dos sons e uma câmera que captura movimento 3D: o Kinect.

Esse experimento é composto de um video de fios elétricos com duração de 30s rodando por trás das linhas desenhadas pelo programa. As linhas acabam se confundindo com os fios pela sobreposição. Não dá pra saber o que é fio e o que é linha (ver página seguinte). Essas linhas estão se mexendo de acordo com o som pré estabelecido. Esses sons são gravações de pessoas falando, barulho dentro do túnel, da ambulância, da rua, de um chafariz e uma música com passarinhos. Cada linha é composta por cada som e determinei que alguns sons saíssem na caixa esquerda, outros na direita e outros nas duas juntas.

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screenshot do experimento

O círculo em questão segue o ponto mais próximo do Kinect. Estabeleci primeiramente uma distância de 50cm. Quando fica mais longe o circulo desaparece, para a pessoa conseguir levar a mão até a distância de 50 cm e conseguir interagir com as linhas.

Quando se inicia, todos os sons estão sendo tocados. A pessoa então leva a mão até a distância pré determinada e quando passa por cada linha, o som dessa linha para imediatamente. Quando passado por todas as linhas, o som que estava escondido atrás dos barulhos da cidade é revelado: a música com os passarinhos e o som do chafariz.

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Kinect + projetor. Zerfall sendo montado.

Fiz a montagem do experimento no laboratório de Fotografia da PUC e realizei com 5 pessoas. Não houve tanta dificuldade, após a explicação do funcionamento. Do experimento pude notar que as pessoas tendem a perceber sons mais fortes. Ninguém conseguiu escutar o som do chafariz e da música com os passarinhos, só quando todos os outros sons paravam.

A ideia de Zerfall veio do questionamento O que não escutamos?, e no final o experimento foi sucedido. O ideal seria mais caixas de som, para que cada som desse saída em um canal diferente e assim para uma caixa diferente.

Nesta parte do projeto, já estava idealizando um primeiro desenho de instalação para o local de interação. A seguir o desenho técnico da instalação e suas especificações.

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“STILLE I” Primeiro estudo de conceito da estrutura. Trazendo o desenho da pausa em uma partitura.

Desenho técnico 1

Kinect - captura de movimentos.

Caixas de som.

Microfones captando o som local.

1m

Tela interativa. 1.80m

Primeiro estudo de conceito da estrutura trazendo o desenho da “pausa” em uma partitura.

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Esse primeiro desenho descreve o símbolo de pausa em uma partitura que seria um retângulo na linha da partitura. Quis trazer isso para o projeto. No meu caso, reduzi esse retângulo a um quadrado e transformei-o em um cubo. A linha se transformou em uma parede que acomoda essa estrutura.

Na parede, contém dois microfones que estariam captando o som do lado de fora. A minha ideia inicial é que a instalação seja implantada no meio de uma floresta, mais especificamente no Jardim Botânico (onde todo o projeto começou). Os microfones então estariam captando o barulho da natureza em tempo real.

No exterior, pensei em uma estrutura espelhada como se a instalação fizesse parte da natureza. Ela é parte e quando a pessoa entra, a sensação é de estar dentro da cidade. Levantando um questionamento de se aquilo é cidade ou natureza?

No interior pensei em um revestimento preto, para deixar tudo escuro. As 4 caixas de som intensificam a experiência trazendo sons diferentes vindo de cada caixa de som em um volume muito alto. A pessoa escutaria sons da cidade em diferentes pontos, como se realmente estivesse no centro urbano.

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À princípio a interação viria do Kinect como visto em Zerfall posicionado de frente para o usuário. Este, portanto, interagiria com a tela em sua frente também. A interação seria através de linhas e pontos, mais espeficamente, com os fios elétricos que compõe a cidade. O silêncio aconteceria quando a pessoa conseguisse tirar todos esses sons e escutasse o som do lado de fora. A instalação tem o propósito de suportar uma pessoa por vez e o tempo é variável. Na página seguinte, as medidas primárias da instalação.

