Six Seconds #6

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CONTEÚDO +06

Breathe Carolina A Fascinação

+12 +14

Conheça um pouco mais..

Tudo que precisaremos...

16

+

Obituary Dias sombrios..

Shadowside

Desafiando o sonho..

+24

Gorgoroth

As palavra do Diabo em nova embalagem..

+44

O poder cristão.

+30 +31

Recomendações

Pelican

+18

+28

The Devil Wears Prada Urso Bruxo O novo som.

Sound Of The Underground Retrospectiva 2009

+32 Semblant +34 Unlit Face +36 Rest In Disgrace +38 The Almost

O reino dos monstros!

Seres imortais.

Poder Sueco.

Descançando em desgraça.

+41

38 Resenhas de CDs Extremamente extremo.

Stay Brutal

Brutalidade infinita.

+42

+10

Blood So Pure Hunter, Hunter.

Paradise Lost

Até que a morte nos separe


EDIÇÃO #6 janeiro-fevereiro - 2010 Editor Chefe Ian K. Menezes Design e Paginação Ian K. Menezes Colaboração nessa edição Bruno Thompis Anayara Fraga Pedro Tiago da Silva Jr. (Clown) Livia Ramires Amanda Vieira Santos Guilherme Cavalcanti Hélzio Pires Cupertino Christian Hoffmann Melanie B. Robiller Giovanni F. Gomes Diego N. Vianna Eluara Bueno Fotos Catherine Powell Neil Favila Gordie Ball Olle Svensson Chiaki Nozu Revisão Mateus Casali Contato www.sixseconds.com.br contato@sixseconds.com.br

Six Seconds Magazine http://www.sixseconds.com.br contato@sixseconds.com.br A Six Seconds é uma revista online bimestral que vem com o intuito de apoiar e divulgar bandas do metal moderno que ainda estão no underground. Nós visamos apoioar bandas do cenário independente, ajudar eventos e serem mais divulgados, trazer notícias sobre bandas nacionais e internacionais, resenhas sobre lançamentos de CDs e sobre shows. Ian: +55 71 8712.4491 Pedro: +55 11 9702.5058 Anayara: +55 11 9792.1777

Mostre para a Six Seconds do que você é capaz, se você gostaria de contribuir com a revista, não perca tempo! Mande já um e-mail para

contato@sixseconds.com.br e agarre está chance.


six seconds news: 46Tv: O video-blog do Project46 Banda paulista Project46 lançam o 46Tv, o que mais se resume a um video-blog mostra as atividades que a banda vem tendo com o passar do tempo! Nele inclui rolés, shows, ensios e por aí vai! O primeiro capitulo é divido em 3 partes e é sobre o show do HANGAR 11! Junto com a banda Gloria, Doncesão e Lex Level! Em mês em mês eles mostram um pouco da história dessa banda que está revolucionando a cena underground nacional. Confira os capítulos em: http://www.youtube.com/project46brazil

Mudvayne Mudvayne Epic

Rage Against The Machine com DVD novo! Será lançado no dia 23 de Fevereiro o DVD “Revolution In The Head – Rage Against The Machine and the Art Of Protest”. Será um documentário sobre a trajetória do Rage Against The Machine e seu envolvimento social e político.

Novo vídeo: Omar Rodriguez-Lopez Veja a seguir o vídeo de “Asco Que Conmueve Los Puntos Erógenos” de Omar RodriguezLopez do The Mars Volta. O vídeo foi dirigido pelo próprio e essa faixa faz parte do seu último álbum solo, “Xenophanes”.

Terá entrevistas com o produtor Garth Richardson, Colin Devenish (responsável pela biografia da banda), Dave “Rat” Levine (técnico de som do RATM) e Michael Goldstone (executivo da indústria fonográfica que assinou o RATM quando trabalhava na Epic Records), entre outras personalidades ligadas a banda.. http://www.youtube.com/watch?v=bUIg-WMcDIo

Serj Tankian lança álbum sinfônico

Puddle Of Mudd

Vol 4: Songs in the Key of Love & Hate Flawless/Geffen

No dia 9 de Março, Serj Tankian irá lançar o “The Flames Of The End” é o nome do DVD triplo do At The Gates que álbum “Elect The Dead Symphony”. será lançado em Fevereiro pela Earache Records. O disco 1 tem o documentário “Under A Serpent Sun -- The Story of At The Gates” que conta Será um CD/DVD com a apresentação de em detalhes toda história da banda e tem 2 horas de duração. O disco 2 Serj com a Auckland Philharmonic Orchestra contém “Purgatory Unleashed -- Live at Wacken”. na Nova Zelândia, que aconteceu no dia 16 de Março de 2009. Conterá o concerto com- São 75 minutos do show do At The Gates no Wacken Open Air 2008. No pleto em HD além de entrevistas com Serj e disco 3 encontramos “Only the Dead Are Smiling” . São 26 gravações com mebros da orquestra. raras do At The Gates ao vivo gravadas entre 1991 e 2008.

Darkest Hour à caminho O Darkets Hour começa oficialmente a escrever o material para o próximo álbum. A banda já está fechando o acordo com um novo selo e deve começar as gravações no começo do ano.

30 Seconds To Mars This Is War Virgin/EMI

Ok, ouvi muito Finch hoje. FATO: é bom demais. Se eu tivesse conseguido ouvir o CD inteiro na época que eu ouvi Letters to You eu iria ter pirado. Na época eu amava qualquer bandinha de punk rock, as que eram boas então eu ficava doida. Eu conhecia Letters to You desde a época que foi lançada praticamente. Peguei emprestado de um amigo um CD pra gravar umas músicas em fita K7 (ainda nem ouvia música no computador se não fosse stream na internet, gravador de CD então era um sonho distante) e tive que gravar essa também depois

DVD do At The Gates em Fevereiro

Winds of Plague troca novamente de tecladista Após a saída da tecladista Kristen Randall, Winds of Plague contratou Lisa Marx (ex-Kittie) para o posto.

Enquanto isso, o novo vídeo, “the Tide”, se- Entretanto, Lisa não conseguiu gue em processo de edição e será lançado aprender as músicas a tempo da turnê, então a banda chamou em breve. Alana Potocnik (ex-The Breathing Process) que já está com Dio com câncer no estômago Ronnie James Dio, legendário vocalista de a banda em turnê com Stick to bandas como Rainbow, Heaven & Hell, Black Your Guns, Circle of Contempt, Sabbath e Dio, foi diagnosticado com os pri- Sleeping Giant e Oceano. meiros estágios de câncer no estômago. Dio irá começar o tratamento imediatamente e espera voltar aos palcos em breve. que ouvi. Quase risquei o CD do garoto antes de devolver de tanto colocar ela no repeat. E depois eu ficava toda hora voltando a fita pra ouvir ela de novo. Foi pro top 5 das minhas preferidas.

falei: Ah,... que bosta... mó sem graça. Mas depois acostumei com ela. Só quando vejo o clipe. Depois de ver o clipe dela hoje de novo e ainda inconformada com a segunda versão da música eu resolvi ir no Wikipedia descobrir onde tava a primeira e baixar. Aí sim, a versão que eu gosto tá no EP Falling Into Place (que é do caralho) e a versão do clipe tá no primeiro CD, What it is to Burn (bom também). Tudo explicado agora e eu feliz ouvindo o EP repetidamente, quase pirando.Dá até uma certa nostalgia...

Mas a música tinha duas versões e essa era a primeira, coisa que eu descobri quando baixei o clipe um tempo depois. Eu baixava clipes no mIRC e lá a única coisa que você via antes de baixar eram os nomes. Baixei ele e tava toda empolgada pra ver, mas quando coloquei pra rodar foi “aquela” decepção com a outra versão (que pra mim nem precisava ter chegado ao meu conhecimento), Good times. LIVIA RAMIRES


teve algum treinamento musiV ocê cal?

Eu venho cantando em coral desde o primário.

Vocês aparentemente parecem ter se conhecido quando estavam em outras bandas. Ambas das nossas bandas estavam tocando na Batalha das Bandas em Denver. Eu tinha escutava o som deles e fui me apresentar, logo mais eles vieram nos assistir tocar. Como vocês chegaram a criar esse tipo de som? É uma mistura de todas as nossas influências. Dave começou em uma banda de punk, logo seguiu para duas bandas de pop-punk, depois para uma banda de metal. Eu acho que nosso som é uma mistura de tudo que nós dois amamos. Nós queríamos que fosse algo pop e cativante, mas também queríamos que tivesse partes pesadas. O que cada um de vocês faz na banda? Bem, Dave canta e faz as batidas, eu escrevo as letras com ele e faço os berros. Na produção nós trabalhamos juntos. Nós dois também tocamos uma série de instrumentos diferentes. It’s Classy, Not Classic foi lançado em Setebmro de 2008, e Hello Fascination foi lançado um ano antes. Como vocês deram conta de lançar um álbum tão rápido? It’s Classy, Not Classic tinha cinco músicas antigas (do EP) e cinco músicas novas. E nós já tinhamos essas músicas a tanto tempo, que nós queríamos lançar algo rápido. Nós ficamos em casa por dois meses e compomos muito, logo em seguida nós entramos na “Take Action Tour” e continuamos a escrever, após isso nós gravamos o disco. Por quê motivo vocês tiveram dois produtores no Hello Fascination? Nós só queriamos variar um pouco, ambos dos produtores são tão diferentes. Matt é especializado em melodias e harmonias. Ele foi muito engraçado. Mike é simplesmente musical. Eles são demais nesse aspecto (de produção). Fale um pouco de uma das tatuagens que você tem. Minha primeira tatuagem é no meu estômago. São quatro pássaros. Eles representam meu irmão, eu, minha mãe e meu pai. É uma das minhas favoritas, signifca muito para mim.

Muitas bandas escolhem um únic tudo em uma única banda, o que com a Six Seconds e responde a


co estilo para tocar. Breathe Carolina tomou diferentes rumos e juntou e acabou se tornando um som Ăşnico. Frontman Kyle Even bate um papo algumas perguntas sobre a banda e seu recente ĂĄlbum Hello Fascination.


O que vocês faziam antes de Breathe Carolina ter tanto sucesso? Nós estavamos sem trabalho, raramente trabalhávamos pra falar a verdade. Eu sinto que Breathe Carolina significa muito para nós. Que tipo de influências tiveram as suas antigas bandas no som de Breathe Carolina? Os berros das outras bandas ajudou! Mas musicalmente nada realmente se destaca, nós não estaríamos onde estamos se as pessoas não acreditassem em nós! O tipo de música que nós tocamos é tão diferente, tanto em relação a produzir, tocar e compor que nós tivemos que descobrir o nosso própio caminho para isso. Como é a cena musical na sua cidade natal em Denver?

A cena local é ótima! A galera é bastante favorável! Não importa de onde você venha, todo começo é dificil, mas Denver definitivamente nos deu um empurrão! A cena eletrônica está realmente bombando e por aí já existem muitas bandas fazendo sucesso com isso. O que vocês acham das pessoas terem tomada essa iniciativa? Eu acho que é mais o negócio “faça você mesmo”. Não tente ser como alguém, como alguma banda ou algum artista. Apenas siga o caminho que você acha que é melhor para você. Como uma banda, vocês estão se movendo em um rítmo rápido. Com o lançamento It’s Classy Not Classic pela Rise Records, nove meses depois, vocês assinaram contrato com a Fearless Records e lançaram Hello Fascination. Podemos esperar mais desse ritmo com outro álbum em 2010?

Honestamente, nós iriamos adorar isso. Para falar a verdade, nós não tivemos muito tempo para falar sobre isso. Há um monte de coisas diferentes acontecendo e se eles (Fearless) quiserem que nós gravemos mais um álbum, nós definitivamente iremos fazer isso. Como foi a mudança de Rise Records para a Fearless Records? Uma grande diferença entre essas gravadoras é que na Rise, era apenas uma pessoa lá, então nós fomos mais capazes de fazer coisas sozinhos. Fearless por outro lado existem bem mais pessoas para trabalharem com você. Eu acho que isso foi a coisa mais difícil de se acostumar, porque como uma banda, nós somos muito particulares sobre cuidar de nossas coisas. Nós gostamos de saber o que está acontecendo na banda, então é meio esquisito para nós trabalhar dessa forma. AMANDA

VIEIRA SANTOS


www.myspace.com/project46brazil

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Paradise Lost é uma das principais bandas responsáveis pelo crescimento do Gothic Metal mundial. Para comemorar os 20 anos da banda, a Six Seconds conversou com o vocalista Nick Holmes sobre o novo álbum e os futuros planos da banda. Confira!

O

Paradise Lost tem uma grande responsabilidade, em minha opinião, pela invenção, inovação e consolidação do Doom/Gothic Metal no cenário mundial e influenciou muitas bandas. Mas quem influenciou o Paradise Lost? Old death metal, Celtic Frost, death, old doom, Sabbath, Trouble Candlemass! Desde o auto-intitulado álbum, o Paradise Lost voltou a fazer um som mais agressivo, mas o período compreendido entre os álbuns


One Second e Symbol of life viu a banda flertar com um som mais experimental, com elementos eletrônicos e ainda mais góticos. Embora alguns fãs mais radicais desaprovem aqueles álbuns, acho que neles há grandes momentos. Neste sentido, a banda ainda pretende explorar esta fase no futuro? Músicas daquele período fazem parte do set list dos shows atuais? Se sim, elas são tocadas preservando os arranjos originais ou são adaptadas para o formato mais pesado apresentado atualmente? É impossível de dizer, nós não trabalhamos assim, nem planejamos nada a esse ponto. Qualquer música que possa ser tocada ao vivo, será tocada, ou já foi, a certo tempo. No estúdio fica bem óbvio quais músicas são mais adequadas para serem tocadas ao vivo. O documentário “Over the Madness”, de Diran Noubar, acompanhou o Paradise Lost em tour por diversos países. O que acharam do documentário? Aonde a banda tem a maior base de fãs? Eu nunca assisti, então eu não posso comentar. Me vendo comentar não é um dos meus favoritos passa-tempos. Na Europa é onde temos os nossos fãs mais leais. Como um dos responsáveis pela consolidação do Gothic Metal , o que você sente, hoje em dia, ao escutar o Gothic, um álbum tão influente e que definiu um estilo? Vocês imaginavam que tinham criado um algo tão especial? Nós fazemos literalmente uma fusão entre música gótica (Sisters Of Mercy) com brutal death metal. Foi uma idéia simples, porém nós fomos os primeiros a explorar isso. Na hora certa e no lugar certo, eu acho! Para nós fez sentido, nós gostamos de ambos dos gêneros e não vemos o porque de escolher um dos dois, sendo que nós poderíamos incorporar os dois. Percebi no álbum Faith Divides Us Death Unites Us, apesar de ser bastante pesado e sombrio, ele tem elementos de todas as fases da carreira da banda. Gostaria de saber se você também sente o mesmo e de que maneira os elementos da fase Host aparecem nas músicas novas. Você aprende em cada álbum que você grava sobre a composição e a utilização de experiências, nós sempre utilizamos qualquer inspiração do álbum anterior, é o subconsciente, ou apenas uma progressão natural para nós. O novo álbum está bastante pesado e soando bastante orgânico. Isso se deve ao produtor Jens Bogren e as gravações terem sido feitas no Fascination Street Studios? Houve alguma diferença na maneira de trabalhar esse álbum ao que vocês faziam anteriormente? Nós decidimos na hora de compor que queriamos um álbum mais pesado, Jens trabalhou no nosso álbum ao vivo, então a nossa escolha natural foi ele. Quanto ao processo de gravação foi o mesmo de sempre. Como foram as gravações dos vocais? Já que Jens Bogren é também conhecido por seus trabalhos junto ao Opeth e Katatonia, bandas que possuem vocais limpos e bastante suaves em certos momentos, e seus vocais nesse álbum soam totalmente agressivos e melancólicos. Ele influenciou você a escutar tais trabalhos? Nós decidimos na hora de compor que queriamos um álbum mais pesado, Jens trabalhou no nosso álbum ao vivo, então a nossa escolha natural foi ele. Quanto ao processo de gravação foi o mesmo de sempre. A bateria de Faith Divides Us Death Unites Us

foi gravada pelo baterista Peter Damin. Como isso influenciou as linhas do instrumento para o álbum? Foi dada alguma liberdade criativa à ele? A bateria já estava feita, é mais o caso dele se adaptar ao seu estilo para tocar elas, ele é um cara muito talentoso, não levou muito tempo para aprender tudo. Acredito que “ The Rise Of Denial” seja uma das músicas mais agressivas do Paradise Lost no últimos tempos e o disco soa mais pesado do que os trabalhos anteriores. Qual sensação de trabalhar num disco assim? O que os inspirou a seguir esse caminho? Se tiver tudo bem, nós levamos em frente, não existe nenhum grande planejamento com isso. A música é uma forma de arte e nós começamos com uma tela branca e vemos até onde vai. Quando você tenta escrever de uma determinada maneira ou estilo, tudo da errado.

ele tem andando conosco a muito tempo, ele se encaixa de forma perfeita. Como tem sido os shows da nova turnê? Como os fãs têm reagido ao novo álbum? Greg Mackintosh esteve ausente por causa de doenças na sua familia, o que realmente afetou ele, contudo um bom amigo se disponibilizou e nos permetiu continuar. A turnê tem sido um sucesso até agora e a recepção do novo álbum tem sido ótima. Recentemente vocês lançaram o clipe para “ The Rise Of Denial” . Como é gravar esses vídeos? A banda tem alguma participação nos roteiros? Você se sente confortável “atuando” nesse tipo de trabalho, como no clipe para “The Enemy”?

Sendo vocalista, você é ativo durante o processo de gravação dos outros instrumentos? Como é sua atitude no estúdio durante as gravações?

Vídeos geralmente são feitos juntos com outras coisas, como promo, é o caso de dizer sim ou não para scripts a maior parte do tempo, para ser honesto, tudo é feito tão rápido que nem dá muito tempo se realmente ficou bom ou não. Eu não estou interessado muito em ‘interagir’, eu sei que algumas bandas realmente gostam disso, mas eu prefiro tocar do que atuar, sinceramente.

A mesma que o resto a banda, todos nós sabemos nossos papéis e o que se é esperado, nós mantemos nossas cabeças erguidas e fazemos nossos trabalhos. Se transpira algo e há discussão sobre mudanças, todos nós nos reunimos e tomamos uma decisão em grupo.

O Paradise Lost já coverizou bandas de estilos diversos. Há desde as góticas The Smiths (“How Soon is Now”) e Sisters of Mercy (“Walk Way”), até as mais pesadas, como Venom (“In Nomine Satanas”). Vocês costumam tocá-las ao vivo? Qual é a sua preferida?

A música “Universal Dreams” tem um riff muito parecido com “Pitty The Sadness, do Shades of God. Vocês notaram essa coincidência ou foi algo proposital?

Não, nós tocamos muitos no passado, fazer covers de músicas favoritas não é uma boa idéia, porquê você vai de faixa em faixa! Porém, o de The Smiths ainda ficou bom.

Foi mais uma homenagem aos problemas da banda, assim como ‘Pity The Sadness’, eu acho.

No cenário do metal atual, quais bandas você destacaria? Alguma banda impressionou você recentemente? Conhece algo do Brasil?

Você acha que suas letras são realmente tristes? O que elas representam para você? Algumas delas são tristes sim, mas nem todas representam a forma que eu me sinto. Eu escrevo sobre outras pessoas que eu conheço também, ou coisas que eu passei ou que signifiquem algo para mim. As vezes a música em si me inspira algo para escrever, nossa forma de compôr significa que as vezes nos começamos com as letras, as vezes com um riff, não tem tem um formato exato. Agora uma curiosidade pessoal. Fale-nos sobre o símbolo da banda, o que significa o tribal cercado pela coroa de espinhos? Como esse belo símbolo acabou tornando-se uma marca da banda? Isso foi premeditado? Eu estava desenhando para a banda no tempo do álbum ‘Shades Of God’; nós queríamos um emblema que seria algo gótico, religioso e acima de tudo metal! Alguem desenhou isso em um guardanapo em um restaurante e nós vimos e achamos que seria perfeito, desde de então nós pegamos e usamos de uma forma ou outra. Para celebrar os 20 anos da banda, o Paradise Lost fez shows com duas outras grandes e influentes bandas do cenário Doom Metal, Anathema e My Dying Bride. Conte-nos quais suas impressões sobre essas bandas e como foram esses shows. Os shows que pegamos é sempre algo bom de se ver. Nós apenas fizemos 3 shows, mas nos conhecemos esses caras a anos e nós nos divertimos. É sempre um prazer entrar em turnê com pessoas que são seus amigos. Como se deu a entrada de Adrian Erlandsson? Como tem sido tocar com ele na turnê, já que Adrian vem de bandas mais rápidas e pesadas do que o Paradise Lost? Adrian é um baterista muito versátil e muito familiarizado com a nossa música, além disso

Nenhuma me vem a cabeça agora, em turnê eu raramente ouço música, eu tenho meus ouvidos destruidos pelo nosso própio som! Eu conheço as coisas antigas do Brasil obviamente, mas nada das últimas 2 décadas! Você deveria me recomendar algo e eu irei dar uma olhada. Eu amo ouvir novas músicas, mas ironicamente eu nunca tenho a chance de ouví-las, ainda tem algumas entrevistas a serem feitas e alguns planos, e mais entrevistas e mais planos.. você pode imaginar ;) No cenário do metal atual, quais bandas você destacaria? Alguma banda impressionou você recentemente? Conhece algo do Brasil? Nenhuma me vem a cabeça agora, em turnê eu raramente ouço música, eu tenho meus ouvidos destruidos pelo nosso própio som! Eu conheço as coisas antigas do Brasil obviamente, mas nada das últimas 2 décadas! Você deveria me recomendar algo e eu irei dar uma olhada. Eu amo ouvir novas músicas, mas ironicamente eu nunca tenho a chance de ouví-las, ainda tem algumas entrevistas a serem feitas e alguns planos, e mais entrevistas e mais planos.. você pode imaginar ;) Para terminar, você esta com o Paradise Lost há mais de vinte anos, gravando discos e viajando pelo mundo para mostrar a sua música. Lá no inicio de sua trajetória, em algum momento você chegou a pensar que a banda seria tão grande e influente quanto se tornou? Não, nunca. Nós apenas somos um grupo de amigos que amamos música e queremos fazer isso no nosso tempo livre. Obrigado pela entrevista, deixe algumas palavras para os seus fãs brasileiros.. Nós esperamos ir para o Brasil em 2010, obrigado por todo suporte e ouçam FDU-DUU! GUILHERME CAVALCANTI


SIXSECONDS Recomenda

Rock Alternativo Three Days Grace

Álbum recomendado: Three Days Grace é uma banda canadense formada em Norwood, Ontário em 1997 pelos músicos Adam Gontier, Brad Walst e Neil Sanderson. Originalmente, a banda era um quinteto, e chamava-se Groundswell, e no ínicio de 1992, a banda decide mudar definitivamente seu nome para Three Days Grace. Tornando-se um quarteto em 1997, o grupo se mudou de Norwood para Toronto afim de encontrar um novo horizonte e novas oportunidades, que, não demoram a aparecer.

Three Days Grace (2003)

Muse

Álbum recomendado: A banda foi formada no início dos anos 90, em 1994, na escola, e em 1999 lançaram o CD Showbiz. O álbum foi bem recebido pelos críticos e os singles Muscle Museum e Unintended tiveram algum sucesso dentro e fora do Reino Unido. Imediatamente surgiram comparações a outro grupo britânico, os Radiohead, uma das influências da banda, naquela época. Segundo Matthew Bellamy, as influências são, entre muitos outros, Jeff Buckley, Queen e Rage Against the Machine. Em 2000, na digressão para promoção do CD, tocaram no festival Ilha do Ermal, em Portugal, na mesma noite que os Limp Bizkit e os Deftones.

Absolution (2003)

Dois anos depois, lançaram o segundo CD, Origin Of Symmetry, que teve um sucesso ainda maior que o seu antecessor e lançou o Muse numa digressão pelos quatro cantos do mundo. Plug In Baby conseguiu

alcançar o 11º lugar nos tops britânicos, e New Born, o 12º. Em 2002, lançaram o DVD Hullabaloo - Live at Le Zenith, que regista um concerto inteiro gravado em Paris. Lançaram também um duplo CD com o nome Hullabaloo Soundtrack, com parte do concerto e uma colecção de b-sides. Nesse ano, deram 3 concertos em Portugal (Aula Magna, Hardclub, Festival Sudoeste). Em Setembro de 2003, saiu o seu terceiro álbum de originais, intitulado Absolution. O álbum foi nº1 no Reino Unido e os singles Time Is Running Out (#8/UK) e Hysteria (#17/UK) foram sucessos imediatos, entrando para as playlists da maioria dos canais de música e rádios. Em 2004 voltaram a Portugal, ao 10º aniversário do Festival Super Bock Super Rock, pouco antes de se tornarem na banda do momento na Inglaterra, ao encerrarem o Glastonbury Festival.

Breaking Benjamin

Álbum recomendado: Formado em 1998 pelo vocalista Benjamin Burnley e o baterista Jeremy Hummel, o Breaking Benjamin rapidamente tornou-se famoso na cidade. No ano seguinte mudaram o seu nome para Plan 9. Mais tarde, em 2000, após várias modificações, eles mudaram para o nome inicial, Breaking Benjamin. No mesmo ano, dois amigos de Burnley, Aaron Fink e Mark Klepaski, deixaram as suas bandas para se juntar à banda como guitarrista e baixista, respectivamente. Ela chamou atenção quando apareceu na MTV como cover, resultando em um acordo com a Universal Records. Mudaram-se para a Hollywood Records em 2001 após o sucesso de um EP independente, Breaking Benjamin EP, que vendeu duas mil cópias. Depois lançaram o seu álbum principal,

We Are Not Alone (2004)

Saturate, em 27 de Agosto de 2002. A primeira faixa do álbum, “Polyamorous”, tocou muito nas rádios, antes de alcançar grandes audiências. “Skin” também foi lançada, mas não fez tanto sucesso como a canção anterior. O álbum vendeu então apenas 300 mil cópias. Então, em 29 de Julho de 2004, Breaking Benjamin lançou o seu maior álbum, We Are Not Alone. Mais tarde em 8 de Agosto de 2006 lançaram o álbum “Phobia” com o single “Diary of Jane” que até ao momento pode ser considerado o seu single de maior sucesso.


A Perfect Circle

A Perfect Circle é uma banda de rock alternativo, formada pelo guitarrista Billy Howerdel. Howerdel já chegou a trabalhar como um técnico de guitarra para bandas como Nine Inch Nails, The Smashing Pumpkins, Fishbone, Guns N’ Roses e Tool.Durante a gravação do álbum Ænima de Tool, ele mostrou sua canção para o vocalista da banda, Maynard James Keenan, que se ofereceu como vocalista caso Howerdel formasse uma banda.

Álbum recomendado:

Integrantes: Maynard James Keenan - Vocal Billy Howerdel - Guitarra Josh Freese - Bateria Jeordie White - Baixo James Iha - Guitarra Thirteenth Step (2003)

Stereophonics

Álbum recomendado: Stereophonics é uma banda formada em 1992 por Kelly Jones (vocal, guitarra, piano); Richard Jones (baixo); Stuart Cable(bateria). Originada em Carmarthenshire, País de Gales a banda faz parte do cenario britpop.

Language. Sex. Violence. Other? (2005)

Os Tres começaram a escrever e a tocar em clubes de trabalhadores masculinos trabalhando juntos, como uma banda cover de teenagers teenage conhecidos por “Tragic Love Company” ,um nome inspirado pelas suas bandas favoritas (Tragically Hip, Mother Love Bone e Bad Company; apesar de inicialmente serem conhecidos como “Blind Faith”, eles rapidamente mudaram o nome da banda apos terem descoberto que ja existia uma banda com esse nome em que Eric Clapton tocava. Mais tarde alteraram o nome para “The Stereophonics”. Em Maio 1996 a banda assinou contracto com uma

recem formada editora, V2. Apos o contracto, eles passaram a ser simplesmente os “Stereophonics”. Em Agosto 1997,a banda lançou o seu primeiro album “Word Gets Around”, o qual alcançou 6ºlugar das tabelas britanicas e foi promovido por 5 singles. Em Fevereiro 1998, a banda recebeu o premio BRIT de melhor “New Group”. Na mesma semana a banda re-lançou o single “Local Boy in the Photograph” o qual alcançou, a posição 14 das tabelas britanicas. O 1º album da banda, “Word Gets Around”, tambem foi “Gold” no reino unido devido a grande publicidade. Em Novembro 1998, o single “The Bartender and the Thief”, do album “Performance and Cocktails”, foi lançado. Alcançou o 3ºlugar das tabelas britanicas. “Just Looking”, foi lançado a seguir e atingiu 4º lugar em Março 1999, no mesmo mes o novo album foi lançado,entrando no nº1 dos tabelas e em 3semanas foi platina. Tambem colaboraram com “sir Tom Jones” como cover da musica “Mama Told Me Not To Come”.

Switchfoot O Switchfoot é uma banda de rock de San Diego (California), suas letras tratam de temas espirituais e sociais, sendo por alguns, considerada uma banda cristã.

Álbum recomendado:

A banda é composta atualmente por 5 membros, são eles: Jon Foreman (Vocal, Guitarra), seu irmão Tim Foreman (Baixo, Back Vocal), Chad Butler (Bateria), Jerome Fontamillas (Guitarra, Teclado, Back Vocal) e Drew Shirley (Guitarra). O quintento ganhou mais reconhecimento após o filme “Um Amor Pra Recordar” (A Walk To Remember) que teve 4 canções do SF incluídas em seu Soundtrack, além de aparições em seriados, como Smallville, com a canção “Dare You To Move”. De acordo com Jon Foreman, Switchfoot é um termo do surf: “Nós amamos surf e surfamos toda nossa vida, então esse nome faz sentido.”

