MAIO/2024 distribuição gratuita no aeroporto santos dumont
Débora Falabella
Pela primeira vez num monólogo, atriz encena versão brasileira de peça de grande repercussão internacional que discute a violência contra a mulher
29 mai
CASA GRANDE quinta feira 21h
Publisher Pedro Barbastefano Júnior
Conselho editorial Chantal Brissac, Clóvis Cordeiro, Didú Russo, Georges Henri Foz, Kike Martins da Costa, Leonardo Chebly, Luiz Toledo, Paula Calçade, Pedro Barbastefano Júnior e Ricardo F. Marques
redação Paula Calçade (editora executiva); Kike Martins da Costa (editor contribuinte); Rose Oseki (editora de arte), Vivian Monicci (repórter)
Colaboradores André Hellmeister, Chantal Brissac, Didú Russo, Franciny Ehlke, Georges Henri Foz, Luiz Toledo, Patricia Palumbo, Sarah Gomes
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Jornalista resPonsável Paula Calçade MTB 88.231/SP
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Hora Rio
Tortinha com massa de cacau com caramelo e ganache da Confeitaria Absurda, no Jardim Botânico
12 Capa
Débora Falabella
estreia monólogo no Teatro Adolpho Bloch
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Vozes da cidade
Gastronomia diversificada no Rio de Janeiro
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Economia criativa
O desafio de empreender no mercado de cosméticos
Madonna desembarca em Copacabana, outros ritmos pela cidade e as novidades gastronômicas
Reflexões sobre o feminismo
hora
O MELHOR DA CIDADE MARAVILHOSA
LEBLON Aos 94 anos, a grande dama do teatro brasileiro faz novas sessões de “Fernanda Montenegro Lê Simone de Beauvoir” nos dias 1, 10, 11, 12, 17, 18 e 19 de maio, no Teatro Casa Grande. No espetáculo, a atriz faz uma leitura dramática de trechos de “A Cerimônia do Adeus”, escrito pela filósofa francesa Simone de Beauvoir (1908-1986).
Trata-se de uma obra poderosa, cuja temática é uma visão libertária sobre o feminismo. E, de forma comovente, aborda também sua ligação de vida junto ao filósofo JeanPaul Sartre (1905-1980), de quem foi companheira. A dramaturgia, a direção e a seleção musical da apresentação são assinadas pela própria Fernanda Montenegro.
TEATRO CASA GRANDE: Avenida Afrânio de Melo Franco, 290, Leblon, tel. 21 2511-0800. Ingressos a partir de R$ 150.
Das Arábias para as dunas de Ipanema
Instalado em um imóvel com quatro andares, Casa Mohamed serve quibes em várias versões, esfihas com diversas opções de recheios e deliciosos docinhos
JARDIM BOTÂNICO
Doçura insensata
É nas vitrines da Confeitaria Absurda que os cariocas encontram as sobremesas e os docinhos e mais tentadores e deliciosos do momento
O endereço mais disputado atualmente pelas formigonas e formigões cariocas é o da Absurda Confeitaria, inaugurada em meados de 2020 por Carlos Henrique Schroeder, ex-todo poderoso da TV Globo, que trabalhou na emissora por 38 anos e, durante os anos de 2013 e 2019, exerceu o cargo de diretor-geral da coisa toda. Instalada em um antigo casarão tombado a poucos metros da sede da Globo, a confeitaria faz sucesso com suas tartelettes de massa de cacau, ganache de chocolate e mousse de laranja, seus choux de chocolate amargo e pistache, suas tortinhas de pera e cumaru, seus quindins de gema caipira e maracujá e seu pudim de pote. Quem produz essas maravilhosidades não é executivo da Globo, mas sim o talentoso confeiteiro paulista Quique (Henrique) Rossanelli, que já trabalhou em São Paulo com o mestre Lucas Corazza e até participou do reality “The Taste Brasil”, do canal GNT, onde conheceu o chef Felipe Bronze, que o levou para o Rio.
