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Carnes: tiroteio verbal prejudica negociações com UE
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Br asil ffes es Brasil estt eja a maior colheita da história
Agrishow muda para melhor A evolução da produção de etanol no Brasil: perspectivas para o futuro Leite: Preços atuais superam recordes de 2005 Trigo pode ser mais rentável que milho safrinha Cotonicultores dependem mais do mercado externo Fomento Florestal do grupo Orsa leva desenvolvimento socioeconômico a pequenos agricultores paulistas. Cresce o uso de agrotêxteis no Brasil Preocupação com água do Planeta resulta em acordo entre Embrapa e Ana
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Energia alternativa já supera a de hidrelétricas Cemaço - Tecnologia de ponta no setor de recorte de aço Carne: o Brasil está disposto a manter esse mercado conquistado com grandes dificuldades? Co-geração de energia elétrica é novo investimento das usinas de açúcar e álcool.
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Aço inoxidável em usina de açúcar reduz custo de manutenção e melhora produto final
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Brasil continuará crescendo, mesmo com a instabilidade da economia mundial Agroindústria canavieira tem falta de mão-de-obra Afipol discute os rumos do agronegócio brasileiro em 2008 Melhoramento genético do cupuaçu está sendo estudado Internacional: Rei do etanol
Cofibam - 35 anos como líder no mercado de condutores elétricos Vitrine - Lançamentos do setor Dicas de leitura Índice de anunciantes
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editorial
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O A GR ONEGÓCIO CRESCEU EM 200 AGR GRONEGÓCIO 20077 MAIS QUE A EC ON OMIA N ACION AL CIONAL ECON ONOMIA NA
O
agronegócio cresceu mais que a economia nacional em 2007 em função do elevado valor das commodities. O PIB do setor teve alta de 7,89% em relação a 2006 e atingiu o recorde de R$ 611,8 bilhões. Para este ano, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) prevê expansão de 5,8%. Além das cotações internacionais, as atividades do setor foram favorecidas pela safra recorde de 136,3 milhões de toneladas de grãos, total 3,5% superior ao obtido no ano passado. No período 2006/2007, a safra atingiu 120,8 milhões de toneladas. Com o desempenho do ano anterior, agricultura e pecuária compensaram o baixo crescimento de 0,45% registrado em 2006 e a queda de 4,66% ocorrida em 2005. Entretanto, a despeito da boa performance e do bom cenário traçado para 2008, representantes do agronegócio dizem que PIB maior não significa mais dinheiro no bolso do produtor. Cesário Ramalho, presidente da Sociedade Rural Brasileira, chama a atenção para a dificuldade que o produtor vem enfrentando na renegociação das dívidas agrícolas e enfatiza a necessidade de implementação definitiva do seguro rural. Segundo ele, se o seguro rural já fosse mais presente no País, o endividamento do setor seria bem menor ou nem existiria porque o seguro é mais barato e eficaz do que programas de reprogramação de dívidas. Outro ponto que merece atenção envolve o crédito rural. Além disso, os problemas de infra-estrutura e logística no agronegócio são tão grandes que já se configuram na prática como um novo imposto para o produtor rural. Quanto à cana-de-açúcar, a safra de 2007/2008 também promete recorde. Acredita-se que a produção total no país alcançará 549,91 milhões de toneladas, maior 15,8% sobre 2006/07. Para Eduardo Leão de Souza, diretor executivo da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Única), o panorama favorável para 2008 se apóia na produção dos carros flex-fuel, que já representa quase 90% das vendas de carros novos, nas boas perspectivas do mercado interno, na potencialidade do mercado externo e na co-geração de energia. No entanto, menciona que será impossível para os produtores de álcool conviverem com a concentração de tributos sobre o setor (a Medida Provisória 413 transfere para as usinas a parcela de PIS e Cofins que hoje é paga pelas distribuidoras de combustível, elevando a alíquota do produtor de 3,65% para até 21%) e com a falta de definição, por parte do governo, da matriz energética que depende da própria reforma tributária. Essa definição permitiria um planejamento do setor para o mercado interno. A pecuária, por outro lado, sofre os problemas do difícil diálogo com a União Européia. Decisões da UE de caráter protecionista, sem base técnica, têm que ser questionadas, mas o Brasil deve manter o canal de negociações aberto para reconquistar a credibilidade da UE na carne bovina brasileira. Os problemas existem, em todos os setores de mercado, mas o mais importante é a garra e a disposição dos envolvidos em fazer as coisas acontecerem. E essa disposição o setor de agronegócio tem de sobra. Na Agrishow 2008, em Ribeirão Preto (SP), essas virtudes poderão ser constatadas de forma concreta. A feira, agora mais profissionalizada, além de fomentar negócios, desenvolver e valorizar o produtor rural, a agricultura, a pecuária e agroindústria nacional, se propõe também a criar estratégias e parcerias que favoreçam a concretização desses objetivos. É o que nós, da Revista Mercado Empresarial, também desejamos.
Mercado Empresarial
expediente Coordenação: Mariza Simão Projeto Gráfico e Diagramação: Lisia Lemes Ilustrações: Gustavo Casari Monreal Arte: Felipe Consales; Ivanice Bovolenta; Cesar Souza; Silvia Naomi Oshiro, José Francisco dos Santos, Edimilson Mandiar; Alice Tomoko; Leonid Chyczy. Capa: Alex Rodrigues Siqueira Redatora: Sonnia Mateu - MTb 10362-SP Colabor ar am nes Colaborar aram nestta edição: Eliana Pace e João Lopes Distribuição Distribuição: Agrishow – Feira Internacional da Tecnologia Agrícola em Ação Ar açatuba - Rua Floriano Peixoto, 120 1º and. - s/ 14 Araçatuba Centro - CEP 16010-220 - Tel.: (18) 3622-1569 Fax: (18) 3622-1309 Bauru - Centro Empresarial das Américas - Av. Nações Unidas, 17-17 - s 1008/1009 - Vila Yara - CEP 17013-905 - Tel.: (14) 3226-4098 / 3226-4068 Fax: (14) 3226-4046 Presidente Prudente - Av. Cel. José Soares Marcondes, 871 - 8º and. - sl 81 - Centro - CEP 19010-000 Tel.: (18) 3222-8444 - Fax: (18) 3223-3690 Ribeirão Pr eto - Rua Álvares Cabral, 576 -9º and. Pre cj 92 - Centro - CEP 14010-080 - Tel.: (16) 3636-4628 Fax: (16) 3625-9895 Santos - Av. Ana Costa,59 - 8º and. - cj 82- Vila Matias - CEP 11060-000 - Tel.: (13) 3232-4763 Fax: (13) 3224-9326 São José do Rio Preto - Rua XV de Novembro, 3057 - 11º and. - cj 1106 - CEP 15015-110 Tel.: (17) 3234-3599 - Fax: (17) 3233-7419 São PPaulo aulo - Rua Martins Fontes, 230 - Centro - CEP 01050-907 - Tel.: (11) 3124-6200 - Fax: (11) 3124-6273 O editor não se responsabiliza pelas opiniões expressas pelos entrevistados.
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BRASIL FESTEJA A MAIOR COLHEITA DA HISTÓRIA
O ano de 2007 já está sendo considerado o ano de recuperação para a agroindústria. de agrobusiness e o Ministério da O setor Agricultura, Pecuária e Abastecimento
O PIB do agronegócio brasileiro teve alta de 7,89% em relação a 2006 e atingiu o recorde de R$ 611,8 bilhões.
(Mapa) não escondem o otimismo com as estimativas divulgadas pela Conab Companhia Nacional de Abastecimento e o IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística de que a safra brasileira de grãos estará registrando recordes no período 2007/ 2008, quando deve chegar a 136,3 milhões de toneladas, total 3,5% superior ao obtido no ano passado. No período 2006/2007, a safra atingiu 120,8 milhões de toneladas. O anúncio feito pelo secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Silas Brasileiro, e pelo presidente da Conab, Wagner Rossi, destaca o crescimento da produtividade como uma grande conquista da agricultura brasileira. Os índices dizem respeito não só ao arroz, com previsão de 11,9 milhões de toneladas, ao milho, segundo mais importante produto agrícola do país, com estimativas de colheitas de 53,6 milhões de toneladas; ao café, cuja produção em 2008 deve ficar entre 41,3 e 44,2 mil sacas de 60 quilos de café beneficiado; mas também ao algodão, graças ao aumento da área cultivada em Mato Grosso. Segundo estimativas preliminares da Abrapa – Associação Brasileira dos Produtores de Algodão, nesta safra 2007/08 o plantio no país deve subir apenas 5% e a produção 5,5%. Essa
cultura deverá sofrer um desaceleramento a fim de que suas áreas de cultivo sejam cedidas ao plantio de grãos – soja e milho - e de cana– de-açúcar. O Estado do Mato Grosso é o maior produtor de algodão do país, seguido pela Bahia. O que mais chama a atenção, no entanto, é a performance da soja, que mantém a liderança entre os grãos com produção estimada entre 58,2 e 58,5 milhões de toneladas. Esta oleaginosa, que já demonstrou ser uma das principais fornecedoras (80%) de matéria prima para produção de biodiesel, já vinha de um recorde na safra 2006/07, de 58,4 milhões de toneladas, graças às condições climáticas favoráveis ao desenvolvimento da cultura, mesmo com a redução de 9,1% da área cultivada – hoje possui 20,88 milhões de hectares. O Brasil é o segundo produtor mundial de soja e o quarto em processamento, atrás dos EUA, Argentina e China. A capacidade instalada das indústrias de processamento no Brasil é de 39,5 milhões de toneladas de grãos segundo a Abiove – Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais. A expansão dos setores associados à agricultura superou a dos vinculados à pecuária (2,8%). O grupo de inseticidas, herbicidas e outros defensivos agropecuários apresentou
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forte acréscimo (22,6%), em função, principalmente, do seu maior uso nas lavouras de soja, cana-de-açúcar, milho e algodão, as quais apresentaram aumento da safra. O segmento madeira recuou 6,1%. Investimentos e retomada Para Cesário Ramalho, presidente da Sociedade Rural Brasileira, o cenário do agrobusiness é positivo graças aos investimentos do setor. “O produtor rural está motivado. As margens de negociação estão boas para os principais produtos, com destaque para a soja. Já no caso da cana-de-açúcar e do café, o produtor deve aproveitar o momento para gerar receita, conseguir renda. Entretanto, ele deve agir com cautela, fazendo um planejamento criterioso do seu negócio. O produtor tem que aprender a trabalhar com sobra de caixa”. A SRB alega que o clima favorável, a variedade de cultivares, os investimentos em tecnologia e no solo impulsionaram a safra atual. Cesário Ramalho acredita, no entanto, que os recordes anunciados serão modestos uma vez que o País está recuperando percentuais de produção que foram perdidos em ciclos anteriores, de duas, três temporadas atrás. “Para se ter melhor idéia de que vivemos um período de retomada – diz ele - o produtor, por exemplo, não usufruiu de forma significativa do aumento dos preços das commodities. Isso porque cerca de 60% da safra que está sendo colhida já havia sido vendida no ano passado, antes dos picos das cotações”. Cesário Ramalho chama a atenção, também, para a dificuldade que o produtor vem enfrentando na renegociação das dívidas agrícolas. “Toda e qualquer renegociação é complicada – diz ele. O endividamento rural que vivemos é fruto, especialmente, de problemas climáticos e das diferentes cotações do dólar na época do plantio e no período da colheita de recentes safras. Além disso, fatias da dívida rural têm origem em planos econômicos frustrados. A SRB defende que o produtor salde seus débitos de acordo com percentual da renda que obtiver. Tanto o setor, quanto o governo têm que compreender que a sociedade não admite mais pagamento de dívidas com recursos do Tesouro Nacional”. Um outro assunto que está merecendo especial atenção da Sociedade Rural Brasileira é a necessidade de implementação definitiva
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do seguro rural, segundo Cesário Ramalho: “Se o seguro rural já fosse mais presente no País, o endividamento do setor seria bem menor ou nem existiria porque o seguro é mais barato e eficaz do que programas de reprogramação de dívidas. Outro ponto que merece atenção envolve o crédito rural. Os bancos, em geral, devem apurar melhor a análise das garantias exigidas do produtor no processo para captação de crédito, e que têm que estar relacionadas ao potencial do negócio. As instituições financeiras precisam levar em conta a competência empresarial do empreendedor rural, com objetivo de segmentar os riscos, personalizar as linhas de financiamento. É necessário dar ao relacionamento banco e produtor este nível de percepção”. “Além disso – continua o presidente da Sociedade Rural Brasileira – os problemas de infra-estrutura e logística no agronegócio são tão grandes que já se configuram na prática como um novo imposto para o produtor rural. Os aumentos dos fretes devido às péssimas condições das estradas e a falta de investimentos em ferrovias, hidrovias e portos estouram no bolso do produtor, que acaba não tendo condições de repassar o aumento de custos. No caso dos portos, por exemplo, tem navio que demora a atracar, fica parado por falta de infra-estrutura, o que acaba gerando um prejuízo, em alguns casos, de 100 mil dólares por dia. Quem paga essa conta? O produtor”. A agroindústria cresceu em 2007 mais do que o triplo do ano anterior: sua expansão foi de 1,5% para 5% graças ao aumento de consumo de alimentos em países em desenvolvimento, ao aumento da renda e do emprego no Brasil, que estimularam o consumo, e ao crescimento das exportações para o setor e dos preços das commodities agrícolas. Com esses dados concorda Cesário Ramalho para quem as exportações do setor, que nos últimos anos foram duplicadas, deverão continuar crescendo em razão do aumento de demanda. “Tudo indica expansão do consumo de alimentos e fibras, tanto em nível doméstico, quanto mundial, bem como forte demanda pela agroenergia. Nos próximos anos, o Brasil deverá ampliar sua participação no mercado internacional acrescentando ao volume exportado hoje mais 47 milhões de toneladas de produtos agrícolas, que irão corresponder a mais 23,5 bilhões de dólares de receita. Para
A agroindústria cresceu em 2007 mais do que o triplo do ano anterior: sua expansão foi de 1,5% para 5%.
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Se os números são altos, os problemas de infra-estrutura e logística no agronegócio também são grandes e já se configuram na prática como um novo imposto para o produtor rural.