The Beautiful Letdown (2003)

Em 1997 foi lançado o primeiro álbum “The Legend of Chin”, muito elogiado pela crítica. Em 99 veio New Way To Be Human e logo após em 2000 Learning to Breath. Após o enorme sucesso desses álbuns eles acabaram participando da trilha de “Um Amor Pra Recordar”, fora suas músicas em diversos seriados como Smallville, Dawson’s Creek, etc. The Beautiful Letdown veio em 2003, e trouxe mega-sucessos como Meant To Live, que participa da trilha sonora de Spiderman, This is Your Life e Dare You To Move. Em 2005 veio o ótimo Nothing Is Sound, vendendo mais de 500.000 cópias.


Pelican é uma banda instrumental de Chicago que toca um som u classificado na area do Post-Metal. Após de vários lançamentos, a ba ça o seu mais novo álbum “What We All Come To Need”. Em entrev a Six Seconds, o guitarrista Trevor de Brauw responde algumas p


nexão entre as músicas e chegamos a um conceito para o álbum e o significado para as músicas.

um tanto profundo, anda se reune e lanvista exclusiva para perguntas! Confira.

Pelican não faz muitas turnês. Você diria que a banda ganha mais dinheiro vendendo mais CDs?

O

lá, como vão? Olá, nós estamos fazendo turnê nos Estados Unidos, nosso último álbum chegou ontem.

Nós estamos em turnê constantemente nos últimos cinco anos, nós realmente não ganhamos muito dinheiro vendendo CDs. Apesar de não ganharmos muito dinheiro fazendo turnê também. Oh, vida!

O jeito que vocês tocam é realmente profundo. O que vocês querem transmitir ou expressar para as Vocês tiveram uma pausa de dois anos até lançar pessoas que estão ouvindo sua música? Alguma o novo álbum What We All Come To Need. O que emoção, algum sentimento? mudou em comparação ao último álbum? Byran se tornou bastante contribuidor nas composições e todos nós nos tornamos mais confiantes, tanto em relação a compor quanto a tocar. O novo material foi composto com ouvidos muitos graves e detalhoso, o que ocasionalmente faltou bastante no passado.

Que nós apenas existiremos se continuarmos a ter esperança. Que apesar da espécie humana parecer curvada à sua própria destruição do que se entregar ao desespero implicado em sua morte. Eu sempre me perguntei, por quê vocês não tem um vocalista?

De onde veio o nome Pelican?

Nós não conseguimos encontrar e desistimos, assim decidimos seguir como uma banda instrumenO nome caiu do céu. tal, o que claramente está dando progresso. O novo álbum tem faixas com vocais pelo nosso amigo AlPara mim, vocês parecem muito com Isis, o que len Epley. vocês acham sobre isso? Isis é uma excelente banda. Embora eu ache que o som das duas bandas não soam familiar, há definitivamente semelhanças na maneira como encaramos a música. Eu acho que Isis tendem a ser mais melosas e abertas ao passo que as nossas músicas são mais embaladas para as brânquias dos riffs. É sempre um lisonjeio ser comparado a uma grande banda.

”’Last Breath’ é a nossa primeira faixa com vocal e nós achamos que ficou ótima!”

Como você pode descrever o som que Pelican faz? Heavy Melodic Rock. Que tipo de temas inspiram vocês?

Que tipo de influências vocês tiveram para tocar Natureza, fotografia, lembranças. apenas instrumental? Quando começamos como uma banda, nós procuramos bastante um vocalista. Eventualmente, anos se passaram e nós decidimos de começar como uma banda instrumental nos shows. Acabou dando muito certo e o pessoal adorou, então nós continuamos sendo uma banda instrumental.

Algo que vocês gostariam de dizer para os leitores da Six Seconds Magazine?

Quais são seus artistas favoritos?

Obrigado pela oportunidade!

Se estiver amarelo, deixe amarelo. Dar descarga após urinar é desperdicio de água, espere até ter algo sólido na latrina.

David Lynch, Guided By Voices, Cormac McCarthy, Igualmente. Obrigado pela entrevista e obrigado aos leitores por lerem. IAN K. MENEZES Francis Bacon. Como vocês decidem os nomes para as músicas? O quê os nomes representam? Nós não damos nomes as músicas até elas estarem quase prontas. Até lá nós tentamos descobrir a co-

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Sexta-Feira, 1 Janeiro, 2010 | SIX SECONDS __________________________________________________________________________________________

OBITUARY VOLTA AOS TRILHOS DO

Baterista Donald Tardy re Novo guitarrista, novo álbum, novas espectavias? Antiga banda de Death Metal da Flórida após quase três anos de pausa lança mais um álbum. Em entrevista exclusiva para Six Seconds, baterista Donald Tardy bate um papo sobre tudo que está rolando no Obituary. Confira! . Olá, como vai? Bem, obrigado. Nos fale um pouco novo álbum “Darkest Day”. Foi composto por Trevor, John e eu e gravado no nosso estúdio onde também gravamos “Xecutioner’s Return” e os álbums dos Tardy Brothers. Durante a composição nós sentimos que tinha algo especial nesse álbum. Durante a mixagem nós podemos dizer que teve um instante de Death Metal clássico. As músicas foram compostas muito rápidas e de forma natural para nós, nós realmente adoramos o processo de gravações de álbuns mais do que nunca. Foi uma ótima experiência dessa vez. Explique para aqueles que não sabem, o signifcado do título do álbum. Não tem muito o que dizer sobre o título, apenas que John veio com a idéia e pareceu se encaixar na artwork do álbum, qual foi desenhada por Andreas Marschall. Títulos de álbuns para Obituary são importantes para nós, tudo é relacionado as músicas. Existe uma edição especial desse lançamento, que irá sair em uma box, certo? Sim, eu acredito que irá conter algumas gravações extras e umas faixas ao vivo como bônus. Como você compararia a evolução entre esse álbum e os outros? Esse álbum foi feito de uma forma bem natural e nós realmente achamos que teve uma vibração bem old school no Death Metal. É um álbum que os fãs de Obituary iram curtir porque nós temos os seguimentos antigos. O que inspiram vocês nas suas letras? Desculpe, não posso responder essa pelo John... Como é a proceso de composição com vocês? É uma coisa coletiva ou mais individual? Eu, John e Trevor fazemos todas composições. Trevor e eu simplesmente entramos na garagem e botamos a mão na massa. Nós não nos esforçamos muito nem quebramos a cabeça com isso, nós simplesmente tocamos coisas que Ralpha esteve em Tampa desde o começo e nós gostamos e que os fãs irão gostar. Nós gostamos muito to? de coisas simples, essa é a forma que Obituary compõe Sim, é um show ao ar livre de um festival na sabiamos que ele era um guitarrista monstruoEuropa. so que poderia botar ótimos recursos no álbum. e pensa. Nós sabíamos que ele era alguem que daria conComo foi o processo de gravação? Vocês tiveram Vocês são uma banda bem velha no Death ta do trabalho no estúdio e faria um álbum meMetal. Que tipo de influências vocês tive- lhor para nós. Ele é um dos maiores guitarristas alguma pressão? de solo que eu já testemunhei. Nós temos nosso própio estúdio, então não houve pres- ram? são alguma. Nós realmente nos divertimos compondo o Bem, como baterista eu comecei bastante cedo, novo álbum. Para nós compôr é algo que é muito simples. então não tinha Death Metal na época. Eu cres- Como é a sintonia entre Trevor e Ralpha Você acharia que depois de 10 álbuns nós iriámos ficar ci ouvindo Lynard Skynard, Stevie Ray Vaugn e musicalmente? sem idéias, certo? Mas nós temos idéias de sobra ainda. Black Sabbath... Minhas influências foram Jon Eu simplesmente me tranco com Trevor em uma sala e Bonham e Tommy Aldrige. Mas no meu mundo Trevor compõe todas as músicas e Ralpha faz nós botamos as idéias para fora e nos concentramos no do metal como baterista na verdade abriu quan- os solos nelas. Eles são como Jack Daniel’s e que nós queremos e não nos preocupamos com o resto do eu ouvi Slayer, foi quando eu percebi que eu Coca-Cola. do mundo. Nós apenas compomos algo que achamos le- queria tocar metal, assim como todos os outros Como vocês escolheram a Candlelight como gal e que estaremos confiantes que nossos fãs irão gos- baterista da época. nova gravadora? tar do que fizemos. Como Ralph Santolla entrou na banda como Candlelight foi a gravadora que deu a Obituary Em novembro vocês estarão lançando um DVD, cer- novo guitarrista?

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Vo tal av ho É u vou ileg Ob dos gra oj mo fãs ele lá p


ENTREVISTA _________________________________________________________________________________________

O DEATH METAL COM FORÇA TOTAL!

evela tudo sobre Obituary

melhor oferta para o nosso contrato. Nós fo- Toda aquela paixão com a qual vocês toos roubados pela Roadrunner por tantos anos cam deve ser difícil de agüentar fisicamente. Como vocês se preparam para os danos e agora queríamos o melhor para nós! físicos de uma turnê? ocês fizeram parte da cena Death Me- Eu apenas sempre tenho que estar em forma. l da Flórida desde o começo. Como você É uma parte da minha vida e eu sei que semvaliaria a situação do Metal e Death Metal pre será assim. Eu amo tocar bateria e eu tento oje? praticar o máximo o possível. Mas eu também uma cena difícil hoje em dia... A internet le- adoro umas geladas depois. u metade de nossas vendas com downloads gais, então é difícil falar sobre isso. Fãs do Há algo que você gostaria de dizer para os bituary ainda são muito devotos e apaixona- leitores da Six Seconds? s, mas é muito fácil para os fãs pegarem de Obrigado pelo seu apoio e eu espero que gosaça em vez de apoiarem a banda. É apenas tem do novo disco do Obituary e há um disco jeito que as coisas são agora. Nós não pode- que eu e John gravamos chamado “Tardy Broos mudar as coisas, mas podemos deixar os thers Bloodline”. Confiram! IAN K. MENEZES s entenderem como é importante pra nós que es comprem o cd online por que é fácil. Vamos pessoal, apóiem suas bandas preferidas!

Album: Darkest Day Gravadora: Candlelight Records Nota: 8 O Obituary é uma banda de Death Metal americana que dispensa qualquer tipo de apresentação em uma introdução feita aqui. O que você deve saber é que esses americanos, juntamente com o Death, Deicide, Cannibal Corpse e afins, revolucionaram o conceito de música pesada no fim da década de 80 com a nova denominação do termo Death Metal. De 1988 (data de fundação) até os dias atuais, o Obituary tem 10 discos (se contarmos com um ao vivo – Dead – e um “compilation” – Anthology). Darkest Day é o nome do mais novo disco dos americanos. É um disco sólido, cru e repleto de tudo o que fez nome na década de 80: Riffs, bateria marcada, baixo conduzindo o peso, solos de guitarra vibrantes e o vocal agressivo como sempre. “Sim, mas isso tudo, em todos os discos, fica chato, não?” Minha resposta é: Não. Pois estamos falando do Obituary. É impressionante, como a fórmula sempre foi essa, e a banda ainda consegue se manter inteira e surpreendente como sempre. Lost e playback são as minhas preferidas, justamente por possuírem toda essa pegada oitentista e adcionarem um pouco da modernidade a si. Não é um disco que vai virar clássico da banda, como o World Demise, ou o The End Complete, mas é um disco que dá trabalho à quem tenta criticar negativamente. Usando um clichê: o Obituary mostrou que ainda é e pretende continuar sendo o Obituary. Bom disco. BRUNO THOMPIS


Shadowside Shadowside começou começou emem 2001 2001 na na cidade cidade de de SãoSão Paulo. Paulo. Com Com muito muito trabalho traba agora agora estão estão a toda a toda vapor! vapor! Com Com o atual o atual lançamento, lançamento, Dare Dare To Dream, To Dream, a Six a Six Secon Se Shadowside começou em 2001 na cidade de São Paulo. Com muito trabalho eles con dista dista Dani Dani Nolden Nolden queque se atreveu se atreveu a fazer a fazer seus seus sonhos sonhos virarem virarem realidade. realidade. ConC e agora estão a toda vapor! Com o atual lançamento, Dare To Dream, a Six Seconds c tecladista Dani Nolden que se atreveu a fazer seus sonhos virarem realidade. Confira!

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para extra show um na show região, extra extra naque região, na aconteceu região, que aconteceu que em aconteceu Pittsburgh, em Pittsburgh, em noPittsburgh, Hard Rock Bem, e Bem, eu a banda posso eu posso agora dizer dizer éque a mesma aque diferen ade d ani, ani, conte-nos conte-nos um pouco um pouco sobresobre comocomo se deu se deu a para a um no Hard no Hard Cafe. Rock O Rock lugar Cafe. Cafe. O tem lugar uma O lugar tem estrutura uma tem estrutura uma fantástica estrutura fantástica e fantástica é uma e das e (risos). meço meço e a banda e Estamos a banda agoralonge agora é a mesma da é aperf me “Wake “Wake Up Screaming Up Screaming Tour”Tour” e quantas e quantas datasdatas foram foram é uma é melhores das uma melhores das casas melhores casas que já casas que tivemos já que tivemos já o prazer tivemos o prazer de o tocar. prazer de tocar. Ver de os tocar. fãs Porsche Porsche desenvolver, (risos). (risos). Estamos temos Estamos diversas longelong da id fechadas fechadas para para que o que Shadowside o Shadowside pudesse pudesse fazerfazer mais mais Ver os Ver gritando fãsosgritando fãs em gritando um emlocal um emcomo local um local como aquele como aquele foi o aquele melhor foi o foi melhor “até o melhor logo” muitoque muito para precisamos desenvolver, para desenvolver, evoluir temos aos tem div po uma uma jornada jornada internacional. internacional. “até logo” “até poderíamos que logo” que poderíamos que poderíamos ter recebido ter recebido ter dos recebido Estados dos Estados dos Unidos. Estados Unidos. Já estamos Unidos. mance mance pessoas de palco desepalco que impressionem precisamos que precisamo com evo Já estamos Já estamos planejando planejando aplanejando próxima a próxima para a próxima Fevereiro/Março para para Fevereiro/Março Fevereiro/Março do ano que do vem. do o mesmo mesmo que quesomos as que pessoas as capazes pessoas sede impres realiz se im Essa foi Essa a foi nossa foiaanossa nossa maior maior maior e mais e mais e mais cansativa cansativa cansativa turnê turnê turnê internacional internacional internacional até ano anovem. que vem. mos, continuar mos, nós sabemos nós sabemos evoluindo o queoesomos que surpree som ca até o o até momento. momento. o momento. Nós Nós ficamos Nós ficamos ficamos nos nos Estados nos Estados Estados Unidos Unidos Unidos por por 40 por 40 dias dias 40 dias no que É impressionante ver sua performance no palco, Dani. bom, de bom, porque banda porque vamos acomodada, vamos continuar continua queevo a no ano nopassado, ano ano passado, passado, mas mas tocávamos mas tocávamos tocávamos duas duasduas ou outrês três ouvezes três vezes vezes por porsesemana por seÉ impressionante É impressionante Comunicativa, ver carismática sua verperformance sua performance e, acima node palco, no tudo, palco, Dani. potente. Dani. Nós não Nóssomos que não estásomos bom o tipo assim. ode tipo banda Nós de band nun aco manaenquanto mana enquanto enquanto que que dessa dessa quevez dessa vez ficamos ficamos vez pouco ficamos pouco mais pouco mais de três mais de semanas, três de três Comunicativa, Comunicativa, Noto que acarismática energia carismática que você e, acima carrega e, acima de tudo, é de costumeiramente tudo, potente. potente. chegou chegou o suficiente, ao limite ao limite enão quesei eestá que se bom somos está as b semanas, semanas, mas mas praticamente praticamente mas praticamente sem sem dias dias livres, semlivres, dias já que livres, já tínhamos quejátínhamos que tínhamos os shows Noto Noto que a que energia a igualmente energia que você queentre você carrega todos carrega é costumeiraosémembros costumeirada estamos que que estamos temos auto-estima bem o bem suficiente, oalguma suficiente não ( os shows os shows comuns comuns e apresentações comuns e apresentações e apresentações acústicas acústicas também. acústicas também. 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o alho eleseles conseguiram conseguiram reconhecimento reconhecimento e e econds nds conversa conversa com com a vocalista a vocalista e teclae teclanseguiram reconhecimento nfira! Confira! conversa com a vocalista e

“Dare To Dream”, viprimeira umaaudição banda bem mais madura Recentemente, Recentemente, na minha na minha primeira audição do novo do novo disdisanos atrás.desse Lembro que as pessoas lembro que disco, bro muito bem bem desse primeiro primeiro show show comoadoraram, como se fosse se fosse ontem, ontem, diferença e nça uma entre bicicleta entre a banda para a banda no umcoPorsche no bro co- muito musicalmente dovi que nouma disco “Theatre Shadows”. co, “Dare To Dream”, To Dream”, uma vi banda banda bem bem maisof mais madura madura achamos foi bom. Mas eu as imagino queco, as “Dare mesmo mesmo tendo tendo sido que há sidoanos há muito anos atrás.atrás. Lembro Lembro que que pessoas as pessoas esma feição de uma de e ainda bicicleta uma temos bicicleta para muito um parapara um nós O que mudou na espaço compreende musicalmente musicalmente do que dobanda, no que disco nonesse disco “Theatre “Theatre ofque Shadows”. of Shadows”. pessoas que estavam lá gostaram adoraram, adoraram, lembro lembro que nós queachamos nós achamos que porque foi que muito foiestávamos muito bom. bom. Massendo Mas performance detemos palco adeias ge perfeição dapara perfeição e ainda e ainda temos o lançamento debanda, um disco e outro? Ode que Omudou que mudou na banda, na nesse nesse espaço espaço que compreende que compreende comparados com nossa, com o tempo eu imagino que as que pessoas asbandas pessoas queda estavam que estavam lá gostaram lá mesmo gostaram porque porque oucos, portanto mesmo queeu asimagino mos versas diversas ideias ideias para perforpara perforo lançamento de um dedisco um disco e outro? e outro? estrada. Nós já levávamos as coisas muito ada sério na época, estávamos estávamos sendo sendo comparados comparados com bandas com bandas da nossa, nossa, com ocom o o lançamento m oluir osoevoluir que aosfazemos, poucos, aos poucos, portanto nós sabemos portanto então dentro dos tentamos fazer ummuito show Nós perdemos o medo de tentar e paramos de comparar a mesmo mesmo tempo tempo de estrada. denossos estrada. Nóslimites, jáNós levávamos jánós levávamos as coisas as coisas muito ssionem mpressionem zar. Issocom é bom, o com que porque o fazequevamos fazenós com outras bandas. Para nós, Nós perdemos Nós mesmos perdemos o medo o medo de tentar de tentar e paramos e paramos de não comparar deimporta comparar a mais a verdade. Mas se você dentro comparar gravação daquela a sério a sério na época, na época, então então dentro dos nossos dosanossos limites, limites, nós tennósnoite tenmos endendo. apazes capazes deNós realizar. de não realizar. somos Isso éIsso o tipo é de o que os outros fazendo nossos artistas favoritos. nós mesmos com outras comestão outras bandas. bandas. Paraou nós, Para não nós,importa não importa mais mais o que vai ficar que nós éramos tamos tamos fazer fazer um fazemos show um show de hoje, verdade. de verdade. Mas evidente se Mas você se você comparar comparar a nósa mesmos ar oluindo evoluindo e surpreendendo. acha quee jásurpreendendo. chegou ao limite e com importou verdade, tínhamos o favoritos. receio de o queNunca oos que outros os outros estãode estão fazendo fazendo oumas nossos ouainda nossos artistas artistas favoritos. e ainda não sabíamos bem o que gravação gravação daquela daquela noite noite com o com queo fazemos que muito fazemos hoje, hoje, vai ficar vaifazer. ficar omodada, da acomodada, queque acha que que achajáque já inexperientes nca achamos estamos bem apenas que desse vontade sem nos preocuparmos Nuncafazer Nunca importou importou deoverdade, de verdade, mas ainda mas ainda tínhamos tínhamos o receio o receio Se você repetir essa pergunta daqui a 10 anos, eu espero evidente evidente que nós queéramos nós éramos inexperientes inexperientes e ainda e ainda não sabíanão sabíabom sssim. perfeccionistas assim. Nós nunca Nós nunca demais achamos achamos ou não com qualquer outra Dessa vez, deixamos nossas de fazer de fazer apenas apenas o que o desse quecoisa. desse vontade vontade sem nos sem preocuparnos preocuparpoder dizero aque mesma coisa sobre nosso momento atual. mos muito mos muito bem bem ofazer. que fazer. Se você Se você repetir repetir essa pergunta essa pergunta (risos). o e,sei nãosesei Mas somos seeusomos vejo perfeccioisso perfecciocomo personalidades aparecerem mais e isso é algo que vai ficar mos com mos qualquer com qualquer outra outra coisa.coisa. Dessa Dessa vez, deixamos vez, deixamos nossas nossas queespero observar quedizer aprendi alguma coisa daquiEspero daqui a 10 anos, anunca 10 anos, euter espero eu poderpoder dizer anão mesma a mesma coisa coisa sobresobre iar stima uto-estima tanto alguma a nós alguma (risos). quanto (risos). Mas ao nosso Mas vez mais evidente em nossos personalidades aparecerem aparecerem mais mais e issoe trabalhos. éisso algoé que algoEspecialmente vai queficar vai ficar o momento tempo. nosso nosso momento atual.atual. Espero Espero nuncanunca ter que ter observar que observar que personalidades que cada as apenas que pode nãopode beneficiar nos beneficiar manteve tantono tanto a nível a com agora queevidente vimos que Dare to Dream foiEspecialmente bem Especialmenaceito. cada vez cadamais vez mais evidente emonossos em nossos trabalhos. trabalhos. não aprendi não aprendi alguma alguma coisa coisa com ocom tempo. o tempo. dito ão. Acredito que Eu lembro éque issoéque muito issonão que bem nos não desse nos agorateque agora vimos que que vimos o Dare que to oDream Dare foi to bem Dream aceito. foi bem aceito. primeira apresentação. apresentação. Eu lemEu lemeraontem, mesmo tendo sido há Recentemente, na minha primeira audição do novo


Nós arriscamos ao fazer esse álbum e a maioria das pessoas acabaram gostando mais dele que do Theatre of Shadows. Acredito que agora que todos já tiveram tempo de se acostumarem ao rumo que tomamos, eles perceberam que não fizemos realmente uma mudança, já que mantivemos as características do Theatre of Shadows que todos gostavam, como a energia e as melodias marcantes. Todo o resto foi um processo natural de evolução da banda. As ideias para um novo disco estão começando a aparecer e eu já enxergo o Dare to Dream como a transição entre o Theatre of Shadows e o próximo material. Musicalidade, peso e atrevimento são coisas que as pessoas sempre podem esperar de nós, cada vez mais. Não significa que faremos alguma mudança, mas com certeza nossa identidade será ainda mais clara. Posso afirmar que, do primeiro full-lenght da banda, as faixas Highlight e Kingdom of Life, eram as mais pedidas pelo público, certo? E, do novo disco? Quais faixas estão caindo nas graças da platéia do Shadowside? Red Storm também funciona muito bem até hoje, acho que se deixarmos de tocar Highlight e Red Storm em algum show, vamos sair xingados (risos). Do novo álbum, as favoritas me parecem ser Hideaway, In the Night, Baby in the Dark e Memories, que por acaso são minhas favoritas também. Eu adoro todas as músicas, porque todas elas foram criadas por nós, mas essas e também Dare to Dream são especiais de certa forma. Tenho a impressão de que o público sente a mesma coisa, pois eles cantam todas as músicas, batem cabeça, mas essas faixas parecem deixar as pessoas meio alteradas, no bom sentido. É maravilhoso ver isso acontecer em uma apresentação. É uma troca intensa de energia, eles se alimentam da música e nós nos alimentamos da insanidade deles. Dá a sensação de trabalho realizado, você conseguiu agradar aquelas pessoas e deixá-las felizes ou tirar a mente delas dos problemas por algum tempo. Essa é a grande motivação da Shadowside. Sucesso em vendas, elogios de mídia e fãs, todas essas coisas são boas... mas nada chega perto de olhar nos olhos das pessoas e ver que elas estão vivendo aquele momento sem reservas. O mês de Setembro foi um mês bastante corrido para a banda, com a mesma chegando a ter que tocar em dois locais no mesmo dia, por sete vezes. Como a banda encarou esse desafio em terras norte-americanas? Isso no começou se mostrou como um problema, já que não tínhamos muito tempo para dormir. É ruim para todos, mas ainda pior para vocalistas, então foi uma boa experiência já que precisei aprender a não me esgotar completamente depois de um show, a voz precisava estar clara e em forma cedo no dia seguinte, depois de apenas três ou quatro horas de sono. É cansativo, ensina muita coisa e te coloca em uma situação realmente profissional de uma hora pra outra. Depois que você consegue estabelecer uma rotina relativamente decente para poder descansar, fica um pouco mais simples. Fazer dois shows por dia em uma turnê de dois, três meses não é algo que eu poderia fazer, mas foi bom ver que é possível fazer de vez em quando. Há um ditado popular que diz que “O bicho homem é o bicho mais difícil de conviver”. Existiram situações durante a turnê em que essa expressão falou mais alto? (risos) O tempo todo! É impressionante como as diferenças entre os sexos aparecem quando um não aguenta mais olhar pra cara do outro. Nós não temos problema para conviver uns com os outros, mas a coisa é um pouco mais solitária pra mim, já que não tem outra mulher na banda

ou na equipe e os meninos sempre tem alguém para falar sobre “assuntos de homem”. Quando eu não aguento mais os tais assuntos, coloco os fones de ouvido ou escrevo músicas. Você acaba aprendendo a lidar com isso, é como viajar com seus irmãos, você os ama, mas quer atirar um sapato neles (risos). Em Maio de 2009, a banda concedeu uma entrevista ao Portal Musicão em que falava sobre o sucesso nacional, que não é tão grande quanto o internacional. De Maio pra cá, o que mudou na perspectiva da banda? As turnês nacionais estão fluindo com mais naturalidade, agora? Não, as coisas no Brasil são muito complicadas. Eu percebo uma grande mudança nas vendas e no número de pessoas que nos pedem shows, mas o promotor de eventos no Brasil ainda é um grande problema. Você conta nos dedos o número de organizadores responsáveis e sérios, e eles recebem ofertas de shows de bandas de todo o país, além das internacionais. Fica difícil selecionar um ou dois meses para fazer turnês no Brasil. Nós não pudemos fazer um show no Rio de Janeiro, porque quando recebemos a oferta, já estávamos com a turnê pelos Estados Unidos marcada e esse promotor não sabia quando organizaria outro. É algo triste, porque nós gostamos muito de tocar aqui e nossa exposição atual permite que a gente toque em vários lugares, mas é um pesadelo conseguir conciliar datas com os poucos profissionais sérios, que não apenas vão fazer as coisas funcionarem bem, mas ao menos funcionarem. Houve alguma situação cômica em que a banda se envolveu durante o período em que esteve em turnê? Se sim, nos conte um pouco. Agora é cômica, mas também foi trágica quando aconteceu... no final da turnê, nós havíamos planejado passar o dia em New York, antes de pegarmos o voo de volta para o Brasil. Na metade da viagem de sete horas de Pittsburgh até New York, eu senti frio e procurei minha jaqueta. Descobri que ela não estava lá, havia ficado na casa do nosso empresário, ele tinha feito uma festa de despedida para nós e eu estava com medo dos cachorros dele e saí da casa meio apressada. Isso não seria exatamente um problema, se meu passaporte não estivesse no bolso da tal jaqueta. Tivemos que voltar, mas algum problema com o GPS fez com que ele nos enviasse de volta para Pittsburgh passando pelo meio de cada cidade, ao invés de simplesmente nos dar o caminho pela rodovia. Uma viagem de sete horas se transformou em aproximadamente 12, depois enfrentamos o trânsito de NY e quase perdemos o avião. Dia divertidíssimo... acho que não preciso dizer o que eles queriam fazer comigo (risos). Em contraste com a pergunta anterior: Quais foram as maiores dificuldades enfrentadas pela banda durante a turnê? alta de descanso, alguns shows mudaram de local em cima da hora, outros cancelados e substituídos a menos de duas semanas da data marcada. Felizmente, deu tempo suficiente para as pessoas serem avisadas e as datas continuavam preenchidas com shows, mas são situações que te estressam até você conseguir resolver o problema. São imprevistos, você lida com isso da melhor forma possível. A comida também não ajudou muito, é muito diferente da nossa. No começo, não é um problema, mas depois de um mês você já começa a ficar sem apetite e não aguenta mais comer a mesma coisa. Como você você analisa analisa oofato fatoda dacena cenametálica metálibrasileira ca brasileira estar estar vivendo vivendo umum grande grande momo-




petir com as bandas europeias e americanas em termos de estrutura. Eles ainda têm as coisas a preços muito mais acessíveis do que nós aqui no Brasil, mas não é mais tão impossível conseguir o mesmo som que eles. Em igualdade de condições, o talento do nosso país, que sempre esteve lá, apareceu.

