Revista Mercado Empresarial - Corte e Conformação de Metais

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Especial Corte & Conformação de Metais 2011

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Ano 6 - Edição nº 36 - Outubro de 2011 Publicação

Setor de metalurgia

mantém crescimento apesar de tudo

Opinião

A overdose dos juros altos

Economia Pesquisa mostra aumento do custo de vida em São Paulo

Tecnologia

Nova tecnologia prevê uso do biogás na siderurgia



editorial

mercado empresarial

Metalurgia se ressente da desindustrialização, mas registra crescimento

expediente Coordenação: Mariza Simão Redatora: Sonnia Mateu - MTb 10362-SP contato: sonniamateu@yahoo.com.br Colaboraram nesta edição: Irineu Uehara e João Lopes Diagramação: Rogério Silva e Felipe Moreira Arte: Cesar Souza, José Francisco dos Santos, José Luiz Moreira, Edmilson Mandiar, Hermínio Mirabete Junior, Ricardo Satoshi Yamassaki, Danilo Barbosa Gomes Distribuição: VI Feira de Corte e Conformação de Metais Impressão: RR Donnelley Matriz: São Paulo - Rua Martins Fontes, 230 - Centro CEP 01050-907 - Tel.: (11) 3124-6200 - Fax: (11) 3124-6273 Filiais: Araçatuba - Rua Floriano Peixoto, 120 1º and. - s/ 14 - Centro - CEP 16010-220 - Tel.: (18) 3622-1569 Fax: (18) 3622-1309 Bauru - Edifício Metropolitan Rua Luso Brasileira, 4-44 - sl 1214 - 12º and. CEP 17016-230 - Tel.: (14) 3226-4068 Fax: (14) 3226-4098 Piracicaba Sisal Center - Rua Treze de Maio, 768 sl 53 - 5º and. CEP 13400-300 - Tel.: (19) 3432 - 1434 Fax.: (19) 3432-1524 Presidente Prudente - Av. Cel. José Soares Marcondes, 871 - 8º and. - sl 81 - Centro - CEP 19010-000 Tel.: (18) 3222-8444 - Fax: (18) 3223-3690 Ribeirão Preto - Rua Álvares Cabral, 576 -9º and. cj 92 - Centro - CEP 14010-080 - Tel.: (16) 3636-4628 Fax: (16) 3625-9895 Santos - Rua Leonardo Roitman, 27 - 4º and. cj 48 Santos - SP - CEP.: 11015-550 Tel.: (13) 3224-9326 / 3232-4763 São José do Rio Preto - Rua XV de Novembro, 3057 3º and. - cj 301 - CEP 15015-110 Tel.: (17) 3234-3599 - Fax: (17) 3233-7419 O editor não se responsabiliza pelas opiniões expressas pelos entrevistados.

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sobrevalorização do real e os demais componentes do “custo Brasil” estão minando a olhos vistos a competitividade da indústria nacional, fazendo com que parcelas crescentes do mercado interno sejam arrebatadas pelos manufaturados estrangeiros, ao mesmo tempo em que as vendas externas patinam. O processo de desindustrialização em curso, enfatizam os empresários, está pondo em xeque o próprio modelo de desenvolvimento do País, gerando grande incerteza com respeito ao futuro do setor. Apesar dos efeitos cada vez mais acentuados do processo de desindustrialização da economia, a vasta cadeia produtiva dos segmentos ligados à metalurgia, usinagem e produção de manufaturados metálicos vem registrando expansão no nível de atividades. Em 2010, ano no qual o PIB avançou a uma robusta taxa de 7,5%, houve uma efetiva retomada da produção e das vendas em quase todos os segmentos da cadeia do aço, tendo sido superadas as sequelas da crise do biênio 2008/2009. Em alguns casos, inclusive, os negócios voltaram aos níveis que ostentavam em 2008, antes da eclosão, em setembro daquele ano, da primeira onda de choque do terremoto financeiro mundial. Já em 2011, o horizonte se encontra ainda turvado não só pela crescente avalanche de produtos importados que toma conta do mercado local, mas também pela nova tormenta global que se avizinha na economia. Alertas em relação a esse cenário de acirramento da competitividade, os fabricantes brasileiros estão conscientes de que investir constantemente no desenvolvimento de inovações e na padronização tornou-se uma necessidade inadiável. Se a concorrência no comércio externo vem sendo travada de maneira extremamente desigual, a indústria de processamento e manufatura de bens metálicos tem procurado evoluir ao menos na expertise tecnológica e na gestão de qualidade. Todos esses enfoques estão sento abordados nesta edição da MERCADO EMPRESARIAL, que, na mesma direção da maior feira do segmento, a Corte e Conformação de Metais 2011, se propõe a dar sua colaboração para a compreensão dos fatos e a busca de soluções.

Mercado Empresarial

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sumário

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Panorama do setor

Meio Ambiente

06 Setor de metalurgia

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mantém crescimento, apesar de tudo

Sustentabilidade

Os fabricantes se ressentem, porém, dos efeitos cada vez mais acentuados do processo de desindustrialização

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A overdose dos juros altos

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Corte & Conformação de Metais 2011

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Pesquisa mostra aumento do custo de vida em São Paulo

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CSN compra cinco empresas européias e mais uma fatia da Usiminas

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Latas de aço: melhor desempenho para o envase de massa corrida

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Fascículo Qualidade de Vida - Vol.6

IPT adquire tecnologia pioneira no hemisfério sul que dará subsídios para a fabricação de peças mais leves

Expansão

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Destaque NOVOAÇO ESPECIAL: Com qualidade e tecnologia, marca já é referência no mercado

Nova tecnologia prevê uso do biogás na siderurgia

Pesquisa

Brasil exporta 568 mil empregos

Cases & Cases

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NEOCOMPETÊNCIA Uma nova abordagem para o sucesso profissional

Tecnologia

Desenvolvimento

34

Guia Empresa Competitiva traz dicas para fortalecer gestão

Empreendedorismo

Mercado

28

ACEROTEC: Alto padrão no segmento de Aço

Gestão

Economia

20

Novo Código deverá reduzir risco jurídico para empresas

Qualidade

Evento

18

Projeto de Lei obriga novos condomínios residenciais paulistanos a serem “verdes”

Legislação

Opinião

16

Estruturas de metal podem gerar menos impacto

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GADITA: Referência de qualidade em Controle de Pragas

Dicas de Leitura

Nesta edição:

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Vitrine

ATITUDE!



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panorama do setor

Setor de metalurgia

mantém crescimento apesar de tudo

Os fabricantes se ressentem, porém, dos efeitos cada vez mais acentuados do processo de desindustrialização

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Em linha com o crescimento do País, a vasta cadeia produtiva composta pelos setores ligados à metalurgia, usinagem e produção de manufaturados metálicos vem registrando expansão no nível de atividades. Porém, os fabricantes se ressentem, cada vez mais acentuadamente, dos efeitos do processo de desindustrialização da economia, decorrente da forte assimetria no desempenho da balança comercial, fazendo com que grossas fatias da demanda interna sejam supridas pelas importações. Em 2010, ano no qual o PIB (Produto Interno Bruto) avançou a uma robusta taxa de 7,5%, houve uma efetiva retomada da produção e das vendas em quase todos os setores abordados neste panorama de Mercado Empresarial, tendo sido superadas as sequelas da crise do biênio 2008/2009. Na verdade, em alguns casos, os negócios voltaram aos níveis que ostentavam em 2008, antes da eclosão, em setembro daquele ano, da primeira onda de choque do terremoto financeiro mundial. Já em 2011, o horizonte se encontra turvado pela crescente avalanche de produtos importados que toma conta do mercado local, tirando proveito do desequilíbrio cambial e das distorções


mercado empresarial

competitivas geradas pelo chamado “custo Brasil”. Este quadro poderá deteriorar-se ainda mais com a nova tormenta global na economia, em que pesem os esforços recentes do governo em amenizar o problema. (Para uma análise mais detalhada destes temas, ler o texto “Processo de desindustrialização se agrava”.)

Fabricante de máquinas-ferramenta e de usinagem, a Ergomat viu suas receitas engordarem aproximadamente 60% no ano passado, beneficiando-se do aquecimento nas encomendas de setores automotivo (o carro-chefe), eletroeletrônico, telecom, utilities e construção civil. Mas a realidade é que na base de comparação, o ano de 2009, as vendas haviam despencado em 40%. “Houve expressiva alta na demanda em 2010, a ponto de os fabricantes não terem sentido tanto a concorrência dos equipamentos de fora, mas o fato é que a expansão das importações foi muito maior do que a da produção local”, afirma Andreas Meister, diretorpresidente da Ergomat. Por isso mesmo, em sua opinião, o cenário de 2011 não está sendo propício. O desembarque de bens e insumos estrangeiros, indica o executivo da Ergomat, vem aumentando dia após dia e já está induzindo o declínio nos pedidos, o que dá margem à sua previsão de que o mercado se contrairá entre 15% e 20% em 2011.

Desvantagem na comparação com 2008 Números recentes, divulgados pela Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), dão conta de que, nos sete primeiros meses deste ano, o setor de máquinasferramenta – um importante difusor de tecnologia na indústria de bens de capital mecânicos – apresentou crescimento de 4 % com relação a igual período de 2010, mas ainda assim enfrenta uma queda de 40,6% em comparação com os sete primeiros meses de 2008. Aliás, tomando-se a indústria de bens de capital como um todo, o faturamento bruto

panorama do setor

deflacionado atingiu o valor de R$ 45,8 bilhões no período de janeiro a julho de 2011, uma elevação de 10,3% quando comparado com o do mesmo período de 2010, ainda de acordo a Abimaq. No entanto, o resultado continua 2,6% abaixo do desempenho alcançado nos sete primeiros meses de 2008. Por seu turno, Alexandre Fix, vice-presidente da Abimaq e presidente da Câmara Setorial de Ferramentaria e Modelação, estima que sua seara, constituída por centenas de fabricantes de moldes para a indústria plástica, tenha crescido em torno de 15% no ano passado, taxa que poderá repetir-se em 2011 (inexistem estatísticas mais acuradas sobre este ramo). “Voltamos aos níveis de comercialização de 2008, com de 40% a 50% da demanda sendo proveniente das montadoras”, informa Fix. Outros clientes relevantes na carteira atuam com embalagens. Em relação aos efeitos da crise, “Voltamos aos níveis de comercialio vice da Abimaq pondera zação de 2008, com de 40% a 50% que ela ainda não chegou a da demanda sendo proveniente das seus pares, embora preveja montadoras”, informa Fix da Abimaq. tempos mais difíceis à frente. “Neste momento, estamos trabalhando com níveis de preços bons”, revela. Já na manufatura de tubos e conexões de aço, a produção em 2010 bateu em 1,730 milhão de toneladas, um aumento de 16% sobre o total de 1,488 milhão contabilizado em 2009 – ano em que se apurou recuo de 40% sobre 2008. A performance do ano passado redundou em receitas da ordem de U$ 5 bilhões para o setor, que congrega cerca de 60 empresas.

“Houve expressiva alta na demanda em 2010, a ponto de os fabricantes não terem sentido tanto a concorrência dos equipamentos de fora, mas o fato é que a expansão das importações foi muito maior do que a da produção local.”

Andreas Meister, diretor-presidente da Ergomat

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panorama do setor

Empresas de alimentos e bebidas absorvem hoje 65% da produção de latas de aço e respondem por 60% do faturamento. Entretanto, Efeitos menos drásticos Para 2011, a perspectiva é de que haja segundo Thais, está-se verificando no momento um incremento entre 6% e 7% sobre 2010. uma significativa expansão na demanda por “A crise em curso não terá efeitos mais drásticos parte da área de tintas, que já recebe 30% das porque não temos estreita dependência do comércio entregas. De seu lado, na contramão de outros setores, externo”, situa José Adolfo Siqueira, diretor-executivo da Abitam (Associação Brasileira de Indústria de Tubos e os fabricantes de estruturas e coberturas de aço Acessórios de Metal). Os negócios, ressalva ele, só seriam mais tiveram uma performance sofrível em 2010, pesadamente afetados se faltasse liquidez na praça, a exemplo do amargando uma contração de atividades que se que se verificou em 2008-2009. “Mas isso não deverá ocorrer, em acentuou a partir do segundo semestre de 2009. “No ano passado, sovirtude principalmente da presença do BN“Essa entrada de americanos e fremos uma queda DES (Banco Nacional de Desenvolvimento europeus por ora não aumentou tanto, de aproximadamente Econômico e Social)”, antecipa. mas se ela se intensificar poderá nos 20%, com pouco traAlém do mais, complementa Siqueira, atrapalhar demais”, afirma o presidente balho e faturamento “obras como as arroladas nos cronogramas da Abcem baixo, o pior resultado de áreas importantes, como a petrolífera, são de execução a médio e longo prazos”. Vale dizer, as contratações dos últimos cinco ou seis anos”, classifica Luiz feitas agora têm um extenso período à frente até se materializarem, Carlos Caggiano Santos, presidente da Abcem ao passo que a turbulência na economia é conjuntural e deverá (Associação Brasileira da Construção Metálica). Este revés se deve, explica ele, às singularidadissipar-se em não muito tempo. A exploração do pré-sal, em particular, está apenas em seus des deste segmento, que lida com contratos de primórdios. “Antes de mais nada, os técnicos têm de definir a médio e longo prazos. Desse modo, projetos tecnologia de extração a ser empregada. Só depois disso vai ser pré-encomendados foram executados em plena escolhido o material a ser usado, se será mais nobre, composto com crise de 2009, sendo que, depois dela, não mais havia solicitações em carteira para manter o ligas especiais, ou menos nobre”, ilustra o diretor da Abitam. No segmento de embalagens de aço, os produtores vivem ritmo da produção. uma maré de discreto, porém contínuo, crescimento. Em 2010, processaram-se 604 mil toneladas de matéria-prima, quantidade Ocupação da capacidade Em compensação, o fluxo de pedidos coque gerou aproximadamente 10 bilhões de latas – um incremento de 4% sobre 2009 – e receitas de R$ 4,8 bilhões. Para 2011, a esti- meçou a reagir a partir do fim do ano passado, mativa é de alta de 3% no número de unidades. “Prevíamos antes numa evolução que fez com que a capacidade 4% para este ano, mas a projeção foi reduzida por causa da crise”, do chão de fábrica fosse ocupada entre 80% e informa Thais Fagury, gerente executiva da Abeaço (Associação 90% no transcorrer de 2011. A consequência esperada é um crescimento médio de 15%, Brasileira de Embalagem de Aço). com expedições da ordem de dois milhões de toneladas de estruturas e coberturas. A procura, nota Caggiano, é explosiva e as “A crise em curso não terá efeitos perspectivas para 2012 são boas, sobretudo mais drásticos porque não temos estreiem razão das obras de infra-estrutura para a ta dependência do comércio externo.” Copa do Mundo e as Olimpíadas. Contudo, reclama ele, “os fabricantes estrangeiros é que José Adolfo Siqueira, estão levando a melhor, diante das facilidades diretor-executivo da Abitam encontradas no País. Além disso, está havendo compressão dos preços em razão da maior concorrência com as importações”, afiança.


mercado empresarial

panorama do setor

E a retração econômica pode ocasionar uma piora ainda mais aguda do comércio externo, pondera o presidente da Abcem, se Neste cenário desafiador, as linhas de os produtos ociosos nos EUA financiamento abertas pelo BNDES têm e na Europa migrarem de fato desempenhado papel decisivo nos para as nações emergentes. negócios, dizem os empresários. “Essa entrada de americanos e europeus por ora não aumentou tanto, mas se ela se intensificar poderá nos atrapalhar demais”, assevera. O PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), por sua vez, até agora não correspondeu às expectativas geradas. Muitos projetos não foram apresentados pelas prefeituras responsáveis por eles. Outros obstáculos são a demora na aprovação das iniciativas pelos governos estaduais e federal, a falta de repasses e outorgas das verbas, a obtenção de licenciamentos ambientais, as disputas entre construtoras e os embargos do TCU (Tribunal de Contas da União). “Por tudo isso, o nível de consumo de produtos não está sendo milagroso. As obras criam uma procura positiva para vários tipos de materiais, mas isso não se dá de uma vez só”, comenta José Adolfo Siqueira, da Abitam. A mesma ponderação, adiciona Siqueira, se aplica à Copa do Mundo e às Olimpíadas. As competições deverão agitar os canteiros, mas por enquanto a construção de estádios e da infraestrutura necessária não teve impacto expressivo, devido aos atrasos. “Não houve, também aqui, uma alta notável na demanda, embora estejamos prontos para supri-la”, conclui ele. Neste cenário desafiador, as linhas de financiamento abertas pelo BNDES têm desempenhado papel decisivo nos negócios, dizem os empresários. O banco de fomento patrocina programas como o Finame-PSI (Programa de Sustentação do Inves“Voltamos aos níveis de comerciatimento) e o cartão BNDES, que preveem juros lização de 2008, com de 40% a 50% subsidiados, possibilitando aos clientes renovarem da demanda sendo proveniente das montadoras.” seus parques, sem burocracia e com rapidez no atendimento. “Mais de 50% dos nosso produtos Alexandre Fix, vice-presidente da Abimaq são comercializados com o apoio do banco”, calcula Andreas Meister.

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panorama do setor

Processo de

desindustrialização se agrava ... e está posto em xeque o próprio modelo de desenvolvimento do País

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sobrevalorização do real e os demais componentes do “custo Brasil” estão minando a olhos vistos a competitividade da indústria nacional, fazendo com que parcelas crescentes do mercado interno sejam arrebatadas pelos manufaturados estrangeiros, ao mesmo tempo em que as vendas externas patinam. O processo de desindustrialização em curso, Este panorama deve agravar-se enfatizam os empresários, com a estagnação econômica no está pondo em xeque o Primeiro Mundo, decorrente da nova crise próprio modelo de deglobal. senvolvimento do País, gerando grande incerteza com respeito ao futuro do setor. Embora os fabricantes locais há muito tempo venham denunciando o progressivo desmonte do parque produtivo, somente agora o alarme começa ganhar maior repercussão nos veículos de comunicação e em meio à opinião pública. Esta temática ganhou fôlego,

“O custo Brasil e o câmbio estão acabando com nossa indústria. A continuar assim, não conseguiremos concorrer como fornecedores nas obras da Copa do Mundo e nas Olimpíadas.”

Luiz Carlos Caggiano Santos, presidente da Abcem

segundo se avalia, em razão dos contornos particularmente dramáticos que o quadro vem adquirindo de algum tempo para cá. Como se sabe, os equipamentos e manufaturados oriundos de países ásiáticos, com destaque para a China, seguem ocupando espaços cada vez maiores, valendo-se de seus custos baixos e da taxa de câmbio que lhes é amplamente favorável. Este panorama deve agravar-se com a estagnação econômica no Primeiro Mundo, decorrente da nova crise global, e a perspectiva é de que os fabricantes daquelas regiões aumentem a desova de seus estoques em países emergentes como o Brasil. Andreas Meister, diretor-presidente da Ergomat, não tem dúvidas ao formular seu diagnóstico: o cenário colocado é, indubitavelmente, de desindustrialização generalizada da economia brasileira. Para ele, as áreas de bens de capital e, especificamente, de máquinas-ferramenta seguem os mesmos passos de outros ramos que soçobraram no passado recente, como o calçadista, o têxtil e o de brinquedos, só para citar alguns. Fazendo uma análise de caráter mais abrangente, ele pondera que o Brasil está se transformando em um mero exportador de matérias-primas, as chamadas “commodities” agrícolas e minerais, trazendo simultaneamente de fora complexos produtos prontos. “Cerca de 20% dos carros licenciados hoje vêm do Exterior, com destaque para os coreanos”, exemplifica ele.


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mercado empresarial

Endossando esta opinião, Alexandre Fix, vicepresidente da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos) e presidente da Câmara Setorial de Ferramentaria e Modelação, adverte que, se não forem tomadas providências, o Brasil abrirá mão de sua indústria e retornará à condição de país agrícola, eliminando desse modo milhões de empregos.

Incerteza maior hoje

Na época da hiperinflação e dos vários planos econômicos que se sucediam, recapitula Fix, “nós sabíamos que, se trabalhássemos corretamente, conseguiríamos ser bem-sucedidos apesar das adversidades. Hoje, ao contrário, mesmo nos esforçando, vivemos um clima de total incerteza e corremos o risco de ter que fechar nossas empresas diante da presença dos chineses”, compara ele. Brincando, mas nem tanto, o vice da Abimaq diz que atualmente “é mais vantajoso plantar batatas do que ter uma indústria”, comparando o desempenho de seu setor com o do agronegócio. Na base das dificuldades enfrentadas, nota Andreas Meister, destaca-se, acima de tudo, a sobrevalorização do câmbio. “Moeda forte é sinal de saúde, porém, neste caso, a evolução do processo está sendo difícil de suportar”, diz ele. Para ilustrar este ponto, ele recorda que, de janeiro de 2000 a janeiro de 2011, a taxa cambial não se alterou, mesmo com o registro de índices de inflação anuais entre 5% e 6% na média. Este vetor, argumenta ele, responde, em enorme medida, por grande parte dos custos elevados e perda de fôlego da indústria nacional. “Anos atrás, podíamos competir com os asiáticos. Agora não mais”, lamenta ele. O impacto se reflete nos números: se antes a Ergomat conseguia exportar entre 25% e 30% de sua produção, hoje este nível caiu para algo em torno de 7% a 8%. Dados recentes da Abimaq atestam a profundidade do problema: no período janeiro-julho deste ano, houve um incremento de 60% no déficit comercial no segmento de máquinas-ferramenta, frente a igual período do ano passado, gerando um rombo de US$ 940,603 milhões. As exportações avançaram 25,6% ao movimentarem US$ 94,352 milhões, mas as importações tiveram um salto de 56,5%, totalizando US$ 1,034 bilhão. “Não existe mais margem. Exportamos para não perdermos os clientes que já temos, pois depois seria difícil trazê-lo de volta”, argumenta Meister. Além do encolhimento das receitas, outra perda está na

maior dificuldade de evolução no front tecnológico. “Exportar é importante para podermos comparar nossos produtos com os de nossos concorrentes e avançarmos tecnicamente”, observa ele. Com a excessiva apreciação do real, houve destímulo à produção local de componentes, tornando-se mais em conta trazê-los de fora, salientam os entrevistados por

Mercado Empresarial. “Perdemos vários pedidos de fabricantes que decidiram importar as peças”, revela o executivo da Ergomat. Comentando este ponto, Alexandre Fix afirma que os empresas automotivas se tornaram “montadoras” na plena acep“Moeda forte é sinal de saúde, ção do termo, na medida em porém, neste caso, a evolução do que se limitam juntar as peças processo está sendo difícil de prontas que aqui desembarsuportar”, diz o diretor-presidente da cam, o que traz impactos Ergomat diretos também entre os fornecedores de máquinas e moldes.

