DESIGN MODA ARQUITETURA CULTURA DECORAÇÃO GASTRONOMIA COMPORTAMENTO #9
Movelaria Italiana
Criatividade aliada ao know-how
Roberta Sudbrack Gastronomia sensorial
Cazaquistão Remoto e atraente
Moda + design
Fiorella Mattheis
EDITORIAL
Roberto Pereira
Um brinde ao tempo Ao abrir, em 1982, uma pe-
lhecido. Esse mix de influências diversas compõe o que há de mais
quena loja de 70 metros
instigante no lifestyle contemporâneo.
quadrados, não imaginei que
A revista Way Design também comemora nesta edição os 30
hoje, 30 anos depois, a Way
anos da marca. O Rio de Janeiro está presente num circuito artsy
Design ocuparia um espaço
e também nas grandes festas que animam a cidade. Maurício
de destaque na cena de de-
Nóbrega, na serra fluminense, e Paola Ribeiro, nos balneários des-
coração e design do Rio de
colados daqui, mostram as construções com aqueles traços que
Janeiro e de Niterói. Foram 30
combinam tão bem com o relevo da nossa natureza. Tem coisa
anos de desafios, conquistas,
melhor do que momentos de dolce vita a bordo de uma lancha de
pesquisas e, principalmen-
luxo que parece uma casa? Você vai ver aqui.
te, contato com profissionais
Uma entrevista com Luiz Paulo Marcolini, diretor do Casa
competentes e maravilhosos.
Shopping, mostra como está a evolução do mercado de móveis. E
Esta edição é dedicada a
nossa nova loja, neste espaço, acompanha o contexto de moder-
todos que tornaram possível
Uma profissão recente ganha força, a de interior designer. Com
ca da empresa com trabalho e otimismo no seu dia a dia. Aos
ela chegam jovens profissionais como Bruna Sideris e Erica Eyler
arquitetos e interior designers que nos prestigiam em seus pro-
que representam bem a geração antenada.
jetos. Nossos clientes, sem o aval deles não seria possível tanta expansão. Aos profissionais de vários segmentos como marketing,
A empresária Dania De Dea explica porque o design italiano é objeto de desejo.
assessoria de imprensa, jornalismo, assim como nossos fornece-
Os roteiros exóticos firmam-se como tendência entre viajantes
dores. Ao CasaShopping e Rio Design Leblon onde estamos desde
sofisticados. Que tal conhecer o Cazaquistão pelo olhar do fotógra-
que inauguraram. Ao Rio Plaza, em Botafogo, e à cidade de Niterói
fo Pedro Duque Estrada Meyer? Seu pai foi embaixador do Brasil
que nos acolheram com tanto carinho e receptividade.
nesse país oriental e ele conheceu com profundidade seus con-
Um reconhecimento especial a Sergio Rodrigues que, com a
trastes e belezas. É dele também as fotos da mostra Superfícies da
fluidez de suas formas atemporais, nos deu a honra e o privilégio
Way Cultural deste ano. Para Herbert Henn, curador da exposição,
de representá-lo no Rio de Janeiro.
“Pedro atravessa os planos da realidade, do tempo e propõe uma
Também agradecemos aos novos designers, que nos surpre-
reflexão instigante”. Confira na entrevista.
endem a cada ano com traços que renovam conceitos: Jader
Marcos Puertas e Sérgio Rocha, Carlos Boeschenstein e
Almeida, Pedro Mendes, Flávio Borsato e Maurício Lamosa, Maria
Sergio Conde Caldas demarcam com classe e talento o segmento
José Canedo, Leonardo Lattavo e Pedro Moog, Zanini de Zanine,
corporativo.
Marcelo Ligieri, Simone Giovanella, Eduardo Baroni, Alessandra
A alta gastronomia brasileira tem em Roberta Sudbrack uma
Delgado, Clésio Pena, Frederico Cruz, Paulo Alves, Rejane Carvalho,
apaixonada pela nossa história. E ela transita com elegância entre
Ronald Scliar Sasson, Tadeu Paisan, Victor Angueira, Zeca Rappete
sabores sutis e inusitados com a mão de quem faz obras de arte.
e Marilda Marchiori, Wagner Brasil e José Wilson Coronel.
A moda aliada ao design está nas páginas do ensaio com a
A coleção 2012 da Way Design investe numa mistura inespe-
linda Fiorella Mattheis. O clima vintage das roupas se une ao jeito
rada de materiais que convivem em harmonia. Nada mais atual.
moderno de usá-las em imagens que expõem a identidade da mu-
Assim, as peças vão da transparência do cristal e do acrílico, pas-
lher cosmopolita.
sam pela laca desde os tons tradicionais à ousadia das cores vibrantes, visitam as madeiras em todas as suas texturas até chegar à madeira de demolição, aos troncos das árvores e ao couro enve-
4
nidade com ambiente amplo, personalizado e exclusivo.
nossa trajetória. À equipe da Way Design que mantém a dinâmi-
Proponho um brinde com todos vocês! Eliana Pazzini
ÍNDICE 10
By the way Way cultural
12
Superfícies . Pedro Meyer
16
Design italiano arquitetos
20 24
Serra . Maurício Nóbrega
28
Design & lanchas
Praia . Paola Ribeiro
way corporativo
32 36 40
Sergio Conde Caldas Carlos Boeschenstein Puertas & Rocha Estilo
44
Rio, estiloso e artsy Gastronomia
48
Roberta Sudbrack moda + design
52
Fiorella Mattheis Viagem
60
Cazaquistão interior designer
68
Bruna Sideris e Erica Eyler entrevista
74
Luiz Paulo Marcolini
76
nova loja casashopping
80
coleção 2012
94
Décor + festas
LOJAS: Rio Plaza Shopping Rua General Severiano, 97, lojas 140-143, Botafogo - Tel. (21) 2244-1161/2295-8541 | Casa Shopping Av. Ayrton Senna, 2.150, bl F, Ljs 106-108, Barra da Tijuca - Tel/Fax. (21) 3325-0077 | Rio Design Leblon Av. Ataulfo de Paiva, 270, Leblon, Ljs 106-107 SS - Tel/Fax. (21) 2259-0357 | Niterói Av. Roberto Silveira, 450, Icaraí - Tel. (21) 2710-1512 | Venda Corporativa Tel. (21) 2491-8496 - vendas@waydesign.com.br | Way Wedding List suporte_lista@waydesign.com.br | www.waydesign.com.br Direção Geral Eliana Pazzini, Alexandre Pazzini e Leonardo Pazzini | Editores Fabiano Niederauer e Ricardo Pereira | Design e coordenação gráfica 3R Studio Comunicação | Direção de arte Ricardo Pereira | Projeto gráfico Roberta Agnese Martins Programação visual Roberta Agnese Martins | Colaboradores André Nicolau, Antonia Leite Barbosa, Elda Priami, Fabio Rossi, Herbert Henn, Joana Dale, Marcelo de Mattos, Marcio Irala, Marina Teixeira, Pedro Duque Estrada Meyer, Renato Neto, Roberto Pereira, Sérgio Greif, Suzete Aché, Sylvia de Castro, Vander de Castro ano 8_#9_maio de 2012
Impressão e CTP IBEP (11) 2799-7799 | Tiragem 15.000 exemplares
Rua General Dionísio, 36, Humaitá - Tel. (21) 3578-6242 | www.3rstudio.com.br
coluna
By the WAY
Eventos, personalidades, encontros e informações sobre tudo o que movimenta o universo do décor
Way Cultural Na quinta edição do projeto Way Cultural, a Way Design inovou e elevou o design a status de obra de arte. Prática comum somente em galerias e museus, a marca propôs a quatro talentosos designers brasileiros que desenhassem peças exclusivas, tendo a natureza e as formas orgânicas como tema. Jader Almeida, Pedro Mendes, Zanini de Zanine e o estúdio Latoog, formado pela dupla Leonardo Lattavo e Pedro Moog, assinaram os móveis da exposição Natureza Móvel. O evento também foi marcado pelo lançamento da revista Way Design. Patricia Brandão comandou a lista de convidados que lotaram o Rio
Bazar reação Além de referência em móveis que traduzem design e elegância, a Way
Design Leblon. 1. Alexandre Pazzini, Luiza Brunet e Leonardo Pazzini
Design também está focada na responsabilidade social, através da parceria
2. Pedro Mendes, Sergio Rodrigues, Eliana Pazzini e Zanini de Zanine
com o Instituto Reação, uma ONG que há 10 anos auxilia o desenvolvimen-
3. Herbert Henn entre Leonardo Lattavo, Pedro Moog e a poltrona Ouriço
to humano através do esporte e da educação. Idealizado pelo judoca Flávio Canto com apoio da atriz Fiorella Matheis, o evento contou ainda com a participação de artistas como Bruno Gagliasso e Geovanna Ewbank. As peças doadas foram para leilão.
CONVENÇÃO Confraternizar, aprender, trocar experiências. Estes foram os objetivos da Convenção Way Design 2012, realizada no Espaço Casa – badalada área de eventos do CasaShopping. Reunindo todos os setores da empresa, o encontro contou também com uma palestra do
1
consultor Edmour Saiani. Idealizador da empresa Ponto de Referência, Saiani falou sobre motivação dos funcionários e liderança.
Conforto After Beach O projeto desenvolvido pelas arquitetas Renata Manso e Amanda Lima teve como objetivo trazer personalidade à residência e criar um ambiente ao mesmo tempo elegante e despojado – clima este que não pode faltar em uma casa de praia. Aliando móveis requintados, tecidos rústicos e designs assinados pela Way Design, foi possível chegar a um resultado que surpreendeu os moradores.
2
3
10
Way Design no Casa Cor Presente em sete ambientes do Casa Cor, a Way Design comemo-
MORAR MAIS
rou sua participação na mostra com um coquetel no dia 6 de outubro. Os
A mostra Morar Mais já se consagrou na cidade por sua par-
produtos da marca estavam no Ponto de Encontro, de Leila Dionizios, no
ticularidade: reunir charme e sofisticação sem gastar quantias
Sollarium, de Anna Luiza Rothier e Angela Frota, no Estar Íntimo, de Marise
exorbitantes. O evento traz ideias inovadoras e soluções criativas,
Marini, no Cocktail Lounge Bar de Jairo de Sender, na Adega de Carlos
elaboradas por profissionais qualificados, para a criação de uma
Murdoch e em destaque, no Grande Hall, um dos mais importantes do
decoração chique e acessível. Durante o evento, a Way Design
evento, assinado pelo arquiteto Caco Borges. O evento foi marcado pelo
apresenta uma bela maneira de estreitar laços com seus arquite-
show de Billy Blanco Jr.
tos – um almoço promovido pela marca. Em 2011, a presença de
1. Gorete Colaço e Leonardo Pazzini
profissionais como Fabiana Carvalho, Marina Machado, Marcelo
2. Tony Lisht, Eliana Pazzini e Claudio Prado
Possidonio, Renata Velosso, Mirian Fittarone, Rosane Servino,
3. Carlos Motta, Júnior Greco e Ronald Goulart
Patrícia de Freitas Souza, Paulo Henrique Gonçalves e Claudio Maurício trouxeram ainda mais brilho ao encontro. A chef Lilian
4. Caco Borges e Sérgio Rodrigues
Fortuna elaborou menu especialíssimo para a confraternização.
Mesa Redonda WIC Leonardo Pazzini foi um dos destaques da mesa-redonda “Decore sua casa”, realizada no X Workshop Inesquecível Casamento, no ho1
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tel Intercontinental, em São Conrado. Apresentada pelo jornalista Bruno Chateaubriand, a atração contou com a presença de grandes nomes do décor para tirar dúvidas de noivas que já casaram ou que estão nos ajustes finais para o grande dia. 1. Giordano Cacciola, Leonardo Pazzini, Mariana Fonseca, Fabiano Niederauer,
Joy Garrido, Renata Cordeiro Guerra e Caco Borges
3
4
Way na Casa Design Os móveis da Way Design roubaram a cena durante a 10ª edição da Mostra Casa e Design. Durante o evento, que aconteceu entre os dias 14 de outubro a 10 de novembro, em Niterói, foram apresentadas as últimas tendências em móveis para sala de estar, sala de jantar, home e quarto, nos ambientes de renomados arquitetos como Andressa Almeida, Gustavo Quintanilha,
Conceito Luxo x Lixo
Claudio Mauricio, Paulo Henrique, Magda Cury, Paula Mota,
Transformar desuso em elegância e sofisticação. Este foi o objetivo do
Pedro Gismondi, Marcela Babino, Roselisa Monteiro, Kelly
projeto executado pelas arquitetas Gabriela Eloy e Carolina Travaglini, nesta
Klopper, Luciana De Simone, Ricardo Leão e Cristina Grossi.
loja de bolsas e acessórios. A solução encontrada foi mixar, em meio a conceituados fornecedores como Way Design e By Floor, peças de couro e peles exóticas expostas em barris de petróleo e caixotes de feira. Um
Pedro Gismondi em Milão Dizem os decoradores que é em Milão que tudo começa.
projeto sustentável capaz de criar uma estética luxuosa a partir do que é considerado obsoleto ou inutilizável.
Para apreciar de perto a atenção que o italiano tem em sofisticar com uma viagem inesquecível para a capital do design.
Denilson Machado / MCA Estúdio
tendências, a Way Design premiou o arquiteto Pedro Gismondi
11
WAY CULTURAL
Ele chega de mansinho à loja Way Design, no Leblon. Jeito nerd. O aroma do perfume Armani combina com o seu despojamento casual. O wild side desse descendente de quatro famílias tradicionais fica por conta das tatuagens, parte importante de sua história. No iPad, ele mostra as imagens do ensaio Superfícies, que a Way Design, com curadoria de Herbert Henn, elegeu para ser a mostra de 2012. Aos 30 anos, Pedro Matta Machado Mafra Duque Estrada Meyer conta, com voz suave e bom humor, como convive com a responsabilidade de carregar este nome. “Já me senti pior (ri). Da parte de minha mãe sou Matta Machado, família tradicional mineira que tem fama de ser ou muito inteligente ou muito louca. Desde o colégio, na época que estudei em Minas, me perguntavam de qual das duas partes eu era. Respondia se havia alguma diferença entre elas. Mafra é da família do pai da minha mãe, que é de São Paulo. Duque Estrada Meyer é da família do meu avô paterno, aqui do Rio. Na verdade, há algumas gerações as duas famílias se juntaram e passaram a usar os dois sobrenomes”. O contraste entre o lado aristocrático e o popular é o que mais atrai em sua personalidade. “Isso é muito divertido e me define bem. Saber aproveitar o bom gosto, a informação, a cultura que você tem acesso quando vem de uma família tradicional e, ao mesmo tempo, não se fechar aos altos níveis da sociedade e não ser elitista é o que importa”.
