29HORAS - março 2020 - ed. 125 - SP

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22/03 DIA MUNDIAL DA ÁGUA

SP

MARÇO/2020

distribu iç ão g ratu ita n o ae roporto de cong onh a s

O caminho das

águas

O que estamos fazendo para salvar o maior bem do planeta?

Saiba mais sobre Carbon Free


Um certificado que funciona como um GPS: mostra que estamos no caminho certo.

ĂŠ pra ser


Movida, a primeira locadora de veículos reconhecida como Empresa B. O certificado B é um movimento global que usa o poder dos negócios para resolver problemas sociais e ambientais. Ser reconhecida como uma Empresa B significa que temos um impacto positivo no planeta, trazendo soluções para uma economia mais inclusiva e sustentável. Mas para chegar até aqui não foi fácil: melhoramos nosso desempenho ambiental, diminuímos o impacto causado pelo uso de nossos carros, por meio do projeto Carbon Free, e muito mais. Uma conquista assim mostra que estamos no caminho certo. Um caminho que ainda vai possibilitar que a gente faça muito mais por um mundo melhor. Afinal, a vida é para ser movida.


Demos uma movida e recebemos o certificado de Empresa B.

A Imagens meramente ilustrativas.


ĂŠ pra ser




Sumário

MAR Ç O 2 02 0

41 Especial Água / Colaboradores

#125 MARÇO 2 02 0

Gente talentosa que participa desta edição

WWW.REVISTA29HORAS.COM.BR

/revista29horas @revista29horas PUBLISHER Pedro Barbastefano Júnior CONSELHO EDITORIAL Chantal Brissac, Clóvis Cordeiro, Didú Russo, Georges Henri Foz, Kike Martins da Costa, Luiz Toledo e Pedro Barbastefano Júnior REDAÇÃO Chantal Brissac (diretora de redação); Kike Martins da Costa (editor contribuinte); Paula Calçade (repórter); João Benz (estagiário); Rose Oseki (diretora de arte); Karen Suemi Kohatsu (designer)

Érico Hiller fotógrafo

Andrea Vialli jornalista

Carlos Monteiro fotógrafo

Nelson Vasconcelos jornalista

Mariana Sister Whately produtora executiva Ecoera

Paulo Ouro Preto ilustrador

COLABORADORES Adonis Alonso, Andrea Ebert, Andrea Vialli, André Hellmeister, André Yoshikawa, Carlos Monteiro, Enrico Carnevalli, Érico Hiller, Gabriel Trindade, Georges Henri Foz, Julya Zancoper, Letícia Pralon, Leonardo Boconi, Luiz Toledo, Mariana Sister Whately, Nelson Vasconcelos, Patricia Palumbo, Paulo Ouro Preto, Pro Coletivo, Raphael Calles, Túlio Fagim P U BL I CI DADE CO M E RCI AL comercial@29horas.com.br GERENTE Rafael Bove EQUIPE: Angela Saito, Marco de Franco, Paula Gastaldelli, Rafael Constantelos, Tereza Virginia GERENTE REGIONAL Giovanna Barbastefano (giovanna@29horas.com.br) RIO DE JANEIRO – Rogerio Ponce de Leon (rogerioponcedeleon@gmail.com)

Ilustração da capa: Andrea Ebert

ASSISTÊNCIA COMERCIAL Hanna Mercaldi (hanna.mercaldi@29horas.com.br), Bianca Fantinato (bianca.fantinato@29horas.com.br), Gabrielle Rodrigues (gabrielle. rodrigues@29horas.com.br)

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INSTANTE FOTOGRÁFICO Paz Errázuris no IMS

IMPRESSÃO E ACABAMENTO Plural Indústria Gráfica Ltda JORNALISTA RESPONSÁVEL Chantal Brissac (MTB 15.064)

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Hora H Negócios, musas, economia, sustentabilidade e luxo

48

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA E EXCLUSIVA NAS SALAS DE EMBARQUE E DESEMBARQUE DOS AEROPORTOS DE CONGONHAS E SANTOS DUMONT.

ensaio

2 9 HOR AS é uma publicação mensal da MPC11 Publicidade Ltda. A revista 29 HOR AS respeita a liberdade de expressão. As matérias, reportagens e artigos são de responsabilidade exclusiva de seus signatários. Av. Nove de Julho, 5966 - cj. 11 — Jd. Paulista, São Paulo — CEP: 01406-200 TEL.: 11.3086.0088 FAX: 11.3086.0676 Esta revista foi impressa na PLURAL com tinta ecológica Huber Green, produzida com matérias-primas renováveis, biodegradáveis e com menor emissão de componentes orgânicos voláteis (VOC) na atmosfera.

MISTO

A TIRAGEM E DISTRIBUIÇÃO DESTA EDIÇÃO SÃO AUDITADAS PELA BDO.

Érico Hiller fotografa os dilemas vividos em busca da água

COLUNAS

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HORAS DE VOO Companhias compensam carbono

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MARKETING E MARCAS Água nas campanhas

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RÁDIO VOZES Músicas "líquidas" de Gilberto Gil

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MOBILIDADE Projeto de transporte fluvial em SP

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BON VIVANT Destinos com as melhores fontes de água

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BOM DE COPO Como se hidratar corretamente

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HORA LIVRE A pedra preciosa de Luiz Toledo

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Turismo Hotéis com ações sustentáveis

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Agenda 29h Dicas de programas em São Paulo para todos os dias e horas do mês


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Empresa beneficiada pela Lei de Informática. Fotos meramente ilustrativas. Intel, o logotipo da Intel, Intel Inside, Intel Core e Core Inside são marcas registradas da Intel Corporation ou de suas subsidiárias nos EUA e/ou em outros países. Microsoft e Windows são marcas registradas da Microsoft Corporation nos EUA. Vostro e PowerEdge são marcas registradas da Dell Inc. © 2020 Dell Inc. Todos os direitos reservados.


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CARTA AO LEITOR

Querido leitor, É novamente uma grande satisfação fazer parte desse time especial da revista 29HORAS. Essa é a segunda oportunidade de colaborar como curadora. Em dezembro de 2018, abordamos temas ligados ao meio ambiente e à comunidade de forma ampla, e o resultado foi um lindo “guia” de projetos, empresas, produtos e serviços antenados com o tema da sustentabilidade. Nesta edição especial “Água”, nossa missão é alertar sobre um tema urgente: o uso responsável dos recursos hídricos! Sem água não há vida, 71% do planeta Terra é água, praticamente o mesmo percentual de água compõe o corpo humano (entre 70 e 75%), água e clima são inseparáveis e por aí vai. Nós, do Movimento Ecoera, que há quase 12 anos integra os mercados de moda, beleza e design à sustentabilidade, acreditamos que os assuntos relacionados ao planeta e aos recursos naturais precisam fazer parte das conversas do dia a dia, na hora do almoço, no bate-papo entre amigos e colegas. Também sabemos que cada um de nós tem um papel, e o nosso é conscientizar. A edição foi criada com empatia e responsabilidade, pois sabemos que, além de disseminar informações, precisamos nos engajar e agir em prol do meio ambiente. Essa edição especial da 29HORAS é uma boa oportunidade de conhecer práticas e iniciativas em busca de soluções, para que as próximas gerações possam usufruir de um planeta saudável e uma sociedade mais justa. Cada um faz a diferença à sua maneira. Nós queremos mudar o mundo com um sorriso no rosto, e você? Chiara Gadaleta ECOERA @chiaragadaleta @portalecoera @amodapelaagua

Vídeo com Chiara Gadaleta



3, 4 E 5 DE ABRIL

2020

AUTÓDROMO DE INTERLAGOS //// SÃO PAULO

SEXTA-FEIRA, 3 DE ABRIL

GUNS N' ROSES LANA DEL REY

CAGE THE ELEPHANT JAMES BLAKE ALAN WALKER REZZ CHRIS LAKE RITA ORA REX ORANGE COUNTY PERRY FARRELL’S KIND HEAVEN ORCHESTRA KING PRINCESS JADEN SMITH LAUV IDLES SAN HOLO MASEGO VINNE JETLAG THE HU BEOW Ü LF JÃO BARJA EDGAR

TRAVIS SCOTT MARTIN GARRIX

SÁBADO, 4 DE ABRIL

BROCKHAMPTON THE LUMINEERS A DAY TO REMEMBER EMICIDA MADEON CITY AND COLOUR AJR DJONGA DENZEL CURRY SILVA MIKA CHEMICAL SURF TWO FEET BOOMBOX CARTEL YUNGBLUD VICTOR LOU TERNO REI MC THA ASHIBAH CLARICE FALCÃO FRACTALL X ROCKSTED

WC NO BEAT & LUDMILLA & KEVIN O CHRIS & HAIKAISS & FILIPE RET & PK & FELP 22

THE STROKES GWEN STEFANI

DOMINGO, 5 DE ABRIL

ARMIN VAN BUUREN VAMPIRE WEEKEND ILLENIUM LP CHARLI XCX KACEY MUSGRAVES R3HAB HAYLEY KIYOKO PABLLO VITTAR GOLDFISH KALI UCHIS CAT DEALERS EVOKINGS RASHID WALLOWS FANCY INC FRESNO MALIFOO MENORES ATOS FATNOTRONIC 509-E MEIO DE PAGAMENTO PREFERENCIAL:

PATROCÍNIO MASTER:

PATROCÍNIO:

APOIO:

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REALIZAÇÃO:

MEDIA PARTNERS:

Classificação etária: 15 anos desacompanhados. De 5 a 14 anos acompanhados dos pais ou responsáveis legais. Não será permitida a entrada de menores de 5 anos. Crianças abaixo de 10 anos não pagam entrada no festival, exceto para acesso às áreas exclusivas e Lolla Lounge. Para o Lolla Lounge, não será permitida a entrada de menor de 18 anos desacompanhado dos pais ou responsável legal. *Clientes dos Cartões Bradesco, BradesCard e next têm benefícios exclusivos de 15% de desconto até 31/12/2019 e 10% em 2020, parcelamento em até 5 vezes sem juros no Lolla Pass, e parcelamento em até 3 vezes sem juros no Lolla Day (vendas limitadas a 4 ingressos por CPF). O parcelamento e a compra online são válidos apenas para cartões de crédito. Esta oferta não é válida para cartões corporativos e empresariais. Clientes dos demais cartões têm parcelamento em até 3x sem juros para o Lolla Pass, e não há parcelamento para Lolla Day (vendas limitadas a 6 ingressos por CPF). A Entrada Social é uma categoria que oferece desconto de 45% no preço do ingresso inteiro mediante doação para um programa social, de R$40,00 para o Lolla Pass e Lolla Lounge Pass, e de R$30,00 para o Lolla Day e Lolla Lounge Day. O período de vigência da Entrada Social será até 02/03/2020, e está sujeita a disponibilidade de ingressos. ESTE EVENTO REQUER AUTORIZAÇÕES ESPECÍFICAS. CONSULTE O SITE LOLLAPALOOZABR.COM E ACOMPANHE A ATUALIZAÇÃO SOBRE A EXPEDIÇÃO DE ALVARÁS RELACIONADOS AO EVENTO. Vendas (sujeitas à taxa de conveniência) através dos canais: site ticketsforfun.com.br, Bilheteria Oficial (sem taxa de conveniência) - UnimedHall - Av. das Nações Unidas, 17.955 - São Paulo (SP). O evento será filmado, gravado e fotografado, para posterior divulgação em qualquer veículo de comunicação. Ao comparecer ao evento, você autoriza e cede o uso gratuito de sua imagem, nome e voz, sem limitação, sem que caracterize uso indevido de imagem e sem que deste uso decorra qualquer ônus e/ou indenização. O uso abusivo de álcool é prejudicial à saúde e o consumo de drogas é crime.


Saneamento básico para todos, dicas para economizar água, recuperação da represa Guarapiranga, empresas verdes

hora

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M U S A S | N E G Ó C I O S | C I N E M A | L U X O | S U S T E N TA B I L I D A D E

FILMES IMPORTANTES

Seleção de documentários com discussões urgentes da atualidade

FOTO DIVULGAÇÃO

pág. 17

VELA E LUTA A voz e o esporte de Isabel Swan pág.12

ECONOMIA DE ÁGUA O desperdício está em diversas áreas pág.14

LIMPEZA CONSCIENTE EXEMPLARES Lavanderias verdes no Marcas se destacam por Brasil e no mundo pág.19 ações sustentáveis pág.20


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MUSAS

Vento a favor

A velejadora olímpica Isabel Swan defende a preservação das águas e a participação de atletas na gestão esportiva

POR PAULA CALÇADE

A IMAGEM EMBLEMÁTICA da velejadora carioca Isabel Swan recolhendo lixo da Baía da Guanabara enquanto disputava as Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016, ficou na memória de todos que lutam para proteger a natureza. “É necessário que os atletas se mobilizem. Sem a preservação do meio ambiente não há condições para desenvolver o esporte”, defende. Hoje, Isabel levanta a bandeira da representatividade dos atletas – é a única brasileira na Comissão de Atletas Pan-Americana – e é uma das principais vozes a favor da proteção dos recursos hídricos e do acesso ao saneamento básico. O encantamento pela vela surgiu cedo para Isabel Swan. Em 1992, a madrinha da velejadora voltava dos Jogos Olímpicos de Barcelona e a menina de 9 anos se empolgava com a possibilidade de também representar o país na maior competição esportiva do mundo. Incentivada pela família de velejadores e após muito treino, Isabel foi para as Olimpíadas de Pequim, em 2008, de onde saiu com a primeira medalha do Brasil na categoria feminina. “Até então não existiam mulheres medalhistas na vela no país, nós abrimos esse espaço”, conta. Ela é membro da Comissão de Atletas nas Américas e seu objetivo é representar os demais esportistas brasileiros. “Acredito muito que esse é o caminho, uma maior participação na gestão esportiva para prevenir a corrupção e as injustiças!”, enfatiza. Aprender sobre a parte administrativa também é a aposta da velejadora para sua transição de carreira: “Já participei de um programa global para recolocação no mercado do atleta, tenho aprendido muito sobre governança, além das possibilidades de parceria com clubes e empresas”. Para Isabel Swan, a universalização do saneamento básico tem tudo a ver com o esporte. Ela é embaixadora do Instituto Trata Brasil, que reúne dados e ações para a conscientização desse tema. “Existem mais de 20 milhões de mulheres sem acesso ao tratamento de esgoto no país, isso impacta o aprendizado e a capacidade de trabalho delas. Como podemos esperar que elas sejam potenciais atletas nessas condições?”, questiona.

FOTO SAILING ENERGY | WORLD SAILING

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O CONSUMO médio de água no país, em

2018, foi de 154 litros por pessoa ao dia. Os dados são do Sistema Nacional de Informações Sobre Saneamento, do Ministério das Cidades, e revelam que esse número é elevado, já que é 44 litros maior do que a quantidade que a Organização das Nações Unidas (ONU) considera necessária para cada um: 110 litros diários. Além do consumo pessoal, o desperdício da água está nas falhas no abastecimento urbano, na indústria e até mesmo no descarte excessivo de alimentos. Os sistemas de abastecimento sofrem perdas na distribuição, que na média no Brasil alcançam impressionantes 38,5%. São vazamentos em adutoras, redes, conexões e reservatórios, e são provocados principalmente pelo excesso de pressão. Para efeito comparativo, esse número é de 16,8% no Reino Unido e, na Alemanha, 7%. As perdas de água registradas pela Sabesp, em 2018, foram de 19,9% e mostram que o investimento precisa ser contínuo. Até dezembro de 2019, foram destinados R$ 5,4 bilhões para reduzir o desperdício, segundo a empresa.

ECONOMIA

De onde vem o desperdício de água no Brasil? Falhas no abastecimento urbano, processos industriais e até a falta de conscientização sobre o descarte de alimentos são responsáveis

POR PAULA CALÇADE ILUSTRAÇÃO PAULO OURO PRETO


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Já a indústria é responsável por 9% do consumo de água no país, de acordo com a Agência Nacional de Águas (ANA). Majorie Peralta, diretora de Comunicação do Instituto Terra, Meio Ambiente e Inclusão Social, diz que é possível o país crescer industrialmente sem aumentar a demanda por água. “É necessário que se invista em tecnologia visando uma gestão de recursos mais eficaz, para que, em um segundo momento, resulte em um aproveitamento total, como o sistema de abastecimento de água interno e autossuficiente”. Segundo Majorie, um bom exemplo dessa economia circular são as usinas sucroalcooleiras. A água utilizada nas caldeiras é totalmente tratada ao final e retorna ao processo novamente. Com a tecnologia aliada ao reaproveitamento dos resíduos, há ainda o exemplo da empresa de inovação Estúdio Carlo Ratti Associati, que desenvolveu uma máquina de suco de laranja que utiliza as cascas da fruta para produzir o copo de suco. “Quando desperdiçamos alimentos, também estamos desperdiçando a água utilizada na produção deles”, pontua, por sua vez, Luciana Quintão, presidente da ONG Banco de Alimentos. Uma pesquisa da Embrapa com apoio da FGV revelou que as famílias brasileiras desperdiçam, em média, 353 gramas de comida por dia ou 128,8 kg por ano. O ranking dos alimentos mais desperdiçados são arroz (22%), carne bovina (20%) e frango (15%), que precisam, respectivamente, de 2500 litros de água por quilo, 15.400 litros por quilo e 4.330 litros de água nas suas produções.

Jogo rápido FOTO DIVULGAÇÃO

com Cristal Muniz, fundadora da plataforma “Uma Vida Sem Lixo”

O que você faz para evitar o desperdício de água no banheiro? FOTO GETTY IMAGES

Escolho produtos sólidos, como xampu e condicionador, além dos sabonetes; e versões concentradas ou não-diluídas de cosméticos, pois usam menos água na fabricação. Também evito os produtos que utilizam detergentes muito persistentes como o Lauril Sulfato de Sódio, pois precisam de muita água para ser dissolvido. Qual é a frequência ideal para lavar roupas e reduzir o desperdício? Escolha sempre o nível correto de água, conforme a quantidade de roupa que você colocou na máquina. Se possível, reaproveite a água do enxágue para limpar a casa e as áreas externas. Não utilize as funções "duplo enxágue", só se for muito necessário. Você recomenda alguma iniciativa para o uso mais consciente da água para ser aplicada em um condomínio? Coletar a água da chuva em cisternas e usar essa água para tudo o que não precise que seja potável. Se eu construísse um prédio agora, criaria um sistema em que as privadas não utilizassem água potável tratada, só de reuso. E, claro, é essencial aplicar práticas mais inteligentes de limpeza sem mangueira.