Outros best-sellers da casa são o pavê feito de cookies caseiros com mousse de chocolate branco e ganache de chocolate amargo e o carrot cake de massa fofa com cenoura ralada, nozes, canela, raspas de climão e chantilly de cream cheese. Impossível resistir!
Recém-inaugurada, a Casa Mohamed é um restaurante de comida árabe que ocupa um imóvel de quatro andares e, nos almoços de terça a domingos, funciona como bufê a quilo. No cardápio à la carte, tem quibes assados na brasa servidos com coalhada, quibes vegetarianos acompanhados de babaganoush, quibe cru montado (foto) com coalhada, tabule e cebola frita, hommus com carne moída e amêndoas, Chacrie (espécie de estrogonofe árabe feito com filé mignon na coalhada e guarnecido com arroz de aletria), cuscuz marroquino com paleta de cordeiro desfiada e esfihas com várias opções de coberturas e recheios. Para quem não abre mão de um docinho, tem Ninhos de Pistache, Beklewas e os famosos pasteizinhos de nozes Ataif. O empreendimento é comandado pelo empresário Iahia Mohamed, que chefiou o Bar do Elias, localizado na Rua Aníbal de Mendonça.
21 3435-4977 e 21 98348-5657.
Rainha do pop encerra sua ‘Celebration Tour’ no Rio
Show de Madonna deve reunir mais de 1 milhão de pessoas na praia de Copacabana, em uma megafesta recheada de hits dançantes, efeitos visuais impactantes e muita emoção
Dia 4 de maio Madonna chacoalha as areias de Copacabana com o show de encerramento de sua épica e aguardada “Celebration Tour”. O evento foi dimensionado para reunir mais de 1 milhão de pessoas neste que é um dos cenários mais bonitos e icônicos do mundo. A apresentação é um agradecimento aos fãs pelo amor e carinho que ela recebeu ao longo de suas quatro décadas de música. A praia vai ser transformada na maior pista de dança do mundo!
O show traz 16 telões e oito duplas de torres de retorno de som, com imagens espalhadas na areia até a Avenida Princesa Isabel. A turnê, que começou em outubro de 2023, já passou por 14 países e é mais uma prova da inovação e do impacto que a Rainha do Pop causa na cultura e no comportamento de várias gerações, no mundo todo. A festa terá como convidado Bob the Drag Queen, também conhecido como Caldwell Tidicue, como vem acontecendo desde o início da turnê.
A festa “The Celebration Tour in Rio” é uma produção da Bonus Track (que tem como sócios Luiz Oscar e Luiz Guilherme Niemeyer) em parceria com a Live Nation. O concerto é apresentado pelo banco Itaú, com patrocínio da Prefeitura do Rio de Janeiro, do Governo do Estado do Rio de Janeiro e das cervejas Heineken. Conforme publicado no Diário Oficial do Município, a Prefeitura investiu R$ 10 milhões na realização desse megaevento.
Será o maior show da carreira da Madonna, que vai embolsar um cachê estimado em US$ 3 milhões. A apresentação terá início às 21h45, com transmissão ao vivo na TV Globo, no canal Multishow e na plataforma de streaming Globoplay.
Alugar barco é opção para ver show do mar
Para quem não quiser se acotovelar com a multidão nas areias de Copacabana, uma alternativa interessante é alugar um barco para acompanhar o show do mar. Pode não ser de muito perto, mas são poucos os que poderão ver a performance de Madonna realmente de perto.
No site Navegue Temporada, é possível alugar embarcações dos mais diversos tipos para se posicionar ali perto da orla para fazer uma festinha a bordo animada ao vivo pela Rainha do Pop. O aluguel de uma lancha Runner 335, por exemplo, com capacidade para até 14 pessoas, custa R$ 4.400 das 20h à 1h, incluindo marinheiro e combustível.