ços vêm da adolescência. “Eu era muito
Você é considerado um rebelde pelo clã tradicional? Ele acha
bonzinho e calado no colégio. Tímido, quie-
graça e concorda. “Não sou, mas acham que sou. Não tenho por
tinho, estudioso. Encontrei uma forma de
que negar a minha origem e sinto orgulho dela. O que você vai fazer
me defender. De mostrar que não era só
com o que recebeu é outra história”, reflete. A influência aristocrática
um nerd indefeso. Fiz a primeira no Rio que
Peso. Uma das
está no gosto por música clássica, ópera, arte renascentista. E o
foi paga pelo meu pai, um presente quan-
imagens do ensaio
lado popular? “Gosto de comer cachorro-quente de rua”, declara
do fiz 14 anos. Depois me tatuei na Suíça,
com uma deliciosa gargalhada.
em Genebra, e aí foi...” Na barriga, a palavra
Superfícies 12
As tatuagens que cobrem os dois bra-
Transgressor cult Com oito anos de carreira, o fotógrafo Pedro Duque Estrada Meyer criou um trabalho autoral de beleza incomum. E suas imagens são uma forma de meditação filosófica por Elda Priami . fotos Pedro Duque Estrada Meyer
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WAY CULTURAL observasse veria que tinha alguma coisa ali que não estava sendo dita. Quando voltei e revelei as fotos todo mundo começou a falar que eram muito bonitas, que havia uma sensibilidade e aí resolvi estudar um pouco mais. Acabei indo para Nova York e trabalhei com um fotógrafo bem legal que fazia comerciais importantes. Pude ver como funciona o grande mercado da fotografia”, explica. No Rio de Janeiro, ele fotografa para marcas de moda. A intenção é dedicar mais tempo ao que denomina válvula de escape para os seus anseios, suas frustrações e seus questionamentos. “Através do meu trabalho autoral consigo tocar nisso, exorcizar dores, colocar em debate algumas questões que às vezes escondo até de mim mesmo”, confidencia. Seus ensaios são feitos a partir de temas que ele pesquisa. Em sua opinião, as fotos passam a existir na hora que são percebidas pelo outro. “O que considero bonito na fotografia é a sua subjetividade. Ela interpretada pelo olhar do outro, assim como toda arte Filia, que em grego significa amizade, é uma
deve ser. Depende da soma do que o seu olhar sugere com o que
homenagem a um casal grego amigo dele.
o espectador quer ver”.
Nas pernas ele tem corações com nomes
A série Superfícies, composta por 12 imagens, supõe uma
do irmão e da irmã. “No meu braço direi-
transição, um segundo plano, depois daquela superfície inicial.
to – a que mais gosto – estão as três perguntas mais importantes: quem
amar,
contra
quem lutar, quando ir embora,
pensamento
do escritor americano Dave Eggers. O outro braço inteiro é uma homenagem à música. Tem um rádio antigo,
“Além das texturas das superfícies fotografa-
O seu olhar vai além do que está na sua frente, atravessa os planos da realidade, do tempo e propõe uma reflexão instigante
uma clave de Fá, outra
Herbert Henn
de Sol”. Vale dizer que
ou subjetiva. Superfícies supõem sempre a existência de outros planos sob elas, ao mesmo tempo em que revelam algo, escondem, velam. Sempre entra o efeito do tempo, que é a maior dimensão. Há realismo nas imagens altamente contrastadas, no que se refere à dicotomia/dualidade entre vida e morte, claro e escuro, bondade e maldade. É um questionamento filosófico. Através do conhecimento só vem dor”, fala em tom mais baixo. Herbert Henn, curador da mostra Way
no peito, ele tem a mais recente, uma cópia
Design 2012, Superfícies, explica a razão de sua escolha. “São mui-
fiel do brasão da família Duque Estrada. E
tas as percepções que convivem em uma imagem de Pedro Duque
também carrega o símbolo em forma de um
Estrada Meyer. O seu olhar vai além do que está na sua frente, atra-
anel de ouro, presente do avô.
vessa os planos da realidade, do tempo e propõe uma reflexão insti-
Pedro mora em Ipanema, mas nasceu
14
das há a textura do tempo, que pode ser real
gante. Por isso o seu trabalho ‘Superfícies’ é tão especial”.
em Belo Horizonte. Sempre viajou muito
Pedro tem uma teoria para justificar seu amadurecimento pre-
por causa da profissão do pai, que é diplo-
coce: “Li livros demais, cedo demais. O mais marcante foi Além
mata e, atualmente, embaixador do Brasil
do bem e do mal, do filósofo alemão Friedrich Nietzsche. Não
em Marrocos. Formou-se em Relações
entendi quando li, mas tentei e fiquei bem confuso. Li também
Internacionais na PUC-Minas. Até 2001
Laranja mecânica, de Anthony Burgess, Demian e Lobo da este-
nunca tinha pensado em ser fotógrafo pro-
pe, de Hermann Hesse, entre tantos outros. E tudo isso a partir
fissional. “Fiz uma viagem com meu irmão e
dos 12 anos.
meu pai para a Índia. Quando a gente esta-
Seu trabalho autoral foi exposto em Londres, na galeira
va no voo teve um terremoto superforte e a
da Dazed & Confused, como um dos ganhadores do concurso
situação era caótica. Eu tinha uma câmera
Spirit of Brasil. Fez uma exposição individual no Museu de Arte
xereta automática, de filme ainda. Fotografei
Contemporânea, no Cazaquistão. No Rio de Janeiro, participou
a viagem inteira durante 15 dias, sem pa-
de coletivas no Centro Cultural de Justiça, na Casa do Saber e
Stairs, acima.
rar. Antes disso fotografava de brincadeira,
na galeria Largo das Artes. Recebeu três menções honrosas do renomado prêmio francês de fotografia PX3.
Caminhos, Frame
mas dessa vez fotografei pessoas e lugares,
e Blue Revelation,
e havia aquela dor latente que me tocava.
ao lado
Fotografei cenas cotidianas, mas se você
Próximo ensaio? Já começou e promete colocar fogo nas areias de Ipanema. O resto ele não revela.
15
DESIGN ITALIANO
Quem não quer um italiano em casa? A criatividade aliada ao know-how fazem da indústria moveleira italiana uma das mais bem sucedidas do mundo por Suzete Aché . fotos Divulgação
Escultural, a poltrona Nemo, de Fabio Novembre, é fabricada pela Dríade e já se tornou um ícone 16
17
DESIGN ITALIANO
Quem trabalha na área de design e decoração sabe que as empre-
Em 1936, Gio Ponti (arquiteto, designer ,
sas italianas se destacam no mercado internacional. Moroso, Bonaldo,
ilustrador e criador da revista Domus), con-
Dríade, Arper, Flos, Artemide, Minotti e Poltrona Frau são algumas das
siderado um dos maiores intérpretes do de-
marcas mais cobiçadas do mundo. Designers como Gio Ponti, Achille
sign italiano, deu o caminho para a indústria
Castiglione, Gaetano Pesce, Antonio Citterio e Fabio Novembre são figu-
afirmando que a forma de um objeto ou de
ras festejadas e suas criações já se tornaram clássicas.
um edifício deveria derivar da sua função.
Mas para chegar a esse patamar foi preciso percorrer um longo caminho. Segundo a empresária Dania De Dea, da Brasita – maior importadora e distribuidora de móveis e luminárias italianas do Brasil há mais de 20 anos – na época da revolução industrial, do movimento Arts&Crafts e da Escola Werbund, na Alemanha e na Suíça, faltava na Itália uma tradição industrial. Isto fez com que a consciência arquitetônica e do design nascesse através do que foi chamado movimento racionalista, que pretendia conjugar de Dania De Dea,
uma forma racional e original as características
o design italiano ser conhecido e desejado é ter desenvolvido uma inteligência relacional, ou seja, a indústria se relaciona abertamente com o arquiteto, com o designer ou com o artista. Este relacionamento é inteligente porque as forças se unem.
cercada de italianos:
nacionais do classicismo italiano com a lógica estrutural. O primeiro
A indústria com seu know-how, tradição e
cadeira Blues, da
passo foi o encontro entre os arquitetos e designers (que além de
qualidade, e o designer com sua criativida-
Bonaldo, e pufe Pix,
talentosos eram intelectuais), com industriais dinâmicos, motivados
de e desejos”, afirma Dania, acrescentando
e participativos, considerados artesãos mecanizados.
que “o networking pode explicar esse rela-
da Arper 18
Um dos motivos para o design italiano ser conhecido e desejado é ter desenvolvido uma inteligência relacional
“Um dos motivos para
cionamento. Imagine tudo isso como uma
pela quantidade de matéria prima, como, por exemplo, os polímeros
teia de aranha, de valores na qual em cada
usados nas cadeiras feitas em polipropileno. Quanto mais polímeros,
fase de produção são mandadas informa-
mais resistência e maior o custo. Outro ponto que acaba esquecido é
ções diferentes para outras fases da produ-
o direito do autor. Quando é feita a cópia, a preocupação com o aca-
ção até formar o produto final”.
bamento é menor e o designer não tem que ser pago”, conclui.
Conhecida por ser um celeiro de artistas,
Dania tem muitas histórias interessantes para ilustrar o ine-
a Itália tem hoje em dia verdadeiras obras de
ditismo dos criadores italianos. Uma delas fala de como o po-
arte feitas em série pela indústria moveleira,
der de convencimento pode levar a caminhos impensáveis. “Em
mas que nunca poderão ser reproduzidas
1964 o designer Bruno Munari propôs a um industrial, produtor
pela avassaladora invasão da indústria chine-
de tecidos para confecção de malhas tubulares, usar esse te-
sa, que copia em todos os setores. “A maio-
cido na confecção de uma luminária. Dessa união nasceu uma
ria dos produtos chineses são cópias de pro-
das luminárias ícones do design chamada Falkland, comercializa-
dutos originais. Para a indústria italiana isto
da pela Danese até hoje. No caminho inverso, o industrial Piero
tem um custo altíssimo. Desenvolver um pro-
Busnelli, nos anos 60, depois de visitar uma fábrica de plásticos,
duto requer muitos investimentos e copiá-los
interessou-se por um patinho feito de poliuretano expandido e
é infinitamente mais fácil. É exatamente neste
propôs a uma fábrica de sofás que usasse o material. Um desses
ponto que a informação para o vendedor e
fabricantes era dono da marca Cassina e desde então a utilização
o consumidor final é fundamental”, explica a
do poliuretano eliminou as estruturas internas do sofá, que antes
empresária. “A famosa comparação de que
eram feitas de madeira e fibras naturais, tornando o produto pra-
A Big Table tem um
“o produto é igual e custa menos” precisa
ticamente indeformável, mais higiênico e durável”, conta ela.
lado bem-humorado
ser entendida. Aparentemente ele é igual, mas são muitas as diferenças, a começar
E assim chegamos ao século XXI conseguindo realizar um desejo que vive no imaginário coletivo: ter um italiano em casa!
e é assinada por Alain Giles 19
arquitetos
Maurício Nóbrega Armazenando bom gosto
por Suzete Aché . fotos Divulgação / Fabio Rossi
O arquiteto Maurício Nóbrega, que está completando 28 anos de profissão, já perdeu a conta de quantas obras fez ao longo de sua carreira. Ele contabiliza cerca de 1.500, entre casas, apartamentos, restaurantes, hotéis e lojas. Estagiário do escritório de Claudio Bernardes e Paulo Jacobsen, Maurício também trabalhou com Ana Maria Índio da Costa até fixar-se como gerente de projeto da extinta Mesbla, lugar em que ficou durante alguns anos. Hoje trabalha num charmoso escritório no Leblon, mas toda a semana está em São 20
Paulo, onde bate ponto na sua filial paulista, lotada de trabalhos.
700 mil m2, cercada por montanhas e com
A fachada da casa-
Mas volta e meia está acompanhando algum cliente ao exterior,
uma vista de perder o fôlego, a casa tem
celeiro, em Secretário,
onde também tem diversos projetos.
dois andares e três quartos – um deles enor-
na serra fluminense
Num condomínio na serra fluminense, em Secretário, foi desafia-
me, no mezanino, com oito camas, para as
do a projetar uma casa confortável, para uma família com três filhos.
crianças, com dois banheiros, um para as
“Eles queriam um lugar que tivesse espaço para que todas as crian-
meninas e outro para os meninos.
ças pudessem trazer os amigos. Ao mesmo tempo pediram que não
Feita de alvenaria com efeito de bits
fosse muito grande, complicada para manter”, conta ele. Mas esse
que parecem réguas de madeira, a casa-
não foi o único desafio: os moradores queriam uma casa diferente.
celeiro teve a sua “paginação” aquecida
O arquiteto sugeriu então que tivesse o estilo de um celeiro ameri-
por uma lateral de tijolos de demolição
cano sem ser tão temático. O resultado? Um charmoso refúgio na
que abriga a cozinha. O telhado bem típico
montanha, de 130m2, mas que parece bem maior por dentro, já que
tem telhas shingle para acentuar o estilo e
tem um pé-direito de oito metros de altura. Plantada num terreno de
pequenas janelas. O aquecimento solar e 21
arquitetos
a pequena jacuzzi no lugar de uma piscina grande são detalhes pensados carinhosamente. “Preferimos criar um lago para que a garotada pudesse se divertir fazendo pescaria”, explica. Móveis rústicos, com ares provençais, chão cimentado e tapetes para esquentar nos dias de frio são os pontos altos da decoração. Para arrematar, o lugar está sendo revitalizado com a reintrodução da fauna e da flora nativas. O paraíso parece que é aqui!
