Revista Bá 01

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por

Mariana bertolucci

março/abril - 2013 - R$ 7,00

LyA LUFT Uma das maiores escritoras do Brasil, Lya Luft fala sobre a vida, o sexo e a inspiração

josé canal “Porto Alegre é uma província saudável virada para o mundo”

eduardo leite “Quero liderar inspirando mudanças de comportamento”

moda Luxo natural: o metamodernismo e a nova utopia






editorial

sumário

Primeiro da minha vida, este editorial vai além do “muito prazer” de um novo canal de comunicação. São reencontros necessários, emocionados e ansiosos em série. Com pessoas, colegas e caminhos. Conversei encantada com uma leve e livre Lya Luft. Ouvi atenta sobre o interessante jeito de viver do engenheiro José Canal. Com o mesmo fascínio, entendi as aspirações e inspirações políticas do determinado jovem prefeito Eduardo Leite e por quais motivos alguns sonhos não terminam nunca, como os da empresária Jaqueline Biazus. Ainda mais legal do que costurar e dividir com vocês esses momentos é ter também outros olhares atentos sobre mais gente bacana, como os da turma supertalentosa de colunistas e colaboradores que foram convidados, cada um a seu estilo, a treinar esse novo jeito de falar sobre gente. Para que esse encontro seja sempre original a cada dois meses, não é importante que as personagens tenham a mesma idade, tampouco que exerçam atividades nas mesmas áreas e muito menos que pertençam ao mesmo sexo e tenham os mesmos gostos. A única obrigação desse inusitado coletivo é ter estilo, personalidade e algo a dizer.

sem regras para ser lya LUFT

Bá, que saudade

Mariana Bertolucci

Fase de harmonia

Ana Mottin, escritora

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Claudia Tajes, escritora e pulblicitária

Cristie Boff, estudante de Belas Artes e designer de joias

Henrique Steyer, designer, arquiteto e publicitário


Coletivo colorido criativo

Editora: Mariana Bertolucci

Arte difuSA No barraco

Beleza e cordialidade

LiVIA CHAVES BARCELLOS

aninha Comas simples assim

Cozinheira com muito prazer

Diretoria: Mariana Bertolucci mail: mariana@revistaba.com.br Simone M. Pontes mail:simone@tabeditora.com.br

Projeto e ExecuÇão: TAB Marketing Editorial www.tabeditora.com.br Consultor Executivo: Eugenio Correa Fotografia: Dulce Helfer Editora de Moda: Isadora Bertolucci Marketing e Eventos: Denise Dias Tel: (51) 9368.4664 Mail: denise@revistaba.com.br Comercial: Lucas Pontes JC Comunicacoes Tel: (51) 3332.3994 - 9309.1626 Mail: atendimento@ jccomunicacoes.com.br

A nova cara da política

A utopia da moda

METAMODERNISMO E A NOVA UTOPIA

Captando novos ares

PODE ME CHAMAR DE EDUARDO

Imagens de outros voos

Revisão: 3GB Consulting Colaboradores Ana Mottin André Ghem As Patricias Claudia Tajes Cristie Boff Diogo Molinos Eden Matarazzo Eduardo Carneiro Fabiana Fagundes Henrique Steyer Jaqueline Pegoraro e Carol Zanon Marco Antonio Campos Mauren Motta Orestes de Andrade Jr Pati Leivas Vitor Raskin | 07


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sem regras para ser lya LUFT Ela bate à porta do escritório do pai, que advogava em casa e diz: “Pai quem é Sócrates?”. Responde para a filha de 11 anos: “É um filósofo grego”. A menina devolve: “Tem livro dele aí?”. “Platão, seu aluno, escreveu sobre ele. Não vais entender nada, mas vais gostar”, dando-lhe em mãos O Banquete de Platão. Não entendeu nada. Mas achou lindo. Assim foi a educação severa e amorosa de Lya Fett Luft. Enquanto meninas da sua idade aprendiam a bordar e cozinhar, ela só queria ler. Os mesmos densos olhos azuis seguem perdidos por horas na natureza, é nesse encanto sem método que a escritora enreda as vidas e os jeitos de suas personagens. No verde de Gramado, no azul em que o mar encontra o céu de Torres ou na cobertura de Porto Alegre. Aos 18 anos, veio estudar na capital, e aos 24 casou-se com Celso Pedro Luft, seu professor na PUCRS. Com o linguista, filólogo e dicionarista, teve Susana, André e Eduardo. Separouse dele para viver com o psicanalista e escritor Hélio Pellegrino, no Rio. Em quatro anos, ficou viúva do segundo marido e voltou ao Sul. Tempos depois, ela e Celso anularam

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a separação e festejaram com os filhos num conhecido restaurante da cidade o então “recasamento”. Meses depois, Luft sofreu um AVC e, em casa, foi cuidado por ela: “Foram meus anos de chumbo. A mãe, já com Alzheimer, morreu aos 90, sem me reconhecer”. Se o período conturbado influenciou a premiada produção? A resposta é ligeira: “Não, não. Escrevi menos”. Engana-se quem acha que Lya lembra sua intensa obra. Ela é divertida. Já viajou muito com seu companheiro, Vicente Britto Pereira, mas hoje se diz “mais preguiçosa”. Gosta de cultivar os amigos e a simplicidade “sofisticada”, acrescenta rindo. Ama reunir filhos e os sete netos, que têm entre 25 e 10 anos: “Eles são lindos, e de todos os jeitos. Só me dão alegria”. Lya abriu seu refúgio particular para a Revista Bá. Lugar onde alguns de seus muitos pensamentos ganham força e tomam forma de uma nova bela história.


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Bá – Como vê a religião? Lya – Como meu pai, acredito que somos mergulhados na transcendência e no mistério. Meu Deus não é um velho rabugento com fita métrica que diz: “Ó, errou aqui, acertou ali. Minha religião é em busca de simplicidade e de valores. Bá – Viver com simplicidade é mais fácil com a maturidade? Lya – A busca da simplicidade é algo bom do amadurecimento. Sempre fui ansiosa e preocupada. Hoje sou menos. Não me importo com o que não tem importância. Bá – Celso Luft era irmão marista. E seus pais? Lya – Meus pais gostaram

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muito dele, já o conheciam como meu respeitado professor. Não sei se amigos estranharam, não me importava isso. Ele recebeu dispensa dos votos, do Vaticano, e casamos na Catedral de Santa Cruz. Bá - Que preconceitos vo-­ cê tem? Lya – Não tolero falta de caráter, corrupção, ignorância e grossura. Burrice é muito triste e, como a falta de caráter, não tem cura. Cura tem para ignorância, aí o remédio é livro, livro, livro. Bá – Separar-se foi difícil? Lya – Nunca pensei muito nisso. Tive um belíssimo casamento que virou amizade. A diferença de idade pesou porque nossos interesses

Emoldurada por seu universo, com a pequena spizt alemão, mimadíssima

Afeto em cada cantinho: ao lado do computador, no escritório onde Lya cria, sempre rodeada dos livros, retratos e de objetos especiais, como o peso de livro verde do avô


estavam diferentes: ele, realizado profissionalmente; eu, começando a escrever, sendo convidada para congressos no país e fora. Filhos crescidos e criados, num congresso conheci o Hélio Pellegrino e nos apaixonamos. Eu não sei ter um marido e um amante. Era hora de transformar meu casamento na grande amizade que já era. Separar é sempre doloroso, por mais civilizado que seja. Mas a amizade prosseguiu. Bá – E seus filhos? Lya – Chamei e disse: “Olha, a mãe se apaixonou por uma pessoa no Rio de Janeiro. O pai e eu vamos nos separar, mas continuamos nos dando bem, e

É durante as madrugadas e de manhã bem cedo que a autora se inspira

Acima, uma das obras da primogênita homenageia a mãe. Susana é médica, mãe das gêmeas e talentosa artista plástica

vocês terão casa no Rio”. Foi tão honrado da minha parte, que não teve reação ruim. Minha filha noivou um ano depois e no jantar fez questão de que eu viesse com o Hélio. O Celso estava com uma namorada, e acabamos em grandes conversas e risadas. Bá – Você é firme nas suas posições. Acha que é seu papel de formadora de opinião? Lya – Não me vejo formadora de opinião. Parece algo sério demais, meio didático, e não gosto do didático. Mas como escrevo e sou lida, não há por que não assumir algumas posições, embora sem rigidez – aliás, sou muito aberta, e mudo de opinião com naturalidade, como todo mundo. Coisas boas da idade. Digo coisas que aos 30 eu provavelmente não diria. Bá – Você já abriu o voto ao Serra e afirmou não admirar o Lula? Lya – Não tinha nada a ver com o Serra, me pediram para ir a uma reunião e fui. Não tenho partido político. nem nada pessoal contra o Lula, apenas não concordo com coisas do governo dele nem do atual, o que também faz parte da democracia. A política brasileira

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Arte espalhada: da esquerda para a direita, uma obra de Susi com poema da mãe escritora, um Volpi e o quadro de uma pintora carioca, presente de um amigo

de momento tem coisas vergonhosas. Pessoas condenadas em altos cargos. Bá – E a Dilma? Lya – Repito o que falei acima. Me preocupam coisas como termos uma educação péssima, saúde catastrófica, mulheres parindo no corredor do hospital, crianças morrendo sem leito. A ideologia forte talvez atrapalhe a gestão. Imagino que administrar tudo isso deve ser quase impossível. Ruim é repetir que está tudo bem, pois não está. Só meia dúzia de pessoas percebem isso, o resto está consumindo loucamente, empilhando dívidas. Bá – Você respondeu críticas a uma crônica sua publicada na Veja

sobre o assassinato em uma escola americana. Como foi? Lya – Escrevi e imaginei que alguém não ia entender. Fui muito clara no que escrevi sobre autismo. Mas quem tem parente autista, ou que não gosta da Lya, leu com outro foco. Não sou de fazer isso, mas respondi em respeito a quem tem filhos com problemas, a mim mes­ ma e a todos os leitores. Expliquei: “Vocês não leram direito”. Acontece de vez em quando. O bom é que provoca as pessoas. Às vezes escrevo sabendo que vai causar rebuliço e me divirto. Mas de modo geral, o carinho dos leitores é enorme e estimulante. Bá – Livro novo?