No aplicativo de aluguel de barcos Bombordo, os preços variam de R$ 2.300 a R$ 30 mil, dependendo do tipo de embarcação — lancha, veleiro, catamarã ou iate — e a capacidade de passageiros. O valor pode aumentar se o cliente contratar adicionais a bordo, como bebidas e comidinhas, que podem ser sanduíches, churrasco ou quitutes japoneses.
Marina da Glória
Tel. 21 98814-3597. www.naveguetemporada.com.br
Bombordo Tel. 21 99664-79231. www.bombordobr.com.br
Happy Hour em cenário com história
Como a personagem homônima da novela “Vale Tudo”, Eleninha valoriza os bons drinques e ocupa um bonito casarão em um dos bairros mais charmosos do Rio
Estrategicamente posicionado em frente ao hypado Elena, o Eleninha é a novidade no Horto. Ocupando um casarão tombado pelo Iphan que faz parte do conjunto arquitetônico e histórico da Chácara do Algodão, o bar tem um bonito salão com pé-direito alto, paredes de pedra e janelões de vidro. As mesas na varanda são perfeitas para quem quiser uma vista do Cristo Redentor emoldurada pela exuberante vegetação do Jardim Botânico.
A casa, mais casual e descontraída que sua irmã mais velha, serve almoços, belisquetes, chopes geladinhos e drinques criados pelo fera Alex Mesquita. No cardápio assinado pelo chef Itamar Araújo, destaque para o crudo de peixe do dia com molho cítrico e crocante de arroz, para o clássico fish & chips, para os espetinhos de frango, filé mignon, copa-lombo suína ou cogumelos, para os buns de camarão com alface e para os sandos de frango frito e coleslaw. Para deixar o ambiente ainda mais leve e agradável, o Eleninha tem também uma programação de pocket shows ao vivo.
Encontros musicais no Jockey
Festival Doce Maravilha tem artistas celebrando marcos importantes de suas carreiras ou se apresentando em parcerias incomuns e surpreendentes
A 2ª edição do festival Doce Maravilha leva música brasileira da melhor qualidade ao Jockey Club Brasileiro nos dias 25 e 26 de maio. São mais de 40 artistas se apresentando nos dois palcos. A curadoria do evento é assinada pelo produtor musical e compositor Nelson Motta, e a expectativa é receber até 20 mil pessoas por dia. No sábado, dia 25, as principais atrações são Jorge Ben Jor, Negra Li, Ana Carolina, Djonga & Xamã, Criolo, Mano Brown & Rael, Luedji Luna, Larissa Luz & Xênia França, Letrux, É o Tchan e Jorge Aragão com BK. No domingo, dia 26, é a vez de Maria Bethânia com Xande de Pilares, Capital Inicial com Zélia Duncan e Kiko Zambianchi, Os Paralamas do Sucesso comemorando os 40 anos do lançamento de “O Passo do Lui” (seu primeiro LP), Nação Zumbi & Lia de Itamaracá, Falamansa com Lucy Alves, Ana Frango Elétrico e um coletivo de funkeiros encabeçado por Buchecha, Deize Tigrona e Gabriel do Borel.
CENTRO
Dos Alpes austríacos para o Rio de Janeiro
Musical “A Noviça Rebelde” ganha nova montagem no Brasil, em uma superprodução estrelada por Malu Rodrigues, Pierre Baitelli e, eventualmente, Larissa Manoela
Na Broadway e nos cinemas, “A Noviça Rebelde” é um daqueles clássicos incontestáveis: faturou oito prêmios Tony e cinco estatuetas na festa do Oscar. Agora o musical ganha uma nova montagem brasileira, com adaptação assinada pela dupla Charles Möeller & Claudio Botelho e realização da Aventura Produções. Em cartaz até 23 de junho no Teatro Riachuelo, a montagem é estrelada por Malu Rodrigues e traz ainda Pierre Baitelli no papel do capitão Von Trapp e Larissa Manoela no papel de Liesl. A trilha inclui canções de
Rodgers e Hammerstein, como “Do-Re-Mi”, “My Favorite Things” e “So Long, Farewell”, que serão cantadas nas versões em português de Claudio Botelho. Atenção: Larissa Manoela estará no palco apenas nos dias 2, 4, 10, 12, 16, 18, 23, 26 e 31 de maio, e nos dias 1, 6, 8, 16, 20 e 23 de junho. Nas demais datas, ela será substituída por Giovanna Rangel.