chegarmos a estes números precisaremos elevar nossa produtividade”. A ABAG - Associação Brasileira de Agrobusiness, durante seu X Fórum, realizado no final de março, colocou em discussão, entre outros temas de interesse do setor, por meio de José Ronaldo V. Rezende, sócio da PricewatherhouseCoopers, os três principais desafios do agrobusiness – ambientais, comerciais e sociais – e a necessidade de que os modelos de gestão sejam aprimorados para que possam transpor barreiras e reduzir riscos para os produtores brasileiros. Um outro convidado, o médico veterinário e coordenador do Programa de Agricultura e Meio Ambiente da WWF Brasil, Luís Laranja, alertou para a necessidade de que “para atender a demanda de produtos agrícolas para sustentar de forma digna milhões de habitantes, muitos desafios precisam ser trabalhados como a conservação dos recursos hídricos, do solo e da biodiversidade, além da redução dos gases de efeito estufa e a garantia da resiliência dos ecossistemas”. Ele lembrou que atualmente 33% da área mundial é ocupada por lavouras e pecuária o que representa 55% da área habitável do Planeta. “Tratar o meio ambiente de forma sustentável pode ser a melhor solução do agrobusiness” – diz ele. A demanda por biocombustíveis A soja, o milho e a cana deverão continuar com uma boa performance no Brasil por conta também do boom da demanda por biocombustíveis. Segundo a Conab, a safra de cana no Brasil para o ciclo 2007/08 deverá ser recorde também, confirmando as estimativas que já vinham sendo divulgadas pelo setor privado. Acredita-se que a produção total no país alcançará 549,91 milhões de toneladas, maior 15,8% sobre 2006/07, sendo que desse total, 475,07 milhões de toneladas serão destinadas às indústrias sucroalcooleiras que continuam com seus projetos de expansão. De acordo com a Única – União da Indústria da Cana-de-Açúcar, a moagem de cana–de–açúcar na safra 2007/08 cresceu 15,64% na região Centro-Sul, que responde por cerca de 86% da produção nacional, mas o rendimento do setor foi menor em comparação com 2006/07 uma vez que a queda de preço prejudicou a rentabilidade das unidades industriais e dos fornecedores de cana. A produção de açúcar atingiu 26,2 milhões de toneladas, 1,46% superior aos 25,8 milhões de toneladas de 2006/07. O cres-
cimento da produção de álcool (etanol), por sua vez, foi de 26,6 % nessa safra, chegando a um total de 20,3 bilhões de litros. Na safra anterior, foram gerados 16,1 bilhões de litros de etanol. Do total de álcool produzido, 14,76% destinaram-se ao mercado externo, 3,84% ao mercado interno para uso não carburante e 81,4% para uso como combustível - o álcool anidro como aditivo da gasolina e o álcool hidratado para consumo direto. Para Eduardo Leão de Souza, diretor executivo da Única, o setor sucroalcooleiro vem obtendo bom desempenho econômico nos últimos anos, ainda que ele considere ter sido 2007 um ano complicado por conta das margens reduzidas e dos investimentos lentos nas usinas. “O panorama favorável do setor se apóia na produção dos carros flex-fuel, que já representa quase 90% das vendas de carros novos, nas boas perspectivas do mercado interno, na potencialidade do mercado externo e na co-geração de energia – hoje, nossas usinas têm potencial para contribuir com até 15% da demanda nacional de energia e condições de gerar o equivalente a uma Itaipu e meia – diz ele. No entanto, será impossível para os produtores de álcool conviverem com a concentração de tributos sobre o setor ( a Medida Provisória 413 transfere para as usinas a parcela de PIS e Cofins que hoje é paga pelas distribuidoras de combustível, elevando a alíquota do produtor de 3,65% para até 21%) e com a falta de definição, por parte do governo, da matriz energética que depende da própria reforma tributária. Trata-se de um pleito antigo uma vez que essa definição permitiria um planejamento do setor para o mercado interno”. Para os analistas, o Brasil tem tudo para ser o maior produtor de etanol do mundo por sua competitividade, produtividade e experiência acumulada e conta com uma oportunidade impar para inserção na matriz energética internacional graças à necessidade que o mundo tem de combustíveis renováveis. Os Estados Unidos já definiram suas metas para a expansão da oferta de biocombustíveis: 57 bilhões de litros até 2015 serão o teto para o uso convencional do milho para a produção de etanol e a União Européia define metas de
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20% de renováveis em sua matriz energética para 2020, sendo 10% para biocombustíveis. “No Brasil, em 2008, o volume de etanol comercializado será de uma a duas vezes superior ao da gasolina”- diz o diretor executivo da Única. Em 2007, o consumo brasileiro de etanol cresceu em torno de 30%. A posição do setor sucroalcooleiro quanto à MP 413 já foi comunicada a todos os parlamentares do Congresso Nacional por meio de uma carta que relata as distorções que a medida impõe o mercado de compra e venda de álcool no atacado não oferece margem de negociação para os produtores repassarem o aumento de carga tributária para os distribuidores e, como conseqüência, os tributos reduzirão a margem dos produtores e fornecedores, cerca de 70 mil agricultores, que recebem 60% da receita da produção de álcool. Essa questão, no entanto, não tira os méritos do Governo Federal que vem apoiando o uso do etanol seja por meio de discursos positivos do presidente Luís Eduardo Lula da Silva, da assinatura de protocolo de entendimentos entre Brasil e Estados Unidos, de apoio a um programa de exportação de energia elétrica co-gerada pelas usinas e de posicionamentos do próprio Itamaraty para redução de barreiras tarifárias. A Única, por sua vez, na qualidade de representante de 107 unidades produtoras de açúcar e etanol da região Centro-Sul do Brasil, principalmente do Estado de São Paulo, vem desenvolvendo um sólido trabalho de divulgação e comunicação dos benefícios do etanol inclusive no Exterior por meio de estruturas de representação da indústria brasileira de cana–de–açúcar em Washington e Bruxelas. Em curto prazo, a entidade terá
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escritório também na Ásia, provavelmente Tóquio ou Pequim, pela constatação de que é lá que vai crescer o consumo de combustíveis nos próximos anos. Recentemente, a Única assinou com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos – Apex Brasil – convênio para execução de ações de promoção do etanol de cana-de-açúcar. Os números da pecuária O setor de produtos industriais derivados da pecuária avançou 2,0%. Os derivados da pecuária bovina e suína cresceram 3,2%, impulsionados pelo consumo interno e pelas exportações brasileiras para mais de 100 países, com destaque para a Rússia, União Européia e países árabes. O setor externo, influenciado pelo bom preço internacional, também contribuiu para o aumento dos derivados de aves (7,1%). Os principais importadores de carne de frango são a União Européia e a Ásia, além dos países do Oriente Médio. Por outro lado, houve retração na produção de couro e peles (-2,0%) e leite (-6,2%), este último afetado pelo aumento dos custos de produção e pela estiagem que prejudicou a formação de pastagens para o gado em importantes estados produtores, como Minas Gerais, Goiás e São Paulo. O setor de produtos industriais utilizados pela pecuária apresentou incremento de 5,8%. O gr upo rações, de maior peso, cresceu 7,2%, em razão do aumento da produção de carne bovina, suína e de frango; e os produtos veterinários apresentaram variação negativa de 0,6%.
Resumo da Agroindústria
Eduardo Leão Souza
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Em resumo, o bom desempenho da agroindústria em 2007 (5,0%) está relacionado ao crescimento da produção agrícola, ao maior consumo do mercado interno (devido à expansão da renda), e à conjuntura externa favorável para o setor, com crescimento do volume exportado e dos preços. Estes fatores contribuíram para o aumento da renda do setor, o que estimulou o acréscimo na produção de insumos, adubos e fertilizantes (4,8%) e rações (7,2%), e de equipamentos agrícolas (49,3%). O ano de 2007 foi marcado pela recuperação de alguns setores da agroindústria, sendo o principal deles o de máquinas e equipamentos, que passou de queda de 16,7% em 2006 para crescimento de 49,3% neste último ano. Cabe citar também os defensivos agropecuários (de -8,7% para 22,6%), os derivados da pecuária (de -0,7% para 2,0%) e os utilizados pela pecuária (de -1,5% para 5,8%).
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CARNES: TIR OTEIO VERB AL TIRO VERBAL PREJUDIC A NEGOCIA ÇÕES CCOM OM UE PREJUDICA NEGOCIAÇÕES Dizer que as vendas para outros mercados compensam a suspensão das exportações para Europa é ter uma visão míope do negócio ○
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Por Cesário Ramalho da Silva
tem que manter o canal de O Brasil negociações aberto com a União
A UE é o maior cliente do agronegócio brasileiro
*Cesário Ramalho da Silva é presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB)
Européia para reconquistar a credibilidade deles na carne bovina brasileira. Temos que esgotar todas as possibilidades de diálogo e não partir para retaliação ou confronto. Não podemos abdicar do mercado europeu. Decisões da UE de caráter protecionista, sem base técnica, têm que ser questionadas. São cerca de 12 milhões de produtores europeus que pressionam a cúpula da UE a criar dificuldades ao produto brasileiro. Não querem competir com a nossa carne, que tem qualidade, abundância e preço mais baixo. A UE é o maior cliente do agronegócio brasileiro. Em 2007, foi responsável por 35,8% das nossas exportações, o equivalente a US$ 20,8 bilhões. Das exportações brasileiras de carne bovina em 2007, 31% foi para Europa. Dos US$ 3,5 bilhões obtidos com a venda de carne bovina “in natura” no ano passado, US$ 1 bilhão veio do velho mundo. Foram exportadas 195 mil toneladas do produto “in natura” para o bloco europeu. Em 2016, o Brasil continuará sendo o maior exportador mundial de carnes, com embarques de 2,85 milhões de toneladas, estima o estudo “Projeções do Agronegócio Mundial e do Brasil, de 2006/2007 a 2017/ 2018” do Ministério da Agricultura. Portanto, a cada dia que passa, precisamos mais do mercado europeu. A UE paga melhor do que outros compradores para os quais vendemos hoje. Em média, a Europa paga US$ 4.338 por tonelada de carne bovina. Já o valor médio pago pelo mundo é de US$ 2.550. Dos outros principais compradores, a Rússia paga US$ 2.165, o Egito US$ 1.894, Hong Kong US$ 2.036, Irã US$ 2.369 e a Argélia US$ 2.047.
A Europa é referencial. Uma decisão da UE pode melhorar ou prejudicar a reputação do produto brasileiro no exterior. Seja para países que já compram carne brasileira “in natura” ou não, como os mais lucrativos, que ainda não temos acesso (Japão, Coréia do Sul, Estados Unidos, entre outros). Este peso que a UE tem para as exportações brasileiras de carne precisa ser valorizado. Porém, não é isso que temos percebido. Dizer que as vendas para outros mercados compensam a suspensão das exportações para Europa é ter uma visão míope do negócio. O tiroteio que tomou conta do assunto é prejudicial para o Brasil. Tumultua as negociações da carne e pode se espalhar para outros produtos. Além da missão de vistoria às fazendas, uma outra delegação européia veio ao País inspecionar o sistema de controle de resíduos e contaminantes em alimentos exportados para Europa. Atendendo ou discordando das exigências de rastreabilidade requisitadas pelo comprador, temos que nos unir para conseguir atender ou pleitear mudanças. As divergências internas devem ser resolvidas em âmbito doméstico. Só assim conseguiremos melhorar o relacionamento interno do setor, da cadeia produtiva com o governo e do setor e do governo brasileiro com compradores, consumidores e autoridades estrangeiras. Estamos fazendo a lição de casa para melhorar o controle da febre aftosa, reduzindo as vulnerabilidades da defesa sanitária. Entretanto, com relação à rastreabilidade ainda patinamos. O Brasil tem o desafio de aperfeiçoar o modelo atual para um mais próximo à realidade do sistema de criação nacional. Um formato universal, acessível a todos os pecuaristas, auditável, que ofereça bônus aos animais rastreados e cumpra as exigências internacionais.
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AGRISHOW MUDA PARA MELHOR Realizadores concentram-se no institucional e passam a organização para especialistas em eventos. É a profissionalização da feira! ○
A proposta é criar estratégias e parcerias que favoreçam a concretização dos objetivos da feira: fomentar negócios, desenvolver e valorizar o produtor rural, a agricultura, a pecuária e agroindústria nacional .
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s mudanças prometidas pelo atual Presidente da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), Luiz Aubert Neto, para a Agrishow – quando de sua eleição para a entidade, em meados de 2007, foram cumpridas. O evento, realizado pela Abimaq em conjunto com a Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), Associação Brasileira de Agribusiness (Abag) e Sociedade Rural Brasileira (SRB) passou a ser organizado e promovido pela Reed Exhibitions Alcantara Machado. “Deixamos a organização para fortalecer o papel da Abimaq, que é garantir que a feira, como principal centro de tecnologia, seja uma fonte de negócios para o setor. Estamos nos afastando para concentrar esforços no âmbito institucional”, afirmou o Luiz Aubert Neto. “A mudança representa a profissionalização da Agrishow!, frisou. A 15ª edição da Agrishow acontece de 28 de abril e 3 de
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maio em Ribeirão Preto (a 314 km de São Paulo). Desde a sua criação, o principal objetivo da feira é fomentar negócios, desenvolver e valorizar o produtor rural, a agricultura, a pecuária e agroindústria nacional. Agora, a proposta é também criar estratégias e parcerias que favoreçam a concretização desses objetivos. Para Luiz Aubert, a nova parceria que se estabelece com a Reed Exhibitions Alcantara Machado não só cumpre a promessa de profissionalização como também estreita os laços com a mesma empresa que organiza outros eventos da entidade, entre elas a feira da Mecânica e a Feimafe. Para Juan Pablo de Vera, presidente da promotora, no entanto, “termos sido escolhidos pela Abimaq para dar continuidade ao excelente trabalho que até aqui foi realizado com a Agrishow, reafirma o compromisso que a Reed Exhibitions Alcantara Machado tem com a busca das melhores práticas e a qualidade de todas as etapas do evento”. A empresa será responsável por toda a promoção, comercialização, organização,
Agrishow 2007 Vista Parcial
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operacionalização e montagem do evento. “Além disso, esperamos incrementar as ferramentas de marketing que já eram eficazes, dentro de uma ótica mundial de feiras de negócios”, acrescenta o executivo. O trabalho que vinha sendo desenvolvido continua sem interrupções, visto que toda equipe que atuava na administração do evento será absorvida pela organizadora, garantindo assim a seqüência de toda a operação e o relacionamento com os clientes. Boas perspectivas Um dos indicadores do sucesso da Agrishow é o conceito de feira agrícola dinâmica com demonstrações de máquinas, equipamentos e implementos agrícolas em ação. Em sua última edição, o evento movimentou R$ 710 milhões, desempenho 42% superior ao resultado da edição anterior (R$ 500 milhões), recebeu 140 mil visitantes, em uma área total de 190.000 m2 de exposição e teve a participação de 660 expositores. A expectativa da indústria, entretanto, é que a Agrishow volte ao recorde de R$ 1,288 bilhão
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de negócios atingido em 2004. Não obstante as boas perspectivas, Aubert afirmou ao jornal O Estado de S.Paulo que a decisão de realizar apenas Agrishow Ribeirão Preto, deixando de lado importantes áreas produtoras, como Luis Eduardo Magalhães (BA) e Rondonópolis (MT), não foi uma decisão da presidência, mas um pedido dos expositores, que reclamavam dos altos custos para transportar os equipamentos para as seis edições que já chegaram a ser realizadas no mesmo ano. Segundo ele, a entidade pode até apoiar os eventos, mas “a bandeira Agrishow não será usada nestas feiras”. Para os executivos da associação, as feiras regionais, como o Show Rural Coopavel (em Cascavel no Paraná) e a Expodireto Cotrijal (em Não-Me-Toque, no Rio Grande do Sul) são auto-sustentáveis. O presidente da Reed Exhibitions Alcantara Machado, Juan Pablo de Vera, afir mou que a idéia da companhia é “aproveitar a experiência de outras feiras realizadas no mundo” para melhorar os aspectos da Agrishow .
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Agrishow 2008
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Período: de 28 de abril e 3 de maio Local: Pólo Regional de Desenvolvimento Tecnológico dos Agronegócios do Centro Leste - Centro de Canal/IAC - Anel Viário Km 321 - Ribeirão Preto - SP
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A EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO DE ETANOL NO BRASIL: PERSPECTIVAS PARA O FUTURO *Por Jaime Finguerut
brasileiro, depois de muitos anos O etanol sendo amplamente usado no Brasil,
O etanol é um combustível melhor que a gasolina e gera empregos e renda no interior do Brasil, tudo isso sem subsídios.
