Revista Mercado Empresarial - Mecanica

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Especial Mecânica - 2012

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Ano 7 - Edição nº 40 - Maio de 2012 Publicação

Indústria nacional

enfrenta invasão

de importados

Mercado

Produzir no País custa mais que nos EUA

Inovação Brasileiros fazem avanço rumo a carros a hidrogênio

Tecnologia

Novos tipos de estratégias de usinagem



editorial

mercado empresarial

expediente Coordenação: Mariza Simão Redatora: Sonnia Mateu - MTb 10362-SP contato: sonniamateu@yahoo.com.br Colaboraram nesta edição: Irineu Uehara e João Lopes Diagramação: Rogério Silva Arte: Cesar Souza, José Francisco dos Santos, José Luiz Moreira, Edmilson Mandiar, Ivanice Bovolenta, Fellipe Moreira, Marilene Moreno, Hermínio Mirabete Junior, Ricardo Satoshi Yamassaki, Danilo Barbosa Gomes Distribuição: 29ª Feira Internacional da Mecânica Impressão: RR Donnelley Matriz: São Paulo - Rua Martins Fontes, 230 - Centro CEP 01050-907 - Tel.: (11) 3124-6200 - Fax: (11) 3124-6273 Filiais: Araçatuba - Rua Floriano Peixoto, 120 1º and. - s/ 14 - Centro - CEP 16010-220 - Tel.: (18) 3622-1569 Fax: (18) 3622-1309 Bauru - Edifício Metropolitan Rua Luso Brasileira, 4-44 - sl 1214 - 12º and. CEP 17016-230 - Tel.: (14) 3226-4068 Fax: (14) 3226-4098 Piracicaba Sisal Center - Rua Treze de Maio, 768 sl 53 - 5º and. CEP 13400-300 - Tel.: (19) 3432 - 1434 Fax.: (19) 3432-1524 Presidente Prudente - Av. Cel. José Soares Marcondes, 871 - 8º and. - sl 81 - Centro - CEP 19010-000 Tel.: (18) 3222-8444 - Fax: (18) 3223-3690 Ribeirão Preto - Rua Álvares Cabral, 576 -9º and. cj 92 - Centro - CEP 14010-080 - Tel.: (16) 3636-4628 Fax: (16) 3625-9895 Santos - Rua Leonardo Roitman, 27 - 4º and. cj 48 Santos - SP - CEP.: 11015-550 Tel.: (13) 3224-9326 / 3232-4763 São José do Rio Preto - Rua XV de Novembro, 3057 3º and. - cj 301 - CEP 15015-110 Tel.: (17) 3234-3599 - Fax: (17) 3233-7419 O editor não se responsabiliza pelas opiniões expressas pelos entrevistados.

Desindustrialização aumenta e quem mais perde são os pequenos fornecedores

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etores inteiros da indústria brasileira, incluindo, é claro, os produtores de bens de capital mecânicos, vivenciam hoje uma crise sem precedentes, confrontados com a perda de fatias crescentes do nosso próprio mercado, em razão de uma verdadeira enxurrada de produtos importados. Apesar das máquinas e equipamentos produzidos no Brasil estarem, de maneira geral, em pé de igualdade em qualidade e tecnologia com os fabricados em outros países, sua competitividade está em queda, perdendo o mercado interno devido à sobrevalorização do real e ao conjunto de pesados entraves que compõem o “Custo Brasil”. O sinal vermelho foi definitivamente acionado com a divulgação do PIB de 2011, que teve uma expansão raquítica, de 2,7%, em boa medida devido ao mau desempenho da indústria como um todo, a qual cresceu 1,6%. A indústria de transformação, especificamente, ficou estagnada. Cadeias produtivas de diversos ramos industriais estão às voltas com um franco processo de desmonte, que se propaga de elo para elo, num cenário que se afigura particularmente dramático em nichos como o têxtil, o de plásticos e o madeireiro. Apesar da grave desindustrialização que o País enfrenta, estatísticas mais recentes ligadas aos níveis de faturamento e de emprego na área de bens de capital mecânicos mantêm-se relativamente estáveis, não revelando diretamente os impactos negativos da presente conjuntura. O fato é explicado pela Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos): os grandes fabricantes, postados no topo da cadeia, não aumentam a produção mas logram sustentar as receitas e os postos de trabalho ao montarem e revenderem itens importados. Ou seja, as maiores vítimas desse processo são os milhares de fornecedores que compõem os outros elos das cadeias e não têm visibilidade por serem pequenos. Sofrem uma desindustrialização silenciosa. Este e outros assuntos relacionados estão sendo tratados nesta edição. Também serão alvo de debates durante a feira Mecânica 2012, o maior evento latino-americano do setor, a realizar-se em São Paulo de 22 a 26 de maio.

Mercado Empresarial

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sumário

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Panorama do setor

06 Indústria nacional

Inovação

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enfrenta invasão de importados As maiores vítimas desse processo são os milhares de pequenos fornecedores: eles sofrem uma desindustrialização silenciosa

Brasileiros fazem avanço rumo a carros a hidrogênio

Expansão

38

CEMAÇO - Vanguarda no mercado do aço

Meio Ambiente

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Opinião

16

Bens de Capital” ou “ Males do Interior”

Sustentabilidade

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Evento

18

Mecânica 2012

60

Custo do trabalho na indústria sobe 150%

63

Produzir no País custa mais que nos EUA

64 Dicas para o uso eficaz de consultoria organizacional

Sapato feminino usa materiais inteligentes para ergonomia perfeita

Fascículo Ecoturismo - Vol.3

Pesquisa mostra que 25% dos clientes não recebem nem um sorriso dos vendedores

Tecnologia

68

Cases & Cases

30

Grupo TRUMPF comemora 1000ª máquina TruLaser 3030 vendida no mundo

Comportamento

Gestão

29

TECIAM - Qualidade do começo ao fim

Qualidade

Mercado

25

Sistema de irrigação inteligente: menos água e mais alimentos

Destaque

Economia

20

Brasil perde oportunidade de vender créditos de carbono

72

Dicas de leitura

Tecnologia avançada em eletroerosão a fio chega ao mercado

74

Vitrine

Nesta edição: DESTINO BRASIL: Amazônia



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panorama do setor

Indústria nacional

enfrenta invasão

de importados

As maiores vítimas desse processo são os milhares de pequenos fornecedores: eles sofrem uma desindustrialização silenciosa


mercado empresarial

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panorama do setor

om reduzida repercussão até há pou- competitividade a olhos vistos, fazendo com que a demanda interna gerada co tempo, o tema da pelo crescimento econômico “desindustrialização” Medidas do governo seja suprida, em larga escala, da economia adquiriu são consideradas insupelas importações. Com isso, súbita notoriedade e começou ficientes cadeias produtivas de diversos a colecionar manchetes na ramos industriais estão às voltas mídia, engajando no debate com um franco processo de empresários, trabalhadores e o Governo Federal. E é fácil entender o porquê desmonte, que se propaga de elo para elo, num de tanta mobilização. Setores inteiros da indús- cenário que se afigura particularmente dramátria brasileira, incluindo, é claro, os produtores tico em nichos como o têxtil, o de plásticos e de bens de capital mecânicos, vivenciam hoje o madeireiro. A juízo de Carlos Pastoriza, diretoruma crise sem precedentes, confrontados com a perda de fatias crescentes do nosso próprio secretário da Abimaq (Associação Brasileira mercado, em razão de uma verdadeira enxur- da Indústria de Máquinas e Equipamentos), o País enfrenta hoje uma “desindustrialização rada de produtos importados. O sinal vermelho foi definitivamente aciona- cavalar”, caracterizada pela queda acentuada na do com a divulgação do PIB (Produto Interno produção, nas margens e no nível de ocupação, Bruto) de 2011, que teve uma expansão raquí- além de uma “destruição técnica” do parque tica, de 2,7%, em boa medida devido ao mau fabril que está desestimulando os investimentos desempenho da indústria como um todo, a qual em ampliação e inovação. “Em vez de transcresceu 1,6%. A indústria de transformação, formadores e produtores, estamos virando especificamente, ficou estagnada, com alta de maquiladores e comerciantes, nos limitão somente 0,1% no ano passado, fazendo tando a montar aqui bens acabados e com que sua participação na composição do componentes produzidos lá fora”, PIB recuasse para 14,6%, o menor share desde situa ele. Fenômeno interessante é que 1956, quando do começo do governo de Jusceas estatísticas mais recentes ligalino Kubitscheck. Concretamente, de alguns anos para cá, das aos níveis de faturamento e devido à sobrevalorização do real e ao conjunto de emprego na área mantêm-se de pesados entraves que compõem o “Custo relativamente estáveis, não reveBrasil”, os manufaturados nacionais perdem lando diretamente os impactos

“Em vez de transformadores e produtores, estamos virando maquiladores e comerciantes, nos limitando a montar aqui bens acabados e componentes produzidos lá fora.”

Carlos Pastoriza, diretor-secretário da Abimaq

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panorama do setor

negativos da presente conjuntura. Isso é explicado pela Abimaq da seguinte forma: os grandes fabricantes, postados no topo da cadeia, não aumentam a produção mas logram sustentar as receitas e os postos de trabalho ao montarem e revenderem itens importados. “As maiores vítimas desse processo são os milhares de fornecedores que compõem os outros elos das cadeias e não têm visibilidade por serem pequenos. Sofrem uma desindustrialização silenciosa”, analisa Pastoriza. De acordo com dados da entidade, o faturamento bruto do setor foi de R$ 81,234 bilhões em 2011, o que representou um avanço de 9,2% sobre os R$ 74,393 bilhões de 2010. No entanto, na comparação com os R$ 84,401 bilhões de 2008 – ano de referência que a Abimaq utiliza para balizar uma perspectiva mais abrangente –, registrou-se um declínio de 3,8%.

Cadeias produtivas dizimadas O crescimento de 2011 foi puxado pelas máquinas agrícolas e pelos bens sob encomenda. Já os segmentos em que as receitas despencaram são os voltados para a produção de bens de consumo, como máquinas têxteis, para plástico e para madeira. “Estamos vendo estas cadeias serem dizimadas pela entrada de produtos chineses ou asiáticos”, constata Pastoriza. A seriedade do quadro fica patente examinando-se os números da balança comercial. Eles apontam para um déficit de US$ 17,879 bilhões FOB em 2011, um aumento de 13,5% sobre o rombo de US$ 15,743 bilhões de 2010. As exportações somaram US$ 11,901 bilhões (alta de R$ 28,6% sobre 2010 e de 4,7% sobre 2008). Por sua vez, as importações totalizaram US$ 29,780 bilhões (elevação de 19,1% vis-à-vis 2010 e de 35,8% em relação a 2008). Para se ter uma noção mais acurada das distorções derivadas do comércio externo, em


mercado empresarial

panorama do setor

tinham esta importância há alguns anos”, observa Lourival Franklin, assessor de gabinete da Abimaq. Outro indicador que vem corroborar a proeminência assumida pelos estrangeiros no tecido produtivo é o consumo aparente (soma da produção local com as importações, subtraindo-se do total as exportações). Em janeiro-fevereiro deste ano, o maquinário de fora respondeu por uma fatia de nada menos que 58% do montante apurado, que bateu em R$ 16,736 bilhões, subindo 14,5% sobre igual período de 2011. Conforme Pastoriza, as importações foram bancando o aumento do consumo aparente nos últimos anos: “Esse fato demonstra claramente a queda na competitividade de nossos produtos, que estão perdendo o mercado interno”. Oportunidades de negócios escasseiam Nos últimos tempos, em meio a este clima adverso, complementa José Luiz Olivério, vicepresidente de tecnologia e desenvolvimento

A competitividade dos produtos brasileiros está em queda: estamos perdendo o mercado interno

2008 o déficit da balança havia sido de US$ 10,562 bilhões e, em 2005, de apenas US$ 1,528 bilhão. Em outros termos, de seis anos para cá, os números consolidados mostram uma deterioração constante das relações de troca internacionais. As regiões que mais absorvem nossas exportações são, pela ordem, América Latina/ Mercosul, Estados Unidos e Europa, tendo havido, por sinal, uma forte retração na demanda europeia devido à crise econômica em curso. De outro lado, os países que mais vendem para o Brasil são, na sequência, EUA, China e Alemanha. Entretanto, a China assume o primeiro posto se for usado como critério o peso (massa física) dos produtos, medido em quilos. “São máquinas com pouca tecnologia incorporada, que entram em grande quantidade aproveitando aos preços baixos, para os quais a defasagem cambial é determinante. Os chineses não

da Dedini, a área de bens de capital sob encomenda vem se ressentindo de um sensível declínio nas oportunidades de negócio, com reflexos diretos nas vendas e no faturamento: “Há grande número de empresas disputando os poucos contratos à vista. Os preços estão deprimidos e há muita ociosidade na capacidade instalada”, descreve ele. Assim, num intervalo de quatro anos, o volume de receitas da Dedini teve expressiva diminuição. Em 2011, elas alcançaram o total de R$ 1 bilhão (praticamente empatando com 2010), contra R$ 1,4 bihão em 2009 e R$ 2,2 bilhões em 2008. A empresa abriga hoje aproximadamente 3.500 funcionários, em marcado contraste com o contingente de 6.500 colaboradores arregimentado nos bons tempos. Além de as nossas condições internas serem desfavoráveis, pondera Olivério, os concorrentes estrangeiros desfrutam de uma série de vantagens em seus países de origem. “Os governos locais lhes oferecem programas de incentivos, subsidios e redução de impostos para exportações”, lembra ele. A China costuma figurar como a maior

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panorama do setor

“Além da avalanche de produtos de fora, “o encarecimento da matéria-prima veio agravar ainda mais as dificuldades, ao incrementar os custos gerais dos transformadores.”

Livaldo Aguiar dos Santos, diretor-presidente da Romi,

“vilã” nesta história, mas o fato é que as políticas de apoio levadas a cabo por outros países também acabam por reforçar o desequilíbrio na balança. “Os chineses têm uma economia dirigida, com preços formados de acordo com interesses comerciais. Países como a Alemanha, de seu lado, têm uma economia de mercado, mas seus governos favorecem igualmente os exportadores”, compara Olivério. Com tudo isto, ficou cada vez mais difícil receber encomendas dos próprios brasileiros. O vice da Dedini recorda que atualmente o aço alemão é 30% mais barato do que o nosso, devido a fatores que independem da vontade das nossas siderúrgicas, tendo a ver com injunções estruturais. Mas um bom exemplo desta assimetria competitiva vem da própria área de bens de capital. No segmento de bebidas, conta Olivério, as empresas nacionais sempre foram fornecedoras de plantas e equipamentos para os fabricantes. Desta vez, porém, em uma concorrência recente que acenava com contratos num valor acima de R$ 700 milhões, sagraram-se vencedoras múltis da Alemanha e da Suíça. “Criou-se uma situação até então inédita. Tudo o que foi comprado veio de fora. Não existe nenhum parafuso nacional neste projeto. E isso não é um problema de tecnologia, mas sim de custos”, ressalta o executivo. Setor de máquinas-ferramenta Falando do ramo de máquinas-ferramenta,

Alfredo Griesinger, diretor geral da Heller Máquinas Operatrizes, nota que o ano de 2011 foi pautado por uma série de marchas e contramarchas. “Muitos projetos foram longamente discutidos, pois os processos decisórios tornam-se mais lentos, especialmente em um ambiente conturbado por crises pelo mundo afora”, relata ele. Ainda assim, para a Heller no Brasil o ano passado gerou um volume de vendas significativo, que cresceu 20% sobre 2010. Griesinger esclarece que, mesmo durante a crise de 20082009, a empresa não teve perdas significativas, pois o montante de encomendas foi bastante grande, o que a ajudou a superar as turbulências. “Nosso caso, contudo, foi uma exceção dentro do mercado de máquinas-ferramenta”, ressalva ele. O setor que mais tem investido na aquisição de equipamentos de usinagem, informa o diretor, é o automobilístico, junto com toda a cadeia de suprimentos vinculada a ele, seguido pelas companhias ligadas ao agronegócio e à construção. “Todavia, se as vendas foram boas, a rentabilidade foi sofrível”, declara ele. A explicação para este descompasso, segundo o executivo, é a entrada de bens de capital de fora. “A falta de competitividade com as máquinas importadas, seja por questões cambiais ou mesmo em decorrência dos altos custos internos, está corroendo as margens dos produtores nacionais”, diagnostica. Concordando com a opinião de seus pares,


mercado empresarial

Livaldo Aguiar dos Santos, diretor-presidente da Romi, assinala que as condições de competição ficaram difíceis em razão dos aspectos macro e microeconômico da conjuntura. “Desde 2008, o setor vem denunciando esta grave situação, que só fez piorar”, rememora. A Romi mantém em carteira mais de cinco mil clientes ativos, em geral de pequeno porte e fornecedores de montadoras de veículos. Neste universo pulverizado, em que pese a expansão do segmento automotivo, “os pedidos de máquinas ficaram estagnados e os investimentos estão em suspenso, exatamente devido ao ingresso das importações”, atesta ele. O mesmo panorama desolador caracteriza outro front atendido pela Romi, o da transformação do plástico. Além da avalanche de produtos de fora, “o encarecimento da matériaprima veio agravar ainda mais as dificuldades, ao incrementar os custos gerais dos transformadores”, diz Aguiar. Em razão destes percalços, o faturamento da Romi recuou 6,3% em 2011, indo para R$ 631 milhões, contra os R$ 673,5 milhões calculados em 2010. Cerca de 88% das receitas foram provenientes do mercado nacional. “Com o esfriamento nas vendas, frustramos nossa expectativa anterior de crescimento”, reconhece o diretor-presidente. As exportações das companhias, como se poderia esperar, estão patinando. Além da contração da demanda global associada à crise, o câmbio e os vários componentes do “Custo

panorama do setor

Brasil” dificultam sobremaneira a performance das vendas externas. “Talvez não exista um outro país que exporte impostos embutidos como nós. Alguns podem ser diferidos, mas outros não, como no caso dos referentes à área trabalhista e dos que incidem em cascata”, critica José Luiz Olivério. Apesar dos atropelos fiscais e tributários, nota o executivo da Dedini, antes o segmento ainda conseguia comercializar sua produção lá fora. A sobrevalorização do real, entretanto, acabou sendo a gota d’água para fazer este intento naufragar. “Está sendo difícil concorrer com outros países e vender peças e componentes no Exterior em setores como o sucroenergético, mesmo empregando as mais modernas tecnologias”, lamenta Olivério. Se, no passado, as vendas além-fronteiras chegaram a responder por quase 20% do faturamento da Dedini, este percentual foi declinando ao longo do tempo até se fixar nos 10% de hoje. As receitas totais da fabricante têm caído e a fatia oriunda do comércio externo vem encolhendo na mesma proporção, mantendo-se assim a taxa de 10%. Os equipamentos para a área sucroenergética têm liderado suas exportações, direcionadas às Américas, à África e, mais recentemente, à Àsia. Prognósticos para este ano O ano de 2012 começou na mesma toada em meio aos fabricantes de máquinas, apontando, de novo, para o aumento das receitas decorrente sobretudo do processamento de importados. Os dados da Abimaq referentes ao bimestre janeiro-fevereiro dão conta de um faturamento bruto real de R$ 12,14 bilhões, valor 7,4% superior ao dos dois primeiros meses de 2011. Contribuíram positivamente para os resultados as máquinas agrícolas, os bens sob encomenda e as válvulas. Em contrapartida, tiveram desempenho negativo máquinas têxteis, para plásticos, para madeira, bombas/motobombas e máquinas-ferramenta. O comércio internacional voltou a exibir cifras negativas: houve déficit de US$ 3,061 bilhões, um incremento de 24,7% sobre o mesmo bimestre de 2011. As exportações somaram US$ 1,816 bilhão, subindo 9%, ao passo que as importações perfizeram US$ 4,877 bilhões, aumentando 18,3%. Na interpretação da Abimaq, um outro indicador, o Nuci (Nível

Pedidos de máquinas estagnados e investimentos em suspenso

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panorama do setor

“Acreditamos que este será também um ano duro, bastante difícil”, comenta Liovaldo Aguiar da Romi

de Utilização da Capacidade Instalada) também suscita apreensões. Em janeiro último, ele havia caído para 75,48%, índice inferior até aos registrados nos piores momentos da crise de 2008-2009. Mesmo tendo havido uma pequena recuperação em fevereiro, quando foi para 77%, a ocupação da capacidade se encontra em um patamar considerado baixo, deixando entrever uma performance débil no faturamento e no emprego. Outra sinalização negativa vem da carteira de pedidos, que fechou fevereiro com o total de 16,3 semanas para atendimento, sendo que, em todo o ano de 2011, a média das semanas nunca tinha sido, em nenhum mês, inferior a 17. No segundo mês deste ano, as empresas mantinham em suas instalações um staff de 263.574 funcionários. Por essas e por outras, a indústria de bens de capital não alimenta muitas expectativas positivas para este ano. As medidas anunciadas pelo governo para defender o parque produtivo foram recebidas com reservas pela Abimaq e por outras entidades empresariais, segundo

““Talvez não exista um outro país que exporte impostos embutidos como nós.” José Luiz Olivério, vice-presidente de tecnologia e desenvolvimento da Dedini

elas por estarem aquém das necessidades reais (veja a matéria “Medidas do governo são consideradas insuficientes” para uma análise pormenorizada deste tema).

“Não somos otimistas com relação às perspectivas para 2012, dada a gravidade da situação”, resume Pastoriza. “Acreditamos que este será também um ano duro, bastante difícil”, comenta Liovaldo Aguiar, acrescentando que, para a Romi, o foco das ações incidirá sobre a rentabilidade e não sobre o crescimento. A Dedini aposta na aceleração dos investimentos em vários ramos em que está presente, tais como o sucroalcooleiro, alimentos e bebidas, petróleo e petroquímica, biodiesel, bioenergia, tratamento de efluentes, fundidos de grande porte e papel e celulose. Embora tenha dispensado muitos colaboradores nos anos mais recentes, a Dedini procurou preservar as competências requeridas para uma eventual retomada das atividades. “Temos uma visão otimista sobre o Brasil, mas é necessário adotar uma série de medidas específicas para reforçar a competitividade”, conclui Olivério.