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Shadowside

Dare To Dream LCM/Radar Records Chavis Records Nada melhor do que ver a bandeira brasileira ser hasteada lá fora com orgulhobrasileira como vem Nada melhor do que vertanto a bandeira ser sendo ultimamente. Uma das bandas responsáhasteada lá fora com tanto orgulho como vem sendo veis por esse fator, é a bandas Shadowside. Surgida por em ultimamente. Uma das responsáveis meados de 2001, dentro de sua carreira ao lonesse fator, é a Shadowside. Surgida em meados go dessesdentro oito anos, a Shadowside já teve dende 2001, de sua carreira ao longo desses tre festivais oitodiversas anos, a apresentações Shadowside jáem teve dentrenacionais diversas de ponta, algumas passagens bem sucedidas por apresentações em festivais nacionais de ponta, terras estrangeiras. maissucedidas recente turnê interalgumas passagens Abem por terras nacional da banda foi muito bem sucedida, pasestrangeiras. A mais recente turnê internacional sando por foi países e finalizando-se da banda muitoeuropeus bem sucedida, passando nos por Estados Unidos. A turnê serviu para a banda propaíses europeus e finalizando-se nos Estados mover maisserviu novo para discoa(Dani dá oseu ar Unidos.seu A turnê bandaNolden promover de sua graça aos(Dani leitores da Six emgraça uma mais novo disco Nolden dá Seconds o ar de sua entrevista exclusiva nesta mesma edição. Não aos leitores da Six Seconds em ma entrevista percam), Dare to Dream, de qual falo agora. exclusiva nesta mesma edição. Nãovos percam), Dare Quem acompanha a banda desde o disco Dance to Dream, de qual vos falo agora. Quem acompanha of Shadows, sabe que Theatre a bandaoffez muita gente a banda desde o disco Shadows, sabe “quebrar a cara”, surpreender a todos a com um que a banda fez ao muita gente “quebrar cara”, Hard Rock/Metal muito bem trabalhado e com ao surpreender a todos com um Hard Rock/Metal identidade. mesmo a banda vinha de muito bem Neste trabalhado e disco, com identidade. Neste complicações gravadora, até na mesmo disco,com a a banda vinha culminando de complicações falência da mesma. Complicações a parte, o que com a gravadora, culminando até na falência da se nota éComplicações que a banda aamadureceu muito e promesma. parte, o que se nota é va tudo isso por inteiro com o lançamento desse que a banda amadureceu muito e prova tudo isso novo trabalho. comdesse riffs bastante intelipor inteiro com Guitarras o lançamento novo trabalho. gentes, presença marcante, linhas presença de baixo Guitarras com riffsvocal bastante inteligentes, estarrecedoras e uma bateria super diversificada e vocal marcante, linhas de baixo estarrecedoras e precisa. Estassuper são asdiversificada primeiras características que uma bateria e precisa. Estas nos vêem à cabeça ao nos depararmos com Dare são as primeiras características que nos vêem à To Dream. Aos amantes do rock disco é cabeça ao nos depararmos com pesado, Dare Too Dream. um cheio. Nation Hollow Mindéaum Wings of Aos prato amantes do De rock pesado, o disco prato Freedom, o que vemos é uma banda que mostra cheio. De Nation Hollow Mind a Wings of Freedom, ao que vemos veio e logo de cara, 8 pedradas na o que é uma bandamanda que mostra ao que cara do ouvinte. O impressionante é que não há veio e logo de cara, manda 8 pedradas na cara como citar destaques que se sobressaiam aos dedo ouvinte. O impressionante é que não há como mais, pelo fato de banda usar umaaos forma bem citar destaques quea se sobressaiam demais, linear de compor. O que faz com que cada música pelo fato de a banda usar uma forma bem linear tenha sua particularidade. Hollowtenha Mind de compor. O que faz com Em que Nation cada música e In The Night, as linhas vocais nos remetem a sua particularidade. Em Nation Hollow Mind e reIn frãos grudentos e devocais fácil acesso. Impressionante. The Night, as linhas nos remetem a refrãos Last Thougts é fácil minha preferida, que me chamou grudentos e de acesso. Impressionante. Last a atenção, justamente por ser repleta de guitarThoughts é minha preferida, que me chamou a ras mais justamente melodiosas por que ser casam muito com atenção, repleta de bem guitarras o vocal agressivo/melodioso de Dani. A passada mais melodiosas que casam muito bem com o só diminui na faixa Time To Goodbye, onde vocal agressivo/melodioso de Say Dani. A passada só Dani mostra que tem flexibilidade vocal o suficiendiminui na faixa Time To Say Goodbye, onde Dani te tanto que para tem emocionar quantovocal para fazer bangemostra flexibilidade o suficiente ar. Belas belo trabalho instrumental, belos tanto paraletras, emocionar quanto para fazer bangear. refrãos. Outro disco que está na minha lista dos Belas letras, belo trabalho instrumental, belos melhores de 2009. refrãos. Outro discoBRUNO queTHOMPIS está na minha lista dos melhores de 2009. BRUNO THOMPIS

mento lá fora? Temos bandas como Eminence despontando como, talvez, a maior promessa do groove/metalcore brasileiro, temos o Sepultura voltando a criar com a destreza de sempre, temos o próprio Krisiun que, como muitos dizem, quase virou uma banda estrangeira devido ao tempo que estão passando lá fora. Como você avalia essa nova vitrine tupiniquim? Eu acho que o Brasil sempre teve bandas excelentes, agora é apenas mais fácil espalhar a música para qualquer parte do mundo através da internet, além de hoje nosso país ter melhores condições de com-

Pondo mais outro contraste: Lá fora, mais do que nunca, as bandas brasileiras estão tendo uma visibilidade enorme. Porém, dentro do país, ainda é difícil estabelecer e fixar um nome inesquecível. Querendo ou não, quando se fala em metal no Brasil, os primeiros nomes que vem à cabeça são os de Angra e Sepultura. Quais os maiores desafios em construir e consolidar uma carreira nacional de renome e desmistificar essa visão de apenas duas bandas? Inicialmente, eu não vejo isso como um desafio. “Tirar o posto” de Angra e Sepultura não são objetivos da banda, então nós não buscamos isso. Buscamos nosso caminho, nossa carreira e nosso sucesso, todo o resto é apenas consequência. Acho natural pensar em Angra e Sepultura primeiro, porque foram as primeiras bandas a conquistar coisas realmente grandes dentro e fora do nosso país. Então hoje nós podemos ser maiores que o Angra nos Estados Unidos e tocarmos para mais ou menos o mesmo número de pessoas que o Sepultura toca na Espanha, mas nosso primeiro álbum foi lançado há três, quatro anos atrás. Eles têm uma história de vários anos de sucesso, nós somos bebês perto do tempo de carreira que eles tem e estamos conquistando o sucesso agora, então não temos pressa. Nenhuma banda deveria ter pressa. Quem mantiver o bom trabalho e conquistar os resultados ao longo do tempo, vai entrar para a história do Metal brasileiro como eles. Como quase todas as bandas brasileiras de renome da atualidade, o Shadowside é oriundo da cena underground. Em que pontos principais você nota uma evolução nesse âmbito? Provavelmente nosso baterista Fabio poderia responder a essa pergunta melhor do que eu. Eu comecei a fazer shows praticamente em 2001 e não acho que muita coisa mudou desde então. Mas ele é o mais velho da banda e acompanhou muitas mudanças. Uma coisa que ele sempre comenta é que as bandas eram mais unidas antigamente. Uma banda comprava o material da outra, todos queriam ver o show de todos. Agora é meio cada um por si. Eu gostaria de ver as bandas brasileiras fazendo mais turnês juntas, como sempre observamos as estrangeiras fazendo. Trazendo o foco a você, Dani. Quais suas principais influências no metal? Como você consegue diferenciar “influência” de “cópia”? A influência é mais indireta, no meu caso... são coisas que eu gosto de escutar, que acabaram moldando de uma forma ou de outra minha identidade musical, minha forma de cantar, de compor, o que eu considero como boa música. Copiar é escutar uma banda, aprender a fórmula e tentar soar o mais parecido possível e eu não dou valor a coisas assim. Eu nem sei dizer o que são minhas influências, eu gosto de quase tudo no Metal. Desde Judas Priest até Disturbed. Acho que as bandas me influenciam de uma forma sutil... provavelmente vou escrever uma música mais pesada depois de ouvir In Flames, mas ainda vai ser bem Shadowside. Isso fica mais fácil depois que você entende qual é a sua característica e persona-

lidade. No começo, é um grande desafio descobrir quem você é e até você conseguir, as influências são mais evidentes. Vocalistas como Doro Pesch, Angela Gossow, as próprias meninas do Kittie, dentre outras, tem na bagagem o peso de levantarem a bandeira feminina num âmbito quase inteiramente fechado ao machismo. Quais as situações mais difíceis enfrentadas por você, desde quando decidiu cantar no lado pesado da música? Eu não acho que o machismo é algo tão forte assim, não como era há 20 anos atrás. Acredito que qualquer mulher que fizer som de qualidade vai ter o reconhecimento, as pessoas querem ouvir boa música, mais nada. A indústria é um pouco fechada para as mulheres, já que nenhum festival grande colocaria muitas bandas como mulheres no vocal, por exemplo. Gravadoras também tendem a não contratar diversas bandas com cantoras, eles preferem ficar com apenas duas ou três em seu cast, no máximo. Mas nada disso importa, se o público gosta, as portas acabam se abrindo. As coisas podem ser um pouco mais demoradas e trabalhosas para as mulheres, mas podem acontecer, se ela quiser. Quando uma menina decide que quer cantar em uma banda de Metal, isso não é mais algo que causa estranheza. As complicações são apenas para provar que somos uma banda real, que eu sou uma cantora de verdade e não alguém que colocaram na banda só para ter a imagem feminina utilizada. Algumas pessoas pensam que somos uma banda de Gothic Metal ou que fazemos algo mais sinfônico. Isso é bom por um lado, porque faz os fãs desse estilo procurarem nos escutar e podem acabar gostando, mas afasta aqueles que odeiam. Leva mais tempo para fazer esses entenderem que nós somos diferentes. Uma situação curiosa e engraçada foi ler um comentário de alguém na internet, dizendo que nós somos um bando de vendidos porque havíamos trocado “o vocalista” do Theatre of Shadows por uma mulher apenas para ganhar alguma grana com a moda de mulheres cantoras. (risos) Acho que eu nunca ri tanto em minha vida, gostaria de saber se alguém contou a ele desde quando eu estou na banda (risos). Quais momentos de sua carreira com a Shadowside você destacaria como os mais importantes até agora? Os lançamentos dos discos Theatre of Shadows e Dare to Dream, que sempre marcaram o início de muito trabalho e nos mostraram que estávamos tomando o caminho certo. A primeira turnê internacional também foi algo que começou muita coisa e deu origem a várias outras. Nós sempre trabalhamos da melhor forma possível com os resultados que temos e esses foram acontecimentos que nos permitiram dar saltos grandes. Mal podemos esperar pelo que o futuro reserva para nós. Só queremos saber de ficar ocupados o tempo todo! Reservo este último espaço para suas considerações finais e lhe agradeço por compartilhar conosco, da Six Seconds, a experiência que a banda teve lá fora. Levem com vocês, todo o nosso carinho e esperança de que mais desses bons frutos sejam colhidos. O espaço é seu, Dani. Eu fico muito agradecida por todo esse apoio, espero que vocês tenham se divertido tanto quanto eu me diverti falando sobre as bobagens que faço (risos). Espero ver todos em breve na estrada e toquem o Dare to Dream bem alto, até um vizinho chamar a polícia para vocês! BRUNO THOMPIS





Musicalmente falando, 2009 foi um ano cheio de surpresas maravilhosas e lançamentos monumentais, e é claro que Gorgoroth não é uma exeção. Após lançar o seu nôno álbum Quantos Possunt ad Satanitatem Trahunt, o guitarrista Tormentor bate um papo com a Six Seconds. Confira! .

O lá, como vai?

nhos com seus advogados?

Porque não começamos com formalidades? Nome e posição na banda?

Regain Records nos apoiou 100% desde o começo. Isso foi muito importante pra nós. Fez tudo ficar mais seguro com eles nos dando cobertura. Nós gostamos muito de estar na Regain e nós provavelmente teremos uma cooperação frutífera por muitos anos.

Bem, obrigado. O disco novo foi lançado e tudo mais.

Eu sou Tormentor, guitarrista da Gorgoroth. O status agora é membro permanente, mas eu pulo a parte ao vivo. Nós temos outro guitarrista pra tocar ao vivo. Agora estou promovendo o disco novo e escrevendo músicas para o próximo. Por favor, me diga de onde veio o nome Gorgoroth! Gorgoroth vem dos livros de Tolkien. Significa terror. E a pronúncia soa boa. Ouvi dizer que os direitos para o nome Gorgoroth parecem estar certos. Como vocês se sentem? Com certeza é um grande alívio. Nós nos preparamos e trabalhamos muito com esse caso, então é bom focar nas coisas nas quais devemos trabalhar: Gorgoroth como um promotor do black metal e do evangelho do demônio. Você se sente vingado pela decisão? Sim, bastante. Nós sempre acreditamos que a decisão seria unânime, e que o nome da banda acabaria nas mãos do deu verdadeiro dono. Vocês alguma vez consideraram abandonar o caso e tocar música com outro nome? NÃO! Não havia chance nenhuma disso. Eu reuni a banda no meio dessa luta, mas desde que eu estive perto do Infernus durante essa bagunça toda eu segui o caminho todo. O que os ladrões não consideraram é que nunca houve nenhuma escolha do Infernus abandonar a banda e seguir começar de novo com outro nome, creio eu. Quando você começa uma banda ou outro projeto artístico com uma visão bem clara, não é uma opção deixar alguma outra pessoa acabar com ele. Se alguém tentar, eu tenho certeza que é uma oportunidade de provar e validar o projeto e seu direito de existir. E de revidar. Regain ou alguém os apoiou na questão judicial, ou vocês estavam fazendo isso sozi-

Qual você acha que será a diferença no som do Gorgoroth agora que Gaahl e King saíram e Frank Watkins e Tomas Asklund se juntaram a vocês? O que eles trazem para a música da banda? Os dois tem papéis muito importantes na banda. Eu acho que Gorgoroth é uma máquina que funciona bem agora. Ambos, criativamente e quando se trata de tarefas ligadas a promoção e administração. Tomas fez um trabalho extremamente importante na produção do disco novo. Ele e Infernus colocaram se esforçaram muito e conseguiram criar um bom disco. E ele é também um músico esplêndido. Digo o mesmo de Frank. Ele também está em uma posição que ajuda muito a Gorgoroth, muito por causa de sua longa experiência com a indústria musical. Os membros da Gorgoroth hoje estiveram no metal por anos. É uma coisa boa de muitos modos. Como vocês encontraram Tomas Asklund? Eu nunca mais ouvi falar dele depois que ele deixou a Dissection. Vocês pediram pra ele entrar na banda, ou ele pediu a vocês? Infernus esteve em contato com ele por um tempo, muito por causa da Dissection. Eu acho que eles se deram bem, e quando ele também ganhou as habilidades como musico e produtor, era realmente uma boa escolha chamar ele. Infernus entrou em contato com Tomas e perguntou sobre ele entrar na banda, eu acho. O título “Quantos possund ad Satanitatem trahunt” foi idéia de vocês? Ou foi de algum membro dos artistas antes conhecidos como Os Falsos Gorgoroth, como os fãs o chamavam ultimamente? Não foi uma idéia dos falsos, não. O título foi idéia do Infernus, com uma pequena ajuda do Adam Von Bremen. Significa” arraste pessoas para o Satã”. É o Gorgoroth em poucas palavras.

Qual é a diferença deste disco comparado com os outros? Eu acho que está bem diferente dos últimos dois pra falar a verdade. Tem mais atitude e essência no disco novo. Eu acho que está mais parecido com os albums velhos do Gorgoroth, como Antichrist e Under the Signo of Hell. As letras são bem parecidas: as palavras do demônio em uma nova embalagem. E em termos da gravação do disco novo. Há algum produtor específico ou engenheiro com quem você gostaria de trabalhar? Nesse momento eu acho que Tomas e Infernus são muito competentes quando se trata de produzir material do Gorgoroth. O disco novo mostra isso com certeza. De qualquer modo, estamos sempre dispostos a tentar coisas novas. Tomas construiu um estúdio bom que funciona perfeitamente para nós. Seus fãs estão imaginando porque é que vocês deixaram King escrever as músicas. A música dele não é tão satânica quanto a que vocês escreveram no começo. Nenhum dos outros membros da banda tinha qualidades pra escrever músicas? Certamente tinham, mas o ex baixista foi produtivo por um tempo. Ele tinha o apoio total de Infernus e a banda estava feliz com aquilo. Durante esse período muita merda aconteceu(ambos Infernus e o ex vocalista enfrentaram julgamentos e tiveram que passar um tempo na prisão) então não sobrou muita gente pra fazer música. Na verdade só um... Quais foras as suas influências? Influência vem de todo lugar, eu acho. Musicalmente eu tenho meus favoritos, e é o mesmo pro Infernus e resto dos caras, mas não influencia o que fazemos. Mais alguma coisa que você queira dizer para os fãs brasileiros? Reze para o Satã, reze para o Satã.

IAN K. MENEZES

“É bom focar nas coisas nas quais devemos trabalhar: Gorgoroth como um promotor do black metal e do evangelho do demônio.” Tormentor Musicalmente falando, 2009 foi um ano cheio de surpresas, lançamentos monumentais, e voltas insanas e sem dúvida Gorgoroth não é uma exceção. Todo ser que gosta Black Metal, em todo lugar do mundo, esteve esperando por esse lançamento, e finalmente ele está aqui. Esse álbum provou ser o maior desapontamento de 2009 para mim. Ué, mas por que? Porque eu sou um idiota. No momento que Infernus anunciou a nova formação, eu pensei “pô, agora que eles vão superar o álbum “Under The Sign Of Hell”, e devido a esse pensamento eu sentei para ouvir esse álbum. A primeira sensação que eu tive foi como se tivesse tido o coração atravessado por alguém querido. Sério. Por um momento eu me 8 senti tão traído e enjoado que, eu pensei que GorGorgoroth goroth estaria melhor, se estivesse morto. Claro, Quantos Possunt ad Satanitavocê deve ter percebido a nota que eu vou dar tem Trahunt da para essa resenha, então vamos passar para Regain Records o lado interessante da história. Poucos dias após

esse incidente, eu percebi que é como acontece com muitos outros álbuns que eu ouço, antes de dar o veredito final. Puta que pariu, eu odiei álbuns como Ordo Ad Chao (Marduk), Blood Inside (Ulver), Rebel Extravaganza (Satyricon) quando os ouvi pela primeira vez, e hoje eu vejo que são álbuns excelentes.Então foi exatamente isso que eu fiz, eu sentei mais uma vez e ouvi o “Quantos Possunt ad Satanitatem Trahunt” novamente. E ouvi de novo, e de novo, e de novo, e enquanto eu estava triste de achar que estava ouvindo o segundo “Under The Sign Of Hell”, eu percebi que esse álbum tinha algo mais valioso, mesmo não indo com minhas expectativas: O que nós temos aqui, em essência, é o seguimento o irmão perdido do Pentagrama (HAHAHA). Agora nós podemos discutir os detalhes do álbum. A questão mais importante, a questão que me fez descartar este álbum completamente a primeira vez que ouvi-lo, é o som. É muito estéril, mui-

to mecanizada, é o que fecha a alma, especialmene o som horrível da bateria artificial. Tomas Asklund é um baterista brutal, sem dúvida sobre isso, por que eles fizeram isso conosco? Tudo bem, ele preenche sua parte muito bem, dando a impassibilidade quando necessário, mantendo o ritmo mais lento. Finalmente, a guitarra, o som é agradável, embora também parecer faltar energia e raiva. Só poderia ser eu, lembrando de músicas como “Revelation Of Doom” e “Krig” e se sentir decepcionado. Na medida que você ouve o álbum, você nota que falta coisa, mas apenas marginalmente, o que torna ainda mais doloroso para mim, já que eles estavam perto de realmente fazer esse som de álbuns como o coro da essência do inferno. Até o ponto que eu tinha re-escutado o álbum várias vezes, percebi que ele estava crescendo como uma fome enlouquecedora dentro de mim. IAN K. MENEZES


Maturidade e Progresso sĂŁo as melhores palavras para definir o mais novo trabalho do The Devil Wears Prada, With

Roots Above and Branches Below. A Six Seconds bateu um papo com o guitarrista Jeremy DePoyster sobre tudo que estĂĄ rolando.


Em seu primeiro álbum The Devil Wears Prada explorou bastante os eletrônicos de forma jamais vista e também letras de forte apelo cristão e logo ganharam foco de todos tornando-se uma grande banda do estilo. No álbum PLAGUES o foco também estava por conta de bastante peso e bastante “GRITARIA”, ou seja, a banda se consagrou de vez no meio da cena que para alguns pode ser chamada de “POST-HARDCORE”. Em “With Roots Above And Branches Below” logo de cara em “Sassafrás”, “I Hate Buffering” e “Assistant To The Reginal Manager” o que se nota é o grande amadurecimento da banda, em todos 10 os sentidos. Onde tinha exagero de sintetizaThe Devil Wears Prada With Roots Above and Bran- dores não existe mais, onde tinha exageros à parte de gritos não existe mais. Essas três ches Below faixas definem exatamente o que foi promeFerret Records tido, seria um álbum mais pesado. Estavam

V

ocês trocaram recentemente de Rise Records para Ferret Records. Por que?

Nós tínhamos um contrato de dois álbuns com a Rise e o contrato expirou. Ferret Records pareceu uma boa transição para nós. Eles são uma grande gravadora independente, mas continuam sendo uma gravadora independente. Nós estamos realmente eufóricos. Como está sendo o suporte com a Ferret Records? Eles ajudam vocês enquanto gravam o álbum ou eles deixam vocês trabalharem sozinhos? Sabe, eles não metem muito a mão no que a gente está fazendo, eles meio que só pegam o que damos pra eles e seguem daí. O que é ótimo, é exatamente o que queremos, especialmente sendo uma banda metal cristã em uma gravadora e um mercado leigo então nós não queremos as mãos de ninguém nas nossas coisas. Falando do álbum novo, vocês decidiram trabalhar com Joey Sturgis de novo. Há alguma razão específica pra trabalharem com ele novamente? Nós escolhemos o Joey de novo porque, bem, tivemos várias opções, conversamos com vários produtores, mas achamos que para esse cd ainda queríamos o mesmo som e tudo mais, apenas um som mais maduro. E ele cresceu com a gente, enquanto evoluíamos como músicos e escritores ele também evoluiu como produtor. Então fez sentido nós gravarmos com ele especialmente porque ele nos conhece muito bem, sabe o que queremos e o som que queremos. Apenas

certíssimos quando disseram isso. Tanto Mike quanto Jeremy amadureceram muito desde o primeiro registro (Dear Love: A Beautiful Discord), o instrumental segue impecável, com guitarras pesadíssimas e belíssimos timbres. Com certeza irá agradar a todos os fãs do gênero. Uma faixa que é prova de toda essa junção é com certeza “Danger: Wildman” é praticamente até metade da faixa com Mike mostrando o que sabe fazer de melhor, chamado até de “DOGMAN” e derrepente de uma harmonia e suavez incrível Jeremy toma conta do refrão impecável. Acho que With Roots Above And Branches Below se resume assim. Logo para terminar o álbum existe uma faixa que chama atenção. A primeira ouvida a meu ver é totalmente aleatória ao conteúdo do álbum. Mas quando tu para realmente para ouvir inexplicavelmente ela se encaixa per-

ele consegue exatamente o que queremos. No seu último disco, Plagues, alguns títulos de músicas fizeram referência à cultura pop como “Os Anjinhos” e uma brincadeira com “Serpentes a Bordo”. Algum título no disco novo é uma referência à cultura pop? Eles são todos piadas, bom, vários deles. Seis deles foram nomeados em homenagem à nossa equipe, com piadas sobre nosso empresário e coisas do tipo. E o resto deles é como o título “I Hate Buffering”. Sabe quando você tenta ouvir uma coisa online e não pára de fazer buffer. Só coisa besta assim. Nós pensamos em fazer títulos sérios, mas não sei, não é o nosso negócio. O processo de criação desse disco foi diferente do de algum dos discos anteriores? Sim e não. Antes nós tínhamos seis meses pra escrever as músicas, pois haviam dois caras que ainda estavam na escola e nós tínhamos muito tempo pra escrever. Enquanto que agora nós ficamos tanto na estrada que só podemos escrever mesmo no ônibus ou em laptops e isso é um processo totalmente diferente do que estamos acostumados. Nós queríamos fazer coisas desde a Warped Tour, mas tínhamos alguns planos de como queríamos fazer as coisas. Sabe, um minuto e meio de riffs e jams e essas coisas, então nós meio que pegamos eles quando estávamos em casa entre a Warped Tour e a turnê que fizemos com o Underoath. Foi depois disso que realmente começamos a colocar isso nas onze músicas que estão no CD. Antes tínhamos seis meses pra escrever as músicas, agora temos só um mês e meio, mas eu acho que o prazo quase melhorou as coisas, pois não podíamos perder tempo. Apenas montamos boas canções

feitamente a tudo que tu tinhas ouvido anteriormente. Talvez seja um momento para refrescar o ouvido e relaxar, até nesse ponto eles acertaram. The Devil Wears Prada com certeza fez um grande álbum de metal sem muitos rodeios, eu diria até que é um excelente álbum. Mas toda aquela preocupação em passar em ser uma banda cristã não se nota tanto nesse álbum como no álbum anterior onde a banda até apelava em usar títulos de faixas totalmente desnecessários. Se a banda quis passar uma mensagem com esse álbum não foi direta ou eficaz. O álbum é simplesmente um dos melhores de 2009 no estilo, de faixa a faixa. O melhor a se fazer agora é correr para assistir algum show dos rapazes.

HÉLZIO PIRES CUPERTINO

bem rápido e eu acho que soou melhor. Vocês diriam que trabalham melhor sob pressão? Sim, digo, sempre estamos sob pressão com show e coisas do tipo e sempre tem alguém que você quer impressionar. A molecada está pagando tão caro por ingressos e você só quer dar um bom show a eles. Em um vídeo que fala sobre o novo disco você disse que vocês estariam tocando músicas em tons diferentes de D. Há algum motivo específico pra isso? É, nós temos quatro ou cinco músicas que são em D. Nós apenas, não sei, nós falamos sobre fazer em C no Plagues, mas nunca aconteceu, eu achei que devíamos fazer isso nesse disco, conversando com Chris, o outro guitarrista, falei “Cara, quer saber de uma coisa? Nós devíamos abaixar o tom e ver como fica.” E fizemos isso de brincadeira, só improvisando e nós realmente gostamos de como estava ficando. Sem mudar nosso estilo, nem nada, só tocando nossa música no tom C. Ficou bem diferente. Foi legal, só um som mais pesado para as músicas, mudando as “chord progressions” e partes cantadas. Como você compararia o disco novo com os anteriores? Eu diria que é definitivamente mais pesado. Tem uma influência de metal e hardcore bem maior do que antes, mas eu acho que no geral está mais bem feito. Enquanto é mais pesado eu acho que também é pop por causa do jeito que as músicas foram escritas, tem muito mais refrões e coisas assim. Nós não queríamos fazer um disco que tocaria nas rádios como bandas tem feito assim que elas ficam conhecidas. Nós mantivemos o mesmo estilo enquanto tentávamos fazer um disco melhor do The Devil Wears Prada. Já que vocês são uma banda cristã de metalcore, vocês são influenciados por outras bandas de metalcore cristão? Ou é só metalcore em geral? Não necessariamente cristãs, mas acontece de várias das bandas que eu e os outros caras gostamos são cristãs como Underoath e As I Lay Dying e outras tipo essas. Mas falando de metalcore eu adoro Parkway Drive e Killswitch Engage e coisas assim. Então não são somente bandas cristãs por assim dizer. Há algum lugar específico que vocês gostariam de ir em turnê? Eu quero muito ir pra América do Sul e México, isso seria ótimo. Nós ainda não fomos para a Europa fora do Reino Unido nem pro Japão e eu definitivamente quero voltar pra Inglaterra e Austrália. Eu acho que quero ir a todos os lugares. CHRISTIAN HOFFMANN


Neste mês de dezembro,uma nova banda da região da Grande São Paulo está surgindo no concorrido cenário musical.Com o lançamento da versão virtual de sua EP de estréia, a banda URSO BRUXO aposta em diversas misturas e influências para agradar a galera que tem acompanhado de perto o ano de 2009 como uma grande renovação para o rock nacional. Em um ano, que agente pode destacar lançamento de bandas como Cine, Glória e Fake Number,a URSO BRUXO quer fechar este ano visando ser o destaque de 2010. Segundo o baixista e líder da banda Claudinei Silva, o som da banda se caracteriza exatamente como uma mistura destas 3 bandas:”o peso do Glória,o eletronico/dançante do Cine e o vocal feminino de Fake Number.”a banda está apostando alto nessa mistura e, ainda segundo o guitarrista Emilio Cifoni a banda possui muitas mais influências que vão desde o rock clássico, até as bandas revelações

já citadas. A banda tem 5 integrantes em sua formação:Carol Lomonaco nos vocQais,Claudinei Silva no baixo,Emilio Cifoni nas guitarras,Caique Rodrigues também nas guitarras e Higino Alves na batera.A banda que já tem 4 anos de existência,apenas Claudinei restou da formação inicial.Nesse período todo a banda tocou em festivais locais e eventos fechados pra ganhar uma grana. Segundo o baterista “Guga”foi importante pra banda amadurecer e passear por diversos estilos até achar uma mistura que fosse convergente a todos. Você pode conferir a EP 09 na íntegra no www.myspace.com/ ursobruxo onde todas as 6 músicas estão disponíveis para serem escutadas,vale destaque pra “Dançar(Claudinei Silva)” que será lançado em breve como single nas rádios e “Urso Buxo(Rafael Volpe)” que traz o bordão “Saía

da sua toca”que significa venha se divertir.A banda também aposta alto na irreverência, vale destaque, pois nos seus shows a banda interage muito com a platéia. Sobre os planos pro futuro, a banda diz que em breve terá surpresas para seus fãs, inclusive um contrato com uma gravadora, no qual será importante para a distribuição do trabalho feito pela banda. Conversamos com a vocal Carol Lomônaco,que é a integrante mais nova da banda,chegou a poucos meses,ela que participou do programa Ídolos da Rede Record, diz que está adorando o momento atual que a banda está passando e, que tudo tem sido uma loucura pra ela,”na semana que entrei na banda,já tinha um show pra fazer e também as gravações da EP,mas adoro essa correria!”. ELUARA BUENO


RETROSPECTIVA 2009 Mais um ano se passando, em um piscar dos olhos. O ano de 2009 foi bem “bacana” em relação a shows gringos no Brasil. Na verdade, foi algo parecido com Thriller do Michael Jackson. A volta dos artistas mortos-vivos. Tiozões do rock que alguns estão em sua decadência e outros estagnados. Entre as bandas gringas que vieram foram: Simply Red, Deep Purple, Kiss, B-52s, Chuck Berry. Boa parte dessas bandas, seus integrantes estão em decomposição há tempos. Sinceramente, o Brasil cedeu o espaço para bandas falidas. Como brasileiro tem chance de ver as bandas uma vez na vida, obvio que lotaria. Aproveitando a brecha, já falando de coisas passadas, a morte do Michael Jackson, foi um acontecimento importante para o mundo da música. Até o mais tr00 ficou chocado com a morte do rei do pop. Ninguém esperava essa morte como a do Lombardi, da Leila Lopes e do The Rev (Avenged Sevenfold.), mas isso é passado junto com 2009. Esse ano teve muita música chiclete como I Gotta Felling (Black Eyed Peas) e Garota Radical (Cine), que disputaram o prêmio de piores letras e melodias. Deveriam banir isso que chamam de

música das rádios. Poderiam fazer uma lei anti-música chiclete, como a da lei anti-fumo. Não seria tão banal como essa lei em vigor. Porém, não foi um ano tão ruim para a música (obviamente, eu não estou me referindo à música brasileira). Lady GaGa com sua atitude e suas jogadas de marketing fez com a Madonna anunciasse que provavelmente ela seria sua sucessora. Sem falar, que a novata fez com a Beyoncé (que dança semelhante a um macaco com raiva), Rihanna e Britney Spears quererem parecer com ela. Saindo um pouco da cena pop/vendida da atualidade. Teve duas bandas, que o ano passado eu não ouviria, nem morta, que esse ano me surpreenderam como Winds Of Plague e Lamb of God . Dois álbuns maravilhosos, que faz a sua mãe bater cabeça junto com você. Músicas pesadas e bem estruturadas. E não esquecendo, do anúncio da volta de Rage Against The Machine, isso é para deixar qualquer rockeiro feliz, não é verdade? Resumindo, 2009 poderia ser um pouquinho melhor, graças algumas bandas esse ano foi salvo e os nossos ouvidos também. Que 2010 seja muito melhor. Boas festas! ANAYARA FRAGA



Monster Monster é nosso conceito acidental sobre o lado obscuro das pessoas e da emoção humana. É sobre a vida real. Como as pessoas estão e o que esperamos nos tornar. Eu acho que as letras poderiam ser melhor explicadas pelo Aaron, mas musicalmente - nós queríamos um álbum de rock n’ roll sem truques. Retrospectivamente sendo o que é - eu acho que a coisa do “sem truques” se tornou inadvertidamente um truque. Pelo menos, foi isso que eu ouvi… O EP Monster é legal porque da ao pessoal uma chance de pegar material bônus da sessão de gravação. O EP está limitado em 10.000 cópias e tem 5 capas únicas. E também vem com um CD virgem, para o novo álbum quando ele estiver disponível. Qual a diferença desse álbum para Southern Weather?