Entretanto, a interação com Kinect estava gerando muita energia da pessoa e o conceito do projeto estava sendo dissipado. As pessoas estavam em pé e se mexiam muito para alcançar algo que não necessita de tanta energia. Para isso, optei por seguir um outro caminho e consequentemente chamá-lo de Experimento 2 (ver pág 86).

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Caixas de som.

Microfones captando o som local. 4m

1m

1m 2m

2m

as de som.

1m

Tela interativa.

2m

1.80m

2m

1.80m

Pretendo que o cubo seja 2mx2mx2m e a parede que o segura atrás de 4m. A porta de entrada teria uma medida de 1.85m de altura e 1.20m de largura. Montar uma estrutura de 2m de espelho seria muito caro. Em um primeiro momento, o melhor seria comprar MDFs com uma média de largura e altura e revesti-lo de mylar, uma película refletiva. Para o acabamento, utilizaria perfil de alumínio arredondado, para a sensação de reflexão continuar por toda a instalação. No interior, para a experiência ser maior, o ideal seria revestí-lo de espuma acústica que também é vendida por m 2 .

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k o m p o s i t Experimento 2

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O segundo experimento desenvolvi um outro parâmetro listado: a composição. Komposit consiste na aplicação do experimento 1 junto com um “instrumento” e chega portanto mais próximo do resultado final. A retirada dos sons continua, porém a pessoa agora toca nos fios de fato. Esse experimento surge, portanto, na necessidade de criar uma imersão ainda maior e conseguir fechar a pessoa a um ambiente totalmente controlado, introspectivo e ao mesmo tempo experimental. Levando ao máximo o limite da experiência.

Komposition, kom.po.si.tion, do alemão: 1. composição, 2.construção, 3. formação

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construção 1º protótipo violão-silêncio / 1 fio conectado.

A ideia por trás do segundo experimento é a criação de um instrumento de interação com fios. Eu o entitulei de “violão-silêncio”, por ser um instrumento com cordas e ao invés de produzir som, ele retira o som. A um primeiro momento optei pelo sensor capacitivo. Cada fio contém um som da cidade. A retirada de todos os sons, surge o som da natureza. Trouxe o mesmo conceito de Zerfall mas agora a pessoa senta, recebe o instrumento e toca nele.

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Programei no Arduino e Processing. Primeiramente, consegui realizar o toque no fio. Um valor do Arduino era mandado para o Processing, e quando tocava no fio, o gráfico desse valor aumentava. Estipulei essa diferença desse valor e já conseguia com êxito parar o som.

O próximo passo foi dividir esse valor em dois toques de fios diferentes. Para isso, diferenciei as cores desse gráfico na programação para ter um resultado visível.

1 fio

2 fios d e s e n v o lv i m e n t o

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protótipo violão-silêncio final

Após alguns testes, notei que o valor que o Arduino mandava era captado de forma aleatória pelo Processing. Exemplificando: enquanto o Arduino está mandando 1, 2, 1, 2, 1, 2..., quando o Processing é ligado, ele capta o primeiro valor que aparecer, independente de ser 1 ou 2, ou seja, enquanto o fio1 é tocado o valor tanto pode ser 1, quanto pode ser 2, variando de forma totalmente aleatória e descontrolada.

No exemplo anterior, uma hora o fio1 tocado podia ser verde, enquanto em outro momento quando o Processing desligava e ligava o toque do fio1 poderia ser roxo. Quando aumentado para 6 fios, enquanto o Arduino está enviando 1, 2, 3, 4, 5, 6, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 1, 2... e por aí vai, o Processing quando ligado pega o primeiro valor que aparecer, podendo ser o valor 4 por exemplo, e este valor se torna o fio1. Então o problema

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aumentava para 6 erros. Nos testes ainda encontrei outro fator. O sensor capacitivo trabalha com a energia que está sendo gerada no momento, transformando o nosso toque no fechamento do circuito. Essa energia também varia de ambiente para ambiente. O controle deste sensor estava me trazendo alguns problemas.

Deixando de lado o protótipo, mas não esquecendo-o totalmente, resolvi então partir para uma outra solução. A primeira solução foi utilizar o potenciômetro. Enquanto o sensor capacitivo usava as entradas digitais, o potenciômetro utiliza a entrada analógica, conseguindo portanto usar uma voltagem controlada de 5V.

potenciômetro / pessoa girando o potenciômetro.