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SOLUÇÕES

Exemplo inspirador Esportistas e velejadores se engajam na proteção da represa Guarapiranga, em programa que envolve a Sabesp e a prefeitura de São Paulo

POR MARIANA SISTER WHATELY

caças de carros velhos eram encontrados nas águas. As plantas aquáticas que se alimentam dos nutrientes da poluição e do esgoto formavam um “tapete” verde, que impedia os barcos de navegarem nessas águas. Uma ação conjunta envolvendo estado, prefeitura e Sabesp, com apoio dos clubes situados no entorno da represa, colocou em prática um plano de contingência eficaz: a instalação de redes nas principais entradas, onde rios e córregos desembocam nas águas da Guarapiranga. As redes seguram todo esse lixo e, diariamente, um barco da Sabesp faz a coleta.

A companhia também desenvolveu um projeto para a retirada dos resíduos que estão no fundo do manancial em parceria com a Fundação de Pesquisas Agrícolas e Florestais (Fepaf), da Unesp. Trata-se de um barco com braço hidráulico que consegue coletar resíduos de plástico e móveis até seis metros de profundidade. “Mas ainda há muito o que ser feito, como evitar novas invasões nas áreas de manancial e instalar redes de esgoto em todo o entorno”, diz o advogado e velejador Enrico Francavilla, que mora com sua família na beira da represa. FOTO IMAGEM DE CARTÕES POSTAIS DE 1939

INAUGURADA EM 1908 com a finalidade de ser uma hidrelétrica, hoje a Represa de Guarapiranga não cumpre mais sua finalidade inicial. Além de ser a única opção de lazer náutico na capital paulista, funciona como um importante reservatório de água, abastecendo cerca de 4 milhões de pessoas das regiões sul e sudoeste de São Paulo. Entre 2009 e 2011, a situação da represa era de alerta. Além do esgoto não tratado de quase mil famílias que viviam no entorno de forma irregular, sem sistema de coleta e pré-tratamento, via-se muito lixo no local. Sofás, pneus, garrafas, brinquedos e até car-

A represa de Guarapiranga na década de 1930


FOTOS DIVULGAÇÃO

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CINEMA

Videoteca essencial Selecionamos quatro documentários que, de maneiras diferentes, tratam da questão da água com extrema relevância. Vale a pena assistir todos!

Estou me Guardando para Quando o Carnaval Chegar Filmado na pequena Toritama, o documentário “Estou me Guardando para Quando o Carnaval Chegar”, do diretor Marcelo Gomes, mostra trabalhadores da indústria do jeans à espera da folia, período mais aguardado por eles, pois é a única época que a produção têxtil local faz uma pausa. A cidade, situada no agreste pernambucano, é conhecida como a capital do jeans, sendo o 2º maior polo de confecção jeanswear do Brasil, posto que faz contraste com a precária infraestrutura local e a desigualdade social, necessárias de serem divulgadas. Disponível na Netflix. Cena do filme "Estou me Guardando para Quando o Carnaval Chegar"

Entre Rios

O Código Bill Gates

Esse documentário de 25 minutos traça um interessante paralelo entre a história e o desenvolvimento da cidade de São Paulo e seus rios, desde o período da colonização. Mostra as principais causas das enchentes de hoje, motivadas por uma urbanização violenta às margens dos rios. Muitas vezes, no dia a dia frenético de quem vive na maior metrópole da América Latina, os rios passam despercebidos e só aparecem quando chove e a cidade para. O filme é dirigido por Carlos Silva Ferraz e está disponível no Youtube e Vimeo.

Documentário de Davis Guggenheim, resultado de dois anos acompanhando Bill e Melinda, uma dupla que se complementa como poucas. Dividido em três partes de mais ou menos uma hora cada, o filme foca no trabalho da Fundação Bill & Melinda Gates, no relacionamento dos dois e como Bill Gates se tornou Bill Gates. O 1º episódio é dedicado a sua missão para melhorar as condições de saneamento no mundo, aos projetos na África e à Omniprocessor, uma estação de tratamento a combustão que rapidamente transforma esgoto em energia, fertilizante e água limpa.

Our Planet Uma viagem por mais de 50 países mostra a vida selvagem com imagens impressionantes. Essa é a série documental “Nosso Planeta”, produzida pela Netflix inglesa e narrada por David Attenborough. São cerca de 400 mil horas de filmagem, sendo 2 mil delas apenas embaixo da água. O projeto mostra a importância de preservar o mundo natural e disponibiliza vários episódios dedicados à vida e aos fenômenos aquáticos. M.S.W.


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FOTO DIVULGAÇÃO | MR.MIYOSHI

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Paraíso sem pegadas Na longínqua, mas paradisíaca Polinésia Francesa, The Brando é um dos mais luxuosos e desejados hotéis do planeta. A ilha de Tetiaora foi refúgio de Marlon Brando, que amou e cuidou da riqueza cultural e natural do lugar. Agora, aberto ao público com 35 vilas privativas e piscinas particulares, o hotel tem uma pegada de carbono quase nula. Seu sistema de ar condicionado faz uso de água salgada das profundezas do oceano; metade de toda a energia utilizada ali vem da luz do sol, assim como o aquecimento de toda a água do hotel. Além disso, um jardim orgânico fornece frutas e vegetais para consumo dos hóspedes. O The Brando conta com a certificação LEED Platinum (Leadership in Energy and Environmental Design), programa para construções sustentáveis e qualidade ambiental. THEBRANDO.COM

Líquido precioso

LUXO

Captada em um aquífero longe de qualquer forma de poluição, em plena natureza selvagem do sul da Noruega, sob uma formação rochosa subterrânea, a água VOSS é considerada a mais pura do mundo. Ela é envasada diretamente na fonte, sem nenhum processo de tratamento ou filtragem. Por ser leve e ter níveis baixíssimos de minerais e sódio, tornou-se uma das preferidas entre os apreciadores de vinho, porque não interfere no sabor da bebida. Sua embalagem é internacionalmente conhecida e foi concebida por Neil Kraft, ex-diretor artístico da Calvin Klein. Desde 2008, a Voss mantém a Voss Foundation, que tem a missão de financiar o acesso à água potável e ao saneamento nas comunidades da África.

Elegantes e sustentáveis Marcas combinam qualidade, valor e respeito ao meio ambiente

FOTOS DIVULGAÇÃO

POR RAPHAEL CALLES

CASAFLORA.COM.BR

Engajamento sobre as ondas Uma inusitada parceria entre a fabricante suíça de relógios de luxo IWC e o surfista australiano Hayden Cox resultou em uma campanha de vídeo que reforça a sustentabilidade na produção das pranchas de surfe Haydenshapes, marca de propriedade do esportista. As cenas foram gravadas em uma oficina flutuante construída pelas duas

companhias e apresentam a criação de um protótipo que faz uso de materiais que seriam descartados no processo de produção comum. O desperdício, que poderia chegar aos 40%, passa agora a incorporar novos utensílios verdadeiramente úteis para a prática do esporte. Assista ao vídeo em BIT.LY/HAYDENIWC


FOTO GETTY IMAGES

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S U S T E N TA B I L I D A D E

LAVANDERIAS VERDES Para economizar água e energia elétrica, lavanderias no Brasil e no mundo adotam medidas inteligentes, que também trazem vantagens econômicas para o negócio

A ERA DO CONSUMO CONSCIENTE toma corpo cada vez maior

na moda e parece ser, felizmente, um caminho sem volta. Depois de adquirir uma peça de marca comprometida com a sustentabilidade ou comprar alguma roupa em um brechó, o consumidor quer continuar cuidando da peça da forma mais coerente. Dessa demanda, surgiram as “lavanderias verdes”, que buscam reduzir os impactos gerados no negócio, principalmente em relação à água, sem deixar de lado a economia de energia elétrica, de sacolas plásticas e de produtos de limpeza. A pequena Prillav em Rondonópolis, no interior do Mato Grosso, começou trocando os antigos maquinários por equipamentos mais modernos, planejados para economizar insumos e energia. Além disso, investiu em treinamento de funcionários e na substituição de solventes químicos por biodegradáveis.

Passou a usar a luz natural, aproveitando o clima quente da região, que naturalmente contribui na secagem das roupas, diminuindo assim o uso de lâmpadas e máquinas de secar. As ações impactaram positivamente também na produtividade da lavanderia, que vem triplicando seu faturamento desde então. Com o uso de exaustores eólicos, secagem natural, dosadores automáticos, comandos eletrônicos, produtos biodegradáveis e reutilização de sacolas e cabides, a Prillav conseguiu uma economia mensal de 8,5% de água e energia elétrica. Em Nova York, a Green Apple Cleaners usa dióxido de carbono no lugar de tradicionais produtos químicos considerados tóxicos. Trata-se do mesmo gás encontrado nas garrafas de refrigerante. As peças são colocadas na inovadora máquina de lavar, que é alimentada com um cilindro de dióxido de carbono, onde o gás, submetido a alta pressão, vira líquido, penetra no tecido e limpa por completo. Logo em seguida, a pressão interna diminui, o CO2 volta ao estado gasoso, e seca a roupa. O processo todo dura meia hora. Mesmo que de formas mais sustentáveis, também é necessário pensar bem antes de lavar cada roupa. Como diz a estilista Stella McCartney: "Basicamente, na vida, há uma regra geral: se você não precisa limpar uma coisa, não a limpe". Ela sugere tentar tirar a sujeira das roupas com uma escova e deixá-las arejando após cada uso, antes de guardar. Dessa forma, economizamos recursos naturais e aumentamos a vida útil da peça. M.S.W.


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NEGÓCIOS

Marcas conscientes Preocupadas em conciliar desenvolvimento e preservação ambiental, empresas investem em ações e produtos sustentáveis POR CHANTAL BRISSAC E PAULA CALÇADE

MUITAS MARCAS BRASILEIRAS oferecem produtos de pouco impacto

ambiental – no caso dos cosméticos, eliminam os testes em animais, sendo cruelty-free –, além da produção de embalagens recicláveis, de iniciativas que compensam as emissões de carbono, do uso de fontes de energia sustentáveis e da redução da quantidade de água utilizada em seus processos. O ranking da revista Corporate Knights, divulgado em janeiro em paralelo ao Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, mostrou que algumas corporações brasileiras são exemplares nesse sentido. Banco do Brasil, Cemig e Natura estão entre as 100 mais sustentáveis do planeta. O mundo

empresarial vem se voltando, cada vez mais, à racionalização de recursos naturais, resíduos e emissões, ao mesmo tempo em que investe em produtos verdes e boas práticas com os funcionários e com a comunidade.

Eficiência hídrica e energética Um exemplo é a fábrica da GM em Joinville (SC), uma das mais sustentáveis da montadora no mundo todo. A unidade foi a primeira a implantar um conjunto de sistemas pioneiros na área de eficiência energética e proteção ao meio ambiente: energia fotovoltaica, gerada a partir da luz do sol; reciclagem de água industrial por meio de osmose reversa; e tratamento inédito de efluentes e esgotos por meio de jardins filtrantes. A fábrica catarinense também possui 100% dos resíduos industriais reciclados ou reutilizados (zero aterro). Outras iniciativas, como a troca de torres de resfriamento, o melhor direcionamento da água pluvial e a substituição dos carregadores de bateria, fizeram com que a fábrica se tornasse ainda mais eficiente, gerando redução do consumo de água equivalente ao gasto de 43 residências no período de um ano e de energia elétrica na ordem de 106 residências por ano. A fábrica da L’Oréal Brasil, em São Paulo, foi a ganhadora do Prêmio de Conservação e Reúso e Água promovido pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), em 2018. A marca se destacou pelo projeto Fábrica Seca, que


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objetiva a redução do consumo de água em todas as atividades – desde as etapas de produção até o uso em áreas administrativas. Os resultados obtidos são significativos: decréscimo de 44% de litros/unidade em 2017, em comparação com 2005, o que equivale a 35 piscinas olímpicas. Ainda no mundo da beleza, a The Body Shop, rede inglesa de cosméticos que hoje faz parte do grupo Natura, lançou uma linha de embalagens feitas de plástico reciclado, fruto de uma parceria com a Plastics For Change, fabricante indiana de plástico reciclável de alta qualidade. A iniciativa faz parte do programa de comércio justo da marca, que compra matérias-primas sustentáveis de 31 comunidades presentes em 23 países.

Foco socioambiental A sustentabilidade faz parte do DNA da Movida desde a sua fundação, em 2006, quando ela implantou seu programa pioneiro, o Carbon Free. A empresa é a primeira locadora com projeto sustentável que neutraliza as emissões de CO2 geradas durante a locação e agora é também a primeira brasileira desse nicho a receber a Certificação de Empresa B, movimento global que identifica corporações alinhadas com as questões socioambientais. “Temos um Comitê de Sustentabilidade e um modelo de negócios alinhado com esses valores”, explica Edmar Lopes, CFO da Movida. Desde 2019, foram plantadas 51.226 árvores em parceria com a ONG SOS Mata Atlântica, responsáveis por neutralizar 8,3 mil toneladas de CO2 em mais de 300 mil m², o equivalente a 42 campos de futebol iguais ao Maracanã. Além do Programa Carbon Free e do Comitê, a empresa apoia o projeto Gerando Falcões, que busca criar oportunidades para jovens da periferia; estimula a integração de modais, com o aluguel de bikes elétricas – e mais recentemente o Tuk Tuk, em Vitória, em parceria com a Uber –; e ampliou a licença maternidade para seis meses e a licença paternidade para 20 dias.

Na outra página, Centro de Pesquisa e Inovação da L'Oréal, no Rio de Janeiro. Acima, Tuk Tuk da Movida; abaixo, fábrica da GM, em Joinville


HORA H - BR AN D ED CON TEN T BY 29 H

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NEGÓCIOS

Encontros exclusivos Especialista na aproximação entre líderes empresariais, a Consulting House busca fomentar relacionamentos e acelerar os negócios das principais empresas do país

AO LONGO DO ANO, diversos eventos corpo-

rativos são realizados no Brasil. Voltados para o mundo empresarial, os encontros são estruturados com a presença de debatedores reconhecidos em seus respectivos segmentos, além de oferecerem workshops com temas relevantes, como estratégias de transformação digital, desafios de posicionamento da marca e as tendências no trade. São neles que se encontram os principais executivos de empresas de médio e grande porte, além de convidados internacionais. Esses encontros são ferramentas cruciais para os líderes empresarias, que, com

o acesso aos representantes das organizações mais expressivas do Brasil, visam expandir seus relacionamentos e acelerar seus negócios por meio dessa interação. No entanto, apenas “ter acesso” não necessariamente é o suficiente, como afirma Fernando Nogueira, Chairman da Consulting House. “Esses eventos precisam promover conexões. Se, por exemplo, o profissional vai em uma palestra e não tem a oportunidade de interagir com quem está ao seu lado, no final das contas, ele foi ‘apenas’ a uma palestra. O que é ótimo, mas não serviu a seu propósito”.


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Os encontros promovidos pela Consulting House

Especialista na aproximação entre líderes empresariais, a Consulting House tem como objetivo justamente promover essa “oportunidade”, com encontros mais segmentados e diretos. Seus eventos visam garantir não só a presença dos principais executivos do país e convidados internacionais, como também a interação entre os mesmos, gerando trocas de experiências e de boas práticas. “Há inúmeras oportunidades no mercado, mas os profissionais precisam estar conectados. É por conta disso que facilitamos a aproximação entre eles para que possa haver um desenvolvimento profissional e um retorno no investimento feito”, afirma Fernando Nogueira. Segundo ele, a Consulting House se destaca por seus benefícios e formas de participação. Se associando a Consulting, por exemplo, o executivo pode participar de encontros exclusivos com seus pares de grandes empresas brasileiras e internacionais, entre outras vantagens. Há a possibilidade também de participar da agência de relacionamentos, ferramenta projetada para acelerar o relacionamento entre as empresas. Dessa forma, a organização tem contato com potenciais clientes e parceiros, possibilitando o aumento no número de negócios. Outras opções de participação incluem o patrocínio de encontros e o “tailor made” – serviço para atender as demandas sob medida de cada organização.

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https://www.consultinghouse.com.br/


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kikecosta@uol.com.br

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Horas de voo FOTO DIVULGAÇÃO

Kike Martins da Costa

Radar Escandinávia verde Greta Thunberg, a maior ativista do planeta quando o assunto são as emissões de carbono, está mudando os hábitos de seus compatriotas. Em 2019, o número de passageiros nos aeroportos suecos caiu 4%, revertendo a curva ascendente que vinha sendo verificada há décadas. Sempre que possível, os escandinavos vêm optando por viajar de trem, em solidariedade às reivindicações dessa garotinha superpoderosa.

Menos plástico a bordo

Céus cada vez mais limpos Empresas investem no desenvolvimento de soluções inovadoras para aumentar a eficiência dos aviões e reduzir o volume de carbono emitido pela aviação na atmosfera Segundo estimativas da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), a aviação representa 2% do total de emissões de CO2. É pouco, se comparado aos 17% do transporte rodoviário e aos 3% do transporte marítimo, mas ainda assim é algo que pode e precisa ser reduzido. Notícia boa: nos últimos 30 anos, de 1990 até os dias de hoje, houve uma redução de 50% das emissões de carbono por passageiro. Notícia ruim: o tráfego de aviões não para de crescer, e existe cada vez mais gente voando. Resultado: as emissões de carbono do setor aumentam. Para reverter esse quadro, várias iniciativas estão sendo implementadas. A cada dia, milhões de dólares são investidos e profissionais altamente qualificados se dedicam a desenvolver novas tecnologias e novos materiais que possibilitem uma maior eficiência dos aviões, tornando as aeronaves mais leves, com

motores mais potentes e menos beberrões. Em outra frente, vem crescendo também a utilização de biocombustíveis sustentáveis. A propósito, na Embraer estão programados para este ano os primeiros testes de aviões com motores elétricos. Na Inglaterra, a Hybrid Air Vehicles vem fazendo nesses últimos meses voos experimentais com o majestoso Airlander 10, uma aeronave híbrida que será a mais longa do mundo, com 91 metros. A cabine do dirigível tem cerca de 640 m² e capacidade para acomodar confortavelmente 16 passageiros em viagens noturnas e 40 passageiros para refeições. Cada voo do Airlander vai gerar 75% menos emissões do que uma aeronave convencional. Ele voa a uma velocidade de 150 km/h e pode fazer trajetos de até 4.000 milhas náuticas. Seu lançamento comercial está programado para 2024.