Preços dos produtos chineses

Para comprovar a ausência de isonomia competitiva, o vice da Abimaq cita os seguintes números: enquanto o Brasil exporta moldes no valor médio de US$ 33 o quilo, os produtos chineses aterrissam aqui ao custo de U$ 13 o quilo. O empresário preconiza que seja obrigatório que as peças sejam feitas no País, estipulando-se um índice mínimo de nacionalização. Na seara das estruturas e coberturas metálicas, a conjuntura é igualmente preocupante. Luiz Carlos Caggiano Santos, presidente da Abcem (Associação Brasileira da Construção Metálica), menciona a agressividade com que empresas do Leste Europeu, de Portugal e da Ásia conquistaram contratos nas áreas de transporte naval e nas obras de erguimento de novos estádios. “O custo Brasil e o câmbio estão acabando com nossa indústria. A continuar assim, não conseguiremos concorrer como fornecedores nas obras da Copa do Mundo e nas Olimpíadas”, adverte ele. Caggiano sublinha que o segmento de construções metálicas modernizou suas linhas de produção, adquirindo

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equipamentos de última lizada produzida aqui, que responde por. 80% do geração do Exterior, até consumo mundial. aproveitando a desvaloEsmiuçando os entraves ao processo produtivo, rização do dólar. “Mas Andreas Meister deplora que o Brasil seja um país isso de pouco adianta se muito burocratizado e “extremamente caro” para nossos encargos fazem as atividades industriais. Além do câmbio, os juros com que os preços praticados sejam 40% maiores estão em níveis muito elevados. A taxa Selic caiu do que os preços de venda para 12% na última reunião do Copom, mas o custo do dinheiro segue muito alto, o que impõe um freio dos chineses”, argumenta. Para os produtores de tu- aos investimentos. bos de aço, também há motivos E os impostos também sangram o setor. Investipara inquietação. “Além da aprecia- mentos em produtividade, modernização e geração ção do real, existe muita capacidade de empregos não deveriam sofrer incidência de ociosa no mundo em decorrência da encargos, preconiza Meister. Nesse sentido, uma estagnação econômica, de sorte que os volumes reforma deveria ser urgentemente implantada junto exportados não estão sendo significativos”, assinala José Adolfo Siqueira, diretor-executivo da Abitam (Associação Brasileira de Indústria de Tubos com a simplificação da área fiscal. “Existem muitos tributos diferentes, quando poderia haver apenas e Acessórios de Metal). Em contrapartida, as importações estão impondo uma árdua disputa uma taxação do tipo IVA – Imposto sobre o Valor com os produtos locais, sobretudo as provenientes da Ásia e, especial- Agregado”, sugere ele. mente, da China. “Trata-se Além do mais, acrescenta o diretor-presidente “O País tem tecnologia para produzir de itens que não pagam da Ergomat, o custo da mão de obra dobrou no estes itens, mas os preços dos importa- impostos lá fora, enquanto período 2000-2011. Os aumentos reais concedidos dos são atraentes”, declara Thais Fagury, o custo Brasil é proibitivo”, nos últimos anos acabaram por diminuir significada Abeaço. queixa-se ele, adicionando tivamente as diferenças entre os níveis de salários que os fornecedores de matérias-primas também são prejudicados e acabam repassando os gra- no País e os vigentes nos EUA e na Europa. Até por isso, no entender dele, “tem havido elevação na vames para seus preços. Em 2010, foram exportadas 200 mil toneladas de tubos de aço, volu- procura por máquinas mais complexas, capazes de me pouco inferior às importações, que foram de 205 mil toneladas. No reduzir o contingente de empregados nas fábricas” primeiro semestre de 2011, foram transacionadas lá fora 124 mil tone- (ver mais detalhes a respeito no quadro “Inovação e qualidade são ladas, frente a compras de 103 mil. Ao que tudo indica, no prognóstico focos dos fabricantes”). da Abitam, o desempenho da balança comercial neste ano não vai diferir Meister ressalta que é contra a imposição de muito do que se apurou em 2010. barreiras comerciais em uma economia globalizada, No ramo de embalagens de aço, o ingresso da competição chinesa porém insiste que é indispensável traçar uma política se dá no nicho das latas promocionais, que industrial. “Há toda uma casão mais sofisticadas, com litografia especial Os impostos também sangram o deia produtiva que funciona e maior valor agregado. Dois grandes lotes setor. E o custo da mão de obra dobrou como uma locomotiva. Por delas foram importados neste ano, totalizando no período 2000-2011. trás das montadoras, há cerca de 1,5 milhão de unidades. “O País tem tecnologia para produzir estes itens, várias empresas de médio mas os preços dos importados são atraentes”, declara Thais Fa- e pequeno portes, algumas familiares”, ilustra ele, gury, gerente executiva da Abeaço (Associação Brasileira de para depois enfatizar: “Temos quase 200 milhões Embalagem de Aço). de habitantes e precisamos gerar empregos para os jovens na indústria. Não temos vocação para nos Matéria-prima de fora concentrarmos em serviços”. O mesmo ocorre com a própria matériaDada a difícil situação enfrentada pelo parque prima, o aço, que desembarca em considerável industrial, o Governo Federal lançou em agosto o quantidade. “Nossos preços deixaram de ser competitivos devido ao câmbio, plano “Brasil Maior”, prevendo incentivos fiscais sendo mais barato importar o e maior liberação do crédito com a finalidade de produto”, situa ela. As expor- melhorar o desempenho. No entanto, o empresatações de embalagens se dão riado, representado pela Abimaq, julga que o elenco na comercialização de de medidas anunciado será insuficiente para frear alimentos envasados, a perda de competitividade se nada mais decisivo com destaque para for feito em relação ao câmbio, aos juros e ao custo a carne industria- Brasil.


panorama do setor

mercado empresarial

Inovação e qualidade são

focos dos fabricantes Num mundo cada vez mais competitivo, investir constantemente em inovações e na padronização tornou-se uma necessidade inadiável

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oje, mais do que nunca, em face do acirramento da competição em um mundo globalizado, investir constantemente no desenvolvimento de inovações e na padronização tornou-se uma necessidade inadiável. Se a concorrência no comércio externo vem sendo travada de maneira extremamente desigual, a indústria de processamento e manufatura de bens metálicos tem procurado evoluir ao menos na expertise tecnológica e na gestão de qualidade. Assim, por exemplo, no terreno das máquinasferramenta, um fator que vem balizando os avanços é o custo da mão de obra no Brasil, nota Andreas Meister, diretor-presidente da Ergomat. Tem havido incremento na contratação de bens de capital mais complexos que permitem a redução do staff de empregados. “Ou seja, um mesmo equipamento processa a matéria-prima numa ponta e gera o componente final na outra, sem que seja preciso recorrer a máquinas intermediárias”, explica ele. Contudo, não se trata somente de reduzir as folhas de pagamento, mas também de aumentar a eficiência dos processos. “A integração das funcionalidades em uma só máquina possibilita maior precisão na confecção das peças. Quanto maior a automatização, menor a ocorrência de erros humanos, pois uma máquina pode repetir movimentos incessantemente e sem perder a qualidade”, descreve o executivo. Diante da constante renovação dos bens de consumo finais, os meios de produção destes bens também se vêem compelidos a enveredar por um processo de evolução contínua, com ciclos de vida mais curtos, assinala Meister. “Os equipamentos têm de ser mais flexíveis, contemplando os produtos atuais e os que serão lançados mais à frente”, frisa. Outro vetor de mudança é a adição cada vez maior de sistemas informatizados, acarretando a aposentadoria dos eletromecânicos.

Falando sobre o segmento de tubos de aço, José Adolfo Siqueira, diretorexecutivo da Abitam (Associação Brasileira de Indústria de Tubos e Acessórios de Metal), não tem dúvidas: “Os fabricantes nacionais utilizam as melhores tecnologias. Alta produtividade e precisão são características encontradas tanto nos tubos sem costura quanto nos com costura”. De resto, entre os players desta área, a adoção de programas de qualidade e de padrões também sinaliza o maior amadurecimento e profissionalização do mercado. “Hoje, não se fabricam peças fora das normas, pois os clientes exigem certificações que comprovem o atendimento das exigências técnicas”, resume Siqueira. As empresas, deste modo, devem documentar a obediência a requerimentos estipulados por entidades como o Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial), ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) e ISO (International Organization for Standardization), só para citar as mais conhecidas. De seu lado, Alexandre Fix, vice-presidente da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos) e presidente da Câmara Setorial de Ferramentaria e Modelação, observa que “várias empresas da área de moldes abraçaram políticas de qualidade do tipo ISO e detêm tecnologia para produzir a quase totalidade dos bens consumidos no País”. Por fim, no ramo de embalagens de aço, “os fabricantes têm mostrado criatividade e inovação, com alguns projetos servindo até de referência no mundo”, destaca Thais Fagury, gerente executiva da Abeaço (Associação Brasileira de Embalagem de Aço). Ela cita dois exemplos de pioneirismo: 1) o desenvolvimento de uma embalagem com impressão em 3D e texturizada, que já foi patenteada; 2) a criação, anos atrás, de uma embalagem para molho de tomate que sobressai pela praticidade e pelo design, hoje empregada para outros produtos.

“Os fabricantes têm mostrado criatividade e inovação, com alguns projetos servindo até de referência no mundo.” Thais Fagury, gerente executiva da Abeaço

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panorama do setor

PINGUE & PONGUE Entrevista com o diretor-executivo do Instituto Aço Brasil (ISBr),

Marco Polo de Mello Lopes

ME - Como foi o desempenho do setor representado pelo Instituto no ano passado? Como está sendo o desempenho em 2011? Marco Polo de Mello Lopes - O Brasil fechou 2010 com recorde de consumo aparente de produtos siderúrgicos, 26,1 milhões de toneladas. O recorde de consumo - reflexo da retomada da economia de modo geral e, em particular, a boa performance de grandes setores consumidores de aço, como a construção civil, automotivo, linha branca e bens de capital - não significou recorde de produção de aço no País, mesmo com sobra de capacidade. Foi reflexo do aumento das importações. Atualmente, a capacidade produtiva do setor é da ordem de 47,9 milhões de toneladas de aço bruto e os programas de investimentos definidos pelas empresas associadas (estimados em US$ 30,7 bilhões para o período 2011-2016) devem elevar essa capacidade para cerca de 56,7 milhões de toneladas em 2015. Portanto, a indústria brasileira de aço assegura uma oferta de produtos siderúrgicos capaz de atender plenamente o crescimento do mercado interno e ainda manter níveis de exportação. Novos investimentos para expansão da capacidade instalada da produção de aço bruto do setor estão diretamente vinculados ao crescimento efetivo do mercado interno, a correção das assimetrias competitivas e a prevalência de regras de mercado. A previsão para 2011 é que a produção de aço bruto seja de 36,3 milhões de toneladas, 10,5% a mais do que em 2010, mas abaixo do previsto inicialmente (39,4 milhões de toneladas). Essa revisão reflete principalmente a expectativa de menor crescimento do mercado interno devido ao desaquecimento da economia, à persistência de estoques elevados e à acirrada

competição das importações, particularmente em setores consumidores intensivo em aço. As exportações deverão alcançar 12,2 milhões de toneladas no valor de US$ 8,5 bilhões, com crescimento de 24,8% e 46,6% respectivamente, com relação ao ano de 2010. O aumento no volume das exportações deve-se principalmente ao incremento da capacidade de produção e oferta de placas de aço do setor. As importações devem fechar o ano em 3,4 milhões de toneladas no valor de US$ 4 bilhões, o que representará decréscimo de 42,4% e 27,3%, respectivamente. Apesar disso, as importações continuam sendo uma ameaça, na medida em que persistem as causas que induzem o aumento da entrada de aço no País: câmbio, guerra fiscal nos Estados e excedentes de aço no mercado internacional. ME - Como vocês estão avaliando o estágio atual do processo que vem sendo chamado de “desindustrialização” da economia brasileira? De que maneira ele está afetando o segmento de siderurgia? Quais as possíveis soluções? Marco Polo de Mello Lopes - A indústria metal mecânica vem perdendo participação na economia da América Latina, especialmente pela valorização cambial e crescente importação de produtos manufaturados, particularmente de origem chinesa, que tem levado à desindustrialização da região. O Brasil é um dos que mais tem sofrido com esse processo. Segundo o estudo “Desempenho da cadeia de valor metalmecânica latino americana”, coordenado pela Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (FUNCEX), a pedido do Instituto


mercado empresarial

Latino Americano de Ferro e Aço (ILAFA), incluindo Brasil, Colômbia, Argentina e México. As quedas na participação da indústria são mais acentuadas no Brasil e na Colômbia, países que registraram a maior valorização cambial nos últimos anos, período no qual se registrou o maior aumento dos índices de importação. A situação tem como reflexo também a queda da participação de produtos manufaturados na pauta de exportação e sua consequente primarização. Esse desbalanceamento é mais evidente quando se observa o comércio bilateral dos países latino americanos com a China. O déficit da balança comercial cresceu de US$ 17,4 bilhões, em 2005, para US$ 57,5 bilhões, em 2010. No caso do Brasil, a participação da indústria manufatureira no valor agregado caiu de 19,2%, em 2004, para 15,8% no ano passado. As importações acusaram crescimento sistemático em praticamente todos os setores da indústria metalmecânica. E a primarização da pauta de exportações fica evidenciada na comparação da participação dos manufaturados, que caiu de 55%, em 2005, para 39%, em 2010. Particularmente desbalanceado está o comércio com a China, apesar do nosso superávit comercial. As exportações brasileiras para este país são basicamente de produtos primários, enquanto os manufaturados da cadeia metalmecânica representam mais de 60% do que importamos da China para o Brasil. Dentre as causas estão, além do câmbio, as assimetrias tributárias que favorecem importações, com destaque aos incentivos estaduais e regimes especiais, a carga tributária nos investimentos e nas exportações, além dos elevados encargos trabalhistas e altos custos da energia. A indústria brasileira necessita de amplo e urgente conjunto de medidas que possa eliminar ou reduzir as desvantagens competitivas decorrentes dessa situação, que compromete sua competitividade internacional, bem como o reforço dos mecanismos de defesa comercial e de incentivo ao maior conteúdo nacional dos bens. O Instituto Aço Brasil entende que são necessárias medidas urgentes para reverter o quadro de desindustrialização.

panorama do setor

ME - Em sua opinião, a nova política industrial, contida no plano “Brasil Maior”, anunciado pelo governo em agosto, terá impacto expressivo na indústria brasileira e, em particular, no ramo siderúrgico? Quais os pontos favoráveis? Quais as insuficiências? O que falta fazer? Marco Polo de Mello Lopes - O Plano Brasil Maior apresenta medidas positivas, mas são medidas tímidas, de curto prazo de vigência, estando longe de atender as necessidades da indústria para reverter o processo de desindustrialização. Os principais pleitos do setor hoje junto ao Governo são a redução seletiva de impostos, medidas de estímulo às exportações e aumento do conteúdo de aço nacional nos bens fabricados no país, visando compensar as perdas do setor devido à valorização do real. O objetivo a ser perseguido é o do crescimento econômico em bases sustentáveis, o que exige adequado nível de investimentos, que, por sua vez, tem como pressuposto o aumento da poupança interna e do mercado doméstico, bem como a indispensável melhoria da eficiência da gestão pública. A indústria do aço enfrenta um excesso de oferta no mercado internacional de 532 milhões de toneladas, dos quais somente a China responde por excedente de 200 milhões, o que corresponde a mais de 6 vezes a produção de aço no Brasil em 2010. Não há como aumentar a capacidade de produção brasileira de aço sem que haja aumento do seu consumo. Estamos há mais de 26 anos na faixa de consumo de 100 kg aço per capita/ano. O aumento do consumo de aço, estreitamente relacionado ao crescimento do PIB, depende de medidas do governo para eliminar os gargalos que prejudicam a competitividade não só do setor, mas de sua cadeia produtiva e da indústria em geral. ME - Que impactos a nova crise econômica internacional em curso está trazendo ou poderá trazer para o seu setor? Marco Polo de Mello Lopes - A crise econômica internacional evidenciou os problemas da competitividade brasileira. A mudança de precificação do minério de ferro de anual para trimestral mexeu com o mercado. Os distribuidores importaram, achando que o aço aumentaria. No ano passado, a penetração das importações de aço foi de 20,6%, quando a média histórica sempre variou entre 4% e 6%. Nosso consumo de aço aumentou, mas muito impactado pelo produto vindo de fora. Além disso, a indústria sofreu com a guerra fiscal nos estados, que favoreceu a entrada de produto estrangeiro e não a indústria local. Isso tudo com um mercado internacional ainda super ofertado e com preços deprimidos em consequência da crise econômica no final de 2008. Não podemos esquecer também que o Brasil é um dos países com maior carga tributária do mundo. Não somos contra a importação. Defendemos a lealdade competitiva. ME

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opinião

A overdose dos juros altos *José Velloso Dias Cardoso

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ão bastasse o Brasil já possuir a maior taxa de juros real do mundo (uma recente matéria publicada no jornal O Estado de São Paulo mostra que o Brasil lidera o ranking, com taxa de juros real quatro vezes maior que o segundo colocado, o Chile), no último dia 20.07 o Banco Central decidiu elevar a taxa de juros em 0,25%, mais uma vez com o argumento de que é preciso conter o risco de aumento da inflação. Mas será mesmo que o único instrumento capaz de segurar a inflação é a elevação da taxa SELIC? Será que não está faltando criatividade, ou até mesmo coragem, por parte do governo no sentido de adotar medidas que, ao mesmo tempo, possam conter a pressão inflacionária sem prejudicar o desenvolvimento do setor produtivo? Para nós a resposta é sim, está faltando criatividade, coragem ou vontade política! A taxa de juros nas alturas aumenta ainda mais a entrada de dólares no país, uma boa parte capital especulativo que faz com que o real se valorize ainda mais em relação ao dólar, inibindo o investimento produtivo e causando um impacto extremamente negativo para o setor industrial, que perde competitividade nos mercados interno e externo, com queda vertiginosa das exportações e invasão do mer-

cado interno por produtos importados vindos de toda a parte do mundo (principalmente da Ásia) e o resultado é a destruição acelerada do tecido industrial brasileiro, o chamado processo de desindustrialização. Para se ter uma idéia o déficit acumulado na balança comercial da indústria de transformação, de 2004 a 2011, já é superior a US$ 100 bilhões. Mas quais medidas, que não o ineficaz e já manjado aumento da taxa SELIC , poderiam ser capazes de contribuir para conter a inflação sem, por outro lado, prejudicar os investimentos e a competitividade do setor produtivo brasileiro? Em nosso ponto de vista elas existem e são


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totalmente factíveis: diminuir os prazos de financiamentos para o consumo em geral e restringir o acesso ao crédito; taxar fortemente a entrada de capital especulativo e impor prazo longo para a permanência deste capital no país; cortar gastos públicos e combater as ineficiências da máquina administrativa e, se necessário, taxar as exportações de commodities. É preciso implementar, com urgência, medidas que possam reverter o atual estágio de “derretimento” da indústria de transformação e, com certeza, a elevação da taxa SELIC e o atual câmbio não contribuem para isso. O atual modelo nos empurra para uma reprimarização da economia, basta ver o desempenho da balança comercial brasileira que só é superavitária graças ao elevado preço das commodities. Não somos contra a exportação de commodities, mas somente isso não será suficiente para gerar o desenvolvimento sustentado e a quantidade de empregos que o Brasil necessita. Dá para fazer as duas coisas, é possível exportar

opinião

e, também, industrializar commodities, agregar valor, desenvolver tecnologia, promover inovação e, principalmente, gerar empregos que pagam bons salários e, portanto, maior renda à população. Como ocorre em qualquer país que busca o desenvolvimento, é preciso exportar bens de valor agregado, é preciso ter uma indústria forte. Estamos convictos de que o atual modelo adotado pelo Brasil não se sustenta a médio e longo prazo, pois estamos nos desindustrializando precocemente, sem ainda ter gerado riquezas e renda suficiente para um país que almeja ser, de fato, uma nação rica e desenvolvida. Por outro lado, acreditamos que ainda é possível reverter esse quadro, com a implementação de medidas que possam dar competitividade à indústria nacional de transformação, que eliminem as assimetrias existentes em relação aos concorrentes estrangeiros (juros altos, câmbio valorizado, Custo Brasil, carga tributária, Ineficiência na infraestrutura, etc...). Mas é preciso censo de urgência por parte do governo, ou a overdose de juros altos e câmbio valorizado pode resultar na extinção, em curto prazo, de uma indústria de transformação que produz bens de alto valor agregado e que paga bons salários. As alternativas existem, basta um pouco de criatividade e vontade política! ME *José Velloso Dias Cardoso é Vice-presidente da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos)

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evento

CORTE & CONFORMAÇÃO DE METAIS 2011 Ponto de encontro para mostrar, debater e disseminar o que há de mais atual na área

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eunindo especialistas, usuários e fornecedores de tubos, solda, tratamento de superfície, máquinas, ferramentas, acessórios, softwares, entre outras tecnologias, a Corte & Conformação de Metais 2011, único grande evento da área de processamento de chapas e tubos metálicos, acontece em São Paulo (SP) de 18 a 21 de outubro, nos Pavilhões Verde e Branco do Expo Center Norte. Nesta sua 6ª. edição, o evento traz como destaque a realização simultânea da primeira feira exclusivamente voltada para a área de soldagem no país, a Brazil Welding Show, resultado da parceria entre a Aranda Eventos e a Messe Essen, tradicional empresa alemã organizadora de eventos. A Brazil Welding Show vai mostrar

Organizada pela Aranda Eventos, a feira reunirá profissionais de ferramentarias, prestadores de serviços de estampagem, fornecedores e distribuidores de chapas metálicas, fabricantes de estruturas metálicas, portas, telhas, etc.; indústrias de autopeças, automobilística (montadoras), eletrodomésticos, eletrotécnica, eletrônica, telecomunicações, informática, naval, moveleira, aviação, agrícola e ferroviária; e caldeirarias.

as últimas novidades em soldagem a laser, por fricção, a ponto, Tig, MIG/MAG e de pinos, além de soldobrasagem, união por pressão e adesivagem. Paralelamente às feiras, será realizado um congresso técnico com apoio da Sociedade Alemã de Soldagem (Deutscher Verband für Schweissen und verwandte Verfahren e. V., DVS), instituição parceira da Messe Essen na realização da feira alemã Schweissen & Schneiden – a maior do mundo na área de soldagem. O congresso, que reunirá os profissionais mais qualificados para discutir, analisar e disseminar o que há de mais atual na área, oferecerá uma programação abrangente com apresentação de trabalhos técnicos, estudos de casos, painéis de debates, análise de novas tecnologias e soluções. Os temas abordados são: novas tecnologias, estampabilidade de chapas metálicas, simulação dos processos de conformação, CAD/CAM no processamento de chapas, estampagem, sistemas de carga e descarga de máquinas, troca rápida de matrizes, corte a laser e por jato d’água, conformação de materiais pré-pintados, processamento de tubos, união de chapas (soldagem, adesivo, rebitagem), tratamento superficial (galvanoplastia e pintura). ME


mercado empresarial

A 6ª. edição traz como novidade a realização da primeira feira exclusivamente voltada para a área de soldagem no país, a Brazil Welding Show

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Único grande evento da área de processamentos de chapas e tubos metálicos

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economia

Pesquisa mostra

aumento do custo de vida

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stá mais caro viver na capital paulista nos últimos 12 meses. O Índice de Custo de Vida da Classe Média (ICVM) subiu 6,23% no período e acumula alta de 3,64% neste ano. No mês de julho, o ICVM apresentou elevação de 0,28%. O indicador é elaborado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio) em parceria com a Ordem dos Economistas do Brasil (OEB) e abrange o intervalo de renda entre 5 e 15 salários mínimos paulista (R$ 600,00).

em São Paulo

Todos os grupos pesquisados pela Fecomercio tiveram altas acima de 6,5%, exceto habitação (4,18%). O principal responsável pela elevação do indicador no intervalo de 12 meses foi o grupo Alimentação com alta de 9,15% e registrou, em julho, variação de 0,25% ante junho. Apenas em 2011, as refeições fora do domicílio subiram 7,62% e de acordo com os proprietários desses estabelecimentos, alguns dos motivos para o acúmulo foram o aumento do salário dos funcionários, das matérias-primas e do aluguel do imóvel. A disparidade do preço dos combustíveis também ajudou a categoria de despesa Transportes a ter expressiva participação no resultado do ICVM. No intervalo de 12 meses, o grupo demonstrou elevação de 7,07% devido à disparidade do preço dos combustíveis. Os paulistanos também pagaram mais com Educação (6,92%), Saúde (7,42% nos Planos de Saúde e 13,77% nos preços das consultas médicas) e Despesas Pessoais (6,54%).