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duas linhas sendo controladas por dois potenciômetros.

O resultado já foi melhor do que o esperado já que eu tinha um controle melhor sobre essas linhas. Conseguia colocá-las aonde eu quisesse. apenas girando o potenciômetro: girando para a direita a linha subia e o som tocava ou girando para a esquerda a linha descia e o som parava. Entretanto, o erro dos valores aleatórios continuava. Girando o mesmo potenciômetro, esse valor podia ser tanto a linha verde, quanto a linha preta. Percebi que precisava resolver isso no Processing.

Essa solução me trazia uma questão mais complexa para a criação do objeto. Para fazer com que a pessoa tocasse no fio e o potenciômetro rodasse, teria que criar um tipo de “L” preso a um elástico ou mola para que quando a pessoa tocasse e soltasse, esse potenciômetro voltasse para a posição anterior,

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potenciômetro

fio

3 mecânica em pausa

mecânica com toque

Novamente, não descartando essa opção, parti para uma terceira solução. Nessa solução resolvi usar um tipo de botão, a chave micro switch. Por um lado, a utilização desse botão é mais fácil, por outro eu não consigo ter a variação que eu tinha com o potenciômetro que ia de 0 a 1023. O botão funciona com 0 ou 1. Em outras palavras, fio tocado ou não tocado, não existindo toda a variação anterior.

os botões utilizados para o teste.

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linha parada e som tocando.

linha abaixando e som pausado.

Com o botão consegui enviar um valor único do Arduino para o Processing, assim sendo mais fácil determinar que valor que ele está mandando. Neste teste ainda não conseguia colocar duas linhas para funcionar. Apenas uma e a resposta é imediata: a linha abaixa diretamente para um ponto pré-estabelecido e o som para de tocar.

Neste momento então, estabeleci três caminhos: o uso do sensor capacitivo, do potenciômetro e da chave micro switch. Precisava resolver quais dos três sensores iria me proporcionar ao mesmo tempo simplicidade e interação intuitiva.

Nesta parte do projeto, como o sensor ainda não estava definido, a instalação já andava com uma nova forma e interação. Extraindo a ideia de Komposit e retirando-a de um instrumento, consegui obter um resultado favorável, à princípio ao desenvolvimento do conceito. Neste caso, resolvi colocar a pessoa sentada na própria interação. A poltrona se tornaria um “violão-silêncio” maior.

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A poltrona coloca a pessoa em posição de relaxamento e propicia um ambiente mais bem calculado para a experiência. Devido a quantidade grande de sons vindo das caixas de som, a pessoa imediatamente irá sentar para tentar retirar todos aqueles sons, para então alcançar o silêncio. A retirada será feita através de toques nos fios presos nos braços da poltrona. Seriam três fios de um lado e três de outro.

A escolha por essa poltrona fez a imersão ser ainda maior. A pessoa irá se sentir dentro de um instrumento que retira os sons. E consequentemente resolvi o problema do usuário ficar na frente do projetor.

Po l t ro n a i n te rat i va

Os fios da poltrona estariam conectados a um Arduino que receberia os valores e mandaria para o computador. A projeção das linhas estaria sincronizada com o toque dos fios físicos. No momento a definição de sensor ainda estava sendo analizada. Houve a necessidade de mudança do desenho técnico da instalação, veja a seguir.

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“STILLE II” Segundo estudo de conceito da estrutura. Poltrona interativa e entrada lateral.

Desenho técnico 2

Projeção

Entrada

Projetor

Microfones captando o som local

1m

Caixas de som

Poltrona interativa

Amplificador

Segundo estudo de conceito da estrutura e próxima do final. Poltrona interativa e entrada lateral. Mudança do local da porta.

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1.8


Kinect - captura de movimentos.

2m

2m

Microfones captando o som local.

Caixas de som.

1m

2m 4m

1m 1,10m

Projetor

2m

1m

Tela interativa.