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panorama do setor

Medidas do governo são consideradas insuficientes Pacote governamental é um paliativo, carecem de medidas de longo alcance

As várias medidas que o Governo Federal anunciou para refrear o processo de “desindustrialização” constituem passos na direção certa, porém muito longe de equacionar os desafios conjunturais e estruturais enfrentados pelo setor. Esta é a posição oficial da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), que, junto com outras entidades, como a Fiesp (Federação das Indústrias no Estado de São Paulo) e a CNI (Confederação Nacional da Indústria), está demandando providências mais efetivas e imediatas. Como se sabe, o pacote divulgado no começo de abril pelas autoridades abarca uma série de incentivos à produção industrial. Entre elas, destacam-se: desoneração da folha de pagamentos em 15 setores, prevendo a eliminação da contribuição previdenciária de 20%; aumento dos recursos para o Proex (Programa de Financiamento à Exportação); postergação para alguns segmentos das quitações do PIS e do Cofins; redução do IPI para alguns produtos; alocação de R$ 45 bilhões adicionais do Tesouro para o BNDES; abatimento de impostos sobre investimentos em portos e ferrovias; aprimoramento da fiscalização portuária contra fraudes nas importações; novo regime automotivo para atrair investimentos e estimular projetos de P&D. Antes de mais nada, os dirigentes da Abimaq avaliam que este pacote e as demais medidas de apoio que vieram em sua esteira foram concebidos, em parte, como resposta às pressões e às manifestações públicas que os industriais e os sindicatos de trabalhadores vêm organizando

para denunciar o desmantelamento do parque produtivo. No entanto, insistem eles, os percalços não estão sendo atacados pela raiz. “Nossos três principais problemas hoje são câmbio, câmbio e câmbio”, proclama Carlos Pastoriza, diretor-secretário da Abimaq, buscando ressaltar a centralidade que a sobrevalorização do real assumiu no horizonte de negócios da área. Em um segundo plano, enumera ele, emergem as mazelas atinentes ao “Custo Brasil”, como juros e carga tributária elevados, custo da mão de obra e da energia, falta de infraestrutura logística, excesso de burocracia, entre outras. Estima-se que, do início de 2004 até fevereiro último, o real tenha se apreciado em quase 44%, encarecendo demasiadamente os produtos brasileiros exportáveis e escancarando as portas para os importados. “Nossa defasagem cambial é a maior do planeta. Não adianta o governo dizer que não vai deixar esta situação piorar, pois ela já é muito grave. Somos um paraíso para quem quer destruir a indústria local”, salienta Pastoriza. Complementando este ponto, Livaldo Aguiar dos Santos, diretor-presidente da Romi, julga que é prioritário acompanhar de perto o comportamento do câmbio. “Os governos lá fora utilizam-no como instrumento de defesa comercial. EUA, Europa e Japão fazem da base monetária um elemento de competitividade, criando barreiras para beneficiar seus interesses nacionais. É preciso adotar contramedidas”, sublinha.

“Nossos três principais problemas hoje são câmbio, câmbio e câmbio.”

Carlos Pastoriza, diretor-secretário da Abimaq

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panorama do setor

“Cremos que o pacote governamental é um paliativo, sem caráter estruturante, carecendo de medidas de longo alcance.”

Lourival Franklin, assessor do gabinete da Abimaq

Custos encarecem maquinário Além do mais, o “Custo Brasil” sozinho, mesmo sem se levar em consideração as distorções cambiais, já faz com que as máquinas e equipamentos fabricados aqui saiam por um valor 43% mais alto do que os manufaturados na Europa, como nota Lourival Franklin, assessor do gabinete da Abimaq. “Por isso, cremos que o pacote governamental é um paliativo, sem caráter estruturante, carecendo de medidas de longo alcance”, observa ele. Entrando no mérito das propostas oficiais, Pastoriza calcula que a desoneração das folhas de pagamento, por exemplo, redundará no encarecimento de apenas 1% nos preços dos importados, na comparação com os bens nacionais. “Do ponto de vista dos custos internos da empresa, o benefício vai variar, a depender da intensividade com que a mão de obra é utilizada. Na média, esta vantagem será neutralizada”, afiança. Manifestando-se favoravelmente ao pacote de Brasília, Livaldo Aguiar pondera que mudanças deste teor se dão forçosamente de forma gradual e não podem ser implantadas da noite para o dia. O governo, a seu ver, está ciente de que a crise tem dois aspectos básicos: o estrutural e o conjuntural. O primeiro, indica ele, demanda tempo e negociação a longo prazo. “É difícil, por exemplo, implementar uma reforma tributária”, admite. Já o aspecto conjuntural requer providências mais céleres no sentido de movimentar o mercado, que se encontra desaquecido. O anúncio das autoridades, diz o presidente da Romi, caminha nesta direção: “As propostas representam o que é possível fazer no momento”. Doravante, ele aposta que os conselhos

setoriais, congregando governo, empresários e trabalhadores, poderão gerar novas ideias e linhas de ação. Aguiar, por fim, constata que “os governantes finalmente assumiram que o problema existe, pois antes não davam ouvidos às denúncias que a Abimaq vinha fazendo”. Juros devem cair mais rapidamente Abordando mais detidamente os gaps a serem superados, o setor postula uma redução mais acentuada dos juros, no entendimento de que o Brasil ainda pratica uma das maiores taxas do mundo, enquanto nos países ricos elas são de praticamente zero. Essa diretiva, simultaneamente, ajudaria a amenizar o desnível do câmbio, ao reduzir a atratividade do País diante dos capitais especulativos, sobretudo após os “tsunamis monetários” promovidos pelos EUA e pela União Europeia, reiteradamente criticados pelo governo brasileiro. Outro reclamo ainda é elevar a eficácia na fiscalização de portos e aeroportos para impedir a entrada de produtos disfarçados com o intuito de driblar a legislação, além de outras irregularidades. “Mais de 60% dos itens ligados a máquinas e equipamentos têm problemas com importações predatórias e é preciso controlar a concessão de licenças automáticas”, advoga Carlos Pastoriza. No que tange à campanha de conscientização, a Abimaq enfatiza que os “gritos de alerta” e as manifestações do setor terão prosseguimento a fim de sensibilizar a sociedade. Pastoriza refuta, a propósito, a acusação de que a indústria brasileira esteja preconizando o protecionismo e a concessão de privilégios. “Esse argumento é ingênuo ou parte de um sofisma. Outros países também adotam medidas de proteção”, contrapõe ele, notando que, felizmente, o governo parece estar saindo de uma postura passiva neste aspecto. Num tom mais otimista, Alfredo Griesinger, diretor geral da Heller Máquinas Operatrizes, assinala que, com a política de resguardo da indústria nacional que está sendo desenhada, espera-se uma reação na demanda interna. “Para 2012, estamos vendo um cenário mais propício, em especial pela percepção de vários setores do governo de que algo precisa mudar. E com urgência! Não podemos perder uma fatia de mercado conquistada com tanto esforço e competência”, adverte. E ele arremata: “Sem uma indústria forte de bens de capital, não teremos um futuro brilhante. A competência nesse terreno é que determina a evolução e maturidade econômica do País”.


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opinião

panorama do setor

Parque produtivo detém tecnologia avançada Do ponto de vista estritamente tecnológico e qualitativo, as máquinas e equipamentos produzidos no Brasil encontram-se, de maneira geral, em pé de igualdade com os que saem das linhas de montagem em outros países. Portanto, em uma situação de maior isonomia competitiva, nossos produtos estariam plenamente credenciados a disputar tanto o mercado interno quanto o global, garantem os fabricantes ouvidos por Mercado Empresarial. Em algumas áreas, como a de componentes eletrônicos, os chineses desfrutam de vantagens. Porém, quando se trata de bens de capital sob encomenda, a situação é de paridade, afiança José Luiz Olivério, vice-presidente de tecnologia e desenvolvimento da Dedini. “Nós operamos com processos universais e grau de produtividade equivalente ao de outros países, além de a mão de obra ser altamente qualificada. Por isso, não existe diferença de competitividade no nível da fabricação”, afirma ele. Falando da área de usinagem, Alfredo Griesinger, diretor geral da Heller Máquinas Operatrizes, assegura que é falsa a tese de que é preciso abrir os portos para modernizarmos nossas plantas. “Temos sim, no mercado brasileiro, fabricantes de máquinas-ferramenta de ponta. Não vamos nos menosprezar”, conclama ele. O maquinário da Heller manufaturado no País, exemplifica o diretor, é absolutamente igual ao que é produzido nas fábricas da Alemanha, Inglaterra e Estados Unidos. Griesinger cita, aliás, uma iniciativa recente de sua empresa, ao lançar no Brasil, em 2011, a sua nova linha de centros de usinagem horizontal MC 2000, MC 4000 e MC 5000 antes mesmo de ela ser comercializada no mercado mundial. Esses equipamentos passaram depois a serem vendidos para a China, Estados Unidos e Europa. “Também outras empresas de máquinas-ferramenta produzem e exportam o ‘estado da arte’ neste segmento”, lembra ele. Na Heller, os colaboradores brasileiros participam, juntamente com os colegas da matriz, do desenvolvimento tecnológico de novos produtos “O constante investimento na inovação é vital. Só assim seremos capazes de desenvolver profissionais com o mesmo conhecimento técnico daqueles que atuam nos mercados mais avançados”, conclui Griesinger. A Romi, por seu turno, aplica tradicionalmente 4% das receitas em pesquisa e desenvolvimento, possibilitando assim que um percentual entre 90% e 95% do portfólio da empresa abrigue tecnologia criada internamente, conforme explica Livaldo Aguiar dos Santos, diretor-presidente da companhia. Um exemplo concreto

Máquinas e equipamentos produzidos no Brasil encontram-se, de maneira geral, em pé de igualdade com os fabricados em outros países das conquistas obtidas, mencionado por ele, está na futura disponibilidade de máquinas-ferramenta de cinco eixos, cujos primeiros protótipos surgirão em 2013. Aquisição de empresa alemã Uma importante empreitada da Romi foi a compra, sacramentada em janeiro último, da empresa alemã Burkhardt + Weber, também da área de máquinas-ferramenta. O negócio, no valor de 20,5 milhões de euros, foi fechado por meio da Romi Europa, sua subsidiária integral localizada na Alemanha. “A Burkhardt + Weber abriga o topo de linha neste setor e a meta é adicionar suas máquinas premium ao nosso portfólio, atendendo com maior qualificação nossos clientes nas Américas do Sul e do Norte. Estaremos em melhores condições de disputar mercado em qualquer parte do globo”, frisa Aguiar. A expectativa com a aquisição é fazer com que as exportações saltem do patamar atual de 12% para 22%. das receitas. “A estratégia é promover uma diversificação geográfica maior, criando-se operações até na China”, revela o executivo. Outro ganho digno de menção entre os fabricantes de máquinas é a disseminação das políticas de gestão e de qualidade, reforçando a modernização das plantas. “Estamos atendendo neste esforço os requisitos de sustentabilidade social e ambiental, em linha com os novos padrões globalizados de governança corporativa.” assegura José Luiz Olivério. Desse modo, hoje já é grande o número de organizações que detêm, por exemplo, certificações como a ISO 9000, ISO 14.000 e ISO 18.000, entre várias outras, conferidas muitas vezes por auditorias internacionais. Neste contexto, Olivério destaca a posse dos selo ASME (American Society of Mechanical Engineers), que estabelece normas para o design, engenharia, montagem e fabricação de equipamentos, visando à segurança e prevenção de acidentes. Além da ASME, a Dedini também detém, na área de fundição, o selo ISO 14.000, atestando a adoção de boas práticas de gestão ambiental. A Romi, por sua vez, utiliza a metodologia Six Sigma há quatro anos, a par de ter abraçado as normas ISO 14.001 e 9001. “Fizemos muito neste domínio, de sorte que as boas práticas já se tornaram uma cultura enraizada na empresa”, finaliza Livaldo Aguiar. ME

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Bens de Capital ou “ Males do Interior” *Por Sergio Leme dos Santos

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indústria de Bens de Capital se caracteriza por ser essencialmente funcional, ou seja, desenvolve aqueles produtos que são usados para fabricar outros produtos, repetidamente – uma fábrica de fábricas, em outras palavras. A importância de uma indústria de Bens de Capital estruturada está no processo de acumulação e na geração e difusão de tecnologia, fatores que a tornam extremamente estratégica do ponto de vista do desenvolvimento econômico. Em função dessas características, a indústria de Bens de Capital (IBK) depende dos investimentos realizados pelos setores públicos e privados para crescer e sobreviver. Portanto, as condições macroeconômicas como câmbio, preço de energia, política industrial, modelo tributário, condições de financiamento e políticas publicas afetam muito a IBK, criando um entorno sistêmico da evolução e conservação deste tipo de atividade. Nos últimos 30 anos o Brasil lutou mui-

to para desenvolver e manter seu parque industrial das IBK, mas infelizmente os altos e baixos da economia, os vários planos econômicos, as condições adversas e outros fatores conjunturais criaram dificuldades enormes para o setor. O resultado é que, se compararmos o parque industrial das Industrias de Bens de Capital de 1980 com o de 2012, vamos observar que 80% das empresas existentes em 1980 fecharam ou trocaram de controle devido à problemas financeiros. Apenas 20% de sobreviventes continuam acreditando e buscando consolidar uma atividade industrial básica para qualquer país que queira se estabelecer como potência mundial. Muitos economistas defendem teses “poéticas” tentando minimizar os efeitos desastrosos que a falta de uma política industrial tem causado à IBK, mas não podemos nos enganar, o Brasil tem imposto um processo de desindustrialização nas Industrias de Bens de Capital. Em 1980 o parque industrial brasi-


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*Sergio Leme dos Santos é Diretor-Presidente do Grupo Dedini.

leiro era maior que o da China, Coréia do Sul, Tailândia e Malásia somados. Em 2010, a indústria brasileira representou menos de 15% do que esses países somados produziram, de acordo com um estudo realizado por Gabriel Palma, da Universidade de Cambridge, que teve como conclusão: construir o que nós construímos, e depois destruir em tão pouco tempo é um ato de vandalismo econômico sem igual. Com certeza temos vitórias, conquistas e grandes realizações, bem como inovações tecnológicas de grande impacto, mas no balanço geral poderíamos estar com uma IBK muito mais forte e ativa. Quando analisamos as medidas anunciadas pelo governo dentro do Plano Brasil Maior, percebemos um esforço positivo do governo e a uma preocupação em preservar a indústria no país, mas infelizmente, embora as medidas sejam necessárias e positivas, ainda não são suficientes para resolver os problemas de competitividade estrutural,

pois não são capazes de fornecer isonomia à produção nacional em relação aos competidores estrangeiros. No Brasil temos um grande inimigo chamado Custo Brasil, que representa um adicional de mais de 40% nos custos da indústria de transformação nacional em comparação com a de países desenvolvidos. Em resumo, somos um país com muitos recursos naturais, mão de obra criativa e com potencial de inovação, mas com uma indústria de Bens de Capital pouco valorizada, sem uma política industrial adequada. Voltando ao nosso título, que tem a intenção apenas de formar um trocadilho sem desmerecer em nada o nosso interior, realmente estamos muito mais para “Males do Interior” (desindustrialização, morosidade de implantação de políticas industriais, custo Brasil, câmbio valorizado, juros altos, alta carga tributária, etc.) versus “Bens de Capital” (parque fabril moderno, mão de obra treinada, competitividade industrial, inovação tecnológica, linhas de financiamentos adequados). Acreditamos muito que ainda temos tempo para reagir e transformar este quadro, mas são necessárias ação e determinação do governo e das partes envolvidas, com medidas contundentes para preservar o nosso parque de IBK que faz construindo ao longo dos anos com muito esforço e dedicação. Espero que possamos voltar a ser uma indústria forte de Bens de Capital! ME

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Mega evento gerador de negócios do setor industrial latino-americano

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ontemplando cerca de 25 setores da indústria, dentre eles as áreas de automação e controle de processos, equipamentos para tratamento ambiental e refrigeração, solda e tratamento de superfícies, máquinasferramenta, acontece de 22 a 26 de maio, no Anhembi, em São Paulo, a 29ª Feira Internacional da Mecânica, maior evento do setor na América Latina. A Mecânica 2012, que é organizada e promovida pela Reed Exhibitions Alcantara Machado, espera dar um impulso a mais na indústria de bens de capital mecânicos, cujo faturamento bruto, de acordo com dados da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos) o foi de R$ 81,234 bilhões em 2011, o que representou um avanço de 9,2% sobre os R$ 74,393 bilhões de 2010 – apesar de, na comparação com os R$ 84,401 bilhões de 2008 – ano de referência que a Abimaq utiliza para balizar uma perspectiva mais abrangente –, ter se registrado um declínio de 3,8%. Segundo os promotores da feira, esses números mostram que o setor, que hoje emprega 262.970 profissionais, está capacitado para atender os projetos de infraestrutura previstos para os próximos anos. Alguns setores da indústria nacional

aumentaram sua participação na exportação de máquinas e equipamentos. É o caso do setor de máquinas para logística e construção civil, que atingiu 42, 5%, seguido pela infra-estrutura e indústria de base, com 22%. De janeiro a novembro de 2011, o Brasil exportou US$ 10.697 milhões, um aumento de 29,2% sobre o mesmo período de 2010. A expectativa é que 106 mil visitantes participem do evento. “O objetivo primordial da feira é fomentar o setor industrial brasileiro, criando um ambiente favorável para a geração de negócios, durante e após a realização do evento”, afirma a diretora da Mecânica 2012, Liliane Bortoluci. Destaques Destaque desta edição é a marcante participação na feira das forças econômicas de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. Com grande representatividade, o Rio


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Grande do Sul traz ao evento 38 empresas expositoras de diversos municípios gaúchos. Caxias do Sul é a cidade com o maior número de participações: estarão presentes as empresas Antares, Asia Metals, Btfixo, Dynamics, Eletro Máquinas, EMT, Euroair Brasil, Helesul, Kamp, Macrosul, MHP, Prensso Máquinas, Aspersul, Crippa, Voges. A capital Porto Alegre trará Alma do Brasil, Ciriex-Abus, Ferramentas Gerais, Ibatech, Multimaq, Otam Ventiladores, Reitz e Texius. Vindas de São Leopoldo, Belton; Gedore; Metal Work; Metalfema; SKA e Bombas Geremia. Participam do evento ainda Bel Air, KS Tools e Werk-Schott de Novo Hamburgo; Aços Favorit e CMV/Blastibras, de Cachoeirinha; BWR, de Tupandi; Geremia, de Bento Gonçalves; Tramontina Garibaldi, de Garibaldi; e Proar de Campo Bom. Oitavo maior Produto Interno Bruto entre os estados brasileiros, segundo dados do IBGE, Sant Catarina que estará representada por 31 empresas expositoras dos principais segmentos da indústria de máquinas e equipamentos. Entre elas, a Jamo, empresa especializada em aquecimento indutivo, que apresentará um novo equipamento de têmpera superficial por indução; e o grupo Franklin Eletric, maior fabricante de motores submersos do mundo, que trará sua linha de bombas de alta pressão e motobombas com tecnologia de estágios flutuantes.

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Mecânica 2010 - Entrada

Mecânica 2010 - Vista Interna

Paralelamente à feira, no Hotel Holiday Inn, acontece o 3º Congresso Ambiental Expo, com palestras que contarão com temas relacionados aos fatores econômicos, tecnológicos e legais para o desenvolvimento da economia e da indústria.

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Custo do trabalho na indústria sobe 150%

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custo da mão de obra na indústria brasileira teve aumento de 150% em relação ao dos parceiros comerciais do País entre 2003 e 2009. Esse dado impressionante, que explica muito da crise pela qual passa a indústria nacional, consta de um trabalho recente do economista Regis Bonelli, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getúlio Vargas (FGV) no Rio. “A produtividade do trabalho teria de ter crescido a uma taxa cavalar para compensar o aumento do custo unitário do trabalho”, explica Bonelli. O custo unitário do trabalho é o custo salarial, em moeda internacional, por unidade de produção. De forma simplificada, é o custo do trabalhador brasileiro comparado ao de outros países. É, portanto, um Alta da mão de obra, dos principais componentes da desde 2003, se deu em competitividade internacional, relação aos competidoespecialmente em setores que res internacionais empregam muita mão de obra, como a indústria. O custo do trabalho pode ser calculado em dólares, mas Bonelli utilizou o câmbio em relação a uma cesta de moedas ponderada pela participação dos países nas exportações brasileiras - o que, evidentemente, mede melhor

a competitividade externa da produção nacional. Na economia brasileira como um todo, o custo unitário do trabalho subiu 120% entre 2003 e 2009. Na agropecuária, a alta foi de 82%, e no setor de serviços, de 114%. O último dado do economista é de 2009 porque ele teve de usar as Contas Nacionais em base anual (diferente da trimestral), que são divulgadas com quase dois anos de defasagem. Mesmo tomando-se como ponto inicial o ano de 2000, quando o câmbio estava bem mais valorizado do que em 2003, o encarecimento de mão de obra até 2009 é impressionante: 72% para a economia como um todo, 57% para a agropecuária, 61% para os serviços, e 93% para a indústria. O estudo de Bonelli mostra que foi de fato a valorização do câmbio real (que leva em conta a diferença entre as inflações dos países) que encareceu o custo do trabalho no Brasil nos últimos anos. O pesquisador verificou que o rendimento médio subiu apenas 0,6% ao ano acima do deflator implícito do PIB, um índice de inflação muito abrangente derivado das Contas Nacionais. Desta forma, não foram aumentos salariais acima da inflação brasileira


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os principais responsáveis por tornar a mão de obra nacional tão cara. Outro problema da alta do custo do trabalho foi o mau desempenho da produtividade nos últimos anos. Se os trabalhadores estivessem ganhando mais, quando se mede o seu rendimento em moeda estrangeira, mas ao mesmo tempo estivessem produzindo muito mais, a competitividade não seria tão comprometida. Mas não foi isso que aconteceu. Média A produtividade, que mede o quanto se produz por trabalhador, cresceu a uma média de apenas 0,6% entre 2000 e 2009. Mas esse desempenho geral oculta números ruins para a indústria, cuja produtividade caiu a uma média de 0,8% ao ano de 2000 a 2009. Os serviços tiveram um aumento anual de 0,5%, próximo da economia como um todo, enquanto a agropecuária apresentou um ótimo desempenho: aumento de produtividade a um ritmo médio anual de 4,3%. Essas divergências explicam boa parte da diferença na evolução do custo unitário do trabalho dos diversos setores. Quanto pior a produtividade, mais caro é produzir para um

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mesmo nível de salário. O custo unitário do trabalho, porém, não mede a rentabilidade de cada setor. Mesmo que fique muito mais caro produzir, a rentabilidade pode não cair, ou cair menos do que se espera, se o preço dos produtos aumentar muito. O problema, porém, é que os preços de cada setor estão submetidos a condições muito diferentes. Nos serviços, que quase não sofrem concorrência internacional, é normal repassar o aumento dos custos aos preços. Já a agropecuária, além dos ganhos de produtividade, foi beneficiada pela enorme alta da cotação das commodities na esteira da demanda asiática. A indústria, porém, não só sofre a concorrência internacional, como viu seus preços serem comprimidos pelo crescimento da produção chinesa e a redução da demanda dos países avançados, por causa da crise. “A rentabilidade total das exportações caiu 19% entre 2003 e 2011, mas a da indústria de transformação caiu 35%, com destaque para material eletrônico e comunicações, com queda de mais de 60%”, resume Rodrigo Branco, economista da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex). ME

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Considerando todas as regiões, a atividade fabril, no período, cresceu 1,3%.