Construída num terreno de 700mil m2, a casa tem uma concepção de celeiro nos moldes americanos e o adendo de uma cozinha feita de tijolos de demolição. O pé-direito alto aumenta a dimensão do living 22
23
arquitetos
Paola Ribeiro Muitos Estilos por Suzete Aché . fotos Divulgação
Recém-instalada em uma casa antiga na Gávea, que tem a fachada tombada, a interior designer Paola Ribeiro comanda 30 funcionários que se dividem em três áreas. A corporativa cuida das obras nos hotéis da rede Windsor, no Miramar e no Flórida, entre outros, e, ultimamente, vem cuidando também da nova identidade visual da área interna do Fashion Mall, em São Conrado. Outro ponto forte do escritório é o mercado imobiliário, para onde dá consultorias, conceitua as áreas comuns e apartamentosmodelo. Seus clientes são poderosos: Odebrecht, Gafisa, João Fortes e RJZ-Cyrella. Na área residencial, Paola atua com reformas, construção e decoração e, além de casas e apartamentos, dá seu toque especial em escritórios e consultórios. Sem mãos a medir (está com cerca de 40 obras em andamento), abriu escritório em São Paulo para poder atender aos inúmeros pedidos dos mais distintos clientes. São mais de 22 anos de profissão e ela 24
A reforma da casa, num condomínio em Angra, aumentou a área construída, adicionando novos pergolados à área externa
25
arquitetos
confessa que desde criança se interessou por arte e decoração. “Sempre decorei todas as minhas casas e acho que não tenho um estilo. Meu estilo é mesclar os estilos e saber usar os materiais de maneira criativa”, diz ela. Esta casa, no condomínio Portobello, em Angra dos Reis, tem a vantagem de estar tanto na praia quanto na montanha. A pedido dos clientes, que gostam muito de receber, ela reformou toda a residência, empregando materiais práticos, aumentando a área para 400m 2 (que agora conta com cinco quartos) e modificando a fachada, que era muito rústica. “Fiz novos pergolados, fechei a varanda, construí sauna, churrasqueira e hidromassagem. Para unificar tudo, optei pelo piso Bologna, da Pietra, que imita travertino”, conta ela, que na piscina usou a pedra Hijau, da Palimanan. “Ela pode ser usada como revestimento de muros e paredes, mas quando molhada, fica com um ar do mar do Caribe. À noite a iluminação é de led”. Sempre presente nas mostras de decoração do Rio, Paola Ribeiro assina projetos também em Belo Horizonte, Maranhão, Brasília e Itália e tem uma homepage www.paolaribeiro.com.br, onde seus trabalhos podem ser vistos. “É muito interessante esse retorno da internet. Recebo visitas de vários países, até da Ucrânia”, conta ela. 26
A fachada tem colunas revestidas de tijolinhos rústicos e piso que imita travertino. A piscina é cenográfica tanto de noite quanto de dia e a decoração é confortável e elegante 27
DESIGN & LANCHAS
Na onda do design Especialistas em decoração náutica mostram que é possível ter um barco com cara de casa, sem abrir mão do estilo e do conforto por Joana Dale . fotos Divulgação
28
Mesa Saarinen na sala de jantar, cabeceira
Depois de decorar o Pink Fleet, barco de Eike Batista que leva
de couro no quarto de dormir e pia de már-
cariocas e turistas para passear na Baía de Guanabara, a dupla Carla
more no banheiro são exemplos de que a
Muniz e Lu Kreimer recebeu a missão de projetar o interior do iate
vida a bordo pode ser um luxo. Craques em
particular do empresário, uma Ferretti de 500 pés (aproximadamente
decoração náutica são capazes de trans-
110 metros quadrados). Para escolher revestimentos, móveis e até
formar os compactos ambientes de barcos
vasos de flores, Lu passou uma semana na Itália na companhia da
em casas flutuantes que respiram persona-
arquiteta Tania Ortega, proprietária da Tutto a Bordo, escritório pau-
lidade. Alta tecnologia em revestimentos à
lista responsável por projetos de interiores da Ferretti no Brasil. “O
prova de maresia e multifuncionalidade de
Eike odeia a cor preta. Tinha medo de o interior do barco ficar muito
móveis em madeira de lei formam o casa-
escuro, italianão demais”, comenta Lu, que escolheu couro Fendi
mento perfeito para quem não abre mão do
para os estofados. “Vesti a lancha com todo o aconchego de uma
estilo nem em alto-mar.
casa. Escolhi um couro pespontado, tipo Hermès, para forrar quinas
Interiores de iates projetados por Tania Ortega, da Tutto a Bordo, com móveis de design italiano bem fixados ao chão. À direita, a suíte do barco do empresário Eike Batista, com roupa de cama Fendi e revestimento de couro, escolhidos por Tania em parceria com a dupla Lu Kreimer e Carla Muniz durante viagem à Itália
29
DESIGN & LANCHAS
Projetos da
e demais acabamentos. É um recurso para
e linho que sobrevivem diante da chuva ou do sol. Móveis icônicos
decoradora Ana
proteger quem está no barco que ainda dei-
como a poltrona Charles Eames são bem-vindos, desde que fixados
xa o espaço chique, clean”, completa Lu.
ao chão para não se moverem quando o barco navegar. Quadros,
Claudia Moreno, que possui mais de mil barcos no portfólio:
O projeto do interior de um iate não precisa
necessariamente
aproveitamento
dialogar com o design
máximo dos
do barco. Mas é bom
compactos espaços
estar em sintonia, ex-
do quarto, da sala e
plica Tania Ortega, que
da varanda. Os móveis
desde 1993 atua no
de madeira de lei têm
front do mercado de
múltiplas funções
navegações: “Um barco fly, como são os da
Procuro fazer do barco uma extensão da casa do cliente com todo o conforto que ele teria na sua própria casa
Ferretti, tem mais cara
30
abajures e máquinas de Nespresso também devem ser bem amarrados. “Procuro fazer do barco uma extensão da casa do cliente com todo o conforto que ele teria na sua própria casa”, diz Tania. Autora de mais de mil projetos de decoração náutica, Ana Claudia Moreno também não perde a onda do design al mare. Cadeiras Ghost, de Philippe Starck, rodeiam a mesa de jantar de uma lancha que acabou de ficar pronta. Entre viagens para acompanhar projetos em Angra, Guarujá, Florianópolis e Manaus, a de-
de casa. Já para os barcos da Pershing, de
coradora queridinha de empresários, artistas e jogadores de futebol,
velocidade, aposto mais no estilo contempo-
faz paradas estratégicas em seu escritório, em São Conrado, onde
râneo”. Seja como for, a escolha de tecidos
uma equipe desenvolve móveis de madeira sob medida para embar-
e revestimentos deve ser muito cuidadosa.
cações. Vale bambu, peroba-do-campo, nogueira, desde que bem
Em visitas a feiras náuticas do mundo inteiro,
envernizados. Por outro lado, nem uma mesinha de centro que seja
Tania busca achados como práticos pisos
exerce apenas função de apoio: embaixo do tampo ela pode escon-
vinílicos de PVC que imitam madeira e po-
der um bar com garrafas embutidas, por exemplo. Outro aliado das
dem ser molhados, sem causar problemas
casas flutuantes é a tecnologia de ponta no sistema de iluminação,
futuros de manutenção. Para a área externa,
a LED, em sincronia com TV e som. Ana Claudia nunca assinou um
graças aos avanços da tecnologia, é possível
projeto em terra firme, e não quer saber de outra vida: “É muito pra-
forrar sofás e almofadas com veludo, chenile
zeroso trabalhar com lazer”.
CORPORATIVO
Sergio Conde Caldas DNA de arquiteto por Sylvia de Castro . fotos Divulgacão
A Arquitetura está no DNA de Sergio Conde Caldas, filho do arquiteto e dono da Concal, José Conde Caldas. “Eu nunca tive dúvidas. Sempre quis ser arquiteto. Até por que meu pai estimulava bastante. Quando eu era criança, ele brincava com a gente, no sítio de Pedro do Rio, de construir cidades com barro, isopor e folhagem, quando chovia...” Resultado: aos 34 anos, Sergio foi escolhido pela Ademi como arquiteto do ano de 2006, o mais novo de todos os tempos, pelo conjunto da obra. Desde lá, foram muitos prêmios. Todos os anos seu escritório marca ponto no prêmio Ademi, a festa do Oscar do mercado imobiliário. Este ano, ganhou o prêmio IAB, escolha dos colegas de profissão, em edificações. Ele é também vice-presidente da Asbea Rio – Associação Brasileira de Escritórios de Arquitetura –, e diretor de Planejamento da Concal, desde 2003.
32
Estrutura com
Já com muitos projetos executados,
20 arquitetos para
Sergio sentiu a necessidade de dar um voo
atender a procura
maior e convidou João de Sousa Machado,
e novos segmentos
seu colega da Faculdade de Arquitetura
como interiores
USU, arquiteto com projetos desenvolvidos
corporativos, retrofit,
também em Portugal e Angola, e premiado
shoppings, casas,
na Bienal de Arquitetura de Buenos Aires,
hotelaria e torres
para sócio no novo escritório, inaugurado
de escritórios
há menos de um ano no Jardim Botânico.
Os dois chamaram o italiano Arturo Isola para coordenador
Way nunca se absteve de apresentar soluções e atender nosso
de design e interiores. ”O mercado em geral, fragmenta muito os
cliente. Foi um sucesso de atenção, de comprometimento com o
projetos. Eu sempre fiz tudo, concepção, legal, paisagismo etc..
projeto o que, a julgar pelas vendas, ajudou bastante”.
mas me faltava tempo para os interiores. Sentia falta em atender
No final de 2010, Sergio iniciou o projeto Movimento Terras,
o projeto por completo, em nossos novos contratos atendemos
coordenando a construção de uma vila sustentável com oito ca-
tudo. Existe uma carência de escritórios trabalhando em interiores
sas, em Pedro do Rio. A primeira casa, já decorada, foi entregue
corporativos e estamos preparados para essa enorme demanda.
em abril. “É um projeto de bastante relevância por ser o único
Essa responsabilidade total sobre o projeto é uma mais-valia
com certificado pelo Breeam (selo mais respeitado do mundo) na
para o cliente receber o produto fechado. Acaba sendo mais eco-
América Latina, um divisor de águas. A sustentabilidade é cada
nômico e melhor em todos os sentidos.”
vez mais um pré-requisito. Consideramos que os projetos verdes
Em parceria com a Way Design, o escritório fez o maior estan-
têm também que ser contemporâneos, de acordo com o que o
de de vendas da Concal, para o lançamento do primeiro prédio
mercado quer hoje. As casas são lindas! Fizemos parcerias muito
corporativo comercial de São Cristóvão. O estande tem pé direito
boas com os fornecedores, como Deca, Guardian, Portobello,
de 9m e três salas decoradas com móveis e objetos da Way. “Ele
que criaram produtos específicos para atender às necessidades
foi montado em dezembro, em que as entregas são maiores, e a
do selo Breeam e aos conceitos de sustentabilidade”. 33
CORPORATIVO
Acima: projeto corporativo desenvolvido pelo escritório, um dos vários da mesma tipologia em andamento Ao lado: interiores corporativos – novo braço do escritório para atender a
Roberto Pereira
enorme demanda
34
A preferência de Sergio é pelas linhas
contemporâneo que aconteceu dia 22 de
retas, concreto e pelo aço. “A gente tem a
março, em Berlim, com curadoria de Zanini
cultura do concreto, por causa dos moder-
de Zanine, e agora vai ser itinerante, pela
nistas, mas o aço apresenta a vantagem
Europa. Em abril, junto também com Zanini,
da sustentabilidade e da agilidade. Com o
participaram do projeto do Metrô Rio, para
crescimento do mercado de construção,
fazer instalações de arte dentro das suas
fatalmente vai faltar mão de obra. E até
estações, com interferências de artistas e
2016 o ritmo terá que ser acelerado, para
designers na Estação Arcoverde.
cumprir prazos. Por isso, temos pesquisa-
Fazer projetos na Zona Portuária do Rio
do outros métodos construtivos. Todo dia
era uma intenção para o futuro mas hoje o
aparece coisa nova.”
escritório já desenvolve
Entre as claras influências no seu estilo, estão Richard Rogers, arquiteto
inglês,
e
Renzo Piano. Projeto
contem-
porâneo, linhas retas,
Hoje o escritório já desenvolve 3 torres corporativas na região da zona portuária
grandes vãos, privile-
3 torres na região “Acho que é onde a arquitetura brasileira vai chegar a outro patamar. Muitas empresas de fora estão vindo para o Rio. Não há melhor momento. As parcerias se tornam
giar a ventilação natural e sombreamento
mais fortes, não focadas apenas em as-
das fachadas estão entre as caracterís-
pectos financeiros, mas no tripé qualidade,
ticas principais do seu trabalho. E muita
preço, prazo. Queremos participar, exportar
transparência. “Do que mudou na arquite-
nossa arquitetura, nosso estilo plural.
tura, o que mais evoluiu foi o vidro”.
Os arquitetos e urbanistas saíram do
A tendência do escritório é usar o design
Crea e desde janeiro têm seu próprio con-
brasileiro em todos os projetos. Arturo, que
selho – o CAU. Isso foi fundamental para
é formado em arquitetura e pós-graduado
fortalecer nossa classe. É um momento
em design, estudou muito nossa realidade e
fantástico, muito propício. Várias coisas
nossa cultura para mesclar com as referên-
convergindo positivamente para a arquite-
cias que trouxe de seu país. Eles criaram a
tura, para o Rio e para o Brasil, para tornar
concepção da galeria temporária da maior
nossa classe forte e para valorizar nossos
exposição de design brasileiro moderno e
arquitetos”.