2m

aixas de som

1.80m

2m

or

1.80m Esse processo de idealização da poltrona foi muito rico ao projeto. Pude analizar melhor o que caberia dentro da instalação e perceber questões que eu estava prevalecendo e outras que estavam sendo esquecidas. Após essa fase projetual, a decisão do sensor foi essencial para a evolução do projeto. Essa evolução chegará portanto à interação final e desenhos finais. Houve a necessidade então de criar o Experimento 3, denominado, Stille propriamente dito.

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S T I L L E Experimento 3

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O experimento final é uma evolução direta do experimento 2, com o mesmo parâmetro, porém com uma mínima mas significativa evolução de conceitos. A definição do sensor e consequentemente do desenho do instrumento fizeram com que o projeto chegasse à sua forma final. Denominei o experimento de mesmo nome do projeto pois finalmente à conclusão da experiência e da interação foi alcançada.

Stille, stil.le, f., do alemão: 1. silêncio, 2. quietude, 3. calma.

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Após os testes com os sensores vistos em Komposit, acabei retirando a ideia de tocar nos fios para algo mais direto como pressionar e tirar.

Dos 3 sensores, portanto, escolhi a chave switch por me trazer o resultado mais simples de liga/desliga, os outros 2 me traziam valores variáveis, não tendo controle sobre esses valores. Além de que no nosso dia-a-dia nós vivemos rodeados de botões. Nós pressionamos no mínimo 2 vezes por dia pelo menos para apenas ligar e desligar a luz.

A estética minimalista da chave micro switch também é um fator interessante para o projeto. A chave tem diferentes tamanhos de haste e de corpo. Comprei a chave com a haste maior para melhor interação e acessibilidade para o usuário.

4 chaves micro switch

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Com o botão escolhido, após conversas com os professores, resolvi retirar a poltrona e voltar com a ideia da pessoa em pé. Uma questão que eu achava que estava resolvida mas não estava era que em museus por exemplo, as salas escuras que estão passando video sempre são acompanhadas por cadeiras ou poltronas. A pessoa então liga a cadeira ou poltrona com a ação de assistir o filme, e não com o pensamento de interação. Com isso, eu estava muito preso a ideia de previamente preparar a pessoa para a experiência, em outras palavras, contar a “historinha” por trás da instalação.

A poltrona com fios estava exigindo muito da pessoa. A instalação tem que ser convidativa e ao mesmo tempo intuitiva e simples de interagir. Não posso criar algo que faça a pessoa pensar: “Será que se eu tocar nisso, eu estrago? Vou apenas sentar e ver o que acontece.” E reduzir aquela experiência apenas como “assistir um filme”.

Durante as conversas com os professores, a chave micro switch foi remetida a tecla de uma Kalimba. A Kalimba ou “piano de polegar” é um instrumento musical africano pequeno e como dito anteriormente, é tocado com os polegares e segurado pelas duas mãos.

Kalimbas d e s e n v o lv i m e n t o

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Com essa forma em mente comecei a rascunhar o que poderia vir a ser a Kalimba no projeto. Peguei uma placa de acrílico e desenhei as linhas para realizar um corte à lazer. A linha vermelha é para o corte e a linha preta é para desenhar com o lazer. O círculo tem 20cm de diâmetro, retângulos para encaixar os botões tinham 2x0,7cm e as linhas eram só desenhos mesmo.

Com esse primeiro protótipo já pude fazer o teste com duas chaves micro switch. Essa escolha do botão fez com que eu pudesse mudar o meu código para um muito mais simples utilizando entradas analógicas. Para o primeiro teste usei a library StandardFirmata no Arduino e importei os valores analógicos para o Processing. Obtive sucesso na diferenciação de valores para cada fio e no loop para cada som (agora eles tocam eternamente).

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1º protótipo de acrílico da kalimba-silêncio

O protótipo com duas chaves micro switch que acabei denominando de “kalimba-silêncio” continha um Arduino, 10 jumpers, 4 jacarés e 2 resistores. Para cada botão era necessário um jumper para a ligação analógica, outros dois para conexão com o Ground e 5V e mais dois para ligar aos dois jacarés que são conectados cada um em uma ponta da chave micro switch. Este foi um circuito prévio que mais tarde foi reduzido.