LEBLON
Promoções portuguesas, com certeza
De segunda a quinta, a Tasca Miúda oferece uma atração diferente a cada dia, incluindo pratos de bacalhau, arrozes, coquetéis e taças de vinhos
No descontraído restaurante português Tasca Miúda, de segunda a quinta, a agenda semanal tem uma promoção diferente a cada dia. Ela começa com as Segundas Bacalhudas, com opções a R$ 59, incluindo arroz gratinado de bacalhau com farofa de pão e natas, o Bacalhau à Brás (em lascas, com cebolas, batata palha, ovo cremoso e azeitonas pretas) e o spaghetti Carbonara de bacalhau, com molho de ovos, parmesão e bacon. Nas Terças dos Arrozes, tem arroz caldoso de pato, arroz malandrinho com camarões e arroz de polvinhos. Às Quartas Alegrinhas tem drinques especiais a R$ 19, incluindo caipirinhas, Porto Tonics, Fitzgeralds, Negronis ou Aperol Spritz. Por fim, nas Quintas Dobradas, quem pede uma taça de vinho leva duas – promoção que vale tanto para os brancos quanto para os tintos.
Tasca Miúda
Rua Humberto de Campos, 827, loja B, Leblon, tel. 21 3518-0810.
Teatro Riachuelo
Rua do Passeio, 38/40, Centro, tel. 21 99566-7469. Ingressos de R$ 39 a R$ 350.
Sonoridades pra lá de brasileiras
Geraldo Azevedo e Chico César apresentam “Violivoz” na Fundição Progresso e a noite termina com sucessos de João Gilberto e João Gomes
Dois dos maiores artistas da música popular brasileira, Chico César e Geraldo Azevedo, sobem juntos ao palco da Fundição Progresso para o show "Violivoz" no dia 3 de maio. O projeto, que tem rodado o Brasil inteiro com apresentações esgotadas, traz a releitura de alguns dos maiores clássicos do cancioneiro de ambos, com a performance instrumental dos dois violonistas. No repertório estão “Dia Branco”, “Deus Me Proteja”, “Moça Bonita“, “Onde Estará o Meu Amor“, “Bicho de 7 Cabeças“ e “Mama África”, além das duas canções inéditas compostas pela dupla especialmente para a turnê, “Nem na Rodoviária“ e “Tudo de Amor“. Para fechar a noite, a artista carioca Mãeana apresenta o show “Mãeana canta JG”, em que canta músicas de João Gilberto e João Gomes.
Fundição Progresso
Rua dos Arcos, 24, Lapa, tel 21 3212-0800.
Ingressos a partir de R$ 70.
Pato com laranja em versão asiática
Chef Andrea Tinoco, que comandava nos anos 90 um restaurante no Centro que tinha essa receita francesa como carro-chefe, acaba de inaugurar novo empreendimento, com temperos japoneses e coreanos dos anos 1990
A chef Andrea Tinoco fez sucesso quando, há 30 anos, decidiu levar para Rua do Ouvidor, no Centro, seu primeiro empreendimento – o Pato com Laranja. O restaurante se destacou ao trazer a gastronomia asiática para um ambiente que ainda não era tão comum. O restaurante volta repaginado, agora também no burburinho da Dias Ferreira, no Leblon. O menu faz um mix da Ásia e, entre as delícias japonesas, estão guiozas, sushis, sahimis e usuzukuris. Há ainda ostras frescas e canolis com tartare de atum com repolho e molho de pimenta gochujang. No cardápio dos principais se evidencia o tirashi de pato, criado com magret de pato fatiado, que leva molho de laranja com missô, arroz gohan, alga nori e nirá. Para fechar, aposte na pavlova de frutas vermelhas com pistache.