Ao lado de amigos, baterista e vocalista da banda cristã Underoath Aaron Gillespie leva seu projeto paralelo para um novo nível. The Almost vem fazendo sucesso e agora com seu recente lançamento Monster Monster, a Six Seconds teve a oportunidade de ter uma conversa com guitarrista Jay Vilardi sobre o novo álbum e tudo que está rolando em The Almost. ocê poderia se apresentar e dizer o que você toca em The Almost? V Meu nome é Jay Vilardi e eu toco guitarra e faço back-vocals. Como The Almost surgiu? Qual a história da banda? Aaron me chamou a alguns anos atrás falando sobre esse novo projeto que ele estava querendo fundar. Já que eu estava em turnê na época, eu me juntei algumas semanas depois. Acho que até lá “Southern Weather” foi essencialmente completamente gravado. Mas a partir daí (desde de que eu me juntei a banda) Aaron disse que seria meu dever achar outros membros e ensinar a eles como o tudo deveria ser. O mais engraçado é que eu só chamei o baixista Alex, todo o resto veio dos nossos amigos em comum e de caras que Aaron conhecia. Eu também tive que ensinar a Aaron as músicas antes da nossa primeira turnê, já que desde que ele tinha dado uma parada do Underoath, ele não tinha tocado em uma guitarra a meses Você pode nos contar um pouco sobre o seu novo álbum Monster Monster? e o EP Monster?

Esse álbum foi feito com uma mentalidade voltada para o rock n’ roll. Além de ter um excesso de material para este álbum, eu acho que as músicas são um pouco mais complicadas e mais sonoramente agradáveis. A gravação/produção é melhor. Todos os tons (guitarra, bateria, baixo) são super legítimos. A minha parte favorita da gravação foi a mixagem. Randy Staub trabalhou certo. Essas músicas são resultados da mais experiência de trabalho em equipe que eu já participei. Todos deram duro nesse trabalho. Em quais caminhos The Almost é diferente de Underoath? O que você gosta de The Almost em comparação com Underoath? Underoath é uma excelente banda pesada com conotações artísticas reais. The Almost nós direcionamos mais para o rock n’ roll e tudo que nós crescemos ouvindo. É mais fácil para nós experimentar os sons de vários países nessa banda. Underoath detona, sem sombra de dúvida, porém eles podem se sentir limitados, estando confinados no estilo do Screamo. Talvez eu esteja louco, mas eu sinto que The Almost pode ir em qualquer direção musical, se nós realmente quisermos... Eu não estou dizendo que isso soaria bom, LOL, mas poderíamos tentar. Quais seus planos para 2010? Eu estou eufórico para ver oportunidades para nós tocarmos em todo lugar que pudermos. Nós nos divertimos muitos, e nós damos muito duro nessas situações. Dito isto, nós ainda estamos trabalhando em nosso itinerário para 2010, mas estamos vendo a possibilidade de ir para a Austrália e talvez África do Sul (dá pra acreditar?). Eu adoraria entrar na turnê da Warped, veremos se isso é possível. Quais objetivos você tem para The Almost? Música significa muito para mim. The Almost representa muito em minha vida, seria um prazer tocar em qualquer lugar que nós fossemos bem vindos. Mais e mais turnê, nós acabamos de lançar um álbum, mas eu estou ansioso para começar outro. MELANIE B. ROBILLER


Agora com a ajuda da Freemind Records, a gótica paranaense, Semblant se prepara para lançar o seu primei Night Of Mortality! Em entrevista exclusiva a Six Seconds, o vocalista Sergio Mazul conta tudo que está rola album! Confira! om, primeiramente, explique o significado Como a banda recebeu a noticia de que havia conseguido um contrato com uma do nome Semblant? gravadora tão importante como essa? O nome significa, literalmente, aparência e o que sua aparência está expressando. Como a falsida- Ficamos imensamente honrados. Após gade ideológica e mesmo comportamental das pes- nharmos o destaque da edição em uma sesoas no mundo hoje estão cada vez mais longe ção Grage Demos da revista Roadie Crew e do caráter, a máscara também ganha seu signi- fazermos uma trajetória de shows posterioficado: dificilmente você enxerga, de imediato, o res à este lançamento, eu enviei uma cópia que alguém é. Você primeiramente, conhece sua do nosso primeiro EP “Behold the Real Semmáscara e com certeza, nunca vai conhecer to- blant” para eles. Após isso, mantive contatalmente uma coisa que se esconde por trás de tos frequentes com o Rodrigo, proprietário algo. Por isso você se decepciona ou muitas vezes da gravadora, que desde o início demonstrou se surpreende com algumas ações das pessoas. interesse em nos lançar. Fui até a sede da Cada um, por si só, é um mistério particular guar- gravadora no interior de SP e firmamos a pardado a 7 chaves por trás de sua máscara. ceria. O que mais me deixa honrado é que a Freemind é formada por pessoas honestas, Recentemente vocês assinaram contrato com que respiram música e trabalham por paixão, a Freemind Records, que já lançou bandas como nós. Nos tornamos grandes amigos e como Andralls, Chaos Synopsis e Unearthly. trabalhamos juntos mutuamente para que

B

tanto banda quando gravadora cresçam jun- Na ve tos. mação mo ca E como esta rolando o processo de gravação Tears, do CD? Já foi finalizado? várias desta O CD “Last Night of Mortality”, que sai em março, essa p já está 90% finalizado. Estamos incluindo uma mú- lent C sica que compusemos de última hora e mais duas acho q surpresas, por isso, nosso processo de mixagem e padrõe masterização, junto com estes “toques finais”, nos somos exigirão mais ou menos 30 dias de estúdio ainda. em pa O disco provavelmente sairá com 11 músicas e 1 que ac faixa bônus. nossa racterí O uso de dois vocalistas em bandas de gothic guns e metal está ficando mais frequente, recente- culinos mente. Canto, além d


iro álbum intitulado Last ando na banda e no novo

erdade, bandas deste gênero já usam a foro “Beauty and the Beast”, como a mídia mesaracterizou, há vários anos. Tristania, Trail of , Macbeth, Theatre of Tragedy, Lacuna Coil, s seguiram suas trajetórias de muitos álbuns forma. No Brasil mesmo, pode-se perceber prática sendo mantida por bandas como o SiCry e A Sorrowful Dream, por exemplo. Mas que nossa música transcende um pouco esses es criados. Acho que soamos mais pesados e s mais versáteis, tanto em vocalizações como assagens instrumentais. Digo isso porque é o cho que justamente seja nossa identidade e meta, que é transcender rótulos e reunir caísticas inovadoras na música que fazemos. Alestilos e bandas hoje usam 2 vocalistas mass, 3 vocalistas mulheres e alguns como Van , usam só vozes, com nenhum instrumental da bateria. Acho que não há mais barreiras

para se quebrar paradigmas na música pesada.

sua celebração ligada ao folclore e bruxaria, doces e travessuras, ser uma data de diversos lançamenVocês participaram da seletiva para o Wacken tos musicais interessantes? Tenho certeza de que Metal Battle essa ano, chegaram a ir para a fi- esta seria uma tradição que agradaria a todo fã de nal no Rio de Janeiro. Como foi a final e se você boa música ou músico em atividade. achou que foi justo a vitoria da banda Silence Means Death do Espirito Santo? Onde vocês estão gravando o CD? Foi maravilhoso podermos representar o Paraná em um evento nacional como este, que acontece simultaneamente em todas as partes do mundo. Acho que todas as bandas presentes eram fenomenais, pudemos conhecer o pessoal da Disrupted Inc do RS, o pessoal da Dark Tower do RJ e encontramos nossos velhos amigos da Der Wahnsinn de SP. Não apenas estes, mas também as demais bandas, eram de nível elevadíssimo, cada qual em seu estilo. Acho que potencial para serem vencedores todos ali tinham. Acredito que o Silence Means Death fez sim um ótimo show e soa ao vivo muito bom, possuem um ótimo vocalista e movimentaram bastante o público com seu thrash metal/ crossover. Para nós foi ótimo, fizemos o primeiro show de nossa carreira para o público carioca, que mantém contatos conosco até hoje e nos receberam muitíssimo bem! Acho que fizemos o melhor show que podíamos ter feito, assim como fizeram muitas das bandas presentes, mas os jurados precisavam escolher uma delas e sei como foi difícil chegar nesta escolha. Acho que mereceram a vitória sim, ainda que muitas outras tenham feito shows que também foram merecedores. Mas como eu disse, apenas uma podia consagrar-se vencedora. Quais São suas influencias como vocalista e no que a banda se espelha para compor as musicas? Minhas influências dentro da música são diversas; óbvio, como fã, tenho meus heróis, como Nick Holmes do Paradise Lost, Carl McCoy do Fields of the Nephilim, Burton C. Bell do Fear Factory, Charles Rytkonen do Morgana Lefay e Inmoria, Fernando Ribeiro do Moonspell, Messiah Marcolin e Robert Lowe do Candlemass, Glenn Danzig além claro dos meus primórdios com Black Sabbath de todas as fases, Mercyful Fate/King Diamond e bandas que foram vindo como Cradle of Filth, Katatonia, Amorphis, Metallica, Testament, Megadeth, Alice in Chains, White Zombie / Rob Zombie, Dimmu Borgir, Behemoth etc, etc, etc, que venho ouvindo e ouço desde meus 12 anos de idade; diversas escolas do canto popular e clássico e diversas vertentes musicais paralelas à das bandas que citei ou dos gêneros e subgêneros do rock me fascinam também. Trilhas de filmes de horror e ficção, canto gregoriano, música tradicional do oriente, música clássica em geral, enfim, posso ficar falando de fontes de inspiração que somam às minhas influências como vocalista por dias! Sou fascinado por música e coleciono cds originais até hoje, principalmente bandas, portanto estou atualizado sempre, ouvindo e comprando bandas novas e recentes como Chthonic, Winds of Plague, Dawn of Tears e muitas outras que estão aparecendo ao redor do mundo. Olha, cada um dos demais 5 membros da banda é como eu: tem seu próprio universo de influências e somam diversas coisas ao compor. O Cândido e o Léo por exemplo vêm de vertentes extremamente técnicas e progressivas; o Roberto é viciado em bandas extremas ou muito pesadas, dentro do Death Metal, mas não se limita a este estilo, é professor de música então rompe barreiras neste sentido também; a Katia sempre permeou suas influências entre o rock, o pop e o eletrônico, também ouvindo o lírico mas procurando sair desta linha pelo excesso de bandas que seguiram essa vertente, criando um timbre de voz muito versátil no que diz respeito a voz feminina e tem o Guto, que entende tudo de sintetizadores, música clássica e piano dentro do rock e metal desde seus primórdios. Acho que nos espelhamos nos resultados destes acúmulos de cultura musical, mesmo.

Estamos gravando no estúdio AvantGarde, em Curitiba mesmo, com o músico e produtor Maiko Thomé. Além de amigo pessoal, ele é um profissional de altíssimo gabarito que vem produzindo ótimos trabalhos. Trabalhamos com ele desde o início, o que faz dele praticamente um sétimo membro da banda. Vocês fizeram um show acústico no lançamento de um livro na loja Fnac. As versões acústicas apresentadas nesse acústico foram as versões definitivas ou para a gravação do Single elas sofreram mudanças? Sim, fomos convidados pelo marketing da FNAC para lançarmos o livro “Amanhecer”, quarto e último livro da saga de sucesso mundial “Crepúsculo”. Eles ouviram falar de nós através de pessoas que admiram nosso trabalho e relacionam nossas temáticas ao mundo dos vampiros. Exploramos, claro, algumas temáticas relacionados ao mítico do vampirismo e o simbolismo por trás desse tema e após conhecerem mais nosso trabalho, nos acharam os representantes ideais para o lançamento. Foi uma experiência nova para nós, que tivemos pouco tempo para rearranjar nossas músicas e deixá-las com uma cara “desplugada”. Como o livro tem um apelo pop e é totalmente ‘mainstream’, foi algo totalmente inusitado e o resultado foi ótimo! Pudemos alcançar pessoas que tem pouquíssimo contato com nosso gênero musical e hoje mantém contatos frequentes conosco. Ficamos muito felizes, tanto é que hoje decidimos explorar mais esse nosso lado acústico que surgiu. Ainda falando sobre o Single, vocês irão lançar algum EP antes do lançamento do cd em março? Não. Acho que após o primeiro EP “Behold the Real Semblant” e o single virtual “Sleepless”, já temos material suficiente para anteceder nosso lançamento principal. Tanto a capa do Websingle como a capa do CD foram feitas pelo Gustavo Sazes, que já trabalhou com Almah, Krisium entre outras. Como foi o processo? Ele é nosso amigo e parceiro já há algum tempo. Ele foi o criador da nossa logomarca, do nosso símbolo e do conceito da máscara relacionada ao significado por trás de nosso nome. Temos uma sinergia ótima e funcionamos muito bem juntos, ele confia piamente no nosso gosto e confiamos totalmente nas decisões visuais dele. Nosso novo MySpace e novo site, que tem previsão de estréia entre dezembro de 2009 e janeiro de 2010, estão também nas mãos dele. Considero o Gustavo parte da banda, visto que considero o visual tão importante quanto o conteúdo que ele representa. O myspace da Semblant (www.myspace.com/ semblant) possui as músicas Legacy of Blood, Black Babylon e Forever Failure que estão presentes no primeiro EP da banda lançado em 2008. Onde foi gravado esse EP? O EP também foi gravado no estúdio AvantGarde. Foi a experiência que nos deu certeza de que lá é o lugar perfeito para mantermos nossa base de trabalho em estúdio, vide críticas positivas que o EP obteve e que superaram qualquer expectativa.

Após o lançamento do EP a banda foi conviO primeiro single já com a Freemind foi lança- dada para fazer aberturas de shows impordo no Halloween certo? tantes no Brasil como Nightwish e Tristania. Como foi pra banda receber um convite desse Isso. Foi um lançamento especial de Halloween porte, levando em conta que fazia pouco mepara celebrarmos a parceria da banda com a gra- nos de um ano que ela havia se estabilizado vadora. com membros fixos? E qual o motivo para escolher o halloween Foi ótimo. Especialmente pelos produtores destes shows confiarem no nosso trabalho musical e na nossa para o lançamento do websingle? performance ao vivo, para figurarmos em aberturas de Olha, não apenas por termos uma temática obscu- bandas como essas que não são só referências para ra, mas a data sempre foi uma referência direta e nós, mas para todo um cenário musical. Fizemos o lanpositiva para o universo onde estamos inseridos. çamento oficial do EP no show com o Tristania. Já com Desde sua origem pagã com o Samhain celebrando o Nightwish, além do show em Curitiba, fizemos a aberos mortos entre os povos celtas, até sua evolu- tura também em Fortaleza/CE, o que foi muito gratificante, ção através dos séculos transformando-se no que visto que já era um sonho antigo nosso tocar no nordeste brasileiro. é hoje, a data virou a referência popular e folcló- Todos os shows foram ótimos e o público de ambas as bandas nos rica mais próxima do nosso trabalho. Percebi, no recebeu muitíssimo bem, de braços abertos mesmo, além de termos MySpace, que diversas bandas ao redor do mundo tido a chance de conhecer, trocar experiências e conversar muito com fizeram o mesmo, o que é ótimo. Quem sabe não os músicos. GIOVANNI F. GOMES estamos ajudando a fazer o Halloween, além de ter


My Seasons é o título do álbum da banda Sueca Unlit Face. Fundada em Gotemburgo a banda conta com membros de vários paises. A Six Seconds conversou com o vocalista Rafael Basso, sobre a sua mudança para Suécia e sobre tudo que está rolando no Unlit Face. Confira!


F

ala, Rafael, tudo certo? Fala Ian, por aqui tudo em paz.

Você costumava ser o vocalista da banda Soturnus certo? Como foi a sua saída pra um pais totalmente diferente? Eu fui vocalista e guitarrista do Soturnus desde o começo em 2000 até 2008, quando saí porquê vim morar em Gotemburgo na Suécia. A mudança para cá foi um desafio para mim, principalmente porque eu não conhecia ninguém aqui. Na verdade eu penso que mudanças são importantes. Novas experiências fazem você crescer e ver as coisas de uma forma diferente. E isso é que foi o mais interessante, conhecer outro país, outra cultura, muita coisa diferente. E eu ainda estou descobrindo coisas novas. Qual foi o principal motivo da sua saída do Soturnus? Eu só saí do Soturnus porquê não seria possível morar tão longe da banda. Acredito que eu fazia um papel importante na banda, mas acho que todos os outros membros são tão importantes quanto eu era. E por isso eu acho muito bom que eles tenham continuado e estejam na batalha. Os membros novos são excelentes músicos e todos os caras na banda são grandes amigos meus. Como foi sua adaptação na Suécia? De certa forma ainda estou me adaptando. Apesar de já estar morando aqui há mais de um ano e meio, algumas diferenças são profundas e levam tempo para se adaptar. Mas no geral aqui é um lugar excelente. Não é perfeito porquê nenhum lugar no mundo é perfeito. Tem coisas ótimas, mas também tem problemas. Eu acho importante tentar observar as coisas boas e ruins para poder entender melhor a cultura daqui. Nos fale um pouco como surgiu o Unlit Face. O Unlit Face surgiu quando eu resolvi gravar algumas músicas para um trabalho paralelo. Quando estive no Brasil em Abril de 2009, me encontrei com o Andrei e o Victor Hugo e então decidimos gravar as duas músicas da promo. Logo em seguida, quando voltei a Gotemburgo, eu conversei com o Jimmy e ele quis participar do trabalho. Então decidimos sair da banda que estávamos tocando anteriormente e fazer do Unlit Face nossa banda principal. Alguns dias depois eu liguei pro Ralph, que eu já conhecia há algum tempo, e ele aceitou o convite na hora. No dia seguinte ele comprou uma guitarra de 7 cordas só pra tocar na banda. O Roberto, que é o atual baterista se mudou pra Gotemburgo recentemente e conheceu o Ralph, então foi uma escolha natural. Atualmente estamos trabalhando bastante em novas composições para o nosso primeiro CD “full length” que será gravado no inicio de 2010.

O novo álbum se chama My Seasons. Esse título tem algum envolvimento na sua vida pessoal? Talvez a mudança do Brasil até a Suécia? Essa música fala de mudanças e dos ciclos que iniciamos e finalizamos nas nossas vidas. A letra é sobre como nascemos e morremos, mas muitas vezes “morremos” antes de nossos corpos morrerem, vivemos apenas por viver e não acrescentamos nada. Algumas pessoas simplesmente nascem e morrem e são esquecidas. Mas outras pessoas conseguem se renovar durante a vida e renascer. A minha mudança do Brasil até a Suécia marcou o fim de um ciclo e o começo de outro. Espero que eu tenha conseguido “renascer”.

dor da versão sueca do “American Idol” de 2009 cantou Run To the Hills (Iron Maiden), Shout It Out Loud (Kiss) e outras músicas de hard rock e metal em um dos principais canais de TV daqui. Não imagino isso acontecendo no Brasil. Pelo menos não em um canal como a Rede Globo. Metal toca na rádio aqui. E não só as “power ballads”. In Flames toca na rádio e ganha prêmios de música. Tudo isso ajuda muito a popularizar o estilo no país. Quanto a popularizar o death “melódico” em outros países, eu acredito que seja por que é moderno e trouxe certa renovação ao metal quando surgiu há alguns anos atrás. E acho que ainda há espaço para inovações dentro desse estilo.

Quem foi o criador da artwork do álbum de vocês? Nos fale um pouco dele e como vocês se conheceram.

Várias bandas são rotuladas por aí e vários rótulos já existem. Como a banda encara os rótulos?

O Gustavo Sazes fez toda a arte do álbum. Eu já o conheço desde quando estávamos gravando o CD do Soturnus, When Flesh Becomes Spirit, porque ele também fez toda a arte. Considero o Gustavo o melhor artista brasileiro da atualidade e um dos melhores do mundo. Não é a toa que ele tem feito trabalhos para bandas de renome mundial. Além de tudo isso, ele é um cara muito tranqüilo para se trabalhar.

Rótulos são complicados. Ao mesmo tempo em que ajudam a ter uma idéia da sonoridade da banda antes de se escutar o som, podem ser errôneos ou limitadores. A música do Unlit Face não é feita para se encaixar em um estilo. Tanto que se você me perguntar qual o estilo da banda, eu não saberei dizer com precisão. Posso citar alguns elementos que usamos, mas dizer exatamente a que estilo pertencemos, não acho tão fácil. Deixamos o trabalho de rotular para os críticos de metal, e simplesmente tocamos aquilo que gostamos.

Da Suécia vem grandes bandas como In Flames e Dark Tranquillity. Conte nos um pouco das suas influências e de como elas ajudam você ao longo da sua carreira. Algumas de minhas principais influências mudaram com o tempo, enquanto outras permanecem. Bandas clássicas como Black Sabbath, Metallica, Megadeth, Slayer e Iron Maiden sempre estão na minha lista de favoritas. Atualmente as bandas suecas como In Flames, Dark Tranquillity, Soilwork, Scar Symmetry e outras, estão entre minhas principais influências. Posso citar Fear Factory e outras bandas de industrial, além de bandas de doom e gothic metal como Paradise Lost, Anathema, Sentenced e Tiamat. Também escuto uma infinidade de bandas de vários estilos. Eu gosto muito de procurar por bandas novas e é muito bom quando você descobre uma banda que consegue fazer algo diferente. Dessa forma eu tento abrir minha mente para diferentes estilos e para poder criar algo que mescle um pouco de cada um. A Suécia também é bem conhecida pela alta qualidade de bandas de Death Metal Melódico. Vivendo na Suécia, qual motivo você acha que tornou o pais tão popular no estilo? Quando eu penso em metal moderno, um dos primeiros estilos que vêm a minha mente é o Death “Melódico”. Na verdade esse rótulo “melódico” é redundante porque toda e qualquer música é composta de melodias. Além disso, talvez o rótulo “death” não seja adequando para a fase atual de algumas dessas bandas. Mas voltando à sua pergunta, eu acredito que o principal fator que tornou popular o metal aqui é a facilidade de acesso. Como exemplo, o ganha-

Como vocal, que tipo de cuidado você tem com sua voz? Cuidados básicos. Não tenho “frescuras”. rsrsrs O que eu faço é tentar praticar regularmente e aquecer a voz antes de ensaios e principalmente antes de shows. Outra coisa importante é quando estou tentando desenvolver novas técnicas para vocalizações. Neste caso vale uma regra simples: se sua garganta doer ou você ficar sem voz, é porque está usando a técnica errada. Vocês estão recebendo algum tipo de apoio na produção/lançamento do novo álbum? A promo My Seasons está saindo de forma completamente independente. Mas para o CD em 2010 já estamos em contato com alguns selos e gravadoras para o lançamento. Ainda não fechamos nenhum contrato e acredito que ainda deve demorar mais um pouco para isso. Finalizando, há algo que você gostaria de acrescentar? Estamos trabalhando duro para lançar o nosso CD em 2010 e sair em turnê. Todos na banda estão bastante ansiosos para cair na estrada. Devemos fazer uma série de shows no Brasil também, provavelmente no fim de 2010 ou inicio de 2011.Espero encontrar com todos os nossos amigos e com os fãs por aí! IAN K. MENEZES

O MELHOR ALBUM DO ANO

O melhor album de 2009 na minha opinião foi o Faith Divides Us Death Unites Us do Paradise Lost. O que faz desse album o destaque do ano é o resgate do Gothic metal como ele foi concebido, mas ao mesmo tempo modernizado. Após algum tempo, o Gothic metal tornou-se um estilo associado a bandas com vocais femininos ou com uma sonoridade moderna demais para alguns fãs de metal. Na verdade eu diria que o estilo é quase que um derivado do Doom metal, mas com elementos mais melodicos. No entanto, a essencia da música deveria ser a mesma, com letras sobre dor, melancolia, sofrimento, medo e morte. Nesse CD é possivel encontrar trechos de musicas que remetem a todas as fases do Paradise Lost. Eu espero que esse CD consiga trazer de volta o verdadeiro Gothic metal e também marque uma renovacão do estilo.