IBGE: produção da indústria sobe em 7 de 14 regiões em fevereiro

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produção da indústria brasileira registrou crescimento em 7 das 14 regiões pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em fevereiro, segundo levantamento divulgado em 10/4 último. Considerando todas as regiões, a atividade fabril, no período, subiu 1,3%. Entre os locais analisados pelo IBGE, o Pará teve o maior avanço, de 6,2%, após ter registrado queda de 13,3% em janeiro. Tiveram crescimento acima da média nacional: Rio de Janeiro (3,7%), Minas Gerais (3,0%), Ceará (2,5%) e São Paulo (1,5%). Ficaram abaixo da média, mas mostraram avanço as produções das indústrias do Espírito Santo (1,3%) e da região Nordeste (0,8%). Na contramão, tiveram queda na atividade fabril Paraná (-7,7%), Goiás (-3,9%), Rio Grande do Sul (-3,5%), Bahia (-0,6%), Pernambuco (-0,5%), Amazonas (-0,4%) e Santa Catarina (-0,2%). Comparação com 2011 Em relação a fevereiro do ano passado, dos 14 locais pesquisados, 8 tiveram queda na produção da indústria. Considerando todas as regiões, o recuo foi de 3,9%. A baixa ficou acima dessa média no Rio de Janeiro (-9,0%), no Amazonas (-8,3%), em São Paulo (-6,6%), no Ceará (-6,0%) e em Santa Catarina (-4,5%). A atividade fabril também caiu, mas em ritmo menor, no Rio Grande do Sul (-2,1%), Espírito Santo (-2,0%) e Minas Gerais (-1,1%).

Entre as regiões que apresentaram aumento da produção, o destaque ficou com a Bahia, que mostrou alta de 20,1%, influenciada pela produção do setor de produtos químicos, que cresceu. Também registraram resultados positivos: região Nordeste (10,6%), Goiás (7,0%), Pernambuco (6,5%), Paraná (0,5%) e Pará (0,1%). Como está neste ano Nos dois primeiros meses de 2012, a redução na produção também 8 dos 14 locais pesquisados. Acima da média nacional, de queda de 3,4%, estão: Rio de Janeiro (-9,1%), Ceará (-6,9%), Santa Catarina (-6,3%), São Paulo (-6,0%) e Pará (-4,5%). Também tiveram taxas negativas, nesse período, Amazonas (-3,3%), Espírito Santo (-2,4%) e Minas Gerais (-1,8%). Por outro lado, Goiás (15,6%) e Bahia (12,7%) mostraram os avanços mais acentuados, seguidos por Pernambuco (8,7%), região Nordeste (6,9%), Rio Grande do Sul (2,6%) e Paraná (2,6%). No índice acumulado nos últimos 12 meses, metade dos locais pesquisados mostrou taxas negativas em fevereiro, com destaque para as perdas observadas no Ceará (-11,4%) e em Santa Catarina (-6,4%). As principais expansões foram assinaladas em Goiás (9,3%), Paraná (5,4%) e Espírito Santo (4,5%). Fonte: G1 ME


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BC vê inflação abaixo da estimativa

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Banco Central (BC) já projeta a Relatório prevê inflação para abaixo do centro que IPCA fechará da meta no fim deste ano. Pelos 2012 em 4,4% dados do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) pelo cenário de referência fechará 2012 em 4,4%. O documento mostra um recuo de 0,3 ponto porcentual na projeção do IPCA para este ano, já que a estimativa anterior era de 4,7%. A meta de inflação fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) é de 4,5%. Pelo cenário de referência, a projeção para inflação acumulada em 12 meses se posiciona acima do valor central de 4,5% ao longo do primeiro semestre de 2012, deslocando-se em direção à trajetória da meta nos dois trimestres seguintes. A inflação acumulada em 12 meses parte de 5,5% no primeiro trimestre de 2012, reduz-se para 5,0% no segundo e para 4,4% no terceiro, encerrando o ano neste patamar, conforme o BC. As projeções anteriores eram de 5,9% (primeiro trimestre), 5,5% (segundo trimestre) e 4,7% (terceiro e quarto trimestres). Os dados do BC levam em conta todo o conjunto de informações disponíveis até 9 de março de 2012 (data de corte). O cenário de referência pressupõe manutenção da taxa de câmbio de R$ 1,75 e taxa Selic de 9,75% constantes no horizonte de previsão. No cenário de mercado, que usa as trajetórias para a taxa Selic e para o câmbio da pesquisa Focus, o BC projeta que a inflação em 2012 fechará exatamente no centro da meta de 4,5%. Alta de preços O BC projeta também uma aceleração da alta dos preços em 2013. No Relatório de Inflação, a autoridade elevou de 4,7% para 5,2% a sua estimativa do IPCA ao final do próximo ano, no cenário de referência, o que representa uma alta de 0,50 ponto porcentual entre o relatório de dezembro e o atual. E já para o primeiro trimestre do próximo ano, o BC projeta um aumento da inflação: 4,9%, atingindo 5,0% no segundo trimestre. E depois sobe ainda mais, para 5,2% no terceiro trimestre, encerrando o ano nesse patamar. Para o primeiro trimestre de 2014, a projeção caiu para 5,1%. “Inflação resistente” O BC faz uma dura crítica no relatório de inflação aos mecanismos de reajustes regulares e “quase” automáticos de preços na economia. Para o BC, esses reajustes são “resistências” importantes à queda da inflação no Brasil. Na avaliação do BC, os mecanismos de indexação contribuem para elevar o “ponto de partida” da taxa de inflação em ciclos de moderação econômica. Dessa forma, a indexação potencializa os riscos para o cenário inflacionário prospectivo e elevam os custos da desinflação. Fonte: Agência Estado ME

Importação vira defesa contra alta de custos na indústria

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indústria brasileira vem enfrentando um aumento gradual e contínuo de preços. Em reais, já descontada a inflação, a folha de salários na indústria aumentou 25% desde 2005, enquanto a energia elétrica industrial ficou 28% mais cara. Com a valorização do real, esses e outros custos de produção ficaram ainda mais pesados, afetando a competitividade do setor, seja na exportação, seja no mercado doméstico, onde aumentou a presença de produtos importados. Nos últimos seis anos, a produção industrial cresceu 15%, enquanto o volume de vendas no varejo, 70%. Para conviver com o aumento de custos, a indústria adotou estratégias de defesa que acabaram por afetar o próprio setor. Elas buscaram fornecedores mais baratos no exterior, montaram unidades fora do país e desviaram as vendas ao exterior para o crescente mercado doméstico. Em 2004, a fabricante de compressores Bitzer importava 30% dos insumos que consome no processo produtivo. Hoje, essa fatia fica entre 60% e 70%. Na Weg, as receitas provenientes do exterior passaram de 40% em 2009 para 44% em 2011. Fonte: Valor

Empresas buscaram fornecedores mais baratos no exterior

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Produzir no País custa mais que nos EUA

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stá mais barato produzir bens industriais nos Estados Unidos do que no Brasil. A afirmação parece um contrassenso, mas se tornou realidade. A crise provocou uma reviravolta na estrutura de custos das empresas, encarecendo uma nação emergente como o Brasil e tornando os EUA um país de baixo custo. “As empresas relatam que hoje existem condições mais favoráveis para a produção industrial nos Estados Unidos do que no Brasil”, diz Gabriel Rico, CEO da Câmara Americana de Comércio (Amcham-Brasil), que reúne as multinacionais americanas instaladas no País. O câmbio é o principal vilão por causa do enfraquecimento do dólar, especialmente diante do real, mas não é o único. Levantamento da MB Associados, feito a pedido do Estado, aponta que despesas importantes, como energia e mão de obra, subiram muito mais no Brasil do que nos Estados Unidos. Nos últimos cinco anos, o custo do trabalho em dólar na indústria aumentou 46% no Brasil e apenas 3,6% nos Estados Unidos. Segundo Aluizio Byrro, presidente do conselho da Nokia Siemens na América Latina, a mão de obra no Brasil está entre as mais caras do mundo. “Um gerente de nível médio chega a ganhar 20% menos nos EUA do que aqui.” No Brasil, os encargos trabalhistas são pesados e a variação cambial encareceu os salários em reais. Além disso, o crescimento da economia e a baixa escolaridade da população provocou uma forte escassez de mão de obra qualificada. Nos Estados Unidos, trabalhadores não têm direitos como décimo terceiro salário ou licença-maternidade. Com a crise, as empresas ganharam poder de barganha e conseguiram até redução de salários. “No setor automotivo americano, por exemplo, tudo foi repensado para salvar empresas que estavam à beira da falência”, diz Marcelo Cioffi, sócio da consultoria PwC. “Já o Brasil é um dos países mais onerosos do mundo para produzir carros. Não só pelo câmbio, mas também pela falta de

escala, excesso de impostos, mão de obra e matéria-prima mais caras.” De acordo com Sérgio Vale, economistachefe da MB Associados, além da logística ruim e da carga tributária, o setor industrial brasileiro sofreu com a inflação mais alta que nos EUA, o que enAlém do câmbio, mão de careceu os custos em geral. “Nos obra ficou mais cara EUA, a crise foi essencial para tornar a indústria mais competitiva, porque provocou demissões em massa e reduziu os custos, aumentando a produtividade”, diz Vale. Nos últimos cinco anos, a produtividade industrial americana avançou 9%, ante apenas 1,1% no Brasil. A balança comercial entre os dois países já reflete a mudança na competitividade. Em 2005, o Brasil tinha um superávit de US$ 9,9 bilhões com os americanos. No ano passado, esse resultado foi revertido em um déficit de US$ 8 bilhões. Fonte: O Estado de S.Paulo ME

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Nova fábrica da Cummins será em Itatiba

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Cummins Brasil concluiu os processos de aquisição do terreno e as negociações com a Prefeitura de Itatiba (SP), onde será construída a nova unidade fabril da empresa em terreno de 436 mil m2. Na fase inicial, a nova planta industrial, com área construída de aproximadamente 50mil m2, às margens da Rodovia Dom Pedro I, KM 97,5, vai receber a Unidade de Negócio de Grupos Geradores e o Centro de Distribuição. Na aquisição do terreno e em obras civis de infra-estruturas, o projeto vai demandar investimentos da ordem de US$ 37 milhões. Até março de 2014, quando a fábrica deverá iniciar sua operação, outros investimentos serão realizados, por parte da cada uma das unidades de negócios em maquinários, linhas de produção e em equipamentos de logística. A nova fábrica vai gerar inicialmente 250 empregos diretos, com projeção de alcançar 700 postos em anos subsequentes. Cummins Brasil: U$ 138,8 milhões em 2011 A Cummins Power Generation é referência mundial na fabricação de grupos geradores há mais de 90 anos, com uma rede de mais de 600 distribuidores em 190 países. Como única fabricante que fornece sistemas completos de geração de energia,

atende demandas de diversos portes, desde grupos geradores de 3.2 kVA até 3125 kVA. No Brasil são 21 pontos de distribuição com estrutura para desenvolvimento do projeto, venda, locação, instalação, treinamento e assistência técnica. Em 2011 o faturamento da Cummins PowerGeneration na América Latina foi de 264,8 milhões. Deste total, a unidade brasileira contribuiu com U$ 138,8 milhões – sendo U$124milhões do mercado interno e U$ 37,2milhões em exportações. Com 35% de market share, incluindo a venda de motores para outras montadoras de grupos geradores, a unidade brasileira está entre as três maiores empresas do setor de energia no País. De acordo com Fausto Ferrari, diretor da Cummins Power Generation para Brasil, o uso de grupos geradores em obras de infraestrutura, termoelétricas, mineradoras e plataformas onshore e offshore se manterá em alta até 2016. ME

A unidade vai gerar inicialmente 250 empregos diretos, com projeção de alcançar 700 postos em anos subsequentes


mercado empresarial

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Romi expande suas operações no mercado alemão

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STIHL inaugura Linha de Cromo III A nova linha recebeu investimentos de R$ 25 milhões

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Indústrias Romi S.A., líder brasileira no setor de máquinas-ferramenta e máquinas para plásticos, além de importante produtora de fundidos e usinados, agora disponibiliza, para seus clientes na Alemanha, uma estrutura de vendas direta, localizada no próprio país, por meio da Romi Europa. Atualmente, a Romi conta com novas estruturas para comercialização de máquinas-ferramenta em suas subsidiárias na Espanha, França, Itália e Reino Unido, o que permite a atuação da empresa de forma direta também nesses países. Nos demais países da Europa, a companhia continua presente por meio de seus representantes comerciais (dealers), coordenados pela Romi Europa Empresa inicia processo GmbH, na Alemanha. “A Romi está de operação direta intensificando sua presença internacional, com uma melhor e mais próxima cobertura dos principais mercados do continente”, afirma Hermes Lago, diretor de Comercialização de Máquinas. ME

íder no mercado brasileiro de ferramentas motorizadas portáteis, a STIHL inaugurou, em fevereiro último, em São Leopoldo (RS), a Linha de Cromo III, que recebeu investimento de R$ 25 milhões. Com três pavimentos e área de cerca de 2.000 m2, a nova unidade é automatizada e dotada da mais avançada tecnologia, o que permitirá à STIHL aumentar ainda mais a sua produtividade na produção de cilindros. A Linha de Cromo III conta com o que há de mais avançado no mercado global nessa área, para garantir a excelência da produção e o controle de qualidade de ponta a ponta. A começar pela automação, baseada em sofisticado software de controle de processo que conduz a movimentação dos carros nos trilhos para a imersão das peças nos tanques. Os três pavimentos estão totalmente integrados e automatizados: a área de cromagem fica no pavimento térreo; no piso inferior, a preparação dos “banhos” químicos; e no andar superior, os exaustores e lavadores de gás. Toda a infra-estrutura e montagem foi feita no Brasil, tendo como fornecedores empresas nacionais. ME

Navegar é preciso... As empresas LG Electronics, Unilever e Caloi fazem parte do grupo de fabricantes de bens de consumo que vêm ampliando o uso da cabotagem, a navegação na costa brasileira, como alternativa ao caminhão, para fazer a distribuição de produtos entre diferentes regiões do país. ME

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gestão

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Dicas para o uso eficaz de consultoria organizacional Por Eduardo Rocha*

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erifique porque a sua empresa quer contratar uma consultoria. Não a chame se você não souber exatamente o que quer. Analise se a sua própria empresa não dispõe de pessoas capacitadas, tempo, informações e recursos para resolver um problema. Apenas contrate uma consultoria se você estiver com um real desejo de mudança, por isso esteja disposto a ouvir o que ela tem a dizer. Procure conhecer o trabalho da consultoria, questione sobre clientes anteriores e resultados obtidos. Verifique o porte, as características e a reputação dos clientes anteriores apresentados como referência, entre em contato com eles. Verifique se há entre as referências, empresas do mesmo segmento, pois indica que o consultor tem experiência no ramo. No caso de consultor independente, preste atenção ao seu tempo de atuação no mercado, analise o risco de ele resolver trabalhar como empregado novamente antes do final do projeto. Consultor que está em início de carreira não deixa de ser adequado e competente, mas geralmente tem experiência na área de sua especialidade e ainda não possui outros requisitos da consultoria, como liderança, por exemplo. Talvez você tenha que assumir essa parte. Não se deixe influenciar por uma empresa de consultoria de renome, isto nem sempre é sinal de competência específica para a sua situação. Se necessário, verifique se o consultor não trabalha com a concorrência, pois ele poderá ter acesso a documentos sigilosos. Há clientes que exigem esse compromisso, ou o de não divulgação, por escrito. Embora não seja determinante, a estrutura que o consultor possui

é um item relevante. Estrutura demais custa caro e pesa no preço dos serviços e estrutura de menos pode não ser adequado para o seu caso. Leia bem a proposta e não tenha medo de pedir detalhes, isto leva ao melhor entendimento do problema. Exija garantias de que após a conclusão do projeto haverá continuidade com autonomia. Assim, não dependerá do consultor, tendo condição de autossustentação. A metodologia para isto deve ser adequada. Verifique qual é o código de ética que a consultoria segue, lembrando que o IBCO Instituto Brasileiro dos Consultores de Organização www. ibco.org.br possui um, estabelecido por Assembleia de seus associados desde 1990. Estabeleça o elo com o consultor, coordenando os entendimentos entre as partes. Não abdique do controle de decisões que envolvam sua empresa, pois você e sua equipe são as pessoas que mais entendem do seu negócio. Estabeleça pontos de controle. Defina as fases da consultoria e também como e quando o serviço termina. Acompanhe de perto o andamento dos trabalhos e controle a metodologia e os resultados obtidos. Não fique aguardando que os consultores façam tudo por você, isto é fundamental para o sucesso *Eduardo Rocha é Consedo projeto. lheiro do IBCO - Instituto Quando houver treinamento não se Brasileiro dos Consultores esqueça que existem métodos diferentes de Organização e Diretor e curso nem sempre é o melhor. Exija da dsg Consultoria (www. avaliação, além da avaliação de reação, dsgconsult.com.br) e CMC pós-evento. Não tenha medo de elogiar – Certified Management ou de dizer o que não está bem, seja Consultant assertivo. ME


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cases & cases

Imagem: Shopinstantshoe Project

peratura limite, eles revertem para o formato original no qual foram fabricados. A memória de forma geralmente é obtida em ligas metálicas especiais, algumas delas conhecidas como músculos artificiais.

Verdadeiramente ergonômico

Os sapatos inteligentes são fabricados seguindo a padronização normal por números, sendo ajustados ao pé de cada cliente na própria loja.

Sapato feminino usa materiais inteligentes para ergonomia perfeita

Imagem: Shopinstantshoe Project

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Memória da forma

m consórcio de engenheiros de universidades e empresas da Espanha e da França acaba de criar aquele que pode ser considerado o sapato de mais alta tecnologia já feito. O material aparente do sapato pode ser couro natural ou sintético. Mas seu “esqueleto” interno é totalmente construído com os chamados materiais inteligentes, ou materiais com memória de forma. Materiais metálicos com memória de forma têm uma propriedade incomum: eles podem ser esticados, dobrados e torcidos, mas, quando aquecidos acima de uma tem-

Foi uma dessas ligas, feita de níquel e titânio, e geralmente usada para o acionamento de robôs, que a equipe liderada pelo Dr. Juan Carlos González escolheu para criar um sapato feminino absolutamente ergonômico. O resultado é um sapato que se conforma perfeitamente ao pé de cada mulher, de forma personalizada. O processo funciona da seguinte forma: os sapatos inteligentes são fabricados seguindo a padronização normal por números, e seguem para as lojas. Na loja de calçados, um pequeno aparelho térmico e um escâner portátil terminam o processo de adaptação do sapato ao pé de cada cliente. Depois que a cliente escolhe o visual do sapato, o escâner toma as medidas antropométricas do seu pé, em 3D. Os sapatos são então inseridos no pequeno aparelho, que interpreta as medições feitas pelo escâner e ajusta o material inteligente no interior do sapato. Em alguns segundos, a cliente tem seus sapatos perfeitamente ajustados a seus pés, sem nenhum ponto “pegando” e sem preocupações com dores induzidas por problemas de postura. Se, ainda assim, a cliente mudar de ideia, basta que o vendedor coloque de volta os sapatos no equipamento e aperte uma espécie de botão de “reset”, que faz com que a liga com memória de forma volte exatamente ao desenho que tinha quando saiu da fábrica. Fonte: Inovação Tecnológica ME


cases & cases mundo

mercado empresarial

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Toyota inventa bengala robótica A Toyota inventou uma bengala robótica que promete ajudar o usuário de forma ativa se ele começar a cair. O aparelho, projetado em parceria com engenheiros do Instituto de Tecnologia de Illinois, nos Estados Unidos, também pode ser usado em fisioterapia, durante exercícios de reabilitação. A bengala possui vários acelerômetros, que detectam seu “estado de equilíbrio” - em termos simples, ela “sabe” quando está de pé ou o quanto está inclinada. Na extremidade que vai no chão, pequenas rodas de borracha com dois eixos giram em qualquer direção, acionadas por minúsculos motores elétricos imagine as rodas de uma cadeira de escritório, com a diferença de que o giro no próprio eixo também é motorizado. Bengala ativa O controle da bengala robótica fica na empunhadura, na forma de sensores de força que controlam o torque disponibilizado pelas rodas - quanto mais força o usuário fizer, mais energia vai para os motores. Se o usuário tender a cair, ele automaticamente apertará a manopla mais fortemente, o que fará as ro-

Imagem: USPTO

Estado de equilíbrio

O controle da bengala robótica fica na empunhadura, na forma de sensores de força que controlam o torque disponibilizado pelas rodas.