Pato com Laranja Rua Dias Ferreira, 410, Leblon, tel 21 96777-0022.
POR PAULA CALÇADEVozes da cidade
BÁRBARALOPES|INFOG
Do japonês à carne
Um passeio por diferentes cozinhas que refletem a qualidade e a diversidade cada vez mais pulsante da gastronomia do Rio
Giuseppe Grill
“É a melhor carne do Rio, com certeza! O lugar reúne cortes exclusivos, ambiente intimista e equipe afiada no atendimento. Uma dica: não deixe de experimentar a picanha Supra Sumo –corte exclusivo do restaurante, que já recebeu diversos prêmios.”
Av. Bartolomeu Mitre, 370, Leblon
Babbo Osteria
“O italiano sem frescura do talentoso chef e também amigo Elia Schramm é uma das minhas paradas obrigatórias em Ipanema. Com o ambiente acolhedor e um menu bem-feito, a casa é uma homenagem ao pai do chef e, de fato, é cheia de memória afetiva.”
Rua Barão da Torre, 632, Ipanema
Xian
“A vista é um dos grandes trunfos do restaurante efervescente que fica no Bossa Nova Mall, shopping interligado ao aeroporto Santos Dumont – diga-se de passagem, é perfeito para ser visitado entre pontes aéreas. A sinuosa topografia do Rio já alimenta a alma e, nesse caso, também o estômago, uma vez que a gastronomia asiática moderna é espetacular!”
Av. Alm. Silvio de Noronha, 365, Cobertura, Centro
Bar Lagoa
“Um clássico carioca! Os antigos garçons dão o toque especial ao restaurante que fica no mesmo lugar há incríveis 90 anos. Entre porções fartas, está o aclamado bife à milanesa servido com salada de batata, é imperdível! E uma novidade: eles acabaram de inaugurar um quiosque na Praia de Ipanema, com o mesmo menu!”
Av. Epitácio Pessoa, 1674, Lagoa
As dicas de quem adora o Rio
GIUSEPPE GRILL XIAN BABBO OSTERIA POR MARCELO TORRES*DÉBORA FALABELLA PROTAGONIZA MONÓLOGO DE GRANDE SUCESSO INTERNACIONAL E CONSOLIDA FORMAS PRÓPRIAS DE CONTAR HISTÓRIAS NOS PALCOS E NAS TELAS DO PAÍS
DPOR PAULA CALÇADE
ESDE A SUA ESTREIA EM LONDRES, em 2022, “Prima Facie” seguiu uma trajetória meteórica. Escrito por Suzie Miller, o texto conquistou a Broadway e o West End inglês, virou objeto de disputa entre produtores e inspirou debates e esforços para mudar leis britânicas envolvendo crimes de abuso e agressão sexual. Neste mês de maio, a peça faz sua estreia no Brasil, no Teatro Adolpho Bloch, na Glória.
A montagem é estrelada por Débora Falabella, que assume o desafio de encenar o primeiro solo de sua carreira. No palco carioca, ela explora uma forma autêntica de dar vida a uma personagem que ganhou adaptações em países como Alemanha, Austrália, Nova Zelândia e Turquia. No papel da advogada Tessa –que tem acusados de violência sexual entre seus clientes – a atriz faz ainda uma imersão nas complexidades do sistema judiciário. “Acredito que o resultado e a sensação de estar em cena serão completamente diferentes, para mim e para o público”, revela.
Mineira e filha de artistas, Débora se diz tímida e afirma que foi em sua profissão que encontrou uma maneira para se expressar. Em entrevista à 29HORAS, ela também reflete sobre a fama e o equilíbro necessário na atuação, destaca montagens importantes para sua trajetória no teatro e antecipa novos e desafiadores projetos.