Desespero psicológico, budismo e espiritualidade são algumas das temáticas principais desse primeiro lançamento da Rest In Disgrace. A Six Seconds conversou com o baixista Márcio Quirino e o guitarrista Thommas Winter, que nos contaram detalhes dessa nova empreitada musical. Stay Dark !

a

té onde é válido, para vocês da banda, li essa primeira pergunta, o fato do nome estar “descansar em desgraça” e o que o termo traduzido, me deu acesso de riso, não sei porque. Acho que foi porque não foi esperado (ahah). significa pra vocês? Bem. Tao logo não evoluamos psico, sócio, filo, Márcio: Antes de tudo, é mais uma constatação astrológico e musicalmente falando, alem, é claro, que qualquer outra coisa. Perceber o quanto a de espiritualmente, estaremos fadados a descansar vida e o mundo estão cercados de miserabilidade, na desgraça. (Essa foi uma das significações do é algo que depende de certa honestidade para nome da banda). O outro significado seria: um consigo mesmo, para com a própria vida e o próprio trocadilho, segundo Márcio (que foi o idealizador mundo: basta olhar em volta de si e dos que estão do nome, dentre os vários que eu e ele criamos. próximos ou não a você, e não restará outra opção Ficou esse). É um trocadilho (com um significado senão admitir o óbvio: o sofrimento é uma das igualmente profundo e levemente irônico) para o poucas coisas constantemente presentes no tempo termo REST IN PEACE, em inglês, que quer dizer, que temos entre nascimento e morte. Então, em Descanse em Paz. primeiro lugar, “Rest In Disgrace” é um nome que reflete uma atitude diante da existência, cheia de Diferentemente do trabalho desenvolvido no resignação e um pouco de ironia, em confluência Dissidium, o Dark/Doom Metal agora se faz com alguns dos preceitos básicos do Budismo. presente num projeto seu, Márcio. Sem deixar Em segundo lugar, escolhi este nome pelo fato de de lado alguns dos elementos mais visíveis do simplesmente soar bem e servir de trocadilho para Thrash Metal e Death Metal. Como vem sendo a conhecida expressão “Rest In Peace”. compor algo tão inusitado e diferente? Nos fale um pouco sobre o processo de composição Thommas: Hails, pessoal. Tudo certo? Assim que

usado pela banda. Márcio: Eu acho importante saber exatamente “o quê” e “como” é constituído cada gênero e subgênero do Metal. Desde as minhas primeiras experiências dentro do estilo, com minhas bandas de adolescência, tenho evitado perder o controle sobre o direcionamento preciso que se espera de uma banda ou um estilo em específico. Para isso, são necessárias referências sólidas e seguras e a capacidade de perceber os elementos fundamentais que existem nelas, a maneira como esses elementos são trabalhados, a espécie de “manipulação” que as grandes mentes que vieram antes de nós fizeram deles, etc. Isto, em termos de bandas, se traduz em “riffs” bem construídos, letras com estrofes geometricamente metrificadas, com frases e palavras de efeito e um “timing” conveniente, que não seja cansativo, tudo como se você estivesse contando uma história complexa para alguém, mas tivesse de fazer isso de maneira clara e simples, como se o ouvinte fosse sempre uma “criança”, que reagirá ou não a cada inflexão e cada acentuação


que você fizer ao lhe contar a história... Assim, quanto ao eixo Doom-Dark-Death-Black Metal, sempre tive uma pequena gama de bandas de que gostei (Paradise Lost, Type O Negative, Amorphis, Sentenced, Theatre Of Tragedy dos primeiros álbuns, Entombed, Rotting Christ, Samael, etc.), mas, como sempre tendi a pensar da forma acima descrita, de maneira um tanto “matemática”, “lógica”, já desde cedo percebi que o básico e fundamental desses estilos já tinha sido fornecido por bandas lendárias do Metal, e que, por exemplo, fundindo-se o essencial do Heavy Metal NWOBHM (Iron Maiden, Judas Priest, etc.) ao essencial de bandas dos anos 70 com tendências “sombrias” e um pouco de Blues (Led Zeppelin, Black Sabbath...), enfatizando finalmente o “appeal” à música lírica e clássica presente em maior ou menor intensidade em todas elas, o que se consegue ao término desse processo de “decantação” não é outra coisa senão o chamado “Doom Metal”. É claro que é uma maneira um tanto “mecânica” e “fria”, “sem emoção” (risos) de se pensar, mas sinto muito, sou assim!

e pesadas ao mesmo tempo, cheias de um ar sombrio, me impressionou muito. As características de outras bandas de Doom ou próximas do Doom / Dark, como o Rotting Christ, me faziam pensar: “isso é muito bom... parece um Iron Maiden desacelerado...”. Daí surgiu o meu interesse pelo Doom. Quanto às minhas influências principais no âmbito do Metal, eu diria que são constituídas de algumas bandas emblemáticas, como Iron Maiden, Metallica, Black Sabbath, Megadeth, Iced Earth, Judas Priest, Obituary, Sepultura, Morbid Angel, Carcass, Entombed, Possessed, Venom, entre outros.

Thommas: Eu sempre fui influenciado por Doom/ Dark metal. Tanto na escolha das melodias tristes, ao invés das alegres, quanto nos licks, passagens e visual. A temática lírica também. Não menos do que pelo Black Metal, com as melodias, os Blastpickings (a técnica clássica também usada no death metal e outros estilos de metal extremo, que aqui renomeei pra Blastpicking, mas o nome original seria “tremolo picking” ou “speed picking”. O que se pode ver na música MARDUK - OF HELLS FIRE), tanto quanto a pegada Thrash pulsante e rápida, com pitadas hardcore, e a death metal, com sua distorção e técnicas diferenciadas. Pra mim sempre foi normal. Compor ou ter elementos desse estilo. Estava guardando-os para um momento propicio. Nas minhas outras bandas eu toqueI Death/ Thrash Old School (Befamal), Thrash/Heavy/Black/ Death (Destroyass/Analdestroyers, que acabou e, posteriormente, veio a ser Overcast e agora mudou de nome para Madness Factory), Black Doom com Hadom, e Death/Black/Heavy com pitadas Thrash no Thyresis. O processo de composição se dá com os riffs ou meus ou de Márcio. E um complementa o outro, ou já chega com a musica pronta. Mas sempre modificamos algo nos arranjos. Normalmente, as musicas ficam com cara totalmente nova desde quando chegam, pra quando saem no produto final. Os solos são postos por último. Assim como as segundas guitarras harmonizadas.

O Projeto Rest in Disgrace, é um projeto a distância, certo? Por enquanto, de estúdio. Quais as pretensões da banda? Márcio: Por razões “técnicas”, a concepção da banda foi esta, no início. Mas isso não nos impediu de reunir músicos convidados para tocar em shows e festivais (a maneira como todos eles sempre se propuseram de muito bom grado a se juntar a nós, é algo que nos agrada muito, pois significa que o trabalho é bom). As pretensões são as mais altas possíveis, dentro de um contexto razoável (atualmente estamos articulando contatos estratégicos, a fim de encaminhar um futuro “fulllength”, e estamos dispostos a nos deslocarmos para os grandes centros mundiais para melhor trabalhar nos assuntos da banda, neste primeiro semestre de 2010).

“As Beauty Springs From Mud...” (EP - 2009), sofre uma forte influência budista. De onde surgiu esse interesse? Márcio: Em primeiro lugar, o interesse pelo budismo surgiu de meu próprio envolvimento com a filosofia budista e a perspectiva de vida e de pensamento que ela envolve (isso não apenas pelo fato de eu ser filósofo de formação, mas por me identificar real e “espiritualmente” com a coisa). Para além disso, é inegável que a cultura oriental oferece um universo temático interessantíssimo e incrivelmente vasto e rico, de conteúdos a serem abordados. Mais ainda quando se procura, liricamente falando, algo de “novo” para um determinado gênero, que saia do círculo “hail satan / fuck the government”, já um tanto quanto desgastados por diversos usos mal elaborados no meio musical e fora dele. Thommas: Surgiu quando queríamos fazer algo diferente, porém tradicional. Então Márcio sugeriu a temática, e nós propusemos um “resgate” das raízes do passado, com influências e roupagem novas. Nova produção etc. Principalmente na intro, “Samsara”, vi algo bem tendencioso ao Doom metal do início da década de 90. Quais são as suas principais influências dentro do metal e quando começou o gosto pelo doom metal? Márcio: “Samsara” traz uma nítida e forte menção ao Doom Metal noventista. A intenção era justamente dar essa aura “melancólica”, revestida de sonoridades densas e lentas, típicas do Doom. Eu me lembro de ouvir, quando tinha uns 14 ou 15 anos, o álbum “Gothic”, do Paradise Lost. E a maneira como as canções conseguiam soar melodiosas

Thommas: Comecei a ouvir som em meados de 94/95, se eu não me engano (risos). Katatonia, Celestial Season, Ophthalamia, Samael, Officium Triste, Tristitia, October Tide, Anathema. São as minhas principais influências. Alem de um Black Sabbath . Isso na área dark/doom metal. No geral: Carcass, Dismember, Dissection, Slayer, Morbid Angel, Defleshed, Sacramentum.

só isso. Estamos querendo falar de Astrologia, Parapsicologia, entre outros assuntos. Até mesmo em álbuns conceituais. Essa abrangência não se limita à parte lírica, mas também vocês terão novidades no campo musical Por enquanto, é segredo. The Dying Lotus, consegue passar ao ouvinte, todo o sentido e misitificação que a flor de lótus representa no budismo (acho que Lakshmi ficaria bastante feliz com a “homenagem”). Além de ser uma faixa instrumental muito linda, me lembrando a faixa Rainbow da banda israelense Orphaned Land (e me causando o mesmo impacto, diga-se de passagem). Para vocês da banda, quais os pontos positivos de usar essa experimentalidade toda em um EP de lançamento? Márcio: Quanto à faixa “The Dying Lotus”, devemos o sucesso da mesma à competência de Rodolfo Rangel (guitarrista que acompanhou o Rest In Disgrace ao vivo em alguns shows), que, seguindo nossa orientação conceitual, compôs a peça. Uma vez que a música propriamente dita estava pronta, eu apenas adicionei o título, e aparentemente fui feliz nisso. Foi tecnicamente enriquecedor utilizar esses “intermezzos” no EP, tornando a sua fluência agradável ao ouvinte. Deu-me a sensação de segurança, quanto ao que posso aproveitar em termos de recursos de estúdio não programados. Eu levarei essa experiência comigo para trabalhos futuros.

Thommas: Pra mim, é algo natural, igualmente como as “spoken parts” (partes faladas) nos trechos limpos e/ou mais adequados. Isso vem das influências de Doom metal que eu sempre escutei. Katatonia, Anathema, Tristitia, e por ai vai. Ophthalamia. Partes limpas com temas de violão clássico, faixas com piano e etc., tudo faz parte. É Thommas: Na Verdade, desde a concepção, a onde nos atamos ao passado. idéia foi de ter uma banda sólida, com integrantes Thommas: Pra mim, é algo natural, igualmente co fixos, e fazer shows. Porém, devido às já sabidas A adição de Rafael Basso, ex-Soturnus, na limitações existentes (quanto a bons músicos) no banda, foi um acerto muito grande. O vocal nosso estado e no Brasil em geral, optamos por dele se encaixa perfeitamente com o som sermos eu e Márcio, uma banda itinerante, com proposto pela banda. Como surgiu a idéia músicos convidados, até que estabeleçamos de de convidá-lo, mesmo com o empecilho da vez uma situação fixa, e o mais importante de distância? tudo: consigamos encontrar músicos capacitados Márcio: A idéia veio quando, por razões (principalmente bateristas) e que condigam com a particulares, não pudemos mais contar com o nossa filosofia, e principalmente tenham influências vocalista com quem tínhamos trabalhado até então. semelhantes, que venham a combinar e acrescentar Daí o nome de R. Basso me surgiu imediatamente, pois como você disse, não é difícil perceber que coisas à banda, lírica e musicalmente falando. as características dele casam bem com o som da Voltando um pouco à temática lírica da banda: banda e, principalmente, eu já tinha trabalhado a banda tem uma forte “pegada espiritual”, com ele no Soturnus. Isso sem sequer mencionar porém, vejo que há muitas críticas rondando que somos amigos próximos e temos afinidades. esse mesmo âmbito, nas letras de vós. Qual a Thommas: Como disse antes, a banda, posição ideológica tomada pela banda? Márcio: Eu pessoalmente gosto mais do termo inicialmente, somos eu e Márcio. Porém, eu mesmo “espiritual” que “ideológico”. É uma forma artística já toquei com Rafael no Hadom, que foi minha e intelectualmente honesta de expressar algumas primeira banda. E então, Márcio tocou com ele no vivências (psicológicas, espirituais, físicas), a Soturnus. Logo, entramos em contato com ele e partir deste prisma do budismo. Entretanto, somos pela praticidade e rapidez/qualidade, optamos por homens ocidentais, vivendo num mundo ocidental, gravar com ele, que foi uma feliz escolha. Pois cheio de interesses e soluções imediatistas e vãos, no meio das gravações, ficamos sem o vocalista e invariavelmente muito disso acompanha as letras original, e tínhamos que terminar tudo logo, porque do Rest In Disgrace. E descobri que, de um ponto tivemos uns contratempos e isso nos atrasou mais de vista pessoal, a filosofia pessimista, o desespero do que o previsto. Quanto ao fator distancia, quando existencial, parecem complementar bastante bem formos compor o material pro “full length”, iremos as premissas resignadas e serenas do budismo. conversar com Rafael para ver se o estilo próprio Quanto a uma “ideologia” propriamente dita... Bem, dele se encaixa com o projeto do álbum, o mesmo eu consigo sentir piedade por quem tem ideologias... sobre o entrosamento. Caso ambos os resultados Isso quando estou de bom humor. Ou seja, sejam positivos, ele passará de vocalista “session” traduzindo um miúdos: as letras e músicas do Rest a membro efetivo. In Disgrace não são tão recomendadas para quem procura “ideologias”, pois elas falam de coisas que Mais uma vez vocês acertaram no quesito não podem ser “resolvidas” por ideologias... Aliás, riffs. De onde vem tanta inspiração? É nesse falam de coisas que não podem ser “resolvidas” de sentido que vocês encaixam a frase: “usar jeito nenhum! Para ouvir nossas músicas basta ter sólidas fórmulas do gênero metal para ouvidos... as composições são simples, diretas e comunicar novas perspectivas artísticas grudentas. Mas para compreendê-las... Aí é preciso dentro do mesmo”? Márcio: Exato. Eu não sou um grande adepto de ter “estômago”. conceitos “bonitos”, como “liberdade artística”, Thommas: Na verdade, nos interessa a vasta “inovação”, “ser mente aberta”, etc. Tenho gama de assuntos ligados ao oculto, sobrenatural noções muito cruas e diretas, “secas”, sobre o e místico. O budismo foi o tema escolhido para que significa compor uma boa música, e uma vez iniciarmos os trabalhos. Porém, não vamos abordar iniciando um projeto, apenas as ponho em prática


(ver resposta à questão #2). Basicamente, para mim o processo composicional começa por uma espécie de “visualização panorâmica” da música que está por ser feita, articulando e estabelecendo, parte por parte e até o final, a estrutura inteira e os formatos adequados de todas as passagens, e apenas posteriormente me detenho nos detalhes e arranjos, nas texturas sonoras particulares de cada “riff”. É como criar um “molde” para uma estátua: você deve começar pela “forma”, e só depois passar ao conteúdo, usando a matéria prima que quiser: gesso, plástico, ferro, etc. É estrategicamente errôneo partir do conteúdo, pois ele pode lhe “escorrer pelos dedos”, “esfriar”, “desandar”, e você finalmente pode perder o controle sobre ele, não conseguindo mais ‘juntar as partes” ou “consertar” os eventuais problemas depois. [Um pintor normalmente começa traçando geometricamente todo o espectro e as linhas gerais do que será sua tela coloria e cheia de curvas; um poeta normalmente não toma simplesmente de forma avulsa e aleatória quaisquer palavras, tentando rimar “chorar” com “caviar”, mas primeiro busca definir sobre o quê falará o poema em questão, e só depois vai em busca das palavras certas... Comigo é o mesmo: preparo bem o “terreno”, e depois apenas o “preencho” com “riffs” cirurgicamente elaborados, para soar de tal ou tal forma, num ou outro momento, etc.]. É aí que eu ponho a vaidade de lado e, para encontrar o que há de melhor no universo dos “riffs” e sonoridades, apenas sigo os conselhos de Aristóteles e vou “observar exatamente como fizeram os que vieram antes de nós, e que consideramos como bem sucedidos e mestres nas artes de que fazem profissão”. No geral, é isto!. Thommas: Como sempre digo, quem quer ter banda precisa: praticar o instrumento. Ter um bom conhecimento de bandas (pra ter uma gama grande de influências e não ficar limitado. E quando digo ouvir, digo comprar o CD, pois ai você sente toda a atmosfera e a mensagem é mais significativa e profunda), e por último, mas não menos importante, levar a sério. É o que fazemos. xas com piano e etc., tudo faz parte. É onde nos atamos ao passado.

E, por último e não menos importante, queria que vocês pudessem me apontar o melhor lançamento musical do ano de 2009 na opinião de vocês. No mais, o espaço é de vocês. “Vendam vosso peixe” e continuem nos agraciando com música de qualidade. A cena nacional agradece! Márcio: Alice In Chains: “Black Gives Way To Blue”. A princípio estava em dúvida e com o coração pesado, pois era uma escolha difícil, entre a presente opção e mais dois candidatos fortes: Heaven & Hell: “The Devil You Know” e Megadeth: “Endgame”. Mas, após ouvir diversas vezes a todos, decidi-me pelo Black Gives..., por conta do contexto geral em que o lançamento está circunscrito e, também, para não fazer minha escolha aleatoriamente ou me guiando unicamente pelo meu gosto pessoal, utilizei alguns critérios, os quais explicarei mais adiante. Primeiramente, temos que considerar a situação em que se encontrava cada uma das bandas, quando do lançamento: o Megadeth vinha de um disco muito sólido e bem recebido, que foi

9

Rest In Disgrace

As Beauty Springs From Mud... Independente

o “United Abominations” (2007). “Endgame” surge um ano após o surpreendente “Death Magnetic” do Metallica (que, queiramos ou não, tem ao longo da história sido sempre um parâmetro, positivo ou negativo, para a avaliação dos discos do Megadeth) e o “Formation Of Damnation” do Testament, ambos de 2008. O que significa que o Megadeth conseguiu, a um só tempo, manter a consistência sonora de United Abominations e, principalmente, não deixar em nada a desejar no que diz respeito aos lançamentos paralelos de algumas das principais referências do seu segmento dentro do Metal (diga-se, o Thrash), deixando de lado qualquer preocupação com o que “está na onda” ou o que “pode dar errado”, e simplesmente pondo no mercado o álbum, emplacando, aliás, uma “tour” mundial do mesmo, que chega aqui neste ano de 2010. Como manter o nível numa seqüência é um quesito que tem alavancado e demolido carreiras, mostrando-se uma tarefa difícil, então o Megadeth soma pontos com isto. O Heaven & Hell é quase um caso à parte, pois anteriormente só havia singles e promos do atual trabalho de estúdio, o que já indicava que seria desastroso para a banda lançar qualquer coisa que ao menos não se equiparasse ao “Cross Purposes”, do Black Sabbath, por exemplo. E, dado o gabarito e a competência inquestionável do grupo, essa meta foi alcançada com sobras e não se esperava outra coisa (apesar da nítida “nova condição” do mestre Dio, que parece já não poder explorar as clássicas e únicas regiões mais agudas de sua imortal voz... mas ele é Dio, e ponto final). De qualquer forma, “The Devil You Know” não é aquela “masterpiece” que lhe faria dizer: “se um temporal levasse todos os meus álbuns do Sabbath agora, e eu ficasse unicamente com o ‘The Devil...’, estaria tudo bem!”. Assim, sobra o “Black Gives Way To Blue”, do Alice In Chains, e falarei um pouco dele agora. Bem, ao contrário dos dois casos anteriores, o Alice In Chains estava morto (assim como Layne Staley estava morto...)! E, com toda a honestidade, eu posso citar uma dúzia de bandas que estragaram suas carreiras na última década, mas não consigo lembrar de nenhuma que tenha literalmente ressurgido (embora digase que o AIC nunca acabou oficialmente) nesse período, além deles! Tamanha é a façanha desses grandes roqueiros, grunges, metaleiros, bluseiros, músicos country, folk, pop, e o caralho a quatro! Isso sem falar no aspecto técnico do álbum, que valorizo muito. Só para você ter uma idéia, as duas primeiras faixas são tão tipicamente “AliceIn-Chainianas”, que poderiam perfeitamente ser a décima quarta e a décima quinta faixas do clássico dos clássicos, o álbum “Dirt” (1992) [o “Dirt” só traz 13 músicas...]. Mais que isso, admiro muito o poder de arquitetação total que envolve um projeto, cuidar de cada aspecto e pensar antecipadamente em tudo quanto possível... Isto é algo que o genial Jerry Cantrell não deixou de fazer, e basta ouvir o disco para perceber: a inteligência de Cantrell colocou a voz do novo vocalista, William DuVall (que tinha a missão infausta de, em sua estréia em estúdio com a banda, substituir a ninguém menos que Staley), apenas na terceira faixa, quando os ouvidos do espectador já estão habituados com as intervenções discretas que o mesmo faz nas duas

Mesclar o Dark Metal ao Death Metal é praxe e é quase uma regra a ser seguida por quem escolhe esse gênero como base para sua banda. Quando o vocalista Márcio Quirino (ex-Soturnus – banda já resenhada aqui na Six Seconds. Confira a Edição 3!) liberou o EP As Beauty Springs From Mud, tivemos um ganho considerável no que diz respeito ao lado obscuro da música brasileira. Sendo assim, fui agraciado com uma tarefa que será muito fácil devido à qualidade do disco. Qualidade essa que não se foca somente no lado instrumental da banda. No que tange

primeiras músicas, que são puro Alice In Chains, cantadas pelo próprio Jerry em dueto com DuVall (sobretudo “Check My Brain” é um um hit, e não se discute). Ou seja, Cantrell não permite que ninguém por ventura “encontre” algo “ruim” ou “estranho”, etc., não dá tempo para que o ouvinte possa raciocinar e desenvolver uma postura “crítica” já no primeiro momento do álbum (ele não arriscaria tal coisa), e até ali o que flui é o mais legítimo e límpido Alice In Chains de sempre, que está nas nossas prateleiras de CD’s mais ou menos “antigos”, e que gostamos de tocar vez ou outra quando estamos chateados com o mundo, por via de segurança, pois sabemos que não há qualquer possibilidade de desgostarmos do que vamos ouvir... Então, vem todo o restante do disco, no qual DuVall mostra uma capacidade técnica invejável, passando por aspectos característicos de Layne e, ainda, pondo bastante de seu próprio estilo (que, por sinal, funciona muito bem com os “riffs” mais pesados, “à lá” Black Sabbath, de Cantrell). Finalmente, não poderia deixar de apontar que, semelhantemente ao H&H, é sempre louvável quando uma banda consegue produzir uma obra-prima, após tantos anos, valendo-se de praticamente toda a sua formação clássica [Mike Inez nos baixos e Sean Kinney na bateria, além do próprio Cantrell (guitarra e vocais) e o único novo integrante, DuVall, completam o “line up” de “Black Gives...”]. Bem, como me foi pedido pela Six Seconds, tentei ser o mais “filosófico” possível, me estendendo um pouco, propositalmente. Mas confesso que realmente gostei do trabalho e, se quiserem, de hoje por diante posso ser consultor de “reviews” da revista (risos). Eu agradeço e peço que os leitores acessem a página do Rest In Disgrace no myspace: www.myspace.com/restindisgrace ; na Last FM: http://www.lastfm.com.br/music/ Rest+In+Disgrace ; no Youtube: http://www. youtube.com/user/RestInDisgrace ; no Twitter: http://twitter.com/RestInDisgrace e no Orkut: http://www.orkut.com.br/Main#Profile.aspx?origi n=is&uid=11945726352787588695. Obrigado! Thommas: Pô! Q: (Eu não sei quais foram exatamente os álbuns de 2009. Q:/ eu nunca compro os CDs no mesmo ano que eles saem. Ai perco a noção do tempo. Eu vou falar o meu top 10. Pode ser?!?! Ophthalamia (Via Dolorosa), Sacramentum (Far Away From The Sun), Thy Black Destiny e The Comming Of Chaos, Defleshed (Fast Forward) Under The Blade (Royal Straight Flesh). Spawn Of Possession (Cabinet), Dying Fetus (Destroy The Opposition), At The Gates (Slaughter Of The Soul), Carcass (Heartwork), Morbid Angel (Domination), Dissection (Storm of the Lights Bane). Despised Icon (Day Of Mourning) e The Faceless (Planetary Duality) - produção maravilhosa, cortante, precisa, pesada e rápida. Ótimos “blastbeatings”. Músicas ótimas. Vocais horríveis (não me acostumo com os vocais deles). The Faceless - Produção muito boa. Guitarras precisas, com bastante “médios”, solos e partes limpas de outro planeta. Ótimos efeitos de “delay” e “chorus”. BRUNO THOMPIS

as letras e os temas usados pela banda, a banda ganha nota 10 com louvores. Falar de Budismo, Filosofia e pessimismo, mesclados ao contexto bem regado pelo existencialismo de Arthur Schopenhauer (Filósofo Alemão da metade do Século XIX) não é pra muitos. Musicalmente a banda segue à risca as fórmulas maravilhosas que consagraram diversas bandas no começo da década de 90. Cópia? Muito longe disso, a banda, apesar de usar fórmulas conhecidas, adquire uma identidade própria que faz com que cada riff e cada nota sejam reconhecidos na

hora. Quer bater cabeça? Ascendance Quer se sentir no início dos anos 90? The Veil of Maya! Quer ver as influências do Thrash e Death citadas acima? Vanity Quer parar pra pensar um pouco e curtir uma som mais intimista? The Dying Lótus! Quer se surpreender com a criatividade da banda? Unnamed Feelings – Descencion! Musicalmente o disco é muito bom. Liricamente da mesma forma. Mais outra bela promessa da cena nacional. Agora é trabalhar no foco escolhido e faze com que a banda ganhe notoriedade no cenário nacional. BRUNO THOMPIS


e! e o y! e e m d e, e, a é er e

Convenhamos, o ano de 2009 foi impressionante. A cena nacional do metal underground começou a ter um maior destaque e bandas internacionais mostraram resultados assustadores. Aparentemente, foi um dos anos com maior crescimento musical e certamente, foi um ano com muitas mudanças. Começamos com novas subcategorias de música extrema que foram rapidamente reconhecidas e logo em seguida, já tinham virado febre. O deathcore, o slam metal, o brutal death metal e o cyber goregrind foram os novos rótulos musicais aderidos pelos pseudos-brutalcores, que até o ano passado, só queriam saber de screamo, powerviolence e indie rock mela-cueca. Como se não bastasse sermos obrigados a presenciar moleques curtindo música pesado de forma horripilante, hoje encaramos os novos metaleiros com calças justas, shorts de basquete, sapatilhas, chinelos, crocs, camisetas com gola em v,

touquinhas, faixinhas e franjonas. Não que exista um preconceito da minha parte pelos acessórios e vestimentas acima, mais o rumo que isso tomou e por quem tomou, é meio revoltante. Os palcos estão sendo invadidos por garotos de quatorze anos com camisetas do Cannibal Corpse, Regurgitate, Nile e entre outras bandas magníficas, como se eles ao menos soubessem o que os caras estão cantando. Já que ser sujo, cabeludo, ter barba e parecer um mendigo virou moda, porque berrar e fazer de conta que tem banda também não pode ser? Alguns pirralhos ainda foram bem sucedidos, mesmo sabendo que a probabilidade de dar merda era grande. Bandas como Underneath The Gun, Attila, Chelsea Grin, Small Town Murder, Betraying The Martyrs, Dr. Acula, Salt The Wound, Rose Funeral e In Dying Arms foderam tudo. Antes mesmo de estarmos sendo contaminados por esse vírus que se comporta pior do que a gripe suína, o que é bem

gore, bandas pesadas tomaram reconhecimento pelo público depois de muito investimento. Suicide Silence, Carnifex, Whitechapel, Winds Of Plague e Impending Doom mostraram que agora o ilustre death metal também pode ser feito de um jeito diferente, fazendo com que muitas outras bandas usassem essa nova forma de total inspiração. Digamos que já de um lado mais apelativo e grosseiro, Lamb Of God, Devildriver, Bloodbath, Aborted e Hour Of Penance, por exemplo, mostraram que são mestres. Em minha opinião, algo que não deveria ser deixado de lado, é a entrada gloriosa da banda massacrante Ingested, que sem dúvidas, abriu o nosso ano com o pé na porta. Como descrever a banda em uma palavra? Brutal! E é exatamente disso que falamos aqui. Os caras deixaram claro que ser “From UK” ao pé da letra é muito mais intimidador do que se parece, não é mesmo? Mesmo tendo provas contra, ainda duvido que aquele baterista seja humano. The Berzerker que se cuide!

Sem mais delongas, 2009 foi marcante até demais, então imaginem só quanto sangue será derramado em 2010? Preparem suas luvas médicas e seus bisturis, porque a autópsia começa agora. Feliz ano novo, porra!


