Especial Brasilplast 2011
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ano 6 - Edição nº 33 - Maio de 2011 Publicação
INDÚSTRIA
DO
PLÁSTIcO VIVE FORTE EXPANSÃO DOS NEGócIOS
SOLuçÕES
O banimento equivocado das sacolas plásticas
INOVAçÃO
Agricultor introduz plástico na lavoura e aumenta a produção
MERcADO
Empresas brasileiras buscam soluções sustentáveis para garantir o mercado externo
editorial
mercado empresarial
expediente Coordenação: Mariza Simão Redatora: Sonnia Mateu - MTb 10362-SP contato: sonniamateu@yahoo.com.br Colaboraram nesta edição: Irineu Uehara e João Lopes Diagramação: Vladimir A. Ramos e Lisia Lemes Arte: Cesar Souza, José Francisco dos Santos, José Luiz Moreira, Edmilson Mandiar, Ivanice Bovolenta Distribuição: Brasilplast - 13ª Feira Internacional da Indústria do Plástico Impressão: RR Donnelley Matriz: São Paulo - Rua Martins Fontes, 230 - Centro CEP 01050-907 - Tel.: (11) 3124-6200 - Fax: (11) 3124-6273 Filiais: Araçatuba - Rua Floriano Peixoto, 120 1º and. - s/ 14 - Centro - CEP 16010-220 - Tel.: (18) 3622-1569 Fax: (18) 3622-1309 Bauru - Edifício Metropolitan Rua Luso Brasileira, 4-44 - sl 1214 - 12º and. CEP 17016-230 - Tel.: (14) 3226-4068 Fax: (14) 3226-4098 Piracicaba Sisal Center - Rua Treze de Maio, 768 sl 53 - 5º and. CEP 13400-300 - Tel.: (19) 3432 - 1434 Fax.: (19) 3432-1524 Presidente Prudente - Av. Cel. José Soares Marcondes, 871 - 8º and. - sl 81 - Centro - CEP 19010-000 Tel.: (18) 3222-8444 - Fax: (18) 3223-3690 Ribeirão Preto - Rua Álvares Cabral, 576 -9º and. cj 92 - Centro - CEP 14010-080 - Tel.: (16) 3636-4628 Fax: (16) 3625-9895 Santos - Rua Leonardo Roitman, 27 - 4º and. cj 48 Santos - SP - CEP.: 11015-550 Tel.: (13) 3224-9326 / 3232-4763 São José do Rio Preto - Rua XV de Novembro, 3057 3º and. - cj 301 - CEP 15015-110 Tel.: (17) 3234-3599 - Fax: (17) 3233-7419 O editor não se responsabiliza pelas opiniões expressas pelos entrevistados.
Indústria do plástico, saudável e próspera!
A
s receitas exibem números saudáveis, o consumo de transformados, de resinas termoplásticas e de máquinas processadoras está em alta, o nível de emprego aumenta expressivamente, e as adversidades decorrentes da recente crise econômico-financeira foram superadas. O diagnóstico é claro: a indústria do plástico vive dias de crescente prosperidade. A demanda interna, oriunda de numerosos segmentos econômicos, segue aquecida, mantendo acelerado o ritmo de atividades em toda a extensão da cadeia produtiva. Já o comércio externo é o grande calcanhar-de-Aquiles do setor no momento. A verdade é que os bens importados avançam agressivamente sobre nosso mercado, ao mesmo tempo em que as exportações patinam. As razões deste descompasso são largamente conhecidas e têm desencadeado uma série de reivindicações por parte de toda a indústria. O câmbio desfavorável e o chamado “custo Brasil” despontam entre os principais entraves de caráter conjuntural e estrutural mencionados pelo empresariado. A atividade de transformação emplacou um crescimento médio de 10% em 2010, na comparação com 2009, registrando-se expansão de 12% no segmento de laminados, de 9% no de embalagens e de 8% nos demais nichos. O consumo interno bateu nos 5,7 milhões de toneladas, logrando, com isso, uma marca inédita. Para se ter uma ideia da pujança alcançada, calcula-se que, somente no primeiro semestre do ano passado, esta vertical tenha contratado 19 mil trabalhadores. E a expectativa é de que uma boa performance deve ser reeditada neste ano. Pressupondo-se uma evolução de 4% no PIB e de 5% na produção industrial como um todo em 2011, espera-se que o ramo de transformados apresente uma expansão de 6%, ou seja, um ponto percentual acima do desempenho geral da indústria. Mais do que isso, não se descarta a possibilidade de haver novos recordes nos volumes gerados. Esse cenário é o tema da Brasilplast 2011, a ser realizada de 9 a 13 deste mês de maio em São Paulo, e que além de apresentar inovações e tendências, promoverá um fórum de discussões para debater os desafios e rumos do setor. A MERCADO EMPRESARIAL espera contribuir com o debate através desta edição especial.
Mercado Empresarial
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sumário
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panorama do setor
raio x
Indústria do plástico vive forte expansão dos negócios
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Meio ambiente
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As adversidades decorrentes da recente crise econômico-financeira foram plenamente superadas
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Consumidor terá acesso aos manufaturados nacionais?
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Brasilplast 2011 - o futuro da indústria do plástico está aqui
Sistema dessaliniza água do mar usando energia renovável
Agricultor introduz plástico na lavoura e aumenta a produção
soluções
gestão
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Estação científica da marinha utiliza sistema construtivo concrerto/PVC
Inovação
Evento
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Plástico não quer ser o grande vilão do meio ambiente
sustentabilidade
opinião
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As embalagens flexíveis em ritimo de crescimento
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Jogo de negócios e treinamento diferenciado
Mercado
O banimento equivocado das sacolas plásticas
tendência
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Empresas brasileiras buscam soluções sustentáveis para garantir mercado externo
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BP compra produtora de etanol CNAA, em acordo de US$ 680 milhões
cases & cases
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Economia
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Embalagem Pet para cerveja: só se o Ibama liberar
Fascículo Qualidade de Vida - Vol.2
Embalagem metalizada ganha valor na reciclagem
tecnologia
Classe “C” encosta nos ricos
legislação
Novos projetos de tubos de PVC substituem sistemas hidráulicos obsoletos nos EUA
64 68
Mercado cobiça o plástico inteligente
dicas de leitura
70
vitrine
Saúde e bem-estar começam com uma boa alimentação
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panorama do setor
E
m linha com a vigorosa marcha imprimida pela economia brasileira, a indústria do plástico vive dias de maior prosperidade. A demanda interna, oriunda de numerosos segmentos econômicos, segue aquecida, mantendo acelerado o ritmo de atividades em toda a extensão da cadeia produtiva. O consumo de transformados, de resinas termoplásticas e de máquinas processadoras está em alta, as receitas exibem números saudáveis e o nível de emprego aumenta expressivamente, tendo sido plenamente superadas as adversidades decorrentes da recente crise econômico-financeira. A nota negativa, em contraste, vai para o front do comércio externo, que vem a ser o grande calcanhar-deAquiles do setor no momento. A verdade é que os bens importados avançam agressivamente sobre nosso mercado, ao mesmo tempo em que as exportações patinam. As razões deste descompasso são largamente conhecidas e têm desencadeado uma série de reivindicações por parte de toda a indústria. O câmbio desfavorável e o chamado “custo Brasil” despontam entre As adversidades os principais entraves de caráter conjuntural e estrutural mencionados pelo empresariado decorrentes da (para uma abordagem pormenorizada destes recente crise ecotemas, ver o texto “Comércio externo em desenômico-financeira quilíbrio”). foram plenamente A atividade de transformação emplacou superadas Presença em quase um crescimento médio de 10% em 2010, todas as áreas na comparação com 2009, registrando-se Roriz sublinha que a cadênexpansão de 12% no segmento de laminados, de 9% no de embalagens e de 8% nos demais nichos, cia da produção é diretamente regulada pelo conforme estimativas da Abiplast (Associação Brasileira afluxo de pedidos originados de numerosas da Indústria do Plástico). O consumo interno bateu nos áreas da economia, já que o transformado é 5,7 milhões de toneladas, logrando, com isso, uma marca empregado em praticamente todas elas, da eminédita. Para se ter uma ideia da pujança balagem alimentícia até a peça automotiva, dos alcançada, calcula-se que, somente no pri- artigos de uso médico-hospitalar até materiais meiro semestre do ano passado, esta vertical de construção civil. No entender de Alfredo Felipe Schimitt, tenha contratado 19 mil trabalhadores. (Os números definitivos da Abiplast ainda não haviam presidente da Abief (Associação Brasileira da sido divulgados quando esta edição especial de Indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis), dois fatores básicos respondem pelo expressivo índice Mercado Empresarial foi fechada.) E a expectativa consensual é de que de 9% de expansão na seara das embalagens em uma boa performance deve ser reeditada 2010. Antes de mais nada, pondera ele, o ano de no corrente ano. De acordo com José Ri- 2009 constituiu uma frágil base de comparação, cardo Roriz Coelho, presidente da Abiplast, por ter-se ressentido ainda dos efeitos da crise, “esperamos que o pressupondo-se uma evolução de 4% no particularmente em seus primeiros meses. Por siramo de transformados apresente uma PIB (Produto Interno Bruto) e de 5% na nal, aquele foi o período em que o nível histórico expansão de 6%, produção industrial como um todo em 2011, de crescimento desta área (de uma vez e meia a ou seja, um ponto “esperamos que o ramo de transformados duas vezes a variação do PIB) não foi atingido, percentual acima do apresente uma expansão de 6%, ou seja, um tendo havido um declínio, tanto de faturamento desempenho geral da ponto percentual acima do desempenho quanto de tonelagem, ao redor dos 5,5%. indústria “ Mas o fato notável na retomada dos negócios, geral da indústria”. Mais do que isso, não se efetivamente, foi o aumento contínuo dos níveis descarta a possibilidade de haver novos reJosé Ricardo Roriz Coelho, de emprego, renda e crédito da população, uma cordes nos volumes gerados, em um impulso presidente da Abiplast conjuntura propícia que desembocou em um que poderá, aliás, prolongar-se até 2012.
panorama do setor
mercado empresarial
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indÚstria do plÁstiCo ViVe Forte expansão dos negÓCios PIB 7,5% maior em 2010. A curva virtuosa descrita pela economia consolidou o processo que já estava em curso, pelo qual 30,5 milhões de brasileiros vinham ingressando na classe C, com outros 20,5 milhões deixando a linha da pobreza. “Este fenômeno tem impacto direto na utilização de embalagens, ao induzir uma alta do consumo de produtos industriais, em especial no ramo de alimentos e bebidas”, analisa Schimitt. Por sua vez, Luiz de Mendonça, presidente do Siresp (Sindicato das Indústrias de Resinas Sintéticas no Estado de São Paulo), comenta que há uma correlação estatística direta entre a atividade econômica nacional e as encomendas de resinas. “Historicamente, o incremento na procura é equivalente a cerca do dobro do crescimento do PIB (Produto Interno Bruto). A tendência é que o mercado siga nesse ritmo, o que é bastante positivo”, enfatiza ele. De acordo com dados preliminares da Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química), os quais não incluem a PET, a produção total de resinas termoplásticas em 2010 foi de 5,164 milhões de toneladas, uma elevação de 5,3% sobre os 4,902 milhões de 2009. Já o consumo aparente (indicador que soma produção mais importações, subtraindose do montante as exportações diretas) no ano
passado foi de 5,358 milhões de toneladas, avançando 19,9% sobre os 4,468 milhões do ano anterior. (As estatísticas cobrem os materiais polietileno, polipropileno, poliestireno, policloreto de vinila e eva.)
Mercado nacional e global
“Este fenômeno tem impacto direto na utilização de embalagens, ao induzir uma alta do consumo de produtos industriais, em especial no ramo de alimentos e bebidas”
As petroquímicas, prossegue Mendonça, acreditam que as vendas em 2011 serão impulsionadas pelo maior poder aquisitivo da população e pelo aquecimento dos mercados brasileiro e global. “O mundo está terminando de se recuperar da crise de 2008, superando Alfredo Felipe Schimitt, o ciclo de baixa, que está chegando ao fim, presidente da Abief e dando lugar ao ciclo de alta que deve se estender até 2015”, antecipa ele. Da mesma forma que seus clientes e parceiros de cadeia produtiva, os fabricantes de maquinário para plástico também comemoram o repique nos negócios e arriscam bons prognósticos para 2011. Os cálculos da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos) dão conta de que o faturamento nominal destes produtores foi de R$ 1,126 bilhão em 2010, um acréscimo de 53% vis-à-vis 2009. Outra boa notícia foi a elevação de 10% no número de empregados: de 1.923 em fevereiro/2009 para 2.114 em fevereiro/2010. Wilson Carnevalli, presidente da CSMAIP (Câmara Setorial de Máquinas e Acessórios para a Indústria do
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panorama do setor
Plástico), observa que “o segmento tem apresentado recentemente um bom desempenho, crescendo em torno de 5% ao ano, mais a variação do PIB”. As previsões para 2011, segundo ele, são de estabilização de mercado, em razão do panorama econômico no País e na esfera internacional. De seu lado, Hermes Lago, diretor de comercialização de máquinas da Romi, lembrando que a crise havia golpeado duramente este nicho, considera 2010 como um ano de franca reação. “Nosso crescimento está estreitamente ligado à procura de bens de consumo em geral, desde a linha branca até produtos mais básicos, como alimentos, bebidas e cosméticos”. A Romi, neste contexto, registrou um incremento da ordem de 35% nas receitas com máquinas para processamento de plástico em 2010. “É um número significativo não só em relação a 2009, ano de crise, mas até mesmo na comparação com 2008”, frisa Lago. A seu ver, 2011 deve manter o mesmo patamar de atividades, a despeito das tentativas do governo de desaquecer a economia como forma de combater a escalada da inflação. Na Romi, a projeção para este ano é de uma melhora nos resultados entre 10% e 12%.
Cadeia produtiva complexa
A relevância desta coleção de bons números fica ainda mais clara se atentarmos para as dimensões que a indústria de transformação do plástico acabou ganhando no bojo da economia. Este dinâmico segmento é hoje integrado por nada menos que 11.526 empresas, que no todo faturam mais de R$ 40 bilhões por ano e arregimentam um contingente de 343 mil empregados. Em termos de distribuição geográfica, 85% dos transformadores estão concentrados nas regiões Sudeste e Sul do Brasil. Somente o Estado de São Paulo acolhe 5,1 mil deles, o que representa praticamente 45% do total no Bra-
“o segmento tem apresentado recentemente um bom desempenho, crescendo em torno de 5% ao ano, mais a variação do PIB” Wilson Carnevalli, presidente da CSMAIP
sil. O segundo Estado com maior prseença de produtores é o Rio Grande do Sul, com 1.200, seguido por Santa Catarina e Paraná, com cerca de 940 cada. Ainda conforme a Abiplast, 95% destas empresas são de médio e pequeno portes, abrigando menos de 100 empregados. Somente na área específica de embalagens plásticas flexíveis, encontram-se na ativa aproximadamente quatro mil empresas, a maioria delas enraizada nas regiões Sudeste e Sul, mobilizando um universo da ordem de 140 mil empregados. A cadeia deverá expandir-se ainda mais, se for levado em conta o potencial do mercado nacional. Com um consumo médio per capita de plástico de 27 kg, o Brasil tem muito a crescer quando comparado, por exemplo, com os Estados Unidos (170 kg), Japão (82 kg) e Argentina (35 kg), conforme levantamento da Abiplast (os números são aproximados). Outro dado que evidencia as possibilidades do País é o de consumo por habitante de resinas termoplásticas, divulgado pela pela Abiquim. No Brasil, o número é de 26 kg, contra 100 kg nos Estados Unidos, 60 kg na França e 30 kg na Argentina. (O indicador neste caso é calculado dividindo-se o consumo aparente de resinas pelo número estimado de habitantes). Com os níveis de utilização muito contidos em meio à população, a emergência de milhões de novos consumidores de manufaturados deixa entrever enormes oportunidades para todos os fornecedores. A aposta, aliás, é de que o Brasil possa vir a figurar como um autêntico player global na área do plástico, sobretudo agora que o País se prepara para credenciar-se como exportador de petróleo, o que conferirá à cadeia autossuficiência em matérias-primas. O que não dizer então quando o tão comentado “plástico verde” se viabilizar economicamente? Não custa recordar a excelência alcançada pelo País no manejo do etanol em todo o seu ciclo de vida. Por fim, cabe ressaltar que os derivados do plástico se fazem presentes na construção civil e em todos os segmentos da manufatura. Por isso, sua produção tem impacto imediato nos preços de numerosas cadeias de suprimentos. Os fabricantes, afinal, respondem por uma alentada oferta de artefatos, como utensílios domésticos, seringas descartáveis e utilitários hospitalares, tubos e conexões de PVC para a construção civil, passando por numerosos componentes dos automóveis, caminhões e implementos agrícolas, embalagens e equipamentos de informática, som, vídeo e eletrodomésticos.
mercado empresarial
panorama do setor
Comércio externo em desequilíbrio
O
maior percalço enfrentado hoje pela indústria do plástico tem nome e sobrenome: é o imenso déficit atual no comércio externo, com desdobramentos preocupantes na totalidade da cadeia produtiva. As exportações não deslancham e as importações estão em disparada, em razão da convergência de uma série de fatores adversos: a sobrevalorização do real, a carga tributária, os juros e os preços das matérias-primas elevados, entre outros entraves, criando-se um nó de complexo desatamento. Em 2010, a balança comercial dos transformados plásticos acusou um rombo de US$ 1,35 bilhão, um recorde desde o início da série histórica desse indicador em 1996, segundo estimativas da Abiplast (Associação Brasileira da Indústria do Plástico). A marca negativa é 47% maior do que os US$ 918,9 milhões contabilizados em 2009. Este número reflete principalmente o aumento de 34% nas importações, que evoluíram de US$ 2,10 bilhões, em 2009, para US$ 2,83 bilhões no ano passado, atingindo 616 mil toneladas. Os produtos que o Brasil mais adquire no mercado externo são os laminados autoadesivos e os filmes para variadas aplicações. A China sobressai como a maior fornecedora do Brasil, seguida dos Estados Unidos. As exportações, por sua vez, subiram 24%, passando de US$ 1,18 bilhão para US$ 1,47 bilhão – também um patamar inédito.
Os itens transacionados mais recorrentes são os filmes de BOPP e demais laminados plásticos, tendo como principais consumidores a Argentina, que recebe 26% do total; Países Baixos (Holanda), com 15%; e os Estados Unidos, com 8%. Nos dois próximos anos, antevê a Abiplast, a América Latina deverá continuar sendo o destino preferencial das nossas vendas, absorvendo entre 55% a 70% do bolo, com a Argentina seguindo como a maior compradora. O segundo grande mercado deverá ser a União Europeia.
Importações ocupam espaços
Se o desequilíbrio cambial não for suavizado, e se ele se combinar com uma boa performance dos setores industriais consumidores de plástico, os produtos do Exterior poderão ocupar Há um imenso um espaço ainda maior dentro do País. Considerando o valor corrente do real, déficit com desdoas projeções da Abiplast são de que em bramentos preo2011 ingressem aqui mais de 770 mil cupantes na totatoneladas de transformados, 25% a lidade da cadeia mais frente a 2010. “O crescimento do produtiva mercado interno vem sendo suprido por importações, o que significa dizer que estamos ‘exportando’ empregos para outros países”, adverte José Ricardo Roriz Coelho, presidente da Abiplast. A assimetria no intercâmbio internacional é mais aguda na seara das resinas termoplásticas. Conforme dados preliminares da Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química), em 2010 desembarcaram no Brasil 1,310 milhão de toneladas, um incremento de 31% sobre as 998.502 toneladas adquiridas no ano retrasado. No mesmo período,
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panorama do setor
as exportações sofreram um decréscimo de 22%, recuando para 1,116 milhão de toneladas em relação ao total de 1,432 milhão apurado em 2009 (os dados não incluem as resinas PET). Para os fabricantes de equipamentos processadores, o comércio externo tem igualmente redundado em resultados pouco alvissareiros. “Como em quase todos os ramos da economia, nossas máquinas, devido ao real supervalorizado, tornaram-se caras lá fora, dificultando as exportações e favorecendo as importações. A este cenário podemos acrescentar o custo Brasil, cada dia mais alto”, observa Wilson Carnevalli, presidente da CSMAIP (Câmara Setorial de Máquinas e Acessórios para a Indústria do Plástico). Além do mais, adiciona o executivo, a crise “força vários países com tradição em máquinas e equipamentos a buscarem novos mercados como o Brasil, sem esquecer da concorrência com China e Índia, que invadem o mundo com seus preços baixos”. Fazendo coro ao presidente da Câmara Setorial, Hermes Lago, diretor de comercialização de máquinas da Romi, nota que os brasileiros, ao enveredarem por outros países, têm de trabalhar com margens diminutas. “E aqui dentro as máquinas injetoras chinesas têm forte presença, com preços muito agressivos”, compara. Os números de 2010 escancaram a urgência, segundo a Abiplast, de se restabelecer o equilíbrio nas trocas com o mundo e resgatar as potencialidades da nossa base instalada. No entender da entidade, a fim de promover uma reviravolta neste quadro de déficit galopante, é fundamental que o governo e o Congresso eliminem os gargalos estruturais que minam a competitividade e os investimentos da indústria de transformação como um todo, não só do plástico.
Continuidade dos entendimentos
No que tange à apreciação do real, a Abiplast concita as autoridades federais a dar continuidade aos entendimentos iniciados pelo Governo Lula no recente encontro do G-20, grupo de 19 países mais a União Europeia. Caso a diplomacia não funcione, preconiza a entidade, as autoridades terão de implementar medidas unilaterais firmes para conter a valorização do câmbio. “Os transformados importados já se beneficiam de matérias-primas mais baratas que as nossas e são produzidos por empresas que sofrem menos com o peso do Estado”, resume Roriz. Ainda na esfera do comércio externo, “...aqui dentro as Alfredo Felipe Schimitt, presidente da máquinas injetoras Abief (Associação Brasileira da Indústria chinesas têm forte de Embalagens Plásticas Flexíveis), depresença, com preços fende políticas de proteção mais ousadas. muito agressivos” Assim, da mesma forma que os EUA e a Hermes Lago, Europa estão requerendo que as empresas diretor de comercialização que exportam para aquelas regiões tenham de máquinas da ROMI representantes legais nelas, o Brasil teria
de insistir na mesma exigência em relação aos estrangeiros que incursionam em nosso mercado. “Deveríamos criar as mesmas barreiras não tarifárias que aqueles países”, prega ele. Outro ponto a ser contemplado, na visão do setor, é a reforma tributária, “que não pode mais ser postergada pelo fato de termos uma das cargas mais altas do mundo e um sistema tributário extremamente complexo”, critica Roriz. A cascata de impostos é enxergada como danosa às empresas, independentemente de seu porte, por incidir de modo direto sobre os próprios investimentos e subtrair recursos que poderiam ser injetados em empreendimentos produtivos, onerando a manufatura de transformados. Os empresários pleiteiam também a contenção dos juros e dos spreads bancários, cujos níveis proibitivos aumentam os riscos de três maneiras: agravam as despesas financeiras, inibem a demanda dos produtos industriais e estimulam a especulação.