passou a chamar a atenção de forma positiva, no mundo todo. Praticamente todos os governos do mundo reconhecem que a nossa opção à gasolina é a melhor, por diversas razões, principalmente por reconhecerem que a sua produção é sustentável, ou seja, não só não contribui para o aquecimento global como também evita a emissão de carbono para a atmosfera. Além disso, o etanol é um combustível melhor que a gasolina e gera empregos e renda no interior do Brasil, tudo isso sem subsídios. As razões para este sucesso devem-se não apenas ao fato de termos terra, sol, água e mão-de-obra abundantes mas, principalmente, por termos a melhor tecnologia. Em toda a cadeia de produção, usamos as melhores soluções, as mais adaptadas às nossas condições brasileiras. Temos um conceito diferente de desenvolvimento de variedades, que se baseia no uso de dezenas de cultivares diferentes, todos adaptados aos diferentes ambientes de produção, ou seja, plantamos o material genético correto, no lugar certo. Usamos controle biológico de pragas, desenvolvemos soluções para todas as operações agrícolas, começando do preparo do solo, passando pelo reciclo dos efluentes e terminando na entrega da cana em condições de uso. Na usina que processa a cana, temos também as melhores soluções, usamos processos que são permanentemente atualizados, pois a quantidade de cana e a quantidade de
açúcar aumentam todos os anos, e a eficiência tem de ser mantida alta para que o preço dos produtos finais possa ser mantido baixo. Todas as usinas do Brasil são auto-suficientes em energia e muitas delas geram excedentes de energia elétrica que já são integrados à rede elétrica e serão, em futuro próximo, em conjunto com outros excedentes, usados para agregar valor à produção da usina. Todas estas soluções não são óbvias e o Brasil é o líder nesta tecnologia, não havendo quase a necessidade de importar equipamentos ou pagar royalties significativos. Na região de Piracicaba ou de Sertãozinho, por exemplo, as usinas encontram praticamente tudo o que necessitam, tudo produzido localmente e de forma integrada, gerando riqueza e desenvolvimento permanentes. Toda a cadeia produtiva encontra suporte de pesquisa, boa parte dela feita com recursos próprios. Há uma grande interação entre as unidades de produção e os pesquisadores e este sistema de geração e de transferência de tecnologia já é considerado um exemplo de sucesso. Apesar das grandes crises, inclusive mundiais, e das mudanças de políticas, o setor sobreviveu, cresceu, modernizou-se e consolidou-se. Há grandes investimentos na expansão da produção, com recursos próprios e de fora, que levarão às novas fronteiras agrícolas mais recursos, emprego e renda. Como tudo que cresce, porém, o setor enfrentará sérios desafios e grandes oportunidades. Entre os desafios há o de continuar liderando a tecnologia de produção sustentável
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de biocombustíveis, apesar de todos os países avançados do mundo con-tarem com muito mais recursos de pesquisa do que o Brasil. Entre as oportunidades, encontra-se a possibilidade de substituir outros derivados do petróleo, como os produtos petroquímicos, por exemplo, por produtos semelhantes feitos a partir da cana. Uma forma de continuarmos liderando o mundo é aumentar a quantidade de etanol produzido por unidade de área agrícola utilizada, ou seja, produzir mais e usar melhor a cana. Já somos os melhores produtores de cana, de açúcar e de etanol e podemos melhorar muito, gerando e usando de mais pesquisa. Embora não tenhamos os bilhões de dólares que estão à disposição nos EUA e na Europa para desenvolver, por exemplo, o assim chamado etanol celulósico, temos grandes diferenciais competitivos que tornarão o Brasil o local onde esta tecnologia será demonstrada. Já sabemos produzir e já produzimos a melhor biomassa do mundo, a da cana-deaçúcar. Temos ainda muito potencial de melhorá-la usando as mesmas técnicas que estão disponíveis nos países avançados, tais como a Biotecnologia, a Nanotecnologia e Tecnologia da Informação. Temos as nossas usinas que já são centrais energéticas de alta capacidade e flexibilidade, prontas para receber novos módulos para processar a cana de forma integral, ou seja, fazer produtos de todas as suas frações - o caldo, o bagaço e a palha. Não precisamos desenvolver uma nova cadeia produtiva, os resíduos agrícolas estão
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ou dentro da usina (o bagaço), já moído, lavado e processado, ou muito próximo dela (a palha). Teremos acesso às mesmas facilidades que estão disponíveis nos EUA ou na Europa, como enzimas. Ou se quisermos seguir no desenvolvimento de sistemas termoquímicos, não nos faltam pesquisadores competentes e um ambiente industrial propício para o desenvolvimento e a demonstração de tecnologias. A diversificação, ou seja, a produção de outros produtos hoje fabricados a partir do petróleo, transformando a usina em uma autêntica biorefinaria, ajudará a tornar viável o processamento das novas matérias-primas. O que falta, portanto, para realizar este futuro promissor? Precisamos e rapidamente de mais gente qualificada em todos os níveis, do médio ao superior, de muita pesquisa básica e aplicada, de bases firmes para construir os novos processos que estão sendo gestados. É necessário maior integração entre a universidade e a produção, é preciso alguma coordenação entre a Ciência, a Inovação, o Aprofundamento e a execução prática. O modelo atual de pesquisa privada tem funcionado e continuará gerando soluções adequadas, porém, temos urgência de ampliálo e aperfeiçoá-lo tendo em vista os enormes desafios a as grandes oportunidades. Precisamos de mais parcerias e complementaridades. Temos espaço para absorver e viabilizar grandes investimentos em pesquisa e transferência de tecnologia e as expansões previstas são totalmente sustentáveis. O futuro é agora. Vamos construí-lo já.
Jaime Finguerut é Gerente de Desenvolvimento Estratégico Industrial e dirigente do CTC – Centro de Tecnologia Canavieira (Piracicaba) jaime@ctc.com.br
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LEITE: S
A média dos três primeiros meses deste ano já é 13% maior que a do mesmo período de 2005.
Índice de Captação de Leite - Fevereiro 08. (Base 100= Junho/2004)
PREÇOS A TU AIS ATU TUAIS ORDES SUPERAM REC RECORDES DE 2005
erá que produtores de leite ainda vão se lembrar do primeiro semestre de 2005, período de valores recordes, quando junho de 2008 se encerrar? (Veja gráfico abaixo) A média dos três primeiros meses deste ano já é 13% maior que a do mesmo período de 2005, mesmo descontando a inflação do período, segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP. Em março, o preço médio referente à produção de fevereiro foi de R$ 0,7116/litro (sem o desconto do frete e dos impostos), 43% ou 21 centavos por litro acima da média do mês verificada entre 1998 e 2007. Para o próximo pagamento, 68% dos agentes (produtores e representantes de laticínios/ cooperativas) consultados pelo Cepea apostam em altas, enquanto 32% acreditam em estabilidade. Essas boas notícias ao produtor, contudo, têm contraponto no encarecimento dos insumos, principalmente do sal mineral e dos grãos. Nos seis primeiros meses de 2005, a média nacional (de sete estados: RS, SC, PR, SP, MG, GO, BA) esteve 28% maior que a do primeiro semestre dos dez anos anteriores (1995 a 2004).
Agora, em 2008, a média dos três primeiros pagamentos já supera em 41% a do mesmo período dos dez anos anteriores (1998 a 2007). Os aumentos atuais de preços refletem especialmente o aquecimento da demanda interna, uma vez que as exportações absorvem menos de 5% do leite formal. De qualquer forma, o crescimento mês a mês deste canal de vendas não é nada desprezível. Quanto ao mercado brasileiro, os fundamentos também indicam continuidade do consumo. Um dos que chamou a atenção recentemente foi o aumento de 37% do número de contratações (cerca de 348 mil pessoas contratadas) em janeiro e fevereiro deste ano em relação ao mesmo período de 2006, que era, até então, o recorde. No mercado de derivados lácteos, os aumentos têm sido ainda maiores. Tomandose como base os valores de janeiro de 2007, os derivados lácteos no mercado atacadista de São Paulo em janeiro de 2008, em termos reais, apresentaram um aumento médio de 16,65%, sendo que o leite em pó (considerando-se o sachê 400g) subiu 32,8%, enquanto a manteiga teve alta de apenas 1%. O leite UHT, produto com maior correlação com o preço ao produtor, valorizou 9% em igual período. Esse cenário, talvez, dificulte a tarefa daqueles que procuram estimar até que ponto os preços vão continuar em alta. Traçar paralelo com 2005 pode ter lá sua validade, mas é fundamental ter em conta que a conjuntura macroeconômica atual é bem diferente daquela. Os preços altos têm estimulado pecuaristas a aumentar o volume produzido. O Índice de Captação de Leite (ICAP-L/Cepea) de fevereiro esteve 23% superior ao do mesmo mês de 2007. Comparando-se o período de março 2006 a fevereiro 2007 ao de março 2007 a fevereiro 2008, há um crescimento da ordem de 12%.
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TRIGO PODE SER MAIS RENTÁVEL QUE MILHO SAFRINHA P
esquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, destacam que, neste ano, o trigo pode ser mais rentável que o milho safrinha no oeste do Paraná. Isso significa que produtores podem ampliar a área de trigo em detrimento do milho na safra de inverno, o que ajudaria a aliviar a oferta bastante restrita do cereal no mercado interno. De acordo com os cálculos do Cepea, cada Real investido na cultura do trigo pode resultar em R$ 1,40, o que representaria um retorno líquido de 40% sobre o investimento. No caso do milho, para cada Real investido, o retorno seria de R$ 1,18, com 18% de rentabilidade líquida. O custo operacional (desembolso) do trigo foi estimado em R$ 24,97/sc, o que resulta numa rentabilidade de R$ 858,11/ha. No caso do milho, o custo operacional seria de R$ 17,70/sc, com rentabilidade de R$ 440,00/ha. Tal análise leva em conta os preços médios do trigo e do milho apurados pelo Centro entre os dias 2 de janeiro e 20 de março deste ano no oeste do Paraná (R$ 34,86/sc de 60 kg e R$ 20,81/sc, respectivamente), a produtividade média dos últimos três anos (36 sacas por hectare para o trigo e 58 sacas por hectare para o milho) e, para os custos de produção, tanto do trigo quanto do milho, foram considerados os preços de insumos e fertilizantes da primeira quinzena de março. Os consecutivos recordes de preços do trigo no mercado doméstico têm sido resultado da oferta restrita, ligada à dificuldade de adquirir o produto argentino e ao maior custo de compra do produto do Hemisfério Norte (Estados Unidos e Canadá). Na Argentina, o governo optou por adiar novamente registros de exportação, previstos, até então, para serem normalizados em 8 de abril. A suspensão dos embarques daquele país, iniciada em novembro de 2007, no entanto, permanecerá até 21 de abril. Com isso, a
procura dos moinhos brasileiros, principalmente de pequeno e médio portes, passa a ser intesificada pelo trigo nacional. Os grandes volumes de trigo que chegaram ao Brasil nos últimos dois meses, partindo da Argentina, dão um alívio de curto prazo. Segundo a Conab, entre agosto de 2007 e julho de 2008, o Brasil deve consumir 10,3 milhões de toneladas de trigo. Desse total, 3,8 milhões de toneladas vêm da produção doméstica e 6,5 milhões, de importações. Entre agosto de 2007 e fevereiro de 2008, o Brasil importou 4,12 milhões de toneladas de trigo em grão, além de outras 440,2 mil toneladas de farinha de trigo. Mesmo assim, ainda serão necessárias pelo menos 2 milhões de toneladas para equilibrar oferta e demanda interna até início da colheita da safra 2008/09. Preços – Levantamentos diários do Cepea mostram que os preços médios do trigo brando PH 78 no mercado de balcão (ao produtor), entre as regiões do estado do Rio Grande do Sul, nesta semana, são de R$ 31,13/ sc de Passo Fundo e de R$ 30,90/sc em Ijuí. Para o Paraná, as médias do trigo tipo pão PH 78, também ao produtor, são de R$ 39,37/sc na região oeste, de R$ 40,05 no norte e de R$ 37,99/sc no sudoeste. Na média do RS, esses preços são 32,3% maiores que os praticados no mesmo período do ano passado; no PR, a valorização ultrapassa os 60%
Cada Real investido na cultura do trigo pode resultar em R$ 1,40, o que representaria um retorno líquido de 40% sobre o investimento.
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COTONICULTORES DEPENDEM MAIS DO MERCADO EXTERNO produtores brasileiros de algodão O sestão cada vez mais independentes do
O algodão brasileiro tem compradores cativos na Ásia, sobretudo China maior importador mundial, Paquistão e Indonésia, e na Europa.
mercado interno. Em 2001, quando o Brasil efetivamente passou a exportar a pluma com maior regularidade e em volumes expressivos, os embarques representaram 15,6% da produção total do país. No ano passado, o percentual já alcançou 30,1%, e a expectativa é de que as vendas externas avancem para representar mais da metade dos negócios dos cotonicultores em 2008. Como nos últimos cinco anos não houve qualquer salto expressivo da produção brasileira - o volume cresceu 10,6%, de 938,8 mil para cerca de 1,03 milhão de toneladas -, especialistas consideram que a “migração” das vendas para outras fronteiras foi a forma encontrada pelos cotonicultores para se defender das oscilações na demanda doméstica, que hoje muitas vezes decepciona em parte pela acirrada disputa com têxteis importados. “Na década de 90, a produção brasileira era menor que o consumo, e ainda assim os preços praticados no país eram muito baixos”,
lembra Christopher Barry Ward, produtor de algodão e soja de Rondonópolis (MT). Na época, as importações eram expressivas e a qualidade do produto nacional, discutível. “Hoje os preços no mercado interno têm o mesmo custo da paridade com a importação”. Ward produz algodão há 12 anos e destina 2,3 mil hectares para a fibra. Parte de suas duas próximas safras - 2007/08, que começa a ser plantada no fim do ano, e 2008/09 -, já está comprometida. “Já tenho até preço fixado”, afirma. A estratégia de Ward reflete, em larga medida, a realidade de muitos produtores do país. As bolsas de mercadorias já têm registros de negócios antecipados até 2010. Segundo o Cepea/USP, 764 mil toneladas da atual safra (2006/07) já estão comprometidas. Desse total, 565 mil devem ser destinadas ao exterior, ou 43% da oferta total. A expectativa inicial era que as exportações alcançariam, no ano, 400 mil toneladas, mas podem chegar até 600 mil. Para a safra 2007/08, 349 mil toneladas de uma produção ainda incerta no Brasil estão contratadas. Para 2008/09, o volume já se
COLHEIT AD A SOJ A É ANTECIP AD AN AS LLA AVOURAS COLHEITA DA SOJA ANTECIPAD ADA NAS uma chuva e outra, os produtores segundo o EPTV. Um deles é o aumento da E ntre de Guaíra tentam colher a soja o mais demanda na China, o maior mercado rápido possível. O preço é melhor antes da largada da safra, prevista para o final de fevereiro. A maior parte da colheita começou em lavouras com irrigação. O município, a nordeste do estado de São Paulo, é o segundo maior do Brasil em área de soja irrigada. O valor do produto não poderia ser melhor. A saca é vendida a U$28 dólares em Chicago, quase o dobro do preço pago no ano passado. As informações são do programa EPTV, da rede Globo. Dois fatores principais influenciaram a alta de preço da soja no mercado internacional,
consumidor do mundo. O outro, a queda de produção nos Estados Unidos que tem substituído áreas pelo milho para a produção de etanol, sem contar com os países emergentes que começam a engrossar o consumo. O produtor Francisco Muraishi tem soja plantada em 200 hectares. O custo de produção foi de R$23 reais por saca, que ele vai vender a R$46 reais. Explica que é um ano de recuperação. “Primeiro nós vamos ter que saldar as dívidas que nós temos no passado, fazer corretivos e melhorar máquinas, implementos, plantio direto e assim por
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aproxima de 90 mil toneladas, e para 2009/ 10 8,2 mil toneladas estão reservadas, segundo a Conab. Marco Antonio Aloísio, da trading Esteve, diz que esse movimento de antecipação de comercialização, sobretudo no mercado externo, começou há dois anos e ganhou ritmo. “As exportações dão liquidez ao produtor”. Apesar do ímpeto exportador dos produtores, diz, as indústrias têxteis instaladas no país ainda têm pouca tradição em acertar compras com grande antecedência. O algodão brasileiro tem compradores cativos na Ásia, sobretudo China - maior importador mundial -, Paquistão e Indonésia, e na Europa. “Muito do algodão em pluma importado pela China volta para o Brasil como produto acabado, fazendo concorrência com as indústrias brasileiras”, observa Aloísio. Em 2005, o Brasil exportou 77,5 mil toneladas para a China. Em 2006, até outubro, os embarques para o país alcançaram 20 mil toneladas, segundo a Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea). Com 90% da área plantada de 2006/07 semeada até o fim de dezembro passado, a colheita do novo ciclo deve começar em março no Paraná e São Paulo. No Mato Grosso - maior Estado produtor do país, seguido por Bahia e Goiás, segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) -, a colheita começa em maio. “O plantio dos 10% restantes refere-se à área irrigada do Centro-Oeste”, diz Renato de Freitas, diretor-executivo da Abrapa.
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Na atual entressafra, os preços da pluma seguem firmes. O índice Cepea/Esalq para o algodão está em R$ 1,35 a libra-peso, aumento de 13% sobre o mesmo período de 2006. No mercado externo, os preços da fibra estão cotado a 55 centavos de dólar por libra-peso, recuo de 0,8% em 12 meses, e é a conjunção entre demanda chinesa aquecida e quebra da safra da Austrália, provocada por estiagem, que têm oferecido sustentação às cotações. Apesar do crescente vínculo entre as cotações externas e domésticas, no ano passado o governo federal comprou via leilões de Pepro (Prêmio Equalizador Pago ao Produtor) 461,522 mil toneladas - 45% da produção em 2005/06 - e também ajudou a sustentar os preços no país. Fonte: Agrolink
DE IRRIG AÇÃ O IRRIGA ÇÃO diante”, disse Muraishi. O município tem 85% da área agrícola ocupada com soja. Produz 120 mil toneladas por ano. O agrônomo José Eduardo Lélis explica que o clima ajudou na produtividade. “A produtividade que, a princípio, nós tivemos problemas de seca em dezembro, que nós prevíamos um problema de produtividade, ela foi compensada pelo bom volume de chuva nos meses de janeiro e início fevereiro. Imagino que a gente deva chegar numa produtividade de 45 a 48 sacas por hectare aqui na região de Guaíra”, explica Lélis. Com o faturamento da safra, o produtor Hernandes Américo Gastaldi estuda ampliar
o sistema de irrigação em sua lavoura. “Com a tecnologia de pivô, você tem um controle melhor de plantio, duas safras garantidas sem necessitar do tempo. Aí fica mais fácil pra gente”, conta Gastaldi. O reflexo do otimismo é direto na revenda de encomendas para irrigação. As encomendas se multiplicaram. “No ano passado, durante o ano inteiro, nós comercializamos três equipamentos. Neste ano, estamos no fim do mês de fevereiro e já comercializamos seis equipamentos e temos mais dez orçamentos com possibilidade de fechamento em um curto espaço de tempo”, comemora o comerciante Adalmar Avelino dos Santos.