O

i, tudo certo por ai? Opa, tudo tranquilo.. Antes mesmo de ouvir o som de vocês, eu fiquei impressionado com a artwork da capa do EP. Nos conte um pouco como surgiu a idéia da capa? Na verdade, a ideia da capa veio de um amigo do nosso baixista, Caio, que entende muito desse tipo de trabalho e tal. Ele que bolou a ideia e a arte. Nos conte um pouco como foi com processo de composição e produção do EP? Vocês tiveram algum suporte? As musicas que compõem o nosso ep, Hunter, foram feitas desde o inicio da banda, propriamente dita. Foram feitas com calma nesses dois anos que estamos completando de banda. Já a produção do ep foi feita com calma, tentando alcançar o melhor resultado possivel, porém, foi sem nenhum tipo de suporte, tudo feito com as nossas mãos. Vocês acham que por cantarem em inglês, tem mais chances de receber uma proposta para assinar um contrato com alguma gravadora? Não acreditamos que, mesmo por cantarmos em inglês, isso facilite de forma alguma para assinarmos com alguma gravadora. A realidade é que esse tipo de som, no Brasil, não recebe muito apoio, tornando dificil, qualquer banda, cantando em inglês ou português, destacar-se.

cima. Como funciona as composições entre vocês, desde dos riffs até a parte lírica? Normalmente, nos reunimos em algum estudio e começamos uma jam session, na verdade. Cada um tocando alguma coisa que conseguiu criar. Até que uma hora sai um som legal e começamos a desenvolve-lo. A internet tem ajudado várias bandas a divulgarem suas musicas, o que vocês acham dos downloads de Mp3? Acham que devido ao fato de ter meios para ouvir os cds na internet, as vendas poderão ser prejudicadas? O grande lance de bandas novas, como nós, é a internet. Ela possibilita que pessoas de estados muito distante do nosso, ou até mesmo outros países, conheçam nosso som. Esse é a força da internet. Não nos importamos muito com a venda de cds. Nosso objetivo é sermos reconhecidos e tocarmos o máximo possivel. Muito obrigado pela entrevista! Nós que agradecemos o espaço cedido à banda, é muito importante e muito legal ver que ainda existem pessoas dispostas a ajudar as bandas brasileiras. Obrigado. IAN K . MENEZES

Qual o motivo principal de vocês cantarem em inglês? Vocês acham que conseguiram um destaque maior na cena underground ou talvez até no pais afora? Não sabemos, ao certo, de onde surgiu a ideia de cantar em inglês. As letras foram surgindo dessa forma, e continuaram assim até hoje. Acreditamos que o idioma, pouco importante, contanto que a mensagem que queremos transmitir seja ouvida. Não é necessário cantar em inglês para ser reconhecido, vide o exemplo do Confronto, que é uma banda extremamente reconhecida, tanto nacional como internacionalmente, e tem suas letras em português. Como o povo da sua região reage o som de vocês? No interior de São Paulo, mais precisamente em Piracicaba, o apoio a esse tipo de som, em geral, tem sido extremamente importante. Com produtores de evento,como a Hardcore Pride, mais preocupados em fazer um show com boas bandas, prezando mais o som do que o dinheiro. O que não acontece muito país afora, já que em algumas lugares, para tocar, é necessário venda de ingressos. Não importando então se a banda é boa ou não. Nos conte um pouco das suas influências! Cada um da banda, tem suas próprias influências, é claro que algumas em comum, como : August Burns Red, Killswitch Engage, Caliban, Evergreen Terrace..e assim vai. Mas também procuramos ouvir outros tipos de sons, para não cair na mesmisse de sempre. De onde veio o nome Blood So Pure? O nome, Blood So Pure, surgiu de alguma conversa, ninguém sabe ao certo onde nem quando. hahaha Hoje em dia a cena musical está cheia de rotúlos. Muita gente vem rotulando vocês como Metalcore, o que vocês acham dos rotúlos? Nós não temos nada contra rotulos, não acreditamos que eles possam definir quem somos, porém, sempre tem aquelas pessoas que por causa do proprio rotulo, deixa de escutar o som, seja ele Metalcore ou emocore. Cada um deve ouvir, aquilo que lhe agrade, e não generalizar o tipo de som. Qual a proposta lírica no som de vocês? Quais temas vocês abordam? Os temas das letras, são todas as situações que vivemos no nosso dia-a-dia. Algumas coisas que tivemos que suportar, outras que passamos por

8.5

Blood So Pure Hunter (EP) Independente

Desde o meu primeiro contato com o “Confronto” e o “Point of No Return”, bandas que seguem a mesma linha do “Blood So Pure”, fiquei impressionado com dois pontos que me fizeram gostar tanto do estilo seguido por eles: a violência musical aliada ao contraste causado pelas partes mais melodiosas existentes nas músicas e a facilidade que todas essa bandas tem de jamais decepcionar em um disco. Com o “Blood So Pure” não poderia ser diferente, oriundos de Piracicaba-SP, esses paulistas não deixam a bola cair em nenhum minuto, durante os quinze minutos desse primeiro EP da banda. Sempre alternando os breakdowns com partes muito violentas, lembrando até a selvageria do deathcore em alguns momentos. “Hunter”, a faixa título do disco, demonstra muito da pancadaria que seguirá o disco. “I Defy You”, é a faixa que mais mescla as influências e passagens da banda: alternando entre o brutal e o melódico, a banda acerta em cheio e faz com que essa faixa seja uma das melhores do disco, senão a melhor. “I Hope You Burn”, tem um refrão gritado em coro, que chega a arrepiar, juntamente com o duo das guitarras de Guilherme e Bruno. Outra faixa muito boa. “My Honor, My Blood, My Life” é a faixa mais fraca do EP, é onde o vocal fica menos audível, com exceção do refrão. “The Glory” finaliza bem o disco e nos conduz ao que é esperado: um bom disco. O interessante é que o crossover, da forma como ele é tocado nesse álbum, não é tão seguido e muitas bandas que se auto-intitulam bandas de crossover, acabam optando por seguir o caminho do metalcore, o que acaba tornandoas “bandas da moda”. Fico feliz que os rapazes do Blood So Pure tenham seguido uma linha mais conservadora no que se trata da mistura do metal com o hardcore. Quanto aos poucos tropeços do disco, o que eu posso a dizer e desejar é que a banda tenha vida longa e levante sempre a bandeira desse crossover brutal. Música de macho, rapá! Hehe! BRUNO THOMPIS

Direto do inte para a cena u


erior de SĂŁo Paulo, Blood So Pure vem trazendo mais um excelente som underground. A Six Seconds conversou cm o guitarrista Guilherme Mota sobre a banda e o novo ĂĄlbum!



9

Katatonia

Nìght Is The New Day Peaceville Records

Desde 2006, com o lançamento do disco The Great Cold Distance, os fãs dos suecos do Katatonia esperam mais uma manifestação musical do grupo. A espera de três longos anos fez com que os fãs criassem uma expectativa muito grande em relação a este lançamento que foi anunciado em Fevereiro de 2009. Em meados de Outubro a banda divulgou em nota oficial no site que estava terminando de gravar o novo single do disco, o qual teve o nome anunciado juntamente com o nome do novo disco. Somente um dia após esta nota ter saído no site oficial, correu o boato verdadeiro de que o single teria sido disponibilizado na internet. Forsaker, nome do single, surpreendeu a todos os fãs. Desde os que acompanham a banda desde o início, até os que pegaram a fase mais progressiva, chamada de Depressive Rock. Pesada, rápida em alguns

8

momentos, melodiosa e repleta da atmosfera que fez a banda fazer jus ao título citado anteriormente. Todas essas características fizeram com que os fãs ficassem mais apreensivos para o disco que estava por vir. Essa espera só foi cessada após o lançamento do disco e a confirmação de que o Katatonia é uma das melhores e mais regulares bandas da atualidade, desbancando grandes nomes do mesmo estilo. Quem conhece o Katatonia e a tragetória que Jonas Renkse e Anders Nyström traçaram desde a fundação da banda no início da década de 90, sabe que as tendências indicavam um amadurecimento musical a cada disco. Mas poucos imaginavam que a banda chegaria num patamar tão elevado quanto o atual. Night is The New Day é um disco que nem consegue soar maravilhoso na primeira audição, devido ao grande experimentalismo

cas como “Revelation Of Doom” e “Krig” e se sentir decepcionado. Na medida que você ouve o álbum, você nota que falta coisa, mas apenas marginalmente, o que torna ainda mais doloroso para mim, já que eles estavam perto de realmente fazer esse som de álbuns como o coro da essência do inferno. Até o ponto que eu tinha re-escutado o álbum várias vezes, percebi que ele estava crescendo como uma fome enlouquecedora dentro de mim. IAN K. MENEZES

usado pela banda em faixas como Onward Into Battle, onde o uso do teclado se faz mais presente do que de costume, na própria Idle Blood (minha faixa favorita), que apesar de ser uma faixa boa, está longe de ser uma balada que o Katatonia anterior a esse disco faria (vide Sweet Nurse, Dispossession e afins). Citar destaques é tarefa fácil, visto que há músicas mais fáceis de se assimilar: Forsaker, que já foi citada acima, Idle Blood que, apesar de ser uma balada diferente, é uma das melhores músicas do álbum, Day and Them The Shade tem uma das baterias mais criativas e técnicas dessa nova fase do Katatonia e Departer dispensa qualquer comentário: música perfeita para um encerramento de disco. Katatonia é Katatonia onde quer que seja. Ótimo trabalho, ótimo disco. BRUNO THOMPIS

central da banda, enquanto Jon Foreman é o maestro. IAN K. MENEZES

Gorgoroth

BRUNO THOMPIS

7.5

Quantos Possunt ad Satanitatem Trahunt Regain Records

Musicalmente falando, 2009 foi um ano cheio de surpresas, lançamentos monumentais, e voltas insanas e sem dúvida Gorgoroth não é uma exceção. Todo ser que gosta Black Metal, em todo lugar do mundo, esteve esperando por esse lançamento, e finalmente ele está aqui. Esse álbum provou ser o maior desapontamento de 2009 para mim. Ué, mas por que? Porque eu sou um idiota. No momento que Infernus anunciou a nova formação, eu pensei “pô, agora que eles vão superar o álbum “Under The Sign Of Hell”, e devido a esse pensamento eu sentei para ouvir esse álbum. A primeira sensação que eu tive foi como se tivesse tido o coração atravessado por alguém querido. Sério. Por um momento eu me senti tão traído e enjoado que, eu pensei que Gorgoroth estaria melhor, se estivesse morto. Claro, você deve ter percebido a nota que eu vou dar da para essa resenha, então vamos passar para o lado interessante da história. Poucos dias após esse incidente, eu percebi que é como acontece com muitos outros álbuns que eu ouço, antes de dar o veredito final. Puta que pariu, eu odiei álbuns como Ordo Ad Chao (Marduk), Blood Inside (Ulver), Rebel Extravaganza (Satyricon) quando os ouvi pela primeira vez, e hoje eu vejo que são álbuns excelentes.Então foi exatamente isso que eu fiz, eu sentei mais uma vez e ouvi o “Quantos Possunt ad Satanitatem Trahunt” novamente. E ouvi de novo, e de novo, e de novo, e enquanto eu estava triste de achar que estava ouvindo o segundo “Under The Sign Of Hell”, eu percebi que esse álbum tinha algo mais valioso, mesmo não indo com minhas expectativas: O que nós temos aqui, em essência, é o seguimento o irmão perdido do Pentagrama (HAHAHA). Agora nós podemos discutir os detalhes do álbum. A questão mais importante, a questão que me fez descartar este álbum completamente a primeira vez que ouvi-lo, é o som. É muito estéril, muito mecanizada, é o que fecha a alma, especialmene o som horrível da bateria artificial. Tomas Asklund é um baterista brutal, sem dúvida sobre isso, por que eles fizeram isso conosco? Tudo bem, ele preenche sua parte muito bem, dando a impassibilidade quando necessário, mantendo o ritmo mais lento. Finalmente, a guitarra, o som é agradável, embora também parecer faltar energia e raiva. Só poderia ser eu, lembrando de músi-

o mundo ver. Bom disco!

7.5 Echidna

Insidious Awakening Rastilho Records

7.5

Switchfoot

Hello Hurricane Atlantic

Cumprimento, é quase uma proeza impossível de se realizar, e como banda, não é uma tarefa simples. Tal como o Santo Graal, uma vez alcançado evoca uma emoção que poucos são capazes de compreender e muito menos transmitir para outras pessoas. ‘Hello Hurricane’ é uma tentativa de transmitir essa nova convicção dos americanos do Switchfoot. Nós três últimos álbums lançados, a banda se sentiu abertamente apressada, nunca sentimento que o seu resultado era algo mesmo deles, até então era apenas um resultado. Sendo assim, eles dispararam para criar um álbum que verdadeiramente emula o que abanda estava prestes a realizar. Parecido com que a banda Brand New fez com o álbum ‘Daisy’, Switchfoot tomou o mesmo rumo e assim, começaram um pequeno alvoroço de controvérsia. Combinando elementos cruz para sua própia segurança e com uma produção excepcional ao longo do som, as coisas começaram a melhorar para Jon Foreman (vocalista). ‘Mess of Me’ mostra a beleza para aqueles que cresceram com com a confortável oposição tépida e incoerente que era usada em ‘Oh, Gravity’, definindo assim o ton para o resto do álbum. Com facilidade e relaxamento a banda apresenta um som sólido com faixas como ‘Yet’ ou com hinos agressivos que não se via desde dos dias de glória do álbum “Nothing Is Sound”. ‘Your Love Is A Song’ é uma faixa bastante evolucionária, devo dizer, iniciada pelos suspiros “Oooos”. É uma faixa com um dos refrões mais fortes do disco. Tudo pode-se ver através dela, a banda está tentando alcançar uma atração mais focalizada, não precisando assim confiar em técnicas ultrapassadas que a banda emitiu a anos. Os melhores aspectos sobre “Hello Hurricane”, provavelmente é o instrumental. Eles se tornaram o ponto

Bandas como o Soilwork, Scar Simmetry, In Flames, Dark Tranquillity, fizeram com o que o Death Metal Melódico se propagasse entre os fãs de metal de todo o mundo. Hoje em dia, as quatro bandas andam num patamar bem equivalente que faz com que o mesmo público de uma, seja o público fiel da outra. Ou seja, este quarteto vem dominando o Melodic Death, há mais de 8 anos, e a entrada de uma possível 5ª banda, deixa os fãs do estilo mais apreensivos. O que se extrai dessas premissas acima é que o Melodic Death Metal, vem angariando uma grande percentagem das bandas novas da atualidade, perdendo somente para estilos como o Metalcore e o Heavy Metal Tradicional. A banda Echidna, nascida em Portugal, teve por caminho a ser tomado, esse mesmo melodic death metal citado acima. Desde o lançamento da Demo “Tearing The Cloth”, a banda vem abrindo espaço e cravando seu nome na cena metálica portuguesa. Com o lançamento do Full-Lenght Insidious Awakening a banda almeja mais do que a cena portuguesa e isso fica bem claro na primeira audição do disco: a banda super bem introsada, pegada melódica contrastando-se com a pegada mais extrema (e, que pegada extrema, hein?), os instrumentos bem audíveis e o vocal bem marcante, remetendo inclusive, aos momentos áureos do Death Metal. O disco se abre com uma intro bem à altura do estilo e logo na segunda faixa, vê-se a pegada característica que faz com que a banda tenha uma identidade mais diversificada dentro do estilo. “To The Tombo of Kings”, “Anger is My Drug” e a última faixa do disco, “No Lenience in The Final Judgement”, elevam o patamar da banda e fazem com que se veja um futuro bem mais promissor para a banda. Os pontos negativos do disco, remetem às características pesadas da banda se mesclarem à uma demasia que não dá espaços à uma nova abertura dentro dos horizontes musicais da banda. Às vezes é bom, tirar o pé do acelerador e fazer a curva sem bater no muro de segurança. A banda, fundada em 2001, tem plena idéia do que fazer para evoluir cada vez mais. Portanto, é aguardar um novo disco que trará novamente a cara da Echidna para

Miseration

The Mirroring Shadow Lifeforce Records

A este poto, seria possível que a Suécia está produzindo mais supergrupos do que qualquer outra nação no Metal? Se não for supergrupos, pelo menos eles com certeza deixam-nos viciados no Metal. Bem, Miseration é uma das bandas que está na lista de experientes e você será capaz de dizer não só atravéz do seu esquema de produção, o qual é impressionante, mas também pelo forma pelo qual o álbum foi composto e as influências nesse novo álbum. Aqui nós temos o segundo trabalho da banda, seguido pelo trabalho realizado em 2007 intitulado “Your Demons - Their Angels”, que se eu me lembro bem, é tipo de álbum que você se consegue ouvir apenas uma vez. A formação inclui Christian Älvestam nos vocais (também participou em Incapacity, Scar Symmetry e entre muitas outras bandas); Johan Ylenstrand e Marcus Bertilsson (ambos de Inevitable End) no baixo e guitarra, Rolf “Stuka” Pilve na bateria (Astral Sleep, Dreamtale, e outros) e Jani Stefanovic (Am I Blood, Sins of Omission, DivineFire, etc) na guitarra e baixo as vez. Ai está, Miseration executa um Death Metal de uma produção excelente. A primeira faixa “Dreamdecipher” vem com muita precisão técnica, mas nada memorável, a seguinte “blueprinted Aeon Collapse” é uma melhora imediata, com algumas explosões fragmentadas de loucura, ela é tem riffs muito mais interesantes. “Voyaging the Seas of Thought” é por outro lado uma faixa mais atmosférica, com uma condução excelente ela se mistura com um death melódico, tornando-se uma faixa que vale a pena ouví-la novamente. A faixa título, oferece enormes partes de Death Metal Melódico, lembrando um pouco de Darkane, é sem dúvidas uma das mais fortes faixas do álbum, com várias camadas de profundidade. Há bastante variação dentro do estilo e do contexto do death metal, esse álbum oferece algo tanto para os amantes de Death Metal como os de Melodic Death Metal. Ao contrário de outras bandas de Death Metal suecas, Miseration não se concentra muito em um tom de guitarra, apesar do que eles fizeram nesse álbum é algo bastante intenso. Os padrões de produção são imensos. IAN K. MENEZES


9.5

Månegarm

Nattväsen Regain Records

Está claro que Månegarm estão orgulhosos do seu passado sombrio e não tem nenhum interesse em seguir a direção pop do Folk Metal. Desta forma, as músicas do atual laçamento Nattväsen são tão cativantes como sempre e depois do monumental full length Vargstenen, eu posso respirar fundo e dizer que esse álbum não é uma decepção. Faixa de abertura, Mina Fäders Hall é uma faixa extremamente cativante que começa com um coro limpo até passar e construir um verso pesado. Essa é realmente uma ótima maneira de se começar um álbum, seguindo justamente os elementos que os fãs esperariam encontrar, ferozes versos de black metal, melodias de violino e vocais bem variados. Enquanto o álbum é uma continuação dos álbums anteriores, há também alguns momentos imprevisíveis. Por exemplo, Vetrarmegin a atmosfera mais ‘black metal’ de Månegarm, eu sempre lembro disso ouvindo essa música. Ela possui uma introdução épica maravilhosa e impressionante, me lembra de uma música de Kampfar com umas partes do álbum Dodsfard. I Den Svartaste Jord é de longe a faixa mais longa, vai até 7 minutos, ainda assim não diria que ela é tão épica quanto Vetrarmegin. No entanto é uma composição maravilhosamente variada com cada membro brilhando em diferentes partes. A faixa título também apresenta diversidade, talvez seja a faixa mais suave de Månegarm. A composiçao é consideramente criativa, resultando em um álbum com músicas boas e momentos memoráveis para ser descobertos em todos os lugares. Eu não chamaria a musicalidade de progressiva, embora as composições são satisfatoricamente diversifcada, que eu acho que é o principal aspecto atribuindo ao replay que Månegarm vem oferecendo nos álbums. Como sempre, cada membro se destaca claramente, com Grawsio talvez se destacando mais desta vez. IAN K. MENEZES

10

The Devil Wears Prada

With Roots Above and Branches Below Ferret Records

Em seu primeiro álbum The Devil Wears Prada explorou bastante os eletrônicos de forma jamais vista e também letras de forte apelo cristão e logo ganharam foco de todos tornando-se uma grande banda do estilo. No álbum PLAGUES o foco também estava por conta de bastante peso e bastante “GRITARIA”, ou seja, a banda se consagrou de vez no meio da cena que para alguns pode ser chamada de “POST-HARDCORE”. Em “With Roots Above And Branches Below” logo de cara em “Sassafrás”, “I Hate Buffering” e “Assistant To The Reginal Manager” o que se nota é o grande amadurecimento da

banda, em todos os sentidos. Onde tinha exagero de sintetizadores não existe mais, onde tinha exageros à parte de gritos não existe mais. Essas três faixas definem exatamente o que foi prometido, seria um álbum mais pesado. Estavam certíssimos quando disseram isso. Tanto Mike quanto Jeremy amadureceram muito desde o primeiro registro (Dear Love: A Beautiful Discord), o instrumental segue impecável, com guitarras pesadíssimas e belíssimos timbres. Com certeza irá agradar a todos os fãs do gênero. Uma faixa que é prova de toda essa junção é com certeza “Danger: Wildman” é praticamente até metade da faixa com Mike mostrando o que sabe fazer de melhor, chamado até de “DOGMAN” e derrepente de uma harmonia e suavez incrível Jeremy toma conta do refrão impecável. Acho que With Roots Above And Branches Below se resume assim. Logo para terminar o álbum existe uma faixa que chama atenção. A primeira ouvida a meu ver é totalmente aleatória ao conteúdo do álbum. Mas quando tu para realmente para ouvir inexplicavelmente ela se encaixa perfeitamente a tudo que tu tinhas ouvido anteriormente. Talvez seja um momento para refrescar o ouvido e relaxar, até nesse ponto eles acertaram. The Devil Wears Prada com certeza fez um grande álbum de metal sem muitos rodeios, eu diria até que é um excelente álbum. Mas toda aquela preocupação em passar em ser uma banda cristã não se nota tanto nesse álbum como no álbum anterior onde a banda até apelava em usar títulos de faixas totalmente desnecessários. Se a banda quis passar uma mensagem com esse álbum não foi direta ou eficaz. O álbum é simplesmente um dos melhores de 2009 no estilo, de faixa a faixa. O melhor a se fazer agora é correr para assistir algum show dos rapazes. HÉLZIO PIRES CUPERTINO

8.5 Pelican

What We All Come To Need Southern Lord

Eu devo admitir que a primeira vez que ouvi o What We All Come To Need foi uma decepção. Eu venho ouvindo o instrumental do Pelican todos esses últimos anos e me apeguei bastante ao álbum “City Of Echoes”. Eu levei algum tempo antes que eu pudesse voltar atrás e dar um pouco de espaço ao álbum, e sem dúvida foi uma decisão sábia. A primeira coisa que se nota sobre esse novo trabalho é a mudança na seção rítmica. Larry e Bryan Herweg têm sido freqüentemente criticados por alguns fãs de Pelican. Eles certamente subiram um degrau em What We All Come To Need. Eles soam positivamente vicioso, a bateria e o baixo são notaveis do inicio até o final do álbum, WWACTN é um álbum que realmente exige sua atenção. Trevor de Braunw e Laurent Schroeder-Lebec são mestres em combinar riffs de sludge metal com melodias de post-rock. Esse padrão ainda trabalha de forma fantástica em WWACTN. Há toneladas de momentos inspiradores nesse álbum, há uma abundância de riffs que farão sua cabeça virar incontrolavelmente. Acho que o principal problema é que não parece ter muito senso de aventura em WWACTN, eu sei que éuma questão cognitiva e não de estética. Em Glimmer, de acordo os rítmos você vê as coisas mudaram, quatro minutos e meio depois de Glimmer ser iniciado, temos o primeiro intervalo melódico. The Creeper é tipo de música

que eu adoraria de ter no carro para ouvir enquanto eu atravesso o pais, por exemplo. Ela invade o protótipo do Pelican, ela mexe com você. Em geral, ela é a menos complexa música do Pelican, mas ainda assim há algo irresistível nela. Retirada do EP, Ephemeral da seguimento ao álbum, é sem dúvida uma faixa fantastica e muito boa para ser tocada ao vivo, ela provavelmente contem o riff mais thrash do álbum. O restanto do álbum é mais envolvente e sempre embala um riff pesado que geralmente fica escondido nas músicas. A bateria e o baixo estão extremamente nítidos nesse álbum, o que serve para concentrar sua atenção mais intensamente nas músicas. IAN K. MENEZES

9

Mono

Hymn To The Immortal Wind Temporary Residence Limited

Eu gosto de argumentar sobre musica com meus amigos. Esse álbum em si não é nada de especial; uns amigos vivem me dizendo porquê Protest The Hero é a melhor coisa do mundo e eu mostrei como umas músicas aleatórias com vocais irriatantes deixam a banda surpreendentemente foda e assim segue o fluxo da conversa. Agora, eu posso me segurar e ouvir eles falarem sobre as bandas deles de rock e alternative rock o dia todo, mas quando se trata a determinados pontos do post-rock, eu não consigo ficar calado. Eu tenho que mostrar que o álbum ‘The Earth Is Not A Cold Dead Place’ do Explosions In The Sky é o melhor álbum do momento. Em seguida alguem argumenta sobre A Silver Mount Zion porquê eles um dia foram Godspeed You! Black Emperor, e então eles finalmente chegam até Mono e estragar tudo! Sempre foi dificil para Mono para subir com seu álbum lançando de 2006, You Are There. You Are There teve um instrumental de post-rock perfeito em todo o álbum; o ambiente era sutil e o climax foram além da pulverização com os interlúdios lindos e melodias tocantes. Foi um trabalho que eles ultrapassaram os limites, sem soar pretensiosos ou supérfluos, resumindo, You Are There foi um vital sucesso por completo. Os trabalhos seguintes indicou a próxima gravação ‘Hymn To The Immortal Wind’, o que tentou replicar o sucesso de ‘You Are There’ com retornos decrescentes, ou tentando explorar uma direção completamente nova. Em vez disso, Mono vai além disso, ‘Hymn To The Immortal Wind’ supera indiscutivelmente o álbum anterior e sobe para o melhor álbum ja produzido pela banda. Gravado com uma orquestra de 28 peças e produzido por Steve Abini, HTTIW é uma obra orquestral completa! O álbum é aberto em meio de uma onda de fuzz e sinos antes de Mono revelar uma série de motivos lindos pontuados por instrumentos de corda. “Ashes in the Snow”, é indiscutivelmente a melhor faixa do Mono até hoje (embora o mesmo poderia ser dito de cerca de um quarto do álbum). É um trabalho absolutamente deslumbrante, mostrando um crescimento lento até o ouvinte chegar a exaustão completa. Faixas similaras como a apropriadamente intitulada “Burial at Sea” e “Pure As Snow” trabalham de forma análoga, adormecendo por alguns minutos até algo inevitável acontecer. É lindo o tempo todo, seria irracional não esperar alum método para este caos e a formula para a maioria do álbum é algo bem definido! IAN K. MENEZES

8

Impious

Death Domination Metal Blade

Nesse fim de ano de 2009, aparentemente ótimos lançamentos estão saindo. Os suecos do Impious são um exemplo de banda que decidiram lançar seu novo álbum no final de 2009. Ao invés esperar até o ano novo, Impious acaba lançando seu sexto álbum “Death Domination” no final de novembro. Ainda bem, agora podemos desfrutar de sua mais recente obra-prima mais cedo! Eu estava muito surpreso quando li resenhas sobre o álbum de 2007 Holy Murder Masquerade, e descobri que muitas dessas resenhas estavam sendo classificadas como harsh melodic death metal. Sabendo que Impious é uma banda de Death/Thrash Metal, eu dei uma olhada nos álbums e acontece que as resenhas estavam certas, era realmente melodic death. Então, até eu ouvi a nova música Abomination Glorified eu pensei que o novo álbum do Impious voltaria ser um competente, porém nada especial, álbum de melodic death metal. Felizmente, eu estava enganado, Death Domination apesar de possuir um nome um tanto clichê e promissor, o álbum é uma coleção de músicas de um furioso death metal com influências de thrash. Impious está deixando algumas de suas características de melodic death que tinham antes e estão mergulhando em uma nova linha, iniciando com esse novo trabalho. É rápido, agressivo, brutal e cruel. IAN K. MENEZES

8

Metric

Fantasies Last Gang Records Já faz um bom tempo desde do último lançado do Metric. Certamente ‘Grow Up and Blow Away’ chegou as lojas, mas o álbum já tinha sido circulado na internet muito tempo antes do seu lançamento offical. Isso coloca o seu último álbum ‘Live It Out’, lançado a quatro anos atrás. Metric provavelmente será uma banda amada por um e odiada por outros. O gênero do Indie Pop garante isso. Mas, quem sou pra reclamar. O quarteto sempre ofereceu uma variedade de daixas cativantes no mundo pop, variando de ‘Dead Disco’ para ‘Monster Hospital’, ‘Grow Up and Blow Away ‘!


Diego Prado as 4 melhores Roll The Dice

pode ter um significado diferente, e muita gente pode se identificar com a música, cada um de uma forma diferente. Isso é o que eu acho legal nesse som.

Roll The Dice

9.5

Ace 4 Trays

Roll The Dice Independente

Sabe aquele tipo de trabalho fácil que o seu chefe passa pra você e você tem plena convicção de que vai terminá-lo mais rápido do que até mesmo você imagina? E, acima de tudo, é um trabalho que você adora? Pois é, foi assim que eu me senti ao ter a difícil tarefa de escutar o disco Roll the Dice, da banda Ace 4 Trays, oriunda de São Paulo. Direi a mesma coisa que eu disse ao resenhar o álbum “Evolution?” Do Command6: é muito bom falar de bandas ótimas. O Ace 4 Trays merece o adjetivo que dei acima por alguns motivos básicos e comuns ao Command6: humildade, competência e amor pelo que fazem. Nota-se isso a cada nota de Roll The Dice. É impossível não destacar as competências individuais de cada membro da banda a cada música passada. Indo do vocalista Diego Prado, com seus vocais pra lá de retrô com uma pegada bem atual, me lembrando em muitas vezes, os áureos tempos do thrash metal da bay-area com o surgimento de James Hetfield, vocais com influência, identidade e, acima de tudo, potência. Passando pelos guitarristas Fabrício Modesto e Alex Gizzi que mostram um entrosamento muito bacana, e uma diversidade de pegadas nos riffs, que chegam a assustar. Com exceção das balada, não há uma parte sequer em que o peso das guitarras, aliado à força do baixo de Rafael Palm. A bateria é um caso a parte visto que o batera Marcelo Campos faz a simplicidade de cada composição parecer algo sobrehumano. Destaques? Todas as faixas. Escute o disco do início ao fim, não vai se arrepender. Mesmo assim, ainda quer uma música isolada, para conhecer a banda? Roll The Dice. Já espero o segundo álbum. Enquanto ele não vem, peço vossa licença pra alimentar meu vício nesse. BRUNO THOMPIS

Embora seja discutível ou não, Metric conseguir compôr no mesmo nível de sempre e certamente no álbum ‘Fantasies’ a banda com certeza segue o mesmo caminho. Evidentemente, eu me senti tão impressionado pela primeira vez que eu ouvi ‘Fantasies’. Apesar de ser um álbum ‘mais rock’ que ‘Grow Up and Blow Away’, ele apresneta uma presença de guitarra maior e quase não se desvia dos antigos trabalhos do Metric, o que pode ser positivo ou negativo, dependendo do ângulo que você veja. Para cada Yeah Yeah Yeahs, existe um Shiny Toy Guns, chega a ser irônico falar de evolução, quando ela não demora muito a ser discriminada. A qualidade em termos de faixas individuais também contribuíram para as minhas expectativas nesse álbum. Tipicamente, ‘Fantasies’ é o

Heal My Soul Essa música conta uma história de um homem sufocado em sua própria paranóia, e sua busca pela luz que libertará a sua alma. A música possui uma atmosfera única, e pode ser interpretada de várias maneiras. Eu acho que pra cada pessoa ela

tipo de álbum que você precisar ouvir mais de uma vez para gostar, e quando você finalmente gostar, você não irá parar de ouvir. Músicas como ‘Sick Muse’ pode soar tão cafone, mas depois de algumas ouvidas você verá que a música é fantástica. Para chegar ao centro da questão, ‘Fantasies’ é sem dúvida um álbum muito divertido de se ouvir! ‘Gold Guns Girls’ é a faixa destaque do álbum, usando todos os elementos do álbum em uma mistura de guitar rock, pop, dance e até sendo conduzido por sintetizadores. ‘Fantasies’ representa um retorno bem-vindo ao indie pop/rock dos velhos tempos do Metric. IAN K. MENEZES

Essa música é autobiográfica. Ela conta um pouco da história da nossa banda, e fala também das nossas conquistas e nossos planos para o futuro. Mesmo sabendo de todas as dificuldades de ter uma banda de rock no cenário atual, nós simplesmente rolamos os dados, confiamos nas nossas músicas e em nós mesmos e estamos metendo as caras, da forma que tem que ser. Daí vem também o nome da nossa banda, somos as cartas para o tabuleiro, os azes para a bandeja, rolamos os nossos dados, sem saber o que o futuro nos reserva. E até agora estamos muito felizes com o que já conquistamos.

e perde completamente a vontade de viver. Às vezes precisamos que algo aconteça para que a gente enxergue o valor em todas as coisas que nos acontecem, desde as mais simples. E a música expressa exatamente isso, ela é um tapa na cara de quem se acha no direito de ficar em depressão: “Rise now piece of shit!!”. A melodia da música foi escrita por mim e pelo Alex Gizzi, de uma forma muito rápida. É com certeza uma das minhas favoritas do disco.