A australiana Qantas Airways anunciou um plano ambicioso de sustentabilidade para, até 2021, reciclar e reutilizar pelo menos três quartos das 30 mil toneladas de lixo que produz por ano. Para atingir esse objetivo, vai eliminar cerca de 45 milhões de copos de plástico, 30 milhões de talheres descartáveis e 21 milhões de copos de café por alternativas mais ecológicas.

Hello Goodbye Há 50 anos conectando o Brasil à África do Sul, a South African Airlines deve suspender no dia 31 deste mês seus voos diretos na rota Joanesburgo-Guarulhos. A empresa, em sérias dificuldades financeiras, está reduzindo muitos voos – inclusive alguns rentáveis, como o que ia e vinha de São Paulo. Enquanto isso, a britânica Virgin Atlantic, do bilionário Richard Branson, começa a operar voos entre Londres (Heathrow) e São Paulo (Guarulhos) a partir do dia 30 de março, com um moderno, silencioso e ecológico Boeing 787 Dreamliner.



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adonis@blogdoadonis.com.br

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Adonis Alonso

Marketing e marcas FOTO DIVULGAÇÃO

Campanha da Colgate-Palmolive contra o uso excessivo da água

VALE QUANTO PESA A publicidade se engaja na luta contra o desperdício de água em campanhas que buscam incentivar o uso consciente Em 2009, quando foi lançada a campanha “Xixi no Banho”, criada pela agência F/Nazca e assinada pelo SOS Mata Atlântica, iniciava publicitariamente o processo de incentivo à economia de água no país. Premiada em 2010 pela inovação e criatividade nos festivais El Ojo de Iberoamerica e Cannes Lions, “Xixi no Banho” também conquistou o troféu da categoria institucional do Profissionais do Ano, da Rede Globo. A campanha se tornou tema de discussões, embora descontraídas, da questão da preservação ambiental. Conforme levantamentos, com esse hábito uma só pessoa pode deixar de usar 4.380 litros de água por ano, uma vez que em uma descarga são utilizados 12 litros. Dez anos depois, com o problema se agravando, a mensagem abandonou o

tom de humor e passou à ironia. Dessa vez produzida pela Publicis para o Carrefour, a estratégia de marketing tentava mostrar que uma garrafa de meio litro poderia ser vendida a quase R$ 100 se a água não fosse economizada. Mais séria e com entonação preocupante, a campanha do Carrefour de 2019 avisava que, caso não fosse usada com moderação, a água poderia cobrar um preço alto demais pelo descaso. Na ilustração, criativa e impactante, a rede colou um cartaz em uma de suas lojas, ao lado da garrafa de apenas 500 ml por R$ 99,90. O objetivo da campanha foi lembrar que só 3% da água do mundo é potável e que, de acordo com estudo da ONU, 45% da população ficará sem ela até 2025. Outra estratégia criativa para celebrar o Dia Mundial da Água no ano passado foi produzida pela agência Cheil para a

marca Green People, de sucos naturais. Com a participação de celebridades da TV como Angélica, Luciano Huck, Glória Pires, Mateus Solano e Marcos Palmeira, a campanha focou no desperdício. Ilustrações de recipientes de água comparavam a quantidade de cada um com ações do cotidiano. Uma garrafa de meio litro, por exemplo, representa 18 minutos de torneira pingando. Um litro seria como 40 segundos escovando os dentes e 5 litros é igual a 20 segundos a mais do que o necessário no banho. Várias outras marcas vêm realizando campanhas sobre o tema a cada 22 de março. Em 2016, a Colgate-Palmolive, com criação da agência Young & Rubicam, lançou “Cada Gota Conta”. Adesivos no fundo de pias de banheiro dos apartamentos dos hotéis Marriot estampavam a foto de uma criança carente segurando o ralo como um copo sob o título “A água que você desperdiça é a água que eles precisam”. Iniciativas de marcas internacionais também mostram preocupação com o problema. Em 2017, a cerveja Stella Artois promoveu uma ação mundial de conscientização criada pela agência Crispim Porter + Boguski. Todas essas campanhas, com apoio de grandes empresas e instituições, talvez um dia ajudem a minimizar a terrível estatística da OMS, que mostra quase um terço da população mundial sem água potável em casa.

ADONIS ALONSO é jornalista, colunista e coordenador de Conteúdo do Fórum de Marketing Empresarial do LIDE.



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contato@radiovozes.com

Rádio Vozes Uma seleção líquida

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Patricia Palumbo

O cantor e compositor Gilberto Gil

Água pura e Gilberto Gil só fazem bem, portanto segue uma playlist poética, límpida e refrescante Não entendo de física quântica nem de ciência, mas já li muito sobre o poder curativo da água e das diferentes composições químicas da lágrima de dor e de alegria. E todos sabemos que o planeta redondo onde vivemos é cheio de água e que nós também somos. Fazendo aqui um exercício de retórica, lógica ou bom senso, penso que se a lua mexe com a maré por que não mexeria conosco? Comigo mexe, e muito. Tenho dias de rasante e de maré cheia. Quando a 29HORAS me pediu um texto sobre música e água, eu me lembrei de tudo isso e de um experimento do fotógrafo e pesquisador japonês Masaru Emoto, que fotografou moléculas de água expostas ao som de Mozart, de John Lennon e de heavy metal. As moléculas formavam cristais lindos com a música clássica suave e com “Imagine”, mas com o heavy metal tudo virava uma bagunça. Eu vivo dizendo que a música transforma. Se somos feitos de 70% de água, é bem capaz de que nossas células, moléculas, ou sei lá o que, sejam mesmo modificadas com a boa música. Gilberto Gil, nosso compositor filósofo mestre pensador, faz essa ponte entre a arte e a ciência de maneira explicita no disco “Quanta”, lançado em 1997. A começar pela linda canção que dá nome ao disco e que tem a participação de Milton Nascimento: “Canto de louvor/De amor ao vento /Vento, arte do ar/Balançando o corpo da flor/Levando o veleiro pro mar...” E nesse mesmo disco, na canção “Água Benta”, ele fala da água como condutora, contando a história de um menino que foi batizado com água poluída: “A água benta que ao bel prazer /Se desmagnetizou / Desconectada do seu poder/ Por um capricho do amor ...” Muitos anos antes, no disco “Louvação”, de 1967, Gil fez com Capinan a canção “Água de Meninos”, que é um bairro histórico de Salvador. Um lugar abrigado de frente para o mar onde funcionava uma feira popular e que sofreu um incêndio histórico nos anos 1960. Nos versos de Capinan, aparecem as águas do mar e das lágrimas. De Dominguinhos e Anastácia Gilberto, Gil gravou “Tenho Sede”, uma linda canção de amor: “...Minha garganta pede um pouco de água / E meus olhos pedem teu olhar...” Não sei se os efeitos de Mozart no cristal de água podem ser comprovados pela ciência, mas como nosso assunto é música e

poesia sigo acreditando que ouvir uma seleção de maravilhas com Gilberto Gil, Dominguinhos e Milton Nascimento só pode mesmo fazer bem. E pra reforçar termino com mais um pedacinho da letra de “Água Benta”, quando o autor justifica a confusão que o batismo com água poluída fez na vida do menino: “...Talvez por mero defeito na ligação/Sutil entre a essência e a representação/Verbal que tem que fazer todo coração/Mortal ao balbuciar sua oração..” Do poder das palavras e de um bom copo de água fresca não duvidamos. Muito menos de Gilberto Gil.

ESCANEIE E OUÇA A NOSSA PLAYLIST BY PATRICIA PALUMBO NO 29HORAS PLAY

PATRICIA PALUMBO é jornalista especializada em música, apresenta o programa "Vozes do Brasil" em rede nacional de rádio e é criadora da Rádio Vozes. Baixe o app gratuito nas lojas digitais ou acesse www.radiovozes.com

FOTO DIVULGAÇÃO | GÉRARD GIAUME

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PRÓXIMOS SHOWS

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canta vinicius de moraes 20 e 21 | março

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26, 27 e 28 | março

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Mobilidade

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Pro Coletivo

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Fotomontagem do Canal Pinheiros na altura da raia olímpica da USP

Rios vivos e navegáveis Essa é a proposta do Grupo Metrópole Fluvial, da FAU/USP, que busca transformar os rios paulistanos em hidrovias ativas Foi a partir do início do século 19 que os governantes brasileiros passaram a ver os rios como obstáculos ao progresso. A nossa urbanização foi feita de costas para os rios, usados como banheiro. Com o tempo, se priorizou cada vez mais o espaço para carros, desprezando a importância das águas correntes para as cidades. Em São Paulo, o rio Tamanduateí foi o primeiro a ser canalizado. Seguiram-se muitos outros que foram retificados, enterrados e esquecidos. Estima-se que São Paulo tenha de 300 a 500 rios embaixo dos nossos pés, sob ruas, casas e edifícios. São, de acordo com a iniciativa Rios e Ruas, que desde 2010 mapeia o ciclo das águas

subterrâneas da capital paulista, cerca de três mil quilômetros de rios, riachos e córregos sob o asfalto. “Queremos trazer os rios para perto do nosso olhar, é impossível cuidar do que não vemos”, diz o geógrafo Luiz de Campos Jr, da Rios e Ruas. A iniciativa tem expedições para sensibilizar as pessoas a respeito da proteção fluvial. Se esses rios enterrados corressem livres e limpos, a céu aberto, não teríamos as enchentes atuais, causadas pela impermeabilização do solo, entre outros fatores. E os que estão visíveis, poluídos e repletos de esgoto, como os rios Pinheiros e Tietê? Para Alexandre Delijaicov, que coordena o Grupo Metrópole Fluvial, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP, é preciso resgatar e integrar novamente os rios urbanos. A navegação fluvial é um dos sistemas mais baratos e limpos que existem e pouquíssimo usada no Brasil, dependente do transporte rodoviário. O grupo desenvolveu um projeto para a construção de um hidroanel metropolitano e prevê a conexão e o pleno

O PRO COLETIVO ajuda as pessoas a aproveitar a vida se locomovendo de forma inteligente.

aproveitamento das hidrovias que circundam 14 cidades da Grande São Paulo, melhorando a mobilidade urbana, reduzindo a poluição e fazendo uso inteligente e sustentável das águas. Delijaicov estuda o assunto há mais de três décadas e se inspirou em países como Holanda, Alemanha, França, Estados Unidos e China, usuários de vias navegáveis para transporte de cargas e pessoas. Além dos ganhos econômicos, a pegada ecológica é expressiva. “Com a potência de um motor de caminhão podemos transportar, em uma embarcação, o equivalente a carga de 40 caminhões. E a proposta do Grupo Metrópole Fluvial é usar embarcações ‘autopropelidas’, com motores elétricos”, diz Delijaicov, lembrando que o transporte hidroviário pode ser 7 a 8 vezes mais barato que o rodoviário, e 3 a 4 vezes mais barato que o ferroviário. O projeto, que estima uma redução de 30% no tráfego de cargas em São Paulo, prevê a construção de um ambiente urbano com uma infraestrutura que preserve as águas, ao mesmo tempo que oferece espaços públicos de convivência e lazer na orla fluvial. As embarcações seriam destinadas ao transporte de cargas e passageiros, como também ao lazer e passeios turísticos. Utopia? Isso já é comum em grandes cidades do mundo e é possível também aqui. Mas é preciso a união de todos – universidade, governos, empresariado e sociedade – para que seja concretizado. O ganho é imenso em todas as áreas, para as pessoas e a cidade.


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REALIZAÇÃO

Secretaria de Cultura e Economia Criativa


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georgeshenrifoz@gmail.com

Bon vivant

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Georges Henri Foz

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Cachoeira dos Garcias em Caxambu, Minas Gerais

A beleza e o poder das fontes As águas minerais e curativas que ficam entre São Paulo e Minas Basta pesquisar um pouco sobre o assunto “água mineral”, que logo se depara com a enorme quantidade de fontes existentes no Brasil. Além de sermos a principal bacia aquática do planeta, também temos uma infinidade de fontes, termais e medicinais. A natureza foi generosa no Brasil todo, especialmente na região do sul de Minas Gerais, divisa com São Paulo. Com tantas fontes de águas medicinais que podem ser sulfurosas, alcalinas, carbogasosas (com lítio), ferruginosas... e por aí vai. Cada uma dessas características resulta em benefícios medicinais para o usuário e cura desde psoríase, artrose, problemas hepáticos, cálculos renais e até diabetes. A maioria ainda conta com uma qualidade de água mineral que só conhecemos pelos rótulos estampados nas garrafas em supermercados. Infelizmente a nossa cultura e os nossos órgãos de turismo dão um tratamento pouco charmoso para esse setor tão valorizado em outros países. Na França, por exemplo, são famosos os complexos hoteleiros e spas construídos ao redor de fontes como Evian ou Vichy, conhecidas no mundo apenas pelas suas águas minerais. O Royal Évian (na própria cidade de Évian) e o Vichy Célestins, em Vichy, atraem um turismo internacional de altíssimo nível à procura das águas curativas e do luxo dos seus spas. O

respeito às termas de Vichy é tão grande, que virou patrimônio do estado desde Napoleão III, em meados do século 19, quando foi construída a Ópera de Vichy para matar a sede cultural da alta sociedade francesa. Charmosas, algumas cidades da região abençoada entre Minas Gerais e São Paulo oferecem o que as pessoas mais procuram: saúde. Escolhi três delas, que merecem visita tanto pelas fontes quanto pela beleza da região. Todas ficam até 250 km de São Paulo, perfeitas para um fim de semana. A começar por Poços de Caldas, que eu conhecia até então apenas pelo requeijão cremoso. Desde o começo do século XX, a cidade era frequentada por figurões da sociedade que vinham curtir os cassinos do Palace Hotel e do Palace Cassino e aproveitavam para relaxar e se curar nas águas sulfurosas bicarbonatadas e alcalinas a 45 graus das Thermas Antônio Carlos. Ainda dá para sentir que o lugar foi glamouroso. Ali é possível fazer vários tipos de aquaterapias e são muitos os passeios na região, como as lindas quedas d’água da cachoeira Véu das

Noivas e o trajeto até a Pedra Balão. Não longe dali se encontra Águas da Prata. São mais de dez tipos de fontes de águas medicinais nos arredores da pequena cidade de 7500 habitantes. A mais conhecida é a Fonte da Juventude, que por sua alta concentração em bicarbonato resolve dores de estômago e ainda deixa a pele esticada... Logo após atravessar a fronteira com Minas Gerais está Caxambu, conhecida como o maior complexo hidromineral do mundo (isso mesmo). São 12 fontes de águas minerais gasosas e medicinais que jorram ininterruptamente. E o mais surpreendente é que a água de cada uma delas apresenta propriedades físico-químicas diferentes. Reza a lenda que foi ali que a Princesa Isabel curou sua anemia e finalmente conseguiu engravidar... Mesmo com redes de hotelaria que poderiam ser melhores, uma viagem por essas cidades é imperdível. Não só pelas águas, mas pela região maravilhosa. E não se esqueçam que em poucos anos a água mineral será um luxo... Até!



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dr.ribas@abran.org.br

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Bom de copo FOTO GETTY IMAGES

Durval Ribas Filho

E o pH? Discussões nas redes sociais aumentam a busca por “água menos ácida” Mesmo com informações compartilhadas na internet a respeito, não existe consenso científico sobre o pH alcalino e seus benefícios para a saúde. Os estudos mostram que beber água “mais ácida” não está relacionado com o desenvolvimento de doenças. Talvez a maior prova disso é que o consumo de água com limão em jejum é cada vez mais recomendado pelos médicos. Não há dúvidas de que a água, qualquer que seja, é essencial à saúde.

O jeito certo de se hidratar Qualidade e quantidade ideais de consumo de água, os melhores filtros, a polêmica do pH e os alimentos que potencializam a hidratação A ideia de que pessoas adultas devem consumir ao menos dois litros de água por dia virou um senso comum. Porém, para uma hidratação ideal é necessário observar o peso, a idade, o tipo e a intensidade da atividade física praticada e até mesmo o clima de onde se vive. Para não restar dúvidas, o ideal é consumir 40 ml por quilo ao dia. Então, uma pessoa de 70 kg deve beber 2,8 litros de água. Se ela vive em um país quente, como o nosso, e ainda é ativa, há a necessidade de aumentar esse volume para 60/65 ml. Esse número surpreende a maioria das pessoas, mas é bom lembrar que alguns alimentos potencializam a

hidratação. Incluir na alimentação diária de 200 a 400 g de vegetais e frutas é um bom hábito, já que têm grande quantidade de água. Alguns chegam a mais de 90%, como o chuchu e a pera. Outras práticas ajudam a alcançar a hidratação ideal. No trabalho, deixar uma garrafa de água acessível, que possa ser visualizada na mesa do escritório, evita a desidratação ao longo de um dia corrido. Em casa, beber um copo de água logo após ir ao banheiro, é outro hábito que auxilia a reposição. E um alerta importante: idosos devem incluir essas práticas mais vezes ao dia, por terem uma resposta mais lenta do corpo sobre a necessidade de hidratação. Portanto,

DURVAL RIBAS FILHO é médico nutrólogo e presidente da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN)

quanto mais velha é a pessoa, maior deve ser a atenção à quantidade de água ingerida. Também é preciso ter cuidado com a qualidade da água. A maioria das cidades brasileiras tem tratamento adequado para a água em suas companhias de saneamento básico. Apesar disso, é sempre bom lembrar que a água da torneira não é para ser ingerida, por causa da presença do cloro usado durante o tratamento. Buscar filtros que contenham carvão ativado é a melhor alternativa e eles devem ser trocados a cada seis meses. E uma dica interessante: quando há problemas com abastecimento, é o consumo da água gaseificada que pode ser o mais indicado. Como a inserção de gás na água requer um processo industrial adequado, a segurança torna-se praticamente completa.



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INSTANTE FOTOG R Á FICO

PAZ ERRÁZURIZ CURADORIA JUAN VICENTE ALIAGA, EM CARTAZ NO IMS PAULISTA

No dia 17 de março, o IMS Paulista inaugura uma retrospectiva da fotógrafa chilena Paz Errázuriz (1944). Ela iniciou sua carreira autodidata durante os anos 1970, quando se instaurava em seu país a ditadura militar de Pinochet. Paz se concentra, sobretudo, em pessoas e espaços que, por diversos motivos, foram deslocados para as margens da sociedade, não raro sendo também reprimidos pelo Estado por transgredirem as regras vigentes. A mostra é a primeira grande retrospectiva da artista. Entre as obras exibidas, está uma série na qual ela retrata a etnia indígena Kawesqar, que estava em vias de extinção.