das girarem de forma lenta, mas com grande torque, tendendo a reequilibrar o usuário. Qualquer que seja a direção da queda, os acelerômetros em múltiplos eixos detectarão a direção que as rodas devem ser movidas, com sorte mantendo o usuário de pé. Como as bengalas robóticas deverão chamar muito a atenção - imagine andar de skate empurrado por uma bengala que “acredita” que você está caindo - a Toyota afirmou que os modelos deverão vir equipados com reconhecimento de digitais. Fontes: Inovação Tecnológica e New Scientist ME




inovação

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Brasileiros fazem avanço

rumo a carros a hidrogênio

A Um dos desafios é aumentar a eficiência e a durabilidade das células a combustível

atual onda de carros elétricos fundamentase em dois tipos de tecnologias. O primeiro tipo é formado pelos carros híbridos, que possuem motores elétricos, mas têm também um pequeno motor a combustão, que pode ser usado para fornecer potência extra ou para gerar eletricidade para suprir as necessidades das baterias. O segundo tipo são os carros realmente elétricos, alimentados unicamente por baterias. O primeiro carro de corrida elétrico, por exemplo, é desse tipo. Mas há ainda um terceiro tipo, mais futurístico e mais promissor, e totalmente limpo, mas que ainda depende de vários desafios tecnológicos a serem vencidos. São os carros a hidrogênio, cuja eletricidade para os motores elétricos não é fornecida primariamente por baterias, embora elas eventualmente continuem a existir, mas por células a combustível, por sua vez alimentadas a hidrogênio. Uma célula a combustível a hidrogênio consome o gás para gerar eletricidade, e emite apenas água como subproduto. Segundo o portal Inovação Tecnológica, pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos, da USP, fizeram avanços importantes rumo a veículo elétricos alimentados por hidrogênio. Um

dos desafios é aumentar a eficiência e a durabilidade das células a combustível. E isso depende de catalisadores. O que os pesquisadores Vinícius Dantas de Araújo e Maria Inês Bernardi fizeram foi apostar em um óxido de terras raras para purificar o hidrogênio, evitando a deterioração dos eletrodos das células a combustível. “Os eletrodos, responsáveis por transformar hidrogênio gasoso em eletricidade, param de funcionar muito rapidamente, caso haja a presença de monóxido de carbono nesse processo,” explica Vinícius. O material usado no catalisador é o óxido de cério (CeO2) dopado com cobre, ou seja, um átomo de cério na molécula de CeO2 é substituído por um átomo de cobre. Isso criou um material que pode ser utilizado como catalisador para fazer a oxidação do monóxido de carbono (CO), transformando-o em CO2. “A ideia é utilizarmos o catalisador [CeO2] para transformar o monóxido em dióxido, já que este último não inviabiliza o processo, como o CO”, explica o pesquisador. “Já fizemos testes de catálise e os resultados mostraram que o óxido de cério dopado com 3% de cobre já consegue fazer 100% de oxidação do monóxido em dióxido,” completa.


inovação

mercado empresarial

Armazenamento ou produção a bordo O armazenamento do hidrogênio é um problema à parte para a viabilização dos veículos elétricos totalmente limpos. Vinícius aposta em uma alternativa que considera bastante segura. A ideia “seria armazenar nos automóveis um gás fonte de hidrogênio (como vapor de etanol) e fazer uma reação catalítica no veículo para obtenção do hidrogênio e, em seguida, utilizar o óxido de cério dopado com cobre para a purificação do gás rico em hidrogênio obtido [na primeira reação],” conta ele. Assim, o material que ele está desenvolvendo poderia ser usado tanto na produção do hidrogênio, caso se adote o armazenamento do hidrogênio em tanques sólidos, ou na própria célula a combustível, caso a tecnologia que venha a ser adotada seja a produção do hidrogênio no próprio veículo. Tanque de combustível sólido armazena até 10% de seu peso em hidrogênio

Imagem: Vinícius Dantas

Produção de hidrogênio a partir do etanol Outra parte da pesquisa concentra-se em uma etapa anterior do processo, na produção do próprio combustível hidrogênio. Neste caso, os cientistas estão testando o uso do cobalto como dopante, em vez do cobre. O intuito final é que o óxido de cério dopado com cobalto seja eficiente na produção de hidrogênio gasoso, a partir da reforma do vapor do etanol. Vinícius está indo agora para a Universidade de Valência, na Espanha, onde pretende usar técnicas de caracterização óptica para correlacionar as propriedades ópticas e estruturais dos seus novos materiais catalisadores – o óxido de cério dopado com cobre ou com cobalto. “No momento, esses materiais não são viáveis economicamente para uma produção em larga escala. Mas, em um futuro breve, isso mudará”, finaliza Vinicius, apostando nos veículos a hidrogênio do futuro. ME

Imagem de microscopia eletrônica de transmissão de uma amostra de CeO2. O catalisador poderia ser usado tanto na produção de hidrogênio puro em estações próprias, quanto na geração do hidrogênio no próprio veículo, partindo de um gás-fonte.

Grupo Sogefi revoluciona sistemas de suspensão com inovação ecológica: Molas Helicoidais em FRP

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Grupo italiano Sogefi, líder mundial na indústria de autopeças, acaba de lançar a primeira mola helicoidal do mundo produzida com material composto, visando a aplicação em Veículos de Passeio e Veículos Comerciais Leves. As molas em FRP (Polímeros com Fibras Reforçadas) são uma inovação extremamente ecológica: pesando entre 40% e 70% a menos do que as tradicionais, feitas em aço, elas contribuem para uma real redução no consumo de combustível. Além disso, a produção da Mola Helicoidal em FRP utiliza de 3 a 5 vezes menos energia no processo fabril, enquanto ainda assegura uma drástica redução na produção de resíduos e no uso de matéria-prima. De peso leve, a Mola Helicoidal em FRP permite produção em massa enquanto entrega grandes benefícios ao meio-ambiente. A indústria d e molas para aplicativos de produção em massa está atualmente baseada em aço. Tirando algumas reduções de peso realizadas durante os últimos 20 anos, esse material alcançou seus limites físicos. O processo de produção de aço exige também trabalho intenso e alto consumo de energia – ocasionado pelo uso de calor, tratamento da superfície, granalhagem etc.. Esses motivos inspiraram o Grupo Sogefi, que é reconhecido por inovar em peças automotivas, a investir no desenvolvimento de uma tecnologia completamente nova, visando melhorar o produto e seus componentes: a Mola Helicoidal em FRP. O princípio mais importante por trás da inovação da Sogefi é aplicar as vantagens do material composto – que tem como base fibra de vidro e resina de epóxi (FRP) – em molas helicoidais automotivas. Isso incluiu o desenvolvimento de um novo processo, ecologicamente correto com redução de consumo de energia, como objetivo principal.

Mais ecológico Uma análise do ciclo de vida do produto, feita pela Sogefi, mostra que os benefícios da Mola Helicoidal em FRP são significantes: redução de peso (entre 40% e 70% mais leve, equivalente à redução de 4 a 6 kg por veículo), o que também reduz o consumo de combustível; durabilidade maior: não há oxidação e eliminação de corrosivos; melhor conforto, direção e manuseio (redução de barulhos em superfícies duras e maior frequência angular própria) e maior segurança, eliminando o risco de quebras inesperadas. O processo de produção das Molas Helicoidais em FRP também é mais ecológico do que o padrão para o produto: não há tratamento de quentura - o uso de energia é de 3 a 5 vezes menor do que o do processo do aço tradicional (a polimerização do material composto ocorre por volta dos 170ºC, enquanto para o aço é em 1.000ºC e 450ºC); há redução na emissão de CO2: até 0,5g de CO2 deixam de ser emitidos durante a produção; há menos etapas no processo: redução no numero de riscos e do uso de consumíveis (sem granalhagem, nem pintura); e não há tratamento de superfície: redução drástica dos resíduos e 100% reciclável. Fonte: Mecânica Online® & SD Press ME

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inovação

Avião supersônico do futuro será biplano

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ngenheiros acreditam ter encontrado a solução para um avião supersônico que não sofra dos mesmos problemas do Concorde. O Concorde voava de Nova Iorque a Paris em três horas e meia - mas a capacidade de passageiros era pequena, as passagens eram caras, o avião consumia muito combustível e só podia superar a barreira do som quando voava sobre os oceanos, por causa do estrondoso boom sônico. Buscando inspiração em um projeto alemão dos anos 1950, uma equipe japonesa e outra norte-americana acreditam que tudo pode ser solucionado colocando mais um conjunto de asas, ou um segundo plano de sustentação, criando um avião supersônico biplano. O grupo do Dr. Shigeru Obayashi, da Uni-

versidade de Tohoku, trabalha há vários anos tentando melhorar o projeto do alemão Adolf Busemann, que criou o conceito de um avião supersônico biplano nos anos 1930. A grande vantagem do biplano é a eliminação do incômodo boom sônico, o estrondo que resulta de ondas de choques criadas pelos aviões quando eles superam a barreira do som. Segundo os cálculos, duas asas, uma posicionada acima da outra, cancelam as ondas de choque produzidas pelas asas individuais, eliminando definitivamente o estrondo. O problema é que o projeto de Busemann sofria de um mal irremediável: a falta de sustentação. Ele voaria bem em velocidades supersônicas, mas a transição para Mach 1 geraria um arrasto tal que a aeronave não se manteria no


mercado empresarial

inovação

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Wang e seus colegas fizeram simulações por computador testando 700 configurações de asas, cada uma delas voando nas diversas velocidades que se espera de um avião supersônico. Além de confirmar os cálculos da equipe japonesa - o biplano supersônico parece que realmente elimina o boom sônico - o grupo norte-americano conseguiu eliminar a necessidade de materiais ativos, conseguindo manter a estabilidade do avião em todas as velocidades usando asas inteiramente fixas. Os resultados mostraram que, com uma superfície interna de cada asa mais lisa, cria-se um canal largo através do qual o ar pode fluir. Os pesquisadores também descobriram que saliências na borda superior da asa de cima, e na borda inferior da asa de baixo, reduzem à metade o arrasto de jatos supersônicos como o Concorde. O próximo passo da pesquisa é construir um modelo tridimensional para realizar testes em túneis de vento. ME

Sucessor do Concorde

ar. A solução do grupo japonês é usar partes móveis nas asas para lidar com as diferentes características de voo durante as velocidades sub e supersônicas. O projeto foi elaborado com o auxílio dos chamados algoritmos genéticos, programas inspirados na teoria da evolução que “aprendem” com os erros anteriores, gerando novas gerações de soluções que mesclam características das gerações anteriores que tiveram maior sucesso. O avião foi batizado de Misora, a palavra japonesa para céu, e também sigla para MItigated SOnic-boom Research Airplane.

O grupo do Dr. Shigeru Obayashi, da Universidade de Tohoku, trabalha há vários anos tentando melhorar o projeto do alemão Adolf Busemann, que criou o conceito de um avião supersônico biplano nos anos 1930.

Asas passivas A equipe do MIT optou por uma técnica mais tipo força bruta. O pesquisador Qiqi Imagem: Obayashi laboratory/Tohoku University


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expansão

CEMAÇO

Vanguarda no mercado do aço

C Conhecimento e visão de mercado, tecnologia de ponta e a permanente busca da qualidade total são a base do crescimento da empresa

om um crescimento médio de 63% ao ano, em termos financeiros, a Cemaço (Centro Manufatureiro do Aço) assumiu uma posição de vanguarda entre os principais fornecedores de peças oxicortadas e chapas relaminadas, no mercado nacional. A empresa foi criada a partir da visão empreendedora de seu fundador, Antonio Carlos Corrêa que, em meados de 1998, ao identificar o potencial do mercado de oxicorte de chapas grossas e extragrossas, intensificou as pesquisas que serviram de base para o planejamento da empresa e articulou parcerias importantes. Em 2001, a Cemaço iniciou suas atividades e em pouco tempo passou a integrar o rol das principais companhias do segmento. Com a chancela de grandes players da siderurgia nacional, como a Usiminas, Gerdau Açominas e Arcelor Mittal, a empresa se especializou no corte de chapas de aço, nos mais variados formatos e dimensões, além do fornecimento de chapas e placas em espessuras fora dos padrões correntes de laminação. O crescimento surpreendente levou a companhia a ampliar a sede, localizada em Guarulhos (SP), e abrir filiais em Taubaté (SP), Belo Horizonte (MG), Vitória (ES). O projeto não visava apenas aumentar a capacidade produtiva, mas também facilitar a logística e prestar um atendimento personalizado aos clientes de outras regiões, consideradas estratégicas. O resultado da ampliação superou todas as expectativas e o Grupo Cemaço atualmente cresce num ritmo ainda mais acelerado, em torno de 65% ao ano. Suas fábricas têm uma capacidade de processamento de 65.000 toneladas/ano de produtos oxicortados. Embora as corporações brasileiras totalizem

85% dos clientes da Cemaço, a visibilidade gerada pela qualidade de seus produtos e serviços tem chamado a atenção de corporações estrangeiras, que já correspondem a 15% de sua receita. A partir de 2004, a Cemaço iniciou as suas atividades no mercado internacional, com a exportação de peças oxicortadas para a China, USA e AL. Produtos Os produtos da Cemaço são fabricados a partir de chapas grossas de aço carbono com espessuras variando de 6,3 a 76 mm e chapas extra-grossas variando de 80 a 450 mm, conforme tabela. Estas peças são trabalhadas com equipamentos de corte de última geração, podendo ser utilizados o corte a gás (oxicorte), corte a frio com serra de fita (até 450 mm) ou, ainda, utilizando a mais avançada tecnologia do plasma para espessuras até 80 mm. Um dos carros-chefes da empresa, e seu grande diferencial, são as chapas extra-grossas (materiais com espessuras que vão desde 80 a 200 mm), com grande valor agregado, relaminadas nas dimensões finais das especificações dos clientes, com ou sem tratamento térmico. Estas chapas poderão, a pedido dos clientes, receberem usinagem e acabamento superficial.


mercado empresarial

expansão

de plasma chanfrador, para produzir conjuntos soldados para a fabricante de colheitadeiras gigantes Case New Holand (CNH). A empresa também se prepara para a montagem das instalações da nova unidade construída em Taubaté, numa área de 27.000m2, com linha de fabricação voltada para oxicorte e caldeiraria de médio porte. Parte da nova unidade está destinada a desafogar a unidade de São Paulo e a estocagem de chapas já foi iniciada. Além de investir em tecnologia, a Cemaço investe permanentemente na qualificação de seus colaboradores que, além de recursos para o aprimoramento profissional, recebem todo tipo de assistência social – o que contribui fortemente para a melhoria do nível social das regiões onde estão instaladas as suas unidades produtivas, numa demonstração do seu comprometimento com a causa social.

As chapas de aço carbono utilizadas na fabricação das peças poderão ser fornecidas de acordo com as exigências das normas ASTM, SAE, JIS, DIN 17100, EM-10025 e outras sob consulta. Principais mercados Os principais mercados atingidos pelo Cemaço são as indústrias de base e de máquinas, o setor de caldeiraria pesada, de autopeças, naval, petroleira, de mineração, de ferramentaria e o setor energético, onde se destacam grandes empresas como Alston, Voith , Andritz,GE Hydro, SMS, Demag. “Estamos preparados para o atendimento às indústrias nos segmentos de mecânicas pesadas e sistemas hidro-energético, oferecendo soluções de alto nível, que abrangem desde a relaminação de placas nas dimensões finais especificadas pelos clientes, ao fornecimento de peças cortadas e tratadas termicamente”, afirma Correa. Tecnologia de ponta A Cemaço acredita que é preciso sempre avançar em termos de tecnologia. Em 2011 a empresa investiu R$ 3 milhões em equipamentos. A aquisição mais recente é uma máquina

Futuro A crise financeira internacional parece ter pouco afetado a empresa que, devido às projeções mais recentes, e com uma situação econômica saudável com base em conhecimento do mercado, planejamento e visão empreendedora, pretende ampliar seus planos de investimento para atingir um nível de crescimento médio de 20% a 30% ao ano, nos próximos dois anos. “Estamos prontos para atender, de forma ordenada e autosustentável, ao crescimento da demanda que deve ocorrer nos próximos anos em função de um grande volume de obras de infraestrutura que o País precisa implementar. Além disso, projetamos aumentar nossa participação no mercado internacional”, complementa Antônio Correa. ME

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Fascículo

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Destino Brasil

AMAZÔNIA A

Amazônia é um dos maiores patrimônios da humanidade. A região, que se espalha por 6,6 milhões de km2 abrangendo nove países sul-americanos, oferece uma variedade imensa de ecossistemas, paisagens e atrações para seus visitantes, mas ainda permanece desconhecida pelos turistas. Na Amazônia brasileira, o ecoturismo é praticado de forma esporádica e se limita a hotéis na selva e a algumas excursões por rios ao redor da cidade de Manaus e no norte do Estado do Mato Grosso. A maior parte de toda a Amazônia, no entanto, ainda espera para ser desbravada.


Ecoturismo

AMAZôNIA

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m grande mosaico de paisagens variadas, que vão desde floresta fechada a savanas, passando por terrenos alagados, cerrados, pântanos e manguezais. Tudo na Amazônia é grandioso. Ela tem a maior floresta tropical do mundo, a Floresta Amazônica, com mais de 6 milhões de km2 dentro de seu território, ocupando os Estados do Amazonas, Acre, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Mato Grosso e oeste do Maranhão. Também possui o maior rio do mundo, o Rio Amazonas, com 6.850 km, e a maior bacia hidrográfica do planeta, a Bacia Amazônica, com 3.984.467 km2. A maior montanha do Brasil, o Pico da Neblina, com 2.993 metros, também está lá. E é lá que se encontra a maior biodiversidade da Terra, centenas de milhares de espécies de plantas e animais cujo número exato ninguém sabe ao certo. Dos mais de 6 milhões km2 de floresta, 65% pertencem ao Brasil – o equivalente a mais de 4 milhões km2. Esse grande pedaço do território nacional recebe duas referenciações distintas. Uma é o bioma Amazônia, uma definição ecológica que abrange as áreas de formação florestal e seus ecossistemas associados, e possui 4,2 milhões de km². A outra é a Amazônia Legal, uma região política que abrange os sete Estados do Norte (Amazonas, Pará, Roraima, Amapá, Acre, Rondônia e Tocantins), mais Mato Grosso e metade do Maranhão, e possui mais de 5 milhões de km².

Ecoturismo Apesar de toda sua beleza e grandiosidade, a Amazônia ainda é pouco conhecida pelos turistas, nacionais e internacionais. Na Amazônia brasileira, o ecoturismo é praticado de forma esporádica e se limita a hotéis na selva e a algumas excursões por rios ao redor da cidade de Manaus e no norte do Estado do Mato Grosso. A maior parte de toda a Amazônia, no entanto, ainda espera para ser desbravada. São várias as razões para que o turismo ainda seja pequeno na região. Dificuldade de acesso, falta de recursos de algumas localidades, e até mesmo medo de doenças tropicais como a malária são fatores constantemente citados pelos turistas que não visitam o local. Outro fator é a preservação – alguns conservacionistas acreditam que o turismo pode ser prejudicial à região. Esta visão começou a mudar há poucos anos, quando governo, população e ecologistas perceberam que o turismo, ao contrário do que antes se acreditava, pode ser uma excelente alternativa para preservar toda a riqueza natural da Amazônia. O desmatamento já afetou grandes áreas da Amazônia, tendo consumido mais de 17% de seu território (cerca de 700 mil km²). As áreas protegidas são poucas e não dispõem de pessoal suficiente para fornecer proteção e cuidar da gestão de maneira adequada. Como em outras partes do mundo, o turismo – em


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especial o ecoturismo – está sendo visto como uma forma de os moradores locais ganharem seu sustento com áreas naturais deixadas intatas. Nesse sentido, o turismo surge como uma alternativa para o desenvolvimento sustentável da Amazônia, pois, se bem planejado, é capaz de minimizar os impactos ambientais, além de apresentar um potencial multiplicador significativo, em termos de geração de emprego e renda. Por essas razões, os governos federal e estadual fizeram uma parceria para estimular o turismo e o ecoturismo na região, como forma de não apenas gerar renda aos moradores, mas divulgar o local e incentivar a preservação desse valioso patrimônio natural. O projeto Proecotur inclui estudos de locais selecionados para o ecoturismo, avaliação da demanda de mercado, criação de um quadro normativo, programas de treinamento e investimentos locais. Os estudos proporcionarão a base para um projeto muito maior a ser lançado. Estimulando, assim, o turismo, será consequentemente estimulado o desenvolvimento e a preservação da região, uma das mais lindas e importantes do planeta. Para todos os gostos Montanhas altas contrastando com lindas praias, floresta fechada e savanas que parecem africanas, cabanas no meio

da mata e luxuosos hotéis. A Amazônia oferece atrações para todos os gostos. Os turistas mais acostumados ao conforto das grandes cidades podem optar por conhecer Manaus, um grande centro urbano, onde o visitante encontrará shoppings, cinemas, teatros (inclusive um dos mais elegantes do Brasil, o teatro Amazonas), rodeado por grande beleza natural. Pode ainda se hospedar em um dos luxuosos hotéis da selva, localizados no meio da floresta, que unem toda a beleza rústica da região com luxo e muito conforto. Mas o turismo ecológico é a grande atração dos roteiros de viagens pela Amazônia, proporcionando ao turista a oportunidade de conhecer e aprender a respeito da floresta tropical e de seus habitantes. Seu objetivo principal é promover a interação do homem com a natureza e a valorização da rica diversidade biológica da região. É possível fazer lindas viagens pelos inúmeros (e grandes) rios da região – além da pesca esportiva. Existem ainda cachoeiras, cavernas e montanhas onde os turistas mais aventureiros podem praticar rapel, escalada, caving, espeleologia, canyoning, ou apenas admirar a paisagem. E, é claro, há as incríveis trilhas pela floresta. A Amazônia brasileira ainda é a maior extensão contínua de floresta tropical do mundo. Porém ela não é um “tapete verde homogêneo”. Ao contrário, a região é um aglomerado de vários ecossistemas variados. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e a ONG ecológica internacional World Wild Fund (WWF) dividem o bioma amazônico em 23 ecorregiões, agrupadas com base em características comuns de ecologia, geologia e clima. Na extensa região, existem planaltos, depressões, rios de todos os tamanhos. No interior da floresta se abrem grandes manchas de savana, idênticas a uma paisagem africana. No período das cheias, quando os rios invadem a floresta, a Amazônia tem mais áreas alagadas que o Pantanal. E a região também tem pântanos e manguezais (é lá que está o maior conjunto de manguezais do mundo, com 14 mil km²). A aproximadamente 10 quilômetros de Manaus, as águas escuras do rio Negro se encontram com as águas barrentas do rio Solimões, correndo lado a lado, sem se misturarem, por uma extensão de cerca de seis quilômetros, quando passam então a formar o rio Amazonas, até chegar ao oceano Atlântico. Esse fenômeno, batizado pelos amazonenses de “Encontro das Águas” e que tanto encanta os turistas que visitam o Estado, decorre das diferenças de densidade, temperatura e velocidade de ambos os rios. A Amazônia brasileira ainda é a maior extensão contínua de floresta tropical do mundo. Porém ela não é um “tapete verde homogêneo”. Ao contrário, a região é um aglomerado de vários ecossistemas variados.