Lya – Quero escrever sobre a passagem do tempo. O título provisório é “Cadernos do Tempo”. Comecei e minha agente literária está preparando o contrato com a editora.Talvez saia lá por outubro, vamos ver... Bá – É disciplinada? Lya – Sou muito livre e leve na profissão, escrevo com alegria, não sofro com a página em branco. Escrevo quando tenho o que escrever. Quando não tem, fico quieta, olho TV, jogo Angry Birds no tablet, caminho com a pug no parque, vou para Gramado e contemplo meu bosque. Bá – O que acha da obsessão pela juventude? Lya – A pessoa com 70 quer ter cara de 40. Daí se opera toda, fica uma caricatura ou uma jovem

“Um dia eu estava meio triste, vi numa loja do shopping aqui, gostei desse sorriso bem-humorado e comprei. Só olhar para ele me deixa de bom humor. Mas dizem que o Buda de verdade é aquele magro sereno.”

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Sejam bem-vindas Artemide e Revista Bรก!

IN-EI

by

ISSEY MYAKE


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embalsamada. Minha mãe foi muito bonita e aos 70 anos começou a onda de se cuidar. Não se fazia tanta plástica, eram mais tratamentos. Ela, naquele bom senso de alemã, dizia: “Eu não quero ser jovem, quero ser normal como uma mulher de 70 anos”. Bá – A obsessão não é só pela juventude, há por orgasmos múltiplos, por parecer feliz todo o tempo. Do que fugimos, Lya? Lya – Da realidade. As pessoas não têm bom humor para enfrentar a realidade. Não li a trilogia sensual, mas as mulheres estão um pouco exageradas. O sexo está sem graça. As pessoas transam mal e pouco. É uma geração medicada. Todo mundo toma remédio para depressão, e baixa a libido. Haja Viagra, objetos eróticos, receitas para transar! Não é uma sexualidade natural, nem divertida. Agora o sucesso é plástica íntima, mudam tudo, fazem “despigmentação das pregas anais”. Quando ouvi a

Eu tenho um olho alegre que vive e um olho triste que escreve

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primeira vez, não acreditei, coisa sem graça! A excitação, a transa, parece tudo falso, cadê o mistério, o segredo, a intimidade? Não sei se é fase, se a humanidade caminha para isso ou se é no Brasil. Acho infantil. Vivemos a ditadura do “tem de”. Tem de ser linda, jovem, magra. Homem tem de ter barriga tanquinho, muitos cartões de crédito e ir àquele resort, ver aquele filme. Corremos atrás de mitos. É comovente. Uma perda de energia, quando podíamos ser mais felizes. Bá – Em algum momento o envelhecer foi difícil? Lya – Não tive crise dos 40 porque lançava meu primeiro livro, As Parceiras. Aos

Apelidada pela escritora de “gorda melancólica”, a cachorrinha pug se refugia na sua poltrona predileta

50, arrasada pela viuvez, nem percebi os 50. Aos 60, viajava muito, meus livros indo bem. Aos 70, estava superbem casada com Vicente, curtindo família, amigos. Não pesou. Ou en-­ caro com humor, ou viro uma velha chata. Claro que gostaria de ter a pele lisinha. Mas não tenho. Estou bem de saúde, tenho problema de locomoção porque nasci com defeito de bacia e coluna, descoberto aos 20 anos, que piora com o tempo. Lógico que gostaria de ainda caminhar energicamente pelo parque. Não posso. Uso bengala às vezes. Ainda não me acostumei, dizem que é chique. Nos outros eu acho, em


mim mesma, ainda não Bá – Como você exercita hoje a sua liberdade? Lya – Escolho até onde é possível, o que fazer e como viver. A idade dá uma certa liberdade. Não tem mais de mostrar serviço, estudar, casar, educar filhos. Trabalho menos, não preciso de tanto dinheiro para pagar contas, não tenho dívidas, está tudo bem, sem exageros nem grandes sobras. O chato da passagem do tempo é perder amigos. Bá – Tem medos? O sofrimento a fortaleceu? Lya – Minha mãe passou anos com Alzheimer. Tenho medo de ficar uma velhinha dependente. Ter uma doença cruel, ou a perda da mi-

O sexo está sem graça. As pessoas transam mal e pouco nha mente. Talvez nisso eu seja hoje mais covarde. Na juventude não se imagina isso. Pensa-se menos. Bá – Jovem, você acredita que, para algumas coisas, era mais forte? Lya – Em umas sim, outras, não. Outro dia visitei uma amiga e ambas sabíamos que ela estava morrendo.

Me senti mal, quase desmaiei no hospital. Moça, dava injeção nos filhos, no marido. Hoje, dar injeção numa neta, “deus me livre”. Para envelhecer, duas coisas são importantes: afetos e projetos. Pode ser uma caminhada, uma ligação, um cinema, flores ou um bom livro... Bá – Sua literatura tem muita melancolia. Na vida é diferente? Lya – Tenho um olho alegre que vive e um olho triste que escreve. Na vida não sou uma pessoa triste. Minha literatura normalmente é angustiada e sofrida. Tenho um lado agitado e vivo, e outro contemplativo. Fico horas na minha cadeira

Lembranças: no canto que chama de toca, ela cria sempre rodeada dos livros e dos muitos retratos da família

Gênero que adora, Lya está lendo a biografia de Lincoln Toca das letras: só no escritório de sua cobertura, debruçada no campo de golfe do Country Club, ela consegue escrever

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olhando as árvores e a chuva, perfeitamente feliz. Acho que ali os futuros romances estão se fazendo dentro de mim. Meu marido diz que todo mundo tem a sua dor. Bá – Como é seu processo criativo? Lya – Nada racional, nem previsível. Penso muita coisa. No meio das muitas coisas, algo se repete, chama atenção, fascina. Daí volta uma personagem desse inconsciente, e em torno dela construo toda a trama de um romance. Esse é meu jeito. Fico me apaixonando por aquela personagem. Qualquer pessoa que sabe escrever português e não é burra pode escrever livros. Mas não o TEU livro. Aquele que faz levantar da cama no meio da noite e ir para o computador feliz e entusiasmada. Sou feliz quando escrevo. Quem sofre são meus personagens. Trabalho o meu texto, sou superexigente com a linguagem, a estrutura do livro. Entrego o melhor que pude fazer naquele momento. Nada é difícil quando se nasce para aquilo. Nasci para isso. Uma mistura de insistência, humildade e sorte. É meio indefinido por que em um momento eu escrevi tal livro e deu tão certo.

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Bá – Como conheceu o Vicente, seu marido? Lya – Aos 64 anos, estava só há muito tempo. Com filhos, crianças e amigos, minha vida era boa. Enviuvei duas vezes, não queria saber de novos relacionamentos. Um dia, almoçando no Clube Inglês, passeava para lá e para cá com uma gêmea em cada braço e vi o Vicente com amigos nossos. Brinquei com a Susana que era bem o tipo de homem que eu achava interessante. Achamos graça. Os amigos nos apresentaram, no dia seguinte nos telefonamos e começamos a sair. Construímos uma par-

ceria muito especial, que no dia 11 de abril faz dez anos. Bá – Sonhos? Lya – Viajar com o Vicente para o sul da Itália, Roma, Grécia. Coisas assim. Meu maior sonho mesmo é que a vida continuasse assim, nesta fase harmoniosa. Minha amiga astróloga Graça Medeiros disse que, aos 74 anos, eu não teria mais preocupações financeiras. Aos 84, estaria no auge da popularidade e seria uma velha chata, não querendo mais dar entrevistas nem tirar fotos. Me lembrei disso hoje (risos). Significa que até os 84 ou mais vou viver e ser produtiva. Já é um bom programa, não é?

Meu maior sonho mesmo é que a vida continuasse assim, nesta fase harmoniosa


Vida longa para quem dorme bem Estabelecer uma rotina para dormir e acordar, bem como evitar o álcool, são algumas das dicas. Os momentos que dedicamos a descansar são dos mais prazerosos do dia. Não devemos confundir 'dormir' com 'descansar'. Podemos estar acordados e descansando. Durante as horas de descanso, nosso corpo recupera a energia utilizada durante o dia e se recarrega. Por isso é importante dispor de um equipamento de descanso adequado, que verdadeiramente forneça esta função reparadora e nos prepare para enfrentar o novo dia com força e vitalidade. Para descansar sossegadamente enquanto dormimos, é importante levar em consideração os seguintes conselhos:

! á B

Na alimentação, não vá para a cama de estômago vazio. Procure não tomar bebidas energéticas como café, refrigerantes de cola, chá, etc., e não fume antes de dormir.

se apóia sobre o colchão, evitando possíveis curvaturas. De lado é uma boa postura, mas para um descanso melhor, é recomendável mudar o lado de apoio do corpo no colchão. De barriga para baixo, não é recomendável pois esta postura pode mudar a curvatura da coluna.

Sobre o travesseiro, o que deve determinar a altura é a posição em que a pessoa dorme. Quem prefere deitar de lado ou de costas deve usar dois ou mais travesseiros. Um serve para apoiar a cabeça e os demais, para elevar os joelhos (o que evita lordose) ou acomodar pernas e braços. Ao dormir de barriga para cima, escolha um travesseiro baixo, que sustente a cabeça, e outro embaixo dos joelhos.