Inadimplência

Segundo estudo da Fecomercio, o principal responsável pela elevação do indicador, no intervalo de 12 meses, foi o grupo Alimentação, com alta de 9,15%

A Serasa também divulgou, em 17/8 último, o Indicador Serasa Experian de Perspectiva da Inadimplência do Consumidor e das Empresas. No caso do consumidor, a perspectiva de inadimplência cresceu 0,3% em junho de 2011, a menor variação dos últimos 11 meses, atingindo o patamar de 102,1. Segundo economistas da entidade, a diminuição do ritmo da inflação, a rodada de renegociações salariais de importantes categorias profissionais neste segundo semestre, o patamar baixo, em termos históricos, do desemprego e o crescimento mais moderado do endividamento dos consumidores contribuirão para diminuir a intensidade e a duração da tendência de aumento da inadimplência dos consumidores. ME


economia

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Previsão de investimentos estrangeiros

para 2011 sobe para US$ 70 bi

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diretor de política monetária do Banco Central, Aldo Luiz Mendes, antecipou em 14/9 último a revisão da projeção de Investimento Estrangeiro Direto (IED) para o Brasil em 2011. Durante audiência da Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados, o diretor afirmou que a estimativa de ingresso desses recursos neste ano está em US$ 70 bilhões, ante previsão anterior de US$ 55 bilhões. O diretor citou a projeção durante a audiência sem dar qualquer outro detalhe. De janeiro a julho, o Brasil recebeu US$ 38,448 bilhões em IED. Mendes afirmou também que o Brasil está “blindado” contra qualquer choque externo, e destacou que essa segurança se deve principalmente ao nível elevado de reservas internacionais que o País possui. Segundo ele, além

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do volume das reservas, a autoridade monetária também preza pela qualidade desses ativos, sobretudo pela sua liquidez. “Não adianta ter reservas elevadas, se não houver liquidez e segurança nesses ativos”, acrescentou. Em resposta aos parlamentares, o diretor explicou porquê o Banco Central não utiliza os recursos das reservas para financiar o setor produtivo no País. “As empresas que tomassem esses recursos não poderiam antecipar pagamentos em momentos de necessidade. Preciso lançar mão desses recursos imediatamente em caso de agravamento da crise”, completou. Mendes disse também que o real deve se tornar uma reserva de valor no médio prazo, com maior grau de conversibilidade no mercado internacional. “O fortalecimento do País leva ao fortalecimento de suas instituições, entre elas a moeda”, afirmou. Fonte: Estadão ME

Projeção anterior era de US$ 55 bi

Remessas de empresas estrangeiras à Europa preocupam Brasil

s remessas das empresas estrangeiras estabelecidas no Brasil para suas matrizes na Europa, que somaram US$ 34,19 bilhões nos últimos 12 meses, preocupam o Banco Central e podem pôr em risco futuros investimentos, informou em 14/9 último o jornal Valor Econômico. Segundo a publicação, essa “fuga de capitais” ainda não supera a entrada de dólares atraídos pelos altos juros do país, mas pode ter efeitos “indesejáveis” em termos de investimentos, especialmente em áreas estratégicas como as telecomunicações. Devido à atual turbulência, esse setor foi considerado pelo governo como um dos mais “sensíveis”, visto que é dominado por capitais da Espanha, Itália e Portugal, países que sofrem com especial rigor os efeitos da crise financeira global, indica o Valor. O jornal acrescenta que um dos temores do Executivo é que o aumento das remessas das

empresas estrangeiras ponha em risco os recursos necessários para desenvolver o Plano Nacional de Banda Larga, que prevê investimentos de US$ 70 bilhões entre 2012 e 2016. Por meio do plano, o governo almeja aprofundar seus programas de inclusão digital e expandir os serviços de banda larga para todos os municípios do país. De acordo com fontes do governo consultadas pelo “Valor”, também há temores de que o aumento das remessas, até agora mais intenso nas telecomunicações, chegue também a outras empresas de serviços e inclusive ao setor produtivo. Nesse sentido, o jornal aponta que a recente decisão do Banco Central de reduzir a taxa básica de juros de 12,5% para 12% foi influenciada por essa situação. Segundo disseram as fontes da publicação, a redução dos juros foi adotada de maneira preventiva e com o fim de se antecipar a um possível agravamento da crise econômica mundial. Com informações do Valor e revista Exame

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Um dos temores do governo é que o aumento das remessas ponha em risco os recursos necessários para desenvolver o Plano Nacional de Banda Larga


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economia mercado

Cresce benefício fiscal para importar máquinas sem similar no país

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concessão de ex-tarifários - benefícios fiscais para a importação de máquinas - se acelerou em 2011. De janeiro a julho deste ano foram 1.270 novas concessões do benefício. No mesmo período do ano passado, a Câmara de Comércio Exterior (Camex) concedeu apenas 763 novos extarifários. O benefício reduz a 2% o Imposto de Importação no desembarque de bens de capital sem similar nacional. A alíquota média do imposto sobre máquinas é de 14%. José Augusto de Castro, presidente em exercício da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), diz que o uso do benefício foi estimulado pelo preço relativamente baixo das máquinas importadas, juntamente com um câmbio que beneficia as importações. O ex-tarifário significa redução considerável de custo, porque o ganho com o benefício não se restringe ao pagamento de alíquota De janeiro a julho deste menor do Imposto de Importação. ano foram 1.270 novas Como o tributo serve de base para cálconcessões do benefício culo de outras cobranças, como PIS e Cofins, a economia total é de 14,95% so-

bre o valor do bem importado, diz o tributarista Rogerio Zarattini Chebabi, sócio do escritório Braga e Moreno Consultores e Advogados. Para a concessão do ex-tarifário, entidades de classe que reúnem fabricantes de bens de capital são consultados para verificar a existência ou não de similar nacional. A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) é uma dessas entidades. Segundo João Alfredo Saraiva, diretor-executivo de tecnologia da Abimaq, as solicitações totais à entidade para verificar a aplicação de benefícios fiscais chegou ao pico de 600 pedidos mensais em 2011. A média do ano passado era de 350 ao mês. Os extarifários, segundo Saraiva, representam cerca de 75% dos benefícios pedidos à Abimaq. Para Saraiva, o câmbio favorável às importações e a oferta de bens de capital a preços mais baixos em vários mercados produtores estimularam as empresas a importar máquinas. O aumento da concessão de novos ex-tarifários acontece, segundo ele, porque há entre os importados uma parcela significativa de bens de capital por encomenda. “Pelo menos metade


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das máquinas que tiveram concessão de extarifário não é seriada. São itens adquiridos por encomenda.” Nesses casos, de bens por encomenda, diz ele, é mais difícil comprovar a existência de similares. “Muitas vezes ainda não existe um bem similar no Brasil, mas há fabricantes capazes de produzir a máquina. O problema é que a oferta de máquinas baratas no exterior tem feito as empresas encomendar os bens lá fora, em vez de procurar as indústrias nacionais”, argumenta Saraiva. “O governo exige a produção anterior de um similar nacional para negar o benefício do ex-tarifário.” A secretária de Desenvolvimento da Produção, Heloísa Regina Guimarães Menezes, diz que as estatísticas do Ministério do Desenvolvimento já indicam a elevação na concessão de ex-tarifários. Para ela, o aumento do benefício reflete em parte a elevação das importações brasileiras. Segundo Heloísa, a questão das máquinas por encomenda também já foi analisada pelo governo. Ela lembra que, segundo a legislação, o ex-tarifário só pode ser negado no caso de “existência de produção de similar nacional”. Portanto, a mera “capacidade ou potencial de produção” não é suficiente para deixar de aplicar a redução no imposto de importação. “Nós entendemos esse dilema, mas seguimos a legislação”, diz a secretária. Segundo ela, o governo tem estudado a elaboração de uma política para facilitar o acesso ao financiamento e tornar a indústria nacional capaz de atender mais rapidamente a demanda por bens de capital. Heloísa explica que o ex-tarifário existe como estímulo à importação de bens de capital sem similar no mercado interno, para garantir a renovação e modernização do parque industrial. Ela lembra que, no dia 10/8 último, a Camex publicou nova resolução que impede a aplicação do benefício fiscal às máquinas usadas, sejam produzidas em série ou por encomenda. A medida foi uma tentativa de proteger a produção nacional e aumentar o conteúdo local nos investimentos em bens de capital. Os importadores, porém, devem reagir. Menos de uma semana após a publicação da medida, Chebabi já recebia consultas para questionar a nova restrição. Para ele é possível contestar judicialmente a vedação. “Essa mudança está baseada em normas internacionais. Ela não poderia ter sido feita por uma resolução da Camex.” Fonte: Valor Econômico ME

Maiores economias mundiais em desaceleração

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umentam os indícios de uma persistente desaceleração das maiores economias mundiais, e está cada vez mais claro que os EUA compartilharão esse destino, segundo os indicadores antecedentes compostos da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) – informa o jornal Valor. O instituto Indicadores de análise e pesquisa sediado em Paris informou, em da OCDE 12/9 último, que o indicador antecedente do nível de sinalizam atividade econômica de seus 34 países-membros caiu para 101,6 pontos em julho, em relação aos 102,1 freada global pontos de junho, o que sugere que o crescimento da economia tende a continuar lento. Essa foi a quarta queda mensal consecutiva do indicador, o que revela que a desaceleração do crescimento observada no segundo trimestre deverá persistir. Entre as economias desenvolvidas, a OCDE disse que seus indicadores antecedentes apontam “com mais força” para a persistência da retração da economia em Canadá, França, Alemanha, Itália e Reino Unido. Entre as economias em desenvolvimento, os indicadores apontam para desacelerações - ou para um período de crescimento inferior às respectivas tendências de longo prazo - em Brasil, China e Índia. Os indicadores antecedentes dos Estados Unidos e da Rússia “apontam atualmente com mais clareza” para a persistência do desaquecimento. As previsões sugerem um crescimento da economia americana bem menor do que o anteriormente previsto pela OCDE - 1,1% no terceiro trimestre e 0,4% no quarto, em comparação com as previsões de 2,9% e 3% no final de maio. Quanto ao Japão, depois de o indicador antecedente ter permanecido inalterado por três meses consecutivos, é possível, segundo a OCDE, que o país também esteja se encaminhando para uma retração da economia. Os economistas da OCDE prevêem uma contração das economias da Alemanha, locomotiva da zona do euro, e da Itália, com situação fiscal problemática. O PIB alemão deverá cair 1,4% no quarto trimestre em termos anualizados, levando o PIB médio ponderado das três maiores economias na zona do euro a cair 0,4%, segundo estimativas econômicas preliminares da OCDE. ME

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economia

De 2004 a 2009,

desigualdade entre brasileiros caiu e renda subiu

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e 2004 a 2009, a desigualdade na distribuição de renda entre os brasileiros, medida pelo coeficiente de Gini, diminuiu 5,6% e a renda média real subiu 28%, aponta estudo divulgado em 15/9 último pelo Instituto de Pesquisas Econômicas e Aplicadas (IPEA). De acordo com o comunicado “Mudanças Recentes na Pobreza Brasileira”, a evolução na distribuição de renda foi, em grande parte, motivada pelo crescimento econômico e a geração de empregos. “Também contribuíram as mudanças demográficas e o lento aumento da escolaridade da população adulta. Mas a grande O estudo foi feito pelo IPEA novidade foi a transformação da política social em protagonista dos processos de mudança, por meio dos aumentos reais do salário mínimo, e da expansão das transferências focalizadas de renda”, diz. Nesse intervalo de tempo, a parcela da população brasileira vivendo em famílias com renda mensal igual ou maior do que um salário mínimo per capita subiu de 29% para 42%, passando de 51,3 a 77,9 milhões de pessoas, aponta o comunicado. “Mas, em 2009, a despeito do ganho de bem-estar do período, ainda havia 107 milhões de brasileiros vivendo com menos do que R$ 465 per capita mensais”, ressalta o relatório. Usando os valores para os benefícios do Programa Bolsa Família (PBF) quando criado, essas pessoas foram divididas no estudo em três estratos de renda: os

extremamente pobres, que, em 2009, tinham renda até R$ 67 mensais; os pobres, com renda entre R$ 67 e R$ 134; e os vulneráveis, com renda entre R$ 134 e R$ 465. O estudo aponta que a renda do núcleo remanescente de extremamente pobres passou a ser quase integralmente composta pela renda do trabalho remunerado a menos de um salário mínimo e pelas transferências do Programa Bolsa Família. Essas, de 2004 a 2009, passam de 15% a 39% da média do estrato. “As principais mudanças no perfil da pobreza brasileira no período 2004-2009 foram direta ou indiretamente relacionadas à elevação do bem-estar na dimensão representada pela renda domiciliar per capita, pois, em outras dimensões, a evolução não teve a mesma intensidade”, conclui o comunicado. “A política social teve papel central nessas mudanças, por meio dos aumentos reais do salário mínimo e da expansão da cobertura e do valor das transferências focalizadas de renda.” Fonte: G1 ME


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Investimentos na Hidrovia Tietê-Paraná e no Rodoanel

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presidente Dilma Rousseff e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), assinaram, em 13/9 último, um protocolo de intenções para investimentos em obras na Hidrovia Tietê-Paraná – o que representa a liberação de mais de R$ 1,5 bilhão para a implantação de programa para realização de melhorias na hidrovia, segundo informações do governo do Estado. O sistema hidroviário Tietê-Paraná possui 2,4 mil km de vias navegáveis de Piracicaba e

Conchas (SP) até Goiás e Minas Gerais (ao norte) e Mato Grosso do Sul, Paraná e Paraguai (ao sul). No trecho paulista, a hidrovia possui 800 km de vias navegáveis, dez eclusas, dez barragens, 23 pontes, 19 estaleiros e 30 terminais intermodais de cargas. Na mesma data, segundo a agência Reuters, Dilma e Alckmin assinaram um termo de compromisso que permitirá a liberação de R$ 1,72 bilhão para a construção do trecho norte do Rodoanel Mario Covas. ME

Serão liberados R$ 1,5 bilhão para a hidrovia e R$ 1,72 bilhão para o rodoanel




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CSN compra cinco empresas européias

e mais uma fatia da Usiminas

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pós ter comprado, em maio último, cinco empresas no setor de cimento e siderurgia do grupo espanhol Alfonso Gallardo (AG), localizadas na Espanha e Alemanha, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) anunciou, em julho, que aumentara sua participação no capital da Usiminas. A compra das cinco empresas européias (Cementos Balboa, Corrugados Azpeitia, Corrugados Lasao, Stahlwerk Thüringen (SWT) e Gallardo Sections) foi realizada através da subsidiária espanhola CSN Steel. Pela totalidade do capital das cinco empresas, a CSN pagou 543 milhões de euros, além de assumir dívidas e outros ajustes de cerca de 403 milhões de euros. O negócio terá de ser submetido à aprovação dos órgãos regulatórios e de concorrência A Cementos Balboa produz cimento e clínquer, além de minas de calcário e ardósia, e está localizada na região da Extremadura (Espanha). Azpeitia e Lasao são produtoras de aços longos no País Basco, sendo a Azpeitia especializada em vergalhões e a Lasao em telas eletro-soldadas de aço. A SWT por sua vez, está situada em Unterwellenborn (Alemanha) e é especializada em perfis enquanto a Gallardo Sections, é distribuidora do Grupo AG. A CSN e o Grupo AG já haviam firmado um acordo de exclusividade em 2010 para as negociações da Balboa, Azpeitia e Lasao.

O objetivo da CSN com as 5 aquisições é o fortalecimento da empresa em cimento e aços longos, reforçando as reservas minerais e os ativos. Ademais, poderá atender a demanda de novos investimentos em infraestrutura e estará estrategicamente posicionada: mais próxima aos centros consumidores como a China, Índia, Japão e Oriente Médio.

Mais uma fatia da Usiminas

A CSN aumentou sua participação no capital da Usiminas e agora detém 15,15% das ações preferenciais (sem direito a voto) e 11,29% das ações ordinárias (com direito a voto) de sua maior concorrente no mercado brasileiro. A Companhia comunicou que “continua avaliando alternativas estratégicas com relação a seu investimento na Usiminas”. Na primeira vez em que anunciou aquisições de ações da Usiminas, a nota enviada pela CSN destacou que não existia, naquele momento, intenção de adquirir mais de 10% do capital da concorrente, o que já foi modificado, pois a


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Companhia já ultrapassou esse percentual tanto nas ações preferenciais quanto nas ordinárias. Uma fusão entre os dois gigantes da siderurgia seria um processo longo, que incluiria, além de duras negociações, posicionamentos do governo, já que as capacidades de produção das duas empresas, somadas, chegariam a 15,1 milhões de toneladas de aço por ano, sem considerar processos de expansão, como a unidade de aços longos que está sendo construída em Volta Redonda. Esse volume corresponde a quase a metade da produção total do Brasil em 2010, que foi de pouco mais de 32 milhões de toneladas, segundo o Instituto Aço Brasil. Tal concentração em uma única empresa poderia ser objeto de salvaguardas por parte do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) já que haveria, em tese, uma grande capacidade dessa empresa para controlar oferta e preços de aço no mercado brasileiro. As duas empresas juntas teriam, apenas no Brasil, cerca de 20% da capacidade que a maior siderúrgica do mundo, a Arcelor Mittal , detém no mundo inteiro (73,2 milhões de toneladas anuais). Segundo o Diário do Vale, as notícias de investimento da CSN na Usiminas reavivam um rumor que correu em 2005, segundo o qual a CSN pretenderia comprar a Usiminas. A revista “IstoÉ Dinheiro” publicou em março daquele ano uma reportagem que afirma que o empresário Benjamin Steinbruch fez, através do Banco Pactual, fortes investidas para tentar adquirir uma posição acionária importante no bloco de controle da sua rival no mercado de aços planos. Por meio do banco, o empresário chegou a fazer ofertas para vários dos grupos que detêm ações ordinárias na Usiminas. Entre os princi-

pais acionistas do bloco de controle da siderúrgica mineira estão Nippon Steel, Votorantim, Camargo Corrêa, Bradesco e o Clube dos Empregados da Usiminas. Os planos, porém, não se concretizaram naquele momento, segundo a revista, porque “esbarraram nos interesses de antigos desafetos do mundo dos negócios, a família Ermírio de Moraes, dona do grupo Votorantim. Os desentendimentos entre Steinbruch e Antonio Ermírio de Moraes começaram durante o processo de privatização da Companhia Vale do Rio Doce, no início de 1997, em que os dois entraram em uma disputa agressiva pelo controle da mineradora”, segundo a revista. Também em 2005, o jornal “Valor Econômico” mencionou a possibilidade da fusão, mas em sentido inverso, com a Usiminas adquirindo a CSN. O então presidente da siderúrgica mineira, Rinaldo Soares, pretenderia criar um gigante brasileiro do aço. Motivo: o cenário apontava - como agora - um forte crescimento na demanda interna. O detalhe é que, naquela época, não havia o volume de importação de aço existente atualmente. Em 2010, segundo o Instituto Aço Brasil, foram importadas 5,9 milhões de toneladas de produtos siderúrgicos, 154,2% acima do volume importado no ano anterior. O gigante CSN-Usiminas (ou Usiminas-CSN) poderia enfrentar essa avalanche de aço importado melhor do que as duas empresas isoladamente. Entre os analistas do mercado de capitais, as interpretações do movimento da CSN se alternam entre os que veem na compra de ações um objetivo de criar um fato capaz de levar a uma aliança estratégica, ou mesmo a uma fusão e os que acreditam que a siderúrgica de Benjamin Steinbruch está apenas comprando os papéis para revendê-los com lucro mais tarde. Com informações do Valor, IstoÉDinheiro e Diário do Vale

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No ano passado, os investimentos da empresa totalizaram R$ 3,6 bilhões


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Rio Tinto e Anglo American

Grupo Açotubo

vendem participação em mina de cobre sul-africana

inaugura nova filial em Caxias do Sul

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Rio Grande do Sul é um importante mercado de produtos siderúrgicos, em função da presença dos setores automobilístico, de construção civil e de máquinas agrícolas na região. Com as estratégias de negócios alinhadas ao crescimento deste polo industrial, a Açotubo inaugura sua nova filial em Caxias do Sul (RS). A empresa, que já contava com um escritório na cidade, agora expande suas operações como filial e estrutura um grande depósito com volume de estoque compatível com o padrão de atendimento da companhia. “Esta nova base têm máquinas de corte, equipe de vendas especializada, sendo que 90% Empresa dos profissionais contratados são pretende dobrar as da região”, afirma José A. Ribamar vendas em todo o RS Bassi, diretor comercial do Grupo Açotubo. Além disso, também apresenta toda gama de produtos e serviços, como eixos para moenda de cana usinados e tratados, barras de aços laminados, trefilados e forjados, perfis estruturais, tubos de aços carbono, de termogeração e ligados, calandrados e mecânicos, na linha de aço inoxidável tubos, chapas, blank, bobinas e fitas. “Com a nova filial Caxias do Sul e com a filial de Porto Alegre, vamos atuar fortemente em todo o estado do Rio Grande do Sul, um dos maiores polos metal-mecânico do país”, ressalta Ribamar Bassi. O executivo ainda acrescenta: “vamos praticar a personalização no atendimento, fidelizar e conquistar novos clientes e projetos nesta nova fase da Açotubo”. A companhia também anunciou recentemente a fusão com as empresas Incotep e Artex Aços Inoxidáveis, já pertencentes ao Grupo. A partir de agora, para fins de marca comercial, as operações serão organizadas da seguinte forma: Divisão Tubos e Aços; Divisão Trefilados e Peças; Divisão Aços Inoxidáveis, e Incotep Sistemas de Ancoragem. Todas essas movimentações devem contribuir para o alcance da projeção de faturamento de R$ 900 milhões em 2011, e na perspectiva de ultrapassar a marca de R$ 1 bilhão em 2012. ME