Alfa Corporate – sucesso de vendas com móveis da Way Design 35
CORPORATIVO
Para criar o espaço, ele se inspirou mais na universalidade de Carmen Miranda como ‘brasileira’, fugindo de estereótipos. Carmen está lindamente representada como uma mulher dos anos 40, que saiu do seu país e se impôs lá fora, que marcou seu tempo com elegância e que inovou. É uma casa contemporânea, com estofados em verde, cortinas de linho, piso de madeira de demolição, sem nenhuma intenção de ser uma casa temática. Roberto Pereira
Boeschenstein contou com a parceria da Way Design para deixar esse ambiente universal, contemporâneo e ao mesmo tempo tropical e brasileiro. “Viso muito a qualidade do que estou produ-
Carlos Boeschenstein Cardápio variado e bom humor, do Espaço Miranda aos hotéis mundo afora por Sylvia de Castro . foto Divulgação
zindo. Quando se trabalha com desejos ou sonhos das pessoas, se está trabalhando com motivos mais emocionais, que você tem que interpretar na arquitetura e na decoração. Isso é importante também nos projetos corporativos. Nesses espaços, temos que trabalhar com mais critério e mais sutileza. Fugir do que é datado e extremamente autoral. Ser corporativo é atingir diversas etnias, religiões, gostos, sem comprometer o seu trabalho. As principais regras do corporativo são custo, manutenção e durabilidade. Estamos falando de milhares de pessoas usando o mesmo espaço durante anos. Preciso suprir meu cliente de fornecedores que tenham o perfil corporativo em design, custo e durabilidade. A Way tem a qualidade, o design e o atendimento que meu cliente precisa, e preço, por que criou tabela diferenciada para o cliente que compra em quantidade. Através da criação de seu departamento corporativo, a Way se estruturou para atender esse segmento do mercado, que é o que eu busco para o meu cliente”. Carlos nasceu em Campos dos Goytacazes, descendente de
36
O projeto mais recente de Carlos Boeschenstein se chama Miranda,
suíços alemães. Seu avô era engenheiro de ferrovias e foi parar em
em homenagem a Carmem Miranda – um espaço de cultura e música,
Campos. O dia a dia da família era muito ligado à cultura. Teve, des-
que tem tudo a ver com o bom momento que o Rio vive. Foi inaugu-
de cedo, muita convivência com arte e com mobiliário brasileiro, que
rado em março, na parte superior do Lagoon, na Lagoa Rodrigo de
compunham a decoração da casa. Quando passava direto de ano,
Freitas, junto ao Estádio de Remo. E com uma curiosidade: a grande
o prêmio era ir a São Paulo, visitar o Masp e outros museus. Aos 16,
paixão de Carmen Miranda foi um remador...
veio para o Rio fazer o curso pré-vestibular e depois a faculdade de
“Esse espaço está muito ligado à música brasileira, a ritmos nossos
Arquitetura, no Bennett, oficializando esta ligação antiga com a arte.
que são até mais conhecidos e divulgados lá fora do que aqui, como
Formou-se em 1984 e, em 1990, teve a oportunidade de fazer o pri-
a bossa nova. Um investimento pesado e corajoso num produto de
meiro trabalho para a rede Caesar Park – a suíte imperial do Caesar
qualidade de alguém que aposta nesse momento do Rio – a empresá-
Park Ipanema. Foi o começo de uma relação de trabalho muito ínti-
ria Ariane Carvalho, do grupo MPB FM, e que acompanha os investi-
ma com a hotelaria. Venceu a concorrência para fazer a reforma do
mentos da hotelaria na cidade. Falar que é do Rio, que é carioca, tem
hotel Quinta da Penha Longa, em Sintra, Portugal, do mesmo grupo
muito charme, hoje em dia, em qualquer lugar do mundo. Precisamos
do Algonquin, de Nova York. “Mudei-me para lá. Fiquei dois anos
mostrar que esse charme vai além das praias”, diz Carlos.
morando em Sintra. Sugeri que me fosse dada uma consultoria em
Roberto Pereira
Acima: poltronas Swan, da Way Design, no Espaço Miranda. Ao lado, restaurante do hotel Blue Tree Faria Lima, pertencente ao Grupo Chieko Aoki Management Company, com hotÊis no Brasil e na Argentina 37
Duda Carvalho
CORPORATIVO
Acima: o Armazém do Vale das Videiras, centro de compras na serra de Petrópolis. Ao lado, projeto do restaurante Sky Lab do Rio Othon Palace Hotel. Na página ao lado, a Villa Noah, do Chieko Aoki Management Company, um centro de eventos feito numa antiga tecelagem, em São Paulo 38
algum dos hotéis deles, na Europa. O diretor do Vier Jahreszeiten,
experiência, um patrimônio que é seu e quer pulverizar para pesso-
em Hamburgo, me proporcionou uma verdadeira pós-graduação
as que não conseguem ver na hotelaria um nicho de trabalho.
em hotelaria, e fez a supervisão do projeto. Hoje, vejo a hotelaria com olhos de operação, de governância”.
Reconhece duas influências no seu trabalho. O americano de origem chinesa I.M.Pei – que fez a pirâmide do Louvre e o Four
Na volta ao Brasil, Chieko Aoki, que já se desligara da rede Caesar Park e estava à frente do Blue Tree, lhe pediu uma avaliação para um hotel dela. “Achei outro espaço para o meu trabalho: o de consultor, buscando soluções que o espaço físico precisa. Com essa visão operacional, comecei a agilizar esse processo de equacionar o espaço hoteleiro, e coloquei em prática em cinco hotéis Blue Tree, em São Paulo”. Carlos também foi chamado para dar consultoria, seguida de projeto, para hotel em Praia Del Carmen, no México. A rede Othon estava
Seasons, de Nova York –, pela sua atuação
Meu comprometimento é com a qualidade do design, com o que a arquitetura tem de mais geométrico. Acredito na simplicidade
abrangente num projeto, desde a arquitetura aos detalhes mais significativos do design de interior; e o americano Michael Graves, pelas suas criações livres e cheias de bom humor, especialmente na hotelaria, como nos hotéis Swan e Dolphin, da Disney World. Outras referências, Carlos tira do cinema. Ele lembra alguns hotéis que foram cenários de filmes, como o Beverly Wilshire, de Los Angeles, em Pretty woman; o The Pierre, de Nova York, em Perfume de mulher; o Plaza
precisando revitalizar a imagem e Carlos atuou no Leme Palace, no
Hotel, em Nova York, em Esqueceram de mim; e o New York
Olinda, no Rio Othon e até hoje mantém uma ligação com a rede. E
Palace, na Madison Ave, que passou a ser ponto turístico exata-
agora está fazendo um resort em Goiás.
mente por ter aparecido como cenário da série de TV Gossip Girl.
Além disso, faz palestras, workshops, dá cursos em desenho de interiores em algumas universidades, pensando em dividir sua
“Nos filmes, muitas vezes o cenário me chama mais atenção do que a própria cena” diz ele. 39
CORPORATIVO
O escritório de arquitetura e gerenciadora de obras Puertas &
pós-graduado em gestão empresarial pela UCAM – Universidade
Rocha, dos arquitetos Sérgio Rocha e Marcos Puertas, é a nova
Candido Mendes, em 2010 –, sempre trabalhou com projetos de
opção para projetos de interiores residenciais, comerciais e corpo-
interiores, sejam eles residenciais, comerciais ou corporativos. Além
rativos no Rio. Desde 2010, vem conquistando espaço no mercado
da experiência adquirida em projetos e acompanhamento de obras,
através de novos conceitos e metodologias que são consequência
foi convidado a participar do corpo docente no curso de design de
da vasta experiência de seus sócios. Sérgio, 38 anos, arquiteto e urbanista, formado pela FIB – Faculdades Integradas Bennett – em 2002, vem ao longo desses anos trabalhando com projetos corporativos de médio e grande porte. “Ganhei uma experiência muito grande. Nesse nicho de mercado, conheci o Puertas. Nossa amizade, nossas afinidades e nossos interesses se
A P&R cresce ordenadamente, sempre visando manter seus clientes 100% satisfeitos
fortaleceram ao longo do tempo e passamos
40
interiores da UCAM em 2004, lecionando computação gráfica e também orientando trabalhos de conclusão de curso como professor. “Conhecer o Sérgio foi a certeza de encontrar um parceiro para a realização de um sonho: um dia ter um escritório de arquitetura. Esse escritório é a representação da união de nossos conhecimentos”. A grande proposta da P&R é o sangue novo no mercado. Com uma bagagem expressiva e especializada em interiores, tanto residenciais quanto
a executar projetos em parceria, unindo conhecimento e evoluindo
comerciais e corporativos, a P&R tende ao minimalismo, criando es-
junto com a elaboração de projetos.”
paços clean, modernos, com muita tecnologia agregada e sempre
Marcos, 40 anos, formado em Arquitetura e Urbanismo pela
incorporando as questões ambientais e de sustentabilidade. A gran-
UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro em 1998 –, e
de consequência dessa mescla nos ambientes são espaços com
Sérgio Rocha e Marcos Puertas Minimalismo refinado
Roberto Pereira
por Sylvia de Castro . retrato Divulgação
muito conforto, bem-estar do usuário, que
gerenciamento financeiro. Com esse controle e gestão, garantimos
interage e se sente confortável neles, geran-
uma boa solução de projeto, sugerindo e validando os investimen-
do uma total satisfação. “Não somos um es-
tos para atingir o budget, sempre alertando e orientando o cliente
critório de arquitetura clássica. Seguimos a
para que tenhamos todo o processo encaixado dentro do crono-
linha minimalista. Entendemos que os con-
grama previamente acordado”, explica Sérgio.
ceitos americanos e europeus se mesclam e
A Puertas & Rocha acabou de entregar o escritório carioca da
estão sempre em constante adaptação para
Vanco Exploration, no Edifício Argentina, na Praia de Botafogo,
que a cada dia tenhamos como resultado
empresa de petróleo que tem sua sede em Houston. “O country
a melhoria na relação homem / mobiliário /
manager (Houston – EUA ) acompanhou a obra pela internet”,
espaço”, ressalta Marcos.
conta Sérgio. Esta é outra vantagem do escritório. O cliente pode
O escritório da
“Temos como meta a relação projeto
acompanhar todo o seu processo pela internet, visualizando todo
Puertas & Rocha na
/ custo / prazo. Nós somos uma geren-
o projeto de arquitetura, bem como fotos da obra e relatórios de
Praia do Flamengo,
ciadora que oferece a seus clientes dois
pagamento. A P&R disponibiliza um canal de comunicação via
com estações de
produtos: o projeto de arquitetura, com o
portal exclusivo para cada cliente. “Esse projeto foi completo, da
trabalho da Way
gerenciamento e criação do projeto, acom-
demolição passando pela construção e finalizando com a deco-
Corporativo no staff e
panhando, desenvolvendo e compatibili-
ração. Tudo novo, sem reaproveitamento, principalmente por se
sala de reunião
zando os projetos complementares; e o
tratar do primeiro escritório Vanco no Brasil. O projeto e a implan-
em aquário de
gerenciamento da obra, acompanhando,
tação da obra até a entrega das chaves aconteceu em 60 dias.
vidro com mesa
implantando a obra e apoiando o cliente no
A parceria da Way Design foi fundamental para a viabilidade do
de marcenaria 41
CORPORATIVO
Acima, a recep巽達o da empresa Vanco. Balc達o em marcenaria em laca branca e poltronas Vancouver da Way Design. Ao lado, sala principal de reuni達o da Vanco com mesa em marcenaria pau ferro e cadeiras Charles Eames 42
projeto, especificando produtos dos seus dois segmentos, residencial e corporativo. Estamos totalmente confortáveis em apresentar aos nossos clientes os produtos Way Design, por que eles têm bons produtos, com uma excelente relação custo / benefício. Nossos clientes ficam satisfeitos porque compram produtos de qualidade, com preços justos e que são entregues no prazo. É uma empresa flexível nas negociações, que dá total apoio durante o projeto e se preocupa e investe para atender o cliente no pós-venda”, completa Marcos. A P&R cresce ordenadamente, garantindo a qualidade no atendimento, sempre visando manter seus clientes 100% satisfeitos. Eles têm uma cultura: parte do lucro é reinvestido na empresa e outra parte é destinada a ações sociais. “Somos vistos atualmente como um escritório que veio para ficar. Estamos nos consolidando e ao mesmo tempo nos posicionando entre os profissionais da área”, completa Sérgio. A nova realidade do Rio, com o aquecimento do mercado de construção em consequência dos grandes eventos futuros, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas, associado à exploração do pré-sal, só cria a possibilidade de grandes negócios. A Puertas & Rocha, bem como a Way Design, são empresas que estão prontas para atender essas demandas.