Edge of the World

Imagine se houvesse uma saída para todos os problemas que o nosso mundo enfrenta hoje em dia. Imagine se existisse uma saída, um outro planeta para vivermos, ou simplesmente se pudéssemos nos jogar no vazio do universo e escaparmos de tudo o que há de podre no nosso planeta. A letra dessa música fala exatamente disso. Ela é uma crítica à nossa sociedade e ao ser humano no geral, que com Behind The Wall seu egoísmo e ambição está se autodestruindo aos poucos. É uma das Quando escrevi a letra dessa música eu músicas com a levada mais pesada do estava em uma daquelas fases da vida disco, isso ajuda a expressar a raiva. em que você não quer sair de dentro de casa, não quer ver a cara de ninguém,

que juntamente com “I Remain”, trazem aquele sentimento mórbido de volta. A faixa título do disco é recheada de passagens mais melodiosas que renderam a ela, o posto de single e vídeo clipe oficial. Faith Divide Us – Death Unite Us, é um daqueles discos do Paradise Lost que vai marcar época e se tornar incomparável. Em tempos de neothrash metal, metalcore, nu metal, dentre outros, o doom metal se mostra cada vez mais forte com os nomes antigos. Elevando assim, a bandeira do lado triste do metal. BRUNO THOMPIS

10 9

Paradise Lost

Faith Divide Us Death Unites Us Century Media Após o lançamento do disco mediano, In Réquiem, os britânicos do Paradise Lost voltam a dar o ar de sua graça, dois anos depois, com um disco novo. Recentemente, a banda lançou o maravilhoso disco ao vivo “The Anatomy of Melancholy” que reuniu vários clássicos da banda desde a fundação, no início da década de 90, até os discos atuais, com exceção do In Requiem que não possui faixas nesse DVD. Quando tive a oportunidade de escutar o In Requiem, logo no lançamento do disco, vi que faltava algo. O disco possuía uma atmosfera estranha, longe de ser aquele doom metal de início de carreira e mais longe ainda de ser o gothic metal/rock que a banda vinha desenvolvendo desde o lançamento do disco One Second. A compensação veio agora e vejo que foi da melhor forma possível. Faith Divide Us – Death Unite Us é um prato cheio para os fãs do doom metal característico que o Paradise Lost fez no começo de carreira, lançando álbuns maravilhosos como o Icon, Gothic, Shades of God. Os destaques do disco ficam por conta da faixa de abertura, “As Horizons”,

Shadowside

Dare To Dream LCM/Radar Records Nada melhor do que ver a bandeira brasileira ser hasteada lá fora com tanto orgulho como vem sendo ultimamente. Uma das bandas responsáveis por esse fator, é a Shadowside. Surgida em meados de 2001, dentro de sua carreira ao longo desses oito anos, a Shadowside já teve dentre diversas apresentações em festivais nacionais de ponta, algumas passagens bem sucedidas por terras estrangeiras. A mais recente turnê internacional da banda foi muito bem sucedida, passando por países europeus e finalizando-se nos Estados Unidos. A turnê serviu para a banda promover seu mais novo disco (Dani Nolden dá o ar de sua graça aos leitores da Six Seconds em ma entrevista exclusiva nesta mesma edição. Não percam), Dare to Dream, de qual vos falo agora. Quem acompanha a banda desde o disco Theatre of Shadows, sabe que a banda fez muita gente “quebrar a cara”, ao surpreender a todos com um Hard Rock/Metal muito bem trabalhado e com identidade. Neste mesmo disco, a banda vinha de complicações com a gravadora, culminando até na falência da mesma. Complicações a parte, o que se nota é que a banda amadureceu muito e prova tudo

isso por inteiro com o lançamento desse novo trabalho. Guitarras com riffs bastante inteligentes, presença vocal marcante, linhas de baixo estarrecedoras e uma bateria super diversificada e precisa. Estas são as primeiras características que nos vêem à cabeça ao nos depararmos com Dare To Dream. Aos amantes do rock pesado, o disco é um prato cheio. De Nation Hollow Mind a Wings of Freedom, o que vemos é uma banda que mostra ao que veio e logo de cara, manda 8 pedradas na cara do ouvinte. O impressionante é que não há como citar destaques que se sobressaiam aos demais, pelo fato de a banda usar uma forma bem linear de compor. O que faz com que cada música tenha sua particularidade. Em Nation Hollow Mind e In The Night, as linhas vocais nos remetem a refrãos grudentos e de fácil acesso. Impressionante. Last Thoughts é minha preferida, que me chamou a atenção, justamente por ser repleta de guitarras mais melodiosas que casam muito bem com o vocal agressivo/melodioso de Dani. A passada só diminui na faixa Time To Say Goodbye, onde Dani mostra que tem flexibilidade vocal o suficiente tanto para emocionar quanto para fazer bangear. Belas letras, belo trabalho instrumental, belos refrãos. Outro disco que está na minha lista dos melhores de 2009. BRUNO THOMPIS

1

Deus Ex Machine I, Human Independente

Numa busca aleatória por bandas novas, me deparo com uma banda cujo nome é uma expressão em latim que foi muito usada por diversos filósofos cristãos do século XVI/XVII para dizer que “Deus age de formas misteriosas”. A etimologia da expressão não vem ao caso, o que vale ressaltar aqui é que a expressão Deus Ex Machina me chamou bastante atenção pelo fato de nomear uma banda de thrash/death metal


de Singapura. O disco, I, human, segundo disco dos asiáticos, é um disco relativamente muito fraco na parte instrumental. Porém, ao me deparar com a parte lírica, tive uma surpresa por ver que a banda não só é imparcial no contexto religioso, como usa da filosofia greco-romana clássica (períodos socráticos, platonismo, estoicismo) para expor seus pontos de vista. Seu mais novo lançamento é extremamente tendencioso em apontar a filosofia humanista como uma possível válvula de escape para todo o contexto social em que estamos inseridos (guerras, violência popular). Musicalmente falando, como já foi dito acima, o disco é muito fraco, beirando a enrolação em algumas faixas como em The Mask. O disco já começa errado pelo fato de ter uma introdução de míseros dois minutos que se transformam numa eternidade e não se chega a lugar algum. Haja vista que a segunda faixa começa totalmente independente da intro. Uma gafe típica de bandas principiantes. A grande verdade é que o disco só tem duas músicas que prendem o ouvinte: Replicant e I. E veja bem, Replicant, só dá uma melhorada lá por volta de 00:02:59s, pelo fato de a banda criar um clima de expectativa que, na primeira audição, consegue prender o ouvinte. I, como foi dita, é a faixa que mais se assemelha a alguma coisa dentro do metal. Barulhos inintendíveis e enrolação são duas das péssimas características que a banda carrega no seu âmago. Quer um disco bom? Você procurou no lugar errado. É, disparado, o pior disco que escutei esse ano. BRUNO THOM-

PIS

5

30 Seconds To Mars This Is War Virgin Records

Já faz quatro anos desde que 30 Seconds To Mars lançou ‘Beautiful Lie’, e o que exatamente a banda tem feito nesse tempo? Aparentemente a banda falhou no contrato de lançar três albuns. Foi certamente um obstáculo, e eles tiveram muito ocupados em criar o melhor album ‘que eles podem fazer’. ‘This Is War’ volta ao estilo do primeiro lançamento ‘30 Seconds To Mars’ e agarram o rock alternativo que foi usado em ‘A Beautiful Lie’ criando assim uma fusão dos dois trabalhos. O resultado desta combinação é algo bastante pretensiosoe exagerado; no entanto, alguns pontos não se revelaram épicos como deveriam sentir. ‘Escape’ é o tipo de introdução que provavelmente alguns ouvintes já esperariam: bateria entra entra depois de efeitos ambientais, Jared Leto prossegue com sua suave carícia de vingança e logo em seguida os 1.000 são chamados - surgindo adiante para uma proclamação, também conhecida como: ‘This Is War’. Como você pode ver, desde do inicio os ouvintes estão cientes de que a banda assumiu um grande projeto com esse trabalho. Felizmente, as três primeiras faixas se enquadram de forma adequada na categoria dos trabalhos anteriores. ‘Night Of The Hunter’ possui uma bateria que da uma pequena impressão dos anos 80 com alguns arranjos de teclado! Em toda música Leto direciona os vocais para atrair os ouvintes para a música. ‘Kings and Queens’ segue em frente, agora seguindo mais o estilo do antigo álbum ‘A Beautiful Lie’;! O destaque fica para a faixa título, eu não ficaria surpreso se alguma das faixas acima viessem a ser singles do álbum - uma já é, por sinal e isso levame para os problemas que surgem com a segunda metade do álbum. Considerado que a inclusão do The Summit na primeira parte do álbum foi aplicada de forma sábia e não considerada exagerada, as coisas mudaram drasticamente para o resto do trabalho que segue com ‘Hurricane’ com a participação do rapper Kanye West. Leto

tem a pretensão de um pregador que leva um refrão, o melhor exemplo disso está atribuido nas faixa ‘Vox Populi’ e ‘Search & Destroy’. IAN K. MENEZES

8

Throwdown

Deathless E1 Music/Nuclear Blast Records No passado, Throwdown nunca foi capaz de me fascinar. Eles tocavam um hardcore, mas nunca me consquistaram realmente, mas dessa vez eles trouxaram algo que superou minhas expectativas. Eles continuaram se envolvendo no estilo de várias bandas agressivas Metalcore, eles se assimilaram um pouco com Pantera e aqui eles estão com Deathless. Álbums criticamente aclamados sempre tem uma certa pressão na hora da produção. Então eu fiquei curioso se o Deathless seria desse jeito. Esse álbum é o primeiro álbum que tirou meu pé do chão desde da primeira faixa Será que Throwdown sofreu uma enorme mudança de estilo? Não exatamente, Throwdown ainda está no caminho que Pantera uma vez estiveram. Contudo eles ampliaram seus horizontes e acrescentaram uma series de novas influências. Lamb Of God, Machine Head, Killswitch Engage, e até mesmo Life Of Agony. Essa é a provavelmente maior mudança da banda, ou talvez seja o vocalista Dave Peters? Ele realmente se superou com os vocais em Deathless. Pela primeira vez, ele realmente canta e soa bem. Seus vocais junto com as melodias chegam a uma nova dimensão, sem exagero. As vezes eles tendem ficar um pouco perto demais de suas influências, por exemplo na faixa ‘Headed South’, ouça ela e tente negar que ela se parece com o Life Is Agony. Então, esse é um álbum original? Longe disso, mas Throwdown toca com tanta convicção que isso realmente não importa. Eles ultrapassaram o limite e fizeram um grande álbum, sem dúvida. IAN

K. MENEZES

6

Flaw

Home Grown Studio Sessions Independente Pelo jeito Flaw está de volta, e voltou bem, pelo menos é que parece. Ainda assim, eles aina tem muito trabalho até antingir o nível antigo ainda. Seja lá qual gênero você procura, se você olhar de perto, você irá achar certos elementos que irá tornar o resultado mais génerico existente na consciência pública. No caso do New Metal, umas bandas que me chamou atenção é Flaw - apesar de ser um tanto irregular nas produções, eles tem uma vantagem emocional específica sobre competição. No entanto, não importando quão pesada seja a música, Chris Volz é capaz de fornecer uma melodia poderosa, foi como se Flaw não fosse uma mera presença da media, eles tocaram esse estilo antes de Korn crescer. No entanto, a tensão interna e agitação pessoal de Volz levou à morte prematura da banda logo após o seu segundo álbum. Eventualmente, ocorreu uma reunião no Flaw, e depois de vários problemas com o nome da banda e entrada e saida de membros e de muita procura no myspace por um novo vocalista tudo se encaixou. Depois de mui-

to nhem-nhem-nhem foi dito que um novo álbum do Flaw estaria por vir, e surpresa, aqui ele está o mais novo lançamento intitulado ‘Home Grown Studio Sessions’ é o novo trabalho do Flaw que agora está sendo ouvido em todos os cantos dos Estados Unidos. O nome do álbum é questionavelmente bom, certo, eles não estão em nenhuma gravadora e decidiram fazer tudo de forma independente, mas nomes melhores não passou pela mente deles? A história de Flaw é algo interessante do que a música mostra. Parece que os anos de melodrama realmente envolveram os caras, já que a composição na maior parte do álbum não algo lá muito inspirador! ‘Concealed’ é uma exeção notável, com um groove trítono, os vocais melódicos de Volz sintonizam a música todo o tempo. Essa faixa sem dúvida teria se encaixado de forma perfeita no álbum ‘Endangered Species’. Outra faixa com potencional é ‘Voices’, uma versão demoque surgiu no myspace na banda a um tempo atrás. Os caras conseguiram criar uma música que incluiu a presença mais do violão e mostra um certo lado emocional da banda. Home Grown Studio Sessions é um álbum um tanto estranho de se ouvir, cenas boas, cenas ruins, querendo conhecer a banda eu recomendaria que baixasse o Endangered Species. VITOR TEIXEIRA

8 Isis

Wavering Radiant Ipecac Recordings Eu não diria que Isis voltou a ser o que era, mas esse novo trabalho está bem melhor do que ‘In the Absence of Truth’ e certamente Isis agora possui um rítmo que com certeza é a melhor coisa que há. ‘Wavering Radiant’ não é tão bom quanto ‘Panopticon’ ou ‘Oceanic’ (quando eles aprenderem que todos seram muito mais felizes, se eles parassem de tentar imitar Tool e voltassem aos seus riffs), mas é bem melhor o que o seu último lançamento. Esse álbum é um álbum estranho, e se não fosse pela tonalidade do baixo e os vocais distintos de Aaron Turner, você poderia até pensar que era uma banda diferente. As músicas estão muito mais complicadas e possuem uma série de voltas e reviravoltas, Harris subitamente muda o seu estilo de tocar bateria e Isis acaba descobrindo novos recursos para seguir em frente. Não que eu diga que Isis é uma banda com pretensões minimalistas, nem nada, mas agora cada pedacinho da banda é recheado com diferentes estilos de guitarra, baixo, sintetizadores, e-bows entre outros recursos. Eu não chamaria isso de caótico mas está tuo tão no lugar e isso é sem dúvida o álbum mais acessível previsível do Isis. As músicas em si nem sempre se beneficiam deste novo encontro de complexidade composcional. Problemas similares que houveram no ‘In the Absence of Truth’; boas idéas sendo afastadas para o bem de quê? Progresso? Eu posso não estar 100% correto, mas muitas das melhores músicas de Isis foram perfeitamente feitas em uma construção de duas ou três seções; dessa forma é estrano o porquê eles mudarem uma vez ou outra.. Um bom exemplo seria ‘Ghost Key’ onde uma abertura brilhante é destruida por causa do entusiamo, e ‘Hand Of The Host’ onde tudo tudo alcança uma espécie de paródia absurda; 11 minutos sem nenhuma estrutura ou finalidade. Agora, qual é a razão disso? O que eles estão tentando conseguir? Isis é o tipo de banda que faz algo épico em cinco minutos e ao mesmo tempo eles tentam mudar cada minuto que você fica sem entender porquê eles estão dando chutes no vento. Certamente, Isis não estão tão confiáveis como eles costumavam ser, ainda assim, há algumas músicas muito boas nesse novo trabalho, como ‘20 Minutes/40 Years’; é um exemplo clássico de Isis.Vale

a penar comentar sobre o instrumental também. A seção rítmica é fantástica, os vocais de Aaron Turner está ficando muito bom, guitarras estão melhor do que nunca, mas ainda comparado a simplicidade do ‘Panopticon’ esse álbum falha miseravelmente. Mas é um bom álbum, tem momentos ótimos, esses caras se tornaram melhores músicos (apesar de ter uns riffs estranhos aqui e ali), e eu diria que é um álbum ambicioso. IAN K. MENEZES

8

Obituary

Darkest Day Candlelight Records O Obituary é uma banda de Death Metal americana que dispensa qualquer tipo de apresentação em uma introdução feita aqui. O que você deve saber é que esses americanos, juntamente com o Death, Deicide, Cannibal Corpse e afins, revolucionaram o conceito de música pesada no fim da década de 80 com a nova denominação do termo Death Metal. De 1988 (data de fundação) até os dias atuais, o Obituary tem 10 discos (se contarmos com um ao vivo – Dead – e um “compilation” – Anthology). Darkest Day é o nome do mais novo disco dos americanos. É um disco sólido, cru e repleto de tudo o que fez nome na década de 80: Riffs, bateria marcada, baixo conduzindo o peso, solos de guitarra vibrantes e o vocal agressivo como sempre. “Sim, mas isso tudo, em todos os discos, fica chato, não?” Minha resposta é: Não. Pois estamos falando do Obituary. É impressionante, como a fórmula sempre foi essa, e a banda ainda consegue se manter inteira e surpreendente como sempre. Lost e playback são as minhas preferidas, justamente por possuírem toda essa pegada oitentista e adcionarem um pouco da modernidade a si. Não é um disco que vai virar clássico da banda, como o World Demise, ou o The End Complete, mas é um disco que dá trabalho à quem tenta criticar negativamente. Usando um clichê: o Obituary mostrou que ainda é e pretende continuar sendo o Obituary. Bom disco. BRUNO THOMPIS

9

Baroness

Blue Record Relapse Records Saindo das sombras de seus contemporâneos, Baroness cria uma experiência incrivelmete bem polida e consistente para os ouvintes. A cor azul pode ser vários significados. As vezes é interpretada como calma ou felicidade. Também pode significar conhecimento, poder, integridade e seriedade. Sejam bem vindos ao ‘Blue Record’ o segundo álbum da banda de Savannah, Baroness. Há muito o que dizer sobre essa banda. Baroness tem se escondido nas sombras de seus contemporâneos, Mastodon. Embora existam semelhanças ligeiras nos sons de ambas bandas, Baroness consegue ter o seu própio estilo. Comparar essa duas bandas seria injusto, ambas são bandas únicas. Sendo o segundo álbum da banda, é sempre bom saber se eles evoluíram como artistas. Eles mantiveram o seu som global, adicionando novas idéias. O trabalho anterior, ‘The Red Album’, foi um álbum bom, mas a banda refinou seu som,


Mais outra bela promessa da cena nacional. Agora é trabalhar no foco escolhido e fazer com que a banda ganhe notoriedade no cenário nacional. BRUNO THOMPIS

2

Callisto

sover, da forma como ele é tocado nesse álbum, não é tão seguido e muitas bandas que se auto-intitulam bandas de crossover, acabam optando por seguir o caminho do metalcore, o que acaba tornando-as “bandas da moda”. Fico feliz que os rapazes do Blood So Pure tenham seguido uma linha mais conservadora no que se trata da mistura do metal com o hardcore. Quanto aos poucos tropeços do disco, o que eu posso a dizer e desejar é que a banda tenha vida longa e levante sempre a bandeira desse crossover brutal. Música de macho, rapá! Hehe! BRUNO THOMPIS

Providence Fullsteam / Svart Records Callisto não uma lá muito conhecida, porém os dois primeiros álbums chamaram atenção das pessoas, graças a popularidade de todo movimento ‘Post-Metal’. Eles vem tocando com competência, até agora, onde seu gênero se torna um pouco mais progressiva, se asemelhando assim a banda ‘Cult Of Luna’, o quê tornou o álbum ‘ouvível’, mas deixa ele dificilmente essencial. Com ‘Providence’ o seu som mudou e portanto ele podem afirmar que não são mais uma banda crua e derivada que está caminhando para o sucesso. No entanto, como acontece com qualquer banda que muda a sua direção musical, há efeitos colaterais, e o mais óbvio no ‘Providence’ é a chatice. Não seria exagero dizer que esse álbum está mais calmo que os outros dois, talvez com um alguns riffs pesdos sem premeditação, mas ainda assim está mais calmo. Cada faixa é conduzida por uma linha de baixo que consequentemente é conduzida por uma guitarra, enquanto os vocais faz o cruzamento entre os dois. Algumas faixas tentam usar uns acordes poderosos, afim de evocar um senso de dinâmica. Se a intenção de Callisto era destilar a essência do tédio em audio, eles conseguiram, uma banda com tanta capacidade, acabou demoronando, ‘Providence’ é sem dúvida um álbum fraco para a carreira dos finlandeses, realmente um fracasso. IAN K. MENEZES

7

The Almost

Monster Monster Tooth Nail/Virgin Records É difícil antecipar o segundo álbum de The Almost com um forte senso de deja vu. Onde é que isso soa familiar? Baterista da acalamada banda Underoath, se torna vocalista de um projeto mais ‘rock’. Com o novo projeto, ele toca praticamente todo tipo de instrumento na banda. E apesar dos resultados serem mixados e com potencial claramente mostrado, ‘Monster Monster’ não chega a ser um ‘The Colour & The Shape’ (Foo Fighters)... e ele ainda terá um longo caminho até chegar aos pés de Dave Grohl (vocalista Foo Fighters). Parecido com ‘Southern Weather’, ‘Monster Monster’ começa com uma faixa animada. De longe uma das faixa que mais se destaca é ‘Hands’, com um leve toque de piano a música conquista os ouvintes pouco a pouco, seguindo das guitarras e dos vocais no refrão de Aaron. Talvez percebendo essa falta de distinção, vocalista Aaron Gillespie procure um ingrediente secreto. Muitas faixa re-exploram a vibração Southern Rock/ Alternative Country do trabalho anterior ‘Southern Weather’. O elemento surpresa chega de uma de uma forma para alargar o álbum e empresta um forte senso de nostalgia. IAN K. MENEZES

8

Duff McKagan’s Loaded Sick Century Media

O eterno ex-baixista do Guns N’ Roses, Duff McKagan, se junta aos seus comparsas do Loaded (enquanto sua outra banda ao lado de Slash e Matt Sorum, Velvet Revolver, fica no limbo) e solta este Sick. O álbum transita descaradamente entre o punk e o sleaze rock. Riffs nervosos como a contagiante faixa-título que abre de forma arrebatadora o CD, vocais desleixados a cargo de McKagan, solos minimalistas, letras irônicas e cozinha firme. Destacam-se as canções Sick, a cadenciada Sleaze Factory (a que mais lembra os saudosos tempos de Guns N’ Roses), Flatline (cuja abertura já traz um refrão cheio de feeling) e a balada melancólica Mothers Day. Algumas pisadas na bola como a alegrinha Translucent e a modorrenta Wasted Heart. Em suma, um álbum que agradará tanto os fãs novos quanto os das antigas. Duff continua um bom compositor e fica clara sua importância nas velhas canções do Guns N’ Roses. Sick chega a ser tão grudento quanto seu ótimo álbum de estreia, Believe In Me, de 1993. Existe ainda uma versão alternativa que acompanha um DVD com um show da banda. DIEGO N. VIANNA

9

Rest In Disgrace

As Beauty Springs From Mud... Independente Mesclar o Dark Metal ao Death Metal é praxe e é quase uma regra a ser seguida por quem escolhe esse gênero como base para sua banda. Quando o vocalista Márcio Quirino (ex-Soturnus – banda já resenhada aqui na Six Seconds. Confira a Edição 3!) liberou o EP As Beauty Springs From Mud, tivemos um ganho considerável no que diz respeito ao lado obscuro da música brasileira. Sendo assim, fui agraciado com uma tarefa que será muito fácil devido à qualidade do disco. Qualidade essa que não se foca somente no lado instrumental da banda. No que tange as letras e os temas usados pela banda, a banda ganha nota 10 com louvores. Falar de Budismo, Filosofia e pessimismo, mesclados ao contexto bem regado pelo existencialismo de Arthur Schopenhauer (Filósofo Alemão da metade do Século XIX) não é pra muitos. Musicalmente a banda segue à risca as fórmulas maravilhosas que consagraram diversas bandas no começo da década de 90. Cópia? Muito longe disso, a banda, apesar de usar fórmulas conhecidas, adquire uma identidade própria que faz com que cada riff e cada nota sejam reconhecidos na hora. Quer bater cabeça? Ascendance! Quer se sentir no início dos anos 90? The Veil of Maya! Quer ver as influências do Thrash e Death citadas acima? Vanity! Quer parar pra pensar um pouco e curtir uma som mais intimista? The Dying Lótus! Quer se surpreender com a criatividade da banda? Unnamed Feelings – Descencion! Musicalmente, o disco é muito bom. Liricamente, da mesma forma.

8.5

Blood So Pure Hunter (EP) Independente

Desde o meu primeiro contato com o “Confronto” e o “Point of No Return”, bandas que seguem a mesma linha do “Blood So Pure”, fiquei impressionado com dois pontos que me fizeram gostar tanto do estilo seguido por eles: a violência musical aliada ao contraste causado pelas partes mais melodiosas existentes nas músicas e a facilidade que todas essa bandas tem de jamais decepcionar em um disco. Com o “Blood So Pure” não poderia ser diferente, oriundos de Piracicaba-SP, esses paulistas não deixam a bola cair em nenhum minuto, durante os quinze minutos desse primeiro EP da banda. Sempre alternando os breakdowns com partes muito violentas, lembrando até a selvageria do deathcore em alguns momentos. “Hunter”, a faixa título do disco, demonstra muito da pancadaria que seguirá o disco. “I Defy You”, é a faixa que mais mescla as influências e passagens da banda: alternando entre o brutal e o melódico, a banda acerta em cheio e faz com que essa faixa seja uma das melhores do disco, senão a melhor. “I Hope You Burn”, tem um refrão gritado em coro, que chega a arrepiar, juntamente com o duo das guitarras de Guilherme e Bruno. Outra faixa muito boa. “My Honor, My Blood, My Life” é a faixa mais fraca do EP, é onde o vocal fica menos audível, com exceção do refrão. “The Glory” finaliza bem o disco e nos conduz ao que é esperado: um bom disco. O interessante é que o cros-

7

House Of Lords Lost Ground (EP) Frontiers

House Of Lords, banda descoberta por Gene Simmons (KISS) na década de oitenta, mantém uma regularidade em seu trabalho desde sua volta no injustiçado The Power And The Myth em 2004, lança este ano o sucessor do aclamado Come To My Kingdom (2008). Apesar de fiel às raízes hard rock, este álbum oscila entre o heavy metal, o AOR e o progressivo, incluvise na capa, muito semelhante ao clássico Images And Words do Dream Theater. A introdução da faixa de abertura que, por sinal, dá título ao álbum, soa exatamente como Touch Of Evil do Judas Priest. Se ignorarmos esta mancada, se trata da melhor canção de Cartesian Dreams, com destaque inegável às vocalizações de James Christian. Desert Rain tem um refrão marcante e solos de guitarras nervosos de Jimi Bell. Apesar de somente Christian resistir à formação original, este se cercou de músicos competentíssimos como o guitarrista Bell, BJ Zampa, baterista que abusa do pedal duplo e do correto baixista Chris McCarvill. Outro ponto alto é a belíssima balada Sweet September, co-

escrita pelo guitarrista Tommy Denander, que até faz uma participação especial. Muito feeling e melodias vocais de fazer marmanjo engasgar. Os teclados a cargo de Christian, também dão um show. Já que estamos falando de baladas, a introdução de A Simple Plan dá a entender que vem aí mais uma delas, porém, o peso das guitarras nos faz mudar de ideia. Never Look Back é progressiva e pesada... Mas nada que chegue perto a The Power And The Myth (devo ser o único que adora este álbum). Christian solta notas mais altas. The Bigger They Come traz alguns arpejos à la Malmsteen em sua introdução. Épica, remete aos dois últimos álbuns da banda. A coisa vai por água abaixo em Repo Man. Apesar de uma canção hard rock alegre, um dueto de Christian com sua esposa e cantora Robin Beck simplesmente põe tudo a perder... Se os gritinhos de Beck fossem simplesmente limados da mixagem, soaria muito melhor. Saved By Rock, como o próprio título entrega, é um hard rock com letra ingênua, nada que chame muita atenção. Joanna traz uns acordes à la AC/DC e um refrão meio Bon Jovi com vocalizações na linha de Perfect Strangers do Deep Purple, ou seja, é o samba do crioulo doido! Uma péssima escolha para encerrar o álbum se desconsiderarmos a faixa-bônus, The Train, uma baladinha semi-acústica. Enfim, da volta pra cá, o álbum mais fraco do House Of Lords. DIEGO

N. VIANNA

9

Defeater

Lost Ground (EP) Bridge Nine Records Defeater lança um perfeito álbum conceitual, reafirmando que a banda está verdadeiramente de pé. Em 2008, Defeater lançou ‘Travels’, um álbum conceitual sobre um garoto que mata seu pai alcoólatra e foge, e apenas volta para achar sua mãe viciada morta e para matar seu irmão. Apenas um ano depois a banda de hardcore de Boston, lança ‘Lost Ground’. Um EP que narra de um veterano da segunda guerra mundial, que após perder seu batalhão, esquece das necessidades da socieddade, entrando em un incrontolável ciclo de alcoolismo e desespero. Disso faz, dois álbuns conceituais em menos de dois anos, e meu deus, essa banda sabe como montar um álbum conceitual. Liricamente, ‘Lost Ground’ é genial. É um EP com seis faixas, cada uma narra as circustâncias que se procederam nas respectivas faixas. Essa técnica cria um efeito inconfundível de fazer o fluxo do álbum facilmente, parecre como um filme narrativo que antecede a cada cena (isso é possível se você seguir as letras e escutar o álbum do inicio ao fim. O que eu altamente recomendo a fazer.). As letras foram escritas sobre uma era de guerra, dando ao álbum uma atmosfera emocional. “That whiskey burns goin’ down. Old man pour me another round, because it’s my last night in town, and I ain’t thinkin’ of slowin’ down. No I am fixin’ to drow ‘til I see the sun, or I can’t see.” Essas letras começaram a história, a préimpratação da faixa ‘The Red, White, and Blues’, pintando o retrato da ansiedade de um jovem inocente. A faixa ‘A Wound and a Scar’, ele comparece ao funeral de seus amigos do seu batalhão, seguindo as seguintes partes da letra: “Mothers mourn, holdin’ folded flags. Just caskets, and folded flags, no hope. Just folded flags. No Hope.” A justaposição de emoção é especialmente palpável neste álbum, devido ao desespero lírico que claramente se desenvolve ao longo do álbum. O termo “túmulo vazio” é recorrente em todo o álbum, assim como o termo “herói de guerra.” Essa repetição de temas comuns entre as faixas do álbum liricamente fortalece, dando-lhe uma


personalidade definida que é relacionáveis. O que realmente separa Defeater o resto das bandas de hardcore, é a sua capacidade de complementar o emocional das letras com a melodia apropiada de uma maneira que é natural, e não artificial. O instrumental é muito articulado em todo o álbum, e a seção rítimica acompanha perfeitamente os duros gritos do vocalista. Quanto ao vocalista, suas cordas vocais são atingidas de forma assustadoras, que na medida, retratam a voz do personagem de foma fantástica. A emoção e a raiva em sua voz da emoção as letras tornando o álbum ainda mais prazeroso de se ouvir. Simplesmente uma obra de arte. IAN K. MENEZES

Gramm acreditaria. Como canta esse cara! Os únicos pecados: não há Cold As Ice neste show e nem encarte com as letras! Muito pouco para estragar este pacotaço que deixará qualquer fã babando. DIEGO N. VIANNA

9

W.E.T.