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O 2º teste foi com 5 chaves (foto ao lado), não pude fazer o teste com 6 por que não tinha jacarés suficientes, mas já conseguia ter uma noção da disposição das linhas na imagem e o quão o Processing consegue carregar 6 sons e 7 imagens. Posicionei as linhas dessa maneira para remeter a um poste no meio com os fios saindo de cada lado. Acabei utilizando esse código simples como um código de teste de funcionalidade da kalimba-silêncio, sempre que eu quisesse testar se estava funcionando utilizava desse código. Isso me adiantou muito no processo.

screenshot do Processing rodando o código de funcionalidade

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circuito com 5 chaves micro switch

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usu谩rios testando o prot贸tipo com o c贸digo de funcionalidade

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Realizei alguns testes com usuários e foi interessante analizar cada maneira diferente de interagir com o protótipo. Utilizei o código de funcionalidade nos testes e os sons ainda não eram os finais, foram sons gravados com o celular pela rua. Eu apenas expliquei o que era o projeto mas não como funcionava a kalimba.

Resultados pontuais: Um começou com um dedo apenas e descobriu que podia usar mais de um dedo ao mesmo tempo; Outro usuário começou com uma mão mexendo e descobriu que quando os 4 dedos estavam ocupados, podia usar a outra mão; Um outro já começou com as duas mãos como se fosse um piano ou teclado; Um outro usou da mão inteira para cobrir as teclas e parar os sons; Um foi me questionando como chegava ao silêncio, mas eu não respondia, deixava a pessoa descobrir por si só e o resultado final foi satisfatório;

Resultados gerais: Alguns tentavam descobrir de qual botão vinha o determinado som e da determinada linha; Os sons começaram a irritar alguns de uma maneira que queriam saber logo como retirar todos os sons. A maioria no fim utilizou as duas mãos e conseguiu chegar ao propósito do projeto: parar todos os sons.

d e s e n v o lv i m e n t o

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screenshot do Processing rodando o video com 5 linhas.

Nos testes com os usuários ainda não tinha imagem, então o próximo passo foi entender qual ou quais imagens colocar no fundo. A interação se divide em duas partes: a kalimba e o video da projeção. Para o video, comecei a testar algumas imagens que eu ja tinha gravado para ver como que as linhas se comunicavam com essas imagens. Notei de primeira que essas 5 linhas (foto acima) não estavam de acordo com a imagem. Enquanto no branco ela passava a noção de ser um poste com 6 fios, no video não foi feita essa relação que eu queria passar. Além do que no meio parece que é um erro de programação. Então o próximo ponto foi pensar melhor na disponibilidade dessas linhas e a captura de novas imagens.

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S T I L L E


screenshot do Processing quando pressionado 3 botões e a imagem mudando.

Um fator significante era que além de pressionar no botão e parar o som, o filme mudava de acordo com cada botão. Além dos 5 sons nesse exemplo, havia também 5 imagens diferentes para cada botão. Toda vez que pressionava um botão, o som parava e a imagem mudava. Quando pressionado todos os botões, aparecia a filmagem de uma floresta. Entretanto, quando ia acumulando os botões, por exemplo, quando mantivesse pressionado 3 botões pelo menos, a filmagem começava a travar muito e as linhas também. Eu tive que adaptar o conceito de mudar o filme toda vez que pressionar um botão por questões técnicas de processador. Gerar 5 filmes rodando pelo Processing estava pesando demais o programa. Por isso no fim, realizei uma filmagem só com vários takes ao invés de 6 filmes. d e s e n v o lv i m e n t o

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Nesse primeiro teste de filmagem, tinha um filme com carros andando e as linhas não estavam se comunicando bem com esse tipo de filmagem. Eu não queria também que as imagens tomassem o lugar do som que é o mais importante. Para isso, teria que ser filmagens estáticas da cidade e dos fios.