Salários e infra-estrutura
De resto, os empresários manifestam inquietação sobre outros temas. Hermes Lago constata, por exemplo, que “os salários têm tido sucessivos aumentos reais nos últimos anos, a taxas muito superiores aos índices de inflação”. E Luiz de Mendonça, presidente do Siresp (Sindicato das Indústrias de Resinas Sintéticas no Estado de São Paulo), cita a precariedade da infra-estrutura: “Apesar de o País investir nesta área, ela ainda se mostra insuficiente para toda a demanda que poderia ser atendida”.
panorama do setor
mercado empresarial
BNDES
apoia modernização do parque
E Em decorrên“Apesar de o País cia deste intrincado investir nesta área, ela ainda se mostra acúmulo de obstáinsuficiente para toda culos, instaura-se a demanda que podeuma concorrência ria ser atendida” com os estrangeiros que é cada vez Luiz de Mendonça, menos isonômica. presidente do Siresp Lago, nesse sentido, é enfático: “A indústria nacional é moderna e eficiente, equiparável à de outros países. A nossa competitividade é prejudicada por fatores que independem de nossa capacitação”. O diretor da Romi cita, a propósito, um recente estudo da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos) demonstrando que nosso ambiente produtivo torna os equipamentos 44% mais caros do que os fabricados na Alemanha ou Estados Unidos. Ou seja, se uma empresa daqueles países migrasse sua linha de montagem para cá, seus produtos custariam, da noite para o dia, 44% a mais. Neste percentual, são computados numerosas variáveis, tais como impostos, juros, mão-de-obra, logística, entre outras. O governo brasileiro e, mais especificamente, o Ministério da Indústria e do Comércio, avalia Lago, está demonstrando ter uma consciência maior de toda a problemática colocada, repensando suas estratégias para o País ganhar musculatura competitiva. “Há a compreensão de que não devemos ser meros exportadores de commoditites, mas que precisamos enfocar as vendas de bens de capital”, sublinha ele.
m face das dificuldades com que se deparam as empresas que atuam nas distintas ramificações da cadeia produtiva do plástico, as linhas de crédito do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) estão tendo papel crucial na sustentação das atividades ao longo dos anos. Este apoio foi decisivo no enfrentamento das piores sequelas da crise econômico-financeira recente e segue sendo indispensável para a modernização do parque produtivo instalado, reforçando a capacitação e a competitividade do segmento. Como se sabe, no auge da crise, o BNDES, no âmbito das políticas anticíclicas delineadas pelo Governo Federal, lançou o Finame-PSI (Programa de Sustentação do Investimento), que oferece juros fixos de 5,5% ao ano (antes de julho de 2010, eram de 4,5%), com dois anos de carência e até 10 anos para quitação. Tal iniciativa possibilitou aos fabricantes de máquinas concorrer menos desfavoravelmente com os equipamentos importados e permitiu aos transformadores repaginarem a infra-estrutura. Este regime de funding introduziu, pela primeira vez no Brasil, níveis de juros alinhados aos do mercado internacional. “O governo mostrou muita sensibilidade ao lançar o PSI para enfrentarmos a crise e manter o nível de emprego”, avalia Hermes Lago, diretor de comercialização da Romi, notando que os bancos privados, salvo exceções, seguem sendo bastante restritivos no momento de conceder crédito. Complementando, Alfredo Schimitt, presidente da Abief (Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis), assinala que “a grande maioria dos transformadores é de pequeno e médio portes, o que torna os financiamentos oficiais, como os previstos pelo PSI, ainda mais importantes”. Outra iniciativa governamental de peso, lançada em junho de 2010, foi o BNDES Proplástico (Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Cadeia Produtiva do Plástico), que visa à modernização do parque industrial, além da melhoria dos padrões de qualidade e de produtividade. Com dotação orçamentária de R$ 700 milhões e prazo de vigência até 31 de setembro de 2012, a empreitada contempla ações ligadas à produção, inovação, reciclagem, consolidação e internacionalização no setor. O valor mínimo das operações a serem apoiadas no escopo desse programa é de R$ 3 milhões. Wilson Carnevalli, presidente da CSMAIP (Câmara Setorial de Máquinas e Acessórios para a Indústria do Plástico), nota que boa parte da indústria nacional ainda utiliza tecnologia de nível baixo ou médio. “O Proplástico tende a melhorar este panorama, oferecendo um financiamento na compra das máquinas novas com um acréscimo de capital de giro no mesmo valor financiado”, afirma ele.
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panorama do setor
Preços de resinas geram disputa
A
lém dos problemas genéricos que afligem o conjunto da indústria brasileira, as transformadoras se vêem hoje às voltas com uma acentuada elevação dos preços das resinas termoplásticas, insumos que estão na base de toda a cadeia produtiva. Esta questão assumiu feições mais graves particularmente de um ano para cá, em decorrência da concentração do mercado e dos empecilhos à importação de matéria-prima. O preço da resina nacional é cerca de 30% maior do que o do mesmo produto nos EUA para as transformadoras locais, conforme cálculos da Abiplast (Associação Brasileira da Indústria do Plástico). A cotação fechara recentemente em US$ 1.250 a tonelada, valorização de 7,3% sobre os 12 meses anteriores, de acordo com dados da Bloomberg, compilados pela LME (London Metal O preço da resina nacional Exchange). é cerca de 30% maior do Este fenômeno está sendo atribuído ao virtual que o do mesmo produto monopólio exercido pela nos EUA para as transforBraskem, que há pouco madoras locais mais de um ano adquiriu a concorrente Quattor e passou a ser a única fornecedora de quase todas as variedades de resinas utilizadas. “O custo do produto brasileiro é composto pelo preço internacional mais a ‘taxa de conforto’, que nada mais é do que o poder do monopólio de definir os valores”, afirma José Ricardo Roriz Coelho, presidente da Abiplast. A situação, segundo ele, fica ainda mais agravada se forem consideradas as barreiras às compras externas, como a atual alíquota de importação de 14% e os pro-
cessos antidumping contra aquisições lá fora de PVC e PP. Além do monopólio local, a Braskem, argumenta Roriz, detém contratos com cláusula de exclusividade com importantes fornecedores estrangeiros. Deste modo, estaria anulado o único benefício que o câmbio sobrevalorizado poderia oferecer, ou seja, a vinda de matéria-prima de fora a preços mais em conta. “Esses entraves tornam o ramo transformador ainda mais vulnerável e inviabilizam a competitividade do nosso produto”, salienta o executivo.
Posicionamento no Cade
Para expor o problema, a Abiplast intercedeu no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), autarquia vinculada ao Ministério da Justiça que tem a finalidade de fiscalizar e prevenir abusos de poder econômico. A Associação não questiona a compra da Quattor em si, mas pondera que a iniciativa “não pode servir para fortalecer a posição local da Braskem e prejudicar a cadeia, que não se beneficia dos ganhos de escala e de eficiência trazidos pelo negócio”. O órgão governamental aprovou em fevereiro último a aquisição pela Braskem, mas estipulou alguns condicionantes. Como parte da operação, a gigante petroquímica se comprometeu a notificar previamente o Cade sobre os futuros contratos para a compra de resinas de estrangeiros que contenham cláusula de exclu-
mercado empresarial
sividade Além disso, a corporação concordou em submeter periodicamente, sob regime de confidencialidade, informações a respeito de seus contratos e atividades de importação e comercialização. Por meio de nota divulgada por sua assessoria de imprensa, a Braskem informou que, com a decisão favorável à fusão, “foi mais uma vez confirmado como global o mercado relevante para o setor petroquímico e que, portanto, a competição se dá nessa dimensão”. Em manifestações públicas, a empresa – que se tornou a maior produtora de resinas termoplásticas das Américas – tem insistido que a compra da Quattor não tem impacto sobre a formação de preços, uma vez que eles são fixados pelo equilíbrio entre oferta e demanda em âmbito mundial. De sua parte, contestando essas alegações, a Abiplast assinala que o próprio Cade questionou a tradicional definição de “mercado relevante”. “Seu departamento de estudos econômicos chegou a afirmar que o mercado seria nacional para diversos produtos”, situa Roriz, que enfatiza também outro aspecto: em torno de 95% das indústrias transformadoras são micro e pequenas e não têm poder de fogo para importar matérias-primas.
Substituição de produtos
Em segundo lugar, continua o dirigente da Abiplast, “é preciso considerar que nem sempre a substituição dos produtos (grades de matéria-primas) é perfeita. Existem determinadas grades ou especificações que podem não estar disponíveis internamente ou em nível internacional”. Por último, as facilidades com que conta a Braskem, critica a Abiplast, abrem caminho
panorama do setor
“O custo do produto brasileiro é composto pelo preço internacional mais a ‘taxa de conforto’, que nada mais é do que o poder do monopólio de definir os valores”
para a cobrança de preços muito acima dos praticados globalmente. “Os mercados são dinâmicos e a adoção de medidas protecionistas que restrinjam a concorrência pode afetar a própria definição do mercado”, explica José Ricardo Roriz Coelho, Roriz. presidente da Abiplast. No que concerne ao mérito da decisão do Cade, o representante dos transformadores julga que “as restrições impostas pelo órgão são fundamentais para sinalizar que haverá fiscalização das ações da Braskem e para garantir que não haja barreiras à participação de possíveis concorrentes do Exterior”. Finalmente, ele preconiza as seguintes medidas complementares: 1) Diminuir significativamente a alíquota de importação de resinas termoplásticas, atualmente em 14%, nível que está entre os mais altos de todo o mundo e que não acompanhou as reduções em outros países; 2) Derrubar os direitos antidumping sobre importação de matérias-primas (PVC e PP) e examinar com bastante critério quaisquer solicitações adicionais de proteção pela Braskem; 3) Elaborar formas de assegurar a qualidade dos serviços prestados e o investimento constante da petroquímica em novas grades de materiais. “Um monopólio pode exercer seu poder não apenas praticando preços monopolistas. Ele pode também reduzir investimentos em novas tecnologias e a qualidade do atendimento a seus clientes”, alerta ele. Por sua turno, lembrando que é essencial para o setor reforçar a coesão da cadeia de valor, Alfredo Schimitt, da Abief (Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis), observa que os produtores de matérias-primas têm de atuar mais perto da área de transformação.“Não se pode esquecer que nós somos o grande mercado desses fornecedores”, conclui ele.
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panorama do setor
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Pingue-pongue com Auri Marçon, presidente da ABIPET ME Como a Abipet (Associação Brasileira da Indústria do Pet) avalia o desempenho recente da indústria do PET? Que impactos o crescimento econômico vem tendo sobre ele? A indústria do PET manteve resultados positivos constantes nos últimos dez anos. Isso mostra a consistência do setor, que mesmo em anos de crise manteve a demanda e até cresceu de forma substancial. Podemos afirmar que uma das principais decorrências do crescimento econômico brasileiro foi o aumento de renda provocado em parcelas da população, como as classes C e D, e isso resulta em aumento do consumo do PET.
Foto: Sonia Mele
ME Que setores estão impulsionando a demanda atualmente? O aumento de renda da população refletiu em aumento de consumo, principalmente em itens de alimentação, onde o PET está presente nos mais diversos segmentos, especialmente bebidas, vinagres e óleos comestíveis. Atualmente, o envase de refrigerantes responde por 63% de todo o PET produzido no Brasil para embalagem. A participação do PET no setor de refrigerantes é esmagadora, com 80%. O PET também está presente em 90% do mercado de água mineral, se forem excluídos os garrafões, 80% de óleos de cozinha, além de 100% das bebidas isotônicas.
“O aumento de renda da população refletiu em aumento de consumo, principalmente em itens de alimentação, onde o PET está presente nos mais diversos segmentos, especialmente bebidas, vinagres e óleos comestíveis.”
ME Qual a estimativa de crescimento em 2010 em relação a 2009, no que se refere à produção de resinas PET, reciclagem e faturamento? No caso do consumo aparente (produção+importação, menos exportação) o desempenho da indústria do PET manteve o mesmo positivismo dos últimos dez anos. Entre 2010 e 2009, o crescimento dessa variável foi de 7,5% (561 ktons x 521 ktons). Já no período entre 2006 e 2010, a média anual verificada foi de 8,5%. A indústria vem respondendo a esse crescimento, investindo na ampliação da capacidade instalada, cuja evolução pode ser verificada no gráfico ao lado. Com relação à reciclagem, atingimos o índice de 55,6%, resultado bastante significativo se levarmos em conta que o Brasil
coleta, recicla e destina esse volume de PET pós-consumo. Ao contrário de outros países, onde o índice de reciclagem é maior, mas boa parte desse volume segue para outras nações, sobretudo em desenvolvimento. Essas características demonstram um certo equilíbrio no sistema de reciclagem de PET brasileiro. Quais as perspectivas para o setor em 2011? O crescimento deve se manter no mesmo ritmo? Por quê? Há projeções para este ano? O PET apresenta crescimento consistentemente nos últimos cinco anos (veja a resposta anterior). A expectativa é de que, em 2011, o ritmo seja mantido ou fique levemente acima da média anual verificada até agora. ME
Do ponto de vista do comércio externo, como a Abipet analisa o desempenho do segmento no que tange às exportações e às importações? Aproveitando-se de brechas na Regra de Origem para as pré-formas de PET (ver detalhes na última resposta), os países do Mercosul vem mostrando crescimento médio acelerado de 14% ao ano entre os anos de 2004 e 2010. Uruguai, Paraguai e Argentina foram os principais exportadores de pré-forma ao Brasil em 2010, totalizando 98% do total das importações brasileiras. O aquecimento do mercado interno brasileiro fez com que as empresas nacionais do setor dirigissem maior atenção e esforços para atender a este consumo doméstico, refletindo na diminuição do volume exportado de préforma, de modo a resultar em apenas 0,41% da demanda interna em 2010. No caso da Resina PET, os principais países fornecedores ao mercado brasileiro, no ano de 2010, foram Taiwan, México, Coréia do Sul e China que somaram 84% do total de importação de resina PET. Pudemos notar que o Brasil, entre 2004 e 2010, manteve um nível de importação superior a 100.000 tons por ano, o que resultou numa média superior a 31% do consumo nacional. ME
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mercado empresarial
Capacidade produtiva de resina pet (Kton) 1000 850 720 550
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Fonte: Abipet. * Valores estimados
brasil - evolução das taxas de recuperação de pet 300 51,3
250
200 32,9
253
21,0
18,8
50,0
40,0
35,0
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231 194 167
150
54,8 55,6 262
47,0 47,0 43,0
100
53,5
174
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142
20,4 16,2
17,9
105
20,0
89 67
50
50 13
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22
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1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
Fonte: Censo
10,0
%
ME Quais as estimativas de crescimento (ou decréscimo) para exportações e importações em 2011, frente a 2010? Partindo do pressuposto que as premissas macroeconômicas sejam mantidas, acreditamos também que em 2011 o crescimento do mercado brasileiro seja próximo de 10%, não muito distante da média dos últimos 10 anos que foi de 8,5 %. Já as importações tanto de resina como de pré-formas de PET, devem se manter nos mesmos patamares de 2010 visto que, tanto os fabricantes de resina como os transformadores de pré-forma, vem ampliando de forma significativa seus investimentos de ampliação ou desengargalamento da capacidade. ME Quais são os maiores entraves (estruturais e conjunturais) que o ramo vem enfrentando? Quais as possíveis soluções? Os principais entraves que impactaram o segmento do PET em 2010 foram de cunho concorrencial. Sobretudo na região Sul, um importante gargalo para o setor tem sido provocado pela desatualização da Regra de Origem entre os países membros do Mercosul, que tem possibilitado a importação de resina PET em regime de drawback, e subsequente exportação para o Brasil de pré-formas fabricadas no Uruguai e no Paraguai. Em razão dos acordos existentes, essa compra é feita com isenção de tributos, desequilibrando o mercado interno. Isso tem contribuído para a perda da competitividade de empresas brasileiras e até levado algumas companhias a se transferirem para outras regiões ou mesmo outros países, fechando vagas de trabalho nos três Estados da região. Isso sem contar o estrago que faz em toda a cadeia química que abastece o mercado do PET. No que tange à reciclagem, o grande desafio continua sendo a coleta seletiva, serviço que está disponível em apenas 8% das cidades brasileiras. Para contribuir para ampliar a coleta de embalagens de PET pós-consumo e melhorar ainda mais a posição que o Brasil já ocupa entre os maiores recicladores do material no mundo, lançamos o LevPET, serviço disponível pela Internet, que fornece a localização exata dos pontos onde é possível dar a destinação correta do PET. Acessado a partir do endereço www.levpet.org. br ou pelo próprio site da Abipet (www.abipet.org. br), o novo serviço utiliza o sistema Google Maps, para fornecer uma lista de Pontos de Entrega Voluntária (PEVs), cooperativa de catadores, postos de coleta, comerciantes de recicláveis, ONGs, entidades assistenciais e recicladores que recebem o material reciclado de forma pulverizada nas cidades. Para encontrar o local mais próximo, basta a digitação do endereço ME
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opinião
mercado empresarial
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cONSuMIDOR TERÁ acEsso aos MANuFATuRADOS NAcIONAIS? *José Ricardo Roriz Coelho
M
Melhorar a competitividade
commodities e matérias-primas, uito se fala sobre a da manufatura, que raramense mantivessem valores similares perda de competitite conta com as mesmas vanaos que pagam os países que vidade da indústria tagens e condições, delinearia competem com o Brasil (afinal, nacional devido ao câmbio existe concorrência, contrassensobrevalorizado e Custo Brasil. uma equação na qual todos so à prática usual de se adicionar Há, porém, outro grave probleseriam vencedores àqueles preços, chamados de ma: nossos concorrentes têm internacionais, todos os custos acesso a commodities e matérias-primas muito mais baratas do que no Brasil. de internação). Tal postura é muito viável para aquelas No topo das cadeias produtivas, encontram-se companhias, considerando sua estrutura consolidada, companhias, estrelas da Bolsa de Valores, junto acesso ao mercado de capitais, ao BNDES e crédito com com os bancos, intrinsecamente competitivas, juros atraentes, articulação com o governo e capacidade de independentemente de sua capacidade de impor venda de seus produtos. Melhorar a competitividade da manufatura, que raracondições ao mercado. Entretanto, quando estabelecem políticas de preços dos insumos na mente conta com as mesmas vantagens e condições, devenda doméstica, beneficiam mais as indústrias linearia uma equação na qual todos seriam vencedores. É de outros países, que já contam com outras hora de se olhar para a indústria da transformação, maior vantagens, como alianças nas cadeias produtivas geradora de empregos, que destina 20% de sua receita ao pagamento de mão de obra, contra 2% dos grandes e apoio governamental. Os concorrentes estrangeiros compram conglomerados de commodities. Além disso, tem grande matérias-primas brasileiras, já colocadas significado em termos de inovação e aporte tecnológico, em suas fábricas, pelo mesmo valor ou, na produção de itens de alto valor agregado e maioria das vezes, abaixo do que é pago pela distribuição de renda. Não pode continuar manufatura nacional. Depois, vendem aqui os sendo apenada como o setor de transformaprodutos transformados a preços finais inviá- ção do plástico, que teve em 2010 o déficit veis para nossas indústrias, pois é impossível recorde de US$ 1,35 bilhão em sua balança produzirmos a custos similares. A perversa comercial, devido ao alto preço das resinas equação não tem contrapartida, pois quando termoplásticas, seu principal insumo, e ao empresas do Brasil buscam alternativas para Custo Brasil. Considerar tais problemas significa, socomprar matérias-primas no exterior, os valores são até 40% maiores do que na China, por bretudo, respeito ao consumidor. É preciso exemplo, devido aos custos incidentes sobre lembrar que a Classe C passou a representar 52% de nosso povo. A bem-vinda ascendêna importação. Considerada a conjuntura da economia bra- cia estabelece irônica contradição, pois no José ricardo roriz coelho é presidente da Associação Brasileira, mais aquecida do que nas nações desen- exato momento em que os brasileiros podem sileira da Indústria de Plástico volvidas e na maioria das emergentes, haveria e querem consumir mais, a indústria tem sua (Abiplast) ganho de escala para as próprias produtoras de competitividade fragilizada ME
evento
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BRASILPLAST 2011 O FuTuRO DA INDÚSTRIA
DO PLÁSTIcO ESTÁ AquI
A
ciação Brasileira de Máquinas BRASILPLAST (Feira InternaSão 1.300 expositores, e Equipamentos), do SIRESP cional da Indústria do Plástico) (Sindicato das Indústrias de chega à sua 13ª. edição como de 63 países Resinas Sintéticas do Estado o principal evento do setor na América de São Paulo) e da ABIQUIM Latina. Realizada pela Reed Exhibitions Alcantara Machado, a Feira espera reunir, de 9 a 13 deste (Associação Brasileira da Indústria Química). mês de maio, no Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo, 1.300 expositores, de 63 países, em 78 mil Fórum de discussões A novidade da atual edição é a realização metros quadrados de mostra, e receber 65 mil profissionais qualificados. “Temos uma expectativa bastante positiva para da CONFERÊNCIA BRASILPLAST 2011, a Brasilplast 2011, uma vez que se trata de um evento con- um encontro exclusivo para debater temas resolidado e aceito pelo setor, seja por parte de expositores levantes e atuais do setor. O ciclo de palestras e compradores”, comenta Liliane Bortoluci, Diretora de ocorre nos dias 10 e 11 de maio e está dividido em três temáticas: Mercado e Negócios, SustenFeiras da promotora. Na feira os visitantes encontrarão todo o ciclo da indústria tabilidade na Cadeia do Plástico e Inovações e do plástico, desde a matéria-prima até máquinas e equipamen- Tecnologia. A Gerente de Conferência da promotora, tos de grande porte, que permitem a produção compactada, passando por diversos processos de produção, conhecendo Márcia Coimbra, descreve o evento como um assim as tendências tecnológicas visando a preservação do fórum de discussões diferenciado. “O objetivo é meio ambiente e o produto final. A mostra apresenta os se- reunir os principais players da indústria do plásguintes setores: Máquinas equipamentos e Acessórios, Moldes tico para debater os desafios e rumos do setor, e Ferramentaria, Instrumentação, Controle e Automação, Re- apresentar inovações e se configurar como um sinas Sintéticas, Produtos Básicos e Matérias-Primas Químicas fórum de referência para o mercado. Os dois em Geral, Transformadores de Plástico, Serviços e Projetos dias de evento estão sendo cuidadosamente estruturados a fim de atender os interesses do púTécnicos e Entidades e Publicações Técnicas Importantes players do setor participam da feira, como blico participante, levando em conta as práticas Braskem, Cromex, Dow, Clariant, Basf, Rhodia, Romi, mais modernas de transformação do plástico e Carnevalli, Battenfeld, Pavan Zanetti, Flexo Power, Fle- assuntos que estão em pauta sobre os negócios do setor e a sustentabilidade”, diz ela. xotech e Piovan. O crescimento do mercado, a imagem do O evento tem o apoio da ABIPLAST (Associação Brasileira da Indústria do Plástico), da ABIMAQ (Asso- plástico no Brasil, a importação de matérias
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primas, as tendências de preços da nafta petroquímica e os investimentos e gestão de parques industriais de transformadores, que são um dos temas mais discutidos no setor, serão proferidos durante o evento. Além de discutir temas ligados à produção, a Conferência também vai debater a Sustentabilidade na Cadeia do Plástico, ou seja, seu destino final, reunindo as Tendências e Soluções Sustentáveis para Plásticos (Reciclagem Energética e Mecânica); Bio-
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polímeros; Polímeros Biodegradáveis; e Polímeros de Fontes Renováveis. Sob o tema Inovações e Tecnologia, profissionais renomados de todo o mercado apresentarão tendências e novas tecnologias para o segmento, como a Aplicação Estrutural de Materiais Compósitos; Avanços da Nanotecnologia e sua aplicação em polímeros; Desempenho e Eficiência em Injetoras; e Utilização e Aplicação de Injetores Híbridos e Elétricos ME Brasilplast - edição de 2010
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JOGO DE NEGócIOS
E trEInaMEnto dIFErEncIado Por Maurício Hidalgo
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e as receitas prontas de sucesso cimento e botar em prática é funcionassem não teríamos tantos enorme. Segundo, durante a O fosso entre ter desapontamentos com resultados implementação da estratégia, conhecimento e botar nas empresas e tantas insatisfações de prohouve falta de clareza ou em prática é enorme fissionais talentosos. As fórmulas mágicas surgiram mal-entendidos que e os receituários milagrosos estão com os supostamente julgavam estar dias contados. A incapacidade em lidar com claros. Terceiro, apareceu a a complexidade gerencial impede uma série de avanços nas armadilha de soluções sofisticadas com maior organizações. apelo e repercussões ampliadas do primeiro Num ambiente onde as múltiplas competências geren- momento, mas de difícil sustentação no médio ciais são postas a prova diariamente, os métodos de educa- e longo prazo. Quarto, o grupo não “amarrou” ção gerencial têm que acompanhar as novas necessidades pontos de contato de áreas interdependentes. corporativas. O que era simples para uma área tornou-se um grande problema para outra. Quinto, o grupo o valor do óbvio como permaneceu em sua zona de conforto, com a diferencial segurança do curto prazo, porém perigosa para Em nossas experiências de treinamento o futuro. Sexto, o grupo fez opção de autogerencial com a metodologia do jogo de engano ao invés de enfrentar com realismo empresas temos oportunidade de observar problemas críticos e dolorosos. a infinidade de situações nas quais gestores Enxergar o óbvio e, principalmente, consetropeçam em problemas tidos como ób- guir transformá-lo em valor não se confunde vios. Em inúmeros casos e momentos de com repetir senso comum. Ao contrário, requer decisão o óbvio aparece como problema criatividade, inovação, capacidade de análise gerencial por vários motivos. crítica e síntese, visão para reduzir incertezas de Primeiro, o grupo sabia mas não problemas complexos, olhar diferenciado para implementou. O fosso entre ter conhe- encontrar brechas e persistência para simplificar
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processos. Pressupõe autocrítica, humildade construtiva, busca de motivação genuína e entrega de resultados.
Metodologia de educação gerencial
apoio para suas propostas. E o método será tanto mais realista se abranger equilíbrio entre objetivos conceituais de posicionamento com indicadores objetivos de resultado. Nesta linha é possível dar passos adiante a “situações de competição” e ir além de simples “torneios gerenciais”. Incorporase o lado saudável, estimulante e realista de processos competitivos de mercado com a inclusão de feed-back estruturado, consistente e personalizado após cada jogada. O processo de aprendizagem é visível e para os participantes flui de maneira descontraída, informal, mas compromissado com resultados efetivos.
Um desafio básico e permanente das empresas é fazer com que talentos individuais trabalhem com metas convergentes e gerem resultados para o conjunto.