IR G l IN a t DD ER e E C u Bpara umHEbom o Uma das coisas mais importantes q descanso é o colchão e a sua base.a O colchão deve ser o MITOe:iro N iv DE firme - nem duro nem excessivamente macio - mas que é vess om a Tr O vboa Á M c t adapte-se bem ao corpo para proporcionar uma m NÃO elhàora C ser tanto de H E ? dida e aA base pode m , posição à coluna vertebral. mpo te o a ld o o E gostaa de maisE R O lâminas de madeira, se você que se m ça e b a c à flexibilidade, ou uma base de tecido se você prefere U HO RT mais firmeza. Q L O E F N M Estabeleça rotina no seu horário de deitar e de Olevantar. Façaumaalgum exercício diário como caminhar, C andar de bicicleta, subir escadas, enfim: moderado DURO Mantenha o quarto com uma temperatura agradável e constante. Não use ventiladores ou aquecedores, nem durma com a televisão ou o rádio ligados. Evite os ruídos. Mantenha o quarto o mais escuro possível, e pela manhã ventile bem o quarto.

Se o colchão for duro demais, os músculos ficam tensos e a coluna se entorta

MOLE Caso seja muito mole, quadris, ombros e coxas não encontram sustentação e a coluna também fica torta

Quanto à postura, de barriga para cima é a melhor maneira para um descanso perfeito, pois toda a coluna

porém constante. Evite o sedentarismo - é prejudicial para a saúde, os músculos se debilitam, a circulação sanguínea piora, e podem surgir problemas nas costas, entre outros. Bebês precisam de 11 a 12 horas de sono. Crianças, de 9 a 10 horas. Adolescentes, de 8 a 9 horas. Adultos, de 7 a 8 horas. Idosos, de 5 a 6 horas. E lembre-se: não é dormindo bastante que se descansa mais. Um bom descanso começa num bomQuintino, colchão. 732

51.3328.8900 bedding.com.br


Bá, que delíciaelícia

aninha Comas simples assim

Filé de salmão com manteiga de ervas e cogumelos

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Na contramão do glamour em torno dos chefs de cozinha, Aninha adora ser chamada de cozinheira

500 g de filé de salmão 4 colheres de azeite de oliva Sal para temperar os filés Para o molho 50 g de manteiga


Com a mesma praticidade com que mistura seus sabores, Aninha Comas decidiu deixar de perseguir com tinta as madeixas brancas para incorporar ao seu básico estilo de vida os fios alvos. Da mãe, Dona Tonica, herdou o gosto pelas panelas. O trivial aprendeu na extinta Escola de Educação Familiar, em Porto Alegre, mas foi em 1976, quando foi morar na Filadélfia, nos Estados Unidos, que, imersa nas novidades da culinária americana do início dos anos 70 e fazendo de cobaia o exigente recém-marido, o arquiteto Carlos Eduardo Comas, começou a aperfeiçoar seus conhecimentos. Nascia a cozinheira Aninha Comas, como gosta de ser chamada. Certa de que seu lugar era entre temperos, aromas e a família, ela voltou ao Brasil. Ao lado de Laura, a caçula de seus oito irmãos, montou um restaurante na loja de alimentos congelados com a grife homônima, referência por seu pioneirismo e sabor. A culinária simpática exibida diariamente no saudoso programa Guaíba Feminino e as gerações de alunos dos cursos caseiros também fazem parte da história que completou no ano passado três décadas. É mãe de Maria Eduarda, avó de Maria Amélia e uma tia que eu amo muito.

MODO DE FAZER

Partir o filé de salmão em dois, temperar com uma pitada de sal Numa frigideira com o azeite de oliva, aquecer bem e colocar os filés com a pele para baixo. Grelhar 2 minutos de cada lado, retirar da frigideira, acrescentar a manteiga e juntar as ervas bem picadinhas. Fritar um pouco e adicionar os cogumelos fatiados finos. Refogar por mais uns 3 minutos, derramar o molho por cima dos filés de salmão e servir.

2 ramos de manjericão picadinho 2 ramos de alecrim picadinho 2 ramos de salsinha picadinha 100 g de cogumelos frescos fatiados

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Bá, queviagem

dESCOBERTAS COMPARTILHADAS

Reconhecida no movimentado mundo das finanças, a alegre e antenada Betina Siegmann adora viajar e dividir descobertas Há 15 anos radicada em São Paulo, Betina Siegmann é a cara do que você encontrará sempre nessa seção. Formada em Administração pela FGV, com mestrado em Economia na mesma faculdade paulistana, viajar é o delicioso e necessário escape da profissional para driblar o impetuoso e acelerado mercado financeiro,

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no qual desde 2000 atua na área de private banking. Organizada, as várias dicas de viagens da gaúcha eram salvas no computador ou em Moleskines. Confiantes no bom gosto da impecável viajante, os amigos iam pedindo sua opinião: “Foi meu marido, o Dan, quem deu a ideia do blog temavercomigo.com, no qual desde

Betina, altoastral e dress code de Saint Barth


2008 eu disponibilizo as dicas online e divido minhas rotas, livros, restaurantes e filmes”. Quando convidamos Betina para protagonizar a primeira edição da Bá, ela ficou em dúvida entre Atacama, Londres, Saint Barth e Inhotim, cada lugar por um motivo especial. “Cresci numa casa em que os pais sempre curtiram viajar, com os quatro filhos ou só os dois. Está no DNA, estou sempre planejando a próxima, um bate-volta ao Rio, um feriadão em Londres ou umas férias mais longas.” Para desfrutar os prazeres da ilha, vale alugar carro, porque as praias são bem espalhadas. Tanto alugar casa quanto ficar em hotéis são boas pedidas

Top Saint Barth Praias: Gouverneur, Saint Jean e Saline Almoço bacana: Nikki Beach e Hotel Isle de France (restaurante da praia) Jantar bacana: L’Isola (italiano delicioso em Gustavia) e On the Rocks, restaurante maravilhoso e criativo do Hotel Eden Rock Programa: alugar barco na Jicky Marine (em Gustavia) e passear até Colombier e Gouverneur

Hotéis legais: Eden Rock e Isle de France são bem bacanudos; Emeraude Plage e Tom Beach são legais pela localização e pelo custobenefício Dress code: tipo Punta, dá de tudo, de bermuda a camisa social e calça Dica útil: levar uma mala de mão bem completa com roupa para jantar e tal + roupa para o dia, porque é comum a mala chegar só no dia seguinte

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AnaMottin

Os Deuses irão com você Para os gregos antigos, o Amor é um demônio filho de dois deuses: a Falta (Penúria) e o Recurso. Por isso é contraditório. Não é mortal nem imortal: morre e logo ressuscita. Não é rico nem pobre: o que ganha um dia, perde no seguinte. Porque existia a Falta, o Amor nasceu e está sempre em movimento. Os gregos conheciam a importância da falta, até a fizeram deusa. Ao contrário deles, nós, modernos, temos medo dela e, no entanto (vejam a ironia!), o vazio está repleto de possibilidades. Num lugar superlotado, nada irá nascer: nem ideia, nem planta, nem livro, nem sentimento, nem novos negócios. Nada. Precisamos do vazio para criar. Até o sexo teve origem no vazio. Contam os gregos (sempre eles) ter havido um tempo em que os homens eram seres esféricos, completos em si mesmos. Havia três gêneros: homem, mulher e andrógino (homem e mulher ao mesmo tempo). Cada um tinha quatro pernas, quatro braços, dois rostos, dois órgãos sexuais. Por serem plenos, tornaram-

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se arrogantes. Sua arrogância irritava aos deuses, que só não os matavam porque, se o fizessem, não teriam quem lhes prestasse homenagens. A solução encontrada foi cortálos ao meio e costurar a ferida na altura da barriga (essa é a origem do umbigo!). Para que nunca esquecessem o castigo, os deuses colocaram seus rostos voltados para o lugar do corte. A estratégia não deu certo. Esses homens divididos passaram a procurar sua outra metade e, quando a encontravam, abraçavam-se a ela, e nesse abraço inútil ficavam até morrer de inanição. A saída foi mudar de lugar os órgãos sexuais, que haviam ficado nas costas, e colocá-los do mesmo lado do rosto. Assim, os homens incompletos poderiam, no abraço antes inútil, inventar o sexo e alcançar, ainda que por um instante, a antiga plenitude. Mais uma que devemos ao vazio. Por tudo isso, se amanhã você acordar sentindo um vazio no peito, não reclame. Você apenas estará mais rico. Agradeça aos céus e vá à luta! Os deuses irão com você.



ping-pong

LiVIA CHAVES BARCELLOS

“Se pudesse passar a minha vida a limpo, reescreveria igualzinha.”


Formada em letras, foi professora, já trabalhou com moda e arte. A beleza da carioca contagiante e seu estilo de vida alçaram-na ao posto de musa eterna da sociedade gaúcha, rótulo que nega, mas cheia de charme sabe levar como ninguém. Escolheu Porto Alegre para viver como marido, Ismael, seus dois filhos e três netos. Livia é colunista da Bá e estará conosco na próxima edição.