Jérawr-Asáwer/Fresia Alessandri Baker, da série Os nômades do mar, 1996. Coleções Fundação Mapfre © Paz Errázuriz, cortesia da artista. F IMS PAULISTA Até 9 de agosto | Avenida Paulista, 2424, tel. 2842-9120 | imspaulista@ims.com.br


CHEGOU O

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ENSAIO

A grande saga da água EM SEU NOVO PROJETO, “ÁGUA”, QUE INCLUIRÁ UM LIVRO E UM FILME, O FOTÓGRAFO ÉRICO HILLER EXPÕE AS CHAGAS DE QUEM SOFRE PELO MUNDO DEVIDO À CRISE HÍDRICA

POR

CHANTAL BRISSAC ÉRICO HILLER

FOTOS


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Crianรงas aguardam filetes de รกgua em Kondo, na Etiรณpia


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ENSAIO

Acima, etíopes buscando água no leito seco do rio Keske; à direita, grupo à beira do rio na cidade etíope de Lalibela; abaixo, garrafas usadas para o armazenamento. Na outra página, palestino e crianças; em seguida, pastor de ovelhas no rio Jordão


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Conhecido por seus projetos documentais, o fotógrafo mineiro Érico Hiller passa a maior parte do seu tempo em andanças pelos mais diversos rincões do planeta. Suas viagens, em mais de 50 países, já renderam quatro trabalhos monumentais, que envolvem livros e exposições: “Emergentes” (2008), “Ameaçados” (2012), “A Jornada do Rinoceronte” (2016) e “A Marcha do Sal” (2018), cada um deles focado em temas instigantes e humanitários. No mais recente, em 2017, Érico refez o trajeto de 400 km que Mahatma Gandhi realizou na Índia, em sua célebre Marcha do Sal. Agora o fotógrafo se encontra mergulhado em países emergentes para mostrar a crise da água, o maior dilema em discussão no século 21. Colaborador da National Geographic, ele antecipa, neste ensaio especial, algumas imagens de seu


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ENSAIO

No Rajastão, na Índia, mulheres pegam água em fonte desprotegida; à direita, menina em Araçuaí, no norte do Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais; na outra página, mulheres em Ladakh, norte da Índia, em vilarejo abandonado por falta de água


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longo projeto ao redor do planeta, a fim de mostrar o problema que atinge vilarejos, cidades e lugares no mundo todo. “Quando existe uma carência, seja de água limpa ou de água acessível, na história de uma família, a vida dela como um todo se torna caótica. As doenças tomam conta, há violência, depressão, ansiedade. Desde 2008, comecei a ver esse quadro em vários lugares por onde passei. Por isso decidi documentar essa crise, que é mais uma pesquisa social do que um projeto com viés artístico e cultural. É uma fotografia declaradamente social”, diz Érico. O fotógrafo lembra que a escassez é sentida de maneiras diferentes, por razões diferentes, em locais também diferentes. “Mas o que mais me interessa é como as pessoas estão sofrendo hoje”. Documentar a crise mundial da água – seja pela dificuldade de coleta e da qualidade, pelo esgotamento da água, pela forma como é descartada – , esse é o foco de seu estudo. A primeira viagem foi para o Himalaia, em 2018, e ele se encontra agora no terceiro ano de produção do projeto. Índia, Etiópia, Jordânia, Palestina, Bolívia, Chile e Argentina já foram visitados. “A água é um direito humano, à vida, e deveria estar acessível a todos. Afinal, não se nega a água a ninguém. Mas hoje o que vemos é um verdadeiro mercado da água. O futuro desse problema é que as pessoas ricas vão poder pagar pela água, enquanto os pobres só terão acesso à água de pior qualidade. O acesso ou não à água poderá ser nesse século de aquecimento global e mudanças climáticas o maior apartheid que a nossa humanidade já viu”. Para Érico, a questão crucial do Brasil é o saneamento. “O país sofre um verdadeiro colapso no saneamento básico. É oficialmente o país com maior quantidade de água doce disponível no planeta, mas é um caso típico de quem não consegue administrar bem o que tem. A água é mal distribuída, mal cuidada e a família


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ENSAIO

Acima, mulher retira água que ela usa para se banhar no Vale do Jequitinhonha; na outra página, mãe e filho nas imediações do lago Poopó, na Bolívia

brasileira não tem o saneamento apropriado. Ainda hoje crianças morrem em escalas alarmantes de doenças que vêm da água e que poderiam ser evitadas”. Além disso, ele ressalta que historicamente os nossos governos não dão a devida atenção ao problema. Como se o saneamento, por não aparecer, fosse menor do que estradas e obras “visíveis”, que trazem votos. Em suas andanças nesses dois anos e meio, o fotógrafo tem se deparado com cenas impactantes. “Na Etiópia eu vi crianças muito pequenas carregando água, e isso me entristeceu demais. Isso me toca profundamente como homem, pai e cidadão”, emociona-se Érico, que também é fotógrafo da Unicef, realizando missões em que registra a situação das crianças no mundo. “A minha fotografia é minha forma de protesto”, diz, antes de rumar para o Vale

do Jequitinhonha, em Minas Gerais, uma das regiões que mais sofrem com a escassez da água, com a miséria e com o desalento. Este ano de 2020 trouxe um pouco de chuva ao lugar, depois de sete anos de estiagem. “A crise hídrica é uma pequena amostra do que estamos fazendo com nós mesmos. É um lento suicídio coletivo”. Érico lembra que os maiores problemas que enfrentamos – pobreza, saúde precária, ausência de educação, injustiça social, insegurança alimentar – têm uma razão em comum: a água. Estatísticas e estudos nos dão apenas uma tímida perspectiva da tragédia. “Por isso, combinei o viés histórico, ecológico e geológico e resolvi olhar tudo através das pessoas. Aquelas que acordam todos os dias e precisam pensar em como conseguir água naquele mesmo dia. Apenas elas nos darão um panorama da real dimensão desta crise”.


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ESPECIAL

Água

AO REDOR DO MUNDO

FOTO GETTY IMAGES

Dos rios na Amazônia a lugares diversos no planeta, os recursos hídricos se encontram em risco pág. 50

ROUPAS LONGEVAS Brechós são alternativas nas compras pág. 48

SANEAMENTO BÁSICO Assunto e alerta urgente no Brasil pág. 54

DIREITO DE TODOS Ações dos Amigos do Bem no Nordeste pág. 56

SETOR ENGAJADO O movimento Moda pela Água pág. 58


ESP ECIAL

Água

Brechó B.Luxo, nos Jardins

A força dos brechós O garimpo e o consumo de peças usadas andam de mãos dadas com um estilo de vida consciente

POR CHANTAL BRISSAC

CONSIDERANDO QUE a indústria da moda

utiliza litros e mais litros de água em sua produção – é a segunda indústria que mais polui o meio ambiente, depois do petróleo –, investir em brechós é uma atitude mais do que sustentável. E a boa notícia é que o consumidor brasileiro está pegando gosto em comprar em brechós. Segundo dados levantados pelo Sebrae, nos últimos cinco anos o número de empreendimentos desse tipo no Brasil aumentou cerca de 210%. Minimizar danos ao meio ambiente, como o consumo de água, prolongando a vida útil de itens que seriam descartados, é uma das vantagens desse consumo. Mas há muitas outras. Em

FOTO KAREN KOHATSU / 29HORAS

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brechós é possível encontrar exclusividade, singularidade e qualidade, valores inexistentes no chamado “fast fashion”, conceito que prioriza a venda de produtos baratos e que chegam rápido às lojas. E também história: a memória de décadas passadas em tecidos, estampas, modelagens e acabamentos vira um aspecto bastante sedutor, especialmente para os que buscam propósito e personalidade na moda. Em contrapartida, se fortalece cada vez mais o slow fashion, que tem como objetivo desacelerar o consumo de produtos da moda, investindo em qualidade e durabilidade. Um valor que reflete o poder da escolha de cada um, e como ela pode influenciar e impactar o meio ambiente. Nos brechós, a regra dos cinco Rs – repensar, reduzir, recusar, reutilizar e reciclar – é uma realidade. Já quando se produz uma nova peça de roupa, a água e a energia consumidas são muito grandes. Os processos de lavagem, dimensionamento, branqueamento, enxague, tingimento, impressão e finalização são longos, dispendiosos e nada sustentáveis. Apenas para produzir um quilo de algodão são utilizados mais de 20 mil litros de água, fora os gastos com energia. É comum o uso intensivo de pesticidas associado ao cultivo de algodão, prática que leva à contaminação de rios, lagos e lençóis freáticos. E há ainda as etapas de embalagem e transporte, que também consomem bastante. Ao comprar em brechós, renovamos o ciclo das roupas, evitando que elas terminem suas vidas em lixões e aterros sanitários. Um agravante é que as peças geram resíduos sólidos, que demoram bastante para se degradar no meio ambiente. Pensando no pós-consumo, a indústria da moda pode contribuir com o ciclo sustentável. São ações que envolvem, por exemplo, o uso de estoques de tecidos antigos, a customização, o reaproveitamento, a reciclagem e o upcycling. E quando essas mesmas peças não servirem mais, o melhor a fazer é encaminhá-las para instituições de caridade, onde serão de grande utilidade para muitas pessoas.


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Brechós de todos os tipos

de produtos usados. De Belchior passou a brechó e daí para o mundo. No Rio, o Brechó Belchior, nascido em 2013, usa o histórico nome em uma loja repleta de preciosidades. Os donos, que começaram com eventos mensais itinerantes, garimpam pessoalmente as peças em cidades como Nova York, São Francisco e Barcelona, além do Brasil. “Aqui todos ganham: quem compra paga menos e cuida do meio ambiente”, diz Kim Courbet, um dos sócios. Em São Paulo, o brechó Minha avó

FOTOS FACEBOOK

E-commerces, brechós que parecem antiquários, lojas especializadas em peças de grifes internacionais, brechós que fazem parte de instituições do terceiro setor, geralmente ligados a ONGs, e projetos colaborativos que visam o bem-estar social. Há de tudo um pouco nesse produtivo e criativo universo. Uma curiosidade é que a palavra brechó foi inventada no Rio de Janeiro a partir da corruptela do nome de um comerciante, chamado Belchior, que abriu uma loja

Tinha, aberto em 1992, apresenta mais de 25 mil produtos, entre roupas, acessórios, calçados, móveis e louças, em um espaço que é, por si só, inspirador. A casa, aberta pelo engenheiro Franz Ambrósio, se tornou uma referência para quem procura roupas de época. Dudu Bertholini vê os brechós como grandes parceiros de um mundo que minimiza desperdícios. “Você ressignifica à sua maneira peças descartadas, e ainda veste looks únicos que não encontra ninguém mais usando. Enaltecer seu estilo pessoal é uma ótima forma de ser consciente!” afirma Dudu, referência do uso do vintage. Para Giovanna Nader, atualmente no GNT como uma das especialistas da série “Se Essa Roupa Fosse Minha”, e criadora do Projeto Gaveta (www. projetogaveta.com), que promove a troca de roupas, o brechó é uma grande oportunidade para as pessoas reciclarem suas peças e incrementarem o guarda-roupa com itens novos e estilosos. “Procuro ressignificar uma roupa. Você pode transformá-la, reformar, dar uma nova cara à peça. E se não for usar pode também doar para alguém, além de presentear o meio ambiente”, diz Giovanna.

LUGARES PARA VOCÊ GARIMPAR Acima, o brechó Belchior; à esq., Giovanna Nader

NO RIO: BELCHIOR BRECHÓ R. Fernandes Guimarães, 60, Botafogo, @belchiorbrecho BRECHÓ O CACARECO R. São Clemente, 245, Botafogo, tel. 2246-1205 ABAPHA VINTAGE POP Rua do Senado, 51, Centro

EM SP: BRECHÓ MINHA AVÓ TINHA R. Thomé de Souza, 100, Lapa, tel. 3865-1759 FROU FROU VINTAGE Rua Augusta 725, tel. 2506-8954 B. LUXO R. Augusta, 2566B, tel. 3062-5696


ESP ECIAL

Água

FOTO BARTOSZ HADYNIAK | GETTYIMAGES

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Um campo minado

Os diversos tipos de conflitos que acontecem no mundo pela água

POR JOÃO BENZ

AS DISPUTAS em torno da água estão se

alastrando, tanto no Brasil como no exterior. Elas acontecem de diferentes formas, são confrontos entre nações, modelos de gestão, grupos de interesse e classes sociais. Quando esses embates reduzem o acesso de populações à água de qualidade, é de se esperar que haja a propagação de doenças e, muitas vezes, a ocorrência de mortes. Frente a essa realidade, segue a questão: é possível assegurar que todos tenham acesso a esse recurso? Entre os desafios, está o fato de que

aproximadamente 2,1 bilhões de pessoas (29% da população mundial) não têm acesso à água potável em casa, segundo dados do mais recente relatório da OMS, feito em 2017 em parceria com a UNICEF. A pesquisa também aponta que cerca de 4,5 bilhões de pessoas (55%) carecem de um sistema seguro de saneamento. Até 2050, a ONU prevê que a escassez de água possa afetar mais de 5 bilhões de pessoas, devido às mudanças climáticas e ao crescimento populacional. A organização, que considera – apenas desde 2010 – o acesso à água potável e ao saneamento

básico um direito humano fundamental, ressalta que a situação ainda é reversível e propõe a adoção de soluções ecológicas para a agricultura.

Geopolítica da água O Water, Peace and Security é uma ferramenta que mapeia a possibilidade de conflitos por causa da água no Sudeste Asiático, no Oriente Médio e em todo o continente africano. Patrocinada pelo governo holandês, a plataforma foi apresentada para o conselho de segurança da ONU antes de seu recente lançamento. Ela prevê altos índices de conflito por água no Iraque, Irã, Mali, Nigéria, Índia e Paquistão ainda este ano. “É importante dizer que a guerra por água não é uma guerra clássica. Ela ocorre em uma luta por posições estratégicas para manter o acesso aos recursos hídricos”, aponta Wagner Costa Ribeiro, professor de geografia da USP e autor do livro “Geografia Política da Água”. Um exemplo é a disputa pelas Colinas de Golã, responsável por um terço do abastecimento de


FOTO VINICIUS MENDONÇA | IBAMA, FOTOS PÚBLICAS

À direita, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, nas Colinas de Golã; abaixo, o desastre em Brumadinho; na sequência, a floresta amazônica

FOTO FG TRADE | GETTY IMAGES

água de Israel. O país tomou a região da Síria em 1967 e, desde então, seu governo ocupa e administra as colinas, apesar de a maioria da comunidade internacional reconhecer o território como sírio. O Brasil tem a maior concentração de água doce do planeta, cerca de 12% das reservas estão aqui. Mesmo assim, muitas populações sofrem para ter acesso ao recurso em quantidade e qualidade adequadas. Desde 2002, a Comissão Pastoral da Terra (CPT) contabiliza os conflitos por água no território nacional. No primeiro ano, foram registrados 8 conflitos em todo o território brasileiro; no último relatório, referente a 2018, houve um recorde de 276 conflitos por água. O número é crescente desde 2010 e a CPT estima que mais de 2,7 milhões de pessoas foram envolvidas nesses embates. Segundo os dados de 2018, as principais vítimas foram ribeirinhos, pescadores, geraizeiros, assentados e pequenos produtores. Já os maiores causadores foram mineradoras (50,36% dos conflitos), empresários (26,45%), hidrelétricas (11,96%) e fazendeiros (9,78%). As regiões com mais conflitos são o Nordeste com 133 casos (48,1%), seguido do Sudeste com 85 (30,80%), e em terceiro o Norte (18,84%). Bahia e Minas Gerais

FOTO KOBI GIDEON | GPO / FOTOS PÚBLICAS

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foram os estados mais afetados, com 65 casos (23,55%) cada um. O relatório destaca disputas consequentes da tragédia de Mariana; a luta pela manutenção do modo de vida das 55 comunidades do Baixo São Francisco contra os interesses especulativos e imobiliários; e 30 ações da refinaria Hydro Alunorte contra as comunidades paraenses, do município de Barcarena – que terminou com o assassinato de duas lideranças comunitárias (a empresa nega a associação entre as suas atividades e as ações contra os moradores de Barcarena). Para o autor de “Geografia Política da Água”, o uso inteligente dos recursos disponíveis, alinhado com tecnologias que já existem, seria capaz de suprir as demandas por água de todas as populações. Porém, falta a vontade política e econômica daqueles que detêm o controle das fontes de água potável. “O problema não é a transferência de água, mas o fato de ela estar sendo feita com foco central no lucro e não no compromisso de ofertar uma substância fundamental para a manutenção da vida”.

Mercado líquido Há dois grandes tipos de negócio com o recurso: o comércio de água engarrafada; e os serviços ligados a ela, como a distribuição e o tratamento de esgoto. Em vários países, grandes


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Água

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bancos e corporações já compraram vastos hectares de terra com aquíferos e lagos, além dos direitos de exploração deles e também várias companhias de água. André Martin, professor da Universidade de São Paulo especializado em geopolítica, explica por que não apoia a atuação desses grupos: “Na procura de investimentos de alta lucratividade, as companhias de água associadas ao capital financeiro vão tentar transformar a água em raridade”. Para o professor, parte da escassez no mundo foi induzida para que houvesse

Acima, fábrica de engarrafamento de água; abaixo, avião despejando agrotóxicos em uma plantação

rentabilidade. “Esse sistema vai contra a natureza humana. Foi comprovado empiricamente que os homens são mais solidários na sede do que na fome. Reparte-se mais água do que comida”. Wagner Ribeiro afirma que dados coletados nos últimos 30 anos comprovam cientificamente que a privatização gera aumento do preço da água e perda de qualidade. “É evidente que o principal objetivo do modelo privado é obter lucro e não promover o acesso à água de qualidade e barata. Além disso, é muito difícil que uma empresa vá estimular a redução do uso da água. Pelo contrário, ela quer que você use mais água para poder te cobrar. Então, a privatização da água, além de produzir efeitos negativos para o consumidor final, também é antiambiental”.