Buscar a simplicidade nos processos de gestão sem recair em simplismos reducionistas. Ajustar o foco de modo permanente. Fazer emergir e direcionar o talento de subordinados para objetivos propostos. Valorizar os compromissos com metas do conjunto. Desenvolver competências múltiplas capazes de reinventar diariamente os processos de gestão. Renovar as práticas de liderança tendo em vista objetivos com indicadores mensuráveis de performance. O rol de desafios para as empresas é extenso e certamente requer metodologias inovadoras para enfrentar as novas pressões por resultados. A metodologia dos jogos de negócios combina espaço para pensar e agir, refletir e implementar, debater e construir consenso. Gera oportunidades para enfrentar a complexidade de um ambiente gerencial, apontando alternativas de posicionamento e caminhos a percorrer. O gestor exercita sua capacidade não apenas de resolver problemas, mas de conduzir e amarrar processos de trabalho. E de modo envolvente, onde necessita negociar e obter
Integração real necessária
Um desafio básico e permanente das empresas é fazer com que talentos individuais trabalhem com metas convergentes e gerem resultados para o conjunto. Perfis heterogêneos têm na metodologia do jogo de empresas a oportunidade de exercitar múltiplos papéis gerenciais e desta forma compreender as demandas e as restrições “do outro lado”. E este “outro lado” ou “outros lados” não se limita a expor diferentes perfis de personalidade, mas compreender múltiplas exigências das áreas do negócio e, deste modo, entender as pressões por resultados de profissionais que atuam em áreas diferentes da sua. Esta oportunidade é interessante por ampliar a visão do conjunto dos processos do negócio e expandir as ferramentas para negociações futuras mais criativas. Conflitos típicos como vendas x finanças, vendas x logística, RH x finanças, marketing x produção, suporte x linha, criadores x controladores, entre outros, são trabalhados tendo em vista a geração de um equilíbrio de resultados para o conjunto. Este desafio permanente ajuda os gestores a amarrar os processos, reformatá-los, buscando novas soluções. Os obstáculos são reduzidos na medida em que planejam e executam juntos num clima de colaboração construtiva ME
Maurício hidalgo é sóciofundador e diretor executivo da Ceden Jogos e Simulações (www. ceden.com.br). Com graduação e mestrado em administração de empresas pela FGV-SP e especialização em business games na London Business School, tem experiência de quinze anos na utilização de jogos de empresas e simulações em treinamento gerencial.
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mercado
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aquisição da quattor é aprovada pelo cade
BRASKEM PLANEJA
INVESTIR 1,6 BILHÃO DE REAIS em 2011
A
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Braskem planeja investir cerca de 1,6 bilhão de reais neste ano. O valor é 200 milhões menor na comparação com o ano passado, quando a petroquímica somou aportes de 1,8 bilhão de reais, sem considerar as aquisições. Segundo Carlos Fadigas, presidente da companhia, parte dos recursos, aproximadamente 390 milhões de reais, serão destinados a paradas de manutenção de duas plantas da companhia, uma no Rio de Janeiro e outra no Rio Grande do Sul. “Vamos investir também cerca de 500 milhões para aumento de nossa capacidade e mais 660 milhões para melhorar o desempenho operacional da nossa empresa”, disse o executivo. No ano passado, boa parte dos investimentos realizados pela petroquímica foi destinado à Quattor, cerca de 350 milhões, e ao desenvolvimento da planta de produção de eteno verde, com capacidade de 200.000 toneladas por ano. No projeto, a Braskem fez aportes de 343 milhões de reais.
aquisição da Quattor pela Braskem foi aprovada, integralmente, pelo CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). Com essa decisão, foi mais uma vez confirmado como global o mercado relevante para o setor petroquímico e que, portanto, a competição se dá nessa dimensão. As negociações para aquisição da Quattor foram concluídas em janeiro de 2010, por meio de um Acordo de Investimento celebrado entre Odebrecht, Petrobras, Braskem e Unipar. A aquisição posiciona a Braskem como a maior produtora de resinas termoplásticas das Américas, colocando-a em um novo patamar de escala e eficiência para fazer frente aos desafios do mercado internacional. Como parte da operação, a Braskem se comprometeu a notificar previamente o CADE sobre os futuros contratos para a compra de resinas de fornecedores estrangeiros que contenham cláusula de exclusividade e que preencham os demais requisitos legais que tornam tais contratos notificáveis, em linha com o projeto de lei que reestrutura o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência. Além disso, a Braskem, visando incentivar a transparência nas suas relações comerciais e a competitividade da cadeia produtiva, concordou em submeter periodicamente, sob regime de confidencialidade, informações a respeito de seus contratos e atividades A aquisição posiciona a de importação e comerciaBrakem como a maior lização de resinas ME
Demanda
O executivo afirma que a demanda de insumos petroquímicos no mundo pode crescer consideravelmente nos próximos anos. No ano passado, a demanda doméstica de resina cresceu 15%. “Para se fazer uma alusão, teremos que desenvolver uma planta a cada ano até 2020 para atendermos as necessidades do mercado”, disse Fadigas. No ano passado, as vendas internas da Braskem cresceram 11% na comparação com 2009. O lucro líquido da companhia somou 1,9 bilhão de reais, alta de mais de 370% na comparação com o ano retrasado. A receita líquida cresceu 23% em 2010 na comparação com o ano anterior, somando quase 28 milhões de reais. Fonte: Exame ME
Planta da Braskem: empresa viu lucro saltar 370% no ano passado
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Cerca de um terço dos recursos irá para aumento da capacidade produtiva
produtora de resinas termoplásticas das Américas
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EMPRESAS BRASILEIRAS buscam soluções sustentáveis para garantir mercado externo
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ioplásticos, plásticos à base de etanol e resinas biodegradáveis. Esses termos estão se tornando cada vez mais comuns no universo das empresas, especialmente daquelas que atuam em nível internacional. “A cada feira que participamos, percebemos que o interesse mundial por produtos sustentáveis se torna maior, o que mostra a necessidade das empresas desenvolverem um novo portfólio, voltado a essa demanda”, afirma Cristina Sacramento, especialista em filmes flexíveis do Programa Export Plastic. Seguindo essa tendência, algumas empresas associadas ao Programa já disponibilizam para seus clientes opções de materiais sustentáveis. A Cromex, fabricante de , é uma delas. A empresa desenvolveu linhas de cores e de aditivos para serem usados em polietileno (PE) verde – de fonte renovável, e para resinas biodegradáveis fabricadas a partir de uma base de ácido poliláctico (PLA), derivado de plantas. O PE Verde é uma resina produzida a partir do etanol de cana-de-açúcar, desenvolvido pela fabricante brasileira de resinas Braskem. Além de renovável, cada tonelada de PE Verde produzida contribui com a absorção de 2,5 toneladas de CO2 da atmosfera. Já o PLA é um bioplástico que, em condições de compostagem (umidade de 80% e temperatura constante maior que 60ºC), se decompõe num período de três a quatro meses. Esses insumos são destinados especialmente às indústrias automobilística, de brinquedos, cosméticos e higiene pessoal, embalagens, entre outras. Essas indústrias demandam cada vez mais produtos com reduzido impacto ambiental, tanto em seu processo produtivo quanto em seu descarte. Além de inovação para gerar menos impactos na produção, o mercado da sustentabilidade também pede que os materiais possam ser reaproveitados, reduzindo o volume de matérias-primas necessário para o próprio processo produtivo e a quantidade de resíduos
descartados. Neste sentido, a Vitopel desenvolveu um papel sintético fabricado a partir de diversos tipos de plásticos reciclados, coletados no pós-consumo – embalagens, rótulos, tampas de garrafas e sacolas plásticas, por exemplo. Com 850 quilos de plásticos retirados do lixo, a empresa fabrica uma tonelada do papel sintético. O resultado é um material de alta qualidade visual, de textura agradável ao toque e extremamente resistente (não rasga e nem molha). Além disso, é 100% reciclável no final de sua vida útil. Com a atenção mundial voltada às questões de sustentabilidade, produtos que atendam requisitos como uso de Além de inovação para matérias primas renováveis e recicladas, geração de menos impactos ambientais gerar menos impactos em sua produção e disposição e possuir na produção, o mercaum bom potencial de reciclabilidade têm do da sustentabilidade obtido um maior espaço no mercado e os também pede que os transformadores brasileiros estão de olho materiais possam ser na nova tendência ME reaproveitados Fonte: Boletim Export Plastic
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mercado
AuDI SELEcIONA cOMPOSTO DA lYondEllbasEll para paInEl da porta do sEu novo a1
Aplicações internas em modelos de classe “Premium” têm sido dominada por soluções de outros polímeros, tais como blendas de PC / ABS (policarbonato / acrilonitrila-butadienoestireno), com pintura para se conseguir um toque suave. “Ao atingir uma qualidade de superfície superior à dos materiais tradicionais, sem usar pintura, o composto de PP Softell utilizado no painel interno da porta do Audi A1 estabeleceu uma nova estética e uma referência na eficiência de uso de recursos para modelos de classe Premium”, afirma Erik Licht, gerente de marketing global da LyondellBasell para o grupo Volkswagen. Peças acabadas fabricadas com resinas Softell oferecem um melhor potencial de reciclagem devido à eliminação da etapa de revestimento.
boa resistência ao risco
O nível de brilho de um composto de PP convencional é entre 2 e 3 GUs (medido a um ângulo de 60 °). Testes realizados com um medidor de brilho mostram que as resinas Softell tem um nível de brilho abaixo de 1,5, o que é necessário para conseguir uma superfície fosca de boa qualidade. Para atingir este nível de brilho, normalmente tem sido requerido o uso de superfícies pintadas. “O baixo nível de brilho obtido com a utilização de resinas Softell permite à Audi produzir um painel de porta com a baixa reflexão de luz desejada. A Audi atingiu os seus requisitos de qualidade e desempenho sem a necessidade de processos caros de pintura”, disse Licht.
Melhor fluidez Divulgação
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O novo composto de polipropileno Softel (PP) permitiu à montadora produzir uma peça interna com melhores estética e toque
Audi optou por uma novo composto de polipropileno Softell (PP) da LyondellBasell para fabricar o painel da porta traseira do seu novo modelo A1. A utilização do novo grade permitiu à montadora produzir uma peça interna com uma estética superficial considerada excepcional, além de apresentar um toque suave, sem a necessidade da pintura que é tipicamente necessária.
Em comparação com os polímeros tradicionais, o grade de PP também oferece à montadora uma fluidez melhorada nas condições de alto cisalhamento utilizadas no processo de moldagem por injeção. Acrescenta Licht: “A fluidez melhorada foi essencial para a produção da grelha do alto-falante altamente sofisticado que está integrado no painel da porta. A Audi tinha especificações muito exigentes, especialmente em relação à estrutura da grelha do alto-falante, e a reprodução de tal estrutura de superfície fina foi possível devido à fluidez melhorada do grade do composto de PP. Temos sido capazes de alcançar estes características de desempenho através de atividades de Pesquisa e Desenvolvimento focalizadas no desenvolvimento contínuo de inovações que atendam às necessidades crescentes de clientes em relação à estética, à produção de baixo custo e a um reduzido impacto ambiental” ME
mercado empresarial
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HOUGHTON adQUIRE negócios Da shell metalworking e metal rolling oils
resinas da sabic-ip são usadas pela ge healthcare em novo equipamento de raio-x
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Houghton International Inc. completou, em fevereiro último, a aquisição do negócio da Shell Metalworking e Metal Rolling Oils, fabricante global de fluidos especiais. Através desta aquisição, a Houghton ganhou recursos estratégicos significativos, que afetam todas as áreas geográficas das sua operação. Desde então, mais de 200 trabalhadores da Shell passaram a integrar a Houghton, uma vez que a Shell transferirá a propriedade de três instalações fabris localizadas em Dortmund - Alemanha, Turim - Itália e Rouen - França. As seguintes marcas de produtos Shell integrarão a já extensa oferta de produtos da Houghton: Metalina – Fenella, Adrana – Ensis, Sitala – Voluta, Dromus – Percol, Macron – Callina, Garia – Formage. Esta aquisição é o mais recente investimento estratégico da Houghton, que permite à empresa servir de forma mais eficaz a sua base global de clientes e, de uma forma geral, a indústria metalúrgica. Especificamente, a Houghton expandiu substancialmente a sua capacidade de apoio ao cliente na Europa e nos mercados emergentes como a Índia, Brasil, China e Rússia. “Ao adquirirmos o negócio da Shell Metalworking, expandimos bastante o nosso alcance global, fortalecemos os nossos canais para o mercado e acrescentamos mentes talentosas, tudo isto com o objetivo de proporcionar o melhor serviço possível aos nossos clientes,” afirma Paul DeVivo, CEO da Houghton International. “Damos as boas-vindas aos trabalhadores dos fluídos Shell Metalworking à família Houghton e esperamos poder conjugar as nossas experiências e conhecimentos sobre a indústria. Com esta aquisição ficamos mais próximos de sermos a empresa de Metalworking mais bem sucedida o e mais respeitada a nível mundial.” Paul DeVivo manterá a sua posição de CEO e continuará a trabalhar com os executivos da Shell, de modo a assegurar uma transição suave para trabalhadores e clientes. As condições financeiras da transação não foram divulgadas ME
Materiais estão em linha com as tendências mais importantes da indústria médicohospitalar
SABIC Innovative Plastics anunciou que a GE Healthcare, líder global em tecnologias para a indústria médica, selecionou a resina Valox* e a resina Xylex* para a fabricação de caixas de armazenamento de sua nova máquina portátil de raios-X “Optima XR220amx1”. Essas resinas de alto desempenho contribuem para que a GE Healthcare esteja de acordo com as rigorosas exigências do setor, como segurança, eficiência do equipamento nos tratamentos e aprimoramento em relação aos cuidados com o paciente. Esse dispositivo inovador possibilita que os diagnósticos radiológicos sejam realizados diretamente no local de internação do paciente. “Com as resinas Valox e Xylex criamos uma “sala radiográfica sobre rodas”: portátil, fácil de limpar e com design atraente. O amplo portfólio de resinas e os serviços de desenvolvimento de aplicações fornecidos pela Sabic Innovative Plastics nos ajudaram a aperfeiçoar o projeto e a aprimorar o desempenho dos dispositivos de diagnósticos para esta nova geração” afirma Guillermo Sander, Gerente Global de Marketing, Mobile DXR da GE Healthcare. A Sabic IP oferece um amplo portfólio de materiais para o setor de saúde, proporcionando soluções para as diversas as mudanças regulatórias, exigências de projeto e desempenho enfrentadas pelos clientes do setor de equipamentos médicos. “A companhia está aumentando o foco no suporte aos fornecedores globais da indústria médico-hospitalar, promovendo a diversificação de dispositivos ao oferecer as mais avançadas tecnologias em materiais”, diz Tom O’Brien, Diretor Global de Marketing de Produtos Médico-hospitalares da Sabic IP. A GE Healthcare escolheu a resina Valox V3900WX, uma blenda polimérica de poliéster/policarbonato (PC) de alto impacto, para atender às exigências do setor de equipamentos médicos, como mais segurança aos pacientes e maior controle sobre os custos associados os equipamentos. A resina Valox apresenta uma ótima resistência química vinda do poliéster semicristalino, que auxilia a resistir aos mais agressivos produtos de limpeza adotados para combater as infecções de origem hospitalar. Também é resistente à ação dos raios ultravioletas (UV) e retardante a chamas (FR) ME
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Polyone adquire segunda empresa brasileira no segmento de especialidades plásticas
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PolyOne Corporation, uma das principais fornecedoras globais de materiais, serviços e soluções em polímeros especializados, adquiriu a Uniplen Indústria de Polímeros Ltda. (Uniplen), uma das principais produtoras brasileiras de materiais especializados de engenharia e distribuição de termoplásticos. “A aquisição da Uniplen proporciona à PolyOne expertise local em materiais especializados de engenharia, bem como uma posição atraente no mercado brasileiro de distribuição de termoplásticos,” disse Stephen D. Newlin, chairman, presidente e CEO. “A combinação da Uniplen e de nossa aquisição previamente anunciada da Polimaster estabelece firmemente a nossa oferta de produtos especiais e capacidades globais de serviço ao cliente no Brasil.” Newlin acrescentou: “Temos agora materiais especializados de engenharia, masterbatch corado e a capacidade de distribuição no Brasil, fornecendo a necessária massa crítica para atender aos nossos clientes globais na região. Consistente com nossa estratégia de globalização, A aquisição a nossa pegada geográfica expandida é capaz de fornecer soluções especiais aos proporciona à empresa clientes em qualquer lugar do mundo.” expertise local em As empresas recém-adquiridas no materiais especializados Brasil estão localizadas em São Paulo, de engenharia Santa Catarina e Novo Hamburgo, perto de Porto Alegre e atendem a clientes em diversos mercados finais que incluem o de consumo, transporte e eletrodomésticos. “A Uniplen e a Polimaster demonstram o nosso compromisso com a expansão da nossa plataforma de especialidade com aquisições cuidadosamente examinadas e a preços razoáveis,” disse Robert M. Patterson, vice-presidente sênior e diretor geral financeiro. “Vamos continuar buscando por oportunidades que aumentem a nossa presença em regiões de alto crescimento, como o Brasil, a Ásia e o Oriente Médio, bem como em mercados finais atraentes, como o de consumo e de saúde.” A transação da Uniplen foi concluída por um preço de compra inicial de caixa de US$ 21 milhões, com potencial para nova apreciação pagável nos próximos três anos, com base na obtenção de determinadas métricas de desempenho. A Uniplen registrou receita de aproximadamente US$ 34 milhões em 2010 ME
PolyOne - A PolyOne Corporation, com sede nos arredores de Cleveland, Ohio EUA, e operações em todo o mundo, contabilizou em 2009 receitas de US$ 2,1 bilhões.
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BP Biofuels do Brasil, braço de energia renovável da petrolífera britânica BP, anunciou, em março último, a compra de 83% da produtora brasileira de etanol Companhia Nacional de Açúcar e Álcool (CNAA), em um acordo de US$ 680 milhões, incluindo dívidas. Essa é a segunda aquisição de usinas de etanol de cana-de-açúcar em território brasileiro e a maior já realizada pela BP em energia renovável. O grupo britânico já possui, desde 2008, 50% da Usina Tropical BioEnergia, localizada em Goiás. A BP foi a primeira empresa petrolífera a entrar no negócio de etanol de cana. No ano passado, chegou a negociar com exclusividade a compra da Cerradinho. Mas, depois de quatro meses de negociação, os grupos não chegaram a um acordo e as usinas acabaram sendo adquiridas pela trading Noble Group. Segundo o presidente da BP Biofuels do Brasil, Mario Lindenhayn, a nova aquisição vai aumentar a capacidade de produção da companhia no Brasil para cerca de 1,4 bilhão de litros de etanol por ano em um prazo de cinco anos. Hoje, são 435 milhões de litros. A compra de 83% da CNAA significa uma mudança de estratégia da BP, que vinha se pautando
mercado
mercado empresarial
BP cOMPRA produtora dE Etanol cnaa, EM acordo dE us$ 680 MIlhõEs no objetivo de ter o “controle compartilhado”, no primeiro semestre, depois de os órgãos competentes com até 50% do capital das usinas. analisarem a transação. Lindenhayn disse que a BP deA CNAA foi formada em 2007, com uma monstrou interesse pela CNAA há cerca de um ano e que joint venture entre o grupo Santelisa Vale (hoje as negociações começaram no final de 2010. incorporado pela Louis Dreyfus Commodities As duas usinas já prontas da CNAA têm capacidade de - LDC) e um pool de fundos de investimentos processamento instalada de 2,5 milhões de toneladas de estrangeiros, entre eles o Riverstone, do Carlyle cana por ano. O objetivo da BP é expandir essa capacidaGroup, além do Goldman Sachs, Global Foods de para 5 milhões de toneladas no médio prazo para cada e Discovery Capital. uma das unidades. Além disso, o cronograma da BP prevê Os investidores, porém, foram surpreen- que, até a safra 2012/13, que começa em abril de 2012, a didos pela crise financeira usina Campina Verde já esteja operando. global, que tornou inviável “Estamos com mais de 50% das obras a manutenção dos aportes concluídas”, disse o executivo. Segundo Investimento das ainda necessários na empreele, em cinco anos, o objetivo é ter 15 petroleiras poderá sa - cujo retorno mostrou-se milhões de toneladas de cana processadas ‘globalizar’ o etanol? ser de maior longo prazo que pelas três usinas, 5 milhões de toneladas o esperado inicialmente. Por em cada. isso a decisão da venda do “Se toda a cana for direcionada para controle. A empresa tem hoje duas usinas - a a produção de etanol, produziremos 1,4 bilhão de litros”, Itumbiara, em Goiás, e a Ituiutaba Bioenergia, disse ele, ressaltando que esses números não incluem os no Triângulo Mineiro. Uma terceira usina, a resultados da Tropical BioEnergia. Na última safra, a Campina Verde, em Minas Gerais, está em CNAA colheu 3,5 milhões de toneladas de cana. O grupo construção. não informou o volume de produção de açúcar. Lindenhayn disse ainda que a BP pretende construir unidades de produção do combustível biobutanol vincusociedade Segundo Lindenhayn, a LDC permanecerá ladas às usinas da CNAA. O biobutanol é um combustível com 17% da CNAA. A LDC já é sócia da renovável que pode ser produzido com cana-de-açúcar. Foi BP na Tropical Bioenergia, onde detém uma desenvolvido pela BP em uma joint venture feita com a participação de 25% - os 25% restantes são da DuPont, chamada Butamax, para ser usado como substituto Brasil Ecodiesel. O executivo disse também para os combustíveis fósseis. que a efetivação do negócio deve sair ainda Fonte: O Estado de S.Paulo ME
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economia
EMPRESÁRIOS
MantéM otIMIsMo
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pesar do desaquecimento da economia, os empresários brasileiros se mantêm otimistas em relação ao segundo semestre deste ano. Segundo levantamento da empresa de análise de crédito Serasa Experian, 60% dos entrevistados vão rever sua previsão de faturamento, sendo que, desse total, 88% estimam elevar a projeção inicial. Na análise por setor, cerca de 90% dos industriais estão revendo seu faturamento para cima para o período entre abril e junho. Na mesma direção está o setor de serviços, com 88% de seus empresários, e o comércio, com 87%. Sobre os investimentos previstos para o período, a maioria dos entrevistados (54%) diz que vai manter o nível de aportes, enquanto 32% dos entrevistados querem aumentar o desembolso. Destaque para as instituições financeiras, segmento em que 48% de seus executivos têm intenções ampliar investimentos no período. Em todo o Brasil, 35% dos empresários vão ampliar a contratação de mão-de-obra, 58% vão manter a atual e 7% vão enxugá-la, de acordo com a pesquisa. Quando questionados sobre a expectativa quanto ao faturamento fechado de 2011, para a maior parte dos entrevistados (72%), o resultado de suas empresas este ano será superior em relação a 2010. Para outros 18%, o desempenho será igual, enquanto na avaliação de 10%, o faturamento cairá.