Lugar mais fascinante que já conheceu? O Rio de Janeiro. Além de Paris, Londres e Nova York. O resto não preciso mais ir. Uma diferença entre ser mãe e avó? Um amor absoluto. Troca e crescimento sem compromisso ou culpa. Homem e mulher exemplos de elegância e estilo? Carmen Mayrink Veiga e Paulo Gasparotto. Algo do qual você se orgulha muito? Da galeria de arte que comandei. Na hora certa e durou o tempo certo. O que mais a incomoda nas pessoas? Falta de educação. Não se sabe mais o que é cordialidade. O que é um luxo? A juventude. Outro é ter árvores centenárias. São esculturas naturais divinas. Um filme? E o Vento Levou... Um livro? Adoro sagas. Minhas prediletas são Crônica dos Forsyte (1946), de John Galsworthy, e Os Thibault, de Roger Martin Du Gard. Quem você destaca na arte? Ado Malagoli e Iberê Camargo. Tenho paixão por Van Gogh e adoro Klimt. O que a faz realmente feliz? A vida me deu muitas coisas boas, conheci muitos lugares e pessoas especiais, e tenho uma família unida. Fui muito feliz ao lado do meu marido, que adorava viver. Momento mais difícil da sua vida? Foi a partida do Ismael. O momento mais difícil da minha vida é hoje.


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josé luiz CANAL Engenheiro de formação e doutorado em arquitetura com Hélio Piñón, José Canal é um amante do mundo. Do zero colocou de pé a Fundação Iberê Camargo, ao lado do arquiteto autor do projeto, Álvaro Siza. Depois vieram o Museu de Arte do Rio de Janeiro e, agora, a obra do Instituto Moreyra Salles. É casado com Denise, com quem tem dois filhos adolescentes. Canal já andou longos períodos pelo Rio, Barcelona, Chile, Ásia e Londres. Hoje circula pelo Qatar, onde está construindo um complexo para um sheik.


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foto: tonico alvares

“Porto Alegre é importante pelas raízes. Uma vida provinciana saudável com pessoas viradas para o mundo. Morar onde não se conhece ninguém não é um bom lugar para envelhecer”

A Fundação Iberê Camargo foi um marco na sua carreira? Não imaginei construir um museu na minha cidade. As obras do Siza e do Iberê já me diziam algo. Construir isso do zero é para o resto da vida. Um engenheiro com olhar arquiteto? Sou muito próximo dos arquitetos, e não contra. Dou mais vida possível ao desenho. Essencial para um bom projeto? Bom ambiente de trabalho. Seu maior prazer? Tomar café na Silveira (Garopaba) olhando o mar. Considera alguma obra uma atrocidade? Difícil. As pessoas tendem a olhar os defeitos. Prefiro virtudes e as ideias. O que não fazer? Só penso no que quero fazer mais. No que não quero fazer, não penso muito. Ser feliz é... quando tu te sentes sem angústia e podes ficar mais perto das pessoas de que tu mais gostas. Percebes mais o teu entorno e o que as pessoas podem te dar. Moraria em algum outro lugar? Gostaria de ficar mais em outros muitos lugares. A perspectiva de uma manhã de sábado no Rio é a melhor do mundo, chinelinho, praia, teatro, cinema, agora o MAR. Gosto de Los Angeles e de Londres quando não chove. Todos lugares são bons, Garopaba também. Sinto falta de ficar mais lá. Com a internet vai dar cada vez mais para ficar em outros lugares. Mas todo mundo também quer se encontrar mais. Uma coisa bacana desses projetos é criar lugares de encontros.


objetosedesejos

HenriqueSteyer

O corajoso Máximo Riera

Sempre me intrigou o leão sem coragem de O mágico de Oz. Pouca coisa é mais desinteressante do que alguém sem ousadia. Os que propõem algo novo são os que me fascinam. Um corajoso que merece nossa atenção é o espanhol Máximo Riera. Com mais de 30 anos de carreira, o artista plástico inspira-se no expressionismo abstrato e na pop art. Recentemente, começou a ser visto com outros olhos pelo mundo do design ao lançar uma série de cadeiras (ou seriam tronos?) em forma de polvo, elefante, rinoceronte, e por aí vai. Cada peça é desenvolvida com a colaboração de mais de trinta profissionais de cinco empresas diferentes, sempre sob o olhar atento do idealizador. Um leigo pode se perguntar: que diabos eu faria com isso? O que se discute não é apelo estético nem viabilidade de utilização de uma peça dessas, e, sim, a bravura de uma mente

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brilhante em criar algo realmente novo e executar isso com tamanha maestria. Além de coragem para criar, é fundamental que haja coragem do lado de cá para consumir aquilo que é bom e que merece o nosso aplauso. Se antigamente o Leão amigo de Dorothy se mostrava covarde nas histórias infantis, agora a lista de animais que podem reinar corajosamente em sua sala de estar já está um pouco mais diversificada graças ao trabalho desse valente espanhol.



objetos e desejos

Dalí em casa Nos anos 30, Salvador Dalí tinha no seu círculo de amigos Jean Michel Frank, conhecido decorador e fabricante de móveis. Juntos eles fizeram desenhos incríveis que, na década de 90, foram produzidos pela marca espanhola BD Barcelona. Abajures fantásticos e uma cadeira de três patas fazem parte da seleta coleção. Trump Ocean Club – Panamá Com 72 andares e uma silhueta que remete a uma grande vela de barco, o edifício Trump Ocean Club redefiniu o skyline da Cidade do Panamá, sendo um dos maiores arranhacéus da América Latina. No mesmo endereço, encontramos condomínio de luxo, hotel, cassino, boutiques, spa e excelentes restaurantes que valem a pena serem visitados.

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Porsche Design Tower Um dos projetos mais aguardados das últimas décadas está sendo construído na praia de Sunny Isles, em Miami. O edifício terá elevador panorâmico para levar os carros dos moradores até dentro dos apartamentos. Os valores devem oscilar entre U$ 3 milhões e U$ 15 milhões. MONCLER coleção 13/14 Quem já vestiu uma jaqueta Moncler sabe o que é estar realmente aquecido. A marca, que sempre assina um dos shows mais aguardados da temporada de inverno na semana de moda de Nova York, neste ano não decepcionou. Eram 370 modelos agrupados em círculos dentro do Gotham Hall, munido de um grande espelho no teto, que transformava a apresentação em um gigante caleidoscópio. O espetáculo pode ser visto na rede: www.moncler.com.

Galeria Nacional Ainda no primeiro semestre do ano, será aberta em São Paulo a multidisciplinar Galeria Nacional, um espaço concebido por mentes jovens e criativas da capital paulista para divulgar talentos em todas as formas: mobiliário, escultura, pintura e tudo que vale a pena ser visto. O endereço: Rua Barão de Capanema, 208, no coração dos Jardins.



CristieBoff

Leopold Museum No quarteirão dos museus, em Viena, o Leopold Museum é parada obrigatória. Concebido em 2001, a partir da coleção de Rudolf e Elisabeth Leopold, exibe lindas obras de Gustavo Klimt, símbolo da pintura moderna austríaca, além da maior coleção de Egon Schiele. Ambos são permanentes.

Beleza em Firenze A mostra Un’Idea di Belezza na Strozzina, em Florença, apresenta a beleza vinda do olhar de oito artistas de diferentes nacionalidades. São eles Vanessa Beecroft, Chiara Camoni, Andreas Gefeller, Alicja Kwade, Jean Luc Mylayne, Isabel Rocamora, Anri Sala e Wilhelm Sasnal. Até o dia 28 de julho. Salvador Dali Ficará em cartaz até 25 de maio no Palazzo Medici Riccardi a mostra The Dali Universe. O palácio renascentista fiorentino mostra mais de cem obras do mestre do Surrealismo. Cindy Sherman no Gucci No Museu Gucci, a mostra fotográfica de Cindy Sherman poderá ser visitada até o dia 9 de junho, na Piazza della Signoria, em Florença. Conhecida pelos autorretratos conceituais, o nome da exposição da americana é Early Works.

Jesus Rafael Soto O venezuelano Jesus Rafael Soto (1923-2005) está em cartaz até 20 de maio no Centre Georges Pompidou, em Paris. Expoente da arte cinética, que introduz o movimento na arte, os trabalhos tridimensionais da exposição são vibrantes e com personalidade. A corrente cresceu nas décadas de 1950/1960 e explora efeitos visuais em movimentos físicos ou ilusões de ótica. 32 |


Tapetes para todos os espaรงos

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O sonho de morar no Rio vem da infância gaúcha, onde a jornalista Paula Alvim viveu seus primeiros animados 25 anos. Época em que qualquer pessoa razoavelmente sensível que convivesse com ela pelos corredores da Rádio Gaúcha percebia que o jornalismo esportivo regional era pequeno para o tamanho e o volume da risada da loira. Sabem bem disso os muitos amigos que ela coleciona, hoje não só por aqui, mas Brasil afora. Em 2007, embarcou de mala, cuia e sorrisão sapeca. Nunca mais voltou. Cobriu férias até ser contratada pelo SporTV. “No primeiro ano, quase não tinha folga. Nada vem sem dedicação.” Há dois anos, ocupa na TV Globo, o cargo de produtora da Central Globo de Esporte: “Tenho qualidade de vida. Cedo, pego a bici e vou à praia. Faço exercício, curto a natureza e mergulho”. Ela merece doses extras e naturais de pura felicidade.

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pura felicidade


fotos: Didie Cunha

PARQUE DOS PATINS Localizado em um dos corações do Rio, a Lagoa Rodrigo de Freitas, o Parque dos Patins ainda não é pop para a maioria dos turistas, mas tem tudo que a cariocada adora: chopp gelado, música ao vivo, comidinhas e um visual incrível. Como os da praia, quiosques vendem água de coco e petiscos bem diversos, como árabe e outras especialidades. Os adultos e crianças alugam bicicletas, correm, andam de patins e são felizes com a lagoa de cenário. BEACH TRAINING O beach training deixou de ser hábito apenas entre os atletas profissionais em treinamentos mais intensos para encher as areias do Rio de Janeiro. O exercício outdoor respira e inspira a natureza, usa e abusa da areia e é supereficiente para ficar em forma. Os educadores físicos Andre De Lorenzi e Dênio Steffen bolaram o Hardcore Beach Training. Os

circuitos elevam a frequência cardíaca e gastam calorias – gasto pode chegar a 1.000. O baixo impacto reduz os riscos de lesões. No final de cada malhação, rola uma leve competição entre os participantes, onde o que fizer em menos tempo o exercício proposto vence.