Fonte contaminada Outro ponto preocupante é o altíssimo nível de agrotóxicos presentes em muitas reservas de água doce, decorrência da água que irriga as plantações e chega aos mananciais. Dados da Sisagua (Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano) revelam que agrotóxicos foram detectados na água de 92% dos municípios analisados entre 2014 e 2017. São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza, Manaus, Curitiba, Porto Alegre, Campo Grande, Cuiabá, Florianópolis e Palmas são algumas das capitais com contaminação de múltiplos agrotóxicos. Além dessas dez cidades, mais 1386 municípios detectaram na água todos os 27 pesticidas que foram obrigados por lei a testar. Desses, 16 foram classificados pela Anvisa como altamente tóxicos e 11 estão associados com o desenvolvimento de câncer, malformação fetal, disfunções hormonais e reprodutivas. Na União Europeia, 21 desses agrotóxicos são proibidos. “A questão é: estamos cuidando da nossa água? Não estamos. Estamos contaminando nossas reservas, ora com lixo, ora com esgoto ou com agrotóxicos. Isso tudo é má gestão”, conclui Ribeiro. “Precisamos discutir seriamente a quantidade de água para cada uso. Devemos pensar um reservatório para a preservação humana e ambiental fundamental, para a geração de energia, lazer, pesca etc. Todas as possibilidades devem ser pensadas à luz dos ciclos naturais da água. Hoje temos tecnologia para quantificar o tipo de atividade econômica que pode ser feita em cada localidade, seja industrial, agrícola ou de consumo populacional. Enquanto não tiver esse tipo de ação, as crises serão recorrentes, quando não muito mais intensas”.


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Na sequência, o rio voador, que vem do mar, vai em direção à floresta amazônica, bate na Cordilheira dos Andes, e então chega em São Paulo

Cenas da vida de uma gota Artista plástico retrata o trajeto da água da chuva: do oceano Atlântico para a floresta amazônica, virando na Cordilheira dos Andes e formando a garoa paulista A CONVITE DA 29HORAS, Túlio Fagim produziu um ensaio sobre o

caminho percorrido pela água da chuva. Inspirado no conto “O Voo do Mar à Metrópole” (a íntegra está no site da 29HORAS), o carioca fez uma série de pinturas de técnicas mistas que ilustram um processo que começa no oceano Atlântico, atravessa a floresta amazônica, contorna a Cordilheira dos Andes e termina na cidade de São Paulo. Nos últimos anos, o pintor tem se voltado para o tema paisagens e busca inspiração na riqueza de formas da Mata Atlântica. “Não tenho grandes pretensões filosóficas com a minha arte, minha procura é mais estética. Eu a faço porque me faz feliz e espero que ela possa trazer um pouco de luz para as pessoas. Gosto de trabalhar com paisagens, e em especial o mato, porque é muito real e próximo de mim. Vou todo dia para uma pequena reserva de Mata Atlântica no meio de São Paulo e procuro ilustrar aquele mato à minha volta com um olhar atual”, comenta o artista. O fenômeno natural retratado nesta série é explicado, de forma bem resumida, por Renato Braghiere, meteorologista com PHDs na Universidade de Reading e na NASA Jet Propulsion: “No oceano Atlântico, na linha do Equador, o calor intenso gera um processo de levantamento de ar quente e úmido. Os ventos alísios (que sopram do leste para o oeste) direcionam esse ar para cima da floresta amazônica. Ao se deparar com a Cordilheira dos Andes, esse ar quente condensa e chove ao chegar, o que alimenta os rios e, consequentemente, a floresta. Árvores grandes, como as da Amazônia, têm acesso a águas mais profundas e com as suas raízes transpiram pelas folhas, mantendo a umidade da floresta. Ao bater na cordilheira, os alísios mudam de direção e levam esse vento para a região sudeste e centro-oeste do Brasil, trazendo com eles essa umidade extra que forma a chuva”. J.B


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Água

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Casas no leito do Rio Amazonas. Abaixo, Marussia Whately

“O cuidado com a água é um dever de todos” Uma das maiores especialistas em recursos hídricos do Brasil, Marussia Whately alerta sobre a falta de saneamento, que afeta 48% da população, sendo 14 milhões de crianças e adolescentes

FOTO JOÃO BENZ / 29HORAS

POR MARIANA SISTER WHATELY

NÃO DÁ PARA FALAR sobre água sem

citar Marussia Whately, uma das grandes referências mundiais sobre o assunto. Convivendo desde pequena com movimentos pela conservação dos mananciais da represa de Guarapiranga, em São Paulo, onde cresceu, ela logo cedo percebeu seu talento para liderar e engajar grupos, além de transmitir informações técnicas de forma clara para a população. Formada em arquitetura e urbanismo pelo Mackenzie, Marussia se destaca por passagens inovadoras: foi a mais jovem coordenadora do ISA – Instituto Socioambiental, onde atuou por mais de dez anos; participou do Programa Municípios Verdes, parceria entre a sociedade civil e o governo do Pará; e articulou o movimento Aliança pela

Água, com mais de 60 organizações, para discutir a grande crise hídrica de São Paulo em 2014. Autora de “O Século da Escassez – Uma Nova Cultura de Cuidado com a Água: Impasses e Desafios”, que escreveu em parceria com Maura Campanili, Marussia está agora à frente do Instituto Água e Saneamento, que visa aumentar o acesso ao esgoto de forma mais rápida e beneficiando mais gente. Por que, mesmo sendo uma questão crucial para a saúde da população e do meio ambiente, é tão difícil avançar com o saneamento no Brasil? Saneamento é um tema complexo, pois tem várias dimensões. Assim como o acesso à água, ele é um direito humano, o que responsabiliza os países; ele é política pública, alçada de governo federal, estadual e municipal, e é também prestação de serviço. Envolve água, esgoto, lixo, águas pluviais, enchentes e todos os processos ligados a cada uma dessas questões,


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todas relacionadas à saúde. Como é um tema complexo, não tem um único responsável nem uma única solução, o que dificulta avançar. Ainda falta muito até chegarmos no ponto ideal onde os governos economizam com os benefícios, pois estamos atrasados desde a parte do esgoto. Há um enorme déficit na prestação de serviços, com 48% da população sem coleta básica. O maior problema das crianças e adolescentes do Brasil, segundo dados da UNICEF, é a falta de saneamento, visto que cerca de 14 milhões deles vivem ao lado de valas abertas e rios sujos. Existe algum avanço em relação às formas de implementar o esgoto? É necessária uma revisão profunda do tema. A forma linear como tratamos o esgoto no Brasil é uma ilusão, é o modelo clássico, onde se pega a água do manancial que está longe da cidade, perde-se parte dessa água no meio do caminho, trata-se essa água e a distribui para as casas, perdendo mais uma quantia. Ainda tem o esgoto, que não é todo coletado, nem tratado, e parte dele vai parar nos rios – tanto que todos os rios das cidades brasileiras têm poluição por dejetos. E mesmo a parte do esgoto que foi devolvido não desaparece, ele vai para a cidade de baixo, vai poluir o mar... Por isso, precisamos de uma revisão urgente.

se reutilizada. Hoje temos quatro principais fontes de poluição de água: esgoto e efluentes urbanos; fertilizantes e agrotóxicos; processos de mineração; e desmatamento. Essas “ameaças” ocorrem de formas diferentes em cada região. É essencial que a gente crie, com urgência, uma nova cultura de cuidado com a água. É importante partir do princípio que, desde que começou a chover na Terra, a água é sempre a mesma, ela vai se renovando, e estamos acabando com os espaços onde ela se renova, como a várzea, os rios, as geleiras. O aquecimento global tem relação com esse estresse hídrico? Totalmente. No contexto de um processo global de mudança do clima, os extremos têm sido mais intensos. Como diz o professor Antonio Nobre em seu livro “O Futuro Climático na Amazônia”, o clima está ficando menos amigo. Nos últimos 14 mil anos, as pessoas compartilhavam o “saber” do clima, sabiam quando ia chover, fazer frio ou calor, o que favorecia a agricultura, por exemplo. Hoje, não, o que causa muita insegurança. A crise hídrica é mundial, tanto que nos últimos cinco anos o Fórum Econômico Mundial vem apontando o problema como um dos maiores riscos para a humanidade.

"desde que começou a chover na Terra, a água é sempre a mesma, ela vai se renovando, e estamos acabando com os espaços onde ela se renova, como a várzea, os rios, as geleiras"

O que é necessário fazer? Uma concepção mais atualizada sobre o esgoto, assim como temos com o lixo. Falta olhar para ele não só como dejeto, mas também como recurso natural que pode ser reposto para a atmosfera. Podemos ter cadeias de serviços separadas, e a água não precisa necessariamente estar ligada ao esgoto. Falta enxergarmos o esgoto de forma circular, para que ele seja reaproveitado, e não descartado. E daí podem surgir novos negócios. Um exemplo é o fósforo, recurso finito na natureza e que se encontra no lodo do esgoto. Por que não desenvolvermos sua extração? Também é possível ter adubo vindo do esgoto, energia... E assim vão sobrando menos partes a serem descartadas. É o mesmo princípio da reciclagem de lixo.

Qual é a grande causa da crise hídrica em algumas regiões do Brasil, tendo em vista que o Brasil parece ter água de sobra? O Brasil de fato possui 12% da água superficial do planeta e, mesmo assim, algumas cidades, como São Paulo e Rio, já vivem um estresse hídrico. Não dá para dizer que o país está numa situação confortável. Uma das razões é que grande parte da água está na Amazônia e a maior concentração de população e indústrias está no Nordeste, Sudeste e Sul. Não há um bom planejamento para reduzir o uso da água. Outro aspecto é que, apesar de existir tanta água, boa parte não tem qualidade para

Além dos governos, a sociedade civil e as empresas têm responsabilidade em relação ao cuidado com a água? Todos somos responsáveis. Mesmo a água sendo um direito humano, o cuidado com ela é um dever de todos. E eu acredito que possamos mudar nossa cultura e comportamento. Um exemplo é o que aconteceu em São Paulo após a grande crise hídrica de 2014, quando chegamos à beira de um colapso. Houve investimento em diferentes escalas para o uso mais consciente e inteligente da água, de moradores a condomínios e indústrias. Por causa do uso consciente, o consumo de água na cidade hoje é 10% menor do que era antes da crise. Você vê as novas gerações mais conscientes com a questão da escassez? Sim, mas não podemos generalizar. Uma criança que estuda em uma boa escola particular em São Paulo tem uma visão de futuro muito diferente do que a criança que vive ao lado de uma vala de esgoto aberto, onde o problema é o seu presente. Essa primeira criança, privilegiada, entende que o seu futuro está ameaçado; então ela tem medo, sabe que as coisas precisam mudar e cobra das gerações anteriores a solução para o mal que causaram. Daí surgem lideranças como a Greta Thunberg, que é um fenômeno maravilhoso. Mas também temos que tomar cuidado para educar e conscientizar essas crianças sem causar pânico e depressão, que pode ser muito ruim e pouco produtivo.


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Água

Projeto transformador

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Um dos maiores grupos sociais ativos do país, que reúne 9.200 voluntários, os Amigos do Bem investem na canalização de água, na geração de trabalho e na educação de crianças e jovens no sertão nordestino

POR CHANTAL BRISSAC

NO INÍCIO DE 1993, comovida pela situação

de miséria no Nordeste, Alcione Albanesi reuniu amigos e propôs uma mobilização para ajudar as pessoas da região. “Aquilo começou a me incomodar, por isso juntei os mais chegados, que chamaram outros, e sugeri que arrecadássemos alimentos, roupas e brinquedos para distribuir. Conseguimos levar 1.500 cestas”, lembra Alcione. Assim brotou um movimento exemplar, os Amigos do Bem, projeto que hoje conta com 9200 voluntários, que se revezam entre a sede, em São Paulo, e os 130 povoados do sertão de Alagoas, Pernambuco e Ceará, onde são atendidas 75 mil pessoas todos os meses. Os Amigos do Bem atuam em diversas áreas para promover a inclusão social e


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romper o ciclo da miséria. Alcione estruturou um projeto belíssimo, que ela acompanha de perto, todos os meses. “É possível terceirizar construções de casas, abertura de estradas, instalação de saneamento. Mas quando você fala de transformação de vidas, você tem que realmente estar lá”, diz a fundadora. As quatro Cidades do Bem, vilarejos com infraestrutura completa, acolhem famílias em casas de alvenaria confortáveis e dignas. Com a construção de 123 cisternas e 35 poços artesianos – com mais 6 em andamento –, não há mais necessidade de andar quilômetros em busca de água: mais de 700 milhões de litros são distribuídos por ano nessas regiões. Quatro Centros de Transformação atendem 10 mil crianças e jovens em atividades educativas e culturais. Além do transporte, o projeto se responsabiliza pelo atendimento médico e odontológico e por 180 mil refeições mensais. Cursos de informática, culinária, cabeleireiro e manicure integram o programa, que também oferece bolsas em instituições de ensino superior. Outra frente do projeto é a autonomia financeira das famílias, com as fábricas de castanhas e de doces. “O meu lema de vida assim descrevo”, diz a inspiradora Alcione: “Se não posso fazer tudo o que devo, devo, ao menos, fazer tudo o que posso!” www.amigosdobem.org

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Alcione Albanesi compartilha momento histórico da chegada da água em Torrões, em Alagoas; antes, a população precisava andar quilômetros para conseguir água


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Água

FOTO RODOLFO TREVISAN

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Encontro de Empresas Guardiãs da Moda pela Água, com Chiara Gadaleta (à esq.) e a jornalista Andrea Vialli

A moda que provoca mudanças Plataforma conecta produtores de algodão, tecelagens, lavanderias, confecções, fábricas, lojistas e consumidores comprometidos em utilizar os recursos hídricos de forma responsável

“A ÁGUA É o nosso maior bem e nossa missão

é usar a moda, o design e a beleza para espalhar a urgência no uso responsável do recurso hídrico”, diz Chiara Gadaleta, explicando o surgimento da plataforma A Moda Pela Água (AMPA), idealizada por ela no início de 2019. Trata-se de uma empreitada pioneira no Brasil: a união de empresas de um setor tradicionalmente tão egocêntrico em prol de uma mesma causa. A Moda pela Água é uma iniciativa inovadora porque, pela primeira vez, há um espaço dedicado a reunir indústria e sociedade civil para conversar, compartilhar questões, mostrar propostas e encontrar soluções. “Esse é um assunto que só tem condição de mudança se trabalhado em grupo e, como não podemos escolher se queremos

ou não mudar – temos que mudar – a união em torno desse propósito se faz necessária”, comenta. A plataforma funciona como um rico espaço neutro para que as empresas do setor possam conviver não através da concorrência, mas por um ponto em comum e urgente. Como ela diz, “o ‘eu’ não tem voz. O ‘nós’, tem”. “Trabalhamos com sustentabilidade de forma egoísta e marqueteira. A necessidade de sair do umbigo empresarial e olhar para o todo é urgente. Essa forma de operar em conjunto é muito alinhada com os 17 ODS da ONU, órgão do qual sou embaixadora do Pacto Global no Brasil. O problema não pertence a uma única empresa e sim à sociedade de forma geral”, complementa Chiara.

Vicunha, Marisa, Abrapa/Sou de Algodão, Damyller, ABIT (Associação Brasileira da Indústria Têxtil), Grupo Lunelli e Farm são empresas signatárias, chamadas de Empresas Guardiãs, que junto com o Movimento Ecoera, abriram suas agendas para ouvir e discutir o tema da água na indústria da moda, que sabemos consumir 80 bi de m³ de água por ano. A equipe saiu em pesquisa de campo para entender como as empresas do setor estavam tratando o recurso hídrico – ninguém sabia dizer o quanto gastava em água. “Visitei lugares onde os rios estão mortos há muito tempo. Alguns polos de produção de jeans sofrem com escassez e outros ficam inundados pelas chuvas”, ressalta Chiara. Para ela, a empresa que


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Representantes dos grupos Ecoera, Somma-Farm, Marisa, Vicunha, Damyller, Abrapa, Abit e Sou de Algodão

para firmar o pacto. Neste primeiro ano de AMPA, chamado de Ciclo 1, as empresas abriram suas agendas para discutir o uso consciente da água. O grupo reuniu-se presencialmente quase todos os meses, mesclando pautas setoriais da moda, necessidades e dificuldades de cada empresa guardiã, conversas com especialistas renomados em sustentabilidade e foco na água, além de trocarem notícias atuais e impressões sobre o tema. Houve também avanços concretos das empresas. Um exemplo é a parceria

firmada entre duas signatárias da AMPA, a varejista Marisa e a Vicunha, maior fabricante de jeans no país. A dupla lançou uma coleção experimental com tecidos que usam menos água no processo de fabricação. A economia foi em média de 85%, comparando a processos tradicionais. As peças disponíveis apenas na loja da Av. Paulista, em São Paulo, esgotaram-se em poucas horas. A Farm e a Aqualung promoveram o mutirão de limpeza na praia de Copacabana no Dia Mundial da Limpeza. O Grupo Lunelli, por sua vez, por meio da marca Lez a Lez, lançou uma linha de camisetas

FOTOS RODRIGO TREVISAN

abre a cadeia de valor a fim de analisar como está usando a água em seus processos se mostra engajada em fazer parte das mudanças que o mundo pede hoje, mas é necessário um olhar técnico e a vontade de abordar questões delicadas e encontrar soluções. Uma das dificuldades que se encontra é a consistência nas boas práticas das empresas. “A sustentabilidade não é tendência, é garantia de futuro”, enfatiza. De forma coletiva e colaborativa, as empresas podem trocar know-how e ajudar a buscar alternativas para o mercado como um todo. É isso que prega o ODS 17: Parcerias em prol das metas. Assim fica mais fácil medir os impactos e estabelecer metas de redução nas emissões de gases e no uso irresponsável da água. Chiara e o Time Ecoera podem dizer que estão no caminho certo. E não estão sozinhos: em agosto de 2019, o presidente francês Emmanuel Macron lançou no encontro do G7 o Pacto da Moda pelo Meio Ambiente, um acordo de sustentabilidade global com big players da indústria têxtil e de moda. O Fashion Pact, como é originalmente chamado, reúne marcas e grupos concorrentes, sinalizando a urgência de um movimento real de mudança. Adidas, Nike, Puma, Burberry, Chanel, Prada, Giorgio Armani, Ralph Lauren, Stella McCartney, H&M, marcas do grupo Inditex, além de Carrefour, Galeries Lafayette, entre outros, se encontraram com Macron

Manequins exibem as peças da coleção feita em conjunto por Marisa e Vicunha


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Água

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Acima, limpeza na praia de Copacabana. Nesta foto, família do Movimento Sou de Algodão

assinada pela surfista Maya Gabeira. As peças foram feitas com viscose ecológica, que agride menos o meio ambiente. Grande fabricante e varejista de roupas em jeans, a Damyller lançou a linha recollect – em parceria com artistas, ela propôs a releitura de peças reutilizando restos de matéria-prima. A Abit, Associação Brasileira das Indústrias Têxteis, que também participa da plataforma, se engajou em apoiar eventos que unem moda e sustentabilidade. Já o Movimento Sou de Algodão, iniciativa da Abrapa (Associação Brasileira dos Plantadores de Algodão), emocionou a plateia em seu desfile-manifesto na Casa

dos Criadores, assinado por diversos estilistas, onde mostrou histórias e pessoas reais da cadeia do algodão. A Abrapa não se engajou na Moda pela Água por acaso. Para Silmara Salvati Ferraresi, gestora do movimento Sou de Algodão/Abrapa, essa bandeira se alinha com os propósitos da associação. “A iniciativa nos encoraja a pensar que podemos fazer ainda mais pelo meio ambiente e pelas futuras gerações”. Em 2019, convidada a colaborar com o levantamento da pegada hídrica de uma calça jeans no Brasil, a Abrapa aceitou o desafio. Afinal, 92% de sua

produção da pluma se dá em regime sequeiro, apenas com as águas da chuva. “Além de debater o tema água, pensamos em compartilhar com a cadeia têxtil o trabalho em prol da sustentabilidade que o setor produtivo do algodão promove com o programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR) em suas fazendas, há mais de uma década”, diz Silmara. Para ela, a plataforma tem sido um fórum importante para refletir sobre ações sustentáveis e colaborativas. “Ali, a cadeia têxtil se une para pensar em iniciativas como entregar a rastreabilidade do algodão certificado da fazenda até a peça final que o consumidor veste”. Em março de 2020, próximo ao Dia Mundial da Água, encerra-se o Ciclo 1 da Moda Pela Água com um evento no Unibes Cultural, onde serão apresentadas várias iniciativas implementadas pelas empresas guardiãs ao longo desse ano. E em seguida, inicia-se o Ciclo 2, onde, com mais maturidade, as empresas partem para um período de mentorias que facilitarão mudanças concretas e sustentáveis. Novas empresas interessadas poderão se tornar guardiãs, ampliando o debate e fazendo parte da transformação. Sempre atenta a qualidade das discussões, Chiara afirma que “tratar de temas tão complexos como a redução de impactos negativos em toda a cadeia produtiva, indo até o pós-consumo, não é missão fácil e não pode ser feita de maneira superficial”. Ela enxerga longe e já vislumbra o Ciclo 3 do AMPA para 2021/22, quando as empresas signatárias terão maturidade para atuar como mentoras de seus colaboradores e cadeia produtiva.