Falabella como advogada Tessa, na peça "Prima
“Prima Facie” é o seu primeiro monólogo. Como foi a preparação para estar sozinha no palco diante do público?
Nunca tinha sentido a vontade de fazer um monólogo, porque sempre entendi o teatro como uma troca com o outro em cena. Mas, recentemente, esse desejo surgiu em mim, impulsionado pela curiosidade de me arriscar em algo novo. Foi assim que decidi me aventurar nessa experiência e buscar um projeto que me desafiasse. E encontrei o texto de 'Prima Facie', que me encantou profundamente. A preparação para um monólogo vai muito além do momento solitário em que estou no palco. É um esforço colaborativo que envolve uma equipe talentosa e dedicada, incluindo uma diretora experiente, profissionais de voz, corpo, direção, cenografia,
figurino e iluminação. A construção desse trabalho exige uma preparação minuciosa e um alinhamento preciso de todos os elementos envolvidos.
Por mais que a sensação seja de estar sozinha em cena, sei que tenho o respaldo de uma equipe sólida e comprometida. Isso me dá uma tranquilidade grande! A preparação para esse solo acabou não sendo muito diferente dos outros espetáculos que já participei. Mas acredito que o resultado e a sensação de estar em cena serão completamente diferentes, para mim e para o público.
A peça ganhou montagens em diversos países e foi estrelada por Jodie Comer, na Broadway. Quais são as especificidades da montagem brasileira? Quando se compra os direitos de uma
obra, um mundo de possibilidades criativas se abre para a montagem da peça. Penso que cada equipe artística traz sua própria visão e sensibilidade para o palco, resultando em interpretações únicas. Desde a direção até a interpretação dos atores, cada montagem reflete a singularidade e criatividade do grupo envolvido. Eu acho muito bonito observar como a mesma obra pode ser interpretada de maneiras tão diversas, ampliando seu impacto e relevância em diferentes contextos. Por aqui não será diferente, vamos imprimir algo singular nesse texto.
Por que trazer essa peça ao Brasil?
A questão da violência contra a mulher e a agressão sexual é sensível e muito recorrente em diversos países. No caso do Brasil, essas questões são especialmente impactantes, porque os números relacionados a esses crimes são mesmo alarmantes! Na peça, além de falarmos de um tema de extrema importância, também podemos provocar reflexões e debates sobre como lidamos com essas questões em nosso país.
O que mais chamou a sua atenção na atuação de Jodie Comer? E como foram seus estudos para fazer a imersão na personagem?
Confesso que evitei assistir às montagens anteriores da peça para não ser influenciada. Já tinha visto pequenos trechos e conhecia o texto. Mas preferi desenvolver a personagem a partir das minhas próprias experiências, porque acredito que cada atriz tem sua essência e abordagem única para os papéis. Depois da estreia, pretendo assistir às outras montagens. Mas claro que fico super curiosa! Quero muito assistir à maravilhosa Jodie Comer dando um show! Sou fã!
A peça tem uma temática sensível, em que a sua personagem, a advogada Tessa, defende acusados de violência sexual. Como mulher e atriz, como é vivenciar esse tema em um trabalho? Como mulher e atriz, interpretar o papel
Débora Facie"da advogada Tessa é uma experiência desafiadora e muito impactante. Tessa é uma advogada criminalista que acredita firmemente no princípio fundamental de que toda pessoa tem direito à defesa, independentemente da culpa do acusado. Ela não escolhe seus clientes e aceita os casos que chegam ao seu escritório, o que muitas vezes a leva a defender pessoas que enfrentaram situações complicadas, como casos de agressão sexual.
Ao longo da peça, Tessa passa por uma transformação pessoal ao questionar e repensar o sistema jurídico em que trabalha. Essa descoberta representa um ponto crucial na trama, em que ela começa a enxergar as complexidades e injustiças do sistema legal, é realmente interessante!