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CláudiaTajes

Tinha uma fila no meio do caminho Não é mania de perseguição, é fato: a fila que mais demora, seja qual for a fila, é sempre a que a gente escolher. No banco. Você precisa de um simples talão ou de uma mera explicação, mas as pessoas da frente precisam de três vezes mais coisas. E levam o triplo do tempo também. Então você pensa que vai resolver a sua vida no caixa eletrônico. O nome disso é um só: ilusão. O sujeito antes de você, se não é um motoboy cheio de contas para pagar, é um atrapalhado que vai chamar não uma, mas as quatro estagiárias que orientam o autoserviço. E, quando elas se afastarem, ele ainda levará uns bons 15 minutos brigando com a tecnologia. Farmácia é outro território crítico. Você só quer uma aspirina, mas a fila acabou de travar na senhora simpática recém-saída do cardiologista. – Vocês têm o genérico do Taglifeodonol 2000? – A senhora não prefere o Carditelonozol Repetabs? – Como assim, Repetabs? A essa altura, você se automedica

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com um sanduíche para a dor de cabeça passar. Basta esperar que o menino na sua frente se acerte com a moça do caixa. – Me dá um Big. – Só o Big ou a promoção? – A promoção. – Fritas médias ou grandes? – Eu não quero fritas, só o Big. – Então não é a promoção. – Mas eu quero pagar o preço da promoção. Já que o entendimento não virá tão cedo, o jeito é desistir do lanche e passar no supermercado. Muito mais saudável você mesmo preparar a sua refeição. O cheiro de pão fresquinho toma conta do corredor. E a fila da padaria, também. São tantos e tão exigentes os clientes que pedem “para mim o mais moreninho”, “eu quero o bem clarinho”, que o jeito é pegar o carro e rumar para casa. Nada é mais reconfortante do que saber que no seu território, com a TV ligada e a novíssima revista Bá na mão, você é o rei do seu tempo. É só vencer a fila de carros da Ipiranga, da Bento e da Perimetral, e tudo estará bem.


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DécorBá

Arte difuSA No barraco

Sem limites para a criação, é a liberdade a única regra que vale no galpão cultural

Por Fabiana Fagundes

Energias diversas transpiram atitude e estilo e dividem o mesmo espaço. Além do apelo estético, uma rápida espiada neste habitat coletivo tem a força de invadir sentimentos daqueles de aguçada sensibilidade. Assim é o Barraco, espaço transbordante de personalidade, conceito, criatividade e arte. No galpão dos anos 70, um portão de ferro divide a vida lá fora do

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universo criativo lá dentro. Que pode estar no todo, ou em detalhes impactantemente simples como cestas de lixo que viram luminárias, ou as obras do acervo da galeria de arte Mascate recém-inaugurada espalhadas pelas paredes. Idealizado há cinco anos pelos irmãos Régis Duarte e Barbara Barbosa, vem trocando de caras e cores, afiando a mira para a arte, a liberdade


1 2 1 - Fachada do Barraco na Rua Laurindo, 332 2 - As criações exclusivas do designer Regis Duarte 3- Inspiração no mestre Britto Velho 4 - Acervo da Galeria de Arte Mascate 5- Paulo pura alegria produtiva 3 4

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Cada detalhe faz toda a diferença

criativa e o movimento das pessoas. Também é o canto de criação de Denny Chang e de suas ilustrações, do fotógrafo Tiago Coelho, da Trama Design e sua percepção para o inusitado, do Nucleo Set com escola para atores (adulto e infantil). No galpão contem-

porâneo, ainda há espaço para as produções de elenco da Bárbara e as criações de moda exclusivas do Régis para ver e vestir. Há um ano nasceu, no Barraco, a Mascate, galeria criada por Tiago Coelho e por Régis. O foco é nos novos artistas ou naqueles que orbitam

fora do circuito. A proposta também repensa nomes consagrados, como Britto Velho, que mostrou em dezembro seus desenhos inéditos da década de 70 e dividiu a criação de uma linha de roupas e pôsteres com a equipe da galeria. Surgiu alguma ideia aí?

Paulo Brum Regis Duarte Bárbara Barbosa Evelyn Lima Rodrigo Castelhano Tiago Coelho

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COMBINAÇÃO DE

Talentos CONJUNTO DE

Soluções

CERTEZA DE

Resultados

GrupoWDanta C O M I N G

S O O N


crônica

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1, 2, 3, e..... BÁ! Sabe aqueles brinquedos que nos acoplam em uma cadeira e, zupt, a gente despenca lá de cima, num abrupto de sensações que só quem está na fila é capaz de experimentar? Embaixo, entregam sorridentes a foto de lembrança. Com cara de quem não entendeu bem o que está acontecendo, satisfeita, estende a mão para receber a prova de tão trêmula coragem. Foi verdade, sim, você topou despencar dessa altura toda. Morreu de medo na hora H, mas sentindo ainda os últimos segundos, foi também inundada pelo prazer da ousadia. Várias vezes, caminhei pelo Centro da cidade passando protetor solar. Nesses trajetos diários, montes de pensamentos e desejos transbordavam involuntários de mim em mim mesma. Sem caminho de volta. Ninguém era capaz de entender o tanto de coisa diferente que eu, atordoada, pensava e queria fazer ao mesmo tempo. Ladeira acima. Driblando carros e pessoas, submersa no meu próprio congestionamento existencial. Mas por que não passar o protetor em casa? Planejar fazer uma coisa de cada vez na vida? Tempos densos e tensos. Talvez tão angustiantes como necessários. Enquanto o de fora espiava o azul ou o cinza do céu, o olho de 42 |

você topou despencar dessa altura toda.


fotos: tonico alvares

PERFORMANCE, ECONOMIA E CONFORTO. OU SEJA, UM TOYOTA.

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dentro passeava por um • Motor 1.3 DOHC Flex com bloco e cabeçote em alumínio • Ar condicionado livro infantil, dançava nou• Direção eletroassistida tro de crônicas para adoles• Airbag duplo frontal • Freios ABS com EBD centes e, descalço, na grama, corria para a personagem de um REDUZA A VELOCIDADE, PRESERVE A VIDA. romance. Chegando ao trabalho, lembrava que, na vida real, eu precisava mesmo era educar melhor a minha filha, ir ao super, correr, pagar o cartão, responder e-mails, pensar Av. Sertório, 1717 | 2121.1800 menos bobagem, ficar mais soziCarHouse Zona Sul: nha. Então, achei que era a hora Av. Padre Cacique, 532 | 3396.1700 certa de fazer esta revista. Para Oferta válida até o dia 31 de março de 2013 ou até o término do estoque dos veículos. Etios X Hatchback 1.3 que eu me alimente das histórias 16V 5P, ano/modelo 2013/2013, à vista por R$ 36.190,00. Frete incluso. IPVA 2013 grátis. das pessoas, siga dividindo-as com Os benefícios desta promoção não poderão ser convertidos, em hipótese alguma, em valores vocês e inventando as minhas próe/ou deduzidos dos valores anunciados. Promoção não cumulativa. Esta oferta prias. Dar as mãos para quem está não abrange veículos adquiridos através montes de da modalidade de vendas diretas ao meu lado nessa foto foi especial. ao consumidor. A Toyota oferece pensamentos três anos de garantia de fábrica Ainda assustada, cá estou, pronta para toda a linha, sem limite de quilometragem para uso e desejos para o clique. O retrato é a Revista pessoa física e, para uso pessoa jurídica, três transbordavam Bá que acaba de ser revelada. Que anos de garantia de fábrica ou 100.000 involuntários de mim seja o primeiro de muitos registros. km, prevalecendo o que ocorrer Tão emocionantes e verdadeiros primeiro. em mim mesma como o nosso reencontro. | 43


Bá,quelugar

Imagens de outros voos Marcelo Vaccari deixou a publicidade convencional para voar solo e abriu a Aurora Imagens, empresa de filmagens aéreas

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O nome surgiu numa enquete na família para batizar a égua de uma das sobrinhas. Há três anos nascia a Aurora Imagens, união audaciosa e bem-sucedida de duas paixões do publicitário paulista Marcelo Vaccari: a publicidade e o aeromodelismo. Foi o casamento com outra paixão, a gaúcha Carolina Baggio,

que fez com que a empresa de filmagens aéreas, pioneira no estado, fincasse bandeira em Viamão: “Juntei as duas coisas. A vivência em publicidade e o aeromodelismo. Em Hollywood, nos Estados Unidos, tem uma a cada esquina, e em São Paulo o mercado já está bem mais aquecido”. Diretor de arte com pas-


Planos de voos, câmera, ação da turma da Aurora Imagens

Pote multicanetas, e Marcelo na perspectiva de uma das lentes

sagens pela Olgivy, Leo Burnett, Loducca e Escala, grande parte de seus 41 anos, desde a infância em Sorocaba, foi em aeroclubes. A hipnotizante atração familiar pelo ar acabou tirando a vida do pai, que morreu na queda do avião que pilotava, mas fazendo o que gostava, e virou a profissão do irmão, piloto comercial. Marcelo exercita em terra firme o mesmo amor e interesse. Desde pequeno, perdia (ou ganhava) horas montando engenhocas com asas e se fascinava ao fazê-las levantar voo.