Com o código já pré-estabelecido e com o conceito da filmagem idealizada, comecei a construir a kalimba-silêncio final. Mantive o mesmo desenho do protótipo e agora tive que colocar 5 cm de altura para a Arduino ficar dentro da kalimba. Realizei um furo na lateral esquerda da kalimba para o fio da Arduino poder passar,

Desenho técnico kalimba

20cm

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S T I L L E

5cm


d e s e n v o lv i m e n t o

111


112

S T I L L E


Para a kalimba final eu precisava reduzir o circuito que envolvia jacarés (ver pág. 105). Para isso foi necessário soldar fios de cobre pelos botões (foto ao lado) na ponta de cima de cada um e puxar um fio (vermelho) para ser o Ground e soldar resistores com fio de cobre na outra ponta do botão puxando um fio (verde) para ser os 5V. Os fios restantes conectam nas entradas analógicas da Arduino. Inclusive a estética do circuito foi um fator muito favorável ao projeto. Tudo soldado e perfeitamente estável. Nota-se que a ponta do meio do botão não é utilizada.

d e s e n v o lv i m e n t o

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Com a kalimba finalizada (6 botões), pude retomar ao código. Primeiramente escolhi as filmagens finais (imagens acima e ao lado), todas estáticas para a imagem não sobrepor o som, alternando entre os fios elétricos e os prédios. Para a disposição das linhas retirei das próprias linhas dos fios, cada linha corresponde a um fio de uma filmagem de poste. Para os prédios procurei trazer essas janelas que nos olham e avistam a rua. E para a imagem final, quando todos os sons são pausados filmei essa floresta desfocada quase imóvel. 114

S T I L L E


Os 7 sons finais sĂŁo: polĂ­cia, latido de cachorro, buzina, britadeira, mumurinho de pessoas falando, carros passando e por Ăşltimo, sons de passarinho.

d e s e n v o lv i m e n t o

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“STILLE III” Desenho final instalação, Kalimba interativa.

Desenho técnico 3 - final

Projeção

Entrada

Projetor

1m

Microfones captando o som local

Caixas de som

Amplificador

Totem + Kalimba

Conceito final. Kalimba interativa no centro com totem.

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S T I L L E

1.80m


4.20m 2.20m

2.20mEntrada

Projeção

4.20m

Projetor

2.20m

2.20m

fones captando m local

4.20m

Projetor

2.20m

2.20m

1m

1m 1,10m Caixas de som

1m

2.20m

Caixas de som Amplificador

Totem + Kalimba

1.80m 2.20m

dor

1.80m

Este é o desenho final e ideal da instalação com um aumento de 20 cm para largura e altura por que o projetor precisa dessa altura para não ter nenhuma pessoa na frente da projeção.

d e s e n v o lv i m e n t o

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S T I L L E


S T I L L E

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A KALIMBA

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S T I L L E


o instrumento que compĂľe o silĂŞncio, minha forma de comunicar com a cidade.

A

K A L I M B A

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A INSTAL Ação (realizada no bosque da PUC-Rio)

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S T I L L E


A

I N S T A L A รง ร O

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documento do produto

INSTALAÇÃO 4 placas de MDF de 2mx2m, 5 placas de MDF de 0.2mx2m, 1 placa de MDF de 1.40mx2m e 1 placa de MDF de 0.6mx2m para a porta. 1 puxador para a porta e 2 dobradiças. 1 rolo de 20m de vinil espelhado. 35 parafusos médios. 25-30m de sarrafos. 1 carpete de 2.30mx2.30m

0.5m 2m

0.5m 0.2m 0.6m

2m 0.2m 2m

0.2m

planta baixa da versão realizada na PUC

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S T I L L E

2m

0.2m 0.6m

0.2m

2m

0.2m

1.4m

0.3m 0.2m

1.4m

2m

0.2m

placa do teto

0.3m


KALIMBA 2 discos de 20cm de diâmetro de acrílico 1 tubo aberto de 20cm de diâmetro e 5cm de altura de acrílico com um furo de 1cmx1cm na lateral esquerda 6 chaves micro switch de 2cmx0.7cm com haste de 5,5cm de comprimento 1 Arduino UNO com cabo USB 8 jumpers 6 resistores de 10kΩ 2 fios de cobre

TOTEM 2 placas de MDF de 0.3mx1m e 2 placas de MDF de 0.5mx1m

EQUIPAMENTOS 2 caixas de som Pioneer Home Spbs21-Ir Bookshelf 4 2 vias 1 amplificador Topping VX1 1 MacBook Pro 15” 1 adaptador Mini DisplayPort para VGA 1 projetor

ELÉTRICA 1 filtro de linha com 4 entradas para tomada. (caixas de som, amplificador, computador e projetor) 1 ponto de energia.