Sala de reunião pequena com mesa Mariposa e cadeiras Chevy. Destaque para a luminária pendente da Lumini. Sala do diretor com mobiliário em imbuia mel, da Way Design 43
ESTILO
Rio, estiloso e artsy Com carisma incomum para se renovar, o Rio de Janeiro vive um momento que valoriza espaços exclusivos, alguns até escondidinhos. Outro ângulo do charme carioca por Elda Priami . fotos Divulgação
44
Roberto Pereira
A aposta em um comércio mais intimista não
Na moda, a Dona Coisa, que fica numa casa que um dia foi anti-
vem de hoje, tem quase uma década, mas
guinha, é a nossa Colette, loja conceito mais importante como refe-
agora se tornou uma tendência entre con-
rência fashion que fica na luxuosa Rue Sain-Honoré, em Paris. Aqui,
sumidores que buscam sofisticação perso-
a versão carioca da multimarcas está no Jardim Botânico e deslocou
nalizada. Da moda à gastronomia, passan-
para o bairro um agito que há sete anos, quando foi inaugurada,
do pela arte contemporânea, os endereços
não existia. Os olhos de Roberta Damasceno, empresária que es-
mais recentes se interligam com sofistica-
colhe cada peça que está exposta, vai para o cool e grifes como
ção, mas sem perder a informalidade. Afinal,
Sonia Pinto, Pedro Lourenço, Huis Clos, entre outras, encantam a
este é o lifestyle desta cidade onde constru-
mulher moderna que opta pelo estilo refinado atemporal. Sem falar
ções tradicionais convivem lado a lado com
no indiano Rajesh Pratap, uma exclusividade da loja. Os sapatos de
outras bem modernas. Casas do começo
Henry Alavez, Raoda Assaf, Ciao Mão, Madame K e Sylvie Quartara
Em destaque, à
do século passado, por exemplo, estão
são perfeitos para uma quality woman. Joias de designers como as
esquerda, a pulseira
hipervalorizadas e se transformam em am-
de Virgilio Bahde, Lygia Durand, Reinisch e Gava, Rudá, Vanessa
Copacabana: curvas
bientes que aliam a arquitetura de ontem e a
Robert, Vânia Nielsen acentuam o contraste de estilos, assim como
em ouro escovado,
de hoje. Tudo com uma estética inovadora.
a linha casa que apresenta sempre lindas peças. Mais do que loja,
de Alfredo Grosso 45
Tomas Rangel
ESTILO
num daqueles espaços privilegiados de Saint-Germain-des-Prés, em Paris. Mas para alegria nacional é aqui que se encontram alguns artistas que justificam o vaivém dos showrooms. A italiana Lisa Corti, que faz como ninguém uma combinação de cores em linhas para casa, com uma técnica artesanal secular, está bem representada. O designer Alfredo Grosso, que chegou de uma temporada italiana onde viveu durante anos, está lá. As pulseiras inspiradas no Rio de Janeiro, como a Copacabana, cheia de curvas, são o seu ponto forte. A moda festa, tão carioca, da Santa Ephigênia, está lá, assim como as roupas de couro de Patricia Viera. A galeria Arte em Dobro, que aposta em novos talentos, está lá. Tudo show! Quem não gostaria de morar numa casa bem em frente à praia de Ipanema? Bem, uma das poucas que ainda existem se transformou no Vieira Souto, restaurante de alta gastronomia italiana. O sobrado de 1930 mantém a fachada da época e no seu interior ganhou uma estrutura moderna que não interfere na sua identidade. A vista do
No sobrado de
46
a Dona Coisa é um ponto
segundo andar é o mar e o horizonte. Não dá para morar, mas com al-
de encontro descolado que
guns goles de vinho você pode até sonhar que está em casa. Salute!
reúne personalidades ba-
Já reparou como a alta gastronomia italiana está na moda? Do
canas da cidade no clima
outro lado da cidade, na Barra da Tijuca, o Duo concentra a atenção
“que bom te ver por aqui”.
de quem ama esta culinária refinadíssima. O espaço amplo consegue
A volta da estilista Alice Tapajós ao mer-
ser também aconchegante. A disposição das mesas, a iluminação,
cado de moda, ícone dos anos 1980, dona
assim como os quadros com fotos de gente comum de Nápoles,
de uma elegância de vanguarda, dá sensação
transmite uma atmosfera autêntica. Ah, e tem o Limoncello, a sai-
de festa. E é mesmo para festas uma parte
deira que é feita na própria casa, receita da mãe de Nicola Giorgio,
de sua coleção de bolsas, hoje seu objeto de
sócio de Dionísio Chaves neste projeto.
desejo. Na Zibba, no Leblon, você pode co-
Misto de mercearia, padaria, confeitaria, adega e bistrô, a
nhecer cada criação dela. Difícil é escolher só
Casa Carandaí trouxe para o Jardim Botânico um ar europeu com
uma. A sua ousadia maior é a carteira em píton
projeto de Chicô Gouvêa. João Luiz Garcia, que já foi dono do
verdadeira, mas como esta peça transcende
Garcia&Rodrigues, inova mais uma vez. Ele manteve a estrutura
tendências pode apostar nela, sem medo.
original da casa, típica dos anos 1940 e tombada pelo Patrimônio
1930, o restaurante
Vamos para o reduto mais cobiçado da
Histórico, valorizando os tijolos aparentes com a iluminação, e gerou
Vieira Souto. Em
cidade? Num prédio pequeno de quatro an-
píton, a carteira de
dares, na Dias Ferreira, Leblon, em cima da
Com a certeza que poderia transformar um espaço de 400 me-
Alice Tapajós
Livraria Argumento, a sensação é de estar
tros quadrados numa galeria de arte moderníssima, Silvia Cintra fez
uma atmosfera refinada para produtos tão nobres.
Camilla Maia
de uma casa no bairro da Gávea, um superpoint de artistas contemporâneos. Ela que representa alguns nomes importantes deste circuito, como Daniel Senise, Miguel Rio Branco, Amílcar de Castro, deu ao Rio de Janeiro um espaço de três andares que não deve nada a nenhuma outra grande galeria internacional. E para incentivar a nova geração a consumir arte, sua filha, Juliana Cintra, criou a Box4, no mesmo lugar. Com uma programação vigorosa e 20 anos de experiência, Silvia Cintra abala, sempre que possível, a pacata rua com suas mostras concorridas. Sem dúvida, os cariocas têm uma percepção especial para se reinventar. E roubam a cena com tanta naturalidade que deixam uma marca de alegria e descontração em tudo o que fazem. Como diria Oscar Niemeyer: “A vida é um sopro”. E os cariocas sabem viver
Rafael Alves
intensamente este sopro.
No alto, restaurante Duo. No centro, loja conceito Dona Coisa. Abaixo, Casa Carandaí. À esquerda, Galeria Silvia Cintra e Box4 47
GASTRONOMIA
Muito prazer! Nas mãos de Roberta Sudbrack, a alta gastronomia brasileira ganha dimensão de obra de arte. E, como ninguém, ela proporciona prazeres sensoriais inesquecíveis com sabores sutis e inusitados por Elda Priami . fotos Renato Neto
A chef que durante sete anos serviu a reis, rainhas, presidentes e tantas outras personalidades, no Palácio da Alvorada, em Brasília, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, de 1995 a 2002, tem seu nome associado a ele até hoje. Motivo de orgulho para esta gaúcha que, desde 2005, mora no Rio de Janeiro e abriu, no Jardim Botânico, um restaurante que leva seu nome. Com ele arrebatou os prêmios mais importantes do país e é a referência de quem tem estilo próprio. A sua praia é a cozinha moderna, mas sem perder o pé no chão, como gosta de afirmar. E ter um restaurante sempre foi o sonho de sua vida. Roberta pede água mineral num bistrô do Leblon, perto de onde mora. Sorridente, voz suave e firme, sem nenhum artifício, ela passa uma atmosfera de leveza e um respeito espontâneo e comovente em relação às pessoas. É assim, de mente aberta, que coloca poesia e paixão em tudo o que faz. Na contramão de modismos entende a alta gastronomia como uma forma de expressão cultural. “Na cozinha brasileira, a modernidade tem que estar conectada à nossa tradição, com o fogão a lenha, com as coisas que fazem parte da nossa cultura gastronômica”. 48
Como ela se posiciona diante da “nova
Este conceito não exclui o show de surpreender as pessoas pelo
Quiabo defumado em
cozinha brasileira”? A resposta vem rápi-
paladar. E ela domina esta arte. “Na ânsia de fazer coisas espalha-
camarão semicozido.
da: “Não admito este título, sou totalmente
fatosas há um distanciamento de nossas raízes. E show, hoje, está
Burrata, filé de
contra. A gente faz uma cozinha moder-
no ritual, na comida bem feita, nos ingredientes que têm que ser os
tomate marinado,
na brasileira, sim, mas é muita presunção
melhores que puder encontrar”.
brotos e ervas
achar que podemos pegar as páginas
Na cozinha do seu restaurante não se encontram maquininhas
que estão lá atrás e rasgar. Estamos es-
que lembram as de laboratório. E ela explica a razão: “A fase cientí-
crevendo novas páginas, mas existe uma
fica da cozinha foi importante. Não é a linha que eu gosto, mas res-
história, pessoas como a Ofélia com uma
peito porque algumas pessoas fazem um trabalho sério. Ninguém
expressão
totalmen-
pode falar que o espanhol Ferran Adriá, tecni-
te genuína da cozinha
camente, não é um grande chef, ninguém pode
doméstica. Um exemplo, aqui do Rio, é o José Hugo Celidônio, o primeiro a trazer novas referências. Moderno é isso: deixar sua cultura
Por que só tenho um menu por dia? Porque só sirvo o melhor!
dizer que as inovações que ele fez não foram importantes. Ele trouxe uma reflexão sobre os ingredientes e isso revolucionou todo um pensamento, mas não é o chef do meu coração. Gosto de fazer uma cozinha moderna, mas com humanidade. Então, não tenho essas máquinas.
conectada com o que
A minha cozinha é mais emocional. Para mim, o
está acontecendo no
artesanato é muito importante”.
momento, mas sem perder a coerência. É
Na sua concepção, a comida tem que mexer com as pesso-
uma grande hipocrisia querer fazer uma co-
as, caso contrário não cumpre sua função. “Se ela vai mexer não
zinha genuinamente brasileira. Ela é assim
adianta eu ser presunçosa e achar que vai mexer sempre para o
quando utiliza todos os nossos produtores,
bem. Digo para minha equipe que se a gente não usar a técnica e a
quando expressa isso com a nossa verda-
emoção na medida certa a comida não vai despertar nada. Se você
de, quando está conectada com a nossa
entra no salão e a pessoa não está te amando ou te odiando deu
cultura. Não dá para a gente imaginar que
errado. Mas eu aceito as duas partes: o amar e o odiar. O importante
vai expressar uma cozinha moderna brasi-
é mexer, puxar alguma coisa de dentro da pessoa. Essa coerência
leira se espelhando, por exemplo, no movi-
não tem nada a ver com a apresentação da comida, tem a ver com
mento que está na moda”.
o sentimento, com uma expressão”. 49
GASTRONOMIA E ela deu um salto dentro do panorama
A alta gastronomia vive um boom, tanto que a sua rotina de vida
gastronômico internacional ao fazer de legu-
mudou nos últimos tempos. Agora ela viaja muito mais para o exte-
mes estrelas de seu cardápio. O quiabo, por
rior. Recentemente esteve na Espanha e na França para dar aulas
exemplo, ganhou até status de caviar e hoje
para 800 pessoas e fazer um banquete para 900. “Isso é uma con-
é um dos pratos mais pedidos. “Gosto muito
quista, mas ainda a gente tem muito que andar. O melhor momento
de observar as coisas normais da vida, isso
da gastronomia será quando tivermos profissionais com alicerce na
me inspira. A partir delas pode-se reinventar
área, formação sólida e técnica precisa, como é no design o trabalho
e criar sem partir para o mirabolante”.
dos Irmãos Campana, que se expressam de uma maneira tão ver-
Mas Roberta Sudbrack também sabe como ninguém criar polêmica, resultado de sua
coerentes corre o risco de ficar só no boom”.
postura de vida. Quando abriu o restaurante
De vez em quando, ela ainda ouve que abriu o restaurante no
chocou muita gente ao apresentar só um car-
Rio de Janeiro porque em São Paulo há mais concorrentes. Acha
dápio. “Eu não dava opção de você escolher,
graça e rebate: “Pelo contrário, a competição aqui é muito maior por-
de fazer uma refeição rápida e não dou até hoje.
que temos chefs fantásticos. Não é para fazer comparação com São
Não é o que eu quero. Quero que você tenha a
Paulo, mas é para tirar essa bobagem de que aqui só tem cozinha de
sensação que está perdendo tempo, mas você
botequim. Tem mesmo e é a melhor do Brasil, mas há uma expressão
está ganhando. Meu grande sonho, desde o
de alta gastronomia, tanto que na nossa maior classificação, o Guia
começo de minhas lembranças, sempre foi ter
Quatro Rodas, que equivale ao Guia Michelin, temos quatro restau-
Consommé de
o restaurante da maneira que ele é sem abrir
rantes cariocas e dois paulistas. A verdade é que escolhi esta cidade
clementina e
mão do que acredito. Por que só tenho um
porque amo o Rio e por ter uma proposta nova em restaurante. Todo
menu por dia? Porque só sirvo o melhor!”
mundo quer ser carioca!”
cogumelos crus
50
dadeira. E a gastronomia é uma expressão cultural e sem pessoas
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Poltrona Catifa, de Lievore Altherr Molina (Arper) e Puff Pix, de Ichiro Iwasaki (Arper). Banco Bola, do designer Paulo Alves. Saia longa e blusa de seda Bo.bô. Sapato Ellus 52
53
MODA + DESIGN
Chaise Su, Rafael Miranda. Short paetês e camisa de seda com gola em paetês Second Floor. Sapato Ellus 54
Poltrona Naxos, Pedro Mendes. Blazer branco Bo.b么. Saia de pedras Bo.b么. Sapato Ellus
55
MODA + DESIGN
Poltrona e Puff Charles & Eames, de Charles & Eames. Macac達o com recortes Animale. Scarpin Miu Miu
56
Banco Pikk, Pedro Mendes. Bancos Pau Brasil, design pr贸prio. Tricot metalizado Bo.b么. Short couro Bo.b么. Sapato Ellus
57
MODA + DESIGN
Poltrona Oscar e Banco Mocho, do designer e arquiteto Sérgio Rodrigues. Calça vermelha e camisa de seda Ellus 58
59
DESTINOS
Cazaquistão, remoto e atraente Pouco se ouve falar deste país riquíssimo em recursos naturais, onde há liberdade religiosa, muita história e também um toque futurista texto e fotos Pedro Duque Estrada Meyer
60
Vista da lagoa artificial de Astana e prĂŠdios comercias. Ao fundo, o hotel Radisson, um dos melhores da cidade
61
DESTINOS
Quando recebi a notícia da transferência de meu pai para o
tanta informação disponível. Resumindo, o
Cazaquistão, em agosto de 2007, iniciei as minhas pesquisas em rela-
que descobri de mais importante é que o
ção ao país que, de certa forma, faria parte da minha vida, pelo menos
Cazaquistão tem liberdade religiosa, que
durante três anos. O motivo da permanência dele lá foi a abertura de
seu povo era nômade até a chegada do im-
uma embaixada brasileira. Ele foi embaixador do Brasil e isso indicava
pério russo, na metade do século 19, e que
interesse de ambos os países em estreitar relações diplomáticas, po-
recebeu deportações em massa na época
líticas e, principalmente, comerciais. Já conhecia o personagem Borat, do Ali G Show, polêmico programa de televisão do inglês Sasha Baron Cohen. O longa-metragem veio depois, lançado em 2006. Imaginava que o show de sátiras da televisão tinha pouca ou nenhuma relação com a realidade do Cazaquistão, mas não sabia quanta relação ele tinha. Sabia também que o país foi exmembro da União Soviética, o que já me trazia Palácio da Paz, centro de
62
algum conforto, pois quando criança passei
O Cazaquistão tem paisagens lindíssimas, graças à vegetação variada que se pode encontrar ao longo de seu vasto território
algum tempo morando em Moscou.
do stalinismo soviético. Politicamente, o país tinha à frente o mesmo presidente há 16 anos, líder do governo desde os tempos da União Soviética. O Cazaquistão foi a última república a declarar independência da Rússia. O país é riquíssimo
convenções com
Minha dedução que o país era dividido entre o islamismo e o
em recursos naturais, principalmente pe-
projeto arquitetônico
cristianismo ortodoxo se provou correta no primeiro site que, geral-
tróleo e gás. Também há quatro anos vive
do inglês Sir
mente, visito em busca de informações técnicas sobre países pouco
um boom em construção civil, principal-
Norman Foster
conhecidos, o CIA Factbook. A página do Wikipedia ainda não tinha
mente por causa da nova capital, Astana,
uma das únicas planejadas do mundo,
esperava. Apesar de ainda estar com grandes parques de constru-
assim como Brasília.