Jonatan conferindo o helicóptero para mais uma andança aérea

Localizada na Tecnopuc, centro que reúne empresas dedicadas ao fortalecimento e à qualificação de inovação e inteligência tecnológica, a Aurora Imagens atua hoje em três frentes: faz cenas aéreas para publicidade e cinema, inspeção industrial de equipamentos de difícil acesso e mapeamento aéreo 360°, como no projeto feito para os 240 anos de Porto Alegre, um incrível registro de cima que teve 65 mil acessos, na primeira semana, quando foi divulgado, recentemente. Ao lado dos parceiros An-

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Bá,quelugar

drew Sykes, engenheiro e responsável técnico, e do piloto de aeromodelos Jonatan Brendler, Marcelo monta, aperfeiçoa tecnologia e coloca no ar seus 11 helicópteros radiocontrolados. Segue cultivando seu hobby no Clube de Aeromodelismo Conesul e está prestes a experimentar ares nem tão novos assim, já que a Aurora está montando uma segunda base na capital paulista, que com frequência

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o solicita para operar por lá. Na cartela de clientes, Braskem e Petrobrás. Se a coragem de mudar e a nova aposta valeram a pena? “Sou feliz 100%, sempre quis ter um negócio meu e sempre fui ligado em tecnologia.” Com Andrew em um dos espaços da Tecnopuc. A inspiração inglesa é um dos xodós de Marcelo

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In Bá cartola_normal

PODE ME CHAMAR DE EDUARDO A Revista Bá conversou com o prefeito de Pelotas, Eduardo Leite A minha primeira pergunta para o então recémeleito prefeito de Pelotas, Eduardo Figueiredo Cavalheiro Leite, foi: “Como estão os primeiros dias de prefeitura, Eduardo?!”. Em seguida, engatei um “Posso te chamar de Eduardo?”, que provocou risos, já que essa era uma das peças que acabou virando slogan e caindo no gosto do povo, que repetia: “Meu nome é Fulano, mas pode me chamar de Eduardo”. Então tá, vamos te chamar de Eduardo sim, prefeito.

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Perder a primeira eleição aos 19 anos com 3.000 votos na mochila foi o divisor de águas na trajetória do então futuro advogado e político Eduardo Figueiredo Cavalheiro Leite. A vaga de assessor do secretário de governo do prefeito de Pelotas na época, Bernardo de Souza, foi seu passe para entender como funciona a rede de comando de uma cidade. Quando os problemas de saúde afastaram Souza, e o vice, Fetter Jr., assumiu o mandato, Eduardo esperava a demissão. Cumprir bem um pedido que casualmente caiu em suas mãos – um relatório sobre as ações municipais e das secretarias – garantiu-lhe o convite para trabalhar como subchefe do gabinete do prefeito. O chefe de gabinete acabou caindo, e Eduardo iniciava seu segundo


ciclo político na cúpula de governo pelotense. Chefe de gabinete de um prefeito sem vice aos 21 anos, foi eleito vereador na segunda disputa. Foi como presidente da Câmara de Vereadores que conheceu a solidão do poder: “Por mais pessoas verdadeiramente bem intencionadas com tuas decisões, e mesmo que tu escutes todas, a decisão é uma só, e é tua. Tu decides sozinho e interfere na vida de muita gente”. A vi-

vência pública precoce deu segurança para dissociar idade de experiência. “Experiência é o que vivemos, não aniversários”. A mesma experiência de vida o faz lembrar a todo momento que ele, tanto quanto o “experiente dos experientes”, está em constante aprendizado. Dono da maior vo-

tação que um candidato já teve na cidade (dos 8% iniciais de preferência dos votos, terminou o primeiro turno com 40%), o salto nas pesquisas foi tão abrupto como a fama de prefeitogato espalhada pela mídia nacional: “Não me considero nenhum modelo de beleza, mas qualquer um mais ou menos se destaca. Beleza não decide. Mas não sou hipócrita, claro que soma”. Sobre a nova vida ainda mais pública, as festas têm cada vez menos espaço em sua agenda: “Difícil curtir uma balada numa boa. Tem aquela sensação de vigiado. Além de sempre ter um compromisso bem mais importante no outro dia”. Como realizações profissionais e pessoais andam juntas, os sacrifícios valem a pena. O prazer de interferir

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cartola_normal In Bá

na vida da cidade e resolver os problemas é o que move o prefeito mais jovem das cidades maiores do Brasil. Cresceu com a família reunida nos churrascos de domingo, tocando pandeiro e saxofone. Foi líder de turma, presidente do Grêmio, da Associação da universidade: “Meus pais não incentivaram a política. Envolve paixão, por isso procuro compreender as razões do outro”. Entre as prioridades estão blindar as áreas de saúde, educação e planejamento urbano de interferência política, crescer com criatividade e comprometimento. “Quero liderar inspirando mudanças de comportamento. O maior investimento em limpeza ur-

bana será insuficiente se eu não conscientizar a população de que é preciso cuidar. As pessoas devem sentir que a cidade é nossa”. Ele se policia para o equilíbrio: “Estou sempre pensando no trabalho, mas sei que a dedicação quase integral não é suficiente. Sempre haverá algo na cidade que ainda não foi resolvido e vão ver o prefeito correndo, no cinema ou jantando e dizer, olha lá o prefeito curtindo. Sobre as brincadeiras com Pelotas? “Existem as piadinhas. Acho que Pelotas leva na brincadeira, tem de continuar levando. Deveríamos fazer como as cidades que não têm a fama, mas que aproveitam e ganham dinheiro, consolidando destinos para esse turismo, como Florianópolis e Rio. São mais cosmopolitas, mas também poderíamos tirar bom proveito disso.”

PERFIL Aos 3 anos, em 1988, viu o pai, um dos fundadores do PSDB na cidade, perder a eleição para prefeito. Filho de professores, Eduardo formou-se em Direito e queria ser diplomata. Um irmão é delegado da Polícia Federal, e o outro, fiscal do Ministério da Agricultura: “Somos todos funcionários públicos, eles por concurso, eu pelo voto”. Para não se consumir pelo trabalho, o prefeito quer criar uma rotina de correr, fazer exercícios, ir ao campo, torcer pelo Xavante.

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foto: Mell helade

Baco

Vinícola de mulheres Da necessidade de ocupar mão de obra feminina, nasceu a Campos de Cima Por Orestes de Andrade Jr. *Jornalista e Sommelier

Uma vinícola de mulheres na aridez do Pampa gaúcho, dominado por homens a cavalo. É assim que ficou conhecida a butique de vinhos Campos de Cima, de Itaqui, na fronteira oeste do Rio Grande do Sul. Tudo começou em 1975, com o casamento da carioca Hortência Ravache Brandão Ayub com o médico e produtor rural José Silva Ayub. Com a vinda para o Sul, Hortência adquiriu como hábito o consumo de vinho. Mais tarde, por volta dos anos 2000, a paixão pelo vinho virou negócio, com a implantação de 15 hectares de vinhedos na propriedade de 1.000 hectares da família em Maçambará, a 100 km de Itaqui, entre São Borja e Uruguaiana.

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Os vinhedos da Campos de Cima foram implantados de 2002 a 2004. A primeira safra foi em 2006, da uva Tannat, que gerou 5.000 garrafas de um vinho colocado no mercado em 2009. A Campos de Cima ainda cultiva outras dez uvas (Ruby Cabernet, Chardonnay, Viognier, Pinot Noir, Merlot, Cabernet Franc, Cabernet Sauvignon, Shiraz, Malbec e Tempranillo), sendo que 1/3 é usado para elaboração de vinhos próprios e o restante é vendido a produtores da Serra Gaúcha, como Casa Valduga e Vinícola Geisse. A venda é feita quase toda diretamente ao consumidor pelo site www.camposdecima. com.br. Os preços variam de R$ 18 a R$ 35. Os principais compradores estão em São Paulo, Porto Alegre e Brasília.

fotos: divulgação

Saiba mais:

A escolha pela elaboração de vinhos e espumantes vem – além da paixão e do glamour intrínsecos ao meio – de uma busca a uma atividade que envolvesse as mulheres da família e, especialmente, as esposas dos colaboradores da fazenda Campos de Cima, uma propriedade com mais de 150 anos de história. A delicadeza e o cuidado das mulheres com as uvas têm feito toda a diferença na Campos de Cima. Seus espumantes Brut e Extra Brut das uvas Pinot Noir e Chardonnay são comparados a bons champanhes. Sem exagero, pois apresentam a complexidade, os aromas e o sabor dos melhores rótulos da região francesa mais famosa do mundo. No escritório, 100% da força produtiva são do sexo feminino. As duas filhas do casal Ayub – Manuela (33) e Vanessa (36) – também estão diretamente envolvidas no negócio. A vinícola es-

sencialmente familiar ainda conta com o empenho dos genros, Pedro e Alexandre, que cuidam da parte administrativa e comercial. Arquiteta, Manuela projetou a nova vinícola da Campos de Cima, um moderno prédio construído em uma área de 1.161 metros quadrados, que recebeu investimento de R$ 1 milhão. A inauguração está prevista para o final deste ano. “A vinícola é a transformação de um sonho em realidade”, diz Hortência, que procura imprimir uma filosofia purista na Campos de Cima, ou seja, expressar o terroir sem interferência enológica. “Para nós, uma boa uva somada à experiência de um bom enólogo é que origina o vinho”, ensina. Na Campanha Gaúcha, principalmente na Campos de Cima, o terroir típico da região, somado ao cuidado feminino com as uvas, gera vinhos jovens, com mais fruta, cor e estrutura. Como as mulheres dos pampas – belas e fortes.