D O C U M E N T O

d o

p r o d u t o

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PROGRAMAÇÃO : PROCESSING :

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D O C U M E N T O

d o

p r o d u t o

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S T I L L E


: ARDUINO :

1. Instalar a biblioteca Firmata; 2. Abrir o c贸digo StandardFirmata. (File > Examples > Firmata > StandardFirmata); 3. Rodar o c贸digo na Arduino.

D O C U M E N T O

d o

p r o d u t o

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S T I L L E


CONCLuSÃO

E

ssa cidade que a gente vive todos os dias é repleta de novidades diárias. Essas novidades podem ser boas ou

ruins. Basta olhá-las atentamente e de diferentes pontos de vista. Foi desses olhares sem querer que avistei meu projeto. Os fios elétricos se tornaram novidade pra mim enquanto estava na busca por um tema de projeto, que são nessas horas que as coisas a nossa volta se sensibilizam. O silêncio tomou forma quando percebi a falta dele nessa massa sonora urbana de todos os dias. Stille se manifesta na simplicidade e na experiência em um local de reflexões.

Stille se tornou mais que um projeto de final de curso da faculdade. Ele se tornou uma paixão. Engraçado como minha percepção da cidade mudou depois dessa vivência eterna com essa paixão. Consegui retirar a beleza dos fios e a delicadeza das linhas dentro dessa poluição sonora. O som no espaço se divide inteiramente sobre mim, defino cada um e retiro um de cada vez até enxergar a natureza sobre nós. A kalimba foi a forma que eu descobri para me comunicar com esse ser que convivo todos os dias: o espaço urbano.

Nunca mais vou escutar e olhar a cidade da mesma maneira.

c o n c l u s ã o

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AGRADECIMENTOS

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S T I L L E


A

gradeço à minha tutora Claudia Bolshaw que desde o princípio me estimulou a realização do projeto por mais “artístico” que seria e não me fez desistir

logo de primeira de um projeto que surgiu de uma observação; à minha orientadora Roberta Portas que fez sempre com que eu respondesse as minhas próprias perguntas e não às perguntas dos outros; ao meu co-orientador João Bonelli que sempre se predispôs a me ajudar nas horas difíceis de programação; ao meu professor João Alegria que sempre conversou comigo, me levantou várias questões e ideias e queria ver minha instalação de pé de qualquer maneira; ao meu professor Cadu que desde o primeiro período me ensinou a levar os meus questionamentos aos limites, a ser curioso e que a prática é necessária antes de tudo, só conseguimos pensar nas coisas, fazendo; ao Silas que me ajudou na construção e planejamento da instalação; ao meu avô Eduardo Gasparian que me faz ver poesia em tudo; à minha família que me acompanha e me apoia; à minha namorada Vanessa Mello que traz sempre referências, que me faz enxergar a simplicidade na vida e é a melhor companhia de todas; aos meus amigos Arthur Maciel, Diego Abib, Eric Emanuel, João Pedro Gonçalves, Leonardo Drummond, Luiz Felipe Gonçalves, Paulo del Valle, Pedro Primo, Ricardo Weissenberg que sempre procurei conversar, pedir conselhos, sempre estiveram do meu lado e me ajudaram a construir esse projeto, por que nós nunca vamos conseguir fazer as coisas completamente sozinhos. Agradeço também ao Charles Watson pelo curso “O Processo Criativo” (que todos deveriam fazer) que me proporcionou uma visão totalmente diferente do mundo e me fez enxergar o inútil como o útil. “Coragem é a administração do medo.” - Charles Watson.