ção, a cidade já ostentava enormes edificações, shoppings e mo-
Os voos para o Cazaquistão, na época
numentos, todos exageradamente iluminados. Com muito dinheiro
em que fui pela primeira vez, em 2008, eram
investido nela, mas com acabamentos e adornos de gosto no mí-
em sua maior parte operados pela Lufthansa
nimo duvidoso, minha primeira impressão foi que era uma mistura
e pela companhia aérea nacional, a Astana
estranha de Las Vegas com um subúrbio carioca – tudo isso com
Air. A conexão era feita por Frankfurt, o que
uma pitada de referências árabes e asiáticas.
significa 13 horas de voo até lá. Uma peque-
A aparência do povo também foi outra surpresa. A gente distin-
na espera e depois mais sete horas de voo
gue com a maior facilidade quem são os de ascendência russa e
até a capital cazaquistanesa, Astana.
os de ascendência cazaquistanesa, e ambos têm uma beleza es-
Por escolha própria, preferi ir em agosto,
tonteante, na maioria das vezes. As mulheres cazaquistanesas são
final do verão, já que a cidade é considera-
magras, os olhos puxados, a pele clara e os rostos redondos – típico
da a terceira capital mais fria do mundo. O
da região da Ásia Central e da Mongólia. Os homens já não têm uma
clima ameno tornava o choque da chegada
beleza tão fácil, mas é bem peculiar e discreta.
menos impactante, apesar do fuso horário de aproximadamente mais 10 horas.
Na primeira noite em que cheguei fomos jantar no restaurante italiano do hotel Radisson, da rede de hotéis holandesa, que fica
Cheguei à cidade à noite, e de longe já
ao lado do prédio onde o meu pai morava. A comida de altíssima
vi as luzes multicoloridas diluindo na neblina
qualidade, o serviço impecável. Sempre me pergunto onde con-
que pairava sobre ela. Os cartazes publici-
seguem fornecedores de produtos de alta qualidade em regiões
Ao centro, o palácio
tários traziam anúncios em alfabeto cirílico
relativamente remotas, como o Cazaquistão. Como em qualquer
Akorda, residência
e anunciavam mais civilização do que eu
país que tenha muito dinheiro, mesmo que concentrado, a elite
presidencial, e duas
esperava. Bem mais civilização do que eu
quer e tem tudo do bom e do melhor.
torres ministeriais 63
DESTINOS Saindo de lá fomos a uma boate chamada Xokolat. Mais um susto. Parecia que eu estava em uma boate de Londres ou de Nova York. As pessoas bebiam e dançavam enlouquecidamente, mulheres seminuas dançavam em cima de pequenos palcos, o público se vestia, na maior parte das vezes, superbem. As mulheres muitas vezes pecavam pelo excesso de joias, ou pela falta de roupa. O Cazaquistão tem paisagens lindíssimas, graças à vegetação variada que se pode encontrar ao longo de seu vasto território. Das aventuras em estepes onde se pode hospedar nas tradicionais yurtas, as tendas tradicionais da época em que ainda o povo era nômade, até hotéis luxuosos nas estações de esqui nas montanhas. Os dois mais importantes centros urbanos são a antiga e a nova capital, Almaty e Astana, respectivamente. Almaty, hoje em dia, é o centro comercial e de negócios do Cazaquistão, onde estão instaladas as grandes empresas que exploram os ricos recursos naturais do país. Cheia de restaurantes e
Minha primeira impressão de Astana foi que era uma mistura estranha de Las Vegas com um subúrbio carioca – tudo isso com uma pitada de referências árabes e asiáticas
hotéis de alto luxo, pode-se comer e se hospedar em alto estilo, como em qualquer outro país rico do mundo. O mercado central de Almaty é um programa interessantíssimo, além de transmitir muito
64
da cultura gastronômica local, como temperos – frutas secas, ca-
Estande coreano no Mercado Central de Almaty. Tapetes e
viar etc. Já os estandes dos imigrantes coreanos e suas iguarias,
cobertores secando ao sol em Baikonur. Monumento aos mortos no
como, por exemplo, crista de galo, é uma experiência à parte para
regime stalinista, em antigo gulag próximo a Astana
65
DESTINOS
66
Acima, vista da lagoa
os corajosos. À noite, caso queira jantar em
fria, o restaurante tem uma decoração saudosista dos tempos da União
artificial de Astana.
um restaurante sofisticado e de primeira
Soviética. Até aparatos da antiga KGB ajudam a decorar os salões. A
Na página ao lado,
classe, o Porto Maltese é uma excelente es-
cozinha é típicamente russa e cazaquistanesa. Caso deseje algo mais
estandes de carne
colha, onde servem comida mediterrânea.
moderno, o Star Café tem uma cozinha internacional contemporânea e
no Mercado Central
O Argentum também é considerado um dos
um público jovem e animado. Os restaurantes georgianos também fa-
de Almaty; antiga
melhores restaurantes da cidade. Se quiser
zem sucesso, o mais indicado deles leva o nome da capital da Georgia,
balança ainda em uso
estender a noite, o Cosmopolitan Bar é uma
Tblissi. Para estender a noite, a pedida é o Barhat Lounge Restaurant,
no comércio; foguete
espécie de bar, lounge e boate com progra-
que fica ao lado da boate Xokolat e abaixo do hotel Radisson. Ou uma
em exposição em
mação variada e gente muito bonita. Outra
nova boate, com o curioso nome de Fashion Night Club, onde, acredi-
Baykonur; ônibus de
opção de boate é a Circus, com noitadas
to, o nome já anuncia o que se pode esperar.
excursão e casa onde
que duram até o amanhecer.
Outro programa curioso é visitar o Baikonur, a cidade que abriga
ficou Yuri Gagarin –
Astana se torna cada vez mais um destino
o maior centro de lançamento de foguetes do mundo. Desde 2005
primeiro homem a ir
turístico graças às suas curiosas edificações
o governo cazaquistanês aluga o cosmódromo para a Rússia, e o
ao espaço sideral
planejadas. Várias obras do arquiteto inglês Sir
contrato vai até 2050, no valor de US$ 115 milhões por ano. A ci-
Norman Foster ajudam a compor esse cená-
dade era considerada secreta até pouco tempo e durante a visita,
rio futurístico, inclusive uma gigantesca tenda
caso programada, pode-se assistir a um lançamento. Parece uma
transparente que abriga um ambiente pseu-
vila soviética perdida em algum lugar do início dos anos 90. Por
dotropical com direito a uma praia artificial. O
motivos de segurança, o acesso a internet é limitado e a própria vi-
Bayterek também é um monumento de gran-
sitação à cidade deve ser agendada com bastante antecedência. O
de visitação turística – ele representa o ninho
ideal é ir quando houver algum lançamento. Este inclui cosmonautas
da águia, símbolo nacional. No topo dele, uma
a bordo e é sempre mais disputado. À noite, pode-se ver o céu e a
escultura de ouro da mão do presidente é
terra se iluminando com a combustão do lançamento e melhor ain-
acessível aos visitantes, que acreditam ter sor-
da, observando bem, pode-se ver o foguete sair da atmosfera numa
te depois de tocá-la. À noite, jantar no Epoch é
singela e longínqua explosão silenciosa no céu estrelado do deserto
uma experiência à parte – inspirado na guerra
cazaquistanês. Não é uma boa ideia conhecer este país? 67
INTERIOR DESIGNER
Caminho
digital por Elda Priami . retratos Roberto Pereira
Com o boom do design, a casa ganhou na última década densidade figurativa. E as transformações tecnológicas trouxeram uma nova profissão, a de interior designer. Bruna Sideris e Erica Eyler representam bem esta nova geração que movimenta o mercado tendo o mundo digital como aliado 68
O curso para Design de Interiores, do Senac Rio, existe desde
O bistrô está lotado, mas ela não se
2006 e dura um ano, com cinco encontros semanais, explica a
dispersa. “Sou bem relacionada pessoal e
especialista Virgínia Moraes. “Em 2011, formamos 240 alunos e,
profissionalmente. Uma coisa puxa a ou-
para 2012, a previsão é de 630. Os números apontam a ebulição
tra. Nem tenho site ainda e minha carreira
deste segmento que hoje se apoia na tecnologia e tem na disci-
foi feita no boca a boca. Nunca fiquei um
plina AutoCad, software amplamente utilizado em escritórios de arquitetura e design, a sua base. Mas estamos ampliando nosso portfólio com matérias que irão capacitar ainda mais os alunos para as novas ferramentas de desenvolvimento de projetos”, conclui. E não nega que no curso, até agora, predomina a presença feminina.
mês sem ter uma obra.
A tecnologia aponta na hora o que é viável ou não Bruna Sideris
Na livraria Argumento, Leblon, Bruna Sideris
Sempre dei muita sorte”, afirma contente. A
tecnologia
não
diminuiu um pouco o rush? Ela sorri e dispara: “Mas aí tem o rush digital que nos mantém on-line o tempo todo. Quando
chega impecável depois de sair de uma obra, na Lagoa. Jeito so-
me formei todas as minhas plantas eram de-
fisticado, ela usa vestido em tom areia e tira da bolsa Hermès dois
senhadas à mão. Depois, o AutoCad foi to-
Material de
celulares que coloca sobre a mesa. É comunicativa, sorridente e
mando conta e agora os projetos são apre-
demolição ganha
confiante. Tem 34 anos e exerce a profissão há oito. “Fui a melhor
sentados em 3D. O cliente tem a noção real da
novas formas e
aluna da minha turma no Senac do CasaShopping. Antes, fiz curso
casa dele. A tecnologia aponta na hora o que é
texturas coloridas no
de História da Arte, em Seattle, nos EUA, e de inglês”.
viável ou não”. Com alguns aplicativos do iPad
projeto de Erica Eyler
69
INTERIOR DESIGNER
ela faz uma planta a qualquer momento. Com
Bruna Sideris participou da Casa Cor, em 2005, junto com
o Blackberry responde e-mails e com o iPhone
Chico Vartulli. Eles fizeram o banheiro público. Em 2006, ela parti-
tira fotos das obras. “O processo criativo da
cipou da mostra Master Casa, em Itaipava, região serrana carioca,
decoração é o meu foco. É uma profissão
onde apresentou o espaço para o café da manhã da fazenda. “Mas
nova que está no mercado há dez anos.
antes de ter meu nome reconhecido foi a família Pazzini que me
Combinar o mobiliário é nossa área de efi-
deu e ainda me dá a maior força em tudo. Eu podia usar os móveis
cácia. A gente tem essa percepção”. Ela conta que a primeira coisa que faz é sentir a atmosfera que gira em torno do A harmonia entre
cliente, o seu lifestyle, e
peças clássicas
adapta o que percebe
com outras
ao projeto. “A casa não
Não adianta ter um décor perfeito se a luz não estiver adequada Erica Eyler
com isso abriram-se muitas portas. Meu nome está associado ao da Way Design, o que para mim é uma honra”, finaliza. Do outro lado da cidade, Barra da Tijuca, num andar alto de um prédio moderno, com vista para condomínios e montanhas, fica o escritório de Erica Eyler. O sorriso amplo, a voz suave e uma elegância despojada fazem
contemporâneas
tem que ter a minha cara e sim a do cliente.
desta profissional de 28 anos, com oito de carreira, uma pes-
proporciona um
Tem horas que eu digo: Isso eu me recuso
soa segura. Ela se formou em interior design, na Universidade
equilíbrio estético
a fazer. Brinco com a situação. Tenho sorte
Estácio de Sá. Bem-humorada, relembra que os clientes vieram
bem atual, no espaço
porque meus clientes confiam no meu gos-
por indicação de amigos, familiares, amiga da amiga e até hoje
to. Não há conflito estético”.