Saiba mais sobre a plataforma A Moda pela Água no QR Code


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Você sabia...

SEGUNDO DADOS DA AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS (ANA), O MAIOR CONSUMO DE ÁGUA NO PAÍS

66,

1%

ACONTECE NA IRRIGAÇÃO

SEGUIDO POR USO ANIMAL COM

11, 5% 9,

6%

INDÚSTRIA

E O ABASTECIMENTO URBANO

9, ILUSTRAÇÃO FREEPIK | KAREN KOHATSU

1%

o quanto de água é gasto em cada setor brasileiro? Quantas pessoas não têm acesso ao maior bem do planeta? E no Brasil, quantos vivem sem água tratada? A seguir, esses e outros surpreendentes números:

O SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÕES SOBRE SANEAMENTO MOSTRA QUE

48

%

da população brasileira AINDA NÃO TÊM ACESSO À COLETA DE ESGOTO

35

de brasileiros não têm acesso à água potável

milhões

A OMS CALCULA QUE CADA

R$ 1

INVESTIDO EM SANEAMENTO BÁSICO RESULTA NA ECONOMIA DE

4

R$

EM SAÚDE

2,

1 bilhões de pessoas

no mundo

NÃO TÊM ACESSO À ÁGUA POTÁVEL EM CASA. A ONU PREVÊ QUE ATÉ

2050 A ESCASSEZ DE ÁGUA POSSA AFETAR

+5 bilhões de pessoas

MESMO DIANTE DE TANTOS NÚMEROS NEGATIVOS, A SITUAÇÃO AINDA É REVERSÍVEL.


ESP ECIAL

Água

FOTO DIVULGAÇÃO

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A missão nobre de enriquecer o debate Fundado pelo ambientalista Sérgio Leitão, há cinco anos o Instituto Escolhas busca gerar estudos sobre os temas da economia e do meio ambiente

POR ANDREA VIALLI

FUNDADO EM 2015, o Instituto Escolhas vem

se destacando pela qualidade dos estudos que publica, sempre relacionando questões sociais e ambientais da atualidade com dados e análises econômicas para viabilizar o desenvolvimento sustentável. A organização nasceu da inquietude do advogado Sérgio Leitão, um dos mais proeminentes representantes do movimento social e ambiental no Brasil, com uma carreira construída em grandes ONGs como Greenpeace, Instituto Socioambiental (ISA) e no setor público, como no Museu Nacional, Fundação Nacional do Índio (Funai) e Ministério da Justiça. Ao participar de grandes embates envolvendo o movimento ambientalista e outras forças da sociedade, Leitão entendeu que havia uma lacuna no debate, que era justamente a produção de análises econômicas que trouxesse elementos que justificassem temas como a redução do desmatamento, a conservação da água e a transição para a economia de baixo carbono. Um exemplo foi a votação do Novo Código Florestal (Lei Nº 12.651/2012) que opôs representantes do agronegócio e do

ambientalismo nas discussões sobre a atualização da lei que regulamenta a conservação das florestas e a produção agrícola no país. “Nessas discussões, o setor do agronegócio passou a manejar suas informações de uma maneira mais hábil, ao convencer a sociedade do quanto a produção de alimentos era relevante para o Brasil. Isso me levou ao questionamento se nós, ambientalistas, não tínhamos limitações no debate que precisariam ser superadas para se lidar com uma nova etapa do movimento”, diz Leitão. Para ele, a sociedade brasileira está convencida da importância do meio ambiente, que se reflete nas instâncias de cuidado com o tema nas esferas do poder público e nas empresas e no legado que foi construído desde a Constituição de 1988 – a base de

legislação sobre o tema, as Unidades de Conservação e a demarcação de Terras Indígenas. Mas faltava aos ambientalistas dizerem como seria, quando seria e quais os custos dessa transição para o desenvolvimento sustentável. Assim, o Instituto Escolhas passou a atuar em duas principais frentes: na produção de análises e estudos que identificam os custos econômicos, sociais e ambientais dos projetos públicos e privados em temas como energia, florestas, oceanos, produção de alimentos e urbanização; e na promoção do conhecimento científico na área de Economia e Meio Ambiente. Para desempenhar o primeiro papel, a organização reuniu, em três Conselhos – Diretor, Científico e Fiscal – nomes de peso como os economistas Marcos Lisboa e Bernardo Appy, os cientistas políticos Ricardo Abramovay e Ricardo Sennes e a ex-ministra do Meio


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FOTO GETTY IMAGES

Ambiente Izabella Teixeira, entre outros. Os estudos, realizados pela equipe do Escolhas e pesquisadores associados, têm gerado alta repercussão na mídia e debates no Congresso. Um dos mais recentes abordou o tema da água e o setor elétrico, frente a um cenário de escassez. A equipe do Instituto Escolhas debruçou-se sobre o aumento dos conflitos pelo uso da água no país e a necessidade de se precificar corretamente os recursos hídricos, especialmente em um contexto de mudança no regime de chuvas que está sendo agravado pelas mudanças climáticas. O documento traz uma análise das bacias dos rios São Francisco e Jaguaribe (CE) e da Usina Hidrelétrica de Belo Monte e mostra dados reveladores: a escassez de água na Bacia do rio São Francisco traria um prejuízo de R$ 2,5 bilhões por ano para a geração de energia elétrica, com consequências diretas para a tarifa de energia e o bolso dos consumidores. Já a disputa pela água na bacia do rio Xingu, no Pará, traria um prejuízo de

R$ 2 bilhões/ano pela perda da energia firme que seria gerada em Belo Monte. Entre outros temas contemplados por estudos recentes do Instituto Escolhas, estão uma nova proposta para a economia do Amazonas, com base na bioeconomia e dinamização do parque industrial da Zona Franca de Manaus; e um estudo sobre o volume de subsídios e a pegada de carbono da produção de carne no Brasil. “Quando você traz dados para um debate, você organiza o eixo da discussão”, diz Leitão. Para a segunda frente de atuação, foi criada a cátedra de Economia e Meio Ambiente. Após um ano de atuação, em 2016, os fundadores do Instituto Escolhas confirmaram sua suspeita inicial de que havia poucos centros de estudo e pesquisadores debruçados sobre esses dois temas. “Víamos um esforço isolado de alguns pesquisadores, então a solução encontrada foi estimular, por meio de bolsas de estudos para alunos de mestrado e doutorado, a produção científicas nessas áreas”,

Na outra página, Sérgio Leitão. Nesta foto, queimadas na Amazônia

“Quando você traz dados para um debate, você organiza o eixo da discussão”

afirma Leitão. Com isso, a cátedra tem o objetivo de contribuir para ampliar o número de pesquisadores que abordem a complexidade dos temas ambientais de forma objetiva. Desde o lançamento do programa, já foram realizados três editais que reuniram 17 bolsistas em instituições como Fundação Getúlio Vargas, Esalq-USP, FEA-USP, UFPE, UFOP e Universidade de Potsdam, Alemanha. As inscrições para o edital 2020 encerraram-se em janeiro. Para Leitão, o caminho escolhido pelo Instituto Escolhas tem sido fundamental justamente em um momento em que a questão ambiental entrou no centro do debate público do Brasil atual, deflagrado pelas queimadas na Amazônia e o derramamento de óleo no litoral nordestino. “Em um momento em que os temas socioambientais estão inseridos em uma guerra de narrativas, muitas vezes ideológica, o papel do Instituto Escolhas é trazer dados qualificados para o debate, e deve seguir nessa direção”.


TU RISM O

Impactos positivos HOTÉIS E COMPANHIAS DE CRUZEIROS PROMOVEM AÇÕES DE PRESERVAÇÃO AMBIENTAL, FAVORECENDO O FUTURO DO BRASIL E DO PLANETA

POR

CHANTAL BRISSAC E PAULA CALÇADE

A HOTELARIA PASSOU A absorver cada vez mais a sustentabilidade como um de seus pilares. Hoje, 75% dos hóspedes consideram essas iniciativas um fator potencial para reservar um quarto, segundo a pesquisa Futuro da Hotelaria, feita pela empresa Mapie. A utilização de painéis solares para aquecimento da água, hortas para o consumo nos restaurantes, além da lavagem consciente de toalhas e lençóis, já são práticas conhecidas no turismo. Então, o que diferencia uma ação sustentável de tantas outras é o impacto positivo que ela pode trazer para o meio ambiente e para a comunidade onde atua. Conheça oito inspiradoras iniciativas de hotéis e companhias de cruzeiros:

Santuário na floresta Eleito um dos 25 melhores ecolodges do mundo pela National Geographic Traveler, o hotel Cristalino Lodge conserva diretamente 11.399 hectares de floresta primária, na Amazônia. Suas ações incluem energia solar nos quartos, reciclagem e separação do lixo, tratamento dos efluentes cinzas e negros, arquitetura sustentável, atividades guiadas na natureza com grupos de até 8 pessoas e uma culinária que prioriza produtos orgânicos e da estação. Além disso, mantém a Fundação Cristalino, que faz trabalhos de educação ambiental com crianças de Alta Floresta e Novo Mundo, e estudos em botânica e vida animal com importantes instituições.

Zero esgoto O hotel Sofitel Jequitimar Guarujá, da rede Accor, conta com três Estações de Tratamento de Água (ETAs), uma exclusiva para a água das chuvas, uma para as águas negras (esgoto) e outra para as águas cinzas (proveniente de chuveiros, banheiras, lavatórios etc.), que são reaproveitadas em jardins e torres de refrigeração. Em um ano, o hotel conseguiu evitar o despejo de 40 milhões de litros de esgoto no meio ambiente.

FOTO CRISTIAN DIMITRUS

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Passeio de canoagem do hotel Cristalino Lodge, na Amazônia


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TU RISM O

FOTOS DIVULGAÇÃO

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Lagoas limpas O Grand Hyatt Rio de Janeiro, na Barra da Tijuca, construiu tubulações para interligar o esgoto gerado no hotel à Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (CEDAE), atendendo também os condomínios próximos. A obra foi inteiramente custeada pela rede hoteleira e doada para a CEDAE. Com essa ação, o empreendimento contribuiu para a redução de esgoto sem tratamento despejado nas lagoas do bairro e recuperou a área verde da região.

FOTO PAULO HENRIQUE LIMA

Responsabilidade socioambiental O Grande Hotel Senac Campos do Jordão tem ações sustentáveis que envolvem funcionários, alunos do Centro Universitário Senac, e a comunidade local. O Projeto Escola Sustentável ajuda escolas municipais de Campos a implantar sistemas de gestão ambiental. Já o Campos sem Frestas aplica revestimento nas paredes de casas em condições precárias, evitando a entrada de frio. No hotel, as ações incluem a gestão completa de resíduos, compostagem e horta orgânica.

Primeiro hotel lixo zero do Brasil O Ilha de Toque Toque Boutique Hotel (ITTBH), em São Sebastião, litoral norte de São Paulo, conquistou um certificado do Instituto Lixo Zero Brasil (ILZB), que reconhece e fiscaliza o processo de tratamento do lixo implementado. O ILZB é o único representante no país com as credenciais do Zero Waste International Alliance. No hotel, recipientes

No alto, Sofitel Jequitimar Guarujá; em seguida, Grand Hyatt Rio de Janeiro e Grande Hotel Senac Campos do Jordão


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para shampoo e condicionadores foram substituídos por suportes com refil, entre outras substituições que visam a retirada do plástico.

Conscientização local Em Itacaré, na Bahia, o Txai Resorts desenvolveu o Instituto Companheiros do Txai, que realiza o trabalho de conscientização com a comunidade local sobre a importância de conservar a biodiversidade. Uma das iniciativas faz programas constantes nas escolas públicas e núcleos educacionais da região ao ministrar aulas sobre as boas práticas socioambientais. O hotel ainda instalou nas cozinhas e áreas de serviços redutores de vazão com o objetivo de evitar desperdício de água.

Mares protegidos Para tratar o esgoto a bordo, todos os navios da Norwegian Cruise Line (NCL) são equipados com sistemas de purificação avançada de águas residuais (AWP), seguindo regulamentos internacionais. As águas coletadas em espaços de máquinas e motores não são descartadas sem antes passar por um processo rígido. Os navios são equipados com um dispositivo de parada automática e um medidor de conteúdo de óleo. A água que não puder ser descarregada mesmo após esses processos é entregue a um fornecedor certificado em terra.

Autossuficiência hídrica Como a água doce é um recurso finito, a MSC Cruzeiros toma medidas para reduzir o desperdício por meio de investimento em tecnologias e campanhas de conscientização. A água consumida nos navios da companhia é produzida a bordo, graças a plantas de produção de água doce presentes em toda a frota, que transformam água do mar para o consumo. Nos maiores navios, a capacidade de transformação é de até 3 milhões de litros por dia.

FOTOS DIVULGAÇÃO

Ilha de Toque Toque Boutique Hotel; abaixo, Txai Resorts; em seguida, navio da Norwegian


NOVAS ATIVIDADES CENTRO DE CICLISMO INDOOR UNIVERSIDADE CRIATIVA CENTRO DE ENVIOS ESTÚDIO DE ARTES FÁBRICA DE COSMÉTICOS CENTRO DE TREINAMENTO DE AGENTES DE TRÂNSITO


MAR 2020

AGENDA

29h

P R O G R A M A S PA R A TO DA S A S H O R A S D O M Ê S

ÁGUA FRESCA E ABUNDANTE

FOTO DIVULGAÇÃO

Com piscina de ondas, toboáguas e 5,5 milhões de litros de água pura da Serra do Mar, o Parque aquático Magic City é uma boa opção para quem quiser se refrescar neste último mês do verão. pág. 78

GASTRONOMIA Festival do Chocolate ocupa o Pavilhão da Bienal pág. 74

EXPOSIÇÃO John Lennon surge em exposição no MIS pág. 74

MÚSICA Mart’nália canta Vinícius na Casa Natura pág. 77

RESTAURANTE Vencedor do Master Chef comanda o Benza pág. 76


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Age nd a 29h

domingo

Arte geométrica A alemã radicada na Venezuela Gertrud Goldschmidt, a Gego, só deu início a sua trajetória como artista plástica aos 40 e poucos anos. Somente até hoje, 150 de suas gravuras, MANHÃ

POR KIKE MARTINS DA COSTA

desenhos e esculturas cinéticas estarão expostas no Masp. Ingressos a R$ 40. F Avenida Paulista, 1.578, Bela Vista, tel. 3149-5959.

Vozeirão NOITE O musical “Agnaldo Rayol – A Alma do Brasil”,

na interpretação do cantor e ator Marcelo Nogueira, apresenta somente até hoje no Teatro da União Cultural Brasil Estados Unidos sucessos que marcaram a trajetória do cantor. Ingressos a R$ 80. F Rua Mario Amaral, 209, Paraíso, tel. 3885-2242.

Almoço vegano TARDE O restaurante Cajuí tem cardápio assinado e executado por Natalia Luglio, à base de vegetais orgânicos. Delicie-se com a salada de mamão verde e repolho, o bobó de pupunha, o hommus de beterraba, as minitortillas de carne de jaca, a lasanha de abóbora kabotiá e cogumelos, o pappardelle de espinafre com shimeji e o hambúrguer de feijão preto. De sobremesa, prove o petit gateau de chocolate com 75% de cacau e sorvete de cumaru. F Rua Aspicuelta, 202, Vila Madalena, tel. 99116-8660.

2

segunda

3

terça

Could Be Mine MANHÃ O shopping Anália Franco recebe até o dia 8 a mostra “Guns N´Roses Experience”. Gratuita, a exposição fica no Piso Lírio até o dia 8 e reúne instrumentos, fotos, vídeos, álbuns, objetos pessoais e cartazes. F Avenida Regente Feijó, 1.739, Tatuapé.