Tecnologia de pivô garante um controle melhor sobre o plantio e duas safras sem depender das chuvas.
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FOMENT O FL ORES UPO ORS A FOMENTO FLORES ORESTTAL DO GR GRUPO ORSA LEV A DESENV OL VIMENT O SOCIOEC ONÔMIC O LEVA DESENVOL OLVIMENT VIMENTO SOCIOECONÔMIC ONÔMICO A PEQUEN OS A GRICUL AULIS PEQUENOS AGRICUL GRICULTTORES PPA ULISTTAS de regiões que apreO desenvolvimento sentam vulnerabilidade social e
A prática do fomento florestal consiste em estimular pequenos agricultores a plantarem o pinus inicialmente em áreas não utilizadas de suas propriedades.
econômica a partir de ações sustentáveis, ao longo dos anos se tornou uma prática dentro das atividades do Grupo Orsa. A corporação, que atua no setor de celulose, papel e embalagens em cinco estados brasileiros, procura gerar a sustentabilidade nessas regiões por meio de iniciativas que já atingiram milhares de pessoas por todo o Brasil. Como prova do comprometimento com esta premissa, a empresa tem desenvolvido, desde 2001, o Programa de Fomento Florestal em alguns municípios da região sudoeste do Estado de São Paulo - Nova Campina, Itapeva, Itapirapuã Paulista, Barra do Chapéu, Ribeira, Bom Sucesso do Itararé, Buri, Alambari, Itapetininga, Coronel Macedo, Itaporanga, Riversul, Taquarituba, Ribeirão Branco, Ribeirão Grande, Campina do Monte Alegre e Capão Bonito. A região, que possui um dos piores indicadores sociais e econômicos do estado, encontrou no Fomento
Florestal, por meio da plantação de pinus, uma fonte de renda alternativa viável. A prática do fomento florestal consiste em estimular pequenos agricultores a plantarem o pinus inicialmente em áreas não utilizadas de suas propriedades, transformando a atividade em uma fonte de renda adicional, o que possibilita o desenvolvimento socioeconômico local. Ao mesmo tempo, a iniciativa permite que o produtor rural mantenha suas atividades de pecuária e agricultura familiar, historicamente predominantes na região. O Programa de Fomento Florestal é conduzido pela Marquesa, uma das empresas do Grupo Orsa, que implementa e desenvolve projetos de reflorestamento de pinus no Estado de São Paulo para produção de papel Kraft na unidade fabril da Orsa Embalagens em Nova Campina. Inicialmente, a empresa identifica proprietários rurais que possuem áreas degradadas ou improdutivas em suas propriedades, em áreas a partir de 2,50 hectares. Em seguida fornece mudas e
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remuneração, muitas vezes superior àquela gerada por outras culturas, para que os agricultores sintam-se motivados a plantar o pinus em suas terras. A empresa também coloca à disposição dos agricultores uma equipe especializada para o acompanhamento do plantio e prestação de assistência técnica durante a formação da floresta. Em cinco anos, o Grupo Orsa investiu cerca de R$ 7,8 milhões na região, onde também foi responsável pela formação de uma infra-estrutura viável que fornecesse condições à prática do Programa de Fomento Florestal. Para tanto, realizou o cascalhamento e construção de pontes e bueiros em estradas importantes para o escoamento da produção agrícola da região e construiu e realizou a manutenção de novas estradas que interligam os municípios fomentados. Como resultado direto desse processo, o Programa de Fomento Florestal tem uma papel fundamental na fixação do homem no campo, combatendo o êxodo rural e o conseqüente crescimento desenfreado dos grandes centros urbanos. No plano ambiental, o fomento é igualmente importante por evitar a derrubada de matas nativas, além de contribuir para o
seqüestro de dióxido de carbono (CO2), principal gás contribuinte para o efeito estufa. Outra contribuição da atividade florestal diz respeito à preservação da floresta – os técnicos do Grupo Orsa orientam os produtores da região na adoção de sistemas de plantio ambientalmente corretos, iniciativa que tem colaborado para a diminuição de queimadas e incêndios florestais. Resultados Para os fomentados, a iniciativa resulta numa série de benefícios. A experiência adquirida nos últimos cinco anos mostra que o programa estimula a geração de empregos, a formação de cooperativas, além da valorização das propriedades, o que contribui para o desenvolvimento regional e a manutenção da agricultura familiar. Até 2007, o programa beneficiou cerca de 450 famílias por meio dos contratos de fomento florestal firmados com o Grupo Orsa e foram plantados pinus em 15 mil hectares de terra - sendo 4.695 hectares só em 2006, ou seja, quase 50% dos 10.260 plantados desde o início do programa em 2001, o que revela o crescimento e a importância do programa nesta região. Ao longo de todo o ciclo da floresta de pinus (média de 20 anos) a renda média bruta obtida pelo agricultor é de R$ 40 mil a R$ 50 mil por hectare com a prática da extração da madeira. O fomentado tem ainda a possibilidade de extrair resina para a fabricação de produtos não-madeireiros como tintas, verniz, esmaltes e obter uma renda superior a R$ 1.000 por hectare ao ano (do 9º ao 20º ano). O Grupo Orsa também aplica o Programa de Fomento Florestal na região Norte do Brasil, mais especificamente na região do Vale do Jari, que fica entre os Estados do Pará e do Amapá.
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O programa já beneficiou cerca de 450 famílias por meio dos contratos de fomento florestal firmados com o Grupo Orsa
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Com 26 anos de atuação, o Grupo Orsa é uma das principais organizações brasileiras no setor de celulose, papel e embalagens. Presente em quatro estados, o Grupo tem o conceito de sustentabilidade como eixo de suas estratégias de negócio. Desde 1994 o Grupo Orsa destina anualmente 1% do faturamento bruto de suas empresas, independentemente dos resultados financeiros, para a Fundação Orsa, que investe este capital no desenvolvimento de projetos e ações com ênfase em saúde, educação, geração de renda e promoção de direitos nas áreas urbanas e rurais da região.
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CRESCE O USO DE AGROTÊXTEIS NO BRASIL A solução para proteger a fruta do clima e de insetos é a utilização do nãotecido na safra ○
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são as adversidades a que as M uitas plantações estão expostas, tais como
O nãotecido é uma solução que pode proteger a fruta tanto de insetos comuns em regiões mais tropicais, como da geada, mais recorrente em zonas mais frias.
Jorge Saito, secretário executivo da Abint
insetos, geadas, pragas. Proteger qualquer cultivo para conseguir uma maior produtividade e melhor aparência utilizando menos defensivos é um dos objetivos de quem utiliza sacos para evitar este ataque, os fruticultores já contam com uma solução de cultivo protegido de uso simples, barato e eficiente. Tratam-se dos saquinhos e mantas de nãotecidos que protegem as frutas, reduzindo o uso de defensivos para mantê-las em perfeito estado para o consumo, além de melhorar em muito a sua aparência. O nãotecido é uma solução que pode proteger a fruta tanto de insetos comuns em regiões mais tropicais, como da geada, mais recorrente em zonas mais frias. O material age como barreira física, protegendo as frutas de fatores climáticos, como geadas, chuvas fortes, calor intenso, ao mesmo tempo, sua permeabilidade permite a passagem do ar, água e luz solar. O nãotecido pode gerar a ventilação e a umidade adequadas para que seja criado um micro clima ideal para o desenvolvimento das plantas, em determinadas regiões. Por outro lado, as bolsas e mantas protegem as frutas da ação de insetos e pragas, que danificam e também diminuem a produtividade do pomar. “É uma solução que pode aumentar em muito a produtividade, além de ajudar na exportação das frutas”, explica Jorge Saito, secretário executivo da Abint (Associação Brasileira das Indústrias de Nãotecidos e Tecidos Técnicos). Um dos exemplos mais flagrantes deste aumento é na produção de determinados tipos de morangos, no qual a produtividade de uma plantação que utilize o agrotêxtil pode aumentar em até 50% frente à plantação que não a utiliza.
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O nãotecido utilizado na agricultura tem algumas características especiais. Uma das principais é o fato de ser tratado contra a ação de raios ultra-violeta (UV), o que lhes confere resistência e durabilidade durante cerca de nove meses, se utilizado diariamente. “Esses aspectos tornam o uso de nãotecido viável e com um alto custo/benefício”, explica Saito. Outro aspecto a se considerar é o fato deste tipo de nãotecido ser totalmente reciclável após seu uso, pois são de polipropileno. Demanda aquecida Apesar de ainda consumir uma pequena parcela da produção nacional de nãotecidos, a agricultura demanda cada vez mais ‘agrotêxteis’ – como os nãotecidos são conhecidos neste mercado. Estima-se que a demanda por nãotecidos para este setor cresça cerca de 10% anualmente. “É uma das aplicações que mais crescem no país, com potencial de crescimento anual duas vezes maior”, explica Silvério Baranzano, presidente da Abint. Uma das razões deste crescimento é a forte demanda dos produtores que objetivam a exportação de frutas, como o melão. Segundo Baranzano, o mercado internacional demanda frutas com ótima aparência e alto teor de açúcar, sem o uso de agroquímicos em larga escala – resultados possíveis através do uso de agrotêxteis. Empresas fruticultoras os utilizam e delas se beneficiam. “Temos dois desafios principais hoje: chegar aos pequenos produtores do país, que muitas vezes não o conhecem ou não acreditam nos benefícios do uso dos agrotêxteis, e investir em pesquisas a fim de aumentar o número de culturas que podem se beneficiar com os nãotecidos”, finaliza o executivo.
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PREOCUPAÇÃO COM ÁGUA DO PLANETA RESULTA EM ACORDO ENTRE EMBRAPA E ANA de gerenciar melhor o uso da N aáguatentativa na agricultura, a Empresa Brasileira
Dois desafios da parceria: fazer com que a prática da irrigação seja sustentável e utilizar as boas práticas nas áreas de expansão da fronteira agrícola.
de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Agência Nacional das Águas (ANA) assinaram, no final de março último, acordo de cooperação técnica que tem como principal tema o uso da água para irrigação. A parceria visa unir as competências técnicas de cada instituição – as soluções tecnológicas para agricultura, desenvolvidas pela Embrapa, e a política da ANA de gestão das águas no Brasil. O acordo prevê ações que estimulem o conhecimento técnico-científico, no âmbito dos recursos hídricos, da irrigação, da agricultura, pecuária, silvicultura e demais áreas afins e contempla, ainda, áreas de desenvolvimento institucional, monitoramento ambiental, informática, instrumentação agrícola, zoneamento agroecológico e tecnologia de alimentos. Segundo o presidente da Embrapa, Silvio Crestana, o Brasil é cada vez mais demandado por água, principalmente no que diz respeito à agricultura que produz alimentos, energia e fibras. “Nós temos dois desafios: fazer com que a prática da irrigação seja sustentável, com isso a importância de trabalhar com a ANA, e utilizar as boas práticas nas áreas de expansão da fronteira agrícola”, ressaltou. Crestana afirmou, ainda, o fato de a cooperação ser estratégica do ponto de vista ambiental e econômico. Para o presidente da ANA, José Machado, é um privilégio se aproximar institucionalmente da Embrapa para desenvolver ações que atendam aos interesses do país. “A atividade agrícola requer um consumo elevado de água e nem sempre esse consumo é sustentável. Daí a importância de unir esforços e avançar nessa questão do uso racional da água, desenvolvendo técnicas apropriadas, tanto para melhorar os solos, quanto para proteger os custos de água”, explicou.
Desde setembro do ano passado, as duas instituições discutem os principais pontos para a efetivação do acordo técnico e a possibilidade de contratos específicos firmados para determinadas atividades. Alguns grupos de trabalho já foram definidos a fim de atender áreas específicas como o Centro de Referência de Irrigação, Zoneamento Agroecológico, Produtor de Água e Agritempo. Pretende-se, ainda, disponibilizar na internet um banco de dados para processar todas as informações sobre o tema, possibilitando que outros órgãos incorporem seus dados. Irrigação no Brasil No País, há cerca de 3,5 milhões de hectares irrigados, o que corresponde a cerca de 6% da área plantada. Porém, o Brasil tem um potencial de mais de 20 milhões de hectares irrigáveis. A irrigação é capaz de potencializar o desenvolvimento agrícola, permitindo grandes produções sem implicar, necessariamente, expansão da área de cultivo. Atualmente, é responsável por mais de 16% da produção e por 35% do valor econômico total gerado pelo setor agrícola. No Rio Grande do Sul, por exemplo, medidas têm sido adotadas para racionalizar o uso da água nas lavouras de arroz irrigado. Em 1960, eram necessários 5,7 mil litros de água para produzir 1kg de arroz; hoje, muitos produtores conseguem a proporção de mil litros de água para cada quilo de arroz.
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ENERGIA ALTERNATIVA JÁ SUPERA A DE HIDRELÉTRICAS A
Comissão Interministerial de Mudança Global do Clima já aprovou 187 projetos de mecanismo de desenvolvimento limpo (MDL), que atendem à exigências do Protocolo de Kyoto, acordo mundial para evitar ou reduzir as emissões de gases que causam o aquecimento global. Do total, 62% referem-se a projetos voltados para a geração de energia, que representam 3.045 MW, equivalentes ao que será produzido pela usina de Santo Antonio, no Rio Madeira, Amazônia. A energia a partir de biomassa se destaca com 46% dos projetos limpos, seguida da hidrelétrica (26%), pequenas centrais (18%), eólica (6%) e biogás (4%). Com a rápida evolução no número de unidades produtoras (somente a cogeração a partir da biomassa acrescenta 1.409 MW ao parque energético do País), especialistas defendem a inclusão dessas usinas na matriz energética, especialmente com a extensão de linhas de transmissão. Estudos mostram que a geração de energia por usineiros somada os colocaria no mesmo nível da sétima maior hidrelétrica do Brasil. E a previsão é colocar no mercado até 2012 o equivalente a 10,1 mil MW, superando Itaipu, que gera 9,7 mil MW. A Associação Paulista
de Cogeração de Energia (Cogen) informa que a safra 2012/2013 deve alcançar 695 milhões de toneladas de cana. Cada tonelada produz 250 quilos de bagaço e 204 quilos de palha/ponta, capazes de gerar 199,9 quilowatts/hora. O Brasil tem hoje 268 projetos de MDL em alguma fase de aprovação, com prevalência da geração elétrica (168), suinocultura (40 projetos que capturam gás metano) e 28 de aterro sanitário. Os demais estão divididos entre a indústria (14), programas de eficiência energética (9), tratamento de resíduos (3), seqüestro de óxido nitroso (4), indústria química e produção de metal com projeto cada. Todos esses projetos reunidos prometem evitar a emissão de 274 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) ou seu equivalente em outros gases-estufa. Como cada tonelada evitada tem um preço de mercado, podendo ser vendida para os países que têm meta obrigatória de redução de emissão desses gases, ao preço de hoje esses projetos representam uma receita adicional para as empresas de cerca de R$ 11 bilhões. Fonte: DiárioNet
Estudos mostram que a geração de energia por usineiros somada os colocaria no mesmo nível da sétima maior hidrelétrica do Brasil. E a previsão é colocar no mercado até 2012 o equivalente a 10,1 mil MW, superando Itaipu, que gera 9,7 mil MW.