é assim. Também conta que há oito anos os projetos eram fei-
de Bruna Sideris 70
da Way Design nas mostras que participava e
tos só em papel e considera isso muito
Para ela, nesta profissão, o olhar é o mais importante.
importante até hoje. “É preciso saber de-
“Desde muito pequena reparava em tudo em uma casa quando
senhar à mão. A parte tecnológica facili-
saía com a minha mãe. Sou detalhista demais. Viajar é funda-
ta muito, o AutoCad e outros programas
mental, ler revistas também, mas o olhar é o que diferencia cada
novos são ótimos para apresentar proje-
profissional”, assegura.
tos aos clientes, porém, desenhar à mão
Conta também que desde pequena dizia aos pais que queria
quando elaboro o projeto, para mim, é
ser decoradora e eles a apoiaram quando decidiu seguir esta car-
fundamental”, conta.
reira. “É uma profissão nova e no começo havia um preconceito
Com o AutoCad ela faz o detalhamento de
em relação a ela. Muita gente achava que seria só uma brincadei-
sua ideia e depois apresenta em 3D a visão
ra. Hoje, com escritório, me sinto bem orgulhosa dos 45 projetos
espacial. “O cliente me passa todas as suas
que fiz até agora”, comemora.
necessidades e aí começo a projetar a de-
Outro recurso tecnológico que a interior designer valoriza é
coração. Ele traz referências e penso no que
a iluminação. “Não adianta você ter um décor perfeito se a luz
combina com o que ele deseja. A gente tem
não estiver adequada. Temos muitos recursos nesta área e os uso
que agradar o cliente, mas quando vejo que
sempre que possível”.
alguma coisa não vai funcionar explico porque
Erica Eyler se define como uma clássica contemporânea.
tenho o olhar mais técnico”. Ela também não
“Gosto de pincelar os dois estilos”. E sugere este conceito aos
claro predomina a
abre mão de iPad, iPhone e confessa que,
clientes. “Os móveis da Way Design sempre estão presentes em
força dos móveis
mesmo de madrugada, às vezes, o celular
minhas decorações. Além da loja ter nomes consagrados do de-
contemporâneos com
toca e ela atende. “Já falei com cliente às três
sign brasileiro e internacional, a escolha das peças é perfeita e
algumas peças retrô,
da manhã sobre portas e maçanetas”, ri.
combina com vários estilos”, pontua.
estilo de Erica Eyler
No ambiente
71
ENTREVISTA
O futuro chegou Luiz Paulo Marcolini vislumbrou há três décadas o potencial do CasaShopping por Antonia Leite Barbosa . fotos Marcelo de Mattos
Quando o CasaShopping foi construído, nos anos 1980, o terreno
que você escolheu para ocupar era um imenso areal. O bairro era distante e até meio ermo. Por que a Barra da Tijuca?
Sempre achei que o futuro do Rio caminhava para a Barra. Na
época, a oportunidade era boa. Percebemos logo a dinâmica de crescimento da cidade. Em 2005, foram apenas 12.000m2 de licenciamentos aprovados para a região. Hoje, só na obra de expansão do CasaShopping , são 20.000m2 de construção licenciados. O CasaShopping já nasceu como um shopping setorizado
em uma época em que não existiam “shoppings exclusivos para vestir a casa”. Como você identificou essa carência no mercado?
Começamos no mesmo ano do BarraShopping. Não faria
sentido pensar em concorrer. O nosso modelo, que já tinha se mostrado viável em SP era, e continua sendo, complementar ao dele. Surgiu assim o primeiro shopping especializado: 12.000m2 ocupados por 16 lojas em ramos correlatos ao nosso, de eletrodomésticos a iluminação. 74
Quantos escritórios de arquitetura tem o CasaShopping hoje? Quantos profissionais?
São 35 escritórios e 60 profissionais. Não é pouca coisa.
A Barra da Tijuca é um cenário lindo. Como o projeto da expansão interage com a natureza do lugar?
O CasaShopping foi concebido a céu aberto e permanecerá com esse conceito, valorizando o paisagismo criado originalmente por Fernando Chacel. Na expansão que ora realizamos haverá maior espaço para convivência
O CasaShopping foi concebido a céu aberto e permanecerá
com esse conceito, valorizando o paisagismo criado originalmente por Fernando Chacel. Na expansão que ora realizamos haverá maior espaço para convivência, a partir da construção uma cobertura de
de Gestão Ambiental, e NBR 16001, de
1000m feita de vidro que ligará a entrada da Via Lagoa ao bloco I.
Responsabilidade Social.
2
A proposta arquitetônica orgânica, com movimentos de onda, facilitará a ventilação e a proteção térmica.
No Brasil, os principais polos mo-
Qual a expectativa de aumento de volume de vendas e
Sul
visitação após a expansão?
40% de volume de vendas e 30% de fluxo de clientes.
Percebemos que o ticket médio aumentou nos últimos 10 anos. Fale um pouco sobre o Espaço Casa, que apresenta men-
veleiros
estão
(Bento
concentrados
Gonçalves)
e
no
Sudeste
(Ubá, Votuporanga, São Bento do
Sul, Arapongas, Linhares). O Rio de
Janeiro caminha para ser um polo moveleiro também?
Algumas tradicionais marcas cariocas
salmente palestras voltadas para os profissionais do setor,
têm suas fábricas no RJ, como Lacca,
O Espaço Casa conta com todo o charme e sofisticação do mall
Tende a crescer, pois a cidade tem potencial
e foi concebido para atender à demanda da Barra que precisava de
de desenvolvimento em diversas áreas. A
mais espaços para palestras, treinamentos, reuniões privadas, vide-
economia favorece.
como a Milano Design Week 2011.
oconferências, coquetéis e lançamentos de coleções e produtos. O espaço é multifuncional, dividindo-se em 2 ambientes que podem ser usados separados ou simultaneamente, com capacidade para até 160 pessoas. O projeto inovador assinado pela arquiteta Joy Garrido traz um espaço com design moderno e estrutura equipada com tecnologia de ponta.
Roma Mobili, Favo, Samurai, por exemplo.
Comparando os eventos internacio-
nais do setor moveleiro, como tem sido a participação brasileira da nova geração de profissionais?
Muitos talentos vem se destacando in-
O auditório é locável para qualquer empresa e pode ser reservado
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jam alinhadas com a proteção do ambiente. Como a reforma
A arquitetura / design de interiores,
que antes era chamada “decoração”, ganhou um lugar novo e valor reconhecido na vida cotidiana?
Sem dúvida alguma. A valorização da
do CasaShopping está se adequando em termos de práticas
casa entrou no projeto de vida do brasileiro.
reciclagem de resíduos, utilização de materiais recicláveis e
poucos… O designer de interiores e o de-
sustentáveis − sistemas de captação de energias naturais, biodegradáveis, aproveitamento de água da chuva...?
Agora, ter conforto não é mais privilégio de corador tiveram suas funções valorizadas.
Há aproximados dez anos o CasaShopping, em linha com as
Mobiliar a casa vai muito além de deixar um
melhores práticas empresariais, obteve a certificação das suas ope-
ambiente bonito e aconchegante. Decorar
rações com base na Norma NBR ISO 9001:2000, sendo o primei-
um espaço significa também valorizar a con-
ro shopping brasileiro a obter tal chancela. O CasaShopping busca
vivência, e principalmente o imóvel. Esse
agora duas outras certificações, com base nas normas ISO 14001,
conceito tem crescido entre as pessoas. 75
NOVA LOJA
Um novo lar em uma mesma casa Way Design inaugura nova loja muito mais ampla e moderna por Juliana Castro . ilustração Maurício Nóbrega
No ano em que completa 30 anos, a Way Design comemora o sucesso com um novo espaço. A segunda das quatro lojas da rede trocou de ponto no CasaShopping e foi ampliada. O ambiente é muito mais amplo e acessível, com 500m². O projeto é assinado pelo arquiteto Maurício Nóbrega e a iluminação ficou a cargo de Maneco Quinderé. Segundo Nóbrega, o objetivo foi criar um grande armazém com ambientação onde o cliente pudesse imaginar os móveis em sua própria residência. “A nossa intenção foi criar na Way um espaço superaconchegante, mesmo em metragens amplas. A ideia é que a loja seja um armazém com móveis recém-chegados. O cliente tem que sentir que é o primeiro a ver as novidades”. Segundo o sócio da marca, Leonardo Pazzini, a previsão é que a novidade provoque um aumento de 30% nas vendas. Para 76
ele, a mudança era necessária e aconteceu no momento certo: “Estávamos sem espaço para expor os produtos de maneira adequada e, em 2011, quando além do design nacional, passamos a investir em marcas italianas, a loja do CasaShopping ficou realmente muito pequena e com a mudança podemos atender melhor nossos clientes”, afirma Pazzini. O espaço recebeu um design moderno com andaimes, grades metálicas e canos aparentes. Há também uma esteira, como em aeroportos, onde estão expostas peças de grandes nomes do mundo do design, como os brasileiros Sergio Rodrigues, Estúdio Latoog, a dupla Flavio Borsato e Mauricio Lamosa, Jader Almeida, Paulo
A ideia é que a loja seja um armazém com móveis recémchegados. O cliente tem que sentir que é o primeiro a ver as novidades
Alves, Pedro Mendes, Rafael Miranda, Ronald Scliar Sasson e Tadeu Paisan e, até mesmo, peças exclusivas da Bonaldo, Arper e Driade, renomadas marcas italianas. 77
COLEÇÃO 2012
Lifestyle contemporâneo A coleção 2012 da Way Design se inspira no mix inusitado de materiais. A transparência do cristal e do acrílico se une à madeira em suas diferentes texturas. O resultado é uma harmonia estética bem urbana onde há espaço para muitos estilos fotos Marcio Irala
Banco Pau-Brasil Design próprio
80
Banco Form Simone Giovanella
Banco Bola C么ncavo Paulo Alves
Banco Bola Reto Paulo Alves
81
COLEÇÃO 2012
Poltrona Naxos Pedro Mendes
Puff Naxos Pedro Mendes
Chaise Duna Mila Rodrigues
82
Chaise Peluso Pedro Mendes
Cadeira CabrĂĄlia Wagner Brasil e JosĂŠ Wilson Coronel
83
COLEÇÃO 2012
Cadeira Helga Flávio Borsato e Mauricio Lamosa
Cadeira Mariana Flávio Borsato e Mauricio Lamosa
my io
Cadeira Reflexus Eduardo Baroni
Cadeira MN1 Design próprio
84
Banqueta Pantosh Lattoog
Cadeira Pantosh Lattoog
Poltrona Hapi Lattoog
85
COLEÇÃO 2012
Buffet Flanter Ronald Scliar Sasson
Mesa lateral Diamante Flávio Borsato e Mauricio Lamosa
Mesa de centro Iguana Simone Giovanella 86
Mesa lateral Trapeze Flรกvio Borsato e Mauricio Lamosa
Mesa de jantar Corina Flรกvio Borsato e Mauricio Lamosa
Buffet Certi Flรกvio Borsato e Mauricio Lamosa 87
COLEÇÃO 2012
Mesa de centro Cercadinho Paulo Alves
Mesa de centro Dotting Ronald Scliar Sasson
Sofá Tecla Pedro Mendes 88
Sofรก Catena Pedro Mendes
Mesa de jantar Mouna Jaqueline Del Pupo
Mesa lateral Mouna Jaqueline Del Pupo
Mesa de chรก Amรกlia Simone Giovanella
89
COLEÇÃO 2012
Mesa de jantar Adelfa Design próprio
Mesa Lateral Adelfa Design próprio
Rack Gris Alessandra Delgado
90
Banco Kiri Pedro Mendes
Mesa de centro Reserva Paulo Alves
Aparador Ver么nica Design pr贸prio
91
Alexander Muradas
S達o Paulo/SP
Rio de Janeiro/RJ
Curitiba/PR
FESTAS
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Eles fazem a festa! No Rio, no Brasil e até no exterior, Antonio W. Neves da Rocha, Ricardo Stambowsky e Roberto Cohen usam e abusam do talento para celebrar momentos marcantes por Sylvia de Castro . fotos greiffotografia.com
De suas cabeças privilegiadas, de seu bom gosto, de suas mãos habilidosas nascem maravilhas, verdadeiras obras de arte que garantem o luxo, a originalidade e a exclusividade de casamentos, bodas, aniversários, de qualquer comemoração. A assinatura deles é um selo de qualidade nas festas cada vez mais espetaculares, em que o céu – e a disponibilidade de gastar do anfitrião – são o limite. A Way foi buscar, com quem entende, o segredo do sucesso da arte de festejar. Antonio W. Neves da Rocha é um dos grandes nomes da decoração de festas no Brasil. Carioca, formado em administração, do signo de Virgem com ascendente Escorpião, é perfeccionista e detalhista ao extremo e se diz um fio desencapado. Adora arte em geral, contemporânea em especial. Coleciona de tudo, de caixas de tartaruga a sopeiras e molheiras antigas, que traz de viagens e compra até pela internet. Ama tanto o que faz que nem considera trabalho, de tão bom que acha lidar só com coisas bonitas, comemoração, alegria. “Dá uma vibração muito boa!”, diz ele, que confessa não ter rotina de trabalho. Aliás, detesta rotina. É super bem-humorado, engraçado. A primeira festa que fez foi na inauguração da casa dos amigos Sergio e Maria Helena Chermont de Brito. “Acabei a decoração da casa e Maria Helena queria fazer uma festa para mim. Eu disse
Décor de Antonio
que de jeito nenhum, que ela fizesse para inaugurar a casa. Aí, ela
W. Neves da Rocha
começou a pensar em quem decoraria a festa. Eu disse que faria.
para um casamento
Deu tão certo que não parei mais”.
na região serrana do
O gosto pelas festas é herança de família. Um dom que ele
Rio. O piso recebeu
fez crescer. “Tudo aconteceu naturalmente. Foi totalmente incons-
forração no mesmo
ciente. Fui me divertindo e, quando vi, estava fazendo isso como
tom vermelho dos
profissão. Minha avó, Helô Willemsens, gostava de receber. Era
demais elementos.
chiquérrima. Minha mãe Lia era também muito festeira. Nos seus
No teto, enormes
aniversários, na nossa casa de Carangola, dizia que eram 100 con-
lustres de folhagens
vidados, na hora apareciam 300”.
e minivelas 95
FESTAS Para o seu trabalho, viajar é fundamental, ver coisas bonitas. Entre
tes, cor do mar inspiram bastante. Mas na Serra, essa coisa de brin-
as suas influências, o étnico, as boates modernas de Londres, os pa-
car com o outono é chique. Estampados com tons de terra, florais. À
lácios do interior da França, as exposições de arte contemporânea em
beira-mar, você vai botar estampado com cara de serra, de folhagens,
Miami e Madri, feiras de decoração em Milão, os catálogos, os livros.
floreiras bem europeias, bem inverno? Não vai. Vai botar listras. Cor tem
Mestre nas misturas, a atração pelas cores vem de infância. O en-
a ver com a época do ano. Não se vai fazer uma festa com tons muito
cantamento cresceu com as cores da Índia. Não ter um estilo definido
pesados em pleno verão. A tendência é fazer uma coisa mais leve. Na
foi coisa que já o incomodou. Hoje, lida bem com seu jeito eclético de
minha cabeça acontece assim. Claro que existem desvios.
ser. “Estou rachado em dois. De um lado, a influência barroca; de outro,
# Faço as estampas. Adoro. Viajo e trago as estampas para co-
a da arte contemporânea”. Autor do livro As cores da festa, lançado em
piar aqui. Fiz uma estampa para festa da Maria Raquel de Carvalho,
2007 pela 3R Studio Editora, prepara o volume dois para muito breve.
ano passado, com fundo vinho, flores enormes, tecido maravilhoso, total cara da Serra. Aquilo não tem cara de praia! Acho que são es-
Tendências em cores e materiais
sas pequenas coisas que fazem a festa ficar mais exclusiva.