Divulgação/Rio Tinto

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A mina de Palabora, uma das maiores a céu aberto do mundo, está sofrendo uma gradual extinção de seus recursos

s companhias Rio Tinto e Anglo American anunciaram em 5/9 último, em Londres, a venda de suas participações na imensa mina de cobre sul-africana de Palabora, uma das maiores a céu aberto do mundo, devido a uma gradual extinção de seus recursos. O gigante da mineração anglo-australiano Rio Tinto disse em um comunicado ter iniciado o processo de venda dos 57,7% que possui na companhia de Palabora por um montante não revelado. O grupo anglo-sul-africano Anglo American, proprietário de 16,8%, também informou estar vendendo sua parte. A mina continua sendo explorada em sua parte subterrânea, que deve ter reservas até pelo menos 2016. A exploração da mina a céu aberto durante 40 anos criou um dos maiores buracos artificiais do mundo, de 2.000 metros de diâmetro e 760 metros de profundidade, que requer uma vigilância permanente devido a risco de desabamento. Fonte: Exame ME


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Usiminas Mecânica anuncia fábrica de painéis em Suape

Fábrica automatizada atenderá a demanda do setor naval brasileiro

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Usiminas Mecânica investe R$ 138 milhões em fábrica de painéis no Porto de Suape, em Pernambuco. A nova planta atenderá à crescente demanda do mercado naval, impulsionado pelas obras do pré-sal. A previsão é que a unidade entre em funcionamento no final de 2012. Com capacidade de produção de 65 mil toneladas/ano, a fábrica terá uma linha de produção totalmente automatizada para produzir painéis enrijecidos com até 18 metros de comprimento. Trata-se de um produto de alto valor agregado, pois integra a qualidade em serviços e tecnologia da Usiminas Mecânica. Com a produção de painéis de grande porte, o empreendimento permite que a Usiminas Mecânica amplie seu mix de produtos para a indústria naval, além de se apresentar como opção de entrada no negócio de montagem de blocos para grandes embarcações. A logística também é uma vantagem para os clientes, tendo em vista as barreiras para importação desses componentes. Hoje, a legislação brasileira exige que as embarcações

licitadas sejam compostas por 65% de conteúdo local. “A Usiminas Mecânica está ampliando sua participação no mercado naval, oferecendo ao mercado um produto de alta qualidade e com vantagens logísticas”, afirma Guilherme Muylaert, diretor executivo da Usiminas Mecânica. Os estaleiros, principais consumidores de painéis de navios, vêm demonstrando grande interesse no recebimento dos componentes já prontos. A nova planta da Usiminas Mecânica tende a contribuir para que essas empresas possam ampliar sua capacidade de produção e, com isso, se concentrem cada vez mais em seu core business, que é a montagem das embarcações. Em função da crescente demanda interna por navios e plataformas, ocorre hoje um aquecimento do mercado de componentes dos cascos de embarcações, especialmente blanks, painéis, subconjuntos e blocos. Além disso, as políticas governamentais de fomento para a indústria da construção naval contribuem para um cenário promissor para atuação da Usiminas Mecânica junto aos segmentos offshore e naval. A empresa amplia a sua gama de clientes e aprimora, ainda mais, a qualidade de seu produto para atender ao setor naval brasileiro. Fonte: Fator Brasil ME

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Trumpf do Brasil cria divisão de soldagem

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Trumpf Brasil criou uma nova divisão de negócios, dentro da linha de equipamentos a laser. O segmento de soldagem terá uma gerência específica, seguindo um modelo já adotado pela matriz alemã e outras filais no mundo. De acordo com o diretor da Trumpf no Brasil, João Carlos Visetti, a divisão é uma consequência do crescimento da empresa. “Temos que dividir para poder ter foco nas necessidades específicas de cada cliente, como da indústria automobilística e sua cadeia”, afirmou. A divisão estará focada na engenharia de aplicação e responsável por ressonadores, máquinas para marcação e gravação em plástico, deposição de materiais e a integração de máquinas a Dentro da linha de laser do robô. equipamentos a laser Para 2011, os investimentos da Trumpf estão voltados para o treinamento e contratação de pessoal. No Brasil, a empresa está focada na instalação, assistência técnica e pós-venda. Fonte: CIMM ME

Tuzzi investe cerca de

R$2 milhões em novos maquinários

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nvestimentos da ordem de dois milhões de reais foram aplicados na renovação de equipamentos com o intuito de expandir a produção das quatro unidades da Tuzzi, sobretudo, na fábrica de forjados. O novo forno de indução, a prensa vertical com capacidade de 450 toneladas e o novo centro de usinagem para confecção de matrizes integram o processo de As 4 unidades da melhoria contínua da empresa, com sede em empresa vão São Joaquim da Barra-SP. Os equipamentos produzir mais permitem o aumento da capacidade produtiva, melhorias na qualidade do produto final e garantem suporte para a empresa atender novos mercados como o de Construção Civil e Ferroviário. A Tuzzi já atua no Brasil há 26 anos com produtos para os segmentos agrícola e automotivo. ME


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Melhora no consumo de aço

aumenta a receita líquida da Gerdau para R$ 9 bilhões

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desempenho financeiro da Gerdau, no segundo trimestre deste ano, foi influenciado pela maior demanda mundial por aço - que resultou na expansão das vendas físicas e da receita líquida - e pela elevação dos custos com matérias-primas. As vendas físicas consolidadas chegaram a 4,9 milhões de toneladas, uma evolução de 12%, ampliando a receita líquida total da companhia para R$ 9 bilhões, 9% a mais em relação ao segundo trimestre de 2010. A produção consolidada de aço, por sua vez, alcançou 5,1 milhões de toneladas, um acréscimo de 9% sobre o mesmo período do ano anterior. O aumento dos custos das matérias-primas, especialmente do minério de ferro, do carvão mineral e da sucata ferrosa, impactou na geração de caixa operacional (Ebitda), a qual foi de R$ 1,3 bilhão contra R$ 1,7 bilhão no segundo trimestre de 2010, uma redução de 24%. Entretanto, na comparação com o primeiro trimestre de 2011, o EBITDA apresentou 19% de crescimento. O lucro líquido alcançou R$ 503 milhões, 41% a menos do que no mesmo período de 2010. Já na comparação com os três

primeiros meses do ano, o lucro líquido teve uma evolução de 23%. “O resultado da Gerdau foi impactado pelo câmbio desfavorável no Brasil e pelos altos custos de matérias-primas. Seguimos com a estratégia de alcançar a autossuficiência em minério de ferro, bem como ampliar o abastecimento de carvão mineral a partir de nossas operações na Colômbia, as quais possuem uma capacidade para atender cerca de 25% das atuais necessidades da Gerdau no Brasil, e expandir a rede de fornecedores cativos de sucata”, afirma o diretorpresidente da Gerdau, André B. Gerdau Johannpeter. “Por outro lado, continuamos trabalhando no projeto de monetização de parte de nossos recursos minerais e vamos ampliar a linha de produtos com maior valor agregado, com destaque para o início da produção de aços planos no Brasil em 2012. Além disso, continuamos a manter uma boa estrutura de capital da empresa, reforçada pela operação de aumento de capital de R$ 3,6 bilhões concluída no segundo trimestre. A partir destas iniciativas, buscaremos atingir a máxima eficiência de nossas operações, com melhoria nas margens operacionais, e crescimento sustentável de longo prazo”, complementa o diretor-presidente da Gerdau. Fonte: Fator Brasil ME

A produção consolidada de aço alcançou 5,1 milhões de toneladas

ArcelorMittal anuncia lucro

de US$ 1 bilhão no primeiro trimestre

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mineradora ArcelorMittal registrou lucro líquido de US$ 1,069 bilhão durante o primeiro trimestre de 2011, de acordo com balanço divulgado em maio último. O valor é 232% maior em comparação ao registrado no mesmo período em 2010. No trimestre anterior, a ArcelorMittal registrou prejuízo de US$ 780 milhões. O Ebitda (lucros antes de juros, impostos,

depreciação e amortização) foi de US$ 2,582 bilhões, enquanto que no primeiro quarto de 2010 foi de US$ 1,701 bilhões. Também apresenta aumento na comparação com os três meses anteriores, US$ 1,853 bilhão. Segundo o documento, o ebitda por tonelada produzida foi de US$ 118 milhões. As vendas da companhia atingiram US$ 22,184 bilhões, 27% superior ao registrado no primeiro trimestre de 2010, e 7% maior quanto ao último. Fonte: Último Instante ME

Valor é 232% maior em comparação ao registrado no mesmo período em 2010


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desenvolvimento

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Brasil exporta

568 mil empregos

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crise global provocou profundas mudan- exportações. No primeiro semestre deste ano, ças na balança comercial da indústria. a participação caiu para 38%. Desde o início da turbulência, a queda nas Para Júlio Sérgio Gomes de Almeida, conexportações e o aumento nas importações sultor do Instituto de Estudos para o Desende manufaturados custou 568 mil empregos indus- volvimento Industrial (Iedi), o Brasil se tornou triais no País, conforme estudo da Federação das alvo para empresas ao redor do mundo, que Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). desenvolveram canais de venda desde o início da A Fiesp estimou os empregos crise e agora colhem os frutos. diretos e indiretos gerados pelas “O marco da entrada de imporSó para a China, foram exportações e perdidos via importados no Brasil é 2011.” 236 mil no primeiro tações. O cálculo aponta que, em O saldo de empregos no semestre 2008, o comércio internacional comércio exterior piorou em rendia à indústria 388 mil emprerelação a quase todos os pargos. De janeiro a junho de 2011, o resultado foi ceiros comerciais, com exceção de Mercosul negativo em 180 mil vagas. O número acima é a e África. A China foi a responsável pela maior soma dos dois valores. perda de vagas. No primeiro semestre, o Brasil “São as duas faces da mesma moeda, que é a exportou 236 mil empregos industriais para o perda de competitividade. O real forte prejudica gigante asiático. capacidade exportadora da indústria e eleva a conCom a crise global, exportadores europeus corrência no mercado local”, diz Paulo Francini, e americanos também elevaram suas vendas diretor do departamento econômico da Fiesp. Em para o Brasil. O País exportou 64 mil vagas para 2008, os manufaturados respondiam por 48% das os EUA e 35 mil vagas para a UE de janeiro a


desenvolvimento mercado empresarial

junho deste ano. O comércio com o Mercosul, no entanto, gerou um saldo positivo de 62 mil empregos. Setores - O levantamento da Fiesp aponta que o setor têxtil e o de confecção é o mais prejudicado pelo comércio exterior. No primeiro semestre, a queda das exportações e o aumento das importações custou 186 mil vagas. É o dinamismo do mercado local que mantém a geração de empregos no setor, embora em ritmo bem mais lento que no ano passado. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as tecelagens e confecções geraram 5 mil novos empregos no primeiro semestre, contra 17 mil no mesmo período de 2010. Em maio e junho, no entanto, o saldo foi negativo em 600 vagas. “Deveríamos já ter começado as contratações de fim de ano, mas não foi possível”, disse Aguinaldo Diniz, presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit). “O mercado interno desacelerou um pouco, acompanhando a redução do crédito, mas outro problema é a concorrência dos importados.” No setor calçadista, foram perdidas 1,5 mil vagas entre maio e julho - comparado à geração de 9,5 mil vagas no mesmo período em 2010. Os empresários reclamam do descompasso entre o desempenho do varejo e a produção da indústria local. A produção de calçados caiu 10,7% em junho em relação a junho de 2010, enquanto as vendas no varejo subiram 12%. “O mercado interno segue forte, mas as exportações caíram e as importações cresceram muito”, disse Milton Cardoso, presidente da Associação Brasileira da Indústria Calçadista (Abicalçados). No setor de máquinas, o nível de emprego é parecido com o de 2008. Carlos Pastoriza, diretor-secretário da Associação Brasileir da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), diz que estão sendo perdidas vagas nas empresas terceirizadas que fabricam peças. Segundo Rafael Bacciotti, analista da Tendência Consultoria, a geração de empregos pela indústria está acompanhando a sua capacidade de produção, que “vem andando de lado há um bom tempo”. Ele afirma que os brasileiros continuaram consumindo neste início de ano, mas a indústria perdeu espaço para as importações. Fonte: Estadão ME

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Governo prevê

nova meta de empregos entre 2,7mi e 3 mi de vagas

Em agosto, foram geradas 190,4 mil vagas, volume 36,4% menor do que há um ano

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perda de fôlego na criação de empregos formais no Brasil já fez o governo rever a meta de criação de vagas para 2011. O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, afirmou em 14/9 último que a nova meta de geração de empregos formais deverá ficar entre 2,7 milhões e 3 milhões de postos. Até então, o governo trabalhava com a meta de 3 milhões de novos empregos no período. “Vamos ter um cálculo mais preciso a partir do mês que vem”, afirmou. Em agosto, o saldo líquido de empregos criados com carteira assinada somou 190.446, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Em agosto de 2010, o dado equivalente sem revisão apontou um total de 299.415 novas vagas, já descontadas as demissões do período - melhor mês de agosto da série histórica do Caged, que teve início em 1992. Com isso, houve uma diminuição de 36,4% do saldo líquido em relação a agosto do ano passado. As estimativas do mercado para o indicador eram de um saldo de 170 mil vagas a 219 mil vagas criadas, conforme analistas consultados pelo AE Projeções. A mediana das previsões era de saldo líquido de 200 mil novos empregos com carteira assinada em agosto. No ano, as contratações superaram as demissões em 1.825.382 postos. No mesmo período do ano passado, o saldo de geração de vagas formais foi de 2.195.370 - queda de 16,85%. Na primeira semana de setembro último, porém, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, já admitia que dificilmente essa meta será atingida este ano. Fontes: Agência Estado e Reuters ME

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Cooperativas femininas

terão apoio na organização econômica

Programa prepara pequenas fornecedoras da cadeia siderúrgica

O Iniciativa do Sebrae e da siderúrgica Gerdau tem meta de atender 360 empresas de oito estados

Sebrae e a siderúrgica Gerdau trabalharão juntos num programa nacional de capacitação de micro e pequenas empresas fornecedoras da cadeira produtiva do setor da siderurgia em oito estados: Ceará, Pernambuco, Bahia, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, São Paulo e Paraná. A meta é atender a 360 empresas com capacitações nas áreas de gestão, inovação e implementação de indicadores de medição de resultados. O Sebrae e a Gerdau já têm um convênio de cooperação técnica com este objetivo assinado em junho de 2011. Em 12/9 último, seus diretores se reuniram na sede da Gerdau, em São Paulo, para um comunicado conjunto das ações. A iniciativa toma por base parceria de sucesso já desenvolvida desde 2006 com mais de 80 empresas do Rio Grande do Sul. Balanço dos resultados dessa ação mostra que mais de 50% das empresas envolvidas utilizam controles gerenciais. Também aponta aumento em 15% do faturamento desses negócios e em 90% a eficiência do prazo de entrega de produtos e serviços, a redução do índice de refugo em mais de 5%, além da elevação de número de clientes. A ação, que será desenvolvida nos oito estados, tem entre as metas, a ampliação em 5% do volume de vendas brutas das empresas envolvidas até dezembro de 2012 e mais 5% até dezembro de 2013. Também é meta aumentar em 5% a quantidade de postos de trabalho nessas empresas até o final de 2012 e outros 5% até dezembro de 2013. “Esta parceria é muito importante para as pequenas empresas, principalmente porque possibilita que elas fiquem preparadas para fornecer para a Gerdau e, também, para o mercado”, afirma a gerente de atendimento coletivo na área de indústria do Sebrae, Kelly Sanches. Conforme ela avalia, um grande diferencial desse trabalho é o acompanhamento das empresas integrantes do projeto por meio de indicadores. “A Gerdau escolhe um indicador, o Sebrae outro e a empresa outro, e monitoramos a evolução desta empresa para alcançar e manter o padrão de excelência de fornecimento”, explica. ME

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produção coletiva de 6,4 mil grupos de mulheres terão apoio para ampliar a gestão compartilhada e a definição de estratégias coletivas de produção e comércio até 2015. A Política Setorial de Mulheres do Ministério do Desenvolvimento Agrário também garantirá recursos para infraestrutura de ao menos 680 organizações, beneficiando 10,2 mil trabalhadoras rurais até 2015. Essas ações fazem parte do Programa Nacional de Desenvolvimento Sustentável de Territórios Rurais (Pronat). Já o Programa de Organização Produtiva de Mulheres Rurais (POPMR), a partir deste ano, destinará apoio financeiro ao fortalecimento de redes de grupos produtivos de mulheres, tendo como eixos principais a promoção comercial, a gestão e comunicação. O objetivo é atender cerca de 3,2 mil organizações articuladas em redes até 2015. Criado em 2008, o POPMR fortalece a autonomia econômica de mulheres e as organizações produtivas. Em 2010, foram identificados mais de 9,4 mil grupos produtivos com predominância feminina. Nos Territórios da Cidadania, mais de 15 mil mulheres foram capacitadas sobre as políticas públicas e mais de 296 grupos foram apoiados para participar em feiras, com investimento superior a R$ 2 milhões. De 2008 a 2010, foram destinados cerca de R$ 17,5 milhões, beneficiando mais de 65 mil mulheres.

Comitês de mulheres

Desde 2009, o MDA apoia ações de articulação das mulheres nos Territórios da Cidadania, para fomentar a participação nos espaços de decisão, gestão e monitoramento da política de desenvolvimento territorial. Atualmente, são 77 comitês de mulheres em Territórios da Cidadania. A busca para alcançar a paridade entre mulheres e homens em todas as instâncias colegiadas se dará com a obrigatoriedade de 30% de mulheres dos 280 colegiados territoriais. Para isso, os colegiados ofertarão recreação infantil durante as reuniões. Também buscará garantir o equilíbrio de gênero nas composições das equipes articuladoras territoriais e estaduais. ME


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Atitude! T

er qualidade de vida não é apenas cuidar da saúde ou da alimentação. Não é apenas praticar um esporte ou realizar tarefas prazerosas. Não é fugir do stress ou mudar-se da cidade para o campo. Qualidade de vida engloba a saúde, o bem-estar e a realização pessoal, mas também está ligada à forma como o indivíduo se vê, como enxerga o mundo, como pensa e reage às situações, como se posiciona em seus relacionamentos. Qualidade de vida é atitude positiva diante da vida.


Compreendendo o mundo

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busca pela qualidade de vida é o grande tema da atualidade. O homem vem se conscientizando da necessidade de alimentar-se bem, exercitar-se com frequência, fugir da rotina do stress, prevenir-se contra doenças, como também tem voltado suas atenções para o equilíbrio e à harmonia tanto interior quanto em relação ao mundo à sua volta. Frequentar uma academia e manter bons níveis de colesterol e triglicérides não basta. Há outros fatores indispensáveis para se alcançar uma boa qualidade de vida. Mas a base de tudo é a ótica pela qual um indivíduo vê o mundo. A partir dessa ótica, explica-se como o indivíduo vê a si próprio, como é sua autoestima, como compreende as outras pessoas e os fatos da vida e como reage às situações. Isso pode ser resumido numa palavra: atitude. Qual é a sua atitude diante da vida? Diante de seus próprios problemas? Diante de um determinado acontecimento? Diante de alguém? Qualidade de vida é encarar a vida de forma positiva, mantendo vínculos positivos com as outras pessoas, saber compreender as suas razões – pois não haverá qualidade de vida para um se não houver para o outro.

É possível encontrar a tão falada qualidade de vida, mesmo nesse mundo regido pelo stress e pela competição extremada. Esse encontro tem que começar na sua própria mente, nos seus conceitos de vida, na forma como você vê o mundo e reage às situações, nas suas atitudes.


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POSTURA MENTAL

Vo l .

Segundo a psicóloga e escritora Sandra Regina da Luz Inácio, diretora da Sociedade de Psicanálise Transcendental, postura mental é o nosso posicionamento em termos de pensamentos conscientes, conclusões, julgamentos, opiniões, ideias, preconceitos, princípios, valores, enfim, o que passa pela nossa cabeça quando tomamos decisões, mesmo que sejam simples. Este posi- Mude a sua postura mental e você mudará sua vida cionamento afetará a nossa atitude. Ou seja, a forma como pensamos determina como agimos e reagimos ao que ocorre em nossas vidas. Se nossa atitude, que é o reflexo de uma postura mental, não estiver alinhada com a realidade de nossa vida, os passos necessários para uma existência bem sucedida, em qualquer área da vida, não podem ser sustentados, ou nós acabaremos numa jornada sem fim para curar nossas dores emocionais. Três elementos A postura mental é constituída por três elementos: o conhecimento que você tem de você mesmo, o valor que você dá a si mesmo e os conceitos ou paradigmas que você tem com relação à vida e ao mundo à sua volta. A auto-estima é o resultado do auto-conhecimento e dos paradigmas que foram criados ao longo de sua vida através de suas experiências. Segundo a psicóloga, ninguém vê a vida como ela realmente é. O problema é que todos nós acreditamos que o que vemos é a realidade, quando na verdade estamos enxergando uma representação, um mapa construído pelas lentes que usamos para olhar o mundo e nossas experiências. Destes mapas nascem nossos paradigmas. Quanto mais deformadas as nossas lentes, mais distantes da realidade estarão os nossos mapas, resultando em constantes frustrações e decepções, já que o mundo não reage às nossas ações e estímulos da forma como esperamos. O que nós esperamos está diretamente relacionado à forma como interpretamos a realidade. Se a interpretamos de forma demasiadamente errônea, vamos nos decepcionar constantemente com os resultados obtidos, já que muitas coisas não acontecerão da forma como desejamos ou esperamos.

O que é atitude? Atitude é um estado mental que cria presteza para o comportamento positivo ou negativo em relação a indivíduos, situações ou coisas. Podem ser classificadas em operacionais, sociais e emocionais. (Littlejohn, Stephen W., “Fundamentos Teóricos da Comunicação Humana”, Zahar Editores, 1978)

Mas como se muda uma postura mental? Muitas crenças equivocadas estão infiltradas em nossa cultura e são encaradas como verdade absoluta ou como “o jeito que as coisas são ou funcionam”. Para mudar a postura mental é necessário em primeiro lugar perceber e admitir que o que pensamos que sabemos não é necessariamente verdade ou a melhor forma de ver o mundo ou a vida. Abertura é o primeiro passo. Informação é o segundo. Alguns paradigmas são alterados devido a experiências de vida que nos forçam a ver o mundo de outra forma, mas não podemos ficar parados esperando até que a vida nos mostre uma melhor forma de enxergá-la. O modo proativo de mudar paradigmas é ir atrás de informação. Não temos como saber se nossa forma de ver o mundo está equivocada se não nos deparamos com outras interpretações ou pontos de vista ou se os afastamos com preconceitos e rejeição. Auto-estima Paradigmas equivocados são encontrados em todas as áreas da vida, mas os mais sérios são aqueles que dizem respeito a nós mesmos e afetam nossa auto-estima. Nossos paradigmas sobre nós mesmos são formados através de nossas experiências e também do feedback que o mundo exterior nos fornece sobre “o que os outros acham de nós”. Isto não é uma questão de “se importar” ou não com o que os outros pensam, já que as percepções externas sobre a nossa pessoa começaram a formar nosso caráter e personalidade já na primeira infância.