reformas
Para 60% dos empresários brasileiros as reformas estruturais discutidas pelo governo, como a tributária, previdenciária, política e trabalhista, não devem ser aprovadas em 2011, conforme o levantamento da Serasa. Em geral, todos os setores econômicos se posicionaram céticos sobre a aprovação das reformas, com exceção das instituições financeiras. Pouco mais da metade dos executivos de bancos acredita na aprovação de alguma reforma ainda este ano. Na pesquisa feita pela entidade foram entrevistados 1.014 empresários de empresas de todo o país, entre os dias 28 de fevereiro e 4 de março deste ano. Fonte: Valor ME
economia
mercado empresarial
IMPORTADOS
TERÃO REGRAS MAIS DURAS NA ALFÂNDEGA
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governo pretende endurecer as regras Umas das ideias é que de controle de eno Inmetro exija certificatrada de produtos importados de qualidade para a dos no país, exigindo, para o concessão de licença de desembaraço nas alfândegas, os mesmos certificados de importação segurança e especificações técnicas hoje exigidas das empresas brasileiras para colocar seus produtos no varejo. A informação é do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, em entrevista ao Valor. O ministro vê disparidade entre as regras sanitárias, de segurança, metrificação e embalagem para a produção doméstica e a importada. Uma das ideias é que o Inmetro exija certificados de qualidade para a concessão de licença de importação. “Em segurança, por exemplo, que é normatizada e fiscalizada pelo Inmetro, o controle é feito na ponta do consumo, depois de internalizada a mercadoria, na loja. Um brinquedo importado é testado depois de já estar na loja”, afirma. O Brasil vai usar as armas legais aprovadas pela Organização Mundial do Comércio para isso. “No caso de calçados, por exemplo, está aparecendo também a triangulação. Fizemos a sobretaxa ao calçado chinês e está aparecendo venda desses produtos via Malásia, Indonésia”, aponta. “Vamos tomar medidas contra isso”. Pimentel diz que as medidas em estudo não visam importações de um país específico, como a China, com a qual o Brasil deve ter “uma estratégia de convivência” e não de enfrentamento. Ele vê a necessidade de uma parceria estratégica de longo prazo entre os dois países. “Eles têm de absorver quatro ou cinco Brasis inteiros no mercado de consumo e nós precisamos construir uma China de infraestrutura. Quem sabe uma coisa não complemente a outra”. Um dos exemplos de projeto de longo prazo pode envolver a Embraer. Ele afirmou que em seus contatos com autoridades chinesas vai falar claramente sobre a empresa, que investiu na China sem resultados. “Vamos dizer para eles que, na visita da presidente Dilma, até como gesto de boa vontade, eles poderiam anunciar algo em relação à empresa”. Como a China parece disposta a entrar no mercado de jatos regionais, diz Pimentel, a Embraer poderia ser a grande fornecedora de jatos executivos ao país. As medidas de proteção contra importados devem ser anunciadas em abril, assim como a redução gradativa dos tributos cobrados sobre a folha de pagamentos, diz o ministro ME
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BNDES vai Focar
recursos em energias ALTERNATIVAS
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egundo o jorTodo ano o banco estanal Valor, o belece alvos de atuação, Banco Nacioafim de apoiar projetos de nal de Desenvolvidesenvolvimento mento Econômico e Social (BNDES) vai tecnológico de inovação dar maior atenção à considerados prioritários geração de energia por fontes alternativas na hora de conceder recursos do Fundo Tecnológico (Funtec). Outros focos do fundo serão o meio ambiente, saúde, eletrônica, novos materiais, química, transportes e petróleo e gás. Todo ano o banco de fomento estabelece alvos de atuação, com o objetivo de direcionar o apoio a projetos de desenvolvimento tecnológico e de inovação considerados prioritários ao desenvolvimento produtivo do Brasil. Os recursos do fundo são não reembolsáveis. O banco pode participar com até 90% do valor total do projeto. Em 2010, o Funtec aprovou 27 projetos, com apoio total de cerca de R$ 200 milhões, principalmente nos setores de eletrônica e meio ambiente, que corresponderam, respectivamente, a 27,9% e 21,25% do total dos recursos comprometidos. Já em 2011, a energia alternativa será o principal foco do fundo. No segmento de transportes, um dos alvos é o desenvolvimento de dispositivos para o armazenamento de energia para veículos elétricos, além de soluções para a redução da poluição e do consumo energético e para a utilização de energia renovável. Na área da saúde, o Funtec vai atuar no desenvolvimento de biofármacos, vacinas, terapias celulares e gênicas de origem biotecnológica, não produzidos no país, destinados ao tratamento de doenças oncológicas, autoimunes e dos sistemas nervoso e cardiovascular. Na eletrônica, um dos destaques será o desenvolvimento de equipamentos capazes de garantir a implantação do plano nacional de banda larga. E no segmento de petróleo e gás, um dos focos será o desenvolvimento de equipamentos e processos de fabricação nas cadeias produtivas ME Divulgação
economia
déficit em produtos químicos aumentou 160% em cinco anos
ECONOMIA BRASILEIRA CRESCEU 7,5% EM 2010 Divulgação
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O
déficit na balança comercial brasileira de produtos químicos foi superior a US$ 20,6 bilhões em 2010. É o segundo maior da história. Esse valor só foi superado em 2008, ano em que o déficit chegou a US$ 23,2 bilhões. “Nos últimos cinco anos, o déficit em produtos químicos cresceu 160,8%, ou 21,13% ao ano”, destaca o presidente executivo da Abiquim, Eduardo José Bernini. Ele observa que o crescimento econômico do País, as obras do PAC e os preparativos para a Copa do Mundo de Futebol e para as Olimpíadas aumentarão a demanda por produtos químicos, o que poderá elevar significativamente o déficit setorial nos próximos anos. Bernini ressalta que o Pacto Nacional da Indústria Química, estudo entregue ao governo pela Abiquim, estima um potencial de investimentos no setor de US$ 167 bilhões até 2020. “É necessário estimular a realização desses investimentos, o que possibilitaria o atendimento à demanda interna, a recuperação do déficit comercial, o desenvolvimento de uma indústria química de base renovável, a agregação de valor às matérias-primas a serem extraídas do pré-sal e o aumento dos investimentos em inovação, algo fundamental para garantir o crescimento sustentável do País”. As medidas esperadas pela indústria química como estímulo aos investimentos são a garantia do fornecimento de matérias-primas competitivas em preço, disponibilidade de volume e prazos estabelecidos em contratos, a solução de distorções tributárias e a melhoria da infraestrutura logística. Os produtos químicos, ao lado de máquinas e equipamentos e materiais elétricos e de comunicação, respondem por um dos maiores déficits setoriais do País. No ano passado, as importações de produtos químicos, de US$ 33,7 bilhões, representaram 18,58% dos US$ 181,7 bilhões em compras externas realizadas pelo País. As vendas externas somaram US$ 13,1 bilhões, o equivalente a 6,48% do total de US$ 201,9 bilhões exportados pelo Brasil. Em relação a 2009, as importações cresceram 29,1% e as exportações aumentaram 25,3% ME
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Variação do PIB de países em 2010
economia brasileira fechou 2010 com crescimento de 7,5%, conforme revelou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em valores correntes, a soma de todas as riquezas produzidas pela economia no ano passado alcançou R$ 3,675 trilhões. Em comunicado, o instituto diz que o resultado foi “beneficiado pela baixa base de comparação do ano anterior”, já que, em 2009, ano abatido pelos efeitos da crise financeira mundial, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro teve recuo de 0,2%. Considerando apenas o quarto trimestre, em relação ao trimestre anterior, o aumento foi de 0,7%. Na comparação com o quarto trimestre de 2009, o crescimento foi de 5%. Em 2010, o total de riquezas produzidas pelo país chegou a R$ 3,675 trilhões. O PIB per capita ficou em R$ 19.016. Essa foi a maior alta registrada nos últimos 25 anos, segundo informou o IBGE. A metodologia do instituto, no entanto, mudou em 1996. Por setores, o crescimento no ano foi o seguinte: Agropecuária (6,5%), Indústria (10,1%) e Serviços (5,4%). O Boletim Focus, do Banco Central, indicava avanço de 4,3%. No dia 28/2, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o crescimento estimado para o PIB era de 7,5%. Na análise do quarto trimestre de 2010 sobre o mesmo de 2009, destacaram-se os serviços (4,6%) e a indústria (4,3%). A agropecuária (1,1%) também registraram crescimento.
Investimento
De acordo com o IBGE, a taxa de investimento no ano de 2010 foi de 18,4% do PIB, superior à taxa referente ao ano anterior (16,9%), mas ainda No último trimestre do inferior ao nível pré-crise: em ano, expansão foi de 2008, a taxa de investimento 0,7% sobre trimestre era de 19,1%. Já a taxa de pouanterior. Na comparação pança alcançou 16,5% do PIB com um ano antes, alta contra 14,7% no ano anterior. Fontes: G1 e IBGE ME de 5,0%
mercado empresarial
CLASSE “C” ENCOSTA NOS RICOS
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classe C gastou R$ 147,6 bilhões na Região Sul no ano passado na compra de produtos e contratação de serviços. Somente em alimentos e bebidas foram R$ 30,4 bilhões, o que representou um aumento de 328% em oito anos. O consumo de itens de higiene e beleza cresceu 495%, para R$ 2,8 bilhões, na mesma base de comparação. O volume de gastos da classe média já encosta no das classes A e B, que juntas consumiram o equivalente a R$ 148,2 bilhões no ano passado. Os dados foram obtidos pelo cruzamento de dois estudos do Instituto Data Popular, especializado em monitorar o desempenho da nova classe média. O Sul é a região que tem a maior fatia da população na chamada classe C. Mais da metade dos habitantes dos três estados – 55,3% – estão nessa faixa de renda contra 53% no Sudeste. Em 2002, a proporção era de 47%. O forte avanço dessa classe social, embalado pelo aumento da renda e do emprego, promoveu uma explosão do consumo, mas ele não é semelhante em todas as regiões. Um outro relatório do Data Popular, intitulado “Diferenças e Semelhanças nas Regiões Brasileiras”, com base nos dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revela que a classe média que cresceu no Sul tem um perfil
economia
O consumo das famílias de renda média da Região Sul somou R$ 147,6 bilhões em 2010. Quase o mesmo valor gasto pelas classes A e B juntas de consumo diferente da que se espalhou pelo Norte ou no Nordeste. A nova classe média do Sul é, por exemplo, a mais motorizada no país: 67% das famílias têm automóvel, contra 49% das do Norte e do Centro-Oeste. Ela é a segunda em termos de planos de saúde – 43% das famílias da classe no Sul têm plano, atrás apenas das do Sudeste (50%) – e a que tem a maior proporção de lares (95%) com lavadoras de roupa. Para o economista Fabio Tadeu Araújo, professor da PUC-PR, essa diferença é explicada pelo perfil de renda entre as regiões. “A classe C abrange um grande intervalo de renda, o que tem feito com que alguns consultores já dividam essa classe em C2, para quem está na base, e C1 para quem se aproxima mais da B. O que vemos é que no Sul há um número maior de pessoas que se aproximam do topo da classe C. Já o Nordeste ainda tem um grande número de pessoas que passou há pouco da D para a C”, afirma. No Sul também há uma parcela da população que é classe C há mais tempo. O processo de migração da classe D para a C deve continuar por pelo menos mais 25 anos, projeta Marcio Falcão, consultor do Data Popular. “A questão será saber se o potencial de consumo vai continuar a crescer na proporção que vimos até agora. Esse será o grande desafio para as empresas”, afirma. Estimativas apontam que até 2014 58% da população brasileira vai estar nessa faixa de renda. A classe média mudou o comportamento de consumo nos últimos anos. Passou, por exemplo, a comer mais fora de casa – esse tipo de gasto cresceu 570% em oito anos, para R$ 5,7 bilhões no Sul. E aumentou o número de itens no carrinho do supermercado – de cereal matinal a suco concentrado, passando por sorvetes e novos itens de beleza, como cremes faciais e maquiagem. Agora, apontam analistas, a próxima onda de consumo da classe C vai se dar no setor de serviços. Empresas das áreas de planos de saúde, seguros, escolas particulares e turismo devem ser beneficiadas. A nova etapa deve incluir ainda a troca do automóvel usado e a compra do primeiro imóvel, prevê Araújo. Fonte: Gazeta do Povo/PR ME
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Fascículo
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Saúde e bem-estar
entir-se saudável, e de bem consigo mesmo e com a comunidade da qual você faz parte, são fatores essenciais para quem quer qualidade de vida. Para ter saúde, física e emocionalmente, você precisa fazer a sua parte, adotando um estilo de vida que lhe traga harmonia e equilíbrio. Opte por uma alimentação balanceada, pratique atividades físicas regularmente, faça e cultive amizades, realize exames preventivos, fuja do tabagismo e do consumo excessivo de bebidas alcoólicas e, principalmente, tenha uma atitude positiva diante dos acontecimentos. Neste fascículo, vamos definir o que é saúde e tratar de um dos seus elementos fundamentais, a alimentação.
começam com uma boa
alimentação
O que é
saúde? E
ste é um conceito difícil de definir, pois normalmente as pessoas têm uma ideia do que é saúde pelas sua próprias experiências. Sobre a saúde, há conceitos que foram construídos e modificados ao longo dos anos. Mas nessa área não existe uma única verdade. Afinal, as visões mudam e quem as muda é a própria realidade.
Conceitos centrais:
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define saúde como: o estado de completo bem-estar físico, mental e social e não simplesmente a ausência de doença ou enfermidade. Mas, o que este conceito mostra? • que saúde não significa ausência de doença. Ao desvincularmos a saúde da doença temos grandes mudanças conceituais; • que saúde não se limita apenas ao corpo. Inclui também a mente, as emoções, as relações sociais, a coletividade; • que existe a necessidade do envolvimento de outros setores sociais e da própria economia para que as pessoas possam de fato ter saúde; • a saúde de todos nós, além de ter um caráter individual, também envolve ações das estruturas sociais, incluindo necessariamente as políticas públicas;
“...a saúde deixa locais específicos como os hospitais e centros de saúde para ir para outros lugares como: nossa casa, nossa escola, o ar que respiramos, a água que bebemos, os alimentos que ingerimos...
”
2 Qual o questionamento em relação a esse conceito?
Falar em completo bem-estar, englobando vários fatores da vida das pessoas, é muito mais um ideal do que uma possibilidade real. Será que é possível um completo bem-estar físico, mental e social? O que será que a palavra completo quer dizer? Pois bem, isto foi revisto na Conferência Internacional sobre a Promoção da Saúde, na cidade de Ottawa, em novembro de 1986, onde surgiu o conceito de promoção de saúde.
Constituição Federal: Art. 196 “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para sua promoção, proteção e recuperação.”
O que é promoção à saúde?
É o processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria da sua qualidade de vida e saúde, incluindo maior participação em seu controle. Para atingir um completo bemestar físico, mental e social, os indivíduos e grupos devem saber identificar aspirações, satisfazer necessidades e modificar favoravelmente o meio ambiente. A saúde dever ser vista como um recurso para a vida e não como objetivo de viver. Carta de Ottawa (1986) Muitas coisas importantes mudam a partir desse novo conceito: • a saúde deixa de ser uma utopia e passa a ser uma possibilidade; • a saúde é um processo, isto é, não acontece de um momento para o outro, requer tempo e o envolvimento de várias pessoas; • inclui uma ação nova e fundamental, que é o controle desse processo que passa a ser responsabilidade de todos os/as cidadãos/ãs. Ou seja, o Controle Social. Em 1988, a Constituição Federal do Brasil passou a definir saúde como um direito de todos e um dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos, e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para a sua promoção, proteção e recuperação (Art. 196 e 198).
Aqui, mais uma vez temos avanços:
• A saúde passa a ser um direito e não um favor de algum governo. • O Estado tem o dever de garantir esse direito. • A saúde está diretamente ligada às políticas sociais e às condições econômicas que sustentam essa política. • Propõe-se a democratização no acesso igualitário e universal. Isto quer dizer que todos e todas têm o mesmo direito, independentemente de nossas diferenças. • Trata-se de promoção da saúde, o que garante a prevenção da mesma. Em 1986 aconteceu a 8ª Conferência Nacional de Saúde, que elaborou uma outra definição: “A saúde é a resultante das condições de alimentação, habitação, educação, renda, meio ambiente, trabalho, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse de terra e acesso a serviços de saúde.” Nesta definição, percebe-se
Vo l .
a ênfase nas condições sociais para uma vida digna como condição para a saúde. A partir desta definição, a saúde deixa locais específicos como os hospitais e centros de saúde para ir para outros lugares: nossa casa, nossa escola, o ar que respiramos, a água que bebemos, os alimentos que ingerimos, o salário que recebemos, o que fazemos nas horas de lazer, e na liberdade que temos ou deixamos de ter. É claro que saúde também resulta da responsabilidade que cada pessoa precisa ter com o seu próprio bem-estar. É o que chamamos de auto-cuidado: saber se prevenir, evitar as situações que colocam a saúde em risco, prestar atenção à sua alimentação e higiene, pensar na vida a longo prazo (e não apenas nesse instante). Resumidamente, observe o caminho por onde passou o conceito de saúde: • Eliminação da doença; • Estado de completo bem-estar físico, mental e social; • Construção social; • Desenvolvimento humano integral; • Direito humano fundamental; • Bem público como pré–requisito para o desenvolvimento socioeconômico.
Políticas públicas
• Organização Mundial da Saúde (OMS): o Brasil tem participação fundamental na história da OMS, criada pela Organização das Nações Unidas (ONU), para elevar os padrões mundiais de saúde. A proposta de criação da OMS, em 1948, foi de autoria dos delegados do Brasil, que propuseram o estabelecimento de um “organismo internacional de saúde pública de alcance mundial”. Desde então, Brasil e OMS desenvolvem intensa cooperação. • Conferência Internacional sobre a Promoção da Saúde: entre outras questões, nesta conferência surge o conceito de Promoção da Saúde. Tal evento veio confirmar a definição ampla de saúde e associar à mesma valores como solidariedade, equidade, democracia, cidadania e paz. • Conferência Nacional de Saúde é a instância que reúne delegados eleitos nas Conferências Estaduais de Saúde que tem a função de deliberar sobre a Política Nacional de Saúde. • Constituição Federal: Art. 198 - “As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes: I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo; II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais; III - participação da comunidade. Parágrafo único - O sistema único de saúde será financiado, nos termos do art. 195, com recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes.”
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Alimento,
fonte de vida A alimentação saudável é uma grande aliada para se viver mais e melhor. Entretanto, atualmente vivenciamos uma grande transição alimentar: deixamos de consumir alimentos naturais para sermos bombardeados por alimentos industrializados com conservantes, aromatizantes e até agrotóxicos, aumentando o risco de doenças. A matéria-prima para o nosso organismo funcionar adequadamente são os nutrientes, muitas vezes esquecidos na mesa do dia a dia.
Nutriente é qualquer elemento ou composto químico necessário para o metabolismo de um organismo vivo. Ou seja, são essenciais para o perfeito funcionamento do organismo humano. Assim, todos os que não podem ser sintetizados pelo próprio organismo têm de ser obtidos de fontes externas. Estão divididos em macronutrientes (carboidratos, proteínas e gorduras), necessários em grandes quantidades; e micronutrientes (vitaminas, minerais, água e fibras).
Vo l .
A alimentação saudável não é só salada com peito de frango grelhado. Segundo a nutricionista Cristiane Mara Cedra, de São Paulo, ter uma alimentação saudável significa que precisamos consumir em quantidades adequadas todos os grupos alimentares, ou seja, optar por uma dieta composta de proteínas, carboidratos, gorduras, fibras, cálcio e outros minerais, como também rica em vitaminas – sem abusos e exclusões. Os primeiros guias alimentares datam da última década do século XIX e desde então, vários guias e em diferentes formatos foram propostos para diversos grupos populacionais – informa a nutricionista Daniella Cristina Fernandes da Silva. De Ribeirão Preto. Para facilitar o acesso da população em geral às informações contidas nos guias, referentes a qualidade e quantidade de consumo dos grupos alimentares, uma forma gráfica de representação foi proposta nos EUA em 1992, após extensas pesquisas: a Pirâmide Alimentar, um instrumento de orientação nutricional utilizado por profissionais com objetivo de promover mudanças de hábitos alimentares visando a saúde do indivíduo, assim como a prevenção de doenças.
A Pirâmide Alimentar, um instrumento de orientação nutricional utilizado por profissionais com objetivo de promover mudanças de hábitos alimentares visando a saúde do indivíduo, assim como a prevenção de doenças.
A água é um elemento indispensável ao funcionamento do organismo; a ingestão de, no mínimo, dois litros diariamente é altamente recomendada. Na base da Pirâmide encontramos os carboidratos, que são responsáveis por trazer energia ao nosso corpo. É essencial consumir esse grupo no café da manhã, almoço e jantar. Caso contrário afetará no rendimento e disposição ao longo do dia. Pão, massa, cereais, milho, mandioca, mandioquinha, bolachas, alimentos integrais são exemplos de carboidratos. Sempre devemos preferir os carboidratos complexos que são os alimentos integrais porque além de trazer energia, eles possuem vitaminas, minerais e fibras. As fibras irão ajudar na regulação do intestino, no controle de gorduras ruins no sangue e liberar o açúcar no sangue aos poucos, o que colabora com a prevenção da Diabetes tipo 2. Na segunda linha da Pirâmide encontramos os alimentos reguladores e protetores do organismo. O ideal é 4 a 5 porções de vegetais por dia para evitarmos doenças crônicas e alguns tipos de cânceres. Contamos como 1 porção sendo 1 pires, portanto precisamos de no mínimo 1 prato de salada crua e 1 pires de vegetais cozidos no almoço e no jantar. É muito importante variar as cores dos vegetais. Quanto mais colorida, mais nutritiva será a refeição. Nessa mesma linha temos as frutas. Especialistas recomendam, para pessoas não-diabéticas, o consumo de 3 a 5 porções/ dia. Mas quem vai definir a quantidade exata é uma nutricionista, ao avaliar características individuais de peso, altura, idade e quantidade de atividade física diária. Porção não é igual a fruta inteira. É preciso usar o bom senso. Um mamão papaya, um abacate ou uma manga inteiros não podem ser considerados 1 porção. Metade é o ideal. Quanto às frutas grandes como melão e melancia, deve-se pensar em fatias: 1 fatia razoável é uma porção. Frutas pequenas como morangos, uvas, somente meia dúzia. Saladas de frutas, um potinho! E atenção: frutas contêm açúcares naturais, não há necessidade de adoçá-las mais.
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Há outras opções para realçar o sabor dos alimentos, como as ervas aromáticas: alecrim, orégano, açafrão, cominho e tomilho. Os sucos contam como fruta, excluindo-se os mais facilmente diluídos, como limão e maracujá, que são super diluídos. Na terceira linha da pirâmide alimentar encontramos as proteínas que são importantes para a constituição dos nossos tecidos. Precisamos 2 porções de carnes ao longo do dia. Devemos escolher de 2 a 4 porções de carnes vermelhas na semana, 2 de peixes, o frango de preferência o peito, e o ovo podemos consumir de 3 a 4 unidades na semana. Em relação ao grupo dos leites e derivados precisamos de 3 porções por dia, não podendo ser consumido no almoço e jantar. Em relação à proteína vegetal precisamos de 1 a 2 porções por dia, que pode ser o feijão ou a soja ou a lentilha ou o grão de bico, por exemplo. No topo da pirâmide encontramos as gorduras. Precisamos de 1 a 2 porções por dia. As gorduras são importante por serem precursoras dos nossos hormônios, protegerem o corpo contra choques mecânicos e controlarem a temperatura do nosso organismo As gorduras são de diferentes tipos, e podem ou não ser prejudiciais à saúde, dependendo do tipo de alimento. A gordura saturada está presente em alimentos de origem animal, e seu consumo deve ser moderado. As gorduras trans, obtidas pelo processo de industrialização dos alimentos, a partir da hidrogenação de óleos
vegetais, são prejudiciais à saúde. O consumo excessivo deste tipo de alimento pode acarretar doenças cardiovasculares, excesso de peso, obesidade, entre outras. As gorduras insaturadas, presentes nos óleos vegetais, não causam problemas de saúde, exceto se forem consumidas exageradamente. São fontes de ácidos graxos essenciais, ou seja, podem ser produzidos pelo organismo, sendo assim necessárias para a manutenção da saúde. O colesterol é uma gordura que está presente apenas em alimentos de origem animal, e é componente estrutural de algumas partes do organismo humano, sendo ele capaz de sintetizar o suficiente para cobrir as necessidades metabólicas, não sendo indicado o consumo desse composto. O alto consumo deste pode acarretar doenças cardiovasculares.
Cuidados: mais água e menos sal e açúcar
A água é um elemento indispensável ao funcionamento do organismo; a ingestão de, no mínimo, dois litros diariamente é altamente recomendada. Ela desempenha papel fundamental na regulação de muitas funções vitais do organismo, incluindo regulação da temperatura, transporte de nutrientes e eliminação de substâncias tóxicas. Os especialistas recomendam cuidado com a adição de sal (cloreto de sódio) nos alimentos, pois o excesso é prejudicial à saúde. Atenção redobrada em relação aos temperos e molhos prontos, caldos concentrados, salgadinhos, entre outros. Há outras opções para realçar o sabor dos alimentos, como as ervas aromáticas: alecrim, orégano, açafrão, cominho e tomilho. O consumo exagerado de açúcar também deve ser evitado. Uma opção são os adoçantes naturais como o extrato de agave, que possui baixo índice glicêmico, ou seja, é absorvido lentamente pelo organismo, além de conter minerais, como ferro, cálcio, potássio e magnésio.
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Dieta
Mediterrânica, patrimônio cultural da humanidade
De acordo com a Oldways Preservation & Exchange Trust, uma reconhecida organização sem fins comerciais que realiza estudos sobre ciência nutricional e alimentação saudável, o conceito de dieta mediterrânica foi introduzido em 1993 pela Oldways, pela Escola de Saúde Pública de Harvard e pela Organização Mundial de Saúde. Baseia-se num conjunto de tradições alimentares de países do Mediterrâneo, como a Grécia, Itália e Espanha. Esta dieta inclui, essencialmente: • Azeitonas e azeite • Grãos inteiros, especialmente em pães e cereais em vez de massas • Muito pouca carne vermelha • Peixe e mariscos • Queijos, mas pouco leite • Bastantes vegetais • Legumes e frutos secos • Vinho tinto As pessoas que vivem nesta área tendem a comer alimentos ricos em gordura, mas também têm uma incidência menor em doenças cardiovasculares e cancros que em outras partes do mundo. Este fato não é comum, já que as dietas ricas em gorduras estão normalmente relacionadas com maiores índices de morte provocados por doenças de origem alimentar. Esta diferença pode estar relacionada com o uso praticamente exclusivo de azeite em detrimento de outros tipos de gordura. O azeite é uma gordura monoinsaturada, que ajuda a manter as artérias saudáveis. Contudo, esta diferença deve-se à dieta como um todo e à sua complexidade nutricional, e não apenas ao uso de azeite. A dieta mediterrânica é também muito rica em fibras e antioxidantes derivados de vegetais, legumes e frutos secos - muito mais rica que a típica dieta ocidental (USA) - e pobre em gorduras saturadas. Consome-se muito pouca carne vermelha e leite, exceto em queijos e iogurtes. A base da pirâmide é formada por alimentos como pão, cereais, massas, batatas e arroz. Frutas, legumes, vegetais e frutos
secos são outra parte importante da sua dieta diária, juntamente com pequenas quantidades de queijo, iogurte e azeite. Aves, peixe e ovos são consumidos numa base semanal e a carne vermelha apenas uma vez por mês. Sugere-se ainda que se deve beber seis copos de água por dia, juntamente com um consumo moderado de vinho tinto. A dieta mediterrânica permite até um doce por semana.