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CEMAÇO TECNOLOGIA DE PONTA NO SETOR DE CORTE DE AÇO Investir em tecnologia de ponta é um dos fatores da grande expansão da Cemaço – Centro Manufatureiro de Aço. ○
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riada em meados de 2001, a empresa especializou-se no corte de chapas grossas e extra grossas em aço carbono, oxicortadas ou inteiras, nas mais variadas formas e dimensões e no fornecimento de chapas e placas nas espessuras fora dos padrões correntes de laminação. E vem crescendo de tal forma que prevê para 2008 um faturamento em torno de R$ 100 milhões, o que a coloca em posição de vanguarda do segmento. Os principais mercados atingidos pelo Cemaço são as indústrias de base e de máquinas, o setor de caldeiraria pesada, de autopeças, naval, petroleira, de mineração, de ferramentaria e o setor energético, onde se destacam grandes empresas como Alston, GE, Hydro, SMS, Demag. A empresa também se consolidou no fornecimento de peças cortadas para fabricantes de porta-molde. “Estamos preparados para o atendimento às indústrias nos segmentos de mecânicas pesadas e sistemas hidro-energético, oferecendo soluções de alto nível, que abrangem desde a relaminação de placas nas dimensões finais especificadas pelos clientes, ao fornecimento de peças cortadas e tratadas termicamente”, afirma o Presidente
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da empresa, Antônio Carlos Soares Correa. A Cemaço acredita que é preciso sempre avançar em termos de tecnologia. “Temos, já em andamento, um plano de investimentos em equipamentos para nosso parque industrial de cerca de US 5 milhões para os próximos dois anos, sendo que já foram investidos US 3 milhões até o momento. Nosso Diretor de Marketing, Rimsky Korsakow Calil, que também é responsável pela satisfação dos clientes, está atento às novidades fora do Brasil, com o intuito de melhorar cada vez mais nossos processos”, assegura Soares Correa. Competência e conhecimento técnico Outro ponto importante na sua trajetória de sucesso, é que a empresa foi criada sob o comando de profissionais com uma bagagem muito grande no mercado do aço. “Entramos no mercado com competência e conhecimento técnico”, diz o Presidente da empresa, que conta como foi o começo dessa iniciativa vencedora. “Em 1998, a Usiminas desativou a linha de laminação convencional, a de chapa grossa (acima de 80 mm), e o mercado ficou carente
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dessa matéria-prima. Foi então que, pouco depois, com as chapas da Açominas e o laminador disponibilizado pela Usiminas, nós começamos a relaminar as chapas.” Hoje, o Grupo Cemaço opera com unidades produtivas nas cidades de Guarulhos (São Paulo) e Belo Horizonte (Minas Gerais), e conta também com uma filial estratégicamente instalada em Ipatinga (Minas), visando facilitar a sua logística junto à Usiminas. Possui, ainda, uma empresa coligada, a Minas Moxiaço, direcionada mais ao comércio varejista, também localizada em Belo Horizonte. Estas fábricas, que empregam mais de 300 funcionários, têm uma capacidade de processamento de 45.000 toneladas/ano de produtos oxicortados. Além disso, a ampliação da planta de São Paulo com 1800m² na primeira fase, deve entrar em operação em junho/ 2008 com equipamentos de ultima geração na área de corte e acabamento. Também a filial de Taubaté (São Paulo), numa área de 27 mil m2, com linha de fabricação voltada para oxicorte e caldeiraria de médio porte, deve iniciar produção até o final do ano. É prevista ainda uma expansão para Sertãozinho, “para atender mais de perto nossos clientes da região, onde já temos grandes parceiros, entre eles, a Sermatec, ZDN e a Dedini”, complementa Antonio Carlos Correa. Os produtos da Cemaço são fabricados a partir de chapas grossas de aço carbono com espessuras variando de 6,3 a 76 mm e chapas extra grossas variando de 80 a 450 mm. Estas peças são trabalhadas com equipamentos de corte de última geração, podendo ser utilizados o corte a gás (oxicorte), corte a frio com serra de fita (até 450 mm) ou, ainda, utilizando a mais avançada tecnologia do plasma. A Cemaço fornece também chapas extra grossas relaminadas nas dimensões finais das especificações dos clientes, com ou sem tratamento térmico. Estas chapas poderão, a pedido dos clientes, receberem usinagem e acabamento superficial. A empresa tem também uma linha de produtos profiling que atende as características da chapa grossa, com espessuras variando de 130 a 450 mm. Diferenciais “Nosso carro-chefe e, na realidade, nosso grande diferencial, são as chapas extra grossas, oriundas da relaminação da Usiminas. São materiais com espessuras que vão desde 80 a 250 mm. A chapa grossa da Usiminas tem
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um valor agregado muito bom, é um dos melhores aços do mundo”, enfatiza Antonio Carlos. Outro grande diferencial da empresa é a oferta de chapas grossas e extra grossa cortadas a frio nas máquinas de serra fita, dispensando o tratamento térmico e possibilitando reduzir o tempo gasto com usinagem, revertendo em ganhos de produtividade e custos para os nossos clientes.” O Grupo mantém um estreito relacionamento com seus principais fornecedores, destacando-se a Usiminas (Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais), Gerdau Açominas, CST (Cia. Siderúrgica de Tubarão) e Cosipa (Companhia Siderúrgica Paulista). Planos de expansão Em médio prazo, a intenção da Cemaço é reforçar sua atuação no mercado interno e elevar a sua participação no mercado internacional. Hoje, 15% da sua produção estão voltadas para a exportação: “em 2007, exportamos 3 milhões de dólares. Atualmente, a empresa já tem negócios com a China, seu principal mercado no exterior. Em 2004, 2005 e 2006, forneceu peças oxicortadas para a maior usina hidroelétrica do mundo, a Três Gargantas, no Rio Yangtse, na China. A Cemaço tem, também, negócios com a Argentina e o Paraguai e já está iniciando exportações para o mercado norte-americano, onde acredita que conseguirá uma boa penetração nos próximos anos. Os mercados da Europa e da Ásia também fazem parte dos planos para o futuro.
Forte presença no setor sucroalcooleiro
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O Grupo mantém um estreito relacionamento com seus principais fornecedores, destacando-se a Usiminas.
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A Cemaço, direta e indiretamente, é um grande abastecedor do mercado sucroalcooleiro, com produtos destinados à fabricação de equipamentos, caldeiras, mancais etc. “Direcionado a esse mercado, além de rodetes, nosso produto mais em evidência são chapas especiais utilizadas na fabricação de caldeiras e vasos de pressão. “Estamos entrando fortemente nessa área”, diz Antonio Carlos. “Temos também materiais para a linha de desgaste (chapas de desgaste), chamados picadores. São materiais especiais, com dureza muito elevada, pois no descarregar da cana colhida pode ocorrer de haver, no meio, por exemplo, tocos de madeira e pedras.”
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DISPOSTTO A MANTER CARNE: O BRASIL ESESTTÁ DISPOS ESSE MER ONQUIS OM ONQUISTTADO CCOM MERCC ADO CCONQUIS GRANDES DIFICULD ADES? DIFICULDADES?
*Por Sergio De Zen
significam, para a Europa, as O que exportações de carne brasileira? E para
o Brasil? O que queremos como produtores de carne? Estas perguntas são fundamentais para nortear o futuro da pecuária, seja ela bovina, suína e avícola. Para responder, é preciso saber as verdades econômicas de cada segmento da cadeia produtiva, incluindo o governo. O que está ocorrendo hoje com a carne bovina, seguramente, pode ocorrer com a carne de frango, além do que dificulta também a abertura do mercado europeu à carne suína brasileira. O Brasil é um país que pode suprir a Europa; tem condições de atender às mais diferentes demandas da Europa, seja dos 12 países mais ricos, dos 15 países da zona do Euro ou mesmo dos 27 da União Européia ampliada. Isso implica em ofertar animais terminados em confinamentos, ou a carne “commodity”, ou mesmo a carne de baixo valor.
Para os brasileiros, as exportações de carne bovina para a Europa têm um efeito muito mais monetário que de volume. Em valor, as exportações de carne bovina representam cerca de 32% da receita total; em volume, 15,2% do total exportado e 3% do total de abate brasileiro. Dentro da porteira, fica fácil entender a vantagem competitiva do Brasil quando se comparam os custos de produção nacional com o de países europeus. Aqui, em 2006, produzir 100 kg de carne bovina custava entre US$ 180 e US$ 200, sendo que o produtor apurava com a venda cerca de US$ 190. O produtor brasileiro, portanto, foi forçado a buscar mais eficiência e produtividade para se manter na atividade. Na Irlanda, que atualmente é o país europeu que mais luta contra as importações de carne brasileira, o rebanho é por volta de 3 milhões de cabeças, e o produtor despende cerca de US$ 430 por 100 kg de carne
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produzida, recebendo cerca de US$ 300 pela venda da carne e mais US$ 7 de subsídio direto. Portanto, esses produtores também estão se descapitalizando. Em 2003, porém, os irlandeses gastavam cerca de US$ 380 para produzir os 100 kg de carne, recebiam US$ 280 com a venda do produto e mais US$ 130 de subsídio do governo. Como se vê, nos últimos anos, ocorreu uma mudança da política agrícola comum da Europa que gerou descontentamento dos produtores daquele bloco. Como eles não conseguiram sensibilizar a comissão européia de agricultura para evitar tais mudanças, passaram a investir contra as importações do Brasil. O subsídio é o motivo fundamental pelo qual a rastreabilidade funciona bem na Europa, pois cada produtor declara os animais e recebe um pagamento do governo. Lembrando que nos momentos de crise aguda, tanto da vaca louca quanto da febre aftosa, o sistema expôs muitas falhas. A indústria européia também não tem muita vantagem em relação à indústria brasileira. A indústria brasileira, por raízes históricas, tem um padrão de funcionamento e controle que atende à demanda do mercado europeu. Por isso, sempre teve facilidades em atender à demanda desse mercado. No custo operacional padrão, um frigorífico brasileiro gasta cerca de
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US$ 180 por carcaça, enquanto um francês, US$ 400 e um holandês, US$ 550. Esses números mostram, portanto, que, do ponto de vista econômico, as exportações para Europa têm uma razão muito viável. O terceiro grande interessado nessa história é o consumidor brasileiro que, em uma análise simplista, poderia ser beneficiado com a maior oferta de carne devido à suspensão das vendas para a Europa e redução de preços. Mas os números mostram que isso não ocorreu. E por que não? Neste ponto, é preciso entender a dinâmica das exportações para a Europa. O boi pode ser fracionado em cerca de 420 produtos diferentes, entre carnes e subprodutos - em geral, são 12 cortes na parte traseira do boi, 5 na dianteira mais a chamada de “ponta de agulha”, que é a costela. O mercado europeu concentra suas compras nos cortes traseiros filé mignon, alcatra, contrafilé, coxão mole e coxão duro; os demais ficam para o mercado interno. Os preços dos cortes exportados para o mercado europeu são elevados e isso explica a razão pela qual pequenos volumes representam grandes receitas. Por exemplo, o quilo de filé mignon é vendido para a Europa por cerca de R$ 52,00; a alcatra, por R$ 14,00 e o contrafilé, por R$ 17,00. No mercado continua
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O italiano paga cerca de R$ 70,00 por quilo de filé mignon e o inglês, R$ 80,00/ kg de contrafilé. Até que ponto esse consumidor está informado dessas questões?
Sergio De Zen é Professor da Esalq/USP e Pesquisador do Cepea Esalq/USP sergdzen@esalq.usp.br
atacadista interno, esses cortes são comercializados em torno de R$ 14,00/kg, R$ 8,00/ kg e R$ 9,00/kg respectivamente. Como o frigorífico não pode tirar apenas esses cortes da carcaça, é obrigado a comercializar a picanha, maminha e outros cortes no mercado interno a preços que, por vezes, é inferior ao valor que precisaria ter para cobrir seus custos e manter suas margens. A diferença vem das exportações para a Europa. O consumidor brasileiro é beneficiado pelas promoções do varejo dos cortes não exportados. Um exercício com uma planta padrão de um frigorífico que abate 1.000 cabeças por dia, supondo uma margem líquida de 5%, mostra que tal unidade industrial teria dois caminhos para manter essa margem sem as exportações para a Europa. Um deles é manter os preços pagos pelo boi gordo e reajustar os preços da carne ao consumidor com vistas a manter a margem de comercialização, isto supondo que fosse possível o repasse de preços dos frigoríficos para o varejo. Outro é reduzir os preços do boi para manter os preços da carne, neste caso supondo que fosse possível repassar aos produtores as reduções de preços. Neste exemplo, no caso de reajustar a carne ao consumidor, o aumento deveria ser da ordem de 20%; doutra forma, o valor da arroba do boi teria de cair por volta de 17%. Isso é apenas um exercício hipotético, uma vez que o frigorífico não tem capacidade de repassar integralmente esses valores ao atacado/consumidor e tampouco de reduzir o preço do boi. Além disso, a elevação dos preços da carne causa redução de consumo e, por conseqüência, novos preços de equilíbrio da carne e do boi. O quarto interessado é o consumidor europeu. Ele precisa saber, entre outros aspectos, que toda a exigência à carne brasileira não é feita, por exemplo, para a carne proveniente de Botsuana, país africano onde ocorreu um foco de febre aftosa em 2006, mas que comercializa carne bovina com a Europa sem cotas ou sobretaxas. Ainda no aspecto de qualidade, merece destaque o fato de que a Irlanda teve os primeiros casos de
vaca louca. Além disso, tem a questão do preço. O italiano paga cerca de R$ 70,00 por quilo de filé mignon e o inglês, R$ 80,00/kg de contrafilé. Até que ponto esse consumidor está informado dessas questões? Por fim, vale citar ainda que produtores, frigoríficos e consumidores precisam ficar atentos para as falsas promessas, acusações e especulações. O agente fundamental deste jogo é o governo, que tem a função de regulamentar e fiscalizar os procedimentos ao longo da cadeia. Para isso, o governo federal recolhe impostos de todos os elos da cadeia. Do abate até a desossa, por exemplo, a indústria paga 29% de impostos. Esses valores entram nos cofres do governo e deveriam pagar, por exemplo, os gastos com a regulamentação e fiscalização do setor. A questão da rastreabilidade foi estabelecida para atender a uma demanda dos europeus, sendo que o governo brasileiro assumiu as tarefas de regulamentação e fiscalização. Vale lembrar que nenhuma carne sai do Brasil sem o aval do Serviço de Inspeção Federal (SIF). Portanto, é muito difícil para qualquer pessoa do governo atribuir ao produtor ou ao frigorífico a culpa pelo não funcionamento do sistema. Estes podem ter suas parcelas de culpa, mas dificilmente agiriam sem que o governo tivesse conhecimento. A questão é saber se o Brasil está disposto a manter o mercado, conquistado com grandes dificuldades e, se estiver, quais serão as ações efetivas neste sentido? A questão de rastreabilidade necessita de muito investimento com vistas a se criar um produto confiável não apenas para a carne bovina que vai para o mercado europeu, mas para todos os produtos alimentícios ofertados para os brasileiros ou estrangeiros. Para a indústria, o benefício é ter um produto confiável e, para o produtor, a rastreabilidade pode ajudar na gestão do seu negócio. Enfim, das exigências da Europa, é possível tirar proveito para melhorar as condições de todos os elos da cadeia produtiva.
tendência
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CO-GERA ÇÃ O DE ENER GIA ELÉTRIC A É CO-GERAÇÃ ÇÃO ENERGIA ELÉTRICA N OVO INVES TIMENT O D AS USIN AS DE INVESTIMENT TIMENTO DAS USINAS AÇÚC AR E ÁL ÇÚCAR ÁLCCOOL
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maior investimento das usinas brasileiras em co-geração de energia vem ampliando a venda de caldeiras. Este movimento de mercado é fruto da receita que a venda de energia elétrica para a rede rende para as usinas e da contribuição ambiental da prática. “Antes, a comercialização de caldeiras para cogeração das usinas representavam cerca de 5% do volume total de vendas da Dedini. Em 2007 esse percentual foi de 20%. Em 2006, foi de 10%”, compara Ruddi de Souza, diretor-superintendente comercial da Divisão de Energia da Dedini. Em 2007, a empresa comercializou 24 caldeiras (cada uma com capacidade para produção de 30 MW/h), mais que o dobro das dez unidades de 2006. Para 2008, segundo Souza, já há 30 caldeiras encomendadas, sendo cinco de altíssima potência. Essas caldeiras de alta potência para co-geração de vapor e energia elétrica têm uma eficiência energética 10% maior que as convencionais e são as de maior pressão já contratadas no Brasil para este fim. Uma caldeira de alta pressão, no Brasil, trabalha normalmente a 65 kgf/cm² de vapor com temperaturas de 480º C. As atuais terão pressão de operação de 100 kgf/cm² com temperaturas de mais de 500º C. Com a mesma quantidade de bagaço de cana-de-açúcar, estas caldeiras permitem a geração de cerca 10% a mais de energia elétrica que as convencionais. Das cinco caldeiras contratadas, quatro tem capacidade de 225 toneladas de vapor por hora, pressão de operação de 100kg/cm² e temperatura de 530ºC e uma de 200 toneladas por hora, 67 kgf/cm² e temperatura de 515° C. Duas serão instaladas em Jataí (GO), duas em Guariba (SP), e a menor em Andradina (SP). Os equipamentos serão entregues
entre maio e dezembro de 2009. Souza, disse que após a instalação das caldeiras haverá uma geração de energia elétrica ao redor de 215 MW. “As usinas devem utilizar internamente cerca de 50 MW e poderão disponibilizar aproximadamente 165 MW para a rede, o suficiente para atender a uma cidade de 350 mil habitantes”, informa. As plantas terão turbinas de condensação e contrapressão e deverão gerar energia também na entressafra. Benefícios ambientais A co-geração de energia elétrica a partir do bagaço de cana-de-açúcar apresenta inúmeras vantagens do ponto de vista ambiental, já que é uma energia limpa e renovável, gerada a partir de um subproduto das usinas de açúcar e etanol. Também tem destaque nessa questão a geração de créditos de carbono que podem ser comercializados com empresas de outros países e contabilizados favoravelmente no inventário das emissões de gases de efeito estufa. Além disso, as usinas que utilizam a co-geração contribuem de maneira significativa na redução de impactos ambientais em rios, florestas, fauna e efeito estufa, já que evitam a construção de hidrelétricas e a construção de termelétricas que utilizam combustível fóssil, não renovável. Segundo dados da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), o País poderá produzir, na próxima década, quase 24 mil MW de energia elétrica a partir do bagaço de cana-de-açúcar, proveniente de uma produção de 730 milhões de toneladas de cana prevista para aquela safra. Esta potência elétrica corresponde ao dobro da gerada pela hidrelétrica de Itaipu.