O que nos tornamos acaba sendo um reflexo do que “dá certo” em termos de proteção do ego e obtenção dos nossos desejos e necessidades. Ao crescermos e nos tornarmos conscientes de nossa própria realidade, cabe a nossa própria iniciativa mudar o que não foi construído adequadamente em nossa fase de crescimento.

AUTO-CONHECIMENTO E EQUILÍBRIO

Nos fascículos anteriores, tratamos da habitação e alimentação saudáveis, dos benefícios da atividade física feita corretamente, e das alternativas para o controle do stress. Neste, passaremos informações sobre algumas das práticas que as pessoas têm buscado para o auto-conhecimento e o alcance de maior equilíbrio interior, seja na área da Psicologia ou outras alternativas.

Terapia cognitivo-comportamental Dentro do campo da Psicologia Clínica existem muitas teorias utilizadas pelos psicólogos como ferramentas para entender o funcionamento do comportamento humano, como a psicanálise, gestalt-terapia, terapia reichiana, existencial-humanista, etc. A Psicoterapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é uma dessas abordagens psicológicas, é contemporânea e vem mostrando grande eficácia no tratamento de diversos transtorTudo depende de nos psicológicos. como interpretamos O modelo teórico cognitivo-comporos fatos tamental propõe a hipótese de que nossas emoções e comportamentos são influenciados pela maneira de como percebemos e interpretamos os eventos. Ou seja, os problemas são resultantes de significados maladaptativos que construímos em relação a nós mesmos, ao contexto ambiental (experiência) e ao futuro (objetivos) que, juntos, formam a tríade cognitiva. Na ansiedade, por exemplo, a visão de si é vista como inadequada (devido a recursos deficientes), o contexto é considerado perigoso e o futuro parece incerto. Já na depressão, todos os três componentes são interpretados negativamente. Para a TCC, a cognição é a chave para os transtornos psicológicos, pois é a função que envolve deduções (pensamentos) sobre a experiência singular do indivíduo e sobre a ocorrência e o controle de sua percepção dos eventos. Através de registros de pensamentos, usados na terapia cognitivo-comportamental, as crenças não verdadeiras e os pensamentos distorcidos podem ser modificados pelo acesso a pensamentos alternativos e compensatórios, desenvolvendo-se novas crenças, facilitando a mudança dos estados de humor e do comportamento. Trata-se de uma forma de terapia objetiva, que procura tratar os sintomas de maneira direta e eficaz, com ênfase no presente. Isto não quer dizer que não sejam tratados aspectos emocionais passados, mas sim que, inicialmente, o foco da terapia é aquilo que mais aflige o paciente, como pensamentos, sentimentos e, consequentemente, comportamentos que estejam ocorrendo no dia-a-dia da pessoa.

“O

homem pode suportar as desgraças, elas são

acidentais e vêm de fora: o que realmente dói, na vida, é sofrer pelas próprias culpas.”

(Oscar Wilde)

Análise bioenergética Outra abordagem terapêutica é a Análise Bioenergética, criada a partir do trabalho de Wilhelm Reich. Reich foi um psicanalista, aluno de Freud, que na década de 30 desenvolveu os princípios da terapia corporal. Ele começou a trabalhar diretamente com o corpo, com uma técnica que visava especificamente aprofundar e liberar a respiração, a fim de melhorar e intensificar a experiência emocional. Mais tarde, Alexander Lowen e John Pierrakos, alunos de Reich, ampliaram esse método transformando-o no que se conhece hoje como Análise Bioenergética. Juntos começaram a explorar possibilidades diferentes de trabalhos envolvendo o corpo no processo terapêutico. Buscando liberar as tensões, criaram as posturas em pé para promover vibrações, e desta descoberta nasceu o conceito de grounding (alguém está grounded quando está com “os pés no chão”, em contato com a realidade, inserida em seu contexto). Depois de algumas experiências, perceberam que era possível utilizar em conjunto o grounding, a respiração e as vibrações involuntárias, associadas ao som e aos toques sobre a musculatura tensa, para promover a ligação energética e emocional entre sentimentos do coração, sentimentos Palavras e ideias sexuais e a consciência. Partiam dos mopodem enganar. Mas vimentos voluntários para despertar os o corpo revela a nossa involuntários e assim desencadear os sentimentos inconscientes enraizados verdade na memória corporal. A abordagem tem como ponto de partida o trabalho corporal, buscando a


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integração entre corpo, mente e espírito. O indivíduo é visto como uma unidade psicossomática. O que afeta a mente afeta o corpo, e o que afeta o corpo afeta a mente. As defesas psicológicas usadas para lidar com a dor e o estresse, tais como racionalizações, negação e supressões também estão ancoradas no corpo. E aparecem como padrões musculares que inibem a expressão. Esses padrões tornam-se inconscientes e passam a fazer parte da própria identidade da pessoa, impedindo que ela consiga se modificar, mesmo que entenda a natureza do problema. Por isso, a Análise Bioenergética baseia-se na leitura corporal: o terapeuta ouve a história que a pessoa conhece e consegue contar e também deduz a história que ainda não conhece, a partir daquilo que o corpo mostra. Ao invés de se propor vencer resistências, a Análise Bioenergética busca dissolver couraças. Procura ajudar a pessoa a se mover para dentro dos espaços internos onde os bloqueios podem ser dissolvidos, porque se tornaram desnecessários. Dissolver couraças implica novos aprendizados, formas mais funcionais de viver o próprio self e estar no mundo.

Psicologia positiva Criada há 12 anos nos Estados Unidos e disseminada em seguida na Europa, a Psicologia Positiva chegou ao Brasil e outros países da América Latina há cerca de quatro anos. Destacar habilidades, virtudes e fortalezas das pessoas, ao invés de seus fracassos e dificuldades, é tido como um de seus diferenciais. Seu criador, o norte-americano Martin Seligman, ressalta a necessidade de as pessoas começarem a agir dessa maneira com

as próprias qualidades. Sugere, por exemplo, que, antes de dormir, pensem no que conseguiram atingir, em lugar de focar no que deixaram de fazer ou nas tarefas do dia seguinte. “Um dos aspectos mais Destacar virtudes e saudáveis para qualquer indivíduo é habilidade, ao invés de reconhecer pequenas vitórias do diafracassos a-dia, em vez de ficar só se cobrando”, explica Daniela Levy, psicóloga à frente da Associação de Psicologia Positiva da América Latina (APPAL). Embora não tenha sido criada especificamente para o ambiente corporativo, a psicologia Positiva e sua meta de manter a saúde dos relacionamentos vêm sendo adotadas por departamentos de recursos humanos das empresas. Por meio da Psicologia Positiva, é possível avaliar o nível de prontidão de cada um para mudanças. “Existe o que chamamos de zona de conforto em que normalmente as pessoas ficam. Para melhorar atitudes, o ideal é estimulá-las a sair dela, usando técnicas diferentes para avaliar fatores de risco à saúde física e emocional e criar instrumentos de bem-estar”, explica Daniela. Essa avaliação é feita preferencialmente de forma individual. Em empresas, não existe a obrigatoriedade de aderir à ação, que deve ser voluntária. De acordo com a psicóloga, essa avaliação é feita como se fosse uma “fotografia do funcionário”, e pode ser em papel ou online. Sessões em grupo podem ser alternativa para tornar o trabalho mais lúdico e incentivar a interação. Nelas, usam-se mé

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todos como dinâmicas, meditação para a mudança da linha de pensamentos, cartas de gratitude – escritas e trocadas pelos participantes – e até música. “Está comprovado que melodias e imagens positivas produzem conexões no cérebro que fazem a pessoa sentir mais prazer e estar aberta a produzir mudanças”, ressalta. Psicologia transpessoal É um ramo da psicologia que busca a compreensão dos múltiplos estados da consciência e propõe a superação dos conflitos por meio de uma “cosmovisão integradora”. Surgiu como evolução da psicologia humanista dos anos 60 e subverteu conceitos e práticas terapêuticas que marcaram a primeira metade do século 20. Em vez do determinismo das ações humanas e da ênfase na consciência normal em estado de vigília, implícitos nos princípios da psicanálise de Freud e na abordagem fisiológica do behaviorismo, a psicologia transpessoal realça os aspectos do chamado inconsciente coletivo e desafia o limite da ciência. Foi Jung, ex-discípulo de Freud, quem primeiro descreveu esse nível da mente e os fenômenos que lhe são associados. Tempos depois, um grupo de psicólogos americanos e europeus, liderado por Abraham Maslow e Stanislaf Grof, ampliou os conceitos junguianos e estruturou um novo tipo de psicoterapia. Dissolvendo a Entende-se por transpessoal, tomado aparente fronteira como adjetivo, aquilo que subsiste, que entre o “eu” e o mundo é quando desaparece o fenômeno ou a exterior aparência da pessoa. Ou seja, transpessoal é o que fica por trás das máscaras da pessoa, dos seus condicionamentos, além da cultura.

Os métodos da psicologia transpessoal abrangem experiências de expansão temporal e espacial da consciência, inclusive regressões a “vidas passadas”, como forma de conduzir o indivíduo a estados psíquicos superiores, que o ajudem a superar os condicionamentos do ego e a viver plenamente. Segundo Pierre Weil, Doutor em Psicologia pela Universidade de Paris e Reitor da Universidade Holística Internacional de Brasília, pode-se dizer, genericamente, que se trata do estudo de consciência em que se dissolve a aparente fronteira entre o “eu” e o mundo exterior, em que desaparece o que chamamos de pessoa e surge uma vivência que está além. Esse estado de consciência, segundo a cultura ou fase da história da humanidade, tem sido designado de diferentes maneiras, como experiência mística, nirvana, iluminação, experiência transcendental, êxtase, realização suprema, entre outras. Por sua visão holística, a psicologia transpessoal é o ponto de encontro da ciência, da arte, da filosofia e da mística. Neste último caso, ela aglutina as religiões, evidenciando a origem única, apesar das divergências teológicas, ocidentais ou orientais. De acordo com Weil, a psicologia transpessoal consiste numa pesquisa experimental e experiencial da natureza da realidade vivida como um “ir além da dualidade espaço interior/espaço exterior”, além dos limites do pensamento conceitual inerente à pessoa humana. Estuda e evidencia o caráter relativo da vivência da realidade, em função dos diferentes estados de consciência, no qual tenta identificar a natureza essencial a partir da vivência do estado de consciência cósmica ou transpessoal. Dissolve as fronteiras projetadas no espaço pelo espírito limitado do ser humano.


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“O nosso cérebro é o melhor brinquedo jamais criado: contém todo um conjunto de segredos, inclusive o da felicidade.” (Charles Chaplin)

Na vida prática cotidiana, diz Weil, mostra ao homem os caminhos e métodos que permitem o acesso ao transpessoal dentro do “pessoal”, por meio da descoberta do “mestre interior”. Segundo o psicólogo, a psicologia transpessoal é possuidora de um enorme potencial terapêutico, pois permite transformar as formas destrutivas de energia, como o ódio, a possessividade, o orgulho competitivo, o crime e a inveja, em harmonia e paz para cada ser humano e para toda a humanidade.

PENSAMENTO POSITIVO

A noção de que ter pensamento positivo pode ser bom para sua saúde não é nova, mas é realmente verdade? Um artigo publicado Poderoso antídoto na Current Directions in Psychological contra o estresse, Science, sugere que os bons pensamentos a dor e as doenças podem ser um poderoso antídoto para o estresse, a dor e as doenças. De acordo com os pesquisadores, existem vários caminhos através dos quais uma atitude positiva pode proteger contra problemas de saúde mais tarde na vida. Por exemplo, as pessoas mais felizes podem ter uma postura mais pró-ativa com relação ao envelhecimento, e por isso se exercitam regularmente. Segundo a pesquisa, essas pessoas também podem evitar comportamentos menos saudáveis, como fumar. Os benefícios destas opções de vida saudáveis são decisivos quando você se torna idoso e seu corpo se torna mais suscetível à doenças. Cientistas têm constantemente afirmado: o pensamento positivo também pode combater o estresse, que é fator de risco para o desencadeamento de outras doenças. Estudos constataram que

pessoas com fortes emoções positivas têm níveis mais baixos de substâncias químicas associadas ao estresse. Além disso, adotando uma atitude positiva, a pessoa pode até ser capaz de desfazer alguns dos danos físicos causados pelo estresse. Os pesquisadores concluíram que, apesar da perda notável das funções físicas em todo o corpo, a capacidade emocional de uma pessoa parecia ficar consistente com a idade. A força do pensamento como analgésico A intensidade da sua dor depende da forma como você pensa sobre ela. “Se você tem uma expectativa negativa, certamente as chances de que a dor seja mais intensa são maiores. É o caso de quem vai ao dentista tremendo de medo do motorzinho: até o barulho causa dor”, afirma o neurologista Ricardo Teixeira, diretor do Instituto do Cérebro de Brasília/ICB. Quando você mentaliza que a dor não é assim tão forte, seu organismo sente-se estimulado a conduzir os impulsos por circuitos cerebrais que rendam resposta positiva, aliviando a dor. “Não dá para dizer que nenhuma dor será sentida, mas ela será mais sutil”, afirma o neurologista. Você precisa encontrar algo que dê prazer ao seu organismo. Não adianta experimentar a receita do seu vizinho ou as dicas de um livro best-seller. “Existem muitos modelos de funcionamento cerebral, é arriscado trabalhar com padrões nesta área. Posso dizer, com segurança, que o pensamento positivo alivia a dor. Mas não posso dizer que o caminho para isso é imaginar um oceano azul. E se a pessoa tem medo do mar, por exemplo?”, conclui Ricardo Teixeira.

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OTIMISMO Todos os dias entram nas nossas casas, através dos meios de comunicação social, notícias depressivas e bombásticas que influenciam as nossas vidas. Os bons não fazem história nem atraem audiência. Sabendo que um estado depressivo influencia negativamente a qualidade de vida, é urgente mudar a nossa atitude pessimista e começar a atribuir mais valor a uma perspectiva otimista. Segundo a psicóloga Marta Gonçalves, otimismo é uma filosofia de vida que influencia a forma como avaliamos os acontecimentos. Hoje sabemos que para estarmos satisfeitos com a vida não é suficiente curar a doença, é importante também estimular os aspectos que fortalecem o sistema imunológico, que nos defendem contra agressões físicas e emocionais. Pode ser o amor, as relações com os outros ou o otimismo. Otimismo é a esperança de que o que sonhamos se concretizará. O otimismo é composto por três partes: o passado, o presente e o futuro. O futuro é a esperança; o passado é examinar a vida com um pensamento positivo “Eu estava errado, mas não podia fazer nada”; e o presente tem a ver com os sucessos do cotidiano, como: se eu quebrei a perna, pensar que tenho outra, que é algo temporário e que culpa não é minha. A explicação no presente otimista caracteriza-se por ser de impacto reduzido, temporário e sem culpa. Uma pessoa otimista vê os erros e as dificuldades como oportunidades de aprender mais, desenvolver as suas capacidades, melhorar a sua qualidade de vida. Não vê obstáculos mas sim desafios, sabe que existe sempre uma saída, uma solução, acredita e espera sempre o melhor, trabalhando também para o melhor. Dessa forma, tem mais oportunidades de se dar bem na vida: tem uma auto-estima elevada, não pensa sempre nos seus pontos fracos, tem objetivos de vida e faz tudo para os alcançar, aceita as suas vitórias e os seus erros, poupa tempo a criticar os outros e a si própria e, sobretudo, tem grandes probabilidades de ser mais feliz e mais bem sucedida. Ser otimista não depende das circunstâncias, mas da atitude. Ser otimista é uma forma de desintoxicação mental tornando-nos livres de dependências que nos impedem de viver a vida da melhor maneira. Fontes: Frisch, Michael B. “Quality of life Therapy”, editora John Wiley & Sons, Inc., New Jersey /2006; revista Cláudia/editora Abril; Wikipedia; Psicoclínica Cognitiva do Rio de Janeiro; Catho online/Lippi, Flávia; Associação de Psicologia Positiva da América Latina (APPAL); Psicóloga e escritora Sandra Regina da Luz Inácio, Diretora de Assessoria Geral da Sociedade de Psicanálise Transcendental; Psicóloga Márcia Copetti; Psicóloga e Professora Universitária Marta Gonçalves/Portugal; Littlejohn, Stephen W. “Fundamentos Teóricos da Comunicação Humana”, Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1978; médico e filósofo Francesco Alberoni, Itália.

FAXINA GERAL NA MENTE Quando estamos no “sufoco”, é preciso fazer uma faxina geral na mente e colocar sentimentos e energia em equilíbrio. Segundo o médico e filósofo italiano Francesco Alberoni, autor de vários livros sobre bem-estar, é fundamental desenvolver cinco posturas básicas: 1. Aceitar a ideia de que não podemos ficar presos ao passado: há momentos em que é necessário abandonar um estilo de vida e um modo de pensar que não servem mais para seguir em frente, por mais doloroso e difícil que pareça. Virar a página. 2. Assumir uma atitude positiva em relação à vida. Em vez de se fechar em si mesma e entregar os pontos diante de grandes problemas, procure acreditar que tem forças para ir à luta e mudar. A palavra-chave é persistência. 3. Aprender com a experiência alheia. Sempre há alguém que já passou pelo que estamos passando e encontrou uma saída. O mundo é incrivelmente rico em possibilidades. Devemos abrir a mente, olhar com curiosidade para onde nunca olhamos. Temos a tendência de ver apenas o que nos é familiar. O que é novo geralmente nos assusta. Com isso, perdemos a chance de aprender e melhorar. 4. Ter humildade. Muitas vezes, a solução está diante do nosso nariz e não a vemos por presunção ou puro desinteresse. 5. Procurar o x da questão. Todo problema, mesmo aquele mais complicado, tem sempre um nó crucial. E só se vence uma guerra quando se compreende o caráter, a força e a estratégia do inimigo.



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cases & cases

Latas de aço:

melhor desempenho para o envase de massa corrida

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lata de aço tem a força. Pelo menos é o que mostrou recente estudo realizado pelo Centro de Tecnologia de Embalagem (CETEA), patrocinado pela Associação Brasileira de Embalagem de Aço (ABEAÇO), para levantar dados de resistência mecânica de várias embalagens de massa corrida. De acordo com o estudo, a lata de aço de 18L é mais resistente que outros materiais em Estudo do CETEA mostra que, em relação a seu desemmatéria de massa corrida, as latas de aço são consideradas uma das melhores penho físico-mecânico frente aos ensaios de embalagens do mercado compressão dinâmica e queda livre. Durante a medição, as quatro embalagens avaliadas – balde plástico, barrica, caixa de papelão ondulado e lata de aço – apresentaram bom desempenho, mas a lata se destacou pela maior resistência. De acordo com a pesquisadora científica do CETEA/ITAL, Fiorella Dantas, a lata de aço não apresentou vazamento pelo sistema de fechamento ou qualquer tipo de rompimento no corpo da embalagem durante os testes mencionados. “Isso constata que a lata com um sistema de fechamento eficiente resiste aos impactos mesmo em alturas mais elevadas”, comenta. Conforme a gerente executiva da Abeaço, Thaís Fagury, os testes científicos só vêm comprovar o que as companhias pertencentes à indústria do aço fazem questão de ressaltar: que além de resistente, a lata é confiável para acondicionar massa corrida.

Raio-X do Teste

O teste de resistência aplicado pelo CETEA leva em consideração uma simulação de peso máximo de empilhamento ao qual uma embalagem é submetida por meio de aplicação de carga com incremento constante até que seja constatada deformação. Ou seja, mede-se a resistência a uma aplicação de força axial. Os testes de compressão dinâmica realizados com embalagens de massa corrida de 18L foram avaliados com base em dez repetições. A lata de aço apresentou 756,4 kgf de resistência média, com resultados variando de 681,2 kgf a 862,0 kgf. Para saber qual a resistência ao impacto por queda livre, as embalagens foram largadas a uma altura de até 1,20m por três vezes e analisadas três posições de impacto: topo, lateral e fundo. A lata de aço não apresentou vazamento do produto em nenhuma das posições. A caixa de papelão ondulado sofreu rompimento do saco plástico utilizado internamente quando a embalagem caiu com o fundo para baixo. A barrica apresentou falha em todas as posições, porém nem todas com vazamento do produto: quando largada lateralmente, não houve vazamento, mas o fundo se abriu; quando largada com a tampa para baixo ocorreu vazamento do produto e, quando largada com o fundo para baixo, ocorreu vazamento em um dos testes. Já com o balde de plástico, no teste com a posição lateral, a tampa foi aberta nas três quedas. ME


mercado empresarial

cases & cases

ESAB ajuda a construir o Novo World Trade Center

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á mais de três anos a Esab é parceira da “DCM Erectors” e “MRP LLC” na construção do novo World Trade Center, em Nova York. A torre principal do projeto, Torre 1, terá 107 andares - 562m de altura - e conclusão ainda neste ano de 2011. Já fora consumidos mais de 45,400 kg de arames tubulares Esab. O 20º andar contará com todas as soldas de penetração total usando o Coreshield 8 e estima-se que somente este andar exigirá 9,080 kg do material. Além da Torre 1, a empresa está fornecendo consumíveis também para a Torre 4, que terá 65 andares. A linha completa de produtos com “Seismic Certified™” é considerada ideal

para a construção de edifícios desta natureza e os testes sísmicos feitos sobre estes produtos foram fundamentais para garantir a proposta da companhia. “A Esab está muito orgulhosa por ter sido escolhida para fornecer materiais Já foram consumidos mais de para esta parte importante da his45,400 kg de arames tubulares tória americana”, diz Jerry Gleisner, vice presidente de Vendas da empresa no Leste dos EUA. A empresa está trabalhando estreitamente com a “Airgas de Piscataway, NJ” para estocar e distribuir todos os seus consumíveis necessários para este contrato especial. ME

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mercado empresarial

destaque

NOVOAÇO ESPECIAL

Com qualidade e tecnologia, marca já é referência no mercado

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tuando no mercado de aços trefilados e laminados desde 2005, a Novoaço Especial já é uma referência em seu segmento. A razão é simples: a empresa não tem poupado esforços em investir em qualidade e tecnologia de ponta. A qualificação dos funcionários, a escolha de excelentes parceiros e o investimento em equipamentos de última geração são prioridade para a direção da empresa. O resultado é o alto padrão tanto dos produtos comercializados como os de fabricação própria, como é o caso das barras de aços retificados. A empresa oferece ao mercado uma gama enorme de produtos, que vão desde aço retificado, aço prata carbono, aço trefilado, aço laminado, aço inox, barras, chapas e tubos de aço. E, apostando na inovação, consolida sua marca no setor com um trabalho que faz a diferença: a retificação de barras de aços dentro das principais tolerâncias (h-7, h-8, h-9). Outra característica da Novoaço Especial frente ao mercado, é seu estoque para pronta entrega das principais bitolas de usos gerais, o que possibilita reduzir os custos para os clientes e maior agilidade nos prazos. A empresa, que tem sua sede na capital paulista, à rua José Manoel da Fonseca Jr., 500, na Vila Matilde, é também especializada na prestação de serviços de descascamento e retifica de aços em barras redondas nos diâmetros de 12.70 mm a 160,00 mm – atendendo dentro dos padrões de qualidade exigidos pelas normas de tolerância de cada cliente seja em aços carbonos, ligados, inox ou aços-ferramenta:

• Materiais laminados somente para tolerância H.11, ou seja, trefilados. • Materiais trefilados e descascados para tolerância de retificado em H.8 e H.9. • Barras de até 10 metros de comprimento. • Todos os materiais deverão vir endireitados.