Identidade e continuidade
O Comitê Intergovernamental da UNESCO decidiu incluir a Dieta Mediterrânica na lista do Patrimônio Cultural da Humanidade. A candidatura foi apresentada em conjunto por Espanha, Itália, Grécia e Marrocos, mas promovida a princípio pelo Ministério da Agricultura espanhol e pela Fundação Dieta Mediterrânica. A Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) considerou que a Dieta Mediterrânica é um patrimônio mundial cultural imaterial que se transmite de geração em geração, como uma expressão. Para a UNESCO, esta dieta usa o conhecimento reinventado constantemente pelas comunidades e os grupos em função do seu ambiente, interagindo com a natureza e a história e incutindo um sentimento de identidade e continuidade, para além de contribuir para promover e respeitar a diversidade cultural e a criatividade humana. Fontes: Ministério da Saúde (Curso Atitude Saúde); ANutricionista. Com - Cristiane Mara Cedra - CRN3 19470 - Nutricionista em São Paulo/SP e Daniella Cristina Fernandes da Silva – Nutricionista em Ribeirão Preto/SP; Portais Alimentação Saudável e Agrodigital.
Próximo Módulo:
Atividade física
CURSOS CURSOSCIESP/FIESP CIESP/FIESP2010 2010 O CIESP OO CIESP CIESP – Centro –– Centro Centro dasdas das Indústrias Indústrias Indústrias do Estado do do Estado Estado de São de de São São Paulo Paulo Paulo desenvolve desenvolve desenvolve regularmente regularmente regularmente programas programas programas de cursos, de de cursos, cursos, seminários seminários seminários e palestras ee palestras palestras comcom com formatos formatos formatos diferenciados diferenciados diferenciados de capacitação de de capacitação capacitação para para para seus seus seus associados. associados. associados.
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Administração Ï Ï Administração Administração Geral Geral Geral Comércio Comércio Exterior Exterior Exterior Ï Ï Comércio Compras Compras Ï Ï Compras Custos Custos Ï Ï Custos
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Finanças Ï Ï Finanças Finanças Logística Logística Ï Ï Logística Marketing Marketing Ï Ï Marketing Produção Produção Ï Ï Produção
Cursos Cursos Cursos Abertos Abertos Abertos Ministrados Ministrados Ministrados por profi por porprofi ssionais profissionais ssionais especializados, especializados, especializados, são são realizados sãorealizados realizados no Edifício no noEdifício Edifício SedeSede Sede e nas eenas 42 nas Diretorias 42 42Diretorias Diretorias do CIESP. do doCIESP. CIESP.
Cursos Cursos Cursos Especiais Especiais Especiais Voltado Voltado Voltado parapara para os empresários os osempresários empresários e ee dirigentes, dirigentes, dirigentes, são realizados são sãorealizados realizados em parceria em emparceria parceria comcom com Universidades Universidades Universidades e/oue/ou e/ou Instituto Instituto Instituto de de de Ensino Ensino Ensino Superior. Superior. Superior.
Cursos Cursos Cursos Modulares Modulares Modulares Programas Programas Programas divididos divididos divididos em módulos, em emmódulos, módulos, realizados realizados realizados quinzenalmente, quinzenalmente, quinzenalmente, às sextas às àssextas sextas e sábados. eesábados. sábados.
Cursos Cursos Cursos In Company In InCompany Company Programas Programas Programas dirigidos dirigidos dirigidos e formatados eeformatados formatados de acordo de deacordo acordo comcom com as necessidades as asnecessidades necessidades da empresa. da daempresa. empresa.
A indústria AAindústria indústria a serviço aaserviço serviço do Brasil do doBrasil Brasil Centro Centro Centro das Indústrias das das Indústrias Indústrias do Estado do do Estado Estado de São de de Paulo São São Paulo Paulo - CIESP -- CIESP CIESP Av. Paulista, Av. Av.Paulista, Paulista, 13131313 1313 - 12º--andar 12º 12ºandar andar - São--Paulo/SP São SãoPaulo/SP Paulo/SP Tel.: 11 Tel.: Tel.: 3549-3258/3233/3288 11 113549-3258/3233/3288 3549-3258/3233/3288 - Fax:--Fax: 11 Fax: 3251-2625 11 113251-2625 3251-2625 - e-mail: --e-mail: e-mail: cursos@ciesp.org.br cursos@ciesp.org.br cursos@ciesp.org.br www.ciesp.com.br www.ciesp.com.br www.ciesp.com.br | www.fi ||www.fi www.fi esp.com.br esp.com.br esp.com.br www.ciesp.com.br/redessociais www.ciesp.com.br/redessociais www.ciesp.com.br/redessociais - www.fi --www.fi www.fi esp.com.br/redessociais esp.com.br/redessociais esp.com.br/redessociais
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legislação
Só SE O IBAMA
LIBERAR...
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urante oito anos, Carlos Alberto tituir o vidro ou o alumínio. Rodrigues Anjos, professor da A reciclagem no Brasil hoje Pesquisa de oito anos Unicamp, trabalhou para desené de pelo menos 50% (dos para criar embalagem volver uma embalagem PET que supormateriais). É um grande núPET para cerveja pode tasse altas temperaturas, para embalar mero. Há uma lei agora de estar perdida cerveja. Em 2006, finalizou seus estudos resíduos sólidos que obriga e, desde então, algumas cervejarias de municípios e empresas a criapequeno porte adotaram o produto. rem programas de proteção Agora, tudo pode estar perdido. Uma decisão ambiental. Se a empresa provar que não está recente da Justiça condicionou a produção das gerando impacto ambiental, não tem como o garrafas à liberação do Ibama, invocando o Ibama proibir (o engarrafamento e venda de risco de possíveis danos ambientais. As ações produtos em PETs). partiram do Ministério Público Federal e foram julgadas separadamente em dezembro Em grandes eventos, como no carnaval de de 2009 e julho de 2010. Cabem recurso às Salvador ou na virada de ano, o lixo nas duas sentenças. praias não pode aumentar ainda mais com O estudioso critica a decisão, por en- as PETs? Isso acontece com todo o tipo de material tender que não cabe ao Ibama fiscalizar algo que já é permitido por lei. Confira plástico. Não é só o caso da cerveja. Ninguém reclama da enorme quantidade de PETs de a entrevista dele ao portal Terra. refrigerante e de óleo que utilizam esse tipo Como o senhor avalia a decisão da material. No Brasil, são usados 1 milhão de detergentes diariamente, que também adotam Justiça? O Ibama não tem como proibir, o plástico, e ninguém fala nada. Para mim, isso já que pela lei podemos usar esse tipo parece mais um problema de concorrência de de embalagem. O que acontece é um mercado mesmo. problema de mercado, pois o plástico é um material que pode ser produzido Quais as vantagens da PET em relação à dentro das próprias cervejarias. Não é lata atual? A PET para grandes festas é a melhor preciso comprá-lo, como acontece com alumínio e vidro. Então, as pequenas opção, já que possibilita, ao contrário da empresas que produzem cerveja come- latinha, tampá-la. Na Copa do Mundo este ano, na África, estavam vendendo cerveja çaram a usar. justamente nesse tipo de embalagem devido Se o plástico demora mais tempo à segurança. Ela é leve e não oferece perigo para se decompor, não pode ser uma algum de ferimento. O alumínio é um material cortante. furada a garrafa PET de cerveja? A garrafa PET em cerveja veio Fonte: Terra ME mais ser uma opção, e não para subs-
raio x
mercado empresarial
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as EMbalagEns FlExívEIs
EM RITMO DE cREScIMENTO *Alfredo Schimitt
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ntre as várias preocupações que têm chamado a atenção da indústria brasileira de embalagens plásticas flexíveis, sem dúvida os diferenciais para ganho de competitividade e a nova configuração da indústria petroquímica no país e no mundo, merecem maior destaque. Em uma rápida radiografia do mercado de resinas no Brasil, Chile e Argentina fica claro que ainda há excedentes importantes de resinas na região (quase 1 milhão de toneladas em 2010) que serão absorvidos até 2013 – 2014. Isto leva a uma urgência de novos projetos ou de projetos de ampliação dessa capacidade. Especificamente sobre os rumos de nossa indústria nos países ABC, pesquisas feitas para a ABIEF mostram que proporcionalmente o Chile é o país que mais produz e exporta, mas também é o que mais importa; a Argentina tem um mercado relevante, concentrado em uma região relativamente pequena, e que vem atraindo importantes investimentos; e o Brasil é o maior mercado, mas é o que menos produz e consome na proporção da população e o que menos exporta na relação com a produção local. E para alavancar esta demanda é fundamental estar atento às tendências de consumo, inclusive as internacionais, que direta ou indiretamente, acabam chegando às gôndolas brasileiras. Como as empresas de bens de consumo também estão cada vez maiores, elas exercem cada vez mais pressão sobre os preços das embalagens. A solução da redução de espessura dos filmes, que vem sendo dada há alguns anos, está chegando ao seu limite. Assim, só mesmo o conhecimento dos novos hábitos do consumidor, posturas sustentáveis, embalagens funcionais, embalagens específicas para produtos marca própria e
“...e o Brasil é o maior mercado, mas é o que menos produz e consome na proporção da população e o que menos exporta na relação com a produção local.”
custos competitivos poderão garantir o desenvolvimento saudável de nossas empresas. Mas em meio a esta “briga” pela manutenção de mercados e conquista de novos, é preciso estar atento à relação de nossos produtos com o meio ambiente. Há muito a ABIEF defende o consumo responsável como a chave para a questão. Nesta linha, o conceito de “upcycle” também vem bem a calhar. Coletar produtos e embalagens e transformá-los em produtos diferenciados já é factível. Enfim, estes não são desafios específicos da indústria de embalagens plásticas flexíveis; eles dizem respeito a toda a cadeia do plástico e toda ação positiva ajudará na valorização desta cadeia. Ao reunirmos todos os elos do setor produtivo do plástico em um fórum único de discussões e ações, impomos um ritmo novo - e moderno - a este negócio. O ritmo do crescimento sustentável e do reconhecimento incondicional ME
alfredo schmitt é empresário e Presidente da ABIEF ( Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis) e do Sinplast (Sindicato das Indústrias de Materiais Plásticos do Estado do Rio Grande do Sul).
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meio ambiente
PLÁSTIcO NÃO quER SER O
grandE vIlão do MEIo aMbIEntE
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ara grande parte da sociedade, o plástico é o grande vilão do meio ambiente. É exatamente essa imagem que a indústria quer apagar, mas enfrenta dificuldade nessa empreitada. Segundo José Ricardo Roriz Coelho, presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast) e da Vitopel, uma das maiores fabricantes mundiais de filmes flexíveis, o obstáculo para aumentar a reciclagem de materiais plásticos está na separação dos resíduos e na transformação e recuperação desse material numa atividade econômica viável. Segundo o Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre), associação empresarial dedicada à promoção da reciclagem e gestão integrada do lixo, a participação do plástico na composição da coleta seletiva dos resíduos sólidos é de 22% do total. Em 2007, último ano do levantamento realizado pela Abiplast, foi reciclado um volume A indústria quer apagar de 960 mil toneladas de plástico, com essa imagem, mas crescimento de 9% ao ano. Isso é pouco, enfrenta dificuldades pelo menos em relação ao panorama atual da indústria brasileira de plásticos, composta por 11.520 empresas e perto de 320 mil empregados – segundo o jornal Valor. A produção do setor está em torno de 5,1 milhões de toneladas de transformados plásticos, com o consumo aparente (inclui produção local, importações menos as exportações) chegando a 5,2 milhões de toneladas. O faturamento bruto do setor em 2009 atingiu R$ 35,9 bilhões. O volume de plástico que pode ser reciclado, excetuando o PVC-Poli (Cloreto de Vinila), que vai para a construção
civil, segundo Coelho, é de aproximadamente 4 milhões de toneladas. E apenas um quarto desse total está sendo reciclado hoje. “Nosso desafio é aumentar cada vez mais o aproveitamento do lixo plástico e explorar essa riqueza que todo o dia é descartada”, diz. “A Política Nacional de Resíduos Sólidos de certa forma vai ajudar a impulsionar esse crescimento, com a obrigatoriedade de recuperação de um volume cada vez maior de plástico, avalia Coelho. “Ou seja, isso vai acabar criando escala de produção para as empresas recicladoras, estimulando o desenvolvimento de novas demandas para o produto reciclado”, indica ele. São 564 empresas de recuperação de material plástico ativas no país (26,9% em SP), que proporcionam 6,4 mil empregos diretos e uma receita de R$ 1,8 bilhão (dados de 2007). Mais de 50% das embalagens PET, por exemplo, já são reciclados no Brasil. O setor também recicla 21,2% do total de plásticos rígidos e filmes, algo como 326 mil toneladas por ano. Nesse campo, a Vitopel tem obtido excelentes resultados, informa Roriz Coelho, presidente da empresa. “Produzimos diferentes tipos de filmes flexíveis com tecnologia BOPP (metalizado, mate e transparente) aplicados em rótulos, embalagens de biscoitos, salgadinhos, pet food, na indústria gráfica, entre outros”, diz ele ME
mercado empresarial
meio ambiente
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FABRIcANTE DE LAMINADOS
dE pvc InvEstE na rEcIclagEM
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sustentável, promovendo a qualidade A Vulcan está iniciando de vida da população, a preservação amum projeto para biental e a economia de recursos naturais recolher os rejeitos e insumos de sua cadeia produtiva. O PVC é o único plástico que não é 100% produzidos pelos derivado do petróleo, já que 57% de seu clientes, como é o caso peso têm como matéria-prima o sal maridas indústrias nho, um recurso inesgotável na natureza. farmacêutica e Adicione-se a isso o fato de que o Brasil automobiliística detém tecnologia de ponta para substituir os 43% de petróleo que o compõe por cana-de-açúcar, ou seja – o PVC 100% derivado de recursos naturais inesgotáveis. Outro aspecto que mostra a sustentabilidade do PVC é o fato de ser 100% reciclável. Os índices de reciclagem do PVC beiram os 20% no Brasil. A indústria, por sua vez, está fazendo sua parte, desenvolvendo soluções e tecnologias que ajudem neste equilíbrio, conscientizando-se de que os processos de melhorias dependem de um todo. “A cadeia produtiva do PVC, por exemplo, tem dado sua contribuição para o Desenvolvimento Sustentável e tecnológico do Brasil, pois queremos que o País tenha cada vez mais indústrias e energia limpas, serviços competentes, utilização de recursos naturais com tecnologia e sustentabilidade.” ressalta Miguel Bahiense, presidente do Instituto do PVC. Fonte: Instituto do PVC ME
Foto: Gustavo Stephan
fabricante carioca de laminados de plásticos, Vulcan, deu um novo passo rumo aos seus compromissos voltados à sustentabilidade. Além de reciclar 100% das aparas de laminados do próprio processo industrial, a empresa está iniciando um projeto para recolher os rejeitos produzidos pelos clientes, como é o caso das indústrias farmacêutica e automobilística. Com essa iniciativa, a Vulcan entrou para o rol de empresas que estão realizando ações de logística reversa, atividade defendida pela Política Nacional de Resíduos Sólidos. Com essa atitude, as empresas recolhem e destinam os resíduos de produção derivados de seus produtos, usados como matérias primas por outros segmentos da indústria brasileira. Hoje, a empresa vende, por exemplo, bobinas de PVC para a indústria farmacêutica, que as utiliza para produzir embalagens de medicamentos. A idéia é recolher a sobra de plástico dessa atividade e levá-lo para a usina de reciclagem instalada dentro da fábrica da Vulcan em Irajá, Rio de Janeiro, que tem capacidade de processamento de 200 toneladas de rejeitos por mês, dando origem a uma nova linha de produtos a partir da reciclagem. O Instituto do PVC, representante da cadeia produtiva do PVC, apoia ações como esta, que contribuem com o tripé do desenvolvimento
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meio ambiente
LEVPET: NOVO SERVIçO
da abIpEt aMplIará a colEta dE EMbalagEns
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Associação Brasileira da Indústria do PET (Abipet) lança um novo serviço que vai contribuir para ampliar a coleta de embalagens de PET pós-consumo e melhorar ainda mais a posição que o Brasil já ocupa entre os maiores recicladores do material no mundo. Disponível pela Internet, o LevPet, que pode ser acessado a partir do endereço www.levpet.org.br ou pelo próprio site da entidade (www.abipet.org.br), fornece a localização exata dos pontos onde é possível fazer o descarte correto do PET. O novo serviço da Abipet utiliza o sistema Google Maps, para fornecer uma lista de Pontos de Entrega Voluntária (PEVs), cooperativa de catadores, postos de coleta, comerciantes de recicláveis, ONGs, entidades assistenciais e recicladores que recebem o material reciclado de forma pulverizada nas cidades. Para encontrar o local mais Pela internet, próximo, basta a digitação do número consumidores poderão do CEP.
saber qual é o ponto de destinação mais próximo
cadastro colaborativo
Com o novo serviço, a Abipet reforça a sua atuação para viabilizar o retorno dos materiais para a reciclagem. Também
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inova no sentido de permitir o crescimento da rede de coleta e de aperfeiçoar a atualização dos pontos de coleta que eram, até agora, uma das grandes dificuldades desses sistemas. O banco de dados do LevPet é composto por informações de pesquisa da própria Abipet e seus associados, outras associações, empresas, prefeituras e redes do varejo, que permitiram a inauguração do sistema com quase mil pontos de coleta espalhados por todo o país. Além disso, seu conteúdo terá caráter colaborativo: poderá ser ampliado e/ou atualizado a partir de informações enviadas pelos próprios usuários. Para isso, o sistema oferece um campo específico para envio de mensagens que serão checadas pela Abipet antes de ficarem disponíveis para o público. “Com o lançamento do LevPet, a indústria se antecipa à regulamentação da Política Nacional de Resíduos Sólidos e coloca à disposição da população um serviço que facilitará o descarte adequado e, consequentemente, ampliará o reaproveitamento de embalagens pós-consumo”, afirma Auri Marçon, presidente da Abipet. Com a ferramenta, a Abipet oferece um serviço confiável e prático para os usuários que desejam contribuir para a defesa do meio ambiente. “Trata-se de mais uma demonstração do comprometimento do setor com a preservação do meio ambiente. Além disso, colabora para resolver o grande entrave que dificulta a ampliação da reciclagem em nossa indústria: a falta de um sistema público abrangente de coleta seletiva”, conclui o presidente da Abipet ME
o lIxo boM E
O LIXO RuIM
Foto: Divulgação
Brasil é hoje um dos países do mundo que mais reciclam material. Na transformação de latas de alumínio, o país é recordista. A notícia é boa, mas, se todos contribuíssem para a coleta seletiva, seria muito melhor. Um bom começo é a correta separação do lixo doméstico. A forma mais simples de fazer isso é isolar os detritos secos dos molhados. O lixo seco consiste, sobretudo, em embalagens, papéis, revistas e jornais. O lixo úmido ou orgânico é basicamente composto pelos restos de alimentos e folhas. No entanto, se a região onde você mora realiza uma coleta mais seletiva do lixo, veja na tabela abaixo o que deve ser separado e o que deve ser encaminhado para o lixo comum. Mas atenção: evite a contaminação. Conheça o material que Se uma embalagem plástica, por exemplo, entrar em contato com óleos, graxas, colantes, solventes deve ou não ser separaetc., deixa de ser reciclável. A correta separação do para reciclagem do material é muito importante. Conheça o material que deve ou não ser separado para reciclagem:
meio ambiente
mercado empresarial
AVANÇO TECNOLÓGICO NO
COMBATE AO EFEITO ESTUFA
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Bayer está tomando um novo rumo na produção de plásticos de alta qualidade, com a ajuda do dióxido de carbono (CO2) produzido em plantas de geração de energia. Uma planta piloto entrou em funcionamento no Chempark Leverkusen, na Alemanha, para experimentar um novo processo em escala técnica. A planta produz um precursor químico no qual o CO2 é incorporado e, em seguida, transformado em poliuretanos que são usados em muitos objetos de uso quotidiano. Como resultado, o CO2 – um gás residual e que contribui significativamente para a mudança climática – agora pode ser reciclado e utilizado como matéria-prima e substituto do petróleo. O processo inovador é resultado do projeto “Dream Production”, uma colaboração entre a indústria e o setor científico. A Bayer está trabalhando neste projeto juntamente com a empresa de energia RWE, que fornece o CO2 utilizado no processo. Outros parceiros do projeto são a RWTH Aachen University e o Centro Catalítico CAT, o qual é dirigido conjuntamente pela universidade e pela Bayer. Os pesquisadores recentemente obtiveram um avanço na tecnologia catalítica em escala laboratorial, o que torna possível utilizar o CO2 de forma eficiente, pela primeira vez. O novo processo ajuda a aumentar a sustentabi-
lidade de várias maneiras diferentes. Por exemplo, o dióxido de carbono Bayer inicia planta pode oferecer uma alternativa ao piloto para produção de petróleo, que até agora tem sido a polímeros a partir do principal fonte do elemento-chave gás carbônico “carbono” para o setor químico. Os poliuretanos também contribuem para reduzir o consumo de energia e proteger o clima. Quando usado no isolamento de edifícios contra o frio e calor, eles podem economizar cerca de 70 vezes mais energia do que aquela que é utilizada na sua produção. O estado da Renânia do Norte-Westfália está apoiando, juntamente com a Bayer, o Centro Catalítico CAT. O projeto “Dream Production” está recebendo verbas federais no valor de cerca de 5 milhões de euros. Incluindo o investimento da Bayer e da RWE, o orçamento total aumenta para cerca de 9 milhões de euros. Se a fase de testes for bem sucedida, a produção industrial de plásticos a partir de CO2 deve começar em 2015. Segundo o Secretário de Estado Parlamentar Thomas Rachel, do Ministério Federal Alemão de Educação e Pesquisa, trata-se de uma abordagem “revolucionária” que poderia mudar completamente o modo como nós vemos CO2. “O debate sobre a mudança climática tem retratado o CO2 como o vilão da estória, aos olhos do público. Agora estamos apoiando a investigação sobre soluções alternativas que poderiam fazer um bom uso do CO2 como matéria-prima.“
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ESTAÇÃO CIENTÍFICA DA MARINHA do brasil utiliza sistema construtivo concreto/PVC
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aracterísticas como ótima durabilidade, alta resistência e versatilidade, são essenciais em produtos que serão utilizados em condições ambientais extremas como exposição a intempéries, ação de maresia, entre outros. Por apresentar todas as características necessárias, além de se adequar à logística disponível, o sistema construtivo concreto/PVC foi o escolhido pela arquiteta Cristina Engel de Alvarez para a construção de uma estação científica na Ilha da Trindade, localizada no Oceano Atlântico a 1.140 quilômetros de Vitória (ES). Trata-se de um sistema constituído por perfis de PVC autoencaixáveis preenchidos com concreto e aço. A estação científica da Ilha da Trindade tem como principal objetivo abrigar os pesquisadores que realizam trabalhos científicos em diferentes áreas e que devem permanecer Trata-se de um sistema na ilha por cerca de dois meses, período constituído por perfis no qual os navios da Marinha realizam a de PVC autoencaixáveis troca de equipes. Os pesquisadores são preenchidos com oriundos de vários locais do Brasil e deconcreto e aço senvolvem pesquisas principalmente nas áreas de geologia, biologia, oceanografia e ciências atmosféricas. Considerando estas características, a estação foi desenvolvida levando em conta as diferentes necessidades, buscando criar ambientes confortáveis e locais específicos para o desenvolvimento dos trabalhos. A edificação é composta por dois camarotes para quatro pessoas cada um e dois sanitários (masculino e feminino), cozinha, sala de estar, depósito e dois laboratórios (seco e úmido) bem como amplo avarandado na parte frontal. Segundo Cristina, o PVC se apresenta como o principal material construtivo, como resposta às condições locais. “Características como resistência às intempéries, à ação
de fungos, bactérias, insetos e roedores, baixo custo de manutenção, possibilidade de préfabricação e relação custo-benefício adequados, colocaram o PVC como a primeira opção neste caso”, afirmou a arquiteta. E completa: ”além disso, o produto é atóxico e auto extinguível, não propagando chamas em caso de incêndio, fatores importantes, principalmente em locais mais isolados como na Ilha”. “É importante ressaltar que está sendo desenvolvida uma pesquisa específica de acompanhamento do desempenho do PVC e os usuários da Estação – os pesquisadores – serão os principais elementos que auxiliarão nessa avaliação através de respostas a um questionário que abordará desde o conforto (térmico, acústico, lumínico, ergonômico e psicológico) até as facilidades ou dificuldades de manutenção. Além disso, serão realizados testes relacionados à qualidade interna do ar na construção”, lembra a arquiteta. Segundo Carlos Eduardo Torres, diretor geral da Royal do Brasil, fabricante dos perfis de PVC utilizado na construção da estação, a vantagem é a simplicidade na montagem, já que se consegue uma produtividade das mais altas já vistas na construção. Ele também enumera as vantagens ambientais do produto: redução de entulho de até 97%, economia de água na construção de até 73%, economia de energia na obra de cerca de 50%, ganhos de área construída de aproximadamente 7%. “Além disso, trata-se de uma tecnologia que quando corretamente especificada pode ajudar nos níveis de isolamento
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térmico e acústico, assim como pode contribuir para a diminuição do consumo de energia no uso da moradia”, afirma o executivo.