Prática rende receita e tem inúmeros benefícios ambientais
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BRASIL CONTINUARÁ CRESCENDO, MESMO COM A INSTABILIDADE DA ECONOMIA MUNDIAL A
Para Carlos Langoni, da Fundação Getúlio Vargas e ex-Diretor do Banco Central, o cenário atual representa um grande teste para a economia do País.
inda que o crescimento econômico mundial caia de um patamar de 4,5%, em 2007, para um número próximo a 3% este ano por causa de crise americana, a economia brasileira manterá seu crescimento em um nível bastante razoável, provavelmente caindo para 4,5% (contra 5,4% em 2007), segundo avaliação do economista Carlos Geraldo Langoni, diretor do Centro de Economia Mundial da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e ex-presidente do Banco Central (BC), que coordenou recentemente, no Rio de Janeiro, o seminário “Cenários da Economia Brasileira e Mundial”, com o apoio do jornal Valor Econômico. Sobre o fato da economia mundial estar vivendo o momento até agora mais grave da crise deflagrada pelos EUA, com os primeiros reflexos sobre os preços das commodities, carro-chefe das exportações brasileiras, Langoni afirmou ao Valor que o cenário representa um grande teste para a economia do País e, na sua opinião, o resultado final vai provar o acerto do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao optar pela manutenção de políticas fiscal e monetária responsáveis, ainda que não tenha havido avanços significativos nas reformas estruturais. Segundo o jornal, o economista comparou a crise atual com a de 2001, desencadeada pelo ataque terrorista às torres gêmeas de Nova York, e concluiu que as diferenças são significativas, pelo lado positivo, tanto no âmbito internacional como do ponto de vista estritamente brasileiro. Externamente, na avaliação do diretor da FGV, a China, em 2001, apesar de já viver um longo período de crescimento, ainda tinha peso relativo muito baixo no conjunto do cresci-
mento mundial. “Hoje, o peso do crescimento chinês é maior do que o dos Estados Unidos”, constatou. Essa maior relevância chinesa, aliada a um papel mais decisivo de outros países emergentes, como Índia, Rússia e Brasil, deve contribuir, na avaliação do economista, para que não haja recessão mundial mesmo que os EUA venham a enfrentar alguma retração. Os preços das commodities podem sofrer algum arrefecimento, mas Langoni aposta que ainda irão ficar em patamar elevado, sustentando algum crescimento do comércio mundial. “A não ser que haja uma debacle nos EUA”, ressalva. Sempre comparando o momento atual com a crise de 2001, Langoni aponta, internamente, algumas diferenças essenciais entre as duas situações. Em primeiro lugar, o país tinha naquela época um déficit em conta corrente de 5%, enquanto agora está saindo de um período superavitário até 2007 para um pequeno, e ainda pouco preocupante, déficit em 2008. As reservas internacionais brasileiras, que hoje se aproximam dos US$ 200 bilhões, eram de apenas US$ 36 bilhões na crise anterior. A conseqüência desses números diferentes é que a crise até agora praticamente não pressionou a taxa de câmbio (não há fuga de capitais), que mantém um viés de apreciação e, mais importante, não atingiu o consumo doméstico e nem o apetite dos agentes econômicos para investir. Sem uma forte pressão cambial, Langoni entende que não será necessário nenhum ajuste drástico na taxa de juros doméstica, o que poderia frear os investimentos. Ele acha mesmo que, em vez de mexer nos juros, o governo poderia atuar mais fortemente pelo lado fiscal, reforçando a confiança do mercado no equilíbrio do governo.
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USINAS INVESTEM R$ 1 ,5 BILHÃO EM ALCOOLDUTO três maiores grupos brasileiros de O saçúcar e álcool - Cosan, Crystalsev e
Copersucar - se uniram para construir um alcoolduto que ligará o interior de São Paulo ao litoral paulista, por onde a commodity será embarcada para o mercado externo. Para tirar o projeto do papel, orçado em mais de R$1,5 bilhão, as usinas criaram a Uniduto Logística S.A. – segundo a Gazeta Mercantil. “Os três grupos fizeram o projeto e são líderes do empreendimento. Mas quem quiser pode entrar. Quanto mais empresas aderirem, melhor, porque assim o custo será diluído”, diz Maurilio Biagi Filho, conselheiro da Crystalsev. “Nossa idéia é que venha todo
mundo, até mesmo a Petrobras, porque queremos tocar o mais rápido possível esta obra indispensável para reduzir os custos de logística de exportação do álcool”, acrescenta.
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AGROINDÚSTRIA CANAVIEIRA TEM FALTA DE MÃO-DE-OBRA Especialização está cada vez mais difícil. O problema atinge cargos em todos os níveis. ○
últimos anos, o setor sucroalcooleiro N oscresceu muito no Brasil. Junto, cresceu
a necessidade de mão-de-obra especializada e a dificuldade para encontrá-la. Usinas de todo o País vêm enfrentando esse problema. Há falta de caldeireiros, soldadores, operadores de máquinas industriais, de máquinas agrícolas, motoristas e até gerentes. “É uma carência geral”, declarou ao jornal O Estado de S.Paulo o gerente de Recursos Humanos da Usina Alvorada, em Itumbiara (GO), José Darciso Rui, que também compõe o Grupo de Estudos em Recursos Humanos na Agroindústria (Gerhai). O grupo busca funcionários para atuar na agroindústria nacional. Para especialistas do setor, a carência de mão-de-obra não será resolvida em menos de dez anos. “O setor pode se estabilizar, mas exigirá cada vez mais mão-de-obra, pelo menos até 2018” – assegura o presidenteexecutivo da União dos Produtores de Bioenergia (Udop), Antonio Cesar Salibe. A Udop já capacitou mais de 55 mil pessoas em seus 22 anos de existência. “Já temos cursos em Ribeirão Preto e Araçatuba, e vamos expandi-los para pólos canavieiros de outros Estados”, diz a coordenadora de treinamento da Udop, Vanessa Olivieri. A entidade também firmou parcerias com o governo estadual e com a Fundação Armando Álvares Penteado (Faap) para a elaboração de cursos técnicos e de pós-graduação voltados para a área sucroalcooleira. A intenção da parceria entre Udop e Faap é inaugurar ainda este ano unidades dos cursos de especialização para Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas e Paraná, que, com São Paulo, produzem 82% da cana do País. Dentre os problemas de mão-de-obra que as usinas enfrentam, o mais grave é a falta de pessoas para cargos de liderança, sobretudo
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na gerência industrial – que requer curso superior, experiência no setor e cursos de capacitação para o comando de usinas. Na tentativa de solucionar os problemas gerenciais das grandes usinas, o Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroalcooleiro e Energético (Ceise), em parceria com a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), elaborou um curso de especialização para engenheiros, administradores, tecnólogos e demais profissionais. O curso funciona como o Master of Business Administration (MBA), especialização comum em negócios nas grandes metrópoles. O curso da UFSCar é o Master of Technolog y Administration (MTA) em gestão de produção sucroalcooleira, no qual o aluno aprende as tecnologias do setor, tendo aulas como matéria-prima de açúcar e álcool e tecnologia para a produção de açúcar e álcool. O curso, que já tem turmas em Araras e Catanduva (SP), iniciou nova turma em Sertãozinho, em março último. Para o professordoutor Octávio Antônio Valsechi, do Centro de Ciências Agrárias da UFSCar, o curso é o melhor caminho para sanar a carência de profissionais capacitados. “As aulas abordam tudo o que é preciso para gerir uma usina”, diz.
Números do setor:
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O setor exigirá cada vez mais mão-de-obra, pelo menos até 2018.
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• 170 mil empregos serão gerados na indústria canavieira nos próximos dez anos, período em que o setor deve se manter aquecido • 400 mil empregos deverão ser cortados na colheita manual da cana, com o avanço da mecanização das lavouras • 40% de dois anos para cá é o que se valorizaram os salários de gerentes nas usinas sucroalcooleiras, por causa da falta de mão-de-obra. Fonte: O Estado de São Paulo
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desenvolvimento
AFIPOL DISCUTE OS RUMOS DO AGRONEGÓCIO BRASILEIRO EM 2008 C
“Indiretamente, o agronegócio é um dos potenciais clientes para a indústria de sacaria de ráfia e de contentores flexíveis”
om o objetivo de apresentar as diretrizes do agronegócio para a indústria brasileira de sacaria de ráfia, a AFIPOL (Associação Brasileira dos Produtores de Fibras Poliolefínicas) reuniu empresários da cadeia petroquímica, do agronegócio e da indústria de alimentos, em 10/4 último, em São Paulo, para uma palestra do especialista André Pessoa, fundador e Sócio Diretor da Agroconsult Consultoria e Marketing Ltda. e idealizador e realizador do Rally da Safra. O evento teve o apoio da Braskem e da Nova Petroquímica e tem como entidades apoiadoras a Abiplast e o Sindiplast. Sob o tema “Perspectivas para a Agricultura em 2008”, Pessoa fez uma análise dos mercados agrícolas, da política agrícola e do desempenho das cadeias agroindustriais no Brasil. “Indiretamente, o agronegócio é um dos potenciais clientes para a indústria de sacaria de ráfia e de contentores flexíveis”, declara o empresário Eli Kattan, Presidente da AFIPOL. Um estudo realizado pela Cazagou Consulting para a Associação identificou que o setor de sementes teve uma excelente performance em 2007, com um crescimento de 52%. Foram consumidos 19 milhões de sacos no ano passado contra 12 milhões em 2006. Já a indústria de fertilizantes, que tradicionalmente alavanca estas embalagens no Brasil, reduziu em 1,4% o seu consumo de sacaria de ráfia, passando de 164 milhões de sacos para 162 milhões. Açúcar teve um comportamento mais tímido e o crescimento no consumo de sacos de ráfia foi de 3,5% em 2007 em comparação a 2006. Em unidades temos 149 milhões. Farinha de trigo e farelo também registraram um crescimento pequeno de, respectivamente, 2,7% (135 milhões de sacos) e 4,5% (57
milhões de sacos). O segmento de sal teve queda de 2,6% no consumo destas embalagens, fechando o ano com 19 milhões de unidades. André Pessoa foi o primeiro conferencista brasileiro convidado a participar do USDA Agricultural Outlook Forum, maior evento de Economia Agrícola do mundo e foi escolhido como o Profissional de Agronegócios do Período 2004 e 2005 pela Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio. A AFIPOL (Associação Brasileira dos Produtores de Fibras Poliolefínicas) existe há 35 anos com o objetivo de estimular o desenvolvimento e a expansão do mercado de fibras poliolefínicas. A entidade reúne hoje 40 empresas de todo o Brasil que atuam nas áreas de Sacaria, Fibras, Cordas e Redes de Pesca e de Proteção e Contentores Flexíveis (big bags).
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pesquisa
AÇO IN OXID ÁVEL EM USIN A DE A ÇÚC AR INO XIDÁ USINA AÇÚC ÇÚCAR REDUZ CUS ÇÃ OE CUSTTO DE MANUTEN MANUTENÇÃ ÇÃO MELHORA PR ODUT O FIN AL PRODUT ODUTO FINAL Estudo demonstra que, com a utilização de aço inox nos evaporadores de açúcar, é reduzida a intervenção para manutenção e caem os gastos na entresafra. ○
Se os tubos em
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estudo conduzido pelo Engenheiro U mQuímico e Doutor em Engenharia
aço carbono dos Metalúrgica Lino José Cardoso Santos, com
o apoio do Núcleo Inox - Núcleo de
evaporadores, Desenvolvimento Técnico Mercadológico do
Aço Inoxidável, constatou que depois de seis
fossem safras, em média, praticamente todos os tubos de aço carbono dos evaporadores de açúcar substituídos por de uma usina costumam ser substituídos por aço inoxidável, problemas de corrosão – alguns, mais de uma
esse processo de troca seria adiado por pelo menos 30 anos.
Lino José Cardoso Santos, Engenheiro Químico e Doutor em Engenharia Metalúrgica
vez. Já no caso do uso do aço inox nesses equipamentos, a experiência demonstrou que os tubos não precisam ser trocados. Segundo o engenheiro, que trabalha como consultor para indústrias de alimentos e bebidas, as usinas de açúcar contratam uma quantidade de técnicos e operários maior na entresafra do que no período de oito meses em que estão efetivamente produzindo riquezas. Estes técnicos fazem os serviços de manutenção e substituição dos equipamentos em aço carbono, que em geral são corroídos com facilidade. Por isso, na entresafra são dezenas de profissionais reformando moendas, substituindo canaletas, tubulações em geral, tubos dos evaporadores e aquecedores, separadores de arraste, condensadores, entre outros. O especialista acompanhou a rotina produtiva de algumas usinas e percebeu que apesar de ser constante essa situação, as empresa continuam comprando equipamentos fabricados em aço carbono, material de baixo custo, mas que apresenta baixa resistência à corrosão. Entretanto, se os tubos em aço carbono dos evaporadores, um dos principais equipamentos da fabricação do açúcar, fossem
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substituídos por aço inoxidável, esse processo de troca seria adiado por pelo menos 30 anos. Esse prazo maior foi registrado pelo Engenheiro em uma experiência bem sucedida na Usina Pumaty, localizada em Joaquim Nabuco/PE, que opera evaporadores com tubos de aço inoxidável AISI 304 desde 1974. Desde então, há 34 anos, não houve troca de tubos por corrosão. Já na Companhia Açucareira Vale do Rosário a adoção do aço inox trouxe vantagens na manutenção do equipamento, como redução de trocas e consequentemente diminuição da mão-deobra na entresafra. Também houve menor constatação de pontos pretos magnetizáveis nos produtos finais, que são óxidos e partículas ferromagnéticas desprendidos do aço carbono por conta de corrosão. Essas partículas influenciam a qualidade final e o preço de venda do açúcar. Estudos comparativos Os dados foram computados durantes seus estudos comparando os ciclos de vida dos tubos construídos em aço carbono e nos aços inoxidáveis 304, 444 e 439, utilizando as ferramentas de gestão ambiental e de gestão financeira denominadas “Avaliação do Ciclo de Vida (ACV)” e “Custeio do Ciclo de Vida (CCV)”, respectivamente, por um período de trinta anos. A espessura e a massa por metro linear dos tubos em aço carbono são maiores que 70% do que as dos tubos em aço inoxidável. “Então, além do número de tubos utilizados no caso do aço carbono serem mais que cinco vezes em 30 anos, há o gasto adicional de
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matérias-primas devido a maior massa dos tubos de aço carbono”, detalha Santos. Os resultados deste trabalho mostraram que os tubos em aço carbono quando comparados com os tubos em aços inoxidáveis emitem mais que 4,2 vezes a quantidade de dióxido de carbono (responsável pelo efeito estufa); 2,8 vezes a de óxidos de nitrogênio (chuva ácida); 3,1 vezes a de materiais particulados (poeira/fuligem); 13 vezes a de materiais suspensos em águas e 4,5 vezes a de resíduos totais. Os tubos em aço carbono consumiram mais que 11 vezes o total de recursos naturais não renováveis (minérios, carvão, lignita, calcáreos, óleo e gás natural); 1,8 vezes a de água e 5 vezes a de energia total. Ancorado nesses levantamentos Santos concluiu: “ambientalmente, os tubos em aço carbono são mais agressivos que os tubos em aços inoxidáveis estudados”. Os resultados da avaliação financeira (CCV) mostraram que os aços inoxidáveis 444 e 439 apresentaram-se como opções de investimento mais interessantes que os tubos fabricados em aço carbono, já que apresentaram custos trazidos ao valor presente menores. Os tubos em aço inoxidável 304 com 1,20 mm de espessura apresentaram desempenho financeiro semelhante aos tubos em aço carbono. “As usinas deveriam trocar os tubos de evaporadores, bem como outros equipamentos em aço carbono por aços inoxidáveis pelas razões já apresentadas,
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associadas à melhor qualidade do produto final, a mais fácil assepsia e maior facilidade de manutenção”, afirma Arturo C. Maceiras, Diretor Executivo do Núcleo Inox. Para ele, os aços inoxidáveis apresentam vantagens reais tanto técnicas (ambientais e qualidade do produto) quanto financeiras, quando comparadas com os equipamentos fabricados em aço carbono. O aço inox reúne qualidades imprescindíveis no contato com o alimento, no caso, o açúcar, como a inércia química, não alterando o sabor e a cor do produto. “Além disso, o aço inoxidável tem maior durabilidade e reduz custos de manutenção”, explica. Para Maceiras, o grande mérito do trabalho do Engenheiro Santos foi “contabilizar” estas vantagens usando modernas técnicas de gestão, o que torna o seu trabalho de fundamental importância para o setor de açúcar no Brasil. “Agora os empresários deste setor não poderão dizer que lhes faltam argumentos financeiros, pelo menos, para usar os aços inoxidáveis.”
