2 minute read
Bon vivant
Todas as sopas do mundo
Este é o momento perfeito para revisitar as origens culinárias dos imigrantes que formaram a nossa tão cosmopolita São Paulo, por meio de seus deliciosos caldos e sopas
Advertisement
O mês de julho não falha e o frio chegou. Se depender das prévias que tivemos em junho, é melhor preparar os cobertores, edredons e canais de streaming variados. Até para quem tem o hábito de caminhar de manhã para começar bem o dia, vai ser difícil manter a rotina. Essa época pede muita determinação para não desandar, não apenas na atividade física, mas principalmente na dieta. Não é novidade que o frio dá muita fome e é fácil perder o pé entre aqueles que não abrem mão de sair para jantar e, fatalmente, se deparam com cardápios fartos em pratos copiosos, com direito a molhos e cremes. Por isso, a grande decisão é deixar as massas, carnes e feijoadas para o almoço e optar pelas deliciosas e variadas sopas dos quatro cantos do mundo, que São Paulo tem o luxo de oferecer.
Gosto de ir a restaurantes de diversas culinárias e pedir apenas o couvert (quando vale a pena), a sopa oficial da origem da casa e uma taça de vinho. É a certeza de uma boa noite de sono e de chegar na primavera sem aumento de cintura. Sugiro, a seguir, os lugares que frequento nessas ocasiões e as sopas ou caldos de diferentes nacionalidades que me agradam.
De origem chinesa, mas que se tornou popular no Japão após a 2ª Guerra
Mundial, o lámen caiu no gosto do paulistano. São muitas as casas que servem o prato com suas variantes. O cliente escolhe primeiro o dashi – que é base do caldo e que pode ser de shio, de missô, de shoyu – e depois decide a proteína a ser usada. Indico o Tonkotsu Barikote Ramen Maru (japonês autêntico com um balcão de apenas oito lugares) nos Jardins; o Jojo Ramen no Paraíso; o Hirá Ramen Izakaya e o Tan Tan Noodle Bar (Pinheiros); o Nara Lámen (na Saúde) e o disputadíssimo Brazil Lámen - também chamado de Shindo Lámen -, onde tudo é rápido.
Para continuar na origem asiática, a culinária vietnamita também apresenta uma opção que lembra o lámen japonês. É o Pho Bo, feito com talharim de arroz e carne bovina fatiada, cozidos em caldo de carne aromatizado com especiarias de sabor muito especial. Peço o caldo a parte e tomo como um consomê. Meu restaurante vietnamita favorito é o Miss Saigon, que tem dois endereços em São Paulo.
Se a vontade for de capelletti in brodo, o que não faltam são endereços italianos na cidade, mas meus preferidos são os da Casa Europa, do Galeto di Paolo e do Mondo. Também originário da Itália, o substancioso minestrone é uma ótima opção quando a fome for maior. São famosos os do renomado Evvai, do Olive Garden e do Vicolo Nostro.
Chegamos na sopa de cebola e eu gosto daquela feita em “montgolfière”, que é com a capa de massa folhada crocante por cima (que ajuda a manter a temperatura enquanto você não começa o prato) e que, ao comer, você quebra e mistura na sopa. É muito boa no Ça-Va (Erick Jacquin) e no Bistrot de Paris. Apenas gratinadas, sem a montgolfière, as do Chef Rouge e do Ici Bistrô são excelentes.
E, para terminar a nossa volta ao mundo pelas sopas, aconselho uma versão da culinária árabe chamada Kibe Labanie, que são kibes cozidos na coalhada fresca com hortelã. O prato consegue ser refrescante, apesar de chegar quente. Pode ser degustado tanto no Misky quanto no Arábia. Se aqueça. Até!