BAyER MATERIALScIENcE E PARcEIROS dEsEnvolvEM nanoEspuMas dE polIurEtano para IsolaMEnto térMIco Foto: Divulgação
base na antártica
Cristina Engel de Alvarez já havia tido experiência com PVC em locais com características peculiares, no projeto da base brasileira na Antártica conhecida como Estação Comandante Ferraz, na qual as esquadrias aplicadas são de PVC. “Essa decisão foi em função de ter sido constatado, em uma janela de um pequeno refúgio instalado afastado da Estação Ferraz, que a esquadria de PVC se mantinha intacta, mesmo sem qualquer procedimento de manutenção”, conta a arquiteta. Alvarez acredita que quando alguns aspectos relacionados à qualidade na construção civil começarem a tornar-se obrigatórios, os materiais e técnicas construtivas tradicionais tenderão a ser substituídos por novos produtos e processos, mais eficientes, de menor manutenção e de maior vida útil, como o PVC. Miguel Bahiense Neto, presidente do Instituto do PVC, concorda com Alvarez. “O PVC possui características e propriedades que o tornam ideal para ser utilizado na construção civil e arquitetura. Além de ser leve, resistente, impermeável e de não propagar chamas, ele permite a redução de troca de calor em ambientes, possibilitando a redução de consumo de energia por aquecedores e ar condicionados, atualmente itens chave para a arquitetura sustentável”, completa o executivo. Fonte: Instituto do PVC ME
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ayer MaterialScience está traNanoespumas dobram o balhando no desenvolvimento desempenho de de nanoespumas de poliuretaisolamento e reduzem o no que podem levar a um salto no consumo de energia desempenho de isolamentos térmicos daqui há alguns anos. A empresa está focalizando seus esforços em microemulsões, que reagem sob condições supercríticas (Princípio da Expansão Supercrítica de Microemulsões, POSME) para formar espumas rígidas de poliuretanos. O objetivo é produzir espumas rígidas com tamanho de poro inferior a 150 nanômetros de diâmetro. “Nanoespumas deste tipo alcançam o dobro do desempenho de isolamento térmico em relação às espumas de poliuretano
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atuais, significando que elas poderão, por exemplo, reduzir significativamente o consumo de energia de equipamentos de refrigeração e, por sua vez, gerar uma contribuição importante para a redução das emissões de CO2. Além disso, as paredes desses equipamentos poderão ser mais finas, resultando em mais espaço para armazenamento dos objetos refrigerados”, explica Dr. Stefan Lindner, um especialista em espumas rígidas de poliuretano da Bayer MaterialScience. A empresa está se associando neste projeto de pesquisa com o Prof. Reinhard Strey do Instituto de Físico-Química da Universidade de Colônia, o qual já depositou uma patente referente ao processo POSME. Como parte da cooperação, o seu grupo de pesquisa está engajado na otimização das características das microemulsões. O desempenho de isolamento térmico de uma espuma rígida de poliuretano depende basicamente do tamanho dos poros da espuma. Quanto menor o diâmetro, menor será a condutividade térmica e melhor será o efeito de isolamento. As espumas rígidas de poliuretano de hoje tem tamanho de poros de aproximadamente 150 micrômetros, tamanho este que é aproximadamente 1000 vezes maior que o das nanoespumas planejadas para o futuro. Para sintetizar uma nanoespuma usando o método POSME, dióxido de carbono e as matérias primas líquidas do poliuretano (poliol e isocianato) são misturados com a ajuda de surfactantes especiais, a uma pressão de 200 bar, para formar uma microemulsão consistindo de gotas na escala de nanômetros, preenchidas com CO2 e encapsuladas em surfactantes. A pressão é então reduzida, fazendo com que o CO2 se expanda e transformando as gotas em bolhas, ainda na escala dos nanômetros. Ao mesmo tempo, as matérias primas de poliuretano reagem para formar uma rede de polímeros tridimensionais, que é a espuma de poliuretano rígida. “Um dos desafios mais intrigantes que nós enfrentamos é como otimizar a coordenação da reação das matérias primas do poliuretano com a expansão das bolhas de CO2 através de um ajuste fino dos parâmetros de processo, de modo que se produzam nanoporos no diâmetro desejado” explicou o Sr. Lindner. “Não é uma tarefa fácil,” complementa Dr. Wolfgang Friederichs, líder global de pesquisa de produtos na Bayer MaterialScience. “É provável que ainda sejam necessários vários anos adicionais de trabalho até que estes desafios sejam superados.” ME
SISTEMA DESSALINIZA
água do Mar usando EnErgIa rEnovávEl
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m sistema mecânico capaz de transformar a água do mar em água potável utilizando energia renovável acaba de ser desenvolvido na Escola Politécnica (Poli) da USP. O equipamento poderá atender a necessidade de países como Cabo Verde, na África, onde a água potável não é um recurso tão abundante. O projeto é de autoria do engenheiro Juvenal Rocha Dias, cidadão caboverdiano, que efetuou os cálculos e medições para o trabalho durante suas pesquisas de mestrado e doutorado na Poli. A ideia surgiu justamente pela observação das necessidades de seu país de origem. Segundo Dias, já é possível que os governos de países menos desenvolvidos pensem numa alternativa menos custosa que a técnica mais comum de dessalinização, que funciona com energia elétrica obtida a partir da queima de combustível fóssil, como o diesel. A nova alternativa propõe ser menos nociva ao meio ambiente e pode custar menos ao poder público, no que diz respeito aos gastos com a compra de combustíveis derivados do petróleo.
coluna de dessalinização
O sistema denominado “coluna de dessalinização” funciona basicamente como um filtro, utilizando energia eólica - fornecida pelos ventos - provinda de cata-ventos ou turbinas eólicas, e energia potencial gravitacional, que existe por conta da força da gravidade, relacionada à massa dos corpos e à altura da qual se encontram. Dias explica que o processo de dessalinização se inicia com o bombeamento de água salgada para a parte superior de uma coluna, em formato cilíndrico, onde há um reservatório. O peso dessa água impulsiona um êmbolo que pressiona o ar contido em uma
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Imagem: Juvenal Rocha Dias/Ag.USP A membrana é o filtro do sistema, que compõe o método conhecido como “osmose reversa.” Assim, a água, antes salgada, passa pela coluna, é filtrada e transformada em água potável.
câmara inferior do sistema. Esse ar exerce uma força sobre outro reservatório. A água contida nele é pressionada e passa por uma espécie de membrana. A membrana é o filtro do sistema, que compõe o método conhecido como “osmose reversa”. Assim, a água, antes salgada, passa pela coluna, é filtrada e transformada em água potável. Segundo o pesquisador, a dimensão da coluna a ser construída depende do consumo de água potável desejado. Por exemplo, para a produção de 5 mil metros cúbicos (m3) de água, o que equivale, em média, à água utilizada por 10 pessoas ao longo de um dia, o sistema deve possuir cerca de 25 metros (m) de altura. De acordo com os cálculos realizados, o consumo específico de energia no processo equivale a 2,8 kWh/m3 de água potável produzida, bem abaixo do consumo específico de energia de sistemas convencionais, que apresentam valores em torno 10 kWh/m3 de água potável produzida a partir da dessalinização da água do mar.
custo e usos alternativos
A professora Eliane Fadigas, orientadora do estudo, diz que os possíveis gastos com a construção e instalação do sistema podem ser caros. Porém, a longo prazo, o investimento pode valer a pena, principalmente para países na situação econômica como a de Cabo Verde. “O governo vai poder redirecionar o dinheiro que era utilizado com a compra de Diesel para outras necessidades, ligadas também à população. É evidente que tudo isso depende da vontade política”, explica Eliane. “Além de servir para transformar a água do
mar em água potável, a coluna também A nova alternativa pode ser adaptada e reprojetada para propõe ser menos outros fins. Por exemplo, a partir do uso de filtros apropriados, o sistema pode ser nociva ao meio utilizado para a despoluição de riachos e ambiente e custar lagos, ou mesmo como fonte de água para menos ao poder público uso na agricultura ou produção de energia elétrica”, acrescenta a professora Eliane. “Ao idealizar o sistema, pensamos não só na questão dos gases poluentes, mas também onde poderíamos depositar o sal retirado da água. Esse ‘resto’ pode ser, por exemplo, devolvido para o mar de uma forma controlada”, completa o engenheiro.
limitações do projeto
Durante o estudo na Poli, o pesquisador construiu um protótipo da coluna, utilizando materiais diversos para teste, como baldes, papelão e concreto, e obteve sucesso nos testes. Segundo a pesquisa, os modelos reais terão como principal material o aço. Ainda será testado um protótipo da coluna mais próximo do real, por meio do qual será possível medir, por exemplo, as perdas por atrito, o que pretende aprimorar o modelo. Segundo o engenheiro, há algumas limitações no funcionamento do sistema. “Uma vez que é movido à energia eólica, ele depende das condições dos ventos, e até mesmo dos requisitos dos cata-ventos, que, por sua vez, devem ser instalados próximos ao mar ou a fontes de água. Isso não acontece caso a fonte de energia seja a turbina eólica, de mecanismo diferente do cata-vento. Há portanto a limitação de espaço, já que quanto mais cata-vento, mais potência”, aponta Dias. Mas já imaginando possibilidades de compensar essas limitações, a pesquisa também sugere utilização da chamada bomba clark, que serve como reaproveitadora das energias “perdidas” durante os processos do sistema. Fonte: Agência USP ME
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AGRIcuLTOR INTRODuZ plástIco na lavoura E auMEnta a produção
Foto: Divulgação / Laryssa Caetano
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a semeadura ao consumo final, o plástico está presente em toda a cadeia produtiva da agricultura. Desde tubos e mangueiras de irrigação, sombrites para proteger as folhas, caixas de entrega até embalagens, o plástico acompanha o produtor rural da semente ao fruto. Conhecido como plasticultura, o cultivo em ambiente protegido é indicado para culturas que necessitam de condições especiais, como o controle da temperatura, a produção fora de época e o isolamento de pragas, com a vantagem de garantir a qualidade estética do produto. Sem o contato com agentes externos, frutos e folhagens ficam seguros da chuva, do sol, de predadores e conseguem uma situação próxima da ideal para o desenvolvimento da planta, com buscaram alternativas para fidelizar ainda mais o seu Produto é utilizado para a vantagem de ter um maior consumidor. Começaram com estufas de vegetais e, proteger ambientes aproveitamento da produção apesar do alto investimento inicial, perceberam que e garantir os melhores preços o retorno financeiro era rápido e garantido. Em um de culturas, garantindo no mercado. ano tinham o investimento inicial de volta. rendimento Geralmente, são culturas A seis quilômetros de Campo Grande, a propriefora de época que se mostram dade, de 23 hectares, do pai e três filhos, tem uma apetitosas nas prateleiras e, com a diminuição produção que chega a ser três vezes maior que o cultivo a campo. natural da concorrência, de quem trabalha a “Para a olericultura, que é o caso de Chiquito, as estufas permitem a campo aberto, somado à qualidade do produto, colheita em épocas com melhor preço de mercado, graças ao cultivo o agricultor encontra compradores dispostos em períodos em que não seria possível fazer a céu aberto”, constata a pagar um valor mais elevado. “Conseguimos o consultor do Sebrae Élio Sussumo. “Assim, o tomate, o pimentão e vender 100% da nossa produção o ano todo, o pepino japonês que ele produz sempre vão ter um valor agregado por causa das medidas que adotamos, não é só a que o consumidor está disposto a pagar, pela qualidade e aparência das qualidade do produto, é a aparência dele na pra- hortaliças”, complementa. teleira que também conta para o consumidor”, Nesta propriedade, as estufas têm 400 m² de área e utilizam 1.200 observa o produtor rural Sérgio Chiquito. m² de plástico. “Aqui, construímos estufas bem altas, com uma distância A família Chiquito utiliza a plasticultura há razoável entre as fileiras, pois o clima é muito quente, e a área precisa 16 anos, quando se mudou do interior de São ser bem ventilada durante o dia”, ressalta o produtor. E, à noite, quanPaulo para o Mato Grosso do Sul. Com a ca- do a temperatura cai, o calor das estufas garante o desenvolvimento racterística de ser um Estado com forte apelo das plantas. para a pecuária de corte, a família encontrou na Como o ambiente é fechado, o risco de contaminação é maior, o agricultura um mercado consumidor. que requer o cuidado redobrado do agricultor. “Todas as vezes que há “Quando começamos só tinha a gente algum indício de praga trocamos toda a terra imediatamente”, expõe usando estufa aqui”, recorda Sérgio. Foi aí que Chiquito. Fonte: Correio do Estado-Campo Grante/MS ME
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Foto: Grupo de filmes biodegradáveis/UEL Foto: Divulgação
PLÁSTIcOS
dE vEgEtaIs
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atéria-prima obtida de diversas fontes vegetais com muitas possibilidades de modificação química e física, o amido é um polissacarídeo que pode se transformar em um biopolímero promissor para o desenvolvimento de embalagens biodegradáveis, filmes plásticos e outros produtos para uso na agricultura. Na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), no interior paulista, um novo material que deve ser utilizado na fabricação de tubetes usados para mudas de reflorestamento e outras aplicações foi desenvolvido a partir de um plástico biodegradável feito de amido de milho e de resíduos vegetais como fibra de coco, serragem de madeira e casca de mandioca. O resultado é um plástico rígido que se degrada em seis meses quando enterrado no solo. O projeto surgiu da necessidade da empresa Corn Products Brasil de ampliar as aplicações de um plástico biodegradável conhecido como Ecobras, que já está no mercado, desenvolvido em parceria com a Basf. O Ecobras é um plástico flexível usado, por exemplo, na fabricação de sacolas de supermercado, que mistura na sua formulação amido de milho e uma resina polimérica termoplástica de nome Ecoflex, obtida pela Basf a partir de uma fonte petroquímica. “A mistura de 51% em massa de amido de milho ao Ecoflex resultou no produto Ecobras, um plástico flexível biodegradável”, diz o professor Elias Hage Júnior, professor do Departamento de Engenharia de Materiais da UFSCar, coordenador do projeto que resultou em um terceiro composto, o plástico biodegradável rígido. “A adição da casca da mandioca ao Ecobras confere rigidez ao material, enquanto a fibra de coco oferece maior resistência mecânica, tornando o plástico menos suscetível a rupturas”, diz Hage Júnior. Os testes de biodegradação do material foram feitos em uma espécie de aquário, em que corpos de prova são enterrados no solo e periodicamente retirados para análises. “Verificamos que os corpos de prova feitos com o plástico Ecobras em associação com a casca de mandioca e a fibra de coco desaparece-
ram completamente em seis meses”, relata Hage Júnior. Ou seja, se o material for utilizado em recipientes como tubetes para plantio de mudas de reflorestamento ele poderá ser enterrado junto com a muda no solo e se biodegradará enquanto a planta cresce.
plástico rígido
Os tubetes feitos de plástico convencional, como polipropileno, não podem ser reutilizados, principalmente no caso de plantios em larga escala, porque se eles estiverem contaminados com fungos e bactérias as doenças provavelmente serão transmitidas para a próxima geração de plantas. O projeto, que teve início em 2008 como uma prestação de serviços da UFSCar, terminou em 2009. A primeira fase da pesquisa, que resultou no plástico biodegradável rígido, foi encerrada e repassada para a empresa. Na universidade as pesquisas continuam em busca de novas formas de aplicação para esse filme bioplástico. Entre elas está a incorporação de substâncias, por exemplo, que possam interagir com alimentos. Na Universidade Estadual de Londrina (UEL), no Paraná, pesquisadores desenvolveram uma formulação composta por 80% de amido de mandioca e 20% de fibra de cana-deaçúcar destinada à fabricação de bandejas para produtos secos, como pães, frutas e verduras. “É um produto com boas propriedades mecânicas, biodegradável e com baixo custo de fabricação”, diz a professora Suzana Mali de Oliveira, do Departamento de Bioquímica e Biotecnologia da UEL, que coordena o projeto
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de pesquisa dedicado ao desenvolvimento de bandejas biodegradáveis. Há 10 anos o foco do grupo de pesquisa da UEL era apenas o amido de mandioca, mas faz quatro anos que começaram a misturá-lo com fibras. A incorporação de fibras como o bagaço da cana deu origem a um material rígido e de baixa densidade, que apresenta um aspecto similar ao do poliestireno expandido e pode ser moldado por termoformação. Mas seu uso, por enquanto, se restringe a produtos secos, porque a umidade pode degradar a embalagem. Outra vertente das pesquisas lideradas por Suzana trata do desenvolvimento de bandejas para alimentos feitas com amido de mandioca e reforçadas com nanocompósitos. “Temos usado nanoargilas, que são pós originários da decomposição de cinzas vulcânicas, na concentração de 2,5% a 5%, misturados a fibras vegetais”, diz a pesquisadora, que está testando várias formulações com diferentes concentrações. O tempo em que o material permanece no ambiente varia de acordo com as condições. “Quando submetidos a bastante umidade, alguns materiais se degradaram completamente em 45 dias”, diz a pesquisadora. O projeto, intitulado Aplicação de nanocompósitos no desenvolvimento de embalagens biodegradáveis de alimentos, faz parte do edital Jovens Pesquisadores em Nanotecnologia, lançado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O amido de mandioca também entra na composição de filmes plásticos biodegradáveis desenvolvidos pelo grupo de pesquisa coordenado pela professora Maria Victória Eiras Grossmann, do Departamento de Ciência e Tecnologia de Alimentos da UEL, que podem ser usados para acondicionar mudas de plantas, proteger frutas no campo ou ainda como cobertura de solo para o cultivo de hortaliças e frutas. Para melhorar as propriedades mecânicas dos filmes os pesquisadores utilizam glicerol – substância resultante do processo de produção de biodiesel – da ordem de 5% a 30%. “O glicerol funciona como um plastificante que deixa o material menos rígido”, diz o professor Fabio Yamashita, que participa do grupo de pesquisa. Mais conhecido pelo nome comercial de glicerina, o glicerol pode ser obtido tanto de óleos vegetais como de derivados de petróleo. “Estamos testando gliceróis da indústria do biodiesel com vários graus de pureza para avaliar o desempenho de cada um”, diz Yamashita. “Queremos saber se o grau de pureza tem ou não influência nas
propriedades mecânicas e de barreira a vapor de água e gases dos filmes.”
Respiração controlada
Os filmes plásticos biodegradáveis são obtidos pelo processo de extrusão, o mesmo empregado na produção de embalagens sintéticas convencionais, feitas de polietileno, polipropileno e outros derivados de petróleo. “Nosso trabalho consiste em fazer blendas de amido e Ecoflex com alguns aditivos e compatibilizantes para melhorar as propriedades mecânicas e de barreira”, explica Yamashita. Os filmes com permeabilidade seletiva a gases, por exemplo, podem ser usados para controlar a respiração de frutas e hortaliças, funcionando como uma embalagem de atmosfera modificada. Ou para produzir saquinhos que envolvem as frutas no campo e funcionam como proteção ao ataque de pragas. Testes feitos com goiabas mostraram que as frutas se desenvolveram muito bem envoltas em embalagens feitas com os filmes biodegradáveis. Os testes também envolveram o plantio de mudas de plantas medicinais em embalagens feitas com o plástico de amido de mandioca, Ecoflex e glicerol. Elas resistiram 120 dias, em média. “A grande vantagem desse material é que, por ser biodegradável, não é preciso tirar a muda da embalagem para fazer o transplante para o solo, o que, dependendo do tipo de planta, acaba danificando as raízes”, diz Yamashita. Quando usado como cobertura de solo, o filme é colocado para proteger hortaliças, frutos e flores do contato direto com a terra. Além disso, ele evita o desenvolvimento de ervas daninhas que concorrem com a produção. Atualmente os agricultores usam para essas aplicações uma cobertura plástica, também conhecida como mulch. A mistura de amido, Ecoflex e glicerol varia de acordo com o tipo de aplicação. “Na cobertura de solo para o morango trabalhamos com formulações que variam de 30% a 70% de amido termoplástico”, diz Yamashita. Os melhores resultados foram obtidos com a mistura de 30% de amido termoplástico. A vida útil do material depende da aplicação. Na plantação de morangos, a cobertura de solo entrou em processo de degradação após três meses. Uma nova linha de pesquisa de bioplástico começou a ser desenvolvida recentemente na UEL com o poli (ácido láctico), um polímero biodegradável também chamado de PLA. “O objetivo é o desenvolvimento de um PLA formulado com até 70% de amido de mandioca, glicerol e compatibilizantes, para produção de filmes para diversos tipos de embalagem”, diz Yamashita. Filmes de amido de milho, batata e trigo já são produzidos em escala industrial pela empresa Novamont, da Itália, com o nome comercial Mater-Bi. Mas os detalhes da formulação são um bem guardado segredo industrial. A empresa anuncia que o produto, em forma de grânulos, pode ser utilizado na fabricação de sacos de lixo e outras aplicações, como garrafas, pratos e talheres, ou na fabricação de brinquedos Fonte: Planeta Universitário ME
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O BANIMENTO EQUIVOCADO DAS
SACOLAS PLÁSTICAS *Miguel Bahiense
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om o objetivo de estimular práticas ambientalmente corretas, alguns entes da Federação têm buscado à utilização de sacolas plásticas, alternativas que acabam gerando graves problemas para o próprio meio ambiente, a saúde pública e os consumidores. Em Belo Horizonte, por exemplo, uma lei que proíbe a distribuição das sacolas pelo varejo a partir de abril está provocando reações adversas. A intenção é incentivar o uso de alternativas como carrinhos, caixas de papelão, sacolas recicladas, sacolas retornáveis (chamadas de ecobags). Entretanto, alguns supermercados estão repassando o custo que antes assumiam com as sacolas plásticas e passaram a vender sacolas biodegradáveis feitas de amido de milho a R$ 0,19 a unidade. Evidentemente, os consumidores estão descontentes com o fato de terem que arcar com um custo adicional e, muitas vezes, com o fato de serem obrigados a usar um único tipo de embalagem imposto a eles, sem terem o direito de escolha. Sacolas plásticas são hoje um sinônimo, não apenas de praticidade, mas também de economia. É comprovado que 100% das donas de casa as reutilizam em seu lixo doméstico, deixando de comprar sacos de lixo. Assim pergunto: é justo que o consumidor fique sem a embalagem que escolheu como a mais prática, mais versátil no quesito reutilização e a que gera maior economia? Outros estabelecimentos de varejo tiram proveito e vendem ecobags sem informar a população sobre a necessidade de limpá-las constantemente para evitar contaminação. Alguns ainda distribuem caixas de papelão sem higienizálas previamente. Em Jundiaí, os supermercados tiraram voluntariamente as sacolas plásticas de circulação, porém com os mesmos problemas registrados em Belo Horizonte. Evidentemente, os consumidores que antes tinham nas sacolas plásticas uma alternativa segura de reuso para o acondicionamento dos resíduos domésticos, agora improvisam embalagens frágeis e permeáveis ou simplesmente ressuscitam os antihigiênicos latões de lixo, com evidentes prejuízos à saúde pública e ao meio ambiente. A partir de julho, os supermercados do Espírito Santo se comprometeram a substituir as sacolas plásticas por
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“...o Brasil não deve banir as sacolas plásticas, mas sim acabar com o seu desperdício; sacolas plásticas são impermeáveis, duráveis, econômicas, reutilizáveis e recicláveis.”
soluções
embalagens biodegradáveis ou retornáveis, pressionados por lei estadual sancionada em 2007 ainda em vigor, mas que não foi cumprida pela maioria dos supermercados. Estes fatos evidenciam o que a presidente Dilma Rousseff, o Ministério do Meio Ambiente, os ecologistas responsáveis e a cadeia produtiva do setor de plásticos vêm afirmando: o Brasil não deve banir as sacolas plásticas, mas sim acabar com o seu desperdício. Sacolas plásticas são impermeáveis, duráveis, econômicas, reutilizáveis e recicláveis. Em muitos casos, apresentam um ciclo de vida com menos emissões de carbono do que embalagens de outros materiais. São aprovadas pela ANVISA para contato com alimentos e ideais para acondicionar o lixo das residências e dos escritórios sem risco ao meio ambiente. Para reduzir o desperdício de sacolas sem penalizar o consumidor, ajudando na preservação da saúde pública e do meio ambiente, foi criado o Programa de Qualidade e Consumo Responsável das Sacolas Plásticas. Em vigor desde 2008, nestes três anos ele já respondeu pela redução do consumo de 3,9 bilhões de sacolas. Em 2011, deverá resultar em mais 750 milhões de sacolas que deixarão de ser produzidas. Com isso, o percentual de redução de consumo das sacolas chegará a cerca de 26%, próximo da meta de 30% para 2012, estabelecida pelo programa. Para chegar a esse resultado, a indústria passou a fabricar sacolas mais resistentes. Com isso, não se necessita mais colocar uma sacolinha dentro da outras para transportar produtos mais pesados. Grandes redes de supermercados aderiram, reduzindo a quantidade de embalagens distribuídas. Paralelamente, uma ampla campanha educacional, com a intensiva utilização das redes sociais, vem sendo desenvolvida para sensibilizar os consumidores a reutilizarem as sacolas ou as remeterem para a reciclagem, responsabilidade que deve ser compartilhada também com o governo e envolver a indústria no que se refere a melhorias nos processos industriais de reciclagem. Atualmente, espalham-se pelos supermercados do país Escolas de Consumo Responsável, mostrando aos que trabalham nos caixas das lojas como orientar os consumidores a não desperdiçarem as sacolinhas. A outra parte da solução está na implementação de usinas que transformam os resíduos domésticos em energia, mediante processos totalmente limpos, em que os saquinhos reutilizados para lixo ajudam na combustão, economizando óleo combustível. Estas usinas, além de serem uma nova alternativa para a diversificação da matriz energética brasileira, resolverão o problema da superlotação dos atuais aterros sanitários. É muito saudável que nasçam articulações entre a indústria, o varejo, o governo e os Miguel Bahiense é consumidores, com o objetivo de tornarmos o engenheiro químico,presidente da Plastivida Instituto mundo ambientalmente mais sustentável. Elas Socio-Ambiental dos Plásticos terão pleno sucesso se forem implementadas e presidente do Instituto com diálogo, embasamento técnico e respeito Nacional do Plástico-INP ao cidadão ME
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tendência
tEcnologIa alEMã para cOPA DO MuNDO DE 2014
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reparando-se para a Copa do Mundo de 2014, a Rede Plaza de Hotéis Resorts & SPAs está investindo em tecnologia alemã para execução de esquadrias e janelas do Plaza São Rafael Hotel e Centro de Eventos, em Porto Alegre. A Weiku foi a empresa escolhida para mudar todas as esquadrias e janelas do estabelecimento. As janelas e esquadrias selecionadas são modernas e com total isolamento acústico. O investimento do grupo atende às exigências para o setor da hotelaria estabelecido pelas normas internacionais para grandes eventos. O material a ser utilizado no Plaza São Rafael terá estrutura de PVC rígido, paredes externas com 3 mm de espessura, sistema de multi-câmaras, reforço interno em aço galvanizado, cantos eletrotermicamente soldados.