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Ecoturismo Situado no rio Negro, o arquipélago de Anavilhanas, formado por 400 ilhas que abrigam complexo ecossistema da Amazônia, é outra atração belíssima. A região está protegida por legislação federal que criou a Estação Ecológica de Anavilhanas, com área de 350 mil hectares. No período das cheias do rio Negro, metade das ilhas fica submersa e os animais têm que se refugiar nas partes mais elevadas. Quando as águas começam a baixar, as ilhas deixam à mostra praias e canais que entrecortam toda a região como uma rede, num percurso de aproximadamente 90 quilômetros. A região de Anavilhanas encontra-se próxima ao Parque Nacional de Jaú, a maior reserva florestal da América do Sul, com 2,27 milhões de hectares, também banhada pelo rio. Em todo o Amazonas existem vários parques nacionais ecológicos, entre os quais se destaca o Parque do Pico da Neblina, localizado no município de São Gabriel da Cachoeira. É o segundo maior parque brasileiro e o terceiro de toda a América Latina, abrigando um conjunto de montanhas que ocupam 2,20 milhões de hectares. O parque não possui uma estrutura para visitação turística, mas é alvo permanente da atenção de cientistas e pesquisadores e de expedições organizadas pelas Forças Armadas. Mais próximo de Manaus encontra-se o Parque Ecológico de Janauary, localizado na região do rio Negro, com área de 9 mil hectares. Possui matas de terra firme, igapós e de várzea, onde os turistas podem passear de canoa, apreciando a vegetação típica dos igarapés. Contém ainda um lago, onde se encontra grande quantidade de vitórias-régias, planta típica da Região. O Parque de Janauary é administrado por um consórcio turístico formado por empresas do setor, com a cessão do Governo do Estado. Biodiversidade Dentro disso tudo está a maior biodiversidade da Terra. São centenas de milhares de espécies de plantas e animais – tantos que ninguém sabe ao certo quantas. Cientistas estimam que apenas 10% das espécies existentes na Amazônia brasileira sejam conhecidas. Mesmo assim, esta pequena parcela já é impressionante. Em uma única árvore da Amazônia já foram encontradas 95 espécies diferentes de formigas. As abelhas são 3 mil; borboletas e lagartas, 1.800. A região também abriga 250 espécies de anfíbios e 311 de mamíferos (são mais de 70 espécies de macacos e 122 de morcegos). E são tantas as espécies de peixes que a cada mergulho uma nova espécie é encontrada. Sem contar as árvores, plantas e flores, de uma riqueza incalculável. Tudo isso torna a Amazônia um lugar único, incomparável e extremamente rico. Quando se fala em Amazônia, a primeira ideia que vem na cabeça é de uma imensa floresta fechada. Mas há muitas outras atrações diversificadas para quem quer conhecer a região, como praias, cavernas, montanhas e cachoeiras. Praias A Amazônia é repleta de belíssimas praias e ilhas que prometem muita beleza e emoção aos visitantes. A mais famosa é a


3 praia da Ponta Negra, em Manaus. É uma praia “urbana”, por ser próxima ao maior centro da região. Há poucos anos passou por um profundo projeto de modernização e hoje é um dos lugares mais nobres de Manaus, com uma vida cultural bem agitada. Para quem prefere tranquilidade, uma boa opção é a Praia de Alter do Chão, em Santarém. Mais afastada, possui uma beleza mais selvagem. Banhada pelo Rio Tapajós, possui várias pequenas ilhas, ideais para momentos de repouso. A praia de Salinas, há 210 km de Belém, é também uma das mais conhecidas – e mais bonitas. Salinas tem areia branca e fina, e águas mornas e esverdeadas. A praia se estende por quase 20 km, possuindo locais mais afastados e tranqüilos (que dão a impressão de uma ilha deserta) e outros mais movimentos, além de possuir uma ótima infra-estrutura. Cavernas Escondidas no meio das florestas e das montanhas, a Amazônia possui inúmeras cavernas para os amantes de espeleologia e cavem, ou simplesmente para curiosos e apaixonados por ecologia e aventura. A caverna mais conhecida da região é a gruta do Maroaga, em Presidente Figueiredo. A entrada da caverna tem mais de 30 metros de altura e um filete de água cristalina escorre filtrado pelos sedimentos e pelas raízes da vegetação. O lugar é bastante visitado pelos amantes do rapel que descem pendurados em cordas do ponto mais alto da gruta. A gruta da Iracema, localizada na mesma região, é outro ponto bastante conhecido. Para chegar até a gruta é preciso caminhar 4 km em um ramal no interior da Fazenda Iracema. Mas a caminhada vale a pena: o conjunto de cavernas e grutas proporciona uma experiência única aos visitantes, com uma paisagem de tirar o fôlego e muita emoção na exploração das belíssimas cavernas. No município de Pacaraima, há a caverna da Pedra Pintada, localizada aos pés da montanha de mesmo nome, que possui muitas pinturas rupestres e é outra excelente opção para os turistas mais aventureiros. Montanhas A montanha mais alta do Brasil está localizada na Amazônia. O Pico da Neblina, com 3.014 metros, situa-se no parque Nacional do Pico da Neblina, no município de São Gabriel da Cachoeira. A montanha é uma das mais procuradas pelos escaladores e montanhistas brasileiros, e proporciona uma bela caminhada, além de uma inesquecível vista quando se atinge seu pico. O Monte Roraima, com 2.875m de altura, possui um ar selvagem e misterioso que vai encantar os mais aventureiros. A montanha é repleta de formações de areia solidificada conhecidas como “tepuis”. Em 1990, os tepuis foram declarados Monumentos Naturais, abrigando espécies de flores e plantas nunca encontradas em qualquer outra parte do planeta. Outra boa opção, tanto para trilha como para montanhismo, é a Pedra Pintada, Localizada no município de Pacaraima. Com altura de 40 metros e diâmetro de aproximadamente 60 metros, a Pedra Pintada foi abrigo de civilizações antigas. Na caverna existente em sua base há várias pinturas rupestres, que

Um hectare da floresta amazônica tem mais espécies que toda América do Norte e em uma só de suas árvores vivem mais espécies de formigas que em toda a Inglaterra.

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Ecoturismo

Recorde de surfe: Sergio Laus surfou a inédita distância de 10,1 Km sobre uma mesma onda de pororoca, durante 33min15s, no rio Araguari, Amapá. A pororoca é uma onda forte e persistente que invade grandes rios, como os da Amazônia, vinda do mar após uma súbita elevação da maré.

são um verdadeiro tesouro histórico. Próximo à pedra existem ainda outras formações: Pedra do Pereira, Pedra do Peixe, Pedra do Perdiz, Pedra do Machado e Pedra da Diamantina que, juntas, formam o Sítio Arqueológico da Pedra Pintada, bastante visitado por turistas. Cachoeiras As cachoeiras amazônicas são conhecidas no mundo todo devido à sua grandiosidade. A maioria delas está concentrada no município de Presidente Figueiredo, a 100 km de Manaus, conhecido na região como a “cidade das cachoeiras”. Uma das mais famosas é a cachoeira do Santuário. Lá, o rio despenca por um cânion muito estreito formando uma cortina d’água na fenda da rocha e, logo abaixo, formando uma piscina natural. As cachoeiras de Iracema e da Suframa também são imperdíveis. Na cachoeira da Iracema, o rio desce por sucessivos saltos até despencar numa enorme queda d’água. Na de Suframa, a água forma um verdadeiro véu sobre as pedras, formando uma paisagem deslumbrante. Para chegar até a cachoeira é preciso caminhar mais 200 metros por uma trilha rústica, mas o esforço compensa. Para terminar, não se pode esquecer da cachoeira de Lajes, formada por quatro cachoeiras em trilha no interior da mata. Além disso, todo o terreno do lugar é rochoso, fazendo com que as raízes das árvores cresçam sobre a pedra Rios Rios que fazem parte da hidrografia da Amazônia, além do Rio Amazonas: Araguaia: com 2.627 km de extensão, nasce na divisa dos Estados do Mato Grosso e Tocantins e deságua na margem

esquerda do Tocantins. Na época da estiagem, aparecem inúmeras praias. Oferece grande variedade de peixes. Nhamundá: divide os estados do Pará e Amazonas, tem um leito arenoso e águas claras. No curso superior possui várias cachoeiras e na confluência com o rio Paracatu atinge uma largura tão expressiva que forma um lago com 40 km de comprimento e 4 km de largura. Negro: tem águas muito escuras devido à decomposição da matéria orgânica vegetal que cobre o solo das florestas e é carregada pelas inundações. Quando o Solimões encontra o Rio Negro, passa a chamar-se de Amazonas. Solimões: fica bicolor quando há o encontro dos Rios Negro e Solimões; as águas com cores contrastantes percorrem vários quilômetros sem se misturar. Tapajós: as águas do Tapajós, devido às diferenças de composição, densidade e temperatura, não se misturam com às do Rio Amazonas. Tem 1.992 km de extensão, nasce nas divisas dos Estados do Pará, Amazonas e Mato Grosso. Tocantins: nasce no Estado de Tocantins, na serra dos Pirineus e deságua no Oceano Atlântico, formando o estuário do rio Pará. Trombetas: nasce na fronteira do Brasil com a Guiana e tem 750 km de extensão. Quando se encontra com o Paraná de Sapucuá, ganha o nome de baixo Trombetas e chega a atingir 1.800 m de largura. Seu leito divide-se em várias ilhas estreitas e compridas. Xingu: tem 1.980 km de extensão, mas é navegável em apenas 900 km. Tem um curso sinuoso e várias cachoeiras, algumas com mais de 50 m.


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Clima Localizada na Região Norte do Brasil e cortada pela linha do Equador, a Amazônia tem o clima Equatorial predominante, quente e úmido, com temperaturas anuais variando entre 21ºC e 42º. A temperatura média anual é de 28ºC e caracterizado por umidade elevada durante todo o ano. As chuvas são muito abundantes (entre 3500 e 6000 mm/ano) e, em certos períodos do ano, provoca enchentes, inundando vastas regiões. As precipitações contribuem para a cheia dos rios e auxiliam na transformação das paisagens amazônicas no meio tempo entre a estiagem e o período de chuvas.

Ao contrário do que se pode imaginar, os rios mais feios da Amazônia, os de água barrenta, são os mais generosos para a vida na região. Carregam sedimentos que arrancam da Cordilheira dos Andes e de outras regiões por onde passam. Na enchente, depositam no solo esses sedimentos, adubando km nas vizinhanças do rio. Ali, as plantas nascem viçosas quando as águas baixam. Esses rios também têm mais peixes. Os rios escuros, como o Negro, são muito mais bonitos, mas a água é ácida e pobre em nutrientes. Apenas 5% dos peixes vendidos em Manaus vêm do Rio Negro, que banha a cidade. O rio Amazonas O rio Amazonas é o maior e mais largo rio do mundo e o principal responsável pelo desenvolvimento da floresta Amazônica. O volume de suas águas representa 20 % de toda a água presente nos rios do planeta. Têm extensão de 6.400 quilômetros, vazão de 190.000 metros cúbicos por segundo (16 vezes maior que a do rio Nilo), conta com mais de 1.000 afluentes. Sua largura média é de 12 quilômetros, atingindo freqüentemente mais de 60 quilômetros durante a época de cheia. Na foz, onde deságua no mar, a sua largura é de 320 quilômetros. A profundidade média é de 30 a 40 metros. As áreas alagadas influenciadas pela rede hídrica do Amazonas, formam uma bacia de inundação muito maior que muitos países da Europa, juntos. Apenas a ilha do Marajó, na foz do Amazonas, é maior que a Suíça. Num único dia, o Amazonas despeja no Oceano Atlântico mais água do que toda a vazão do Rio Tâmisa, em Londres, durante um ano inteiro. Só a Bacia do Rio Negro, um dos afluentes do Amazonas, tem mais água doce do que toda a Europa.

População A Amazônia é um dos poucos redutos do planeta onde ainda vivem povos humanos primitivos. As dezenas de tribos ainda existentes espalham-se em territórios dentro da mata, mantendo seus próprios costumes, linguagens e culturas, inalterados por milhares de anos. Antropólogos acreditam que ainda existam povos primitivos desconhecidos, vivendo nas regiões mais inóspitas e inacessíveis. Atualmente, convivem nesse grandioso território ribeirinhos, índios, seringueiros, garimpeiros, pescadores, operários, executivos. Com cerca de 20 milhões de pessoas vivendo nos nove estados da Amazônia Legal, a densidade demográfica é de cerca de 3,4 habitantes por Km2, com 62% da população vivendo nos centros urbanos. Culinária A Amazônia é muito bem servida pela variedade de pratos típicos e riquíssima em sabores de influência indígena. A culinária regional destaca-se pela enorme oferta de pratos à base de peixes ou frutos existentes apenas nesta porção do planeta. Temperos como a pimenta malagueta, pimenta de cheiro, o tucupi são essenciais. Os peixes podem ser cozidos, fritos ou assados. Só é preciso escolher entre o tucunaré, o tambaqui, o jaraqui ou o bacalhau da Amazônia, o delicioso pirarucu, entre tantos outros apreciados com o complemento específico: a farinha do uarini. Transporte As capitais de todos os estados amazônicos são servidas por conexões aéreas - em muitos casos não diretas - com todas as capitais brasileiras. Algumas também são servidas por conexões internacionais. Mas, muitas localidades não são servidas, ou são servidas esporadicamente, por vôos de linha. Por isso, na região é bastante frequente o uso de taxis-aéreos e frete de pequenas aeronaves. A maioria das cidades amazônicas está situada nas margens de rios e possuem portos para transporte de carga e de passageiros, além de companhias de transporte fluvial.

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Ecoturismo

Os polos de ecoturismo na Amazônia NO ESTADO DO ACRE: compreendendo os municípios de Rio Branco, Plácido de Castro, Xapuri e Porto Acre NO ESTADO DO AMAPÁ: quadrilátero composto pelos municípios de Santana, Macapá, Itaubal, Porto Grande, Amapari, Serra do Navio, Ferreira Gomes, Cutias, Tartarugalzinho e Pracuúba NO ESTADO DO AMAZONAS: integrado pelos municípios de Manaus, Presidente Figueiredo, Barcelos, Novo Airão, Manacapuru, Iranduba, Careiro, Careiro da Várzea, Autazes, Itacoatiara, Silves e Rio Preto da Eva NO ESTADO DO MARANHÃO: litoral ocidental do Estado, constituído pelos municípios de Cururupu, Apicum-Açu, Cedral, Bacuri, Guimarães, Mirinzal e Pinheiro (Área de Proteção Ambiental das Reentrâncias Maranhenses); NO ESTADO DO MATO GROSSO: Amazônia Matogrossense, incluindo os municípios de Juína, Apiacás, Juara, Paranaíta, Alta Floresta, Guarantã do Norte e Peixoto de Azevedo NO ESTADO DO PARÁ: Tapajós, composto dos municípios de Santarém, Monte Alegre, Óbidos, Alenquer, Oriximiná (margem esquerda do Rio Amazonas), Belterra e Aveiro ( margem do Rio Tapajós e BR-163) NO ESTADO DE RONDÔNIA: compreendendo os municípios de Porto Velho, Guajará Mirim, Vale do Guaporé, tendo como base de apoio o município de Costa Marques NO ESTADO DE RORAIMA: abrangendo o norte do Estado, integrado pelos municípios de Boa Vista, Amajari, Pacaraima, Uiramutã e Normandia NO ESTADO DO TOCANTINS: região da Ilha do Bananal (municípios de Cazeara e Pium), onde foi criado o Parque Estadual Côco-Javaés, integrante da Área de Proteção Ambiental Ilha do Bananal/Cantão.

Não esqueça de levar Chapéu ou boné (o sol na Amazônia é muito intenso devido à sua localização na linha do Equador; é bom se proteger); água (é preciso ingerir bastante líquido antes, durante e depois das caminhadas); barras energéticas (ajudam a repor a energia); mapa da região; bússola; canivete; óculos escuros e protetor solar. Se for acampar, acrescente: Anorak (agasalho de náilon com zíper. Impermeável, protege da chuva e do vento), Parca (agasalho mais longo; mantém o corpo aquecido),Tênis ou botas, Mochila, Cantil, Saco de dormir, Estojo de primeiros socorros, Barraca (leve, mas que possa ser bem fixada ao solo), Isolante térmico (para evitar que o corpo perca calor para o solo), Fogareiro e Panelas (e os alimentos, claro), Pares de meias e roupas que possam secar com facilidade (alguns tecidos sintéticos são bastante eficazes nisso).

Siga as regras do ecoturista: 1. Não jogar tocos de cigarro 2. Não deixar lixo de espécie alguma 3. Não quebrar plantas ou galhos 4. Não incomodar os animais 5. Não dirigir acima da velocidade permitida 6. Não retirar do lugar flores, frutos, plantas ou minerais 7. Obedecer a sinalização 8. Manter-se nas trilhas e estradas de acesso 9. Seguir as instruções dos e guias 10. Deixar o local conforme o encontrou.

Fontes: Chris Bueno/portal 360graus; www.amazonia.org.br; www.istoeamazonia.com.br; revista Turismo; portal Amazônia

Na próxima edição: CAATINGA E CERRADO



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meio ambiente

Brasil perde oportunidade de vender créditos de carbono

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Brasil é o único país com condições de colocar em prática um programa de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação florestal (REDD). Por este mecanismo, nações que reduzem o desmatamento poderiam vender créditos de carbono no mercado internacional. Por conta disso, o governo brasileiro deveria apresentar diretrizes sobre o tema até a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (RIO+20), que será realizada em junho no Rio de Janeiro. A análise foi feita por Paulo Moutinho, diretor do Instituto de Pesquisa Ambiental da

Amazônia (Ipam). De acordo com Moutinho, embora a queima de combustíveis fósseis seja a principal responsável pelas emissões de gasesestufa, a forma mais rápida e barata de combater a mudança climática é deter o desmatamento de florestas, principalmente nas regiões tropicais do planeta. “Mas isso não quer dizer que o esforço que Brasil e outras nações estão fazendo para conter a derrubada de árvores tenha de valer pouco”, disse. Efeito Saci-Pererê O diretor do Ipam foi um dos idealizadores do conceito de “Redução Compensada


mercado empresarial meio ambiente

de Emissões”, que deu origem ao REDD. O arumento é que os países tropicais ajudam a estabilizar o clima do planeta por meio de suas florestas e, assim, os custos para mantê-las em pé devem ser divididos por todos. A ideia foi apresentada pela primeira vez em 2003, durante a 9ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP-9), na Itália. As discussões continuaram nas conferências seguintes. O conceito, que inicialmente Brasil está entre os cinco focava o desmatamento maiores emissores munevitado, passou a englobar diais de gases de efeito ações como degradação estufa, em função de desflorestal evitada, aumento matamentos e mudanças de estoques de carbono de uso do solo e conservação florestal, sendo rebatizado como REDD+. Mas, até hoje, o mecanismo não foi devidamente regulamentado em nenhum lugar do mundo e, por esse motivo, passou a sofrer o que Moutinho chama de “efeito Saci-Pererê”: todo mundo já ouviu falar, mas ninguém viu. “Se isso não ocorrer no Brasil, não vai acontecer em nenhum outro lugar do mundo. Vários elementos fazem do país o lugar ideal para colocar esse grande experimento em andamento”, disse. Emissões brasileiras de gases de efeito estufa Segundo dados do Ipam, o Brasil está entre os cinco maiores emissores mundiais de gases de efeito estufa. Mais de 60% das emissões brasileiras são resultantes de mudanças de uso do solo e desmatamento. Indonésia e Congo seriam os dois outros países tropicais com

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“desmatamento a ser tratado”, mas não têm as mesmas condições favoráveis do Brasil. O país, de acordo com Moutinho, avançou muito ao criar a Política Nacional de Mudanças Climáticas (PNMC) e estabelecer metas para a redução do desmatamento até 2020. “Além disso, temos o Fundo Amazônia, um bom sistema de monitoramento, 185 bilhões de hectares de áreas protegidas - que abrigam 26 bilhões de toneladas de carbono, uma sociedade organizada, uma comunidade científica de excelência e uma governança crescente”, disse. Entre os obstáculos mencionados por Moutinho está o fato de que os grandes projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) não têm salvaguardas ambientais explícitas. Ele cita também a demanda crescente por commodities como bioetanol e soja, os assentamentos florestais e a flexibilização da legislação ambiental, que pode ocorrer se for aprovado o novo Código Florestal. Proteger a floresta O Estado do Acre, segundo Moutinho, possui o programa de REDD mais avançado do mundo. “Outros estados amazônicos e também do Sudeste, como São Paulo, têm feito esforços para reduzir suas emissões por desmatamento. Mas falta uma estratégia nacional”, ressaltou. Para o diretor do Ipam, se não houver uma legislação federal que articule as estratégias estaduais, a instabilidade afastará os investidores internacionais. “Se cada programa tiver uma lógica diferente e sua própria forma de calcular as emissões, o investidor não vai saber o que está comprando. Até a RIO+20 o governo teria de dar diretrizes mais claras do que ele quer realmente implantar em âmbito nacional”, disse. Regulamentar uma estratégia de REDD, de acordo com Moutinho, é a grande oportunidade de mudar a lógica de produção e estimular uma economia de baixo carbono. “Não precisa deixar de produzir. É possível aumentar a produtividade em áreas menores e ainda ganhar dinheiro pela floresta que ficou em pé”, disse. A princípio, seria possível colocar isso em prática mesmo sem auxílio internacional, contando com recursos de isenção fiscal e fundos de compensação ambiental. “Mas a remuneração externa é importante, pois o mundo tem de reconhecer o esforço do Brasil em proteger a floresta”, disse Moutinho. Fonte: Agência Fapesp ME

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meio ambiente

meio ambinete

São Paulo terá R$ 6 milhões para pesquisa sobre clima

Uma lavanderia preocupada com o meio ambiente

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Os trabalhos a serem financiados serão multidisciplinares