PRODUTOS • Aços Retificados SAE 1020/45 = de 2,00 à 160,00mm de tol. h-8 e h-9 e sob consulta h-6 e h-7 • Aços Retificados Ligas Gerais = Sob consulta = Inox/4140/ 8640 /4340 / 4320 / 8620 /52100 - Etc. • Aços Retificados Cromados = de 2,00 a 160,00 mm camada de cromo : 25 microns. • Tubos de Aço Trefilados/Brunidos = Diâmetro externo 31,75 a 215,90 mm, Diâmetro interno 25,40 a 215,90 mm • Aços Fresados Usinados 1020/45 = Sextavados e Quadrados de 15,88mm à 254,00 mm Chatos de 25,00 à 223,00mm até 1000mm de larg. Sob Consulta 4140/ 8640 / 4320 /8620 Inox / BronzeComprimentos máximo: 3000 mm • Aços Trefilados SAE 1020/45 = Redondos de 3,00 mm à 101,60 mm (4”) Sextavados de 3/16” à 50,80 mm (2”) Quadrados de 3/16” à 50,80 mm (2”) Chatos sob prévia consulta • Aços especiais para uso = Prata Tungstênio/ Carbono / VC-131/ VND, Ferramental e estampos (trabalho a Quente e a Frio) • Aços mecânicos laminados = 1020/ 1045 / 4140 / 8640 /8620 / 52100

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meio ambiente

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Estruturas de metal podem gerar menos impacto

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ocê sabe o quanto sua estrutura de estocagem ou embalagem metálica agrediu o meio ambiente até chegar no armazém? Provavelmente não, pois essa é uma questão pouco debatida. No entanto, isso tende a mudar, porque a responsabilidade de um produto que agride o meio ambiente é tanto de quem produz quanto de quem compra. Por isso, vale questionar o fornecedor em relação aos detalhes da produção e verificar o quanto o equipamento que está sendo comprado impactou o meio ambiente e o que foi feito para reduzir ou reverter esse impacto. A MetalShop, por exemplo, resolveu mudar sua forma de produção, justamente pensando no impacto de suas

embalagens e estruturas metálicas. Para isso, a empresa investiu em um processo robotizado, que utiliza eletrodo especial (MIG) na solda das estruturas. A tecnologia substitui a solda a base de cobre e chumbo, que atinge de forma negativa o meio ambiente. “Dessa forma, a automatização foi um ganho tanto na qualidade do processo de solda quanto no quesito preservação ambiental”, aponta André Montenegro, diretor administrativo da MetalShop. Segundo ele, 90% do mercado nacional da indústria de solda ainda utiliza o eletrodo comum, que contém os metais pesados que agridem a natureza. O novo processo de solda livre de chumbo e cobre foi lançado no mercado nos últimos seis meses. Fonte: Revista Intra Logística ME

Imagem: Ricoh

Outdoor que usa energia solar e eólica é lançado na Inglaterra O outdoor utiliza apenas energia solar e eólica, por isso o seu funcionamento depende das condições atmosféricas

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primeiro painel publicitário abastecido por energia eólica e solar da Europa foi instalado em Londres, na Inglaterra, pela empresa japonesa Ricoh Company. São 96 painéis solares e cinco turbinas eólicas individuais gerando energia. As duas fontes de energia são armazenadas e usadas para iluminar o outdoor, cujas luzes são acesas somente quando há energia suficiente recolhida, ou seja, o funcionamento depende muito das condições atmosféricas. Em 2010, a empresa já havia lançado um painel de publicidade exclusivamente por energia solar na Times

O painel de Londres, com três metros de altura e doze de largura, foi instalado em uma estrada que liga a capital inglesa ao aeroporto de Heathrow Square, em Nova York (EUA). Este ano já instalou mais duas placas, uma solar em Sidney, na Austrália e esta com as duas fontes de energia. O modelo de Londres, com três metros de altura e doze de largura, foi instalado em uma estrada que liga a capital inglesa ao aeroporto de Heathrow. A iniciativa faz parte do projeto da empresa em gerar energias alternativas. Ao longo dos anos, várias ações foram introduzidas para que o Grupo Ricoh alcance sua meta de reduzir seu impacto ambiental em 87,5%, em relação aos níveis de 2000, até 2050. ME


meio ambiente

mercado empresarial

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Pesquisadores estudam

reciclagem de dióxido de carbono

A Processo poderá ser utilizado também para fins bioquímicos

contribuição do excesso de emissão de dióxido de carbono (CO2) para as mudanças climáticas globais tem levado a comunidade científica a buscar formas mais eficientes para estocar e diminuir o lançamento do composto para a atmosfera. Um novo estudo realizado por pesquisadores do Laboratório de Química Orgânica Fina da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Presidente Prudente, abre a perspectiva de desenvolvimento de tecnologias que possibilitem capturar quimicamente o gás atmosférico e convertê-lo em produtos que possam ser utilizados pela indústria química para substituir reagentes altamente tóxicos utilizados hoje para fabricação de compostos orgânicos usados como pesticidas e fármacos. Derivadas de um projeto de pesquisa apoiado pela FAPESP por meio do Programa Jovens Pesquisadores em Centros Emergentes, as descobertas do trabalho, intitulado “Estudo da fixação e ativação da molécula de dióxido de carbono com bases nitrogenadas”, foram publicadas na revista Green Chemistry, da The Royal Society of Chemistry. O estudo demonstrou, pela primeira vez, que uma molécula, denominada DBN (uma base orgânica nitrogenada), é capaz de capturar dióxido de carbono, formando compostos (carbamatos) que podem liberar CO2 seletivamente a temperaturas moderadas. Dessa forma, a molécula poderá ser utilizada como modelo para pesquisas sobre a captura seletiva de dióxido de carbono de diversas misturas de gases. “Essa descoberta abre perspectivas sobre como poderemos fazer com que o composto resultante da ligação da DBN com o dióxido de carbono se forme em maior quantidade. Para isso, temos que estudar possíveis modificações em moléculas que apresentem semelhanças estruturais e funcionais com a DBN para que o composto seja mais eficiente”, disse Eduardo René Pérez González, principal autor do estudo, à Agência FAPESP.

De acordo com o professor da Unesp, já se sabia que a DBN é capaz de capturar dióxido de carbono na presença de água. Por esse processo, a molécula retira um hidrogênio da água, ganha uma carga positiva (próton) e gera íons hidroxílicos (negativos) que atacam o dióxido de carbono, formando bicarbonatos. Até então, entretanto, não se tinha demonstrado que o composto também é capaz de capturar CO2, formando carbamato, por meio de uma ligação nitrogênio-carbono tipo uretano, que tem relação direta com um processo biológico em que 10% do dióxido de carbono do organismo humano é transportado por moléculas nitrogenadas. Em função disso, o processo também poderia ser utilizado para o tratamento de determinadas doenças relacionadas com a quantidade de CO2 e seu transporte no organismo. “Essa descoberta nos leva a pensar que também poderíamos utilizar esse trabalho para fins bioquímicos, tentando, por exemplo, melhorar esse processo para tratamento de doenças relacionadas à concentração de dióxido de carbono nas células e alguns tecidos, como o pulmonar”, disse González. Já na área industrial, os carbamatos – como, por exemplo, poliuretanas – derivados da captura de dióxido de carbono pela molécula DBN poderiam substituir tecnologias que utilizam reagentes altamente tóxicos, como o fosgênio, para preparação de compostos orgânicos usados como pesticidas e fármacos e em outras aplicações industriais. “A possibilidade de se utilizar o dióxido de carbono para construir ou sintetizar moléculas que contêm o agrupamento carbonílico, sem a necessidade de se usar fosgênio ou isocianatos, representaria uma grande vantagem”, disse o pesquisador. ME


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sustentabilidade

Projeto de Lei obriga novos

condomínios residenciais paulistanos a serem “verdes”

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Projeto de Lei 126/2010, do vereador Souza Santos, que foi aprovado em primeira votação e tramita na Câmara Municipal de São Paulo/SP, determina que os novos condomínios residenciais que sejam construídos na cidade façam uso de alternativas tecnológicas “ambientalmente sustentáveis”. Em resumo, o projeto ordena que as novas obras dêem preferência à utilização de tecnologias como lâmpadas de alta eficiência para iluminação em áreas comuns e sistema de coleta seletiva de resíduos sólidos e de óleo comestível. No que tange à gestão de água nas edificações, a proposta torna obrigatória a utilização de sistemas de reuso e de aquecimento Devem fazer uso de termo-solar de água, bem como a adoalternativas tecnológicas ção de bacias sanitárias com volume de “ambientalmente descarga reduzida, torneiras e válvulas sustentáveis” de fechamento automático em lavatórios, sistema de gestão de águas da chuva (captação, retenção, armazenamento e utilização) e sistema de

tratamento de efluentes que reutilize água em finalidades não-potáveis. Para atender o projeto, os equipamentos deverão atender às determinações da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Segundo a proposta, o uso de água para finalidades não-potáveis ficará subordinado às normas sanitárias vigentes e as condições técnicas específicas estabelecidas pelos órgãos competentes. Caso o projeto seja aprovado em segunda votação e sancionado pelo Executivo, os novos condomínios a serem construídos em São Paulo deverão atender às novas normas para obter alvará de construção. A proposta prevê aplicação de notificações preliminares em casos de descumprimento de qualquer das novas normas e multa em caso de reincidência. O texto já votado pelos vereadores não fixou valores nem estabeleceu que órgão deverá aplicar as penalidades. Fonte: revista Sustentabilidade ME


sustentabilidade

mercado empresarial

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Arena de basquete das Olimpíadas de Londres será reciclada após evento

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randes eventos esportivos, como Copas do Mundo de Futebol e Olimpíadas, costumam levar os paísessedes a erguerem grandes estádios e centros esportivos que, além de consumirem muita matéria-prima, dinheiro e energia durante a construção, muitas vezes não são tão utilizados após as competições. Não será o caso da Arena de Basquete que acaba de ser concluída em Londres para as Olimpíadas de 2012. A estrutura foi erguida de tal forma que poderá ser desmontada e suas partes recicladas ou reutilizadas em outras locações após as competições. O estádio foi entregue pela organização do evento antes do prazo, no dia 9 de junho, e é a quarta obra pronta para as Olimpíadas. A arena tem 35 metros de altura e foi erguida com mil toneladas de aço, posteriormente cobertos com uma membrana reciclável de PVC branca. Depois que a tocha olímpica for apagada, o estádio será desmontado, e suas partes serão reutilizadas em outras construções, remontadas em outros locais ou recicladas. Além de reduzir os impactos ambientais da fabricação de novas estruturas, o processo reduzirá custos para a cidade. Para o chefe executivo da Autoridade para a Realização da Olimpíada (ODA, na sigla em inglês), Dennis Hone, esse modelo móvel, mais leve e temporário de estrutura

Além de reduzir os impactos ambientais da fabricação de novas estruturas, o processo reduzirá custos para a cidade permitirá que mais países reforcem os benefícios econômicos associados a grandes eventos esportivos. Pintada nas cores da bola de basquete, laranja e preto, a Basketball Arena tem capacidade para 12 mil pessoas, abrigadas em 35 metros de altura e 115 de largura. Ela será inaugurada com um torneio amistoso entre as equipes do Reino Unido, Austrália, China, Croácia, França e Sérvia, e durante as Olimpíadas receberá, além dos torneios de basquete feminino e masculino, os jogos das quartas de final em diante de handebol. Ela também será a casa das competições de basquete e rúgbi em cadeira de rodas nos Jogos Paraolímpicos, em agosto de 2012. Fonte: Ecodesenvolvimento ME

Indústria debaterá ações climáticas

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Práticas industriais de baixo carbono e tendências, riscos e oportunidades do setor estão na agenda

Rede Clima da Indústria Nacional, articulação que pretende reunir representantes de todos os setores industriais do Brasil para debater medidas de mitigação e adaptação às mudanças climáticas, acaba de ser lançada pela CNI - Confederação Nacional da Indústria. A ideia surgiu para dar um respaldo aos setores da indústria da transformação, construção civil e extrativa mineral, que, segundo determinação da Política Nacional sobre Mudança do Clima, terão que entregar ao governo seus Planos Setoriais de Mitigação e Adaptação à Mudança do Clima até dezembro deste ano. Entre os temas que estão pautados para serem discutidos durante as reuniões da Rede Clima da Indústria Nacional estão práticas industriais de baixo carbono e tendências, riscos e oportunidades do setor na agenda das mudanças do clima. ME



legislação

mercado empresarial

Novo Código deverá reduzir risco jurídico para empresas

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novo Código de Processo Civil vai reduzir expressivamente o risco jurídico brasileiro e diminuir as chances de que o passado seja, como é hoje, uma fonte de surpresas desagradáveis para as empresas em suas relações com o Fisco. Segundo o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), duas mudanças vão afetar diretamente a vida das empresas. A primeira é que as companhias que têm os mesmos pedidos na Justiça tenham a mesma decisão. A segunda é que as mudanças de entendimento do Judiciário, que trazem inesperados custos adicionais de impostos e de produção às empresas, só podem valer a partir de posição definitiva dos tribunais superiores. Essas duas mudanças estão previstas na reforma do Código de Processo Civil (CPC) e podem transformar-se em realidade a partir de 2013. O texto já foi aprovado no Senado e, se passar na Câmara, vai impedir que empresas que contam com decisões judiciais para não pagar determinados tributos tenham de fazêlo, caso o Judiciário mude de posição, arcando inclusive com custos por anos anteriores à nova orientação. “Os empresários precisam de previsibilidade”, disse Fux. “Todos precisam saber o dia de amanhã e o CPC vai prever isso”, afirmou o ministro, em entrevista ao Valor. O novo Código terá incidentes processuais que permitirão ao STF assumir casos de instâncias inferiores e dar uma diretriz única para todo o país. Se, nesses casos, houver mudança de jurisprudência, o novo entendimento só será aplicado a partir da decisão do STF, que terá de ser explícito sobre a partir de quando ele

passará a valer. Será uma proteção às empresas. Por isso, Fux acredita que o novo CPC será mais revolucionário do que a reforma do Judiciário, aprovada em 2004. Fux informou que pelo menos dois grandes casos devem ser decididos pelo novo processo - a possibilidade de empresários abrirem filiais de suas lojas próximas a shopping centers com os quais já têm contratos e a de as lojas de conveniência em postos de gasolina poderem vender remédios anódinos, como aspirina e vitamina C. Uma vez adotado, esse incidente também permitirá ao STF dar orientação única para milhares de questões, como a cobrança de tributos, cujo pagamento, hoje, depende de decisões que costumam ser divergentes na Justiça - algumas empresas pagam e outras não. Pelo instrumento, o STF terá o prazo máximo de um ano e meio para dar uma resposta única a todas as empresas do país. Fonte: Valor ME

Mudanças podem se tornar realidade a partir de 2013

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qualidade

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Alto padrão no segmento de Aço

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tender o cliente com soluções personalizadas no segmento de aço é o grande diferencial da Acerotec Produtos Siderúrgicos. A empresa, que atua desde 1997 na prestação de serviços de descascamento, retífica e usinagem de barras de aço, é reconhecida pelo mercado pelo seu alto padrão de qualidade, tanto no atendimento, através de pessoal altamente especializado, como na linha de produção – razão pela qual conquistou, em 2005, a certificação ISO 9001: 2000. Participando ativamente do avanço da indústria nacional, a empresa tem investido sempre em novas tecnologias, trabalhando com barras de aço nos diâmetros de 12,00 a 160,00 mm, nos vários tipos de aço, de acordo com a necessidade Soluções personalizadas, do cliente (carbono, ligados, o grande diferencial inox, aços ferramenta e tubos mecânicos) e dentro das normas de tolerância exigidas. O descascamento do aço consiste na remoção de sobremetal até 1,50 mm, usando ferramentas de corte visando precisão dimensional e eliminação de defeitos superficiais. O processo deixa o material com um acabamento totalmente liso e brilhante e pode ser feito diretamente no laminado, com endireitamento prévio, no trefilado e até mesmo material com tratamento térmico. Entre as vantagens no processo estão: superfície isenta de defeitos superficiais devido a usinagem, dureza homogênea, superfície e núcleo, acabamento liso, polido e espelhado (sem marcas de endireitamento ou descascamento) e ovalização máxima de 0,02mm no diâmetro. A empresa atende barras de aço de até 12 metros de

comprimento, materiais laminados somente para tolerância h11 (ou seja, trefilados) e materiais trefilados e descascados para tolerância de retificado, h8. Os materiais deverão vir devidamente endireitados. A personalização no atendimento à clientela é meta perseguida pela empresa desde sua fundação. Para isso, além dos investimentos em máquinas e equipamentos de ponta, a direção prioriza a constante atualização dos profissionais da equipe, que têm, dessa forma, a competência para realizar um trabalho da mais alta qualidade. ME


mercado empresarial

gestão

Guia Empresa Competitiva traz dicas para fortalecer gestão

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novo Código de Processo Civil vai reduzir expressivamente o risco jurídico brasileiro e diminuir as chances de que o passado seja, como é hoje, uma fonte de surpresas desagradáveis para as empresas em suas relações com o Fisco. Segundo o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), duas mudanças vão afetar diretamente a vida das empresas. A primeira é que as companhias que têm os mesmos pedidos na Justiça tenham a mesma decisão. A segunda é que as mudanças de entendimento do Judiciário, que trazem inesperados custos adicionais de impostos e de produção às empresas, só podem valer a partir de posição definitiva dos tribunais superiores. Essas duas mudanças estão previstas na reforma do Código de Processo Civil (CPC) e podem transformar-se em realidade a partir de 2013. O texto já foi aprovado no Senado e, se passar na Câmara, vai impedir que empresas que contam com decisões judiciais para não pagar determinados tributos tenham de fazêlo, caso o Judiciário mude de posição, arcando inclusive com custos por anos anteriores à nova orientação. “Os empresários precisam de previsibilidade”, disse Fux. “Todos precisam saber o dia de amanhã e o CPC vai prever isso”, afirmou o ministro, em entrevista ao Valor.

O novo Código terá incidentes processuais que permitirão ao STF assumir casos de instâncias inferiores e dar uma diretriz única para todo o país. Se, nesses casos, houver mudança de jurisprudência, o novo entendimento só será aplicado a partir da decisão do STF, que terá de ser explícito sobre a partir de quando ele passará a valer. Será uma proteção às empresas. Por isso, Fux acredita que o novo CPC será mais revolucionário do que a reforma do Judiciário, aprovada em 2004. Fux informou que pelo menos dois grandes casos devem ser decididos pelo novo processo - a possibilidade de empresários abrirem filiais de suas lojas próximas a shopping cenMudanças podem se ters com os quais já têm contratos e a de as lojas de conveniência em postos tornar realidade a partir de gasolina poderem vender remédios de 2013 anódinos, como aspirina e vitamina C. Uma vez adotado, esse incidente também permitirá ao STF dar orientação única para milhares de questões, como a cobrança de tributos, cujo pagamento, hoje, depende de decisões que costumam ser divergentes na Justiça - algumas empresas pagam e outras não. Pelo instrumento, o STF terá o prazo máximo de um ano e meio para dar uma resposta única a todas as empresas do país. Fonte: Valor ME

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empreendedorismo

NEOCOMPETÊNCIA

Uma nova abordagem para o sucesso profissional *Tom Coelho

A famigerada “Regra do CHA” está ultrapassada. Conheça um novo modelo para o conceito de competência

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eja para construir uma carreira de sucesso ou para encontrar sua vocação e seguir uma missão, ser competente é um prérequisito básico. A mais difundida definição para competências foi formulada por Scott B. Parry, em sua obra “The quest for competencies”, de 1996, em que ele diz: “Competências é um agrupamento de conhecimentos, habilidades e atitudes relacionados, que afeta a maior parte de uma tarefa (papel ou responsabilidade), correlacionado à performance, que pode ser medido a partir de parâmetros bem-aceitos, e que pode ser melhorado através de treinamento e desenvolvimento”. Esse conceito ficou registrado no mundo acadêmico e corporativo como a Regra do CHA. O “C” representa o conhecimento, o saber adquirido. É o processo de instrução e envolve f o r m a ç ã o,

escolaridade, autodidatismo, leituras, cursos e treinamentos realizados. O “H” significa habilidade, o saber fazer. Trata-se da capacidade de produzir a partir do conhecimento adquirido e diz respeito a ações práticas como analisar, interpretar, compreender, julgar, planejar, administrar, comunicar, entre tantas outras. Mediante treino, repetição e prática constante, as habilidades podem ser desenvolvidas e lapidadas. O “A” constitui a atitude, o querer fazer. É a decisão consciente e emocional de agir diante dos fatos, com proatividade e assertividade. Atitudes são constatações, favoráveis ou desfavoráveis, em relação a objetos, pessoas ou eventos. Uma atitude é formada por três componentes: cognição, afeto e comportamento. Ocorre que o conceito do CHA já não responde às demandas do mundo corporativo atual, motivo pelo qual desenvolvi um novo modelo ao qual intitulei “Neocompetência”. Embora o conhecimento continue imprescindível, na base desta estrutura, é importante pontuar que ele não é mais estático. Aliás, as festas de “formatura” nas universidades deveriam ser simplesmente abolidas, porque ao concluir um curso de graduação com quatro anos de duração, por exemplo, muito do que foi estudado no primeiro e segundo anos já está defasado. Disso decorre a importância da atualização, o saber aprender, representando o desafio de ampliar o conhecimento de forma contínua, além da capacidade de discernir sobre o que deve ou não ser aprendido dentre tantas possibilidades.


mercado empresarial

A atitude, embora seja o elo supremo desta corrente, precisa ser referendada pela realização, o fazer efetivamente, pois muitos que desejam não levam a termo suas ações, capitulando e desistindo no decorrer do caminho. Neste contexto, surge a premência da motivação, o fazer. Num primeiro instante, do ponto de vista individual, mesmo porque a motivação é um processo pessoal, responsável pela intensidade, direção e persistência dos esforços de uma pessoa para atingir uma determinada meta. A intensidade está relacionada à quantidade de esforço empregado - muito ou pouco. A direção refere-se a uma escolha qualitativa e quantitativa em face de alternativas diversas. E a persistência reflete o tempo direcionado à prática da ação, indicando se a pessoa desiste ou insiste no cumprimento da tarefa. Mas para se alcançar a efetividade, precisamos empreender ações não individualmente, mas em equipe. Neste ponto, a motivação se converte em apoio, sustentação e, em especial, inspiração àqueles que compõem o time. No estágio seguinte, o profissional competente compreende que conhecimento bom é conhecimento compartilhado e que para evoluir não apenas na hierarquia, mas nos processos de reconhecimento e de autorrealização, é necessário ensinar aos que estão ao seu redor. É o fazer saber, por meio da educação, disseminando experiências, comportamentos e melhores práticas. Neste momento, surge a importância da autoconsciência de que na medida em que ampliamos nosso espectro de conhecimentos, maior é nossa ignorância diante do universo de possibilidades do saber. A humildade representa o saber saber, a percepção clara e inequívoca de nossas próprias limitações e que nos faz simultaneamente educadores e educandos, combatendo a prepotência e a arrogância. Há que aprender, porém há ­também que ensinar. A humildade leva à prática inconteste da verdade. E como não há porque mascarar eventos ou ações passa-se a valorizar a autenticidade, o saber ser, onde importa não o que você tem, mas quem você é. Uma característica singular num mundo tão superficial em deter-

empreendedorismo

minados aspectos como o que vivenciamos atualmente. O homem é um ser social por natureza, de modo que deve aprender não apenas a viver, mas também saber conviver, ou seja, viver com seus pares. A isso chamamos sociabilidade. Por fim, a solidariedade, que remete não à solidão, mas à cooperação, à responsabilidade e à interdependência. É a consciência plena de saber devolver à mesma sociedade em que convivemos um pouco do que aprendemos e somos a fim de mitigar as desigualdades. Compreendido o conceito moderno de “competência”, fica mais fácil para o profissional definir como deve se posicionar. Há competências técnicas, comportamentais, relacionais, valorativas e transcendentais. Mas este é assunto para outra oportunidade. ME

* Tom Coelho é educador, conferencista e escritor com artigos publicados em 15 países. É autor de “Sete Vidas - Lições para construir seu equilíbrio pessoal e profissional”, pela Editora Saraiva, e coautor de outros quatro livros (www.tomcoelho.com.br )

Há dois tipos de pessoas: aquelas que fazem o trabalho e aquelas que ficam com o crédito. Tente estar no primeiro grupo: há menos competição lá.” (Indira Gandhi)

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inovação

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[Imagem: Risoe]

Nanometais super fortes começarão a ser usados em automóveis Um dos maiores ganhos com os nanometais será o aumento da resistência das partes metálicas dos carros, que se tornarão mais leves e mais seguros.