Plant burger TARDE A rede Outback, famosa pelas carnes, acaba de lançar seu hambúrguer vegetal — com textura, aroma e sabor semelhantes ao da carne bovina. O disco de 150 g é o destaque do Aussie Plant Burger (R$ 43), com alface, tomate, picles e cheddar vegano, além de fritas. F Avenida Moaci, 187, Moema, tel. 5096-1098.

Japa fit NOITE O chef Gilson Amorin criou o Menu Degustação Fit para o restaurante Japengo do Pátio Higienópolis. Por R$ 89, inclui edamame, shimeji, temaki (de atum, salmão ou Califórnia), sashimi, sushi, spicy tuna (rolinhos de atum com ovas e pimenta), guiozas suínas no vapor e peixe grelhado com salada ou legumes. F Avenida Higienópolis, 618, piso Buenos Aires, tel. 3667-0627.

Superfood MANHÃ Extraído da Mata Atlântica de acordo com os princípios agroecológicos, o fruto da palmeira juçara é a matéria-prima do Juçaí, um sorbet cuja receita leva ainda extrato de guaraná, banana e inhame orgânicos. Cada pote de 1 litro custa R$ 28. F Avenida Pedroso de Morais, 816, Pinheiros.

Hilda no museu TARDE Morta em 2004, a escritora Hilda Hilst completaria 90 anos em abril de 2020. Em sua homenagem, o MIS apresenta até o dia 15 a mostra “Revelando Hilda Hilst”, com edições originais de seus livros ilustrados. Entrada gratuita. F Avenida Europa, 158, Jardim Europa, tel. 2117-4777.

Bar repaginado NOITE Sob o comando do bartender Spencer Amereno Jr., o Frank Bar acaba de reabrir suas portas. Instalado dentro do Maksoud Plaza Hotel, o espaço manteve sua atmosfera intimista e agora tem como destaque um lustre de 6 m. F Alameda Campinas, 150, Bela Vista, tel. 3145-8000.


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4

quarta

Limpeza geral A Lavanda Green é uma lavanderia ecológica. Lá, todas as roupas são lavadas com detergentes biodegradáveis em cerca de 30 dias. Não utiliza solventes tóxicos e inflamáveis e deixa as roupas limpas. F Rua Rio Grande, 106, tel. 5084-6282. MANHÃ

5

quinta

6

sexta

Desjejum sertanejo MANHÃ O brunch nordestino, servido de terça a domingo no restaurante Dona Canô, tem quitutes como macaxeira com manteiga de garrafa e cuscuz com leite. Custa R$ 45 por pessoa. F Rua Padre Chico, 275, tel. 3862-1307.

Trip chocolática

Casa portuguesa TARDE O aconchegante restaurante Marialva é fruto da união de três ex-funcionários do A Bela Sintra. De sua cozinha saem pratos de bacalhau, peixes e frutos do mar, além de massas, carnes, caldos e saladas. Um dos carros-chefes da casa é o arroz de pato. F Rua Haddock Lobo, 955, Jardins, tel. 4214-3913.

Pub popular A rede curitibana de pubs Mr. Hoppy Beer & Burger já tem cinco unidades na Grande São Paulo. A mais nova fica na Mooca e tem em seu cardápio os clássicos da casa: o “Burger de 10ão” (R$ 10) e várias opções de cervejas artesanais. F Rua Izabel Dias, 108, Mooca, tel. 99805-3759. NOITE

TARDE Além de manter cultivos sustentáveis de cacau no sul da Bahia, a chocolates Amma Chocolate administra a Casa do Sabor, um misto de loja e laboratório sensorial, que conduz seus visitantes a uma mágica viagem pelo universo do cacau. F Alameda Ministro Rocha de Azevedo, 1.052, tel. 3068-0240.

Padoca saudável

Disco diva NOITE Estreia hoje no teatro Santander o espetáculo “Don na Summer Musical”, sobre a rainha da Disco Music, intérprete de hits como “Last Dance”. Sucesso na Broadway, a montagem brasileira é protagonizada por Karin Hils, Jeniffer Nascimento e Amanda Souza. F Av. Pres. Juscelino Kubitschek, 2.041

MANHÃ A Panni Padaria Artesanal tem sua cozinha comandada pelo chef Henrique Covo (ex-Me Gusta e Casa do Porco Bar). Os destaques são os pães de fermentação natural – como o integral, o multigrãos e o de azeitona com alecrim –, mas o cardápio tem também ótimas opções de paninis, toasts e pratos, como a lasanha vegetariana de abobrinha, berinjela, parmesão, molho de tomates e manjericão. Para completar, tem vários itens veganos e glutenfree. F Rua Ismael Neri, 485, Água Fria, tel. 2475-1341

Veganices nipônicas TARDE Servido de segunda a sexta-feira nos almoços do restaurante japonês Miu, o combinado vegano faz parte do menu executivo, por R$ 57. Composto por seis pratos, inclui robatas de berinjela, de couve-flor e

de brócolis, sushi vegano, edamame e hossomaki de pepino. F Rua Amauri, 244, Itaim, tel. 96581-8899.

Resistência & existência NOITE Idealizado e interpretado pelo ator Ed Morales até o dia 14 no Sesc Pinheiros, o

espetáculo solo “Eu Não Sou Harvey – O Desafio das Cabeças Trocadas” inspira-se na figura do ativista Harvey Milk (1930-1978), o primeiro político dos EUA a se assumir homossexual. Ingressos a R$ 30. F Rua Paes Leme, 195, Pinheiros, tel. 3095-9400.


72

7

Age nd a 29h

sábado

Mercearia orgânica MANHÃ A marca Korin é pioneira numa série de produtos, como o frango livre de antibióticos e os ovos com certificação de bem-estar animal. Em suas lojas, é também possível encontrar

POR KIKE MARTINS DA COSTA

arroz, feijão, carnes bovinas, café e até milho para pipoca orgânico. F Rua Vieira de Morais, 1.115, Campo Belo, tel. 2924-0393.

Mundo mágico TARDE O espetáculo “Fadas & Gigantes, Universo Encantado”, ocupa até o dia 29 uma arena montada

no Mooca Plaza Shopping. Criado com modernas técnicas de gigantismo, tem personagens que voam e envolvem o público numa experiência de som, imagens e efeitos especiais. Ingressos de R$ 60 a R$ 100. F Rua Capitão Pacheco Chaves, 313, Mooca, tel. 3078-3013.

8

domingo

Pureza acessível A Águas Petrópolis Paulista é uma fonte urbana que oferece a seus clientes uma água 100% natural diretamente da fonte. É possível encher a sua garrafa nas torneiras que trazem água das profundezas a apenas R$ 1 por litro. F Av. Prof. Vicente Rao, 500, tel. 5041-0162. MANHÃ

9

segunda

Brincando de vender MANHÃ Com mais de 1.300 expositores, a 37ª edição da Abrin (Feira Internacional de Brinquedos) apresenta até o dia 11 no Expo Center Norte tudo o que será tendência nesse setor. F Rua José Bernardo Pinto, 333, tel. 2089-8500.

Mar no Praça TARDE Até o final do mês, o Praça São Lourenço serve seu Menu do Mar, com 6 opções de pratos principais, como as lulas, camarões e manjubinhas em migas de pão e maionese de cerveja ou o salmão selvagem Sockeye unilateral com legumes. F Rua Casa do Ator, 608, Vila Olímpia, tel. 3053-9300.

Picolé do bem TARDE O Brownie do Luiz, em parceria com a Kunthy Gelato, acaba de lançar o Veneno do Alasca, um picolé de sorvete de baunilha recheado com farofa crocante de brownie. Cada um custa R$ 8. A marca só utiliza embalagens recicláveis. F Rua Miguel Rodrigues, 35, tel. 2495-6074.

Birita orgânica Pizza vegana

Diversão & arte NOITE Conjugando os verbos Comer, Beber e Tatuar, o Ink Bar é o ponto de encontro de quem curte bons drinques, comida caprichada e as iradas tatoos de Alessandro Pikeno. No bar, a barwoman Andy Acaspcio serve drinques como o Ink Mule (de vodca infusionada em carvão, limão e gengibre) e, da cozinha comandada pelo chef Diogo Ribeiro, saem petiscos como o bolovo e o sanduba Ink Veggie (de cogumelos no iogurte, com tomates assados e alface ). F Rua Dr. Andrade Pertence, 197, Vila Olímpia.

NOITE De olho nos adeptos do veganismo que apreciam uma boa pizza, a Rossopomodoro Cucina e Pizzeria Napoletana acaba de lançar a Veganella, com massa de fermentação natural e cobertura à base de batata monalisa. F Rua Pedroso Alvarenga, 909, Itaim.

NOITE A Tiiv é a primeira vodca orgânica do Brasil. Produzida a partir do álcool neutro de cana-de-açúcar orgânica, ela é multidestilada e filtrada seguindo rigorosos padrões de qualidade. Cada garrafa de 1 litro custa R$ 69 na Casa Santa Luzia. F Alameda Lorena, 1.471, Jardins, tel. 3897-5042.


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10

terça

Piso, parede e teto A Expo Revestir, no Transamérica Expo Center, é a feira mais importante do segmento de acabamentos da América Latina. Até MANHÃ

o dia 13, o evento deve reunir mais de 60 mil profissionais. F Av. Dr. Mário Vilas Boas Rodrigues, 387, tel. 5643-3000.

Mucho gusto TARDE O Carrito Organic Food é um restaurante orgânico, vegetariano e vegano

perfeito para quem busca uma alimentação saborosa e saudável, com inspiração mexicana. Lá, a chef Camila Borba serve delícias como o bowl de chili (feito com carne de soja não transgênica)e o pudim de chia. F Alameda Tietê, 636, Jardins, tel. 3088-3220.

Riso & vino A chef Kay Kurihara acaba de reformular o cardápio do wine bar Vino! Conhecida por servir excelentes rótulos em taça com ótimo custo-benefício, a casa agora tem em seu menu risotinos de gorgonzola com pera, de camarões com gengibre e fatias de manga ou de funghi com manteiga de trufas. Na sessão de polentas, tem uma de creme de cogumelos e ovo caipira e outra com ragú de costela de angus. F Rua Fradique Coutinho, 47, Pinheiros, tel. 2614-0145.

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Plant based MANHÃ O Açougue No Bones é uma loja que não trabalha com produtos de origem animal. Mas tem picanha de grão de bico com “gordura” sabor cheddar e kits para feijoada vegana. F Rua Caraíbas, 1.243, tel. 3862-9576.

NOITE

Leite batido TARDE Até o dia 31, as gelaterias da rede

Bacio Di Latte servem três novos milk-shakes: de Maracujá, de Coco e de Coco com Maracujá. Cada um custa R$ 16,90, e todos são feitos à base de leite e gelato. Criada em 2011, a rede possui mais de 140 lojas no país. F Rua Antônio Carlos, 423, tel. 3171-3050.

Barbárie no palco NOITE Até o dia 15, a Mostra Internacional de Teatro traz a São Paulo produções que promovem a experimentação de linguagem e fazem críticas atuais. F A programação completa está em www.mitsp.org.


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Age nd a 29h

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POR KIKE MARTINS DA COSTA

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Limpeza limpa

sábado

Moda sustentável

A linha de produtos veganos e biodegradáveis da Positiv.a tem mais de 20 itens, como lavaroupas, limpa-vidros, desinfetante multiuso e detergente lava-louças, tudo com base vegetal. As embalagens são de plástico reciclado. www.positiva.eco.br. MANHÃ

MANHÃ As roupas Greenco são produzidas com materiais orgânicos, reciclados e naturais. A meta da marca é conciliar sustentabilidade e moda. Em seu site (www.usegreenco. com.br), tem camisetas de cânhamo orgânico e tênis com solado de fibra de cana-de-açúcar.

Porquinho no pão TARDE A Juicy Burger tem dois novos sanduíches: o Porkys traz pulled pork e queijo no pão tipo brioche. Já o Super Porkys é feito com pulled pork, hambúrguer bovino e queijo no brioche. Para pedir, é preciso ter o app de entregas Rappi. A Juicy Burger não tem um espaço físico para acolher e servir seus clientes, só trabalha com delivery.

Acordes britânicos O pianista inglês Paul Lewis se apresenta hoje na Sala São Paulo em um concerto com a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, sob a regência do maestro suíço Stefan Blunier. No repertório, Lutoslawski e Beethoven. F Praça Júlio Prestes, 16, Luz, tel. 3367-9500. NOITE

Bean to bar

Strawberry fields MANHÃ O Museu da Imagem e do Som (MIS) apresenta a exposição “John Lennon em Nova York por Bob Gruen”. Numa grande comemoração aos 80 anos de nascimento e 40 anos de legado do ex-beatle, a exposição exibe imagens do fotógrafo Bob Gruen do dia a dia de John Lennon na Big Apple. Bob Gruen é um dos maiores fotógrafos da cena rock'n'roll mundial ainda em atividade. Ingressos a R$ 20. F Avenida Europa, 158, Jardim Europa, tel. 2117-4777.

Bufê orgânico O restaurante OMG Fantastic Food funciona em esquema de bufê na hora do almoço, com opções ovolactovegetarianas e veganas. Entre outras delícias, tem quibe de abóbora e quinoa, moqueca vegana, tikka masala de legumes e TARDE

TARDE Maior evento do setor na América Latina, o Chocolat Festival reúne até amanhã no Pavilhão da Bienal toda a cadeia produtiva do cacau ao chocolate, com a participação de mais de 50 marcas. A programação inclui workshops, palestras e degustação. F Avenida Pedro Álvares Cabral, s/ nº, Parque do Ibirapuera.

Potpourri musical apetitosas pizzetas de cogumelo. F Rua da Consolação, 3.288, Jardins.

Eu acuso! NOITE “O Oficial e o Espião”, em cartaz nos cinemas, é inspirado no caso do capitão Alfred Dreyfus, um dos poucos judeus

do exército francês em 1884, quando foi acusado de alta traição e teve sua história imortalizada pelo escritor Émile Zola. Dirigido por Roman Polanski, o filme tem Jean Dujardin, Louis Garrel e Emmanuelle Seigner no elenco.

NOITE Em cartaz somente até amanhã no Teatro Bradesco, o espetáculo “Um Dia na Broadway” revive cenas clássicas de grandes musicais como “Grease”, “Mamma Mia”, entre outros. F Rua Palestra Itália, 500 (Bourbon Shopping), Pompeia.


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15

Frutas na padoca

domingo

Ontem & hoje Até o dia 22, o instituto Caixa Cultural exibe 80 painéis que viajam dos anos 1930 aos dias atuais, marcando os contrastes entre o passado e o presente da capital japonesa. A entrada para a TARDE

Programação

A Frutaria Pitaya tem um cardápio completo de comidinhas leves e balanceadas, ideais para refeições matinais, almoços e aquele lanchinho da tarde. A casa tem opções veganas e trabalha com ingredientes frescos, integrais e sem açúcar. Além dos pães, o local é conhecido por conta de seus sucos funcionais, sua caprichada salada de frutas, seus wraps, seus sandubas, suas omeletes e crepiocas. F Rua Monte Serrat, 1.439, Tatuapé, tel. 2776-4100.

16

MANHÃ

exposição “Tóquio: Antes e Depois” é gratuita. F Praça da Sé, 111, Centro, tel. 3321-4400.

Riso nervoso NOITE O premiado “Tel Aviv em Chamas”, de Sameh Zoabi, está em cartaz nos cinemas.

Mar _ Abr

Ambientado na Palestina, acompanha o jovem Salam, que trabalha como estagiário na produção de uma telenovela. A produção encara o desafio de fazer comédia lidando com a tensa realidade palestina e israelense.

Leitor 29horas tem

segunda

Recriatividade MANHÃ Na Ignis, o passado é a matéria-prima do presente. Máquinas antigas ressurgem como peças de decoração. As recriações da marca estão à venda na loja Desmobilia. F Rua Mateus Grou, 362, Pinheiros.

DaVinci é dez! TARDE Em homenagem aos 500 anos da morte de Leonardo Da Vinci, o Pavilhão das Culturas Brasileiras recebe até o dia 22 a exposição interativa “Da Vinci Experience”, em realidade virtual. Entrada gratuita.

F Avenida Pedro Álvares Cabral, s/ nº, Parque Ibirapuera.

Vinhos para todos NOITE O Le Tuscani é um bistrô que funciona dentro de uma loja da importadora Grand Cru. Por isso, às vezes as garrafas de vinho são mais baratas do que os pratos. O boeuf bourguignon custa R$ 79. F Alameda dos Nhambiquaras, 614, Moema, tel.3624-5819.

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Aqui tem sempre uma atração pra você. Ú L T I M A S S E M A N A S

YURI MARÇAL

Acendam as Luzes STAND-UP

Sex 21h Até 27 mar

O MUNDO DE HUNDERTWASSER TEATRO INFANTIL

Sáb e Dom 16h Estreia 14 mar

Acesse o Site: teatromorumbishopping.com.br

MARCELO MARROM

O Terceiro Melhor Show de Comédia do Planeta

WILLOU E WATSON

BRUNA LOUISE

YOUTUBERS

STAND-UP

IGOR GUIMARÃES

NANY PEOPLE

STAND-UP

STAND-UP MUSICAL

Os Filhos da Mãe

SHOW DE HUMOR

Sáb e Dom 16h 07 e 08 mar

Sáb 21h Até 28 mar

Benignismo

Nany é Pop

Sáb 23h Estreia 14 mar

teatromorumbishopping

Sex e Sáb 21h Dom 19h Estreia 10 abr

Vendas

Gestão cultural

Deslocada

Ter 21h Estreia 10 mar

MUTATIS

Curso Livre de Atuação Segundas-feiras

Crianças de 6 a 11 anos - 16h às 18h Juvenil de 11 a 17 anos - 18h às 20h Adultos a partir dos 18 anos - 20h às 22h


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Tudo calculado A exposição interativa “Matemática: Um Outro Olhar”, em cartaz no Centro Universitário Maria Antônia, reúne objetos feitos para encantar, instigar e surpreender os visitantes, mesmo MANHÃ

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aqueles que não costumam ter uma relação amigável com essa ciência. F Rua Maria Antônia, 294, Vila Buarque, tel. 3123-5202.

Rosé praiano NOITE O Coco Bambu, rede de restaurantes de frutos do mar, acaba de lançar seu espumante

rosé. Produzido pela Casa Valduga no Vale dos Vinhedos (RS), é elaborado com 60% de uvas Chardonnay e 40% de Pinot Noir. Elegante, tem notas florais e de frutas como pêssego e amora. Cada garrafa custa R$ 120. F Avenida Braz Leme, 201, Casa Verde, tel. 2373-7552.