W.E.T. Frontiers

10

Foreigner

Can’t Slow Down Rhino O termo AOR volta ao seu significado legítimo neste Can’t Slow Down: Album Oriented Radio, ou seja, canções que em sua essência são todas propícias a estourar e virarem clássicas! A volta do Foreigner ao estúdio não poderia ser melhor. Capitaneada pelo líder, fundador, produtor, compositor e guitarrista inglês Mick Jones, ao lado de músicos norte-americanos acima de qualquer suspeita como Thom Gimbel (multinstrumentista formado na Universidade de Berklee), o vocalista Kelly Hansen (ex-Hurricane e Unruly Child), Jeff Pilson (ex-baixista do Dokken), Brian Tichy (bateria, também passou por Berklee e inúmeras bandas) e o novato tecladista Michael Bluestein, a banda não poderia estar em melhores mãos. Can’t Slow Down foi produzido por Marti Frederiksen e Mark Rosen (genro de Jones) e estreou direto na 29ª posição na Parada da Billboard. A abertura com a faixa-título não deixa pedra sobre pedra e versa sobre corridas de carro e, como o título sugere, “não dá pra diminuir”. Mick Jones, ao lado de Frederiksen e Hansen, compõe temas fadados a se tornarem clássicos instantâneos, ou seja, não tem erro! Can’t Slow Down ainda traz baladas pra casal nenhum botar defeito: When It Comes To Love fica no mesmo nível das canções clássicas da banda como I Wanna Know What Love Is, com o diferencial de um belo sax a cargo de Thom Gimbel, assim como I Can’t Give Up, As Long As I Live e I’ll Be Home Tonight. Canções mid-tempo como Living In A Dream e as empolgantes Give Me A Sign e Lonely são impossíveis de evitar sair cantarolando por aí. O AOR come solto em Ready, Too Late (sendo que esta já havia aparecido na coletânea No End In Sight) e Angel Tonight. Pra fechar, uma regravação de Fool For You Anyway, homenageando o álbum de estreia da banda numa roupagem totalmente vintage, e provando o porquê de o Foreigner ser o “herói da jukebox”. O segundo CD traz os clássicos do passado em versões remixadas. Tão bem feito o trabalho que às vezes dá até a impressão de terem sido regravados. Os excessos foram reparados como os ecos da bateria, deixando a sonoridade mais atual e menos pasteurizada. Todas são destaques como os hinos Cold As Ice, Urgent e Feels Like The First Time. Como se não bastasse, ainda há de bônus um DVD com um show na França e entrevistas de bastidores. Além do carisma e técnica dos músicos, impressiona como essa banda se veste bem! Parece que escolheram suas melhores camisas pra irem ao zonão, err, bailão. Destaque total para a performance acústica (e já tradicional) de Say You Will, o AORzão de That Was Yesterday (segundo Gimbel, sua canção favorita) e I Want To Know What Love Is. Enquanto Mariah Carey se borra pra atingir as notas altas do refrão (e procura um lugar mais seguro em oitavas mais baixas), Kelly Hansen dá um show que nem o vocalista original Lou

ais um projeto do selo italiano especializado em AOR Frontiers. A sigla W.E.T. remete às iniciais das bandas principais dos músicos que fazem parte desta banda montada sob encomenda! Robert Säll é compositor e guitarrista do sueco Work Of Art (W); Erik Martensson é guitarrista do Eclipse (E); e Jeff Scott Soto é vocalista do Talisman (T)… Picaretagem escancarada!!! Porém, músicos do mais alto calibre, fizeram deste álbum de estreia o sonho “molhado” (wet!) de todo viciado em AOR. Melodias cativantes, execução soberba, instrumental elaborado, solos virtuosos, produção (de Martensson) impecável… Destaques: a introdução de Invincible não deixa dúvidas do que vem por aí. Nota-se que as melodias vocais inconfundíveis de Soto estão mais melódicas que de costume. Brothers In Arms é uma canção mid-tempo maravilhosa. No refrão, Soto dá seus primeiros sinais de cansaço em estúdio, mas de leve - e só o fã mais atento deverá notar. Deve ter sofrido muito em sua curta passagem pelo Journey. Magnus Henriksson (que também colaborou com suas composições) toca a guitarra solo desta e de outras, demonstrando muita técnica e influência de Ozzy Osbourne (lê-se Randy Rhoads, Jake E. Lee e uma pitada de Zakk Wylde), inclusive a ponte desta canção remete, en passant, à No More Tears. Comes Down Like Rain é outra pequena obra-prima, apresentada primeiro em versão elétrica e como bônus em formato acústico. Ambas são de tirar lágrimas! Muito feeling e melodia. Running From The Heartache lembra Work Of Art (que lançou o soberbo Artwork ano passado) e nela Säll fez o solo. Damage Is Done é a mais pesada, com destaque para a bateria precisa de Robban Back. Put Your Money Where Your Mouth Is traz influências de Van Halen, principalmente no que tange ao vocal. Hard rock classudo. Riffs oitentistas tomam conta de My Everything. If I Fall é Journey puro. Soto encarna Steve Perry, Erik Martensson encarna tanto Neal Schon nas guitarras, quanto Jonathan Cain nos teclados e ainda Ross Valory no baixo! Se Soto não tivesse sido chutado dos reis do AOR, assim estariam soando. W.E.T., mesmo sendo um projeto pra lá de burocrático, é uma das melhores surpresas de 2009. O que vale é a qualidade inegável da música aqui apresentada DIEGO N. VIANNA

4.5 Bon Jovi

This Circle Frontiers Bon Jovi, banda que foi AOR no começo da carreira (Runaway), glam metal em boa parte dos anos 80 (Bad Medicine), descambou descaradamente para o pop (Crush), flertou com o sertanejo ano passado (Lost Highway) e praticamente mantém a mesma fórmula de seus piores álbuns. Canções excessivamente pop como a faixa de abertura, a empolgadinha We Weren’t Born To Follow, que

lembra boa parte de seu catálogo recente, aquela alegria pras meninas encherem os pulmões (tipo It’s My Life ou Have A Nice Day), apesar do solo matador de Richie Sambora. A segunda faixa mais parece um U2 caidaço, com uns “sha-lá-lá” no refrão. Work For The Working Man tem um reverb ridículo na bateria e um coro no refrão que lembra o Bon Jovi das antigas. Mas é bom? Não! A letra de Superman Tonight chega a citar a própria tatuagem de Super-Homem do vocalista Jon Bon Jovi! Nas notas mais altas do refrão, quando o sapato aperta, cabe ao guitarrista soltar seu gogó. Aliás, os vocais de Sambora foram muito pouco aproveitados neste álbum; lamentável, pois esses sempre se mostram superiores aos do “galã”. Todavia, esta se salva. Bullet traz efeitos horríveis na guitarra, coisa que já fizeram quinhentas vezes. O refrão é bom, apesar do arranjo duvidoso e do andamento à la Keep The Faith. Um dedilhado mais melancólico surge em Thorn In My Side, infelizmente por pouco tempo. A alegria desmedida logo toma conta, num refrão que mais lembra essas “artistas” teen que tanto infestam as MTVs da vida. Aquela balada-mala ao piano finalmente aparece em Live Before You Die, forçando as lágrimas das garotinhas juvenis criadas a Ovomaltine. Brokenpromiseland, apesar do título ridículo, mostra outra recaída à fase rockeira da banda. Uma introdução interessante em Love’s The Only Rule, porém, por que um coroa como Jon Bon Jovi insiste em cantar como se fosse um pré-adolescente? Já não chega a Xuxa? Fast Cars é a melhor do álbum, possui um certo feeling. Happy Days é outra canção com ares de U2 (ou Coldplay), com destaque para as linhas de baixo de Hugh McDonald, o músico contratado que está na banda desde 1994 (ou antes até, se contarmos suas participações como ghost musician no estúdio), mas até hoje é deixado de fora de todo o material promocional. Learn To Love fecha o álbum como uma balada semi-acústica, açucarada como todas de Keep The Faith pra cá, cujo refrão “halle, halle” logo irrita. Enfim, um álbum previsível com uma produção impecável. E pensar que o Bon Jovi ameaçou voltar ao hard rock no ótimo Bounce (2002). Advertência: The Circle é totalmente contra-indicado para diabéticos em decorrência de seu excesso de glicose DIEGO N. VIANNA

8

Anvil

This Is Thirteen VH1 Classic Record A volta dos que não foram! O Anvil foi aquela banda canadense que quase despontou, saiu em turnê nos anos oitenta pelo Japão ao lado de Scorpions, Whitesnake e Bon Jovi, porém, nunca vingou sendo relegada aos botecos de sua cidade natal. A fama que nunca chegava finalmente deu o ar da graça após o lançamento do filme-documentário Anvil! The Story Of Anvil este ano. Lançado de forma independente em 2007, após o estardalhaço do filme em questão, o selo VH1 Classic Records relança o álbum This Is Thirteen, produzido pelo mago Chris Tsangarides (Judas Priest, Bruce Dickinson, Angra), o mesmo do clássico Metal On Metal e, segundo a própria banda, único álbum com uma sonoridade de qualidade. This Is Thirteen abre quebrando tudo com sua faixa-título, um heavy metal tradicional e pesado com uma bateria demolidora de Robb Reiner. Bombs Away mantém o pique, com uma parede sonora que mais parece uma guerra. Burning Bridges continua assim, com solos a cargo do hoje ex-guitarrista Ivan Hurd. Ready To Fight acelera um pouco, na linha do Metallica de priscas eras (sendo que o Anvil é influência declarada da mega-banda de São Francisco). Os riffs e vocais rasgados do figuraça Steve “Lips” Kudlow permeiam todo o álbum, assim como seus solos old school. Flying Blind continua rápida, porém, a mais acessível do álbum. Mais metal em Room # 9, porém, deve ser apenas uma canção para preencher espaço, assim como as genéricas Axe To Grind e Feed The Greed. Após esta leve decaída, volta o peso da “bigorna” em Big Business, mais rock’n’roll, descendo o cacete no establishment. Shoud’a Would’a Could’a é speed metal puro, remetendo diretamente aos anos 80. E parece que o Anvil se mantém preso àquela época, pois mais oitentista que o riff de Worry, impossível! Mais palhetadas sujas em Game Over com solos esquizofrênicos de Lips. American Refugee traz um efeito na voz de Lips no refrão, mas mantém a proposta inicial, para fechar com Thumb Hang, uma canção escrita quando Lips e Reiner ainda eram pré-adolescentes cheios de espinhas. Sobre a Inquisição, trata-se de outro tema legitimamente heavy metal, com direito a um corinho vindo das profundezas do inferno. Apesar de toda a alaúza em cima do aclamado (e ótimo) filme, vale a pena conferir o trabalho desta autêntica banda de heavy metal. Apesar de álbuns um tanto fuleiros no decorrer da carreira, This Is Thirteen, décimo terceiro álbum do Anvil, faz jus ao estilo e fica no mesmo patamar de Metal On Metal. Lips e Reiner devem estar felizes da vida, pois recentemente até já andaram abrindo pro AC/ DC. DIEGO N. VIANNA

10

Winger

Karma Frontiers logiar este ótimo e injustiçado ícone do hard rock nunca é demais. Karma, quinto álbum de estúdio do Winger, é mais um petardo que faz a discografia desta banda brilhar. O CD já abre arregaçando com os riffs furiosos de Reb Beach para descambar num refrão empolgadíssimo em Deal With The Devil. Winger abusa dos gritos rasgados sendo um antes e outro depois do solo de Beach, onde há espaço para uma ponte safada. Poderia tanto figurar o primeiro álbum quanto o pesado Pull ou seja, este som define o “karma” do Winger, do sucesso ao ostracismo em pouco tempo. Stone Cold Killer mantém o ritmo e abre com o baixo do “hômi” à frente. Outro refrão memorável. O peso pesado em Big World Away faz lembrar, inclusive no que tange à letra política, Blind Revolution Mad, porém, sem frescura de violões. O baterista Rod Morgenstein abre a modernosa Come A Little Closer, na linha do ótimo IV. Reb Beach ainda grita uns “yeah” no refrão. Mais riffs malandros em Pull Me Under, cujo maior destaque é o solo de Beach sobre a base impecável dos comparsas. Mais berros de Kip Winger! Os teclados de Kip abrem Always Within Me, uma semi-balada que cresce em peso e melodia. Esta canção ainda traz uma bela ponte e uma das melhores letras de Kip. Talvez Supernova seja a menos empolgante. Estaria mais voltada à carreira solo de seu vocalista. Nada que estrague! O peso volta em Feeding Frenzy, outra canção de tema social. Mais um solo virtuoso de Beach. Impressionante como toca esse rapaz! Um solo de blues a cargo de John Roth permeia a melancólica After All This Time, desenterrando as influências mais enraizadas da banda. Witness começa com os teclados e voz de Kip Winger. Melódica e sensível, pode ser considerada a irmã caçula de Headed For A Heartbreak. Seu andamento muda com a bateria de Morgenstein. Assim que todo o instrumental surge, Beach faz um longo solo onde destila toda sua malícia para culminar em vocalizações de Kip e um piano quase hipnótico, dando um final melancólico ao Karma. Sério candidato a melhor álbum de hard rock do ano! Na versão europeia, ainda há a faixa bônus First Ending, nada mais que uma brincadeira da banda ao piano e violões. DIEGO N. VIANNA

7

The Lou Gramm Band The Lou Gramm Band Frontiers

O vocalista original da clássica banda de AOR Foreigner, Louis Andrew Grammatico, popularmente conhecido como Lou Gramm, passou por poucas e boas. Sofreu um câncer no cérebro que, embora, benigno, trouxe-lhe pequenas sequelas. Foi na época de sua recuperação que deixou o Foreigner pela segunda vez. Em seguida, perdeu num curto espaço de tempo seus pais (Bennie e Nikki Grammatico). Foi assim que se juntou aos seus irmãos Ben e Richard (respectivamente, bateria e baixo),


mais os amigos Don Mancuso (guitarras) e Andy Knoll (teclados), para fundar a The Lou Gramm Band. E, dizem os reunidos irmãos, que através da fé tentam superar as vicissitudes da vida. Este auto-intitulado álbum traz um AOR voltado ao christian rock, ou seja, musicalmente segue alguma coisa de Foreigner e, liricamente, apresenta uma “pregação” atrás da outra. Se ignorarmos o discurso de Lou Gramm, vale a pena conferir sons como a ótima trinca que abre o CD: Baptized By Fire, Made To Be Broken e Willing To Forgive. A segunda traz um quê de Deep Purple e mostra que Gramm está cantando muito bem, embora mais comedido que antigamente. A coisa enfraquece nas baladas, como na horrenda That’s The Way God Planned It, um legítimo gospel para se cantar num coral de igreja. (I Wanna) Testify apresenta influências de soul e R&B, com bons backing vocals e um órgão hammond ao fundo. So Great traz uma ponte e solo de guitarra interessantes, bem como um coral de crianças cantando a oração que já virou clichê em inúmeras canções (”now I lay me down to sleep…”). A alegre Single Vision (uma resposta indireta ao clássico Double Vision do Foreigner), fica entre as mais fracas, com direito a um discurso propriamente dito lá pelas tantas. Redeemer, outra canção purpleriana, se destaca pelo belo riff e refrão empolgante. Rattle Yer Bones é a mais hard rock do álbum, tudo bem até aqui. Porém, a balada You Saved Me é um dramalhão que chega a dar sono, muito abaixo de quem já cantou e compôs obras-primas como I Wanna Know What Love Is e I’ve Been Waiting For A Girl Like You. Mais curto que coice de porco, apenas 39min48s. Seria um ótimo disco, não fossem as letras (ilusórias - ou pessoais - demais). Pra quem não dá bola (ou não entende nada de inglês), pode procurar por este álbum, pois nada mais é do que um AOR mais tranquilo.. DIEGO N. VIANNA

10 Kiss

Sonic Boom Roadrunner Records Com a produção de Paul Stanley, Sonic Boom deveria resgatar a aura clássica do KISS, deixando de lado a pasteurização do som da banda cometida na década de 80. Embora Lick It Up (1983), Animalize (1984) e Crazy Nights (1987) tenham vendido bem, mesmo sem as máscaras que consagraram a imagem da banda, a sonoridade perdeu boa parte da identidade dos tempos de Rock And Roll Over (1976) e Love Gun (1977), tidos como exemplo daquilo que seria o KISS clássico. O grupo impôs apenas uma condição a si mesmo antes de adentrar o estúdio: KISS deve soar apenas como KISS, sem frescuras. Inclusive “ressuscitaram” Michael Doret, ilustrador responsável pela icônica capa de Rock And Roll Over. Modern Day Delilah, faixa de trabalho, abre Sonic Boom de forma arrebatadora. Traz uma mistura de I Want You (do Rock And Roll Over) com Heart Of Chrome, do Revenge (1992) e Love’s A Deadly Weapon (1985). A performance de Thayer remete à época em que Ace sabia tocar. O solo, simplista, traz licks frehleyanos ao máximo, enquanto Stanley arrisca agudos até então nunca explorados. Será que o disco todo virá neste nível? Roussian Roulette é ainda melhor! Uma típica faixa do Gene Simmons setentista, com o baixo lá na frente e letra sacana. Em Never Enough Paul volta ao vocal principal. Esta faixa lembra muito Nothing But A Good Time do Poison (que, por sua vez, lembra muito Deuce do KISS…), portanto, soa mais oitentista do que produto dos anos 70 (justamente a vibração que a banda deseja retomar). Nela Thayer dá uma economizada na escancarada influência de Frehley. Yes I Know (Nobody’s Perfect) é outra faixa de

Simmons. Embora traga algumas frases de uma demo de 1985 (strike while the iron’s hot/bring this boy to his knees/yes, I know, I’m just like all the rest), o clima setentão é evidente, assim como os fraseados de baixo dos primeiros álbuns do KISS. Simmons voltou a tocar com tesão, algo que faltou em álbuns como Asylum (1985) e Hot In The Shade (1989), por exemplo, quando o linguarudo nem fazia muita questão de aparecer no estúdio, relegando sua tarefa de baixista para terceiros. Após uma introdução à la No More Mr. Nice Guy, de Alice Cooper, Stand se transforma naquela faixahino no estilo de God Gave Rock And Roll To You II (1991) ou até I do subestimado The Elder (1981). Nela, os vocais são divididos entre Paul e Gene. Os backings de Thayer e Singer - que se fazem presentes no álbum todo - reforçam o clima de arena desta canção. A letra versa sobre amizade incondicional. A melhor de todas vem agora: Hot And Cold. Trata-se do produto final de Rotten To The Core, demo que Simmons trabalhou em 1976 e abandonou sem muita explicação. Agora, finalizada, traz ainda uma breve ponte. Hilária a letra: “baby, sinta minha torre do poder”… Típica letra do KISS! Mais uma cerveja para a próxima. All For The Glory inicia com uns bends típicos de Frehley, mas surpreende com os vocais do exímio baterista Eric Singer. Sua voz rouca e aguda não lembra Peter Criss ou o falecido Eric Carr, mostrando que Singer tem estilo também como cantor, embora falte a potência que havia em seus antecessores. Stanley volta ao vocal em Danger Us. A letra traz trocadilhos fuleiros (KISS nunca foi Sheakespeare) que funcionam muito bem. Há um quê de AC/ DC (It’s A Long Way To The Top mais precisamente), uma das grandes influências admitidas de Gene e Paul. I’m An Animal é a faixa “demoníaca” de Simmons. Está algo entre Almost Human (1977) e Unholy (1992). The Demon berra: “sou um animal e sou livre”! Dá pra imaginá-lo empunhando seu baixo em forma de machado! Com When Lightning Strikes o KISS volta à proposta inicial: uma banda, assim como Beatles, com quatro vocalistas. Nela Tommy Thayer se dá muito bem. Um hard rock pra ninguém botar defeito, com um solinho na veia de I Want You. Depois dessa, o fantasma de Frehley (que já não toca nem canta nada) não deverá assombrar mais sua persona. A faixa que fecha o CD é Say Yeah, de Stanley. Nesta o Star Chid retoma algumas linhas de seu álbum solo de 1978, como Tonight You Belong To Me. Os backing vocals do refrão lembram Poison do Alice Cooper. Uma faixa que não chega a ser Shout It Out Loud (1976), pois soa séria demais, mas funciona como derradeira. Agora é só abrir mais uma cerveja e pressionar o “repeat”. DIEGO N. VIANNA

8

Barren Earth

Our Twilight (EP) Peaceville Records

Apesar dos problemas de originalidade, Barren Earth oferece um álbum doom/ progressive sólido, que deve deixar fãs de Amorphis animados. Gostaria de saber se Mikko Kotamäki tem uma coisa sobre a série do filme Twilight. Quero dizer, parece ser um pouco mais do que coincidência que sua banda principal, Swallow The Sun ter nomeado o mais novo álbum New Moon e agora logo do lado, o seu projeto paralelo ter intitulado o álbum Our Twilight. Embora, eu acho que poderia facilmente ser uma decisão cuidadosamente calculada para usar palavras-chave do filme, a fim de capturar a atenção dos vampiros adolescentes obcecados. Agora falando sério, tanto New Moon quanto esse álbum merecem ganhar alguma atenção. Na verdade, com a atual

formação presente neste lançamento, é uma surpresa que a publicidade não tenha aumentado. Além de Mikko Kotamäki (Swallow the Sun) nos vocais, Barren Earth também possui Olli-Pekka Laine e Kasper Martenson de Amorphis no baixo e teclado, Marko Tarvonen do Moonsorrow na bateria, e Janne Perttila (Rytmihäiriö) & Sami Ylisirnio (Kreator) nas guitarras. É claro que com essa formação a questão é com qual tipo de som a banda vai parecer. Qualquer pessoa familiarizada com o trabalho do Olli-Pekka Laine (The Karelian Isthmus) e Kasper Martenson (Tales from the Lakes 1.000) irá reconhecer o fundamento básico do som desta banda. A banda está no mesmo estilo, com doom/death riffs acentuadas pelas melodias progressivas foclóricos de Amorphis. A mudança é que os riffs são um tanto ou mais pesados de qualquer coisa de Amorphis, o que faz a banda mais parecido com Opeth. Ao longo desses riffs de guitarra são melodias que conduzem definitivamente uma boa parte do Tales From The 1,000 Lakes, no tanto eles são abundantes. O outro elemento que deve um pouco para que o álbum é com sons psychedelic dos anos 70. Eu tentei algumas vezes para escrever sobre este álbum sem a abundância de comparações Amorphis, mas é quase impossível. Depois de ouvi-lo várias vezes, é bastante óbvio que as semelhanças no estilo foram completamente intencional. IAN K. MENEZES

9

Within Temptation

An Acoustic Night At the Theatre Sony / BMG / Roadrunner Records Há algum tempo atrás, a vocalista do Within Temptation, Sharon Den Adel ponderou e disse: “o próximo álbum do Within Temptation será uma volta às raízes, uma volta ao final da década de 80 e começo da década de 90. Estamos buscando inspiração em bandas como The Cure e Nine Inch Nails”. Quando soube disso, fiquei tentando interligar o Metal Sinfônico ao poderio Gótico/Punk do The Cure e à temática eletrônica usada por Trent Reznor no NIN. A primeira coisa que me veio à cabeça foi: “vou ver o primeiro disco experimental do Within Temptation”. Os adjetivos que o disco receberia, dada a repercussão, seriam os óbvios dados a todas (sem exceção alguma) as bandas que usam experimentalismo depois de um nome consolidado: surpresa, aprovação, reprovação, sarcasmo, repúdio, reconhecimento, identidade. Exemplos: Metallica, Anathema, Paradise Lost, o próprio Iron Maiden no Seventh Son, que viria a ser um dos discos mais consagrados da banda, até hoje. No caso do Within Temptation, o novo disco vem como uma recuperação de identidades pessoais de cada membro da banda. Um disco acústico no meio de outros 5 ou 6 completamente voltados pro metal sinfônico causa estranheza. Só que essa estranheza é esquecida por completo logo que a voz de Sharon entra em cena e transmite toda aquela paz que é característica de sua voz. Logo em Towards The End, a banda deixa transparecer a energia que se seguirá no resto do disco. Stand My Ground teve uma adaptação muito bonita e empolgante. Clássicos recentes como Frozen, Forgiven e The Cross, figuram numa nova roupagem que, com certeza agradará aos fãs. Outro destaque foi a inclusão de Caged, do disco Mother Earth com uma repaginação que ficou simplesmente maravilhosa. All I Need segue na mesma pegada. Mudanças são sempre bem vindas e, segundo a Sharon, os fãs podem esperar muitas novidades mais. BRUNO THOMPIS

9

Dethklok

The Dethalbum II William Street

Aqueles que vem ouvindo Dethklok através do desenho do Adult Swin Metalocalypse desde da primeira temporada perceberam que metal e comédia é uma combinação e tanto. Aquelas que compraram o Dethalbum descobriram talvez que Dethklok é muito mais do que apenas comédia. Claro, não havia escassez de comédia no Dethalbum e muita gente só ouviu o album porquê achou o desenho engraçado. Agora em 2009, parece que o criador de Dethklok/ Metalocalypse, Brendon Small, não está mais rindo. O lançamento The Dethalbum II significa uma aproximação sério que o comediante está tomando com a sétima maior economia do mundo. Musicalmente o Dethalbum II renuncia uma parte do seu aspecto humorístico com mais, vejamos.. death metal. Isso não significa que não há divertimento algum neste álbum, por Deus não; Os vocais de Nathan Explosion vêm sofrendo alguns mudanças, seus vocais naturais continuam, embora ele opte por utilizar mais de um estilos de beros em certos seguimentos. Em alguns casos, os vocais são mais fortes e mostra mais variedade do que no primeiro álbum. Infelizmente, existem alguns pontos em que a voz parece fraca, como se Brendon tivesse perdido ela antes da gravação. Diferente de alguns vocaisno Death Meal, os vocais de Nathan são mais coerentes, especialmente durante os refrões. Claro, existem algumas partes onde nem uma única palavra pode ser discernida. Os riffs indutores de Skwisgaar e Toki também retornam para segundo álbum de Dethklok, embora a sensação geal pareça mais ‘épica’ (por falta de uma palavra melhor). Pickles também faz um ótimo trabalho na bateria, introduções como em ‘Bloodlines’ fornecem uma diversidade do estilo de Death Metal. Em geral, o segundo álbum do Dethklok é muito mais acessível, eles mantem seu valor coico para os fãs da série, o que é muito importante para uma banda como essa. Houve um orçamento muito maior para a produção deste álbum, dito isso, há uma sensação mais confortável para um trabalho como esse. Fãs do baixista William Murderface vão se alegrar ao saberem que realmente podese ouvir o baixo nas músicas. As guitarras também se encaixam melhor do que no álbum anterior. No geral, Dethalbum II é um grande passo na evolução da música. Portanto, se você gostou do Dethalbum, este novo trabalho não irá te decepcionar. O álbum está cheio de riffs excelentes, as letras são escritas no mesmo caminho que o primeiro álbum e Dethklok está melhor do que nunca. IAN K. MENEZES


LTD ESP M-202


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