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MarcoAntônioCampos cartola_normal

MESTRE APAIXONADO POR CINEMA Alfred Hitchcock, não por acaso, é conhecido como o mestre do suspense. Seus filmes mais célebres ficaram marcados na memória dos espectadores de muitas gerações pelas cenas que trouxeram muito medo, calafrios e tensão às salas escuras do mundo inteiro. Coincidentemente, neste momento, dois filmes trazem Hitchcock como personagem, buscando mostrar por que o diretor conseguiu, além de tanto sucesso, criar inúmeras lendas em torno de sua figura. As loiras geladas (ou nem tanto), o voyeurismo, a luta contra o moralismo hollywoodiano dos anos 60, sua relação com a esposa Alma e muitos outros mitos hitchcoquianos ainda vão levar décadas sendo discutidos, enquanto seus filmes seguem sendo vistos e revistos por milhares de fãs. O certo é que esse cineasta londrino falecido em 1980, aos 81 anos, revolucionou o cinema e sua linguagem, deixando obras como Janela Indiscreta, Um Corpo que Cai, Os Pássaros, Psicose, Ladrão de Casaca, Intriga Internacional, O Homem que Sabia Demais e muitos outros. O falecido crítico de cinema Tuio Becker dizia que Hitch era um cineasta tão grandioso que mesmo seus filmes ruins eram maravilhosos. Grande frase.

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François Truffaut fez o melhor livro de cinema que já li, exatamente sobre Hitch: Hitchcock/Truffaut Entrevistas, uma verdadeira aula sobre cinema. Um livro que quem gosta de cinema não pode deixar de ler, até porque se trata de conversas de dois dos maiores cineastas da história, falando sobre sua maior paixão. Também não podemos esquecer que Sir Alfred Hitchcock criou sua assinatura particular aparecendo, de forma inusitada, em uma cena no início de cada um de seus filmes, uma brincadeira bem ao estilo do humor dele. Tem também a clássica história “Lamb to Slaughter”, algo como Carneiro para Matar, um episódio da série Alfred Hitchcock em que a esposa assassina o marido com um golpe na cabeça com um pernil de carneiro congelado, que depois é servido no jantar para os policiais que investigam o crime. Coisas do velho Hitch. Mas se a ele devemos que um banho de chuveiro nunca mais tenha sido absolutamente tranquilo pós-Psicose, também devemos cenas absolutamente lúdicas e maravilhosas, como as de Grace Kelly em Janela Indiscreta ou Ladrão de Casaca. Em resumo, Alfred Hitchcock fazia tudo com uma paixão avassaladora. Pelo suspense, pelas atrizes loiras e... pelo cinema.

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Bucanero dos sonhos sem fim fotos: tonico alvares

Dois olhares: enquanto Jaque presta atenção até na trilha sonora, para deixar feliz a equipe, Bocão cuida dos papéis Ele viajou o mundo como piloto de corrida, ela tinha lojas de roupa em Porto Alegre. Era certo para Cezar “Bocão” Pegoraro que um dia moraria na praia. Jaqueline Biazus não podia ser mais urbana. No mapa astral dele, um aviso: se não desse um tempo, havia fogo, ferro e explosão no caminho. Não pensou duas vezes, atrás das ondas, foi viver em Imbituba, onde criou a marca de surfe Raizes. Na Praia do Rosa dos

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anos 70, dividia a areia do Canto Sul com outras duas pessoas, Marco Aurélio Raymundo, o Morongo, criador da Mormaii, e Durvino Rosa, pescador e proprietário da única moradia à beira-mar da região. Voltou a correr patrocinado pela Grendene. Em 1992, comprou uma casinha ao lado do seu Durvino. Já pai de Pedro e namorado de Jaque, dividia-se entre Garopaba e Porto Alegre, onde o prazer era deslizar


Não acredito em realização total sem realização profissional. Acho essencial para uma vida.

Nos 17 mil metros quadrados de área verde, estão os dez apartamentos com varanda, vista panorâmica e acesso exclusivo à praia, atravessando de barco a Lagoa do Meio. Pelo segundo ano consecutivo, a Quinta do Bucanero figurou na lista da National Geographic Traveler. Na edição 2012 da publicação, só 13 hotéis brasileiros estão entre os “50 Hotéis que Amamos – Nossos Favoritos na América do Sul”. O Bucanero é mais uma vez o único da Região Sul do país.

pelo Guaíba no veleiro de 42 pés batizado de Bucanero. “Ao mesmo tempo em que estava à venda o terreno da pousada, um amigo ofereceu o mesmo valor pelo barco. Parecia coisa do velhinho lá de cima. Trocamos a água pela terra e trouxemos o nome junto, ficou Quinta do Bucanero”, lembra Jaque. Três anos de obra e, em 1996, ficou pronta a pousada. Ele cuida das contas e papéis, e ela, das pessoas. Única sauda-

de que ambos sentem da vida na cidade: as pessoas. “O desafio é constante. Mudam desejos, equipe, hóspedes e expectativas dessas pessoas todas. E não é fácil dormir com teu sócio durante 32 anos”, brinca a animada proprietária explicando por que o hotel é um sonho jamais encerrado. Qual o segredo, Jaque? “Fazemos tudo com coração e energia.” E já que os sonhos são sem fim por lá, quais os próximos da dupla? “Construir duas suítes ‘supersuperluxo’ em quatro anos, para comemorar os 20 anos.”

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patrícialeivas

Surpreendente! Para esta minha primeira incursão no universo da culinária, especialmente para a Revista Bá!, escolhi um prato surpreendente, indicado por uma amiga, em um restaurante italiano que fica na região de Brickel, em Miami. Ele se chama Perricone’s Marketplace & Café. Superdiscretinho e modesto na decoração. Um charme! Para escolher entre as muitas delícias do cardápio, fui novamente atrás da sugestão da mesma pessoa que me deu a dica do restaurante: um pão recheado com brie. As lombriguinhas agradecem: vamos nesse! O nome da perdição é Baked Brie en Croute. Posso dar mil elogios ao prato, mas só vou me limitar a uma coisa: de comer ajoelhado no milho, agradecendo! Incrível! Inacreditável! E por isso o “surpreendente” lá do começo… Nada do que explique fará jus à delícia que é o prato, mas vou tentar: imaginem um queijo brie, inteiro, grandão; uma massinha finiiiinha, crocante, meio folhada, envolvendo todinho o brie; uma redução DELICIOSA de laranja; lascas de amêndoas torradinhas por cima e uvas negras.

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Pois é, é mais ou menos isso... e juro, JURO MESMO, que não conseguirei, com palavras, descrever o “sonho” que é esse prato! Mas aí é que está o bom da história! Assim como me contaram, eu conto pra vocês, e assim fazemos uma “corrente gastronômica”. Aqui tem o serviço completo do restaurante! Detalhe: preço bem justo! Agradecimentos especiais à Mariella Stock, que me apresentou ao “tesouro”, e ao Fernando Colino, que compartilhou a iguaria comigo. Fui! Até o próximo ataque #gordinhafeelings aqui na Bá! Quer me mandar uma sugestão? @patileivas, no Twitter ou Instagram.

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comunicados fúnebres gratuitos Com o Unifuneral você comunica o falecimento, a cerimônia religiosa ou presta uma homenagem para quem não está mais aqui.

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META MODERNISMO E A NOVA UTOPIA Reconhecemos oscilação como a ordem natural do mundo. Por Isadora Bertolucci FOTOS: Eduardo Carneiro STYLING: Éden Matarazzo

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Casaco - Lojas Renner Vestido - Reinaldo Lourenรงo

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Vestido - Paula Raia para Forwoman

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Casaco - Gloria Coelho para Maria Helena Saia - Pedro Lourenço para Maria Helena Blusa - Liana Bloisi Pulseiras - Artesanato de São Tomé e. Príncipe Bolsa - Coleçao Rendeiras (blusa, pulseiras e bolsa Histórias na Garagem)

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Blusa - Liana Bloisi para Hist贸rias na Garagem Saia - Fendi

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VESTIDO - Chloé


Desejamos bens duráveis que possam carregar conexões emocionais que transcendam o material. Queremos tecidos naturais, conforto para a pele, artesanatos e conexões com a natureza, na mesma medida que usufruímos de oferendas tecnológicas e toda a sua imensidão.

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moda

O ARGUMENTO Quem acompanhou as últimas semanas de moda internacionais pode observar boa parte dos estilistas e marcas revisitando a estética dos anos 90. (Algo que faz parte do movimento cíclico do mercado). Isolando o minimalismo presente nesta década, de olho no momento presente identificamos um movimento paralelo, que reconecta moda a um modo de viver, algo que aqui chamamos de metamodernismo, e/ou nova utopia. Metamodernismo* é um manifesto que procura definir a arte produzida após o pós-modernismo. Já a Nova Utopia ou Nutopia* é um país imaginário, conceito criado pelos reis da bicho-grilagem John Lenon e Yoko Ono. A mescla desses dois conceitos emerge do caos de um novo mundo: ao mesmo tempo que desejamos permanecer conectados com a sociedade e suas inovações, buscamos um ritmo próprio, uma paz que possa garantir equilíbrio e serenidade. Os gadgets como extensão do corpo, a natureza em abundância como cura da alma. Essa harmonia já existe. Alguns chamam de novo luxo, outros, minimalismo. Sugerimos aqui uma busca por nossos templos interiores, vestindo nossos corpos e lares e consequentemente satisfazendo nossas ideologias. Palavras-chave: botânica, geometria sagrada, natureza, fibras naturais, sustentabilidade, novo luxo. *A atitude criativa tem que partir da necessidade de compreensão do seu espaço, da sua sociedade, cultura, de seu mundo e do que sua arte pode dizer a respeito de tudo isso. Neste prisma, a arte que se faz no seu tempo não é apenas a arte do seu tempo, é um momento de uma linha que se movimenta, se metamorfoseia constantemente. *O país imaginário que possui bandeira branca não tem terra, fronteiras, passaporte ou governantes, apenas pessoas.