Brasil vai participar de um fundo internacional de cerca de R$ 73 milhões para financiar pesquisas sobre mudanças climáticas ao lado de países como EUA, Reino Unido e Austrália, segundo o jornal Folha. O anúncio do Consórcio de Oportunidade de Financiamento do Fórum Belmont foi feito em março último, em Londres, durante a conferência “Planeta sob Pressão” -- a principal reunião de cientistas sobre ambiente antes da Rio+20. A parcela brasileira no bolo, vinda da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de São Paulo), será de cerca de R$ 6 milhões no primeiro edital. Inicialmente, o financiamento será para pesquisas sobre água doce e vulnerabilidade de zonas costeiras. Estão previstos mais três editais de pesquisa. Um deles, coordenado pela Fapesp, será sobre segurança alimentar e energética. A expectativa é lançá-lo em 2013. De acordo com Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor-científico da Fapesp, os trabalhos a serem financiados serão multidisciplinares. “O fórum sabe das necessidades de pesquisas na área de humanas, como em sociologia ambiental”, disse. As propostas devem ser feitas em cooperação internacional com instituições de pelo menos três países. ME

o desejo de montar uma empresa e ter um negócio em família, nasceu em Rondonópolis (MT) a Prillav, um exemplo de sustentabilidade no setor de lavanderias. Segundo o engenheiro aposentado Paulo Gomes, proprietário e idealizador da Prillav, na época, novembro de 2002, só existiam lavanderias informais em Rondonópolis. “Nosso primeiro grande diferencial foi trazer para nossa cidade o que existia de mais moderno no segmento. Depois, implantamos medidas para reduzir o consumo de água, energia e produtos químicos”, revela. Gomes explica que na etapa inicial foram tomadas medidas mais simples, como o uso de plástico ecológico na embalagem das roupas lavadas, implantação de varais para secagem de roupas com prazo de entrega superior a 24 horas, e reutilização de sacolas plásticas entregues na seção de consertos rápidos. Posteriormente, vieram mudanças mais complexas, com a importação de equipamentos da Suécia e da Espanha. Os secadores elétricos foram trocados por aparelhos a gás natural. O controle do consumo de água foi automatizado e os produtos químicos usados na lavagem foram substituídos por similares sem componentes tóxicos. A empresa ainda adaptou os equipamentos de passar roupas, o que possibilitou a redução do número de caldeiras. “Em função da economia de água, energia e produtos químicos, estamos preservando os recursos naturais e economizando dinheiro. Essa economia eu repasso aos meus clientes, o que me torna mais competitivo no mercado”, conclui Gomes. ME

O consumo de água, energia e produtos químicos foram reduzidos


sustentabilidade

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Imagem: WaterBee 1roject

mercado empresarial

Sistema de irrigação inteligente:

menos água e mais alimentos

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problema crescente da escassez de água tem mostrado que é necessário economizar até mesmo quando o assunto é aumentar a produtividade na produção de alimentos. Para isso, uma equipe de pesquisadores europeus desenvolveu uma tecnologia batizada de sistema de irrigação inteligente. O melhor de tudo é que, além de economizar 40% de água e reduzir o custo para os agricultores, o novo sistema resultou em um aumento na produção das lavouras, segundo o portal Inovação Tecnológica. “Esperamos que ele tenha um grande impacto porque 60% de toda a água doce no mundo é usada para irrigação,” afirma o Dr. John O’Flaherty, coordenador do projeto Waterbee. Enquanto um sistema similar, desenvolvido nos Estados Unidos, usa a espessura da folha como indicador da hora de iniciar e interromper a irrigação, a equipe do WaterBee optou pela técnica mais simples, usando sensores de

umidade colocados no solo. A rede de sensores sem fios indica o nível de umidade do solo com precisão em cada área da lavoura. Já testado em várias culUm programa de computador receturas, o WaterBee será be as leituras dos sensores e avalia agora submetido a múltios melhores horários e a intensidade plos climas. da água a ser lançada, de forma a maximizar os efeitos da irrigação, sobretudo o tempo de retenção de umidade pelo solo. Segundo o Dr. O’Flaherty, calculando o uso do sistema apenas na Europa, o mercado potencial para a inovação atinge meio bilhão de euros. O sistema está em fase de testes em fazendas de culturas variadas na Espanha. Com os bons resultados iniciais, a equipe agora está irá iniciar uma segunda fase de avaliações, cujo principal objetivo é testar o sistema em diferentes climas e novas culturas. Já foram selecionadas fazendas para testes na Estônia, Itália, Malta, Suécia e Reino Unido. ME


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sustentabilidade

Óleo de cozinha usado vira resina antiferrugem Empresa coleta, por mês, 15 mil litros do produto em restaurantes e hotéis

rescer de forma sustentável era um sonho antigo do pernambucano Luiz Cláudio Lima, dono da microempresa Redlub, sediada e Recife. Há dez anos, ele teve uma ideia que, na época, parecia de difícil realização: transformar óleo de cozinha usado em resina antiferrugem para carros. A consultoria do Sebrae foi decisiva para Luiz Cláudio abrir a própria empresa em Recife. “A instituição me deu apoio para realizar os testes no Centro Tecnológico de Pernambuco”, conta. Os resultados foram animadores: os testes indicaram que o óleo usado podia servir para proteger metais da corrosão. Foi aí que o sonho de ter um negócio ao mesmo tempo lucrativo e ecologicamente correto começou a virar realidade. Com quatro funcionários, Luiz Cláudio recolhe atualmente 15 mil litros de óleo por mês em restaurantes, hotéis, condomínios e hospitais de Recife. Ao todo, são quase 500 estabelecimentos na capital pernambucana. A produção da Redlub chega a 100 litros de antiferrugem por dia, com uma receita mensal de R$ 18 mil. Quando começou o negócio, o empreendedor recolhia dois mil litros do produto e sua renda era de apenas um salário mínimo,

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sustentabilidade

mercado empresarial

cerca de R$ 200 na época. Para Luiz Cláudio, o crescimento da empresa acompanhou o aumento da preocupação da sociedade com as questões ambientais. “No início, as pessoas relutavam em guardar o óleo usado, mas hoje temos uma rede estável de fornecedores”. O empresário explica que o antiferrugem atua contra a corrosão de chassis e outras peças automotivas. Trata-se de uma espécie de resina que é aplicada nos lava jatos por intermédio de uma pistola de ar comprimido ou pincel. Para evitar o desgaste das partes metálicas, o produto deve ser usado duas vezes por mês.

Imagem: Agência Sebrae de noticias

Contaminação da água A contaminação por óleo de cozinha usado prejudica o funcionamento das estações de tratamento de água e encarece bastante o processo. O acúmulo de óleos e gorduras nos encanamentos pode causar entupimentos, refluxo de esgoto e até rompimentos das redes de coleta. Nos rios, a presença de óleos dificulta a entrada de luz e a oxigenação da água. “Tudo isso compromete a base da cadeia alimentar aquática, além de contribuir para a ocorrência de enchentes”, ressalta o empresário. “Além de gerar renda, a Redlub ajuda a diminuir o impacto dessas substâncias no meio ambiente”, comemora. ME

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sustentabilidade

Sustentabilidade ajuda

empresa a ganhar mercado Imagem: Agência Sebrae de noticias

N Cristalina, no Rio Grande do Norte, é destaque pela redução de desperdícios e o reaproveitamento de água

o município de Macaíba, no Rio Grande do Norte, a empresa de água mineral Cristalina ganhou confiança e credibilidade no mercado não só pelo seu criterioso processo de produção, mas também pela preocupação com o desenvolvimento sustentável. A iniciativa é do empresário Djalma Barbosa da Cunha Júnior. A história da empresa começou em 1992, quando o pai do empresário comprou uma propriedade em Macaíba para criar gado e plantar mamão. Ao construir um poço destinado ao abastecimento e plantio, ele descobriu uma fonte de água de excelente qualidade. Foi aí que os planos mudaram. Dois anos depois, surgiu a Cristalina, com a proposta de oferecer água mineral de qualidade para todo o Nordeste a partir de fontes originadas no lençol freático do local. A empresa logo se destacou por seus cuidados com o processo produtivo e preocupação com o manancial. Paralelamente ao sucesso do produto, o empresário também se preocupava com a redução de desperdícios e o reaproveitamento da água. Um exemplo é a reutilização da água da lavagem dos vasilhames na limpeza e

nos jardins da propriedade. “Um empreendimento sustentável, onde existem controle e monitoramento contínuo, é uma empresa respeitada. Consequentemente, as ações trazem resultados favoráveis à sobrevivência dessa empresa”, afirma Djalma. Atualmente, a Cristalina também possui poços no município de Apodi, região oeste do estado. A água passa por análises diárias nos próprios laboratórios das fábricas, para garantir o alto nível de pureza do produto, que é comercializado também nos estados do Pará, Ceará e Maranhão. ME


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destaque

TECIAM

QUALIDADE DO COMEÇO AO FIM

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ssegurar o mais alto padrão de qualidade não só em sua linha de produtos mas principalmente no atendimento a seus clientes: este é o foco principal da TECIAM, empresa que atua no mercado de telas e tecidos metálicos há três décadas. Estabelecida desde a fundação na cidade de Ferraz de Vasconcelos, na Grande São Paulo, com instalações que ocupam 3.190m2 de área construída, a empresa vem continuamente aprimorando e modernizando sua unidade fabril no intuito de melhor acomodar sua crescente capacidade produtiva. Mantém um dinâmico Departamento de Vendas na Capital, na Rua dos Trilhos, 1.515, 1º andar no bairro da Mooca, região escolhida por ser de fácil acesso ao atendimento a clientes de São Paulo. Hoje, a maior preocupação da diretoria da empresa é otimizar o já alto padrão de atendimento aos clientes. Para isso Referência em investiu no aprimoramento de seu Sistecnologia e em tema de Gestão da Qualidade e obteve atendimento a certificação ISO 9001:2008 – um selo de segurança e confiança para clientes fidelizados e o mercado em geral.

Buscando manter-se como marca de referência de qualidade em sua área, investe também, continuamente, no aprimoramento de seus processos, da escolha da matéria-prima à entrega de seus produtos, e estimula o desenvolvimento profissional de seus colaboradores, preparados para oferecer o melhor atendimento aos clientes. A produção da TECIAM é voltada para Telas e Tecidos Metálicos e, entre os produtos, destacam-se Arames, Alambrados, Telas Soldadas, Telas Onduladas, Telas para Corrimão, Guarda Corpo de Usina, Telas para Peneira, Cestos para Tratamento Térmico, tela para Alvenaria e Telas para Revestimentos. A qualidade é fundamental no aço utilizado em produtos como Telas Metálicas e Tecidos Metálicos, Alambrados e outros do gênero: em vista disso, a TECIAM trabalha somente com matéria-prima de alta qualidade comprovada, exigindo sempre certificados aferindo a qualidade de todos os seus fornecedores. Como a fabricação desses produtos requer tecnologia e técnica diferenciada, a TECIAM fabrica seus produtos com qualidade certificada pela ISSO 9001:08, e tem um rígido controle de sua produção do início ao fim, até a entrega do produto ao cliente. ME




qualidade

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Grupo TRUMPF comemora 1000ª máquina TruLaser 3030 vendida no mundo

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Qualidade comprovada mil vezes, nos 4 cantos do mundo

ruLaser 3030, uma máquina concebida para corte flexível de chapas metálicas com alta produtividade, é o produto da TRUMPF campeão de vendas em todo o mundo. Em fevereiro de 2012, cerca de três anos depois do seu lançamento no mercado, ela alcançou um novo marco histórico: a montagem da milésima TruLaser 3030, na fábrica de Grüsch, Suíça - momento de orgulho para os 180 funcionários envolvidos na sua produção. A montagem de uma TruLaser 3030 demanda, em média, 115 horas de trabalho. Basta multiplicar por mil para ter uma ideia de quanto tempo a equipe

Carboflex e Incaper levam estudo inovador para conferência em Houston

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m grupo de pesquisadores brasileiros acaba de apresentar os primeiros resultados de uma pesquisa desenvolvida no país que visa transformar os resíduos oriundos das atividades de perfuração de poços de petróleo e gás em fertilizantes. O trabalho foi desenvolvido por pesquisadores da empresa brasileira Carboflex, em parceria com pesquisadores do Instituto Capixaba de Pesquisa e Extensão Rural (Incaper), e apresentado, em abril último, na The Premier Fluids Conference, realizada pela American Association of Drilling Engineers (AADE), em Houston, nos Estados Unidos. “A Carboflex é uma das poucas empresas nacionais que investem em pesquisa e desenvolvimento de forma acentuada. Contamos com laboratórios de ultima geração com equipamentos únicos no Brasil, sem falar do quadro técnico, que é um dos nossos diferenciais”, afirma Fernando Fabris, gerente executivo da Carboflex, mestre em Engenharia de Petróleo (Unicamp), doutorando em Tecnologia Nuclear pela Universidade de São Paulo (USP) e um dos autores da pesquisa. “Este é um grande passo para a empresa e para seus profissionais, que podem expandir suas ideias e trocar experiências”, comemora Fabris.

já investiu na série TruLaser 3030. A máquina está destinada à sua linha de produção da Aesculp, uma fábrica de equipamentos médicos localizada na cidade de Tuttlingen, na Alemanha, que desenvolve e fabrica produtos para todo o leque de processos de intervenções e cirurgias. A nova máquina está equipada com o laser TruFlow 5000, que gera cinco quilowatts de laser, e um LoadMaster para carregamento automático de chapas. Na Aesculap, ela é usada particularmente para fazer as telas dos cestos em que são armazenados os instrumentos cirúrgicos esterilizados. Devido às exigências extremas de higiene, os componentes precisam ter qualidade perfeita – uma função ideal para a TruLaser 3030. ME Com vendas totais de US $ 2.763 bilhões (€ 2.025 bilhões) e 8.550 colaboradores (dados preliminares do ano fiscal 2010/11), o Grupo TRUMPF está entre as companhias líderes no mundo. No Brasil, a atividade começou há mais de 30 anos e conta com uma sede em Alphaville, que atende toda América Latina.

A pesquisa A perfuração de poços de petróleo emprega diferentes tipos de fluidos de perfuração, nas diferentes fases do poço, podendo causar problemas ambientais que recentemente vêm ganhando a atenção de ambientalistas e da sociedade em geral. Tais fluidos podem ser a base de água (WBM – Water Base Fluids) ou base sintética (SOBM – Sintetic Oil Base Mud). Uma das funções de aplicação destes fluidos é o carregamento do cascalho até a superfície, esse cascalho impregnado com o fluido sem qualquer tratamento pode causar graves problemas ambientais em relação à contaminação do solo. O processo de recuperação inteligente do solo (RIS) é uma técnica alternativa desenvolvida pela Carboflex para o tratamento desses resíduos com baixo custo e eficaz na recuperação do solo. O objetivo da pesquisa, desenvolvida com o Instituto Capixaba de Pesquisa e Extensão Rural (Incaper), foi tratar os cascalhos gerados durante a perfuração de poços de petróleo, visando a qualidade do solo nativo e contribuindo assim para minimizar o impacto ambiental. ME

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comportamento

PESQUISA MOSTRA QUE 25% DOS CLIENTES NÃO RECEBEM NEM UM SORRISO DOS VENDEDORES

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atendimento ao consumidor em países da Europa, América do Norte, América do Sul, Ásia e África é objeto de uma pesquisa criteriosa conduzida pela empresa sueca Better Business World Wide, que se baseia em mais de 1,6 milhão de avaliações de “clientes secretos” de 32 países que atuam em grandes provedores de mystery shopping. A pesquisa Smiling Report 2012, em sua oitava edição, mostrou que 25% dos clientes não receberam nem mesmo um sorriso ao entrar em lojas de diferentes segmentos. No resultado geral, a média de consumidores que receberam sorrisos foi 10% menor em relação aos resultados verificados no período da avaliação anterior, feita em 2004-2007, indicando piora no atendimento ao cliente. A pesquisa revela, portanto que há muito espaço para melhoria. Ao longo de 2011, 75% dos “clientes secretos” foram recebidos com sorrisos; 79% foram cumprimentados; e 45% receberam sugestões


mercado empresarial

adicionais do vendedor no momento da compra. No Brasil, a Better Business World Wide contou com a parceria exclusiva da Shopper Experience – empresa pioneira na avaliação do atendimento ao consumidor por meio de pesquisas conduzidas por “clientes secretos”. A análise mostra que Áustria e Paraguai, ambos com 96%, são os campeões em sorrisos no atendimento, seguidos de perto por Islândia e Ucrânia com 93% cada. O resultado é um contraponto ao Paquistão, país com o índice mais baixo – 37%. Entre os continentes, a Ásia teve a pontuação mais baixa (57%); a mais alta é a América do Norte com 80%. Segmentos de saúde e beleza são os mais bem avaliados (89%), seguidos por hotelaria (85%). A indústria de transporte obteve o pior desempenho entre os analisados – 51% de sorrisos. Segundo Stella Kochen Susskind, presidente da Shopper Experience, os países da Europa se destacaram na edição 2012 por terem assumido uma postura mais solidária diante da crise econômica; do outro lado, a Primavera Árabe justifica o péssimo desempenho do Paquistão – não há muito espaço para sorrisos. “Os investimentos em treinamento, realizados pela indústria da beleza na última década, resultam hoje no aprimoramento do atendimento ao cliente. Quanto à participação da América Latina, sobretudo do Brasil, vemos que houve aumento significativo no desempenho brasileiro e que a indústria de

comportamento

mystery shopping ainda vai crescer muito no país”, analisa a executiva. Criado nos Estados Unidos na década de 1920 pelo segmento financeiro, o conceito de pesquisa com cliente secreto (mystery shopping) tem encontrado terreno fértil para a expansão na América Latina. Hoje, embora sejam as empresas dos Estados Unidos as responsáveis por ditar tendências, é o Brasil que está na vanguarda da indústria. Com 850 empresas, a indústria norte-americana de mystery shopping faturou US$ 830 milhões em 2010; as 550 empresas europeias faturaram US$ 397 milhões. Enquanto na Europa o crescimento anual é de cerca de 5%, no Brasil o segmento registra crescimento anual de 17%. Com cerca de 50 empresas, a América Latina faturou, em 2010, US$ 58 milhões. Cumprimentos e vendas adicionais Na avaliação de cumprimentos ao cliente que entra nas lojas, os países que se destacaram, ao longo de 2011, foram Chile e Colômbia, ambos com 99%; seguidos de Paraguai (96%), Hungria (95%) e Argentina (94%). O Paquistão foi o país com pior índice (41%); o continente com pior desempenho foi a Ásia com 67%. A América do Sul é o continente com o melhor índice de cumprimentos, atingindo a marca de 87%. Na análise da indústria, o campeão é o segmento de hotelaria (94%), seguido por Governo (92%). No transporte, o cumprimento esteve presente em apenas 69% dos atendimentos. De acordo com Stella Susskind, está comprovado que muitas vendas são perdidas dentro do próprio negócio, por um atendimento equivocado. ME

Áustria e Paraguai são os campeões em sorrisos no atendimento

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comportamento

Satisfação dos brasileiros é elevada, diz CNI

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Crise que atinge a indústria do país não teria chegado à população

desaquecimento da economia não afetou os humores da população. Apesar da leve queda de 0,5% em março último frente a dezembro, a satisfação dos brasileiros com a vida continua elevada. O indicador registrou 104,8 em março ante 105,3 assinalados em dezembro de 2011. As informações são da primeira edição da pesquisa trimestral Termômetros da Sociedade Brasileira, divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) – e que ouviu 2.002 pessoas em 142 municípios. O índice é de base 100 e quanto mais alto for, maior a satisfação da população com a vida. Além do Índice de Satisfação com a Vida, o estudo contempla o Índice de Medo do Desemprego, que em março registrou 73,5, uma redução de 3,9% em comparação a dezembro, significando que os brasileiros estão mais otimistas sobre a manutenção do mercado de trabalho. O indicador ficou apenas 2,6% acima do menor valor da série, registrado em setembro de 2011. Quanto mais baixo esse índice, também de base 100, menor o receio dos brasileiros em relação ao desemprego.