A peça desencadeou discussões e debates mundo afora. Como você espera que seja a recepção e repercussão entre o
público brasileiro?
Imagino que a repercussão será bem semelhante. Temos muito o que discutir ainda quando o tema é agressão sexual e como o sistema jurídico na maioria das vezes lida com isso. Conquistamos muitos avanços, mas é preciso ir além.
A mulher continua sofrendo mesmo quando ela é vítima!
A versão brasileira tem Yara de Novaes na direção, que é sua parceira no Grupo 3 de Teatro e em outros projetos. Como são as suas trocas?
Yara é uma parceira de longa data com quem eu queria trabalhar novamente como diretora, confio plenamente nela e no seu processo criativo. Ela sempre foi meu farol e minha inspiração! Para esse projeto, senti que não havia ninguém melhor para dirigir do que a Yara, alguém em quem confio totalmente e que eu sabia que faria o processo ser não apenas bom e prazeroso, mas também significativo, considerando toda a nossa história nos últimos anos.
O que o Grupo 3 de Teatro significa para você? Quais foram as montagens teatrais que mais te marcaram desde o começo do grupo?
O Grupo 3 de Teatro foi meu primeiro e único grupo teatral até hoje. Ao longo dessa trajetória, participei de diversas montagens. Entre as que mais me marcaram desde o início, destaco "Love Love Love", "Contrações" e "Neste Mundo Louco Nessa Noite Brilhante". Esses espetáculos foram especialmente importantes do ponto de vista artístico e de identificação com as mensagens que eu queria transmitir. O Grupo 3 de Teatro é cheio de significado para mim! Foi onde construí minha história no teatro e o lugar onde pude me expressar e fazer escolhas importantes na minha carreira.
Voltando um pouco no tempo, você cresceu em um ambiente que incentivava a arte. Como as atuações de sua mãe (Maria Olympia Falabella), no coral lírico, e de seu pai (Rogério Falabella),
Em sentido horário, a atriz na novela "O Clone", na série "Aruanas" e em "Avenida Brasil"Débora em cena com Yara de Novaes, em peça do Grupo 3 de Teatro
como ator e diretor, te impactavam quando você era criança? Quando você decidiu também trilhar o caminho artístico?
O ambiente em que cresci teve mesmo uma influência enorme sobre a escolha de seguir na minha profissão. Com minha mãe atuando no coral lírico e meu pai ator e diretor, fui exposta desde cedo a esse mundo. Mas a decisão de trilhar esse caminho não foi diretamente influenciada por eles. Acredito que meu interesse pelo teatro foi despertado pela minha irmã Cynthia, que também começou a estudar artes cênicas. Observando sua trajetória, percebi que o teatro poderia me oferecer uma forma de expressão, uma voz que eu talvez não conseguisse encontrar em minha comunicação cotidiana. Sempre fui uma pessoa mais tímida, quieta, e vi no teatro uma oportunidade de me expressar de maneira diferente, de explorar novas formas de comunicação e interação.
Houve um desejo de se distanciar dos estilos e marcas dos trabalhos de seus pais? Em quem você também buscava inspiração e referências?
Muito pelo contrário! Meu pai foi ator
de TV na época da TV ao vivo e também atua no teatro. Ele sempre foi uma grande referência para mim. Mas é claro que fui encontrando a minha turma! Tenho muitas referências mineiras, de onde eu venho. Atores, grupos de teatro... No teatro, cada um encontra seu estilo e sua turma, o que considero um processo natural e importante para descobrir sua identidade como artista. Mas minha família seguiu me influenciando. Minha mãe, que era cantora lírica, me inspirou com sua abordagem à profissão, assim como meu pai, que sempre foi muito dedicado e respeitoso com seu trabalho. A reverência que ele tinha pela profissão certamente deixou uma marca em mim, e sinto um grande respeito por seguir seus passos!