BRAKEM PODERÁ FORNEcER PROPENO para novo proJEto da basF no brasIl
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BASF acaba de anunciar mundialmente sua intenção de avaliar um novo projeto de produção em escala mundial de ácido acrílico, acrilato de butila e polímeros superabsorventes (SAP) no Brasil. Caso o projeto seja de fato implantado, a Braskem, maior petroquímica das Américas, será a fornecedora de longo prazo de propeno, que é a matéria-prima para a fabricação do ácido acrílico. O propeno que será destinado a BASF é, atualmente, exportado. Assim, ao optar por fornecer o produto para uma planta local, a Braskem contribui para garantir o abastecimento para importantes segmentos no país como SAP
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para fraldas - um mercado que movimentou US$ 2 bi em 2009 -, resina acrílica para tintas (US$ 3 bi em 2009), construção civil, adesivos e têxtil, entre outros. Já os acrilatos de butila e poliacrilatos estão presentes no detergente em pó e no tratamento de água industrial. O ácido acrílico possui larga utilização no setor de mineração. “Certamente, a parceria com a BASF incentivará maior investimento de empresas de terceira geração no país e criará oportunidades para consumos adicionais de petroquímicos básicos e resinas”, afirma Manoel Carnaúba, vice-presidente de Petroquímicos Básicos da Braskem. A BASF será a primeira empresa a produzir ácido acrílico e SAP na América do Sul. Para garantir a competitividade dos investimentos, as duas companhias assinaram um Memorando de Entendimento, que define as condições de fornecimento de longo prazo para o propeno e soda - ambos usados como matéria-prima para a produção de ácido acrílico -, bem como o fornecimento de serviços pela Braskem à BASF.
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novos proJEtos dE tubos dE pvc SuBSTITuEM SISTEMAS HIDRÁuLIcOS OBSOLETOS NOS EuA
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isando solucionar o problema cada vez maior das adutoras quebradas e sistemas de tubulação corroídos que abastecem precariamente as residências e estabelecimentos comerciais, de costa a costa dos USA, as cidades optaram pela instalação de tubos de PVC duráveis projetados para resistir até o próximo século. Essa substituição por tubos de PVC vem sendo aplicada em vários projetos nos últimos seis meses. Aproximadamente metade da infraestrutura atual instalada nos USA é composta por tubos de ferro fundido, com 100 anos de idade, ou de ferro dúctil, tendo a maioria sido instalada após a Segunda Guerra Mundial. Na maior parte dos casos, esses sistemas de tubulação de ferro já ultrapassaram sua vida útil em 2010. De acordo com a Uni-Bell PVC Pipe Association, ocorrem nos Estados Unidos, por dia, mais de 700 interrupções de abastecimento de água, totalizando 250.000 no ano. O cálculo atual dos custos de manutenção e concertos no Canadá e nos Estados Unidos desde 2000 está disponível no site www.watermainbreakclock. com. Em primeiro lugar, como consequência das quebras nos sistemas e corrosões nos tubos são desperdiçados anualmente nos USA 2.6 trilhões de galões de água, o suficiente para suprir as necessidades de água potável de todos os homens, mulheres e crianças por um ano. O The Vinyl Institute afirma que os sistemas de tubulação de PVC têm sido empregados com sucesso na América do Norte desde 1950, tanto no sistema de água potável como
Os tubos foram projetados para durar até o próximo século no de efluentes. Milhões de instalações apresentam hoje o mesmo desempenho que apresentavam na época de sua instalação, e são rigorosamente testados em sua eficiência e segurança por empresas certificadoras independentes de reconhecimento nacional. Esses sistemas são fortes, com excelente resistência tanto à corrosão interna como externa, conduzem água potável limpa, oferecem um maior fluxo, resistem a rachaduras mesmo quando dobrados ou submetidos a excesso de peso, e possuem conexões contra vazamentos. Segundo um novo estudo realizado pela TNO, um instituto holandês para pesquisa técnica, o tempo de vida útil de tubulações de PVC para sistema de esgoto será superior a 100 anos sob as mais diversas situações de uso. Para a realização do estudo foram selecionadas várias amostras coletadas por escavação, coleta e reciclagem, e efetuadas inspeção microscópica e visual, análises geométricas, testes quanto à deformação, aspereza da superfície e deterioração. Os dados foram então cuidadosamente calculados para chegarem à conclusão de que os sistemas de tubulação de PVC vão durar mais de um século. Fonte: The Vinyl Institute ME
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Isopor rEcIclado vIra MatérIa-prIMa para o plástIco
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artEsãos transForMaM BORRAcHA SINTéTIcA EM MODA
Projeto Canoa aproveita o que é descartado pela indústria
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m grupo de artesãos de Canoas, RS, faz borracha e plástico virarem acessórios de moda. Com o derivado de petróleo, eles criam bolsas, carteiras, chaveiros, pulseiras, colares, tiaras e cintos. As peças são feitas a partir do filtro de ar, dos vedantes do filtro de óleo e até das câmaras de pneus de automóveis. Aquilo que seria descartado ou que esbarra no controle de qualidade das indústrias automobilísticas é aproveitado pelo Projeto Canoa, uma associação que tem patrocínio da Refap e apoio do Sebrae-RS e da prefeitura local. Há cinco anos que os artesãos se reúnem para produzir os acessórios a pedido de lojistas de diferentes Estados. Os principais clientes são paulistas e pernambucanos. Chegaram a exportar para os Estados Unidos em 2008.
“lixo” também é reaproveitado por artesãos
Em março último, o grupo lançou a terceira coleção, com 30 itens, na Paralela Gift, uma feira de design em São Paulo. Além de gerar renda para aproximadamente 20 artesãos, o projeto reaproveita materiais que iriam para o lixo. Isso, segundo a coordenadora da iniciativa, Edy Ribeiro, contribuiu para a venda do produto, já que está aliado ao conceito de sustentabilidade. Cada peça traz uma etiqueta que indica do que o produto é feito. “Recebemos doações de borrachas, plásticos e banners e compramos outra parte. É uma forma de o artesão obter um dinheiro extra, pois não precisa investir muito. Com as feiras, conseguimos fazer contatos e fechar negócios. Esperamos voltar a exportar”, diz Edy. Fonte: ZH Online
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Brasil produziu cerca de 66,7 mil toneladas de isopor comum (EPS) em 2009. A reciclagem do material ainda é tímida, mas cresce na indústria. Em 2007, a Termotécnica, de Joinville (SC), que fabrica 35% do isopor brasileiro, reciclou 40 toneladas por mês do material. Em 2010, o número subiu para 400 toneladas mensais – um aumento de 900%. O isopor reciclado se transforma em material para a fabricação de plástico. Confira o passo a passo do processo. Coleta - A Termotécnica tem 260 pontos de coleta espalhados no País, para consumidores e varejistas. O transporte do material coletado é a etapa que mais dá trabalho, porque o poliestireno expandido (nome técnico do isopor) é leve e volumoso. Pouco material ocupa muito espaço nos caminhões. Limpeza - Devem ser retirados adesivos, plásticos, papéis e outras “sujeiras” que vêm junto com as embalagens e utensílios de isopor descartados. Só 46% da produção brasileira pode ser reciclada: os outros 54% vão para a construção civil, em lajes e sistemas de isolamento. Mil possibilidades - De molduras a solas de chinelo, o poliestireno resultante da reciclagem do isopor serve para diversos setores que usam o plástico. Existe a possibilidade de fabricar o próprio isopor reciclado, mas não em larga escala, pois o custo do processo é alto. Derretimento - Isopor é 98% gás e 2% resina plástica de poliestireno. Nesta etapa, o material é quebrado em pedaços menores, desgaseificado e derretido em uma máquina. O produto final é convertido em matéria-prima para a fabricação de plástico e em seguida vendido para outras indústrias.
EMBALAGEM METALIZADA GANHA VALOR NA REcIcLAGEM
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indústria de reciclagem cresce no país à medida que a Política Nacional de Resíduos Sólidos, aprovada no segundo semestre de 2010, estimula a criatividade e a inovação. Depois do alumínio e do papel, o plástico de rejeito ganha preço competitivo quando integrado à cadeia produtiva. É o que ocorre com as embalagens metalizadas do tipo Bopp (sigla para película de polipropileno biorientado) de alimentos (como salgadinhos, biscoitos, café), antes deixadas de lado por conterem uma fina camada de alumínio, e agora avaliadas como próprias para reciclagem pelo Centro Mercado é o de Tecnologia de Embalagem (Cetea). A reciclagem do Bopp está ajudando a resolver um problema da PepsiCo, fabricante dos salgadinhos Elma Chips. No ano passado, a empresa colocou no mercado 20 mil displays, ou prateleiras de exposição de seus produtos, feitos desse material. Para se ter uma ideia do que isso representa, cada display utiliza 655 embalagens, o que levou a empresa a dar uma nova destinação a 13,5 milhões desses pacotinhos que, de outra forma, iriam parar no lixo.
três tipos de displays
Esse número equivale a 20% do volume anual de displays adquiridos pela companhia. “Para 2011, esperamos aumentar de 10% a 20% o uso do Bopp reciclado”, afirma Claudia Pires, gerente de sustentabilidade da PepsiCo. Ela explica que tudo vai depender dos estudos para avaliar quanto peso os displays desse material são capazes de sustentar. Segundo Claudia, mercado é o que não falta. Hoje, só a PepsiCo utiliza 130 mil displays de plástico para exposição nos vários pontos de venda e aos poucos pode fazer a substituição do material. “Além de custo menor, as prateleiras levam menos tempo para serem fabricadas, o que se traduz em ganho de energia”, afirma. A empresa possui três tipos de displays: o tradicional, o reciclado de gar-
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rafas PET e o de Bopp, que custa de 5% a 8% menos. De acordo como laudo de avaliação do Cetea, os filmes metalizados não são reciclados com mais frequência devido à falta de informação. Também as cooperativas de reciclagem não coletam as embalagens por desconhecerem a sua possibilidade de reaproveitamento. Para Claudia Pires, é preciso uma mudança cultural, que passa por toda a cadeia do processo produtivo e chega até o consumidor final. “Trata-se de um procedimento igual a qualquer outro processo de reciclagem de plástico”, afirma. “A embalagem vira uma resina que pode ser reutilizada.” Os displays são produzidos a partir da resina fabricada pela Clodam, empresa de granulados de polímeros feitos da reciclagem de garrafas PET, utilizados como matéria-prima para outras embalagens, além de fibras têxteis, telhas, tapetes, filmes, cordas, cerdas de vassouras etc. Na opinião de Ricardo Rogério, diretor comercial da Clodam, a necessidade de reciclagem está levando os fabricantes a mudar o processamento de seus produtos. No caso dos filmes plásticos foi preciso substituir a folha de alumínio por uma camada ainda mais fina. “Esse avanço tecnológico abriu caminho para a utilização do resíduo”, afirma. Rogério conta que a Clodam é procurada por várias outras companhias que se inspiraram no display de Bopp para executar projetos semelhantes de reciclagem. “Para que o processo seja possível, temos pedido modificações nas embalagens, às vezes nos rótulos, até obter materiais que sejam ambientalmente corretos”, diz. “Acredito que em breve as possibilidades de reciclagem do plástico devem se ampliar.” Fonte: Brasil Econômico
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CAIXA FEITA COM ESPUMA DE POLIPROPILENO EXPANSÍVEL DA BASF RECEBE PRÊMIO ALEMÃO DE DESIGN
CROMEX DESENVOLVE COR PARA AS EMBALAGENS DAS NOVAS SOBREMESAS ACTIVIA
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Flip-Box® Premium da fabricante de embalagens Overath, da Alemanha, recebeu o Gold Design Award de 2011 da República Federativa da Alemanha na categoria design de produto. A caixa isolante e dobrável é feita da espuma da BASF, Neopolen (polipropileno expansível – EPP). A espuma se destaca principalmente por sua alta resistência e estabilidade, baixo peso, ótima versatilidade no design e excelentes propriedades de isolamento. A cerimônia de premiação se realizou em Frankfurt, na Alemanha, durante a Feira Ambiente, em fevereiro último. A caixa para transporte já recebeu diversos prêmios de design, incluindo o Prêmio Alemão de Embalagens em 2010 e em 2009. A Flip-Box® da Overath consegue preencher os requisitos tanto de um container de isolamento quanto de uma A espuma se destaca princesta plástica dobrável. A versão premium da caixa, que pesa pouco cipalmente por sua alta mais de 1 kg, suporta mais de 25 resistência e estabilidade kg de carga e tem capacidade de armazenagem de 25 litros. A vantagem é que a caixa apresenta alta resistência ao impacto e excelente performance de conforto, ambas propriedades da espuma da BASF que podem ser atribuídas à sua característica de absorção de energia mesmo após diversos impactos. Isso aumenta consideravelmente a vida útil da Flip-Box® se comparada com outras caixas para transporte. A caixa cinza reutilizável pode ser usada para transportar comida, garrafas e outros objetos e mantê-los refrigerados, ou quentes, se necessário. Isso acontece graças às propriedades do Neopolen cinza-metálico 9335 mg, cujo isolamento térmico é 10% mais efetivo que o EPP padrão. As paredes e o fundo da caixa são unidos por conectores, juntas e dobradiças, o que faz com que a caixa seja completamente selada e estável quando montada. Esta versatilidade de design é possível porque o material elástico e resistente, Neopolen P apresenta ótima resiliência tanto em transporte estático quanto dinâmico. Como a espuma apresenta resistência química, a caixa pode ser higienizada facilmente, com a utilização de produtos de limpeza.
A empresa atua há cerca de 30 anos no mercado e exporta seus produtos para mais de 60 países
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mpresa brasileira líder no mercado nacional de masterbatches de cores e aditivos para plásticos, a Cromex desenvolveu as cores especiais para as embalagens das novas sobremesas Activia, da Danone. Para as embalagens das sobremesas Papaya com Cassis e Torta de Limão, a companhia disponibilizou o masterbatch “Dourado Cromex” e na embalagem do Activia Frozen, a versão “Prata Cromex”. Segundo o diretor comercial da empresa, Cesar Ortega, a embalagem é fator que influencia na decisão de compra do consumidor, diante da variedade de produtos na prateleira. “A Cromex oferece soluções customizadas a seus clientes que irão contribuir no processo de identificação do produto, ainda mais quando se trata de um lançamento de mercado”, afirma o executivo. As cores fazem parte do novo catálogo de cores da empresa. Cromex – Atua há cerca de 30 anos no mercado e exporta seus produtos para mais de 60 países. Sua matriz está localizada em São Paulo, onde são produzidos masterbatches coloridos e produtos especiais. Conta, ainda, com uma moderna fábrica em Simões Filho (BA), onde estão concentradas as produções dos masterbatches brancos, pretos e aditivos. A capacidade de produção da companhia hoje é de 132 mil/ toneladas e a empresa fatura em média, anualmente, acima dos R$ 300 milhões.
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NOVO ESTABILIZANTE
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egundo as estimativas das Nações Unidas, até o ano de 2050 o planeta Terra terá uma população de mais de nove bilhões de pessoas. Por outro lado, a quantidade de terras cultiváveis para alimentar todas essas pessoas não crescerá na mesma proporção. As estufas agrícolas com filme plástico de cobertura representam uma maneira para solucionar esse problema. Com o cultivo em estufas, a produção por hectare pode ser elevada consideravelmente. A BASF, após seis anos de desenvolvimento, lança um novo estabilizante à luz, que ajudará a melhorar os filmes e torná-los ainda mais eficazes. Chamado Tinuvin® XT 200, o aditivo oferece proteção aos filmes de resinas termoplásticas contra a degradação extremamente rápida que acontece quando o plástico é exposto à luz UV. Este novo aditivo assegura a estabilização dos filmes mesmo durante um longo período na presença de altas concentrações de defensivos agrícolas como, por exemplo, o enxofre.
um mercado importante
Os benefícios da produção de estufas são tão convincentes que hortaliças como tomates, pimentões, pepinos e berinjelas já são cultivados em grande escala sob estufas com filmes plásticos. Em 2009, foram produzidas cerca de 900.000 toneladas de filme plástico mundialmente, cobrindo aproximadamente 800.000 hectares de terras aráveis. Isto corresponde aproximadamente à área total ocupada pelas cidades de Tóquio, Cidade do México, Madri, Johanesburgo, Roma, Moscou e Berlim juntas. Ao mesmo tempo, a demanda por filmes agrícolas para uso em estufas deve crescer a uma taxa anual de aproximadamente quatro por cento. Os mercados mais importantes estão localizados na região do Mediterrâneo. Outras áreas em franco crescimento para estufas ao
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da basF prolonga a vIda últIl dos FIlMEs agrícolas
O Tinuvin® XT 200 oferece proteção aos filmes de resinas termoplásticas expostos à luz UV redor do globo estão na Ásia, América do Sul e África Oriental.
produção econômica assegurada
Através do uso do produto Tinuvin® XT 200 é possível produzir de maneira bastante econômica os filmes de PEBD (polietileno de baixa densidade) que resistem aos níveis acentuados dos químicos agrícolas, assegurando uma vida útil de dois ou mais anos sob luz solar intensa e em contato com as estruturas de madeira ou metal das estufas agrícolas. Sem um estabilizante à luz, elas não sobreviveriam nem mesmo durante um ciclo de produção agrícola. As características técnicas do novo aditivo foram confirmadas por um extenso processo de testes conduzidos pela Ciba (empresa adquirida pela BASF em abril de 2009) ao longo de vários anos. Os testes envolveram ensaios laboratoriais e de campo no centro de desenvolvimentos da BASF em Bolonha, Itália, dedicado ao desenvolvimento de aditivos para aplicação agrícola. Após ensaios laboratoriais e de campo em nosso centro, o aditivo também foi colocado à prova em estufas comerciais, em ensaios de campo conduzidos na Itália, Espanha e Argentina. Agora, esse novo aditivo tem a oportunidade de crescer acompanhando o mesmo dinamismo do mercado de plasticultura ME
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MERCADO COBIÇA O
“PLÁSTICO INTELIGENTE”
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odos os anos, milhares de pessoas são internadas no mundo com intoxicação alimentar. Quase sempre, trata-se de casos em que o consumidor não prestou atenção na data de validade do alimento ou simplesmente a ignorou, na mais equivocada aplicação do ditado “o que não mata, engorda”. Mas uma nova geração de plásticos promete reduzir de forma significatiA própria embalagem va episódios assim. O anúncio mais deverá atuar diretaalardeado foi feito em janeiro último pela Universidade Strathclyde, na mente sobre o produto Escócia: os cientistas desenvolveram uma embalagem que muda de cor caso o alimento tenha sido refrigerado de forma incorreta, se a embalagem foi danificada ou à medida que o alimento ultrapassa a validade. Desenvolvida pela equipe de Andrew Mills, pesquisador do Departamento de Química Pura e Aplicada da Strathclyde, o produto contou com investimento de US$ 523 mil e pode resolver outro problema grave até nos países mais desenvolvidos: o desperdício de alimentos, uma vez que a mudança de cor do plástico passa a ser o melhor termômetro de frescor. “Esperamos reduzir os riscos de pessoas ingerirem alimentos que não podem ser mais consumidos e prevenir o desperdício de alimentos, prejudicial tanto ao ambiente quanto à economia”, disse Mills, que espera ver em breve o uso comercial da tecnologia nas indústrias de carnes e frutos do mar.
A embalagem de Strathclyde é um pulo tecnológico perseguido por praticamente todos os grandes laboratórios acadêmicos e empresas da área química do mundo, e faz parte do novo conceito de material no qual a própria embalagem informa o consumidor sobre um fato ou, melhor ainda, atua diretamente sobre o produto. “As embalagens do futuro terão de ir além da função básica de contenção do produto. Elas terão que estender a vida útil do produto também”, diz Eloísa Garcia, gerente do grupo de embalagens plásticas do Centro de Tecnologia de Embalagens (Cetea), do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital). Há dois anos, a DuPont começou a pesquisar embalagens a pedido da indústria de salmão do Chile. O desafio era criar uma resina que permitisse o fluxo exato de oxigênio para manter a integridade do pescado - nem mais, o que avançaria sua decomposição, nem menos. E conseguiu, graças ao rearranjo que permitiu espaçamento maior da cadeia molecular. “Começamos com o salmão do Chile, mas esta é um tecnologia com vocação de exportação para outros produtos”, afirma Silverio Giesteira, líder da América Latina para o setor de polímeros. Segundo ele, a DuPont investirá este ano US$ 100 mil em pesquisas relacionadas a filmes plásticos para o mercado de carne - outro grande filão da indústria -, em parcerias com o Centro Tecnológico da Carne (CTC), Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e Cetal. Mas se dosar a entrada de oxigênio na embalagem começa a ser uma realidade, o objetivo inverso ainda é um desafio: como retirar o oxigênio que naturalmente transpassa o plástico? Essa é a resposta de alguns milhares de reais que as gigantescas indústrias de sucos e de embutidos gostariam de ter. Os pesquisadores do Cetea se debruçam há dez anos sobre isso. É o que, no mercado, chama-se “unmet needs” - necessidades para as quais ainda não existem soluções.
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“Trabalhamos com pesquisa aplicada à indústria. E o mercado está de olho nisso”, afirma Eloísa, a especialista do Cetea no assunto. De acordo com ela, as principais linhas de investigação científica hoje são voltadas à agregação de funções. Além das embalagens que “comem” o oxigênio ou controlam o seu fluxo, há também aquelas “ativas” que, como próprio nome sugere, atuam sobre o produto. Com um histórico no Brasil mais recente - as pesquisas no Cetea datam de três anos para cá -, as embalagens ativas trabalham basicamente com agentes microbianos. Eles inibem o crescimento natural de microorganismos nos alimentos. Pense em uma embalagem que retarde o emboloramento de um sanduíche natural. Ou em uma garrafa Tetra Pak de suco de laranja. “Hoje, muitas bebidas necessitam de tratamento térmico para manter o equilíbrio de microorganismos. Com uma embalagens dessas, estende-se a durabilidade do produto”, explica Eloísa. A grande demanda, no entanto, ainda é a melhoria de performance do plástico com olhos na sustentabilidade. Nesse sentido, a Dow Química, outra gigante do setor, vem apostando muitas de suas fichas. Sem revelar detalhes nem investimentos, por uma questão de segredo de negócio, a múlti americana no país afirma que trabalha com a polimerização no limite de arquitetura molecular. Em outras palavras, tenta criar uma embalagem plástica com menos matéria-prima e mais resistência. Mariana Mancini, líder de Suporte Técnico e Desenvolvimento América Latina para embalagens rígidas e duráveis da Dow, exemplifica: se uma garrafa de detergente contém 19 gramas, seu peso poderia ser reduzido em 5%. Dependendo da embalagem, é possível chegar à redução de 10%. “O plástico do futuro é o que ajuda a reduzir o impacto na cadeia”, diz a executiva. “O desafio é criar garrafas com menos matéria-pria mas que mantenham suas propriedades - se sustentem em pé e não quebrem quando empilhadas”. A Braskem, maior petroquímica das Américas, segue a mesma trilha. Fabio Lamon, gerente de desenvolvimento de produtos da petroquímica, diz que o ponto de partida foi entre 2006 e 2007, quando o grupo fez o depósito da patente de seu plástico inteligente. Sem revelar detalhes, Lamon afirma que o grupo não segue a tradicional rota de pesquisa com íons metálicos (à base de cobre, por exemplo). “Temos nossa tecnologia própria”. Além de embalagens, o executivo diz que há setores importantes como têxteis, cosméticos e medicamentos que podem ganhar peso nos próximos anos. Fonte: Valor
ESPINAFRE COM PLÁSTICO TRANSFORMA LUZ DO SOL EM HIDROGÊNIO
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ientistas anunciaram a criação A técnica se fundade um “sistema bio-híbrido de fotoconversão”, um pomposo menta na interação de nome para uma mistura de composproteínas de fotossíntos retirados do espinafre e plástico. tese da planta com os O fato é que a mistura inusitada se mostrou uma forma eficiente de cappolímeros sintéticos tação da energia solar para produção de hidrogênio. A técnica se fundamenta na interação de proteínas de fotossíntese da planta com os polímeros sintéticos - uma espécie de plástico. A produção de hidrogênio diretamente da energia solar é considerada uma das formas mais limpas de energia, ao alimentar as células a combustível a hidrogênio, que produzem eletricidade e geram apenas água como subproduto. A fotossíntese, o processo natural realizado pelas plantas, algas e algumas espécies de bactérias, converte a energia da luz do Sol em energia química, sustentando praticamente toda a vida na Terra. Há tempos os cientistas vêm buscando formas de imitar esse processo, criando uma fotossíntese artificial que possa resolver definitivamente os problemas de energia da humanidade com um mínimo de poluição.