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TAXONOMIA PARA LER: Metamodernism Manifesto, 2010 (de Timotheus Vermeulen1* e Robin van den Akker2) Declaration of Nutopia, 1973 (Jonh Lenon e Yoko Ono) A Smart Guide to Utopia, Editora Le Cool, 2012 PARA VER: Arte Olafur Eliasson Emma Kunz Leif Podhajsky

Brion Nuda Rosch Doug Aitken

Azuma Makoto Tokujin Yoshioka

Design Open Structures Alkesh Parmar Best Made Company BCXSY Markus Kayser Fort Standart

Arquitetura Buckminster Fuller Utopia Forever Fab Lab House Ugo Ryue Nishizawa

PARA ouvir: Tame Impala Sigur Ros Bon Iver FICHA TÉCNICA

Beleza: Diogo Molinos Modelo: Fernanda Liborio – Ford Models Sul Assistente de styling: Lina Luce Agradecimentos: Estudio Eduardo Carneiro e Gil Wilkom http://www.eduardocarneiro.com.br, Maiora Furniture http://www.maiora.com.br Kiko Brustolim: kiko@fordsul.com.br

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moda urbana

pelas ruaS Para registrar o movimento fashionista da cidade, Mauren Motta e sua equipe da MM Conteúdo circulam por Porto Alegre com o Moda Poa buscando estilos diferentes e rostos conhecidos. Para ver mais acesse: www.modapoa.com.br

Juliana Baldi criou o look com inspirações grunge. O nozinho na camiseta rocker dá um charme extra

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7 1 - Clássica, Angela Di Verbeno apostou na produção total black. O mix de materiais deixa o look mais interessante. 2 - Claudia Sehbe exibe os anéis cheios de atitude e sua loirice pela rua 6

3 - Roberta Carvalho Lima combina duas tendências que andam em harmonia: renda branca e sapato com transparência 4 - Com pegada glam rocker, Roberta Weber apostou no peso do couro para ornar com colar statement 5 - Giselda Fernandes combina blusa básica com quimono. De quebra, segue tendência na maneira de segurar a bolsa 6 - A produção poderosa de píton é quebrada com camisa jeans amarrada e espadriles Chanel. Juliana Sanmartin acertou em cheio. 7 - Best-seller da Chanel, a espadrille bicolor dá status a qualquer produção casual

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PP: PAIXÃO E PERSONALIDADE As designers Amanda Py e Petula Silveira criam bolsas e acessórios cheios de charme com o carimbo upcycle Por As Patricias Fotos: Gabriela Mo

Como não aplaudir quem faz sonho virar realidade, quem não troca crenças por dados?! A gente aplaude e se emociona, sempre! Foi assim que nossos olhos brilharam quando as designers Amanda Py e Petula Silveira, jovens audaciosas que ainda (bem) não deixaram percalços profissionais editarem suas aspirações, contaram sobre um então projeto singular que hoje se tornou uma grife de sucesso, a PP. Desde sempre, elas falaram com muito amor de como transformariam pedaços de couros em bolsas e acessórios charmosos. Assim, há quase três anos, estreou a grife, que hoje tem uma loja-ateliê no bairro Moinhos de Vento, em Porto Alegre, recanto fofito onde clientes e amigas são recebidas com

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muito carinho – sim, antes de tudo, essas moçoilas são pura delicadeza. Amanda e Petula, já trabalhavam com moda, uma com styling e produção, outra criando sapatos, queriam algo mais. Começaram garimpando couros nas fábricas já conhecidas da dupla, um material que sabiam ser desperdiçado. Peças pequenas, médias ou grando-


nas que sobraram de alguma coleção. Por exemplo, se a peça não é suficiente para produzir uma série de sapatos ou de bolsas, ela fica lá, guardadinha, a perder de vista. Aí entram as designers, que com criatividade olham para esse couro abandonado, criando modelos-sempre-desejo. A produção de bolsas, carteiras e colares nasceu na mesa de jantar da casa de Petula. As duas desenhavam, modelavam, cortavam. As amigas eram convi­ dadas para uma champanhota de apresentação de pequerruchas coleções, que se esgotavam em minutos. Afinal, impossível resistir a tudo: ao encontro intimista, à atenção das pequenas, ao bom gosto do design, ao feito à mão, ao conceito upcycle, que imprime um valor extra a um sem-graça qualquer. Em pouco tempo, graças à melhor publicidade do mundo, a paixão das clientes, já vendiam em pontos estrelados, como A Colheita e a Cartel 011, em São Paulo, e estreavam uma loja virtual. Há poucos meses, nascia também a loja-ateliê, onde a dupla mantém o mesmo perfil artesanal de produção. O que têm as PPs?! Tudo, a gente responde. Elas trabalham com desejos

do agora, a começar pelo reaproveitamento de material e pelo contato direto com cada cliente. Pensam em versatilidade e em toques exclusivos. E estão sempre in­v entando, literalmente, mo­­­da. Agora a PP também tem roupas, e logo, logo lança uma linha de acessórios para a casa. Quem disse mesmo que um sonho não pode virar realidade?

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deuochic

VitorRaskin

Special Guest: O estilo de Claudia Wolf Ling cheia de charme deu o chic total para o clique de Nattan Carvalho 80 |


Suzana Sondermann Espindola e a filha Ana Espindola em noite de festa chic

A simpatia do destemperado Diogo Carvalho .

Na tarde de moda na Twin Set Beach House Adriane Kiperman Rojas e Marília Kiperman Casamento Chic: A presença elegante de Maria Virginia Pereira Lima Busnello e Suzana Chaves Barcellos

Alexandre & Elisa Skowronsky em noite de festa de inauguração

Sempre Glamour Girl: Renata Aspesi Brasil linda de rosa no British Club

No melhor estilo retrato de família: Fernanda, Rodrigo e Luciana Maisonnave na Casa NTX em noite black tie

As cunhadas Margie Siegmann e Teca Sperotto Coelho: pura elegância

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social

misture bá Por Dulce Helfer Com Mariana Bertolucci

BRITTO VELHO expôs na temporada do Jasmim em Atlântida. À esquerda, TABAJARA RUAS e RUDI BORGUETTI

À esquerda, PAULO ODONE pela Dinarte Ribeiro. Abaixo, o querido PAULO BICCA

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ALCY CHEUICHE e NAYR TESSER


Saracoteando gata na esquina do Parc達o CARLA LUBISCO

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social

TEODORO MARQUES em clima de carnaval

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FERNANDA SICA, JULIO ANDREATTA e MARIANA PESCE, ROSA VALLS. Abaixo, ANA LUIZA CARRARD e CLARISSA MOTTA NUNES

MARIANA MOTTIN

FERNANDA MAGALHテウS

LUCIANA CHWARTZMANN

LUIZ ANTONIO DE ASSIS BRASIL, MARTA SUPLICY e TARSO GENRO O chamego de SERENO CHAISE e ROSANE ZANELLA

Rui e DorIs Spohr | 85


social

CLARICE CHWARTZMANN

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fernanda davoglio

fernanda davoglio

LUZIMAR STRICHER, RUY e ARMINDA LOPES, sempre alegria

CARMEM FERRÃO e VANIUS HOEWELL

fernanda davoglio

Planeta: MAGDA e HENRIQUE WALPER (e), JOSÉ e FLAVIA GALO com LU FRANCISCONE. Abaixo à esq., LAIRSON e MOEMA KUNZLER

A beijoca de THAIS PENA e o prefeito de Canoas JAIRO JORGE

FERNANDA e FABRICIO POZZEBON

Turma cultural: REGINA PROTSKOF, FLAVINHO BORGES, REGINA UNGARETTI e ANDRÉ VENZON

Elegante, ADULCE ZAFFARI

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cartola_normal social

A cantora ANA LONARDI e JOKA ALOVISI

BENTO CORBETA ribeiro

PEDRO VERISSIMO, talento e doçura

FERNANDO EICHENBERG

À esquerda, CAROLINE KRELING, à direita, ELVIRA FORTUNA e MARIA LUIZA CALIL

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MILENA FISCHER


www.tabeditora.com.br


pontofinal

Olhos do Céu

* O autor é tenista profissional e viaja em média 35 semanas por ano pelo mundo.

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Sentado, encostado na janela, olhando para o lado de fora, vê o passar lento de gigantescos blocos de algodões flutuantes num céu azul-claro. Uma melodia sedosa acompanha sua mente, que, livre de qualquer pensamento naquele instante, não assimila nada, apenas tenta traduzir a beleza e a serenidade dessa paisagem única que se forma frente a seus cansados olhos. Não identifica a música, que mesmo desconhecida define como perfeita para acompanhar de camarote esse papel de parede vivo diante do qual se encontra. Pensa que talvez isso seja a felicidade. Sorri para si mesmo. Depois desse primeiro sorriso, solta mais um longo suspiro “afff”. Olha para o lado, ninguém acompanha. O espetáculo de um aglomerado de nuvens macias e deliciosas que mais parece um algodão-doce gigante navegando num mar de águas calmas passa batido pelos outros e é apenas seu. Solitário em pensamento, volta-se à janela mais uma vez tentando absorver toda a beleza que pelos olhos de seus vizinhos está sendo desperdiçada. Seja qual for o motivo de estarem ali, indo ou vindo, a trabalho ou lazer, não se enchem dessa escandalosa sensação de bemestar em que se encontra absorto. Acompanhar o movimento enigmático desse conglomerado de ovelhas e rabo de galos, brancos e com seus mais de cinquenta tons que enfeitam a imensidão de um céu sempre azul, é um bálsamo para um viajante. Sentar num avião nunca lhe pareceu sacrifício, mesmo que a trabalho, e encontrar essa trégua em meio ao desgaste físico e mental da demanda rotineira o faz sentir-se cheio, pleno. Tão simples e tão vigoroso. Assim mesmo, como deveria ser. Andre Ghem*


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WWW.PUPPIBAGGIO.COM.BR


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