U Com o aumento da resistência das partes metálicas, os carros serão mais leves e seguros

m carro que sai da fábrica hoje usa nada menos do que 193 tipos diferentes de aço. Os aços para a fabricação de cada peça - da lataria às esferas dos rolamentos - vêm sendo cuidadosamente otimizado ao longo dos anos. Alguns tiveram que ficar mais fortes, para atender às exigências crescentes das normas de segurança. Outros tiveram que ficar o mais leve possível, para ajudar a diminuir o consumo de combustível. Com o advento da nanotecnologia, começam agora a entrar em cena os nanometais, metais super fortes, super resistentes e super leves, prometendo tornar os carros simultaneamente ainda mais leves e mais seguros.

Nanometais

Os nanometais são formados por grânulos metálicos muito pequenos - de 10 a 1.000 nanômetros - dependendo da utilização. Quanto menores são os grânulos, mais forte o metal se torna. Por exemplo, um metal pode se tornar duas vezes mais forte se seus grânulos individuais se tornarem quatro vezes menores. No aço e no alumínio, os cientistas já conseguiram romper a barreira dos 1.000 nanômetros em situações práticas, em nível de processo industrial. Mas então começaram a surgir os problemas. O metal fica cada vez mais forte, mas também amolece rapidamente se a temperatura subir. Isso tem impedido o uso dos nanometais em automóveis e outras aplicações industriais.

Dupla fronteira

O pesquisador Tianbo Yu, trabalhando na Universidade de Riso, na Dinamarca, resolveu deixar de lado um pouco os grânulos e prestar mais atenção nas interfaces entre os grânulos. Ele verificou que, quanto menores ficam os grânulos, mais fácil fica para eles se moverem dentro da estrutura cristalina, o que explica o amolecimento, mesmo a temperaturas relativamente baixas para cada metal. Mas então veio o melhor: Yu descobriu não apenas que os grânulos podem ser “travados”, como também verificou que a solução para o problema é tecnologicamente viável em termos industriais, abrindo o caminho para o uso dos nanometais pela indústria automobilística. A solução está na criação de uma espécie de interface dupla entre os grânulos, que evita que uns “escorreguem” nos outros. Essa interface pode ser criada durante o processo de fabricação das micro e nano-partículas que entrarão na composição do nanometal. A universidade requereu a patente para a descoberta e anunciou negociações com uma empresa dinamarquesa, cujo nome não foi divulgado, para o desenvolvimento das primeiras amostras de nanoalumínio super-resistente. Fonte: Inovação Tecnológica ME


inovação

Revisão do Marco legal da Inovação Atualização e incentivo a investimentos estão entre as metas

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Frente Parlamentar de Ciência, Tecnologia e Inovação da Câmara dos Deputados, lançada em 29/6 último, se fundiu à Frente Parlamentar da Pesquisa e Inovação da casa. Juntos os grupos pretendem consolidar um projeto nacional de revisão da legislação vigente para o setor de Ciência, Tecnologia e Inovação. O ponto de partida para o novo marco legal proposto pelos deputados será o diagnóstico, que já foi iniciado com cerca de 300 propostas em tramitação na Câmara. A atualização do marco legal é uma das prioridades da nova frente, bem como a questão dos incentivos fiscais, a flexibilização das licitações, redução da carga tributária brasileira, reforço da competitividade no plano internacional. A criação de incentivos para as empresas e governo investirem em inovação, pesquisa e desenvolvimento, além de aproximar pesquisador e empresários também estão entre as metas da frente. Fonte: Revista Sustentabilidade ME

Menor motor elétrico do mundo tem apenas uma molécula

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61 [Imagem: Tierney et al.]

mercado empresarial

Poderá ter aplicações que vão da medicina à engenharia

uímicos da Universidade de Tufts, nos Estados Unidos, criaram o menor motor molecular acionado por eletricidade. Ele mede apenas 1 nanômetro e consiste em uma única molécula de sulfeto de butil metil posta sobre uma superfície de cobre. Esta molécula, que contém enxofre, possui átomos de carbono e hidrogênio formando uma estrutura que lembra dois braços, com quatro carbonos de um lado e um do outro. As cadeias de carbono ficam livres para girar em torno da ligação de enxofre e cobre, que funciona como eixo. O fornecimento da eletricidade e o controle do motor molecular foi feito com um microscópio de varredura por tunelamento (STM-LT), que coloca as amostras sendo observadas em temperaturas criogênicas e que usa um feixe de elétrons, em vez de luz, para “enxergar” moléculas. A finíssima ponta de metal do microscópio fornece uma carga elétrica para a molécula de sulfeto de butil metil, que havia sido previamente colocada sobre uma superfície de cobre. Para ver seu funcionamento, contudo, é necessário manter uma temperatura de 5 Kelvin (-268º C). Em temperaturas mais altas do que isso, o motor gira rápido demais, o que torna difícil controlar sua rotação e mesmo medir quantas voltas ele dá. O desenvolvimento faz parte de uma nova classe de dispositivos que poderão ser usados em aplicações que vão da medicina à engenharia. Segundo Charles Sykes, coordenador da equipe, eles vão submeter o motor elétrico molecular para o Guinness World Records. “Tem havido progressos significativos na construção de motores moleculares alimentados por luz e por reações químicas, mas esta é a primeira vez que se constrói um motor elétrico molecular,” disse Sykes. Na verdade não é. Embora o novo motor seja o menor, cientistas holandeses construíram o primeiro motor molecular totalmente elétrico em 2010. Fonte: Inovação Tecnológica ME

Limaq


tecnologia

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Nova tecnologia

prevê uso do biogás na siderurgia

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onhecida fonte de energia renovável utilizada na geração de energia elétrica, alimentação de motores, resfriadores, aquecedores e até fogões de cozinha, o biogás está ganhando nova aplicação – dessa vez nas siderúrgicas. Estudo desenvolvido por dois pesquisadores da UFMG e três da Universidade Federal de Outro Preto (Ufop) resultou no Biosid, nova tecnologia que propõe o uso do biogás na produção de ferro esponja nos reatores de redução direta, e de ferro-gusa nos altosfornos, em lugar, respectivamente, do gás natural e do carvão mineral e vegetal pulverizados. A novidade promete reduzir a emissão de gases poluentes pelas indústrias, diminuir o acúmulo de lixo nas grandes cidades e de dejetos animais na pecuária e aumentar o ganho econômico no setor siderúrgico. A ideia do uso do biogás surgiu como alternativa ao carvão mineral e vegetal e ao gás natural na siderurgia,

amenizando o problema da emissão de gás metano, um dos vilões do efeito estufa, cuja produção ocorre tanto a partir do lixo orgânico quanto em criações de gado. Segundo a pesquisadora Andréa Amaral, professora do ICB, um morador de regiões urbanas produz, em média, de 0,6 a 1,1 quilograma de lixo por dia e cada bovino elimina, diariamente, cerca de 25 quilogramas de fezes. A proposta é aproveitar esses dejetos e o lixo urbano para gerar combustível que auxilie na produção de ferro esponja e ferro-gusa, matérias-primas do aço. Além disso, a tecnologia, que está em fase de patenteamento em processo conduzido pela Coordenadoria de Transferência e Inovação Tecnológica (CTIT), tem potencial para promover a redução do desmatamento e da emissão de gás carbônico no segmento siderúrgico, uma vez que o biogás poderá substituir o carvão vegetal nos altos-fornos. Por lei, 60% do carvão vegetal utilizado na si-


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mercado empresarial

derurgia brasileira deveria vir de matas reflorestadas. “No entanto, apenas 30% desse carvão tem origem A novidade promete em madeira de reflorestamento”, reduzir a emissão estima o pesquisador Paulo Assis, de gases poluentes professor da Ufop e coordenador pelas indústrias de engenharia do projeto. Já em relação aos ganhos econômicos, a maior vantagem oferecida pelo Biosid decorre da substituição do carvão mineral pelo biogás. Quase todo o carvão mineral utilizado na siderurgia brasileira é importado de Austrália, Canadá, Estados Unidos, China e Rússia. Segundo o professor Assis, 70% do setor siderúrgico brasileiro depende do coque, produzido em unidades industriais que se valem do carvão importado. “Hoje, o país gasta mais de US$ 5 bilhões ao ano com importação de carvão mineral”, calcula. Tanto em reatores de redução direta, onde se produz o ferro esponja, quanto em altos-fornos, destinados à produção de ferrogusa, a utilização de biogás em lugar de outros combustíveis não altera a qualidade do aço. No caso do processo de redução direta, a proposta é substituir 100% do gás natural utilizado. Já nos altos-fornos, a substituição do carvão será parcial, pois a prática de injeção de carvão pulverizado em altos-fornos pode substituir até 40% do redutor granulado carregado pelo topo do equipamento.

Transformações

Para que a tecnologia seja implantada da forma como foi planejada – aproveitando tanto o metano proveniente do lixo orgânico quanto o originado a partir dos dejetos de animais –, é preciso que haja mudança de mentalidade por parte dos pecuaristas. A maior parte dos rebanhos de gado no Brasil é criada em regime extensivo, o que inviabiliza o recolhimento dos resíduos para produção de biogás. O acúmulo do material orgânico a ser transformado nos biodigestores rurais só é possível na pecuária intensiva, ou seja, com o gado criado em confinamento. “Estamos propondo uma mudança de mentalidade em longo prazo que irá levar ao desenvolvimento do campo, com o incremento na produção de fertilizantes e de ração animal, além de diminuir o impacto do desmatamento”, salienta Paulo Assis. A pecuária intensiva permite aproveitar melhor os espaços, uma vez que não exige a derrubada de vegetação em grandes áreas para transformá-las em pasto. O processo de produção do biogás no campo ou nas grandes cidades inicia-se com a coleta dos excrementos animais ou lixo orgânico. Um reator de digestão anaeróbica, capaz de suportar altas cargas orgânicas, gera o biogás como subproduto. Barato e de fácil construção, esse equipamento pode ser instalado próximo a grandes cidades ou nas próprias fazendas. Para levar o biogás até a usina, o projeto sugere a utilização de gasodutos ou cilindros. “É o mesmo tipo de transporte usado para o gás natural”, afirma o professor Edmar Chartone de Souza, do ICB, também envolvido nos estudos. A cadeia de produção pode apresentar ganhos de custo caso vários empreendimentos agropecuários vizinhos se associem entre si e com as siderúrgicas para facilitar a produção e o transporte do biogás em larga escala. Fonte: UFMG ME

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Tratamentos térmicos determinam estrutura dos aços

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s temperaturas empregadas nos tratamentos térmicos dos aços para ferramentas e matrizes abrangem uma larga faixa, desde temperaturas abaixo de zero até temperaturas da ordem de 1.300°C. As temperaturas mais elevadas tornam os aços mais suscetíveis de adquirirem granulação grosseira, a não ser que cuidados especiais sejam tomados. Os aços-carbono para ferramentas, principalmente com os mais elevados teores de carbono, são os mais difíceis de temperar, já que as velocidades de resfriamento devem ser altas para se evitar a formação de fases mais macias. No que se refere ao resfriamento utiliza-se também nos aços para ferramentas e matrizes todos os meios comercialmente disponíveis de resfriamento, como salmoura, água, óleo banho de sal, ar, etc. Do mesmo modo, a temperatura do meio de resfriamento pode variar grandemente, desde as temperaturas dos meios mais drásticos como a água e salmoura até as temperaturas de banhos de sal, que podem atingir 540°C a 590°C. Na têmpera, podem ocorrer deformações e são os aços-carbono para ferramentas os mais suscetíveis a esses fenômenos, devido a velocidades mais drásticas a que são submetidos com o objetivo de obter durezas mais altas. Nesses aços, a têmpera drástica origina ainda tensões internas muito elevadas, o que torna o revenido final uma operação muito importante. A faixa de temperaturas de revenido nos aços ferramentas e matrizes é muito extensa. Os aços-carbono ou contendo baixos teores de elemento de liga são freqüentemente revenidos a temperaturas relativamente baixas, da ordem de 120°C a 350°C, ao passo que os aços rápidos e os aços para trabalho a quente podem ser revenidos a temperaturas muito elevadas da ordem de 600°C ou 650°C. Por outro lado, é freqüente, em certos tipos de aços, a necessidade de mais de um revenido, sobretudo naqueles aços em que, após a têmpera, tem-se a presença de austenita retida. Esses aços no estado temperado são extremamente duros, frágeis com elevadas tensões e muito instáveis. O revenido múltiplo alivia as tensões internas, a fragilidade e a instabilidade sem prejudicar a dureza. Durante o revenido de alguns aços ferramentas pode ocorrer a “dureza secundária”, que é da mesma ordem de grandeza que a dureza original no estado temperado. Convêm observar ainda que o revenido dos aços para ferramentas e matrizes é comumente realizado logo após a têmpera, para permitir o alívio imediato das tensões internas, que são muito elevadas na maioria desses aços no estado temperado. Finalmente, o revenido pode ser realizado em fornos com circulação forçada de ar, ou em banhos de sal ou de chumbo. O tratamento térmico constitui talvez a mais importante fase de fabricação em todos os aços ferramenta, pois é ele que irá determinar a estrutura e as propriedades finais, de acordo com as condições e as necessidades de serviço. Fonte: CIMM

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tecnologia

Química super fina gera polímero biodegradável em processo contínuo

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uando se fala em produção em escala industrial, sempre se imagina grandes fábricas, consumindo toneladas de matérias-primas por hora e gerando outras tantas toneladas de produtos. Isso principalmente porque escala industrial sempre foi equivalente a produzir mais para que o preço por unidade do produto seja mais baixo. Mas há inúmeros casos em que os produtos se originam de reações extremamente delicadas, feitas em pequena escala - e gerando produtos cotados em milhares de dólares por grama. Esta chamada “química fina” está agora se voltando para a produção de polímeros “verdes”, biodegradáveis e mais ambientalmente corretos.

Microrreator

Pesquisadores do Instituto Nacional de Padronização e Tecnologia dos Estados Unidos, acreditam que o melhor caminho para otimizar as reações da química fina e criar uma química fina verde está na tecnologia microfluídica. A microfluídica é a tecnologia usada para construção dos biochips usados em exames médicos e pesquisas biológicas, mas também está presente

em todas as impressoras jato-de-tinta, onde a tinta deve ser disparada sobre o papel em quantidades medidas em picolitros - 1 picolitro é igual a 10-12 litros. Usando um pequeno bloco de alumínio, a equipe da Dra. Kathryn Beers escavou microcanais dentro dos quais é possível realizar as reações que produzem os biopolímeros com uma precisão e um rendimento difíceis de obter em grande escala.”Nós desenvolvemos um microrreator que nos permite monitorar a polimerização contínua à base de enzimas,” diz ela. “Essas enzimas representam uma tecnologia verde alternativa para fabricar esses polímeros - nós estamos focando no poliéster.”

Fabricação paralela

Em tão pequena escala, o processo ainda não é competitivo com as grandes fábricas, mas a abordagem é duplamente promissora. Em primeiro lugar, os dados da observação da reação no interior dos minúsculos canais podem ajudar a melhorar o processo industrial em larga escala, tornando-o mais eficiente. Em segundo lugar, é possível vislumbrar um futuro no qual esses


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altamente tóxico. Os pesquisadores já descobriram uma forma mais O caminho é a ambientalmente correta de protecnologia microfluídica duzir o PCL, usando uma enzima produzida pela levedura Candida antartica. Mas o processo tradicional, de jogar tudo dentro de um grande reator industrial, é muito ineficiente, quando se usa as enzimas como catalisador, para competir comercialmente com a técnica tradicional.

Química contínua

Dentro do microrreator, porém, o processo se dá na forma de um fluxo contínuo ao longo dos seus microcanais. A matéria-prima química flui através do microcanal, repleto de esferas recobertas com a enzima catalisadora, saindo polimerizada do outro lado. Esse processo contínuo permite um monitoramento preciso da temperatura e do tempo de reação, que depende da velocidade na qual a matéria-prima é bombeada para dentro do microrreator. Os dados detalhados da cinética química do processo podem então ser usados para desenvolver modelos mais acurados da reação, eventualmente escaláveis para os grandes reatores. Fonte: Inovação Tecnológica ME A matéria-prima química flui através do microcanal, repleto de esferas recobertas com a enzima catalisadora, saindo polimerizada do outro lado.

microrreatores poderão ser colocados para funcionar em paralelo, criando superfábricas de produtos biodegradáveis da mesma forma que os chips são postos para funcionar em paralelo para criar os supercomputadores.

Polímero biodegradável

O grupo está estudando a síntese do PCL, um poliéster biodegradável usado em dispositivos médicos e utensílios domésticos descartáveis. O PCL é sintetizado usando um catalisador orgânico à base de estanho, um produto [Imagem: Kundu et al./NIST]

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pesquisa

IPT adquire tecnologia pioneira no hemisfério sul que dará subsídios para a fabricação de peças mais leves Fiber Placement Machine, um investimento de 5 milhões de reais

O

IPT vai apoiar a indústria nacional no desenvolvimento de estruturas leves com tecnologias inovadoras. Para isso adquiriu uma máquina de deposição automática de fitas de fibra de carbono préimpregnadas com resina, a “Fiber Placement Machine”, única no hemisfério sul, que possibilitará a fabricação precisa de peças mais leves para a indústria aeronáutica, automotiva, de energia, naval e em moinhos eólicos, na exploração de petróleo, entre outras. Um investimento de cinco milhões de reais. “A máquina garante repetibilidade e confiabilidade, reduz o tempo de fabricação e o peso do produto devidos aos materiais utilizados”, afirma Marco D’Elia, pesquisador responsável pela implantação do Laboratório de Estruturas Leves (LEL) do IPT em São José dos Campos. Ela possui múltiplos eixos de movimentação comandados por computador e todos os processos são realizados automaticamente, conforme programado. Poderão ser produzidas superfícies côncavas, convexas e também superfícies planas. Para alcançar as características desejadas para cada produto, são especificados o tipo de fita, concentração de fibras e resina que serão

depositadas em camadas (lâminas) para dar a espessura e resistência desejadas. A equipe do Laboratório de Estruturas Leves - LEL do IPT realizou treinamento para operar a Fiber Placement, em Ohio, Estados Unidos, e poderá aplicar essa tecnologia e propor soluções de engenharia para a indústria, em parceria com universidades, no segundo semestre de 2012, quando o LEL estiver totalmente implantado. De acordo com Luiz Eduardo Lopes, Diretor do CINTEQ – Centro de Integridade de Estruturas e Equipamentos, ao qual o LEL pertence, as estruturas feitas de plástico reforçado são normalmente laminadas a mão. No entanto, estruturas de alta responsabilidade (críticas) devem ser laminadas em máquinas de comando numérico, como a Fiber Placement Machine, que garantem a repetição e a precisão dos movimentos e a oportunidade de trabalhar com fitas muito finas, que já são pré-plastificadas. A fita de plástico é reforçada com fibras de carbono, que podem ser depositadas desde a largura de três milímetros até recobrir toda uma superfície. Isso permite fazer estruturas com raios de curvatura muito pequenos, o que seria difícil em outras máquinas do mesmo tipo. O Laboratório de Estruturas Leves- LEL terá uma Sala Limpa para a operação dessa máquina e de outras que irão trabalhar com materiais compósitos, com controle de umidade, temperatura e quantidade de partículas no ambiente (limite de 293.000 partículas maiores