Saiba mais sobre o aço inox
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Entre os vários tipos de aço inoxidável, o 304, 316L, 410D, 439 e 444 são os mais utilizados pelas usinas. Na industrialização do açúcar, o inox está presente, em chapas, na entrada e terno das moendas; shut donele, cush-cush, esteiras de bagaço e difusores; no revestimento de evaporadores e cozedores, bem como nos cristalizadores e secadores de açúcar. Na forma de tubos, é utilizado nas linhas de evaporação, aquecedores e cozimento. Na primeira parte do processo de fabricação do açúcar predominam os problemas de abrasão e o tipo ideal é o 410D, especialmente em meios úmidos onde combina os efeitos de corrosão e abrasão. Depois da moenda prevalece a utilização do 316L, na sulfitação. Na parte de fabricação do açúcar, o aço mais indicado é o 444, porém, o 304 também é empregado. Nas usinas, os estágios de fabricação que provocam maior desgaste nos equipamentos são na entrada da cana, por apresentar muita areia, e na moagem. O desgaste também é provocado por características do processo, predominando problemas de corrosão por pites, em frestas, corrosão generalizada e microbiológica, entretanto, a especificação do aço adequado contribui para o melhor desempenho.
pesquisa
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MELHORAMENTO GENÉTICO DO CUPUAÇU ESTÁ SENDO ESTUDADO
Fotos: Diva Gonçalves
das frutas mais apreciadas da U ma Amazônia, devido ao seu sabor exótico
e potencial econômico, o cupuaçu (Theobroma grandiflorum) é largamente utilizado como matéria-prima na agroindústria e indústria de cosméticos, servindo como fator de geração de renda para grande parte dos agricultores familiares da região. Visando fortalecer esta cultura, um projeto executado em rede pela Embrapa Amazônia Ocidental (Manaus/AM), Embrapa Acre (Rio Branco/AC) e outras seis unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), além de instituições de ensino de diversos estados, vem estudando o desenvolvimento de variedades mais produtivas e resistentes a doenças. No Acre, as pesquisas voltadas para o melhoramento genético do cupuaçu são realizadas com uma população de 36 progênies coletadas em pomares de diversos municípios do Estado. “O material foi selecionado com base em critérios fenotípicos, ou seja, levando-se em conta a aparência das plantas e informações fornecidas pelos produtores sobre o desempenho produtivo e histórico de contaminação por
doenças”, explica a pesquisadora da Embrapa Maria Clideana Maia, coordenadora da pesquisa no Estado. Para garantir dados mais consistentes, o trabalho vem sendo desenvolvido com experimentos infestados artificialmente pela vassoura-de-bruxa, doença causada por fungo que dificulta o cultivo comercial do cupuaçu na região. As primeiras avaliações tiveram início no mês de janeiro, com a seleção das plantas que apresentaram melhor desempenho em relação à produtividade e resistência à doença. De acordo com a pesquisadora, a partir do intercruzamento destas plantas será possível desenvolver uma variedade com elevado padrão genético. A expectativa é que em seis anos a nova cultivar possa ser distribuída a produtores do estado do Acre. O trabalho de avaliação e melhoramento genético de clones de cupuaçu também está sendo realizado nos demais Estados que compõem a rede de experimentos da pesquisa (Amazonas, Pará, Amapá, Rondônia, Roraima, Tocantins, Paraná e Minas Gerais). O objetivo é estudar o fenômeno da interação genótipoambiente, avaliando a adaptabilidade, estabilidade e produtividade do material, características essenciais para melhorar a cultura. Segundo Clideana, um pomar de cupuaçu formado por plantas de pé-franco, ou seja, a partir de sementes adquiridas livremente (em feiras ou por meio de troca entre produtores) produz de 10 a 15 frutos por planta, enquanto plantios com plantas melhoradas produzem em média 30 frutos por planta. “Além de serem mais resistentes às doenças, os plantios melhorados reduzem os custos com tratos culturais como as podas profiláticas, garantindo melhor produtividade e maior rendimento econômico para o produtor”, afirma.
internacional
mercado empresarial
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REI DO ETANOL A
agência BBC Brasil divulgou a matéria ‘Brasil se tornou reino do etanol, diz colunista do NY Times’, sobre um artigo assinado por Roger Cohen, do jornal The New York Times, que aponta o Brasil como um país que, nos últimos anos, mudou sua imagem radicalmente, como poucos já fizeram, graças ao etanol. “Da terra pouco séria de samba, favelas, futebol e florestas tropicais incendiadas, (o Brasil) se tornou o reino da produção de etanol a frente de seu tempo, carros flexíveis rodando com qualquer combinação de etanol e gasolina, e uma revolução do biocombustível que poderia distribuir ao mundo, onde o barril de petróleo custa US$ 100”, escreve o colunista. Apesar dos elogios, o artigo de Cohen, que tem como título a pergunta “O etanol é para todos?”, lembra que os problemas sociais causados pela produção do etanol persistem, inclusive para cortadores de cana e trabalhadores de usinas. De acordo com a BBC, o artigo também cita metas já alcançadas no Brasil: 80% dos novos carros produzidos são flexíveis, toda a gasolina contém quase 25% de etanol e o etanol responde por mais de 40% do consumo de combustíveis. “O Brasil liderou o caminho ao
demonstrar o potencial do etanol, tem terra para expandir a indústria, usa o etanol a base de cana-de-açúcar - cujo rendimento por hectare é oito vezes maior do que o etanol de milho americano, que está sendo produzido a um custo mais alto do que alimentos, e demonstrou a viabilidade de uma frota flexível.” Ainda de acordo com a agência BBC, o artigo defende que a produção de etanol no Brasil e nos países africanos venha acompanhada de desenvolvimento, especialmente para os trabalhadores rurais e suas famílias. Para isso, Cohen sugere que os investidores internacionais com interesse em etanol exijam condições mínimas para os trabalhadores da indústria, a abertura do comércio global ao etanol e o desenvolvimento de um mercado global de commodities de etanol, com normas estabelecidas.
“O Brasil liderou o caminho ao demonstrar o potencial do etanol...”
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especial
COFIBAM
35 AN OS CCOMO OMO LÍDER N O MER ANOS NO MERCCADO DE CCONDUT ONDUT ORES ELÉTRIC OS ONDUTORES ELÉTRICOS A Cofibam completa 35 anos neste ano de 2008 como líder na fabricação de condutores elétricos e um conjunto de produtos altamente especializados que permitem à empresa ser reconhecida por sua qualidade e respeito às necessidades de seus clientes. ○
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A empresa é reconhecida por sua qualidade e respeito às necessidades de seus clientes.
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Cofibam desenvolve condutores para temperaturas de –70º C a +1000º C isolados em borrachas vulcanizadas e fibras, com as quais lidera o segmento correspondente. Os produtos com a marca e a qualidade Cofibam estão presentes nos mercados das Indústrias Siderúrgicas, Automobilísticas, Indústrias de Mineração, de Motores Elétricos, Indústria Naval e dos Setores Ferroviário, Frigorífico, Iluminação, Petrolífera, Eletrodoméstico, entre tantos outros. A empresa possui certificações nacionais e internacionais que a qualificam entre os melhores fabricantes de condutores elétricos, além de desenvolver constantes pesquisas para a criação de novos isolantes e tecnologias para o crescimento do setor.
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E para acompanhar o desenvolvimento dos mercados internos e externos, a Cofibam começa já a partir deste ano, a duplicação de suas estruturas em Carapicuíba (SP) para ser cada vez mais sinônimo em rentabilidade, qualidade e eficiência. A empresa concluiu a 1ª fase dos trabalhos de ampliação da Fábrica 2 e aumentou sua capacidade produtiva em mais 1.980 metros quadrados de área construída. A construção tem como objetivo a redução de custos com a redistribuição das máquinas e a aquisição de novos equipamentos, o que garante a melhoria na qualidade do processo produtivo e a melhoria na disposição de materiais acabados e insumos.
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vitrine
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AGRALE EXPÕE N AA GRISHO W 2008 SU A NA AGRISHO GRISHOW SUA COMPLET A LINHA DE TRA OMPLETA TRATTORES A
O trator BX 6180 é destinado a médios e grandes produtores, para o cultivo de grãos, cana-de-açúcar e algodão.
Agrale, líder nacional na produção de tratores de pequeno porte, vai expor na Agrishow 2008 suas linhas de tratores 4000, 5000 e 6000 (pequeno, médio e grande porte), além de motores, grupos geradores e motobombas. Com a recuperação registrada pelo setor agrícola brasileiro em 2007 e a perspectiva de aumento neste ano, a presença da Agrale na Agrishow 2008 desperta ainda mais interesse, principalmente depois do lançamento do trator BX 6180, desenvolvido para aplicações de elevada potência, como a cana-de-açúcar. O trator BX 6180 é destinado a médios e grandes produtores, para o cultivo de grãos, cana-de-açúcar e algodão. Robusto, o modelo garante alta produtividade na lavoura com baixo consumo de combustível e pode ser usado em diferentes aplicações durante todo o ano. Outra vantagem do BX 6180 é a manutenção simples e rápida, que possibilita que o trator, muitas vezes utilizado 24 horas por dia, fique parado o menor tempo possível. O BX 6180 utiliza motor MWM com 168 cv de potência máxima, que proporciona um ótimo desempenho e baixo custo operacional. É equipado com câmbio com 12 marchas à frente e quatro à ré, direção hidrostática e tanque de combustível com capacidade para 270 litros. Além do BX 6180, a linha 6000 de tratores Agrale possui os modelos BX 6110 com 105 cv de potência e o BX 6150 com 140 cv de potência, também equipados com motor MWM. Linha 4000, para agricultura familiar Especialmente desenvolvida para atender a agricultura familiar, a linha 4000 da Agrale é composta por tratores de pequeno porte, de
14,7 cv a 30 cv de potência, que apresentam ótima relação custo/benefício. Na Agrishow 2008, serão mostrados os modelos 4100.4, 4230.4 e o trator 4100 GLP, para aplicações que requerem baixos níveis de emissões de ruídos e gases, como nos setores industrial e agrícola, em aeroportos, condomínios, hospitais e empresas de logística, além de locais de criação de animais. Os tratores Agrale da linha 4000 atendem às necessidades dos pequenos produtores rurais com baixo custo de manutenção e operação. Com design arrojado, os modelos são equipados com tomada de potência, barra de tração, sistema hidráulico completo de três pontos e direção hidrostática, que reduz o esforço do operador e torna a sua condução mais fácil. Nova linha de lubrificantes Agralub A Agrale também vai mostrar na Agrishow 2008 sua linha de lubrificantes com a marca Agralub, uma parceria com a empresa petroquímica Repsol YPF. Para atender da melhor forma as necessidades de lubrificação dos veículos que produz, a Agrale passou a comercializar uma completa família de lubrificantes com o seu aval, o que vai assegurar maior vida útil aos componentes e melhor performance. São quatro tipos de lubrificantes, que estarão disponíveis em todas as concessionárias Agrale: Agralub Motor, para a última geração de motores diesel pesados; Agralub Transmissão, para diferencial e câmbio; Agralub Caixa de Câmbio, de extrema pressão, para caixas de câmbio ou caixas de direção mecânicas que operem em condições severas; e Agralub Multifuncional TOU, indicado para máquinas agrícolas em geral.
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DUPONT APRESENTA O INSETICIDA AVAUNT® PARA A CULTURA DO MILHO Produto agradou produtores, pelos resultados alcançados. ○
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Divisão Produtos Agrícolas da DuPont do Brasil anuncia que intensificará esforços para levar aos produtores de milho novas informações sobre o desempenho de seu inseticida Avaunt® 150. O produto, de alta tecnologia, foi recomendado para o milho no ano de 2007, depois de passar por diversos estudos técnicos e ensaios científicos de campo, que o qualificaram como altamente eficiente no controle do complexo de lagartas. Segundo a empresa, os bons resultados de sua aplicação na primeira safra surpreenderam os agricultores. Seletivo aos inimigos naturais das pragas do milho, o inseticida é adequado às práticas de manejo integrado de pragas (MIP) e rotação de produtos, contra insetos resistentes a agroquímicos. De acordo com o diretor de marketing da DuPont, o engenheiro agrônomo Marcelo Okamura, Avaunt® 150 proporciona ao agricultor prolongado período residual, graças a um novo e moderno ingrediente ativo, o
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Indoxacarb, cujo modo de ação interrompe a ação de lagartas com efeito “paralisante”, por ingestão ou contato. “O período ideal para a utilização de Avaunt® é a fase inicial de desenvolvimento das lagartas, com infestação inferior a 10% da área”, recomenda Okamura. “Trata-se de um produto de alta tecnologia, com resultados comprovados quanto à eficiência no controle do complexo lagartas”, complementa. Okamura acrescenta que Avaunt® 150 chega à cultura do milho em complemento ao portfólio de inseticidas da companhia, que já conta com as marcas Lannate® e Gallaxy®. “Os três produtos são aliados do produtor quanto à necessidade de rotação de produtos, técnica que visa ao controle de lagartas sem permitir que esta crie resistência a agroquímicos”, conclui. A DuPont é uma das líderes nas áreas de pesquisa e desenvolvimento de defensivos agrícolas e soluções em Biotecnologia.