Cozinha autoral Pablo Oazen, vencedor do “Master Chef Profissonais”, acaba de inaugurar o restaurante Benza, com receitas executadas com ingredientes garimpados junto a pequenos agricultores. Prove as empadinhas de ovos de codorna com ovas de mujol, o arroz de cogumelos e legumes orgânicos ou a moqueca de banana. De sobremesa, aposte na Goiaba, que traz sorvete dessa fruta com recheio de goiabada, além de raspas de queijo Canastra. F Rua Costa Carvalho, 72, Pinheiros, tel. 3032-7759. TARDE

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Economia circular MANHÃ Em respeito ao meio ambiente, o Espaço do Papel só trabalha com papel reciclado. Aposta ainda no comércio de itens produzidos por artesãos. F Rua Purpurina, 507, Vila Madalena.

Executivo no Bixiga TARDE O restaurante Basilicata, do chef Rafael Lorenti, funciona em cima da padaria fundada em 1914. Lá, o novo menu executivo (R$ 65 por entrada, prato e sobremesa) tem delícias como o Arancini (bolinhos de risoto de cogumelos). F Rua Treze de Maio, 596, Bela Vista, tel. 3289-3111.

Shake shake shake NOITE O Trabuca Bar agora tem uma filial nos Jardins. Lá, as noites de quarta-feira são animadas por DJs, enquanto os bartenders preparam caprichados drinques como o Black Industrial (que mistura gim, Carpano Bianco, Lillet Blanc, Maraschino, cordial de maracujá com laranja e bitter Angostura). F Rua Haddock Lobo, 870, Jardins, tel. 3845-6255.

Café com trampo MANHÃ A rede de cafeterias Santo Grão acaba de inaugurar mais uma unidade. Com projeto do arquiteto Gui Mattos, o espaço tem lounge e coworking. No cardápio, cafés orgânicos, deliciosas comidinhas e opções veganas. F Rua Natingui, 862, Vila Madalena, tel. 2649-0900.

Bacalhau no Itaim TARDE O tradicional restaurante Bacalhau, Vinho & Cia, sucesso na Barra Funda desde 1973, agora tem uma filial no Itaim. No novo endereço, o cardápio inclui vários clássicos da casa, como a bacalhoada. F Rua Joaquim Floriano, 541, Itaim.

Progressive rock NOITE O palco do Espaço das Américas recebe esta noite o show da banda Renaissance, que celebra 50 anos de sucessos como “Carpet of the Sun” e “Ashes Are Burning”, interpretados pela afinada vocalista Annie Haslam. F Rua Tagipuru, 795, Barra Funda.


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Conscious pets MANHÃ Especializado em artigos sustentáveis para animais de estimação, a Pet Bamboo é um e-commerce que só trabalha com matérias-primas biodegradáveis,

como juta, sisal, bambu e tecidos ecológicos. No site www.petbamboo.com. br é possível comprar xampus, brinquedos, roupas, entre outros produtos.

Elo mais fraco NOITE Em cartaz nos cinemas, o filme “Três

Verões”, dirigido por Sandra Kogut, traz Edgar (Otávio Muller) como um empresário que todo verão recebe convidados para festas em sua mansão à beira-mar, cuidada por Madalena (Regina Casé). Só que ela não é apenas doméstica, é também “laranja” das mutretas.

Viva México! O Sí Señor está completando 13 anos e, para celebrar, incorpora novos drinques no pacote Open Bar Noches de Fiesta, como a Frozen Margarita. Na compra de qualquer prato do cardápio, o cliente tem direito a bebidas à vontade (incluindo chope, mojitos, caipirinhas e piña coladas) por apenas R$ 39. Uma boa pedida é o Border BBQ Nachos, com machaca, frijoles, molho barbecue, onion crisps e sour cream por cima. F Alameda Jauaperi, 626, Moema, tel. 3476-4650. TARDE

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Movimento limpo MANHÃ A Pedalla tem quatro linhas de bikes elétricas: a Gioia, a Rodda, a e-Utile e a Spectro – cada uma para um tipo de necessidade. À venda pelo sitepedallabikes. com.br, elas custam de R$ 3.047 a R$ 8.999.

Hello treats TARDE O espaço da Hello Kitty, no 3º

andar do Eat Asia, tem uma porção de gostosuras, além de decoração temática com a gatinha asiática. Vale encarar a fila para provar o hambúrguer vegetariano, os macarons e o brownie e o bolo recheado com mousse de frutas. F Rua Tomás Gonzaga, 61, Liberdade.

Tonga da Mironga NOITE Recentemente, Mart’nália gravou um álbum em homenagem ao poeta Vinícius de Moraes. O repertório compõe o show “Mart'nália canta Vinícius”, hoje na Casa Natura Musical. F Rua Artur de Azevedo, 2.134.


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Água em abundância No complexo Magic City, os visitantes se divertem e se refrescam nos 5,5 milhões de litros de água de sua piscina com ondas, seus cinco toboáguas e de outros MANHÃ

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brinquedos aquáticos. Em meio à Mata Atlântica, se abastece das inúmeras nascentes de água pura da Serra do Mar. F Rodovia Índio Tibiriçá, km 58,5, Suzano, tel. 4746-5800.

The voice NOITE O palco do Espaço das Américas

recebe hoje o show de Sammy Hagar & The Circle, um supergrupo comandado por uma voz conhecida globalmente por conta de seu trabalho como cantor da banda Van Halen. Ingressos de R$ 125 a R$ 520. F Rua Tagipuru, 795, Barra Funda, tel. 3868-5860.

Doggy style As filiais paulistanas da hamburgueria nova-iorquina Burger Joint têm novidades em seu cardápio. Entre elas, estão as versões de hot dog. O dogão básico (com salsicha, batata palha, ketchup e maionese) custa R$ 12. Já o Hot Peño, com picles da casa e maionese de jalapeño, sai por R$ 14. E o Hot Pig, que vem com bacon e molho especial, é vendido por R$ 14 F Rua Bela Cintra, 2.116, Jardins, tel. 2495-1019. TARDE

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Paz no ar

Abacaxi no pé MANHÃ A Insecta Shoes agora tem calçados feitos com Piñatex, tecido produzido a partir das fibras das folhas do abacaxi, que normalmente são descartadas. O material é tão resistente e forte quanto o couro de animais. Na loja, o Piñatex aparece nas sandálias Argia (que custam R$ 319). F Rua Pinheiros, 342, Pinheiros, tel. 3892-6715.

Delícia sazonal TARDE Com a temporada de manga, o restaurante Spot volta a servir uma de suas sobremesas mais tradicionais, a Torta de Manga. Com massa crocante e recheio cremoso, ela traz pedaços da fruta fresca e é servida com sorvete de creme (R$ 32). F Al Ministro Rocha Azevedo, 72, Bela Vista.

Coquetelaria vegana NOITE Na região central, o boteco Shuffle muda o cardápio quase todos os dias. Na carta de drinques, se destacam o mojito e o white russian vegano, que leva leite de castanha no lugar do creme de leite. F Rua Ana Cintra, 132, Campos Elíseos, tel. 3221-6367.

MANHÃ A Mentalô é uma loja que propõe uma vida mais leve e limpa. Especializada em produtos sustentáveis, orgânicos e naturais, tem copos reutilizáveis de silicone, ecobags e velas feitas com cera vegetal. F Alameda Jaú, 150.

Educação à distância TARDE Fundado em 2011, o Instituto Brasileiro de Sustentabilidade (INBS) tem como objetivo fortalecer a democratização da sustentabilidade. Pelo site inbs. com.br, oferece vários cursos online, como “Gestão Ambiental de Resíduos Sólidos”.

Goles nipônicos NOITE Agora em nova fase, o izakaya Taka Daru tem sua cozinha comandada pelo chef Renato Shoya e o bartender Thiago Goshomoto no preparo dos drinques. A carta de bebidas tem coquetéis autorais como o Tipo Negroni (de shochu com Campari e vermute) e o Ginger Sake (que mistura saquê, suco de limão e folhas de hortelã). F Rua Costa Carvalho, 234, Pinheiros.


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Visão diáfana Na exposição “Translúcida”, em cartaz na Galeria A7MA até o dia 29, a artista Erica Mizutani exibe 12 obras inéditas detamanhos variados. F Rua Harmonia, 95, Vila Madalena. MANHÃ

vegana é a protagonista às quartas-feiras e aos sábados. Criada pela chef Izabela Dolabela priorizando ingredientes orgânicos, ela inclui feijão preto, arroz cateto, mix de legumes em cubos, farofa da casa e couve refogada. F Rua Clodomiro Amazonas, 473, Itaim.

Febre coreana

Eric Nam, um dos maiores nomes do K-Pop na atualidade, vem ao Brasil pela primeira vez para uma apresentação única, hoje, no Cine Joia, como parte de sua turnê mundial “Before We Feijuca vegan Begin”. TARDE No restaurante F Praça Carlos TL_29HORAS_FEVEREIRO_MEIAPÁG.pdf 1 20/02/2020 12:17 Nattu Organic & Gomes, 82, Liberdade, Natural Food, a feijoada tel. 3101-6318. NOITE

CAPACIDADE: 900 LUGARES RUA SÃO JOAQUIM, 129 - LIBERDADE

acompanhe nossa programação

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HOTEL OFICIAL

VENDAS

REALIZAÇÃO

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Beleza pura MANHÃ Os biocosméticos veganos Bhava são produzidos em uma área de proteção ambiental na Serra da Mantiqueira. A linha de produtos inclui

sabonetes, xampus e muito mais. Podem ser comprados no Empório Mateba. F Rua Mourato Coelho, 1.427.

Homem do baú NOITE Com texto de Marília Toledo e Emílio Boechat e direção de

Fernanda Chamma e Marília Toledo, a comédia musical “Silvio Santos Vem Aí”, em temporada no 033 Rooftop, conta a vida do apresentador. F Avenida Pres. Juscelino Kubitschek, 2.041, Vila Olímpia, tel. 4810-6868.

Valentia feminina Hua Mulan (Liu Yifei) é a determinada filha mais velha de um honrado guerreiro. Quando o Imperador da China determina que um homem de cada família deve servir no exército, Mulan decide tomar o lugar de seu pai adoecido. Assumindo a identidade de Hua Jun, ela se disfarça de homem para combater os invasores que ameaçam sua nação. Esta é trama do filme em cartaz a partir de hoje nos cinemas uma versão com personagens em carne e osso do desenho animado da Disney que tanto sucesso fez em 1998.

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Eco-sorriso

Verão no bistrô

Fabricadas em bambu com certificação FSC, as escovas de dente de bambu da Terral são naturalmente anti-bacterianas e têm cerdas macias de nylon bio-based (feitas a partir do óleo de mamona). Estão à venda por R$ 22 no site www.terralnatural.com.br.

O chef Alain Poletto acaba de incluir novidades no menu do Bistrot de Paris. Não dá para resistir as vieiras com folha de massa de tinta de lula e bottarga ou ao tartare de atum

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Rodízio top TARDE O Oguru Sushi & Bar, sucesso no Itaim, agora tem também uma bonita filial nos Jardins. Lá, o cliente pode optar pelo menu à la carte ou pelo fantástico rodízio, que custa R$ 119 por pessoa e inclui cerca de 40 delícias nipônicas, como sushis e sashimis. F Alameda Lorena, 1.982, Jardins.

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com creme de abacate bem temperado e chips de banana da terra. F Rua Augusta, 2.542, Jardim Paulista, tel. 3063-1675.

Egito-ItáliaBrasil NOITE Até 7 de abril, a temporada lírica do Teatro Municipal apresenta uma

montagem da ópera “Aída”, de Giuseppe Verdi, com direção de Bia Lessa, coreografia de Esther Weitzman e regência de Roberto Minczuk. Ingressos à venda no site www. eventim.com.br. F Praça Ramos de Azevedo, s/ nº, Centro, tel. 3053-2090.

Horta no quintal MANHÃ O Café com Quintal é um lugar perfeito para um coffee break. Pegue o seu cappuccino ou pingado e vá degustá-lo com calma no quintal, juntamente com um pedaço de bolo, um ovo mexido com fatias de pão de fermentação natural, um biscoito de polvilho ou uma tortinha doce. O quintal abriga árvores frutíferas e uma horta com alecrim e outras ervas. O capim cidreira, por exemplo, é usado no preparo de chás quentes ou gelados. FRua Eça de Queiroz, 122, Vila Mariana, tel. 99849-3602.

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Saúde natureba MANHÃ Desde 1921, a Weleda atua como um laboratório farmacêutico que produz cosméticos holísticos com ingredientes naturais e medicamentos orgânicos e antroposóficos. Entre outros remédios, tem fórmulas para rinite. F Rua João Cachoeira, 112, Itaim.

Coragem, turma! TARDE Termina hoje a temporada de “Achados & Perdidos” no Teatro Nair Bello, encenado por um grupo de atores mirins. No palco, eles vivem sozinhos em um casarão de uma cidade onde todos os adultos sumiram misteriosamente. F Rua Frei Caneca, 569, Consolação.

Cômica verdade NOITE Quando encenada em Londres, a peça “A Verdade” foi indicada na categoria Melhor Comédia do Laurence Olivier Awards, o maior prêmio do teatro britânico. Em cartaz somente até amanhã no Teatro Vivo, a montagem brasileira é estrelada por Diogo Vilela e Bia Nunnes, que dão vida a um dos casais que revelam suas pequenas hipocrisias. F Avenida Dr. Chucri Zaidan, 2.460, Brooklin, tel. 97420-1520.

Bom à pampa NOITE Há quatro anos, a Ciao Pizzeria Napolitana é a melhor pizzaria de Porto Alegre, com suas redondas elaboradas com farinha, azeite e tomates importados da Itália e com mozzarella de búfala fresca. Agora ela chega a São Paulo, servindo pizzas com massa de longa fermentação e opções veganas. Cada uma custa de R$ 23 a R$ 38. F Rua Cunha Gago, 46, Pinheiros.


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Salve os oceanos MANHÃ À venda na Spicy, os canudinhos de silicone da B-HIP estão disponíveis nas cores rosa e azul. Eles são fáceis de limpar e resistem a altas temperaturas. O conjunto com 3 unidades custa R$ 69,90. Cada kit vendido financia a remoção de 50 canudos plásticos dos oceanos. F Alameda Gabriel

Monteiro da Silva, 1.236, Jardim Paulistano, tel. 2395-8017.

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Multiúso TARDE A Ecotrends é uma marca de roupas infantis que quer confeccionar um futuro melhor para as próximas gerações. Produz cuecas e calcinhas que substituem as fraldas descartáveis e são laváveis e reutilizáveis. F Rua Bernardino de Campos, 318, Campo Belo, tel. 99269-6575.

Grafite com grife TARDE De 28 de março a 3 de agosto, a Pinacoteca exibe a exposição “Os Gêmeos: Segredos”, 1ª mostra panorâmica da dupla formada pelos irmãos Otávio e Gustavo Pandolfo. Com mais de 60 trabalhos, sendo cerca de 50 inéditos, a exposição contribui para o entendimento das relações entre arte e urbanidade. A mostra acontece de quarta a segunda. Ingressos a R$ 15. F Praça da Luz 2, Bom Retiro, tel. 3324-1000.

Fino que satisfaz NOITE Como o nome indica, a hamburgueria Smashies Classic Burgers serve finos smash burgers com 80 g de carne e aquela crostinha saborosa. Eles são oferecidos em 5 versões, e a estrela do cardápio é a que leva o nome da casa - Smashies (R$ 18, com burger de 80 g, alface, tomate, bacon e relish de pepino). A opção vegetariana é o Smashroom (R$ 18), com hambúrguer de shiitake, queijo cheddar e relish. FRua Antônio Bicudo 33, Pinheiros, tel. 99442-2115.

Horta indoor Fazenda Cubo é uma iniciativa de agricultura urbana com cultivo indoor. Além da “plantação”, o local tem também uma loja que vende verduras em pacotes de 200 g e 500 g, que não precisam ser higienizadas ou lavadas – as MANHÃ

folhas já estão prontas para o consumo. F Rua Dep. Lacerda Franco, 100. Vila Madalena, tel. 3032-2132.

Cidade & Cor NOITE A banda de folk rock City and Colour, comandada pelo canadense Dallas

Green, é a estrela da Lolla Party que acontece hoje no Cine Joia. Além das faixas de seu novo álbum, “A Pill for Loneliness”, o show inclui hits como “Lover Come Back”. Ingressos de R$ 110 a R$ 260. F Praça Carlos Gomes, 82, Liberdade, tel. 3101-6318


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COLUNA

Hora livre

UMA MULHER PARA SEMPRE. O inacessível, quando atingido, recebe outro nome. Assim como o impossível, quando acontece. Ou o improvável, quando realizado. Mas existem fatos que de tão inexplicáveis e misteriosos pertencem à categoria que chamamos de milagre. Foi o que aconteceu no dia do aniversário da minha mulher. Depois de alguns momentos de dor, tensão e medicação, a minha mulher expeliu uma pedra. Mas não era uma pedra qualquer. Impressionavam a sua beleza e a delicadeza da sua forma. Ela transmitia pureza e, ao mesmo tempo, dureza. E parecia ter sido meticulosamente lapidada (mas por quem?). A gente sabe quando tem algo mágico nas mãos. Foi com essa certeza que procurei um amigo que trabalha com pedras preciosas. Ele é especialista em esmeraldas, mesmo assim ficou impressionado. Vista por uma lupa gemológica, a perfeição daquela pedra aumentava ao invés de diminuir. O meu amigo começou a falar sobre elementos da mineralogia, chegou a citar o nome de alguns dos mais valiosos diamantes do mundo, e os seus olhos adquiriram um brilho estranho e a sua

boca ficou seca quando ele mencionou um tal de wittelsbach diamond, vendido para um homem no Qatar por 80 milhões de dólares. Não foi sem resistência que ele me devolveu a pedra. Voltei para casa com aquele sentimento de gratidão que só os obscenamente ricos conseguem sentir. E só então me lembrei de que não tinha comprado o presente da minha mulher. Mas o que dar para uma mulher capaz de fabricar pedras preciosas? Comprei um tênis. Dei a ela um par de tênis e o mundo. O meu, pelo menos. (O tênis, se levar na caixa, ela pode trocar.)

texto

Luiz Toledo

yestoledo@gmail.com arte

André Hellmeister andre@collages.com.br




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