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que 5μ/m³ - classe 9 conforme a norma ISO 14644-1). A capacitação do LEL / IPT se estenderá, além da área de materiais compósitos, à tecnologias inovadoras de fabricação com materiais metálicos leves, ensaios estáticos, dinâmicos, ensaios não-destrutivos, medições dimensionais entre outros. “Um dos processos de fabricação que estarão disponíveis é o de soldagem por atrito ( FSW) onde o material metálico não atinge o ponto de fusão e consegue-se na região soldada 98% do material original”, diz Lopes. Os projetos de pesquisa, estruturantes do LEL, estão sendo realizados em parceria com instituições como Escola Politécnica da USP, Unicamp, Instituto Tecnológico da Aeronáutica - ITA, Escola de Engenharia São Carlos, Escola de Engenharia de Guaratinguetá da UNESP, entre outras, além da própria EMBRAER. O Laboratório está em implantação em área cedida pela Prefeitura de São José dos Campos no

pesquisa

Parque Tecnológico da cidade e conta com apoio do Governo do Estado para adequar o local onde se desenvolverão as atividades. O BNDES viabilizou R$ 27,6 milhões para a implantação do Laboratório, a Financiadora de Estudos e Projetos – Finep mais R$ 8,3 milhões e o Governo do Estado, através da FAPESP e do IPT, completou o investimento, totalizando R$ 44,2 milhões. ME Fiber Placement, instalada no Laboratório de Estruturas Leves do IPT, em São José dos Campos

Imagem: IPT/Divulgação

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mercado empresariallegislação

expansão

Referência de qualidade em Controle de Pragas

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controle de pragas químico requer muita atenção, pois envolve manipulação de princípios ativos que exigem conhecimentos técnicos e de segurança. Por isso, é preciso muito cuidado na contratação de Atendimento 24 um serviço desse tipo. É preciso horas todos informar-se e assegurar-se de que os dias está contratando uma empresa que obedeça às mais exigentes normas de controle. A Gadita tornou-se referência no segmento pelo seu padrão de qualidade: investe constantemente na formação de equipes altamente especializadas e equipamentos de tecnologia de ponta, que asseguram um serviço do mais alto nível. “Temos como princípio oferecer o melhor atendimento, desde o primeiro contato até a finalização do serviço. Para isso, contamos cegos, pombos, formigas, aranhas, pulgas e com profissionais experiente, capacitados insetos em geral) como soluciona problemas e frequentemente atualizados, prontos para como vazamentos, entupimentos, limpeza garantir o melhor serviço possível, rápido e de fossa, entre outros. Realiza também os eficaz”, afirma o Sr. Josafá Pereira dos San- trabalhos de hidrojateamento, terraplanagem tos Junior, Diretor da Gadita. Essa estrutura e demolição. Sediada na Capital paulista, a Gadita é completada com recursos modernos em matéria de equipamentos e laboratório, além (http://www.gaditapragas.com.br) atende de uma ampla frota de veículos, garantindo à todo o estado de São Paulo, de residências Gadita um de seus principais diferenciais: o a indústrias (plantas fabris, galpões, tubulações, porões), empresas de serviços, comératendimento 24 horas todos os dias. A empresa atua não apenas no segmento cio em geral (lojas, shoppings), hospitais e de extermínio de pragas (ratos, cupins, mor- condomínios. ME

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dicas de leitura

O METAL - TÉCNICAS DE CONFORMACAO FORJA E SOLDADURA A obra aborda as técnicas do trabalho artesanal com os metais mais comuns - ferro, cobre, latão, etc. O leitor encontrará capítulos dedicados às ferramentas e às máquinas de uso corrente na metalurgia e outros que explicam técnicas básicas de trabalho como o embutido, o corte por vários processos, o forjado clássico, os processos de soldadura ou os tratamentos superficiais de acabamento e conservação. Finalmente, explicase passo a passo a construção de vários objetos funcionais e artísticos com diversas técnicas e metais diferentes, que mostram o universo de possibilidades práticas, plásticas e criativas deste ofício. Autor: Ares, José Antonio Editora: Editorial Estampa Numero de páginas: 158

DESIGN INDUSTRIAL MATERIAIS E PROCESSOS DE FABRICAÇÃO Este livro apresenta informações abrangentes sobre materiais e processos de manufatura, indispensáveis aos designers industriais, sem aprofundar-se nas discussões técnicas direcionadas aos engenheiros. O autor oferece o conhecimento prático para a compreensão da realidade dos processos e os materiais utilizados, viabilizando escolhas conscientes para os projetos de design industrial e grande economia de tempo, que poderá ser empregado no design de produtos. A obra fornece desde a terminologia básica até dicas valiosas sobre como certas formas são melhores para uma aplicação em particular e como obter a melhor performance dos métodos e materiais mais utilizados. Um companheiro indispensável para estudantes e profissionais do design industrial. Jim Lesko, IDSA, foi professor de design industrial durante 15 anos. Atualmente é professor associado e coordenador da disciplina de Design Industrial da Universidade de Bridgeport, no estado de Connecticut (EUA) e diretor da Lesko Design, uma empresa de design industrial. Autor: Jim Lesko Editora: Blucher/2004 Número de páginas: 284


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AÇOS E LIGAS ESPECIAIS 3ª Edição Esta terceira edição foi totalmente revista pelos autores. Fornece informações fundamentais e atualizadas sobre os aços especiais de alta liga e as ligas especiais – produtos que se situam no topo da pirâmide da Siderurgia Mundial. Embora seu volume produzido seja pequeno comparativamente aos aços comuns, seu valor é muito maior, devido ao seu alto teor de elementos de liga, tipicamente acima de 7%. Já as ligas especiais são constituídas na sua maioria por ligas a base de níquel e possuem características especiais. Ao mesmo tempo, esses aços e ligas exigem, desde a fase de projeto, um profundo conhecimento da metalurgia envolvida. Ainda, o emprego de técnicas e processos avançados de fabricação os diferenciam dos aços comuns, pois suas características e propriedades finais são fortemente condicionadas pelo processo de fabricação. Autores: Andre Luiz V. Da Costa E Silva, Paulo Roberto Mei Editora: Edgard Blucher / 2010 Número de páginas: 664

METALOGRAFIA DOS PRODUTOS SIDERÚRGICOS COMUNS 4ª Edição Lançado pela primeira vez em 1951, reunindo a vasta experiência do Professor Hubertus Colpaert na Seção de Metalografia do Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo, este livro se transformou, rapidamente, numa das mais importantes referencias brasileiras para todos os profissionais interessados no processamento, tratamento e emprego de aços e ferros fundidos. Uma feliz combinação de Atlas de Metalografia dos aços e ferros fundidos, manual de técnicas metalográficas e texto introdutório aos fundamentos das transformações de fases e aos tratamentos térmicos destes materiais, o livro, carinhosamente conhecido como “o Colpaert” educou gerações de metalurgistas brasileiros. Nesta edição, revista e atualizada pelo Prof. André Luiz V. da Costa e Silva, buscou-se preservar o espírito da edição original, agregando, entretanto, os importantes desenvolvimentos ocorridos nas últimas décadas, tanto sob o aspecto dos produtos siderúrgicos como das técnicas de caracterização assim como o progresso na compreensão das transformações que permitiram a realização dos extraordinários desenvolvimentos destas ligas. Autor: Hubertus Colpaert Editora: Edgard Blucher /2008 Número de páginas: 672

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dicas de leitura

MANUAL DE SIDERURGIA Volume I Totalmente revisado, ampliado e incorporando os conceitos mais atualizados de siderurgia, este volume traz um capítulo completo sobre a história da siderurgia brasileira e mundial, e aborda produção, desde as matérias-primas para obtenção do ferro até os processos de metalurgias secundária. Elaborado em linguagem simples e acessível, além de fartamente ilustrado, é o mais completo livro de referência abrangendo todos os aspectos da obtenção e elaboração do aço. Autor: Luiz Antonio de Araújo Editora: Arte e Ciência Número de páginas: 470

INTRODUÇÃO À METALURGIA E AOS MATERIAIS METÁLICOS O objetivo da presente obra é apresentar os principais materiais metálicos utilizados nos projetos de engenharia, com suas características e propriedades previstas nas principais normas de especificação, e orientar a seleção destes materiais. Faz uma avaliação de integridade de equipamentos e instalações para que, através do conhecimento das características e propriedades, indique-se medidas para manter as instalações industriais com elevado nível de confiabilidade operacional. Autor: Laerce de Paula Nunes; Anderson Teixeira Kreischer Editora: Interciência /2010 Número de páginas: 350


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EDIFÍCIOS INDUSTRIAIS EM AÇO 6ª Edição A publicação aborda de maneira prática o desenvolvimento de um edifício industrial em aço. A abordagem é feita desde o histórico passando pelos tipos de materiais sistemas estruturais chegando ao dimensionamento de todos os elementos. As soluções de projetos são apresentadas enfaticamente em mais de 700 ilustrações. Além disso, inclui as etapas do processo de construção desde o detalhamento até a montagem. Autor: Ildony H. Bellei Editora: Pini /2010 Número de páginas: 493

SOLDAGEM MIG/MAG Este livro apresenta os fundamentos da soldagem MIG/MAG, os modos de transferência metálica no processo, a estabilidade do processo de soldagem, os processos MIG/MAG modernos com controle de transferência metálica e os processos MIG/ MAG modernos com aumento de produção, além de tópicos avançados em processo de soldagem MIG/MAG.

Autores: Americo Scotti, Vladimir Ponomarev Editora: Artliber /2008 Número de páginas: 284

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ESAB lança a nova Coluna Soluções da White Manipuladora CaB300 BR Martins para a área de Corte e Soldagem

Design compacto e alto desempenho para automatização de soldagem

A ESAB lança a Coluna Manipuladora CaB300 BR: design compacto e alto desempenho para ambientes industriais, atende a faixas de trabalho de 4 e 5 metros úteis na vertical e horizontal. Produzida no Brasil, e desenvolvida com base em uma plataforma enxuta e de alta tecnologia, a nova coluna proporciona um aumento de produtividade nos processos em que é aplicada promovendo um retorno rápido e lucratividade. Versatilidade - Os sistemas de soldagem ESAB A2S ou A6S com o controlador de processo PEK são facilmente combinados com a CaB 300 para proporcionar uma soldagem estável e de alta qualidade. A soldagem longitudinal pode ser realizada através do deslocamento do braço ou da base da coluna sendo portanto indicada também para soldagem de peças longas. A CaB 300 permite rotação de 180 graus da coluna possibilitando que sejam criados em torno dela estações e linhas de soldagem. Funções Integradas - Todas os comandos de deslocamento, direção, controle de velocidade, início e fim da soldagem são centralizados em um único controle remoto, através do qual o operador tem o controle total do processo. É possível ainda integrar ao equipamento o sistema de supervisão por câmera e seguidor automático de juntas GMH. Segurança - Baixa tensão de controle do sistema torna possível a soldagem em áreas úmidas e confinadas; o Dispositivo anti-queda tem travamento imediato da lança; e o mecanismo anti-tombamento se ajusta aos diversos padrões de trilhos de mercado. ME

Inovadoras e econômicas A White Martins acaba de lançar a solução para soldagem MAG Pulsada Sinérgica de Aços Inoxidáveis Superduplex, que proporciona soldas com excelentes propriedades e isentas de porosidades. Inédita no mercado, esta aplicação consiste na utilização da mistura gasosa Stargold SD juntamente com uma curva sinérgica especificamente desenvolvida para essa mistura, a MAG WM-SD. Esse pacote está sendo considerado como um dos mais inovadores e econômicos na soldagem MAG de aços inoxidáveis superduplex, por proporcionar altos níveis de produtividade, redução do custo do processo e do número de cilindros na área de produção. O lançamento foi desenvolvido no CTR Centro de Tecnologia Rio da White Martins, reconhecido como uma referência mundial no desenvolvimento de tecnologias de soldagem e corte térmico. A empresa também traz ao mercado a nova mistura Stargold Pipe, especialmente desenvolvida para a soldagem MAG, que utiliza arames Metal Cored na união de tubulações de aços ao carbono da raiz até o acabamento, garantindo maior produtividade e melhor qualidade à peça final. ME


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Centro de Usinagem BAW Brasil apresenta máquina MV-760 ECO do CNC para corte Grupo Bener pesado

Versatilidade e robustez

Entre as novidades voltadas para o setor de usinagem, moldes e corte e conformação de metais que o Grupo Bener apresentou ao mercado, este ano, o destaque fica por conta do moderno Centro de Usinagem MV-760 ECO, com guias lineares e acionamento direto nos eixos X/Y/Z (direct drive), garantindo assim maior rigidez e precisão aos trabalhos. A coluna reforçada e o sistema de lubrificação automático Rigidez e precisão centralizado são outros diferenciais da máquina, que será apresentada na feira em sua versão carenada. Fundada em 1995, a Bener tornou-se destaque no setor brasileiro de máquinas-ferramenta. Com sede em Vinhedo, região metropolitana de São Paulo, a empresa atende a todo o Brasil por meio de centros de distribuição em Contagem (MG), São Leopoldo (RS), Joinville (SC), Rio de Janeiro (RJ), Caxias do Sul (RS) e brevemente em Curitiba (PR). ME

Especializada em equipamentos CNC para corte térmico de alta definição, a BAW Brasil apresenta a máquina CNC da marca FEMCOR, modelo MegaCord, desenvolvida para o mercado de corte pesado. O equipamento tem preparo para o uso de até três fontes de corte a plasma de alta definição, além de diversas estações adicionais de marcadores e maçaricos de oxicorte. “O grande diferencial da MegaCord é a sua versatilidade e robustez, o que possibilita equipá-la com o moderno sistema 3D-BH, desenvolvido pela BAW Brasil, que utiliza três eixos adicionais e 360º de rotação, atribuíndo capacidade ao sistema de chanfrar em até 45º no corte a plasma”, explica Bruno Haas, gerente de Engenharia da BAW Brasil. Presente no mercado desde 2002, a BAW Brasil está localizada em Caxias do Sul. ME

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40 anos EM Soluções de trefilados! Fundada em 1999, a Trefital iniciou suas atividades atu­ando no ramo de trefilação de metais não ferrosos especificamente alumínio, cobre, latão e tomback operando inicialmente com mais da metade da capacidade de produção, voltada para a prestação de serviços, desti­nados a principais revendas do pais, sendo o restante destinado à produção de peças dirigi­das a diversos segmentos, tais como: antenas automotivas, aparelhos de audios, imagens, telefonia, peças usinadas para indústria automobilística e bijuterias. Em 2001, após investimentos no desenvolvimento e ampliação de ferramen­tal do processo de tubos e perfis especiais destinados para a fabricação de bijuteria e semi joias, foi inaugurada a filial em Limeira-SP, onde atendemos grandes indústrias e também pequenos fabricantes, fornecendo tubos em barras e peças para a montagens, argola para brincos e pulseiras, bem como toda a linha de complementos e insumos. Em 2007 a Trefital deu inicio na conformação

e também na trefilação de tubos e microtubos de aço inoxidável em rolo e em barras e rebites de repuxo e maciço. Na fabricação de tubos de aço inoxidável, principalmente dos microtubos, adicional­mente, há de se destacar a forte presença nos ramos das indústrias de aparelhos médicos, odontológicos e hospitalares de forma em geral, não só no estado paulista como nos principais pólos industriais do Brasil. Hoje empresa já se consolida como uma das principais trefiladoras de metais do país e está preparada para solucionar qualquer problema em tubos e perfis trefilados, pois além de contar com máquinas e equipamentos modernos de alta produção, tem um dos melhores profissionais de trefila do mercado, seu fundador José Aparecido Robottu, com experiência de mais 40 anos no ramo.

TREFITAL CONFORMAÇÃO & TREFILAÇÃO

Trefital Ind. e Com. de Metais Ltda Tel: (11) 4547-4114 www.trefital.com.br

RENAFER: SOMANDO SERVIÇOS À sua linha de produtos A Renafer Aços Especiais foi criada para atender o segmento de perfis e aços com diferentes ligas. Mas, ao longo do tempo, percebeu-se a necessidade do mercado em somar serviço aos produtos vendidos. Com isso, a empresa adquiriu nova gama de clientes que antes não faziam parte de seu segmento. “Hoje, muitas vezes vendemos o material em função do serviço”, afirmam os diretores. A empresa atua no mercado com usinagem de peças acabadas, com destaque para auto peças, linha branca, rodas e rodízios. Assim, este novo setor traz aos clientes soluções, atendendo as necessidades com baixo custo, sem perder a qualidade. A Renafer possui um centro de usinagem composto por tornos CNC, além de torno automático, retífica e etc.

www.renafer.com.br Fone: (11) 2914-2030 Rua Cipriano Barata, nº 662 - Ipiranga São Paulo - SP


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TUBONIL: DESDE 2006 A Tubonil está no mercado desde 2006. Trata-se de uma empresa nova, mas com profissionais com muitos anos de experiência no mercado de tubos de aço carbono sem costura e com costura, de pequenos e grandes diâmetros. Comercializa também a linha de Tubos Especiais de 12” a 24” SCH 40 A SCH 160, Tubos Mecânicos ST52 de 50,00mm a 650,00mm paredes grossas, padrão e fora de padrão. Localizada no município de Guarulhos – SP, numa área de 2.500m2, tem instalações modernas e funcionais que lhe permitem atender, com alto nível de qualidade, todas as demandas de seus clientes e fornecedores em todo o Brasil.

A maior preocupação da empresa é com a satisfação de seus clientes e com o cumprimento qualitativo de suas atividades: assim, dedica-se à melhoria contínua de seus produtos e serviços. Tudo isso faz da Tubonil mais que um distribuidor de tubos de aço, um parceiro de negócios preocupado em atender seus clientes de forma diferenciada, orientando e prestando suporte técnico.

Tubonil Comercial de Tubos de Aço Ltda. Fone/Fax: (11) 2406-7494 www.tubonil.com.br • vendas@tubonil.com.br

Soluções sob medida em tubos de aço carbono Respeitada por sua tradição no mercado, e por fornecer soluções sob medida para cada um de seus clientes, a Tubonasa comemora em 2012 seu 32º aniversário em plena expansão. Presente no mercado desde 1980, é pioneira no segmento de distribuição de tubos em aço carbono quadrados, retangulares e redondos, em suas mais diversas normas. Fornecendo em qualquer quantidade e atendendo a todo o Brasil, a Tubonasa possui uma equipe de vendas completamente apta a assessorar seus clientes desde a fase inicial de projetos, fornecendo sempre as melhores opções e condições de fornecimento.

Inovação e Pioneirismo

Com previsão de inauguração em 2013, a Tubonasa prepara uma planta-filial de distribuição com mais de 5 mil metros quadrados, estrategicamente localizada na Rod. Fernão Dias, a menos de 8 Km da chegada à capital, com acesso exclusivo ao futuro trecho norte do Rodoanel. “Além de ampliar toda

a linha de fornecimento, agregaremos novos serviços de qualidade também garantidos pela implantação do sistema de gestão ISO 9001:2008”, enfatiza o Diretor Comercial, Walter Gongora Junior. Pioneirismo: A Tubonasa tem firmado sólidas parcerias com autarquias e órgãos públicos, no fornecimento de materiais estruturais, principalmente às obras ligadas aos eventos da Copa do Mundo 2014. “Nos últimos doze meses, recebemos qualificação e homologação emitidas pelos governos federais e de outros seis estados, para fornecimento de toda a linha de tubos estruturais e de condução”, comemora Gongora Junior. Também em parceria firmada com o governo federal e através do BNDES, a Tubonasa passou a aceitar pagamentos com o Cartão BNDES, proporcionando a seus clientes a facilidade de financiar suas compras em até 48 vezes com taxas de juros muito abaixo das praticadas pelo mercado. Tubonasa Aços Tel: (11) 2954.0299 • Fax: (11) 2954.8064 www.tubonasa.com.br


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Cemaço, o aço no seu melhor corte! A Cemaço (Centro Manufatureiro do Aço) foi criada a partir da visão empreendedora de seu fundador, Antonio Carlos Corrêa. Em meados de 1998, ao identificar o potencial do mercado de oxicorte de chapas grossas e extragrossas, ele intensificou as pesquisas que serviram de base para o planejamento da empresa e articulou parcerias importantes. Em 2001, a Cemaço iniciou suas atividades e em pouco tempo passou a integrar o rol das principais companhias do segmento. Com a chancela de grandes players da siderurgia nacional, como a Usiminas, Gerdau Açominas e Arcelor Mittal, a empresa se especializou no corte de chapas de aço, nos mais variados formatos e dimensões, além do fornecimento de chapas e placas em espessuras fora dos padrões correntes de laminação. O crescimento surpreendente levou a companhia a ampliar a sede, localizada em Guarulhos (SP), e abrir filiais em Taubaté (SP), Belo Horizonte (MG) e Vitória (ES).

O projeto não visava apenas aumentar a capacidade produtiva, mas também facilitar a logística e prestar um atendimento personalizado aos clientes de outras regiões, consideradas estratégicas. Paralelamente, durante o processo de expansão, a empresa adquiriu companhias direcionadas tanto ao mercado industrial quanto ao comércio varejista, como a Minas Moxiaço, Gabicajo e Proeso, o que permitiu sua participação em outros mercados e segmentos. O resultado da ampliação superou todas as expectativas e o Grupo Cemaço atualmente cresce num ritmo ainda mais acelerado, em torno de 65% ao ano. O grupo já exportou peças oxicortadas até para a Três Gargantas, maior usina hidrelétrica do mundo, situada no Rio Yangtse, na China. Além da China, mantém relações comerciais com os Estados Unidos, Argentina e Paraguai e se prepara para atuar na Europa e em outros países asiáticos. Cemaço - Centro Manufatureiro do Aço Tels: (11) 2431-4600 • 2433-1131 www.cemacobr.com.br

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índice de anunciantes

Acerotec Produtos Siderúrgicos......................................... Capa / 45 ACMW Indústria e Comércio...................................................4ª Capa Aços Inter Mundial.......................................................................... 72 Aços Lapefer..................................................................................... 60 Aços Radial Indústria e Comércio de Ferro e Aço........................ 73 Anglo Americana Comercial de Ferro e Aço................................. 48 Anuario das Industrias............................................................76 / 77 BGL - Bertoloto & Grotta................................................................. 19 Cemaço............................................................................................ 81 CIESP.....................................................................................................5 Damol Indústria e Comércio de Molas.......................................... 60 Del-Art Gráficas................................................................................ 61 Desentupidora Gadita..............................................................2ª Capa Fast-Bras Abrasivos e Equipamentos Vibratórios......................... 78 Fesma Indústria e Comércio de Ferramentas............................... 73 Lapefer Com. e Ind. de Laminados................................................ 72 Limaq Máquinas e Equipamentos.................................................. 61 Lotus Metal....................................................................................... 65 Marcamp Equipamentos................................................................. 54 Metalúrgica Lopes........................................................................... 65 Novoaço Especial............................................................................. 54 Ox-Fer Ind e Com de Ferro e Aço.................................................. 67 Oxicorte Guaçu................................................................................. 67 Partel Parafusos............................................................................... 70 Perficon............................................................................................. 70 Portal 123Achei...................................................................... 26 / 27 Pro & Ind........................................................................................... 25 Renafer............................................................................................. 79 Repuxabem Comercial.................................................................... 70 Ronemak Máquinas Operatrizes.................................................... 72 SESI.................................................................................................... 68 Tekno S/A Indústria e Comércio.................................................... 78 Trefital Ind e Com de Metais................................................. 72 / 79 Tubonasa Aços................................................................................. 80 Tubonil Comercial de Tubos de Aço.....................3ª Capa / 71 / 80 Vertex Comércio e Indústria........................................................... 25




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