a g r a d e c i m e n t o s

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B I B L I O G R A F I A Kandinsky, Wassily. Ponto E Linha Sobre Plano: Contribuiç=o À Análise Dos Elementos Da Pintura. Tradução: Eduardo Brandão. São Paulo: Martins Fontes, 2012. Livro. Cage, John. Silence: Lectures and Writings. Middletown, CT: Wesleyan UP, 1961. Livro. Rio, João Do. A Alma Encantadora Das Ruas: Crônicas. São Paulo: Companhia De Bolso, 2008. Livro. Calvino, Italo. As Cidades Invisíveis. Tradução: Diogo Mainardi. São Paulo: Companhia Das Letras, 2005. Livro. Lefin, Maxime. Réflexions Sur Montréal. Saint-Constant, Québec: Broquet, 2009.Livro. Gusmão, Gabriela. “Rua dos Inventos”. Rio de Janeiro, 2002. PDF / http://www.ruadosinventos.com. br/texts/rua-dos-inventos--livro.pdf Benjamin, Walter. “A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica”. 2ª versão. 1955. Texto. Prochnik, George. “In Pursuit of Silence: Listening for Meaning in a World of Noise”. 1ª edição. New York. Anchor Books, 2011. Livro. Guimarães, Lúcia. “Silêncio, por favor.” Artigo. Jornal O Estado de São Paulo. 2013 Cardiff, Janet. “Janet Cardiff & George Bures Miller.” Janet Cardiff & George Bures Miller. Site. Acessado em: 24 Set. 2013. / http://cardiffmiller.com/index.html Cage, John. “O som”. Video. / http://www.youtube.com/watch?v=klpCX9xoHY4 Ferro, Chelpa. “Chelpa Ferro”. Site. Acessado em: 28 Set. 2013. / http://chelpaferro.com.br “Noise cancelling headphones”. Site. Acessado em: 4 Out 2013. / http://en.wikipedia.org/wiki/Noisecancelling_headphones

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Willians, Alisson. “Best places to work”, 2012. Artigo. Acessado em: 8 Out. 2013.

/

http://www.seattlemet.com/news-and-profiles/best-places-to

-work/articles/best-places-to-work-january-2013 Serra, Daniel. “Oscillate.” DBSerra. Site. 9 Oct. 2013. / http://dbserra.com Tweeto, Amitay. “The Quiet Place”. Site. Acessado em: 9 Out. 2013. / http:// thequietplaceproject.com/ Osborne, Doug. “Google uses high-tech nap pods to keep employees energized”, 2010. Artigo. Acessado em: 9 Out. 2013. / http://www.geek.com/ news/google-uses-high-tech-nap-pods-to-keep-employees-energized-1264430/ Apple. “Apple designed by Apple - Intention”. 2013. Video. / http://www.youtube.com/watch?v=VpZmIiIXuZ0 “Electroplankton”. Site. Acessado em: 9 Out. 2013. / http://en.wikipedia.org/ wiki/Electroplankton “Oscillation”. Site. Acessado em: 9 Out. 2013. / http://en.wikipedia.org/wiki/ Oscillation

BLOG DE DESENVOLVIMENTO DO PROJETO

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b i b l i o g r a f i a

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STILLE SOUNDTRACK

1. Metatron / Darkside / Psychic / 5:07 / 2013 2. Overgrown / James Blake / Overgrown / 5:01 / 2013 3. Says / Nils Frahm / Spaces / 8:18 / 2013 4. Went Missing / Nils Frahm / Spaces / 4:59 / 2013 5. Familiar / Nils Frahm / Spaces / 5:38 / 2013 6. For - Peter - Toilet Brushes - More / Nils Frahm / Spaces / 16:49 / 2013 7. Stay Ugly / Millie & Andrea / Drop The Vowels / 6:22 /2014 8, The Haunting Idle / The War On Drugs / Lost In The Dream / 3:08 / 2014 9. One-All - A Thousand Times - Multiple And Mirror / Dave Harrington / Before This There Was One Heart But A Thousand Thoughts / 10:53 / 2014 10. Luxury Problems / Andy Stott / Luxury Problems / 5:04 / 2012 11. Abandon Window / Jon Hopkins / Immunity / 4:58 / 2013



Nossa rotina pode ser a mesma, mas os sons que a compõe serão sempre diferentes.

JOSÉ FELIPE GASPARIAN GUEVENTER


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