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SYN GENT A OFERECE A O SET OR SYNGENT GENTA AO SETOR SUCR OAL O SOL UÇÕES PPARA ARA O SUCRO ALCCOOLEIR OOLEIRO SOLUÇÕES AUMENT O D A PR ODUTIVID ADE UMENTO DA PRODUTIVID ODUTIVIDADE A
Para o desenvolvimento do Actara®, a Syngenta investiu em estudos científicos nos últimos dez anos, em parceria com cerca de 30 centros de pesquisa agrícola
Syngenta, uma das líderes mundiais no setor de agribusiness, reforça sua atuação no mercado sucroalcooleiro oferecendo soluções específicas para a cultura de cana-de-açúcar. “A Syngenta tem tradição e experiência nesse setor e é uma grande aliada dos produtores, contribuindo de forma direta para alavancar a produção de etanol no competitivo mercado de energia nacional e de exportação”, afirma Leandro Amaral, gerente de marketing da empresa. De olho no crescimento do mercado de cana-de-açúcar nacional, em decorrência da crise energética mundial, a Syngenta formou uma equipe de profissionais especializados em compreender as dificuldades e levar soluções para vencer os desafios do setor. Em 2007, a empresa investiu globalmente cerca de US$ 800 milhões de dólares em pesquisas e desenvolvimento de produtos voltados para os principais cultivos mundiais, entre eles a canade-açúcar. Para a Syngenta o mercado de canade-açúcar é um dos mais estratégicos para o seu negócio no país. Leandro avalia que a demanda por etanol deverá crescer muito nos próximos anos, tanto no consumo interno como também em exportação no futuro. “Em 2007, a produção de etanol atingiu 21 bilhões de litros, dos quais 90% foi absorvido pelo consumo interno. Esta tendência deverá manter seu crescimento até 2012, mas a demanda de exportação, que registrou 3,5 bilhões de litros em 2007, também deverá crescer muito nos próximos anos.” Soluções: serviços e produtos A confiança da Syngenta no mercado de cana-de-açúcar também se reflete nos investimentos que a empresa vem realizando para desenvolver este mercado no país. Na oferta de serviços, a empresa atua para entender as necessidades e prover soluções eficazes para ajudar os produtores a atingir seus objetivos estratégicos de negócios. Por exemplo, hoje a Syngenta busca compreender as especificidades da produção nas regiões de
expansão da cultura de cana-de-açúcar no Brasil, como Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais. Além dos produtos que oferece no mercado, a empresa prepara o lançamento de uma série de produtos nos próximos anos, como herbicidas e inseticidas. Com foco na produtividade, a Syngenta acaba de lançar um bioativador que pode colaborar para o aumento da produção de cana-de-açúcar sem ter, necessariamente, de ampliar a área de plantio. “O Actara® pode contribuir para um crescimento de até 12% por hectare”, acrescenta Emilhano Lima, gerente de marketing da Syngenta. Para o desenvolvimento do Actara®, a Syngenta investiu em estudos científicos nos últimos dez anos, em parceria com cerca de 30 centros de pesquisa agrícola, como a Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). As pesquisas confirmaram que o produto contribui para o aumento da produtividade da cana. Em 2005, a Universidade Livre de Berlim (Alemanha), um dos principais centros de estudos de biotecnologia do mundo, também confirmou a atividade bioativadora do produto. Outro lançamento da Syngenta para o mercado de cana-de-açúcar é o herbicida Callisto, resultado de pesquisas desenvolvidas pela empresa desde 1977. Bastante conhecido na lavoura de milho, Callisto é agora lançado para a lavoura de cana-de-açúcar, atendendo as especificidades da cultura. O produto é um herbicida de uso pós-emergência que acaba com infestações de plantas daninhas como o corda-de-viola e o capim-colchão que, tradicionalmente, atacam a cultura de cana-deaçúcar. Além de ser o herbicida que menos causa danos à cana, Callisto tem alta propriedade seletiva de ação sistêmica e muito mais eficiência do que outras opções de tratamento, além de alta compatibilidade em associação com os principais produtos da cultura de cana-de-açúcar.
dicas de leitura
mercado empresarial
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AGR ONEGÓCIO - UMA AB ORD AGEM EC ONÔMIC A GRONEGÓCIO ABORD ORDA ECONÔMIC ONÔMICA O agronegócio é um tema que vem ganhando cada vez mais destaque não apenas no meio acadêmico, mas também na economia nacional - os sucessivos saldos líquidos na balança comercial externa têm mostrado a importância do agronegócio em nosso país. Além disso, há uma demanda por obras que tratem desse assunto do ponto de vista da economia. Este livro vem justamente para suprir essa lacuna. Estruturado de maneira didática e objetiva, o livro traça um paralelo entre o agronegócio brasileiro e o mercado internacional e aborda vários fatores-chave no setor, como comercialização e desenvolvimento econômico, demanda, consumo e produção de alimentos, análise de mercados agrícolas e análise de preços agropecuários, entre outros. Além disso, é repleto de exemplos do contexto atual e inclui questões para discussão e revisão, que direcionam e complementam a compreensão do conteúdo apresentado. Por todas essas características, Agronegócio: uma abordagem econômica é ideal não apenas para alunos dos cursos de graduação de agronomia, zootecnia, engenharia agrícola, medicina veterinária e de pós-graduação e especialização em economia e administração, mas também para profissionais das áreas de ciências agrárias, ciências florestais e demais áreas correlatas ao estudo do agronegócio. ○
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Autores: Judas Tadeu Grassi Mendes e João Batista Padilha Junior Editora: Makron Books (Grupo Pearson) 2007 384 páginas.
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MARA CUJÁ: DEMAND AS PPARA ARA A PESQUIS A MARACUJÁ: DEMANDAS PESQUISA Esta é mais uma das publicações resultante dos produtos científicos da IV Reunião Técnica de Pesquisa do Maracujazeiro realizada na Embrapa Cerrados, na qual foram definidas algumas prioridades e demandas em maracujazeiro relacionadas aos recursos genéticos, melhoramento genético, exploração diversificada e aspectos fitotécnicos. Para atender os desafios e as demandas, fica evidenciada a importância do envolvimento da iniciativa pública e privada e a formação de redes de pesquisa interinstitucionais e multidisciplinares.
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TÉCNICA
Editora: Embrapa Cerrados 54 páginas.
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AGR ONEGÓCIO - 2ª EDIÇÃ O GRONEGÓCIO EDIÇÃO Este livro apresenta uma perspectiva contemporânea sobre os principais fundamentos relacionados à gestão de empresas no agronegócio. Aborda tópicos relacionados aos produtos e mercados inerentes ao agronegócio no contexto atual da economia brasileira, bem como suas relações com o ambiente internacional. Também descreve as principais ferramentas de gestão empresarial aplicadas às organizações agroindustriais, caracterizando as tendências de modernização do agronegócio, bem como a crescente exigência por padrões de eficiência cada vez maiores no que se refere à gestão de pessoas, gestão de custos, auditoria, gestão ambiental, teoria dos jogos e mercados futuros. Outra característica relevante desta obra está associada à linguagem objetiva e apropriada para os iniciantes no estudo sobre agronegócio, tanto para ampliação de conhecimentos como para referenciar aprofundamentos posteriores e interesses mais amplos despertados pela leitura abrangente e atual sobre a administração de empresas e agronegócio. ○
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A ut or utor or:: Antônio André Cunha Callado Editora: Atlas / 2008 146 páginas.
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DEFENSIV OS AL TERN ATIV OS E N ATURAIS PPARA ARA DEFENSIVOS ALTERN TERNA TIVOS NA UMA A GRICUL TURA SSA AUD ÁVEL UDÁ AGRICUL GRICULTURA Contém mais de 100 receitas e métodos de simples preparo. Recomendações para o combate ecológico às pragas e doenças. Armadilhas e iscas práticas para pragas, produção de caldas fertriprotetoras: bordalesa, sulfocálcica e viçosa, fosfitos, fitoalexinas, preparo de biofertilizantes, controle biológico, uso de produtos orgânicos e naturais: ostra, terra diatomáceas, sabão, cal, leite, cinzas, etc. Dezenas de plantas defensivas. Controle de doenças e parasitos na criação de bovinos, de forma natural e homeopática.
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Autor: Silvio Roberto Penteado Editora: Via Orgânica / 2007 3ª edição. 172 páginas.
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ADUB AÇÃ O N A A GRICUL TURA EC OL ÓGIC A ADUBA ÇÃO NA AGRICUL GRICULTURA ECOL OLÓGIC ÓGICA Publicação prática para cálculo e recomendação de adubação. Apresenta tabelas para cálculo de adubação de adubos sólidos e líquidos. Explica como fazer o cálculo de adubação pelo Equilíbrio de Bases, com Programa Simplificado para computador, bastando colocar os resultados da análise de solo e terá a quantidade de cada nutriente por hectare. Traz capítulos de cálculo de adubação nutriente por nutriente. Traz tabelas para avaliar a análise de solo e foliar. Ensina de modo simples a preparar adubos orgânicos, como Composto Orgânico e Bokashi, utilizando todo material orgânico, como restos vegetais, estercos, palhas. Fontes de matéria orgânica, como produzir compostos orgânicos. ○
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Autor: Silvio Roberto Penteado Editora: Via Orgânica / 2007 165 páginas. Contém CD Rom com Programa de Cálculo de Adubação
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PR OCESSOS BIOL ÓGIC OS N O SIS TEMA PROCESSOS BIOLÓGIC ÓGICOS NO SISTEMA SOL O-PL ANT A SOLO-PL O-PLANT ANTA A importância dos princípios e métodos ecológicos para a agricultura reside no fato de que estes representam uma importante ferramenta para auxiliar o redesenho dos sistemas agrícolas e por possibilitarem o entendimento do funcionamento dos agroecossistemas, que passam a ser mais complexos e mais dependentes da regulação biológica. Esta obra é fruto de intenso trabalho que envolveu pesquisadores de diversas formações profissionais e oriundos de diferentes instituições de ensino e de pesquisa, o que se almeja com esta publicação, é que se torne uma referência básica para orientar estudantes e profissionais que atuam ou que estão se iniciando na área da agricultura sustentável. ○
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Autores: Adriana M. de Aquino e Renato Linhares de Assis Editora: Embrapa / 2005 368 páginas.
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SOJ A OR GÂNIC A: AL TERN ATIV AS PPARA ARA MANEJO SOJA ORG ÂNICA: ALTERN TERNA TIVAS DOS INSET OS-PRA GAS INSETOS-PRA OS-PRAG Colaboração para o desenvolvimento sustentável da produção de soja orgânica no Brasil, o livro oferece informações a agentes de assistência técnica e produtores para que efetuem o manejo de insetos pragas, como lagarta-da-soja, percevejos e corós. Tudo de acordo com os princípios de produção orgânica. Cada alternativa de manejo traz um estudo sobre ataque da praga, sugestão de controle biológico e resultados obtidos com a técnica aplicada.
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Organizadora: Beatriz Corrêa-Ferreira Editora: Embrapa / 2003 83 páginas.
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AGRIBUSINESS BRASILEIR O - A HIS BRASILEIRO HISTTÓRIA Um livro de História do Brasil vista através do prisma do agronegócio, realizado pela ABAG - Associação Brasileira de Agribusiness, entidade que tem levantado bandeiras de grande importância para o complexo agroindustrial brasileiro. O objetivo é dar uma visão panorâmica dos primeiros quinhentos anos do país, durante os quais, de maneira indubitável, a contribuição da agropecuária foi preponderante. Como continua e continuará a ser. ○
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Editora: Evoluir Cultural / 2002
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MELHORAMENT O D A CCAN AN A -DEAÇÚC AR MELHORAMENTO DA ANA -DE-A ÇÚCAR Com a crise do petróleo e a emergência de novas fontes de energia, a cana-de-açúcar ganha destaque, dada as possibilidades reais do etanol no mercado de energias renováveis, foram intensificados os Programas de Pesquisa no Brasil. O livro conta a história da cana-de-açúcar no Brasil e no mundo apresentando as suas principais características botânicas e agronômicas, os aspectos relacionados à identificação de variedades e a descrição da planta, por meio de caracteres adotados por autores internacionais. Tem um capítulo dedicado aos métodos de melhoramento em geral, outro ao melhoramento da cana-deaçúcar em específico, e um terceiro a alguns programas de melhoramento desenvolvidos no Brasil.
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Autores: Roberto Cesnik e Jacques Yves Jean Miocque Editora: Embrapa / 2005 307 páginas.
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PR ODUÇÃ O OR GÂNIC A DE HOR AS PRODUÇÃ ODUÇÃO ORG ÂNICA HORTTALIÇ ALIÇAS 500 PER GUNT AS / 500 RESPOS PERGUNT GUNTAS RESPOSTTAS A produção orgânica de hortaliças é um tema que desperta muito interesse atualmente. No livro, as informações são organizadas em forma de perguntas e respostas, agrupadas em capítulos abrangendo os seguintes aspectos: princípios norteadores, legislação e certificação, organização da propriedade, propagação de plantas, manejo do solo, adubação verde, adubação orgânica, manejo da água, manejo de insetospragas, plantas espontâneas e antrópodes, manejo de doenças e muitos outros. O objetivo da publicação é atender as demandas de todos os segmentos envolvidos no sistema orgânico de produção, tais como: agricultores, extensionistas, pesquisadores, professores, estudantes e consumidores.
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Aut or es: Gilmar P. Henz, Flávia utor ores: A. Alcântara, Francisco V. Resende. Editora: Embrapa / 2007 308 páginas.
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JAMAIC A - IND. DE AR TEF ATOS DE BBORRA ORRA AMAICA ARTEF TEFA ORRACCHA Jamaica Indústria de Artefatos de Borracha foi fundada em 1968, porém em 1971 recebeu a denominação atual. A empresa atua no ramo de artefatos de borracha, fabricando todos os tipos e modelos de mangueiras para sistemas de arrefecimento de veículos automotores, e também todos os tipos de tubos flexíveis e peças especiais para veículos utilitários, caminhões, ônibus, tratores, máquinas agrícolas e máquinas em geral. Atua em todo território
nacional e conta atualmente com cerca de 3.000 clientes ativos. Principais Produtos: Mangueiras para o sistema de arrefecimento, tubos retos, flexíveis e peças especiais de borracha. Aplicações: Veículos de passeio, utilitários, caminhões, ônibus, tratores, máquinas agrícolas e máquinas em geral. Consulte nosso site: www.jamaicamangueiras.com.br
TUBOS OLIVEIRA - MARCANDO PRESENÇA A Tubos Oliveira traz para a Agrishow 2008 sua linha de Tubos de Aço Carbono redondos, ASTM A-178, DIN 2458, DIN 2440 preto e galvanizado, industriais, SCHEDULLES com e sem costura A-53, A-106, API 5L, para as mais diversas aplicações, como caldeiras, trocadores de calor e evaporadores para o uso em usinas de canade-açúcar, condução de fluídos e etc. Da linha, fazem parte tubos Quadrados e Retangulares, Estruturais com e sem costura A-500, A-36, SAE 1008/1010, construção civil, implementos agrícolas, montadoras e indústria de máquinas em geral. A empresa, que completou vinte anos em 2007, manteve a qualidade de seus produtos e ser viços através da re-certificação ISO 9001:2000 e distribuição da V&M Vallourec & Mannesmann Tubes. Agora, em 2008, a Tubos Oliveira acaba de anunciar sua expansão, com a aquisição da mais nova filial, localizada na Avenida Amâncio Gaiolli, 01, Bonsucesso, em Guarulhos, com
uma excelente infra-estrutura contando com duas pontes rolantes, duas entradas para carga e descarga e amplo espaço para armazenagem. Esta estratégia objetiva melhorar o atendimento à clientes e fornecedores - o que sempre foi o foco da Tubos Oliveira. Conquista esta, que vai de encontro à incessante busca de novas tecnologias para a otimização de seus processos internos, cumprimento dos prazos de entrega, agilidade na logística, enfim, clareza e seriedade nos serviços prestados por sua equipe.
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mercado empresarial
TUB ONIL – DESDE 2006, UMA N OVA TUBONIL NO OPÇÃ O OPÇÃO
A Tubonil está no mercado desde 2006, uma empresa nova mas com profissionais com muitos anos de experiência no mercado de tubos de aço carbono sem costura e com costura, de pequenos e grandes diâmetros, comercializando também a linha de Tubos Especiais de 12” a 24” SCH 40 A SCH 160, Tubos Mecânicos ST52 de 50,00mm à 650,00mm paredes grossas, padrão e fora de padrão. Localizada no município de Guarulhos – SP, numa área de 2.500m2 com instalações modernas e funcionais que lhe permitem atender, com alto nível de qualidade, todas as demandas de seus clientes e fornecedores em todo o Brasil.
A nossa maior preocupação é com a satisfação de nossos clientes, no cumprimento de nossas atividades, nos dedicando à melhoria contínua de nossos produtos e serviços. Tudo isso, faz da TUBONIL, mais que um distribuidor de tubos de aço, um parceiro de negócios preocupado em atender seus clientes de forma diferenciada, orientando e prestando suporte técnico.
e-mail tubonil@uol.com.br Fone/Fax: (11) 6406-7494 Alteração do prefixo 6406 p/ 2406 a partir de 30/08/08
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índice de anunciantes
Aciclon Equipamentos Industriais ............. 59
Lunametais ................................................ 05
ACMW Ind. e Com. ..................................... 11
Med Company ........................................... 27
Astonia Comércio de Embalagens ............ 59
Metalúrgica Repuchotec .......................... 56
Bollhoff Service Center .............................. 15
Nápoles Fixadores .................................... 59
Bracol ........................................................ 02
Novoaço Especial Comércio de Aços ......... 61
Brasved Indústria Comércio Borrachas ..... 51
Parnox Ind. e Com. de Artigos Industriais 55
Cemaço Centro Manufatureiro do Aço ...... 41
Partel .......................................................... 61
Chaperfur Com. Chapas Perfuradas ......... 61
Pekon Condutores Elétricos ....................... 55
CIESP ................................................... 34/35
Prot Energy ................................................ 51
Cofibam Ind. e Com. de Fios e Cabos ...... 13
Raritubos Distribuidora de Tubos e Aço ... 12
D & D Manufatureira ................................. 19
Risasprings Amortecedores de Vibração . 59
Dragtec Tubos de Aço Helicoidal .............. 61
Shiga Confecções ....................................... 18
Epil ............................................................ 28
Suvifer Ind. e Com. de Ferro e Aço .......... 59
Fábrica Nacional de Chavetas ................ 42
Telas Cupecê Arames e Ferragens ........... 42
Foxtubo Trefilação de Aços e Tubos ......... 29
Tubos Oliveira .......................................... 56
Higitec ....................................................... 45
Vent Norte .................................................. 51
J E Vedações Ind. e Com. ......................... 59
Widia Centro Comércio de Metal Duro .... 42
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