O gerente-executivo da Unidade de Pesquisa da CNI, Renato da Fonseca, explica que a crise econômica mundial que atinge a indústria do país não chegou à população. “Apesar da redução do ritmo de crescimento da atividade econômica, a geração de emprego continua aumentando, a renda e o crédito também estão se elevando, o que intensifica o consumo”, assinala. “Soma-se a isso o crescimento da classe média, que também impulsiona a demanda no mercado interno. Por todos esses fatores, o otimismo dos brasileiros está alto”, completa. Segundo Fonseca, quanto maior a satisfação com a vida e menor o receio do desemprego, maior a tendência de aumento ou manutenção de altos padrões de consumo. A região Sudeste é onde a população está mais satisfeita com a vida, com um índice de 106,6. O otimismo também é maior entre os moradores das cidades com mais de 100 mil habitantes, com 106,1. Já em relação ao medo do desemprego, o menor índice é o da Região Nordeste, com 71,8. ME


mercado empresarial

comportamento

Aumento das dívidas deve retirar fôlego do consumo

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aperto no orçamento familiar com dívidas maiores e de prazo mais longo pode amortecer o crescimento do consumo neste ano. Como a demanda deve puxar o avanço do Produto Interno Bruto (PIB) mais uma vez em 2012, o peso do comprometimento da renda e do endividamento das famílias pode frustrar expectativas de que a economia evolua em um ritmo bastante acelerado em relação ao do ano passado. Ainda que moderadamente, a parcela da renda mensal dos brasileiros destinada ao pagamento de débitos - o comprometimento vem subindo desde abril de 2011 e atingiu em dezembro 22,3%, maior percentual para o mês desde 2005, início da série histórica do Banco

Central. As dívidas já assumidas pelas famílias cresceram em 2011 e somam 42,3% da sua renda anual, nível mais alto para qualquer mês da pesquisa do BC. Os limites foram atingidos para muitos devedores, como provou o aumento da inadimplência das famílias, que deu um salto de 5,7% para 7,4% nos atrasos com prazo superior a 90 dias, mesmo em um cenário incomum de quase pleno emprego. Além disso, o perfil do endividamento das pessoas físicas se deslocou para o longo prazo, com o avanço das dívidas relativas ao crédito imobiliário. Ou seja, pelo menos 42% da dívida das famílias vai demorar para ser liquidada, limitando sua capacidade de ampliar significativamente o consumo com novos financiamentos. Com informações do Valor ME

E pode frustrar expectativas de que a economia evolua em um ritmo mais acelerado

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tecnologia

Tecnologia avançada em eletroerosão a fio chega ao mercado

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Considerada a mais avançada tecnologia em eletroerosão a fio, a linha DUO - Series da Makino está sendo apresentada ao mercado brasileiro na feira Mecânica 2012. Adequadas a todos os tipos de aplicações, inclusive aeroespacial e médica, as máquinas desta série (DUO043 e DUO064) são projetadas visando facilidade de operação, manutenção reduzida e baixos custos operacionais e de investimento. A série DUO integra tecnologias de usinagem incorporadas ao controle das máquinas, como BellyWizard, H.E.A.T. e SurfaceWizard, que possibilitam redução de até 55% nos custos de fio e a exclusiva opção de escolha do sistema bipartido em V ou o sistema PICO (guias redondas de precisão), de acordo com a necessidade específica da aplicação. DUO-Series da Todas as máquinas desta série utilizam Makino é adequabombas independentes para os jatos de da a todos os tipos líquido para as cabeças superior e inferior, de aplicações com fluxo e pressão constantes em todas as condições de jato e ajuste. Os componentes

lineares são de altíssima qualidade, fixados à máquina nas duas extremidades e alinhados em relação às guias lineares através de laser. Os fusos de esferas dos eixos X e Y são garantidos por 10 anos ou 20.000 horas, e a estrutura construtiva robusta do equipamento faz das máquinas DUO as mais pesadas da classe, proporcionando maior estabilidade térmica e absorção de vibrações, eliminando possíveis causas que afetem negativamente a usinagem. A série DUO vem equipada com usinagem submersa, sistema bipartido de guia do fio, escala ótica de 0.005mm, unidade para usinagem cônica, sistema automático de passagem do fio, fine-hole automático, ajuste automático do nível de água, 4 litros de fluido dielétrico, unidade de refrigeração do fluido dielétrico, 20 litros de resina deionizante, recuperação automática de queda de energia, filtro de linha na fonte de energia, painel de controle multifuncional portátil, mouse, entrada para internet, entrada USB e H.E.A.T. (High Energy Applied Technology) ME


mercado empresarial

tecnologia

Novos tipos de

estratégias de usinagem

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odernização da interface, tornando-a mais amigável ao usuário, novas funcionalidades para usinagem High Speed e maior controle sobre criação de sequências são algumas das inovações presentes na versão 2.0 do Creo Parametric, a solução de MCAD/CAM/CAE (Mechanical Computer Aided Design / Manufacturing/ Engineering) que a PTC está lançando. A nova tecnologia promete ser mais do que uma ferramenta de CAD mecânico, uma vez que seu principal diferencial é a capacidade de unir os modelamentos direto e paramétrico com total compatibilidade entre ambos e sem perda da informação. Entre os recursos oferecidos estão novos tipos de estratégias de usinagem, que permitem, por exemplo, de forma rápida e simples, interpolar entre curvas e arestas para melhor acabamento e aproveitamento da ferramenta. Já para usinagens de trajetória 3 eixos, a nova versão permite ao usuário definir diferentes profundidades

entre o início e o final de uma superfície. Também reduz o tempo de usinagem de chanfros e raios. Na sequência de usinagem para roscas, Um dos recursos tem funcionalidades que permitem definir a que se propõe a múltiplas passadas de forma rápida. versão 2.0 do Creo A solução também permite novos Parametric da PTC métodos de projeção de caminho da ferramenta para 4 e 5 eixos, utilizando uma mescla de trajetória e interpolação de arestas, aumentando a eficiência para usinar machos e cavidades de forma simples e intuitiva para passes projetados. A versão 2.0 do Creo Parametric teve, ainda, as funcionalidades para usinagem “High Speed” melhoradas, tais como a nova opção Arc Connect, que permite controlar as transições de sequências para faceamento de forma suave; as sequências de Desbaste, para distribuição consistente de camadas z-constante; e a sequência Acabamento, com algorítimos para minimizar cantos vivos. ME

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tecnologia

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Plataforma de Integração Synthesis para análises de confiabilidade

Automação integrada e inovação que voa

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ReliaSoft lança processo coordenado para ambiente corporativo

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Plataforma de Integração Synthesis, que reúne em uma única base de dados todas as análises de confiabilidade realizadas pelos softwares da ReliaSoft, acaba de ser lançada no mercado. A solução se propõe a quebrar o paradigma da aplicação pontual da confiabilidade, e ampliar o conceito para um processo coordenado no ambiente corporativo. Com o mapeamento das atividades de confiabilidade, é possível reduzir os custos de desenvolvimento, manutenção, operação, além de aumentar a confiabilidade e disponibilidade do produto. O novo conceito de arquitetura de dados para as análises de confiabilidade em um único banco de dados, que é a Modelagem de Confiabilidade Orientada ao Objeto (OBRM), também vai otimizar a execução dos projetos em todas as fases - permitindo que diversos especialistas que estão em áreas diferentes na empresa, ou até mesmo em outras unidades, interajam no mesmo projeto. O Synthesis encurta caminhos de comunicação, e otimiza o trabalho final. Toda vez que um especialista incluir ou alterar uma informação em seu objeto, todos os outros itens onde ele é utilizado serão atualizados automaticamente. O processo de integração será válido para todos os softwares do portfólio da ReliaSoft. Se surgirem necessidades por outras metodologias, elas poderão ser integradas a partir da utilização do Synthesis, suprindo, assim, necessidades individuais de cada empresa. ME

Festo, multinacional alemã líder no mercado de automação industrial e presente há mais de 40 anos no Brasil, apresenta seus novos produtos: o SPTW, um sensor de pressão universal para fluídos gasosos e líquidos que mede desde vácuo até 100 bar, o FB35, um nó de rede utilizado no CPX juntamente com o MPA ou VTSA para a comunicação em PROFINET através de fibra óptica e o complemento da linha de Tratamento de Ar da série MS, agora com o novo tamanho MS9. Com esses lançamentos, a empresa enfatiza a Automação Integrada, que combina componentes, módulos, sistemas e softwares para todos os tipos de necessidades em automação, pneumática, servopneumática, elétrica ou uma junção de todas elas. A vantagem é o considerável ganho de eficiência energética. Outra novidade, produzida na matriz alemã, é o SmartBird – um protótipo inspirado no movimento das gaivotas e que foi desenvolvido pela Bionic Learning Network – núcleo de pesquisas que, em conjunto com as mais renomadas universidades, recriam a forma, os movimentos e até mesmo os hábitos comportamentais de seres vivos por meio da biotecnologia. O SmartBird foi todo produzido com fibra de carbono, possui uma envergadura de dois metros e seu peso total não passa de 485 gramas. É capaz de decolar, voar e aterrissar sozinho sem o auxílio de outros dispositivos de elevação. Durante o vôo, as informações sobre as posições de suas asas são constantemente registradas e os controles de torção podem ser ajustados em tempo real, garantindo uma operação segura e um vôo estável. Toda sua construção foi realizada com o uso mínimo de materiais e as pesquisas que envolveram sua execução irão ajudar a buscar novas soluções para a área de automação e no desenvolvimento de novas tecnologias. ME

Lançamentos da Festo


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dicas de leitura

ESTÁTICA: MECâNICA PARA ENGENHARIA 12ª. edição Apresentando com profundidade toda a teoria da estática para engenharia e suas aplicações, este livro tem por objetivo facilitar o ensino e o aprendizado. Isso fica claro quando observamos os aprimoramentos desta nova edição: agora em sistema internacional de unidades, ela possui uma maior variedade de problemas organizados em nível gradual de dificuldade, mais fotos e novos diagramas realísticos com vetores para demonstrar aplicações do mundo real. Referência absoluta na área, esta obra, juntamente com o livro Dinâmica, que a acompanha, é imprescindível para estudantes de engenharia. Autor: Hibbeler, R.C. Editora: Pearson / Prentice Hall (Grupo Pearson) /2011 Número de páginas: 528

GESTÃO DE OPERAÇÕES 3ª. edição Os ensinamentos do livro aplicam-se a todo tipo de empresa industrial, comercial, agrícola, de serviços, qualquer que seja seu porte. Dão, entretanto, especial atenção à empresa industrial, por considerá-la a mais complexa das organizações e, por razões históricas, ligada ao surgimento da Engenharia de Produção. Dirigido especialmente para engenheiros, administradores de empresa que ocupam cargos de chefia e a eles aspiram, na área de operações empresariais, principalmente industriais. Muito interessante também para universitários das duas áreas. Autor: José Celso Contador Editora: Edgard Blucher/2010 Número de páginas: 582


dicas de leitura

mercado empresarial

O QUE OS EXECUTIVOS PRECISAM SABER SOBRE GERENCIA MENTO DE PROJETOS Uma obra para executivos que precisam para conhecer, clara e sucintamente, o seu papel no gerenciamento de projetos, sobretudo que cabe a eles montar o palco para o seu sucesso, supervisionar a execução e intervir diretamente em momentos-chave do desenvolvimento. O livro tem o objetivo de orientar o profissional nesse sentido. Autores: Harold Kerzner & Frank P. Saladis Editora: Bookman /2011 Número de páginas: 304

INSTRUMENTAÇÃO INDUSTRIAL 3ª Edição Esta obra está didaticamente dividida em capítulos que tratam de cada uma das principais variáveis e dos sistemas e tecnologias utilizadas em Instrumentação, Automação, Controle e/ou Segurança de Processos Industriais. O conteúdo foi organizado de forma que os capítulos iniciais fornecessem subsídios para facilitar o entendimento dos capítulos subsequentes. Os profissionais que já atuam na área poderão ler quaisquer dos capítulos, sem a necessidade de consulta aos demais, enquanto os profissionais que estejam começando na atividade, deverão seguir a sequência dos capítulos apresentados. Autores: Bega; Delmée; Cohn; Bulgarelli; Koch; Finkel Editora: Interciência /2011 Número de páginas: 694

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Motores elétricos e inversores de frequência da Bonfiglioli do Brasil

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Bonfiglioli do Brasil traz ao mercado soluções em motores elétricos de alta eficiência energética e inversores de freqüência que podem ser aplicados em todos os segmentos industriais. Os inversores de freqüência Agile e Active permitem fazer um diagnóstico completo do desempenho de motores ou redutores de velocidade. A série foi projetada para cobrir faixas de potência de 0,25kW a 11 kW, monofásicos e trifásicos, 230 volts e 400 volts. Além disso, os tamanhos menores não precisam de ventoinha, o que assegura uma operação livre de manutenção por toda a vida útil da unidade. Os produtos são equipados com módulos baseados nos protocolos CANopen e Modbus, tem nove entradas digitais, duas analógicas, quatro saídas digitais, incluindo um relé, e uma analógica. Todos os modelos apresentam uma entrada de backup de 24 volts, um filtro EMI, bem como uma função de “Safe torque off ”.

Permitem aplicações em todas as áreas da indústria Entre outras vantagens, os inversores Agile e Active têm baixo custo de instalação e operação, devido ao fornecimento de funções pré-programadas prontas para uso, que orientam até mesmo programadores inexperientes na configuração, além de um ciclo de vida capaz de garantir maior longevidade, em relação à média de mercado. Já os motores elétricos BE e ME podem ser usados principalmente em transportadores horizontais e verticais, misturadoras e máquinas de processamento, como linhas de corte, laminadores, entre outras. Além da eficiência energética, a tecnologia dos motores BE e ME destaca-se pelo tamanho compacto, instalação mais rápida e corte térmico otimizado. Certificados pelo INMETRO os produtos seguem a norma IEC 60034:30, e podem ser identificados com o selo Procel. ME


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mercado empresarial

Servoacionamento inovador Movitrac® LTX

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VP ATLAS®, novo aço para moldes de plástico

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Instalação e parametrização fácil e rápida

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ma das novidades que a Sew-Eurodrive apresenta ao mercado é o servoacionamento MOVITRAC® LTX, que complementa o portfólio de soluções com servomotores, pois permite combinação otimizada com a série CMP de servomotores de alta dinâmica. O equipamento é compacto para sistemas 1x220V e 3x220V, com potência de 0,75 a 5,5 kW e suporta sobrecargas de até 250%. Foi concebido para ter instalação e parametrização fácil e rápida, ideal para máquinas de embalagens, manipulação de cargas, posicionamento. Outro lançamento é o MOVIGEAR®, um acionamento mecatrônico composto de motor, redutor e controle eletrônico integrado. Inteligente e com conceito compacto, reduz o tempo de colocação em operação e facilita as tarefas de monitoração e manutenção. Tem elevado rendimento, reduzindo custos com energia elétrica. Pode ser encontrado nos tamanhos MGF2 para torque de até 200 Nm e MGF4 para torque de até 400 Nm. A empresa está ampliando também a família de conversores MOVIDRIVE® B. O equipamento conta agora com três novas potências: 160 kW, 200 kW e 250 kW. ME

Villares Metals, maior fabricante de aços especiais não planos de alta liga na América Latina, apresenta ao mercado o VP ATLAS®, o mais recente lançamento em aços para Moldes de Plástico, indicado para ferramentais com requisitos de alta resistência. Este novo aço possui composição química balanceada, com patente requerida, e passa por tratamento de microinclusões, o que garante melhor equilíbrio entre usinabilidade, soldabilidade, polibilidade, resposta a texturização, nitretabilidade e alta uniformidade de dureza em toda secção transversal da peça, além de elevada resistência mecânica. O VP ATLAS®, ideal para fabricação de moldes que atuem sob elevadas tensões ou que requeiram maior resistência ao desgaste, será fornecido com dureza na faixa de 38 a 42 HRC, em substituição aos aços já pré-endurecidos para 40 HRC, tal como o N2711M. Outro produto que a empresa disponibilizou ao mercado, e que vem tendo excelente receptividade, é o VIMCOR®, um aço inoxidável de alta usinabilidade ideal para aplicações como câmaras quentes, porta moldes e também em moldes de injeção de termoplásticos que não demandam elevada polibilidade. Entre as características deste aço, que atende os principais requisitos das ferramentarias e usuários finais de moldes e componentes para injeção de plásticos, estão a excelente usinabilidade em desbaste e em furação profunda, bem como a excelente soldabilidade, uniformidade de dureza, estabilidade dimensional e boa resistência a corrosão. O VIMCOR ® já está disponível em placas de largura de até 1050mm para atendimento via Equilíbrio entre usinarecorte, ou em outras dimensões, bilidade, soldabilidade sob consulta. ME

e polibilidade


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Romi: novos centro de usinagem, centro de torneamento e injetora

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Indústrias Romi, líder brasileira no setor de máquinas-ferramenta e máquinas para plásticos, além de importante produtora de fundidos e usinados, disponibiliza ao mercado inovadores centro de usinagem, centro de torneamento e injetora:

Flexibilidade e rapidez

Centro de Usinagem Horizontal ROMI PH 400 Indicado para a usinagem de componentes da indústria de veículos automotores, máquinas agrícolas, bombas, redutores e equipamentos em geral, possui estrutura robusta, fabricada em ferro fundido, com excelentes resultados de rigidez e absorção de vibrações, mesmo as provenientes de usinagens pesadas. Excelente estabilidade térmica. Abriga as sedes das guias lineares dos eixos X e Z para calibração de peças com ferramentas longas. Disponível ainda cabeçote horizontal com cone do eixo-árvore tipo ISO 40, 30 cv / 22 kW, faixa de rotação de 10 a 10.000 rpm e velocida-

de de avanço rápido nos eixos X, Y e Z de 60 m/ min. É equipado com trocador de pallets integrado à base monobloco, com sistema de levantamento e rotação de pallets hidráulico. Possui trocador de ferramentas com sistema de braço automático ATC e magazine preparado para mandris tipo BBT 40 / BT 40, com capacidade para até 40 ferramentas. Apresenta mesa dimensionada para suportar peças de até 500 kg e altas cargas de usinagem. Conta com mecanismo para indexação de pallet, acionado por servomotor, e sistema de transmissão de alta precisão. Permite indexações em 360 posições (mesa indexadora), ou em qualquer ângulo (mesa NC) oferecendo flexibilidade para usinagens de peças complexas. Centro de Torneamento ROMI GL 170G Equipado com CNC Fanuc 0i -TD e provido de sistema Gang Tools para suportes de ferramentas, oferece, como grande vantagem, tempos reduzidos de ciclos de usinagem, pois


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em virtude das ferramentas estarem todas dispostas sobre a mesa da máquina, os tempos passivos para troca de ferramentas são minimizados. Competitivo, que visa atender às empresas de alta produção de peças de pequeno porte. É equipado com cabeçote de eixo árvore “ASA A2-5” e faixa de rotação de 6 a 6.000 rpm, com potência no motor principal de 15 cv / 11 kW. Permite trabalhar com barras de Ø 51 mm. Os carros longitudinal e transversal oferecem altas acelerações e deslocamentos rápidos de 36 m/min no eixo X e 30 m/min no eixo Z, são apoiados em guias lineares e acionados através de servomotores acoplados diretamente aos fusos de esferas. A mesa com rasgos T, com inclinação de 60°, foi especialmente concebida para um melhor escoamento de cavacos e também para facilitar o acesso do operador às ferramentas durante o setup da máquina. Injetora ROMI EL 300 Equipamento de última geração, com movimentos acionados via servomotores para o sistema de injeção, extração, abertura e fechamento do molde. Apresenta ótima relação desempenho/consumo energético, sendo atualmente a melhor relação entre produção (kg/h) e consumo energético (kW). Oferece ampla distância de 730 mm entre colunas, permitindo a colocação de moldes maiores, comparado com outras máquinas de 300 t. As máquinas da linha Romi EL se diferenciam de outros equipamentos, por apresentarem um projeto novo no controle de componentes para injetoras. São equipados com painel de controle CM15, de display de 15 polegadas touch screen, preciso, rápido e com recursos que reduzem significativamente o tempo de programação e amplia a gama de controles possíveis de serem aplicados no processo. ME

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Armo traz novo sistema para reparos industriais rápidos

Dispensa interrupções ou longas paradas da produção

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arceira comercial da 3M no interior paulista, a Armo do Brasil incluiu em sua linha de produtos um novo sistema para reparos industriais instantâneos. O Kit de Reparos Rápidos 3M Scotchkote Metal-Tech é composto por produtos desenvolvidos com alta tecnologia para proteção contra corrosão e alguns casos de ataques químicos em equipamentos mecânicos e componentes de máquinas. Facilita o trabalho dos profissionais, em geral, sem a necessidade de interromper a produção em caso de rompimento ou furo em tubulações, juntas de tanques, tubos, radiadores, tanques, bombas e válvulas, por exemplo. O diferencial do sistema é o custo benefício, já que na maioria das vezes a indústria não precisa parar sua produção para realizar os reparos. Um dos itens do kit é o Metal-Tech PR, uma bandagem poliuretano de alto desempenho e cura rápida. A utilização é simplificada, sendo ativada por imersão em água e tem como função específica reparar furos em tubos. Já o Metal-Tech SG é um composto epóxi bicomponente também de cura rápida projetado para a reparação in situ de componentes metálicos. Outro produto do kit é o Metal-Tech RG, um composto poliuretano bicomponente para superfícies metálicas onde se deseja melhores propriedades mecânicas e usinagem facilitada. ME


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Novidades da Norton em máquinas e ferramentas abrasivas atende as exigências da Portaria 43. Conta ainda um costado flexível, indicado para boleados em cantos e no Durabilidade e alto interior de cubas de pias. Disponível desempenho A Norton traz ao mercado novidades nos nos grãos 36, 60, 120 e 180. segmentos máquinas, lixas e equipamentos de Entre os EPIs, destaca-se o Óculos proteção individual (EPIs). Entre as máquinas, o de Segurança NorSafety nos modelos destaque é a Clipper TR201E, máquina elétrica Classic, Style e Modern com visores incolores e nas cores para cortes de cerâmicas, azulejos e porcelanatos, que foi fumê, verde e âmbar. As lentes verdes são indicadas para desenvolvida levando-se em consideração a durabilidade e ambientes com radiação infravermelha; as fumês para loo alto desempenho em cortes refrigerados de uma grande cais com luz solar ou ambientes com muita claridade. Os variedade de revestimentos, principalmente os porcela- visores fumê e verde são também resistentes a impactos natos de 60x60 cm (corte livre de 65 cm). Vem equipada de partículas volantes multidirecionais e a luminosidade com disco diamantado. Pode ser utilizada para corte reto intensa. As lentes incolores são próprias para situações ou em ângulo (até 45º), chanfrado. em que é necessária a proteção visual e as de cor âmbar Na linha de lixas, lança a WF425, ideal para o lixa- ideais para ambientes com baixa luminosidade. Os óculos mento úmido de mármores e pedras. Desenhada exclu- de Segurança NorSafety da Norton contam com o Certisivamente para o mercado marmorista, é impermeável e ficado de Aprovação do Ministério do Trabalho. ME


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Prensa perfuradora automática BSTA 250-75 SPII A Bruderer, empresa suíça fabricante de prensas de alta precisão, traz ao mercado brasileira a BSTA 250-75 SPII, uma prensa perfuradora automática para produção de peças estampadas de precisão e/ou alta produtividade. A prensa tem as seguintes características: possui curso ajustável, sistema de balanço de massa, força de prensagem de 250 kN, velocidade de 100 a 1500 golpes/min e sistema de correção automática do PMI. Tem design modular, com duas dimensões diferentes da mesa, sendo 640 x 530 mm no

modelo BSTA 250-65 e de 730 x 530 mm no modelo BSTA 250-75. Seus “pés” com molas exclusivas compensam as vibrações, aumentando a vida útil da ferramenta e permitindo que a máquina seja instalada sem a necessidade de caras fundações. Com mecânica de precisão versátil, a BSTA 250 pode ser usada para uma série de aplicações diferentes, assegurando ótima relação custo/benefício. ME