Sua carreira na TV, em novelas e séries, é bastante extensa e diversificada, tendo interpretado protagonistas e personagens de destaque em produções como "O Clone" e "Avenida Brasil". Como você lidava com a fama e a enorme repercussão entre o público na época? E hoje, o que a fama representa para você?
Penso que depender unicamente da fama pode ser perigoso, porque estar
constantemente sob os holofotes pode ser cansativo e muito invasivo. É importante encontrar momentos de descanso e privacidade. Por outro lado, a fama também pode proporcionar oportunidades incríveis. Por exemplo, ela me permite levar meu trabalho para o teatro, onde muitos fãs que me acompanharam na TV têm a chance de me ver atuar ao vivo. Acho essencial saber utilizar a fama a seu favor, sem depender exclusivamente dela e sem deixar que ela nos sobrecarregue emocionalmente.
Atualmente, como você escolhe seus projetos? O que você busca nos seus trabalhos?
Hoje, ao escolher os projetos em que me envolvo, busco oportunidades que me permitam explorar novas formas de contar histórias, é o que mais valorizo! Além disso, estou escrevendo meu primeiro longa-metragem, que pretendo dirigir, e estou muito animada com essa possibilidade que está se desenhando para mim em breve.
FOTO DIVULGAÇÃOEconomia criativa
A beleza está no público
Empreender no mercado brasileiro de cosméticos é reconhecer o consumidor como protagonista para atender suas demandas cada vez mais diversificadas
Beleza é um assunto plural e, por isso, para falar a respeito é preciso entender de diversidade: de pessoas, de discursos e de plataformas. No Brasil, é um prazer enorme perceber que o público consumidor tem olhado mais para a qualidade dos produtos que produzimos e, dessa forma, tem estimulado o desenvolvimento da indústria do setor no país.
No meio de marcas tradicionais e novos nomes que chegam com propostas e tecnologias que agregam e fazem com que o mercado se movimente, empreender com beleza é uma tarefa mais complicada do que parece. Os brasileiros reconhecem a qualidade de um produto desde sua embalagem, textura, pigmentação e fixação, e atender a todos esses pedidos dentro do melhor custo-benefício exige estudo e adaptação.
Apesar do desafio, acredito que esse seja o nosso maior estímulo e uma das principais justificativas do porquê o Brasil é um dos países que mais movimenta o segmento de beleza. É maravilhoso poder ver o desenvolvimento de tantas marcas ganhando espaço no mercado, ainda mais as criadas por influenciadoras e empresárias. Ninguém sabe mais sobre maquiagem do que aquela pessoa que faz uso diário, por isso as apaixonadas pelo tema são as melhores para criarem os produtos!
Com todas essas novidades, a concorrência aperta um
pouco, e é aí que apenas “os fortes sobrevivem”. De nada adianta um produto que leve a imagem de uma personalidade famosa se o conteúdo não corresponde às expectativas. Penso muito sobre a marca como uma extensão de sua criadora, conseguindo ir para lugares que nós não vamos alcançar: estilos, corpos e pensamentos diferentes. Por isso, o objetivo indispensável é uma essência versátil para cada linha ou produto lançados.
Pense como uma consumidora: sua bancada de makes nunca é feita por uma marca só e provavelmente a sua concorrência vai estar do lado dos seus produtos nas bolsas e penteadeiras de várias pessoas. O que desperta interesse é qualidade, acessibilidade e identidade, e cada empreendedor precisa sempre reforçar esses três pilares se quiser se manter e desenvolver.
Acredito que a melhor forma de apresentar esse DNA é por meio das redes sociais. Todos os detalhes são relevantes para que o público memorize e lembre de você — fotos de campanha, vídeos de aplicação, embalagem, tudo! E estabelecer uma comunicação entendendo o que está acontecendo em cada plataforma é parte do processo. O principal é sempre estar atento: trabalhar com beleza é uma conversa com o público e, muitas vezes, a resposta do próximo passo para o sucesso está com ele.