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TRANSMISSÃO
DICAS PARA INSTALAÇÃO BEM SUCEDIDA DO CONVERSOR DE TORQUE
Algumas vezes, quando se pratica algum esporte, é necessário dar uns passos para trás e voltar ao básico para se obter o melhor desempenho. Isto se aplica também a outras coisas em nossa vida também. Neste artigo, vamos olhar o básico de uma instalação do conversor de torque. Seguindo estes procedimentos básicos, seremos ajudados a evitar o odiado retorno e possível serviço em garantia em nossa oficina.
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O primeiro passo na instalação do conversor começa antes de abrirmos a transmissão. Inspecione a face traseira do bloco do motor onde a transmissão é fixada por parafusos, para se certificar que ela está limpa e livre de quaisquer tinta ou rebarbas. E verifique se os pinos de alinhamento estão em seus alojamentos e são longos o suficiente para alinhar a transmissão com o centro do motor. Se o motor de arranque teve de ser removido, certifique-se que ele esteja limpo e livre de óleo.
Uma das áreas mais negligenciadas a serem verificadas é o alojamento do piloto do conversor, na parte traseira do virabrequim ou adaptador do flexplate. As transmissões 4L80-E e A4LD/4L55 tiveram problemas nesta área. Certifique-se que o alojamento do piloto do conversor esteja limpo e não apresente desgaste, e então aplique uma leve camada de graxa ao alojamento.
Inspecione o flexplate quanto a desgaste na superfície de montagem dele ao conversor e certifique-se que não haja trincas. Bata no flexplate com uma chave; ele deverá soar como um sino. Se ouvirmos qualquer vibração ou som cavo, o flexplate poderá estar trincado.
Agora, vejamos a transmissão. Certifique-se que a face da carcaça da transmissão está limpa e livre de tinta e rebarbas, e não existe desgaste nos furos dos pinos de alinhamento.
Com este procedimento realizado, estamos prontos para dar atenção ao próprio conversor. Compare o novo conversor com o original, prestando atenção ao diâmetro e comprimento do piloto e do cubo. Remova qualquer tinta do piloto, e certifique-se que as orelhas de montagem são do tipo correto e as roscas estejam em boas condições, limpas e isentas de tinta.
Devemos também verificar se os ângulos das palhetas são iguais (figura 1). Se houver qualquer diferença entre os dois conversores, ligue para seu fornecedor de conversores para se certificar se existe alguma alteração aprovada nele.
Agora, inspecione a folga final do conversor:
ü Selecione um eixo ou peça similar que seja maior que as estrias da turbina e menor que as
estrias do estator.
ü Inverta o conversor de maneira que o cubo da bomba do conversor fique voltado para baixo e use o eixo para empurrar o cubo da turbina para cima.
De maneira geral, deveríamos obter um movimento entre 0,25 mm e 0,75 mm de folga. Alguns modelos de conversores variam esta medida, assim, quando em dúvida, fale com seu fornecedor acerca da medição correta de cada tipo.
Estamos agora prontos para colocar o conversor contra o flexplate e certificarmo-nos que o piloto e as orelhas de montagem estão bem ajustados. Se tudo estiver OK, agora procedemos ao pré-abastecimento do conversor utilizando cerca de 1 litro de fluido recomendado para a transmissão. Além de lubrificar os rolamentos internos do conversor, isto ao revestimento da cinta do lock-up tempo para absorver o fluido da transmissão. Muitas oficinas que recondicionam conversores não mergulham previamente as embreagens, devido à grande quantidade de fluidos disponíveis exigidos pelos fabricantes. Isto torna o preenchimento do conversor com fluido especialmente importante. Ao instalar o conversor na transmissão, certifique-se de seguir as instruções do fabricante, e tenha cuidado de não danificar o retentor interno do mesmo. Lubrifique o vedador da bomba e sua bucha com fluido, não graxa.
Em algumas transmissões de modelos mais recentes, tais como a 6F50 e a 6T70, devemos instalar o conversor na transmissão em posição vertical. Em outras unidades, tais como a 45RFE, uma instalação descuidada pode facilmente danificar a arruela de apoio do cubo da turbina à tampa, que é feita de material plástico.
No momento de instalar a transmissão, certifique-se que a superfície de apoio assenta completamente o bloco do motor, com os pinos guias instalados corretamente e não haja folgas entre a superfície de assentamento do bloco e a transmissão, antes de apertar seus parafusos.
Empurre o conversor totalmente para dentro da transmissão e meça a folga entre o flexplate e as orelhas de fixação. Em muitas unidades, esta folga deve estar entre 3,5 mm e 6,0 mm. Em conversores que possuem prisioneiros soldados, empurre até a base do prisioneiro para forçar o conversor de volta à transmissão e então puxe o conversor para a frente na direção do flexplate. Isto facilitará a colocação inicial da porca no prisioneiro.
Se houver folga muito grande, podemos adicionar espaçadores entre o flexplate e as orelhas de fixação. Os espaçadores deverão ter todos a mesma espessura e devemos nos certificar que o pilot do conversor ainda se encaixa perfeitamente em seu alojamento no virabrequim.
Instale todos os parafusos do
conversor somente com as mãos inicialmente. Nunca utilize uma ferramenta de impacto para apertar os parafusos de fixação do conversor. Isto com certeza vai danificar o conversor. Utilize uma ferramenta manual ou a catraca. Em unidades com montagem cega, certifique-se de estar utilizando o comprimento correto dos parafusos e nunca ultrapasse o torque recomendado.
Ultrapassar o torque recomendado ou parafusos que são compridos demais poderão danificar a superfície de reação da embreagem do lock-up, na face interna do conversor.
Ao abastecer a transmissão, sempre siga os procedimentos indicados pelo fabricante. Transmissões modernas possuem bombas de alta capacidade e tubos de alimentação ou portas de alimentação pequenos, portanto é possível que a bomba funcione sem o devido suprimento de fluido e assim seja danificada durante seu fun-
CARLOS NAPOLETANO
Diretor Técnico da Aptta Brasil www.apttabrasil.com
cionamento inicial.
Quando tomamos um tempo extra e cuidados básicos ao instalarmos um conversor de torque, podemos evitar muitos problemas e economizar tempo e dinheiro a médio e longo prazo no atendimento de nosso clientes, e preservação de nossa reputação como técnicos.