# As noivas elegem cores quase sempre influenciadas por moda.
# Infelizmente, a gente tem que alugar cada vez menos. Por que
Aquela coisa do Tiffany continua vigente. Tenho feito muito pouca
se não fica tudo igual. E aí é desastroso. Eu fico arrasado! Eu busco
coisa branca. Eu gosto de cor. Os tons pastéis todos eu já faço há
o tempo todo os detalhes e a exclusividade. Acho que esse é o se-
anos e gosto bastante. Tenho usado muito.
gredo do sucesso na decoração de festas. O diferencial.
# Sinto um leve sopro a favor das estampas de novo. Eu estou conseguindo fazer coisa estampada, que eu adoro, mas houve uma época em que as meninas não aprovavam, tinham certo receio. Prova de que
O que não tem erro # Não exagere, não force a mão se não tem segurança para isto.
os estampados estão voltando: tenho uns quatro
Aposte no correto. O chique é sempre correto.
casamentos estampados.
Para ousar, tem que ter mão. É como a mulher de
# Entre os materiais, as fibras naturais, com certeza, superchiques, super em voga, palha, madeira. Mas eu adoro uma toalha. Eu gosto de tecido. Acho que uma festa sem tecido fica muito fria. Acho que já passou essa época. Os lugares em que a gente faz festa são em geral muito frios, tanto o Copa como o Museu Histórico, como o MAM. Acho que o tecido é fundamental. # Sou adepto da toalha. Só trabalho com toalha minha. Eu não alugo toalha. Faço toalha para todos os casamentos. Adoro os adamascados de qualidade, adoro o linho, a organza, o
A assinatura deles é um selo de qualidade nas festas cada vez mais espetaculares, em que o céu – e a disponibilidade de gastar do anfitrião – são o limite
organdi. Não para os tecidos muito sintéticos,
pretinho básico: está sempre correta. Ninguém vai dizer que está malvestida. # Quando não tem erro? Quando se faz com muita verdade. Quando realmente se quer fazer aquilo. As pessoas acabam acreditando. Como uma mulher que se acha linda e às vezes nem é tão linda, mas as pessoas acabam achando ela linda. Passa pela segurança. Com medo, a tendência é não dar muito certo. Inventa, acredita, vai em frente, atropela que as pessoas têm uma tendência a acreditar. # Evitar fazer o que não pode, evitar se exceder, evitar não ser verdadeiro. Não há neces-
quase não uso, de má qualidade, muito encorpados. Têm que ter um
sidade. Todo mundo sabe da vida dos outros. Todo mundo entende.
caimento bom.
Pessoa que não tem muito dinheiro forçar uma barra para botar cham-
# Uma coisa que praticamente não uso é sobretoalha. Por que
pagne francesa pra quê? Pra quebrar? As pessoas não sofrem tanto se
quando comecei a trabalhar sobretoalha se chamava de cobre man-
tomarem um prosecco. Bebem uma caipirinha, um uísque. Tentar fazer
cha e eu perguntei: cobre mancha? Quer dizer que tem mancha?
uma coisa melhor é uma coisa, mas passar dos limites é outra.
Que estou trabalhando com uma coisa manchada? Me deu uma
# Acho que tem que ter verdade em tudo. Não dá para uma
angústia horrível. Na minha cabeça, detonei o cobre mancha para
pessoa monocromática, que vive de preto e branco, fazer uma festa
sempre. Me dá até arrepio. Fazer uma festa fantástica e ficar cobrin-
supercolorida. Não passa verdade. Nada fake dá certo. Um dia, me
do mancha? Estragou, joga no lixo!
perguntaram se faria uma festa numa laje, num morro. Faria. Se fos-
# Voile, por exempo, eu tenho usado muito pouco. A gente está vivendo um momento de tecido melhor, fibra natural. Entre botar uma cortina de voile, estou botando uma cortina de linho. Acho que a tendência é para as coisas menos fake e com mais qualidade. Pelo menos, eu tenho tentado isso. É até uma maneira de diferenciar uma
se para pessoas que vivem esta realidade. Mas grã-fino brincando de fazer a festa numa laje ficaria completamente falso.
Festeiro first class
festa comum de uma festa de categoria. Ricardo Stambowsky é formado em Direito. Seu primeiro empreSerra e mar
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go foi no departamento jurídico da construtora de seu pai. Ficou lá por
# Não é uma regra rígida, mas eu evito muito na beira do mar usar
dez anos. Casado com Sueli, filha de Alberto Pittigliani, eles costuma-
tons terrosos, verde musgo, bege. Acho que não são tons bonitos para
vam receber os amigos para jantares e festas em seu apartamento.
beira-mar. Já todos os tons de azuis, os amarelos, os verdes mais for-
Em 84, o amigo Luiz Celso Monteiro de Andrade convidou Ricardo
para montarem um negócio em prédio da antiga fábrica de tecidos
8. Música baixa na pista de dança
Santa Cruz, em Juiz de Fora. Nasceu a danceteria Factory, inaugura-
9. Mesa de doces com cordão de isolamento
da com big festa, show de Lulu Santos e caravana de 150 amigos do
10. Salgadinhos que sujam as mãos e a roupa do convidado
Rio. Lá, organizaram muitos réveillons, bailes de carnaval, festas de São João, Halloween, eleições da Pantera e do Gato Verão. A festa
Questão de etiqueta
acabou dois anos depois, quando tiveram que devolver o prédio que
Em matéria de etiqueta, Ricardo recomenda: os anfitriões é que
havia sido emprestado. Foi quando Sydney Pereira, promoter do Club
dão o tom da festa. Eles devem ser animados e gentis com todos os
Castel, no antigo Rio Palace, perguntou se Ricardo não queria orga-
convidados. É muito feio quando o anfitrião se isola com um grupinho de
nizar o casamento de Ana Cristina, filha do deputado Ademar Alves,
amigos, se separando do resto da festa.
dono do badalado restaurante Le Bec Fin, no Copacabana Palace. Foi um sucesso! A partir daí, Ricardo não parou mais de organizar casamentos e festas. Há mais de vinte anos, ele é organizador de mui-
Toque de classe
tas das festas mais exclusivas do Rio. De família pernambucana, do lado materno, e russa, do lado paterno, sua habilidade para organizar
Carioca, nascido e criado em Copacabana, do signo de Leão,
festas é genética. Seu tetravô, Henrique Marques Lins, foi encarrega-
dentista por profissão e produtor de eventos por vocação, casado
do, junto com mais quatro pernambucanos, de organizar as festas
com Simone e pai de Yael, Roberto Cohen há quase trinta anos tro-
que foram oferecidas ao Imperador D. Pedro II durante sua visita a
cou o jaleco branco do consultório pelo terno e gravata das festas
Pernambuco, em 1859. Como agradecimento, recebeu do Imperador
que organiza e que estão beirando o fantástico número de três mil!
o título de Barão de Utinga e, depois, de Visconde de Utinga. Sua
Seu contato com noivas começou através do trabalho de sua
mãe, Nieta, também sempre foi muito festeira. Fez festas lindas na
mãe, Dirce, costureira, contemporânea de Silvia Sousa Dantas, Mena
casa da família, no Cosme Velho.
Fiala e de todos os grandes nomes do seu tempo. Já tinha consultório
Adora desafios. Foi repórter do programa Rio que te quero Rio
montado quando uma amiga, há 27 anos, pediu ajuda para organizar
da TV Bandeirantes, no final da década de 80, entrevistando ce-
o casamento dela. Foi o início de uma nova e bem-sucedida carrei-
lebridades e pessoas da sociedade carioca em festas badaladas.
ra. “Acho que eu estava no lugar certo, na hora certa! Há mais de
Acabou se formando em Jornalismo, na Faculdade da Cidade,
25 anos, não havia homens fazendo esse trabalho, nem judeus. Tive
por necessidade do ofício. Também foi professor. Deu aulas na ca-
sorte e o fato de conhecer bem a cultura judaica me ajudou bastante,
deira de Eventos do curso politécnico de Design de Interiores da
especialmente nos barmitzvot e casamentos da colônia, apesar de o
Universidade Estácio de Sá. E, em 2010, lançou pela 3R Studio
primeiro casamento que organizei, o da minha amiga Eliane Stambouli
Editora o livro A vida é uma festa, mostrando algumas das belas
com Felipe Pontes de Medeiros, ter sido ecumênico”.
festas que fez e contando as situações inusitadas por que passou nos quase mil eventos que ajudou a organizar.
Depois, foi o efeito cascata. Mas teve um momento que foi decisivo: quando foi chamado para fazer a cenografia, o cerimonial e dar todo o toque na minissérie Você Decide, da Globo, e também na
Os 10 mandamentos Dez coisas que não podem faltar numa festa, em matéria de
Dona Flor e seus dois maridos quando virou minissérie. O consultório passou a escritório, por acaso nas mesmas salas que ocupa até
organização, segundo Ricardo Stambowsky:
hoje, na Barata Ribeiro, em Copacabana. A partir daí, foi só trabalho,
1. Banheiros limpos e perfumados
trabalho, trabalho. Nos últimos 10 anos, fez mais de mil e quinhentas
2. Bastante gelo
festas. E de tanto trabalhar para as estrelas, ficou conhecido como o
3. Excelente DJ
organizador de festas das celebridades.
4. Bebida variada
Viagens são sua inspiração, especialmente os cruzeiros. Mas cre-
5. Ar condicionado eficiente
dita muita coisa também à sua fértil imaginação. Perfeccionista, se
6. Gente bonita e divertida
cobra, no mínimo, que as coisas saiam além de suas expectativas. “O
7. Iluminação na dose certa
óbvio não me surpreende... Gosto de surpreender e ser surpreendido.
8. Conforto para os convidados
Gosto do belo. Gosto do bom e do ótimo!” Sua mais recente con-
9. Garçons educados e solícitos
quista foi ser convidado para Membro Ilustre da ABC – Association of
10. Um bom cerimonialista... para providenciar tudo
Bridal Consultants – uma associação que existe nos Estados Unidos desde 1955 e que já é representada em 31 países de todo o mundo.
Os dez pecados capitais
Tudo isso e toda a sua experiência em organizar festas, ele conta no
1. Shows demorados
livro que lança, em maio, pela 3R Studio Editora.
2. Falta de manobristas e de táxis na porta da festa 3. Lista de convidados desequilibrada 4. Bêbados inconvenientes
Os 10 mandamentos Roberto Cohen adverte: “Sabem do que um convidado lem-
5. Poucos bufês para o número de convidados
bra realmente de uma festa? De tudo aquilo que dá errado! Por
6. Seguranças parrudos
isso, meus mandamentos para a festa perfeita são simples, mas
7. Música alta na área de conversa
indispensáveis: 97
FESTAS
1. Manobristas e seguranças
Lembre-se de que as pessoas estão lá para prestigiar você e
2. Banheiros limpos
você deve ser a pessoa mais importante nesse caso. Se fulano
3. Comida quente
ou beltrano não aparecerem, seja por que causa for, parecerá que
4. Bebida gelada
foi por qualquer outro motivo e o resultado é que você ficará com
5. Número de garçons perfeitamente
fama de “garganta”.
dimensionado ao número de convidados 6. Temperatura agradável
dançando com o mesmo grupo. O bom anfitrião sabe circular, dan-
7. Timing perfeito
çar, bater papo e homogeneizar sua festa dando a mesma mereci-
8. Mix de várias tribos na lista
da atenção a todos.
de convidados
Aos convidados...
Sob o toldo, dezenas
9. Festa nem cheia demais, nem muito vazia
# Leiam o convite atentamente para irem no dia certo, no local
de mesas foram
10. Um anfitrião que recebe e agrega todos
certo e na hora certa! Parece bobagem, mas isso acontece muito.
os convidados”.
Já vi muita gente chegando sábado e a festa foi na sexta-feira, ou
revestidas com toalhas
chegando às 9 da noite para uma festa que era às 9 da manhã.
em motivos florais, de fundo vermelho e
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# Nunca fique sentado batendo papo com o mesmo grupo ou
Anfitriões & convidados
# Saibam a hora de ir embora também... A música está acalman-
arranjos de flores em
Para uma festa bem-sucedida, Roberto
do... tudo e todos se foram... e aquele grupinho de meia dúzia de
alturas e formatos
também dá algumas dicas preciosas para
amigos fica rindo e se esbaldando sozinho, sem o anfitrião, que está
alternados. Cadeiras
anfitriões e convidados.
louco para ir embora ou dormir.
em palha reforçavam
Aos anfitriões...
# Pedidos ao DJ? Só se você for muito íntimo. Do dono da festa
o tom alegre.
# Nunca façam demasiada propaganda
Criação Antonio W.
no estilo – “Vai bombar!”, “Teremos café da
tudo o que queria e não queria que ele tocasse.
Neves da Rocha
manhã!”, “Fulano vai, Beltrano também...”
# E a todos... divirtam-se e uma ótima festa!
e do DJ! Lembre-se que o anfitrião já conversou com ele e passou