Membrana biossintética
Os cientistas do Laboratório Nacional Oak Ridge, nos Estados Unidos, deram um passo importante em direção a esses sistemas artificiais de conversão da luz solar. Usando análise por espalhamento de nêutrons, eles demonstraram que as proteínas captadoras de luz do complexo II (LHC-II) podem se mesclar de forma autônoma com os polímeros para formar uma membrana biossintética e produzir hidrogênio. Seria como uma célula solar, com a diferença de que, enquanto uma célula solar capta a luz do Sol e produz eletricidade, a nova membrana biossintética produz hidrogênio, um combustível limpo que hoje é produzido a partir de derivados do petróleo. O hidrogênio pode ser usado de inúmeras formas, mas principalmente em automóveis e caminhões, substituindo os motores a combustão dos carros atuais e eventualmente dispensando as baterias necessárias aos carros elétricos.
Conversão luz solar-hidrogênio
O mais interessante na descoberta é que a mistura de proteínas e polímeros é capaz de se regenerar, reagindo ao desgaste e evitando a queda no desempenho da conversão luz solar-hidrogênio. Quando as proteínas, retiradas diretamente do espinafre, foram adicionadas a uma solução contendo os polímeros, elas interagiram com eles para formar estruturas lamelares parecidas com as existentes nas membranas fotossintéticas naturais. A estrutura tem uma enorme área superficial para coletar a luz. Combinada com um catalisador, como a platina, ela pode converter a luz do Sol em hidrogênio. “Este é o primeiro exemplo de uma proteína alterando o comportamento de fase de um polímero sintético que encontramos na literatura. Esta descoberta poderá ser usada para a introdução de sistemas de autorreparo nos futuros sistemas de conversão solar,” diz o Dr. Hugh O’Neill, coordenador da pesquisa. Fonte: Inovação Tecnológica
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pIb da zona do Euro aponta ALTA DE 0,3% NO 4º TRIMESTRE
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Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro cresceu 0,3% no quarto trimestre do ano passado, na comparação com o terceiro trimestre, segundo informação da agência de estatísticas da União Europeia, a Eurostat. Este é o segundo trimestre seguido em que, na comparação com o período anterior, o PIB da zona do euro sobe 0,3%. A zona do euro reúne os países que utilizam o euro como moeda. De acordo com a Eurostat, o PIB subiu 2,0% no quarto trimestre de 2010 ante o mesmo período de 2009. Os dados são revisados e ficaram em linha com os cálculos preliminares da Eurostat, publicados em 15 de fevereiro último. As exportações contribuíram com 0,7 ponto porcentual para a expansão do PIB no quarto trimestre e o consumo das famílias somou 0,2 ponto porcentual ao crescimento. No entanto, as importações retiraram 0,4 ponto porcentual, a mudança nos estoques retiraram 0,2 ponto porcentual, os novos investimentos eliminaram 0,1 ponto porcentual e os gastos do governo ficaram estáveis. O consumo das famílias cresceu de 0,4%, ante 0,1% no terceiro trimestre. Já as exportações aumentaram 1,8%, ante 2,2% no período anterior. Os novos investimentos - ou
Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) - foram o principal ponto fraco, com contração de 0,6% no quarto trimestre. Os gastos do governo subiram 0,1%.
setor privado
Segundo a empresa de pesquisas Markit, o ritmo do crescimento do setor privado da zona do euro em fevereiro foi o mais forte em mais de quatro anos e meio. O índice dos gerentes de compra (PMI, na sigla em inglês) composto da região subiu de 57,0 em janeiro para 58,2 em fevereiro, marcando a leitura mais alta desde julho de 2006. No entanto, o resultado ficou levemente abaixo do esperado pelo mercado. O consenso das estimativas dos economistas era de que a leitura preliminar do PMI composto divulgada em 21 de fevereiro, de 58,4, fosse mantida. Segundo a Markit, o PMI do setor de serviços subiu de 55,9 em janeiro para 56,8 em fevereiro, o maior nível em três anos e meio, mas também ficou abaixo da previsão de que a leitura preliminar de 57,2 fosse mantida. A Markit também informou que o PMI final do setor manufatureiro da zona do euro subiu para 59,0 em fevereiro, o mais alto desde junho de 2000. Fonte: Agência Estado
dIstrIbuIdora dE EnErgIa ElétrIca da índIa
ADOTA O POLIETILENO RETIcuLADO DA DOW
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Dow Wire & Cable alcançou mais um marco no setor de concessionárias de energia elétrica. A unidade de negócios da Dow para fios e cabos foi reconhecida pela maior estatal de distribuição de energia da Índia, a Maharashtra State Electricity Distribution Company Limited (MSEDCL), pela especificação avançada para o uso de isolação TR-XLPE para seus cabos de distribuição de 11, 22 e 33 kV. O TR- XLPE é um polietileno reticulado com retardante à arborescência que reduz a degradação elétrica causada pela umidade. Utilizado pela indústria global de energia a solução é capaz de isolar o equivalente a mais de três milhões de quilômetros de cabos subterrâneos de média tensão (MT). “Esta é a primeira vez que uma concessionária pública certifica o TR-XLPE. A especificação coexiste com a atual especificação-padrão para cabos XLPE da Índia, e é uma opção para ela”, ressalta Ram Ramachandran, diretor global de Marketing de Usuário Final da Dow. Adicionalmente, a especificação da concessionária traça
claramente as exigênO produto reduz a degracias de desempenho daçao elétrica causada nos níveis do Dow ENDURANCE™ – famípela umidade lia de semicondutores e isolamento para média tensão (MT), alta tensão (AT) e alta tensão para construções (MAT). De acordo com Ramachandran, a preferência clara da MSEDCL será crucial para que outras estatais e distribuidoras de energia elétrica do setor privado analisem os materiais de alto desempenho da Dow. Programa DOW INSIDE - Para que um sistema de cabos seja confiável é necessário que eles tenham um bom desempenho em protocolos regionais para oferecer mais valor para as distribuidoras de energia elétrica do mundo todo. Pensando nisso, a Dow Wire & Cable criou, em 2009, o programa DOW INSIDE que seleciona fabricantes de cabos aptos a produzirem cabos de alta qualidade com materiais Dow.
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BRASILEIROS INTEGRAM LISTA DOS MAIS INFLuENTES DA INDÚSTRIA quÍMIcA MuNDIAL
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publicação ICIS.com elegeu as 40 pessoas mais influentes da Indústria Química mundial em 2010. Da lista fazem parte CEO´s e presidentes das maiores empresas químicas, petroquímicas e de petróleo do mundo. Dois brasileiros integram a lista, nas posições 13 e 14, respectivamente: José Sérgio Gabrielli, presidente da Petrobras, e Carlos Fadigas, recém empossado presidente da Braskem. Veja a seguir a lista completa:
1. Erew Liveris – Chairman, – Presidente e CEO, Dow Chemical 2. Peter Bahnsuk Kim, – CEO, LG Chem 3. Mohamed Al-Mady, – CEO, SABIC 4. Yoshimitsu Kobayashi - Presidente, Mitsubishi Chemical Holdings 5. Kurt Bock – CEO-eleito, BASF 6. James Gallogly – CEO, LyondellBassell Industries 7. Mukesh Ambani – Chairman e Diretor, Reliance Industries 8. Jim Ratcliffe – Chairman, INEOS 9. Abdullah Bin Al-Attiyah – Chairman e Diretor, Qatar Petroleum 10. Stephen Pryor – Presidente, ExxonMobil Chemical 11. Mohamed Hassan Marican – CEO, PETRONAS 12. Ellen Kullman – Chairwoman e CEO, DuPont 13. Jose Sergio Gabrielli – Presidente e CEO, Petrobras 14. Carlos Fadigas – CEO eleito, Braskem 15. Su Shulin – Chairman, Sinopec
16. 17. 18. 19. 20. 21. 22. 23. 24. 25. 26. 27. 28. 29. 30. 31. 32. 33. 34. 35. 36. 37. 38. 39. 40.
Dmitry Konov – Presidente, Sibur Axel Heitmann – Chairman, LANXESS Feike Sijbesma – Chairman, DSM Stephen Clark – CEO, Brenntag John Zillmer – Presidente e CEO, Univar James Rogers – Presidente e CEO, Eastman Chemical Chong Bum Shik – Presidente e CEO, Honam Petrochemical Abdulaziz Abdulla Alhajri – CEO, Borouge Christian Jourquin – CEO, Solvay Hans Wijers – Chairman e CEO, Akzonobel Stephanie Burns – Chairman e CEO, Dow Corning Khalid Al-Falih – Presidente e CEO Graeme Burnett – Senior vice Presidente Asia e Middle East, Total Petrochemicals Patrick Thomas – CEO, Bayer Materialscience Jeffrey Quinn – Chairman, Presidente e CEO, Solutia Klaus Engel – CEO, Evonik Industries Giorgio Squinzi – Presidente, CEFIC John McGlade – Chairman, Presidente e CEO, Air Products Peter Huntsman – Presidente e CEO, Huntsman Geert Dancet – Diretor Executivo, European Chemicals Agency Craig Morrison – Chairman e CEO, Momentive performance Materials Cal Dooley – Presidente e CEO, American Chemistry Council Francois Vleugels – CEO, Spolchemie Nathan Ticatch – Presidente, Petrologistics Chris Jahn – Presidente, National Association of Chemical Distributors
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dicas de leitura
O MUNDO NANOMÉTRICO: A DIMENSÃO DO NOVO SÉCULO Descubra o fascinante mundo nanométrico e perceba que as máquinas mais evoluídas estão se tornando tão pequenas quanto moléculas! A ciência e tecnologia estão cada vez mais fazendo parte do nosso cotidiano. Nanopartículas tornarão os plásticos e vidros mais resistentes e funcionais. Diagnósticos clínicos poderão ser feitos com um pequeno cartão. Os medicamentos serão programados para atingirem os seus alvos. As janelas serão inteligentes, terão sua tonalidade ajustável e dispensarão produtos de limpeza. Células a combustível moverão silenciosamente os nossos carros. É uma revolução que começa agora com a era da nanotecnologia. Este é o primeiro livro da série “Inventando o Futuro” que dará um panorama contemporâneo dos avanços e dos desafios a serem enfrentados em diversas áreas da Ciência e da Tecnologia modernas. Os livros da série mostram como é fascinante o mundo da ciência que supera a própria imaginação. Destina-se ao público geral – como divulgação científica, e aos jovens – como incentivo para se tornarem cientistas. Dr. Henrique E. Toma é professor titular do Instituto de Química da USP e coordenador do Laboratório de Química Supramolecular e Nanotecnologia. Entre os diversos prêmios recebidos destaca-se a Comanda da Ordem Nacional do Mérito Científico, em 2002.. Autor: Henrique E. Toma Editora: Oficina de Textos /2004 Páginas: 104
TECNOLOGIA DOS PLÁSTICOS O livro “Tecnologia dos Plásticos” é dividido em 20 lições que tratam, de forma facilmente compreensível, o escopo da abrangente área dos plásticos, desde os fundamentos químicos passando pelos processos de transformação até a problemática do lixo e a questão da reciclagem dos plásticos. No anexo é citada a literatura complementar e fornecido um glossário apresentando novos conceitos para facilitar o entendimento do assunto. As perguntas dirigidas no início de cada lição devem auxiliar o leitor a trabalhar e entender o texto. Os exercícios de controle ao final de cada lição permitem testar seu conhecimento. É possível, através da concepção didática-metódica deste livro, obter o auto-aprendizado. Para ampliar o entendimento sobre plásticos e a associatividade a um caso prático, é utilizado um exemplo (compact disk - CD), que aparece em várias lições. Autor: Walter Michaeli Editora Edgard Blücher /199 Páginas: 216
PLÁSTICOS DE ENGENHARIA Obra direcionada a todos aqueles que precisam conhecer em detalhes os plásticos de engenharia. Racionalizar custos, substituindo peças metálicas, é a meta de todas as empresas que buscam aumentar sua competitividade. Aqui os plásticos de engenharia são apresentados de forma tal que o profissional possa fazer uma análise inicial de escolha e seleção criteriosa do material a ser empregado ou ofertado. Autor: Hélio Wiebeck Editora: Artliber /2005 Número de páginas: 350
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mercado empresarial
IDENTIFICAÇÃO DE PLÁSTICOS, BORRACHAS E FIBRAS Este livro representa um somatório de esforços para transmitir a experiência adquirida pelos autores, ao longo de anos de contato direto com o problema de identificação dos polímeros-base encontrados em peças de plástico e de borracha, e ainda em fibras, resinas, adesivos, tintas, vernizes, espessantes e géis. É uma obra essencialmente experimental, em que foram analisadas inúmeras amostras de mais de 90 polímeros de estrutura química diferente, cuja relação é fornecida, com as fórmulas, nomenclatura científica e siglas. As técnicas foram descritas detalhadamente, com a preocupação de permitir a execução das análises por pessoal não necessariamente familiar com o assunto. Autores: Eloisa Biasotto Mano e Luís Cláudio Mendes Editora Edgard Blucher / 2000 Páginas: 240
FUNDAMENTOS DE BIOQUÍMICA - A VIDA EM NÍVEL MOLECULAR Os renomados autores Donald Voet, Judith Voet e Charlotte Pratt produziram um texto claro e cuidadosamente organizado, ilustrado com estruturas de moléculas biológicas e atividades metabólicas das células e abordando, entre outros temas, os princípios da biologia molecular. A obra também contempla descrições das principais técnicas analíticas e, sempre que possível, relaciona o conhecimento bioquímico com a saúde e as doenças humanas. Além de proporcionar um sólido entendimento de bioquímica, este livro busca estimular nos estudantes a curiosidade pela química da vida
INDÚSTRIA QUÍMICA – RISCOS E OPORTUNIDADES O objetivo do autor é fornecer um material bem-fundamentado para a compreensão dos princípios da química analítica e para mostrar o quanto esses princípios são aplicados na química e nas disciplinas relacionadas - especialmente nas ciências ambientais e da vida. As principais mudanças na quinta edição são o acréscimo do Capítulo 0, uma visão geral do processo analítico, separação dos métodos de calibração no Capítulo 5, a consecutiva localização de todos os capítulos de espectofotometria no final do livro, e a expansão e a modernização dos capítulos de cromatografia, com nova ênfase no desenvolvimento de métodos em cromatografia. Foi acrescentada a espectrometria de massa, mas a interpretação dos espectros não foi incluída. Por todo o livro seções foram ampliadas, e as planilhas eletrônicas continuam sendo uma parte importante da obra. A maioria dos capítulos agora termina com um ou mais problemas sinalizados pelo subtítulo “Juntando as Peças”, cuja solução requer o uso de conceitos de vários capítulos. Autor: MARCELO LOPES DE SOUZA Editora: Bertrand Brasil / 2003 - 5ª edição Número de páginas: 190
Autor: Voet Editora: Artmed - 2ª - 2008 Páginas: 1100
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BASF APRESENTA novos plástIcos para aplIcação MédIco-hospItalar
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BASF está inserindo três novos produtos de duas classes de material para seu portifólio de plásticos para tecnologia médica sob o sufixo “PRO”. Na linha de produtos POM (polioximetileno e poliacetal), existem dois novos grades: Ultraform® N2320 003 PRO and Ultraform® H4320 PRO. Além destes, o reforço do portifólio também tem o Ultradur® B4520 PRO, o primeiro PBT da BASF (polibutileno tereftalato), que agora foi melhorado para as aplicações em tecnologia hospitalar. Estes três novos grades “PRO” estão disA empresa oferece poníveis em quantidades comerciais desde o seus plásticos da início de fevereiro.
ultraform de alta viscosidade
família “PRO” junto com um pacote de serviços adaptado para os requisitos deste mercado
Por vários anos, os grades S e W da BASF no portifólio Ultraform PRO eram os únicos plásticos de engenharia para aplicação medicohospitalar. O Ultraform N2320 003 PRO é um novo grade de injeção com alta viscosidade, excelente para a produção de componentes finos e que necessitam de força mecânica. Graças à sua resistência ao impacto e dureza, o novo grade Ultraform N é muito bom para a produção de elementos como partes funcionais de aplicadores de insulina, bombas de asma e outros aparelhos. Diferentemente, o novo Ultraform® H4320 PRO foi personalizado especificamente para ser processado por extrusão em velocidades relativamente altas de ejeção. O material tem viscosidade mais alta que o grade Ultraform N, tem mais resistência ao impacto, enquanto apresenta alto grau de dureza e força, além de ter alta estabilidade térmica. As principais aplicações são conectores de plug, cabos de ins-
trumentos cirúrgicos e outros componentes feitos de partes semi-acabadas.
ultradur para aplicação medico-hospitalar
Com o Ultradur B4520 PRO, a BASF está lançando o primeiro PBT de injeção para aplicação em tecnologia médica. No novo Ultradur PRO, a já conhecida alta estabilidade do PBT foi combinada com um comportamento de encolhimento otimizado, de forma que o produto agora vai ao encontro dos rígidos padrões de exatidão dimensional dos componentes de peças médicas. Outras vantagens deste material são a abrsorção minima de água, a alta resistência química, a facilidade de impressão e esterilização iônica com radiação (gama) ou óxido de etileno. A combinação das partes em plástico traz ao Ultraform PRO e ao Ultradur PRO sinergias adicionais: por exemplo, aplicadores de insulina com propriedades excelentes de fricção podem ser produzidos com estes materiais. Neles, Ultraform PRO apresenta baixa fricção entre as partes individuais enquanto Ultradur PRO previne, de forma confiável, os ruídos durante o uso, pelo alto poder de deslizamento.
aws brasIl Mostra rEcupEradora dE solvEntEs EcologIcaMEntE corrEta A AWS BrasiL apresenta na Brasilplast 2011 diversos sistemas periféricos, entre eles, a sua Recuperadora de Solventes. Disponível em diversos modelos e capacidades, com ciclo automático e sistema elétrico à prova de explosão. É um equipamento que se propõe a ser ecologicamente correto, preservando o meio ambiente. Além disso, a economia de solvente, de acordo com o consumo, pode chegar a 80%.
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mercado empresarial
braskEM lança novos tErMopolíMEros para substItuIr rEsInas IMportadas
vlados dIsponIbIlIza nova válvula para carrEgaMEnto dE produtos quíMIcos pErIgosos
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As resinas também
Braskem, consiestarão disponíveis derada a maior para toda a produtora de reAmérica Latina sinas termoplásticas das Américas e biopolímeros do mundo, acaba de lançar dois termopolímeros: o Symbios 4102 e Symbios 3102. Os produtos chegam para reforçar o portfólio dos segmentos de BOPP (polipropileno biorientado) e filmes de PP. Com a novidade, o mercado brasileiro passa a ter uma opção nacional para substituir este material, que até então só era importado. As resinas também estarão disponíveis para os demais clientes da empresa na América Latina. As propriedades das resinas Symbios são ideais para o processo de empacotamento automático, já que apresentam desempenho superior. O Symbios 4102 foi desenvolvido para a camada de selagem em coextrusão de filmes biorientados, com temperatura inicial de selagem inferior a 115°C em face não tratada. Sua aditivação é adequada para o processo de metalização. Já o Symbios 3102, com fluidez mais alta, foi desenhado para atender ao segmento de filmes de PP, mantendo as demais características do anterior. Os novos produtos Symbios foram especialmente desenvolvidos para atender as necessidades das camadas externas de embalagens. Aliando propriedades funcionais diferenciadas, os produtos oferecem baixa temperatura de selagem, excelentes propriedades óticas e de processamento, retenção do tratamento superficial, bom desempenho no processo de metalização e alta compatibilidade com as camadas adjacentes.
tendendo às normas RTQ 7c sobre inspeção na construção de equipamentos para transporte rodoviário de produtos perigosos a granel, a Vlados – empresa líder no mercado de válvulas para transporte na América Latina – aperfeiçoou, por meio de seu Equipamento sistema de gestão em inovação, possui blindagem os componentes e estrutura da válvula de vácuo e pressão de 2’’ e características de Inox. A melhoria no equipaanticorrosivas mento fez com que a vedação entre os componentes da válvula ganhasse maior eficiência. Segundo Mauro Melo, engenheiro de produto da companhia, a válvula cumpre com o objetivo de manter a pressão interna do tanque entre 190 e 210 Kpa, com uma vazão de até 1,2m³/h e o vácuo mantido a uma pressão entre 6 e 7 Kpa. “Com isso, atendemos as exigências da norma RTQ para líquidos com pressão de vapor até 175Kpa, sobre os critérios de inspeção, construção, reparo e reforma dos equipamentos utilizados no transporte de caminhões de produtos perigosos”, afirma Melo. Outro diferencial, ainda de acordo com o engenheiro da Vlados, são os componentes da vedação e guia da nova válvula de vácuo e pressão de inox: todos passaram a ser usinados inteiramente em PTFE (teflon), garantindo uma vedação mais eficiente. “Assim como os componentes de aço inox asseguram características antioxidantes e anticorrosivas, o PTFE é resistente e promove um melhor ajuste entre as partes”, explica. Ricardo Neukamp, diretor da Vlados, afirma que todas as válvulas fabricadas são testadas e ajustadas e, logo após, são “recravadas” ou “seladas”, garantindo assim que o produto esteja dentro das especificações de fábrica. “Visamos sempre atender às normas e regimentos de qualidade com comprometimento, levando soluções e aprimorando nossos processos produtivos internos estimulados pelos investimentos em inovação” finaliza Neukamp.
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Regional compressores: venda, locação e assistência técnica Empresa há varios anos atuando no mercado de manutenção, venda e locação de compressores. Um dos pontos mais forte da Regional Compressores é a venda de peças de Reposição para Compressores de parafuso e pistão e também a manutenção de compressores. Serviço realizado por profissionais altamente qualificados. Durante a manutenção emprestamos outro equipamento de igual capacidade. A Regional Compressores atua na área de manutenção de equipamentos como: Compressores Rotativo de parafuso e Pistão, Industrial, Hospitalares e Odontológicos. Conta ainda com grandes parceiros como: Chicago Pneumatic, Atlascopco, Metalplan, Wayne, Schuz, Chiaperini compressores, Peg compressores, DWT ferramentas elétricas, exel br/Peneutronic calibradores de pneu
sendo a empresa oferece Assistência Técnica Autorizada destas Empresas. Linha de produtos: A Regional Compressores, oferece ao mercado o que há de melhor no segmento de compressores desde a linha hobby a linha Industrial. Primando sempre pela qualidade e visando um baixo custo ao nossos CLIENTES oferecendo ainda uma grande diversidades de marcas e modelos, acima de tudo uma garantia estendida de 18 meses. sendo: 12 meses pela indústria e 06 meses pela REGIONAL COMPRESSORES www.regionalcompressores.com Tel.: 12 3966-2809 / 3322-3308 / Fax: 12 3322-3375 São José dos Campos
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mercado empresarial
NOVA SÉRIE DO SUPORTE TIPO “LM” Tellure Rôta do Brasil muda e renova a sua linha media LM (série 14) de placa e de espiga, para ser montada sobre rodas com um diâmetro entre 100 a 150mm com capacidade de carga até 300 daN. Quais são as vantagens da nova linha LM em relação a versão anterior? Melhoria da resistência de carga, graças ao pino central, com um parafuso e porca cravada. Maior durabilidade, graças à inclusão de elementos específicos de proteção das peças em rotação, feitas de materiais de alta qualidade. Maior resistência às intempéries, graças ao zinco colonial trivalente.
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Aços Lapefer................................................................................. 73 Anluz Eletrometalúrgica............................................. 73 / 3. capa Aplastec Plásticos Técnicos......................................................... 45 Desentupidora Gadita Pragas............................................. 4. capa EPIL................................................................................................ 52 FIESP.............................................................................................. 41 FLG Compressores e Equipamentos........................................... 72 Frileste Ind. Com. Máquinas Equipamentos.............................. 72 Império dos Metais Comercial................................................... 45 Indústria de Tintas e Vernizes Paumar...................................... 68 Jamaica Indústria de Artefatos de Borracha................. Selo capa Mudras Comercial e Industrial.................................................... 68 PA Produtores Associados................................................. 2. capa P Tendas e Barracas.................................................................... 69 Palley Industrial........................................................................... 16 Regional Compressores............................................................... 72 SESI................................................................................................ 32 Super Finishing do Brasil Coml................................................... 05 Tellure Rôta.................................................................................. 73