Mecânica de precisão versátil

Centro de Usinagem Horizontal a61nx A MAKINO conta com mais uma novidade no seu portfolio de centros de usinagem: o modelo a61nx, que garante alta produtividade com simplicidade e reduzido tempo de operação. Suas características construtivas fazem dele um equipamento robusto e de alta precisão, eliminando paradas e maximizando a utilização da máquina. De instalação simples e rápida, sua base tem somente três pontos de apoio, sem haver a necessidade de fixação no solo, de fácil relocação para um melhor aproveitamento da área disponível. É capaz de movimentar simultaneamente os eixos X,Y,Z em conjunto com o movimento de rotação do eixo B. A troca de ferramentas é de 0.9 segundos (tool-to-tool) e de 2.19 segundos (chip-to-chip). Apresenta estrutura de ferro fundido com guias lineares roletadas e um potente fuso de 14.000 rpm com motor integral e torque opcional de 302Nm. A máquina opera com avanço de usinagem de 50.000mm/ min, avanço rápido de 60.000 mm/min e eixos com cursos de 730 mm (X), 650 mm (Y) e 800 mm (Z). A mesa de 500 x 500 mm com motor DD tem gama de posicionamento

bidirecional de 3.600.000 posições. As dimensões máximas admissíveis da peça são 1000 mm de altura por 800mm de diâmetro e 500 kg de peso. O equipamento requer espaço de 2.910mm x 5.050mm e pesa 12.200kg ME

Maximiza a utilização da máquina

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Centro de Usinagem Horizontal DOOSAN HP 5100

Alta durabilidade

A Meggatech, do Grupo Megga, traz ao mercado brasileiro o Centro de Usinagem Horizontal DOOSAN HP 5100, equipado com CNC FANUC 31i–A. A máquina é projetada para trabalhos de alta precisão e durabilidade, com acabamento superior de superfícies. Sua estrutura de construção ultra-rígida, feita de ferro fundido Meehanite, combina métodos clássicos de manufatura com avançados recursos tecnológicos. Fabricada pela sul-coreana Doosan Infracore, uma das mais respeitadas marcas de tornos e centros de usinagem de alta tecnologia do mundo, a HP 5100 tem cursos de 850 mm (eixo X), 700 mm (Y) e 750 mm (Z), que operam com velocidade máxima de 60 m/min nos carros transversais. Outras características: velocidade de corte 1-30000 mm/min, fuso de esferas com 45 mm

de diâmetro nos três eixos, precisão de posicionamento ±0.005 mm e repetibilidade de ±0.0002 mm. O volteio sobre o pallet chega a 800 mm de diâmetro e 930 mm de altura. A mesa de trabalho mede 500 x 500 mm e admite até 500 kg de peso. O fuso principal tem uma única linha de rolamento cilíndrico e quatro rolamentos de esferas de contato angular, cone ISO40 e com um corpo robusto que garante alta precisão no processo. É impulsionado por motor A.C. em potência contínua de 22 kW em 15 minutos, girando a 14.000 rpm, com torque de 19,5 kgf.m. A troca de ferramenta é feita por meio de braço trocador que opera com 60 ferramentas standard (opcionais de 116, 170, 262). O tempo de troca é de apenas 1,5 segundo. A máquina requer área de 3610 mm de comprimento, 5600 mm de largura e 3024 mm de altura e pesa 16.515 kg. ME


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Máquina Detectora de Trincas MD 2060 Líder mundial no fornecimento de soluções completas para Ensaios Não Destrutivos por Partículas Magnéticas e Líquidos Penetrantes, a MAGNAFLUX® apresenta ao mercado a Máquina Detectora de Trincas MD 2060, equipamento estacionário multidirecional para Ensaios Não Destrutivos por Partículas Magnéticas para processos de inspeção de qualidade, pré e pós produção. O equipamento possui duas fontes de geração de energia independentes: contatos e bobina central, que a tornam 100% multidirecional. Com alta eficiência de magnetização, atinge até 6.000 amp, emitindo correntes de onda completa, meia onda ou corrente alternada. Tem Display Digital touchscreen com controle completo Para processos de insdo processo de inspeção: contagem de peças, controle peção de qualidade de banho, intensidade de luz UV, relatórios de peças e parâmetros, até 50 receitas programáveis, acionamento por pushbar, pedal de controle do cabeçote e inovador sistema de agitação do tanque. A solução é disponibilizada para as mais diversas áreas industriais. ME

Nova luminária de luz ultravioleta da Magnaflux® Para aplicação de Ensaios Não Destrutivos A Luminária de Luz Ultravioleta VIBRANCE® EV5000 UV-LED, da Magnaflux®, foi desenvolvida para aplicação de Ensaios Não Destrutivos (END), auxiliando na inspeção visual e identificação de descontinuidades, trincas, inclusões e outras formas de defeitos em peças ou componentes, utilizando os métodos de Líquidos Penetrantes Fluorescentes ou Partículas Magnéticas Fluorescente. O equipamento gera luz ultravioleta (não é visível ao olho humano) através de lâmpadas UV-LEDs de desempenho especialmente alto, com um comprimento de onda de aproximadamente 360 a 370 nm; mantendo, principalmente, uma radiação divergente com um comprimento de onda de 365 nm. Isto corresponde a uma radiação UV da assim chamada faixa UVA. Como o UV-LED não gera qualquer radiação UVB ou UVC perigosa, permite o uso de filtros de vidro mais simples e econômicos. ME

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Centro de Usinagem Vertical FIRST-VEKER V-700

Guias lineares roletadas superdimensionadas

O Grupo Bener lança o Centro de Usinagem Vertical FIRSTVEKER Modelo V-700, que garante grande precisão e produtividade. A máquina destaca-se por possuir guias lineares roletadas superdimensionadas, magazine de ferramentas “Arm Type” com 24 posições, avanço rápido nos eixos X/Y/Z de 48 m/min, eixo-árovre com 12.000 rpm de velocidade de rotação e cooler de refrigeração com acoplamento direto ao motor-spindle de 5,5/75 KW/HP. O equipamento dispõe de controle CNC Mitsubishi M-70 2A, que agrega precisão e qualidade à produção. Entre as características técnicas estão: mesa de 800 x 400 mm, admite até 250 kg de peso, 3 ranhuras em T, 500 mm de distância do eixo-árvore a coluna e distância do nariz do eixo-árvore à mesa de 150-700 mm. Nos cursos, os eixos X/Y/Z alcançam respectivamente 700 mm, 400 mm e 550 mm. A velocidade de trabalho é de 1-10.000 mm/min. O magazine troca de ferramentas opera pelo sistema bi-direcional, com velocidade de 2 seg (ferramenta a ferramenta) e 4,6 seg (cavaco a cavaco). A máquina mede 2.770 mm de altura e requer espaço de 1.900 mm x 2.284 mm. Pesa 3.690 kg. ME


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Meggaton lança Torno Vertical Feeler FVT 600 A Meggaton, do Grupo Megga, apresenta ao mercado mais um produto da sua parceria com a Feeler, fabricante de Taiwan: o Torno Vertical de alto desempenho Feeler Modelo FVT 600. A máquina agrega alta tecnologia mecânica e eletrônica, sendo projetada especialmente para atender as necessidades da usinagem de peças com altos índices de remoção e difícil fixação. A linha FVT se diferencia por proporcionar ao usuário grande praticidade em fixar a peça com segurança e rapidez no set-up. Equipamento vertical, de banco fixo, com CNC equipado com o comando FANUC com motor de 22 kw e rotação de 2000 rpm, o torno é fácil de operar e garante alta performance em operações de torneamento com altas remoções furação, rosqueamento, com torre hidráulica de 08 ferramentas. Tem capacidade de volteio sobre os barramentos de 600 mm de diâmetro, com altura máxima torneável de 500 mm e capacidade de torneamento sobre pontas de 350 mm de diâmetro,

Salvagnini apresenta o centro de dobra híbrido compacto P2Xe A Salvagnini, empresa que Alternativa versátil projeta, fabrica e vende máà prensa dobradeira quinas flexíveis e sistemas para processamento de chapas metálicas com aplicações nos mais diversos segmentos industriais, apresenta ao mercado o centro de dobra híbrido compacto P2Xe; uma alternativa dinâmica e versátil à prensa dobradeira, ideal para dobrar formatos compactos de maneira automática e flexível (2 versões com um comprimento máximo de dobra de 2180 mm, e uma espessura de 2,5 mm aço doce). Sua proposta é aliar tecnologia com flexibilidade, produtividade e custo.

Agrega tecnologia mecânica e eletrônica devido à passagem sobre o carro. Possui torre hidráulica de 8 posições e placa hidráulica de 15” e 3 castanhas, que aceita até 1000 kg de peso. O curso dos eixos X/ Y são, respectivamente, 230 mm, 310 mm , com velocidade de avanço rápido de 20 m/min no eixo X e 24 m/min no eixo Y. A máquina exige espaço de 2.400 x 1.800 x 2.950 mm e pesa 9.000 kg. ME

Compressor de parafuso TotalPack Flex DD Alto rendimento

A Metalplan Equipamentos, indústria que lidera o mercado de tratamento de ar comprimido na América Latina e também é líder nacional em compressores de parafuso até 30 hp, lança o compressor de parafuso modelo TotalPack Flex DD, cuja potência varia de 10 a 250 hp. Entre suas principais características estão o acoplamento direto, tratamento de ar comprimido integrado, motor elétrico de alto rendimento, variador de velocidade, painel eletrônico microprocessado, tripla isolação térmica, baixo nível de ruído e pressão de trabalho de 6,5 a 12,5 barg. ME

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Puncionadeira TruPunch 3000 Eficiência com baixo consumo de energia

A TRUMPF inova com a produtiva puncionadeira TruPunch 3000 (S11). Integrante de uma família de máquinas de última geração. A máquina se destaca por apresentar alta eficiência com baixo consumo de energia, manuseio das chapas sem riscos na superfície, exigir espaço reduzido de instalação, adotar o conceito de automação universal em todas as suas funções e operação mais silenciosa devido à ausência da unidade hidráulica. Outro destaque do equipamento é o sistema de puncionamento, elétrico e indexável, que permite que a ferramenta gire em todas as direções. Segundo o fabricante, todas as

ferramentas giram, ao contrário do sistema convencional de torretas, fazendo com que, embora tenha um magazine de apenas 18 posições, a TruPunch 3000 (S11) obtenha um rendimento superior ao de uma máquina de 80 ferramentas. A nova TruPunch 3000 (S11) processa chapas de até 6,4 mm de espessura e 150 kg de peso (podendo chegar a 230 kg, na versão formato grande). A força máxima de puncionamento é 180 kN elétrico, com prensagem de 20 kN, e velocidade de até 1000 golpes/min sendo quando usada para marcação pode chegar a 2500 golpes/min . A velocidade do eixo x é 90 m/min, eixo y 60 m/min, e simultâneos (x/y) 108 m/min. Possui 18 ferramentas com 2 grampos, com opcional para até 180 ferramentas (MultiTool) no formato médio, com tempo de troca de 3,1 s (ferramenta standard) e 0,3 s (MultiTool). A máquina utiliza CNC baseado em Bosch Rexroth MTX CMP 70 com 2 GB de memória programável, monitor touch screen colorido TFT 17¨ e entrada USB. ME


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Multidoor inova com Porta RU, resistente à umidade A Multidoor, empresa pioneira no Sistema Porta Pronta e referência em design e desenvolvimento de novas tecnologias no setor de portas, complementa seu portfólio com mais uma novidade – o lançamento da Porta RU – Resistente à Umidade. Desenvolvida para atender à demanda do mercado de construção civil por produtos específicos para áreas molháveis, a nova porta estará disponível no mercado a partir de junho. Com esse lançamento, a Multidoor quer romper com o mito de que as portas de madeira não podem ser submetidas às variações de temperatura e umidade. O novo produto está em fase de testes e ensaios de laboratório para receber a certificação da ABNT NBR 15930 (Portas de Madeira para Edificações) – nova norma que passou a balizar o setor de portas no final de 2011.

Além de ser produzida em dimensões padronizadas pela ABNT, as novas portas são apresentadas em diversas tipologias com madeira Eucalyptus de floresta plantada, adesivos e chapa de MDF (chapas de fibra de madeira de média densidade) todos resistentes à umidade (RU), Disponível no podendo ser revestidas em laminado mercado a partir de madeira natural ou melamínico. de junho São dois modelos que atendem a necessidades específicas. A PIM-RU é para uso interno (banheiros, cozinhas e áreas de serviço). O outro modelo, PEM-RU é para as portas de entrada como as áreas comuns ou de serviço dos prédios residenciais ou áreas de serviço, lavanderias, cozinhas e banheiros de prédios comerciais, hotéis, hospitais e escolas. ME

Flap Disc

transparente ao girar A Abrasivos Montagna traz ao mercado brasileiro o Flap Disc LSZ Vision, fabricado pela alemã Rhodius. Entre suas qualidades, o produto, graças às suas lacunas, fica transparente ao girar, permitindo ao operador visualizar a peça trabalhada. Este controle torna a operação mais fácil e segura, evita desbastes desnecessários e facilitando a ergonomia do operador. O afastamento da máquina para visualização se torna desnecessário tornando a operação mais rápida e eficiente. Seu desbaste mais frio proporciona também a redução de azulamentos na peça trabalhada. Está disponivel no diâmetro de 115mm nos grãos P40, P60 e P80.

Operação mais segura

Gomaq inova com impressora DASCOM 7206 Imprime etiquetas com menos de 1cm de abertura

A Gomaq lança a impressora DASCOM 7206, que conjuga a robustez de uma máquina industrial como o design de uma impressora de escritório, sendo considerada ideal para ambientes de alta produtividade com economia de espaço. Imprime etiquetas muito pequenas (abaixo de 1 cm de altura) com muita precisão e sem erros e assegura não dar problemas com a cabeça de impressão. ME

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BRASVED

Soluções sob medida em retentores e anéis Empresa certifica ISO 9001:2008

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espeitada no mercado pela tecnologia de ponta utilizada em seus produtos e, especialmente, pelas soluções sob medida para cada cliente e a garantia que oferece, a Brasved é uma empresa em plena expansão. Presente no mercado desde 1994, no desenvolvimento e nacionalização de retentores, anéis o-ring, juntas, guarnições e gaxetas em borracha para o segmento de montadoras e distribuidoras, com a entrada de novos parceiros a Brasved deverá crescer muito nos próximos anos. Os projetos de investimentos estão focados na área de infra-estrutura, maquinário e implantação”, enfatiza o Diretor Comercial, Carlos Tadeu Furner. A empresa oferece produtos de alto nível de qualidade para aplicação nas linhas automotiva, industrial e branca (máquinas de lavar e tanquinhos), sendo que os carros-chefe são os retentores e anéis para linha branca.

Infra-estrutura de ponta

“A Brasved tem uma completa infra-estrutura, com os mais modernos equipamentos para a fabricação de suas linhas de produtos, o que nos permite fazer toda a produção internamente. Além disso, nossos técnicos são especializados em cada etapa do trabalho e

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passam por constantes treinamentos e aperfeiçoamentos para atualização profissional”, comemora Furner. Na área de lançamentos e inovação, o Diretor Comercial destaca os kits contendo dados unificados Empresa preocupada com dos produtos para facilitar, aos o meio ambiente, a Brasconsumidores, a aquisição dos ved investe em inovações mesmos, trazendo rapidez, ecoconstantes no seu procesnomia e praticidade. so de produção, visando Empresa preocupada com o o menor desperdício de meio ambiente, a Brasved investe matéria prima (borracha) em inovações constantes no seu processo de produção, visando o menor desperdício de matéria prima (borracha), o que permite resultados expressivos na diminuição da quantidade de refugo e dejetos que seriam destinados aos aterros industriais. Segundo Furner, com a crise econômica global de 2009, o segmento em que a Bravesd atua “teve uma diminuição de até 30% no consumo dos produtos, porém com a diminuição do IPI houve uma recuperação, não muito constante. Para recuperarmos essas perdas (deficiências) seria necessária uma política de redução dos impostos para incentivar novos projetos”, conclui o executivo ME


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O endereço certo do cabo de aço Empresa do ramo de cabos de aço, laços de cabos de aço e acessórios para movimentação, elevação e amarração de cargas, atendendo aos seguimentos de Siderurgia, Automobilismo, Mineração, Construção Civil, Off-shore e outros. Nossa sede, localizada no bairro de Pirituba, em São Paulo (SP), dispõe de 3 mil metros quadrados e conta com a colaboração de 30 funcionários, sempre empenhados em atender da melhor maneira possível seus clientes. Com grande experiência na fabricação de laços, a Cabos de Aço São José atua no mercado como fabricante de laços de cabo de aço conforme as normas NBR 11900 e NBR 13541 e revenda de Cabos de Aço, Cintas de Poliéster, Correntes - grau 8 e Acessórios para movimentação de carga. Distribuidora autorizada dos cabos de aço marca CIMAF (ISO 9002), um dos maiores fabricantes da América Latina. A Cabos de Aço São José fabrica os mais variados tipos de laços, nos diâmetros de 1/4” (6,4mm) a 3” (77mm), atendendo todo o território nacional.

Para se destacar no mercado, a Cabos de Aço São José investe no cumprimento dos prazos de forma rígida, contando sempre com a alta qualidade e confiabilidade dos produtos que produz e revende. Com larga experiência no mercado e contando com profissionais altamente treinados e qualificados, a Cabos de Aço São José também oferece a seus clientes, assistência técnica e apoio aos usuários de seus produtos. Atualmente a empresa está direcionando seu foco no crescimento da indústria naval e na abrangência do mercado de cabos e acessórios com grande capacidade de elevação. É importante frisar que a Cabos de Aço São José possui também em seu estoque, as Cintas de Poliéster do tipo SLING nos mais diversos tamanhos, Correntes em grau 8 e galvanizadas Cabos de Aço São José Tel: (11) 3908-0515 • Fax: (11) 3904-2148 www.cabossaojose.com.br

industria • comércio • serviço

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www.123achei.com.br


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mercado empresarial

Wimaq QUALIDADE EM MÁQUINAS PARA PERFIS Atenta às necessidades de seus clientes a Wimaq Industrial Ltda, empresa genuinamente brasileira, reconhecida pela qualidade, tecnologia e preço compatível, com uma linha de fabricação de tubos de aço que hoje já conta com empacotadora de tubos de aço, o desbobinador duplo, acumulador contínuo de fitas “produto patenteado” que possibilita o aumento de produção, pois, permite a troca da bobina de aço sem desligar o equipamento, Formadora com guia de entrada, castelos e laterais livres, mesa de solda com guia, compressão e rebarbação externa da solda, resfriamento do tubo, calibradora com castelos, laterais livres e cabeças turcas, sistema de corte, sistema de descarga, além de desenvolver os rolos conformadores de tubos e perfis conforme a necessidade do

cliente.Na mesma linha de equipamentos dispomos ainda de perfiladeiras, linhas de corte longitudinal e máquinas de testes hidrostático para a realização do teste de pressão em barras de tubo de aço. Por se tratar de uma empresa nacional, o cliente tem a vantagem de comprar pelo Finame com taxa fixa de juros reduzidas para as máquinas e para o capital de giro associado ao financiamento destes equipamentos. Wimaq – Máquinas com tecnologia nacional de qualidade garantida. www.wimaq.com.br (51) 3364-5280 Rua Igapó, 37 – Porto Alegre – RS

fast-bras em busca dE Rapidez e qualidade Fundada em 1996, é uma das principais empresas brasileiras, especializada na Área de PRODUTOS ABRASIVOS ( Chips Poliéster, Chips Uréio, Detergentes, Pós-Químicos, Sabugo de Milho, Chips Porcelana, e outros produtos para tamboreamento (em peças em aço carbono, inox, alumínio, latão, zamak etc). Fabricamos MÁQUINAS VIBRATÓRIA e efetuamos manutenção em qualquer equipamento neste campo fazemos revestimento em vários tipos de Borracha ou em, Poliuretano e também em (novos materiais compostos). Desenvolvemos produtos e processo de acordo com o a necessidade do cliente mediante amostras ou desenhos. Fornecemos para inúmera empresas Brasileiras e Estrangeiras em vários setores. Peça e podemos dar referências. Temos obtido as melhores pontuações junto às empresas que fazem controle rigoroso e documentado da Qualidade. Utilizando modernas técnicas de fabricação em aço carbono de alta resistência, soldada eletricamente e qualidade assegurada através de rigoroso controle de qualidade e testes do produto acabado realizados antes da expedição.

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índice de anunciantes

A.M.V.A Comercial Elétrica............................................30

Hitocom Produtos Industriais............................ 42 / selo

Aço D2 ..........................................................................88.

Inco- Rubber Produtos de Borracha.............................88

Acoplar do Brasil Comercial..........................................30

Industrat Tratamento Térmico......................................72

Aços Lapefer..................................................................82

Lapefer Com. e Ind. de Laminados...............................78

Acro Cabos de Aço Indústria e Comércio......................80

Lesto Equipamentos Industriais....................................72

Águamax.........................................................71/2ª Capa

Lotus Metal....................................................................84

Aguiafix Comércio de Fixadores e Ferramentas..........28

Metalúrgica Lopes.........................................................78

Anuário das Indústrias............................................ 32/33

Metalúrgica Repuchotec................................................82

Bombas Climax Indústria e Comércio...........................30 Brasved..........................................................................87 Cabos de Aço São José..................................................88 D & D Manufatureira.......................................................5 De Carlo Usinagem e Componentes.............................24 Eleko Parafusos..............................................................71 Enerpac Durazzo & Cia...................................................84 Extretec Indústria e Comércio de Trefilados.................72 Fast-Bras Abrasivos e Equipamentos Vibratórios.........89 Feital..............................................................................59

Novoaço Especial...........................................................51 Parafusalia Ferragens e Ferramentas...........................78 Phama Comercial Materiais Elétricos...........................78 Portal 123Achei................................................19/40/41 Prócorte Produtos Siderúrgicos.....................................73 Roscacorte Parafusos Especiais.....................................84 Rotofilme Indústria e Comércio....................................73 Rukava Assembley System............................62/4ª Capa Screw Center..................................................................84 Siderúrgica São Joaquim...............................................28 Techtron Comercial Materiais Elétricos Hidráulicos.....73

Fer Fix.............................................................................82

Teciam Telas e Tecidos Metálicos.................................61

Fire Comercial Materiais Elétricos e Eletrônicos...........82

Tec-Mol Molas Técnicas Indústria e Comércio.............80

Fire Painéis Comandos e Serviços................................30

Tekno S/A Indústria e Comércio...................................42

Fonseca Vedações Industriais.......................................72

Tercabo Cintas e Cabos de Aço.....................................80

Hexakron........................................................................88

Wimaq Industrial........................................... 59/89/selo

Hidraufort Comércio de Tubos e Conexões..................73

Tradefer Ferro e Aço............................................. 3ª Capa




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